Design Thinking: A Contribuição Do Na Educação
Design Thinking: A Contribuição Do Na Educação
A CONTRIBUIÇÃO DO DESIGN
THINKING NA EDUCAÇÃO
Aline Cristina Antoneli de Oliveira1
RESUMO
O presente artigo busca, a partir da literatura, apresentar o design thinking como
uma abordagem voltada à criação da inovação e como esta abordagem vem sendo
trabalhada na área da Educação. Apresenta o conceito de design thinking, suas ***
características e ferramentas de acordo com o ponto de vista dos principais autores
1. Especialista, e-mail:
e realizadores da área. Características como empatia, colaboração, experimentação, aline.c.oliveira@edu.
que formam o tripé do design thinking, são apresentadas, assim como vários projetos sc.senai.br
ao redor do mundo voltados para a educação, que utilizam essa abordagem como
princípio norteador de suas atividades,enfatizando a característica interdisciplinar da ***
mesma e mostrando que por meio do design thinking a comunidade como um todo
aprende, na ação colaborativa, a entender suas próprias necessidades e a resolvê-las.
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INTRODUÇÃO
O presente artigo busca, a partir da literatura, desenvolvidos no mundo que já utilizam esta
apresentar o design thinking como uma abor- abordagem para o desenvolvimento da educação.
dagem voltada à criação da inovação e como
Para o desenvolvimento do artigo, utilizou-
essa abordagem vem sendo trabalhada na área
se como base estudos relacionados ao design
da Educação.
thinking e à aplicação desta abordagem na
Segundo Brown e Wyatt (2010), as empresas Educação, objetivando apresentar a caracte-
estão adotando o design thinking porque as ajuda rística interdisciplinar da abordagem, a partir do
a serem mais inovadoras, diferenciando suas ponto de vista de Brown (2010), Educadigital
marcas e trazendo os seus produtos e serviços (2013), Lockwood (2009) e Martin (2010a).
ao mercado mais rapidamente.
Dessa forma, o presente trabalho é construído
Assim, este trabalho está estruturado da se- basicamente por meio de pesquisa bibliográfica
guinte maneira: a primeira seção apresenta as que, segundo Gil (2002, p. 44), “é desenvolvida
considerações metodológicas utilizadas para a partir de material já elaborado, constituído
sua estruturação. Na segunda seção, aborda-se principalmente de livros e artigos científicos”,
o conceito de design thinking, assim como suas e, levando em consideração para a seleção da
ferramentas e principais técnicas de acordo com bibliografia pesquisada, no intuito de responder
o referencial teórico pesquisado. Na terceira a pergunta de pesquisa que este estudo busca
seção, é apresentado o conceito de iDesign, que explorar que é: “como a abordagem do design
é o design thinking aplicado à Educação. E, por thinking vem sendo aplicada na Educação
fim, são apresentados alguns cases e projetos atualmente?”.
2 DESIGN THINKING
Aponta-se a seguir o conceito de design thinking, De acordo com Brown (2010), o design thinking
suas características e ferramentas de acordo (ou pensamento de design, que será tratado aqui
com o ponto de vista de autores como Brown como no original em inglês) tem seu início
(2010), Lockwood (2009) e Martin (2010a). pelas habilidades aprendidas pelos designers ao
longo do tempo, na busca pela correspondência
entre as necessidades humanas com os recursos
técnicos disponíveis, considerando as restrições
práticas dos negócios.
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O processo de design thinking
A base para o design thinking é a empatia, co-
é melhor pensado como um
laboração e experimentação das ideias. Para
sistema de espaços que se so-
uma compreensão ideal sobre as características,
brepõem, ao invés de uma se- os próximos tópicos trazem a explicitação de
quência de passos ordenados. como as ferramentas utilizadas aplicam essas
Esses passos são: inspiração, características no projeto.
ideação e implementação.
Empatia
Inspiração é o problema ou a oportunidade que A técnica de observação é uma das ferramentas
motiva a busca de soluções; ideação é compre- utilizadas para a “quebra” do problema entre as
endido como o processo de gerar, desenvolver e partes, e para que a equipe de design thinkers o
testar ideias; e implementação como o caminho compreenda melhor. Brown (2010) destaca que
que conduz a ideia a partir da fase de projeto até essa técnica serve para ver o que as pessoas não
chegar à vida das pessoas. (BROWN; WYATT, fazem, escutando o que elas não estão dizendo.
2010; SERRAT, 2010).
Os pontos mais interessantes e diferenciados
da utilização dessa técnica para a compreensão
dos problemas a serem resolvidos é que os dados
qualitativos sobrepõem-se aos quantitativos,
pois a pesquisa de campo é feita em grupos não
focais e o maior interesse está em compreender
os sentimentos, as emoções despertadas e a
identificação daquela ideia com o entrevistado.
Esses grupos, denominados por Brown (2010)
por usuários “radicais”, são assim chamados
por viverem de forma diferenciada, pensam
de forma diferenciada e consomem de forma
Design thinking não fornece as respostas cor- diferenciada. Porém, a observação somente terá
retas, ele muda o foco das perguntas. Embora sucesso se o componente da equipe desenvolver
muitas vezes as pessoas não podem dizer quais esta, que é uma das características mais impor-
são suas necessidades, seus comportamentos tantes do design thinker (BROWN, 2010), que
reais podem fornecer pistas valiosas sobre sua é a empatia.
gama de necessidades não satisfeitas. Henry Empatia é a tentativa de ver o mundo através
Ford compreendeu isso quando observou que dos outros, compreender o mundo por meio
se perguntasse aos seus clientes o que eles que- das experiências alheias e de sentir o mundo
riam, eles responderiam um cavalo mais rápido. por suas emoções. Para Brown (2010), o de-
(BROWN; WYATT, 2010). senvolvimento da empatia é que talvez distinga
o pensamento acadêmico e o design thinking.
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Design thinking significa ser mais empático, uma ideia tem ou não valor funcional. É o que
colaborativo (ALT, 2011), pois possuir essas ele chama de “rápido e sujo.” (BROWN, 2010).
características significa entender e envolver
De acordo com Vianna et al. (2012, p. 122),
as pessoas em todas as fases da construção de
“o protótipo é a tangibilização de uma ideia, a
um produto, visto que as pessoas que usarão o
passagem do abstrato para o físico de forma a
produto, sendo um coparticipante na sua criação,
representar a realidade – mesmo que simplifi-
não apenas ficarão satisfeitas com o resultado,
cada – e propiciar validações”.
mas também serão incentivadoras da adoção
da nova forma de fazer. Vianna et al. (2012) complementam dizendo
que o protótipo é um instrumento de aprendiza-
do sob a ótica da equipe do projeto, ao dar forma
&RODERUD©¥R à ideia, aumentando os níveis de fidelidade da
Colaboração é um dos tripés do design thinking e solução ao longo do processo e sob o ponto de
se caracteriza pelo desenvolvimento de produtos vista do usuário, que interage com o modelo
“com” os clientes e não “para” os clientes. criado em diferentes níveis de contextualidade,
tendo condições de avaliar e fornecer insumos
As pessoas, em vez de permitirem
ser rotuladas como ‘consumidores’, para a evolução e o aperfeiçoamento do produto
’clientes’ ou usuários, agora podem que está sendo criado. O protótipo pode ser
se ver como participantes ativos no
uma representação conceitual da ideia até a
processo de criação; as organizações,
de forma similar, devem passar a se construção de algo o mais próximo possível da
sentir à vontade com o desgaste da solução, passando de baixa para alta fidelidade
fronteira entre o patenteado e o públi- nesta transição.
co, entre as organizações e as pessoas
cuja felicidade, conforto e bem-estar A atividade de prototipagem no design thinking
lhes permitem ter sucesso. (BROWN,
2010, p. 56). é recorrente de uma outra característica muito
importante para definir esta abordagem, que é
Brown (2012) acredita também que hoje as a experimentação. A experimentação permite
oportunidades estão neste espaço intermediário que as novas soluções sejam colocadas mais
entre os consumidores passivos e os que proje- rapidamente no mercado e que o mercado seja
tarão para si tudo de que precisam. E que esse mais assertivo com suas inovações, pois uma
espaço intermediário é um nível mais elevado inovação cega, aquele projeto que só é testado
de colaboração, que servirá para obscurecer as em sua fase final ou quando já está disponível
fronteiras no nível de empresas e indivíduos. no mercado, é considerada por Alt (2011) uma
“roleta russa”, ou seja, algo muito pouco inte-
ligente a ser feito e que pode significar muito
([SHULPHQWD©¥R dinheiro jogado fora. A abordagem do design
thinking obriga as equipes a estarem cons-
Uma característica do design thinking é prototi-
tantemente tentando visualizar e testar novas
par a ideia para que ela tome forma, a fim de que
ideias, ainda em fase inicial, e isso se faz com
sejam conhecidos seus pontos fortes e fracos e
a prototipagem, por meio da experimentação.
que novos direcionamentos sejam identificados
e lapidados. Os protótipos iniciais decidem se
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No design thinking, as equipes possuem pro- No processo de design, a atividade foi dividida
fissionais com capacidade de “conversar” entre em etapas nas quais o designer utiliza pensa-
as áreas, ou seja, compreender a área do outro mentos diferentes, segundo Jones (1978).
profissional, ter a capacidade de discutir mi-
Divergência: é a ampliação dos limites e a
núcias técnicas das áreas envolvidas no de-
obtenção de um espaço de investigação am-
senvolvimento do projeto. Em uma equipe de
plo e rico, que visa ampliar o conhecimento
design thinkers, existem, por exemplo, psicólogos,
sobre o problema. Do pensamento divergente
engenheiros, antropólogos. Porém podem ser
surge a capacidade de análise, desenvolve-se
psicólogos que estudaram arquitetura, artistas
a habilidade da observação, sendo na maioria
com diploma de MBA, engenheiros com expe-
das vezes realizada individualmente, pois tem
riência em marketing. Brown (2010) denomina
em seu enfoque o descobrimento das ideias.
esses profissionais como “Profissional T”, em
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Pensamento Pensamento
divergente convergente
- Análise - Síntese
- Descobrimento das Transformação - Criação da inovação
ideias - Insight
- Pesquisa - Trabalho em equipe
- Observação
- Individual
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3 DESIGN THINKING1$('8&$ 2
Para “aprender a aprender” há que estimu- Os desafios colocados pelo mundo contempo-
lar a curiosidade e o interesse por participar râneo em educação podem ser resumidos como
na construção do conhecimento. A simples a exigência de transformar as práticas de ensino
transmissão de informação não capacita para para preparar os alunos de todas as idades para
a formação intelectual. Primeiro, é necessário a sociedade do conhecimento. (BEREITER;
“aprender a sentir” e logo “aprender a pensar”. SCARDAMALIA, 2010; CHAI et al., 2011;
(TORO, 2002). MaCDONALD; HURSH,2006; PAAVOLA;
HAKKARAINEN, 2005).
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Aprimorar
Processo divertido colaboração
Soluções que me
O que o Design atendem como
Liberdade Thinking me indivíduo, sala de
oferece? aula, escola ou
comunidade
1
Para James J. Gibson, affordances são “possibilidades latentes no ambiente, mensuráveis objetivamente e independentes da
capacidade de reconhecê-los mas dependentes das capacidades físicas dos indivíduos”. (GIBSON, 1977, p. 44, tradução nossa).
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A fase da descoberta é a fase da compreensão do são selecionadas, ideais são refinados e a ideia
desafio, da preparação da pesquisa e reunião das é descrita.
inspirações. Nessa fase, a equipe é montada, as
A experimentação propõe a criação de protó-
fontes de inspiração são identificadas, o roteiro
tipos e obtenção de feedbacks.
da pesquisa é montado, o aprendizado com os
especialistas e com o usuário é reunido. A fase da evolução se caracteriza por acompa-
nhar o aprendizado, por meio da definição na
Na fase da interpretação, histórias são contadas,
equipe de sucesso, o progresso é documenta-
documentadas e compartilhadas, insights são
do. Os próximos passos são planejados, outras
definidos, descobertas decifradas, o significado
pessoas são envolvidas, uma comunidade pode
para a pesquisa é encontrado e a oportunida-
ser construída.
de é estruturada através de lembretes visuais,
transformando insights em ações. Na próxima seção serão apresentados cases em
que o design thinking está sendo aplicado com
Na fase de ideação, os ideais são gerados, o
enfoque no desenvolvimento da educação.
brainstorming é preparado, ideias promissoras
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Design thinking é um modelo de pensa- Os alunos são vistos não como receptores de
mento. Significa ter a possibilidade de informação, mas como formuladores de conhe-
acreditar que se pode fazer a diferença, de- cimento. Para colocar isso na prática, a escola
senvolvendo um processo intencional para desenvolveu ferramentas digitais de auxílio aos
se chegar ao novo, com soluções criativas e professores e estudantes, formas inovadoras
criar impacto positivo. de comunicação com os pais dos alunos e até
mesmo uma renovação física da sala de aula,
Faz com que a criatividade inerente ao ser criando um ambiente mais amigável e aberto
humano se potencialize, pois transforma de- à colaboração e troca de ideias.
safios em oportunidades. Design thinking é a
confiança de que novas coisas são possíveis e
qualquer pessoa pode fazer acontecer. E de que, ڜLil’ green box
na educação, otimismo é bem-vindo.
O lil’ green box (CASSIM, 2013) é um projeto
(EDUCADIGITAL, 2013).
realizado pela estudante Micaela Reeves da
Com base nessas premissas, apresentam-se cases Universidade de Pretoria para um concurso, o
de sucesso implantados em várias partes do Design Achievers. Esse concurso é uma inicia-
mundo, inclusive no Brasil, onde a forma de tiva da SABS2 Design Institute para encorajar
pensar com o design thinking vem construin- os estudantes de design da África do Sul a
do possibilidades de se fazer a diferença na propor ações de impacto social, ambiental ou
Educação, impactando sociedades e as futuras de problemas industriais vivenciados.
gerações.
O projeto da estudante partiu de danos am-
bientais que a sociedade sul-africana produz
pelo descarte incorreto de pilhas domésticas.
2UPRQGDOH(OHPHQWDU\ A pesquisa, durante a fase de identificação do
Um exemplo de iniciativa em ambientes de problema, indicou que a sociedade sul-africana
aplicação do design thinking é o caso da escola não tinha uma consciência de questões am-
Ormondale Elementary, da Califórnia. bientais. Como resposta a isso, a aluna propôs
um sistema de descarte de baterias domésticas
Para criar uma experiência de aprendizagem
criado para o descarte seguro e correto de ba-
conectada às novas tecnologias, a escola apli-
terias perigosas.
cou o método durante um ano com alunos e
professores. Eles investiram no conceito de A iniciativa consiste essencialmente em duas
aprendizagem investigativa. partes, sendo que a primeira parte é destinada
a crianças em idades escolar e a segunda parte
destinada ao público geral.
2
SABS: South Africa Bureau of Standards. Disponível em: <https://www.sabs.co.za/index.asp>.
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A lil’ green box é predominantemente voltada levem para casa, oportunizando o incentivo do
para crianças do Ensino Fundamental com comportamento sustentável por parte de seus
idades entre sete e 11 anos. A intenção de Reeves pais. Ao fim de cada semana, as turmas devem
para o projeto era para ser um sistema educa- trazer suas pilhas usadas para a escola, sendo
cional divertido, mas que incentiva as crianças fornecido um gráfico de descarte de baterias.
e, por sua vez, as suas famílias a recolherem e
Cooperação, construção do projeto junto com
eliminarem suas baterias corretamente e com
os alunos, desenvolvimento de uma nova cons-
segurança.
ciência, diversão. Essas são características do
design thinking presentes neste projeto.
Figura 6: Lil’ green box
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O Instituto Akatu4, de São Paulo, queria redese-
nhar seu antigo site sobre o consumo consciente
voltado para crianças e adolescentes para des-
Fonte: Cassim (2013)
pertar ainda mais o interesse deles pelo tema
O projeto distribui as caixas verdes planas nas e incentivar opções práticas de intervenção em
escolas primárias,tornando-as acessíveis a profes- suas comunidades. Mas era preciso considerar
sores e crianças. As caixas do bloco são uma fer- o contexto digital e as possibilidades de inte-
ramenta para os professores educarem as crianças ratividade cada vez mais ampliadas pelos jogos
sobre o impacto ambiental negativo e os perigos (gamificação) e outros recursos midiáticos.
de baterias, sendo toda a informação ambiental
O Instituto Educadigital5 foi parceiro do Akatu
proporcionada no lado interior das caixas.
para apoiar esse trabalho por meio da aborda-
gem do Design thinking que permitiu planejar o
projeto de forma colaborativa com professores
Uma vez que o professor pas- da rede pública, designers, jornalistas, além da
sou todas as informações, as própria equipe gestora Akatu. Desse processo
crianças são incentivadas a nasceu o Edukatu, uma rede de aprendizagem
virar a caixa e interagir com aberta e gratuita para professores e alunos do
a mesma, personalizando- Ensino Fundamental de escolas em todo o
-a através do desenho e da Brasil.
3
Disponível em: <http://edukatu.org.br/>.
4
Disponível em: <http://www.akatu.org.br/>.
5
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6
Disponível em: <http://www.dfcworld.com/about.html>.
7
Disponível em: <http://www.dfcbrasil.com.br/o-que-e/>.
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Disponível em: <http://fazinova.com.br/institucional/a-fazinova/conheca-a-bel/>.
9
Disponível em: <https://pt.khanacademy.org/about>.
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aulas que seus primos tinham na escola, pois Com a missão de mudar a educação para melhor,
nos vídeos eles podiam pausar, voltar ao início o que a Khan Academy10 tem feito mesmo é
ou assistirem quantas vezes quisessem, onde inverter a sala de aula, ou o que em inglês é
bem entendessem. E em pouco tempo os ví- chamado de flip the classroom. Isso mesmo: ele
deos, inicialmente destinados aos seus primos, tem colocado a classe de cabeça para baixo,
começaram a ter mais acessos, e se mostraram transformando o mundo em uma sala de aula
eficazes pra qualquer tipo de aprendizado. global.
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10
Disponível em: <https://pt.khanacademy.org/about/the-team>.
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THE CONTRIBUTION
OF DESIGN THINKING
IN EDUCATION REFERÊNCIAS
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E-Tech: Tecnologias para Competitividade Industrial, Florianópolis, n. Especial Educação, 2014/2 119
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SOBRE A AUTORA
E-Tech: Tecnologias para Competitividade Industrial, Florianópolis, n. Especial Educação, 2014/2 121