Eletromagnetismo 1
Eletrostática - Aplicações
Expansão Multipolar
Q Expansão de
P 1 dq '
4 π ϵ 0 ∫ |r⃗ −r ⃗' |
dq’ φ ( r⃗ ) =
ρ
r’
z r considerando
r |≫max (|r⃗'|).
|⃗
y Ou seja, o ponto P localiza pontos fora da
x distribuição.
Expandindo em série a função
(|⃗
1
r −⃗r'|)
e escrevendo explicitamente até o terceiro termo:
3 3
Q 1 1
5 ∑ ∑ i j
φ ( r⃗ ) = + r ⋅p +
3 ⃗ ⃗
x x Qi j + ⋯
4 π ϵ0 r 4 π ϵ0 r 4 π ϵ 0 r i =1 j =1
Monopolo Quadrupolo
Dipolo
Momentos da Expansão Multipolar
●
Carga total da distribuição:
Como
Q = ∫ ρ (r⃗' )dV ' interpretar
V'
cada um dos
termos da
●
Momento de Dipolo: expansão?
⃗p = ∫ r⃗' ρ ( r⃗' )dV '
V'
Esta expansão
é válida para
●
Momento de Quadrupolo: todos os
pontos do
Qi j = ∫ (3 x ' i x ' j −δ i j r ' 2 ) ρ (r⃗' )dV ' espaço?
V'
Resolvendo a Equação de Poisson.
Ex. 1: Duas placas metálicas infinitas, condutoras e aterradas,
unidas por uma fita infinita e de largura b, isolada das placas e
mantida a um potencial fixo φ0.
φ=0
φ = φ0
φ=0
Encontre o potencial entre as placas.
●
Escolha do sistema de coordenadas: Plano x-y coincidindo com as placas,
com uma delas localizada em z = 0 e a outra em z = b;
0
y
x
●
Formulação do problema:
ρ
∇ 2 φ = − ϵ = 0 (fora das fontes)
0
Com
φ =φ ( x , y , z )
−∞< x <+∞
0< y <+∞
0≤z ≤b
●
Condições de contorno do problema:
φ ( x , y ,0)=0
φ ( x , y , b)=0
φ ( x ,0 , z )=φ 0
Além da condição de que φ deve ser finita em todos os
pontos do espaço.
Pela simetria do problema, também é possível concluir que φ
independe de x, ou seja:
φ =φ ( y , z )
●
Solução por separação de Variáveis.
φ ( y , z)=Y ( y ) Z (z )
●
Da equação de Laplace, temos:
d2 Y
2
− λ Y =0
dy
2
d Z
2
+ λ Z=0
dz
Com λ representando a constante de separação.
●
Das condições de contorno:
φ ( y ,0)=0 ⇒ Z (0)=0
φ ( y , b)=0 ⇒ Z (b)=0
φ (0 , z )=Y (0) Z ( z )=φ 0 : não admite separação
Esta última condição de contorno faz
a ligação entre as funções Y(y) e
Z(z).
Formulação do problema de contorno unidimensional:
d2 Z
2
+ λ Z=0
dz
Z (0)=0
Z (b)=0
Até aqui, a constante λ é arbitrária.
Ou seja, nenhuma condição foi
imposta sobre ela.
●
Analisando esse problema de contorno para Z(z), é possível concluir
que:
1. Se λ < 0, não existe solução;
2. Se λ = 0, só existe a solução trivial, Z(z) = 0;
3. Se λ > 0, só existe solução se, e somente se;
sin ( √ λ b)=0 .
Solução para λ = 0:
d2 Z
2
=0 Z ( z) = Az+ B
dz
Z (0) = 0 ⇒ B = 0
Z (b) = 0 ⇒ A = 0
Portanto, para λ = 0, só existe a
solução trivial.
Solução para λ ≠ 0:
d2 Z
2
+ λZ = 0 Z ( z) = A e
√− λ z
+ B e−
√− λ z
dz
Z (0) = 0 ⇒ A + B = 0
√ −λ b √− λ b
Z (b) = 0 ⇒ A e + B e− = 0
Temos, então, para o sistema:
Δ = |
e
1
√− λ b
e−
1
√− λ b | = e
− √− λ b
− e
√− λ b
ΔA = |
0
0 e−
1
√− λ b | = 0 e ΔB = |
e
1
√− λ b
0
0|= 0
O que nos dá:
ΔA 0 e ΔB 0
A = = B = =
Δ Δ Δ Δ
O sistema só terá solução diferente da trivial se:
√− λ b √−λ b
Δ = 0 ⇒ e− − e = 0
●
Se λ < 0:
Δ = e−
√− λ b
− e
√− λ b
= e− √|λ|b − e √|λ |b = −2 sinh ( √|λ|b)
Δ = −2 sinh ( √|λ|b) ≠ 0
Não existe solução não-trivial para λ < 0.
●
Se λ > 0:
Δ = e−
√− λ b
− e
√− λ b
= e−i √|λ|b − e i √|λ |b
Δ = 2 i sin ( √ λ b) = 0
sin ( √ λ b) = 0 √ λ b = n π , n=±1 ,±2 ,±3 ,...
Portanto:
n2 π 2
λ n= 2 , n=±1 , ±2 , ±3 , …
b
e
nπ
Z n (z )=C n sin ( )z , n=1 , 2 , 3 , …
b
Os negativos de n foram excluídos para
que os Zn’s sejam autofunções L.I.
●
Retornando à equação para Y(y):
d2 Y n n π
2 2
2
− 2
Y n =0
dy b
De onde é possível obter a solução
nπ nπ
+ y − y
b b
Y n ( y ) = Dn e + En e .
Considerando que Yn(y→∞) de ser finita, temos que Dn = 0. Assim:
nπ
− y
b
Y n ( y ) = En e .
●
Portanto, φ(y,z) que satisfaz à equação de Laplace com as
condições de contorno homogêneas do problema, pode ser
escrito como:
∞ nπ y
nπ z −
φ ( y , z)=∑ C n sin (
^ )e b
.
n=1 b
Da condição de contorno φ(0,z) = φ0, temos que:
∞
nπ z
φ 0 =∑ C^ n sin ( ).
n=1 b
Base para o
espaço C [0,b].
Assim:
b ∞ b
∫ φ 0 sin ( m πb z )dz = ∑ C^ n∫ sin ( n πb z )sin ( m bπ z )dz .
0 n=1 0
Logo, podemos escrever:
∫ φ 0 sin ( n πb z ) dz
C^ n =
0
b .
∫ sin 2 ( n πb z ) dz
0
●
Que nos leva a:
nπ y
2φ 0 ∞
1 nπ z −
φ ( y , z)=− π ∑ n
[cos(n π )−1] sin (
b
) e b
.
n=1
●
Ou:
(2 n +1) π y
4φ 0 ∞
1 (2 n+1) π z −
φ ( y , z)= π ∑ 2 n+1
sin [
b
] e b
.
n=0
Como obter o campo elétrico E?
Equação de Poisson em Coordenadas
Esféricas.
Ex. 2: Considere uma esfera condutora, isolada, de raio a, em um campo
elétrico uniforme E0. Escolha um referencial com origem no centro da
esfera e oriente os eixos coordenados de forma que E0 = E0 ez e calcule o
potencial em pontos internos e externos à esfera.
a
E⃗0
Representação do sistema de coordenadas.
E⃗0
x
●
Formulação do problema:
ρ
∇ 2φ = −ϵ ∇2φ = 0
0
Fora das Fontes
Onde
{
0 ≤ ri ≤ a
φ = φ ( ⃗r ) = φ (r ,θ , ϕ ) a ≤ r e < +∞
0≤θ ≤ π
0 ≤ ϕ ≤ 2π
Simetria e Condições de contorno do problema:
●
Da simetria da distribuição:
φ = φ (r ,θ ) ⃗ = ⃗
E E(r , θ )
●
Podemos assumir φ(r→∞, θ) = 0?
No inifinito, o campo não é
nulo, mas E0. Logo, o
potencial no infinito deve
ser igual ao potencial
gerado por E0.
Definindo o zero do potencial e a condição de contorno
no inifinito:
●
Como temos uma esfera condutora isolada, podemos assumir:
φ (a , θ ) = 0
●
Condição de contorno no infinito:
⃗ (r →∞ ,θ ) = E⃗0 = −∇ φ 0
E φ 0 = −E 0 r cos θ
Mais a condição de que φ(r, θ)
deva ser finita para todo o
domínio de r e θ.
A equação de Laplace para φ:
2 ∂φ ∂ sen θ ∂ φ
1 ∂
(
r2 ∂ r
r
∂r ) +
1
(
r 2 sen θ ∂ θ ∂θ )= 0
onde já desconsideramos o termo que depende do ângulo ɸ.
●
Resolvendo por separação de variáveis, podemos propor uma
função tentativa do tipo:
φ (r ,θ ) = R (r )Θ(θ )
R (r=a) = 0
Substituindo na equação de Laplace, obtemos para R e
Θ:
d
dr (
r
2 dR
dr )
−λR = 0
1 d
senθ d θ (
sen θ
dΘ
dθ )
+ λΘ = 0
Vamos analisar primeiro a
parte em Θ
Realizando um mudança de variável Θ:
x = cos θ
θ : 0→π x : −1→1
Com isso:
d
dx[ 2 dΘ
(1−x )
dx ]
+ λΘ = 0
Expandindo esta última equação:
d2 Θ
2 dΘ
(1−x ) 2
− 2 x + λΘ = 0
dx dx
Esta equação é conhecida como Equação Diferencial de
Legendre e só admite solução finita e não trivial se:
λ = n(n + 1)
com n = 0, 1, 2, ...
Solução:
Polinômios de Legendre e
Método de Frobenius
Funções de Legendre de
(Expansão em séries)
Segunda Espécie
Representando matematicamente Θ(x), temos:
Θ n ( x) = A n P n ( x) + B n Qn (x )
onde os Pn(x) representam os polinômios de Legendre e os Qn(x)
são as funções de Legendre de segunda espécie.
Polinômios de Legendre:
n Pn(x) Pn(cosθ)
0 1 1
1 x cosθ
2 ½(3x² - 1) ½[3 cos²(θ) - 1]
3 ½(5x³ - 3x) ½[5 cos³(θ) - 3cos(θ)]
⁞ ⁞ ⁞
Fórmula de Rodrigues:
1 dn 2 n
Pn ( x) = n n
( x −1)
2 n ! dx
Generaliza os polinômios de
Legendre e permite verificar
algumas propriedades mais
facilmente.
Polinômios de Legendre são ortogonais:
{
+1 0 , m≠n
2
∫ P n ( x) Pm ( x )dx = 2 n+1
δ nm =
−1 2
, m=n
2 n+1
Formam base do espaço de
funções.
Funções de Legendre de segunda espécie:
dx
Qn ( x) = P n ( x )∫ 2 2
(1−x ) P n ( x )
Alguns exemplos:
1 1+ x
Q 0 ( x) = ln
2 1−x
1 1+ x
Q1 ( x ) = x ln −1
2 1−x
1 1+ x 3
Q2 ( x ) = (3 x 2 −1) ln − x
4 1−x 2
As funções Qn(x) divergem para x = ± 1. Portanto:
Θ n ( x) = A n P n ( x)
Θn(x) deve ser finita em todo o
domínio, o que implica Bn = 0.
Agora podemos retornar à equação para R(r), com λ = n(n+1)
Solução para a parte em r do Potencial:
d
dr(r )
2 dR n
dr
− n (n+1) R n = 0
Equação de Euler – Cauchy:
EDO linear homogênea com
coeficientes variáveis.
Solução tentativa:
α
Rn = r
Aplicando na EDO:
d
dr(r
2 d
dr )α α
(r ) − n(n+1)r = 0 d 2
dr
( r α r (α −1) ) − n(n+1)r α = 0
α (α + 1)r α −n(n + 1)r α = 0
[ α (α + 1)−n(n + 1)] R n = 0
Se Rn = 0, temos a solução trivial. Logo:
α (α + 1)−n(n + 1) = 0 α 2 + α − n(n + 1) = 0
Que tem como soluções:
α1 = n
α 2 = −(n+1)
Assim:
n −(n+1)
R n (r ) = C n r + D n r
Combinando as soluções, temos para o potencial:
φ n = R n (r )Θn ( x ) φn = ( n
Fn r +
Gn
r n +1 ) P n ( x)
O que nos dá como solução geral
∞
φ (r ,θ ) = ∑φn
n=0
( Gn
)
∞
φ (r ,θ ) = ∑ n
Fn r +
r n+1
Pn (cos θ )
n=0
É importante notar que só é possível fazer a
superposição das soluções Rn e Θn porque tanto as
equações quanto as condições de contorno são lineares
O problema está resolvido?
●
Próximo passo é aplicar as condições de contorno à
solução geral e particularizar essa solução para a
configuração física do problema.
Rn(a) = 0:
Sendo os Pn(x) L.I. e Gn
diferentes de zero.
F n an + n +1
= 0
a
Logo:
G n = −F n a2 n+1
( )
∞ 2 n +1
a
φ (r ,θ ) = ∑ Fn n
r − n+1
r
P n (cos θ )
n=0
Soluções dentro e fora da esfera:
●
r < a:
( )
∞ 2 n +1
a
i
φ (r ,θ ) = ∑F i
n
n
r − n+1
r
P n (cos θ )
n=0
●
r > a:
( )
∞ 2 n+1
a
e
φ (r ,θ ) = ∑F e
n
n
r − n+1
r
P n (cos θ )
n=0
Condições de finitude:
●
Em r < a, devemos ter φi (r = 0, θ) finito e bem definido:
F in = 0 φ i (r ,θ ) = 0
Potencial dentro da esfera
condutora é nulo!
⃗
E i (r , θ ) = ⃗
0
Condições de finitude:
●
Em r > a, devemos ter:
φ e (r →∞ ,θ ) = − E0 r cos(θ )
( )
∞ 2 n +1
a
∑F e
n
n
r − n+1
r
P n (cos θ ) = −E 0 r cos (θ )
n=0
{
e
n≠1 ⇒ F n = 0
F en = − E0 δ n ,1
n=1⇒ F en =−E 0
Portanto, fora da esfera temos:
( )
3
e a
φ (r ,θ ) = − E0 r− 2 cos θ
r
Note que:
φ i (a , θ ) = φ e (a ,θ )
Calcule Ee(r,θ), usando:
⃗e (r ,θ ) = −∇ φ e (r , θ )
E
This work is licensed under a Creative Commons
Attribution-ShareAlike 3.0 Unported License.
It makes use of the works of Mateus Machado Luna.