+
Cuidados na
Alimentação e
Hidratação Oral do
Utente
+ Cuidados na alimentação e hidratação do paciente
A alimentação é essencial para nossa saúde e bem-
estar.
O estado nutricional interfere diretamente nos
diversos processos orgânicos como, por exemplo, no
crescimento e desenvolvimento, nos mecanismos de
defesa imunológica e resposta às infeções, na
cicatrização de feridas e na evolução das doenças.
A subnutrição tem atraido a atenção de profissionais
de saúde que cuidam de pacientes em ambulatório ou
internados em hospitais, certos de que apenas a
terapêutica medicamentosa não é suficiente para se
obter uma resposta orgânica satisfatória.
+ Cuidados na alimentação e hidratação do paciente
O auxiliar de saúde tem a responsabilidade de
acompanhar as pessoas de quem cuida,
preparando o ambiente e auxiliando-as durante
as refeições.
É importante verificar se os pacientes aceitam
a dieta e identificar precocemente
problemas como a bandeja de refeição posta
fora do alcance do mesmo.
Os motivos desse tipo de ocorrência devem-se
ao pessoal em número insuficiente ou ao
envolvimento dos profissionais com atividades
consideradas mais urgentes.
+ Regras gerais para alimentar o paciente em dieta oral
Colocar o paciente em posição sentada elevada.
Manter sempre montado o sistema de aspiração.
Auxiliar o paciente na abertura da bandeja.
Alimentar de forma gradual com pequenas porções.
Ajustar dieta (comunicar com o nutricionista e médico
em caso de diarreia, anorexia, náusea, etc.).
Após a alimentação proceder sempre à higiene oral.
Manter o paciente sentado por um mínimo de 40
minutos.
Avaliar a aceitação da dieta do paciente de acordo
com a observação direta da bandeja do paciente.
Registar todo o procedimento e aceitação da dieta
em prontuário.
+ Fatores que favorecem a digestão e assimilação dos
alimentos
Boa aparência e cheiro agradável dos alimentos;
Atender às preferências individuais;
Ausência de maus odores;
Ambiente agradável, calmo e limpo;
Ausência de fadiga física e mental;
Regularidade do horário das refeições;
Posição cómoda;
Adequação às necessidades e condições do
paciente.
+ Técnicas de alimentação:
Utente capaz de alimentar-se sozinho
Lavar as mãos.
Posicionar mesa de refeição com a bandeja da dieta.
Verificar se a dieta está correta.
Seguir todos os cuidados gerais já descritos.
Registar no prontuário do utente:
hora da alimentação,
tipo de dieta,
aceitação da dieta,
reações do paciente
alterações observadas.
+ Técnicas de alimentação: Utente acamado mas capaz
de alimentar-se sozinho
Lavar as mãos.
Posicionar a mesa de refeição com a bandeja da dieta.
Verificar se a dieta está correta.
Ajudar o paciente a sentar-se e proteger o tórax.
Colocar o prato, copo e talheres ao seu alcance, cortar
a carne e o pão, se for necessário.
Caso o paciente recuse a refeição ou deixe de comer
alimentos adequados à sua dieta, persuadi-lo.
Terminada a refeição, oferecer-lhe água.
Remover a bandeja.
Oferecer material para higiene oral e lavar as mãos.
Deixar o paciente confortável e a unidade em ordem.
Registar no prontuário do cliente: hora da alimentação,
tipo de dieta, aceitação da dieta, reações do paciente e
alterações observadas.
+ Técnicas de alimentação: Utente acamado incapaz de
alimentar-se sozinho
Lavar as mãos.
Posicionar mesa de refeição com a bandeja da dieta.
Verificar se a dieta está correta.
Colocar o paciente em posição de fowler (posição
semi-sentada a 45º), se não houver contra-indicação e
proteger tórax.
Servir pequena quantidade de alimento de cada vez
e, estimular o paciente a aceitar toda a refeição.
Se o paciente estiver impossibilitado de ver,
descrever-lhe os alimentos antes de começar a
alimentá-lo.
+ Técnicas de alimentação: Utente acamado incapaz de
alimentar-se sozinho
Limpar a boca do paciente, sempre que
necessário.
Terminada a refeição, oferecer-lhe água.
Remover a bandeja.
Fazer a higiene oral do cliente e deixa-lo
confortável e a unidade em ordem.
Registar no prontuário do cliente:
hora da alimentação
tipo de dieta
aceitação da dieta
reações do paciente
alterações observadas
+ Via de Alimentação Entérica
Nutrição entérica consiste na administração
de uma fórmula ou produto pelo tubo digestivo
através de uma sonda de alimentação.
É o método de eleição (principal) para a
administração de nutrição artificial.
Na nutrição entérica estão incluídas dietas
entéricas de diversas categorias, algumas das
quais podem ser administradas por via oral:
Como suplemento de alimentos correntes
(quando a ingestão de alimentos é insuficiente).
Como via única de nutrição oral.
+ Via de Alimentação Entérica: Tipos ou categorias
de dietas entéricas
O formulário hospitalar nunca conseguirá
englobar todas as formulações dado o enorme
investimento científico na área, razão pela qual se
adotou uma forma de apresentação mais simples.
Suplementos dietéticos orais
Completos
Modulares
Dietas entéricas
Modificadas
Pré-digeridas
Específicas de doenças (cardiopulmonar, hepática,
renal)
Específicas de doenças metabólicas.
+ Via de Alimentação Entérica
A administração por via oral implica um
paladar “agradável” para os doentes, o que
é conseguido através de “sabores”.
Estes são uma constante de suplementos
dietéticos.
Afixação externa da sonda pode ser
trocada pelo cuidador, desde que tenha
cuidado para não a deslocar.
Para fixar a sonda é melhor utilizar adesivo
antialérgico, e mudar frequentemente o
local de fixação, assim pode evitar ferir a
pele ou causar alergias.
+ Via de Alimentação Entérica
O prestador de cuidados deve ter precauções quando a
pessoa estiver a ser alimentada por sonda nasogástrica:
Antes de dar uma dieta coloque a pessoa sentada na
cadeira ou cama, com as costas bem apoiadas e
deixe-a nessa posição por 30 min após terminar a
alimentação.
Esse cuidado é necessário para evitar que em caso
de vómitos ou regurgitação, restos alimentares
entrem nos pulmões.
Injete a dieta na sonda lentamente quase gota a gota.
Este cuidado é importante para evitar diarreia,
formação de gases, distensão abdominal, vómitos
e também, para que o organismo aproveite melhor o
alimento e absorva os seus nutrientes.
+ Via de Alimentação Entérica
O prestador de cuidados deve ter precauções
quando a pessoa estiver a ser alimentada por sonda
nasogástrica:
A quantidade de alimentação administrada de cada
vez deve ser no máximo 350 ml, várias vezes ao
dia, de acordo com a orientação da equipa de saúde.
Quando terminar a alimentação entérica injete na
sonda cerca de 20 ml de água fria ou tépida se for
fervida, para evitar que os resíduos de alimentos
entupam a sonda.
A sonda deve permanecer fechada sempre que não
estiver em uso.
+ Via de Alimentação Entérica
Alimentação por sonda de gastrostomia
Consiste na colocação de uma sonda no estômago através da
parede abdominal.
Com o objetivo de manter a sonda na posição correta, coloca-se
uma pequena peça transversal (travão), no tubo que ajusta à pele ao
nível do orifício, que é o estoma (permitindo a mobilização da sonda
cerca de 1 cm).
+ Via de Alimentação Entérica
Tipos de Sondas
+ Cuidados na Manutenção da Sonda
Realizar a troca da fixação diariamente.
Realizar a higiene das narinas diariamente e em
SOS.
Realizar a higiene oral diariamente.
Verificar o nível de inserção da sonda
diariamente.
Antes de instalar a dieta verificar sempre o
posicionamento da sonda (auscultação do
borbulho gástrico, aspiração de resíduo
gástrico).
Manter no leito do paciente duas seringas de 20
ml (uma para resíduos e outra para a água),
devidamente identificadas.
+ Cuidados na Manutenção da Sonda
Lavar a sonda com 20 ml de água antes e
depois de:
Administrar a dieta.
Administrar a medicação.
Verificar resíduo gástrico conforme
prescrição.
Realizar a hidratação do paciente conforme
prescrição.
Trocar equipamento da sonda diariamente.
Comunicar à equipa de nutrição situações de
refluxo e/ou vómito.
+ Via de alimentação parentérica
A nutrição parentérica pode ser definida como
o aporte, por via endovenosa, de nutrientes.
Pode ser considerada:
Parcial – se fornece apenas uma parte dos
nutrientes essenciais.
Total – se o aporte contém as quantidades
adequadas de todos os nutrientes essenciais.
A necessidade da sua utilização depende de
dois fatores: a gravidade da agressão e o
grau de desnutrição.
+ Via de alimentação parentérica
A principal dificuldade atual na aplicação deste método é a
inexistência de uma definição consensual de estado nutricional.
A avaliação do estado nutricional assenta em:
Critérios Clínicos – como a história clínica, peso, altura e exame
clínico.
Critérios Biológicos – como o doseamento de proteínas, minerais,
vitaminas e oligoelementos.
Critérios Biofísicos.
+ Via de alimentação parentérica
+ Via de alimentação parentérica - Indicações
A nutrição parentérica está indicada quando
um doente não se alimenta o suficiente
para cobrir as necessidades energéticas.
A nutrição parentérica é menos fisiológica
que a nutrição entérica, estando apenas
indicada nas situações de obstrução/mau
funcionamento do tubo digestivo.
+ Via de alimentação parentérica - Indicações
A nutrição parentérica está indicada nas
situações que se seguem:
Cirurgia:
Uma nutrição artificial pós-operatória está indicada
nos doentes submetidos no pré-operatório a nutrição
parentérica, em doentes muito desnutridos, em
doentes incapazes de receber pelo menos 60% das
suas necessidades nutricionais na 1ª semana de pós
operatório.
Doenças Inflamatórias Intestinais Crónicas:
Engloba sobretudo situações de resistência a
terapêuticas com corticóides ou nas situações
de complicações.
+ Via de alimentação parentérica - Indicações
A nutrição parentérica está indicada nas situações que se
seguem:
Insuficiência Intestinal Crónica:
Caracteriza-se por uma redução da massa intestinal de tal modo que a
absorção de nutrientes é insuficiente para a manutenção de um estado
nutricional adequado.
Intestino rádico:
O tratamento engloba nutrição parentérica durante 3 a 4 semanas ou 4 a
8 semanas nas formas graves e medicação associada.
Nas situações de indicação para cirurgia a nutrição parentérica deverá ser
iniciada pelo menos duas semanas antes.
+ Via de alimentação parentérica - Indicações
+ Situações de Engasgamento
A situação é frequente no caso de utentes
idosos, muitas vezes por alimentação pouco
adequada, presença de placas dentárias soltas
por por dificuldade em engolir.
A situação pode colocar em risco a vida da
pessoa, podendo provocar a morte por asfixia ou
pneumonias por aspiração de alimentos.
Se houver engasgamento é necessário incentivar
o vómito ou a tosse.
Se a pessoa se apresentar cianótica é sinal de
que o engasgamento está a impedir a passagem
de ar levando à perda de consciência ou PCR.
Obstrução da Via Aérea (OVA)
MANOBRA DE HEIMLINCH
1. Mantenha-se por detrás da vítima e abrace-a,
colocando o punho com o polegar apontado
para dentro entre o umbigo e o osso xifóide.
A outra mão é colocada sobre o punho
fechado.
2. Realize (no máximo) 5 movimentos bruscos,
para dentro e para cima, de modo a provocar a
expulsão súbita de ar dos pulmões.
Se necessário podem alternar-se os
procedimentos anteriores (5 pancadas
interescapulares e 5 manobras de Heimlinch) até
que a obstrução fique resolvida ou até a
vítima ficar inconsciente (OVA grave).
Obstrução da Via Aérea (OVA)
+ Situações de Engasgamento
https://www.youtube.com/watch?v=OtzvBH1Bgms
https://www.youtube.com/watch?v=gZGfT3oh9lA
+ A Higiene Oral do Utente
A higiene oral deve ser feita pela manhã, à noite
e após cada refeição.
Escolha uma escova de dentes bem macia,
que se adapte melhor às necessidades do
paciente.
No caso de não existir escova, usar uma
espátula com gaze e elixir.
+ A Higiene Oral do Utente
Se a pessoa não consegue fazer a higiene oral
sozinha, o técnico auxiliar de saúde deve
ajudá-la da seguinte maneira:
Colocar a pessoa sentada em frente ao lavatório ou
na cama, com uma bacia.
Colocar uma pequena porção de pasta de dentes
para evitar que a pessoa se engasgue.
Escove os dentes.
As próteses são importantes tanto para manter a
autoestima da pessoa, como para manter as funções
na alimentação, fala e sorriso.
+ A Higiene Oral do Utente
Se a pessoa não consegue fazer a higiene oral
sozinha, o técnico auxiliar de saúde deve ajudá-
la da seguinte maneira:
Retire a prótese e escove-a com uma escova de dentes
mais dura e sabão neutro ou dentífrico apropriado.
Para a limpeza das gengivas, bochechas e língua o
cuidador pode utilizar uma escova de dentes mais
macia ou gaze humedecida em água.
O movimento de limpeza da língua é realizado de
dentro para fora e é necessário ter cuidado para que a
escova não toque no final da língua.
Enxaguar bem a boca e recolocar a prótese.
+ A Reter:
Fracionar o mais possível os alimentos, sempre que o
utente não consiga fazê-lo por si só.
Incentivar o cliente a alimentar-se de forma autónoma, e
sempre que não seja possível administrar-lhe a alimentação
por via oral.
Respeitar sempre o tempo de mastigação e deglutição do
bolo alimentar do cliente, evitando assim possíveis
complicações alimentares, e tornando o ato de degustação
mais agradável.
Durante a administração da alimentação deve conversar-se
com o utente, de forma a que o mesmo se sinta mais à
vontade e integrado nos cuidados prestados.
+ O Papel do Técnico Auxiliar de Saúde
Colaborar na preparação e confeção de
refeições para o utente/cliente.
Ser capaz de auxiliar nas refeições dos
doentes dependentes, semi-dependentes e
independentes.
Ser capaz de verificar quais as restrições
dietéticas e condicionantes físicas do
utente/cliente.
Registar, comunicar e encaminhar
qualquer alteração ou distúrbio alimentar.