CLAUDIA - Cartilha Uber

MANUAL DE CONDUTA CLAUDIA + UBER 3
Manual
deconduta
contra o assédio

MANUAL
DE CONDUTA
contra o assédio

erca de 85% das mulheres brasileiras têm receio de
sofrer violência sexual. Entre as jovens, 90% já deixa-
ram de fazer alguma coisa por medo. O Brasil ocupa
o quinto lugar no ranking mundial que mede as taxas de assassi-
natos de mulheres. No ambiente de trabalho, a renda das mulheres
equivale a 76% do ganho dos homens. E a jornada delas continua
em casa – os trabalhos domésticos rendem cinco horas a mais. A
matemática da desigualdade de gênero deixa claro por que precisa-
mos falar sobre os direitos das mulheres e o combate ao machismo.
Não tem nada de “mimimi”, como se diz por aí.
UBER e CLAUDIA, marca que há 55 anos está no centro das dis-
cussões mais relevantes do universo feminino, acreditam que as mu-
lheres podem ocupar todos os espaços e ir para onde quiserem com
segurança. Por isso, uniram-se nesta campanha, que ainda conta
com o apoio da ONU Mulheres, entidade das Nações Unidas para a
Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres.
Está nas mãos de cada um de nós agir para acabar com o ma-
chismo presente em nosso dia a dia e, assim, diminuir a violência
contra a mulher e alcançar a igualdade de gênero. Motoristas par-
ceiros da Uber têm papel fundamental na busca por esse objetivo,
zelando para que as relações entre parceiros e usuárias sejam res-
peitosas e livres de qualquer suspeita de assédio.
Contamos com você.
C

6 MANUAL DE CONDUTA CLAUDIA + UBER
COMO ENFRENTAR
CERTAS SITUAÇÕES
E SEMPRE SAIR COM
CINCO ESTRELAS
Este
manual
épara
você

A Uber defende que as mulheres tenham liberdade
de decidir para onde ir, quando ir e como ir.
Mesmo as coisas que você fala e faz com as melho-
res intenções podem ser interpretadas de formas di-
ferentes. Quando estiver em dúvida, é sempre bom
optar pelo caminho mais cauteloso e mais respei-
toso, evitando o risco de parecer machista ou gros-
seiro ou dar brecha para uma acusação de assédio.
Fique atento ao conteúdo das páginas a seguir.
Você encontrará dicas valiosas para ajudá-lo a en-
frentar diversas situações do seu dia a dia e sair
delas com cinco estrelas. Boa leitura!

CONVERSAR E REFLETIR SOBRE OS NOSSOS ATOS
É O PRIMEIRO PASSO PARA A MUDANÇA
Porquefalar
sobreisso?

esquisa da ONU Mulheres de 2016 aponta que 95% das
mulheres e 81% dos homens brasileiros acreditam que o
Brasil é um país machista. Como reflexo, ações e pensa-
mentos machistas dão origem aos mais diversos tipos de violência
cometidos contra elas, como assédio verbal, sexual, estupro e femini-
cídio (mortes violentas de mulheres por razões de gênero).
Homens e mulheres são igualmente capazes. Suas diferenças se
complementam e devem ser respeitadas. A desconstrução do ma-
chismo começa pela educação. Educar meninas para que sejam co-
rajosas, competitivas, confiantes, livres dos padrões de beleza e de
comportamentos. Educar meninos para que expressem sentimentos
e se igualem às mulheres em todas as situações. Conversar sobre o
tema e refletir sobre nossas atitudes é a melhor maneira de começar
a transformar essa realidade.
P
79%
dos homens veem o machismo
como algo negativo

O QUE É MACHISMO
Valores, ações e atitudes enraizadas na sociedade que inferiorizam
a mulher. É isso que alimenta a desigualdade entre homens e mulheres
e sustenta comportamentos violentos contra o sexo feminino, que vão de
agressões verbais a estupro e assassinato. O pensamento machista divide
os papéis sociais em “coisas de mulher” (como cuidar da casa e dos filhos) e
“coisas de homem” (trabalhar, prover a família, não demonstrar emoções).
O QUE É FEMINISMO
Enquanto o machismo defende a superioridade do homem, o feminismo
busca a igualdade entre homens e mulheres. No Brasil, o feminismo
surgiu nos anos 30, com os movimentos pelo direito ao voto das mulheres.
Ganhou reforço nos anos 70, com a mobilização das mulheres pela
democracia, aliada às mudanças iniciadas no mercado de trabalho
e na educação, além da luta pela igualdade racial. O ano de 1975 foi
declarado pela ONU como o Ano Internacional da Mulher, fortalecendo o
movimento ao redor do mundo.
Machismo não é o
oposto de feminismo

“Mulher ao volante, perigo constante”
“Tinha que ser mulher...”
“Reclama feito mulherzinha”
“Usa saia curta e não quer
que mexam com ela”
“Mulher sozinha na rua e de
madrugada boa coisa não é”
“Essa daí, coitada, ficou para titia”
As frases que
ninguém deveria
mais falar

“Namorada minha não sai sozinha à noite”
“A roupa dela era tão curta que parecia garota de programa”
“Estava tão bêbada que nem conseguia falar”
“Ela estava dando mole. E eu não sou homem de recusar!”
POR QUE NÃO?
Ninguém gosta de ser julgado –
isso pode gerar mal-estar e mesmo
insegurança nas usuárias, além
de provocar nelas a sensação
desagradável de estarem sendo
criticadas. Contar da sua vida
particular também não é uma boa
porque nem sempre as usuárias
querem conversar. Evite histórias
que exponham sua intimidade
ou a de outras pessoas ou que
contenham juízo moral.
Não dê opiniões que possam
constranger a usuária
41%
das jovens
brasileiras
dizem já
ter sofrido
algum tipo de
agressão física

“Como dar mais liberdade para a mulher?
Aumentando o tamanho da cozinha”
“Mulher não gosta de homem; gosta de dinheiro”
POR QUE NÃO?
Primeiro porque é sempre melhor agir com profissionalismo,
educação e distanciamento. Depois porque, para achar graça,
é preciso que a usuária veja e pense o mundo como você.
E isso nem sempre acontece. Ou seja, além de não ser engraçado,
pode gerar mal-estar ou discussões.
“Tinha que ser
uma mulher!”
POR QUE NÃO?
Além de ser grosseiro, indiretamente
você está ofendendo a usuária.
E isso é preconceito.
Não critique mulheres ao volante
Segundo dados do Denatran
de 2014:
71%
70%
dos acidentes
são provocados
por homens
das multas
são para eles
Não conte piadas preconceituosas
ou machistas nem fale palavrões

Não é legal falar sobre mulheres
de maneira depreciativa
Nãoencaremulheresnarua,nãodê
cantadasnemassigacomoolhar
“Mulher,vou tecontar,
viu? Bebe e depois
fica dando vexame”
POR QUE NÃO?
Reforçar ideias machistas
é inadmissível. Os homens
estão mudando. É mais legal
se você estiver do lado moderno
da coisa. Mesmo com usuários
do sexo masculino, mantenha
o profissionalismo.
“Fiu-fiu! Ô lá em casa!”
POR QUE NÃO?
Isso não é cantada, é assédio.
Essa atitude denota uma
demonstração de poder e
intimidação. E pode provocar medo.
dos homens concordam
que deveriam falar
com outros homens
sobre o que fazer
para reduzir
o preconceito contra
as mulheres
81%
das jovens entre 14 e
24 anos consideram a
cantada um tipo de violência
73%

POR QUE NÃO?
Todos têm direito de escolher a roupa que querem usar, livres de
julgamentos. Olhares intensos para o corpo da usuária podem fazer
com que ela se sinta exposta e assediada. O mais indicado, portanto,
é manter contato visual pelo retrovisor só quando ela estabelecer
uma conversa. Acender a luz interna do carro quando a usuária entra
também pode ser mal interpretado. Lembre-se: assédio é crime.
Decote ou minissaia não
são convite para nada
79%
das jovens brasileiras
já sofreram violências
com cantadas ofensivas
e desrespeitosas
ou com abordagem
agressiva em festas
ou locais públicos
74%
dos homens não
concordam com a
afirmação: “Mulheres
que usam roupas
que mostram o corpo
merecem ser atacadas”

“Está quente hoje, né, Rô?”
“A temperatura está agradável, minha linda?”
“Quer que ligue o rádio, querida?”
POR QUE NÃO?
Apelidos, palavras no diminutivo ou adjetivos são naturais em
relacionamentos familiares ou de amizade. Usá-los com alguém
que você não conhece pode causar estranhamento e desconforto.
O melhor a fazer é chamar a cliente pelo nome ou de “senhora”.
Se ela não quiser ser tratada assim, vai pedir para chamá-la de “você”.
“Você tem olhos
muito bonitos,
sabia?”
“Mas você não precisa
de maquiagem!”
Não trate sua cliente por
apelidos, diminutivos e afins
Não a elogie, especialmente
suas características físicas
POR QUE NÃO?
Elogios são bem-vindos se vêm
de alguém com quem se tem
intimidade. Caso contrário, podem
configurar assédio por ser uma
tentativa de demonstrar poder e
intimidar a mulher.

Não faça perguntas sobre
a vida pessoal da usuária
Não peça que ela mude de lugar
“Tem namorado?”
POR QUE NÃO?
Fazer perguntas sobre assuntos íntimos coloca a mulher em situação de
insegurança. Caso o tema tenha sido introduzido por ela, procure falar o mínimo
possível. O melhor mesmo é manter-se discreto ou, no máximo, comentar
sobre o clima ou o trânsito, deixando que ela continue, ou não, a conversa.
“Você não prefere se
sentaraquinafrente?”
“Acho melhor
você tomar o assento
da direita”
POR QUE NÃO?
Deixe que a usuária escolha
onde vai se sentar. Se o carro
estiver vazio, incentive-a
a ocupar o banco traseiro.
COMO AGIR SE UMA
USUÁRIA SENTA NO BANCO
DA FRENTE EM UMA
VIAGEM COMPARTILHADA?
O melhor é evitar que a
mão fique sobre a marcha
por longos períodos.
Se precisar pegar algo
no porta-luvas, peça,
com gentileza, que ela
o faça. É importante
ressaltar que ninguém
gosta de ser tocado
sem consentimento.

Ocontatocoma
usuáriadevemanter-se
estritamenteprofissional

“A conversa tá tão boa... Não quer deixar seu telefone
pra gente continuar o papo mais tarde?”
POR QUE NÃO?
A usuária imediatamente vai entender o pedido como sinal de interesse.
A atitude não é profissional, constrange e amedronta a mulher, que muitas
vezes acredita que o motorista tem como encontrá-la. Qualquer tipo de
contato (para avisar que esqueceu algo no carro, por exemplo) deve ser
feito via Uber. E isso deve ficar claro para a usuária.
Não peça o telefone dela nem
qualquer outro tipo de contato
Os dados dos usuários são
confidenciais, e isso é muito
importante pra eles
A Uber oculta os números de telefone dos usuários e motoristas
parceiros. O objetivo é preservar a confidencialidade dos dados
de ambas as partes e evitar contatos indesejados.
Recomenda-se que usuários e motoristas parceiros não troquem
telefones entre si. E, caso a passageira fale em voz alta o número
de telefone dela para alguém durante a viagem, cabe ao
motorista respeitar sua privacidade e ignorar a informação.

“Oi! Sou eu, o motorista que te levou pra casa ontem à tarde”
POR QUE NÃO?
Contatos como esse podem parecer uma invasão à privacidade
da usuária. Mantenha-se profissional: evite convidar para uma
amizade no Facebook, curtir fotos, comentar qualquer coisa.
“Tem certeza de que quer ir pra casa? Vou pra uma balada
incrível agora...
POR QUE NÃO?
Toda relação entre prestador de serviço e cliente deve basear-se
na confiança. A passageira precisa sentir-se segura desde que
aciona o aplicativo até o momento em que desce do carro.
Um convite direto, mesmo bem-intencionado, quebra os protocolos
e faz com que ela se sinta desprotegida e insegura em relação
às próximas atitudes do condutor.
Não procure a usuária
em redes sociais
Não a convide para sair

Não se despeça com comentários
de tom pessoal ao final da viagem
Após deixá-la em seu destino, tente
não demorar para ir embora
“Deixa que eu levo suas bagagens até o elevador”
POR QUE NÃO?
Oferecer-se para entrar na casa ou no prédio da usuária é um
comportamento invasivo, mesmo para ajudar com as bagagens.
Se julgar necessário, retire malas e compras do carro, mas deixe
do lado de fora da porta. Evite também ficar parado por muito tempo
em frente à casa da usuária depois que ela fechou a porta,
pois pode gerar desconforto e sensação de insegurança.
“Foi ótimo te conhecer”
Beijar ou pegar na mão da passageira ao se despedir
POR QUE NÃO?
A despedida deve ser cordial e sem qualquer tipo de contato físico.
O ideal é agir da mesma forma que você se comportaria caso fosse um
usuário do sexo masculino.

Não se aproveite
de situações de
vulnerabilidade

Transportar um usuário alcoolizado, homem ou mulher, é uma
situação delicada, já que nem sempre a pessoa está em condições
de cuidar de si mesma com segurança. A plataforma da Uber
oferece a usuários e motoristas parceiros confiabilidade e segurança.
A condução da usuária alcoolizada deve seguir as dicas de
melhores condutas da Uber: respeitar as opiniões dela e evitar
comentários que possam soar ofensivos ou desrespeitosos.
Além disso, o ideal é que os motoristas parceiros protejam
a privacidade das usuárias e não compartilhem nenhum
tipo de informação sobre elas com outras pessoas.
Lembre-se: comportamentos que violem as condições de uso da
plataforma podem levar ao término da parceria com a Uber.
Em caso de embriaguez
da usuária, o ideal é seguir
as dicas da Uber

POR QUE NÃO?
Fazer imagens sem autorização ou consentimento é ilegal e pode
acabar em processo. Está na Constituição Federal, artigo 5, inciso X:
são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou
moral decorrente de sua violação.
Jamais filme, grave áudio,
ou fotografe as usuárias
Não pergunte sobre conversas
que ela teve ao telefone
“Brigou com o
namorado?”
“Alguém doente
na família?”
77%
das vítimas do compartilhamento
de fotos íntimas em sites e
aplicativos de smartphone
sem prévia autorização
são do gênero feminino
POR QUE NÃO?
Deixar a usuária perceber que você
estava escutando a conversa dela
gera a sensação de estar sendo
invadida em sua privacidade.
Mesmo que a conversa seja longa e
em voz alta, finja que não ouviu.

Se ela não pedir ajuda, o melhor
é respeitar o seu espaço
“Você está bem?”
“Quer um lencinho?”
Tecnologia a serviço
da segurança
NÚMEROS DE TELEFONE
SUBSTITUTOS
O Uber utiliza a tecnologia para
ocultar os números de telefone,
pois as informações de contato
são confidenciais. Dados pessoais
ficam protegidos mesmo quando
a usuária entra em contato
com os motoristas parceiros.
SEMPRE NO MAPA
O Uber registra os dados
de GPS de todas as viagens. Com
isso, é possível saber quando
e para onde a usuária está
viajando e quem a está levando.
COLABORAÇÃO COM
AS AUTORIDADES
Quando recebe uma solicitação
oficial das autoridades, a Uber
se compromete a repassar,
nos termos da lei, todas as
informações necessárias sobre
uma viagem ou um parceiro
para ajudar nas investigações,
inclusive em casos de denúncia
contra assédio dentro dos carros.
POR QUE NÃO?
Sua intenção pode ser boa,
mas a usuária não vê o motorista
parceiro como amigo próximo.
Em geral, ela deseja manter
sua privacidade. Se ela pedir
ajuda, prontifique-se. Senão,
o melhor é respeitá-la.

Seu carro precisa ser
um ambiente seguro

“Já está indo para casa?”
“Você está vindo do trabalho?”
POR QUE NÃO?
Perguntar o endereço de destino (ou confirmá-lo, caso ele já tenha sido
informado no aplicativo) é diferente de querer saber onde a passageira
mora ou para onde está indo. Mesmo sem más intenções, esse tipo de
pergunta pode gerar insegurança e colocar as mulheres na defensiva.
Se quiser ser gentil, basta oferecer água, perguntar se ela está de
acordo com o trajeto sugerido pelo GPS e se a temperatura do carro está
agradável. Não há problemas se o restante da viagem seguir em silêncio.
Não pergunte de onde vem
nem para onde vai
85% 86%
das mulheres
brasileiras têm
medo de sofrer
violência sexual
das mulheres
brasileiras já
sofreram assédio
em público

“Você não acha perigoso andar sozinha a esta hora?”
“Não é melhor ligar para alguém te esperar na porta?”
“Essa rua fica bem escondidinha. Vai descer aqui mesmo?”
POR QUE NÃO?
Você faria essas perguntas a um homem? Se a sua resposta é não,
isso significa que esses questionamentos carregam a ideia de que
as mulheres não podem andar desacompanhadas por serem frágeis
e vulneráveis. Boa parte da sensação de insegurança vivida por
uma mulher está diretamente relacionada ao machismo. Em vez
de comentar sobre os riscos, faça a sua parte para deixar a usuária
tranquila: pare o mais próximo possível do local do desembarque.
Não faça comentários sobre
horários ou segurança
90%
das jovens de 14 a 24
anos já deixaram de
fazer alguma coisa
(como sair à noite,
usar determinada
roupa ou responder
a uma cantada) com
medo da violência

1. Mantenha o trajeto claro e visível
O celular com aplicativo GPS ou o aparelho de GPS usado para
indicar o trajeto deve ficar sempre visível para a usuária.
2. Trate a usuária com educação
e profissionalismo
É sempre melhor exagerar na formalidade
do que ser considerado grosseiro.
3. Evite músicas altas ou
de cunho machista
Música alta incomoda. Com letras de conotação
sexual ou machistas, pior ainda. Para evitar
constrangimentos, pergunte se ela tem preferência
por alguma rádio e se o volume está adequado.
3 REGRAS BÁSICAS PARA
O BEM-ESTAR A BORDO
Não confunda:
Conversar não significa dar abertura
Usar roupa curta não quer dizer que está se oferecendo
Sair à noite sozinha não significa que queira companhia
Chorar não indica que quer consolo
Estar bêbada não a torna alvo de assédio
Cantada é muito diferente de paquera

O que
diz a lei?
SAIBA QUAIS ATITUDES PODEM SER ENQUADRADAS
COMO ASSÉDIO E SUAS POSSÍVEIS IMPLICAÇÕES LEGAIS

egundo material elabo-
rado pelo Núcleo Espe-
cializado de Promoção e
Defesa dos Direitos da Mulher da
Defensoria Pública de São Paulo,
o assédio sexual é uma manifes-
tação sensual ou sexual, alheia
à vontade da pessoa a quem se
dirige. Abordagens grosseiras,
ofensas e propostas inadequadas
que constrangem, humilham ou
amedrontam são consideradas
assédio. É essencial que qualquer
investida sexual tenha o consen-
timento da outra parte, o que não
acontece quando uma mulher
leva uma cantada.
As cantadas ou os assédios fí-
sicos não são uma forma de co-
nhecer pessoas para um relacio-
namento íntimo. Uma paquera
acontece com o consentimento
de ambas as partes: é uma tenta-
tiva legítima de criar uma cone-
xão com alguém que você conhe-
ce e estima. Já o assédio nunca
leva a uma intimidade maior.
Paquera não causa medo nem
angústia. O mais importante é
buscar o consentimento e aceitar
um “não” como resposta.
O ASSÉDIO PODE
CONFIGURAR CRIME
ASSÉDIO SEXUAL
Constrangimentos e ameaças
com a finalidade de obter
favores sexuais feitos por
alguém de posição superior
à vítima.
Pena: detenção de
um a dois anos.
IMPORTUNAÇÃO
OFENSIVA AO PUDOR
É o assédio verbal, quando
alguém diz coisas desagradáveis
ou faz ameaças. Tais condutas
também são formas de agressão
e devem ser coibidas.
Pena: multa.
ESTUPRO
Tocar as partes íntimas
de alguém sem permissão,
constranger mediante
violência, ameaçar, praticar
ou permitir que com ele se
pratique qualquer ato sexual
não consensual.
Pena: de seis a 30
anos de reclusão.
ATO OBSCENO
É quando alguém pratica uma
ação de cunho sexual (exibir seus
genitais, por exemplo) em local
público a fim de constranger ou
ameaçar alguém.
Pena: detenção de três
meses a um ano ou multa.
S

O que a mulher pode
fazer quando se
sentir assediada
NO MOMENTO DO ASSÉDIO
A vítima de assédio sexual pode
denunciar o ofensor imediata-
mente procurando um policial
militar ou segurança próximo ao
local, caso esteja em um ambien-
te privado ou transporte público.
Ela deve identificar o assediador
gravando suas características fí-
sicas e trajes ou até mesmo tiran-
do uma foto do agressor.
SERVIÇO
Disque 180
(Central de Atendimento à Mulher)
Delegacia de Defesa da Mulher
Existem 499 distritos policiais
especializados, distribuídos entre 447
cidades brasileiras.
Secretaria de Políticas para as Mulheres
ouvidoria@spm.gov.br e
spmulheres@spmulheres.gov.br
O QUE A UBER
FAZ EM CASO DE
DENÚNCIA
Ao receber uma
denúncia, a Uber toma as
medidas necessárias, que
podem chegar à suspensão
do motorista parceiro.
A empresa colabora
com as autoridades
dentro dos termos da
lei e pode fornecer os
dados de motoristas
parceiros e viagens.
O UBER NÃO PODE SER UTILIZADO
POR MENORES DE 18 ANOS. NESTE
CASO, O USUÁRIO DEVE ESTAR
ACOMPANHADO DE UM ADULTO.
FONTES
Organização Mundial da Saúde
Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE)
”A polícia precisa falar sobre estupro:
percepção sobre violência sexual e o
atendimento a mulheres vítimas nas
instituições policiais”, Fórum Brasileiro de
Segurança Pública
”Menina pode tudo”, pesquisa realizada com
2.300 jovens com idade entre 14 e 24 anos
de 370 cidades brasileiras, pelo É Nóis/
Inteligência Jovem, Instituto Vladimir Herzog e
pelo Instituto Patrícia Galvão
“O papel do homem na desconstrução do
machismo”, Instituto Avon/Locomotiva, 2016
“Violência doméstica: o jovem está ligado?”,
Instituto Avon, 2014
2o
Levantamento Nacional de Álcool
e Drogas (Lenad)
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)
“Tolerância social à violência contra as
mulheres”, pesquisa feita pelo Ipea, que
entrevistou 3.810 pessoas (66,5% mulheres) entre
maio e junho de 2013 em 212 cidades

CLAUDIA - Cartilha Uber

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