Escola Básica e Secundária da Povoação
                         Departamento de Línguas e Literaturas
         Teste Diagnóstico de Língua Portuguesa – 5.º ano
                             Ano Lectivo 2008/2009

Nome: _______________________________________N.º: ____ Turma: ____ Data: ____/09/2008
Professor (a): _____________________________Enc. de Educação: _______________________


ATENÇÃO! – Este teste tem como objectivo verificar o grau de aquisição
das competências por parte dos alunos, de forma a permitir os ajustes
necessários ao nível das planificações. Por este motivo, não será
atribuída classificação.

        Lê o texto com muita atenção.

         Naquele tempo, o meu pai contava-me muitas histórias de gigantes. Eu
não queria adormecer sozinho, de maneira que ele sentava-se na minha cama
e entretinha-me, enquanto não chegava o João Pestana (1). A verdade é que o
meu pai não sabia as histórias de cor e ia inventando, à medida que ia
contando. Algumas histórias, que começavam sempre com «Era uma vez um
gigante», desconfio que ele as inventou de uma ponta à outra.
         Mas a partir do momento em que a história era contada eu não admitia
variantes. Queria ali todos os pormenores. Acho que todos os miúdos têm esta
atenta memória que contradiz e mete na ordem os adultos contadores, quando
são distraídos.
         Pois naquela altura saltitava lá por casa um coelhito malhado. Não era
um desses coelhos anões, cinzentos e cheios de peneiras, armados em
fidalgos, que se vendem agora nos centros comerciais. Não. Era um robusto
coelho do campo, muito curioso, de narizito sempre a farejar, grande
apreciador de cenouras.
         Houve alguém que nos ofereceu aquele coelho, no pressuposto de que
o destinaríamos à panela, com batatas e ervas cheirosas. Mas naquela nossa
casa não havia ninguém capaz de sacrificar um animal, para mais simpático e
dado ao convívio.
         De início, ficou numa marquise. Todas as manhãs, quando se abria a
porta da marquise vinha cumprimentar-nos, farejando-nos os pés e empinando-
se a olhar para nós. Não tardou que circulasse por toda a casa e me fizesse
companhia naquelas brincadeiras que demoravam o dia inteiro.
         Era um coelho extremamente asseado. Tinha lá o seu sítio de
recolhimento e fez questão de nunca deixar noutro lado aquelas bolinhas
pretas e redondinhas que os coelhos costumam distribuir. E bom companheiro
que ele era. Tinha imenso jeito para andar nos carrinhos, ajudava a descarrilar
o comboio de brinquedo, e admirava, com sinceridade, as maravilhosas obras
de engenharia que eu construía com o meu «Meccano».
        Eu já deixara de invejar os outros miúdos que tinham cães e gatos nos
quintais. Nenhum se comparava ao meu coelho, nem sabia brincar com tanta
classe.
        Os homens são ingratos. Quando crescem, ainda mais. Imaginem que
eu me esqueci completamente do nome do meu coelhinho. Certo é que ele
acudia aos chamamentos e vinha de onde estivesse, saltitão, com o tufo
peludo do rabito no ar. Eu podia agora improvisar um nome e fazer de conta
que o bicho se chamava, por exemplo, «Pinóquio» ou «Lanzudo». Mas não
quero inventar nada. Quero contar tudo como era. Esqueci-me do nome,
passou-me, pronto!
        Mas... um dia comecei a ouvir os adultos a segredar, lá em casa.
Desconfiei logo que se tratava do meu coelho, e era mesmo. Um amigo,
possuidor duma quinta, tinha-se oferecido para instalar o bicho no campo e os
meus pais – com aquele irritante bom senso que compete aos mais crescidos –
haviam considerado a proposta interessante. Sempre era melhor para o animal
andar em liberdade, ao ar livre, entre arvoredos, na companhia dos seus iguais
e das aves de capoeira... E quando eu protestava, com muita força, limitavam-
se a abraçar-me e sorrir.
        E lá levaram o coelhinho, aproveitando uma distracção minha. O que
eu barafustei! Foi um tremendo desgosto. Ao deitar, não quis ouvir histórias de
gigantes. Durante toda a noite chorei e exigi a devolução do meu companheiro.
Em vão.
        Espero que ele tenha sido feliz lá na tal quinta. Ainda hoje, quando vejo
um orelhudo malhado a saltitar, pataludo, com os olhos vivos e o nariz sempre
em acção, consolo-me sempre com a ideia de que pode ser um dos
descendentes daquele saudoso coelhinho da minha infância. E quando contar
aos meus netos histórias de gigantes, talvez introduza nos contos as peripécias
de um herói orelhudo.
                                                         Mário de Carvalho, «O Coelho e os Gigantes»,
                                                       in Boletim Cultural – Memórias da Infância, Lisboa,
                                                              Fundação Calouste Gulbenkian, 1994
_____________
(1) João Pestana – sono; em especial, o sono das crianças.

Nas questões 1. a 6., assinala com X a resposta correcta, de acordo com o
sentido do texto.

1. O narrador começa por recordar o tempo em que o pai lhe contava histórias,
relatando, depois, algo que se passou na mesma época da sua vida. O quê?
              Os pais ofereceram-lhe um «Meccano» no seu aniversário.

              Um coelho tornou-se o seu companheiro de brincadeiras.

              A mãe ofereceu-lhe um robusto coelho malhado.
O pai começou a inventar histórias sobre coelhos.
2. O narrador não gostava que o pai
            lhe contasse histórias de gigantes.

            lhe lesse as histórias, saltando partes.

            começasse as histórias com «Era uma vez...».

            alterasse as histórias que lhe contava.

3. O narrador desta história é um
            rapazinho apreciador de histórias de gigantes.

            menino que é amigo de um coelho.

            adulto que revive episódios da infância.

            pai contador de histórias infantis.

4. «Nenhum se comparava ao meu coelho, nem sabia brincar com tanta
classe.» (linha 27) No texto, a expressão «brincar com tanta classe» significa
            brincar com brinquedos tão caros.

            brincar com tanta habilidade.

            brincar com brinquedos tão diferentes.

            brincar com tanta disciplina.

5. O narrador acha que foi ingrato, porque
            se esqueceu do nome do coelho.

            permitiu que levassem o coelho.

            obrigou o coelho a brincar com ele.

            descuidou o bem-estar do coelho.

6. Qual a justificação dada pelos pais para mandarem o coelho embora?
            O coelho, em casa, incomodava toda a gente.

            O filho perdia tempo a brincar com ele.

            O coelho podia viver em liberdade, no campo.

            Os pais queriam dar um presente ao amigo.
Responde, agora, às questões seguintes, de acordo com as orientações
que te são dadas.

7. Perante a hipótese de ficar sem o coelho, o menino «protestava com muita
   força». (linhas 39-40)
   Que razões terá ele apresentado aos pais, para os convencer a não
   mandarem o coelho para a quinta? Apresenta duas dessas razões.

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

8. As frases a seguir apresentadas resumem a parte final da história. Segue o
   exemplo e numera-as, de acordo com a ordem dos acontecimentos
   narrados. O 1 corresponde ao primeiro acontecimento, o 2 deve
   corresponder ao segundo e assim sucessivamente.


           O coelhinho acabou por ser levado para a quinta.

        1 Certo dia, os adultos começaram a segredar lá por casa.
           Apesar dos protestos, os pais não lhe trouxeram o coelho de volta.

           Um amigo dos pais tinha-se oferecido para levar o coelho para o
           campo.
           Toda a noite, o menino chorou por causa da partida do coelho.

           O menino, desconfiado, suspeitou que ia ficar sem o amigo.

9. No futuro, como pensa o narrador prestar uma homenagem ao coelho?

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________
________________________________________________________________

________________________________________________________________




Lê, agora, estes dois textos informativos sobre o coelho e a lebre.

COELHO                                                            LEBRE
Habitat                                                           Habitat
O coelho é abundante em regiões herbáceas,                        A lebre é um animal típico da planície, que
florestas, e mesmo zonas próximas de                              habita preferencialmente terrenos planos,
sapais(1), dunas e costa rochosa. Em Portugal                     sobretudo junto a áreas agrícolas, chegando a
prefere as zonas de influência mediterrânica,                     penetrar em aldeias pouco movimentadas.
nomeadamente montados de azinho(2),                               Também pode surgir em pequenas florestas
estepes cerealíferas(3) e zonas de cultura e                      de árvores de folha caduca, evitando os
regadio.                                                          pinhais.
Distribuição geográfica geral                                     Distribuição geográfica geral
Deve ser, em Portugal, o mamífero de porte                        Até aos anos 40, a lebre era muito comum em
médio mais bem representado, estando                              todo o nosso país, sendo actualmente mais
presente, em relativa abundância, em todo o                       rara, preferencialmente concentrada no Sul e
país.                                                             no Interior.
Modo de vida                                                      Modo de vida
Os coelhos são sobretudo crepusculares( 4),                       É uma espécie fundamentalmente nocturna,
mas, se não forem incomodados, apresentam                         embora também possa ter actividade durante
também actividade durante o dia. Vivem em                         o dia. Quando em repouso, permanece
grandes famílias, regra geral de um macho                         deitada numa cavidade pequena à superfície
com várias fêmeas, que habitam verdadeiras                        do solo, introduzindo os membros na
cidades subterrâneas compostas por um                             depressão e deitando a cabeça sobre a terra
sistema de galerias, alargado nos                                 solta que acumulou à sua volta. Em corrida,
cruzamentos e com um grande número de                             atinge       caracteristicamente      grandes
saídas. Quando se sentem em perigo, fogem                         velocidades, deslocando-se aos saltos, e com
em ziguezague para despistar o predador. Tal                      a cauda estendida, funcionando como
como as lebres, possuem, quando em posição                        estabilizador. Quando assustada, emite um
vertical, um ângulo de visão de 360 graus, de                     «choro» particular, ou reage com ataques à
forma que nunca perdem o perseguidor de                           dentada.
vista.
                                                        Clara Pinto Correia, Portugal Animal, Lisboa, Editora Dom Quixote, 1991
                                                                                                     (texto com adaptações)
_____________
(1) sapais – terras alagadas de água, normalmente junto da foz de alguns rios.
(2) montados de azinho – terrenos de azinheiras.
(3) estepes cerealíferas – regiões planas onde se cultivam cereais.
(4) animais crepusculares – os que só aparecem ao anoitecer.


10. Segue os exemplos e preenche o quadro seguinte, comparando algumas
das particularidades específicas do coelho e da lebre, referidas nos textos
informativos que leste.
ASPECTOS                         COELHO                       LEBRE
                               O coelho é abundante em:     A lebre habita
                               - ____________________       preferencialmente:
                               _____________________        – em planícies;
Ambiente específico em que                                  – junto de terrenos
                               - ____________________
           vive                                             agrícolas;
                               _____________________
                               - ____________________       – em pequenas florestas de
                               _____________________        árvores de folha caduca
 Locais onde se encontra,      Está presente em todo o      _____________________
       em Portugal             país.                        _____________________
                               ______________________       Fundamentalmente
Período diário de actividade   ______________________       nocturno.

                               Foge em ziguezague para      _____________________
 Comportamento face ao
                               despistar                    _____________________
        perigo
                               o predador
                               Em posição vertical,______   Em posição vertical,______
                               ______________________       ______________________
                               _                            ______________________
     Ângulo de visão           ______________________       ______________________
                               _
                               ______________________
                               _

11. Imagina que tinhas de realizar um trabalho de pesquisa sobre o coelho e a
lebre e que consultavas o livro referido nesta prova. Preenche a seguinte ficha,
com base na informação apresentada nos textos sobre o coelho e a lebre.

                            FICHA BIBLIOGRÁFICA

Autor _________________________________________________
Título da obra ___________________________________________
Editora ________________________________________________

Local e data de edição ____________________________________
Assunto dos textos Características do coelho e da lebre, relativamente a:
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________


12. Na tua opinião, viver dentro de uma casa será adequado às características
destes animais? Justifica a tua resposta, com base nos textos informativos que
leste.

________________________________________________________________
________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________




 Responde, agora, ao que te é pedido sobre o funcionamento da Língua
                             Portuguesa.

13. O narrador da história do coelhinho tentou lembrar-se do nome do amigo e
fez uma lista: Pinóquio, Pataludo, Lanzudo, Malhado, Orelhudo, Pompom,
Narizito, Malandreco, Saltitão. Escreve os nomes dessa lista por ordem
alfabética.
                        _________________________
                        _________________________
                        _________________________
                        _________________________
                        _________________________
                        _________________________
                        _________________________
                        _________________________
                        _________________________

14. Completa o quadro, escrevendo as formas correspondentes aos diferentes
graus dos nomes nele indicados.

    Grau diminutivo              Grau normal               Grau aumentativo

                                     nariz

                                                                patorra

        rapazinho


15. Identifica, colocando um X na coluna respectiva, a classe e a subclasse
das palavras retiradas da frase seguinte e apresentadas a negrito, no quadro.

  Eu não invejo aqueles miúdos que têm cães e gatos nos quintais,
pois nenhum se compara ao meu coelho, nem sabe brincar com
tanto gosto.
                                  Eu         aqueles   nenhum   meu       tanto
Demonstrativos
Determinantes Possessivos
              Indefinidos
              Pessoais
Pronomes      Demonstrativos
              Possessivos
              Indefinidos
16. Reescreve a frase que se segue, colocando o adjectivo curioso no grau
superlativo absoluto sintético.

  Era um coelho muito curioso.
  ____________________________________________________


17. Completa as frases, escrevendo os verbos destacados nos tempos do
Modo Indicativo apresentados entre parênteses.

        O coelhinho ________________________ (vir – Pretérito Imperfeito)
sempre que ________________________ (ver – Pretérito Imperfeito) o menino e
_____________ (ter – Pretérito Imperfeito) muita paciência para brincar com ele.
Por isso, o menino ____________________________ (protestar – Pretérito
Perfeito) quando os pais ____________________________ (mandar – Pretérito
Perfeito) o coelho embora.



18. Reescreve a frase seguinte, mudando o verbo para a 3.ª pessoa do singular.

  Esqueci-me do nome do coelho.
  ____________________________________________________

19. Identifica, na frase que se segue, os elementos que desempenham as
funções sintácticas indicadas.

  Naquela altura, saltitava lá por casa um coelhito malhado.

Sujeito ________________________________________________________

Complemento circunstancial de tempo _____________________________

Complemento circunstancial de lugar ______________________________
Imagina que o coelhito malhado, ao contrário do desejo do narrador,
não se adaptou à vida na quinta. Vivo como era, um dia, fugiu e partiu à
descoberta do mundo.
    Narra as aventuras deste herói orelhudo, incluindo no teu texto um
momento de diálogo.
    Dá um final feliz à história.

_______________________________________________________________________

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Saresp2010
Machado de assis idéias do canário
Simulado 11 (port. 5º ano)
Apostila de artes 2
Saresp 2010
Avs lp 4ºano
Apr 03 port 5 ano
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075 teste diagnóstico_5.º

  • 1. Escola Básica e Secundária da Povoação Departamento de Línguas e Literaturas Teste Diagnóstico de Língua Portuguesa – 5.º ano Ano Lectivo 2008/2009 Nome: _______________________________________N.º: ____ Turma: ____ Data: ____/09/2008 Professor (a): _____________________________Enc. de Educação: _______________________ ATENÇÃO! – Este teste tem como objectivo verificar o grau de aquisição das competências por parte dos alunos, de forma a permitir os ajustes necessários ao nível das planificações. Por este motivo, não será atribuída classificação. Lê o texto com muita atenção. Naquele tempo, o meu pai contava-me muitas histórias de gigantes. Eu não queria adormecer sozinho, de maneira que ele sentava-se na minha cama e entretinha-me, enquanto não chegava o João Pestana (1). A verdade é que o meu pai não sabia as histórias de cor e ia inventando, à medida que ia contando. Algumas histórias, que começavam sempre com «Era uma vez um gigante», desconfio que ele as inventou de uma ponta à outra. Mas a partir do momento em que a história era contada eu não admitia variantes. Queria ali todos os pormenores. Acho que todos os miúdos têm esta atenta memória que contradiz e mete na ordem os adultos contadores, quando são distraídos. Pois naquela altura saltitava lá por casa um coelhito malhado. Não era um desses coelhos anões, cinzentos e cheios de peneiras, armados em fidalgos, que se vendem agora nos centros comerciais. Não. Era um robusto coelho do campo, muito curioso, de narizito sempre a farejar, grande apreciador de cenouras. Houve alguém que nos ofereceu aquele coelho, no pressuposto de que o destinaríamos à panela, com batatas e ervas cheirosas. Mas naquela nossa casa não havia ninguém capaz de sacrificar um animal, para mais simpático e dado ao convívio. De início, ficou numa marquise. Todas as manhãs, quando se abria a porta da marquise vinha cumprimentar-nos, farejando-nos os pés e empinando- se a olhar para nós. Não tardou que circulasse por toda a casa e me fizesse companhia naquelas brincadeiras que demoravam o dia inteiro. Era um coelho extremamente asseado. Tinha lá o seu sítio de recolhimento e fez questão de nunca deixar noutro lado aquelas bolinhas pretas e redondinhas que os coelhos costumam distribuir. E bom companheiro que ele era. Tinha imenso jeito para andar nos carrinhos, ajudava a descarrilar
  • 2. o comboio de brinquedo, e admirava, com sinceridade, as maravilhosas obras de engenharia que eu construía com o meu «Meccano». Eu já deixara de invejar os outros miúdos que tinham cães e gatos nos quintais. Nenhum se comparava ao meu coelho, nem sabia brincar com tanta classe. Os homens são ingratos. Quando crescem, ainda mais. Imaginem que eu me esqueci completamente do nome do meu coelhinho. Certo é que ele acudia aos chamamentos e vinha de onde estivesse, saltitão, com o tufo peludo do rabito no ar. Eu podia agora improvisar um nome e fazer de conta que o bicho se chamava, por exemplo, «Pinóquio» ou «Lanzudo». Mas não quero inventar nada. Quero contar tudo como era. Esqueci-me do nome, passou-me, pronto! Mas... um dia comecei a ouvir os adultos a segredar, lá em casa. Desconfiei logo que se tratava do meu coelho, e era mesmo. Um amigo, possuidor duma quinta, tinha-se oferecido para instalar o bicho no campo e os meus pais – com aquele irritante bom senso que compete aos mais crescidos – haviam considerado a proposta interessante. Sempre era melhor para o animal andar em liberdade, ao ar livre, entre arvoredos, na companhia dos seus iguais e das aves de capoeira... E quando eu protestava, com muita força, limitavam- se a abraçar-me e sorrir. E lá levaram o coelhinho, aproveitando uma distracção minha. O que eu barafustei! Foi um tremendo desgosto. Ao deitar, não quis ouvir histórias de gigantes. Durante toda a noite chorei e exigi a devolução do meu companheiro. Em vão. Espero que ele tenha sido feliz lá na tal quinta. Ainda hoje, quando vejo um orelhudo malhado a saltitar, pataludo, com os olhos vivos e o nariz sempre em acção, consolo-me sempre com a ideia de que pode ser um dos descendentes daquele saudoso coelhinho da minha infância. E quando contar aos meus netos histórias de gigantes, talvez introduza nos contos as peripécias de um herói orelhudo. Mário de Carvalho, «O Coelho e os Gigantes», in Boletim Cultural – Memórias da Infância, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 1994 _____________ (1) João Pestana – sono; em especial, o sono das crianças. Nas questões 1. a 6., assinala com X a resposta correcta, de acordo com o sentido do texto. 1. O narrador começa por recordar o tempo em que o pai lhe contava histórias, relatando, depois, algo que se passou na mesma época da sua vida. O quê? Os pais ofereceram-lhe um «Meccano» no seu aniversário. Um coelho tornou-se o seu companheiro de brincadeiras. A mãe ofereceu-lhe um robusto coelho malhado.
  • 3. O pai começou a inventar histórias sobre coelhos. 2. O narrador não gostava que o pai lhe contasse histórias de gigantes. lhe lesse as histórias, saltando partes. começasse as histórias com «Era uma vez...». alterasse as histórias que lhe contava. 3. O narrador desta história é um rapazinho apreciador de histórias de gigantes. menino que é amigo de um coelho. adulto que revive episódios da infância. pai contador de histórias infantis. 4. «Nenhum se comparava ao meu coelho, nem sabia brincar com tanta classe.» (linha 27) No texto, a expressão «brincar com tanta classe» significa brincar com brinquedos tão caros. brincar com tanta habilidade. brincar com brinquedos tão diferentes. brincar com tanta disciplina. 5. O narrador acha que foi ingrato, porque se esqueceu do nome do coelho. permitiu que levassem o coelho. obrigou o coelho a brincar com ele. descuidou o bem-estar do coelho. 6. Qual a justificação dada pelos pais para mandarem o coelho embora? O coelho, em casa, incomodava toda a gente. O filho perdia tempo a brincar com ele. O coelho podia viver em liberdade, no campo. Os pais queriam dar um presente ao amigo.
  • 4. Responde, agora, às questões seguintes, de acordo com as orientações que te são dadas. 7. Perante a hipótese de ficar sem o coelho, o menino «protestava com muita força». (linhas 39-40) Que razões terá ele apresentado aos pais, para os convencer a não mandarem o coelho para a quinta? Apresenta duas dessas razões. ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 8. As frases a seguir apresentadas resumem a parte final da história. Segue o exemplo e numera-as, de acordo com a ordem dos acontecimentos narrados. O 1 corresponde ao primeiro acontecimento, o 2 deve corresponder ao segundo e assim sucessivamente. O coelhinho acabou por ser levado para a quinta. 1 Certo dia, os adultos começaram a segredar lá por casa. Apesar dos protestos, os pais não lhe trouxeram o coelho de volta. Um amigo dos pais tinha-se oferecido para levar o coelho para o campo. Toda a noite, o menino chorou por causa da partida do coelho. O menino, desconfiado, suspeitou que ia ficar sem o amigo. 9. No futuro, como pensa o narrador prestar uma homenagem ao coelho? ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________
  • 5. ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ Lê, agora, estes dois textos informativos sobre o coelho e a lebre. COELHO LEBRE Habitat Habitat O coelho é abundante em regiões herbáceas, A lebre é um animal típico da planície, que florestas, e mesmo zonas próximas de habita preferencialmente terrenos planos, sapais(1), dunas e costa rochosa. Em Portugal sobretudo junto a áreas agrícolas, chegando a prefere as zonas de influência mediterrânica, penetrar em aldeias pouco movimentadas. nomeadamente montados de azinho(2), Também pode surgir em pequenas florestas estepes cerealíferas(3) e zonas de cultura e de árvores de folha caduca, evitando os regadio. pinhais. Distribuição geográfica geral Distribuição geográfica geral Deve ser, em Portugal, o mamífero de porte Até aos anos 40, a lebre era muito comum em médio mais bem representado, estando todo o nosso país, sendo actualmente mais presente, em relativa abundância, em todo o rara, preferencialmente concentrada no Sul e país. no Interior. Modo de vida Modo de vida Os coelhos são sobretudo crepusculares( 4), É uma espécie fundamentalmente nocturna, mas, se não forem incomodados, apresentam embora também possa ter actividade durante também actividade durante o dia. Vivem em o dia. Quando em repouso, permanece grandes famílias, regra geral de um macho deitada numa cavidade pequena à superfície com várias fêmeas, que habitam verdadeiras do solo, introduzindo os membros na cidades subterrâneas compostas por um depressão e deitando a cabeça sobre a terra sistema de galerias, alargado nos solta que acumulou à sua volta. Em corrida, cruzamentos e com um grande número de atinge caracteristicamente grandes saídas. Quando se sentem em perigo, fogem velocidades, deslocando-se aos saltos, e com em ziguezague para despistar o predador. Tal a cauda estendida, funcionando como como as lebres, possuem, quando em posição estabilizador. Quando assustada, emite um vertical, um ângulo de visão de 360 graus, de «choro» particular, ou reage com ataques à forma que nunca perdem o perseguidor de dentada. vista. Clara Pinto Correia, Portugal Animal, Lisboa, Editora Dom Quixote, 1991 (texto com adaptações) _____________ (1) sapais – terras alagadas de água, normalmente junto da foz de alguns rios. (2) montados de azinho – terrenos de azinheiras. (3) estepes cerealíferas – regiões planas onde se cultivam cereais. (4) animais crepusculares – os que só aparecem ao anoitecer. 10. Segue os exemplos e preenche o quadro seguinte, comparando algumas das particularidades específicas do coelho e da lebre, referidas nos textos informativos que leste.
  • 6. ASPECTOS COELHO LEBRE O coelho é abundante em: A lebre habita - ____________________ preferencialmente: _____________________ – em planícies; Ambiente específico em que – junto de terrenos - ____________________ vive agrícolas; _____________________ - ____________________ – em pequenas florestas de _____________________ árvores de folha caduca Locais onde se encontra, Está presente em todo o _____________________ em Portugal país. _____________________ ______________________ Fundamentalmente Período diário de actividade ______________________ nocturno. Foge em ziguezague para _____________________ Comportamento face ao despistar _____________________ perigo o predador Em posição vertical,______ Em posição vertical,______ ______________________ ______________________ _ ______________________ Ângulo de visão ______________________ ______________________ _ ______________________ _ 11. Imagina que tinhas de realizar um trabalho de pesquisa sobre o coelho e a lebre e que consultavas o livro referido nesta prova. Preenche a seguinte ficha, com base na informação apresentada nos textos sobre o coelho e a lebre. FICHA BIBLIOGRÁFICA Autor _________________________________________________ Título da obra ___________________________________________ Editora ________________________________________________ Local e data de edição ____________________________________ Assunto dos textos Características do coelho e da lebre, relativamente a: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 12. Na tua opinião, viver dentro de uma casa será adequado às características destes animais? Justifica a tua resposta, com base nos textos informativos que leste. ________________________________________________________________
  • 7. ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ Responde, agora, ao que te é pedido sobre o funcionamento da Língua Portuguesa. 13. O narrador da história do coelhinho tentou lembrar-se do nome do amigo e fez uma lista: Pinóquio, Pataludo, Lanzudo, Malhado, Orelhudo, Pompom, Narizito, Malandreco, Saltitão. Escreve os nomes dessa lista por ordem alfabética. _________________________ _________________________ _________________________ _________________________ _________________________ _________________________ _________________________ _________________________ _________________________ 14. Completa o quadro, escrevendo as formas correspondentes aos diferentes graus dos nomes nele indicados. Grau diminutivo Grau normal Grau aumentativo nariz patorra rapazinho 15. Identifica, colocando um X na coluna respectiva, a classe e a subclasse das palavras retiradas da frase seguinte e apresentadas a negrito, no quadro. Eu não invejo aqueles miúdos que têm cães e gatos nos quintais, pois nenhum se compara ao meu coelho, nem sabe brincar com tanto gosto. Eu aqueles nenhum meu tanto
  • 8. Demonstrativos Determinantes Possessivos Indefinidos Pessoais Pronomes Demonstrativos Possessivos Indefinidos 16. Reescreve a frase que se segue, colocando o adjectivo curioso no grau superlativo absoluto sintético. Era um coelho muito curioso. ____________________________________________________ 17. Completa as frases, escrevendo os verbos destacados nos tempos do Modo Indicativo apresentados entre parênteses. O coelhinho ________________________ (vir – Pretérito Imperfeito) sempre que ________________________ (ver – Pretérito Imperfeito) o menino e _____________ (ter – Pretérito Imperfeito) muita paciência para brincar com ele. Por isso, o menino ____________________________ (protestar – Pretérito Perfeito) quando os pais ____________________________ (mandar – Pretérito Perfeito) o coelho embora. 18. Reescreve a frase seguinte, mudando o verbo para a 3.ª pessoa do singular. Esqueci-me do nome do coelho. ____________________________________________________ 19. Identifica, na frase que se segue, os elementos que desempenham as funções sintácticas indicadas. Naquela altura, saltitava lá por casa um coelhito malhado. Sujeito ________________________________________________________ Complemento circunstancial de tempo _____________________________ Complemento circunstancial de lugar ______________________________
  • 9. Imagina que o coelhito malhado, ao contrário do desejo do narrador, não se adaptou à vida na quinta. Vivo como era, um dia, fugiu e partiu à descoberta do mundo. Narra as aventuras deste herói orelhudo, incluindo no teu texto um momento de diálogo. Dá um final feliz à história. _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________