UCM/FEG/BEIRA OPORTUNIDADES IGUAIS E AMBIENTE LEGAL
(Palestra proferida aos estudantes do 2o ano dos cursos de GP CA, no plano da cadeira de Gesto de Recursos Humanos)
Beira, 11/03/2013
Antnio Costa David Ucama
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SUMRIO
1. 2. 3. 4. 5. 6.
Consideraes Preliminares; O ambiente legal e sua importncia; As relaes trabalhistas (Direito do Trabalho);
Legislao sobre oportunidades iguais ao emprego;
HIV/SIDA no trabalho; Consideraes Finais.
1. Consideraes Preliminares
Direito
Homem sociedade conflitos regras Sociedade = Estado. Que Estado? Tem de ser Estado de Direito (art. 3 da CRM)
Responsabilidades / deveres
Estado (como ente publico por excelencia) Sociedade civil / privados.
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2. Ambiente Legal e Sua Importncia
Empresa /instituio (pessoa juridica publica ou privada) Funciona com base em regras de direito (o processo da sua criao, a sua estrutura organizacional, as relaes com outras instituies, .). Os recursos patrimoniais, financeiros e humanos devero ser geridos com base em regras jurdicas. Ideia da conformidade com a Lei: (CRM, 38, 39, 41, ); LT (artigo 1 e 2) Fiscalidade ( IRPS ..) INSS (Segurana Social Obrigatria)
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Qual e o alcance prtico do conformismo com a lei?
Fazer s o que a Lei diz?
No fazer o que a Lei no diz? (ex. Artigo 10, 11 e 12 da LT). Proibido a entrada com co. Podemos entrar com o
nosso leo? Que bem pretendemos proteger?
Fazer mais do que a Lei diz, desde que necessrio? Interessa um perfeito exerccio hermenutico; sempre que se pretende aplicar a lei, a mesma deve ser interpretada para se adequar a realidade; pode-se fazer mais do que a Lei diz, desde que no lhe seja contrrio.
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3. Relaes Trabalhistas
Relao Juridico-laboral (Direito do Trabalho) Origens (a ideia da considerao do trabalhador como homem pessoa humana); Natureza e caracteristicas (privado, social, compromissrio); Regulao no Ordenamento Juridico Mocambicano (Lei nr. 23/2007 de 01 de Agosto). Quadro Institucional Ministrio /Direccao de Trabalho (inspeccao) INSS Comisso de Mediao Quadro legal CRM (84) Direito Fundamental ao Trabalho Lei de trabalho e demais legislao.
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4. Legislao sobre oportunidades iguais
no emprego
Preceitos Legais da CRM (35, 36, 37, 80, 84, 85, 86, 87, 94, 95, 107 e 112). Lei do Trabalho (4, 5, 6, 7, 8, 9, 54, 55, 57, 58, 59, ). INEFP. INSS e outras.
5. HIV / SIDA no trabalho
1. Quadro legal e Institucional do combate ao HIV/SIDA.
1. 2. Quadro Legal. Quadro Institucional.
2.
Direitos e Deveres em HIV/SIDA.
1. 2. Direitos e Deveres Gerais Direitos e Deveres Especiais
5.1. Quadro Legal e Institucional
do combate ao HIV/SIDA no pais
5.1.1. Quadro
1.
Constituio da Repblica de Moambique (Rev. 2004);
1.
35, 36, 37, 40, 44, 84, 89, 116, 117, (pragmatismo)
Legal
2.
Decreto Ministerial nr. 10/2000, de 23 de Maio, cria o
Conselho Nacional do Combate ao SIDA (CNCS);
3.
Lei nr. 5/2002, de 5 de Fevereiro, cria principios gerais, visando garantir que todos os trabalhadores e candidatos a emprego nao sejam discriminados no local de trabalho ou quando se candidatam a emprego
por serem suspeitos ou portadores do HIV/SIDA;
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5.1.1. Quadro Legal
4.
Lei nr. 12/2009, de 27 de Janeiro de 2009, estabelece direitos e deveres das pessoas vivendo com HIV e SIDA, e adopta medidas necessarias para a
prevencao, proteccao e tratamento da mesma.
5.
Principios da OIT das praticas do HIV, no mundo do trabalho;
6.
O Cdigo sobre HIV/SIDA e o Emprego na Comunidade de Desenvolvimento da frica Austral (SADC)
questao do direito internacional e Comunitario
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5.2. Quadro
1.
Estado, por vias das suas diferentes formas de
Administrao pblica
Institucional
2. 3. 4.
MISAU; CNCS; Parceiros Privadas; de Desenvolvimento/ONGs/Instit.
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5.2. Quadro
CNCS (Raiz)
A campanha de luta contra HIV e SIDA tem sido levada a cabo, desde o surgimento desta epidemia nos finais da dcada de 80 pelo Ministrio da Sade (MISAU);
Institucional
O MISAU criou o Programa Nacional de Combate SIDA que desenvolveu um vasto programa de educao e sensibilizao com vasta participao da sociedade civil e ONGs.
O MISAU dirigiu uma resposta multi-sectorial com o governo, ONGs
e doadores na elaborao do Primeiro Plano Estratgico Nacional de combate ao HIV e SIDA em 1999.
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5.2. Quadro
CNCS (Raiz)
O plano props a criao de uma Comisso Inter-Ministerial da SIDA a CNCS com a responsabilidade de coordenar uma resposta multisectorial.
Institucional
O CNCS foi criado em 2000 pelo decreto Ministerial (10/2000 de 23 de Maio de 2000).
O Decreto criou igualmente o Secretariado da CNCS para servir como
rgo executivo para a coordenao da resposta nacional.
Actualmente, o CNCS est sob tutela do Gabinete do Primeiro Ministro.
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5.2. Quadro
CNCS (Definicao, Estrutura e Escopro)
O Conselho Nacional de Combate ao HIV/SIDA - CNCS uma instituio do Estado, criada a 23 de Maio de 2000, com um mandato para coordenar a resposta multi-sectorial de combate ao HIV/SIDA, de forma a parar com o alastramento desta pandemia e mitigar o seu impacto em Moambique.
Institucional
Tem um Secretariado Executivo que dirigido por um Secretrio
Executivo, que lidera a instituio e um Secretrio Executivo-Adjunto.
composto por unidades ou departamentos internos e Ncleos Provinciais de Combate ao HIV/SIDA.
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5.2. Quadro Institucional
CNCS (Sustentabilidade)
O Secretariado Executivo do CNCS funciona com fundos do oramento do Estado (OE), ou seja, recebe um oramento do Estado para funcionamento, salrios e investimentos que distribudo entre a sede e os 11 Ncleos Provinciais.
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5.2. Quadro
CNCS (Funcionamento)
Institucional
O CNCS no uma instituio implementadora dos programas de combate ao HIV/SIDA.
O CNCS apenas coordena a planificao, implementao, monitoria e
a avaliao de programas de combate ao HIV/SIDA que as outras instituies (do Estado, sociedade civil e privadas) desenvolvem.
As organizaes da sociedade civil, instituies estatais e privadas que implementam os projectos de combate ao HIV/SIDA.
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5.3. Direitos e Deveres em HIV/SIDA
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5.3.1. Direitos e Deveres Gerais
1.
Os direitos e deveres gerais das pessoas vivendo com o HIV/SIDA esto consagrados na Lei nr. 12/2009, de 12 de Maro.
2.
Destaques: 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 25, 26 e 37
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5.3.2. Direitos e Deveres Especiais
1.
Trata-se do HIV e o trabalho. Ou seja, da proteco que a Lei faz especificamente aos trabalhadores.
2.
uma situao tutelada pela Lei nr. 5/2002, de 5 de Fevereiro; e pelo capitulo XI da Lei nr. 12/2009 (nos seus artigos 41, 42, 43 e 44);
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5.3.2. Direitos e Deveres Especiais
1.
O caso da relao laboral (Contexto)
O mundo empresarial hoje reconhece cada vez mais, que a infeco pelo HIV e o SIDA podem afectar a produtividade e a rentabilidade; por isso,
As actividades de preveno e assistncia em matria de SIDA realizadas pelas empresas contribuem para manter e, s vezes, mesmo, para aumentar a produtividade e a rentabilidade.
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1.
5.3.2. Direitos e Deveres Especiais O caso da relaco laboral (Contexto)
SIDA no s causa doenas, incapacidade fisica e morte dos trabalhadores e a severa disrupo econmica e emocional das suas famlias; ela
aumenta tambm o custo dos negcios, como (aumento das despesas com cuidados de sade, aumento dos pedidos de reforma, de penses e indemnizao por morte, a reduo da produtividade
medida que o absentismo no trabalho aumenta, por doena prpria
ou para cuidar dos familiares doentes, aumento dos custos de recrutamento, formao e rotao laboral devido perda de trabalhadores experientes).
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O caso da relao laboral (Problemas)
5.3.2. Direitos e Deveres Especiais
As questes do HIV no trabalho podem ser encontradas em cada uma das fases da relao laboral, nomeadamente:
Formao do Contrato de Trabalho; Execuo do Contrato de Trabalho; Cessao do Contrato de Trabalho.
O problema fundamental que o teste voluntrio e o
conhecimento do Estado serolgico depende do infectado e no de terceiros (ver art. 27, 28, 29, 49, da Lei nr. 12).
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Formao do CT
O Empregador deve evitar comportamentos abusivos e discriminatorios decorrentes da intromissao na vida privada (vide art. 6 da Lei nr. 12 e vide os artigos 4, 5, 6, 7, 8 e 9, da Lei de Trabalho)
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Execuo
Na pendncia do contrato, a entidade empregadora esta ainda impedida de realizar testes de hiv/sida (artigo 4 da Lei nr. 5);
Ateno com a questo da assistncia mdica nos locais de trabalho (dever de confidencialidade do mdico).
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Cessao
A seropositividade no pode constituir o fundamento
da resciso do CT; as formas de cessao do CT esto previstas nos artigos 124 e ss da LT.
Tal coloca em causa principios constitucionais de segurana no emprego;
A seropositividade no permite atenuar a pena nem
justificar infraces laborais por parte do trabalhado.
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6. Consideraes finais
Nas relaes trabalhaistas e humanas, no geral, imperioso que se estabeleam regras juridicas, primeiro para propoteger o trabalhador como pessoa humana, segundo para regular os conflitos que possam advir desta mesma relao;
A tarefa do Estado (legislar, fiscalizar, intervir com instituies minimas) no pode ser vista como bastante;
inevitvel a interveno dos privados, criando instituies e
forando o Estado a regula-las;
No ambiente laboral importante fazer seguir a Lei de Trabalho ou outra Legislao laboral, pois estas j consagram princpios que
protegem o trabalhador como pessoa humana.
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6. Consideraes finais
A existncia do CNCS representou um importante passo na luta
contra o HIV/SIDA em Moambique, na medida em que consagra o princpio de abordagem multi-sectorial no combate a esta doena.
Mas isto no suficiente para termos um quadro legal e institucional que possa traar direitos e deveres em prol do combate ao HIV/SIDA em Mocambique. Precisamos mais.
A mudana de mentalidade e a abordagem do HIV/SIDA sem medo, em todos os domnios da vida social muito importante.
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UCM FEG BEIRA
Obrigado pela ateno!
Beira, 11/03/2013
Antnio Costa David Ucama
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