0% acharam este documento útil (0 voto)
6 visualizações33 páginas

Resenha Crítica-projeto Integrador Extensionista

O documento discute a construção da identidade e diversidade cultural brasileira, destacando a influência dos povos indígenas e africanos ao longo da história. A diversidade cultural é apresentada como um elemento enriquecedor, mas também como fonte de desafios, como desigualdade e preconceito. A importância da educação inclusiva e de políticas públicas que promovam o respeito e a valorização da diversidade cultural é enfatizada para a construção de uma sociedade mais justa e plural.

Enviado por

Lourdes Marília
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato DOCX, PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
0% acharam este documento útil (0 voto)
6 visualizações33 páginas

Resenha Crítica-projeto Integrador Extensionista

O documento discute a construção da identidade e diversidade cultural brasileira, destacando a influência dos povos indígenas e africanos ao longo da história. A diversidade cultural é apresentada como um elemento enriquecedor, mas também como fonte de desafios, como desigualdade e preconceito. A importância da educação inclusiva e de políticas públicas que promovam o respeito e a valorização da diversidade cultural é enfatizada para a construção de uma sociedade mais justa e plural.

Enviado por

Lourdes Marília
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato DOCX, PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 33

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DO MARANHÃO –

UNIFACEMA
BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL
PROJETO INTEGRADOR EXTENSIONISTA: IDENTIDADE CULTURAL

LOURDES MARÍLIA RODRIGUES BARBOSA

DE QUE FORMA A IDENTIDADE E DIVERSIDADE CULTURAL SÃO


CONSTRUÍDAS A PARTIR DA REALIDADE LOCAL DO ESTUDANTE?

CAXIAS – MA
2024
A identidade cultural brasileira foi construída ao longo do tempo a partir da
diversidade de costumes dos diferentes povos trazidos para o país no período
colonial. Povos esses que incluíam, entre os nativos e os colonizadores
portugueses, africanos como mão de obra escrava.
Assim que chegaram ao território brasileiro, os portugueses encontraram
diversos povos indígenas com diferentes práticas e costumes, e logo enxergaram
neles uma potencial força de trabalho escravo, impondo sobre eles seu modelo
de exploração comercial já empregado na África.
A escravidão no Brasil teve início assim que os portugueses começaram o
processo colonizatório, na década de 1530. Até então, com o foco na exploração
do pau-brasil, o trabalho dos indígenas era realizado por meio do escambo, os
indígenas interessados derrubavam as árvores, levavam até a costa e eram pagos
com objetos oferecidos pelos portugueses. Porém, quando Portugal tomou a
decisão de implantar o sistema de capitanias hereditárias passou a ser
incentivado o desenvolvimento de engenhos de produção de açúcar, o que
demandava uma quantidade bem maior de trabalhadores, levando os
colonizadores a escravizar a única mão de obra disponível: os indígenas.
Entretanto, sem a satisfação de suas necessidades básicas de sobrevivência, eles
passaram a adquirir diversas formas de resistência, o que resultou em conflitos
com os colonos que consideraram a escravização deles, apesar de barata,
conturbada e problemática. Os nativos não concordavam com o modelo de
exploração predatória dos europeus, acreditavam que o trabalho na lavoura era
um “trabalho de mulher”, não compreendiam a ideia de trabalho contínuo e,
devido à exposição a novas doenças trazidas pelos portugueses, tiveram uma alta
taxa de mortalidade.
Durante o período de colonização, eles negociaram e romperam laços com
os colonizadores, agiram como sujeitos complexos diante da invasão às suas
terras e as transformações de seu modo de viver, e desempenharam um papel
importante no comércio possibilitando a passagem do gado e de outros produtos
com a abertura e conservação de estradas por meio dos aldeamentos que, além
de facilitar o processo comercial, também incentivavam o contato com os
portugueses. Viviam nas aldeias índios de etnias e grupos diversos, o intuito era
facilitar a introdução indígena na sociedade civil convertendo os mais velhos,
alfabetizando as crianças e, consequentemente, garantindo acesso à sua mão de
obra.
Os nativos foram de suma importância para a constituição do Brasil, com
contribuições variadas que iam do campo econômico à preservação da fauna e
flora brasileira e, principalmente, ao campo cultural. Através da sua forte ligação
com a terra descobriram uma variedade de alimentos, como a mandioca (e suas
variações como a farinha, o pirão, a tapioca, o beiju e o mingau), o caju e o
guaraná utilizados até hoje na alimentação, entre outros conhecimentos
culinários presentes na vida dos brasileiros, além do seu vasto conhecimento
medicinal que possibilitou descobertas fundamentais para a medicina moderna.
Foi só a partir da década de 1560 que os escravos africanos chegaram ao
Brasil, vale ressaltar que apesar disso os indígenas continuaram sendo a
principal mão de obra até meados de 1590. Somente após a prosperidade da
economia açucareira que alguns locais, como Bahia e Pernambuco, passaram a
ter uma quantidade maior de escravos africanos.
Os africanos escravizados eram trazidos para o Brasil nas embarcações
chamadas tumbeiros, por onde acontecia o tráfico negreiro, aqui eles
encontraram uma rotina de violência ao serem obrigados a trabalhar de forma
desumana. Embora alguns pensem que o povo africano aceitou de forma
pacífica a escravização, sem nenhuma resistência, não foi bem assim que as
coisas aconteceram. Mesmo com as violentas punições para desencorajar
revoltas, muitos fugiam e formavam grupos nas matas que ficaram conhecidos
como quilombos, onde eram livres e podiam praticar sua cultura e seus rituais
religiosos. O mais importante quilombo do Brasil colonial foi o Quilombo dos
Palmares, construído na região do atual estado de Alagoas, chegou a reunir cerca
de 20 mil habitantes.
A relevância dos povos africanos, assim como dos povos indígenas, para a
constituição da sociedade brasileira não se fez presente apenas nos elementos
culturais, da mesma forma que a mão de obra indígena, a força de trabalho
africana ao longo de gerações produziu e desenvolveu a economia do Brasil, foi
ela que estruturou grandes empresas no país, além da construção de grandes
monumentos históricos, religiosos, governamentais e antigos engenhos que
tornaram-se grandes usinas. Ademais, também contribuíram fortemente para o
enriquecimento cultural com dança, música, religião, culinária e idioma. Estados
como Bahia, Maranhão, Pernambuco, Alagoas, Minas Gerais, Rio de Janeiro,
São Paulo e Rio Grande do Sul tem grande destaque em relação a cultura afro-
brasileira, devido a migração dos escravos.
Toda a violência e discriminação que os negros e os indígenas sofrem
atualmente são consequências diretas de um país que se desenvolveu em meio a
normalização do preconceito e da violência, embora seja claro que a população
desse mesmo país é constituída de mestiços e descendentes dos mesmos povos
aos quais eles discriminam.
O Brasil, como dito anteriormente, é um país marcado pela miscigenação étnica,
pela convivência de diferentes culturas e pela pluralidade de tradições e
costumes. Essa diversidade é fruto da história colonial do país, que envolveu a
chegada de povos indígenas, europeus (principalmente portugueses), africanos e,
posteriormente, imigrantes de diversas partes do mundo.
A identidade cultural brasileira é uma síntese dessas influências diversas,
refletindo-se na língua, na culinária, na música, na dança, nas festas populares,
nas crenças religiosas e em muitos outros aspectos da vida cotidiana. Por
exemplo, o samba, o choro, o frevo, o forró e o maracatu são gêneros musicais
que refletem a diversidade cultural brasileira, assim como a culinária que
mistura ingredientes e técnicas de origens distintas.
Entretanto, é importante ressaltar que essa diversidade cultural também traz
desafios, como a desigualdade social, o preconceito étnico e racial e a exclusão
de grupos minoritários. Portanto, a promoção da valorização e do respeito à
diversidade cultural é um elemento essencial para a construção de uma
sociedade mais inclusiva e justa. Apesar de celebrada internacionalmente como
uma nação miscigenada e multicultural, a realidade é que persistem profundas
disparidades sociais e econômicas entre diferentes grupos étnicos e culturais. As
comunidades indígenas, quilombolas, e outras minorias étnicas e raciais
frequentemente enfrentam marginalização, discriminação e violações de direitos
humanos.
Além disso, a cultura popular muitas vezes é comercializada e apropriada
de maneira superficial, desvinculada de seu contexto histórico e social,
contribuindo para a perda de identidade e a descaracterização de tradições
ancestrais.
Políticas públicas que promovam a preservação e o reconhecimento das culturas
tradicionais, o combate à discriminação e a promoção da igualdade de
oportunidades são fundamentais para fortalecer a identidade cultural brasileira e
garantir o respeito à diversidade étnica e cultural do país.
A compreensão da cultura e das relações sociais, assim como da identidade e
diversidade cultural, é fundamental para a formação integral dos estudantes.
Estas são áreas essenciais não apenas para a ampliação do conhecimento, mas
também para o desenvolvimento de uma consciência crítica e inclusiva na
sociedade contemporânea. Nesta resenha crítica, abordarei como a identidade e a
diversidade cultural são construídas a partir da realidade local dos estudantes,
destacando sua importância e os desafios enfrentados nesse processo.
A construção da identidade cultural está intrinsecamente ligada ao
contexto social, histórico e geográfico no qual os indivíduos estão inseridos. A
realidade local dos estudantes desempenha um papel crucial nesse processo, pois
é a partir das experiências vivenciadas em seu ambiente cotidiano que eles
constroem sua percepção de si mesmos e dos outros. No entanto, é importante
ressaltar que a identidade cultural não é estática, mas sim fluida e dinâmica,
sendo constantemente influenciada por diversos fatores, incluindo as interações
sociais e as mudanças culturais.
Ao crescer em um ambiente local específico, os estudantes são expostos a uma
variedade de influências culturais que contribuem para a formação de sua
identidade. Isso pode incluir a língua falada em casa, as práticas religiosas, a
comida tradicional, as festas e celebrações, as histórias e mitos transmitidos pela
família e pela comunidade, entre outros aspectos.
A diversidade cultural emerge quando estudantes de origens diversas
compartilham seus antecedentes culturais e interagem entre si. Essa interação
promove a troca de conhecimentos, experiências e perspectivas, enriquecendo o
ambiente educacional e promovendo a compreensão mútua.
Um aspecto fundamental da identidade cultural é a diversidade, que se
manifesta através das diferentes formas de expressão, crenças, valores, tradições
e costumes presentes em uma determinada comunidade. A diversidade cultural
enriquece a sociedade, promovendo o diálogo intercultural e o respeito pela
pluralidade de perspectivas. No entanto, a convivência com a diversidade nem
sempre é fácil, especialmente em contextos onde há conflitos e desigualdades
sociais. Na realidade local dos estudantes, a diversidade cultural pode ser
observada em diversos aspectos, como a presença de diferentes etnias, religiões,
línguas, costumes alimentares e práticas artísticas. Essa diversidade contribui
para a construção de uma identidade coletiva, que reflete a riqueza e a
complexidade da cultura local. No entanto, também pode gerar conflitos e
tensões, especialmente quando há discriminação e exclusão de grupos
minoritários. No entanto, é importante ressaltar que a construção da identidade e
da diversidade cultural não ocorre de forma estática ou homogênea. Ela é
influenciada por uma série de fatores, incluindo o contexto socioeconômico,
político e histórico, bem como as dinâmicas de poder e as relações de
dominação e resistência. Portanto, é fundamental que as instituições
educacionais adotem abordagens inclusivas e sensíveis à diversidade, que
reconheçam e valorizem as múltiplas identidades e perspectivas dos estudantes.
Além disso, é importante promover o diálogo intercultural e a troca de
experiências entre estudantes de diferentes origens culturais, a fim de promover
o respeito mútuo, a compreensão e a solidariedade. Isso pode ser alcançado por
meio de atividades curriculares que incorporem conteúdos e práticas culturais
diversas, bem como através de iniciativas extracurriculares, como eventos
culturais, intercâmbios estudantis e projetos de serviço comunitário.
Um exemplo concreto da influência da realidade local na construção da
identidade e diversidade cultural dos estudantes é a celebração de festas e
tradições populares. Nessas ocasiões, os indivíduos têm a oportunidade de
vivenciar e compartilhar aspectos importantes de sua cultura, fortalecendo os
laços de pertencimento e solidariedade dentro da comunidade. Além disso, as
festas e tradições populares também proporcionam um espaço para o
reconhecimento e valorização da diversidade cultural, promovendo o respeito
mútuo e a convivência harmoniosa entre diferentes grupos.
No entanto, é importante reconhecer que nem sempre a realidade local dos
estudantes é inclusiva e respeitosa com a diversidade cultural. Muitas vezes, há
preconceitos e estereótipos enraizados na sociedade que dificultam a aceitação
das diferenças e perpetuam a exclusão de determinados grupos. Nesses casos, é
fundamental promover a educação para a diversidade e o combate ao
preconceito, através de iniciativas que valorizem o diálogo intercultural e a
valorização da pluralidade de identidades.
Em suma, a identidade e diversidade cultural são construídas a partir da
realidade local dos estudantes, refletindo as experiências, valores e tradições
presentes em sua comunidade. A construção da identidade e da diversidade
cultural a partir da realidade local do estudante é um processo dinâmico e
enriquecedor que requer o reconhecimento e o respeito pela multiplicidade de
experiências e perspectivas culturais presentes em um determinado contexto
educacional. Ao valorizar e celebrar essa diversidade, as instituições
educacionais podem contribuir para o fortalecimento da identidade cultural dos
estudantes e para a construção de uma sociedade mais inclusiva e plural.
Para promover uma cultura de respeito e inclusão, é necessário valorizar e
celebrar a diversidade, reconhecendo a importância de cada indivíduo na
construção de uma sociedade mais justa e igualitária No entanto, apesar da
celebração da diversidade cultural, ainda enfrentamos desafios significativos em
termos de inclusão e equidade. A desigualdade persistente é evidente em áreas
como acesso à educação, oportunidades de emprego e representação política.
Além disso, a apropriação cultural e a marginalização de grupos minoritários
continuam a ser questões importantes. A discriminação racial, étnica, religiosa e
de gênero ainda persiste em muitos aspectos da sociedade, limitando o pleno
exercício dos direitos culturais e a participação equitativa de todos os grupos na
vida cultural do país. Para avançar, é crucial promover um diálogo aberto e
inclusivo, apoiar políticas que valorizem e protejam todas as formas de
expressão cultural, e trabalhar para eliminar preconceitos e estereótipos
arraigados em nossa sociedade. A construção de uma cultura verdadeiramente
inclusiva e diversificada exige esforços contínuos colaborativos de todos os
setores da sociedade brasileira.
Para avançar, é fundamental promover políticas públicas que valorizem e
protejam a diversidade cultural, garantindo o acesso equitativo aos recursos
culturais e a representatividade nos diferentes setores da sociedade. Isso inclui
investimentos em educação cultural, preservação do patrimônio histórico e
promoção de iniciativas que ampliem o acesso à cultura para todos os
brasileiros, independentemente de sua origem ou condição socioeconômica.
Além disso, é importante incentivar o diálogo intercultural e o respeito
mútuo entre os diferentes grupos, promovendo uma cultura de tolerância e
aceitação das diferenças. Somente assim poderemos construir uma sociedade
mais inclusiva e justa, onde a diversidade cultural seja verdadeiramente
celebrada e valorizada como um dos pilares da identidade brasileira.

Você também pode gostar