DOR TORÁCICA
Clínica Médica I
DOR TORÁCICA
 É um dos sintomas mais comuns nos serviços
de emergência, ambulatórios de cardiologia e
clínica geral
 Nem sempre é referido como dor, às vezes a
queixa é de sensação de pressão ou de
desconforto torácico
ETIOPATOGENIA
 Causas podem estar na própria parede do
tórax, pleuras, pulmões, pericárdio, coração,
vasos, mediastino, esôfago, diafragma e em
outros órgãos.
 Por isso a importância da pesquisa de
características semiológicas na anamnese, e
bom exame físico.
 Lembrar de pedir para o paciente localizar
com a mão a área da queixa, e fazer inspeção
e palpação do local.
Dor toracica 2017
DOR TORÁCICA
 CLASSIFICAÇÃO
 CAUSASTRAUMÁTICAS E NÃO
TRAUMÁTICAS
 CAUSASCARDIOLÓGICAS E NÃO
CARDIOLÓGICAS
Dor toracica 2017
Dor toracica 2017
SD CORONARIANA AGUDA
 Envolve um amplo espectro de condições clínicas que vão
desde a isquemia silenciosa, passando pela angina aos
esforços (estável) , pela angina instável até o IAM com ou
sem SUPRA de ST
 SD com pior prognóstico: ANGINA INSTÁVEL, IAM COM E
SEM ELEVAÇÃO DE ST.
 Características similares, de difícil distinção só com dados
clínicos.
 F.R.: Hiperlipidemia, DM, história familiar.
- HAS,Tabagismo (inespecífico), cocaína (24x risco)
- >40 anos de idade
- Idosos e mulheres = é comum não ter os sintomas
clássicos.
Dor toracica 2017
SD CORONARIANA AGUDA
 FISIOPATOLOGIA:
resulta da ↓ de oferta de O2 pelo fluxo
coronariano e/ou ↑ do consumo de O2 pelo
miocárdio
acúmulo de metabólitos e acidose local
estímulo de terminações nervosas
DOR OU DESCONFORTO
SD CORONARIANA AGUDA
 FISIOPATOLOGIA
 Causa + comum = ateroesclerose
 Mecanismo da dor não totalmente esclarecido
 Metabolismo anaeróbio → estimula fibras
simpáticas aferentes → que se dirigem aos gânglios
da cadeia simpática → percorrem medula espinhal
até tálamo e córtex cerebral, conjuntamente com
fibras sensitivas somáticas dos dermátomos
 Portanto, dor mal definida com percepção
relacionada aos dermátomos correspondentes
(Lembrem-se da explicação do mecanismo da aula de
dor referida....)
SD CORONARIANA AGUDA
 Q.C.: não costuma se queixar de verdadeira dor torácica.
 Aperto, opressão, pressão, queimação no tórax, ou outras
queixas relacionadas aos dermátomos.
 Tipicamente agravada ou desencadeada por atividade
física. Outras possibilidades: frio, relação sexual, stress.
 Tende a ser gradual, aumentando com o tempo.
 Não reprodutível por compressão.
 Dor por alguns semanas ou por dias/semanas,
provavelmente não é isquêmica.
 Alívio com nitrato não confirma origem cardíaca.
 Vômitos, sudorese, dispnéia aos esforços, síncope podem
estar presentes (atenção ao DD).
Dor toracica 2017
Dor toracica 2017
SD CORONARIANA AGUDA
 E.F.:
 B3, B4, sopro de insuficiência mitral.
 Checar estase jugular (IAM direito,
tamponamento pericárdico)
 Pulmonar: estertores secundários à congestão
pulmonar.
 Raio X tórax (pode ajudar a excluir outras causas)
 ECG normal não afasta diagnóstico
 Dosagem de marcadores de necrose miocárdica
ou teste de estresse cardíaco.
A forma mais adequada de avaliar estase jugular é posicionando a
cabeceira do leito a 45° e avaliar a altura da coluna formada pela veia
túrgida em relação ao ângulo de Louis. A medida normal é de 4,0 cm;
valores acima destes são descritos como presença de estase jugular.
PERICARDITE
 FISIOPATOLOGIA: geralmente de natureza
inflamatória
 Superfície visceral do pericárdio não tem
inervação sensitiva.
 Dor resultante do comprometimento do folheto
parietal da pleura = pericárdio parietal tem
poucas fibras nervosas sensitivas aferentes, que
se dirigem ao SNC pelos nervos frênicos.
 Assim, a dor seria predominantemente
relacionada com a inflamação da pleura parietal
adjacente
PERICARDITE
 FISIOPATOLOGIA:
 Origem: Infecções (especialmente virais)
podem preceder o quadro; idiopática
 F.R.: trauma torácico, doenças autoimunes,
IAM, cirurgia cardíaca recente, uso de
procaínamida, hidralazina, isoniazida.
 Jovens
Dor toracica 2017
PERICARDITE
 Q.C.: dor retroesternal que piora com inspiração profunda e
tosse.
 Pode irradiar para ombros, dorso ou pescoço (irritação da
pleura diafragmática)
 Se derrame pericárdico, dor pode aliviar na posição sentada
e inclinado para frente (patognomônico)
 Dispnéia (25-40%), febre (17%), atrito pericárdico (até 85%)
 Se tamponamento cardíaco: estase jugular, hepatomegalia,
taquicardia, hipotensão e pulso paradoxal ou sinal de
Kussmaul (consiste no aumento da turgência jugular, ou
das pulsações venosas durante a inspiração) .
 Tríade de Beck do tamponamento:estase jugular,
hipotensão, abafamento de bulhas
Dor toracica 2017
Dor toracica 2017
Dor toracica 2017
DISSECÇÃO DE AORTA
 FISIOPATOLOGIA:
 Ocorre em pacientes com alterações
degenerativas da camada média (perda de fibras
elásticas e musculares lisas da camada média,
que são substituídas por colágeno, com
predisposição a formação de cistos – necrose
cística)
 Havendo fissura do endotélio ou hematoma na
camada média → forma-se coluna de sangue na
parede do vaso (falso lúmem) separando a
camada íntima da adventícia → dor torácica e
predisposição a hemorragias fatais
Dor toracica 2017
DISSECÇÃO DE AORTA
 75% ♂; maioria na sétima década
 FR: Arterioesclerose, idade avançada, SD de Marfan, Sd de
Turner, HAS
 CLÍNICA:
 Dor de início súbito, de forte intensidade (máxima no
momento do aparecimento) – com esse quadro, 90% de
sensibilidade na detecção.
 Dor descrita como “rasgando”, podendo irradiar para
costas, região interescapular e abdome
 Pode estar associado com a manifestação de AVC, síncope,
Insuf. Cardíaca, IAM, isquemia isolada em membros, dor
abdominal, IRA ou sangramentoGI. (dependendo da altura
da lesão)
DISSECÇÃO DE AORTA
 E. F.:
 Comum achado de assimetria de pulsos ou
sintomas neurológicos
 Ex. cardiológico:
- pode revelar sopro diastólico de aorta
(qdo dissecção progride até valva aórtica)
- pode ter estase jugular secundária a
tamponamento cardíaco.
PLEURITES
 FISIOPATOLOGIA
 Semelhante a da pericardite
 Acometimento do folheto parietal (folheto
visceral não tem inervação sensitiva),
geralmente de natureza inflamatória
PLEURITES
 Q.C.:
 DOR PLEURÍTICA – localizada em um HTX,
com sensação de peso, pontada ou facada.
 Piora caracteristicamente com a tosse e
respiração profunda.
 Qdo inflamação atinge a superfície
diafragmática da pleura a dor pode irradiar
para o ombro e para pescoço do mesmo lado.
PNEUMOTÓRAX
 FISIOPATOLOGIA: traumático, primário ou
secundário (DPOC, asma, fibrose cística,TB,
etc...)
 Ruptura de folheto
 Perda da pressão
negativa intrapleural
 Colapso pulmonar
 Mecanismo de
Válvula
 Processo progressivo
PNEUMOTÓRAX
 F.R.: tabagismo, pneumotórax prévio, DPOC,
mudanças barométricas agudas.
 Grupo de risco elevado: jovens e longilíneos
(para pneumotórax espontâneo)
 Q.C.: dor pleurítica e dispnéia de início súbito
(que pode ser decorrente da dor ou de
comprometimento da oxigenação em casos
mais graves.
PNEUMOTÓRAX
 E.F.:
 Dispnéia e cianose
 ↓ MV eTimpanismo à percussão pulmonar
 ↓ expansibilidade e FTV
 No pneumotoráx hipertensivo pode haver
desvio de traquéia (para lado contrário da
lesão) e estase jugular
Dor toracica 2017
PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO
TROMBOEMBOLISMO PULMONAR
 FISIOPATOLOGIA: migração de um êmbolo ou
coágulo para o pulmão, formado em alguma veia
do corpo, especialmente em MMII.
 TVP principal responsável
 Dor pode ocorrer por distensão aguda da artéria
pulmonar (embolia pulmonar maciça), ou da
reação pleural (nos casos de infarto do pulmão)
 F.R.: idade avançada, mobilidade reduzida,
cirurgia recente, neoplasias, gravidez,
tromboembolismo prévio, ICC, DPOC.
Dor toracica 2017
Dor toracica 2017
TROMBOEMBOLISMO PULMONAR
 Q.C.:
 Aparecimento súbito de dor torácica
pleurítica e dispnéia.
 Pode ocorrer síncope, hipotensão e até PCR
 E.F.: pode mostrar alterações mínimas (sibilos
transitórios - secundários à liberação de
subst. broncoconstritoras, derrame pleural,
infarto pulmonar – com propedêutica de
condensação) ou ser completamente normal.
Dor toracica 2017
OUTRAS CAUSAS PULMONARES
 HIPERTENSÃO PULMONAR: semelhante à
dor cardíaca, porém sem fatores de melhora
 NEOPLASIAS: comprometimento pleural ou
ósseo
 TRAQUEOBRONQUITES: principalmente
relacionada com a tosse
MUSCULOESQUELÉTICAS
 Pioram com compressão local, movimentação de
membros e tronco, postura antálgica nos espasmos
musculares.
 COSTOCONDRITE (SD DETIETZE): acomete
esterno e costelas, produz dor esternal persistente,
acompanhada de sinais inflamatórios.
 FRATURA DE COSTELA: dor acentuada nas regiões
correspondentes, com piora a palpação local,
movimentos do tórax e respiração.
 HERPES ZOSTER: dor contínua de forte
intensidade, com confirmação somente após o
aparecimento de lesões cutâneas
eritematovesiculosas na área dolorosa
Dor toracica 2017
HERPES ZOSTER
DIGESTIVAS
 DOR ESOFÁGICA
 FISIOPATOLOGIA:
 Alterações da motilidade do esôfago, como o
espasmo esofágico podem ser responsáveis
por dor
 Refluxo gastroesofágico é a causa mais
comum de dor torácica relacionada ao
esôfago, independente de esofagite.
DOR ESOFÁGICA
 CLÍNICA:
 Determina comumente dor retroesternal,
habitualmente descrita como queimação
 Acompanha-se de outros sintomas dispépticos
como DISFAGIA, PIROSE, ERUCTAÇÃO e gosto
ruim na boca.
 Na hérnia de hiato e refluxo gastroesofágico os
sintomas pioram a noite ou ao se deitar após as
refeições.
 E.F: podem estar presentes sibilância, tosse,
rouquidão
RUPTURA DO ESÔFAGO
 SD DE BOERHAAVE - perfuração espontânea do esôfago.
 Causa rara, mas potencialmente fatal
 Diagnóstico diferencial: SCA
 Q.C. clássico (mas nem sempre presente): vômitos
seguidos de dor torácica de forte intensidade, dispnéia,
enfisema subcutâneo e rápido colapso circulatório. Dor no
ombro e/ou epigástrica podem estar presentes.
 Após 12h do início do quadro, é comum achado de febre e
sinais de sepse (mediastinite).
 EX físico: ↓sons pulmonares, enfisema subcutâneo tórax e
pescoço.
 Alt. Radiológicas: pneumomediastino, hidropneumotórax,
derrame pleural e alargamento do mediastino
Dor toracica 2017
SD DE BOERHAAVE
SD DE BOERHAAVE
DIGESTIVAS
 ÚLCERA PÉPTICA , COLECISTOPATIA,
PANCREATITE
 CLÍNICA: dores no epigastro ou base do tórax (o
que pode levar a suspeita de uma dor de origem
cardíaca – 35% dos pacientes com dça
coronariana podem ter sintomas GI)
 Nos processos abdominais com acometimento
do diafragma a dor pode irradiar para ombro.
 Nem sempre é facil distinguir uma dor torácica
de origem digestiva.
 E.F.: exame cuidadoso do abdome para DD.
DISTURBIOS GASTROINTESTINAIS
SINTOMAS DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Queimação em epigastro ou ½ inferior
do tórax
Refluxo X Isquemia Miocárdica
Dor durante a alimentação ou que piora
com a deglutição
Favorece doença deTGI
Dores pós-prandias TGI X Cardíaca
Eructações, gosto ruim na boca e
indigestão
Doença esofágica X Isquemia coronariana
Dor que melhora com antiácido Não deve ser usado para confirmar
doença de refluxo ou dispéptica
Dor que melhora com nitratos Dor isquêmica x Espasmo esofágico
Ser acordado pela dor epigástrica Úlcera péptica X Sd Coronariana
BIBLIOGRAFIA
 Benseñor, I.M. et al, Semiologia Clínica
 Martins, M.A. et al, Clínica Médica –
HCFMUSP,Vol 1
 Porto, C.C., Exame Clínico.
OBRIGADA E BOA SEMANA!

Mais conteúdo relacionado

PPT
Doenças do sistema respiratório
PDF
Fisiologia Humana 5 - Sistema Cardiovascular
PPSX
Exame Físico do Aparelho Respiratório (Davyson Sampaio Braga)
PDF
Farmacos do sistema cardiovascular
PPTX
Suporte avançado de vida em cardiologia em adultos
PPT
Aula atendimento ao_paciente_critico.ppt-iraja edison
PPT
Dor toracica 2019
PPTX
Insuficiência Respiratória
Doenças do sistema respiratório
Fisiologia Humana 5 - Sistema Cardiovascular
Exame Físico do Aparelho Respiratório (Davyson Sampaio Braga)
Farmacos do sistema cardiovascular
Suporte avançado de vida em cardiologia em adultos
Aula atendimento ao_paciente_critico.ppt-iraja edison
Dor toracica 2019
Insuficiência Respiratória

Mais procurados (20)

PPT
Dor torácica na emergência
PPT
Dor torácica
PPT
Arritmias..
PPT
Dor toracica
PPT
INSUFICIENCIA CARDÍACA CONGESTIVA
PPTX
SINDROME CORONARIANA AGUDA
PPTX
Infarto Agudo do Miocárdio
PPTX
Infarto Agudo do Miocárdio
PPTX
Slide de Angina de Peito
PPTX
Assistência de enfermagem ao paciente com IAM com SST: estudo de caso
PPTX
Parkinson
PPT
Drogas vasoativas
PPT
Cirrose Hepática - Compreendendo e Prevenindo
PDF
Sensibilidade 14
PPT
Insuficiência cardíaca 2017
PPTX
PDF
Insuficiência cardíaca
PPT
Semiologia vascular periférica
PPTX
Aula Insuficiência Renal Aguda
PPTX
Colelitíase
Dor torácica na emergência
Dor torácica
Arritmias..
Dor toracica
INSUFICIENCIA CARDÍACA CONGESTIVA
SINDROME CORONARIANA AGUDA
Infarto Agudo do Miocárdio
Infarto Agudo do Miocárdio
Slide de Angina de Peito
Assistência de enfermagem ao paciente com IAM com SST: estudo de caso
Parkinson
Drogas vasoativas
Cirrose Hepática - Compreendendo e Prevenindo
Sensibilidade 14
Insuficiência cardíaca 2017
Insuficiência cardíaca
Semiologia vascular periférica
Aula Insuficiência Renal Aguda
Colelitíase
Anúncio

Semelhante a Dor toracica 2017 (20)

PPTX
Dor toracica 2018
PDF
Dor torácica
PPT
Dor torácica
PPT
Dor torácica
PPT
Dor torácica
PPTX
Dor Torácica.pptx
PPTX
Mercredi dor precordial
PDF
Semiologia 18 cirurgia abdominal - abdome agudo pdf
PDF
Dor torácica
DOCX
Endometriose
DOCX
Angina
PPSX
Sintomas do sistema cardiaco
DOCX
Folder de cardiologia
PDF
Doenças do pericárdio
PPT
Interv. farm. doente oncológico Professora
PPTX
Angina-dor no peito. Assistência de enfermagem .pptx
PPTX
Semiologia do coração(sistema cardiovascular,new
PPT
Introdução a dor
PPT
Valvolopatias
PPTX
aula sinais vitais para técnico de enfermagem - pptx
Dor toracica 2018
Dor torácica
Dor torácica
Dor torácica
Dor torácica
Dor Torácica.pptx
Mercredi dor precordial
Semiologia 18 cirurgia abdominal - abdome agudo pdf
Dor torácica
Endometriose
Angina
Sintomas do sistema cardiaco
Folder de cardiologia
Doenças do pericárdio
Interv. farm. doente oncológico Professora
Angina-dor no peito. Assistência de enfermagem .pptx
Semiologia do coração(sistema cardiovascular,new
Introdução a dor
Valvolopatias
aula sinais vitais para técnico de enfermagem - pptx
Anúncio

Mais de pauloalambert (20)

PPT
Dtp 16 21 sp
PPT
Dtp 15 21 sp
PPT
Dtp 14 21 sp
PPT
Dtp 13 21 sp
PPT
Dtp 12 21 sp
PPT
Dtp 11 21 sp
PPT
Dtp 10 21 sp
PPT
Dtp 09 21 sp
PPT
DTP 08 21 SP
PPT
DTP 07 21
PPT
DTP 06 21 SP
PPT
DTP 05 21 sp
PPT
DTP 0421
PPT
DTP0321 SP
PPT
DTP 0221
PPT
DTP 0221
PPT
DTP 0121 SP
PDF
Folha Cornell
PDF
Sinais meningeos 20
PDF
ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS
Dtp 16 21 sp
Dtp 15 21 sp
Dtp 14 21 sp
Dtp 13 21 sp
Dtp 12 21 sp
Dtp 11 21 sp
Dtp 10 21 sp
Dtp 09 21 sp
DTP 08 21 SP
DTP 07 21
DTP 06 21 SP
DTP 05 21 sp
DTP 0421
DTP0321 SP
DTP 0221
DTP 0221
DTP 0121 SP
Folha Cornell
Sinais meningeos 20
ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS

Último (20)

PDF
Eficacia-da-Morfina-no controle odontolo
PDF
Fauna Sinantrópica Parte 1 manejo integrado de fauna sinantropica
PDF
POSIÇÕES CIRÚRGICAS - TECNICO DE ENFERMAGEM
PPTX
agostolils20221-221101024640-9b45d984.pptx
PPTX
Apresentação - Aula Morte Celular - Camilla.pptx
PPT
apresentacaomodelos_assistenciais_em_saude_seminario_ppopsaude_0.ppt
PPT
Aula 01 - Aspectos Básicos do Atendimento em Primeiros Socorros.ppt
PPT
109385397-Slides-Perfuro- tecnicoCortantes.ppt
PPTX
POWERPOINT DPRESSÃO.pptx32dggggggggggggg
PDF
Agentes Comunitários de Saúde têm um Guia para a Saúde do Homem / PAISH - Min...
PDF
Cama Sobreposta para Suínos_ Uma Solução Sustentável e Eficiente para a Suino...
PPTX
pré-natal de baixo risco (1).pptxçççççççççççççççç
PPTX
Sistema Respiratório e FISIOLOGIA Respiratoria
PDF
Unicef: Cartilha pelo Parto Humanizado e contra as CESARIANAS desnecessárias
PDF
Criança indígena também tem Caderneta / Passaporte da Cidadania
PPTX
Anormalidades e complicações do pós-operatório.pptx
PPTX
Helmintos PARASITOLOGIA HUMANA ENFERMAGEM
PDF
prevenção de quedas em ambientes hospitalares.
PPTX
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE ENFERMAGEM
PDF
Anatomia Humana Básica - UN1 - Vídeo 02 (1).pdf
Eficacia-da-Morfina-no controle odontolo
Fauna Sinantrópica Parte 1 manejo integrado de fauna sinantropica
POSIÇÕES CIRÚRGICAS - TECNICO DE ENFERMAGEM
agostolils20221-221101024640-9b45d984.pptx
Apresentação - Aula Morte Celular - Camilla.pptx
apresentacaomodelos_assistenciais_em_saude_seminario_ppopsaude_0.ppt
Aula 01 - Aspectos Básicos do Atendimento em Primeiros Socorros.ppt
109385397-Slides-Perfuro- tecnicoCortantes.ppt
POWERPOINT DPRESSÃO.pptx32dggggggggggggg
Agentes Comunitários de Saúde têm um Guia para a Saúde do Homem / PAISH - Min...
Cama Sobreposta para Suínos_ Uma Solução Sustentável e Eficiente para a Suino...
pré-natal de baixo risco (1).pptxçççççççççççççççç
Sistema Respiratório e FISIOLOGIA Respiratoria
Unicef: Cartilha pelo Parto Humanizado e contra as CESARIANAS desnecessárias
Criança indígena também tem Caderneta / Passaporte da Cidadania
Anormalidades e complicações do pós-operatório.pptx
Helmintos PARASITOLOGIA HUMANA ENFERMAGEM
prevenção de quedas em ambientes hospitalares.
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE ENFERMAGEM
Anatomia Humana Básica - UN1 - Vídeo 02 (1).pdf

Dor toracica 2017

  • 2. DOR TORÁCICA  É um dos sintomas mais comuns nos serviços de emergência, ambulatórios de cardiologia e clínica geral  Nem sempre é referido como dor, às vezes a queixa é de sensação de pressão ou de desconforto torácico
  • 3. ETIOPATOGENIA  Causas podem estar na própria parede do tórax, pleuras, pulmões, pericárdio, coração, vasos, mediastino, esôfago, diafragma e em outros órgãos.  Por isso a importância da pesquisa de características semiológicas na anamnese, e bom exame físico.  Lembrar de pedir para o paciente localizar com a mão a área da queixa, e fazer inspeção e palpação do local.
  • 5. DOR TORÁCICA  CLASSIFICAÇÃO  CAUSASTRAUMÁTICAS E NÃO TRAUMÁTICAS  CAUSASCARDIOLÓGICAS E NÃO CARDIOLÓGICAS
  • 8. SD CORONARIANA AGUDA  Envolve um amplo espectro de condições clínicas que vão desde a isquemia silenciosa, passando pela angina aos esforços (estável) , pela angina instável até o IAM com ou sem SUPRA de ST  SD com pior prognóstico: ANGINA INSTÁVEL, IAM COM E SEM ELEVAÇÃO DE ST.  Características similares, de difícil distinção só com dados clínicos.  F.R.: Hiperlipidemia, DM, história familiar. - HAS,Tabagismo (inespecífico), cocaína (24x risco) - >40 anos de idade - Idosos e mulheres = é comum não ter os sintomas clássicos.
  • 10. SD CORONARIANA AGUDA  FISIOPATOLOGIA: resulta da ↓ de oferta de O2 pelo fluxo coronariano e/ou ↑ do consumo de O2 pelo miocárdio acúmulo de metabólitos e acidose local estímulo de terminações nervosas DOR OU DESCONFORTO
  • 11. SD CORONARIANA AGUDA  FISIOPATOLOGIA  Causa + comum = ateroesclerose  Mecanismo da dor não totalmente esclarecido  Metabolismo anaeróbio → estimula fibras simpáticas aferentes → que se dirigem aos gânglios da cadeia simpática → percorrem medula espinhal até tálamo e córtex cerebral, conjuntamente com fibras sensitivas somáticas dos dermátomos  Portanto, dor mal definida com percepção relacionada aos dermátomos correspondentes (Lembrem-se da explicação do mecanismo da aula de dor referida....)
  • 12. SD CORONARIANA AGUDA  Q.C.: não costuma se queixar de verdadeira dor torácica.  Aperto, opressão, pressão, queimação no tórax, ou outras queixas relacionadas aos dermátomos.  Tipicamente agravada ou desencadeada por atividade física. Outras possibilidades: frio, relação sexual, stress.  Tende a ser gradual, aumentando com o tempo.  Não reprodutível por compressão.  Dor por alguns semanas ou por dias/semanas, provavelmente não é isquêmica.  Alívio com nitrato não confirma origem cardíaca.  Vômitos, sudorese, dispnéia aos esforços, síncope podem estar presentes (atenção ao DD).
  • 15. SD CORONARIANA AGUDA  E.F.:  B3, B4, sopro de insuficiência mitral.  Checar estase jugular (IAM direito, tamponamento pericárdico)  Pulmonar: estertores secundários à congestão pulmonar.  Raio X tórax (pode ajudar a excluir outras causas)  ECG normal não afasta diagnóstico  Dosagem de marcadores de necrose miocárdica ou teste de estresse cardíaco.
  • 16. A forma mais adequada de avaliar estase jugular é posicionando a cabeceira do leito a 45° e avaliar a altura da coluna formada pela veia túrgida em relação ao ângulo de Louis. A medida normal é de 4,0 cm; valores acima destes são descritos como presença de estase jugular.
  • 17. PERICARDITE  FISIOPATOLOGIA: geralmente de natureza inflamatória  Superfície visceral do pericárdio não tem inervação sensitiva.  Dor resultante do comprometimento do folheto parietal da pleura = pericárdio parietal tem poucas fibras nervosas sensitivas aferentes, que se dirigem ao SNC pelos nervos frênicos.  Assim, a dor seria predominantemente relacionada com a inflamação da pleura parietal adjacente
  • 18. PERICARDITE  FISIOPATOLOGIA:  Origem: Infecções (especialmente virais) podem preceder o quadro; idiopática  F.R.: trauma torácico, doenças autoimunes, IAM, cirurgia cardíaca recente, uso de procaínamida, hidralazina, isoniazida.  Jovens
  • 20. PERICARDITE  Q.C.: dor retroesternal que piora com inspiração profunda e tosse.  Pode irradiar para ombros, dorso ou pescoço (irritação da pleura diafragmática)  Se derrame pericárdico, dor pode aliviar na posição sentada e inclinado para frente (patognomônico)  Dispnéia (25-40%), febre (17%), atrito pericárdico (até 85%)  Se tamponamento cardíaco: estase jugular, hepatomegalia, taquicardia, hipotensão e pulso paradoxal ou sinal de Kussmaul (consiste no aumento da turgência jugular, ou das pulsações venosas durante a inspiração) .  Tríade de Beck do tamponamento:estase jugular, hipotensão, abafamento de bulhas
  • 24. DISSECÇÃO DE AORTA  FISIOPATOLOGIA:  Ocorre em pacientes com alterações degenerativas da camada média (perda de fibras elásticas e musculares lisas da camada média, que são substituídas por colágeno, com predisposição a formação de cistos – necrose cística)  Havendo fissura do endotélio ou hematoma na camada média → forma-se coluna de sangue na parede do vaso (falso lúmem) separando a camada íntima da adventícia → dor torácica e predisposição a hemorragias fatais
  • 26. DISSECÇÃO DE AORTA  75% ♂; maioria na sétima década  FR: Arterioesclerose, idade avançada, SD de Marfan, Sd de Turner, HAS  CLÍNICA:  Dor de início súbito, de forte intensidade (máxima no momento do aparecimento) – com esse quadro, 90% de sensibilidade na detecção.  Dor descrita como “rasgando”, podendo irradiar para costas, região interescapular e abdome  Pode estar associado com a manifestação de AVC, síncope, Insuf. Cardíaca, IAM, isquemia isolada em membros, dor abdominal, IRA ou sangramentoGI. (dependendo da altura da lesão)
  • 27. DISSECÇÃO DE AORTA  E. F.:  Comum achado de assimetria de pulsos ou sintomas neurológicos  Ex. cardiológico: - pode revelar sopro diastólico de aorta (qdo dissecção progride até valva aórtica) - pode ter estase jugular secundária a tamponamento cardíaco.
  • 28. PLEURITES  FISIOPATOLOGIA  Semelhante a da pericardite  Acometimento do folheto parietal (folheto visceral não tem inervação sensitiva), geralmente de natureza inflamatória
  • 29. PLEURITES  Q.C.:  DOR PLEURÍTICA – localizada em um HTX, com sensação de peso, pontada ou facada.  Piora caracteristicamente com a tosse e respiração profunda.  Qdo inflamação atinge a superfície diafragmática da pleura a dor pode irradiar para o ombro e para pescoço do mesmo lado.
  • 30. PNEUMOTÓRAX  FISIOPATOLOGIA: traumático, primário ou secundário (DPOC, asma, fibrose cística,TB, etc...)  Ruptura de folheto  Perda da pressão negativa intrapleural  Colapso pulmonar  Mecanismo de Válvula  Processo progressivo
  • 31. PNEUMOTÓRAX  F.R.: tabagismo, pneumotórax prévio, DPOC, mudanças barométricas agudas.  Grupo de risco elevado: jovens e longilíneos (para pneumotórax espontâneo)  Q.C.: dor pleurítica e dispnéia de início súbito (que pode ser decorrente da dor ou de comprometimento da oxigenação em casos mais graves.
  • 32. PNEUMOTÓRAX  E.F.:  Dispnéia e cianose  ↓ MV eTimpanismo à percussão pulmonar  ↓ expansibilidade e FTV  No pneumotoráx hipertensivo pode haver desvio de traquéia (para lado contrário da lesão) e estase jugular
  • 35. TROMBOEMBOLISMO PULMONAR  FISIOPATOLOGIA: migração de um êmbolo ou coágulo para o pulmão, formado em alguma veia do corpo, especialmente em MMII.  TVP principal responsável  Dor pode ocorrer por distensão aguda da artéria pulmonar (embolia pulmonar maciça), ou da reação pleural (nos casos de infarto do pulmão)  F.R.: idade avançada, mobilidade reduzida, cirurgia recente, neoplasias, gravidez, tromboembolismo prévio, ICC, DPOC.
  • 38. TROMBOEMBOLISMO PULMONAR  Q.C.:  Aparecimento súbito de dor torácica pleurítica e dispnéia.  Pode ocorrer síncope, hipotensão e até PCR  E.F.: pode mostrar alterações mínimas (sibilos transitórios - secundários à liberação de subst. broncoconstritoras, derrame pleural, infarto pulmonar – com propedêutica de condensação) ou ser completamente normal.
  • 40. OUTRAS CAUSAS PULMONARES  HIPERTENSÃO PULMONAR: semelhante à dor cardíaca, porém sem fatores de melhora  NEOPLASIAS: comprometimento pleural ou ósseo  TRAQUEOBRONQUITES: principalmente relacionada com a tosse
  • 41. MUSCULOESQUELÉTICAS  Pioram com compressão local, movimentação de membros e tronco, postura antálgica nos espasmos musculares.  COSTOCONDRITE (SD DETIETZE): acomete esterno e costelas, produz dor esternal persistente, acompanhada de sinais inflamatórios.  FRATURA DE COSTELA: dor acentuada nas regiões correspondentes, com piora a palpação local, movimentos do tórax e respiração.  HERPES ZOSTER: dor contínua de forte intensidade, com confirmação somente após o aparecimento de lesões cutâneas eritematovesiculosas na área dolorosa
  • 44. DIGESTIVAS  DOR ESOFÁGICA  FISIOPATOLOGIA:  Alterações da motilidade do esôfago, como o espasmo esofágico podem ser responsáveis por dor  Refluxo gastroesofágico é a causa mais comum de dor torácica relacionada ao esôfago, independente de esofagite.
  • 45. DOR ESOFÁGICA  CLÍNICA:  Determina comumente dor retroesternal, habitualmente descrita como queimação  Acompanha-se de outros sintomas dispépticos como DISFAGIA, PIROSE, ERUCTAÇÃO e gosto ruim na boca.  Na hérnia de hiato e refluxo gastroesofágico os sintomas pioram a noite ou ao se deitar após as refeições.  E.F: podem estar presentes sibilância, tosse, rouquidão
  • 46. RUPTURA DO ESÔFAGO  SD DE BOERHAAVE - perfuração espontânea do esôfago.  Causa rara, mas potencialmente fatal  Diagnóstico diferencial: SCA  Q.C. clássico (mas nem sempre presente): vômitos seguidos de dor torácica de forte intensidade, dispnéia, enfisema subcutâneo e rápido colapso circulatório. Dor no ombro e/ou epigástrica podem estar presentes.  Após 12h do início do quadro, é comum achado de febre e sinais de sepse (mediastinite).  EX físico: ↓sons pulmonares, enfisema subcutâneo tórax e pescoço.  Alt. Radiológicas: pneumomediastino, hidropneumotórax, derrame pleural e alargamento do mediastino
  • 50. DIGESTIVAS  ÚLCERA PÉPTICA , COLECISTOPATIA, PANCREATITE  CLÍNICA: dores no epigastro ou base do tórax (o que pode levar a suspeita de uma dor de origem cardíaca – 35% dos pacientes com dça coronariana podem ter sintomas GI)  Nos processos abdominais com acometimento do diafragma a dor pode irradiar para ombro.  Nem sempre é facil distinguir uma dor torácica de origem digestiva.  E.F.: exame cuidadoso do abdome para DD.
  • 51. DISTURBIOS GASTROINTESTINAIS SINTOMAS DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Queimação em epigastro ou ½ inferior do tórax Refluxo X Isquemia Miocárdica Dor durante a alimentação ou que piora com a deglutição Favorece doença deTGI Dores pós-prandias TGI X Cardíaca Eructações, gosto ruim na boca e indigestão Doença esofágica X Isquemia coronariana Dor que melhora com antiácido Não deve ser usado para confirmar doença de refluxo ou dispéptica Dor que melhora com nitratos Dor isquêmica x Espasmo esofágico Ser acordado pela dor epigástrica Úlcera péptica X Sd Coronariana
  • 52. BIBLIOGRAFIA  Benseñor, I.M. et al, Semiologia Clínica  Martins, M.A. et al, Clínica Médica – HCFMUSP,Vol 1  Porto, C.C., Exame Clínico.
  • 53. OBRIGADA E BOA SEMANA!