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A concepção
didática da aula
no ERE:
planejamento,
mediação e avaliação
Prof. Leonardo Severo
Profa. Jeane Félix
Depto. de Habilitações Pedagógicas e Programa de Pós-
Graduação em Educação da Universidade Federal da
Paraíba
Onde nossas experiências se cruzam?
• O Ensino Remoto Emergencial (ERE) na Universidade
Federal da Paraíba (UFPB);
• Entre (im)possibilidades e apostas: o ideal, o viável e o
vivido;
• O que pode ser a Universidade em tempos de pandemia?
• Ocupar a Pedagogia Universitária de novas (e velhas)
questões sobre a formação humana no século XXI.
Universidade e ensino remoto
•Vivendo em tempos de Covid-19: isolamento físico, novas aprendizagem
sobre as formas de ser e estar no mundo, novas formas de organização do
trabalho docente;
•Mudanças na “(a)normalidade”: com implicações diretas nos modos de
organização de nossas atividades formativas;
•Mistura da vida pública e da vida privada;
•Com o ensino remoto: sobrecarga do/no trabalho docente e no trabalho
doméstico (especialmente para as mães).
Universidade e ensino remoto
● Mesmo antes da Pandemia: tempos de urgência(s) ou de
prioridade(s)?
● Como pensamos que será possível desenvolver nossos
processos educativos remotamente e depois (pós pandemia de
Covid-19)?
● Quais docências precisam ser mobilizadas nesses tempos de
isolamento físico?
● Novas competências profissionais demandadas dos/as
professores/as: como dar conta desses desafios?
Com a palavra, os
professores...
Normalidade didática e Ensino Presencial:
indagando padrões e inventando respostas?
• Uma “nova” Didática para o ERE?
• Por quê é importante recuperar nossas práticas habituais? De que vírus padecemos em
nossas salas de aula?
- Corrosão do sentido emancipatório de educação;
- Instrumentalização do Ensino Superior para fins utilitaristas;
- Baixo estatuto profissional da docência no Ensino Superior;
- Níveis indesejados de engajamento discente;
- Muitas demandas, condições quase nunca ideais.
• Agir na incerteza é uma condição da profissionalidade docente (ref): que caminhos são
possíveis no ERE?
Apostas: ocupar as margens
• Instituir sentido para o que somos/fazemos no campo da
Didática: assumir-se formador(a);
• Produzir uma relação mais orgânica entre o que ensinamos e
o contexto do qual emergem nossas relações com o mundo:
saber-se no/com o mundo;
• Implicar saberes de modo trans, pluri e interdisciplinar em
torno de problemáticas socialmente referenciadas: mobilizar
e produzir redes de saberes para pesquisar e projetar
soluções;
• Construir agendas institucionais mais integradoras e colaborativas:
partilhar e produzir experiências coletivizantes;
• Desenvolver uma Pedagogia sensível à diversidade e de incentivo a
autorias individuais e coletivas: diversificar para incluir e promover
a atividade do sujeito que aprende;
• Integrar diferentes meios e recursos de comunicação e criação
colaborativa ao ensino: investir em novas linguagens e novas formas
de interação com o auxílio de tecnologias.
Como o ERE pode abrir um cenário para essas experimentações criativas e criadoras de novas
possibilidades de ação docente?
Apostas: ocupar as margens
Organizadores conceituais prévios
Didática Ensino Educação Online
Campo disciplinar da Ciência
Pedagógica de caráter
teórico-prático que assume o
ensino como objeto de
estudo. Nesse campo, se
produzem os sentidos sobre
o ensino como ato
intencional de mediação do
desenvolvimento humano.
(FRANCO; PIMENTA, 2016)
Prática social que constitui
sujeitos culturais por meio da
mediação intencional do(a)
educador(a). Em uma
concepção crítica de
Didática, é um ato relacional
entre sujeitos epistêmicos
que produzem e socializam
saberes.
(ZABALZA, 2004)
Arranjo de situações
educativas que se dão em
ambientes virtuais de
aprendizagem (AVA).
Educação Online
Educação a Distância
Ensino Remoto
Ensino Híbrido
Modalidade de ensino que se ancora em princípios didático-
curriculares específicos, desenvolvendo-se a partir de um design
instrucional centrado nos ritmos individuais do(a) estudante.
Estratégia de transposição do ensino presencial em Ambientes Virtuais
de Aprendizagem, sob maior participação do(a) professor(a) e do
grupo/turma/classe.
Uso de Ambientes Virtuais de Aprendizagem e estratégias de
mediação pedagógica via tecnologias da informação e comunicação de
modo articulado a atividades presenciais.
Desafios do/no ensino remoto
•Acesso à internet e aos equipamentos para acompanhar as aulas;
•Organização do tempo da(s) atividade(s): considerando as
especificidades dos processos síncronos, assíncronos,
diferenciando-os das aulas presenciais;
•Um componente curricular presencial não pode simplesmente
migrar para um ambiente virtual de aprendizagem;
•Conhecer o ambiente virtual de aprendizagem que será utilizado,
suas funcionalidades, potencialidades e fragilidades
Definição de objetivos, habilidades,
sequências temáticas, estratégias de
ensino e avaliação, síncronas e
assíncronas.
Espaço de trocas e interações que sirvam
para acionar o potencial individual e
colaborativo dos sujeitos que, sob a
mediação do(a) professor(a), deve ser
convidativo e estimulante.
Criar contextos de integração entre sujeitos
e saberes, a partir da definição/organização
de objetivos e mapas de aprendizagem.
Aprender como desenvolvimento integral de
capacidades humanas para produzir e
socializar saberes, aperfeiçoando modos
coletivos de estar/ser no mundo. Em Ed.
Online pressupõe
Planejar o ensino remoto
Concepção de
aprendizagem
Papel do(a) professor
Ambiente Virtual de
Aprendizagem
Organização didático-
curricular
Organização didático-curricular de
uma atividade de ERE: os objetivos
• Objetivos de ensino refletem uma determinada
lógica de aprendizagem;
• Em que medida os objetivos de ensino formulados
se ajustam às possibilidades de aprendizagem no
âmbito da Educação Online?
• Que habilidades podem ser fomentadas?
Formulação didática de objetivos
Objetivo A
SaberesHabilidades
Dimensão didática do tempo
Articulação curricular vertical
Articulação curricular horizontal
Expressão e comunicação
Colaboratividade
Sistematização
Criação
Senso crítico
Como podemos promover
essas habilidades em
nossos
componentes/atividades?
Organização didático-curricular de
uma atividade de ERE: os conteúdos
• Conteúdos de ensino não possuem um fim em si
mesmos, pois são recursos para alcançar os
saberes e habilidades pressupostos nos objetivos;
• Importância de sequenciar conteúdos atentando
para condições concretas de aprendizagem em
ERE;
• Possibilidades de sequências didáticas
estruturadas por eixos integradores.
Integração curricular
• Ensino por problemas;
• Ensino por projetos;
• Ensino com pesquisa;
• Currículo modular;
• Etc.
Integrar para dar sentido
- A Pedagogia Ativa e o “sujeito epistêmico” (CHARLOT 2005);
- A pesquisa como eixo integrador de conhecimentos e
problematização da realidade;
- As facetas da realidade como ponto de partida (BEANE, 2003 );
- Construção de zonas de convergência para os conteúdos das
disciplinas;
- Importância do planejamento coletivo e aberto;
- Dimensão afetiva: necessidade de vínculos com os(as) estudantes.
Desafios didáticos (também) do ensino
remoto
• Superar a fragmentação curricular e de conteúdos;
• Articular os conteúdos abordados ao(s) contextos(s) dos/as
estudantes e ao(s) seu(s) futuro(s) campo(s) de atuação
profissional;
• Valorização da transposição didática como elemento
articulador dos processos de ensino e de aprendizagem.
Algumas estratégias
integradoras para o ensino
remoto
Ensino Remoto Síncrono e Assíncrono:
- Construção participativa e processual da aprendizagem
- Roteiros elaborados previamente, mas executados com flexibilidade
- Ênfase no acompanhamento das aprendizagens de cada estudante e
de cada grupo de estudantes
- Inspiração na Sala de Aula Invertida: atividades assíncronas
(pesquisas, orientações de leitura, roteiros de estudo, atividades
colaborativas e criativas) e atividades síncronas (apresentação dos
conteúdos, compartilhamento dos trabalhos em grupo,
esclarecimento de dúvidas)
(Moran, 2015)
Ensino Remoto: algumas pistas para o
planejamento
-O/A docente propõe o estudo de determinado tema;
-O/A estudante pesquisa, busca “informações na internet, assiste a
vídeos e animações e lê os textos que estão disponíveis na web ou na
biblioteca” da instituição;
-Acompanhamento do processo de aprendizagem dos/as estudantes:
apresentar três ou quatro questões sobre o tema estudado (para
diagnosticar pontos aprendidos e os que precisam ser melhor
abordados).
(Moran, 2015)
Ensino Remoto: algumas pistas para o
planejamento
-No encontro síncrono: o/a professor/a retoma o conteúdo,
relacionando-o com o contexto, trazendo situações reais que
envolvem o tema estudado;
-Ao final da atividade: os/as estudantes podem compartilhar suas
produções (em forma de vídeo, pôster eletrônico, apresentação digital
etc.) no AVA, em um perfil em rede social, no grupo de mensagens da
turma;
Dica: É interessante selecionar temas relacionados ao contexto
dos/as estudantes, com vistas à motivá-los/as a aprender e a
desenvolver autonomia para estudar fora do contexto de aula. (Moran,
2015)
Considerações: o que o ensino remoto
deve buscar?
- Desenvolver habilidades e valores;
- Contextualizar os conteúdos às possíveis realidades
profissionais do campo de formação;
- Utilizar pedagogias/metodologias ativas;
- Promover a aprendizagem coletiva e colaborativa;
- Acionar diferentes tecnologias virtuais e analógicas;
- Construir um currículo mais flexível, mobilizado por uma
organização espaço-temporal diferente
(Moran, 2015)
Referências
CHARLOT, Bernard. Relação com o saber: Formação dos professores e globalização.
Questões para a educação hoje. Porto Alegre: Artmed, 2005.
BEANE, James A. Integração curricular: a essência de uma escola democrática. Currículo sem
Fronteiras, v.3, n.2, pp. 91-110, Jul/Dez 2003
POSTIC, Marcel. A relação pedagógica. Coimbra: Coimbra Editora, 1990.
MORAN, José. Educação Híbrida: um conceito-chave para a educação, hoje. In: BACICH, Lilian;
TANZI NETO, Adolfo; TRAVISANI, Fernando de Mello (Orgs.). Ensino Híbrido: personalização e
tecnologia na Educação. Porto Alegre: Penso, 2012.
ZABALZA, Miguel A. O ensino universitário: seu cenário e seus protagonistas. Porto Alegre:
Artmed, 2004.
FRANCO, Maria Amélia Santoro; PIMENTA, Selma Garrido. Didática multidimensional: por uma
sistematização conceitual. Educ. Soc., Campinas, v. 37, nº. 135, p.539-553, abr.-jun., 2016
Roteiro para o ateliê - Atividade 1
Proposta: (re)formulação de objetivos, habilidades e
conteúdos de ensino
Questões para avaliar objetivos:
- Traduzem a especificidade da ementa?
- Sinalizam saberes e habilidades?
- Esses saberes e habilidades se associam a uma
concepção de aprendizagem dinâmica e
colaborativa?
- Contemplam conexões com outros campos de
conhecimento?
Roteiro para o ateliê - Atividade 1
Questões para avaliar a sistematização de conteúdos:
- Os aspectos de sequenciamento e extensão são
equilibrados ao tempo/ritmo do ERE?
- Os conteúdos se organizam a partir de algum
elemento integrador (questão, problema, projeto,
etc.)?
- Foram incorporadas conexões entre os
conteúdos e os contextos e problemáticas
contemporâneas?

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Didática e Ensino Remoto: planejamento

  • 1. A concepção didática da aula no ERE: planejamento, mediação e avaliação Prof. Leonardo Severo Profa. Jeane Félix Depto. de Habilitações Pedagógicas e Programa de Pós- Graduação em Educação da Universidade Federal da Paraíba
  • 2. Onde nossas experiências se cruzam? • O Ensino Remoto Emergencial (ERE) na Universidade Federal da Paraíba (UFPB); • Entre (im)possibilidades e apostas: o ideal, o viável e o vivido; • O que pode ser a Universidade em tempos de pandemia? • Ocupar a Pedagogia Universitária de novas (e velhas) questões sobre a formação humana no século XXI.
  • 3. Universidade e ensino remoto •Vivendo em tempos de Covid-19: isolamento físico, novas aprendizagem sobre as formas de ser e estar no mundo, novas formas de organização do trabalho docente; •Mudanças na “(a)normalidade”: com implicações diretas nos modos de organização de nossas atividades formativas; •Mistura da vida pública e da vida privada; •Com o ensino remoto: sobrecarga do/no trabalho docente e no trabalho doméstico (especialmente para as mães).
  • 4. Universidade e ensino remoto ● Mesmo antes da Pandemia: tempos de urgência(s) ou de prioridade(s)? ● Como pensamos que será possível desenvolver nossos processos educativos remotamente e depois (pós pandemia de Covid-19)? ● Quais docências precisam ser mobilizadas nesses tempos de isolamento físico? ● Novas competências profissionais demandadas dos/as professores/as: como dar conta desses desafios?
  • 5. Com a palavra, os professores...
  • 6. Normalidade didática e Ensino Presencial: indagando padrões e inventando respostas? • Uma “nova” Didática para o ERE? • Por quê é importante recuperar nossas práticas habituais? De que vírus padecemos em nossas salas de aula? - Corrosão do sentido emancipatório de educação; - Instrumentalização do Ensino Superior para fins utilitaristas; - Baixo estatuto profissional da docência no Ensino Superior; - Níveis indesejados de engajamento discente; - Muitas demandas, condições quase nunca ideais. • Agir na incerteza é uma condição da profissionalidade docente (ref): que caminhos são possíveis no ERE?
  • 7. Apostas: ocupar as margens • Instituir sentido para o que somos/fazemos no campo da Didática: assumir-se formador(a); • Produzir uma relação mais orgânica entre o que ensinamos e o contexto do qual emergem nossas relações com o mundo: saber-se no/com o mundo; • Implicar saberes de modo trans, pluri e interdisciplinar em torno de problemáticas socialmente referenciadas: mobilizar e produzir redes de saberes para pesquisar e projetar soluções;
  • 8. • Construir agendas institucionais mais integradoras e colaborativas: partilhar e produzir experiências coletivizantes; • Desenvolver uma Pedagogia sensível à diversidade e de incentivo a autorias individuais e coletivas: diversificar para incluir e promover a atividade do sujeito que aprende; • Integrar diferentes meios e recursos de comunicação e criação colaborativa ao ensino: investir em novas linguagens e novas formas de interação com o auxílio de tecnologias. Como o ERE pode abrir um cenário para essas experimentações criativas e criadoras de novas possibilidades de ação docente? Apostas: ocupar as margens
  • 9. Organizadores conceituais prévios Didática Ensino Educação Online Campo disciplinar da Ciência Pedagógica de caráter teórico-prático que assume o ensino como objeto de estudo. Nesse campo, se produzem os sentidos sobre o ensino como ato intencional de mediação do desenvolvimento humano. (FRANCO; PIMENTA, 2016) Prática social que constitui sujeitos culturais por meio da mediação intencional do(a) educador(a). Em uma concepção crítica de Didática, é um ato relacional entre sujeitos epistêmicos que produzem e socializam saberes. (ZABALZA, 2004) Arranjo de situações educativas que se dão em ambientes virtuais de aprendizagem (AVA).
  • 10. Educação Online Educação a Distância Ensino Remoto Ensino Híbrido Modalidade de ensino que se ancora em princípios didático- curriculares específicos, desenvolvendo-se a partir de um design instrucional centrado nos ritmos individuais do(a) estudante. Estratégia de transposição do ensino presencial em Ambientes Virtuais de Aprendizagem, sob maior participação do(a) professor(a) e do grupo/turma/classe. Uso de Ambientes Virtuais de Aprendizagem e estratégias de mediação pedagógica via tecnologias da informação e comunicação de modo articulado a atividades presenciais.
  • 11. Desafios do/no ensino remoto •Acesso à internet e aos equipamentos para acompanhar as aulas; •Organização do tempo da(s) atividade(s): considerando as especificidades dos processos síncronos, assíncronos, diferenciando-os das aulas presenciais; •Um componente curricular presencial não pode simplesmente migrar para um ambiente virtual de aprendizagem; •Conhecer o ambiente virtual de aprendizagem que será utilizado, suas funcionalidades, potencialidades e fragilidades
  • 12. Definição de objetivos, habilidades, sequências temáticas, estratégias de ensino e avaliação, síncronas e assíncronas. Espaço de trocas e interações que sirvam para acionar o potencial individual e colaborativo dos sujeitos que, sob a mediação do(a) professor(a), deve ser convidativo e estimulante. Criar contextos de integração entre sujeitos e saberes, a partir da definição/organização de objetivos e mapas de aprendizagem. Aprender como desenvolvimento integral de capacidades humanas para produzir e socializar saberes, aperfeiçoando modos coletivos de estar/ser no mundo. Em Ed. Online pressupõe Planejar o ensino remoto Concepção de aprendizagem Papel do(a) professor Ambiente Virtual de Aprendizagem Organização didático- curricular
  • 13. Organização didático-curricular de uma atividade de ERE: os objetivos • Objetivos de ensino refletem uma determinada lógica de aprendizagem; • Em que medida os objetivos de ensino formulados se ajustam às possibilidades de aprendizagem no âmbito da Educação Online? • Que habilidades podem ser fomentadas?
  • 14. Formulação didática de objetivos Objetivo A SaberesHabilidades Dimensão didática do tempo Articulação curricular vertical Articulação curricular horizontal
  • 15. Expressão e comunicação Colaboratividade Sistematização Criação Senso crítico Como podemos promover essas habilidades em nossos componentes/atividades?
  • 16. Organização didático-curricular de uma atividade de ERE: os conteúdos • Conteúdos de ensino não possuem um fim em si mesmos, pois são recursos para alcançar os saberes e habilidades pressupostos nos objetivos; • Importância de sequenciar conteúdos atentando para condições concretas de aprendizagem em ERE; • Possibilidades de sequências didáticas estruturadas por eixos integradores.
  • 17. Integração curricular • Ensino por problemas; • Ensino por projetos; • Ensino com pesquisa; • Currículo modular; • Etc.
  • 18. Integrar para dar sentido - A Pedagogia Ativa e o “sujeito epistêmico” (CHARLOT 2005); - A pesquisa como eixo integrador de conhecimentos e problematização da realidade; - As facetas da realidade como ponto de partida (BEANE, 2003 ); - Construção de zonas de convergência para os conteúdos das disciplinas; - Importância do planejamento coletivo e aberto; - Dimensão afetiva: necessidade de vínculos com os(as) estudantes.
  • 19. Desafios didáticos (também) do ensino remoto • Superar a fragmentação curricular e de conteúdos; • Articular os conteúdos abordados ao(s) contextos(s) dos/as estudantes e ao(s) seu(s) futuro(s) campo(s) de atuação profissional; • Valorização da transposição didática como elemento articulador dos processos de ensino e de aprendizagem.
  • 21. Ensino Remoto Síncrono e Assíncrono: - Construção participativa e processual da aprendizagem - Roteiros elaborados previamente, mas executados com flexibilidade - Ênfase no acompanhamento das aprendizagens de cada estudante e de cada grupo de estudantes - Inspiração na Sala de Aula Invertida: atividades assíncronas (pesquisas, orientações de leitura, roteiros de estudo, atividades colaborativas e criativas) e atividades síncronas (apresentação dos conteúdos, compartilhamento dos trabalhos em grupo, esclarecimento de dúvidas) (Moran, 2015)
  • 22. Ensino Remoto: algumas pistas para o planejamento -O/A docente propõe o estudo de determinado tema; -O/A estudante pesquisa, busca “informações na internet, assiste a vídeos e animações e lê os textos que estão disponíveis na web ou na biblioteca” da instituição; -Acompanhamento do processo de aprendizagem dos/as estudantes: apresentar três ou quatro questões sobre o tema estudado (para diagnosticar pontos aprendidos e os que precisam ser melhor abordados). (Moran, 2015)
  • 23. Ensino Remoto: algumas pistas para o planejamento -No encontro síncrono: o/a professor/a retoma o conteúdo, relacionando-o com o contexto, trazendo situações reais que envolvem o tema estudado; -Ao final da atividade: os/as estudantes podem compartilhar suas produções (em forma de vídeo, pôster eletrônico, apresentação digital etc.) no AVA, em um perfil em rede social, no grupo de mensagens da turma; Dica: É interessante selecionar temas relacionados ao contexto dos/as estudantes, com vistas à motivá-los/as a aprender e a desenvolver autonomia para estudar fora do contexto de aula. (Moran, 2015)
  • 24. Considerações: o que o ensino remoto deve buscar? - Desenvolver habilidades e valores; - Contextualizar os conteúdos às possíveis realidades profissionais do campo de formação; - Utilizar pedagogias/metodologias ativas; - Promover a aprendizagem coletiva e colaborativa; - Acionar diferentes tecnologias virtuais e analógicas; - Construir um currículo mais flexível, mobilizado por uma organização espaço-temporal diferente (Moran, 2015)
  • 25. Referências CHARLOT, Bernard. Relação com o saber: Formação dos professores e globalização. Questões para a educação hoje. Porto Alegre: Artmed, 2005. BEANE, James A. Integração curricular: a essência de uma escola democrática. Currículo sem Fronteiras, v.3, n.2, pp. 91-110, Jul/Dez 2003 POSTIC, Marcel. A relação pedagógica. Coimbra: Coimbra Editora, 1990. MORAN, José. Educação Híbrida: um conceito-chave para a educação, hoje. In: BACICH, Lilian; TANZI NETO, Adolfo; TRAVISANI, Fernando de Mello (Orgs.). Ensino Híbrido: personalização e tecnologia na Educação. Porto Alegre: Penso, 2012. ZABALZA, Miguel A. O ensino universitário: seu cenário e seus protagonistas. Porto Alegre: Artmed, 2004. FRANCO, Maria Amélia Santoro; PIMENTA, Selma Garrido. Didática multidimensional: por uma sistematização conceitual. Educ. Soc., Campinas, v. 37, nº. 135, p.539-553, abr.-jun., 2016
  • 26. Roteiro para o ateliê - Atividade 1 Proposta: (re)formulação de objetivos, habilidades e conteúdos de ensino Questões para avaliar objetivos: - Traduzem a especificidade da ementa? - Sinalizam saberes e habilidades? - Esses saberes e habilidades se associam a uma concepção de aprendizagem dinâmica e colaborativa? - Contemplam conexões com outros campos de conhecimento?
  • 27. Roteiro para o ateliê - Atividade 1 Questões para avaliar a sistematização de conteúdos: - Os aspectos de sequenciamento e extensão são equilibrados ao tempo/ritmo do ERE? - Os conteúdos se organizam a partir de algum elemento integrador (questão, problema, projeto, etc.)? - Foram incorporadas conexões entre os conteúdos e os contextos e problemáticas contemporâneas?