Manual Prático
da
Contratação Pública
Angolana
LEI DA CONTRATAÇÃO PÚBLICA
Empreitadas de Obras Públicas
1. Entende-se por empreitada de obras públicas, o contrato oneroso que tenha
por objeto a execução ou a concepção e execução de uma obra pública.
2. Para efeitos do número anterior, entende-se por obra pública qualquer
trabalho de construção, concepção e construção, reconstrução, ampliação,
alteração, reparação, conservação, limpeza, restauro, adaptação, beneficiação e
demolição de bens imóveis, executadas por conta de um dono de obra pública.
3. Para efeitos do presente regime jurídico, entende-se por dono de obra
pública:
a) qualquer das entidades públicas contratantes enunciadas no artigo 4.º da
presente lei;
b) quaisquer pessoas coletivas que, independentemente da sua natureza
pública ou privada, celebrem estes contratos no exercício de funções
materialmente administrativas
Capítulo II-Tipos de Empreitadas e
modos de retribuição do
empreiteiro
ARTIGO 184.°
Tipos de Empreitadas SECÇÃO I Disposição Geral ARTIGO 184.° (Tipos de empreitada e modos
de retribuição do empreiteiro)
1. De acordo com o modo de retribuição estipulado, as empreitadas de obras públicas podem
ser:
a) por preço global;
b) por série de preços;
c) c) por percentagem
2. É lícito adoptar, na mesma empreitada, diversos modos de retribuição para distintas partes
da obra ou diferentes tipos de trabalho.
3. A empreitada pode ser de partes ou da totalidade da obra e, salvo convenção em contrário,
implica o fornecimento pelo empreiteiro dos materiais a empregar.
Empreitada por Preço Global
ARTIGO 185.°
1. Diz-se por preço global a empreitada cujo montante da
remuneração, correspondente à realização de todos os trabalhos
necessários para a execução da obra ou da parte da obra objeto
do contrato, é previamente fixado.
2. Só podem ser contratadas por preço global as obras cujos
projetos permitam determinar, com pequena probabilidade de
erro, a natureza e as quantidades dos trabalhos a executar, bem
como os custos dos materiais e da mão-de-obra a empregar
Empreitada por Série de Preço
ARTIGO 194.°
A empreitada é estipulada por série de preços quando a
remuneração do empreiteiro resulta da aplicação dos preços
unitários, previstos no contrato, para cada espécie de trabalho a
realizar, tendo em conta a quantidade desses trabalhos
efectivamente executados.
Objecto da empreitada
ARTIGO 186.°
ARTIGO 195.°
O dono da obra deve definir, com a maior precisão possível, nos elementos escritos
e desenhados do projecto e no caderno de encargos, as características da obra e as
condições técnicas da sua execução, bem como a qualidade dos materiais a aplicar
e apresentar mapas de medições de trabalhos, tão próximos quanto possível das
quantidades de trabalhos a executar, nos quais assentem a análise e o
ordenamento por custos globais das propostas dos concorrentes à empreitada.
1. Nas empreitadas por série de preços, o contrato tem sempre por base a previsão
das espécies e das quantidades dos trabalhos necessários para a execução da obra
relativa ao projecto patenteado, obrigando-se o empreiteiro a executar pelo
respectivo preço unitário do contrato todos os trabalhos de cada espécie.
2. Se, nos elementos do projecto ou no caderno de encargos existirem omissões
quanto à qualidade dos materiais, o empreiteiro não pode empregar materiais que
não correspondam às características da obra ou que sejam de qualidade inferior
aos usualmente empregues em obras que se destinem a idêntica utilização e da
mesma categoria.
Trabalhos preparatórios ou
acessórios ARTIGO 201.°
1. O empreiteiro tem a obrigação de, salvo o estipulado em
contrário, realizar à sua custa todos os trabalhos preparatórios ou
acessórios que, por natureza ou segundo o uso corrente, a
execução da obra implique.
2. Constitui, em especial, obrigação do empreiteiro, salvo
estipulação em contrário, a execução dos seguintes trabalhos:
a) a montagem, a construção, a desmontagem, a demolição e a
manutenção do estaleiro;
b) os necessários para garantir a segurança de todas as pessoas
que trabalhem na obra, incluindo o pessoal dos subempreiteiros e
do público em geral, para evitar danos nos prédios vizinhos e para
satisfazer os regulamentos de segurança, de higiene e de saúde no
trabalho e de polícia das vias públicas
c) o restabelecimento, por meio de obras provisórias, de todas as
servidões e serventias que seja indispensável alterar ou destruir
para a execução dos trabalhos e para evitar a estagnação de
águas que os mesmos trabalhos possam originar;
d) a construção dos acessos ao estaleiro e das serventias
internas deste; e) a colocação de placa contendo as menções
previstas no artigo 229.° da presente lei;
f) outros trabalhos previstos em regulamentação específica.
Encargos do empreiteiro
ARTIGO 200.°
Constitui encargo do empreiteiro, salvo o estipulado em
contrário, o fornecimento dos aparelhos, instrumentos,
ferramentas, utensílios e andaimes indispensáveis à boa
execução da obra.
Execução da Empreitada
ARTIGO 224.°
1. As notificações das resoluções do dono da obra ou do seu fiscal
são obrigatoriamente feitas ao empreiteiro ou seu representante
por escrito e assinadas pelo fiscal da obra.
2. A notificação é feita mediante a entrega do texto da resolução
notificada em duplicado, devolvendo o empreiteiro ou o seu
representante um dos exemplares com recibo.
3. No caso de o notificado se recusar a receber a notificação ou a
passar recibo, o fiscal da obra lavra auto do ocorrido, perante
duas testemunhas que com ele assinem e considera feita a
notificação.
Ausência no local da obra do
empreiteiro ou seu representante
ARTIGO 225.°
1. O empreiteiro ou o seu representante não podem ausentar-se do local
dos trabalhos sem o comunicar ao fiscal da obra, deixando um substituto
aceite pelo dono da obra.
2. O empreiteiro que não possa residir na localidade da obra deve designar
um representante com residência permanente nessa localidade e que
disponha de poderes necessários para o representar, em todos os actos que
requeiram a sua presença e, ainda, para responder perante a fiscalização
pela marcha dos trabalhos.
Tramitação dos Procedimentos
Tipos de concurso
Concurso Público
Concurso Limitado por Prévia Qualificação
Concurso Limitado por Convite
Contratação Simplificada
Síntese da Tramitação dos Procedimentos
Concurso para trabalhos de
concepção
É o procedimento que permite à EPC seleccionar um ou mais
trabalhos de concepção, idealizados nos domínios artístico, do
ordenamento do território, do planeamento urbano, da
arquitectura, da engenharia civil ou do processamento de dados
(art.º 150.º). Trata-se de um procedimento para atribuição de
prémios ou menções honrosas a um ou mais seleccionados.
Sistema da Contratação Pública
Angolana
A contratação pública é um procedimento administrativo que permite ao Estado
suprir as suas necessidades aquisitivas, orientando-se por princípios que
disciplinam a actuação dos agentes administrativos.
As práticas internacionais, sugerem que um sistema de contratação pública deve
assentar em quatro pilares:
Legal e regulatório;
Institucional;
Contratação e práticas de mercado;
Integridade e transparência.
Numa vertente de conformidade, o Tribunal de Contas (TC), os diferentes órgãos
inspetivos, com especial destaque para a Inspeção-geral de Finanças (IGF) e a
Inspeção-geral da Administração do Estado (IGAE) e o próprio SNCP, enquanto
órgão responsável pela regulação e supervisão da contratação pública exercem,
de igual modo, o seu papel de fiscalização e auditoria.
Etapas do Processo de
Contratação Pública
Planeamento das Necessidades
Autorização da Despesa
Escolha do Procedimento
Comissão de Avaliação
Peças dos Procedimentos
Tramitação dos Procedimentos
Controlo e Fiscalização dos Contratos
Partes do contrato
1. São partes do contrato de empreitada de obras públicas o
dono da obra e o empreiteiro.
2. O dono da obra é a pessoa coletiva que manda executá-la ou,
no caso de serem mais do que uma, aquela a quem pertençam
os bens ou que fique incumbida da sua administração, nos
termos estabelecidos no n°3 do artigo anterior.
3. Sempre que, na presente lei, se faça referência a decisões e
deliberações do dono da obra, entende-se que são tomadas pelo
órgão que, segundo a lei ou os respectivos estatutos, for
competente para o efeito ou, no caso de omissão na lei e nos
estatutos, pelo órgão superior de administração.
Confirmação de Contratos
As EPC que celebrem contratos de empreitada de obras públicas,
de aquisição de serviços ou de fornecimentos de bens inscritos
no Programa de Investimento Público e os de consultoria e
assistência técnica, nos limites de valores fixados para
fiscalização preventiva na Lei que aprova o Orçamento Geral do
Estado, ficam sujeitas ao processo de confirmação de contratos
pelo Ministro das Finanças, nos termos do Decreto Executivo
155/14, de 27 de Maio. Para tal, as EPC devem remeter uma via
dos contratos celebrados, acompanhados dos respectivos
anexos, da nota de cabimentação e do documento que autoriza a
realização da despesa e a assinatura do contrato ao SNCP, a
quem compete analisar e fazer a verificação técnica dos
processos sujeitos à confirmação do Ministro das Finanças.
A análise e verificação dos contratos
seguem os seguintes procedimentos e
critérios:
Respeito pelos procedimentos e regras estabelecidos pela LCP,
nomeadamente:
o Competência para autorizar a despesa e assinatura do contrato;
o Procedimento escolhido para contratação.
Conformidade das cláusulas contratuais, nomeadamente:
o Clara identificação das partes;
o Valor e objeto do contrato;
o Identificação do crédito orçamental e respetiva nota de cabimentação;
o Cronograma trimestral de desembolso para o período de execução do
contrato;
o Prazos definidos e fixação de prazos limite para os contratos de prestação de
serviços;
o Valor do downpayment;
o Garantida do downpayment;
o Garantia de boa execução (caução definitiva).
Conformidade específica para os contratos de empreitada, nomeadamente:
o Faturação em função do trabalho efetuado e pagamento após verificação do
fiscal da obra;
o Tratamento dos trabalhos a mais (limites da adenda), se for caso disso;
Versão preliminar, sujeita a alterações.
Manual Prático da Contratação Pública Angolana 83/91
o Seguros obrigatórios;
o Subempreitadas (limites e entidades a subcontratar);
o Anexos obrigatórios (mapa de preços e quantidades, cronograma de trabalhos,
projecto executivo ou especificações técnicas e memória descritiva).
Durante o processo de análise e verificação técnica dos contratos, que não pode
exceder um prazo máximo de 15 dias, o SNCP pode solicitar quaisquer elementos ou
documentos considerados essenciais ou imprescindíveis à confirmação de contratos,
podendo ainda solicitar os esclarecimentos que repute necessários.
Após análise e verificação dos contratos, o SNCP remete ao Ministro das Finanças os
processos, com a sua recomendação, para efeitos de confirmação.
Confirmados os contratos pelo Ministro das Finanças, estes são devolvidos às EPC,
que devem dar seguimento aos atos subsequentes, para submissão do processo para
efeitos de fiscalização preventiva pelo Tribunal de Contas.
Os processos que não reúnam as condições para a confirmação são devolvidos às EPC
com indicação das razões da não confirmação, sendo-lhes dado um prazo de 10 dias
úteis para se pronunciem.
Os contratos de qualquer natureza, de valor igual ou superior ao fixado na Lei que
aprova o Orçamento Geral do Estado, quando celebrados por entidades sujeitas à
sua jurisdição, com excepção das autarquias locais, suas associações e seus
serviços, devem ser submetidos ao Tribunal de Contas; assim como as minutas dos
contratos acima identificados, quando venham a celebrar-se por escritura pública e
os respetivos encargos tenham de ser satisfeitos no ato da sua celebração,
devendo o respetivos notário anexar cópia da resolução do Tribunal de Contas à
Aprovação de materiais
ARTIGO 258.°
1. Sempre que deva ser verificada a conformidade das características dos materiais a
aplicar com as estabelecidas no projeto, no caderno de encargos ou no contrato, o
empreiteiro deve submeter os materiais à aprovação do fiscal da obra, que os deve
submeter a exame no Laboratório de Engenharia de Angola.
2. Em qualquer momento, pode o empreiteiro solicitar a aprovação referida no
número anterior, a qual se considera concedida se o fiscal da obra não se pronunciar
nos dez dias subsequentes, a não ser que os ensaios exijam período mais longo, facto
que, naquele prazo, deve ser comunicado ao empreiteiro.
3. O empreiteiro é obrigado a fornecer as amostras de materiais que forem solicitadas
pelo fiscal da obra para serem submetidas a exame no Laboratório de Engenharia de
Angola.
4. A colheita e a remessa das amostras devem ser feitas de acordo com as normas
oficiais em vigor ou com outras que, porventura, sejam impostas pelo contrato.
5. O caderno de encargos da empreitada deve especificar os ensaios, cujo custo de
realização deva ser suportado pelo empreiteiro, entendendo-se, em caso de omissão,
que os encargos com a realização dos ensaios são da conta do dono da obra.
Revisão de preços
ARTIGO 285.°
1. O contrato deve prever obrigatoriamente o modo de revisão dos preços
para o caso de, decorrido o primeiro ano de execução dos trabalhos, se
verificar o agravamento da remuneração da mão-de-obra e do custo dos
materiais mas, neste último caso, apenas se não tiver sido efetuado o
adiantamento de parte do preço dos materiais adquiridos ou a adquirir
para stock.
2. No caderno de encargos podem fixar-se as fórmulas para a revisão dos
preços.
3. O requerimento do empreiteiro ou por iniciativa do dono da obra, as
multas contratuais podem ser reduzidas a montantes adequados, sempre
que se mostrem desajustadas em relação aos prejuízos reais sofridos pelo
dono da obra, e são anuladas quando se verifique que as obras foram bem
executadas e que os atrasos no cumprimento de prazos parciais foram
recuperados, tendo a obra sido concluída dentro do prazo global do
contrato.
4. Nos casos de recepção provisória de parte da empreitada, as
multas contratuais a que se refere o n.° 1 são aplicadas na base do
valor dos trabalhos ainda não recebidos.
5. A aplicação de multas contratuais, nos termos dos números
anteriores, deve ser precedida de auto lavrado pela fiscalização, do
qual o dono da obra envia uma cópia ao empreiteiro, notificando-o
para, no prazo de 10 dias, deduzir a sua defesa ou impugnação.
Os contratos sujeitos à fiscalização preventiva consideram-se visados 30
dias após a sua entrada no Tribunal de Contas, salvo se forem solicitados
elementos em falta ou adicionais, casos em que se interrompe a
contagem do prazo até que os mesmos lhe sejam entregues. Os
contratos sujeitos à fiscalização preventiva do Tribunal de Contas são
juridicamente ineficazes até que obtenham o respectivo visto, isto é, têm
a sua execução condicionada a atribuição do visto.
Nos casos de recusa de visto devem as entidades sujeitas à sua
jurisdição remeter ao Tribunal, no prazo de 15 dias, cópia da anulação da
respectiva Nota de Cabimentação orçamental, a fim de ser junta ao
processo.
Os contratos sujeitos à fiscalização preventiva devem ser submetidos ao
Tribunal de Contas, 30 dias após a sua prática ou celebração
Celebração do contrato
celebração do contrato é o ato formal, por intermédio da qual,
o órgão competente para a autorizar a despesa ou a quem este
delegar competência e o representante do operador económico
privado cuja proposta tenha sido adjudicada e que tenha
apresentada a caução definitiva.
Modificação do plano de trabalhos
ARTIGO 246. °
1. O dono da obra pode alterar, em qualquer momento, o plano
de trabalhos em vigor, ficando o empreiteiro com o direito a ser
indemnizado dos danos sofridos em consequência dessa
alteração.
2. O empreiteiro pode, em qualquer momento, propor
modificações ao plano de trabalhos ou apresentar outro para
substituir o vigente, justificando a sua proposta, sendo a
modificação ou o novo plano aceites desde que deles não resulte
prejuízo para a obra ou a prorrogação dos prazos de execução.
Fiscalização e agentes
ARTIGO 265.°
1. A execução dos trabalhos é fiscalizada pelos representantes
do dono da obra que este, para tal efeito, designe.
2. Quando a fiscalização seja constituída por dois ou mais
representantes, o dono da obra designa um deles para chefiar,
como fiscal da obra, e, sendo um só, a este compreende tais
funções.
3. A obra e o empreiteiro ficam também sujeitos à fiscalização
que, nos termos da legislação em vigor, incumbe a outras
entidades.
4. A fiscalização referida no número anterior deve exercer-se de
modo a que:
a) seja dado prévio conhecimento ao fiscal da obra da efetivação de qualquer
diligência no local de trabalho;
b) sejam, imediatamente e por escrito, comunicadas ao fiscal da obra todas as
ordens dadas e notificações ao empreiteiro que possam influir no normal
desenvolvimento dos trabalhos.
5. O fiscal nomeado para a obra não pode, em circunstância alguma, ser o
projetista da obra.
Função da fiscalização
ARTIGO 266.°
A fiscalização incumbe vigiar e verificar o exacto cumprimento do projecto e
suas alterações, do contrato do caderno de encargos e do plano de trabalhos
em vigor, e designadamente:
a) verificar a implantação da obra de acordo com as referências necessárias,
fornecidas ao empreiteiro;
b) verificar a exactidão ou o erro eventual das previsões do projecto, em
especial, e com a colaboração do empreiteiro, no que respeita às condições
do terreno;
c) aprovar os materiais a aplicar, sujeitando a exame os que devam sê-lo, pelo
Laboratório de Engenharia de Angola;
d ) vigiar os processos de execução;
e) verificar as características dimensionais da obra;
f) verificar, em geral, o modo como são executados os trabalhos;
g) verificar a observância dos prazos estabelecidos;
h) proceder às medições necessárias e verificar o estado de adiantamento dos
trabalhos;
i) averiguar se foram infringidas quaisquer disposições do contrato e das leis e
regulamentos aplicáveis;
j) verificar se os trabalhos são executados pela ordem e com os meios
estabelecidos no respectivo plano;
l) comunicar ao empreiteiro as alterações introduzidas no plano de trabalhos
pelo dono da obra e a aprovação das propostas pelo empreiteiro;
m) informar da necessidade ou conveniência do estabelecimento de novas
serventias ou da modificação das previstas e da realização de quaisquer
aquisições ou expropriações, pronunciar-se sobre todas as circunstâncias que,
não havendo sido
dez dias, quando tal não tenha sido previsto no plano em vigor e não
resulte:
a) de ordem ou autorização do dono da obra ou seus agentes ou de facto
que lhes seja imputável;
b) de caso de força maior;
c) de falta de pagamento das prestações devidas por força do contrato ou
dos trabalhos executados, quando hajam decorrido três meses sobre a data
do vencimento e após notificação judicial do dono da obra; d) da falta de
fornecimentos de elementos técnicos que o dono da obra estivesse
obrigado a fazer;
e) de disposição legal em vigor
Função da fiscalização nas
empreitadas por percentagem
ARTIGO 267.°
Quando se trate de trabalhos realizados por percentagem, a
fiscalização, além de promover o necessário para que a obra se
execute com perfeição e dentro da maior economia possível, deve:
a) acompanhar todos os processos de aquisição de materiais e tomar
as providências que sobre os mesmos se mostrem aconselháveis ou
se tornem necessárias, designadamente sugerindo ou ordenando a
consulta e a aquisição a empresas que possam oferecer melhores
condições de forneci mento, quer em qualidade, quer em preço;
b) vigiar todos os processos de execução, sugerindo ou ordenando, neste
caso com a necessária justificação, a adopção dos que conduzam a maior
perfeição ou economia;
c) visar todos os documentos de despesa, quer de materiais, quer de
salários;
d) velar pelo conveniente acondicionamento dos materiais e pela sua
guarda e aplicação;
e) verificar toda a contabilidade da obra, impondo a efetivação dos
registos que considere necessários.
Fiscalização preventiva pelo
Tribunal de Contas
A fiscalização preventiva tem como objectivo verificar se os actos e
os contratos a ela sujeitos estão em conformidade com a legislação
vigente e se os encargos deles resultantes têm cabimentação
orçamental, sendo exercida através do visto, da sua recusa ou da
declaração de conformidade. Devem ser submetidos ao Tribunal de
Contas, para efeito de fiscalização preventiva: Os contratos de
qualquer natureza, de valor igual ou superior ao fixado na Lei que
aprova o Orçamento Geral do Estado, quando celebrados por
entidades sujeitas à sua jurisdição, com excepção das autarquias
locais, suas associações e seus serviços; As minutas dos contratos
acima identificados, quando venham a celebrar-se por escritura
pública e os respectivos encargos tenham de ser satisfeitos no acto
da sua celebração, devendo o respectivo notário anexar cópia da
resolução do Tribunal de Contas à respectiva escritura
Modo de actuação da fiscalização
ARTIGO 268.°
1. Para a realização das suas incumbências, a fiscalização deve
dar ao empreiteiro ordens, fazer-lhe avisos e notificações,
proceder a verificações e a medições e praticar todos os demais
actos necessários.
2. Os actos referidos no número anterior só podem provar-se,
contra ou a favor do empreiteiro, mediante documento escrito.
3. A fiscalização deve processar-se sempre de modo a não
perturbar o andamento normal dos trabalhos e sem diminuir a
iniciativa e correlativa responsabilidade do empreiteiro.