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Profa. Dra. Cíntia Dal Bello
A LITURGIA FORMAL DO OBJETO
Primeira Parte
ALGUNS ASPECTOS
• Multiplicação de objetos: “evidência fantástica do
consumo e da abundância” (p. 15).
• Homens de opulência = rodeados de objetos.
• Discurso (mudo) dos objetos: abundância virtual,
ausência mútua, seres humanos funcionais.
• Inversão: vive-se o tempo dos objetos (rápida
obsolescência); raros objetos sobrevivem à sucessão de
gerações humanas.
• “O consumo invade toda a vida”, condicionando-a,
organizando-a, homogeneizando integralmente todos os
seus aspectos (p.20).
• Facilidade, felicidade, sublimação da vida real (vida social
objetiva) = um “shopping perene”.
Ilustração de Steve Cutts
http://www.stevecutts.com
FIGURAS
• Profusão e amontoamento: “mais do que a soma dos
produtos”, “evidência do excedente, a negação mágica e
definitiva da rareza, a presunção materna e luxuosa da terra
da promissão” (p. 16).
• Coleção: objetos diferentes complementam-se, apontam-se,
referem-se, formando uma espécie de coerência, formando
categorias, uma totalidade indissociável (p.17); “série
organizada de objetos simples se manifesta como
encadeamento significante” (p.17) que gera motivações mais
complexas, para além da necessidade.
Ilustração de Steve Cutts
http://www.stevecutts.com
O ESTATUTO MIRACULOSO DO
CONSUMO
• Relação entre PRODUÇÃO, CONSUMO, IMAGENS:
• “É o pensamento mágico que governa o consumo” (p.21).
• “Crença na onipotência dos signos” (p.22).
• “A opulência, a ‘afluência’ não passa da acumlação dos signos
da felicidade” (p.22).
• Os bens de produto são consumidos como “poder
apreendido” , não como “produtos trabalhados”.
• ABUNDÂNCIA: “milagre diário” dispensado “por uma instância
mitológica benéfica, de que somos herdeiros legítimos: a
Técnica, o Progresso, o Crescimento etc.” (p. 23).
Ilustração de Steve Cutts
http://www.stevecutts.com
O CONSUMO VERTIGINOSO DO REAL
• “A prática dos signos é sempre ambivalente, tem sempre
como função esconjurar, no duplo sentido do termo: fazer
surgir para captar por signos (as forças, o real, a felicidade
etc.) e evocar algo para o negar e recalcar. Sabe-se que o
pensamento mágico nos mitos procura conjurar a mudança e
a história. De certa maneira, o consumo generalizado de
imagens, de fatos e de informações também se esforça por
conjurar o real nos signos do real, por conjurar a história nos
signos da mudança etc.” (p.23).
• “Consumimos o real por antecipação ou retrospectivamente,
de qualquer maneira, à distância, distância esta que é a do
signo” (p. 23).
• Voracidade por realidade, verdade, objetividade.
• Comunicação de massa: não proporciona a realidade,
mas vertigens (ou fantasmas) da realidade (p.24).
• Consumo voraz dos signos multiplicados do real
(p.25).
• Clausura x consumo dos simulacros do mundo
• O consumo das imagens da violência justificam a
passividade, a exclusão do mundo e a clausura em
prol da segurança.
Ilustração de Steve Cutts
http://www.stevecutts.com
CONSUMO E DESPERDÍCIO
• PREJUÍZOS provocados pelo progresso técnico, pelo
desenvolvimento industrial e pelas estruturas de consumo:
ecológicos, socioculturais, psicológicos.
• Desperdício: “é sempre considerado uma forma de loucura, de
demência, de disfunção do instinto, que impele o homem a
queimar as suas reservs e a comprometer através de uma prática
irracional as próprias condições de sobrevivência” (p. 38).
• Sob a lógica social vigente: “recebe função positiva, substituindo a
utilidade racional numa funcionabilidade social superior e se revela,
no limite, como a função essencial – tornando-se o aumento da
despesa, o supérfluo, a inutilidade ritual do ‘gasto para nada’, o
lugar de produção de valores, das diferenças e do sentido – tanto
no plano individual como no plano social” (p. 39).
• Objeto: “condenação à efeméride”, “perpétuo suicídio” (p. 42).
• “O que hoje se produz não se fabrica em função do respectivo
valor de uso ou da possível duração, mas antes em função da
sua morte, cuja aceleração só é igualada pela inflação dos
preços” (p. 42).
• Extermínio calculado: “sabotagem tecnológica” e “desuso
organizado sob o signo da moda” (p. 42).
• “A sociedade de consumo precisa dos seus objetos para existir
e sente sobretudo necessidade de os destruir. O ‘uso’ dos
objetos conduz apenas ao seu desgaste lento. O valor criado
reveste-se de maior intensidade no desperdício violento. Por
tal motivo, a destruição permanece como a alternativa
fundamental da produção: o consumo não passa de termo
intermediário entre as duas” (p. 43).
Ilustração de Steve Cutts
http://www.stevecutts.com
REFERÊNCIAS
• BAUDRILLARD, Jean. A sociedade de consumo. Lisboa: Edições 70, 1995.
• CUTTES, Steve. Ilustrações disponíveis em: http://www.stevecutts.com.
Acesso em: 15 jan. 2017.
Cíntia Dal Bello
Técnica em Publicidade
Bacharel em Comunicação – Habilitação em
Publicidade e Propaganda
Especialista em Marketing e Comunicação
Especialista em Cultura e Meios de
Comunicação
Mestre e Doutora em Comunicação
e Semiótica
Professora de Publicidade e Propaganda,
Jornalismo e Mídias Sociais Digitais
- Universidade Nove de Julho
- Belas Artes
Autora do blog:
www.cintiadalbello.blogspot.com.br
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  • 2. A LITURGIA FORMAL DO OBJETO Primeira Parte
  • 3. ALGUNS ASPECTOS • Multiplicação de objetos: “evidência fantástica do consumo e da abundância” (p. 15). • Homens de opulência = rodeados de objetos. • Discurso (mudo) dos objetos: abundância virtual, ausência mútua, seres humanos funcionais. • Inversão: vive-se o tempo dos objetos (rápida obsolescência); raros objetos sobrevivem à sucessão de gerações humanas. • “O consumo invade toda a vida”, condicionando-a, organizando-a, homogeneizando integralmente todos os seus aspectos (p.20). • Facilidade, felicidade, sublimação da vida real (vida social objetiva) = um “shopping perene”.
  • 4. Ilustração de Steve Cutts http://www.stevecutts.com
  • 5. FIGURAS • Profusão e amontoamento: “mais do que a soma dos produtos”, “evidência do excedente, a negação mágica e definitiva da rareza, a presunção materna e luxuosa da terra da promissão” (p. 16). • Coleção: objetos diferentes complementam-se, apontam-se, referem-se, formando uma espécie de coerência, formando categorias, uma totalidade indissociável (p.17); “série organizada de objetos simples se manifesta como encadeamento significante” (p.17) que gera motivações mais complexas, para além da necessidade.
  • 6. Ilustração de Steve Cutts http://www.stevecutts.com
  • 7. O ESTATUTO MIRACULOSO DO CONSUMO • Relação entre PRODUÇÃO, CONSUMO, IMAGENS: • “É o pensamento mágico que governa o consumo” (p.21). • “Crença na onipotência dos signos” (p.22). • “A opulência, a ‘afluência’ não passa da acumlação dos signos da felicidade” (p.22). • Os bens de produto são consumidos como “poder apreendido” , não como “produtos trabalhados”. • ABUNDÂNCIA: “milagre diário” dispensado “por uma instância mitológica benéfica, de que somos herdeiros legítimos: a Técnica, o Progresso, o Crescimento etc.” (p. 23).
  • 8. Ilustração de Steve Cutts http://www.stevecutts.com
  • 9. O CONSUMO VERTIGINOSO DO REAL • “A prática dos signos é sempre ambivalente, tem sempre como função esconjurar, no duplo sentido do termo: fazer surgir para captar por signos (as forças, o real, a felicidade etc.) e evocar algo para o negar e recalcar. Sabe-se que o pensamento mágico nos mitos procura conjurar a mudança e a história. De certa maneira, o consumo generalizado de imagens, de fatos e de informações também se esforça por conjurar o real nos signos do real, por conjurar a história nos signos da mudança etc.” (p.23). • “Consumimos o real por antecipação ou retrospectivamente, de qualquer maneira, à distância, distância esta que é a do signo” (p. 23).
  • 10. • Voracidade por realidade, verdade, objetividade. • Comunicação de massa: não proporciona a realidade, mas vertigens (ou fantasmas) da realidade (p.24). • Consumo voraz dos signos multiplicados do real (p.25). • Clausura x consumo dos simulacros do mundo • O consumo das imagens da violência justificam a passividade, a exclusão do mundo e a clausura em prol da segurança.
  • 11. Ilustração de Steve Cutts http://www.stevecutts.com
  • 12. CONSUMO E DESPERDÍCIO • PREJUÍZOS provocados pelo progresso técnico, pelo desenvolvimento industrial e pelas estruturas de consumo: ecológicos, socioculturais, psicológicos. • Desperdício: “é sempre considerado uma forma de loucura, de demência, de disfunção do instinto, que impele o homem a queimar as suas reservs e a comprometer através de uma prática irracional as próprias condições de sobrevivência” (p. 38). • Sob a lógica social vigente: “recebe função positiva, substituindo a utilidade racional numa funcionabilidade social superior e se revela, no limite, como a função essencial – tornando-se o aumento da despesa, o supérfluo, a inutilidade ritual do ‘gasto para nada’, o lugar de produção de valores, das diferenças e do sentido – tanto no plano individual como no plano social” (p. 39).
  • 13. • Objeto: “condenação à efeméride”, “perpétuo suicídio” (p. 42). • “O que hoje se produz não se fabrica em função do respectivo valor de uso ou da possível duração, mas antes em função da sua morte, cuja aceleração só é igualada pela inflação dos preços” (p. 42). • Extermínio calculado: “sabotagem tecnológica” e “desuso organizado sob o signo da moda” (p. 42). • “A sociedade de consumo precisa dos seus objetos para existir e sente sobretudo necessidade de os destruir. O ‘uso’ dos objetos conduz apenas ao seu desgaste lento. O valor criado reveste-se de maior intensidade no desperdício violento. Por tal motivo, a destruição permanece como a alternativa fundamental da produção: o consumo não passa de termo intermediário entre as duas” (p. 43).
  • 14. Ilustração de Steve Cutts http://www.stevecutts.com
  • 15. REFERÊNCIAS • BAUDRILLARD, Jean. A sociedade de consumo. Lisboa: Edições 70, 1995. • CUTTES, Steve. Ilustrações disponíveis em: http://www.stevecutts.com. Acesso em: 15 jan. 2017.
  • 16. Cíntia Dal Bello Técnica em Publicidade Bacharel em Comunicação – Habilitação em Publicidade e Propaganda Especialista em Marketing e Comunicação Especialista em Cultura e Meios de Comunicação Mestre e Doutora em Comunicação e Semiótica Professora de Publicidade e Propaganda, Jornalismo e Mídias Sociais Digitais - Universidade Nove de Julho - Belas Artes Autora do blog: www.cintiadalbello.blogspot.com.br APRESENTAÇÃO