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A Música Como Apoio No Processo de Aprendizagem

O artigo analisa a importância da música no desenvolvimento da educação infantil, destacando sua presença em documentos oficiais e sua influência no processo de ensino-aprendizagem. A música é apresentada como uma forma de linguagem que contribui para o desenvolvimento cognitivo, afetivo e social das crianças, além de ser uma ferramenta pedagógica valiosa. O estudo enfatiza a necessidade de integrar práticas musicais de forma mais consciente e significativa nas atividades educativas.
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A Música Como Apoio No Processo de Aprendizagem

O artigo analisa a importância da música no desenvolvimento da educação infantil, destacando sua presença em documentos oficiais e sua influência no processo de ensino-aprendizagem. A música é apresentada como uma forma de linguagem que contribui para o desenvolvimento cognitivo, afetivo e social das crianças, além de ser uma ferramenta pedagógica valiosa. O estudo enfatiza a necessidade de integrar práticas musicais de forma mais consciente e significativa nas atividades educativas.
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Ministério da Educação

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ


Campus Medianeira
Curso de Especialização em Educação: Métodos e Técnicas de Ensino
– EaD - UAB

A MÚSICA COMO APOIO NO PROCESSO

DE ENSINO E APRENDIZAGEM

Fabiana Renata Avanço – UTFPR – [email protected]


[email protected]

Profª Floida M. R. C. Batista – [email protected]


[email protected]

RESUMO
Na educação escolar, a música está inserida nas leis e nos documentos oficiais, entre os quais:
a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDBEN (Lei nº 9.394, de 1996) e o
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998), documentos estes que
oferecem diretrizes para o atendimento e desenvolvimento integral da criança. Este artigo
analisa a presença e a forma de utilização da música em práticas educativas da Educação
Infantil, comparando realidade com as suas possibilidades de utilização, preconizadas p por
estudiosos do tema. Por meio de reflexões e questionamentos sobre as ações desenvolvidas
nesse contexto educativo, pretende
pretende-se
se abordar as diversas possibilidades da música para a
construção do conhecimento, fundamentadas por teóricos que a apontam como necessária
para a criança e o processo de ensino e de aprendizagem.

Palavras chave: música; ensino


ensino-aprendizagem; práticas educativas.

INTRODUÇÃO

O objetivo deste trabalho trata de questões que relacionam a música


ao desenvolvimento da criança. O conceito de desenvolvimento é entendido de
forma ampla, abarcando não apenas o aspecto cognitivo, mas também os
aspectos afetivo e social da criança são apresentados reflexões a respeito do
papel da música na educação infantil, desta forma, é o de compreender
compreen que a
música influencia no comportamento humano e que ajuda no desenvolvimento
psicomotor do ser humano.
Nas crianças, a música também exerce grande influência em seu
desenvolvimento e funcionamento cerebral, sendo entendida pelo cérebro
como uma forma de linguagem. Assim, à semelhança da linguagem falada, a
música envolve diferentes entonações, ritmos, andamentos e contornos
melódicos. É considerada uma arte que se utiliza da linguagem para a
comunicação e expressão (CUERVO, 2011,
201 p. 96).
É possível considerar que o processo de ensino-aprendizagem, por meio
da música, nas séries iniciais da escola pesquisada é ainda mínimo, sem muita
clareza e com certo grau de timidez e falta de consciência do seu valor e
abrangência.

A partir disso, compreenderam-se aspectos relacionados à dominância


cerebral na função dos hemisférios cerebrais. O hemisfério esquerdo contém
as habilidades verbais, enquanto os nãos verbais dependem do hemisfério
cerebral direito (SCHMIDEK, 2005). A influência da música no comportamento
humano neurociência mostra que o cérebro de um praticante de música em
longo prazo, como em músicos profissionais, funciona de uma forma diferente
do cérebro de um não músico. O primeiro apresenta maior capacidade de
aprendizado, atenção, concentração, controle emocional e normalmente são
indivíduos bem humorados. No desenvolvimento de suas atividades, como
executar uma peça musical, eles usam os dois lados do cérebro ao mesmo
tempo devido o desenvolvido das habilidades musicais localizadas em ambos
os hemisférios indicando mudanças positivamente mensuráveis (TRAVIS,
2011; AAMODT e WANG, 2013).

A metodologia utilizada é uma pesquisa bibliográfica realizada em livros,


revistas, paginas de internet, entre outros. Procedeu-se ao levantamento de
material, uma classificação dos itens relevantes, o planejamento e por ultimo a
elaboração do artigo.

2 APRENDENDO COM A MÚSICA

A música acompanha o desenvolvimento da humanidade, tendo em


conta que antes do descobrimento do fogo, o ser humano já se comunicava por
meio de sinais e sons rítmicos. Bréscia (2003), afirma que: “A música está
presente em quase todas as manifestações sociais e pessoais do indivíduo
desde os tempos mais antigos”. Soares (2008, p. 209) diz que a “utilização da
música como recurso didático foi uma constante (...) considerávamos inovadora
a análise de letras de música, e satisfatória a utilização do método ‘ouvir e
interpretar”.
Gardner (1996) admite que a inteligência musical esteja relacionada à
capacidade de organizar sons de maneira criativa e da discriminação dos
elementos constituintes da música. Conforme Wilhems apud Gainza (1988):

Cada um dos aspectos ou elementos da música corresponde a


um aspecto humano específico que mobiliza com exclusividade
ou mais intensamente, o ritmo musical induz ao movimento
corporal. A melodia estimula a afetividade, a ordem ou a
estrutura musical (na harmonia ou na forma musical) contribui
ativamente para a afirmação, ou para a restauração da ordem
mental do homem (WILHEMS apud GAINZA ,1988, p.36).

Faria (2001) afirma que, para a aprendizagem da música, é muito


importante, o aluno conviver com ela desde muito pequeno. A música quando
bem trabalhada desenvolve o raciocínio, criatividade e outros dons e aptidões,
por isso, deve-se aproveitar esta tão rica atividade educacional dentro das
salas de aula.
Antigamente, a música era considerada como fundamental para a
formação dos futuros cidadãos, ao lado da Matemática e Filosofia. A música no
contexto da educação vem ao longo de sua história, atendendo a vários
propósitos, como formação de hábitos, atitudes e comportamentos: lavar as
mãos antes do lanche, escovar os dentes, a memorização de conteúdos,
números, letras etc., traduzidos em canções.
Ainda segundo o mesmo autor, a música tem sido através da história,
uma das mais belas e criativas formas de expressão do homem. As cantigas de
rodas, os folguedos populares infantis e outras músicas do folclore regional têm
exercido uma função muito importante nas relações socioculturais, no
desenvolvimento psicológico e corporal das crianças do mundo inteiro. A
música pode, também, contribuir com a aprendizagem, favorecendo o
desenvolvimento cognitivo/ linguístico, psicomotor e sócio afetivo da criança,
pois estão todos correlacionados; áreas indissociáveis formam um único ser
providas de necessidades, sejam sociais ou afetivas. Como afirma Vigotsky
(1998, p. 76): “A separação dos aspectos intelectuais dos afetivos é um dos
defeitos da psicologia tradicional”.
Segundo Bréscia (2003), a música é uma linguagem universal, tendo
participado da história da humanidade desde as primeiras civilizações.
Conforme dados antropológicos, as primeiras músicas seriam usadas em
rituais, como: nascimento, casamento, morte, recuperação de doenças e
fertilidade. Com o desenvolvimento das sociedades, a música também passou
a ser utilizada em louvor a líderes, como a executada nas procissões reais do
antigo Egito e na Suméria.
Na Grécia Clássica o ensino da música era obrigatório, e há indícios de
que já havia orquestras naquela época. Pitágoras de Samos, filósofo grego da
Antiguidade, ensinava como determinados acordes musicais e certas melodias
criavam reações definidas no organismo humano. “Pitágoras demonstrou que a
sequência correta de sons, se tocada musicalmente num instrumento, pode
mudar padrões de comportamento e acelerar o processo de cura” (BRÉSCIA,
2003, p. 31).
A música é considerada ciência e arte, na medida em que as relações
entre os elementos musicais são relações matemáticas e físicas; a arte
manifesta-se pela escolha dos arranjos e combinações. Houaiss apud Bréscia
(2003, p. 25) conceitua a música como “[...] combinação harmoniosa e
expressiva de sons e como a arte de se exprimir por meio de sons, seguindo
regras variáveis conforme a época, a civilização etc.”.
Para Gainza (1988, p.22) ressalta que: “A música e o som, enquanto
energia estimula o movimento interno e externo no homem; impulsionam-no ‘a
ação e promovem nele uma multiplicidade de condutas de diferentes qualidade
e grau”.
Música é uma palavra de origem grega - vem de musiké téchne, a arte
das musas - e se constitui, basicamente, de uma sucessão de sons,
entremeados por curtos períodos de silêncio, organizada ao longo de um
determinado tempo. Assim, é uma combinação de elementos sonoros que são
percebidos pela audição. Isso inclui variações nas características do som, tais
como duração, altura, intensidade e timbre, que podem ocorrer em diferentes
ritmos, melodias ou harmonias.
A música é um dos principais elementos da nossa cultura. Há indícios de
que desde a pré-história já se produzia música, provavelmente como
consequência da observação dos sons da natureza. É de cerca do ano de
60.000 a.C. o vestígio de uma flauta de osso e de 3.000 a.C. a presença de
liras e harpas na Mesopotâmia.
No panteão grego, por exemplo, Apolo é a divindade que rege as artes.
Por isso vemos várias representações suas, nas quais ele porta uma lira. Vale
lembrar que na Grécia Antiga apenas a música e a poesia eram consideradas
manifestações artísticas da maneira como as compreendemos atualmente.
Segundo Bréscia (2003), a música é uma linguagem universal, tendo
participado da história da humanidade desde as primeiras civilizações.
Conforme dados antropológicos, as primeiras músicas seriam usadas em
rituais, como: nascimento, casamento, morte, recuperação de doenças e
fertilidade. Com o desenvolvimento das sociedades, a música também passou
a ser utilizada em louvor a líderes. Dessa forma, percebe-se que a música
sempre esteve nos momentos importantes da sociedade, seja nos momentos
afetivos, como nos sociais, gerando um importante elo afetivo-social
imprescindível à psicogênese humana.

2.1 O papel da música na educação

As ações que fomentam as práticas musicais na Educação Infantil entre


as quais: o Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional - LDBEN (Lei nº 9.394, de 1996) e o Referencial
Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998), documentos estes que
oferecem diretrizes para o atendimento e desenvolvimento integral da criança.

A música está presente na vida e na cultura dos povos, proporciona


transformações, determina condutas e construí conceitos, servindo como forma
de expressão da sensibilidade, da criatividade, dos valores éticos e estéticos.

Para Nogueira (2003) a música é entendida como experiência que:


“[...] acompanha os seres humanos em praticamente todos os
momentos de sua trajetória neste planeta. E, particularmente
nos tempos atuais, deve ser vista como umas das mais
importantes formas de comunicação [...]. A experiência musical
não pode ser ignorada, mas sim compreendida, analisada e
transformadas criticamente” (NOGUEIRA, 2003, p.01).
Nogueira (2003) diz que a música deve ser vista além de uma “arma”
pedagógica, também como uma das mais importantes formas de comunicação
do nosso tempo.

A música é uma forma de expressão que permite ao ser humano


manifestar suas alegrias e tristezas, suas dúvidas e sentimentos, suas ideias e
sensações. Ela pode ser encontrada no suave compasso das batidas do
coração materno, nos sons que emanam da natureza ou, ainda, no movimento
acelerado dos carros nas ruas. É, ademais, uma arte que permite ao educando
construir conhecimentos e desenvolver seu potencial criativo e crítico na
interação que estabelece com o mundo, o que justifica sua utilização no
cotidiano das escolas.

Souza (2000), explica que:

Ao incluir objetivos, justificativas, experiências e condições de


ensino-aprendizagem resultantes de uma reflexão profunda,
num diálogo permanente coma realidade sociocultural, os
relatos apontam elementos importantes relacionados às
praticas pedagógicas de sala de aula, como, por exemplo, a
sua transformação numa ação pedagógica significativa.
(SOUZA, 2000, p.164).

Para Souza (2000) o que precisa ser esclarecido, nesses casos, não é a
música ou o que se canta, mas a forma de repetir as canções de forma
mecânica não explicando seus significados aos alunos, ou pior, forçando-os a
somente cantar, tirando deles a oportunidade de se expressar e de participar
do processo ativamente, não só reproduzindo o que é pedido. Ensinar música
tem relação com a percepção e sensibilidade do professor em perceber como
esta pode ajudar em sua aula, considerando o que as crianças querem
trabalhar relacionado ao que o professor planejou. Ele pode propor atividades e
coordená-las, mas é preciso que as crianças participem também, escolham
músicas ou atividades musicais.
O significado da música na educação como nos momentos de chegada,
hora do lanche, nas comemorações escolares como danças, nas recreações e
festividades em geral. E não é diferente na vida das crianças em suas relações
com o mundo, e vai além, ela possibilita a interação com o mundo adulto dos
pais, avós e outras fontes como: televisão e rádio, que rodeiam o dia a dia das
crianças, que vem formar um repertório inicial no seu universo sonoro.
Brincando fazem demonstrações espontâneas, quando em família ou por
intervenção do professor na escola, possibilitando a familiarização da criança
com a música.
“O ambiente sonoro, assim como presença da música em
diferentes e variadas situações do cotidiano fazem com que os
bebês, e crianças iniciem seu processo de musicalização de
forma intuitiva. Adultos cantam melodias curtas, cantigas de
ninar, fazem brincadeiras cantadas, com rimas parlendas,
reconhecendo o fascínio que tais jogos exercem”. (BRASIL,
1998. p.51)

Ao trabalhar a música na escola, não podemos deixar de considerar os


conhecimentos prévios da criança sobre a música e o professor deve tomar
isso como ponto de partida, incentivando a criança a mostrar o que ela já
entende ou conhece sobre esse assunto, deve ter uma postura de aceitação
em relação à cultura que a criança traz.
O papel da música na Educação Infantil é investigar o conjunto de leis e
documentos oficiais, na dimensão relativa à educação, tais como a
Constituição de 1988; o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, 1990); a
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96 (LDBEN); o
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI, 1998) além
de normatizações, em nível estadual e municipal.

Segundo o Referencial Curricular para a Educação Infantil:

Um expoente a ser analisado dentro da linguagem musical é a


falta de ações pedagógicas que atendam as reais
necessidades do educando. Apesar de fazer parte do
planejamento e ser considerada como fundamental na cultura
da infância, a música tem atendido a propósitos alheios às
suas reais especificações. Ela é tratada como um algo que já
vem pronto, servindo como objeto de reprodução e formação
de hábitos na rotina escolar, o que acaba por deixá-la em
defasagem junto às demais áreas de conhecimento, quando
poderia atender a um propósito interdisciplinar (BRASIL, 1998,
p. 47).
O Projeto Político Pedagógico de uma das escolas onde foram feitas as
observações de estágio, apresenta todas as áreas a serem desenvolvidas na
criança na Educação Infantil, mas em nenhum momento enfoca que a música é
um dos caminhos para alcançar tal objetivo. A música aparece, de forma
genérica na parte que trabalha a educação em artes.
Segundo Brito (1998):

O termo musicalização infantil adquire uma conotação


específica, caracterizando o processo de educação musical por
meio de um conjunto de atividades lúdicas, em que as noções
básicas de ritmo, melodia, compasso, métrica, som, tonalidade,
leitura e escrita musicais são apresentadas à criança por meio
de canções, jogos, pequenas danças, exercícios de
movimento, relaxamento e prática em pequenos conjuntos
instrumentais (BRITO, 1998, p. 45).

Ensinar música, a partir dessa óptica, significa ensinar a reproduzir e a


interpretar músicas, desconsiderando as possibilidades de experimentar,
improvisar, inventar como ferramenta pedagógica de fundamental importância
no processo de construção do conhecimento musical (BRITO, 2003, p. 52).

2.2 Inserindo a música no ensino-aprendizagem

Para que a música influencie positivamente nas crianças em todos os


níveis, é importante considerar alguns aspectos como, por exemplo, o tipo de
música, a melodia, entre outros, temos por sons agudos, graves, em fim uma
variedade, as quais devemos conhecer e dessa forma inserir para os diversos
níveis.
O primeiro passo para que a criança aprenda a escutar bem
consiste em permitir que ela faça experiências sonoras com as
qualidades do som como o timbre (qualidade do som que
permite reconhecer sua origem), a altura (propriedade que
permite o som ser mais grave ou mais agudo) e a intensidade
(associada àquilo que nós comumente chamamos de volume).
(DUCORNEAU, 1984), p. 79).

Considerando que as crianças tem o dom da assimilar com facilidade


A criança não é um ser estático, ela interage o tempo todo com
o meio e a música, tem esse caráter de provocar interação,
pois, ela traz em si ideologias, emoções, histórias, que muitas
vezes se identificam com as de quem ouvem (GONÇALVES et
al.,2009, p.2)

Delalande (1979) coloca que a noção de ritmo também é muito


importante e para isso usamos alguns instrumentos musicais, que podem ser
adquiridos (comprados) e também construídos, como chocalhos, ocarinas
(instrumento de sopro que emite sons graves e agudos), apitos e pandeiros, o
que vai desenvolver na criança sua noção rítmica, alguns vão ter essa noção
naturalmente, outros, vão desenvolvê-la com essas atividades.
Para este auto a música pode ser iniciada utilizando os sons corporais
da criança, ela pode bater em sua barriga, seus braços, pernas, encher suas
bochechas com ar e bater em sua boca etc. Todas essas ações emitem sons
graves (som mais grosso) e agudos (mais fino). Esses sons podem ser
trabalhados em jogos ou até com os sons que emitimos ao pronunciarmos as
letras do alfabeto, como, por exemplo, se uma letra tem o som mais grave ou o
som mais agudo, e comparar com o som que foi emitido por determinada
região do corpo, fazendo ligação direta daquela atividade com os sons e o
aprendizado das letras do alfabeto.
Isto é, a diferença entre um som forte e um som fraco, depois disso,
estará em posição de escuta.

O conceito da música varia de cultura para cultura. Embora a


linguagem verbal seja um meio de comunicação e de
relacionamento entre os povos, constatamos que ela não é
universal, pois cada povo tem sua própria maneira de
expressão através da palavra, motivo pelo qual há milhares de
línguas espalhadas pelo globo terrestre (JEANDOT,1997,p.12).

A música é uma importante ferramenta pedagógica para auxiliar as


crianças em seu desenvolvimento, a inserção da música na educação desde a
educação infantil está relacionada à cultura, porque em países desenvolvidos,
isto é, países que chamamos de primeiro mundo, a música erudita faz parte do
cotidiano de toda família em suas várias classes sócias, já que nas escolas a
transmissão de conhecimento sobre a cultura musical é realizada no primeiro
contato entre a escola e o aluno. Mesmo que nos primeiros anos de vida não
seja cobrado a cultura musical, a música é traz qualidade organizacional para o
cérebro.
A música e a linguagem são ferramentas de estudo que
exploram funções cerebrais. Enquanto a voz falada envolve
entonação, ritmo, andamento e um contorno melódico, a
música utiliza-se da linguagem de símbolos para comunicação
e expressão. No entanto, ambas dependem de esquemas
sensoriais responsáveis pela percepção e processamento
auditivo e visual para que haja uma organização temporal e
motora necessárias para a fala e execução musical (MUSZKAT
et al, 2000).

O cérebro processa a música de forma distribuída uma vez que existem


muitas áreas auditivas no córtex cerebral as quais são de difícil delimitação.
Sabe-se que a percepção musical envolve as áreas primárias, secundárias e
terciárias do sistema auditivo, além das áreas de associação auditivas nos
lobos temporais e da Área de Wernicke. Esta, por sua vez, está ligada à
percepção da linguagem e do processamento da maioria das funções
intelectuais do cérebro. As áreas primárias recebem sinais do ouvido interno
através do tálamo e estão envolvidas nos primeiros estágios da percepção
musical tais como frequência de um tom, contornos melódicos e volume. Áreas
secundárias processam padrões mais complexos de harmonia, melodia e ritmo.
As terciárias permitem uma percepção geral da música (GUIDA, et. al., 2007).

Ao chegarem aos ouvidos, os sons são convertidos em


impulsos que percorrem os nervos auditivos até o tálamo,
região do cérebro considerada central para as emoções,
sensações e sentimentos. Os impulsos cerebrais provocados
pela música afetam todo o corpo e podem ser detectados por
técnicas de escaneamento cerebral ou neuroimagem
(GASPARINI, 2003).

A formação musical específica dos professores da educação é muito


rara, essa cultura adquirida com a vivência possibilita a utilização da música
em sua ação pedagógica. Os cursos de formação de professores, em geral não
contemplam a música em nenhuma das suas disciplinas. A música pode ser
usada na sala de aula, possibilitando uma interação entre os alunos.
2.3 Contextos da música

A música além de promover a socialização, oferece grande apoio em


todo processo de aprendizagem por favorecer a ludicidade, a memória e a
criatividade. Considerando que desde que um feto se origina a mãe passa a
acariciar a barriga, sentir os movimentos do bebe nela e isso fica perceptível
quando ela canta alguma melodia suave que faz com que o feto mesmo na
barriga da mãe, perceba o tom de voz, considerando que o liquido existe na
bolsa faz com que os sons se amplifiquem com mais intensidade. Após o
nascimento a mãe e todos que se encontram perto do bebe continuam
cantando músicas de ninar e assim o bebe vai crescendo e na fase que emite
sons a utilizam de forma espontânea, cantam e criam músicas.
Já na idade escolar, tem contato com a música através de jogos
musicais, que são realizados na educação infantil para trabalhar os sons. Aqui
podemos citar o pesquisador, compositor e educador francês François
Delalande (1979) quem afirma que se relacionam as atividades lúdicas infantis
proposta por Jean Piaget e propõe três dimensões para a música: 1) jogo
sensório-motor, ligado à exploração de sons e gestos. Jean Piaget diz que o
estágio pré-verbal se configura aproximadamente nos primeiros 18 meses da
criança. Nesta fase Delalande (1979) entende que é construída a noção
temporal como sucessão, aqui as crianças ouvem, percebem o som,
manuseiam instrumentos musicais; 2) jogo simbólico, ligado ao valor
expressivo da linguagem musical. Nesta fase o jogo acompanha a construção
do pensamento representativo; 3) jogo com regras proposto por Piaget está
relacionado com a estruturação da linguagem musical.
Na fase adulta cada indivíduo possui um gosto por um tipo de música,
para alguns a música clássica é um deleite aos ouvidos, já para outros o som
de uma guitarra elétrica é o máximo, enquanto outros se deleitam com um
samba, o quem sabe um pagode, Caetano Veloso, ou um funk, isto é, os
gostos musicais são variados e devem ser respeitados.
A música além de provocar diferentes sensações, também desenvolve
capacidades que serão importantes durante o crescimento infantil contribuindo
para seu desenvolvimento neurológico, afetivo e motor. A criança deve ser
estimulada com experiências musicais a fim de que perceba diferenças entre
os estilos, letras, velocidade e ritmos melhorando a atenção, memorização e
discriminação auditiva. Nesta etapa da vida em que as crianças estão mais
receptivas, onde as aprendizagens ocorrem, além do desenvolvimento
neurológico.
A música nesse processo é um dos estímulos mais potentes
para ativar os circuitos do cérebro de forma que, quanto mais
cedo à criança entrar em contato com o mundo da música,
maior será o conhecimento armazenado na memória sonoro
devido assimilação de vários códigos sonoros que a música
pode oferecer. Tal fato favorece o desenvolvimento de
habilidades cognitivas, linguísticas e motoras, participando do
processo de desenvolvimento da sua personalidade, do
amadurecimento do caráter e das atitudes comportamentais
(MELO, et al., 2009, p. 78).

A família pode desempenhar o papel de agente principal de integração


do indivíduo à iniciação musical despertando o interesse da criança pelo gosto
de repertórios musicais, incentivando desde a sua concepção, motivando-a a
vários gêneros musicais especialmente aqueles que mexam com o
desenvolvimento da psique e desta forma despertar o interesse pela cultura
musical, corroborando esta hipótese, o autor Fucci-Amato (2008) analisou e
relataram biografias e depoimentos de alguns músicos, de fato a família tem
grande importância na formação cultural do indivíduo.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao realizar a pesquisa levantaram-se aspectos favoráveis que o ensino


de música pode proporcionar às crianças da educação infantil, assim como
verificar a importância do seu aprendizado e sua contribuição na socialização
das crianças e perceber as formas de interação desta com os demais eixos de
trabalho. Apontar a maneira que a música pode ser trabalhada nas salas de
aula da educação infantil e entender o significado da música enquanto
ferramenta pedagógica também foi destacada neste estudo. Corroborou-se que
a música deve ser trabalhada com brincadeiras e canções, aqui compreendidas
como atividade de canto liderado pelo educador e acompanhadas pelas
crianças de forma criativa.
Destaca-se que é preciso debater a formação do professor em relação
ao uso da música na educação infantil e o caminho deve ser uma formação no
período da graduação talvez seja importante, porém sem compartimentar essa
formação, com base no dia a dia com a música na sala de aula, com as
atividades desenvolvidas pelos professores no cotidiano da educação infantil e
das experiências pessoais com a música, que nascerá uma prática pedagógica
que contemple a música como elemento importante que venha a colaborar com
o trabalho e o desenvolvimento da criança.
A música aliada ao ensino é entendida por muitos autores pesquisados
como importante ferramenta pedagógica. O ensino de música aqui discutido
não é o de formação de instrumentistas, concertistas e nem dominar
instrumentos ou cantar almejando uma carreira profissional como músico. O
aluno pode sim no futuro almejar uma dessa carreira, mas o ato do professor
cantar, trabalhar a música ou tocar algum instrumento, deve ter como objetivo o
desenvolvimento da criança, aliando a música a elementos pertinentes do
currículo da educação infantil.
Conclui-se que esta pesquisa pode contribuir para que seja repensado o
papel da música na educação infantil, não só criticando os professores, mas
revendo sua formação, os recursos que eles têm a sua disposição, e tentando
resinificar a música na educação infantil, mostrando que é possível uma prática
consistente com a música na educação infantil. Acredita-se ser importante que
as professoras tenham essa consciência, mas ainda são necessárias politicas
que envolvam a formação dos professores para atuação com música e
melhores recursos para seu trabalho em comum entre alunos, professores e
comunidade.

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