Cirurgia Geral Residencia
Cirurgia Geral Residencia
com
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CLÍNICA CIRÚRGICA
SUMÁRIO
PARTE I:
Insuficiência Hepatocelular &
Hipertensão Porta
Hepatopatias Crônicas 06
Hipertensão Porta 11
Ascite 19
Paracentese (Procedimento) 26
Peritonite Bacteriana 27
Síndrome Hepatorrenal 31
Hemorragia Digestiva Alta Varicosa 35
Tratamentos na Hipertensão Porta 43
Encefalopatia Hepática 47
Cirrose Hepática 51
Hepatites Virais Crônicas 59
Hepatopatia Alcoólica 71
Esteatose Hepática 77
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CLÍNICA CIRÚRGICA
SUMÁRIO
PARTE II:
Distúrbios Motores &
Obstrutivos do Esôfago
Acalásia de Esôfago 81
Espasmo Esofagiano 85
Divertículos Esofágicos 90
PARTE III:
Hemorragia Digestiva
Hemorragia Digestiva Baixa 109
Doença Diverticular 114
Doença Hemorroidária 118
Abcessos Perianais 126
Fístula Anal 130
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Veia
central
06
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Vascularização Hepática
O sangue chega ao fígado através de duas
vias principais: a arterial (através da artéria
hepática) e a venosa (através da veia porta).
Biotransformação e Detoxificação
O fígado desempenha um papel crucial
Os ramos terminais dessas vias na eliminação de substâncias tóxicas e na
desembocam nos espaços-porta. inativação de medicamentos por meio de
reações bioquímicas.
O sangue percorre um caminho específico,
começando pelos cantos do lóbulo Essas reações ocorrem em duas fases
hepático (zona 1 - periportal), passando distintas:
pelos sinusoides (zona 2 - intermediária) e
desembocando nas veias centrolobulares Fase I: Envolve processos como oxidação,
(zona 3 - perivenular), sublobulares, supra- redução ou hidrólise, com destaque para
hepáticas (duas ou três) e, finalmente, na as enzimas do citocromo P-450, como a
veia cava inferior. CYP3A4.
Aorta torácica
Veia cava inferior
Fase II: Consiste na conjugação de
Diafragma
substâncias com compostos como a
Veia hepática glutationa, resultando em produtos
inativos.
O
Após essas reações, os produtos solúveis
são excretados na urina ou na bile, como
no caso da transformação da amônia em
Fígado ureia no ciclo de Krebs-Henseleit.
Aorta abdominal
Metabolismo Intermediário
Artéria hepática
Veia porta O fígado atua como um regulador-chave
do metabolismo intermediário,
coordenando a entrada de nutrientes na
Zonas Hepáticas
circulação a partir do sistema porta e
Devido a essa organização anatômica, as redistribuindo-os conforme necessário.
células de cada zona respondem de
maneira diferente às agressões externas. Aminoácidos
Zona 1: Mais próxima ao espaço-porta e Transformação de proteínas da dieta em
rica em nutrientes e oxigênio, é menos aminoácidos, utilizados na síntese de
afetada por estados de hipotensão em novas proteínas, hormônios e
comparação com a zona 3, que está mais nucleotídeos.
distante do espaço-porta e, portanto,
menos irrigada. Aminoácidos em excesso podem ser
utilizados como fonte de energia,
convertidos em glicose (gliconeogênese),
Essa diferenciação zonal é uma das razões corpos cetônicos ou gorduras.
para a necrose centrolobular observada em
casos de hipóxia tecidual.
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Carboidratos Bilirrubina e Sais Biliares
Regulação dos níveis de glicose no O hepatócito capta bilirrubina indireta,
organismo através da glicogenólise convertendo-a em bilirrubina direta para
(quebra do glicogênio) e gliconeogênese excreção na bile.
(produção de glicose a partir de fontes
não glicídicas). Nos distúrbios hepáticos, pode ocorrer
acúmulo de bilirrubina direta devido a
A insulina, glucagon, epinefrina e outros lesão hepatocitária ou dificuldades na
fatores influenciam esses processos, excreção pela bile nos canalículos
podendo resultar em hipoglicemia aguda biliares.
ou intolerância à glicose crônica.
Lipídeos
Achados Inespecíficos
Síntese de ácidos graxos e triglicerídeos a
Fadiga, comumente noturna e intermitente,
partir do excesso de glicose.
é um sintoma predominante.
Participação na formação e secreção de
Sintomas gastrointestinais inespecíficos,
lipoproteínas de muito baixa densidade
como náuseas, vômitos, dor no quadrante
(VLDL) para transporte de triglicerídeos.
superior direito do abdômen e falta de
O apetite, também podem ser observados.
Produção, captação, armazenamento e
secreção de colesterol endógeno.
Fase Aguda
Fase Crônica
Síntese de Proteínas
Fase Compensada
O fígado é responsável pela produção da
maioria das proteínas plasmáticas do Nesta fase, começam a surgir sinais relacionados a
organismo, exceto as imunoglobulinas. distúrbios endócrinos, como hiperestrogenismo e
hipoandrogenismo.
Inclui síntese de albumina, fatores de
coagulação, proteínas transportadoras
Telangiectasias cutâneas, como as "aranhas
(como transferrina), proteínas de
vasculares" e eritema palmar, são comuns
armazenamento (como ferritina), entre
devido às alterações vasculares.
outras.
Manifestações de vasodilatação no pescoço
e tórax anterior podem dar a aparência de
"colar hepático" ou "xale hepático".
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09
A encefalopatia hepática pode ser
desencadeada pelo shunt portossistêmico
da hipertensão porta, que desvia o sangue
do sistema porta para a circulação
sistêmica, contornando o fígado.
Figura C: Contratura palmar de Dupuytren, onde ocorre uma O fator VII possui uma meia-vida de 6h,
fibrodisplasia da fáscia palmar com espessamento, formação
de nódulos e coras, levando à deformidade na flexão dos
sendo o primeiro a alterar-se em casos
dedos. agudos.
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Tab 03 Escore PELD (Cálculo)
Tempo de
Protrombina
Paciente - controle (s) 0a4 4a6 >6 Na forma crônica descompensada das
hepatopatias há o surgimento de distúrbios
ou INR < 1,7 1,7 a 2,3 > 2,3 clínicos mais graves, dentre eles:
Fígado estômago
veia
gastroesplâcnica
Podem apresentar queixas constitucionais
veia
mesentérica inespecíficas, como perda ponderal, mal-
inferior
estar e fraqueza, história pregressa de
etilismo, hepatites virais, doenças
duodeno
veia porta
hepática
autoimunes, doença biliar complicada ou
exposição a substâncias hepatotóxicas.
veia
mesentérica Alguns sinais e sintomas costumam
superior
cólon
descendente
sugerir a doença hepática crônica
avançada, como telangiectasias, eritema
cólon
ascendente
íleo terminal
palmar, circulação colateral, atrofia
testicular e ginecomastia.
cólon sigmoide
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Hipertensão porta : pressão > 5mmHg Endoscopia Digestiva Alta: O diagnóstico de
hipertensão portal é confirmado pela
Formação da varizes: pressão > 10mmHg presença de varizes esofagianas e/ou
gástricas (No entanto, a ausência de varizes
Ruptura de varizes: pressão > 12 mmHg não exclui o diagnóstico, visto que uma
proporção com HP não possui varizes).
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Condições que Aumentam o Fluxo Portal,
HIPERTENSÃO PORTA PRÉ- além da trombose da veia porta:
HEPÁTICA
Fístula Arteriovenosa Esplâncnica: Pode
ser congênita ou adquirida e resulta em um
Ocorre devido à obstrução ou aumento da aumento do fluxo sanguíneo portal devido a
pressão na veia porta antes de chegar ao fígado. uma comunicação anormal entre uma
artéria e uma veia. Pode causar varizes
hemorrágicas e dor abdominal.
Trombose de Veia Porta:
Esplenomegalia de Grande Monta: Ocorre
A principal condição associada à trombose da quando há um aumento significativo do
veia porta é o estado de baço, resultando em um fluxo sanguíneo
hipercoagulabilidade, que torna o sangue hiperdinâmico da veia esplênica. Pode estar
mais propenso a formar coágulos. Isso pode associado a diversas condições
ocorrer em várias situações, incluindo hematológicas, e a esplenectomia pode ser
doenças mieloproliferativas, trombofilias, necessária em alguns casos para normalizar
gravidez, uso de contraceptivos, doenças a pressão portal.
inflamatórias, procedimentos médicos,
infecções e trauma abdominal.
HIPERTENSÃO PORTA
A trombose crônica da veia porta leva à INTRA-HEPÁTICA
dilatação das veias colaterais, conhecida O
como transformação cavernomatosa. Uma
das manifestações clínicas mais evidentes Pré-Sinusoidal
são as varizes hemorrágicas.
Condição na qual a pressão na veia porta
A extensão do trombo até a veia mesentérica aumenta devido à obstrução ou aumento da
superior pode causar isquemia mesentérica, resistência nos pequenos ramos vasculares
resultando em dor abdominal aguda. dentro do fígado, conhecidos como espaços-
porta.
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Fibrose hepática não cirrótica (síndrome de Banti): Sarcoidose: Embora seja uma manifestação rara
da sarcoidose hepática, pode ocorrer quando os
Esta é uma condição rara caracterizada por granulomas da sarcoidose estão próximos às
fibrose hepática difusa ou localizada, sem pequenas veias do espaço-porta, levando à
nódulos regenerativos. A síndrome de Banti hipertensão portal pré-sinusoidal.
pode apresentar várias variantes, incluindo
fibrose e fleboesclerose intra-hepática, Hiperplasia nodular regenerativa: Esta
esclerose portoesplênica e trombose condição ocorre quando há um fluxo sanguíneo
portoesplênica. diminuído para o fígado, como visto em doenças
como artrite reumatoide, síndrome de Felty,
Ela compartilha características clínicas e aterosclerose, vasculites, insuficiência cardíaca
patológicas semelhantes à esquistossomose congestiva, diabetes e idade avançada. O
hepatoesplênica. A causa exata não é bem hipofluxo resulta em uma transformação nodular
definida na maioria dos casos, mas pode estar no fígado, especialmente nos espaços-porta,
relacionada a fatores como intoxicação por levando à hipertensão portal pré-sinusoidal.
arsênio, exposição ao cloreto de vinila e
hipervitaminose A. Colangite biliar primária (fase pré-cirrótica): A
inflamação dos ductos biliares na fase inicial da
A fibrose hepática congênita também pode estar colangite biliar primária também pode afetar as
associada a essa síndrome, especialmente pequenas veias adjacentes ao espaço-porta.
quando combinada com doença policística
hepática e renal. Doença de Wilson (fase pré-cirrótica): As
O lesões características da doença de Wilson
afetam principalmente as pequenas veias pré-
Características clínicas
sinusoidais, embora também possam afetar as
A hipertensão porta pré-sinusoidal não veias sinusoidais.
costuma causar ascite, uma vez que o
extravasamento de líquido dos Malignidade hepática: O câncer de fígado pode
sinusoides hepáticos para a cavidade levar à hipertensão portal de várias maneiras,
peritoneal é necessário para o incluindo a formação de fístulas entre a artéria
desenvolvimento de ascite. hepática e a veia porta, compressão do tronco
da veia porta e trombose das pequenas veias
Em casos raros de hipertensão porta porta. Isso pode resultar em uma piora na
pré-sinusoidal com ascite, o líquido hipertensão portal em pacientes com cirrose
ascítico geralmente tem origem nos compensada.
sinusoides mesentéricos.
Peliose hepática: Esta é uma condição rara
Os sintomas e sinais clínicos podem caracterizada pela formação de cistos cheios de
variar de acordo com a causa subjacente sangue no fígado. A origem desses cistos pode
e podem incluir esplenomegalia, dor estar relacionada à lesão e dilatação dos
abdominal e sintomas de disfunção sinusoides hepáticos, levando a uma forma
hepática, como icterícia e alterações incomum de hipertensão portal.
nos exames de função hepática.
Sinusoidal
A principal causa de hipertensão portal nesta
categoria é a cirrose hepática, embora a
classificação seja simbólica, pois a cirrose
geralmente envolve uma mistura de lesões pré e
pós-sinusoidais.
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Cirrose hepática: Obstrução da Veia Cava Inferior (VCI):
16
Ultrassonografia (USG) de abdome
com Doppler de vasos portais
Hemograma (hepáticos)
Alterações mais prevalentes - anemia, Possibilita avaliar ascite, tromboses no
leucopenia e plaquetopenia - podem ocorrer sistema porta, esplenomegalia, nódulos
em pacientes com hipertensão portal. A hepáticos, circulação colateral
plaquetopenia é o achado mais comum. portossistêmica, inversão do fluxo da veia
porta, diâmetro de veia porta e índice de
Hepatograma resistência da artéria hepática.
Avaliar possível disfunção hepática
associada (cirrose). Pacientes cirróticos
Endoscopia digestiva alta
podem apresentar hiperbilirrubinemia e
hipoalbuminemia associadas. Melhor método diagnóstico para varizes
esofagianas mesmo em vigência de
Coagulograma sangramento, podendo ser terapêutico no
quadro agudo.
Pode estar alterado quando da disfunção
hepática associada, com alargamento da
razão normalizada internacional (RNI). Tomografia computadorizada (TC)
de abdome e pelve
Avaliação Etiológica
Fornece dados importantes sobre
HbsAg; O
parênquima hepático, ascite, varizes
Anti-HBc;
esofágicas, circulação colateral e patência
Anti-HBs;
da veia porta.
Anti-HCV;
Antimúsculo liso;
Anti-LKM 1; Elastografia hepática
Anti-SLA;
Método não invasivo para determinação
FAN;
da rigidez do parênquima hepático.
Imunofluorescência indireta para
Resultado com evidência de rigidez
esquistossomose;
hepática > 25 kPa indica HPCS; rigidez
IgG;
hepática > 20 kPa e plaquetopenia
IgM;
também sugerem HPCS.
IgG4;
Antimitocôndria;
ANCA;
Alfa-1-antitripsina;
Ferritina; Internação hospitalar: O sangramento de
Índice de saturação de transferritina (IST); varizes esofagogástricas é a complicação
Ceruloplasmina. mais ameaçadora à vida na hipertensão
porta e a sua morbimortalidade tem
relação direta com a reserva funcional
Biópsia hepática hepática. O risco de ressangramento é
Avaliar risco-benefício. Deve ser indicada se maior nos primeiros dias após o evento
não for possível determinar a etiologia da inicial, por isso pacientes com diagnóstico
hepatopatia por meio de exames de cirrose que apresentam hemorragia
laboratoriais. Em pacientes com hipertensão digestiva devem ser internados para
portal e coagulopatia, deve-se preferir a via suporte hemodinâmico e monitoramento
transjugular. intensivo.
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Pacientes Internados com
Sangramento de Varizes Esofágicas
Prevenção de Hemorragia Digestiva Alta
e Descompensação Clínica da Cirrose Vasoconstrictor esplâncnico
Terlipressina (1 mg/ampola) 2 mg EV de
Derivação portossistêmica intra-hepática 4/4 horas por 48 horas, depois 1 mg EV de
(TIPS) pode ser considerada em pacientes 4/4 horas por mais 24-72 horas;
com hemorragia digestiva alta (HDA) Octreotida (0,05; 0,1; 0,5 mg/mL) diluir 5
varicosa recorrente a despeito do tratamento ampolas de 0,1 mg ou 1 ampola de 0,5 mg de
Octreotida em 250 mL de SF 0,9% . Realizar
clínico-endoscópico; bólus de 25 mL (50 microgramas) EV e depois
manter a 25 mL/hora (50 microgramas/h),
por 2-5 dias.
Pacientes em profilaxia secundária de HDA
varicosa devem ser submetidos à
endoscopia com ligadura elástica de varizes Antibioticoprofilaxia
de esôfago até erradicação das mesmas e
depois anualmente. Ceftriaxona (500, 1.000 mg/ampola) 1g EV
de 24/24 horas, por 7 dias, se paciente Child C
ou sem via oral disponível;
Norfloxacino (400 mg/cp) 400 mg VO de
Betabloqueador 12/12 horas, por 7 dias, no paciente Child A/B
com via oral segura;
Ciprofloxacino (500 mg/cp) 500 mg VO de
Prevenir o sangramento na presença de 12/12 horas, por 7 dias, no paciente Child A/B
varizes esofagianas. Utilizam-se com via oral segura.
betabloqueadores não seletivos em
pacientes com varizes de médio e grosso O
calibres ou com varizes de fino calibre que
apresentem elevado risco de sangramento Transfusão de Hemocomponentes
(Child B/C ou sinais manchas vermelhas -
red spots - na superfície da variz).
Esquema A: Transfusão de concentrado de
Carvedilol (Primeira Escolha) (3,125; 6,25; hemácias: Avaliar necessidade de transfusão
12,5 mg/cp) iniciar com 3,125 mg VO de 12/12 de concentrado de hemácias, se
horas. Dose máxima: 12,5 mg/dia: hemoglobina (Hb) < 7 g/dL.
18
Hipertensão portal:
Cirrose, responsável por 80% dos casos;
Hepatite alcoólica; Na hipertensão porta, ocorre o
Hepatites agudas graves, com disfunção transbordamento de linfa hepática devido
hepática transitória; ao aumento da pressão nos sinusoides
Insuficiência hepática aguda; hepáticos.
Acute on Chronic liver failure; O
Síndrome de Budd-Chiari; Na doença do peritônio, a lesão do tecido
Tromboses agudas no sistema porta; peritoneal causa aumento da
Insuficiência cardíaca descompensada; permeabilidade dos vasos, resultando no
Pericardite constritiva; extravasamento de líquido para a cavidade
Pericardite constritiva oculta. abdominal.
Hipoalbuminemia:
Síndrome nefrótica;
A ascite da hipertensão porta é um
Enteropatia perdedora de proteínas;
transudato, enquanto ascite da doença do
Desnutrição grave. peritônio é um exsudato, diferenciando-se
Doença peritoneal: pela concentração de proteínas.
Neoplasias;
Tuberculose;
Gastroenterite eosinofílica; Teorias, como underfilling e overflow,
Mesotelioma multicístico; tentam explicar esse processo, com
Diálise peritoneal; recente ênfase na vasodilatação
Radioterapia. esplâncnica e na redução do volume
circulante efetivo induzidos pelo óxido
Outras etiologias: nítrico.
Ascite pancreática;
Ascite quilosa; Todas essas teorias convergem na
Hemoperitônio; ativação do sistema renina-
Síndrome de Meigs; angiotensina-aldosterona, resultando
Secundária à doença urológica; em retenção de sódio e água, aumento
Ruptura de cistos; do volume plasmático e extravasamento
Traumas abdominais. para o líquido ascítico.
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Macicez de Decúbito
Principal método semiológico para
Exame Físico detecção de ascite.
O acúmulo de líquido na cavidade abdominal
Baseia-se na análise diferencial dos sons
leva a um abdome aumentado, globoso e
da percussão abdominal.
protruso.
Realizado com o paciente posicionado
Em pé, o abdome pode cair sobre o púbis
em várias angulações de decúbito
(abdome em "avental") ou se espalhar para os
lateral.
flancos quando o paciente está em decúbito
dorsal (abdome em "batráquio").
A presença de ascite resulta em uma
área de macicez que se desloca com a
Circulação colateral superficial abdominal
mudança de posição do paciente.
pode ser observada na hipertensão porta.
Quantidade de Líquido
Ascite significativa pode ser detectada Timpânico
quando o acúmulo de fluido excede 500 Maciço
ml.
Maciço
O Timpânico
Manobras Semiológicas
Semicírculos de Skoda
Sinal do Piparote (Morgani)
Método para diferenciar líquido livre na
Realizada com o paciente em decúbito cavidade de líquido septado.
dorsal.
O médico dá um "peteleco" em um dos Com o paciente em decúbito dorsal, o
flancos e sente sua propagação no outro abdome é percutido a partir de linhas
flanco. convergentes para o mesmo ponto,
Para evitar a propagação de uma onda delimitando os limites entre o
superficial da parede abdominal, o que timpanismo e a macicez.
confundiria o diagnóstico, o médico deve
colocar a borda cubital da mão de um Se a concavidade estiver voltada para
assistente na região mediana do abdome cima, indica líquido livre (ascite). Caso
do paciente, ou pedir para que o próprio contrário, sugere-se a presença de um
paciente o ajude. derrame septado, cisto anexial,
Este sinal é positivo em ascites muito bexigoma homogêneo ou aumento
grandes, geralmente superiores a cinco uterino.
litros, e pode ser negativo em casos de
grande tensão na parede abdominal.
Timpanismo
Macicez
Semicírculos de Skoda
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continuação...
22
ascítico, predominantemente
mononucleares, e positividade variável
para bacilo de Koch. Peritôneo
Laparoscopia é altamente sensível para
diagnóstico.
Ascite
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Citologia Oncótica Tratamento no Paciente Cirrótico
Importante para o diagnóstico de ascite IMEDIATO+ Profilaxia
Orientações
carcinomatosa, com alta sensibilidade,
especialmente em tumores ovarianos e Anti-inflamatórios não esteroides, inibidores
da enzima conversora de angiotensina,
gastrointestinais. bloqueadores do receptor de angiotensina II,
bloqueadores alfa-1-adrenérgicos,
No hepatocarcinoma, a citologia oncótica dipiridamol e aminoglicosídeos devem ser
evitados em pacientes cirróticos com ascite.
geralmente é negativa.
O uso de Norfloxacino (400 mg 1x/dia VO)
pode ser indicado para prevenção de
Gram e Cultura peritonite bacteriana espontânea, se:
proteína no líquido ascítico < 1,5 g/L e ≥
Deve ser solicitado sempre que houver suspeita CHILD B9 + bilirrubina ≥ 3 mg/dL ou
creatinina ≥ 1,2 mg/dL ou sódio ≤ 130 mEq/L.
de infecção do líquido ascítico; Na presença de contraindicação a
Devem ser coletados, pelo menos, 10 mL de Norfloxacino, considerar Sulfametoxazol +
líquido ascítico para cada frasco de cultura trimetoprima para profilaxia.
(aeróbio e anaeróbio). A inoculação no frasco
de cultura, preferencialmente, deve ser feita à IMEDIATO
Ascite Grau I
beira do leito;
Pode ser solicitada cultura para Mycobacterium
Não necessita de tratamento
medicamentoso, mas deve-se recomendar
tuberculosis na suspeita de tuberculose restrição de sal
peritoneal. Nesse caso, volumes maiores de
líquido ascítico são necessários para aumentar a O IMEDIATO
Ascite Grau II
sensibilidade;
O Gram tem baixíssima sensibilidade (cerca de Restrição moderada de sal (80-120
10%) para PBE, sendo mais útil na avaliação de milimols/dia, correspondentes a 4,6 até 6,9
peritonite bacteriana secundária por perfuração g de sal; alguns autores orientam restrição
para 2 g/dia);
intestinal, quando é possível encontrar
múltiplos tipos de bactérias. Aproximadamente, Diureticoterapia: Deve-se objetivar perda de
10.000 bactérias/mL são necessárias para que 0,5 kg/dia em pacientes sem edema
periférico e 1 kg/dia em pacientes com
o Gram seja positivo. Na PBE, a mediana é de 1 edema periférico;
bactéria/mL.
No paciente com primeira ascite, pode-se
iniciar Espironolactona 100 mg/dia em
monoterapia. Em pacientes com ascite
recorrente, persistente ou hipercalemia,
deve-se iniciar comboterapia com
Restrição de Sódio e Diuréticos Espironolactona 100 mg/dia + Furosemida
40 mg/dia. Ajustes de dose devem ser
realizados a cada 72 horas, até a dose
IMEDIATO
Esquema Terapêutico Clássico máxima de 400 mg de Espironolactona, e
Iniciar com restrição de sódio a cerca de 160 mg de Furosemida ou piora de função
2g/dia ou 90 mEq/dia. renal (atentar ao fato de que um aumento de
0,3 mg/dL na creatinina já caracteriza injúria
Introduzir diuréticos orais se a restrição de renal em paciente cirrótico);
sódio não for suficiente.
Amilorida e Eplerenona podem ser utilizadas
Esquema clássico: espironolactona 100 em substituição a Espironolactona, em caso
mg/dia e furosemida 40 mg/dia, com de efeito colateral, como ginecomastia
progressão da dose a cada 3-5 dias, dolorosa. Equivalência de dose =
mantendo a proporção de 100:40. Espironolactona 100 mg = ~ 50 mg de
Eplerenona = ~ 10 mg de Amilorida;
O objetivo é uma perda diária de peso
entre 0,5 a 1 kg/dia, monitorado com
pesagem matinal.
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A dosagem de sódio em urina 24 horas ou da Tratamento na Ascite Refratária
relação sódio-potássio em amostra única de
urina pode auxiliar no manejo da ascite: IMEDIATO
Orientações
Checar adesão à dieta e ao uso de
Sódio urina 24 horas < 80-90 mmol: Não medicamentos;
esperada perda de peso. Necessário aumento
de dose de diurético, se possível. Monitorar Encaminhar paciente para transplante
hepático;
função renal. Se não for possível aumento de
dose de diurético, encaminhar para Pacientes com função hepática
paracentese de repetição; relativamente preservada com ascite
refratária podem se beneficiar de Derivação
porto-cava intra-hepática transjugular (TIPS).
Sódio urina 24 horas > 80-90 mmol: Esperada Pacientes com MELD ≥18 e CHILD ≥ C14 não
perda de peso. Se não estiver perdendo, são bons candidatos a TIPS; Melhores
resultados são obtidos em pacientes com
checar aderência à dieta hipossódica; CHILD < C12 e bilirrubina < 5,8 g/dL com
função cardíaca preservada;
Na/K > 1: Esperada perda de peso. Se não
estiver perdendo, checar aderência à dieta Realizar paracenteses de alívio seriadas,
sempre que necessário;
hipossódica;
Suspender diureticoterapia, em caso de
Na/K ≤ 1: Não esperada perda de peso. sódio urinário < 30 milimols/dia, dada a
falta de benefício nesse cenário;
Necessário aumento de dose de diurético, se
possível. Monitorar função renal. Se não for O uso de betabloqueadores não seletivos
possível aumento de dose de diurético, O em pacientes com ascite refratária deve ser
evitado nas seguintes situações: pressão
encaminhar para paracentese de repetição. arterial sistólica < 90 mmHg, hiponatremia
com sódio < 130 mmol/L ou creatinina sérica
IMEDIATO
Ascite Grau III > 1,5 mg/dL. Os betabloqueadores podem
ser reintroduzidos, se houver melhora nos
A paracentese de grande volume é o parâmetros circulatórios;
tratamento de primeira linha em doentes
com ascite volumosa; Alfapump® pode ser tentada em pacientes
selecionados; entretanto, cerca de 30%
Se retirada de mais de 5 L de ascite, repor desenvolvem injúria renal aguda e há risco
6-8 g de Albumina por litro retirado para aumentado de infecção. Seu uso deve ser
evitar disfunção circulatória pós- evitado em pacientes com disfunção renal:
paracentese; creatinina > 1,5 mg/dL ou taxa de filtração
glomerular estimada < 30 mL/min/1,72m2.
A infusão de albumina também pode ser Outras contraindicações incluem ascite
considerada em pacientes cirróticos com loculada, obstrução intratável do colo da
acute on chronic liver failure ou injúria bexiga, cirurgia intra-abdominal recente,
renal aguda submetidos a paracentese de história de câncer de bexiga, transplante
< 5 L; prévio de órgãos sólidos, bilirrubina > 5
mg/dL e expectativa de vida inferior a 3
Manter diureticoterapia na dose mínima meses. Recomenda-se aguardar pelo menos
possível para evitar reacumulação da 6 meses após episódio de peritonite
ascite; bacteriana ou infecção do trato urinário para
implantação do dispositivo.
Em casos selecionados, a infusão regular
de albumina a longo prazo pode ser usada Para volumes acima de 5 litros,
para melhorar a ascite e reduzir os considerar a infusão de
diuréticos. coloides para manter o volume
intravascular.
Uma dose semanal de 40 g de albumina EV
pode ser tentada, em locais que ofereçam Recomenda-se infundir 6-8 g
recursos logísticos para esse tratamento. (ou 8-10 g em algumas fontes)
Sugere-se objetivar nível de albumina de albumina por litro removido,
superior a 4 g/dL após 1 mês de levando em conta o volume
tratamento. total retirado.
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Indicações Contraindicações
Ascite recente de causa desconhecida (paracentese
Coagulação intravascular disseminada;
diagnóstica);
Área de pele infectada, com cicatriz cirúrgica ou
Ascites refratárias (paracentese terapêutica);
hematoma;
Aumento de volume abdominal (paracentese
Distensão abdominal intensa;
terapêutica);
Ascites com piora de quadro clínico (paracentese
Abdome agudo;
diagnóstica);
Materiais
Termo de consentimento formal
O
Aparelho de USG, caso seja preciso para
definir o sítio de punção 1. Posicionar o paciente – posição supina e cabeceira
levemente elevada.
1 tubo vermelho, 1 tubo roxo (EDTA) e 2 2. Preparar materiais.
tubos de cultura 3. Marcar local de punção ( se punção às cegas -sem USG-,
Equipo de soro deve realizá-la na na fossa ilíaca esquerda, no terço médio
entre uma linha imaginária traçada entre o umbigo e a
Coletor de drenagem espinha ilíaca anterossuperior, ou seja, no Ponto de
Iodo ou clorexidine McBurney só que no lado ESQUERDO)
Gazes 4×4 estereis 4. Anestesiar com lidocaína a 2% em agulha fina, formando
um botão anestésico. Após anestesiar a pele, aplique a
Seringas de 3ml, 5ml e 20ml seringa em 90º até sentir resistência (peritônio).
Seringa com agulha Anestesiando novamente.
Jelco 14 ou jelco 16 5. Puncione em cima do botão anestésico, usando a técnica
Z-track ou angular em 45º - Realizando a técnica da
Lidocaína 1% sem vasoconstrictor punção em Z, puncione com um Jelco 14 ou 16 o local de
Curativo adesivo escolha.
6. Introduza o cateter aspirando até seguir a resistência do
Caixa de perfuro-cortantes
peritônio. Após vencê-la, você já deve aspirar o líquido da
cavidade abdominal.
7. Posicione o cateter de forma que o jelco fique próximo a
Local de Punção pele, retire a agulha e conecte o sistema de drenagem.
8. Quando o fluido iniciar, retire 20ml para análise
9. Retire a agulha de metal e drene o líquido no coletor até
terminar o procedimento
10. Retire a cânula e realize um curativo local compressivo.
Crista Ilíaca
Artéria epigástrica
Inferior
26
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28
O diagnóstico é definido pela presença de Critérios de Runyon
mais de 250 polimorfonucleares/mm3 no
líquido ascítico. Podem ser utilizados na análise do líquido
ascítico - pelo menos dois dos abaixo:
A positividade da cultura não é necessária para
o diagnóstico, mas é importante para guiar a Proteína total > 1 g/dL;
antibioticoterapia. Glicose
LDH do líquido ascítico maior que o limite
Se paciente com sinais de infecção ou superior do LDH sérico.
inflamação sistêmica, indica-se a
antibioticoterapia; Nessa situação, a cultura geralmente é
polimicrobiana.
Em assintomáticos, deve-se repetir a Presença de CEA > 5 nanogramas/mL e FA >
paracentese em 48 horas e tratar o paciente 240 unidades/L no líquido ascítico também
em caso de aumento do número de corroboram para o diagnóstico de peritonite
polimorfonucleares para mais de 250/mm3 ou secundária.
se nova cultura positiva.
29
continuação...
30
Esquema IMEDIATO
E: Se risco de infecção Profilaxia
nosocomial por bactéria Após episódio de PBE, paciente deve ser
multirresistente Gram-negativa
mantido em profilaxia secundária com
(paciente sem exposição à
Norfloxacino 400 mg VO de 24/24 horas
Piperacilina + tazobactam ) e
Staphylococcus aureus resistente à ou Sulfametoxazol + Trimetoprima 800
Oxacilina: mg + 160 mg VO de 24/24 horas ou
Ciprofloxacino 500 mg VO de 24/24
I. Piperacilina + tazobactam (4,5 g/frasco) horas, enquanto persistir com ascite ou
4,5 g EV de 6/6 horas, por 5-7 dias.
+ até o transplante hepático.
II. Vancomicina (500 mg ou 1 g/frasco) 1g
EV de 12/12 horas, por 5-7 dias. A profilaxia secundária reduz o risco de
recorrência para 20%.
Oligúria;
Critério ICA-AKI (Clube Internacional da
Ascite/2015) O diagnóstico de síndrome hepatorrenal
(SHR) deve levar em consideração a
ICA-AKI 1 exclusão de outras causas de lesão renal
aguda que acometem pacientes com
Aumento da creatinina ≥ 0,3 mg/dL ou cirrose. A exclusão da necrose tubular
aumento de 1,5 a 2x da creatinina basal. aguda (NTA) como causa de lesão renal
Pode ser subdividido em AKI 1a - aguda é especialmente relevante, em
creatinina < 1,5 mg/dL e AKI 1b - função das diferenças de manejo e
creatinina ≥ 1,5 mg/dL. prognóstico. A NTA responde por 14-35%
das injúrias renais agudas em cirróticos.
31
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32
Clearance de creatinina e sódio em
Tab 06 Diagnóstico Diferencial entre urina de 24 horas;
Necrose Tubular Aguda e FeNa;
Síndrome hepatorrenal Exame de imagem de rins e vias
urinárias (ex.: ultrassonografia), em
Necrose tubular aguda Síndrome hepatorrenal
casos selecionados;
Células epiteliais e cilindros Sem alterações no sedimento Biópsia renal, em casos selecionados.
granulosos urinário
Sódio urinário > 40 mEq/L e
Sódio urinário < 20 mEq/L e
fração de excreção de sódio
FENa < 1%
(FENa) > 2%
Osmolaridade urinária < 350 Osmolaridade urinária > 500 Clássica (não mais utilizada)
miliosmols/kg miliosmols/kg
33
Injúria renal aguda: Aumento da creatinina
sérica ≥ 0,3 mg/dL em 48 horas ou aumento
de ≥ 50% da creatinina basal (mensurada nos Investigar doença renal parenquimatosa:
últimos 3 meses ou presumida) em até 7 dias Pesquisar hematúria e proteinúria ou
e/ou débito urinário mensurado ≤ 0,5 mL/kg microalbuminúria, além de realizar
de peso em 6 horas (requer sondagem ultrassonografia renal;
vesical de demora); Alguns autores
consideram SRH-AKI somente se injúria renal Excluir injúria renal por medicamentos ou
aguda ICA-AKI 2 ou maior; agentes contrastados: Antibióticos, anti-
inflamatórios não hormonais,
Ausência de doença parenquimatosa renal vasodilatadores, inibidores de bomba de
indicada por proteinúria (> 500 mg/24 prótons etc.;
horas), hematúria (> 50 hemácias/campo)
e/ou alterações renais à ultrassonografia; Suspender diuréticos e realizar reposição
FeNa < 0,2% corrobora o diagnóstico, de fluidos, com o objetivo de afastar a
especialmente se < 0,1%; hipovolemia como causa da insuficiência
renal;
Ausência de resposta (retorno da creatinina
para um valor final até 0,3 mg/dL acima da Suspender betabloqueadores;
creatinina sérica basal), após 2 dias
consecutivos de suspensão de diuréticos e Considerar possibilidade de necrose
expansão plasmática com Albumina (1 tubular aguda na presença de choque;
g/kg/dia, até um máximo de 100 g/dia);
O Investigar ativamente infecções,
Ausência de choque; particularmente a PBE, e instituir
Ausência de tratamento atual ou recente tratamento precoce empírico se suspeita
com drogas nefrotóxicas (aminoglicosídeos de quadro infecioso;
e anti-inflamatórios não esteroidais - AINEs
-, entre outros). Iniciar protocolo para transplante hepático.
34
Acelerar protocolo para transplante Critérios de resposta ao tratamento
hepático, caso indicado;
Resposta completa: Redução de
Avaliar necessidade de transplante fígado- creatinina para o valor basal ou até 0,3
rim se: mg/dL acima deste;
Úlcera péptica;
Gastrite / duodenite;
Sangramento varicoso;
Esofagite erosiva;
Mallory-Weiss;
Varizes esofágicas
Tumores;
Fístulas aorto-entéricas, malformações Sinais de hipertensão portal ou
arteriovenosas e Dieulafoy; insuficiência hepática crônica:
Distensão abdominal (ascite), icterícia,
presença de circulação colateral,
fraqueza, eritema palmar e outros
Hematêmese e/ou melena, estigmas de hepatopatia crônica
acompanhada de dor abdominal. O (ginecomastia, aranha vascular,
circulação colateral em caput medusa);
A presença de sangramento franco vivo
exteriorizado na forma de hematêmese ou
hematoquezia, associado à hipotensão Síndrome de Mallory-Weiss
arterial, sugere um quadro grave, enquanto Náuseas e vômitos exacerbados ou
a presença de sangramento em "borra de tosse precedendo o quadro de
café" sugere sangramento mais limitado. hematêmese. História de libação
alcoólica. Ocorre por laceração mucosa
Melena: Fezes enegrecidas, "em borra de da junção esofagogástrica;
café". 90% dos episódios de melena se
originam de sangramentos acima do
ângulo de Treitz (alto), porém,
Malignidade
eventualmente, pode se originar do Perda de peso, caquexia, disfagia e
intestino delgado e cólon direito. saciedade precoce;
35
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Exames Laboratoriais
Hemograma;
O principal objetivo é avaliar a estabilidade Eletrólitos;
hemodinâmica do paciente e estimar a Ureia e creatinina;
perda volêmica: Glicose;
Transaminases (TGO e TGP );
Paciente sem hipotensão ou taquicardia Fosfatase alcalina (FA) e
(perda volêmica < 15%); gamaglutamiltransferase (GGT);
Bilirrubinas;
Paciente com hipotensão postural ou Albumina e proteína total;
taquicardia em repouso (perda volêmica TAP e PTT;
entre 15-30%); PCR;
Lactato;
Choque hipovolêmico: Hipotensão (PAS < Gasometria arterial;
90 mmHg) + rebaixamento do nível de
consciência + extremidades frias (perda Principais objetivos: Avaliar o grau de
volêmica estimada > 40%). anemia e indicação de hemotransfusão;
avaliar coagulopatias e trombocitopenia,
Presença de dor abdominal: Dor abdominal também considerando transfusão; avaliar
grave com sinais de defesa deve levantar a hepatopatia crônica; avaliar critérios de
suspeita de perfuração, que deve ser gravidade como piora de função renal,
excluída antes da realização de endoscopia lactato aumentado e acidose metabólica.
digestiva alta, através de rotina radiológica
de abdome agudo ou tomografia de O
abdome e pelve. Lavado Nasogástrico
Pouco empregado na atualidade. O lavado
nasogástrico pode ser útil para identificar o
sítio de sangramento (caso o sítio não
Estabilização Inicial esteja claro) ou limpar o estômago antes
da endoscopia digestiva alta:
Antes de qualquer abordagem diagnóstica,
a estabilização clínica do paciente é Caso o soro retorne com sangue:
fundamental. Deve-se obter dois acessos Hemorragia digestiva alta;
venosos calibrosos e iniciar prontamente
reposição volêmica. O paciente deve ser Caso o soro retorne com bile (piloro
monitorizado e a dieta suspensa. Na aberto) e sem sangue: Hemorragia
presença de instabilidade hemodinâmica, digestiva baixa;
recomenda-se ainda passar um cateter
vesical de demora, monitorar diurese e Caso o soro retorne sem bile (piloro
dados vitais, e encaminhar paciente a fechado) e sem sangue: Não é possível
terapia intensiva. descartar hemorragia digestiva alta.
37
continuação...
Endoscopia Digestiva Alta
IIa: Vaso visível e sem
Indicada em todos os pacientes com sangramento (risco = 50%);
IIb: Coágulo visível e sem
hemorragia digestiva alta, devendo ser Forrest II: Hemorragia
sangramento (risco = 30%);
realizada tão logo o paciente seja recente
IIc: Hematina em base
estabilizado (em pacientes instáveis à ulcerosa (black spot) (risco =
admissão) ou em até 12 (sangramento 10%).
varicoso) a 24 horas (sangramento ulceroso)
em pacientes estáveis, sem sinais de Úlcera de base clara sem
Forest III sinais de sangramento
gravidade.
recente (risco < 5%).
38
Sinais Endoscópicos:
A1 A2 H1
.Pontos hematocísticos;
Abordagem Imediata
H2 S1 S2
Estabilização clínica: Estimar gravidade da
Figura E: Classificação de Sakita - Úlcera Gástrica. hemorragia:
39
Tab 10 Estimativa de Perda Volêmica
CLASSE I CLASSE II CLASSE III CLASSE IV
Perda sanguínea
< 15 15 a 30 30 a 40 > 40
% do volume
Enchimento capilar Normal Lento (> 2 segundos) Lento (> 2 segundos) Indetectável
Frequência
Normal Normal Taquipneia > 20 Taquipneia > 20
respiratória (irpm)
Fluxo urinário
> 30 20 a 30 10 a 20 < 10
(mL/hora)
Cor e textura da
Normais Pálidas Pálidas Acinzentada
pele
Ansioso, agressivo, Sonolento, confuso,
Estado mental Alerta Ansioso / Agressivo
sonolento inconsciente
Dieta zero;
IMEDIATO
Betabloqueador
Carvedilol (1ª Escolha) (3,125 mg, 6,25
Plasma fresco: 15-20 mL/kg EV: Se INR > mg/comprimido) maior dose possível até o
2, pré-procedimento invasivo ou máximo de 6,25 mg de 12/12 horas;
sangramento ativo significativo, Propranolol (10 mg, 40 mg/comprimido)
especialmente em pacientes não 20 mg VO de 12/12 horas, na ausência de
cirróticos. Caso seja necessária rápida contraindicações. Progredir a dose até
correção da coagulopatia ou haja restrição atingir FC 55-60 bpm.
de volume, recomenda-se utilizar
complexo protrombínico. O uso de plasma Com critérios de internação:
fresco em hemorragia digestiva varicosa
de pacientes cirróticos não é A prioridade no tratamento deve ser a
recomendado, independentemente do estabilização hemodinâmica e a garantia
valor de RNI. da perfusão tecidual, seguida do controle
do sangramento;
Concentrado de plaquetas: 1 unidade/10 Na vigência de hemorragia digestiva alta,
kg de peso EV: Se sangramento ativo e deve-se suspender diuréticos e anti-
plaquetas < 50.000/mm3; plaquetas < hipertensivos, incluindo o
10.000/mm3, mesmo na ausência de betabloqueador;
hemorragia. Em pacientes cirróticos, pode Realizar endoscopia digestiva alta nas
ser considerado se falha no controle de primeiras 12 horas após admissão. Se
sangramento, mas não deve ser indicação paciente instável, realizar o mais rápido
de rotina. possível que a segurança permita;
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40
continuação...
41
Etapas da Abordagem
A transfusão de plaquetas e de
Estabilização hemodinâmica: Deve ser crioprecipitado podem ser considerados caso
realizada expansão volêmica com cristaloides a caso somente se falha ao tratamento
em pacientes com hipotensão arterial. A clínico-endoscópico da hemorragia. Plasma
intubação orotraqueal está recomendada em fresco, fator VIIa recombinante e ácido
pacientes com hematêmese ativa ou alteração tranexâmico não estão recomendados.
do nível de consciência, antes da realização da
endoscopia.
Antibioticoprofilaxia: Iniciar Norfloxacino 400
mg VO de 12/12 horas (Child A com via oral
disponível) ou Ciprofloxacino 400 mg EV de
Terapia farmacológica: Iniciar com uma das
12/12 horas (cirrose Child B) ou Ceftriaxona 1 g
opções abaixo:
EV de 24/24 horas (cirrose Child B/C - primeira
escolha), e manter por 5 dias.
Octreotida (primeira escolha): 50
microgramas EV em bólus, seguido da
infusão contínua de 50 microgramas/hora;
Considerar Lactulose VO/SNE para prevenção
Terlipressina: 2 mg EV de 4/4 horas, com
de encefalopatia hepática.
redução para 1 mg de 4/4 horas após
controle de hemorragia; A Terlipressina é
contraindicada em pacientes que
Endoscopia digestiva alta: Realizar
apresentam hipóxia ou piora de sintomas
preferencialmente nas primeiras 12 horas após
respiratórios e naqueles com isquemia O admissão hospitalar. Deve ser realizada ligadura
coronariana, periférica ou mesentérica em
elástica de varizes sangrantes sempre que
curso.
possível. A escleroterapia também pode ser
Somatostatina: 250 microgramas EV em
empregada para controle de sangramento. As
bólus, seguido da infusão contínua de 250–
varizes esofágicas têm maior probabilidade de
500 microgramas/h.
sangrar na junção gastroesofágica porque são
mais superficiais neste local e incapazes de se
A duração do tratamento é controversa (2 a 5
descomprimir através da veia ázigos dada a falta
dias) e visa a reduzir o risco de
de comunicação com as veias periesofágicas:
ressangramento precoce. As últimas
diretrizes apontam ser razoável encurtar o
Cerca de 10-20% podem evoluir com
tratamento com drogas vasoativas para 2 dias
ressangramento a despeito do tratamento
apenas em pacientes selecionados com
endoscópico. Nesse caso, deve-se repetir a
cirrose Child-Pugh A e B, sem sangramento
endoscopia e, não sendo possível o
ativo identificado durante a endoscopia:
tratamento adequado ou se houver nova
recorrência, avaliar abordagem cirúrgica ou
TIPS;
Transfusão de hemoderivados: De maneira
geral, está indicada transfusão de concentrado Em pacientes refratários, pode ser
de hemácias se hemoglobina < 7 g/dL; necessária a passagem de balão de
entretanto, a indicação de transfusão deve ser Sengstaken-Blakemore ou prótese metálica
individualizada, levando em consideração autoexpansível, como ponte para realização
outros fatores, como doenças cardiovasculares, de TIPS. A prótese metálica é tão eficaz
idade, estado hemodinâmico e sangramento quanto o balão e é a opção mais segura;
contínuo.
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Etapas da Abordagem
TIPS: Deve ser preferido em relação à Pacientes com HDA varicosa devem realizar
abordagem cirúrgica devido à alta mortalidade exames de imagem, preferencialmente
associada à última. Pode ser indicado TIPS seccionais (tomografia computadorizada ou
preemptivo nas primeiras 72 horas nos ressonância magnética), para excluir trombose
pacientes com cirrose Child maior que B7 e venosa esplâncnica, hepatocarcinoma e
menor que C14, com sangramento ativo na EDA mapear colaterais portossistêmicas.
inicial ou com gradiente hepático-venoso > 20
mmHg, considerados de alto risco para Pacientes que estão em uso de anticoagulante
ressangramento: devem suspender seu uso até que a
hemorragia esteja sob controle.
A falha no controle do sangramento
varicoso, apesar da combinação de terapia Em pacientes com varizes GOV2, IGV1 ou
farmacológica e endoscópica, é uma varizes ectópicas, BRTO pode ser considerado
indicação para TIPS de resgate. O TIPS é como uma alternativa ao tratamento
considerado fútil em pacientes com Child- endoscópico ou TIPS, se viável e disponível.
Pugh ≥ C14 ou MELD > 30 ou lactato > 12
mmol/L, exceto se transplante for uma Má nutrição aumenta o risco de desfechos
breve opção. adversos em pacientes com cirrose e
hemorragia digestiva varicosa. A nutrição oral
São contraindicações absolutas para TIPS: deve ser reiniciada o mais rápido possível.
insuficiência cardíaca congestiva (estágio C
ou D, ou fração de ejeção documentada
<50%), hipertensão arterial pulmonar grave Ligadura elástica: Geralmente, reservada para
(PSAP >45 mm Hg), encefalopatia hepática pacientes com varizes esofagianas com
grave não controlada e infecção sistêmica manchas vermelhas ou de médio e grosso
ou sepse. calibre, intolerantes ou com contraindicações a
betabloqueadores:
IBP venoso: Quando o paciente com Além do custo mais elevado, apresenta risco
hipertensão portal chega ao pronto-socorro, de sangramento associado à formação de
não é possível determinar se a etiologia do úlceras no sítio de ligadura;
sangramento é varicosa ou ulcerosa até
realização da endoscopia. Por esse motivo, está Não reduz risco de outras descompensações
indicado início de IBP venoso até hepáticas.
esclarecimento diagnóstico. Não havendo
indicação para manter IBP, esse deve ser A profilaxia primária com Cianoacrilato para
suspenso após a endoscopia. varizes de fundo gástrico não está indicada;
(SHUNTS)
Não Seletivas (Totais)
Procedimentos cirúrgicos que
estabelecem uma conexão entre a veia
porta e a circulação sistêmica, como a
veia cava inferior. Essas intervenções são
assim chamadas porque descomprimem
todos os segmentos do sistema porta.
Característica Principal:
Complicações Principais: Ressangramento e
Continuidade do Sistema Porta: Com insuficiência hepática acelerada são
complicações comuns desses métodos.
exceção da derivação terminolateral,
todas as outras mantêm a continuidade do
sistema porta. Isso descomprime os
sinusoides intra-hepáticos e a circulação
venosa esplâncnica, sendo eficaz também
para aliviar a ascite.
44
Vesícula
Biliar Veia Porta
Duodeno
Derivações Seletivas
Quadro Comparativo entre
As derivações seletivas utilizam apenas Tab 11 Derivações Portossistêmicas
alguns segmentos do sistema porta,
como forma de minimizar complicações
e preservar o fluxo hepático. Derivações Modalidades Características
Modalidades: Diminuem o
fluxo porta,
Termino-lateral;
A derivação esplenorrenal distal, aumentando a
Latero-lateral;
também conhecida como cirurgia de Anastomose
probabilidade de
Warren, é um exemplo destacado. Neste Não seletivas complicarem
Espleno
procedimento, a veia esplênica é (Totais) com
Convencional;
encefalopatia e
desconectada das veias porta e Interposição de
insuficiência
anastomosada na veia renal esquerda, Largo Calibre;
hepatocelular
enquanto outras veias são ligadas. Isso progressiva.
permite uma descompressão portal
direcionada, mantendo o fluxo Prótese liga v.
mesentérico porto-hepático intacto. porta com v.
cava.
Mantém o fluxo
Embora essa técnica preserve a função
Derivação porta;
hepática ao mesmo tempo que Parciais Porto-Cava Reduz pressão
descomprime as varizes esofagogástricas, calibrado; porta até um
pode causar ascite refratária devido à nível (12 mmhg);
manutenção da hipertensão Pacientes
intrassinusoidal. Além disso, a candidatos são
esplenectomia prévia pode ser uma cirróticos;
contraindicação relativa, devido ao risco Indicado em
de trombose em um "coto" com diâmetro pacientes com
reduzido. Derivação
função
hepatocelular
Seletivas Esplenorrenal
preservada;
Distal;
Contraindicada
na ascite
importante;
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45
Modificações: Em algumas versões modernas,
a cirurgia de Sugiura é realizada
Diferencia-se das derivações portossistêmicas completamente em um único tempo, com
por não reduzir diretamente a pressão portal. acesso abdominal. As veias comunicantes do
Em vez disso, visa ligar diretamente as veias esôfago são ligadas e a ressecção e
hipervolêmicas e tratar o hiperesplenismo anastomose do esôfago são feitas com um
grampeador circular.
associado, como na cirurgia de Sugiura e outras.
Vagotomia
seletiva
Piloroplastia
Esplenectomia
Desvascularização
paraesofagogástrica
46
Indicações:
Veia jugular
interna
Técnica
Procedimento de Visualização:
48
continuação...
49
Encefalopatia
Hepática TIPS, trombose de
Infecções veia porta
Exames Laboratoriais
Hemograma;
Glicose;
Função renal e eletrólitos;
Hepatograma e provas de função hepática;
Proteína C reativa;
Coagulograma;
Desequilíbrios
Gasometria arterial; Eletrolíticos Hipoxemia e
(particularmente ↓K+)
Amônia: Os níveis elevados de amônia no Sangramento no TGI
hipercapnia
50
Esquema C: Casos refratários Laxante osmótico
Aspartato de ornitina (5 g/envelope) 5 g 1a linha: Lactulona (667 mg/mL) 20-40 mL
diluídos em um copo de água, suco ou chá VO de 12/12 a 6/6 horas. Objetiva-se 2-3
frio VO de 24/24 ou 12/12 horas. evacuações pastosas diárias;
Enema de Lactulose em caso de
encefalopatia grau III ou IV, pode ser
Esquema D: Antiemético realizado clister com 120 mL de Lactulose
+ 380 mL de Glicerina 12% em gotejamento
Metoclopramida (4 mg/mL) 50 gotas VO lento.
de 8/8 horas;
Metoclopramida 10 mg VO de 8/8 horas;
Casos refratários
Bromoprida (4 mg/mL) 1-3 gotas/kg VO de
8/8 horas. Aspartato de ornitina (5 g/envelope) 5 g
diluídos em um copo de água, suco ou chá
frio VO de 24/24 ou 12/12 horas.
IMEDIATO
Não-farmacológico
Recomenda-se manter aporte diário de 35- Cuidados
40 kcal/kg, com consumo de proteínas de
1,2-1,5 g/kg/dia. Glicemia capilar de 4/4 horas.
Curva térmica de 6/6 horas.
Os pacientes devem ser orientados a
comer pequenas refeições ao longo do dia. Sinais vitais de 6/6 horas, incluindo nível de
consciência.
O Cabeceira elevada.
Forma Grave
Dieta e Hidratação
Recomenda-se manter aporte diário de
35-40 kcal/kg, com consumo de proteínas
de 1,2-1,5 g/kg/dia.
Se paciente se apresentar torporoso ou
comatoso, contraindica-se a dieta oral
pelo risco de broncoaspiração.
Hidratação venosa: SF 0,9% 500 mL + SG
50% 40 mL 1 mL/kg/hora EV.
Antibioticoterapia
Metronidazol (250 mg/comprimido) 250-
500 mg VO de 8/8 horas, por 14 dias;
Rifaximina 550 mg VO de 12/12 horas (em
associação com Lactulose em casos
graves);
Neomicina (medicamento manipulado) 4-
12 g/dia VO divididos de 4/4 a 6/6 horas,
por 5-6 dias (dose máxima: 12 g/dia).
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52
Murmúrio de Cruveilhier-Baumgarten
(produzido pelo fluxo entre a circulação
Icterícia; portal e a veia umbilical recanalizada
Ascite; auscultado no epigástrio).
53
Define-se, então, a presença de Doppler de vasos hepáticos
hipertensão portal clinicamente Pode ser solicitado para investigação de
significativa por hipertensão portal, sendo alguns achados
sugestivos:
Presença de varizes de esôfago;
Presença de circulação colateral Ascite;
detectada por exames de imagem; Esplenomegalia;
Presença de ascite; Velocidade de veia porta < 15
Elastografia hepática com rigidez cm/segundo;
hepática superior a 20 kPa + Inversão do fluxo pela veia porta
plaquetopenia; (hepatofugal);
Elastografia hepática com rigidez Presença de colaterais
hepática superior a 25 kPa. portossistêmicas;
Diâmetro de veia porta > 13 mm;
Observação! Esses valores de Ausência ou diminuição na variação
elastografia não devem ser aplicados ao respiratória do diâmetro das veias
paciente com NASH obeso, devendo-se esplênica e mesentérica superior.
proceder à correção pelo índice de massa
corporal e pelas plaquetas (modelo
O índice de resistência da artéria hepática
ANTICIPATE-NASH).
pode estar diminuído (RI < 0,55), normal ou
aumentado (RI > 0,7), dependendo do
Ultrassonografia abdominal O equilíbrio entre o número de capilares e
shunts arteriovenosos e do grau de fibrose
Deve ser solicitada a todo paciente com
do parênquima hepático. O Doppler
suspeita de cirrose. São sinais que
hepático possibilita, ainda, o diagnóstico de
corroboram o diagnóstico de cirrose:
síndrome de Budd Chiari (trombose nas
veias hepáticas ou na veia cava inferior), o
Ecogenicidade aumentada;
rastreamento de trombose no sistema porta
Parênquima hepático heterogêneo;
e, eventualmente, em stents para TIPS.
Superfície irregular, por vezes com
nodularidade superficial, e em casos
avançados, com fígado retraído/ Exames Laboratoriais
reduzido de volume por fibrose;
Presença de esplenomegalia; Hemograma completo;
Aumento do diâmetro das veias porta, Função renal e eletrólitos;
esplênica e mesentérica. RNI;
TGO;
Pode ser observada, ainda, atrofia do lobo TGP;
direito com hipertrofia do lobo esquerdo GGT;
e/ou caudado. FA;
Bilirrubina total e frações;
A ultrassonografia apresenta boas Albumina;
sensibilidade e especificidade para o Proteína total.
diagnóstico e pode ser utilizada para
rastreio de carcinoma hepatocelular e
hipertensão portal em pacientes
diagnosticados com cirrose. Pacientes
cirróticos devem ser repeti-la a cada seis
meses.
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54
Investigação de hepatopatias Tomografia e ressonância magnética
crônicas mais comuns de abdome
descompensação.
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55
Achados Esperados nos Exames Principal escore prognóstico utilizado na
prática clínica para avaliação da gravidade
Hemograma completo: Trombocitopenia (por da cirrose hepática, sendo também
hiperesplenismo), porém podendo apresentar considerado na indicação de transplante
anemia (multifatorial) e leucopenia (também por hepático. Define o prognóstico em longo
hiperesplenismo).
prazo. Para cálculo do escore de Child-Pugh,
Hepatograma: Aumento de transaminases (AST ou acesse nossa ferramenta interativa.
TGO , ALT ou TGP ), embora sua normalidade não
exclua cirrose. Geralmente, em fases mais
avançadas da cirrose, ocorre inversão da relação Resultado:
TGO/TGP, tornando-se > 1. Aumento discreto de 5 a 6 pontos: Child A, sobrevida em 1 ano
enzimas canaliculares (fosfatase alcalina e gama-
glutamil transferase). Bilirrubinas aumentam com a
~100%; sobrevida em 2 anos ~85%;
progressão da doença. 7 a 9 pontos: Child B, sobrevida em 1 ano
~81%; sobrevida em 2 anos ~57%;
Hipoalbuminemia é frequentemente observada,
embora seja um achado pouco específico. Os > 9 pontos: Child C, sobrevida em 1 ano
achados podem variar de acordo com a doença de ~45%; sobrevida em 2 anos ~35%.
base.
56
Ambulatorial Orientações
Deve ser realizado de 3 em 3 ou de 6 em 6 Deve-se recomendar restrição moderada de
meses, na dependência do controle da sal (2 g/dia ou 88 mEq/dia);
doença. Evitar restrição proteica. Manter 1,2-1,5 g de
proteína por kg de peso/dia;
Pacientes com cirrose descompensada Estimular a realização de refeição noturna
devem ser acompanhados com maior com carboidrato complexo antes de dormir;
frequência até a compensação ou realização Iniciar betabloqueador para prevenção de
de transplante hepático. descompensação se houver sinais de
hipertensão portal clinicamente significativa.
Pacientes em uso de betabloqueador e sem Se paciente apresentar hemorragia digestiva
evidências de hipertensão portal alta varicosa, iniciar terapia endoscópica
clinicamente significativa após remoção ou concomitante por ligadura elástica de varizes;
supressão do fator etiológico primário Considerar realização de TIPS em casos
podem repetir endoscopia 1-2 anos depois e selecionados;
suspender betabloqueador na ausência de Atentar às descompensações e indicações de
varizes. internação hospitalar;
Tratar a causa base da hepatopatia sempre
Hepatologista que possível;
O encaminhamento ao hepatologista deve O Observar necessidade de ajustes de dose de
ser realizado caso o diagnóstico permaneça medicações utilizadas para tratamento de
desconhecido após abordagem inicial por comorbidades;
imagem e exames laboratoriais para Necessidade de prevenção primária de
avaliação de conduta diagnóstica peritonite bacteriana espontânea quando:
complementar e biópsia hepática, bem proteínas no líquido ascítico < 1,5 g/L, Child-
como tratamento específico, caso Pugh ≥ 9 e bilirrubina ≥ 3 mg/dL ou creatinina
disponível. ≥ 1,2 mg/dL ou sódio ≤ 130 mEq/L.
57
Tratamento em Caso de Ascite Esquema C: Prevenção primária ou
secundária de peritonite bacteriana
Esquema A: Se ascite leve, primeiro espontânea- Enquanto persistir ascite ou
episódio até transplante hepático
Esquema A: Prevenção de
Esquema A: Encefalopatia hepática
encefalopatia: Encefalopatia prévia
sem fator desencadeante removível O
Lactulose (667 mg/mL) 20-30 mL VO/SNE
de 8/8 horas (dose máxima: 90-150 mL/dia).
Lactulose (667 mg/mL) 20-30 mL VO de Progredir dose conforme resposta até atingir
8/8 horas (dose máxima: 90-150 mL/dia). 2-3 evacuações/dia;
Progredir a dose conforme resposta até
alcançar 2-3 evacuações/dia. Se rebaixamento do sensório: Lactulose
enema (667 mg/mL) diluir 120 mL de
lactulose em 380 mL de glicerina 12% e
Esquema B: Encefalopatia aplicar por via retal em gotejamento lento.
persistente (em caso de
refratariedade ao esquema A) Esquema B: Encefalopatia hepática.
I. Lactulose (667 mg/mL) 20-30 mL VO de
Em caso de refratariedade ao
8/8 horas (dose máxima: 90-150 mL/dia). esquema A
Progredir a dose conforme resposta até atingir
2-3 evacuações/dia. I. Lactulose.
+ +
II. Rifaximina (550 mg/comprimido) 550 mg II. Rifaximina (550 mg/comprimido) 550 mg
VO de 12/12 horas por até 6 meses. VO de 12/12 horas por até 6 meses.
*Encaminhar para transplante hepático, se
possível. Opções de lactulose (I):
Lactulose (667 mg/mL) 20-30 mL
VO/SNE de 8/8 horas (dose máxima: 90-
150 mL/dia). Progredir a dose conforme
resposta até atingir 2-3 evacuações/dia;
Se rebaixamento do sensório: Lactulose
enema (667 mg/mL) diluir 120 mL de
lactulose em 380 mL de glicerina 12% e
aplicar por via retal em gotejamento lento.
Alternativa à Rifaximina (II): Metronidazol
(250 mg/comprimido) 250-500 mg VO de
8/8 horas por até 3 meses. Atentar para o
risco de neuropatia periférica.
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Esquema C: Ascite Esquema G: Síndrome hepatorrenal sem
resposta à terapia do esquema F
Furosemida (40 mg/comprimido) 40-160
mg VO de 24/24 horas; I. Terlipressina (1 mg/5 mL) 1 mg EV de 4/4
ou 6/6 horas. Progredir a dose
Furosemida (10 mg/mL) 20-80 mg EV de gradativamente se não houver queda de
24/24 horas; creatinina > 25% em 48 horas até o máximo de
12 mg/dia. Tratamento deve ser mantido até
Espironolactona (25 mg/comprimido; 100 Cr < 1,5 mg/dL ou, no máximo, por 14 dias.
mg/comprimido) 50-400 mg VO de 24/24 +
horas. II. Albumina 20% (10 g/50 mL) 20-40 g/dia
EV fracionados de 8/8 horas.
Avaliação Inicial
A identificação dos pacientes que se
Pacientes assintomáticos com hepatite beneficiarão do tratamento antiviral
crônica viral são frequentemente específico é crucial.
identificados durante exames de rotina,
doação de sangue, exames pré-natais, em O Não são todos os pacientes portadores
programas de hemodiálise, entre outros crônicos que devem receber a terapia. O
cenários. benefício clínico é comprovado
principalmente para aqueles com
A sorologia para hepatite B e C é replicação viral, inflamação ativa e
recomendada nessas situações para fibrose/cirrose no fígado.
detecção precoce.
Dosagem de Transaminases;
59
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60
Na análise histopatológica da peça, duas
características devem ser determinadas:
Aumenta à medida que são encontrados os O HBV apresenta DNA como genoma e
seguintes achados: pertence à família Hepadnaviridae. É um vírus
oncogênico que apresenta 10 genótipos, com
Inflamação dos espaços-porta; classificação de A a J.
Necrose lobular focal;
Necrose em saca-bocado*; O HBV possui tropismo pela célula hepática e,
Necrose em ponte**; ao se ligar a receptores presentes na
superfície celular, é internalizado e perde seu
*A necrose em saca-bocado era o critério que definia envoltório. Em seguida, o conteúdo viral migra
a antiga nomenclatura "hepatite crônica ativa". para o núcleo, onde se replica.
**A necrose em ponte indica hepatite grave e um alto Transmissão: Solução de continuidade (pele e
potencial para evoluir para cirrose pós-necrótica, se mucosas):
não tratada.
Via parenteral: Compartilhamento de agulhas,
Estágio de fibrose/cirrose
seringas, material de manicure e pedicure,
Depende da intensidade da fibrose e da lâminas de barbear e depilar, tatuagens,
presença de cirrose piercings, procedimentos odontológicos ou
O cirúrgicos que não atendam às normas de
ibrose dos espaços-porta;
F biossegurança, entre outros;
Fibrose dos espaços-porta com septos;
Fibrose em ponte; Relações sexuais desprotegidas: Via
Cirrose (nódulos de regeneração predominante;
circundados por fibrose).
Transmissão vertical (materno-infantil): O
momento do parto é o período de maior risco
de transmissão a partir de gestantes com
replicação viral. Essa via de transmissão
Tab 17 Escore de Metavir apresenta maior chance de cronificação.
Grau de Atividade Necroinflamatória
O período de incubação é de 30-180 dias
A0 Ausente
(média de 60-90 dias); o período de
A1 Leve transmissibilidade acontece em duas a três
A2 Moderada semanas antes dos primeiros sintomas e
enquanto o HBsAg estiver detectável. O
A3 Acentuada
portador crônico pode transmitir o HBV
Estágio de Fibrose/ Cirrose durante vários anos. Os pacientes que
F0 Ausente apresentam HBeAg (marcador de replicação
F1 Fibrose portal viral) reagente têm maior risco de transmissão
do HBV do que os com HBeAg não reagente.
F2 Fibrose portal com septos
F3 Fibrose em ponte A infecção pelo HBV também é condicional
F4 Cirrose para o desenvolvimento da hepatite delta,
uma doença relacionada à infecção pelo vírus
D.
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61
62
Tab 18 Formas Clínicas da Hepatite Viral B
Alto /
HBsAg Alto Baixo Intermediário Negativo
intermediário
Doença Nenhuma /
Nenhuma / mínima Moderada / grave Nenhuma Moderada / grave
Hepática residual
>
107
63
Em pacientes com HBsAg ≥ 1.000 UI/mL,
ALT e HBV-DNA devem ser feitos
semestralmente, com avaliação de fibrose
Exames Laboratoriais a cada dois anos. HBsAg > 1.000 UI/mL
Hemograma completo; também está associado a maior risco de
Função renal e eletrólitos; hepatocarcinoma.
Coagulograma;
Transaminases; HBV-DNA (DNA do HBV): A quantificação
Enzimas canaliculares; corresponde à carga viral circulante no
Bilirrubina total e frações; indivíduo, servindo como um indicador
Albumina e proteína total; direto da presença do vírus, ou
PCR; monitoramento do paciente e no
VHS. acompanhamento de resposta à terapia
antiviral.
Transaminases muito aumentadas (na faixa 1.000-
2.000 unidades/mL, podendo ultrapassar 100x o Exames de Imagem
limite superior da normalidade) são o marco da
hepatite aguda. Geralmente, os níveis de ALT (TGP) Ultrassonografia de abdome superior:
são superiores aos de AST (TGO), no entanto, Deve ser realizada a cada seis meses em
quando a doença progride para cirrose, a relação pacientes portadores de hepatite B crônica
pode ser invertida. Essas enzimas comumente se
elevam uma semana antes do início da icterícia e para rastreamento de hepatocarcinoma,
voltam à normalização em cerca de três a seis independentemente da presença de
semanas de curso clínico da doença.
O cirrose;
64
65
IMEDIATO
Tratamento com Hemifumarato de tenofovir alafenamida IMEDIATOcom Entecavir:
Tratamento
66
Alfapeginterferona Tabela de doses corrigidas por função
Tab 20 renal (clearance de creatinina)
Alfapeginterferona 2A (180 microgramas/1 mL)
180 microgramas SC 1x/semana, por 48 semanas; 30-49 10-29
Análogo
mL/min mL/min
Alfapeginterferona 2B (80, 100 ou 120
microgramas/0,7 mL) 1,5 microgramas/kg SC 300 mg a
300 mg a 300 mg a
1x/semana, por 48 semanas. Tenofovir cada 72-96
cada 48 horas. cada 7 dias
horas.
Entecavir
0,5 mg a 0,5 mg a
sem cirrose 0,5 mg a cada
cada 72 cada 5-7
des- 48 horas
horas dias
compensada
0,5 mg a
cada 72
Entecavir
horas ou 1
com cirrose 0,5 a 1 mg a 1 mg a cada
mg a cada
descompen- cada 48 horas 72 horas
5-7
sada
dias
HBeAg
Anti-HBe
O
HBV DNA
HBsAg
ALT
0 20 40 60 ANOS
Figura M: Fases da hepatite B crônica. Geralmente elas ocorrem em sequência, mas a pessoa pode voltar para fazer anteriores,
ou pular fases. O importante aqui é notar as flutuações nos períodos de atividade da doença, onde o aumento de ALT mostra
fases onde o sistema imunológico tenta eliminar o vírus destruindo células infectadas e progredindo a doença em direção a
cirrose.
FO F1 F2 F3 F4
FIBROSE
Figura N: Quando alguma doença causa destruição de hepatócitos, o fígado regenera as células, deixando cicatrizes. Quando
essa doença avança por anos, as cicatrizes vão se acumulando (aumentando o grau de fibrose) até que o órgão está deformado
e perdendo a capacidade de se regenerar, o que chamamos de cirrose.
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Pessoas com antecedente ou em risco de
exposição a sangue ou outros materiais
Fisiopatologia biológicos contaminados: profissionais da
saúde, cuidadores de pacientes, bombeiros,
Infecção aguda ou crônica pelo vírus C (HCV). policiais etc.;
O HCV pertence ao gênero Hepacivirus, Crianças nascidas de mães que vivem com o
família Flaviviridae, e tem estrutura genômica HCV;
composta de uma fita simples de ácido Familiares ou outros contatos íntimos
ribonucleico (RNA). Encontram-se descritos (comunicantes), incluindo parceiros sexuais,
oito genótipos e 105 subtipos do vírus. O de pessoas que vivem com ou têm
genótipo 1 é o mais comum no mundo. antecedente de infecção pelo HCV;
Pessoas com antecedente de uso, em
Grupos prioritariamente testados (Ministério qualquer época, de agulhas, seringas de
da Saúde, Brasil, 2019): vidro ou seringas não adequadamente
Grupos que devem ser testados pelo menos esterilizadas ou de uso compartilhado para
uma vez ao ano: aplicação de medicamentos intravenosos ou
Pessoas vivendo com o vírus da outras substâncias lícitas ou ilícitas recreativas
imunodeficiência humana (HIV) – PVHIV; (vitamínicos, estimulantes em ex-atletas etc.);
Pessoas sexualmente ativas prestes a A qualquer tempo, pacientes com
iniciar profilaxia pré-exposição (PrEP) ao diagnóstico de diabetes , doenças
HIV; cardiovasculares, antecedentes psiquiátricos,
Pessoas com múltiplos parceiros sexuais histórico de patologia hepática sem
ou com múltiplas infecções sexualmente O diagnóstico, elevação de ALT e/ou AST,
transmissíveis; antecedente de doença renal ou de
Pessoas trans; imunodepressão.
Trabalhadores(as) do sexo;
Pessoas em situação de rua;
Pacientes em hemodiálise (repetir
semestralmente).
Grupos que devem ser testados pelo menos Fase Aguda
uma vez na vida: Soroconversão recente (há menos de seis
Pessoas com idade igual ou superior a 40 meses) e com documentação do anti-HCV: anti-
anos; HCV não reagente no início dos sintomas ou no
Pessoas que consomem álcool e outras momento da exposição e anti-HCV reagente na
drogas; segunda dosagem, realizada com intervalo de
Pessoas com antecedente de uso de 90 dias; ou anti-HCV não reagente e detecção
drogas injetáveis em qualquer época, do HCV-RNA em até 90 dias após o início dos
incluindo aquelas que as utilizaram apenas sintomas ou a partir da data de exposição,
uma vez; quando esta for conhecida;
Pessoas privadas de liberdade; Sintomas estão presentes na minoria dos casos
Pessoas que receberam transfusão de (20-30%), iniciando entre quatro e 12 semanas
sangue ou hemoderivados antes de 1993 após exposição. Em geral, são inespecíficos,
ou transplantes em qualquer época; como anorexia, astenia, mal-estar e dor
Pessoas com antecedente de exposição abdominal. Alguns pacientes apresentam
percutânea/parenteral a sangue ou a icterícia ou colúria.
outros materiais biológicos em locais que A eliminação viral espontânea após a infecção
não obedeçam às normas da vigilância aguda pelo HCV ocorre em 15-40% dos casos. A
sanitária (ambientes de assistência à fase aguda da hepatite C pode durar até seis
saúde, realização de tatuagens, meses, mas sua resolução costuma acontecer
escarificações, piercing); até a 12ª semana;
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Aranhas vasculares (telangiectasias);
Fase Crônica
Ginecomastia e atrofia testicular (no homem);
Anti-HCV reagente por mais de seis meses + Eritema palmar;
confirmação diagnóstica com HCV-RNA Distrofia ungueal (unhas de Muehrcke e unhas
detectável por mais de seis meses; de Terry);
A hepatite crônica pelo vírus C é uma doença Flapping (movimentos assincrônicos das
de caráter insidioso, caracterizando-se por um mãos, como "asas de borboleta",
processo inflamatório persistente; desencadeados por sua dorsiflexão):
Na ausência de tratamento, ocorre cronificação Geralmente acompanha o quadro de
em 60-85% dos casos. A eliminação viral insuficiência/encefalopatia hepática.
espontânea após a infecção aguda pelo HCV
ocorre em 15-40% dos casos. Em média, 5-30%
podem evoluir para cirrose ao longo do tempo;
Uma vez estabelecido o diagnóstico de cirrose
hepática, o risco anual para o surgimento de
Testes Iniciais
hepatocarcinoma é de 1-5%, e o risco de Anti-HCV ou teste rápido para HCV. A
descompensação hepática é de 3-6% ao ano. presença dos anticorpos anti-HCV ocorre
cerca de 30-60 dias após a exposição ao
Vias de transmissão: vírus.
Via parenteral: Principal forma de infecção por
meio de contato com sangue contaminado; Teste Confirmatório
Via sexual: Relatada de forma esporádica,
sobretudo em indivíduos com múltiplos O PCR HCV-RNA qualitativo ou quantitativo.
parceiros e práticas sexuais de risco sem uso A versão qualitativa do teste irá identificar
de preservativo; a presença ou a ausência do vírus. Já os
Via vertical: Menor proporção de casos. O testes moleculares quantitativos calculam
risco aumenta se gestante coinfectada por o número de cópias de genomas virais
HIV-HCV; circulantes em um paciente (carga viral).
Via percutânea.
69
Cálculo do APRI (Índice de Fibrose
Através de Parâmetros de Fibrose
Aspartato-Plaquetária) Pacientes sem Tratamento Prévio
O teste para identificação do HCV-RNA por
APRI= (AST/ULN AST)×100 método de biologia molecular deve ser
realizado na 12ª e 24ª semanas após o
Contagem de Plaquetas x 10 9 término do tratamento para avaliar a
efetividade terapêutica;
AST é o valor da Aspartato Aminotransferase
(AST) em UI/L.
ULNAST é o Limite Superior Normal de AST em Não é mais necessário genotipagem para
UI/L. pacientes virgens de tratamento. Deve-se
Plaquetas é a contagem de plaquetas em 10 9/L. utilizar esquema pangenotípico;
70
Esquema B: Paciente com cirrose Child A Esquema A: Pacientes sem cirrose
Sofosbuvir + Velpatasvir (400 mg + 100 Glecaprevir + Pibrentasvir (100 mg + 40
mg/comprimido) 1 comprimido VO mg/comprimido) 3 comprimidos VO
1x/dia por 12 semanas. 1x/dia por 16 semanas.
Esquema C: Paciente com cirrose Child B/C Esquema B: Pacientes sem cirrose
Sofosbuvir + Velpatasvir (400 mg + 100 I. Glecaprevir + Pibrentasvir (100 mg + 40
mg/comprimido) 1 comprimido VO mg/comprimido) 3 comprimidos VO
1x/dia por 24 semanas. 1x/dia, por 16 semanas.
+
II. Ribavirina (250 mg/comprimido) 11
mg/kg/dia VO 1x/dia; ou 1 g/dia ( 75 kg)
Esquema D: Paciente com cirrose Child B/C
por 16 semanas.
I. Sofosbuvir + Velpatasvir (400 mg + 100
mg/comprimido) 1 comprimido VO
1x/dia por 12 semanas. Esquema C: Pacientes com cirrose Child A
+
II. Ribavirina (250 mg/comprimido) 11 Glecaprevir + Pibrentasvir (100 mg +
mg/kg/dia VO 1x/dia; ou 1 g/dia ( 75 kg) 40 mg/comprimido) 3 comprimidos
por 12 semanas. VO 1x/dia por 16 semanas.
72
Fatores de risco: Muitas vezes, a
Hepatite aguda relacionada ao álcool
hepatopatia relacionada ao álcool é
Pacientes apresentam, em geral, icterícia. acompanhada de outros fatores de
Na presença de doença hepática crônica risco/etiológicos que contribuem para a
preexistente, pode evoluir com disfunção evolução da doença, como hepatites virais
hepática grave, com ascite e encefalopatia e esteato-hepatite metabólica (MASH),
hepática. devendo sempre ser foco de investigação:
73
continuação...
74
USG Abdominal
Pode detectar esteatose hepática, no
entanto, apresenta baixa sensibilidade na
doença incipiente (com menos de 30% do
fígado acometido).
Costuma exibir fígado heterogêneo com Figura O: corpúsculos de Mallory-Denk em corte histológico
textura hiperecoica. A presença de nódulos biopsiado de um fígado cirrótico.
causando irregularidades na superfície
hepática configura evolução para cirrose Elastografia Hepática
hepática. Pode ser utilizada para estimar a rigidez
hepática em pacientes já abstêmios. É
TC/RNM de abdome importante notar que os valores elevados
Não indicados de rotina. São efetivos para da rigidez hepática em doentes com níveis
detecção de esteatose incipiente em séricos da AST > 100 unidades/L devem ser
pacientes com fígado aparentemente interpretados com cuidado, devido à
normal ao ultrassom. Podem ser úteis em possibilidade de a rigidez hepática ser
casos de pacientes com cirrose e suspeita falsamente elevada pela presença de
de complicações ou com suspeita de inflamação.
obstrução do trato biliar.
A rigidez hepática tende a reduzir com a
Biópsia Hepática abstinência alcoólica.
O
Pode estar indicada nos casos duvidosos,
em que a anamnese e o exame físico, Exames Laboratoriais
acompanhados de propedêutica Exames laboratoriais de rotina:
diagnóstica não invasiva complementar Hemograma completo; função renal e
(exames laboratoriais e de imagem), não eletrólitos; coagulograma; transaminases;
foram suficientes para fechar o diagnóstico enzimas canaliculares; bilirrubina total e
de esteato-hepatite alcoólica. frações; albumina e proteína total.
75
Alterações Esperadas:
Hemograma completo: As alterações mais
comuns são anemia macrocítica por
deficiência de vitamina B12 e/ou folato e
Cessação do Etilismo
trombocitopenia. Pode ocorrer aumento do Se paciente com sinais de abstinência
VCM. Leucopenia também pode estar presente, alcoólica, calcular o CIWA-Ar;
principalmente com a progressão para cirrose. Tratamento farmacológico após suspensão
Em alguns casos, pode ser observado
do etilismo;
síndrome de Zieve, caracterizada por anemia
Evitar o uso de Naltrexona em pacientes
hemolítica, hiperlipidemia
(hiperlipoproteinemia), icterícia (as custas de cirróticos Child C.
bilirrubina indireta) e dor abdominal.
Esquema A: Redução do risco de recaída
Hepatograma: Aumento de transaminases
Naltrexona (1a opção) (50
(AST ou TGO, ALT ou TGP ) e de gamaglutamil mg/comprimido) 50 mg VO 1x/dia, por
transferase (GGT) são as alterações mais até 4 meses, conforme avaliação;
comumente observadas. Aumento de
bilirrubina e hipoalbuminemia são alterações Baclofeno (10 mg/comprimido) 10-30
sugestivas de doença mais avançada, como mg VO de 8/8 horas, por 4-9 meses;
cirrose:
Gabapentina (300 mg/comprimido,
600 mg/comprimido) 600-600 mg VO
Relação AST/ALT ou TGO/TGP:
de 8/8 horas, por 4-9 meses;
Diferentemente da maioria das causas de
doença hepática crônica, a hepatopatia Topiramato (25 mg/comprimido, 50
alcoólica costuma estar acompanhada de
O
mg/comprimido, 100 mg/comprimido)
aumento desproporcional nas transaminases, iniciar com 25 mg/dia VO com aumento
com AST (ou TGO) maior que a ALT (ou TGP). progressivo até 150 mg de 12/12 horas,
Relação > 1 pode estar presente mesmo em conforme tolerância, por 4-9 meses.
outras causas de esteato-hepatite. No entanto, Reduzir dose em 50% se clearance de
creatinina < 70 mL/minuto/1,73 m2.
relação AST/ALT > 2 é altamente sugestiva de
hepatopatia alcoólica.
Esquema B: Se presença de sinais de
Coagulograma: Prolongamento do TAP e PTT abstinência alcoólica leve a moderada
são alterações mais tardias e relacionadas
Diazepam (10 mg/comprimido) 10 mg
com a cirrose. VO até de 6/6 horas, enquanto houver
sintomas de abstinência;
Eletrólitos, ureia e creatinina: Alteração na
função renal e alterações no equilíbrio Lorazepam (1 mg/comprimido, 2
hidreletrolítico também são alterações tardias mg/comprimido) 2-4mg VO até de 4/4
e associadas a cirrose hepática avançada com horas, enquanto persistir o quadro:
síndrome hepatorrenal. No entanto, deve-se Preferir em pacientes com cirrose ou
descartar a hipótese de que alterações
hepatite alcoólica concomitante.
observadas não sejam decorrentes de outras
comorbidades do paciente, como doença renal Hepatite Aguda Relacionada ao
crônica e/ou insuficiência cardíaca.
Álcool
Etilglicuronídeo urinário: Metabólito direto do Garantir a abstinência total de álcool;
etanol. Pode ser utilizado para monitorar
abstinência do álcool. Pode permanecer na Tratamento de complicações comuns,
urina por até 80 horas após ingestão de bebida como: Distúrbios hidroeletrolíticos e
alcoólica.
metabólicos, hemorragia digestiva alta,
ascite e infecções secundárias;
Ferritina pode estar elevada.
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76
Calcular escores de gravidade (mais O cálculo do escore de Lille envolve a
utilizados) = MELD e função discriminante utilização de parâmetros clínicos e
de Maddrey; laboratoriais que são coletados após uma
semana de tratamento com
Cálculo do Escore de MELD corticosteroides. Esses parâmetros incluem
idade do paciente, bilirrubina sérica total no
início do tratamento, bilirrubina sérica total
MELD=3.78×ln (Bilirrubinatotal[mg/dL])
após uma semana de tratamento, creatinina
+11.2×ln(INR)+9.57×ln(Plaquetas[109/L])+6.43
sérica, tempo de protrombina, e a presença
ou ausência de ascite.
Bilirrubina total é a concentração de
bilirrubina total em mg/dL. A terapia deve ser suspensa se Lille score >
0,56 devido a não resposta (alguns autores
INR é o Índice de Normalização Internacional recomendam suspensão se Lille score >
- O INR é calculado a partir do tempo de 0,45);
protrombina (PT) do paciente e de um valor
de referência, geralmente chamado de A corticoterapia somente tem impacto na
tempo de protrombina do controle. sobrevida de 30 dias e mesmo assim em
um subgrupo específico de pacientes,
Função Discriminante de Maddrey conforme escores acima.
78
79
Avaliação da Fibrose Hepática
Invasivo: A biópsia hepática pode ser
Não invasivo: NAFLD fibrosis score (NFS),
considerada no estadiamento da MASLD,
FIB-4, , elastografia hepática transitória ,
especialmente em pacientes com avaliação
elastografia por ultrassom - point-shear
não invasiva sugestiva de fibrose avançada;
wave elastography (p-SWE) ou 2D-shear
wave elastography (2D-SWE), bem como
Deve ser considerada nas seguintes
elastografia por RM de abdome podem ser
situações:
utilizados para avaliação de fibrose
avançada na MASLD. Não são bons
Pacientes com suspeita de MASH, porém
marcadores na presença de fibrose leve a
com necessidade de diagnóstico
moderada;
diferencial com outras doenças crônicas
do fígado;
Atualmente, recomenda-se utilizar dois
testes para avaliação de fibrose, sendo os
Pacientes com MASLD com risco elevado
mais indicados FIB-4 seguido de
de ter esteato-hepatite e/ou fibrose
elastografia;
avançada, sugerida pelos marcadores
Cálculo do FIB4 (Índice de Fibrose sorológicos e/ou elastografia hepática,
especialmente se FIB-4 indeterminado e
FIB4)
elastografia hepática com rigidez entre 8-
12 kPa;
FIB4= Idade (anos) ×AST (UI/L)
Contagem de Plaquetas (10 ) x √ ALT (UI/L) O Pacientes com elevação sustentada de
enzimas hepáticas (ALT/AST);
Pacientes com FIB-4 < 1,3 (< 2,0 em
Pacientes portadores de síndrome
pacientes com mais de 65 anos de idade)
metabólica, especialmente aqueles com
excluem fibrose avançada em pacientes
mais de 40 anos.
com MASLD, com valor preditivo negativo ≥
90%;
Histologia: Permite a diferenciação de
esteatose simples e MASH, além de estadiar
Pacientes com FIB-4 > 2,67 apresentam
o grau de fibrose e a realização de
alto risco de fibrose avançada, com valor
diagnóstico diferencial. Avalia a presença de
preditivo positivo de 60-80%;
esteatose, inflamação lobular e balonização.
Podem ser empregados escores específicos:
Pacientes com FIB-4 entre 1,3-2,67
NAS ou SAF.
permanecem em zona indeterminada,
sendo recomendada nesses casos a
realização de elastografia. Rigidez
hepática < 8,2 kPa exclui fibrose avançada
com valor preditivo negativo > 80%. Rigidez
hepática > 12,1 kPa sugere fibrose
avançada com valor preditivo positivo de
76-88%;
Indivíduos com elastografia entre 8-12 kPa Figura P: Tomografia computadorizada do abdome, em fase
devem ser avaliados para biópsia hepática. sem contraste venoso. Foram medidos os coeficientes de
atenuação hepáticos e esplênicos, com uma diferença entre
Pacientes com rigidez hepática ≥ 20 kPa com eles superior a 10 UH, compatível com esteatose hepática
plaquetopenia têm alto risco de cirrose com (densidade hepática de 28 UH e esplênica de 42 UH).
hipertensão portal clinicamente significativa;
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80
A Pioglitazona é indicada para pacientes com
MASH + fibrose com ou sem diabetes
Esteatose Hepática Metabólica associado. A Liraglutida ou Semaglutida
(MASLD) podem ser utilizadas como coadjuvante à
Pioglitazona em pacientes com diabetes
O controle de fatores metabólicos, como mellitus (DM) tipo 2 e glicemia não controlada,
obesidade, diabetes e dislipidemia, é ou em pacientes obesos visando induzir perda
recomendado, utilizando-se, quando de peso;
necessários, medicamentos indicados no
tratamento específico dessas condições A Vitamina E pode ser indicada para pacientes
metabólicas; com MASH + fibrose não diabéticos;
Sugere-se acompanhamento
multidisciplinar, com nutricionista, nutrólogo Esquema A: Pacientes com MASH +
e endocrinologista; fibrose com diabetes
81
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82
continuação...
Tipo Características
Manometria Convencional
A manometria convencional pode ser
utilizada na indisponibilidade do exame em
alta resolução;
83
Etapas da Manometria Convencional Esofagograma Baritado
Importante na avaliação de megaesôfago,
Passagem da sonda com sensores de pressão:
morfologia esofagiana e tempo de
Com o paciente assentado, aplica-se gel
anestésico na narina que estiver mais
esvaziamento;
desobstruída e pede-se que o paciente inspire o
gel, com o objetivo de anestesiar o trajeto a ser O tempo de esvaziamento esofágico pode
percorrido pela sonda; ser realizado por meio da medida da altura
Lubrifica-se a extremidade da sonda com da coluna baritada no esôfago,1, 2 e 5
pequena quantidade de gel anestésico e minutos após a ingestão do contraste
introduz-se na narina anestesiada lentamente, diluído (Figuras R e S);
com a ponta angulada para baixo. Quando o
paciente sentir a sonda na parte posterior da
faringe, a mesma deve ser deglutida. Uma vez
no interior do esôfago, a sonda deve ser
introduzida até que os sensores de pressão
estejam no interior do estômago;
O paciente é, então, colocado em decúbito
dorsal horizontal. Faz-se a calibração do
sistema, considerando-se zero a pressão
intragástrica (linha de base);
A sonda é tracionada lenta e gradativamente,
em intervalos de 0,5-1 cm, para localização do
esfíncter esofagiano inferior, através de
avaliação manométrica; O
Para avaliação do corpo do esôfago, continua-
se tracionando a sonda, até que a pressão caia Figura R: Radiografia de tórax antes do contraste.
abaixo da pressão basal do estômago. Nesse
momento, devem ser realizadas 10 deglutições
úmidas (5 mL cada), com intervalo de 30
segundos entre elas;
Por fim, é avaliado o esfíncter esofagiano
superior e faringe.
84
Em casos mais avançados, pode ocorrer
dilatação intensa do órgão, com estase
alimentar e aparência de sigmoide;
O objetivo do tratamento é reduzir a pressão
de repouso do esfíncter esofagiano inferior,
Medida de coluna de bário > 5 cm em 1
melhorar os sintomas e a qualidade de vida
minuto e > 2 cm em 5 minutos são
do paciente;
sugestivas de acalásia:
A escolha da melhor abordagem inicial
A medida é útil na avaliação de recidiva
parece ser influenciada pelos subgrupos da
pós-tratamento definitivo de acalásia.
classificação de Chicago;
É comum o uso da classificação de
Chicago tipos I e II: Tratamentos mais
Rezende, que leva em consideração o grau
conservadores como dilatação pneumática
de dilatação do esôfago no estudo
e miotomias cirúrgicas são boas opções:
contrastado na doença de Chagas.
Melhor prognóstico.
Exames Laboratoriais
Sorologia para doença de Chagas (dois
métodos), hemograma, albumina,
coagulograma, TSH.
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Etapas do Procedimento
Dilatador
pneumático
Fluxo
Dilatação
completo
esofágica restaurado
Esfíncter Balão completamente
esofágico inflado
inferior
Estômago Balão inserido e inflado, Figura T: Procedimento de Dilatação Pneumática Gradual.
Guia expandindo o esfíncter
esofágico inferior
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Indicações:
Procedimento:
87
Acesso endoscópico :
Miotomia :
89
Em centros de referência, pode-se associar a
planimetria por impedância pelo uso de um
cateter denominado Functional Lumen
Imaging Probe (FLIP). O tratamento para EED é, em geral, pouco
eficaz.
Por meio desse equipamento, é possível
mensurar o índice de distensibilidade em Terapia inicial: Deve-se realizar tratamento
resposta à distensão controlada por volume. empírico com IBP por 8 semanas em
Um índice de distensibilidade < 2,0 pacientes com suspeita de DRGE. Deve-se
mm2/mmHg e um diâmetro da junção avaliar a possibilidade de suspensão de
esôfago-gástrica < 13 mm são observados opioides em caso de pacientes que fazem
no EED. uso deles, uma vez que esses
medicamentos podem induzir espasmo do
esôfago. Em pacientes cujo sintoma
Esofagograma principal é a disfagia, pode-se tentar
O estudo contrastado do esôfago pode ser bloqueador do canal de cálcio (ex.: Diltiazem
utilizado como método auxiliar no 180-240 mg/dia, divididos em 3-4 tomadas).
diagnóstico. Quando o sintoma principal é dor
retrosternal, sugere-se uso de bloqueador
Os achados radiológicos mais encontrados do canal de cálcio ou antidepressivo
no EED são: ondas terciárias e contrações tricíclico (ex.: Imipramina 25-50 mg, ao
não peristálticas de intensidade variável, deitar). Trazodona na dose de 50-150
assumindo, por vezes, a imagem de saca- mg/dia também se mostrou eficaz em
rolhas ou de múltiplos divertículos O alguns estudos.
dispostos em sequência. No entanto, trata-
se de método pouco sensível e pouco Terapia subsequente: Para pacientes que
específico. não reagem ao tratamento inicial, as opções
de terapia incluem Isossorbida 10 mg ou
Sildenafila 25-50 mg de demanda, em caso
de dor. Alguns pacientes respondem
também ao óleo de hortelã-pimenta.
Divertículo de Zenker
Herniação da mucosa através de um
ponto fraco da parede muscular do Divertículo epifrênico
esôfago pelo aumento do gradiente
pressórico transmural relacionado com a O ponto fraco comumente encontra-se
incoordenação da deglutição; no terço inferior do esôfago torácico,
logo acima do diafragma;
Ponto de herniação corresponde ao
cruzamento posterior entre as fibras Mais frequentemente relacionado com o
musculares oblíquas do músculo espessamento distal da musculatura
tireofaríngeo e as fibras horizontais do esofágica ou com o aumento da pressão
músculo cricofaríngeo no triângulo de O intraluminal;
Killian.
Musculo
Em pacientes nos quais não se pode
constritor identificar anormalidade da motilidade,
inferior
são consideradas causas congênitas (sí‐
Músculo ndrome de Ehlers-Danlos) ou traumática.
cricofaringeo
Diverticulo
de Zenker
90
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continuação...
Divertículo Epifrênico
Quanto à Localização
Zenker;
Sintomas mais comuns: disfagia e
Faringoesofágicos regurgitação;
Pseudodivertículos de pulsão.
Verdadeiros de tração;
Esôfago médio/ Secundários a processos Acredita-se que os sintomas estejam mais
parabrônquico inflamatórios nos linfonodos relacionados com o distúrbio motor
subcarinais.
subjacente;
Pseudodivertículos;
Epifrênicos/ Relacionados com um distúrbio
supradiafragmáticos motor esofágico do esfíncter
Sintomas como regurgitação, dor
esofagiano inferior. epigástrica, anorexia, perda de peso,
tosse crônica e halitose são indicativos de
anormalidade da motilidade em estágio
avançado.
Divertículo de Zenker
Disfagia intermitente e progressiva ao longo
do dia; Divertículo de Zenker
Sensação de aderência na garganta, globus
A manometria esofágica e a endoscopia
esofágico;
digestiva alta (EDA) não são necessárias ao
Tosse;
diagnóstico;
Pigarros;
Sialorreia;
Durante a EDA há o risco de entrada do
Regurgitação de material fétido não O
endoscópio pelo lúmen do divertículo, com
digerido;
perigo de perfuração;
Halitose;
Alterações da voz (voz molhada, disfonia);
A videoesofagografia é superior à fluoroscopia.
Dor retroesternal;
Infecções respiratórias;
Esofagografia baritada:
Perda ponderal.
Deve ser o teste inicial ideal, de preferência
com controle fluoroscópico, tomando-se
Divertículo do Esôfago Médio cuidado com aspiração;
Disfagia, dor torácica e regurgitação podem Demonstra o divertículo (protrusão sacular na
estar presentes e são geralmente indicativas parede posterior da faringe) preenchido por
de um distúrbio de motilidade primário contraste lateralmente ao esôfago, no nível da
subjacente; cartilagem cricofaríngea.
92
Acesso cervical lateral esquerdo ou em colar,
Divertículo Epifrênico
com miotomia proximal e distal dos músculos
Devido ao risco de neoplasia associada, são tireofaríngeo e cricofaríngeo;
fundamentais a definição da anatomia do
divertículo e do distúrbio motor associado e a Atenção! Em pacientes com divertículos < 2
avaliação da mucosa do divertículo; cm, a miotomia isolada muitas vezes é
suficiente;
Exames indicados: Esofagografia,
esofagomanometria , endoscopia digestiva alta; Normalmente, o paciente tem alta em 72
horas de pós-operatório após nova
Esofagografia com bário: Melhor ferramenta esofagografia de controle;
diagnóstica; Define tamanho, número, posição e
proximidade do divertículo ao hiato esofágico Complicações (4 a 25%): Lesão do nervo
(implicação na abordagem cirúrgica). laríngeo recorrente, fístula digestiva, infecção
de ferida operatória, aspiração e pneumonia,
Esofagomanometria de 24 horas: Avaliação hematoma cervical, estenose esofágica, fístula
motora do esôfago que identifica os divertículos salivar;
em até 90% dos casos; Todos os diagnósticos
Tratamento Endoscópico
manométricos já foram relacionados com os
divertículos epifrênicos. Reparo endoscópico rígido:
Alternativa realizada pela técnica de
Endoscopia digestiva alta: Avaliar as lesões da Dohlman (diverticulectomia
mucosa, incluindo esofagite, esôfago de Barrett e endoscópicapor grampeador transoral);
câncer. O A técnica clássica é realizada por
endoscopia rígida, porém há a alternativa
com a endoscopia flexível;
Defendido para divertículos entre 3 e 5 cm;
Divertículo de Zenker Contraindicação: Divertículo < 3 cm (o risco
Objetivos: de miotomia incompleta aumenta nos
divertículos inferiores a 3 cm); Em
Alívio da disfagia; divertículos > 3 cm, os resultados são
Prevenção da aspiração; semelhantes aos das técnicas endoscópica
Cessação da progressão do aumento do e aberta; Técnica requer extensão cervical
volume do divertículo. máxima, dificultado a abordagem em
idosos com limitação de mobilidade
Diverticulectomia cervical;
93
Divertículo Epifrênico
Condutas no Divertículo de
Tab 26 Zenker (De acordo com Tamanho) Conduta:
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96
São considerados sinais endoscópicos PHmetria ambulatorial de 24 horas
definitivos para DRGE: Esofagite grau B (na
presença de sintomas típicos e resposta ao Indicação: Confirmar o diagnóstico de DRGE
inibidor de bomba de prótons), C ou D de Los em pacientes com endoscopia normal e
Angeles, presença de esôfago de Barrett > 3 sintomas persistentes após IBP; avaliar
cm ou estenose péptica; pacientes com sintomas atípicos; avaliar a
adequação do tratamento, e em pré-
A ausência de esofagite não descarta o operatório de fundoplicatura em pacientes
diagnóstico de doença do refluxo, cujo sem esofagite endoscópica;
diagnóstico é clínico, podendo ser necessária,
no entanto, a confirmação através da Em pacientes sem evidências definitivas para
pHmetria de 24 horas nos casos duvidosos, se DRGE na endoscopia, a pHmetria deve ser
houver sintomas persistentes e nos realizada sem utilização de IBP por, pelo
candidatos ao tratamento cirúrgico menos, 7 dias;
antirrefluxo;
Por sua vez, pacientes com DRGE
Biópsias devem ser sempre realizadas em documentada por endoscopia, mas com
pacientes com estenoses, úlceras ou suspeita sintomas refratários, devem ser submetidos a
de esôfago de Barrett. exame na vigência de terapia com IBP,
preferencialmente utilizando pH-
impedanciometria para documentar refluxo
Esofagomanometria fracamente ácido e não ácido;
Indicação: Pacientes com dor retroesternal
O Permite diagnóstico diferencial com pirose
e/ou disfagia com endoscopia normal;
pacientes com sintomas refratários ao inibidor funcional e esôfago sensível ao ácido;
de bomba de prótons. Deve ser também
empregada no pré-operatório de Avalia o tempo de exposição total ao ácido,
fundoplicatura, visando excluir alterações de escore de DeMeester, índice de correlação de
motilidade esofagiana; sintomas (IS) e probabilidade de associação
de sintomas (PAS). Um IS ≥ 50% ou PAS > 95%
Pode ser realizada pela técnica convencional são considerados positivos.
ou de alta resolução;
Classificação de Los Angeles
Útil para detectar diagnósticos alternativos Tab 26 (Avaliação Endoscópica)
(acalasia e distúrbios motores do esôfago);
Uma ou mais lesões mucosas de até 5 mm
Grau A
de comprimento;
Pode ser solicitada antes da pHmetria, para
Pelo menos uma lesão mucosa com mais
garantir a colocação correta da sonda para Grau B de 5 mm, porém sem continuidade a partir
realização do exame; do topo das pregas mucosas;
Pelo menos uma lesão mucosa com
Grau C continuidade a partir do topo das pregas
Medidor de pH mucosas, porém não circunferencial;
PROX
MED
DIST
Registro
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Classificação de Savary-Miller Esquema A: 1ª linha. Inibidor de bomba
Tab 27 (Avaliação Endoscópica) de prótons
Omeprazol (10 mg, 20 mg, 40 mg/cp)
Um ou mais pontos vermelhos não 20-80 mg/dia VO em dose única pela
Grau I
confluentes com ou sem exsudato;
manhã ou fracionado de 12/12 horas;
Lesões erosivas ou exsudativas no esôfago
Grau II distal que podem ser confluentes, porém Lansoprazol (15 mg, 30 mg/cp) 15-60
não circunferenciais; mg/dia VO em dose única pela manhã
Erosões circunferenciais no esôfago distal, ou fracionado de 12/12 horas;
Grau III cobertas por exsudato hemorrágico e
pseudomembrana; Pantoprazol (20 mg, 40 mg/cp) 20-80
mg/dia VO em dose única pela manhã
Presença de complicações crônicas como
Grau IV
ou fracionado de 12/12 horas;
úlceras profundas, estenose ou cicatrizes
com metaplasia de Barrett.
Rabeprazol (10 mg, 20 mg/cp) 10-40
mg/dia VO em jejum pela manhã ou
fracionado de 12/12 horas;
Esomeprazol (20 mg, 40 mg/cp) 20-80
Modificações no Estilo de Vida mg/dia VO em jejum pela manhã ou
fracionado de 12/12 horas;
Hábitos:
Dexlansoprazol (30 mg, 60 mg/cp) 30-
Cessar o tabagismo; 60 mg/dia VO pela manhã,
Perda ponderal em pacientes com preferencialmente em jejum.
sobrepeso e obesos;
Elevação da cabeceira em 15 cm durante o O Esquema B: Bloqueador ácido
período de sono; competitivo de potássio (PCAB)
Evitar alimentar-se até 2-3 horas antes de
Vonoprazana (10 mg, 20 mg/cp) 10-20
se deitar; mg/dia VO pela manhã.
Evitar o decúbito lateral direito durante o
sono; Esquema C: Bloqueadores do receptor
Melhorar a higiene do sono (desligar as H2
luzes quando se deitar, minimizar
Podem ser utilizados para alívio
interrupções ao sono); sintomático, porém apresentam
inferioridade em relação aos IBPs,
Orientações: especialmente no tratamento da
Avaliar a gravidade do quadro por esofagite erosiva. Cursam com
intensidade, frequência dos sintomas e taquifilaxia e consequente perda de
resposta com o passar do tempo. Podem
presença de alterações endoscópicas ser utilizados em associação ao IBP, se
(esofagite erosiva); necessário. Escolha uma das opções:
Considerar que o tratamento empírico deve
ser mantido por 4-12 semanas; Cimetidina (400 mg/cp) 400 mg VO
2x/dia (primeira dose em jejum e
Manter o tratamento por mais tempo se
segunda dose antes do jantar);
resposta parcial ou recorrência após
suspensão; Famotidina (20 mg, 40 mg/cp) 40 mg
Sempre descalonar para menor dose VO 2x/dia (primeira dose em jejum e
possível visando manter o paciente segunda dose antes do jantar).
assintomático;
Na presença de esôfago de Barrett ou
esofagite erosiva grave (C ou D de Los
Angeles), considerar uso contínuo de
inibidor de bomba de prótons;
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Esquema D: Procinéticos Avaliação Pré-Operatória
Endoscopia digestiva alta (EDA) com
Também atuam no alívio dos sintomas,
especialmente em pacientes com avaliação do comprimento do esôfago e do
gastroparesia associada. Têm a grau de possível hérnia hiatal associada
propriedade de acelerar o esvaziamento (esôfago acentuadamente encurtado ou
gástrico. Escolha uma das opções: grande hérnia hiatal que não reduza, na
posição vertical, pode indicar uma
Domperidona (10 mg/cp) 10 mg VO de
8/8 horas; abordagem transtorácica);
99
Fundoplicatura à Nissen Modificações no Nissen:
Superior a outros procedimentos, com
Envoltório fúndico 360° sem ligadura dos
melhora sintomática em 85-90% dos casos;
vasos gástricos curto (Rosetti-Nissen);
Envolve-se o fundo gástrico por trás do
esôfago para cercar seus 6 cm distais;
Variações e modificações: Envoltório de 270° posterior parcial
Transtorácica versus abdominal; (Toupet) (usado para pacientes com
Porção de parede do estômago utilizada graves anomalias motoras associadas);
(anterior e posterior versus anterior
apenas); Envoltório parcial de 180°.
Combinação com outros procedimentos
(vagotomia ou gastroplastia). Fundoplicatura à Belsey Mark IV
A maioria dos cirurgiões opta por realizar um
Fundoplicatura parcial por abordagem
envoltório frouxo (floppy), cerca de 1-2 cm
transtorácica, permitindo a mobilização do
de comprimento, incluindo um reparo crural
esôfago;
posterior;
Apresenta menos sintomas obstrutivos e é
Esôfago
recomendado para pacientes com pouca
Diafragma Fundo gástrico motilidade esofágica, que podem ter outras
indicações para uma abordagem
transtorácica (ex., obesidade ou esófago
Estômago
encurtado).
O
Fundoplicatura
à Nissen
Gastropexia à Hill
Complicações mais comuns no reparo
Imbricação anterior e posterior da curvatura
laparoscópico: menor gástrica ao redor do esôfago distal;
100
Métodos endoscópicos
Eficácia a longo prazo ainda está sendo
definida;
Procedimento de Stretta
Cateter endoscópico balonado com
agulhas que transmitem energia de
radiofrequência na musculatura lisa da
junção esofagogástrica, remodelando e
fortalecendo o EEI;
EsophyX®
Fundoplicatura transoral sem incisões;
102
Exames Laboratoriais
Hemograma e cinética de ferro podem ser
O exame físico costuma não apresentar solicitados para avaliação de anemia em
alterações, exceto se sangramento ativo que pacientes com suspeita de sangramento
estará descorado, sendo a manifestação mais crônico por úlcera péptica.
comum e única a presença de sensibilidade
palpatória epigástrica. Nos quadros agudos de hemorragia
digestiva, investigação adicional com
Em vigência de sangramentos, como em função renal , eletrólitos, hepatograma e
quadros de hemorragia digestiva alta, o coagulograma também são úteis e estão
exame físico deve objetivar a avaliação do indicados para o manejo clínico.
estado hemodinâmico e estimar a perda
volêmica. Nesse caso, pode-se observar
Radiografia Contrastada com Bário
hipotensão, taquicardia, extremidades frias e
pele pegajosa. (Seriografia)
Método radiográfico praticamente
Na presença de úlcera perfurada, pode-se abandonado para o diagnóstico de úlceras
observar sinais de irritação peritoneal. pépticas em virtude do aumento na
disponibilidade da endoscopia digestiva
Sinais/sintomas de alarme: alta. No entanto, pode ser uma alternativa e
Idade: ≥ 55 anos (controverso na literatura - corroborar o diagnóstico.
algumas referências citam 40, outras 60 anos),
com dispepsia de início recente; O Radiografia com rotina de abdome agudo
História familiar de câncer gastrintestinal; pode auxiliar no diagnóstico de quadros
Emagrecimento; complicados com perfuração e
Sangramento gastrintestinal; pneumoperitôneo.
Anemia ferropriva de etiologia inexplicada;
Disfagia ou odinofagia; Endoscopia Digestiva Alta (EDA)
Vômitos persistentes;
Massa palpável; Indicada em todos os pacientes com sinais
Icterícia; de alarme, na suspeita de um diagnóstico
Linfadenopatia. alternativo ou naqueles em que se optou
pelo tratamento empírico com
refratariedade dos sintomas após, pelo
menos, 8 semanas.
Suspeita Diagnóstica
Achados:
O diagnóstico é suspeitado a partir da Úlcera benigna: borda arredondada e
história clínica de dispepsia em vigência de regular, com superfície plana e lisa, e base
medicamentos ulcerogênicos e/ou podendo apresentar exsudato;
infecção por H. pylori ou em pacientes com
hemorragia digestiva alta. Úlcera maligna: presença de massa
ulcerada; presença de pregas ao redor da
Pacientes jovens, com quadros benignos e úlcera, seja nodular ou infiltrativa; superfície
sem sinais de alarme, devem ser e contorno irregulares, margens espessas e
submetidos a teste respiratório com ureia salientes.
marcada com C13 ou C14 para pesquisa de
H. pylori; seguido de tratamento se teste
positivo, reservando o exame endoscópico
apenas em caso de falência terapêutica.
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103
Indicações de biópsias endoscópicas: Critérios de Pearls & Pitfalls
Úlceras com características endoscópicas de Abordagem a úlceras aparentemente não
malignidade; causadas por H. pylori e/ou AINE:
Toda úlcera gástrica;
Na suspeita de doença de Crohn, deve-se Evitar falso-negativos para H. pylori:
biopsiar toda úlcera duodenal. Solicitar, no mínimo, dois testes diferentes
Úlceras duodenais com características (ex.: teste da urease + biópsia);
benignas, portanto, não devem ser biopsiadas Realizar pelo menos duas biópsias de antro
de rotina. No entanto, deve-se fazer biópsias e duas de corpo em frascos separados para
gástricas para pesquisa de H. pylori. histologia, e um fragmento do antro e um
fragmento do corpo, no mesmo frasco, para
Testes de rastreio de H. pylori por endoscopia: teste da urease;
Considerar quatro biópsias de mucosa
Biópsia para análise histopatológica; duodenal para detectar colonização;
Teste de urease. Garantir que os testes foram realizados
enquanto o paciente não estava em uso de
antibióticos, inibidores de bomba de próton
(IBP), antibióticos e/ou bismuto (por, pelo
menos, 4 semanas antes do procedimento);
Rastreio de H. pylori Na presença de hemorragia digestiva,
considerar repetir a pesquisa de H. pylori
Indicado em todos os pacientes com após 1 mês de cessado o sangramento.
diagnóstico de doença ulcerosa péptica. O
Pode ser realizado durante a EDA, por meio
do teste da urease e biópsias para análise Evitar falso-negativos para AINE:
histopatológica.
História clínica cuidadosa, investigando o
Nos pacientes sem sinais de alarme e, por uso de AINE. Perguntar por uso de
consequência, sem indicação endoscópica, analgésicos, Ácido acetilsalicílico,
testes não invasivos podem ser solicitados: clopidogrel, antigripais, medicamentos para
teste respiratório com ureia marcada com dor e relaxamento muscular.
C13 ou C14 para pesquisa de H. pylori,
pesquisa de antígeno fecal ou sorologia
para H. pylori. Considerar outras hipóteses etiológicas:
104
Classificação Endoscópica de Tipo II
Tab 28 Sakita Localização: antro gástrico proximal na
A lesão geralmente tem bordas planas e pequena curvatura associada à úlcera
A1 (Active) nítidas, fundo com fibrina e, por vezes, duodenal;
restos necróticos;
As bordas tornam-se bem-definidas, às Geralmente associada à hipercloridria.
A2 (Active) vezes elevadas, tomando forma mais nítida,
fundo com fibrina espessa e clara;
A fibrina torna-se mais tênue, inicia-se Tipo III
H1 (Healing) discreta convergência de pregas, com
hiperemia marginal;
Localização: úlcera pré-pilórica;
Notam-se ilhas de tecido de regeneração,
H2 (Healing) com convergência nítida de pregas e
intensa hiperemia marginal; Geralmente associada à hipercloridria.
Inicia-se a formação de uma cicatriz
S1 (Scar) vermelha com reação inflamatória
adjacente residual;
Tipo IV
Resolução do quadro com formação de
S2 (Scar) cicatriz branca, com retração adjacente Localização: estômago proximal e cárdia
variável. (grande ou pequena curvatura);
Forrest IIA Coto vascular visível Secreção ácida normal ou úlcera induzida
II – Recente por AINE.
Forrest IIB Coágulo recente
Forrest IIC Fundo hematínico
III – Sem
Forrest III Sem sangramento
sangramento
Seguimento ambulatorial: O paciente deve
Pacientes com úlceras Forrest IA, IB e IIA seguir acompanhamento clínico com médico
têm maior risco de ressangramento e assistente, devendo-se avaliar endoscopia de
mortalidade. controle para pacientes refratários ao
tratamento clínico e/ou para úlceras
Classificação de Johnson
gástricas (risco de malignidade mesmo na
Tipo I (mais comum) ausência de sintomas), após 8 semanas do
término do tratamento.
Localização: antro proximal na pequena
curvatura, habitualmente, na junção de Confirmar erradicação de H. pylori, quando
mucosa oxíntica com a antral, próxima à inicialmente presente: Atentar para o fato de
incisura angular; que o teste da urease não deve ser utilizado
para controle de erradicação de H. pylori.
Geralmente apresenta secreção ácida Nesse caso, deve-se empregar somente
normal ou diminuída. análise histopatológica, pesquisa de antígeno
fecal ou teste respiratório.
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105
Esquema A: Erradicação de H. Pylori
106
Esquema C: Erradicação de H. Pylori Úlcera Duodenal
Intratável: Vagotomia de células parietais
I. Claritromicina (500 mg/comprimido) (superseletiva);
500 mg VO de 12/12 horas, por 14 dias.
+
II. Levofloxacino (500 mg/comprimido) Sangramento: Duodenotomia longitudinal,
500 mg VO de 24/24 horas, por 14 dias. tratamento do vaso sangrante
+ (normalmente artéria gastroduodenal) com
III. Inibidor de bomba de prótons. três pontos em "U", seguido de piloroplastia
e vagotomia troncular;
Opções de inibidor de bomba de
prótons (III): Perfuração: Fechamento com patch de
Omeprazol (20 mg/comprimido) 20 omento (técnica de Graham) com ou sem
mg VO de 12/12 horas, em jejum, por vagotomia de células parietais
14 dias; (superseletiva);
Lansoprazol (30 mg/comprimido) 30
mg VO de 12/12 horas, em jejum, por Obstrução: Descarte de hipótese de
14 dias; malignidade e vagotomia de células
Esomeprazol (40 mg/comprimido) parietais (superseletiva) com
20-40 mg VO de 12/12 horas, em
jejum, por 14 dias; gastrojejunostomia.
Rabeprazol (20 mg/comprimido) 20
mg VO de 12/12 horas, em jejum, por Nervo vago direito
Nervo vago esquerdo
14 dias. Linha de divisão para
vagotomia troncular
O Linha de divisão para
vagotomia seletiva
Ramo hepático
Indicações: do vago esquerdo
Ramo Celíaco de Nervo
vago direito anterior de
Hemorragia: instabilidade hemodinâmica ou Latarjet
107
Fundus
Fechamento de Antiperistáltico
camada única
Fechamento
perpendicular
Isoperistáltico
Duodeno
D Jejuno
C Billroth I Billroth II
Perfuração:
Tipo I - estável: Gastrectomia distal com
Billroth I;
Tipo I - instável: Biópsia e patch;
Tipo II ou III: Patch.
108
Fundus
O refluxo biliar pode ser mais comum após Vagotomia troncular + antrectomia
uma gastroenterostomia, a diarreia é mais
comum na piloroplastia, e o dumping é Características:
semelhante em ambas;
As indicações mais comuns para
Por ser um procedimento simples que pode antrectomia ou gastrectomia distal são
ser realizado rapidamente, a vagotomia úlcera gástrica e tumores gástricos
troncular com piloroplastia pode ser benignos grandes;
considerada para os pacientes que são
hemodinamicamente instáveis nas úlceras Contraindicações relativas incluem: cirrose,
hemorrágicas. cicatrizes extensas do duodeno proximal e
operações anteriores sobre o duodeno
Vagotomia superseletiva (de células proximal;
parietais)
É muito mais eficaz na redução da secreção
de ácido e recorrência do que em qualquer
Características: vagotomia troncular em combinação com
um procedimento de drenagem ou
Este processo divide apenas os nervos vagotomia altamente seletiva;
vagos que abastecem a porção produtora
de ácido do estômago (corpo e fundo), A taxa de recorrência é de 0-2%, e
preservando a inervação vagal do antro provavelmente representa o padrão-ouro
gástrico, não havendo necessidade de O em relação a taxas de recorrência. No
procedimento de rotina de drenagem; entanto, 20% dos casos apresentam
síndrome pós-vagotomia/gastrectomia;
A incidência de complicações pós-
operatórias é menor; Exige a reconstrução da continuidade
gastrintestinal por gastroduodenostomia
Em geral, os nervos de Latarjet são (Billroth I) ou por gastrojejunostomia
identificados anterior e posteriormente, e (procedimento Billroth II), preferencialmente
secciona-se a porção conhecida como “pata com anastomose retrocólica neste;
de corvo”;
Nas doenças benignas, a
O chamado nervo criminoso de Grassi gastroduodenostomia é geralmente
representa um ramo muito proximal do preferida porque evita o problema da
tronco posterior do vago. É responsável síndrome do antro retido, vazamento de
pela recorrência da doença ulcerosa se coto duodenal e obstrução de alça aferente
deixado intacto; associada à gastrojejunostomia;
Ângulo
de Treitz
Característica do sangramento
Cólon A característica das fezes não confirma a
descendente localização, mas indica o local provável do
sangramento.
110
Fundus
111
Fundus
continuação...
Angiografia
Pode ser utilizada em pacientes
hemodinamicamente instáveis, sem
condições de se submeterem à Ambulatorial
colonoscopia. Pacientes hemodinamicamente estáveis,
com sangramento autolimitado e escore
Requer sangramento ativo de 0,5-1 de Oakland < 9 devem ser encaminhados
mL/min para maior acurácia diagnóstica. para investigação ambulatorial com
proctologista.
A investigação deve começar pela artéria
mesentérica superior, sítio da maioria dos O escore de Oakland é uma ferramenta de
sangramentos. Permite a realização de triagem utilizada para avaliar pacientes com
O
embolização seletiva. suspeita de sangramento digestivo baixo
112
Fundus
continuação...
113
Fundus
Tratamento Farmacológico
Estabilização Hemodinâmica
Noradrenalina (1 mg/mL) 20 mL + SG
5% 80 mL (concentração: 200
microgramas/mL).
Administrar 0,05-0,1
micrograma/kg/minuto (0,015-0,030
mL/kg/hora) EV em BI (dose máxima:
0,5 micrograma/kg/minuto). Titular
pela resposta para manter PAM > 65
mmHg.
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115
Fundus
continuação...
Sensibilidade na FIE;
Doença diverticular sintomática Dor à palpação da FIE.
complicada
O Doença Diverticular Sintomática
Paciente com divertículos que apresentam
sintomas e demonstram sinais de Complicada
diverticulite e demais complicações;
Diverticulite aguda é a complicação mais
A progressão para diverticulite ocorre em comum, podendo se agravar com:
cerca de 1% dos pacientes com
diverticulose; Abscesso(s) intra-abdominal(is);
Flegmão;
Aproximadamente 12% dos pacientes com Fístulas;
diverticulite terão outra complicação, como Perfuração, peritonite purulenta ou fecal;
perfuração, fístula, abscesso. Obstrução intestinal (por aderências pós-
inflamatórias).
116
Fundus
Achados:
117
Fundus
118
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119
Fundus
Hemorroida
Reto
Interna
Hábitos alimentares;
120
Fundus
Inspeção anal:
Toque retal:
121
Fundus
Anuscopia: Indicações:
Idealmente realizada por coloproctologista Pacientes com mais de 45 anos que não
em consultório, por meio de aparelho realizaram exame do cólon nos últimos
(anuscópio ou retossigmoidoscópio) e fonte 10 anos;
de luz;
Pacientes com mais de 40 anos de idade
É rápida, barata e relativamente indolor. Não
ou 10 anos mais jovem que um familiar
requer preparo intestinal;
de primeiro grau com história de câncer
Avaliação do canal anal com identificação de
colorretal ou diagnóstico de adenoma
hemorroidas internas, fissuras anais, entre avançado antes dos 60 anos;
outras doenças.
Pacientes com mais de 40 anos de idade
ou 10 anos mais jovem que dois
familiares de primeiro grau com história
positiva para câncer colorretal ou
diagnóstico de adenoma avançado em
qualquer idade;
Clínico
O diagnóstico é essencialmente clínico, Conservador
mediante anamnese e exame físico. Modificações dietéticas e de comportamento:
Apesar de a doença hemorroidária ser a Dieta rica em fibras (20-30 g/dia): Reduz a
causa mais comum de sangramento anal persistência dos sintomas, sem melhorar
vermelho vivo, outras doenças podem prolapso, dor ou prurido;
causar esse sintoma, como: Câncer Aumento da ingesta hídrica: Cerca de 2 L ao
colorretal, doença inflamatória intestinal e dia;
outras colites, doença diverticular e Não utilizar papel higiênico, preferindo lavar
angiodisplasias do cólon. o local ou utilizar lenços umedecidos;
Evitar força excessiva para evacuar;
Colonoscopia Minimizar tempo sentado no vaso sanitário;
Atividade física regular.
Todo paciente que apresenta sangramento
retal deve sempre realizar avaliação
Banhos de assento (calor úmido):
completa do cólon;
Reduzem sintomas de dor e prurido,
Pacientes jovens com sangramento típico
provocam relaxamento muscular. Orientar o
que respondem ao tratamento e sem
paciente a sentar-se em bacia com água
história familiar de câncer de cólon não
morna, permanecendo por 10 a 15 minutos,
requerem investigação adicional;
2 ou 3 vezes/dia.
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122
Fundus
Ambulatorial
Figura D': Realização da Ligadura Elástica.
123
Fundus
Hemorroidectomia excisional
Apresenta bons resultados, baixas taxas de
recorrência e poucas complicações, porém
Figura E': Realização da Escleroterapia. está associada à dor pós-operatória
significativa;
Fotocoagulação infravermelha
Aplicação direta de laser infravermelho Técnicas mais utilizadas: fechada
diretamente no tecido hemorroidário (Ferguson - associada a menos dor e
interno, promovendo a necrose e a fibrose sangramento) e aberta (Milligan-Morgan);
do tecido;
Pode ser realizada com raquianestesia ou
Utilizada no tratamento das hemorroidas anestesia local e sedação;
internas graus 1 e 2;
Complicações: retenção urinária (comum),
Eficácia variável nos estudos: maior hemorragias, estenose anal, infecção (raro,
O menos de 1%), incontinência fecal (coxins
recorrência quando comparada à ligadura
elástica; hemorroidários contribuem entre 10-15% da
continência).
Complicações são raras, em geral menores
do que com a ligadura elástica.
Tratamento Cirúrgico
Indicações:
124
Fundus
Desarterialização hemorroidária
transanal (THD):
Utiliza aparelho de doppler para ligação do
influxo arterial às hemorroidas;
Maior custo.
Hemorroidopexia com
grampeador circular
O
Técnica que utiliza um grampeador circular
que extirpa um anel circunferencial de
hemorroidas internas acima da linha
pectínea;
125
Fundus
Pylorus
Antrum
continuação...
Reto
Abscesso
Interesfincteriano
Abscesso Abscesso
Acredita-se que o abscesso resulta da Isquiorretal Perianal
obstrução das criptas anais, em que drenam (subcutâneo)
127
Fundus
Pylorus
Antrum
Sinais sistêmicos de sepse podem estar Exames laboratoriais devem ser solicitados
presentes; em pacientes com sinais de sepse
(hemograma, função renal, marcadores
Em pacientes com abscessos profundos, inflamatórios).
interesfincterianos ou supraelevadores, é
possível que a região externa não tenha Exames de imagem são úteis nos casos de
sinais flogísticos. Nesses casos, deve-se suspeita de abscessos profundos -
considerar exame de imagem adicional. pacientes com dor perianal aguda em que o
exame físico não é esclarecedor.
O
Exames de imagem também podem avaliar
Quanto à localização extensão dos abscessos, presença de
trajetos fistulosos complexos, proctites etc.
Perianal;
Isquiorretal ou isquioanal;
Interesfincteriano; Indicações:
Supraelevador; Quando o diagnóstico de abscesso anorretal
Abscesso em ferradura - abscesso não está claro (abscessos ocultos/
bilateral, que ocorre pela conexão dos profundos);
espaços interesfincteriano, supraelevador
ou isquiorretal através do espaço pós- Abscessos recorrentes;
anal.
Abscessos complexos;
Incisão e Drenagem
O tratamento primário consiste em incisão e
drenagem do abscesso, em caráter de
urgência;
Abscesso
Objetivo: descompressão da cavidade do
Abscesso Interesfincteriano
Abscesso Perianal
abscesso, controlando o processo
Isquiorretal (subcutâneo) inflamatório/infeccioso;
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128
Fundus
Pylorus
Antrum
Abscesso Perianal
Uma incisão em cruz é feita sobre o ponto O
mais sensível ou flutuante do abscesso, o
Figura M': Incisão e Drenagem do Abscesso interesfincteriano.
mais próximo possível da borda anal, pois,
caso uma fístula anal se desenvolva, a
abertura externa estará próxima da borda
anal;
Indicada para imunossuprimidos, pacientes
com celulite ou sinais infecciosos
Todas as lojas devem ser drenadas
rompendo os septos pelo desbridamento. As sistêmicos
bordas da pele são geralmente retiradas
para evitar o fechamento precoce, o que Esquema A: Tratamento empírico com
poderia selar a cavidade prematuramente e monoterapia
levar à recorrência. Amoxicilina + clavulanato (500
mg/comprimido) 500 mg VO de 8/8 horas,
por 7-10 dias.
129
Fundus
Pylorus
Antrum
Plantago ovata (3,5 g/5 g) 1 sachê diluído Realizar banhos de assento com água morna
em 200 mL de água, 1-2 vezes ao dia. 2-3x/dia, por 10-15 minutos.
Cefoxitina 2 g EV.
Procedimento de Drenagem
Hemostasia.
Curativo.
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Fundus
Pylorus
Antrum
Anterior
132
Fundus
Pylorus
Antrum
USG Endoanal
Caracteriza o trajeto fistuloso e sua relação Objetivos do tratamento: Controlar a
com o complexo esfincteriano, é operador sepse, erradicar a fístula, preservar a função
dependente; esfincteriana anal e prevenir recorrência,
RM da Pelve Fistulotomia
Precisa para avaliação do trajeto fistuloso e Abertura do trajeto da fistula, utilizado em
complicações associadas, sensibilidade fístulas simples, baixas, com pouco
similar ao USG endoanal (87%), porém com comprometimento do complexo
maior especificidade (69% vs 43%); esfincteriano (pelo risco de incontinência);
TC da Pelve
Sensibilidade inferior à RM para fístulas
anorretais;
Fistulografia
Identificação do trajeto fistuloso com o estilete.
Pouco utilizado na prática, consiste na
injeção de contraste no trajeto fistuloso sob
fluoroscopia, limitada por sua incapacidade
de definir a extensão do envolvimento do O
esfíncter anal;
Manometria Anal
Abertura externa, abertura interna e trajeto sendo curetado
Útil para avaliar a função esfincteriana, Figura N': Fistulotomia.
principalmente em pacientes com
comprometimento da continência antes da Fistulectomia
cirurgia.
Envolve a remoção completa da fístula,
geralmente indicada para fístulas simples.
133
Fundus
Pylorus
Antrum
CLÍNICA CIRÚRGICA
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