Sociologia Ambiental
Profa. Dra. Camila Guedes Codogno
IFSULDEMINAS- Campus Passos
“O desenvolvimento da cultura humana e a forma como
suas diferentes manifestações interagem com o
ambiente físico ao redor caracterizam o conceito de
meio ambiente para a Sociologia.”
Como diferentes
culturas resultam da
transformação da
natureza promovida
pela inventividade
humana, a história das
sociedades também é a
história de múltiplas
relações com o meio
ambiente, pois cada
sociedade encontra
uma forma específica
de satisfazer suas
necessidades
socialmente
construídas.
O Contexto histórico da problemática
socioambiental
HISTÓRICO DA RELAÇÃO HUMANA COM O
AMBIENTE
• A visão cristã ligada à relação do ser humano com a
natureza é a de servidão e domínio (Genesis 1: 25-28)
HISTÓRICO DA RELAÇÃO HUMANA COM O
AMBIENTE
• Entre os povos tradicionais, há uma noção maior de co-
dependência, e em suas cosmologias, há negociações entre
elementos humanos e não humanos.
Ex: povos indígenas (perspectivismo ameríndio; clãs de animais,
restrições alimentares em determinadas épocas do ano).
• Segundo Bruno Latour (2019), mesmo entre “modernos”
ocidentais, nos relacionamos sempre com elementos não
humanos
Ex: vitaminas nos alimentos, leveduras na produção de
queijos, etc.
Há cerca de 3700 anos, os Há 2400 anos, na Grécia, A partir do século VII, a
sumérios abandonaram Platão já alertava para a civilização maia começou
suas terras, onde foram erosão do solo provocada a sucumbir em virtude do
produzidos os primeiros pelo excesso de desmatamento e da
excedentes agrícolas de pastagens e pelo corte de degradação do solo
que se tem notícia, por árvores para obtenção de provocada pelos seus
que ficaram salinizadas e lenha. métodos agrícolas.
alagadiças.
CAPITALISMO E MEIO AMBIENTE
• As rápidas transformações econômicas e políticas que
marcaram a modernidade transformaram sociedades até
então predominantemente agrícolas e rurais em sociedades
industriais e urbanas.
• A relação das sociedades modernas com o meio ambiente
enfrenta os traumas dessa transição, que criou uma ideia de
oposição entre a natureza e o produto da indústria humana.
• KEITH THOMAS: a “natureza”/vida no campo passa a ser
valorizada após as consequências nefastas da Rev. Industrial
(Livro: O homem e o mundo natural- 1988)
• O capitalismo
exigiu um uso
intenso e
crescente dos
recursos naturais
do planeta a fim
de alimentar o
desenvolvimento
tecnológico e as
mudanças nos
padrões de
consumo.
O movimento ambientalista destacam-se duas correntes sobre
a relação do ser humano com a natureza:
O preservacionismo defende que O conservacionismo defende o uso
qualquer interferência humana provoca equilibrado dos recursos naturais, tendo
danos ao meio ambiente e, portanto, como princípios a prevenção de
debe ser restringida ao máximo. Propõe desperdícios e o benefício, no presente e no
áreas “intocáveis”. futuro, da maioria dos seres humanos.
Nessa vertente o ser humano é parte da
natureza e, portanto, não devem ser
pensado de forma separada.
Questionando o desenvolvimento
capitalista: o “problema ambiental”
• Os avanços científicos que demandaram e permitiram uma exploração
cada vez mais intensa dos recursos naturais do planeta também revelaram
as consequências drásticas da exploração predatória do meio ambiente.
• A difusão da consciência dos efeitos nocivos da relação do ser humano
com a natureza produziu um discurso especializado, com diagnósticos
técnicos e possíveis soluções, e também mudou a opinião pública a
respeito de progresso, os meios para alcançá-lo e suas consequências para
a sociedade.
• Dessa forma, o desenvolvimento tecnológico, que antes era tido como
uma necessidade da sociedade industrial, passou a ser visto como um
problema ambiental.
O surgimento da Sociologia Ambiental
(Década de 70 do século XX)
• Problematização do desenvolvimentismo a
todo custo;
• Exploração exacerbada dos recursos
naturais;
• Catástrofes sociais e ambientais;
Alguns autores (as) da Sociologia
Ambiental
• U. Beck e A. Giddens
Reflexões críticas sobre a “sociedade de risco” na
modernidade (corrente realista- danos ecológicos +
construtivista- representações culturais do meio
ambiente)
• Vandana Shiva (ecosocialismo)
Equilíbrio entre condições justas de trabalho e respeito
ao meio ambiente- crítica e proposta de intervenção
Modernização, transformação social e
meio ambiente
• A crítica aos efeitos de desagregação social
do capitalismo também considerou seus
impactos sobre o meio ambiente. De acordo
com Vandana Shiva, as grandes
corporações, na busca incessante de lucros,
aprofundam as crises ambientais
planetárias.
“Ecologia sem luta de classes é jardinagem”
(Chico Mendes)
Uma nova ideia de desenvolvimento…
Desastres nucleares –
como nos casos de
Three Mile Island, em
1979, nos Estados
Unidos, Chernobyl, na
antiga União Soviética,
em 1986, e Fukushima,
Japão, em 2011 – foram
importantes para se
observar os limites do
desenvolvimento
capitalista.
• Pág. 359 (livro Sociologia em
Movimento)
CONFERÊNCIAS E RELATÓRIOS
• 1968- “Clube QUE APONTARAM
de Roma”- Os limitesPARA
do A
crescimento (MIT)
• 1972- Estocolmo (políticas comuns de
gerenciamento do meio ambiente
• 1987- Relatório Brundtland-
incompatibilidade entre os padrões
de consumo e o desenvolvimento
sustentável
• 1992- Eco 92 (RJ)-estratégias de
conciliação de crescimento e
preservação do meio ambiente.
• 2005- Protocolo de Kyoto- créditos de
carbono
• OUTRAS…
A ideia de desenvolvimento sustentável é uma tentativa de
superar as contradições do desenvolvimento capitalista e,
segundo a ONU, é “aquele que satisfaz as necessidades do
presente, sem prejudicar a capacidade de as gerações futuras
virem a satisfazer suas necessidades”.
ODS- Nações Unidas
É possível um “desenvolvimento sustentável” no modo de
produção capitalista?
Novas contradições: o que aponta a
Sociologia Ambiental?
• A consciência dos problemas ambientais, muitas vezes, em vez de
promover um movimento de reestruturação do modelo
econômico, suscitou a radicalização de diferenças. Por exemplo, as
indústrias pesadas, a exploração predatória dos recursos naturais e
outras atividades nocivas ao ambiente foram transferidas para
países em desenvolvimento (créditos de carbono).
• A mesma lógica pode ser identificada em um país onde tanto as
relações entre as classes quanto entre os grupos tradicionais de
determinados territórios estejam marcadas por assimetrias, para as
quais não é possível encontrar equilíbrio ou conciliação sem uma
linha de ação ativa de movimentos sociais, políticas públicas e
propostas alternativas de organização econômica.
Fome como um problema social e
político…
• A ideia difundida no século XIX, de que a fome e a pobreza seriam
resultado de uma produção de alimentos insuficiente em relação ao
crescimento populacional, foi criticada e superada ao longo do século
XX (Teoria econômica de Thomas Malthus)
Produção de alimentos – PROGRESSÃO ARITMÉTICA (P.A)
EX: 2+2= 4 / 4+2= 6 / 6+2=8 ….
Crescimento da população- PROGRESSÃO GEOMÉTRICA (P.G)
EX: 2x2= 4 / 4x2=8 / 8x2=16
Fome como um problema social e
político…
• Apesar do aumento da produção de riquezas e alimentos na sociedade
industrial capitalista, os mecanismos de mercado conhecidos não são
capazes de distribuir esses recursos para eliminar a fome e a pobreza.
• A superação desse cenário envolve políticas de garantia de direitos
básicos aos mais pobres e a discussão sobre a construção de outro
modelo de desenvolvimento que, para muitos países, deve partir da
implantação de uma reforma agrária.
• A fome passou a ser compreendida como uma das evidências mais
claras de que o mercado capitalista não seria capaz de reduzir as
desigualdades, mesmo com os meios técnicos disponíveis.
Segurança Alimentar
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Soberania Alimentar
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Soberania Alimentar
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Soberania Alimentar
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Crise alimentar x Sustentabilidade
Causas da alta de preços
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(In)Justiça Ambiental
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