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Geologia de Angola

O documento descreve a geologia de Angola, incluindo os principais tipos de estruturas geológicas como crátons, bacias sedimentares e formações. Fornece detalhes sobre a estratigrafia e ambientes deposicionais das principais bacias e formações em Angola, desde o Pré-Cambriano até o Quaternário.

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Geologia de Angola

O documento descreve a geologia de Angola, incluindo os principais tipos de estruturas geológicas como crátons, bacias sedimentares e formações. Fornece detalhes sobre a estratigrafia e ambientes deposicionais das principais bacias e formações em Angola, desde o Pré-Cambriano até o Quaternário.

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE ANGOLA

ENGENHARIA DE PETRÓLEOS

GEOLOGIA DE ANGOLA

Prof. Dr. Tommaso De Pippo


Os Crátons são um tipo de estrutura geológica caracterizada, em geral,
pela sua estabilidade e composição antiga, tendo se constituído durante a
era Pré-Cambriana, há mais de dois bilhões de anos.

Esse tipo de estrutura é, basicamente, a porção das placas continentais,


que durante um período mínimo de 100 milhões de anos não sofrem
ações diretas do tectonismo e do vulcanismo, o que caracteriza a sua
estabilidade. Sua composição é, em maior grau, de rochas magmáticas e
metamórficas.

Quando falamos que os crátons são estáveis, não significa que estamos
dizendo que eles não passam por transformações. Porém, neles, os
agentes endógenos ou internos de transformação do relevo praticamente
não atuam. Por isso, as rochas são, externamente, muito desgastadas, em
virtude da ação dos agentes externos ou exógenos, tais como a água, o
vento e o clima.

Por essas razões, o relevo das áreas onde se localizam os crátons


costuma abranger, em geral, regiões de planaltos com baixas altitudes e
algumas depressões relativas.
Os crátons são divididos em dois tipos principais de
estruturas: os escudos cristalinose as plataformas.

Escudos Cristalinos:
também chamados de maciços antigos e caracterizam-se
por serem compostos por rochas cristalinas (magmáticas e
metamórficas). São tipos de crátons que afloraram na
superfície, ou seja, não foram recobertos por outros tipos de
estruturas geológicas.

Plataformas:
são composições de crátons recobertas por outras formações
estruturais, geralmente por camadas de sedimentos, as
bacias sedimentares. São também conhecidas
por embasamentos cristalinos e geralmente são formadas
por regiões de depressões relativas, salvo quando a cobertura
sedimentar é muito extensa.
Basamento Precambrico
Mapa semplificado da
tectonica do sal do offshore
e relevos do margem
onshore de Angola.
Coluna estratigrafica resumo dos eventos tectono estratigraficos na Bacia interior
do Kwanza
PRINCIPAIS BACIAS SEDIMENTARES DE ANGOLA
A Bacia do Congo tem sua origem no Interior do Gondwana. Esta bacia
é cercada pelo cinturões móveis do ciclo orogênico Kibarian ( 1,2 ± 0,2
Ga ), e pelo cinturões móveis do Ciclo orogênico Pan-Africano ( 850-
450 Ma).
Posterior a última fase de deformação deste último ciclo, a bacia admite
pouca deposição no Ordoviciano meio com uma seqüência de areia
marinha transgressivo sobreposto por sedimentos pelágicos argiliticos e,
no topo , por arcóseos ( Banália Arcóseos ) que progradam na bacia do E
e do W.
A idade destes arenitos arcóseos é essencialmente Siluriano-Devoniano
Desde este período, a situação de deposição mudou notavelmente e a
Bacia do Congo torna-se uma forte área de subsidencia, devido à
tectônica extensional de grande escala, induzida por colisões
continentais distante , tais como a colisão de Laurentia-Báltica com
Gondwana no Devoniano-Carbonífero e a colisão da Patagônia com o
Gondwana no Triássico. A completa evolução sedimentológica
continental e a drenagem endoreica originou uma espessa seqüência
sedimentar, que em algumas seções atingiram cerca de 9 km de
espessura.
Durante o Carbonífero e Permiano o basamento do craton estava coberto
pelas seqüências terrígenas continentais do Grupo Karroo e Intercalar
Continental.
No caso particular de Angola, e na área diamantífera da província da
Lunda, é possível encontrar alguns fragmentos de uma seqüência glacio-
fluviais e de delta lacustres, correlacionada com o Karroo, preservada em
estruturas limitada por falhas tectônicas.
Esta seqüência termina com episódios ipoabissais e vulcânicos de toleítos
continentais. Nos lugares sem vulcanismo, aparece uma nova seqüência fluvio-
lacustre, nomeada, em Angola, Grupo Intercalar Continental.
Esta unidade litoestratigrafica foi definida informalmente compreendendo depósitos
terrígenos, delimitados por uma discordância tectônica, com os activos subjacentes
do Supergrupo Karroo, preservada em estruturas em graben, e com o sobrejacente
Grupo Cuango. Anteriormente, o Grupo Intercalar Continental foi considerado como
pertencente a Karroo, como Cassange superior ou confundido com o chamado
"Lunda Stage"
Menor rifteamento cretáceo e deriva oceânica entre a África ea América do Sul, no Atlântico Sul na fig. 1). O
litoral sul-americano está representado nos diferentes períodos. (C: Bacia Costeira Congo, K: Bacia do
Kwanza, N: Bacia Namibe)
6
1. Cunene River, 2. Coroca Rio, 3.
Coporolo River, 4. Catumbela
Rio, 5. Kwanza River, 6. Zaire-
Congo River

5 I. Segmento da margem onshore


(ou seja, borda interna da bacia
costeira)
II. ponto de entrada clastica pós-rift
e dispersão de sedimentos na
margem
4 NKOR: Norte Kwanza segmento
3 margem do rift ortogonal;
SKOR: Sul Kwanza segmento da
margem do rift oblíquo;
BTR: Benguela segmento da
margem transforma
NOR: Namibe segmento da
2 margem do rift oblíquo;
III. Eventos sísmicos de
1 magnitudes 2-8 em Angola 1950-
2009
IV. Profundidade em km dos
eventos sísmicos que ocorreram
1950-2009 em Angola
LC Cuvo
SL Formação Chela
MS Formação sal maciço
DGG Formação Dombe Grande
TZ Formação Tuenza
CT Formação Catumbela
QS Formação Quissonde
CL Formação Cabo Ledo
ITB Formação Itombe
NGL Formação N’ Golome
TB Formação Teba
TS Tchipupa Shales
RD Formação Rio Dande
GT Formação Gratidão
CG Formação Cunga
QF Formação Quifangondo
CC Formação Cacuaco
LD Formação Luanda
AC Formação Areia Cinzentas
QL Formação Quelo.

marls

calcilutitos

carbonatos e dolomites silicificados

carbonatos

gesso

evaporitos

shales

areias

conglomerados

rochas metamórficas

rochas efusivas, basalto


rochas intrusivas, granito
I – Formação Cuvo: encontra-se subdividida em duas partes:
• Cuvo inferior ou vermelho: Formado por conglomerados, que apresentam fragmentos
de rochas gnaissícas e outras metamórficas do soco cristalino, bem como arenitos
(possivelmente de cor vermelho), de idade Neocomaniano a Barreniano, é de ambiente
fluvial ou lacustre;
• Cuvo superior ou cinzento: Constituído por arenitos (grossos ou finos) com
intercalações de calcários conquiféros normalmente rico em ostracodos, de idade
Barreniano ou Ante Apciano, de ambiente lagunar com uma evolução para fácies
marinhos. De potencial enquanto rocha reservatório do pré-sal;

II – Formação Sal Maciço: Constituída por dolomite, anidrite dolomítica, e anidrite ou


Halite. Esta sequência evaporítica é de idade Apciana e foi depositada num ambiente
lagunar ao marinho nerítico;
III – Formação Binga: Formada por calcários oolíticos e bioclastos, calcários
sublitográficos com dolomia microcristalina e anidrite; esta formação de idade
Apciano-Albiano foi depositada num ambiente lagunar à plataforma;
IV – Formação Tuenza: Representada por dolomias muito anidritizadas por vezes com
intercalações de evaporítos. Esta formação depositada num ambiente lagunar foi
definida como sendo de idade Albiana;
V – Formação Catumbela: Composta por calcarenitos e calcários marinhos com algas
e corais, bioclásticos, pisoolitos, fragmentos arredondados e calcarenitos conquiféros.
De idade Albiana Superior e depositada num ambiente marinho pouco profundo
(plataforma);
VI – Formação Quissonde: Depositada num ambiente de plataforma externa
constituída por calcários margosos com fragmentos de conchas na base, fragmentos de
conchas na parte média e no topo;
VII – Formação Cabo Ledo: Caracteriza-se pela dominância das margas sobre os
calcários conquiféros. Depositada num ambiente marinho de grande profundidade
(Batial-Nerítico), e é de idade Cenomaniana;
VIII – Formação Itombe: Constituída por margas calcárias com amonites e
intercalações arenosas. Esta formação foi depositada num ambiente de mar pouco
profundo, é de idade Turoniana;
IX – Formação Ngolome: De idade Turoniano-Campaniana, é constituída por margas
pelágicas caracterizada pelo seu conteúdo em micro-fosseis (Globotrucana);
X – Formação Teba: Margas com calcários lumachelicos e restos de Inoceramus com
níveis fosfatados. Depositou-se num ambiente de plataforma de idade Maestrichtiana;
XI – Formação Cunga-Gratidão: Constituída por margas gresosas com lentilhas e
concreções calcárias e calcários silicificados. Depositadas num ambiente pelágico de
idade Eocénica;
XII – Formação Quifangondo: Representada por argilas com intercalações siltosas,
calcários gresosos lumachélicas; e ricas em foraminíferos, de idade Oligocenico-
Mioceninica, depositada em ambientes de plataforma externa à batial;
XIII – Formação Cacuaco: Constituída por calcários com algas, equinoderme e
bivalves, com calcarenitos; depositados num ambiente litoral a circo litoral, de idade
Oligocénica;
XIV – Formação Luanda: Composta por margas castanhas com foraminíferos, areias
litorais e grés com conchas. De idade Pliocénica e depositada num ambiente litoral;
XV – Formação Areias Cinzentas – São sedimentos constituídos por areias
heterométricas com abundante matriz siltosa-arenosa no seio dos quais se encontram
imensos seixos sub-arredondados de dimensões de centímetros. Este conjunto
litológico, que apresenta uma posição estratigráfica e características litológicas bem
definidas e uma extensão areal significativa, foi designada por Formação Areias
Cinzentas. Pela presença de fragmentos de quartzo e de calhau trabalhados pelo homem
tal formação poderá ser considerada como de idade pleistocénica (Duarte-Morais, M.L
et al, 2004).
XVI – Formação Quelo: Constituída por areias ferruginosas e grés de cor vermelha.
Depositou-se num ambiente continental, é de idade Plio-Quaternária.
Evolução Tectónica da bacia sedimentar do Kwanza
A evolução tectónica e sedimentar da bacia do Kwanza resultou, numa fase inicial, da
movimentação das placas tectónicas que provocaram a fracturação do super continente
Gondwana.
Estes movimentos estiveram, então, na base da separação dos continentes Africano e
Sul-americano e que ainda se reconhecem nos dias de hoje, devido ao aumento
progressivo do afastamento dessas placas continentais. Assim sendo, a abertura do
Oceano Atlântico teve início no Jurássico tardio / Cretácico inferior, período em que a
placa africana foi submetida a esforços distensíveis que levaram à abertura do Rift,
ao longo das zonas crustais estruturalmente mais frágeis.

A evolução desta bacia ocorreu segundo vários episódios tectónicos distintos, cada um
deles evidenciando uma estratigrafia e um estilo estrutural próprio.
Esses movimentos tectónicos são divididos em 5 (cinco) episódios, nomeadamente:
• Pré-Rift, que é caracterizado por um tectonismo suave;
• Sin-Rift I , caracterizados por um forte tectonismo;
• Sin-Rift II, caracterizados por um forte tectonismo;
• Pós-Rift, caracterizado por um tectonismo moderado;
• Subsidência regional, que é caracterizada pelo forte basculamento da bacia
(tectonismo activo).
21

31
21

1) Cobertura Phanerozoica Pan-Africana


2) Cinturao metasedimentar de noroeste
3) Cinturao de Luanda
61

4) Cinturao de Iona
5) Cinturao metasedimentar de Calueque
41 6) Cinturao metasedimentar de Alto Zambeze -
51 Kibara
91

81

7) Zona de Lubango
71 8) Cinturao metasedimentar de Alto Zambeze
9) Zona de noroeste
10
1

11
1
11
1

12
1

10
1

10) Cinturao costeiro poliorogenico


11) Cinturao poliorogenico do Alto Zambeze
12) Zona central Eburniana
15
1

15
1
14
1

14
1

13) Zona Di Lubango Eburniano e Pre-Eburniano


13
1 14) Zona metasedimentar de Lunda - Eburniano
15) Zona metasedimentar de noroueste -
Eburniano
19
1
18
1

17
1

16
1
16) Zona de Cassinga - Neoarcheano
17) Escudo central
18) Escudo de Cuango
19) Escudo de Lunda

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