Aula 1 - Movimentos Sociais e Teoria Sociológica
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O documento discute as teorias de Marx, Weber e Durkheim sobre ação coletiva e como elas influenciaram o conceito de movimentos sociais. Também apresenta os quatro componentes fundamentais de um movimento social segundo Scherer-Warren: práxis, projeto, ideologia e organização. Por fim, discute abordagens contemporâneas dos movimentos sociais como as de Touraine, Laclau e Castoriadis.
Aula 1 - Movimentos Sociais e Teoria Sociológica
- 1. Universidade do Estado da Bahia Departamento de Educação – Campus I Curso de Ciências Sociais Disciplina: Movimentos Sociais na Teoria Sociológica Docente: Profa. Dra. Cleide Magáli Santos/ Docente Auxiliar: Rosana Uildes F. B. da Silva (Tirocínio Docente por PPGEDUC) UNIDADE I – Introdução à Historia dos conceitos de sociedade civil, ação coletiva e movimentos sociais na teoria social Aula 1- Breve viagem pela Teoria Social 1
- 2. Universidade do Estado da Bahia Departamento de Educação – Campus I Curso de Ciências Sociais Disciplina: Movimentos Sociais na Teoria Sociológica Docente: Profa. Dra. Cleide Magáli Santos I.1.Ação coletiva em Marx, Weber e Durkheim: conflito, classes, solidariedade e “rotinização” da ação coletiva. 2
- 3. Universidade do Estado da Bahia Departamento de Educação – Campus I Curso de Ciências Sociais Disciplina: Movimentos Sociais na Teoria Sociológica Docente: Profa. Dra. Cleide Magáli Santos Ação coletiva em Marx SCHERER-WARREN, Ilse. Movimentos Sociais: um ensaio de interpretação sociológica. Florianópolis:Ed. da UFSC, 1989. 3
- 4. Universidade do Estado da Bahia Departamento de Educação – Campus I Curso de Ciências Sociais Disciplina: Movimentos Sociais na Teoria Sociológica Docente: Profa. Dra. Cleide Magáli Santos Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1968), mestrado em Sociologia Rural pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1971) e doutorado em Sociologia - Université de Paris X, Nanterre (1973). Pos-doutorado na Universidade de Londres (1986-87). Pesquisadora Visitante na UNB (2004-05) e em licença sabática na USP e UFMG. Foi professora adjunto na UFRJ (1974-81) e atualmente é professor titular da Universidade Federal de Santa Catarina. Tem experiência na área de Sociologia, com ênfase em Sociologia especiais, atuando principalmente nos seguintes temas: movimentos sociais, redes, cidadania, globalização, ações coletivas, democracia, participação, exclusão e inclusão social , direitos humanos e multiculturalismo 4
- 5. Universidade do Estado da Bahia Departamento de Educação – Campus I Curso de Ciências Sociais Disciplina: Movimentos Sociais na Teoria Sociológica Docente: Profa. Dra. Cleide Magáli Santos Social (...) Concebo o Social como um conjunto de relações sociais comandadas por uma dialética de opressão e de libertação.(Scherer-Warren, 1989, p.8) 5
- 6. Universidade do Estado da Bahia Departamento de Educação – Campus I Curso de Ciências Sociais Disciplina: Movimentos Sociais na Teoria Sociológica Docente: Profa. Dra.Cleide Magáli Santos Existência de um Movimento Social: (...) quando os grupos se organizam na busca de libertação, ou seja, para superar algumas formas de opressão e para atuar na produção de uma sociedade modificada. (SCHERER-WARREN, 1989, p.9) 6
- 7. Universidade do Estado da Bahia Departamento de Educação – Campus I Curso de Ciências Sociais Disciplina: Movimentos Sociais na Teoria Sociológica Docente: Profa. Dra.Cleide Magáli Santos) COMPONENTES DOS MOVIMENTOS SOCIAIS 1. Práxis; 2. Projeto; 3. Ideologia; 4. Direção ou organização. 7
- 8. Universidade do Estado da Bahia Departamento de Educação – Campus I Curso de Ciências Sociais Disciplina: Movimentos Sociais na Teoria Sociológica Docente: Profa. Dra.Cleide Magáli Santos/Docente Auxiliar: Rosana Uildes F. B. da Silva (Tirocínio Docente por PPGEDUC) 1. PRAXIS PRÁXIS EM MARX – Totalidade sintética num processo revolucionário • Práxis como elemento fundamental de transformação da sociedade e da natureza projetos como utopia de superação das condições sociais que oprimem materialmente, em consequência, espiritualmente umas classes em relação a outras; • A ideologia tanto como elemento de legitimação da dominação de classe, quanto como elemento propulsor da libertação social; • A necessidade das classes se organizarem, enquanto grupos de interesses, na busca de sua autonomia 8
- 9. Universidade do Estado da Bahia Departamento de Educação – Campus I Curso de Ciências Sociais Disciplina: Movimentos Sociais na Teoria Sociológica Docente: Profa. Dra. Cleide Magáli Santos EM SENTIDO SOCIOLÓGICO, PARTINDO DE MARX, VARQUEZ DEFINE COMO... Atividade material humana, transformadora do mundo e do próprio homem (p.14). PRÁXIS PARA A AUTORA: Toda ação para transformação do social, desde que esta ação contenha um certo grau de consciência crítica (p.15). (SCHERER-WARREN, 1989) 9
- 10. Universidade do Estado da Bahia Departamento de Educação – Campus I Curso de Ciências Sociais Disciplina: Movimentos Sociais na Teoria Sociológica Docente: Profa. Dra. Cleide Magáli Santos 2. PROJETO DETERMINAÇÃO DE UM “FIM” PARA O MOVIMENTO, OU SEJA, AS METAS, OS OBJETIVOS, AS UTOPIAS NA PRODUÇÃO TRANSFORMADORA DO SOCIAL. “ O projeto pode ser uma utopia de transformação, seja o desejo e intento de superação da situação presente ou pode se referir à busca da realização de objetivos mais imediatistas do grupo, presentes em seu cotidiano” (SCHERER-WARREN, 1989, p.16) 10
- 11. Universidade do Estado da Bahia Departamento de Educação – Campus I Curso de Ciências Sociais Disciplina: Movimentos Sociais na Teoria Sociológica Docente: Profa. Dra.Cleide Magáli Santos “Estabilizador e transformador do Sistema (p.17)”. 3. IDEOLOGIA 11
- 12. Universidade do Estado da Bahia Departamento de Educação – Campus I Curso de Ciências Sociais Disciplina: Movimentos Sociais na Teoria Sociológica Docente: Profa. Dra.Cleide Magáli Santos 4. DIREÇÃO E ORGANIZAÇÃO 1. Basismo Redução ao mínimo de lideranças intelectuais ou políticas – participação de todos. 2. Vanguardismo Necessidade de uma elite intelectual ou política que oriente e dê direção ao movimento – conscientização dos membros. 12
- 13. Universidade do Estado da Bahia Departamento de Educação – Campus I Curso de Ciências Sociais Disciplina: Movimentos Sociais na Teoria Sociológica Docente: Profa. Dra. Cleide Magáli Santos Revolta do Buzu, Salvador, 2003. . 13
- 14. Universidade do Estado da Bahia Departamento de Educação – Campus I Curso de Ciências Sociais Disciplina: Movimentos Sociais na Teoria Sociológica Docente: Profa. Dra.Cleide Magáli Santos ABORDAGENS MARXISTAS 14
- 15. Universidade do Estado da Bahia Departamento de Educação – Campus I Curso de Ciências Sociais Disciplina: Movimentos Sociais na Teoria Sociológica Docente: Profa. Dra.Cleide Magáli Santos TENDÊNCIAS CONTEMPORÂNEAS 15
- 16. Universidade do Estado da Bahia Departamento de Educação – Campus I Curso de Ciências Sociais Disciplina: Movimentos Sociais na Teoria Sociológica Docente: Profa. Dra. Cleide Magáli Santos LACLAU: Povo x Bloco de poder 16
- 17. Universidade do Estado da Bahia Departamento de Educação – Campus I Curso de Ciências Sociais Disciplina: Movimentos Sociais na Teoria Sociológica Docente: Profa. Dra.Cleide Magáli Santos DAHRENDORF: Os grupos de conflito 17
- 18. Universidade do Estado da Bahia Departamento de Educação – Campus I Curso de Ciências Sociais Disciplina: Movimentos Sociais na Teoria Sociológica Docente: Profa. Dra. Cleide Magáli Santos TOURAINE: Os Movimentos Sociais 18
- 19. Universidade do Estado da Bahia Departamento de Educação – Campus I Curso de Ciências Sociais Disciplina: Movimentos Sociais na Teoria Sociológica Docente: Profa. Dra. Cleide Magáli Santos Touraine sempre esteve mais perto de Weber que de Marx: mov. Sociais são fruto de uma vontade coletiva. Para Touraine, os movimentos sociais superam as classes, porque estão acima delas e podem absorvê-las. A revisão do conceito de movimentos sociais de alguma maneira foi realizada por Touraine a partir de uma distinção que propõe para evitar chamar de movimentos sociais qualquer tipo de ação coletiva, de grupos de interesse ou de instrumentos de pressão política. MS = aqueles que combinam um conflito social com um projeto cultural, e que defendem um modo diferente de uso dos valores morais, baseiam-se na consciência de um conflito com um adversário social (Touraine, 2003, p. 119). Mas essa definição exclui grande parte das ações coletivas que se apresentam hoje, na medida em que os atores sociais encontram dificuldades para identificar um adversário. MS ≠ Movimentos Culturais (ações voltadas para a afirmação de direitos culturais mas que no conflito com o adversário que põem em questão uma elite e apelam ao povo contra o Estado Para ele (1998, p. 262), “As novas contestações não visam criar um novo tipo de sociedade, mas “mudar a vida”, defender os direitos do homem, assim como o direito à vida para os que estão ameaçados pela fome e pelo extermínio, e também o direito à livre expressão ou à livre escolha de um estilo e de uma história de vida pessoais.” 19
- 20. Universidade do Estado da Bahia Departamento de Educação – Campus I Curso de Ciências Sociais Disciplina: Movimentos Sociais na Teoria Sociológica Docente: Profa. Dra. Cleide Magáli Santos GUATARRI: A revolução molecular 20
- 21. Universidade do Estado da Bahia Departamento de Educação – Campus I Curso de Ciências Sociais Disciplina: Movimentos Sociais na Teoria Sociológica Docente: Profa. Dra.Cleide Magáli Santos Guatarri Eixo básico análise: cultura e processos de singularidade ◦ Prima pela subjetividade e papel dos agentes sociais; ◦ A análise micro resgata o cotidiano, o fazer; ◦ Categoria autonomia: não isolamento mas processo interação na construção alianças e redes sociais/culturais. ◦ “a defesa da autonomia se faz no plano da sociedade civil contrapondo-se ao poder do Estado, dos governos” Analise dos movimentos alternativos, contracultura – MS não buscam consenso mas intervenção analítica MS não devem se diluir no interior dos aparelhos do Estado. 21
- 22. Universidade do Estado da Bahia Departamento de Educação – Campus I Curso de Ciências Sociais Disciplina: Movimentos Sociais na Teoria Sociológica Docente: Profa. Dra. Cleide Magáli Santos CASTORIADIS: A auto instituição da sociedade Castoriadis procurou elaborar um pensamento político que visa estabelecer as possibilidades de uma sociedade autônoma, porque consciente da sua auto instituição, constituída por seres autônomos formados numa cultura de questionamento crítico e responsabilidade total, pressupostos indispensáveis para a realização de uma sociedade verdadeiramente democrática. 22
- 23. Universidade do Estado da Bahia Departamento de Educação – Campus I Curso de Ciências Sociais Disciplina: Movimentos Sociais na Teoria Sociológica Docente: Profa. Dra. Cleide Magáli Santos GUTIÉRREZ: A Teologia da Libertação 23
- 24. Universidade do Estado da Bahia Departamento de Educação – Campus I Curso de Ciências Sociais Disciplina: Movimentos Sociais na Teoria Sociológica Docente: Profa. Dra. Cleide Magáli Santos NA BUSCA DE CAMINHOS PARA A LIBERTAÇÃO “... a busca de liberdades sociais e individuais”. (p.140) 24
- 25. Universidade do Estado da Bahia Departamento de Educação – Campus I Curso de Ciências Sociais Disciplina: Movimentos Sociais na Teoria Sociológica Docente: Profa. Dra. Cleide Magáli Santos Para ler: TOURAINE, Alain. Um novo paradigma: para compreender o mundo de hoje. Lisboa: Instituto Piaget, 2005. ________; Crítica da modernidade. Petrópolis: Vozes, 1998. 25
- 26. Universidade do Estado da Bahia Departamento de Educação – Campus I Curso de Ciências Sociais Disciplina: Movimentos Sociais na Teoria Sociológica Docente: Profa. Dra. Cleide Magáli Santos 26