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Espécies de doação
• Inoficiosa
• Doação que excede o limite que o
doador, “no momento da
liberalidade, poderia dispor em
testamento”.
• É “nula” somente a parte que
exceder tal limite, e não toda a
doação (art. 549).
• Se houver herdeiros necessários, só
pode dispor de metade de seus
bens.
• É o Direito das Sucessões que
determina o patrimônio disponível.
• Herdeiros necessários: descendentes,
ascendentes, cônjuge/companheiro.

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Espécies de doação
• Inoficiosa
• Se não houver herdeiros
necessários, não há limitação.
• Observe-se, no entanto, o artigo
548: É nula a doação de todos os
bens sem reserva de parte, ou
renda suficiente para a subsistência
do doador.
• Este artigo não é caso de doação
inoficiosa.
• Não são consideradas as doações
feitas ao tempo em que o doador
não tinha herdeiros necessários.

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Espécies de doação
• Inoficiosa
• Se forem feitas várias doações,
toma-se por base a primeira (o
patrimônio então existente), para o
cálculo da inoficiosidade.
• Caso contrário, o doador
continuaria doando a metade do
que possui atualmente (ao tempo
de cada doação), e todas as
doações seriam legais, até extinguir
todo o seu patrimônio.
• A redução, neste caso, deve
alcançar somente as inoficiosas, a
começar pela última.

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Espécies de doação
• Com cláusula de retorno ou
reversão
• Art. 547
• O doador pode estipular o retorno
ao seu patrimônio dos bens
doados, se sobreviver ao donatário.
• Condição resolutiva: a doação se
desfaz (resolve) se o donatário
morrer antes do doador.
• Se o doador morrer antes, o bem
doado se incorpora definitivamente
ao patrimônio do donatário.
• A reversão só pode estabelecer o
retorno do bem ao doador.

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Espécies de doação
• Com cláusula de retorno ou
reversão
• E se o donatário, depois de ter
recebido o bem, vende este a
terceiro, e, após isso, o donatário
falece?
• O posicionamento mais recorrente
na doutrina é de que o bem, ainda
assim, deverá retornar ao doador,
se este ainda for vivo.
• Argumento em posição contrária
define que se preservaria a boa-fé
do terceiro adquirente.

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Espécies de doação
• Com cláusula de retorno ou
reversão
• A reversão pode ser estabelecida
quando o donatário ainda for vivo.
Nesse caso, estabelece-se um
termo ou outra condição para que a
doação se resolva.
• Em caso de comoriência: não há a
sobrevivência do doador, portanto,
a reversão não se opera.

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Restrições legais
• Doação pelo doador já insolvente.
• A doação configuraria fraude contra
credores, por presunção do art. 158
do Código Civil.
• Proteção aos credores do doador.

• Doação da parte inoficiosa

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Restrições legais
• Doação de todos os bens do
doador.
• É nula a doação de todos os bens
sem reserva de parte, ou renda
suficiente para a subsistência do
doador.
• Deve manter patrimônio para a
sobrevivência. Se reservar alguma
fonte de renda ou usufruto para si,
a proibição não se impõe.
• A nulidade alcança toda a doação, e
não apenas uma parte dela.
• Se forem várias, serão mantidas as
que não deixaram meio de
subsistência ao doador.

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Restrições legais
• Doação do cônjuge adúltero ao
cúmplice.
• Art. 550.
• Pode ser anulada pelo cônjuge, ou
por seus herdeiros necessários, até
dois anos depois de dissolvida a
sociedade conjugal.
• Pode ser anulada = anulável
• Proteção da família formada pelo
casamento.
• A mesma restrição é prevista para o
testamento.
• Na doação, fala do “cúmplice”; na
restrição para o testamento, é
mencionado “concubino”.

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Revogação da doação
• Art. 555
• A doação pode ser revogada por
ingratidão do donatário, ou por
inexecução do encargo, ou pelos
meios comuns a todos os contratos.
• A doação pode ser desfeita por
anulatória, mediante algum vício do
negócio jurídico.
• Pode ser declarada nula pelos
defeitos de validade (agente
incapaz, objeto ilícito, forma
proibida ou não prescrita).
• Também em vícios especiais da
doação (inoficiosa, de todos os
bens, ao cúmplice etc.).

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Revogação da doação
• Revogação por descumprimento de
encargo.
• A rigor, seria mais adequado
chamar anulação, rescisão ou
resolução.
• A revogação se operaria pela simples
vontade.
• Para revogação por
descumprimento de encargo, o
donatário deve ter incorrido em
mora.
• Se houver prazo para cumprimento
do encargo, a mora ocorre
automaticamente pelo seu
vencimento.

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Revogação da doação
• Revogação por descumprimento de
encargo.
• Se não houver termo, a mora
começa com interpelação judicial
ou extrajudicial, devendo ser fixado
prazo razoável para a sua execução.
• Após esgotado este prazo, inicia a
contagem da prescrição para a ação
revocatória da doação.
• A mora depende de culpa
(responsabilidade do encarregado).
Assim, a força maior afasta a mora.
• A revogação atinge toda a doação.

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Revogação da doação
• Revogação por descumprimento de
encargo.
• O encargo pode ser estabelecido a
benefício do doador, de terceiro, ou
do interesse geral (art. 553).
• São legitimados a requerer o
cumprimento do encargo: o
doador, o beneficiado pelo encargo
ou o Ministério Público, se for de
interesse geral e o doador já
houver falecido.
• A revogação da doação só pode ser
requerida pelo doador e
judicialmente.

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Revogação da doação
• Revogação por descumprimento de
encargo.
• Sendo vários donatários e
indivisível o encargo, o
inadimplemento é considerado
total e assim será a revogação, se
acontecer.
• Sendo vários doadores, aqueles
que quiserem revogar (sendo um,
vários ou todos) só poderão
requerer a revogação sobre a quota
respectiva.

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Revogação da doação
• Revogação por ingratidão do
donatário.
• Art. 557.
• Aplica-se para as doações puras e
simples.
• Não se revogam por ingratidão (art.
564):
• Doações puramente remuneratórias
• Doações oneradas com encargo já
cumprido
• Doações em cumprimento de
obrigação natural
• Doações feitas para determinado
casamento

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Revogação da doação
• Revogação por ingratidão do
donatário.
• Previsões do art. 557 e 558 do
Código Civil.
• Não é consenso se o rol de
hipóteses previstas no Código Civil
é taxativo ou apenas
exemplificativo.
• O STJ já decidiu no sentido de se
tratar de um conceito aberto.
• O direito de revogar por ingratidão
é de ordem pública, portanto,
irrenunciável antecipadamente.
• No entanto, ocorrida uma das
hipóteses, o doador pode perdoar.

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Revogação da doação
• Revogação por ingratidão do
donatário.
• Os direitos adquiridos por terceiros
não são prejudicados pela
revogação (art. 563).
• Considera-se o donatário em boa-fé
até o momento da citação. Os
frutos percebidos até então serão
dele.
• Após a citação, o donatário deverá,
sendo revogada a doação, pagar os
frutos posteriores, além de
responder pelos que deixou de
perceber.

222

Revogação da doação
• Revogação por ingratidão do
donatário.
• Não sendo possível a restituição em
espécie do que foi doado, deverá
indenizar pelo meio termo do valor
(art. 563).
• Meio termo: a média entre o maior
valor a que a coisa atingiu e o menor
valor a que ela desceu, durante o prazo
em que esteve com o donatário.

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Revogação da doação
• Revogação por ingratidão do
donatário.
• I - o donatário atentou contra a vida
do doador ou cometeu crime de
homicídio doloso contra ele
• Homicídio tentado ou consumado,
com dolo.
• O homicídio culposo não permite a
revogação.
• Não se exige prévia condenação
criminal.

224

Revogação da doação
• Revogação por ingratidão do
donatário.
• II - o donatário cometeu ofensa
física contra o doador.
• Agressão consumada e dolosa.
• Não é exigida condenação pelo
crime de lesão corporal.

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Revogação da doação
• Revogação por ingratidão do
donatário.
• III - o donatário cometeu injúria
grave ou calúnia contra o doador.
• A difamação não consta no rol do
Código Civil.
• Deve haver intenção de ofender.

• IV - o donatário negou alimentos ao

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Revogação da doação
• Revogação por ingratidão do
donatário.
• O art. 558 possibilita a revogação
quando o ofendido das hipóteses
anteriores for cônjuge, ascendente,
descendente, “ainda que adotivo”,
ou irmão do doador.
• O prazo para requerer a revogação
é de um ano, contado do
conhecimento do fato e sua
autoria.

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Revogação da doação
• Revogação por ingratidão do
donatário.
• Ação personalíssima: não se
transmite aos herdeiros do doador,
nem prejudica os do donatário.
• Os herdeiros do doador podem
continuar a ação iniciada por ele.
• Os herdeiros do donatário seguirão
na ação, caso venha a falecer
depois do ajuizamento.
• No caso de homicídio doloso do
doador, os herdeiros possuem
legitimidade, salvo se o doador
houver perdoado o donatário
ingrato.

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Revogação da doação
• Revogação por ingratidão do
donatário.
• Ação personalíssima: não se
transmite aos herdeiros do doador,
nem prejudica os do donatário.
• Os herdeiros do doador podem
continuar a ação iniciada por ele.
• Os herdeiros do donatário seguirão
na ação, caso venha a falecer
depois do ajuizamento.
• No caso de homicídio doloso do
doador, os herdeiros possuem
legitimidade, salvo se o doador
houver perdoado o donatário
ingrato.

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