O capítulo descreve a rebelião de Israel contra Deus, seus pecados e idolatria. Deus promete punir severamente o povo com destruição e exílio, mas também oferece perdão caso eles se arrependam e voltem a obedecer aos mandamentos.
2. 12Quem é que vos pede sacrifícios quando vocês não
se sentem abatidos pelos vossos pecados?
13O incenso que me trazem é como um cheiro mau
que me sobe até ao nariz.
14As vossas celebrações sagradas quando das luas
novas, assim como os sábados, e os vossos dias
especiais de jejum, tudo isso para mim é uma fraude!
Não quero mais saber dessas coisas. Repudio tudo isso.
Estou cansado de ter que as suportar.
15Daqui em diante quando orarem de mãos
estendidas para o céu, não olharei nem escutarei nada.
Ainda mesmo que multipliquem as orações, não as
ouvirei, porque as vossas mãos são as de assassinos;
estão manchadas com o sangue de vítimas inocentes.
16Oh! Lavem-se! Limpem-se! Que eu não vos veja
mais a praticar toda essa maldade. Acabem com a vossa
má conduta.
17Aprendam a prática do bem; aprendam a ser
justos, a ajudar os oprimidos, os órfãos e as viúvas.
18Venham então ter comigo e conversemos! - diz o
Senhor. Por mais profundas que sejam as manchas do
vosso pecado, eu poderei tirá-las, e tornar-vos tão
limpos como a neve ao cair. Ainda que essas manchas
sejam vermelhas como o carmezim, poderei tornar-vos
brancos como a mais branca lã!
19Se quiserem e se me ouvirem, se me obedecerem,
terão tudo o que há de melhor!
20Mas se continuarem a voltar as costas e a recusar
ouvir-me, serão devorados pelos vossos inimigos. Eu, o
Senhor, é quem vos diz isto.
21Jerusalém foi em tempos para mim como uma
esposa fiel. Agora, tornou-se como uma prostituta! Anda
atrás de outros deuses! Já foi, uma vez, a cidade da
justiça, e agora fez-se uma cidade de assassinos.
22Foi em tempos como prata genuína; e tornou-se
agora numa liga inferior, de metais sem valor!
Antigamente tão pura, e presentemente sem qualidade
nenhuma, tal como um vinho misturado de água.
23Os seus chefes são rebeldes, são companheiros de
ladrões; todos eles se deixam subornar, e são incapazes
de fazerem justiça aos órfãos; nem se interessam sequer
pela causa das viúvas.
24-25Por isso, eis o que tem para dizer o Senhor dos
exércitos celestiais, o poderoso de Israel: Trasbordarei a
minha ira sobre vocês, que são inimigos! Eu próprio vos
fundirei num cadinho e deitarei fora a escória.
4. 6O Senhor te rejeitou por causa de te teres associado a
estrangeiros do Oriente, que praticam a magia e
comunicam com os espíritos, tal como fazem os
filisteus.
7-8Israel tem vastos tesouros de prata e de ouro,
assim como grande quantidade de cavalos e de carros; e
também está repleta de ídolos - há disso por toda a
terra! São fabricados pelos homens. E mesmo assim
inclinam-se para adorar aquilo que fizeram as suas
próprias mãos!
9Assim eles serão humilhados e abatidos. Deus não
lhes perdoará esse pecado.
10Mete-te já dentro das cavernas das rochas, e
esconde-te da presença espantosa do Senhor, e da sua
gloriosa majestade,
11porque virá o dia em que os vossos olhares altivos
serão abatidos, e só o Senhor será exaltado.
12Naquele dia o Senhor dos exércitos celestiais será
contra o orgulhoso e o altivo, para que sejam abatidos.
13-16Todos os altos cedros do Líbano e os poderosos
carvalhos de Basã se abaixarão até à terra; todas as
altas montanhas e colinas, as altas torres, as muralhas,
os altivos navios que cruzam os mares e as belas
embarcações nos portos - todos serão destruídos
perante o Senhor nesse dia.
17Toda a altivez da humanidade será humilhada; o
orgulho dos homens baixará até ao pó da terra, e só o
Senhor será exaltado.
18Todos os ídolos serão completamente abolidos e
desaparecerão.
19Quando o Senhor se levantar do seu trono para
abalar a Terra, os seus inimigos enfiarão de terror pelos
buracos das rochas e nas cavernas, por causa da glória
da sua majestade,
20e largarão por fim os seus ídolos de ouro e de prata
às toupeiras e aos morcegos.
21Meter-se-ão pelas fendas das rochas, esconder-se-
ão por entre as penhas agrestes, e no cimo dos
penhascos, tentando escapar ao terror do Senhor e à
glória da sua majestade, quando se levantar para
assombrar a Terra!
22Pobre do ser humano! Frágil como a sua própria
respiração! Não merece nada que se confie nele!
8. 8Ai dos que vão comprando propriedade atrás
propriedade, a tal ponto que depois os outros não têm
mais onde viver. As vossas casas são construídas em
grandes latifúndios, de tal forma que podem ficar a viver
sozinhos no meio da terra! Mas o Senhor dos exércitos
celestiais já garantiu o vosso terrível destino;
9ouvi-o com os meus próprios ouvidos dizer, Muitas
dessas belas e grandes habitações ficarão desertas, e os
seus proprietários serão mortos e desaparecerão.
10Dois hectares não chegarão a produzir senão uns
vinte litros de vinho! Dez medidas de semente não
chegarão a produzir mais do que uma só!
11-12Ai dos que se levantam de manhã cedo para
apanhar grandes bebedeiras que se prolongam até tarde
na noite; andam sempre a cair de bêbedos. Vocês fazem
ouvir bela música com instrumentos nas vossas festas e
recepções. Mas com o Senhor não se preocupam
minimamente.
13Por isso vos mandarei para o exílio, para bem
longe, porque nem sabem nem se interessam em saber
tudo o que fiz por vocês. A gente grande, da alta
sociedade, morrerá de fome; e os do povo morrerão de
sede.
14Por isso o inferno já está a abrir a boca toda, só
com o apetite que lhe dá este belo pedaço que é
Jerusalém. Os grandes tanto como os pequenos que
nela moram serão engolidos, tal como aqueles magotes
de embriagados.
15Nesse dia, o orgulhoso será abatido até ao pó da
terra, e o altivo humilhado.
16Mas o Senhor dos exércitos será exaltado acima de
tudo, porque só ele é santo, justo e bom.
17Nesses dias os rebanhos pastarão por entre as
ruínas. Cordeiros, bezerros e cabritos pastarão ali à
vontade!
18-19Ai dos que arrastam os seus pecados atrás de
si com cordas de maldade e as suas injustiças com
tirantes de carroças. Ousam até gracejar com o santo de
Israel e dizer ao Senhor que os castiga. Vá, avia-te e
castiga-nos, ó Deus!, dizem. Sempre queremos ver o que
fazes!
20Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; dos
que dizem que as trevas são luz, e a luz trevas; e dos
que fazem do amargo doce e do doce amargo!
21Ai dos que se fazem passar por sábios e astutos
aos seus próprios olhos!
22Ai dos que se consideram heróis quando se trata
de beber, e se gabam de todo o álcool que são capazes
de ingerir.
11. 1Durante o reinado de Acaz (filho de Jotão e neto de
Uzias) Jerusalém foi atacada pelo rei Rezim da Síria e
pelo rei Peca de Israel (este último filho de Remalias).
Mas não chegou a ser tomada. A cidade resistiu.
2Quando chegou à corte a notícia de que a Síria se
tinha aliado com Israel contra a cidade, os corações,
tanto do rei como do povo, tremeram de medo como
árvores dum bosque, abaladas por um vendaval.
3Então o Senhor disse a Isaías: Vai encontrar-te com
o rei Acaz. Vai tu e teu filho Sear-Jasube . Hão-de
encontrá-lo no fim do aqueduto que vai da fonte de Gião
até ao reservatório superior, perto da estrada que desce
até ao campo do lavandeiro.
4Diz-lhe que deixe de se angustiar, que não precisa
de estar com medo da fúria de Rezim e de Peca; são dois
indivíduos falhados.
5-6É verdade que esses dois, os reis da Síria e de
Israel, virão contra ti dizendo: 'Vamos invadir Judá e
pôr essa população em pânico, para podermos depois
facilmente tomar Jerusalém e instalar lá o filho de
Tabeel como rei'.
7Mas o Senhor responde-lhes que esse plano não
resultará, porque Damasco continuará a ser a capital
da Síria, e o rei Rezim nunca chegará a aumentar as
suas fronteiras.
8-9É verdade que dentro de 65 anos Efraim também
será derrotada e aniquilada. Mas até lá, Samaria se
manterá a única grande cidade, a capital de Efraim, e o
poder do rei Peca não virá a aumentar. Se não crerem
em mim não poderão ficar firmes, e não poderei ajudar-
vos.
10Não muito depois disto, o Senhor mandou mais
esta mensagem ao rei Acaz:
11Pede-me um sinal que te prove que na realidade
esmagarei os teus inimigos, tal como tinha dito. Pede o
que quiseres, no céu ou na terra.
12Mas o rei recusou: Não, não peço. Não poria o
Senhor à prova.
13Então Isaías disse: Ó casa de David, não estás
satisfeita em esgotar a minha paciência, como ainda
cansas a paciência do Senhor?
14Está bem, então. O Senhor, ele próprio, escolherá
o sinal: Um menino será dado à luz por uma virgem; o
seu nome será Emanuel .
15-16Na altura em que este menino for desmamado,
e antes que saiba escolher entre o bem e o mal, os dois
reis que tanto temes ambos estarão mortos.
13. honestas, para que viessem ver-me a escrever isso, de
forma a poderem depois testemunhar em como as tinha
realmente escrito.
3Depois juntei-me com minha mulher, ela concebeu
e teve um filho. O Senhor disse: Chama-lhe Maer-Salal-
Has-Baz.
4Este nome profetiza que dentro de algum tempo,
antes que o menino seja capaz de dizer Papá e Mamã, o
rei da Assíria invadirá tanto Damasco como a Samaria,
levando depois consigo os despojos que saqueou.
5Depois o Senhor falou-me outra vez:
6-8Visto que o povo de Jerusalém rejeitou as águas
de Siloé, que correm brandamente , e pede com alegria
que o rei Rezim e o rei Peca venham ajudá-los, por isso,
hei-de fazer submergir o meu povo com as torrentes
impetuosas do Eufrates; o rei da Assíria e todos os seus
poderosos exércitos se enfurecerão contra eles. Esse rio
transbordará as suas margens e inundará a tua terra de
Judá, ó Emanuel, submergindo-a duma extremidade à
outra.
9-10Façam tudo o que quiserem de mal, ó Síria e
Israel, nossos inimigos, mas não terão sucesso - serão
despedaçados. Ouçam bem, vocês todos que são os
nossos inimigos: Preparem-se para nos fazerem guerra -
contudo hão-de morrer! Sim, hão-de morrer!
Convoquem os vossos conselhos de guerra, estudem
estratégias, preparem os vossos planos de ataque - ao
fim e ao cabo serão destruídos! Porque Deus é
connosco.
Temer só a Deus
11-12O Senhor me avisou de forma categórica: Em
circunstância nenhuma te deixes levar pelos planos de
Judá de se entregar à Síria e a Israel. Não permitas que
o povo venha a clamar-te de traidor; mantém-te fiel a
Deus. Não caias em pânico, como acontece com tantos
dos teus compatriotas ao pensarem que a Síria e Israel
vos vão atacar.
13Só o Senhor dos exércitos celestiais devem temer!
Se o temerem, não terão razão para temer mais
ninguém. Ele será a vossa segurança.
14Ele será, tanto para o reino de Israel como para o
de Judá, um santuário. Mas também será uma pedra de
tropeço, uma rocha que os fará cair; será como uma
armadilha ou uma cilada para o povo em Jerusalém.
15Muitos deles tropeçarão; serão despedaçados;
serão apanhados em ciladas e ficarão cativos.
16Escreve todas estas coisas -diz o Senhor- e sela-as
Confia-as aos meus discípulos.
15. 6Porque um menino nos nasceu; foi-nos dado um
filho. Ser-lhe-á dada a responsabilidade de governar.
Estes serão os seus títulos: Maravilhoso, Conselheiro,
Deus Forte, Pai para sempre, Príncipe da Paz.
7O seu governo de paz e de desenvolvimento nunca
mais terá fim. Ele chefiará com uma justiça e uma
honestidade perfeitas, desde o trono de seu pai David.
Trará verdadeira justiça e paz a todas as nações do
mundo. Isto acontecerá mesmo, porque é o próprio
Senhor dos exércitos celestiais quem está especialmente
empenhado em que tal se realize!
A zanga do Senhor contra Israel
8-10O Senhor falou contra este Israel presunçoso que
anda a dizer que mesmo se a nossa terra for arruinada,
a reconstruirá melhor do que dantes. As figueiras
bravas foram cortadas, mas havemos de as substituir
por cedros!, dizem eles.
11-12A resposta do Senhor à vossa altivez é fazer
com que os inimigos vos ataquem - os sírios pelo leste,
os filisteus pelo oeste. Com as suas bocas
escancaradas, devorarão Israel. E mesmo assim a ira do
Senhor contra vocês não ficará cumprida - a sua mão
manter-se-á suspensa, pronta a esmagar-vos.
13Porque mesmo depois de todo este castigo, não se
arrependerão nem hão-de querer voltar-se de novo para
o Senhor dos exércitos celestiais.
14Por isso num mesmo dia o Senhor cortará em
Israel a cabeça e a cauda, a palma e o junco.
15O ancião e o homem de respeito são a cabeça; o
profeta que ensina mentira, esse é a cauda.
16Os líderes deste povo enganam-no, e os que são
conduzidos ficam desfeitos.
17Esta é a razão porque o Senhor não tem alegria
nos seus jovens, nem piedade pelas viúvas e pelos
órfãos, porque são todos gente que fala sujamente; são
maus e mentirosos. É por isso que a sua ira ainda não
está satisfeita, e que o seu punho está pronto a esmagá-
los a todos.
18Ele queimará toda esta maldade, todos estes
espinhos e sarças; as chamas, depois, virão a consumir
florestas também, e o fumo subirá em rolos por cima do
vasto incêndio.
19A terra ficará enegrecida pelo fogo, como
consequência da cólera do Senhor dos exércitos
celestiais. O próprio povo serve também de combustível
para o fogo.
17. 12Depois do Senhor ter usado o rei da Assíria para
realizar os seus planos, então se voltará contra os
assírios para os castigar igualmente a eles, porque são
gente altiva e orgulhosa.
13-14Gabam-se dizendo: Foi com todo o nosso poder
e com a nossa sabedoria que ganhámos estas guerras
todas. Somos grandes e célebres. Com a nossa própria
força derrubámos muralhas, vencemos povos e
pilhámos os seus tesouros. Pela nossa grandeza
assaltámos os ninhos de riqueza deles; e acumulámos
reinos conquistados, tal como o camponês junta os seus
ovos; ninguém ousa mexer um dedo sequer, ou abrir a
boca para dizer uma palavra contra nós!
15Mas o Senhor diz: Será normal que o machado se
gabe de ter mais poder do que aquele que o emprega? E
a serra, será ela mais poderosa do que o serrador?
Poderá uma vara bater sem que uma mão a mova? Uma
cana é capaz de andar sozinha?
16Por causa de toda essa tua lisonja, ó rei da Assíria,
o Senhor dos exércitos celestiais mandará uma praga
que se disseminará no meio dessa tua tropa orgulhosa,
que os abaterá.
17-19Deus, que é a luz e o santo de Israel, se fará
como uma chama e como fogo que os destruirá. Numa
só noite fará arder esses espinheiros, essas sarças que
são os assírios que destruíram a terra de Israel. O vasto
exército da Assíria é como uma imensa floresta, e será
mesmo assim destruída. O Senhor os desfará, corpo e
alma; serão como uma pessoa doente que perde os
sentidos. Só uns poucos escaparão, de todo esse
poderoso exército; serão tão poucos que uma criança os
saberá contar!
O remanescente de Israel
20Então por fim, os que ficarem, de Israel e de Judá, se
entregarão ao Senhor, o santo de Israel, e não mais
temerão os assírios.
21-22Um resto deles se voltará para o Deus
poderoso, ainda que Israel seja agora tão numeroso
como a areia das praias, apenas alguns deles ficarão
para se converterem, nesse tempo.
23Deus decidiu justamente destruir o seu povo. Sim,
está já decidido pelo Deus dos exércitos consumi-los.
24-25Contudo o Senhor Deus dos exércitos celestiais
diz: Ó meu povo de Jerusalém, não tenhas receio dos
assírios quando vos oprimirem como vos fizeram os
egípcios há muito tempo atrás. Não durará muito isso.
Ao fim de pouco tempo a minha ira contra vocês
acabará e então me levantarei contra eles e os
destruirei.
19. contrário, defenderá com justiça os pobres e com
equidade os explorados.
5Porque se revestirá de justiça e de verdade na
cintura e no tronco.
6Nesse dia o lobo e o cordeiro deitar-se-ão juntos, o
leopardo e o cabrito viverão em paz; bezerros e gordas
ovelhas estarão em segurança no meio de leões, e uma
criança os guiará.
7Os bois pastarão juntamente com os ursos,
enquanto os respectivos filhotes ficarão deitados uns
com os outros. Também o leão comerá erva como os
bois.
8Haverá bebés gatinhando sem perigo por entre
serpentes venenosas, e crianças que põem
despreocupadamente a mão dentro dum ninho de
víboras, retirando-a depois sem a mínima mordedura.
9Não se fará mal nem destruição de espécie alguma
no meu monte santo, porque tal como as águas enchem
o fundo dos mares, assim também a Terra se encherá
do conhecimento do Senhor.
10Nesse dia, aquele que é a raiz de Jessé será como
uma bandeira para todo o mundo. As nações se
juntarão a ele, e a terra onde ele vive será um lugar
glorioso.
11-12Nesse tempo o Senhor fará regressar pela
segunda vez à terra de Israel um resto do seu povo,
trazendo-os da Assíria, do Alto e do Baixo Egipto, da
Etiópia, do Elão, da Babilónia, de Hamate e de terras
distantes de além mar. Levantará uma bandeira entre
as nações para os chamar e reunir. Juntará assim os
israelitas dispersos pelos quatro cantos do mundo.
13Então, terminará enfim a rivalidade entre Israel e
Judá; nunca mais se defrontarão.
14Juntos voarão contra as nações, conquistando as
suas terras a leste e a oeste, unindo forças para as
destruir, vindo a ocupar as nações de Edom, de Moabe
e de Amom.
15-16O Senhor fará secar um caminho através do
Mar Vermelho, levantará a sua mão sobre o rio
Eufrates, mandando um forte vento que o divida em
sete braços que qualquer pessoa poderá atravessar
mesmo calçado. Aplanará um largo caminho desde a
Assíria, para que venha por ele o resto que ainda lá vive,
tal como fez há muito tempo para Israel poder regressar
do Egipto.
21. 5Foi o Senhor dos exércitos celestiais quem os trouxe
aqui, vindos de terras distantes. São as suas armas
contra ti, ó Babilónia. São os instrumentos que ele
usará para destruir toda a tua terra.
6Grita de terror, porque chegou o tempo do Senhor, a
altura em que o poderoso te vai esmagar.
7-8Os teus braços descaem paralisados de terror; o
coração dos mais valentes desfalece de medo. O pavor
aperta-te com terríveis angústias, como uma mulher
antes do parto. Olham uns para os outros
absolutamente desamparados, enquanto as chamas da
cidade a arder se reflectem nas vossas faces
empalidecidas.
9-10Vejam como o dia do Senhor está a chegar, o
terrível dia do seu juízo, da sua tremenda ira. A terra
será destruída e com ela todos os pecadores. Os céus
tornar-se-ão negros por cima da cidade; luz alguma lhes
virá seja do Sol ou da Lua ou das estrelas.
11Castigarei o mundo pela sua maldade, e o pecador
pela sua iniquidade. Esmagarei a arrogância do
orgulhoso e a altivez do rico. Poucos sobrevirão após eu
ter terminado a minha acção.
12Os homens tornar-se-ão mais raros do que o ouro -
serão mais raros do que o ouro de Ofir.
13Porque farei abalar os céus com a minha cólera e
terrível ira, e até a Terra alterará a sua posição no
universo.
14Os exércitos de Babilónia desgastar-se-ão até
ficarem exaustos, batendo em retirada para a sua terra,
como uma corça perseguida por cães de caça, ou então
vagueando perdidos como ovelhas cujo pastor fugiu.
15-16Aqueles que não fugirem serão abatidos. Os
seus meninos serão despedaçados contra o chão à vista
deles; as suas casas serão saqueadas, e as mulheres
violadas pelas hordes atacantes.
17-18Incitarei os medos contra Babilónia, e nem
prata nem ouro algum os poderá demover dessa acção.
Os exércitos atacantes não terão compaixão nem dos
jovens, nem das crianças, nem dos bebés de Babilónia.
19Então Babilónia, o mais glorioso dos reinos, a flor
da cultura da Caldeia, será destruída tão
completamente como o foram Sodoma e Gomorra, as
cidades sobre as quais Deus mandou fogo do céu.
20Nunca mais será reconstruída e habitada. Novas
gerações se sucederão umas às outras, mas naquela
terra nunca mais viverá ninguém. Nem sequer os
nómadas ali acamparão, nem os pastores deixarão os
rebanhos lá passar a noite.
23. ao mais alto trono. Governarei a partir do monte da
assembleia, lá para as bandas do norte. Subirei aos
mais altos céus e serei semelhante ao Altíssimo.
15Mas em vez disso serás levado para a cova do
inferno, lá bem para as profundezas do abismo.
16-17Todos os que lá te virem, perguntarão
espantados: Então é este quem fazia tremer a terra e as
nações do mundo? É este quem tudo arrasou e fez da
terra um açougue; quem demoliu as grandes cidades,
sem ter a mínima compaixão pelos prisioneiros?
18-20Os reis, os grandes chefes das nações jazem,
cada um deles, no seu pomposo mausoléu; mas quanto
a ti, o teu corpo foi lançado para a sepultura como se
fosse um pau seco que não presta. E ali está, de cova
aberta, coberto com os cadáveres dos que foram mortos
nos combates, tão desprezado como o corpo morto dum
animal atropelado na estrada, pisado pelas rodas.
Ninguém terá a ideia de te levantar qualquer momento,
porque destruíste a tua nação, assassinaste o teu povo.
Nunca o teu filho te sucederá como rei.
21Matem os filhos desse malvado. Não deixem que
venham a levantar-se, a reconquistar a terra e a tornar
a encher o mundo de cidades reconstruídas.
22Eu próprio me levantarei contra ele, diz o Senhor
dos exércitos celestiais, e tirarei aos seus filhos e aos
seus netos toda e qualquer possibilidade de virem a
ocupar o trono.
23Reduzirei Babilónia a uma terra desolada, cheia de
porcos espinhos, de charcos fétidos e de pântanos
insalubres. Varrerei aquela terra com a vassoura da
destruição, diz o Senhor dos exércitos celestiais.
Profecia contra a Assíria
24O Senhor jurou, e estes são os seus propósitos e os
seus planos:
25Decidi destruir os exércitos da Assíria enquanto se
encontram em Israel, na minha terra, e esmagá-los
enquanto ocupam as minhas montanhas. O meu povo
não mais será escravo deles.
26E este é o meu plano a aplicar em toda a terra.
Farei isso pela minha força poderosa que é capaz de
actuar no mundo inteiro.
27O Senhor, o Deus da batalha, foi quem falou -
quem poderá alterar os seus planos? Quando o seu
braço se estende para actuar, haverá alguém capaz de o
impedir?
Profecia contra os filisteus
29. 12Que foi que aconteceu aos teus sábios
conselheiros, ó Faraó? Para onde se foi afinal a
sabedoria deles? Se eles são assim tão sábios, que te
digam o que o Senhor vai fazer ao Egipto.
13Os sábios de Zoã são igualmente loucos, e os de
Menfis estão profundamente errados. Eles podem
constituir a elite da sua sociedade, mas o certo é que
arruinaram o Egipto com os seus conselhos
disparatados.
14O Senhor enviou-lhes um espírito de loucura, de
forma que todas as suas sugestões são erradas; fazem
assim com que o Egipto ande incerto e tropeçando como
um bêbado perdido.
15Não, o Egipto não poderá ser salvo por coisa
nenhuma nem por ninguém - não há quem possa
mostrar-lhe o caminho.
16Nesse dia os egípcios serão tão fracos como
mulheres, tremendo de medo sob a mão estendida de
Deus.
17A terra de Judá será um terror para o Egipto; todo
o que mencionar Judá ficará trémulo de medo; pois que
o Senhor dos exércitos celestiais já estabeleceu os seus
planos contra eles.
18Nesse tempo haverá cinco cidades do Egipto que
tomarão a decisão de seguir o Senhor dos exércitos
celestiais, e começarão até a falar a língua dos hebreus.
Uma delas será chamada a Cidade de Destruição.
19-20E haverá um altar em honra do Senhor no
coração do Egipto nesses dias, e um monumento ao
Senhor na sua fronteira. Isto será um sinal de lealdade
ao Senhor dos exércitos celestiais. E então quando
clamarem ao Senhor, pedindo ajuda contra aqueles que
os oprimem, ele lhes enviará um salvador que os
libertará.
21Nesse dia o Senhor se dará a conhecer aos
egípcios. Com efeito eles ficarão a conhecer o Senhor e
apresentar-lhe-ão sacrifícios e ofertas; farão promessas
a Deus e cumpri-las-ão.
22O Senhor ferirá o Egipto, mas depois curá-lo-á!
Porque os egípcios se voltarão para o Senhor, e ele
ouvirá as suas orações e os sarará.
23Naquele dia o Egipto e a Assíria estarão ligados por
uma larga estrada; as populações de ambos poderão
deslocar-se livremente entre um e o outro país, e
adorarão o mesmo Deus.
24Israel será aliado deles; juntar-se-ão os três e
Israel será para eles uma bênção.
31. 3Até o meu próprio estômago se contrai, o meu
íntimo se angustia; dores agudas me oprimem, como
quando uma mulher está para dar à luz.
4Desfaleço quando me dou conta do que Deus
planeia fazer. Todo este horror quase que me cega. A
minha mente como que cambaleia, o meu coração bate
descompassadamente. Estou cativo dum terrível pavor.
O descanso de noite, que era tão sossegado para mim,
foi-se; fico a tremer sem conseguir dormir.
5Vejam! Estão a preparar um grande banquete!
Enchem as mesas de comida; preparam tudo para se
instalarem à volta das mesas. Mas depressa, depressa,
corram antes a pegar nas armas e preparem-se para a
batalha! Vocês estão a ser atacados!
6Entretanto o Senhor disse-me: Põe um vigia sobre a
muralha da cidade, para que grite aquilo que ele vir.
7Quando vir cavaleiros aos pares montados em
jumentos e em camelos, diz-lhe: Aqui está! É isto
mesmo!
8-9Pus assim o vigia sobre a muralha; e passados
tempos ele gritou: Senhor, tenho estado aqui dia após
dia, noite após noite, no meu posto. Mas agora sim,
estou a ver cavaleiros aproximando-se aos pares! Então
ouvi uma voz gritando: Caiu Babilónia, caiu! Todos os
ídolos de Babilónia estão partidos pelo chão.
10Ó povo meu, batido e espancado, comuniquei-vos
tudo quanto o Senhor dos exércitos celestiais, o Deus de
Israel, disse.
Profecia contra os edomitas
11Esta é a mensagem de Deus para Edom: Alguém do
vosso meio me grita continuamente: Guarda, que se
passa de noite? Guarda, que se passa de noite? Que
tempo falta ainda?
12E o guarda replica: Está já a amanhecer o dia do
vosso julgamento. Voltem-se para Deus, para que possa
dar-vos notícias mais encorajadoras. Procurem-no, e
então venham perguntar-me outra vez.
Profecia contra a Arábia
13Esta é a mensagem de Deus referente à Arábia: Ó
caravanas de Dedam, ainda terão de se esconder nos
desertos da Arábia.
14-15Ó gente de Tema, venham trazer comida e água
a estes cansados fugitivos! Eles estão a fugir das
espadas nuas, das agudas flechas e dos horrores da
guerra!
16-17Mas daqui a um ano, diz o Senhor, a grande
força do inimigo deles, a poderosa tribo de Quedar,
34. Isaías 23
Profecia contra Tiro
1Esta é a mensagem de Deus para Tiro:
2Chorem, ó navios de Tiro que regressam a casa
vindos de terras distantes! Chorem pelo vosso porto,
porque desapareceu! Os rumores preocupantes que vos
tinham chegado aos ouvidos em Chipre eram afinal
certos!
3Pesa por toda a parte um silêncio de morte. A calma
reina no vosso porto, onde antes fervilhava a agitação
dos barcos que vinham de Sidom, trazendo mercadorias
de além dos mares, do Egipto e do Nilo. Vocês eram os
donos do comércio dos mares e do mundo.
4Envergonha-te, Sidom, a fortaleza do mar. Porque
perdeste os teus filhos!
5Quando o Egipto ouvir estas notícias, haverá grande
tristeza.
6Fujam a chorar para Tarsis, gente de Tiro.
7Estas ruínas silenciosas é tudo quanto resta da
vossa terra que pulsava de alegria. Que triste história a
vossa! Pensem só em todos os colonos que mandaram
para terras tão longínquas!
8E afinal quem foi que trouxe tamanho desastre
sobre Tiro, a cidade edificadora de impérios, a sede do
comércio mundial?
9Foi o comandante dos exércitos celestiais quem o
ordenou para destruir o vosso orgulho e se opor à
altivez dos homens.
10Façam-se ao mar, ó barcos de Tarsis, naveguem
porque o vosso porto desapareceu.
11O Senhor estende a sua mão sobre os mares; faz
tremer as nações da terra. Ele falou contra esta grande
cidade comercial, para desfazer a sua força.
12Diz ele: Nunca mais, ó desonrada virgem, filha de
Sidom, te alegrarás e serás forte. Ainda que fujas para
Chipre, nem por isso encontrarás repouso.
13Serão os babilónios e não os assírios quem
entregará Tiro aos animais selvagens. Sitiá-la-ão,
arrasarão os seus palácios, farão dela um montão de
ruínas.
14Uivem, navios que cruzam os oceanos, porque o
vosso porto de origem foi destruído!
15-16Durante setenta anos Tiro será esquecida. E
então, nos dias doutro rei, a cidade voltará de novo à
vida. Tornará a cantar canções sentimentais, tais como
38. Isaías 26
Uma canção de louvor
1Ouçam, como eles cantam! Naquele dia toda a terra
de Judá cantará este cântico:
A nossa cidade é bem forte! Estamos protegidos pelas
muralhas da salvação de Deus!
2Abram os portões para que por eles entre o povo
recto, e que cumpre aquilo que diz.
3Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme
em ti, porque confia em ti!
4Confiem sempre no Senhor Deus, porque no Senhor
Jeová está, para sempre, toda a vossa força.
5-6Ele humilha o altivo e derriba a orgulhosa cidade
até ao pó, que é pisada pelos pobres, calcada pelos sem
defesa.
7Mas para os justos, o caminho não é trabalhoso e
escarpado, porque Deus lhes suaviza a estrada na sua
frente.
8Ó Senhor, desejamos de todo o coração fazer a tua
vontade! O nosso maior desejo é glorificar o teu nome.
9Durante toda a noite te procuro; fervorosamente
busco Deus. Na verdade só quando a tua justiça é
aplicada na Terra é que as gentes deixarão a sua
maldade e farão o que é recto.
10Ainda que te mostres bom para com os maus, isso
não os fará serem mais justos; até na terra de rectidão
eles continuam a praticar a maldade, e não atentam
para a tua grandeza, ó Senhor.
11Não ligam às tuas ameaças, nem lhes interessa
sequer que o teu punho já esteja estendido. Mostra-lhes
como amas o teu povo; talvez que isso os envergonhe!
Sim, os teus adversários arderão com o fogo que lhes
reservas.
12Ó Senhor, dá-nos a paz, porque tudo o que temos
e que somos vem de ti!
13Ó Senhor nosso Deus, uma vez, em tempos,
adorámos na verdade outros deuses; mas agora é só a ti
que adoramos.
14Aqueles que servimos antes morreram, foram-se;
nunca voltarão à vida. Vieste contra eles e os destruíste;
já há muito estão esquecidos.
15Oh, louvem o Senhor! Tornaste esta nação muito
grande. Aumentaste largamente as fronteiras da nossa
terra!
16Senhor, na sua tristeza eles procuraram-te.
Quando o teu castigo estava sobre eles, lançaram-te
uma íntima oração.
41. 5Então por fim o Senhor dos exércitos do céu, ele
próprio se tornará a glória dela, a coroa de beleza do
seu povo, daqueles que escaparam.
6Ele dará aos seus juízes um grande desejo de
justiça e uma grande coragem aos seus soldados, os
quais se batem até à última gota de sangue, fazendo
recuar o combate até às portas da cidade.
7-8No entanto Jerusalém, neste momento, é
governada por bêbedos! Os seus sacerdotes e os seus
profetas cambaleiam, vacilam e tropeçam, cometendo
erros e enganos absolutamente estúpidos. As suas
mesas estão cobertas de vómitos. Por toda a parte há
sujidade.
9-10Mas afinal, Isaías, quem pensa ele que é, diz o
povo, para falar assim, desta maneira? Seremos nós
criancinhas, ainda mal sabendo falar? Anda aqui a
dizer-nos sentenças e mais sentenças, e sempre aos
bocadinhos, uma linha de cada vez, e em palavras
muito simples!
11-12Na verdade por lábios estranhos e por outra
língua falará a este povo, a quem disse: Este é o lugar
de descanso; dêem repouso ao que está cansado. Este é
o lugar do alívio. Mas não quiseram ouvir.
13Então o Senhor tornará a soletrar tudo novamente
para eles, repetindo uma e outra vez aquilo em palavras
muito simples; e mesmo assim, com essa mensagem
simples e tão directa, eles tropeçarão, cairão, serão
apanhados e capturados.
14Portanto, ouçam a palavra do Senhor, governantes
escarnecedores, que dominam este povo que está em
Jerusalém:
15Fizemos um pacto com a morte, uma aliança com
o inferno, dizem vocês, quando o flagelo destruidor
passar, não nos apanhará. Porque fizemos da mentira o
nosso refúgio, e da falsidade um esconderijo.
16Mas o Senhor Deus diz: Olhem bem: vou pôr uma
pedra fundamental de construção em Sião, uma pedra
segura; será uma preciosa pedra de esquina, base de
construção. Aquele que nele crer não ficará
decepcionado.
17Pegarei na linha e no prumo da justiça para
verificar a verticalidade da muralha que estão a
construir. E a saraiva varrerá o refúgio da mentira; a
avalanche inundará o esconderijo da falsidade.
18Anularei o vosso acordo com a morte e com o
mundo dos mortos, de tal forma que quando vier o
flagelo destruidor, serão esmagados.
43. 4A tua voz será como um sopro, como um débil
gemido, porque sairá debaixo da terra onde jazes
enterrada.
5-6No entanto, repentinamente, os teus implacáveis
inimigos voarão para longe, como pó miúdo levado pelo
vento. Num instante, eu, o Senhor dos exércitos, cairei
sobre eles com raios, tremores de terra, tufões e fogo.
7Todas as nações que combatem Israel
desaparecerão como um sonho!
8Tal como uma pessoa morrendo de fome sonha com
comer, mas continua esfomeada, e um indivíduo cheio
de sede sonha com beber, mas permanece enfraquecido
com a sede ao acordar, assim os teus inimigos sonharão
com uma conquista vitoriosa, mas que de maneira
nenhuma alcançarão.
9Vocês estão admirados e incrédulos? Não acreditam
nisso? Pois então, já que o querem, continuem assim
cegos e vão por diante! O vosso entendimento está
obtuso - e não é de vinho, de maneira nenhuma!
Cambaleiam, mas não é por terem bebido!
10É porque o Senhor derramou sobre vocês um
espírito de profundo adormecimento. Fechou os olhos
dos vossos profetas e pregadores;
11-12por isso todos estes acontecimentos futuros são
como um livro fechado para eles. Dá-se esse livro a
alguém que sabe ler, e dirá: Não posso lê-lo, está
fechado e selado. Dá-se a outra pessoa que não sabe
ler, e dirá: Tenho pena, mas nem sequer sei ler.
13Assim, o Senhor diz: Este povo aproxima-se de
mim só com os lábios, mas tem o seu coração afastado
para longe de mim. Honra-me apenas com tradições
humanas, aprendidas de cor.
14Por isso continuarei a fazer uma obra de espanto
com eles: a sabedoria dos seus sábios falhará, a
capacidade dos seus técnicos será um malogro!
15Ai dos que tentam esconder os seus planos de
Deus, que tentam agir às escuras, para que Deus não
veja! Deus não há-de ver-nos, dizem para consigo
mesmos. Ele não sabe o que vamos fazendo!
16Como é possível ser-se tão estúpido! Não será ele,
o oleiro, muito maior do que vocês, os vasos de barro
que ele faz? Serão vocês capazes de dizer: Não foi ele
quem nos fez? Uma máquina dirá do seu inventor: Não
percebe de nada?
17Em breve o deserto do Líbano se tornará de novo
num campo fér til, numa viçosa e abundante floresta.
45. atravessando aquela zona árida e perigosa, onde vivem
leões e rápidas serpentes venenosas.
7E afinal, o Egipto nada lhes dará em troca! Pois que
as promessas do Egipto são sem valor nenhum! Animal
inútil é como eu lhe chamo!
8Então, vai e escreve estas minhas palavras com
respeito ao Egipto, para que fiquem escritas para
sempre, até ao fim dos tempos, como um acto de
acusação contra a descrença de Israel.
9Porque além de rebeldes, são teimosos. Não querem
ouvir a lei do Senhor.
10Dizem aos meus profetas: Cala-te já! Não
queremos mais dos teus discursos! Ou então: Não
queremos cá dessas coisas da verdade, assuntos
desagradáveis. Queremos ouvir coisas mais suaves,
mais aprazíveis, mesmo que não sejam bem a verdade,
mesmo que sejam mentiras.
11Põe já de parte toda essa negrura que andas para
aí a lançar. Estamos fartos de ouvir falar do teu Santo
de Israel e de tudo o que ele diz!
12Mas aqui está a resposta do Santo de Israel: Visto
que desprezam o que vos digo e acreditam mais em
enganos e mentiras, e que não querem arrepender-se,
então cairão calamidades repentinamente sobre vocês.
13Será como um muro velho cheio de fendas e meio a
cair já. Dum momento para o outro desmorona-se e
desfaz-se por terra.
14Deus vos desfará como um vaso rachado, sem
misericórdia! Não ficará um só bocado aproveitável, que
sirva sequer para apanhar brasas no fogo ou para trazer
um pouco de água do poço.
15É por isso que o Senhor Deus, o santo de Israel
diz: Só voltando para mim e confiando em mim serão
salvos. No descanso e na confiança está a vossa força.
Mas vocês não quiseram nada disso.
16Não, dizem. Obteremos a ajuda do Egipto, que nos
há-de dar rápidos cavalos para podermos correr para a
batalha. Se querem rapidez hão-de vê-la sim, mas será
a dos vossos inimigos perseguindo-vos!
17Um só deles chegará a perseguir mil fugitivos!
Cinco deles, apenas, conseguirão dispersar-vos de tal
forma que nem mesmo dois de vocês poderão fugir
juntos. Serão como árvores solitárias lá no cimo
distante duma montanha.
18Mas mesmo assim o Senhor espera que venham
para ele, para que possa mostrar-vos o seu amor. Ele
quer conquistar-vos para poder abençoar-vos, tal como
46. já disse. E o Senhor é fiel às suas promessas. Felizes
serão todos aqueles que esperam pela ajuda dele.
19-20Ó meu povo de Jerusalém, vocês não hão-de
chorar mais, porque Deus seguramente terá compaixão
de vocês perante os vosso rogos. Ele vai responder-vos.
Mesmo tendo-vos dado o pão da adversidade e a água
da aflição, ele será convosco para vos ensinar: os vossos
mestres não se esconderá mais; vê-los-ão com os vossos
próprios olhos.
21E se vierem a desviar-se do caminho de Deus e a
seguir noutras direcções, ouvirão então uma voz atrás
de vocês dizendo: Não! O caminho é este - vão antes por
aqui; e nunca mais se desviem nem para um lado nem
para o outro.
22E hão-de destruir todos os vossos ídolos de prata,
as vossas imagens de ouro, deitando-as fora como
coisas imundas, que até vos meterá nojo tocar-lhes.
Fora com isto daqui!, dirão vocês.
23Nessa altura Deus vos abençoará com chuva na
altura em que dela necessitarem, com maravilhosas
colheitas e com ricas pastagens para o vosso gado.
24Os bois e os jumentinhos que ajudam a lavrar a
terra comerão grão puro, já todo limpo da palha pelo
vento.
25Nesse dia, em que Deus intervier para destruir os
vossos inimigos, dar-vos-á correntes de água que
jorrarão de cada montanha, de cada colina.
26A Lua será tão luminosa como o Sol, e a luz deste,
tão intensa como o brilho de sete dias juntos! Será pois
assim, quando o Senhor começar a curar o seu povo e a
sarar as chagas com que o feriu.
27-28Reparem, o Senhor vem de longe, ardendo em
ira, rodeado duma espessa nuvem de fumo. Seus lábios
estão cheios de indignação; as suas palavras são um
fogo consumidor, a sua ira jorra como uma torrente
sobre eles, para os varrer para bem longe. Ele peneirará
as nações orgulhosas; pôr-lhes-á um freio que as fará
extraviarem-se.
29Contudo o povo de Deus cantará cânticos de santa
alegria, como nas reuniões de culto ou quando se
realizam celebrações solenes de adoração. O seu povo
terá alegria no coração, como quando o flautista conduz
uma peregrinação de Jerusalém até à montanha do
Senhor, a rocha de Israel.
30E o Senhor fará ouvir a sua voz majestosa e
gloriosa, e deixará cair o seu poderoso braço sobre os
seus inimigos, com forte indignação, com chamas
devoradoras, com ciclones, fortes tempestades e
tremendas saraivadas.
50. 5O Senhor é grande, pois habita lá no alto! Fará de
Jerusalém o lar da justiça, da bondade e da rectidão.
6Haverá estabilidade e reservas seguras e
abundantes de salvação para Judá, assim como de
sabedoria, de conhecimento e de reverência por Deus.
7Mas presentemente os teus embaixadores choram
com amargo desapontamento, porque a Assíria recusou
o clamor de paz que lhe foi dirigido.
8As tuas estradas estão abandonadas e em estado
lamentável; os viajantes, os que por elas pretendem
passar, preferem tomar por atalhos. Os Assírios
violaram o seu tratado de paz e desprezam em absoluto
as promessas feitas mesmo na presença de
testemunhas; não têm respeito por ninguém.
9Toda a terra de Israel está perturbada; o Líbano foi
destruído; Sarom tornou-se uma terra desabitada; Basã
e Carmelo foram pilhados.
10Mas o Senhor diz: Levantar-me-ei e mostrarei o
meu poder e a minha força.
11Vocês, Assírios, não ganharão nada com todos os
vossos esforços. A vossa própria respiração se fará em
fogo e vos matará.
12Os vossos exércitos arderão como cal, como
espinheiros que se arracam e lançam no fogo.
13Ouçam o que eu fiz, ó nações distantes! Vocês
também, que estão perto - reconheçam o meu poder!
14Os pecadores de entre o meu povo tremem de
medo. Quem é que de nós, clamam eles, pode aqui viver
na presença deste eterno fogo consumidor?
15-16Pois eu vos direi então quem é que pode aqui
viver: Todos os que são honestos e rectos, que rejeitam
lucros de actos fraudulentos, que fecham as mãos ao
suborno, que recusam dar ouvidos a conspirações de
assassínios, que desviam os olhos de tudo o que os
incita a praticar o mal. São estes os que poderão aqui
viver. As rochas das montanhas serão as suas
fortalezas; nunca lhes faltará alimento nem água,
quanta desejarem.
17Os vossos olhos verão o rei na sua majestade,
assim como as terras distantes lá do céu.
18Recordarás este tempo de terror em que os oficiais
assírios, do lado de fora dos muros, contam as tuas
torres, fazendo estimativas a tudo quanto obterão da
tua cidade conquistada.
54. 3Então Eliaquim (filho de Hilquias), que era o
primeiro-ministro, acompanhado de Sebna, escrivão do
rei, e de Joá (filho de Asafe), secretário real, formaram
entre si uma comissão que saiu da cidade para se
encontrar com o enviado da Assíria.
4-6Este disse-lhes que fossem dizer a Ezequias:
O poderoso rei da Assíria diz-te que és um louco ao
pensares que o rei do Egipto te poderá ajudar. Valerão
as promessas do Egipto alguma coisa? Meras palavras
não têm força nenhuma, mas mesmo assim confias na
ajuda dele e revoltas-te contra mim! O Egipto é um
perigoso aliado. É como um pau que te fura a mão se
nele vieres a apoiar-te. Essa é a experiência de quantos
lhe têm pedido ajuda.
7Mas talvez também estejas a dizer: 'Nós confiamos
no Senhor nosso Deus!' Então não é esse aquele que o
vossso rei insultou, deitando abaixo os seus templos e
os altares sobre as colinas, e obrigando toda a gente em
Judá a adorar nos altares aqui em Jerusalém?
8O meu mestre, o rei da Assíria, propõe-vos o
seguinte negócio - se vocês conseguirem arranjar ainda
2.000 homens, do que vos ficou de todo o vosso
exército, então ele dá-vos outros tantos cavalos para
que eles os montem!
9Pois mesmo que conseguissem convocar esse
pequenino exército, isso seria uma força militar
insignificante em relação ao mais pequeno e pior
contingente das forças armadas do meu senhor!
10E mais ainda: Pensas que vim aqui sem que tivesse
sido o Senhor a dizer para tomar esta terra? Foi mesmo
o Senhor quem me disse: Vai e destrói-a!
11Então Eliaquim, Sebna e Joá disseram-lhe: Por
favor, pedimos-te que nos fales antes em aramaico,
porque o entendemos perfeitamente, e não te expresses
em hebraico, visto que não há necessidade que o povo
que está aí sobre a muralha perceba tudo.
12Mas ele respondeu: O meu senhor quer
precisamente que toda a gente em Jerusalém ouça isto
que vos estou a dizer, e não apenas vocês. Ele pretende
que cada habitante saiba que se vocês não se
submeterem, esta cidade será cercada, sitiada, e
durante tanto tempo que cada um há-de ficar tão
faminto, tão morto de sede, que chegarão ao ponto de
comer as suas fezes e beber a sua própria urina.
13E a seguir gritou em hebraico para o povo, os
judeus, que estavam ouvindo em cima da muralha:
Ouçam o que vos diz o grande rei, o rei da Assíria:
14-15Não deixem que Ezequias vos engane - ele nada
poderá fazer para vos salvar. Não lhe dêem ouvidos
quando vos disser para confiarem no Senhor, e que o
56. 4Mas talvez o Senhor teu Deus tenha ouvido as
blasfémias do enviado do rei da Assíria, o desprezo com
que falou do Deus vivo. Certamente que Deus não o
deixará partir assim; com certeza que há-de querer
repreendê-lo por tudo o que disse. Oh, Isaías, ora por
nós, este resto do povo que aqui ficámos!
5Esta foi a mensagem que trouxeram a Isaías.
6Então Isaías respondeu assim: Digam ao rei
Ezequias que o Senhor lhe transmite o seguinte: Não te
deixes perturbar por esse discurso do servo do rei da
Assíria, e pelas suas blasfémias.
7O rei da Assíria receberá uma notícia em como é
requerida com urgência a sua presença no país; ele
regressará e farei com que o matem lá.
8O delegado assírio deixou Jerusalém para ir
consultar o seu rei, que tinha entretanto já deixado
Laquis e se encontrava na altura combatendo Libna.
9E foi então que o rei da Assíria recebeu uma
mensagem em como Tiracá, príncipe herdeiro da
Etiópia, estava a levantar um exército contra ele. Após
ter tomado conhecimento disto, mandou mensageiros
de novo a Jerusalém a Ezequias, para lhe dizerem:
10Não deixes que esse teu Deus, em quem confias, te
engane, prometendo-te que Jerusalém não será
capturada pelos assírios!
11Lembra-te só do que tem acontecido por toda a
parte por onde têm passado os reis assírios, que têm
esmagado todos quantos se lhes opõem.
12Pensas tu que serás diferente deles? Terão os
deuses dos outros conseguido poupar cidades como
Gozã, Harã e Rezefe, e populações como as de Éden em
Telassar? Não. Os assírios destruíram-nas
completamente!
13E não te esqueças do que aconteceu ao rei de
Hamate, e ao de Arpade, e aos das cidades de
Sefarvaim, de Hena e de Iva.
A oração de Ezequias
14Logo que o rei Ezequias leu esta carta, foi ao templo
e apresentou-a ao Senhor, orando desta forma:
15-16Ó Senhor dos exércitos do céu, Deus de Israel,
que estás no teu trono acima dos querubins, e que só tu
és Deus de todos os povos da Terra. Tu só foste quem
fez os céus e a Terra.
17Ouve a minha súplica. Baixa os teus olhos sobre
mim, que te estou aqui a orar. Vê esta carta do rei
57. Senaqueribe, que é uma autêntica afronta a ti, o Deus
vivo.
18-19É verdade, ó Senhor, que os reis da Assíria têm
destruído todas essas nações, tal como diz a carta, e
têm lançado os seus deuses no fogo. Mas é que estes
não eram deuses nenhuns, mas apenas meros ídolos,
moldados por homens, em madeira e em pedra.
Realmente os Assírios puderam destruí-los.
20Mas, ó Senhor nosso Deus, salva-nos, para que
todos os povos da Terra saibam que só tu és o
verdadeiro Deus, somente tu.
A queda de Senaqueribe
21-22Então Isaías (filho de Amós) mandou dizer a
Ezequias: O Senhor Deus de Israel diz o seguinte: Esta
é a minha resposta à tua oração sobre Senaqueribe, rei
da Assíria:
O meu povo -a dsesamparada virgem, filha de Sião- ri-
se de ti, zomba de ti e abana a cabeça de desprezo.
23Será que te dás bem conta de quem é que
ultrajaste, e de quem é que blasfemaste? Sabes contra
quem refilas? A quem diriges directamente a tua
violência e o teu orgulho? Foi contra o Santo de Israel!
24Enviaste os teus mensageiros para escarnecerem
do Senhor. Gabas-te dizendo: Cheguei com os meus
poderosos exércitos e lutei contra as nações do
ocidente. Deitei abaixo os mais altos cedros, os mais
belos ciprestes. Conquistei as suas altas montanhas e
destruí as suas mais espessas florestas.
25Glorias-te dos poços que cavaste em muitas das
terras que conquistaste; e o Egipto com toda a sua força
militar não representa para ti obstáculo sério!
26Mas é que ainda não viste bem que fui eu quem
decidiu já há muito tempo que isso tudo que fizeste
acontecesse? Que fui quem te deu todo esse poder, e fiz
que se realizasse segundo o que tinha planeado. E os
meus planos eram precisamente que derrubasses
cidades fortemente muradas e as tornasses em montões
de ruínas.
27Isso explica a razão porque as suas populações
tinham tão pouco poder e se tornaram uma presa tão
fácil para ti. Eram, na tua frente, como plantazinhas
delicadas que pisavas brutalmente, como pobres ervas
dos telhados que secam rapidamente sob sol.
28Mas acontece que eu te conheço muito bem; estou
ao corrente de todas as tuas idas e vindas, de tudo o
que fazes; e sobretudo vi bem a tua raiva contra mim.
29E é por causa do teu furor contra o Senhor -que eu
ouvi e que chegou perfeitamente até mim- que te pus
59. mensagem da parte do Senhor: Põe em ordem todos os
teus assuntos e negócios porque vais morrer. Não te
curarás dessa doença.
2Quando Ezequias ouviu isto virou-se para o lado da
parede e orou ao Senhor:
3Ó Senhor, lembra-te de como eu tenho sido honesto
e sincero para contigo, como procurei obedecer a tudo o
que tens dito! E começou a chorar intensamente.
4Então o Senhor mandou outra mensagem a Isaías:
5Vai dizer a Ezequias isto: O Deus de David, teu
antepassado, ouviu a tua oração, viu as tuas lágrimas e
deixar-te-á viver mais quinze anos.
6Livrar-te-á, a ti e a esta cidade, do rei da Assíria;
defender-te-ei, diz o Senhor.
7-8E esta é a prova daquilo que digo: Farei com que o
Sol recue dez graus, segundo o relógio de sol de Acaz o
Sol recuou assim dez graus.
9Quando o rei Ezequias se restabeleceu, escreveu
este poema sobre a sua experiência:
10Já vivi metade da minha vida e tenho de deixar
tudo. Ficarei privado do resto dos meus anos de vida e
terei de passar as portas da sepultura.
11Nunca mais tornarei a ver o Senhor na terra dos
vivos. Nunca mais verei os meus amigos neste mundo.
12A minha vida acaba e desfaz-se tão rapidamente
como a tenda dum pastor, como a obra dum tecelão
quando chega ao fim. De um dia para o outro, a minha
vida, presa por um fio, deixará de existir.
13Passei toda a noite a gemer; era como se um leão
me estivesse a partir os ossos.
14No meu delírio chilreava como uma andorinha,
gemia como uma pomba. Levantava os olhos para cima,
pedindo ajuda. Ó Deus, gritava eu, estou angustiado.
Socorre-me.
15Mas, que tenho eu a dizer? Porque ele próprio foi
quem mandou esta doença. Todo o sono me
desapareceu por causa da amargura do meu coração.
16Ó Senhor, a tua disciplina é boa, dá vida e saúde.
Cura-me e faz com que eu viva!
17E agora já compreendo tudo - foi bom para mim
passar por toda esta aflição, porque me livraste
carinhosamente da morte; perdoaste todos os meus
pecados.
18Visto que os mortos não te podem louvar; não
podem ficar cheios de esperança e de alegria.
61. 11Alimentará o seu rebanho como um pastor; levará
nos braços os cordeirinhos, e guiará mansamente as
que amamentam.
12Quem mais é que tem poder para segurar nas suas
mãos os oceanos e para conhecer os céus em todas as
suas medidas? Quem mais conhece perfeitamente o
peso de toda a Terra, e das montanhas e cordilheiras?
13Quem seria capaz de dar conselhos ao Espírito do
Senhor, de ser seu ensinador ou guia?
14Alguma vez ele terá precisado de ser instruído
quanto ao que é recto, ao que é melhor? É evidente que
não.
15Porque todos os povos do mundo são nada em
relação a ele; são como uma gota de água no oceano,
como um grão de pó no prato duma balança. Pega nas
ilhas como se fossem coisa sem peso algum.
16Todas as florestas do Líbano não formariam
combustível suficiente para consumir um sacrifício
bastante grande para o honrar; nem tão-pouco os seus
animais todos, nunca chegariam para oferecer algo de
digno ao nosso Deus.
17Todas as nações são como nada para ele; aos seus
olhos são até menos que nada - são só vazio e nulidade.
18Como se poderá então descrever Deus? Com que é
que poderá ser comparado?
19Com algum ídolo? Com um ídolo qualquer, feito
segundo um molde, pintado de tinta dourada, com
cadeias prateadas à volta do pescoço?
20Até mesmo uma pessoa qualquer, se por acaso não
tiver dinheiro bastante para comprar um ídolo desses,
pode pegar num pedaço de madeira e talhar a imagem
dum ídolo que se transformará no seu deus - um deus
que aliás nem sequer se pode mexer!
21Serão vocês assim tão ignorantes? Serão assim tão
surdos às palavras de Deus - palavras essas que já
foram dadas desde que os mundos existem? Nunca
ouviram nem compreenderam isso?
22É Deus quem se senta acima do globo da Terra,
cujos habitantes para ele fazem figura de minúsculos
gafanhotos. É ele quem estende os céus como uma
cortina, como se fizesse com ela a sua tenda.
23Reduz a nada os grandes senhores desta terra,
torna inúteis os seus governantes.
24Dificilmente se estabilizam e criam raízes se Deus
soprar sobre eles; e as suas obras perdem então todo o
valor, levando-as o vento como à palha.
63. 5As terras para além do mar estão numa expectativa
de medo, esperando notícias sobre novas campanhas de
Ciro. Terras distantes tremem e mobilizam-se para a
guerra.
6Cada pessoa encoraja o seu vizinho e diz: Não te
preocupes. Havemos de ganhar.
7Mas o certo é que correm a fazer um novo ídolo. E o
artífice de ouro encoraja o entalhador, o escultor ajuda
o fundidor. Está bem, dizem eles. Ficou mesmo bem.
Agora vamos fixar-lhe os membros. Cuidadosamente
juntam-lhe as diferentes peças e fixam a imagem
seguramente ao chão, não vá ela cair!
8Mas quanto a vocês, ó Israel, vocês são meus, são
aqueles que eu escolhi. Porque são a família de Abraão,
o meu amigo.
9-10Chamei-vos das extremidades da Terra, e disse-
vos que ninguém mais deviam servir senão eu só. Fui
eu quem vos escolheu, por isso nunca vos lançarei fora.
Não temam porque eu sou convosco. Não se espantem,
eu sou o vosso Deus. Dar-vos-ei força; ajudar-vos-ei;
hei-de sustentar-vos com a força e a justiça da minha
mão vitoriosa.
11-12Reparem: todos os vossos irritados inimigos
ficarão confundidos e frustrados. Todos quantos se vos
opõem morrerão. Em vão procurarão saber deles - todos
terão desaparecido.
13Seguro-vos pela vossa mão direita -eu, o Senhor
vosso Deus- e digo-vos: Nada receiem. Estou aqui para
vos ajudar.
14Ainda que sejam desprezados, não tenham medo, ó
Israel; porque eu vos socorrerei; eu sou o Senhor o
vosso redentor. Eu sou o Santo de Israel.
15-16Vocês serão como que uma nova debulhadora
de dentes agudos, que há-de moer todos os inimigos,
despedaçando-os, e transformando as montanhas em
palha. Vocês os sacudirão no ar, e o vento se
encarregará de os levar para longe; remoinhos
tempestuosos de ventos os dispensarão. E a alegria do
Senhor vos encherá; exultarão no Senhor Deus de
Israel, o qual será a vossa glória.
17Quando os pobres e os necessitados procuram
água sem a encontrarem e as suas línguas se secam
com a sede, então responderei quando clamarem para
mim. Eu, o Deus de Israel, não me esquecerei nunca
deles.
18Abrirei para eles rios nos planaltos! Dar-lhes-ei
fontes de água nos vales! Haverá poços nos desertos; e
ribeiros alimentados pelas fontes correrão pelo meio de
terras secas e ressequidas.
65. 3-4Não pisará a cana que já está quebrada; não
apagará de vez o pequeno pavio que ainda fumega. Dará
antes coragem aos que já estão a desfalecer e que estão
a ser tentados a desesperar. Há-de fazer plena justiça
aos que têm sido enganados. Não ficará satisfeito
enquanto a verdade e a justiça não tiverem prevalecido
através de toda a Terra, nem enquanto as terras,
mesmo as mais distantes, para além dos mares, não
tiverem posto a sua confiança nele.
5O Senhor Deus, que criou os céus e os estendeu,
que criou a Terra e tudo quanto há nela, que dá vida,
respiração e espírito a todas as criaturas no mundo, é
aquele que diz:
6-7Eu o Senhor chamei-te para dar prova da minha
rectidão. Hei-de guardar-te e amparar-te, pois que te dei
ao meu povo como uma confirmação pessoal da minha
aliança com eles. Serás igualmente uma luz para guiar
as nações até mim. Abrirás os olhos aos cegos, e
soltarás os que jazem nas prisões, em sombras e
desespero.
8Eu sou o Senhor! Este é o meu nome, e não darei a
minha glória a mais ninguém. Não consinto em
partilhar louvores com ídolos esculpidos.
9Tudo o que profetizei se realizou; e agora tornarei a
profetizar e a dizer-vos o que se vai dar no futuro, antes
que aconteça.
Um cântico de louvor ao Senhor
10Cantem ao Senhor um novo cântico, cantem-lhe
louvores, todos os que vivem na Terra, ainda que seja
nas paragens mais remotas! Que também o próprio mar
lhe cante! Que lhe dirijam louvores, cantando, todos os
que moram nas terras bem longe, lá para além de mar!
11Juntem-se a esse coro, vocês igualmente, cidades
do deserto - Quedar e Sela. E vocês também, habitantes
dos cimos das montanhas.
12Que as terras distantes, onde o Sol se põe,
glorifiquem o Senhor e cantem o seu forte poder.
13O Senhor será um poderoso guerreiro, cheio de
zelo para com os seus inimigos. Dará um grande brado
e sujeitará os seus adversários.
14Por muito tempo me calei; estive silencioso. Mas
agora gritarei com força, como uma mulher que está a
ter um filho.
15Nivelarei as montanhas, as elevações. Farei secar a
densa vegetação. Os cursos de água e as lagoas se
tornarão em terra firme.
67. 1Mas agora o Senhor que te criou, que te formou, ó
Israel, diz-te: Não tenhas medo porque te resgatei;
chamei-te pelo teu nome. És meu.
2Quando passares pelas águas profundas de grandes
tribulações, estarei contigo. Quando tiveres de
atravessar rios de pesadas dificuldades, não te
afundarás! Quando passares pelas labaredas da
opressão, não ficarás queimado - será fogo que não te
consumirá.
3Porque eu sou o Senhor teu Deus, o teu salvador, o
santo de Israel. Dei o Egipto, a Etiópia e Seba em troca
da tua liberdade, como resgate.
4Outros houve que morreram para que pudesses
viver; negociei as suas vidas em troca da tua; porque
para mim és precioso; és a minha honra e eu te amo.
5-6Não tenham receio, pois que estou convosco;
juntar-vos-ei do Oriente e do Ocidente, do Norte e do
Sul. Trarei os meus filhos e filhas de novo para Israel,
desde os cantos mais distantes da terra.
7Virão todos os que me invocam como seu Deus, que
se chamam pelo meu nome, pois foram criados para a
minha glória. Fui eu quem os formou.
8Tragam-nos de volta para mim, cegos como são e
surdos quando eu os chamo (embora tenham ouvidos e
vista).
9Reúnam todas as nações! Qual de todos os seus
ídolos foi capaz de anunciar previamente todas estas
coisas? Qual deles pôde predizer um só dia que fosse,
com antecipação? Quem pode servir de testemunha de
qualquer coisa que eles tenham dito? Então, se não
houver testemunhas, terão de confessar que só Deus
fala a verdade.
10Mas quanto a mim, eu tenho testemunhas, ó
Israel, diz o Senhor! São vocês as minhas testemunhas
e os meus servos, escolhidos para me conhecerem e
para crerem em mim, e para compreenderem que só eu
sou Deus. Não há, nem houve, nem haverá outro Deus
além de mim.
11-12Eu sou o Senhor, e não há outro salvador. De
todas as vezes que vocês decidiram lançar fora os
ídolos, dei-vos a conhecer o meu poder. Com uma só
palavra minha vos salvei; e vocês viram-no bem! Por
isso são testemunhas em como é realmente verdade.
13De eternidade em eternidade eu sou Deus.
Ninguém há que possa impedir-me de fazer o que faço.
A misericórdia de Deus e a infidelidade de Israel
14O Senhor, o vosso redentor, o santo de Israel, diz:
Por vossa causa enviarei um exército invasor contra
68. Babilónia, que terminará a sua acção militar
praticamente sem perdas. E a altivez de Babilónia se
tornará em gritos de medo.
15Eu sou o Senhor, o vosso criador, o santo e o rei de
Israel.
16Eu sou o Senhor, capaz de abrir um caminho
através das águas, mesmo no meio do mar.
17Levei o poderoso exército do Egipto, com os seus
carros de guerras, seus condutores e cavaleiros, para
que morressem ali, sepultados para sempre sob a
massa das águas; as suas vidas se apagaram como a
simples chama duma vela.
18-20Mas não faz mal que venham a esquecer isso
tudo, essas coisas da vossa história passada, pois que
nada são em comparação com aquilo que irei realizar!
Será algo inteiramente novo. Olhem, até já comecei! Não
estão a ver? Farei um caminho através do deserto deste
mundo, para que o meu povo regresse à sua pátria;
farei aparecer rios para eles nesse deserto! Os animais
selvagens, chacais e avestruzes, agradecer-me-ão por
lhes ter dado água no meio daquela aridez; sim, por ter
feito brotar fontes ali, a fim de que o meu povo, aqueles
que escolhi, possam refrescar-se.
21Formei Israel para mim, e este povo ainda um dia
me honrará perante todo o mundo.
22Contudo, ó meu povo, vocês não me invocaram,
não pediram o meu auxílio; até se cansaram de mim!
23Não me trouxeram cordeiros para as ofertas
queimadas, não quiseram honrar-me com sacrifícios,
apesar de ser bem pouco aquilo que eu reclamava como
ofertas e como incenso!
24Não me trouxeram incenso aromático, nem
quiseram agradar-me com a gordura dos sacrifícios. A
única coisa que decidiram oferecer-me foram pecados;
até me cansaram com o praticarem maldades.
25Mas o certo é que eu sou o único que pode anular
os vossos pecados, e faço isso por consideração para
com a minha própria justiça; nunca mais os levarei em
conta.
26Seria bem preferível que fossem vocês a procurar
lembrar-me as minhas promessas de perdão; porque
temos que falar acerca dos vossos pecados. Apresentem
pois as vossas razões e pedidos de clemência, para que
possa perdoar-vos.
27O teu primeiro antepassado pecou; todos os vossos
representantes transgrediram a minha lei.
28E foi por essa mesma razão que expulsei os vossos
sacerdotes, destruí Israel e o cobri de vergonha.
70. humanos, que se gabam com altivez de terem feito um
deus. Todos juntos terão de se apresentar a juízo,
aterrorizados.
12Primeiro, o ferreiro faz o machado; trabalha o
metal na forja, batendo-o com toda a força; e fica
cansado, com sede e fome; tanto trabalho fá-lo
desfalecer.
13Seguidamente, o marceneiro pega nesse machado
para fabricar então um ídolo. Tira as medidas, faz as
marcas necessárias e começa assim a esculpir um rosto
humano. Por fim, tem na sua frente uma imagem, que
até pode ser muito perfeita, mas que nem sequer é
capaz de se mover do seu lugar.
14São assim, essas pessoas; abatem cedros,
escolhem ciprestes ou carvalhos para derrubar; plantam
olmeiros, que a chuva faz crescer.
15Depois, parte dessa madeira serve-lhes para se
aquecerem, ou para cozerem pão. Com o resto fazem
eles mesmos um deus, um deus para as pessoas
adorarem! Um deus perante o qual há gente que se
inclina e se ajoelha!
16-17É assim mesmo! - parte da árvore serviu para
prepararem a carne que vão comer, serviu para se
aquecerem, para lhes dar satisfação; e com o resto
fabricam um deus para si, um deus esculpido!
Inclinam-se perante ele, adoram-no e fazem-lhe orações
- Livra-me, dizem-lhe. Tu és o meu deus!
18Tanta ignorância e estupidez! Deus acabou por
fechar-lhes os olhos, para que não vejam; fechou-lhes
as mentes para que não entendam.
19E nenhum deles reconsidera, nenhum deles pensa
um bocado e diz para consigo: Mas isto que tenho na
minha frente não passa afinal dum simples pedaço de
madeira! Foi lenha que me serviu para cozer o pão, para
me assar a carne; como é que então o resto pode servir
para ser um deus? Será realmente justo que me ajoelhe
na frente dum pedaço de lenha?
20Esse pobre e enganado está-se a alimentar como
que de cinzas; está a confiar em algo que nunca lhe
poderá dar ajuda de espécie alguma. E para cúmulo não
tem em si entendimento suficiente sequer para reflectir
e dizer para consigo: Não será que esta coisa, este ídolo
que estou a segurar nas mãos, é uma profunda
mentira?!
21Lembra-te destas coisas, Israel, porque és meu
servo. Formei-te, e não me esquecerei de ti.
22Liquidei os vossos pecados. Foram-se, tal como o
crepúsculo matinal se esvai perante a luz do Sol! Oh!
Voltem-se para mim, pois que já paguei o preço da
vossa libertação.
72. 4E afinal, por que razão te nomeei para esse
trabalho? Por causa de Jacob, meu servo, Israel, o meu
eleito. Chamei-te pelo teu nome, ainda mesmo antes de
me conheceres.
5Eu sou Jeová; não há outro Deus. Dar-te-ei força e
encaminhar-te-ei para a vitória ainda mesmo que não
me conheças.
6Todo o mundo, de oriente ao ocidente, verificará que
não há outro Deus. Eu sou Jeová, e não há outro
Senhor para além de mim. Só eu sou Deus.
7Faço a luz e faço as trevas. Sou eu quem tem
domínio sobre os bons como sobre os maus tempos. Eu,
Jeová, sou quem faz estas coisas.
8Que os céus derramem a justiça. Abra-se a terra e
que a salvação e a justiça se espalhem, pois que fui eu,
Jeová, quem as criou.
9Ai do homem que luta contra o seu Criador! Será
que o vaso de barro se põe a argumentar contra o oleiro
que o fabricou? Já alguma vez se viu o barro a disputar
com aquele entre cujas mãos está a ser moldado, e
dizer: Eh! Pára aí! Isso não é assim que se faz!
10E se a bilha se pusesse a exclamar desta maneira:
Mas que desajeitado que és! Infeliz da criança que
dissesse para os pais: Porque é que me geraram?
11Jeová, o santo de Israel, o criador de Israel, diz:
Que direito têm vocês de contestar aquilo que faço?
Quem são vocês para me dar ordens ou indicações
quanto ao trabalho das minhas mãos?
12Fiz a Terra e criei o homem para viver nela. Com as
minhas próprias mãos criei o firmamento e comando
todo o universo das estrelas.
13Sou pois o mesmo que suscitei Ciro para dar
cumprimento aos meus justos propósitos; por isso guiá-
lo-ei em todos os seus caminhos. Restaurará a minha
cidade e libertará o meu povo cativo. E não o fará na
esperança duma recompensa!
14Diz Jeová: Os egípcios, os etíopes, e os habitantes
de Sabá ser-te-ão sujeitos. Virão ter contigo, com as
suas riquezas, com tudo o que produzem, e serão teus.
Seguir-te-ão como prisioneiros em cadeias, dobrarão os
seus joelhos perante ti e dirão: O único Deus que existe
é o teu!
15Na verdade, ó Deus de Israel, ó salvador, tens
formas misteriosas de agir.
16Todos os que adoram ídolos ficarão decepcionados.
76. significa; gabam-se de viver na cidade santa,
fanfarroneiam-se de depender do Deus de Israel.
3Já muitas vezes vos disse o que iria acontecer no
futuro. Frequentemente, mal as minhas palavras eram
pronunciadas que logo se realizava o que eu dissera.
4Apesar disso, sei como vocês são obstinados. Os
vossos pescoços não dobram facilmente, são como o
ferro; as vossas cabeças são duras como o bronze.
5Foi por isso mesmo que quis anunciar-vos com
antecipação o que ia fazer, para que nunca viessem a
dizer: Foi o meu ídolo quem fez isto. A minha imagem
esculpida ordenou e fez-se!
6Vocês ouviram as minhas predições e deram-se
conta de como se realizaram - pois mesmo assim
recusaram aceitar aquilo que estavam a constatar!
7Agora vou dizer-vos coisas novas, que nunca
mencionei previamente, que vocês nunca ouviram
antes. E não poderão dizer: Já sabíamos disso há muito
tempo!
8Sim, vou dar-vos a conhecer coisas inteiramente
novas, pois que sei bem como vocês são traidores, como
são rebeldes, já mesmo desde os tempos da vossa
infância, são completamente corruptos.
9-10Mas por causa do meu próprio nome, e pela
minha honra, refrearei a minha cólera e não vos
açoitarei. Refinei-vos mas não como a prata. Fiz-vos
passar pela fornalha das aflições.
11Mas por causa da minha honra, sim, só por causa
da minha honra, o faço para que os gentios não venham
a dizer que foram os deuses deles. Não lhes darei a eles
a minha glória.
Israel é liberto
12-13Ouçam-me, povo meu, meus eleitos! Só eu sou
Deus. Eu sou o primeiro; eu sou o último. Foi a minha
mão que pôs os fundamentos da Terra; foi a minha mão
direita que construiu o firmamento, o universo. Chamo
por eles e estão prontos para fazer a minha vontade.
14Venham então e ouçam. De entre esses ídolos,
qual deles alguma vez vos disse isto: O Senhor usará
aquele a quem quer bem para pôr fim ao império da
Babilónia. Destruirá completamente os exércitos da
Caldeia?
15Sou eu próprio quem vos diz isto. Chamei-o,
enviei-o com este propósito e vai sair-se bem.
16-17Venham mais perto e ouçam. Sempre vos disse,
com toda a simplicidade, o que iria acontecer para que
pudessem compreender claramente. E agora o Senhor
78. 6tu farás mais do que restaurar Israel para mim, e
reunires os restantes de Israel. Farei de ti uma luz para
as nações do mundo, para lhes levar a minha salvação,
até aos recantos mais longínquos.
7O Senhor, o redentor e o santo de Israel, diz àquele
que é desprezado, rejeitado pela humanidade, dominado
pelo calcanhar de governantes terrenos: Os chefes das
nações ainda se hão-de levantar respeitosamente à tua
passagem; reis, príncipes e governantes se inclinarão
profundamente perante ti por causa do Senhor te ter
escolhido; ele, o Senhor fiel, o santo de Israel, é quem te
escolhe.
A restauração de Israel
8Diz o Senhor: O teu pedido chegou no tempo
favorável. Proteger-te-ei dum dano prematuro, e dar-te-
ei como sinal e como penhor a Israel, como prova de que
tornarei a restabelecer a terra de Israel e a tornarei a
dar ao seu próprio povo.
9-11Por teu intermédio estou a dizer aos prisioneiros
das trevas: - Saiam! Estou a dar-vos a liberdade! Eles
serão os meus cordeiros, pastando ao longo dos
caminhos; e até sobre colinas áridas encontrarão boa
comida. Nunca terão fome; nunca terão sede. Nem o Sol
caloroso nem os ardentes ventos do deserto os
atingirão. Porque na minha misericórdia os conduzirei
mansamente junto das fontes de água. Transformarei as
elevações em lisos caminhos para eles; farei largas
estradas por cima de vales.
12Vejam bem como o meu povo volta dos pontos
mais distantes, do norte, do ocidente, do sul.
13Cantem de alegria, ó céus; grita, ó Terra; rompam
em cânticos, ó montanhas, porque o Senhor confortou o
seu povo e teve compaixão deles na sua tristeza.
14Mas mesmo assim dizem: O meu Senhor
abandonou-nos; esqueceu-se de nós.
15Mas eu respondo: Nunca! Pode uma mulher
esquecer-se do seu menino e não ter amor pelo seu
próprio filho? Pois mesmo que isso possa acontecer, eu
contudo nunca me esquecerei de vocês.
16-17Vejam como escrevi o vosso nome na palma da
minha mão, e perante mim está constantemente a
imagem das muralhas de Jerusalém em ruínas. Em
breve chegarão aqueles que vão reconstruí-las e que
hão-de expulsar todos os que as destruíram.
18Olhem, vejam como o Senhor garantiu que todos
os vossos inimigos virão a ser vossos escravos; serão
para vocês como preciosos ornamentos, como jóias
duma noiva.
81. 4-5Ouçam-me, meu povo; ouçam-me, ó Israel;
porque eu publicarei a lei e farei com que a justiça
prevaleça e conduza os povos na luz. A minha
misericórdia e a minha justiça estão quase a chegar.
Olhem que a vossa salvação está já a caminho.
6Reparem para cima, para os céus; atentem para a
terra em baixo; pois que os céus desaparecerão como
fumo, e a terra se envelhecerá como fato usado; a gente
da terra morrerá como moscas. Mas a minha salvação
durará, terá efectividade para sempre, e o meu governo
de justiça nunca mais será abolido, não terá fim.
7-8Escutem-me, vocês que sabem diferenciar o que é
recto do que é errado, e que acarinham, nos seus
corações, as minhas leis. Não tenham receio da troça
dos outros e das suas palavras caluniosas. Porque a
traça os destruirá como faz à roupa; o bicho os comerá
como faz à lã. E a minha justiça, a minha misericórdia
permanecerão para sempre, assim como a minha
salvação, através de todas as gerações.
9-10Desperta, ó Senhor! Levanta-te e reveste-te de
força. Ergue-te como nos dias de antigamente em que
liquidaste o Egipto, o dragão do Nilo. Não és tu o mesmo
hoje, o Deus poderoso que secou o mar, abrindo um
caminho pelo meio dele para que passassem os teus
remidos?
11Estes, os que o Senhor resgatou, regressarão a
Sião cantando, e com uma alegria perpétua brilhando-
lhes no rosto. Estarão cheios de júbilo e de gozo.
Tristeza e abatimento desaparecerão.
12Eu, eu mesmo, sou quem vos conforta e vos dá
toda esta alegria. Por isso que razão têm vocês para
temer simples homens mortais, que morrem
naturalmente, como a erva dos campos, e que hão-de
desaparecer?
13E mesmo assim não têm temor a Deus, que foi
quem vos fez; esqueceram-no, ele que distribuiu os
astros pelo universo e que fez a Terra. Ficarão vocês sob
o constante temor da opressão dos homens, e receando
a sua ira os dias inteiros?
14Em breve, em breve vocês, escravos, serão
libertados. Masmorras, fome, morte - não é isso o vosso
destino.
15Porque eu sou o Senhor vosso Deus, o Senhor dos
exércitos celestiais que vos abriu um caminho em seco,
mesmo através do mar, por entre vagas agitadas.
16E pus as minhas palavras na vossa boca; abriguei-
vos seguramente sob a palma da minha mão. Fui eu
quem fez o universo e quem moldou a Terra. Eu sou
aquele que diz a Israel, És meu.
85. Isaías 54
A glória futuro de Sião
1Alegra-te ó mulher que não tiveste filhos. Expande a
tua alegria com cânticos, ó Jerusalém, porque a que foi
abandonada tem mais filhos do que a que ficou com
marido!
2-3Amplia a tua habitação; acrescenta o espaço da
tua tenda; não hesites. Alonga as cordas; firma bem as
estacas. Porque em breve transbordarás por todos os
lados! Os teus descendentes possuirão as cidades
abandonadas durante o exílio, e mandarão nas nações
que tomaram as suas terras.
4-5Não tenhas receio; nunca mais viverás
humilhada. O opróbrio da tua mocidade e o
acabrunhamento da tua viuvez são coisas que nunca
mais serão lembradas, porque o teu Criador será o teu
marido. Senhor dos exércitos do céu é o seu nome; é o
teu redentor, o santo de Israel, o Deus de toda a Terra.
6O Senhor chamou-te no meio do teu abatimento,
pois eras como uma jovem mulher abandonada pelo seu
marido.
7Por um curto espaço de tempo abandonei-te. Mas
com imensa compaixão te recolherei.
8Durante um momento de cólera, virei-vos a cara por
algum tempo; mas depois, com amor eterno terei
piedade de vocês - diz o Senhor, o vosso redentor.
9Tal como no tempo de Noé, em que jurei nunca mais
permitir que águas dum dilúvio cobrissem a Terra e
destruíssem a vida, assim também agora juro que
nunca mais derramarei a minha ira sobre vocês tal
como fiz durante este exílio.
10Ainda que as montanhas tremam e as colinas
desapareçam, o meu amor infalível nunca vos
abandonará. A promessa de paz que vos faço nunca
será alterada - diz o Senhor, que tem piedade de vocês.
11-12Ó meu povo afligido e oprimido, batido pelas
tempestades, tornarei a edificar-vos sobre alicerces de
safiras; e as vossas casas serão feitas de pedras
preciosas. Farei as tuas torres de ágatas resplendentes,
e os vossos muros, assim como as portas, de jóias
cintilantes.
13-15Todos os teus filhos serão ensinados por mim, e
será grande a sua paz. Hão-de viver sob um governo
justo e honesto. Os vossos inimigos, e tudo o que seja
opressão, estará bem longe! Viverás em paz, e nunca
terror algum se aproximará de vocês. Se alguma nação
vier fazer-vos guerra, não terá sido enviada por mim
para vos castigar, com toda a certeza. E será derrotada,
pois que estou convosco.
89. eu- a feliz bênção que vos coube em sorte! Será que isso
tudo me faz feliz?
7-8Praticaram o adultério no cimo dos montes,
adorando ali os vossos ídolos, e fugindo de mim. Ou
então dentro de casas, com as portas fechadas,
instalam lá os vossos deuses, e é assim que adoram
toda a espécie de coisas, em vez de me adorarem a mim.
Isto é adultério, porque estão a dar o vosso amor a esses
ídolos, em lugar de me amarem a mim.
9Levam incenso aromático e perfumes a Moloque
como ofertas. Viajaram até bem longe - teriam sido
capazes de ir até ao inferno- para encontrar mais
deuses para amar.
10Até chegaram a cansar-se nessa busca, mas não
desistiram. Procuraram ganhar novas forças e
continuaram no mesmo.
11Mas afinal, porque razão tinham mais medo deles
do que de mim? Como foi que aconteceu não terem
pensado, um segundo sequer, em mim? Terá sido
porque fui demasiado bom para convosco que não me
temem?
12-13Depois, há aquilo que consideram a vossa
justiça, as vossas boas obras, e que aliás nenhuma
delas vos poderá salvar. Veremos se toda essa colecção
dos vossos ídolos será capaz de vos ajudar quando lhes
pedirem para vos salvarem! Valem tanto, eles, que um
simples pé de vento os pode levar e fazer desaparecer.
Mas, pelo contrário, aquele que confia em mim possuirá
a terra e receberá a posse de meu monte santo.
14Por isso vos direi: Reconstruam o caminho! Tirem
as pedras, os pedregulhos! Preparem um caminho
glorioso para que o meu povo regresse do cativeiro.
Conforto para os humildes
15O alto e sublime, que habita na eternidade, o santo,
diz assim: Eu vivo num lugar excelso e santo; mas
também comigo estão todos aqueles que têm um
espírito contrito e humilde. Conforto os humildes e dou
nova coragem aos corações arrependidos.
16Porque não será sempre que lutarei convosco, que
vos mostrarei a minha ira. Se assim acontecesse, toda a
humanidade morreria, as almas que eu criei.
17Eu mostrei a minha cólera, e castiguei esses por
serem maus e egoístas; aliás continuaram a pecar,
fazendo sempre o que apetecia aos seus corações maus.
18Vi bem a conduta deles. Mas apesar disso curá-
los-ei! Guiá-los-ei e dar-lhes-ei conforto, ajudando-os a
prantear e a confessar os seus pecados.
92. mentira; passam todo o tempo conspirando e armando
ciladas.
5Gastam o tempo e energias arquitecturando planos
maldosos que acabam na concretização de assassínios.
6Enganam e falseiam toda a gente. Tudo o que fazem
é cheio de pecado; a violência é aquilo que vos marca.
7-8Os vossos pés correm para a maldade, precipitam-
se para o assassínio; os vossos pensamentos são de
pecado, e para onde quer que forem deixam atrás um
rasto de miséria e de morte. Ignoram o que seja a
verdadeira paz, nem o que quer dizer ser bom e ser
justo; fazem continuamente o que é mau, e os que vos
seguem não poderão experimentar alguma paz.
9-10É por causa de todo esse mal que não nos é feita
justiça, e que a rectidão não nos alcança. Esperamos
pela luz, e só há trevas: vivemos na escuridão. Andamos
às apalpadelas como cegos; tropeçamos em plena luz do
dia, como se fosse o lusco-fusco do anoitecer. Somos
como mortos entre os vivos.
11Grunhimos como ursos, gememos como pombas.
Esperamos pela justiça, mas em vão. Esperamos por
salvação, mas é coisa que está bem longe de nós.
12Porque os nossos pecados amontoam-se perante o
Deus justo e servem de testemunho contra nós. Sim,
nós sabemos bem como somos pecadores.
13Conhecemos a nossa desobediência; rejeitámos o
Senhor nosso Deus. Sabemos como somos rebeldes e
injustos; é com todo o cuidado que inventamos as
nossas mentiras.
14Os nossos tribunais opõem-se aos justos; não se
sabe o que é a honradez. A verdade anda de rastos pelas
ruas, e a justiça vive como os marginais, os fora-da-lei.
15Sim, a verdade foi-se; e todos os que tentam viver
mais correctamente são atacados.
16O Senhor viu todo este mal, e pareceu-lhe muito
mal que ninguém tomasse a iniciativa de lutar contra o
pecado. Viu que não havia ninguém que se adiantasse e
interviesse. Por isso ele próprio avançou para vos salvar
por meio do seu grande poder e da sua justiça.
17Revestiu-se da armadura da justiça, pôs o
capacete da salvação; vestiu-se com a roupagem do
castigo e da ira divina.
18Retribuirá aos seus inimigos conforme as suas
más acções. A sua cólera atingirá os seus adversários
mesmo que se encontrem nas terras mais distantes de
além-mar.
94. 10Virão estrangeiros edificar as vossas cidades. Reis
e presidentes enviar-vos-ão ajuda. Porque apesar de vos
ter destruído na minha ira, terei agora misericórdia de
vocês através da minha graça.
11-12Os portões das muralhas ficarão
continuamente abertos de par em par, para poderem
deixar passar todas essas riquezas que vos chegam do
exterior, vindas das nações. Os governos dos países
estrangeiros vos servirão. E aqueles que não quiserem
ser vossos aliados, acabarão por perecer; virão a ser
destruídos.
13Será vossa a glória do Líbano - as florestas de
faias, de pinheiros, de buxos - a fim de ornamentarem o
meu santuário. O meu templo será glorioso.
14Até os anti-semitas virão e se inclinarão perante
vocês! Chamarão Jerusalém a Cidade do Senhor, e o
Monte glorioso do Santo de Israel.
15Ainda que tenham sido rejeitados, odiados,
desprezados por toda a gente, tornar-se-ão agora
prestigiados para sempre, serão bem vistos, serão os
preferidos de todo o mundo; porque serei eu quem faz
isso.
16Governos poderosos de grandes nações vos
fornecerão o melhor dos seus produtos para satisfazer
as vossas necessidades, e vocês, enfim, saberão,
compreenderão realmente que eu, o Senhor, sou o vosso
Salvador, o vosso Redentor, o poderoso de Israel.
17-18Trocarei o vosso cobre por ouro, o vosso ferro
por prata, a madeira por bronze e pedras por ferro. A
paz e a justiça serão os princípios fundamentais das
vossas leis de trabalho! Desaparecerá a violência da
vossa terra; não haverá mais guerra. As muralhas à
vossa volta chamar-se-ão Salvação e os portões Louvor.
19Não precisarão mais nem do Sol nem da Lua para
vos iluminarem, porque o Senhor vosso Deus será a
vossa luz eterna e a vossa glória.
20O vosso sol nunca mais se porá; a lua nunca mais
se esconderá - o Senhor será a vossa luz para sempre. O
vosso tempo de tristeza acabará.
21Toda a vossa população será gente de bem.
Possuirão a sua terra para sempre, visto que serei eu
próprio a estabelecê-los ali, com as minhas próprias
mãos. Isso será para mim uma glória.
22A mais pequena família se multiplicará formando
um imenso grupo. A mais pequenina tribo se tornará
numa grande nação. Eu o Senhor farei que tudo isto
aconteça, no seu tempo oportuno.
Isaías 61 (O Livro)
O Livro (OL)
97. 1Quem é este que vem de Edom, da cidade de Bozra
com uma roupa magnífica, tingida de carmezim? Quem
é este, assim vestido com fatos reais, marchando na
exaltação da sua força? Sou eu, o Senhor, anunciando a
sua salvação. Eu, o Senhor, poderoso para salvar!
2Então porque está assim a tua roupa tão vermelha,
como se estivesse manchada de vinho, como se tivesses
estado a pisar no lagar?
3Sim, com efeito estive a pisar, sozinho, no lagar.
Ninguém lá estava para me ajudar. Na minha ira,
esmaguei os meus inimigos como cachos de uvas. Na
minha cólera pisei os meus adversários. É o sangue
deles que vêem na minha roupa.
4Porque chegou o tempo de vingar o meu povo, de o
resgatar das mãos dos seus opressores.
5-6Olhei e não vi ninguém mais que viesse socorrê-
los. Fiquei espantado. Por isso decidi-me a executar
sozinho a vingança. Sem o auxílio de ninguém fiz eu o
julgamento. Esmaguei na minha cólera as nações
pagãs, fi-las cambalearem e caírem redondamente por
terra.
Louvor e oração
7Falarei nas bondades de Deus. Louvá-lo-ei por tudo
quanto fez. Alegrar-me-ei pela sua grande bondade para
com Israel, que ele concedeu de acordo com a sua
misericórdia e o seu amor.
8Disse ele: São meus, pertencem-me. Nunca mais
serão mentirosos, enganadores. E tornou-se o seu
Salvador.
9Por cada uma das aflições deles foi ele angustiado; e
o próprio anjo da sua presença os salvou. No seu amor,
na sua piedade os remiu, os reergueu e os levou,
através dos séculos.
10Mas revoltaram-se contra ele e ofenderam o
Espírito Santo. É por isso que se tornou seu inimigo e
lutou contra eles, pessoalmente.
11-13Mas por fim lembraram-se dos dias antigos em
que Moisés, o servo de Deus, levou o seu povo para fora
do Egipto; e clamaram: Onde está aquele que conduziu
Israel através do mar, com Moisés como pastor? Onde
está o Deus que mandou o Espírito Santo por entre o
seu povo? Onde está esse cujo grande poder foi capaz
de separar as águas do mar na frente deles, quando
Moisés levantou a mão, confirmando assim para sempre
o seu prestígio? Quem foi que os levou através do fundo
do mar? Como fortes cavalos de raça, nunca tropeçaram
através do deserto.
14Como gado pastando nos vales, assim o Espírito do
Senhor lhes deu repouso. E assim conduziste o teu povo
e o teu nome se tornou glorioso.
100. 6-7Vejam, esta é a minha decisão: não ficarei
silencioso perante isso. Darei a paga; sim, castigá-los-ei;
e não somente pelos seus próprios pecados mas pelos
dos seus pais também, diz o Senhor, porque também
eles queimaram incenso e me insultaram sobre os
montes. Dar-lhes-ei inteiramente a recompensa que
merecem.
8Mas não os destruirei todos, diz o Senhor. Porque
tal como se encontram uvas sãs num cacho que
aparentemente estava todo podre (como acontece até
haver sempre alguém a dizer: Não as deite fora a todas;
há aí algumas boas!) assim não destruirei Israel
inteiramente, porque existem, lá no meio, verdadeiros
servos meus.
9Conservarei um resto do meu povo para que possua
a terra de Israel; dá-la-ei àqueles que seleccionei para
me servirem lá.
10E para aqueles de entre o meu povo que me têm
procurado, os verdes prados de Sarom ainda se
encherão de rebanhos, e os férteis vales de Acor
acolherão muito gado.
11-12Mas, visto que todos os outros lançaram Deus e
o seu templo para o esquecimento, e adoraram os
deuses da sorte e do destino, portanto a vossa sorte
será a espada, e o vosso destino será bem negro. Porque
quando chamei não me responderam, quando falei não
quiseram ouvir-me. Pecaram deliberadamente perante
os meus próprios olhos, escolhendo conscientemente
aquilo que bem sabiam que eu detestava.
13-14Por isso diz o Senhor Deus, hão-de passar
fome; mas quanto àqueles que querem servir-me, esses
comerão à sua vontade. Vocês terão sede; mas eles
beberão até se saciarem. Vocês terão vergonha e
tristeza, enquanto que eles se alegrarão. Vocês chorarão
de pesar, de vergonha e de desespero, enquanto eles
cantarão de alegria.
15O vosso nome tornar-se-á como uma maldição
entre o meu povo, porque o Senhor Deus vos matará, e
aos que o servem chamará por um outro nome.
16E ainda hão-de vir os dias em que todos os que
invocam uma bênção ou fazem um juramento fá-lo-ão
sempre pelo Deus da verdade; visto que porei de lado a
minha ira, e me esquecerei do mal que fizeram.
Novos céus e nova Terra
17-18Ouçam bem: vou criar novos céus e nova Terra, e
tão maravilhosos que até ninguém mais se lembrará dos
anteriores. Alegrem-se; folguem para sempre com a
minha criação. Vejam! Tornarei a criar Jerusalém como
um lugar de felicidade e o seu povo viverá em gozo!
102. queimarem incenso será absolutamente o mesmo que
prestar culto a um ídolo. Mandar-lhes-ei grandes
tribulações - tudo aquilo que eles precisamente receiam;
visto que quando chamei por eles recusaram responder-
me, e quando lhes dirigi a minha palavra, não quiseram
ouvir. E até fizeram o mal, na minha própria presença, e
optaram por aquelas coisas que eles sabiam bem que eu
abominava.
5Ouçam a palavra de Deus todos os que o temam e
tremam com a sua palavra: Os vossos irmãos vos
odeiam, vos aborrecem e expulsam por serem leais ao
meu nome; troçam de vocês dizendo: Glória a Deus, que
seja muito feliz no Senhor. Mas se eles dizem isso agora
na risota, o certo é que hão-de ficar envergonhados.
6Que movimento, que rumor é este na cidade? Que
ruído tremendo é este que se ouve no templo? É
justamente a voz do Senhor dando paga aos seus
inimigos.
7-9Quem jamais viu ou ouviu coisa tão estranha
como esta? Porque num só dia, de repente, uma nação,
Israel, nascerá, até mesmo antes de virem as dores de
parto. Num só momento, logo que lhe começa o aperto,
nasce um menino; começa uma nação. Seria eu capaz
de levar o parto até ao último momento sem que se
desse o nascimento?, pergunta o Senhor vosso Deus.
Não, nunca!
10-11Alegrem-se com Jerusalém; regozijam-se com
ela, todos os que a amam e que choraram por causa
dela. Deleitem-se em Jerusalém; saceiem-se fartamente
da sua glória, como se fosse um bebé sôfrego ao peito
da mãe.
12A prosperidade encherá Jerusalém como um rio
que a inundasse, diz o Senhor, pois sou eu quem a
envia; serão as riquezas dos gentios que se derramarão
sobre ela. Os seus filhos alimentar-se-ão aos seus
peitos, levados ao seu colo, embalados sobre os seus
joelhos.
13Confortar-vos-ei ali, tal como um pequenino é
consolado pela mãe. Quando virem Jerusalém o vosso
coração vibrará de gozo.
14Será notória a vossa fortuna. Todo o mundo verá a
boa mão de Deus sobre o seu povo, e a sua cólera sobre
os seus adversários.
15Porque, reparem, o Senhor há-de vir com fogo e
com velozes carros para condenar com severa cólera,
para fazer justiça com chamas de fogo.
16Pois que será precisamente com fogo e com a sua
espada que o Senhor condenará o mundo; e será grande
a matança que terá que fazer!
103. 17Serão mortos todos aqueles que adoram ídolos
atrás de qualquer árvore dum jardim, fazendo festins
com carne de porco e de ratos, e com toda a espécie de
coisas abomináveis - sim, esses terão um fim maldito,
diz Jeová.
18-20Conheço muito bem as suas obras; sei
perfeitamente o que pensam. Por isso juntarei todas as
nações e todos os povos contra Jerusalém, para verem
lá a minha glória. Realizarei um poderoso milagre
contra eles; e os que escaparem dali, enviá-los-ei como
missionários a Tarsis, a Pute, a Lude, a Meseque, a
Roch, a Tubal, a Javã, e às terras para além do mar,
que nunca ouviram falar da minha fama, nem se deram
conta da minha glória. Aí será anunciada a minha glória
aos gentios. E trarão os vossos irmãos, vindos de todas
as nações, como se fosse um presente oferecido ao
Senhor, transportando-os cuidadosamente em carros,
em liteiras, em mulas e camelos, até ao meu monte
santo, até Jerusalém, diz o Senhor. Será como quando
se trazem as ofertas na época das colheitas, que
enchem o templo do Senhor, e que são carregadas em
recipientes consagrados a Deus.
21E nomearei alguns desses para serem meus
sacerdotes e levitas, diz o Senhor.
22Tão certo como os novos céus e a nova Terra que
eu hei-de criar permanecerão para sempre, assim
também vocês serão para sempre o meu povo, com um
nome que nunca há-de desaparecer.
23Toda a humanidade virá para me adorar, semana
após semana, mês após mês.
24Ao saírem verão os corpos mortos dos que se
revoltaram contra mim, visto que os vermes que os
comem nunca morrerão, o fogo que os consome nunca
se apagará; serão um sinal bem claro e tremendo para
todo o género humano.