PONTOS-GATILHO
Uma abordagem
concisa
SIMEON NIEL-ASHER
PONTOS-GATILHO
Uma abordagem concisa
PONTOS-GATILHO
Uma abordagem concisa
Simeon Niel-Asher
A
Manole
Título do original cm inglês: The Cotxcisc Book cfTriggcr Points
Copyright O 2005 bv North Atlantic Books. Todos os direitos reservados.
Tradução: Arthur Gcorg Schmidt
Professor de Anatomia e Fisiologia Humana da Universidade Paulista (t*MP)
Especialista em Anatomia Cirúrgica da Face pela Universidade de Sâo Paulo (fsp)
Mestre cm Xcurocicnciax e Comportamento pela Universidade de Sào Paulo (i:$p)
Fábio César Prosdócimi
Mestre em Ncurocicncias c Comportamento pela Universidade de S&o Paulo (U5P)
Especialista em Anatomia Cirúgica pela Universidade de Sào Paulo
Professor de Morfologia Humana da Universidade Nove de Julho (u x ix o v e )
Professor de Anatomia e Fisiologia Humana da Universidade Paulista (UKIf)
Preparado e revisão: Depto. editorial da F.ditora Manole
Editoração eletrônica: JLG - F.ditoraçao Gráfica
Capa: Hélio de Almeida
Dados Internacionais de Catalogado na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro. SP. Brasil)
Niel-Ashcr, Simeon
Pontos-gatilho : uma abordagem concisa /Simeon Niel-
A sher; (tradução FábioC& ar Prosdócimi, Arthur Cíeorg
Schmidt) . -- Barueri, S P : Manole, 2008.
Título original: The concisc book of trigger points.
Bibliografia.
ISB N 978*85-204'2684-5
1. Doenças crônicas - Tratamento - Manuais
2. Síndrome da dor miofascial - Tratamento - Manuais
I. Titulo.
C D D -6 16.74
08-10663__________________________________________ N L M -W E 140
Índices para catálogo sistemático:
1. Pontos-gatilho : Mialgias : Medicina 616.74
Todos os direitos reservados.
Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida, por qualquer
processo, sem a pcrmisvto expressa do* editores.
£ proibida a reprodução por xerox.
F.diçào brasileira - 2008
Direitos em língua portuguesa adquiridos pela:
Hditora Manole l.tda.
Av. Ceei, 672 - Tamboré
06460-120 - Barueri - SP - Brasil
TcU (11) 4196-6000
Fax: (11) 4196-6021
www.manole.coni.br
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Sumário
Sobre este Livro 7 Muscular e de Liberação Posicionai 57
Considerações sobre a Inervação Periférica 9
Técnicas de Massagem 58
Questões Freqüentes 59
Capítulo 1
0 Corpo em Movim ento 11
Terminologia Direcional Anatômica 12 Capítulo 5
Regiões do Corpo 15 Músculos da Cabeça e do Pescoço 61
Planos do Corpo 17 Epicránico (Occipitofrontal) 62
Movimentos Anatômicos 18 Orbicular do Olho 64
Músculo Estriado Esquelético 24 Masseter 66
Forma dos Músculos (Arranjo dos Temporal 68
Fascículos) 26 Pterigóideo Lateral 70
Mecânica Musculoesquelética 28 Pterigóideo Mediai 72
Fáscia e Miofáscia 33 Digástrico 74
Fixação Muscular 34 Escalenos Anterior, Médio e Posterior 76
Desenvolvimento Embriológico Esternocleidomastóideo 78
e Miofascial 36 Capitulo 6
Capitulo 2 Músculos do Tronco e da Coluna Vertebral 81
Aspectos Gerais dos Pontos-Gatilho 37 Eretor da Espinha 82
Definição 38 Músculos Cervicais Posteriores 84
Prevalência 38 Multifidos / Rotadores 86
Embriogènese 38 Esplênio da Cabeça / Esplênio do Pescoço 88
Evidências 39 Oblíquo Externo do Abdome 90
Pontos de Acupuntura ou Acupressão Transverso do Abdome 92
e Pontos-Gatilho 39 Reto do Abdome 94
Fibromialgia 39 Quadrado do Lombo 96
Capitulo 3
lliopsoas (Psoas Maior / llíaco) 98
Fisiologia dos Pontos-Gatilho 41 Capitulo 7
Visão Geral da Estrutura do Músculos do Om bro e do Braço 101
Músculo Estriado Esquelético 42 Trapézio 102
Classificação dos Pontos-Gatilho 45 Levantador da escápula 104
Sintomas dos Pontos-Gatilho 46 Rombóide Maior e Rombóide Menor 106
Observações Clínicas 47 Serrátil Anterior 108
Peitoral Maior 110
Capítulo 4 Latíssimo do Dorso 112
Protocolos de Técnicas Terapêuticas 51
Deltóide 114
Palpaçáo 52 Supra-espinal 116
Injeções 53 Infra-espinal 118
Técnica de Agulhamento Seco 54
Redondo Menor 120
Técnica de Crioterapia e Alongamento 54
Subescapular 122
Terapia Manual - Protocolos de Redondo Maior 124
Liberação de Pontos-Gatilho 56 Bíceps Braquial 126
Modificações das Técnicas de Energia Tríceps Braquial 128
6 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa
Capitulo 8
Músculos do Antebraço e da M ão 131
Capítulo 10
Músculos da Perna e do Pé 173
Pronador Redondo 132 Tibial Anterior 174
Palmar Longo 134 Extensor Longo dos Dedos / Extensor
Flexores do Carpo 136 Longo do Hálux 176
Braquiorradial 138 Fibulares Longo, Curto e Terceiro 178
Extensores do Carpo 140 Gastrocnêmio 180
Extensor dos Dedos 142 Plantar 182
Supinador 144 Sóleo 184
Oponente do Polegar / Adutor do Popliteo 186
Polegar 146 Flexor Longo dos Dedos / Flexor
Pequenos Músculos da Mão 148 Longo do Hálux 188
Capítulo 9
Músculos do Quadril e da Coxa
Tibial Posterior 190
151 Músculos Superficiais do Pé 192
Glúteo Máximo 152 Músculos Profundos do Pé 194
Tensor da Fáscia Lata
Glúteo Médio
154
156 Glossário de Termos Médicos 197
Glúteo Mínimo 158 Referências Bibliográficas 203
Piriforme
Músculos Isquiotibiais
160
162 índice Geral 205
(Posteriores da Coxa) índice de Músculos 208
Músculos Adutores
Pectíneo
Sartório
Quadríceps Femoral
164
166
168
170
Sobre este Livro
Este livro está organizado em um formato de consulta prático, a fim de oferecer informações úteis sobre
os pontos-gatilho relacionados aos principais músculos estriados esqueléticos, fundamentais para massagem,
fisioterapia e terapias corporais. Cada grupo muscular é abordado em uma seção específica diferenciada por
cores para proporcionar uma rápida consulta. Detalhes como origem, inserção, inervação e ação de cada mús­
culo atendem às necessidades de estudantes e profissionais e são apresentados de maneira uniforme ao longo
de todo o livro. Um exemplo é mostrado logo abaixo. Textos sucintos explicam cada tópico destacado em ne­
grito (alguns músculos apresentam uma versão abreviada).
Deve-se observar que a localização do ponto-gatilho em um músculo não corresponde a uma ciência
exata. O critério mais freqüente na maioria dos livros para sua localização consiste em marcá-los com um "X".
Entretanto, o uso do "X " para indicar os pontos pode ser interpretado de maneira incorreta. Os pontos-gatilho
tendem a se desenvolver no ventre muscular, na região da placa motora. Quando possível, a localização mais
freqüente do ponto-gatilho principal é indicada. É importante notar que esses pontos-gatilho não são "fixos";
servem apenas como pontos de referência. No âmbito da prática clínica, é possível verificar que a localização
do ponto-gatilho varia. A variação da direção, da amplitude e da força aplicada exerce também um impacto na
localização do ponto-gatilho.
Nome do músculo
Alguns exercícios fundamentais
para o alongamento do músculo
Origem do nome
do músculo
Fixação que permanece
relativamente imóvel
durante a contração
muscular
Zona de distribuição da
dor relacionada a
ponto(s)-gatilho
especifico
Exercícios de alongamento indicados para
o músculo descrito. Para os exercícios
mostrados em apenas um lado do corpo,
deve-se também repetir o movimento com
o outro lado.
Principais métodos para tratamento de
pontos-gatilho (v e r págs. 53-57)
/ y = totalmente indicado
y = indkado
Fixação que se desloca
Movimento ou efeito
determinado pela
contração muscular
Nervo motor que inerva
o músculo
Atividade cotidiana para
a qual o músculo
contribui
.Sintomas ou áreas
de disfunção
Área de dor relacionada
a um ponto-gatilho
especifico
— Qual será o problema?
Outros pontos-gatilho
muscular com padrão
semelhante
v Recomendações que
 devem ser consideradas
pelo especialista e pelo
paciente
Pontos-Gatilho......
Considerações sobre a Inervação
Periférica
O sistema nervoso compreende:
• O sistema nervoso central (encéfalo e medula espinal).
• O sistema nervoso periférico (incluindo o sistema nervoso autônomo, ou seja, todas as estruturas neu-
rais fora do encéfalo e da medula espinal).
O sistema nervoso periférico é formado por 12 pares de nervos cranianos e 31 pares de nervos es­
pinais (com seus ramos subseqüentes). Os nervos espinais são numerados de acordo com seu nível de
origem na medula espinal, conhecido como segmento medular.
Neste livro, a relevância de cada inervação periférica é apresentada junto ao músculo correspon­
dente, atendendo a todos os leitores que necessitam conhecê-la. No entanto, a informação sobre o seg­
mento medular* de origem das fibras nervosas difere com freqüência entre os vários autores. Isso ocor­
re porque é extremamente difícil para os anatomistas traçar a via de uma única fibra nervosa através da
rede intrincada de outras fibras nervosas conforme passa por um plexo (plexo = rede de nervos, do la­
tim plexus,que significa trança). Essa informação, portanto, deriva mais propriamente da observação clí­
nica empírica que por meio da dissecção do corpo.
Visando oferecer as informações da forma mais precisa possível, seguiu-se nesta obra a proposta
de Chris Jarmey e reproduziu-se o método desenvolvido por Florence Peterson Kendall e Elizabeth Ken-
dall McCreary {Músculos:ProimeFunções. Barueri: Editora Manole, 2007). Kendall e McCreary reuniram
informações dos livros de seis renomados anatomistas: Cunningham, dejong, Foerster e Bumke, Cray,
Haymaker e Whoodhall, e Spalteholz. Seguindo o mesmo procedimento, e, portanto, contrapondo os re­
sultados com os de Kendall e McCreary, foi adotado neste livro o sistema de destacar as raízes nervosas
mais importantes para cada músculo.
Para exemplificar, consideremos o músculo supinador, inervado pelo ramo profundo do nervo radi­
al C5, 6, (7). O segmento medular pertinente é indicado pela letra [C] e os números [5,6, (7)1. Números em
negrito [p.ex. 6J indicam que há concordância entre a maioria dos autores (pelo menos cinco). Números que
não estão em negrito Ip.ex. 5J refletem a concordância entre três ou quatro autores. Números colocados en­
tre parênteses Ip.ex. (7)1 indicam a concordância entre apenas dois autores ou, quando mais de dois auto­
res, sugerem a consideração de uma inervação mínima. Quando um segmento medular foi mencionado
por apenas um autor, ele foi desconsiderado. Portanto, números em negrito indicam a inervação principal,
sem negrito indicam inervação secundária e entre parênteses indicam inervação possível ou infreqüente.
* Segmentomedularfafurtedamatutaespinalqueorigina
umfVfiif/imxtsesfmiaxs(umjureons&teemumncnvfxt-
raoLbfoes<fuerttoeoutrofuruo dtrrtlodoeorjv).Oh
& nenvmprttíf<vnt/mfibw motorase scftfiit/itK. tu>ço
a/issairfrfofiyrattte,queéaaberturaertfrri&tebras.xt/a-
ientes.o/tenvesp/naffdwittiáocmum ramof*tertorou
dorso!(direcionado/wieriorwenU)cemumramoanterior
ou irn tn d (dimionadolateralouan!erÃ>rmentc) Asf/lras
d ív ran/osfXKtcriorr<inerntmafrleeosnntecutcsextenso-
Figura 1: Segmento medular mostrando as raízes nervosas que se unem para resdof*save dotror/eo.Osramosanteriores inemtmos
formar um nervo espinal, que se divide em ramos anterior e posterior. jwvwfrt*atemdaregiãolateraleanteriordotowm
R am o
anterior
o u ventral
M e d u la Raiz dorsal
N ervo
R a m o
p o ste rio r
o u d o rsal
Raiz
ventral
Pontos-Gatilho......
0 Corpo em 1
Movimento I
12 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa
Terminologia Direcional Anatômica
Para descrever a posição relativa de partes do corpo e seus movimentos, é necessário adotar uma
posição de referência inicial universalmente aceita. A posição padrão do corpo, conhecida como posição
anatômica, serve como referência e consiste cm estar em pé com o corpo ereto, os braços estendidos nas
laterais do tronco e as palmas das mãos voltadas para a frente (ver Figura 1.1). A maior parte da termi­
nologia direcional utilizada refere-se ao corpo comoscele estivesse na posição anatômica, independente
de sua real posição. Deve-se observar que os termos "esquerdo" e "direito" referem-se ã pessoa ou obje­
to visualizado, e não ao leitor.
Figura 1.1: Anterior
Em frente; na parte da frente do corpo ou em sua direção.
Figura 1.2: Posterior
Atrás; na parte de trás do corpo ou em sua direçáo.
Figura 1.3: Superior
Acima; em direção à cabeça ou á parte
superior do corpo ou de uma estrutura.
Figura 1.4: Inferior
Abaixo; no sentido oposto ao da cabeça ou em direção
â parte inferior do corpo ou de uma estrutura.
0 Corpo em M ovim ento 13
Figura 1.5: M ediai
(do latim medius, que significa "no meio"). Na linha media­
na do corpo ou em sua direção; na parte interna de um
membro.
Figura 1.6: Lateral
(do latim latus. que significa "lado"). No sentido oposto
ao da linha mediana do corpo; na parte externa
do corpo ou de um membro.
Figura 1.7: Proximal
(do latim proximus. que significa "próximo"). Próximo ao
centro do corpo (o umbigo) ou ao ponto de fixação
de um membro no tronco.
Figura 1.8: Distai
(do latim distans. que significa "distante"). Afastado
do centro do corpo ou do ponto de fixação
de um membro no tronco.
14 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa
Figura 1.9: Superficial
Na superfície do corpo ou em sua direção.
Figura 1.10: Profundo
Distante da superfície do corpo; mais interno.
Figura 1.11: Dorsal
Referente à superfície posterior,
isto é. ao dorso; p.ex.: dorso
da mão. dorso do pé.
Figura 1.12: Palmar
Referente à superfície anterior da máo.
isto é. à palma.
Figura 1.13: Plantar
Referente à planta do pé.
0 Corpo em M ovim ento 15
Regiões do Corpo
As duas divisões do corpo são a parte axinl, formada pela cabeça, pescoço e tronco, e a parte apen-
dictilar, formada pelos membros que estão fixados ao eixo do corpo. A Figura 1.14 (a e b) mostra os ter­
mos utilizados para indicar áreas específicas do corpo. Os termos entre parênteses indicam as regiões
correspondentes às áreas assinaladas.
Frontal (testa)
Fibular (parte lateral da perna)
Crural (perna)
Hálux
Axilar (axila)
Torácica (tórax)
Braquial (braço)
Umbilical (umbigo)
Antebraquial (antebraço)
Pélvica (pelve)
Quadril
Púbica (regiáo genital)
Femoral (coxa)
Patelar (região anterior
do joelho)
Podálica (pé)
Nasal (nariz)
Bucal (bochecha)
Mentual (queixo)
----------------- Acromial (ponta do ombro)
----------------- Esternal (esterno, osso do peito)
----------------- Mamária (peito)
Antecubital (região anterior
do cotovelo)
Abdominal (abdome)
Carpal (punho)
Polegar
Palmar (palma)
Digital (dedos)
Inguinal (virilha)
Cefálica (cabeça)
Tarsal (tornozelo)
Orbital (olho)
Oral
Cervical
Digital
Figura 1.14 a: Termos usados para indicar áreas específicas do corpo; vista anterior.
16 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa
Cefálica (cabeça) —
Escapular (escápula)
Vertebral (coluna vertebral)
Dorsal (costas)
Mào
Femoral (coxa)
Poplitea (região posterior
do joelho)
Sural (panturrilha)
Calcânea (calcanhar)
Ótica (orelha)
Occipital (região posterior
da cabeça)
Acromial (ponta do ombro)
Braquial (braço)
Olecraniana (região posterior
do cotovelo)
Lombar (parte inferior
das costas)
Sacral (sacro)
Glútea (nádegas)
Perineal (entre o ánus e os
órgáos genitais externos)
Plantar (planta do pé)
Figura 1.14 b: Termos usados para indicar áreas especificas do corpo; vista posterior.
0 Corpo em M ovim ento 17
Planos do Corpo
Os planos referem-se às secções bidimensionais que atravessam o corpo, a fim de se proporcionar
uma visualização do corpo ou de partes dele, como se ele fosse cortado por uma linha imaginária.
• O plano sagital secciona verticalmente o corpo no sentido ãntero-posterior, dividindo-o em metades
direita e esquerda. A ilustração mostra o plano sagital mediano.
• O plano frontal (coronal) cruza verticalmente o corpo, dividindo-o cm partes anterior e posterior, for­
mando um ângulo reto com o plano sagital.
• O plano transverso ê uma secçáo horizontal que divide o corpo em partes superior e inferior, forman­
do um ângulo reto com os dois planos descritos acima. A Figura 1.15 ilustra os planos utilizados com
mais freqüência.
Figura 1.15: Planos do corpo.
18 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa
Movim entos Anatômicos
A direção em que parles do corpo se movimentam é descrita em relação ã posição fetal. O movi­
mento realizado para assumir a posição fetal consiste na flexão dos membros. O movimento inverso, ou
seja, o alongamento do corpo a partir da posição fetal, consiste na extensão dos membros.
b)
Figura 1.16: a) Flexão para a posição fetal; b) Extensão a partir da posição fetal.
Principais Movim entos
Figura 1.17: Flexão: curvar-se para promover uma
diminuição do ângulo entre os ossos no local de uma
articulação. A partir da posiçáo anatômica, a flexão
geralmente é para a frente, com exceção da articulação
do joelho, que se projeta para trás. Uma maneira de
lembrar esse movimento é relacioná-lo ã posição fetal.
Extensão: alongar-se ou curvar-se para trás, deixando a
posição fetal. Hiperextensão: estender o membro além
de sua amplitude normal.
Figura 1.18: Flexão lateral
Curvar lateralmente o tronco ou a cabeça
no plano frontal (coronal).
0 Corpo em M ovim ento 19
a) b)
Figura 1.19 a e b:
Abdução: movimento de um osso em afastamento da linha mediana do corpo ou de um membro.
Adução: movimento de um osso em direção ã linha mediana do corpo ou de um membro.
NOTA: para a abdução do braço continuar acima da linha do ombro (elevação por abdução), a
escapula deve realizar rotação em torno do seu eixo para mover a cavidade glenoidal para cima
(ver Figura 1.27b).
a)
Rotação
lateral
Rotação
mediai
b) Rotação da coluna vertebral
Figura 1.20 a e b:
Rotação: movimento do tronco ou de um osso em torno de seu próprio eixo longitudinal.
Rotação mediai: rotação em direção á linha mediana.
Rotação lateral: rotação em afastamento da linha mediana.
Abdução
Aduçáo
20 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa
Figura 1.21 a e b: Circundução
Movimento em que a extremidade distai de um osso se move em círculos, enquanto a extremidade proximal
permanece estável; o movimento combina flexão, abduçáo, extensão e aduçao.
Outros Movimentos
Os movimentos descritos nesta seção são aqueles que ocorrem em articulações ou partes específi­
cas do corpo, normalmente envolvendo mais de uma articulação.
a) b)
Figura 1.22 a: Pronaçào
Posicionar a palma da máo para baixo, voltando-a
para o solo (com o cotovelo flexionado em 90° ou
repousando no solo) ou em sentido contrário
ao das posições anatômica e fetal.
Figura 1.22 b: Supinação
Posicionar a palma da mão para cima, voltando-a
para o teto (com o cotovelo flexionado em 90° ou
repousando no solo) ou no mesmo sentido
das posições anatômica e fetal.
0 Corpo em M ovim ento 21
Dorsiflexáo
Inversão Eversão
Figura 1.23: Flexão plantar: apontar os dedos dos pés
em direção ao solo. Dorsiflexáo: apontar os dedos
dos pés em direção ao teto.
Figura 1.24: Inversão: mover a planta dos pés no sentido
mediai, de modo que sejam capazes de se tocar.
Eversão: mover a planta dos pés no sentido lateral,
de modo que fiquem voltadas para fora.
Figura 1.25: Protração
Movimento para a frente no plano transverso. Por exemplo, protração do ombro.
22 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa
Figura 1.26: Retração
Movimento em sentido posterior no plano transverso. Por exemplo, ao manter o cingulo
do membro superior para trás, como na posição em estilo militar.
Figura 1.27 a:
Elevação: movimento de uma parte do corpo para cima no plano frontal.
Por exemplo, elevação da escápula ao encolher os ombros.
Depressão: movimento de abaixamento de uma parte do corpo em retorno ã posição original.
0 Corpo em M ovim ento 23
Rotação da
articulação do
om bro para
permitir elevação
por abdução
Figura 1.27 b: A abdução do braço na articulação do ombro,
conforme é elevado acima da cabeça no plano frontal,
pode ser denominada elevação por abduçáo.
Figura 1.27 c: A flexão do braço na articulação do ombro,
conforme é elevado acima da cabeça no plano sagital,
pode ser denominada elevação por flexão.
Figura 1.28: Oposição
Movimento especifico da articulação em sela do polegar (articulação metacarpofalãngica do polegar),
que permite que este dedo toque a polpa digital dos demais dedos.
24 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa
Músculo Estriado Esquelético
Tipos de Fibras Musculares
Existem três tipos de fibras musculares: fibras de contração lenta (vermelhas), fibras de contração
rápida (brancas) e fibras de contração rápida intermediária.
1. Fibras Musculares de Contração Lenta
Trata-se de pequenas fibras que contraem lentamente. Sua coloração vermelha deve-se à mioglobi-
na, substância semelhante a hemoglobina que armazena oxigênio e aumenta o nível de difusão desse gás
no interior da fibra muscular. Contanto que o suprimento de oxigênio seja abundante, as fibras verme­
lhas podem se contrair por longos períodos, sendo, portanto, muito resistentes â fadiga. Maratonistas
profissionais tendem a apresentar alta porcentagem dessas fibras.
2. Fibras M usculares de Contração Rápida
Trata-se de fibras grandes e que contraem rapidamente. São esbranquiçadas por possuírem uma
quantidade menor de mioglobina. Apresentam rápida fadiga porque dispõem de pouca reserva de gli-
cogênio em seu interior para realizar a contração. Contudo, são capazes de gerar contrações muito mais
potentes que as fibras vermelhas, ocasionando movimentos rápidos e potentes por períodos curtos de
tempo. Velocistas profissionais tendem a apresentar alta porcentagem dessas fibras.
3. Fibras Musculares de Contração Rápida Intermediária
Essas fibras musculares, que apresentam coloração rosa ou vermelha, são intermediárias em tama­
nho e atividade em relação aos outros dois tipos de fibras.
NOTA: Existe uma mistura dessas fibras musculares na composição dos músculos, o que lhes propor­
ciona resistência à fadiga e velocidade de contração.
Irrigação Sanguínea
Geralmente, cada músculo recebenutrientes através do sangue de uma artéria e envia os resíduos
metabólicos através de veias que o circundam. Esses vasos sanguíneos em geral localizam-se na parte
central do músculo, mas também podem estar situados em sua extremidade. Dessa maneira, ramificam-
se em um plexo capilar, que se espalha ao longo dos septos intermusculares para finalmente penetrar no
endomísio que circunda cada fibra muscular. Durante um exercício físico, esses capilares se dilatam,
aumentando o fluxo sanguíneo no músculo cm aproximadamente 800 vezes. O tendão do músculo, por
apresentar pouco tecido contrátil, possui uma irrigação sanguínea muito menor.
Inervação
A inervação de um músculo em geral se situa próxima ao local de irrigação sanguínea, ramifican­
do-se através dos septos de tecido conjuntivo no interior do endomísio da mesma maneira que os capi­
lares sanguíneos. Cada fibra muscular estriada esquelética é inervada por uma única terminação nervo­
sa. Isso apresenta contraste em relação a outros tecidos musculares, capazes de se contrair sem nenhu­
ma estimulação nervosa.
O nervo que penetra o músculo geralmente contém fibras sensitivas e motoras em proporções
semelhantes, embora alguns músculos possam receber inervação sensitiva em ramos separados. Assim
que essas fibras nervosas se aproximam da fibra muscular, dividem-se em numerosos ramos terminais,
coletivamente denominados placamotora.
Unidade Motora do Músculo Estriado Esquelético
Uma unidade motora é formada por fibras musculares e por uma única fibra nervosa que as iner-
va. A unidade motora varia em tamanho, desde cilindros musculares de 5 a 7 mm de diâmetro no mem­
0 Corpo em M ovim ento 25
bro superior a 7 a 10 mm de diâmetro no membro inferior. O número médio de fibras musculares em
uma unidade motora é de 150 (porém esse número varia de menos que 10 a centenas). Nas regiões em
que ocorrem movimentos finos, como no bulbo do olho ou nos dedos das mãos, existem poucas fibras
musculares inervadas por uma única fibra nervosa. Por outro lado, nas regiões em que são necessários
movimentos mais grosseiros, como nos músculos do membro inferior, cada fibra nervosa inerva algu­
mas centenas de fibras musculares.
As fibras musculares de uma unidade motora, em vez de se agruparem, distribuem-se ao longo de
todo o músculo. Isso significa que a estimulação de uma única unidade motora pode fazer com que todo
o músculo exiba uma fraca contração.
Os músculos estriados esqueléticos trabalham obedecendo ao "Princípiodotudo-ou-nadaEm outras
palavras, grupos de células musculares, ou fascículos, podem ou não contrair. Dependendo da potência
de contração necessária, um certo número de fibras musculares pode se contrair totalmente, enquanto
outras fibras podem simplesmente não se contrair. Quando é necessário um grande esforço muscular, a
maior parte das unidades motoras pode ser estimulada ao mesmo tempo. Entretanto, em condições
usuais, as unidades motoras tendem a trabalhar em revezamento, de modo que durante contrações pro­
longadas algumas delas podem ficar em repouso enquanto outras se contraem.
Neurônio motor
Placa motora
Figura 1.29: Unidade motora de um músculo estriado esquelético.
26 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa
Forma dos Músculos (Arranjo dos Fascículos)
A forma do músculo está diretamente relacionada com os pontos-gatilho, pois determina sua dis­
tribuição e quantidade. Os músculos variam em forma de acordo com o arranjo de seus fascículos. A
razão dessa variação é promover a eficiência mecânica ideal do músculo em relação à sua posição e ação.
O arranjo mais freqüente dos fascículos determina formas musculares descritas como paralelas, penifor-
mes, em forma de leque ou orbiculares. Cada um desses arranjos apresenta subdivisões.
Paralelo
Esse arranjo apresenta fascículos dispostos de maneira paralela em relação ao eixo longitudinal do
músculo. Se os fascículos se dispõem ao longo do comprimento de um músculo, este é conhecido como
longo,como, por exemplo, o músculo sartório (ver Figura 1.30). Se o músculo apresenta um ventre dila­
tado e tendões nas extremidades, é denominadofusiforme, como o músculo bíceps braquial (ver Figura
1.30). Uma modificação desse tipo apresenta dois ventres e um tendão intermediário, com o músculo
passando a ser denominado digástrico,como o músculo digástrico localizado no pescoço.
Peniforme
Os músculos peniformes são assim denominados pelo fato de seus pequenos fascículos estarem
fixados obliquamente ao tendão, como a estrutura de uma pena. Um bom exemplo desse tipo de mús­
culo é o reto femoral (ver Figura 1.30). Se o músculo apresentar os fascículos de apenas um lado do ten­
dão, ele é denominado semipeniforme,como, por exemplo, o músculo flexor longo dos dedos (ver Figura
1.30). Caso existam várias inserções tendinosas com fibras dispostas em várias direções, o músculo é
denominado multipeniforme,sendo o melhor exemplo desse tipo a parte média do músculo deltóide (ver
Figura 1.30).
Em forma de leque
Músculos que apresentam uma origem extensa que converge para um único tendão, configurando
uma forma triangular, são denominados músculosemformadeleque. O melhor exemplo é o músculo pei­
toral maior (ver Figura 1.30).
Orbicular
Quando os fascículos de um músculo estão organizados em anéis concêntricos, o músculo é deno­
minado orbicular. Todos os esfíncteres formados por músculo estriado esquelético do corpo são desse
tipo; isto é, circundam aberturas, as quais são fechadas quando o músculo se contrai. Um exemplo desse
tipo é o músculo orbicular do olho (ver Figura 1.30).
Quando um músculo se contrai, ele pode encurtar-se o correspondente a mais de 70% de seu com­
primento original. Dessa maneira, quanto mais longas as fibras, maior a amplitude de movimento. Por
outro lado, a força do músculo depende mais do total de fibras que ele contém que de seu comprimen­
to. Assim:
1. Músculos com longas fibras paralelas produzem grande amplitude de movimento, porém em geral
não possuem muita potência.
2. Músculos com padrão peniforme, especialmente os multipeniformes, organizam-se em muitas fibras.
Esses músculos são mais curtos que os músculos longos com fibras paralelas, porém tendem a ser
muito mais potentes.
0 Corpo em M ovim ento 27
Paralelo longo
(sartório)
Semipeniforme
(flexor longo dos dedos)
Peniforme
(reto femoral)
Figura 1.30: Form a d o s m úsculos.
28 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa
Mecânica Musculoesquelética
Origens e Inserções
Na maior parte dos movimentos, uma extremidade de um músculo permanece relativamente está­
vel, enquanto a outra extremidade se movimenta. A extremidade que permanece estável é denominada
origem do músculo, e a outra extremidade é denominada inserção. No nosso corpo, o arranjo dos fascícu-
los não determina diretamente a ação, dependendo basicamente da atividade, ou de as extremidades
serem estáveis ou móveis, ou ainda do fato de poder acontecer uma inversão da ação das extremidades
musculares. Por exemplo, os músculos que fixam o membro superior ao tórax geralmente movimentam
o braço em relação ao tronco, o que significa que suas origens localizam-se no tronco e suas inserções no
membro superior. Entretanto, ao realizar o exercício de tração na barra fixa, enquanto o tronco se move
para cima, os membros superiores ficam estáveis. Nessa situação, em que a inserção torna-se estável e a
origem móvel diz-se que o músculo apresenta uma açãoreversa.Como existem diversas situações em que
o trabalho muscular ocorre com ação reversa, e para causar menor confusão, às vezes diz-se simples­
mente "fixações", sem referência à origem e à inserção.
Na prática, a extremidade do músculo que se localiza no sentido mais proximal, isto é, cm direção ao
tronco ou no tronco, é denominada origem. A extremidade do músculo que se localiza no sentido mais dis­
tai, isto é, afastada da extremidade fixada de um membro, ou afastada do tronco, é denominada inserção.
Origem estável
Inserção (movimenta a
parte distai do corpo
para a origem
muscular e a
articulação sobre a
qual o músculo se
localiza)
Inserção
estável
i
Figura 1.31: Músculo trabalhando com origem Figura 1.32: No exercido tração na barra fixa. o músculo
estável e inserção móvel. trabalha com inserçáo estável e origem móvel (açáo reversa).
0 Corpo em M ovim ento 29
Ação Muscular Conjunta
Com a finalidade de realizar vários movimentos, os músculos trabalham juntos, ou em oposição.
Desse modo, enquanto um músculo trabalha em um sentido, outro trabalha no sentido inverso. Os mús­
culos também atuam fornecendo suporte adicional ou estabilização para certos movimentos realizados
com partes do corpo às quais podem não estar relacionados. Os músculos são classificados em quatro
grupos funcionais:
• Agonista ou motor primário • Sinergista
• Antagonista • Fixador
Deltóide
(fixador,
estabiliza
o braço)
Tríceps
braquial
(antagonista,
relaxa o braço)
a)
■ }
1
u
Biceps braquial e
braquial (antagonistas,
relaxam o braço)
Deltóide (fixador,
estabiliza o braço)
Bíceps braquial
e braquial
(sinergistas
e agonistas.
trabalham juntos)
Tríceps
braquial
(agonista.
contrai o
braço)
Figura 1.33: Ação muscular conjunta: a) flexão do braço, b) extensão do braço
(mostrando ações reversas entre agonista e antagonista).
Agonista
Um agonista (também chamado motorprimário) é um músculo que se contrai para produzir um
movimento específico. Um exemplo é o músculo bíceps braquial, que é o agonista da flexão do cotove­
lo. Outros músculos podem auxiliar o agonista na execução do mesmo movimento, embora com menor
efeito. Esses músculos são denominados auxi/iaresou motoressecundários. Por exemplo, o músculo bra­
quial ajuda o músculo bíceps braquial na flexão do cotovelo, sendo portanto um auxiliar.
Antagonista
O músculo que se situa no lado oposto ao do agonista e que relaxa enquanto o agonista contrai é
denominado antagonista. Por exemplo, quando o bíceps braquial na região anterior do braço se contrai
para flexionar o cotovelo, o tríceps braquial na região posterior do braço relaxa para permitir que esse
movimento ocorra. Quando o movimento é reverso, isto é, na extensão do cotovelo, o tríceps braquial
torna-se o agonista, e o bíceps braquial assume o papel de antagonista.
30 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa
Sinergista
Os músculos sinergistas evitam movimentos indesejáveis que podem ocorrer durante a contração
do agonista. Isso é especialmente importante quando o músculo agonista cruza duas articulações, uma
vez que durante a sua contração promove o movimento de ambas as articulações, a não ser que outros
músculos estabilizem uma delas. Por exemplo, os músculos que flexionam os dedos não cruzam somen­
te as articulações dos dedos, mas também a articulação do carpo, de modo que tendem a causar movi­
mento de ambas as articulações. Entretanto, isso ocorre porque outros músculos atuam de forma sinér-
gica na articulação do carpo, estabilizando-a para que a flexão dos dedos possa acontecer sem que essa
articulação necessariamente se movimente.
Como um músculo agonista pode apresentar mais de uma ação, os sinergistas também atuam para
impedir movimentos indesejáveis. Por exemplo, o músculo bíceps braquial pode flexionar o cotovelo,
assim como promover a supinação do antebraço (girar o antebraço, como na ação de apertar um para­
fuso). Se o movimento desejado for o de flexão sem envolvimento de supinação, outros músculos devem
contrair para impedir a supinação. Nesse contexto, alguns sinergistas são denominados neutralizadores.
Fixador
Um sinergista é especificamente denominado fixador ou estabilizador quando imobiliza o osso em
que se localiza a origem do músculo agonista, fornecendo assim uma base estável para a ação desse
músculo. Os músculos que estabilizam (fixam) a escápula durante movimentos do membro superior são
bons exemplos. O exercício abdominal com flexão do tronco (sit-i/p) é também outro bom exemplo: os
músculos abdominais fixam-se tanto na pelve quanto nas costelas. Quando se contraem para permitir a
flexão do tronco, os músculos flexores da coxa se contraem de maneira sinérgica conforme os fixadores
evitam que os músculos abdominais inclinem a pelve, possibilitando que o tronco se movimente para a
frente enquanto a pelve permanece estável.
Alavanca
Os ossos, as articulações e os músculos formam um
sistema de alavancas que otimizam a força, a velocidade
e o alcance necessários para qualquer movimento. As
articulações funcionam como o fulcro, os músculos apli­
cam a força, e os ossos sustentam o peso da parte do
corpo a ser movimentada.
Quando fixado próximo ao fulcro, o músculo será
relativamente mais fraco do que se estivesse posicionado
mais distante. Entretanto, é capaz de promover um
movimento mais amplo e rápido, uma vez que o compri­
mento da alavanca aumenta a distância percorrida por
essa extremidade móvel. A Figura 1.34 ilustra essa rela­
ção dos adutores da articulação do quadril. O músculo
posicionado de modo a desempenhar a maior potência
(nesse caso, o adutor longo) apresenta uma vantagem
mecânica. O músculo fixado próximo ao fulcro atua em
desvantagem mecânica,embora seja capaz de se movimen­
tar mais rápido em distâncias maiores.
Figura 1.34: O músculo pectineo apresenta fixação mais
próxima do eixo de movimento que o músculo adutor
longo. Desse modo. é o mais fraco adutor da coxa,
embora seja capaz de promover um movimento mais
amplo do membro inferior por centímetro de contraçáo.
0 Corpo em M ovim ento 31
As ilustrações a seguir demonstram as diferenças entre alavancas de primeira, segunda e terceira
classe, com exemplos no corpo humano.
Esforço Resistência
Esforço Fulcro Resistência
Fulcro
Esforço
Resistência
Figura 1.35: Alavanca de primeira classe: a posição relativa dos componentes é resisténcia-fulcro-esforço. Um exemplo
adequado é o de uma gangorra (acima). Uma tesoura constitui outro exemplo. No corpo humano, um exemplo é a
capacidade de estender a cabeça e o pescoço; nesse caso, as estruturas faciais funcionam como resistência, a articulação
atlantoccipital funciona como fulcro, e os músculos posteriores do pescoço realizam o esforço.
32 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa
Fulcro Fu,cro
Figura 1.36: Alavanca de segunda classe: a posição relativa dos componentes é fulcro-resistência-esforço. 0 melhor exemplo é o
carrinho de mão. No corpo humano, um bom exemplo é a capacidade de levantar o calcanhar do solo na posição ereta; nesse
caso, a extremidade distai do pé funciona como fulcro, o peso do corpo é a resistência, e os músculos posteriores da perna
realizam o esforço. Nesse tipo de alavanca, a velocidade e a amplitude de movimento são sacrificadas em nome da força.
Resistência
Resistência Esforço
Figura 1.37: Alavanca de terceira classe: a
posição relativa dos componentes ê
resistência-esforço-fulcro. Um par de pinças
é um bom exemplo desse tipo de alavanca.
No corpo humano, a maior parte dos
músculos esqueléticos trabalha desse modo.
Um exemplo é a flexão do antebraço, em
que um objeto segurado pelas mãos
funciona como a resistência, o músculo
biceps braquial realiza o esforço, e a
articulação do cotovelo atua como fulcro.
Nesse tipo de alavanca, a força é sacrificada
em nome da velocidade e da amplitude
de movimento.
Fulcro
Esforço
Resistência Fulcro
0 Corpo em M ovim ento 33
Fáscia e Miofáscia
É importante abordar esses tecidos, uma vez que eles estão diretamente envolvidos na manifesta­
ção dos pontos-gatilho. A fáscia superficial que reveste o músculo é também conhecida como tecidocon­
juntivo. Trata-se de um tecido fibroso e transparente que se modifica de acordo com a região do corpo
onde se localiza (superficialowprofundo),embora se assemelhe sempre a uma membrana delgada. A mio­
fáscia, que se assemelha a um fino plástico, reveste o músculo como um envelope; ao ser lesionada ou
danificada, torna-se condensada, menor e mais firme. Os pontos-gatilho manifestam-se principalmente
no tecido miofascial; a contração dessa fáscia origina nódulos sob a pele. Dependendo de sua localiza­
ção, é classificada de diferentes modos.
Endomísio
O delicado tecido conjuntivo denominado endomísiositua-se superficialmente ao sarcolema de cada
fibra muscular; reveste individualmente as fibras musculares e as mantém unidas.
Fascículos
As fibras musculares são arranjadas em feixes paralelos denominadosfascículos.
Perimísio
Cada fascículo é envolvido por uma densa bainha de tecido colágeno denominada perimísio.
Epimísio
O músculo, um conjunto de fascículos, é envolvido por uma bainha fibrosa denominada epimísio.
Fáscia Profunda
Uma espessa bainha de tecido conjuntivo fibroso envolve o epimísio, transformando músculos
individuais em grupos funcionais. A fáscia profunda se estende para envolver estruturas adjacentes.
Músculo
Endom ísio
Perimísio
Sarcolema
Tendão Epimísio Tecido conjuntivo Fibra muscular
Figura 1.38: 8ainhas de tecido conjuntivo do músculo estriado esquelético.
34 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa
Fixação Muscular
O modo pelo qual um músculo se fixa ao osso 011 outros tecidos pode ser direto ou indireto. Uma
fixação direta é aquela em que o perimísio e o epimísio de um músculo se unem e se fusionam com o
periósteo de um osso, com o pericôndrio de uma cartilagem, com uma cápsula articular ou com o teci­
do conjuntivo subcutâneo (alguns músculos da expressão facial são bons exemplos dessa última situa­
ção). Uma fixação indireta é aquela cm que os componentes do tecido conjuntivo de um músculo se fun­
dem em feixes de fibras de colágeno, formando um tendão ou aponeurose. As fixações indiretas são
muito mais freqüentes. Os tipos de fixações tendíneas são os descritos a seguir.
Tendões e Aponeuroses
A fáscia muscular, que é o componente de tecido conjuntivo de um músculo, une-se à extremida­
de do músculo e desse ponto continua sob a forma de estruturas cilíndricas ou em forma de fita deno­
minadas tendões,ou como estruturas laminares denominadas aponeuroses. Um tendão ou aponeurose fixa
o músculo ao osso ou cartilagem, à fáscia de outros músculos ou ainda para formar um tecido fibroso
denominado rafe. No local em que o ventre muscular pode ser exposto à fricção forma-se uma estrutu­
ra tendínea plana, como, por exemplo, na superfície profunda do músculo trapézio, próximo à espinha
da escápula.
Septo Intermuscular
Em certos casos, uma camada plana de tecido conjuntivo denso conhecida como septo intennuscu-
tarpenetra entre os músculos, promovendo uma outra maneira de fixação de fibras musculares.
Ossos Sesamóides
Se um tendão está sujeito â fricção, ele pode desenvolver um ossosesantóideto interior de seu teci­
do, mas isso nem sempre ocorre. Um exemplo é o tendão do músculo fibular longo na planta do pé.
Entretanto, ossos sesamóides podem ser observados mesmo em tendões não submetidos à fricção.
Fixações Múltiplas
Muitos músculos apresentam apenas duas fixações, uma em cada extremidade. Contudo, muitos
músculos complexos costumam ser fixados em diferentes estruturas por meio de origens e/ou inserções.
Se essas fixações são separadas, o que determina que dois ou mais tendões e/ou aponeuroses se insiram
em diferentes lugares, diz-se que o músculo apresenta duas cabeças. Por exemplo, o músculo bíceps bra­
quial apresenta duas cabeças em sua origem; uma proveniente do processo coracóide da escápula e
outra do tubérculo supraglenoidal. O músculo tríceps braquial apresenta três cabeças, enquanto o mús­
culo quadríceps femoral possui quatro cabeças.
0 Corpo em M ovim ento 35
Osso
Tendáo
M úsculo Feixe de
fibras
Músculo
Aponeurose
c)
b)
Figura 1.39: a) Fixação por tendáo; b) Fixação por aponeurose;
c) Fixação por rafe na superfície profunda do músculo trapézio.
36 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa
Desenvolvimento Embriológico e Miofascial
Uma visão geral sobre a origem embriológica dos tecidos conjuntivos pode esclarecer questõs refe­
rentes à formação e à localização dos pontos-gatilho. Os pontos-gatilho tendem a se manifestar no epi-
mísiode acordo com os padrões de distensão miofascial. Esses padrões se desenvolvem muito precoce-
mente, junto com o desenvolvimento do embrião, e podem estar relacionados ao posicionamento fetal
no útero. Esses padrões de distensão se desenvolvem da infância até a idade adulta e são influenciados,
por exemplo, pela postura, ganho de peso e traumas mecânicos (ver p. 48).
Desenvolvimento Embriológico da Fáscia
Como citado anteriormente, a fáscia sustenta órgãos, envolve músculos e se condensa para formar
ligamentos e aponeuroses.
Ao término da sétima semana de desenvolvimento, o embrião apresenta a maior parte dos órgãos,
ossos, e estruturas nervosas e musculares em posição. Circundando essas estruturas primitivas, um
grupo de células de preenchimento inicia a sua proliferação. Essa proliferação é derivada do tecidoweso-
dérmico, uma fáscia primitiva formada por células, fibras e uma matriz intercclular cuja consistência é
parecida com a de uma gelatina. Em muitas partes do corpo, a fáscia primitiva permanece flexível até o
nascimento. Em algumas regiões, entretanto, se condensa e direciona-se em resposta a pressões e tensões
internas e externas. Ligamentos e tendões formam-se nessas áreas. Com o desenvolvimento de linhas de
tensão e distensão nesses tecidos, ocorre a ossificação primitiva através da precipitação de sais associados
ao crescimento ósseo. Com o crescimento ósseo, fibras de tecido conjuntivo primitivo formam ligamen­
tos diferenciados. Um exemplo disso é a cartilagem pré-vertebral, que se desenvolve e se dirige para o
tecido conjuntivo mesodérmico. Ao fazer isso, produz linhas de tensão que ajudam a manter a integrida­
de e providenciam uma orientação de crescimento. Assim que o osso começa a se desenvolver, a comple­
xidade de padrões de carga c tração que determinam sua orientação resulta em ligamentos espinais dife­
renciados (amarelo, longitudinal posterior, etc.).
Além disso, demonstrou-se que os órgãos primitivos se desenvolvem na matriz intercclular meso-
dérmica. O pâncreas primitivo, por exemplo, somente será diferenciado em um órgão maduro na pre­
sença de células específicas dessa fáscia primitiva em potencial. Sugeriu-se que a fáscia primitiva ou em
potencial cria um "campo de energia específico" em que as células do futuro órgão amadurecem e se
diferenciam.wIsso é mais significativo ao se observar que ossos, músculos, ligamentos e elementos m io
fasciais de tecido conjuntivo apresentam todos um padrão de crescimento característico.
A relação entre um músculo em desenvolvimento e a miofáscia de tecido conjuntivo circunjacente
é complexa. As linhas de tensão mencionadas acima constituem a chave para se compreender essa rela­
ção. Sugeriu-se que durante o segundo mês do desenvolvimento embriológico, o tecido conjuntivo é
depositado anteriormente ao tecido muscular e que o aglomerado de "tecido muscular em potencial,
submetido à força de tração direcional, diferencia-se no músculo maduro orientado ao longo da linha de
tração".1
9Esses acúmulos de tecido muscular se alongam, através de pressões direcionais. Nessa altura
do desenvolvimento, diferenciam-se, amadurecem e crescem em tamanho mediante divisões mitóticas
para formar os músculos como são conhecidos.
Em outras palavras, é o crescimento das fáscias ao longo das linhas de tensão e distensão (carga e
deformação) que potencialmente determinam o desenvolvimento e a orientação do músculo. Isso tam­
bém explica por que a ação muscular não é individual, mas interligada. Por exemplo, a contração do mús­
culo bíceps braquial exerce força na fáscia de todo o braço, ombro e pescoço. Uma fáscia não apresenta
início nem fim e é descrita por anatomistas de acordo com a sua localização. Em uma observação mais
próxima, as estruturas miofasciais envolvem o músculo como verdadeiras partes de um continnuuni. Isso
pode também apontar para alguma forma de explicar os padrões de dor referida estimulada pelo pres-
sionamento dos pontos-gatilho.
Aspectos
Gerais dos 2
Pontos-Gatilho
38 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa
Definição
"Ponto focalizado c de alta irritabilidade naforma de nõdufo em uma área rígida de um másculo estriado esque­
lético sensível à palpação" (Travell A Simons. 1993).
Esses pontos podem variarem tamanho, desde uma pequena protuberáncia, como uma ervilha, até
um grande inchaço, podendo ser sentidos na superfície do corpo, entremeados no interior das fibras
musculares. Se forem sensíveis à palpação podem ser considerados pontos-gatilho. O tamanho de um
ponto-gatilho varia de acordo com o tamanho, o formato e o tipo de músculo no qual é gerado. Por outro
lado, é constante nos pontos-gatilho o fato de serem tão sensíveis à palpação que, quando pressionados,
o paciente se retrai por causa da dor, relatando uma forte "agulhada" e apresentando espasmos.
Prevalência
Os pontos-gatilho miofasciais podem estar envolvidos em todos os tipos de dor musculoesqueléti-
ca ou de dor muscular mecânica, sendo sua presença também observada em bebês e crianças. A dor ou
outros sintomas podem ser decorrentes da ativação dos pontos-gatilho, considerando-se além disso que
a dor pode se tornar crônica em virtude de pontos-gatilho latentes ou inativos. Estudos e pesquisas rea­
lizados em populações de pacientes selecionadas com base em diversas regiões do corpo confirmam
uma alta prevalência de dor nos pontos-gatilho. A tabela a seguir demonstra alguns desses estudos.*'
Região d o corpo Centro de pesquisa População % co m d o r m iofascial
Geral Medicai2
2 172(54) 30
Geral Pain Medicine Center1
0 96 93
Geral Comprehensive Pain
Center'' 283 85
Craniofacial Head & Neck Pain Clinic* 164 55
Lombar e glútea Orthopaedic Clinic1
' 97 21
Tabela 2.1: Prevalência de pontos-gatilho em populações de pacientes selecionadas.
Existe um vasto grupo de pesquisas que relaciona diretamente as dores museuloesqueléticas aos
pontos-gatilho.
Embriogênese
11
<
1algumas evidências da presença de pontos-gatilho miofasciais em bebês e crianças,' e inclusive
em tecidos musculares após a morte.
Os pontos-gatilho desenvolvem-se na miofáscia, principalmente no ponto mais central do ventre
muscular, onde se localiza a placa motora (primária ou central). Entretanto, os pontos-gatilho secundá­
rios ou satélites com freqüência se desenvolvem em resposta a pontos-gatilho primários. Esses pontos
satélites costumam desenvolver-se ao longo das linhas fasciais de tensão. Como descrito anteriormente,
essas linhas de tensão podem surgir em qualquer período da embriogênese. Fatores externos como
idade, morfologia do corpo, postura, ganho de peso, malformações congênitas e outros podem ser deci­
sivos na formação e manifestação dos pontos-gatilho (ver página 48).
Aspectos Gerais dos Pontos-Gatilho 39
Evidências
Em 1957, a Dra. Janet Travell descobriu que os pontos-gatilho "geravam e recebiam" minúsculas cor­
rentes elétricas. Ela determinou por meio de experiências que a atividade dos pontos-gatilho poderia ser
quantificada com precisão mensurando-se esses sinais com o auxílio de um eletromiograma (EMC). Ela
então continuou demonstrando que os pontos-gatilho poderiam ser localizados com precisão e fidedig-
nidade por meio da mesma técnica. Isso se deve ao fato de que, em estado de repouso, a atividade elétrica
dos músculos é "silenciosa". Quando uma pequena parte do músculo inicia a contração, no caso da exis­
tência de um ponto-gatilho, é gerado um pequeno pico localizado na atividade elétrica.
De modo mais simples, os pontos-gatilho podem ser palpados logo abaixo da pele em locais espe­
cíficos. Eles são localizados, nodulares e discretos e possuem a característica de serem dolorosos, de modo
que a dor referida atende a padrões reproduzíveis.
Pontos de Acupuntura ou Acupressão e Pontos-Gatilho
Embora possam haver muitas semelhanças entre os pontos-gatilho e os pontos de acupuntura, eles
não são equivalentes. Os pontos de acupuntura são definidos como concentrações localizadas de ener­
gia que se apresentam ao longo de linhas eletromagnéticas (meridianos). Em contrapartida, os pontos-
gatilho são nódulos discretos situados nos limites dos tecidos miofasciais que, quando estimulados, cau­
sam uma dor referida específica e que atende a um padrão reproduzível.
Com base na teoria anteriormente descrita acerca do "campo de energia específico" originado pela
fáscia, pode-se concluir que os pontos-gatilho miofasciais se desenvolvem ao longo de linhas de ativi­
dade energética alterada ou por padrões de deformação menos alterados. Alguns especialistas vão ainda
mais longe e afirmam que existe uma correlação de 70% entre os pontos-gatilho e os pontos de acupun­
tura.-' Sugeriu-se que a teoria geral dos pontos de acupuntura pode ter sido colocada em evidência pela
medicina tradicional chinesa como uma "explicação" para a presença demonstrável e palpável de pon­
tos-gatilho no interior dos tecidos miofasciais.* Além disso, existem algumas evidências que demons­
tram um aumento na eficácia do alívio da dor por meio da acupuntura quando um ponto-gatilho situa-
se na área do ponto de acupuntura.1
7
Fibromialgia
A síndrome da fibromialgia caracteriza-se por fadiga e dor museuloesquelética bastante difusa,
sendo sua causa ainda desconhecida. Fibromialgiasignificadornostecidosfibrosos(ligamentosetendões)cteci­
dosconjunth>osdocorj>o. "Afibromialgia é umasíndromecomplexa caracterizadapor um aumento dador,descon­
forto musculocsquelcticoesintomassistêmicos".NAtualmente, deu-se por estabelecido o fato de que uma dis-
função do sistema nervoso central (SNC) é a responsável primária por essa amplificação da via da dor.
Assim como os pontos-gatilho miofasciais, a dor origina-se no tecido conjuntivo, músculos, ten­
dões e ligamentos. De modo semelhante, a fibromialgia não atinge as articulações. Ambas as condições
são freqüentemente confundidas, entretanto, são condições distintas que podem estar relacionadas à
depressão psicológica. Diferentemente da manifestação dos pontos-gatilho, acredita-se que a fibromial­
gia seja de origem sistêmica.
Em contraste com os pontos-gatilho, que causam um padrão específico e reproduzível de dor refe­
rida, os pacientes com fibromialgia relatam uma dorgeneralizada (embora alguns se refiram a pontos do­
lorosos localizados) e também que sentem como se os seus músculos estivessem estirados ou que tives­
sem sido exercitados além do limite. Algumas vezes os músculos se contraem involuntariamente ou
apresentam uma sensação de ardência. As mulheres são mais afetadas pela fibromialgia que os homens,
mas não há relação com a idade. Diferentemente do que ocorre com a fibromialgia, os pontos-gatilho
podem ser fotografados com êxito utilizando-se a técnica de microscopia eletrônica. A seguir, uma tabe­
la apresenta as diferenças básicas entre a fibromialgia e os pontos-gatilho.
40 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa
Local da dor Tipo de dor
Qualidade muscular
à palpação
Ponto-gatilho Específico e distinto Dor referida em um
padrão específico
Firme c densa, morna
Fibromialgia Geral Dor generalizada, vaga e
difusa, que causa ardência
Mole e suave
Tabela 2.2: Algumas diferenças básicas entre os pontos-gatilho e a fibromialgia.1
4
Pode-se acrescentar ainda o fato de que, na fibromialgia, a dor é mediada pelo sistema nervoso cen­
tral (SNC) e, nos pontos-gatilho, a dor ó mediada de modo local na região da placa motora, pelo siste­
ma nervoso periférico (SNP).
Fisiologia dos
Pontos-Gatilho
42 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa
Os músculos estriados esqueléticos (somáticos ou voluntários) constituem aproximadamente 40%
do peso total do corpo humano. Diversas teorias procuraram demonstrar como os pontos-gatilho se
desenvolvem no interior dos músculos. Neste capítulo, será apresentada a hipótese mais aceita, mas,
para isso, é necessária uma revisão acerca do mecanismo fisiológico de contração muscular.
A principal função do músculo estriado esquelético (somático ou voluntário) é promover o movi­
mento por meio da contração e do relaxamento coordenados. Os músculos estão fixados aos ossos por
tendões. O local onde um músculo se fixa num ponto relativamente estável no osso, tanto diretamente
como por meio do tendão, é denominado origem. Quando o músculo se contrai, transmite tensão aos
ossos através de uma ou mais articulações e, assim, o movimento ocorre. A extremidade muscular que
se fixa ao osso que se movimenta é denominada inserção.
Visão Geral da Estrutura do Músculo Estriado Esquelético
A unidade funcional do músculo estriado esquelético é conhecida como fibra muscular, que é uma
célula alongada e cilíndrica com vários núcleos, variando de 10 a 100 ;<m de diâmetro e de poucos milí­
metros até pouco mais de 30 cm de comprimento. O citoplasma dessa célula, denominado sarcoplasma,
é encapsulado no interior da fibra por uma membrana celular chamada sarcolema. Uma delicada mem­
brana denominada endomísio envolve cada fibra muscular individualmente.
Essas fibras são agrupadas cm feixes e recobertas pelo perimísio. Esses feixes, por sua vez, também
se agrupam para formar o músculo, que é envolvido por uma bainha denominada epimísio. Essas mem­
branas musculares se situam ao longo de toda a extensão do músculo, desde o tendão da origem até o
tendão da inserção. Essa estrutura como um todo às vezes é citada como unidade miotendínea.
Músculo
Feixe de fibras musculares
Periósteo
Fibra muscular
Osso Endomísio
Perimísio
Sarcolema
Epimísio
Tendão
Figura 3.1: Secção transversa do tecido muscular.
Fisiologia dos Pontos-Gatilho 43
Miofibrilas
Com o auxílio dc microscopia eletrônica, podem-se distinguir o componente ativo da atividade
muscular e os elementos contráteis de uma fibra, estes conhecidos como miofibrilas, que percorrem toda
a extensão da fibra. Cada mioíibrila apresenta bandas claras e escuras que se alternam, produzindo o
aspecto característico de estriaçôes da fibra muscular. Essas bandas são denominadas miofilamentos. As
bandas claras referem-se a bandas isotrópicas (I) e consistem em miofilamentos delgados compostos
pela proteína actina. As bandas escuras referem-se a bandas anisotrópicas (A) e consistem em miofila­
mentos espessos compostos pela proteína miosina (note-se também que se reconhece a existência de um
terceiro filamento formado por uma proteína denominada conectina).Os filamentos de miosina apresen­
tam prolongamentos semelhantes a remos que se projetam de cada filamento e acoplam-se aos filamen­
tos de actina, formando as denominadas pontes cruzadas entre os dois tipos de filamentos. As pontes
cruzadas, utilizando a energia derivada do A TI’
, tracionam os filamentos de actina para mais próximo
uns dos outros.* Desse modo, os grupos de bandas de filamentos claras e escuras se entrelaçam, assim
como os dedos das mãos, promovendo a contração muscular. Cada grupo de filamentos de actina-mio-
sina é denominado sarcõmcro.
_ >. . barcomero _ •.
BandaI Banda I
Figura 3.2: Os miofilamentos de um sarcòmero. Um sarcômero é circundado pela linha Z em ambas as extremidades.
• A região mais clara é conhecida como banda 1, e a mais escura como banda A.
• A linha Z é uma linha delgada e escura no meio da banda I.
• Um sarcômero é definido como uma secção de miofibrila entre a linha Z e o seguinte.
• O centro da banda A contém a zona H.
• A linha M secciona a zona 11 em duas partes iguais e determina o centro do sarcômero.
Sc uma força externa faz com que o músculo se alongue além do tônus muscular de repouso, o efei­
to de entrelaçamento dos filamentos de actina e de miosina que ocorre durante a contração muscular é
revertido. Inicialmente, os filamentos de actina e de miosina possibilitam o alongamento, mas com a con­
tinuidade dessa ação, os filamentos de conectina promovem uma ação contrária a fim de absorver o des­
locamento. Desse modo, são os filamentos de conectina que determinam o grau de extensibilidade e resis­
tência da fibra muscular ao alongamento. Pesquisas indicam que a fibra muscular (sarcômero), se ade­
quadamente preparada, pode alongar-se até mais de 150% de seu comprimento em estado de repouso.
• Teoria do deslizamento de Huxley
A hipótese mais aceita para explicar a função muscularfoi parcialmente descrita peta teoria do deslizamento dc ftuxUy llluxlcy e IJanxon,
1954). Afihra muscular rvcehc um impulso nervoso que causa a liberação de ions de cálcio armazenados ntt músculo. Na presença de adeno•
sina trifosfato (ATPJ. o combustível muscular, os ions de cálcio se ligam aos ftlamentai de actina e de miosina /Kira formar uma ligação ete-
tmstàtica (mitgnètica). Essa ligação determina um encurtamento dasfibras, resultando em sua contração ou aumento do tônus. Com o térmi­
no do impulso ncrxoso. as fibras musculares entram em relaxamento. Seus elementos elásticos retraem osfilamentos de modo que alcancem o
comprimento que possuem quando não estão contraídas, isto è. seu estado de tônus de n'pouso
44 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa
Pontos-Gatilho no Interior dos Sarcômeros
A contração muscular ocorre no nível dos sarcômeros.
Mesmo os mais simples movimentos grosseiros necessitam da
contração coordenada de milhões de sarcômeros. O processo
de deslizamento descrito anteriormente exige: a) um estímu­
lo inicial ou um impulso originado em um nervo motor, b)
energia e c) íons de cálcio.
Fisiologia do Movimento
íons de
cálcio
Estimulo inicial ou
impulso originado em
um nervo motor
Energia
Figura 3.3: Fluxograma do impulso nervoso
que determina a contraçáo muscular.
Quando o encéíalo determina a contração de um mús­
culo, ele envia uma mensagem por meio de um nervo motor.
O nervo motor, em sua extremidade, traduz esse impulso
quimicamente pela produção de acetilcolina (ACh), que pro­
voca um aumento da atividade do sarcômero. A energia
necessária para esse processo é liberada pelas mitocôndrias (centros de energia) localizadas no interior
das células. Os íons de cálcio localizam-se no retículo sarcoplasmático, encontrado no sarcoplasma de
um músculo estriado esquelético.
Desenvolvimento dos Pontos-Gatilho
Os pontos-gatilho manifestam-se onde os sarcômeros se tornam consideravelmente ativos. Ainda
não se sabe ao certo como isso acontece; é provável que seja de origem multifatorial. As hipóteses são:
• Produção elevada de acetilcolina;
• Alterações no metabolismo do cálcio, excessiva liberação de cálcio;
• Hipertensão;
• Estresse;
• Hiperestimulação neurológica localizada;
• Outros.
Qualquer que seja o estímulo, os miofilamentos de actina e de miosina param de deslizar um sobre
o outro. Como resultado, os miofilamentos permanecem interdigitados, levando ã contração, que é sus­
tentada pelo sarcômero e provoca uma alteração química intracelular local que inclui:
• Isquemia local;
• Aumento das necessidades metabólicas;
• Aumento da energia necessária para a manuten­
ção da contração;
• Falha na recaptação de íons de cálcio pelo retícu­
lo sarcoplasmático;
• Inflamação localizada (para facilitara reparação);
• Efeito da compressão em vasos sanguíneos locais;
• Deficiência energética;
• Produção elevada de agentes inflamatórios que
estimulam fibras nociceptivas (dor) e autônomas.
Se essa situação persistir por um período de
tempo prolongado, as alterações descritas acima
podem conduzir a um ciclo vicioso. O cálcio torna-
se incapaz de penetrar nos filamentos de actina e
de miosina, induzindo o sarcômero à fadiga.
Figura 3.4: Um ponto-gatilho (*o ponto azul será utilizado
nos capitulos 5-10 para indicar a localização de um
ponto-gatilho. Lembre-se de que os pontos-gatilho não são
fixos; ver p. 7).
Fisiologia dos Pontos-Gatilho 45
O corpo tenta resolver essa situação alterando a
irrigação sanguínea do sarcômero (vasodilatação). Como
conseqüência dessa situação anômala, ocorre a migração
de células inflamatórias crônicas e agudas localizadas. A
inflamação é um mecanismo em cascata que se inicia ao
redor do sarcômero em disfunção.junto com a inflamação,
observa-se a presença de substâncias relacionadas ao
aumento da sensibilidade, como a substância P, um pep-
tídeo que, por exemplo, aumenta a contração da muscu­
latura lisa do trato gastrintestinal, causando vasodilata­
ção. Isso, por sua vez, determina um aumento da dor
local (pequena) captada por fibras nociceptivas locais e
autônomas. Isso, por sua vez, conduz a um aumento da
produção de acetilcolina e, então, a um ciclo vicioso.
Aum ento na
estimulação
do sarcômero
Aum ento do
metabolismo
e da demanda
de energia
Falha na recaptaçào
de cálcio, crise de
energia e fadiga
Aum ento de
resíduos,
vasodilatação
e processo
inflamatório
localizado
Figura 3.5: O círculo vicioso da fisiologia
dos pontos-gatilho.
Conseqüentemente, o encéfalo envia um sinal para
colocar em repouso o músculo onde o ponto-gatilho se
manifesta, levando-o à hipertonia, fraqueza, encurta­
mento e fibrose (rigidez muscular). O tratamento é, por­
tanto, direcionado à quebra e atenuação desse ciclo vicioso.
Classificação dos Pontos-Gatilho
Os pontos-gatilho são descritos de vários modos de acordo com a localização, a sensibilidade e a cro-
nicidade desses pontos: central (ou primário), satélite (ou secundário), de fixação, difuso, inativo (ou laten­
te) e ativo.
Pontos-Gatilho Centrais (ou Primários)
Esses pontos-gatilho localizam-se sempre no centro do ventre muscular, ou seja, no local onde a
placa motora se situa, e são os mais bem definidos quando ativos, sendo geralmente aqueles aos quais
as pessoas se referem ao comentar sobre os pontos-gatilho. A forma do músculo e o arranjo de suas fibras
são determinantes para a consideração desse tipo de ponto-gatilho. Por exemplo, em músculos multipe-
niformes, vários pontos centrais podem ser observados. Do mesmo modo, fibras musculares dispostas
diagonalmente podem determinar variações na localização dos pontos-gatilho.
Pontos-Gatilho Satélites (ou Secundários)
Os pontos-gatilho podem se originar como uma resposta a pontos-gatilho centrais em músculos
próximos que se situam na zona dc dor referida. Nesses casos, os pontos-gatilho centrais são fundamen­
tais para a intervenção terapêutica, e os pontos-gatilho satélites geralmente desaparecem tão logo os
pontos centrais tenham se tornado efetivamente inativos. Isso também é observado quando os pontos-
gatilho satélites são resilientes ao tratamento até o momento em que os pontos-gatilho centrais enfraque­
cem, como é o caso de músculos abdominais e/ou para-espinais.
Pontos-Gatilho de Fixação
A miofásda é contínua, como discutido anteriormente (ver p. 33). Foi observado que o local de inser­
ção do tendão no osso é com freqüência sensível.' '' Isso pode ocorrer por causa das forças que atravessam
essas regiões. Foi também sugerido que isso possa ser o resultado de um ponto-gatilho miofascial crônico
e ativo associado. Isso ocorre porque a sensibilidade é diminuída após o tratamento do ponto-gatilho cen­
tral. Nesses casos, o ponto-gatilho é descrito como um ponto-gatilho de fixação. Além disso, sugeriu-se
que, se uma situação crônica permanecer enquanto os pontos-gatilho central e de fixação não forem trata­
dos, "alterações degenerativas" no interior da articulação podem ser aceleradas e precipitadas.^
46 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa
Pontos-Gatilho Difusos
Os pontos-gatilho podem algumas vezes ocorrer onde existem vários pontos-gatilho satélites
secundariamente a diversos pontos-gatilho centrais. Isso ocorre em geral quando há graves deformida­
des posturais, como a escoliose, e um quadrante inteiro do corpo é envolvido. Nessa situação, pode-se
dizer que os pontos-gatilho secundários são difusos. Esses pontos-gatilho difusos se desenvolvem ao
longo de linhas de padrões de carga e/ou deformação alterados.
Pontos-Gatilho Inativos (ou Latentes)
Este termo se aplica a nódulos ou protuberâncias que são muito semelhantes a um ponto-gatilho,
podendo se desenvolver em qualquer região do corpo, geralmente de forma secundária. Esses pontos-
gatilho, entretanto, nâo sào dolorosos e nâo conduzem a uma via de dor referida. A presença de pontos-
gatilho inativos no interior dos músculos pode acarretar um aumento da rigidez muscular. Foi sugerido
que esses pontos-gatilho sejam mais comuns em indivíduos com estilo de vida sedentário.2
4Convém
também salientar que esses pontos podem ser reativados caso o ponto-gatilho central seja reestimulado,
ou, ainda, logo após um trauma ou lesão.
Pontos-Gatilho Ativos
Este termo pode se aplicar tanto a pontos-gatilho centrais como a satélites. Há uma variedade de
estimulantes que podem ativar pontos-gatilho inativos, como a dor decorrente de atividade muscular
forçada. Essa situação é comum, por exemplo, com o aumento de atividade após um acidente de trânsi­
to, quando pontos-gatilho múltiplos e difusos podem ter se desenvolvido. O termo sugere que o ponto-
gatilho tanto é sensível <1 palpação quanto induz padrões de dor referida.
Sintomas dos Pontos-Gatilho
Padrões de Dor Referida
A dor é um sintoma complexo sentido de modo diferente por cada indivíduo. Entretanto, a dor
referida torna-se o sintoma que define um ponto-gatilho miofascial.
Muitas pessoas estão acostumadas à idéia de dor referida com origem visceral; um exemplo disso
é a dor no coração. O infarto do miocárdio (ataque cardíaco) em geral não é sentido como uma dor forte
no tórax, mas como uma dor no membro superior esquerdo. Esse tipo de dor é bem documentado e
conhecido por ser originado embriologicamente dos dermomiótomos; nesse caso, o tecido cardíaco e os
tecidos do membro superior também são gerados do mesmo dermomiótomo.
A dor referida proveniente de um ponto-gatilho miofascial é um pouco diferente, pois apresenta
um padrão distinto e discreto ou mapa da dor. Esse mapa é constante e não apresenta variação de acor­
do com o grupo étnico ou sexo. A dor é originada pela estimulação do ponto-gatilho ativo.
Os pacientes relatam a dor referida nesse mapa como profunda e contínua; os movimentos podem
algumas vezes aumentar os sintomas, fazendo a dor se tornar mais aguda. A cefaléia é um bom exemplo
dessa situação. O paciente com frequência descreve um padrão de dor que pode se agravar e acentuar-
se conforme o movimento da cabeça e do pescoço. A intensidade da dor pode variar de acordo com os
seguintes fatores (essa lista não é completa):
• Localização (os pontos-gatilho são mais sensíveis nos locais de fixação muscular);
• Grau de irritabilidade do ponto-gatilho;
• Pontos-gatilho ativos ou latentes;
• Pontos-gatilho centrais ou satélites;
Fisiologia dos Pontos-Gatilho 47
• Região do ponto-gatilho (algumas áreas sáo mais sensíveis);
• Dano tecidual associado;
• Rigidez ou flexibilidade do local/tecido afetado;
• Idade;
• Cronicidade do ponto-gatilho.
Efeitos Autônom os
O sistema nervoso é dividido em central (sistema nervoso central, SNC), periférico (sistema
nervoso periférico, SNP) e autônomo (sistema nervoso autônomo, SNA). O SNA é responsável pela
regulação de muitas funções autônomas ou vegetatiwis,como a digestão e a sudorese. Com base na nossa
discussão sobre a fisiologia dos pontos-gatilho, pode-se dizer que fibras nervosas autônomas estão
envolvidas na origem de um ponto-gatilho. Tratamentos terapêuticos de pontos-gatilho miofasciais
demonstram ter um efeito sobre o SNA.-''
Observações Clínicas
A linguagem para descrever as sensações não 6 propriamente sofisticada. Infelizmente, não há
ainda uma linguagem aceitável para classificar o que se sente com as mãos. Tendo isso em vista, os pon­
tos-gatilho serão descritos de acordo com a forma como são sentidos:
• Pequenos nódulos do tamanho de uma cabeça de alfinete;
• Nódulos do tamanho de uma ervilha;
• Grandes protuberâncias;
• Várias protuberâncias grandes próximas umas das outras;
• Pontos sensíveis fixados a tiras esticadas de músculos um pouco rígidos que se assemelham a uma
corda;
• Tiras semelhantes a cordas posicionadas próximas umas das outras, levemente entrelaçadas;
• A pele que recobre a região do ponto-gatilho se apresenta ligeiramente mais quente que a pele ao seu
redor por causa da elevada atividade metabólica e/ou autonômica.
Os sintomas conhecidos incluem:
Alterações Autonômicas
• Hipersalivação, isto é, elevada quantidade
de saliva;
• Epífora, isto é, lacrimejamento contínuo e
involuntário;
• Conjuntivite, isto é, avermelhamento dos
olhos;
• Ptose, isto é, queda da pálpebra superior;
• Embaçamento da visão;
• Aumento da secreção nasal;
• Arrepios na pele.
Exame
O exame pode ser realizado com o
paciente em pé, sentado ou deitado. A escolha
depende tanto da área a ser examinada quan­
to do tipo de músculo suspeito de ser o local
da dor. Pode-se examinar um músculo sol>
aplicação decar$a caso se suspeite que isso seja
um fator agravante. Figura 3.6: Exame do músculo peitoral maior.
48 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa
Para simplificar, desse ponto em diante, serão descritos o exame do músculo peitoral maior e seu(s)
ponto(s)-gatilho.
Os principais pontos-gatilho do músculo peitoral maior são observados em sua parte clavicular. O
pinçamento é o melhor modo de se examinar o ponto-gatilho nessa região. Os pontos-gatilho na parte
anterior do tórax são mais bem observados por meio de uma palpação com as mãos espalmadas.
Procedimento:
• Paciente sentado ou em pé;
• Pedir para o paciente realizar uma abdução do membro superior em 90" a fim de levar o músculo a
uma tensão moderada;
• Palpar a fim de verificar a presença de um nódulo ou uma banda rígida;
• Observar se ocorrem espasmos ã palpação;
• A pressão deve reproduzir os sintomas relatados pelo paciente;
• A pressão deve induzir um padrão de dor referida.
Fatores de Manutenção
Os seguintes fatores possibilitam uma manutenção dos pontos-gatilho. A presença de um ou mais
fatores dificultam a eliminação dos pontos-gatilho a longo prazo.
• Idade; • Doenças;
• Postura (incluindo a laborai); • Deficiência vitamínica;
• Obesidade; • Anomalias ósseas congênitas;
• Anorexia; • Tipo de fibra muscular;
• Tecidos cicatriciais (pós-operatórios); • Orientação da fibra muscular;
• Esportes, hobbiese hábitos; • Morfologia do músculo (fusiforme, etc.);
• Padrões de carga e deformação; • Fatores psicológicos;
• Distúrbios metabólicos; • Cronicidade do ponto-gatilho.
Figura 3.7: Técnicas de alongamento para o músculo peitoral maior; a) fibras superiores, b) fibras médias, c) fibras inferiores.
Fisiologia dos Pontos-Gatilho 49
Recomendações ao Paciente
Ao realizar uma intervenção terapêutica, é aconselhável que o paciente seja encorajado a se envol­
ver no acompanhamento dos seus próprios sintomas. Neste livro são oferecidas algumas orientações
específicas no tópico "Recomendações ao paciente". Com uma visão geral, o leitor poderá querer acres­
centar outras sugestões, informações e instruções utilizando os seguintes elementos ou componentes.
A seguir, será utilizado novamente o músculo peitoral maior como exemplo.
Fortalecimento
Quando os músculos estão fracos, eles podem apresentar uma maior suscetibilidade ao dano, lesão
e fadiga. A fraqueza muscular é um fator que em geral contribui para a patogênese dos pontos-gatilho
miofasciais. Isso porque o corpo promove uma compensação para essa fraqueza distendendo o múscu­
lo e causando uma sobrecarga e estímulo excessivo na placa motora. Ao longo do livro, sempre que ne­
cessário, foram incluídas ilustrações simplificadas de exercícios de fortalecimento.
Um músculo nunca deve ser fortalecido isoladamente. Se se optar por oferecer exercícios de forta­
lecimento, deve-se introduzi-los em um contexto. Um programa de alongamento para todo o corpo é
aconselhável, talvez com a utilização de um programa de exercícios desenvolvidos com base na yoga.
Alongamento
Ao longo do livro, ilustrações de alongamento simplificadas foram incluídas conforme a necessi­
dade. O alongamento deve ser realizado devagar e sem vigor. Alguns cuidados deverão ser tomados
para isolar o alongamento em cada um dos músculos especificamente. Como regra, deve-se realizar o
alongamento três vezes seguidas, intensificando-se ligeiramente o movimento e expirando a cada repe­
tição. Essa seqüência deve ser executada diversas vezes por dia, durante 15 a 20 minutos.
Conselho
O melhor conselho que se pode oferecer é o bom senso. "Observesuaposturaaodirigir”, "Observesua
iwstura ao trabalhar”. No exemplo do músculo peitoral maior, pode-se perguntar ao paciente sobre seus
níveis de estresse e ansiedade (mecânica respiratória). Se a paciente apresentar mamas grandes e pesa­
das, você poderá recomendar-lhe o uso de um sutiã mais apropriado, com suporte adequado. Neste
livro, procurou-se oferecer conselhos específicos para cada músculo.
Figura 3.8: Postura.
50 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa
Postura
Esse é um fator crucial para a manutenção da atividade dos pontos-gatilho. Sentar-se e/ou perma­
necer em pé de forma incorreta são fatores patogênicos de manutenção da atividade dos pontos-gatilho.
Conselhos e exercícios para melhorar a postura freqüentemente são a solução para desbloquear tanto os
pontos-gatilho centrais com o os satélites.
Postura Durante o Sono
Com freqüência, os pacientes assumem posições incomuns durante o sono a fim de reduzir a dor
em pontos-gatilho ativos ou latentes; nesses casos, os pacientes costumam optar por posições em que
encurtam os músculos afetados. Por exemplo, dormir com as mãos sobre a cabeça (músculo supra-espi-
nal) ou com os braços cruzados sobre o tórax (músculo peitoral maior). Em outros casos, a posição de
dormir pode se revelar um fator patogênico ou de manutenção dos pontos-gatilho.
Postura de Trabalho
Alguns pacientes têm atividades de trabalho repetitivas ou manuais, que podem ser determinan­
tes para a patogênese ou manutenção dos pontos-gatilho. Muitos pacientes trabalham sentados. Abaixo,
uma figura ilustra a postura de trabalho ideal.
Figura 3.9: Postura de trabalho ideal.
Hábitos, Hobbies e Esportes
Ú importante perguntar ao paciente se ele executa qualquer atividade repetitiva ou habitual. Ficar
muito tempo apoiado soba» uma perna, por exemplo, pode sobrecarregar o músculo tensor da fáscia lata.
Sentar-se com as pernas cruzadas pode afetar diversos músculos como os flexores do quadril (iliopsoas),
os músculos glúteos (os glúteos e o piriforme) e os músculos anteriores da coxa (quadríceps femoral). Os
fumantes podem desenvolver pontos-gatilho no ombro (músculo deltóide) e nos braços (bíceps braquial).
Da mesma forma, alguns esportes e hobbies podem levar a uma maior incidência de patogênese de
pontos-gatilho. Portanto, é importante haver uma indagação cuidadosa acerca dessas atividades. Qual o
nível de aptidão? O paciente realiza aquecimento e relaxamento? Quão competitivos são os esportes pra­
ticados? O nível de competitividade está de acordo com a sua idade? Postura? Biótipo? Saúde física? Pode
ser necessário abordar essas situações mais a fundo. Em geral, é recomendável o exame dessas atividades
a fim de traçar junto ao paciente certos objetivos a serem alcançados durante as sessões terapêuticas.
Protocolos de
14
Técnicas
Terapêuticas
52 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa
Palpação
A palpação, além de ser uma arte, é também uma ciência. A princípio, deve-se ter como objetivo
relaxar o paciente de maneira suficiente a fim de dar início a um tratamento adequado para a redução
da dor. 1: fundamental que seja realizada uma anamnese meticulosa de cada caso, com questões diretas
e ponderadas, de modo que o paciente se sinta envolvido. A troca de informações é importante, pois
explicar-lhe os procedimentos previamente diminui a ansiedade, além de possibilitar a participação no
processo de tratamento. Com essa inclusão do paciente, serão obtidas informações importantes que
auxiliarão a localizar com exatidão o ponto-gatilho.
Como saber se é um ponto-gatilho?
Verifique se há:
• Rigidez em um músculo afetado;
• Ponto sensível (dor intensa);
• Nódulo ou banda tensa palpável;
• Presença de dor referida;
• Reprodução dos sintomas do paciente (com precisão).
Quais métodos de palpação devem ser usados?
• Palpação com a polpa digital dos dedos da mão (palpação digital); deve-se manter as unhas sempre
cortadas, quanto mais curtas, melhor;
• Palpação por deslizamento: usar a polpa dos dedos da mão para circundar a pele do paciente no sen­
tido das fibras musculares;
a) b)
Figura 4.1: a) Palpação digital; b) Palpação em pinça.
Protocolos de Técnicas Terapêuticas 53
• Palpação em pinça: pinçar o ventre do músculo entre o polegar e outros dedos, movimentando as
fibras musculares para a frente e para trás;
• Palpação por deslizamento com as mãos espalmadas; é utilizada na região abdominal (vísceras);
• Palpação com o cotovelo; será útil quando for necessária uma maior potência.
Quais os equipamentos necessários?
• Um (termômetropara medir com precisão a resistência reduzida da pele (necessita de calibragem);
• Um aigômetropara medir os pontos sensíveis e a dor causada pela pressão.
Sinais de Contração Rápida e Espasmos à Palpação
Foram descritos pela primeira vez cm 1949 (Good, 1949; Kraft et al., 1968). A princípio, pode-se
imaginar que essa é a maneira mais fácil de localizar um ponto-gatilho centrai. A pressão firme produz
uma dorintensa e muitas vezes provoca espasmos no paciente, que se retrai por causa da dor, sentindo
uma espécie de "agulhada". A dor originada cm um ponto-gatilho centraiativo normalmente causa um
padrão específico de dor referida. Esse é um padrão distinto, afastado do ponto de pressão. Em um con­
texto terapêutico, esse padrão em geral reproduz a dor sentida pelo paciente.
Realizando-se uma rápida palpação em pinça ou inserindo-se uma agulha no ponto-gatilho, pro­
voca-se uma resposta de contração rápida no interior do músculo.'1Essa contração pode ser decorrente
da irritabilidade elevada nas fibras com dor, como descrito anteriormente. Os padrões de dor referida
são encontrados nos Capítulos 5-10.
Injeções
Existem três diferentes técnicas de injeção:2
'
1. Injeção de anestésico local (única);
2. Injeção de toxina botulínica A;
3. Agulhamento seco.
Um certo número de injeções pode ser necessário, embora às vezes uma só seja suficiente. Volumes
pequenos (menores que 1 ml) de um anestésico não-miotóxico são recomendados. Uma resposta local
de contraçãorápidaé uma indicação confiável da correta posição da agulha. O monitoramento por EMG
possibilita maior precisão e especificidade.
As substâncias indicadas a seguir são sugeridas para o uso de injeções:
• Solução de cloridrato de procaína (1%);
• Cloridrato de lidocaína (0,5%);
• Anestésico local de longa ação;
• Solução salina isotônica;
• Epinefrina;
• Corticosteróide;
• Toxina botulínica A.
Este livro não tem por objetivo oferecer recomendações técnicas para esses procedimentos. Para
mais informações, consulte a referência bibliográfica número 25.
54 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa
Injeção versus Técnicas Manuais
A tabela a seguir descreve os tratamentos aconselháveis para determinadas situações:
Injeçáo Técnicas manuais
Uso por terapeuta sem experiência Não recomendado Recomendado
Método invasivo Sim Não
Resposta rápida ao tratamento Sim Pode requerer várias sessões
Permite auto-manuseio Não Sim
Pontos sempre acessíveis Não Sim
Paciente com limiar baixo de dor Sim Não
Paciente tem medo de agulha Não Sim
Tabela 4.1: Quando utilizar mjeçáo ou técnicas manuais.
Técnica de Agulham ento Seco
O agulhamento seco é tão efetivo quanto uma injeção, já que alivia os sintomas de um ponto-gati-
lho; contudo, pode levar a um longo período de dor após a injeção. Em estudos comparativos, o agulha­
mento seco mostrou-se tão eficaz quanto a injeção de soluções anestésicas (doridrato de procaína e clo-
ridrato de lidocaína) em pontos-gatilho desativados. Entretanto, nesses estudos, verificou-se que essa
técnica causou dor durante 2 a 8 horas após a injeção. Essa dor pode apresentar uma intensidade e/ou
duração significativamente maior que a do tratamento com injeções comuns.
• Localizar o ponto-gatilho e introduzir a agulha - esperar até que ocorra a resposta de rápida contração;
• Mantê-la por até 2 minutos, movimentando-a se necessário;
• Agulhas cie acupuntura podem ser utilizadas (8 a 15 cm).
Técnica de Crioterapia e Alongam ento
A técnica de crioterapia e alongamento utilizando aerossol de cloreto de etila foi primeiramente
descrita por Hans Kraus (1952), que a utilizou para tratar dores e distensões em praticantes de luta
greco-romana. Desde então, diversas técnicas foram desenvolvidas para o tratamento da maioria dos
pontos-gatilho. Essas técnicas são osmétodosindividuaisnão-im>asivosmaiseficientespara desativar os pon­
tos-gatilho.1
' C) aerossol de cloreto de etila é altamente inflamável, tóxico e resfria mais que o necessário.
É volátil e matou acidentalmente alguns pacientes e profissionais. Vapores refrigerantes como aerossol
de fluorimetano são uma alternativa mais segura, mas, por serem um fluorocarbono, afetam a camada
de ozônio. O produto mais recomendável é o utilizado na técnica de crioterapiaealongamentode Gebauer,
por ser não-tóxico e não-inflamável.
A técnica básica é direta e não requer a localização precisa dos pontos-gatilho como no caso da inje­
ção, necessitando apenas localizar o músculo onde se apresenta a área afetada para liberar suas fibras.
Entretanto, recomenda-se localizar a posição dos pontos-gatilho pela palpação, a fim de proporcionar uma
maior eficácia do procedimento. A crioterapia com uso de aerossol, realizada em primeiro lugar, é uma
prévia para o passo seguinte, que é mais importante, o alongamento (o componente efetivamente terapêu­
tico da técnica).
1. Duas ou três borrifadas de aerossol são aplicadas à região afetada do músculo, que é estendido sua­
vemente por toda sua extensão de alongamento;
2. O aerossol é direcionado com o tubo invertido e a 30° em relação à pele em uma distância aproxima­
da de 30 a 50 cm (não fazer aplicação do aerossol em um único ponto).
Protocolos de Técnicas Terapêuticas 55
Indicações paro a aplicação da técnica:
• Crianças mais novas;
• Pacientes com medo dc agulha;
• Imediatamente após a injeção no ponto-gatilho;
• Pós-hemiplegia (reabilitação de acidente vascular encefálico);
• Imediatamente após traumas importantes (p. ex.: fraturas e luxações);
• Depois de lesões causadas pelo mecanismo de chicote;
• F.m pacientes com pontos-gatilho miofasciais e hiperuricemia (excesso de ácido úrico);
• Pontos-gatilho crônicos ou resistentes à inibição;
• Pontos-gatilho de fixação;
• Depois de distensões e queimaduras.
Figura 4.2: Técnica de cnoterapia e alongamento para o músculo peitoral maior.
56 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa
Dicas
• Localizar os pontos-gatilho centrais que causam o padrão de dor referida preciso é recomendável para
proporcionar ao paciente uma razão para aceitar o tratamento;
• Assegure-se de que o paciente tenha feito uma refeição prévia, uma vez que a hipoglicemia agrava os
pontos-gatilho;
• Tenha uma sala de recuperação;
• Use uma manta para cobrir o corpo e as áreas que não serão resfriadas, pois manter os músculos aque­
cidos proporciona um melhor relaxamento muscular;
• Lembre-se de proteger os olhos conforme houver necessidade;
• NÀO direcione o aerossol a um único ponto, pois isso pode causar queimaduras ou urticária;
• NÀO force o alongamento;
• Caso o paciente se mostre apreensivo, oriente-o a se concentrar em sua própria respiração;
• Avalie a amplitude de movimento antes e depois da técnica de crioterapia e alongamento;
• Certifique-se de que o músculo a ser tratado esteja completamente relaxado e apóie-o quando possível;
o tratamento pode ser realizado com o paciente sentado ou em decúbito (lateral, dorsal ou ventral);
• Para atingir o melhor alongamento, deve-se estabilizar um lado do músculo e mover o outro (passi­
vamente).
Terapia Manual - Protocolos de Liberação de Pontos-Gatilho
Técnicas de Liberação e Alongamento
Esses métodos promovem um envolvimento direto do paciente, que deve contrair ativamente o
músculo afetado e, em seguida, relaxá-lo. Essa seqüência forma a base para técnicas inibitórias altamen­
te eficazes:
• Relaxamento pós-isométrico;
• Inibição recíproca;
• Contrair e relaxar/manter e relaxar;
• Energia muscular/liberação posicionai.
Essas técnicas são efetivas se o conceito de placa motora excessivamente estimulada for considera­
do. A realização de contração e relaxamento enquanto ocorre a fixação por meio do ponto-gatilho pode­
rá normalizar com maior eficácia o comprimento do sarcômero. Isso promove um efeito em cascata, libe­
rando a actina e a miosina afetadas e reduzindo a crise de energia. Nesse caso, diminuir a frouxidão
enquanto se inibe o ponto-gatilho (como nas técnicasdeliberaçãoposicionai) pode ser particularmente útil.
A seguir, algumas dessas técnicas serão descritas.
Técnica de Relaxamento Pós-lsométrico (RPI)
Essa técnica foi apresentada por Karel Lewit (1981). Sua proposta considera o uso de movimentos
coordenados dos olhos e da respiração (aumento reflexo).
• Identificar o ponto-gatilho;
• Colocar o paciente em uma posição confortável, na qual o músculo afetado possa sofrer uma extensão
completa;
• Pedir ao paciente que contraia o músculo afetado usando de 10 a 25% de sua força, sem sentir dor,
enquanto se aplica uma resistência isométrica por 3 a 10 segundos; estabilizar uma parte do corpo para
evitar o encurtamento muscular;
• Pedir ao paciente que relaxe o músculo ou solte-o;
• Durante a fase de relaxamento, estender o músculo com cuidado, diminuindo a frouxidão ao ponto de
resistência (passivo) - verificar se há alterações no comprimento;
• Repetir algumas vezes (em geral, três).
Protocolos de Técnicas Terapêuticas 57
Técnica de Inibição Recíproca
Essa é uma técnica indireta baseada no reflexo neurológico agonista-antagonista. É geralmente uti­
lizada para incrementar as demais técnicas.
• O músculo afetado é identificado e posicionado de modo relaxado;
• O músculo antagonista é então contraído contra uma resistência de 35 a 45%.
Técnicas de Contrair e Relaxar/Manter e Relaxar
Originalmente ensinadas pelos osteopatas Knott e Voss (1968), essas técnicas foram criadas a fim
de aumentar a amplitude de movimento passiva de articulações acentuadamente rígidas. Os princípios
dessas técnicas apresentam uma relação direta com a terapia miofascial dos pontos-gatilho, pois, como
discutido, a tensão muscular é muitas vezes um sinal de um ponto-gatilho ativo ou latente.
• Identificar o ponto-gatilho;
• Colocar o paciente em uma posição confortável, na qual o músculo afetado possa sofrer uma exten­
são completa;
• Posicionar a articulação rígida próxima a um limite confortável e pedir ao paciente para contrair ati­
vamente o músculo afetado;
• Impedir com cuidado essa contração voluntária;
• Permitir o relaxamento;
• Durante essa fase, alongar passivamente a articulação até um novo limite confortável ampliado.
Modificações das Técnicas de Energia Muscular
e de Liberação Posicionai
Trata-se de técnicas osteopáticas que podem ser divididas em três abordagens distintas, descritas a
seguir (Kuchera e Kuchera, 1994). Em todas as situações é necessário identificar o ponto-gatilho.
1. Técnica de Contração Isométrica
• Segurar ou fixar o ponto-gatilho do músculo afetado;
• Pedir ao paciente que contraia ativamente o músculo, sem dispor de nenhuma resistência;
• Segurar até que uma parte mais mole seja palpada no ponto-gatilho;
• Alongar o músculo ativa e passivamente.
2. Técnica de Contração Isotônica
• Segurar ou fixar o ponto-gatilho do músculo afetado;
• Pedir ao paciente que contraia ativamente o músculo entre 35 e 45%, enquanto o terapeuta promove
resistência;
• Segurar até que uma parte mais mole seja palpada no ponto-gatilho;
3. Técnica de Contração Isolítica
• Segurar ou fixar o ponto-gatilho do músculo afetado;
• Pedir ao paciente que contraia ativamente o músculo entre 10 e 25%, enquanto o terapeutapromove
resistência;
• Dominar essa resistência, empurrando ativamente o músculo para uma contração excêntrica;
• Segurar até que uma parte mais mole seja palpada no ponto-gatilho.
58 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa
Técnicas de Massagem
Técnica de Inibição e Compressão Isquêmica
Essa c a melhor técnica de massagem para tratar um ponto-gatilho central ativo. Ela requer a loca­
lização do ponto-gatilho que causa uni padrão específico de dor referida (preferencialmente reproduzin­
do-se os sintomas do paciente) e a aplicação de uma pressão inibitória direta sobre o ponto. Embora se
utilize o termo "compressão isquêmica", atualmente é mais aceito que não há necessidade de compri­
mir o ponto-gatilho até o ponto da isquemia. Essa técnica é efetiva, mas é mais bem utilizada quando
associada a outra técnicas de alongamento e liberação. A seguir será descrito um protocolo que incorpo­
ra as abordagens mais atuais.
É mais aconselhável não empurrar nem pressionar o ponto-gatilho, mas sim determiná-lo e aplicar
peso suavemente, em vez de empurrar. Isso torna a técnica muito mais confortável para o profissional e
para o paciente.
• Identificar e localizar o ponto-gatilho;
• Colocar o paciente cm uma posição confortável, na qual o músculo afetado possa sofrer uma extensão
completa;
• Aplicar uma pressão crescente de forma suavee gradualno ponto-gatilho, enquanto se estende o mús­
culo afetado até atingir uma barreirapalpável;
• O paciente deve sentir apenas um desconforto e não dor;
• Aplicar uma pressão sustentada até sentir que o ponto-gatilho esteja aliviado. Isso poderá levar de
segundos a minutos;
• Repetir, aumentando a pressão sobre o ponto-gatilho até sentir a próxima barreira,e assim por diante;
• Para obter um melhor resultado, pode-se mudar a direção da pressão durante essas repetições.
Dica! Não pare bruscamente de tocar o ponto-gatilho, pois isso pode irritá-lo e piorar os sintomas.
Procure principalmente sentir, além de utilizar o conhecimento técnico.
Técnica de Massagem Profunda
Sendo mais específica e mais direta que a técnica de crioterapia e alongamento, é também conside­
rada por autoridades no assunto como o melhor e mais seguro método de tratamento manual.2'
• Colocar o paciente em uma posição confortável, na qual o músculo afetado possa sofrer uma extensão
completa;
• Lubrificar a pele, se necessário;
• Identificar e localizar o ponto-gatilho ou banda tensa;
• Posicionar o polegar ou aplicador imediatamente ao lado da banda tensa, reforçando com a outra mão;
• Aplicar suavemente uma pressão sobre o ponto-gatilho, realizando o movimento em uma única direção;
• O paciente deve sentir apenas um desconforto e não dor;
• Aplicar uma pressão sustentada até sentir o ponto-gatilho aliviado e continuar tocando na direção da
fixação da banda tensa;
• Repetir essa pressão na direção oposta.
Dica! Não pressionar de forma muito rápida ou profunda, para não irritar o ponto-gatilho e rom­
per o sarcômero, piorando os sintomas.
I; possível modificar essa técnica de massagem profunda realizando a ação de dedilhar, na qual o
aplicador é posicionado perpendicularmente ás bandas tensas das fibras musculares. Isso é feito de
forma lenta e rítmica, mantendo-se um contato leve e pausado sobre o ponto-gatilho quando este for pal-
pado. Essa modalidade é especialmente utilizada para tratar os músculospterigóideo mediaie masseler.
Protocolos de Técnicas Terapêuticas 59
Questões Freqüentes
Como identificar os pontos-gatilho com base
na direção da força aplicada?
A localização dos principais pontos-gatilho foi indicada
nas ilustrações de músculos deste livro; entretanto, essas
indicações servem somente como referência e nem sempre
são exatas. Pode ser útil pensar nos pontos como áreas nas
quais é mais provável que se encontrem os pontos-gatilho. O
autor deste livro procurou representá-las como uma área
quente; o ponto-gatilho está localizado em algum lugar Figura 4.3: Áreas quentes,
dessa área. Sempre que possível, deve-se buscar a direção da
aplicação da força que reproduza exatamente a dor da qual
o paciente se queixa. Contudo, surpreende o fato de que uma
pequena alteração na direção da aplicação da força determine uma dor totalmente diferente, sentida em
locais também diferentes. Peça ao seu paciente para dizer quando você chegar ao ponto exato.
Com o saber se já foi feito o suficiente?
Segurar o ponto-gatilho até: a) a dor do paciente diminuir consideravelmente ou b) os pontos-gati­
lho amolecerem ou dissolverem sob a pressão aplicada.
Seguir todo o procedimento com uma massagem de deslizamento suave e generalizada. A área onde
o procedimento foi realizado de forma mais intensa pode ainda estar sensível, mas não deve ser evitada.
Isso ajudará a dispersar da área as toxinas induzidas pela dor e estimular a recuperação da fáscia.
Quanta pressão deve ser usada?
Isso é desenvolvido com a experiência profissional, porém como regra vale dizer que quanto mais
dolorido o tecido, mais lenta e profunda deve ser a pressão. Em todos os casos, as palavras-chave são
" trabalhardevagare deformacompleta
Outro fator que determina a intensidade da força aplicada é o tipo de músculo (fibra verme­
lha/branca) e a morfologia do paciente. Isso altera a profundidade do tratamento. Se o paciente é robus­
to, deve-se trabalhar com maior vigor. Se o indivíduo for esguio, não se deve usar muita força para não
promover alterações nos tecidos.
Os pontos-gatilho e os padrões de dor referida
são iguais para todos os pacientes?
Geralmente sim, entretanto pode haver variação dependendo dos seguintes fatores:
• Idade;
• Postura;
• Obesidade;
• Anorexia;
• Tecido cicatricial;
• Padrões de distensão miofascial;
• Anormalidades congênitas;
• Tipo de fibra muscular;
• Direção/orientação das fibras musculares;
• Tipo de morfologia do músculo (fusiforme etc.);
• Cronicidade do ponto-gatilho.
60 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa
Quais os efeitos da obesidade, anorexia e tecido cicatricial?
Esses fatores alteram a relação músculo/tecido adiposo e inclinam a posição dos pontos-gatilho,
podendo ainda alterar o posicionamento das fáscias e, como conseqüência, dos pontos-gatilho. Do
mesmo modo, tecidos cicatriciais ou quelóides podem determinar uma alteração no padrão de disten­
são miofascial e, com isso, a localização do ponto-gatilho.
E os efeitos do tipo de músculo ou da orientação das fibras musculares?
Dependendo de sua localização ou do tipo de trabalho realizado, as fibras musculares são arranja­
das de maneira diferente (ver p. 26). Isso permite que o músculo gere mais força ou uma força mais espe­
cífica. A localização do ponto-gatilho então pode variar de acordo com a disposição das fibras muscula­
res. Na organização dos músculos multipeniformes, por exemplo, muitos pontos-gatilho podem existir
na região média de cada um dos componentes funcionais.
Pode acontecer alguma contusão?
Uma contusão pode acontecer se o paciente estiver sob tratamento médico com anticoagulantes.
Conforme se adquire experiência, a contusão passa a ser um fato raro. De acordo com a experiência do
autor, não é a intensidade (força) do tratamento que produz uma contusão na pele, mas sini sua veloci­
dade, isto é, se os movimentos são feitos de forma muito rápida.
Dica! Tentar sentir os músculos e nódulos sensíveis abaixo da pele e aplicar a pressão lentamente.
Cremes e pastilhas de arnica podem reduzir a incidência e gravidade das contusões.
Quais cremes e loções são indicados para o uso?
Geralmente é melhor evitar substâncias oleosas, uma vez que podem causar um deslizamento
muito rápido para longe da região dos pontos-gatilho identificados. O autor deste livro utiliza o creme
N ivaí" comum. Como alternativa, pode-se usar também um creme de arnica ou com solução aquosa
acrescido com óleo de vitamina E. Gel à base de óleo mineral ou outro óleo para massagem podem ser
utilizados, caso o paciente seja alérgico à lanolina.
Qual a freqüência do tratamento?
A terapia manual deve ser realizada com três sessões de tratamento com uma semana de interva­
lo, outra sessão quatro semanas depois e uma sessão final doze semanas após. Essa seqüência está de
acordo com a mecânica de recuperação da fáscia. Deve-se reavaliar o paciente depois disso. Injeções e
agulhamento seco têm uma ação muito mais rápida.*5
Músculos da
Cabeça e do
Pescoço
5
Músculos
da
Cabeça
e
do
Pescoço
62 EPICRÂNICO (OCCIPITOFRONTAL)
Músculo
occipitofrontal
(ventre occipital)
Aponeurose epicrãnica
Músculo
occipitofrontal
(ventre frontal)
Ponto-gatilho e padrão de dor referida (ventre frontal)
Ponto-gatilho e padrão de dor referida (ventre occipital)
EPICRÂNICO (OCCIPITOFRONTAL)
Do latim epicranius("sobre o crânio"; com o prefixo de origem grega epi,que significa "sobre").
Este músculo na realidade é composto de outros dois (occipitofrontal: ventre frontal e ventre occipital),
unidos por uma aponeurose conhecida como aponeuroseepicrânica, a qual recobre o crânio como um
capacete.
Origem
Ventre occipital: dois terços laterais da linha nucal superior do osso occipital. Processo mastóide do osso
temporal.
Ventre frontal: aponeurose epicrânica.
Inserção
Ventre occipital: aponeurose epicrânica.
Ventre frontal: fáscia e pele acima dos olhos e do nariz.
Ação
Ventre occipital: traciona o couro cabeludo para trás. Auxilia o ventre frontal em sua ação.
Ventre frontal: traciona o couro cabeludo para a frente. Eleva as sobrancelhas e franze a testa formando
rugas no sentido horizontal.
Inervação
Nervo facial/par VII.
Movimento funcional básico
Exemplo: elevar as sobrancelhas e franzir a testa formando rugas no sentido horizontal.
Indicações
Cefaléia. Dor na parte posterior da cabeça. Impossibilidade de dormir de costas e com travesseiro. Dor
de ouvido. Dor no fundo do olho, sobrancelhas e pálpebras. Pessoas que realizam atividades visuais in­
tensas.
Padrões de dor referida
Ventre occipital: dor na região anterior e lateral do couro cabeludo, dor irradiada na região posterior da
cabeça e em direção à órbita.
Ventre frontal: dor localizada com tendência a ampliar-se no sentido superior.
Diagnóstico diferencial
Formigamento no couro cabeludo. Compressão do nervo occipital maior.
Regiões que tam bém devem ser consideradas
Músculos suboccipitais. Músculo esternocleidomastóideo (ventre clavicular). Músculo semiespinal da
cabeça.
Recom endações ao paciente
Evitar franzir a testa.
Técnicas
Crioterapia e alongamento
Injeções
Agulhamento seco [ /
Liberação de ponto-gatilho 1 S  S
ORBICULAR
D
O
OLHO
3 Músculos da Cabeça e do Pescoço
Pontos-gatilho
e
padrões
d
e
dor
referida
ORBICULAR DO OLHO 65
Do latim orbicularis oculi(orbis:"órbita"; octtli:"do olho").
Este músculo importante e complexo é composto de três partes, que, em conjunto, proporcionam um
mecanismo de proteção eficiente ao redor do olho.
Parte orbital
Origem
Osso frontal. Parede mediai da
órbita (na maxila).
Inserção
Área circular ao redor da
órbita, retornando à origem.
Ação
Fechamento vigoroso das
pálpebras (contração dos olhos).
Inervação
Nervo facial/par VII (ramos
temporal e zigomático).
Parte palpebral
Origem
Ligamento palpebral mediai.
Inserção
Ligamento palpebral lateral no
osso zigomático.
Ação
Fechamento suave das
pálpebras (e movimento
involuntário como piscar).
Inervação
Nervo facial/par VII (ramos
temporal e zigomático).
Parte profunda (região
posterior do ligamento palpebral
mediai e saco lacrimal)
Origem
Osso lacrimal.
Inserção
Rafe palpebral lateral.
Ação
Dilata o saco lacrimal e eleva o
dueto lacrimonasal à superfície
do olho.
Inervação
Nervo facial/par VII (ramos
temporal e zigomático).
Indicações
Cefaléia. Enxaqueca. Neuralgia do trigêmeo. Astenopia (esforço ocular). Blefaroespasmo (contração espas-
módica do músculo orbicular do olho). Pouca acuidade visual. Ptose palpebral. Dor nos seios paranasais.
Padrões de dor referida
Parte palpebral: dor localizada acima e ao redor do olho até a região ipsilateral.
Parte profunda: dor nos olhos, nos seios paranasais e no dorso do nariz. A ingestão dc sorvetes ou líqui­
dos gelados costuma provocar dor nos olhos e cefaléia.
Diagnóstico diferencial
Ptose - síndrome de Horner.
Regiões que tam bém devem ser consideradas
Músculo digástrico. Músculo temporal. Músculo trapézio. Músculos esplênios e músculos posteriores
do pescoço. O músculo esternocleidomastóideo às vezes está relacionado.
Recom endações ao paciente
Checar a acuidade visual com certa freqüência. Aumentar períodos dc repouso/horas de sono. Fazer
interrupções regulares ao assistir à TV, usar um computador ou ao dirigir. Verificar se os óculos estão
corretamente adaptados ao nariz.
Técnicas
Crioterapia e alongamento Agulhamento seco 1 7
/ 1
1 7
/
Músculos
da
Cabeça
e
do
Pescoço
Músculos
da
Cabeça
e
do
Pescoço
66 MASSETER
Padrões de dor referida (parte superficial)
Padrão de dor referida (parte profunda)
MASSETER 67
Do grego maseter,que significa "que mastiga".
O músculo masseter é o mais superficial dos músculos da mastigação, facilmente palpável quando os
dentes estão em oclusão.
Origem
Processo zigomático da maxila. Superfícies mediai e inferior do arco zigomático.
Inserção
Ângulo do ramo da mandíbula. Processo coronóide da mandíbula.
Ação
Realiza o fechamento da boca e a oclusão dos dentes. Auxilia no movimento de lateralidade da mandíbula.
Inervação
Nervo trigêmeo/par V (ramo mandibular).
Movimento funcional básico
Mastigação.
Indicações
Trismo (grave restrição da função da mandíbula). Síndrome da articulação temporomandibular (ATM).
Dor na ATM. Cefaléia por tensão ou estresse. Dor na orelha. Zumbido ipsilateral. Dor de dente.
Padrões de dor referida
Parte superficial: sobrancelhas, maxila e mandíbula (anterior). Dentes molares superiores e inferiores.
Parte profunda: orelha e articulação temporomandibular.
Diagnóstico diferencial
Síndrome da articulação temporomandibular. Trismo. Zumbido.
Regiões que tam bém devem ser consideradas
Músculo temporal ipsilateral. Músculo pterigóideo mediai. Músculo masseter contralateral. Músculo
esternocleidomastóideo.
Recom endações ao paciente
Utilizar placas interoclusais para parar de ranger os dentes. Observar a postura de trabalho (por exem­
plo, ao telefone) e a postura da cabeça, do pescoço e da língua. Deixar os hábitos de mascar chiclete e
roer as unhas.
Técnicas
Crioterapia e alongamento / j Agulhamento seco [ / J ]
Injeções 1^ 1 1 Liberação de ponto-gatilho [ ^  S 
Músculos
da
Cabeça
e
do
Pescoço
s Músculos da Cabeça e do Pescoço
Padrões
d
e
dor
referida
TEMPORAL 69
Do latim tenifwralis,que significa "relativo às têmporas".
Origem
Fossa temporal, incluindo os ossos parietal, frontal e temporal. Fáscia temporal.
Inserção
Processo coronóide da mandíbula. Margem anterior do ramo da mandíbula.
Ação
Realiza o fechamento da boca e a oclusão dos dentes. Auxilia no movimento de lateralidade da mandíbula.
Inervação
Nervos temporais profundos anterior e posterior do ramo mandibular do nervo trigémeo/par V.
Movimento funcional básico
Mastigação.
Indicações
Cefaléia e dor de dente. Síndrome da articulação temporomandibular. Hipersensibilidade dos dentes.
Pacientes cm tratamento dentário prolongado. Dor na região das sobrancelhas.
Padrões de dor referida
Margem supra-orbital e incisivos superiores. Dor nos dentes superiores e na região mediana da têmpo­
ra. Dor na articulação temporomandibular e na região mediana da têmpora. Dor localizada nos sentidos
posterior e superior na região do músculo temporal.
Diagnóstico diferencial
Tendinite temporal. Polimialgia reumática. Arterite temporal.
Regiões que tam bém devem ser consideradas
Músculo trapézio (parte ascendente). Músculo estemocleidomastóideo. Músculo masseter.
Recom endações ao paciente
Evitar mascar chiclete ou mastigar alimento duro. Atentar-se para o correto posicionamento da língua.
Evitar o uso de ar-condicionado no carro ou no trabalho. Manter uma postura adequada da cabeça.
Fazer alongamento.
Técnicas
Crioterapia e alongamento ✓ ✓ Agulhamento seco
1 7
/
/ /
Injeções 1 * 1 * 1 Liberação de ponto-gatilho
/
/ /
Músculos
da
Cabeça
e
do
Pescoço
PTERIGÓIDEO
LATERAL
Músculos da Cabeça e do Pescoço
Pontos-Gatilho......
PTERIGÓIDEO LATERAL
Do latim pterygohletislatcralis(com o termo de origem grega pterygodes,que significa "como uma asa").
Origem
Cabeça superior: face lateral da asa maior do osso esfenóide.
Cabeça inferior: face lateral da lâmina lateral do processo pterigóide do osso esfenóide.
Inserção
Cabeça superior: cápsula e disco articular da articulação temporomandibular.
Cabeça inferior: cóndilo da mandíbula.
Ação
Protrusão da mandíbula. Abertura da boca. Movimento de lateralidade da mandíbula, como ao mastigar.
Inervação
Nervo trigêmeo/par V (ramo mandibular).
Movimento funcional básico
Mastigação.
Indicações
Síndrome da articulação temporomandibular. Dor crânio-mandibular. Problemas de mastigação.
Zumbido. Sinusite. Diminuição na amplitude de abertura da boca.
Padrões de dor referida
Duas áreas: 1) área de 1 cm na região da articulação temporomandibular; 2) área de 3 a 4 cm na região
do arco zigomático.
Diagnóstico diferencial
Artrite da articulação temporomandibular. Variações anatômicas da articulação temporomandibular.
Neuralgia do trigêmeo. Herpes-zóster.
Regiões que tam bém devem ser consideradas
Articulação temporomandibular. Articulação atlantoccipital. Músculos cervicais. Músculo masseter.
Músculo pterigóideo mediai. Músculo temporal (anterior).
Recom endações ao paciente
Mastigar com os dois lados da boca. Evitar mascar chicletes e roer as unhas. Utilizar placa de mordida
macia. Observar a postura ao telefone.
Técnicas
Crioterapia e alongamento / : J Agulhamento seco
Injeções | S  ^  Liberação de ponto-gatilho / /
Músculos
da
Cabeça
e
do
Pescoço
72 PTERIGÓIDEO MEDIAL
Padrão de dor referida (vistas lateral e posterior)
PTERIGÓIDEO MEDIAL 73
Do latim pterygoideusmediaiis (com o termo de origem grega pterygodes,que significa "como uma asa").
Este músculo se assemelha ao músculo masseter quanto à posição e à ação; o ramo da mandíbula fica
posicionado entre eles.
Origem
Superfície mediai da lâmina lateral do processo pterigóide do osso esfenóide. Processo piramidal do
palatino. Tuberosidade da maxila.
Inserção
Superfície mediai do ângulo e do ramo da mandíbula.
Ação
Elevação e protrusão da mandíbula. Auxilia no movimento de lateralidade da mandíbula, como ao mastigar.
Inervação
Nervo trigêmeo/par V (ramo mandibular).
Movimento funcional básico
Mastigação.
Indicações
Dor na orofaringe. Odinofagia. Sfndrome da articulação temporomandibular. Trismo. Dificuldade de
abertura da boca. Dor de ouvido, nariz e garganta. Pacientes em tratamento dentário prolongado.
Padrões de dor referida
Dor na faringe, orofaringe e na boca. Dor localizada na articulação temporomandibular, irradiando infe­
riormente para o ramo da mandíbula em direção à clavícula.
Diagnóstico diferencial
Síndrome da articulação temporomandibular. Doenças do ouvido, nariz e garganta. Síndrome de Barrett
(doença do esôfago). Bruxismo.
Regiões que tam bém devem ser consideradas
Músculo masseter. Músculo temporal. Músculo pterigóideo lateral. Língua. Músculo estemodeidomas-
tóideo. Músculo digástrico. Músculo longo da cabeça. Músculo longo do pescoço. Músculo platisma.
Fáscia clavipeitoral.
Recom endações ao paciente
Postura da cabeça. Mastigar com os dois lados da boca. Utilizar placa de mordida macia. Evitar mascar
chicletes e roer as unhas.
Técnicas
Crioterapia e alongamento
Injeções
(interna e externa)
/ /
Agulhamento seco
Liberação de ponto-gatilho / /
Músculos
da
Cabeça
e
do
Pescoço
Músculos
da
Cabeça
e
do
Pescoço
74 DIGÁSTRICO
a)
a)
Ponto-gatilho posterior e padrão de dor referida
b)
Ponto-gatilho anterior e padrão de dor referida
DIGÁSTRICO 75
Do latim digastria/s,que significa "que apresenta dois ventres".
Origem
Ventre anterior: fossa digástrica no lado interno da borda inferior da mandíbula, próximo ã sínfise.
Ventre posterior: incisura mastóidea do osso temporal.
Inserção
Osso hióide por meio do tendão intermediário.
Ação
Eleva o osso hióide. Abaixa e retrai a mandíbula no movimento de abertura da boca.
Inervação
Ventre anterior: nervo milo-hióideo, ramo mandibular do nervo trigêmeo/par V.
Ventre posterior: nervo facial/par VII.
Indicações
Dor na orofaringe. Dor nos incisivos inferiores. Cefaléia. Dor mandibular. Acidose tubular renal. Pacien­
tes em tratamento dentário prolongado. Visão embaçada e vertigem. Abertura da boca com pouca am­
plitude.
Padrões de dor referida
Ventre anterior (a): incisivos inferiores, língua e lábios, ocasionalmente o mento.
Ventre posterior (b): área de dor intensa correspondente a 2 cm ao redor do processo mastóide e área não
delimitada ao redor do mento e orofaringe e, ocasionalmente, do couro cabeludo.
Diagnóstico diferencial
Problemas dentários - má-oclusão. Problemas no osso hióide. Problemas nas glândulas tireóide e timo.
Sinusite. Problemas na artéria carótida comum.
Regiões que tam bém devem ser consideradas
Músculo esternocleidomastóideo. Músculo esternotireóideo. Músculo milo-hióideo. Músculo estilo-
hióideo. Músculo longo do pescoço. Músculo longo da cabeça. Músculo genio-hióideo. Vértebras cervi-
cais. Músculo temporal. Músculo masseter.
Recom endações ao paciente
Respirar de forma correta. Atentar-se para a ocorrência de bruxismo. Observar a postura adequada da
cabeça.
Técnicas
Crioterapia e alongamento
Injeções
/ Agulhamento seco
/ / Liberação de ponto-gatilho / /
Músculos
da
Cabeça
e
do
Pescoço
Músculos
da
Cabeça
e
do
Pescoço
76 ESCALENOS ANTERIOR, M ÉDIO E POSTERIOR
Músculo
escaleno médio
Músculo
escaleno anterior
Músculo
escaleno posterior
Exercício de
fortalecim ento
Flexão lateral do tronco
no solo
Auto-alongam ento
Afastar a orelha esquerda
do ombro, sem realizar
rotação da cabeça, levando
a orelha direita em direção
ao ombro direito.
Pontos-gatilho e padrões de dor referida (músculos escalenos médio, anterior e posterior)
Ponto-gatilho e padrão de dor referida (músculo escaleno médio)
ESCALENOS ANTERIOR, M ÉDIO E POSTERIOR 77
Do latim sea/enusanterior, mediuse posterior (com o termo dc origem grega ska/enos, que significa "irre­
gular").
Origem
Processo transverso das vértebras cervicais.
Inserção
Músculos escalenos anterior e médio: primeira costela.
Músculo escaleno posterior: segunda costela.
Ação
Juntos: flexão do pescoço. Elevam a primeira costela durante uma inspiração forçada.
Individualmente: flexão lateral e rotação do pescoço.
Inervação
Ramos ventrais dos nervos cervicais, C3-C8.
Movimento funcional básico
Atuam sobretudo na inspiração.
Indicações
Dor nas costas, no ombro e no braço. Síndrome do desfiladeiro torácico. Síndrome do escaleno. Edema
na mão. Dor fantasma dos membros. Asma e doenças crônicas do pulmão. Lesões pelo mecanismo de
chicote. Tensão no pescoço. Irritabilidade.
Padrões de dor referida
Músculo escaleno anterior: dor persistente na região peitoral.
Músculo escaleno posterior: margem súpero-medial da escápula.
Músculo escaleno médio: regiões anterior c posterior do braço e dorso da mão, desde o polegar até o
indicador.
Diagnóstico diferencial
Problemas envolvendo o plexo braquial, vasos subclávios, discos intervertebrais cervicais (C5-C6), mús­
culo trapézio superior, músculo esternocleidomastóideo ou músculo esplênio da cabeça. Síndrome do
desfiladeiro torácico. Angina. Síndrome do túnel do carpo.
Recom endações ao paciente
Usar travesseiros adequados. Praticar natação. Evitar o uso de mochilas pesadas. Verificar se o tamanho
das mamas não sobrecarrega os músculos do pescoço e da parte superior das costas. Atentar-se para o
uso de cachecóis. Aplicar compressas quentes e úmidas. Observar esforço físico e levantamento de peso.
Técnicas
Crioterapia e alongamento Agulhamento seco I I
Injeções Liberação de ponto-gatilho
Músculos
da
Cabeça
e
do
Pescoço
Músculos
da
Cabeça
e
do
Pescoço
78 ESTERNOCLEIDOMASTÓIDEO
Exercício de
fortalecim ento
Abdominais (sit-ups)
Auto-alongam ento
Movimentar a cabeça
para a direita e para a
esquerda.
Padrão de dor referida (cabeça clavicular)
ESTERNOCLEIDOMASTÓIDEO 79
Do latim sternocleidonuistoideus(com os termos de origem grega sternon: "peito, caixa torácica"; k/eidos:
"chave, clavícula"; mastoid:"mama, seio", em referência ao processo mastóideo).
Este longo músculo apresenta duas cabeças. Úalgumas vezes lesionado durante o parto e é o principal
músculo afetado em torcicolos.
Origem
Cabeça esternal: superfície anterior do manúbrio do esterno.
Cabeça davicular: superfície anterior do terço mediai da clavícula.
Inserção
Processo mastóide do osso temporal em sua margem lateral. Terço lateral da linha nucal superior do
osso occipital.
Açáo
Contração dos dois lados ao mesmo tempo: flexiona o pescoço e movimenta a cabeça na direção anterior,
como ao levantar a cabeça do travesseiro. Eleva o esterno e, conseqüentemente, as costelas, na inspiração
profunda.
Contração de um lado somente: desloca a cabeça para o mesmo lado. Rotação da cabeça para o lado
oposto (e também para cima).
Inervação
Nervo acessório/par XI; suprimento sensitivo para propriocepção proveniente dos nervos cervicais
C2 e C3.
Movimento funcional básico
Exemplos: virar a cabeça para olhar sobre os ombros; levantar a cabeça do travesseiro.
Indicações
Cefaléia por tensão. Lesões pelo mecanismo de chicote. Pescoço rígido. Neuralgia facial atípica. Cefaléia
crônica. Desequilíbrio postural. Ptose.
Padrões de dor referida
Cabeça esternal: dor na região occipital irradiando anteriormente para as sobrancelhas, bochechas e gar­
ganta (olhos e seios paranasais).
Cabeça clavicular: cefaléia frontal, dor de ouvido, dor no processo mastóide.
Diagnóstico diferencial
Neuralgia do trigêmeo. Neuralgia facial. Problemas vestíbulo-codeares. Linfadenopatia. Problemas
envolvendo os músculos levantador da escapula, trapézio superior ou esplênio da cabeça.
Recom endações ao paciente
Atentar-se para uma respiração eficiente, número de travesseiros, postura de trabalho, postura da cabe­
ça e postura ao assistir televisão.
Técnicas
Crioterapia e alongamento / j / Agulhamento seco* [ / j
Injeções  ^  1 Liberação de ponto-gatilho ^ ^
* considerações vasculares
Músculos
da
Cabeça
e
do
Pescoço
Pontos-Gatilho......
Músculos do
Tronco e da
Coluna Vertebral
Músculos
do
Tronco
e
da
Coluna
Vertebral
82 ERETOR DA ESPINHA
Exercícios de
fortalecim ento
Puxada - nuca com
polia alta
Músculo iliocostal do tórax
Músculo iliocostal do tórax Músculo longuíssimo do tórax
Movimente a toalha para
trás. conforme executa
cada série do
alongamento.
Músculo iliocostal do lombo
Agachamentos
Auto-alongam ento
Padrões de dor referida Puxe os joelhos em
direção ao tórax,
aproximando-os
dos ombros.
Extensão do tronco
no banco
ERETOR DA ESPINHA
Do latim erectorspitwe{erector:"que ergue, levanta"; $pinae:"da espinha dorsal").
O eretor da espinha consiste em três grupos de músculos organizados cm colunas paralelas. Da lateral
para a mediai tem-se: músculo iliocostal, longuíssimo e espinal.
Origem
Bandas musculares que se iniciam no sacro. Crista ilíaca. Processos transverso e espinhoso das vértebras.
Costelas.
Inserção
Costelas. Processos transverso e espinhoso das vértebras. Osso occipital.
Ação
Extensão e flexão lateral da coluna vertebral. Auxilia na manutenção das curvaturas corretas da coluna
nas posições ereta e sentada. Mantém a coluna vertebral estabilizada sobre a pelve ao caminhar.
Inervação
Ramos dorsais dos nervos espinais cervicais, torácicos e lombares.
Movimento funcional básico
Mantém o dorso em posição (com as curvaturas adequadas) e, portanto, a postura.
Indicações
Dor na região lombar, principalmente após levantar peso. Amplitude de movimento da coluna vertebral
reduzida. Dor lombar tanto sentado como em pé e ao subir escadas. Desconforto na região dorsal que
piora ao final de um dia de trabalho.
Padrões de dor referida
Coluna torácica - iliocostal do tórax: no sentido mediai da coluna vertebral e no sentido anterior do
abdome.
Coluna lombar - iliocostal do lombo: região glútea mediana.
Coluna torácica - longuíssimo do tórax: nádega e região sacroilíaca.
Diagnóstico diferencial
Angina. Dor visceral. Radiculopatia. Dor sacroilíaca, ligamentar e discogênica. Problemas envolvendo o
músculo piriforme.
Patológico: aneurisma da artéria aorta. Patologia visceral. Lesões que ocupam espaço (p.ex., neoplasmas,
grânulomas, hemorragia interna, entre outras). Doença inflamatória pélvica.
Recom endações ao paciente
Evitar levantar peso abruptamente. Não levantar peso quando estiver cansado. Atentar para a postura
correta. Tomar banhos quentes.
Técnicas
Crioterapia e alongamento / / Agulhamento seco
Injeções 'S ] _ / j Liberação de ponto-gatilho
1 / /
/
Músculos
do
Tronco
e
da
Coluna
Vertebral
84 MÚSCULOS CERVICAIS POSTERIORES
Músculo longuissimo da cabeça
Exercício de
fortalecim ento
1
L| /p . ,
r
> r
Extensão do tronco
no banco
Auto-alongam ento
)
Músculo semiespinal da cabeça e músculo
semiespinal do pescoço
Ajoelhar-se e colocar as
mãos no chão, de modo
que as costas fiquem
arqueadas.
Puxe os joelhos em
direção ao tórax,
aproximando-os
dos ombros.
Padrão de dor referida (músculo semiespinal
da cabeça, parte superior)
Padrão de dor referida (músculo semi­
espinal da cabeça, parte média)
Padrão de dor referida (músculo multifido,
parte mediai cervical). Embora não
mencionado aqui (ver p. 86), esse
músculo percorre a coluna vertebral como
parte do eretor da espinha, sendo relevan­
te por fazer parte dos músculos cervicais
posteriores.
MÚSCULOS CERVICAIS POSTERIORES
Do latim longissinmscapitis,semispinaliscapitis(capitis:"da cabeça") e setnispinaliscervicis(cervix:"pescoço").
Grupo de músculos localizados na região posterior do pescoço e que compreende os músculos longuíssimo
da cabeça, semiespinal da cabeça e semiespinal do pescoço.
Origem
Longuíssimo da cabeça: processos transversos das cinco vértebras torácicas superiores (T1-T5). Proces­
sos articulares das três vértebras cervicais inferiores (C5-C7).
Semiespinal do pescoço: processos transversos das cinco ou seis vértebras torácicas superiores (T1-T6).
Semiespinal da cabeça: processos transversos das quatro vértebras cervicais inferiores e das seis ou sete
vértebras torácicas superiores (C4-T7).
Inserção
Longuíssimo da cabeça: parte posterior do processo mastóide do osso temporal.
Semiespinal do pescoço: processo espinhoso da segunda à quinta vértebra cervical (C2-C5).
Semiespinal da cabeça: entre as linhas nucais superior e inferior do osso occipital.
Ação
Longuíssimo da cabeça: estende a cabeça e realiza sua rotação. Auxilia a manter a curvatura correta das
partes torácica e cervical da coluna vertebral nas posições ereta e sentada.
Semiespinal do pescoço: estende as partes torácica e cervical da coluna vertebral. Auxilia na rotação das
vértebras cervicais e torácicas.
Semiespinal da cabeça: músculo extensor mais potente da cabeça. Auxilia na rotação da cabeça.
Inervação
Longuíssimo da cabeça: ramos dorsais dos nervos cervicais médios e inferiores.
Semiespinal do pescoço: ramos dorsais dos nervos torácicos e ccrvicais.
Semiespinal da cabeça: ramos dorsais dos nervos cervicais.
Movimento funcional básico
Longuíssimo da cabeça: mantém adequadas a postura e as curvaturas da parte superior das costas.
Semiespinal do pescoço e semiespinal da cabeça: como exemplos têm-se olhar para cima ou realizar a
rotação da cabeça a fim de olhar para trás.
Indicações
Cefaléia. Dor e rigidez no pescoço. Diminuição da flexão cervical. Dor suboccipital. Rotação restrita do
pescoço, muitas vezes relacionada à manutenção prolongada de uma mesma posição de trabalho. Lesão
pelo mecanismo de chicote. Dor ao usar certos travesseiros. "Queimação" no couro cabeludo.
Padrões de dor referida
Dor difusa ao longo das fibras, irradiando-se superiormente em direção à cabeça (crânio e região frontal).
Diagnóstico diferencial
Disfunção mecânica cervical. Espondiloartropatia das facetas. Síndrome arterial vertebral. Discopatia cer­
vical (disfunçãoda primeira costela). Polimialgia reumática. Artrite reumatóide. Osteoartrite. Espondilite
anquilosante (espondiloartropatia soronegativa). Doença de Paget. Artropatia psoriásica.
Regiões que também devem ser consideradas
Músculos trapézio, eretor da espinha, temporal, digástrico, infra-espinal, levantador da escápula, ester-
nocleidomastóideo, esplênio da cabeça, esplênio do pescoço, músculos suboccipitais e occipital.
Recomendações ao paciente
Ergonomia ocupacional. Cuidados com a postura. Examinar adequação de travesseiros e colchão. Uso
de travesseiros ergonômicos. Alongamento com aplicação de calor.
Técnicas
Crioterapia e alongamento
Injeções
/ / Agulhamento seco
/ Liberação de ponto-gatilho /
Músculos
do
Tronco
e
da
Coluna
Vertebral
86 MULTÍFIDOS/ROTADORES
Exemplos de padrões de dor referida.
Observar as áreas medianas características.
MULTÍFIDOS/ROTADORES
Do latim niultifidi("fendidos em muitas partes") e rotatores("que fazem girar").
Os músculos multífidos fazem parte do grupo dos músculos transverso-espinais que se situam entre os
processos transversos e o espinhoso das vértebras, sendo profundos aos músculos semiespinais e ao
músculo eretor da espinha. Os músculos rotadorcs formam a camada mais profunda do grupo dos mús­
culos transverso-espinais.
Origem
Músculos multífidos: superfície posterior do sacro, entre os forames sacrais e a espinha ilíaca póstero-
superior. Margens posteriores dos processos articulares superiores das vértebras lombares. Processos
transversos das vértebras torácicas. Processos articulares das quatro vértebras cervicais inferiores.
Músculos rotadores: processo transverso de cada vértebra.
Inserção
Músculos multífidos: uma parte se insere nos processos espinhosos de duas a quatro vértebras superio­
res ao ponto de origem; o restante se insere nos processos espinhosos da vértebra L5 até o áxis (L5-C2).
Músculos rotadores: base do processo espinhoso da vértebra superior adjacente.
Ação
Músculos multífidos: protegem as articulações vertebrais de movimentos produzidos por músculos
agonistas superficiais mais potentes. Realizam extensão, flexão lateral e rotação da coluna vertebral.
Músculos rotadores: realizam rotação da coluna vertebral e auxiliam na sua extensão.
Inervação
Ramos dorsais dos nervos espinais.
Movimento funcional básico
Ajudam a manter uma postura adequada e a estabilidade da coluna durante as ações de sentar-se, levantar-
se e demais movimentos.
Indicações
Dor lombar persistente e intensa. Problemas de alinhamento da coluna vertebral. Segmento facilitado -
eritema paraespinal localizado. Coccidinia.
Padrões de dor referida
Músculos multífidos: Dor localizada na região anterior do abdome. Coccidinia derivada de Sl.
Músculos rotadores: Dor localizada e mediai.
Diagnóstico diferencial
Angina. Dor visceral. Radiculopatia. Dor ligamentar, sacroilíaca e discogênica. Problemas envolvendo o
músculo piriforme.
Patológico: aneurisma da artéria aorta. Patologia visceral. Lesões que ocupam espaço. Doença inflamató-
ria pélvica.
Recom endações ao paciente
Atentar-se para a postura. Verificar presença de cifose decorrente de postura inadequada no trabalho.
Utilizar um tipo de travesseiro adequado. Verificar se as atividades desenvolvidas no trabalho não são
prejudiciais.
Técnicas
Crioterapia e alongamento / / Agulhamento seco
Injeções | S  S | Liberação de ponto-gatilho
/ /
/ /
Músculos
do
Tronco
e
da
Coluna
Vertebral
88 ESPLÊNIO DA CABEÇA/ESPLÊNIO DO PESCOÇO
Auto-alongam ento
Músculo esplènio da cabeça Músculo esplènio do pescoço
a) Músculo esplènio da cabeça
b) Músculo esplènio do pescoço c) Músculo esplènio do pescoço
(regiáo superior) (regiáo inferior)
Padrões de dor referida
ESPLENIO DA CABEÇA/ESPLENIO DO PESCOÇO
Do latim spleniuscapitise espleniuscervicis(com o termo dc origem grega splenion,que significa "banda",
e os termos de origem latina capitis,que significa "da cabeça", e cervix,que significa"pescoço").
Origem
Músculo esplênio da cabeça: parte inferior do ligamento nucal. Processos espinhosos da sétima vértebra
cervical (C7 e as três ou quatro vértebras torácicas superiores (T1-T4]).
Músculo esplênio do pescoço: processos espinhosos da terceira à sexta vertebral cervical (T3-T6).
Inserção
Músculo esplênio da cabeça: parte posterior do processo mastóide do osso temporal. Região lateral da
linha nucal superior, profundamente à fixação do esternocleidomastóideo.
Músculo esplênio do pescoço: tubérculo posterior dos processos transversos da segunda ou da terceira
vértebra cervical superior (C1-C3).
Ação
Juntos: estendem a cabeça e o pescoço.
Individualmente: flexionam lateralmente o pescoço. Realizam rotação da face para o mesmo lado, con­
forme o músculo se contrai.
Inervação
Ramos dorsais dos nervos cervicais inferiores e médios.
Movimento funcional básico
Exemplo: olhar para cima ou realizar rotação da cabeça para olhar para trás.
Indicações
Cefaléia. Dor cervical. Dor nos olhos. Visão turva (raro). Lesões pelo mecanismo de chicote. Dor decor­
rente de exposição ao frio. Dor cervical postural relacionada ã atividade profissional. Dor "interna" no
crânio. Rigidez cervical. Diminuição da rotação ipsilateral.
Padrões de dor referida
Músculo esplênio da cabeça: a) dor em área correspondente a 3 a 5 cm de extensão no vértice.
Músculo esplênio do pescoço: b) região superior: dor occipital difusa irradiando-se pela região tempo­
ral em direção ao olho ipsilateral; c) região inferior: dor ipsilateral na nuca.
Diagnóstico diferencial
Outros tipos de cefaléia. Disfunção da primeira costela. Torcicolo. Problemas oculares (astenopia). Pro­
blemas neurológicos. Estresse.
Regiões que tam bém devem ser consideradas
Músculo trapézio. Músculo esternocleidomastóideo. Músculo temporal. Músculo masseter. Músculos
multífidos. Músculo semiespinal da cabeça. Músculos suboccipitais. Músculo occipitofrontal. Músculo
levantador da escapula.
Recom endações ao paciente
Evitar permanência em posturas inadequadas, por exemplo ao atender ao telefone. Verificar postura de
trabalho. Realizar um programa de auto-alongamento. Utilizar óculos ou lentes adequados (verificar o
tipo de lente; considerar o uso de lentes trifocais).
Técnicas
Crioterapia e alongamento
Injeções
/ / Agulhamento seco / |
/ Liberação dc ponto-gatilho /
Músculos
do
Tronco
e
da
Coluna
Vertebral
Músculos
do
Tronco
e
da
Coluna
Vertebral
OBLÍQUO e x t e r n o d o a b d o m e
Exercícios de
fortalecim ento
Diversos pontos-gatilho
(vista lateral)
Floxào lateral do
tronco no solo
Abdominal com
aparelho específico
(para as fibras superiores)
Elevação dos membros
inferiores suspenso
na barra fixa
Auto-alongam ento
realizar rotação do tronco
utilizando o própno
tronco em vez dos ombros
ou dos braços
Exemplo de padrão de dor referida
Realizar este exercício
lentamente, evitando
assim a tendência
a usar alavanca
OBLÍQUO EXTERNO DO ABD O M E
Do latim obliquiiscxternusabdominis.
As fibras posteriores do músculo oblíquo externo do abdome normalmente são sobrepostas pelo mús­
culo latíssimo do dorso e, nesse caso, esse espaço entre ambos é denominado trígono lontbarsuperior,
situado logo acima da crista ilíaca. Esse trígono é uma área de fragilidade na parede abdominal.
Origem
Oito costelas inferiores.
Inserção
Metade anterior da crista ilíaca, assim como a aponeurose abdominal, que termina na linha alba (uma
faixa tendínea que se estende para baixo desde o esterno).
Ação
Comprime o abdome, contribuindo com a sustentação das vísceras abdominais contra a força da gravida­
de. A contração de um lado promove inclinação lateral para o mesmo lado e rotação para o lado oposto.
Inervação
Ramos ventrais dos nervos torácicos, T5-T12.
Movimento funcional básico
Exemplo: cavar com uma pá.
Indicações
Dor e sensibilidade abdominal. Dor na virilha. Dor testicular. Dor na bexiga urinária. Náusea. Cólica.
Dismenorréia. Diarréia. Condições viscerossomáticas. Síndrome do intestino irritável.
Padrões de dor referida
Viscerossomática.
Margem costal: dor do abdome ao tórax,
ínfero-lateral: dor testicular e dor localizada.
Margem púbica: Dor na bexiga urinária. Retenção freqüente de urina. Dor na virilha.
Diagnóstico diferencial
Patologia visceral incluindo: renal, hepática, pancreática, diverticulite, colite, apendicite, hérnia de hiato,
doença peritoneal - doença inflamatória pélvica, ovariana e da bexiga urinária.
Recom endações ao paciente
Atentar-se para as causas de doenças ocupacionais, a prática de esportes, uma dieta balanceada e uma
respiração correta. Praticar exercícios para o assoalho pélvico e exercícios de estabilização da muscula­
tura de sustentação postural.
Técnicas
Crioterapia e alongamento / / Agulhamento seco
Injeções » ___ Liberação de ponto-gatilho
1
7 1 1
1
/ '1
Músculos
do
Tronco
e
da
Coluna
Vertebral
92 TRANSVERSO DO ABD O M E
Exercício de
fortalecim ento
Flexão lateral do
tronco no solo
Auto-alongam ento
Evite este exercício ou
faça-o com muito cuidado
caso tenha problemas nas
costas. Convém procurar
a indicação de um
profissional de saúde.
Padròes de dor referida
TRANSVERSO DO ABD O M E
Do latim transversasabdotninis.
Origem
Dois terços anteriores da crista ilíaca. Terço lateral do ligamento inguinal. Fáscia toracolombar. Cartila­
gem costal das seis costelas inferiores. Fáscia que recobre o músculo iliopsoas.
Inserção
Processo xifóide e linha alba por meio de uma aponeurose abdominal; fibras inferiores cuja última fixa­
ção ã crista púbica e à linha pectínea do púbis se dá por meio da foice inguinal (ou tendão conjunto).
Ação
Comprime o abdome, ajudando a sustentar as vísceras abdominais contra a força da gravidade.
Inervação
Ramos ventrais dos nervos torácicos, T7-T12, nervo ilioinguinal e nervo ílio-hipogástrico.
Movimento funcional básico
Importante durante a expiração forçada, espirros e tosse. Auxilia na manutenção de uma postura ade­
quada.
Indicações
Dor na virilha. Dor testicular. Azia. Náusea. Vômito. Flatulência. Diarréia. Dor discogênica originada na
região lombar da coluna vertebral.
Padrões de dor referida
Margem costal: Dor que, localizada em um quadrante, freqüentemente se irradia para a região anterior
do abdome.
Suprapúbica: Dor localizada que muitas vezes se irradia mediai e inferiormente aos testículos.
Diagnóstico diferencial
Patologia visceral incluindo: renal, hepática, pancreática, diverticulite, colite, apendicite, hérnia de hiato,
doença peritoneal - doença inflamatória pélvica, ovariana e da bexiga urinária. Patologia testicular
(p.ex., varicocele) e uretrite inespecífica.
Recom endações ao paciente
Praticar o auto-alongamento e exercícios de fortalecimento para estabilizar a região lombar da coluna
vertebral e auxiliar nas atividades vasculares. Atentar-se para a postura e o tônus.
Técnicas
Crioterapia e alongamento / J Agulhamento seco
Injeções | ^ | ] Liberação de ponto-gatilho
/
/
Músculos
do
Tronco
e
da
Coluna
Vertebral
94 RETO DO ABD O M E
Ponto de McBurney
Pontos de dismenorréia
Abdominal com
aparelho especifico
(para as fibras superiores)
Elevação dos membros
inferiores suspenso
na barra fixa
Evite este exercício ou
faça-o com muito cuidado
caso tenha problemas nas
costas. Convêm procurar a
indicação de um
profissional de saúde.
Abdominais reversos
(para as fibras inferiores)
Auto-alongam ento
Padrão de dor referida na região toracolombar
Músculo piramidal
Exercícios de
fortalecim ento
RETO DO ABD O M E
Do latim rectusabdominis.
O músculo reto do abdome é dividido por intersecções tendíneas em três ou quatro ventres, cada qual
envolvido por fibras aponeuróticas provenientes dos músculos abdominais laterais. Essas fibras conver­
gem para a linha mediana e formam a linha alba. Situado anteriormente à região inferior do músculo
reto do abdome, pode-se às vezes observar um músculo denominado piramidal, que se eleva da crista
púbica e se insere na linha alba, tensionando-a, por causas desconhecidas.
Origem
Crista púbica e sínfise púbica (parte frontal do osso púbico).
Inserção
Superfície anterior do processo xifóide. Quinta, sexta e sétima cartilagens costais.
Ação
Flexiona a parte lombar da coluna vertebral. Abaixa o tórax em direção à pelve. Estabiliza a pelve duran­
te a caminhada.
Inervaçào
Ramos ventrais dos nervos torácicos, T5-T12.
Movimento funcional básico
Exemplo: iniciar o movimento de levantar-se de uma cadeira muito baixa.
Indicações
Azia. Cólica. Dismenorréia. Náusea. Vômito. Sensação de estufamento. Dor que se estende horizontal­
mente nas costas.
Padrões de dor referida
Fibras superiores: dor que se estende horizontalmente na região toracolombar, azia e indigestão.
Fibras inferiores: dor entre o púbis e o umbigo, causando a dismenorréia.
Fibras laterais: pseudo-apendicite; ponto de McBurney.
Diagnóstico diferencial
Patologia visceral incluindo: renal, hepática, pancreática, diverticulite, colite, apendicite, hérnia de hiato,
doença peritoneal - doença inflamatória pélvica, ovariana e da bexiga urinária. Apendicite. Doenças
ginecológicas. Hérnia umbilical. Hérnia incisional. Problemas envolvendo o músculo latíssimo do dorso.
Recom endações ao paciente
Atentar-se para o peso corporal.
Técnicas
Crioterapia e alongamento
Injeções
/ / Agulhamento seco j / /
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Músculos
do
Tronco
e
da
Coluna
Vertebral
96 QUADRADO DO LOMBO
Exercício de
fortalecim ento
Flexão lateral do
tronco com peso
Auto-alongam ento
Coloque uma toalha sob o
pé esquerdo. Realize
flexão lateral para a
esquerda, pressionando
progressivamente a
toalha.
Exemplo de padrão de dor referida
QUADRADO DO LOMBO 97
Do latim quadraluslumborttm.
Origem
Região posterior da crista ilfaca. Ligamento iliolombar.
Inserção
Parte mediai da margem inferior da costela XII. Processos transversos das quatro vértebras lombares
superiores (L1-L4).
Ação
Flexiona lateralmente a coluna vertebral. Fixa a costela XII durante a respiração profunda (p. ex., ajuda
a estabilizar o diafragma quando os cantores exercitam o controle da voz). Auxilia na extensão da região
lombar da coluna vertebral, proporcionando-lhe estabilidade lateral.
Inervação
Ramos ventrais do nervo subcostal c três ou quatro nervos lombares superiores, TI 2,1.1, 2,3.
Movimento funcional básico
Exemplo: inclinação lateral ao tentar pegar um objeto do chão estando na posição sentada.
Indicações
Acidose tubular renal. Escoliose. Dor lombar do tipo mecânica. Pacientes que fazem uso de bengala/
aparelho de gesso para fratura. Dor na região glútea e nos quadris. Dor no trocanter maior (ao dormir).
Dor ao se mover na cama. Dor ao se levantar. Dor persistente e intensa na região lombar, mesmo em repou­
so. Dor ao tossir ou espirrar (manobra de Valsalva). Dor durante a relação sexual.
Padrões de dor referida
Diversas áreas de dor: região inferior do abdome, articulação sacroilíaca, parte inferior dos glúteos, parte
superior do quadril e trocanter maior.
Diagnóstico diferencial
Sacroiliíte. Bursite da articulação do quadril. Radiculopatia lombar. Dor discai (lombar). Dor nos liga­
mentos iliolombar e iliossacral. Espondilose. Espondiloartropatia. Estenose espinal. Espondilolistese.
Disfunção das costelas (inferior).
Regiões e condições que tam bém devem ser consideradas
Músculo glúteo médio. Músculo glúteo mínimo. Músculo glúteo máximo. Músculo tensor da fáscia lata.
Músculo piramidal. Músculo iliopsoas. Assoalho pélvico. Dor ciática. Hérnia. Problemas envolvendo os
testículos e/ou escroto.
Recom endações ao paciente
Corrigir discrepâncias no comprimento das pernas. Trocar de colchão. Procurar orientações ocupacio-
nais, quanto a fatores mecânicos. Analisar se hobbies,como jardinagem, não são prejudiciais. Fortalecer
os músculos de estabilização postural (abdominais). Evitar sustentar o peso do corpo sobre uma só
perna. Tomar cuidado ao realizar movimentos de rotação do tórax. Observar fatores emocionais.
Técnicas
Crioterapia e alongamento
Injeções
/ / Agulhamento seco
Liberação de ponto-gatilho / /
Músculos
do
Tronco
e
da
Coluna
Vertebral
Músculos
do
Tronco
e
d
a
Coluna
Vertebral
98 ILIOPSOAS (PSOAS MAIOR/ILÍACO)
Músculo psoas maior
Músculo psoas maior
Músculo iliaco
Tendão conjunto
Distribuição da dor referida
na parte posterior do corpo
Pontos-gatilho e exemplo de padrão de dor referida
Flexão do quadril com
aparelho especifico
Auto-alongam ento
esquerdo à frente,
track>nando-o para
alongar o músculo
iliopsoas do mesmo lado.
Manter uma postura
ereta, desde a
coluna lombar.
Músculo iliaco
Exercícios de
fortalecim ento
Elevação dos membros
inferiores suspenso
na barra fixa
ILIOPSOAS (PSOAS MAIOR/ILÍACO)
Do latim iliacus,que significa “relativo ao flanco"; do gregopsoas,que significa "músculo do lombo".
O músculo psoas maior e o músculo ilíaco são considerados parte da parede posterior do abdome por
causa de sua posição e de sua importância como suporte para as vísceras abdominais. Entretanto, com base
em sua função de flexão da articulação do quadril, são relacionados aos músculos do quadril. Observe que
algumas fibras superiores do músculo psoas maior inserem-se por meio de um longo tendão dentro da
eminência iliopúbica para formar o músculo psoas menor, que apresenta função restrita e é ausente em
40% da população. Uma contratura bilateral desse músculo pode aumentar a lordose lombar.
Origem
Psoas maior: base dos processos transversos de todas as vértebras lombares (L1-L5). Corpo da vértebra
torácica XII e todas as vértebras lombares (T12-L5). Discos intervertebrais acima de cada vértebra lombar.
Ilíaco: dois terços superiores da fossa ilíaca. Lábio interno da crista ilíaca. Asa do osso sacro e ligamen­
tos anteriores das articulações sacroilíaca e lombossacral.
Inserção
Psoas maior: trocanter menor do fêmur.
Ilíaco: face lateral do tendão do músculo psoas maior, terminando no trocanter menor do fêmur.
Ação
Principal flexor da articulação do quadril (rotação lateral e flexão da coxa). Com ação invertida, promo­
ve a flexão do tronco, como em um exercício abdominal.
Inervação
Psoas maior: ramos ventrais dos nervos lombares Ll, 2,3,4 (o músculo psoas menor é inervado por 1.1,2).
Ilíaco: nervo femoral Ll, 2, 3, 4.
Movimento funcional básico
Exemplo: subir um degrau ou andar em superfície inclinada.
Indicações
Dor lombar. Aumento da lordose na região lombar da coluna vertebral. Dor na região anterior da coxa e
na virilha. Dor observada na mudança da posição deitada para sentada. Escoliose. Assimetria pélvica.
Padrões de dor referida
a) Dor intensa vertical ipsilateral paraespinal ao longo da região lombar de forma difusa irradiando-se
lateralmente de 3 a 7 cm; b) área de dor intensa correspondente a 5 a 8 cm na região superior da coxa,
no interior da zona compreendida entre a espinha ilíaca ântero-superior e a metade superior da coxa.
Diagnóstico diferencial
Osteoartrite da articulação do quadril. Apendicite. Neuropatia femoral. Meralgia parestésica. Disco L4-5.
Bursite. Lesão no músculo quadríceps femoral. Disfunção mecânica dorsal. Hérnia inguinal/femoral.
Problemas gastrintestinais. Artrite reumatóide. Lesões que ocupam espaço.
Regiões que também devem ser consideradas
Músculos quadrado do lombo, multífidos, eretor da espinha, quadríceps femoral, rotadores do quadril,
pectíneo, tensor da fáscia lata, adutor longo, adutor curto e diafragma. Articulação femoropatelar.
Recomendações ao paciente
Evitar ficar sentado por períodos prolongados. Evitar dormir em posição fetal. Tratar dor lombar. Evitar
sobrecarregar a musculatura em exercícios abdominais. Fortalecer o músculo transverso do abdome.
Realizar exercícios de alongamento.
Técnicas
Crioterapia e alongamento / / Agulhamento seco
Pontos-Gatilho......
Músculos do
Ombro e
do Braço
TRAPÉZIO
Parto descendente
Parte transversa Parte descendente
Padrões de dor referida
descendente
transversa
ascendente
Exercícios de
fortalecim ento
Desenvolvimento frontal
com barra
(parte descendente)
Flexão/extensão dos
braços nas barras paralelas
(partes transversa
e ascendente)
Elevação lateral dos
membros superiores
com halteres
Auto-alongam ento
Virar a cabeça para a
direita e tracionar o
ombro esquerdo para
baixo. Tracionar a
cabeça e o ombro em
sentidos opostos.
TRAPÉZIO
Do latim trapezius.
Os músculos trapézios direito e esquerdo, vistos como um só criam uma forma trapezoidal, o que dá ori­
gem ao seu nome.
Origem
Terço mediai da linha nucal superior do osso occipital. Protuberância occipital externa. Ligamento nu-
cal. Processos espinhosos e ligamentos supra-espinais da sétima vértebra cervical (C7) e todas as vérte­
bras torácicas (TI-TI2).
Inserção
Margem posterior do terço lateral da clavícula. Margem mediai do acrômio. Margem superior da crista
da espinha da escápula e o tubérculo na sua crista.
Açáo
Parte descendente: eleva a articulação do ombro. Auxilia na prevenção da depressão da articulação do
ombro quando um peso é carregado sobre o ombro ou nas mãos.
Parte transversa: promove a retração (aduçáo) da escápula.
Parte ascendente: promove a depressão da escápula, especialmente contra resistência, por exemplo, ao
levantar-se de uma cadeira utilizando as mãos.
Partes ascendente e descendente ao mesmo tempo: realizam rotação da escápula, como ao elevar o bra­
ço acima da cabeça.
Inervação
Inervação motora: nervo acessório/par XI.
Inervação sensitiva (propriocepção): ramo ventral dos nervos cervicais, C2, 3, 4.
Movimento funcional básico
Exemplo (partes ascendente e descendente atuando juntas): pintar o teto.
Indicações
Tensão crônica e dor cervical. Cefaléia por estresse. Dor na região cervical da coluna vertebral. Lesões
pelo mecanismo de chicote.
Padrões de dor referida
Parte descendente: dor e sensibilidade na região superior do pescoço, nos aspectos lateral e posterior.
Região temporal e ângulo da mandíbula.
Parte transversa: dor local irradiada para a região mediai da coluna vertebral.
Parte ascendente: região cervical posterior, processo mastóide, área superior à espinha da escápula.
Diagnóstico diferencial
Doenças que acometem ligamentos e cápsulas. Disfunção das facetas articulares.
Regiões que também devem ser consideradas
Músculo esternocleidomastóideo (parte que se sobrepõe ao trapézio). Músculo masseter. Músculo tem­
poral. Ventre occipital do músculo epicránico. Músculo levantador da escápula. Músculo semiespinal.
Músculo iliocostal.
Recom endações ao paciente
Atentar-se para a postura em pé e no trabalho. Controlar o estresse. Utilizar sutiãs adequados. Verificar
tensão no músculo peitoral menor ("ombros caídos").
Técnicas
Crioterapia e alongamento / / j Agulhamento seco
Injeções / | / Liberação de ponto-gatilho
1 7
/ I
I /
/ I
103
Músculos
do
Ombro
e
do
Braço
LEVANTADOR DA ESCÁPULA
Exercícios de
fortalecim ento
Elevação dos ombros
com halteres
Puxada vertical com barra
Auto-alongam ento
Abaixar o queixo e
movê-lo em uma rotação
do 45°. Manter a coluna
vertebral alongada.
Padrão de dor referida
LEVANTADOR DA ESCAPULA
Do latim levatorscapulae (levare: "elevar"; scaptila: "ombro").
O músculo levantador da escápula situa-se de modo profundo em relação aos músculos trapézio e es­
ternocleidomastóideo. Seu nome deriva de sua ação de levantar a escápula.
Origem
Tubérculos posteriores dos processos transversos das primeiras três ou quatro vértebras cervicais (C1-C4).
Inserção
Margem mediai da escápula entre o ângulo superior e a espinha da escápula.
Ação
Eleva a escápula. Auxilia na retração da escápula. Auxilia na inclinação lateral do pescoço.
Inervação
Nervo dorsal da escápula, C4, 5 e nervos cervicais, C3, 4.
Movimento funcional básico
Exemplo: carregar uma sacola pesada.
Indicações
Pescoço rígido e dolorido com limitação da rotação da região cervical da coluna vertebral. Uso prolon­
gado de bengala.
Padrões de dor referida
Dor na região entre a margem superior da escápula e a nuca, irradiando-se para o ombro, em um padrão
triangular. Leve sobreposição sobre a margem mediai da escápula e articulação glenoumeral posterior.
Diagnóstico diferencial
Disfunçâo da articulação escapulotorácica; escápula alada. Apofisite de ligamentos e cápsulas articula-
res. Síndrome do impacto do ombro.
Regiões que tam bém devem ser consideradas
Músculo trapézio. Músculo rombóide maior. Músculo rombóide menor. Músculo esplênio do pescoço.
Músculo eretor da espinha.
Recom endações ao paciente
Evitar atender ao telefone segurando-o com o ombro. Estresse, doenças ocupacionais e ar-condicionado
podem ser agravantes. Praticar alongamento passivo. Fazer aplicação de calor. Utilizar cachecol. Mudar
a posição da bengala ao caminhar.
Técnicas
Crioterapia e alongamento / / j Agulhamento seco
Injeções [ S  ^ | Liberação de ponto-gatilho
/ / I
I 7
/
105
Músculos
do
Ombro
e
do
Braço
Músculos
do
Ombro
e
do
Braço
106 ROMBOIDE M AIOR E ROMBOIDE M ENOR
Exercícios de
fortalecim ento
Músculo rombóide maior
Puxada na posição
sentada
Puxada vertical com barra
Puxada - nuca
com polia alta
Auto-alongamento
ROMBÓIDE M AIOR E ROMBÓIDE M ENOR 107
Do latim rhomboideus majore rhomboidcus minor(com o prefixo de origem grega rhomb,que significa "po­
lígono quadrilátero com ângulos oblíquos e com lados opostos iguais").
Assim denominado por causa de sua forma.
Origem
Processos espinhosos da sétima vértebra cervical e as cinco vértebras torácicas superiores (C7-T1).
Inserção
Margem mediai da escápula.
Ação
Realizar a retração da escápula. Estabilizar a escápula. Auxiliam na adução e elevação do braço acima
da cabeça.
Inervaçáo
Nervo dorsal da escápula, C4, 5.
Movimento funcional básico
Exemplo: puxar algo em direção ao corpo, como quando se abre uma gaveta.
Indicações
Dor crônica ou localizada na região mediai entre C7-T5 ou peri-escapular.
Padrões de dor referida
Margem mediai da escápula envolvendo a margem superior da espinha da escápula em direção ao
acrômio.
Diagnóstico diferencial
Síndrome escapulocostal. Fibromialgia.
Regiões que tam bém devem ser consideradas
Músculo levantador da escápula. Músculo trapézio (feixe transverso). Músculo infra-espinal. Músculos
escalenos. Músculo latíssimo do dorso.
Recom endações ao paciente
Atentar-se para a postura geral e a postura de trabalho. Corrigir "ombros caídos". Alongar músculos
peitorais encurtados.
Técnicas
Crioterapia e alongamento
Injeções
(cavidade pleural)
/ /
1 7 / l
Agulhamento seco
Liberação de ponto-gatilho
k l S 
/ / I
Músculos
do
Ombro
e
do
Braço
Músculos
do
Ombro
e
do
Braço
SERRÁTIL ANTERIOR
Costela 6
Exercícios de
fortalecim ento
Flexões
Auto-alongam ento
Padrões de dor referida
SERRATIL ANTERIOR
Do latim serratus anterior (serratus: "serreado").
O músculo serrátil anterior compõe a parede mediai da axila, ao longo das cinco costelas superiores.
Trata-se de um músculo grande, composto de uma série de projeções semelhantes a dedos. As projeções
inferiores se correlacionam com a origem do músculo oblíquo externo.
Origem
Superfícies externas e margem superior das oito ou nove costelas superiores e a fáscia que reveste os es­
paços intercostais.
Inserção
Superfície anterior da margem mediai da escápula e ângulo inferior da escápula.
Ação
Realiza rotação da escápula para flexão c abdução do braço. Protrai a escápula, facilitando movimentos
de tração, como em flexões de braços no solo.
Inervaçáo
Nervo torácico longo, C5, 6, 7, 8.
Obs.: Uma lesão do nervo torácico longo resulta em uma depressão da margem mediai da escápula,
afastando-a da parede posterior do tórax, o que resulta, por sua vez, na escápula alada (semelhante à asa
de um anjo). Um músculo fraco pode também produzir esse aspecto, especialmente quando se carrega
peso na região anterior do corpo.
Movimento funcional básico
Exemplo: inclinar-se para a frente tentando tocar algo de difícil alcance.
Indicações
Dor torácica que não diminui com o repouso. Dor e sensibilidade na região do tórax. Ataques de pâni­
co. Dispnéia. Tosse crônica. Asma. Acidose tubular renal. Escápula alada. Estalidos ao correr. Estresse.
Padrões de dor referida
Local: onde cada projeção do músculo se fixa às costelas.
Central: costela (6-8), dor localizada que irradia nos sentidos anterior e posterior em uma área com 5 a
10 cm de extensão. Dor no ângulo inferior da escápula. Dor no aspecto ulnar do membro superior.
Diagnóstico diferencial
Compressão dos nervos intercostais T7/T8. Herpes-zóster. Alinhamento vertebral local. Lesões nas cos­
telas. Patologias do tórax. Distrofia reflexo-simpâtica.
Regiões que tam bém devem ser consideradas
Músculo peitoral maior. Músculo esternocleidomastóideo. Músculo escaleno médio. Músculo trapézio.
Músculo rombóide maior. Músculo rombóide menor. Músculo diafragma. Músculo oblíquo externo.
Recom endações ao paciente
Evitar carros sem direção hidráulica. Tomar cuidado com a carga utilizada no treinamento, especialmen­
te nos exercícios supino com barra e flexões no solo. Evitar estresse. Experimentar meditação ou alguma
outra técnica de relaxamento.
Técnicas
Crioterapia e alongamento V S  Agulhamento seco
Injeções _^ J ^ Liberação de ponto-gatilho
/ /
/ / I
109
Músculos
do
Ombro
e
do
Braço
Músculos
do
Ombro
e
do
Braço
110 PEITORAL MAIOR
clavicular
Parte esternocostal
Padrões de dor referida
Pullover com haltere
Auto-alongamento
batente de uma porta. Dar
um passo para a frente
mantendo as costas eretas.
Levantar ou abaixar o braço
irá alongar diferentes partes
do músculo.
axilar anterior
Exercícios de
fortalecim ento
Afastamento deitado
com halteres
PEITORAL MAIOR
Do latim pectoralis major (pectoralis: "do peito").
Junto com o músculo peitoral menor, o peitoral maior forma a parede anterior da axila.
Origem
Parte clavicular: metade mediai ou dois terços da região anterior da clavícula.
Parte esternocostal: região anterior do manúbrio do esterno e corpo do esterno. Seis cartilagens costais
superiores. Bainha do músculo reto do abdome.
Inserção
Crista inferior ao tubérculo maior do úmero. Lábio lateral do sulco intertubercular do úmero.
Ação
Adução e rotação mediai do úmero.
Parte clavicular: flexão e rotação mediai da articulação do ombro. Ilorizontalmente promove a adução
do úmero em direção ao ombro oposto.
Parte esternocostal: adução oblíqua do úmero em direção à articulação do quadril oposta.
O músculo peitoral maior é um dos principais músculos que atuam na elevação do corpo, direcionando
o corpo para o braço estabilizado.
Inervação
Fibras superiores: nervo peitoral lateral, C5, 6, 7.
Fibras inferiores: nervos peitoral mediai e lateral, C6, 7, 8, Tl.
Movimento funcional básico
Parte clavicular: posiciona o braço anterior e perpendicularmente ao corpo, como, por exemplo, quando
se aplica desodorante na axila oposta.
Parte esternocostal: tracionar algo de cima para baixo, como se faz, por exemplo, com a corda quando
se toca um sino.
Indicações
Reabilitação pós-infarto do miocárdio. Arritmia cardíaca. Dor na parte média da escâpula. Dor e hiper-
sensibilidade na região do tórax. Síndrome do desfiladeiro torácico. Dor na região anterior da articula­
ção do ombro. Cotovelo de tenista e cotovelo de golfista.
Padrões de dor referida
Parte clavicular: dor local irradiada para a região anterior do músculo deltóide e cabeça longa do mús­
culo bíceps braquial.
Parte esternal: dor aguda na parede anterior do tórax com área de 10 a 20 cm e dor difusa ao redor da
margem mediai do membro superior. Dor intensa abaixo do epicôndilo mediai, com aproximadamente
5 cm; dor difusa no quarto e no quinto dedo.
Parte costal: 5<>e 6^ costelas indicam desconforto cardíaco intenso, até mesmo durante a noite. Dor inten­
sa na região do tórax (área de 10 a 15 cm). Irradiações difusas para o processo axilar da mama ou para
a região axilar.
Diagnóstico diferencial
Radiculopatia C5-C6. Tendinite do músculo bíceps braquial. Lesões do manguito rotador. Patologia intra-
torácica e esofágica. Síndrome de Tietze. Doença cardíaca isquêmica (angina). Síndrome do desfiladeiro
torácico.
Regiões que tam bém devem ser consideradas
Músculo latíssimo do dorso. Músculo subescapular. Músculo redondo menor. Músculo infra-espinal.
Músculo trapézio (parte transversa). Músculo serrátil anterior.
Recom endações ao paciente
Posturas inadequadas dos ombros ("ombros caídos") levam ao encurtamento de suas fibras musculares.
Uma postura sentada adequada no trabalho é a solução. Observar postura ao dormir, especialmente as
mãos colocadas sobre o tórax ou acima da cabeça. Tipo do suporte de sutiã pode ser relevante para a de­
terminação de pontos-gatilho nessa região.
Técnicas
Crioterapia e alongamento / / Agulhamento seco
Injeções | ^ | S | Liberação de ponto-gatilho
/ /
/ / 1
Músculos
do
Ombro
e
do
Braço
112 LATÍSSIMO DO DORSO
Exercícios de
fortalecim ento
(com pegada aberta)
Ponto-gatilho axilar
Ponto-gatilho inferior
Puxada - nuca
com polia alta
Pull-overcom haltere
Auto-alongam ento
Puxar o cotovelo direito para
a esquerda com a ajuda da
mão esquerda. Inclinar o
tronco para o mesmo lado a
fim de intensificar o
alongamento.
Apoiado nas máos e nos
joelhos, sentar-se sobre os
tornozelos mantendo as
máos fixas. Relaxar e manter
a posição por mais de do*s
minutos.
LATISSIMO DO DORSO
Do latim ialissintus dorsi (htissimus: "amplo"; dorsi: "das costas").
Junto com o músculo subescapular e o redondo maior, o latíssimo do dorso forma a parede posterior da
axila.
Origem
Fáscia toracolombar, fixada aos processos espinhosos das seis vértebras torácicas inferiores e todas as
vértebras lombares e sacrais (T7-S5), assim como aos ligamentos supra-espinais interpostos. Parte pos­
terior da crista ilfaca. Terceira ou quarta costela inferior. Ângulo inferior da escápula.
Inserção
Assoalho do sulco intertubercular do úmero.
Ação
Estende o braço flexionado. Realiza aduçâo e rotação mediai do úmero.
É um dos principais músculos relacionados ao movimento de levantar o corpo, uma vez que traciona os
ombros para baixo e para trás (sendo um músculo muito ativo, portanto, no impulso do nado livre), e
traciona também o tronco para cima em direção aos braços estabilizados. Auxilia na inspiração forçada
por meio da elevação das costelas inferiores.
Inervação
Nervo toracodorsal, C6, 7, 8, do fascículo posterior do plexo braquial.
Movimento funcional básico
Exemplo: apoiar-se nos braços da cadeira ao se levantar.
Indicações
Dor nas costas na região torácica, de natureza constante e não relacionada à atividade.
Padrões de dor referida
Ponto-gatilho axilar: área de 5 a 10 cm de dor no ângulo inferior da escápula com dor difusa irradiada
para a parte mediai do membro superior, na região ulnar da mão.
Ponto-gatilho inferior: padrão triangular entre o ponto-gatilho, a pelve e a parte lateral do braço.
Diagnóstico diferencial
Neuropatia C7. Neuropatia ulnar. Compressão do nervo subescapular. Neuropatia axilar. Síndrome do
desfiladeiro torácico. Doenças cardiorrespiratórias.
Regiões que tam bém devem ser consideradas
Músculo rombóide maior. Músculo rombóide menor. Músculo trapézio (feixe transverso). Músculo re­
dondo maior. Músculo escaleno anterior. Músculo escaleno médio. Músculo escaleno posterior. Múscu­
lo subescapular. Músculo iliocostal. Músculo serrátil anterior.
Recom endações ao paciente
Evitar sobrecarga como, por exemplo, elevar objetos acima da cabeça.
Técnicas
Crioterapia e alongamento l / j Agulhamento seco
Injeções [ S | S  Liberação de ponto-gatilho
k l ' l
1 /
/ 1
113
Músculos
do
Ombro
e
do
Braço
Músculos
do
Ombro
e
do
Braço
114 DELTÓIDE
Exercícios de
fortalecim ento
membros superiores
com halteres
Auto-alongam ento
direção ao ombro oposto.
Segurar o cotovelo elevado
com a mão oposta e
tracionálo para trás
Com os joelhos levemente
flexionados, manter as mãos
e o tronco retos
DELTOIDE
Do latim deltoideus (em referência a delta, a quarta letra do alfabeto grego, que possui forma triangular).
O músculo deltóide é composto de três partes: anterior, média e posterior. Somente a parte média é mul-
tipeniforme, provavelmente pelo fato de a desvantagem mecânica da abdução da articulação do ombro
necessitar de maior potência.
Origem
Clavícula, acrômio e espinha da escapula.
Inserção
Tuberosidade deltóidea situada na face lateral da diáfise do úmero.
Ação
Fibras anteriores: realiza flexão e rotação mediai do úmero.
Fibras médias: realiza abdução do úmero na articulação do ombro (somente após esse movimento ter
sido iniciado pelo músculo supra-espinal).
Fibras posteriores: realiza extensão e rotação lateral do úmero.
Inervaçáo
Nervo axilar, C5, 6, proveniente do fascículo posterior do plexo braquial.
Movimento funcional básico
Exemplos: alcançar algo distante lateralmente, elevar o braço para acenar.
Indicações
Reabilitação pós-traumática. Dor no ombro. Amplitude de movimento prejudicada, especialmente na
abdução.
Padrões de dor referida
Em geral relacionada a pontos-gatilho em uma área de 5 a 10 cm.
Diagnóstico diferencial
Síndromes de impacto. Bursite subacromial. Radiculopatia C5. Tendinopatia do manguito rotador. Os-
teoartrite das articulações glenoumeral ou acromioclavicular.
Regiões que tam bém devem ser consideradas
Músculo supra-espinal. Músculo infra-espinal. Músculo bíceps braquial. Músculo redondo menor. Mús­
culo subescapular. Músculo peitoral maior (parte davicular).
Recom endações ao paciente
Realizar alongamento diariamente. Dirigir com as duas mãos. Observar a técnica em esportes que utili­
zam a mão acima da cabeça, como o tênis.
Técnicas
Crioterapia e alongamento J | Agulhamento seco
Injeções [ ^ | | Liberação de ponto-gatilho
/ / I
I 7
/ I
115
Músculos
do
Ombro
e
do
Braço
Músculos
do
Ombro
e
do
Braço
116 SUPRA-ESPINAL
Exercícios de
fortalecim ento
dos membros superiores
com halteres
Puxada na posição
sentada
Auto-alongam ento
Flexionar o braço em
direção ao ombro oposto.
Segurar o cotovelo
elevado com a mão
oposta e tracioná-lo para
trás.
SUPRA-ESPINAL
Do latim supraspinalus ("sobre a espinha").
Músculo integrante do manguilo rotador, que compreende os músculos supra-espinal, infra-espinal, redon­
do menor e subescapular. O manguito rotador ajuda a manter a cabeça do úmero em contato com a cavi­
dade glenoidal da escápula nos movimentos da articulação do ombro, prevenindo, dessa forma, a luxa­
ção dessa articulação.
Origem
Fossa supra-espinal da escápula.
Inserção
Tubérculo maior do úmero em sua parte superior. Cápsula da articulação do ombro.
Ação
Inicia o processo de abdução da articulação do ombro, permitindo ao músculo deltóide conduzir os es­
tágios finais desse movimento.
Inervação
Nervo supra-escapular, C 4,5, 6, do tronco superior do plexo braquial.
Movimento funcional básico
Exemplo: carregar uma sacola de compras afastada da lateral do corpo.
Indicações
Perda de potência na abdução. Síndrome do arco doloroso. Dor noturna. Bursite subacromial. Tendino-
patia do manguito rotador.
Padrões de dor referida
Ventre: dor intensa na parte lateral do braço (área de 4 a 6 cm). Area dolorida na região do epicôndilo
lateral/cabeça do rádio. Dor difusa na região lateral do antebraço.
Inserção: área de dor localizada correspondente a 5 a 8 cm sobre o músculo deltóide.
Diagnóstico diferencial
Capsulite fase 1. Radiculopatia C5-C6. Bursite subacromial (adesiva). Tendinite calcificante. Calcificação.
Tendinopatia do manguito rotador.
Regiões que tam bém devem ser consideradas
Músculo subescapular. Músculo infra-espinal. Músculo deltóide. Músculo trapézio. Músculo latíssimo
do dorso.
Recom endações ao paciente
Evitar carregar peso em excesso. Evitar dormir com os braços acima da cabeça. Tomar banhos quentes.
Técnicas
Crioterapia e alongamento S S Agulhamento seco
Injeções | ^ | S  Liberação de ponto-gatilho
k
/ / 1
117
Músculos
do
Ombro
e
do
Braço
Músculos
do
Ombro
e
do
Braço
118 INFRA-ESPINAL
Exercício de
fortalecim ento
Puxada na posição
sentada (efeito limitado)
Auto-alongam ento
Articulação
escapulotorácica
& ^
Vista posterior
dos principais
pontos-gatilho
Flexionar o braço em
direção ao ombro oposto.
Segurar o cotovelo elevado
com a mão oposta e
tracioná-k> para trás.
Segurar a maçaneta ou
apoiar a mão no batente de
uma porta e delicadamente
dar um passo à frente.
INFRA-ESPINAL 119
Do latim infraspinalus ("abaixo da espinha").
Músculo integrante do manguito rotador, que compreende os músculos supra-espinal, infra-espinal, redon­
do menor e subescapular. O manguito rotador ajuda a manter a cabeça do úmero em contato com a cavi­
dade glenoidal da escápula nos movimentos da articulação do ombro, prevenindo, dessa forma, a luxa­
ção dessa articulação.
Origem
Fossa infra-espinal da escápula.
Inserção
Face média do tubérculo maior do úmero. Cápsula da articulação do ombro.
Ação
Como parte do manguito rotador, auxilia na prevenção de luxação posterior da articulação do ombro,
além de realizar rotação lateral do úmero.
Inervaçáo
Nervo supra-escapular, C4, 5, 6 oriundo do tronco superior do plexo braquial.
Movimento funcional básico
Exemplo: pentear os cabelos da região posterior da cabeça.
Indicações
Diminuição da amplitude de movimento verificada com a utilização do teste de coçar de Apley. Hemi-
plegia. Tendinopatia do manguito rotador. Síndrome do ombro congelado.
Padrões de dor referida
Região das vértebras cervicais médias e superiores: dor na região profunda anterior da articulação do
ombro, com área de 3 a 4 cm de extensão, na proximidade da cabeça longa do músculo bíceps braquial,
irradiando-se para o ventre do bíceps e, então, para o antebraço, com sintomas difusos na distribuição
de inervaçáo do nervo mediano.
Região escapular mediai: em direção à margem mediai da escápula.
Diagnóstico diferencial
Tendinite do músculo bíceps braquial. Neuropatia C5-C6. Disfunção do nervo supra-escapular.
Regiões que tam bém devem ser consideradas
Músculo infra-espinal. Músculo subescapular. Músculo levantador da escápula. Músculo peitoral me­
nor. Músculo peitoral maior. Músculo bíceps braquial. Cabeça longa do músculo bíceps braquial. Mús­
culo deltóide anterior. Músculo redondo maior. Músculo latíssimo do dorso.
Recom endações ao paciente
Evitar estender-se na direção do banco de trás do automóvel. A aplicação de calor pode ser benéfica.
Apoiar o braço em um travesseiro para alívio muscular.
Técnicas
Crioterapia e alongamento / / Agulhamento seco / ' ✓
Injeções / / Liberação de ponto-gatilho
Músculos
do
Ombro
e
do
Braço
Músculos
do
Ombro
e
do
Braço
120 REDONDO MENOR
Exercício de
fortalecim ento
Puxada na posição
sentada (efeito limitado)
Auto-alongam ento
Segurar a maçaneta ou
apoiar-se no batente de
uma porta e delicadamente
dar um passo à frente.
Flexionar o braço em
direção ao ombro
oposto. Segurar o
cotovelo elevado com a
mão oposta e tracioná-lo
para trás.
REDONDO M ENOR
Do latim teres minor (teres: "arredondado, cilíndrico").
Músculo integrante do manguito rotador, que compreende os músculos supra-espinal, infra-espinal, redon­
do menor e subescapular. O manguito rotador ajuda a manter a cabeça do úmero em contato com a cavi­
dade glenoidal da escápula nos movimentos da articulação do ombro, prevenindo, dessa forma, a luxa­
ção dessa articulação.
Origem
Dois terços superiores da margem lateral da superfície dorsal da escápula.
Inserção
Face inferior do tubérculo maior do úmero. Cápsula da articulação do ombro.
Ação
Como parte do manguito rotador, auxilia na prevenção de luxação superior da articulação do ombro,
além de realizar rotação lateral e leve adução do úmero.
Inervação
Nervo axilar, C5, 6 do fascículo posterior do plexo braquial.
Movimento funcional básico
Exemplo: pentear os cabelos da região posterior da cabeça.
Indicações
Dor no ombro, especialmente posterior. Síndrome do ombro congelado. Reabilitação do manguito rota­
dor. Bursite subacromial. Tendinite do músculo bíceps braquial.
Padrões de dor referida
Área localizada (de 2 a 5 cm) de dor intensa na parte lateral do braço, com uma dor elíptica difusa que
se irradia para a extremidade superior póstero-lateral (acima do cotovelo).
Diagnóstico diferencial
Radiculopatia C8-T1. Tendinopatia do manguito rotador. Dor/ lesão em ombro, punho e mão. Bursite su­
bacromial/deltóidea. Síndrome do impacto do ombro (arco doloroso). Disfunção da articulação acro-
mioclavicular.
Regiões que tam bém devem ser consideradas
Músculo infra-espinal.
Recom endações ao paciente
Verificar postura dos ombros (evitar "ombros caídos"). Atentar-se para a posição dos braços ao dormir.
Evitar sobrecargas. Praticar o auto-alongamento.
Técnicas
Crioterapia e alongamento / ] Agulhamento seco
Injeções | S [ S  Liberação de ponto-gatilho
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1 /
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Músculos
do
Ombro
e
do
Braço
122 SUBESCAPULAR
Exercício de
fortalecim ento
Puxada na posição
sentada (efeito limitado)
Auto-alongam ento
Vista anterior
dos padrões
de dor referida
SUBESCAPULAR
Do latim $ub$capulari$ ("embaixo da escápula").
Músculo integrante do manguito rotador, que compreende os músculos supra-espinal, infra-espinal, redon­
do menor e subescapular. O manguito rotador ajuda a manter a cabeça do úmero em contato com a cavi­
dade glenoidal da escápula nos movimentos da articulação do ombro, prevenindo, dessa forma, a luxa­
ção dessa articulação. O músculo subescapular constitui a maior parte da parede posterior da axila.
Origem
Fossa subescapular e o sulco ao longo da margem lateral da face anterior da escápula.
Inserção
Tubérculo menor do úmero. Cápsula da articulação do ombro.
Ação
Como parte do manguito rotador, auxilia na estabilização da articulação glenoumeral, evitando princi­
palmente que a cabeça do úmero seja deslocada para cima pelos músculos deltóide, bíceps braquial e ca­
beça longa do tríceps. Realiza também rotação mediai do úmero.
Inervaçáo
Nervos subescapulares superior e inferior, C5, 6, 7, do fasciculo posterior do plexo braquial.
Movimento funcional básico
Exemplo: pegar algo no bolso de trás da calça.
Indicações
Tendinopatia do manguito rotador, capsulite adesiva diminuída (ombro congelado). Abdução e rotação
lateral diminuídas.
Padrões de dor referida
Ponto-gatilho axilar: área de dor intensa (de 5 a 8 cm) na articulação glenoumeral com área de dor difu­
sa periférica. Também se irradia inferiormente para a face posterior do braço e área carpal ântero-poste-
rior do punho.
Diagnóstico diferencial
Síndromes do impacto. Disfunções do manguito rotador. Síndrome do desfiladeiro torácico. Radiculo-
patia cervical C7. Patologia cardiopulmonar.
Regiões que tam bém devem ser consideradas
Músculo infra-espinal. Músculo peitoral menor.
Recom endações ao paciente
Verificar postura dos ombros (evitar "ombros caídos") e postura ao andar.
Técnicas
Crioterapia e alongamento J | Agulhamento seco
Injeções |S j S ] Liberação de ponto-gatilho
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1 7
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Músculos
do
Ombro
e
do
Braço
124 REDONDO MAIOR
Exercícios de
fortalecim ento
Puxada na posição sentada
Pull-overcom haltere
Vista anterior dos
padrões de
dor referida
com polia baixa
Auto-alongam ento
direção ao ombro oposto.
Segurar o cotovelo
elevado com a mão opos­
ta e tracioná-k> para trás.
Manter as mãos e o tron­
co retos e flexionar lenta­
mente os joelhos.
REDONDO MAIOR
Do latim teres major (tercs: "redondo, cilíndrico").
O músculo redondo maior (associado ao tendão do músculo latíssimo do dorso, que se situa próximo a
ele) e o músculo subescapular formam a prega posterior da axila.
Origem
Área oval no terço inferior da superfície posterior da margem lateral da escápula.
Inserção
Lábio mediai do sulco intertubercular (sulco bicipital) do úmero.
Ação
Realiza adução e rotação mediai do úmero, além de estendê-lo a partir de uma posição flexionada.
Inervação
Nervo subescapular inferior, C5, 6, 7, fascículo posterior do plexo braquial.
Movimento funcional básico
Exemplo: pegar algo no bolso de trás da calça.
Indicações
Síndrome do ombro congelado. Dor ao erguer os membros acima da cabeça. Leve dor em repouso. Dor
ao dirigir. Síndromes do impacto.
Padrões de dor referida
Dor profunda na articulação glenoumeral posterior e em uma área oval de 5 a 10 cm na área deltóidea
(que pode irradiar-se intensamente para a cabeça longa do músculo bíceps braquial). Dor difusa no dor­
so do antebraço.
Diagnóstico diferencial
Síndromes do impacto. Tendinopatia do manguito rotador. Neuropatias cervicais (C6-C7). Síndrome do
desfiladeiro torácico. Caleificação do músculo supra-espinal.
Regiões que tam bém devem ser consideradas
Músculo rombóide maior. Músculo rombóide menor. Cabeça longa do músculo tríceps braquial. Mús­
culo latíssimo do dorso. Músculo redondo menor. Músculo peitoral menor. Músculo deltóide (parte pos­
terior).
Recom endações ao paciente
Banhos quentes e aplicação de calor são eficazes. Evitar dirigir veículos sem direção hidráulica. Monitorar
atividades de ginástica. Abraçar um travesseiro ao dormir. Praticar constantemente o auto-alongamento.
Técnicas
Crioterapia e alongamento / / Agulhamento seco
Injeções | ^  S  Liberação de ponto-gatilho
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/ /
125
Músculos
do
Ombro
e
do
Braço
Músculos
do
Ombro
e
do
Braço
126 BÍCEPS BRAQUIAL
Traçáo na barra fixa
Puxada - nu<a com
polia alta
Auto-alongam ento
BICEPS b r a q u i a l
Do latim bíceps brachii (biceps: "com duas cabeças"; brachii: "do braço").
O músculo bíceps braquial atua em três articulações. Apresenta duas cabeças em sua origem e duas in­
serções tendíneas. Ocasionalmente apresenta uma terceira cabeça, que se inicia na inserção do músculo
coracobraquial. A cabeça curta do músculo bíceps braquial forma a parede lateral da axila, junto com o
músculo coracobraquial e o úmero.
Origem
Cabeça curta: processo coracóide da escápula.
Cabeça longa: tubérculo supraglenoidal da escápula.
Inserção
Região posterior da tuberosidade do rádio.
Aponeurose do músculo bíceps braquial, que se estende para o interior da fáscia profunda no aspecto me­
diai do antebraço.
Ação
Realiza flexão da articulação do cotovelo e supinação do antebraço. Produz leve flexão do braço na ar­
ticulação do ombro.
Inervação
Nervo musculocutâneo, C5, 6.
Movimento funcional básico
Exemplos: elevar um objeto; levar alimento à boca.
Indicações
Dor na parte anterior do ombro com diminuição da extensão do braço. Tendinite do músculo bíceps bra­
quial. Redução da extensão do braço. Diminuição na amplitude no teste de coçar de Apley. Síndrome do
ombro congelado.
Padrões de dor referida
Dor localizada com aspecto elíptico localizada superficialmente ao redor do tendão da cabeça longa do
músculo bíceps braquial. Dor referida na região anterior da fossa cubital.
Diagnóstico diferencial
Osteoartrite glenoumeral e acromioclavicular. Problemas envolvendo os músculos subescapular e infra-
espinal. Bursite subacromial. Tendinite do músculo bíceps braquial. Radiculopatia C5.
Regiões que tam bém devem ser consideradas
Músculo subescapular. Músculo infra-espinal. Músculo braquial. Músculo supinador. Músculo trapézio
(parte superior). Músculo coracobraquial. Músculo tríceps braquial.
Recom endações ao paciente
Realizar exercícios com foco no músculo antagonista (músculo tríceps braquial). Reduzir carga no mús­
culo bíceps braquial ao carregar algo com o braço flexionado. Verificar posição ao dormir e a postura no
trabalho.
Técnicas
Crioterapia e alongamento  V S  Agulhamento seco
Injeções [ S  S ) Liberação de ponto-gatilho / / 1
127
Músculos
do
Ombro
e
do
Braço
Músculos
do
Ombro
e
do
Braço
128 TRÍCEPS BRAQUIAL
Cabeça
longa
J
•f ;
W 
'/II
IIP
Cabeça mediai
%

v
V
V
-
JM .
T 
/
1
/
u.
tendinea
Padrões de dor referida
Exercícios de
fortalecim ento
Flexáo/extensáo dos braços
nas barras paralelas
Auto-alongam ento
Tracionar as mãos uma em
direção à outra. Isso se
torna mais eficaz com o
cotovelo elevado sendo
apoiado em uma parede.
H
J / l
•*
Manter a cabeça levantada
e o cotovelo para trás o
máximo possível, enquanto
for confortável, sem forçar
a parte lombar da coluna
vertebral.
TRICEPS BRAQUIAL
Do latim Iriceps brachii(lriceps "com três cabeças"; brachii: "do braço").
O músculo tríceps é formado por três cabeças e é o único músculo da região posterior do braço.
Origem
Cabeça longa: tubérculo infraglenoidal da escápula.
Cabeça lateral: metade superior da superfície posterior da diáfise do úmero (acima e lateralmente ao sul­
co do nervo radial).
Cabeça mediai: metade inferior da superfície posterior da diáfise do úmero (abaixo e medialmente ao
sulco do nervo radial).
Inserção
Parte posterior do olécrano da ulna.
Ação
Realiza a extensão da articulação do cotovelo. A cabeça longa promove a adução do úmero e estende-o
a partir da posição flexionada. Estabiliza a articulação do ombro.
Inervação
Nervo radial, C6, 7, 8, Tl.
Movimento funcional básico
Exemplos: arremessar um objeto; empurrar uma porta fechada.
Indicações
Cotovelo de golfista. Cotovelo de tenista. Artrite da articulação do cotovelo ou do ombro. Uso crônico
de muletas ou bengala. Atividades mecânicas repetitivas com os braços. Praticantes de esportes com ra­
quete.
Padrões de dor referida
a) Cabeça longa: dor na margem súpero-lateral da articulação do ombro, irradiando-se difusamente para
trás e para baixo na extremidade superior com dor intensa ao redor do olécrano e também vagamente
para a região posterior do antebraço; b) Cabeça mediai: área dolorosa correspondente a 5 cm na região
do epicôndilo mediai, irradiando-se pela margem mediai do antebraço até o quarto e o quinto dedo; c)
Cabeça lateral: dor intensa mediana na extremidade superior, irradiando-se vagamente para a região
posterior do antebraço.
Diagnóstico diferencial
Lesão de nervo radial. Neuropatia ulnar. Neuropatia C7 (disco intervertebral cervical).
Regiões que tam bém devem ser consideradas
Músculo redondo menor. Músculo redondo maior. Músculo latíssimo do dorso. Músculo ancôneo. Mús­
culo supinador. Músculo braquiorradial. Músculo extensor radial longo do carpo.
Recom endações ao paciente
Alterar a posição do braço em atividades manuais repetitivas. Ter intervalos de descanso regulares. Para
praticantes de tênis, trocar raquetes ou calibre do cabo das raquetes. Evitar atividades com os braços aci­
ma da cabeça.
Técnicas
Crioterapia e alongamento / / Agulhamento seco
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/
/ /
129
Músculos
do
Ombro
e
do
Braço
Pontos-Gatilho......
Músculos do
00
Antebraço
e da Mão
Músculos
do
Antebraço
e
da
M
ão
132 PRONADOR REDONDO
Exercício de
fortalecim ento
Pronaçáo em uma
barra rígida
Auto-alongam ento
intensifica a supinaçào pela
força da gravidade.
Padrão de dor referida
PRONADOR REDONDO
Do latim pronntortere>(j>ronator:"que se inclina para a frente"; leres: "arredondado, cilíndrico").
Origem
Cabeça umeral: terço inferior da crista supra-epicondilar mediai e área comum â origem da maioria dos
músculos flexores no aspecto anterior do epicôndilo mediai do úmero.
Cabeça ulnar: margem mediai do processo coronóide da ulna.
Inserção
Terço médio da face lateral do rádio (tuberosidade para o músculo pronador).
Ação
Realiza pronação do antebraço. Auxilia na flexão da articulação do cotovelo.
Inervação
Nervo mediano, C6, 7.
Movimento funcional básico
Exemplos: girar uma maçaneta; segurar uma jarra e verter seu conteúdo em outro recipiente.
Indicações
Dor na parte lateral do punho. Dor ao realizar supinação do antebraço. Cabeleireiros (pelo uso constante
de tesouras). Dificuldade ou incapacidade de unir as màos em forma de concha (como para beber) ou
estender o punho. Dor na articulação do ombro (compensatória). Dor no punho ao dirigir.
Padrões de dor referida
Dor intensa e profunda na região palmar do punho (aspecto lateral) que irradia para a região ântero-la-
teral do antebraço.
Diagnóstico diferencial
Tenossinovite de De Quervain. Edema do túnel do carpo. Osteoartrite da articulação interfalàngica pro-
ximal do polegar. Discopatia radiulnar distai. Epicondilite.
Regiões que tam bém devem ser consideradas
Músculos flexores dos dedos. Músculo escaleno anterior. Músculo escaleno médio. Músculo escaleno
posterior. Músculo peitoral maior.
Recom endações ao paciente
Praticar técnicas de alongamento e automassagem. Mudar a forma de segurar a raquete de tênis ou o
taco de golfe (ou trocar o calibre do cabo). Rever a postura ao dirigir e o modo de segurar o volante.
Técnicas
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133
Músculos
do
Antebraço
e
da
M
ão
Músculos
do
Antebraço
e
da
M
ão
134 PALMAR LONGO
Exercícios de
fortalecim ento
Palmar longo
com polia baixa
Flexão dos punhos
com barra
Auto-alongam ento
Com o auxilio de uma das
mãos. levar o punho oposto
em suave extensão.
Padrão de dor referida
PALMAR LONGO
Do latim pahnaris longus(palniaris:"relativo à palma da mão").
Parte do grupo de músculos superficiais do antebraço, que inclui ainda o pronador redondo, o flexor ra­
dial do carpo e o flexor ulnar do carpo. O músculo palmar longo é ausente em cerca de 13% da população.
Origem
Área comum de origem dos músculos flexores no aspecto anterior do epicôndilo mediai do úmero.
Inserção
Superfície anterior do retináculo dos músculos flexores e ápice da aponeurose palmar.
Ação
Realiza flexão do punho. Auxilia na tensão da fáscia palmar.
Inervação
Nervo mediano, C(6), 7, 8, Tl.
Movimento funcional básico
Exemplos: segurar uma bola pequena; tomar água com as mãos em forma de concha.
Indicações
Dor e sensibilidade na palma da m ão/dor à palpação na mão ou na palma da mão. Perda funcional da
força de preensão. Cotovelo de tenista.
Padrões de dor referida
Dor difusa na região anterior do antebraço; área com dor intensa de 2 a 3 cm na palma da mão circun­
dada por uma zona de sensação de agulhamento e formigamento.
Diagnóstico diferencial
Dor neurogênica. Contratura de Dupuytren. Síndrome do túnel do carpo. Síndrome da dor regional
complexa (distrofia simpática reflexa). Escleroderma. Dermatomiosite.
Regiões que tam bém devem ser consideradas
Músculo flexor radial do carpo. Músculo braquial. Músculo pronador redondo. Articulações do punho.
Músculo tríceps braquial.
Recom endações ao paciente
Evitar segurar ferramentas pesadas ou manter a força de preensão por períodos prolongados
(principalmente profissionais que utilizam a potência das mãos, como massoterapeutas). Realizar alon­
gamento e aplicação de calor. Fazer intervalos regulares.
Técnicas
Crioterapia e alongamento / / Agulhamento seco
Injeções S Liberação de ponto-gatilho
1 7
/ /
135
Músculos
do
Antebraço
e
da
M
ão
Músculos
do
Antebraço
e
da
M
ão
136 FLEXORES DO CARPO
Músculo flexor
longo do
polegar
Músculo flexor
superficial dos
dedos (seccionado)
Músculo flexor
profundo dos
dedos
Exercícios de
fortalecim ento
Músculo flexor
radial do carpo
Músculo flexor
ulnar do carpo
dedos e flexor profundo dos dedos
Padrões de dor referida
com polia baixa
Flexão dos punhos
com barra
Auto-alongam ento
Com o auxilio de uma
das mãos, levar o
punho oposto em
suave extensão.
FLEXORES DO CARPO
Do latim flcxor carpi radialis,flcxor carpi u!naris,flcxor digitonnn superficialis, flcxor digitonnn profundus
(fiectcre. “flexionar, curvar"; carpi. "do punho, do carpo"; radius: "raio de roda, osso do antebraço"; ul/ia-
ris:"do cotovelo"; digit:"dedo").
Músculos flexor radial do carpo, flexor ulnar do carpo, flexor superficial dos dedos e flexor profundo
dos dedos.
Origem
Área comum de origem dos músculos flexores no aspecto anterior do epicôndilo mediai do úmero (ou
seja, na região mediai da epífise distai do úmero).
Inserção
Ossos carpais, metacarpais e falanges.
Ação
Realizam flexão da articulação do punho. (O músculo flexor radial do carpo também realiza a abdução
do punho; o músculo flexor ulnar do carpo também realiza a adução do punho).
Inervaçáo
Nervo mediano, C6, 7, 8, Tl.
Movimento funcional básico
Exemplos: puxar uma corda na direção do corpo; manusear um machado ou um martelo; segurar uma
garrafa e verter seu conteúdo em outro recipiente; girar a maçaneta de uma porta.
Indicações
Dor nas mãos, punho ou dedos da mão. Dor ao realizar ações como, por exemplo, tomar água com as
mãos em forma de concha. Dedo em gatilho. Cabeleireiros e outros profissionais que realizam com fre­
qüência a ação de cortar com o auxílio de uma tesoura. Dor ao segurar objetos com as mãos. Cotovelo
de golfista. Lesão por esforço repetitivo. Tensão nos músculos flexores dos dedos.
Padrões de dor referida
Músculos que individualmente se relacionam ao antebraço, punho, mãos e dedos das mãos (ver
ilustrações).
Diagnóstico diferencial
Neurite ulnar. Neuropatias cervicais. Disfunções dos ossos carpais. Tenossinovite de De Quervain. Le­
são por esforço repetitivo. Osteoartrite. Artrite reumatóide. Problemas envolvendo o disco articular da
articulação radiulnar distai. Síndrome do túnel do carpo. Epicondilite mediai.
Regiões que tam bém devem ser consideradas
Músculos do ombro. Músculos do braço. Músculo escaleno anterior. Músculo escaleno médio. Músculo
escaleno posterior. Músculo flexor longo do polegar.
Recom endações ao paciente
Evitar manter a força de preensão, como ao segurar um objeto com as mãos, por períodos prolongados.
Evitar movimentos repetitivos de pronação e supinação, como parafusar. Mudar o modo de segurar o
taco de golfe. Fazer intervalos regulares durante atividades que requerem a ação desses músculos.
Realizar alongamento dos dedos da mão.
Técnicas
Crioterapia e alongamento / / Agulhamento seco
Injeções | ^  j Liberação de ponto-gatilho
/
V
137
Músculos
do
Antebraço
e
da
M
ão
Músculos
do
Antebraço
e
da
M
ão
138 BRAQUIORRADIAL
Padráo do dor referida
BRAQUIORRADIAL
Do latim brachioraditdis(brachiaí. "relativo ao braço"; radius. "raio de roda, osso do antebraço").
Parte do grupo de músculos superficiais do antebraço. O músculo braquiorradial forma a margem late­
ral da fossa cubital. O ventre muscular torna-se proeminente ao trabalhar a contra-resistência.
Origem
Dois terços superiores da face anterior da crista supracondilar lateral do úmero, ou seja, a parte lateral
da diáfise do úmero, 5 a 7,5 cm acima da articulação do cotovelo.
Inserção
Região lateral da epífise distai do rádio, imediatamente acima do processo estilóide.
Ação
Realiza flexão da articulação do cotovelo. Auxilia na pronação e na supinação do antebraço quando es­
ses movimentos são resistidos.
Inervação
Nervo radial, C5, 6.
Movimento funcional básico
Exemplo: girar um saca-rolhas.
Indicações
Dor na articulação do cotovelo. Dor no dorso do polegar. Epicondilite lateral (cotovelo de tenista). Fra­
queza de preensão. Lesão por esforço repetitivo.
Padrões de dor referida
Dor vaga em uma área correspondente a 3 a 4 cm no braço (epicôndilo lateral e margem do rádio),
irradiando-se como uma dor intensa para o dorso do polegar.
Diagnóstico diferencial
Tenossinovite de IX* Quervain. Osteoartrite do polegar (osso trapézio).
Regiões que tam bém devem ser consideradas
Músculo bíceps braquial. Músculo braquial. Músculo extensor radial longo do carpo. Músculo extensor
radial curto do carpo. Músculo supinador. Músculo extensor dos dedos.
Recom endações ao paciente
Evitar carregar peso (p. ex., maleta) e permanecer em pé por longos períodos de tempo. Realizar
intervalos regulares ao digitar. Usar suportes para o punho. Trocar o calibre do cabo da raquete de tênis.
Técnicas
Crioterapia e alongamento V Y Agulhamento seco
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/ /
/ I /
139
Músculos
do
Antebraço
e
da
M
ão
Músculos
do
Antebraço
e
da
M
ão
140 EXTENSORES DO CARPO
Músculo extensor
radial longo do carpo
Músculo extensor
radial curto do carpo
Músculo extensor
ulnar do carpo
Exercícios de
fortalecim ento
Extensáo dos punhos
Extensão dos punhos
com barra
Auto-alongam ento
Músculo extensor
radial longo do carpo
Músculo extensor Músculo extensor
radial curto do carpo ulnar do carpo
Com o auxilio de uma das
mãos, levar o punho
oposto em suave flexáo.
Padrões de dor referida
EXTENSORES DO CARPO 141
Do latim extensor carpi radia!is longus, extensor carpi radialis brevis, extensor carpi ulnaris (ex/enderr.
"estender, esticar"; carpi: "do punho, do carpo"; radius: "raio de roda, osso do antebraço"; ulnaris,: "do
cotovelo").
Este grupo muscular inclui os músculos extensor radial longo do carpo, extensor radial curto do carpo
e extensor ulnar do carpo.
Origem
Epicôndilo lateral do úmero, área comum de origem dos tendões extensores, ou seja, na região lateral da
epífise distai do úmero.
Inserção
Superfície posterior dos metacarpais.
Ação
Realizam extensão do punho (o músculo extensor radial longo do carpo e o músculo extensor radial cur­
to do carpo também promovem a abdução do punho; o músculo extensor ulnar do carpo também pro­
move a adução do punho).
Inervação
Músculos extensor radial longo do carpo e extensor radial curto do carpo: nervo radial, C5, 6, 7,8.
Músculo extensor ulnar do carpo: nervo radial profundo (interósseo posterior), C 5,6, 7, 8.
Movimento funcional básico
Exemplos: sovar massa de pão; digitar; limpar janelas.
Indicações
Dor na região do antebraço, cotovelo, punho e mão. Preensão fraca ou dolorosa. Rigidez nos dedos das
mãos. Cotovelo de tenista. Dor ao segurar ou dedilhar, observada em músicos, atletas e motoristas que diri­
gem por longas distâncias. Diminuição do controle muscular em atividades manuais que exigem precisão.
Padrões de dor referida
Músculo extensor radial longo do carpo: área com 2 a 3 cm de dor intensa sobre o epicôndilo lateral, ir­
radiando de forma difusa para o dorso da mão, acima do polegar.
Músculo extensor radial curto do carpo: área com 3 a 5 cm de dor intensa sobre o dorso da mão.
Músculo extensor ulnar do carpo: área com dor intensa e específica localizada na superfície ulnar do
dorso da mão e no processo estilóide da ulna.
Diagnóstico diferencial
Epicondilite. Radiculopatia C5-C6. Tenossinovite de De Quervain. Disfunção na articulação do carpo.
Osteoartrite. Síndrome do túnel do carpo.
Regiões que tam bém devem ser consideradas
Músculo supinador. Músculo braquiorradial. Músculo extensor dos dedos. Músculo tríceps braquial.
Músculo bíceps braquial. Músculo ancôneo.
Recom endações ao paciente
Evitar a sobrecarga em esportes que exigem força de preensão. Fazer intervalos de repouso regulares ao
dirigir por longas distâncias ou realizar trabalhos de jardinagem. Observar a ergonomia e fatores ocu-
pacionais. Praticar alongamento e exercícios em casa. Trocar o calibre do cabo da raquete de tênis ou de
tacos de golfe. Usar munhequeira.
Técnicas
Crioterapia e alongamento _ / / Agulhamento seco j / j / j
Injeções y i / Liberação de ponto-gatilho
Músculos
do
Antebraço
e
da
M
ão
Músculos
do
Antebraço
e
da
M
ão
142 EXTENSOR DOS DEDOS
Músculo extensor dos dedos
(dedo médio)
Exercício de
fortalecim ento
Exercício para extensáo
dos dedos com elástico
Auto-alongam ento
■
Com o auxílio de uma das
máos, levar o punho
oposto e também os
dedos em suave flexáo
(pode-se realizar este
exercicio também com o
braço em supinação).
Músculo extensor dos
(anular)
Padróes de dor referida
EXTENSOR DOS DEDOS 143
Do latim extensordigilorutn {cxtendere. "estender, esticar"; digit: "dedo").
Parte do grupo de músculos superficiais do antebraço. Cada tendão do músculo extensor dos dedos, so­
bre cada articulação metacarpofalángica, forma uma bainha de tecido conjuntivo de forma triangular
denominada aponeurosepnhnar, na qual se inserem os músculos lumbricais e os interósseos da mão. O
músculo extensor do dedo mínimo e o músculo extensor do indicador também se inserem na aponeu­
rose palmar.
Origem
Epicôndilo lateral do úmero, área comum de origem dos tendões extensores, ou seja, na região lateral da
epífise distai do úmero.
Inserção
Superfície dorsal das falanges dos dedos da mão, com exceção do polegar.
Ação
Realiza extensão dos dedos (nas articulações metacarpofalângicas e interfalângicas). Auxilia na abdução
dos dedos da mão em relação ao dedo médio.
Inervação
Nervo radial (ramo profundo)/nervo interósseo posterior, C6, 7, 8.
Movimento funcional básico
Exemplo: soltar objetos segurados com os dedos das mãos.
Indicações
Dor na região dos dedos, punho e mão. Dor no cotovelo. Rigidez e dor nos dedos das mãos. Diminui­
ção da potência de preensâo dos dedos em atividades manuais. Cotovelo de tenista. Dor em movimen­
tos de dedilhar ou de preensâo de força, observada em músicos profissionais, especialmente cm guitar­
ristas.
Padrões de dor referida
Dor difusa no antebraço que se torna mais intensa em um determinado dedo (metacarpal proximal). Dor
no epicôndilo lateral.
Diagnóstico diferencial
Radiculopatia cervical. Epicondilite (cotovelo de tenista). Osteoartrite nos dedos da mão. Tenossinovite
de De Quervain. Dor do tipo mecânica na articulação do punho (ossos carpais).
Regiões que tam bém devem ser consideradas
Músculo braquiorradial. Músculo supinador. Músculo extensor radial longo do carpo. Músculo extensor
do indicador.
Recom endações ao paciente
Realizar um programa de exercícios em casa. Fazer auto-alongamento. Evitar manter por muito tempo
a força de preensâo, como ao segurar objetos. Observar postura no trabalho. Observar postura com
relação ao computador e ao mouse. Evitar certas posições ao dormir, como deitar-se com as mãos embai­
xo da cabeça ou do travesseiro.
Técnicas
Crioterapia e alongamento
Injeções
/ /
/ /
Agulhamento seco
Liberação de ponto-gatilho
/ /
/
Músculos
do
Antebraço
e
da
M
ão
Músculos
do
Antebraço
e
da
M
ão
144 SUPINADOR
Exercício de
fortalecim ento
Auto-alongam ento
O peso de um bastào
intensifica a pronação
peía ação da força
da gravidade.
Vista posterior
Padrão de dor referida
SUPINADOR
Do latim supinator{supinus:"que repousa sobre o dorso").
Parte do grupo de músculos profundos do antebraço. O músculo supinador é quase inteiramente envol­
vido pelo grupo de músculos superficiais.
Origem
Epicôndilo lateral do úmero. Ligamento colateral radial da articulação do cotovelo. Ligamento anular
da articulação radiulnar superior. Crista do músculo supinador da ulna.
Inserção
Superfícies dorsal e lateral do terço superior do rádio.
Ação
Realiza supinação do antebraço, na qual é o músculo agonista, sendo o músculo bíceps braquial consi­
derado músculo auxiliar nesse movimento.
Inervação
Nervo radial (ramo profundo), C5, 6, (7).
Movimento funcional básico
Exemplo: girar uma chave de fenda ou uma maçaneta.
Indicações
Cotovelo de tenista. Dor na articulação do polegar. Dor no cotovelo, tanto em atividade quanto em re­
pouso. Dor ao girar maçanetas de portas. Dor localizada em movimentos de supinação. Pacientes que
fazem uso prolongado de bengala. Dor ao cumprimentar com aperto de mãos.
Padrões de dor referida
Área de dor intensa e localizada, com 3 a 5 cm, na região do epicôndilo lateral e no dorso do polegar.
Diagnóstico diferencial
Tenossinovite de De Quervain. Epicondilite lateral (osteotendínea, miotendinea e intramuscular). Dis-
funçào da cabeça do rádio.
Regiões que tam bém devem ser consideradas
Músculos extensores. Músculo bíceps braquial. Músculo tríceps braquial (inserção). Músculo ancòneo.
Músculo braquial. Músculo palmar longo. Músculo braquiorradial. Músculo extensor radial longo do
carpo.
Recom endações ao paciente
Variar o estilo de jogar tênis (manter os punhos em dorsiflexão). Mudar o calibre do cabo da raquete.
Evitar segurar ou carregar objetos por tempo prolongado. Utilizar mochilas ao invés de carregar pesos
com os braços. Mudar regularmente o lado de uso da bengala. Fazer uso de faixas ou bandagens de
compressão.
Técnicas
Crioterapia e alongamento S S Agulhamento seco
Injeções | S | S ] Liberação de ponto-gatilho
/
/ /
145
Músculos
do
Antebraço
e
da
M
ão
Músculos
do
Antebraço
e
da
M
ão
146 OPONENTE DO POLEGAR / ADUTOR DO POLEGAR
Músculo oponente do polegar
Exercício de
fortalecim ento
Músculo adutor do polegar
Padrões de dor referida
Apertar um aro de
borracha com os dedos.
Auto-alongam ento
Levar o polegar
suavemente em extensão.
OPONENTE DO POLEGAR / ADUTOR DO POLEGAR 147
Do latim opponens pollicis e adductorpollicis (opponens: "que se opõe"; pollicis: "do polegar"; adduct.
"afastar").
O músculo oponente do polegar é parte da eminência tenar, cm geral parcialmente unificada ao múscu­
lo flexor curto do polegar e profundamente situada em relação ao músculo abdutor curto do polegar.
Origem
Músculo oponente do polegar: retináculo dos flexores. Tubérculo do trapézio.
Músculo adutor do polegar: fibras oblíquas - face anterior do segundo e terceiro metacarpais, capitato
e trapezóide. Fibras transversas: face palmar do terceiro metacarpal.
Inserção
Músculo oponente do polegar: toda a extensão da margem radial do primeiro metacarpal.
Músculo adutor do polegar: face ulnar (mediai) da base da falange proximal do polegar.
Ação
Músculo oponente do polegar: exerce a oposição do polegar (isto é, abdução, com suave rotação mediai,
seguida de flexão e adução), na qual a polpa digital do polegar pode tocar a polpa digital dos demais
dedos.
Músculo adutor do polegar: realiza a adução do polegar.
Inervação
Músculo oponente do polegar: nervo mediano (C6, 7, 8, Tl).
Músculo adutor do polegar: nervo ulnar (ramo profundo), C8, Tl.
Movimento funcional básico
Exemplos: pegar pequenos objetos entre o polegar e demais dedos da mão (músculo oponente do pole­
gar); abrir potes com tampa de rosca (músculo adutor do polegar).
Indicações
Polegar em gatilho (freqüentemente observado em indivíduos que realizam atividades como capinar).
Dor no polegar ao realizar uma atividade. Dificuldade na manutenção do movimento de pinça. Dor no
polegar característica de indivíduos que jogam videogameou utilizam constantemente o teclado do apa­
relho celular. Dor ao costurar, escrever ou abrir potes. Perda do movimento fino ao abotoar, costurar, es­
crever, pintar etc.
Padrões de dor referida
Músculo oponente do polegar: dor na articulação do punho (palmar) na epífise distai do rádio e na face
palmar do polegar.
Músculo adutor do polegar: dor nas faces dorsal e palmar do polegar localizada ao redor da articulação
metacarpofalângica e irradiada para o dorso do polegar e a eminência tenar.
Diagnóstico diferencial
Tenossinovite de De Quervain. Osteoartrite do polegar. Artrite reumatóide. Síndrome do túnel do car­
po. Polegar em gatilho. Discopatia da articulação radiulnar distai. Disfunção dos ossos carpais. Disfun-
ção mecânica. Fratura. Subluxação.
Regiões que tam bém devem ser consideradas
Músculo abdutor curto do polegar. Músculo flexor curto do polegar. Músculo flexor longo do polegar.
Recom endações ao paciente
Realizar auto-alongamento em casa. Utilizar canetas e outros instrumentos ergonômicos. Uso de
aplicação de calor. Intervalos de repouso devem ser feitos regularmente.
Técnicas
Crioterapia e alongamento
Injeções
/ /
/ /
Agulhamento seco
Liberação de ponto-gatilho
Músculos
do
Antebraço
e
da
M
ão
Músculos
do
Antebraço
e
da
M
ão
148 PEQUENOS MÚSCULOS DA M ÃO
Auto-alongam ento
Palpar e apertar
uma bola de ténis.
Músculos interósseos Músculos lumbricais Músculo abdutor
dorsais do dedo mínimo
Afastar e estender
os dedos.
Primeiro músculo mterósseo dorsal
(vista palmar) (vista dorsal)
vista dorsal vista dorsal
Padròes de dor referida
PEQUENOS MUSCULOS DA M AO
Do latim interosseidorsnles,lumbricales,abduclordigitimininti(dorsal"do dorso"; interosseur."entre os os­
sos"; luntbrictih "em forma de verme"; abductor. "que se afasta").
Este grupo compreende os músculos interósseos dorsais, lumbricais c abdutor do dedo mínimo. Os qua­
tro músculos interósseos dorsais apresentam volume quase dobrado quando comparados aos músculos
interósseos palmares. Os músculos lumbricais são pequenos músculos cilíndricos, um para cada dedo. O
músculo abdutor do dedo mínimo é o mais superficial da eminência hipotenar.
Origem
Músculos interósseos dorsais: por duas cabeças, cada qual oriunda de faces adjacentes dos metacarpais.
Músculos lumbricais: tendões do músculo flexor profundo dos dedos, situados na palma da mão.
Músculo abdutor do dedo mínimo: pisiforme. Tendão do músculo flexor ulnar do carpo.
Inserção
Músculos interósseos dorsais: na aponeurose palmar e na base da falange proximal.
Músculos lumbricais: face lateral (radial) do tendão correspondente do músculo extensor dos dedos, no
dorso do respectivo dedo.
Músculo abdutor do dedo mínimo: face mediai (ulnar) da base da falange proximal do quinto dedo.
Ação
Músculos interósseos dorsais: realizam abdução dos dedos em relação ao dedo médio. Auxiliam na fle-
xão dos dedos nas articulações metacarpofalângicas.
Músculos lumbricais: estendem as articulações interfalângicas e simultaneamente flexionam as articula­
ções metacarpofalângicas dos dedos.
Músculo abdutor do dedo mínimo: realiza abdução do quinto dedo.
Inervaçáo
Músculos interósseos dorsais: nervo ulnar, C8, Tl.
Músculos lumbricais: lateral; nervo mediano, C(6), 7, 8, Tl; mediai; nervo ulnar, C(7), 8, Tl.
Músculo abdutor do dedo mínimo: nervo ulnar, C(7), 8, Tl.
Movimento funcional básico
Exemplos: afastar os dedos; beber água com as mãos em forma de concha; segurar uma bola grande.
Indicações
Dor e rigidez nos dedos. Dor ao pinçar ou segurar, associada aos nodos de Heberdan, especialmente em
músicos profissionais, como pianistas. Dor artrítica nos dedos, como observado em escultores e artistas
plásticos.
Padrões de dor referida
Primeiro músculo interósseo dorsal: dor intensa no dorso do dedo indicador, em sua metade lateral, com
dor vaga na superfície palmar e no dorso da mão. Demais músculos interósseos: dor referida ao respec­
tivo dedo.
Músculos lumbricais: padrão semelhante ao observado nos interósseos.
Músculo abdutor do dedo mínimo: dor no dorso do quinto dedo.
Diagnóstico diferencial
Radiculopatia cervical. Neurite ulnar. Síndrome do desfiladeiro torâcico. Compressão dos nervos digi­
tais. Disfunçáo articular.
Regiões que também devem ser consideradas
Músculos intrínsecos do polegar, escalenos, latíssimo do dorso, peitoral maior, tríceps braquial (cabeça
mediai e/ou cabeça curta) e músculos extensores e/ou flexores longos dos dedos.
Recom endações ao paciente
Praticar exercícios de alongamento. Observar postura e ergonomia no trabalho. Verificar adequação de
atividades esportivas, como o uso correto de tacos de golfe. Usar canetas e talheres ergonômicos.
Técnicas
Crioterapia e alongamento / J Agulhamento seco
Injeções ^  ^ Liberação de ponto-gatilho
/
7
149
Músculos
do
Antebraço
e
da
M
ão
Pontos-Gatilho......
Músculos da
1 9
Coxa e
do Quadril
Músculos
da
Coxa
e
do
Quadril
152 GLÚTEO M Á X IM O
Superior médio
Exercícios de
fortalecim ento
Inferior mediai
Padrões de dor referida
Inferior médio
Agachamentos
Leg press sentado
Auto-alongam ento
No solo, tracione o joelho
na direção do ombro
oposto. (Evite realizar este
exercício após a gestação
em função da sobrecarga
imposta è pelve durante a
gravidez e o trabalho
de parto.)
GLÚTEO M Á X IM O
Do latimgluteus maximus(com o termo de origem grega glontos, que significa "nádega").
O glúteo máximo, que é o músculo mais espesso e fibroso do corpo, confere volume às nádegas.
Origem
Superfície lateral do ílio, próximo ã linha glútea posterior (região superior e posterior a ela). Região sacral
e coccígea posterior adjacente. Ligamento sacrotuberal. Aponeurose do músculo eretor da espinha.
Inserção
Fibras profundas da parte distai: tuberosidade glútea do fêmur.
Demais fibras: trato iliotibial da fáscia lata.
Ação
Fibras superiores: realizam rotação lateral da articulação do quadril. Podem auxiliar na abdução dessa
articulação.
Fibras inferiores: realizam extensão e rotação lateral da articulação do quadril (p. ex., a forte extensão
observada ao correr ou se levantar da posição sentada) e extensão do tronco. Auxiliam na adução da ar­
ticulação do quadril.
Por meio de sua inserção no trato iliotibial, auxilia na estabilização do joelho em extensão.
Inervação
Nervo glúteo inferior, 1.5, Sl, 2.
Movimento funcional básico
Exemplos: subir uma escada; levantar-se da posição sentada.
Indicações
Dor ao se sentar. Dor ao caminhar em um aclive. Dor na flexão. Dor nas nádegas ao nadar. Dor nas ná­
degas decorrente de uma queda ou desequilíbrio. Dor noturna. Limitação da flexão da coxa e/ou do
quadril. Determinados distúrbios da marcha, como marcha "cambaleante". Cãibras relacionadas ao frio.
Padrões de dor referida
Três a quatro áreas com uma dor forte nas nádegas, em concomitância a uma ocasional dor difusa logo
abaixo do sulco infraglúteo, em uma área correspondente a 5 a 8 cm.
Diagnóstico diferencial
Coccidinia. Doença inflamatória pélvica. Discopatia lombar inferior. Sacroiliíte. Bursite (tuberosidade is-
quiática/trocantérica). Dor lombar do tipo mecânica.
Regiões que tam bém devem ser consideradas
Outros músculos glúteos. Músculo quadrado do lombo. Músculo pubococcígeo. Músculos isquiotibiais
(pontos-gatilho de fixação).
Recom endações ao paciente
Aquecimento e alongamento. Fazer análise postural e análise da marcha. Utilizar um travesseiro entre
os joelhos ao dormir. Realizar um programa de alongamento. Praticar natação (menos estilo livre).
Técnicas
Crioterapia e alongamento / / Agulhamento seco V /
153
Músculos
da
Coxa
e
do
Quadril
Músculos
da
Coxa
e
do
Quadril
TENSOR DA FÁSCIA LATA
Exercícios de
fortalecim ento
Abdutores com
aparelho especifico
Abdução do quadril
com aparelho específico
Abdução do quadril
no solo
Auto-alongam ento
Cruze o joelho esquerdo
sobre a outra perna e
tracione-o em direção
ao corpo.
Empurre o quadril na
direção oposta à parede.
Padrão de dor referida
TENSOR DA FASCIA LATA
Do latim tensorfascinelatae(tensor. "que estende";fascia. "faixa"; latir, "ampla").
Este músculo situa-se anteriormente ao glúteo máximo, na face lateral do quadril.
Origem
Parte anterior do lábio lateral da crista ilíaca e superfície lateral da espinha ilíaca ântero-superior.
Inserção
Une-se ao trato iliotibial, logo abaixo do trocanter maior.
Ação
Realiza flexão, abdução e rotação mediai da articulação do quadril. Tensiona a fáscia lata, estabilizando
dessa maneira a articulação do joelho. Reorienta as forças de rotação produzidas pelo músculo glúteo
máximo.
Inervação
Nervo glúteo superior, 1.4, 5, Sl.
Movimento funcional básico
Exemplo: caminhar.
Indicações
Dor na parte lateral do joelho e do quadril. Dor em decúbito lateral. Dor ao caminhar rápido. Reabilita­
ção após realização de artroplastia do quadril. Reabilitação de fratura do colo do fêmur.
Padrões de dor referida
Área de dor intensa elíptica desde o trocanter maior até a fíbula, ínfero-lateralmente.
Diagnóstico diferencial
Bursite trocantérica. Osteoartrite do quadril. Sacroiliíte. Espondilose lombar.
Regiões que tam bém devem ser consideradas
Músculo glúteo médio. Músculo glúteo mínimo. Músculo vasto lateral. Músculo reto femoral. Músculo
sartório. Músculo quadrado do lombo.
Recom endações ao paciente
Evitar a mesma posição (flexão) por longo período de tempo. Evitar certas posturas, como permanecer
apoiado sobre uma perna ou cruzar as pernas. Colocar um travesseiro entre as pernas ao dormir. Obser­
var a postura de modo geral, principalmente ao correr ou caminhar. Ao exercitar-se, realizar exercícios
de aquecimento. Alongar-se regularmente.
Técnicas
Crioterapia e alongamento / | / | Agulhamento seco
Injeções  ^  1 Liberação de ponto-gatilho
/ /
/ /
155
Músculos
da
Coxa
e
do
Quadril
Músculos
da
Coxa
e
do
Quadril
156 GLÚTEO M ÉDIO
Exercícios de
fortalecim ento
Abdução do quadril com
aparelho especifico
Auto-alongam ento
Cruze o joelho esquerdo
sobre a outra perna e
tracione-o em direção
ao corpo.
Empurre o quadril na
direção oposta ã parede.
Padrões de dor referida
Abdulores com aparelho
específico
GLÚTEO MÉDIO
Do latim glútens medius (com o termo de origem grega gloutos, que significa "nádega").
Este músculo localiza-se em uma parte mais profunda das nádegas e, portanto, é encoberto pelo múscu­
lo glúteo máximo; contudo, no plano superficial, pode-se observá-lo entre o músculo glúteo máximo e o
músculo tensor da fáscia lata. Durante a caminhada, esse músculo, junto com o músculo glúteo mínimo,
evita que a pelve se projete para baixo na direção da perna que não está servindo de apoio.
Origem
Face lateral do ílio, logo abaixo da crista ilíaca, entre a linha glútea posterior e a linha glútea anterior.
Inserção
Crista oblíqua da superfície lateral do trocanter maior do fêmur.
Ação
Realiza abdução da articulação do quadril. As fibras anteriores fazem rotação mediai e auxiliam na
flexão da articulação do quadril. As fibras posteriores promovem leve rotação lateral da articulação
do quadril.
Inervaçáo
Nervo glúteo superior, 1.4, 5, Sl.
Movimento funcional básico
Exemplo: passar de lado sobre uma cerca baixa, abduzindo a coxa.
Indicações
Dor e sensibilidade lombar ou nas nádegas. Dor noturna. Dor em decúbito lateral. Após cirurgia na co­
luna vertebral ou no quadril.
Padrões de dor referida
Dor na região lombar, mediai da nádega, sacral e lateral do quadril, irradiando-se para a região superior
da coxa.
Diagnóstico diferencial
Radiculopatia (lombossacral). Sacroiliíte. Disfunçáo da articulação do quadril. Coccidinia. Bursite da tu-
berosidade maior. Claudicação intermitente. Dor lombar do tipo mecânica.
Regiões que tam bém devem ser consideradas
Músculo quadrado do lombo. Outros músculos glúteos. Músculo pubococcígeo. Músculo tensor da fás­
cia lata. Trato iliotibial. Músculo piriforme. Músculo eretor da espinha (parte lombar).
Recom endações ao paciente
Fazer análise postural e análise da marcha. Utilizar um travesseiro entre os joelhos ao dormir. Atentar-
se para as posturas habituais. Realizar técnicas de alongamento.
Técnicas
Crioterapia e alongamento / / Agulhamento seco
157
Músculos
da
Coxa
e
do
Quadril
Músculos
da
Coxa
e
do
Quadril
158 GLUTEO M IN IM O
Exercícios de
fortalecim ento
Abdutores com
aparelho específico
Cruze o joelho esquerdo
sobre a outra perna e
tracione-o em direção
ao corpo.
direção oposta à parede.
Pontos-gatilho anteriores Múltiplos pontos-gatilho
Padrões de dor referida
Abdução do quadril com
aparelho específico
Auto-alongam ento
GLUTEO M IN IM O
Do alm gluteus ntinimus(com o termo de origem grega gloutos, que significa "nádega").
Este músculo encontra-se em uma posição mais profunda e ântero-inferior em relação ao músculo glú­
teo médio, cujas fibras o encobrem.
Origem
Face lateral do ílio, entre a linha glútea inferior e a linha glúten anterior.
Inserção
Margem anterior do trocanter maior do fêmur.
Ação
Realiza abdução, rotação mediai e flexão da articulação do quadril.
Inervação
Nervo glúteo superior, 1.4, 5, Sl.
Movimento funcional básico
Exemplo: passar de lado sobre uma cerca baixa, abduzindo a coxa.
Indicações
Dor ao se levantar da posição sentada. Dor ao caminhar. Dor noturna. Dor mesmo em repouso. Dor em
decúbito lateral. Artroplastia do quadril.
Padrões de dor referida
Músculo multipeniforme com diversos pontos-gatilho anteriores, médios e posteriores, causando dor refe­
rida intensa nas nádegas, quadril e lateral do membro inferior, da parte posterior do joelho ao tornozelo.
Diagnóstico diferencial
Radiculopatia (lombossacral). Sacroiliíte. Disfunção da articulação do quadril. Irritação no nervo isquiá-
tico. Bursite na articulação do quadril.
Regiões e fatores que tam bém devem ser considerados
Músculo tensor da fáscia lata. Outros músculos glúteos. Músculo vasto lateral. Trato iliotibial. Músculo
quadrado do lombo. Músculos fibulares. Músculo piriforme. Alinhamento pélvico.
Recom endações ao paciente
Utilizar técnicas de auto-alongamento. Fazer análise da marcha e análise postural. Atentar-se para as
posturas habituais. Evitar deixar os membros inferiores fora da cama ao repousar.
Técnicas
Crioterapia e alongamento / / Agulhamento seco j / / j
Injeções / | / Liberação de ponto-gatilho ^ ^
159
Músculos
da
Coxa
e
do
Quadril
Músculos
da
Coxa
e
do
Quadril
160 PIRIFORME
Exercício de
fortalecim ento
Contração isométrica dos
glúteos em pé com
os membros infenores
afastados.
Auto-alongam ento
Posicionar o tornozelo
direito sobre o joelho
esquerdo e, devagar, levar o
joelho esquerdo em direção
ao ombro esquerdo,
mantendo o sacro em
contato com o solo ou
mesa. Deve-se ter cuidado
para não tensionar a
articulação do joelho.
PIRIFORME 161
Do latim piriforniis, que significa "com forma de pêra".
O músculo piriforme atravessa o forame isquiático maior.
Origem
Face pélvica do sacro. Ligamento sacrotuberal.
Inserção
Margem superior do trocanter maior do fêmur.
Ação
Realiza rotação lateral da articulação do quadril e abdução da coxa com o quadril flexionado. Auxilia na
estabilização da cabeça do fêmur no acetábulo.
Inervação
Ramos ventrais do nervo lombar, 1.(5) e nervos sacrais, S l, 2.
Movimento funcional básico
Exemplo: ao descer de um carro, colocar a primeira perna para fora.
Indicações
Dor profunda e constante na nádega. Dor ciática. Compressão vascular na região posterior da perna.
Dor na parte lombar das costas ou nas nádegas que piora ao se sentar e que freqüentemente se inicia
após uma queda ou quando se está dirigindo sentado sobre a carteira no bolso da calça. Dor no pé. Dor
no reto. Disfunção sexual (dispareunia).
Padrões de dor referida
Duas áreas de dor intensa: 1) na lateral do cóccix, área de 3 a 4 cm; 2) área póstero-lateral da nádega ou
articulação do quadril com 7 a 10 cm; extensa área dc dor difusa entre as áreas 1) e 2) e da coxa até aci­
ma do joelho.
Diagnóstico diferencial
Sacroiliíte. Radiculopatia lombar. Coccidinia. Quadril com osteoartrite. HLA (antígeno dos leucócitos
humanos) B 27. Estenose espinal. Discopatia lombar.
Regiões que tam bém devem ser consideradas
Membros inferiores, caso apresentem discrepância de comprimento. Músculos glúteos. Músculo qua­
drado do lombo. Origem dos músculos isquiotibiais (pontos-gatilho de fixação). Músculos gêmeos.
Músculos obturadores. Músculo quadrado femoral. Músculo levantador do ânus. Músculo coccígeo.
Recom endações ao paciente
Evitar posturas habituais de pernas cruzadas. Fazer análise da marcha e análise postural baseando-se no
posicionamento dos pés. Tomar uma posição adequada para os pés ao dirigir. Praticar auto-alongamen­
to. Praticar automassagem.
Técnicas
Crioterapia e alongamento S Agulhamento seco
Injeções S S Liberação de ponto-gatilho j S  S
Músculos
da
Coxa
e
do
Quadril
Músculos
da
Coxa
e
do
Quadril
162 MÚSCULOS ISQUIOTIBIAIS (POSTERIORES DA COXA)
Exercícios de
fortalecim ento
Nervo isquiático
Músculo quadrado femoral
Músculo biceps femoral
(cabeça longa)
Músculo semitendíneo
Músculo semimembranáceo
Nervo tibial
Nervo fibular comum
Músculos semimembranáceo e
semitendíneo
)
Flexão dos joelhos com
aparelho especifico (atua
na parte inferior
dos isquiotibiais)
Flexão do tronco para a
frente com barra (atua
na parte superior
dos isquiotibiais)
Auto-alongam ento
Estenda a perna o máximo
que puder. Caso seus
músculos isquiotibiais
estejam encurtados, faça
este exercício com uma
toalha ou faixa sobre a
planta do pé.
cabeças curta e longa
Padrões de dor referida
Extensão do quadril com
aparelho especifico
MÚSCULOS ISQUIOT1BIAIS (POSTERIORES DA COXA) 163
Do latim schiinn, que significa "referente ao ísquio"; tibialis, que significa "referente à tíbia".
Os isquiotibiais consistem em três músculos, que, da direção mediai para a lateral, são: semimembraná-
ceo, semitendíneo e bíceps femoral.
Origem
Tuberosidade isquiática. A cabeça curta do músculo bíceps femoral origina-se na face posterior do fêmur.
Inserção
Músculo semimembranãceo: região posterior do côndilo mediai da tíbia (parte lateral superior da tíbia).
Músculo semitendíneo: superfície súpero-medial da tíbia, região da epífise proximal.
Músculo bíceps femoral: face lateral da cabeça da fíbula e côndilo lateral da tíbia.
Ação
Realizam flexão da articulação do joelho e estendem a articulação do quadril. Os músculos semitendí­
neo e semimembranãceo promovem a rotação mediai da perna quando o joelho está flexionado. O mús­
culo bíceps femoral promove a rotação lateral da perna quando o joelho está flexionado.
Inervação
Ramos do nervo isquiático, L4, 5, Sl, 2, 3.
Movimento funcional básico
Durante uma corrida, os músculos isquiotibiais diminuem a velocidade da perna no fim de seu movi­
mento de balanço para a frente e previnem que o tronco flexione a articulação do quadril.
Indicações
Dor na parte posterior da coxa ao se sentar ou ao caminhar (agravando-se à noite). Dor à palpação na
parte posterior da perna pode causar claudicação.
Padrões de dor referida
Os músculos semitendíneo e semimembranãceo podem apresentar uma área de dor intensa correspon­
dente a 10 cm, desde o sulco infra-glúteo, irradiando de forma difusa na parte póstero-medial da perna,
até a região do tendão do calcâneo. O músculo bíceps femoral apresenta dor difusa na região póstero-
medial da perna, com área de dor intensa correspondente a 10 cm na parte posterior do joelho.
Diagnóstico diferencial
Dor ciática. Radiculopatia. Osteíte. Lesões musculares. Osteoartrite bursítica na articulação do joelho.
Disfunção da articulação do joelho. Tenossinovite.
Regiões que tam bém devem ser consideradas
Músculos piriforme, poplíteo e glúteos. Músculo obturador interno. Músculo vasto lateral. Músculo
plantar. Músculo gastroenêmio.
Recom endações ao paciente
Praticar alongamento regular com aplicação de frio e/ou calor. Na prática de exercícios, fazer aqueci­
mento e desaquecimento. Tomar banhos quentes. Adotar melhor postura para dirigir, andar de bicicle­
ta e trabalhar.
Técnicas
Crioterapia e alongamento / Y Agulhamento seco
Injeções | ^  ^ | Liberação de ponto-gatilho
/ /
7T7
Músculos
da
Coxa
e
do
Quadril
Músculos
da
Coxa
e
do
Quadril
164 MÚSCULOS ADUTORES
Músculo psoas maior
Músculo iliaco
Ligamento inguinal
Nervo, veia e
artéria femorais
Músculo adutor longo
Músculo grácil
Exercícios de
fortalecim ento
Adutores com aparelho
Músculo adutor curto específico
Músculo adutor magno
Adirçáo do quadril no solo
Auto-alongam ento
Com a coluna ereta o as
plantas dos pés unidas,
tracionar as pernas para
fora com os cotovelos.
Músculo adutor magno Músculos adutor longo
e adutor curto
Músculo grácil
Padrões de dor referida
MÚSCULOS ADUTORES 165
Do latim adductorlongas, breiúse tnagnus (adductor:"que conduz, leva"; magnus-. "grande").
0 músculo adutor magno é o maior do grupo dos músculos adutores, que ainda inclui o músculo adu­
tor longo e o músculo adutor curto. O músculo adutor longo é o mais anterior dos três. O músculo adu­
tor curto situa-se mais anteriormente em relação ao músculo adutor magno. A margem lateral das fibras
superiores do músculo adutor longo forma a margem mediai do triângulofentora!(o músculo sartório
forma a margem lateral, e o ligamento inguinal, a margem superior).
Origem
Parte anterior do púbis. O músculo adutor magno apresenta ainda origem na tuberosidade isquiática.
Inserção
Toda a extensão mediai do fêmur, da articulação do quadril até a articulação do joelho.
Ação
Realiza adução e rotação lateral da articulação do quadril. O músculo adutor longo e o músculo adutor
curto também flexionam o fêmur estendido c estendem o fêmur flexionado.
Inervação
Músculo adutor magno: divisão posterior do nervo obturatório, L2, 3, 4. Parte tibial do nervo isquiático,
1 .4, 5, Sl.
Músculo adutor curto: divisão anterior do nervo obturatório (L2-L4). Algumas vezes a divisão posterior
envia ramos para este músculo.
Músculo adutor longo: divisão anterior do nervo obturatório, L2,3, 4.
Movimento funcional básico
Exemplo: ao entrar em um carro, colocar a segunda perna para dentro.
Indicações
Dor intensa e sensibilidade na região mediai da coxa. Rigidez na perna e na coxa durante abdução. Dor
ao realizar rotação da articulação do quadril e/ou ao sustentar o peso do corpo. Estalido na articulação
do quadril. Dor aguda ou queimação sob a coxa. Distensão na virilha. Reabilitação após fratura ou artro-
plastia do quadril. Acidose tubular renal. Inchaço nas pernas.
Padrões de dor referida
Diversas áreas de dor referida: a) duas áreas na superfície anterior da articulação do quadril (5 a 8 cm)
e acima da articulação do joelho (5 a 8 cm); b) região ântero-medial da coxa, desde o ligamento inguinal
até a parte mediai da articulação do joelho; c) parte mediai da coxa, do quadril até o joelho.
Diagnóstico diferencial
Avulsão. Disfunção da sínfise púbica. Neuropatia. Linfadenopatia. Hérnia. Dor do tipo mecânica na ar­
ticulação do joelho. Osteoartrite do quadril. Hérnia femoral.
Regiões que também devem ser consideradas
Músculo pectíneo. Músculo vasto mediai. Músculo iliopsoas. Músculo vasto lateral. Músculo sartório
(extremidade distai).
Recomendações ao paciente
Realizar um programa de alongamento em casa. Evitar exercícios além do limite. Observar a postura
usual. Analisar se as técnicas de ciclismo ou esqui estão corretas. Tratar deficiência de vitaminas e/ou
minerais.
Técnicas
Crioterapia e alongamento
Injeções
/ /
/ /
Agulhamento seco
Liberação de ponto-gatilho
/ /
/ /
Músculos
da
Coxa
e
do
Quadril
PECTINEO
Padrão de dor referida
Exercícios de
fortalecim ento
Aduçáo do quadril
no solo
Auto-alongam ento
Com a coluna ereta e as
plantas dos pés unidas,
tracionar as pernas para
fora com os cotovelos.
Flexáo do quadril com
aparelho especifico
PECTÍNEO
Do latim pectineus (pecten: "pente").
O músculo pectínco localiza-se entre o músculo psoas maior e o músculo adutor longo.
Origem
Linha pectínea do púbis, entre a eminência iliopúbica e o tubérculo púbico.
Inserção
Linha pectínea do fêmur, desde o trocanter menor até a linha áspera do fêmur.
Ação
Realiza adução e flexão da articulação do quadril.
Inervação
Nervo femoral, 1.2,3, 4. Ocasionalmente recebe um ramo adicional do nervo obturatório, L3.
Movimento funcional básico
Exemplo: caminhar ao longo de uma linha reta.
Indicações
Dor persistente na parte interna da virilha. Distensão na virilha. Dor na articulação do quadril. Reabili­
tação após fratura ou artroplastia do quadril. Gravidez. Pós-parto. Dor durante o ato sexual. Dor duran­
te a realização de exercícios de adução.
Padrões de dor referida
Área de dor intensa (de 8 a 12 cm) na parte anterior da virilha, com irradiações difusas, configurando um
aspecto oval, na região ântero-medial da coxa.
Diagnóstico diferencial
Hérnia inguinal e femoral. Linfadenopatia. Meralgia parestésica. Radiculopatia lombar. Patologia vascular.
Regiões que tam bém devem ser consideradas
Músculo adutor longo e músculo adutor curto. Músculo iliopsoas. Membros inferiores, caso apresentem
discrepância de comprimento.
Recom endações ao paciente
Evitar movimentos repetitivos de adução e de flexão do quadril, como a posição de lótus da yognou sen­
tar-se com as pernas cruzadas.
Técnicas
Crioterapia e alongamento / Agulhamento seco
Injeções / / Liberação de ponto-gatilho
Músculos
da
Coxa
e
do
Quadril
168 SARTÓRIO
Exercício de
fortalecim ento
Abduçáo do quadril com
aparelho especifico
Auto-alongam ento
direçáo oposta è parede.
Fazer apenas um
alongamento leve.
Padrões de dor referida
SARTÓRIO 169
Do latim sarforius,que significa "alfaiate".
O sartório é o músculo mais superficial da região anterior da coxa, sendo também o mais extenso do cor­
po. A margem mediai do terço superior forma a margem lateral do triângulo femoral (o músculo adutor
longo compõe a margem mediai, e o ligamento inguinal constitui a margem superior). Conforme
mencionado, sartoriussignifica "alfaiate" em latim; a ação do músculo sartório consiste em cruzar uma
perna sobre a outra na posição sentada, tal como um alfaiate, que adota essa postura para apoiar o tecido
sobre a coxa.
Origem
Espinha ilíaca ântero-superior e área imediatamente abaixo dela.
Inserção
Parte superior da face mediai da tíbia, próximo à margem anterior.
Ação
Realiza flexão da articulação do quadril, auxiliando no movimento de conduzir a perna para a frente ao
correr ou caminhar; além disso, também realiza rotação lateral e abdução da articulação do quadril.
Flexiona a articulação do joelho e auxilia na rotação mediai da tíbia sobre o fêmur depois da flexão. Es­
sas ações podem ser resumidas dizendo-se que esse músculo posiciona o calcanhar sobre o joelho contra-
lateral.
Inervação
Dois ramos do nervo femoral, L2, 3, (4).
Movimento funcional básico
Exemplo: sentar-se com as pernas cruzadas.
Indicações
Dor na região anterior da coxa. Dor aguda e/ou formigamento entre a articulação do quadril e a região
mediai da articulação do joelho.
Padrões de dor referida
Vaga sensação de formigamento desde a região ântero-medial da espinha ilíaca ântero-superior, passan­
do no sentido mediai da coxa, em direção à face mediai da articulação do joelho.
Diagnóstico diferencial
Meralgia parestésica. Patologia da articulação do joelho. Radiculopatia lombar. Linfadenopatia inguinal.
Patologia vascular. Hérnia inguinal e/ou femoral.
Regiões que tam bém devem ser consideradas
Músculo vasto mediai. Músculo bíceps femoral. Músculo grácil. Músculo pectíneo. Músculo tcnsor da
fáscia lata.
Recom endações ao paciente
Realizar análise postural e análise da marcha. Não permanecer com as pernas cruzadas por períodos
prolongados. Verificar posturas habituais. Considerar que os pontos-gatilho podem estar hiperativos em
decorrência da obesidade e/ou de certas práticas ao realizar atividades físicas (p. ex., correr com os pés
em eversão). Fazer exercícios de alongamento. Dormir com um travesseiro entre os joelhos.
Técnicas
Crioterapia e alongamento / / Agulhamento seco j / j / ]
Injeções | S  ^ | Liberação de ponto-gatilho ^ ^
Músculos
da
Coxa
e
do
Quadril
Músculos
da
Coxa
e
do
Quadril
170 QUADRÍCEPS FEMORAL
Exercícios de
fortalecim ento
Músculo tensor da fáscia lata
Trato iliotibial
Músculo reto femoral
(seccionado) (músculo
quadriceps femoral)
Músculo vasto lateral
(músculo quadriceps femoral)
Músculo sartóno
Músculo vasto intermédio
(músculo quadriceps femoral)
Músculo vasto mediai
(músculo quadriceps femoral)
Extensão dos membros
inferiores com aparelho
específico
Músculo
vasto mediai
Músculo
vasto intermédio
Músculo
reto femoral
Leg press sentado
Agachamentos
Auto-alongam ento
Músculo vasto lateral
Músculo vasto lateral
Usar a mão do lado oposto
para segurar o tornozelo ou
usar uma toalha ao redor
da perna e segurá-la com
as duas mãos.
(vista posterior) Músculo vasto lateral
Padrões de dor referida
q u a d r í c e p s f e m o r a l
Do latim quadrícepsfemoris, reclusfentoris, vastus laleraiis, vastus intermediase vastus tnedialis {quadríceps.
"com quatro cabeças";fentoris: "da coxa"; mstus "grande").
Os quatro músculos do quadríceps são o reto femoral, o vasto lateral, o vasto mediai e o vasto intermé­
dio. Todos atravessam a articulação do joelho, porém o músculo reto femoral é o único com duas ori­
gens e que cruza também a articulação do quadril. O quadríceps femoral alinha a articulação do joelho
ao se levantar de uma posição sentada, durante uma caminhada ou ao subir uma escada. Os músculos
vastos são responsáveis pelo controle do movimento ao se sentar.
Origem
Grupo dos músculos vastos: metade superior da diáfise do fêmur.
Músculo reto femoral: região anterior do ílio (espinha ilíaca ântero-inferior). Região acima do acetábulo.
Inserção
Patela, e então, por meio do ligamento da patela, na região superior e anterior da tíbia (tuberosidade da
tíbia).
Ação
Grupo dos músculos vastos: realiza extensão da articulação do joelho.
Músculo reto femoral: realiza extensão da articulação do joelho e flexão da articulação do quadril (par­
ticularmente em conjunto, como ao chutar uma bola).
Inervação
Nervo femoral, 1.2, 3, 4.
Movimento funcional básico
Exemplos: andar de bicicleta; subir uma escada.
Indicações
Dor e fraqueza na coxa. Instabilidade no joelho. Dor noturna. Dor na extensão da articulação do joelho.
Após fratura do quadril. Após fratura e imobilização do fêmur. Diminuição no "deslizamento" da arti­
culação femoropatelar. Dor ao sustentar o peso do corpo. Dor sem causa aparente no joelho de jovens.
Padrões de dor referida
Dor na região anterior, mediai e/ou lateral da coxa. O músculo vasto lateral apresenta muitos pontos de
dor referida.
Diagnóstico diferencial
Síndrome da banda iliotibial. Disfunção da articulação femoropatelar. Lesões do tendão do quadríceps
femoral. Tendinite. Radiculopatia lombar. Patologia do nervo femoral. Problemas ou disfunção na arti­
culação do joelho (multipeniforme).
Regiões que tam bém devem ser consideradas
Músculo iliopsoas. Músculo tensor da fáscia lata. Grupo dos músculos glúteos. Músculo sartório.
Recom endações ao paciente
Utilizar técnicas adequadas de levantamento. Utilizar bandagem de compressão na região do joelho.
Evitar ficar sem se movimentar por períodos prolongados. Realizar um programa de alongamento em
casa. Submeter-se a avaliações posturais e da marcha. Ter períodos de repouso na prática de ciclismo.
Evitar posições inadequadas ao se sentar (isto é, sentar-se sobre os tornozelos, sobre os pés etc.). Dormir
com um travesseiro entre os joelhos. Evitar exercícios de agachamento pesados. Tomar banhos mornos
ou quentes. Executar alongamentos.
Técnicas
Crioterapia e alongamento / j Y Agulhamento seco
Injeções / / Liberação de ponto-gatilho
/ /
7T7
171
Músculos
da
Coxa
e
do
Quadril
Pontos-Gatilho......
Músculos da
Perna e do Pé
Músculos
da
Perna
e
do
Pé
174 TIBIAL ANTERIOR
Exercícios de
fortalecimento
Padrão de dor referida
TIBIAL ANTERIOR 175
Do latim tibia/isanterior(tibia:"flauta", "osso da perna, canela").
Origem
Côndilo lateral da tíbia. Metade superior da face lateral da tíbia. Membrana interóssea.
Inserçào
Face mediai c plantar do osso cuneiforme mediai. Base do primeiro metatarsal.
Açáo
Realiza dorsiflexáo da articulação do tornozelo e inversão do pé.
Inervaçáo
Nervo fibular profundo, L4, 5, SI.
Movimento funcional básico
Exemplos: caminhar e correr (auxilia o pé a estabilizar-se no chão após o contato do calcanhar; eleva o
pé do chão durante o balanço da perna para a frente).
Indicações
Dor e sensibilidade no tornozelo. Dor no hálux. Síndrome do compartimento tibial anterior ("canelite"
ou sensibilidade na musculatura pré-tibial). Fraqueza no tornozelo em crianças.
Padrões de dor referida
Dor vaga na região ântero-medial da perna, com área de dor de 3 a 5 cm na região anterior da articula­
ção do tornozelo, culminando em dor no hálux.
Diagnóstico diferencial
Discopatia lombar. Artrite dos dedos dos pés. Síndrome do compartimento tibial anterior ("canelite" ou
sensibilidade na musculatura pré-tibial). Varizes.
Regiões que tam bém devem ser consideradas
Músculo extensor longo do hálux. Músculo fibular terceiro. Músculo extensor curto do hálux. Músculo
extensor curto dos dedos. Músculo extensor longo dos dedos. Músculo flcxor longo do hálux. Músculo
primeiro interósseo dorsal do pé.
Recom endações ao paciente
Evitar longas viagens de carro e uso de pedais em geral. Alternar superfícies de corrida e trocar os cal­
çados usados nessa atividade conforme for necessário. Evitar andar durante muito tempo em superfí­
cies irregulares. Realizar um programa de alongamento com técnicas que utilizem a aplicação de frio
e/ou calor. Ajustar o banco do carro. Utilizar calçados adequados quando estiver dirigindo.
Técnicas
Crioterapia e alongamento / V Agulhamento seco j / S ]
Injeções ^  S Liberação de ponto-gatilho ^ ^
Músculos
da
Perna
e
do
Pé
EXTENSOR LONGO DOS DEDOS/EXTENSOR LONGO DO HALUX
Exercício de
fortalecim ento
Auto-alongam ento
Músculo extensor longo dos dedos Músculo extensor longo do hálux
Músculo extensor longo dos dedos
Padrões de dor referida
EXTENSOR LONGO DOS DEDOS/EXTENSOR LONGO DO HÁLUX
Do latim extensor digitorum longus {extendere: "estender, esticar"; digit: "dedo"); extensorhnHucis longus
(Im /Iu x . "hálux, dedáo").
Assim como os tendões correspondentes da mão, o músculo extensor longo dos dedos compõe a apo-
neurose que proporciona a extensão das falanges proximais dos dedos dos pés. Hssa estrutura une-se aos
tendões dos músculos lumbricais e ao músculo extensor curto dos dedos, mas não aos interósseos. O
músculo extensor longo do hálux situa-se profundamente entre o músculo tibial anterior e o músculo
extensor longo dos dedos.
Origem
Músculo extensor longo dos dedos: côndilo lateral da tíbia. Dois terços superiores da face anterior da fí-
bula. Parte superior da membrana interóssea.
Músculo extensor longo do hálux: região média da face anterior da fíbula e membrana interóssea adja­
cente.
Inserção
Músculo extensor longo dos dedos: ao longo da face dorsal dos dedos dos pés, exceto do hálux. Os ten­
dões fixam-se separadamente em cada dedo, em sua base, nas falanges distai e média.
Músculo extensor longo do hálux: base da falange distai do hálux.
Ação
Músculo extensor longo dos dedos: estende os dedos do pé na articulação metatarsofalãngica. Auxilia
na extensão das articulações interfalãngicas e na dorsiflexão da articulação do tornozelo, assim como na
eversão do pé.
Músculo extensor longo do hálux: estende as articulações do hálux. Realiza dorsiflexão da articulação
do tornozelo e inversão do pé.
Inervaçáo
Nervo fibular profundo, 1.4, 5, Sl.
Movimento funcional básico
Exemplo: subir escadas sem tocar os degraus com os dedos do pé.
Indicações
Dor na parte dorsal do pé. Metatarsalgia. Dor persistente no hálux. Cãibras noturnas.
Padrões de dor referida
Músculo extensor longo dos dedos: dor na parte dorsal do pé estendendo-se até os três dedos centrais.
Músculo extensor longo do hálux: dor na parte dorsal do hálux.
Diagnóstico diferencial
Dedo em martelo. Dedo em garra. Joanetes. Lesão na cabeça da fíbula. Síndrome do compartimento. "Pé
caído" (perda da dorsiflexão do pé associada ao neurônio motor superior). Tendinite. Lesão tendínea.
Regiões que tam bém devem ser consideradas
Músculos fibulares. Músculo tibial anterior.
Recom endações ao paciente
Utilizar calçados confortáveis. Observar o modo de andar e a posição dos pés ao dirigir e ao dormir. Re­
ver exercícios que requerem a sustentação do peso. Considerar o uso de órteses. Atentar-se para a pos­
tura ocupacional.
Técnicas
Crioterapia e alongamento / </ Agulhamento seco [ / V
Injeções _ / < / Liberação de ponto-gatilho / /
177
Músculos
da
Perna
e
do
Pé
Músculos
da
Perna
e
do
Pé
178 FIBULARES LONGO, CURTO E TERCEIRO
O alongamento
aumenta mais a
dorsiflexáo que a inversão.
Músculo
fibular longo
Músculo
fibular terceiro
Músculo
fibular longo
Músculo
fibular curto
Padrões de dor referida
Exercícios de
fortalecim ento
Flexáo plantar
(em pé com barra)
Flexão plantar
(sentado, com
aparelho especifico)
Auto-alongam ento
Músculo
fibular curto
FIBULARES LONGO, CURTO E TERCEIRO 179
Do latimftbularis longus, brevise tertius (fibula:"pino").
O trajeto do tendão de inserção do músculo fibular longo auxilia na manutenção dos arcos longitudinal
lateral e transverso do pé. Um feixe muscular do músculo fibular curto geralmente une-se ao tendão ex­
tensor longo do dedo mínimo e, em conseqüência disso, é conhecido como músculofibulardodedomíni­
mo. O músculo fibular terceiro é parcialmente separado da parte ínfero-lateral do músculo extensor lon­
go dos dedos.
Origem
Músculo fibular longo: dois terços superiores da face lateral da fibula. Côndilo lateral da tíbia.
Músculo fibular curto: dois terços inferiores da face lateral da fibula. Septos intermusculares adjacentes.
Músculo fibular terceiro: terço inferior da face anterior da fibula e membrana interóssea.
Inserção
Músculo fibular longo: face lateral do osso cuneiforme mediai. Base do primeiro metatarsal.
Músculo fibular curto: face lateral da base do quinto metatarsal.
Músculo fibular terceiro: face dorsal da base do quinto metatarsal.
Ação
Músculo fibular longo: realiza eversão do pé. Auxilia na flexão plantar da articulação do tornozelo.
Músculo fibular curto: realiza eversão da articulação do tornozelo.
Músculo fibular terceiro: realiza dorsiflexão da articulação do tornozelo e eversão do pé.
Inervação
Nervo fibular superficial, L4, 5, Sl.
Movimento funcional básico
Exemplos: caminhar e correr; andar em solo irregular.
Indicações
Pronação do pé. Trauma repetitivo de inversão e eversão. Sensibilidade ao redor do maléolo lateral. Fra­
queza do tornozelo. Reabilitação e engessamento pós-fratura. Pés com problemas como calosidades,
verrugas e neuromas. Osteoartrite dos dedos dos pés. Metatarsalgia.
Padrões de dor referida
Principalmente sobre a região do maléolo lateral, nos sentidos anterior e posterior e em projeção linear.
Lateralmente ao longo do pé, com distribuição vaga da dor no terço médio do aspecto lateral na parte
inferior da perna.
Diagnóstico diferencial
Ruptura. Fratura do pé. Fratura do primeiro metatarsal (processo estilóide). Problemas no pé. Disfunção
da cabeça da fibula (nervo fibular comum). Problemas nos dedos dos pés. Artrite ou outros problemas
da articulação do tornozelo. Disfunção da marcha. Síndrome do compartimento lateral. Osteoartrite do
quadril.
Regiões que tam bém devem ser consideradas
Músculo tensor da fáscia lata. Músculo glúteo mínimo. Músculo extensor longo dos dedos. Músculo ex­
tensor curto do hálux. Músculo extensor curto dos dedos.
Recom endações ao paciente
Evitar sapatos de salto alto e sapatos planos. Realizar alongamento regular com aplicação de calor e/ou
frio. Utilizar bandagem ou suporte no tornozelo. Considerar o uso de palmilhas ou órteses. Fazer
avaliação postural e análise da marcha. Verificar adequação dos calçados.
Técnicas
Crioterapia e alongamento
Injeções
/ | /
/ I /
Agulhamento seco
Liberação de ponto-gatilho / /
Músculos
da
Perna
e
do
Pé
Músculos
da
Perna
e
do
Pé
180 GASTROCNÊMIO
Cabeça mediai
Cabeça mediai Cabeça lateral
Exercícios de
fortalecim ento
Cabeça lateral
Flexão plantar
(em pé com barra)
Flexão dos joelhos
com aparelho específico
Auto-alongam ento
O alongamento aumenta
mais a dorsiflexão
que a inversão.
Padrões de dor referida
GASTROCNÊMIO 181
Do latim gastrocmvuius(com os termos de origem grega gaster, que significa "estômago", e kneme, que
significa "perna").
O músculo gastroenêmio é parte do músculo complexo conhecido como trícepssurat, que forma o con­
torno proeminente da panturrilha. O músculo tríceps sural compreende os músculos sóleo, gastroenê­
mio e plantar. A fossa poplítea na parte posterior do joelho é formada inferiormente pelos ventres dos
músculos gastroenêmio e plantar, lateralmente pelo tendão do músculo bíceps femoral e medialmente
pelos tendões dos músculos semimembranáceo e semitendíneo.
Origem
Cabeça mediai: face poplítea do fêmur acima do cóndilo mediai.
Cabeça lateral: côndilo lateral e face posterior do fêmur.
Inserçào
Face posterior do calcãneo (por meio do tendão do calcâneo; uma fusão entre os tendões dos músculos
sóleo e gastroenêmio).
Ação
Realiza flexão plantar do pé na articulação do tornozelo. Auxilia na flexão da articulação do joelho. Prin­
cipal componente da força de propulsão na caminhada e na corrida.
Inervação
Nervo tibial, Sl, 2.
Movimento funcional básico
Exemplo: erguer-se na ponta dos pés.
Indicações
Dor e rigidez na panturrilha. Cãibras noturnas. Dor no dorso do pé. Dor na região posterior do joelho
durante a realização de atividade mecânica.
Padrões de dor referida
Vários pontos-gatilho em cada ventre muscular e ponto-gatilho de fixação no tornozelo. Os quatro pon­
tos mais comuns nas cabeças mediai e lateral estão indicados na figura da página ao lado.
Diagnóstico diferencial
Tromboflebite. Trombose venosa profunda (veias varicosas, daudicaçào intermitente). Radiculopatia de
S l.Cisto de Baker. Síndrome do compartimento tibial posterior. Tendinite do tendão do calcâneo. Doen­
ça de Sever. Bursite.
Regiões que tam bém devem ser consideradas
Músculo sóleo. Músculo plantar. Músculo tibial posterior. Músculos flexores (longos) e extensores dos
dedos do pé. Músculo tibial anterior.
Recom endações ao paciente
Evitar sapatos de salto alto. Realizar alongamentos regulares. A prática de exercícios deve incluir aque­
cimento e desaquecimento. Realizar técnicas de alongamento associadas à aplicação de calor ou frio.
Trocar calçados de corrida regularmente. Observar posturas adequadas.
Técnicas
Crioterapia e alongamento
Injeções
/ / Agulhamento seco
Liberação de ponto-gatilho
1 7
/
/ /
Músculos
da
Perna
e
do
Pé
Músculos
da
Perna
e
do
Pé
182 PLANTAR
Padrão de dor referida
PLANTAR 183
Do latim plantaris, que significa "relativo à planta do pé".
Parte do músculo trícepssuraí. Apresenta um tendão longo e delgado semelhante àquele do músculo pal­
mar longo.
Origem
Parte inferior da crista supracondilar lateral do fêmur e parte adjacente da face poplítea do fêmur. Liga­
mento poplíteo oblíquo da articulação do joelho.
Inserção
Face posterior do calcâneo (às vezes na face mediai do tendão do calcâneo).
Ação
Realiza flexão plantar da articulação do tornozelo. Flexiona delicadamente a articulação do joelho.
Inervação
Nervo tibial, L4, 5, SI (2).
Movimento funcional básico
Exemplo: erguer-se na ponta dos pés.
Indicações
Dor na panturrilha. Dor no calcanhar. Dor na parte posterior do joelho. Uso crônico e prolongado de sa­
patos de salto alto.
Padrões de dor referida
Dor na fossa poplítea com área de 2 a 3 cm irradiando-se entre 5 e 10 cm inferiormente na panturrilha.
Diagnóstico diferencial
Tendinite do tendão do calcâneo. Síndrome do compartimento. Doenças vasculares. Esporão do calcã-
neo. Fascite. Problemas na articulação subtalar. Problemas no mecanismo de bombeamento de sangue
venoso. Ruptura de tendão. Cisto de Baker. "Canelite" (sensibilidade na musculatura pré-tibial). Fratu­
ra por estresse. Discrepância no comprimento das pernas.
Regiões que tam bém devem ser consideradas
Músculo poplíteo. Músculo gastroenêmio. Músculo tibial posterior. Músculo quadrado plantar. Múscu­
lo abdutor do hálux.
Recom endações ao paciente
Trocar calçados. Observar posturas adequadas. Variar técnicas e superfícies de corrida . Evitar sapatos
de salto alto. Realizar alongamentos regulares. Descansar as pernas no trabalho e em casa. Fazer aplica­
ção de gelo. Realizar alguma técnica dc massagem após a prática de esportes. A prática dc exercícios
deve incluir aquecimento e desaquecimento.
Técnicas
Crioterapia e alongamento / / Agulhamento seco |
Injeções Liberação de ponto-gatilho
Músculos
da
Perna
e
do
Pé
Músculos
da
Perna
e
do
Pé
SOLEO
Exercícios de
fortalecim ento
Flexão plantar
(em pé com barra)
Flexão plantar
(sentado, com
aparelho especifico)
Auto-alongam ento
O alongamento aumenta
mais a dorsiflexao
que a inversão.
Padrões de dor referida
SOLEO
Do latim solcus, que significa "em forma de sola de sapato".
Parte do músculo trícepssural.O músculo sóleo é assim denominado em função de seu formato, que lem­
bra o da sola de um sapato. O tendão do calcãneo (correspondente aos músculos sóleo e gastrocnêmio)
é o mais espesso c potente do corpo humano.
Origem
Superfícies posteriores da cabeça da fíbula e terço superior do corpo da fíbula. Linha do músculo sóleo
e terço médio da margem mediai da tíbia. Arco tendíneo entre a tíbia e a fíbula.
Inserção
junto ao tendão do músculo gastrocnêmio, na face posterior do calcãneo.
Ação
Realiza flexão plantar da articulação do tornozelo. O músculo sóleo está freqüentemente contraído
quando se está em pé, a fim de evitar uma projeção do corpo para a frente na articulação do tornozelo;
isto é, não permite que o centro de gravidade do corpo seja deslocado para a frente. Com isso, é possível
manter uma postura ereta.
Inervaçáo
Nervo tibial, 15, Sl, 2.
Movimento funcional básico
Exemplo: erguer-se na ponta dos pés.
Indicações
Dor na panturrilha. Dor no calcanhar. Dor na parte posterior do joelho. Uso crônico e prolongado de sa­
patos de salto alto.
Padrões de dor referida
Dor na região distai do tendão do calcãneo e metade posterior do pé. Dor na panturrilha, desde o joelho
até logo acima do tendáo do calcãneo. Dor na região sacroilíaca ipsilateral, em uma área de 4 a 5 cm
(rara).
Diagnóstico diferencial
Tendinite do tendáo do calcãneo. Síndrome do compartimento. Esporão do calcãneo. Doenças vascu­
lares. Fascite. Problemas na articulação subtalar. Problemas no mecanismo de bombeamento de sangue
venoso. Ruptura de tendão. Fratura por estresse. Cisto de Baker. "Canelite" (sensibilidade na muscula­
tura pré-tibial). Discrepância no comprimento das pernas.
Regiões que tam bém devem ser consideradas
Músculo poplíteo. Músculo gastrocnêmio. Músculo tibial posterior. Músculo quadrado plantar. Múscu­
lo abdutor do hálux.
Recom endações ao paciente
Trocar calçados. Observar posturas adequadas. Variar técnicas e superfícies de corrida. Evitar sapatos de
salto alto. Realizar alongamentos regulares. Descansar as pernas no trabalho e em casa. Fazer aplicação
de gelo. Realizar alguma técnica de massagem após a prática de esportes. A prática de exercícios deve
incluir aquecimento e desaquecimento.
Técnicas
Crioterapia e alongamento / j / Agulhamento seco | | |
Injeções | ^ [ | Liberação de ponto-gatilho [ S  ^ j
185
Músculos
da
Perna
e
do
Pé
A
uto-alon
gam
en
to
C
00 Músculos da Perna e do Pé
Padráo
d
e
dor
referida
POPLÍTEO
Do latim popUteus(pop/es:"curva da perna, joelho").
O tendão de origem do músculo poplíteo está inserido na cápsula da articulação do joelho.
Origem
Superfície lateral do côndilo lateral do fêmur. Ligamento poplíteo oblíquo da articulação do joelho.
Inserção
Região superior da face posterior da tíbia, superior à linha do músculo sóleo.
Ação
Realiza rotação lateral do fêmur sobre a tíbia quando os pés estão apoiados no solo. Realiza rotação me­
diai da tíbia sobre o fêmur quando a perna não está sustentando o peso do corpo. Auxilia na flexão da
articulação do joelho (o músculo poplíteo "destrava" a articulação do joelho estendida para iniciar a fle­
xão da perna). Ajuda a reforçar os ligamentos posteriores da articulação do joelho.
Inervação
Nervo tibial, 1.4, 5, Sl.
Movimento funcional básico
Exemplo: caminhar.
Indicações
Dor na região posterior do joelho ao agachar-se, caminhar ou correr. Dor na parte posterior do joelho ao
subir e descer escadas ou andar em aclives. Rigidez no joelho em flexão e extensão passiva.
Padrões de dor referida
Área de dor localizada correspondente a 5 a 6 cm na região póstero-central da articulação do joelho com
uma dor difusa irradiada em todas as direções, especialmente para baixo.
Diagnóstico diferencial
Avulsão. Instabilidade nos ligamentos cruzados. Cisto de Baker. Osteoartrite. Tendinite. Lesão no menis­
co. Tenossinovite. Problemas vasculares (trombose, trombose venosa profunda).
Regiões que tam bém devem ser consideradas
Músculos isquiotibiais (bíceps femoral). Músculo gastroenêmio (ligamento da patela). Músculo plantar.
Recom endações ao paciente
Evitar sobrecarga em atividades físicas que requerem a sustentação do peso. Utilizar calçados ortopédicos.
Realizar um programa de alongamento. Manter uma posição correta ao andar de bicicleta.
Técnicas
Crioterapia e alongamento / / Agulhamento seco
Injeções [ S | | Liberação de ponto-gatilho
/ /
Músculos
da
Perna
e
do
Pé
188 FLEXOR LONGO DOS DEDOS/FLEXOR LONGO DO HÁLUX
Exercícios de
fortalecim ento
Flexão plantar
(em pé com barra)
Elevar o calcanhar, cur­
vando os pés para estender
as articulações dos dedos.
Auto-alongam ento
Padrões de dor referida
Músculo flexor longo dos dedos Músculo flexor longo do hãlux Flexão plantar
(sentado, com
aparelho especifico)
Músculo flexor longo dos dedos Músculo flexor longo do hãlux
Manter os dedos
dos pés estendidos.
FLEXOR LONGO DOS DEDOS/FLEXOR LONGO DO HÁLUX
Do latimflexorliigitorum longuseflexorhal/ucis longus (flectere:"flexionar, dobrar").
A inserção dos tendões do músculo flexor longo dos dedos é semelhante àquela observada nos tendões
do músculo flexor profundo dos dedos da mão. O músculo flexor longo do hálux auxilia na manuten­
ção do arco longitudinal do pé em sua parte mediai.
Origem
Músculo flexor longo dos dedos: parte mediai da face posterior da tíbia, abaixo da linha do músculo sóleo.
Músculo flexor longo do hálux: dois terços inferiores da face posterior da fibula. Membrana interóssea.
Septo intermuscular adjacente.
Inserção
Músculo flexor longo dos dedos: bases das falanges distais do segundo ao quinto dedo.
Músculo flexor longo do hálux: base da falange distai do hálux.
Ação
Músculo flexor longo dos dedos: flexiona as articulações dos dedos dos pés, exceto do hálux. Auxilia na
flexão plantar da articulação do tornozelo e na inversão do pé.
Músculo flexor longo do hálux: flexiona as articulações do hálux, sendo importante na propulsão do pé
durante a caminhada. Auxilia na flexão plantar da articulação do tornozelo e na inversão do pé.
Inervação
Nervo tibial, 1.5, Sl, (2).
Movimento funcional básico
Caminhar; elevar os dedos do solo ao caminhar (especialmente com os pés descalços em superfícies irre­
gulares); erguer-se na ponta dos pés.
Indicações
Dor nos pés ao sustentar o peso ou ao caminhar em superfícies irregulares. Dor no hálux.
Padrões de dor referida
Músculo flexor longo dos dedos: dor vaga e linear na margem mediai da panturrilha, com maior sinto­
matologia na região plantar anterior do pé.
Músculo flexor longo do hálux: dor intensa no hálux, tanto na região plantar quanto na cabeça do pri­
meiro metatarsal.
Diagnóstico diferencial
"Canelite" (sensibilidade na musculatura pré-tibial). Síndrome do compartimento. Ruptura do tendão.
Instabilidade mediai do pé e da articulação do tornozelo. Fratura por estresse. Neuroma de Morton.
Dedo em martelo. Dedo em garra. Hálux valgo. Metatarsalgia. Osteoartrite da primeira articulação me-
tatarsofalângica. Gota. Fascite plantar.
Regiões que tam bém devem ser consideradas
Músculos superficiais e profundos intrínsecos dos pés. Músculo tibial posterior. Músculos extensores
longo e curto dos dedos.
Recom endações ao paciente
Trocar/examinar os calçados. Realizar análise postural e análise da marcha. Realizar alongamentos re-
gulares. Observar técnicas de corrida (p. ex., correr em superfícies planas).
Técnicas
Crioterapia e alongamento / / Agulhamento seco
Injeções ^ j_ _ ; Liberação de ponto-gatilho
/ j
/ /
189
Músculos
da
Perna
e
do
Pé
Músculos
da
Perna
e
do
Pé
190 TIBIAL POSTERIOR
Padráo de dor referida
TIBIAL POSTERIOR
Do latim tibialisposterior(tibia:"flauta", "osso da perna, canela").
O tibial posterior é o músculo mais profundo da região posterior da perna, auxiliando na manutenção
dos arcos do pé.
Origem
Região lateral da face posterior da tíbia. Dois terços superiores da face posterior da fíbula. Maior parte
da membrana interóssea.
Inserção
Tuberosidade do osso navicular. Por meio de expansões fibrosas do sustentáculo do tálus, também nos
cuneiformes (mediai, intermédio e lateral), cubóide e bases do segundo, terceiro e quarto metatarsais.
Ação
Realiza inversão do pé. Auxilia na flexão plantar da articulação do tornozelo.
Inervação
Nervo tibial, L(4), 5, Sl.
Movimento funcional básico
Exemplos: erguer-se na ponta dos pés; pisar nos pedais do carro.
Indicações
Tendinite do tendão do calcãneo. Dor na panturrilha ou no calcanhar. Fascite plantar. Dor ao correr ou
caminhar sobre superfícies irregulares.
Padrões de dor referida
Dor vaga na panturrilha com intensidade aumentada no sentido do tendão do calcãneo, chegando ao
calcanhar e planta do pé.
Diagnóstico diferencial
"Canelite" (sensibilidade na musculatura pré-tibial). Síndrome do compartimento tibial posterior (pro­
funda). Ruptura de tendão. Tenossinovite. Problemas cardiovasculares. Tendinite do tendão do calcã­
neo. Trombose venosa profunda.
Regiões e fatores que tam bém devem ser considerados
Músculo flexor longo dos dedos. Músculos fibulares. Músculo flexor longo do hálux. Mecânica do pé.
Recom endações ao paciente
Utilizar palmilhas/suporte para o arco do pé. Trocar os tênis de corrida. Trocar a superfície de corrida.
Realizar um programa de alongamento em casa. Usar técnica de alongamento com aplicação de frio.
Técnicas
Crioterapia e alongamento / S Agulhamento seco
Injeções ________Liberação de ponto-gatilho [ S  S
Músculos
da
Perna
e
do
Pé
192 MÚSCULOS SUPERFICIAIS DO PÉ
Músculo abdutor
do hálux
Músculo flexor
curto dos dedos
Músculo abdutor
do dedo mínimo
Auto-alongam ento
Músculo extensor
curto dos dedos
Músculo abdutor
do hálux
Músculo flexor
curto dos dedos
Padrões de dor referida
Do latim abductor hallucis,flexor hallucis brevis, abductor digit ntinimi, extenuar digitorum brevis (abduct:
"distanciar de"; flectere: "flexionar, dobrar"; extensor: "que estende, alonga"; hallux: "hálux, dedão";
digit "dedo").
Este grupo compreende os músculos abdutor do hálux, flexor curto dos dedos, abdutor do dedo míni­
mo e extensor curto dos dedos.
Origem
Músculo abdutor do hálux: tuberosidade do calcâneo. Retináculo flexor. Aponeurose plantar.
Músculos flexor curto dos dedos e abdutor do dedo mínimo: tuberosidade do calcâneo. Aponeurose
plantar. Septos intermusculares adjacentes.
Músculo extensor curto dos dedos: parte anterior das faces superior e lateral do calcâneo. Ligamento ta-
localcâneo lateral. Retináculo extensor inferior.
Músculo abdutor Músculo extensor curto
do dedo mínimo dos dedos
MUSCULOS SUPERFICIAIS DO PE
Inserção
Músculo abdutor do hálux: face mediai da base da falange proximal do hálux.
Músculo flexor curto dos dedos: falanges médias do segundo ao quinto dedo do pé.
Músculo abdutor do dedo mínimo: face lateral da base da falange proximal do quinto dedo.
Músculo extensor curto dos dedos: base da falange proximal do hálux. Faces laterais dos tendões do
músculo extensor longo dos dedos do segundo, terceiro e quarto dedos do pé.
Ação
Músculo abdutor do hálux: realiza abdução e auxilia na flexão do hálux na articulação metatarsofalángica.
Músculo flexor curto dos dedos: realiza flexão das articulações do segundo ao quinto dedo, exceto das
articulações interfalângicas distais.
Músculo abdutor do dedo mínimo: realiza abdução do quinto dedo.
Músculo extensor curto dos dedos: realiza extensão das articulações do segundo ao quinto dedo.
Inervação
Músculos abdutor do hálux e flexor curto dos dedos: nervo plantar mediai, L4, 5, Sl.
Músculo abdutor do dedo mínimo: nervo plantar lateral, S2, 3.
Músculo extensor curto dos dedos: nervo fibular profundo, L4, 5, Sl.
Movimento funcional básico
Exemplos: facilitam a caminhada; ajudam a estabilizar e a dar força ao pé durante a caminhada e a cor­
rida; ajudam a pegar um objeto do solo usando o hálux.
Indicações
Dor no pé (nas partes plantar e dorsal). Dor ao caminhar e em repouso. Dor na polpa dos dedos dos pés.
Dor ao sustentar o peso, da posição inicial em pé para a sentada. Uso crônico de sapatos de salto alto.
Padrões de dor referida
Músculo abdutor do hálux: dor na parte mediai do calcanhar irradiada pela margem mediai do pé.
Músculo flexor curto do hálux: dor na parte plantar da área relativa às cabeças do segundo ao quarto me-
tatarsal.
Músculo abdutor do dedo mínimo: dor na parte plantar da área relativa à cabeça do quinto metatarsal.
Músculo extensor curto dos dedos: dor intensa na margem lateral do dorso do pé, logo abaixo do ma-
léolo lateral, configurando uma área oval de 4 a 5 cm.
Diagnóstico diferencial
Fratura por avulsào do processo estilóide. Hálux valgo. Pé chato. Hálux rígido ou com hipermobilida-
de. Metatarsalgia. Dedo em martelo. Dedo em garra. Esporão do calcâneo. Fratura por estresse. Síndro­
me do compartimento. Pé varo ou valgo.
Regiões e fatores que tam bém devem ser considerados
Músculos interósseos plantares. Músculo quadrado plantar. Músculo adutor do hálux. Músculo exten­
sor longo dos dedos. Músculo extensor curto dos dedos. Músculo flexor curto dos dedos. Quadril, joe­
lho, tornozelo e mecânica do pé. Músculo extensor curto do hálux. Músculo abdutor do hálux.
Recom endações ao paciente
Realizar análise postural e análise da marcha. Utilizar calçados adequados, com salto baixo. Considerar
o uso de órteses. Realizar alongamento em casa utilizando objetos como uma bola de tênis para realizar
movimento de rolagem. Usar técnica de alongamento que envolva a aplicação de calor.
Técnicas
Crioterapia e alongamento / / Agulhamento seco
Injeções j ^  ^ 1 Liberação de ponto-gatilho
I 7
/ /
193
Músculos
da
Perna
e
do
Pé
Músculos
da
Perna
e
do
Pé
194 MÚSCULOS PROFUNDOS DO PÉ
Músculo
quadrado
plantar
Músculo adutor
do hálux
Músculo flexor
curto do hálux
Músculos
mterósseos
dorsais
Músculos
interósseos
plantares
Músculo
quadrado
plantar
Músculo adutor
do hálux
Músculo flexor
curto do hálux
Músculos mterósseos dorsais
(vistas plantar e dorsal)
Padrões de dor referida
Do latim quadratusplantae,adductorhallucis,flexorhallucisbrevis,interosseidorsaleseinterossei'plantares(ad-
ducf:"aproximar"; 1/alln.r."hálux, dedão";Jlectere. "flexionar, dobrar"; interosseus:"situado entre ossos").
Este grupo compreende os músculos quadrado plantar, adutor do hálux, flexor curto do hálux, interós­
seos dorsais e interósseos plantares.
Origem
Músculo quadrado plantar; cabeça mediai: face mediai do calcãneo; cabeça lateral: margem lateral da
face inferior do calcãneo.
Músculo adutor do hálux; cabeça oblíqua: bases do segundo, terceiro e quarto metatarsais. Bainha do
tendão do músculo fibular longo; cabeça transversa: ligamentos plantares metatarsofalângicos do tercei­
ro, quarto e quinto dedos. Ligamentos metatarsais transversos.
Músculo flexor curto do hálux: região mediai da superfície plantar do osso cubóide. Parte adjacente do
osso cuneiforme lateral. Tendão do músculo tibial posterior.
Músculos interósseos dorsais: regiões adjacentes dos ossos metatarsais.
Músculos interósseos plantares: bases e região mediai do terceiro, quarto e quinto metatarsais.
MÚSCULOS PROFUNDOS DO PÉ
Inserção
Músculo quadrado plantar: margem lateral do tendão do músculo flexor longo dos dedos.
Músculo adutor do hãlux: face lateral da base da falange proximal do hãlux.
Músculo flexor curto do hálux; parte mediai: face mediai da base da falange proximal do hãlux; parte
lateral: face lateral da base da falange proximal do hálux.
Músculos interósseos dorsais: bases das falanges proximais: primeiro: face mediai da falange proximal
do segundo dedo; segundo ao quarto: faces laterais das falanges proximais do segundo ao quarto dedo.
Músculos interósseos plantares: faces mediais das bases das falanges proximais dos mesmos dedos.
Ação
Músculo quadrado plantar: realiza flexão da falange distai do segundo ao quinto dedo. Modifica a linha
oblíqua de tração dos tendões do músculo flexor longo dos dedos, promovendo o alinhamento com o
eixo longo do pé.
Músculo adutor do hálux: realiza adução e auxilia na flexão da articulação metatarsofalângica do hálux.
Músculo flexor curto do hálux: realiza flexão da articulação metatarsofalângica do hálux.
Músculos interósseos dorsais: realizam abdução dos dedos do pé. Flexionam as articulações metatarso-
falângicas.
Músculos interósseos plantares: realizam adução dos dedos do pé. Flexionam as articulações metatarso-
falângicas.
Inervação
Músculos quadrado plantar, adutor do hálux e interósseos: nervo plantar lateral, Sl, 2.
Músculo flexor curto do hálux: nervo plantar mediai, L4, 5, Sl.
Movimento funcional básico
Exemplos: estabilizam um objeto (como uma caneta) entre os dedos e o dorso do pé; facilitam a marcha;
ajudam a pegar um objeto do solo usando o hálux; afastam o hálux do dedo adjacente.
Indicações
Dor no pé. Dor no calcanhar. Dor na primeira articulação metatarsofalângica. Joanete. Hálux valgo. Dor no
segundo dedo. Dor no antepé. Rigidez nos tecidos (incapacidade de usar suportes ortopédicos). Problemas
de marcha. Dormência no pé. Dor na articulação do joelho, do tornozelo ou do quadril.
Padrões de dor referida
Músculo quadrado plantar: dor no calcanhar. Músculo adutor do hálux: dor no antepé. Músculo flexor
curto do hálux: dor na região da primeira articulação metatarsofalângica. Músculos interósseos plantar
e dorsal: dor no segundo dedo (ântero-posterior).
Diagnóstico diferencial
Neuroma de Morton. Metatarsalgia. Fascite plantar. Esporão do calcâneo. Fratura por estresse. Disfun-
çòes articulares. Fratura dos ossos sesamóides. Radiculopatia lombar ("pé caído"). Hálux valgo. Síndro-
me do compartimento do calcâneo. Gota. Artrite.
Regiões e fatores que também devem ser considerados
Músculo flexor curto dos dedos. Problemas na articulação do quadril, joelho e tornozelo.
Recomendações ao paciente
Usar técnicas de alongamento com aplicação de frio e/ou calor. Não usar calçados apertados. Tratar qual­
quer disfunção articular. Realizar exercícios de alongamento. Alongar-se em casa utilizando uma bola de
tênis sob o pé. Utilizar palmilhas e órteses adequadas. Realizar análise postural e análise da marcha.
Técnicas __ _____
Crioterapia e alongamento / / Agulhamento seco
Injeções | S  S  Liberação de ponto-gatilho
/
/ /
Pontos-Gatilho......
Glossário de
Termos Médicos
Aneurisma aórtico
Angina
Arritmia cardíaca
Arterite
Artrite reumatóide
Artropatia
Bruxismo
Bursa (bolsa sinovial)
Bursite
Capsulite
Capsulite adesiva
Cifose
Cisto de Baker
Coccidinia
Contratura de Dupuytren
Cotovelo de golfista
Cotovelo de tenista
Dedo em garra
Dilatação formada pela ampliação da parede da aorta, que é preen­
chida por sangue coagulado ou plasma.
Qualquer dor sufocante, espasmódica ou intensa que pode, por
exemplo, preceder um infarto do miocárdio (ataque cardíaco).
Variação no ritmo da freqüência cardíaca normal.
Inflamação de uma artéria.
Doença auto-imune em que o sistema imunológico ataca os próprios
tecidos do corpo. Causa inflamação em muitas partes do corpo.
Qualquer doença que acomete uma articulação.
Ato de ranger de forma espasmódica e involuntária os dentes. Está
relacionado a tensões emocionais, agressões reprimidas, entre ou­
tros fatores.
Membrana de tecido fibroso que contém líquido sinovial, encontra­
da tipicamente entre tendões e ossos. Atua reduzindo a fricção du­
rante os movimentos.
Inflamação da bursa, por exemplo, bursite subdeltóidea.
Inflamação de uma cápsula articular.
Inflamação adesiva entre a cápsula articular e a cartilagem articular
do ombro. Causa dor, rigidez e limitação de movimento. É também
denominada ombro congelado.
Condição anormal da região torácica da coluna vertebral, caracteri­
zada pelo aumento da convexidade na vista lateral.
Protuberância localizada na região posterior do joelho; é causado
por um derrame de líquido sinovial que foi envolvido por uma
membrana.
Dor no cóccix e na região adjacente. Também conhecida como cocci-
godinia.
Espessamento, fibrose e encurtamento da fáscia palmar ou plan­
tar, determinando uma deformidade flexora dos dedos dos pés ou
das mãos.
Inflamação do epicôndilo mediai do úmero causada por atividade
(p.ex., golfe) que envolve preensáo e rotação, especialmente quando
é utilizada preensáo de força.
Cotovelo de tenista, ou epicondilite lateral, é uma tendinite que afe­
ta os músculos posteriores do antebraço em suas inserções; é causa­
da por movimentos repetitivos em atividades como martelar ou ou
manusear um serrote, ou ainda, utilizar uma raquete de tênis de for­
ma inadequada e impondo sobrecarga ao braço.
Deformidade dos dedos dos pés, particularmente em pacientes com
artrite reumatóide. Consiste na subluxação dorsal do segundo ao
quinto dedo, com sintomatologia dolorosa durante a caminhada. O
paciente desenvolve uma marcha arrastada.
198 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa
Dedo em martelo
Dermatomiosite
Dermomiótomo
Discopatia
Disfunção articular
Dismenorréia
Dispareunia
Dispnéia
Doença de Paget
Doença de Sever
Doença diverticular
(diverticulite)
Dor ciática
Dor discogênica
Dor visceral
Edema
Epicondilite
Eritema
Escleroderma
Escoliose
Espondilite anquilosante
Espondiloartropatia
Espondiloartropatia soronegativa
Espondilólise
Espondilolistese
Espondilose
Esporão do calcãneo
Estenose
Deformidade flexora da articulação interfalãngica distai dos dedos
dos pés.
Doença inflamatória crônica e progressiva dos músculos estriados
esqueléticos que ocorre em associação com alterações cutâneas in-
flamatórias características.
Zona de tecido embrionário indiferenciado, precursor de células
musculares e da pele.
Doença da cartilagem intervertebral (disco).
Distúrbio, anormalidade ou diminuição da capacidade de uma arti­
culação.
Dificuldade ou dor na menstruação.
Dificuldade ou dor durante uma relação sexual.
Falta de ar; dificuldade ou desconforto na respiração.
Doença rara em que o osso é substituído por tecido fibroso que enri­
jece e se torna quebradiço, causando muita dor. Afeta principalmen­
te o crânio, a coluna vertebral e os ossos dos membros inferiores.
Trauma do tipo determinado por tração, ou osteocondrose, da apó-
fise do calcãneo, observado em adolescentes jovens.
Doença em que se observa um saco normalmente presente ou de­
senvolvido pela herniaçâo da membrana mucosa de revestimento
em razão de um defeito na camada muscular de um órgão tubular.
Compressão de um nervo espinal associada a uma hérnia de disco,
doença na faceta articular ou relacionada a músculos, ou compres­
são entre as duas porções do músculo piriforme.
Dor causada pelo distúrbio de um disco intervertebral.
Dor resultante de lesão ou doença de um órgão na cavidade toráci-
ca ou abdominal.
Acúmulo de linfa nos tecidos, causado por falha na drenagem ade­
quada realizada pelo sistema linfático.
Inflamação e microrruptura dos tecidos moles do epicôndilo da por­
ção distai do úmero.
Rubor na pele causado pela congestão de capilares.
Espessamento e endurecimento crônicos da pele, podendo ocorrer
tanto como uma doença sistêmica quanto de modo localizado.
Rotação lateral da curvatura da coluna vertebral.
Forma de doença articular degenerativa que afeta a coluna verte­
bral. Doença sistêmica, que produz rigidez e dor como resultado
da inflamação das articulações sacroilíacas, intervertebrais e costo-
vertebrais.
Doença das articulações da coluna vertebral.
Termo genérico que compreende algumas doenças articulares dege­
nerativas com características semelhantes, por exemplo, sinovite de
articulações periféricas.
Dissolução de uma vértebra.
Deslocamento anterior de uma vértebra sobre outra.
Alterações degenerativas na coluna vertebral, como a osteoartrite.
Esporão ósseo do calcãneo.
Estreitamento anormal de um dueto ou canal, por exemplo, esteno­
se espinal (no canal vertebral), determinado pela invasão óssea nes­
se espaço.
Fascite Inflamação da fáscia que circunda o músculo.
Glossário de Termos M édicos 199
Fibromialgia
Fratura por avulsão
Fratura por estresse
Gota
Hálux rígido
Hálux valgo
Hemiplegia
Hérnia
Herpes-zóster
HLA
Joanete
Lesão
Lesão por esforço repetitivo
Linfadenopatia
Lordose
Manobra de Valsalva
Má-oclusão
Meralgia parestésica
Metatarsalgia
Neuralgia de Morton
Neuralgia do trigêmeo
Neurite
Neurogênico
Neuroma de Morton
Neuropatia
Dor e rigidez nos músculos e articulações que apresentam pontos-
gatilho múltiplos ou difusos.
Fratura indireta causada por forças compressivas decorrentes de um
trauma direto ou forças de tensão excessivas.
Fratura de um osso determinada pelo estresse por esforço repetitivo.
Condição determinada por um aumento na produção de ácido úri-
co, afetando as articulações, especialmente a articulação do hálux.
Deformidade flexora dolorosa do hálux, na qual existe limitação de
movimento na articulação metatarsofalângica.
Angulação do hálux para a lateral (em afastamento da linha mediana)
ou em direção aos outros dedos.
Paralisia de um lado do corpo.
Protrusão de uma víscera abdominal através de uma parte mais en­
fraquecida da parede abdominal.
Doença infecciosa aguda, normalmente auto-limitante. Acredita-se
que decorra da ativação do vírus do herpes humano do tipo 3 laten­
te naqueles indivíduos que se tornaram parcialmente imunizados
depois de terem sido acometidos pela varicela.
Antígeno leucocitário humano (do inglês human leukocyteantigen).
Proeminência anômala da face interna da cabeça do primeiro meta­
tarsal, resultando em deslocamento do hálux (hálux valgo).
Qualquer descontinuidade patológica ou traumática de um tecido
ou perda da função de uma parte.
Qualquer lesão resultante de uso excessivo, como distensão ou ten­
dinite em qualquer parte do corpo.
Doença dos linfonodos.
Curvatura convexa excessiva na região lombar da coluna vertebral.
Expiração forçada com a glote fechada ou narinas e boca fechadas.
Posicionamento inadequado dos dentes, afetando os movimentos
mandibulares essenciais à mastigação.
Encarceramento do nervo cutâneo femoral lateral na região do liga­
mento inguinal, causando dor e dormência na parte externa da
coxa, na região inervada pelo referido nervo.
Condição que envolve desconforto geral ao redor das cabeças dos
metatarsais.
Metatarsalgia causada pela compressão de um ramo do nervo plan­
tar pelas cabeças dos metatarsais, provocando dor no pé.
Síndrome caracterizada por episódios de dor excruciante na área
inervada pelo nervo trigêmeo, geralmente causada pela estimulação
de pontos-gatilho bem definidos.
Inflamação de um nervo, com dor e sensibilidade.
Diz-se do tecido nervoso em formação ou originado no sistema
nervoso.
Tumor originado em um nervo ou em muitas células e fibras nervo­
sas, resultante da neuralgia de Morton.
Distúrbio funcional ou alteração patológica no sistema nervoso pe­
riférico.
200 Pontos-Gatilho - Um a Abordagem Concisa
Nodo de Heberden
Odinofagia
Osteíte
Osteoartrite
Polimialgia reumática
Ponto de McBumey
Pós-parto
Ptose
Radiculopatia
Sacroiliíte
Síndrome arterial vertebral
Síndrome da articulação
temporomandibular
Síndrome da banda iliotibial
Síndrome da dor regional
complexa
Síndrome de Barrett
Síndrome de Homer
Síndrome de Tietze
Síndrome do arco doloroso
Síndrome do compartimento
Síndrome do compartimento
tibial anterior
Síndrome do compartimento
tibial posterior
Síndrome do desfiladeiro
torácico
Nódulo pequeno e sólido formado nas articulações interfalângi-
cas distais dos dedos das mãos. Está associado à osteoartrite inter-
falângica.
Dor ao deglutir.
Inflamação de um osso provocando um aumento de seu tamanho,
sensibilidade e dor.
Doença articular degenerativa não-inflamatória caracterizada pela
degeneração da cartilagem articular, hipertrofia óssea em suas mar­
gens e alterações na membrana sinovial. É observada com maior fre­
qüência em idosos.
Síndrome caracterizada por dor nas articulações e nos músculos
proximais. Afeta os idosos.
Região situada a um terço de distância entre a espinha ilíaca ântero-
superior e o umbigo que, quando em palpação profunda, provoca
sensibilidade intensa, indicando apendicite.
Após o parto.
Queda ou posicionamento de um órgão para baixo.
Doença das raízes nervosas.
Inflamação (artrite) da articulação sacroilíaca.
Insuficiência vascular envolvendo a compressão da artéria vertebral
na região cervical da coluna vertebral.
Complexo de sintomas que incluem zumbidos, tontura, cefaléia e
estalidos da articulação temporomandibular. As causas incluem es­
tresse e mâ-oclusão.
Dor/inflamação na banda iliotibial, com alongamento do colágeno
não-elástico desde a pelve até a região inferior ao joelho. Existem
várias causas biomecânicas.
Síndrome de alterações vasculares secundárias a uma disfunção do
sistema nervoso autônomo (vasavasorum/ vasanervortwO.
Úlcera péptica da região inferior do esôfago, algumas vezes com a
presença de células mucosas, em vez das células do epitélio pavi-
mentoso normal.
Depressão do bulbo do olho, ptose da pálpebra superior, sutil eleva­
ção da pálpebra inferior, constrição da pupila e vermelhidão no lado
da face atingido.
Inchaço de uma ou mais cartilagens costais, especialmente relativa
à segunda costela. A dor na região anterior do tórax pode asseme­
lhar-se àquela observada em doenças coronarianas.
Dor localizada acompanhada de limitada amplitude de movimento.
Condição em que um aumento da pressão intramuscular impede
o fluxo sanguíneo e as funções dos tecidos que formam um com­
partimento.
Rápido inchaço, tensão elevada e dor no compartimento tibial ante­
rior. Geralmente está relacionada a um histórico de esforço excessivo.
Dor na região do compartimento posterior da perna, incluindo os
músculos sóleo, gastroenêmio, tibial posterior, flexor longo dos de­
dos e flexor longo do hálux. O local da dor varia de acordo com o
músculo que é afetado.
Compressão do plexo braquial cujos sintomas são observados no
membro superior e no pescoço.
Glossário de Termos M édicos 201
Síndrome do escaleno
Síndrome do impacto
Síndrome do ombro congelado
Síndrome do túnel do carpo
Síndrome escapulocostal
Tendinite
Tendinite calcificada
Tendinite do tendão do calcâneo
Tendinopatia
Tenossinovite
Tenossinovite de De Quervain
Teste de coçar de Apley
Tique doloroso
Trismo
Trombo
Tromboflebite
Trombose venosa profunda (TVP)
Síndrome do desfiladeiro torácico causada pela compressão dc ner­
vos e vasos entre a primeira costela cervical e o músculo escaleno
anterior.
Condição crônica determinada por atividade repetitiva com a mão
acima da cabeça, prejudicando o lábio glenoidal, a cabeça longa do
músculo bíceps braquial e a bursa subacromial.
Capsulite adesiva.
Compressão do nervo mediano em sua passagem através do túnel
do carpo, provocando dor e formigamento na mão.
Dor na parte superior ou posterior do ombro, como resultado de
uma alteração de longa duração na relação entre a escápula e a pa­
rede torácica posterior.
Inflamação do tendão.
Inflamação e calcificação da bursa subacromial ou subdeltóidea. Re­
sulta em dor e limitação da amplitude de movimento do ombro.
Inflamação do tendão do calcâneo.
Doença do tendão.
Inflamação de uma bainha tendínea.
Tenossinovite inflamatória limitante dos tendões dos músculos ab-
dutor longo do polegar e extensor curto do polegar.
Determina a amplitude de movimento: rotação mediai e adução;
rotação mediai, extensão e adução; abdução, flexão e rotação lateral.
VerNeuralgia do trigêmeo.
Distúrbio motor do nervo trigêmeo caracterizado especialmente
por espasmo dos músculos da mastigação e dificuldade de abertu­
ra da boca.
Tampão formado por sangue ao longo da parede de um vaso san­
guíneo, em geral determinando uma obstrução vascular.
Inflamação de uma veia, associada à formação de um trombo.
Formação de trombo na parede de uma ou mais veias profundas do
membro inferior.
Uretrite Inflamação da uretra.
Varicocele
Vestíbulo
Vestíbulo-coclear
Condição que afeta os homens e caracteriza-se pela varicosidade
das veias da pele do escroto acompanhada de dor crônica.
Espaço ou cavidade na entrada de um canal.
Pertencente ao vestíbulo da orelha e à cóclea.
Pontos-Gatilho......
Referências Bibliográficas
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206 Pontosgatilho - Uma Abordagem Concisa
Epífora 47
Epimísio 33,36,42
Epinefrina 54
Escleroderma 135
Escoliose 97, 99
Espasmos 38, 48, 53
Espondilite anquilosante 85
Espondiloartropatia 85,97
Espondiloartropatia soronegativa 85
Espondilolistese 97
Espondilose 97,155
Esporão do calcãneo 183,185,193,195
Estenose 97,161
Estresse 109
Eversão 21
Extensão 18, 20
Fáscia 33,36
Fáscia profunda 33
Fascículos 26,33
Fascite 185
Fascitc plantar 189,195
Fibra muscular 42, 60
Fibras 36
Fibras de contração lenta (vermelhas), 24
Fibras de contração rápida (brancas) 24
Fibras de contração rápida intermediária 24
Fibromialgia 39, 107
Fibrose 45
Fixação muscular 34
Fixações múltiplas 34
Fixador 29, 30
Flatuléncia 93
Flexão 18, 20
Flexão lateral 18
Flexão plantar 21
Forma muscular 26
Fortalecimento 49
Fratura por estresse 183, 185, 189, 195
Fulcro 30
Ganho de peso 36
Glândula tireóide, problemas na 75
Cota 189,195
Hálux rígido 193
Hálux valgo 189,193,195
Hemiplegia 119
Hérnia 97,165,167
Herpes-zóster 109
Hiperextensão 18
Hipcrtonia muscular 45
Inervação 24
Inferior 12
Inflamação 45
Injeções 53
Inserção 28,42
Inversão 21
Irrigação sanguínea 24
Joanete 177, 195
Lateral 13
Lesão por esforço repetitivo (LER) 137
Liberação e alongamento 56
Ligação eletrostática 43
Ligamento da patela 187
Ligamento inguinal 165
Linfoadenopatia 79,165, 167,169
Linha alba 95
Linha M 43
Linha Z 43
Loções 60
Lordose 99
Manobra de Valsalva 97
Má-oclusão 75
Massagem de deslizamento, 59
Matriz intercelular 36
Mecanismo de chicote 77,79, 85, 89, 103
Mediai 13
Meralgia parestésica 99, 167,169
Mcridiano(s) 39
Metatarsalgia 177,179,189,193,195
Miofáscia 33,36
Miofibrilas 43
Miofilamentos 43,44
Miosina 43,44
Mitocòndria 44
Motor primário ivr Agonista
Motores secundários ver Músculos auxiliares
Movimentos anatômicos 18
Músculo estriado esquelético 24, 42
Músculos auxiliares 29
Músculos em forma de leque 26
Músculos fusiformes 26
Músculos longos 26
Músculos multipeniformes 26,159
Músculos orbiculares 26
Músculos paralelos 26
Músculos peniformes 26
Músculos semipeniformes 26
Náusea 91
Nervo espinal 9
Nervos cranianos 9
Neuralgia do trigémeo 65,71, 79
Neuralgia facial 79
Neuroma de Morton 189,195
Neuropatia 165
Neutralizadores ver Sinergista
N ó de Heberdan 149
Módulo 38
Odinofagia 73
Oposição 23
Origem 28,42
Osso hióide 75
Ossos sesamóides 34
Osteíte 163
Osteoartrite 85,99,115, 137, 139, 141, 143, 147,155, 161,
163,179,187
Palmar 14
índice Geral 207
Palpação 52
Pó valgo 193
Pé varo 193
Pcrimísio 33
Placa motora 24,40
Plano frontal (coronal) 17
Plano sagital 17
Plano transverso 17
Planos do corpo 17
Plantar 14
Plexo 9
Plexo braquial 77
Pblimialgia reumática 69,85
Pbnto(s)-gatilho 38, 39, 42, 44
ativo 46
central 45,49
difuso 46
inativo 46
latente ver inativo
miofascial 38
primário ver central
satélite 45, 49
secundário ver satélite
sintomas 46
Ponto de McBurney 94,95
Posição anatômica 12
Posterior 12
Postura 36,49,50
Pressão direcional 36
Principio do tudo-ou-nada 25
Profundo 14, 33
Pronaçao 20
Protração 21
Proximal 13
Ptose 47, 65, 79
Radiculopatia 83, 87, 97,163,167,169,171
Rafe 34
Ramo dorsal 9
Ramo ventral 9
Regiões do corpo 15
Retículo sarcoplasmático 44
Retração 22
Rotação 19
Rotação lateral 19
Rotação mediai 19
Sacroiliíte 97,153,155, 157,159,161
Sarcolema 42
Sarcômero 43,44
Sarcoplasma 42
Segmento vertebral 9
Septo intermuscular 24, 34
Síndrome arterial vertebral 85
Síndrome da articulação temporomandibular 67,69,
71,73
Síndrome da banda iliotibial 171
Síndrome de Barrett 73
Síndrome de Horner 65
Síndrome deTietze 111
Síndrome do compartimento tibial anterior 175
Síndrome do compartimento tibial posterior 181,191
Síndrome do desfiladeiro torácico 77,111,113,123,
125,149
Síndrome do escaleno 77
Síndrome do impacto 123,125
Síndrome do intestino irritável 91
Síndrome do ombro congelado ver Capsulite adesiva
Síndrome do túnel do carpo 77,135, 137,141, 147
Síndrome escapulocostal 107
Sinergista 29, 30
Sinusite 71, 75
Sistema nervoso autônomo 47
Sistema nervoso central (SN C ) 9,40,47
Sistema nervoso periférico (S T
P) 9,40,47
Solução salina isotònica 54
Substância P 45
Superficial 14, 33
Superior 12
Supinação 20
Tecido cicatricial 60
Tecido conjuntivo 33
Tecido mesodérmico 36
Técnica de contração isolítica 57
Técnica de contração isométrica 57
Técnica de contração isotònica 57
Técnica de contrair e relaxar 56
Técnica(s) de energia muscular 57
Técnica de inibição isquemica e compressão 58
Técnica de inibição recíproca 56
Técnica(s) de liberação posicionai 57
Técnica de manter e alongar 56
Técnica de massagem profunda 58
Técnica de relaxamento pós-isométrico 56
Tendinite 171,177,187
Tendinite calcificante 117
Tendinite do tendão do calcâneo 181,183,185,191
Tendinite temporal 69
Tendinopatia do manguito rotador 115,117,119,121
Tendões 34, 36
Tenossinovite 163, 187,191
Tenossinovite de De Quervain 133,137, 139,141, 143,
145,147
Teoria do deslizamento de lluxley, 1954 43
Terapia manual de liberação de pontos-gatilho 56
Teste de coçar de Apley 119
Timo 75
Titina 43
Tônus 43
Torcicolo 89
Toxina botulínica A 54
Traumas mecânicos 36
Triângulo femoral 165
Trismo 67, 73
Tromboflebite 181
Trombose 187
Trombose venosa profunda (TVP) 181,187, 191
Unidade miotendínea 42
Unidade motora 24
Vantagem mecânica 30
Varicocele 93
208 Pontos gatilho - Uma Abordagem Concisa
Vasodilataçào 45
Vasos subclávios Tl
Vestíbulo-cocleares, problemas 79
Vômito 93,95
Z o n a H 43
Zonas de dor referida 36, 45, 46
Zumbido 67,71
índice de Músculos
Abdutor do dedo mínimo (mão) 148
Abdutor do dedo mínimo (pé) 192
Abdutor do hálux 192
Adutor do hálux 194
Adutor do polegar 146
Adutores curto, longo e magno 164
Bíceps braquial 126
Bíceps femoral 162
Braquiorradial 138
Deltóide 114
Digástrico 74
Epicrânico (Occipitofrontal) 62
Hretor da espinha 82
Escalenos anterior, médio e posterior 76
Esplénio da cabeça e esplénio do pescoço 88
Esternocleidomastóideo 78
Extensor curto dos dedos 192
Extensor dos dedos 142
Extensor longo do hálux 176
Extensor longo dos dedos 176
Extensor radial longo do carpo e extensor radial
curto do carpo 140
Extensor ulnar do carpo 140
Fibulares longo, curto e terceiro 178
Flexor curto do hálux 194
Flexor curto dos dedos 192
Flexor longo do hálux 188
Flexor longo dos dedos 188
Flexor profundo dos dedos e flexor superficial
dos dedos 136
Flexor radial do carpo e flexor ulnar do carpo 136
Gastrocnèmio 180
Glúteo máximo 152
Glúteo médio 156
Glúteo mínimo 158
Iliaco 98
Iliopsoas (Psoas maior/llíaco) 98
Infra-espinal 118
Interósseos dorsais (mão) 148
Interósseos dorsais (pé) 194
Interósseos plantares 194
Latíssimo do dorso 112
Levantador da escápula 104
Longuíssimo da cabeça 84
Lumbricais (mào) 148
Masseter 66
Nlultífidos 86
Oblíquo externo do abdome 90
Oponente do polegar 146
Orbicular do olho 64
Palmar longo 134
Pectíneo 166
Peitoral maior 110
Piramidal irr Reto do abdome
Piriforme 160
Plantar 182
Poplíteo 186
Pronador redondo 132
Psoas maior 98
Pterigóideo lateral 70
Pterigóideo mediai 72
Quadrado do lombo %
Quadrado plantar 194
Redondo maior 124
Redondo menor 120
Reto do abdome 94
Reto femoral 170
Rombóide maior e rombóide menor 106
Rotadores 86
Sartório 168
Semiespinal da cabeça e semiespinal do pescoço 84
Semimembranáceo 162
Semitendíneo 162
Serrátil anterior 108
Sóleo 184
Subescapular 122
Supinador 144
Supra-espinal 116
Temporal 68
Tensor da fáscia lata 154
Tibial anterior 174
Tibial posterior 190
Transverso do abdome 92
Trapé/io 102
Tríceps braquial 128
Vastos intermédio, lateral e mediai 170
PONTOS-GATILHO
Pontos-Gatilho - UmaAbordagem Concisa foi escrito para estu­
dantes e profissionais de massoterapia, terapias corporais, fisiote­
rapia, osteopatia. terapia esportiva e outras áreas relacionadas à
saúde. Com ilustrações em cores, este livro é um guia de referência
prático que explica como tratar as dores crônicas originadas pelos
pontos-gatilho - nódutos sensíveis e dolorosos que se formam nas
fibras musculares e tecidos conjuntivos.
Os primeiros quatro capítulos proporcionam uma base de
conhecimento sólida acerca da fisiologia dos pontos-gatilho e dos
métodos de tratamento gerais. Os outros seis capítulos foram orga­
nizados de acordo com os seguintes grupos musculares:
- Músculos da cabeça e do pescoço
- Músculos do tronco e da coluna vertebral
- Músculos do ombro e do braço
- Músculos do antebraço e da mào
- Músculos do quadril e da coxa
- Músculos da perna e do pé
Nesses capítulos, cada página ímpar descreve um músculo
estriado esquelético em particular; com linguagem direta, o texto
fornece informações sobre a origem, inserção, ação e inervação de
cada músculo, além de apresentar as implicações fisiológicas dos
pontos-gatilho sobre os locais em que se manifestam, técnicas de
tratamento e recomendações ao paciente. Na respectiva página
par. ilustrações representam a anatomia do músculo em questão,
exemplos de pontos-gatilho e padrões de dor referida, assim como
sugestões de exercícios de fortalecimento e alongamento.
0 livro apresenta também um glossário de termos médicos, que
expõe de forma clara e precisa a definição das principais patologias
que podem estar de alguma maneira associadas aos pontos-gatilho
e que devem ser consideradas no diagnóstico diferencial.
Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa expõe de forma resu­
mida. sem deixar de ser abrangente, os principais tópicos de ana­
tomia necessários para compreender e tratar pontos-gatilho. sendo
portanto indispensável para todos os estudantes e profissionais que
atuam em áreas terapêuticas e de saúde e que desejam progredir
em sua carreira.
A
Manole
U-5
9 78i 52Ò»426Ó45
Pontos-Gatilho......

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Pontos-Gatilho......

  • 4. Título do original cm inglês: The Cotxcisc Book cfTriggcr Points Copyright O 2005 bv North Atlantic Books. Todos os direitos reservados. Tradução: Arthur Gcorg Schmidt Professor de Anatomia e Fisiologia Humana da Universidade Paulista (t*MP) Especialista em Anatomia Cirúrgica da Face pela Universidade de Sâo Paulo (fsp) Mestre cm Xcurocicnciax e Comportamento pela Universidade de Sào Paulo (i:$p) Fábio César Prosdócimi Mestre em Ncurocicncias c Comportamento pela Universidade de S&o Paulo (U5P) Especialista em Anatomia Cirúgica pela Universidade de Sào Paulo Professor de Morfologia Humana da Universidade Nove de Julho (u x ix o v e ) Professor de Anatomia e Fisiologia Humana da Universidade Paulista (UKIf) Preparado e revisão: Depto. editorial da F.ditora Manole Editoração eletrônica: JLG - F.ditoraçao Gráfica Capa: Hélio de Almeida Dados Internacionais de Catalogado na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro. SP. Brasil) Niel-Ashcr, Simeon Pontos-gatilho : uma abordagem concisa /Simeon Niel- A sher; (tradução FábioC& ar Prosdócimi, Arthur Cíeorg Schmidt) . -- Barueri, S P : Manole, 2008. Título original: The concisc book of trigger points. Bibliografia. ISB N 978*85-204'2684-5 1. Doenças crônicas - Tratamento - Manuais 2. Síndrome da dor miofascial - Tratamento - Manuais I. Titulo. C D D -6 16.74 08-10663__________________________________________ N L M -W E 140 Índices para catálogo sistemático: 1. Pontos-gatilho : Mialgias : Medicina 616.74 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida, por qualquer processo, sem a pcrmisvto expressa do* editores. £ proibida a reprodução por xerox. F.diçào brasileira - 2008 Direitos em língua portuguesa adquiridos pela: Hditora Manole l.tda. Av. Ceei, 672 - Tamboré 06460-120 - Barueri - SP - Brasil TcU (11) 4196-6000 Fax: (11) 4196-6021 www.manole.coni.br info0toanolc.com.br Impresso no Brasil Printcd in Brazít
  • 5. Sumário Sobre este Livro 7 Muscular e de Liberação Posicionai 57 Considerações sobre a Inervação Periférica 9 Técnicas de Massagem 58 Questões Freqüentes 59 Capítulo 1 0 Corpo em Movim ento 11 Terminologia Direcional Anatômica 12 Capítulo 5 Regiões do Corpo 15 Músculos da Cabeça e do Pescoço 61 Planos do Corpo 17 Epicránico (Occipitofrontal) 62 Movimentos Anatômicos 18 Orbicular do Olho 64 Músculo Estriado Esquelético 24 Masseter 66 Forma dos Músculos (Arranjo dos Temporal 68 Fascículos) 26 Pterigóideo Lateral 70 Mecânica Musculoesquelética 28 Pterigóideo Mediai 72 Fáscia e Miofáscia 33 Digástrico 74 Fixação Muscular 34 Escalenos Anterior, Médio e Posterior 76 Desenvolvimento Embriológico Esternocleidomastóideo 78 e Miofascial 36 Capitulo 6 Capitulo 2 Músculos do Tronco e da Coluna Vertebral 81 Aspectos Gerais dos Pontos-Gatilho 37 Eretor da Espinha 82 Definição 38 Músculos Cervicais Posteriores 84 Prevalência 38 Multifidos / Rotadores 86 Embriogènese 38 Esplênio da Cabeça / Esplênio do Pescoço 88 Evidências 39 Oblíquo Externo do Abdome 90 Pontos de Acupuntura ou Acupressão Transverso do Abdome 92 e Pontos-Gatilho 39 Reto do Abdome 94 Fibromialgia 39 Quadrado do Lombo 96 Capitulo 3 lliopsoas (Psoas Maior / llíaco) 98 Fisiologia dos Pontos-Gatilho 41 Capitulo 7 Visão Geral da Estrutura do Músculos do Om bro e do Braço 101 Músculo Estriado Esquelético 42 Trapézio 102 Classificação dos Pontos-Gatilho 45 Levantador da escápula 104 Sintomas dos Pontos-Gatilho 46 Rombóide Maior e Rombóide Menor 106 Observações Clínicas 47 Serrátil Anterior 108 Peitoral Maior 110 Capítulo 4 Latíssimo do Dorso 112 Protocolos de Técnicas Terapêuticas 51 Deltóide 114 Palpaçáo 52 Supra-espinal 116 Injeções 53 Infra-espinal 118 Técnica de Agulhamento Seco 54 Redondo Menor 120 Técnica de Crioterapia e Alongamento 54 Subescapular 122 Terapia Manual - Protocolos de Redondo Maior 124 Liberação de Pontos-Gatilho 56 Bíceps Braquial 126 Modificações das Técnicas de Energia Tríceps Braquial 128
  • 6. 6 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa Capitulo 8 Músculos do Antebraço e da M ão 131 Capítulo 10 Músculos da Perna e do Pé 173 Pronador Redondo 132 Tibial Anterior 174 Palmar Longo 134 Extensor Longo dos Dedos / Extensor Flexores do Carpo 136 Longo do Hálux 176 Braquiorradial 138 Fibulares Longo, Curto e Terceiro 178 Extensores do Carpo 140 Gastrocnêmio 180 Extensor dos Dedos 142 Plantar 182 Supinador 144 Sóleo 184 Oponente do Polegar / Adutor do Popliteo 186 Polegar 146 Flexor Longo dos Dedos / Flexor Pequenos Músculos da Mão 148 Longo do Hálux 188 Capítulo 9 Músculos do Quadril e da Coxa Tibial Posterior 190 151 Músculos Superficiais do Pé 192 Glúteo Máximo 152 Músculos Profundos do Pé 194 Tensor da Fáscia Lata Glúteo Médio 154 156 Glossário de Termos Médicos 197 Glúteo Mínimo 158 Referências Bibliográficas 203 Piriforme Músculos Isquiotibiais 160 162 índice Geral 205 (Posteriores da Coxa) índice de Músculos 208 Músculos Adutores Pectíneo Sartório Quadríceps Femoral 164 166 168 170
  • 7. Sobre este Livro Este livro está organizado em um formato de consulta prático, a fim de oferecer informações úteis sobre os pontos-gatilho relacionados aos principais músculos estriados esqueléticos, fundamentais para massagem, fisioterapia e terapias corporais. Cada grupo muscular é abordado em uma seção específica diferenciada por cores para proporcionar uma rápida consulta. Detalhes como origem, inserção, inervação e ação de cada mús­ culo atendem às necessidades de estudantes e profissionais e são apresentados de maneira uniforme ao longo de todo o livro. Um exemplo é mostrado logo abaixo. Textos sucintos explicam cada tópico destacado em ne­ grito (alguns músculos apresentam uma versão abreviada). Deve-se observar que a localização do ponto-gatilho em um músculo não corresponde a uma ciência exata. O critério mais freqüente na maioria dos livros para sua localização consiste em marcá-los com um "X". Entretanto, o uso do "X " para indicar os pontos pode ser interpretado de maneira incorreta. Os pontos-gatilho tendem a se desenvolver no ventre muscular, na região da placa motora. Quando possível, a localização mais freqüente do ponto-gatilho principal é indicada. É importante notar que esses pontos-gatilho não são "fixos"; servem apenas como pontos de referência. No âmbito da prática clínica, é possível verificar que a localização do ponto-gatilho varia. A variação da direção, da amplitude e da força aplicada exerce também um impacto na localização do ponto-gatilho. Nome do músculo Alguns exercícios fundamentais para o alongamento do músculo Origem do nome do músculo Fixação que permanece relativamente imóvel durante a contração muscular Zona de distribuição da dor relacionada a ponto(s)-gatilho especifico Exercícios de alongamento indicados para o músculo descrito. Para os exercícios mostrados em apenas um lado do corpo, deve-se também repetir o movimento com o outro lado. Principais métodos para tratamento de pontos-gatilho (v e r págs. 53-57) / y = totalmente indicado y = indkado Fixação que se desloca Movimento ou efeito determinado pela contração muscular Nervo motor que inerva o músculo Atividade cotidiana para a qual o músculo contribui .Sintomas ou áreas de disfunção Área de dor relacionada a um ponto-gatilho especifico — Qual será o problema? Outros pontos-gatilho muscular com padrão semelhante v Recomendações que devem ser consideradas pelo especialista e pelo paciente
  • 9. Considerações sobre a Inervação Periférica O sistema nervoso compreende: • O sistema nervoso central (encéfalo e medula espinal). • O sistema nervoso periférico (incluindo o sistema nervoso autônomo, ou seja, todas as estruturas neu- rais fora do encéfalo e da medula espinal). O sistema nervoso periférico é formado por 12 pares de nervos cranianos e 31 pares de nervos es­ pinais (com seus ramos subseqüentes). Os nervos espinais são numerados de acordo com seu nível de origem na medula espinal, conhecido como segmento medular. Neste livro, a relevância de cada inervação periférica é apresentada junto ao músculo correspon­ dente, atendendo a todos os leitores que necessitam conhecê-la. No entanto, a informação sobre o seg­ mento medular* de origem das fibras nervosas difere com freqüência entre os vários autores. Isso ocor­ re porque é extremamente difícil para os anatomistas traçar a via de uma única fibra nervosa através da rede intrincada de outras fibras nervosas conforme passa por um plexo (plexo = rede de nervos, do la­ tim plexus,que significa trança). Essa informação, portanto, deriva mais propriamente da observação clí­ nica empírica que por meio da dissecção do corpo. Visando oferecer as informações da forma mais precisa possível, seguiu-se nesta obra a proposta de Chris Jarmey e reproduziu-se o método desenvolvido por Florence Peterson Kendall e Elizabeth Ken- dall McCreary {Músculos:ProimeFunções. Barueri: Editora Manole, 2007). Kendall e McCreary reuniram informações dos livros de seis renomados anatomistas: Cunningham, dejong, Foerster e Bumke, Cray, Haymaker e Whoodhall, e Spalteholz. Seguindo o mesmo procedimento, e, portanto, contrapondo os re­ sultados com os de Kendall e McCreary, foi adotado neste livro o sistema de destacar as raízes nervosas mais importantes para cada músculo. Para exemplificar, consideremos o músculo supinador, inervado pelo ramo profundo do nervo radi­ al C5, 6, (7). O segmento medular pertinente é indicado pela letra [C] e os números [5,6, (7)1. Números em negrito [p.ex. 6J indicam que há concordância entre a maioria dos autores (pelo menos cinco). Números que não estão em negrito Ip.ex. 5J refletem a concordância entre três ou quatro autores. Números colocados en­ tre parênteses Ip.ex. (7)1 indicam a concordância entre apenas dois autores ou, quando mais de dois auto­ res, sugerem a consideração de uma inervação mínima. Quando um segmento medular foi mencionado por apenas um autor, ele foi desconsiderado. Portanto, números em negrito indicam a inervação principal, sem negrito indicam inervação secundária e entre parênteses indicam inervação possível ou infreqüente. * Segmentomedularfafurtedamatutaespinalqueorigina umfVfiif/imxtsesfmiaxs(umjureons&teemumncnvfxt- raoLbfoes<fuerttoeoutrofuruo dtrrtlodoeorjv).Oh & nenvmprttíf<vnt/mfibw motorase scftfiit/itK. tu>ço a/issairfrfofiyrattte,queéaaberturaertfrri&tebras.xt/a- ientes.o/tenvesp/naffdwittiáocmum ramof*tertorou dorso!(direcionado/wieriorwenU)cemumramoanterior ou irn tn d (dimionadolateralouan!erÃ>rmentc) Asf/lras d ív ran/osfXKtcriorr<inerntmafrleeosnntecutcsextenso- Figura 1: Segmento medular mostrando as raízes nervosas que se unem para resdof*save dotror/eo.Osramosanteriores inemtmos formar um nervo espinal, que se divide em ramos anterior e posterior. jwvwfrt*atemdaregiãolateraleanteriordotowm R am o anterior o u ventral M e d u la Raiz dorsal N ervo R a m o p o ste rio r o u d o rsal Raiz ventral
  • 11. 0 Corpo em 1 Movimento I
  • 12. 12 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa Terminologia Direcional Anatômica Para descrever a posição relativa de partes do corpo e seus movimentos, é necessário adotar uma posição de referência inicial universalmente aceita. A posição padrão do corpo, conhecida como posição anatômica, serve como referência e consiste cm estar em pé com o corpo ereto, os braços estendidos nas laterais do tronco e as palmas das mãos voltadas para a frente (ver Figura 1.1). A maior parte da termi­ nologia direcional utilizada refere-se ao corpo comoscele estivesse na posição anatômica, independente de sua real posição. Deve-se observar que os termos "esquerdo" e "direito" referem-se ã pessoa ou obje­ to visualizado, e não ao leitor. Figura 1.1: Anterior Em frente; na parte da frente do corpo ou em sua direção. Figura 1.2: Posterior Atrás; na parte de trás do corpo ou em sua direçáo. Figura 1.3: Superior Acima; em direção à cabeça ou á parte superior do corpo ou de uma estrutura. Figura 1.4: Inferior Abaixo; no sentido oposto ao da cabeça ou em direção â parte inferior do corpo ou de uma estrutura.
  • 13. 0 Corpo em M ovim ento 13 Figura 1.5: M ediai (do latim medius, que significa "no meio"). Na linha media­ na do corpo ou em sua direção; na parte interna de um membro. Figura 1.6: Lateral (do latim latus. que significa "lado"). No sentido oposto ao da linha mediana do corpo; na parte externa do corpo ou de um membro. Figura 1.7: Proximal (do latim proximus. que significa "próximo"). Próximo ao centro do corpo (o umbigo) ou ao ponto de fixação de um membro no tronco. Figura 1.8: Distai (do latim distans. que significa "distante"). Afastado do centro do corpo ou do ponto de fixação de um membro no tronco.
  • 14. 14 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa Figura 1.9: Superficial Na superfície do corpo ou em sua direção. Figura 1.10: Profundo Distante da superfície do corpo; mais interno. Figura 1.11: Dorsal Referente à superfície posterior, isto é. ao dorso; p.ex.: dorso da mão. dorso do pé. Figura 1.12: Palmar Referente à superfície anterior da máo. isto é. à palma. Figura 1.13: Plantar Referente à planta do pé.
  • 15. 0 Corpo em M ovim ento 15 Regiões do Corpo As duas divisões do corpo são a parte axinl, formada pela cabeça, pescoço e tronco, e a parte apen- dictilar, formada pelos membros que estão fixados ao eixo do corpo. A Figura 1.14 (a e b) mostra os ter­ mos utilizados para indicar áreas específicas do corpo. Os termos entre parênteses indicam as regiões correspondentes às áreas assinaladas. Frontal (testa) Fibular (parte lateral da perna) Crural (perna) Hálux Axilar (axila) Torácica (tórax) Braquial (braço) Umbilical (umbigo) Antebraquial (antebraço) Pélvica (pelve) Quadril Púbica (regiáo genital) Femoral (coxa) Patelar (região anterior do joelho) Podálica (pé) Nasal (nariz) Bucal (bochecha) Mentual (queixo) ----------------- Acromial (ponta do ombro) ----------------- Esternal (esterno, osso do peito) ----------------- Mamária (peito) Antecubital (região anterior do cotovelo) Abdominal (abdome) Carpal (punho) Polegar Palmar (palma) Digital (dedos) Inguinal (virilha) Cefálica (cabeça) Tarsal (tornozelo) Orbital (olho) Oral Cervical Digital Figura 1.14 a: Termos usados para indicar áreas específicas do corpo; vista anterior.
  • 16. 16 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa Cefálica (cabeça) — Escapular (escápula) Vertebral (coluna vertebral) Dorsal (costas) Mào Femoral (coxa) Poplitea (região posterior do joelho) Sural (panturrilha) Calcânea (calcanhar) Ótica (orelha) Occipital (região posterior da cabeça) Acromial (ponta do ombro) Braquial (braço) Olecraniana (região posterior do cotovelo) Lombar (parte inferior das costas) Sacral (sacro) Glútea (nádegas) Perineal (entre o ánus e os órgáos genitais externos) Plantar (planta do pé) Figura 1.14 b: Termos usados para indicar áreas especificas do corpo; vista posterior.
  • 17. 0 Corpo em M ovim ento 17 Planos do Corpo Os planos referem-se às secções bidimensionais que atravessam o corpo, a fim de se proporcionar uma visualização do corpo ou de partes dele, como se ele fosse cortado por uma linha imaginária. • O plano sagital secciona verticalmente o corpo no sentido ãntero-posterior, dividindo-o em metades direita e esquerda. A ilustração mostra o plano sagital mediano. • O plano frontal (coronal) cruza verticalmente o corpo, dividindo-o cm partes anterior e posterior, for­ mando um ângulo reto com o plano sagital. • O plano transverso ê uma secçáo horizontal que divide o corpo em partes superior e inferior, forman­ do um ângulo reto com os dois planos descritos acima. A Figura 1.15 ilustra os planos utilizados com mais freqüência. Figura 1.15: Planos do corpo.
  • 18. 18 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa Movim entos Anatômicos A direção em que parles do corpo se movimentam é descrita em relação ã posição fetal. O movi­ mento realizado para assumir a posição fetal consiste na flexão dos membros. O movimento inverso, ou seja, o alongamento do corpo a partir da posição fetal, consiste na extensão dos membros. b) Figura 1.16: a) Flexão para a posição fetal; b) Extensão a partir da posição fetal. Principais Movim entos Figura 1.17: Flexão: curvar-se para promover uma diminuição do ângulo entre os ossos no local de uma articulação. A partir da posiçáo anatômica, a flexão geralmente é para a frente, com exceção da articulação do joelho, que se projeta para trás. Uma maneira de lembrar esse movimento é relacioná-lo ã posição fetal. Extensão: alongar-se ou curvar-se para trás, deixando a posição fetal. Hiperextensão: estender o membro além de sua amplitude normal. Figura 1.18: Flexão lateral Curvar lateralmente o tronco ou a cabeça no plano frontal (coronal).
  • 19. 0 Corpo em M ovim ento 19 a) b) Figura 1.19 a e b: Abdução: movimento de um osso em afastamento da linha mediana do corpo ou de um membro. Adução: movimento de um osso em direção ã linha mediana do corpo ou de um membro. NOTA: para a abdução do braço continuar acima da linha do ombro (elevação por abdução), a escapula deve realizar rotação em torno do seu eixo para mover a cavidade glenoidal para cima (ver Figura 1.27b). a) Rotação lateral Rotação mediai b) Rotação da coluna vertebral Figura 1.20 a e b: Rotação: movimento do tronco ou de um osso em torno de seu próprio eixo longitudinal. Rotação mediai: rotação em direção á linha mediana. Rotação lateral: rotação em afastamento da linha mediana. Abdução Aduçáo
  • 20. 20 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa Figura 1.21 a e b: Circundução Movimento em que a extremidade distai de um osso se move em círculos, enquanto a extremidade proximal permanece estável; o movimento combina flexão, abduçáo, extensão e aduçao. Outros Movimentos Os movimentos descritos nesta seção são aqueles que ocorrem em articulações ou partes específi­ cas do corpo, normalmente envolvendo mais de uma articulação. a) b) Figura 1.22 a: Pronaçào Posicionar a palma da máo para baixo, voltando-a para o solo (com o cotovelo flexionado em 90° ou repousando no solo) ou em sentido contrário ao das posições anatômica e fetal. Figura 1.22 b: Supinação Posicionar a palma da mão para cima, voltando-a para o teto (com o cotovelo flexionado em 90° ou repousando no solo) ou no mesmo sentido das posições anatômica e fetal.
  • 21. 0 Corpo em M ovim ento 21 Dorsiflexáo Inversão Eversão Figura 1.23: Flexão plantar: apontar os dedos dos pés em direção ao solo. Dorsiflexáo: apontar os dedos dos pés em direção ao teto. Figura 1.24: Inversão: mover a planta dos pés no sentido mediai, de modo que sejam capazes de se tocar. Eversão: mover a planta dos pés no sentido lateral, de modo que fiquem voltadas para fora. Figura 1.25: Protração Movimento para a frente no plano transverso. Por exemplo, protração do ombro.
  • 22. 22 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa Figura 1.26: Retração Movimento em sentido posterior no plano transverso. Por exemplo, ao manter o cingulo do membro superior para trás, como na posição em estilo militar. Figura 1.27 a: Elevação: movimento de uma parte do corpo para cima no plano frontal. Por exemplo, elevação da escápula ao encolher os ombros. Depressão: movimento de abaixamento de uma parte do corpo em retorno ã posição original.
  • 23. 0 Corpo em M ovim ento 23 Rotação da articulação do om bro para permitir elevação por abdução Figura 1.27 b: A abdução do braço na articulação do ombro, conforme é elevado acima da cabeça no plano frontal, pode ser denominada elevação por abduçáo. Figura 1.27 c: A flexão do braço na articulação do ombro, conforme é elevado acima da cabeça no plano sagital, pode ser denominada elevação por flexão. Figura 1.28: Oposição Movimento especifico da articulação em sela do polegar (articulação metacarpofalãngica do polegar), que permite que este dedo toque a polpa digital dos demais dedos.
  • 24. 24 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa Músculo Estriado Esquelético Tipos de Fibras Musculares Existem três tipos de fibras musculares: fibras de contração lenta (vermelhas), fibras de contração rápida (brancas) e fibras de contração rápida intermediária. 1. Fibras Musculares de Contração Lenta Trata-se de pequenas fibras que contraem lentamente. Sua coloração vermelha deve-se à mioglobi- na, substância semelhante a hemoglobina que armazena oxigênio e aumenta o nível de difusão desse gás no interior da fibra muscular. Contanto que o suprimento de oxigênio seja abundante, as fibras verme­ lhas podem se contrair por longos períodos, sendo, portanto, muito resistentes â fadiga. Maratonistas profissionais tendem a apresentar alta porcentagem dessas fibras. 2. Fibras M usculares de Contração Rápida Trata-se de fibras grandes e que contraem rapidamente. São esbranquiçadas por possuírem uma quantidade menor de mioglobina. Apresentam rápida fadiga porque dispõem de pouca reserva de gli- cogênio em seu interior para realizar a contração. Contudo, são capazes de gerar contrações muito mais potentes que as fibras vermelhas, ocasionando movimentos rápidos e potentes por períodos curtos de tempo. Velocistas profissionais tendem a apresentar alta porcentagem dessas fibras. 3. Fibras Musculares de Contração Rápida Intermediária Essas fibras musculares, que apresentam coloração rosa ou vermelha, são intermediárias em tama­ nho e atividade em relação aos outros dois tipos de fibras. NOTA: Existe uma mistura dessas fibras musculares na composição dos músculos, o que lhes propor­ ciona resistência à fadiga e velocidade de contração. Irrigação Sanguínea Geralmente, cada músculo recebenutrientes através do sangue de uma artéria e envia os resíduos metabólicos através de veias que o circundam. Esses vasos sanguíneos em geral localizam-se na parte central do músculo, mas também podem estar situados em sua extremidade. Dessa maneira, ramificam- se em um plexo capilar, que se espalha ao longo dos septos intermusculares para finalmente penetrar no endomísio que circunda cada fibra muscular. Durante um exercício físico, esses capilares se dilatam, aumentando o fluxo sanguíneo no músculo cm aproximadamente 800 vezes. O tendão do músculo, por apresentar pouco tecido contrátil, possui uma irrigação sanguínea muito menor. Inervação A inervação de um músculo em geral se situa próxima ao local de irrigação sanguínea, ramifican­ do-se através dos septos de tecido conjuntivo no interior do endomísio da mesma maneira que os capi­ lares sanguíneos. Cada fibra muscular estriada esquelética é inervada por uma única terminação nervo­ sa. Isso apresenta contraste em relação a outros tecidos musculares, capazes de se contrair sem nenhu­ ma estimulação nervosa. O nervo que penetra o músculo geralmente contém fibras sensitivas e motoras em proporções semelhantes, embora alguns músculos possam receber inervação sensitiva em ramos separados. Assim que essas fibras nervosas se aproximam da fibra muscular, dividem-se em numerosos ramos terminais, coletivamente denominados placamotora. Unidade Motora do Músculo Estriado Esquelético Uma unidade motora é formada por fibras musculares e por uma única fibra nervosa que as iner- va. A unidade motora varia em tamanho, desde cilindros musculares de 5 a 7 mm de diâmetro no mem­
  • 25. 0 Corpo em M ovim ento 25 bro superior a 7 a 10 mm de diâmetro no membro inferior. O número médio de fibras musculares em uma unidade motora é de 150 (porém esse número varia de menos que 10 a centenas). Nas regiões em que ocorrem movimentos finos, como no bulbo do olho ou nos dedos das mãos, existem poucas fibras musculares inervadas por uma única fibra nervosa. Por outro lado, nas regiões em que são necessários movimentos mais grosseiros, como nos músculos do membro inferior, cada fibra nervosa inerva algu­ mas centenas de fibras musculares. As fibras musculares de uma unidade motora, em vez de se agruparem, distribuem-se ao longo de todo o músculo. Isso significa que a estimulação de uma única unidade motora pode fazer com que todo o músculo exiba uma fraca contração. Os músculos estriados esqueléticos trabalham obedecendo ao "Princípiodotudo-ou-nadaEm outras palavras, grupos de células musculares, ou fascículos, podem ou não contrair. Dependendo da potência de contração necessária, um certo número de fibras musculares pode se contrair totalmente, enquanto outras fibras podem simplesmente não se contrair. Quando é necessário um grande esforço muscular, a maior parte das unidades motoras pode ser estimulada ao mesmo tempo. Entretanto, em condições usuais, as unidades motoras tendem a trabalhar em revezamento, de modo que durante contrações pro­ longadas algumas delas podem ficar em repouso enquanto outras se contraem. Neurônio motor Placa motora Figura 1.29: Unidade motora de um músculo estriado esquelético.
  • 26. 26 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa Forma dos Músculos (Arranjo dos Fascículos) A forma do músculo está diretamente relacionada com os pontos-gatilho, pois determina sua dis­ tribuição e quantidade. Os músculos variam em forma de acordo com o arranjo de seus fascículos. A razão dessa variação é promover a eficiência mecânica ideal do músculo em relação à sua posição e ação. O arranjo mais freqüente dos fascículos determina formas musculares descritas como paralelas, penifor- mes, em forma de leque ou orbiculares. Cada um desses arranjos apresenta subdivisões. Paralelo Esse arranjo apresenta fascículos dispostos de maneira paralela em relação ao eixo longitudinal do músculo. Se os fascículos se dispõem ao longo do comprimento de um músculo, este é conhecido como longo,como, por exemplo, o músculo sartório (ver Figura 1.30). Se o músculo apresenta um ventre dila­ tado e tendões nas extremidades, é denominadofusiforme, como o músculo bíceps braquial (ver Figura 1.30). Uma modificação desse tipo apresenta dois ventres e um tendão intermediário, com o músculo passando a ser denominado digástrico,como o músculo digástrico localizado no pescoço. Peniforme Os músculos peniformes são assim denominados pelo fato de seus pequenos fascículos estarem fixados obliquamente ao tendão, como a estrutura de uma pena. Um bom exemplo desse tipo de mús­ culo é o reto femoral (ver Figura 1.30). Se o músculo apresentar os fascículos de apenas um lado do ten­ dão, ele é denominado semipeniforme,como, por exemplo, o músculo flexor longo dos dedos (ver Figura 1.30). Caso existam várias inserções tendinosas com fibras dispostas em várias direções, o músculo é denominado multipeniforme,sendo o melhor exemplo desse tipo a parte média do músculo deltóide (ver Figura 1.30). Em forma de leque Músculos que apresentam uma origem extensa que converge para um único tendão, configurando uma forma triangular, são denominados músculosemformadeleque. O melhor exemplo é o músculo pei­ toral maior (ver Figura 1.30). Orbicular Quando os fascículos de um músculo estão organizados em anéis concêntricos, o músculo é deno­ minado orbicular. Todos os esfíncteres formados por músculo estriado esquelético do corpo são desse tipo; isto é, circundam aberturas, as quais são fechadas quando o músculo se contrai. Um exemplo desse tipo é o músculo orbicular do olho (ver Figura 1.30). Quando um músculo se contrai, ele pode encurtar-se o correspondente a mais de 70% de seu com­ primento original. Dessa maneira, quanto mais longas as fibras, maior a amplitude de movimento. Por outro lado, a força do músculo depende mais do total de fibras que ele contém que de seu comprimen­ to. Assim: 1. Músculos com longas fibras paralelas produzem grande amplitude de movimento, porém em geral não possuem muita potência. 2. Músculos com padrão peniforme, especialmente os multipeniformes, organizam-se em muitas fibras. Esses músculos são mais curtos que os músculos longos com fibras paralelas, porém tendem a ser muito mais potentes.
  • 27. 0 Corpo em M ovim ento 27 Paralelo longo (sartório) Semipeniforme (flexor longo dos dedos) Peniforme (reto femoral) Figura 1.30: Form a d o s m úsculos.
  • 28. 28 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa Mecânica Musculoesquelética Origens e Inserções Na maior parte dos movimentos, uma extremidade de um músculo permanece relativamente está­ vel, enquanto a outra extremidade se movimenta. A extremidade que permanece estável é denominada origem do músculo, e a outra extremidade é denominada inserção. No nosso corpo, o arranjo dos fascícu- los não determina diretamente a ação, dependendo basicamente da atividade, ou de as extremidades serem estáveis ou móveis, ou ainda do fato de poder acontecer uma inversão da ação das extremidades musculares. Por exemplo, os músculos que fixam o membro superior ao tórax geralmente movimentam o braço em relação ao tronco, o que significa que suas origens localizam-se no tronco e suas inserções no membro superior. Entretanto, ao realizar o exercício de tração na barra fixa, enquanto o tronco se move para cima, os membros superiores ficam estáveis. Nessa situação, em que a inserção torna-se estável e a origem móvel diz-se que o músculo apresenta uma açãoreversa.Como existem diversas situações em que o trabalho muscular ocorre com ação reversa, e para causar menor confusão, às vezes diz-se simples­ mente "fixações", sem referência à origem e à inserção. Na prática, a extremidade do músculo que se localiza no sentido mais proximal, isto é, cm direção ao tronco ou no tronco, é denominada origem. A extremidade do músculo que se localiza no sentido mais dis­ tai, isto é, afastada da extremidade fixada de um membro, ou afastada do tronco, é denominada inserção. Origem estável Inserção (movimenta a parte distai do corpo para a origem muscular e a articulação sobre a qual o músculo se localiza) Inserção estável i Figura 1.31: Músculo trabalhando com origem Figura 1.32: No exercido tração na barra fixa. o músculo estável e inserção móvel. trabalha com inserçáo estável e origem móvel (açáo reversa).
  • 29. 0 Corpo em M ovim ento 29 Ação Muscular Conjunta Com a finalidade de realizar vários movimentos, os músculos trabalham juntos, ou em oposição. Desse modo, enquanto um músculo trabalha em um sentido, outro trabalha no sentido inverso. Os mús­ culos também atuam fornecendo suporte adicional ou estabilização para certos movimentos realizados com partes do corpo às quais podem não estar relacionados. Os músculos são classificados em quatro grupos funcionais: • Agonista ou motor primário • Sinergista • Antagonista • Fixador Deltóide (fixador, estabiliza o braço) Tríceps braquial (antagonista, relaxa o braço) a) ■ } 1 u Biceps braquial e braquial (antagonistas, relaxam o braço) Deltóide (fixador, estabiliza o braço) Bíceps braquial e braquial (sinergistas e agonistas. trabalham juntos) Tríceps braquial (agonista. contrai o braço) Figura 1.33: Ação muscular conjunta: a) flexão do braço, b) extensão do braço (mostrando ações reversas entre agonista e antagonista). Agonista Um agonista (também chamado motorprimário) é um músculo que se contrai para produzir um movimento específico. Um exemplo é o músculo bíceps braquial, que é o agonista da flexão do cotove­ lo. Outros músculos podem auxiliar o agonista na execução do mesmo movimento, embora com menor efeito. Esses músculos são denominados auxi/iaresou motoressecundários. Por exemplo, o músculo bra­ quial ajuda o músculo bíceps braquial na flexão do cotovelo, sendo portanto um auxiliar. Antagonista O músculo que se situa no lado oposto ao do agonista e que relaxa enquanto o agonista contrai é denominado antagonista. Por exemplo, quando o bíceps braquial na região anterior do braço se contrai para flexionar o cotovelo, o tríceps braquial na região posterior do braço relaxa para permitir que esse movimento ocorra. Quando o movimento é reverso, isto é, na extensão do cotovelo, o tríceps braquial torna-se o agonista, e o bíceps braquial assume o papel de antagonista.
  • 30. 30 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa Sinergista Os músculos sinergistas evitam movimentos indesejáveis que podem ocorrer durante a contração do agonista. Isso é especialmente importante quando o músculo agonista cruza duas articulações, uma vez que durante a sua contração promove o movimento de ambas as articulações, a não ser que outros músculos estabilizem uma delas. Por exemplo, os músculos que flexionam os dedos não cruzam somen­ te as articulações dos dedos, mas também a articulação do carpo, de modo que tendem a causar movi­ mento de ambas as articulações. Entretanto, isso ocorre porque outros músculos atuam de forma sinér- gica na articulação do carpo, estabilizando-a para que a flexão dos dedos possa acontecer sem que essa articulação necessariamente se movimente. Como um músculo agonista pode apresentar mais de uma ação, os sinergistas também atuam para impedir movimentos indesejáveis. Por exemplo, o músculo bíceps braquial pode flexionar o cotovelo, assim como promover a supinação do antebraço (girar o antebraço, como na ação de apertar um para­ fuso). Se o movimento desejado for o de flexão sem envolvimento de supinação, outros músculos devem contrair para impedir a supinação. Nesse contexto, alguns sinergistas são denominados neutralizadores. Fixador Um sinergista é especificamente denominado fixador ou estabilizador quando imobiliza o osso em que se localiza a origem do músculo agonista, fornecendo assim uma base estável para a ação desse músculo. Os músculos que estabilizam (fixam) a escápula durante movimentos do membro superior são bons exemplos. O exercício abdominal com flexão do tronco (sit-i/p) é também outro bom exemplo: os músculos abdominais fixam-se tanto na pelve quanto nas costelas. Quando se contraem para permitir a flexão do tronco, os músculos flexores da coxa se contraem de maneira sinérgica conforme os fixadores evitam que os músculos abdominais inclinem a pelve, possibilitando que o tronco se movimente para a frente enquanto a pelve permanece estável. Alavanca Os ossos, as articulações e os músculos formam um sistema de alavancas que otimizam a força, a velocidade e o alcance necessários para qualquer movimento. As articulações funcionam como o fulcro, os músculos apli­ cam a força, e os ossos sustentam o peso da parte do corpo a ser movimentada. Quando fixado próximo ao fulcro, o músculo será relativamente mais fraco do que se estivesse posicionado mais distante. Entretanto, é capaz de promover um movimento mais amplo e rápido, uma vez que o compri­ mento da alavanca aumenta a distância percorrida por essa extremidade móvel. A Figura 1.34 ilustra essa rela­ ção dos adutores da articulação do quadril. O músculo posicionado de modo a desempenhar a maior potência (nesse caso, o adutor longo) apresenta uma vantagem mecânica. O músculo fixado próximo ao fulcro atua em desvantagem mecânica,embora seja capaz de se movimen­ tar mais rápido em distâncias maiores. Figura 1.34: O músculo pectineo apresenta fixação mais próxima do eixo de movimento que o músculo adutor longo. Desse modo. é o mais fraco adutor da coxa, embora seja capaz de promover um movimento mais amplo do membro inferior por centímetro de contraçáo.
  • 31. 0 Corpo em M ovim ento 31 As ilustrações a seguir demonstram as diferenças entre alavancas de primeira, segunda e terceira classe, com exemplos no corpo humano. Esforço Resistência Esforço Fulcro Resistência Fulcro Esforço Resistência Figura 1.35: Alavanca de primeira classe: a posição relativa dos componentes é resisténcia-fulcro-esforço. Um exemplo adequado é o de uma gangorra (acima). Uma tesoura constitui outro exemplo. No corpo humano, um exemplo é a capacidade de estender a cabeça e o pescoço; nesse caso, as estruturas faciais funcionam como resistência, a articulação atlantoccipital funciona como fulcro, e os músculos posteriores do pescoço realizam o esforço.
  • 32. 32 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa Fulcro Fu,cro Figura 1.36: Alavanca de segunda classe: a posição relativa dos componentes é fulcro-resistência-esforço. 0 melhor exemplo é o carrinho de mão. No corpo humano, um bom exemplo é a capacidade de levantar o calcanhar do solo na posição ereta; nesse caso, a extremidade distai do pé funciona como fulcro, o peso do corpo é a resistência, e os músculos posteriores da perna realizam o esforço. Nesse tipo de alavanca, a velocidade e a amplitude de movimento são sacrificadas em nome da força. Resistência Resistência Esforço Figura 1.37: Alavanca de terceira classe: a posição relativa dos componentes ê resistência-esforço-fulcro. Um par de pinças é um bom exemplo desse tipo de alavanca. No corpo humano, a maior parte dos músculos esqueléticos trabalha desse modo. Um exemplo é a flexão do antebraço, em que um objeto segurado pelas mãos funciona como a resistência, o músculo biceps braquial realiza o esforço, e a articulação do cotovelo atua como fulcro. Nesse tipo de alavanca, a força é sacrificada em nome da velocidade e da amplitude de movimento. Fulcro Esforço Resistência Fulcro
  • 33. 0 Corpo em M ovim ento 33 Fáscia e Miofáscia É importante abordar esses tecidos, uma vez que eles estão diretamente envolvidos na manifesta­ ção dos pontos-gatilho. A fáscia superficial que reveste o músculo é também conhecida como tecidocon­ juntivo. Trata-se de um tecido fibroso e transparente que se modifica de acordo com a região do corpo onde se localiza (superficialowprofundo),embora se assemelhe sempre a uma membrana delgada. A mio­ fáscia, que se assemelha a um fino plástico, reveste o músculo como um envelope; ao ser lesionada ou danificada, torna-se condensada, menor e mais firme. Os pontos-gatilho manifestam-se principalmente no tecido miofascial; a contração dessa fáscia origina nódulos sob a pele. Dependendo de sua localiza­ ção, é classificada de diferentes modos. Endomísio O delicado tecido conjuntivo denominado endomísiositua-se superficialmente ao sarcolema de cada fibra muscular; reveste individualmente as fibras musculares e as mantém unidas. Fascículos As fibras musculares são arranjadas em feixes paralelos denominadosfascículos. Perimísio Cada fascículo é envolvido por uma densa bainha de tecido colágeno denominada perimísio. Epimísio O músculo, um conjunto de fascículos, é envolvido por uma bainha fibrosa denominada epimísio. Fáscia Profunda Uma espessa bainha de tecido conjuntivo fibroso envolve o epimísio, transformando músculos individuais em grupos funcionais. A fáscia profunda se estende para envolver estruturas adjacentes. Músculo Endom ísio Perimísio Sarcolema Tendão Epimísio Tecido conjuntivo Fibra muscular Figura 1.38: 8ainhas de tecido conjuntivo do músculo estriado esquelético.
  • 34. 34 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa Fixação Muscular O modo pelo qual um músculo se fixa ao osso 011 outros tecidos pode ser direto ou indireto. Uma fixação direta é aquela em que o perimísio e o epimísio de um músculo se unem e se fusionam com o periósteo de um osso, com o pericôndrio de uma cartilagem, com uma cápsula articular ou com o teci­ do conjuntivo subcutâneo (alguns músculos da expressão facial são bons exemplos dessa última situa­ ção). Uma fixação indireta é aquela cm que os componentes do tecido conjuntivo de um músculo se fun­ dem em feixes de fibras de colágeno, formando um tendão ou aponeurose. As fixações indiretas são muito mais freqüentes. Os tipos de fixações tendíneas são os descritos a seguir. Tendões e Aponeuroses A fáscia muscular, que é o componente de tecido conjuntivo de um músculo, une-se à extremida­ de do músculo e desse ponto continua sob a forma de estruturas cilíndricas ou em forma de fita deno­ minadas tendões,ou como estruturas laminares denominadas aponeuroses. Um tendão ou aponeurose fixa o músculo ao osso ou cartilagem, à fáscia de outros músculos ou ainda para formar um tecido fibroso denominado rafe. No local em que o ventre muscular pode ser exposto à fricção forma-se uma estrutu­ ra tendínea plana, como, por exemplo, na superfície profunda do músculo trapézio, próximo à espinha da escápula. Septo Intermuscular Em certos casos, uma camada plana de tecido conjuntivo denso conhecida como septo intennuscu- tarpenetra entre os músculos, promovendo uma outra maneira de fixação de fibras musculares. Ossos Sesamóides Se um tendão está sujeito â fricção, ele pode desenvolver um ossosesantóideto interior de seu teci­ do, mas isso nem sempre ocorre. Um exemplo é o tendão do músculo fibular longo na planta do pé. Entretanto, ossos sesamóides podem ser observados mesmo em tendões não submetidos à fricção. Fixações Múltiplas Muitos músculos apresentam apenas duas fixações, uma em cada extremidade. Contudo, muitos músculos complexos costumam ser fixados em diferentes estruturas por meio de origens e/ou inserções. Se essas fixações são separadas, o que determina que dois ou mais tendões e/ou aponeuroses se insiram em diferentes lugares, diz-se que o músculo apresenta duas cabeças. Por exemplo, o músculo bíceps bra­ quial apresenta duas cabeças em sua origem; uma proveniente do processo coracóide da escápula e outra do tubérculo supraglenoidal. O músculo tríceps braquial apresenta três cabeças, enquanto o mús­ culo quadríceps femoral possui quatro cabeças.
  • 35. 0 Corpo em M ovim ento 35 Osso Tendáo M úsculo Feixe de fibras Músculo Aponeurose c) b) Figura 1.39: a) Fixação por tendáo; b) Fixação por aponeurose; c) Fixação por rafe na superfície profunda do músculo trapézio.
  • 36. 36 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa Desenvolvimento Embriológico e Miofascial Uma visão geral sobre a origem embriológica dos tecidos conjuntivos pode esclarecer questõs refe­ rentes à formação e à localização dos pontos-gatilho. Os pontos-gatilho tendem a se manifestar no epi- mísiode acordo com os padrões de distensão miofascial. Esses padrões se desenvolvem muito precoce- mente, junto com o desenvolvimento do embrião, e podem estar relacionados ao posicionamento fetal no útero. Esses padrões de distensão se desenvolvem da infância até a idade adulta e são influenciados, por exemplo, pela postura, ganho de peso e traumas mecânicos (ver p. 48). Desenvolvimento Embriológico da Fáscia Como citado anteriormente, a fáscia sustenta órgãos, envolve músculos e se condensa para formar ligamentos e aponeuroses. Ao término da sétima semana de desenvolvimento, o embrião apresenta a maior parte dos órgãos, ossos, e estruturas nervosas e musculares em posição. Circundando essas estruturas primitivas, um grupo de células de preenchimento inicia a sua proliferação. Essa proliferação é derivada do tecidoweso- dérmico, uma fáscia primitiva formada por células, fibras e uma matriz intercclular cuja consistência é parecida com a de uma gelatina. Em muitas partes do corpo, a fáscia primitiva permanece flexível até o nascimento. Em algumas regiões, entretanto, se condensa e direciona-se em resposta a pressões e tensões internas e externas. Ligamentos e tendões formam-se nessas áreas. Com o desenvolvimento de linhas de tensão e distensão nesses tecidos, ocorre a ossificação primitiva através da precipitação de sais associados ao crescimento ósseo. Com o crescimento ósseo, fibras de tecido conjuntivo primitivo formam ligamen­ tos diferenciados. Um exemplo disso é a cartilagem pré-vertebral, que se desenvolve e se dirige para o tecido conjuntivo mesodérmico. Ao fazer isso, produz linhas de tensão que ajudam a manter a integrida­ de e providenciam uma orientação de crescimento. Assim que o osso começa a se desenvolver, a comple­ xidade de padrões de carga c tração que determinam sua orientação resulta em ligamentos espinais dife­ renciados (amarelo, longitudinal posterior, etc.). Além disso, demonstrou-se que os órgãos primitivos se desenvolvem na matriz intercclular meso- dérmica. O pâncreas primitivo, por exemplo, somente será diferenciado em um órgão maduro na pre­ sença de células específicas dessa fáscia primitiva em potencial. Sugeriu-se que a fáscia primitiva ou em potencial cria um "campo de energia específico" em que as células do futuro órgão amadurecem e se diferenciam.wIsso é mais significativo ao se observar que ossos, músculos, ligamentos e elementos m io fasciais de tecido conjuntivo apresentam todos um padrão de crescimento característico. A relação entre um músculo em desenvolvimento e a miofáscia de tecido conjuntivo circunjacente é complexa. As linhas de tensão mencionadas acima constituem a chave para se compreender essa rela­ ção. Sugeriu-se que durante o segundo mês do desenvolvimento embriológico, o tecido conjuntivo é depositado anteriormente ao tecido muscular e que o aglomerado de "tecido muscular em potencial, submetido à força de tração direcional, diferencia-se no músculo maduro orientado ao longo da linha de tração".1 9Esses acúmulos de tecido muscular se alongam, através de pressões direcionais. Nessa altura do desenvolvimento, diferenciam-se, amadurecem e crescem em tamanho mediante divisões mitóticas para formar os músculos como são conhecidos. Em outras palavras, é o crescimento das fáscias ao longo das linhas de tensão e distensão (carga e deformação) que potencialmente determinam o desenvolvimento e a orientação do músculo. Isso tam­ bém explica por que a ação muscular não é individual, mas interligada. Por exemplo, a contração do mús­ culo bíceps braquial exerce força na fáscia de todo o braço, ombro e pescoço. Uma fáscia não apresenta início nem fim e é descrita por anatomistas de acordo com a sua localização. Em uma observação mais próxima, as estruturas miofasciais envolvem o músculo como verdadeiras partes de um continnuuni. Isso pode também apontar para alguma forma de explicar os padrões de dor referida estimulada pelo pres- sionamento dos pontos-gatilho.
  • 38. 38 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa Definição "Ponto focalizado c de alta irritabilidade naforma de nõdufo em uma área rígida de um másculo estriado esque­ lético sensível à palpação" (Travell A Simons. 1993). Esses pontos podem variarem tamanho, desde uma pequena protuberáncia, como uma ervilha, até um grande inchaço, podendo ser sentidos na superfície do corpo, entremeados no interior das fibras musculares. Se forem sensíveis à palpação podem ser considerados pontos-gatilho. O tamanho de um ponto-gatilho varia de acordo com o tamanho, o formato e o tipo de músculo no qual é gerado. Por outro lado, é constante nos pontos-gatilho o fato de serem tão sensíveis à palpação que, quando pressionados, o paciente se retrai por causa da dor, relatando uma forte "agulhada" e apresentando espasmos. Prevalência Os pontos-gatilho miofasciais podem estar envolvidos em todos os tipos de dor musculoesqueléti- ca ou de dor muscular mecânica, sendo sua presença também observada em bebês e crianças. A dor ou outros sintomas podem ser decorrentes da ativação dos pontos-gatilho, considerando-se além disso que a dor pode se tornar crônica em virtude de pontos-gatilho latentes ou inativos. Estudos e pesquisas rea­ lizados em populações de pacientes selecionadas com base em diversas regiões do corpo confirmam uma alta prevalência de dor nos pontos-gatilho. A tabela a seguir demonstra alguns desses estudos.*' Região d o corpo Centro de pesquisa População % co m d o r m iofascial Geral Medicai2 2 172(54) 30 Geral Pain Medicine Center1 0 96 93 Geral Comprehensive Pain Center'' 283 85 Craniofacial Head & Neck Pain Clinic* 164 55 Lombar e glútea Orthopaedic Clinic1 ' 97 21 Tabela 2.1: Prevalência de pontos-gatilho em populações de pacientes selecionadas. Existe um vasto grupo de pesquisas que relaciona diretamente as dores museuloesqueléticas aos pontos-gatilho. Embriogênese 11 < 1algumas evidências da presença de pontos-gatilho miofasciais em bebês e crianças,' e inclusive em tecidos musculares após a morte. Os pontos-gatilho desenvolvem-se na miofáscia, principalmente no ponto mais central do ventre muscular, onde se localiza a placa motora (primária ou central). Entretanto, os pontos-gatilho secundá­ rios ou satélites com freqüência se desenvolvem em resposta a pontos-gatilho primários. Esses pontos satélites costumam desenvolver-se ao longo das linhas fasciais de tensão. Como descrito anteriormente, essas linhas de tensão podem surgir em qualquer período da embriogênese. Fatores externos como idade, morfologia do corpo, postura, ganho de peso, malformações congênitas e outros podem ser deci­ sivos na formação e manifestação dos pontos-gatilho (ver página 48).
  • 39. Aspectos Gerais dos Pontos-Gatilho 39 Evidências Em 1957, a Dra. Janet Travell descobriu que os pontos-gatilho "geravam e recebiam" minúsculas cor­ rentes elétricas. Ela determinou por meio de experiências que a atividade dos pontos-gatilho poderia ser quantificada com precisão mensurando-se esses sinais com o auxílio de um eletromiograma (EMC). Ela então continuou demonstrando que os pontos-gatilho poderiam ser localizados com precisão e fidedig- nidade por meio da mesma técnica. Isso se deve ao fato de que, em estado de repouso, a atividade elétrica dos músculos é "silenciosa". Quando uma pequena parte do músculo inicia a contração, no caso da exis­ tência de um ponto-gatilho, é gerado um pequeno pico localizado na atividade elétrica. De modo mais simples, os pontos-gatilho podem ser palpados logo abaixo da pele em locais espe­ cíficos. Eles são localizados, nodulares e discretos e possuem a característica de serem dolorosos, de modo que a dor referida atende a padrões reproduzíveis. Pontos de Acupuntura ou Acupressão e Pontos-Gatilho Embora possam haver muitas semelhanças entre os pontos-gatilho e os pontos de acupuntura, eles não são equivalentes. Os pontos de acupuntura são definidos como concentrações localizadas de ener­ gia que se apresentam ao longo de linhas eletromagnéticas (meridianos). Em contrapartida, os pontos- gatilho são nódulos discretos situados nos limites dos tecidos miofasciais que, quando estimulados, cau­ sam uma dor referida específica e que atende a um padrão reproduzível. Com base na teoria anteriormente descrita acerca do "campo de energia específico" originado pela fáscia, pode-se concluir que os pontos-gatilho miofasciais se desenvolvem ao longo de linhas de ativi­ dade energética alterada ou por padrões de deformação menos alterados. Alguns especialistas vão ainda mais longe e afirmam que existe uma correlação de 70% entre os pontos-gatilho e os pontos de acupun­ tura.-' Sugeriu-se que a teoria geral dos pontos de acupuntura pode ter sido colocada em evidência pela medicina tradicional chinesa como uma "explicação" para a presença demonstrável e palpável de pon­ tos-gatilho no interior dos tecidos miofasciais.* Além disso, existem algumas evidências que demons­ tram um aumento na eficácia do alívio da dor por meio da acupuntura quando um ponto-gatilho situa- se na área do ponto de acupuntura.1 7 Fibromialgia A síndrome da fibromialgia caracteriza-se por fadiga e dor museuloesquelética bastante difusa, sendo sua causa ainda desconhecida. Fibromialgiasignificadornostecidosfibrosos(ligamentosetendões)cteci­ dosconjunth>osdocorj>o. "Afibromialgia é umasíndromecomplexa caracterizadapor um aumento dador,descon­ forto musculocsquelcticoesintomassistêmicos".NAtualmente, deu-se por estabelecido o fato de que uma dis- função do sistema nervoso central (SNC) é a responsável primária por essa amplificação da via da dor. Assim como os pontos-gatilho miofasciais, a dor origina-se no tecido conjuntivo, músculos, ten­ dões e ligamentos. De modo semelhante, a fibromialgia não atinge as articulações. Ambas as condições são freqüentemente confundidas, entretanto, são condições distintas que podem estar relacionadas à depressão psicológica. Diferentemente da manifestação dos pontos-gatilho, acredita-se que a fibromial­ gia seja de origem sistêmica. Em contraste com os pontos-gatilho, que causam um padrão específico e reproduzível de dor refe­ rida, os pacientes com fibromialgia relatam uma dorgeneralizada (embora alguns se refiram a pontos do­ lorosos localizados) e também que sentem como se os seus músculos estivessem estirados ou que tives­ sem sido exercitados além do limite. Algumas vezes os músculos se contraem involuntariamente ou apresentam uma sensação de ardência. As mulheres são mais afetadas pela fibromialgia que os homens, mas não há relação com a idade. Diferentemente do que ocorre com a fibromialgia, os pontos-gatilho podem ser fotografados com êxito utilizando-se a técnica de microscopia eletrônica. A seguir, uma tabe­ la apresenta as diferenças básicas entre a fibromialgia e os pontos-gatilho.
  • 40. 40 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa Local da dor Tipo de dor Qualidade muscular à palpação Ponto-gatilho Específico e distinto Dor referida em um padrão específico Firme c densa, morna Fibromialgia Geral Dor generalizada, vaga e difusa, que causa ardência Mole e suave Tabela 2.2: Algumas diferenças básicas entre os pontos-gatilho e a fibromialgia.1 4 Pode-se acrescentar ainda o fato de que, na fibromialgia, a dor é mediada pelo sistema nervoso cen­ tral (SNC) e, nos pontos-gatilho, a dor ó mediada de modo local na região da placa motora, pelo siste­ ma nervoso periférico (SNP).
  • 42. 42 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa Os músculos estriados esqueléticos (somáticos ou voluntários) constituem aproximadamente 40% do peso total do corpo humano. Diversas teorias procuraram demonstrar como os pontos-gatilho se desenvolvem no interior dos músculos. Neste capítulo, será apresentada a hipótese mais aceita, mas, para isso, é necessária uma revisão acerca do mecanismo fisiológico de contração muscular. A principal função do músculo estriado esquelético (somático ou voluntário) é promover o movi­ mento por meio da contração e do relaxamento coordenados. Os músculos estão fixados aos ossos por tendões. O local onde um músculo se fixa num ponto relativamente estável no osso, tanto diretamente como por meio do tendão, é denominado origem. Quando o músculo se contrai, transmite tensão aos ossos através de uma ou mais articulações e, assim, o movimento ocorre. A extremidade muscular que se fixa ao osso que se movimenta é denominada inserção. Visão Geral da Estrutura do Músculo Estriado Esquelético A unidade funcional do músculo estriado esquelético é conhecida como fibra muscular, que é uma célula alongada e cilíndrica com vários núcleos, variando de 10 a 100 ;<m de diâmetro e de poucos milí­ metros até pouco mais de 30 cm de comprimento. O citoplasma dessa célula, denominado sarcoplasma, é encapsulado no interior da fibra por uma membrana celular chamada sarcolema. Uma delicada mem­ brana denominada endomísio envolve cada fibra muscular individualmente. Essas fibras são agrupadas cm feixes e recobertas pelo perimísio. Esses feixes, por sua vez, também se agrupam para formar o músculo, que é envolvido por uma bainha denominada epimísio. Essas mem­ branas musculares se situam ao longo de toda a extensão do músculo, desde o tendão da origem até o tendão da inserção. Essa estrutura como um todo às vezes é citada como unidade miotendínea. Músculo Feixe de fibras musculares Periósteo Fibra muscular Osso Endomísio Perimísio Sarcolema Epimísio Tendão Figura 3.1: Secção transversa do tecido muscular.
  • 43. Fisiologia dos Pontos-Gatilho 43 Miofibrilas Com o auxílio dc microscopia eletrônica, podem-se distinguir o componente ativo da atividade muscular e os elementos contráteis de uma fibra, estes conhecidos como miofibrilas, que percorrem toda a extensão da fibra. Cada mioíibrila apresenta bandas claras e escuras que se alternam, produzindo o aspecto característico de estriaçôes da fibra muscular. Essas bandas são denominadas miofilamentos. As bandas claras referem-se a bandas isotrópicas (I) e consistem em miofilamentos delgados compostos pela proteína actina. As bandas escuras referem-se a bandas anisotrópicas (A) e consistem em miofila­ mentos espessos compostos pela proteína miosina (note-se também que se reconhece a existência de um terceiro filamento formado por uma proteína denominada conectina).Os filamentos de miosina apresen­ tam prolongamentos semelhantes a remos que se projetam de cada filamento e acoplam-se aos filamen­ tos de actina, formando as denominadas pontes cruzadas entre os dois tipos de filamentos. As pontes cruzadas, utilizando a energia derivada do A TI’ , tracionam os filamentos de actina para mais próximo uns dos outros.* Desse modo, os grupos de bandas de filamentos claras e escuras se entrelaçam, assim como os dedos das mãos, promovendo a contração muscular. Cada grupo de filamentos de actina-mio- sina é denominado sarcõmcro. _ >. . barcomero _ •. BandaI Banda I Figura 3.2: Os miofilamentos de um sarcòmero. Um sarcômero é circundado pela linha Z em ambas as extremidades. • A região mais clara é conhecida como banda 1, e a mais escura como banda A. • A linha Z é uma linha delgada e escura no meio da banda I. • Um sarcômero é definido como uma secção de miofibrila entre a linha Z e o seguinte. • O centro da banda A contém a zona H. • A linha M secciona a zona 11 em duas partes iguais e determina o centro do sarcômero. Sc uma força externa faz com que o músculo se alongue além do tônus muscular de repouso, o efei­ to de entrelaçamento dos filamentos de actina e de miosina que ocorre durante a contração muscular é revertido. Inicialmente, os filamentos de actina e de miosina possibilitam o alongamento, mas com a con­ tinuidade dessa ação, os filamentos de conectina promovem uma ação contrária a fim de absorver o des­ locamento. Desse modo, são os filamentos de conectina que determinam o grau de extensibilidade e resis­ tência da fibra muscular ao alongamento. Pesquisas indicam que a fibra muscular (sarcômero), se ade­ quadamente preparada, pode alongar-se até mais de 150% de seu comprimento em estado de repouso. • Teoria do deslizamento de Huxley A hipótese mais aceita para explicar a função muscularfoi parcialmente descrita peta teoria do deslizamento dc ftuxUy llluxlcy e IJanxon, 1954). Afihra muscular rvcehc um impulso nervoso que causa a liberação de ions de cálcio armazenados ntt músculo. Na presença de adeno• sina trifosfato (ATPJ. o combustível muscular, os ions de cálcio se ligam aos ftlamentai de actina e de miosina /Kira formar uma ligação ete- tmstàtica (mitgnètica). Essa ligação determina um encurtamento dasfibras, resultando em sua contração ou aumento do tônus. Com o térmi­ no do impulso ncrxoso. as fibras musculares entram em relaxamento. Seus elementos elásticos retraem osfilamentos de modo que alcancem o comprimento que possuem quando não estão contraídas, isto è. seu estado de tônus de n'pouso
  • 44. 44 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa Pontos-Gatilho no Interior dos Sarcômeros A contração muscular ocorre no nível dos sarcômeros. Mesmo os mais simples movimentos grosseiros necessitam da contração coordenada de milhões de sarcômeros. O processo de deslizamento descrito anteriormente exige: a) um estímu­ lo inicial ou um impulso originado em um nervo motor, b) energia e c) íons de cálcio. Fisiologia do Movimento íons de cálcio Estimulo inicial ou impulso originado em um nervo motor Energia Figura 3.3: Fluxograma do impulso nervoso que determina a contraçáo muscular. Quando o encéíalo determina a contração de um mús­ culo, ele envia uma mensagem por meio de um nervo motor. O nervo motor, em sua extremidade, traduz esse impulso quimicamente pela produção de acetilcolina (ACh), que pro­ voca um aumento da atividade do sarcômero. A energia necessária para esse processo é liberada pelas mitocôndrias (centros de energia) localizadas no interior das células. Os íons de cálcio localizam-se no retículo sarcoplasmático, encontrado no sarcoplasma de um músculo estriado esquelético. Desenvolvimento dos Pontos-Gatilho Os pontos-gatilho manifestam-se onde os sarcômeros se tornam consideravelmente ativos. Ainda não se sabe ao certo como isso acontece; é provável que seja de origem multifatorial. As hipóteses são: • Produção elevada de acetilcolina; • Alterações no metabolismo do cálcio, excessiva liberação de cálcio; • Hipertensão; • Estresse; • Hiperestimulação neurológica localizada; • Outros. Qualquer que seja o estímulo, os miofilamentos de actina e de miosina param de deslizar um sobre o outro. Como resultado, os miofilamentos permanecem interdigitados, levando ã contração, que é sus­ tentada pelo sarcômero e provoca uma alteração química intracelular local que inclui: • Isquemia local; • Aumento das necessidades metabólicas; • Aumento da energia necessária para a manuten­ ção da contração; • Falha na recaptação de íons de cálcio pelo retícu­ lo sarcoplasmático; • Inflamação localizada (para facilitara reparação); • Efeito da compressão em vasos sanguíneos locais; • Deficiência energética; • Produção elevada de agentes inflamatórios que estimulam fibras nociceptivas (dor) e autônomas. Se essa situação persistir por um período de tempo prolongado, as alterações descritas acima podem conduzir a um ciclo vicioso. O cálcio torna- se incapaz de penetrar nos filamentos de actina e de miosina, induzindo o sarcômero à fadiga. Figura 3.4: Um ponto-gatilho (*o ponto azul será utilizado nos capitulos 5-10 para indicar a localização de um ponto-gatilho. Lembre-se de que os pontos-gatilho não são fixos; ver p. 7).
  • 45. Fisiologia dos Pontos-Gatilho 45 O corpo tenta resolver essa situação alterando a irrigação sanguínea do sarcômero (vasodilatação). Como conseqüência dessa situação anômala, ocorre a migração de células inflamatórias crônicas e agudas localizadas. A inflamação é um mecanismo em cascata que se inicia ao redor do sarcômero em disfunção.junto com a inflamação, observa-se a presença de substâncias relacionadas ao aumento da sensibilidade, como a substância P, um pep- tídeo que, por exemplo, aumenta a contração da muscu­ latura lisa do trato gastrintestinal, causando vasodilata­ ção. Isso, por sua vez, determina um aumento da dor local (pequena) captada por fibras nociceptivas locais e autônomas. Isso, por sua vez, conduz a um aumento da produção de acetilcolina e, então, a um ciclo vicioso. Aum ento na estimulação do sarcômero Aum ento do metabolismo e da demanda de energia Falha na recaptaçào de cálcio, crise de energia e fadiga Aum ento de resíduos, vasodilatação e processo inflamatório localizado Figura 3.5: O círculo vicioso da fisiologia dos pontos-gatilho. Conseqüentemente, o encéfalo envia um sinal para colocar em repouso o músculo onde o ponto-gatilho se manifesta, levando-o à hipertonia, fraqueza, encurta­ mento e fibrose (rigidez muscular). O tratamento é, por­ tanto, direcionado à quebra e atenuação desse ciclo vicioso. Classificação dos Pontos-Gatilho Os pontos-gatilho são descritos de vários modos de acordo com a localização, a sensibilidade e a cro- nicidade desses pontos: central (ou primário), satélite (ou secundário), de fixação, difuso, inativo (ou laten­ te) e ativo. Pontos-Gatilho Centrais (ou Primários) Esses pontos-gatilho localizam-se sempre no centro do ventre muscular, ou seja, no local onde a placa motora se situa, e são os mais bem definidos quando ativos, sendo geralmente aqueles aos quais as pessoas se referem ao comentar sobre os pontos-gatilho. A forma do músculo e o arranjo de suas fibras são determinantes para a consideração desse tipo de ponto-gatilho. Por exemplo, em músculos multipe- niformes, vários pontos centrais podem ser observados. Do mesmo modo, fibras musculares dispostas diagonalmente podem determinar variações na localização dos pontos-gatilho. Pontos-Gatilho Satélites (ou Secundários) Os pontos-gatilho podem se originar como uma resposta a pontos-gatilho centrais em músculos próximos que se situam na zona dc dor referida. Nesses casos, os pontos-gatilho centrais são fundamen­ tais para a intervenção terapêutica, e os pontos-gatilho satélites geralmente desaparecem tão logo os pontos centrais tenham se tornado efetivamente inativos. Isso também é observado quando os pontos- gatilho satélites são resilientes ao tratamento até o momento em que os pontos-gatilho centrais enfraque­ cem, como é o caso de músculos abdominais e/ou para-espinais. Pontos-Gatilho de Fixação A miofásda é contínua, como discutido anteriormente (ver p. 33). Foi observado que o local de inser­ ção do tendão no osso é com freqüência sensível.' '' Isso pode ocorrer por causa das forças que atravessam essas regiões. Foi também sugerido que isso possa ser o resultado de um ponto-gatilho miofascial crônico e ativo associado. Isso ocorre porque a sensibilidade é diminuída após o tratamento do ponto-gatilho cen­ tral. Nesses casos, o ponto-gatilho é descrito como um ponto-gatilho de fixação. Além disso, sugeriu-se que, se uma situação crônica permanecer enquanto os pontos-gatilho central e de fixação não forem trata­ dos, "alterações degenerativas" no interior da articulação podem ser aceleradas e precipitadas.^
  • 46. 46 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa Pontos-Gatilho Difusos Os pontos-gatilho podem algumas vezes ocorrer onde existem vários pontos-gatilho satélites secundariamente a diversos pontos-gatilho centrais. Isso ocorre em geral quando há graves deformida­ des posturais, como a escoliose, e um quadrante inteiro do corpo é envolvido. Nessa situação, pode-se dizer que os pontos-gatilho secundários são difusos. Esses pontos-gatilho difusos se desenvolvem ao longo de linhas de padrões de carga e/ou deformação alterados. Pontos-Gatilho Inativos (ou Latentes) Este termo se aplica a nódulos ou protuberâncias que são muito semelhantes a um ponto-gatilho, podendo se desenvolver em qualquer região do corpo, geralmente de forma secundária. Esses pontos- gatilho, entretanto, nâo sào dolorosos e nâo conduzem a uma via de dor referida. A presença de pontos- gatilho inativos no interior dos músculos pode acarretar um aumento da rigidez muscular. Foi sugerido que esses pontos-gatilho sejam mais comuns em indivíduos com estilo de vida sedentário.2 4Convém também salientar que esses pontos podem ser reativados caso o ponto-gatilho central seja reestimulado, ou, ainda, logo após um trauma ou lesão. Pontos-Gatilho Ativos Este termo pode se aplicar tanto a pontos-gatilho centrais como a satélites. Há uma variedade de estimulantes que podem ativar pontos-gatilho inativos, como a dor decorrente de atividade muscular forçada. Essa situação é comum, por exemplo, com o aumento de atividade após um acidente de trânsi­ to, quando pontos-gatilho múltiplos e difusos podem ter se desenvolvido. O termo sugere que o ponto- gatilho tanto é sensível <1 palpação quanto induz padrões de dor referida. Sintomas dos Pontos-Gatilho Padrões de Dor Referida A dor é um sintoma complexo sentido de modo diferente por cada indivíduo. Entretanto, a dor referida torna-se o sintoma que define um ponto-gatilho miofascial. Muitas pessoas estão acostumadas à idéia de dor referida com origem visceral; um exemplo disso é a dor no coração. O infarto do miocárdio (ataque cardíaco) em geral não é sentido como uma dor forte no tórax, mas como uma dor no membro superior esquerdo. Esse tipo de dor é bem documentado e conhecido por ser originado embriologicamente dos dermomiótomos; nesse caso, o tecido cardíaco e os tecidos do membro superior também são gerados do mesmo dermomiótomo. A dor referida proveniente de um ponto-gatilho miofascial é um pouco diferente, pois apresenta um padrão distinto e discreto ou mapa da dor. Esse mapa é constante e não apresenta variação de acor­ do com o grupo étnico ou sexo. A dor é originada pela estimulação do ponto-gatilho ativo. Os pacientes relatam a dor referida nesse mapa como profunda e contínua; os movimentos podem algumas vezes aumentar os sintomas, fazendo a dor se tornar mais aguda. A cefaléia é um bom exemplo dessa situação. O paciente com frequência descreve um padrão de dor que pode se agravar e acentuar- se conforme o movimento da cabeça e do pescoço. A intensidade da dor pode variar de acordo com os seguintes fatores (essa lista não é completa): • Localização (os pontos-gatilho são mais sensíveis nos locais de fixação muscular); • Grau de irritabilidade do ponto-gatilho; • Pontos-gatilho ativos ou latentes; • Pontos-gatilho centrais ou satélites;
  • 47. Fisiologia dos Pontos-Gatilho 47 • Região do ponto-gatilho (algumas áreas sáo mais sensíveis); • Dano tecidual associado; • Rigidez ou flexibilidade do local/tecido afetado; • Idade; • Cronicidade do ponto-gatilho. Efeitos Autônom os O sistema nervoso é dividido em central (sistema nervoso central, SNC), periférico (sistema nervoso periférico, SNP) e autônomo (sistema nervoso autônomo, SNA). O SNA é responsável pela regulação de muitas funções autônomas ou vegetatiwis,como a digestão e a sudorese. Com base na nossa discussão sobre a fisiologia dos pontos-gatilho, pode-se dizer que fibras nervosas autônomas estão envolvidas na origem de um ponto-gatilho. Tratamentos terapêuticos de pontos-gatilho miofasciais demonstram ter um efeito sobre o SNA.-'' Observações Clínicas A linguagem para descrever as sensações não 6 propriamente sofisticada. Infelizmente, não há ainda uma linguagem aceitável para classificar o que se sente com as mãos. Tendo isso em vista, os pon­ tos-gatilho serão descritos de acordo com a forma como são sentidos: • Pequenos nódulos do tamanho de uma cabeça de alfinete; • Nódulos do tamanho de uma ervilha; • Grandes protuberâncias; • Várias protuberâncias grandes próximas umas das outras; • Pontos sensíveis fixados a tiras esticadas de músculos um pouco rígidos que se assemelham a uma corda; • Tiras semelhantes a cordas posicionadas próximas umas das outras, levemente entrelaçadas; • A pele que recobre a região do ponto-gatilho se apresenta ligeiramente mais quente que a pele ao seu redor por causa da elevada atividade metabólica e/ou autonômica. Os sintomas conhecidos incluem: Alterações Autonômicas • Hipersalivação, isto é, elevada quantidade de saliva; • Epífora, isto é, lacrimejamento contínuo e involuntário; • Conjuntivite, isto é, avermelhamento dos olhos; • Ptose, isto é, queda da pálpebra superior; • Embaçamento da visão; • Aumento da secreção nasal; • Arrepios na pele. Exame O exame pode ser realizado com o paciente em pé, sentado ou deitado. A escolha depende tanto da área a ser examinada quan­ to do tipo de músculo suspeito de ser o local da dor. Pode-se examinar um músculo sol> aplicação decar$a caso se suspeite que isso seja um fator agravante. Figura 3.6: Exame do músculo peitoral maior.
  • 48. 48 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa Para simplificar, desse ponto em diante, serão descritos o exame do músculo peitoral maior e seu(s) ponto(s)-gatilho. Os principais pontos-gatilho do músculo peitoral maior são observados em sua parte clavicular. O pinçamento é o melhor modo de se examinar o ponto-gatilho nessa região. Os pontos-gatilho na parte anterior do tórax são mais bem observados por meio de uma palpação com as mãos espalmadas. Procedimento: • Paciente sentado ou em pé; • Pedir para o paciente realizar uma abdução do membro superior em 90" a fim de levar o músculo a uma tensão moderada; • Palpar a fim de verificar a presença de um nódulo ou uma banda rígida; • Observar se ocorrem espasmos ã palpação; • A pressão deve reproduzir os sintomas relatados pelo paciente; • A pressão deve induzir um padrão de dor referida. Fatores de Manutenção Os seguintes fatores possibilitam uma manutenção dos pontos-gatilho. A presença de um ou mais fatores dificultam a eliminação dos pontos-gatilho a longo prazo. • Idade; • Doenças; • Postura (incluindo a laborai); • Deficiência vitamínica; • Obesidade; • Anomalias ósseas congênitas; • Anorexia; • Tipo de fibra muscular; • Tecidos cicatriciais (pós-operatórios); • Orientação da fibra muscular; • Esportes, hobbiese hábitos; • Morfologia do músculo (fusiforme, etc.); • Padrões de carga e deformação; • Fatores psicológicos; • Distúrbios metabólicos; • Cronicidade do ponto-gatilho. Figura 3.7: Técnicas de alongamento para o músculo peitoral maior; a) fibras superiores, b) fibras médias, c) fibras inferiores.
  • 49. Fisiologia dos Pontos-Gatilho 49 Recomendações ao Paciente Ao realizar uma intervenção terapêutica, é aconselhável que o paciente seja encorajado a se envol­ ver no acompanhamento dos seus próprios sintomas. Neste livro são oferecidas algumas orientações específicas no tópico "Recomendações ao paciente". Com uma visão geral, o leitor poderá querer acres­ centar outras sugestões, informações e instruções utilizando os seguintes elementos ou componentes. A seguir, será utilizado novamente o músculo peitoral maior como exemplo. Fortalecimento Quando os músculos estão fracos, eles podem apresentar uma maior suscetibilidade ao dano, lesão e fadiga. A fraqueza muscular é um fator que em geral contribui para a patogênese dos pontos-gatilho miofasciais. Isso porque o corpo promove uma compensação para essa fraqueza distendendo o múscu­ lo e causando uma sobrecarga e estímulo excessivo na placa motora. Ao longo do livro, sempre que ne­ cessário, foram incluídas ilustrações simplificadas de exercícios de fortalecimento. Um músculo nunca deve ser fortalecido isoladamente. Se se optar por oferecer exercícios de forta­ lecimento, deve-se introduzi-los em um contexto. Um programa de alongamento para todo o corpo é aconselhável, talvez com a utilização de um programa de exercícios desenvolvidos com base na yoga. Alongamento Ao longo do livro, ilustrações de alongamento simplificadas foram incluídas conforme a necessi­ dade. O alongamento deve ser realizado devagar e sem vigor. Alguns cuidados deverão ser tomados para isolar o alongamento em cada um dos músculos especificamente. Como regra, deve-se realizar o alongamento três vezes seguidas, intensificando-se ligeiramente o movimento e expirando a cada repe­ tição. Essa seqüência deve ser executada diversas vezes por dia, durante 15 a 20 minutos. Conselho O melhor conselho que se pode oferecer é o bom senso. "Observesuaposturaaodirigir”, "Observesua iwstura ao trabalhar”. No exemplo do músculo peitoral maior, pode-se perguntar ao paciente sobre seus níveis de estresse e ansiedade (mecânica respiratória). Se a paciente apresentar mamas grandes e pesa­ das, você poderá recomendar-lhe o uso de um sutiã mais apropriado, com suporte adequado. Neste livro, procurou-se oferecer conselhos específicos para cada músculo. Figura 3.8: Postura.
  • 50. 50 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa Postura Esse é um fator crucial para a manutenção da atividade dos pontos-gatilho. Sentar-se e/ou perma­ necer em pé de forma incorreta são fatores patogênicos de manutenção da atividade dos pontos-gatilho. Conselhos e exercícios para melhorar a postura freqüentemente são a solução para desbloquear tanto os pontos-gatilho centrais com o os satélites. Postura Durante o Sono Com freqüência, os pacientes assumem posições incomuns durante o sono a fim de reduzir a dor em pontos-gatilho ativos ou latentes; nesses casos, os pacientes costumam optar por posições em que encurtam os músculos afetados. Por exemplo, dormir com as mãos sobre a cabeça (músculo supra-espi- nal) ou com os braços cruzados sobre o tórax (músculo peitoral maior). Em outros casos, a posição de dormir pode se revelar um fator patogênico ou de manutenção dos pontos-gatilho. Postura de Trabalho Alguns pacientes têm atividades de trabalho repetitivas ou manuais, que podem ser determinan­ tes para a patogênese ou manutenção dos pontos-gatilho. Muitos pacientes trabalham sentados. Abaixo, uma figura ilustra a postura de trabalho ideal. Figura 3.9: Postura de trabalho ideal. Hábitos, Hobbies e Esportes Ú importante perguntar ao paciente se ele executa qualquer atividade repetitiva ou habitual. Ficar muito tempo apoiado soba» uma perna, por exemplo, pode sobrecarregar o músculo tensor da fáscia lata. Sentar-se com as pernas cruzadas pode afetar diversos músculos como os flexores do quadril (iliopsoas), os músculos glúteos (os glúteos e o piriforme) e os músculos anteriores da coxa (quadríceps femoral). Os fumantes podem desenvolver pontos-gatilho no ombro (músculo deltóide) e nos braços (bíceps braquial). Da mesma forma, alguns esportes e hobbies podem levar a uma maior incidência de patogênese de pontos-gatilho. Portanto, é importante haver uma indagação cuidadosa acerca dessas atividades. Qual o nível de aptidão? O paciente realiza aquecimento e relaxamento? Quão competitivos são os esportes pra­ ticados? O nível de competitividade está de acordo com a sua idade? Postura? Biótipo? Saúde física? Pode ser necessário abordar essas situações mais a fundo. Em geral, é recomendável o exame dessas atividades a fim de traçar junto ao paciente certos objetivos a serem alcançados durante as sessões terapêuticas.
  • 52. 52 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa Palpação A palpação, além de ser uma arte, é também uma ciência. A princípio, deve-se ter como objetivo relaxar o paciente de maneira suficiente a fim de dar início a um tratamento adequado para a redução da dor. 1: fundamental que seja realizada uma anamnese meticulosa de cada caso, com questões diretas e ponderadas, de modo que o paciente se sinta envolvido. A troca de informações é importante, pois explicar-lhe os procedimentos previamente diminui a ansiedade, além de possibilitar a participação no processo de tratamento. Com essa inclusão do paciente, serão obtidas informações importantes que auxiliarão a localizar com exatidão o ponto-gatilho. Como saber se é um ponto-gatilho? Verifique se há: • Rigidez em um músculo afetado; • Ponto sensível (dor intensa); • Nódulo ou banda tensa palpável; • Presença de dor referida; • Reprodução dos sintomas do paciente (com precisão). Quais métodos de palpação devem ser usados? • Palpação com a polpa digital dos dedos da mão (palpação digital); deve-se manter as unhas sempre cortadas, quanto mais curtas, melhor; • Palpação por deslizamento: usar a polpa dos dedos da mão para circundar a pele do paciente no sen­ tido das fibras musculares; a) b) Figura 4.1: a) Palpação digital; b) Palpação em pinça.
  • 53. Protocolos de Técnicas Terapêuticas 53 • Palpação em pinça: pinçar o ventre do músculo entre o polegar e outros dedos, movimentando as fibras musculares para a frente e para trás; • Palpação por deslizamento com as mãos espalmadas; é utilizada na região abdominal (vísceras); • Palpação com o cotovelo; será útil quando for necessária uma maior potência. Quais os equipamentos necessários? • Um (termômetropara medir com precisão a resistência reduzida da pele (necessita de calibragem); • Um aigômetropara medir os pontos sensíveis e a dor causada pela pressão. Sinais de Contração Rápida e Espasmos à Palpação Foram descritos pela primeira vez cm 1949 (Good, 1949; Kraft et al., 1968). A princípio, pode-se imaginar que essa é a maneira mais fácil de localizar um ponto-gatilho centrai. A pressão firme produz uma dorintensa e muitas vezes provoca espasmos no paciente, que se retrai por causa da dor, sentindo uma espécie de "agulhada". A dor originada cm um ponto-gatilho centraiativo normalmente causa um padrão específico de dor referida. Esse é um padrão distinto, afastado do ponto de pressão. Em um con­ texto terapêutico, esse padrão em geral reproduz a dor sentida pelo paciente. Realizando-se uma rápida palpação em pinça ou inserindo-se uma agulha no ponto-gatilho, pro­ voca-se uma resposta de contração rápida no interior do músculo.'1Essa contração pode ser decorrente da irritabilidade elevada nas fibras com dor, como descrito anteriormente. Os padrões de dor referida são encontrados nos Capítulos 5-10. Injeções Existem três diferentes técnicas de injeção:2 ' 1. Injeção de anestésico local (única); 2. Injeção de toxina botulínica A; 3. Agulhamento seco. Um certo número de injeções pode ser necessário, embora às vezes uma só seja suficiente. Volumes pequenos (menores que 1 ml) de um anestésico não-miotóxico são recomendados. Uma resposta local de contraçãorápidaé uma indicação confiável da correta posição da agulha. O monitoramento por EMG possibilita maior precisão e especificidade. As substâncias indicadas a seguir são sugeridas para o uso de injeções: • Solução de cloridrato de procaína (1%); • Cloridrato de lidocaína (0,5%); • Anestésico local de longa ação; • Solução salina isotônica; • Epinefrina; • Corticosteróide; • Toxina botulínica A. Este livro não tem por objetivo oferecer recomendações técnicas para esses procedimentos. Para mais informações, consulte a referência bibliográfica número 25.
  • 54. 54 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa Injeção versus Técnicas Manuais A tabela a seguir descreve os tratamentos aconselháveis para determinadas situações: Injeçáo Técnicas manuais Uso por terapeuta sem experiência Não recomendado Recomendado Método invasivo Sim Não Resposta rápida ao tratamento Sim Pode requerer várias sessões Permite auto-manuseio Não Sim Pontos sempre acessíveis Não Sim Paciente com limiar baixo de dor Sim Não Paciente tem medo de agulha Não Sim Tabela 4.1: Quando utilizar mjeçáo ou técnicas manuais. Técnica de Agulham ento Seco O agulhamento seco é tão efetivo quanto uma injeção, já que alivia os sintomas de um ponto-gati- lho; contudo, pode levar a um longo período de dor após a injeção. Em estudos comparativos, o agulha­ mento seco mostrou-se tão eficaz quanto a injeção de soluções anestésicas (doridrato de procaína e clo- ridrato de lidocaína) em pontos-gatilho desativados. Entretanto, nesses estudos, verificou-se que essa técnica causou dor durante 2 a 8 horas após a injeção. Essa dor pode apresentar uma intensidade e/ou duração significativamente maior que a do tratamento com injeções comuns. • Localizar o ponto-gatilho e introduzir a agulha - esperar até que ocorra a resposta de rápida contração; • Mantê-la por até 2 minutos, movimentando-a se necessário; • Agulhas cie acupuntura podem ser utilizadas (8 a 15 cm). Técnica de Crioterapia e Alongam ento A técnica de crioterapia e alongamento utilizando aerossol de cloreto de etila foi primeiramente descrita por Hans Kraus (1952), que a utilizou para tratar dores e distensões em praticantes de luta greco-romana. Desde então, diversas técnicas foram desenvolvidas para o tratamento da maioria dos pontos-gatilho. Essas técnicas são osmétodosindividuaisnão-im>asivosmaiseficientespara desativar os pon­ tos-gatilho.1 ' C) aerossol de cloreto de etila é altamente inflamável, tóxico e resfria mais que o necessário. É volátil e matou acidentalmente alguns pacientes e profissionais. Vapores refrigerantes como aerossol de fluorimetano são uma alternativa mais segura, mas, por serem um fluorocarbono, afetam a camada de ozônio. O produto mais recomendável é o utilizado na técnica de crioterapiaealongamentode Gebauer, por ser não-tóxico e não-inflamável. A técnica básica é direta e não requer a localização precisa dos pontos-gatilho como no caso da inje­ ção, necessitando apenas localizar o músculo onde se apresenta a área afetada para liberar suas fibras. Entretanto, recomenda-se localizar a posição dos pontos-gatilho pela palpação, a fim de proporcionar uma maior eficácia do procedimento. A crioterapia com uso de aerossol, realizada em primeiro lugar, é uma prévia para o passo seguinte, que é mais importante, o alongamento (o componente efetivamente terapêu­ tico da técnica). 1. Duas ou três borrifadas de aerossol são aplicadas à região afetada do músculo, que é estendido sua­ vemente por toda sua extensão de alongamento; 2. O aerossol é direcionado com o tubo invertido e a 30° em relação à pele em uma distância aproxima­ da de 30 a 50 cm (não fazer aplicação do aerossol em um único ponto).
  • 55. Protocolos de Técnicas Terapêuticas 55 Indicações paro a aplicação da técnica: • Crianças mais novas; • Pacientes com medo dc agulha; • Imediatamente após a injeção no ponto-gatilho; • Pós-hemiplegia (reabilitação de acidente vascular encefálico); • Imediatamente após traumas importantes (p. ex.: fraturas e luxações); • Depois de lesões causadas pelo mecanismo de chicote; • F.m pacientes com pontos-gatilho miofasciais e hiperuricemia (excesso de ácido úrico); • Pontos-gatilho crônicos ou resistentes à inibição; • Pontos-gatilho de fixação; • Depois de distensões e queimaduras. Figura 4.2: Técnica de cnoterapia e alongamento para o músculo peitoral maior.
  • 56. 56 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa Dicas • Localizar os pontos-gatilho centrais que causam o padrão de dor referida preciso é recomendável para proporcionar ao paciente uma razão para aceitar o tratamento; • Assegure-se de que o paciente tenha feito uma refeição prévia, uma vez que a hipoglicemia agrava os pontos-gatilho; • Tenha uma sala de recuperação; • Use uma manta para cobrir o corpo e as áreas que não serão resfriadas, pois manter os músculos aque­ cidos proporciona um melhor relaxamento muscular; • Lembre-se de proteger os olhos conforme houver necessidade; • NÀO direcione o aerossol a um único ponto, pois isso pode causar queimaduras ou urticária; • NÀO force o alongamento; • Caso o paciente se mostre apreensivo, oriente-o a se concentrar em sua própria respiração; • Avalie a amplitude de movimento antes e depois da técnica de crioterapia e alongamento; • Certifique-se de que o músculo a ser tratado esteja completamente relaxado e apóie-o quando possível; o tratamento pode ser realizado com o paciente sentado ou em decúbito (lateral, dorsal ou ventral); • Para atingir o melhor alongamento, deve-se estabilizar um lado do músculo e mover o outro (passi­ vamente). Terapia Manual - Protocolos de Liberação de Pontos-Gatilho Técnicas de Liberação e Alongamento Esses métodos promovem um envolvimento direto do paciente, que deve contrair ativamente o músculo afetado e, em seguida, relaxá-lo. Essa seqüência forma a base para técnicas inibitórias altamen­ te eficazes: • Relaxamento pós-isométrico; • Inibição recíproca; • Contrair e relaxar/manter e relaxar; • Energia muscular/liberação posicionai. Essas técnicas são efetivas se o conceito de placa motora excessivamente estimulada for considera­ do. A realização de contração e relaxamento enquanto ocorre a fixação por meio do ponto-gatilho pode­ rá normalizar com maior eficácia o comprimento do sarcômero. Isso promove um efeito em cascata, libe­ rando a actina e a miosina afetadas e reduzindo a crise de energia. Nesse caso, diminuir a frouxidão enquanto se inibe o ponto-gatilho (como nas técnicasdeliberaçãoposicionai) pode ser particularmente útil. A seguir, algumas dessas técnicas serão descritas. Técnica de Relaxamento Pós-lsométrico (RPI) Essa técnica foi apresentada por Karel Lewit (1981). Sua proposta considera o uso de movimentos coordenados dos olhos e da respiração (aumento reflexo). • Identificar o ponto-gatilho; • Colocar o paciente em uma posição confortável, na qual o músculo afetado possa sofrer uma extensão completa; • Pedir ao paciente que contraia o músculo afetado usando de 10 a 25% de sua força, sem sentir dor, enquanto se aplica uma resistência isométrica por 3 a 10 segundos; estabilizar uma parte do corpo para evitar o encurtamento muscular; • Pedir ao paciente que relaxe o músculo ou solte-o; • Durante a fase de relaxamento, estender o músculo com cuidado, diminuindo a frouxidão ao ponto de resistência (passivo) - verificar se há alterações no comprimento; • Repetir algumas vezes (em geral, três).
  • 57. Protocolos de Técnicas Terapêuticas 57 Técnica de Inibição Recíproca Essa é uma técnica indireta baseada no reflexo neurológico agonista-antagonista. É geralmente uti­ lizada para incrementar as demais técnicas. • O músculo afetado é identificado e posicionado de modo relaxado; • O músculo antagonista é então contraído contra uma resistência de 35 a 45%. Técnicas de Contrair e Relaxar/Manter e Relaxar Originalmente ensinadas pelos osteopatas Knott e Voss (1968), essas técnicas foram criadas a fim de aumentar a amplitude de movimento passiva de articulações acentuadamente rígidas. Os princípios dessas técnicas apresentam uma relação direta com a terapia miofascial dos pontos-gatilho, pois, como discutido, a tensão muscular é muitas vezes um sinal de um ponto-gatilho ativo ou latente. • Identificar o ponto-gatilho; • Colocar o paciente em uma posição confortável, na qual o músculo afetado possa sofrer uma exten­ são completa; • Posicionar a articulação rígida próxima a um limite confortável e pedir ao paciente para contrair ati­ vamente o músculo afetado; • Impedir com cuidado essa contração voluntária; • Permitir o relaxamento; • Durante essa fase, alongar passivamente a articulação até um novo limite confortável ampliado. Modificações das Técnicas de Energia Muscular e de Liberação Posicionai Trata-se de técnicas osteopáticas que podem ser divididas em três abordagens distintas, descritas a seguir (Kuchera e Kuchera, 1994). Em todas as situações é necessário identificar o ponto-gatilho. 1. Técnica de Contração Isométrica • Segurar ou fixar o ponto-gatilho do músculo afetado; • Pedir ao paciente que contraia ativamente o músculo, sem dispor de nenhuma resistência; • Segurar até que uma parte mais mole seja palpada no ponto-gatilho; • Alongar o músculo ativa e passivamente. 2. Técnica de Contração Isotônica • Segurar ou fixar o ponto-gatilho do músculo afetado; • Pedir ao paciente que contraia ativamente o músculo entre 35 e 45%, enquanto o terapeuta promove resistência; • Segurar até que uma parte mais mole seja palpada no ponto-gatilho; 3. Técnica de Contração Isolítica • Segurar ou fixar o ponto-gatilho do músculo afetado; • Pedir ao paciente que contraia ativamente o músculo entre 10 e 25%, enquanto o terapeutapromove resistência; • Dominar essa resistência, empurrando ativamente o músculo para uma contração excêntrica; • Segurar até que uma parte mais mole seja palpada no ponto-gatilho.
  • 58. 58 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa Técnicas de Massagem Técnica de Inibição e Compressão Isquêmica Essa c a melhor técnica de massagem para tratar um ponto-gatilho central ativo. Ela requer a loca­ lização do ponto-gatilho que causa uni padrão específico de dor referida (preferencialmente reproduzin­ do-se os sintomas do paciente) e a aplicação de uma pressão inibitória direta sobre o ponto. Embora se utilize o termo "compressão isquêmica", atualmente é mais aceito que não há necessidade de compri­ mir o ponto-gatilho até o ponto da isquemia. Essa técnica é efetiva, mas é mais bem utilizada quando associada a outra técnicas de alongamento e liberação. A seguir será descrito um protocolo que incorpo­ ra as abordagens mais atuais. É mais aconselhável não empurrar nem pressionar o ponto-gatilho, mas sim determiná-lo e aplicar peso suavemente, em vez de empurrar. Isso torna a técnica muito mais confortável para o profissional e para o paciente. • Identificar e localizar o ponto-gatilho; • Colocar o paciente cm uma posição confortável, na qual o músculo afetado possa sofrer uma extensão completa; • Aplicar uma pressão crescente de forma suavee gradualno ponto-gatilho, enquanto se estende o mús­ culo afetado até atingir uma barreirapalpável; • O paciente deve sentir apenas um desconforto e não dor; • Aplicar uma pressão sustentada até sentir que o ponto-gatilho esteja aliviado. Isso poderá levar de segundos a minutos; • Repetir, aumentando a pressão sobre o ponto-gatilho até sentir a próxima barreira,e assim por diante; • Para obter um melhor resultado, pode-se mudar a direção da pressão durante essas repetições. Dica! Não pare bruscamente de tocar o ponto-gatilho, pois isso pode irritá-lo e piorar os sintomas. Procure principalmente sentir, além de utilizar o conhecimento técnico. Técnica de Massagem Profunda Sendo mais específica e mais direta que a técnica de crioterapia e alongamento, é também conside­ rada por autoridades no assunto como o melhor e mais seguro método de tratamento manual.2' • Colocar o paciente em uma posição confortável, na qual o músculo afetado possa sofrer uma extensão completa; • Lubrificar a pele, se necessário; • Identificar e localizar o ponto-gatilho ou banda tensa; • Posicionar o polegar ou aplicador imediatamente ao lado da banda tensa, reforçando com a outra mão; • Aplicar suavemente uma pressão sobre o ponto-gatilho, realizando o movimento em uma única direção; • O paciente deve sentir apenas um desconforto e não dor; • Aplicar uma pressão sustentada até sentir o ponto-gatilho aliviado e continuar tocando na direção da fixação da banda tensa; • Repetir essa pressão na direção oposta. Dica! Não pressionar de forma muito rápida ou profunda, para não irritar o ponto-gatilho e rom­ per o sarcômero, piorando os sintomas. I; possível modificar essa técnica de massagem profunda realizando a ação de dedilhar, na qual o aplicador é posicionado perpendicularmente ás bandas tensas das fibras musculares. Isso é feito de forma lenta e rítmica, mantendo-se um contato leve e pausado sobre o ponto-gatilho quando este for pal- pado. Essa modalidade é especialmente utilizada para tratar os músculospterigóideo mediaie masseler.
  • 59. Protocolos de Técnicas Terapêuticas 59 Questões Freqüentes Como identificar os pontos-gatilho com base na direção da força aplicada? A localização dos principais pontos-gatilho foi indicada nas ilustrações de músculos deste livro; entretanto, essas indicações servem somente como referência e nem sempre são exatas. Pode ser útil pensar nos pontos como áreas nas quais é mais provável que se encontrem os pontos-gatilho. O autor deste livro procurou representá-las como uma área quente; o ponto-gatilho está localizado em algum lugar Figura 4.3: Áreas quentes, dessa área. Sempre que possível, deve-se buscar a direção da aplicação da força que reproduza exatamente a dor da qual o paciente se queixa. Contudo, surpreende o fato de que uma pequena alteração na direção da aplicação da força determine uma dor totalmente diferente, sentida em locais também diferentes. Peça ao seu paciente para dizer quando você chegar ao ponto exato. Com o saber se já foi feito o suficiente? Segurar o ponto-gatilho até: a) a dor do paciente diminuir consideravelmente ou b) os pontos-gati­ lho amolecerem ou dissolverem sob a pressão aplicada. Seguir todo o procedimento com uma massagem de deslizamento suave e generalizada. A área onde o procedimento foi realizado de forma mais intensa pode ainda estar sensível, mas não deve ser evitada. Isso ajudará a dispersar da área as toxinas induzidas pela dor e estimular a recuperação da fáscia. Quanta pressão deve ser usada? Isso é desenvolvido com a experiência profissional, porém como regra vale dizer que quanto mais dolorido o tecido, mais lenta e profunda deve ser a pressão. Em todos os casos, as palavras-chave são " trabalhardevagare deformacompleta Outro fator que determina a intensidade da força aplicada é o tipo de músculo (fibra verme­ lha/branca) e a morfologia do paciente. Isso altera a profundidade do tratamento. Se o paciente é robus­ to, deve-se trabalhar com maior vigor. Se o indivíduo for esguio, não se deve usar muita força para não promover alterações nos tecidos. Os pontos-gatilho e os padrões de dor referida são iguais para todos os pacientes? Geralmente sim, entretanto pode haver variação dependendo dos seguintes fatores: • Idade; • Postura; • Obesidade; • Anorexia; • Tecido cicatricial; • Padrões de distensão miofascial; • Anormalidades congênitas; • Tipo de fibra muscular; • Direção/orientação das fibras musculares; • Tipo de morfologia do músculo (fusiforme etc.); • Cronicidade do ponto-gatilho.
  • 60. 60 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa Quais os efeitos da obesidade, anorexia e tecido cicatricial? Esses fatores alteram a relação músculo/tecido adiposo e inclinam a posição dos pontos-gatilho, podendo ainda alterar o posicionamento das fáscias e, como conseqüência, dos pontos-gatilho. Do mesmo modo, tecidos cicatriciais ou quelóides podem determinar uma alteração no padrão de disten­ são miofascial e, com isso, a localização do ponto-gatilho. E os efeitos do tipo de músculo ou da orientação das fibras musculares? Dependendo de sua localização ou do tipo de trabalho realizado, as fibras musculares são arranja­ das de maneira diferente (ver p. 26). Isso permite que o músculo gere mais força ou uma força mais espe­ cífica. A localização do ponto-gatilho então pode variar de acordo com a disposição das fibras muscula­ res. Na organização dos músculos multipeniformes, por exemplo, muitos pontos-gatilho podem existir na região média de cada um dos componentes funcionais. Pode acontecer alguma contusão? Uma contusão pode acontecer se o paciente estiver sob tratamento médico com anticoagulantes. Conforme se adquire experiência, a contusão passa a ser um fato raro. De acordo com a experiência do autor, não é a intensidade (força) do tratamento que produz uma contusão na pele, mas sini sua veloci­ dade, isto é, se os movimentos são feitos de forma muito rápida. Dica! Tentar sentir os músculos e nódulos sensíveis abaixo da pele e aplicar a pressão lentamente. Cremes e pastilhas de arnica podem reduzir a incidência e gravidade das contusões. Quais cremes e loções são indicados para o uso? Geralmente é melhor evitar substâncias oleosas, uma vez que podem causar um deslizamento muito rápido para longe da região dos pontos-gatilho identificados. O autor deste livro utiliza o creme N ivaí" comum. Como alternativa, pode-se usar também um creme de arnica ou com solução aquosa acrescido com óleo de vitamina E. Gel à base de óleo mineral ou outro óleo para massagem podem ser utilizados, caso o paciente seja alérgico à lanolina. Qual a freqüência do tratamento? A terapia manual deve ser realizada com três sessões de tratamento com uma semana de interva­ lo, outra sessão quatro semanas depois e uma sessão final doze semanas após. Essa seqüência está de acordo com a mecânica de recuperação da fáscia. Deve-se reavaliar o paciente depois disso. Injeções e agulhamento seco têm uma ação muito mais rápida.*5
  • 61. Músculos da Cabeça e do Pescoço 5
  • 62. Músculos da Cabeça e do Pescoço 62 EPICRÂNICO (OCCIPITOFRONTAL) Músculo occipitofrontal (ventre occipital) Aponeurose epicrãnica Músculo occipitofrontal (ventre frontal) Ponto-gatilho e padrão de dor referida (ventre frontal) Ponto-gatilho e padrão de dor referida (ventre occipital)
  • 63. EPICRÂNICO (OCCIPITOFRONTAL) Do latim epicranius("sobre o crânio"; com o prefixo de origem grega epi,que significa "sobre"). Este músculo na realidade é composto de outros dois (occipitofrontal: ventre frontal e ventre occipital), unidos por uma aponeurose conhecida como aponeuroseepicrânica, a qual recobre o crânio como um capacete. Origem Ventre occipital: dois terços laterais da linha nucal superior do osso occipital. Processo mastóide do osso temporal. Ventre frontal: aponeurose epicrânica. Inserção Ventre occipital: aponeurose epicrânica. Ventre frontal: fáscia e pele acima dos olhos e do nariz. Ação Ventre occipital: traciona o couro cabeludo para trás. Auxilia o ventre frontal em sua ação. Ventre frontal: traciona o couro cabeludo para a frente. Eleva as sobrancelhas e franze a testa formando rugas no sentido horizontal. Inervação Nervo facial/par VII. Movimento funcional básico Exemplo: elevar as sobrancelhas e franzir a testa formando rugas no sentido horizontal. Indicações Cefaléia. Dor na parte posterior da cabeça. Impossibilidade de dormir de costas e com travesseiro. Dor de ouvido. Dor no fundo do olho, sobrancelhas e pálpebras. Pessoas que realizam atividades visuais in­ tensas. Padrões de dor referida Ventre occipital: dor na região anterior e lateral do couro cabeludo, dor irradiada na região posterior da cabeça e em direção à órbita. Ventre frontal: dor localizada com tendência a ampliar-se no sentido superior. Diagnóstico diferencial Formigamento no couro cabeludo. Compressão do nervo occipital maior. Regiões que tam bém devem ser consideradas Músculos suboccipitais. Músculo esternocleidomastóideo (ventre clavicular). Músculo semiespinal da cabeça. Recom endações ao paciente Evitar franzir a testa. Técnicas Crioterapia e alongamento Injeções Agulhamento seco [ / Liberação de ponto-gatilho 1 S S
  • 64. ORBICULAR D O OLHO 3 Músculos da Cabeça e do Pescoço
  • 66. ORBICULAR DO OLHO 65 Do latim orbicularis oculi(orbis:"órbita"; octtli:"do olho"). Este músculo importante e complexo é composto de três partes, que, em conjunto, proporcionam um mecanismo de proteção eficiente ao redor do olho. Parte orbital Origem Osso frontal. Parede mediai da órbita (na maxila). Inserção Área circular ao redor da órbita, retornando à origem. Ação Fechamento vigoroso das pálpebras (contração dos olhos). Inervação Nervo facial/par VII (ramos temporal e zigomático). Parte palpebral Origem Ligamento palpebral mediai. Inserção Ligamento palpebral lateral no osso zigomático. Ação Fechamento suave das pálpebras (e movimento involuntário como piscar). Inervação Nervo facial/par VII (ramos temporal e zigomático). Parte profunda (região posterior do ligamento palpebral mediai e saco lacrimal) Origem Osso lacrimal. Inserção Rafe palpebral lateral. Ação Dilata o saco lacrimal e eleva o dueto lacrimonasal à superfície do olho. Inervação Nervo facial/par VII (ramos temporal e zigomático). Indicações Cefaléia. Enxaqueca. Neuralgia do trigêmeo. Astenopia (esforço ocular). Blefaroespasmo (contração espas- módica do músculo orbicular do olho). Pouca acuidade visual. Ptose palpebral. Dor nos seios paranasais. Padrões de dor referida Parte palpebral: dor localizada acima e ao redor do olho até a região ipsilateral. Parte profunda: dor nos olhos, nos seios paranasais e no dorso do nariz. A ingestão dc sorvetes ou líqui­ dos gelados costuma provocar dor nos olhos e cefaléia. Diagnóstico diferencial Ptose - síndrome de Horner. Regiões que tam bém devem ser consideradas Músculo digástrico. Músculo temporal. Músculo trapézio. Músculos esplênios e músculos posteriores do pescoço. O músculo esternocleidomastóideo às vezes está relacionado. Recom endações ao paciente Checar a acuidade visual com certa freqüência. Aumentar períodos dc repouso/horas de sono. Fazer interrupções regulares ao assistir à TV, usar um computador ou ao dirigir. Verificar se os óculos estão corretamente adaptados ao nariz. Técnicas Crioterapia e alongamento Agulhamento seco 1 7 / 1 1 7 / Músculos da Cabeça e do Pescoço
  • 67. Músculos da Cabeça e do Pescoço 66 MASSETER Padrões de dor referida (parte superficial) Padrão de dor referida (parte profunda)
  • 68. MASSETER 67 Do grego maseter,que significa "que mastiga". O músculo masseter é o mais superficial dos músculos da mastigação, facilmente palpável quando os dentes estão em oclusão. Origem Processo zigomático da maxila. Superfícies mediai e inferior do arco zigomático. Inserção Ângulo do ramo da mandíbula. Processo coronóide da mandíbula. Ação Realiza o fechamento da boca e a oclusão dos dentes. Auxilia no movimento de lateralidade da mandíbula. Inervação Nervo trigêmeo/par V (ramo mandibular). Movimento funcional básico Mastigação. Indicações Trismo (grave restrição da função da mandíbula). Síndrome da articulação temporomandibular (ATM). Dor na ATM. Cefaléia por tensão ou estresse. Dor na orelha. Zumbido ipsilateral. Dor de dente. Padrões de dor referida Parte superficial: sobrancelhas, maxila e mandíbula (anterior). Dentes molares superiores e inferiores. Parte profunda: orelha e articulação temporomandibular. Diagnóstico diferencial Síndrome da articulação temporomandibular. Trismo. Zumbido. Regiões que tam bém devem ser consideradas Músculo temporal ipsilateral. Músculo pterigóideo mediai. Músculo masseter contralateral. Músculo esternocleidomastóideo. Recom endações ao paciente Utilizar placas interoclusais para parar de ranger os dentes. Observar a postura de trabalho (por exem­ plo, ao telefone) e a postura da cabeça, do pescoço e da língua. Deixar os hábitos de mascar chiclete e roer as unhas. Técnicas Crioterapia e alongamento / j Agulhamento seco [ / J ] Injeções 1^ 1 1 Liberação de ponto-gatilho [ ^ S Músculos da Cabeça e do Pescoço
  • 69. s Músculos da Cabeça e do Pescoço Padrões d e dor referida
  • 70. TEMPORAL 69 Do latim tenifwralis,que significa "relativo às têmporas". Origem Fossa temporal, incluindo os ossos parietal, frontal e temporal. Fáscia temporal. Inserção Processo coronóide da mandíbula. Margem anterior do ramo da mandíbula. Ação Realiza o fechamento da boca e a oclusão dos dentes. Auxilia no movimento de lateralidade da mandíbula. Inervação Nervos temporais profundos anterior e posterior do ramo mandibular do nervo trigémeo/par V. Movimento funcional básico Mastigação. Indicações Cefaléia e dor de dente. Síndrome da articulação temporomandibular. Hipersensibilidade dos dentes. Pacientes cm tratamento dentário prolongado. Dor na região das sobrancelhas. Padrões de dor referida Margem supra-orbital e incisivos superiores. Dor nos dentes superiores e na região mediana da têmpo­ ra. Dor na articulação temporomandibular e na região mediana da têmpora. Dor localizada nos sentidos posterior e superior na região do músculo temporal. Diagnóstico diferencial Tendinite temporal. Polimialgia reumática. Arterite temporal. Regiões que tam bém devem ser consideradas Músculo trapézio (parte ascendente). Músculo estemocleidomastóideo. Músculo masseter. Recom endações ao paciente Evitar mascar chiclete ou mastigar alimento duro. Atentar-se para o correto posicionamento da língua. Evitar o uso de ar-condicionado no carro ou no trabalho. Manter uma postura adequada da cabeça. Fazer alongamento. Técnicas Crioterapia e alongamento ✓ ✓ Agulhamento seco 1 7 / / / Injeções 1 * 1 * 1 Liberação de ponto-gatilho / / / Músculos da Cabeça e do Pescoço
  • 73. PTERIGÓIDEO LATERAL Do latim pterygohletislatcralis(com o termo de origem grega pterygodes,que significa "como uma asa"). Origem Cabeça superior: face lateral da asa maior do osso esfenóide. Cabeça inferior: face lateral da lâmina lateral do processo pterigóide do osso esfenóide. Inserção Cabeça superior: cápsula e disco articular da articulação temporomandibular. Cabeça inferior: cóndilo da mandíbula. Ação Protrusão da mandíbula. Abertura da boca. Movimento de lateralidade da mandíbula, como ao mastigar. Inervação Nervo trigêmeo/par V (ramo mandibular). Movimento funcional básico Mastigação. Indicações Síndrome da articulação temporomandibular. Dor crânio-mandibular. Problemas de mastigação. Zumbido. Sinusite. Diminuição na amplitude de abertura da boca. Padrões de dor referida Duas áreas: 1) área de 1 cm na região da articulação temporomandibular; 2) área de 3 a 4 cm na região do arco zigomático. Diagnóstico diferencial Artrite da articulação temporomandibular. Variações anatômicas da articulação temporomandibular. Neuralgia do trigêmeo. Herpes-zóster. Regiões que tam bém devem ser consideradas Articulação temporomandibular. Articulação atlantoccipital. Músculos cervicais. Músculo masseter. Músculo pterigóideo mediai. Músculo temporal (anterior). Recom endações ao paciente Mastigar com os dois lados da boca. Evitar mascar chicletes e roer as unhas. Utilizar placa de mordida macia. Observar a postura ao telefone. Técnicas Crioterapia e alongamento / : J Agulhamento seco Injeções | S ^ Liberação de ponto-gatilho / /
  • 74. Músculos da Cabeça e do Pescoço 72 PTERIGÓIDEO MEDIAL Padrão de dor referida (vistas lateral e posterior)
  • 75. PTERIGÓIDEO MEDIAL 73 Do latim pterygoideusmediaiis (com o termo de origem grega pterygodes,que significa "como uma asa"). Este músculo se assemelha ao músculo masseter quanto à posição e à ação; o ramo da mandíbula fica posicionado entre eles. Origem Superfície mediai da lâmina lateral do processo pterigóide do osso esfenóide. Processo piramidal do palatino. Tuberosidade da maxila. Inserção Superfície mediai do ângulo e do ramo da mandíbula. Ação Elevação e protrusão da mandíbula. Auxilia no movimento de lateralidade da mandíbula, como ao mastigar. Inervação Nervo trigêmeo/par V (ramo mandibular). Movimento funcional básico Mastigação. Indicações Dor na orofaringe. Odinofagia. Sfndrome da articulação temporomandibular. Trismo. Dificuldade de abertura da boca. Dor de ouvido, nariz e garganta. Pacientes em tratamento dentário prolongado. Padrões de dor referida Dor na faringe, orofaringe e na boca. Dor localizada na articulação temporomandibular, irradiando infe­ riormente para o ramo da mandíbula em direção à clavícula. Diagnóstico diferencial Síndrome da articulação temporomandibular. Doenças do ouvido, nariz e garganta. Síndrome de Barrett (doença do esôfago). Bruxismo. Regiões que tam bém devem ser consideradas Músculo masseter. Músculo temporal. Músculo pterigóideo lateral. Língua. Músculo estemodeidomas- tóideo. Músculo digástrico. Músculo longo da cabeça. Músculo longo do pescoço. Músculo platisma. Fáscia clavipeitoral. Recom endações ao paciente Postura da cabeça. Mastigar com os dois lados da boca. Utilizar placa de mordida macia. Evitar mascar chicletes e roer as unhas. Técnicas Crioterapia e alongamento Injeções (interna e externa) / / Agulhamento seco Liberação de ponto-gatilho / / Músculos da Cabeça e do Pescoço
  • 76. Músculos da Cabeça e do Pescoço 74 DIGÁSTRICO a) a) Ponto-gatilho posterior e padrão de dor referida b) Ponto-gatilho anterior e padrão de dor referida
  • 77. DIGÁSTRICO 75 Do latim digastria/s,que significa "que apresenta dois ventres". Origem Ventre anterior: fossa digástrica no lado interno da borda inferior da mandíbula, próximo ã sínfise. Ventre posterior: incisura mastóidea do osso temporal. Inserção Osso hióide por meio do tendão intermediário. Ação Eleva o osso hióide. Abaixa e retrai a mandíbula no movimento de abertura da boca. Inervação Ventre anterior: nervo milo-hióideo, ramo mandibular do nervo trigêmeo/par V. Ventre posterior: nervo facial/par VII. Indicações Dor na orofaringe. Dor nos incisivos inferiores. Cefaléia. Dor mandibular. Acidose tubular renal. Pacien­ tes em tratamento dentário prolongado. Visão embaçada e vertigem. Abertura da boca com pouca am­ plitude. Padrões de dor referida Ventre anterior (a): incisivos inferiores, língua e lábios, ocasionalmente o mento. Ventre posterior (b): área de dor intensa correspondente a 2 cm ao redor do processo mastóide e área não delimitada ao redor do mento e orofaringe e, ocasionalmente, do couro cabeludo. Diagnóstico diferencial Problemas dentários - má-oclusão. Problemas no osso hióide. Problemas nas glândulas tireóide e timo. Sinusite. Problemas na artéria carótida comum. Regiões que tam bém devem ser consideradas Músculo esternocleidomastóideo. Músculo esternotireóideo. Músculo milo-hióideo. Músculo estilo- hióideo. Músculo longo do pescoço. Músculo longo da cabeça. Músculo genio-hióideo. Vértebras cervi- cais. Músculo temporal. Músculo masseter. Recom endações ao paciente Respirar de forma correta. Atentar-se para a ocorrência de bruxismo. Observar a postura adequada da cabeça. Técnicas Crioterapia e alongamento Injeções / Agulhamento seco / / Liberação de ponto-gatilho / / Músculos da Cabeça e do Pescoço
  • 78. Músculos da Cabeça e do Pescoço 76 ESCALENOS ANTERIOR, M ÉDIO E POSTERIOR Músculo escaleno médio Músculo escaleno anterior Músculo escaleno posterior Exercício de fortalecim ento Flexão lateral do tronco no solo Auto-alongam ento Afastar a orelha esquerda do ombro, sem realizar rotação da cabeça, levando a orelha direita em direção ao ombro direito. Pontos-gatilho e padrões de dor referida (músculos escalenos médio, anterior e posterior) Ponto-gatilho e padrão de dor referida (músculo escaleno médio)
  • 79. ESCALENOS ANTERIOR, M ÉDIO E POSTERIOR 77 Do latim sea/enusanterior, mediuse posterior (com o termo dc origem grega ska/enos, que significa "irre­ gular"). Origem Processo transverso das vértebras cervicais. Inserção Músculos escalenos anterior e médio: primeira costela. Músculo escaleno posterior: segunda costela. Ação Juntos: flexão do pescoço. Elevam a primeira costela durante uma inspiração forçada. Individualmente: flexão lateral e rotação do pescoço. Inervação Ramos ventrais dos nervos cervicais, C3-C8. Movimento funcional básico Atuam sobretudo na inspiração. Indicações Dor nas costas, no ombro e no braço. Síndrome do desfiladeiro torácico. Síndrome do escaleno. Edema na mão. Dor fantasma dos membros. Asma e doenças crônicas do pulmão. Lesões pelo mecanismo de chicote. Tensão no pescoço. Irritabilidade. Padrões de dor referida Músculo escaleno anterior: dor persistente na região peitoral. Músculo escaleno posterior: margem súpero-medial da escápula. Músculo escaleno médio: regiões anterior c posterior do braço e dorso da mão, desde o polegar até o indicador. Diagnóstico diferencial Problemas envolvendo o plexo braquial, vasos subclávios, discos intervertebrais cervicais (C5-C6), mús­ culo trapézio superior, músculo esternocleidomastóideo ou músculo esplênio da cabeça. Síndrome do desfiladeiro torácico. Angina. Síndrome do túnel do carpo. Recom endações ao paciente Usar travesseiros adequados. Praticar natação. Evitar o uso de mochilas pesadas. Verificar se o tamanho das mamas não sobrecarrega os músculos do pescoço e da parte superior das costas. Atentar-se para o uso de cachecóis. Aplicar compressas quentes e úmidas. Observar esforço físico e levantamento de peso. Técnicas Crioterapia e alongamento Agulhamento seco I I Injeções Liberação de ponto-gatilho Músculos da Cabeça e do Pescoço
  • 80. Músculos da Cabeça e do Pescoço 78 ESTERNOCLEIDOMASTÓIDEO Exercício de fortalecim ento Abdominais (sit-ups) Auto-alongam ento Movimentar a cabeça para a direita e para a esquerda. Padrão de dor referida (cabeça clavicular)
  • 81. ESTERNOCLEIDOMASTÓIDEO 79 Do latim sternocleidonuistoideus(com os termos de origem grega sternon: "peito, caixa torácica"; k/eidos: "chave, clavícula"; mastoid:"mama, seio", em referência ao processo mastóideo). Este longo músculo apresenta duas cabeças. Úalgumas vezes lesionado durante o parto e é o principal músculo afetado em torcicolos. Origem Cabeça esternal: superfície anterior do manúbrio do esterno. Cabeça davicular: superfície anterior do terço mediai da clavícula. Inserção Processo mastóide do osso temporal em sua margem lateral. Terço lateral da linha nucal superior do osso occipital. Açáo Contração dos dois lados ao mesmo tempo: flexiona o pescoço e movimenta a cabeça na direção anterior, como ao levantar a cabeça do travesseiro. Eleva o esterno e, conseqüentemente, as costelas, na inspiração profunda. Contração de um lado somente: desloca a cabeça para o mesmo lado. Rotação da cabeça para o lado oposto (e também para cima). Inervação Nervo acessório/par XI; suprimento sensitivo para propriocepção proveniente dos nervos cervicais C2 e C3. Movimento funcional básico Exemplos: virar a cabeça para olhar sobre os ombros; levantar a cabeça do travesseiro. Indicações Cefaléia por tensão. Lesões pelo mecanismo de chicote. Pescoço rígido. Neuralgia facial atípica. Cefaléia crônica. Desequilíbrio postural. Ptose. Padrões de dor referida Cabeça esternal: dor na região occipital irradiando anteriormente para as sobrancelhas, bochechas e gar­ ganta (olhos e seios paranasais). Cabeça clavicular: cefaléia frontal, dor de ouvido, dor no processo mastóide. Diagnóstico diferencial Neuralgia do trigêmeo. Neuralgia facial. Problemas vestíbulo-codeares. Linfadenopatia. Problemas envolvendo os músculos levantador da escapula, trapézio superior ou esplênio da cabeça. Recom endações ao paciente Atentar-se para uma respiração eficiente, número de travesseiros, postura de trabalho, postura da cabe­ ça e postura ao assistir televisão. Técnicas Crioterapia e alongamento / j / Agulhamento seco* [ / j Injeções ^ 1 Liberação de ponto-gatilho ^ ^ * considerações vasculares Músculos da Cabeça e do Pescoço
  • 83. Músculos do Tronco e da Coluna Vertebral
  • 84. Músculos do Tronco e da Coluna Vertebral 82 ERETOR DA ESPINHA Exercícios de fortalecim ento Puxada - nuca com polia alta Músculo iliocostal do tórax Músculo iliocostal do tórax Músculo longuíssimo do tórax Movimente a toalha para trás. conforme executa cada série do alongamento. Músculo iliocostal do lombo Agachamentos Auto-alongam ento Padrões de dor referida Puxe os joelhos em direção ao tórax, aproximando-os dos ombros. Extensão do tronco no banco
  • 85. ERETOR DA ESPINHA Do latim erectorspitwe{erector:"que ergue, levanta"; $pinae:"da espinha dorsal"). O eretor da espinha consiste em três grupos de músculos organizados cm colunas paralelas. Da lateral para a mediai tem-se: músculo iliocostal, longuíssimo e espinal. Origem Bandas musculares que se iniciam no sacro. Crista ilíaca. Processos transverso e espinhoso das vértebras. Costelas. Inserção Costelas. Processos transverso e espinhoso das vértebras. Osso occipital. Ação Extensão e flexão lateral da coluna vertebral. Auxilia na manutenção das curvaturas corretas da coluna nas posições ereta e sentada. Mantém a coluna vertebral estabilizada sobre a pelve ao caminhar. Inervação Ramos dorsais dos nervos espinais cervicais, torácicos e lombares. Movimento funcional básico Mantém o dorso em posição (com as curvaturas adequadas) e, portanto, a postura. Indicações Dor na região lombar, principalmente após levantar peso. Amplitude de movimento da coluna vertebral reduzida. Dor lombar tanto sentado como em pé e ao subir escadas. Desconforto na região dorsal que piora ao final de um dia de trabalho. Padrões de dor referida Coluna torácica - iliocostal do tórax: no sentido mediai da coluna vertebral e no sentido anterior do abdome. Coluna lombar - iliocostal do lombo: região glútea mediana. Coluna torácica - longuíssimo do tórax: nádega e região sacroilíaca. Diagnóstico diferencial Angina. Dor visceral. Radiculopatia. Dor sacroilíaca, ligamentar e discogênica. Problemas envolvendo o músculo piriforme. Patológico: aneurisma da artéria aorta. Patologia visceral. Lesões que ocupam espaço (p.ex., neoplasmas, grânulomas, hemorragia interna, entre outras). Doença inflamatória pélvica. Recom endações ao paciente Evitar levantar peso abruptamente. Não levantar peso quando estiver cansado. Atentar para a postura correta. Tomar banhos quentes. Técnicas Crioterapia e alongamento / / Agulhamento seco Injeções 'S ] _ / j Liberação de ponto-gatilho 1 / / /
  • 86. Músculos do Tronco e da Coluna Vertebral 84 MÚSCULOS CERVICAIS POSTERIORES Músculo longuissimo da cabeça Exercício de fortalecim ento 1 L| /p . , r > r Extensão do tronco no banco Auto-alongam ento ) Músculo semiespinal da cabeça e músculo semiespinal do pescoço Ajoelhar-se e colocar as mãos no chão, de modo que as costas fiquem arqueadas. Puxe os joelhos em direção ao tórax, aproximando-os dos ombros. Padrão de dor referida (músculo semiespinal da cabeça, parte superior) Padrão de dor referida (músculo semi­ espinal da cabeça, parte média) Padrão de dor referida (músculo multifido, parte mediai cervical). Embora não mencionado aqui (ver p. 86), esse músculo percorre a coluna vertebral como parte do eretor da espinha, sendo relevan­ te por fazer parte dos músculos cervicais posteriores.
  • 87. MÚSCULOS CERVICAIS POSTERIORES Do latim longissinmscapitis,semispinaliscapitis(capitis:"da cabeça") e setnispinaliscervicis(cervix:"pescoço"). Grupo de músculos localizados na região posterior do pescoço e que compreende os músculos longuíssimo da cabeça, semiespinal da cabeça e semiespinal do pescoço. Origem Longuíssimo da cabeça: processos transversos das cinco vértebras torácicas superiores (T1-T5). Proces­ sos articulares das três vértebras cervicais inferiores (C5-C7). Semiespinal do pescoço: processos transversos das cinco ou seis vértebras torácicas superiores (T1-T6). Semiespinal da cabeça: processos transversos das quatro vértebras cervicais inferiores e das seis ou sete vértebras torácicas superiores (C4-T7). Inserção Longuíssimo da cabeça: parte posterior do processo mastóide do osso temporal. Semiespinal do pescoço: processo espinhoso da segunda à quinta vértebra cervical (C2-C5). Semiespinal da cabeça: entre as linhas nucais superior e inferior do osso occipital. Ação Longuíssimo da cabeça: estende a cabeça e realiza sua rotação. Auxilia a manter a curvatura correta das partes torácica e cervical da coluna vertebral nas posições ereta e sentada. Semiespinal do pescoço: estende as partes torácica e cervical da coluna vertebral. Auxilia na rotação das vértebras cervicais e torácicas. Semiespinal da cabeça: músculo extensor mais potente da cabeça. Auxilia na rotação da cabeça. Inervação Longuíssimo da cabeça: ramos dorsais dos nervos cervicais médios e inferiores. Semiespinal do pescoço: ramos dorsais dos nervos torácicos e ccrvicais. Semiespinal da cabeça: ramos dorsais dos nervos cervicais. Movimento funcional básico Longuíssimo da cabeça: mantém adequadas a postura e as curvaturas da parte superior das costas. Semiespinal do pescoço e semiespinal da cabeça: como exemplos têm-se olhar para cima ou realizar a rotação da cabeça a fim de olhar para trás. Indicações Cefaléia. Dor e rigidez no pescoço. Diminuição da flexão cervical. Dor suboccipital. Rotação restrita do pescoço, muitas vezes relacionada à manutenção prolongada de uma mesma posição de trabalho. Lesão pelo mecanismo de chicote. Dor ao usar certos travesseiros. "Queimação" no couro cabeludo. Padrões de dor referida Dor difusa ao longo das fibras, irradiando-se superiormente em direção à cabeça (crânio e região frontal). Diagnóstico diferencial Disfunção mecânica cervical. Espondiloartropatia das facetas. Síndrome arterial vertebral. Discopatia cer­ vical (disfunçãoda primeira costela). Polimialgia reumática. Artrite reumatóide. Osteoartrite. Espondilite anquilosante (espondiloartropatia soronegativa). Doença de Paget. Artropatia psoriásica. Regiões que também devem ser consideradas Músculos trapézio, eretor da espinha, temporal, digástrico, infra-espinal, levantador da escápula, ester- nocleidomastóideo, esplênio da cabeça, esplênio do pescoço, músculos suboccipitais e occipital. Recomendações ao paciente Ergonomia ocupacional. Cuidados com a postura. Examinar adequação de travesseiros e colchão. Uso de travesseiros ergonômicos. Alongamento com aplicação de calor. Técnicas Crioterapia e alongamento Injeções / / Agulhamento seco / Liberação de ponto-gatilho /
  • 88. Músculos do Tronco e da Coluna Vertebral 86 MULTÍFIDOS/ROTADORES Exemplos de padrões de dor referida. Observar as áreas medianas características.
  • 89. MULTÍFIDOS/ROTADORES Do latim niultifidi("fendidos em muitas partes") e rotatores("que fazem girar"). Os músculos multífidos fazem parte do grupo dos músculos transverso-espinais que se situam entre os processos transversos e o espinhoso das vértebras, sendo profundos aos músculos semiespinais e ao músculo eretor da espinha. Os músculos rotadorcs formam a camada mais profunda do grupo dos mús­ culos transverso-espinais. Origem Músculos multífidos: superfície posterior do sacro, entre os forames sacrais e a espinha ilíaca póstero- superior. Margens posteriores dos processos articulares superiores das vértebras lombares. Processos transversos das vértebras torácicas. Processos articulares das quatro vértebras cervicais inferiores. Músculos rotadores: processo transverso de cada vértebra. Inserção Músculos multífidos: uma parte se insere nos processos espinhosos de duas a quatro vértebras superio­ res ao ponto de origem; o restante se insere nos processos espinhosos da vértebra L5 até o áxis (L5-C2). Músculos rotadores: base do processo espinhoso da vértebra superior adjacente. Ação Músculos multífidos: protegem as articulações vertebrais de movimentos produzidos por músculos agonistas superficiais mais potentes. Realizam extensão, flexão lateral e rotação da coluna vertebral. Músculos rotadores: realizam rotação da coluna vertebral e auxiliam na sua extensão. Inervação Ramos dorsais dos nervos espinais. Movimento funcional básico Ajudam a manter uma postura adequada e a estabilidade da coluna durante as ações de sentar-se, levantar- se e demais movimentos. Indicações Dor lombar persistente e intensa. Problemas de alinhamento da coluna vertebral. Segmento facilitado - eritema paraespinal localizado. Coccidinia. Padrões de dor referida Músculos multífidos: Dor localizada na região anterior do abdome. Coccidinia derivada de Sl. Músculos rotadores: Dor localizada e mediai. Diagnóstico diferencial Angina. Dor visceral. Radiculopatia. Dor ligamentar, sacroilíaca e discogênica. Problemas envolvendo o músculo piriforme. Patológico: aneurisma da artéria aorta. Patologia visceral. Lesões que ocupam espaço. Doença inflamató- ria pélvica. Recom endações ao paciente Atentar-se para a postura. Verificar presença de cifose decorrente de postura inadequada no trabalho. Utilizar um tipo de travesseiro adequado. Verificar se as atividades desenvolvidas no trabalho não são prejudiciais. Técnicas Crioterapia e alongamento / / Agulhamento seco Injeções | S S | Liberação de ponto-gatilho / / / /
  • 90. Músculos do Tronco e da Coluna Vertebral 88 ESPLÊNIO DA CABEÇA/ESPLÊNIO DO PESCOÇO Auto-alongam ento Músculo esplènio da cabeça Músculo esplènio do pescoço a) Músculo esplènio da cabeça b) Músculo esplènio do pescoço c) Músculo esplènio do pescoço (regiáo superior) (regiáo inferior) Padrões de dor referida
  • 91. ESPLENIO DA CABEÇA/ESPLENIO DO PESCOÇO Do latim spleniuscapitise espleniuscervicis(com o termo dc origem grega splenion,que significa "banda", e os termos de origem latina capitis,que significa "da cabeça", e cervix,que significa"pescoço"). Origem Músculo esplênio da cabeça: parte inferior do ligamento nucal. Processos espinhosos da sétima vértebra cervical (C7 e as três ou quatro vértebras torácicas superiores (T1-T4]). Músculo esplênio do pescoço: processos espinhosos da terceira à sexta vertebral cervical (T3-T6). Inserção Músculo esplênio da cabeça: parte posterior do processo mastóide do osso temporal. Região lateral da linha nucal superior, profundamente à fixação do esternocleidomastóideo. Músculo esplênio do pescoço: tubérculo posterior dos processos transversos da segunda ou da terceira vértebra cervical superior (C1-C3). Ação Juntos: estendem a cabeça e o pescoço. Individualmente: flexionam lateralmente o pescoço. Realizam rotação da face para o mesmo lado, con­ forme o músculo se contrai. Inervação Ramos dorsais dos nervos cervicais inferiores e médios. Movimento funcional básico Exemplo: olhar para cima ou realizar rotação da cabeça para olhar para trás. Indicações Cefaléia. Dor cervical. Dor nos olhos. Visão turva (raro). Lesões pelo mecanismo de chicote. Dor decor­ rente de exposição ao frio. Dor cervical postural relacionada ã atividade profissional. Dor "interna" no crânio. Rigidez cervical. Diminuição da rotação ipsilateral. Padrões de dor referida Músculo esplênio da cabeça: a) dor em área correspondente a 3 a 5 cm de extensão no vértice. Músculo esplênio do pescoço: b) região superior: dor occipital difusa irradiando-se pela região tempo­ ral em direção ao olho ipsilateral; c) região inferior: dor ipsilateral na nuca. Diagnóstico diferencial Outros tipos de cefaléia. Disfunção da primeira costela. Torcicolo. Problemas oculares (astenopia). Pro­ blemas neurológicos. Estresse. Regiões que tam bém devem ser consideradas Músculo trapézio. Músculo esternocleidomastóideo. Músculo temporal. Músculo masseter. Músculos multífidos. Músculo semiespinal da cabeça. Músculos suboccipitais. Músculo occipitofrontal. Músculo levantador da escapula. Recom endações ao paciente Evitar permanência em posturas inadequadas, por exemplo ao atender ao telefone. Verificar postura de trabalho. Realizar um programa de auto-alongamento. Utilizar óculos ou lentes adequados (verificar o tipo de lente; considerar o uso de lentes trifocais). Técnicas Crioterapia e alongamento Injeções / / Agulhamento seco / | / Liberação dc ponto-gatilho / Músculos do Tronco e da Coluna Vertebral
  • 92. Músculos do Tronco e da Coluna Vertebral OBLÍQUO e x t e r n o d o a b d o m e Exercícios de fortalecim ento Diversos pontos-gatilho (vista lateral) Floxào lateral do tronco no solo Abdominal com aparelho específico (para as fibras superiores) Elevação dos membros inferiores suspenso na barra fixa Auto-alongam ento realizar rotação do tronco utilizando o própno tronco em vez dos ombros ou dos braços Exemplo de padrão de dor referida Realizar este exercício lentamente, evitando assim a tendência a usar alavanca
  • 93. OBLÍQUO EXTERNO DO ABD O M E Do latim obliquiiscxternusabdominis. As fibras posteriores do músculo oblíquo externo do abdome normalmente são sobrepostas pelo mús­ culo latíssimo do dorso e, nesse caso, esse espaço entre ambos é denominado trígono lontbarsuperior, situado logo acima da crista ilíaca. Esse trígono é uma área de fragilidade na parede abdominal. Origem Oito costelas inferiores. Inserção Metade anterior da crista ilíaca, assim como a aponeurose abdominal, que termina na linha alba (uma faixa tendínea que se estende para baixo desde o esterno). Ação Comprime o abdome, contribuindo com a sustentação das vísceras abdominais contra a força da gravida­ de. A contração de um lado promove inclinação lateral para o mesmo lado e rotação para o lado oposto. Inervação Ramos ventrais dos nervos torácicos, T5-T12. Movimento funcional básico Exemplo: cavar com uma pá. Indicações Dor e sensibilidade abdominal. Dor na virilha. Dor testicular. Dor na bexiga urinária. Náusea. Cólica. Dismenorréia. Diarréia. Condições viscerossomáticas. Síndrome do intestino irritável. Padrões de dor referida Viscerossomática. Margem costal: dor do abdome ao tórax, ínfero-lateral: dor testicular e dor localizada. Margem púbica: Dor na bexiga urinária. Retenção freqüente de urina. Dor na virilha. Diagnóstico diferencial Patologia visceral incluindo: renal, hepática, pancreática, diverticulite, colite, apendicite, hérnia de hiato, doença peritoneal - doença inflamatória pélvica, ovariana e da bexiga urinária. Recom endações ao paciente Atentar-se para as causas de doenças ocupacionais, a prática de esportes, uma dieta balanceada e uma respiração correta. Praticar exercícios para o assoalho pélvico e exercícios de estabilização da muscula­ tura de sustentação postural. Técnicas Crioterapia e alongamento / / Agulhamento seco Injeções » ___ Liberação de ponto-gatilho 1 7 1 1 1 / '1
  • 94. Músculos do Tronco e da Coluna Vertebral 92 TRANSVERSO DO ABD O M E Exercício de fortalecim ento Flexão lateral do tronco no solo Auto-alongam ento Evite este exercício ou faça-o com muito cuidado caso tenha problemas nas costas. Convém procurar a indicação de um profissional de saúde. Padròes de dor referida
  • 95. TRANSVERSO DO ABD O M E Do latim transversasabdotninis. Origem Dois terços anteriores da crista ilíaca. Terço lateral do ligamento inguinal. Fáscia toracolombar. Cartila­ gem costal das seis costelas inferiores. Fáscia que recobre o músculo iliopsoas. Inserção Processo xifóide e linha alba por meio de uma aponeurose abdominal; fibras inferiores cuja última fixa­ ção ã crista púbica e à linha pectínea do púbis se dá por meio da foice inguinal (ou tendão conjunto). Ação Comprime o abdome, ajudando a sustentar as vísceras abdominais contra a força da gravidade. Inervação Ramos ventrais dos nervos torácicos, T7-T12, nervo ilioinguinal e nervo ílio-hipogástrico. Movimento funcional básico Importante durante a expiração forçada, espirros e tosse. Auxilia na manutenção de uma postura ade­ quada. Indicações Dor na virilha. Dor testicular. Azia. Náusea. Vômito. Flatulência. Diarréia. Dor discogênica originada na região lombar da coluna vertebral. Padrões de dor referida Margem costal: Dor que, localizada em um quadrante, freqüentemente se irradia para a região anterior do abdome. Suprapúbica: Dor localizada que muitas vezes se irradia mediai e inferiormente aos testículos. Diagnóstico diferencial Patologia visceral incluindo: renal, hepática, pancreática, diverticulite, colite, apendicite, hérnia de hiato, doença peritoneal - doença inflamatória pélvica, ovariana e da bexiga urinária. Patologia testicular (p.ex., varicocele) e uretrite inespecífica. Recom endações ao paciente Praticar o auto-alongamento e exercícios de fortalecimento para estabilizar a região lombar da coluna vertebral e auxiliar nas atividades vasculares. Atentar-se para a postura e o tônus. Técnicas Crioterapia e alongamento / J Agulhamento seco Injeções | ^ | ] Liberação de ponto-gatilho / /
  • 96. Músculos do Tronco e da Coluna Vertebral 94 RETO DO ABD O M E Ponto de McBurney Pontos de dismenorréia Abdominal com aparelho especifico (para as fibras superiores) Elevação dos membros inferiores suspenso na barra fixa Evite este exercício ou faça-o com muito cuidado caso tenha problemas nas costas. Convêm procurar a indicação de um profissional de saúde. Abdominais reversos (para as fibras inferiores) Auto-alongam ento Padrão de dor referida na região toracolombar Músculo piramidal Exercícios de fortalecim ento
  • 97. RETO DO ABD O M E Do latim rectusabdominis. O músculo reto do abdome é dividido por intersecções tendíneas em três ou quatro ventres, cada qual envolvido por fibras aponeuróticas provenientes dos músculos abdominais laterais. Essas fibras conver­ gem para a linha mediana e formam a linha alba. Situado anteriormente à região inferior do músculo reto do abdome, pode-se às vezes observar um músculo denominado piramidal, que se eleva da crista púbica e se insere na linha alba, tensionando-a, por causas desconhecidas. Origem Crista púbica e sínfise púbica (parte frontal do osso púbico). Inserção Superfície anterior do processo xifóide. Quinta, sexta e sétima cartilagens costais. Ação Flexiona a parte lombar da coluna vertebral. Abaixa o tórax em direção à pelve. Estabiliza a pelve duran­ te a caminhada. Inervaçào Ramos ventrais dos nervos torácicos, T5-T12. Movimento funcional básico Exemplo: iniciar o movimento de levantar-se de uma cadeira muito baixa. Indicações Azia. Cólica. Dismenorréia. Náusea. Vômito. Sensação de estufamento. Dor que se estende horizontal­ mente nas costas. Padrões de dor referida Fibras superiores: dor que se estende horizontalmente na região toracolombar, azia e indigestão. Fibras inferiores: dor entre o púbis e o umbigo, causando a dismenorréia. Fibras laterais: pseudo-apendicite; ponto de McBurney. Diagnóstico diferencial Patologia visceral incluindo: renal, hepática, pancreática, diverticulite, colite, apendicite, hérnia de hiato, doença peritoneal - doença inflamatória pélvica, ovariana e da bexiga urinária. Apendicite. Doenças ginecológicas. Hérnia umbilical. Hérnia incisional. Problemas envolvendo o músculo latíssimo do dorso. Recom endações ao paciente Atentar-se para o peso corporal. Técnicas Crioterapia e alongamento Injeções / / Agulhamento seco j / / « ^ 1 ^ 1 Liberação de ponto-gatilho [ S S
  • 98. Músculos do Tronco e da Coluna Vertebral 96 QUADRADO DO LOMBO Exercício de fortalecim ento Flexão lateral do tronco com peso Auto-alongam ento Coloque uma toalha sob o pé esquerdo. Realize flexão lateral para a esquerda, pressionando progressivamente a toalha. Exemplo de padrão de dor referida
  • 99. QUADRADO DO LOMBO 97 Do latim quadraluslumborttm. Origem Região posterior da crista ilfaca. Ligamento iliolombar. Inserção Parte mediai da margem inferior da costela XII. Processos transversos das quatro vértebras lombares superiores (L1-L4). Ação Flexiona lateralmente a coluna vertebral. Fixa a costela XII durante a respiração profunda (p. ex., ajuda a estabilizar o diafragma quando os cantores exercitam o controle da voz). Auxilia na extensão da região lombar da coluna vertebral, proporcionando-lhe estabilidade lateral. Inervação Ramos ventrais do nervo subcostal c três ou quatro nervos lombares superiores, TI 2,1.1, 2,3. Movimento funcional básico Exemplo: inclinação lateral ao tentar pegar um objeto do chão estando na posição sentada. Indicações Acidose tubular renal. Escoliose. Dor lombar do tipo mecânica. Pacientes que fazem uso de bengala/ aparelho de gesso para fratura. Dor na região glútea e nos quadris. Dor no trocanter maior (ao dormir). Dor ao se mover na cama. Dor ao se levantar. Dor persistente e intensa na região lombar, mesmo em repou­ so. Dor ao tossir ou espirrar (manobra de Valsalva). Dor durante a relação sexual. Padrões de dor referida Diversas áreas de dor: região inferior do abdome, articulação sacroilíaca, parte inferior dos glúteos, parte superior do quadril e trocanter maior. Diagnóstico diferencial Sacroiliíte. Bursite da articulação do quadril. Radiculopatia lombar. Dor discai (lombar). Dor nos liga­ mentos iliolombar e iliossacral. Espondilose. Espondiloartropatia. Estenose espinal. Espondilolistese. Disfunção das costelas (inferior). Regiões e condições que tam bém devem ser consideradas Músculo glúteo médio. Músculo glúteo mínimo. Músculo glúteo máximo. Músculo tensor da fáscia lata. Músculo piramidal. Músculo iliopsoas. Assoalho pélvico. Dor ciática. Hérnia. Problemas envolvendo os testículos e/ou escroto. Recom endações ao paciente Corrigir discrepâncias no comprimento das pernas. Trocar de colchão. Procurar orientações ocupacio- nais, quanto a fatores mecânicos. Analisar se hobbies,como jardinagem, não são prejudiciais. Fortalecer os músculos de estabilização postural (abdominais). Evitar sustentar o peso do corpo sobre uma só perna. Tomar cuidado ao realizar movimentos de rotação do tórax. Observar fatores emocionais. Técnicas Crioterapia e alongamento Injeções / / Agulhamento seco Liberação de ponto-gatilho / / Músculos do Tronco e da Coluna Vertebral
  • 100. Músculos do Tronco e d a Coluna Vertebral 98 ILIOPSOAS (PSOAS MAIOR/ILÍACO) Músculo psoas maior Músculo psoas maior Músculo iliaco Tendão conjunto Distribuição da dor referida na parte posterior do corpo Pontos-gatilho e exemplo de padrão de dor referida Flexão do quadril com aparelho especifico Auto-alongam ento esquerdo à frente, track>nando-o para alongar o músculo iliopsoas do mesmo lado. Manter uma postura ereta, desde a coluna lombar. Músculo iliaco Exercícios de fortalecim ento Elevação dos membros inferiores suspenso na barra fixa
  • 101. ILIOPSOAS (PSOAS MAIOR/ILÍACO) Do latim iliacus,que significa “relativo ao flanco"; do gregopsoas,que significa "músculo do lombo". O músculo psoas maior e o músculo ilíaco são considerados parte da parede posterior do abdome por causa de sua posição e de sua importância como suporte para as vísceras abdominais. Entretanto, com base em sua função de flexão da articulação do quadril, são relacionados aos músculos do quadril. Observe que algumas fibras superiores do músculo psoas maior inserem-se por meio de um longo tendão dentro da eminência iliopúbica para formar o músculo psoas menor, que apresenta função restrita e é ausente em 40% da população. Uma contratura bilateral desse músculo pode aumentar a lordose lombar. Origem Psoas maior: base dos processos transversos de todas as vértebras lombares (L1-L5). Corpo da vértebra torácica XII e todas as vértebras lombares (T12-L5). Discos intervertebrais acima de cada vértebra lombar. Ilíaco: dois terços superiores da fossa ilíaca. Lábio interno da crista ilíaca. Asa do osso sacro e ligamen­ tos anteriores das articulações sacroilíaca e lombossacral. Inserção Psoas maior: trocanter menor do fêmur. Ilíaco: face lateral do tendão do músculo psoas maior, terminando no trocanter menor do fêmur. Ação Principal flexor da articulação do quadril (rotação lateral e flexão da coxa). Com ação invertida, promo­ ve a flexão do tronco, como em um exercício abdominal. Inervação Psoas maior: ramos ventrais dos nervos lombares Ll, 2,3,4 (o músculo psoas menor é inervado por 1.1,2). Ilíaco: nervo femoral Ll, 2, 3, 4. Movimento funcional básico Exemplo: subir um degrau ou andar em superfície inclinada. Indicações Dor lombar. Aumento da lordose na região lombar da coluna vertebral. Dor na região anterior da coxa e na virilha. Dor observada na mudança da posição deitada para sentada. Escoliose. Assimetria pélvica. Padrões de dor referida a) Dor intensa vertical ipsilateral paraespinal ao longo da região lombar de forma difusa irradiando-se lateralmente de 3 a 7 cm; b) área de dor intensa correspondente a 5 a 8 cm na região superior da coxa, no interior da zona compreendida entre a espinha ilíaca ântero-superior e a metade superior da coxa. Diagnóstico diferencial Osteoartrite da articulação do quadril. Apendicite. Neuropatia femoral. Meralgia parestésica. Disco L4-5. Bursite. Lesão no músculo quadríceps femoral. Disfunção mecânica dorsal. Hérnia inguinal/femoral. Problemas gastrintestinais. Artrite reumatóide. Lesões que ocupam espaço. Regiões que também devem ser consideradas Músculos quadrado do lombo, multífidos, eretor da espinha, quadríceps femoral, rotadores do quadril, pectíneo, tensor da fáscia lata, adutor longo, adutor curto e diafragma. Articulação femoropatelar. Recomendações ao paciente Evitar ficar sentado por períodos prolongados. Evitar dormir em posição fetal. Tratar dor lombar. Evitar sobrecarregar a musculatura em exercícios abdominais. Fortalecer o músculo transverso do abdome. Realizar exercícios de alongamento. Técnicas Crioterapia e alongamento / / Agulhamento seco
  • 104. TRAPÉZIO Parto descendente Parte transversa Parte descendente Padrões de dor referida descendente transversa ascendente Exercícios de fortalecim ento Desenvolvimento frontal com barra (parte descendente) Flexão/extensão dos braços nas barras paralelas (partes transversa e ascendente) Elevação lateral dos membros superiores com halteres Auto-alongam ento Virar a cabeça para a direita e tracionar o ombro esquerdo para baixo. Tracionar a cabeça e o ombro em sentidos opostos.
  • 105. TRAPÉZIO Do latim trapezius. Os músculos trapézios direito e esquerdo, vistos como um só criam uma forma trapezoidal, o que dá ori­ gem ao seu nome. Origem Terço mediai da linha nucal superior do osso occipital. Protuberância occipital externa. Ligamento nu- cal. Processos espinhosos e ligamentos supra-espinais da sétima vértebra cervical (C7) e todas as vérte­ bras torácicas (TI-TI2). Inserção Margem posterior do terço lateral da clavícula. Margem mediai do acrômio. Margem superior da crista da espinha da escápula e o tubérculo na sua crista. Açáo Parte descendente: eleva a articulação do ombro. Auxilia na prevenção da depressão da articulação do ombro quando um peso é carregado sobre o ombro ou nas mãos. Parte transversa: promove a retração (aduçáo) da escápula. Parte ascendente: promove a depressão da escápula, especialmente contra resistência, por exemplo, ao levantar-se de uma cadeira utilizando as mãos. Partes ascendente e descendente ao mesmo tempo: realizam rotação da escápula, como ao elevar o bra­ ço acima da cabeça. Inervação Inervação motora: nervo acessório/par XI. Inervação sensitiva (propriocepção): ramo ventral dos nervos cervicais, C2, 3, 4. Movimento funcional básico Exemplo (partes ascendente e descendente atuando juntas): pintar o teto. Indicações Tensão crônica e dor cervical. Cefaléia por estresse. Dor na região cervical da coluna vertebral. Lesões pelo mecanismo de chicote. Padrões de dor referida Parte descendente: dor e sensibilidade na região superior do pescoço, nos aspectos lateral e posterior. Região temporal e ângulo da mandíbula. Parte transversa: dor local irradiada para a região mediai da coluna vertebral. Parte ascendente: região cervical posterior, processo mastóide, área superior à espinha da escápula. Diagnóstico diferencial Doenças que acometem ligamentos e cápsulas. Disfunção das facetas articulares. Regiões que também devem ser consideradas Músculo esternocleidomastóideo (parte que se sobrepõe ao trapézio). Músculo masseter. Músculo tem­ poral. Ventre occipital do músculo epicránico. Músculo levantador da escápula. Músculo semiespinal. Músculo iliocostal. Recom endações ao paciente Atentar-se para a postura em pé e no trabalho. Controlar o estresse. Utilizar sutiãs adequados. Verificar tensão no músculo peitoral menor ("ombros caídos"). Técnicas Crioterapia e alongamento / / j Agulhamento seco Injeções / | / Liberação de ponto-gatilho 1 7 / I I / / I 103 Músculos do Ombro e do Braço
  • 106. LEVANTADOR DA ESCÁPULA Exercícios de fortalecim ento Elevação dos ombros com halteres Puxada vertical com barra Auto-alongam ento Abaixar o queixo e movê-lo em uma rotação do 45°. Manter a coluna vertebral alongada. Padrão de dor referida
  • 107. LEVANTADOR DA ESCAPULA Do latim levatorscapulae (levare: "elevar"; scaptila: "ombro"). O músculo levantador da escápula situa-se de modo profundo em relação aos músculos trapézio e es­ ternocleidomastóideo. Seu nome deriva de sua ação de levantar a escápula. Origem Tubérculos posteriores dos processos transversos das primeiras três ou quatro vértebras cervicais (C1-C4). Inserção Margem mediai da escápula entre o ângulo superior e a espinha da escápula. Ação Eleva a escápula. Auxilia na retração da escápula. Auxilia na inclinação lateral do pescoço. Inervação Nervo dorsal da escápula, C4, 5 e nervos cervicais, C3, 4. Movimento funcional básico Exemplo: carregar uma sacola pesada. Indicações Pescoço rígido e dolorido com limitação da rotação da região cervical da coluna vertebral. Uso prolon­ gado de bengala. Padrões de dor referida Dor na região entre a margem superior da escápula e a nuca, irradiando-se para o ombro, em um padrão triangular. Leve sobreposição sobre a margem mediai da escápula e articulação glenoumeral posterior. Diagnóstico diferencial Disfunçâo da articulação escapulotorácica; escápula alada. Apofisite de ligamentos e cápsulas articula- res. Síndrome do impacto do ombro. Regiões que tam bém devem ser consideradas Músculo trapézio. Músculo rombóide maior. Músculo rombóide menor. Músculo esplênio do pescoço. Músculo eretor da espinha. Recom endações ao paciente Evitar atender ao telefone segurando-o com o ombro. Estresse, doenças ocupacionais e ar-condicionado podem ser agravantes. Praticar alongamento passivo. Fazer aplicação de calor. Utilizar cachecol. Mudar a posição da bengala ao caminhar. Técnicas Crioterapia e alongamento / / j Agulhamento seco Injeções [ S ^ | Liberação de ponto-gatilho / / I I 7 / 105 Músculos do Ombro e do Braço
  • 108. Músculos do Ombro e do Braço 106 ROMBOIDE M AIOR E ROMBOIDE M ENOR Exercícios de fortalecim ento Músculo rombóide maior Puxada na posição sentada Puxada vertical com barra Puxada - nuca com polia alta Auto-alongamento
  • 109. ROMBÓIDE M AIOR E ROMBÓIDE M ENOR 107 Do latim rhomboideus majore rhomboidcus minor(com o prefixo de origem grega rhomb,que significa "po­ lígono quadrilátero com ângulos oblíquos e com lados opostos iguais"). Assim denominado por causa de sua forma. Origem Processos espinhosos da sétima vértebra cervical e as cinco vértebras torácicas superiores (C7-T1). Inserção Margem mediai da escápula. Ação Realizar a retração da escápula. Estabilizar a escápula. Auxiliam na adução e elevação do braço acima da cabeça. Inervaçáo Nervo dorsal da escápula, C4, 5. Movimento funcional básico Exemplo: puxar algo em direção ao corpo, como quando se abre uma gaveta. Indicações Dor crônica ou localizada na região mediai entre C7-T5 ou peri-escapular. Padrões de dor referida Margem mediai da escápula envolvendo a margem superior da espinha da escápula em direção ao acrômio. Diagnóstico diferencial Síndrome escapulocostal. Fibromialgia. Regiões que tam bém devem ser consideradas Músculo levantador da escápula. Músculo trapézio (feixe transverso). Músculo infra-espinal. Músculos escalenos. Músculo latíssimo do dorso. Recom endações ao paciente Atentar-se para a postura geral e a postura de trabalho. Corrigir "ombros caídos". Alongar músculos peitorais encurtados. Técnicas Crioterapia e alongamento Injeções (cavidade pleural) / / 1 7 / l Agulhamento seco Liberação de ponto-gatilho k l S / / I Músculos do Ombro e do Braço
  • 110. Músculos do Ombro e do Braço SERRÁTIL ANTERIOR Costela 6 Exercícios de fortalecim ento Flexões Auto-alongam ento Padrões de dor referida
  • 111. SERRATIL ANTERIOR Do latim serratus anterior (serratus: "serreado"). O músculo serrátil anterior compõe a parede mediai da axila, ao longo das cinco costelas superiores. Trata-se de um músculo grande, composto de uma série de projeções semelhantes a dedos. As projeções inferiores se correlacionam com a origem do músculo oblíquo externo. Origem Superfícies externas e margem superior das oito ou nove costelas superiores e a fáscia que reveste os es­ paços intercostais. Inserção Superfície anterior da margem mediai da escápula e ângulo inferior da escápula. Ação Realiza rotação da escápula para flexão c abdução do braço. Protrai a escápula, facilitando movimentos de tração, como em flexões de braços no solo. Inervaçáo Nervo torácico longo, C5, 6, 7, 8. Obs.: Uma lesão do nervo torácico longo resulta em uma depressão da margem mediai da escápula, afastando-a da parede posterior do tórax, o que resulta, por sua vez, na escápula alada (semelhante à asa de um anjo). Um músculo fraco pode também produzir esse aspecto, especialmente quando se carrega peso na região anterior do corpo. Movimento funcional básico Exemplo: inclinar-se para a frente tentando tocar algo de difícil alcance. Indicações Dor torácica que não diminui com o repouso. Dor e sensibilidade na região do tórax. Ataques de pâni­ co. Dispnéia. Tosse crônica. Asma. Acidose tubular renal. Escápula alada. Estalidos ao correr. Estresse. Padrões de dor referida Local: onde cada projeção do músculo se fixa às costelas. Central: costela (6-8), dor localizada que irradia nos sentidos anterior e posterior em uma área com 5 a 10 cm de extensão. Dor no ângulo inferior da escápula. Dor no aspecto ulnar do membro superior. Diagnóstico diferencial Compressão dos nervos intercostais T7/T8. Herpes-zóster. Alinhamento vertebral local. Lesões nas cos­ telas. Patologias do tórax. Distrofia reflexo-simpâtica. Regiões que tam bém devem ser consideradas Músculo peitoral maior. Músculo esternocleidomastóideo. Músculo escaleno médio. Músculo trapézio. Músculo rombóide maior. Músculo rombóide menor. Músculo diafragma. Músculo oblíquo externo. Recom endações ao paciente Evitar carros sem direção hidráulica. Tomar cuidado com a carga utilizada no treinamento, especialmen­ te nos exercícios supino com barra e flexões no solo. Evitar estresse. Experimentar meditação ou alguma outra técnica de relaxamento. Técnicas Crioterapia e alongamento V S Agulhamento seco Injeções _^ J ^ Liberação de ponto-gatilho / / / / I 109 Músculos do Ombro e do Braço
  • 112. Músculos do Ombro e do Braço 110 PEITORAL MAIOR clavicular Parte esternocostal Padrões de dor referida Pullover com haltere Auto-alongamento batente de uma porta. Dar um passo para a frente mantendo as costas eretas. Levantar ou abaixar o braço irá alongar diferentes partes do músculo. axilar anterior Exercícios de fortalecim ento Afastamento deitado com halteres
  • 113. PEITORAL MAIOR Do latim pectoralis major (pectoralis: "do peito"). Junto com o músculo peitoral menor, o peitoral maior forma a parede anterior da axila. Origem Parte clavicular: metade mediai ou dois terços da região anterior da clavícula. Parte esternocostal: região anterior do manúbrio do esterno e corpo do esterno. Seis cartilagens costais superiores. Bainha do músculo reto do abdome. Inserção Crista inferior ao tubérculo maior do úmero. Lábio lateral do sulco intertubercular do úmero. Ação Adução e rotação mediai do úmero. Parte clavicular: flexão e rotação mediai da articulação do ombro. Ilorizontalmente promove a adução do úmero em direção ao ombro oposto. Parte esternocostal: adução oblíqua do úmero em direção à articulação do quadril oposta. O músculo peitoral maior é um dos principais músculos que atuam na elevação do corpo, direcionando o corpo para o braço estabilizado. Inervação Fibras superiores: nervo peitoral lateral, C5, 6, 7. Fibras inferiores: nervos peitoral mediai e lateral, C6, 7, 8, Tl. Movimento funcional básico Parte clavicular: posiciona o braço anterior e perpendicularmente ao corpo, como, por exemplo, quando se aplica desodorante na axila oposta. Parte esternocostal: tracionar algo de cima para baixo, como se faz, por exemplo, com a corda quando se toca um sino. Indicações Reabilitação pós-infarto do miocárdio. Arritmia cardíaca. Dor na parte média da escâpula. Dor e hiper- sensibilidade na região do tórax. Síndrome do desfiladeiro torácico. Dor na região anterior da articula­ ção do ombro. Cotovelo de tenista e cotovelo de golfista. Padrões de dor referida Parte clavicular: dor local irradiada para a região anterior do músculo deltóide e cabeça longa do mús­ culo bíceps braquial. Parte esternal: dor aguda na parede anterior do tórax com área de 10 a 20 cm e dor difusa ao redor da margem mediai do membro superior. Dor intensa abaixo do epicôndilo mediai, com aproximadamente 5 cm; dor difusa no quarto e no quinto dedo. Parte costal: 5<>e 6^ costelas indicam desconforto cardíaco intenso, até mesmo durante a noite. Dor inten­ sa na região do tórax (área de 10 a 15 cm). Irradiações difusas para o processo axilar da mama ou para a região axilar. Diagnóstico diferencial Radiculopatia C5-C6. Tendinite do músculo bíceps braquial. Lesões do manguito rotador. Patologia intra- torácica e esofágica. Síndrome de Tietze. Doença cardíaca isquêmica (angina). Síndrome do desfiladeiro torácico. Regiões que tam bém devem ser consideradas Músculo latíssimo do dorso. Músculo subescapular. Músculo redondo menor. Músculo infra-espinal. Músculo trapézio (parte transversa). Músculo serrátil anterior. Recom endações ao paciente Posturas inadequadas dos ombros ("ombros caídos") levam ao encurtamento de suas fibras musculares. Uma postura sentada adequada no trabalho é a solução. Observar postura ao dormir, especialmente as mãos colocadas sobre o tórax ou acima da cabeça. Tipo do suporte de sutiã pode ser relevante para a de­ terminação de pontos-gatilho nessa região. Técnicas Crioterapia e alongamento / / Agulhamento seco Injeções | ^ | S | Liberação de ponto-gatilho / / / / 1
  • 114. Músculos do Ombro e do Braço 112 LATÍSSIMO DO DORSO Exercícios de fortalecim ento (com pegada aberta) Ponto-gatilho axilar Ponto-gatilho inferior Puxada - nuca com polia alta Pull-overcom haltere Auto-alongam ento Puxar o cotovelo direito para a esquerda com a ajuda da mão esquerda. Inclinar o tronco para o mesmo lado a fim de intensificar o alongamento. Apoiado nas máos e nos joelhos, sentar-se sobre os tornozelos mantendo as máos fixas. Relaxar e manter a posição por mais de do*s minutos.
  • 115. LATISSIMO DO DORSO Do latim ialissintus dorsi (htissimus: "amplo"; dorsi: "das costas"). Junto com o músculo subescapular e o redondo maior, o latíssimo do dorso forma a parede posterior da axila. Origem Fáscia toracolombar, fixada aos processos espinhosos das seis vértebras torácicas inferiores e todas as vértebras lombares e sacrais (T7-S5), assim como aos ligamentos supra-espinais interpostos. Parte pos­ terior da crista ilfaca. Terceira ou quarta costela inferior. Ângulo inferior da escápula. Inserção Assoalho do sulco intertubercular do úmero. Ação Estende o braço flexionado. Realiza aduçâo e rotação mediai do úmero. É um dos principais músculos relacionados ao movimento de levantar o corpo, uma vez que traciona os ombros para baixo e para trás (sendo um músculo muito ativo, portanto, no impulso do nado livre), e traciona também o tronco para cima em direção aos braços estabilizados. Auxilia na inspiração forçada por meio da elevação das costelas inferiores. Inervação Nervo toracodorsal, C6, 7, 8, do fascículo posterior do plexo braquial. Movimento funcional básico Exemplo: apoiar-se nos braços da cadeira ao se levantar. Indicações Dor nas costas na região torácica, de natureza constante e não relacionada à atividade. Padrões de dor referida Ponto-gatilho axilar: área de 5 a 10 cm de dor no ângulo inferior da escápula com dor difusa irradiada para a parte mediai do membro superior, na região ulnar da mão. Ponto-gatilho inferior: padrão triangular entre o ponto-gatilho, a pelve e a parte lateral do braço. Diagnóstico diferencial Neuropatia C7. Neuropatia ulnar. Compressão do nervo subescapular. Neuropatia axilar. Síndrome do desfiladeiro torácico. Doenças cardiorrespiratórias. Regiões que tam bém devem ser consideradas Músculo rombóide maior. Músculo rombóide menor. Músculo trapézio (feixe transverso). Músculo re­ dondo maior. Músculo escaleno anterior. Músculo escaleno médio. Músculo escaleno posterior. Múscu­ lo subescapular. Músculo iliocostal. Músculo serrátil anterior. Recom endações ao paciente Evitar sobrecarga como, por exemplo, elevar objetos acima da cabeça. Técnicas Crioterapia e alongamento l / j Agulhamento seco Injeções [ S | S Liberação de ponto-gatilho k l ' l 1 / / 1 113 Músculos do Ombro e do Braço
  • 116. Músculos do Ombro e do Braço 114 DELTÓIDE Exercícios de fortalecim ento membros superiores com halteres Auto-alongam ento direção ao ombro oposto. Segurar o cotovelo elevado com a mão oposta e tracionálo para trás Com os joelhos levemente flexionados, manter as mãos e o tronco retos
  • 117. DELTOIDE Do latim deltoideus (em referência a delta, a quarta letra do alfabeto grego, que possui forma triangular). O músculo deltóide é composto de três partes: anterior, média e posterior. Somente a parte média é mul- tipeniforme, provavelmente pelo fato de a desvantagem mecânica da abdução da articulação do ombro necessitar de maior potência. Origem Clavícula, acrômio e espinha da escapula. Inserção Tuberosidade deltóidea situada na face lateral da diáfise do úmero. Ação Fibras anteriores: realiza flexão e rotação mediai do úmero. Fibras médias: realiza abdução do úmero na articulação do ombro (somente após esse movimento ter sido iniciado pelo músculo supra-espinal). Fibras posteriores: realiza extensão e rotação lateral do úmero. Inervaçáo Nervo axilar, C5, 6, proveniente do fascículo posterior do plexo braquial. Movimento funcional básico Exemplos: alcançar algo distante lateralmente, elevar o braço para acenar. Indicações Reabilitação pós-traumática. Dor no ombro. Amplitude de movimento prejudicada, especialmente na abdução. Padrões de dor referida Em geral relacionada a pontos-gatilho em uma área de 5 a 10 cm. Diagnóstico diferencial Síndromes de impacto. Bursite subacromial. Radiculopatia C5. Tendinopatia do manguito rotador. Os- teoartrite das articulações glenoumeral ou acromioclavicular. Regiões que tam bém devem ser consideradas Músculo supra-espinal. Músculo infra-espinal. Músculo bíceps braquial. Músculo redondo menor. Mús­ culo subescapular. Músculo peitoral maior (parte davicular). Recom endações ao paciente Realizar alongamento diariamente. Dirigir com as duas mãos. Observar a técnica em esportes que utili­ zam a mão acima da cabeça, como o tênis. Técnicas Crioterapia e alongamento J | Agulhamento seco Injeções [ ^ | | Liberação de ponto-gatilho / / I I 7 / I 115 Músculos do Ombro e do Braço
  • 118. Músculos do Ombro e do Braço 116 SUPRA-ESPINAL Exercícios de fortalecim ento dos membros superiores com halteres Puxada na posição sentada Auto-alongam ento Flexionar o braço em direção ao ombro oposto. Segurar o cotovelo elevado com a mão oposta e tracioná-lo para trás.
  • 119. SUPRA-ESPINAL Do latim supraspinalus ("sobre a espinha"). Músculo integrante do manguilo rotador, que compreende os músculos supra-espinal, infra-espinal, redon­ do menor e subescapular. O manguito rotador ajuda a manter a cabeça do úmero em contato com a cavi­ dade glenoidal da escápula nos movimentos da articulação do ombro, prevenindo, dessa forma, a luxa­ ção dessa articulação. Origem Fossa supra-espinal da escápula. Inserção Tubérculo maior do úmero em sua parte superior. Cápsula da articulação do ombro. Ação Inicia o processo de abdução da articulação do ombro, permitindo ao músculo deltóide conduzir os es­ tágios finais desse movimento. Inervação Nervo supra-escapular, C 4,5, 6, do tronco superior do plexo braquial. Movimento funcional básico Exemplo: carregar uma sacola de compras afastada da lateral do corpo. Indicações Perda de potência na abdução. Síndrome do arco doloroso. Dor noturna. Bursite subacromial. Tendino- patia do manguito rotador. Padrões de dor referida Ventre: dor intensa na parte lateral do braço (área de 4 a 6 cm). Area dolorida na região do epicôndilo lateral/cabeça do rádio. Dor difusa na região lateral do antebraço. Inserção: área de dor localizada correspondente a 5 a 8 cm sobre o músculo deltóide. Diagnóstico diferencial Capsulite fase 1. Radiculopatia C5-C6. Bursite subacromial (adesiva). Tendinite calcificante. Calcificação. Tendinopatia do manguito rotador. Regiões que tam bém devem ser consideradas Músculo subescapular. Músculo infra-espinal. Músculo deltóide. Músculo trapézio. Músculo latíssimo do dorso. Recom endações ao paciente Evitar carregar peso em excesso. Evitar dormir com os braços acima da cabeça. Tomar banhos quentes. Técnicas Crioterapia e alongamento S S Agulhamento seco Injeções | ^ | S Liberação de ponto-gatilho k / / 1 117 Músculos do Ombro e do Braço
  • 120. Músculos do Ombro e do Braço 118 INFRA-ESPINAL Exercício de fortalecim ento Puxada na posição sentada (efeito limitado) Auto-alongam ento Articulação escapulotorácica & ^ Vista posterior dos principais pontos-gatilho Flexionar o braço em direção ao ombro oposto. Segurar o cotovelo elevado com a mão oposta e tracioná-k> para trás. Segurar a maçaneta ou apoiar a mão no batente de uma porta e delicadamente dar um passo à frente.
  • 121. INFRA-ESPINAL 119 Do latim infraspinalus ("abaixo da espinha"). Músculo integrante do manguito rotador, que compreende os músculos supra-espinal, infra-espinal, redon­ do menor e subescapular. O manguito rotador ajuda a manter a cabeça do úmero em contato com a cavi­ dade glenoidal da escápula nos movimentos da articulação do ombro, prevenindo, dessa forma, a luxa­ ção dessa articulação. Origem Fossa infra-espinal da escápula. Inserção Face média do tubérculo maior do úmero. Cápsula da articulação do ombro. Ação Como parte do manguito rotador, auxilia na prevenção de luxação posterior da articulação do ombro, além de realizar rotação lateral do úmero. Inervaçáo Nervo supra-escapular, C4, 5, 6 oriundo do tronco superior do plexo braquial. Movimento funcional básico Exemplo: pentear os cabelos da região posterior da cabeça. Indicações Diminuição da amplitude de movimento verificada com a utilização do teste de coçar de Apley. Hemi- plegia. Tendinopatia do manguito rotador. Síndrome do ombro congelado. Padrões de dor referida Região das vértebras cervicais médias e superiores: dor na região profunda anterior da articulação do ombro, com área de 3 a 4 cm de extensão, na proximidade da cabeça longa do músculo bíceps braquial, irradiando-se para o ventre do bíceps e, então, para o antebraço, com sintomas difusos na distribuição de inervaçáo do nervo mediano. Região escapular mediai: em direção à margem mediai da escápula. Diagnóstico diferencial Tendinite do músculo bíceps braquial. Neuropatia C5-C6. Disfunção do nervo supra-escapular. Regiões que tam bém devem ser consideradas Músculo infra-espinal. Músculo subescapular. Músculo levantador da escápula. Músculo peitoral me­ nor. Músculo peitoral maior. Músculo bíceps braquial. Cabeça longa do músculo bíceps braquial. Mús­ culo deltóide anterior. Músculo redondo maior. Músculo latíssimo do dorso. Recom endações ao paciente Evitar estender-se na direção do banco de trás do automóvel. A aplicação de calor pode ser benéfica. Apoiar o braço em um travesseiro para alívio muscular. Técnicas Crioterapia e alongamento / / Agulhamento seco / ' ✓ Injeções / / Liberação de ponto-gatilho Músculos do Ombro e do Braço
  • 122. Músculos do Ombro e do Braço 120 REDONDO MENOR Exercício de fortalecim ento Puxada na posição sentada (efeito limitado) Auto-alongam ento Segurar a maçaneta ou apoiar-se no batente de uma porta e delicadamente dar um passo à frente. Flexionar o braço em direção ao ombro oposto. Segurar o cotovelo elevado com a mão oposta e tracioná-lo para trás.
  • 123. REDONDO M ENOR Do latim teres minor (teres: "arredondado, cilíndrico"). Músculo integrante do manguito rotador, que compreende os músculos supra-espinal, infra-espinal, redon­ do menor e subescapular. O manguito rotador ajuda a manter a cabeça do úmero em contato com a cavi­ dade glenoidal da escápula nos movimentos da articulação do ombro, prevenindo, dessa forma, a luxa­ ção dessa articulação. Origem Dois terços superiores da margem lateral da superfície dorsal da escápula. Inserção Face inferior do tubérculo maior do úmero. Cápsula da articulação do ombro. Ação Como parte do manguito rotador, auxilia na prevenção de luxação superior da articulação do ombro, além de realizar rotação lateral e leve adução do úmero. Inervação Nervo axilar, C5, 6 do fascículo posterior do plexo braquial. Movimento funcional básico Exemplo: pentear os cabelos da região posterior da cabeça. Indicações Dor no ombro, especialmente posterior. Síndrome do ombro congelado. Reabilitação do manguito rota­ dor. Bursite subacromial. Tendinite do músculo bíceps braquial. Padrões de dor referida Área localizada (de 2 a 5 cm) de dor intensa na parte lateral do braço, com uma dor elíptica difusa que se irradia para a extremidade superior póstero-lateral (acima do cotovelo). Diagnóstico diferencial Radiculopatia C8-T1. Tendinopatia do manguito rotador. Dor/ lesão em ombro, punho e mão. Bursite su­ bacromial/deltóidea. Síndrome do impacto do ombro (arco doloroso). Disfunção da articulação acro- mioclavicular. Regiões que tam bém devem ser consideradas Músculo infra-espinal. Recom endações ao paciente Verificar postura dos ombros (evitar "ombros caídos"). Atentar-se para a posição dos braços ao dormir. Evitar sobrecargas. Praticar o auto-alongamento. Técnicas Crioterapia e alongamento / ] Agulhamento seco Injeções | S [ S Liberação de ponto-gatilho / / 1 1 / / 1
  • 124. Músculos do Ombro e do Braço 122 SUBESCAPULAR Exercício de fortalecim ento Puxada na posição sentada (efeito limitado) Auto-alongam ento Vista anterior dos padrões de dor referida
  • 125. SUBESCAPULAR Do latim $ub$capulari$ ("embaixo da escápula"). Músculo integrante do manguito rotador, que compreende os músculos supra-espinal, infra-espinal, redon­ do menor e subescapular. O manguito rotador ajuda a manter a cabeça do úmero em contato com a cavi­ dade glenoidal da escápula nos movimentos da articulação do ombro, prevenindo, dessa forma, a luxa­ ção dessa articulação. O músculo subescapular constitui a maior parte da parede posterior da axila. Origem Fossa subescapular e o sulco ao longo da margem lateral da face anterior da escápula. Inserção Tubérculo menor do úmero. Cápsula da articulação do ombro. Ação Como parte do manguito rotador, auxilia na estabilização da articulação glenoumeral, evitando princi­ palmente que a cabeça do úmero seja deslocada para cima pelos músculos deltóide, bíceps braquial e ca­ beça longa do tríceps. Realiza também rotação mediai do úmero. Inervaçáo Nervos subescapulares superior e inferior, C5, 6, 7, do fasciculo posterior do plexo braquial. Movimento funcional básico Exemplo: pegar algo no bolso de trás da calça. Indicações Tendinopatia do manguito rotador, capsulite adesiva diminuída (ombro congelado). Abdução e rotação lateral diminuídas. Padrões de dor referida Ponto-gatilho axilar: área de dor intensa (de 5 a 8 cm) na articulação glenoumeral com área de dor difu­ sa periférica. Também se irradia inferiormente para a face posterior do braço e área carpal ântero-poste- rior do punho. Diagnóstico diferencial Síndromes do impacto. Disfunções do manguito rotador. Síndrome do desfiladeiro torácico. Radiculo- patia cervical C7. Patologia cardiopulmonar. Regiões que tam bém devem ser consideradas Músculo infra-espinal. Músculo peitoral menor. Recom endações ao paciente Verificar postura dos ombros (evitar "ombros caídos") e postura ao andar. Técnicas Crioterapia e alongamento J | Agulhamento seco Injeções |S j S ] Liberação de ponto-gatilho / 1 7 / 1
  • 126. Músculos do Ombro e do Braço 124 REDONDO MAIOR Exercícios de fortalecim ento Puxada na posição sentada Pull-overcom haltere Vista anterior dos padrões de dor referida com polia baixa Auto-alongam ento direção ao ombro oposto. Segurar o cotovelo elevado com a mão opos­ ta e tracioná-k> para trás. Manter as mãos e o tron­ co retos e flexionar lenta­ mente os joelhos.
  • 127. REDONDO MAIOR Do latim teres major (tercs: "redondo, cilíndrico"). O músculo redondo maior (associado ao tendão do músculo latíssimo do dorso, que se situa próximo a ele) e o músculo subescapular formam a prega posterior da axila. Origem Área oval no terço inferior da superfície posterior da margem lateral da escápula. Inserção Lábio mediai do sulco intertubercular (sulco bicipital) do úmero. Ação Realiza adução e rotação mediai do úmero, além de estendê-lo a partir de uma posição flexionada. Inervação Nervo subescapular inferior, C5, 6, 7, fascículo posterior do plexo braquial. Movimento funcional básico Exemplo: pegar algo no bolso de trás da calça. Indicações Síndrome do ombro congelado. Dor ao erguer os membros acima da cabeça. Leve dor em repouso. Dor ao dirigir. Síndromes do impacto. Padrões de dor referida Dor profunda na articulação glenoumeral posterior e em uma área oval de 5 a 10 cm na área deltóidea (que pode irradiar-se intensamente para a cabeça longa do músculo bíceps braquial). Dor difusa no dor­ so do antebraço. Diagnóstico diferencial Síndromes do impacto. Tendinopatia do manguito rotador. Neuropatias cervicais (C6-C7). Síndrome do desfiladeiro torácico. Caleificação do músculo supra-espinal. Regiões que tam bém devem ser consideradas Músculo rombóide maior. Músculo rombóide menor. Cabeça longa do músculo tríceps braquial. Mús­ culo latíssimo do dorso. Músculo redondo menor. Músculo peitoral menor. Músculo deltóide (parte pos­ terior). Recom endações ao paciente Banhos quentes e aplicação de calor são eficazes. Evitar dirigir veículos sem direção hidráulica. Monitorar atividades de ginástica. Abraçar um travesseiro ao dormir. Praticar constantemente o auto-alongamento. Técnicas Crioterapia e alongamento / / Agulhamento seco Injeções | ^ S Liberação de ponto-gatilho / / / 125 Músculos do Ombro e do Braço
  • 128. Músculos do Ombro e do Braço 126 BÍCEPS BRAQUIAL Traçáo na barra fixa Puxada - nu<a com polia alta Auto-alongam ento
  • 129. BICEPS b r a q u i a l Do latim bíceps brachii (biceps: "com duas cabeças"; brachii: "do braço"). O músculo bíceps braquial atua em três articulações. Apresenta duas cabeças em sua origem e duas in­ serções tendíneas. Ocasionalmente apresenta uma terceira cabeça, que se inicia na inserção do músculo coracobraquial. A cabeça curta do músculo bíceps braquial forma a parede lateral da axila, junto com o músculo coracobraquial e o úmero. Origem Cabeça curta: processo coracóide da escápula. Cabeça longa: tubérculo supraglenoidal da escápula. Inserção Região posterior da tuberosidade do rádio. Aponeurose do músculo bíceps braquial, que se estende para o interior da fáscia profunda no aspecto me­ diai do antebraço. Ação Realiza flexão da articulação do cotovelo e supinação do antebraço. Produz leve flexão do braço na ar­ ticulação do ombro. Inervação Nervo musculocutâneo, C5, 6. Movimento funcional básico Exemplos: elevar um objeto; levar alimento à boca. Indicações Dor na parte anterior do ombro com diminuição da extensão do braço. Tendinite do músculo bíceps bra­ quial. Redução da extensão do braço. Diminuição na amplitude no teste de coçar de Apley. Síndrome do ombro congelado. Padrões de dor referida Dor localizada com aspecto elíptico localizada superficialmente ao redor do tendão da cabeça longa do músculo bíceps braquial. Dor referida na região anterior da fossa cubital. Diagnóstico diferencial Osteoartrite glenoumeral e acromioclavicular. Problemas envolvendo os músculos subescapular e infra- espinal. Bursite subacromial. Tendinite do músculo bíceps braquial. Radiculopatia C5. Regiões que tam bém devem ser consideradas Músculo subescapular. Músculo infra-espinal. Músculo braquial. Músculo supinador. Músculo trapézio (parte superior). Músculo coracobraquial. Músculo tríceps braquial. Recom endações ao paciente Realizar exercícios com foco no músculo antagonista (músculo tríceps braquial). Reduzir carga no mús­ culo bíceps braquial ao carregar algo com o braço flexionado. Verificar posição ao dormir e a postura no trabalho. Técnicas Crioterapia e alongamento V S Agulhamento seco Injeções [ S S ) Liberação de ponto-gatilho / / 1 127 Músculos do Ombro e do Braço
  • 130. Músculos do Ombro e do Braço 128 TRÍCEPS BRAQUIAL Cabeça longa J •f ; W '/II IIP Cabeça mediai % v V V - JM . T / 1 / u. tendinea Padrões de dor referida Exercícios de fortalecim ento Flexáo/extensáo dos braços nas barras paralelas Auto-alongam ento Tracionar as mãos uma em direção à outra. Isso se torna mais eficaz com o cotovelo elevado sendo apoiado em uma parede. H J / l •* Manter a cabeça levantada e o cotovelo para trás o máximo possível, enquanto for confortável, sem forçar a parte lombar da coluna vertebral.
  • 131. TRICEPS BRAQUIAL Do latim Iriceps brachii(lriceps "com três cabeças"; brachii: "do braço"). O músculo tríceps é formado por três cabeças e é o único músculo da região posterior do braço. Origem Cabeça longa: tubérculo infraglenoidal da escápula. Cabeça lateral: metade superior da superfície posterior da diáfise do úmero (acima e lateralmente ao sul­ co do nervo radial). Cabeça mediai: metade inferior da superfície posterior da diáfise do úmero (abaixo e medialmente ao sulco do nervo radial). Inserção Parte posterior do olécrano da ulna. Ação Realiza a extensão da articulação do cotovelo. A cabeça longa promove a adução do úmero e estende-o a partir da posição flexionada. Estabiliza a articulação do ombro. Inervação Nervo radial, C6, 7, 8, Tl. Movimento funcional básico Exemplos: arremessar um objeto; empurrar uma porta fechada. Indicações Cotovelo de golfista. Cotovelo de tenista. Artrite da articulação do cotovelo ou do ombro. Uso crônico de muletas ou bengala. Atividades mecânicas repetitivas com os braços. Praticantes de esportes com ra­ quete. Padrões de dor referida a) Cabeça longa: dor na margem súpero-lateral da articulação do ombro, irradiando-se difusamente para trás e para baixo na extremidade superior com dor intensa ao redor do olécrano e também vagamente para a região posterior do antebraço; b) Cabeça mediai: área dolorosa correspondente a 5 cm na região do epicôndilo mediai, irradiando-se pela margem mediai do antebraço até o quarto e o quinto dedo; c) Cabeça lateral: dor intensa mediana na extremidade superior, irradiando-se vagamente para a região posterior do antebraço. Diagnóstico diferencial Lesão de nervo radial. Neuropatia ulnar. Neuropatia C7 (disco intervertebral cervical). Regiões que tam bém devem ser consideradas Músculo redondo menor. Músculo redondo maior. Músculo latíssimo do dorso. Músculo ancôneo. Mús­ culo supinador. Músculo braquiorradial. Músculo extensor radial longo do carpo. Recom endações ao paciente Alterar a posição do braço em atividades manuais repetitivas. Ter intervalos de descanso regulares. Para praticantes de tênis, trocar raquetes ou calibre do cabo das raquetes. Evitar atividades com os braços aci­ ma da cabeça. Técnicas Crioterapia e alongamento / / Agulhamento seco Injeções | S S Liberação de ponto-gatilho / / / 129 Músculos do Ombro e do Braço
  • 134. Músculos do Antebraço e da M ão 132 PRONADOR REDONDO Exercício de fortalecim ento Pronaçáo em uma barra rígida Auto-alongam ento intensifica a supinaçào pela força da gravidade. Padrão de dor referida
  • 135. PRONADOR REDONDO Do latim pronntortere>(j>ronator:"que se inclina para a frente"; leres: "arredondado, cilíndrico"). Origem Cabeça umeral: terço inferior da crista supra-epicondilar mediai e área comum â origem da maioria dos músculos flexores no aspecto anterior do epicôndilo mediai do úmero. Cabeça ulnar: margem mediai do processo coronóide da ulna. Inserção Terço médio da face lateral do rádio (tuberosidade para o músculo pronador). Ação Realiza pronação do antebraço. Auxilia na flexão da articulação do cotovelo. Inervação Nervo mediano, C6, 7. Movimento funcional básico Exemplos: girar uma maçaneta; segurar uma jarra e verter seu conteúdo em outro recipiente. Indicações Dor na parte lateral do punho. Dor ao realizar supinação do antebraço. Cabeleireiros (pelo uso constante de tesouras). Dificuldade ou incapacidade de unir as màos em forma de concha (como para beber) ou estender o punho. Dor na articulação do ombro (compensatória). Dor no punho ao dirigir. Padrões de dor referida Dor intensa e profunda na região palmar do punho (aspecto lateral) que irradia para a região ântero-la- teral do antebraço. Diagnóstico diferencial Tenossinovite de De Quervain. Edema do túnel do carpo. Osteoartrite da articulação interfalàngica pro- ximal do polegar. Discopatia radiulnar distai. Epicondilite. Regiões que tam bém devem ser consideradas Músculos flexores dos dedos. Músculo escaleno anterior. Músculo escaleno médio. Músculo escaleno posterior. Músculo peitoral maior. Recom endações ao paciente Praticar técnicas de alongamento e automassagem. Mudar a forma de segurar a raquete de tênis ou o taco de golfe (ou trocar o calibre do cabo). Rever a postura ao dirigir e o modo de segurar o volante. Técnicas Crioterapia e alongamento / / Agulhamento seco Injeções [ ^ ^ Liberação de ponto-gatilho / / 1 / / 133 Músculos do Antebraço e da M ão
  • 136. Músculos do Antebraço e da M ão 134 PALMAR LONGO Exercícios de fortalecim ento Palmar longo com polia baixa Flexão dos punhos com barra Auto-alongam ento Com o auxilio de uma das mãos. levar o punho oposto em suave extensão. Padrão de dor referida
  • 137. PALMAR LONGO Do latim pahnaris longus(palniaris:"relativo à palma da mão"). Parte do grupo de músculos superficiais do antebraço, que inclui ainda o pronador redondo, o flexor ra­ dial do carpo e o flexor ulnar do carpo. O músculo palmar longo é ausente em cerca de 13% da população. Origem Área comum de origem dos músculos flexores no aspecto anterior do epicôndilo mediai do úmero. Inserção Superfície anterior do retináculo dos músculos flexores e ápice da aponeurose palmar. Ação Realiza flexão do punho. Auxilia na tensão da fáscia palmar. Inervação Nervo mediano, C(6), 7, 8, Tl. Movimento funcional básico Exemplos: segurar uma bola pequena; tomar água com as mãos em forma de concha. Indicações Dor e sensibilidade na palma da m ão/dor à palpação na mão ou na palma da mão. Perda funcional da força de preensão. Cotovelo de tenista. Padrões de dor referida Dor difusa na região anterior do antebraço; área com dor intensa de 2 a 3 cm na palma da mão circun­ dada por uma zona de sensação de agulhamento e formigamento. Diagnóstico diferencial Dor neurogênica. Contratura de Dupuytren. Síndrome do túnel do carpo. Síndrome da dor regional complexa (distrofia simpática reflexa). Escleroderma. Dermatomiosite. Regiões que tam bém devem ser consideradas Músculo flexor radial do carpo. Músculo braquial. Músculo pronador redondo. Articulações do punho. Músculo tríceps braquial. Recom endações ao paciente Evitar segurar ferramentas pesadas ou manter a força de preensão por períodos prolongados (principalmente profissionais que utilizam a potência das mãos, como massoterapeutas). Realizar alon­ gamento e aplicação de calor. Fazer intervalos regulares. Técnicas Crioterapia e alongamento / / Agulhamento seco Injeções S Liberação de ponto-gatilho 1 7 / / 135 Músculos do Antebraço e da M ão
  • 138. Músculos do Antebraço e da M ão 136 FLEXORES DO CARPO Músculo flexor longo do polegar Músculo flexor superficial dos dedos (seccionado) Músculo flexor profundo dos dedos Exercícios de fortalecim ento Músculo flexor radial do carpo Músculo flexor ulnar do carpo dedos e flexor profundo dos dedos Padrões de dor referida com polia baixa Flexão dos punhos com barra Auto-alongam ento Com o auxilio de uma das mãos, levar o punho oposto em suave extensão.
  • 139. FLEXORES DO CARPO Do latim flcxor carpi radialis,flcxor carpi u!naris,flcxor digitonnn superficialis, flcxor digitonnn profundus (fiectcre. “flexionar, curvar"; carpi. "do punho, do carpo"; radius: "raio de roda, osso do antebraço"; ul/ia- ris:"do cotovelo"; digit:"dedo"). Músculos flexor radial do carpo, flexor ulnar do carpo, flexor superficial dos dedos e flexor profundo dos dedos. Origem Área comum de origem dos músculos flexores no aspecto anterior do epicôndilo mediai do úmero (ou seja, na região mediai da epífise distai do úmero). Inserção Ossos carpais, metacarpais e falanges. Ação Realizam flexão da articulação do punho. (O músculo flexor radial do carpo também realiza a abdução do punho; o músculo flexor ulnar do carpo também realiza a adução do punho). Inervaçáo Nervo mediano, C6, 7, 8, Tl. Movimento funcional básico Exemplos: puxar uma corda na direção do corpo; manusear um machado ou um martelo; segurar uma garrafa e verter seu conteúdo em outro recipiente; girar a maçaneta de uma porta. Indicações Dor nas mãos, punho ou dedos da mão. Dor ao realizar ações como, por exemplo, tomar água com as mãos em forma de concha. Dedo em gatilho. Cabeleireiros e outros profissionais que realizam com fre­ qüência a ação de cortar com o auxílio de uma tesoura. Dor ao segurar objetos com as mãos. Cotovelo de golfista. Lesão por esforço repetitivo. Tensão nos músculos flexores dos dedos. Padrões de dor referida Músculos que individualmente se relacionam ao antebraço, punho, mãos e dedos das mãos (ver ilustrações). Diagnóstico diferencial Neurite ulnar. Neuropatias cervicais. Disfunções dos ossos carpais. Tenossinovite de De Quervain. Le­ são por esforço repetitivo. Osteoartrite. Artrite reumatóide. Problemas envolvendo o disco articular da articulação radiulnar distai. Síndrome do túnel do carpo. Epicondilite mediai. Regiões que tam bém devem ser consideradas Músculos do ombro. Músculos do braço. Músculo escaleno anterior. Músculo escaleno médio. Músculo escaleno posterior. Músculo flexor longo do polegar. Recom endações ao paciente Evitar manter a força de preensão, como ao segurar um objeto com as mãos, por períodos prolongados. Evitar movimentos repetitivos de pronação e supinação, como parafusar. Mudar o modo de segurar o taco de golfe. Fazer intervalos regulares durante atividades que requerem a ação desses músculos. Realizar alongamento dos dedos da mão. Técnicas Crioterapia e alongamento / / Agulhamento seco Injeções | ^ j Liberação de ponto-gatilho / V 137 Músculos do Antebraço e da M ão
  • 141. BRAQUIORRADIAL Do latim brachioraditdis(brachiaí. "relativo ao braço"; radius. "raio de roda, osso do antebraço"). Parte do grupo de músculos superficiais do antebraço. O músculo braquiorradial forma a margem late­ ral da fossa cubital. O ventre muscular torna-se proeminente ao trabalhar a contra-resistência. Origem Dois terços superiores da face anterior da crista supracondilar lateral do úmero, ou seja, a parte lateral da diáfise do úmero, 5 a 7,5 cm acima da articulação do cotovelo. Inserção Região lateral da epífise distai do rádio, imediatamente acima do processo estilóide. Ação Realiza flexão da articulação do cotovelo. Auxilia na pronação e na supinação do antebraço quando es­ ses movimentos são resistidos. Inervação Nervo radial, C5, 6. Movimento funcional básico Exemplo: girar um saca-rolhas. Indicações Dor na articulação do cotovelo. Dor no dorso do polegar. Epicondilite lateral (cotovelo de tenista). Fra­ queza de preensão. Lesão por esforço repetitivo. Padrões de dor referida Dor vaga em uma área correspondente a 3 a 4 cm no braço (epicôndilo lateral e margem do rádio), irradiando-se como uma dor intensa para o dorso do polegar. Diagnóstico diferencial Tenossinovite de IX* Quervain. Osteoartrite do polegar (osso trapézio). Regiões que tam bém devem ser consideradas Músculo bíceps braquial. Músculo braquial. Músculo extensor radial longo do carpo. Músculo extensor radial curto do carpo. Músculo supinador. Músculo extensor dos dedos. Recom endações ao paciente Evitar carregar peso (p. ex., maleta) e permanecer em pé por longos períodos de tempo. Realizar intervalos regulares ao digitar. Usar suportes para o punho. Trocar o calibre do cabo da raquete de tênis. Técnicas Crioterapia e alongamento V Y Agulhamento seco Injeções / ] / Liberação de ponto-gatilho / / / I / 139 Músculos do Antebraço e da M ão
  • 142. Músculos do Antebraço e da M ão 140 EXTENSORES DO CARPO Músculo extensor radial longo do carpo Músculo extensor radial curto do carpo Músculo extensor ulnar do carpo Exercícios de fortalecim ento Extensáo dos punhos Extensão dos punhos com barra Auto-alongam ento Músculo extensor radial longo do carpo Músculo extensor Músculo extensor radial curto do carpo ulnar do carpo Com o auxilio de uma das mãos, levar o punho oposto em suave flexáo. Padrões de dor referida
  • 143. EXTENSORES DO CARPO 141 Do latim extensor carpi radia!is longus, extensor carpi radialis brevis, extensor carpi ulnaris (ex/enderr. "estender, esticar"; carpi: "do punho, do carpo"; radius: "raio de roda, osso do antebraço"; ulnaris,: "do cotovelo"). Este grupo muscular inclui os músculos extensor radial longo do carpo, extensor radial curto do carpo e extensor ulnar do carpo. Origem Epicôndilo lateral do úmero, área comum de origem dos tendões extensores, ou seja, na região lateral da epífise distai do úmero. Inserção Superfície posterior dos metacarpais. Ação Realizam extensão do punho (o músculo extensor radial longo do carpo e o músculo extensor radial cur­ to do carpo também promovem a abdução do punho; o músculo extensor ulnar do carpo também pro­ move a adução do punho). Inervação Músculos extensor radial longo do carpo e extensor radial curto do carpo: nervo radial, C5, 6, 7,8. Músculo extensor ulnar do carpo: nervo radial profundo (interósseo posterior), C 5,6, 7, 8. Movimento funcional básico Exemplos: sovar massa de pão; digitar; limpar janelas. Indicações Dor na região do antebraço, cotovelo, punho e mão. Preensão fraca ou dolorosa. Rigidez nos dedos das mãos. Cotovelo de tenista. Dor ao segurar ou dedilhar, observada em músicos, atletas e motoristas que diri­ gem por longas distâncias. Diminuição do controle muscular em atividades manuais que exigem precisão. Padrões de dor referida Músculo extensor radial longo do carpo: área com 2 a 3 cm de dor intensa sobre o epicôndilo lateral, ir­ radiando de forma difusa para o dorso da mão, acima do polegar. Músculo extensor radial curto do carpo: área com 3 a 5 cm de dor intensa sobre o dorso da mão. Músculo extensor ulnar do carpo: área com dor intensa e específica localizada na superfície ulnar do dorso da mão e no processo estilóide da ulna. Diagnóstico diferencial Epicondilite. Radiculopatia C5-C6. Tenossinovite de De Quervain. Disfunção na articulação do carpo. Osteoartrite. Síndrome do túnel do carpo. Regiões que tam bém devem ser consideradas Músculo supinador. Músculo braquiorradial. Músculo extensor dos dedos. Músculo tríceps braquial. Músculo bíceps braquial. Músculo ancôneo. Recom endações ao paciente Evitar a sobrecarga em esportes que exigem força de preensão. Fazer intervalos de repouso regulares ao dirigir por longas distâncias ou realizar trabalhos de jardinagem. Observar a ergonomia e fatores ocu- pacionais. Praticar alongamento e exercícios em casa. Trocar o calibre do cabo da raquete de tênis ou de tacos de golfe. Usar munhequeira. Técnicas Crioterapia e alongamento _ / / Agulhamento seco j / j / j Injeções y i / Liberação de ponto-gatilho Músculos do Antebraço e da M ão
  • 144. Músculos do Antebraço e da M ão 142 EXTENSOR DOS DEDOS Músculo extensor dos dedos (dedo médio) Exercício de fortalecim ento Exercício para extensáo dos dedos com elástico Auto-alongam ento ■ Com o auxílio de uma das máos, levar o punho oposto e também os dedos em suave flexáo (pode-se realizar este exercicio também com o braço em supinação). Músculo extensor dos (anular) Padróes de dor referida
  • 145. EXTENSOR DOS DEDOS 143 Do latim extensordigilorutn {cxtendere. "estender, esticar"; digit: "dedo"). Parte do grupo de músculos superficiais do antebraço. Cada tendão do músculo extensor dos dedos, so­ bre cada articulação metacarpofalángica, forma uma bainha de tecido conjuntivo de forma triangular denominada aponeurosepnhnar, na qual se inserem os músculos lumbricais e os interósseos da mão. O músculo extensor do dedo mínimo e o músculo extensor do indicador também se inserem na aponeu­ rose palmar. Origem Epicôndilo lateral do úmero, área comum de origem dos tendões extensores, ou seja, na região lateral da epífise distai do úmero. Inserção Superfície dorsal das falanges dos dedos da mão, com exceção do polegar. Ação Realiza extensão dos dedos (nas articulações metacarpofalângicas e interfalângicas). Auxilia na abdução dos dedos da mão em relação ao dedo médio. Inervação Nervo radial (ramo profundo)/nervo interósseo posterior, C6, 7, 8. Movimento funcional básico Exemplo: soltar objetos segurados com os dedos das mãos. Indicações Dor na região dos dedos, punho e mão. Dor no cotovelo. Rigidez e dor nos dedos das mãos. Diminui­ ção da potência de preensâo dos dedos em atividades manuais. Cotovelo de tenista. Dor em movimen­ tos de dedilhar ou de preensâo de força, observada em músicos profissionais, especialmente cm guitar­ ristas. Padrões de dor referida Dor difusa no antebraço que se torna mais intensa em um determinado dedo (metacarpal proximal). Dor no epicôndilo lateral. Diagnóstico diferencial Radiculopatia cervical. Epicondilite (cotovelo de tenista). Osteoartrite nos dedos da mão. Tenossinovite de De Quervain. Dor do tipo mecânica na articulação do punho (ossos carpais). Regiões que tam bém devem ser consideradas Músculo braquiorradial. Músculo supinador. Músculo extensor radial longo do carpo. Músculo extensor do indicador. Recom endações ao paciente Realizar um programa de exercícios em casa. Fazer auto-alongamento. Evitar manter por muito tempo a força de preensâo, como ao segurar objetos. Observar postura no trabalho. Observar postura com relação ao computador e ao mouse. Evitar certas posições ao dormir, como deitar-se com as mãos embai­ xo da cabeça ou do travesseiro. Técnicas Crioterapia e alongamento Injeções / / / / Agulhamento seco Liberação de ponto-gatilho / / / Músculos do Antebraço e da M ão
  • 146. Músculos do Antebraço e da M ão 144 SUPINADOR Exercício de fortalecim ento Auto-alongam ento O peso de um bastào intensifica a pronação peía ação da força da gravidade. Vista posterior Padrão de dor referida
  • 147. SUPINADOR Do latim supinator{supinus:"que repousa sobre o dorso"). Parte do grupo de músculos profundos do antebraço. O músculo supinador é quase inteiramente envol­ vido pelo grupo de músculos superficiais. Origem Epicôndilo lateral do úmero. Ligamento colateral radial da articulação do cotovelo. Ligamento anular da articulação radiulnar superior. Crista do músculo supinador da ulna. Inserção Superfícies dorsal e lateral do terço superior do rádio. Ação Realiza supinação do antebraço, na qual é o músculo agonista, sendo o músculo bíceps braquial consi­ derado músculo auxiliar nesse movimento. Inervação Nervo radial (ramo profundo), C5, 6, (7). Movimento funcional básico Exemplo: girar uma chave de fenda ou uma maçaneta. Indicações Cotovelo de tenista. Dor na articulação do polegar. Dor no cotovelo, tanto em atividade quanto em re­ pouso. Dor ao girar maçanetas de portas. Dor localizada em movimentos de supinação. Pacientes que fazem uso prolongado de bengala. Dor ao cumprimentar com aperto de mãos. Padrões de dor referida Área de dor intensa e localizada, com 3 a 5 cm, na região do epicôndilo lateral e no dorso do polegar. Diagnóstico diferencial Tenossinovite de De Quervain. Epicondilite lateral (osteotendínea, miotendinea e intramuscular). Dis- funçào da cabeça do rádio. Regiões que tam bém devem ser consideradas Músculos extensores. Músculo bíceps braquial. Músculo tríceps braquial (inserção). Músculo ancòneo. Músculo braquial. Músculo palmar longo. Músculo braquiorradial. Músculo extensor radial longo do carpo. Recom endações ao paciente Variar o estilo de jogar tênis (manter os punhos em dorsiflexão). Mudar o calibre do cabo da raquete. Evitar segurar ou carregar objetos por tempo prolongado. Utilizar mochilas ao invés de carregar pesos com os braços. Mudar regularmente o lado de uso da bengala. Fazer uso de faixas ou bandagens de compressão. Técnicas Crioterapia e alongamento S S Agulhamento seco Injeções | S | S ] Liberação de ponto-gatilho / / / 145 Músculos do Antebraço e da M ão
  • 148. Músculos do Antebraço e da M ão 146 OPONENTE DO POLEGAR / ADUTOR DO POLEGAR Músculo oponente do polegar Exercício de fortalecim ento Músculo adutor do polegar Padrões de dor referida Apertar um aro de borracha com os dedos. Auto-alongam ento Levar o polegar suavemente em extensão.
  • 149. OPONENTE DO POLEGAR / ADUTOR DO POLEGAR 147 Do latim opponens pollicis e adductorpollicis (opponens: "que se opõe"; pollicis: "do polegar"; adduct. "afastar"). O músculo oponente do polegar é parte da eminência tenar, cm geral parcialmente unificada ao múscu­ lo flexor curto do polegar e profundamente situada em relação ao músculo abdutor curto do polegar. Origem Músculo oponente do polegar: retináculo dos flexores. Tubérculo do trapézio. Músculo adutor do polegar: fibras oblíquas - face anterior do segundo e terceiro metacarpais, capitato e trapezóide. Fibras transversas: face palmar do terceiro metacarpal. Inserção Músculo oponente do polegar: toda a extensão da margem radial do primeiro metacarpal. Músculo adutor do polegar: face ulnar (mediai) da base da falange proximal do polegar. Ação Músculo oponente do polegar: exerce a oposição do polegar (isto é, abdução, com suave rotação mediai, seguida de flexão e adução), na qual a polpa digital do polegar pode tocar a polpa digital dos demais dedos. Músculo adutor do polegar: realiza a adução do polegar. Inervação Músculo oponente do polegar: nervo mediano (C6, 7, 8, Tl). Músculo adutor do polegar: nervo ulnar (ramo profundo), C8, Tl. Movimento funcional básico Exemplos: pegar pequenos objetos entre o polegar e demais dedos da mão (músculo oponente do pole­ gar); abrir potes com tampa de rosca (músculo adutor do polegar). Indicações Polegar em gatilho (freqüentemente observado em indivíduos que realizam atividades como capinar). Dor no polegar ao realizar uma atividade. Dificuldade na manutenção do movimento de pinça. Dor no polegar característica de indivíduos que jogam videogameou utilizam constantemente o teclado do apa­ relho celular. Dor ao costurar, escrever ou abrir potes. Perda do movimento fino ao abotoar, costurar, es­ crever, pintar etc. Padrões de dor referida Músculo oponente do polegar: dor na articulação do punho (palmar) na epífise distai do rádio e na face palmar do polegar. Músculo adutor do polegar: dor nas faces dorsal e palmar do polegar localizada ao redor da articulação metacarpofalângica e irradiada para o dorso do polegar e a eminência tenar. Diagnóstico diferencial Tenossinovite de De Quervain. Osteoartrite do polegar. Artrite reumatóide. Síndrome do túnel do car­ po. Polegar em gatilho. Discopatia da articulação radiulnar distai. Disfunção dos ossos carpais. Disfun- ção mecânica. Fratura. Subluxação. Regiões que tam bém devem ser consideradas Músculo abdutor curto do polegar. Músculo flexor curto do polegar. Músculo flexor longo do polegar. Recom endações ao paciente Realizar auto-alongamento em casa. Utilizar canetas e outros instrumentos ergonômicos. Uso de aplicação de calor. Intervalos de repouso devem ser feitos regularmente. Técnicas Crioterapia e alongamento Injeções / / / / Agulhamento seco Liberação de ponto-gatilho Músculos do Antebraço e da M ão
  • 150. Músculos do Antebraço e da M ão 148 PEQUENOS MÚSCULOS DA M ÃO Auto-alongam ento Palpar e apertar uma bola de ténis. Músculos interósseos Músculos lumbricais Músculo abdutor dorsais do dedo mínimo Afastar e estender os dedos. Primeiro músculo mterósseo dorsal (vista palmar) (vista dorsal) vista dorsal vista dorsal Padròes de dor referida
  • 151. PEQUENOS MUSCULOS DA M AO Do latim interosseidorsnles,lumbricales,abduclordigitimininti(dorsal"do dorso"; interosseur."entre os os­ sos"; luntbrictih "em forma de verme"; abductor. "que se afasta"). Este grupo compreende os músculos interósseos dorsais, lumbricais c abdutor do dedo mínimo. Os qua­ tro músculos interósseos dorsais apresentam volume quase dobrado quando comparados aos músculos interósseos palmares. Os músculos lumbricais são pequenos músculos cilíndricos, um para cada dedo. O músculo abdutor do dedo mínimo é o mais superficial da eminência hipotenar. Origem Músculos interósseos dorsais: por duas cabeças, cada qual oriunda de faces adjacentes dos metacarpais. Músculos lumbricais: tendões do músculo flexor profundo dos dedos, situados na palma da mão. Músculo abdutor do dedo mínimo: pisiforme. Tendão do músculo flexor ulnar do carpo. Inserção Músculos interósseos dorsais: na aponeurose palmar e na base da falange proximal. Músculos lumbricais: face lateral (radial) do tendão correspondente do músculo extensor dos dedos, no dorso do respectivo dedo. Músculo abdutor do dedo mínimo: face mediai (ulnar) da base da falange proximal do quinto dedo. Ação Músculos interósseos dorsais: realizam abdução dos dedos em relação ao dedo médio. Auxiliam na fle- xão dos dedos nas articulações metacarpofalângicas. Músculos lumbricais: estendem as articulações interfalângicas e simultaneamente flexionam as articula­ ções metacarpofalângicas dos dedos. Músculo abdutor do dedo mínimo: realiza abdução do quinto dedo. Inervaçáo Músculos interósseos dorsais: nervo ulnar, C8, Tl. Músculos lumbricais: lateral; nervo mediano, C(6), 7, 8, Tl; mediai; nervo ulnar, C(7), 8, Tl. Músculo abdutor do dedo mínimo: nervo ulnar, C(7), 8, Tl. Movimento funcional básico Exemplos: afastar os dedos; beber água com as mãos em forma de concha; segurar uma bola grande. Indicações Dor e rigidez nos dedos. Dor ao pinçar ou segurar, associada aos nodos de Heberdan, especialmente em músicos profissionais, como pianistas. Dor artrítica nos dedos, como observado em escultores e artistas plásticos. Padrões de dor referida Primeiro músculo interósseo dorsal: dor intensa no dorso do dedo indicador, em sua metade lateral, com dor vaga na superfície palmar e no dorso da mão. Demais músculos interósseos: dor referida ao respec­ tivo dedo. Músculos lumbricais: padrão semelhante ao observado nos interósseos. Músculo abdutor do dedo mínimo: dor no dorso do quinto dedo. Diagnóstico diferencial Radiculopatia cervical. Neurite ulnar. Síndrome do desfiladeiro torâcico. Compressão dos nervos digi­ tais. Disfunçáo articular. Regiões que também devem ser consideradas Músculos intrínsecos do polegar, escalenos, latíssimo do dorso, peitoral maior, tríceps braquial (cabeça mediai e/ou cabeça curta) e músculos extensores e/ou flexores longos dos dedos. Recom endações ao paciente Praticar exercícios de alongamento. Observar postura e ergonomia no trabalho. Verificar adequação de atividades esportivas, como o uso correto de tacos de golfe. Usar canetas e talheres ergonômicos. Técnicas Crioterapia e alongamento / J Agulhamento seco Injeções ^ ^ Liberação de ponto-gatilho / 7 149 Músculos do Antebraço e da M ão
  • 153. Músculos da 1 9 Coxa e do Quadril
  • 154. Músculos da Coxa e do Quadril 152 GLÚTEO M Á X IM O Superior médio Exercícios de fortalecim ento Inferior mediai Padrões de dor referida Inferior médio Agachamentos Leg press sentado Auto-alongam ento No solo, tracione o joelho na direção do ombro oposto. (Evite realizar este exercício após a gestação em função da sobrecarga imposta è pelve durante a gravidez e o trabalho de parto.)
  • 155. GLÚTEO M Á X IM O Do latimgluteus maximus(com o termo de origem grega glontos, que significa "nádega"). O glúteo máximo, que é o músculo mais espesso e fibroso do corpo, confere volume às nádegas. Origem Superfície lateral do ílio, próximo ã linha glútea posterior (região superior e posterior a ela). Região sacral e coccígea posterior adjacente. Ligamento sacrotuberal. Aponeurose do músculo eretor da espinha. Inserção Fibras profundas da parte distai: tuberosidade glútea do fêmur. Demais fibras: trato iliotibial da fáscia lata. Ação Fibras superiores: realizam rotação lateral da articulação do quadril. Podem auxiliar na abdução dessa articulação. Fibras inferiores: realizam extensão e rotação lateral da articulação do quadril (p. ex., a forte extensão observada ao correr ou se levantar da posição sentada) e extensão do tronco. Auxiliam na adução da ar­ ticulação do quadril. Por meio de sua inserção no trato iliotibial, auxilia na estabilização do joelho em extensão. Inervação Nervo glúteo inferior, 1.5, Sl, 2. Movimento funcional básico Exemplos: subir uma escada; levantar-se da posição sentada. Indicações Dor ao se sentar. Dor ao caminhar em um aclive. Dor na flexão. Dor nas nádegas ao nadar. Dor nas ná­ degas decorrente de uma queda ou desequilíbrio. Dor noturna. Limitação da flexão da coxa e/ou do quadril. Determinados distúrbios da marcha, como marcha "cambaleante". Cãibras relacionadas ao frio. Padrões de dor referida Três a quatro áreas com uma dor forte nas nádegas, em concomitância a uma ocasional dor difusa logo abaixo do sulco infraglúteo, em uma área correspondente a 5 a 8 cm. Diagnóstico diferencial Coccidinia. Doença inflamatória pélvica. Discopatia lombar inferior. Sacroiliíte. Bursite (tuberosidade is- quiática/trocantérica). Dor lombar do tipo mecânica. Regiões que tam bém devem ser consideradas Outros músculos glúteos. Músculo quadrado do lombo. Músculo pubococcígeo. Músculos isquiotibiais (pontos-gatilho de fixação). Recom endações ao paciente Aquecimento e alongamento. Fazer análise postural e análise da marcha. Utilizar um travesseiro entre os joelhos ao dormir. Realizar um programa de alongamento. Praticar natação (menos estilo livre). Técnicas Crioterapia e alongamento / / Agulhamento seco V / 153 Músculos da Coxa e do Quadril
  • 156. Músculos da Coxa e do Quadril TENSOR DA FÁSCIA LATA Exercícios de fortalecim ento Abdutores com aparelho especifico Abdução do quadril com aparelho específico Abdução do quadril no solo Auto-alongam ento Cruze o joelho esquerdo sobre a outra perna e tracione-o em direção ao corpo. Empurre o quadril na direção oposta à parede. Padrão de dor referida
  • 157. TENSOR DA FASCIA LATA Do latim tensorfascinelatae(tensor. "que estende";fascia. "faixa"; latir, "ampla"). Este músculo situa-se anteriormente ao glúteo máximo, na face lateral do quadril. Origem Parte anterior do lábio lateral da crista ilíaca e superfície lateral da espinha ilíaca ântero-superior. Inserção Une-se ao trato iliotibial, logo abaixo do trocanter maior. Ação Realiza flexão, abdução e rotação mediai da articulação do quadril. Tensiona a fáscia lata, estabilizando dessa maneira a articulação do joelho. Reorienta as forças de rotação produzidas pelo músculo glúteo máximo. Inervação Nervo glúteo superior, 1.4, 5, Sl. Movimento funcional básico Exemplo: caminhar. Indicações Dor na parte lateral do joelho e do quadril. Dor em decúbito lateral. Dor ao caminhar rápido. Reabilita­ ção após realização de artroplastia do quadril. Reabilitação de fratura do colo do fêmur. Padrões de dor referida Área de dor intensa elíptica desde o trocanter maior até a fíbula, ínfero-lateralmente. Diagnóstico diferencial Bursite trocantérica. Osteoartrite do quadril. Sacroiliíte. Espondilose lombar. Regiões que tam bém devem ser consideradas Músculo glúteo médio. Músculo glúteo mínimo. Músculo vasto lateral. Músculo reto femoral. Músculo sartório. Músculo quadrado do lombo. Recom endações ao paciente Evitar a mesma posição (flexão) por longo período de tempo. Evitar certas posturas, como permanecer apoiado sobre uma perna ou cruzar as pernas. Colocar um travesseiro entre as pernas ao dormir. Obser­ var a postura de modo geral, principalmente ao correr ou caminhar. Ao exercitar-se, realizar exercícios de aquecimento. Alongar-se regularmente. Técnicas Crioterapia e alongamento / | / | Agulhamento seco Injeções ^ 1 Liberação de ponto-gatilho / / / / 155 Músculos da Coxa e do Quadril
  • 158. Músculos da Coxa e do Quadril 156 GLÚTEO M ÉDIO Exercícios de fortalecim ento Abdução do quadril com aparelho especifico Auto-alongam ento Cruze o joelho esquerdo sobre a outra perna e tracione-o em direção ao corpo. Empurre o quadril na direção oposta ã parede. Padrões de dor referida Abdulores com aparelho específico
  • 159. GLÚTEO MÉDIO Do latim glútens medius (com o termo de origem grega gloutos, que significa "nádega"). Este músculo localiza-se em uma parte mais profunda das nádegas e, portanto, é encoberto pelo múscu­ lo glúteo máximo; contudo, no plano superficial, pode-se observá-lo entre o músculo glúteo máximo e o músculo tensor da fáscia lata. Durante a caminhada, esse músculo, junto com o músculo glúteo mínimo, evita que a pelve se projete para baixo na direção da perna que não está servindo de apoio. Origem Face lateral do ílio, logo abaixo da crista ilíaca, entre a linha glútea posterior e a linha glútea anterior. Inserção Crista oblíqua da superfície lateral do trocanter maior do fêmur. Ação Realiza abdução da articulação do quadril. As fibras anteriores fazem rotação mediai e auxiliam na flexão da articulação do quadril. As fibras posteriores promovem leve rotação lateral da articulação do quadril. Inervaçáo Nervo glúteo superior, 1.4, 5, Sl. Movimento funcional básico Exemplo: passar de lado sobre uma cerca baixa, abduzindo a coxa. Indicações Dor e sensibilidade lombar ou nas nádegas. Dor noturna. Dor em decúbito lateral. Após cirurgia na co­ luna vertebral ou no quadril. Padrões de dor referida Dor na região lombar, mediai da nádega, sacral e lateral do quadril, irradiando-se para a região superior da coxa. Diagnóstico diferencial Radiculopatia (lombossacral). Sacroiliíte. Disfunçáo da articulação do quadril. Coccidinia. Bursite da tu- berosidade maior. Claudicação intermitente. Dor lombar do tipo mecânica. Regiões que tam bém devem ser consideradas Músculo quadrado do lombo. Outros músculos glúteos. Músculo pubococcígeo. Músculo tensor da fás­ cia lata. Trato iliotibial. Músculo piriforme. Músculo eretor da espinha (parte lombar). Recom endações ao paciente Fazer análise postural e análise da marcha. Utilizar um travesseiro entre os joelhos ao dormir. Atentar- se para as posturas habituais. Realizar técnicas de alongamento. Técnicas Crioterapia e alongamento / / Agulhamento seco 157 Músculos da Coxa e do Quadril
  • 160. Músculos da Coxa e do Quadril 158 GLUTEO M IN IM O Exercícios de fortalecim ento Abdutores com aparelho específico Cruze o joelho esquerdo sobre a outra perna e tracione-o em direção ao corpo. direção oposta à parede. Pontos-gatilho anteriores Múltiplos pontos-gatilho Padrões de dor referida Abdução do quadril com aparelho específico Auto-alongam ento
  • 161. GLUTEO M IN IM O Do alm gluteus ntinimus(com o termo de origem grega gloutos, que significa "nádega"). Este músculo encontra-se em uma posição mais profunda e ântero-inferior em relação ao músculo glú­ teo médio, cujas fibras o encobrem. Origem Face lateral do ílio, entre a linha glútea inferior e a linha glúten anterior. Inserção Margem anterior do trocanter maior do fêmur. Ação Realiza abdução, rotação mediai e flexão da articulação do quadril. Inervação Nervo glúteo superior, 1.4, 5, Sl. Movimento funcional básico Exemplo: passar de lado sobre uma cerca baixa, abduzindo a coxa. Indicações Dor ao se levantar da posição sentada. Dor ao caminhar. Dor noturna. Dor mesmo em repouso. Dor em decúbito lateral. Artroplastia do quadril. Padrões de dor referida Músculo multipeniforme com diversos pontos-gatilho anteriores, médios e posteriores, causando dor refe­ rida intensa nas nádegas, quadril e lateral do membro inferior, da parte posterior do joelho ao tornozelo. Diagnóstico diferencial Radiculopatia (lombossacral). Sacroiliíte. Disfunção da articulação do quadril. Irritação no nervo isquiá- tico. Bursite na articulação do quadril. Regiões e fatores que tam bém devem ser considerados Músculo tensor da fáscia lata. Outros músculos glúteos. Músculo vasto lateral. Trato iliotibial. Músculo quadrado do lombo. Músculos fibulares. Músculo piriforme. Alinhamento pélvico. Recom endações ao paciente Utilizar técnicas de auto-alongamento. Fazer análise da marcha e análise postural. Atentar-se para as posturas habituais. Evitar deixar os membros inferiores fora da cama ao repousar. Técnicas Crioterapia e alongamento / / Agulhamento seco j / / j Injeções / | / Liberação de ponto-gatilho ^ ^ 159 Músculos da Coxa e do Quadril
  • 162. Músculos da Coxa e do Quadril 160 PIRIFORME Exercício de fortalecim ento Contração isométrica dos glúteos em pé com os membros infenores afastados. Auto-alongam ento Posicionar o tornozelo direito sobre o joelho esquerdo e, devagar, levar o joelho esquerdo em direção ao ombro esquerdo, mantendo o sacro em contato com o solo ou mesa. Deve-se ter cuidado para não tensionar a articulação do joelho.
  • 163. PIRIFORME 161 Do latim piriforniis, que significa "com forma de pêra". O músculo piriforme atravessa o forame isquiático maior. Origem Face pélvica do sacro. Ligamento sacrotuberal. Inserção Margem superior do trocanter maior do fêmur. Ação Realiza rotação lateral da articulação do quadril e abdução da coxa com o quadril flexionado. Auxilia na estabilização da cabeça do fêmur no acetábulo. Inervação Ramos ventrais do nervo lombar, 1.(5) e nervos sacrais, S l, 2. Movimento funcional básico Exemplo: ao descer de um carro, colocar a primeira perna para fora. Indicações Dor profunda e constante na nádega. Dor ciática. Compressão vascular na região posterior da perna. Dor na parte lombar das costas ou nas nádegas que piora ao se sentar e que freqüentemente se inicia após uma queda ou quando se está dirigindo sentado sobre a carteira no bolso da calça. Dor no pé. Dor no reto. Disfunção sexual (dispareunia). Padrões de dor referida Duas áreas de dor intensa: 1) na lateral do cóccix, área de 3 a 4 cm; 2) área póstero-lateral da nádega ou articulação do quadril com 7 a 10 cm; extensa área dc dor difusa entre as áreas 1) e 2) e da coxa até aci­ ma do joelho. Diagnóstico diferencial Sacroiliíte. Radiculopatia lombar. Coccidinia. Quadril com osteoartrite. HLA (antígeno dos leucócitos humanos) B 27. Estenose espinal. Discopatia lombar. Regiões que tam bém devem ser consideradas Membros inferiores, caso apresentem discrepância de comprimento. Músculos glúteos. Músculo qua­ drado do lombo. Origem dos músculos isquiotibiais (pontos-gatilho de fixação). Músculos gêmeos. Músculos obturadores. Músculo quadrado femoral. Músculo levantador do ânus. Músculo coccígeo. Recom endações ao paciente Evitar posturas habituais de pernas cruzadas. Fazer análise da marcha e análise postural baseando-se no posicionamento dos pés. Tomar uma posição adequada para os pés ao dirigir. Praticar auto-alongamen­ to. Praticar automassagem. Técnicas Crioterapia e alongamento S Agulhamento seco Injeções S S Liberação de ponto-gatilho j S S Músculos da Coxa e do Quadril
  • 164. Músculos da Coxa e do Quadril 162 MÚSCULOS ISQUIOTIBIAIS (POSTERIORES DA COXA) Exercícios de fortalecim ento Nervo isquiático Músculo quadrado femoral Músculo biceps femoral (cabeça longa) Músculo semitendíneo Músculo semimembranáceo Nervo tibial Nervo fibular comum Músculos semimembranáceo e semitendíneo ) Flexão dos joelhos com aparelho especifico (atua na parte inferior dos isquiotibiais) Flexão do tronco para a frente com barra (atua na parte superior dos isquiotibiais) Auto-alongam ento Estenda a perna o máximo que puder. Caso seus músculos isquiotibiais estejam encurtados, faça este exercício com uma toalha ou faixa sobre a planta do pé. cabeças curta e longa Padrões de dor referida Extensão do quadril com aparelho especifico
  • 165. MÚSCULOS ISQUIOT1BIAIS (POSTERIORES DA COXA) 163 Do latim schiinn, que significa "referente ao ísquio"; tibialis, que significa "referente à tíbia". Os isquiotibiais consistem em três músculos, que, da direção mediai para a lateral, são: semimembraná- ceo, semitendíneo e bíceps femoral. Origem Tuberosidade isquiática. A cabeça curta do músculo bíceps femoral origina-se na face posterior do fêmur. Inserção Músculo semimembranãceo: região posterior do côndilo mediai da tíbia (parte lateral superior da tíbia). Músculo semitendíneo: superfície súpero-medial da tíbia, região da epífise proximal. Músculo bíceps femoral: face lateral da cabeça da fíbula e côndilo lateral da tíbia. Ação Realizam flexão da articulação do joelho e estendem a articulação do quadril. Os músculos semitendí­ neo e semimembranãceo promovem a rotação mediai da perna quando o joelho está flexionado. O mús­ culo bíceps femoral promove a rotação lateral da perna quando o joelho está flexionado. Inervação Ramos do nervo isquiático, L4, 5, Sl, 2, 3. Movimento funcional básico Durante uma corrida, os músculos isquiotibiais diminuem a velocidade da perna no fim de seu movi­ mento de balanço para a frente e previnem que o tronco flexione a articulação do quadril. Indicações Dor na parte posterior da coxa ao se sentar ou ao caminhar (agravando-se à noite). Dor à palpação na parte posterior da perna pode causar claudicação. Padrões de dor referida Os músculos semitendíneo e semimembranãceo podem apresentar uma área de dor intensa correspon­ dente a 10 cm, desde o sulco infra-glúteo, irradiando de forma difusa na parte póstero-medial da perna, até a região do tendão do calcâneo. O músculo bíceps femoral apresenta dor difusa na região póstero- medial da perna, com área de dor intensa correspondente a 10 cm na parte posterior do joelho. Diagnóstico diferencial Dor ciática. Radiculopatia. Osteíte. Lesões musculares. Osteoartrite bursítica na articulação do joelho. Disfunção da articulação do joelho. Tenossinovite. Regiões que tam bém devem ser consideradas Músculos piriforme, poplíteo e glúteos. Músculo obturador interno. Músculo vasto lateral. Músculo plantar. Músculo gastroenêmio. Recom endações ao paciente Praticar alongamento regular com aplicação de frio e/ou calor. Na prática de exercícios, fazer aqueci­ mento e desaquecimento. Tomar banhos quentes. Adotar melhor postura para dirigir, andar de bicicle­ ta e trabalhar. Técnicas Crioterapia e alongamento / Y Agulhamento seco Injeções | ^ ^ | Liberação de ponto-gatilho / / 7T7 Músculos da Coxa e do Quadril
  • 166. Músculos da Coxa e do Quadril 164 MÚSCULOS ADUTORES Músculo psoas maior Músculo iliaco Ligamento inguinal Nervo, veia e artéria femorais Músculo adutor longo Músculo grácil Exercícios de fortalecim ento Adutores com aparelho Músculo adutor curto específico Músculo adutor magno Adirçáo do quadril no solo Auto-alongam ento Com a coluna ereta o as plantas dos pés unidas, tracionar as pernas para fora com os cotovelos. Músculo adutor magno Músculos adutor longo e adutor curto Músculo grácil Padrões de dor referida
  • 167. MÚSCULOS ADUTORES 165 Do latim adductorlongas, breiúse tnagnus (adductor:"que conduz, leva"; magnus-. "grande"). 0 músculo adutor magno é o maior do grupo dos músculos adutores, que ainda inclui o músculo adu­ tor longo e o músculo adutor curto. O músculo adutor longo é o mais anterior dos três. O músculo adu­ tor curto situa-se mais anteriormente em relação ao músculo adutor magno. A margem lateral das fibras superiores do músculo adutor longo forma a margem mediai do triângulofentora!(o músculo sartório forma a margem lateral, e o ligamento inguinal, a margem superior). Origem Parte anterior do púbis. O músculo adutor magno apresenta ainda origem na tuberosidade isquiática. Inserção Toda a extensão mediai do fêmur, da articulação do quadril até a articulação do joelho. Ação Realiza adução e rotação lateral da articulação do quadril. O músculo adutor longo e o músculo adutor curto também flexionam o fêmur estendido c estendem o fêmur flexionado. Inervação Músculo adutor magno: divisão posterior do nervo obturatório, L2, 3, 4. Parte tibial do nervo isquiático, 1 .4, 5, Sl. Músculo adutor curto: divisão anterior do nervo obturatório (L2-L4). Algumas vezes a divisão posterior envia ramos para este músculo. Músculo adutor longo: divisão anterior do nervo obturatório, L2,3, 4. Movimento funcional básico Exemplo: ao entrar em um carro, colocar a segunda perna para dentro. Indicações Dor intensa e sensibilidade na região mediai da coxa. Rigidez na perna e na coxa durante abdução. Dor ao realizar rotação da articulação do quadril e/ou ao sustentar o peso do corpo. Estalido na articulação do quadril. Dor aguda ou queimação sob a coxa. Distensão na virilha. Reabilitação após fratura ou artro- plastia do quadril. Acidose tubular renal. Inchaço nas pernas. Padrões de dor referida Diversas áreas de dor referida: a) duas áreas na superfície anterior da articulação do quadril (5 a 8 cm) e acima da articulação do joelho (5 a 8 cm); b) região ântero-medial da coxa, desde o ligamento inguinal até a parte mediai da articulação do joelho; c) parte mediai da coxa, do quadril até o joelho. Diagnóstico diferencial Avulsão. Disfunção da sínfise púbica. Neuropatia. Linfadenopatia. Hérnia. Dor do tipo mecânica na ar­ ticulação do joelho. Osteoartrite do quadril. Hérnia femoral. Regiões que também devem ser consideradas Músculo pectíneo. Músculo vasto mediai. Músculo iliopsoas. Músculo vasto lateral. Músculo sartório (extremidade distai). Recomendações ao paciente Realizar um programa de alongamento em casa. Evitar exercícios além do limite. Observar a postura usual. Analisar se as técnicas de ciclismo ou esqui estão corretas. Tratar deficiência de vitaminas e/ou minerais. Técnicas Crioterapia e alongamento Injeções / / / / Agulhamento seco Liberação de ponto-gatilho / / / / Músculos da Coxa e do Quadril
  • 168. PECTINEO Padrão de dor referida Exercícios de fortalecim ento Aduçáo do quadril no solo Auto-alongam ento Com a coluna ereta e as plantas dos pés unidas, tracionar as pernas para fora com os cotovelos. Flexáo do quadril com aparelho especifico
  • 169. PECTÍNEO Do latim pectineus (pecten: "pente"). O músculo pectínco localiza-se entre o músculo psoas maior e o músculo adutor longo. Origem Linha pectínea do púbis, entre a eminência iliopúbica e o tubérculo púbico. Inserção Linha pectínea do fêmur, desde o trocanter menor até a linha áspera do fêmur. Ação Realiza adução e flexão da articulação do quadril. Inervação Nervo femoral, 1.2,3, 4. Ocasionalmente recebe um ramo adicional do nervo obturatório, L3. Movimento funcional básico Exemplo: caminhar ao longo de uma linha reta. Indicações Dor persistente na parte interna da virilha. Distensão na virilha. Dor na articulação do quadril. Reabili­ tação após fratura ou artroplastia do quadril. Gravidez. Pós-parto. Dor durante o ato sexual. Dor duran­ te a realização de exercícios de adução. Padrões de dor referida Área de dor intensa (de 8 a 12 cm) na parte anterior da virilha, com irradiações difusas, configurando um aspecto oval, na região ântero-medial da coxa. Diagnóstico diferencial Hérnia inguinal e femoral. Linfadenopatia. Meralgia parestésica. Radiculopatia lombar. Patologia vascular. Regiões que tam bém devem ser consideradas Músculo adutor longo e músculo adutor curto. Músculo iliopsoas. Membros inferiores, caso apresentem discrepância de comprimento. Recom endações ao paciente Evitar movimentos repetitivos de adução e de flexão do quadril, como a posição de lótus da yognou sen­ tar-se com as pernas cruzadas. Técnicas Crioterapia e alongamento / Agulhamento seco Injeções / / Liberação de ponto-gatilho
  • 170. Músculos da Coxa e do Quadril 168 SARTÓRIO Exercício de fortalecim ento Abduçáo do quadril com aparelho especifico Auto-alongam ento direçáo oposta è parede. Fazer apenas um alongamento leve. Padrões de dor referida
  • 171. SARTÓRIO 169 Do latim sarforius,que significa "alfaiate". O sartório é o músculo mais superficial da região anterior da coxa, sendo também o mais extenso do cor­ po. A margem mediai do terço superior forma a margem lateral do triângulo femoral (o músculo adutor longo compõe a margem mediai, e o ligamento inguinal constitui a margem superior). Conforme mencionado, sartoriussignifica "alfaiate" em latim; a ação do músculo sartório consiste em cruzar uma perna sobre a outra na posição sentada, tal como um alfaiate, que adota essa postura para apoiar o tecido sobre a coxa. Origem Espinha ilíaca ântero-superior e área imediatamente abaixo dela. Inserção Parte superior da face mediai da tíbia, próximo à margem anterior. Ação Realiza flexão da articulação do quadril, auxiliando no movimento de conduzir a perna para a frente ao correr ou caminhar; além disso, também realiza rotação lateral e abdução da articulação do quadril. Flexiona a articulação do joelho e auxilia na rotação mediai da tíbia sobre o fêmur depois da flexão. Es­ sas ações podem ser resumidas dizendo-se que esse músculo posiciona o calcanhar sobre o joelho contra- lateral. Inervação Dois ramos do nervo femoral, L2, 3, (4). Movimento funcional básico Exemplo: sentar-se com as pernas cruzadas. Indicações Dor na região anterior da coxa. Dor aguda e/ou formigamento entre a articulação do quadril e a região mediai da articulação do joelho. Padrões de dor referida Vaga sensação de formigamento desde a região ântero-medial da espinha ilíaca ântero-superior, passan­ do no sentido mediai da coxa, em direção à face mediai da articulação do joelho. Diagnóstico diferencial Meralgia parestésica. Patologia da articulação do joelho. Radiculopatia lombar. Linfadenopatia inguinal. Patologia vascular. Hérnia inguinal e/ou femoral. Regiões que tam bém devem ser consideradas Músculo vasto mediai. Músculo bíceps femoral. Músculo grácil. Músculo pectíneo. Músculo tcnsor da fáscia lata. Recom endações ao paciente Realizar análise postural e análise da marcha. Não permanecer com as pernas cruzadas por períodos prolongados. Verificar posturas habituais. Considerar que os pontos-gatilho podem estar hiperativos em decorrência da obesidade e/ou de certas práticas ao realizar atividades físicas (p. ex., correr com os pés em eversão). Fazer exercícios de alongamento. Dormir com um travesseiro entre os joelhos. Técnicas Crioterapia e alongamento / / Agulhamento seco j / j / ] Injeções | S ^ | Liberação de ponto-gatilho ^ ^ Músculos da Coxa e do Quadril
  • 172. Músculos da Coxa e do Quadril 170 QUADRÍCEPS FEMORAL Exercícios de fortalecim ento Músculo tensor da fáscia lata Trato iliotibial Músculo reto femoral (seccionado) (músculo quadriceps femoral) Músculo vasto lateral (músculo quadriceps femoral) Músculo sartóno Músculo vasto intermédio (músculo quadriceps femoral) Músculo vasto mediai (músculo quadriceps femoral) Extensão dos membros inferiores com aparelho específico Músculo vasto mediai Músculo vasto intermédio Músculo reto femoral Leg press sentado Agachamentos Auto-alongam ento Músculo vasto lateral Músculo vasto lateral Usar a mão do lado oposto para segurar o tornozelo ou usar uma toalha ao redor da perna e segurá-la com as duas mãos. (vista posterior) Músculo vasto lateral Padrões de dor referida
  • 173. q u a d r í c e p s f e m o r a l Do latim quadrícepsfemoris, reclusfentoris, vastus laleraiis, vastus intermediase vastus tnedialis {quadríceps. "com quatro cabeças";fentoris: "da coxa"; mstus "grande"). Os quatro músculos do quadríceps são o reto femoral, o vasto lateral, o vasto mediai e o vasto intermé­ dio. Todos atravessam a articulação do joelho, porém o músculo reto femoral é o único com duas ori­ gens e que cruza também a articulação do quadril. O quadríceps femoral alinha a articulação do joelho ao se levantar de uma posição sentada, durante uma caminhada ou ao subir uma escada. Os músculos vastos são responsáveis pelo controle do movimento ao se sentar. Origem Grupo dos músculos vastos: metade superior da diáfise do fêmur. Músculo reto femoral: região anterior do ílio (espinha ilíaca ântero-inferior). Região acima do acetábulo. Inserção Patela, e então, por meio do ligamento da patela, na região superior e anterior da tíbia (tuberosidade da tíbia). Ação Grupo dos músculos vastos: realiza extensão da articulação do joelho. Músculo reto femoral: realiza extensão da articulação do joelho e flexão da articulação do quadril (par­ ticularmente em conjunto, como ao chutar uma bola). Inervação Nervo femoral, 1.2, 3, 4. Movimento funcional básico Exemplos: andar de bicicleta; subir uma escada. Indicações Dor e fraqueza na coxa. Instabilidade no joelho. Dor noturna. Dor na extensão da articulação do joelho. Após fratura do quadril. Após fratura e imobilização do fêmur. Diminuição no "deslizamento" da arti­ culação femoropatelar. Dor ao sustentar o peso do corpo. Dor sem causa aparente no joelho de jovens. Padrões de dor referida Dor na região anterior, mediai e/ou lateral da coxa. O músculo vasto lateral apresenta muitos pontos de dor referida. Diagnóstico diferencial Síndrome da banda iliotibial. Disfunção da articulação femoropatelar. Lesões do tendão do quadríceps femoral. Tendinite. Radiculopatia lombar. Patologia do nervo femoral. Problemas ou disfunção na arti­ culação do joelho (multipeniforme). Regiões que tam bém devem ser consideradas Músculo iliopsoas. Músculo tensor da fáscia lata. Grupo dos músculos glúteos. Músculo sartório. Recom endações ao paciente Utilizar técnicas adequadas de levantamento. Utilizar bandagem de compressão na região do joelho. Evitar ficar sem se movimentar por períodos prolongados. Realizar um programa de alongamento em casa. Submeter-se a avaliações posturais e da marcha. Ter períodos de repouso na prática de ciclismo. Evitar posições inadequadas ao se sentar (isto é, sentar-se sobre os tornozelos, sobre os pés etc.). Dormir com um travesseiro entre os joelhos. Evitar exercícios de agachamento pesados. Tomar banhos mornos ou quentes. Executar alongamentos. Técnicas Crioterapia e alongamento / j Y Agulhamento seco Injeções / / Liberação de ponto-gatilho / / 7T7 171 Músculos da Coxa e do Quadril
  • 176. Músculos da Perna e do Pé 174 TIBIAL ANTERIOR Exercícios de fortalecimento Padrão de dor referida
  • 177. TIBIAL ANTERIOR 175 Do latim tibia/isanterior(tibia:"flauta", "osso da perna, canela"). Origem Côndilo lateral da tíbia. Metade superior da face lateral da tíbia. Membrana interóssea. Inserçào Face mediai c plantar do osso cuneiforme mediai. Base do primeiro metatarsal. Açáo Realiza dorsiflexáo da articulação do tornozelo e inversão do pé. Inervaçáo Nervo fibular profundo, L4, 5, SI. Movimento funcional básico Exemplos: caminhar e correr (auxilia o pé a estabilizar-se no chão após o contato do calcanhar; eleva o pé do chão durante o balanço da perna para a frente). Indicações Dor e sensibilidade no tornozelo. Dor no hálux. Síndrome do compartimento tibial anterior ("canelite" ou sensibilidade na musculatura pré-tibial). Fraqueza no tornozelo em crianças. Padrões de dor referida Dor vaga na região ântero-medial da perna, com área de dor de 3 a 5 cm na região anterior da articula­ ção do tornozelo, culminando em dor no hálux. Diagnóstico diferencial Discopatia lombar. Artrite dos dedos dos pés. Síndrome do compartimento tibial anterior ("canelite" ou sensibilidade na musculatura pré-tibial). Varizes. Regiões que tam bém devem ser consideradas Músculo extensor longo do hálux. Músculo fibular terceiro. Músculo extensor curto do hálux. Músculo extensor curto dos dedos. Músculo extensor longo dos dedos. Músculo flcxor longo do hálux. Músculo primeiro interósseo dorsal do pé. Recom endações ao paciente Evitar longas viagens de carro e uso de pedais em geral. Alternar superfícies de corrida e trocar os cal­ çados usados nessa atividade conforme for necessário. Evitar andar durante muito tempo em superfí­ cies irregulares. Realizar um programa de alongamento com técnicas que utilizem a aplicação de frio e/ou calor. Ajustar o banco do carro. Utilizar calçados adequados quando estiver dirigindo. Técnicas Crioterapia e alongamento / V Agulhamento seco j / S ] Injeções ^ S Liberação de ponto-gatilho ^ ^ Músculos da Perna e do Pé
  • 178. EXTENSOR LONGO DOS DEDOS/EXTENSOR LONGO DO HALUX Exercício de fortalecim ento Auto-alongam ento Músculo extensor longo dos dedos Músculo extensor longo do hálux Músculo extensor longo dos dedos Padrões de dor referida
  • 179. EXTENSOR LONGO DOS DEDOS/EXTENSOR LONGO DO HÁLUX Do latim extensor digitorum longus {extendere: "estender, esticar"; digit: "dedo"); extensorhnHucis longus (Im /Iu x . "hálux, dedáo"). Assim como os tendões correspondentes da mão, o músculo extensor longo dos dedos compõe a apo- neurose que proporciona a extensão das falanges proximais dos dedos dos pés. Hssa estrutura une-se aos tendões dos músculos lumbricais e ao músculo extensor curto dos dedos, mas não aos interósseos. O músculo extensor longo do hálux situa-se profundamente entre o músculo tibial anterior e o músculo extensor longo dos dedos. Origem Músculo extensor longo dos dedos: côndilo lateral da tíbia. Dois terços superiores da face anterior da fí- bula. Parte superior da membrana interóssea. Músculo extensor longo do hálux: região média da face anterior da fíbula e membrana interóssea adja­ cente. Inserção Músculo extensor longo dos dedos: ao longo da face dorsal dos dedos dos pés, exceto do hálux. Os ten­ dões fixam-se separadamente em cada dedo, em sua base, nas falanges distai e média. Músculo extensor longo do hálux: base da falange distai do hálux. Ação Músculo extensor longo dos dedos: estende os dedos do pé na articulação metatarsofalãngica. Auxilia na extensão das articulações interfalãngicas e na dorsiflexão da articulação do tornozelo, assim como na eversão do pé. Músculo extensor longo do hálux: estende as articulações do hálux. Realiza dorsiflexão da articulação do tornozelo e inversão do pé. Inervaçáo Nervo fibular profundo, 1.4, 5, Sl. Movimento funcional básico Exemplo: subir escadas sem tocar os degraus com os dedos do pé. Indicações Dor na parte dorsal do pé. Metatarsalgia. Dor persistente no hálux. Cãibras noturnas. Padrões de dor referida Músculo extensor longo dos dedos: dor na parte dorsal do pé estendendo-se até os três dedos centrais. Músculo extensor longo do hálux: dor na parte dorsal do hálux. Diagnóstico diferencial Dedo em martelo. Dedo em garra. Joanetes. Lesão na cabeça da fíbula. Síndrome do compartimento. "Pé caído" (perda da dorsiflexão do pé associada ao neurônio motor superior). Tendinite. Lesão tendínea. Regiões que tam bém devem ser consideradas Músculos fibulares. Músculo tibial anterior. Recom endações ao paciente Utilizar calçados confortáveis. Observar o modo de andar e a posição dos pés ao dirigir e ao dormir. Re­ ver exercícios que requerem a sustentação do peso. Considerar o uso de órteses. Atentar-se para a pos­ tura ocupacional. Técnicas Crioterapia e alongamento / </ Agulhamento seco [ / V Injeções _ / < / Liberação de ponto-gatilho / / 177 Músculos da Perna e do Pé
  • 180. Músculos da Perna e do Pé 178 FIBULARES LONGO, CURTO E TERCEIRO O alongamento aumenta mais a dorsiflexáo que a inversão. Músculo fibular longo Músculo fibular terceiro Músculo fibular longo Músculo fibular curto Padrões de dor referida Exercícios de fortalecim ento Flexáo plantar (em pé com barra) Flexão plantar (sentado, com aparelho especifico) Auto-alongam ento Músculo fibular curto
  • 181. FIBULARES LONGO, CURTO E TERCEIRO 179 Do latimftbularis longus, brevise tertius (fibula:"pino"). O trajeto do tendão de inserção do músculo fibular longo auxilia na manutenção dos arcos longitudinal lateral e transverso do pé. Um feixe muscular do músculo fibular curto geralmente une-se ao tendão ex­ tensor longo do dedo mínimo e, em conseqüência disso, é conhecido como músculofibulardodedomíni­ mo. O músculo fibular terceiro é parcialmente separado da parte ínfero-lateral do músculo extensor lon­ go dos dedos. Origem Músculo fibular longo: dois terços superiores da face lateral da fibula. Côndilo lateral da tíbia. Músculo fibular curto: dois terços inferiores da face lateral da fibula. Septos intermusculares adjacentes. Músculo fibular terceiro: terço inferior da face anterior da fibula e membrana interóssea. Inserção Músculo fibular longo: face lateral do osso cuneiforme mediai. Base do primeiro metatarsal. Músculo fibular curto: face lateral da base do quinto metatarsal. Músculo fibular terceiro: face dorsal da base do quinto metatarsal. Ação Músculo fibular longo: realiza eversão do pé. Auxilia na flexão plantar da articulação do tornozelo. Músculo fibular curto: realiza eversão da articulação do tornozelo. Músculo fibular terceiro: realiza dorsiflexão da articulação do tornozelo e eversão do pé. Inervação Nervo fibular superficial, L4, 5, Sl. Movimento funcional básico Exemplos: caminhar e correr; andar em solo irregular. Indicações Pronação do pé. Trauma repetitivo de inversão e eversão. Sensibilidade ao redor do maléolo lateral. Fra­ queza do tornozelo. Reabilitação e engessamento pós-fratura. Pés com problemas como calosidades, verrugas e neuromas. Osteoartrite dos dedos dos pés. Metatarsalgia. Padrões de dor referida Principalmente sobre a região do maléolo lateral, nos sentidos anterior e posterior e em projeção linear. Lateralmente ao longo do pé, com distribuição vaga da dor no terço médio do aspecto lateral na parte inferior da perna. Diagnóstico diferencial Ruptura. Fratura do pé. Fratura do primeiro metatarsal (processo estilóide). Problemas no pé. Disfunção da cabeça da fibula (nervo fibular comum). Problemas nos dedos dos pés. Artrite ou outros problemas da articulação do tornozelo. Disfunção da marcha. Síndrome do compartimento lateral. Osteoartrite do quadril. Regiões que tam bém devem ser consideradas Músculo tensor da fáscia lata. Músculo glúteo mínimo. Músculo extensor longo dos dedos. Músculo ex­ tensor curto do hálux. Músculo extensor curto dos dedos. Recom endações ao paciente Evitar sapatos de salto alto e sapatos planos. Realizar alongamento regular com aplicação de calor e/ou frio. Utilizar bandagem ou suporte no tornozelo. Considerar o uso de palmilhas ou órteses. Fazer avaliação postural e análise da marcha. Verificar adequação dos calçados. Técnicas Crioterapia e alongamento Injeções / | / / I / Agulhamento seco Liberação de ponto-gatilho / / Músculos da Perna e do Pé
  • 182. Músculos da Perna e do Pé 180 GASTROCNÊMIO Cabeça mediai Cabeça mediai Cabeça lateral Exercícios de fortalecim ento Cabeça lateral Flexão plantar (em pé com barra) Flexão dos joelhos com aparelho específico Auto-alongam ento O alongamento aumenta mais a dorsiflexão que a inversão. Padrões de dor referida
  • 183. GASTROCNÊMIO 181 Do latim gastrocmvuius(com os termos de origem grega gaster, que significa "estômago", e kneme, que significa "perna"). O músculo gastroenêmio é parte do músculo complexo conhecido como trícepssurat, que forma o con­ torno proeminente da panturrilha. O músculo tríceps sural compreende os músculos sóleo, gastroenê­ mio e plantar. A fossa poplítea na parte posterior do joelho é formada inferiormente pelos ventres dos músculos gastroenêmio e plantar, lateralmente pelo tendão do músculo bíceps femoral e medialmente pelos tendões dos músculos semimembranáceo e semitendíneo. Origem Cabeça mediai: face poplítea do fêmur acima do cóndilo mediai. Cabeça lateral: côndilo lateral e face posterior do fêmur. Inserçào Face posterior do calcãneo (por meio do tendão do calcâneo; uma fusão entre os tendões dos músculos sóleo e gastroenêmio). Ação Realiza flexão plantar do pé na articulação do tornozelo. Auxilia na flexão da articulação do joelho. Prin­ cipal componente da força de propulsão na caminhada e na corrida. Inervação Nervo tibial, Sl, 2. Movimento funcional básico Exemplo: erguer-se na ponta dos pés. Indicações Dor e rigidez na panturrilha. Cãibras noturnas. Dor no dorso do pé. Dor na região posterior do joelho durante a realização de atividade mecânica. Padrões de dor referida Vários pontos-gatilho em cada ventre muscular e ponto-gatilho de fixação no tornozelo. Os quatro pon­ tos mais comuns nas cabeças mediai e lateral estão indicados na figura da página ao lado. Diagnóstico diferencial Tromboflebite. Trombose venosa profunda (veias varicosas, daudicaçào intermitente). Radiculopatia de S l.Cisto de Baker. Síndrome do compartimento tibial posterior. Tendinite do tendão do calcâneo. Doen­ ça de Sever. Bursite. Regiões que tam bém devem ser consideradas Músculo sóleo. Músculo plantar. Músculo tibial posterior. Músculos flexores (longos) e extensores dos dedos do pé. Músculo tibial anterior. Recom endações ao paciente Evitar sapatos de salto alto. Realizar alongamentos regulares. A prática de exercícios deve incluir aque­ cimento e desaquecimento. Realizar técnicas de alongamento associadas à aplicação de calor ou frio. Trocar calçados de corrida regularmente. Observar posturas adequadas. Técnicas Crioterapia e alongamento Injeções / / Agulhamento seco Liberação de ponto-gatilho 1 7 / / / Músculos da Perna e do Pé
  • 185. PLANTAR 183 Do latim plantaris, que significa "relativo à planta do pé". Parte do músculo trícepssuraí. Apresenta um tendão longo e delgado semelhante àquele do músculo pal­ mar longo. Origem Parte inferior da crista supracondilar lateral do fêmur e parte adjacente da face poplítea do fêmur. Liga­ mento poplíteo oblíquo da articulação do joelho. Inserção Face posterior do calcâneo (às vezes na face mediai do tendão do calcâneo). Ação Realiza flexão plantar da articulação do tornozelo. Flexiona delicadamente a articulação do joelho. Inervação Nervo tibial, L4, 5, SI (2). Movimento funcional básico Exemplo: erguer-se na ponta dos pés. Indicações Dor na panturrilha. Dor no calcanhar. Dor na parte posterior do joelho. Uso crônico e prolongado de sa­ patos de salto alto. Padrões de dor referida Dor na fossa poplítea com área de 2 a 3 cm irradiando-se entre 5 e 10 cm inferiormente na panturrilha. Diagnóstico diferencial Tendinite do tendão do calcâneo. Síndrome do compartimento. Doenças vasculares. Esporão do calcã- neo. Fascite. Problemas na articulação subtalar. Problemas no mecanismo de bombeamento de sangue venoso. Ruptura de tendão. Cisto de Baker. "Canelite" (sensibilidade na musculatura pré-tibial). Fratu­ ra por estresse. Discrepância no comprimento das pernas. Regiões que tam bém devem ser consideradas Músculo poplíteo. Músculo gastroenêmio. Músculo tibial posterior. Músculo quadrado plantar. Múscu­ lo abdutor do hálux. Recom endações ao paciente Trocar calçados. Observar posturas adequadas. Variar técnicas e superfícies de corrida . Evitar sapatos de salto alto. Realizar alongamentos regulares. Descansar as pernas no trabalho e em casa. Fazer aplica­ ção de gelo. Realizar alguma técnica dc massagem após a prática de esportes. A prática dc exercícios deve incluir aquecimento e desaquecimento. Técnicas Crioterapia e alongamento / / Agulhamento seco | Injeções Liberação de ponto-gatilho Músculos da Perna e do Pé
  • 186. Músculos da Perna e do Pé SOLEO Exercícios de fortalecim ento Flexão plantar (em pé com barra) Flexão plantar (sentado, com aparelho especifico) Auto-alongam ento O alongamento aumenta mais a dorsiflexao que a inversão. Padrões de dor referida
  • 187. SOLEO Do latim solcus, que significa "em forma de sola de sapato". Parte do músculo trícepssural.O músculo sóleo é assim denominado em função de seu formato, que lem­ bra o da sola de um sapato. O tendão do calcãneo (correspondente aos músculos sóleo e gastrocnêmio) é o mais espesso c potente do corpo humano. Origem Superfícies posteriores da cabeça da fíbula e terço superior do corpo da fíbula. Linha do músculo sóleo e terço médio da margem mediai da tíbia. Arco tendíneo entre a tíbia e a fíbula. Inserção junto ao tendão do músculo gastrocnêmio, na face posterior do calcãneo. Ação Realiza flexão plantar da articulação do tornozelo. O músculo sóleo está freqüentemente contraído quando se está em pé, a fim de evitar uma projeção do corpo para a frente na articulação do tornozelo; isto é, não permite que o centro de gravidade do corpo seja deslocado para a frente. Com isso, é possível manter uma postura ereta. Inervaçáo Nervo tibial, 15, Sl, 2. Movimento funcional básico Exemplo: erguer-se na ponta dos pés. Indicações Dor na panturrilha. Dor no calcanhar. Dor na parte posterior do joelho. Uso crônico e prolongado de sa­ patos de salto alto. Padrões de dor referida Dor na região distai do tendão do calcãneo e metade posterior do pé. Dor na panturrilha, desde o joelho até logo acima do tendáo do calcãneo. Dor na região sacroilíaca ipsilateral, em uma área de 4 a 5 cm (rara). Diagnóstico diferencial Tendinite do tendáo do calcãneo. Síndrome do compartimento. Esporão do calcãneo. Doenças vascu­ lares. Fascite. Problemas na articulação subtalar. Problemas no mecanismo de bombeamento de sangue venoso. Ruptura de tendão. Fratura por estresse. Cisto de Baker. "Canelite" (sensibilidade na muscula­ tura pré-tibial). Discrepância no comprimento das pernas. Regiões que tam bém devem ser consideradas Músculo poplíteo. Músculo gastrocnêmio. Músculo tibial posterior. Músculo quadrado plantar. Múscu­ lo abdutor do hálux. Recom endações ao paciente Trocar calçados. Observar posturas adequadas. Variar técnicas e superfícies de corrida. Evitar sapatos de salto alto. Realizar alongamentos regulares. Descansar as pernas no trabalho e em casa. Fazer aplicação de gelo. Realizar alguma técnica de massagem após a prática de esportes. A prática de exercícios deve incluir aquecimento e desaquecimento. Técnicas Crioterapia e alongamento / j / Agulhamento seco | | | Injeções | ^ [ | Liberação de ponto-gatilho [ S ^ j 185 Músculos da Perna e do Pé
  • 188. A uto-alon gam en to C 00 Músculos da Perna e do Pé Padráo d e dor referida
  • 189. POPLÍTEO Do latim popUteus(pop/es:"curva da perna, joelho"). O tendão de origem do músculo poplíteo está inserido na cápsula da articulação do joelho. Origem Superfície lateral do côndilo lateral do fêmur. Ligamento poplíteo oblíquo da articulação do joelho. Inserção Região superior da face posterior da tíbia, superior à linha do músculo sóleo. Ação Realiza rotação lateral do fêmur sobre a tíbia quando os pés estão apoiados no solo. Realiza rotação me­ diai da tíbia sobre o fêmur quando a perna não está sustentando o peso do corpo. Auxilia na flexão da articulação do joelho (o músculo poplíteo "destrava" a articulação do joelho estendida para iniciar a fle­ xão da perna). Ajuda a reforçar os ligamentos posteriores da articulação do joelho. Inervação Nervo tibial, 1.4, 5, Sl. Movimento funcional básico Exemplo: caminhar. Indicações Dor na região posterior do joelho ao agachar-se, caminhar ou correr. Dor na parte posterior do joelho ao subir e descer escadas ou andar em aclives. Rigidez no joelho em flexão e extensão passiva. Padrões de dor referida Área de dor localizada correspondente a 5 a 6 cm na região póstero-central da articulação do joelho com uma dor difusa irradiada em todas as direções, especialmente para baixo. Diagnóstico diferencial Avulsão. Instabilidade nos ligamentos cruzados. Cisto de Baker. Osteoartrite. Tendinite. Lesão no menis­ co. Tenossinovite. Problemas vasculares (trombose, trombose venosa profunda). Regiões que tam bém devem ser consideradas Músculos isquiotibiais (bíceps femoral). Músculo gastroenêmio (ligamento da patela). Músculo plantar. Recom endações ao paciente Evitar sobrecarga em atividades físicas que requerem a sustentação do peso. Utilizar calçados ortopédicos. Realizar um programa de alongamento. Manter uma posição correta ao andar de bicicleta. Técnicas Crioterapia e alongamento / / Agulhamento seco Injeções [ S | | Liberação de ponto-gatilho / /
  • 190. Músculos da Perna e do Pé 188 FLEXOR LONGO DOS DEDOS/FLEXOR LONGO DO HÁLUX Exercícios de fortalecim ento Flexão plantar (em pé com barra) Elevar o calcanhar, cur­ vando os pés para estender as articulações dos dedos. Auto-alongam ento Padrões de dor referida Músculo flexor longo dos dedos Músculo flexor longo do hãlux Flexão plantar (sentado, com aparelho especifico) Músculo flexor longo dos dedos Músculo flexor longo do hãlux Manter os dedos dos pés estendidos.
  • 191. FLEXOR LONGO DOS DEDOS/FLEXOR LONGO DO HÁLUX Do latimflexorliigitorum longuseflexorhal/ucis longus (flectere:"flexionar, dobrar"). A inserção dos tendões do músculo flexor longo dos dedos é semelhante àquela observada nos tendões do músculo flexor profundo dos dedos da mão. O músculo flexor longo do hálux auxilia na manuten­ ção do arco longitudinal do pé em sua parte mediai. Origem Músculo flexor longo dos dedos: parte mediai da face posterior da tíbia, abaixo da linha do músculo sóleo. Músculo flexor longo do hálux: dois terços inferiores da face posterior da fibula. Membrana interóssea. Septo intermuscular adjacente. Inserção Músculo flexor longo dos dedos: bases das falanges distais do segundo ao quinto dedo. Músculo flexor longo do hálux: base da falange distai do hálux. Ação Músculo flexor longo dos dedos: flexiona as articulações dos dedos dos pés, exceto do hálux. Auxilia na flexão plantar da articulação do tornozelo e na inversão do pé. Músculo flexor longo do hálux: flexiona as articulações do hálux, sendo importante na propulsão do pé durante a caminhada. Auxilia na flexão plantar da articulação do tornozelo e na inversão do pé. Inervação Nervo tibial, 1.5, Sl, (2). Movimento funcional básico Caminhar; elevar os dedos do solo ao caminhar (especialmente com os pés descalços em superfícies irre­ gulares); erguer-se na ponta dos pés. Indicações Dor nos pés ao sustentar o peso ou ao caminhar em superfícies irregulares. Dor no hálux. Padrões de dor referida Músculo flexor longo dos dedos: dor vaga e linear na margem mediai da panturrilha, com maior sinto­ matologia na região plantar anterior do pé. Músculo flexor longo do hálux: dor intensa no hálux, tanto na região plantar quanto na cabeça do pri­ meiro metatarsal. Diagnóstico diferencial "Canelite" (sensibilidade na musculatura pré-tibial). Síndrome do compartimento. Ruptura do tendão. Instabilidade mediai do pé e da articulação do tornozelo. Fratura por estresse. Neuroma de Morton. Dedo em martelo. Dedo em garra. Hálux valgo. Metatarsalgia. Osteoartrite da primeira articulação me- tatarsofalângica. Gota. Fascite plantar. Regiões que tam bém devem ser consideradas Músculos superficiais e profundos intrínsecos dos pés. Músculo tibial posterior. Músculos extensores longo e curto dos dedos. Recom endações ao paciente Trocar/examinar os calçados. Realizar análise postural e análise da marcha. Realizar alongamentos re- gulares. Observar técnicas de corrida (p. ex., correr em superfícies planas). Técnicas Crioterapia e alongamento / / Agulhamento seco Injeções ^ j_ _ ; Liberação de ponto-gatilho / j / / 189 Músculos da Perna e do Pé
  • 193. TIBIAL POSTERIOR Do latim tibialisposterior(tibia:"flauta", "osso da perna, canela"). O tibial posterior é o músculo mais profundo da região posterior da perna, auxiliando na manutenção dos arcos do pé. Origem Região lateral da face posterior da tíbia. Dois terços superiores da face posterior da fíbula. Maior parte da membrana interóssea. Inserção Tuberosidade do osso navicular. Por meio de expansões fibrosas do sustentáculo do tálus, também nos cuneiformes (mediai, intermédio e lateral), cubóide e bases do segundo, terceiro e quarto metatarsais. Ação Realiza inversão do pé. Auxilia na flexão plantar da articulação do tornozelo. Inervação Nervo tibial, L(4), 5, Sl. Movimento funcional básico Exemplos: erguer-se na ponta dos pés; pisar nos pedais do carro. Indicações Tendinite do tendão do calcãneo. Dor na panturrilha ou no calcanhar. Fascite plantar. Dor ao correr ou caminhar sobre superfícies irregulares. Padrões de dor referida Dor vaga na panturrilha com intensidade aumentada no sentido do tendão do calcãneo, chegando ao calcanhar e planta do pé. Diagnóstico diferencial "Canelite" (sensibilidade na musculatura pré-tibial). Síndrome do compartimento tibial posterior (pro­ funda). Ruptura de tendão. Tenossinovite. Problemas cardiovasculares. Tendinite do tendão do calcã­ neo. Trombose venosa profunda. Regiões e fatores que tam bém devem ser considerados Músculo flexor longo dos dedos. Músculos fibulares. Músculo flexor longo do hálux. Mecânica do pé. Recom endações ao paciente Utilizar palmilhas/suporte para o arco do pé. Trocar os tênis de corrida. Trocar a superfície de corrida. Realizar um programa de alongamento em casa. Usar técnica de alongamento com aplicação de frio. Técnicas Crioterapia e alongamento / S Agulhamento seco Injeções ________Liberação de ponto-gatilho [ S S
  • 194. Músculos da Perna e do Pé 192 MÚSCULOS SUPERFICIAIS DO PÉ Músculo abdutor do hálux Músculo flexor curto dos dedos Músculo abdutor do dedo mínimo Auto-alongam ento Músculo extensor curto dos dedos Músculo abdutor do hálux Músculo flexor curto dos dedos Padrões de dor referida Do latim abductor hallucis,flexor hallucis brevis, abductor digit ntinimi, extenuar digitorum brevis (abduct: "distanciar de"; flectere: "flexionar, dobrar"; extensor: "que estende, alonga"; hallux: "hálux, dedão"; digit "dedo"). Este grupo compreende os músculos abdutor do hálux, flexor curto dos dedos, abdutor do dedo míni­ mo e extensor curto dos dedos. Origem Músculo abdutor do hálux: tuberosidade do calcâneo. Retináculo flexor. Aponeurose plantar. Músculos flexor curto dos dedos e abdutor do dedo mínimo: tuberosidade do calcâneo. Aponeurose plantar. Septos intermusculares adjacentes. Músculo extensor curto dos dedos: parte anterior das faces superior e lateral do calcâneo. Ligamento ta- localcâneo lateral. Retináculo extensor inferior. Músculo abdutor Músculo extensor curto do dedo mínimo dos dedos
  • 195. MUSCULOS SUPERFICIAIS DO PE Inserção Músculo abdutor do hálux: face mediai da base da falange proximal do hálux. Músculo flexor curto dos dedos: falanges médias do segundo ao quinto dedo do pé. Músculo abdutor do dedo mínimo: face lateral da base da falange proximal do quinto dedo. Músculo extensor curto dos dedos: base da falange proximal do hálux. Faces laterais dos tendões do músculo extensor longo dos dedos do segundo, terceiro e quarto dedos do pé. Ação Músculo abdutor do hálux: realiza abdução e auxilia na flexão do hálux na articulação metatarsofalángica. Músculo flexor curto dos dedos: realiza flexão das articulações do segundo ao quinto dedo, exceto das articulações interfalângicas distais. Músculo abdutor do dedo mínimo: realiza abdução do quinto dedo. Músculo extensor curto dos dedos: realiza extensão das articulações do segundo ao quinto dedo. Inervação Músculos abdutor do hálux e flexor curto dos dedos: nervo plantar mediai, L4, 5, Sl. Músculo abdutor do dedo mínimo: nervo plantar lateral, S2, 3. Músculo extensor curto dos dedos: nervo fibular profundo, L4, 5, Sl. Movimento funcional básico Exemplos: facilitam a caminhada; ajudam a estabilizar e a dar força ao pé durante a caminhada e a cor­ rida; ajudam a pegar um objeto do solo usando o hálux. Indicações Dor no pé (nas partes plantar e dorsal). Dor ao caminhar e em repouso. Dor na polpa dos dedos dos pés. Dor ao sustentar o peso, da posição inicial em pé para a sentada. Uso crônico de sapatos de salto alto. Padrões de dor referida Músculo abdutor do hálux: dor na parte mediai do calcanhar irradiada pela margem mediai do pé. Músculo flexor curto do hálux: dor na parte plantar da área relativa às cabeças do segundo ao quarto me- tatarsal. Músculo abdutor do dedo mínimo: dor na parte plantar da área relativa à cabeça do quinto metatarsal. Músculo extensor curto dos dedos: dor intensa na margem lateral do dorso do pé, logo abaixo do ma- léolo lateral, configurando uma área oval de 4 a 5 cm. Diagnóstico diferencial Fratura por avulsào do processo estilóide. Hálux valgo. Pé chato. Hálux rígido ou com hipermobilida- de. Metatarsalgia. Dedo em martelo. Dedo em garra. Esporão do calcâneo. Fratura por estresse. Síndro­ me do compartimento. Pé varo ou valgo. Regiões e fatores que tam bém devem ser considerados Músculos interósseos plantares. Músculo quadrado plantar. Músculo adutor do hálux. Músculo exten­ sor longo dos dedos. Músculo extensor curto dos dedos. Músculo flexor curto dos dedos. Quadril, joe­ lho, tornozelo e mecânica do pé. Músculo extensor curto do hálux. Músculo abdutor do hálux. Recom endações ao paciente Realizar análise postural e análise da marcha. Utilizar calçados adequados, com salto baixo. Considerar o uso de órteses. Realizar alongamento em casa utilizando objetos como uma bola de tênis para realizar movimento de rolagem. Usar técnica de alongamento que envolva a aplicação de calor. Técnicas Crioterapia e alongamento / / Agulhamento seco Injeções j ^ ^ 1 Liberação de ponto-gatilho I 7 / / 193 Músculos da Perna e do Pé
  • 196. Músculos da Perna e do Pé 194 MÚSCULOS PROFUNDOS DO PÉ Músculo quadrado plantar Músculo adutor do hálux Músculo flexor curto do hálux Músculos mterósseos dorsais Músculos interósseos plantares Músculo quadrado plantar Músculo adutor do hálux Músculo flexor curto do hálux Músculos mterósseos dorsais (vistas plantar e dorsal) Padrões de dor referida Do latim quadratusplantae,adductorhallucis,flexorhallucisbrevis,interosseidorsaleseinterossei'plantares(ad- ducf:"aproximar"; 1/alln.r."hálux, dedão";Jlectere. "flexionar, dobrar"; interosseus:"situado entre ossos"). Este grupo compreende os músculos quadrado plantar, adutor do hálux, flexor curto do hálux, interós­ seos dorsais e interósseos plantares. Origem Músculo quadrado plantar; cabeça mediai: face mediai do calcãneo; cabeça lateral: margem lateral da face inferior do calcãneo. Músculo adutor do hálux; cabeça oblíqua: bases do segundo, terceiro e quarto metatarsais. Bainha do tendão do músculo fibular longo; cabeça transversa: ligamentos plantares metatarsofalângicos do tercei­ ro, quarto e quinto dedos. Ligamentos metatarsais transversos. Músculo flexor curto do hálux: região mediai da superfície plantar do osso cubóide. Parte adjacente do osso cuneiforme lateral. Tendão do músculo tibial posterior. Músculos interósseos dorsais: regiões adjacentes dos ossos metatarsais. Músculos interósseos plantares: bases e região mediai do terceiro, quarto e quinto metatarsais.
  • 197. MÚSCULOS PROFUNDOS DO PÉ Inserção Músculo quadrado plantar: margem lateral do tendão do músculo flexor longo dos dedos. Músculo adutor do hãlux: face lateral da base da falange proximal do hãlux. Músculo flexor curto do hálux; parte mediai: face mediai da base da falange proximal do hãlux; parte lateral: face lateral da base da falange proximal do hálux. Músculos interósseos dorsais: bases das falanges proximais: primeiro: face mediai da falange proximal do segundo dedo; segundo ao quarto: faces laterais das falanges proximais do segundo ao quarto dedo. Músculos interósseos plantares: faces mediais das bases das falanges proximais dos mesmos dedos. Ação Músculo quadrado plantar: realiza flexão da falange distai do segundo ao quinto dedo. Modifica a linha oblíqua de tração dos tendões do músculo flexor longo dos dedos, promovendo o alinhamento com o eixo longo do pé. Músculo adutor do hálux: realiza adução e auxilia na flexão da articulação metatarsofalângica do hálux. Músculo flexor curto do hálux: realiza flexão da articulação metatarsofalângica do hálux. Músculos interósseos dorsais: realizam abdução dos dedos do pé. Flexionam as articulações metatarso- falângicas. Músculos interósseos plantares: realizam adução dos dedos do pé. Flexionam as articulações metatarso- falângicas. Inervação Músculos quadrado plantar, adutor do hálux e interósseos: nervo plantar lateral, Sl, 2. Músculo flexor curto do hálux: nervo plantar mediai, L4, 5, Sl. Movimento funcional básico Exemplos: estabilizam um objeto (como uma caneta) entre os dedos e o dorso do pé; facilitam a marcha; ajudam a pegar um objeto do solo usando o hálux; afastam o hálux do dedo adjacente. Indicações Dor no pé. Dor no calcanhar. Dor na primeira articulação metatarsofalângica. Joanete. Hálux valgo. Dor no segundo dedo. Dor no antepé. Rigidez nos tecidos (incapacidade de usar suportes ortopédicos). Problemas de marcha. Dormência no pé. Dor na articulação do joelho, do tornozelo ou do quadril. Padrões de dor referida Músculo quadrado plantar: dor no calcanhar. Músculo adutor do hálux: dor no antepé. Músculo flexor curto do hálux: dor na região da primeira articulação metatarsofalângica. Músculos interósseos plantar e dorsal: dor no segundo dedo (ântero-posterior). Diagnóstico diferencial Neuroma de Morton. Metatarsalgia. Fascite plantar. Esporão do calcâneo. Fratura por estresse. Disfun- çòes articulares. Fratura dos ossos sesamóides. Radiculopatia lombar ("pé caído"). Hálux valgo. Síndro- me do compartimento do calcâneo. Gota. Artrite. Regiões e fatores que também devem ser considerados Músculo flexor curto dos dedos. Problemas na articulação do quadril, joelho e tornozelo. Recomendações ao paciente Usar técnicas de alongamento com aplicação de frio e/ou calor. Não usar calçados apertados. Tratar qual­ quer disfunção articular. Realizar exercícios de alongamento. Alongar-se em casa utilizando uma bola de tênis sob o pé. Utilizar palmilhas e órteses adequadas. Realizar análise postural e análise da marcha. Técnicas __ _____ Crioterapia e alongamento / / Agulhamento seco Injeções | S S Liberação de ponto-gatilho / / /
  • 199. Glossário de Termos Médicos Aneurisma aórtico Angina Arritmia cardíaca Arterite Artrite reumatóide Artropatia Bruxismo Bursa (bolsa sinovial) Bursite Capsulite Capsulite adesiva Cifose Cisto de Baker Coccidinia Contratura de Dupuytren Cotovelo de golfista Cotovelo de tenista Dedo em garra Dilatação formada pela ampliação da parede da aorta, que é preen­ chida por sangue coagulado ou plasma. Qualquer dor sufocante, espasmódica ou intensa que pode, por exemplo, preceder um infarto do miocárdio (ataque cardíaco). Variação no ritmo da freqüência cardíaca normal. Inflamação de uma artéria. Doença auto-imune em que o sistema imunológico ataca os próprios tecidos do corpo. Causa inflamação em muitas partes do corpo. Qualquer doença que acomete uma articulação. Ato de ranger de forma espasmódica e involuntária os dentes. Está relacionado a tensões emocionais, agressões reprimidas, entre ou­ tros fatores. Membrana de tecido fibroso que contém líquido sinovial, encontra­ da tipicamente entre tendões e ossos. Atua reduzindo a fricção du­ rante os movimentos. Inflamação da bursa, por exemplo, bursite subdeltóidea. Inflamação de uma cápsula articular. Inflamação adesiva entre a cápsula articular e a cartilagem articular do ombro. Causa dor, rigidez e limitação de movimento. É também denominada ombro congelado. Condição anormal da região torácica da coluna vertebral, caracteri­ zada pelo aumento da convexidade na vista lateral. Protuberância localizada na região posterior do joelho; é causado por um derrame de líquido sinovial que foi envolvido por uma membrana. Dor no cóccix e na região adjacente. Também conhecida como cocci- godinia. Espessamento, fibrose e encurtamento da fáscia palmar ou plan­ tar, determinando uma deformidade flexora dos dedos dos pés ou das mãos. Inflamação do epicôndilo mediai do úmero causada por atividade (p.ex., golfe) que envolve preensáo e rotação, especialmente quando é utilizada preensáo de força. Cotovelo de tenista, ou epicondilite lateral, é uma tendinite que afe­ ta os músculos posteriores do antebraço em suas inserções; é causa­ da por movimentos repetitivos em atividades como martelar ou ou manusear um serrote, ou ainda, utilizar uma raquete de tênis de for­ ma inadequada e impondo sobrecarga ao braço. Deformidade dos dedos dos pés, particularmente em pacientes com artrite reumatóide. Consiste na subluxação dorsal do segundo ao quinto dedo, com sintomatologia dolorosa durante a caminhada. O paciente desenvolve uma marcha arrastada.
  • 200. 198 Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa Dedo em martelo Dermatomiosite Dermomiótomo Discopatia Disfunção articular Dismenorréia Dispareunia Dispnéia Doença de Paget Doença de Sever Doença diverticular (diverticulite) Dor ciática Dor discogênica Dor visceral Edema Epicondilite Eritema Escleroderma Escoliose Espondilite anquilosante Espondiloartropatia Espondiloartropatia soronegativa Espondilólise Espondilolistese Espondilose Esporão do calcãneo Estenose Deformidade flexora da articulação interfalãngica distai dos dedos dos pés. Doença inflamatória crônica e progressiva dos músculos estriados esqueléticos que ocorre em associação com alterações cutâneas in- flamatórias características. Zona de tecido embrionário indiferenciado, precursor de células musculares e da pele. Doença da cartilagem intervertebral (disco). Distúrbio, anormalidade ou diminuição da capacidade de uma arti­ culação. Dificuldade ou dor na menstruação. Dificuldade ou dor durante uma relação sexual. Falta de ar; dificuldade ou desconforto na respiração. Doença rara em que o osso é substituído por tecido fibroso que enri­ jece e se torna quebradiço, causando muita dor. Afeta principalmen­ te o crânio, a coluna vertebral e os ossos dos membros inferiores. Trauma do tipo determinado por tração, ou osteocondrose, da apó- fise do calcãneo, observado em adolescentes jovens. Doença em que se observa um saco normalmente presente ou de­ senvolvido pela herniaçâo da membrana mucosa de revestimento em razão de um defeito na camada muscular de um órgão tubular. Compressão de um nervo espinal associada a uma hérnia de disco, doença na faceta articular ou relacionada a músculos, ou compres­ são entre as duas porções do músculo piriforme. Dor causada pelo distúrbio de um disco intervertebral. Dor resultante de lesão ou doença de um órgão na cavidade toráci- ca ou abdominal. Acúmulo de linfa nos tecidos, causado por falha na drenagem ade­ quada realizada pelo sistema linfático. Inflamação e microrruptura dos tecidos moles do epicôndilo da por­ ção distai do úmero. Rubor na pele causado pela congestão de capilares. Espessamento e endurecimento crônicos da pele, podendo ocorrer tanto como uma doença sistêmica quanto de modo localizado. Rotação lateral da curvatura da coluna vertebral. Forma de doença articular degenerativa que afeta a coluna verte­ bral. Doença sistêmica, que produz rigidez e dor como resultado da inflamação das articulações sacroilíacas, intervertebrais e costo- vertebrais. Doença das articulações da coluna vertebral. Termo genérico que compreende algumas doenças articulares dege­ nerativas com características semelhantes, por exemplo, sinovite de articulações periféricas. Dissolução de uma vértebra. Deslocamento anterior de uma vértebra sobre outra. Alterações degenerativas na coluna vertebral, como a osteoartrite. Esporão ósseo do calcãneo. Estreitamento anormal de um dueto ou canal, por exemplo, esteno­ se espinal (no canal vertebral), determinado pela invasão óssea nes­ se espaço. Fascite Inflamação da fáscia que circunda o músculo.
  • 201. Glossário de Termos M édicos 199 Fibromialgia Fratura por avulsão Fratura por estresse Gota Hálux rígido Hálux valgo Hemiplegia Hérnia Herpes-zóster HLA Joanete Lesão Lesão por esforço repetitivo Linfadenopatia Lordose Manobra de Valsalva Má-oclusão Meralgia parestésica Metatarsalgia Neuralgia de Morton Neuralgia do trigêmeo Neurite Neurogênico Neuroma de Morton Neuropatia Dor e rigidez nos músculos e articulações que apresentam pontos- gatilho múltiplos ou difusos. Fratura indireta causada por forças compressivas decorrentes de um trauma direto ou forças de tensão excessivas. Fratura de um osso determinada pelo estresse por esforço repetitivo. Condição determinada por um aumento na produção de ácido úri- co, afetando as articulações, especialmente a articulação do hálux. Deformidade flexora dolorosa do hálux, na qual existe limitação de movimento na articulação metatarsofalângica. Angulação do hálux para a lateral (em afastamento da linha mediana) ou em direção aos outros dedos. Paralisia de um lado do corpo. Protrusão de uma víscera abdominal através de uma parte mais en­ fraquecida da parede abdominal. Doença infecciosa aguda, normalmente auto-limitante. Acredita-se que decorra da ativação do vírus do herpes humano do tipo 3 laten­ te naqueles indivíduos que se tornaram parcialmente imunizados depois de terem sido acometidos pela varicela. Antígeno leucocitário humano (do inglês human leukocyteantigen). Proeminência anômala da face interna da cabeça do primeiro meta­ tarsal, resultando em deslocamento do hálux (hálux valgo). Qualquer descontinuidade patológica ou traumática de um tecido ou perda da função de uma parte. Qualquer lesão resultante de uso excessivo, como distensão ou ten­ dinite em qualquer parte do corpo. Doença dos linfonodos. Curvatura convexa excessiva na região lombar da coluna vertebral. Expiração forçada com a glote fechada ou narinas e boca fechadas. Posicionamento inadequado dos dentes, afetando os movimentos mandibulares essenciais à mastigação. Encarceramento do nervo cutâneo femoral lateral na região do liga­ mento inguinal, causando dor e dormência na parte externa da coxa, na região inervada pelo referido nervo. Condição que envolve desconforto geral ao redor das cabeças dos metatarsais. Metatarsalgia causada pela compressão de um ramo do nervo plan­ tar pelas cabeças dos metatarsais, provocando dor no pé. Síndrome caracterizada por episódios de dor excruciante na área inervada pelo nervo trigêmeo, geralmente causada pela estimulação de pontos-gatilho bem definidos. Inflamação de um nervo, com dor e sensibilidade. Diz-se do tecido nervoso em formação ou originado no sistema nervoso. Tumor originado em um nervo ou em muitas células e fibras nervo­ sas, resultante da neuralgia de Morton. Distúrbio funcional ou alteração patológica no sistema nervoso pe­ riférico.
  • 202. 200 Pontos-Gatilho - Um a Abordagem Concisa Nodo de Heberden Odinofagia Osteíte Osteoartrite Polimialgia reumática Ponto de McBumey Pós-parto Ptose Radiculopatia Sacroiliíte Síndrome arterial vertebral Síndrome da articulação temporomandibular Síndrome da banda iliotibial Síndrome da dor regional complexa Síndrome de Barrett Síndrome de Homer Síndrome de Tietze Síndrome do arco doloroso Síndrome do compartimento Síndrome do compartimento tibial anterior Síndrome do compartimento tibial posterior Síndrome do desfiladeiro torácico Nódulo pequeno e sólido formado nas articulações interfalângi- cas distais dos dedos das mãos. Está associado à osteoartrite inter- falângica. Dor ao deglutir. Inflamação de um osso provocando um aumento de seu tamanho, sensibilidade e dor. Doença articular degenerativa não-inflamatória caracterizada pela degeneração da cartilagem articular, hipertrofia óssea em suas mar­ gens e alterações na membrana sinovial. É observada com maior fre­ qüência em idosos. Síndrome caracterizada por dor nas articulações e nos músculos proximais. Afeta os idosos. Região situada a um terço de distância entre a espinha ilíaca ântero- superior e o umbigo que, quando em palpação profunda, provoca sensibilidade intensa, indicando apendicite. Após o parto. Queda ou posicionamento de um órgão para baixo. Doença das raízes nervosas. Inflamação (artrite) da articulação sacroilíaca. Insuficiência vascular envolvendo a compressão da artéria vertebral na região cervical da coluna vertebral. Complexo de sintomas que incluem zumbidos, tontura, cefaléia e estalidos da articulação temporomandibular. As causas incluem es­ tresse e mâ-oclusão. Dor/inflamação na banda iliotibial, com alongamento do colágeno não-elástico desde a pelve até a região inferior ao joelho. Existem várias causas biomecânicas. Síndrome de alterações vasculares secundárias a uma disfunção do sistema nervoso autônomo (vasavasorum/ vasanervortwO. Úlcera péptica da região inferior do esôfago, algumas vezes com a presença de células mucosas, em vez das células do epitélio pavi- mentoso normal. Depressão do bulbo do olho, ptose da pálpebra superior, sutil eleva­ ção da pálpebra inferior, constrição da pupila e vermelhidão no lado da face atingido. Inchaço de uma ou mais cartilagens costais, especialmente relativa à segunda costela. A dor na região anterior do tórax pode asseme­ lhar-se àquela observada em doenças coronarianas. Dor localizada acompanhada de limitada amplitude de movimento. Condição em que um aumento da pressão intramuscular impede o fluxo sanguíneo e as funções dos tecidos que formam um com­ partimento. Rápido inchaço, tensão elevada e dor no compartimento tibial ante­ rior. Geralmente está relacionada a um histórico de esforço excessivo. Dor na região do compartimento posterior da perna, incluindo os músculos sóleo, gastroenêmio, tibial posterior, flexor longo dos de­ dos e flexor longo do hálux. O local da dor varia de acordo com o músculo que é afetado. Compressão do plexo braquial cujos sintomas são observados no membro superior e no pescoço.
  • 203. Glossário de Termos M édicos 201 Síndrome do escaleno Síndrome do impacto Síndrome do ombro congelado Síndrome do túnel do carpo Síndrome escapulocostal Tendinite Tendinite calcificada Tendinite do tendão do calcâneo Tendinopatia Tenossinovite Tenossinovite de De Quervain Teste de coçar de Apley Tique doloroso Trismo Trombo Tromboflebite Trombose venosa profunda (TVP) Síndrome do desfiladeiro torácico causada pela compressão dc ner­ vos e vasos entre a primeira costela cervical e o músculo escaleno anterior. Condição crônica determinada por atividade repetitiva com a mão acima da cabeça, prejudicando o lábio glenoidal, a cabeça longa do músculo bíceps braquial e a bursa subacromial. Capsulite adesiva. Compressão do nervo mediano em sua passagem através do túnel do carpo, provocando dor e formigamento na mão. Dor na parte superior ou posterior do ombro, como resultado de uma alteração de longa duração na relação entre a escápula e a pa­ rede torácica posterior. Inflamação do tendão. Inflamação e calcificação da bursa subacromial ou subdeltóidea. Re­ sulta em dor e limitação da amplitude de movimento do ombro. Inflamação do tendão do calcâneo. Doença do tendão. Inflamação de uma bainha tendínea. Tenossinovite inflamatória limitante dos tendões dos músculos ab- dutor longo do polegar e extensor curto do polegar. Determina a amplitude de movimento: rotação mediai e adução; rotação mediai, extensão e adução; abdução, flexão e rotação lateral. VerNeuralgia do trigêmeo. Distúrbio motor do nervo trigêmeo caracterizado especialmente por espasmo dos músculos da mastigação e dificuldade de abertu­ ra da boca. Tampão formado por sangue ao longo da parede de um vaso san­ guíneo, em geral determinando uma obstrução vascular. Inflamação de uma veia, associada à formação de um trombo. Formação de trombo na parede de uma ou mais veias profundas do membro inferior. Uretrite Inflamação da uretra. Varicocele Vestíbulo Vestíbulo-coclear Condição que afeta os homens e caracteriza-se pela varicosidade das veias da pele do escroto acompanhada de dor crônica. Espaço ou cavidade na entrada de um canal. Pertencente ao vestíbulo da orelha e à cóclea.
  • 205. Referências Bibliográficas 1. Caillet, R.: 1991. Shouldcr Pain. F. A. Davis. 2. Chaitow, L : 1996. TheAcupuncture Treatment ofPain. InnerTraditions. 3. Davies, C.: 2004. The Trígger Poitit Therapy Workbook, 2nd edition. New Harbinger. 4. dejong, R. N.: 1967. The Neurological Examination, 2nd & 3rd editions. Harper & Row, New York. 5. Ferner, H., & Staubesand, J.: 1984. Sabotta Alias ofHmnan Anatomy (vol. 10). Lippincott, Williams & Wilkins, Baltimore. 6. Fishbain, D. A., Goldberg, M., & Meagher, B. R., et al.: 1986. Male and female chronic pain patients categorized by DSM-III psychiatric diagnostic criteria. Pain 26: 181-197. 7. Foerster. O., & Bumke, O.: 1936. Handbuch der Neurologie(vol. V). Publisher unknown, Breslau. 8. Friction, J. R., Kroening, R., & Haley, D., et al.: 1985. Myofascial pain syndrome of the head and neck: a review of clinicai characteristics of 164 patients. Oral Surg. 60: 615-623. 9. Frõhlich, D., & Frõhlich, R.: 1995. Das Piriformiss syndrom: eine haufige Differential diagnose des lumboglutaalen Schmerzez (Pirifomis syndrome: A frequent item in the differential diagnosis of lumbogluteal pain). ManuelleMedizin 33: 7-10. 10. Gerwin, R. D.: 1995. A study of 96 subjects examined both for fibromyalgia and myofascial pain (abstract). J. Musculoskeleta! Pain 3 (1): 121. 11. Haymaker, W., & Woodhall, B.: 1953. Peripheral Nerve Injuries, 2nd edition. W. B. Saunders Co., Philadelphia. 12. 1lecker, H., et al.: 2001. ColorAtlas of Acupuncture.Thieme. 13. Jarmey, C.: 2004. TheAtlas ofMusculo-skeletal Anatomy. Lotus Publishing / North Atlantic Books, Chichester / Berkeley. 14. Juhan, D.: 1987. lobs Body. Station Hill Press. 15. Kendall, F. P., & McCreary, E. K.: 1983. Muscles, Testing & Function, 3rd edition. Lippincott, Williams and Wilkins, Baltimore. 16. Kuchera, W., & Kuchera, L.: 1994. Osteopathic Principies in Praclice. Greyden Press. 17. Melzack, Fox & Shilwell, 1997. Journal unknown. 18. Romanes, G. J. (editor): 1972. Cunninghains TextbookofAnatoniy, 11th edition. Oxford University Press, London. 19. Schultz, R., & Feitis, R.: 1996. The Endless Web - Fascial Anatoiny & Physical Reality. North Atlantic Books, Berkeley. 20. Shankland, W.: 1996. TM]: Its Mamj Faces, Diagnosis ofTMI & Related Disorders, 2nd edition. AN and DEM Inc. 21. Skelly, M., & Helm. A.: 1999. Alternative Treatmentsfor Fibronn/algia & Chronic Fatigue Syndrome. Hunter House Publishing. 22. Skootsky, S. A., Jaeger. B., & Oye, R. K.: 1989. Prevalence of myofascial in general internai medicine practice. West /. Med. 151 :157-160. 23. Spaleholz, W.: (date unknown). Hand Atlas ofHutttan Anatomy (vols. II & III, 6th edition). ). B. Lippincott, London. 24. Starlanyl, D.J., & Copeland, M.E.: 2000. Myofascial Pain & Dysfunction, Fibromyalgia & Chronic Myofascial Pain, a Survival Manual. New Harbinger.
  • 206. 204 Pontos-gatilho - Uma Abordagem Concisa 25. Trave11,J & Simons, D.: 1999. Myofascial Pain & Dysfunction: The Trigger Point Manual (vol. 1). Lippincott, Williams & Wilkins, Baltimore. 26. Travell, J & Simons, D.: 1993. Myofascial Pain & Dysfunction: The Trigger Point Manual (vol. 2). Lippincott, Williams & Wilkins, Baltimore. 27. Zohn, D., & Mennell, J.M.: 1988. Musculo- skeletal Pain: Diagnosis & Physical Treatment, 2ndedition. Lippincott, Williams & Wilkins, Baltimore. Referências Bibliográficas Adicionais Alter, M. J.: 1998. Sporl Slretch: 311 Stretchesfòr41 Sports. Human Kinetics, Champaign. Anderson, D. M. (chief Lexicographer): 2003. Dorlands lllustrated Medicai Dictionary, 30th edition. Saunders, an imprint of Elsevier, Philadelphia. Clemente, C. M. (editor): 1985. Gray's Anatomyof the Human Body, 30th edition. Lea & Febiger, Philadelphia. Cook, B. B., and Stewart, G. W.: 1996. Strength Basics. Human Kinetics, Champaign. Jarmey, C.: 2003. TheConcise BookofMuscles. Lotus Publishing / North Atlantic Books, Chichester I Berkeley. McAtee, R. E., and Charland, C.: 1999. Facilitated Stretching, 2nd edition. Human Kinetics, Champaign. Norris, C. M.: 1999. The CompleteCuide to Stretching. A & C Black, London. Vessis, M.: 1992. Kinesiology ofExercise. Masters Press, Lincolnvvood.
  • 207. 206 Pontosgatilho - Uma Abordagem Concisa Epífora 47 Epimísio 33,36,42 Epinefrina 54 Escleroderma 135 Escoliose 97, 99 Espasmos 38, 48, 53 Espondilite anquilosante 85 Espondiloartropatia 85,97 Espondiloartropatia soronegativa 85 Espondilolistese 97 Espondilose 97,155 Esporão do calcãneo 183,185,193,195 Estenose 97,161 Estresse 109 Eversão 21 Extensão 18, 20 Fáscia 33,36 Fáscia profunda 33 Fascículos 26,33 Fascite 185 Fascitc plantar 189,195 Fibra muscular 42, 60 Fibras 36 Fibras de contração lenta (vermelhas), 24 Fibras de contração rápida (brancas) 24 Fibras de contração rápida intermediária 24 Fibromialgia 39, 107 Fibrose 45 Fixação muscular 34 Fixações múltiplas 34 Fixador 29, 30 Flatuléncia 93 Flexão 18, 20 Flexão lateral 18 Flexão plantar 21 Forma muscular 26 Fortalecimento 49 Fratura por estresse 183, 185, 189, 195 Fulcro 30 Ganho de peso 36 Glândula tireóide, problemas na 75 Cota 189,195 Hálux rígido 193 Hálux valgo 189,193,195 Hemiplegia 119 Hérnia 97,165,167 Herpes-zóster 109 Hiperextensão 18 Hipcrtonia muscular 45 Inervação 24 Inferior 12 Inflamação 45 Injeções 53 Inserção 28,42 Inversão 21 Irrigação sanguínea 24 Joanete 177, 195 Lateral 13 Lesão por esforço repetitivo (LER) 137 Liberação e alongamento 56 Ligação eletrostática 43 Ligamento da patela 187 Ligamento inguinal 165 Linfoadenopatia 79,165, 167,169 Linha alba 95 Linha M 43 Linha Z 43 Loções 60 Lordose 99 Manobra de Valsalva 97 Má-oclusão 75 Massagem de deslizamento, 59 Matriz intercelular 36 Mecanismo de chicote 77,79, 85, 89, 103 Mediai 13 Meralgia parestésica 99, 167,169 Mcridiano(s) 39 Metatarsalgia 177,179,189,193,195 Miofáscia 33,36 Miofibrilas 43 Miofilamentos 43,44 Miosina 43,44 Mitocòndria 44 Motor primário ivr Agonista Motores secundários ver Músculos auxiliares Movimentos anatômicos 18 Músculo estriado esquelético 24, 42 Músculos auxiliares 29 Músculos em forma de leque 26 Músculos fusiformes 26 Músculos longos 26 Músculos multipeniformes 26,159 Músculos orbiculares 26 Músculos paralelos 26 Músculos peniformes 26 Músculos semipeniformes 26 Náusea 91 Nervo espinal 9 Nervos cranianos 9 Neuralgia do trigémeo 65,71, 79 Neuralgia facial 79 Neuroma de Morton 189,195 Neuropatia 165 Neutralizadores ver Sinergista N ó de Heberdan 149 Módulo 38 Odinofagia 73 Oposição 23 Origem 28,42 Osso hióide 75 Ossos sesamóides 34 Osteíte 163 Osteoartrite 85,99,115, 137, 139, 141, 143, 147,155, 161, 163,179,187 Palmar 14
  • 208. índice Geral 207 Palpação 52 Pó valgo 193 Pé varo 193 Pcrimísio 33 Placa motora 24,40 Plano frontal (coronal) 17 Plano sagital 17 Plano transverso 17 Planos do corpo 17 Plantar 14 Plexo 9 Plexo braquial 77 Pblimialgia reumática 69,85 Pbnto(s)-gatilho 38, 39, 42, 44 ativo 46 central 45,49 difuso 46 inativo 46 latente ver inativo miofascial 38 primário ver central satélite 45, 49 secundário ver satélite sintomas 46 Ponto de McBurney 94,95 Posição anatômica 12 Posterior 12 Postura 36,49,50 Pressão direcional 36 Principio do tudo-ou-nada 25 Profundo 14, 33 Pronaçao 20 Protração 21 Proximal 13 Ptose 47, 65, 79 Radiculopatia 83, 87, 97,163,167,169,171 Rafe 34 Ramo dorsal 9 Ramo ventral 9 Regiões do corpo 15 Retículo sarcoplasmático 44 Retração 22 Rotação 19 Rotação lateral 19 Rotação mediai 19 Sacroiliíte 97,153,155, 157,159,161 Sarcolema 42 Sarcômero 43,44 Sarcoplasma 42 Segmento vertebral 9 Septo intermuscular 24, 34 Síndrome arterial vertebral 85 Síndrome da articulação temporomandibular 67,69, 71,73 Síndrome da banda iliotibial 171 Síndrome de Barrett 73 Síndrome de Horner 65 Síndrome deTietze 111 Síndrome do compartimento tibial anterior 175 Síndrome do compartimento tibial posterior 181,191 Síndrome do desfiladeiro torácico 77,111,113,123, 125,149 Síndrome do escaleno 77 Síndrome do impacto 123,125 Síndrome do intestino irritável 91 Síndrome do ombro congelado ver Capsulite adesiva Síndrome do túnel do carpo 77,135, 137,141, 147 Síndrome escapulocostal 107 Sinergista 29, 30 Sinusite 71, 75 Sistema nervoso autônomo 47 Sistema nervoso central (SN C ) 9,40,47 Sistema nervoso periférico (S T P) 9,40,47 Solução salina isotònica 54 Substância P 45 Superficial 14, 33 Superior 12 Supinação 20 Tecido cicatricial 60 Tecido conjuntivo 33 Tecido mesodérmico 36 Técnica de contração isolítica 57 Técnica de contração isométrica 57 Técnica de contração isotònica 57 Técnica de contrair e relaxar 56 Técnica(s) de energia muscular 57 Técnica de inibição isquemica e compressão 58 Técnica de inibição recíproca 56 Técnica(s) de liberação posicionai 57 Técnica de manter e alongar 56 Técnica de massagem profunda 58 Técnica de relaxamento pós-isométrico 56 Tendinite 171,177,187 Tendinite calcificante 117 Tendinite do tendão do calcâneo 181,183,185,191 Tendinite temporal 69 Tendinopatia do manguito rotador 115,117,119,121 Tendões 34, 36 Tenossinovite 163, 187,191 Tenossinovite de De Quervain 133,137, 139,141, 143, 145,147 Teoria do deslizamento de lluxley, 1954 43 Terapia manual de liberação de pontos-gatilho 56 Teste de coçar de Apley 119 Timo 75 Titina 43 Tônus 43 Torcicolo 89 Toxina botulínica A 54 Traumas mecânicos 36 Triângulo femoral 165 Trismo 67, 73 Tromboflebite 181 Trombose 187 Trombose venosa profunda (TVP) 181,187, 191 Unidade miotendínea 42 Unidade motora 24 Vantagem mecânica 30 Varicocele 93
  • 209. 208 Pontos gatilho - Uma Abordagem Concisa Vasodilataçào 45 Vasos subclávios Tl Vestíbulo-cocleares, problemas 79 Vômito 93,95 Z o n a H 43 Zonas de dor referida 36, 45, 46 Zumbido 67,71 índice de Músculos Abdutor do dedo mínimo (mão) 148 Abdutor do dedo mínimo (pé) 192 Abdutor do hálux 192 Adutor do hálux 194 Adutor do polegar 146 Adutores curto, longo e magno 164 Bíceps braquial 126 Bíceps femoral 162 Braquiorradial 138 Deltóide 114 Digástrico 74 Epicrânico (Occipitofrontal) 62 Hretor da espinha 82 Escalenos anterior, médio e posterior 76 Esplénio da cabeça e esplénio do pescoço 88 Esternocleidomastóideo 78 Extensor curto dos dedos 192 Extensor dos dedos 142 Extensor longo do hálux 176 Extensor longo dos dedos 176 Extensor radial longo do carpo e extensor radial curto do carpo 140 Extensor ulnar do carpo 140 Fibulares longo, curto e terceiro 178 Flexor curto do hálux 194 Flexor curto dos dedos 192 Flexor longo do hálux 188 Flexor longo dos dedos 188 Flexor profundo dos dedos e flexor superficial dos dedos 136 Flexor radial do carpo e flexor ulnar do carpo 136 Gastrocnèmio 180 Glúteo máximo 152 Glúteo médio 156 Glúteo mínimo 158 Iliaco 98 Iliopsoas (Psoas maior/llíaco) 98 Infra-espinal 118 Interósseos dorsais (mão) 148 Interósseos dorsais (pé) 194 Interósseos plantares 194 Latíssimo do dorso 112 Levantador da escápula 104 Longuíssimo da cabeça 84 Lumbricais (mào) 148 Masseter 66 Nlultífidos 86 Oblíquo externo do abdome 90 Oponente do polegar 146 Orbicular do olho 64 Palmar longo 134 Pectíneo 166 Peitoral maior 110 Piramidal irr Reto do abdome Piriforme 160 Plantar 182 Poplíteo 186 Pronador redondo 132 Psoas maior 98 Pterigóideo lateral 70 Pterigóideo mediai 72 Quadrado do lombo % Quadrado plantar 194 Redondo maior 124 Redondo menor 120 Reto do abdome 94 Reto femoral 170 Rombóide maior e rombóide menor 106 Rotadores 86 Sartório 168 Semiespinal da cabeça e semiespinal do pescoço 84 Semimembranáceo 162 Semitendíneo 162 Serrátil anterior 108 Sóleo 184 Subescapular 122 Supinador 144 Supra-espinal 116 Temporal 68 Tensor da fáscia lata 154 Tibial anterior 174 Tibial posterior 190 Transverso do abdome 92 Trapé/io 102 Tríceps braquial 128 Vastos intermédio, lateral e mediai 170
  • 210. PONTOS-GATILHO Pontos-Gatilho - UmaAbordagem Concisa foi escrito para estu­ dantes e profissionais de massoterapia, terapias corporais, fisiote­ rapia, osteopatia. terapia esportiva e outras áreas relacionadas à saúde. Com ilustrações em cores, este livro é um guia de referência prático que explica como tratar as dores crônicas originadas pelos pontos-gatilho - nódutos sensíveis e dolorosos que se formam nas fibras musculares e tecidos conjuntivos. Os primeiros quatro capítulos proporcionam uma base de conhecimento sólida acerca da fisiologia dos pontos-gatilho e dos métodos de tratamento gerais. Os outros seis capítulos foram orga­ nizados de acordo com os seguintes grupos musculares: - Músculos da cabeça e do pescoço - Músculos do tronco e da coluna vertebral - Músculos do ombro e do braço - Músculos do antebraço e da mào - Músculos do quadril e da coxa - Músculos da perna e do pé Nesses capítulos, cada página ímpar descreve um músculo estriado esquelético em particular; com linguagem direta, o texto fornece informações sobre a origem, inserção, ação e inervação de cada músculo, além de apresentar as implicações fisiológicas dos pontos-gatilho sobre os locais em que se manifestam, técnicas de tratamento e recomendações ao paciente. Na respectiva página par. ilustrações representam a anatomia do músculo em questão, exemplos de pontos-gatilho e padrões de dor referida, assim como sugestões de exercícios de fortalecimento e alongamento. 0 livro apresenta também um glossário de termos médicos, que expõe de forma clara e precisa a definição das principais patologias que podem estar de alguma maneira associadas aos pontos-gatilho e que devem ser consideradas no diagnóstico diferencial. Pontos-Gatilho - Uma Abordagem Concisa expõe de forma resu­ mida. sem deixar de ser abrangente, os principais tópicos de ana­ tomia necessários para compreender e tratar pontos-gatilho. sendo portanto indispensável para todos os estudantes e profissionais que atuam em áreas terapêuticas e de saúde e que desejam progredir em sua carreira. A Manole U-5 9 78i 52Ò»426Ó45