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1 1 1anos
A CIDADE
1º JORNAL
DE RIBEIRÃO PRETO A
ATRAVESSAR
UM SÉCULO
1º JORNAL
A VENDER
ESPAÇOS
NA MEDIDA DE RIBEIRÃO
SE LEMBRA
ESTÁ NO NOSSO
Este é um daqueles encontros consumados, em que as partes se entendem sem precisar
conversar e se respeitam sem usar qualquer ‘discurso’. O leitor e o jornal A Cidade têm
uma convivência que já dura 111 anos em Ribeirão Preto. Será que é preciso dizer mais
alguma coisa? Não. O leitor e o jornal estão de parabéns. Feitos um para o outro.
1º JORNAL
O LEITOR
DOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016
DE QUE
2 A CIDADE DOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016
1 1 1anos
A CIDADE
EDITORIAL DE
1905“Ao lado das classes productoras
do município, pugnaremos
pelo maior desenvolvimento da
Lavoura, do Commercio e da
Industria”
DIRETOR DE JORNAIS E MÍDIAS DIGITAIS Josué Suzuki • EDIÇÃO EXECUTIVO Thiago Roque • EDIÇÃO Rosana Zaidan • REPORTAGENS Renan Procópio (especial) • FOTOS Arquivo A CIDADE •
DIAGRAMAÇÃO Daniel Torrieri e Roberto Machado • IMAGEM Mariana Martins (editor) / Francielly Flamarine (tratamento) • COMERCIAL Marco Vallim (gerente)/ Wladimir Alexandre (16) 3977-2151
O JORNAL
com a cidade
no nome e na
alma
DATA ESTÁ NO SANGUE
Nestes 111 anos, uma
forte parceria: o jornal A
Cidade é parte viva de Ri-
beirão Preto. Alma e cére-
bro. É o mesmo sangue, o
mesmo DNA.
Registramos o desenvol-
vimento do povoado, des-
de a derrubada da primei-
ra velha matriz, até o er-
guimento da nova Catedral.
Vimos a posse do primei-
ro bispo, Dom Alberto José
Gonçalves.
Desembrulhamos o pa-
cote que trouxe o primei-
ro automóvel, encaixotado,
para um casal de alemães.
Aplaudimos a beleza do
jardim do dr. Loyola. Con-
denamos o crime. Comba-
temos o analfabetismo.
ORESTES, O PIONEIRO
Quando comprou o jornal A Cidade, em 1936, Orestes Lopes de
Camargo criou, à sua maneira, uma original empresa familiar
que causava admiração pela seriedade e determinação
Alertamos sobre os sur-
tos de tracoma e de gri-
pe espanhola, a mais gra-
ve epidemia depois da fe-
bre amarela.
Ajudamos a batizar o
Theatro Pedro II, através de
uma enquete que mostrou
uma precoce vocação inte-
rativa com o leitor.
Comemoramos o pri-
meiro centenário de Ribei-
rão. Mostramos o primeiro
voo comercial. Consagra-
mos o melhor e mais for-
te classificado do Interior
e o mais isento conteúdo
editorial. E não paramos.
Nem vamos parar. Quem já
atravessou um século intei-
ro assim tão forte, está mais
do que pronto para outro.
EDITORIAL DE
2016“Não vamos parar. Quem já
atravessou um século assim tão
forte, está mais do que pronto
para atravessar outro”
ENÉAS, O
FUNDADOR
O baiano de Santo Amaro da
Purificação, o bacharel em direito
Enéas Ferreira da Silva é o
fundador de A Cidade. O jornal era
impresso em uma máquina Minerva
com capacidade para uma página.
A redação ficava na rua Duque de
Caxias, esquina da Álvares Cabral.
• EDIÇÃO EXECUTIVO Thiago Roque • EDIÇÃO Rosana Zaidan • REPORTAGENS
TONI, DONA JANDYRA E
BONI COUTINHO NOGUEIRA
Antonio Carlos Coutinho Nogueira, o Toni, e José
Bonifácio Coutinho Nogueira Filho, o Boni, do
Grupo EPTV, adquiriram metade das ações de
A Cidade em 2006; em 2012, passaram a ter
100% do controle acionário do jornal
REPRODUÇÃO
REPRODUÇÃO
CREDITO / A CIDADE
WEBER SIAN / A CIDADE
O PRIMEIRO JORNAL
“Fortalecidos pela crença de que nos propomos
servir a causa do engrandecimento de Ribeirão
Preto, é que hoje assumimos a responsabilidade
da publicação desta folha, exforçando-nos por
tornal-a capaz de satisfazer as exigências da
sociedade em que vivemos (...)” 01/01/1905
3A CIDADEDOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016
DNAMesmo como simples metáfora, a Ciência nos empresta conceitos para justificar a profunda
identificação entre o jornalismo e os leitores de A Cidade. Temos uma história escrita com o DNA
de pioneiros e trabalhadores. Da mistura de almas e raças faz-se o denominador desta cultura de
160 anos, no caso de Ribeirão Preto, e de 111 anos, no caso do jornal A Cidade. É esta a nossa
história comum. Tem o nosso DNA, a nossa verdade e a paixão por esta terra e por este ofício.
DNA
HISTÓRIA COM
4 A CIDADE DOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016
1 1 1anos
A CIDADE
De 1905 a 2016, são 111 janeiros em que A Cidade vai além do registro dos acontecimentos
nacionais, mundiais e principalmente locais. A coleção do jornal revela detalhes da vida diária
de Ribeirão Preto. Missas, horário do comércio, pavimentação das ruas, espetáculos,
nascimentos e mortes, fatos policiais, problemas de saúde pública...
a atravessar o século1º jornal de Ribeirão
UM FIEL LEITOR DO JORNAL
Arnaldo Mulin, 84 anos, responsável pela pintura
de muitos letreiros da rua General Osório, tem
exemplares antigos do A Cidade guardados em
casa. É uma ligação forte com o jornal, que
começa toda manhã, na hora da leitura de
uma nova edição. E não acaba nunca.
POPULAÇÃO DE
1905 EM RIBEIRÃO
Quando o jornal A Cidade começa
a circular, Ribeirão Preto já tem
60 mil habitantes. Mas só dez por
cento vivem na cidade. Os outros
90% estão na zona rural. É uma
população formada principalmente
por imigrantes, a maioria italianos.
JARDIM BONITO
O Jardim do doutor Loyola, que
depois viria a ser a Praça XV, era o
local de reunião e lazer das famílias,
na Ribeirão Preto do começo do
século 20. Havia retreta, com
banda, quase todos os dias
RIBEIRÃO ANTIGA
Iluminação ainda precária,
mas implantada no começo do
século 20; comércio forte, com
todo tipo de artigos à venda. É
o tempo das grandes fazendas
de café e dos cassinos.
PADRE EUCLIDES
Padre Euclides era bom, mas
também era enérgico. Em 1905,
publica: “afim de evitar alguns
abusos de consultas na Santa Casa,
nenhum indigente pode apresentar-
se sem uma guia da Directoria”...
Arnaldo Mulin, artista
plástico, pintor de letreiros
e de paisagens, tem uma li-
gação forte com o jornal A
Cidade. Dos 84 anos de vi-
da, há pelo menos 70 con-
vive com a sua arte e com o
jornal. Relação antiga.
Assinante de muitas dé-
cadas, a primeira coisa que
faz quando acorda é bus-
car o exemplar do dia na
varanda. “Ler o jornal é a
primeira coisa que faço no
dia.”
Documento vivo
Em uma gaveta, seu Ar-
naldo guarda vários exem-
plares antigos. Para quê?
Muitos trazem artigos de
que ele gostou, outros ele
achou interessante. É qua-
se uma “biblioteca da vida
diária”. Fonte inesgotável
de pesquisa, o jornal im-
presso é único nesta mis-
são: reúne detalhes que ge-
ralmente escapam aos de-
poimentos de historiado-
res.
É assim que um jornal
como A Cidade ganha im-
portância para quem quer
preservar ou entender o
passado. É assim, também,
que o leitor cria laços que
vão se fortalecendo diaria-
mente e que jamais se des-
fazem. Não é mesmo, seu
Arnaldo?
Pessoa
Uma rápida passada
de olhos pela seção “Há
90 anos”, publicada diaria-
mente, mostra histórias
reveladoras. Sobre
comportamento,
etiqueta, manei-
rismos, lazer da
época, jogos, cos-
tumes e também
fatos marcantes.
É uma enciclo-
pédia informal,
feita com técnica e
método jornalístico. Sem
rigor histórico, mas com
a riqueza de informações
que transforma em docu-
mento o que seria apenas
notícia ou reportagem.
Numa cidade como Ri-
beirão Preto, em que a tra-
dição oral sempre foi prio-
ritária, o jornal A Cidade,
embora não seja o mais an-
tigo, foi o primeiro jornal a
virar o século. Campeão de
permanência, sucesso ab-
soluto há 111 anos.
CAI A IGREJA
1905Em 2 de junho, é rezada a ultima
missa na Velha Matriz da praça
XV, No dia 5 de junho, começa
a demolição.
MILENA AUREA / A CIDADE
FOTOS ARQUIVO
GREGOS FAZEM
PROTESTO EM 1905
Se os italianos se deram bem, os
gregos não gostaram do trabalho
no café e se rebelaram. 400 deles
se concentraram em Ribeirão Preto
e em Bonfim Paulista. Acabaram
sendo enviados de volta para
a Hospedaria dos Imigrantes
em São Paulo, pelas autoridades
da época.
DUMONT
1906Primeiro voo do 14 Bis, o
aeroplano criado por Santos
Dumont, em Paris. Parte dos
recursos para a pesquisa saiu da
Câmara de Ribeirão Preto
5A CIDADEDOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016
Parabéns ao jornal A Cidade pelos seus 111 anos.
Nossa homenagem a esse grande parceiro.
Parabéns
agentevivecomvocê
6 A CIDADE DOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016
1 1 1anos
A CIDADE
Com uma liderança natural, o A Cidade sempre inspirou respeito também na região. Jornais como
o “Diário de Batatais” publicavam artigos sobre as campanhas feitas em Ribeirão Preto. Uma
delas, certamente, necessitou do equilíbrio sobre o fio da navalha para não pender para o
lado bizarro e cruel de uma situação degradante. Mas o jornal cumpriu seu papel
do jornal na região1º As repercussões
1º DE ABRIL DE 1907
Inaugurado o Ginásio do Estado (em prédio
alugado na rua Duque de Caxias, esquina com
Cerqueira César, atual Colégio Auxiliadora), com
a presença de Jorge Tibiriçá, então Governador de
São Paulo. O Ginásio do Estado hoje se chama
“Otoniel Mota” e está na rua Prudente de Moraes
NO ESCURO
1907Expediente da Prefeitura:
Representação dos negociantes,
e industriaes moradores na Villa
Tiberio pede illuminação para
aquelle bairro.
IMIGRAÇÃO
1908Em 29 de junho, chegam a Ribeirão Preto
os primeiros imigrantes japoneses. Eles
haviam desembarcado no porto de Santos
no dia anterior. O navio Kasato Maru fez o
trajeto em 51 dias e trouxe 168 famílias,
num total de 781 agricultores.
MÁQUINA DO ANO
1906Chega, encaixotado, pelo trem da
Mogiana, o primeiro automóvel a circular
em Ribeirão Preto. O carro é montado
nas oficinas do banco Constructor pelo
mecânico alemão Carl Martin Magnus,
dono do veículo.
JOGO FEIO
1907Informa A Cidade: “Realisou-se animada
festa sportiva no novo campo do S.C.
Americano, em Villa Tibério. Bateu-se este
com o S.C. Brasil, que saiu vencedor. A
linha de ataque do Americano resentia-se
de muitos e graves defeitos, uma absoluta
falta de combinação.”
NOVA MATRIZ
1906Começam a ser erguidas as paredes da
Catedral, dois anos depois da conclusão
dos alicerces. A pedra fundamental foi
lançada em 1904. Uma comissão é
constituída para arrecadar colaborações
dos ribeirão-pretanos. Como ainda
não havia diocese, o que se
faz é a Matriz
MUDANÇA
1907Em 4 de novembro, o aviso: “Transferimos
as nossas officinas, escriptorio e
redacção, bem como a secção de
papelaria, para o espaçoso predio da rua
General Osorio, n. 844 - primeiro andar
do sobrado onde funccionou o “Club
Recreativo”.
IMPRENSA
1907O progresso na imprensa, no mundo e
no Brasil. Surge nos Estados Unidos
a agência de notícias United Press. A
Gazeta de Notícias imprime o primeiro
clichê em cores do Brasil. São novidades
que entusiasmam os brasileiros e as
notícias saem no A Cidade
CENSURA
1905Foi hoje suspensa a publicação
do jornal illustrado e livre
“Rio Nu” por ordem da policia
desta capital.
Há muitas evidências do
comprometimento do jor-
nal A Cidade com os mo-
radores de Ribeirão Preto e
da região, desde os primei-
ros meses de vida do veícu-
lo. O veículo buscava um
espírito moderno, que ho-
je seria ainda atual, de in-
teragir com o leitor e com
as necessidades da popu-
lação.
Assim, o jornal se en-
gajava em campanhas pa-
ra arrecadação de fundos
para esta ou aquela causa.
Uma que ficou bastante po-
pular, foi em defesa de um
cidadão que tinha “chifres”.
Um problema congênito
como o do “homem elefan-
te”, explorado em circos e
exibições degradantes.
Em janeiro de 1907, o A
Cidade faz a republicação
de matéria noticiada pelo
“Diário de Batataes” (gra-
fia da época). Sinal de res-
peito e mostra da repercus-
são que a atuação do jornal
já provocava.
Escreve o jornal de Ba-
tatais: “Completou o seu
2.o anniversario o valente
paladino da imprensa dia-
ria de Ribeirão Preto, cujo
nome encima esta nota. O
que tem sido a ‘A Cidade’
nesse já significativo perí-
odo de existencia, dizem-
-nos os innumeros trium-
phos que, pelo bem, e no
interesse publico, tem ella
alcançado. Ainda é de re-
cente data a gloriosa cam-
panha em que ella se em-
penhou na qual alcan-
çou victoria com-
pleta: a opera-
ção do ‘Homem
de Chifres’, que,
não fora a carido-
sa idéa da ‘A Cida-
de’, que o acom-
panhou até a sua
volta ao lar, estaria
a estas horas, por es-
se mundo de Deus, exhi-
bindo os cornos em troca
de alguns miseros cobres”.
O pobre “Homem de
Chifres” perdeu os humi-
lhantes adereços anatômi-
cos que o atrapalhavam e
pôde voltar para casa.
Não podemos dizer ho-
je se, como houve elogios,
surgiram também críticas
para o trabalho realizado.
Com ou sem críticas, o jor-
nal foi em frente e consoli-
dou a sua liderança.
A FRASE
“E não fora a caridosa idéa
da ‘A Cidade’, que o
acompanhou até a sua volta ao
lar, estaria a estas horas, por
esse mundo de Deus, exhibindo
os cornos em troca de alguns
miseros cobres”
INAUGURAÇÃO
RECRASobre a nova sede da Recreativa:
“O empreiteiro sr. Lo Giudice
promette regar as primeiras telhas
e as gargantas de seus operarios
com caixas de cerveja”
SILVA JUNIOR / ME
7A CIDADEDOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016
1 1 1anos
A CIDADE
presentee outrono futuro1º
EM 1913, HERMA
Inaugurada a herma do Barão do
Rio Branco, na frente do antigo
prédio da Câmara e Cadeia na Rua
Cerqueira César. O monumento, o
primeiro da cidade, encontra-se na
atual Praça Barão do Rio Branco.
BEBIDA LOCAL
Em 11 de agosto de 1911, é
inaugurada em Ribeirão Preto a
fábrica de cerveja da Antarctica
Paulista. Até então a cidade
só tinha pequenas fábricas da
bebida ou cervejeiros isolados.
EM 1909, BISPO
Em 28 de fevereiro toma
posse o primeiro bispo de
Ribeirão Preto, dom Alberto
José Gonçalves, em missa na
Igreja São José. A Catedral
ainda não estava pronta.
A CIDADE S.A.
Em outubro de 1911, é constituída
a “sociedade anonyma A Cidade de
Ribeirão Preto”. Rodolpho de Paiva
Guimarães vende o jornal por 11
contos e 300 mil réis para o grupo
do coronel Joaquim Diniz Junqueira.
EM 1910,VENDA
O fundador Enéas Ferreira da
Silva vende o A Cidade. No
dia 23 de janeiro de 1910,
um domingo, o expediente traz
como proprietário Rodolpho de
Paiva Guimarães.
Com um olho no
A história do jornal A Cidade surge como parte do contexto do século 20. Com um diferencial: o jornal
entra no século 21 com a mesma garra que sempre o caracterizou. Não despreza a tradição que
lhe confere uma rara capacidade de sobrevivência, mas também não rejeita nenhum dos
avanços que vêm com os novos tempos. Esta síntese é a razão do seu sucesso
FOTOS ARQUIVO
Fábio de Salles Meirelles
Presidente do Sistema FAESP-SENAR/SP
Presidente da Agrishow
Um jornal que valoriza a informação,
o agronegócio e o homem do campo.“ “Parabéns!
11ANOS1 ANOS
8 A CIDADE DOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016
1 1 1anos
A CIDADE
Numa época em que não havia rádio e nem televisão, as cenas da Primeira Guerra Mundial foram
acompanhadas, em Ribeirão Preto, diretamente das telas dos cinemas. ‘Cinejornais’ com
imagens feitas nos campos de batalha atraíam grandes plateias. Ribeirão Preto, que
chegou a ter seis salas de cinema nesta época, não perdeu esta dramática novela
ecos da guerra mundial
1º A partir de 1914,
NAS TRINCHEIRAS EM 1914
Homens posicionados à espera do inimigo
tinham, muito perto, outros vilões dos campos de
batalha: sofriam infestações de piolhos e outras
doenças provocadas pela falta de higiene e pelo
estresse das lutas e da falta de boa alimentação.
QUARTETO MAIS
QUE FANTÁSTICO
1916: dirigido pelo “esportista”
Antonio Prado Junior, chega
a Ribeirão Preto o primeiro
automóvel a percorrer o trajeto
desde São Paulo. No carro,
Washington Luiz, Álvaro de Souza
Queiroz e Martinho da Silva Prado.
O grupo segue até Batatais.
A CIDADE NA RUA
SÃO SEBASTIÃO
Em 1916, A Cidade transfere
suas oficinas, redação e escritório
para a rua São Sebastião, antigo
57, hoje 610, onde permanece há
100 anos.A mudança foi feita no
dia 19 de maio.
MÁQUINA NOVA
1920O Jornal A Cidade adquire
uma impressora Marinoni,
com capacidade para quatro
páginas, ainda no formato
Germânia.
VISITA REAL
1920Sem avisar, o rei Alberto I, da
Bélgica, visita Ribeirão Preto e
pega as autoridades de surpresa.
Vai tomar chope e ver futebol.
EPIDEMIA
1918Auge da gripe espanhola: em São Paulo,
no mês de outubro, são oito mil mortes
em apenas quatro dias. No Brasil, morrem
300 mil pessoas. No mundo, o total de
vítimas fatais da epidemia chega a 20
milhões de pessoas. Ribeirão
Preto também tem casos
de gripe espanhola.
O REI DA NOITE
1919Morre o diretor e programador cultural
Francisco Cassoulet, responsável por uma
rede de casas de diversão, cinemas e
cassinos e também pela programação de
shows do Theatro Carlos Gomes. Depois
de uma fase de ouro, ele morre
na miséria, sozinho
e sem amigos.
FUNDAÇÃO
1920A Cidade publica o artigo “Uma data
bastante preciosa - o cinquentenário
de Ribeirão Preto”. A referência para a
comemoração é o decreto de 2 de abril
de 1871, que elevou o então distrito
de São Simão a categoria de município.
Ao final, prevalece o 19 de
junho de 1856
FLAGELO DA SECA
1915Nordeste brasileiro enfrenta
a maior seca de sua história.
Relatos dão origem ao livro
“O Quinze”, de Rachel
de Queiroz.
No mesmo ano em que
é inaugurado o canal do
Panamá, um atentado em
Saravejo dá início ao pri-
meiro conflito mundial do
século 20. O jornal A Cida-
de acompanha tudo e noti-
cia os principais fatos.
Se é uma guerra aparen-
temente distante, e sem re-
flexos imediatos na região
de Ribeirão Preto e no Bra-
sil, é a partir dela que se
sucederão episódios e mu-
danças no cenário mun-
dial.
A ameaça da fome se
concretiza em alguns paí-
ses e aumenta a necessida-
de de imigração.
Entre os destinos esco-
lhidos pelos imigrantes es-
tá a América. E também o
Brasil, que, até 1917, ficará
neutro no conflito.
Três brasileiros mortos
A neutralidade, porém,
acaba, quando um subma-
rino alemão ataca um na-
vio brasileiro. Três brasilei-
ros são mortos. Em maio,
outro navio brasileiro é tor-
pedeado.
O Brasil declara guerra
à Alemanha e ao Império
Austro-Húngaro em junho
de 1917. Porém, não en-
via soldados para os cam-
pos de batalha na Europa.
Participa mandando medi-
camentos e equipes para
ajudar os feridos do Reino
Unido, França, Rússia e Es-
tados Unidos.
Em Ribeirão Preto
Após o Brasil
declarar guerra
à Alemanha, po-
pulares saem em
passeata da pra-
ça XV e invadem
e depredam di-
versos estabele-
cimentos comer-
ciais e industriais
cujos donos eram imi-
grantes alemães.
As hostilidades contra
os alemães em Ribeirão
Preto prosseguem por al-
gum tempo. Muitos deles
se mudam de cidade para
evitar novos problemas.
Se a guerra trouxe pre-
juízos, gerou também mu-
danças na economia. Pa-
ra alguns, o Brasil se be-
neficiou com o avanço da
industrialização e exporta-
ções agrícolas.
ENFIM, PAZ
1918A Primeira Guerra Mundial
termina com a vitória da Tríplice
Entente e a ajuda dos
Estados Unidos.
‘Três brasileiros morre-
ram na Primeira Guerra
Mundial. Mas eles não
estavam no campo de
batalha. Estavam no na-
vio atacado por alemães’
FOTOS ARQUIVO
9A CIDADEDOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016
10 A CIDADE DOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016
1 1 1anos
A CIDADE
Entre as novidades, uma festa do jornal e seus leitores, na escolha do nome do Theatro Pedro II;
além disso, chega Maria Célia, primeira cronista feminina do A Cidade, com uma coluna sobre
moda. Entre os conflitos, a revolução de 1924, que provocou transtornos em Ribeirão.
Além disso, quando a Bolsa de NY quebrou, muitos acharam que era o fim do mundo.
e as boas e más novas
1º A revolução de 32
A REVOLUÇÃO DE 193O
O presidente Washinton Luiz é deposto, Júlio
Prestes não assume e Getúlio Vargas começa
um longo período de dominação política, que vai
desaguar numa das ditaduras mais longas de
todos os tempos, mas também em um governo
forte, que durará até o suicídio dele, em 1954
EM 1924,A GUERRA
DOS TENENTES
O general Isidoro Dias Lopes
comanda em São Paulo uma
revolta militar. São interrompidas
as comunicações telegráficas e
o tráfego de trens entre a capital
e Ribeirão Preto. A Câmara
de Ribeirão tabela os gêneros
alimentícios de 1ª necessidade.
EM 1927,A
GRANDE ENCHENTE
A Cidade cobre o transbordamento
do ribeirão Preto, que inunda toda
a região da Baixada. A Jerônimo
Gonçalves, a General Osório e
a Caramuru viram rios. Muitos
precisam usar barco para se
locomover. O problema perduraria
por mais 80 anos naquela região.
1ª MULHER EM
NOVO FORMATO
O jornal cresce. Vai de 36 cm x
50 cm, para 45cm x 62 cm, em
1925. É seu maior formato. Passa
a publicar a primeira colunista
feminina, Maria Célia, que assina a
“Chronica da Moda”, e a primeira
coluna social, “Elegâncias”
assinada por Eurico Ribas.
A CIDADE AJUDA A
BATIZAR O PEDRÃO
Em 1928, o jornal lança uma
campanha que fica na história. Dá
cupons aos leitores para a escolha
o nome do novo teatro que está em
construção. A proposta “Theatro
Pedro II” ganha com folga (6.180
votos, entre um total de dez mil).
O teatro é inaugurado em 1930.
EMPASTELADOS
Uma onda popular toma a Prefeitura e
saqueia a sede do jornal. A Cidade é
empastelada e a coleção de 25 anos é
queimada. Impedida de circular, volta um
mês depois com um novo cabeçalho- A
Cidade,folha diária independente.
JÁ TEMOS AVIÃO
Em 1934, A Cidade noticia a
inauguração da linha aérea São
Paulo-Ribeirão Preto: “Procedente
de S. Paulo, chegou hontem, as 10
horas, o avião bi-motor Monospar,
com 2 motores de 75 H.P...”
A CRISE DE 1929
A Cidade publica dois telegramas.
O primeiro com o título “Mais uma
corrida na Bolsa de Nova York. O
segundo: “O mercado experimenta o
pior dia da história”. Era o “crash”,
ruína do café e da economia.
Em 27 de setembro de
1932, A Cidade noticia:
“Tropas federais invadem
e ocupam Ribeirão Preto”.
São Paulo perde a luta,
mas ganha a Constuituição
dois anos depois.
Primeira manchete do
A Cidade abordando a
Revolução de 1932 “A
Lucta pela redempção do
Brasil – São Paulo, unido,
marcha para a guerra. E
Ribeirão Preto arregimen-
ta-se para a peleja”.
FOTOS ARQUIVO
11A CIDADEDOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016
1 1 1anos
A CIDADE
a missão é fazer História
1º
FESTA DOS 100
Em 1956, a Festa do Centenário de
Ribeirão reúne estudantes, artistas,
gente do povo. Churrascos atraem
milhares de pessoas numa festa que
tem também shows e a presença do
presidente Juscelino Kubitschek
FOGO NO MERCADO
Em 1942, incêndio destrói
o Mercado Municipal, inaugurado
em 1901, em Ribeirão Preto. Ele
só é reaberto em 1958, depois
de 16 anos fechado.
SURGE ORESTES
Em 1936, Orestes Lopes de
Camargo adquire o jornal do
comendador Abel Conceição e de
Renato Barillari. A compra é feita
por 15 contos, sendo 10 à vista e o
restante em 10 prestações.
O NOVO COMANDO
Antonio Carlos Coutinho Nogueira
e José Bonifácio Coutinho Nogueira
Filho, do Grupo EPTV, compram, em
2006, 50% do controle acionário do
A Cidade. Em 2012, totalizam em
100% a transferência de ações.
MÁQUINA NOVA
Em 1940, A Cidade adquire da
Linotypo do Brasil S/A a primeira
máquina de composição modelo
18, por Cr$ 137 mil, 10% à
vista e o resto em 36 prestações.
Os linotipistas são os filhos de
Orestes, Juracy e Jandyra,
Mais que notícia,
Está no nosso DNA. Dizer a verdade. Duvidar sempre de primeiras versões, mas ouvir todas.
Trabalhar e realizar. Concretizar e superar marcas. Informar, formar, divertir. Criar laços,
vínculos, ligar as ações aos resultados, dar sentido à profissão de contar histórias e
exorcizar problemas. Sempre em busca de soluções e de uma vida melhor para todos
FOTOS ARQUIVO
12 A CIDADE DOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016
1 1 1anos
A CIDADE
Não existe melhor “diário” do que uma coleção de jornal, especialmente se ele é centenário, como a
A Cidade. Lendo o jornal, ao longo das décadas, é possível perceber as preferências, a linguagem,
os hábitos e até as características religiosas da cidade. Também fica mais fácil avaliar o
perfil econômico, as tendências urbanas e artísticas e o comportamento político
alegre e precoce senhora1º Diário de uma
DIZ ARTHUR BARROS:
“Durante a
a segunda década do seculo 20,
há registros de exibições no Cinema Barracão
localizado no bairro, hoje Ipiranga. Ribeirão Preto
também vai ser palco, em 1919, da produção
do filme “O Crime de Cravinhos” que envolvia a
Rainha do Café Iria Alves Ferreira...”
DIZ O PROFESSOR LAGES:
Durante a ditadura Militar, as Câmaras ainda não
remuneravam os vereadores. A Constituição de
1988 é que outorga competência à Câmara para
fixar o subsídio de seus vereadores. O mandato
não pode ser gratuito e a remuneração deve se
ater aos limites da Constituição”...
DIZ SÉRGIO KODATO:
“No início do século passado, a cocaína não
era criminalizada como agora. Sigmund Freud,
antes de ficar conhecido com a psicanálise,
realizou uma série de experimentos com cocaína.
Ele experimentou em si mesmo regularmente e
solicitava que colegas a experimentassem para
sua pesquisa...”
DESPEDIDA
1946Ribeirão Preto vive uma sucessão
de perdas: em 1946, o Theatro
Carlos Gomes vai ao chão,
demolido sem discussões ou
interferências
O coordenador e diretor
do Arquivo Histórico Munici-
pal de Ribeirão Preto, Arthur
Barros, por exemplo, desta-
ca o grande número de salas
de cinema que fizeram da ci-
dade uma voraz espectadora
de filmes. A programação in-
cluía desde comédias “paste-
lão”, até dramalhões lacrime-
janteseedulcorados.
Os cavalheiros, furtiva-
mente, bem que tentavam
se sentar ao lado das damas
desacompanhadas, mas in-
variavelmente, ouviam a
negativa irredutível: “o lu-
gar está ocupado”.
O sociólogo da USP Sér-
gio Kodato analisa este com-
portamento: “As salas de ci-
nema tornaram-se também
locais de paquera, encon-
tro... As paixões e cenas mais
tórridas e ousadas aconte-
ciam no “escurinho do ci-
nema”. “Melindrosas” guar-
dando lugar para ninguém”
poderiam se constituir na
versão antiga das chamadas
“histéricas”, que expressa-
vam paradoxalmente apro-
ximação e afastamento com
relação ao homem dos so-
nhos e do desejo”. Mas e a ex-
pansão das salas de cinema?
Diz o historiador Atrhur Bar-
ros: “No início do século 20
Ribeirão Preto começa a so-
frer grandes transformações
com a chegada da ferro-
via e a riqueza do café. Imi-
grantes de várias nacionali-
dades transformam a cida-
de em um caldeirão cultu-
ral. E até os teatros foram
adaptados para receber as
produções cinematográfi-
cas que começam a cair
no gosto popular...”.
Pessoa
Já na política,
é mais complexo.
Para o historiador
José Antônio La-
ges, havia diferen-
ças substanciais
para caracterizar o
papel do vereador de cem
anos atrás: “Naquela época
e mesmo durante o Império
(1822-1889),asCâmarasnão
exerciam apenas funções le-
gislativas, mas também ad-
ministrativas e até judiciais.
Vem daí a tradição que per-
durou durante muito tem-
po, inclusive durante a Re-
pública, em que os legisla-
dores não precisavam de re-
ceber salários, pois eram ge-
ralmente pessoas bem aqui-
nhoadas. Era esta a lógica”...
INAUGURAÇÃO
1936É concluída a construção do
primeiro edifício alto de Ribeirão
Preto, o prédio Diederichsen, que
fica na esquina da General Osório
com Álvares Cabral.
“O cinema inaugurou
a era da paixão pela
imagem falada e em mo-
vimento, precursora da
obsessão pela televisão
do brasileiro... “
Sérgio Kodato
Sociólogo
MILENA AUREA / A CIDADE
WEBER SIAN / A CIDADE
WEBER SIAN / A CIDADE
13A CIDADEDOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016
O mesmo ‘genoma’ que está nos cadernos A, B e C, de A Cidade, aparece também na
sustentação dos classificados que são considerados por muitos como “os mais fortes” do
Interior do Brasil. Em Ribeirão Preto muitos avaliam que tiveram mudanças de vida e de
hábitos, depois de usarem os classificados para vender ou comprar
O mesmo ‘genoma’ que está nos cadernos A, B e C, de A Cidade, aparece também na
DNA
CLASSIFICADOS
DNA
CLASSIFICADOS
COM
14 A CIDADE DOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016
1 1 1anos
A CIDADE
‘Cuidado com o que você faz. Se anunciar, vende mesmo’, dizem os frequentadores do balcão de
anúncios de A Cidade. Falam por experiência própria. Quem resolve se desfazer de objetos sem
desapego, pode ter que tomar atitudes desesperadas se voltar atrás. Zé Alfredo, freguês de
carteirinha, que o diga. Será que ele conseguiu segurar a sua Belina?
‘tijolinhos de papel’
1º A vida mágica dos
CARA DOS CLASSIFICADOS
Orestes Lopes Camargo não é, certamente, o
inventor dos chamados classificados. Mas bem
que poderia ser. Foi com eles que sustentou o
seu jornal durante décadas, fazendo receitas
independentes de grandes anunciantes e se
mantendo em uma zona de conforto
MERCADÃO
1958Reinaugurado o Mercado
Municipal, de Ribeirão Preto,
que havia sido destruído por un
incêndio em 1942.
Ribeirão vibra.
CAVA DO BOSQUE
1952Um alento para os esportistas.
Em 18 de outubro é inaugurado o
Ginásio de Esportes Gavino Virdes,
que acaba se tornando um dos
locais mais populares
de Ribeirão Preto
ZEFERINO VAZ
1952Em 2 de abril começa a
funcionar efetivamente a faculdade
de Medicina de Ribeirão Preto (USP),
sob a direção do professor
Zeferino Vaz, que também fundaria
a Unicamp
CENTENÁRIO
1956Com a presença do presidente Juscelino
Kubitschek, Ribeirão Preto comemora
seu primeiro centenário. Foram muitos
dias de festa para celebrar os 100 anos
de Ribeirão Preto, que recebe,
também, a visita de artistas
de várias nacionalidades.
DATA CERTA
1954Comissão de notáveis (formada
por professores da USP) emite
parecer recomendando a adoção
do dia 19 de junho como a data oficial
de fundação de Ribeirão Preto.
É a data que vigora
até hoje.
SURGE O HC
1956Em 31 de julho, é inaugurado o Hospital
das Clínicas da Faculdade de Medicina
de Ribeirão Preto da Universidade
de São Paulo HCFMRP/USP). Os
estudantes de Medicina já tinham seu
hospital para se aperfeiçoar e fazer
residência médica
MUSEU
1955Em 20 de janeiro é inaugurado
o Museu do Café, instalado
provisoriamente em três salas
e três varandas do Museu Histórico,
no campus de Monte Alegre.
O local pertenceu ao Rei do Café
Francisco Schmidt.
FESTA CATÓLICA
1958Em 19 de abril, o Papa Pio 12
eleva a Diocese à Arquidiocese
de Ribeirão Preto. O primeiro
arcebispo é dom Luiz do Amaral
Mousinho.
Em 1º de janeiro de
1937, Orestes Lopes de Ca-
margo tem uma boa ideia
para alavancar a venda de
publicidade do jornal A Ci-
dade.
Ele divide a primeira pá-
gina em 21 pequenos re-
tângulos, em fileiras, no ta-
manho de cartões de visita
(aqueles usados para felici-
tações por datas festivas).
O sucesso é tão surpre-
endente que, para contem-
plar todos os anunciantes,
Orestes manda rodar duas
primeiras páginas, na edi-
ção de número 12.507, que
ganha, assim, duas capas. É
esta a origem mais prová-
vel da tradição dos classi-
ficados de A Cidade. Uma
novidade que deu tão cer-
to, que até hoje entusiasma
os principais interessados:
os anunciantes.
É o caso de José Alfredo,
63 anos, que se considera,
mais do que cliente, ami-
go do jornal. Para ele, que
é anunciante há 10 anos, o
Classificados é uma espé-
cie de colega de trabalho.
Atualmente, trabalha com
a venda de móveis para es-
critório. “Anuncio cadeira,
mesa e tudo mais”, conta.
O mais curioso, para ele,
é que muitos clientes vão
até o salão que ele tem, e
acabam comprando outros
produtos que não estavam
anunciados. “Isso acontece
direto. Uma vez, anunciei
uma mesa e uma cliente
veio ver. Quando chegou,
viu outra peça, que não
tinha nada a ver
com escritório, e
acabou compran-
do as duas coisas”,
diz.
Recentemen-
te anunciou uma
Belina que usa
para carregar mó-
veis. Mas, no fundo,
não quer se desfazer de-
la. “Eu sempre tive essa Be-
lina. É de estimação. Tenho
grande carinho. Por isso, u
acabei dizendo pra quem
se interessou que a pintu-
ra não estava boa, enfim,
não ajudei a venda”, confes-
sa, rindo.
Tem muito anuncian-
te como o José, que pre-
cisa do dinheiro, mas não
quer vender. Aí o jogo vira:
é o comprador que tem que
convencer o vendedor.
BOA IDEIA
1937É o ano em que são criados
os ‘tijolinhos’ para anunciar
cumprimentos, abraços,
móveis, bebidas, carros, casas,
apartamentos e objetos
AEROPORTO
1952Em 12 de outubro, é inaugurado
o aeroporto “Leite Lopes, em
Ribeirão Preto.
15A CIDADEDOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016
1 1 1anos
A CIDADE
com mais segurança1º
BOA PARCERIA
Além da fé, a corretora de imóveis
ganhou novo impulso com o apoio
que sente através das páginas de
A Cidade. Ela diz que se sente
confiante para desenvolver seu
trabalho com esta retaguarda
com mais segurança
Eurides trabalha
WEBER SIAN / A CIDADE PERDAS
TRISTESA primeira foi aos 24 anos de idade,
quando ficou viúva do primeiro
marido. Depois, perdeu dois dos quatro
filhos, em acidentes diferentes.
E, há 21 anos, se despediu
do segundo marido.
“Forte”. Esse seria o no-
me de dona Eurides Melin,
74, se sua existência tives-
se de ser resumida em uma
só palavra. Empreendedo-
ra nata, mantém uma rela-
ção estreita com o A Cida-
de. “O jornal é o meu bra-
ço direito.”
Com espírito humilde e
simplicidade na fala, dona
Eurides revela sua história
de coragem. Aos 35 anos,
depois de ter crescido no
campo, com cinco meses
de educação formal, tra-
balhado como empregada
doméstica e vendedora de
pipoca nas ruas de Ribei-
rão, transformou sua vida
ao criar, sozinha, uma cor-
retora de imóveis. “Procu-
rei um corretor e ele disse
que se eu conseguisse fa-
zer uma venda, me dava
uma comissão. Eu conse-
gui. E a partir daí, pensei:
‘se ele pode fazer isso, tam-
bém posso’.”
Eurides bateu de por-
ta em porta procuran-
do quem queria vender e
quem queria comprar. Não
foi fácil. Ao mesmo tem-
po, lutava para conseguir
o registro no Conselho Re-
gional de Corretores de
Imóveis, o Creci. “De-
morou, mas consegui
depois de muito es-
forço. Um pouco an-
tes já tinha assinado
o A Cidade e começa-
do a trabalhar”, conta.
Quem a vê com
a alegria que tem no
rosto não imagina que,
na vida, já teve quatro gran-
des perdas.
O primeiro jornal
a investir nos
classificados na cidade
é o seu ‘braço direito’
RESPOSTA
FORÇAQuando a questionam sobre a
fonte que fornece a força que tem,
ela responde, com um sorriso:
“Nunca pensei em desistir. Deus
me dá muita coragem.”
16 A CIDADE DOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016
1 1 1anos
A CIDADE
caros e bons amigos
1º caros e bons amigoscaros e bons amigoscaros e bons amigos
É um grupo de
EXPANSÃO
1966Conclusão das obras do novo
prédio do jornal. A Cidade adquire
mais duas máquinas de compor e
uma rotativa do Diário Comércio e
Indústria, de São Paulo.
O GOLPE
1964Golpe militar derruba o presidente
brasileiro João Goulart. Jango
havia assumido pela primeira
vez a presidência depois da
renúncia de Jânio Quadros.
DESPERDÍCIO
1965Inaugurada a nova Estação Ferroviária,
na avenida Mogiana de Ribeirão
Preto. Foi o “canto do cisne” dos trens
de passageiro na região de Ribeirão
Preto. Dez anos depois, eles
começariam a ser progressivamente
extintos.
Quem procura anúncios
no Classificados sabe que
há uma variedade de pro-
dutos, veículos, imóveis e
empregos disponíveis. Há
111 anos, o caderno é mo-
tivo de alegria para muitas
pessoas de Ribeirão e re-
gião.
Carmo Carlos Libera-
to, 56, anuncia há 30 anos.
Ele produz e conserta me-
sas de bilhar e depois ven-
de através do A Cidade. “O
Classificados me ajudou
bastante, principalmente
em épocas mais difíceis.
Tenho bom retorno com
os anúncios. Muito aca-
bam virando meus clien-
tes e trazendo mais clien-
tes. É muito bom”, con-
ta. Hoje, com a comuni-
cação mais rápida, as ven-
das ficam mais dinâmicas.
O cliente já não precisa
visitar pessoalmente pa-
ra tirar algumas dúvidas.
“A gente faz venda até por
WhatsApp.”
Já o assessor Benedito
Machado, 62, tem um ca-
rinho especial pelo jornal.
Trabalhou como jornaleiro
do A Cidade entre 1971 e
1972. Todos os dias, chega-
va às 4h para pegar os jor-
nais e a bicicleta. “Foi um
tempo muito bom.” Anos
depois, em 1978, anunciou
a venda de uma moto que
mudou sua vida. “Vendi a
moto para uma moça. Lo-
go começamos a namorar.
Tudo por causa do Clas-
sificados”, diz, sorrindo ao
relembrar da história. Pa-
ra ele, o caderno é impor-
tante por atingir diferen-
tes públicos. “Seja um cara
da periferia ou do Alto da
Boa Vista, todo mundo tem
acesso ao Classificados.”
O caderno também faz
parte da vida do empresá-
rio Paulo Vitor, 53. Há 30
anos ele tem uma loja de
veículos e desde então
muitas vendas foram
feitas através
de anúncios.
Com ajuda
do Classifi-
cados, Pau-
lo conseguiu
manter a
empresa em
pé. “Já vendi
muitos carros
através do jornal.
Esta semana anunciei
a venda de 30 veículos”, re-
vela.
O produtor rural, Helder
Maseti, 51, anuncia mo A
Cidade há 10 anos. Quan-
do começou, vendia carros.
Hoje, trabalha com planta-
ção de “coco anão” em uma
chácara em Cajuru. “Com-
pro as sementes, planto e
depois vendo as mudas “,
diz. “O retorno tem sido
muito bom”, conta.
VIDA COM FOCO
30anos ó tempo que Paulo Vitor tem
uma loja de carros. Ele dá seu
depoimento e assegura que “já
vendeu muitos carros através do
jornal A Cidade”.
“Quem com ferro fere,
com ferro será ferido;
quem tudo quer, tudo
peerde; “não vá com tan-
ta sede ao pote”; o que é
da onça lobo não come”.
Ditados populares muito em voga da
década de 1960
Chegar aos 111 anos com tantos parceiros, não é para qualquer um. Carmo é anunciante há 30 anos.
Benedito, também anunciante, é ex-jornaleiro. Fazia entregas do A Cidade de bicicleta. Como
se pode ver, é um amor de família. Mas sem perder o foco na hora de enxergar um bom
negócio entre amigos. Carmo e Benedito que o digam.
17A CIDADEDOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016
1 1 1anos
A CIDADE
capa e coleciona o jornal
1º
O jardim José Sampaio,
localizado na zona Norte
de Ribeirão Preto, guarda
uma fã especial do A Cida-
de. Dona Marilene Carme-
lita Guizeline, 77, colecio-
na todos os exemplares do
caderno “A Cidade no Meu
Bairro” desde 2008, quando
ele foi criado.
“As lindas histórias que
o ‘Meu Bairro’ traz é o que
sempre me fez gostar de-
le”, conta.
Enquanto enche o pul-
mão para falar sobre sua
coleção, Dona Marilene se
levanta do sofá da sala e vai
até outro cômodo. Na vol-
ta, traz uma caixa pesada,
cheia de jornal. Logo co-
AGULHA E LINHA
O contato com o A Cidade
começou na década de 1970.
Nascida em Igarapava, conheceu o
marido, Dionísio Guizeline Neto,
hoje com 86 anos. Moraram cinco
anos em Lucélia, antes de virem
para Ribeirão. Para ficar.
meça a contar: “Fiquei tão
feliz quando saí na capa.
Mandei para a minha irmã,
que mora no Guarujá, e pa-
ra o meu irmão, de Jaboti-
cabal. Um amigo até man-
dou emoldurar e me deu de
presente.”
Com mãos cuidadosas
de quem é avó, a aposenta-
da começa a apontar para
diversos exemplares dife-
rentes. Aos poucos, mostra
todas as personagens que
ela mesma indicou para Ja-
cqueline Pioli, repórter que
escreve o ‘Meu Bairro’. “Eu
ligava no jornal para fa-
lar com ela [jornalis-
ta] e acabava falan-
do das histórias in-
teressantes do Jo-
sé Sampaio. Vários
conhecidos deram
entrevista e todos
gostaram muito”,
diz, com sorriso ilu-
minado.
capa e coleciona o jornalcapa e coleciona o jornal
Marilene já foi
Ela saiu no A Cidade
no Meu Bairro,
caderno preferido que
ela coleciona
Antes de se aposentar, ela
começou a dar aulas de
bordado, voluntariamente,
num Centro Comunitário.
“Fiz isso durante oito
anos. Mas a Prefeitura
parou de mandar agulha e
linha”, suspira.
18 A CIDADE DOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016
19A CIDADEDOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016
20 A CIDADE DOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016
DO LEITOR
DNAO Jornal A Cidade tem o privilégio de reunir leitores de todos os
tipos, idades, credos. E pelo menos uma coisa eles têm em comum.
O gosto pelo resultado e a determinação de persegui-lo.
21A CIDADEDOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016
1 1 1anos
A CIDADE
colecionar moedas
1º
PAIXÃO DE BORDO
Meia tonelada de moedas foi
o resultado que este jovem um
tanto exigente, obteve depois de
anunciar interesse através dos
classificados do A Cidade
Antônio gosta de
RÉPLICAS
HOBBYAlém de coleção de moedas,
Underlei gosta de fazer réplicas
de edifícios famosos. O trabalho
artesanal, feito em madeira
jequitibá, começou assim
que se aposentou.
Não é muito difícil en-
contrar colecionadores de
moedas e notas de diferen-
tes períodos do Brasil e do
mundo. Mas, para Underlei
Antônio Fabrício, colecio-
nar antigas moedas brasi-
leiras é uma das coisas que
mais gosta de fazer. Há 20
anos anunciando no Clas-
sificados, o aposentado já
adquiriu boa parte do acer-
vo de quase 1.500 unida-
des.
A mais antiga é do sé-
culo 17, do Brasil Colônia.
“Tenho moedas de todos
os períodos. Brasil Colônia,
Brasil Reino Unido, Brasil
Império e República”, con-
ta, orgulhoso.
Seu Fabrício, como é
conhecido, faz em média
um anúncio por mês. Na
descrição, especifica exa-
tamente o que quer. Nem
sempre encontra, mas
nunca desiste. Uma vez, há
12 anos, depois de ter fei-
to um anúncio, chegou a
comprar meia tonelada de
moedas. “Eles [vendedo-
res] viram no jornal e me li-
garam na hora.”
A paixão por colecio-
nar moedas veio por aca-
so. Comprou, por curio-
sidade, em 1994, uma
“Patacão”, de 960 réis,
numa loja no Centro
da Ribeirão. Logo co-
meçou a frequentar
reuniões de compra
e venda e também
anunciar no jornal.
Pelo jeito, como
toda paixão que se pre-
za, é mais um caminho sem
volta. Mas, que prazer.
E, para isso, leva a
paixão até as últimas
consequências. Com a
ajuda do A Cidade
RESGATE
Em seu conjunto estão prédios
famosos como o Empire State
Building, de Nova York, e o extinto
World Trade Center, as famosas
“torres gêmeas”, também da
cidade norte-americana.
A ideia surgiu com a vinda do
tempo livre. Começou sozinho,
sem ajuda de qualquer curso.
22 A CIDADE DOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016
1 1 1anos
A CIDADE
no jornal para ‘muitos’
1º Cantídio escreve
DEFINIÇÃO
Para Cantídio Brêtas Maganini, há
três tipos de pessoas no mundo.
As que são movidas por resultados,
poder e associação. “Ser movido por
associação é se associar
com pessoas, criar esse ‘network’.
Eu sou assim e gosto
do que faço.”
PARQUE
2000Em 18 de novembro de 2000 é
inaugurado o Parque Curupira,
depois rebatizado como Parque
Prefeito Luiz Roberto Jábali.
PEDRO SEGUNDO
1996Com grande festa, e repercussão
nacional, é reinaugurado o Theatro Pedro
II, 16 anos após o incêndio que
o destruiu. A reinauguração é transmitida
em rede nacional de televisão,
através da EPTV, para
todo o País.
Nascido em Salto Gran-
de, região de Assis, inte-
rior de São Paulo, o consul-
tor de empresas Cantídio
Brêtas Maganini, 69, tor-
nou-se ribeirão-pretano de
coração há 38 anos. Hoje,
sente-se no dever de viver
bem em comunidade. Por
isso, escreve para a “colu-
na do leitor” com regulari-
dade. “Na minha vida, per-
cebi que gosto de ajudar as
pessoas”, conta.
Hoje, especialista em
gestão e consultoria empre-
sarial, ao longo dos anos,
adquiriu conhecimentos
sobre urbanismo. Foi cha-
mado para ser secretário
do Fórum das Entidades de
Ribeirão Preto, o Ferp. “Is-
so só estreitou a minha re-
lação com o jornal. Escrevo
muito sobre isso.”
Em sua carreira, Maga-
nini adquiriu experiência
em diversos setores. Saiu
cedo da cidade natal para
cursar Engenharia Mecâni-
ca em Uberlândia, e em se-
guida, Engenharia de Se-
gurança do Trabalho, em
Campinas. Foi trabalhar
em Piracicaba, onde teve
o seu primeiro filho, em
1977. “Quando ele tinha
dois meses de idade, vie-
mos para Ribeirão e mon-
tei uma indústria de papel
e celulose.”
A indústria foi vendi-
da e, junto com dois ami-
gos, montou uma constru-
tora de imóveis. Anos de-
pois conheceu o consultor
que avaliou a empre-
sa e disse que nela
havia problemas
de gestão. “Ali, a
‘minha ficha caiu’
e comecei a bus-
car outros conhe-
cimentos que não
estavam na enge-
nharia”, revela.
Pai de quatro fi-
lhos e avô de dois netos,
Maganini se orgulha em
contar sobre o rumo que
cada um tomou. Segundo
ele, o caçula acha “boba-
gem” se preocupar em es-
crever na esperança de que
as coisas mudem. “Quan-
do quero falar para alguém,
eu falo para o jornal e ele
fala para muita gente. Sei
que não vai resolver, tenho
consciência disso. Mas, an-
tes de ir embora, quero dei-
xar um pouquinho aqui”.
ANÁLISE
Háito ou não de consultor
empresarial, Cantídio Brêtas
sempre se posiciona sobre
todos os assuntos que
dizem respeito à vida da
cidade. E ele diz que prefere
fazer isso publicamente,
através de meios de
comunicação como o jornal
impresso, por exemplo.
MILENA AUREA / A CIDADE
Ele é engenheiro, articulado, participa de muitas associações e se posiciona sempre.
Para Cantídio Brêtas Maganini, um assíduo colaborador com cartas para a a
“coluna do leitor”, o importante é se comunicar e deixar sempre um recado
para a comunidade através do jornal
23A CIDADEDOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016
1 1 1anos
A CIDADE
Roberta não esquece
1º
ROBERTA E LORENA
Mãe e filha aproveitam o conforto
da casa espaçosa
A primeira casa
Com a ajuda dos “classificados” de A Cidade, Roberta Prado e Igor Barros
sacramentaram não só o casamento, mas também a chegada da primeira filha,
Lorena. Uma história cheia de suspenses, mas, ainda bem, com um final feliz e
muitas perspectivas de novos e instigantes desafios.
Acordar cedo, tomar
café da manhã e ir até a
banca mais próxima. Es-
sa foi a rotina do casal
Roberta Prado e Igor Bar-
ros ao longo de 2010. Eles
precisavam de uma casa.
Depois de uma longa jor-
nada, acharam o que que-
riam no Classificados do
A Cidade.
O casamento aconte-
ceu dois anos antes, em
2008. No inicio,foram pa-
ra a casa da mãe de Rober-
ta. O plano era um finan-
ciamento. Mas, enquanto
esgotavam o Classificados,
Roberta engravidou de Lo-
rena. Foi uma luta intensa.
Roberta e Igor dividiam as
paginas e cada um vascu-
lhava. Ela chegava a levar
o exemplar para pesqui-
sar nos intervalos. Depois
de alguns meses, viram o
anuncio de uma casa no
Marincek. “Era perfeita pa-
ra a gente. Cabia no nosso
orçamento e era perto da
casa da minha mãe”, conta.
Demorou três semanas,
depois de muitos desen-
contros, para que eles
conseguissem vi-
sitar a ca-
sa. E os de-
safios con-
tinuavam.
Primeiro a
imobiliária
disse que
seria im-
possível fa-
zer o financiamento. Con-
versaram, insistiram e con-
seguiram. No dia de assinar
os papeis o banco não acei-
tou o financiamento inte-
gral. Foi então que, cansa-
do, o marido resolveu pa-
gar a entrada em cheques.
“Fiquei desesperada. Eu ti-
nha medo de que não con-
seguíssemos e nos faltas-
se algo. Mas logo con-
versamos e ele
me acal-
mou. Dis-
se que tra-
balharia se-
te dias por
semana se
fosse preci-
so.” Final fe-
liz, é claro.
HISTÓRIA REAL
2008Roberta tem sua primeira filha,
Lorena. E busca uma casa para
ter sossego em família. Os
Classificados ajudam!
MASTRANGELO / A CIDADE
Um Brinde, Parabens!
VAMOS SEGUIR
JUNTOS NOSSOS SONHOS,
POIS O MOMENTO É AGORA !!!
24 A CIDADE DOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016
1 1 1anos
A CIDADE
tem jornal na minha vida’
1º ‘Alô, freguesia!
O feirante Sebastião Célio Corrêa, 64 anos, chegou a Ribeirão aos 9 anos. Aqui, fez história
trabalhando, conquistando a simpatia e o carinho dos clientes, mas também construindo sua
vida lado a lado com o Classificados do A Cidade – comprou carro, comprou moto, vendeu
casa. Mais que isso, reuniu um monte de histórias para contar – seja na feira, seja aqui
QUEIJO COM POLÍTICA
p Sebastião é figura conhecida das feiras em
Ribeirão Preto. Tem inúmeros clientes, gosta
de debater política e enche seu quiosque com
manchetes políticas que encontra no A Cidade e
em outros jornais. “Quanto menor for a educação
do país, maior o roubo”, alerta.
Enquanto coloca o quei-
jo no moedor, o feirante Se-
bastião Célio Corrêa, 64
anos, sorri. Conversa com
os fregueses (que não são
poucos!) e conta um pouco
da vida a cada um.
Sebastião nasceu em Ita-
mogi (MG), mas veio mo-
rar em Ribeirão Preto aos 9
anos. Na época, um de seus
tios tinha uma lenhadora
perto da Cava do Bosque.
Foi lá que conheceu o
A Cidade, em 1962. “Eu já
adorava folhear o jornal, ver
as figuras que tinha. Vivia
procurando bicicleta nos
Classificados.”
E falar em Classificados
foi como abrir gavetas anti-
gas da memória. Sebastião
conta, entusiasmado, que o
que marcou sua juventude
foi ter comprado um carro
SP2, amarelo, em 1974. “Era
meu sonho. O carro era pra-
ticamente zero. Arrumei um
monte de namorada” diz,
gargalhando, relembrando
a vida de solteiro.
Em 1975 comprou uma
moto, também através do
A Cidade. Em 1999 já tra-
balhava como feirante, mas
também com construção ci-
vil. Depois de ter anuncia-
do nos Classificados, ven-
deu sua casa, do Jardim In-
dependência. “A imobiliá-
ria viu e me ligou imedia-
tamente. Um homem, que
veio do Japão, pagou em di-
nheiro na mesma hora.”
Pendura em seu quios-
que várias manchetes de
cunho político. Quando o
assunto é corrupção, dis-
para: “Quanto menor for a
educação do país, maior o
roubo”.
Apesar de não ser assi-
nante, Sebastião lê o jornal
da semana inteira. O segre-
do está em suas bancas às
quartas-feiras, na rua Olavo
Bilac, Vila Seixas. “Um ami-
go, que mora atrás de on-
de fico instalado, assina e
guarda todos os jornais para
mim”, revela.
Com humor, vai tocando
a vida. Estar na rua, na feira,
em contato com as pessoas,
o deixa satisfeito com seus
dias. “É o que me faz feliz.”
“Era meu sonho
[comprar um SP2
amarelo]. O carro era
praticamente zero.
Arrumei um monte de
namorada [risos]”
Sebastião Célio Corrêa
64 anos, relembrando a época de
solteiro em 1974
WEBER SIAN / A CIDADE
WEBER SIAN / A CIDADE
Delivery: 16 3941.4800 Rui Barbosa , 696 - Centro
Delivery: 16 3620.2525 Rua do Professor, 933 - Jd. Irajá
SUCESSO se faz
em EQUIPE !
Parabéns à equipe
Jornal A Cidade
111 anos
MUITO PRAZER!
1962Foi o ano em que Sebastião teve contato
com A Cidade pela primeira vez. “Vivia
procurando bicicleta nos Classificados”,
conta o hoje feirante – que já
comprou carro, moto e até vendeu
casa pelo tradicional canal de
ofertas do jornal.

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A Cidade 111 anos

  • 1. 1 1 1anos A CIDADE 1º JORNAL DE RIBEIRÃO PRETO A ATRAVESSAR UM SÉCULO 1º JORNAL A VENDER ESPAÇOS NA MEDIDA DE RIBEIRÃO SE LEMBRA ESTÁ NO NOSSO Este é um daqueles encontros consumados, em que as partes se entendem sem precisar conversar e se respeitam sem usar qualquer ‘discurso’. O leitor e o jornal A Cidade têm uma convivência que já dura 111 anos em Ribeirão Preto. Será que é preciso dizer mais alguma coisa? Não. O leitor e o jornal estão de parabéns. Feitos um para o outro. 1º JORNAL O LEITOR DOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016 DE QUE
  • 2. 2 A CIDADE DOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016 1 1 1anos A CIDADE EDITORIAL DE 1905“Ao lado das classes productoras do município, pugnaremos pelo maior desenvolvimento da Lavoura, do Commercio e da Industria” DIRETOR DE JORNAIS E MÍDIAS DIGITAIS Josué Suzuki • EDIÇÃO EXECUTIVO Thiago Roque • EDIÇÃO Rosana Zaidan • REPORTAGENS Renan Procópio (especial) • FOTOS Arquivo A CIDADE • DIAGRAMAÇÃO Daniel Torrieri e Roberto Machado • IMAGEM Mariana Martins (editor) / Francielly Flamarine (tratamento) • COMERCIAL Marco Vallim (gerente)/ Wladimir Alexandre (16) 3977-2151 O JORNAL com a cidade no nome e na alma DATA ESTÁ NO SANGUE Nestes 111 anos, uma forte parceria: o jornal A Cidade é parte viva de Ri- beirão Preto. Alma e cére- bro. É o mesmo sangue, o mesmo DNA. Registramos o desenvol- vimento do povoado, des- de a derrubada da primei- ra velha matriz, até o er- guimento da nova Catedral. Vimos a posse do primei- ro bispo, Dom Alberto José Gonçalves. Desembrulhamos o pa- cote que trouxe o primei- ro automóvel, encaixotado, para um casal de alemães. Aplaudimos a beleza do jardim do dr. Loyola. Con- denamos o crime. Comba- temos o analfabetismo. ORESTES, O PIONEIRO Quando comprou o jornal A Cidade, em 1936, Orestes Lopes de Camargo criou, à sua maneira, uma original empresa familiar que causava admiração pela seriedade e determinação Alertamos sobre os sur- tos de tracoma e de gri- pe espanhola, a mais gra- ve epidemia depois da fe- bre amarela. Ajudamos a batizar o Theatro Pedro II, através de uma enquete que mostrou uma precoce vocação inte- rativa com o leitor. Comemoramos o pri- meiro centenário de Ribei- rão. Mostramos o primeiro voo comercial. Consagra- mos o melhor e mais for- te classificado do Interior e o mais isento conteúdo editorial. E não paramos. Nem vamos parar. Quem já atravessou um século intei- ro assim tão forte, está mais do que pronto para outro. EDITORIAL DE 2016“Não vamos parar. Quem já atravessou um século assim tão forte, está mais do que pronto para atravessar outro” ENÉAS, O FUNDADOR O baiano de Santo Amaro da Purificação, o bacharel em direito Enéas Ferreira da Silva é o fundador de A Cidade. O jornal era impresso em uma máquina Minerva com capacidade para uma página. A redação ficava na rua Duque de Caxias, esquina da Álvares Cabral. • EDIÇÃO EXECUTIVO Thiago Roque • EDIÇÃO Rosana Zaidan • REPORTAGENS TONI, DONA JANDYRA E BONI COUTINHO NOGUEIRA Antonio Carlos Coutinho Nogueira, o Toni, e José Bonifácio Coutinho Nogueira Filho, o Boni, do Grupo EPTV, adquiriram metade das ações de A Cidade em 2006; em 2012, passaram a ter 100% do controle acionário do jornal REPRODUÇÃO REPRODUÇÃO CREDITO / A CIDADE WEBER SIAN / A CIDADE O PRIMEIRO JORNAL “Fortalecidos pela crença de que nos propomos servir a causa do engrandecimento de Ribeirão Preto, é que hoje assumimos a responsabilidade da publicação desta folha, exforçando-nos por tornal-a capaz de satisfazer as exigências da sociedade em que vivemos (...)” 01/01/1905
  • 3. 3A CIDADEDOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016 DNAMesmo como simples metáfora, a Ciência nos empresta conceitos para justificar a profunda identificação entre o jornalismo e os leitores de A Cidade. Temos uma história escrita com o DNA de pioneiros e trabalhadores. Da mistura de almas e raças faz-se o denominador desta cultura de 160 anos, no caso de Ribeirão Preto, e de 111 anos, no caso do jornal A Cidade. É esta a nossa história comum. Tem o nosso DNA, a nossa verdade e a paixão por esta terra e por este ofício. DNA HISTÓRIA COM
  • 4. 4 A CIDADE DOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016 1 1 1anos A CIDADE De 1905 a 2016, são 111 janeiros em que A Cidade vai além do registro dos acontecimentos nacionais, mundiais e principalmente locais. A coleção do jornal revela detalhes da vida diária de Ribeirão Preto. Missas, horário do comércio, pavimentação das ruas, espetáculos, nascimentos e mortes, fatos policiais, problemas de saúde pública... a atravessar o século1º jornal de Ribeirão UM FIEL LEITOR DO JORNAL Arnaldo Mulin, 84 anos, responsável pela pintura de muitos letreiros da rua General Osório, tem exemplares antigos do A Cidade guardados em casa. É uma ligação forte com o jornal, que começa toda manhã, na hora da leitura de uma nova edição. E não acaba nunca. POPULAÇÃO DE 1905 EM RIBEIRÃO Quando o jornal A Cidade começa a circular, Ribeirão Preto já tem 60 mil habitantes. Mas só dez por cento vivem na cidade. Os outros 90% estão na zona rural. É uma população formada principalmente por imigrantes, a maioria italianos. JARDIM BONITO O Jardim do doutor Loyola, que depois viria a ser a Praça XV, era o local de reunião e lazer das famílias, na Ribeirão Preto do começo do século 20. Havia retreta, com banda, quase todos os dias RIBEIRÃO ANTIGA Iluminação ainda precária, mas implantada no começo do século 20; comércio forte, com todo tipo de artigos à venda. É o tempo das grandes fazendas de café e dos cassinos. PADRE EUCLIDES Padre Euclides era bom, mas também era enérgico. Em 1905, publica: “afim de evitar alguns abusos de consultas na Santa Casa, nenhum indigente pode apresentar- se sem uma guia da Directoria”... Arnaldo Mulin, artista plástico, pintor de letreiros e de paisagens, tem uma li- gação forte com o jornal A Cidade. Dos 84 anos de vi- da, há pelo menos 70 con- vive com a sua arte e com o jornal. Relação antiga. Assinante de muitas dé- cadas, a primeira coisa que faz quando acorda é bus- car o exemplar do dia na varanda. “Ler o jornal é a primeira coisa que faço no dia.” Documento vivo Em uma gaveta, seu Ar- naldo guarda vários exem- plares antigos. Para quê? Muitos trazem artigos de que ele gostou, outros ele achou interessante. É qua- se uma “biblioteca da vida diária”. Fonte inesgotável de pesquisa, o jornal im- presso é único nesta mis- são: reúne detalhes que ge- ralmente escapam aos de- poimentos de historiado- res. É assim que um jornal como A Cidade ganha im- portância para quem quer preservar ou entender o passado. É assim, também, que o leitor cria laços que vão se fortalecendo diaria- mente e que jamais se des- fazem. Não é mesmo, seu Arnaldo? Pessoa Uma rápida passada de olhos pela seção “Há 90 anos”, publicada diaria- mente, mostra histórias reveladoras. Sobre comportamento, etiqueta, manei- rismos, lazer da época, jogos, cos- tumes e também fatos marcantes. É uma enciclo- pédia informal, feita com técnica e método jornalístico. Sem rigor histórico, mas com a riqueza de informações que transforma em docu- mento o que seria apenas notícia ou reportagem. Numa cidade como Ri- beirão Preto, em que a tra- dição oral sempre foi prio- ritária, o jornal A Cidade, embora não seja o mais an- tigo, foi o primeiro jornal a virar o século. Campeão de permanência, sucesso ab- soluto há 111 anos. CAI A IGREJA 1905Em 2 de junho, é rezada a ultima missa na Velha Matriz da praça XV, No dia 5 de junho, começa a demolição. MILENA AUREA / A CIDADE FOTOS ARQUIVO GREGOS FAZEM PROTESTO EM 1905 Se os italianos se deram bem, os gregos não gostaram do trabalho no café e se rebelaram. 400 deles se concentraram em Ribeirão Preto e em Bonfim Paulista. Acabaram sendo enviados de volta para a Hospedaria dos Imigrantes em São Paulo, pelas autoridades da época. DUMONT 1906Primeiro voo do 14 Bis, o aeroplano criado por Santos Dumont, em Paris. Parte dos recursos para a pesquisa saiu da Câmara de Ribeirão Preto
  • 5. 5A CIDADEDOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016 Parabéns ao jornal A Cidade pelos seus 111 anos. Nossa homenagem a esse grande parceiro. Parabéns agentevivecomvocê
  • 6. 6 A CIDADE DOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016 1 1 1anos A CIDADE Com uma liderança natural, o A Cidade sempre inspirou respeito também na região. Jornais como o “Diário de Batatais” publicavam artigos sobre as campanhas feitas em Ribeirão Preto. Uma delas, certamente, necessitou do equilíbrio sobre o fio da navalha para não pender para o lado bizarro e cruel de uma situação degradante. Mas o jornal cumpriu seu papel do jornal na região1º As repercussões 1º DE ABRIL DE 1907 Inaugurado o Ginásio do Estado (em prédio alugado na rua Duque de Caxias, esquina com Cerqueira César, atual Colégio Auxiliadora), com a presença de Jorge Tibiriçá, então Governador de São Paulo. O Ginásio do Estado hoje se chama “Otoniel Mota” e está na rua Prudente de Moraes NO ESCURO 1907Expediente da Prefeitura: Representação dos negociantes, e industriaes moradores na Villa Tiberio pede illuminação para aquelle bairro. IMIGRAÇÃO 1908Em 29 de junho, chegam a Ribeirão Preto os primeiros imigrantes japoneses. Eles haviam desembarcado no porto de Santos no dia anterior. O navio Kasato Maru fez o trajeto em 51 dias e trouxe 168 famílias, num total de 781 agricultores. MÁQUINA DO ANO 1906Chega, encaixotado, pelo trem da Mogiana, o primeiro automóvel a circular em Ribeirão Preto. O carro é montado nas oficinas do banco Constructor pelo mecânico alemão Carl Martin Magnus, dono do veículo. JOGO FEIO 1907Informa A Cidade: “Realisou-se animada festa sportiva no novo campo do S.C. Americano, em Villa Tibério. Bateu-se este com o S.C. Brasil, que saiu vencedor. A linha de ataque do Americano resentia-se de muitos e graves defeitos, uma absoluta falta de combinação.” NOVA MATRIZ 1906Começam a ser erguidas as paredes da Catedral, dois anos depois da conclusão dos alicerces. A pedra fundamental foi lançada em 1904. Uma comissão é constituída para arrecadar colaborações dos ribeirão-pretanos. Como ainda não havia diocese, o que se faz é a Matriz MUDANÇA 1907Em 4 de novembro, o aviso: “Transferimos as nossas officinas, escriptorio e redacção, bem como a secção de papelaria, para o espaçoso predio da rua General Osorio, n. 844 - primeiro andar do sobrado onde funccionou o “Club Recreativo”. IMPRENSA 1907O progresso na imprensa, no mundo e no Brasil. Surge nos Estados Unidos a agência de notícias United Press. A Gazeta de Notícias imprime o primeiro clichê em cores do Brasil. São novidades que entusiasmam os brasileiros e as notícias saem no A Cidade CENSURA 1905Foi hoje suspensa a publicação do jornal illustrado e livre “Rio Nu” por ordem da policia desta capital. Há muitas evidências do comprometimento do jor- nal A Cidade com os mo- radores de Ribeirão Preto e da região, desde os primei- ros meses de vida do veícu- lo. O veículo buscava um espírito moderno, que ho- je seria ainda atual, de in- teragir com o leitor e com as necessidades da popu- lação. Assim, o jornal se en- gajava em campanhas pa- ra arrecadação de fundos para esta ou aquela causa. Uma que ficou bastante po- pular, foi em defesa de um cidadão que tinha “chifres”. Um problema congênito como o do “homem elefan- te”, explorado em circos e exibições degradantes. Em janeiro de 1907, o A Cidade faz a republicação de matéria noticiada pelo “Diário de Batataes” (gra- fia da época). Sinal de res- peito e mostra da repercus- são que a atuação do jornal já provocava. Escreve o jornal de Ba- tatais: “Completou o seu 2.o anniversario o valente paladino da imprensa dia- ria de Ribeirão Preto, cujo nome encima esta nota. O que tem sido a ‘A Cidade’ nesse já significativo perí- odo de existencia, dizem- -nos os innumeros trium- phos que, pelo bem, e no interesse publico, tem ella alcançado. Ainda é de re- cente data a gloriosa cam- panha em que ella se em- penhou na qual alcan- çou victoria com- pleta: a opera- ção do ‘Homem de Chifres’, que, não fora a carido- sa idéa da ‘A Cida- de’, que o acom- panhou até a sua volta ao lar, estaria a estas horas, por es- se mundo de Deus, exhi- bindo os cornos em troca de alguns miseros cobres”. O pobre “Homem de Chifres” perdeu os humi- lhantes adereços anatômi- cos que o atrapalhavam e pôde voltar para casa. Não podemos dizer ho- je se, como houve elogios, surgiram também críticas para o trabalho realizado. Com ou sem críticas, o jor- nal foi em frente e consoli- dou a sua liderança. A FRASE “E não fora a caridosa idéa da ‘A Cidade’, que o acompanhou até a sua volta ao lar, estaria a estas horas, por esse mundo de Deus, exhibindo os cornos em troca de alguns miseros cobres” INAUGURAÇÃO RECRASobre a nova sede da Recreativa: “O empreiteiro sr. Lo Giudice promette regar as primeiras telhas e as gargantas de seus operarios com caixas de cerveja” SILVA JUNIOR / ME
  • 7. 7A CIDADEDOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016 1 1 1anos A CIDADE presentee outrono futuro1º EM 1913, HERMA Inaugurada a herma do Barão do Rio Branco, na frente do antigo prédio da Câmara e Cadeia na Rua Cerqueira César. O monumento, o primeiro da cidade, encontra-se na atual Praça Barão do Rio Branco. BEBIDA LOCAL Em 11 de agosto de 1911, é inaugurada em Ribeirão Preto a fábrica de cerveja da Antarctica Paulista. Até então a cidade só tinha pequenas fábricas da bebida ou cervejeiros isolados. EM 1909, BISPO Em 28 de fevereiro toma posse o primeiro bispo de Ribeirão Preto, dom Alberto José Gonçalves, em missa na Igreja São José. A Catedral ainda não estava pronta. A CIDADE S.A. Em outubro de 1911, é constituída a “sociedade anonyma A Cidade de Ribeirão Preto”. Rodolpho de Paiva Guimarães vende o jornal por 11 contos e 300 mil réis para o grupo do coronel Joaquim Diniz Junqueira. EM 1910,VENDA O fundador Enéas Ferreira da Silva vende o A Cidade. No dia 23 de janeiro de 1910, um domingo, o expediente traz como proprietário Rodolpho de Paiva Guimarães. Com um olho no A história do jornal A Cidade surge como parte do contexto do século 20. Com um diferencial: o jornal entra no século 21 com a mesma garra que sempre o caracterizou. Não despreza a tradição que lhe confere uma rara capacidade de sobrevivência, mas também não rejeita nenhum dos avanços que vêm com os novos tempos. Esta síntese é a razão do seu sucesso FOTOS ARQUIVO Fábio de Salles Meirelles Presidente do Sistema FAESP-SENAR/SP Presidente da Agrishow Um jornal que valoriza a informação, o agronegócio e o homem do campo.“ “Parabéns! 11ANOS1 ANOS
  • 8. 8 A CIDADE DOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016 1 1 1anos A CIDADE Numa época em que não havia rádio e nem televisão, as cenas da Primeira Guerra Mundial foram acompanhadas, em Ribeirão Preto, diretamente das telas dos cinemas. ‘Cinejornais’ com imagens feitas nos campos de batalha atraíam grandes plateias. Ribeirão Preto, que chegou a ter seis salas de cinema nesta época, não perdeu esta dramática novela ecos da guerra mundial 1º A partir de 1914, NAS TRINCHEIRAS EM 1914 Homens posicionados à espera do inimigo tinham, muito perto, outros vilões dos campos de batalha: sofriam infestações de piolhos e outras doenças provocadas pela falta de higiene e pelo estresse das lutas e da falta de boa alimentação. QUARTETO MAIS QUE FANTÁSTICO 1916: dirigido pelo “esportista” Antonio Prado Junior, chega a Ribeirão Preto o primeiro automóvel a percorrer o trajeto desde São Paulo. No carro, Washington Luiz, Álvaro de Souza Queiroz e Martinho da Silva Prado. O grupo segue até Batatais. A CIDADE NA RUA SÃO SEBASTIÃO Em 1916, A Cidade transfere suas oficinas, redação e escritório para a rua São Sebastião, antigo 57, hoje 610, onde permanece há 100 anos.A mudança foi feita no dia 19 de maio. MÁQUINA NOVA 1920O Jornal A Cidade adquire uma impressora Marinoni, com capacidade para quatro páginas, ainda no formato Germânia. VISITA REAL 1920Sem avisar, o rei Alberto I, da Bélgica, visita Ribeirão Preto e pega as autoridades de surpresa. Vai tomar chope e ver futebol. EPIDEMIA 1918Auge da gripe espanhola: em São Paulo, no mês de outubro, são oito mil mortes em apenas quatro dias. No Brasil, morrem 300 mil pessoas. No mundo, o total de vítimas fatais da epidemia chega a 20 milhões de pessoas. Ribeirão Preto também tem casos de gripe espanhola. O REI DA NOITE 1919Morre o diretor e programador cultural Francisco Cassoulet, responsável por uma rede de casas de diversão, cinemas e cassinos e também pela programação de shows do Theatro Carlos Gomes. Depois de uma fase de ouro, ele morre na miséria, sozinho e sem amigos. FUNDAÇÃO 1920A Cidade publica o artigo “Uma data bastante preciosa - o cinquentenário de Ribeirão Preto”. A referência para a comemoração é o decreto de 2 de abril de 1871, que elevou o então distrito de São Simão a categoria de município. Ao final, prevalece o 19 de junho de 1856 FLAGELO DA SECA 1915Nordeste brasileiro enfrenta a maior seca de sua história. Relatos dão origem ao livro “O Quinze”, de Rachel de Queiroz. No mesmo ano em que é inaugurado o canal do Panamá, um atentado em Saravejo dá início ao pri- meiro conflito mundial do século 20. O jornal A Cida- de acompanha tudo e noti- cia os principais fatos. Se é uma guerra aparen- temente distante, e sem re- flexos imediatos na região de Ribeirão Preto e no Bra- sil, é a partir dela que se sucederão episódios e mu- danças no cenário mun- dial. A ameaça da fome se concretiza em alguns paí- ses e aumenta a necessida- de de imigração. Entre os destinos esco- lhidos pelos imigrantes es- tá a América. E também o Brasil, que, até 1917, ficará neutro no conflito. Três brasileiros mortos A neutralidade, porém, acaba, quando um subma- rino alemão ataca um na- vio brasileiro. Três brasilei- ros são mortos. Em maio, outro navio brasileiro é tor- pedeado. O Brasil declara guerra à Alemanha e ao Império Austro-Húngaro em junho de 1917. Porém, não en- via soldados para os cam- pos de batalha na Europa. Participa mandando medi- camentos e equipes para ajudar os feridos do Reino Unido, França, Rússia e Es- tados Unidos. Em Ribeirão Preto Após o Brasil declarar guerra à Alemanha, po- pulares saem em passeata da pra- ça XV e invadem e depredam di- versos estabele- cimentos comer- ciais e industriais cujos donos eram imi- grantes alemães. As hostilidades contra os alemães em Ribeirão Preto prosseguem por al- gum tempo. Muitos deles se mudam de cidade para evitar novos problemas. Se a guerra trouxe pre- juízos, gerou também mu- danças na economia. Pa- ra alguns, o Brasil se be- neficiou com o avanço da industrialização e exporta- ções agrícolas. ENFIM, PAZ 1918A Primeira Guerra Mundial termina com a vitória da Tríplice Entente e a ajuda dos Estados Unidos. ‘Três brasileiros morre- ram na Primeira Guerra Mundial. Mas eles não estavam no campo de batalha. Estavam no na- vio atacado por alemães’ FOTOS ARQUIVO
  • 9. 9A CIDADEDOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016
  • 10. 10 A CIDADE DOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016 1 1 1anos A CIDADE Entre as novidades, uma festa do jornal e seus leitores, na escolha do nome do Theatro Pedro II; além disso, chega Maria Célia, primeira cronista feminina do A Cidade, com uma coluna sobre moda. Entre os conflitos, a revolução de 1924, que provocou transtornos em Ribeirão. Além disso, quando a Bolsa de NY quebrou, muitos acharam que era o fim do mundo. e as boas e más novas 1º A revolução de 32 A REVOLUÇÃO DE 193O O presidente Washinton Luiz é deposto, Júlio Prestes não assume e Getúlio Vargas começa um longo período de dominação política, que vai desaguar numa das ditaduras mais longas de todos os tempos, mas também em um governo forte, que durará até o suicídio dele, em 1954 EM 1924,A GUERRA DOS TENENTES O general Isidoro Dias Lopes comanda em São Paulo uma revolta militar. São interrompidas as comunicações telegráficas e o tráfego de trens entre a capital e Ribeirão Preto. A Câmara de Ribeirão tabela os gêneros alimentícios de 1ª necessidade. EM 1927,A GRANDE ENCHENTE A Cidade cobre o transbordamento do ribeirão Preto, que inunda toda a região da Baixada. A Jerônimo Gonçalves, a General Osório e a Caramuru viram rios. Muitos precisam usar barco para se locomover. O problema perduraria por mais 80 anos naquela região. 1ª MULHER EM NOVO FORMATO O jornal cresce. Vai de 36 cm x 50 cm, para 45cm x 62 cm, em 1925. É seu maior formato. Passa a publicar a primeira colunista feminina, Maria Célia, que assina a “Chronica da Moda”, e a primeira coluna social, “Elegâncias” assinada por Eurico Ribas. A CIDADE AJUDA A BATIZAR O PEDRÃO Em 1928, o jornal lança uma campanha que fica na história. Dá cupons aos leitores para a escolha o nome do novo teatro que está em construção. A proposta “Theatro Pedro II” ganha com folga (6.180 votos, entre um total de dez mil). O teatro é inaugurado em 1930. EMPASTELADOS Uma onda popular toma a Prefeitura e saqueia a sede do jornal. A Cidade é empastelada e a coleção de 25 anos é queimada. Impedida de circular, volta um mês depois com um novo cabeçalho- A Cidade,folha diária independente. JÁ TEMOS AVIÃO Em 1934, A Cidade noticia a inauguração da linha aérea São Paulo-Ribeirão Preto: “Procedente de S. Paulo, chegou hontem, as 10 horas, o avião bi-motor Monospar, com 2 motores de 75 H.P...” A CRISE DE 1929 A Cidade publica dois telegramas. O primeiro com o título “Mais uma corrida na Bolsa de Nova York. O segundo: “O mercado experimenta o pior dia da história”. Era o “crash”, ruína do café e da economia. Em 27 de setembro de 1932, A Cidade noticia: “Tropas federais invadem e ocupam Ribeirão Preto”. São Paulo perde a luta, mas ganha a Constuituição dois anos depois. Primeira manchete do A Cidade abordando a Revolução de 1932 “A Lucta pela redempção do Brasil – São Paulo, unido, marcha para a guerra. E Ribeirão Preto arregimen- ta-se para a peleja”. FOTOS ARQUIVO
  • 11. 11A CIDADEDOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016 1 1 1anos A CIDADE a missão é fazer História 1º FESTA DOS 100 Em 1956, a Festa do Centenário de Ribeirão reúne estudantes, artistas, gente do povo. Churrascos atraem milhares de pessoas numa festa que tem também shows e a presença do presidente Juscelino Kubitschek FOGO NO MERCADO Em 1942, incêndio destrói o Mercado Municipal, inaugurado em 1901, em Ribeirão Preto. Ele só é reaberto em 1958, depois de 16 anos fechado. SURGE ORESTES Em 1936, Orestes Lopes de Camargo adquire o jornal do comendador Abel Conceição e de Renato Barillari. A compra é feita por 15 contos, sendo 10 à vista e o restante em 10 prestações. O NOVO COMANDO Antonio Carlos Coutinho Nogueira e José Bonifácio Coutinho Nogueira Filho, do Grupo EPTV, compram, em 2006, 50% do controle acionário do A Cidade. Em 2012, totalizam em 100% a transferência de ações. MÁQUINA NOVA Em 1940, A Cidade adquire da Linotypo do Brasil S/A a primeira máquina de composição modelo 18, por Cr$ 137 mil, 10% à vista e o resto em 36 prestações. Os linotipistas são os filhos de Orestes, Juracy e Jandyra, Mais que notícia, Está no nosso DNA. Dizer a verdade. Duvidar sempre de primeiras versões, mas ouvir todas. Trabalhar e realizar. Concretizar e superar marcas. Informar, formar, divertir. Criar laços, vínculos, ligar as ações aos resultados, dar sentido à profissão de contar histórias e exorcizar problemas. Sempre em busca de soluções e de uma vida melhor para todos FOTOS ARQUIVO
  • 12. 12 A CIDADE DOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016 1 1 1anos A CIDADE Não existe melhor “diário” do que uma coleção de jornal, especialmente se ele é centenário, como a A Cidade. Lendo o jornal, ao longo das décadas, é possível perceber as preferências, a linguagem, os hábitos e até as características religiosas da cidade. Também fica mais fácil avaliar o perfil econômico, as tendências urbanas e artísticas e o comportamento político alegre e precoce senhora1º Diário de uma DIZ ARTHUR BARROS: “Durante a a segunda década do seculo 20, há registros de exibições no Cinema Barracão localizado no bairro, hoje Ipiranga. Ribeirão Preto também vai ser palco, em 1919, da produção do filme “O Crime de Cravinhos” que envolvia a Rainha do Café Iria Alves Ferreira...” DIZ O PROFESSOR LAGES: Durante a ditadura Militar, as Câmaras ainda não remuneravam os vereadores. A Constituição de 1988 é que outorga competência à Câmara para fixar o subsídio de seus vereadores. O mandato não pode ser gratuito e a remuneração deve se ater aos limites da Constituição”... DIZ SÉRGIO KODATO: “No início do século passado, a cocaína não era criminalizada como agora. Sigmund Freud, antes de ficar conhecido com a psicanálise, realizou uma série de experimentos com cocaína. Ele experimentou em si mesmo regularmente e solicitava que colegas a experimentassem para sua pesquisa...” DESPEDIDA 1946Ribeirão Preto vive uma sucessão de perdas: em 1946, o Theatro Carlos Gomes vai ao chão, demolido sem discussões ou interferências O coordenador e diretor do Arquivo Histórico Munici- pal de Ribeirão Preto, Arthur Barros, por exemplo, desta- ca o grande número de salas de cinema que fizeram da ci- dade uma voraz espectadora de filmes. A programação in- cluía desde comédias “paste- lão”, até dramalhões lacrime- janteseedulcorados. Os cavalheiros, furtiva- mente, bem que tentavam se sentar ao lado das damas desacompanhadas, mas in- variavelmente, ouviam a negativa irredutível: “o lu- gar está ocupado”. O sociólogo da USP Sér- gio Kodato analisa este com- portamento: “As salas de ci- nema tornaram-se também locais de paquera, encon- tro... As paixões e cenas mais tórridas e ousadas aconte- ciam no “escurinho do ci- nema”. “Melindrosas” guar- dando lugar para ninguém” poderiam se constituir na versão antiga das chamadas “histéricas”, que expressa- vam paradoxalmente apro- ximação e afastamento com relação ao homem dos so- nhos e do desejo”. Mas e a ex- pansão das salas de cinema? Diz o historiador Atrhur Bar- ros: “No início do século 20 Ribeirão Preto começa a so- frer grandes transformações com a chegada da ferro- via e a riqueza do café. Imi- grantes de várias nacionali- dades transformam a cida- de em um caldeirão cultu- ral. E até os teatros foram adaptados para receber as produções cinematográfi- cas que começam a cair no gosto popular...”. Pessoa Já na política, é mais complexo. Para o historiador José Antônio La- ges, havia diferen- ças substanciais para caracterizar o papel do vereador de cem anos atrás: “Naquela época e mesmo durante o Império (1822-1889),asCâmarasnão exerciam apenas funções le- gislativas, mas também ad- ministrativas e até judiciais. Vem daí a tradição que per- durou durante muito tem- po, inclusive durante a Re- pública, em que os legisla- dores não precisavam de re- ceber salários, pois eram ge- ralmente pessoas bem aqui- nhoadas. Era esta a lógica”... INAUGURAÇÃO 1936É concluída a construção do primeiro edifício alto de Ribeirão Preto, o prédio Diederichsen, que fica na esquina da General Osório com Álvares Cabral. “O cinema inaugurou a era da paixão pela imagem falada e em mo- vimento, precursora da obsessão pela televisão do brasileiro... “ Sérgio Kodato Sociólogo MILENA AUREA / A CIDADE WEBER SIAN / A CIDADE WEBER SIAN / A CIDADE
  • 13. 13A CIDADEDOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016 O mesmo ‘genoma’ que está nos cadernos A, B e C, de A Cidade, aparece também na sustentação dos classificados que são considerados por muitos como “os mais fortes” do Interior do Brasil. Em Ribeirão Preto muitos avaliam que tiveram mudanças de vida e de hábitos, depois de usarem os classificados para vender ou comprar O mesmo ‘genoma’ que está nos cadernos A, B e C, de A Cidade, aparece também na DNA CLASSIFICADOS DNA CLASSIFICADOS COM
  • 14. 14 A CIDADE DOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016 1 1 1anos A CIDADE ‘Cuidado com o que você faz. Se anunciar, vende mesmo’, dizem os frequentadores do balcão de anúncios de A Cidade. Falam por experiência própria. Quem resolve se desfazer de objetos sem desapego, pode ter que tomar atitudes desesperadas se voltar atrás. Zé Alfredo, freguês de carteirinha, que o diga. Será que ele conseguiu segurar a sua Belina? ‘tijolinhos de papel’ 1º A vida mágica dos CARA DOS CLASSIFICADOS Orestes Lopes Camargo não é, certamente, o inventor dos chamados classificados. Mas bem que poderia ser. Foi com eles que sustentou o seu jornal durante décadas, fazendo receitas independentes de grandes anunciantes e se mantendo em uma zona de conforto MERCADÃO 1958Reinaugurado o Mercado Municipal, de Ribeirão Preto, que havia sido destruído por un incêndio em 1942. Ribeirão vibra. CAVA DO BOSQUE 1952Um alento para os esportistas. Em 18 de outubro é inaugurado o Ginásio de Esportes Gavino Virdes, que acaba se tornando um dos locais mais populares de Ribeirão Preto ZEFERINO VAZ 1952Em 2 de abril começa a funcionar efetivamente a faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP), sob a direção do professor Zeferino Vaz, que também fundaria a Unicamp CENTENÁRIO 1956Com a presença do presidente Juscelino Kubitschek, Ribeirão Preto comemora seu primeiro centenário. Foram muitos dias de festa para celebrar os 100 anos de Ribeirão Preto, que recebe, também, a visita de artistas de várias nacionalidades. DATA CERTA 1954Comissão de notáveis (formada por professores da USP) emite parecer recomendando a adoção do dia 19 de junho como a data oficial de fundação de Ribeirão Preto. É a data que vigora até hoje. SURGE O HC 1956Em 31 de julho, é inaugurado o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo HCFMRP/USP). Os estudantes de Medicina já tinham seu hospital para se aperfeiçoar e fazer residência médica MUSEU 1955Em 20 de janeiro é inaugurado o Museu do Café, instalado provisoriamente em três salas e três varandas do Museu Histórico, no campus de Monte Alegre. O local pertenceu ao Rei do Café Francisco Schmidt. FESTA CATÓLICA 1958Em 19 de abril, o Papa Pio 12 eleva a Diocese à Arquidiocese de Ribeirão Preto. O primeiro arcebispo é dom Luiz do Amaral Mousinho. Em 1º de janeiro de 1937, Orestes Lopes de Ca- margo tem uma boa ideia para alavancar a venda de publicidade do jornal A Ci- dade. Ele divide a primeira pá- gina em 21 pequenos re- tângulos, em fileiras, no ta- manho de cartões de visita (aqueles usados para felici- tações por datas festivas). O sucesso é tão surpre- endente que, para contem- plar todos os anunciantes, Orestes manda rodar duas primeiras páginas, na edi- ção de número 12.507, que ganha, assim, duas capas. É esta a origem mais prová- vel da tradição dos classi- ficados de A Cidade. Uma novidade que deu tão cer- to, que até hoje entusiasma os principais interessados: os anunciantes. É o caso de José Alfredo, 63 anos, que se considera, mais do que cliente, ami- go do jornal. Para ele, que é anunciante há 10 anos, o Classificados é uma espé- cie de colega de trabalho. Atualmente, trabalha com a venda de móveis para es- critório. “Anuncio cadeira, mesa e tudo mais”, conta. O mais curioso, para ele, é que muitos clientes vão até o salão que ele tem, e acabam comprando outros produtos que não estavam anunciados. “Isso acontece direto. Uma vez, anunciei uma mesa e uma cliente veio ver. Quando chegou, viu outra peça, que não tinha nada a ver com escritório, e acabou compran- do as duas coisas”, diz. Recentemen- te anunciou uma Belina que usa para carregar mó- veis. Mas, no fundo, não quer se desfazer de- la. “Eu sempre tive essa Be- lina. É de estimação. Tenho grande carinho. Por isso, u acabei dizendo pra quem se interessou que a pintu- ra não estava boa, enfim, não ajudei a venda”, confes- sa, rindo. Tem muito anuncian- te como o José, que pre- cisa do dinheiro, mas não quer vender. Aí o jogo vira: é o comprador que tem que convencer o vendedor. BOA IDEIA 1937É o ano em que são criados os ‘tijolinhos’ para anunciar cumprimentos, abraços, móveis, bebidas, carros, casas, apartamentos e objetos AEROPORTO 1952Em 12 de outubro, é inaugurado o aeroporto “Leite Lopes, em Ribeirão Preto.
  • 15. 15A CIDADEDOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016 1 1 1anos A CIDADE com mais segurança1º BOA PARCERIA Além da fé, a corretora de imóveis ganhou novo impulso com o apoio que sente através das páginas de A Cidade. Ela diz que se sente confiante para desenvolver seu trabalho com esta retaguarda com mais segurança Eurides trabalha WEBER SIAN / A CIDADE PERDAS TRISTESA primeira foi aos 24 anos de idade, quando ficou viúva do primeiro marido. Depois, perdeu dois dos quatro filhos, em acidentes diferentes. E, há 21 anos, se despediu do segundo marido. “Forte”. Esse seria o no- me de dona Eurides Melin, 74, se sua existência tives- se de ser resumida em uma só palavra. Empreendedo- ra nata, mantém uma rela- ção estreita com o A Cida- de. “O jornal é o meu bra- ço direito.” Com espírito humilde e simplicidade na fala, dona Eurides revela sua história de coragem. Aos 35 anos, depois de ter crescido no campo, com cinco meses de educação formal, tra- balhado como empregada doméstica e vendedora de pipoca nas ruas de Ribei- rão, transformou sua vida ao criar, sozinha, uma cor- retora de imóveis. “Procu- rei um corretor e ele disse que se eu conseguisse fa- zer uma venda, me dava uma comissão. Eu conse- gui. E a partir daí, pensei: ‘se ele pode fazer isso, tam- bém posso’.” Eurides bateu de por- ta em porta procuran- do quem queria vender e quem queria comprar. Não foi fácil. Ao mesmo tem- po, lutava para conseguir o registro no Conselho Re- gional de Corretores de Imóveis, o Creci. “De- morou, mas consegui depois de muito es- forço. Um pouco an- tes já tinha assinado o A Cidade e começa- do a trabalhar”, conta. Quem a vê com a alegria que tem no rosto não imagina que, na vida, já teve quatro gran- des perdas. O primeiro jornal a investir nos classificados na cidade é o seu ‘braço direito’ RESPOSTA FORÇAQuando a questionam sobre a fonte que fornece a força que tem, ela responde, com um sorriso: “Nunca pensei em desistir. Deus me dá muita coragem.”
  • 16. 16 A CIDADE DOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016 1 1 1anos A CIDADE caros e bons amigos 1º caros e bons amigoscaros e bons amigoscaros e bons amigos É um grupo de EXPANSÃO 1966Conclusão das obras do novo prédio do jornal. A Cidade adquire mais duas máquinas de compor e uma rotativa do Diário Comércio e Indústria, de São Paulo. O GOLPE 1964Golpe militar derruba o presidente brasileiro João Goulart. Jango havia assumido pela primeira vez a presidência depois da renúncia de Jânio Quadros. DESPERDÍCIO 1965Inaugurada a nova Estação Ferroviária, na avenida Mogiana de Ribeirão Preto. Foi o “canto do cisne” dos trens de passageiro na região de Ribeirão Preto. Dez anos depois, eles começariam a ser progressivamente extintos. Quem procura anúncios no Classificados sabe que há uma variedade de pro- dutos, veículos, imóveis e empregos disponíveis. Há 111 anos, o caderno é mo- tivo de alegria para muitas pessoas de Ribeirão e re- gião. Carmo Carlos Libera- to, 56, anuncia há 30 anos. Ele produz e conserta me- sas de bilhar e depois ven- de através do A Cidade. “O Classificados me ajudou bastante, principalmente em épocas mais difíceis. Tenho bom retorno com os anúncios. Muito aca- bam virando meus clien- tes e trazendo mais clien- tes. É muito bom”, con- ta. Hoje, com a comuni- cação mais rápida, as ven- das ficam mais dinâmicas. O cliente já não precisa visitar pessoalmente pa- ra tirar algumas dúvidas. “A gente faz venda até por WhatsApp.” Já o assessor Benedito Machado, 62, tem um ca- rinho especial pelo jornal. Trabalhou como jornaleiro do A Cidade entre 1971 e 1972. Todos os dias, chega- va às 4h para pegar os jor- nais e a bicicleta. “Foi um tempo muito bom.” Anos depois, em 1978, anunciou a venda de uma moto que mudou sua vida. “Vendi a moto para uma moça. Lo- go começamos a namorar. Tudo por causa do Clas- sificados”, diz, sorrindo ao relembrar da história. Pa- ra ele, o caderno é impor- tante por atingir diferen- tes públicos. “Seja um cara da periferia ou do Alto da Boa Vista, todo mundo tem acesso ao Classificados.” O caderno também faz parte da vida do empresá- rio Paulo Vitor, 53. Há 30 anos ele tem uma loja de veículos e desde então muitas vendas foram feitas através de anúncios. Com ajuda do Classifi- cados, Pau- lo conseguiu manter a empresa em pé. “Já vendi muitos carros através do jornal. Esta semana anunciei a venda de 30 veículos”, re- vela. O produtor rural, Helder Maseti, 51, anuncia mo A Cidade há 10 anos. Quan- do começou, vendia carros. Hoje, trabalha com planta- ção de “coco anão” em uma chácara em Cajuru. “Com- pro as sementes, planto e depois vendo as mudas “, diz. “O retorno tem sido muito bom”, conta. VIDA COM FOCO 30anos ó tempo que Paulo Vitor tem uma loja de carros. Ele dá seu depoimento e assegura que “já vendeu muitos carros através do jornal A Cidade”. “Quem com ferro fere, com ferro será ferido; quem tudo quer, tudo peerde; “não vá com tan- ta sede ao pote”; o que é da onça lobo não come”. Ditados populares muito em voga da década de 1960 Chegar aos 111 anos com tantos parceiros, não é para qualquer um. Carmo é anunciante há 30 anos. Benedito, também anunciante, é ex-jornaleiro. Fazia entregas do A Cidade de bicicleta. Como se pode ver, é um amor de família. Mas sem perder o foco na hora de enxergar um bom negócio entre amigos. Carmo e Benedito que o digam.
  • 17. 17A CIDADEDOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016 1 1 1anos A CIDADE capa e coleciona o jornal 1º O jardim José Sampaio, localizado na zona Norte de Ribeirão Preto, guarda uma fã especial do A Cida- de. Dona Marilene Carme- lita Guizeline, 77, colecio- na todos os exemplares do caderno “A Cidade no Meu Bairro” desde 2008, quando ele foi criado. “As lindas histórias que o ‘Meu Bairro’ traz é o que sempre me fez gostar de- le”, conta. Enquanto enche o pul- mão para falar sobre sua coleção, Dona Marilene se levanta do sofá da sala e vai até outro cômodo. Na vol- ta, traz uma caixa pesada, cheia de jornal. Logo co- AGULHA E LINHA O contato com o A Cidade começou na década de 1970. Nascida em Igarapava, conheceu o marido, Dionísio Guizeline Neto, hoje com 86 anos. Moraram cinco anos em Lucélia, antes de virem para Ribeirão. Para ficar. meça a contar: “Fiquei tão feliz quando saí na capa. Mandei para a minha irmã, que mora no Guarujá, e pa- ra o meu irmão, de Jaboti- cabal. Um amigo até man- dou emoldurar e me deu de presente.” Com mãos cuidadosas de quem é avó, a aposenta- da começa a apontar para diversos exemplares dife- rentes. Aos poucos, mostra todas as personagens que ela mesma indicou para Ja- cqueline Pioli, repórter que escreve o ‘Meu Bairro’. “Eu ligava no jornal para fa- lar com ela [jornalis- ta] e acabava falan- do das histórias in- teressantes do Jo- sé Sampaio. Vários conhecidos deram entrevista e todos gostaram muito”, diz, com sorriso ilu- minado. capa e coleciona o jornalcapa e coleciona o jornal Marilene já foi Ela saiu no A Cidade no Meu Bairro, caderno preferido que ela coleciona Antes de se aposentar, ela começou a dar aulas de bordado, voluntariamente, num Centro Comunitário. “Fiz isso durante oito anos. Mas a Prefeitura parou de mandar agulha e linha”, suspira.
  • 18. 18 A CIDADE DOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016
  • 19. 19A CIDADEDOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016
  • 20. 20 A CIDADE DOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016 DO LEITOR DNAO Jornal A Cidade tem o privilégio de reunir leitores de todos os tipos, idades, credos. E pelo menos uma coisa eles têm em comum. O gosto pelo resultado e a determinação de persegui-lo.
  • 21. 21A CIDADEDOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016 1 1 1anos A CIDADE colecionar moedas 1º PAIXÃO DE BORDO Meia tonelada de moedas foi o resultado que este jovem um tanto exigente, obteve depois de anunciar interesse através dos classificados do A Cidade Antônio gosta de RÉPLICAS HOBBYAlém de coleção de moedas, Underlei gosta de fazer réplicas de edifícios famosos. O trabalho artesanal, feito em madeira jequitibá, começou assim que se aposentou. Não é muito difícil en- contrar colecionadores de moedas e notas de diferen- tes períodos do Brasil e do mundo. Mas, para Underlei Antônio Fabrício, colecio- nar antigas moedas brasi- leiras é uma das coisas que mais gosta de fazer. Há 20 anos anunciando no Clas- sificados, o aposentado já adquiriu boa parte do acer- vo de quase 1.500 unida- des. A mais antiga é do sé- culo 17, do Brasil Colônia. “Tenho moedas de todos os períodos. Brasil Colônia, Brasil Reino Unido, Brasil Império e República”, con- ta, orgulhoso. Seu Fabrício, como é conhecido, faz em média um anúncio por mês. Na descrição, especifica exa- tamente o que quer. Nem sempre encontra, mas nunca desiste. Uma vez, há 12 anos, depois de ter fei- to um anúncio, chegou a comprar meia tonelada de moedas. “Eles [vendedo- res] viram no jornal e me li- garam na hora.” A paixão por colecio- nar moedas veio por aca- so. Comprou, por curio- sidade, em 1994, uma “Patacão”, de 960 réis, numa loja no Centro da Ribeirão. Logo co- meçou a frequentar reuniões de compra e venda e também anunciar no jornal. Pelo jeito, como toda paixão que se pre- za, é mais um caminho sem volta. Mas, que prazer. E, para isso, leva a paixão até as últimas consequências. Com a ajuda do A Cidade RESGATE Em seu conjunto estão prédios famosos como o Empire State Building, de Nova York, e o extinto World Trade Center, as famosas “torres gêmeas”, também da cidade norte-americana. A ideia surgiu com a vinda do tempo livre. Começou sozinho, sem ajuda de qualquer curso.
  • 22. 22 A CIDADE DOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016 1 1 1anos A CIDADE no jornal para ‘muitos’ 1º Cantídio escreve DEFINIÇÃO Para Cantídio Brêtas Maganini, há três tipos de pessoas no mundo. As que são movidas por resultados, poder e associação. “Ser movido por associação é se associar com pessoas, criar esse ‘network’. Eu sou assim e gosto do que faço.” PARQUE 2000Em 18 de novembro de 2000 é inaugurado o Parque Curupira, depois rebatizado como Parque Prefeito Luiz Roberto Jábali. PEDRO SEGUNDO 1996Com grande festa, e repercussão nacional, é reinaugurado o Theatro Pedro II, 16 anos após o incêndio que o destruiu. A reinauguração é transmitida em rede nacional de televisão, através da EPTV, para todo o País. Nascido em Salto Gran- de, região de Assis, inte- rior de São Paulo, o consul- tor de empresas Cantídio Brêtas Maganini, 69, tor- nou-se ribeirão-pretano de coração há 38 anos. Hoje, sente-se no dever de viver bem em comunidade. Por isso, escreve para a “colu- na do leitor” com regulari- dade. “Na minha vida, per- cebi que gosto de ajudar as pessoas”, conta. Hoje, especialista em gestão e consultoria empre- sarial, ao longo dos anos, adquiriu conhecimentos sobre urbanismo. Foi cha- mado para ser secretário do Fórum das Entidades de Ribeirão Preto, o Ferp. “Is- so só estreitou a minha re- lação com o jornal. Escrevo muito sobre isso.” Em sua carreira, Maga- nini adquiriu experiência em diversos setores. Saiu cedo da cidade natal para cursar Engenharia Mecâni- ca em Uberlândia, e em se- guida, Engenharia de Se- gurança do Trabalho, em Campinas. Foi trabalhar em Piracicaba, onde teve o seu primeiro filho, em 1977. “Quando ele tinha dois meses de idade, vie- mos para Ribeirão e mon- tei uma indústria de papel e celulose.” A indústria foi vendi- da e, junto com dois ami- gos, montou uma constru- tora de imóveis. Anos de- pois conheceu o consultor que avaliou a empre- sa e disse que nela havia problemas de gestão. “Ali, a ‘minha ficha caiu’ e comecei a bus- car outros conhe- cimentos que não estavam na enge- nharia”, revela. Pai de quatro fi- lhos e avô de dois netos, Maganini se orgulha em contar sobre o rumo que cada um tomou. Segundo ele, o caçula acha “boba- gem” se preocupar em es- crever na esperança de que as coisas mudem. “Quan- do quero falar para alguém, eu falo para o jornal e ele fala para muita gente. Sei que não vai resolver, tenho consciência disso. Mas, an- tes de ir embora, quero dei- xar um pouquinho aqui”. ANÁLISE Háito ou não de consultor empresarial, Cantídio Brêtas sempre se posiciona sobre todos os assuntos que dizem respeito à vida da cidade. E ele diz que prefere fazer isso publicamente, através de meios de comunicação como o jornal impresso, por exemplo. MILENA AUREA / A CIDADE Ele é engenheiro, articulado, participa de muitas associações e se posiciona sempre. Para Cantídio Brêtas Maganini, um assíduo colaborador com cartas para a a “coluna do leitor”, o importante é se comunicar e deixar sempre um recado para a comunidade através do jornal
  • 23. 23A CIDADEDOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016 1 1 1anos A CIDADE Roberta não esquece 1º ROBERTA E LORENA Mãe e filha aproveitam o conforto da casa espaçosa A primeira casa Com a ajuda dos “classificados” de A Cidade, Roberta Prado e Igor Barros sacramentaram não só o casamento, mas também a chegada da primeira filha, Lorena. Uma história cheia de suspenses, mas, ainda bem, com um final feliz e muitas perspectivas de novos e instigantes desafios. Acordar cedo, tomar café da manhã e ir até a banca mais próxima. Es- sa foi a rotina do casal Roberta Prado e Igor Bar- ros ao longo de 2010. Eles precisavam de uma casa. Depois de uma longa jor- nada, acharam o que que- riam no Classificados do A Cidade. O casamento aconte- ceu dois anos antes, em 2008. No inicio,foram pa- ra a casa da mãe de Rober- ta. O plano era um finan- ciamento. Mas, enquanto esgotavam o Classificados, Roberta engravidou de Lo- rena. Foi uma luta intensa. Roberta e Igor dividiam as paginas e cada um vascu- lhava. Ela chegava a levar o exemplar para pesqui- sar nos intervalos. Depois de alguns meses, viram o anuncio de uma casa no Marincek. “Era perfeita pa- ra a gente. Cabia no nosso orçamento e era perto da casa da minha mãe”, conta. Demorou três semanas, depois de muitos desen- contros, para que eles conseguissem vi- sitar a ca- sa. E os de- safios con- tinuavam. Primeiro a imobiliária disse que seria im- possível fa- zer o financiamento. Con- versaram, insistiram e con- seguiram. No dia de assinar os papeis o banco não acei- tou o financiamento inte- gral. Foi então que, cansa- do, o marido resolveu pa- gar a entrada em cheques. “Fiquei desesperada. Eu ti- nha medo de que não con- seguíssemos e nos faltas- se algo. Mas logo con- versamos e ele me acal- mou. Dis- se que tra- balharia se- te dias por semana se fosse preci- so.” Final fe- liz, é claro. HISTÓRIA REAL 2008Roberta tem sua primeira filha, Lorena. E busca uma casa para ter sossego em família. Os Classificados ajudam! MASTRANGELO / A CIDADE Um Brinde, Parabens! VAMOS SEGUIR JUNTOS NOSSOS SONHOS, POIS O MOMENTO É AGORA !!!
  • 24. 24 A CIDADE DOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016 1 1 1anos A CIDADE tem jornal na minha vida’ 1º ‘Alô, freguesia! O feirante Sebastião Célio Corrêa, 64 anos, chegou a Ribeirão aos 9 anos. Aqui, fez história trabalhando, conquistando a simpatia e o carinho dos clientes, mas também construindo sua vida lado a lado com o Classificados do A Cidade – comprou carro, comprou moto, vendeu casa. Mais que isso, reuniu um monte de histórias para contar – seja na feira, seja aqui QUEIJO COM POLÍTICA p Sebastião é figura conhecida das feiras em Ribeirão Preto. Tem inúmeros clientes, gosta de debater política e enche seu quiosque com manchetes políticas que encontra no A Cidade e em outros jornais. “Quanto menor for a educação do país, maior o roubo”, alerta. Enquanto coloca o quei- jo no moedor, o feirante Se- bastião Célio Corrêa, 64 anos, sorri. Conversa com os fregueses (que não são poucos!) e conta um pouco da vida a cada um. Sebastião nasceu em Ita- mogi (MG), mas veio mo- rar em Ribeirão Preto aos 9 anos. Na época, um de seus tios tinha uma lenhadora perto da Cava do Bosque. Foi lá que conheceu o A Cidade, em 1962. “Eu já adorava folhear o jornal, ver as figuras que tinha. Vivia procurando bicicleta nos Classificados.” E falar em Classificados foi como abrir gavetas anti- gas da memória. Sebastião conta, entusiasmado, que o que marcou sua juventude foi ter comprado um carro SP2, amarelo, em 1974. “Era meu sonho. O carro era pra- ticamente zero. Arrumei um monte de namorada” diz, gargalhando, relembrando a vida de solteiro. Em 1975 comprou uma moto, também através do A Cidade. Em 1999 já tra- balhava como feirante, mas também com construção ci- vil. Depois de ter anuncia- do nos Classificados, ven- deu sua casa, do Jardim In- dependência. “A imobiliá- ria viu e me ligou imedia- tamente. Um homem, que veio do Japão, pagou em di- nheiro na mesma hora.” Pendura em seu quios- que várias manchetes de cunho político. Quando o assunto é corrupção, dis- para: “Quanto menor for a educação do país, maior o roubo”. Apesar de não ser assi- nante, Sebastião lê o jornal da semana inteira. O segre- do está em suas bancas às quartas-feiras, na rua Olavo Bilac, Vila Seixas. “Um ami- go, que mora atrás de on- de fico instalado, assina e guarda todos os jornais para mim”, revela. Com humor, vai tocando a vida. Estar na rua, na feira, em contato com as pessoas, o deixa satisfeito com seus dias. “É o que me faz feliz.” “Era meu sonho [comprar um SP2 amarelo]. O carro era praticamente zero. Arrumei um monte de namorada [risos]” Sebastião Célio Corrêa 64 anos, relembrando a época de solteiro em 1974 WEBER SIAN / A CIDADE WEBER SIAN / A CIDADE Delivery: 16 3941.4800 Rui Barbosa , 696 - Centro Delivery: 16 3620.2525 Rua do Professor, 933 - Jd. Irajá SUCESSO se faz em EQUIPE ! Parabéns à equipe Jornal A Cidade 111 anos MUITO PRAZER! 1962Foi o ano em que Sebastião teve contato com A Cidade pela primeira vez. “Vivia procurando bicicleta nos Classificados”, conta o hoje feirante – que já comprou carro, moto e até vendeu casa pelo tradicional canal de ofertas do jornal.