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Aula 1 - Constitucional 2 - Apresentao

Este documento apresenta o plano de aula para a disciplina de Direito Constitucional ministrada pela professora Dra. Lizziane Queiroz. Ele descreve os objetivos, conteúdo programático organizado em três unidades, metodologia de avaliação e bibliografia básica e complementar. O conteúdo programático inclui temas como administração pública, organização dos poderes, estrutura e competências dos poderes executivo e judiciário.

Enviado por

Leandra Maia
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
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Aula 1 - Constitucional 2 - Apresentao

Este documento apresenta o plano de aula para a disciplina de Direito Constitucional ministrada pela professora Dra. Lizziane Queiroz. Ele descreve os objetivos, conteúdo programático organizado em três unidades, metodologia de avaliação e bibliografia básica e complementar. O conteúdo programático inclui temas como administração pública, organização dos poderes, estrutura e competências dos poderes executivo e judiciário.

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Direito

Constitucional
PROFESSORA DRA. LIZZIANE QUEIROZ
• Ementa:
• Objetivos :
• Apresentar ao aluno os conceitos fundamentais que envolvem a temática da
disciplina.
• Analisar com os discentes os conhecimentos teóricos e práticos que envolvem o
Sistema Constitucional Brasileiro.
• Proporcionar uma visão sistematizada da Constituição, estimulando o
posicionamento crítico do aluno acerca das principais instituições do Direito
Constitucional.
• Contextualizar a sociedade, refletindo o papel desta ciência do direito, mediante a
análise de casos práticos simulados.
• Fornecer ao discente a oportunidade de se deparar com problemas do cotidiano e
analisar de que modo o Direito Constitucional tenta solucioná-los.
• Conteúdo programado:
Unidade I
Administração Pública. 1.1 – Noções de Administração Pública.
1.2 – Administração Pública Direta e Indireta. 1.3 – Princípios
constitucionais da Administração Pública.
Organização dos Poderes. Funções estatais.
Poder Legislativo da União. Estrutura, composição,
funcionamento, competências, comissões, TCE.
Processo Legislativo.
Tribunal de Contas
• Conteúdo programado:
Unidade II
Poder Executivo. Estrutura, composição, competências,
funcionamento, responsabilidades, imunidades. Presidência.
Órgãos superiores, Vice-presidência, Ministérios, Conselho da
República e da Defesa Nacional.
Poder Judiciário Nacional. Estrutura, investidura, garantias,
competências.
Conselho Nacional de Justiça.
Funções essenciais da Justiça.
Defesa do Estado e das instituições democráticas
• Conteúdo programado:

Unidade III
• Controle de Constitucionalidade.
Modo de avaliação: Todas as avaliações terão caráter
cumulativo, nos termos do Regimento Geral da
UFERSA, art. 284, §8º.
Faltas
Participação em sala
Reposição
• Horários de atendimentos:
• Quarta-Feira, 14:30 às 16:30
• Sala 23 do DACS

Contato: [email protected]

Grupos de Pesquisa:

1. Desenvolvimento, Regulação e Direitos Sociais


Linhas:
- A face orçamentária dos direitos
- Regulação e Direitos sociais

2. História do constitucionalismo brasileiro: 


Linha: Mudança constitucional, autoritarismo e justiça de transição (pós 1988)

Projetos em Andamento:
- “O Direito Administrativa fica”: análise da permanência do sistema organizacional da administração pública do
período militar após a democratização no Brasil 

- ORÇAMENTO IMPOSITIVO NO MUNICÍPIO DE MOSSORÓ/RN: análise da implementação das medidas


parlamentares impositivas no orçamento municipal - 2021-2022 
Bibliografia Básica
 
BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 28. ed. São Paulo: Malheiros, 2013.
 MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 29. ed. São Paulo: Atlas, 2013.
 SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 36 ed. São Paulo: Malheiros, 2013.
 
Bibliografia Complementar
AGRA, Walber de Moura. Curso de Direito Constitucional. 7ª edição. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2012.
BULOS, Uadi Lamego. Curso de Direito Constitucional. 7ª edição São Paulo: Editora Saraiva, 2012.
CANOTILHO, J. J. Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constituição. 7ª edição. Coimbra: Almedina, 2013.
FERNANDES, Bernardo Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 5ª edição. Rio de Janeiro: Editora
Juspodivm, 2013.
GRAU, Eros Roberto. A ordem econômica na Constituição de 1988. 15ª edição. São Paulo: Malheiros Editores,
2012.
GUERRA FILHO, Willis Santiago. Processo Constitucional e Direitos Fundamentais. 6ª edição. São Paulo: RCS
Editora, 2009.
MARTINS, Ives Gandra da Silva e MENDES, Gilmar Ferreira. 3. ed. Controle Concentrado de
Constitucionalidade. São Paulo: Saraiva, 2009.
MENDES, Gilmar Ferreira.; COELHO, Inocêncio Mártires. BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito
Constitucional. 8ª São Paulo: Editora Saraiva, 2013.
MENDES, Gilmar Ferreira. Direitos Fundamentais e controle de constitucionalidade. 4ª edição. São Paulo:
Editora Saraiva, 2012.
MORAES, Alexandre de. Constituição do Brasil Interpretada e Legislação Constitucional. 6ª ed. São Paulo:
Atlas, 2013.
TAVARES, André Ramos. Curso de direito constitucional. 7ª ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
1. Forma de Estado e espécies
 
Forma de Estado: diz respeito a como o poder é distribuído geograficamente.

Pode ser:

Unitário: mais teórico que prático. Nele, há apenas um centro de poder. Com
a necessidade da democratização (aproximação do centro de poder da
população) e da burocratização, iniciou-se o processo da descentralização.

Regional: as competências que envolvem o exercício do poder (legislativa e


administrativa) são delegadas a centros regionais do território. Aqui destaca-
se o fato de haver não somente descentralização de competências
administrativas – como estamos acostumados a verificar – mas, também,
competências legislativas, o que denota certa autonomia. O Poder sai do
centro e é delegado às regiões. É o que ocorre hoje na Itália.
1. Forma de Estado e espécies

Pode ser:
Autonômico: o poder é avocado dos pequenos centros regionais
diretamente da Constituição a fim de criar o seu Estatuto de Autonomia, o
qual deverá ser submetido ao Parlamento e, se aprovado, é autorizada a
criação da região autonômica. É o que ocorre hoje na Espanha.

Confederação: junção de Estados soberanos. Não chega a ser uma forma


de Estado.

Federal: forma de Estado em que o Poder Político é distribuído em função


do território, sendo que apenas um ente detém soberania enquanto que os
demais detém autonomia uns perante os outros.
Características do Estado Federal:

Indissolubilidade do pacto federativo

Descentralização política

Constituição rígida com núcleo imodificável

Órgão que represente a vontade dos entes autônomos de forma isonômica

Autonomia financeira dos entes autônomos e reconhecida na Constituição do ente


soberano

Órgão de cúpula do poder judiciário

Auto-organização político-administrativa dos entes autônomos com a possibilidade de


autonormatização, autogoverno e autoadministração.
Quanto a sua formação, o Estado Federal pode ser:

Agregação: os estados abrem mão de sua soberania em prol de um só


ente. Sob esta ótica também podemos chamar o federalismo centrípeto.
Formam-se em torno de um núcleo comum.

Segregação: um Estado unitário é dividido em diversos entes autônomos.


Sob esta ótica também podemos chamar de federalismo centrífugo. É o
caso do Brasil.
Quanto à sua concentração de poder, tem-se:

Centrípeto: maior concentração de poder no polo central (não confundir


com centrípeto no sentido de o Estado formar-se da periferia em direção
ao centro). A Constituição Federal de 1988, por ter concentrado uma
gama maior de competências para a União, diz-se que o Estado brasileiro,
quanto à concentração de poder, é centrípeto.

Centrífugo: maior descentralização de poder com sensível diminuição do


poder central em favor do poder regional (não confundir com o
centrifugo no sentido de o Estado formar-se do centro em direção a
periferia);

De equilíbrio: objetiva instaurar uma equilibrada e equitativa repartição


de poderes entre o governo central e os governos regionais.
Quanto a repartição de competências:

Federalismo dual (clássico): atuam com repartição de competências


privativas entre os entes, não havendo colaboração entre si;

Federalismo cooperativo: fruto do constitucionalismo atual e do Estado


Social, busca-se a colaboração reciproca através da possibilidade atuação
comum ou concorrente.

Quanto ao equacionamento das desigualdades:


Simétrico: divisão de competências e receitas de forma paritária;
Assimétrico: pressupõe desigualdades regionais extremadas que
justificam a realização de programas regionais diferenciados, tratando as
regiões de forma diferente.
Federalismo no Brasil:

• 1824: Estado unitário


• 1891: Estado Federativo (federalismo dual)
• 1934: Federalismo cooperativo
• 1937: federalismo nominal (mais teórico que real)
• 1946: Federalismo por Cooperação
• 1967/1969: Federalismo nominal.
• 1988: Federalismo cooperativo, instituindo os Municípios como entes
autônomos.
Federalismo no Brasil:

A União não é soberana! A República Federativa do Brasil é quem é!

A Constituição é do ente soberano (RFB) e não da União!

O que significa dizer que um ente é autônomo?

Autonomia: política, administrativa.


Federalismo no Brasil:

• Auto-organização: cada ente rege-se pelo seu documento político.

• Auto-governo: organização dos poderes;

• Autoadministração: exercício de competências legislativas,


administrativas e tributarias (competências: faculdades/modalidades de
poder conferidas ao ente publico (órgãos ou entidades) para que possa
desempenhar suas funções)
Repartição de competências

Horizontal: cada ente tem sua competência específica. Remete


ao federalismo dual.

Vertical: há uma atuação concorrente dos entes para uma


mesma matéria. Remete ao federalismo cooperativo. Pode ser:
Cumulativa: não há limites para a atuação conjunta;
Não-cumulativa: há uma prévia definição do que cada ente irá fazer.

Administrativa: comum ou exclusiva ( tomada de decisões,


execução de políticas públicas, gerenciamento).

Legislativa: concorrente ou privativa.


Em relação à distribuição das competências, tem-se; (Repartição
Horizontal)

 
Art. 21 – competência administrativa da União (competência exclusiva)
Art.22 – competência legislativa da União (competência privativa)
Art. 23 – competência comum da União, Estados e DF.
Art. 24 – competência concorrente
Art. 25 – competência remanescente dos Estados;
Art.30, I – competência legislativa dos Municípios;
Art. 30, III ao IX – competência administrativa dos Municípios.
Obs1: o Art. 22, parágrafo único diz que a União poderá, via lei
Complementar, delegar aos Estados suas competências descritas no art
22. Mas essa delegação tem alguns requisitos:
Formal: só poderá se dar mediante Lei Complementar e para os Estados
(e DF);

Material: a União só poderá delegar uma competência por vez, e não todo
o inciso;

Implícito: da isonomia, conforme art. 19, III, vedando qualquer diferença


entre os entes federativos. Sendo assim, se houver delegação para um
Estado deverá haver para os demais. Há dúvida na doutrina se essa
delegação também deveria ser estendida ao Distrito Federal. Como a
Constituição não se manifestou, há posicionamento para os dois lados.
Obs2: quanto à complementação da legislação da União por parte do Estado,
trata-se de competência legislativa concorrente, podendo a lei da União ser
complementada de duas formas:

Suplementar supletiva: não há norma geral e o Estado pode legislar livremente

Suplementar complementar: há norma geral e o Estado legisla naquilo que lhe


não afrontar a lei da União.

Não havendo Lei Federal, os demais entes poderão exercer plenamente essa
competência: competência de suplementar supletiva.

No caso de Lei Federal vir a ser editada, a lei Estadual que tratava do assunto
deverá ser suspensa e não revogada, pois no caso de no futuro, as leis gerais
editadas vierem a ser substituídas, estas segundas podem não contrariar a lei
estadual, podendo esta voltar a vigorar – não é caso de repristinação porque a lei
nunca foi revogada.
ADI 1624: constitucional a lei sobre custas forenses – é constitucional a lei estadual que
isenta entidades beneficentes de assistência social de custas e emolumentos, pois a União
estabelece apenas regras gerais, por ser competência concorrente a legislação sobre custas
dos serviços gerais;

ADI 3512: constitucional lei estadual que dispôs sobre meia-entrada aqueles que são
doadores de sangue – competência concorrente para legislar sobre direito econômico;

ADI 2396: é inconstitucional lei estadual que acrescentou à lei federal proibição de venda
de produto (foi além da lei federal – “Trecho da decisão: ...a legislação impugnada foge e
muito do que corresponde à legislação suplementar, da qual se espera que preencha
vazios, lacunas deixados pela legislação federal, não que venha a dispor em diametral
objeção a esta).
 
Obs: O Município tem competência para legislar de modo suplementar, à luz do art. 30, II
da CR/88.

Ele possui a competência suplementar complementar. Quanto à suplementar supletiva,


há divergência doutrinária.
Obs3: a repartição de competências na Constituição Federal se dará
mediante a preponderância dos interesses. Daí, o Município poder
legislar somente quando houver interesse seu.

Exemplos: coleta de lixo, ordenação do solo urbano, fiscalização das


condições de higiene de bares e restaurantes, instalações de banheiro em
instituições bancárias, etc.

Súmula 645 do STF: é competente o Município para fixar o horário de


estabelecimento comercial.
Súmula 646 do STF: ofende o princípio da livre concorrência a lei municipal que
impede a instalação de estabelecimento comerciais do mesmo ramo em
determinadas áreas.

Súmula 19 do STJ: fixação de horário bancário para atendimento ao público é da


competência da União.

Trata-se de norma do sistema financeiro, portanto o interesse


preponderante é o da União.
O Município é competente para exigir instalações especiais para
deficientes físicos, e outras questões que envolvam a comodidade dos
clientes dentro dos estabelecimentos bancários (Rext. Nº 251.542)

O Município é competente para estabelecer tempo de espera na fila de


estabelecimento comercial (RExt. 397.094).

Legislar sobre trânsito e transporte é competência privativa da União. Daí


ter sido declarada inconstitucional leis de Estados e Distrito Federal que
versavam sobre o referido assunto (inclusive parcelamento de multas,
dispensa de exame obrigatório no Detran, serviços de mototaxi, limitação
de velocidade, etc.
Obs4: É competência da União legislar sobre multa de estacionamento particular, pois se trata de matéria
civil (art. 20, I).

Foi declarada inconstitucional Lei de Roraima que determinou que os empregados da construção civil
teriam direito, se chegassem 15 minutos antes do 1ª turno, a café, leite e pão porque somente a União
pode legislar sobre direito do trabalho (ADI 3251-RO).

Instituição de novo feriado civil pelos Estados, DF ou Município é inconstitucional pois é competência
privativa da União legislar sobre direito do trabalho (ADI 3069).

• LEI Nº 9.093, DE 12 DE SETEMBRO DE 1995.

•         ART. 1º SÃO FERIADOS CIVIS:

•         I - OS DECLARADOS EM LEI FEDERAL;

•         II - A DATA MAGNA DO ESTADO FIXADA EM LEI ESTADUAL.

•         III - OS DIAS DO INÍCIO E DO TÉRMINO DO ANO DO CENTENÁRIO DE FUNDAÇÃO DO MUNICÍPIO, FIXADOS EM LEI
MUNICIPAL. (INCISO INCLUÍDO PELA LEI Nº 9.335, DE 10.12.1996)

•         ART. 2º SÃO FERIADOS RELIGIOSOS OS DIAS DE GUARDA, DECLARADOS EM LEI MUNICIPAL, DE ACORDO COM A
TRADIÇÃO LOCAL E EM NÚMERO NÃO SUPERIOR A QUATRO, NESTE INCLUÍDA A SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO.

•         ART. 3º ESTA LEI ENTRA EM VIGOR NA DATA DE SUA PUBLICAÇÃO.

•         ART. 4º REVOGAM-SE AS DISPOSIÇÕES EM CONTRÁRIO, ESPECIALMENTE O 


ART. 11 DA LEI Nº 605, DE 5 DE JANEIRO DE 1949.

•  
É competência da União legislar sobre direito penal e material bélico (como
decorrência da sua competência para autorizar e fiscalizar a competência e
produção de material bélico), daí ser vedado ao Estado editar lei que autorize as
polícias civil e militar utilizar arma de fogo apreendida (ADI 3258).

Legislação municipal determinando procedimento para julgamento de crime de


responsabilidade é inconstitucional por é competência da união a definição do
que são crimes de responsabilidade e o estabelecimento de normas sobre o seu
julgamento (ADI 1879 e Súmula 722 do STF).

Não é inconstitucional Lei estadual que determina meia entrada porque a


competência sobre este assunto é de natureza econômica, cuja competência é
concorrente entre os entes políticos (ADI 1950). Já a Lei Estadual que determina
meia passagem no serviço de transporte coletivo municipal é inconstitucional
porque este é organizado e fiscalizado pelo Município, conforme art. 30, V da
CR/88 (ADI 845).
 
Repartição Vertical

Competências comuns (administrativas): art. 23 – União, Estados, DF e


Municípios.

Competências concorrentes (legislativa): art. 24 (União, Estados e DF).

Competência concorrente (Município): art. 30, II.


 
No caso da competência comum, o parágrafo único do art. 23 explicita:

Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os


Estados, o Distrito Federal e os Municípios tendo em vista o equilíbrio do
desenvolvimento do bem-estar em âmbito nacional.

Aqui, o STF vem optando pelo principio da preponderância do interesse.

Competências do art. 24 são não cumulativas: a União legisla sobre


normas gerais, cabendo aos demais entes legislar de modo complementar:
competência suplementar complementar.
Considerações

• Princípio da Simetria:
Dever do constituinte estadual ou do legislador infraconstitucional dos entes
federativos de respeitar a forma rigorosa e fiel das opções de organização e
de relacionamento entre os Poderes alocadas na Constituição da República.
Exemplos:

ADI 177 – inconstitucionalidade de norma estadual que exigia autorização


legislativa para que o Estado contraísse divida;

ADI 687 – norma da Constituição Estadual que impunha aos Prefeitos


Municipais o dever de comparecimento perante a Câmara de Vereadores sob
o fundamento de não submissão do Chefe do Poder Executivo ao Poder
Legislativo;
Considerações

• Princípio da Simetria:
ADI 202 – a Constituição Estadual alterou o modo de investidura dos
desembargadores do Tribunal de Justiça estabelecendo a necessidade de
aprovação pelo Poder Legislativo da escolha feita pelo governador em
lista tríplice por critério de merecimento;

ADI 792 – foi declarado constitucional norma da Constituição Estadual


que autorizou a possibilidade de reeleição da Mesa da Assembleia
Legislativa, apesar de ser contrário ao que dispõe o art. 55, §2º da
Constituição Federal. Argumentou-se que embora contrariasse a referida
norma, não havia usurpação da Constituição da República não devendo
ser desenvolvida a lógica da simetria.
2. Criação de novos Estados

Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil


compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos
autônomos, nos termos desta Constituição.
§ 1º - Brasília é a Capital Federal.
§ 2º - Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em
Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar.
§ 3º - Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para
se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante
aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso
Nacional, por lei complementar.
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão
por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e
dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios
envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e
publicados na forma da lei.
• Requisitos:

Plebiscito

Oitiva da Assembleia – parecer sem força vinculante.

Lei Complementar da União


• Incorporação/fusão: dois ou mais Estados se unem para criar um novo
Estado – perda da personalidade jurídica dos entes primitivos.

• Subdivisão/cisão: um Estado se subdivide em dois ou mais – há perda


de personalidade do ente primitivo.

• Desmembramento: um Estado perde parte de sua população e parte de


seu território. Pode ser por anexação – parte da população e parte do
território de um Estado-membro é anexado a outro Estado, sem perder
o ente primitivo sua personalidade jurídica – ou por formação – um
Estado-membro perde parte de sua população e parte de seu território
para a formação de um novo Estado, também sem perda da
personalidade jurídica do ente primitivo.
3. Criação de novos Municípios

04 requisitos:

Lei complementar da União estabelecendo período para possível criação


de novos Municípios (ADI por omissão – 3682 – o PL da União incorre em
omissão pois tal lei ainda hoje não foi editada);

Viabilidade para criação do Município por meio de estudo;

Plebiscito da população diretamente envolvida;

Lei Estadual.
3. Criação de novos Municípios

Obs1:Os requisitos foram acrescidos à CF por meio da Emenda


Constitucional nº 15/96;

Obs2: Os Estados que editaram Lei Estadual sem obedecer a tais


requisitos foram impugnadas por meio de ADI. O STF declarou a sua
inconstitucionalidade, mas não pronunciou a nulidade das mesmas,
razão pela qual vários municípios criados continuam existindo. O STF
falou em suspensão de sua nulidade pelo período de 24 meses já que
conferiu 18 meses para que o Legislativo produzisse a Lei.
 

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