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X_CONEDU_e-book-INCLUSÃO E A RELAÇÃO ESCOLA E TRABALHO PARA PCD NO NORDESTE (1)

O trabalho de Carlos Eduardo Candido Pereira e colaboradores, intitulado 'Inclusão e a Relação Escola e Trabalho para PCD no Nordeste', foi aceito no X CONEDU e analisa a inclusão de pessoas com deficiência na educação e no mercado de trabalho no Nordeste do Brasil entre 2018 e 2022. A pesquisa revelou um aumento no interesse pelo tema, com 154 produções identificadas na região, mas destacou a escassez de estudos que abordem a inclusão efetiva. O estudo conclui que é necessário ampliar as pesquisas e promover debates sobre a inclusão de PCD na educação e no trabalho.
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O trabalho de Carlos Eduardo Candido Pereira e colaboradores, intitulado 'Inclusão e a Relação Escola e Trabalho para PCD no Nordeste', foi aceito no X CONEDU e analisa a inclusão de pessoas com deficiência na educação e no mercado de trabalho no Nordeste do Brasil entre 2018 e 2022. A pesquisa revelou um aumento no interesse pelo tema, com 154 produções identificadas na região, mas destacou a escassez de estudos que abordem a inclusão efetiva. O estudo conclui que é necessário ampliar as pesquisas e promover debates sobre a inclusão de PCD na educação e no trabalho.
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AVALIAÇÃO DO TRABALHO

Prezado(a) CARLOS EDUARDO CANDIDO PEREIRA, informamos que seu trabalho intitulado
"INCLUSÃO E A RELAÇÃO ESCOLA E TRABALHO PARA PCD NO NORDESTE:
PANORAMA ATUAL À LUZ DA CAPES", foi avaliado e considerado "ACEITO" pela Comissão
Científica do X CONEDU.

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Modalidade: E-book
Grupo de Trabalhos (GT): GT 10 - Educação especial
Título: INCLUSÃO E A RELAÇÃO ESCOLA E TRABALHO PARA PCD NO NORDESTE:
PANORAMA ATUAL À LUZ DA CAPES
Autor(es): CARLOS EDUARDO CANDIDO PEREIRA, EDNA MARIA DE JESUS, YARA
FONSECA DE OLIVEIRA E SILVA e JACQUELINE DE OLIVEIRA VEIGA IGLESIAS

Atenciosamente,
Comissão Científica
INCLUSÃO E A RELAÇÃO ESCOLA E TRABALHO PARA PCD
NO NORDESTE: PANORAMA ATUAL À LUZ DA CAPES

Carlos Eduardo Candido Pereira 1


Edna Maria de Jesus 2
Yara Fonseca de Oliveira Silva 3
Jacqueline de Oliveira Veiga Iglesias 4

RESUMO

Este trabalho teve por objetivo mapear as pesquisas em Programas de Pós-Graduação


Stricto Sensu sobre a inclusão da pessoa com deficiência na relação entre escola e
trabalho em território nacional, com destaque aos estados da Região Nordeste do Brasil.
O período de análise foi entre os anos 2018 à 2022. A metodologia utilizada foi a
pesquisa exploratória de revisão bibliográfica, com análise do Catálogo de Teses e
Dissertações da CAPES. Dentre os resultados verificou-se que os dados nacionais
apresentaram 965 produções, evidenciando o crescimento do interesse no tema. O
Nordeste, por sua vez, permitiu identificar 154 produções ao todo, deste montante
durante o período de realização da revisão. A maioria delas no estado do Rio Grande do
Norte com 64 trabalhos identificados, sendo 45 de mestrado e 19 de doutorado. Vale
ressaltar que não foram encontradas produções em todos os estados desta região.
Somado a essa ressalva, poucas produções foram identificadas com similaridade ao
objetivo do estudo, revelando a escassez de pesquisas sobre o tema e o déficit de
pesquisas sobre a inclusão da pessoa com deficiência na relação escola-trabalho. Por
conclusão, considera-se a necessidade de ampliar a análise das produções identificadas,
realizar estudos de caso em diferentes instituições e promover debates e eventos.

Palavras-chave: Inclusão. Escola. Trabalho. Nordeste. Pessoa com deficiência.

INTRODUÇÃO

Este estudo visa apresentar a revisão de literatura do processo inclusivo para a


pessoa com deficiência e a relação entre escola e o trabalho, portanto, justifica-se
refletir sobre a história da pessoa com deficiência.

1
Professor-Tutor e Coordenador do Curso de Pedagogia EAD da Unifanor Wyden. Coordenador de
Tutores UAB-UFSCar. Membro do Grupo de Pesquisa Políticas Educacionais e Formação de Professores
do CNPq, E-mail: candidounesp@gmail,com;
2
Coordenadora Pedagógica do Instituto Aphonsiano de Ensino Superior – IAESup. Professora dos cursos
de Pedagogia do Instituto Aphonsiano de Ensino Superior – IAESup e do Centro Universitário Alves
Faria – Unialfa. Professora da Associação Pestalozzi Pró-Labor - Seduc/GO. Membro do Grupo de
Pesquisa Políticas Educacionais e Formação de Professores do CNPq, E-mail:
[email protected];
3
Professora titular da Universidade Estadual de Goiás no Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em
Educação, Linguagem e Tecnologias (PPG-IELT). Líder do Grupo de Pesquisa Políticas Educacionais e
Formação de Professores do CNPq / UEG / GO, E-mail: [email protected];
4
Professora do curso de licenciatura em Pedagogia do Centro Universitário Nossa Senhora Aparecida -
UNIFanap. Psicopedagoga Clínica. Membro do Grupo de Pesquisa Políticas Educacionais e Formação de
Professores do CNPq, E-mail: [email protected];
A partir da Idade Contemporânea pode-se mencionar dois modelos de
atendimentos: o médico e social. O primeiro, compreendido enquanto a marca da
deficiência (como uma doença); e o segundo, como aquele que reconhece, socialmente,
a pessoa e sua particularidade (Pinto, 2012). A partir da segunda metade do século XX,
surgiram políticas públicas para regulamentar, normatizar e estabelecer regras para a
inclusão da pessoa com deficiência na sociedade. Em parte, tais conquistas só se
efetivaram na forma de leis em vista da ocorrência de movimentos sociais (a exemplo
da criação de instituições no Brasil como a APAE e a Associação Pestalozzi), mudanças
na política após o período de guerras e também na vigência de ações terroristas.
Neste contexto, ao tratar a inclusão das pessoas com deficiência, é importante
reconhecer que em vista da história e das barreiras atitudinais, comunicacionais, físicas,
arquitetônicas (Sassaki, 2006), enfrentadas por esse público no cotidiano, as
especificidades de tal público não fogem do debate social e das pautas políticas
públicas, mesmo na relação educação e do trabalho. No campo jurídico-legal, as teorias
jusnaturalistas ressaltam que o direito particular do cidadão tenha garantia suprema ao
direito da coletividade (Fernández-Galiano, 2002).
No que tange ao conceito de inclusão, de acordo com Rodrigues (2006), a sua
essência tem relação com o pertencer. Assim, em termos de bases legais que
regulamentam a inclusão da pessoa com deficiência, é possível mencionar como marco,
a Resolução aprovada pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas em
09/12/75, que tratou de vários temas e, em especial, do reconhecimento dos direitos.
Algumas décadas depois, com destaque nos anos 1990, houve um boom de debates em
nível internacional a respeito desse público.
Em âmbito educacional, o ponto de abertura para que esse debate acontecesse
foi a Conferência Mundial de Educação para Todos realizada em Jomtien, Tailândia
(1990), ocasião em que países assinaram um acordo de acolher com mais cuidado
algumas especificidades nos espaços escolares, dentre essas, alunos com deficiências.
Ainda nesta década, em 1994 na Espanha, com evento chancelado pela UNESCO,
considerado um marco para desenvolvimento de ações para a Educação Especial e
Inclusiva em vários países do mercado, foi promulgada a Declaração de Salamanca.
Com efeito, essa Resolução destaca as principais ações para a pessoa com deficiência e
apresenta os seguintes eventos desde a década de 1990, como: Convenção de Guatemala
(1999); Carta para o Terceiro Milênio (1999); Declaração de Madri (2002); Declaração
de Caracas (2002); Declaração de Sapporo (2002) e Convenção sobre o direito das
Pessoas com Deficiência (2006).
No Brasil, de modo especial, os principais eventos que podem ser destacados
como bases legais ao direito da pessoa com deficiência, são: Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional – LDBEN (1996); Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNS
(1998); Decreto Federal nº 3.298/1999 (equiparação de oportunidades) (1999); Leis
federais de acessibilidade 10.048 e 10.098 (2000); Plano Nacional de Educação (2014 a
2024) (2001); Resolução CNE/CEB nº 2 (2001); Diretrizes Nacionais Para a Educação
Especial na Educação Básica e Lei Federal nº 10.432 (LIBRAS como 2º língua) (2002);
Decreto nº 5.626 - obrigatoriedade das LIBRAS em cursos de formação docente (2004);
Programa Educação Inclusiva Direito a Diversidade (2005); Política Nacional de
Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008); Criação do
Atendimento Educacional Especializado (2008) (alterado em 2011); Decreto Federal nº
6.949 – Convenção Internacional Sobre o Direito das Pessoas com Deficiência (2009);
Lei Brasileira de Inclusão – Lei 13.146 (artigo 27º trata a Educação) e Declaração de
Incheon: universalização do acesso à educação básica, qualidade (2015).
É importante destacar que a escola inclusiva tem características únicas e
fundamentais cujas bases não se limitam aos muros da escola. A inclusão não é apenas
um movimento educacional, para que ela exista é necessária mobilização de toda a
sociedade e, é somente por meio da inclusão social que se pode construir uma sociedade
mais justa, humanizada, igualitária e consciente.
No que se refere ao trabalho, de acordo com Costa (1996), esse surge como
elemento fundante em razão da necessidade humana de transformar a natureza e
produzir os bens materiais e simbólicos necessários à vida e a sua reprodução biológica
e sociocultural. Nessa perspectiva, o homem como ser histórico, é resultado do processo
de trabalho e da forma como se relaciona com a natureza, como a transforma, como a
produz e a maneira como o faz, compreendendo o trabalho como elemento
humanizador. Sob essa ótica, a respeito da inclusão da pessoa com deficiência no
mercado do trabalho, ressalta que o processo histórico é diferente em comparação ao
processo escolar. O fato é que, em alguns casos, a pessoa com deficiência, nem sempre
tinha limitação durante a vida, pois poderia ter adquirido essa condição, quando adulto,
em acidente de trabalho, por exemplo. Por isso, a história desse público no mercado do
trabalho, ganha destaque no ano de 1981, com o Ano Internacional da Pessoa com
Deficiência, proposto pela Organização das Nações Unidas (ONU) que buscou
intensificar o debate sobre a igualdade de oportunidades e a prevenção de deficiências.
Mediante o exposto, no caso do Brasil, em 1991 foi promulgado o Decreto
Federal nº 129 (Brasil, 1991) para atender à Convenção nº 159 da Organização
Internacional do Trabalho, sobre reabilitação profissional e emprego de pessoas com
deficiência, porém, o maior destaque foi e, ainda é a Lei de Cotas – Lei Federal nº 8.213
(Brasil, 1991) que obriga empresas a contratarem pessoas com deficiências preenchendo
de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos. Essa lei estabelece a
contratação porcentagem de colaborares com deficiência com base na quantidade de
trabalhadores totais em uma empresa. Acerca dessa exigência, o artigo 93º determina
que de 100 a 200 empregados contratados, há que se ter 2% dessas vagas destinadas às
pessoas com deficiência; de 201 a 500 é necessário 3% de vagas; de 501 a 1000 é
mandatório 4% de vagas e, por fim, mais de 1001 empregados, requer 5% de vagas.
É importante salientar que no setor público, a exigência para reserva de vagas
em concursos públicos ocorre por meio do Decreto Federal nº 3.298 (Brasil, 1998) com
exigências um pouco diferentes da lei mencionada, anteriormente, vista a realização de
avaliações específicas, todavia, também com a previsão da reserva de vagas.
De modo não a substituir, mas condensar em um único local, as várias leis e
decretos à pessoa com deficiência, destaca-se a Lei Federal nº 13.146 (Brasil, 2015) –
Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI), conhecida como Estatuto
da Pessoa com deficiência que no seu artigo 2º pontua:
Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo
prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação
com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na
sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas (Brasil, 2015).

A LBI entre os artigos 27 a 30 destaca a Educação apontando o direito, a inclusão


e as adaptações necessárias para receber o estudante no espaço escolar. No que tange ao
trabalho, os artigos 34 e 35 também, expressam as questões acerca da inclusão, acesso e
permanência. Todavia, essa lei não traz mais indicações sobre a relação escola e
trabalho. Nesta direção, em trabalho desenvolvido por Candido Pereira (2010; 2016), na
compreensão dessa realidade na ótica da pessoa com deficiência, tal público valoriza a
passagem inclusiva pela escola regular, entretanto, julgam que é no mercado do trabalho
que existe possibilidade de melhor relacionar o conhecimento com o desenvolvimento
pessoal. Aliado a essa percepção, retrata-se que existe falta de preparo e qualificação
dos profissionais de ensino, preconceito que perdura em ambos os espaços e
classificação do que é normal ou anormal, de acordo com os interesses e padrões
estabelecidos pela sociedade dominante, dentre outros fatores exclusivos. Mesmo as
pessoas com deficiência que têm educação em nível superior e aquelas que atuam no
serviço público relatam os mesmos aspectos. Como postula Sassaki (2006):
[...] É diante deste cenário que se observa que são escassas às pessoas com
deficiência ou necessidade especial de aprendizagem que concluem o ensino
superior ou mesmo as que conseguem ingressar no mercado de trabalho sem
que, para isso, tenha que superar barreiras de todo o tipo, como as atitudinais,
comunicacionais e arquitetônicas (Sassaki, 2006, p.39).

Em suma, a exposição desse cenário, presente na relação escola e mercado do


trabalho, pode-se deduzir que, quando se examina a legislação, acredita-se que a
reduzida participação de pessoas com deficiências no mercado do trabalho do Brasil
decorre não da falta de leis e de fiscalização, como também das carências de ações,
estímulos e instituições que viabilizem, de forma concreta, a formação, habilitação,
reabilitação e inserção de pessoas com deficiências no mercado de trabalho.
Diante do que foi apresentado, esse estudo parte da seguinte problemática: o que
se tem de discussão nas produções acadêmicas que buscam dialogar com a inclusão da
pessoa com deficiência na relação escola e trabalho? O objetivo é fazer o mapeamento
dos estudos produzidos, nacionalmente, sendo que, de modo específico, propõe-se
identificar as produções existentes na região nordeste do Brasil. Para tanto, realizou-se
um levantamento bibliográfico com o qual se procurou conhecer as publicações sobre o
tema pesquisado utilizando como fonte o catálogo de Teses e Dissertações da CAPES
no período de 2018 a 2022.
As análises e os resultados buscaram refletir os aspectos inerentes à formação
humana, formação escolar e a didática com vistas a possibilitar ampliação do debate à
comunidade acadêmica com viés de processo formativo de modo inicial e continuado.

METODOLOGIA

Como recurso metodológico foi delineada a pesquisa exploratória de


procedimento bibliográfico. De acordo com Gil (2008, p. 35):

Um problema será relevante em termos científicos à medida que conduzir à


obtenção de novos conhecimentos. Para se assegurar disso, o pesquisador
necessita fazer um levantamento bibliográfico da área, entrando em contato
com as pesquisas já realizadas, verificando quais os problemas que não foram
pesquisados, quais os que não o foram adequadamente e quais os que vêm
recebendo respostas contraditórias.
Em complemento a esta ideia:

A pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de referências


teóricas publicadas em artigos, livros, dissertações e teses. Pode ser realizada
independentemente ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental.
Em ambos os casos busca-se conhecer e analisar as contribuições culturais ou
científicas do passado sobre determinado assunto, tema ou problema
(CERVO; BERVIAN; DA SILVA, 2007, p. 60).

Desse modo, realizou-se uma revisão de literatura que para Flick (2009), pode
auxiliar a encontrar respostas às questões sobre um ponto em particular ou sobre um
campo de modo geral, identificar as teorias utilizadas e discutidas na área, os conceitos
utilizados ou contestados, as discussões e controvérsias teóricas ou metodológicas do
campo, além de pontos que ainda se encontram em aberto ou que ainda não foram
estudados. Portanto, a busca de revisão de literatura se deu em meio eletrônico por
publicações em bancos de dados nacionais reconhecidos e relacionados ao tema da
pesquisa sendo, por fonte direta o Catálogo de Teses e Dissertações da Capes entre os
anos de 2018 e 2022.
Em todas as fontes de pesquisa foram utilizadas como descritor o termo
“inclusão”. Por ser um termo muito amplo, houve o refinamento para produções em
nível de mestrado e doutorado, no período de 2018 a 2022, na área de conhecimento
“educação”; área de concentração “educação”; seleção (título e resumo do trabalho) que
possibilitou identificar, selecionar e analisar as produções que tratavam o tema, sendo
interesse desta pesquisa as produções pautadas na relação inclusão, pessoas com
deficiência, escola e mercado do trabalho.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

No geral, os estudos analisados tratam da inclusão nas mais variadas


perspectivas do seu termo, ou seja, para além do conceito aplicado à pessoa com
deficiência, à escola e ao mercado do trabalho. Para discorrer sobre o processo de
inclusão da pessoa com deficiência, apresenta-se um panorama das pesquisas
desenvolvidas no Catálogo de Teses e Dissertações da Capes. O período de pesquisa foi
entre os anos de 2018 e 2022 e a busca ocorreu durante o mês de agosto de 2023.
O Quadro 1, apresentado a seguir, exibe o panorama geral, em nível nacional,
dos trabalhos sobre Inclusão de Pessoas com Deficiência no mercado de trabalho no
Catálogo de Teses e Dissertações da Capes entre 2018 e 2022, bem como, aqueles que
foram selecionados para dar sequência aos demais critérios de seleção e análise.

Quadro 1 – Trabalhos sobre Inclusão de Pessoas com Deficiência no mercado de trabalho no Catálogo da
Capes (2018 a 2022) - Nacional
Ano Total Doutorado Mestrado
2018 143 37 106
2019 173 49 124
2020 148 33 115
2021 249 59 190
2022 271 85 186
Total 984 263 721
Fonte: Própria dos autores (2023).

Percebe-se que o total de trabalhos identificados em âmbito nacional foi de 984,


sendo 263 de doutorado e 721 de mestrado em nível de Strictu Sensu. O ano em que foi
identificada maior quantidade de trabalhos foi 2021, com 190 produções ao todo.
No tocante à Região Nordeste pode se constatar as seguintes observações,
conforme apresentadas nos quadros 2, 3, 4 e 5:

Quadro 2 – Trabalhos obre Inclusão de Pessoas com Deficiência no mercado de trabalho no Catálogo da
Capes (2018 a 2022) – Região Nordeste
Nordeste
Tipo/Ano 2018 2019 2020 2021 2022 Total no período
Mestrado 11 21 23 26 33 114
Doutorado 03 06 03 13 15 40
Total por ano 14 27 26 39 48 154
Fonte: Própria dos autores (2023).

De acordo com o Quadro 2, as produções acadêmicas de Mestrado e Doutorado,


totalizaram 154, sendo 114 dissertações e 40 teses. Em consonância com o proposto na
Lei nº 13.005/2014, que se refere ao Plano Nacional de Educação – PNE 2024, que
estabelece:
META 13 Elevar a qualidade da educação superior e ampliar a proporção de
mestres e doutores do corpo docente em efetivo exercício no conjunto do
sistema de educação superior para 75% (setenta e cinco por cento), sendo, do
total, no mínimo, 35% (trinta e cinco por cento) doutores. (Brasil, 2014).

Pode-se perceber que as produções aumentaram gradativamente, após a aptovacao


do PNE de 2024. No Quadro 3, estão expostas as dissertações por estado e instituições
de Ensino Superior, da Região Nordeste, que tratam da Inclusão de Pessoas com
Deficiência no mercado de trabalho.

Quadro 3 – Dissertações por estado e instituições, da Região Nordeste, sobre Inclusão de Pessoas com
Deficiência no mercado de trabalho – Catálogo da Capes (2018 a 2022)
Mestrado
PI 2018 2019 2020 2021 2022 Total
UFPI 01 03 00 05 07 16
MA 2018 2019 2020 2021 2022 -
UFMA 03 04 09 05 06 27
RN 2018 2019 2020 2021 2022 -
UFRN 05 11 10 07 12 45
PB 2018 2019 2020 2021 2022 -
UFCG 01 01 02 04 01 09
SE 2018 2019 2020 2021 2022 -
Unit 01 01 00 00 02 04
UFS 00 00 02 03 02 07
BA 2018 2019 2020 2021 2022 -
UESB 00 01 00 02 03 06
Total 11 21 23 26 33 114
Fonte: Própria dos autores (2023).

Cabe destacar, que dentre as 114 produções, a Universidade Federal do Rio


Grande do Norte foi a instituição que apresentou a maior quantidade de dissertações
(45), sendo a Unit, no estado de Sergipe a instituição que teve o menor número de
dissertações (4).
No Quadro 4, apresentam-se as teses por estado e instituições nordestinos, de
Ensino Superior, referentes à Inclusão de Pessoas com Deficiência no mercado de
trabalho.
Quadro 4 – Teses por estado e instituições, da Região Nordeste, sobre Inclusão de Pessoas com
Deficiência no mercado de trabalho no Catálogo da Capes (2018 a 2022).
Doutorado
2018 2019 2020 2021 2022 Total
PI
UFPI 03 02 01 05 01 12
RN 2018 2019 2020 2021 2022 -
UFRN 00 04 00 06 09 19
SE 2018 2019 2020 2021 2022 -
Unit 00 00 02 00 02 04
UFS 00 00 00 02 03 05
Total 03 06 03 13 15 40
Fonte: Própria dos autores (2023).
Cabe ressaltar, que dentre as 40 produções, a Universidade Federal do Rio Grande
do Norte, novamente, foi a instituição que apresentou a maior quantidade de
dissertações (19), sendo também, a Unit a que apresentou o menor número de
dissertações (4).

Quadro 5 – Incidência de produções, da Região Nordeste, sobre Inclusão de Pessoas com Deficiência no
mercado de trabalho no Catálogo da Capes (2018 a 2022).
Estado Mestrado Doutorado Total
Rio Grande do Norte 45 19 64
Piauí 16 12 28
Maranhão 27 0 27
Sergipe 11 9 20
Paraíba 9 0 9
Bahia 6 0 6
Fonte: Própria dos autores (2023).

Outro fator, que merece destaque é a incidência de trabalhos de Dissertações e


Teses, nos estados da Região Nordeste. Pode-se perceber que o estado do Rio Grande
do Norte é o que possui mais produções (64), ao mesmo tempo em que surpreende não
se ter identificado qualquer estudo nos estados: Maranhão, Paraíba e Bahia não terem
produzido nenhuma tese, no período pesquisado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo buscou responder sobre qual tem sido a produção acadêmica
que dialoga sobre a inclusão da pessoa com deficiência na relação escola e mercado do
trabalho. Constatou-se que, ainda que se tenha todo um aparato legal, os trabalhos
acadêmicos em sua maioria, têm discutido sobre a inclusão da pessoa com deficiência
no âmbito educacional. Na região nordeste do Brasil, notou-se que, em comparação ao
que foi produzido nacionalmente há poucos estudos que relacionam a escola com o
mercado do trabalho. Em alguns Estados o resultado foi o de não identificado. Portanto,
essa relação ainda é incipiente, pois dentre as categorias elencadas, a maioria demonstra
que a discussão tem sido realizada no campo educacional acerca do termo “inclusão”.
Deduz-se que esse estudo permite ampliar o estudo de revisão bibliográfica em
aspectos mais amplos como, por exemplo, a identificação de teorias que têm sido
utilizadas e discutidas na área, os conceitos utilizados ou contestados, as discussões e
controvérsias teóricas ou metodológicas do campo.
Por essa razão, como conclusão, aponta-se que a relação educação e mercado do
trabalho, para além das pessoas com deficiência, ainda necessita ser discutida, pois
considerou-se essa relação como um nicho de muita possibilidade no debate da
formação e das experiências ao profissional da Educação e da Pedagogia.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Conselho Nacional da Educação. Câmera de Educação Básica. Resolução nº


2, de 11 de setembro de 2001. Diretrizes Nacionais para Educação Especial na
Educação Básica. Diário Oficial da União, Brasília, 14 de setembro de 2001. Seção IE,
p. 39-40. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CEB0201.pdf>.
Acesso em: 06 fev. 2020.

BRASIL. Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. DOU 25/07/1991,


republicado 11/04/1996, republicado 14/08/1998. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil -03/leis/l8213cons.htm>. Acesso em: 08. out.2014.

BRASIL. Leis e Decretos. Decreto nº 129, de 22 de maio de 1991. Promulga a


Convenção nº 159, da Organização Internacional do Trabalho - OIT, sobre Reabilitação
Profissional e Emprego de Pessoas Deficientes. DOU 23/05/1991. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/D0129.htm>. Acesso em: 08.
out.2014.

BRASIL. Leis e Decretos. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as


Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, DO 23/12/1996.

BRASIL. Leis e Decretos. Decreto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999.


Regulamenta a Lei no 7.853, de 24 de outubro de 1989, dispõe sobre a Política Nacional
para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção,
e dá outras providências. DOU 21/12/1999. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3298.htm> Acesso em: 08. out.2014.

BRASIL. Leis e Decretos. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano


Nacional de Educação (PNE) e dá outras providências. Brasília: Diário Oficial [da]
República Federativa do Brasil, Brasília, 26 jun. 2014b. Seção 1, p. 1, Ed. Extra.

BRASIL. Leis e Decretos. Lei Federal nº 13.146, de 02 de julho de 2015. Institui a Lei
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