O programa UPP (Unidos pelas Patas) é uma iniciativa que visa promover a segurança e os
cuidados aos animais de rua com o objetivo de promover um meio de comunicação eficaz entre a
comunidade e o governo federal e, assim, lidar de maneira conveniente com os animais de rua.
1. Identificação do problema
Em primeiro plano, os principais problemas associados à necessidade de uma política pública
que incentive a criação de abrigos para animais vulneráveis, tem como a superpopulação e a
reprodução descontrolada, propagação de doenças, problemas de saúde pública, poder apresentar
ataques contra as pessoas quando doentes, famintos ou agressivos, custos para a comunidade e o
bem-estar animal
Portanto, a existência de animais de rua continua a ser uma questão crucial no Brasil, devido à
falta de políticas públicas eficazes para lidar com os problemas contemporâneos. Por exemplo, a
lei federal 13.426/2017, que visa controlar a natalidade de cães, mas não aborda completamente
os desafios enfrentados por esses animais, tendo em vista que, em poucas comunidades tal norma
foi aplicada com eficácia, como no estado de Minas Gerais e no Rio de Janeiro. Tal problema se
agrava no Brasil, devido a sua vasta extensão territorial e a diversidade geográfica que dificulta a
comunicação do (DPDA) - Departamento de proteção e defesa dos animais e a sociedade
brasileira.
Nessa mesma lógica, com a população de cachorros e gatos aumentando, passou a ser visto como
um problema de saúde pública. Esse grande número de animais é devido a falta de
responsabilidade humana, causando um excesso de abandonos, sacrifícios e maus tratos.
Atualmente existe uma grande preocupação com o controle populacional de cães e gatos. Tendo
a castração e esterilização como uma das formas de evitar que eles se reproduzam
descontroladamente, e que seus filhotes sejam abandonados nas ruas.
Os centros urbanos possuem um fenômeno que vem se intensificando de forma preocupante e
começa chamar a atenção da população; a falta de cuidado com os animais abandonados.
Diversos estudos constataram que os principais motivos para o abandono são, os problemas
comportamentais, condições socioeconômicas dos seus donos e principalmente a adoção
irresponsável, onde as pessoas adotam ou compram por impulso o animal e quando começam a
apresentar problemas, os descartam, tornando comum a presença significativa nas ruas, parques,
praças e estradas.
Adicionalmente, esses animais podem acabar transmitindo doenças como a Raiva causada por
um vírus e que é geralmente fatal, a Leishmaniose causada por protozoários podendo afetar
órgãos das vísceras e a medula óssea, a Leptospirose causada por uma bactéria e que assim como
a raiva pode ser fatal , a Escabiose/Sarna causada por um ácaro escavador, a toxoplasmose
causada por um parasita e que pode causar graves complicações a pessoas gestantes ou com
imunológico debilitado o Esporotricose causado por um fungo. A peste bubônica é causada por
uma bactéria chamada Yersinia pestis, que circula em várias populações de roedores selvagens.
Pulgas que se alimentam de roedores infectados podem espalhar a peste para outros animais,
incluindo seres humanos, as pessoas também podem ser infectadas ao entrar em contato com um
animal infectado. Embora a doença possa ser fatal, é tratável com antibióticos quando detectada
precocemente.
Riscos associados
Os animais de rua, muitas vezes abandonados ou perdidos, enfrentam uma série de desafios que
não apenas afetam seu bem-estar, mas também representam riscos para a comunidade em geral.
Estes animais, desprovidos de cuidados adequados e supervisão,podem tornar-se fontes de
preocupação devido a comportamentos que vão desde a propagação de doenças até situações de
perigo público.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde estima se que no Brasil existam 30 milhões de
animais desabrigados nas ruas. Em Araçatuba, no interior de São Paulo, reconhece 2.6 mil
animais abandonados, a cidade de Bauru tem quase 50 mil gatos e cachorros, porém,o centro de
Zoonoses não conseguiu identificar um número estimado de animais em estados precários de
moradia.
Desde 1973 a 2008 era permitido no brasil a existência da carrocinha, um veículo que
perambulava pelas ruas das metrópoles com o objetivo de diminuir em massa o número de
animais presentes nas ruas, em que os cães e gatos eram abatidos pela câmara de gás ou
descompressão. Uma prática cruel que só foi cessada em 2008 com o surgimento da lei
Feliciano. Entretanto, tal matança não foi totalmente abolida, visto que os crimes aos animais se
mantém constante, porém de antemão da criação da lei que a matança indiscriminada era
cometida pelos canais, atualmente tem grande propagação pelo governo brasileiro, que
sancionou uma lei nacional que valoriza os direitos dos animais mas não atua com a norma,
dado que o número de animais de rua cresce cada vez mais aumentando o número de mortes por
fome, sede, maus tratos e zoonoses.
Hoje uma das principais alternativas para o número crescente de animais fragilizados é a
castração, uma solução eficaz para a diminuição da reprodução mas não totalmente eficiente
para os animais que já se encontram desabrigados.Tendo vista que esse não serão resgatados e
continuarão vivendo nas ruas. Outra solução que tem ganhado bastante visibilidade são as
ONGs, uma iniciativa privada que tem como objetivo resgatar e promover uma vida longe das
ruas para os animais fragilizados.
Aspectos sociais
Tendo em vista as consequências da ausência de abrigos para animais de rua pode-se depreender
que também há uma falta de responsabilidade social evidenciando lacunas no sistema de bem-
estar animal. Em 2022, foi relatado que durante a Covid-19 houve um aumento na procura da
adoção de cães e gatos, em que grande parte da população adota por impulso abandonando os
animais em abrigos, onde a falta de recursos financeiros é apontada como maior desafio
enfrentado, já que eles utilizam suas próprias indulgências para se manterem. No entanto, é
perceptível que a complexidade na assistência aos animais de rua é a falta de recursos sociais que
deveriam ser promovidos pelo Estado.
2. Formulação de Políticas
Na análise de políticas públicas, uma abordagem racionalista envolve a aplicação de lógica e
razão na formulação e implementação de políticas. Isso geralmente implica em uma análise
cuidadosa dos problemas, a geração de várias alternativas de solução, e a escolha da alternativa
que oferece a maior eficácia com base em critérios pré-definidos.
Por exemplo,a obra “Políticas Públicas: Reflexões sobre o Brasil Contemporâneo” editora
Saraiva,2015 aborda uma variedade de temas relacionados à formulação, implementação e
avaliação de políticas públicas, bem como o papel do Estado, da sociedade civil e de outros
atores envolvidos nesse processo. Oferece uma visão crítica e contextualizada das políticas
públicas no Brasil contemporâneo, contribuindo para o entendimento dos seus dilemas,
conquistas e perspectivas futuras.
No entanto,é importante ressaltar que as políticas públicas surgem à procura de fornecer para a
população uma melhor qualidade de vida, mas nem sempre são eficazes por falta de recursos
financeiros,ações de corrupção,participação inativa da comunidade, resistência política e
complexidade dos problemas sociais podem representar desafios significativos para sua
implementação bem-sucedida
Contexto favorável a análise racionalista Concorda Discorda
O problema público está bem delimitado x
O problema público tem características técnicas que superam as x
características políticas.
Existem documentos disponíveis, notícias relacionadas na internet, x
relatórios prévios, casos similares documentados em outros lugares
(cidades, estados, países).
Este é um problema antigo/recorrente, bem estabelecido. x
Este é um problema simples. x
Cálculos e projeções são abordagens adequadas para escolher a melhor x
solução.
Alternativas para a resolução do problema são conhecidas. x
Os objetivos são claros, o que falta é definir os meios. x
Existem alternativas mutuamente exclusivas. x
Os atores políticos esperam uma decisão técnica sobre a questão. x
O tempo estimado para a realização de entrevistas, leituras de documentos x
de análise de dados de fontes dispersas é inferior ao tempo necessário para
mobilização de atores para reuniões deliberativas.
Existe urgência ou crise e há necessidade de decisões imediatas. x
O analista ou grupo de analistas possuem legitimidade para propor x
recomendações e serão aceitas pelos tomadores de decisão e
implementadores da política.
O demandante do relatório prefere uma recomendação técnica baseada em x
evidências colhidas em processo de pesquisa.
Os atores políticos relacionados com o tema têm pouco a contribuir com x
informações
O analista ou grupo de analistas não possuem poder para convocar e reunir x
atores políticos relevantes.
O analista ou equipe de analistas não são habilitados ou tem pouca x
experiência em reunir, mediar, negociar e sintetizar debates realizados
entre atores políticos em um processo participativo.
O analista ou equipe de analistas têm formação acadêmica e experiência x
em pesquisa, coleta e análise de dados.
O analista ou equipe de analistas são experts no tema em questão. x
A reunião de diversos atores em um mesmo ambiente participativo geraria x
conflitos e constrangimentos desnecessários.
A coleta de informações individualizada com cada ator daria a eles maior x
liberdade para expressar sua verdadeira opinião e interesse.
Total 10 11
Contexto favorável a análise argumentativa Concorda Discorda
O problema público ainda precisa de debate e validação com os atores x
políticos.
O problema público tem características políticas que superam as x
características técnicas.
Há falta de documentos/relatórios sobre o assunto e as informações estão x
dispersas com os diversos atores.
Esse é um problema novo/inédito. x
Esse é um problema complexo. x
A conversa entre os atores políticos é necessária para destravar soluções. x
As alternativas para a resolução do problema são muitas ou de difícil x
definição.
Os objetivos e os próprios meios de resolução são de difícil definição. x
As alternativas para o enfrentamento desse problema podem ser utilizadas x
simultaneamente.
Existem muitos interesses políticos em jogo e os atores políticos em jogo e x
os atores políticos exigem sentar à mesa das negociações
O tempo necessário para mobilização de atores para reuniões deliberativas x
é inferior ao tempo estimado para realização de entrevistas, leitura de
documentos e análise de dados e fontes dispersas.
Há tempo disponível para elaborar as recomendações com calma e x
envolvimento dos atores.
Existe necessidade de envolver os atores em processo de diálogo para a x
construção de legitimidade.
O demandante do relatório prefere uma recomendação política baseada em x
participação de diversos atores.
Os atores políticos que poderiam ser envolvidos podem oferecer grandes x
contribuições informativas, cognição e experiência.
O analista ou grupo de analistas possuem poder para convocar e reunir os x
atores políticos relevantes para reuniões de discussão.
O analista ou equipe de analistas têm capacidade de reunir, mediar e x
sintetizar debates entre atores políticos em processo participativo.
O analista ou grupo de analistas não possuem habilidade de pesquisa e x
análise de dados.
O analista ou equipe de analistas são inexperientes com o tema em questão. x
A reunião de diversos atores em um mesmo ambiente participativo geraria x
atendimentos, aprendizado mútuo e colaboração.
A coleta de informações coletivamente com todos os atores daria a eles maior x
motivação para expressar suas opiniões e interesses.
Total 15 6
1. Tem como principal objetivo reduzir o número de animais desabrigados: Devido a
Covid-19 e a falta de profissionais, houve um grande aumento de cães, gatos e coelhos
desabrigados no país. No entanto, o propósito da política pública é proporcionar o bem-
estar animal inserindo melhores oportunidades de cuidados aos mesmos.
2. Diminuição da poluição ambiental: O aumento descontrolado da taxa de natalidade de
animais pode afetar o meio ambiente com a propagação de doenças, sobrecarregando
ecossistemas e degradando seu habitat.
3. Aumento de recursos: Fornecer o aumento de atributos com relação aos cuidados,
necessidades, acessórios e alimentação dos animais,ou seja,um lar qualificado para suprir
a carência de bichos necessitados.
3. Implementação:
A fase de implementação do Programa Unidos Pelas Patas - (UPP) busca reter o
crescimento do número de abandonos de animais nas ruas, com o estabelecimento de
parcerias e ações práticas. Aqui estão os principais elementos dessa fase:
1. Levantamento estatístico de animais de rua: Busca desenvolver uma
pesquisa estatística para identificar áreas de riscos onde há um grande
índice de animais em condições extremas de abandono e priorizar
intervenções. Isso inclui a coleta e a análise de dados de pesquisas.
2. Estabelecimento de parcerias com instituições financeiras para linhas
de crédito facilitada: Priorizar estabelecer parcerias com instituições
financeiras para oferecer conforto, alimentação e abrigo seguro a esses
animais.
3. Construção de redes de apoios ( abrigos ) seguros aos animais:
Promover a construção de abrigos em áreas seguras e a locomoção de
animais que viviam em áreas de perigo iminente. Isso será feito através de
uma combinação de políticas de planejamento urbano, programas de
habitação e assistência financeira.
4. Avaliação:
1. Acompanhamento em tempo real da evolução do programa: Implementação de um
sistema que possibilitasse acompanhar o desenvolvimento do programa. De forma que
permitisse aos formuladores de políticas acompanhar seu aperfeiçoamento e fazer
mudanças quando preciso.
2. Análise do impacto econômico, social e ambiental com o uso de indicadores
qualitativos e quantitativos: Utilização de diversos indicadores para avaliação do
impacto econômico, social e ambiental do programa. Isso engloba indicadores
qualitativos, como a satisfação da comunidade em relação ao programa, e indicadores
quantitativos, como o número de animais em situação de rua
5. Feedback:
Com base nos resultados da avaliação,o Unidos Pelas Patas(UPP) está sempre em busca de
melhorias na sua implementação.Após análises,surgiram feedbacks para o avanço do
programa,estão entre eles:
1. Pesquisas e Questionários:A realização de pesquisas frequentes em determinadas
regiões fornecerá dados que serão utilizados para sua melhoria,como também ajuda a
orientar os beneficiários do programa,facilitando e agilizando as práticas da UPP.
2. Campanhas:As campanhas servirão de alerta para as pessoas que não podem ou não
sabem o que fazer para ajudar algum animal de rua,deixando as pessoas cientes de que
existe um agente para recorrer.
3. Comunicação direta pelo site ou por número de telefone:Estarão à disposição para a
recorrência de situações e/ou estados de animais de rua,basta acessar o link e descrever o
cenário ou discar o número de telefone e conversar diretamente com um executor do
programa.
4. Relatórios atualizados referente à taxa de animais desabrigados:A publicação de
relatórios irá manter uma transparência da política pública Mostrando que sua prática é
realmente eficiente,como também, permite que interessados possam acompanhar o
progresso da Unidos Pelas Patas(UPP).
Conclusão
A Unidos Pelas Patas(UPP),visa reduzir a taxa de animais desabrigados e ampliar abrigos
em regiões necessitadas em busca do bem-estar animal.Através da
identificação,formulação,implementação,avaliação e feedback,a UPP busca também diminuir a
degradação de habitats e propagação de doenças causadas por animais mantendo um controle
maior da reprodução desordenada.
Este relatório oferece uma visão da UPP com ênfase na responsabilidade,compromisso com a
eficiência e a transparência em relação aos relatórios e o desenvolvimento do programa.
Porém, é fundamental ressaltar que o projeto Unidos Pelas Patas necessita da contribuição de
dados teóricos e práticos do governo brasileiro .A ausência de recursos e dados disponíveis para
a causa contribuem para a existência de organizações privadas (ONGS) que atuam de forma
mais significativamente eficaz que o Estado na resolução desse problema público.
Portanto, embora seja um problema crescente na sociedade brasileira, a comunidade não
demonstra apreensão ou envolvimento prático para a redução da taxa de animais desabrigados.
Uma crescente apatia gerada pela falta de informação propagada pela mídia, e o recorrente
sancionamento de leis que buscam reduzir a taxa de crescimento de animais fragilizados, porém
não se preocupando com aqueles que ainda ficam nas ruas. Entretanto, a UPP se preocupa em
reduzir o números de animais desabrigados e promover um lar seguro que beneficie a população
local quanto os animais em situação de vulnerabilidade.
Referências:
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Disponível em: https://www.nationalgeographicbrasil.com/animais/2021/09/abrigos-de-
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https://institutomvc.org.br/site/index.php/2022/06/27/reflexoes-sobre-os-abrigos-de-
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Milena Ribeiro. Abrigos de animais relatam falta de apoio público:“As ONGs fazem o papel que
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https://www.bnews.com.br/amp/noticias/bnews-pet/abrigos-de-animais-relatam-falta-de-apoio-
publico-e-disparam-as-ongs-fazem-o-papel-que-o-estado-deveria-estar-fazendo.html. Acesso em:
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SANTOS, J. Reprodução desordenada de animais é problema de saúde pública. Jornal Daqui,
2020. Disponível em: https://www.daquibh.com.br/reproducao-desordenada-de-animais-e-
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https://noticias.unb.br/artigos-main/6573-abandono-de-animais-e-crime.Acesso em: 30 de
abril de 2024.
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