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Apostila Meteorologia Basica Capitulo 3 Relacoes Astronomicas

O capítulo aborda as relações astronômicas entre a Terra e o Sol, destacando a importância do Sol como fonte de energia e os movimentos da Terra, como rotação e translação, que influenciam as estações do ano. A variação da distância entre a Terra e o Sol ao longo do ano, devido à órbita elíptica da Terra, afeta a radiação solar recebida. Além disso, o texto explica a declinação solar e os eventos de solstícios e equinócios que marcam as mudanças sazonais.

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Apostila Meteorologia Basica Capitulo 3 Relacoes Astronomicas

O capítulo aborda as relações astronômicas entre a Terra e o Sol, destacando a importância do Sol como fonte de energia e os movimentos da Terra, como rotação e translação, que influenciam as estações do ano. A variação da distância entre a Terra e o Sol ao longo do ano, devido à órbita elíptica da Terra, afeta a radiação solar recebida. Além disso, o texto explica a declinação solar e os eventos de solstícios e equinócios que marcam as mudanças sazonais.

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Apostila de Meteorologia Básica - IF 111 – 2013 – DCA/IF/UFRRJ

CAPÍTULO 3. RELAÇÕES ASTRONÔMICAS TERRA-SOL

Gustavo Bastos Lyra


José Francisco de Oliveira Júnior

3.1. Introdução

O Sol é fonte primária de energia para diversos processos (aquecimento do ar


e do solo, evaporação, transpiração vegetal, fotossíntese, entre outros) na superfície da
Terra e para sistemas meteorológicos e climáticos. O Sol se localiza no centro do nosso
sistema planetário (Sistema Solar), em torno do qual os planetas realizam uma
trajetória elíptica, denominada órbita (Figura 3.1). Responsável por 99,86% da massa
do Sistema Solar, a massa do Sol é 332.900 vezes maior que a da Terra, e um volume
1.300.000 vezes maior que nosso Planeta (VIANELO & ALVES, 1991).
A composição básica do Sol é Hélio (He2) e Nitrogênio (N2). No seu interior,
reações de fusão nuclear convertem H2 em He2, que liberam grande quantidade de
energia. A energia liberada pelo processo de fusão é transformada em energia térmica
(calor), que faz com que a temperatura do Sol (à superfície - aproximadamente 6.000
K) seja 20 vezes maior que a da superfície da Terra (em média 288 K).
A energia proveniente do Sol se propaga através do espaço na forma de ondas
eletromagnéticas, no processo de transferência de energia denominado radiação. A
quantidade de radiação que chega à Terra é influenciada pelos movimentos aparentes
do Sol, decorrentes dos movimentos da Terra de rotação e translação.

Figura 3.1. Órbita dos planetas no Sistema Solar. Fonte:


https://www.estudopratico.com.br/lista-planetas-sistema-solar/

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3.2. Movimentos da Terra

A Terra realiza dois principais movimentos, rotação e translação. O Movimento


de Rotação é executado pela Terra em torno do seu eixo imaginário (eixo de rotação
Norte-Sul) e apresenta um período de aproximadamente 24 horas (23 horas 56 minutos
e 4,09 segundos) para completá-lo, ou seja, um dia (Figura 3.2). Esse movimento
condiciona a alternância dos dias e das noites em nosso Planeta e, assim, varia a
quantidade diária de radiação solar incidente à superfície. Essa variação gera a escala
diária de variação das condições meteorológicas, como por exemplo, a variação da
temperatura do ar.

Figura 3.2. Movimento de rotação da Terra e a alternância de dias e noites. Fonte:


https://steemit.com/geo-polis/@psalmmy/earth-rotation-why-dont-we-rotate-as-the-earth-does

O movimento de rotação da Terra, para um observador no espaço, se dá de


oeste para leste, o que para um observador na superfície terrestre representa um
movimento aparente do Sol de leste para oeste (VAREJÃO-SILVA, 2006). Em
função desse movimento aparente, observamos o nascer do Sol no horizonte leste do
local e seu ocaso (pôr-do-Sol) a oeste (Figura 3.3).

Figura 3.3. Rotação da Terra aparente e real.


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Na sua órbita em torno do Sol, a Terra realiza uma trajetória em hélice elíptica,
que define seu Movimento de Translação (Figura 3.4). Considerando essa trajetória
em duas dimensões e o Sol imóvel no espaço, o movimento de translação da Terra em
torno do Sol está inserido em único plano, denominado de Plano da Eclíptica
(VAREJÃO-SILVA, 2006). O movimento de translação dura em torno de 365 dias e 6 h
horas, ou seja, aproximadamente um ano. Devido a essa fração de 6 horas, a cada quatro
anos têm-se um ano com 366 dias, denominado de ano bissexto. Durante o ano, a
translação, para um observador na Terra, representa um movimento aparente do Sol
de Norte para Sul.

Figura 3.4. Movimento de translação.

Assim, a combinação dos movimentos de rotação com translação resulta em


movimento aparente do Sol para um observador na superfície da Terra, com nascer do
Sol sempre a leste e o pôr-do-sol a oeste, decorrente da rotação, enquanto, devido a
translação, o Sol se encontrara mais ao sul ou norte na abóbada celeste (Figura 3.5).

Figura 3.5. Movimento aparente do Sol ao longo do dia e do ano para um local no
Hemisfério Norte.

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3.3. Distância Terra-Sol

Devido à órbita elíptica da Terra em torno do Sol, à distância Terra-Sol varia


durante o ano. O Sol encontra-se em um dos focos dessa elipse, assim, em determinada
época do ano a Terra estará mais próxima (Periélio ou Pirigeu) ou mais afastada
(Afélio ou Apogeu) do Sol (Figura 3.6) (VAREJÃO-SILVA, 2006). Atualmente, o
Periélio ocorre no verão do Hemisfério Sul (03 de janeiro), com a distância Terra-Sol
de aproximadamente 147 milhões de km, enquanto o Afélio ocorre durante o verão do
Hemisfério Norte (04 de julho), sendo à distância Terra-Sol de aproximadamente 152
milhões de km. A linha que une o Periélio e o Afélio denomina-se linha de Ápsides.

Figure 3.6. Órbita da Terra em torno do Sol, com destaque para o Periélio e o Afélio.

A distância média Terra-Sol é denominada unidade astronômica (UA), sendo


igual d = 149.597.870 ± 2 km = 1 UA. Na maioria das aplicações é suficiente
arredondar esse valor para 1,496 x 108 km. A distância relativa Terra-Sol (dr), pode ser
obtida pela seguinte equação:

360
dr = 1 + 0,033 × cos (nj × 365) (3.1)

em que,
nj = dia astronômico do ano (1 até 365 dias).

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A densidade de fluxo de radiação (quantidade de radiação por unidade de


área por unidade de tempo) varia inversamente proporcional ao quadrado da distância
que separa a fonte do observador. Assim, quanto mais próximo da fonte de emissão de
radiação maior a densidade de fluxo de radiação e quanto mais afastado da fonte
menor a densidade de fluxo de radiação (Figura 3.7).
Desse modo, a variação da distância Terra-Sol durante o ano, faz com que a
radiação solar que incide no topo da Atmosfera (Capítulo 5) varie também. Quando a
Terra se encontra no periélio incide maior quantidade de densidade de fluxo de radiação
na Terra, no caso do afélio, essa relação é inversa e, assim, menor quantidade de
densidade de fluxo de radiação.

Figura 3.7 – Lei do inverso do quadrado da distância aplicada à radiação.

3.4. Estações do Ano

O eixo de rotação da Terra não está perpendicular ao plano da Eclíptica.


Atualmente, a inclinação do eixo de rotação da Terra define um ângulo de 23° 27’
(23,45o) entre o Equador e o plano da Eclíptica (Figura 3.8), ou seja, em relação ao
plano formado pela órbita da Terra. A inclinação do eixo de rotação, associado com o
movimento de translação, resulta nas estações do ano (verão, outono, inverno e
primavera) (Figura 3.9). Assim, o movimento de translação pode ser dividido em quatro
períodos distintos denominados estações do ano, que duram cerca de três meses cada.

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Figura 3.8. Ângulo entre o plano da Eclíptica e o equador celeste.

Figura 3.9. Movimento de translação e estações do ano.

3.4.1. Declinação Solar ()

O ângulo formado entre o raio vetor do Sol e o plano do Equador é


denominado de declinação solar (). Devido à inclinação do eixo de rotação em relação
ao plano da Eclíptica, o Sol, em seu movimento aparente Norte-Sul durante o ano, varia
sua declinação entre valores máximos -23° 27’ e +23° 27’ (Figuras 3.10 e 3.11). Ou
seja, a  é variável a cada dia do ano e, necessita de seis meses para ir de um extremo a
outro. Quando o Sol culmina com o zênite local em determinado instante do seu
movimento aparente Norte-Sul, a  coincide com a latitude () do local (VAREJÃO-
SILVA, 2006). Assim, o Sol culmina no zênite apenas em locais entre as latitudes de
+23° 27’ (Norte) ou -23° 27’ (Sul), definindo a região Tropical do ponto de vista
geográfico. Essas latitudes correspondem em décimos de graus aos Trópicos de
Câncer (23,45° N) e Capricórnio (23,45° S) (Capítulo 2). Quando o Sol culmina no
Equador ( = 0°) a sua declinação é mínima ( = 0°).

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Figura 3.10. Movimento aparente do Sol decorrente da translação da Terra e da


inclinação do eixo de rotação.

Figura 3.11. Declinação Solar para os dois hemisférios (Norte e Sul).

3.4.2. Solstício/Equinócio

Quando o Sol alcança sua declinação máxima (Norte - δ = 23° 27’ ou Sul - δ =
- 23° 27’), denominamos esse evento de Solstício. Os Equinócios ocorrem quando se
tem a mínima declinação do Sol (δ = 0o), ou seja, quando o Sol, em seu movimento
aparente, coincide seu raio vetor com a linha do Equador. A interseção da Eclíptica com
o Equador chama-se Linha dos Equinócios e os pontos extremos dessa linha são os
pontos de Equinócios. Durante o ano ocorrem dois Solstícios e dois Equinócios. As
datas dessas efemérides determinam o início das estações do ano.
Quando δ = 23° 27’ N, o Sol culmina no Trópico de Câncer, o que define o
Solstício de Inverno no Hemisfério Sul (HS ou Austral) ou Verão no Hemisfério
Norte (HN ou Boreal), que normalmente ocorre no dia 21 de junho. Essa data indica o
início do inverno para o HS e verão para o HN (Figura 3.12). A partir dessa data, o Sol
no seu movimento aparente se desloca para o Sul, e depois de aproximadamente três

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meses culmina no Equador (δ = 0o) em 23 de setembro, o que caracteriza o Equinócio


de primavera do HS (outono HN).

Figura 3.12. Estações do ano.

Na continuação do movimento aparente, o Sol alcança novamente a máxima


declinação solar (22 de dezembro), só que agora no Hemisfério Sul (23° 27’ S), e
culmina no Trópico de Capricórnio. Essa data define o Solstício de Verão para o HS
(inverno para o HN). Partindo agora do Solstício de Verão no HS, o Sol apresenta
movimento aparente em direção ao Norte e culmina no Equador em 21 de março, o que
caracteriza o Equinócio de Outono no HS (primavera no HN). As datas dos Solstícios
e Equinócios são aproximadas devido a ocorrência dos anos bissextos (fevereiro com 29
dias) a cada quatro anos.
Observa-se que no Solstício, no Hemisfério que é verão, o Pólo desse
Hemisfério encontra-as voltado para o Sol (iluminado) e a radiação incide numa maior
área (mais energia) (Figura 3.13) desse Hemisfério, enquanto no Hemisfério que é
inverno, o Pólo está voltado para o lado oposto (escuro) e a radiação incide numa menor
área desse Hemisfério (menos energia). No caso do Equinócio, a radiação incide em
uma mesma área nos dois Hemisférios e os Pólos estão igualmente posicionados em
relação ao Sol (Figura 3.14), ou seja, igualmente iluminados e a mesma disponibilidade
de energia.

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Figura 3.13. Solstício (21 de junho →  = +23° 27’) de verão no Hemisfério Norte
(inverno no Hemisfério Sul) e Solstício (22 de dezembro →  = -23° 27’) de inverno no
Hemisfério Norte (verão no Hemisfério Sul). Fonte: http://astro.if.ufrgs.br/tempo/mas.htm.

Figura 3.14. Equinócio (21 de março →  = 0°) de primavera para o Hemisfério Norte
(outono Hemisfério Sul) e Equinócio (23 de setembro →  = 0°) de outono para o
Hemisfério Norte (primavera Hemisfério Sul). Fonte:
http://dinamicogeo.blogspot.com.br/2011/04/movimentos-da-terra.html.

3.4.3. Cálculo da Declinação Solar ()

A declinação solar varia continuamente, mas para a maioria das aplicações na


área de Meteorologia e Climatologia, pode-se considerar que essa variação se dá em
intervalos de um dia, de forma discreta. Assim, baseado no número de ordem do ano
(nj) ou dia do ano (contagem continua dos dias do ano: 1º de janeiro = 1, 31 de janeiro =
31, 1º fevereiro = 32,..., 31 de dezembro = 365) e assumindo que a órbita da Terra é
circular, pode-se determinar a declinação solar pela seguinte relação (Cooper, 1969):

360° ×(284+nj )
δ = 23,45° sen [ 365
] (3.2)

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Na equação 3.2 a declinação solar é dada em graus e décimos de graus (1 =


60’).
A Figura 3.15 apresenta a relação entre declinação solar e as estações do ano.
Quando o sinal da declinação é igual ao da latitude, o local encontra-se na primavera
ou no verão, caso contrário, declinação com sinal oposto ao da latitude, a estação é
outono ou inverno. O Sol passa seis meses em cada Hemisfério, assim, cada estação do
ano dura três meses.

Figura 3.15. Variação da declinação solar durante o ano. Fonte:


http://www.naveastro.com/astronomia/curso/parte_2.html.

3.5. Fotoperíodo (N)

Como resultado da inclinação do eixo de rotação e do movimento de translação,


a duração dos dias varia com a latitude () e o dia do ano (nj). O fotoperíodo ou
duração do dia (N) é caracterizado pelo período em que o Sol está acima do plano do
horizonte, ou seja, é o intervalo entre o nascer e o pôr-do-sol (ocaso), decorrente do
movimento de rotação da Terra. O fotoperíodo ou número máximo de horas de brilho
solar (N) pode ser estimado em função do ângulo horário (H) entre o nascer e o ocaso
do Sol.

2×𝐻 (3.3)
𝑁=
15

O ângulo horário depende do local () e da época do ano, representado pela


declinação solar () e, pode ser determinado pela relação:
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𝑐𝑜𝑠 𝐻 = −𝑡𝑔𝛿 × 𝑡𝑔𝜑 ⇒ 𝐻 = 𝑎𝑟𝑐𝑐𝑜𝑠[−𝑡𝑔𝛿 × 𝑡𝑔𝜑] (3.4)

em que, δ é a declinação e  a latitude local (negativo no HS e positivo no HN).


Baseado nas equações 3.3 e 3.4 observa-se que o fotoperíodo também depende
do local (latitude) e época do ano (declinação solar) (Figura 3.16). Apenas no Equador
a duração de dias e noites é igual (12 horas) durante todo o ano, em outras latitudes,
apenas nos Equinócios a duração de dias e noites é igual. No Solstício, o fotoperíodo
no Pólo do Hemisfério que é verão é de 24 horas e diminui em direção ao Equador
(12 horas), enquanto no Hemisfério que é inverno, o fotoperíodo diminui do Equador
para o Pólo, sendo de 0 hora no Pólo. Assim, no Pólo do Hemisfério que é verão ou
outono é dia e dura cerca de seis meses, e noite no Pólo do Hemisfério que é inverno ou
primavera.

Figura 3.16. Variação do fotoperíodo em função da latitude e do dia de ordem do ano.


Fonte: O Autor

3.6. Consequências dos Movimentos da Terra: Rotação e Translação

Como consequência do movimento de rotação tem-se a sucessão de dias e


noites e o movimento aparente do Sol de Leste-Oeste. Isso resulta no nascer do Sol a
Leste, e pôr do Sol mais cedo do que lugares a Oeste.
O movimento de translação, quando associado à inclinação do eixo de rotação,
resulta na variação da disponibilidade da radiação solar (luz e energia) e da duração de
dias/noites, o que caracteriza as estações do ano (verão, outono, inverno e primavera)
em cada região da Terra.

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Para locais entre 0° a 66° 33' (Círculo Polar Ártico ou Antártico) de latitude (N
ou S) ocorrem os seguintes padrões:
i) Quando a declinação solar (δ) tem mesmo sinal que a latitude () do
local, a duração do dia é superior a 12 horas. Isso pode ser comprovado
pelas equações 3.3 e 3.4. Nesses casos:
- Pela equação 3.4, Cos H < 0  H > 90°, que quando substituído na
equação 3.3, resulta em N > 12 horas.
ii) Quando  e δ tem sinais diferentes, a duração do dia é inferior a 12
horas.
- Pela equação 3.4, Cos H > 0  H < 90°, e pela equação 3.3, N < 12
horas.
iii) Equador ( = 0°), para qualquer δ, ou seja, para qualquer dia do ano,
- Pela equação 3.4, Cos H = 0  H = 90° e assim, pela equação 3.3, N=
12 horas.
iv) Quando o Sol culminar no Equador (Equinócio δ = 0°),
- Pela equação 3.4, Cos H = 0  H = 90° e assim, pela equação 3.3, N=
12 horas para qualquer latitude.

3.7. Forma da Terra

Se o eixo de rotação da Terra fosse perpendicular a Eclíptica não haveria muita


variação na radiação durante o ano.
Quando o Sol culmina no Zênite (Z) de um lugar e sem considerar a atmosfera,
a radiação incidente (I) é igual à emergente (I0) e assim, I/I0 = 1 (Figura 3.17a).
Contudo, o Sol ocupa o Zênite apenas duas vezes por ano, na região Tropical, e fora dos
Trópicos isso nunca ocorre, ou seja, vai existir um ângulo entre o Zênite e a posição do
Sol (ângulo zenital). Assim, a radiação incidente é dada pela Lei de Lambert ou do
iluminamento (Figura 3.17b), que diz que a radiação incidente diminui
proporcionalmente ao ângulo de incidência dos raios solares, ou seja:
𝐼
= 𝑐𝑜𝑠 𝑍 ⇒ 𝐼 = 𝐼0 𝑐𝑜𝑠 𝑍 (3.5)
𝐼0

em que Z é o ângulo zenital.

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O ângulo Zenital pode ser expresso pela latitude e declinação solar Z =| – δ|, e
assim, a radiação incidente varia com a latitude e a época do ano.

a) b)

Figura 3.17. Lei de Lambert.

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Referências do Capítulo

COOPER, P.I., 1969. The absorption of solar radiation in solar stills. Sol. Energy, v.1,
p. 333 - 346.

VAREJÃO-SILVA, M.A., 2006. Meteorologia e Climatologia. Versão Digital. Acesso:


www.asasdaamazonia.com.br/.../Meteorologia_Climatologia.pdf. 552p.

VIANELLO, R. L.; ALVES, A. R., 1991. Meteorologia básica e aplicações. Viçosa:


UFV – Imprensa Universitária. 449p.

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Exercícios Resolvidos

Teóricos

1) Cite os principais movimentos astronômicos da Terra:


Resposta: Rotação e Translação.

2) Como se chama a trajetória aparente do Sol na esfera celeste ao longo do


ano? Qual a sua inclinação em relação ao equador celeste?
Resposta: A trajetória se chama eclíptica e a inclinação é em torno de 23° 27'.

3) Cite as consequências do movimento de Rotação e Translação?


Resposta: Rotação: É responsável pela alternância de dias e noites e pelo movimento
aparente das estrelas à noite. Translação: É responsável pelas estações do ano.

4) O que são Solstícios? Quando eles ocorrem?


Resposta: Consiste na época do ano em que o Sol incide com maior intensidade em um
dos dois hemisférios.
Solstício de inverno no Hemisfério Sul (de verão no HN) – ocorre normalmente no dia
21/06. Solstício de verão no Hemisfério Sul (de inverno no HN) – ocorre normalmente
no dia 22/12.

5) O que são Equinócios? Quando eles ocorrem?


Resposta: Consiste no momento em que o Sol incide com maior intensidade sobre as
regiões que estão localizadas próximo à linha do Equador.
Ocorrem nos dias 21/03 (de outono) e 23/09 (de primavera).

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Práticos

6) Em que datas do ano o dia e noite tem a mesma duração em toda a Terra?
Resposta: Nos equinócios, próximo dos dias 21 de setembro e 21 de março.

7) Qual o ângulo zenital para um lugar situado a 10°S, quando o Sol se


encontra na declinação de 20°N.

Z      Z   10  20  Z = 30°

8) Calcule o comprimento da sombra de uma certa árvore de 10 metros de


altura (Figura abaixo), para o dia 15 de janeiro, em uma certa latitude de
Seropédica, RJ (ϕ = 23° S).

Da figura acima retira-se a informação que tg Z = SOMBRA / ÁRVORE, logo,


SOMBRA = ÁRVORE. tg Z

 360   284  n j 
  23,45 sen 


 365 
δ = -21,27°
Z   

Z   23  (21,27)  Z = 1,73°

SOMBRA = 10 x tg (1,73)  SOMBRA = 10 x 0,030 = 0,3 metros

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Exercícios Propostos

1) O que é a Declinação Solar?

2) Qual o dia mais longo do ano no HS e no HN?

3) Em que lugares da Terra (em que latitude) o Sol incide perpendicularmente


ao meio-dia no solstício de verão do HN? E no Solstício do HS?

4) Calcule a declinação do Sol em 16 de março.


Resposta: δ = -2,42°

5) Qual a declinação do sol nas seguintes datas:


(a) Equinócio de primavera e de outono no HS.
(b) Solstício de verão e de Inverno no HN.

6) Calcular N para um lugar situado a 27°35’N quando a declinação do Sol for


15° S (a), 0° (b) e 6° 42'N (c).
Resposta: (a) 10,92 h; (b) 12 h e (c) 12,47 h.

7) Quantas vezes por ano o Sol passa no zênite, ao meio dia, em lugares com
latitude:
(a) 0°
(b) 15°
(c) 30°
(d) 45°

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