1. DROGAS UTILIZADAS PARA CONTROLE DA
DOR E/OU INFLAMAÇÃO EM ODONTOLOGIA
ANALGÉSICOS E ANTIINFLAMATÓRIOS
PROF. DANIELA PEREIRA ALVES
2. Preocupação do CD em prevenir e controlar a dor do paciente
Na clínica odontológica, a dor é geralmente de caráter
inflamatório, aguda (curta duração) ou crônica (prolongada)
Procedimentos que geram lesão tecidual produzem respostas
inflamatórias agudas, caracterizadas por dor, edema, limitação da
função. Dependendo do grau da lesão, a resposta pode ser
pequena, auto limitada ou podem ser mais complexas e intensas,
persistentes, necessitando diferentes intervenções
3. Geralmente:
* A dor pós operatória tem seu ápice de 6 a 8 horas após o
procedimento
* O edema inflamatório é máximo 36 h após o procedimento.
Por isso, é uma boa alternativa, em procedimentos eletivos, com
expectativa de dor de maior intensidade, iniciar o uso do fármaco 1 h
antes do procedimento ou imediatamente após, e manter por até 3
dias, no máximo.
Andrade, 2014
4. 1- Analgesia preventiva: regime introduzido após a estimulação
nociceptiva, porém, antes do início da sensação dolorosa. Em termos
práticos, a primeira dose do analgésico é administrada logo ao final do
procedimento cirúrgico (o paciente ainda se encontra sob os efeitos da
anestesia local), seguida por doses de manutenção por um curto espaço de
tempo (24 a 48 horas pós-operatórias).
Trata-se do regime de escolha para o controle da dor após instrumentação
periodontal básica, ou até mesmo no caso de cirurgias menores (por via
alveolar, periodontais ou implantodônticas) ou tratamentos endodônticos, ou
após tratamentos de urgência.
5. 2- Analgesia preemptiva: é iniciada antes dos estímulos nociceptivos,
ou seja, previamente ao trauma tecidual. A proposta deste regime é
proporcionar ao paciente um maior período de tempo sem dor, depois de
cessados os efeitos da anestesia local, restringindo o consumo de
analgésico após a intervenção. Para tal, já foram testados vários fármacos
com ação analgésica e anti-inflamatória. Na clínica odontológica, apesar de
não ter sido suficientemente avaliada, a eficácia deste regime ainda
apresenta resultados controversos quando foram empregados os
corticosteroides ou Antiinflamatórios não esteróides
6. 3- Analgesia perioperatória: o regime é iniciado antes do estímulo
nociceptivo, sendo mantido no período pós-operatório imediato. A justificativa
para isto é de que os mediadores pró-inflamatórios devem manter-se inibidos por
um período de tempo mais prolongado, pois a sensibilização central pode não ser
prevenida se o tratamento for interrompido durante a fase aguda da inflamação.
Este regime farmacológico tem se mostrado como o mais eficaz para a
prevenção e controle da hiperalgesia, nos procedimentos cirúrgicos de maior
tempo de duração que envolvem descolamento tecidual intenso e
traumatismo ósseo (exodontias por via não alveolar, cirurgias pré protéticas
com descolamento tecidual, remoção de dentes inclusos, cirurgia para
implantes, especialmente em pacientes com baixo limiar de sensibilidade
dolorosa.
10. ANTI-
INFLAMATÓRIOS
NÃO-
ESTERÓIDES
(AINEs)
• Grupo de fármacos que se apresentam
quimicamente diferentes, diferem em suas
atividades antipirética, analgésica e
antiinflamatória, mas tem em comum o
mecanismo de ação principal: inibição das
enzimas da via cicloxigenase.
• São excelentes medicamentos para tratar
os efeitos indesejáveis causados pela
resposta inflamatória, diminuem o edema,
a hiperemia, a febre, a dor
11. Fosfolipídeos
Ácido Araquidônico
FOSFOLIPASE A2
PGE2, PGD2, PGF2a
Tromboxano (TXA2)
Prostaciclina (PGI2)
COX
1 e 2
AINEs
Efeitos
Mecanismo geral de ação das DAINEs
AINES inibem a enzimas COX
reduzindo a síntese dos mediadores
inflamatórios derivados do ácido
araquidônico. Com isso, o objetivo é
reduzir principalmente a síntese de
Prostaglandina E2 (envolvida em
edema, hiperemia, dor e febre).
12. Paracetamol **
Inibidores reversíveis
Não seletivos da COX Mais seletivos
COX2
** **
** Ácido acetilsalicílico, dipirona e paracetamol não são AINEs clássicos, pois
possuem fraca ação anti-inflamatória, somente em doses maiores. Seus
principais efeitos são analgésico e antipirético (“analgésicos periféricos”)
13. ASPECTOS FARMACOCINÉTICOS GERAIS dos AINEs
• São ácidos fracos, bem absorvidos por via oral, e a sua biodisponibilidade
não é consideravelmente modificada pela presença de alimentos
• O metabolismo se dá principalmente, pelo fígado, através das famílias
CYP3A ou CYP2C das enzimas P450. Embora, a eliminação final mais
importante seja via renal, quase todos os AINE sofrem variações de excreção
biliar e reabsorção (circulação êntero-hepática).
• Apresentam alta taxa de ligação a proteínas plasmáticas
• Se acumulam nos tecidos inflamados, por sua ligação à enzimas
ciclooxigenases, que estão expressas em maior proporção nesses tecidos
16. Efeitos Terapêuticos gerais das DAINEs
* Efeito analgésico: PGE2 sensibilizam as terminações
nervosas nociceptivas a outros mediadores. DAINES inibem sua
síntese e são eficazes na dor de origem inflamatória.
* Efeito antipirético: A temperatura corporal é regulada por um
centro sensitivo no hipotálamo. Em resposta à infecções,
macrófagos liberam pirogênios endógenos (+ PGE2) que causam
distúrbio no termostato hipotalâmico. DAINES reduzem rápida e
eficazmente temperaturas elevadas, ao inibir a síntese de PGE2.
* Efeito antiinflamatório: DAINES tem efeito principalmente
sobre vasodilatação e eritema, com menor efeito sobre acúmulo
celular.
17. Efeitos indesejados comuns às DAINEs
* Distúrbios gastrintestinais: Tanto por irritação local quanto
por inibição da COX-1 e redução das PGs que tem função
protetora à mucosa gástrica. Dispepsia, náuseas, vômitos,
sangramento e ulceração.
* Reações cutâneas: Reações de hipersensibilidade.
Erupções leves, urticária.
* Efeitos renais adversos: Podem causar insuficiência renal
aguda, reversível, em indivíduos susceptíveis, devido à inibição
de PGs envolvidas na manutenção da dinâmica sangüínea renal.
* Bloqueio da agregação plaquetária: Pela inibição da síntese de
Tromboxanos (principalmente ácido acetilsalicílico), que são agregantes
plaquetários, podendo aumentar tempo de sangramento.
18. SALICILATOS (Ácido acetilsalicílico)
1982: Prêmio Nobel Medicina a John R. Vane
1971: Descoberta do mecanismo de ação
Predomínio dos efeitos analgésicos e antipiréticos. Fraca
atividade anti-inflamatória, apenas em altas doses
21. Efeitos indesejados
* Efeitos locais: Distúrbios gastrintestinais
* Efeitos sistêmicos:
- Salicismo: Intoxicação moderada crônica (zumbido,tontura,
diminuição da audição, náuseas, vômitos)
- Hipersensibilidade cutânea
- Síndrome de Reye: Distúrbio raro em crianças, associação
de distúrbios hepáticos e encefalopatia que pode seguir-se a
uma doença viral aguda. Não administrar AAS a crianças com
infecção viral.
- Alterações metabólicas: Podem alterar equilíbrio ácido-
básico e eletrolítico. Cuidado em pacientas asmáticos.
- CONTRA INDICADA EM CASOS DE DENGUE, pelo
aumento do risco de sangramento
OBS: O efeito antitrombótico do AAS é maior que de outras AINEs pelo fato de que sua ação é
irreversível e as plaquetas são estruturas anucleadas, incapazes de sintetizar novas enzimas COX 1.
22. Efeitos terapêuticos
* Antipirese: Reduz a temperatura elevada de forma rápida e
eficaz. (comprimidos de 500 mg – 4/4 h)
* Analgesia: Alívio da dor de baixa e média intensidade
(comprimidos de 500 mg – 4/4 h)
* Profilaxia de doença cardioembólica: Por seu efeito
inibindo a síntese de TXA2, reduz a agregação plaquetária (100
mg/dia), mantém o sangue menos viscoso, facilitando a
circulação.
OBS: Geralmente não é muito utilizado na
Odontologia, principalmente pelo risco de
aumentar o tempo de sangramento
23. Efeitos indesejados
* Efeitos locais: Distúrbios gastrintestinais
* Efeitos sistêmicos:
- Salicismo: Intoxicação moderada crônica (zumbido,tontura,
diminuição da audição, náuseas, vômitos)
- Hipersensibilidade cutânea
- Síndrome de Reye: Distúrbio raro em crianças, associação de
distúrbios hepáticos e encefalopatia que pode seguir-se a uma
doença viral aguda. Não administrar AAS a crianças com infecção
viral.
- Alterações metabólicas: Podem alterar equilíbrio ácido-
básico e eletrolítico. Cuidado em pacientas asmáticos.
- CONTRA INDICADA EM CASOS DE DENGUE, pelo aumento
do risco de sangramento
24. Derivados Pirazolônicos
Derivados Pirazolônicos (Dipirona)
DIPIRONA ou METAMIZOL (Anador) (Baralgin) (Novalgina) (Maxiliv), etc
Predomínio dos efeitos analgésicos e antipiréticos. Fraca atividade
anti-inflamatória.
25. Uso terapêutico
* Potentes agentes analgésicos e antipiréticos
* Ação antiinflamatória mais fraca, apenas em altas doses
•Além de sua ação inibitória não seletiva sobre a COX, atua
diretamente no nociceptor, dessensibilizando- o (por ação
ativando diretamente canais de potássio). Por isso, é um
analgésico muito útil para modular a dor já estabelecida,
após o estímulo álgico.
•Deve ser evitado durante gravidez e lactação
26. Efeitos indesejados
* Toxicicidade gastrintestinal
* Reações cutâneas
* Discrasias sanguíneas: Risco de Agranulocitose e
aplasia de medula óssea
Caracterizada pela intensa diminuição do número de
leucócitos polimorfonucleares ou granulócitos no sangue.
Muitos estudos tem apontado que este risco é muito baixo.
27. USO EM ADULTOS E ADOLESCENTES ACIMA DE 15 ANOS:
Expectativa de dor leve a moderada após procedimentos odontológicos:
comprimidos 500 mg – 6/6 horas por 24 a 48 horas
Expectativa de dor moderada, após procedimentos mais invasivos: 1 g de
dipirona logo após o término do procedimento + doses de manutenção de 500
mg de 6/6 h por até 48 h
SOLUÇÃO ORAL 500 MG/ML
Cada 1 mL = 20 gotas
Adultos e adolescentes acima de 15 anos:
Tomar 20 a 40 gotas em administração
única ou até o máximo de 40 gotas, 4 vezes
ao dia. (cada 20 gotas contém 500 mg)
28. NOME DO PROFISSIONAL
ENDEREÇO PROFISSIONAL E/OU RESIDENCIAL/
TELEFONE
NÚMERO INSCRIÇÃO NO CRO
ESPECIALIDADES (OPCIONAL)
PARA __________________________________
ENDEREÇO
USO INTERNO – VIA ORAL
DIPIRONA _____________ 500 mg ________________ 1 caixa (ou pode-se colocar o número de
comprimidos, por ex. como são 4 comprimidos por dia, por 48 h, total de 8 comprimidos)
TOMAR 01 COMPRIMIDO, DE 6/6 HORAS, POR ATÉ 48 HORAS, EM CASO DE DOR.
DATA E ASSINATURA
(COM CARIMBO)
29. CRIANÇAS: Não usar em crianças menores de 3 meses e 5 Kg de peso
Crianças com mais de 3 meses e acima de 5 kg: 10 a 25 mg/kg/dose, de 6/6 h;
máximo 500 mg
Supositório: crianças acima de 4 anos: 300 mg, 1 a 4 vezes ao dia; crianças de
12 a 14 anos: 600 mg, 1 a 4 vezes ao dia.
Apresentação: Gotas 500 mg/ml, Comprimidos 500 mg, Solução injetável 500
mg/ml, Solução oral 50 mg/ml, Supositório infantil 300 mg
OBS: Geralmente usa-se ½ a 1 gota/Kg até o máximo de 20 gotas.
1 ml de solução gotas = 20 gotas
30. 10 a 25 mg/kg/dose, de 6/6 h
Geralmente usa-se ½ a 1 gota/Kg até o
máximo de 20 gotas.
Então, para uma criança de 10 Kg:
tomar 100 a 250 mg/dose, se 1 ml tem
500 mg e são 20 gotas, deverá tomar
até máximo 10 gotas/dose.
SOLUÇÃO ORAL GOTAS – 500 MG/ML
10 a 25 mg/kg/dose, de 6/6 h
Então, para uma criança de 10
Kg: tomar 100 a 250 mg/dose, se
1 ml tem 50 mg deverá tomar
entre 2 e 5 ml/dose, no máximo
SOLUÇÃO ORAL – 50 MG/ML
31. Fórmula prática para saber quanto deve pesar uma criança
Peso = idade da criança x 2 + 8
Por exemplo, qual seria o peso de uma criança de 5 anos?
5 x 2 + 8 =18 kg
32. NOME DO PROFISSIONAL
ENDEREÇO PROFISSIONAL E/OU RESIDENCIAL/
TELEFONE
NÚMERO INSCRIÇÃO NO CRO
ESPECIALIDADES (OPCIONAL)
PARA O MENOR__________________________________ PESO: 20 KG
ENDEREÇO
USO INTERNO – VIA ORAL
DIPIRONA _____________ SOLUÇÃO ORAL _____________ 1 FRASCO 50 MG/ML
(OBS: a dose recomendada é de 10-25 mg/Kg/dose, suponha que o profissional queira
prescrever a dose de 20 g/Kg/dose). Então: 20 mg x 20 Kg = 400 mg em cada dose tomada:
TOMAR 8 ML DA SOLUÇÃO, A CADA 6 H, DURANTE 24 HORAS.
DATA E ASSINATURA
(COM CARIMBO)
33. NOME DO PROFISSIONAL
ENDEREÇO PROFISSIONAL E/OU RESIDENCIAL/
TELEFONE
NÚMERO INSCRIÇÃO NO CRO
ESPECIALIDADES (OPCIONAL)
PARA O MENOR__________________________________ PESO: 20 KG
ENDEREÇO
USO INTERNO – VIA ORAL
DIPIRONA _____________ SOLUÇÃO ORAL _____________ 1 FRASCO 500 MG/ML
TOMAR 10 GOTAS, DILUÍDAS EM ½ COPO COM ÁGUA, A CADA 6 H, DURANTE 24 HORAS.
DATA E ASSINATURA
(COM CARIMBO)
34. Derivados do P- aminofeno
Derivados do P-aminofenol (Paracetamol)
• Apresenta fraca ação anti-
inflamatória porque tem menor
efeito sobre a cicloxigenase (alguns
autores não consideram o
paracetamol como AINE
verdadeiro), mas, no SNC tem ação
efetiva sendo utilizado como
analgésico e antipirético (COX3??).
• Não apresentam também ação
plaquetária e nem tem efeito no
tempo de coagulação
• Apresenta a vantagem
sobre a aspirina de não
ser considerada irritante
para o trato
gastrintestinal.
35. Efeitos terapêuticos
É um dos analgésicos/antipiréticos mais usados no mundo.
Substituto eficaz para a aspirina nas indicações analgésica e
antipirética, onde o AAS é contra- indicado ou quando o aumento do
tempo de sangramento for indesejado. É fármaco de escolha em
caso de dengue. Pode ser uma alternativa quando a dipirona não for
indicada. Atividade antiinflamatória fraca.
É o analgésico mais utilizado durante a gravidez, quando necessário.
POSOLOGIA: NUNCA EXCEDER 4g/DIA
36. Efeitos indesejados
• Poucos e raros em doses terapêuticas. Podem ocorrer
reações cutâneas, náuseas, vômitos.
• O risco mais grave ocorre com doses altas que pode
provocar a hepatoxicidade e levar ao óbito (devido a
reações bioquímicas reagindo com os grupamentos
sulfidrila das proteínas hepáticas formando reações
covalentes, o que leva a formação do metabólito
tóxico)
• Em casos de uso de doses altas, dentro de dez horas após a
administração do paracetamol, a administração de N-acetilcisteína
pode ser um antídoto, pois, a N-acetilcisteína contém grupamentos
sulfidrila aos quais o metabólito tóxico pode ligar-se.
POSOLOGIA: NÃO EXCEDER 4g/DIA
37. ADULTOS:
Expectativa de dor leve a moderada após procedimento: comprimidos
500 ou de 750 mg – 6/6 horas por 24 a 48 horas
Expectativa de dor moderada, procedimentos mais invasivos: 750 mg
logo após o término do procedimento + doses de manutenção de 500 mg
de 6/6 h por até 48 h
38. CRIANÇAS:
Via oral – 10 a 15 mg/kg de 6/6 h; dose máxima: 4 doses ao dia.
Supositório – 10 a 20 mg/Kg/dia (máximo 60 mg/Kg/dia)
Apresentação: Suspensão oral 100 mg/ml, 32 mg/ml, solução gotas 200
mg/ml, Comprimidos 500 e 750 mg
OBS: Geralmente usa-se 1 gota/Kg até o máximo de 35 gotas.
1 ml de solução gotas = 20 gotas
39. Dose recomendada:
10 a 15 mg/kg de 6/6 h
Suspenção oral: 100 mg/ml
Suspenção oral: 32 mg/ml
40. IBUPROFENO
• Derivado do ácido propiônico muito utilizado, bem tolerado, podendo
provocar principalmente distúrbios gastrintestinais indesejados.
• Efeito analgésico, antipirético e anti-inflamatório significativos.
Indicado para tratamento da dor e inflamação, inclusive causadas por
procedimentos cirúrgicos.
POSOLOGIA:
Adultos: 400 a 600 mg (geralmente prescrevemos 600 mg) – 6/6 h
Crianças: 5 a 10 mg/kg, de 6/6 h; dose máxima: 40 mg/kg/dia.
Apresentação: Comprimidos 300 e 600 mg, Suspensão oral 30 mg/ml e 100
mg/5 ml, Cápsulas 400 mg, Comprimidos 200 mg, solução oral gotas 50
mg/ml e 100 mg/ml OBS: geralmente 1 gota/Kg. (máximo 30 gotas)
42. Ibuprofeno gotas pediátricas de 50 mg/mL e 100 mg/mL
• Crianças a partir dos 6 meses: geralmente, a dose recomendada é 1 gota de
ibuprofeno 50 mg/mL por cada 1 kg de peso corporal da criança, administradas 3
a 4 vezes por dia, em intervalos de 6 a 8 horas.
• Crianças com mais de 30 Kg: geralmente, a dose máxima recomendada é de
200 mg, o equivalente a 40 gotas de Ibuprofeno 50 mg/mL ou 20 gotas de
Ibuprofeno 100 mg/mL.
Dose recomendada: 5 a 10 mg/kg
43. DICLOFENACO
• Derivado do ácido acético, AINE inibidor não seletivo de COX, promove
efeito analgésico, antipirético e anti-inflamatório bastante
significativos. Além do efeito inibidor de COX, também atua como
analgésico de ação direta, por dessensibilizar diretamente os
nociceptores, sendo muito útil para tratamento da dor já estabelecida.
Indicado para tratamento da dor e inflamação, inclusive artrite
reumatoide.
• Apresenta efeitos gastrintestinais semelhantes aos demais AINEs,
principalmente gastrintestinais. Pode aumentar o efeito dos
anticoagulantes orais, e da heparina. Parecem interferir na ação de
medicamentos anti-hipertensivos, reduzindo seus efeitos.
45. CETOROLACO
Cetorolaco (Toragesic®) é um anti-inflamatório não esteróide, de potente
ação analgésica, usado para o tratamento a curto prazo, da dor aguda de
moderada a severa. A dose recomendada varia de 10 a 20 mg em dose
única ou de 8/8 h, sem exceder 60 mg/dia em adultos, por até 3 dias.
Administrado por comprimidos sublinguais, de ação rápida.
46. NIMESULIDA
• É um inibidor de COX, entretanto inibe seletivamente a COX 2, com
potência de 5 a 20 vezes maior daquela que inibe a COX 1. Possui
efeitos analgésico, antipirético e anti-inflamatório significativos. O
efeito analgésico também resulta da inibição da geração de citocinas
inflamatórias. É eficaz em inibir a infiltração de PMN e formação de
edema no local inflamado. Inibe contrações uterinas, por inibir a síntese
de PGE2.
• Apresenta menores efeitos gastrintestinais adversos e não exerce
efeitos tóxicos cardiovasculares graves. Bastante indicado em
Odontologia para controle da dor e inflamação.
50. INIBIDORES ALTAMENTE SELETIVOS DA ENZIMA
CICLOXIGENASE-2
• Foram introduzidos com o objetivo de controlar os sinais da
inflamação sem provocar efeitos adversos gastrintestinais,
como os AINEs tradicionais.
• São potentes em reduzir dor moderada a intensa, como a que se segue
à exodontias e outras cirurgias odontológicas
• Ação seletiva inibitória sobre a cicloxigenase-2 → a incidência de
efeitos gastrintestinais é inferior a 20% dos casos. Porém, reduzem a
formação de PGE2 e PGI2 (mediadas por COX2), mas não alteram a
formação de TXA2 (mediada por COX 1), aumentando o risco de
eventos tromboembólicos.
52. INIBIDORES ALTAMENTE SELETIVOS DA ENZIMA
CICLOXIGENASE-2
• No ano de 2004, após uso em larga escala na população, o
fabricante do Rofecoxib (Vioxx) retirou do mercado este
medicamento devido à incidência de efeitos adversos
tromboembólicos graves (infarto agudo do miocárdio e AVC
isquêmico levando a mortes).
53. INIBIDORES ALTAMENTE SELETIVOS DA ENZIMA
CICLOXIGENASE-2
• Assim, os coxibes são AINEs eficazes, de efeito analgésico e anti-
inflamatório semelhante aos AINEs convencionais, não tem ação anti
plaquetária, portanto, não podem substituir a aspirina na prevenção de
doença coronariana, pois não reduzem a produção endógena do
tromboxano A2, que é o principal produto da enzima COX-1 plaquetária.
• Na Odontologia, podem ser indicados principalmente nos casos em que
há contra indicação ao uso de AINES convencionais, como em casos de
gastrites e úlceras graves, porém apenas em pacientes sem nenhuma
alteração cardiovascular, em função dos riscos.
54. INIBIDORES ALTAMENTE SELETIVOS DA ENZIMA
CICLOXIGENASE-2
POSOLOGIA - ADULTOS:
CELECOXIB cápsulas 100 a 200 mg – 1 a 2 vezes/dia por até 3 dias
ETORICOXIB comprimidos 60 a 120 mg – 1 a 2 vezes/dia por até 3 dias
OBS: Esses fármacos estão
sujeitos a controle especial,
com retenção de uma via da
receita na farmácia
57. Síntese fisiológica e liberação
Ações fisiológicas periféricas
HIPOTÁLAMO
CRF
HIPÓFISE ANTERIOR
ACTH
CÓRTEX SUPRA RENAL
GLICOCORTICÓIDES
-
-
Os glicocorticóides são
hormônios esteroides
liberados fisiologicamente
pelas glândulas supra renais.
58. Ações gerais dos glcocorticoides
1) Efeitos metabólicos e sistêmicos: Atuam no metabolismo das proteínas,
lipídeos e carboidratos, de forma catabólica, disponibilizando energia para as
células
2) Efeitos antiinflamatórios e imunosupressores: Inibem as
manifestações iniciais e tardias da inflamação, em doses terapêuticas (eritema,
edema, calor, dor, cicatrização e reparo e reações proliferativas observadas na
inflamação crônica), por inibição da enzima Fosfolipase A2. Diminuem a
vasodilatação, o acúmulo de leucócitos sanguíneos no local da inflamação, a
atividade de fibroblastos e osteoclastos. Em altas doses e tempo prolongado
possui efeito imunossupressor, reduzindo a resposta imune.
3) A administração exógena inibe a liberação endógena do hormônio, pois
inibe o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal. Por isso, após uso prolongado, a
descontinuidade do tratamento deve ser gradual, para restabelecer a liberação
normal dos hormônios
59. Efeitos indesejados:
• Os efeitos adversos são comuns com a terapia a longo prazo,
porém incomuns no uso odontológico, em que o tratamento é de
curta duração.
úlceras pépticas – hipertensão arterial (com a hidrocortisona e a
cortisona) – edema– aumento da gordura abdominal – face de lua
cheia com bochechas vermelhas –adelgaçamento da pele –
equimoses com facilidade – fraqueza muscular e fadiga por perda de
massa muscular na região proximal do tronco e membros - reparação
retardada de feridas –tendência a hiperglicemia - supressão da
resposta à infecção – supressão da síntese de glicocorticóides
endógenos – síndrome de Cushing iatrogênica – catarata – glaucoma
- osteoporose.
60. ❖Síndrome de Cushing: por disfunção da supra renal ou
tratamento prolongado
Corcova de búfalo
Hipertensão
Enfraquecimento da pele
Braços e pernas finas
Osteoporose
Hiperglicemia
Aumento do apetite
Mais infecções (imunodeprimido)
obesidade
61. Uso clínico
• Tratamento de reposição no caso de Doença de Addison
• Ação antiinflamatória e na imunossupressão
• Para Fattah et al. (2005), em Odontologia, os corticóides
estão indicados no controle de processos inflamatórios
agudos, como por exemplo, traumas pós cirúrgicos e
ulcerações bucais auto-imunes, com o objetivo de
prevenir ou controlar a magnitude da resposta
inflamatória. • Uso tópico: corticóides são eficazes e não
determinam efeitos sistêmicos adversos, quando
dados em doses terapêuticas em tempo curto.
(Ex.: Triancinolona – creme orobase)
62. Antiinflamatórios esteroidais
• De acordo com as potências, os glicocorticóides são classificados em:
glicocorticóides de ação curta (8 a 12 horas) – de ação intermediária (12
a 36 horas) – de ação longa (36 a 72 horas).
1. Glicocorticóides de ação curta (para tratamento de reposição): Cortisona
– hidrocortisona (Solu-Cortef) (Stiefcortil)(Cortisonal).
2. Glicocorticóides de ação intermediária: Prednisolona (Prelone)
(Predsim) (Prednisolon) –metilprednisolona (Solu-Medrol) (Unimedrol) –
prednisona (Meticorten) (Predicorten) –triancinolona (Omcilon)
(Theracort) – beclometasona (Beclosol) (Clenil)
3. Glicocorticóides de ação longa: Betametasona (Celestone) (Diprospan)
(Candicort)(Novacort) – dexametasona (Decadron) (Decadronal) (Duo-
Decadron).
64. Na Odontologia, a utilização é por curto prazo, geralmente com uso
preemptivo, 1 h antes de procedimento em que há maior expectativa de
edema e dor intensa, como exodontias múltiplas de dentes retidos,
implantes, cirurgias maiores, etc. podendo ou não ser mantido por até no
máximo 5 dias
65. Tratamento sintomático, geralmente regride espontaneamente em alguns
dias. Pode-se prescrever, para adultos:
Acetonida de triancinolona (Omcilon A orabase) – tubo de 10 mg
Aplicar pequena quantidade sobre a lesão, duas vezes ao dia, após
refeições e ao deitar
66. Aftas são pequenas úlceras rasas que aparecem na cavidade oral,
geralmente na mucosa bucal, nas gengivas e embaixo da língua.
Elas são ovais, normalmente brancas (ou levemente amareladas), têm
bordas avermelhadas e costumam medir aproximadamente 1 cm de
diâmetro.
Sabe-se que as aftas são mais comuns em mulheres e que cerca de 30%
das pessoas acometidas têm casos na família, talvez por associação
genética ou exposição ambiental semelhante. Pequenos machucados
decorrentes de acidentes ou escovação excessiva podem criar ambiente
propício ao aparecimento das aftas.