Universidade Federal de Uberlândia
Faculdade de Odontologia Área de Saúde
Coletiva e Odontologia Legal
Resolução do Caso
Nome Completo: Beatriz de Oliveira Sousa
Comunidade/Professor: SC1 - A2 – Foras da Arcada / Alex Herval
Bases de dados (Scielo, Pubmed, Lilacs, Google Acadêmico): Pubmed
Referência do artigo escolhido para compartilhar (Norma ABNT):
Silva, Lucas Dornelas da. Índice CPOD: Uma revisão crítica da epidemiologia da cárie dentária no Brasil e no
mundo. International Integralize Scientific. v 5, n 46, Abril,2025
Título e resumo do artigo selecionado para compartilhar (Idêntico ao do autor):
ÍNDICE CPOD: UMA REVISÃO CRÍTICA DA EPIDEMIOLOGIA DA CÁRIE DENTARIA NO BRASIL ENO MUNDO
Este artigo de revisão de literatura tem como objetivo analisar criticamente a evolução do índice CPOD (Dentes
Cariados, Perdidos e Obturados) no cenário nacional e internacional, considerando as tendências temporais, os
determinantes sociais, as políticas públicas e os desafios contemporâneos para o controle da cárie dentária. A
partir de uma busca sistemática em bases científicas atualizadas como PubMed, Scopus, SciELO e LILACS, foram
selecionados estudos entre 2010 e 2024. Os resultados revelam uma expressiva redução do CPOD em países
desenvolvidos, enquanto persistem desigualdades marcantes em países em desenvolvimento. No Brasil, apesar
dos avanços promovidos pelo SUS e pela Estratégia de Saúde da Família, a prevalência da cárie dentária ainda
reflete desigualdades regionais, étnicas e socioeconômicas.
Resposta aos Objetivos de Aprendizagem
1. Definir o que é um levantamento epidemiológico e apresentar a metodologia para sua
realização.
Um levantamento epidemiológico é um processo sistemático de coleta e análise de dados de saúde com
o objetivo de compreender o perfil de uma determinada doença em uma população. No caso da cárie
dentária, isso inclui a definição do grupo a ser estudado, a aplicação de índices específicos como o ceod
para dentição decídua e o CPOD para dentição permanente, e a realização de exames clínicos
padronizados. Esses dados permitem identificar a prevalência da doença, suas principais causas e os
grupos mais vulneráveis, subsidiando ações estratégicas de prevenção e controle.
2. Estabelecer a importância de realizar um diagnóstico situacional.
O diagnóstico situacional é essencial para entender o contexto social, econômico e de saúde dos
indivíduos envolvidos. Ele permite avaliar as condições de vida e os fatores que influenciam o
desenvolvimento da cárie dentária, como alimentação, higiene bucal e acesso ao serviço odontológico.
Ao realizar essa análise no ambiente escolar, os profissionais podem adaptar as ações às reais
necessidades da comunidade, tornando as intervenções mais eficazes e contextualizadas.
3. Conceitue cárie dentária.
A cárie é uma doença infecciosa e multifatorial, causada pela interação de microrganismos da placa
bacteriana com carboidratos fermentáveis da dieta, especialmente o açúcar. Esses ácidos produzem a
desmineralização do esmalte dentário, levando à sua destruição progressiva. Além de fatores biológicos,
a cárie também está relacionada a determinantes sociais, como hábitos alimentares, práticas de higiene,
nível de escolaridade dos responsáveis e políticas públicas de prevenção.
4. Indicar e explicar os índices que são utilizados para fazer levantamento epidemiológico de
cárie dentária.
Os principais índices utilizados para mensurar a cárie dentária são o ceod e o CPOD. O índice ceod
avalia dentes decíduos, contabilizando dentes cariados, extraídos por cárie e obturados. Já o CPOD é
voltado para dentes permanentes e segue a mesma lógica. Ambos são reconhecidos internacionalmente
pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e permitem comparações entre diferentes populações, além
de monitorar o impacto de políticas públicas ao longo do tempo.
5. Identificar os determinantes sociais para o desenvolvimento de cárie dentária.
A cárie dentária está diretamente relacionada a diversos fatores sociais, que influenciam tanto o
comportamento quanto o acesso aos serviços de saúde. Um dos aspectos mais críticos destacados no
artigo é o impacto das condições econômicas sobre a alimentação. Famílias de baixa renda muitas
vezes enfrentam dificuldades para adquirir alimentos saudáveis e acabam optando por produtos
industrializados, altamente processados e ricos em açúcares — que são mais baratos e mais acessíveis,
mas também mais cariogênicos. Esse padrão alimentar aumenta significativamente o risco de cárie,
principalmente entre crianças. Além disso, essas populações geralmente têm menor acesso à
informação qualificada sobre saúde bucal, enfrentam obstáculos para obter atendimento odontológico e
podem estar inseridas em comunidades sem políticas públicas efetivas de prevenção, como a
fluoretação da água e ações educativas regulares. Todos esses fatores interagem e perpetuam um
cenário de maior vulnerabilidade à doença.
6. Apresentar quais são as ações preventivas e educativas referentes à cárie dentária.
A cárie dentária pode ser significativamente reduzida por meio de ações integradas de prevenção e
educação em saúde bucal, especialmente em ambientes escolares. O artigo destaca que a escovação
supervisionada com uso de creme dental fluoretado é uma das estratégias mais eficazes, pois atua
diretamente na remoção da placa bacteriana e fortalece o esmalte dos dentes. A fluoretação da água de
abastecimento público, quando presente, amplia essa proteção de forma coletiva e equitativa. No campo
da educação, o envolvimento ativo de professores, pais e alunos é essencial. O artigo recomenda
atividades educativas lúdicas adaptadas à faixa etária das crianças, como teatros, jogos e vídeos
explicativos, bem como oficinas de orientação para pais sobre alimentação saudável e hábitos de higiene
bucal. Outro ponto importante é a formação de agentes multiplicadores, capacitando a equipe escolar
para identificar sinais precoces da cárie e incentivar práticas saudáveis no cotidiano da escola. Essas
medidas, quando aplicadas de forma sistemática e contínua, têm potencial de mudar o cenário
epidemiológico da cárie infantil e promover saúde bucal sustentável.
7. Elencar e comparar os índices nacionais e estaduais (MG) de cárie dentária em crianças de 3 a 6
anos
O índice ceod médio nacional para crianças de 5 anos, segundo o SB Brasil 2020, é de 1,55. Em Minas Gerais, varia
de acordo com o município, mas estudos apontam médias próximas a 1,8 a 2,2, com oscilações em áreas com
menor acesso à atenção básica.
Você indicou um índice estadual entre 2,0 e 2,4, o que pode ser verdadeiro em contextos específicos, mas talvez
seja bom sinalizar que são estimativas complementares ou estudos locais, para diferenciar dos dados do SB Brasil.
Proposta de Desfecho/Resolução do Caso:
Durante as atividades do estágio em Saúde Coletiva, nós, alunos da Turma 101 de Odontologia da Universidade
Federal de Uberlândia (UFU), fomos calorosamente recebidos pela equipe da EMEI Sementinha. A diretora
compartilhou sua preocupação: muitas crianças apresentavam sinais de cárie dentária acima do esperado para a
faixa etária. Sensibilizados por essa demanda, organizamos um levantamento epidemiológico rigoroso com base
nos protocolos da OMS e nas reflexões do artigo International Integralize Scientific.
Utilizamos o índice ceod, que avalia dentes decíduos cariados, perdidos ou obturados em crianças de 3 a 6 anos.
Antes dos exames clínicos, realizamos um diagnóstico situacional para compreender o contexto social da
comunidade escolar — identificamos baixa escolaridade dos responsáveis, dificuldade de acesso aos serviços
odontológicos, ausência de ações preventivas contínuas e um padrão alimentar cariogênico, com alto consumo de
produtos industrializados ricos em açúcar.
Os dados coletados durante os exames revelaram um índice ceod médio superior a 2,8, bem acima da média
nacional (1,55 para crianças de 5 anos segundo SB Brasil 2020) e também acima das estimativas estaduais para
Minas Gerais (entre 1,8 e 2,2). O artigo consultado destaca que esses números estão diretamente ligados a
desigualdades sociais, ausência de políticas públicas eficazes e barreiras no acesso à saúde bucal.
Frente a esse cenário, elaboramos um plano de intervenção baseado em evidências científicas: implantamos a
escovação supervisionada com creme dental fluoretado, capacitamos a equipe escolar, promovemos atividades
educativas adaptadas às crianças e oficinas para os pais sobre alimentação saudável e higiene bucal. Também
fortalecemos o vínculo com a rede pública, articulando encaminhamentos para a Unidade Básica de Saúde e
sugerimos que as ações se tornem parte de um projeto de extensão da UFU, garantindo continuidade e impacto
duradouro na comunidade.
