2
Mais lidos
4
Mais lidos
6
Mais lidos
Liberdade Fernando Pessoa
Ai que prazer   Não cumprir um dever,   Ter um livro para ler   E não o fazer!   Ler é maçada,   Estudar é nada.   O sol doira   Sem literatura. O rio corre, bem ou mal,   Sem edição original.   E a brisa, essa,   De tão naturalmente matinal,   Como tem tempo não tem pressa... Livros são papéis pintados com tinta.   Estudar é uma coisa em que está indistinta   A distinção entre nada e coisa nenhuma.   Quanto é melhor, quando há bruma,   Esperar por D. Sebastião,    Quer venha ou não! Grande é a poesia, a bondade e as danças...   Mas o melhor do mundo são as crianças,   Flores, música, o luar, e o sol, que peca   Só quando, em vez de criar, seca.   O mais do que isto   É Jesus Cristo,    Que não sabia nada de finanças   Nem consta que tivesse biblioteca... Liberdade,  Fernando Pessoa Análise do poema
Irregularidade formal (métrica e estrófica) não cumprir uma estrutura fixa  Relação mancha gráfica/ temática Liberdade “ não cumprir um dever”
Campo Semântico Prazer Ouvir música é o meu maior  prazer . (gozo espiritual) Tenho muito  prazer  em conhecê-lo. (agrado) Gozar os  prazeres  da carne. (satisfação sensual) Ele é um desmancha- prazeres . (aborrecedor) Dever Deves  respeito aos teus pais. (obrigação moral) Deves  a tua vida ao médico. (gratidão) Estás a  dever -me um jantar. (dívida) É teu  dever  portares-te bem. (imposição) Tens muitos  deveres  para fazer. (tarefas) A tua nota  deve -se à falta de estudo. (causa)
“ Ai que prazer  Não cumprir um dever,  Ter um livro para ler  E não o fazer!  Ler é maçada,  Estudar é nada.  O sol doira  Sem literatura.” 1ª estrofe Tese defendida Argumentos Exemplo ilustrativo da tese
Exclamações “ Ter um livro para ler/ E não o fazer!” Transmite um certo humor e ironia. Abordagem leve e divertida da temática. Significa a rebeldia própria das crianças. “ Esperar por D. Sebastião,/ Quer venha ou não!” Referência irónica a uma característica dos portugueses – esperar por um salvador.
Enumerações “Grande é a poesia, a bondade e as danças…/ (…) crianças” “Flores, música, o luar, e o sol” Apresentam palavras portadoras de grande carga simbólica. O poeta enumera várias realidades de forma eufórica.
Última estrofe “ O mais do que isto  É Jesus Cristo,   Que não sabia nada de finanças  Nem consta que tivesse biblioteca...” Crítica social aos poderosos que impunham os seus caprichos.
Intertextualidade Intertextualidade com o poema “Liberdade” de Fernando Pessoa AH! COMO TE INVEJO  Ah! Como te invejo, __________ que cantas o silêncio das plantas –  alheio à __________.  Vives sem chão ao sol a cantar a grande ilusão da liberdade...  (...com __________ de ar.)  (José Gomes Ferreira,  Poesia III ) Complete o texto com as palavras que achar mais adequadas. Intertextualidade com o poema “Liberdade” de Fernando Pessoa QUEM A TEM... Não hei-de morrer sem saber Qual a cor da liberdade.  Eu não posso senão ser Desta terra em que nasci. Embora ao mundo pertença E sempre a verdade vença, Qual será ser livre aqui, Não hei-de morrer sem saber. Trocaram tudo em maldade, É quase um crime viver. Mas embora escondam tudo E me queiram cego e mudo, Não hei-de morrer sem saber  Qual a cor da liberdade.  (Jorge de Sena,  Poesia II ) Complete o título do poema.
Intertextualidade AH! COMO TE INVEJO   Ah! Como te invejo, pássaro que cantas o silêncio das plantas –  alheio à tempestade.  Vives sem chão ao sol a cantar a grande ilusão da liberdade...  (...com algemas de ar.)  (José Gomes Ferreira,  Poesia III ) QUEM A TEM... Não hei-de morrer sem saber Qual a cor da liberdade.  Eu não posso senão ser Desta terra em que nasci. Embora ao mundo pertença E sempre a verdade vença, Qual será ser livre aqui, Não hei-de morrer sem saber. Trocaram tudo em maldade, É quase um crime viver. Mas embora escondam tudo E me queiram cego e mudo, Não hei-de morrer sem saber  Qual a cor da liberdade.  (Jorge de Sena,  Poesia II )
José Gomes Ferreira (1900-1985) Símbolo da luta pela liberdade Símbolo da ausência de liberdade Símbolo do espírito de liberdade Liberdade Tempestade Algemas Pássaro
“ (…com algemas de ar.)” O uso de parêntesis implica a expressão de um desabafo do sujeito poético. A metáfora significa que para os pássaros não existem barreiras à liberdade.
Jorge de Sena (1919-1987) O poema foi publicado em 1978, 4 anos após a conquista da liberdade para Portugal. O sujeito poético expressa o desejo de não morrer sem saber “a cor da liberdade”, o que demonstra que o poema terá sido escrito durante a ditadura – “me queiram cego e mudo”.
Bibliografia: Manual Interacções, Português, 12º ano, Texto Editora Manual Aula Viva, Português, 12º ano, Porto Editora Dicionário Actual de Língua Portuguesa, Edições Asa
Trabalho realizado por: Andreia Dias, nº 5 António Soares, nº 6 12º D  (2009/2010) Escola Básica 2,3/ de Vale de Cambra Profª Dina Baptista

Poema Liberdade, de Fernando Pessoa

  • 1.
  • 2.
    Ai que prazer Não cumprir um dever, Ter um livro para ler E não o fazer! Ler é maçada, Estudar é nada. O sol doira Sem literatura. O rio corre, bem ou mal, Sem edição original. E a brisa, essa, De tão naturalmente matinal, Como tem tempo não tem pressa... Livros são papéis pintados com tinta. Estudar é uma coisa em que está indistinta A distinção entre nada e coisa nenhuma. Quanto é melhor, quando há bruma, Esperar por D. Sebastião,  Quer venha ou não! Grande é a poesia, a bondade e as danças... Mas o melhor do mundo são as crianças, Flores, música, o luar, e o sol, que peca Só quando, em vez de criar, seca. O mais do que isto É Jesus Cristo,  Que não sabia nada de finanças Nem consta que tivesse biblioteca... Liberdade, Fernando Pessoa Análise do poema
  • 3.
    Irregularidade formal (métricae estrófica) não cumprir uma estrutura fixa Relação mancha gráfica/ temática Liberdade “ não cumprir um dever”
  • 4.
    Campo Semântico PrazerOuvir música é o meu maior prazer . (gozo espiritual) Tenho muito prazer em conhecê-lo. (agrado) Gozar os prazeres da carne. (satisfação sensual) Ele é um desmancha- prazeres . (aborrecedor) Dever Deves respeito aos teus pais. (obrigação moral) Deves a tua vida ao médico. (gratidão) Estás a dever -me um jantar. (dívida) É teu dever portares-te bem. (imposição) Tens muitos deveres para fazer. (tarefas) A tua nota deve -se à falta de estudo. (causa)
  • 5.
    “ Ai queprazer Não cumprir um dever, Ter um livro para ler E não o fazer! Ler é maçada, Estudar é nada. O sol doira Sem literatura.” 1ª estrofe Tese defendida Argumentos Exemplo ilustrativo da tese
  • 6.
    Exclamações “ Terum livro para ler/ E não o fazer!” Transmite um certo humor e ironia. Abordagem leve e divertida da temática. Significa a rebeldia própria das crianças. “ Esperar por D. Sebastião,/ Quer venha ou não!” Referência irónica a uma característica dos portugueses – esperar por um salvador.
  • 7.
    Enumerações “Grande éa poesia, a bondade e as danças…/ (…) crianças” “Flores, música, o luar, e o sol” Apresentam palavras portadoras de grande carga simbólica. O poeta enumera várias realidades de forma eufórica.
  • 8.
    Última estrofe “O mais do que isto É Jesus Cristo,  Que não sabia nada de finanças Nem consta que tivesse biblioteca...” Crítica social aos poderosos que impunham os seus caprichos.
  • 9.
    Intertextualidade Intertextualidade como poema “Liberdade” de Fernando Pessoa AH! COMO TE INVEJO Ah! Como te invejo, __________ que cantas o silêncio das plantas – alheio à __________. Vives sem chão ao sol a cantar a grande ilusão da liberdade... (...com __________ de ar.) (José Gomes Ferreira, Poesia III ) Complete o texto com as palavras que achar mais adequadas. Intertextualidade com o poema “Liberdade” de Fernando Pessoa QUEM A TEM... Não hei-de morrer sem saber Qual a cor da liberdade. Eu não posso senão ser Desta terra em que nasci. Embora ao mundo pertença E sempre a verdade vença, Qual será ser livre aqui, Não hei-de morrer sem saber. Trocaram tudo em maldade, É quase um crime viver. Mas embora escondam tudo E me queiram cego e mudo, Não hei-de morrer sem saber Qual a cor da liberdade. (Jorge de Sena, Poesia II ) Complete o título do poema.
  • 10.
    Intertextualidade AH! COMOTE INVEJO Ah! Como te invejo, pássaro que cantas o silêncio das plantas – alheio à tempestade. Vives sem chão ao sol a cantar a grande ilusão da liberdade... (...com algemas de ar.) (José Gomes Ferreira, Poesia III ) QUEM A TEM... Não hei-de morrer sem saber Qual a cor da liberdade. Eu não posso senão ser Desta terra em que nasci. Embora ao mundo pertença E sempre a verdade vença, Qual será ser livre aqui, Não hei-de morrer sem saber. Trocaram tudo em maldade, É quase um crime viver. Mas embora escondam tudo E me queiram cego e mudo, Não hei-de morrer sem saber Qual a cor da liberdade. (Jorge de Sena, Poesia II )
  • 11.
    José Gomes Ferreira(1900-1985) Símbolo da luta pela liberdade Símbolo da ausência de liberdade Símbolo do espírito de liberdade Liberdade Tempestade Algemas Pássaro
  • 12.
    “ (…com algemasde ar.)” O uso de parêntesis implica a expressão de um desabafo do sujeito poético. A metáfora significa que para os pássaros não existem barreiras à liberdade.
  • 13.
    Jorge de Sena(1919-1987) O poema foi publicado em 1978, 4 anos após a conquista da liberdade para Portugal. O sujeito poético expressa o desejo de não morrer sem saber “a cor da liberdade”, o que demonstra que o poema terá sido escrito durante a ditadura – “me queiram cego e mudo”.
  • 14.
    Bibliografia: Manual Interacções,Português, 12º ano, Texto Editora Manual Aula Viva, Português, 12º ano, Porto Editora Dicionário Actual de Língua Portuguesa, Edições Asa
  • 15.
    Trabalho realizado por:Andreia Dias, nº 5 António Soares, nº 6 12º D (2009/2010) Escola Básica 2,3/ de Vale de Cambra Profª Dina Baptista