CARACTERIZAÇÃO TECNOLÓGICA
• Considerada o coração do beneficiamento, a
caracterização fornece subsídios para a
definição dos processos aos quais os minérios
devem ser submetidos para possibilitar a sua
utilização.
Ela é feita com base em amostras obtidas ainda
durante a pesquisa geológica, a partir dos
materiais colhidos nos métodos diretos de
prospecção, como a sondagem.
• Nesta etapa, estudos feitos em laboratório
analisam, além do mineral valioso, os vários
elementos que constituem a rocha, assim
como a textura, a granulometria e a densidade
do material, ou seja, as propriedades
responsáveis pelo comportamento do minério
ao passar pelos processos de beneficiamento.
OS PRINCIPAIS PARÂMETROS DA
CARACTERIZAÇÃO TECNOLÓGICA
1.Análise granulométrica do minério
Avaliação da distribuição do tamanho das
partículas do minério.
2.Descrição qualitativa e quantitativa dos
minerais presentes na rocha
Caracterização dos minerais componentes da
rocha, como tamanho dos cristais, a textura e
associações entre as partículas.
3.Composição química do minério
Análise química elementar. COMP QUIM DO CARVAO
4.Tamanho de liberação
Indica o tamanho ideal que o minério deve atingir para
que possa ser concentrado.
TAMANHO DE LIBERAC DO CARVAO
5.Índices de moabilidade
Indica o consumo de energia na moagem.
INDICE DE MOABILIDADE DO CARVAO
ORIGEM DO CARVÃO
Nao completa a origem
características petrográficas do carvão
Durante o seu processo de formação, o carvão
sofre uma série de alterações e
transformações que podem ser notadas
através da análise de suas características
petrográficas. Estas carac terísticas podem ser
tanto macroscópicas quanto microscópicas.
• D o ponto de vista petrográfico macroscópico,
os componentes do carvão podem ser
agrupados no que chamamos de litotipos. Os
principais litotipos são:
Ponto de vista petrográfico microscópico.
os macerais, constituintes orgânicos do carvão
(semelhantes aos minerais que constituem as
rochas), são caracterizados pela análise petrográfica
microscópica.
Em função da distribuição e natureza destes macerais,
os carvões podem ser classificados segundo o seu
rank e apresentar características para utilização
como carvões térmicos (para a geração de energia)
ou metalúrgicos (para uso na produção do aço).
Rank ou grau de car bonificação
Designa o estágio atingido por um car vão ao
curso da car bonificação e é definido em
função da reflec tância da vitr inita.
Intender cada figura
• Além dos macerais, o carvão é constituído por
matéria mineral, também chamada de cinzas,
sendo estas geralmente cons-tituídas por
argilo -minerais, carbonatos, sulfetos e quar
tzo. De forma geral, a qualidade do carvão, a
sua utilização e mesmo o seu valor são
diretamente associados ao seu teor de cinzas
(quando mais baixo melhor).
Grade ou teor de cinzas
Para facilitar as transações comerciais, os carvões
também são classific ados em funç ão do grade, ou
seja, do teor de cinzas.
• Quanto maior for o teor de cinzas menor será o valor
do car vão, uma vez que as cinzas não geram energia
e são os resíduos do processamento do car vão. Espe
- cialmente para a geração de energia, dá-se
preferência a car vões de alto grade, isto é, car vões
com baixos teores de cinzas.
• Definição do carvao mineral
O carvão mineral, que possui cor preta, é um
combustível de origem fóssil (formado a partir
da fossilização de materiais orgânicos,
principalmente madeira). Ele é encontrado em
jazidas localizadas no subsolo terrestre e
extraído pelo sistema de mineração.
O carvão mineral é um combustível fóssil que
foi bastante usado durante a Primeira
Revolução Industrial.
NOTA: Mineral é definido como uma substância
sólida(incluindo agua e mercúrio) natural,
formada por processos inorgânicos, de
composição química definida e estrutura
atômica ordenada.
Podemos dizer, então, que a origem sedimentar do
carvão é, em vários aspectos, similar a de outras
commo dities, como o fosfato, por exemplo. A
especificidade do carvão consiste no fato de que as
substâncias submetidas às ações da pressão e
temperatura há 250 milhões de anos são orgânicas
e não minerais. Essas substâncias orgânicas sofrem
modificações significativas com a perda de O2 e
H2o e enriquecimento em carbono, o que as
convertem em carvão mineral.
Dentre os combustíveis fósseis, o carvão é o que
possui a maior reserva no mundo. No planeta,
os maiores produtores de carvão mineral são
Rússia 56,5%, Estados Unidos 19,5%, China
9,5%, Canadá 7,8%, Europa 5,0%, África 1,3%
e outros 0,4%.
O carvão mineral é composto por:
• carbono (grande parte),
• oxigênio,
• hidrogênio,
• enxofre e
• cinzas.
Sua composição consiste em uma mistura
complexa de substâncias orgânicas, contendo:
carbono, hidrogênio e oxigênio, além de
teores mais baixos de nitrogênio, enxofre.
Associada à matér ia orgânica, em var iadas
proporções, encontra-se também uma matér
ia mineral comumente chamada de cinzas.
• É interessante notar que, apesar de ser
composto por substâncias orgânicas, por ser
lavrado e beneficiado tal como outros minér
ios é chamado de carvão mineral.
• Começou a ser utilizado em larga escala, como
fonte de energia, na época da Revolução
Industrial (século XVIII).
• Nesta época era usado para gerar energia
para as máquinas e locomotivas. Até hoje é
usado como fonte de energia.
• A queima do carvão mineral para gerar
energia lança no ar partículas sólidas e gases
poluentes. Estes gases atuam no processo do
efeito estufa e do aquecimento global.
• Portanto, o carvão mineral não é uma fonte de
energia limpa e deveria ser evitada pelo ser
humano.
• Porém, em função de questões econômicas
(em algumas regiões do mundo é uma fonte
barata), ainda é muito utilizado para gerar
energia eletrica em usinas termo-elétricas.
- O carvão mineral é a principal fonte de geração
de eletricidade no mundo. O mineral é
responsável por cerca de 40% das emissões de
CO2 no ar.
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• O processo de formação do carvão dura
milhões de anos e ocorre a partir do
soterramento e posterior “incarbonização” da
flora de grandes florestas que existiram em
certos locais do globo durante os períodos
Carbonífero e Permiano, da Era Paleozóica.
• Quase sempre em um fragmento de carvão,
podem ser observados vestígios de
impressões vegetais (fósseis de formação
celulósica da madeira). É quando observamos
esse fato, que comprovamos sua origem e
podemos imaginar a incrível história da
formação do carvão mineral.
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• O carvão é então a parte celulósica da vegetação,
transformada pelo tempo, pressão, bactérias e
outros agentes anaeróbicos, em uma massa
carbonosa. É fácil imaginar as centenas de carvões
que foram assim formadas. Sucessivas formações
de florestas e sucessivos afundamentos podem
ter ocorrido ao longo de milhares de anos em
uma mesma região, e então, camadas e camadas
de carvões diferentes serão encontradas.
• O carvão é uma rocha sedimentar
extremamente complexa,
predominantemente orgânica e geralmente
bem estratificada.
NOTA: Ao agregado (agrupamento) de um ou
vários minerais consolidados denomina-se de
rochas
BENEFICIAMENTO
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O carvão, assim como a maioria dos minérios, é
encontrado na natureza, muitas vezes de for
ma não adequada para utilização direta. D
este modo, requer operações de
beneficiamento que torne possível sua
utilização nos processos específicos.
• Mas, ao sair das profundezas da terra, ele
ainda não está pronto para ser entregue ao
cliente. Ainda terá que percorrer uma série de
etapas e passar por diversos procedimentos
que vão transformá-lo em um produto
conforme as exigências do mercado, cada vez
mais à procura de minérios adequados às suas
indústrias de transformação
O objetivo do beneficiamento
É separar o material valioso, contido no mineral,
daquilo que não tem utilidade:
As impurezas, também chamadas de ganga no
vocabulário da mineração. Além de promover
essa “limpeza” no minério, máquinas e
equipamentos entram em acção para deixá-lo
com tamanho compatível com as demandas do
mercado.
Objetivo do beneficiamento do carvão
reduzir os teores de cinzas e demais com -
ponentes minerais. Além disso, faz-se também
necessária a adequação de sua distribuição
granulométrica para atendimento das
necessidades dos clientes.
• O beneficiamento consiste em processos que
visam à redução da matéria inorgânica
existente no carvão, melhorando desta forma
a qualidade. O Carvão ROM (Run of Mine) é o
minério bruto, obtido diretamente da mina,
sem sofrer nenhum tipo de beneficiamento.
• O beneficiamento do carvão, também
chamado de lavagem é o procedimento
tecnológico que visa à separação das fracções
mais ricas em matéria carbonosa das fracções
mais pobres.
Existem comercialmente diversos processos de
beneficiamento do carvão, os quais na sua
grande maioria utilizam a diferença de
densidade entre matéria mineral e a carbonosa,
para a separação das frações mais ricas em
carbono.
Como beneficiamos o c arvão
O beneficiamento engloba, basicamente, as
etapas de fragmentação (que no caso do car
vão se restringe à britagem), separação e
desaguamento.
• Na etapa de beneficiamento do carvão, através de processos de
separação gravimétrica ( jigues, ciclones ou tambores de meio denso,
espirais etc.) e de flotação, é feita a redução dos teores de cinzas do
carvão.
• Um dos processos mais amplamente utilizados para a separação do
carvão das cinzas é o de separação em meio denso . Nele, o carvão
fragmentado é adicionado a uma polpa composta por água e magnetita
finamente pulver izada, for mando o chamado “ meio denso ”. Este
meio deverá ter uma densidade inter mediár ia entre a densidade do
“car vão limpo” (mais “ leve”) e das cinzas (mais “pesado”).
• U tilizando -se equipamentos específicos, tais como ciclones, tambores
e banhos de meio denso, é realizada a separação. Abaixo você poderá
conhecê -los.
FLOTAÇÃO
A espécie mineral que possui afinidade com
água segue para o fundo da célula; já os
hidrofóbicos – aqueles que não gostam de
água – vão para a superfície de “carona” em
bolhas de ar, formadas no interior da polpa.
DESAGUAMENTO
• Para retirar a água usada no tratamento do
minério em forma de polpa, o material passa
por mais um processo de separação,
conhecido como desaguamento. É o caso de
Vargem Grande, que emprega o método de
espessamento.
A água recuperada no processo (95%) volta
para ser reutilizada, minimizando o consumo
de água nova, captada dos mananciais da
região.
Na prática, o beneficiamento tem início na fase da lavra
• Carvões que possuem pequena disseminação
apresentam acentuada diferença entre as
densidades das frações constituintes, sendo,
portanto, de fácil beneficiamento por boa
lavabilidade. Por outro lado, carvões que
possuam alta disseminação apresentam
pequena diferença de densidade entre as
frações, sendo de difícil beneficiamento ou
difícil lavabilidade.
• Para realização do beneficiamento de carvões
de fácil lavabilidade são utilizadas
equipamentos de construção e operação mais
simplificada, tais como jigues a água, tipo
Baum, mesas concentradoras, etc., e para
carvões de difícil lavabilidade são mais
adequados sistemas de meio denso cuja
eficiência na separação das frações e muito
grande.
• Estão disponíveis, industrialmente, diversos
tipos de equipamentos para beneficiar o
carvão, sendo de maior utilização os
seguintes: jigues tipo Baum, mesas
concentradoras, equipamentos de meio denso
como ciclones e tambores tipo TESKA, células
de flotação, etc.
Jigues
O Jigue
É um equipamento constituído essencialmente
de um tanque retangular contendo água que é
impulsionada, por meio de ar comprimido, de
baixo para cima em um ritmo constante e
controlado. O tanque apresenta um fundo falso
chamado de leito, a pouca profundidade da
borda, constituído de chapa de ferro com furos
pelos lados quais passam os impulsos da água.
• O carvão passa em granulométrica graúda,
aproximadamente 15 a 50mm, é introduzida
em um lado do tanque e, enquanto vai
atravessando o leito, recebe os impulsos de
água que vai deslocando para a parte superior
da camada de carvão material mais rico em
matéria carbonosa. O efeito de beneficiamento
é devido a um aumento aparente na
densidade da água, criando pelo impulso.
• Ao final do leito a camada de carvão flutuado,
menos rico em matéria mineral e denso em
matéria carbonosa e a inferior, o afundado,
portanto mais denso e rico em matéria
mineral. Para lavar carvões de menos
granulometria, o leito é revestido de material
granulado com diâmetro maior que os furos
da chapa, sendo em geral utilizado o
feldspato.
• Jique é um equipamento apropriado para
beneficiamento de carvão com características
de fácil lavabilidade, e em granulometria
avantajada, apresentando uma capacidade
especifica de lavagem muito grande.
Ciclone de meio denso
Ciclone de meio denso
É um equipamento constituído essencialmente
de um ciclone, constituído de ferro fundido
resistente à abrasão, que opera com um meio
denso liquido. Esse meio denso é uma
suspensão de magnetita ou ferro-silicio,
finalmente pulverizado em água.
• O carvão em uma granulometria fina, de 1 a
25mm ou excepcionalmente até 50mm, é
injetado e misturado com o meio denso por
ação da gravidade ou de bombas
tangencialmente à parede do ciclone, em uma
altura intermediaria.
• Por ação conjunta de densidade do meio fluido
e das forças centrifugas e centrípeta criada pela
rotação do fluido dentro do ciclone, o carvão
bruto é separado em duas frações, uma mais
leve e rica em material carbonoso, o flutuado
que é descarregado pela parte superior do
ciclo, e uma fração mais densa, portanto mais
rica em matéria mineral, o afundado que é
descarregado pela parte inferior.
• O meio mais denso, após sua separação do
carão é recuperado magneticamente.
• Os ciclos de meio denso foram desenvolvidos
na Europa, especialmente na Holanda.
Possuem grande capacidade especifica, mas
sempre menos que os jigues. São
especialmente apropriadas para beneficiar
carvões de difícil lavabilidade.
Lavador TESKA
• Consta de um tanque contendo meio denso á
base de magnetita ou ferro-silício em
suspensão n’água, e de um tambor rotativo de
chapa perfurada que gira dentro desse tanque
com a finalidade de retirar o carvão afundado.
• O carvão é introduzido no tanque e a fração
mais leve flutua, sendo retirada na saída, em
sua parte superior constituído o carvão mais
rico ou flutuado. A fração mais pesada,
portanto mais rica em material mineral,
afunda e é retirada pelo tambor rotativo.
• O meio denso é recuperado, em geral, por
gravidade. O lavador TESKA possui grandes
capacidades especificas. Apresenta boa
eficiência de separação e é adequado a carvão
de difícil lavabilidade e com granulometria
avantajada.
Células de flotação
• O processo de flotação consiste no beneficiamento
de carvão, sempre em granulometria muito fina,
em tanques de água sob agitação intensa que
arrasta ar para dentro do meio liquido, onde são
introduzidos continuamente substâncias liquidas
orgânicas e finos de carvão a ser beneficiado. As
partículas de liquido orgânico aderem
seletivamente às partículas de matéria carbonosa
e ao mesmo tempo as microbolhas de ar.
• O conjunto de partículas liquido orgânico,
matéria carbonosa e bolha de ar, assim
constituído, flutuado por ação dessas bolhas,
arrasta para a superfície a matéria carbonosa
mais pura que é removida e recuperada por
filtração. A matéria mineral umectada pela
água permanece em suspensão nessa.
• O processo de flotação é de custo operacional
elevado e só se justifica, economicamente,
quando associado a outros levados de carvão,
visando a recuperação de uma fração de
carvão nobre a partir dos finos originados nas
diversas etapas do beneficiamento anterior.
Carvão térmico
• O carvão térmico é também chamado de
carvão vapor, termoelétrico e mais
recentemente carvão energético.
• Suas finalidades industriais são: - Utilização por
queima em grandes fornalhas, para produção de
eletricidade através de turbinas movidas por
vapor de alta pressão e temperatura. Os carvões
mais adequados tem sido os de má lavabilidade
que são utilizados sem beneficiamento, ou seja,
in natura, com teor de cinzas em torno de 55%
em base seca e reduzidos a uma granulometria
finíssima, em geral 85% abaixo de 47µ.
• Utilização por queima de carvão granulado em
pequenas fornalhas de grelha, para produção
de vapor de baixa e média pressão ou ar
quente, destinado ao aquecimento industrial.
O teor de cinzas recomendado para o carvão
nesse caso será em torno de 45% em base
seca. O tipo de carvão com 45% de cinzas
pode ser obtido por simples escolha manual
dos carvões gaúchos de melhor qualidade.
Carvão redutor
• Destinado ao processo de redução direta de
minério de ferro, pela utilização de carvão
fóssil, diretamente em fornos rotativos tipo
LURGI e KRUPP, com vistas à produção de
ferro esponja. O teor de cinzas que vem
sendo utilizado é que é perfeitamente viável,
técnica e economicamente é de 35% em base
seca.
Carvão para semicoque
• Como foi visto anteriormente, o menor teor
de cinzas que atualmente pode ser atingido
por beneficiamento de carvão gaúcho é de
17%, o que não se recomenda para a
preparação de semicoque. A possibilidade de
fabricação de semicoque fica condicionada à
solução de dois pontos básicos:
• possibilidade técnica-econômica de reduzir o
teor de cinzas abaixo de 17% ou comprovação,
por meio de ensaios em escala de laboratório
e piloto de possibilidades de uso desse mesmo
carvão.