Legislação: Norma Regulamentadora 31
Legislação: Norma Regulamentadora 31
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Conhecer a Norma Regulamentadora 31
I
O principal objetivo da NR 31 é estabelecer regras a serem observadas na organização e no ambiente de trabalho, de forma
a tornar compatível o planejamento e o desenvolvimento das atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração
florestal e aquicultura com segurança e saúde no meio ambiente de trabalho.
A NR 31 pode ser aplicada a quaisquer atividades do meio rural, desde que verificadas as formas de relação de trabalho e
emprego e o local das atividades.
A NR 31 é aplicada em todas as atividades rurais em que existe uma relação de trabalho e emprego, ou seja, patrões,
empregados e prestadores de serviços terceirizados.
Agricultura Pecuária Aquicultura
Uma pessoa tem uma pequena piscicultura e dela tira A pessoa que tinha a pequena piscicultura prosperou e au-
seu sustento, porém trabalha sozinho. Não existe mentou seu plantel de maneira que sozinho não é mais
relação de empregado e em pregador. possível cuidar de todas as atividades e se faz necessário
a contratação de um ou mais empregados para ajudar
nas atividades. Existe relação de empregado e em
pregador.
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A NR 31 também deve ser aplicada nas atividades de exploração industrial que são desenvolvidas em estabelecimentos agrários. Isso
inclui todas as agroindústrias que funcio nam no campo.
Cada um tem que fazer a sua parte para tornar o trabalho no campo mais seguro. A NR 31 determina quais são as obrigações do
em- pregador, do empregado e também dos órgãos oficiais, encarrega dos de acompanhar e fiscalizar a sua aplicação.
Quadro 1 - Quem é quem na relação de trabalho
Empregado É todo (a) trabalhador (a) que, mediante salário, presta serviços contínuos a um empregador rural.
Empregador É toda pessoa ou empresa que explora economicamente uma das atividades incluídas na NR 31 e contrata alguém para trabalhar com ele.
Órgãos oficiais A tarefa de coordenar e orientar a aplicação da NR 31 cabe à Secretaria de Inspeção do Trabalho –
SIT.
Atenção
Todos precisam assumir a responsabilidade pela própria saúde e pela saúde da coletividade no ambiente de trabalho.
Alguns cuidados devem ser tomados individualmente, outros em conjunto. A NR 31 deixa claro quais são as obrigações do
empregador e do empregado.
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2. Saiba das responsabilidades do empregado
• Cumprir todas as determinações sobre as formas seguras de de senvolver as atividades;
• Adotar as medidas de segurança estabelecidas pelo empregador, de acordo com a NR 31. Se o trabalhador não
fizer isso, vai cometer um ato faltoso e pode ser punido com advertência, sus pensão ou, insistindo no erro, até
mesmo a rescisão do contrato de trabalho; e
• Fazer os exames médicos previstos na NR 31.
incidentes, acidentes e III posto. Por exemplo: ruído, vibração, pressão anormal, umidade,
alta ou baixa temperatura, radiações ionizantes e não ionizantes.
doenças do trabalho
A NR 31 foi criada para evitar ou reduzir os índices de doenças e acidentes no trabalho rural. Veja, a seguir, o que é
considerado risco, incidente, acidente e doença do trabalho.
1. Conheça os riscos
Todos estão sujeitos a um imprevisto. No campo, especialmente, o trabalhador fica exposto a muitas situações que
envolvem perigo, ameaçando sua saúde e segurança. Os riscos são divididos em cinco grupos e cada um tem uma cor
específica, que será importante para a elaboração dos mapas de risco de sinalização do ambiente de trabalho.
Quadro 2 - Grupos de classificação de riscos
Provocados por algum tipo de energia a que o trabalhador fica exposto. Por exemplo: ruído, vibração, pressão anormal,
umidade, alta ou baixa temperatura, radiações ionizantes e não ionizantes.
• Ruído
Riscos: um dos principais riscos físicos é o ruído. Ele pode causar uma surdez parcial, total ou
até mesmo temporária que, com o passar do tempo, pode se tornar crônica. Atuando
diretamente sobre o sistema nervoso, ele pode ocasionar ainda a fadiga nervosa, perda de
memória, dificuldade no pensamento e em coordenar ideias, hipertensão, irritabilidade,
alteração do ritmo cardíaco, distúrbios e perturbações gastrointestinais, diminuição da visão
noturna e dificuldade na percepção de cores.
Fontes geradoras: as principais fontes encontradas no trabalho para esse tipo de risco
são máquinas e equipamentos, ferramentas como triturador, furadeira, compressor,
entre outros.
• Vibração
• Umidade
Riscos: o calor pode causar muitas reações no organismo, entre elas, distúrbios
fisiológicos, desidratação, câimbras, prostração, dor de cabeça, tonturas, mal-estar,
fraqueza, vertigens e diminuição da produtividade.
Riscos: capazes de produzir queimaduras, lesões nos olhos, na pele e em outros órgãos.
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1.2. Saiba quais são os riscos químicos
Representados por produtos, insumos, reagentes ou partículas químicas que possam penetrar no organismo do trabalhador por
via respiratória, através da pele ou por ingestão. Por exemplo: poeira, fumo, fumaça, névoa, neblina, gases ou vapores e produtos
químicos em geral.
• Poeira
Precaução
São os representados por micro-organismos que podem transmitir doenças ou causar problemas. Por exemplo: vírus,
bactérias, fungos, leveduras, parasitas, bacilos ou protozoários.
1.4. Saiba quais são os riscos ergonômicos
São aqueles relacionados às condições inadequadas de trabalho. Por exemplo: má postura, mobiliário impróprio, equipamentos
inadequados, grande esforço físico, ritmo exagerado de trabalho, movimentos repetitivos, levantamento e transporte de pesos.
• Trabalho físico pesado, posturas incorretas, ritmo excessivo e posições incômodas
Riscos: podem causar cansaço, dores musculares, fraqueza, hipertensão arterial, úlcera duodenal, doenças no sistema nervoso,
problemas na coluna e acidentes. Também ocasionados por monotonia, trabalho sem turnos, jornada prolongada, conflitos,
ansiedade e irresponsabilidade.
Exemplos de fontes geradoras: postos de trabalho mal projetados ou com funções repetitivas. Os trabalhos realizados
em pé por longos períodos, como separação de produtos em esteiras (frutas); a repetição da mesma atividade por
longos períodos; a má postura em máquinas, equipamentos e implementos; e o carregamento e descarregamento de
cargas.
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Posição correta Posição errada
2
4
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São ocasionados pelo ambiente de trabalho inseguro. Por exemplo: local de trabalho inadequado, máquinas e equipamentos
com problemas, ausência de proteção, ferramentas com defeitos, problemas elétricos, armazenamento impróprio de
produtos, animais peçonhentos, entre outros.
Exemplo:
Ao passar por uma curva de nível, o trator tomba, o operador está
usando o cinto de segurança e acaba levando somente um susto, sem se
machucar e sem danos ao trator.
Exemplo:
• Acidente de trabalho: é também um acontecimento imprevisto, indesejável e
perigoso ocorrido durante o exercício do trabalho, mas diferente do incidente. O
acidente causa lesões corporais, podendo deixar o trabalhador incapacitado e até
matá-lo. As consequências de um acidente podem ser imediatas ou em longo prazo.
Trata-se de um acidente com lesão pessoal.
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Ao passar por uma curva de nível, o trator tomba, o operador não está utilizando o cinto de segurança e cai embaixo da
máquina, quebrando uma perna.
• Doença do trabalho: é a que ocorre em consequência de um determinado tipo de trabalho e está diretamente relacionada a
ele.
Exemplo:
Sem pausas para descanso e sem cuidados com a postura, o trabalhador passa longos períodos no plantio de mudas. O tempo
todo inclinado, executando o movimento repetitivo pode causar uma lesão na lombar.
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A prevenção dos riscos deve ser encarada como investimento e não como custo, pois todos os envolvidos (empregador,
empregados e a sociedade) são prejudicados com um acidente ou doença do trabalho.
Para qualquer que seja a natureza do risco, é preciso eliminá-lo. Ao detectar o problema, tome medidas de proteção coletiva
ou medidas de proteção individual, conforme o caso.
São aquelas que protegem muitos trabalhadores ao mesmo tempo. Podem ser:
• Medidas de engenharia na construção ou nas instalações físicas do estabelecimento, para melhorar a segurança do local.
• Alterações no ambiente de trabalho, para proporcionar mais conforto aos empregados e reduzir as possibilidades de
doenças laborais.
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2. Conheça as medidas de proteção individual
Essas medidas são tomadas para proteção individual do trabalhador, quando as medidas de proteção coletivas são inviáveis
ou quando precisam ser complementadas. As medidas de proteção individual também são adotadas para atender situações
de emergência. Significam, basicamente, o uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), adequados a cada risco,
como capacetes, botas, luvas, avental, entre outros.
Precaução
1. O empregador é obrigado a fornecer os EPIs gratuitamente aos empregados, além de orientá-los e exigir que os usem.
2.O trabalhador tem que usar os EPIs de maneira correta.
3.Os EPIs têm que ser apropriados ao tamanho do trabalhador.
• Protetores impermeáveis e
resistentes para manipulação de • Protetores auditivos contra
produtos químicos. ruídos excessivos.
b)Proteção das vias respiratórias c)Proteção dos membros superiores
Luvas e mangas
• Respiradores com filtros
• Durante as operações com
me- cânicos para trabalhos objetos ou produtos escoriantes,
com exposição à poeira abrasivos, cortantes ou
orgânica. perfurantes.
M
o • Durante as operações com
d produtos químicos tóxicos,
e irritantes, corrosivos ou cau-
l sadores de alergias.
o • Durante o manuseio de ma- teriais
quentes.
• Respiradores com filtrosd • Durante as operações com
e
combinados para atividades equipamentos elétricos.
em que há dispersão de ga- f
ses e de poeiras tóxicas. i • Durante o trato de animais ou
l manipulação de suas vísceras e
• Aparelhos de isolamento,
t detritos que podem transmitir
autônomos ou de transporte r doenças.
o
de ar, para locais de trabalho • Contra picadas de animais
onde o oxigênio é reduzido. peçonhentos.
• Respiradores com filtros
químicos para trabalhos
d)Proteção dos membros inferiores • Calçados fechados para to-
das as outras atividades.
• Botas impermeáveis e antiderrapantes
para terrenos úmidos, lamacentos, e)Proteção do corpo todo
encharcados ou com dejetos de
animais.
• Aventais.
• Botina com biqueira reforçada para uso
onde há perigo de queda de materiais
• Jaquetas e capas.
pesa dos ou de pisões de animais.
• Macacões.
• Botas de cano longo ou botina com
perneira, onde existem animais
peçonhentos. • Coletes ou faixas de
sinalização.
• Botina com solado reforçado, onde há
risco de perfuração dos pés. • Roupas especiais para
atividades específicas
• Calçados impermeáveis e resistentes (ex.: apicultura).
para atividades com produtos
químicos.
f) Proteção contra
• Perneiras para atividades em que há quedas
perigo de lesões por objetos cortantes,
• Cintos de segurança.
esco riantes ou perfurantes.
Conhecer a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho
Rural (CIPATR) V
Do mesmo modo que o SESTR, a CIPATR tem o objetivo de prevenir acidentes e doenças relacionados ao trabalho. Mas,
enquanto o SESTR é composto por profissionais especializados, assumindo missão mais técnica, a CIPATR é formada pelos
próprios empregados e por representantes dos patrões, e assume função mais social.
A comissão precisa contar com número igual de representantes indicados pelo empregador e representantes eleitos pelos
trabalhadores. Os representantes dos empregados devem ser escolhidos por votação secreta para um mandato de dois anos,
podendo ser reeleitos uma vez.
O número total de integrantes da comissão é proporcional ao de tra balhadores no estabelecimento, conforme mostrado baixo:
Tabela 3. Composição da CIPATR
do empregador
Formar a CIPATR e fazer com que ela funcione é uma responsabilidade do empregador. Cabe a ele uma série de
obrigações fixadas pela NR 31.
As principais são:
• Convocar a eleição para os representantes dos trabalhadores na CIPATR;
• Realizar a eleição em dia normal de trabalho, possibilitando a participação da maioria dos empregados;
• Antes da posse, em horário de expediente normal, promover o treinamento dos eleitos e dos suplentes em segurança e saúde do trabalho;
• Convocar reuniões ordinárias e extraordinárias da comissão; e
• Garantir à CIPATR todos os meios para que possa desempenhar bem suas funções.
Trabalhar com saúde
VI
O trabalho no campo exige muita saúde e disposição para que pos-
sa ser bem executado. Além do desgaste físico próprio da atividade,
A norma recomenda ainda que a orga-
o trabalhador rural ainda está constantemente exposto a diversos
nização do trabalho seja adequada às
fatores que ameaçam seu bem-estar e sua integridade física. O em-
características físicas e psicológicas dos
pregador pode e deve desenvolver ações para preservar e promover
trabalhadores e à natureza da atividade
a saúde e resguardar a integridade física de seus empregados. Entre
executada.
elas, a NR 31 destaca:
• A melhoria das condições de trabalho e do meio ambiente; e
• Campanhas educativas e preventivas.
Nas atividades que exijam do trabalhador sobrecarga muscular estática ou dinâmica, além das
pausas para descanso, devem ser tomadas outras medidas que pre- servem a sua saúde.
Precaução
O empregador é obrigado a garantir gratuitamente aos funcionários a realização periódica de exames médicos. E,
dependendo dos riscos a que o trabalhador está exposto, além da avaliação clínica, ele também tem direito a exames
complementares.
Os prazos e as periodicidades dos exames são fixados pela NR 31. Fique atento!
Quadro 5. Exames médicos obrigatórios
Periódico Deve ser feito anualmente (a não ser que haja acordo ou convenção coletiva de
trabalho, resguardando o critério médico).
De retorno Quando o trabalhador fica de licença por mais de 30 dias, por motivo de doença ou
acidente, deve ser feito no primeiro dia da volta à atividade.
De mudança de função Se o trabalhador passa a exercer nova função, em que ficará exposto a um risco
específico, diferente ao que era submetido antes, deve realizar o exame médico antes de
iniciar a nova atividade.
Demissional Se o último exame médico ocupacional tiver sido realizado há mais de 90 dias, novo
exame deve ser feito até a data da homologação da demissão (a não ser que haja
acordo ou convenção coletiva de trabalho, resguardando o critério médico).
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3. Saiba o que é o atestado de saúde 9
A cada exame médico realizado pelo trabalhador, é preciso emitir um Atestado de Saúde Ocupacional (ASO) em duas
vias. A primeira tem que ficar arquivada no estabelecimento, a disposição da fiscalização. A segunda via deve ser entregue
ao trabalhador.
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5. Conheça os procedimentos em relação ao agravamento de doenças ocupacionais
Se o trabalhador for vítima de alguma doença ocupacional constatada por exames médicos, ou por alterações nos
indicadores biológicos com significado clínico, mesmo que ele não apresente nenhum sintoma, se o laudo médico confirmar,
o empregador deve:
• Emitir a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT);
• Afastar o trabalhador da exposição ao risco e da função; e
• Encaminhar o trabalhador à Previdência Social para providências necessárias.
Por fim, os empregados devem ser liberados sempre que precisarem ir à unidade de saúde local para:
• Prevenção e profilaxia de doenças endêmicas; e
• Aplicação da vacina antitetânica.
A contaminação do meio ambiente com resíduos representa um risco em potencial para a saúde e segurança de quem
circula pelo local. Pode, inclusive, causar explosões e incêndios. A NR 31 regulamenta o tratamento de resíduos.
Conhecer as normas para cada atividade
A NR 31 vale para qualquer tipo de trabalho rural, seja na agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal,
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aquicultura ou nas agroindústrias. Porém, para algumas atividades, existem regras específicas estabelecidas pela
norma.
A norma proíbe:
• A manipulação de qualquer agrotóxico ou produtos afins que não estejam registrados e autorizados pelos órgãos
governamentais competentes;
• Que menores de 18 anos, maiores de 60 e gestantes manipulem qualquer tipo de agrotóxico;
A norma proíbe:
• A manipulação de qualquer agrotóxico ou produtos afins que não estejam registrados e autorizados pelos órgãos
governamentais competentes;
• Que menores de 18 anos, maiores de 60 e gestantes manipulem qualquer tipo de agrotóxico;
• A manipulação de agrotóxicos desobedecendo à receita ou as indicações do rótulo e da bula;
• Realizar atividades em áreas recém-tratadas antes do prazo recomendado no rótulo do produto (intervalo de reentrada), a
menos que os trabalhadores usem os EPIs apropriados; e
• A entrada e permanência de qualquer pessoa na área que será tratada, durante a sua pulverização.
Cabe ao empregador a maior parte das medidas de proteção deter minadas pela NR 31 para o uso de agrotóxicos:
• Fornecer vestimentas e Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) adequados aos riscos e que não propiciem desconforto
térmico prejudicial ao trabalhador;
• Fornecer os EPIs e as vestimentas de trabalho, em perfeitas con dições de uso e devidamente higienizados;
• Responsabilizar-se pela descontaminação dos EPIs e vestimentas ao final de cada jornada de trabalho e substituí-los sempre
que houver necessidade;
• Orientar os empregados sobre o uso correto dos EPIs;
• Disponibilizar local adequado para os empregados guardarem suas roupas pessoais;
• Fornecer água, sabão e toalhas para higiene pessoal dos trabalhadores;
• Garantir que nenhum EPI e roupas contaminadas sejam levados para fora do ambiente de trabalho ou que sejam
reutilizados antes de lavados corretamente;
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• Proibir o uso de roupas pessoais durante a manipulação de agrotóxicos;
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• Disponibilizar a todos os trabalhadores informações sobre o uso de agrotóxicos no estabelecimento, tais como nome
comercial do produto, classificação toxicológica, data e hora da aplicação, intervalo de reentrada, intervalo de segurança,
medidas de proteção e condutas em caso de intoxicação;
• Sinalizar as áreas tratadas, informando o período de reentrada;
• Afastar imediatamente das atividades o trabalhador que apresentar sintomas de intoxicação e transportá-lo para
atendimento médico, junto com as informações sobre os agrotóxicos a que foi exposto; e
• Capacitar todos os trabalhadores expostos ao risco sobre prevenção de acidentes com agrotóxicos, por meio de cursos
com no mínimo 20 horas-aula, distribuídas em no máximo 8 horas por dia, durante o expediente normal de trabalho.
Atenção
Atenção
A NR 31 considera válidos apenas os programas de capacitação desenvolvidos por órgãos oficiais, instituições de ensino
de nível médio e superior, entidades de classe e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR).
1.1. Saiba dos cuidados com os equipamentos
Os cuidados com os equipamentos usados para a aplicação de agro tóxicos são fundamentais para se evitar intoxicações.
Conforme a NR 31, os equipamentos para aplicação de agrotóxicos, adjuvantes e produtos afins devem ser:
• Mantidos em perfeito estado de conservação e funcionamento;
• Inspecionados antes de cada aplicação;
• Usados somente para a finalidade indicada;
• Operados dentro dos limites, especificações e orientações técnicas;
• Manuseados apenas por pessoas treinadas e protegidas pelos EPIs; e
• Limpos de forma a não contaminar poços, rios, córregos, entre outros.
• As embalagens vazias não podem ser reutilizadas para qualquer fim que
seja.
• Os agrotóxicos não podem ser armazenados a céu aberto.
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Atenção
Os produtos inflamáveis devem ser mantidos em locais ventilados e protegidos contra centelha e outras fontes de combustão.
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1.2. Saiba dos cuidados com o transporte
Transportar agrotóxicos sem as devidas precauções pode provocar sérios acidentes e causar grandes prejuízos à saúde
das pessoas e ao meio ambiente. Então, siga corretamente o que a NR 31 determina:
• Os agrotóxicos, adjuvantes e produtos afins devem ser transpor tados em recipientes rotulados, resistentes e
hermeticamente fechados;
• Não podem ser transportados junto com alimentos, rações, for ragens e utensílios de uso pessoal e doméstico;
• Não podem ser transportados junto com trabalhadores se o veículo não tiver compartimentos vedados, projetados para
esse fim;
• O veículo utilizado deve ser higienizado e descontaminado sem pre que for usado para outro fim; e
• O veículo não pode ser lavado em poços, rios, córregos e outras fontes de água.
2. Saiba dos cuidados no trabalho com ferramentas manuais
O mau uso das ferramentas manuais está entre as principais causas de acidentes de trabalho no campo. E, mesmo que os
acidentes com elas, em geral, não resultem em mortes, podem ter graves consequências, como a incapacidade parcial ou
até permanente.
Para prevenir e reduzir o número de acidentes com as ferramentas manuais no trabalho rural, a NR 31 define regras que
devem ser cumpridas por todos.
A norma exige:
• As ferramentas devem ser seguras e eficientes;
• Só podem ser usadas para o serviço a que estão destinadas;
• Tem que ser mantidas em perfeito estado de conservação;
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• Os cabos precisam ter boa aderência, possuir formato adaptado à mão do trabalhador e ser fixados de forma segura
para que não se soltem acidentalmente; e
• As ferramentas de corte devem ser guardadas e transportadas em bainha e mantidas afiadas.
Atenção
O trabalhador deve estar atento a todas as determinações, mas é responsabilidade do empregador fornecer
gratuitamente as ferramentas adequadas às atividades e às características físicas dos empregados. E,
sempre que for necessário, o empregador precisa substituir as ferramentas manuais em uso.
3. Saiba dos cuidados no trabalho com máquinas e implementos agrícolas
A norma exige:
• As máquinas e implementos só podem ser usados de acordo com as especificações
técnicas do fabricante.
A norma proíbe:
• O transporte de pessoas em máquinas autopropelidas e nos implementos, a não ser que possuam postos de trabalho
projeta- dos pelo fabricante ou por um profissional habilitado.
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3.1. Saiba dos engates
Neste quesito, as normas fixadas são simples, claras e importantes para se evitar riscos desnecessários.
A norma exige:
• As atividades de manutenção e ajuste devem ser feitas por trabalhadores qualificados ou capacitados;
• As máquinas devem estar paradas;
• As recomendações dos manuais de instruções de operação e manutenção devem ser seguidas atentamente;
• As proteções fixas removíveis só podem ser retiradas para limpeza, lubrificação, reparo ou ajuste e, ao final do serviço, tem
que ser recolocadas; e
• A substituição de baterias tem que ser feita de acordo com as orientações do manual de operações da máquina.
A norma proíbe:
• Limpeza, lubrificação, abastecimento e ajustes com a máquina ou implemento funcionando, a não ser que o movimento
seja indispensável à operação. Se for assim, é preciso tomar todas as medidas especiais de treinamento, proteção e
sinalização contra acidentes de trabalho e cumpridas todas as exigências.
Investir na capacitação do trabalhador, para o uso correto das máquinas e implementos agrícolas, significa evitar acidentes e
prevenir futuros prejuízos para todos. Veja o que a NR 31 estabelece so bre isso.
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3.3. Saiba da necessidade de capacitação
Investir na capacitação do trabalhador, para o uso correto das máquinas e implementos agrícolas, significa evitar acidentes e
prevenir futuros prejuízos para todos. Veja o que a NR 31 estabelece sobre isso.
A norma exige:
• A capacitação deve:
-Ocorrer antes que o trabalhador assuma a função;
- Ser providenciada pelo empregador, sem ônus para o empregado;
-Respeitar o limite diário da jornada de trabalho;
- Ser realizada para reciclagem do trabalhador sempre que ocorrerem modificações significativas nas instalações e na operação
de máquinas e implementos ou troca de métodos, processos e organização do trabalho; e
- Abranger partes teóricas e práticas, com material didático produ zido em Português e em linguagem adequada aos
trabalhadores.
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Atenção
Para os operadores de máquinas e implementos autopropelidos, o programa de capacitação deve ter uma carga
horária mínima de 24 horas, distribuídas no máximo em 8 horas diárias, respeitando a jornada de trabalho. E ao
conteúdo mínimo, deve ser acrescentado:
• Legislação de segurança e saúde do trabalho;
• Noções de legislação de trânsito;
• Identificação das fontes geradoras dos riscos à integridade física e à saúde do trabalhador;
• Noções sobre acidentes e doenças decorrentes da exposição aos riscos;
• Inspeção, regulagem e manutenção com segurança;
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• Medidas de controle dos riscos, como EPCs e EPIs; 65
Atenção
A parte prática da capacitação pode ser realizada na máquina que o trabalhador irá operar. A carga horária deve ser de,
no mínimo, 12 horas e as aulas precisam ser supervisionadas e documentadas.
Atenção
Os operadores devem ser maiores de 18 anos e portar cartão de identificação, com nome, função e fotografia, se
estiverem conduzindo máquinas ou implementos autopropelidos.
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A maior parte do transporte de produtos agrícolas é feita por caminhões que cortam as rodovias do país de norte a sul. A
atividade, regulada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) deve obedecer à legislação específica. Mas, a
NR 31 também estabelece algumas regras.
A norma exige:
• O método de carregamento e descarregamento de caminhões deve ser compatível com o tipo de carroceria
usado, observando-se as condições de segurança durante toda a operação; e
• As escadas ou rampas utilizadas por trabalhadores para o carregamento e descarregamento de caminhões devem
garantir condições e segurança e evitar esforços físicos excessivos.
A norma proíbe:
• Que nos caminhões graneleiros abertos, os trabalhadores
Atenção subam sobre a carga durante o descarregamento.
4. Saiba do trabalho com animais
A norma exige:
• Em todas as etapas da lida com animais, os trabalhadores devem ser
informados sobre:
- Formas corretas e locais adequados de aproximação, contato e
imobilização;
-Formas de higienização pessoal e do ambiente; e Atenção
-Como reconhecer e se precaver das doenças transmissíveis. É dever do empregador:
• No transporte com tração animal devem ser usados apenas aqueles •Providenciar a imunização do trabalhador que tem
adestrados e treinados por um trabalhador capacitado. contato com os animais, se necessária;
•Adotar medidas de segurança para manipulação e
A norma proíbe:
eliminação de secreções, excreções e restos de
• A reutilização de água usada no trato dos animais para uso humano. animais, incluindo a limpeza e a desinfecção das
instalações contaminadas; e
•Fornecer desinfetantes e água suficientes para a
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adequada higienização dos locais de trabalho.
Conhecer os cuidados com o trabalhador
1. Conheça o transporte de trabalhadores
I
Causa de um grande número de acidentes, o transporte de trabalhadores rurais precisa ser realizado com todo o cuidado e
atenção. E, mesmo dentro da propriedade é necessário cumprir o estabelecido pela NR 31.
A norma exige:
Que o veículo de transporte coletivo de trabalhadores tenha:
• Autorização emitida pelas autoridades de trânsito;
• Capacidade para transportar todos os passageiros sentados;
• Motorista habilitado e devidamente identificado; e
• Compartimento fixo e resistente para guardar ferramentas e materiais separados dos passageiros.
Em situações excepcionais, a norma permite que os trabalhadores sejam transportados em veículos adaptados.
Mas isso exige autorização prévia da autoridade local de trânsito. E o veículo deve apresentar as seguintes
condições mínimas de segurança:
• Escada de acesso com corrimão e posicionada em local de fácil visualização para o motorista;
• Carroceria coberta, com barras de apoio para as mãos, proteção lateral rígida com 2 m e 10 cm de altura
livre e feita com material de boa qualidade e resistência estrutural para evitar o esmagamento e a projeção
dos passageiros em caso de acidente;
• Cabina e carroceria com sistemas de ventilação, permitindo a comunicação entre o motorista e os
passageiros;
• Assentos revestidos de espuma, com encosto e cinto de segurança; e
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• Compartimento fechado para materiais e ferramentas, isolado dos passageiros.
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Em situações excepcionais, a norma permite que os trabalhadores sejam transportados em veículos adaptados. Mas
isso exige autorização prévia da autoridade local de trânsito. E o veículo deve apresentar as seguintes condições
mínimas de segurança:
• Escada de acesso com corrimão e posicionada em local de fácil visualização para o motorista;
• Carroceria coberta, com barras de apoio para as mãos, proteção lateral rígida com 2 m e 10 cm de altura livre e
feita com material de boa qualidade e resistência estrutural para evitar o esmagamento e a projeção dos
passageiros em caso de acidente;
• Cabina e carroceria com sistemas de ventilação, permitindo a co municação entre o motorista e os passageiros;
• Assentos revestidos de espuma, com encosto e cinto de segurança; e
• Compartimento fechado para materiais e ferramentas, isolado dos passageiros.
2. Conheça a circulação segura
A NR 31 determina que nas estradas, ou mesmo nos espaços internos, como as vias de acesso, por onde os
trabalhadores circulam, algumas medidas são imprescindíveis para tornar esses locais livres de riscos.
Em situações excepcionais, a norma permite que os trabalhadores sejam transportados em veículos adaptados.
Mas isso exige autorização prévia da autoridade local de trânsito. E o veículo deve apresentar as seguintes
condições mínimas de segurança:
• Escada de acesso com corrimão e posicionada em local de fácil visualização para o motorista;
• Carroceria coberta, com barras de apoio para as mãos, proteção lateral rígida com 2 m e 10 cm de altura
livre e feita com material de boa qualidade e resistência estrutural para evitar o esmagamento e a projeção
dos passageiros em caso de acidente;
• Cabina e carroceria com sistemas de ventilação, permitindo a comunicação entre o motorista e os
passageiros;
• Assentos revestidos de espuma, com encosto e cinto de segurança; e