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Legislação: Norma Regulamentadora 31

A NR 31 estabelece regras de saúde e segurança para atividades rurais visando tornar o ambiente de trabalho compatível com a segurança e saúde. A norma define documentação, exames, treinamentos e indicações técnicas obrigatórias e se aplica quando há relação de emprego. Empregadores e empregados têm responsabilidades para garantir um ambiente seguro, e a norma trata dos riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes no trabalho rural.

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Legislação: Norma Regulamentadora 31

A NR 31 estabelece regras de saúde e segurança para atividades rurais visando tornar o ambiente de trabalho compatível com a segurança e saúde. A norma define documentação, exames, treinamentos e indicações técnicas obrigatórias e se aplica quando há relação de emprego. Empregadores e empregados têm responsabilidades para garantir um ambiente seguro, e a norma trata dos riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes no trabalho rural.

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Legislação: Norma Regulamentadora 31

Seguir as normas favorece a boa saúde e a segurança

8
Conhecer a Norma Regulamentadora 31
I
O principal objetivo da NR 31 é estabelecer regras a serem observadas na organização e no ambiente de trabalho, de forma
a tornar compatível o planejamento e o desenvolvimento das atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração
florestal e aquicultura com segurança e saúde no meio ambiente de trabalho.

Em outras palavras, a norma define:


• Os documentos de saúde e segurança exigidos para a atividade rural;
• Que atestados de saúde ocupacional são necessários;
• Que avaliações de segurança são obrigatórias;
• Que treinamentos e capacitações são obrigatórios para a função agrícola; e
• Outras indicações, como moradia, alimentação, armazenamento, uso de máquinas, entre outras.

A NR 31 pode ser aplicada a quaisquer atividades do meio rural, desde que verificadas as formas de relação de trabalho e
emprego e o local das atividades.

1. Saiba onde é aplicada

A NR 31 é aplicada em todas as atividades rurais em que existe uma relação de trabalho e emprego, ou seja, patrões,
empregados e prestadores de serviços terceirizados.
Agricultura Pecuária Aquicultura

Fruticultura Silvicultura e exploração florestal


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0
As regras de segurança da NR 31 são educativas e servem, indiscriminadamente, para todas as atividades rurais. Quem
está executando a atividade deve sempre seguir as regras de segurança. Agora, nesse caso, não é possível a aplicação
das penalidades previstas pelo não comprimento da NR 31, por não haver relação de empregado e em pregador.

• Não se aplica • Se aplica

Uma pessoa tem uma pequena piscicultura e dela tira A pessoa que tinha a pequena piscicultura prosperou e au-
seu sustento, porém trabalha sozinho. Não existe mentou seu plantel de maneira que sozinho não é mais
relação de empregado e em pregador. possível cuidar de todas as atividades e se faz necessário
a contratação de um ou mais empregados para ajudar
nas atividades. Existe relação de empregado e em
pregador.
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A NR 31 também deve ser aplicada nas atividades de exploração industrial que são desenvolvidas em estabelecimentos agrários. Isso
inclui todas as agroindústrias que funcio nam no campo.

2. Saiba quem deve aplicar

Cada um tem que fazer a sua parte para tornar o trabalho no campo mais seguro. A NR 31 determina quais são as obrigações do
em- pregador, do empregado e também dos órgãos oficiais, encarrega dos de acompanhar e fiscalizar a sua aplicação.
Quadro 1 - Quem é quem na relação de trabalho

Empregado É todo (a) trabalhador (a) que, mediante salário, presta serviços contínuos a um empregador rural.

Empregador É toda pessoa ou empresa que explora economicamente uma das atividades incluídas na NR 31 e contrata alguém para trabalhar com ele.

Órgãos oficiais A tarefa de coordenar e orientar a aplicação da NR 31 cabe à Secretaria de Inspeção do Trabalho –
SIT.

Atenção

Responderão solidariamente pela aplicação da NR 31:


empresas, empregadores, cooperativas de produção
ou parceiros rurais que se agrupem para desenvolver
tarefas ou que constituam grupo econômico.
Conhecer as responsabilidades
do empregador e do empregado

Todos precisam assumir a responsabilidade pela própria saúde e pela saúde da coletividade no ambiente de trabalho.
Alguns cuidados devem ser tomados individualmente, outros em conjunto. A NR 31 deixa claro quais são as obrigações do
empregador e do empregado.

1. Saiba das responsabilidades do empregador


• Garantir aos empregados condições de trabalho, higiene e conforto adequadas às atividades desenvolvidas e sem nenhum
custo para eles. Adotar medidas de proteção que reforcem a segurança de cada um;
• Tomar todas as providências para eliminar, controlar ou reduzir os riscos envolvidos nas atividades desenvolvidas na
fazenda ou empresa rural. Isso inclui medidas técnicas, organização do trabalho e capacitação dos trabalhadores;
• Avaliar sempre os riscos à segurança e à saúde dos empregados, supervisionando o local de trabalho, máquinas,
equipamentos, ferramentas e o modo de execução das tarefas. Ver se estão de acordo com as normas de segurança e
saúde. Se não estiverem, tomar as medidas de proteção e prevenção necessárias;

1
4
2. Saiba das responsabilidades do empregado
• Cumprir todas as determinações sobre as formas seguras de de senvolver as atividades;
• Adotar as medidas de segurança estabelecidas pelo empregador, de acordo com a NR 31. Se o trabalhador não
fizer isso, vai cometer um ato faltoso e pode ser punido com advertência, sus pensão ou, insistindo no erro, até
mesmo a rescisão do contrato de trabalho; e
• Fazer os exames médicos previstos na NR 31.

Atenção Para o trabalhador, a NR 31 estabelece também


direitos, o que reforça a responsabilidade do
Todo trabalhador tem direito a um ambiente de empregador em fazer com que sejam cumpridos.
trabalho seguro e saudável e, também, a receber
instruções sobre segurança e saúde, além de ser
orientado para que possa atuar na implantação das
medidas de prevenção adotadas pelo patrão.
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1.1. Saiba quais são os riscos físicos
Entender o que são riscos, Provocados por algum tipo de energia a que o trabalhador fica ex-

incidentes, acidentes e III posto. Por exemplo: ruído, vibração, pressão anormal, umidade,
alta ou baixa temperatura, radiações ionizantes e não ionizantes.

doenças do trabalho
A NR 31 foi criada para evitar ou reduzir os índices de doenças e acidentes no trabalho rural. Veja, a seguir, o que é
considerado risco, incidente, acidente e doença do trabalho.

1. Conheça os riscos

Todos estão sujeitos a um imprevisto. No campo, especialmente, o trabalhador fica exposto a muitas situações que
envolvem perigo, ameaçando sua saúde e segurança. Os riscos são divididos em cinco grupos e cada um tem uma cor
específica, que será importante para a elaboração dos mapas de risco de sinalização do ambiente de trabalho.
Quadro 2 - Grupos de classificação de riscos

Grupo I Grupo II Grupo III Grupo IV Grupo V

Risco Risco Risco Risco Risco de


físico químico biológico ergonômico acidente
1.1. Saiba quais são os riscos físicos

Provocados por algum tipo de energia a que o trabalhador fica exposto. Por exemplo: ruído, vibração, pressão anormal,
umidade, alta ou baixa temperatura, radiações ionizantes e não ionizantes.

• Ruído

Riscos: um dos principais riscos físicos é o ruído. Ele pode causar uma surdez parcial, total ou
até mesmo temporária que, com o passar do tempo, pode se tornar crônica. Atuando
diretamente sobre o sistema nervoso, ele pode ocasionar ainda a fadiga nervosa, perda de
memória, dificuldade no pensamento e em coordenar ideias, hipertensão, irritabilidade,
alteração do ritmo cardíaco, distúrbios e perturbações gastrointestinais, diminuição da visão
noturna e dificuldade na percepção de cores.

Fontes geradoras: as principais fontes encontradas no trabalho para esse tipo de risco
são máquinas e equipamentos, ferramentas como triturador, furadeira, compressor,
entre outros.
• Vibração

Riscos: as vibrações podem ser localizadas ou de corpo inteiro. A primeira pode


ocasionar alterações neurovasculares nas mãos, desenvolvimento de distúrbios nas
articulações de mãos e braços e perda de substância óssea (osteoporose). Já as de
corpo inteiro podem causar lesões na coluna, cansaço, irritação, dor nos membros, artrite,
problema digestivo, lesões do tecido mole e lesões circulatórias
Fontes geradoras: atividades desenvolvidas com máquinas pneumáticas, com
motosserras e o trabalho com tratores.

• Umidade

Riscos: a exposição do trabalhador à umidade excessiva pode causar doenças no


aparelho respiratório e circulatório, doenças de pele e quedas.

Fontes geradoras: atividades realizadas em locais alagados ou encharcados, com


umidade excessiva.
• Calor

Riscos: o calor pode causar muitas reações no organismo, entre elas, distúrbios
fisiológicos, desidratação, câimbras, prostração, dor de cabeça, tonturas, mal-estar,
fraqueza, vertigens e diminuição da produtividade.

Fontes geradoras: atividades desenvolvidas junto a fogões, fornos e caldeiras, ou em


máquinas que transmitam muito calor do motor para os operadores.

• Radiação não ionizante

Riscos: capazes de produzir queimaduras, lesões nos olhos, na pele e em outros órgãos.

Fontes geradoras: trabalhos com radiação infravermelha proveniente de operação em


fornos, ou radiação ultravioleta gerada por operações em solda elétrica e até mesmo a
exposição ao sol.

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0
1.2. Saiba quais são os riscos químicos

Representados por produtos, insumos, reagentes ou partículas químicas que possam penetrar no organismo do trabalhador por
via respiratória, através da pele ou por ingestão. Por exemplo: poeira, fumo, fumaça, névoa, neblina, gases ou vapores e produtos
químicos em geral.

• Poeira

Riscos: podem agir separadamente, ou com outros agentes presentes no trabalho,


aumentando sua nocividade.

Fontes geradoras: locais onde há movimentação de máquinas e outros veículos, os


almoxarifados e os barracões de armazenamento de grãos e de adubos.
• Névoa química

Riscos: podem causar dor de cabeça, náuseas, sonolência, convulsões e até


mesmo a morte.
Fontes geradoras: a névoa resultante da aplicação de agrotóxicos, assim como
os gases dióxido de carbono e monóxido de carbono, resultantes da queima de
combustíveis em motores de combustão interna.

Precaução

O trabalho com produtos químicos pode


causar irritações na pele, queimaduras,
intoxicações e asfixia.
2
1.3. Saiba quais são os riscos biológicos 3

São os representados por micro-organismos que podem transmitir doenças ou causar problemas. Por exemplo: vírus,
bactérias, fungos, leveduras, parasitas, bacilos ou protozoários.
1.4. Saiba quais são os riscos ergonômicos

São aqueles relacionados às condições inadequadas de trabalho. Por exemplo: má postura, mobiliário impróprio, equipamentos
inadequados, grande esforço físico, ritmo exagerado de trabalho, movimentos repetitivos, levantamento e transporte de pesos.
• Trabalho físico pesado, posturas incorretas, ritmo excessivo e posições incômodas

Riscos: podem causar cansaço, dores musculares, fraqueza, hipertensão arterial, úlcera duodenal, doenças no sistema nervoso,
problemas na coluna e acidentes. Também ocasionados por monotonia, trabalho sem turnos, jornada prolongada, conflitos,
ansiedade e irresponsabilidade.
Exemplos de fontes geradoras: postos de trabalho mal projetados ou com funções repetitivas. Os trabalhos realizados
em pé por longos períodos, como separação de produtos em esteiras (frutas); a repetição da mesma atividade por
longos períodos; a má postura em máquinas, equipamentos e implementos; e o carregamento e descarregamento de
cargas.

Posição correta Posição errada

2
4
Posição correta Posição errada

2
4
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1.5. Saiba quais são os riscos de acidentes

São ocasionados pelo ambiente de trabalho inseguro. Por exemplo: local de trabalho inadequado, máquinas e equipamentos
com problemas, ausência de proteção, ferramentas com defeitos, problemas elétricos, armazenamento impróprio de
produtos, animais peçonhentos, entre outros.

• Ferramentas com defeito • Problemas elétricos • Animais peçonhentos


2. Conheça o que é incidente, acidente e doença do trabalho
• Incidente: é um acontecimento imprevisto, indesejável e perigoso decorrente do exercício do trabalho, mas que não causa
nenhum dano à saúde ou à integridade física do trabalhador. Trata-se de um acidente sem lesão pessoal.

Exemplo:
Ao passar por uma curva de nível, o trator tomba, o operador está
usando o cinto de segurança e acaba levando somente um susto, sem se
machucar e sem danos ao trator.

Exemplo:
• Acidente de trabalho: é também um acontecimento imprevisto, indesejável e
perigoso ocorrido durante o exercício do trabalho, mas diferente do incidente. O
acidente causa lesões corporais, podendo deixar o trabalhador incapacitado e até
matá-lo. As consequências de um acidente podem ser imediatas ou em longo prazo.
Trata-se de um acidente com lesão pessoal.
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Ao passar por uma curva de nível, o trator tomba, o operador não está utilizando o cinto de segurança e cai embaixo da
máquina, quebrando uma perna.
• Doença do trabalho: é a que ocorre em consequência de um determinado tipo de trabalho e está diretamente relacionada a
ele.

Exemplo:

Sem pausas para descanso e sem cuidados com a postura, o trabalhador passa longos períodos no plantio de mudas. O tempo
todo inclinado, executando o movimento repetitivo pode causar uma lesão na lombar.
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2.1. Conheça os prejuízos gerados pelos acidentes e doenças do trabalho

A prevenção dos riscos deve ser encarada como investimento e não como custo, pois todos os envolvidos (empregador,
empregados e a sociedade) são prejudicados com um acidente ou doença do trabalho.

Quadro 3 - Prejuízos gerados pelos acidentes e doenças do trabalho


Trabalhador acidentado Empregador Sociedade
• Perda do trabalhador; • Custos com o socorro,
• Sofrimento (dores físicas, desgaste
• Custos com o socorro de emergência; tratamentos e cirurgias pela
psicológico);
saúde pública;
• Hospitalização, cirurgias; • Custos com a licença nos 15 primeiros
• Custos com os benefícios
• Dependência médica; dias após o acidente ou doença;
previdenciários;
• Danos à máquina ou ao equipamento;
• Gastos com medicamentos; • Redução de leitos disponíveis
• Perda de produtos;
• Incapacidade, invalidez; em hospitais públicos; e
• Paralisação da produção;
• Desemprego; • Redução da população
• Atraso no cronograma de entrega da
• Aposentadoria precoce; economicamente ativa e
mercadoria;
• Redução do poder aquisitivo; elevação de gastos da
• Custo com treinamento e adaptação de previdência social.
• Marginalização; e
um substituto; e
• Morte e desamparo da família.
• Desgastes com a perícia trabalhista, civil
ou criminal.
2. Conheça as medidas de proteção

Para qualquer que seja a natureza do risco, é preciso eliminá-lo. Ao detectar o problema, tome medidas de proteção coletiva
ou medidas de proteção individual, conforme o caso.

1. Conheça as medidas de proteção coletiva

São aquelas que protegem muitos trabalhadores ao mesmo tempo. Podem ser:
• Medidas de engenharia na construção ou nas instalações físicas do estabelecimento, para melhorar a segurança do local.
• Alterações no ambiente de trabalho, para proporcionar mais conforto aos empregados e reduzir as possibilidades de
doenças laborais.

3
0
31

As medidas ou os dispositivos usados para proteger mais


• Sinalizações
de uma pessoa são chamados de Equipamentos de
Proteção Coletiva (EPC).

Algumas medidas de proteção coletiva: sinalizações,


extintores de incêndio, proteção das escadas com
corrimão, rodapé e piso antiderrapante, aterramento nos • Extintores de incêndio
equipamentos elétricos, iluminação adequada, sistema de
exaustão, entre outros.

• Proteção das escadas, com corrimão, rodapé e piso antider- rapante

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2. Conheça as medidas de proteção individual
Essas medidas são tomadas para proteção individual do trabalhador, quando as medidas de proteção coletivas são inviáveis
ou quando precisam ser complementadas. As medidas de proteção individual também são adotadas para atender situações
de emergência. Significam, basicamente, o uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), adequados a cada risco,
como capacetes, botas, luvas, avental, entre outros.

Precaução

1. O empregador é obrigado a fornecer os EPIs gratuitamente aos empregados, além de orientá-los e exigir que os usem.
2.O trabalhador tem que usar os EPIs de maneira correta.
3.Os EPIs têm que ser apropriados ao tamanho do trabalhador.

Os EPIs devem ter o certificado de aprovação


expedido pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
Confira o número no equipamento ou na
embalagem.

Para cada atividade, existem EPIs apropria- dos


que protegem a parte do corpo exposta ao risco. A
NR 31 estabelece os EPIs que são obrigatórios.
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Quadro 4 - EPIs obrigatórios


a)Proteção da cabeça, olhos, face e ouvidos
Cabeça Olhos e face

• Protetores faciais para evitar


• Capacete contra impactos
lesões por partículas, respingos e
causados por quedas ou
vapores de produtos químicos ou
objetos que atinjam a
por ra- diações luminosas
cabeça.
intensas.

• Óculos para evitar lesões por


• Chapéu de abas para prote-
impacto de partículas ou objetos
ger contra o sol ou a chuva.
pontiagudos e cortantes e para
proteção contra radiações, poeira,
Olhos e face pólen e líquidos agressivos.
Ouvido

• Protetores impermeáveis e
resistentes para manipulação de • Protetores auditivos contra
produtos químicos. ruídos excessivos.
b)Proteção das vias respiratórias c)Proteção dos membros superiores
Luvas e mangas
• Respiradores com filtros
• Durante as operações com
me- cânicos para trabalhos objetos ou produtos escoriantes,
com exposição à poeira abrasivos, cortantes ou
orgânica. perfurantes.
M
o • Durante as operações com
d produtos químicos tóxicos,
e irritantes, corrosivos ou cau-
l sadores de alergias.
o • Durante o manuseio de ma- teriais
quentes.
• Respiradores com filtrosd • Durante as operações com
e
combinados para atividades equipamentos elétricos.
em que há dispersão de ga- f
ses e de poeiras tóxicas. i • Durante o trato de animais ou
l manipulação de suas vísceras e
• Aparelhos de isolamento,
t detritos que podem transmitir
autônomos ou de transporte r doenças.
o
de ar, para locais de trabalho • Contra picadas de animais
onde o oxigênio é reduzido. peçonhentos.
• Respiradores com filtros
químicos para trabalhos
d)Proteção dos membros inferiores • Calçados fechados para to-
das as outras atividades.
• Botas impermeáveis e antiderrapantes
para terrenos úmidos, lamacentos, e)Proteção do corpo todo
encharcados ou com dejetos de
animais.
• Aventais.
• Botina com biqueira reforçada para uso
onde há perigo de queda de materiais
• Jaquetas e capas.
pesa dos ou de pisões de animais.

• Macacões.
• Botas de cano longo ou botina com
perneira, onde existem animais
peçonhentos. • Coletes ou faixas de
sinalização.
• Botina com solado reforçado, onde há
risco de perfuração dos pés. • Roupas especiais para
atividades específicas
• Calçados impermeáveis e resistentes (ex.: apicultura).
para atividades com produtos
químicos.
f) Proteção contra
• Perneiras para atividades em que há quedas
perigo de lesões por objetos cortantes,
• Cintos de segurança.
esco riantes ou perfurantes.
Conhecer a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho
Rural (CIPATR) V

Do mesmo modo que o SESTR, a CIPATR tem o objetivo de prevenir acidentes e doenças relacionados ao trabalho. Mas,
enquanto o SESTR é composto por profissionais especializados, assumindo missão mais técnica, a CIPATR é formada pelos
próprios empregados e por representantes dos patrões, e assume função mais social.

1. Entenda o que faz a CIPATR


• Identifica as situações de risco para a segurança e a saúde dos trabalhadores, comunicando os problemas ao
empregador;
• Interrompe o funcionamento do setor, máquina ou equipamento onde considerar que existe risco grave e iminente à
segurança e à saúde, informando ao SESTR ou ao empregador;
• Acompanha a execução das medidas de prevenção necessárias no estabelecimento;
• Divulga entre os empregados as informações sobre segurança e saúde no trabalho;
• Participa junto com o SESTR das reuniões realizadas pelo empregador para avaliar os impactos de qualquer alteração
que ocorra no ambiente de trabalho;
• Quando ocorre um acidente ou doença do trabalho, analisa suas causas junto com o SESTR ou com o empregador e
propõe medidas para solucionar os problemas encontrados;
• Com o conhecimento do empregador, pode convocar trabalhadores para prestar informações sobre acidentes que tenham
ocorrido; e
• Propõe cursos, treinamentos e atividades que despertem o interesse dos trabalhadores pela prevenção de acidentes.
1.1. Saiba quando o empregador deve
constituir a CIPATR

Se o número de empregados fixos for no máximo 19, e houver


contratação de trabalhadores apenas em períodos limitados como os
Abaixo de 19
da safra, a CIPATR não é necessária. Devem ser cumpridas as
empregados
exigências quanto ao SESTR, explicadas anteriormente, ou seja, ou o
empregador tem formação em prevenção de acidentes e doenças do
trabalho ou contrata um técnico de segurança do trabalho.

A partir de 20 Todo empregador rural que tenha a partir de 20 trabalhadores


empregados contratados, por prazo inde- terminado, é obrigado a manter uma CIPATR
no estabelecimento.
1.2. Conheça a composição da CIPATR

A comissão precisa contar com número igual de representantes indicados pelo empregador e representantes eleitos pelos
trabalhadores. Os representantes dos empregados devem ser escolhidos por votação secreta para um mandato de dois anos,
podendo ser reeleitos uma vez.

O número total de integrantes da comissão é proporcional ao de tra balhadores no estabelecimento, conforme mostrado baixo:
Tabela 3. Composição da CIPATR

do empregador

1.3. Conheça a coordenação da CIPATR


Empregados e patrões se revezam na coordenação da comissão, do seguinte modo:
• 1º ano de mandato – os representantes do empregador esco lhem o coordenador; e
• 2º ano de mandato – os representantes dos trabalhadores esco lhem o coordenador.
44
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1.4. Saiba quais as responsabilidades do empregador com a CIPATR

Formar a CIPATR e fazer com que ela funcione é uma responsabilidade do empregador. Cabe a ele uma série de
obrigações fixadas pela NR 31.

As principais são:
• Convocar a eleição para os representantes dos trabalhadores na CIPATR;
• Realizar a eleição em dia normal de trabalho, possibilitando a participação da maioria dos empregados;
• Antes da posse, em horário de expediente normal, promover o treinamento dos eleitos e dos suplentes em segurança e saúde do trabalho;
• Convocar reuniões ordinárias e extraordinárias da comissão; e
• Garantir à CIPATR todos os meios para que possa desempenhar bem suas funções.
Trabalhar com saúde
VI
O trabalho no campo exige muita saúde e disposição para que pos-
sa ser bem executado. Além do desgaste físico próprio da atividade,
A norma recomenda ainda que a orga-
o trabalhador rural ainda está constantemente exposto a diversos
nização do trabalho seja adequada às
fatores que ameaçam seu bem-estar e sua integridade física. O em-
características físicas e psicológicas dos
pregador pode e deve desenvolver ações para preservar e promover
trabalhadores e à natureza da atividade
a saúde e resguardar a integridade física de seus empregados. Entre
executada.
elas, a NR 31 destaca:
• A melhoria das condições de trabalho e do meio ambiente; e
• Campanhas educativas e preventivas.

1. Entenda a importância da ergonomia

Ergonomia é o nome dado à ciência que estuda


formas do trabalhador realizar suas atividades
com o conforto e os cuidados necessários
para não adoecer ou sofrer um acidente. Seus
princípios são a base para a humanização do Postura incorreta e ferramen-
trabalho rural e devem ser adotados pelo tas inadequadas provocam
empregador, conforme estabelece a NR 31. dores muito comuns a quem
trabalha no campo.
46
47
A norma exige:
• Todo trabalhador designado para o transporte manual regular de cargas deve ser treinado ou receber instruções sobre
como proceder para preservar sua saúde e ter mais segurança;
• O transporte e a descarga de materiais feitos por impulsão ou tração de vagonetes sobre trilhos, carros de mão ou
qualquer outro aparelho mecânico devem ser executados de acordo com a capacidade física do trabalhador;
• Todas as máquinas, equipamentos, mobília e ferramentas devem garantir ao trabalhador a boa postura e as condições
adequadas de visão, movimento e operação;
• Nas atividades que requeiram o uso dos pés, os pedais e outros comandos devem ter tamanho adequado e estar
posicionados de modo a permitir o fácil alcance; e
• Nas atividades realizadas com o trabalhador necessariamente em pé, devem ser garantidas pausas para descanso.

Nas atividades que exijam do trabalhador sobrecarga muscular estática ou dinâmica, além das
pausas para descanso, devem ser tomadas outras medidas que pre- servem a sua saúde.

Precaução

A norma proíbe o levantamento e o


transporte manual de carga com peso que
possa comprometer a saúde do
trabalhador.
2. Saiba dos exames médicos obrigatórios

O empregador é obrigado a garantir gratuitamente aos funcionários a realização periódica de exames médicos. E,
dependendo dos riscos a que o trabalhador está exposto, além da avaliação clínica, ele também tem direito a exames
complementares.
Os prazos e as periodicidades dos exames são fixados pela NR 31. Fique atento!
Quadro 5. Exames médicos obrigatórios

Exame médico Prazo e periodicidade

Admissional Deve ser feito antes do empregado começar a trabalhar.

Periódico Deve ser feito anualmente (a não ser que haja acordo ou convenção coletiva de
trabalho, resguardando o critério médico).

De retorno Quando o trabalhador fica de licença por mais de 30 dias, por motivo de doença ou
acidente, deve ser feito no primeiro dia da volta à atividade.

De mudança de função Se o trabalhador passa a exercer nova função, em que ficará exposto a um risco
específico, diferente ao que era submetido antes, deve realizar o exame médico antes de
iniciar a nova atividade.

Demissional Se o último exame médico ocupacional tiver sido realizado há mais de 90 dias, novo
exame deve ser feito até a data da homologação da demissão (a não ser que haja
acordo ou convenção coletiva de trabalho, resguardando o critério médico).
48
4
3. Saiba o que é o atestado de saúde 9

A cada exame médico realizado pelo trabalhador, é preciso emitir um Atestado de Saúde Ocupacional (ASO) em duas
vias. A primeira tem que ficar arquivada no estabelecimento, a disposição da fiscalização. A segunda via deve ser entregue
ao trabalhador.

O atestado precisa conter as seguintes informações sobre o empregado:


• Nome completo;
• Número do documento de identidade;
• Função que exerce;
• Riscos ocupacionais a que está exposto;
• Procedimentos médicos a que foi submetido, com data em que foram realizados;
• Se está apto ou não para a função que vai exercer, exerce ou exerceu;
• Assinatura do médico que fez o exame;
• Número do Conselho Regional de Medicina (CRM); e
• Data do exame.
4. Saiba como proceder com as urgências

Em caso de acidentes, quando o trabalhador precisa de atendimento imediato, é responsabilidade do empregador:


• Garantir a remoção da pessoa ferida e arcar com os custos; e
• Em caso de acidentes com animais peçonhentos, após os primeiros socorros, encaminhar a vítima imediatamente à
unidade de saúde mais próxima.

Todo estabelecimento rural deve estar equipado com


materiais de primeiros socorros adequados às
características das atividades desenvolvidas. Quando
10 ou mais pessoas trabalham no local, o
equipamento deve ficar sob a responsabilidade de
um profissional treinado.

50
5. Conheça os procedimentos em relação ao agravamento de doenças ocupacionais

Se o trabalhador for vítima de alguma doença ocupacional constatada por exames médicos, ou por alterações nos
indicadores biológicos com significado clínico, mesmo que ele não apresente nenhum sintoma, se o laudo médico confirmar,
o empregador deve:
• Emitir a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT);
• Afastar o trabalhador da exposição ao risco e da função; e
• Encaminhar o trabalhador à Previdência Social para providências necessárias.

6. Acesse os órgãos de saúde

Por fim, os empregados devem ser liberados sempre que precisarem ir à unidade de saúde local para:
• Prevenção e profilaxia de doenças endêmicas; e
• Aplicação da vacina antitetânica.

7. Conheça os cuidados com o meio ambiente

A contaminação do meio ambiente com resíduos representa um risco em potencial para a saúde e segurança de quem
circula pelo local. Pode, inclusive, causar explosões e incêndios. A NR 31 regulamenta o tratamento de resíduos.
Conhecer as normas para cada atividade
A NR 31 vale para qualquer tipo de trabalho rural, seja na agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal,
VII
aquicultura ou nas agroindústrias. Porém, para algumas atividades, existem regras específicas estabelecidas pela
norma.

1. Saiba dos cuidados no trabalho com agrotóxicos


A NR 31 exige uma série de cuidados para o uso de agrotóxicos. A norma protege tanto os
trabalhadores que lidam diretamente com esses produtos, quanto os que ficam expostos a
eles indiretamente, por circularem próximo aos locais onde são manipulados ou por
desempenharem tarefas em áreas recém-tratadas.

A norma proíbe:
• A manipulação de qualquer agrotóxico ou produtos afins que não estejam registrados e autorizados pelos órgãos
governamentais competentes;
• Que menores de 18 anos, maiores de 60 e gestantes manipulem qualquer tipo de agrotóxico;
A norma proíbe:
• A manipulação de qualquer agrotóxico ou produtos afins que não estejam registrados e autorizados pelos órgãos
governamentais competentes;
• Que menores de 18 anos, maiores de 60 e gestantes manipulem qualquer tipo de agrotóxico;
• A manipulação de agrotóxicos desobedecendo à receita ou as indicações do rótulo e da bula;
• Realizar atividades em áreas recém-tratadas antes do prazo recomendado no rótulo do produto (intervalo de reentrada), a
menos que os trabalhadores usem os EPIs apropriados; e
• A entrada e permanência de qualquer pessoa na área que será tratada, durante a sua pulverização.

Cabe ao empregador a maior parte das medidas de proteção deter minadas pela NR 31 para o uso de agrotóxicos:
• Fornecer vestimentas e Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) adequados aos riscos e que não propiciem desconforto
térmico prejudicial ao trabalhador;
• Fornecer os EPIs e as vestimentas de trabalho, em perfeitas con dições de uso e devidamente higienizados;
• Responsabilizar-se pela descontaminação dos EPIs e vestimentas ao final de cada jornada de trabalho e substituí-los sempre
que houver necessidade;
• Orientar os empregados sobre o uso correto dos EPIs;
• Disponibilizar local adequado para os empregados guardarem suas roupas pessoais;
• Fornecer água, sabão e toalhas para higiene pessoal dos trabalhadores;
• Garantir que nenhum EPI e roupas contaminadas sejam levados para fora do ambiente de trabalho ou que sejam
reutilizados antes de lavados corretamente;
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• Proibir o uso de roupas pessoais durante a manipulação de agrotóxicos;
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• Disponibilizar a todos os trabalhadores informações sobre o uso de agrotóxicos no estabelecimento, tais como nome
comercial do produto, classificação toxicológica, data e hora da aplicação, intervalo de reentrada, intervalo de segurança,
medidas de proteção e condutas em caso de intoxicação;
• Sinalizar as áreas tratadas, informando o período de reentrada;
• Afastar imediatamente das atividades o trabalhador que apresentar sintomas de intoxicação e transportá-lo para
atendimento médico, junto com as informações sobre os agrotóxicos a que foi exposto; e
• Capacitar todos os trabalhadores expostos ao risco sobre prevenção de acidentes com agrotóxicos, por meio de cursos
com no mínimo 20 horas-aula, distribuídas em no máximo 8 horas por dia, durante o expediente normal de trabalho.

Atenção
Atenção

A NR 31 considera válidos apenas os programas de capacitação desenvolvidos por órgãos oficiais, instituições de ensino
de nível médio e superior, entidades de classe e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR).
1.1. Saiba dos cuidados com os equipamentos

Os cuidados com os equipamentos usados para a aplicação de agro tóxicos são fundamentais para se evitar intoxicações.

Conforme a NR 31, os equipamentos para aplicação de agrotóxicos, adjuvantes e produtos afins devem ser:
• Mantidos em perfeito estado de conservação e funcionamento;
• Inspecionados antes de cada aplicação;
• Usados somente para a finalidade indicada;
• Operados dentro dos limites, especificações e orientações técnicas;
• Manuseados apenas por pessoas treinadas e protegidas pelos EPIs; e
• Limpos de forma a não contaminar poços, rios, córregos, entre outros.

Além disso, a NR 31 ainda estabelece que:


• Os agrotóxicos devem ser mantidos nas embalagens originais, com os rótulos e as bulas.

• As embalagens vazias não podem ser reutilizadas para qualquer fim que
seja.
• Os agrotóxicos não podem ser armazenados a céu aberto.
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• Os locais destinados ao armazenamento devem:


-Ter paredes e coberturas resistentes;
-Ter acesso restrito aos trabalhadores capacitados;
-Ter ventilação natural e protegida;
-Ter placas ou cartazes com símbolos de perigo;
-Possibilitar a limpeza e a descontaminação; e
- Estar situados a mais de 30 m das habitações e locais onde são conservados ou consumidos alimentos, medicamentos
e das fontes de água.

Atenção

Os produtos inflamáveis devem ser mantidos em locais ventilados e protegidos contra centelha e outras fontes de combustão.
57
1.2. Saiba dos cuidados com o transporte

Transportar agrotóxicos sem as devidas precauções pode provocar sérios acidentes e causar grandes prejuízos à saúde
das pessoas e ao meio ambiente. Então, siga corretamente o que a NR 31 determina:
• Os agrotóxicos, adjuvantes e produtos afins devem ser transpor tados em recipientes rotulados, resistentes e
hermeticamente fechados;
• Não podem ser transportados junto com alimentos, rações, for ragens e utensílios de uso pessoal e doméstico;
• Não podem ser transportados junto com trabalhadores se o veículo não tiver compartimentos vedados, projetados para
esse fim;
• O veículo utilizado deve ser higienizado e descontaminado sem pre que for usado para outro fim; e
• O veículo não pode ser lavado em poços, rios, córregos e outras fontes de água.
2. Saiba dos cuidados no trabalho com ferramentas manuais

O mau uso das ferramentas manuais está entre as principais causas de acidentes de trabalho no campo. E, mesmo que os
acidentes com elas, em geral, não resultem em mortes, podem ter graves consequências, como a incapacidade parcial ou
até permanente.

Para prevenir e reduzir o número de acidentes com as ferramentas manuais no trabalho rural, a NR 31 define regras que
devem ser cumpridas por todos.

A norma exige:
• As ferramentas devem ser seguras e eficientes;
• Só podem ser usadas para o serviço a que estão destinadas;
• Tem que ser mantidas em perfeito estado de conservação;

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• Os cabos precisam ter boa aderência, possuir formato adaptado à mão do trabalhador e ser fixados de forma segura
para que não se soltem acidentalmente; e
• As ferramentas de corte devem ser guardadas e transportadas em bainha e mantidas afiadas.

Atenção

O trabalhador deve estar atento a todas as determinações, mas é responsabilidade do empregador fornecer
gratuitamente as ferramentas adequadas às atividades e às características físicas dos empregados. E,
sempre que for necessário, o empregador precisa substituir as ferramentas manuais em uso.
3. Saiba dos cuidados no trabalho com máquinas e implementos agrícolas

Entre todas as atividades agrícolas, as que incluem o uso de máquinas


são as mais perigosas, representando grande risco para o trabalhador.
Por isso, exigem atenção e cuidados redobrados.
Embora muito frequentes, na maioria das vezes, os acidentes com máquinas e
implementos agrícolas podem ser evitados. Os cuidados para isso estão muito bem
detalhados na NR 31.

A norma exige:
• As máquinas e implementos só podem ser usados de acordo com as especificações
técnicas do fabricante.

Se fabricadas a partir de maio de 2008:


• Possuir faróis, lanternas traseiras de posição, buzina, espelho retrovisor e sinal O trator é um dos principais recursos utilizados
na agricultura, mas quando não se tem cuidado,
sonoro automático de ré acoplado ao sistema de transmissão; torna-se uma das máquinas com maior
potencial de acidentes.
• Possuir Estrutura de Proteção na Capotagem (EPC); e
• Possuir cinto de segurança.
Se fabricadas antes de maio de 2008:
• Possuir faróis e buzinas. Ficam excluídas da obrigação de terem os outros itens exigidos para as máquinas mais
modernas, desde que sejam utilizadas conforme as recomendações operacionais do fabricante, em especial quanto aos
limites de declividade, velocidade, carga e aplicação.

Todas as máquinas autopropelidas:


• Possuir Estrutura de Proteção contra Queda de Objetos (EPCO), caso exista o risco de que objetos possam cair sobre o
posto de trabalho durante a operação da máquina;
• Apenas o trabalhador capacitado, qualificado ou habilitado para a função pode operar as máquinas e os implementos;
• As máquinas devem ser fabricadas com proteções, dispositivos e sistemas de segurança previstos na NR 31; e
• Para evitar que sejam acionadas por pessoas não autorizadas, as máquinas devem possuir chave de ignição ou um sistema
de bloqueio.

A norma proíbe:
• O transporte de pessoas em máquinas autopropelidas e nos implementos, a não ser que possuam postos de trabalho
projeta- dos pelo fabricante ou por um profissional habilitado.

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3.1. Saiba dos engates

A norma exige que as máquinas e os implementos tracionados tenham


um sistema de engate para reboque pelo sistema de tração. Isso torna
mais fácil e seguro tanto o acoplamento quanto o desacoplamento, e
ainda impede que o engate solte acidentalmente durante o uso.

A norma exige que as máquinas e os implementos tracionados possuam


sistemas de engate para reboque pela barra de tração, e devem
assegurar o acoplamento e desacoplamento fácil e seguro, além de
impedir o desacoplamento acidental durante a utilização.
3.2. Saiba da operação e manutenção

Neste quesito, as normas fixadas são simples, claras e importantes para se evitar riscos desnecessários.

A norma exige:
• As atividades de manutenção e ajuste devem ser feitas por trabalhadores qualificados ou capacitados;
• As máquinas devem estar paradas;
• As recomendações dos manuais de instruções de operação e manutenção devem ser seguidas atentamente;
• As proteções fixas removíveis só podem ser retiradas para limpeza, lubrificação, reparo ou ajuste e, ao final do serviço, tem
que ser recolocadas; e
• A substituição de baterias tem que ser feita de acordo com as orientações do manual de operações da máquina.

A norma proíbe:
• Limpeza, lubrificação, abastecimento e ajustes com a máquina ou implemento funcionando, a não ser que o movimento
seja indispensável à operação. Se for assim, é preciso tomar todas as medidas especiais de treinamento, proteção e
sinalização contra acidentes de trabalho e cumpridas todas as exigências.

3.3. Saiba da necessidade de capacitação

Investir na capacitação do trabalhador, para o uso correto das máquinas e implementos agrícolas, significa evitar acidentes e
prevenir futuros prejuízos para todos. Veja o que a NR 31 estabelece so bre isso.

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3.3. Saiba da necessidade de capacitação

Investir na capacitação do trabalhador, para o uso correto das máquinas e implementos agrícolas, significa evitar acidentes e
prevenir futuros prejuízos para todos. Veja o que a NR 31 estabelece sobre isso.

A norma exige:
• A capacitação deve:
-Ocorrer antes que o trabalhador assuma a função;
- Ser providenciada pelo empregador, sem ônus para o empregado;
-Respeitar o limite diário da jornada de trabalho;
- Ser realizada para reciclagem do trabalhador sempre que ocorrerem modificações significativas nas instalações e na operação
de máquinas e implementos ou troca de métodos, processos e organização do trabalho; e
- Abranger partes teóricas e práticas, com material didático produ zido em Português e em linguagem adequada aos
trabalhadores.

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Atenção

A norma estabelece que só podem ministrar a capacitação:


•O SESTR;
•Os fabricantes;
•Órgãos oficiais de extensão rural, instituições de ensino de nível médio ou superior em ciências agrárias;
•Entidades sindicais, associações de produtores ou profissionais;
•Cooperativas de produção;
•O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR); e
•Ou profissionais qualificados para esse fim, supervisionados por profissional habilitado que se
responsabilizará pela adequação do conteúdo, forma, carga horária, qualificação dos instrutores e avaliação
dos alunos.
A NR 31 estabelece um conteúdo mínimo para os programas de capacitação de operadores de máquinas e
implementos agrícolas que deve incluir:
• Descrição e identificação dos riscos associados a cada máquina e proteções específicas contra cada um deles;
• Princípios de segurança e uso da máquina;
• Segurança para riscos mecânicos, elétricos e outros relevantes;
• Procedimentos de trabalho seguro;
• Sistema de bloqueio de funcionamento das máquinas e imple mentos durante inspeção e manutenção;
• Funcionamento das proteções e como e por que devem ser usadas;
• Como, por quem e em que circunstâncias uma proteção pode ser removida;
• O que fazer se a proteção é danificada ou perde sua função; e
• Ordem ou permissão de trabalho.

Para os operadores de máquinas e implementos autopropelidos, o programa de capacitação deve ter uma carga
horária mínima de 24 horas, distribuídas no máximo em 8 horas diárias, respeitando a jornada de trabalho. E ao
conteúdo mínimo, deve ser acrescentado:
• Legislação de segurança e saúde do trabalho;
• Noções de legislação de trânsito;
• Identificação das fontes geradoras dos riscos à integridade física e à saúde do trabalhador;
• Noções sobre acidentes e doenças decorrentes da exposição aos riscos;
• Inspeção, regulagem e manutenção com segurança;

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• Medidas de controle dos riscos, como EPCs e EPIs; 65

• Operação da máquinas e implementos de segurança;


• Sinalização de segurança;
• Procedimentos em situações de emergência; e
• Noções de primeiros socorros.

Atenção

A parte prática da capacitação pode ser realizada na máquina que o trabalhador irá operar. A carga horária deve ser de,
no mínimo, 12 horas e as aulas precisam ser supervisionadas e documentadas.

A norma considera capacitado o trabalhador que apresentar como comprovação:


• O registro na Carteira de Trabalho e Previdência Social ou o registro de empregado, com pelo menos dois anos de
experiência na atividade até a data de publicação da NR 31, e que tenha par ticipado de um curso de reciclagem.

Atenção

Os operadores devem ser maiores de 18 anos e portar cartão de identificação, com nome, função e fotografia, se
estiverem conduzindo máquinas ou implementos autopropelidos.
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3.4. Saiba do transporte de cargas

A maior parte do transporte de produtos agrícolas é feita por caminhões que cortam as rodovias do país de norte a sul. A
atividade, regulada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) deve obedecer à legislação específica. Mas, a
NR 31 também estabelece algumas regras.

A norma exige:
• O método de carregamento e descarregamento de caminhões deve ser compatível com o tipo de carroceria
usado, observando-se as condições de segurança durante toda a operação; e
• As escadas ou rampas utilizadas por trabalhadores para o carregamento e descarregamento de caminhões devem
garantir condições e segurança e evitar esforços físicos excessivos.

A norma proíbe:
• Que nos caminhões graneleiros abertos, os trabalhadores
Atenção subam sobre a carga durante o descarregamento.
4. Saiba do trabalho com animais

No trabalho com animais, alguns cuidados são indispensáveis para se evitar


acidentes e zoonoses (doenças transmitidas aos homens). Para cada animal,
existem técnicas próprias de manejo e é importante conhecê-las. Mas, a NR 31
só estabelece regras gerais.

A norma exige:
• Em todas as etapas da lida com animais, os trabalhadores devem ser
informados sobre:
- Formas corretas e locais adequados de aproximação, contato e
imobilização;
-Formas de higienização pessoal e do ambiente; e Atenção
-Como reconhecer e se precaver das doenças transmissíveis. É dever do empregador:
• No transporte com tração animal devem ser usados apenas aqueles •Providenciar a imunização do trabalhador que tem
adestrados e treinados por um trabalhador capacitado. contato com os animais, se necessária;
•Adotar medidas de segurança para manipulação e
A norma proíbe:
eliminação de secreções, excreções e restos de
• A reutilização de água usada no trato dos animais para uso humano. animais, incluindo a limpeza e a desinfecção das
instalações contaminadas; e
•Fornecer desinfetantes e água suficientes para a
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adequada higienização dos locais de trabalho.
Conhecer os cuidados com o trabalhador
1. Conheça o transporte de trabalhadores
I
Causa de um grande número de acidentes, o transporte de trabalhadores rurais precisa ser realizado com todo o cuidado e
atenção. E, mesmo dentro da propriedade é necessário cumprir o estabelecido pela NR 31.

A norma exige:
Que o veículo de transporte coletivo de trabalhadores tenha:
• Autorização emitida pelas autoridades de trânsito;
• Capacidade para transportar todos os passageiros sentados;
• Motorista habilitado e devidamente identificado; e
• Compartimento fixo e resistente para guardar ferramentas e materiais separados dos passageiros.
Em situações excepcionais, a norma permite que os trabalhadores sejam transportados em veículos adaptados.
Mas isso exige autorização prévia da autoridade local de trânsito. E o veículo deve apresentar as seguintes
condições mínimas de segurança:
• Escada de acesso com corrimão e posicionada em local de fácil visualização para o motorista;
• Carroceria coberta, com barras de apoio para as mãos, proteção lateral rígida com 2 m e 10 cm de altura
livre e feita com material de boa qualidade e resistência estrutural para evitar o esmagamento e a projeção
dos passageiros em caso de acidente;
• Cabina e carroceria com sistemas de ventilação, permitindo a comunicação entre o motorista e os
passageiros;
• Assentos revestidos de espuma, com encosto e cinto de segurança; e
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• Compartimento fechado para materiais e ferramentas, isolado dos passageiros.
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Em situações excepcionais, a norma permite que os trabalhadores sejam transportados em veículos adaptados. Mas
isso exige autorização prévia da autoridade local de trânsito. E o veículo deve apresentar as seguintes condições
mínimas de segurança:
• Escada de acesso com corrimão e posicionada em local de fácil visualização para o motorista;
• Carroceria coberta, com barras de apoio para as mãos, proteção lateral rígida com 2 m e 10 cm de altura livre e
feita com material de boa qualidade e resistência estrutural para evitar o esmagamento e a projeção dos
passageiros em caso de acidente;
• Cabina e carroceria com sistemas de ventilação, permitindo a co municação entre o motorista e os passageiros;
• Assentos revestidos de espuma, com encosto e cinto de segurança; e
• Compartimento fechado para materiais e ferramentas, isolado dos passageiros.
2. Conheça a circulação segura

A NR 31 determina que nas estradas, ou mesmo nos espaços internos, como as vias de acesso, por onde os
trabalhadores circulam, algumas medidas são imprescindíveis para tornar esses locais livres de riscos.

1. Saiba dos espaços internos


A norma diz que todas as vias de acesso e de circulação interna do estabelecimento rural
devem ser mantidas em condições adequadas para o trânsito de trabalhadores e veículos. Isso
inclui a sinalização visível de dia e à noite e a proteção das laterais das vias de acesso com
barreiras, impedindo a queda de veículos.

Em situações excepcionais, a norma permite que os trabalhadores sejam transportados em veículos adaptados.
Mas isso exige autorização prévia da autoridade local de trânsito. E o veículo deve apresentar as seguintes
condições mínimas de segurança:
• Escada de acesso com corrimão e posicionada em local de fácil visualização para o motorista;
• Carroceria coberta, com barras de apoio para as mãos, proteção lateral rígida com 2 m e 10 cm de altura
livre e feita com material de boa qualidade e resistência estrutural para evitar o esmagamento e a projeção
dos passageiros em caso de acidente;
• Cabina e carroceria com sistemas de ventilação, permitindo a comunicação entre o motorista e os
passageiros;
• Assentos revestidos de espuma, com encosto e cinto de segurança; e

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