DT-6
MOTORES ELÉTRICOS
  ASSÍNCRONOS
       DE
   ALTA TENSÃO
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



                                                                  ÍNDICE

INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 5
1. HISTÓRICO DA MÁQUINA ELÉTRICA GIRANTE ......................................................................... 6
      1.1. EVOLUÇÃO DO MOTOR ELÉTRICO ........................................................................................... 7
2. NOÇÕES FUNDAMENTAIS........................................................................................................... 9
      2.1. MOTORES ELÉTRICOS............................................................................................................. 9
      2.2. SISTEMA DE CORRENTE ALTERNADA TRIFÁSICA ..................................................................... 9
             2.2.1. Ligações no Sistema Trifásico ...................................................................................... 9
      2.3. MOTOR DE INDUÇÃO TRIFÁSICO .......................................................................................... 11
      2.4. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO .......................................................................................... 12
             2.4.1. Campo Girante ......................................................................................................... 12
             2.4.2. Velocidade Síncrona.................................................................................................. 13
             2.4.3. Escorregamento ....................................................................................................... 14
             2.4.4. Conjugado e Potência ............................................................................................... 14
                      2.4.4.1. Relação entre conjugado e potência............................................................ 15
             2.4.5. Rendimento.............................................................................................................. 15
             2.4.6. Fator de Potência ..................................................................................................... 15
             2.4.7. Corrente Nominal (A) ................................................................................................ 15
             2.4.8. Energia e Potência Elétrica ........................................................................................ 16
                      2.4.8.1. Circuitos de corrente alternada ................................................................... 16
                      2.4.8.2. Potências aparente, ativa e reativa.............................................................. 17
                      2.4.8.3. Triângulo de potências (carga indutiva)....................................................... 17
      2.5. DEFINIÇÕES......................................................................................................................... 17
             2.5.1. Freqüência ............................................................................................................... 17
             2.5.2. Tensão Máxima (VMáx)............................................................................................... 17
             2.5.3. Corrente Máxima (IMáx) ............................................................................................. 17
             2.5.4. Valor Eficaz de Tensão e Corrente (Vef e Ief) ............................................................... 17
             2.5.5. Defasagem (φ) ......................................................................................................... 17
3. CARACTERÍSTICAS DA REDE DE ALIMENTAÇÃO ..................................................................... 18
      3.1. TENSÃO NOMINAL ................................................................................................................ 18
             3.1.1. Tensão da Rede de Alimentação em Função da Potência do Motor .............................. 18
      3.2. FREQÜÊNCIA NOMINAL......................................................................................................... 18
             3.2.1. Ligação em Freqüências Diferentes ............................................................................ 18
      3.3. TOLERÂNCIA NA VARIAÇÃO DE TENSÃO E FREQÜÊNCIA ........................................................ 18
4. MOTORES DE ALTA TENSÃO WEG ............................................................................................ 20
      4.1. NORMAS APLICÁVEIS............................................................................................................ 20
      4.2. ORIENTAÇÃO PARA SELEÇÃO DE MOTORES........................................................................... 21
             4.2.1. Linha Master "M" ...................................................................................................... 21
             4.2.2. Linha High Performance "H" ...................................................................................... 22
             4.2.3. Linha AGA ................................................................................................................ 23
5. CARACTERÍSTICAS DO AMBIENTE........................................................................................... 24
      5.1. ALTITUDE ............................................................................................................................ 24
      5.2. TEMPERATURA AMBIENTE .................................................................................................... 24
      5.3. DETERMINAÇÃO DA POTÊNCIA ÚTIL DO MOTOR NAS DIVERSAS COMBINAÇÕES DE
      TEMPERATURA E ALTITUDE......................................................................................................... 24
      5.4. ATMOSFERA AMBIENTE ........................................................................................................ 25
             5.4.1. Ambientes Agressivos ............................................................................................... 25
             5.4.2. Ambientes Contendo Poeiras ou fibras ....................................................................... 25
             5.4.3. Locais em que a Ventilação do Motor é Prejudicada .................................................... 25
             5.4.4. Ambientes Perigosos................................................................................................. 25
                      5.4.4.1. Áreas de risco ............................................................................................ 25
                      5.4.4.2. Atmosfera Explosiva ................................................................................... 25
                      5.4.4.3. Classificação das áreas de risco .................................................................. 25
                      5.4.4.4. Classes de temperatura .............................................................................. 26
                      5.4.4.5. Equipamentos para Áreas de Risco.............................................................. 27
      5.5. GRAUS DE PROTEÇÃO .......................................................................................................... 28

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DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



            5.5.1. Código de Identificação............................................................................................. 28
            5.5.2. Tipos Usuais de Proteção .......................................................................................... 29
6. CARACTERÍSTICAS EM REGIME ............................................................................................... 30
     6.1. ELEVAÇÃO DE TEMPERATURA - CLASSE DE ISOLAMENTO ...................................................... 30
            6.1.1. Aquecimento no Enrolamento.................................................................................... 30
            6.1.2. Vida Útil do Motor de Indução ................................................................................... 31
            6.1.3. Classes de Isolamento .............................................................................................. 31
            6.1.4. Medida da Elevação de Temperatura do Enrolamento ................................................. 33
            6.1.5. Aplicação a Motores Elétricos..................................................................................... 33
     6.2. REGIME DE SERVIÇO ............................................................................................................ 33
            6.2.1. Regimes Padronizados .............................................................................................. 33
            6.2.2. Designação do Regime Tipo ...................................................................................... 36
            6.2.3. Potência Nominal...................................................................................................... 37
            6.2.4. Potência Equivalente................................................................................................. 37
     6.3. FATOR DE SERVIÇO (FS)....................................................................................................... 38
     6.4. VELOCIDADE NOMINAL......................................................................................................... 38
     6.5. CORRENTE NOMINAL (A) ...................................................................................................... 38
     6.6. RENDIMENTO....................................................................................................................... 38
            6.6.1. Importância do Rendimento ...................................................................................... 38
     6.7. FATOR DE POTÊNCIA............................................................................................................ 39
            6.7.1. Importância do Fator de Potência .............................................................................. 39
            6.7.2. Correção do Fator de Potência................................................................................... 39
7. REFRIGERAÇÃO........................................................................................................................ 40
     7.1. SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO............................................................................................... 40
            7.1.1. Ventilação Axial ........................................................................................................ 40
            7.1.2. Ventilação Mista - Carcaças 355 a 500 na Linha Master (Canais Axiais e Radiais) .......... 40
            7.1.3. Ventilação Bilateral Simétrica - Carcaças 560 a 1000 - Linha Master (Canais Radiais) .... 42
8. CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS ........................................................................................ 45
     8.1. CARCAÇAS............................................................................................................................ 45
     8.2. TROCADOR DE CALOR .......................................................................................................... 47
     8.3. ESTATOR ............................................................................................................................. 48
     8.4. BOBINAGEM ......................................................................................................................... 48
     8.5. ROTOR................................................................................................................................. 50
            8.5.1. Rotor de Gaiola ........................................................................................................ 50
            8.5.2. Rotor Bobinado (ou de Anéis).................................................................................... 51
     8.6. CAIXA DE LIGAÇÃO............................................................................................................... 53
            8.6.1. Caixa de Ligação de Força......................................................................................... 53
            8.6.2. Caixa de Ligação de Acessórios ................................................................................. 54
            8.6.3. Caixa de Ligação do Rotor, Linha "M" com rotor de anéis ............................................ 55
     8.7. EIXO .................................................................................................................................... 55
     8.8. VENTILADOR ........................................................................................................................ 56
     8.9. PLACA DE IDENTIFICAÇÃO.................................................................................................... 56
     8.10. PINTURA ............................................................................................................................ 56
            8.10.1. PLANO DE PINTURA WEG MÁQUINAS 212P.............................................................. 57
            8.10.2. PLANO DE PINTURA WEG MÁQUINAS 212E.............................................................. 57
     8.11. TERMINAIS DE ATERRAMENTO ........................................................................................... 58
     8.12. FORMAS CONSTRUTIVAS NORMALIZADAS ........................................................................... 58
     8.13. MANCAIS............................................................................................................................ 58
            8.13.1. Mancal de Rolamento:............................................................................................. 58
            8.13.2. Dimensionamento do mancal e Eixo para Acoplamento por Polias e Correias .............. 59
            8.13.3. Mancal de Bucha .................................................................................................... 60
     8.14. LIMITES DE RUÍDOS ........................................................................................................... 62
     8.15. VIBRAÇÃO .......................................................................................................................... 63
            8.15.1. Pontos de Medição.................................................................................................. 63
     8.16. BALANCEAMENTO ............................................................................................................... 63
9. CARACTERÍSTICAS DE PARTIDA.............................................................................................. 64


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      9.1. LIMITAÇÃO DA CORRENTE DE PARTIDA ................................................................................ 64
             9.1.1. Chave Estrela-Triângulo ............................................................................................ 64
             9.1.2. Chave Compensadora (Auto-Transformador) .............................................................. 64
             9.1.3. Partida Estática ou Soft-Starter.................................................................................. 65
             9.1.4. Partida com Inversor de Freqüência........................................................................... 65
             9.1.5. Partida com Reostato para Motores de Anéis .............................................................. 69
      9.2. COMPARAÇÃO ENTRE OS PRINCIPAIS MÉTODOS DE PARTIDA................................................ 70
10. CARACTERÍSTICAS DE ACELERAÇÃO ..................................................................................... 71
      10.1. POTÊNCIA NOMINAL........................................................................................................... 71
      10.2. CONJUGADO RESISTENTE DA CARGA .................................................................................. 71
      10.3. INÉRCIA DA CARGA ............................................................................................................ 73
      10.4. CONJUGADO MÉDIO DA CARGA........................................................................................... 73
      10.5. CONJUGADO E ROTAÇÃO DO MOTOR .................................................................................. 74
      10.6. CATEGORIAS - VALORES MÍNIMOS NORMALIZADOS ............................................................ 75
      10.7. TEMPO DE ROTOR BLOQUEADO (trb) ................................................................................... 75
      10.8. CONJUGADO MOTOR MÉDIO (CMmed).................................................................................... 76
      10.9. TEMPO DE ACELERAÇÃO ..................................................................................................... 76
      10.10. POTÊNCIA DINÂMICA OU DE ACELERAÇÃO ........................................................................ 77
      10.11. REGIME DE PARTIDA ........................................................................................................ 79
      10.12. CORRENTE DE ROTOR BLOQUEADO .................................................................................. 79
             10.12.1. Valores Máximos Normalizados .............................................................................. 79
             10.12.2. Indicação da Corrente ou Letra Código................................................................... 79
11. SELEÇÃO E APLICAÇÃO DOS MOTORES ELÉTRICOS TRIFÁSICOS DE ALTA TENSÃO ............ 80
12. PROTEÇÃO E ACESSÓRIOS DE MOTORES ELÉTRICOS ........................................................... 82
      12.1. PROTEÇÃO DO ESTATOR .................................................................................................... 82
             12.1.1. Proteção Contra Curtos-Circuitos.............................................................................. 82
             12.1.2. Proteção Contra Surtos de Tensão - Supressão de Transientes .................................. 82
             12.1.3. Proteção Diferencial ................................................................................................ 82
      12.2. PROTEÇÃO TÉRMICA PARA MOTORES DE ALTA TENSÃO ...................................................... 83
             12.2.1. Termoresistores...................................................................................................... 83
             12.2.2. Termistores (PTC e NTC)......................................................................................... 83
             12.2.3. Termômetro ........................................................................................................... 84
             12.2.4. Termostatos ........................................................................................................... 84
13. ENSAIOS................................................................................................................................. 86
      13.1. TIPOS DE ENSAIOS............................................................................................................. 86
             13.1.1. Ensaio de Rotina..................................................................................................... 86
             13.1.2. Ensaio de Tipo........................................................................................................ 86
             13.1.3. Ensaios Especiais .................................................................................................... 86
      13.2. LABORATÓRIO DE ENSAIOS ................................................................................................ 86
      13.2. RELATÓRIOS DE ENSAIO .................................................................................................... 88
             13.2.1. Relatório de Tipo .................................................................................................... 88
             13.2.1. Relatório de Rotina ................................................................................................. 89
             13.2.1 Relatório de Vibração ............................................................................................... 90
             13.2.1. Relatório de Ruído .................................................................................................. 91
14. ANEXOS .................................................................................................................................. 92
      14.1. SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES ............................................................................ 92
             14.1.1. Generalidades......................................................................................................... 92
      14.2. CONVERSÃO DE UNIDADES................................................................................................. 93
      14.3. EXEMPLOS DE RANHURAS................................................................................................... 94
             14.3.1. Ranhura do Estator para Bobinas de Alta Tensão Rotor com Ranhuras para Injeção de
             Alumínio ............................................................................................................................ 94
             14.3.2. Ranhura do Estator para Bobinas de Baixa Tensão Rotor com Ranhuras para Injeção de
             Alumínio ............................................................................................................................ 95
             14.3.3. Ranhura do Estator para Bobinas de Alta Tensão Rotor com Ranhuras para Injeção de
             Alumínio ............................................................................................................................ 96



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                                              INTRODUÇÃO




          Este curso tem por objetivo permitir aos profissionais conhecer e saber o que é necessário para
especificar um motor de corrente alternada (CA) de indução de alta tensão, compreender o funcionamento, os
tipos de acionamentos, os tipos de motores e o dimensionamento destes em função dos tipos de carga. Serão
abordadas as características construtivas, instalação, regime de serviço, aplicações, tipos de ensaios, normas e
outros.




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1. HISTÓRICO DA MÁQUINA                                     girava diante de duas bobinas fixas com um núcleo
ELÉTRICA GIRANTE                                            de ferro. A corrente alternada era transformada em
                                                            corrente contínua pulsante através de um
                                                            comutador.
O ano de 1866 pode ser considerado, em termos               Grande sucesso obteve o motor elétrico
práticos, como o ano de nascimento da máquina               desenvolvido pelo arquiteto e professor de física
elétrica, pois foi nesta data que o cientista alemão        Moritz Hermann Von Jacobi - que, em 1838,
Werner Siemens inventou o primeiro gerador de               aplicou-o a uma lancha.
corrente contínua auto-induzido. Entretanto, deve-          Somente em 1866 Siemens construiu um gerador
se mencionar que esta máquina elétrica, que                 sem a utilização de imã permanente, provando que
revolucionou o mundo em poucos anos, foi o último           a tensão necessária para o magnetismo podia ser
estágio de um processo de estudos, pesquisas e              retirada do próprio enrolamento do rotor, isto é,
invenções de muitos outros cientistas, durante              que a máquina podia auto-excitar-se. O primeiro
quase três séculos.                                         dínamo de Werner Siemens possuía uma potência
Em 1600 o cientista inglês William Gilbert publicou,        de aproximadamente 30 watts e uma rotação de
em Londres, a obra intitulada "De Magnete",                 1200rpm. A máquina de Siemens não funcionava
descrevendo a força de atração magnética. O                 somente como gerador de eletricidade. Podia
fenômeno da eletricidade estática já havia sido             também operar como motor, desde que se aplicasse
observado pelo grego Tales, em 641 A.C., ele                aos seus bornes uma corrente contínua.
verificou que ao atritar uma peça de âmbar com              Em 1879, a firma Siemens & Halske apresentou, na
pano esta adquiria a propriedade de atrair corpos           feira industrial de Berlim, a primeira locomotiva
leves, como pêlos, penas, cinzas, etc.                      elétrica, com uma potência de 2kW.
A primeira máquina eletrostática foi construída em          A nova máquina de corrente contínua apresentava
1663, pelo alemão Otto Guericke, e aperfeiçoada             vantagens em relação à máquina a vapor, à roda
em 1775 pelo suíço Martin Planta.                           d'água e à força animal. Entretanto, o alto custo de
O físico dinamarquês Hans Christian Oersted, ao             fabricação e sua vulnerabilidade em serviço (por
fazer experiências com correntes elétricas, verificou       causa do comutador) marcaram-na de tal modo que
ao acaso, em 1820, que a agulha magnética de                muitos cientistas dirigiram suas atenções para o
uma bússola era desviada de sua posição norte-sul           desenvolvimento de um motor elétrico mais barato,
quando esta passava perto de um condutor no qual            mais robusto e de menor custo de manutenção.
circulava corrente elétrica. Esta observação permitiu       Entre os pesquisadores preocupados com esta idéia
a Oersted reconhecer a íntima relação entre                 destacam-se o iugoslavo Nicola Tesla, o italiano
magnetismo e eletricidade, dando assim o primeiro           Galileu Ferraris e o russo Michael von Dolivo
passo em direção ao desenvolvimento do motor                Dobrowolsky. Os esforços não se restringiram
elétrico.                                                   somente ao aperfeiçoamento do motor de corrente
O sapateiro inglês William Sturgeon - que,                  contínua, mas também se cogitou de sistemas de
paralelamente à sua profissão, estudava eletricidade        corrente alternada, cujas vantagens já eram
nas horas de folga - baseando-se na descoberta de           conhecidas desde 1881.
Oersted constatou, em 1825, que um núcleo de                Em 1885, o engenheiro eletricista Galileu Ferraris
ferro envolto por um fio condutor elétrico                  construiu um motor de corrente alternada de duas
transformava-se em imã quando se aplicava uma               fases. Ferraris, apesar de ter inventado o motor de
corrente elétrica, observando também que a força            campo girante, concluiu erroneamente que motores
do imã cessava tão logo a corrente fosse                    construídos segundo este princípio poderiam, no
interrompida. Estava inventando o eletroímã, que            máximo, obter um rendimento de 50% em relação
seria de fundamental importância na construção de           à potência consumida. E Tesla apresentou, em
máquinas elétricas girantes.                                1887, um pequeno protótipo de motor de indução
Mas as experiências com o magnetismo e a                    bifásico com rotor em curto-circuito. Também este
eletricidade não cessaram. Em 1832, o cientista             motor apresentou rendimento insatisfatório, mas
italiano S. Dal Negro construiu a primeira máquina          impressionou de tal modo a firma norte-americana
de corrente alternada com movimento de vaivém.              Westinghouse, que esta lhe pagou um milhão de
Já no ano de 1833 o inglês W. Ritchie inventou o            dólares pelo privilégio da patente, além de se
comutador, construindo um pequeno motor elétrico            comprometer ao pagamento de um dólar para cada
onde o núcleo de ferro enrolado girava em torno de          HP que viesse a produzir no futuro. O baixo
um imã permanente. Para dar uma rotação                     rendimento        deste      motor       inviabilizou
completa, a polaridade do eletroímã era alternada a         economicamente sua produção e três anos mais
cada meia volta através do comutador. A inversão            tarde as pesquisas foram abandonadas.
da polaridade também foi demonstrada pelo                   Foi o engenheiro eletricista Dobrowolsky, da firma
mecânico parisiense H. Pixii ao construir um                AEG, de Berlim, que, persistindo na pesquisa do
gerador com um imã em forma de ferradura que

                                                        6
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



motor de corrente alternada entrou, em 1889, com          antecessor em 1891. Confrontando-se os dados de
o pedido de patente de um motor trifásico com             catálogos de diferentes fabricantes, em diferentes
rotor de gaiola. O motor apresentado tinha uma            épocas, pode-se constatar que houve uma redução
potência de 80 watts, um rendimento aproximado            de peso e, conseqüentemente, redução do tamanho
de 80% em relação à potência consumida e um               construtivo do motor (para uma mesma potência)
excelente conjugado de partida. As vantagens do           de aproximadamente 20% a cada década,
motor com rotor de gaiola em relação ao de                excetuando as duas últimas, nas quais a redução foi
corrente contínua eram marcantes: construção mais         menos acentuada. Isto mostra a necessidade de
simples, silencioso, menor manutenção e alta              revisão periódica das normas, para assim adaptar a
segurança em operação. Dobrowolsky desenvolveu,           relação entre potências e carcaças aos tamanhos
em 1891, a primeira fabricação em série de motores        alcançados através do desenvolvimento tecnológico.
assíncronos, nas potências de 0,4 a 7,5kW.                Esta evolução tecnológica é caracterizada
                                                          principalmente, pelo desenvolvimento de novos
                                                          materiais isolantes, os quais suportam temperaturas
1.1. EVOLUÇÃO DO MOTOR ELÉTRICO                           mais elevadas.
                                                          Atualmente os motores elétricos estão presentes
O desenvolvimento de condutores esmaltados, dos           em praticamente todas as instalações industriais,
papéis ou filmes isolantes sintéticos, das chapas         comerciais e residenciais.
magnéticas, das ligas de alumínio e dos materiais         Exemplos são os minúsculos motores que acionam
plásticos contribuíram notoriamente para a redução        os discos rígidos dos computadores, a infinidade de
da relação peso x potência dos motores elétricos          motores que acionam nossos eletrodomésticos e os
como mostra a figura 1.1.                                 gigantes motores que movimentam bombas,
Observando-se o peso de um motor de mesma                 compressores, ventiladores, moinhos, extrusoras e
potência no decorrer do tempo, podemos verificar          outras infinidades de aplicações.
que o motor atual tem apenas 8% do peso do seu




Figura 1.1. - Evolução do motor trifásico AEG - Relação - Peso/Potência (motor trifásico de 4kW e 02 pólos).




                                                     7
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



Todos têm algo em comum, precisam de energia              • Características    do   ambiente:     (altitude,
elétrica para produzir trabalho. Se por um lado é           temperatura, agressividade, etc);
inevitável o consumo de energia elétrica para a           • Características da carga acionada (potência,
utilização dos motores, por outro lado, a escolha           rotação, esforços mecânicos, configuração física,
adequada dos mesmos e alguns cuidados especiais             conjugados requeridos, etc.).
no seu uso podem economizar muita energia.
Atualmente, a indústria, necessitando de motores          O processo não envolve somente a coleta de
para acionamento das mais variadas cargas e exige         informações para a definição das características
dos fabricantes a adequação a esta realidade,             construtivas e de desempenho do motor, mas
obtendo-se desta forma uma gama elevada de                também visa otimizar a escolha sob a ótica da
equipamentos desta natureza, como mostra a figura         economia e da confiabilidade.
1.2.
No campo de acionamentos industriais, que é o             A dificuldade está em que cada um dos requisitos
objeto deste curso, estima-se que de 70 a 80% da          anteriores são do conhecimento específico de
energia elétrica consumida pelo conjunto de todas         profissionais de diferentes áreas, por exemplo:
as indústrias seja transformada em energia                • Engenharia de Instalações...Características da
mecânica através dos motores elétricos.                      rede de Alimentação;
Isto significa que, admitindo-se um rendimento            • Engenharia de Manutenção...Características do
médio da ordem de 80% do universo de motores                 Ambiente;
em aplicações industriais, cerca de 15% da energia        • Engenharia      de    Processos...Características
elétrica industrial transforma-se em perdas nos              construtivas de cada motor;
motores.
O processo de especificação de um motor elétrico          O espaço a ser preenchido entre o fabricante e o
corresponde à escolha de um motor industrialmente         consumidor é a perfeita interligação entre estas
disponível que possa atender a pelo menos três            áreas de modo que determinada aplicação seja
requisitos do consumidor:                                 coroada de êxito.
• Característica da rede de alimentação: (tipo,           Esta nova área é denominada de Engenharia de
   tensão, freqüência, simetria, equilíbrio, etc.);       Aplicações.




Figura 1.2. - Universo tecnológico em motores
elétricos - Aplicabilidade de motores elétricos.




                                                      8
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



2. NOÇÕES FUNDAMENTAIS

2.1. MOTORES ELÉTRICOS

Motor elétrico é a máquina destinada a transformar
energia elétrica em energia mecânica.

Vantagens:
   Limpeza e simplicidade de comando;
   Construção simples e custo reduzido;
   Grande versatilidade de adaptação às cargas dos
   mais diversos tipos.

O motor de indução trifásico opera normalmente
com uma velocidade constante que varia
ligeiramente com a carga mecânica aplicada ao
eixo, devido a sua SIMPLICIDADE e ROBUSTEZ é
um motor muito utilizado, sendo adequado para
quase todos os tipos de máquinas acionadas,              Figura 2.2. - Sistema trifásico.
encontradas na prática.
                                                         A ligação dos três sistemas monofásicos para se
                                                         obter o sistema trifásico é feita usualmente de duas
                                                         maneiras, representadas nos esquemas seguir.


                                                         2.2.1. Ligações no Sistema Trifásico

                                                         a) Ligação Triângulo:

                                                         Chamamos "tensões/correntes de fase" as tensões
                                                         e correntes de cada um dos três sistemas
                                                         monofásicos considerados, indicados por Vf e If.
                                                         Se ligarmos os três sistemas monofásicos entre si,
                                                         como indica a figura 2.3 (a), podemos eliminar três
Figura 2.1. - Motor elétrico de indução trifásico.       fios, deixando apenas um em cada ponto de
                                                         ligação, e o sistema trifásico ficará reduzido a três
                                                         fios U, V e W.
2.2. SISTEMA DE CORRENTE                                 A tensão entre dois quaisquer destes três fios
ALTERNADA TRIFÁSICA                                      chama-se "tensão de linha" (VL), que é a tensão
                                                         nominal do sistema trifásico. A corrente em
O sistema trifásico é formado pela associação de         qualquer um dos fios chama-se "corrente de linha"
três sistemas monofásicos de tensões V1, V2 e V3         (IL).
tais que a defasagem entre elas seja de 120°
(Fig.2.2).                                               Examinando o esquema da figura 2.3 (b), vê-se
O enrolamento deste tipo de motor é constituído          que:
por três conjuntos de bobinas dispostas                  1) A cada carga é aplicada a tensão de linha VL,
simetricamente no espaço, formando entre si                 que é a própria tensão do sistema monofásico
também um ângulo de 120°.                                   correspondente, ou seja, VL=Vf.;
Para que o sistema seja equilibrado, isto é,             2) A corrente em cada fio de linha, ou corrente de
V1=V2=V3 o número de espiras de cada bobina                 linha IL, é a soma das correntes das duas fases
também deverá ser igual.                                    ligadas a este fio, ou seja, IL=If1+If3.. Como as
                                                            correntes estão Defasadas entre si, a soma
                                                            deverá ser feita graficamente como mostra a
                                                            figura 2.3 (c). Pode-se mostrar que: IL = If
                                                            .   3.




                                                     9
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Figura 2.3. - Ligação triângulo.


Exemplo: Temos um sistema trifásico equilibrado             mesmo modo que na ligação triângulo.
de tensão nominal 4160V. A corrente de linha (IL)           Examinando o esquema da figura 2.4 (b) vê-se que:
medida é 50A. Ligando a este sistema uma carga              1) A corrente em cada fio da linha, ou corrente de
trifásica composta de três cargas iguais ligadas em            linha (I1 ou IL), é a mesma corrente da fase à
triângulo, qual a tensão e a corrente em cada uma              qual o fio está ligado, ou seja, IL=If.
das cargas?                                                 2) A tensão entre dois fios quaisquer do sistema
                                                               trifásico é a soma gráfica figura 2.4 (c) das
Temos Vf = VL = 4160V em cada uma das cargas.                  tensões das duas fases as quais estão ligados os
Se IL = I1 = 3 . If , então                                    fios considerados, ou seja,
      If = 0,577 . I1 = 0,577 . 50 = 28,87 A                                   VL=Vf   .   3 .
em cada uma das cargas.
                                                            Exemplo: Temos uma carga trifásica composta de
b) Ligação Estrela:                                         três cargas iguais, cada carga é feita para ser ligada
Ligando um dos fios de cada sistema monofásico a            a uma tensão de 2400V, absorvendo 28,87A. Qual a
um ponto comum aos três, os três fios restantes             tensão nominal do sistema trifásico que alimenta
formam um sistema trifásico em estrela, como                esta carga em suas condições normais (2400V e
mostra a figura 2.4 (a).                                    28,87A) e qual a corrente de linha (I1)?
Às vezes, o sistema trifásico em estrela é "a quatro        Temos Vf = 2400V (nominal de cada carga)
fios" ou "com neutro acessível".                                      V1 = 3 . 2400V = 4160V
O quarto fio é ligado ao ponto comum as três fases.
                                                                      I1 = If = 28,87A.
A tensão de linha, ou tensão nominal do sistema
trifásico, e a corrente de linha são definidos do




Figura 2.4. - Ligação estrela.



                                                       10
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2.3. MOTOR DE INDUÇÃO TRIFÁSICO                            Rotor:
                                                             Eixo (7): Em aço, transmite a potência mecânica
O motor de indução trifásico (figura 2.5a) é                     desenvolvida     pelo    motor.      É     tratado
composto fundamentalmente de duas partes:                        termicamente para evitar problemas como
estator e rotor.                                                 empenamento e fadiga;
                                                                 Núcleo de chapas (3): As chapas possuem as
Estator:                                                         mesmas características das chapas do estator;
   Carcaça (1): É a estrutura suporte do conjunto;               Gaiola ou enrolamento do rotor (12): É
   de constituição robusta em ferro fundido ou aço               composta de barras e anéis de curto-circuito no
   soldado, resistente à corrosão (neste caso com                motor tipo gaiola e de bobinas em motor tipo de
   aletas);                                                      anéis. Pode ser de cobre eletrolítico, latão ou de
   Núcleo de chapas (2): As chapas são de aço                    alumínio injetado.
   magnético (geralmente em aço-silício), tratadas
   termicamente e/ou com a superfície isolada              Outras partes do motor de indução trifásico:
   para reduzir ao mínimo as perdas no ferro;                    Tampas do mancal (4);
   Enrolamento trifásico (8): Três conjuntos iguais              Ventilador interno e externo (5);
   de bobinas, uma para cada fase, formando um                   Tampa defletora ou proteção do ventilador (6);
   sistema trifásico ligado à rede trifásica de                  Caixa de ligação de força (9);
   alimentação.                                                  Placa de bornes com isolador e pino de ligação
                                                                 (10);
                                                                 Rolamento (11).




Figura 2.5a - Motor indução trifásico, principais componentes.




Figura 2.5b - Motor indução trifásico, caixa de ligação, principais componentes.


                                                      11
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



2.4. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO                            espaçados entre si de 120º. Se este enrolamento
                                                           for alimentado por um sistema trifásico, as
2.4.1. Campo Girante                                       correntes I1, I2 e I3 criarão, do mesmo modo, os
                                                           seus próprios campos magnéticos H1, H2 e H3. Estes
Quando uma bobina é percorrida por uma corrente            campos são espaçados entre si de 120º.
elétrica, é criado um campo magnético dirigido             Além disso, como são proporcionais às respectivas
conforme o eixo da bobina e de valor proporcional à        correntes, serão defasados no tempo, também de
corrente.                                                  120º entre si e podem ser representados por um
Na figura 2.6 é indicado um "enrolamento                   gráfico igual ao da figura 2.7. O campo total H
monofásico" atravessado por uma corrente I, e o            resultante, a cada instante, será igual à soma
campo H, é criado por ela, o enrolamento é                 gráfica dos três campos H1, H2 e H3 naquele
constituído de um par de pólos, um pólo "norte" e          instante.
um pólo "sul", cujos efeitos se somam para                 Na figura 2.8, representamos esta soma gráfica
estabelecer o campo H. O fluxo magnético                   para seis instantes sucessivos.
atravessa o rotor entre os dois pólos e se fecha           No instante (1), a figura 2.2 mostra que o campo H1
através do núcleo do estator.                              é máximo e que os campos H2 e H3 são negativos e
Se a corrente I é alternada, o campo H também é, e         de mesmo valor, iguais a 0,5 x H1. Os três campos
o seu valor a cada instante será representado pelo         representados na figura 2.8 (parte superior),
mesmo gráfico da figura 2.2, inclusive invertendo o        levando em conta que o campo negativo é
sentido em cada meio ciclo.                                representado por uma seta de sentido oposto ao
O campo H é "pulsante" pois, sua intensidade               que seria normal; o campo resultante (soma
”varia" proporcionalmente à corrente, sempre na            gráfica) é mostrado na parte inferior da figura 2.8
"mesma" direção norte-sul.                                 (1), tendo a mesma direção do enrolamento da fase
Na figura 2.7. é indicado um "enrolamento                  1.
trifásico", que é formado por três monofásicos




          Figura 2.6.                                              Figura 2.7.




Figura 2.8. - Campo magnético resultante.

                                                      12
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



Repetindo a construção para os pontos 2, 3, 4, 5 e           Exemplos:
6 da figura 2.2, observa-se que o campos resultante
H tem intensidade "constante", porém sua direção             a) Qual a rotação síncrona de um motor de 6 pólos,
vai "girando", completando uma volta no fim de um               60 Hz?
ciclo.
Assim, quando um enrolamento trifásico é                                         120 . 60
                                                                          ns =            = 1200rpm
alimentado por correntes trifásicas, cria-se um                                     6
"campo girante", como se houvesse um único par
de pólos girantes, de intensidade constante. Este            b) Motor de 12 pólos, 50 Hz?
campo girante, criado pelo enrolamento trifásico do
estator, induz tensões nas barras do rotor (linhas de                            120 . 50
fluxo cortam as barras do rotor) as quais geram                           ns =            = 500rpm
                                                                                   12
correntes, e conseqüentemente, um campo no
rotor, de polaridade oposta à do campo girante.
                                                             Note que o número de pólos do motor terá que ser
Como campos opostos se atraem e como o campo
                                                             sempre par, para formar os pares de pólos. Para as
do estator (campo girante) é rotativo, o rotor tende
                                                             freqüências e "polaridades" usuais, as velocidades
a acompanhar a rotação deste campo. Desenvolve-
                                                             síncronas são:
se então, no estator, um conjugado motor que faz
com que ele gire, acionando a carga.
                                                              Número        Rotação síncrona por minuto
A "interação" entre os campos magnéticos irá
                                                                de
produzir o conjugado no eixo do motor que é                                      60 Hertz          50 Hertz
                                                               pólos
função de:

                       C = Ps                                     02              3600                3000
                            ωs                                    04              1800                1500
Onde:                                                             06              1200                1000
C = conjugado nominal (Nm);                                       08              900                 750
Ps = potência saída nominal (kW);                                 10              720                 600
ωs = velocidade angular (radianos por segundo).              Tabela 2.1 - Velocidades Síncronas.

Por sua vez a "potência de saída" do motor                   Para motores de dois pólos, o campo percorre uma
depende das perdas totais no motor, que são:                 volta a cada ciclo. Assim, os graus elétricos
   Perdas totais no cobre do estator;                        equivalem aos graus mecânicos.
   Perdas totais no cobre do rotor;                          Para motores com mais de dois pólos, teremos de
   Perdas por atrito e ventilação;                           acordo com o número de pólos, um giro
   Perdas no ferro.                                          "geométrico"    menor,     sendo     inversamente
                                                             proporcional a 360° em dois pólos.
                                                             Por exemplo, para um motor de seis pólos teremos,
2.4.2. Velocidade Síncrona                                   em um ciclo completo, um giro do campo de 360° *
                                                             2/6 = 120° geométricos. Isto equivale, logicamente,
A velocidade síncrona do motor é definida pela               a 1/3 da velocidade em dois pólos. Conclui-se,
velocidade de rotação do campo girante, a qual               assim, que:
depende do número de pólos (2p) do motor e da
freqüência (f) da rede, em ciclos por segundo                Graus elétricos = Graus mecânicos x Número de
(Hertz).                                                     pólos.
Os enrolamentos podem ser construídos com um ou
mais pares de pólos, que se distribuem
alternadamente (um "norte" e um "sul") ao longo
da periferia do núcleo magnético.
O campo girante percorre um par de pólos (p) a
cada ciclo. Assim, como o enrolamento tem pólos
ou pares de pólos, a velocidade do campo será:

                  60 . f 120 . f
           ns =         =             [rpm]
                    p      2p




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DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão




Figura 2.9. - Circuito equivalente motor indução trifásico usado pela Weg Máquinas (por fase).


Onde:                                                      Exemplo: Qual o escorregamento de um motor de 6
- Zsu = impedância de perdas suplementares;                pólos, 60 Hz, se sua rotação é de 1170 rpm?
- Z1 = impedância estatórica;
- ZFe = impedância de perdas no ferro;                               1200 - 1170
- ZM = impedância magnetizante;
                                                            s(%) =               . 100   ∴       s(%) = 2,5%
                                                                        1200
- Z2 = impedância rotórica;
- Zad = impedância adicional;
- V1 = tensão estatórica.                                  2.4.4. Conjugado e Potência
- V2 = tensão rotórica.
                                                           Conjugado:
                                                           O conjugado (torque) é a medida do esforço
2.4.3. Escorregamento                                      necessário para girar um eixo.
                                                           É sabido, pela experiência prática que, para
Se o motor gira a uma velocidade diferente da              levantar um peso por um processo semelhante ao
velocidade síncrona, ou seja, diferente da
                                                           usado em poços - ver figura 2.10 - a força "F" que é
velocidade do campo girante, o enrolamento do
                                                           preciso aplicar à manivela depende do comprimento
rotor "corta" as linhas de forças magnéticas do
                                                           "l" da manivela. Quanto maior for a manivela,
campo e, pelas leis do eletromagnetismo, circularão
                                                           menor será a força necessária. Se dobrarmos o
nele correntes induzidas.
                                                           tamanho "l" da manivela, a força "F" necessária
Quanto maior a carga, maior terá que ser o
                                                           será diminuída à metade.
conjugado necessário para acioná-la. Para obter o
                                                           No exemplo da figura 2.10, se o balde pesa 20N e o
conjugado, terá que ser maior a diferença de
                                                           diâmetro do tambor é 20cm, a corda transmitirá
velocidades para que as correntes induzidas e os
                                                           uma força de 20N na superfície do tambor, isto é, a
campos produzidos sejam maiores. Portanto, a
                                                           10cm do centro do eixo. Para contrabalançar esta
medida que a carga aumenta, cai a rotação do
                                                           força, precisam de 10N na manivela, se o
motor. Quando a carga é zero (motor em vazio) o
rotor girará praticamente com a rotação síncrona. A        comprimento "l" for de 20cm. Se "l" for o dobro,
diferença entre a velocidade do motor n e a                isto é, 40cm, a força "F" será a metade, ou seja 5N.
velocidade síncrona ns chama-se escorregamento s,          Como vemos, para medir o "esforço", necessário
que pode ser expresso em rpm, como fração da               para fazer girar o eixo, não basta definir a força
velocidade síncrona, ou como porcentagem desta.            empregada, é preciso também dizer a que distância
                                                           do eixo a força é aplicada. O "esforço" é medido
                        n -n          n -n
   s(rpm) = ns - n s = s       s(%) = s     . 100          pelo conjugado, que é o produto da força pela
                         ns            ns                  distância, F .l.
                                                           No exemplo citado, o conjugado vale:
Para um dado escorregamento s(%), a velocidade             C = 20N . 0,10m = 10N . 0,20m = 5N . 0,40m = 2Nm
do motor será, portanto:
                          s(%) 
                n = ns .  1 -  
                          100 



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DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



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                                                             η =         =                         =
                                                                   Pa(W)       3 . V . I . cos ϕ        3 . V . I . cos ϕ

                                                            Pu(W) – Potência útil no eixo do motor.
                                                            Pa(W) - Potência absorvida da rede.


                                                            2.4.6. Fator de Potência

                                                            O fator de potência, denominado por cosϕ é o
                                                            ângulo de defasagem entre a tensão e a corrente, é
                                                            a relação entre a potência elétrica real ou potência
                                                            ativa e a potência aparente (Figura 2.11).

                                                                                    P   P(kW) . 1000
                                                                         cos ϕ =      =
                                                                                    S      3 . V .I
Figura 2.10. - Conjugado.

                     C = F .l

Onde:
C = conjugado [Nm]
F = força [N]
l = distância da aplicação da força [m]

Potência:
É a energia elétrica que o motor absorve da rede de
alimentação, transformando-a em energia mecânica
na ponta do eixo.                                           Figura 2.11. - Ângulo do fator de potência (cosϕ).
No caso de motores de indução, por ser uma carga
indutiva e resistiva, este absorverá uma potência
"aparente", isto é, uma parcela de corrente                 2.4.7. Corrente Nominal (A)
fornecerá potência útil (kW) e a outra parcela serve
para magnetização, chamada potência reativa.                É a corrente que o motor absorve da rede quando
Sendo a potência dada pela seguinte forma:                  funciona à potência nominal, sob tensão e
                                                            freqüência nominais. O valor da corrente nominal
              P=    3 . V . I . cos ϕ . η                   depende do rendimento (η), do fator de potência
                                                            (cosϕ), da potência e da tensão do motor:

2.4.4.1. Relação entre conjugado e potência                              P(kW) . 1000               P(cv) . 736
                                                                   I =                       =
                                                                         3 . V . η . cos ϕ         3 . V . η . cos ϕ
        C(mkgf) . n(rpm)   C(Nm) . n(rpm)
P(kW) =                  =
             974              9550                          Nas curvas características de motores de indução
                                                            trifásicos (figura. 2.12) são representados os
                7024 . P(cv)   9550 . P(kW)                 valores de cosϕ, η , I e s.
      C(Nm) =                =
                  n(rpm)         n(rpm)


2.4.5. Rendimento

O motor elétrico absorve energia elétrica da linha e
a transforma em energia mecânica disponível na
ponta do eixo.
O rendimento define a eficiência com que é feita
esta transformação.



                                                       15
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão




Figura 2.12. - Curvas características típicas de motores de indução trifásicos.

Onde:                                                        No sistema trifásico a potência em cada fase da
I = corrente;                                                carga será Pf = Vf x If, como se fosse um sistema
In = corrente nominal;                                       monofásico independente. A potência total será a
P = potência;                                                soma das potências das três fases, ou seja:
Pn = potência nominal;                                                  P = 3 . Pf = 3 . Vf . If [W]
rpm = rotação;
rpms = rotação síncrona;                                     Lembrando que o sistema trifásico é ligado em
η = rendimento;                                              estrela ou triângulo, por esta razão temos as
cosϕ = fator de potência.                                    seguintes relações:
                                                             Ligação estrela: V = 3 . Vf        e       I = If
2.4.8. Energia e Potência Elétrica                           Ligação triângulo: V = Vf      e       I = 3 . If

Embora a energia seja uma coisa só, ela pode se              Assim, a potência total, para ambas as ligações,
apresentar de formas diferentes. Se ligarmos uma             será:
resistência a uma rede elétrica com tensão, passará                          P = 3 . V .I         [W]
uma corrente elétrica que irá aquecer a resistência.
A resistência absorve energia e a transforma em
calor, que também é uma forma de energia. Um                 Esta expressão vale para a carga formada por
motor elétrico absorve energia elétrica da rede e a          resistências, onde não há defasagem entre a tensão
transforma em energia mecânica disponível na                 e a corrente.
ponto do eixo.
                                                             b) Cargas reativas:
                                                             Para as "cargas reativas", ou seja, onde existem
2.4.8.1. Circuitos de corrente alternada                     defasagem entre tensão e corrente, como é o caso
                                                             dos motores elétricos de indução, esta defasagem
a) Cargas resistivas:                                        tem que ser levada em consideração, sendo assim,
No caso de "resistência", quanto maior a tensão da           a expressão fica:
rede, maior será a corrente (para uma resistência                         P = 3 . V . I . cos ϕ      [W]
constante) e mais depressa a resistência irá se
aquecer. Isto quer dizer que a potência elétrica será        A unidade de medida usual para potência elétrica é
maior. A potência elétrica absorvida da rede, no             o Watt (W), correspondente a 1 Volt vezes 1
caso da resistência, é calculada multiplicando-se a          Ampère, ou seu múltiplo, o Quilowatt = 1000
tensão da rede pela corrente. Se a resistência, ou           Watts. Esta unidade também é usada para medida
''carga'' for monofásica.                                    de potência mecânica.
                   P = V .I   [W]                            A unidade de medida usual para energia elétrica é o

                                                        16
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quilowatt-hora (kWh) correspondente a energia              Assim, podemos dizer que:
fornecida por uma potência de 1kW funcionando              • Carga Resistiva: cosϕ = 1;
durante uma hora - é a unidade que aparece, para           • Carga Indutiva: cosϕ < 0 (atrasado);
cobrança, nas contas de luz.                               • Carga Capacitiva: cosϕ > 0 (adiantado).

                                                           Os termos, atrasado e adiantado, referem-se a fase
2.4.8.2. Potências aparente, ativa e reativa               da corrente em relação à fase da tensão.

a) Potência aparente (S):
É o resultado da multiplicação da tensão pela              2.5. DEFINIÇÕES
corrente (S = V . I para cada fase).
Correspondente a potência real ou "potência ativa"         2.5.1. Freqüência
que existiria se não houvesse defasagem entre a
tensão e a corrente, ou seja, se a carga fosse             É o número de vezes por segundo que a tensão
formada por resistências. Então,                           muda de sentido e volta à condição inicial. É
                      P                                    expressa em "ciclos por segundo" ou "Hertz",
               S=               [VA]                       simbolizada por Hz.
                    cos ϕ
ou,
                S = 3 . V .I       [VA]                    2.5.2. Tensão Máxima (VMáx)

Evidentemente, para as cargas resistivas, cosϕ = 1         É o valor "de pico" da tensão, ou seja, o maior valor
a potência ativa é a mesma potência aparente. A            instantâneo atingido pela tensão durante um ciclo
unidade de medida para potência é o volt-ampère            (este valor é atingido duas vezes por ciclo, uma vez
(VA) ou seu múltiplo, o quilo-Volt-Ampère (kVA).           positivo e uma vez negativo). É o valor máximo da
                                                           senoide.
b) Potência ativa (P):
É a parcela da potência aparente que realiza
trabalho, ou seja, que é transformada em energia.          2.5.3. Corrente Máxima (IMáx)
            P = 3 . V . I . cos ϕ     [W]
                                                           É o valor "de pico" da corrente.
ou,
                P = S . cos ϕ       [W]
                                                           2.5.4. Valor Eficaz de Tensão e Corrente (Vef
c) Potência reativa (Q):                                   e Ief)
É a parcela da potência aparente que "não" realiza
trabalho. Apenas é transferida e armazenada nos            É o valor da tensão e corrente contínuas que
elementos passivos (capacitores e indutores) do            desenvolvem     potência     correspondente   a
circuito.                                                  desenvolvida pela corrente alternada. É o valor
            Q = 3 . V . I . senϕ      [VAr]                máximo dividido por raiz de dois:
ou,
                                                                            VM
               Q = S . senϕ        [VAr]
                                                                       V=             e   I = IM
                                                                             2                 2
2.4.8.3. Triângulo de potências (carga
indutiva)                                                  2.5.5. Defasagem (φ)

                                                           É o "atraso" da onda de corrente em relação à onda
                                                           da tensão (ver figura 2.11). Em vez de ser medido
                                                           em tempo (segundos), este atraso é geralmente
                                                           medido em ângulo (graus) correspondente a fração
                                                           de um ciclo completo, considerando 1 ciclo = 360°.
                                                           A defasagem é freqüentemente expressa pelo
Figura 2.13. - Triângulo de potências.                     coseno do ângulo (ver item 2.4.6. Fator de
                                                           potência).




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3. CARACTERÍSTICAS DA REDE DE                             a) Ligando o motor de 50Hz, com a mesma
ALIMENTAÇÃO                                               tensão, em 60Hz:
                                                          • A potência disponível do motor será a mesma;
                                                          • A corrente nominal será a mesma;
3.1. TENSÃO NOMINAL                                       • A corrente de partida diminui em 17%;
                                                          • O conjugado de partida diminui em 17%;
É a tensão de rede para a qual o motor foi                • O conjugado máximo diminui em 17%;
projetado. As tensões trifásicas mais usadas para         • A velocidade nominal aumenta em 20%;
redes de média tensão são: 2300, 3300, 4000,
4160, 6600 e 13800V.                                      NOTAS:
                                                          1. Deverão ser observados os valores de potência
                                                             requeridas, para motores que acionam
3.1.1. Tensão da Rede de Alimentação em                      equipamentos que possuem conjugados
Função da Potência do Motor                                  variáveis com a rotação;
                                                          2. Para motores de 60Hz que serão ligados em
Atualmente não há um padrão mundial para a                   50Hz, isto só é possível se a tensão do motor
escolha da tensão de alimentação em função da                em 50Hz for 20% abaixo da tensão em 60Hz,
potência do motor. Entre os principais fatores que           pois desta forma o fluxo permanecerá
são considerados, podemos citar:                             praticamente o mesmo da freqüência anterior e
                                                             sendo assim as características elétricas serão
• Nível de tensão disponível no local;                       aproximadamente as mesmas da freqüência de
• Limitações da rede de alimentação com                      60Hz.
  referência à corrente de partida;
• Distância entre a fonte de tensão (subestação) e        b) Se Ligando o motor de 50Hz em 60Hz, e se
  a carga;                                                alterar a tensão na mesma proporção da
• Custo do investimento, entre baixa e alta tensão        freqüência:
  para potências entre 150 e 450kW.                       • Aumenta a potência disponível do motor em
                                                            20%;
 Potência (kW)                                            • A corrente nominal será a mesma;
  3000
                                                          • A corrente de partida será aproximadamente a
                                                            mesma;
  2000
                                                          • O conjugado de partida será aproximadamente o
  1000
                                                            mesmo;
                                                          • O conjugado máximo será aproximadamente o
                                                            mesmo;
   450                                                    • A rotação nominal aumenta 20%.
   300
   150
                                                          3.3. TOLERÂNCIA NA VARIAÇÃO DE
             220   440   2300 4160 6600    13800
         V
                                                          TENSÃO E FREQÜÊNCIA
Figura 3.1. - Tensões Normalmente Utilizadas em
                                                          Conforme a NBR 7094 (Capítulo 04, item 4.3.3) o
Função da Potência do Motor.
                                                          motor elétrico de indução deve ser capaz de
                                                          funcionar de maneira satisfatória dentro das
                                                          possíveis combinações das variações de tensão e
3.2. FREQÜÊNCIA NOMINAL                                   freqüência classificadas em zona A ou zona B,
                                                          conforme figura 3.2 abaixo:
É a freqüência da rede para o qual o motor foi
projetado.


3.2.1. Ligação em Freqüências Diferentes

Motores trifásicos bobinados para 50Hz poderão ser
ligados também em rede de 60Hz, porém:




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                                                      1,10




Figura 3.2. - Limites das Variações de Tensão e de Freqüência em Funcionamento.


Ainda, quanto aos limites de tensão e freqüência, a           motivo a NBR recomenda o não funcionamento
norma define um acréscimo na elevação de                      prolongado na periferia da zona B), entretanto a
temperatura ou na temperatura total do motor                  norma não estabelece os limites. Assim sendo, o
quando há uma variação simultânea da tensão e da              motor deve ser capaz de funcionar dentro das
freqüência. Para as condições de operação nos                 zonas A e B, fornecendo conjugado nominal.
limites da zona A (ver figura 3.2), as
elevações de temperatura e a temperatura                      O efeito "aproximado" da variação da tensão sobre
total podem exceder em aproximadamente                        as características do motor é mostrado na tabela
10K os limites especificados, em contra partida               abaixo. Esses valores podem variar de motor para
o motor deve assegurar o seu conjugado nominal.               motor ou de um motor pequeno para um grande,
Quanto as características de desempenho, elas                 ou ainda, de um tipo de refrigeração para outro.
podem sofrer variações (tanto na zona A quanto na             Ver tabela 3.1:
zona B - mais acentuada nesta última, por este


      Desempenho do            Tensão 20% acima              Tensão 10% acima       Tensão 10% abaixo
          Motor                   da nominal                    da nominal              da nominal
Conjugado de partida               aumenta 44%                 aumenta 21%               diminui 19%
Corrente de partida                aumenta 25%               aumenta 10 a 12%         diminui 10 a 12%
Corrente de plena carga             diminui 11%                  diminui 7%             aumenta 11%
Escorregamento                      diminui 30%                 diminui 17%             aumenta 23%
Rotação                            aumenta 1,5%                 aumenta 1%               diminui 1,5%
Rendimento                       pequeno aumento                aumenta 1%                diminui 2%
Fator de potência                 diminui 5 a 15%                diminui 3%              aumenta 1%
Temperatura                          diminui 5°C                diminui 3°C              aumenta 6°C
Ruído magnético sem carga       aumento perceptível            ligeiro aumento         ligeira diminuição
Tabela 3.1. - Efeito aproximado da variação de tensão sobre as características do motor.


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DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



4. MOTORES DE ALTA TENSÃO WEG

4.1. NORMAS APLICÁVEIS

As máquinas são projetadas, fabricadas e testadas segundo as Normas ABNT, IEC, NEMA, DIN entre outras,
onde aplicáveis:

                                                  Entrada Normativa 1)
      Assunto                        ABNT           NEMA              DIN / VDE          CSA
                          IEC
                                     (NBR)          (EUA)             Alemanha          Canadá
                                                                   DIN EN 60034-1
                       60034-1        7094          MG 1                                C 22.2
    Especificação                                                  DIN EN 60034-12
                       60034-12                Parte 1, 10 e 20                         Nº 100
                                                                   DIN VDE 0530-8
    Padronização                      5432          MG 1             DIN 42673-1
                        60072                                                             2)
     Dimensões                                   Parte 4 e 11       DIN 42677-1
                                     5383-1         MG 1           DIN EN 60034-2       C 22.2
 Método de Ensaio      60034-2
                                                   Parte12         DIN VDE 0530-8       Nº 100
                                                    MG 1
Formas construtivas    60034-7        5031                         DIN EN 60034-7         2)
                                                   Parte 4
                                                    MG 1
 Graus de proteção     60034-5        9884                         DIN EN 60034-5         2)
                                                   Parte 5
     Métodos de                                     MG 1
                       60034-6        5110                         DIN EN 60034-6         2)
    resfriamento                                   Parte 6
                                                    MG 1
 Limites de vibração   60034-14       7094                         DIN EN 60034-14        2)
                                                   Parte 7
                                                    MG 1
   Nível de ruído      60034-9        7565                         DIN EN 60034-9         2)
                                                   Parte 9
   Padronização                                     MG 1             DIN 42673-1
                                      8441                                                2)
 Potência x Carcaça     60072                      Parte 13          DIN 42677-1
Equipamento elétrico   60079- 0
  para atmosferas      60079-10
                                      9518                                           C22.2N.145M
     explosivas        60079-14
   Proteção Ex-n       6079-15

   Proteção Ex-e       60079- 7       9883
                                     5420
   Proteção Ex-p                    NB 169
                       60079- 2

                                      5363
   Proteção Ex-d       60079- 1
                                     EB 239
Tabela 4.1. - Correspondência numérica entre normas de motores de indução.


NOTAS:
1) A correspondência indicada não significa que as normas são equivalentes;
2) Adotam as normas CEMA - equivalentes às normas NEMA.




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4.2. ORIENTAÇÃO PARA SELEÇÃO DE MOTORES

4.2.1. Linha Master "M"

A linha de motores de indução "M" é fabricada da carcaça 280 até 1800, normalmente até 14 pólos (com
fabricação possível em carcaça e polaridades maiores), tensões variando de 220V a 13,8 kV com potências de
100 a 50.000 kW, atendendo as exigências das normas citadas anteriormente nas suas últimas versões.


Códigos dos modelos:

                                                      M        G        F       560        A


 LINHA DO MOTOR

 M - Linha Master


 TIPO DO ROTOR

 G - Gaiola
 A - Anel (Bobinado)


 SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO

 A - Aberto (Auto-Ventilado, IP23)
 P - Aberto (Auto-ventilado, IP24)
 F - Trocador de Calor Ar-Ar
 W - Trocador de Calor Ar-Água
 I - Ventilação Forçada (Independente) com Trocador de Calor Ar-Ar
 D - Auto-Ventilado por Dutos
 T - Ventilação Forçada (Independente) por Dutos, o ventilador separado do
 motor
 L - Ventilação Forçada (Independente) com Trocador de Calor Ar-Água
 V - Ventilação Forçada (Independente) Aberto, o ventilador em cima do
 motor


 CARCAÇA (ALTURA DE EIXO 280 A 1800)



 FURAÇÃO DOS PÉS S, M, L, A, B, C, D, E



NOTA:
As potências descritas nos catálogos WEG são válidas para as seguintes condições:
• Temperatura ambiente até 40ºC;
• Altitude da instalação até 1000m;
• Freqüência de 60Hz;
• Fator de serviço = 1.0;
• Partida com tensão plena;
• Regime de serviço S1 (contínuo);
• Elevação de temperatura 80ºC.


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4.2.2. Linha High Performance "H"

A linha de motores de indução "H" é fabricada da carcaça 315 até 630, normalmente até 14 pólos e tensão
variando de 220V a 6,9 kV com potências de 100 a 3150kW, atendendo as exigências das normas citadas
anteriormente nas suas últimas versões.


Códigos dos modelos:
                                                         H      G        F          450   A
 LINHA DO MOTOR

 H - Linha High Performence


 TIPO DO ROTOR

 G - Gaiola


 SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO
 F – Fechado e aletado (Ventilação Externa)


 CARCAÇA (ALTURA DE EIXO 315 A 630)




 FURAÇÃO DOS PÉS L, A, B, C, D, E



NOTA:
As potências descritas nos catálogos WEG são válidas para as seguintes condições:
• Temperatura ambiente até 40ºC;
• Altitude da instalação até 1000m;
• Freqüência de 60Hz;
• Fator de serviço = 1.0;
• Partida com tensão plena;
• Regime de serviço S1 (contínuo);
• Elevação de temperatura 80ºC.




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4.2.3. Linha AGA

A linha de motores de indução "AGA" é fabricada nas carcaças 280 e 315, em 2 e 4 pólos, e tensão até 440V
com potências de 100 a 500kW, atendendo as exigências das normas citadas anteriormente nas suas últimas
versões.


Códigos dos Modelos:
                                                         A      G        A          315    A

 LINHA DO MOTOR

 A - Linha Aberto


 TIPO DO ROTOR

 G - Gaiola


 SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO

 A – Aberto (Auto-Ventilado, IP23)



 CARCAÇA (ALTURA DE EIXO 280 E 315)



 FURAÇÃO DOS PÉS L,A,B,C,D,E


NOTA:
As potências descritas nos catálogos WEG são válidas para as seguintes condições:
• Temperatura ambiente até 40ºC;
• Altitude da instalação até 1000m;
• Freqüência de 60Hz;
• Fator de serviço = 1.0;
• Partida com tensão plena;
• Regime de serviço S1 (contínuo);
• Elevação de temperatura 80ºC.




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5. CARACTERÍSTICAS DO AMBIENTE                             5.2. TEMPERATURA AMBIENTE

                                                           Motores que trabalham em temperaturas inferiores
A potência admissível do motor de indução é                a -20ºC, apresentam os seguintes problemas:
determinada     levando-se    em   consideração,           a) Excessiva condensação, exigindo drenagem
principalmente, dois fatores:                                 adicional ou instalação de resistência de
• Altitude em que o motor será instalado;                     aquecimento, caso o motor fique longos
• Temperatura do meio refrigerante.                           períodos parado;
                                                           b) Formação de gelo nos mancais, provocando
Conforme a NBR-7094, as condições usuais de                   endurecimento das graxas ou lubrificantes nos
serviço são:                                                  mancais, exigindo o emprego de lubrificantes
a) Altitude não superior a 1000m acima do nível do            especiais ou graxa anticongelante, conforme
   mar;                                                       especificado no Manual de Instalação e
b) Meio refrigerante (na maioria dos casos, o ar              Manutenção WEG. Em motores que trabalham
   ambiente) com temperatura não superior a 40ºC              em temperaturas ambientes constantemente
   e isenta de elementos prejudiciais.                        superiores a 40ºC, o enrolamento pode atingir
Até estes valores de altitude e temperatura                   temperaturas prejudiciais à isolação. Este fato
ambiente, considera-se condições normais e o                  tem que ser compensado por um projeto
motor deve fornecer, sem sobre-aquecimento, sua               especial do motor, usando materiais isolantes
potência nominal.                                             especiais (de classe superior) ou pela redução
                                                              da potência nominal do motor.

5.1. ALTITUDE
                                                           5.3. DETERMINAÇÃO DA POTÊNCIA
Motores funcionando em altitudes acima de 1000m            ÚTIL DO MOTOR NAS DIVERSAS
acima do nível do mar, apresentam problemas de             COMBINAÇÕES DE TEMPERATURA E
aquecimento causado pela rarefação de ar e,                ALTITUDE
conseqüentemente, diminuição de seu poder de
arrefecimento.                                             Associando os efeitos da variação da temperatura e
A insuficiente troca de calor entre o motor e o ar         da altitude, a capacidade de dissipação da potência
circundante, leva a exigência de redução de perdas,        de perdas do motor pode ser obtida multiplicando-
o que significa, também, redução de potência.              se a potência útil (ou a potência nominal a 40°C e
Os motores têm aquecimento diretamente                     1000m) pelo fator de multiplicação obtido na tabela
proporcional às perdas e estas variam,                     5.1 abaixo:
aproximadamente, numa razão quadrática com a
potência.                                                      H
                                                                 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000
                                                             T
Existem três soluções possíveis para instalação e            10    -    -    -    -    -    -  0,99
um motor acima de 1000m do nível do mar, se
                                                             15      -     -      -      -      -     1,00   0,94
dimensionado para 1000m e 40°C:
a) Com o uso de material isolante de classe                  20      -     -      -      -     1,00   0,95   0,90
    superior, é possível tirar a potência original;          25      -     -      -     1,00   0,96   0,90   0,85
b) Usar motores com fator de serviço maior que
                                                             30      -     -     1,00   0,96   0,90   0,86   0,81
    1,0 (1,15 ou maior), desde que seja requerida
    pela carga somente a potência nominal do                 35      -    1,00   0,95   0,90   0,85   0,81   0,77
    motor;                                                   40    1,00   0,95   0,90   0,85   0,80   0,76   0,72
c) Reduzir em 1% a potência requerida para cada
                                                             45    0,94   0,89   0,84   0,80   0,76   0,72   0,68
    100m de elevação na altitude acima de 1000m,
    isto para a mesma temperatura ambiente.                  50    0,88   0,83   0,79   0,75   0,71   0,67   0,64
                                                             55    0,82   0,77   0,73   0,70   0,66   0,63   0,60
                                                             60    0,76   0,72   0,68   0,65   0,62   0,59   0,56
                                                           Tabela 5.1 - Fator de multiplicação da potência útil
                                                           em função da temperatura ambiente (T) em "°C" e
                                                           de altitude do nível do mar (H) em "m".




                                                      24
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5.4. ATMOSFERA AMBIENTE                                       necessária para perfeita refrigeração do motor.
                                                              Para o motor com trocador ar-água, a
5.4.1. Ambientes Agressivos                                   refrigeração é feita pela troca de calor entre a
                                                              água circulante (circuito externo) e o ar
Ambientes agressivos, tais como estaleiros,                   circulante interno (circuito interno) ao trocador.
instalações portuárias, indústria de pescado e                Os motores refrigerados por dutos e os com
múltiplas aplicações navais, indústria química e              trocador ar-água possuem a mesma eficiência
petroquímica, exigem que os equipamentos que                  de um motor aberto.
neles trabalham sejam perfeitamente adequados
para suportar tais circunstâncias com elevada
                                                           5.4.4. Ambientes Perigosos
confiabilidade, sem apresentar problemas de
qualquer espécie.
                                                           5.4.4.1. Áreas de risco
Para aplicação de motores nestes ambientes
agressivos, a WEG desenvolveu uma linha de                 Uma instalação onde produtos inflamáveis são
motores, projetados para atender os requisitos             continuamente manuseados, processados ou
especiais e padronizados para as condições mais            armazenados, necessita, obviamente, de cuidados
severas que possam ser encontradas.                        especiais que garantam a manutenção do
Os motores deverão ter as seguintes características        patrimônio e preservem a vida humana. Os
especiais:                                                 equipamentos elétricos, por suas próprias
• Enrolamento duplamente impregnado*;                      características, podem representar fontes de
• Pintura anti-corrosiva (epóxi), internamente e           ignição, quer seja pelo centelhamento devido a
    externamente;                                          abertura e fechamento de contatos ou por
• Placa de identificação de aço inoxidável;                superaquecimento de algum componente, seja ele
• Elementos de montagem zincados;                          intencional ou causado por correntes de defeito.
• Ventilador de material não faiscante;
• Vedação específicas para cada tipo de mancal,
    entre o eixo e as tampas;                              5.4.4.2. Atmosfera Explosiva
• Juntas de borracha para vedar caixa de ligação.
                                                           Uma atmosfera é explosiva quando a proporção de
* Em baixa tensão, em alta tensão uma única vez            gás, vapor, pó ou fibras é tal, que uma faísca
pelo sistema V.P.I.                                        proveniente de um circuito elétrico ou o
                                                           aquecimento de um aparelho provoca a explosão,
                                                           para tal, três elementos são necessários:
5.4.2. Ambientes Contendo Poeiras ou fibras                combustível + oxigênio + faísca = explosão.

Para analisar se os motores podem ou não trabalhar
nestes ambientes, devem ser informados os                  5.4.4.3. Classificação das áreas de risco
seguintes dados: tamanho e quantidade
aproximada das fibras contidas no ambiente. O              De acordo com as normas ABNT / IEC, as áreas de
tamanho e a quantidade de fibras são fatores               risco são classificadas em:
importantes, pois podem provocar no decorrer do            Zona 0: Região onde a ocorrência de mistura
tempo, a obstrução da ventilação, e assim, o                         inflamável e/ou explosiva é contínua,
aquecimento do motor. Quando o conteúdo de                           ou existe por longos períodos. Por
fibras for elevado, devem ser empregados filtros de                  exemplo, a região interna de um tanque
ar ou efetuar a limpeza nos dispositivos de                          de combustível. A atmosfera explosiva
refrigeração ou mesmo nos motores.                                  está sempre presente;
                                                           Zona 1: Região onde a probabilidade de ocorrência
                                                                   de mistura inflamável e/ou explosiva está
5.4.3. Locais em que a Ventilação do Motor                         associada à operação         normal do
é Prejudicada                                                      equipamento e do processo. A atmosfera
                                                                    explosiva está freqüentemente presente;
Nestes casos, existem duas soluções:                       Zona 2: Locais onde a presença de mistura
1) Utilizar motores sem ventilação;                                inflamável e/ou explosiva não é provável
2) Utilizar motores com ventilação por dutos ou                    de ocorrer, é por poucos períodos. Está
   com trocador de calor ar-água. No caso do                       associada à operação anormal do
   motor refrigerado por dutos, calcula-se o                       equipamento e do processo. Perdas ou
   volume de ar deslocado pelo ventilador do                       uso negligente. A atmosfera explosiva
   motor determinando a circulação de ar                            pode acidentalmente estar presente.

                                                      25
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



De acordo com a norma NEC, as áreas de risco são                      Atmosfera          IEC -
                                                                                                            NEC
classificadas em:                                                     Explosiva          79.10
                                                                                        Zona 0 e          Classe I
Divisão I: Região onde se apresenta uma ALTA                           Gases ou
                                                                                         Zona 1          Divisão 1
            probabilidade de ocorrência de uma                                                            Classe I
            explosão;                                                   Vapores          Zona 2
                                                                                                         Divisão 2
Divisão II: Região de menor probabilidade.
                                                                                                         Divisão 1
                                                                                        Zona 10
                                                                        Poeiras                          Classe II
                                                                                        Zona 11
                                                                                                         Divisão 2
   COMPARATIVO ENTRE ABNT/IEC E NEC/API
                                                                                                         Divisão 1
                                                                                        Zona 10
                                                                         Fibras                          Classe III
                Ocorrência de Mistura Inflamável                                        Zona 11
                                                                                                         Divisão 2
   Normas                        em             em                 Tabela 5.4. - Classificação de Áreas Conforme
               Contínua       condição        condição             Normas IEC e NEC.
                               normal         anormal
 ABNT / IEC      Zona 0         Zona 1          Zona 2
  NEC / API              Divisão I            Divisão II           5.4.4.4. Classes de temperatura
Tabela 5.2. - Comparativo entre normas.                            A temperatura máxima na superfície exposta do
                                                                   equipamento elétrico deve ser sempre menor que a
Classes e grupos das áreas de risco:                               temperatura de ignição do gás ou vapor. Os gases
Classes: Referem-se a natureza da mistura. O                       podem ser classificados para as classes de
           conceito de classes só é adotado pelas                  temperatura de acordo com a sua temperatura de
           normas NEC e API;                                       ignição, por meio do qual a máxima temperatura de
Grupos: O conceito de grupo está associado à                       superfície da respectiva classe, deve ser menor que
           composição química da mistura.                          a temperatura dos gases correspondentes.
Classe I: Gases ou vapores explosivos.
                                                                           IEC                  NEC
Conforme o tipo de gás ou vapor, temos:                                                                       Temperatura
GRUPO B: hidrogênio, butadieno, óxido de eteno;                      Classes Tempera-   Classes                de Ignição
                                                                                                 Tempera-
                                                                        de     tura        de
GRUPO C: éter etílico, etileno;                                                                 tura Máxima dos Gases
                                                                    Tempera- Máxima de Tempera-
GRUPO D: gasolina, nafta, solventes em geral.                                                   de Superfície e/ou Vapores
                                                                       tura  Superfície   tura
                                                                      T1          450      T1         450         450
Classe II: Poeiras combustíveis ou condutoras.                        T2          300      T2         300         300
Conforme o tipo de poeira, temos:                                                         T2A         280         280
GRUPO E                                                                                   T2B         260         260
GRUPO F                                                                                   T2C         230         230
GRUPO G                                                                                   T2D         215         215
                                                                      T3          200      T3         200         200
Classe III: Fibras e partículas leves e inflamáveis.                                      T3A         180         180
De acordo com a norma ABNT/IEC, os grupos de                                              T3B         165         165
risco são divididos em:                                                                   T3C         160         160
Grupo I: Para minas susceptíveis a liberação de                       T4          135      T4         135         135
            grisú (gás a base de metano);                                                 T4A         120         120
Grupo II: Para aplicação em outros locais. Sendo                      T5          100      T5         100         100
                                                                      T6          85       T6         85          85
              divididos em IIA, IIB e IIC.
                                                                   Tabela 5.5. - Classes de temperatura.
    Gases                                 Grupo Grupo
             Grupo de Grupo de                                     OBS.: Para a precisa e correta especificação de um
                                            de     de
             Acetileno Hidrogênio                                  motor para trabalhar em uma área de risco são
Normas                                    Eteno Propano
                                                                   necessários dados da carga (potência consumida,
ABNT / IEC                                                         curva, tipo do acoplamento, inércia, etc.) tendo em
              Gr. IIC       Gr. IIC       Gr. IIB   Gr. IIA
                                                                   vista que a temperatura de ignição de muitos gases
 NEC / API    Classe I      Classe I     Classe I Classe I         e/ou vapores é relativamente baixa em comparação
               Gr. A         Gr. B        Gr. C    Gr. D           com a temperatura do rotor na partida, e esta é em
Tabela 5.3. - Correspondência entre Normas                         muito influenciada pelo tempo de aceleração.
(ABNT/IEC e NEC/API.).


                                                              26
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



5.4.4.5. Equipamentos para Áreas de Risco

                        Simbologia                                              Área de      Norma
  Tipo de Proteção                                  Definição
                        ABNT/IEC                                               Aplicação    ABNT/IEC
                                       Capaz de suportar explosão interna                   NBR-5363
     A Prova de                                                                   Zonas
                            Ex-d       sem permitir que se propague para o                 IEC-60079.1
      Explosão                                                                    1e2
                                       meio externo.                                         EB 239
                                       Medidas    construtivas   adicionais
                                       aplicadas a equipamentos em que
     Segurança                                                                    Zonas     NBR-9883
                            Ex-e       condições normais de operação não
     Aumentada                                                                    1e2      IEC-60079.7
                                       produzem arco, centelha ou alta
                                       temperatura.
                                       Invólucro com sobre-pressão interna.
                                       O centelhamento ou alta temperatura
                                                                                  Zonas     NBR-5420
    Pressurizado            Ex-p       se dá num meio não contaminado com
                                                                                  1e2      IEC-60079.2
                                       produto inflamável por ser mantido a
                                       uma pressão superior a atmosférica.

                                       Dispositivos ou circuitos que apenas
                                       em condições normais de operação                         IEC
   Não Acendível            Ex-n                                                  Zona 2
                                       não possuem energia suficiente para                    60079-15
                                       inflamar a atmosfera explosiva.

                                       Partes que podem causar centelhas ou
  Imersão em Óleo                                                                 Zonas     NBR-8601
                            Ex-o       alta temperatura se situam em óleo
       ( ** )                                                                     1e2      IEC-60079-6
                                       isolante.

 Imersão em Areia                      Partes que podem causar centelhas ou       Zonas
                            Ex-q                                                           IEC-60079-5
      ( ** )                           alta temperatura se situam em areia.       1e2

  Encapsulado em                                                                                IEC
                                       Partes que podem causar centelhas ou       Zonas
      Resina                Ex-m                                                              60031-19
                                       alta temperatura se situam em resina.      1e2
       ( ** )
     Invólucro
                                       Invólucro com fechamento hermético         Zonas       IEC-60031
    Hermético               Ex-h
                                       (por fusão do material).                   1e2
       ( ** )
                                       Dispositivo ou circuito que em
                                       condições normais ou anormais de                       NBR-8447
     Segurança                                                                    Zonas
                            Ex-i       operação não possuem energia                             IEC
  Intrínseca ( ** )                                                               1e2
                                       suficiente para inflamar a atmosfera                   60079-11
                                       explosiva.
Tabela 5.6. - Equipamentos para área de risco. (** Não se aplica a motores da Weg Máquinas)

Os ensaios e certificação desses equipamentos           Certificador credenciado pelo INMETRO.
poderão ser desenvolvidos em laboratórios               O quadro a seguir mostra a seleção dos
credenciados pelo INMETRO ou em laboratórios do         equipamentos para as áreas classificadas de
próprio fabricante do equipamento. Neste último         acordo com a norma ABNT / IEC-60079-14 ou
caso    os     ensaios   são   obrigatoriamente         VDE 0165:
acompanhados por um Inspetor do Órgão

                                ABNT / IEC-60079-14 / VDE 0165
    Zona 0      Ex-i ou outro equipamento, ambos especialmente aprovados para zona 0
    Zona 1      Equipamentos com tipo de proteção: Ex-d, Ex-p, Ex-i, Ex-o, Ex-e, Ex-q, Ex-h, Ex-m
                • Qualquer equipamento certificado para zona 0 ou 1
    Zona 2
                • Não acendível (Ex-n)
Tabela 5.7. - Seleção dos equipamentos segundo ABNT / IEC / VDE.


                                                   27
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



De acordo com a norma NEC, a relação dos                     O segundo algarismo indica o grau de proteção
equipamentos está mostrada no quadro abaixo:                 contra penetração de água no interior do motor,
                                                             como mostra a tabela 5.9 a seguir:
                       NEC
                                                                              2º ALGARISMO
Divisão Equipamentos com tipo de proteção:                   ALGARISMO                 INDICAÇÃO
   I    Ex-d, Ex-p, Ex-i e Ex-o
                                                                    0         Sem proteção
        • Qualquer equipamento certificado
                                                                    1         Pingos de água na vertical
          para divisão I;
Divisão • Equipamentos incapazes de gerar                                     Pingos de água até a inclinação
                                                                    2
   II     faíscas ou superfícies quentes em                                   de 15º com a vertical
          invólucros de uso geral: não                                        Água de chuva até a inclinação
                                                                    3
          acendíveis.                                                         de 60º com a vertical
Tabela 5.7. - Seleção dos equipamentos segundo                      4         Respingos de todas as direções
NEC.                                                                          Jatos d'água de todas as
                                                                    5
                                                                              direções
                                                                    6         Água de vagalhões
5.5. GRAUS DE PROTEÇÃO                                              7         Imersão temporária
Os invólucros dos equipamentos elétricos, conforme                  8         Imersão permanente
as características do local em que serão instalados e        Tabela 5.9. - Código de identificação - 2° Algarismo.
de sua acessibilidade, devem oferecer um
determinado grau de proteção. Assim, por exemplo,            As combinações entre os dois algarismos, isto é,
um equipamento a ser instalado num local sujeito a           entre os dois critérios de proteção, estão resumidos
jatos d'água, deve possuir um invólucro capaz de             na tabela 5.10. Note que, de acordo com a norma,
suportar tais jatos, sob determinados valores de             a qualificação do motor em cada grau, no que se
pressão e ângulo de incidência, sem que haja                 refere a cada um dos algarismos, é bem definida
penetração de água.                                          através de ensaios padronizados e não sujeita a
                                                             interpretações, como acontecia anteriormente.

5.5.1. Código de Identificação

A norma NBR-6146 e IEC-60034-5 definem os graus
de proteção dos equipamentos elétricos por meio
das letras características IP, seguidas por dois
algarismos.
O primeiro algarismo indica o grau de proteção
contra penetração de corpos sólidos estranhos e
contato acidental, como mostra a tabela 5.8 abaixo:

                1° ALGARISMO
 ALGARISMO                INDICAÇÃO
       0          Sem proteção
                  Corpos estranhos de
       1
                  dimensões acima de 50 mm
                  Corpos estranhos de
       2
                  dimensões acima de 12 mm
                  Corpos estranhos de
       3
                  dimensões acima de 2,5 mm
                  Corpos estranhos de
       4
                  dimensões acima de 1,0 mm
                  Proteção contra acúmulo de
       5
                  poeiras prejudiciais ao motor
                  Totalmente protegido contra
       6
                  poeira
Tabela 5.8. - Código de identificação - 1° Algarismo.

                                                        28
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



             Classes             1° Algarismo                                2° Algarismo
  Motor        de    Proteção Contra    Proteção Contra                     Proteção Contra
            Proteção     Contato       Corpos Estranhos                          Água
              IP 00    Não tem             Não tem                Não tem
              IP 02    Não tem             Não tem                Pingos de água até uma inclinação de
                                                                  15° com a vertical
              IP 11    Toque acidental     Corpos estranhos       Pingos de água na vertical
                       com a mão           sólidos de dimensões
              IP 12                        acima de 50 mm         Pingos de água até uma inclinação de
                                                                  15° com a vertical

 Motores                                                          Água de chuva até uma inclinação de
              IP 13
 abertos                                                          60° com a vertical
              IP 21    Toque com os        Corpos estranhos       Pingos de água na vertical
                       dedos               sólidos de dimensões
              IP 22                        acima de 12 mm         Pingos de água até uma inclinação de
                                                                  15° com a vertical
              IP 23                                               Água de chuva até uma inclinação de
                                                                  60° com a vertical
                                                                  Respingos de todas as direções
               IP24
              IP 44    Toque com           Corpos estranhos       Respingos de todas as direções
                       ferramentas         sólidos de dimensões
                                           acima de 1 mm
              IP 54    Proteção completa Proteção contra o        Respingos de todas as direções
                       contra toque      acúmulo de poeiras
  Motores                                nocivas                  Jatos de água em todas as direções
              IP 55
 fechados
             IP(W)55 Proteção completa Proteção contra o          Jatos de água em todas as direções,
                     contra toques     acúmulo de poeiras         chuva e maresia
                                       nocivas
              IP 65    Proteção completa Proteção completa        Jatos de água em todas as direções
                       contra toques     contra o acúmulo de
                                         poeiras nocivas
Tabela 5.10. - Graus de proteção.


5.5.2. Tipos Usuais de Proteção

Embora os algarismos indicativos de grau de proteção possam ser combinados de muitas maneiras, somente
alguns tipos de proteção são empregados nos casos normais. São eles:

Linha - MGA, MGP, MGV, MAA, AGA.
        IP 23 ou IP 24 - Motores abertos

Linha - MGF, MGD, MGT, MGI, MGW, MGL, MAF, HGF.
        IP(W)55, IP 65 - Motores fechados.

Ainda, temos algumas letras que adicionadas ao grau de proteção fornecem mais um dado referente ao motor,
como segue:
W (IPW55, IPW24) - proteção contra intempéries;
R (IPR55) - motor com refrigeração por dutos;
S (IP23S) - ensaio de proteção contra a entrada de água é realizado com o motor desligado;
M (IP23M) - ensaio de proteção contra a entrada de água é realizado com o motor ligado.



                                                     29
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



6. CARACTERÍSTICAS EM REGIME                                   interna de temperatura, mostrada na figura 6.1,
                                                               seja minimizada. Isto quer dizer que deve haver
6.1. ELEVAÇÃO DE TEMPERATURA -                                 uma boa transferência de calor do interior do
CLASSE DE ISOLAMENTO                                           motor até a superfície externa.

6.1.1. Aquecimento no Enrolamento                          O que realmente queremos limitar é a elevação de
                                                           temperatura no enrolamento sobre a temperatura
Perdas:                                                    do ar ambiente. Esta diferença total (∆t) é
A potência útil fornecida pelo motor na ponta do           comumente chamada de "elevação de temperatura"
eixo é menor que a potência que o motor absorve            do motor e, como é indicado na figura 6.1 vale a
da linha de alimentação, isto é, o rendimento do           soma da queda interna com a queda externa.
motor é sempre inferior a 100%. A diferença entre
as duas potências representa as perdas, que são
transformadas em calor, o qual aquece o
enrolamento e deve ser dissipado para fora do
motor, para evitar que a elevação de temperatura
seja excessiva.
A maneira pela qual o calor gerado é retirado da
máquina está detalhado no capítulo 7.

Dissipação do calor:
O calor gerado pelas perdas no interior do motor é
dissipado para o ar ambiente através da superfície
externa da carcaça ou de algum dispositivo de
refrigeração (trocadores de calor, dutos, etc.). Em
motores fechados essa dissipação é normalmente
auxiliada pelo ventilador montado no próprio eixo
do motor. Uma boa dissipação depende:
• da eficiência do sistema de ventilação;
• da área total de dissipação da carcaça;
• da diferença da temperatura entre a superfície
    externa da carcaça e do ar ambiente.                   Figura 6.1. - Comportamento da temperatura.

a) O sistema de ventilação bem projetado, além de          Como vimos, interessa reduzir a queda interna
   ter um ventilador eficiente, capaz de                   (melhorar a transferência de calor) para poder ter
   movimentar grande seção de ar, deve dirigir             uma queda externa a maior possível, pois esta é
   esse ar de modo a "varrer" toda a superfície da         que realmente ajuda a dissipar o calor. A queda
   carcaça, onde se dá a troca de calor. De                interna de temperatura depende de diversos fatores
   nada adianta um grande volume de ar se ele se           como mostra a figura 6.1. A relação com a
   espalha sem retirar o calor do motor.                   temperatura dos pontos representados na figura
b) A área total de dissipação deve ser a maior             acima, são explicados a seguir:
   possível. Entretanto, um motor com uma carcaça
   muito grande, para obter maior área, será muito         A  Ponto mais quente do enrolamento, no interior
   caro e pesado, além de ocupar muito espaço.                da     ranhura, onde é gerado o calor
    Por isso, a área de dissipação disponível é               proveniente das perdas nos condutores;
   limitada pela necessidade de fabricar motores           AB Queda de temperatura na transferência de
   pequenos e leves. Isso é compensado em parte,              calor do ponto mais quente (interior da
   aumentando-se a área disponível por meio de                bobina) até a parte externa da bobina. Como o
   aletas de resfriamento, fundidas com a carcaça             ar é um péssimo condutor de calor, é
   (no caso da linha "H") ou por meio de um                   importante que não haja "vazios" no interior
   dispositivo de resfriamento, tais como:                    da ranhura, isto é, as bobinas devem ser
   trocadores de calor (ar-ar ou ar-água), dutos              compactas e a impregnação pelo sistema V.P.I.
   para direcionar o fluxo de ar, ventilação                  deve ser perfeita;
   independente, etc.                                      B Queda através do isolamento da ranhura e no
c) Um sistema de resfriamento eficiente é aquele              contato deste com os condutores de um lado,
   que consegue dissipar a maior quantidade de                e com as chapas do núcleo, do outro. O
   calor disponível, através da menor área de                 emprego de materiais modernos melhora a
   dissipação. Para isso, é necessário que a queda            transmissão de calor através do isolante; a

                                                      30
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



   perfeita impregnação, melhora o contato do                Das curvas de variação das características
   lado interno, eliminando os espaços vazios; o             dos     materiais      em     dependência        da
   bom alinhamento das chapas estampadas,                    temperatura determina-se a sua vida útil, que
   melhora o contato do lado externo, eliminando             é reduzida pela metade a cada 8 a 10 graus
   camadas de ar que prejudicam a transferência              de operação acima da temperatura nominal
   de calor;                                                 da classe.
BC Queda de temperatura por transmissão através              Quando falamos em diminuição da vida útil do
   do material das chapas do núcleo;                         motor, não nos referimos às temperaturas elevadas,
C Queda no contato entre o núcleo e a carcaça.               quando o isolante se queima e o enrolamento é
   A condução de calor será tanto melhor quanto              destruído de repente. Vida útil da isolação (em
   mais perfeito for o contato entre as partes,              termos de temperatura de trabalho, bem abaixo
   dependendo do bom alinhamento das chapas,                 daquela em que o material se queima), refere-se ao
   e precisão de usinagem da carcaça. Superfícies            envelhecimento gradual do isolante, que vai se
   irregulares deixam espaços vazios entre elas,             tornando ressecado, perdendo o poder isolante, até
   resultando mau contato e, portanto, má                    que não suporte mais a tensão aplicada e produza o
   condução do calor e elevada queda de                      curto-circuito.
   temperatura neste ponto;                                  A experiência mostra que a isolação tem uma
CD Queda de temperatura por transmissão através              duração praticamente ilimitada, se a sua
   da espessura da carcaça.                                  temperatura for mantida abaixo de um certo limite.
                                                             Acima deste valor, a vida útil da isolação vai se
Graças a um projeto moderno, uso de materiais                tornando cada vez mais curta, à medida que a
avançados, processos de fabricação aprimorados,              temperatura de trabalho é mais alta. Este limite de
sob um permanente controle de qualidade, os                  temperatura é muito mais baixo que a temperatura
motores WEG apresentam uma excelente                         de "queima" do isolante e depende do tipo de
transferência de calor do interior para a superfície,        material empregado.
eliminando assim os "pontos quentes" no                      Esta limitação de temperatura se refere ao ponto
enrolamento.                                                 mais quente da isolação e não necessariamente ao
                                                             enrolamento todo. Evidentemente, basta um ponto
Temperatura externa do motor:                                fraco no interior da bobina para que o enrolamento
Era comum, antigamente, verificar o aquecimento              fique inutilizado.
do motor, medindo, com a mão, a temperatura
externa da carcaça. Em motores modernos, este
método primitivo é completamente errado. Como                6.1.3. Classes de Isolamento
vimos anteriormente, os critérios modernos de
projeto, procuram aprimorar a transmissão de calor           Definição das classes:
internamente, de modo que a temperatura do                   Como foi visto acima, o limite de temperatura
enrolamento fique pouco acima da temperatura                 depende do tipo de material empregado. Para fins
externa da carcaça, onde ela realmente contribui             de normalização, os materiais isolantes e os
para dissipar as perdas. Em resumo, a temperatura            sistemas de isolamento (cada um formado pela
da carcaça não dá indicação do aquecimento                   combinação de vários materiais) são agrupados em
interno do motor, nem de sua qualidade. Um motor             CLASSES DE ISOLAMENTO, cada qual definida pelo
frio por fora pode ter perdas maiores e temperatura          respectivo limite de temperatura, ou seja, pela
mais alta no enrolamento do que um motor                     maior temperatura que o material pode suportar
exteriormente quente.                                        continuamente sem que seja afetada sua vida útil.

                                                             As classes de isolamento utilizadas em máquinas
6.1.2. Vida Útil do Motor de Indução                         elétricas e os respectivos limites de temperatura
                                                             conforme NBR-7094, são as seguintes:
Sendo o motor de indução, uma máquina robusta e              • Classe A (105°C)
de construção simples, se não considerarmos as               • Classe E (120°C)
peças que se desgastam devido ao uso, como                   • Classe B (130°C)
escovas e rolamentos, a sua vida útil depende                • Classe F (155°C)
quase que exclusivamente da vida útil do material            • Classe H (180°C)
isolante.                                                    A classes F é a comumente utilizada em motores de
Este é afetado por muitos fatores, como umidade,             alta tensão. A tabela 6.1 (a seguir), mostra os
vibrações, ambientes corrosivos e outros. Dentre             limites de temperatura recomendados por diversas
todos os fatores, o mais importante é, sem dúvida a          normas internacionais e entidades classificadoras.
temperatura de trabalho dos materiais isolantes.


                                                        31
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                                             CLASSES DE ISOLAMENTO

                                                                   Máxima Sobre-elevação de Temperatura
                                                Máxima           Permitida por Classe de Isolamento, ∆t em K
                NORMA                         Temperatura           (Método de Variação de Resistência)
                                             Ambiente (°C)
                                                                     B                F               H
 Brasil: ABNT NBR-7094                             40               80               105             125
 Norma Internacional:
                                                   40               80               105             125
 IEC 60034-1
 Alemanha:
                                                   40               80               105             125
 VDE 0530 Parte 1
 USA:
                                                   40               80               105             125
 NEMA MG-1 e ANSI
 Canadá:
                                                   40               80               105             125
 CSA C22.2 No.100
 Grã-Bretanha:
                                                   40               80               105             125
 BS 2613
 Austrália:
                                                   40               80               105             125
 AS 1359.32
 Bélgica:
                                                   40               80               105             125
 NBN 7
 Dinamarca:
                                                   40               80               105             125
 DS 5002
 França:
                                                   40               80               105             125
 NF CS1-112
 Holanda:
                                                   40               80               105             125
 VEMET N 1007
 Índia:
                                                   40               80                --             125
 IS: 325- 1961
 Itália:
                                                   40               80               105             125
 CEI 2 – 3
 Noruega:
                                                   40               80               105             125
 NEK
 Áustria:
                                                   40               80               105             125
 OVE – MIO
 Suécia:
                                                   40               80               105             125
 SEN 260101
 Suíça:
                                                   40               80               105             125
 SEV 3009
 Germanischr Lloyd (1)                             45               75               90              125
 American Bureau of Shipping (1)                   50               70               95              125
 Bureau Veritas (1)                                45               70               100             125
 Norske Veritas (1)                                45               70              90 (2)           125
 Lloyds Register (1)                               45               70               90              125
 Registro Italiano Navale (1)                      45               70               90              125
 Korean Register (1)                               50               70               90              125
 China Classification Society (1)                  45               75               95              125
Tabela 6.1. - Limites de elevação de temperatura por classe de isolamento.


NOTA:
(1) Utilização em área naval.




                                                          32
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



6.1.4. Medida da Elevação de Temperatura                    indiretamente limitada a temperatura do ponto mais
do Enrolamento                                              quente do motor. Os valores numéricos e a
                                                            composição da temperatura admissível do ponto
É muito difícil medir a temperatura do enrolamento          mais quente são indicados na tabela 6.2 abaixo:
com termômetros ou sensores de temperatura, pois
a temperatura varia de um ponto a outro e nunca                         CLASSE DE ISOLAMENTO
se sabe se o ponto da medição está próximo do
ponto mais quente. O método mais preciso e mais               Classe de Isolamento       A    E    B    F    H
confiável de se medir a temperatura de um
                                                            Temperatura ambiente    °C   40   40   40   40   40
enrolamento é através da variação de sua
resistência ôhmica com a temperatura, que                   ∆t = elevação de
                                                            temperatura (método da °K 60 75 80 105 125
aproveita a propriedade dos condutores de variar
                                                            resistência)
sua resistência, segundo uma lei conhecida.
                                                            Diferença entre a
A elevação da temperatura pelo método da
                                                            temperatura do ponto
resistência, é calculada por meio da seguinte               mais quente e a
                                                                                   °K 5    5 10 10 15
fórmula, para condutores de cobre:                          temperatura média
                                                            Total: temperatura do
 Dt= t2 - ta = [(R2-R1) / R1] . (235+t1) + (t1 – ta)                               °K 105 120 130 155 180
                                                            ponto mais quente
                                                            Tabela 6.2. - Composição da temperatura em
Onde:                                                       função da classe de isolamento.
Dt = elevação de temperatura;
t2 = temperatura dos enrolamentos no fim do
ensaio;
                                                            6.2. REGIME DE SERVIÇO
ta = temperatura do meio refrigerante no fim do
ensaio;
                                                            É o grau de regularidade da carga a que o motor é
t1 = temperatura do enrolamento antes do
                                                            submetido. Os motores normais são projetados para
ensaio, praticamente igual a do meio refrigerante,
                                                            regime contínuo, isto é, a carga é constante por
medida por termômetro;
                                                            tempo indefinido e igual a potência nominal do
R1 = resistência do enrolamento antes do ensaio;
                                                            motor. A indicação do regime do motor deve ser
R2 = resistência do enrolamento no fim do ensaio.
                                                            feita pelo comprador, da forma mais exata possível.
                                                            Nos casos em que a carga não varia ou nos quais
                                                            varia de forma previsível, o regime poderá ser
6.1.5. Aplicação a Motores Elétricos
                                                            indicado numericamente ou por meio de gráficos
                                                            que representam a variação em função do tempo
A temperatura do ponto mais quente do
                                                            das grandezas variáveis. Quando a seqüência real
enrolamento deve ser mantida abaixo do limite da
                                                            dos valores no tempo for indeterminada, deverá ser
classe. A temperatura total vale a soma da
                                                            indicada uma seqüência fictícia não menos severa
temperatura ambiente com a elevação de
                                                            que a real.
temperatura “Dt” mais a diferença que existe entre
a temperatura média do enrolamento e a do ponto
mais quente.
                                                            6.2.1. Regimes Padronizados
As normas de motores fixam a máxima elevação de
temperatura “Dt”, de modo que a temperatura do
                                                            Os tipos de regimes os símbolos alfa-numéricos a
ponto mais quente fica limitada, baseada nas
                                                            eles atribuídos, são indicados a seguir:
seguintes considerações:
a) A temperatura ambiente é, no máximo 40ºC, por
    norma, e acima disso as condições de trabalho
    são consideradas especiais;
b) A diferença entre a temperatura média e a do
    ponto mais quente não varia muito de motor
    para motor e seu valor estabelecido em norma,
    baseado na prática é 5ºC, para as classes A e E,
    10ºC para as classes B e F e 15ºC para a classe
    H.
As normas de motores, portanto, estabelecem um
máximo para a temperatura ambiente e especificam
uma elevação de temperatura máxima para cada
classe de isolamento. Deste modo, fica


                                                       33
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



a) Regime contínuo (S1)                                                               tN
                                                                           ED =            . 100%
Funcionamento a carga constante de duração                                        t N + tR
suficiente para que se alcance o equilíbrio térmico.
tN = funcionamento em carga constante;
θmáx = temperatura máxima atingida.




                                                            Figura 6.4. - Regime S3.
Figura 6.2 - Regime contínuo (S1).
                                                            d) Regime intermitente periódico com
b) Regime de tempo limitado (S2)
                                                            partidas (S4)
Funcionamento a carga constante, durante um
                                                            Seqüência de ciclos de regime idênticos, cada qual
certo tempo, inferior ao necessário para atingir o
                                                            consistindo de um período de partida, um período
equilíbrio térmico, seguido de um período de
                                                            de funcionamento a carga constante e um período
repouso de duração suficiente para restabelecer a
                                                            de repouso, sendo tais períodos muito curtos, para
igualdade de temperatura com o meio refrigerante.
                                                            que se atinja o equilíbrio térmico.
tN = funcionamento em carga constante;
θmáx = temperatura máxima atingida.




Figura 6.3 - Regime S2.
                                                            Figura 6.5 - Regime S4.
c) Regime intermitente periódico (S3)
                                                            tN = funcionamento em carga constante;
Seqüência de ciclos idênticos, cada qual incluindo
                                                            tR= repouso;
um período de funcionamento a carga constante e
                                                            θmáx = temperatura máxima atingida; tD= partida;
um período de repouso, sendo tais períodos muito
                                                            ED = fator de duração do ciclo.
curtos para que se atinja o equilíbrio térmico
durante um ciclo de regime e no qual a corrente de
partida não afete de modo significativo a elevação                                 tN + tD
                                                                         ED =                . 100%
de temperatura.                                                                 tN + tD + tR

tN = funcionamento em carga constante;
tR = repouso;
θmáx = temperatura máxima atingida;
ED= fator de duração do ciclo.




                                                       34
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



e) Regime intermitente              periódico   com
frenagem elétrica (S5)
Seqüência de ciclos de regime idênticos, cada qual
consistindo de um período de partida, um período
de funcionamento a carga constante, um período de
frenagem elétrica e um período de repouso, sendo
tais períodos muito curtos para que se atinja o
equilíbrio térmico.




                                                           Figura 6.7. - Regime S6.

                                                           g) Regime de funcionamento contínuo com
                                                           frenagem elétrica (S7)
                                                           Seqüência de ciclos de regime idênticos, cada qual
                                                           consistindo de um período de partida, de um
                                                           período de funcionamento a carga constante e um
                                                           período de frenagem elétrica, não existindo o
Figura 6.6 - Regime S5.                                    período de repouso.

tN = funcionamento em carga constante; tR=                 tN = funcionamento em carga constante;
repouso;                                                   tF = frenagem elétrica;
θmáx = temperatura máxima atingida; tF= frenagem           θmáx = temperatura máxima atingida;
elétrica;                                                  tD = partida;
ED = fator de duração do ciclo; tD= partida;               ED = fator de duração do ciclo (100%).

                      tN + t D + tF
           ED =                      . 100%
                  t N + tD + tF + tR

f) Regime de funcionamento contínuo com
carga intermitente (S6)
Seqüência de ciclos de regime idênticos, cada qual
consistindo de um período de funcionamento a
carga constante e de um período de funcionamento
em vazio, não existindo período de repouso.

tN = funcionamento em carga constante;
tV= repouso;
θmáx = temperatura máxima atingida;
ED= fator de duração do ciclo.

                         tN
               ED =            . 100%
                      tN + t V

                                                           Figura 6.8 - Regime S7.




                                                      35
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



h) Regime de funcionamento contínuo com                             i) Regimes especiais
mudança       periódica   na     relação                            Onde a carga pode variar durante os períodos de
carga/velocidade (S8)                                               funcionamento, existe reversão ou frenagem por
                                                                    contra-corrente, etc., a escolha do motor adequado,
Seqüência de ciclos de regimes idênticos, cada ciclo                deve ser feita mediante consulta à fabrica e
                                                                    depende de uma descrição completa do ciclo:
consistindo de um período de partida e um período
                                                                    • Potência necessária para acionar a carga ou, se
de     funcionamento      a   carga      constante,                    ela varia conforme um gráfico de potência
correspondendo a uma velocidade de rotação pré-                        requerida durante um ciclo (a figura 6.10 mostra
determinada, seguidos de um ou mais períodos de                        um gráfico simples, onde a potência varia no
funcionamento a outras cargas constantes,                              período de carga);
correspondentes a diferentes rotações. Não existe                   • Conjugado resistente da carga;
período de repouso.                                                 • Momento de inércia total (GD2/4 ou J) da
                                                                       máquina acionada, referida à sua rotação
tf1 e tf2 = frenagem elétrica;                                         nominal;
td = partida;                                                       • Número de partidas, reversões, frenagens por
                                                                       contra-corrente, etc;
tn1, tn2 e tn3 = funcionamento em carga constante;
                                                                    • Duração dos períodos em carga e em repouso
θmáx = temperatura máxima atingida;                                    ou vazio.
ED = fator de duração do ciclo.

                             t d + tn 1                             6.2.2. Designação do Regime Tipo
     ED =                                             . 100%
            t d + tn 1 + t f 1 + tn 2 + t f 2 + t n 3
                                                                    O regime tipo é designado pelo símbolo descrito no
                                                                    item 6.2. No caso de regime contínuo, este pode
                            t d + tn 2                              ser indicado, em alternativa, pela palavra
     ED =                                             . 100%
            t d + tn 1 + t f 1 + tn 2 + t f 2 + t n 3               "contínuo". Exemplos das designações dos regimes:
                                                                    S2 60 segundos:
                                                                    A designação dos regimes S2 a S8 é seguida das
                          t d + tn 3
     ED =                                           . 100%          seguintes indicações:
          t d + tn 1 + t f 1 + tn 2 + t f 2 + t n 3                 a) S2, do tempo de funcionamento em carga
                                                                       constante;
                                                                    b) S3 a S6, do fator de duração do ciclo;
                                                                    c) S8, de cada uma das velocidades nominais que
                                                                       constituem o ciclo, seguida da respectiva
                                                                       potência nominal e do seu respectivo tempo de
                                                                       duração.
                                                                    No caso dos regimes S4, S5, S7 e S8, outras
                                                                    indicações a serem acrescidas à designação,
                                                                    deverão ser estipuladas mediante acordo entre
                                                                    fabricante e comprador.
                                                                    NOTA:
                                                                    Como exemplo das indicações a serem acrescidas,
                                                                    mediante o referido acordo às designações de
                                                                    regimes tipo diferentes do contínuo, citam-se as
                                                                    seguintes, aplicáveis segundo o regime tipo
                                                                    considerado:
                                                                    a) Número de partidas por hora;
                                                                    b) Número de frenagens por hora;
                                                                    c) Tipo de frenagens;
                                                                    d) Constante de energia cinética (H), na velocidade
                                                                       nominal, do motor e da carga, esta última
                                                                       podendo ser substituída pelo fator de inércia
Figura 6.9. - Regime S8.                                               (FI).

NOTA:                                                               NOTA:
Nos regimes S3 e S8, o período é geralmente curto                   Constante de energia cinética é a relação entre a
demais para que seja atingido o equilíbrio térmico,                 energia cinética (armazenada no rotor à velocidade
                                                                    de rotação nominal) e a potência aparente nominal.
de modo que o motor vai se aquecendo e resfriando
                                                                    Fator de inércia é a relação entre a soma do
parcialmente a cada ciclo. Depois de um grande                      momento de inércia total da carga (referido ao
número de ciclos o motor atinge uma faixa de                        eixo do motor) e do momento de inércia do rotor.
elevação de temperatura e equilíbrio.


                                                               36
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6.2.3. Potência Nominal                                     solicitados intermitentemente. Assim,

É a potência que o motor pode fornecer, dentro de                   2         2           2         2          2         2
                                                                   P1 . t1 + P2 . t 2 + P3 . t 3 + P4 . t 4 + P5 . t5 + P6 . t 6
suas características nominais, em regime contínuo.          Pm =
O conceito de potência nominal, ou seja, a potência                              t1 + t 2 + t3 + t 4 + t5 + t 6
que o motor pode fornecer, está intimamente ligado
à elevação de temperatura do enrolamento.
Sabemos que o motor pode acionar cargas de
potências bem acima de sua potência nominal, até
quase atingir o conjugado máximo. O que acontece,
porém é que, se esta sobrecarga for excessiva, isto
é, for exigida do motor uma potência muito acima
daquela para a qual foi projetado, o aquecimento
normal será ultrapassado e a vida do motor será
diminuída, podendo ele, até mesmo, queimar-se
rapidamente.

Deve-se sempre ter em mente que a potência
solicitada ao motor é definida pelas características
da carga, isto é, independentemente da potência do          Figura 6.10 - Funcionamento contínuo com
motor, ou seja: para uma carga de 800cv solicitada          solicitações intermitentes.
de um motor, por exemplo, independentemente
deste (o motor) ser de 600cv ou 1000cv, a potência          No caso do motor ficar em repouso entre os tempos
solicitada ao motor será de 800cv.                          de carga, a refrigeração deste será prejudicada.
                                                            Assim, para os motores onde a ventilação esta
                                                            vinculada ao funcionamento do motor (por
6.2.4. Potência Equivalente                                 exemplo, motores totalmente fechados com
                                                            ventilador externo montados no próprio eixo do
Evidentemente um motor elétrico deverá suprir à             motor) a potência equivalente é calculada pela
máquina acionada a potência necessária, sendo               fórmula:
recomendável que haja uma margem de folga                                           Σ(Pi2 . ti)
                                                                                2
(entre 5 e 10%), pois pequenas sobrecargas                                    Pm =
                                                                                           1
poderão ocorrer; ou ainda, dependendo do regime                                     Σ( ti + tr )
                                                                                           3
de serviço, o motor pode eventualmente suprir mais
                                                            Onde:
ou menos potência. Apesar das inúmeras formas
                                                            Pi = cargas correspondentes;
normalizadas de descrição das condições de
                                                            ti = tempos em carga;
funcionamento de um motor, é freqüentemente
                                                            tr = tempos em repouso.
necessário na prática, avaliar a solicitação imposta
ao motor por um regime mais complexo que
                                                                               2         2           2           2
aqueles descritos nas normas. Uma forma usual é                             P1 . t 1 + P 3 . t 3 + P 5 . t 5 + P 6 . t 6
calcular a potência equivalente pela fórmula:                      Pm =
                                                                                                   1
                     1 T                                                    t1 + t 3 + t 5 + t 6 + ( t 2 + t 4 + t 7 )
                 2
                        . ∫ P(t) . dt                                                              3
               Pm =
                     T 0
Onde:
Pm = potência equivalente solicitada ao motor;
P(t) = potência, variável com o tempo, solicitada ao
motor;
T = duração total do ciclo (período).

O método é baseado na hipótese de que a carga
efetivamente aplicada ao motor acarretará a mesma
solicitação térmica que uma carga fictícia,
equivalente, que solicita continuamente a potência
Pm. Baseia-se também no fato de ser assumida uma
variação das perdas com o quadrado da carga, e
que a elevação de temperatura é diretamente                 Figura 6.11. - Funcionamento com carga variável e
proporcional às perdas. Isto é verdadeiro para              com repouso entre os tempos de carga.
motores que giram continuamente, mas são

                                                       37
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6.3. FATOR DE SERVIÇO (FS)                                      6.6. RENDIMENTO

Chama-se fator de serviço (FS) o fator que, aplicado            O rendimento depende do projeto e do tipo do
à potência nominal, indica a carga permissível que              motor, sendo seu valor influenciado pela parcela de
pode ser aplicada continuamente ao motor, sob                   energia elétrica transformada em energia mecânica
condições especificadas. Note que se trata de uma               e, portanto, das perdas (elétricas e mecânicas) que
capacidade de sobrecarga contínua, ou seja, uma                 se apresentam e que, no final, são obtidas pela
reserva de potência que dá ao motor uma                         diferença entre a potência fornecida e a recebida.
capacidade de suportar melhor o funcionamento em                Há dois métodos principais para determinação do
condições desfavoráveis. Entretanto, no fator de                rendimento: o direto e por adição das perdas. No
serviço as normas permitem que exista um                        caso de valores garantidos, a norma NBR 7094
acréscimo de 10ºC na elevação de temperatura da                 (ABNT) permite as seguintes tolerâncias:
classe.
O fator de serviço não deve ser confundido com a                a) Tolerância pela adição das perdas:
capacidade de sobrecarga momentânea, durante                    • Motores com rendimento igual ou inferiores a
alguns minutos. Os motores WEG podem suportar                     0,851: - 0,15 . (1 - η)
sobrecargas até 60% da carga nominal, durante 15                • Motores com rendimento superior a 0,851: -
segundos. O fator de serviço FS=1.0, significa que o              0,20. (1 - η).
motor não foi projetado para funcionar
continuamente acima de sua potência nominal. Isto,              b) Tolerância pelo calculo direto (Potência no eixo /
entretanto, não muda a sua capacidade para                      Potência absorvida): - 0,15 . (1 - η).
sobrecargas momentâneas.

                                                                6.6.1. Importância do Rendimento
6.4. VELOCIDADE NOMINAL
                                                                É importante que o motor tenha um rendimento
É a velocidade (rpm) do motor funcionando à                     alto, por dois motivos. Primeiro, porque um
potência nominal, sob tensão e freqüência                       rendimento alto significa perdas baixas e, portanto,
nominais. Conforme visto no capítulo 2, item 2.4.3,             um menor aquecimento do motor. Segundo,
este depende do escorregamento e da velocidade                  porque, quando maior o rendimento, menor a
síncrona.                                                       potência absorvida da rede, e portanto, menor o
                     s%                                       custo da energia elétrica paga.
           n = ns . 1 -        [rpm]                          O rendimento varia com a carga solicitada do
                     100 
                                                                motor. Os catálogos dos motores Weg, indicam os
                                                                valores típicos do rendimento em função da carga
A velocidade síncrona ns é função do número de                  (50%, 75% e 100% de carga). Estes valores são
pólos e da freqüência de alimentação:                           representados genericamente na figura abaixo:

                   60 . f   120 . f
            ns =          =                [rpm]
                    p        2p


6.5. CORRENTE NOMINAL (A)

É a corrente que o motor absorve da rede quando
funciona à potência nominal, sob tensão e
freqüência nominais. O valor da corrente nominal
depende do rendimento (η) e do fator de potência
(cosϕ) do motor:

            P(kW) . 1000               P(cv) . 736
      I =                        =
             3 . V . η . cos ϕ        3 . V . η . cos ϕ         Figura 6.12 - Curvas características típicas de
                                                                desempenho de motores de indução trifásicos.
Os valores típicos de corrente, rendimento e fator
de potência, são mostrados nos catálogos.




                                                           38
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6.7. FATOR DE POTÊNCIA                                      6.7.2. Correção do Fator de Potência

Um motor não consome apenas potência ativa,                 Existem dois meios para elevar o fator de potência
depois convertida em trabalho mecânico, mas                 do motor, a saber, utilizando bancos de capacitores
também potência reativa necessária para                     (mais usado) ou modificando o projeto do motor
magnetização da chapa, que não produz trabalho.             elétrico. Este último método não é muito utilizado,
No diagrama da figura 6.13, o vetor P representa a          pois eleva muito o preço do motor, o retorno de
potência ativa e o Q a potência reativa, que                investimento não é satisfatório. O aumento do fator
somadas resultam na potência aparente S. A                  de potência é realizado em geral, com a ligação de
relação entre a potência ativa, medida em kW e a            uma carga capacitiva, normalmente um capacitor
potência aparente medida em kVA, chama-se fator             ou motor síncrono super excitado em paralelo com
de potência.                                                a carga.

                                                            Por exemplo:
                                                            Um motor elétrico, trifásico de 1000cv (736kW),
                                                            operando com 100% da potência nominal, com
                                                            fator de potência original de 0,86 e um rendimento
                                                            de 96%. O fator de potência desejado é de 0,95.
                                                            Qual é o valor do banco de capacitores necessário
                                                            para corrigir o fator de potência do motor?

                                                            Solução:
Figura 6.13. - Triângulo de potências.
                                                            PM = 736kW       ∴
                S = 3 . V .I       [VA]

                                                                            P   736
             P = 3 . V . I . cos ϕ    [W]                   Pconsumida =      =      = 766.67kW
                                                                            η   0,96

            Q = 3 . V . I . senϕ     [VAr]
                                                            ϕ1 = arccos 0,86 = 30,7°     ϕ2 = arccos 0,95 = 18,2°
A norma NBR 7094 (ABNT) admite uma tolerância
para o fator de potência de:
                 -1/6 de (1-cosϕ)                           Q1 = Pcons . tan ϕ1    Q2 = Pcons . tan ϕ2


6.7.1. Importância do Fator de Potência
                                                               necessrio= Q1 - Q2 = 0,594Pcons- 0,329Pcons= 0,265Pcons
                                                            kVAr                        .           .           .
Visando otimizar o aproveitamento do sistema
elétrico brasileiro, reduzindo o trânsito de energia
reativa nas linhas de transmissão, sub-transmissão          kVAr necess rio = 0,265 . 766,67k = 202,9kVAr
e distribuição, a portaria do DNAEE número 85, de
25 de março de 1992, determina que o fator de
potência de referência das cargas passe de 0,85
para 0,92.
A mudança do fator de potência dá maior
disponibilidade de potência ativa no sistema, já que
a energia reativa limita a capacidade de transporte
de energia útil.
O motor elétrico é uma peça fundamental, pois
dentro das indústrias, representa mais de 60% do
consumo de energia. Logo, é imprescindível a
utilização de motores com potência e características
bem adequadas à sua função. O fator de potência
varia com carga imposta ao motor. Os catálogos
Weg indicam os valores típicos desta variação que
são também representados na figura 6.12.


                                                       39
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7. REFRIGERAÇÃO                                            7.1.2. Ventilação Mista - Carcaças 355 a 500
                                                           na Linha Master (Canais Axiais e Radiais)
As perdas são inevitáveis no motor e o calor gerado
por elas deve ser dissipado, ou seja, transferido          • Trocador de calor ar-ar (MGF, MAF)
para o elemento de resfriamento do motor,                  IC 0611
usualmente, o ar ambiente. A maneira pela qual é
feita a troca de calor entre as partes aquecidas do        O motor pode apresentar proteção IP55 ou
motor e o ar ambiente é que define o "Sistema de           superior. Possui um ventilador interno e um externo
Refrigeração" do motor. A classificação dos métodos        acoplados ao eixo. O trocador de calor é montado
de resfriamento foram definidos conforme a norma           na parte superior do motor.
ABNT-NBR 5110 e/ou IEC-60034.6. Os sistemas
usuais de refrigeração são apresentados a seguir.


7.1. SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO

7.1.1. Ventilação Axial

• Motor totalmente fechado (Linha HGF)
IC 0411 (ventilador externo no próprio eixo
do motor)
IC 0416 (ventilador externo com motor
auxiliar)                                                  Figura 7.2. - Motor totalmente fechado com
                                                           trocador de calor ar-ar.
Máquina totalmente fechada, resfriada por
ventilador e carcaça aletada (externa e
internamente). O motor apresenta proteção IP55 ou          • Aberto (AUTO-VENTILADO) (MGA, MGP
superior. Possui um ventilador interno e um Há                MAA, AGA)
ainda, canais axiais no pacote de chapas do rotor e        IC 01
da carcaça, como mostra a figura abaixo:
                                                           Neste sistema, o motor pode apresentar proteção
                                                           IP23, IP24, caracterizando um motor aberto. Possui
                                                           um ventilador interno acoplado ao eixo, o qual
                                                           aspira o ar ambiente que passa através da
                                                           máquina, fazendo assim a troca de calor.




Figura 7.1a. - Motor totalmente fechado com
ventilação externa.




                                                           Figura 7.3a - Motor aberto (MGP).
Figura 7.1b. - Motor totalmente fechado com
ventilação externa independente.




                                                      40
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                                                         • Ventilação independente com trocador de
                                                            ar-ar (MGI, MAI)
                                                         IC 0666

                                                         Neste sistema existe um ventilador independente
                                                         que força a circulação interna do ar. O outro
                                                         ventilador independente aspira o ar ambiente e o
                                                         faz circular através do trocador de calor ar-ar. O
                                                         motor pode apresentar proteção IP55 ou superior.
Figura 7.3b - Motor aberto (AGA).

• Trocador de calor ar-água (MGW, MAW)
IC W 37A81

O motor com trocador de calor ar-água pode
apresentar    proteção    IP55    ou    superior,
caracterizando um motor fechado. O motor possui
um ventilador interno acoplado no eixo.




                                                         Figura 7.6 - Motor com ventilação independente e
                                                         trocador de calor ar-ar.

                                                         • Ventilação independente, motor aberto
                                                            (MGV, MAV)
Figura 7.4 - Motor com trocador de calor ar-água.        IC 06

• Auto-ventilado por dutos (MGD, MAD)                    O ar ambiente é forçado a circular através do motor
IC 33                                                    por um ventilador independente acoplado no topo
                                                         do motor, e em seguida, devolvido ao meio
Neste sistema, o motor apresenta um ventilador           ambiente. Proteção IP23.
acoplado internamente no eixo, o qual aspira o ar
de um recinto não contaminado que, após
atravessar o motor, é devolvido ao meio ambiente.
Proteção IP55 ou superior.




                                                         Figura 7.7 - Motor aberto com ventilação
                                                         independente.
Figura 7.5 - Motor auto-ventilado por dutos.

                                                    41
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• Ventilação independente com trocador de                 7.1.3. Ventilação Bilateral Simétrica -
   calor ar-água (MGL, MAL)                               Carcaças 560 a 1000 - Linha Master (Canais
IC W 37A86                                                Radiais)

Neste sistema existe um ventilador independente           • Trocador de calor ar-ar (MGF, MAF)
que força a ventilação do ar internamente ao motor        IC 0611
através do trocador de calor ar-água. Pode
apresentar proteção IP55 ou superior.                     O motor pode apresentar proteção IP55 ou
                                                          superior. Possui ventiladores internos e externo
                                                          acoplados ao eixo. O trocador de calor é montado
                                                          na parte superior do motor.




Figura 7.8 - Motor com ventilação independente            Figura 7.10 - Motor totalmente fechado com
com trocador de calor ar-água.                            trocador de calor ar-ar.


• Ventilação independente por dutos (MGT,                 • Aberto (AUTO-VENTILADO) (MGA, MGP,
   MAT)                                                      MAA)
IC 35                                                     IC 01

O ar é aspirado de um recinto não contaminado e           Neste sistema, o motor pode apresentar proteção
canalizado através de dutos até o motor. Pode             IP23, IP24, caracterizando um motor aberto. Possui
apresentar proteção IP55 ou superior.                     dois ventiladores internos acoplados ao eixo, os
                                                          quais aspiram o ar ambiente que passa através da
                                                          máquina, fazendo assim a troca de calor:




Figura 7.9 - Motor com ventilação independente por        Figura 7.11 - Motor aberto.
dutos.




                                                     42
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• Trocador de calor ar-água (MGW, MAW)                    • Ventilação independente com trocador de
IC W 37A81                                                   ar-ar (MGI, MAI)
                                                          IC 0666
O motor com trocador de calor ar-água pode
apresentar     proteção    IP55    ou superior,           Neste sistema existe um ventilador independente
caracterizando um motor fechado. O motor possui           que força a circulação interna do ar. O outro
dois ventiladores acoplados ao eixo.                      ventilador independente aspira o ar ambiente e o
                                                          faz circular através do trocador de calor ar-ar.
                                                          Grau de proteção IP55 ou superior.




Figura 7.12 - Motor com trocador de calor ar-água.
                                                          Figura 7.14 - Motor com ventilação independente e
                                                          trocador ar-ar.
• Auto-ventilado por dutos (MGD, MAD)
IC 33
                                                          • Ventilação independente, motor aberto
Neste sistema, o motor apresenta dois ventiladores           (MGV, MAV)
acoplados internamente ao eixo, o qual aspira o ar        IC 06
de um recinto não contaminado que, após
atravessar o motor, é devolvido ao meio ambiente.         O ar ambiente é forçado a circular através do motor
Grau de proteção IP55 ou superior.                        por dois ventiladores independentes acoplados no
                                                          topo do motor, e em seguida, devolvido ao meio
                                                          ambiente. Grau de proteção IP23.




Figura 7.13 - Motor auto-ventilado por dutos.
                                                          Figura 7.15 - Motor aberto com ventilação
                                                          independente.


                                                     43
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• Ventilação independente com trocador de
   calor ar-água (MGL, MAL)
IC W 37A86

Neste sistema existe um ventilador independente
que força a ventilação do ar internamente ao motor
através do trocador de calor ar-água. Grau de
proteção IP55 ou superior.




Figura 7.16 - Motor com ventilação independente
com trocador ar-água.


• Ventilação independente por dutos (MGT,
   MAT)
IC 35

O ar é aspirado (através de dois motoventiladores)
de um recinto não contaminado e canalizado
através de dutos até o motor. Grau de proteção
IP55 ou superior.




Figura 7.17 - Motor com ventilação independente
por dutos.




                                                     44
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



8. CARACTERÍSTICAS
CONSTRUTIVAS

Todos os motores elétricos têm em comum vários
elementos construtivos. Adicionalmente, cada tipo
de motor possui certos elementos específicos que o
caracterizam.
Entre os elementos comuns a todos os tipos de
motores, estão as partes estruturais como: carcaça,
estator, tampas, mancais, rotor, guias de ar,
ventiladores externos e internos, trocador de calor),
caixas de ligação principal e dos acessórios, flange,
acessórios, etc.
Os materiais empregados para carcaça, caixas de
ligação e de acessórios, flanges e ventiladores              Figura 8.2 - Linha "M", carcaça soldada.
poderão ser de ferro fundido ou chapa de aço.
Guias de ar, trocadores de calor, tampas defletoras
são normalmente feitos de chapa de aço, alumínio
ou fibra de vidro também são materiais usados para
alguns desses itens.
Embora as partes ativas (como pacotes de chapas
do estator, do rotor e enrolamentos) possam ser
consideradas substancialmente semelhantes nos
diversos tipos de motores, significativas diferenças
no número, arranjo e construção dos enrolamentos
e nos núcleos ferro magnético produzem diferentes
características de funcionamento.


8.1. CARCAÇAS

Abaixo temos três figuras que mostram as principais          Figura 8.3 - Linha "M", carcaça fundida.
carcaças de motores de indução de alta tensão
produzidas pela Weg Máquinas, a saber:




Figura 8.1. - Linha "H", carcaça fundida.                    Figura 8.4. - Linha "AGA", carcaça fundida.




                                                        45
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a) Motores Linha "M":                                      b) Motores Linha "H":
Construída em ferro fundido nas carcaças IEC 280 a         Carcaça formada por um bloco de ferro fundido de
400 e da carcaça IEC, 450 e acima com chapas de            alta resistência dotada de aletas externas e internas
aço 1010/20, sendo suas junções feitas através de          e canais de ventilação para o fluxo de ar, com o
solda tipo "MIG", formando um conjunto sólido e            objetivo de proporcionar o máximo desempenho.
robusto que é base estrutural da máquina. Todo o           Apresenta como vantagem adicional o fato do
conjunto da carcaça recebe um tratamento de                material não ser suscetível a corrosão ativa.
normalização para alívio de tensões provocadas pela
solda.
Os motores são submetidos à pintura interna após
tratamento térmico.




                                                           Figura 8.6. - Motor da linha "H".


                                                           c) Motores Linha "AGA":
                                                           Construída em ferro fundido nas carcaças 280 e
                                                           315.




                                                           Figura 8.7. - Motor da linha ''AGA''.




Figura 8.5. - Motor da linha "M".




                                                      46
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



8.2. TROCADOR DE CALOR

a) Trocador de Calor Ar-Ar:
Este sistema de arrefecimento é um dos mais
difundidos dentre os sistemas de refrigeração de
motores, sendo basicamente composto por:
• Tubos de alumínio sem costura com parede de
    0,1mm ou especiais em tubos de aço ou cobre;
• Paredes e o corpo de trocador em chapas de aço
    1010/20.
Todo o conjunto é protegido por tinta anti-
corrosiva.




                                                          Figura 8.9a. - Trocador de calor ar-água. O
                                                          movimento do ar interno do motor, através do
                                                          trocador, é movimentado pelo ventilador montado
                                                          no eixo do motor.




Figura 8.8a. - Trocador de calor ar-ar montado em
cima do motor.




                                                          Figura 8.9a. - Trocador de calor ar-água. O
                                                          movimento do ar interno do motor, através do
                                                          trocador, é movimentado pelo ventilador montado
                                                          no motor auxiliar do trocador.




Figura 8.8b. - Trocador de calor ar-ar montado em
volta do estator.


b) Trocador de Calor Ar-Água:
Eletricamente este motor possui a eficiência de um
motor aberto. Os trocadores de calor ar-água são
formados por tubos de cobre ou latão.
Neste sistema o calor é absorvido pela água que
circula no interior do radiador. Todo conjunto é
protegido por tinta anti-corrosiva.

                                                     47
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8.3. ESTATOR                                                 8.4. BOBINAGEM

O núcleo do estator é formado por chapas                     O enrolamento do estator é formado por bobinas
magnéticas de baixas perdas específicas (W/kg), ou           pré-formadas de fio de seção retangular.
aço-silício.                                                 O fio condutor de cobre é nu ou esmaltado com
Na linha "H" o estator recebe ventilação axial já que        verniz classe H (180°C) e recoberto com fita a base
o estator está prensado na carcaça, o que facilita a         de mica (meia sobreposta).
dissipação do calor.                                         As bobinas são revestidas com fitas a base de mica
Na linha "M", para as carcaças 280 à 500 (inclusive)         em "estágio B" (catalisadas).
o pacote de chapas do estator recebe ventilação é            Com o aumento do nível de tensão, descargas
mista (axial e radial). Acima da 500, o estator é            elétricas poderão ocorrer, ocasionadas pela
dimensionado com canais radias para receber a                proximidade dos condutores. Caso a tensão
ventilação radial, devido a grande área interna, este        aplicada exceda a rigidez dielétrica do ar dá-se o
tipo de ventilação é a mais eficiente.                       aparecimento do efeito corona que é uma forma de
                                                             descarga elétrica. Para minimizar estes efeitos as
                                                             bobinas são ainda revestidas com fita condutora
                                                             (preta) a base de carbono, a partir de 5kV. Ainda, a
                                                             partir de 6kV, é colocada uma fita semi-condutora
                                                             (cinza) para equalização do gradiente de potencial
                                                             na saída do pacote do estator que consiste de falso
                                                             tecido de poliester e uma resina especial em estágio
                                                             B que contém partículas de carbeto de silício que
                                                             dão as características necessárias para equalização
                                                             do potencial.
                                                             Após a inserção das bobinas e fechamento das
                                                             ranhuras, o teste de curto-circuito (teste de
                                                             impulso) entre espiras é realizado para detectar
                                                             curto entre espiras. O teste de tensão aplicada é
                                                             executado antes da impregnação a vácuo e pressão
                                                             e após a impregnação realiza-se novamente a
                                                             tensão aplicada para garantir a qualidade do
Figura 8.10. - Pacote de estator da linha H.                 sistema de isolamento após todas as etapas do
                                                             processo de fabricação.
                                                             A medição de perdas no dielétrico, ou tangente
                                                             delta (tag δ -Tangente delta), é realizado para
                                                             comprovar a uniformidade da produção bem como
                                                             serve para determinar o comportamento térmico e
                                                             a rigidez dielétrica do isolamento.




                                                             Figura 8.12. - Processo mecanizado de formatação
                                                             das bobinas.

Figura 8.11. - Pacote de estator da linha M.

                                                        48
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Figura 8.13a. - Laboratório de bobinagem de alta
tensão, fabricação e isolação das bobinas (cabeça
de bobina).
                                                          Figura 8.14a. - Inserção das bobinas nas ranhuras
                                                          do estator.




Figura 8.13b - Processo mecanizado de isolação das
bobinas (parte reta da bobina).                           Figura 8.14b. - Inserção das bobinas nas ranhuras
                                                          do estator.
O processo anterior a impregnação é composto da
seguinte maneira:
• Enrolar a bobina com a ajuda de um molde;
• Compactação (prensa) das partes retas;
• Conformação das bobinas (forma final) – (figura
   8.12);
• Isolação mecanizada das partes retas e parte
   das cabeças de bobina (figura 8.13b);
• Isolação das cabeças de bobina (figura 8.13a);
• Inserção e amarração das bobinas no pacote do
   estator (figura 8.14 e 8.15).




                                                          Figura 8.15. - Ligação das bobinas e amarração das
                                                          cabeças de bobina.


                                                     49
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Após este processo, o pacote do estator é
impregnado pelo sistema V.P.I. (Vacuum Pressure
Impregnation) através de vácuo (0.5mbar) e
pressão (3,5bar) imerso em resina a base de epóxi
não catalisada. Após a impregnação o pacote do
estator vai para a estufa onde ocorre o processo de
polimerização e cura. O resultado obtido é uma
impregnação sem bolhas de ar (vazios) e excelente
rigidez dielétrica e mecânica de conjunto.


                                                           Figura 8.18. - Estufa (processo de polimerização e
                                                           cura.


                                                           8.5. ROTOR

                                                           8.5.1. Rotor de Gaiola

                                                           a) Rotor injetado:
                                                           Os rotores de gaiola de alumínio injetado são
                                                           fabricados com processo de temperatura e pressão
Figura 8.16. - Laboratório de impregnação (V.P.I.)         controlada, projetados para proporcionar:
de alta tensão.                                            • Altos conjugados de partida com baixas
                                                              correntes com a facilidade de construção de
                                                              ranhuras que simulam a dupla gaiola;
                                                           • Excelente rigidez mecânica;
                                                           • A partida de cargas com elevado momento de
                                                              inércia;
                                                           • Suporta grande sobre-elevação de temperatura
                                                              durante a partida, isto porque, o material das
                                                              ranhuras e do cobre formarem um bloco único;
                                                           • Baixo custo comparado com o rotor de barras de
                                                              cobre.




Figura 8.17. - Tanque de impregnação a vácuo.




                                                           Figura 8.19. - Rotor de alumínio injetado.

                                                      50
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b) Rotor de barras:                                         8.5.2. Rotor Bobinado (ou de Anéis)
O núcleo do rotor é formado por chapas de aço
silício. Possui canais axiais em todas as máquinas.         As bobinas são confeccionadas com barras de cobre
Na linha H e M, nas carcaças menores, o pacote é            nu. Uma espira da bobina é composta por duas
contínuo sem canais radias de ventilação. Na linha          partes, as quais são soldadas entre si na cabeça de
M, carcaças maiores, a chapa é distanciada                  bobina. O isolamento das bobinas, normalmente, é
formando os canais radiais de ventilação, que               por revestimento com fitas a base de mica em
permite elevada dissipação térmica. A parte ativa ou        "estágio B" (catalisadas). É o mesmo processo do
condutores, podem ser de cobre ou latão. Especial           estator. As bobinas são fixadas rigidamente dentro
atenção é dedicada para prevenir fadiga nas barras,         das ranhuras através de cunhas.
ocasionadas pelas vibrações. Após colocação das             Os anéis coletores são fornecidos em aço inox
barras nas ranhuras, é efetuada a solda do anel de          (padrão), entretanto poderão ser fornecidos em
curto-circuito através de solda prata, garantindo           bronze ou latão, dependendo da aplicação e do
perfeita conexão elétrica entre ambas as partes.            local onde será instalado.
                                                            O rotor é curto-circuitado por intermédio do
Ainda, os rotores de barras podem apresentar                conjunto dos anéis coletores e escovas, os quais
vários formatos de barras com a variação das                dão acesso ao enrolamento do rotor, estes são
dimensões do perfil da barra. Essa gama de                  projetados para suportar a corrente máxima de
combinações possibilita um vasto controle dos               operação necessária e a dissipação de calor gerado
parâmetros elétricos do motor (conjugado máximo             pela corrente elétrica e o contato entre escovas e
e de partida, rendimento, fator de potência e               anéis.
corrente de partida entre outros).                          Através das escovas e do coletor é possível conectar
                                                            uma resistência trifásica em série com os
                                                            enrolamentos do rotor, variando-se assim a
                                                            impedância do secundário do motor.
                                                            Com um reostato em série com o rotor é possível
                                                            regular a corrente e o conjugado de partida ou nas
                                                            condições de regime variar a rotação de trabalho
                                                            (escorregamento).




Figura 8.20. - Rotor de barras sem canais radiais de
ventilação (linha H).




Figura 8.21. - Rotor de barras com canais radiais de
ventilação (linha M).


                                                            Figura 8.22. - Rotores bobinados ou de anéis.

                                                       51
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a) Porta-escovas fixo:                                      baixar as escovas e colocar novamente o reostato
No porta-escovas do tipo fixo as escovas                    em contado com o rotor, a seqüência de operação é
permanecem em contato com o coletor                         a inversa da informada acima.
permanentemente, pressionadas por molas do tipo             A operação de um motor com rotor bobinado curto-
pressão constante. Neste tipo de porta-escovas as           circuitado é igual a de um motor com rotor de
escovas têm sua vida útil limitada em função de um          gaiola. A manutenção é bastante reduzida porque
contato permanente com os anéis coletores. Fatores          não há o desgaste das escovas.
que influenciam na vida útil das escovas são:               Para esta configuração o conjunto, coletor, escovas
Percentual da carga que o motor trabalha, tipo ou           e porta-escova são dimensionados para suportar as
qualidade das escovas, ambiente da instalação e             condições de partida. Um motor que possui um
outros.                                                     dispositivo motorizado de levantamento de escovas
Para esta configuração todo o conjunto, coletor,            não pode operar continuamente com as escovas
escovas e porta-escovas são dimensionados para              baixadas, a não ser que esta condição foi informada
suportar as condições de partida e as de regime             inicialmente antes da construção.
contínuo.                                                   Esse dispositivo é recomendado usar somente
                                                            quando a aplicação requerer poucas partidas por
                                                            dia, ou em torno de duas (02) partidas por dia.




                                                            Figura 8.24. – Motor redutor que aciona o sistema
                                                            de levantamento das escovas.




Figura 8.23. – Porta escovas fixo.

b) Porta-escovas com sistema motorizado de
   levantamento das escovas:
As características mecânicas são similares ao porta-
escovas do tipo fixo, sendo que o levantamento das
escovas é realizado por um dispositivo motorizado
(ou manual), o qual, permite o levantamento das
mesmas e o curto-circuito dos anéis, através de um
controle remoto e/ou local.
A seqüência de atuação do dispositivo de
levantamento das escovas é o seguinte: O motor é
acionado, e este através de um redutor aciona um
anel que coloca as três fases em curto-circuito.
Somente após essa operação todas as escovas são
levantadas ou afastadas em relação ao coletor. Para

                                                       52
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                                                            8.6. CAIXA DE LIGAÇÃO

                                                            8.6.1. Caixa de Ligação de Força

                                                            O material do invólucro pode ser fornecido em ferro
                                                            fundido ou aço, é vedada com cordões de borracha.
                                                            O grau de proteção da caixa é compatível com o do
                                                            motor.
                                                            A entrada dos cabos de alimentação pode ser feita
                                                            através de 1 (uma) ou mais entradas com rosca
                                                            métrica, PG, RWG ou NPT. Possibilita giros de 180
                                                            em 180 graus, 90 em 90 graus, dependendo do tipo
                                                            e tamanho da caixa, isto se deve a existência ou
                                                            não de acessório dentro da mesma e aplicação
                                                            (deve ser informado a necessidade).
                                                            Para conexão à rede, barras, bornes ou pinos de
                                                            ligação. Isoladores de Porcelana ou Epóxi,
                                                            dependendo da aplicação, são utilizados.

Figura 8.25. - Coletor mais pota-escovas do sistema
de levantamento das escovas.




                                                            Figura 8.28. - Caixa de ligação principal em aço.




Figura 8.26. - Porta escovas com dispositivo de
levantamento automático/manual.




                                                            Figura 8.29. - Caixa de ligação principal em aço,
                                                            com ponto neutro.


Figura 8.27. - Mecanismo de curto-circuito dos anéis
coletores.


                                                       53
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



                                                           8.6.2. Caixa de Ligação de Acessórios

                                                           É confeccionada em ferro fundido, independente da
                                                           caixa de força, pode ser instalada no mesmo lado
                                                           ou oposto a caixa principal. O grau de proteção da
                                                           caixa é compatível com o do motor e seu
                                                           posicionamento, normalmente, pode ser orientado
                                                           de 90 em 90°.
                                                           Há normalmente 3 (três) entradas com rosca
                                                           métrica, PG, RWG ou NPT, para os cabos de
                                                           ligação.
                                                           O padrão é fornecer o motor com uma caixa para
                                                           os acessórios de sinal (Pt100) e uma para os
                                                           acessórios de força (resistência de aquecimento),
                                                           ou quantas forem necessárias.


Figura 8.30. - Caixa de ligação principal em aço,
com Para-Raios e Capacitores para surtos.




Figura 8.31. - Caixa de ligação principal com para-
raios, capacitor e TC.




Figura 8.32. - Caixa de ligação principal em ferro
fundido.

                                                      54
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



                                                           8.7. EIXO

                                                           São dimensionados para suportar os esforços
                                                           mecânicos nas mais diversas aplicações.
                                                           Dependendo do tipo de acoplamento poderão ser
                                                           utilizados os seguintes materiais: ASI 1040/45,
                                                           4140 ou superiores, isto devido aos esforços radiais
                                                           aplicados na ponta do eixo.
                                                           Os eixos recebem um tratamento térmico com o
                                                           objetivo de aliviar as tensões internas, evitar
                                                           empenamentos e aumentar a resistência à fadiga
                                                           provocada pelos esforços de torção e flexão.
Figura 8.33. - Caixas de ligação dos acessórios.
                                                           Tipos de eixos:
                                                           • Oco:
8.6.3. Caixa de Ligação do Rotor, Linha "M"                  Aplicado em motores verticais onde o peso da
com rotor de anéis                                           carga é apoiado no motor;
                                                           • Maciço:
Confeccionado em aço, aloja os terminais de                  Aplicado em motores onde o diâmetro do rotor é
circuito do rotor através de uma placa de bornes. A          pequeno.
entrada dos cabos de alimentação é feita por 1             • Costelado:
(uma) ou mais entradas com rosca métrica, PG,                Aplicado em motores onde o diâmetro do rotor é
RWG ou NPT.                                                  grande.




                                                           Figura 8.35. – Eixo Maciço, A chapa é colocada
                                                           diretamente em cima do eixo.




Figura 8.34. - Caixa de ligação do rotor.                  Figura 8.36. – Eixo Costelado. A chapa é colocada
                                                           em cima das costelas.


                                                      55
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



8.8. VENTILADOR                                             8.9. PLACA DE IDENTIFICAÇÃO

Os sistemas de ventilação interno e/ou externo, são         A placa de identificação contém as informações que
projetados para obter o máximo desempenho com               determinam as características nominais e de
baixo nível de poluição sonora. São construídos,            desempenho dos motores que são definidas pela
para produzir o volume de ar necessário para a              NBR-7094.
refrigeração e com baixo nível de ruído (atendendo          Além das placas de identificação com as
as principais normas aplicadas a motores elétricos).        características principais da máquina, existem no
Também é levado em conta o momento de inércias              motor outras placas, como: Dos mancais, TAG,
e o rendimento.                                             advertência, acessórios, certificadora e outras.

Tipos:
• Ventiladores radiais
  - Motores bidirecionais
  - Motores com IV pólos ou mais.
• Ventiladores axiais
  - Motores com rotação unidirecional.
  - Motores com II pólos.
  - Motores onde é desejado nível de ruído
     extremamente baixo.




Figura 8.37. – Ventilador Radial.

                                                            Figura 8.39. - Placas de identificação.


                                                            8.10. PINTURA

                                                            Na Weg Máquinas os planos de pintura são
                                                            resumidos em dois planos, 212P e 212E, os quais
                                                            são a solução para a as diversos ambientes e
                                                            aplicações. Estes planos seguem as Normas
                                                            Petrobrás e as mesmas são aprovados na
                                                            Petrobrás.



Figura 8.38. – Ventilador Axial.




                                                       56
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



8.10.1. PLANO DE PINTURA WEG MÁQUINAS 212P

Plano: 212P (Atende condição 4, item 4.4.3.1 - Norma Petrobrás N 1735 Revisão C).

Aplicação: Ambiente marítimo agressivo ou industrial marítimo, abrigado ou desabrigado, podendo conter
alta umidade. Indicado para aplicação em indústrias de papel e celulose, mineração, química e petroquímica.

Preparação de Superfície: Jateamento abrasivo ao metal quase branco Sa 2 ½, conforme norma ISO 8501-1;

Pintura de Fundo: Uma demão de “Primer Etil Silicato Inorgânico de Zinco”, atende a Norma PETROBRÁS
N1661, espessura de película seca de 67 a 90 µm;

Pintura Intermediária: Uma demão de “Tinta Epoxi Fosfato de Zinco de Alta Espessura”, atende a norma
Petrobrás N2630, espessura de película seca 90 a 130 µm;

Pintura de Acabamento: Uma demão de “Tinta Poliuretano Acrílico de Alta Espessura”, atende a norma
Petrobrás N 2677, espessura de película seca 63 à 91 µm;

Cor Final de Acabamento: Azul – Ral 5007 (Cor padrão Weg Máquinas).
                         Grau de brilho (ASTM D523): mínimo 80 %
                         Aderência (ASTM D3359): X0/Y0 a X1/Y3
                         Resistência à névoa salina (ASTM D 1654): mínimo 3000 horas
                         I – Migração subcutânea: máx. 2,0 mm
                         II – Grau de empolamento: DO/TO
                         III – Grau de enferrujamento: FO


8.10.2. PLANO DE PINTURA WEG MÁQUINAS 212E

Plano: 212E (Atende condição 4, item 4.4.3.2 - Norma Petrobrás N 1735 Revisão C).

Aplicação: Ambiente marítimo agressivo ou industrial marítimo, abrigado, podendo conter alta umidade e
espingos de álcalis e solventes. Indicado para aplicação em indústrias de papel e celulose, mineração, química e
petroquímica.

Preparação de Superfície: Jateamento abrasivo ao metal quase branco Sa 2 ½, conforme norma ISO 8501-1;

Tinta de Fundo: Uma demão de “Primer Etil Silicato Inorgânico de Zinco”, atende a Norma PETROBRÁS
N1661, espessura de película seca de 67 a 90 µm;

Tinta Intermediária: Uma demão de “Tinta Epoxi Fosfato de Zinco de Alta Espessura”, atende a norma
Petrobrás N2630, espessura de película seca 90 a 130 µm;

Tinta de Acabamento: Uma demão de “Tinta Epoxi poliamida de Alta Espessura”, atende a norma Petrobrás
N2628, espessura de película seca 90 a 130 µm;

Cor Final de Acabamento: Azul – Ral 5007 (Cor padrão Weg Máquinas).
                         Grau de brilho (ASTM D523): mínimo 60 %
                         Aderência (ASTM D3359): X0/Y0 a X1/Y3
                         Resistência à névoa salina (ASTM D 1654): mínimo 3000 horas
                         I – Migração subcutânea: máx. 2,0 mm
                         II – Grau de empolamento: DO/TO
                         III – Grau de enferrujamento: FO




                                                      57
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



8.11. TERMINAIS DE ATERRAMENTO                              • 02 terminais de aterramento fixados na carcaça
                                                              em lados opostos. O tipo de fixação pode ser
O aterramento tem a finalidade de proteger os                 por parafuso ou conector.
operadores de motores elétricos ou de máquinas
acionadas pelos mesmos, contra possíveis curto-
circuitos entre uma parte energizada e a carcaça do         8.12. FORMAS CONSTRUTIVAS
motor.                                                      NORMALIZADAS
Esta proteção se dá pelo oferecimento de um
caminho mais fácil para o fluxo, de corrente, assim,        Entende-se por forma construtiva, o arranjo das
desviando-a do operador e da máquina.                       partes construtivas das máquinas com relação a sua
Geralmente, o sistema de aterramento está                   fixação, a disposição de seus mancais e a ponta de
localizado da seguinte forma:                               eixo; que são padronizadas pela NBR-5031, IEC
• 01 terminal de aterramento no interior da caixa           60034-7, NEMA MG 1-4.
    de ligação;




Tabela 8.2. - Formas construtivas normalizadas.


8.13. MANCAIS                                               • As condições ambientais a qual é submetido.

Dispositivo mecânico sobre o qual se apóia um eixo          O tipo de mancal a ser selecionado está ligado com
girante (no caso do motor elétrico), deslizante ou          o tipo de aplicação, sendo eles divididos em:
oscilante, e que lhe permite o movimento com um
mínimo de atrito.
Devido a grande importância dos mancais para o              8.13.1. Mancal de Rolamento:
motor como um todo, segue abaixo alguns fatores
que determinam a sua durabilidade, a saber:                 A lubrificação destes pode ser a graxa,
• Velocidade de operação;                                   opcionalmente imerso em óleo ou ainda com névoa
• Esforços axiais e radiais aplicados aos mesmos;           de óleo (“Qil Mist”).
• A correta manutenção e lubrificação;

                                                       58
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



Tipos:
• Rolamentos de Esferas: É o padrão utilizado na
  Weg Máquinas.
• Rolamentos de Rolos: Usado com cargas com
  forças radiais elevadas.
  Obs.: Não pode ser utilizado em motores II
  pólos, devido a velocidade crítica estar próxima
  da velocidade síncrona do motor.
• Rolamento de Contato Angular: Para cargas com
  esforços radiais e axiais maiores do que o
  rolamento normal suportaria.
• Rolamento de Rolos Cônicos: Para cargas com
  elevados esforços radiais e axiais.
                                                          Figura 8.41. - Rolamentos.
Limites de temperatura:
110°C (desligamento)
90°C (alarme)                                             8.13.2. Dimensionamento do mancal e Eixo
                                                          para Acoplamento por Polias e Correias

                                                          Quando o acoplamento é por polias e correias deve-
                                                          se tomar cuidado especial com o eixo e o mancal do
                                                          motor. O peso da polia motor e conjunto com a
                                                          força da correia resulta em um esforço axial na
                                                          ponta de eixo. Normal é necessário reforçar o eixo e
                                                          o rolamento para suportar o esforço axial.
                                                          Nesta condição a Weg Máquinas tem como padrão
                                                          aumentar a ponta de eixo, usar rolamento de rolos
                                                          e usar aço AISI 4140 no eixo.
                                                          Para o correto dimensionamento do eixo e do
                                                          mancal e evitar a quebra do eixo ou do rolamento
                                                          são necessários os dados abaixo:
Figura 8.40a - Motor com mancal de rolamento a
graxa.                                                        F1                                     F2




                                                              F3                                     Acoplamento




Figura 8.40a - Motor com mancal de rolamento em
banho de óleo.
                                                          -   Tipo de Correia (V ou Plana)? ........................
                                                          -   Quantidade de Correias?..................................
                                                          -   Diâmetro da polia motora (DM)?................mm
                                                          -   Diâmetro da polia movida (da)?.................mm
                                                          -   Distância entre os centros das polias
                                                              (DC)?........................................................mm
                                                          -   Largura da polia (L)?...................................mm
                                                          -   Distância entre o centro das correias ao encosto


                                                     59
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



    do eixo (x)?............................................mm
-   Qual das figuras acima refere-se a aplicação? F1,
    F2, F3.
-   Qual o ângulo entre as duas polias
    (Beta)?...................................................graus


8.13.3. Mancal de Bucha

Os mancais (casquilhos) são separados em dois
setores corretamente posicionados por pinos e este
fato permite a sua inspeção sem necessidade da
retirada do motor do local da instalação. São
isolados eletricamente da carcaça do motor
impedindo assim a circulação de correntes parasitas
                                                                           Figura 8.42. - Motor com mancal de bucha.
pelo eixo da máquina.

Apresenta uma folga axial de alguns milímetros,
esta varia com o tamanho do mancal. A montagem
do rotor é feita de tal maneira que o centro
magnético do motor fique na posição tal que o rotor
tenha folga para os dois lados, ou seja, a folga axial
fique dividida por dois. Para indicar a posição do
centro magnético há um indicador fixo no mancal
dianteiro, este indica a posição correta na direção
de três marcas em cima da ponta de eixo. Uma
marca indica o limite do rotor para trás, a outra o
limite do rotor para frente e a do centro é a posição
do centro magnético (posição de montagem e
trabalho do motor).

NOTA: O motor deve ser acoplado de tal
maneira que o indicador fique posicionado na                               Figura 8.43. - Casquilho e anel pescador.
marca centra (ver na ponta de eixo). Caso o
mancal trabalhe encostado para frente ou
para trás, o mancal sofrerá sobre-
aquecimento e a queima do mesmo.

Uma grande vantagem do mancal de bucha em
relação ao rolamento:
- Vida útil bem maior.
- Suporta rotações elevadas.
- Suporta maior esforço radial combinado com a
    rotação.

A principal desvantagem em relação ao rolamento é
o seu preço.

Limites de temperatura:
120ºC - Desligamento
100ºC – Alarme


                                                                           Figura 8.44. - Motor com mancal de bucha tipo
                                                                           pedestal.




                                                                      60
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



Mancal de Bucha dianteiro                            Mancal de Bucha traseiro




                                                     Onde:
Onde:
                                                     1. Bujão de dreno
1. Bujão de dreno
                                                     2. Carcaça do mancal
2. Carcaça do mancal
                                                     3. Carcaça do motor
3. Carcaça do motor
                                                     4. Parafuso para montagem da capa da carcaça
4. Parafuso para montagem da capa da carcaça
                                                         do mancal
    do mancal
                                                     5. Capa da carcaça do mancal
5. Capa da carcaça do mancal
                                                     6. Parafuso da capa do mancal bipartido
6. Parafuso da capa do mancal bipartido
                                                     7. Selo máquina
7. Selo máquina
                                                     8. Parafuso do selo máquina
8. Parafuso do selo máquina
                                                     10. Olhal de suspensão
10. Olhal de suspensão
                                                     15. Casquilho superior
11. Defletor estacionário
                                                     16. Casquilho inferior
12. Parafuso do defletor estacionário
                                                     17. Anel pescador
13. Portador do selo labirinto
                                                     18. Selo labirinto
14. Parafuso do portador do selo labirinto
                                                     19. Mola circular elástica
15. Casquilho superior
                                                     21. Parafuso de montagem da carcaça do mancal
16. Casquilho inferior
                                                         carcaça do mancal
17. Anel pescador
                                                     22. Defletor inferior
18. Selo labirinto
                                                     23. Parafuso de união dos defletores
19. Mola circular elástica
21. Parafuso de montagem da carcaça do mancal
    carcaça do mancal
24. Defletor inferior
25. Parafuso de união dos defletores




                                                61
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



8.14. LIMITES DE RUÍDOS

Os motores Weg atendem as normas NEMA, IEC, e NBR que especificam os limites máximos de nível de potência
sonora, em decibéis. Os valores da tabela 8.3 estão conforme NBR 7565.


                                   NÍVEL DE POTÊNCIA SONORA EM dB(A)

      Graus de proteção            IP22 IP44 IP22 IP44 IP22 IP44 IP22 IP44 IP22 IP44 IP22 IP44
 Velocidade nominal (rpm)                          960<n      1320<n     1900<n     2360<n        3150<n
                                     n≤960
            "n"                                    ≤1320       ≤1900       ≤2360    ≤3150         ≤3750
    Faixas de potências                                    Nível de potência sonora
        nominais, P                                                  dB(A)
         Motores
     kW               cv
     P<1,1           P<1,5          73     73    76    76     77    78    79    81    81    84    82    86
   1,1<P≤2,2       1,5<P≤3,0        74     74    78    78     81    82    83    85    85    86    86    91
   2,2<P≤5,5       3,0<P≤7,5        77     78    81    82     85    86    86    90    89    93    93    95
   5,5<P≤11        7,5<P≤15         81     82    85    85     88    90    90    93    93    97    97    96
   11<P≤22          15<P≤30         84     86    88    88     91    94    93    97    96    100   97    100
   22<P≤37          30<P≤50         87     90    91    91     94    98    96    100   99    102   101   102
   37<P≤55          50<P≤75         90     93    94    94     96    100   98    102   101   104   103   104
   55<P≤110        75<P≤150         93     96    97    95     100   103   101   104   103   106   105   106
  110<P≤220        150<P≤300        97     99   100   102     103   106   103   108   105   109   107   110
  220<P≤630        300<P≤860        99    102   103   105     106   108   106   109   107   111   110   113
  630<P≤1100      860<P≤1500        101   105   106   108     108   111   108   111   109   112   111   116
 1100<P≤2500     1500<P≤3400        103   107   108   110     109   113   109   113   110   113   112   118
 2500<P≤6300     3400<P≤8600        106   109   110   112     110   115   111   115   112   115   114   120
Tabela 8.3. - Nível de potência sonora em dB(A).


Com o objetivo de limitar ainda mais os níveis de
ruído nos motores, a WEG desenvolveu, e está em
constantemente desenvolvendo, vários tipos de
abafadores ou atenuadores de ruídos e carenagens,
que possibilitam (juntos) obter valores bem abaixo
da tabela 8.3.

A medição do nível de ruído é executada conforme
representado na figura 8.45 abaixo, a uma distância
de um metro (1m), seguindo a seqüência de 1 a 8.
O valor informado nas folhas de dados sempre é o
valor médio dos 8 pontos.

As medições, normalmente feitas em laboratório ou
no campo, são em Pressão Sonora, sendo que a
tabela da norma é em Potência Sonora.
                                                            Figura 8.45. – Pontos de medição do Nível de
                                                            Ruído.




                                                      62
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



A transformação de Potência Sonora para Pressão             que se referem os níveis da severidade de vibração
Sonora, conforme abaixo (Norma IEC60034-9):                 estão indicadas na figura 8.34.

             Lp = Lw – 10.log (S/So)

Lp – é o nível de pressão sonora em campo aberto
em uma superfície de reflexão a 1m da máquina.
Lw – é o nível de potência sonora determinado
conforme procedimento desta norma.
So – é 1m².
S – é a superfície que envolve a máquina a 1m, de
acordo com a norma ISO3744 e a seguinte regra:
a) Altura de eixo <=280mm        Área da superfície
   (S) é um hemisfério (m²).
b) Altura de eixo >280mm Área da superfície (S)
   é um paralelepípedo (m²).

                                                            Figura 8.46. - Pontos de Medição.
8.15. VIBRAÇÃO
                                                            8.16. BALANCEAMENTO
A vibração de uma máquina elétrica está
intimamente relacionada com sua montagem e por
                                                            Conforme a NBR-8008, balanceamento é o processo
isso é geralmente desejável efetuar as medições de
                                                            que procura melhorar a distribuição de massa de
vibração nas condições reais de instalação e
                                                            um corpo, de modo que este gire em seus mancais
funcionamento.
                                                            sem forças de desbalanceamento.
A tabela 8.4 indica os valores admissíveis para a
                                                            Muitas vezes não é fácil reconhecer a relação entre
máxima velocidade de vibração, para motores
                                                            o desbalanceamento do rotor e as vibrações da
elétricos, para dois graus: A e B - conforme norma
                                                            máquina sob condições de operação. As vibrações
IEC 60034-14.
                                                            da máquina podem provir apenas parcialmente da
                                                            presença de desbalanceamento do rotor.
Grau A: Aplicado a máquinas sem exigências
especiais de vibração.
                                                            A amplitude das vibrações é influenciada por vários
Grau B: Aplicado em máquinas com exigências
                                                            fatores, tais como:
especiais de vibração. Montagem rígida não é
                                                            - Massa vibratória das carcaças da máquina e sua
considerado aceitável para máquinas com altura de
                                                                fundação.
eixo menor que 132.
                                                            - A rigidez dos mancais e fundação.
                                                            - Aproximação da velocidade de operação em
                       Valor Limite da Velocidade
                                                                relação a várias freqüências de ressonância,
Classe de               de Vibração (mm/s) para
                                Carcaças                        etc.
Balancea- Montagem
 mento                                                      - Problemas de montagem da máquina,
                                  132 a
                      56 a 132
                                   280
                                           H > 280              acoplamento, ou do conjunto máquina
                                                                acionante / acoplamento / carga.
    A         Livre      1,6         2,2     2,8            - Projeto estrutural da máquina, acoplamento ou
             Rígida      1,3         1,8     2,3                da carga.
    B         Livre      0,7         1,1     1,8
             Rígida       --         0,9     1,5
Tabela 8.4. - Limites de Vibração.


8.15.1. Pontos de Medição

As medições da severidade de vibração devem ser
efetuadas sobre os mancais, na proximidade do
eixo, em três direções perpendiculares, com a
máquina funcionando na posição que ocupa sob
condições normais (com eixo horizontal ou vertical).        Figura 8.47. – Balanceamento.
A localização dos pontos de medição e as direções a

                                                       63
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



9. CARACTERÍSTICAS DE PARTIDA                               sistemas de partida, inclusive estrela-triângulo.
                                                            Entretanto, o alto custo dos contatores e/ou
9.1. LIMITAÇÃO DA CORRENTE DE                               disjuntores a vácuo, normalmente inviabiliza este
PARTIDA                                                     tipo de partida para motores de alta tensão.

Sempre que possível a partida de um motor trifásico         No gráfico a seguir:
de gaiola, deverá ser direta na rede ou plena               I∆ = corrente na ligação delta;
tensão, por meio de contatores à vácuo e/ou                 C∆ = conjugado na ligação delta;
disjuntores. Deve-se ter em mente que para um               IY = corrente na ligação estrela;
determinado motor as curvas de conjugados e                 CY = conjugado na ligação estrela;
corrente são fixas (quem determina o seu valor é a          n = rotação síncrona;
parte física do motor), independente da dificuldade         t1 = tempo ou rotação em que deverá ocorrer a
de partida, para uma tensão constante.                      comutação Y/∆.
Nos casos em que a corrente de partida do motor é
elevada podem ocorrer as seguintes conseqüências
prejudiciais:
a) Elevada queda de tensão no sistema de
    alimentação da rede, provocando interferência
    em equipamentos instalados neste sistema;
b) O sistema de alimentação (cabos, chaves,
    proteção, transformador) deverá ser sobre
    dimensionados, elevando os custos;
c) A imposição das concessionárias de energia
    elétrica que limitam a queda de tensão da rede.

Caso a partida direta na rede não seja possível,
devido aos problemas citados acima, pode-se usar
sistema de partida indireta para reduzir a corrente
de partida.
Estes sistemas de partida indireta (tensão reduzida,
variação de freqüência, por resistência) são:
• Chave estrela-triângulo;
• Chave compensadora ou auto-trafo;
• Chave de partida estática ou soft-start;                                                      tC     n
• Inversor de freqüência;
• Reostato para motores de anéis.
                                                            Figura 9.1. - Partida estrela-triângulo.

9.1.1. Chave Estrela-Triângulo
                                                            9.1.2. Chave Compensadora (Auto-
                                                            Transformador)
É fundamental para a partida com chave estrela-
triângulo que o motor tenha a possibilidade de
                                                            Para motores que irão partir com uma tensão
ligação em dupla tensão, ou seja, em 1350/2300V,
                                                            menor que a tensão nominal, a corrente e o
em 2400/4160V ou 3800/6600V. Os motores
                                                            conjugado de partida deverão ser multiplicados
deverão ter no mínimo seis bornes de ligação.
                                                            pelos fatores K1 (fator de multiplicação da corrente)
A partida estrela-triângulo poderá ser usada quando
                                                            e K2 (fator de multiplicação do conjugado) obtidos
a curva de conjugados do motor é suficientemente
                                                            no gráfico da figura 9.2.
elevada para poder garantir a aceleração da
máquina com a corrente reduzida. Na ligação
estrela, o conjugado fica reduzido para 25 a 33%
do conjugado de partida e a corrente de partida
para 33% do valor em da ligação triângulo. Por este
motivo, sempre que for necessária uma partida
estrela-triângulo, deverá ser usado um motor com
curva de conjugado de partida elevado.
Os motores Weg, quando solicitado pela aplicação,
são projetados para obter alto conjugado máximo e
de partida, sendo, portanto, aptos à maioria dos

                                                       64
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



                                                          variável aos terminais do motor durante a
                                                          "aceleração". Este comportamento é, muitas vezes,
                                                          chamado de "partida suave" (soft-starter). No final
                                                          do período de partida, ajustável conforme a
                                                          aplicação, a tensão atinge seu valor pleno após uma
                                                          aceleração suave ou uma rampa ascendente, ao
                                                          invés de ser submetido a incrementos ou "saltos"
                                                          repentinos, como ocorre com os métodos de partida
                                                          por auto-transformador, ligação estrela-triângulo,
                                                          etc. Com isso, consegue-se manter a corrente de
                                                          partida (na linha) próxima da nominal e com suave
                                                          variação, como desejado. Valor limite de corrente
                                                          permitido no motor é função da aplicação e do
                                                          projeto do motor.
                                                          Além da vantagem do controle da tensão (e por
                                                          conseqüência da corrente) durante a partida, a
                                                          chave eletrônica apresenta, também, a vantagem
                                                          de não possuir partes móveis ou que gerem arco
                                                          elétrico, como nas chaves mecânicas. Este é um
                                                          dos pontos fortes das chaves eletrônicas, pois sua
                                                          vida útil é bem mais longa (permite até centenas de
                                                          milhões de manobras).




Figura 9.2. - Fatores de redução K1 e K2.
                                                          C / Cn              Rotação (%)            Ip / In
A chave compensadora pode ser usada para a                Figura 9.3. - Partida Direta e com Soft-Starter por
partida de motores sob carga. Ela reduz a corrente        rampa de tensão.
de partida, evitando uma sobrecarga no circuito,
deixando, porém, o motor com um conjugado                 Onde:
"suficiente" para a partida e aceleração. A tensão        1. Corrente de partida direta;
na chave compensadora é reduzida através de auto-         2. Corrente de partida com soft-starter;
transformador que possui normalmente taps de 50,          3. Conjugado com partida direta;
65 e 80% da tensão nominal.                               4. Conjugado com soft-starter;
                                                          5. Conjugado da carga.
9.1.3. Partida Estática ou Soft-Starter
                                                          9.1.4. Partida com Inversor de Freqüência
O avanço da eletrônica permitiu a criação da chave
de partida a estado sólido a qual consiste de um          Por muitos anos, motores CA foram usados
conjunto de pares de tiristores (SCR, ou                  estritamente em aplicações de velocidade
combinações de tiristores/diodos), um em cada             constante. Tradicionalmente, com bombas,
borne de potência do motor.                               ventiladores e compressores, o controle da vazão
O ângulo de disparo de cada par de tiristores é           também foi realizado através de meios mecânicos
controlado eletronicamente para uma tensão

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DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



como o estrangulamento de válvulas e abafadores.             aterrado. Uma ponte retificadora trifásica é a fonte
Quando a velocidade variável era requerida,                  de alimentação de um motor acionado por Inversor
motores CC, juntamente com turbinas e motores de             de Freqüência. Em operação, somente duas fases
combustão interna, eram escolhidos.                          conduzem simultaneamente, portanto, a soma
O advento, de acionamentos de velocidade variável,           vetorial não é zerada. O centro do Link CC
confiáveis e de custo efetivo, mudaram rapidamente           movimenta-se e tem valores de tensão positivos e
estes procedimentos. Estes acionamentos, que                 negativos com relação ao terra (tensão de "Modo
regulam a velocidade do motor, controlando a                 Comum"), com magnitudes que variam com o
tensão e a freqüência da rede, tem alargado                  ângulo de disparo da ponte retificadora. A
vastamente a abrangência das aplicações e                    magnitude da tensão de Modo Comum em cada
capacidades dos motores CA.                                  perna da ponte pode ser igual à metade da tensão
O uso de controles de freqüência ajustável,                  nominal Fase-Neutro. Assim, a tensão total aplicada
entretanto, impacta no projeto, desempenho e                 nas fases do motor com conversor CA-CA pode ser
confiabilidade dos motores CA. Muitos efeitos são            duas vezes a tensão nominal de fase.
positivos. Velocidades baixas significam ciclos              Isto é um problema uma vez que motores não são
menores (portanto fadiga minimizada) dos                     normalmente projetados para operar com o dobro
rolamentos, ventoinhas e outros elementos                    da tensão nominal. Uma forma de solucionar este
girantes. A "Partida Suave" de um motor elimina os           fato é especificar motores com isolação suficiente
altos esforços da partida nos enrolamentos do                para suportar o dobro da tensão nominal (normal
estator e barras do rotor que são usuais quando a            quando se especifica um motor para operar com
partida ocorre diretamente na rede.                          variador de freqüência).
Acionamentos de freqüência ajustável podem
influenciar positivamente a vida útil do motor,              2) Harmônicas
quando adequadamente aplicados. Há, contudo,                 Os efeitos das harmônicas geradas pelo
uns poucos fatores importantes que devem ser                 acionamento podem afetar a operação, vida útil e
considerados quando do uso de motores com estes              desempenho do motor. Estes efeitos podem ser
acionamentos. Estes problemas são bem definidos e            divididos em 3 categorias: aquecimento, dielétrico e
administráveis e a seguir abordados. A ocorrência            mecânico.
de problemas, com a instalação destes                        A figura 9.4 ilustra um exemplo de forma de onda
acionamentos, será significativamente reduzida               de tensão (P.W.M.) e corrente que pode ser
quando estes fatores          já são considerados            fornecida à um motor por um inversor de
adequadamente na especificação técnica inicial.              freqüência.

Aspectos adicionais a serem considerados na
Especificação de Motor com Velocidade
Variável.

Aplicações com velocidade variável possuem mais
dos problemas de aplicação do que os motores com
velocidade constante, tais como, requisitos
específicos da carga , integridade da isolação,
vibrações, qualidade dos materiais e da construção.
Há cinco aspectos adicionais que devem ser levados
atentamente em consideração quando especificados
motores para aplicações com velocidade variável:
• Tensão de "Modo Comum";
• Harmônicas;
• Freqüências de Chaveamento e Ondas
   Estacionárias;
• Faixa de Velocidade;
• Aspectos na Partida.

1) Tensão de Modo Comum
Quando operado diretamente conectado à rede, o
motor é alimentado pela tensão de entrada trifásica.
Com uma fonte de alimentação regular (equilibrada)
trifásica, a soma de todos os vetores de fase é zero,        Figura 9.4 - Tensão e corrente no motor.
o neutro é estacionário e é usualmente mantido

                                                        66
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



As harmônicas de corrente são aditivos à corrente             corrente que afetam de forma variada a isolação do
fundamental, portanto geram calor adicional nos               motor.
enrolamentos do motor. Mesmo um valor de 30%                  Ocasionados pela freqüência de chaveamento,
(trinta por cento) de distorção de corrente num               picos de tensão ou alto dV/dt, terão impacto na
motor, não gera mais que 8% (oito por cento) de               vida útil dos enrolamentos do motor. A freqüência e
calor adicional (devido principalmente aos                    amplitude, desses surtos todos, influenciam a vida
enrolamentos do motor que se comportam como                   do isolamento e a provável forma de defeito.
um filtro).                                                   Uma recomendação conservadora e justa seria
É necessário que o fornecedor do acionamento                  requerer que o fabricante do acionamento
supra o fornecedor do motor com informações                   especificasse ao fabricante do motor qualquer outro
sobre as harmônicas geradas para permitir que o               requisito especial de isolação (visto que a utilização
motor seja devidamente projetado com a adequada               de filtros encareceria demais o inversor). Quando
capacidade de absorção/dissipação de calor para               necessário (geralmente acima de 20m) o usuário
contra-balancear qualquer perda e/ou aquecimentos             deverá prover ao fabricante do inversor/motor os
adicionais. Um motor operando com velocidade                  comprimentos estimados dos cabos, pois a partir
variável através de um inversor de freqüência deve            deste comprimento o aumento da capacitância da
atender os mesmos limites de elevação de                      linha em relação ao terra ocasiona a amplificação
temperatura que um motor operando com onda                    (pelo fenômeno da reflexão) dos picos de tensão,
senoidal pura.                                                que podem danificar o isolamento do motor. Este
As harmônicas de corrente podem originar emissão              efeito pode ser minimizado colocando filtros
maior de ruído audível. Os motores devem                      reativos na saída do conversor ou aumentando o
demonstrar que o limite de nível ruído sonoro é               isolamento das bobinas do motor.
atendido quando estes são acionados por inversores
estáticos de freqüência. Ainda, as harmônicas                 4) Faixa de Velocidade
também contribuem com o "Torque Pulsante". O                  Apesar da inércia não ser um problema para o
torque pulsante causa excitações torcionais que               motor com partida suave o é para o acionamento.
podem ter conseqüências destrutivas se não forem              Aplicações com centrífugas requerem que o motor e
apropriadamente dirigidas.                                    acionamento sejam dimensionados para as
Em casos extremos, a magnitude da pulsação é                  condições de máxima velocidade de operação.
suficientemente grande para criar contra-torques.             Cargas alternativas (ou outras cargas com toque
Em aplicações com baixa inércia tais como bombas              constante, tais como estrusoras, britadores e alguns
centrífugas diretamente acopladas, usualmente há              tipos de sopradores e compressores) devem ser
pouco perigo. Porém, aplicações em ventiladores ou            dimensionadas para condições de velocidade
em compressores de alta velocidade com redutores              mínima operacional.
de alta inércia há alto risco potencial. Esta situação        De qualquer ponto de vista razoável, os dados reais
potencialmente perigosa pode ser analisada e                  de carga devem ser fornecidos para todos os
evitada com segurança.                                        fornecedores de motores a fim de assegurar-se que
Uma análise torcional é normalmente realizada nos             o motor será capaz de partir e acelerar a carga e
elementos mais importantes do trem de                         funcionar dentro dos limites especificados de
acionamento. Com acionamento de velocidade                    temperatura e sob todas as condições de operação.
variável, itens adicionais devem ser acrescentados            Na maioria das aplicações com velocidade variável,
para análise. O Torque Pulsante deve ser incluído,            a máxima velocidade de operação é ou esta perto
pois as magnitudes deste e a fadiga resultante                da rotação nominal de um motor padrão ligado
podem então ser calculados. Em outros casos, pode             diretamente à rede.
ser requerida a modificação do diâmetro do eixo e             As operações em baixa velocidade não partilham os
fatores de concentração de tensões, para evitar               mesmos problemas de integridade mecânica das
falhas por fadiga nos elementos do trem de                    operações em alta velocidade, mas certamente
acionamento.                                                  partilham os problemas de mancais, lubrificação e
                                                              de refrigeração.
3) Freqüências de Chaveamento e Ondas                         A mínima velocidade de operação deve ser
Estacionárias                                                 especificada na Especificação ou Folha de Dados,
Além da possibilidade de gerar calor adicional, as            tendo em vista que o sistema de refrigeração do
formas de ondas dos acionamentos podem ter                    motor está ligado intimamente à sua rotação.
outros efeitos diretos no sistema de isolação dos             Operação à velocidade crítica pode resultar em
motores. Todos os acionamentos estáticos, utilizam-           níveis de vibração altos que podem levar à falha por
se de dispositivos eletrônicos de chaveamento na              fadiga dos componentes do trem de acionamento.
sua secção de inversão. A ação do chaveamento                 Para evitar este risco, deve-se especificar uma
(liga-desliga) produz picos e transientes de tensão e         máquina que não tenha qualquer freqüência crítica


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DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



dentro da faixa de operação pretendida, ou fazer           Durante as partidas o acionamento controla a
com que o inversor de freqüência "pule" esta               tensão e freqüência para permitir que o motor
rotação.                                                   trabalhe próximo do escorregamento e fluxo
Para a maioria das aplicações com motores de 04            nominais e esteja operando, na porção estável da
pólos e maiores, na faixa de 50% a 100% da                 curva Torque x r.p.m. Assim, para a maioria das
velocidade, tal solução é normal. Porém, com               aplicações e certamente para as cargas centrífugas,
motores de 02 pólos ou faixas mais amplas de               as correntes de partida são muito baixas, a
variação de velocidade pode haver uma grande               aceleração é suave e controlada, e por causa do
oportunidade para surgimento de problemas. Em              baixo escorregamento, o aquecimento do rotor é
motores maiores, de mais alta velocidade estas             bastante reduzido.
soluções podem ser custosas ou indisponíveis.
Utilizar motores que tenham freqüências críticas na
faixa de operação é possível, se eles tiverem uma
resposta em freqüência bem amortizada.
Alternativamente, o controle pode ser bloqueado
para operações em freqüências bem definidas, que
por sua vez limita a flexibilidade operacional do
acionamento.

5) Aspectos na Partida
Um aspecto positivo na operação de motores com
acionamento de freqüência variável é a partida
suave. As instalações típicas de acionamento são           Figura 9.6. - Curva típica de motor aplicado à
configuradas para limitar a corrente do motor a            inversor de freqüência.
100% da nominal, eliminando assim os esforços de
partida no isolamento do motor e na rede de                Considerações Importantes:
alimentação.                                               1) Quanto menor a tensão e a freqüência do
A maioria das aplicações são projetadas para                  estator, mais significativa é a queda de tensão
manter a relação V/Hz constante, mantendo o fluxo             neste, de modo que para baixas freqüências,
eletromagnético no entreferro do motor uniforme,              mantendo-se a proporcionalidade entre a
desta maneira, nas baixas freqüências a tensão será           freqüência e a tensão, o fluxo e
baixa (ver figura 9.5).                                       conseqüentemente o conjugado da máquina
                                                              diminui bastante. Para que isto seja evitado, a
       V                                                      tensão do estator para baixas freqüências deve
                                                              ser aumentada, através da compensação IxR,
      Vn                                                      conforme figura abaixo:




                          fn          f

        P
       Pn

                                                           Figura 9.7. - Curva Característica V/f com
                                                                             compensação I x R.

                                                           Para a faixa compreendida entre 0 a
                                                           aproximadamente 6 Hz, a relação entre V1 e f1 não
                           fn          f                   é determinada facilmente, pois dependem tanto de
                                                           f1 (freqüência estatórica) como de f2 (freqüência
Figura 9.5. - Variação linear de tensão e                  rotórica). Portanto, a elevação da tensão em baixas
freqüência.                                                freqüências depende também da freqüência do
                                                           escorregamento e conseqüentemente da carga;


                                                      68
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



2) Relações V1/f1 acima dos valores nominais estão          9.1.5. Partida com Reostato para Motores
   limitadas em função de que para altos valores            de Anéis
   de tensão ocorre a saturação e o conseqüente
   enfraquecimento do campo. Combinando as                  O motor de indução de anéis (rotor bobinado) pode
   equações já apresentadas e com a consideração            ter uma família de curvas, conjugado x velocidade,
   de pequenos valores de escorregamento e                  através da inserção de resistências externas no
   supondo f2 proporcional a f1, podemos dizer              circuito rotórico. Desta maneira, para uma dada
   que:                                                     velocidade, é possível fazer o motor fornecer
   - O conjugado máximo decresce com o                      qualquer valor de conjugado, até o limite do
       quadrado do aumento da velocidade (1/n2);            conjugado máximo. Assim é possível fazer com que
   - O        conjugado       nominal    decresce           o motor tenha altos conjugados na partida com
       hiperbolicamente com o aumento da                    correntes relativamente baixas (até a corrente do
       velocidade      (1/n),      e     decresce           conjugado máximo), bem como fazê-lo funcionar
       aproximadamente com o quadrado da                    numa dada velocidade com o valor de conjugado
       redução do fluxo (φ2);                               desejado.
   - O valor aproximado da velocidade máxima                Em cada uma das curvas da família de curvas, o
       com potência constante é:                            motor comporta-se de maneira que à medida que a
                      Cm x                                carga aumenta, a rotação cai gradativamente. À
              nm x < 
                            . nnom
                                                           velocidade síncrona, o conjugado motor torna-se
                      Cnom                                igual a zero.




Figura 9.8. - Enfraquecimento de campo para
valores de tensão e freqüência acima dos nominais.          Figura 9.9. - Família de curvas de conjugado x
                                                            velocidade para motores de anéis.
3) Em função de que as formas de onda, tanto de
   tensão como de corrente, produzidas pelos                A utilização de motores de anéis baseia-se na
   conversores de freqüência não são senoidais              seguinte equação:
   puras, ou seja, possuem um alto conteúdo de
   harmônicos de 5ª, 7ª, 11ª e 13ª ordem, as                                  3 R2 . I2
                                                                                      2
                                                                                               p j2
   perdas nos motores são maiores. Ainda, em                            s =               =
                                                                              ωo . T          ω0 . T
   função dos picos de tensão, o isolamento do
                                                            Onde:
   motor deve ser dimensionado para suportar até
                                                            s = escorregamento;
   o dobro da tensão nominal (linha). Portanto, faz-
                                                            R2 = resistência rotórica;
   se necessário uma redução nas características
                                                            I2 = corrente rotórica (A);
   nominais do motor de aproximadamente 12%.
                                                            ω0 = rotação síncrona (rd/s);
   Isto quer dizer que, estamos usando um motor
                                                            T = torque ou conjugado do rotor (Nm);
   com o tamanho físico de um com 12% a mais de
                                                            Pj2 = perdas no rotor (W).
   potência. Outra maneira de especificar seria, se
   temos um motor padrão para 80K de elevação,
                                                            A inserção de uma resistência externa no rotor faz
   para ficar no mesmo tamanho com alimentação
                                                            com que o motor aumente o "s", provocando a
   por inversor de freqüência deveremos especificar
                                                            variação de velocidade. Na figura 9.9, vemos o
   elevação de 105K.
                                                            efeito do aumento da resistência externa inserida
                                                            ao rotor.




                                                       69
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



9.2. COMPARAÇÃO ENTRE OS PRINCIPAIS MÉTODOS DE PARTIDA



    Partida        Controle                 Vantagem                          Desvantagem

                                • Limitação da corrente de       • Há uma queda também do
                                  partida.                         conjugado, o que pode acarretar
                                                                   problemas na partida se esta não for
                                • Baixo custo.                     considerada.
   Chave
                                • Muito utilizada para cargas de • Mudança brusca nos TAPs.
Compensadora
                                  baixa inércia.
                                                                 • Inadequado para cargas com altas
      Ou            Tensão
                                                                   inércias.
    Auto -
                                                                 • Vida útil limitada (número de
Transformador
                                                                   manobras).

                                                                 • Possibilidade de gerar faíscas ou
                                                                   arcos de tensão devido as partes
                                                                   móveis serem mecânicas.

                                • Limitação da corrente de       • Preço devido ao uso de componentes
 Soft-Starter                     partida.                         eletrônicos em alta tensão.

      Ou                        • Partida suave (existe uma      • Problemas para cargas com altas
                    Tensão
                                  rampa controlada de tensão       inércias e conjugado constante.
Partida Estática                  por meio de tiristores).
  (Eletrônica)
                                • Vida útil ilimitada.

                                • Limitação da corrente de       • Preço elevado.
                                  partida (próxima a nominal).
                                                                 • Motor deve ter isolamento adequado
  Inversor de                   • Acionamento de cargas com        (a operação do inversor gera picos de
  Freqüência        Tensão        altas inércias.                  tensão no isolamento do motor).

      Ou               e        • Controle de velocidade do      • Harmônicas, geram aquecimento
                                  motor.                           adicional.
  Variador de      Freqüência
  Freqüência                    • Opera acima da rotação         • Podem ser usados filtros para reduzir
                                  nominal do motor.                ou eliminar os efeitos prejudiciais do
                                                                   inversor ao motor, entretanto o custo
                                                                   deles é muito alto.

                                • Melhor condição para o         • Pior condição para a rede de
                                  motor.                           alimentação.
    Direta             -
                                • É a condição que causa o       • Pior condição em termos de
                                  menor aquecimento.               solicitações mecânicas.




                                                    70
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



10. CARACTERÍSTICAS DE                                     Na tabela a seguir, podemos observar o rendimento
ACELERAÇÃO                                                 de alguns tipos de acoplamentos mais utilizados.

                                                                                           FAIXA DE
10.1. POTÊNCIA NOMINAL
                                                            TIPO DE ACOPLAMENTO          RENDIMENTO
                                                                                             (%)
Quando se deseja escolher um motor para acionar
uma determinada carga, é preciso conhecer o                 Direto                            100
conjugado requerido pela carga, a rotação que esta          Embreagem
                                                                                               87 - 98
carga deve ter em condições nominais e as                   eletromagnética
condições de operação. Conhecendo-se também o               Polia com correia plana            95 - 98
tipo de acoplamento é possível saber qual é a               Polia com correia em "v"           97 - 99
rotação nominal do motor.
                                                            Engrenagem                         96 - 99
Portanto a potência nominal do motor é dada pela
seguinte expressão:                                         Roda dentada (correia)             97 - 98
                    2 . π .n .Cn                            Cardã                              25 - 100
            Pn =                     ou
                                                            Acoplamento hidráulico               100
                         60
                                                           Tabela 10.1. - Faixa de rendimentos para alguns
     Pn = 0,10472 . n . Cn = n . Cn / 9,5493               tipos de acoplamentos.

Onde:                                                      OBS.: A potência normalmente é expressa em kW,
Pn = potência nominal do motor em Watt;                    que é um múltiplo do Watt. Portanto: 1kW =
Cn= conjugado nominal do motor em Nm;                      1000W. Uma outra unidade de potência muito
n = rotação nominal do motor em r.p.m.                     utilizada na prática é o Cavalo Vapor (cv). A
                                                           relação entre cv e kW é mostrada abaixo:
Na equação da potência acima, considerou-se que o                           1cv = 0,736kW
conjugado requerido pela carga é igual ao
conjugado nominal do motor. Esta consideração só
é verdadeira para acoplamento direto.                      10.2. CONJUGADO RESISTENTE DA
Quando o acoplamento for com redução de                    CARGA
velocidade, o conjugado requerido pela carga deve
ser referido ao eixo do motor, da seguinte maneira:        É o conjugado requerido pela carga, e portanto,
                   1   n                                   depende do tipo de carga a ser acionada pelo
             Cn =    . c . Ccn                             motor. Porém todos podem ser representados pela
                  ηac nm
                                                           expressão:
Onde:                                                                                      x
nc = rotação da carga;
                                                                         Cc = C0 + k c . n
Ccn = conjugado nominal da carga em Nm;                    Onde:
  ac = rendimento do acoplamento;
                                                           Cc = conjugado resistente da carga em Nm;
nm = rotação do motor.                                     C0 = conjugado da carga para rotação zero (ou de
                                                           partida) em Nm;
O rendimento do acoplamento é definido por:                kc = constante que depende da carga;
                                                           n = rotação nominal do motor em r.p.m.
                          Pc
                     η=                                    x = parâmetro que depende da carga, pode
                          Pa                               assumir os valores - 1, 0, 1, 2.
Onde:
Pc = potência transmitida à carga;                         De acordo com a equação acima, percebe-se que, o
Pa = potência total fornecida pelo motor, ou               conjugado da carga varia com a rotação "n". Esta
potência do eixo do motor.                                 variação depende do parâmetro "x", desta forma,
                                                           as cargas podem ser classificadas em quatro
                                                           grupos:

                                                           1) Conjugado Constante:
                                                           Para este tipo de carga o parâmetro x é zero (x =
                                                           0), portanto:
                                                                       Cc = (Co + kc) = Constante




                                                      71
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



Nas máquinas deste tipo, o conjugado resistente          Exemplos de cargas com conjugado linear
(Cc) permanece constante durante a variação de           (aplicação muito rara):
velocidade e a potência consumida pela carga (Pc)        • Calandra com atrito viscoso (calandrar papel);
aumenta proporcionalmente com a velocidade.              • Centrífuga;
                                                         • Bombas de vácuo.
Logo: Pc = (Co + Kc) . n
                                                         3) Conjugado Quadrático:
                                                         Neste caso temos x=2 e o conjugado é dado por:

                                                                   Cc = Co + kc . n2 = Parabólico

                                                         Neste caso o conjugado varia com o quadrado da
                                                         rotação e a potência com o cubo da rotação. Logo:
                                                                        Pc = Co . n + kc . n³

                                                         Exemplos de cargas com conjugado quadrático:
                                                         • Bombas centrífugas;
                                                         • Ventiladores;
                                                         • Compressores centrífugos;
                                                         • Misturadores centrífugos.

Figura 10.1. - Conjugado contante.

Exemplos de cargas com conjugados constantes:
• Compressores a pistão;
• Talhas;
• Guindastes;
• Bombas a pistão;
• Britadores;
• Transportadores contínuos.

2) Conjugado Linear:
Neste grupo o parâmetro x é igual a 1 (x = 1),
então:
           Cc = Co + Kc * n = Linear                     Figura 10.3. - Conjugado quadrático.

Nestes tipos de máquinas o conjugado varia               4) Conjugado Hiperbólico:
linearmente com a rotação e a potência com o             Neste caso temos x = -1, e o conjugado é dado
quadrado da rotação. Portanto:                           por:
                                                                     Cc = kc / n = Hiperbólico
               Pc = Co * n + Kc .n2
                                                         Neste tipo de carga a constante C0 pode ser
                                                         considerada nula. Pela expressão acima percebe-se
                                                         que para n = 0 o conjugado seria infinito, o que
                                                         não tem sentido físico. Este fato na prática não
                                                         acontece porque a rotação da máquina só pode
                                                         variar entre um limite mínimo (n1) e máximo (n2).
                                                         A potência neste caso permanece constante, isto é,
                                                         não varia com a rotação, ou seja:

                                                                        Pc = kc = Constante




Figura 10.2 - Conjugado linear.



                                                    72
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



                                                            qual ele está girando e, também, da forma do corpo
                                                            e da maneira como sua massa está distribuída. A
                                                            unidade do momento de inércia é kgm2 (no S.I.).O
                                                            momento de inércia total do sistema é a soma dos
                                                            momentos de inércia da carga e do motor
                                                            (JT=JM+JC). No caso de uma máquina que tem a
                                                            "rotação diferente da rotação do motor" (por
                                                            exemplo, nos casos de acionamento por polias ou
                                                            engrenagens), a inércia da carga deverá ser
                                                            referida à rotação nominal do motor como mostra a
                                                            figura abaixo:

                                                                 MOMENTO DE INÉRCIA EM ROTAÇÕES
Figura 10.4. - Conjugado hiperbólico.                                     DIFERENTES

Exemplos de cargas com conjugado hiperbólico:
• Bobinadeira de papel;
• Bobinadeira de pano;
• Descascador de toras;
• Tornos (análise feita com conjugado constante,
   com elevado número de manobras em geral
   motores dupla velocidade);
• Bobinadeiras de fios.

5) Conjugados Não Definidos:
Neste caso não se aplica a equação completa para
conjugado resistente da carga, pois não podemos
determinar sua equação de maneira precisa, logo
temos que determinar o seu conjugado utilizando             Figura 10.6. - Momento de inércia em rotações
técnicas de integração gráfica. Na prática, analisa-        diferentes.
se como conjugado constante, pelo máximo valor                                             2
                                                                                   nc 
de torque absorvido.                                                   Jce = Jc .  
                                                                                             [kgm2]
                                                                                   nm 
                                                            Onde:
                                                            Jce = momento de inércia da carga referido ao eixo
                                                            do motor;
                                                            Jc = momento de inércia da carga;
                                                            nc = rotação da carga;
                                                            nm = rotação nominal do motor.

                                                            OBS.:
                                                            Uma grandeza muito usada para medir o momento
                                                            de inércia é o     "Momento    de     Impulsão",
                                                            conhecido como GD2 da carga, expresso em kgfm2.
Figura 10.5. - Conjugado não definido.                      Sua relação com o momento de inércia é dado por:
                                                            J=GD2/4.

10.3. INÉRCIA DA CARGA
                                                            10.4. CONJUGADO MÉDIO DA CARGA
O momento da inércia (ou "J") da carga acionada é
uma das características fundamentais para verificar,        Conhecendo-se a curva do conjugado da carga é
através do tempo de aceleração, se o motor                  possível se determinar o conjugado médio. O
consegue acionar a carga dentro das condições               conhecimento do conjugado médio é importante no
exigidas pelo ambiente ou pela estabilidade térmica         cálculo do tempo de aceleração.
do material isolante. Momento da inércia é uma
medida da resistência que um corpo oferece a uma
mudança em seu movimento de rotação em torno
de um dado eixo. Depende do eixo em torno do

                                                       73
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



                                                         • Co (Conjugado básico) - é o conjugado calculado
                                                           em função da potência e velocidade síncrona.
                                                                          716 . P (cv)   974 . P (kW)
                                                            C0 (kgfm) =                =
                                                                            ns (rpm)       ns (rpm)

                                                                        7094 . P (cv)   9550 . P (kW)
                                                            C0 (Nm) =                 =
                                                                          ns (rpm)        ns (rpm)

                                                         • Cn (Conjugado nominal ou de plena carga) - é o
                                                           conjugado desenvolvido pelo motor à potência
                                                           nominal, sob tensão e freqüência nominais.
                                                         • CP (Conjugado com rotor bloqueado ou conjugado
                                                           de partida ou, ainda, conjugado de arranque) - é
                                                           o conjugado mínimo desenvolvido pelo motor com
Figura 10.7. - Curva de conjugado nominal e médio          o rotor bloqueado, para todas as posições
de uma carga típica.                                       angulares do rotor, sob tensão e freqüência
                                                           nominais. Ainda, esta definição leva em conta o
O conjugado médio da carga pode ser obtido                 fato de que o conjugado com o rotor bloqueado
graficamente, bastando que se observe que a área           pode variar um pouco conforme a posição em que
B1 seja igual a área B2.                                   se trava o motor. O conjugado de partida pode
                                                           ser expresso em Nm ou, mais comumente, em
                                                           porcentagem do conjugado nominal.
10.5. CONJUGADO E ROTAÇÃO DO
                                                                                CP (Nm)
MOTOR                                                               CP (%) =            . 100
                                                                                Cn (Nm)
Conforme foi explicado no capítulo 2, o motor de          Na prática, o conjugado do rotor bloqueado deve
indução tem conjugado igual a zero na rotação             ser o mais alto possível, para que o rotor possa
síncrona. À medida que a carga vai aumentando, a          vencer a inércia inicial da carga e possa acelerá-la
rotação do motor vai caindo gradativamente, até           rapidamente, principalmente quando a partida é
um ponto em que o conjugado atinge o valor                com tensão, reduzida.
máximo que o motor é capaz de desenvolver nesta
rotação. Se o conjugado da carga aumentar mais, a        • Cmin (Conjugado mínimo) - é o menor conjugado
rotação do motor cai bruscamente, podendo chegar           desenvolvido pelo motor ao acelerar desde a
a travar o rotor. Representando num gráfico a              velocidade zero até a velocidade correspondente
variação do conjugado com a velocidade para um             ao conjugado máximo.
motor normal, vamos obter uma curva com aspecto           Na prática, este valor não deve ser muito baixo,
representado na figura 10.8.                              isto é, a curva não deve apresentar uma
Na curva abaixo destacamos e definimos alguns              depressão acentuada na aceleração, para que a
pontos importantes. Os valores dos conjugados              partida não seja muito demorada, sobre-
relativos a estes pontos são especificados pela            aquecendo o motor, especialmente nos casos de
norma NBR 7094 da ABNT, e são apresentados a               alta inércia ou partida com tensão reduzida.
seguir:                                                  • Cmáx (Conjugado máximo) - é o maior conjugado
                                                           desenvolvido pelo motor sob tensão e freqüências
                                                           nominais, sem queda brusca de velocidade. É a
                                                           máxima sobrecarga que o motor suporta quando
                                                           este está trabalhando nas condições nominais.Na
                                                           prática, o conjugado máximo deve ser o mais alto
                                                           possível, por duas razões principais:
                                                           1. O motor deve ser capaz de vencer, sem
                                                               grandes dificuldades, eventuais picos de carga,
                                                               como pode acontecer em certas aplicações,
                                                               como em britadores, calandras, misturadores e
                                                               outras;
                                                           2. O motor não deve arriar, isto é, perder
                                                               bruscamente a velocidade, quando ocorrem
                                                               quedas de tensão, momentaneamente,
Figura 10.8. - Curva de Conjugado x Rotação.                   excessivas.


                                                    74
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



10.6. CATEGORIAS - VALORES                                 As normas vigentes trazem alguns valores de
MÍNIMOS NORMALIZADOS                                       conjugados de partida, mínimo e máximo. Os
                                                           motores de alta tensão WEG possuem estes
Conforme as suas características de conjugado, em          conjugados sempre acima do mínimo exigido pelas
relação à velocidade e corrente de partida, os             normas. Os valores dos conjugado máximo e de
motores de indução trifásicos com rotor de gaiola,         partida encontram-se listados nos catálogos de
são classificados em categorias, cada uma                  motores de alta tensão da Weg Máquinas.
adequada a um tipo de carga. Estas categorias são
definidas na norma NBR 7094, e são as seguintes:
                                                           10.7. TEMPO DE ROTOR BLOQUEADO
Categoria N                                                (trb)
Conjugado de partida normal, corrente de partida
normal e baixo escorregamento. Constituem a                Tempo de rotor bloqueado é o tempo máximo de
maioria dos motores encontrados no mercado e               partida, ou seja, é o tempo pelo qual os fabricantes
prestam-se ao acionamento de cargas normais,               de motores elétricos garantem que a temperatura
como bombas, máquinas operatrizes, ventiladores,           limite da isolação dos enrolamentos não será
etc.                                                       ultrapassada, quando estes forem percorridos pela
                                                           corrente de partida.
Categoria H                                                Este tempo é um parâmetro que depende do
Conjugado de partida alto, corrente de partida             projeto da máquina. Encontra-se normalmente no
normal e baixo escorregamento. Usados para                 catálogo ou na folha de dados do fabricante.
cargas que exigem maior conjugado na partida,              Normalmente os valores apresentados são de
como peneiras, transportadores carregadores,               cálculo, somente em algumas aplicações especiais o
cargas de alta inércia, britadores, alguns tipos de        valor é determinado.
ventiladores, etc.                                         Na prática este tempo é determinado da seguinte
                                                           maneira:
Categoria D                                                - O rotor é bloqueado;
Conjugado de partida alto, corrente de partida             - Aplica-se a tensão e a freqüência nominais;
normal e alto escorregamento (maior que 5% ).              - A elevação da temperatura é registrada em
Usados em excêntricas e máquinas semelhantes,                   gráfico, através de um registrador, este
onde a carga apresenta picos periódicos. Usados                 conectado a sondas no rotor e estator, em
também em elevadores e cargas que necessitam de                 pontos estratégicos.
conjugado de partida muito alto e corrente de              - O ponto que mais rapidamente atingir a
partida limitada.                                               temperatura limite define o tempo de rotor
Este tipo de categoria não se aplica para motores               bloqueado.
com potência acima de 100kW (aproximadamente),
porque tecnicamente há grande dificuldade de se            A tabela 10.2 mostra os valores limites da
obter o escorregamento.                                    temperatura e do rotor bloqueado, de acordo com
As curvas de conjugado x velocidade das diferentes         as normas NEMA e IEC.
categorias podem ser vistas na figura 10.9.
                                                                                   Tmx
                                                            CLASSE
                                                                         NEMA       IEC                       Tmáx
                                                           TÉRMICA
                                                                        MG1.12.53 60079-7

                                                                B            175            185                80
                                                                F            200            210               105
                                                                H            225            235               125
                                                           Tabela 10.2. - Limites de temperatura com rotor
                                                           bloqueado.

                                                           Para partidas com tensão reduzida o tempo de rotor
                                                           bloqueado pode ser corrigido como segue:
                                                                                                          2
                                                                                                  Vn 
                                                                      trb ( V R ) = trb ( V n) . 
                                                                                                     
                                                                                                      
                                                                                                  VR 
Figura 10.9. - Curvas Conjugado x Velocidade das
diferentes categorias.

                                                      75
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



Onde:                                                     Analiticamente o conjugado motor médio pode ser
trb(VR) = tempo de rotor bloqueado com tensão             calculado pela integral:
reduzida;                                                                   1     n1
                                                                                          A − B.n
trb(Vn) = tempo d e rotor bloqueado com tensão               CMméd =             .∫                      . dn
nominal;
                                                                        n 2 − n 2 n2 C . n 2 − D . n + E
Vn = tensão nominal;
VR = tensão reduzida.                                     Como esta integral não é muito difícil de ser
                                                          resolvida, na prática é feita a integração gráfica.
                                                          Isto não é muito complicado, basta que se observe
10.8. CONJUGADO MOTOR MÉDIO                               que a soma das áreas A1 e A2 sejam igual a área
(CMmed)                                                   A3, como mostra a figura 10.10.

O conjugado mecânico no eixo do motor é dado              Usualmente temos:
pela expressão abaixo:
                       3 . R2 . I2                        a) Para motores com categorias N e H:
                                 2                              CMméd = 0,45 . [(Cp/Cn) + (Cm/Cn)] . Cn
            CMméd   =
                      2 . π . ns . s
Onde:
R2 = resistência de fase do rotor em Ohm;                 b) Para motores com categoria D:
I2 = corrente de fase do rotor em A;                                 CMméd = 0,6 . ( Cp/Cn ) . Cn
s = escorregamento do motor em p.u.;
ns = rotação síncrona.                                    Quando o conjugado nominal (Cn) é dado em kgfm,
                                                          basta multiplicar pela aceleração da gravidade
A equação acima representa a curva de conjugado           (9,81) para obtermos em Nm.
do motor, que após algumas simplificações pode ser
representado pela expressão:
                           A - B.n                        10.9. TEMPO DE ACELERAÇÃO
           CMméd =
                      C . n2 - D . n + E                  Tempo de aceleração é o tempo que o motor leva
Onde:                                                     para acionar a carga desde a rotação zero até a
Cmméd = conjugado motor em Nm                             rotação nominal.
n = rotação do motor em rps                               O cálculo tempo de aceleração permite verificar, se
A,B,C,D,E = constantes positivas que dependem do          o motor consegue acionar a carga, dentro das
projeto do motor.                                         condições exigidas pela estabilidade térmica do
                                                          material isolante e que não ultrapasse o limite de
O valor destas constantes dependem do estado de           ruptura das barras ou da solda do rotor (entre
saturação magnética do núcleo do motor.                   barras e anel de curto circuito). O tempo de
Representando esta última equação em um gráfico,          aceleração também é um parâmetro útil para
obtemos a curva característica do conjugado médio         dimensionar o equipamento de partida e o sistema
do motor, conforme abaixo:                                de proteção.
                                                          O tempo de aceleração deve ser menor que o
                                                          tempo do rotor bloqueado (ou máximo tempo
                                                          permitido de aceleração).
                                                          Para um movimento de rotação é válida a relação:
                                                                                         dω
                                                                           Ca = J .
                                                                                         dt
                                                          Onde:
                                                          Ca = conjugado acelerador em Nm;
                                                          J = momento de inércia do corpo em kgm2;
                                                          ω = velocidade angular em rad/s.

                                                          A velocidade angular pode ser calculada por:
                                                                          ω = 2 . π . n
Figura 10.10. - Conjugado motor médio.



                                                     76
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



O conjunto médio de aceleração obtém-se a partir            Onde:
da diferença entre o conjugado do motor e o                 ta = tempo de aceleração em segundos;
conjugado da carga. Seu valor deveria ser calculado         nm = rotação nominal do motor em rpm;
para cada intervalo de rotação (a somatória dos             Jm = momento de inércia do motor em kgm2;
intervalos forneceria o tempo total de aceleração).         Jce = inércia da carga referida ao eixo do motor
Porém, na prática, é suficiente que se calcule              em kgm2;
graficamente o conjugado médio, isto é, a diferença         Cmméd = conjugado motor médio em Nm;
entre a média do conjugado do motor e a média do            Crméd = conjugado resistente médio em Nm.
conjugado da carga. Esta média pode ser obtida,
bastando que se observe que a soma das áreas A1
e A2 seja igual a área A3 e que a área B1 seja igual        10.10. POTÊNCIA DINÂMICA OU DE
a área B2, como mostra a figura 10.11.                      ACELERAÇÃO

                                                            O tempo de aceleração sempre deve ser menor ou
                                                            igual ao tempo de rotor bloqueado do motor. A
                                                            potência dinâmica é a potência necessária para
                                                            acelerar a carga até a rotação nominal em um
                                                            intervalo de tempo menor ou igual ao tempo de
                                                            rotor bloqueado.
                                                            Esta potência, na medida do possível, deve ser igual
                                                            à potência nominal do motor (motor não sobre-
                                                            dimensionado).      Porém,     dependendo        das
                                                            características da carga (inércia e conjugado), a
                                                            potência dinâmica pode assumir valores bem
                                                            maiores que a potência nominal ou há necessidade
                                                            de sobre-dimensionar o motor (potência de para
                                                            acelerar o motor é maior que a potência necessária
Figura 10.11. - Determinação gráfica do conjugado           em regime), ou ainda com este tipo de
médio de aceleração.                                        motor/acionamento não é possível a aceleração.
                                                            Nestes casos deverá ser feito um estudo técnico-
O conjugado acelerador pode ser substituído sem             econômico, para ver se é possível utilizar um
perda de precisão pelo conjugado acelerador médio           acoplamento hidráulico, eletromagnético ou de
dado por:                                                   ficção (embreagem). Dependendo do estudo
             Caméd = CMméd - CRméd                          técnico-econômico pode tornar-se evidente que a
                                                            melhor solução seria um outro tipo de motor, por
                 dω                                         exemplo, um motor de anéis ou motor de gaiola
Como, Ca = J .      temos:                                  acionado por inversor de freqüência.
                 dt

                                             dn
    CMméd - CRméd = ( Jm - Jce ) . 2 . π .
                                             dt

Portanto:
                        Jm + Jce
     dt = 2 . π .                   . dn
                      CMméd - CRméd

Integrando esta última equação, resulta:

        ta
                    J m + J ce     n
        ∫ dt =                   . ∫ dn
                 C Mméd − C Rméd 0
        0


               π . nm    Jm + Jce    
        ta =         .
                                     
                                      
                 30    CMméd - CRméd 



                                                       77
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                             TEMPO DE ACELERAÇÃO - MOTOR DE INDUÇÃO
 Conjugado Resistente da
                                Constante               Linear               Parabólico            Hiperbólico
         carga


 Curva:

          Conjugado
              x
           Rotação



                            • Compressor à     • Calandra              • Bomba centrífuga     • Bobinadeira de
                              pistão           • Centrífuga            • Ventilador             fios, panos e
          Exemplos          • Talha            • Bomba de vácuo        • Misturador             papel
              de            • Bomba à pistão                             centrífugo           • Descascador de
          aplicação         • Britador                                 • Compressor             toras
                            • Transportador                              centrífugo           • Torno
                              contínuo
                                                                                                   Inversor de
    Categoria do motor
                                   N/H                  N/H                            N          Freqüência no
        acionador
                                                                                                 enfraquecimento
   Conjugado médio de                               C 0 + C Cn               2 . C 0 + C cn      CCn - n2  n2 
                                                                                                          .ln  
      carga (CCméd)
                                   C Cn                                                                        
                                                        2                           3             n2 - n1      n1 
  Momento de inércia da                                                            2
                                                                           
  carga referida ao motor                                    Jce   = Jc .  nc 
                                                                           
            (Jce)                                                          nm 
  Relação de transmissão                                                nc
                                                                   R=
           (R)                                                          nm
   Conjugado resistente
                                                            CRméd = R . CCméd
      médio (CRméd)

   Conjugado          N/H                       CMméd = 0,45 . [(Cp/Cn) + (Cm/Cn)] . Cn
     motor
     médio            D                                 CMméd = 0,6 . (Cp/Cn) . Cn

                                                             π . nm  Jm + Jce   
   Tempo de aceleração                               ta =          .            
                                                                    
                                                              30  CMméd - CRméd 
                                                                                 

                             J = momento de inércia (kgm2)                   n = rotação (rpm)
          Unidades
                             C = conjugado (Nm)                              t = tempo (s)
Tabela 10.3 - Tempo de aceleração para motores de indução.




                                                   78
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



10.11. REGIME DE PARTIDA                                                FAIXA DE
                                                                       POTÊNCIAS                     SP / Pn
Devido ao valor elevado da corrente de partida dos                     NOMINAIS
motores de indução, o tempo gasto na aceleração de                                         kVA /          kVA /
                                                                    cv          kW
cargas de uma inércia apreciável (elevada) resulta na                                       cv             kW
elevação rápida da temperatura do motor. Se o                   >34≤140      >25≤100        8,1            11
intervalo entre partidas sucessivas for muito reduzido,
                                                                >140≤860     >100≤630          7,4             10
isto levará a uma aceleração de temperatura
excessiva nos enrolamentos, danificando-os ou                  Tabela 10.4. - Potência aparente com rotor
reduzindo sua vida útil. A norma NBR 7094                      bloqueado (SP/Pn) para motores trifásicos.
estabelece um regime de partida mínimo que os
motores devem ser capazes de realizar:
                                                               10.12.2. Indicação da Corrente ou Letra
a) Duas partidas sucessivas, sendo a primeira feita            Código
   com o motor frio, isto é, com seus enrolamentos à
   temperatura ambiente e a segunda logo a seguir,             A indicação do valor da corrente de rotor
   porém, após o motor ter desacelerado até o                  bloqueado na placa de identificação do motor é
   repouso;                                                    prescrita na norma NBR 7094, de maneira mais
b) Uma partida com o motor quente, ou seja, com os             direta que na norma antiga EB-120. De acordo
   enrolamentos à temperatura de regime.                       com EB-120, a placa mostrava uma letra código
                                                               padronizada que dava a indicação da faixa de
A primeira condição simula o caso em que a primeira            valores kVA/cv em que se situava a corrente de
partida do motor é malograda, por exemplo, pelo                rotor bloqueado do motor. Os valores
desligamento da proteção, permitindo-se uma                    correspondentes a essas letras do código de
segunda tentativa logo a seguir. A segunda condição            partida, são mostradas na tabela 10.5. Pela norma
simula o caso de um desligamento acidental do motor            NBR 7094, indica-se diretamente o valor de IP/In,
em funcionamento normal, por exemplo, por falta de             que é a relação entre a corrente de rotor
energia na rede, permitindo-se retomar o                       bloqueado e a corrente nominal.
funcionamento logo após o restabelecimento da
energia.                                                       Na norma MG 1 (PART 10, PAGE 8 item 10.32.2
                                                               apresenta a mesma tabela que relaciona corrente
                                                               de partida, rendimento e fator de potência. Nesta
10.12. CORRENTE DE ROTOR                                       norma a designação com o nome de CODE
BLOQUEADO                                                      LETTER é expressa em kVA/HP.

                                                                             kVA        0,736
10.12.1. Valores Máximos Normalizados                                            = IP .
                                                                              cv   In η . cos ϕ
Os limites máximos da corrente com rotor bloqueado,
em função da potência nominal do motor são válidos             Código      kVA / cv     Código         kVA / cv
para qualquer número de pólos, estão indicados na
tabela 10.4, expressos em termos da potência                       A       0 - 3,14        L           9,0 - 9,99
aparente absorvida com rotor bloqueado em relação
à potência nominal, kVA/cv ou kVA/kW.                              B      3,15 - 3,54      M          10,0 - 11,09

                                                                   C      3,55 - 3,99      N          11,2 - 12,49
kVA Potência aparente com rotor bloqueado
    =
 cv            Potência nominal                                    D       4,0 - 4,49      P          12,5 - 13,99
kVA      3 . IP . V        kVA      3 . IP . V                     E       4,5 - 4,99      R          14,0 - 15,99
    =               ;          =
 cv   P(cv) . 1000         kW    P(kW) . 1000
                                                                   F       5,0 - 5,59      S          16,0 - 17,99
Onde:                                                              G       5,6 - 6,29      T          18,0 - 19,09
IP = Corrente de rotor bloqueado, ou corrente de
partida;                                                           H       6,3 - 7,09      U          20,0 - 22,09
V = Tensão nominal (V);
P = Potência nominal (cv ou kW).                                   J       7,1 - 7,99      V          22,4 ou mais

                                                                   K       8,0 - 8,99
                                                               Tabela 10.5. - Códigos de partida.

                                                          79
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



11. SELEÇÃO E APLICAÇÃO DOS                                                                   TIPO
MOTORES ELÉTRICOS TRIFÁSICOS                                                      Motor de
                                                                                                     Motor de
DE ALTA TENSÃO                                                                   Indução de
                                                                PROJETO                             Indução de
                                                                                   Gaiola
                                                                                                       Anéis
                                                                                  Rotor de
Na engenharia de aplicação de motores é comum e,                                                  Rotor Bobinado
                                                                                   Gaiola
em muitos casos práticos, comparar as exigências da          Conjugado de
                                                                                     Baixo              Alto
carga com as características do motor.                       partida
Existem muitas aplicações que podem ser                      Corrente de
corretamente acionadas por mais de um tipo de                partida/ corrente       Alta              Baixa
motor, e a seleção de um determinado tipo, nem               nominal
                                                                                  > 160% do          > 180% do
sempre exclui o uso de outros tipos.                         Conjugado
                                                                                  conjugado          conjugado
Com o advento do computador, o cálculo pode ser              máximo
                                                                                   nominal            nominal
aprimorado, obtendo-se resultados precisos que
                                                             Rendimento              Alto               Alto
resultam em máquinas dimensionadas de maneira
mais econômica.                                              Equipamento de      Simples para      Relativamente
                                                             partida             partida direta       simples
Os motores de indução Weg, de gaiola ou de anel, de
                                                             Equipamento de
baixa e alta tensão, encontram vasto campo de                proteção
                                                                                   Simples            Simples
aplicação, notadamente nos setores de siderúrgica,                                                Reostato requer
mineração, papel e celulose, saneamento, químico e           Espaço requerido      Pequeno           um espaço
petroquímico, cimento entre outros, tornando-se cada                                                   grande
vez mais importante a seleção do tipo adequado para                                                 Nos anéis e
cada aplicação.                                              Manutenção            Pequeno        escovas, sistema
A seleção do motor adequado, com respeito ao tipo,                                                de levantamento
conjugado, fator de potência, rendimento, elevação           Custo                   Baixo              Alto
de temperatura, isolação, tensão e grau de proteção          Tabela 11.1 - Comparação entre motor de indução
mecânica, somente pode ser feita, após uma análise           com rotor gaiola e de rotor bobinado ou anéis.
cuidadosa, considerando parâmetros como: custo
inicial, capacidade de rede, necessidade da correção         b) Conjugado de aceleração
do fator de potência, conjugados requeridos, efeito          Conjugado necessário para acelerar a carga à
da inércia da carga, necessidade ou não de regulação         velocidade nominal. O conjugado do motor deve
de velocidade, exposição da máquina em ambientes             ser sempre maior que o conjugado de carga, em
úmidos, poluídos e/ou agressivos.                            todos os pontos entre zero e a rotação nominal.
O motor assíncrono de gaiola é o mais empregado              No ponto de interseção das duas curvas, o
em qualquer aplicação industrial, devido a sua               conjugado de aceleração é nulo, ou seja, é
construção robusta e simples, além de ser a solução          atingido o ponto de equilíbrio a partir do qual a
mais econômica, tanto em termos de motores quanto            velocidade permanece constante. Este ponto de
de comando e proteção.                                       interseção entre as duas curvas deve
Na seleção correta dos motores, é importante                 corresponder a velocidade nominal.
considerar as características técnicas de aplicação e
as características de carga, no que se refere a              a) Errado
aspectos mecânicos para calcular:

a) Conjugado de partida
Conjugado requerido para vencer a inércia estática da
máquina e produzir movimento. Para que uma carga,
partindo da velocidade zero, atinja a sua velocidade
nominal, é necessário que o conjugado do motor seja
sempre superior ao conjugado da carga.




                                                        80
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



b) Certo                                                     2.   Características do ambiente:
                                                             a)   Altitude;
                                                             b)   Temperatura ambiente;
                                                             c)   Atmosfera do ambiente.

                                                             3.   Características construtivas:
                                                             a)   Forma construtiva;
                                                             b)   Potência em kW e velocidade em rpm;
                                                             c)   Fator de serviço;
                                                             d)   Sentido de rotação (horário ou anti-horário,
                                                                  olhando para ponta de eixo principal).

                                                             4. Características da carga:
                                                             a) Momento de inércia da máquina acionada e a
                                                                que rotação está referida (ao eixo do motor ou
                                                                da carga);
Figura 11.1. - Seleção de motor considerando o               b) Curva de conjugado resistente da carga;
conjugado resistente da carga.                               c) Dados de transmissão (acoplamento);
                                                             d) Cargas axiais e seu sentido, quando
Onde:                                                           existentes;
Cmáx = conjugado máximo;                                     e) Cargas radiais e seu sentido quando
CP = conjugado de partida;                                      existentes;
Cr = conjugado resistente;                                   f) Regime de funcionamento da carga (número
ns = rotação síncrona;                                          de partidas/horas).
n = rotação nominal.
                                                             Em resumo, a correta seleção do motor implica
O conjugado de aceleração assume valores bastante            que o mesmo satisfaça às exigências requeridas
diferentes para cada intervalo de rotação na fase de         pela aplicação específica.
partida. O conjugado médio de aceleração (Ca)                Sob este aspecto o motor deve, basicamente, ser
obtém-se a partir da diferença entre o conjugado do          capaz de:
motor e o conjugado da carga (ver capítulo 10).              • Acelerar a carga com tempo suficientemente
                                                                curto para que o aquecimento não venha a
c) Conjugado nominal                                            danificar as características físicas dos materiais
Conjugado nominal é o conjugado desenvolvido por                isolantes e demais componentes;
um motor para as condições nominais de freqüência            • Funcionar no regime especificado sem que a
e tensão.                                                       temperatura de suas diversas partes ultrapasse
O conjugado nominal de uma carga é o solicitado                 a classe do isolante, ou que o ambiente possa
pela carga, no eixo do motor, necessário para mover             vir a provocar a destruição do mesmo;
a carga em condições de funcionamento à velocidade           • Sob o ponto de vista econômico, funcionar
específica.    O     conjugado      requerido   para            com valores de rendimento e fator de potência
funcionamento de uma máquina pode ser constante                 dentro da faixa ótima para a qual foi
ou variar entre amplos limites. Para conjugados                 projetado.
variáveis, o conjugado máximo deve ser suficiente
(maior ou igual) para suportar picos momentâneos de
carga. As características de funcionamento de uma
máquina, quanto ao conjugado, podem dividir-se em
três classes, a saber, conjugado constante,
conjugado variável e potência constante (ver capítulo
10).
Para correta especificação do motor, são necessárias
as seguintes informações na consulta:

1. Características da rede de alimentação:
a) Tensão de alimentação do motor (e dos
   aquecedores internos, quando necessários);
b) Freqüência nominal em Hz;
c) Método de partida (quando esta informação não
   for fornecida, será considerado partida direta).

                                                        81
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



12. PROTEÇÃO E ACESSÓRIOS DE                                a potência nominal dos motores cresce, também
MOTORES ELÉTRICOS                                           cresce sua impedância de surto.
                                                            As fontes comuns de surtos de tensão são
Na filosofia da proteção a ser adotada para um              descargas atmosféricas na linha, operações de
determinado motor pesam o tamanho do motor, o               manobra (liga e desliga) e cargas de alta corrente
nível de tensão da rede de alimentação, o método            no mesmo circuito. Nos surtos de manobra, a
de partida, a importância da contribuição de uma            tensão geralmente não ultrapassa duas a três vezes
falta no motor para o sistema de alimentação, o             a tensão fase-neutro do sistema.
grau de necessidade da operação do motor em                 Embora as tensões de surto sejam altas, sua
questão para o processo industrial em curso, a              duração é muito pequena. Tipicamente, a onda se
política de reposição de motores da empresa e               eleva muito depressa (1 a 10 microsegundos),
considerações econômicas quanto ao custo da                 atingindo então seu valor máximo ("crista" da
proteção em relação ao custo do motor e ao custo            onda), decrescendo então muito mais lentamente,
de uma paralisação no processo industrial.                  atingindo 50% do seu valor máximo depois de 2 a
Serão abordados a seguir alguns tipos de proteções          150 microsegundos.
freqüentemente utilizadas em motores de alta                A proteção de máquinas girantes contra surtos
tensão.                                                     requer a limitação da tensão de impulso junto aos
                                                            terminais da máquina e a diminuição da inclinação
                                                            da frente de onda te tensão. A combinação dessas
                                                            duas condições é denominada "achatamento da
12.1. PROTEÇÃO DO ESTATOR
                                                            onda". Este achatamento da onda é obtido com a
                                                            instalação de pára-raios entre os terminais da
12.1.1. Proteção Contra Curtos-Circuitos
                                                            máquina e a carcaça aterrada.
                                                            Quando mais de uma máquina estiver ligada a um
As correntes elevadas que ocorrem em um curto
                                                            barramento comum é usual ligar-se os pára-raios
circuito tornam necessário isolar o motor afetado.
                                                            entre cada fase e a terra, desde que as carcaças
Dependendo do porte e tensão de alimentação do
                                                            das máquinas estejam ligadas a uma malha de terra
motor, é usual a utilização de um relé instantâneo
                                                            de baixa resistência e que seja a mesma dos pára-
ajustado para uma corrente ligeiramente acima da
                                                            raios.
corrente com rotor bloqueado, conjugado com um
                                                            A diminuição da inclinação da frente de onda é
relé ajustado para 3 a 4 vezes a corrente nominal
                                                            conseguida por capacitores em derivação ligados
do motor com temporização suficiente para não
                                                            aos terminais da máquina.
operar durante a partida. Para motores de grande
                                                            O uso de Capacitores e Para-Raios contra surtos na
potência e alta tensão, a proteção contra curto-
                                                            Weg Máquinas:
circuito é geralmente realizada por relés
                                                            - Para motores de 6.0kV e acima a Weg
secundários.
                                                                recomenda o seu uso.
                                                            - Para esta condição sempre é ofertamos com
                                                                Pára-Raios e Capacitores, ficando a critério do
12.1.2. Proteção Contra Surtos de Tensão -
                                                                cliente a instalação ou não.
Supressão de Transientes
                                                            - Esta medida visa a diminuição do risco de surtos
                                                                que são originários da rede de transmissão
O nível de isolamento de máquinas girantes é muito
                                                                (climáticos), transitórios oriundos de outras
menor que o de outros tipos de equipamentos
                                                                manobras na rede, disjuntores, etc.
elétricos. Tal nível para um transformador de 5kV
imerso em óleo, por exemplo, é de 60kV, ao passo
que para um motor de 4kV nominais é da ordem de
                                                            12.1.3. Proteção Diferencial
13kV. Esse nível é igual ao valor de pico da onda de
tensão aplicada durante 1 minuto no "ensaio de
                                                            O sistema de proteção diferencial exige que os dois
tensão aplicada" (2 vezes a tensão nominal + 1kV).
                                                            terminais de cada fase do motor sejam acessíveis.
Um enrolamento de máquina de corrente alternada
                                                            As maiores vantagens de um sistema de proteção
pode ser considerado como uma pequena linha de
                                                            diferencial são a alta sensibilidade, alta velocidade e
transmissão, com reflexão e refração de onda nos
                                                            o fato de operar somente sob faltas internas ao
terminais, impedância de surto, etc. A maior
                                                            motor, não sendo sensível às sobre-correntes
solicitação do ponto de vista da tensão de impulso
                                                            durante a partida. Sistemas de proteção diferencial
geralmente ocorre nas primeiras espiras do
                                                            não exigem coordenação com outras proteções no
enrolamento, pois o surto vai sendo atenuado ao
                                                            sistema.
longo do enrolamento. Motores elétricos têm
                                                            Os transformadores de corrente vão, via de regra,
impedância de surto na faixa de 150 a 1500 ohms,
                                                            instalados na caixa de ligação do motor, o que
tipicamente, na medida em que a tensão nominal e

                                                       82
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



implica que, quando se deseja utilizar este tipo de
proteção, caixas de ligação maiores que as usuais
são necessárias.


12.2. PROTEÇÃO TÉRMICA PARA
MOTORES DE ALTA TENSÃO

A proteção térmica é efetuada por meio de
termoresistências      (resistência       calibrada),
termistores, termostatos ou protetores térmicos. Os
tipos de detectores a serem utilizados são                   Figura 12.1. – Detector de temperatura em mancal
determinados em função da classe de temperatura              de Bucha.
do isolamento empregado, de cada tipo de máquina
e da exigência do cliente. Vejamos a seguir alguns
tipos de protetores mais utilizados pelo mercado de                                 Para mancais
motores de alta tensão.                                                             de rolamento



12.2.1. Termoresistores

Esses tipos de detectores, usualmente conhecidos
como "RTD" – “Resistence Temperature Dependent”
ou Resistência Calibrada - são elementos onde sua
operação é baseada na característica de variação da
resistência com a temperatura, intrínseca a alguns
materiais (geralmente platina, níquel ou cobre).
Possuem resistência calibrada, tem como
                                                                           Para mancais
característica uma dependência linear entre a
                                                                           de bucha
resistividade do material do sensor e a temperatura
a que está submetido. Isto possibilita um
acompanhamento contínuo do processo de                       Figura 12.2. - Visualização do aspecto externo dos
aquecimento do motor pelo display do controlador,            termoresistores.
com alto grau de precisão e sensibilidade de
resposta.
Sua aplicação é ampla nos diversos setores da                12.2.2. Termistores (PTC e NTC)
técnica de medição e automatização de temperatura
nas indústrias em geral. Geralmente, aplica-se em            São detectores térmicos compostos de sensores
instalações de grande responsabilidade como, por             semicondutores que variam sua resistência
exemplo, em regime intermitente muito irregular.             bruscamente ao atingirem uma determinada
Um mesmo detector pode servir para alarme e para             temperatura.
desligamento.
Os RTD's mais comuns são denominados "de                     PTC - coeficiente de temperatura positivo.
platina" e de "cobre", que tem sua resistências a            NTC - coeficiente de temperatura negativo.
0ºC respectivamente de 100 e 10 Ohms. A
utilização de RTD's para motores, especialmente no           O tipo "PTC" é um termistor cuja resistência
Brasil, tem sido até o momento feita em maior                aumenta bruscamente para um valor bem definido
número com os "de platina" ou Pt100.                         de temperatura, especificado para cada tipo. Essa
                                                             variação brusca na resistência interrompe a
                                                             corrente no PTC, acionando um relé de saída, o
                                                             qual desliga o circuito principal. Também pode ser
                                                             utilizado para sistemas de alarme ou alarme e
                                                             desligamento (2 por fase).
                                                             Para o termistor "NTC" acontece o contrário do
                                                             PTC, porém, sua aplicação não é normal em
                                                             motores elétricos, pois os circuitos eletrônicos de
                                                             controle disponíveis, geralmente são para o PTC
                                                             (aumento de resistência).

                                                        83
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



Os termistores possuem tamanho reduzido, não
sofrem desgastes mecânicos e têm uma resposta
mais rápida em relação aos outros detectores,
embora permitam um acompanhamento contínuo
do processo de aquecimento do motor. Os
termistores com seus respectivos circuitos
eletrônicos de controle oferecem proteção completa
contra sobre-aquecimento produzido por falta de
fase, sobrecarga, sob ou sobre tensões ou
freqüentes operações de reversão ou liga-desliga.
Possuem um baixo custo, relativamente ao do tipo
RTD, porém, necessitam de relé para comando da
atuação do alarme ou operação.
                                                          Figura 12.5. – Motor da linha M com vários
                                                          termômetros.


Figura 12.3. - Visualização do aspecto externo dos        12.2.4. Termostatos
termistores.
                                                          São detectores térmicos do tipo bimetálico com
                                                          contatos de prata normalmente fechados, que se
                                                          abrem quando ocorre determinada elevação de
12.2.3. Termômetro
                                                          temperatura. Quando a temperatura de atuação do
                                                          bimetálico abaixar, este volta a sua forma original
Existem vários tipos de termômetro, um modelo
                                                          instantaneamente permitindo o fechamento dos
usual que a Weg usa nos mancais é o da figura
                                                          contatos novamente.
12.3.
                                                          Os termostatos podem ser destinados à sistemas de
A aplicação normalmente é no mancal, também
                                                          alarme, desligamento ou ambos (alarme ou
pode ser usado para medir o ar interno do motor e
                                                          desligamento) de motores elétricos trifásicos,
no trocador de calor.
                                                          quando solicitado pelo cliente. São ligados em série
Estes termômetros apresentam indicador local e
                                                          com bobina do contator. Dependendo do grau de
para a sinalização remota podem possuir contatos
                                                          segurança e da especificação do cliente, podem ser
auxiliares normalmente abertos e fechados (NA
                                                          utilizados três termostatos (um por fase) ou seis
ou/e NF).
                                                          termostatos (grupos de dois por fase).
Em aplicação onde há ambiente de risco estes
                                                          Para operar em alarme e desligamento (dois
devem ser somente com o indicador colocado no
                                                          termostatos por fase), os termostatos de alarme
motor.
                                                          devem ser apropriados para atuação na elevação de
                                                          temperatura prevista do motor, enquanto que os
                                                          termostatos de desligamento deverão atuar na
                                                          temperatura máxima do material isolante.




Figura 12.4. – Termômetro com indicador local.


                                                          Figura 12.6. – Detector de temperatura na
                                                          bobinagem do estator.




                                                     84
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão




Figura 12.7. - Visualização do aspecto interno e externo do termostato.


                 COMPARAÇÃO ENTRE OS DETECTORES DE TEMPERATURA MAIS COMUNS

                               TERMORESISTOR               TERMISTOR
                                                                                   TERMOSTATO
                                   (RTD's)                 (PTC e NTC)

 Mecanismo de                                                                  • Contatos móveis
                              Resistência calibrada    Resistor de avalanche
 proteção                                                                      • Bimetálicos
 Disposição no
                              Interior da ranhura      Interior da ranhura     Interior da ranhura
 enrolamento
                                                                               • Atuação direta
                              Comando externo de       Comando externo de
 Forma de atuação                                                              • Comando externo de
                              atuação na proteção      atuação na proteção
                                                                                 atuação da proteção
                              Corrente de
 Limitação de corrente                                 Corrente de comando     Corrente do comando
                              comando
 Tipo de sensibilidade        Temperatura              Temperatura             Corrente e temperatura
 Número de unidades
                              3 ou 6                   3 ou 6                  3 ou 6
 por motor
                              Alarme e/ou              Alarme ou
 Tipos de comando                                                              Alarme ou desligamento
                              desligamento             desligamento
Tabela 12.1 - Comparativa entre os detectores de temperatura mais comuns.




                                                      85
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



13. ENSAIOS
                                                            13.2. LABORATÓRIO DE ENSAIOS
A finalidade deste capítulo é definir os ensaios que
podem ser realizados por solicitação de clientes,           Segue listadas abaixo algumas características do
com ou sem presença de inspetor.                            laboratório de ensaios da WEG Máquinas para
São agrupados em ensaios de rotina, tipo e                  motores de alta tensão:
especial, conforme definidos pela norma NBR-7094.           • Tensão de teste: 220V a 15kV;
Para a realização destes ensaios, deve ser seguida a        • Freqüência: 30 a 60Hz;
NBR-5383, que define os procedimentos para a                • Potência do laboratório: 10MVA;
execução dos ensaios.                                       • Potência plena carga horizontal: 5000kW;
A seguir são listados os ensaios de rotina e tipo,          • Potência plena carga vertical: 1400cv;
protótipo e especial. Outros ensaios não citados,           • Rotação 300 a 3600rpm;
podem ser realizados pelo fabricante, desde que             • Emissão de relatórios de ensaios via
exista um acordo entre as partes interessadas.                 computador, de forma rápida e precisa;
                                                            • Equipamentos de software de última geração;
                                                            • Regular fator de potência;
13.1. TIPOS DE ENSAIOS                                      • Recuperação de energia (cerca de 75%).

13.1.1. Ensaio de Rotina

• Ensaio de resistência elétrica, a frio;
• Ensaio em vazio. Medição da corrente e potência
  absorvida com tensão nominal;
• Ensaio com rotor bloqueado. Medição da
  corrente, potência consumida e conjugado em
  tensão nominal ou reduzida (caso não seja
  possível com a nominal);
• Ensaio de tensão secundária para motores com
  rotor bobinado;
• Ensaio de tensão suportável;
• Resistência de isolamento.


13.1.2. Ensaio de Tipo

• Ensaio de rotina;
• Ensaio de elevação de temperatura;
• Ensaio da resistência elétrica, a quente;
• Ensaios relativos a potência fornecida. Medição
  do rendimento, fator de potência, corrente e
  velocidade com 50%, 75% e 100% da potência
  nominal;
• Ensaio de conjugado máximo com tensão
  nominal ou reduzida (caso não seja possível com
  a tensão nominal).


13.1.3. Ensaios Especiais

• Ensaio em partida. Levantamento das curvas
  características de conjugado e corrente em
  função da velocidade. A tensão deve ser nominal
  ou reduzida (caso não seja possível com a
  nominal);
• Ensaio de sobrevelocidade;
• Ensaio de nível de ruído;
• Ensaio de tensão no eixo;
• Ensaio de vibração.

                                                       86
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão




                            Figura 13.1. - Parte de potência do laboratório de alta tensão.




Figura 13.2. - Bancada de testes.




                                Figura 13.3. - Ensaio de um motor da linha "M" de alta tensão.


                                                     87
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



13.2. RELATÓRIOS DE ENSAIO

13.2.1. Relatório de Tipo




                                                  88
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13.2.1. Relatório de Rotina




                                               89
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13.2.1 Relatório de Vibração




                                               90
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13.2.1. Relatório de Ruído




                                               91
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



14. ANEXOS                                                       reuniões da Convenção Internacional do Metro, e
                                                                 cuja 11ª Conferência Geral de Pesos e Medidas de
                                                                 1960 estabeleceu as bases para o Sistema
14.1. SISTEMA INTERNACIONAL DE
                                                                 Internacional (SI).
UNIDADES
                                                                 O Brasil como membro desta entidade
                                                                 internacional, publicou em 12 de setembro de
14.1.1. Generalidades
                                                                 1968, o decreto-lei nº 63.233 relativo à matéria,
                                                                 aprovado o Quadro Geral de Unidades de Medida,
A preocupação mundial de se conseguir uma
                                                                 definindo assim de modo preciso sua posição
uniformização das unidades e métodos de medida
                                                                 entre outros países que ainda relutam em
vem de longa data, concretizando-se pelas
                                                                 compreender as vantagens desta uniformização.
regulamentações firmadas nas diversas e sucessivas

  GRANDEZAS           UNIDADES            GRANDEZAS             UNIDADES        GRANDEZAS            UNIDADES
Aceleração              m/s2            Fluxo magnético            Wb         Momento de inércia       kgm2
Aceleração angular      rad/s2          Freqüência                 Hz         Nível de potência          B
                          -1
Atividade                s              Força                       N         Número de ondas           m-1
                                        Gradiente de
Ângulo plano             rad                                       K/m        Potência                  W
                                        temperatura
Ângulo sólido             sr            Impulsão                   Ns         Pressão                  N/m2
Área                     m2             Indução magnética           T         Quantidade de luz         lms
                                                                              Quantidade de
Calor de massa          J/kgK           Indutância                  H                                    C
                                                                              eletricidade
                                        Intensidade de
Capacitância              F                                        V/m        Relutância               A/Wb
                                        campo elétrico
                                        Intensidade de
Condutância               S                                        A/m        Resistência elétrica       Ω
                                        campo magnético
Condutividade                           Intensidade
                        W/mK                                       cd         Resistividade             Ωm
térmica                                 luminosa
                                        Intensidade                           Resistividade de
Condutividade           S/m                                       W/sr                                Ωkg/m2
                                        energética                            massa
                                        Intensidade de                        Temperatura
Convergência              di                                        A                                    K
                                        corrente                              termodinâmica
Densidade de fluxo                      Intervalo de
                        W/m2                                      oitava      Tensão elétrica            V
de energia                              freqüências
Dose absorvida          J/kg            Comprimento                 m         Tensão superficial       N/m
                                        Luminância                       2
Eficiência luminosa     lm/W                                     W/srm        Tempo                      s
                                        energética
Emitância
                        l/m2            Luminância                cd/m2       Vazão                    m3/s
luminosa
Energia                   J             Iluminamento                lx        Velocidade                m/s
Entropia                 J/K            Massa                      kg         Velocidade angular       rad/s
                                                                              Viscosidade
Excitação luminosa       lxs            Massa específica          Kg/m3                                m2/s
                                                                              cinemática
                                                                              Viscosidade
Exposição               C/kg            Momento de força           Nm                                  Ns/m2
                                                                              dinâmica
Fluxo (de massa)        kg/s            Momento cinético          Kgm2        Volume                    m3
Fluxo luminoso           lm
Tabela 14.1. - Sistema internacional de unidades.




                                                           92
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



14.2. CONVERSÃO DE UNIDADES

                               TABELA DE CONVERSÃO DE UNIDADES
Grandeza      Multiplique                            Por          Para obter
                                 2
              Metro quadrado (m )                    1550         Polegada quadrada (sq.in)
Área          Polegada quadrada (sq.in)              6,94x10-3    Pé quadrado (sq.ft)
              Pé quadrado (sq.ft)                    0,0929       Metro quadrado (m2)

              Metro (m)                              39,37        Polegada (in)
Comprimento
              Polegada (in)                          0,0833       Pé (ft)
              Pé (ft)                                0,3048       Metro (m)

              Newton-metro (Nm)                      0,1019       Quilograma-força metro (mkgf) ou (mkp)
              Quilograma-força metro (mkgf)          7,235        Libra-força pé (lb.ft)
              Libra-força pé (lb.ft)                 16           Onça pé (oz.ft)
Conjugado
              Onça pé (oz.ft)                        0,0847       Newton-metro (Nm)
              Newton-metro (Nm)                      0,7376       Libra-força pé (lb.ft)
              Quilograma-força metro (mkgf)          115,7        Onça pé (oz.ft)

              Joule (J) ou Newton-metro (Nm)         0,102        Quilograma-força metro (mkgf) ou (mkp)
              Quilograma-força metro (mkgf)          2,73x10-6    Quilowatt-hora (kWh)
              Quilowatt-hora (kWh)                   2,66x106     Libra-força pé (lb.ft)
              Libra-força pé (lb.ft)                 0,3238       Caloria (cal)
Energia       Caloria (cal)                          4,187        Joule (J) ou Newton-metro (Nm)
              Joule (J) ou Newton-metro (Nm)         2,78x10-7    Quilowatt-hora (kWh)
              Quilograma-força metro (mkgf)          7,235        Libra-força pé (lb.ft)
              Quilowatt-hora (kWh)                   8,6x105      Caloria (cal)
              Libra-força pé (lb.ft)                 1,356        Joule (J) ou Newton-metro (Nm)

              Quilograma-metro quadrado (kgm2)       23,73        Libra-pé quadrado (sq.lb.ft)
Inércia       Libra-pé quadrado (sq.lb.ft)           144          Libra-polegada quadrada (sq.lb.in)
              Libra-polegada quadrada (sq.lb.in)     2,93x10-4    Quilograma-metro quadrado (kgm2)

              Newton (N)                             0,1019       Quilograma-força (kgf) ou quiloponde (kp)
Força         Quilograma-força (kgf) ou (kp)         2,205        Libra-força (lbf)
              Libra-força (lbf)                      4,45         Newton-metro (Nm)

              Quilowatt (kW)                         1,3587       Cavalo vapor (cv)
Potência      Cavalo vapor (cv)                      75           Quilograma-força metro por segundo (kgfm/s)
              Quilograma-força metro por segundo     9,81         Watt (W)

              Newton por metro quadrado (N/m2)       1,02x10-5    Quilograma-força por centímet. quad.
              Quilograma-força por centímet. quad.   14,22        Libra-força por polegada quadrada (psi)
              Libra-força por polegada quad. (psi)   0,06807      Atmosfera (atm)
              Atmosfera (atm)                        1,0132       bar
              bar                                    1,02         Metro de água (mH2O)
              Metro de água (mH2O)                   98101,45x1   Newton por metro quadrado (N/m2)
              Newton por metro quadrado (N/m2)       0-4          Libra-força por polegada quadrada (psi)
Pressão
              Quilograma-força por centímet.         0,968        Atmosfera (atm)
              quad.Libra-força por polegada quad.    6,89x10-2    bar
              (psi)
              Metro de água (mH2O)                   1,42         Libra-força por polegada quadrada
              Newton por metro quadrado (N/m2)       9,87x10-6    (psi)Atmosfera (atm)
              Quilograma-força por centímet. quad.   0,981        bar
              Metro de água (mH2O)                   0,1          Quilograma-força por centím. quad. (kgf/cm2)

Tabela 14.2. - Conversão de unidades.




                                                      93
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



14.3. EXEMPLOS DE RANHURAS

14.3.1. Ranhura do Estator para Bobinas de Alta Tensão Rotor com Ranhuras para Injeção de
Alumínio




                                              94
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



14.3.2. Ranhura do Estator para Bobinas de Baixa Tensão Rotor com Ranhuras para Injeção
de Alumínio




                                              95
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão



14.3.3. Ranhura do Estator para Bobinas de Alta Tensão Rotor com Ranhuras para Injeção de
Alumínio




                                              96

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Dt 6-especificação de motores de alta tensão

  • 1. DT-6 MOTORES ELÉTRICOS ASSÍNCRONOS DE ALTA TENSÃO
  • 2. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão ÍNDICE INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 5 1. HISTÓRICO DA MÁQUINA ELÉTRICA GIRANTE ......................................................................... 6 1.1. EVOLUÇÃO DO MOTOR ELÉTRICO ........................................................................................... 7 2. NOÇÕES FUNDAMENTAIS........................................................................................................... 9 2.1. MOTORES ELÉTRICOS............................................................................................................. 9 2.2. SISTEMA DE CORRENTE ALTERNADA TRIFÁSICA ..................................................................... 9 2.2.1. Ligações no Sistema Trifásico ...................................................................................... 9 2.3. MOTOR DE INDUÇÃO TRIFÁSICO .......................................................................................... 11 2.4. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO .......................................................................................... 12 2.4.1. Campo Girante ......................................................................................................... 12 2.4.2. Velocidade Síncrona.................................................................................................. 13 2.4.3. Escorregamento ....................................................................................................... 14 2.4.4. Conjugado e Potência ............................................................................................... 14 2.4.4.1. Relação entre conjugado e potência............................................................ 15 2.4.5. Rendimento.............................................................................................................. 15 2.4.6. Fator de Potência ..................................................................................................... 15 2.4.7. Corrente Nominal (A) ................................................................................................ 15 2.4.8. Energia e Potência Elétrica ........................................................................................ 16 2.4.8.1. Circuitos de corrente alternada ................................................................... 16 2.4.8.2. Potências aparente, ativa e reativa.............................................................. 17 2.4.8.3. Triângulo de potências (carga indutiva)....................................................... 17 2.5. DEFINIÇÕES......................................................................................................................... 17 2.5.1. Freqüência ............................................................................................................... 17 2.5.2. Tensão Máxima (VMáx)............................................................................................... 17 2.5.3. Corrente Máxima (IMáx) ............................................................................................. 17 2.5.4. Valor Eficaz de Tensão e Corrente (Vef e Ief) ............................................................... 17 2.5.5. Defasagem (φ) ......................................................................................................... 17 3. CARACTERÍSTICAS DA REDE DE ALIMENTAÇÃO ..................................................................... 18 3.1. TENSÃO NOMINAL ................................................................................................................ 18 3.1.1. Tensão da Rede de Alimentação em Função da Potência do Motor .............................. 18 3.2. FREQÜÊNCIA NOMINAL......................................................................................................... 18 3.2.1. Ligação em Freqüências Diferentes ............................................................................ 18 3.3. TOLERÂNCIA NA VARIAÇÃO DE TENSÃO E FREQÜÊNCIA ........................................................ 18 4. MOTORES DE ALTA TENSÃO WEG ............................................................................................ 20 4.1. NORMAS APLICÁVEIS............................................................................................................ 20 4.2. ORIENTAÇÃO PARA SELEÇÃO DE MOTORES........................................................................... 21 4.2.1. Linha Master "M" ...................................................................................................... 21 4.2.2. Linha High Performance "H" ...................................................................................... 22 4.2.3. Linha AGA ................................................................................................................ 23 5. CARACTERÍSTICAS DO AMBIENTE........................................................................................... 24 5.1. ALTITUDE ............................................................................................................................ 24 5.2. TEMPERATURA AMBIENTE .................................................................................................... 24 5.3. DETERMINAÇÃO DA POTÊNCIA ÚTIL DO MOTOR NAS DIVERSAS COMBINAÇÕES DE TEMPERATURA E ALTITUDE......................................................................................................... 24 5.4. ATMOSFERA AMBIENTE ........................................................................................................ 25 5.4.1. Ambientes Agressivos ............................................................................................... 25 5.4.2. Ambientes Contendo Poeiras ou fibras ....................................................................... 25 5.4.3. Locais em que a Ventilação do Motor é Prejudicada .................................................... 25 5.4.4. Ambientes Perigosos................................................................................................. 25 5.4.4.1. Áreas de risco ............................................................................................ 25 5.4.4.2. Atmosfera Explosiva ................................................................................... 25 5.4.4.3. Classificação das áreas de risco .................................................................. 25 5.4.4.4. Classes de temperatura .............................................................................. 26 5.4.4.5. Equipamentos para Áreas de Risco.............................................................. 27 5.5. GRAUS DE PROTEÇÃO .......................................................................................................... 28 2
  • 3. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão 5.5.1. Código de Identificação............................................................................................. 28 5.5.2. Tipos Usuais de Proteção .......................................................................................... 29 6. CARACTERÍSTICAS EM REGIME ............................................................................................... 30 6.1. ELEVAÇÃO DE TEMPERATURA - CLASSE DE ISOLAMENTO ...................................................... 30 6.1.1. Aquecimento no Enrolamento.................................................................................... 30 6.1.2. Vida Útil do Motor de Indução ................................................................................... 31 6.1.3. Classes de Isolamento .............................................................................................. 31 6.1.4. Medida da Elevação de Temperatura do Enrolamento ................................................. 33 6.1.5. Aplicação a Motores Elétricos..................................................................................... 33 6.2. REGIME DE SERVIÇO ............................................................................................................ 33 6.2.1. Regimes Padronizados .............................................................................................. 33 6.2.2. Designação do Regime Tipo ...................................................................................... 36 6.2.3. Potência Nominal...................................................................................................... 37 6.2.4. Potência Equivalente................................................................................................. 37 6.3. FATOR DE SERVIÇO (FS)....................................................................................................... 38 6.4. VELOCIDADE NOMINAL......................................................................................................... 38 6.5. CORRENTE NOMINAL (A) ...................................................................................................... 38 6.6. RENDIMENTO....................................................................................................................... 38 6.6.1. Importância do Rendimento ...................................................................................... 38 6.7. FATOR DE POTÊNCIA............................................................................................................ 39 6.7.1. Importância do Fator de Potência .............................................................................. 39 6.7.2. Correção do Fator de Potência................................................................................... 39 7. REFRIGERAÇÃO........................................................................................................................ 40 7.1. SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO............................................................................................... 40 7.1.1. Ventilação Axial ........................................................................................................ 40 7.1.2. Ventilação Mista - Carcaças 355 a 500 na Linha Master (Canais Axiais e Radiais) .......... 40 7.1.3. Ventilação Bilateral Simétrica - Carcaças 560 a 1000 - Linha Master (Canais Radiais) .... 42 8. CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS ........................................................................................ 45 8.1. CARCAÇAS............................................................................................................................ 45 8.2. TROCADOR DE CALOR .......................................................................................................... 47 8.3. ESTATOR ............................................................................................................................. 48 8.4. BOBINAGEM ......................................................................................................................... 48 8.5. ROTOR................................................................................................................................. 50 8.5.1. Rotor de Gaiola ........................................................................................................ 50 8.5.2. Rotor Bobinado (ou de Anéis).................................................................................... 51 8.6. CAIXA DE LIGAÇÃO............................................................................................................... 53 8.6.1. Caixa de Ligação de Força......................................................................................... 53 8.6.2. Caixa de Ligação de Acessórios ................................................................................. 54 8.6.3. Caixa de Ligação do Rotor, Linha "M" com rotor de anéis ............................................ 55 8.7. EIXO .................................................................................................................................... 55 8.8. VENTILADOR ........................................................................................................................ 56 8.9. PLACA DE IDENTIFICAÇÃO.................................................................................................... 56 8.10. PINTURA ............................................................................................................................ 56 8.10.1. PLANO DE PINTURA WEG MÁQUINAS 212P.............................................................. 57 8.10.2. PLANO DE PINTURA WEG MÁQUINAS 212E.............................................................. 57 8.11. TERMINAIS DE ATERRAMENTO ........................................................................................... 58 8.12. FORMAS CONSTRUTIVAS NORMALIZADAS ........................................................................... 58 8.13. MANCAIS............................................................................................................................ 58 8.13.1. Mancal de Rolamento:............................................................................................. 58 8.13.2. Dimensionamento do mancal e Eixo para Acoplamento por Polias e Correias .............. 59 8.13.3. Mancal de Bucha .................................................................................................... 60 8.14. LIMITES DE RUÍDOS ........................................................................................................... 62 8.15. VIBRAÇÃO .......................................................................................................................... 63 8.15.1. Pontos de Medição.................................................................................................. 63 8.16. BALANCEAMENTO ............................................................................................................... 63 9. CARACTERÍSTICAS DE PARTIDA.............................................................................................. 64 3
  • 4. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão 9.1. LIMITAÇÃO DA CORRENTE DE PARTIDA ................................................................................ 64 9.1.1. Chave Estrela-Triângulo ............................................................................................ 64 9.1.2. Chave Compensadora (Auto-Transformador) .............................................................. 64 9.1.3. Partida Estática ou Soft-Starter.................................................................................. 65 9.1.4. Partida com Inversor de Freqüência........................................................................... 65 9.1.5. Partida com Reostato para Motores de Anéis .............................................................. 69 9.2. COMPARAÇÃO ENTRE OS PRINCIPAIS MÉTODOS DE PARTIDA................................................ 70 10. CARACTERÍSTICAS DE ACELERAÇÃO ..................................................................................... 71 10.1. POTÊNCIA NOMINAL........................................................................................................... 71 10.2. CONJUGADO RESISTENTE DA CARGA .................................................................................. 71 10.3. INÉRCIA DA CARGA ............................................................................................................ 73 10.4. CONJUGADO MÉDIO DA CARGA........................................................................................... 73 10.5. CONJUGADO E ROTAÇÃO DO MOTOR .................................................................................. 74 10.6. CATEGORIAS - VALORES MÍNIMOS NORMALIZADOS ............................................................ 75 10.7. TEMPO DE ROTOR BLOQUEADO (trb) ................................................................................... 75 10.8. CONJUGADO MOTOR MÉDIO (CMmed).................................................................................... 76 10.9. TEMPO DE ACELERAÇÃO ..................................................................................................... 76 10.10. POTÊNCIA DINÂMICA OU DE ACELERAÇÃO ........................................................................ 77 10.11. REGIME DE PARTIDA ........................................................................................................ 79 10.12. CORRENTE DE ROTOR BLOQUEADO .................................................................................. 79 10.12.1. Valores Máximos Normalizados .............................................................................. 79 10.12.2. Indicação da Corrente ou Letra Código................................................................... 79 11. SELEÇÃO E APLICAÇÃO DOS MOTORES ELÉTRICOS TRIFÁSICOS DE ALTA TENSÃO ............ 80 12. PROTEÇÃO E ACESSÓRIOS DE MOTORES ELÉTRICOS ........................................................... 82 12.1. PROTEÇÃO DO ESTATOR .................................................................................................... 82 12.1.1. Proteção Contra Curtos-Circuitos.............................................................................. 82 12.1.2. Proteção Contra Surtos de Tensão - Supressão de Transientes .................................. 82 12.1.3. Proteção Diferencial ................................................................................................ 82 12.2. PROTEÇÃO TÉRMICA PARA MOTORES DE ALTA TENSÃO ...................................................... 83 12.2.1. Termoresistores...................................................................................................... 83 12.2.2. Termistores (PTC e NTC)......................................................................................... 83 12.2.3. Termômetro ........................................................................................................... 84 12.2.4. Termostatos ........................................................................................................... 84 13. ENSAIOS................................................................................................................................. 86 13.1. TIPOS DE ENSAIOS............................................................................................................. 86 13.1.1. Ensaio de Rotina..................................................................................................... 86 13.1.2. Ensaio de Tipo........................................................................................................ 86 13.1.3. Ensaios Especiais .................................................................................................... 86 13.2. LABORATÓRIO DE ENSAIOS ................................................................................................ 86 13.2. RELATÓRIOS DE ENSAIO .................................................................................................... 88 13.2.1. Relatório de Tipo .................................................................................................... 88 13.2.1. Relatório de Rotina ................................................................................................. 89 13.2.1 Relatório de Vibração ............................................................................................... 90 13.2.1. Relatório de Ruído .................................................................................................. 91 14. ANEXOS .................................................................................................................................. 92 14.1. SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES ............................................................................ 92 14.1.1. Generalidades......................................................................................................... 92 14.2. CONVERSÃO DE UNIDADES................................................................................................. 93 14.3. EXEMPLOS DE RANHURAS................................................................................................... 94 14.3.1. Ranhura do Estator para Bobinas de Alta Tensão Rotor com Ranhuras para Injeção de Alumínio ............................................................................................................................ 94 14.3.2. Ranhura do Estator para Bobinas de Baixa Tensão Rotor com Ranhuras para Injeção de Alumínio ............................................................................................................................ 95 14.3.3. Ranhura do Estator para Bobinas de Alta Tensão Rotor com Ranhuras para Injeção de Alumínio ............................................................................................................................ 96 4
  • 5. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão INTRODUÇÃO Este curso tem por objetivo permitir aos profissionais conhecer e saber o que é necessário para especificar um motor de corrente alternada (CA) de indução de alta tensão, compreender o funcionamento, os tipos de acionamentos, os tipos de motores e o dimensionamento destes em função dos tipos de carga. Serão abordadas as características construtivas, instalação, regime de serviço, aplicações, tipos de ensaios, normas e outros. 5
  • 6. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão 1. HISTÓRICO DA MÁQUINA girava diante de duas bobinas fixas com um núcleo ELÉTRICA GIRANTE de ferro. A corrente alternada era transformada em corrente contínua pulsante através de um comutador. O ano de 1866 pode ser considerado, em termos Grande sucesso obteve o motor elétrico práticos, como o ano de nascimento da máquina desenvolvido pelo arquiteto e professor de física elétrica, pois foi nesta data que o cientista alemão Moritz Hermann Von Jacobi - que, em 1838, Werner Siemens inventou o primeiro gerador de aplicou-o a uma lancha. corrente contínua auto-induzido. Entretanto, deve- Somente em 1866 Siemens construiu um gerador se mencionar que esta máquina elétrica, que sem a utilização de imã permanente, provando que revolucionou o mundo em poucos anos, foi o último a tensão necessária para o magnetismo podia ser estágio de um processo de estudos, pesquisas e retirada do próprio enrolamento do rotor, isto é, invenções de muitos outros cientistas, durante que a máquina podia auto-excitar-se. O primeiro quase três séculos. dínamo de Werner Siemens possuía uma potência Em 1600 o cientista inglês William Gilbert publicou, de aproximadamente 30 watts e uma rotação de em Londres, a obra intitulada "De Magnete", 1200rpm. A máquina de Siemens não funcionava descrevendo a força de atração magnética. O somente como gerador de eletricidade. Podia fenômeno da eletricidade estática já havia sido também operar como motor, desde que se aplicasse observado pelo grego Tales, em 641 A.C., ele aos seus bornes uma corrente contínua. verificou que ao atritar uma peça de âmbar com Em 1879, a firma Siemens & Halske apresentou, na pano esta adquiria a propriedade de atrair corpos feira industrial de Berlim, a primeira locomotiva leves, como pêlos, penas, cinzas, etc. elétrica, com uma potência de 2kW. A primeira máquina eletrostática foi construída em A nova máquina de corrente contínua apresentava 1663, pelo alemão Otto Guericke, e aperfeiçoada vantagens em relação à máquina a vapor, à roda em 1775 pelo suíço Martin Planta. d'água e à força animal. Entretanto, o alto custo de O físico dinamarquês Hans Christian Oersted, ao fabricação e sua vulnerabilidade em serviço (por fazer experiências com correntes elétricas, verificou causa do comutador) marcaram-na de tal modo que ao acaso, em 1820, que a agulha magnética de muitos cientistas dirigiram suas atenções para o uma bússola era desviada de sua posição norte-sul desenvolvimento de um motor elétrico mais barato, quando esta passava perto de um condutor no qual mais robusto e de menor custo de manutenção. circulava corrente elétrica. Esta observação permitiu Entre os pesquisadores preocupados com esta idéia a Oersted reconhecer a íntima relação entre destacam-se o iugoslavo Nicola Tesla, o italiano magnetismo e eletricidade, dando assim o primeiro Galileu Ferraris e o russo Michael von Dolivo passo em direção ao desenvolvimento do motor Dobrowolsky. Os esforços não se restringiram elétrico. somente ao aperfeiçoamento do motor de corrente O sapateiro inglês William Sturgeon - que, contínua, mas também se cogitou de sistemas de paralelamente à sua profissão, estudava eletricidade corrente alternada, cujas vantagens já eram nas horas de folga - baseando-se na descoberta de conhecidas desde 1881. Oersted constatou, em 1825, que um núcleo de Em 1885, o engenheiro eletricista Galileu Ferraris ferro envolto por um fio condutor elétrico construiu um motor de corrente alternada de duas transformava-se em imã quando se aplicava uma fases. Ferraris, apesar de ter inventado o motor de corrente elétrica, observando também que a força campo girante, concluiu erroneamente que motores do imã cessava tão logo a corrente fosse construídos segundo este princípio poderiam, no interrompida. Estava inventando o eletroímã, que máximo, obter um rendimento de 50% em relação seria de fundamental importância na construção de à potência consumida. E Tesla apresentou, em máquinas elétricas girantes. 1887, um pequeno protótipo de motor de indução Mas as experiências com o magnetismo e a bifásico com rotor em curto-circuito. Também este eletricidade não cessaram. Em 1832, o cientista motor apresentou rendimento insatisfatório, mas italiano S. Dal Negro construiu a primeira máquina impressionou de tal modo a firma norte-americana de corrente alternada com movimento de vaivém. Westinghouse, que esta lhe pagou um milhão de Já no ano de 1833 o inglês W. Ritchie inventou o dólares pelo privilégio da patente, além de se comutador, construindo um pequeno motor elétrico comprometer ao pagamento de um dólar para cada onde o núcleo de ferro enrolado girava em torno de HP que viesse a produzir no futuro. O baixo um imã permanente. Para dar uma rotação rendimento deste motor inviabilizou completa, a polaridade do eletroímã era alternada a economicamente sua produção e três anos mais cada meia volta através do comutador. A inversão tarde as pesquisas foram abandonadas. da polaridade também foi demonstrada pelo Foi o engenheiro eletricista Dobrowolsky, da firma mecânico parisiense H. Pixii ao construir um AEG, de Berlim, que, persistindo na pesquisa do gerador com um imã em forma de ferradura que 6
  • 7. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão motor de corrente alternada entrou, em 1889, com antecessor em 1891. Confrontando-se os dados de o pedido de patente de um motor trifásico com catálogos de diferentes fabricantes, em diferentes rotor de gaiola. O motor apresentado tinha uma épocas, pode-se constatar que houve uma redução potência de 80 watts, um rendimento aproximado de peso e, conseqüentemente, redução do tamanho de 80% em relação à potência consumida e um construtivo do motor (para uma mesma potência) excelente conjugado de partida. As vantagens do de aproximadamente 20% a cada década, motor com rotor de gaiola em relação ao de excetuando as duas últimas, nas quais a redução foi corrente contínua eram marcantes: construção mais menos acentuada. Isto mostra a necessidade de simples, silencioso, menor manutenção e alta revisão periódica das normas, para assim adaptar a segurança em operação. Dobrowolsky desenvolveu, relação entre potências e carcaças aos tamanhos em 1891, a primeira fabricação em série de motores alcançados através do desenvolvimento tecnológico. assíncronos, nas potências de 0,4 a 7,5kW. Esta evolução tecnológica é caracterizada principalmente, pelo desenvolvimento de novos materiais isolantes, os quais suportam temperaturas 1.1. EVOLUÇÃO DO MOTOR ELÉTRICO mais elevadas. Atualmente os motores elétricos estão presentes O desenvolvimento de condutores esmaltados, dos em praticamente todas as instalações industriais, papéis ou filmes isolantes sintéticos, das chapas comerciais e residenciais. magnéticas, das ligas de alumínio e dos materiais Exemplos são os minúsculos motores que acionam plásticos contribuíram notoriamente para a redução os discos rígidos dos computadores, a infinidade de da relação peso x potência dos motores elétricos motores que acionam nossos eletrodomésticos e os como mostra a figura 1.1. gigantes motores que movimentam bombas, Observando-se o peso de um motor de mesma compressores, ventiladores, moinhos, extrusoras e potência no decorrer do tempo, podemos verificar outras infinidades de aplicações. que o motor atual tem apenas 8% do peso do seu Figura 1.1. - Evolução do motor trifásico AEG - Relação - Peso/Potência (motor trifásico de 4kW e 02 pólos). 7
  • 8. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão Todos têm algo em comum, precisam de energia • Características do ambiente: (altitude, elétrica para produzir trabalho. Se por um lado é temperatura, agressividade, etc); inevitável o consumo de energia elétrica para a • Características da carga acionada (potência, utilização dos motores, por outro lado, a escolha rotação, esforços mecânicos, configuração física, adequada dos mesmos e alguns cuidados especiais conjugados requeridos, etc.). no seu uso podem economizar muita energia. Atualmente, a indústria, necessitando de motores O processo não envolve somente a coleta de para acionamento das mais variadas cargas e exige informações para a definição das características dos fabricantes a adequação a esta realidade, construtivas e de desempenho do motor, mas obtendo-se desta forma uma gama elevada de também visa otimizar a escolha sob a ótica da equipamentos desta natureza, como mostra a figura economia e da confiabilidade. 1.2. No campo de acionamentos industriais, que é o A dificuldade está em que cada um dos requisitos objeto deste curso, estima-se que de 70 a 80% da anteriores são do conhecimento específico de energia elétrica consumida pelo conjunto de todas profissionais de diferentes áreas, por exemplo: as indústrias seja transformada em energia • Engenharia de Instalações...Características da mecânica através dos motores elétricos. rede de Alimentação; Isto significa que, admitindo-se um rendimento • Engenharia de Manutenção...Características do médio da ordem de 80% do universo de motores Ambiente; em aplicações industriais, cerca de 15% da energia • Engenharia de Processos...Características elétrica industrial transforma-se em perdas nos construtivas de cada motor; motores. O processo de especificação de um motor elétrico O espaço a ser preenchido entre o fabricante e o corresponde à escolha de um motor industrialmente consumidor é a perfeita interligação entre estas disponível que possa atender a pelo menos três áreas de modo que determinada aplicação seja requisitos do consumidor: coroada de êxito. • Característica da rede de alimentação: (tipo, Esta nova área é denominada de Engenharia de tensão, freqüência, simetria, equilíbrio, etc.); Aplicações. Figura 1.2. - Universo tecnológico em motores elétricos - Aplicabilidade de motores elétricos. 8
  • 9. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão 2. NOÇÕES FUNDAMENTAIS 2.1. MOTORES ELÉTRICOS Motor elétrico é a máquina destinada a transformar energia elétrica em energia mecânica. Vantagens: Limpeza e simplicidade de comando; Construção simples e custo reduzido; Grande versatilidade de adaptação às cargas dos mais diversos tipos. O motor de indução trifásico opera normalmente com uma velocidade constante que varia ligeiramente com a carga mecânica aplicada ao eixo, devido a sua SIMPLICIDADE e ROBUSTEZ é um motor muito utilizado, sendo adequado para quase todos os tipos de máquinas acionadas, Figura 2.2. - Sistema trifásico. encontradas na prática. A ligação dos três sistemas monofásicos para se obter o sistema trifásico é feita usualmente de duas maneiras, representadas nos esquemas seguir. 2.2.1. Ligações no Sistema Trifásico a) Ligação Triângulo: Chamamos "tensões/correntes de fase" as tensões e correntes de cada um dos três sistemas monofásicos considerados, indicados por Vf e If. Se ligarmos os três sistemas monofásicos entre si, como indica a figura 2.3 (a), podemos eliminar três Figura 2.1. - Motor elétrico de indução trifásico. fios, deixando apenas um em cada ponto de ligação, e o sistema trifásico ficará reduzido a três fios U, V e W. 2.2. SISTEMA DE CORRENTE A tensão entre dois quaisquer destes três fios ALTERNADA TRIFÁSICA chama-se "tensão de linha" (VL), que é a tensão nominal do sistema trifásico. A corrente em O sistema trifásico é formado pela associação de qualquer um dos fios chama-se "corrente de linha" três sistemas monofásicos de tensões V1, V2 e V3 (IL). tais que a defasagem entre elas seja de 120° (Fig.2.2). Examinando o esquema da figura 2.3 (b), vê-se O enrolamento deste tipo de motor é constituído que: por três conjuntos de bobinas dispostas 1) A cada carga é aplicada a tensão de linha VL, simetricamente no espaço, formando entre si que é a própria tensão do sistema monofásico também um ângulo de 120°. correspondente, ou seja, VL=Vf.; Para que o sistema seja equilibrado, isto é, 2) A corrente em cada fio de linha, ou corrente de V1=V2=V3 o número de espiras de cada bobina linha IL, é a soma das correntes das duas fases também deverá ser igual. ligadas a este fio, ou seja, IL=If1+If3.. Como as correntes estão Defasadas entre si, a soma deverá ser feita graficamente como mostra a figura 2.3 (c). Pode-se mostrar que: IL = If . 3. 9
  • 10. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão Figura 2.3. - Ligação triângulo. Exemplo: Temos um sistema trifásico equilibrado mesmo modo que na ligação triângulo. de tensão nominal 4160V. A corrente de linha (IL) Examinando o esquema da figura 2.4 (b) vê-se que: medida é 50A. Ligando a este sistema uma carga 1) A corrente em cada fio da linha, ou corrente de trifásica composta de três cargas iguais ligadas em linha (I1 ou IL), é a mesma corrente da fase à triângulo, qual a tensão e a corrente em cada uma qual o fio está ligado, ou seja, IL=If. das cargas? 2) A tensão entre dois fios quaisquer do sistema trifásico é a soma gráfica figura 2.4 (c) das Temos Vf = VL = 4160V em cada uma das cargas. tensões das duas fases as quais estão ligados os Se IL = I1 = 3 . If , então fios considerados, ou seja, If = 0,577 . I1 = 0,577 . 50 = 28,87 A VL=Vf . 3 . em cada uma das cargas. Exemplo: Temos uma carga trifásica composta de b) Ligação Estrela: três cargas iguais, cada carga é feita para ser ligada Ligando um dos fios de cada sistema monofásico a a uma tensão de 2400V, absorvendo 28,87A. Qual a um ponto comum aos três, os três fios restantes tensão nominal do sistema trifásico que alimenta formam um sistema trifásico em estrela, como esta carga em suas condições normais (2400V e mostra a figura 2.4 (a). 28,87A) e qual a corrente de linha (I1)? Às vezes, o sistema trifásico em estrela é "a quatro Temos Vf = 2400V (nominal de cada carga) fios" ou "com neutro acessível". V1 = 3 . 2400V = 4160V O quarto fio é ligado ao ponto comum as três fases. I1 = If = 28,87A. A tensão de linha, ou tensão nominal do sistema trifásico, e a corrente de linha são definidos do Figura 2.4. - Ligação estrela. 10
  • 11. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão 2.3. MOTOR DE INDUÇÃO TRIFÁSICO Rotor: Eixo (7): Em aço, transmite a potência mecânica O motor de indução trifásico (figura 2.5a) é desenvolvida pelo motor. É tratado composto fundamentalmente de duas partes: termicamente para evitar problemas como estator e rotor. empenamento e fadiga; Núcleo de chapas (3): As chapas possuem as Estator: mesmas características das chapas do estator; Carcaça (1): É a estrutura suporte do conjunto; Gaiola ou enrolamento do rotor (12): É de constituição robusta em ferro fundido ou aço composta de barras e anéis de curto-circuito no soldado, resistente à corrosão (neste caso com motor tipo gaiola e de bobinas em motor tipo de aletas); anéis. Pode ser de cobre eletrolítico, latão ou de Núcleo de chapas (2): As chapas são de aço alumínio injetado. magnético (geralmente em aço-silício), tratadas termicamente e/ou com a superfície isolada Outras partes do motor de indução trifásico: para reduzir ao mínimo as perdas no ferro; Tampas do mancal (4); Enrolamento trifásico (8): Três conjuntos iguais Ventilador interno e externo (5); de bobinas, uma para cada fase, formando um Tampa defletora ou proteção do ventilador (6); sistema trifásico ligado à rede trifásica de Caixa de ligação de força (9); alimentação. Placa de bornes com isolador e pino de ligação (10); Rolamento (11). Figura 2.5a - Motor indução trifásico, principais componentes. Figura 2.5b - Motor indução trifásico, caixa de ligação, principais componentes. 11
  • 12. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão 2.4. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO espaçados entre si de 120º. Se este enrolamento for alimentado por um sistema trifásico, as 2.4.1. Campo Girante correntes I1, I2 e I3 criarão, do mesmo modo, os seus próprios campos magnéticos H1, H2 e H3. Estes Quando uma bobina é percorrida por uma corrente campos são espaçados entre si de 120º. elétrica, é criado um campo magnético dirigido Além disso, como são proporcionais às respectivas conforme o eixo da bobina e de valor proporcional à correntes, serão defasados no tempo, também de corrente. 120º entre si e podem ser representados por um Na figura 2.6 é indicado um "enrolamento gráfico igual ao da figura 2.7. O campo total H monofásico" atravessado por uma corrente I, e o resultante, a cada instante, será igual à soma campo H, é criado por ela, o enrolamento é gráfica dos três campos H1, H2 e H3 naquele constituído de um par de pólos, um pólo "norte" e instante. um pólo "sul", cujos efeitos se somam para Na figura 2.8, representamos esta soma gráfica estabelecer o campo H. O fluxo magnético para seis instantes sucessivos. atravessa o rotor entre os dois pólos e se fecha No instante (1), a figura 2.2 mostra que o campo H1 através do núcleo do estator. é máximo e que os campos H2 e H3 são negativos e Se a corrente I é alternada, o campo H também é, e de mesmo valor, iguais a 0,5 x H1. Os três campos o seu valor a cada instante será representado pelo representados na figura 2.8 (parte superior), mesmo gráfico da figura 2.2, inclusive invertendo o levando em conta que o campo negativo é sentido em cada meio ciclo. representado por uma seta de sentido oposto ao O campo H é "pulsante" pois, sua intensidade que seria normal; o campo resultante (soma ”varia" proporcionalmente à corrente, sempre na gráfica) é mostrado na parte inferior da figura 2.8 "mesma" direção norte-sul. (1), tendo a mesma direção do enrolamento da fase Na figura 2.7. é indicado um "enrolamento 1. trifásico", que é formado por três monofásicos Figura 2.6. Figura 2.7. Figura 2.8. - Campo magnético resultante. 12
  • 13. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão Repetindo a construção para os pontos 2, 3, 4, 5 e Exemplos: 6 da figura 2.2, observa-se que o campos resultante H tem intensidade "constante", porém sua direção a) Qual a rotação síncrona de um motor de 6 pólos, vai "girando", completando uma volta no fim de um 60 Hz? ciclo. Assim, quando um enrolamento trifásico é 120 . 60 ns = = 1200rpm alimentado por correntes trifásicas, cria-se um 6 "campo girante", como se houvesse um único par de pólos girantes, de intensidade constante. Este b) Motor de 12 pólos, 50 Hz? campo girante, criado pelo enrolamento trifásico do estator, induz tensões nas barras do rotor (linhas de 120 . 50 fluxo cortam as barras do rotor) as quais geram ns = = 500rpm 12 correntes, e conseqüentemente, um campo no rotor, de polaridade oposta à do campo girante. Note que o número de pólos do motor terá que ser Como campos opostos se atraem e como o campo sempre par, para formar os pares de pólos. Para as do estator (campo girante) é rotativo, o rotor tende freqüências e "polaridades" usuais, as velocidades a acompanhar a rotação deste campo. Desenvolve- síncronas são: se então, no estator, um conjugado motor que faz com que ele gire, acionando a carga. Número Rotação síncrona por minuto A "interação" entre os campos magnéticos irá de produzir o conjugado no eixo do motor que é 60 Hertz 50 Hertz pólos função de: C = Ps 02 3600 3000 ωs 04 1800 1500 Onde: 06 1200 1000 C = conjugado nominal (Nm); 08 900 750 Ps = potência saída nominal (kW); 10 720 600 ωs = velocidade angular (radianos por segundo). Tabela 2.1 - Velocidades Síncronas. Por sua vez a "potência de saída" do motor Para motores de dois pólos, o campo percorre uma depende das perdas totais no motor, que são: volta a cada ciclo. Assim, os graus elétricos Perdas totais no cobre do estator; equivalem aos graus mecânicos. Perdas totais no cobre do rotor; Para motores com mais de dois pólos, teremos de Perdas por atrito e ventilação; acordo com o número de pólos, um giro Perdas no ferro. "geométrico" menor, sendo inversamente proporcional a 360° em dois pólos. Por exemplo, para um motor de seis pólos teremos, 2.4.2. Velocidade Síncrona em um ciclo completo, um giro do campo de 360° * 2/6 = 120° geométricos. Isto equivale, logicamente, A velocidade síncrona do motor é definida pela a 1/3 da velocidade em dois pólos. Conclui-se, velocidade de rotação do campo girante, a qual assim, que: depende do número de pólos (2p) do motor e da freqüência (f) da rede, em ciclos por segundo Graus elétricos = Graus mecânicos x Número de (Hertz). pólos. Os enrolamentos podem ser construídos com um ou mais pares de pólos, que se distribuem alternadamente (um "norte" e um "sul") ao longo da periferia do núcleo magnético. O campo girante percorre um par de pólos (p) a cada ciclo. Assim, como o enrolamento tem pólos ou pares de pólos, a velocidade do campo será: 60 . f 120 . f ns = = [rpm] p 2p 13
  • 14. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão Figura 2.9. - Circuito equivalente motor indução trifásico usado pela Weg Máquinas (por fase). Onde: Exemplo: Qual o escorregamento de um motor de 6 - Zsu = impedância de perdas suplementares; pólos, 60 Hz, se sua rotação é de 1170 rpm? - Z1 = impedância estatórica; - ZFe = impedância de perdas no ferro; 1200 - 1170 - ZM = impedância magnetizante; s(%) = . 100 ∴ s(%) = 2,5% 1200 - Z2 = impedância rotórica; - Zad = impedância adicional; - V1 = tensão estatórica. 2.4.4. Conjugado e Potência - V2 = tensão rotórica. Conjugado: O conjugado (torque) é a medida do esforço 2.4.3. Escorregamento necessário para girar um eixo. É sabido, pela experiência prática que, para Se o motor gira a uma velocidade diferente da levantar um peso por um processo semelhante ao velocidade síncrona, ou seja, diferente da usado em poços - ver figura 2.10 - a força "F" que é velocidade do campo girante, o enrolamento do preciso aplicar à manivela depende do comprimento rotor "corta" as linhas de forças magnéticas do "l" da manivela. Quanto maior for a manivela, campo e, pelas leis do eletromagnetismo, circularão menor será a força necessária. Se dobrarmos o nele correntes induzidas. tamanho "l" da manivela, a força "F" necessária Quanto maior a carga, maior terá que ser o será diminuída à metade. conjugado necessário para acioná-la. Para obter o No exemplo da figura 2.10, se o balde pesa 20N e o conjugado, terá que ser maior a diferença de diâmetro do tambor é 20cm, a corda transmitirá velocidades para que as correntes induzidas e os uma força de 20N na superfície do tambor, isto é, a campos produzidos sejam maiores. Portanto, a 10cm do centro do eixo. Para contrabalançar esta medida que a carga aumenta, cai a rotação do força, precisam de 10N na manivela, se o motor. Quando a carga é zero (motor em vazio) o rotor girará praticamente com a rotação síncrona. A comprimento "l" for de 20cm. Se "l" for o dobro, diferença entre a velocidade do motor n e a isto é, 40cm, a força "F" será a metade, ou seja 5N. velocidade síncrona ns chama-se escorregamento s, Como vemos, para medir o "esforço", necessário que pode ser expresso em rpm, como fração da para fazer girar o eixo, não basta definir a força velocidade síncrona, ou como porcentagem desta. empregada, é preciso também dizer a que distância do eixo a força é aplicada. O "esforço" é medido n -n n -n s(rpm) = ns - n s = s s(%) = s . 100 pelo conjugado, que é o produto da força pela ns ns distância, F .l. No exemplo citado, o conjugado vale: Para um dado escorregamento s(%), a velocidade C = 20N . 0,10m = 10N . 0,20m = 5N . 0,40m = 2Nm do motor será, portanto:  s(%)  n = ns .  1 -   100  14
  • 15. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão Pu(W) 736 . P(cv) 1000 . P(kW) η = = = Pa(W) 3 . V . I . cos ϕ 3 . V . I . cos ϕ Pu(W) – Potência útil no eixo do motor. Pa(W) - Potência absorvida da rede. 2.4.6. Fator de Potência O fator de potência, denominado por cosϕ é o ângulo de defasagem entre a tensão e a corrente, é a relação entre a potência elétrica real ou potência ativa e a potência aparente (Figura 2.11). P P(kW) . 1000 cos ϕ = = S 3 . V .I Figura 2.10. - Conjugado. C = F .l Onde: C = conjugado [Nm] F = força [N] l = distância da aplicação da força [m] Potência: É a energia elétrica que o motor absorve da rede de alimentação, transformando-a em energia mecânica na ponta do eixo. Figura 2.11. - Ângulo do fator de potência (cosϕ). No caso de motores de indução, por ser uma carga indutiva e resistiva, este absorverá uma potência "aparente", isto é, uma parcela de corrente 2.4.7. Corrente Nominal (A) fornecerá potência útil (kW) e a outra parcela serve para magnetização, chamada potência reativa. É a corrente que o motor absorve da rede quando Sendo a potência dada pela seguinte forma: funciona à potência nominal, sob tensão e freqüência nominais. O valor da corrente nominal P= 3 . V . I . cos ϕ . η depende do rendimento (η), do fator de potência (cosϕ), da potência e da tensão do motor: 2.4.4.1. Relação entre conjugado e potência P(kW) . 1000 P(cv) . 736 I = = 3 . V . η . cos ϕ 3 . V . η . cos ϕ C(mkgf) . n(rpm) C(Nm) . n(rpm) P(kW) = = 974 9550 Nas curvas características de motores de indução trifásicos (figura. 2.12) são representados os 7024 . P(cv) 9550 . P(kW) valores de cosϕ, η , I e s. C(Nm) = = n(rpm) n(rpm) 2.4.5. Rendimento O motor elétrico absorve energia elétrica da linha e a transforma em energia mecânica disponível na ponta do eixo. O rendimento define a eficiência com que é feita esta transformação. 15
  • 16. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão Figura 2.12. - Curvas características típicas de motores de indução trifásicos. Onde: No sistema trifásico a potência em cada fase da I = corrente; carga será Pf = Vf x If, como se fosse um sistema In = corrente nominal; monofásico independente. A potência total será a P = potência; soma das potências das três fases, ou seja: Pn = potência nominal; P = 3 . Pf = 3 . Vf . If [W] rpm = rotação; rpms = rotação síncrona; Lembrando que o sistema trifásico é ligado em η = rendimento; estrela ou triângulo, por esta razão temos as cosϕ = fator de potência. seguintes relações: Ligação estrela: V = 3 . Vf e I = If 2.4.8. Energia e Potência Elétrica Ligação triângulo: V = Vf e I = 3 . If Embora a energia seja uma coisa só, ela pode se Assim, a potência total, para ambas as ligações, apresentar de formas diferentes. Se ligarmos uma será: resistência a uma rede elétrica com tensão, passará P = 3 . V .I [W] uma corrente elétrica que irá aquecer a resistência. A resistência absorve energia e a transforma em calor, que também é uma forma de energia. Um Esta expressão vale para a carga formada por motor elétrico absorve energia elétrica da rede e a resistências, onde não há defasagem entre a tensão transforma em energia mecânica disponível na e a corrente. ponto do eixo. b) Cargas reativas: Para as "cargas reativas", ou seja, onde existem 2.4.8.1. Circuitos de corrente alternada defasagem entre tensão e corrente, como é o caso dos motores elétricos de indução, esta defasagem a) Cargas resistivas: tem que ser levada em consideração, sendo assim, No caso de "resistência", quanto maior a tensão da a expressão fica: rede, maior será a corrente (para uma resistência P = 3 . V . I . cos ϕ [W] constante) e mais depressa a resistência irá se aquecer. Isto quer dizer que a potência elétrica será A unidade de medida usual para potência elétrica é maior. A potência elétrica absorvida da rede, no o Watt (W), correspondente a 1 Volt vezes 1 caso da resistência, é calculada multiplicando-se a Ampère, ou seu múltiplo, o Quilowatt = 1000 tensão da rede pela corrente. Se a resistência, ou Watts. Esta unidade também é usada para medida ''carga'' for monofásica. de potência mecânica. P = V .I [W] A unidade de medida usual para energia elétrica é o 16
  • 17. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão quilowatt-hora (kWh) correspondente a energia Assim, podemos dizer que: fornecida por uma potência de 1kW funcionando • Carga Resistiva: cosϕ = 1; durante uma hora - é a unidade que aparece, para • Carga Indutiva: cosϕ < 0 (atrasado); cobrança, nas contas de luz. • Carga Capacitiva: cosϕ > 0 (adiantado). Os termos, atrasado e adiantado, referem-se a fase 2.4.8.2. Potências aparente, ativa e reativa da corrente em relação à fase da tensão. a) Potência aparente (S): É o resultado da multiplicação da tensão pela 2.5. DEFINIÇÕES corrente (S = V . I para cada fase). Correspondente a potência real ou "potência ativa" 2.5.1. Freqüência que existiria se não houvesse defasagem entre a tensão e a corrente, ou seja, se a carga fosse É o número de vezes por segundo que a tensão formada por resistências. Então, muda de sentido e volta à condição inicial. É P expressa em "ciclos por segundo" ou "Hertz", S= [VA] simbolizada por Hz. cos ϕ ou, S = 3 . V .I [VA] 2.5.2. Tensão Máxima (VMáx) Evidentemente, para as cargas resistivas, cosϕ = 1 É o valor "de pico" da tensão, ou seja, o maior valor a potência ativa é a mesma potência aparente. A instantâneo atingido pela tensão durante um ciclo unidade de medida para potência é o volt-ampère (este valor é atingido duas vezes por ciclo, uma vez (VA) ou seu múltiplo, o quilo-Volt-Ampère (kVA). positivo e uma vez negativo). É o valor máximo da senoide. b) Potência ativa (P): É a parcela da potência aparente que realiza trabalho, ou seja, que é transformada em energia. 2.5.3. Corrente Máxima (IMáx) P = 3 . V . I . cos ϕ [W] É o valor "de pico" da corrente. ou, P = S . cos ϕ [W] 2.5.4. Valor Eficaz de Tensão e Corrente (Vef c) Potência reativa (Q): e Ief) É a parcela da potência aparente que "não" realiza trabalho. Apenas é transferida e armazenada nos É o valor da tensão e corrente contínuas que elementos passivos (capacitores e indutores) do desenvolvem potência correspondente a circuito. desenvolvida pela corrente alternada. É o valor Q = 3 . V . I . senϕ [VAr] máximo dividido por raiz de dois: ou, VM Q = S . senϕ [VAr] V= e I = IM 2 2 2.4.8.3. Triângulo de potências (carga indutiva) 2.5.5. Defasagem (φ) É o "atraso" da onda de corrente em relação à onda da tensão (ver figura 2.11). Em vez de ser medido em tempo (segundos), este atraso é geralmente medido em ângulo (graus) correspondente a fração de um ciclo completo, considerando 1 ciclo = 360°. A defasagem é freqüentemente expressa pelo Figura 2.13. - Triângulo de potências. coseno do ângulo (ver item 2.4.6. Fator de potência). 17
  • 18. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão 3. CARACTERÍSTICAS DA REDE DE a) Ligando o motor de 50Hz, com a mesma ALIMENTAÇÃO tensão, em 60Hz: • A potência disponível do motor será a mesma; • A corrente nominal será a mesma; 3.1. TENSÃO NOMINAL • A corrente de partida diminui em 17%; • O conjugado de partida diminui em 17%; É a tensão de rede para a qual o motor foi • O conjugado máximo diminui em 17%; projetado. As tensões trifásicas mais usadas para • A velocidade nominal aumenta em 20%; redes de média tensão são: 2300, 3300, 4000, 4160, 6600 e 13800V. NOTAS: 1. Deverão ser observados os valores de potência requeridas, para motores que acionam 3.1.1. Tensão da Rede de Alimentação em equipamentos que possuem conjugados Função da Potência do Motor variáveis com a rotação; 2. Para motores de 60Hz que serão ligados em Atualmente não há um padrão mundial para a 50Hz, isto só é possível se a tensão do motor escolha da tensão de alimentação em função da em 50Hz for 20% abaixo da tensão em 60Hz, potência do motor. Entre os principais fatores que pois desta forma o fluxo permanecerá são considerados, podemos citar: praticamente o mesmo da freqüência anterior e sendo assim as características elétricas serão • Nível de tensão disponível no local; aproximadamente as mesmas da freqüência de • Limitações da rede de alimentação com 60Hz. referência à corrente de partida; • Distância entre a fonte de tensão (subestação) e b) Se Ligando o motor de 50Hz em 60Hz, e se a carga; alterar a tensão na mesma proporção da • Custo do investimento, entre baixa e alta tensão freqüência: para potências entre 150 e 450kW. • Aumenta a potência disponível do motor em 20%; Potência (kW) • A corrente nominal será a mesma; 3000 • A corrente de partida será aproximadamente a mesma; 2000 • O conjugado de partida será aproximadamente o 1000 mesmo; • O conjugado máximo será aproximadamente o mesmo; 450 • A rotação nominal aumenta 20%. 300 150 3.3. TOLERÂNCIA NA VARIAÇÃO DE 220 440 2300 4160 6600 13800 V TENSÃO E FREQÜÊNCIA Figura 3.1. - Tensões Normalmente Utilizadas em Conforme a NBR 7094 (Capítulo 04, item 4.3.3) o Função da Potência do Motor. motor elétrico de indução deve ser capaz de funcionar de maneira satisfatória dentro das possíveis combinações das variações de tensão e 3.2. FREQÜÊNCIA NOMINAL freqüência classificadas em zona A ou zona B, conforme figura 3.2 abaixo: É a freqüência da rede para o qual o motor foi projetado. 3.2.1. Ligação em Freqüências Diferentes Motores trifásicos bobinados para 50Hz poderão ser ligados também em rede de 60Hz, porém: 18
  • 19. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão 1,10 Figura 3.2. - Limites das Variações de Tensão e de Freqüência em Funcionamento. Ainda, quanto aos limites de tensão e freqüência, a motivo a NBR recomenda o não funcionamento norma define um acréscimo na elevação de prolongado na periferia da zona B), entretanto a temperatura ou na temperatura total do motor norma não estabelece os limites. Assim sendo, o quando há uma variação simultânea da tensão e da motor deve ser capaz de funcionar dentro das freqüência. Para as condições de operação nos zonas A e B, fornecendo conjugado nominal. limites da zona A (ver figura 3.2), as elevações de temperatura e a temperatura O efeito "aproximado" da variação da tensão sobre total podem exceder em aproximadamente as características do motor é mostrado na tabela 10K os limites especificados, em contra partida abaixo. Esses valores podem variar de motor para o motor deve assegurar o seu conjugado nominal. motor ou de um motor pequeno para um grande, Quanto as características de desempenho, elas ou ainda, de um tipo de refrigeração para outro. podem sofrer variações (tanto na zona A quanto na Ver tabela 3.1: zona B - mais acentuada nesta última, por este Desempenho do Tensão 20% acima Tensão 10% acima Tensão 10% abaixo Motor da nominal da nominal da nominal Conjugado de partida aumenta 44% aumenta 21% diminui 19% Corrente de partida aumenta 25% aumenta 10 a 12% diminui 10 a 12% Corrente de plena carga diminui 11% diminui 7% aumenta 11% Escorregamento diminui 30% diminui 17% aumenta 23% Rotação aumenta 1,5% aumenta 1% diminui 1,5% Rendimento pequeno aumento aumenta 1% diminui 2% Fator de potência diminui 5 a 15% diminui 3% aumenta 1% Temperatura diminui 5°C diminui 3°C aumenta 6°C Ruído magnético sem carga aumento perceptível ligeiro aumento ligeira diminuição Tabela 3.1. - Efeito aproximado da variação de tensão sobre as características do motor. 19
  • 20. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão 4. MOTORES DE ALTA TENSÃO WEG 4.1. NORMAS APLICÁVEIS As máquinas são projetadas, fabricadas e testadas segundo as Normas ABNT, IEC, NEMA, DIN entre outras, onde aplicáveis: Entrada Normativa 1) Assunto ABNT NEMA DIN / VDE CSA IEC (NBR) (EUA) Alemanha Canadá DIN EN 60034-1 60034-1 7094 MG 1 C 22.2 Especificação DIN EN 60034-12 60034-12 Parte 1, 10 e 20 Nº 100 DIN VDE 0530-8 Padronização 5432 MG 1 DIN 42673-1 60072 2) Dimensões Parte 4 e 11 DIN 42677-1 5383-1 MG 1 DIN EN 60034-2 C 22.2 Método de Ensaio 60034-2 Parte12 DIN VDE 0530-8 Nº 100 MG 1 Formas construtivas 60034-7 5031 DIN EN 60034-7 2) Parte 4 MG 1 Graus de proteção 60034-5 9884 DIN EN 60034-5 2) Parte 5 Métodos de MG 1 60034-6 5110 DIN EN 60034-6 2) resfriamento Parte 6 MG 1 Limites de vibração 60034-14 7094 DIN EN 60034-14 2) Parte 7 MG 1 Nível de ruído 60034-9 7565 DIN EN 60034-9 2) Parte 9 Padronização MG 1 DIN 42673-1 8441 2) Potência x Carcaça 60072 Parte 13 DIN 42677-1 Equipamento elétrico 60079- 0 para atmosferas 60079-10 9518 C22.2N.145M explosivas 60079-14 Proteção Ex-n 6079-15 Proteção Ex-e 60079- 7 9883 5420 Proteção Ex-p NB 169 60079- 2 5363 Proteção Ex-d 60079- 1 EB 239 Tabela 4.1. - Correspondência numérica entre normas de motores de indução. NOTAS: 1) A correspondência indicada não significa que as normas são equivalentes; 2) Adotam as normas CEMA - equivalentes às normas NEMA. 20
  • 21. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão 4.2. ORIENTAÇÃO PARA SELEÇÃO DE MOTORES 4.2.1. Linha Master "M" A linha de motores de indução "M" é fabricada da carcaça 280 até 1800, normalmente até 14 pólos (com fabricação possível em carcaça e polaridades maiores), tensões variando de 220V a 13,8 kV com potências de 100 a 50.000 kW, atendendo as exigências das normas citadas anteriormente nas suas últimas versões. Códigos dos modelos: M G F 560 A LINHA DO MOTOR M - Linha Master TIPO DO ROTOR G - Gaiola A - Anel (Bobinado) SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO A - Aberto (Auto-Ventilado, IP23) P - Aberto (Auto-ventilado, IP24) F - Trocador de Calor Ar-Ar W - Trocador de Calor Ar-Água I - Ventilação Forçada (Independente) com Trocador de Calor Ar-Ar D - Auto-Ventilado por Dutos T - Ventilação Forçada (Independente) por Dutos, o ventilador separado do motor L - Ventilação Forçada (Independente) com Trocador de Calor Ar-Água V - Ventilação Forçada (Independente) Aberto, o ventilador em cima do motor CARCAÇA (ALTURA DE EIXO 280 A 1800) FURAÇÃO DOS PÉS S, M, L, A, B, C, D, E NOTA: As potências descritas nos catálogos WEG são válidas para as seguintes condições: • Temperatura ambiente até 40ºC; • Altitude da instalação até 1000m; • Freqüência de 60Hz; • Fator de serviço = 1.0; • Partida com tensão plena; • Regime de serviço S1 (contínuo); • Elevação de temperatura 80ºC. 21
  • 22. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão 4.2.2. Linha High Performance "H" A linha de motores de indução "H" é fabricada da carcaça 315 até 630, normalmente até 14 pólos e tensão variando de 220V a 6,9 kV com potências de 100 a 3150kW, atendendo as exigências das normas citadas anteriormente nas suas últimas versões. Códigos dos modelos: H G F 450 A LINHA DO MOTOR H - Linha High Performence TIPO DO ROTOR G - Gaiola SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO F – Fechado e aletado (Ventilação Externa) CARCAÇA (ALTURA DE EIXO 315 A 630) FURAÇÃO DOS PÉS L, A, B, C, D, E NOTA: As potências descritas nos catálogos WEG são válidas para as seguintes condições: • Temperatura ambiente até 40ºC; • Altitude da instalação até 1000m; • Freqüência de 60Hz; • Fator de serviço = 1.0; • Partida com tensão plena; • Regime de serviço S1 (contínuo); • Elevação de temperatura 80ºC. 22
  • 23. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão 4.2.3. Linha AGA A linha de motores de indução "AGA" é fabricada nas carcaças 280 e 315, em 2 e 4 pólos, e tensão até 440V com potências de 100 a 500kW, atendendo as exigências das normas citadas anteriormente nas suas últimas versões. Códigos dos Modelos: A G A 315 A LINHA DO MOTOR A - Linha Aberto TIPO DO ROTOR G - Gaiola SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO A – Aberto (Auto-Ventilado, IP23) CARCAÇA (ALTURA DE EIXO 280 E 315) FURAÇÃO DOS PÉS L,A,B,C,D,E NOTA: As potências descritas nos catálogos WEG são válidas para as seguintes condições: • Temperatura ambiente até 40ºC; • Altitude da instalação até 1000m; • Freqüência de 60Hz; • Fator de serviço = 1.0; • Partida com tensão plena; • Regime de serviço S1 (contínuo); • Elevação de temperatura 80ºC. 23
  • 24. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão 5. CARACTERÍSTICAS DO AMBIENTE 5.2. TEMPERATURA AMBIENTE Motores que trabalham em temperaturas inferiores A potência admissível do motor de indução é a -20ºC, apresentam os seguintes problemas: determinada levando-se em consideração, a) Excessiva condensação, exigindo drenagem principalmente, dois fatores: adicional ou instalação de resistência de • Altitude em que o motor será instalado; aquecimento, caso o motor fique longos • Temperatura do meio refrigerante. períodos parado; b) Formação de gelo nos mancais, provocando Conforme a NBR-7094, as condições usuais de endurecimento das graxas ou lubrificantes nos serviço são: mancais, exigindo o emprego de lubrificantes a) Altitude não superior a 1000m acima do nível do especiais ou graxa anticongelante, conforme mar; especificado no Manual de Instalação e b) Meio refrigerante (na maioria dos casos, o ar Manutenção WEG. Em motores que trabalham ambiente) com temperatura não superior a 40ºC em temperaturas ambientes constantemente e isenta de elementos prejudiciais. superiores a 40ºC, o enrolamento pode atingir Até estes valores de altitude e temperatura temperaturas prejudiciais à isolação. Este fato ambiente, considera-se condições normais e o tem que ser compensado por um projeto motor deve fornecer, sem sobre-aquecimento, sua especial do motor, usando materiais isolantes potência nominal. especiais (de classe superior) ou pela redução da potência nominal do motor. 5.1. ALTITUDE 5.3. DETERMINAÇÃO DA POTÊNCIA Motores funcionando em altitudes acima de 1000m ÚTIL DO MOTOR NAS DIVERSAS acima do nível do mar, apresentam problemas de COMBINAÇÕES DE TEMPERATURA E aquecimento causado pela rarefação de ar e, ALTITUDE conseqüentemente, diminuição de seu poder de arrefecimento. Associando os efeitos da variação da temperatura e A insuficiente troca de calor entre o motor e o ar da altitude, a capacidade de dissipação da potência circundante, leva a exigência de redução de perdas, de perdas do motor pode ser obtida multiplicando- o que significa, também, redução de potência. se a potência útil (ou a potência nominal a 40°C e Os motores têm aquecimento diretamente 1000m) pelo fator de multiplicação obtido na tabela proporcional às perdas e estas variam, 5.1 abaixo: aproximadamente, numa razão quadrática com a potência. H 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 T Existem três soluções possíveis para instalação e 10 - - - - - - 0,99 um motor acima de 1000m do nível do mar, se 15 - - - - - 1,00 0,94 dimensionado para 1000m e 40°C: a) Com o uso de material isolante de classe 20 - - - - 1,00 0,95 0,90 superior, é possível tirar a potência original; 25 - - - 1,00 0,96 0,90 0,85 b) Usar motores com fator de serviço maior que 30 - - 1,00 0,96 0,90 0,86 0,81 1,0 (1,15 ou maior), desde que seja requerida pela carga somente a potência nominal do 35 - 1,00 0,95 0,90 0,85 0,81 0,77 motor; 40 1,00 0,95 0,90 0,85 0,80 0,76 0,72 c) Reduzir em 1% a potência requerida para cada 45 0,94 0,89 0,84 0,80 0,76 0,72 0,68 100m de elevação na altitude acima de 1000m, isto para a mesma temperatura ambiente. 50 0,88 0,83 0,79 0,75 0,71 0,67 0,64 55 0,82 0,77 0,73 0,70 0,66 0,63 0,60 60 0,76 0,72 0,68 0,65 0,62 0,59 0,56 Tabela 5.1 - Fator de multiplicação da potência útil em função da temperatura ambiente (T) em "°C" e de altitude do nível do mar (H) em "m". 24
  • 25. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão 5.4. ATMOSFERA AMBIENTE necessária para perfeita refrigeração do motor. Para o motor com trocador ar-água, a 5.4.1. Ambientes Agressivos refrigeração é feita pela troca de calor entre a água circulante (circuito externo) e o ar Ambientes agressivos, tais como estaleiros, circulante interno (circuito interno) ao trocador. instalações portuárias, indústria de pescado e Os motores refrigerados por dutos e os com múltiplas aplicações navais, indústria química e trocador ar-água possuem a mesma eficiência petroquímica, exigem que os equipamentos que de um motor aberto. neles trabalham sejam perfeitamente adequados para suportar tais circunstâncias com elevada 5.4.4. Ambientes Perigosos confiabilidade, sem apresentar problemas de qualquer espécie. 5.4.4.1. Áreas de risco Para aplicação de motores nestes ambientes agressivos, a WEG desenvolveu uma linha de Uma instalação onde produtos inflamáveis são motores, projetados para atender os requisitos continuamente manuseados, processados ou especiais e padronizados para as condições mais armazenados, necessita, obviamente, de cuidados severas que possam ser encontradas. especiais que garantam a manutenção do Os motores deverão ter as seguintes características patrimônio e preservem a vida humana. Os especiais: equipamentos elétricos, por suas próprias • Enrolamento duplamente impregnado*; características, podem representar fontes de • Pintura anti-corrosiva (epóxi), internamente e ignição, quer seja pelo centelhamento devido a externamente; abertura e fechamento de contatos ou por • Placa de identificação de aço inoxidável; superaquecimento de algum componente, seja ele • Elementos de montagem zincados; intencional ou causado por correntes de defeito. • Ventilador de material não faiscante; • Vedação específicas para cada tipo de mancal, entre o eixo e as tampas; 5.4.4.2. Atmosfera Explosiva • Juntas de borracha para vedar caixa de ligação. Uma atmosfera é explosiva quando a proporção de * Em baixa tensão, em alta tensão uma única vez gás, vapor, pó ou fibras é tal, que uma faísca pelo sistema V.P.I. proveniente de um circuito elétrico ou o aquecimento de um aparelho provoca a explosão, para tal, três elementos são necessários: 5.4.2. Ambientes Contendo Poeiras ou fibras combustível + oxigênio + faísca = explosão. Para analisar se os motores podem ou não trabalhar nestes ambientes, devem ser informados os 5.4.4.3. Classificação das áreas de risco seguintes dados: tamanho e quantidade aproximada das fibras contidas no ambiente. O De acordo com as normas ABNT / IEC, as áreas de tamanho e a quantidade de fibras são fatores risco são classificadas em: importantes, pois podem provocar no decorrer do Zona 0: Região onde a ocorrência de mistura tempo, a obstrução da ventilação, e assim, o inflamável e/ou explosiva é contínua, aquecimento do motor. Quando o conteúdo de ou existe por longos períodos. Por fibras for elevado, devem ser empregados filtros de exemplo, a região interna de um tanque ar ou efetuar a limpeza nos dispositivos de de combustível. A atmosfera explosiva refrigeração ou mesmo nos motores. está sempre presente; Zona 1: Região onde a probabilidade de ocorrência de mistura inflamável e/ou explosiva está 5.4.3. Locais em que a Ventilação do Motor associada à operação normal do é Prejudicada equipamento e do processo. A atmosfera explosiva está freqüentemente presente; Nestes casos, existem duas soluções: Zona 2: Locais onde a presença de mistura 1) Utilizar motores sem ventilação; inflamável e/ou explosiva não é provável 2) Utilizar motores com ventilação por dutos ou de ocorrer, é por poucos períodos. Está com trocador de calor ar-água. No caso do associada à operação anormal do motor refrigerado por dutos, calcula-se o equipamento e do processo. Perdas ou volume de ar deslocado pelo ventilador do uso negligente. A atmosfera explosiva motor determinando a circulação de ar pode acidentalmente estar presente. 25
  • 26. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão De acordo com a norma NEC, as áreas de risco são Atmosfera IEC - NEC classificadas em: Explosiva 79.10 Zona 0 e Classe I Divisão I: Região onde se apresenta uma ALTA Gases ou Zona 1 Divisão 1 probabilidade de ocorrência de uma Classe I explosão; Vapores Zona 2 Divisão 2 Divisão II: Região de menor probabilidade. Divisão 1 Zona 10 Poeiras Classe II Zona 11 Divisão 2 COMPARATIVO ENTRE ABNT/IEC E NEC/API Divisão 1 Zona 10 Fibras Classe III Ocorrência de Mistura Inflamável Zona 11 Divisão 2 Normas em em Tabela 5.4. - Classificação de Áreas Conforme Contínua condição condição Normas IEC e NEC. normal anormal ABNT / IEC Zona 0 Zona 1 Zona 2 NEC / API Divisão I Divisão II 5.4.4.4. Classes de temperatura Tabela 5.2. - Comparativo entre normas. A temperatura máxima na superfície exposta do equipamento elétrico deve ser sempre menor que a Classes e grupos das áreas de risco: temperatura de ignição do gás ou vapor. Os gases Classes: Referem-se a natureza da mistura. O podem ser classificados para as classes de conceito de classes só é adotado pelas temperatura de acordo com a sua temperatura de normas NEC e API; ignição, por meio do qual a máxima temperatura de Grupos: O conceito de grupo está associado à superfície da respectiva classe, deve ser menor que composição química da mistura. a temperatura dos gases correspondentes. Classe I: Gases ou vapores explosivos. IEC NEC Conforme o tipo de gás ou vapor, temos: Temperatura GRUPO B: hidrogênio, butadieno, óxido de eteno; Classes Tempera- Classes de Ignição Tempera- de tura de GRUPO C: éter etílico, etileno; tura Máxima dos Gases Tempera- Máxima de Tempera- GRUPO D: gasolina, nafta, solventes em geral. de Superfície e/ou Vapores tura Superfície tura T1 450 T1 450 450 Classe II: Poeiras combustíveis ou condutoras. T2 300 T2 300 300 Conforme o tipo de poeira, temos: T2A 280 280 GRUPO E T2B 260 260 GRUPO F T2C 230 230 GRUPO G T2D 215 215 T3 200 T3 200 200 Classe III: Fibras e partículas leves e inflamáveis. T3A 180 180 De acordo com a norma ABNT/IEC, os grupos de T3B 165 165 risco são divididos em: T3C 160 160 Grupo I: Para minas susceptíveis a liberação de T4 135 T4 135 135 grisú (gás a base de metano); T4A 120 120 Grupo II: Para aplicação em outros locais. Sendo T5 100 T5 100 100 T6 85 T6 85 85 divididos em IIA, IIB e IIC. Tabela 5.5. - Classes de temperatura. Gases Grupo Grupo Grupo de Grupo de OBS.: Para a precisa e correta especificação de um de de Acetileno Hidrogênio motor para trabalhar em uma área de risco são Normas Eteno Propano necessários dados da carga (potência consumida, ABNT / IEC curva, tipo do acoplamento, inércia, etc.) tendo em Gr. IIC Gr. IIC Gr. IIB Gr. IIA vista que a temperatura de ignição de muitos gases NEC / API Classe I Classe I Classe I Classe I e/ou vapores é relativamente baixa em comparação Gr. A Gr. B Gr. C Gr. D com a temperatura do rotor na partida, e esta é em Tabela 5.3. - Correspondência entre Normas muito influenciada pelo tempo de aceleração. (ABNT/IEC e NEC/API.). 26
  • 27. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão 5.4.4.5. Equipamentos para Áreas de Risco Simbologia Área de Norma Tipo de Proteção Definição ABNT/IEC Aplicação ABNT/IEC Capaz de suportar explosão interna NBR-5363 A Prova de Zonas Ex-d sem permitir que se propague para o IEC-60079.1 Explosão 1e2 meio externo. EB 239 Medidas construtivas adicionais aplicadas a equipamentos em que Segurança Zonas NBR-9883 Ex-e condições normais de operação não Aumentada 1e2 IEC-60079.7 produzem arco, centelha ou alta temperatura. Invólucro com sobre-pressão interna. O centelhamento ou alta temperatura Zonas NBR-5420 Pressurizado Ex-p se dá num meio não contaminado com 1e2 IEC-60079.2 produto inflamável por ser mantido a uma pressão superior a atmosférica. Dispositivos ou circuitos que apenas em condições normais de operação IEC Não Acendível Ex-n Zona 2 não possuem energia suficiente para 60079-15 inflamar a atmosfera explosiva. Partes que podem causar centelhas ou Imersão em Óleo Zonas NBR-8601 Ex-o alta temperatura se situam em óleo ( ** ) 1e2 IEC-60079-6 isolante. Imersão em Areia Partes que podem causar centelhas ou Zonas Ex-q IEC-60079-5 ( ** ) alta temperatura se situam em areia. 1e2 Encapsulado em IEC Partes que podem causar centelhas ou Zonas Resina Ex-m 60031-19 alta temperatura se situam em resina. 1e2 ( ** ) Invólucro Invólucro com fechamento hermético Zonas IEC-60031 Hermético Ex-h (por fusão do material). 1e2 ( ** ) Dispositivo ou circuito que em condições normais ou anormais de NBR-8447 Segurança Zonas Ex-i operação não possuem energia IEC Intrínseca ( ** ) 1e2 suficiente para inflamar a atmosfera 60079-11 explosiva. Tabela 5.6. - Equipamentos para área de risco. (** Não se aplica a motores da Weg Máquinas) Os ensaios e certificação desses equipamentos Certificador credenciado pelo INMETRO. poderão ser desenvolvidos em laboratórios O quadro a seguir mostra a seleção dos credenciados pelo INMETRO ou em laboratórios do equipamentos para as áreas classificadas de próprio fabricante do equipamento. Neste último acordo com a norma ABNT / IEC-60079-14 ou caso os ensaios são obrigatoriamente VDE 0165: acompanhados por um Inspetor do Órgão ABNT / IEC-60079-14 / VDE 0165 Zona 0 Ex-i ou outro equipamento, ambos especialmente aprovados para zona 0 Zona 1 Equipamentos com tipo de proteção: Ex-d, Ex-p, Ex-i, Ex-o, Ex-e, Ex-q, Ex-h, Ex-m • Qualquer equipamento certificado para zona 0 ou 1 Zona 2 • Não acendível (Ex-n) Tabela 5.7. - Seleção dos equipamentos segundo ABNT / IEC / VDE. 27
  • 28. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão De acordo com a norma NEC, a relação dos O segundo algarismo indica o grau de proteção equipamentos está mostrada no quadro abaixo: contra penetração de água no interior do motor, como mostra a tabela 5.9 a seguir: NEC 2º ALGARISMO Divisão Equipamentos com tipo de proteção: ALGARISMO INDICAÇÃO I Ex-d, Ex-p, Ex-i e Ex-o 0 Sem proteção • Qualquer equipamento certificado 1 Pingos de água na vertical para divisão I; Divisão • Equipamentos incapazes de gerar Pingos de água até a inclinação 2 II faíscas ou superfícies quentes em de 15º com a vertical invólucros de uso geral: não Água de chuva até a inclinação 3 acendíveis. de 60º com a vertical Tabela 5.7. - Seleção dos equipamentos segundo 4 Respingos de todas as direções NEC. Jatos d'água de todas as 5 direções 6 Água de vagalhões 5.5. GRAUS DE PROTEÇÃO 7 Imersão temporária Os invólucros dos equipamentos elétricos, conforme 8 Imersão permanente as características do local em que serão instalados e Tabela 5.9. - Código de identificação - 2° Algarismo. de sua acessibilidade, devem oferecer um determinado grau de proteção. Assim, por exemplo, As combinações entre os dois algarismos, isto é, um equipamento a ser instalado num local sujeito a entre os dois critérios de proteção, estão resumidos jatos d'água, deve possuir um invólucro capaz de na tabela 5.10. Note que, de acordo com a norma, suportar tais jatos, sob determinados valores de a qualificação do motor em cada grau, no que se pressão e ângulo de incidência, sem que haja refere a cada um dos algarismos, é bem definida penetração de água. através de ensaios padronizados e não sujeita a interpretações, como acontecia anteriormente. 5.5.1. Código de Identificação A norma NBR-6146 e IEC-60034-5 definem os graus de proteção dos equipamentos elétricos por meio das letras características IP, seguidas por dois algarismos. O primeiro algarismo indica o grau de proteção contra penetração de corpos sólidos estranhos e contato acidental, como mostra a tabela 5.8 abaixo: 1° ALGARISMO ALGARISMO INDICAÇÃO 0 Sem proteção Corpos estranhos de 1 dimensões acima de 50 mm Corpos estranhos de 2 dimensões acima de 12 mm Corpos estranhos de 3 dimensões acima de 2,5 mm Corpos estranhos de 4 dimensões acima de 1,0 mm Proteção contra acúmulo de 5 poeiras prejudiciais ao motor Totalmente protegido contra 6 poeira Tabela 5.8. - Código de identificação - 1° Algarismo. 28
  • 29. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão Classes 1° Algarismo 2° Algarismo Motor de Proteção Contra Proteção Contra Proteção Contra Proteção Contato Corpos Estranhos Água IP 00 Não tem Não tem Não tem IP 02 Não tem Não tem Pingos de água até uma inclinação de 15° com a vertical IP 11 Toque acidental Corpos estranhos Pingos de água na vertical com a mão sólidos de dimensões IP 12 acima de 50 mm Pingos de água até uma inclinação de 15° com a vertical Motores Água de chuva até uma inclinação de IP 13 abertos 60° com a vertical IP 21 Toque com os Corpos estranhos Pingos de água na vertical dedos sólidos de dimensões IP 22 acima de 12 mm Pingos de água até uma inclinação de 15° com a vertical IP 23 Água de chuva até uma inclinação de 60° com a vertical Respingos de todas as direções IP24 IP 44 Toque com Corpos estranhos Respingos de todas as direções ferramentas sólidos de dimensões acima de 1 mm IP 54 Proteção completa Proteção contra o Respingos de todas as direções contra toque acúmulo de poeiras Motores nocivas Jatos de água em todas as direções IP 55 fechados IP(W)55 Proteção completa Proteção contra o Jatos de água em todas as direções, contra toques acúmulo de poeiras chuva e maresia nocivas IP 65 Proteção completa Proteção completa Jatos de água em todas as direções contra toques contra o acúmulo de poeiras nocivas Tabela 5.10. - Graus de proteção. 5.5.2. Tipos Usuais de Proteção Embora os algarismos indicativos de grau de proteção possam ser combinados de muitas maneiras, somente alguns tipos de proteção são empregados nos casos normais. São eles: Linha - MGA, MGP, MGV, MAA, AGA. IP 23 ou IP 24 - Motores abertos Linha - MGF, MGD, MGT, MGI, MGW, MGL, MAF, HGF. IP(W)55, IP 65 - Motores fechados. Ainda, temos algumas letras que adicionadas ao grau de proteção fornecem mais um dado referente ao motor, como segue: W (IPW55, IPW24) - proteção contra intempéries; R (IPR55) - motor com refrigeração por dutos; S (IP23S) - ensaio de proteção contra a entrada de água é realizado com o motor desligado; M (IP23M) - ensaio de proteção contra a entrada de água é realizado com o motor ligado. 29
  • 30. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão 6. CARACTERÍSTICAS EM REGIME interna de temperatura, mostrada na figura 6.1, seja minimizada. Isto quer dizer que deve haver 6.1. ELEVAÇÃO DE TEMPERATURA - uma boa transferência de calor do interior do CLASSE DE ISOLAMENTO motor até a superfície externa. 6.1.1. Aquecimento no Enrolamento O que realmente queremos limitar é a elevação de temperatura no enrolamento sobre a temperatura Perdas: do ar ambiente. Esta diferença total (∆t) é A potência útil fornecida pelo motor na ponta do comumente chamada de "elevação de temperatura" eixo é menor que a potência que o motor absorve do motor e, como é indicado na figura 6.1 vale a da linha de alimentação, isto é, o rendimento do soma da queda interna com a queda externa. motor é sempre inferior a 100%. A diferença entre as duas potências representa as perdas, que são transformadas em calor, o qual aquece o enrolamento e deve ser dissipado para fora do motor, para evitar que a elevação de temperatura seja excessiva. A maneira pela qual o calor gerado é retirado da máquina está detalhado no capítulo 7. Dissipação do calor: O calor gerado pelas perdas no interior do motor é dissipado para o ar ambiente através da superfície externa da carcaça ou de algum dispositivo de refrigeração (trocadores de calor, dutos, etc.). Em motores fechados essa dissipação é normalmente auxiliada pelo ventilador montado no próprio eixo do motor. Uma boa dissipação depende: • da eficiência do sistema de ventilação; • da área total de dissipação da carcaça; • da diferença da temperatura entre a superfície externa da carcaça e do ar ambiente. Figura 6.1. - Comportamento da temperatura. a) O sistema de ventilação bem projetado, além de Como vimos, interessa reduzir a queda interna ter um ventilador eficiente, capaz de (melhorar a transferência de calor) para poder ter movimentar grande seção de ar, deve dirigir uma queda externa a maior possível, pois esta é esse ar de modo a "varrer" toda a superfície da que realmente ajuda a dissipar o calor. A queda carcaça, onde se dá a troca de calor. De interna de temperatura depende de diversos fatores nada adianta um grande volume de ar se ele se como mostra a figura 6.1. A relação com a espalha sem retirar o calor do motor. temperatura dos pontos representados na figura b) A área total de dissipação deve ser a maior acima, são explicados a seguir: possível. Entretanto, um motor com uma carcaça muito grande, para obter maior área, será muito A Ponto mais quente do enrolamento, no interior caro e pesado, além de ocupar muito espaço. da ranhura, onde é gerado o calor Por isso, a área de dissipação disponível é proveniente das perdas nos condutores; limitada pela necessidade de fabricar motores AB Queda de temperatura na transferência de pequenos e leves. Isso é compensado em parte, calor do ponto mais quente (interior da aumentando-se a área disponível por meio de bobina) até a parte externa da bobina. Como o aletas de resfriamento, fundidas com a carcaça ar é um péssimo condutor de calor, é (no caso da linha "H") ou por meio de um importante que não haja "vazios" no interior dispositivo de resfriamento, tais como: da ranhura, isto é, as bobinas devem ser trocadores de calor (ar-ar ou ar-água), dutos compactas e a impregnação pelo sistema V.P.I. para direcionar o fluxo de ar, ventilação deve ser perfeita; independente, etc. B Queda através do isolamento da ranhura e no c) Um sistema de resfriamento eficiente é aquele contato deste com os condutores de um lado, que consegue dissipar a maior quantidade de e com as chapas do núcleo, do outro. O calor disponível, através da menor área de emprego de materiais modernos melhora a dissipação. Para isso, é necessário que a queda transmissão de calor através do isolante; a 30
  • 31. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão perfeita impregnação, melhora o contato do Das curvas de variação das características lado interno, eliminando os espaços vazios; o dos materiais em dependência da bom alinhamento das chapas estampadas, temperatura determina-se a sua vida útil, que melhora o contato do lado externo, eliminando é reduzida pela metade a cada 8 a 10 graus camadas de ar que prejudicam a transferência de operação acima da temperatura nominal de calor; da classe. BC Queda de temperatura por transmissão através Quando falamos em diminuição da vida útil do do material das chapas do núcleo; motor, não nos referimos às temperaturas elevadas, C Queda no contato entre o núcleo e a carcaça. quando o isolante se queima e o enrolamento é A condução de calor será tanto melhor quanto destruído de repente. Vida útil da isolação (em mais perfeito for o contato entre as partes, termos de temperatura de trabalho, bem abaixo dependendo do bom alinhamento das chapas, daquela em que o material se queima), refere-se ao e precisão de usinagem da carcaça. Superfícies envelhecimento gradual do isolante, que vai se irregulares deixam espaços vazios entre elas, tornando ressecado, perdendo o poder isolante, até resultando mau contato e, portanto, má que não suporte mais a tensão aplicada e produza o condução do calor e elevada queda de curto-circuito. temperatura neste ponto; A experiência mostra que a isolação tem uma CD Queda de temperatura por transmissão através duração praticamente ilimitada, se a sua da espessura da carcaça. temperatura for mantida abaixo de um certo limite. Acima deste valor, a vida útil da isolação vai se Graças a um projeto moderno, uso de materiais tornando cada vez mais curta, à medida que a avançados, processos de fabricação aprimorados, temperatura de trabalho é mais alta. Este limite de sob um permanente controle de qualidade, os temperatura é muito mais baixo que a temperatura motores WEG apresentam uma excelente de "queima" do isolante e depende do tipo de transferência de calor do interior para a superfície, material empregado. eliminando assim os "pontos quentes" no Esta limitação de temperatura se refere ao ponto enrolamento. mais quente da isolação e não necessariamente ao enrolamento todo. Evidentemente, basta um ponto Temperatura externa do motor: fraco no interior da bobina para que o enrolamento Era comum, antigamente, verificar o aquecimento fique inutilizado. do motor, medindo, com a mão, a temperatura externa da carcaça. Em motores modernos, este método primitivo é completamente errado. Como 6.1.3. Classes de Isolamento vimos anteriormente, os critérios modernos de projeto, procuram aprimorar a transmissão de calor Definição das classes: internamente, de modo que a temperatura do Como foi visto acima, o limite de temperatura enrolamento fique pouco acima da temperatura depende do tipo de material empregado. Para fins externa da carcaça, onde ela realmente contribui de normalização, os materiais isolantes e os para dissipar as perdas. Em resumo, a temperatura sistemas de isolamento (cada um formado pela da carcaça não dá indicação do aquecimento combinação de vários materiais) são agrupados em interno do motor, nem de sua qualidade. Um motor CLASSES DE ISOLAMENTO, cada qual definida pelo frio por fora pode ter perdas maiores e temperatura respectivo limite de temperatura, ou seja, pela mais alta no enrolamento do que um motor maior temperatura que o material pode suportar exteriormente quente. continuamente sem que seja afetada sua vida útil. As classes de isolamento utilizadas em máquinas 6.1.2. Vida Útil do Motor de Indução elétricas e os respectivos limites de temperatura conforme NBR-7094, são as seguintes: Sendo o motor de indução, uma máquina robusta e • Classe A (105°C) de construção simples, se não considerarmos as • Classe E (120°C) peças que se desgastam devido ao uso, como • Classe B (130°C) escovas e rolamentos, a sua vida útil depende • Classe F (155°C) quase que exclusivamente da vida útil do material • Classe H (180°C) isolante. A classes F é a comumente utilizada em motores de Este é afetado por muitos fatores, como umidade, alta tensão. A tabela 6.1 (a seguir), mostra os vibrações, ambientes corrosivos e outros. Dentre limites de temperatura recomendados por diversas todos os fatores, o mais importante é, sem dúvida a normas internacionais e entidades classificadoras. temperatura de trabalho dos materiais isolantes. 31
  • 32. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão CLASSES DE ISOLAMENTO Máxima Sobre-elevação de Temperatura Máxima Permitida por Classe de Isolamento, ∆t em K NORMA Temperatura (Método de Variação de Resistência) Ambiente (°C) B F H Brasil: ABNT NBR-7094 40 80 105 125 Norma Internacional: 40 80 105 125 IEC 60034-1 Alemanha: 40 80 105 125 VDE 0530 Parte 1 USA: 40 80 105 125 NEMA MG-1 e ANSI Canadá: 40 80 105 125 CSA C22.2 No.100 Grã-Bretanha: 40 80 105 125 BS 2613 Austrália: 40 80 105 125 AS 1359.32 Bélgica: 40 80 105 125 NBN 7 Dinamarca: 40 80 105 125 DS 5002 França: 40 80 105 125 NF CS1-112 Holanda: 40 80 105 125 VEMET N 1007 Índia: 40 80 -- 125 IS: 325- 1961 Itália: 40 80 105 125 CEI 2 – 3 Noruega: 40 80 105 125 NEK Áustria: 40 80 105 125 OVE – MIO Suécia: 40 80 105 125 SEN 260101 Suíça: 40 80 105 125 SEV 3009 Germanischr Lloyd (1) 45 75 90 125 American Bureau of Shipping (1) 50 70 95 125 Bureau Veritas (1) 45 70 100 125 Norske Veritas (1) 45 70 90 (2) 125 Lloyds Register (1) 45 70 90 125 Registro Italiano Navale (1) 45 70 90 125 Korean Register (1) 50 70 90 125 China Classification Society (1) 45 75 95 125 Tabela 6.1. - Limites de elevação de temperatura por classe de isolamento. NOTA: (1) Utilização em área naval. 32
  • 33. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão 6.1.4. Medida da Elevação de Temperatura indiretamente limitada a temperatura do ponto mais do Enrolamento quente do motor. Os valores numéricos e a composição da temperatura admissível do ponto É muito difícil medir a temperatura do enrolamento mais quente são indicados na tabela 6.2 abaixo: com termômetros ou sensores de temperatura, pois a temperatura varia de um ponto a outro e nunca CLASSE DE ISOLAMENTO se sabe se o ponto da medição está próximo do ponto mais quente. O método mais preciso e mais Classe de Isolamento A E B F H confiável de se medir a temperatura de um Temperatura ambiente °C 40 40 40 40 40 enrolamento é através da variação de sua resistência ôhmica com a temperatura, que ∆t = elevação de temperatura (método da °K 60 75 80 105 125 aproveita a propriedade dos condutores de variar resistência) sua resistência, segundo uma lei conhecida. Diferença entre a A elevação da temperatura pelo método da temperatura do ponto resistência, é calculada por meio da seguinte mais quente e a °K 5 5 10 10 15 fórmula, para condutores de cobre: temperatura média Total: temperatura do Dt= t2 - ta = [(R2-R1) / R1] . (235+t1) + (t1 – ta) °K 105 120 130 155 180 ponto mais quente Tabela 6.2. - Composição da temperatura em Onde: função da classe de isolamento. Dt = elevação de temperatura; t2 = temperatura dos enrolamentos no fim do ensaio; 6.2. REGIME DE SERVIÇO ta = temperatura do meio refrigerante no fim do ensaio; É o grau de regularidade da carga a que o motor é t1 = temperatura do enrolamento antes do submetido. Os motores normais são projetados para ensaio, praticamente igual a do meio refrigerante, regime contínuo, isto é, a carga é constante por medida por termômetro; tempo indefinido e igual a potência nominal do R1 = resistência do enrolamento antes do ensaio; motor. A indicação do regime do motor deve ser R2 = resistência do enrolamento no fim do ensaio. feita pelo comprador, da forma mais exata possível. Nos casos em que a carga não varia ou nos quais varia de forma previsível, o regime poderá ser 6.1.5. Aplicação a Motores Elétricos indicado numericamente ou por meio de gráficos que representam a variação em função do tempo A temperatura do ponto mais quente do das grandezas variáveis. Quando a seqüência real enrolamento deve ser mantida abaixo do limite da dos valores no tempo for indeterminada, deverá ser classe. A temperatura total vale a soma da indicada uma seqüência fictícia não menos severa temperatura ambiente com a elevação de que a real. temperatura “Dt” mais a diferença que existe entre a temperatura média do enrolamento e a do ponto mais quente. 6.2.1. Regimes Padronizados As normas de motores fixam a máxima elevação de temperatura “Dt”, de modo que a temperatura do Os tipos de regimes os símbolos alfa-numéricos a ponto mais quente fica limitada, baseada nas eles atribuídos, são indicados a seguir: seguintes considerações: a) A temperatura ambiente é, no máximo 40ºC, por norma, e acima disso as condições de trabalho são consideradas especiais; b) A diferença entre a temperatura média e a do ponto mais quente não varia muito de motor para motor e seu valor estabelecido em norma, baseado na prática é 5ºC, para as classes A e E, 10ºC para as classes B e F e 15ºC para a classe H. As normas de motores, portanto, estabelecem um máximo para a temperatura ambiente e especificam uma elevação de temperatura máxima para cada classe de isolamento. Deste modo, fica 33
  • 34. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão a) Regime contínuo (S1) tN ED = . 100% Funcionamento a carga constante de duração t N + tR suficiente para que se alcance o equilíbrio térmico. tN = funcionamento em carga constante; θmáx = temperatura máxima atingida. Figura 6.4. - Regime S3. Figura 6.2 - Regime contínuo (S1). d) Regime intermitente periódico com b) Regime de tempo limitado (S2) partidas (S4) Funcionamento a carga constante, durante um Seqüência de ciclos de regime idênticos, cada qual certo tempo, inferior ao necessário para atingir o consistindo de um período de partida, um período equilíbrio térmico, seguido de um período de de funcionamento a carga constante e um período repouso de duração suficiente para restabelecer a de repouso, sendo tais períodos muito curtos, para igualdade de temperatura com o meio refrigerante. que se atinja o equilíbrio térmico. tN = funcionamento em carga constante; θmáx = temperatura máxima atingida. Figura 6.3 - Regime S2. Figura 6.5 - Regime S4. c) Regime intermitente periódico (S3) tN = funcionamento em carga constante; Seqüência de ciclos idênticos, cada qual incluindo tR= repouso; um período de funcionamento a carga constante e θmáx = temperatura máxima atingida; tD= partida; um período de repouso, sendo tais períodos muito ED = fator de duração do ciclo. curtos para que se atinja o equilíbrio térmico durante um ciclo de regime e no qual a corrente de partida não afete de modo significativo a elevação tN + tD ED = . 100% de temperatura. tN + tD + tR tN = funcionamento em carga constante; tR = repouso; θmáx = temperatura máxima atingida; ED= fator de duração do ciclo. 34
  • 35. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão e) Regime intermitente periódico com frenagem elétrica (S5) Seqüência de ciclos de regime idênticos, cada qual consistindo de um período de partida, um período de funcionamento a carga constante, um período de frenagem elétrica e um período de repouso, sendo tais períodos muito curtos para que se atinja o equilíbrio térmico. Figura 6.7. - Regime S6. g) Regime de funcionamento contínuo com frenagem elétrica (S7) Seqüência de ciclos de regime idênticos, cada qual consistindo de um período de partida, de um período de funcionamento a carga constante e um período de frenagem elétrica, não existindo o Figura 6.6 - Regime S5. período de repouso. tN = funcionamento em carga constante; tR= tN = funcionamento em carga constante; repouso; tF = frenagem elétrica; θmáx = temperatura máxima atingida; tF= frenagem θmáx = temperatura máxima atingida; elétrica; tD = partida; ED = fator de duração do ciclo; tD= partida; ED = fator de duração do ciclo (100%). tN + t D + tF ED = . 100% t N + tD + tF + tR f) Regime de funcionamento contínuo com carga intermitente (S6) Seqüência de ciclos de regime idênticos, cada qual consistindo de um período de funcionamento a carga constante e de um período de funcionamento em vazio, não existindo período de repouso. tN = funcionamento em carga constante; tV= repouso; θmáx = temperatura máxima atingida; ED= fator de duração do ciclo. tN ED = . 100% tN + t V Figura 6.8 - Regime S7. 35
  • 36. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão h) Regime de funcionamento contínuo com i) Regimes especiais mudança periódica na relação Onde a carga pode variar durante os períodos de carga/velocidade (S8) funcionamento, existe reversão ou frenagem por contra-corrente, etc., a escolha do motor adequado, Seqüência de ciclos de regimes idênticos, cada ciclo deve ser feita mediante consulta à fabrica e depende de uma descrição completa do ciclo: consistindo de um período de partida e um período • Potência necessária para acionar a carga ou, se de funcionamento a carga constante, ela varia conforme um gráfico de potência correspondendo a uma velocidade de rotação pré- requerida durante um ciclo (a figura 6.10 mostra determinada, seguidos de um ou mais períodos de um gráfico simples, onde a potência varia no funcionamento a outras cargas constantes, período de carga); correspondentes a diferentes rotações. Não existe • Conjugado resistente da carga; período de repouso. • Momento de inércia total (GD2/4 ou J) da máquina acionada, referida à sua rotação tf1 e tf2 = frenagem elétrica; nominal; td = partida; • Número de partidas, reversões, frenagens por contra-corrente, etc; tn1, tn2 e tn3 = funcionamento em carga constante; • Duração dos períodos em carga e em repouso θmáx = temperatura máxima atingida; ou vazio. ED = fator de duração do ciclo. t d + tn 1 6.2.2. Designação do Regime Tipo ED = . 100% t d + tn 1 + t f 1 + tn 2 + t f 2 + t n 3 O regime tipo é designado pelo símbolo descrito no item 6.2. No caso de regime contínuo, este pode t d + tn 2 ser indicado, em alternativa, pela palavra ED = . 100% t d + tn 1 + t f 1 + tn 2 + t f 2 + t n 3 "contínuo". Exemplos das designações dos regimes: S2 60 segundos: A designação dos regimes S2 a S8 é seguida das t d + tn 3 ED = . 100% seguintes indicações: t d + tn 1 + t f 1 + tn 2 + t f 2 + t n 3 a) S2, do tempo de funcionamento em carga constante; b) S3 a S6, do fator de duração do ciclo; c) S8, de cada uma das velocidades nominais que constituem o ciclo, seguida da respectiva potência nominal e do seu respectivo tempo de duração. No caso dos regimes S4, S5, S7 e S8, outras indicações a serem acrescidas à designação, deverão ser estipuladas mediante acordo entre fabricante e comprador. NOTA: Como exemplo das indicações a serem acrescidas, mediante o referido acordo às designações de regimes tipo diferentes do contínuo, citam-se as seguintes, aplicáveis segundo o regime tipo considerado: a) Número de partidas por hora; b) Número de frenagens por hora; c) Tipo de frenagens; d) Constante de energia cinética (H), na velocidade nominal, do motor e da carga, esta última podendo ser substituída pelo fator de inércia Figura 6.9. - Regime S8. (FI). NOTA: NOTA: Nos regimes S3 e S8, o período é geralmente curto Constante de energia cinética é a relação entre a demais para que seja atingido o equilíbrio térmico, energia cinética (armazenada no rotor à velocidade de rotação nominal) e a potência aparente nominal. de modo que o motor vai se aquecendo e resfriando Fator de inércia é a relação entre a soma do parcialmente a cada ciclo. Depois de um grande momento de inércia total da carga (referido ao número de ciclos o motor atinge uma faixa de eixo do motor) e do momento de inércia do rotor. elevação de temperatura e equilíbrio. 36
  • 37. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão 6.2.3. Potência Nominal solicitados intermitentemente. Assim, É a potência que o motor pode fornecer, dentro de 2 2 2 2 2 2 P1 . t1 + P2 . t 2 + P3 . t 3 + P4 . t 4 + P5 . t5 + P6 . t 6 suas características nominais, em regime contínuo. Pm = O conceito de potência nominal, ou seja, a potência t1 + t 2 + t3 + t 4 + t5 + t 6 que o motor pode fornecer, está intimamente ligado à elevação de temperatura do enrolamento. Sabemos que o motor pode acionar cargas de potências bem acima de sua potência nominal, até quase atingir o conjugado máximo. O que acontece, porém é que, se esta sobrecarga for excessiva, isto é, for exigida do motor uma potência muito acima daquela para a qual foi projetado, o aquecimento normal será ultrapassado e a vida do motor será diminuída, podendo ele, até mesmo, queimar-se rapidamente. Deve-se sempre ter em mente que a potência solicitada ao motor é definida pelas características da carga, isto é, independentemente da potência do Figura 6.10 - Funcionamento contínuo com motor, ou seja: para uma carga de 800cv solicitada solicitações intermitentes. de um motor, por exemplo, independentemente deste (o motor) ser de 600cv ou 1000cv, a potência No caso do motor ficar em repouso entre os tempos solicitada ao motor será de 800cv. de carga, a refrigeração deste será prejudicada. Assim, para os motores onde a ventilação esta vinculada ao funcionamento do motor (por 6.2.4. Potência Equivalente exemplo, motores totalmente fechados com ventilador externo montados no próprio eixo do Evidentemente um motor elétrico deverá suprir à motor) a potência equivalente é calculada pela máquina acionada a potência necessária, sendo fórmula: recomendável que haja uma margem de folga Σ(Pi2 . ti) 2 (entre 5 e 10%), pois pequenas sobrecargas Pm = 1 poderão ocorrer; ou ainda, dependendo do regime Σ( ti + tr ) 3 de serviço, o motor pode eventualmente suprir mais Onde: ou menos potência. Apesar das inúmeras formas Pi = cargas correspondentes; normalizadas de descrição das condições de ti = tempos em carga; funcionamento de um motor, é freqüentemente tr = tempos em repouso. necessário na prática, avaliar a solicitação imposta ao motor por um regime mais complexo que 2 2 2 2 aqueles descritos nas normas. Uma forma usual é P1 . t 1 + P 3 . t 3 + P 5 . t 5 + P 6 . t 6 calcular a potência equivalente pela fórmula: Pm = 1 1 T t1 + t 3 + t 5 + t 6 + ( t 2 + t 4 + t 7 ) 2 . ∫ P(t) . dt 3 Pm = T 0 Onde: Pm = potência equivalente solicitada ao motor; P(t) = potência, variável com o tempo, solicitada ao motor; T = duração total do ciclo (período). O método é baseado na hipótese de que a carga efetivamente aplicada ao motor acarretará a mesma solicitação térmica que uma carga fictícia, equivalente, que solicita continuamente a potência Pm. Baseia-se também no fato de ser assumida uma variação das perdas com o quadrado da carga, e que a elevação de temperatura é diretamente Figura 6.11. - Funcionamento com carga variável e proporcional às perdas. Isto é verdadeiro para com repouso entre os tempos de carga. motores que giram continuamente, mas são 37
  • 38. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão 6.3. FATOR DE SERVIÇO (FS) 6.6. RENDIMENTO Chama-se fator de serviço (FS) o fator que, aplicado O rendimento depende do projeto e do tipo do à potência nominal, indica a carga permissível que motor, sendo seu valor influenciado pela parcela de pode ser aplicada continuamente ao motor, sob energia elétrica transformada em energia mecânica condições especificadas. Note que se trata de uma e, portanto, das perdas (elétricas e mecânicas) que capacidade de sobrecarga contínua, ou seja, uma se apresentam e que, no final, são obtidas pela reserva de potência que dá ao motor uma diferença entre a potência fornecida e a recebida. capacidade de suportar melhor o funcionamento em Há dois métodos principais para determinação do condições desfavoráveis. Entretanto, no fator de rendimento: o direto e por adição das perdas. No serviço as normas permitem que exista um caso de valores garantidos, a norma NBR 7094 acréscimo de 10ºC na elevação de temperatura da (ABNT) permite as seguintes tolerâncias: classe. O fator de serviço não deve ser confundido com a a) Tolerância pela adição das perdas: capacidade de sobrecarga momentânea, durante • Motores com rendimento igual ou inferiores a alguns minutos. Os motores WEG podem suportar 0,851: - 0,15 . (1 - η) sobrecargas até 60% da carga nominal, durante 15 • Motores com rendimento superior a 0,851: - segundos. O fator de serviço FS=1.0, significa que o 0,20. (1 - η). motor não foi projetado para funcionar continuamente acima de sua potência nominal. Isto, b) Tolerância pelo calculo direto (Potência no eixo / entretanto, não muda a sua capacidade para Potência absorvida): - 0,15 . (1 - η). sobrecargas momentâneas. 6.6.1. Importância do Rendimento 6.4. VELOCIDADE NOMINAL É importante que o motor tenha um rendimento É a velocidade (rpm) do motor funcionando à alto, por dois motivos. Primeiro, porque um potência nominal, sob tensão e freqüência rendimento alto significa perdas baixas e, portanto, nominais. Conforme visto no capítulo 2, item 2.4.3, um menor aquecimento do motor. Segundo, este depende do escorregamento e da velocidade porque, quando maior o rendimento, menor a síncrona. potência absorvida da rede, e portanto, menor o  s%  custo da energia elétrica paga. n = ns . 1 -  [rpm] O rendimento varia com a carga solicitada do  100  motor. Os catálogos dos motores Weg, indicam os valores típicos do rendimento em função da carga A velocidade síncrona ns é função do número de (50%, 75% e 100% de carga). Estes valores são pólos e da freqüência de alimentação: representados genericamente na figura abaixo: 60 . f 120 . f ns = = [rpm] p 2p 6.5. CORRENTE NOMINAL (A) É a corrente que o motor absorve da rede quando funciona à potência nominal, sob tensão e freqüência nominais. O valor da corrente nominal depende do rendimento (η) e do fator de potência (cosϕ) do motor: P(kW) . 1000 P(cv) . 736 I = = 3 . V . η . cos ϕ 3 . V . η . cos ϕ Figura 6.12 - Curvas características típicas de desempenho de motores de indução trifásicos. Os valores típicos de corrente, rendimento e fator de potência, são mostrados nos catálogos. 38
  • 39. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão 6.7. FATOR DE POTÊNCIA 6.7.2. Correção do Fator de Potência Um motor não consome apenas potência ativa, Existem dois meios para elevar o fator de potência depois convertida em trabalho mecânico, mas do motor, a saber, utilizando bancos de capacitores também potência reativa necessária para (mais usado) ou modificando o projeto do motor magnetização da chapa, que não produz trabalho. elétrico. Este último método não é muito utilizado, No diagrama da figura 6.13, o vetor P representa a pois eleva muito o preço do motor, o retorno de potência ativa e o Q a potência reativa, que investimento não é satisfatório. O aumento do fator somadas resultam na potência aparente S. A de potência é realizado em geral, com a ligação de relação entre a potência ativa, medida em kW e a uma carga capacitiva, normalmente um capacitor potência aparente medida em kVA, chama-se fator ou motor síncrono super excitado em paralelo com de potência. a carga. Por exemplo: Um motor elétrico, trifásico de 1000cv (736kW), operando com 100% da potência nominal, com fator de potência original de 0,86 e um rendimento de 96%. O fator de potência desejado é de 0,95. Qual é o valor do banco de capacitores necessário para corrigir o fator de potência do motor? Solução: Figura 6.13. - Triângulo de potências. PM = 736kW ∴ S = 3 . V .I [VA] P 736 P = 3 . V . I . cos ϕ [W] Pconsumida = = = 766.67kW η 0,96 Q = 3 . V . I . senϕ [VAr] ϕ1 = arccos 0,86 = 30,7° ϕ2 = arccos 0,95 = 18,2° A norma NBR 7094 (ABNT) admite uma tolerância para o fator de potência de: -1/6 de (1-cosϕ) Q1 = Pcons . tan ϕ1 Q2 = Pcons . tan ϕ2 6.7.1. Importância do Fator de Potência necessrio= Q1 - Q2 = 0,594Pcons- 0,329Pcons= 0,265Pcons kVAr . . . Visando otimizar o aproveitamento do sistema elétrico brasileiro, reduzindo o trânsito de energia reativa nas linhas de transmissão, sub-transmissão kVAr necess rio = 0,265 . 766,67k = 202,9kVAr e distribuição, a portaria do DNAEE número 85, de 25 de março de 1992, determina que o fator de potência de referência das cargas passe de 0,85 para 0,92. A mudança do fator de potência dá maior disponibilidade de potência ativa no sistema, já que a energia reativa limita a capacidade de transporte de energia útil. O motor elétrico é uma peça fundamental, pois dentro das indústrias, representa mais de 60% do consumo de energia. Logo, é imprescindível a utilização de motores com potência e características bem adequadas à sua função. O fator de potência varia com carga imposta ao motor. Os catálogos Weg indicam os valores típicos desta variação que são também representados na figura 6.12. 39
  • 40. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão 7. REFRIGERAÇÃO 7.1.2. Ventilação Mista - Carcaças 355 a 500 na Linha Master (Canais Axiais e Radiais) As perdas são inevitáveis no motor e o calor gerado por elas deve ser dissipado, ou seja, transferido • Trocador de calor ar-ar (MGF, MAF) para o elemento de resfriamento do motor, IC 0611 usualmente, o ar ambiente. A maneira pela qual é feita a troca de calor entre as partes aquecidas do O motor pode apresentar proteção IP55 ou motor e o ar ambiente é que define o "Sistema de superior. Possui um ventilador interno e um externo Refrigeração" do motor. A classificação dos métodos acoplados ao eixo. O trocador de calor é montado de resfriamento foram definidos conforme a norma na parte superior do motor. ABNT-NBR 5110 e/ou IEC-60034.6. Os sistemas usuais de refrigeração são apresentados a seguir. 7.1. SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO 7.1.1. Ventilação Axial • Motor totalmente fechado (Linha HGF) IC 0411 (ventilador externo no próprio eixo do motor) IC 0416 (ventilador externo com motor auxiliar) Figura 7.2. - Motor totalmente fechado com trocador de calor ar-ar. Máquina totalmente fechada, resfriada por ventilador e carcaça aletada (externa e internamente). O motor apresenta proteção IP55 ou • Aberto (AUTO-VENTILADO) (MGA, MGP superior. Possui um ventilador interno e um Há MAA, AGA) ainda, canais axiais no pacote de chapas do rotor e IC 01 da carcaça, como mostra a figura abaixo: Neste sistema, o motor pode apresentar proteção IP23, IP24, caracterizando um motor aberto. Possui um ventilador interno acoplado ao eixo, o qual aspira o ar ambiente que passa através da máquina, fazendo assim a troca de calor. Figura 7.1a. - Motor totalmente fechado com ventilação externa. Figura 7.3a - Motor aberto (MGP). Figura 7.1b. - Motor totalmente fechado com ventilação externa independente. 40
  • 41. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão • Ventilação independente com trocador de ar-ar (MGI, MAI) IC 0666 Neste sistema existe um ventilador independente que força a circulação interna do ar. O outro ventilador independente aspira o ar ambiente e o faz circular através do trocador de calor ar-ar. O motor pode apresentar proteção IP55 ou superior. Figura 7.3b - Motor aberto (AGA). • Trocador de calor ar-água (MGW, MAW) IC W 37A81 O motor com trocador de calor ar-água pode apresentar proteção IP55 ou superior, caracterizando um motor fechado. O motor possui um ventilador interno acoplado no eixo. Figura 7.6 - Motor com ventilação independente e trocador de calor ar-ar. • Ventilação independente, motor aberto (MGV, MAV) Figura 7.4 - Motor com trocador de calor ar-água. IC 06 • Auto-ventilado por dutos (MGD, MAD) O ar ambiente é forçado a circular através do motor IC 33 por um ventilador independente acoplado no topo do motor, e em seguida, devolvido ao meio Neste sistema, o motor apresenta um ventilador ambiente. Proteção IP23. acoplado internamente no eixo, o qual aspira o ar de um recinto não contaminado que, após atravessar o motor, é devolvido ao meio ambiente. Proteção IP55 ou superior. Figura 7.7 - Motor aberto com ventilação independente. Figura 7.5 - Motor auto-ventilado por dutos. 41
  • 42. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão • Ventilação independente com trocador de 7.1.3. Ventilação Bilateral Simétrica - calor ar-água (MGL, MAL) Carcaças 560 a 1000 - Linha Master (Canais IC W 37A86 Radiais) Neste sistema existe um ventilador independente • Trocador de calor ar-ar (MGF, MAF) que força a ventilação do ar internamente ao motor IC 0611 através do trocador de calor ar-água. Pode apresentar proteção IP55 ou superior. O motor pode apresentar proteção IP55 ou superior. Possui ventiladores internos e externo acoplados ao eixo. O trocador de calor é montado na parte superior do motor. Figura 7.8 - Motor com ventilação independente Figura 7.10 - Motor totalmente fechado com com trocador de calor ar-água. trocador de calor ar-ar. • Ventilação independente por dutos (MGT, • Aberto (AUTO-VENTILADO) (MGA, MGP, MAT) MAA) IC 35 IC 01 O ar é aspirado de um recinto não contaminado e Neste sistema, o motor pode apresentar proteção canalizado através de dutos até o motor. Pode IP23, IP24, caracterizando um motor aberto. Possui apresentar proteção IP55 ou superior. dois ventiladores internos acoplados ao eixo, os quais aspiram o ar ambiente que passa através da máquina, fazendo assim a troca de calor: Figura 7.9 - Motor com ventilação independente por Figura 7.11 - Motor aberto. dutos. 42
  • 43. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão • Trocador de calor ar-água (MGW, MAW) • Ventilação independente com trocador de IC W 37A81 ar-ar (MGI, MAI) IC 0666 O motor com trocador de calor ar-água pode apresentar proteção IP55 ou superior, Neste sistema existe um ventilador independente caracterizando um motor fechado. O motor possui que força a circulação interna do ar. O outro dois ventiladores acoplados ao eixo. ventilador independente aspira o ar ambiente e o faz circular através do trocador de calor ar-ar. Grau de proteção IP55 ou superior. Figura 7.12 - Motor com trocador de calor ar-água. Figura 7.14 - Motor com ventilação independente e trocador ar-ar. • Auto-ventilado por dutos (MGD, MAD) IC 33 • Ventilação independente, motor aberto Neste sistema, o motor apresenta dois ventiladores (MGV, MAV) acoplados internamente ao eixo, o qual aspira o ar IC 06 de um recinto não contaminado que, após atravessar o motor, é devolvido ao meio ambiente. O ar ambiente é forçado a circular através do motor Grau de proteção IP55 ou superior. por dois ventiladores independentes acoplados no topo do motor, e em seguida, devolvido ao meio ambiente. Grau de proteção IP23. Figura 7.13 - Motor auto-ventilado por dutos. Figura 7.15 - Motor aberto com ventilação independente. 43
  • 44. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão • Ventilação independente com trocador de calor ar-água (MGL, MAL) IC W 37A86 Neste sistema existe um ventilador independente que força a ventilação do ar internamente ao motor através do trocador de calor ar-água. Grau de proteção IP55 ou superior. Figura 7.16 - Motor com ventilação independente com trocador ar-água. • Ventilação independente por dutos (MGT, MAT) IC 35 O ar é aspirado (através de dois motoventiladores) de um recinto não contaminado e canalizado através de dutos até o motor. Grau de proteção IP55 ou superior. Figura 7.17 - Motor com ventilação independente por dutos. 44
  • 45. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão 8. CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS Todos os motores elétricos têm em comum vários elementos construtivos. Adicionalmente, cada tipo de motor possui certos elementos específicos que o caracterizam. Entre os elementos comuns a todos os tipos de motores, estão as partes estruturais como: carcaça, estator, tampas, mancais, rotor, guias de ar, ventiladores externos e internos, trocador de calor), caixas de ligação principal e dos acessórios, flange, acessórios, etc. Os materiais empregados para carcaça, caixas de ligação e de acessórios, flanges e ventiladores Figura 8.2 - Linha "M", carcaça soldada. poderão ser de ferro fundido ou chapa de aço. Guias de ar, trocadores de calor, tampas defletoras são normalmente feitos de chapa de aço, alumínio ou fibra de vidro também são materiais usados para alguns desses itens. Embora as partes ativas (como pacotes de chapas do estator, do rotor e enrolamentos) possam ser consideradas substancialmente semelhantes nos diversos tipos de motores, significativas diferenças no número, arranjo e construção dos enrolamentos e nos núcleos ferro magnético produzem diferentes características de funcionamento. 8.1. CARCAÇAS Abaixo temos três figuras que mostram as principais Figura 8.3 - Linha "M", carcaça fundida. carcaças de motores de indução de alta tensão produzidas pela Weg Máquinas, a saber: Figura 8.1. - Linha "H", carcaça fundida. Figura 8.4. - Linha "AGA", carcaça fundida. 45
  • 46. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão a) Motores Linha "M": b) Motores Linha "H": Construída em ferro fundido nas carcaças IEC 280 a Carcaça formada por um bloco de ferro fundido de 400 e da carcaça IEC, 450 e acima com chapas de alta resistência dotada de aletas externas e internas aço 1010/20, sendo suas junções feitas através de e canais de ventilação para o fluxo de ar, com o solda tipo "MIG", formando um conjunto sólido e objetivo de proporcionar o máximo desempenho. robusto que é base estrutural da máquina. Todo o Apresenta como vantagem adicional o fato do conjunto da carcaça recebe um tratamento de material não ser suscetível a corrosão ativa. normalização para alívio de tensões provocadas pela solda. Os motores são submetidos à pintura interna após tratamento térmico. Figura 8.6. - Motor da linha "H". c) Motores Linha "AGA": Construída em ferro fundido nas carcaças 280 e 315. Figura 8.7. - Motor da linha ''AGA''. Figura 8.5. - Motor da linha "M". 46
  • 47. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão 8.2. TROCADOR DE CALOR a) Trocador de Calor Ar-Ar: Este sistema de arrefecimento é um dos mais difundidos dentre os sistemas de refrigeração de motores, sendo basicamente composto por: • Tubos de alumínio sem costura com parede de 0,1mm ou especiais em tubos de aço ou cobre; • Paredes e o corpo de trocador em chapas de aço 1010/20. Todo o conjunto é protegido por tinta anti- corrosiva. Figura 8.9a. - Trocador de calor ar-água. O movimento do ar interno do motor, através do trocador, é movimentado pelo ventilador montado no eixo do motor. Figura 8.8a. - Trocador de calor ar-ar montado em cima do motor. Figura 8.9a. - Trocador de calor ar-água. O movimento do ar interno do motor, através do trocador, é movimentado pelo ventilador montado no motor auxiliar do trocador. Figura 8.8b. - Trocador de calor ar-ar montado em volta do estator. b) Trocador de Calor Ar-Água: Eletricamente este motor possui a eficiência de um motor aberto. Os trocadores de calor ar-água são formados por tubos de cobre ou latão. Neste sistema o calor é absorvido pela água que circula no interior do radiador. Todo conjunto é protegido por tinta anti-corrosiva. 47
  • 48. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão 8.3. ESTATOR 8.4. BOBINAGEM O núcleo do estator é formado por chapas O enrolamento do estator é formado por bobinas magnéticas de baixas perdas específicas (W/kg), ou pré-formadas de fio de seção retangular. aço-silício. O fio condutor de cobre é nu ou esmaltado com Na linha "H" o estator recebe ventilação axial já que verniz classe H (180°C) e recoberto com fita a base o estator está prensado na carcaça, o que facilita a de mica (meia sobreposta). dissipação do calor. As bobinas são revestidas com fitas a base de mica Na linha "M", para as carcaças 280 à 500 (inclusive) em "estágio B" (catalisadas). o pacote de chapas do estator recebe ventilação é Com o aumento do nível de tensão, descargas mista (axial e radial). Acima da 500, o estator é elétricas poderão ocorrer, ocasionadas pela dimensionado com canais radias para receber a proximidade dos condutores. Caso a tensão ventilação radial, devido a grande área interna, este aplicada exceda a rigidez dielétrica do ar dá-se o tipo de ventilação é a mais eficiente. aparecimento do efeito corona que é uma forma de descarga elétrica. Para minimizar estes efeitos as bobinas são ainda revestidas com fita condutora (preta) a base de carbono, a partir de 5kV. Ainda, a partir de 6kV, é colocada uma fita semi-condutora (cinza) para equalização do gradiente de potencial na saída do pacote do estator que consiste de falso tecido de poliester e uma resina especial em estágio B que contém partículas de carbeto de silício que dão as características necessárias para equalização do potencial. Após a inserção das bobinas e fechamento das ranhuras, o teste de curto-circuito (teste de impulso) entre espiras é realizado para detectar curto entre espiras. O teste de tensão aplicada é executado antes da impregnação a vácuo e pressão e após a impregnação realiza-se novamente a tensão aplicada para garantir a qualidade do Figura 8.10. - Pacote de estator da linha H. sistema de isolamento após todas as etapas do processo de fabricação. A medição de perdas no dielétrico, ou tangente delta (tag δ -Tangente delta), é realizado para comprovar a uniformidade da produção bem como serve para determinar o comportamento térmico e a rigidez dielétrica do isolamento. Figura 8.12. - Processo mecanizado de formatação das bobinas. Figura 8.11. - Pacote de estator da linha M. 48
  • 49. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão Figura 8.13a. - Laboratório de bobinagem de alta tensão, fabricação e isolação das bobinas (cabeça de bobina). Figura 8.14a. - Inserção das bobinas nas ranhuras do estator. Figura 8.13b - Processo mecanizado de isolação das bobinas (parte reta da bobina). Figura 8.14b. - Inserção das bobinas nas ranhuras do estator. O processo anterior a impregnação é composto da seguinte maneira: • Enrolar a bobina com a ajuda de um molde; • Compactação (prensa) das partes retas; • Conformação das bobinas (forma final) – (figura 8.12); • Isolação mecanizada das partes retas e parte das cabeças de bobina (figura 8.13b); • Isolação das cabeças de bobina (figura 8.13a); • Inserção e amarração das bobinas no pacote do estator (figura 8.14 e 8.15). Figura 8.15. - Ligação das bobinas e amarração das cabeças de bobina. 49
  • 50. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão Após este processo, o pacote do estator é impregnado pelo sistema V.P.I. (Vacuum Pressure Impregnation) através de vácuo (0.5mbar) e pressão (3,5bar) imerso em resina a base de epóxi não catalisada. Após a impregnação o pacote do estator vai para a estufa onde ocorre o processo de polimerização e cura. O resultado obtido é uma impregnação sem bolhas de ar (vazios) e excelente rigidez dielétrica e mecânica de conjunto. Figura 8.18. - Estufa (processo de polimerização e cura. 8.5. ROTOR 8.5.1. Rotor de Gaiola a) Rotor injetado: Os rotores de gaiola de alumínio injetado são fabricados com processo de temperatura e pressão Figura 8.16. - Laboratório de impregnação (V.P.I.) controlada, projetados para proporcionar: de alta tensão. • Altos conjugados de partida com baixas correntes com a facilidade de construção de ranhuras que simulam a dupla gaiola; • Excelente rigidez mecânica; • A partida de cargas com elevado momento de inércia; • Suporta grande sobre-elevação de temperatura durante a partida, isto porque, o material das ranhuras e do cobre formarem um bloco único; • Baixo custo comparado com o rotor de barras de cobre. Figura 8.17. - Tanque de impregnação a vácuo. Figura 8.19. - Rotor de alumínio injetado. 50
  • 51. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão b) Rotor de barras: 8.5.2. Rotor Bobinado (ou de Anéis) O núcleo do rotor é formado por chapas de aço silício. Possui canais axiais em todas as máquinas. As bobinas são confeccionadas com barras de cobre Na linha H e M, nas carcaças menores, o pacote é nu. Uma espira da bobina é composta por duas contínuo sem canais radias de ventilação. Na linha partes, as quais são soldadas entre si na cabeça de M, carcaças maiores, a chapa é distanciada bobina. O isolamento das bobinas, normalmente, é formando os canais radiais de ventilação, que por revestimento com fitas a base de mica em permite elevada dissipação térmica. A parte ativa ou "estágio B" (catalisadas). É o mesmo processo do condutores, podem ser de cobre ou latão. Especial estator. As bobinas são fixadas rigidamente dentro atenção é dedicada para prevenir fadiga nas barras, das ranhuras através de cunhas. ocasionadas pelas vibrações. Após colocação das Os anéis coletores são fornecidos em aço inox barras nas ranhuras, é efetuada a solda do anel de (padrão), entretanto poderão ser fornecidos em curto-circuito através de solda prata, garantindo bronze ou latão, dependendo da aplicação e do perfeita conexão elétrica entre ambas as partes. local onde será instalado. O rotor é curto-circuitado por intermédio do Ainda, os rotores de barras podem apresentar conjunto dos anéis coletores e escovas, os quais vários formatos de barras com a variação das dão acesso ao enrolamento do rotor, estes são dimensões do perfil da barra. Essa gama de projetados para suportar a corrente máxima de combinações possibilita um vasto controle dos operação necessária e a dissipação de calor gerado parâmetros elétricos do motor (conjugado máximo pela corrente elétrica e o contato entre escovas e e de partida, rendimento, fator de potência e anéis. corrente de partida entre outros). Através das escovas e do coletor é possível conectar uma resistência trifásica em série com os enrolamentos do rotor, variando-se assim a impedância do secundário do motor. Com um reostato em série com o rotor é possível regular a corrente e o conjugado de partida ou nas condições de regime variar a rotação de trabalho (escorregamento). Figura 8.20. - Rotor de barras sem canais radiais de ventilação (linha H). Figura 8.21. - Rotor de barras com canais radiais de ventilação (linha M). Figura 8.22. - Rotores bobinados ou de anéis. 51
  • 52. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão a) Porta-escovas fixo: baixar as escovas e colocar novamente o reostato No porta-escovas do tipo fixo as escovas em contado com o rotor, a seqüência de operação é permanecem em contato com o coletor a inversa da informada acima. permanentemente, pressionadas por molas do tipo A operação de um motor com rotor bobinado curto- pressão constante. Neste tipo de porta-escovas as circuitado é igual a de um motor com rotor de escovas têm sua vida útil limitada em função de um gaiola. A manutenção é bastante reduzida porque contato permanente com os anéis coletores. Fatores não há o desgaste das escovas. que influenciam na vida útil das escovas são: Para esta configuração o conjunto, coletor, escovas Percentual da carga que o motor trabalha, tipo ou e porta-escova são dimensionados para suportar as qualidade das escovas, ambiente da instalação e condições de partida. Um motor que possui um outros. dispositivo motorizado de levantamento de escovas Para esta configuração todo o conjunto, coletor, não pode operar continuamente com as escovas escovas e porta-escovas são dimensionados para baixadas, a não ser que esta condição foi informada suportar as condições de partida e as de regime inicialmente antes da construção. contínuo. Esse dispositivo é recomendado usar somente quando a aplicação requerer poucas partidas por dia, ou em torno de duas (02) partidas por dia. Figura 8.24. – Motor redutor que aciona o sistema de levantamento das escovas. Figura 8.23. – Porta escovas fixo. b) Porta-escovas com sistema motorizado de levantamento das escovas: As características mecânicas são similares ao porta- escovas do tipo fixo, sendo que o levantamento das escovas é realizado por um dispositivo motorizado (ou manual), o qual, permite o levantamento das mesmas e o curto-circuito dos anéis, através de um controle remoto e/ou local. A seqüência de atuação do dispositivo de levantamento das escovas é o seguinte: O motor é acionado, e este através de um redutor aciona um anel que coloca as três fases em curto-circuito. Somente após essa operação todas as escovas são levantadas ou afastadas em relação ao coletor. Para 52
  • 53. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão 8.6. CAIXA DE LIGAÇÃO 8.6.1. Caixa de Ligação de Força O material do invólucro pode ser fornecido em ferro fundido ou aço, é vedada com cordões de borracha. O grau de proteção da caixa é compatível com o do motor. A entrada dos cabos de alimentação pode ser feita através de 1 (uma) ou mais entradas com rosca métrica, PG, RWG ou NPT. Possibilita giros de 180 em 180 graus, 90 em 90 graus, dependendo do tipo e tamanho da caixa, isto se deve a existência ou não de acessório dentro da mesma e aplicação (deve ser informado a necessidade). Para conexão à rede, barras, bornes ou pinos de ligação. Isoladores de Porcelana ou Epóxi, dependendo da aplicação, são utilizados. Figura 8.25. - Coletor mais pota-escovas do sistema de levantamento das escovas. Figura 8.28. - Caixa de ligação principal em aço. Figura 8.26. - Porta escovas com dispositivo de levantamento automático/manual. Figura 8.29. - Caixa de ligação principal em aço, com ponto neutro. Figura 8.27. - Mecanismo de curto-circuito dos anéis coletores. 53
  • 54. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão 8.6.2. Caixa de Ligação de Acessórios É confeccionada em ferro fundido, independente da caixa de força, pode ser instalada no mesmo lado ou oposto a caixa principal. O grau de proteção da caixa é compatível com o do motor e seu posicionamento, normalmente, pode ser orientado de 90 em 90°. Há normalmente 3 (três) entradas com rosca métrica, PG, RWG ou NPT, para os cabos de ligação. O padrão é fornecer o motor com uma caixa para os acessórios de sinal (Pt100) e uma para os acessórios de força (resistência de aquecimento), ou quantas forem necessárias. Figura 8.30. - Caixa de ligação principal em aço, com Para-Raios e Capacitores para surtos. Figura 8.31. - Caixa de ligação principal com para- raios, capacitor e TC. Figura 8.32. - Caixa de ligação principal em ferro fundido. 54
  • 55. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão 8.7. EIXO São dimensionados para suportar os esforços mecânicos nas mais diversas aplicações. Dependendo do tipo de acoplamento poderão ser utilizados os seguintes materiais: ASI 1040/45, 4140 ou superiores, isto devido aos esforços radiais aplicados na ponta do eixo. Os eixos recebem um tratamento térmico com o objetivo de aliviar as tensões internas, evitar empenamentos e aumentar a resistência à fadiga provocada pelos esforços de torção e flexão. Figura 8.33. - Caixas de ligação dos acessórios. Tipos de eixos: • Oco: 8.6.3. Caixa de Ligação do Rotor, Linha "M" Aplicado em motores verticais onde o peso da com rotor de anéis carga é apoiado no motor; • Maciço: Confeccionado em aço, aloja os terminais de Aplicado em motores onde o diâmetro do rotor é circuito do rotor através de uma placa de bornes. A pequeno. entrada dos cabos de alimentação é feita por 1 • Costelado: (uma) ou mais entradas com rosca métrica, PG, Aplicado em motores onde o diâmetro do rotor é RWG ou NPT. grande. Figura 8.35. – Eixo Maciço, A chapa é colocada diretamente em cima do eixo. Figura 8.34. - Caixa de ligação do rotor. Figura 8.36. – Eixo Costelado. A chapa é colocada em cima das costelas. 55
  • 56. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão 8.8. VENTILADOR 8.9. PLACA DE IDENTIFICAÇÃO Os sistemas de ventilação interno e/ou externo, são A placa de identificação contém as informações que projetados para obter o máximo desempenho com determinam as características nominais e de baixo nível de poluição sonora. São construídos, desempenho dos motores que são definidas pela para produzir o volume de ar necessário para a NBR-7094. refrigeração e com baixo nível de ruído (atendendo Além das placas de identificação com as as principais normas aplicadas a motores elétricos). características principais da máquina, existem no Também é levado em conta o momento de inércias motor outras placas, como: Dos mancais, TAG, e o rendimento. advertência, acessórios, certificadora e outras. Tipos: • Ventiladores radiais - Motores bidirecionais - Motores com IV pólos ou mais. • Ventiladores axiais - Motores com rotação unidirecional. - Motores com II pólos. - Motores onde é desejado nível de ruído extremamente baixo. Figura 8.37. – Ventilador Radial. Figura 8.39. - Placas de identificação. 8.10. PINTURA Na Weg Máquinas os planos de pintura são resumidos em dois planos, 212P e 212E, os quais são a solução para a as diversos ambientes e aplicações. Estes planos seguem as Normas Petrobrás e as mesmas são aprovados na Petrobrás. Figura 8.38. – Ventilador Axial. 56
  • 57. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão 8.10.1. PLANO DE PINTURA WEG MÁQUINAS 212P Plano: 212P (Atende condição 4, item 4.4.3.1 - Norma Petrobrás N 1735 Revisão C). Aplicação: Ambiente marítimo agressivo ou industrial marítimo, abrigado ou desabrigado, podendo conter alta umidade. Indicado para aplicação em indústrias de papel e celulose, mineração, química e petroquímica. Preparação de Superfície: Jateamento abrasivo ao metal quase branco Sa 2 ½, conforme norma ISO 8501-1; Pintura de Fundo: Uma demão de “Primer Etil Silicato Inorgânico de Zinco”, atende a Norma PETROBRÁS N1661, espessura de película seca de 67 a 90 µm; Pintura Intermediária: Uma demão de “Tinta Epoxi Fosfato de Zinco de Alta Espessura”, atende a norma Petrobrás N2630, espessura de película seca 90 a 130 µm; Pintura de Acabamento: Uma demão de “Tinta Poliuretano Acrílico de Alta Espessura”, atende a norma Petrobrás N 2677, espessura de película seca 63 à 91 µm; Cor Final de Acabamento: Azul – Ral 5007 (Cor padrão Weg Máquinas). Grau de brilho (ASTM D523): mínimo 80 % Aderência (ASTM D3359): X0/Y0 a X1/Y3 Resistência à névoa salina (ASTM D 1654): mínimo 3000 horas I – Migração subcutânea: máx. 2,0 mm II – Grau de empolamento: DO/TO III – Grau de enferrujamento: FO 8.10.2. PLANO DE PINTURA WEG MÁQUINAS 212E Plano: 212E (Atende condição 4, item 4.4.3.2 - Norma Petrobrás N 1735 Revisão C). Aplicação: Ambiente marítimo agressivo ou industrial marítimo, abrigado, podendo conter alta umidade e espingos de álcalis e solventes. Indicado para aplicação em indústrias de papel e celulose, mineração, química e petroquímica. Preparação de Superfície: Jateamento abrasivo ao metal quase branco Sa 2 ½, conforme norma ISO 8501-1; Tinta de Fundo: Uma demão de “Primer Etil Silicato Inorgânico de Zinco”, atende a Norma PETROBRÁS N1661, espessura de película seca de 67 a 90 µm; Tinta Intermediária: Uma demão de “Tinta Epoxi Fosfato de Zinco de Alta Espessura”, atende a norma Petrobrás N2630, espessura de película seca 90 a 130 µm; Tinta de Acabamento: Uma demão de “Tinta Epoxi poliamida de Alta Espessura”, atende a norma Petrobrás N2628, espessura de película seca 90 a 130 µm; Cor Final de Acabamento: Azul – Ral 5007 (Cor padrão Weg Máquinas). Grau de brilho (ASTM D523): mínimo 60 % Aderência (ASTM D3359): X0/Y0 a X1/Y3 Resistência à névoa salina (ASTM D 1654): mínimo 3000 horas I – Migração subcutânea: máx. 2,0 mm II – Grau de empolamento: DO/TO III – Grau de enferrujamento: FO 57
  • 58. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão 8.11. TERMINAIS DE ATERRAMENTO • 02 terminais de aterramento fixados na carcaça em lados opostos. O tipo de fixação pode ser O aterramento tem a finalidade de proteger os por parafuso ou conector. operadores de motores elétricos ou de máquinas acionadas pelos mesmos, contra possíveis curto- circuitos entre uma parte energizada e a carcaça do 8.12. FORMAS CONSTRUTIVAS motor. NORMALIZADAS Esta proteção se dá pelo oferecimento de um caminho mais fácil para o fluxo, de corrente, assim, Entende-se por forma construtiva, o arranjo das desviando-a do operador e da máquina. partes construtivas das máquinas com relação a sua Geralmente, o sistema de aterramento está fixação, a disposição de seus mancais e a ponta de localizado da seguinte forma: eixo; que são padronizadas pela NBR-5031, IEC • 01 terminal de aterramento no interior da caixa 60034-7, NEMA MG 1-4. de ligação; Tabela 8.2. - Formas construtivas normalizadas. 8.13. MANCAIS • As condições ambientais a qual é submetido. Dispositivo mecânico sobre o qual se apóia um eixo O tipo de mancal a ser selecionado está ligado com girante (no caso do motor elétrico), deslizante ou o tipo de aplicação, sendo eles divididos em: oscilante, e que lhe permite o movimento com um mínimo de atrito. Devido a grande importância dos mancais para o 8.13.1. Mancal de Rolamento: motor como um todo, segue abaixo alguns fatores que determinam a sua durabilidade, a saber: A lubrificação destes pode ser a graxa, • Velocidade de operação; opcionalmente imerso em óleo ou ainda com névoa • Esforços axiais e radiais aplicados aos mesmos; de óleo (“Qil Mist”). • A correta manutenção e lubrificação; 58
  • 59. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão Tipos: • Rolamentos de Esferas: É o padrão utilizado na Weg Máquinas. • Rolamentos de Rolos: Usado com cargas com forças radiais elevadas. Obs.: Não pode ser utilizado em motores II pólos, devido a velocidade crítica estar próxima da velocidade síncrona do motor. • Rolamento de Contato Angular: Para cargas com esforços radiais e axiais maiores do que o rolamento normal suportaria. • Rolamento de Rolos Cônicos: Para cargas com elevados esforços radiais e axiais. Figura 8.41. - Rolamentos. Limites de temperatura: 110°C (desligamento) 90°C (alarme) 8.13.2. Dimensionamento do mancal e Eixo para Acoplamento por Polias e Correias Quando o acoplamento é por polias e correias deve- se tomar cuidado especial com o eixo e o mancal do motor. O peso da polia motor e conjunto com a força da correia resulta em um esforço axial na ponta de eixo. Normal é necessário reforçar o eixo e o rolamento para suportar o esforço axial. Nesta condição a Weg Máquinas tem como padrão aumentar a ponta de eixo, usar rolamento de rolos e usar aço AISI 4140 no eixo. Para o correto dimensionamento do eixo e do mancal e evitar a quebra do eixo ou do rolamento são necessários os dados abaixo: Figura 8.40a - Motor com mancal de rolamento a graxa. F1 F2 F3 Acoplamento Figura 8.40a - Motor com mancal de rolamento em banho de óleo. - Tipo de Correia (V ou Plana)? ........................ - Quantidade de Correias?.................................. - Diâmetro da polia motora (DM)?................mm - Diâmetro da polia movida (da)?.................mm - Distância entre os centros das polias (DC)?........................................................mm - Largura da polia (L)?...................................mm - Distância entre o centro das correias ao encosto 59
  • 60. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão do eixo (x)?............................................mm - Qual das figuras acima refere-se a aplicação? F1, F2, F3. - Qual o ângulo entre as duas polias (Beta)?...................................................graus 8.13.3. Mancal de Bucha Os mancais (casquilhos) são separados em dois setores corretamente posicionados por pinos e este fato permite a sua inspeção sem necessidade da retirada do motor do local da instalação. São isolados eletricamente da carcaça do motor impedindo assim a circulação de correntes parasitas Figura 8.42. - Motor com mancal de bucha. pelo eixo da máquina. Apresenta uma folga axial de alguns milímetros, esta varia com o tamanho do mancal. A montagem do rotor é feita de tal maneira que o centro magnético do motor fique na posição tal que o rotor tenha folga para os dois lados, ou seja, a folga axial fique dividida por dois. Para indicar a posição do centro magnético há um indicador fixo no mancal dianteiro, este indica a posição correta na direção de três marcas em cima da ponta de eixo. Uma marca indica o limite do rotor para trás, a outra o limite do rotor para frente e a do centro é a posição do centro magnético (posição de montagem e trabalho do motor). NOTA: O motor deve ser acoplado de tal maneira que o indicador fique posicionado na Figura 8.43. - Casquilho e anel pescador. marca centra (ver na ponta de eixo). Caso o mancal trabalhe encostado para frente ou para trás, o mancal sofrerá sobre- aquecimento e a queima do mesmo. Uma grande vantagem do mancal de bucha em relação ao rolamento: - Vida útil bem maior. - Suporta rotações elevadas. - Suporta maior esforço radial combinado com a rotação. A principal desvantagem em relação ao rolamento é o seu preço. Limites de temperatura: 120ºC - Desligamento 100ºC – Alarme Figura 8.44. - Motor com mancal de bucha tipo pedestal. 60
  • 61. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão Mancal de Bucha dianteiro Mancal de Bucha traseiro Onde: Onde: 1. Bujão de dreno 1. Bujão de dreno 2. Carcaça do mancal 2. Carcaça do mancal 3. Carcaça do motor 3. Carcaça do motor 4. Parafuso para montagem da capa da carcaça 4. Parafuso para montagem da capa da carcaça do mancal do mancal 5. Capa da carcaça do mancal 5. Capa da carcaça do mancal 6. Parafuso da capa do mancal bipartido 6. Parafuso da capa do mancal bipartido 7. Selo máquina 7. Selo máquina 8. Parafuso do selo máquina 8. Parafuso do selo máquina 10. Olhal de suspensão 10. Olhal de suspensão 15. Casquilho superior 11. Defletor estacionário 16. Casquilho inferior 12. Parafuso do defletor estacionário 17. Anel pescador 13. Portador do selo labirinto 18. Selo labirinto 14. Parafuso do portador do selo labirinto 19. Mola circular elástica 15. Casquilho superior 21. Parafuso de montagem da carcaça do mancal 16. Casquilho inferior carcaça do mancal 17. Anel pescador 22. Defletor inferior 18. Selo labirinto 23. Parafuso de união dos defletores 19. Mola circular elástica 21. Parafuso de montagem da carcaça do mancal carcaça do mancal 24. Defletor inferior 25. Parafuso de união dos defletores 61
  • 62. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão 8.14. LIMITES DE RUÍDOS Os motores Weg atendem as normas NEMA, IEC, e NBR que especificam os limites máximos de nível de potência sonora, em decibéis. Os valores da tabela 8.3 estão conforme NBR 7565. NÍVEL DE POTÊNCIA SONORA EM dB(A) Graus de proteção IP22 IP44 IP22 IP44 IP22 IP44 IP22 IP44 IP22 IP44 IP22 IP44 Velocidade nominal (rpm) 960<n 1320<n 1900<n 2360<n 3150<n n≤960 "n" ≤1320 ≤1900 ≤2360 ≤3150 ≤3750 Faixas de potências Nível de potência sonora nominais, P dB(A) Motores kW cv P<1,1 P<1,5 73 73 76 76 77 78 79 81 81 84 82 86 1,1<P≤2,2 1,5<P≤3,0 74 74 78 78 81 82 83 85 85 86 86 91 2,2<P≤5,5 3,0<P≤7,5 77 78 81 82 85 86 86 90 89 93 93 95 5,5<P≤11 7,5<P≤15 81 82 85 85 88 90 90 93 93 97 97 96 11<P≤22 15<P≤30 84 86 88 88 91 94 93 97 96 100 97 100 22<P≤37 30<P≤50 87 90 91 91 94 98 96 100 99 102 101 102 37<P≤55 50<P≤75 90 93 94 94 96 100 98 102 101 104 103 104 55<P≤110 75<P≤150 93 96 97 95 100 103 101 104 103 106 105 106 110<P≤220 150<P≤300 97 99 100 102 103 106 103 108 105 109 107 110 220<P≤630 300<P≤860 99 102 103 105 106 108 106 109 107 111 110 113 630<P≤1100 860<P≤1500 101 105 106 108 108 111 108 111 109 112 111 116 1100<P≤2500 1500<P≤3400 103 107 108 110 109 113 109 113 110 113 112 118 2500<P≤6300 3400<P≤8600 106 109 110 112 110 115 111 115 112 115 114 120 Tabela 8.3. - Nível de potência sonora em dB(A). Com o objetivo de limitar ainda mais os níveis de ruído nos motores, a WEG desenvolveu, e está em constantemente desenvolvendo, vários tipos de abafadores ou atenuadores de ruídos e carenagens, que possibilitam (juntos) obter valores bem abaixo da tabela 8.3. A medição do nível de ruído é executada conforme representado na figura 8.45 abaixo, a uma distância de um metro (1m), seguindo a seqüência de 1 a 8. O valor informado nas folhas de dados sempre é o valor médio dos 8 pontos. As medições, normalmente feitas em laboratório ou no campo, são em Pressão Sonora, sendo que a tabela da norma é em Potência Sonora. Figura 8.45. – Pontos de medição do Nível de Ruído. 62
  • 63. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão A transformação de Potência Sonora para Pressão que se referem os níveis da severidade de vibração Sonora, conforme abaixo (Norma IEC60034-9): estão indicadas na figura 8.34. Lp = Lw – 10.log (S/So) Lp – é o nível de pressão sonora em campo aberto em uma superfície de reflexão a 1m da máquina. Lw – é o nível de potência sonora determinado conforme procedimento desta norma. So – é 1m². S – é a superfície que envolve a máquina a 1m, de acordo com a norma ISO3744 e a seguinte regra: a) Altura de eixo <=280mm Área da superfície (S) é um hemisfério (m²). b) Altura de eixo >280mm Área da superfície (S) é um paralelepípedo (m²). Figura 8.46. - Pontos de Medição. 8.15. VIBRAÇÃO 8.16. BALANCEAMENTO A vibração de uma máquina elétrica está intimamente relacionada com sua montagem e por Conforme a NBR-8008, balanceamento é o processo isso é geralmente desejável efetuar as medições de que procura melhorar a distribuição de massa de vibração nas condições reais de instalação e um corpo, de modo que este gire em seus mancais funcionamento. sem forças de desbalanceamento. A tabela 8.4 indica os valores admissíveis para a Muitas vezes não é fácil reconhecer a relação entre máxima velocidade de vibração, para motores o desbalanceamento do rotor e as vibrações da elétricos, para dois graus: A e B - conforme norma máquina sob condições de operação. As vibrações IEC 60034-14. da máquina podem provir apenas parcialmente da presença de desbalanceamento do rotor. Grau A: Aplicado a máquinas sem exigências especiais de vibração. A amplitude das vibrações é influenciada por vários Grau B: Aplicado em máquinas com exigências fatores, tais como: especiais de vibração. Montagem rígida não é - Massa vibratória das carcaças da máquina e sua considerado aceitável para máquinas com altura de fundação. eixo menor que 132. - A rigidez dos mancais e fundação. - Aproximação da velocidade de operação em Valor Limite da Velocidade relação a várias freqüências de ressonância, Classe de de Vibração (mm/s) para Carcaças etc. Balancea- Montagem mento - Problemas de montagem da máquina, 132 a 56 a 132 280 H > 280 acoplamento, ou do conjunto máquina acionante / acoplamento / carga. A Livre 1,6 2,2 2,8 - Projeto estrutural da máquina, acoplamento ou Rígida 1,3 1,8 2,3 da carga. B Livre 0,7 1,1 1,8 Rígida -- 0,9 1,5 Tabela 8.4. - Limites de Vibração. 8.15.1. Pontos de Medição As medições da severidade de vibração devem ser efetuadas sobre os mancais, na proximidade do eixo, em três direções perpendiculares, com a máquina funcionando na posição que ocupa sob condições normais (com eixo horizontal ou vertical). Figura 8.47. – Balanceamento. A localização dos pontos de medição e as direções a 63
  • 64. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão 9. CARACTERÍSTICAS DE PARTIDA sistemas de partida, inclusive estrela-triângulo. Entretanto, o alto custo dos contatores e/ou 9.1. LIMITAÇÃO DA CORRENTE DE disjuntores a vácuo, normalmente inviabiliza este PARTIDA tipo de partida para motores de alta tensão. Sempre que possível a partida de um motor trifásico No gráfico a seguir: de gaiola, deverá ser direta na rede ou plena I∆ = corrente na ligação delta; tensão, por meio de contatores à vácuo e/ou C∆ = conjugado na ligação delta; disjuntores. Deve-se ter em mente que para um IY = corrente na ligação estrela; determinado motor as curvas de conjugados e CY = conjugado na ligação estrela; corrente são fixas (quem determina o seu valor é a n = rotação síncrona; parte física do motor), independente da dificuldade t1 = tempo ou rotação em que deverá ocorrer a de partida, para uma tensão constante. comutação Y/∆. Nos casos em que a corrente de partida do motor é elevada podem ocorrer as seguintes conseqüências prejudiciais: a) Elevada queda de tensão no sistema de alimentação da rede, provocando interferência em equipamentos instalados neste sistema; b) O sistema de alimentação (cabos, chaves, proteção, transformador) deverá ser sobre dimensionados, elevando os custos; c) A imposição das concessionárias de energia elétrica que limitam a queda de tensão da rede. Caso a partida direta na rede não seja possível, devido aos problemas citados acima, pode-se usar sistema de partida indireta para reduzir a corrente de partida. Estes sistemas de partida indireta (tensão reduzida, variação de freqüência, por resistência) são: • Chave estrela-triângulo; • Chave compensadora ou auto-trafo; • Chave de partida estática ou soft-start; tC n • Inversor de freqüência; • Reostato para motores de anéis. Figura 9.1. - Partida estrela-triângulo. 9.1.1. Chave Estrela-Triângulo 9.1.2. Chave Compensadora (Auto- Transformador) É fundamental para a partida com chave estrela- triângulo que o motor tenha a possibilidade de Para motores que irão partir com uma tensão ligação em dupla tensão, ou seja, em 1350/2300V, menor que a tensão nominal, a corrente e o em 2400/4160V ou 3800/6600V. Os motores conjugado de partida deverão ser multiplicados deverão ter no mínimo seis bornes de ligação. pelos fatores K1 (fator de multiplicação da corrente) A partida estrela-triângulo poderá ser usada quando e K2 (fator de multiplicação do conjugado) obtidos a curva de conjugados do motor é suficientemente no gráfico da figura 9.2. elevada para poder garantir a aceleração da máquina com a corrente reduzida. Na ligação estrela, o conjugado fica reduzido para 25 a 33% do conjugado de partida e a corrente de partida para 33% do valor em da ligação triângulo. Por este motivo, sempre que for necessária uma partida estrela-triângulo, deverá ser usado um motor com curva de conjugado de partida elevado. Os motores Weg, quando solicitado pela aplicação, são projetados para obter alto conjugado máximo e de partida, sendo, portanto, aptos à maioria dos 64
  • 65. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão variável aos terminais do motor durante a "aceleração". Este comportamento é, muitas vezes, chamado de "partida suave" (soft-starter). No final do período de partida, ajustável conforme a aplicação, a tensão atinge seu valor pleno após uma aceleração suave ou uma rampa ascendente, ao invés de ser submetido a incrementos ou "saltos" repentinos, como ocorre com os métodos de partida por auto-transformador, ligação estrela-triângulo, etc. Com isso, consegue-se manter a corrente de partida (na linha) próxima da nominal e com suave variação, como desejado. Valor limite de corrente permitido no motor é função da aplicação e do projeto do motor. Além da vantagem do controle da tensão (e por conseqüência da corrente) durante a partida, a chave eletrônica apresenta, também, a vantagem de não possuir partes móveis ou que gerem arco elétrico, como nas chaves mecânicas. Este é um dos pontos fortes das chaves eletrônicas, pois sua vida útil é bem mais longa (permite até centenas de milhões de manobras). Figura 9.2. - Fatores de redução K1 e K2. C / Cn Rotação (%) Ip / In A chave compensadora pode ser usada para a Figura 9.3. - Partida Direta e com Soft-Starter por partida de motores sob carga. Ela reduz a corrente rampa de tensão. de partida, evitando uma sobrecarga no circuito, deixando, porém, o motor com um conjugado Onde: "suficiente" para a partida e aceleração. A tensão 1. Corrente de partida direta; na chave compensadora é reduzida através de auto- 2. Corrente de partida com soft-starter; transformador que possui normalmente taps de 50, 3. Conjugado com partida direta; 65 e 80% da tensão nominal. 4. Conjugado com soft-starter; 5. Conjugado da carga. 9.1.3. Partida Estática ou Soft-Starter 9.1.4. Partida com Inversor de Freqüência O avanço da eletrônica permitiu a criação da chave de partida a estado sólido a qual consiste de um Por muitos anos, motores CA foram usados conjunto de pares de tiristores (SCR, ou estritamente em aplicações de velocidade combinações de tiristores/diodos), um em cada constante. Tradicionalmente, com bombas, borne de potência do motor. ventiladores e compressores, o controle da vazão O ângulo de disparo de cada par de tiristores é também foi realizado através de meios mecânicos controlado eletronicamente para uma tensão 65
  • 66. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão como o estrangulamento de válvulas e abafadores. aterrado. Uma ponte retificadora trifásica é a fonte Quando a velocidade variável era requerida, de alimentação de um motor acionado por Inversor motores CC, juntamente com turbinas e motores de de Freqüência. Em operação, somente duas fases combustão interna, eram escolhidos. conduzem simultaneamente, portanto, a soma O advento, de acionamentos de velocidade variável, vetorial não é zerada. O centro do Link CC confiáveis e de custo efetivo, mudaram rapidamente movimenta-se e tem valores de tensão positivos e estes procedimentos. Estes acionamentos, que negativos com relação ao terra (tensão de "Modo regulam a velocidade do motor, controlando a Comum"), com magnitudes que variam com o tensão e a freqüência da rede, tem alargado ângulo de disparo da ponte retificadora. A vastamente a abrangência das aplicações e magnitude da tensão de Modo Comum em cada capacidades dos motores CA. perna da ponte pode ser igual à metade da tensão O uso de controles de freqüência ajustável, nominal Fase-Neutro. Assim, a tensão total aplicada entretanto, impacta no projeto, desempenho e nas fases do motor com conversor CA-CA pode ser confiabilidade dos motores CA. Muitos efeitos são duas vezes a tensão nominal de fase. positivos. Velocidades baixas significam ciclos Isto é um problema uma vez que motores não são menores (portanto fadiga minimizada) dos normalmente projetados para operar com o dobro rolamentos, ventoinhas e outros elementos da tensão nominal. Uma forma de solucionar este girantes. A "Partida Suave" de um motor elimina os fato é especificar motores com isolação suficiente altos esforços da partida nos enrolamentos do para suportar o dobro da tensão nominal (normal estator e barras do rotor que são usuais quando a quando se especifica um motor para operar com partida ocorre diretamente na rede. variador de freqüência). Acionamentos de freqüência ajustável podem influenciar positivamente a vida útil do motor, 2) Harmônicas quando adequadamente aplicados. Há, contudo, Os efeitos das harmônicas geradas pelo uns poucos fatores importantes que devem ser acionamento podem afetar a operação, vida útil e considerados quando do uso de motores com estes desempenho do motor. Estes efeitos podem ser acionamentos. Estes problemas são bem definidos e divididos em 3 categorias: aquecimento, dielétrico e administráveis e a seguir abordados. A ocorrência mecânico. de problemas, com a instalação destes A figura 9.4 ilustra um exemplo de forma de onda acionamentos, será significativamente reduzida de tensão (P.W.M.) e corrente que pode ser quando estes fatores já são considerados fornecida à um motor por um inversor de adequadamente na especificação técnica inicial. freqüência. Aspectos adicionais a serem considerados na Especificação de Motor com Velocidade Variável. Aplicações com velocidade variável possuem mais dos problemas de aplicação do que os motores com velocidade constante, tais como, requisitos específicos da carga , integridade da isolação, vibrações, qualidade dos materiais e da construção. Há cinco aspectos adicionais que devem ser levados atentamente em consideração quando especificados motores para aplicações com velocidade variável: • Tensão de "Modo Comum"; • Harmônicas; • Freqüências de Chaveamento e Ondas Estacionárias; • Faixa de Velocidade; • Aspectos na Partida. 1) Tensão de Modo Comum Quando operado diretamente conectado à rede, o motor é alimentado pela tensão de entrada trifásica. Com uma fonte de alimentação regular (equilibrada) trifásica, a soma de todos os vetores de fase é zero, Figura 9.4 - Tensão e corrente no motor. o neutro é estacionário e é usualmente mantido 66
  • 67. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão As harmônicas de corrente são aditivos à corrente corrente que afetam de forma variada a isolação do fundamental, portanto geram calor adicional nos motor. enrolamentos do motor. Mesmo um valor de 30% Ocasionados pela freqüência de chaveamento, (trinta por cento) de distorção de corrente num picos de tensão ou alto dV/dt, terão impacto na motor, não gera mais que 8% (oito por cento) de vida útil dos enrolamentos do motor. A freqüência e calor adicional (devido principalmente aos amplitude, desses surtos todos, influenciam a vida enrolamentos do motor que se comportam como do isolamento e a provável forma de defeito. um filtro). Uma recomendação conservadora e justa seria É necessário que o fornecedor do acionamento requerer que o fabricante do acionamento supra o fornecedor do motor com informações especificasse ao fabricante do motor qualquer outro sobre as harmônicas geradas para permitir que o requisito especial de isolação (visto que a utilização motor seja devidamente projetado com a adequada de filtros encareceria demais o inversor). Quando capacidade de absorção/dissipação de calor para necessário (geralmente acima de 20m) o usuário contra-balancear qualquer perda e/ou aquecimentos deverá prover ao fabricante do inversor/motor os adicionais. Um motor operando com velocidade comprimentos estimados dos cabos, pois a partir variável através de um inversor de freqüência deve deste comprimento o aumento da capacitância da atender os mesmos limites de elevação de linha em relação ao terra ocasiona a amplificação temperatura que um motor operando com onda (pelo fenômeno da reflexão) dos picos de tensão, senoidal pura. que podem danificar o isolamento do motor. Este As harmônicas de corrente podem originar emissão efeito pode ser minimizado colocando filtros maior de ruído audível. Os motores devem reativos na saída do conversor ou aumentando o demonstrar que o limite de nível ruído sonoro é isolamento das bobinas do motor. atendido quando estes são acionados por inversores estáticos de freqüência. Ainda, as harmônicas 4) Faixa de Velocidade também contribuem com o "Torque Pulsante". O Apesar da inércia não ser um problema para o torque pulsante causa excitações torcionais que motor com partida suave o é para o acionamento. podem ter conseqüências destrutivas se não forem Aplicações com centrífugas requerem que o motor e apropriadamente dirigidas. acionamento sejam dimensionados para as Em casos extremos, a magnitude da pulsação é condições de máxima velocidade de operação. suficientemente grande para criar contra-torques. Cargas alternativas (ou outras cargas com toque Em aplicações com baixa inércia tais como bombas constante, tais como estrusoras, britadores e alguns centrífugas diretamente acopladas, usualmente há tipos de sopradores e compressores) devem ser pouco perigo. Porém, aplicações em ventiladores ou dimensionadas para condições de velocidade em compressores de alta velocidade com redutores mínima operacional. de alta inércia há alto risco potencial. Esta situação De qualquer ponto de vista razoável, os dados reais potencialmente perigosa pode ser analisada e de carga devem ser fornecidos para todos os evitada com segurança. fornecedores de motores a fim de assegurar-se que Uma análise torcional é normalmente realizada nos o motor será capaz de partir e acelerar a carga e elementos mais importantes do trem de funcionar dentro dos limites especificados de acionamento. Com acionamento de velocidade temperatura e sob todas as condições de operação. variável, itens adicionais devem ser acrescentados Na maioria das aplicações com velocidade variável, para análise. O Torque Pulsante deve ser incluído, a máxima velocidade de operação é ou esta perto pois as magnitudes deste e a fadiga resultante da rotação nominal de um motor padrão ligado podem então ser calculados. Em outros casos, pode diretamente à rede. ser requerida a modificação do diâmetro do eixo e As operações em baixa velocidade não partilham os fatores de concentração de tensões, para evitar mesmos problemas de integridade mecânica das falhas por fadiga nos elementos do trem de operações em alta velocidade, mas certamente acionamento. partilham os problemas de mancais, lubrificação e de refrigeração. 3) Freqüências de Chaveamento e Ondas A mínima velocidade de operação deve ser Estacionárias especificada na Especificação ou Folha de Dados, Além da possibilidade de gerar calor adicional, as tendo em vista que o sistema de refrigeração do formas de ondas dos acionamentos podem ter motor está ligado intimamente à sua rotação. outros efeitos diretos no sistema de isolação dos Operação à velocidade crítica pode resultar em motores. Todos os acionamentos estáticos, utilizam- níveis de vibração altos que podem levar à falha por se de dispositivos eletrônicos de chaveamento na fadiga dos componentes do trem de acionamento. sua secção de inversão. A ação do chaveamento Para evitar este risco, deve-se especificar uma (liga-desliga) produz picos e transientes de tensão e máquina que não tenha qualquer freqüência crítica 67
  • 68. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão dentro da faixa de operação pretendida, ou fazer Durante as partidas o acionamento controla a com que o inversor de freqüência "pule" esta tensão e freqüência para permitir que o motor rotação. trabalhe próximo do escorregamento e fluxo Para a maioria das aplicações com motores de 04 nominais e esteja operando, na porção estável da pólos e maiores, na faixa de 50% a 100% da curva Torque x r.p.m. Assim, para a maioria das velocidade, tal solução é normal. Porém, com aplicações e certamente para as cargas centrífugas, motores de 02 pólos ou faixas mais amplas de as correntes de partida são muito baixas, a variação de velocidade pode haver uma grande aceleração é suave e controlada, e por causa do oportunidade para surgimento de problemas. Em baixo escorregamento, o aquecimento do rotor é motores maiores, de mais alta velocidade estas bastante reduzido. soluções podem ser custosas ou indisponíveis. Utilizar motores que tenham freqüências críticas na faixa de operação é possível, se eles tiverem uma resposta em freqüência bem amortizada. Alternativamente, o controle pode ser bloqueado para operações em freqüências bem definidas, que por sua vez limita a flexibilidade operacional do acionamento. 5) Aspectos na Partida Um aspecto positivo na operação de motores com acionamento de freqüência variável é a partida suave. As instalações típicas de acionamento são Figura 9.6. - Curva típica de motor aplicado à configuradas para limitar a corrente do motor a inversor de freqüência. 100% da nominal, eliminando assim os esforços de partida no isolamento do motor e na rede de Considerações Importantes: alimentação. 1) Quanto menor a tensão e a freqüência do A maioria das aplicações são projetadas para estator, mais significativa é a queda de tensão manter a relação V/Hz constante, mantendo o fluxo neste, de modo que para baixas freqüências, eletromagnético no entreferro do motor uniforme, mantendo-se a proporcionalidade entre a desta maneira, nas baixas freqüências a tensão será freqüência e a tensão, o fluxo e baixa (ver figura 9.5). conseqüentemente o conjugado da máquina diminui bastante. Para que isto seja evitado, a V tensão do estator para baixas freqüências deve ser aumentada, através da compensação IxR, Vn conforme figura abaixo: fn f P Pn Figura 9.7. - Curva Característica V/f com compensação I x R. Para a faixa compreendida entre 0 a aproximadamente 6 Hz, a relação entre V1 e f1 não fn f é determinada facilmente, pois dependem tanto de f1 (freqüência estatórica) como de f2 (freqüência Figura 9.5. - Variação linear de tensão e rotórica). Portanto, a elevação da tensão em baixas freqüência. freqüências depende também da freqüência do escorregamento e conseqüentemente da carga; 68
  • 69. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão 2) Relações V1/f1 acima dos valores nominais estão 9.1.5. Partida com Reostato para Motores limitadas em função de que para altos valores de Anéis de tensão ocorre a saturação e o conseqüente enfraquecimento do campo. Combinando as O motor de indução de anéis (rotor bobinado) pode equações já apresentadas e com a consideração ter uma família de curvas, conjugado x velocidade, de pequenos valores de escorregamento e através da inserção de resistências externas no supondo f2 proporcional a f1, podemos dizer circuito rotórico. Desta maneira, para uma dada que: velocidade, é possível fazer o motor fornecer - O conjugado máximo decresce com o qualquer valor de conjugado, até o limite do quadrado do aumento da velocidade (1/n2); conjugado máximo. Assim é possível fazer com que - O conjugado nominal decresce o motor tenha altos conjugados na partida com hiperbolicamente com o aumento da correntes relativamente baixas (até a corrente do velocidade (1/n), e decresce conjugado máximo), bem como fazê-lo funcionar aproximadamente com o quadrado da numa dada velocidade com o valor de conjugado redução do fluxo (φ2); desejado. - O valor aproximado da velocidade máxima Em cada uma das curvas da família de curvas, o com potência constante é: motor comporta-se de maneira que à medida que a  Cm x  carga aumenta, a rotação cai gradativamente. À nm x <    . nnom  velocidade síncrona, o conjugado motor torna-se  Cnom  igual a zero. Figura 9.8. - Enfraquecimento de campo para valores de tensão e freqüência acima dos nominais. Figura 9.9. - Família de curvas de conjugado x velocidade para motores de anéis. 3) Em função de que as formas de onda, tanto de tensão como de corrente, produzidas pelos A utilização de motores de anéis baseia-se na conversores de freqüência não são senoidais seguinte equação: puras, ou seja, possuem um alto conteúdo de harmônicos de 5ª, 7ª, 11ª e 13ª ordem, as 3 R2 . I2 2 p j2 perdas nos motores são maiores. Ainda, em s = = ωo . T ω0 . T função dos picos de tensão, o isolamento do Onde: motor deve ser dimensionado para suportar até s = escorregamento; o dobro da tensão nominal (linha). Portanto, faz- R2 = resistência rotórica; se necessário uma redução nas características I2 = corrente rotórica (A); nominais do motor de aproximadamente 12%. ω0 = rotação síncrona (rd/s); Isto quer dizer que, estamos usando um motor T = torque ou conjugado do rotor (Nm); com o tamanho físico de um com 12% a mais de Pj2 = perdas no rotor (W). potência. Outra maneira de especificar seria, se temos um motor padrão para 80K de elevação, A inserção de uma resistência externa no rotor faz para ficar no mesmo tamanho com alimentação com que o motor aumente o "s", provocando a por inversor de freqüência deveremos especificar variação de velocidade. Na figura 9.9, vemos o elevação de 105K. efeito do aumento da resistência externa inserida ao rotor. 69
  • 70. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão 9.2. COMPARAÇÃO ENTRE OS PRINCIPAIS MÉTODOS DE PARTIDA Partida Controle Vantagem Desvantagem • Limitação da corrente de • Há uma queda também do partida. conjugado, o que pode acarretar problemas na partida se esta não for • Baixo custo. considerada. Chave • Muito utilizada para cargas de • Mudança brusca nos TAPs. Compensadora baixa inércia. • Inadequado para cargas com altas Ou Tensão inércias. Auto - • Vida útil limitada (número de Transformador manobras). • Possibilidade de gerar faíscas ou arcos de tensão devido as partes móveis serem mecânicas. • Limitação da corrente de • Preço devido ao uso de componentes Soft-Starter partida. eletrônicos em alta tensão. Ou • Partida suave (existe uma • Problemas para cargas com altas Tensão rampa controlada de tensão inércias e conjugado constante. Partida Estática por meio de tiristores). (Eletrônica) • Vida útil ilimitada. • Limitação da corrente de • Preço elevado. partida (próxima a nominal). • Motor deve ter isolamento adequado Inversor de • Acionamento de cargas com (a operação do inversor gera picos de Freqüência Tensão altas inércias. tensão no isolamento do motor). Ou e • Controle de velocidade do • Harmônicas, geram aquecimento motor. adicional. Variador de Freqüência Freqüência • Opera acima da rotação • Podem ser usados filtros para reduzir nominal do motor. ou eliminar os efeitos prejudiciais do inversor ao motor, entretanto o custo deles é muito alto. • Melhor condição para o • Pior condição para a rede de motor. alimentação. Direta - • É a condição que causa o • Pior condição em termos de menor aquecimento. solicitações mecânicas. 70
  • 71. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão 10. CARACTERÍSTICAS DE Na tabela a seguir, podemos observar o rendimento ACELERAÇÃO de alguns tipos de acoplamentos mais utilizados. FAIXA DE 10.1. POTÊNCIA NOMINAL TIPO DE ACOPLAMENTO RENDIMENTO (%) Quando se deseja escolher um motor para acionar uma determinada carga, é preciso conhecer o Direto 100 conjugado requerido pela carga, a rotação que esta Embreagem 87 - 98 carga deve ter em condições nominais e as eletromagnética condições de operação. Conhecendo-se também o Polia com correia plana 95 - 98 tipo de acoplamento é possível saber qual é a Polia com correia em "v" 97 - 99 rotação nominal do motor. Engrenagem 96 - 99 Portanto a potência nominal do motor é dada pela seguinte expressão: Roda dentada (correia) 97 - 98 2 . π .n .Cn Cardã 25 - 100 Pn = ou Acoplamento hidráulico 100 60 Tabela 10.1. - Faixa de rendimentos para alguns Pn = 0,10472 . n . Cn = n . Cn / 9,5493 tipos de acoplamentos. Onde: OBS.: A potência normalmente é expressa em kW, Pn = potência nominal do motor em Watt; que é um múltiplo do Watt. Portanto: 1kW = Cn= conjugado nominal do motor em Nm; 1000W. Uma outra unidade de potência muito n = rotação nominal do motor em r.p.m. utilizada na prática é o Cavalo Vapor (cv). A relação entre cv e kW é mostrada abaixo: Na equação da potência acima, considerou-se que o 1cv = 0,736kW conjugado requerido pela carga é igual ao conjugado nominal do motor. Esta consideração só é verdadeira para acoplamento direto. 10.2. CONJUGADO RESISTENTE DA Quando o acoplamento for com redução de CARGA velocidade, o conjugado requerido pela carga deve ser referido ao eixo do motor, da seguinte maneira: É o conjugado requerido pela carga, e portanto, 1 n depende do tipo de carga a ser acionada pelo Cn = . c . Ccn motor. Porém todos podem ser representados pela ηac nm expressão: Onde: x nc = rotação da carga; Cc = C0 + k c . n Ccn = conjugado nominal da carga em Nm; Onde: ac = rendimento do acoplamento; Cc = conjugado resistente da carga em Nm; nm = rotação do motor. C0 = conjugado da carga para rotação zero (ou de partida) em Nm; O rendimento do acoplamento é definido por: kc = constante que depende da carga; n = rotação nominal do motor em r.p.m. Pc η= x = parâmetro que depende da carga, pode Pa assumir os valores - 1, 0, 1, 2. Onde: Pc = potência transmitida à carga; De acordo com a equação acima, percebe-se que, o Pa = potência total fornecida pelo motor, ou conjugado da carga varia com a rotação "n". Esta potência do eixo do motor. variação depende do parâmetro "x", desta forma, as cargas podem ser classificadas em quatro grupos: 1) Conjugado Constante: Para este tipo de carga o parâmetro x é zero (x = 0), portanto: Cc = (Co + kc) = Constante 71
  • 72. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão Nas máquinas deste tipo, o conjugado resistente Exemplos de cargas com conjugado linear (Cc) permanece constante durante a variação de (aplicação muito rara): velocidade e a potência consumida pela carga (Pc) • Calandra com atrito viscoso (calandrar papel); aumenta proporcionalmente com a velocidade. • Centrífuga; • Bombas de vácuo. Logo: Pc = (Co + Kc) . n 3) Conjugado Quadrático: Neste caso temos x=2 e o conjugado é dado por: Cc = Co + kc . n2 = Parabólico Neste caso o conjugado varia com o quadrado da rotação e a potência com o cubo da rotação. Logo: Pc = Co . n + kc . n³ Exemplos de cargas com conjugado quadrático: • Bombas centrífugas; • Ventiladores; • Compressores centrífugos; • Misturadores centrífugos. Figura 10.1. - Conjugado contante. Exemplos de cargas com conjugados constantes: • Compressores a pistão; • Talhas; • Guindastes; • Bombas a pistão; • Britadores; • Transportadores contínuos. 2) Conjugado Linear: Neste grupo o parâmetro x é igual a 1 (x = 1), então: Cc = Co + Kc * n = Linear Figura 10.3. - Conjugado quadrático. Nestes tipos de máquinas o conjugado varia 4) Conjugado Hiperbólico: linearmente com a rotação e a potência com o Neste caso temos x = -1, e o conjugado é dado quadrado da rotação. Portanto: por: Cc = kc / n = Hiperbólico Pc = Co * n + Kc .n2 Neste tipo de carga a constante C0 pode ser considerada nula. Pela expressão acima percebe-se que para n = 0 o conjugado seria infinito, o que não tem sentido físico. Este fato na prática não acontece porque a rotação da máquina só pode variar entre um limite mínimo (n1) e máximo (n2). A potência neste caso permanece constante, isto é, não varia com a rotação, ou seja: Pc = kc = Constante Figura 10.2 - Conjugado linear. 72
  • 73. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão qual ele está girando e, também, da forma do corpo e da maneira como sua massa está distribuída. A unidade do momento de inércia é kgm2 (no S.I.).O momento de inércia total do sistema é a soma dos momentos de inércia da carga e do motor (JT=JM+JC). No caso de uma máquina que tem a "rotação diferente da rotação do motor" (por exemplo, nos casos de acionamento por polias ou engrenagens), a inércia da carga deverá ser referida à rotação nominal do motor como mostra a figura abaixo: MOMENTO DE INÉRCIA EM ROTAÇÕES Figura 10.4. - Conjugado hiperbólico. DIFERENTES Exemplos de cargas com conjugado hiperbólico: • Bobinadeira de papel; • Bobinadeira de pano; • Descascador de toras; • Tornos (análise feita com conjugado constante, com elevado número de manobras em geral motores dupla velocidade); • Bobinadeiras de fios. 5) Conjugados Não Definidos: Neste caso não se aplica a equação completa para conjugado resistente da carga, pois não podemos determinar sua equação de maneira precisa, logo temos que determinar o seu conjugado utilizando Figura 10.6. - Momento de inércia em rotações técnicas de integração gráfica. Na prática, analisa- diferentes. se como conjugado constante, pelo máximo valor 2  nc  de torque absorvido. Jce = Jc .     [kgm2]  nm  Onde: Jce = momento de inércia da carga referido ao eixo do motor; Jc = momento de inércia da carga; nc = rotação da carga; nm = rotação nominal do motor. OBS.: Uma grandeza muito usada para medir o momento de inércia é o "Momento de Impulsão", conhecido como GD2 da carga, expresso em kgfm2. Figura 10.5. - Conjugado não definido. Sua relação com o momento de inércia é dado por: J=GD2/4. 10.3. INÉRCIA DA CARGA 10.4. CONJUGADO MÉDIO DA CARGA O momento da inércia (ou "J") da carga acionada é uma das características fundamentais para verificar, Conhecendo-se a curva do conjugado da carga é através do tempo de aceleração, se o motor possível se determinar o conjugado médio. O consegue acionar a carga dentro das condições conhecimento do conjugado médio é importante no exigidas pelo ambiente ou pela estabilidade térmica cálculo do tempo de aceleração. do material isolante. Momento da inércia é uma medida da resistência que um corpo oferece a uma mudança em seu movimento de rotação em torno de um dado eixo. Depende do eixo em torno do 73
  • 74. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão • Co (Conjugado básico) - é o conjugado calculado em função da potência e velocidade síncrona. 716 . P (cv) 974 . P (kW) C0 (kgfm) = = ns (rpm) ns (rpm) 7094 . P (cv) 9550 . P (kW) C0 (Nm) = = ns (rpm) ns (rpm) • Cn (Conjugado nominal ou de plena carga) - é o conjugado desenvolvido pelo motor à potência nominal, sob tensão e freqüência nominais. • CP (Conjugado com rotor bloqueado ou conjugado de partida ou, ainda, conjugado de arranque) - é o conjugado mínimo desenvolvido pelo motor com Figura 10.7. - Curva de conjugado nominal e médio o rotor bloqueado, para todas as posições de uma carga típica. angulares do rotor, sob tensão e freqüência nominais. Ainda, esta definição leva em conta o O conjugado médio da carga pode ser obtido fato de que o conjugado com o rotor bloqueado graficamente, bastando que se observe que a área pode variar um pouco conforme a posição em que B1 seja igual a área B2. se trava o motor. O conjugado de partida pode ser expresso em Nm ou, mais comumente, em porcentagem do conjugado nominal. 10.5. CONJUGADO E ROTAÇÃO DO CP (Nm) MOTOR CP (%) = . 100 Cn (Nm) Conforme foi explicado no capítulo 2, o motor de Na prática, o conjugado do rotor bloqueado deve indução tem conjugado igual a zero na rotação ser o mais alto possível, para que o rotor possa síncrona. À medida que a carga vai aumentando, a vencer a inércia inicial da carga e possa acelerá-la rotação do motor vai caindo gradativamente, até rapidamente, principalmente quando a partida é um ponto em que o conjugado atinge o valor com tensão, reduzida. máximo que o motor é capaz de desenvolver nesta rotação. Se o conjugado da carga aumentar mais, a • Cmin (Conjugado mínimo) - é o menor conjugado rotação do motor cai bruscamente, podendo chegar desenvolvido pelo motor ao acelerar desde a a travar o rotor. Representando num gráfico a velocidade zero até a velocidade correspondente variação do conjugado com a velocidade para um ao conjugado máximo. motor normal, vamos obter uma curva com aspecto Na prática, este valor não deve ser muito baixo, representado na figura 10.8. isto é, a curva não deve apresentar uma Na curva abaixo destacamos e definimos alguns depressão acentuada na aceleração, para que a pontos importantes. Os valores dos conjugados partida não seja muito demorada, sobre- relativos a estes pontos são especificados pela aquecendo o motor, especialmente nos casos de norma NBR 7094 da ABNT, e são apresentados a alta inércia ou partida com tensão reduzida. seguir: • Cmáx (Conjugado máximo) - é o maior conjugado desenvolvido pelo motor sob tensão e freqüências nominais, sem queda brusca de velocidade. É a máxima sobrecarga que o motor suporta quando este está trabalhando nas condições nominais.Na prática, o conjugado máximo deve ser o mais alto possível, por duas razões principais: 1. O motor deve ser capaz de vencer, sem grandes dificuldades, eventuais picos de carga, como pode acontecer em certas aplicações, como em britadores, calandras, misturadores e outras; 2. O motor não deve arriar, isto é, perder bruscamente a velocidade, quando ocorrem quedas de tensão, momentaneamente, Figura 10.8. - Curva de Conjugado x Rotação. excessivas. 74
  • 75. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão 10.6. CATEGORIAS - VALORES As normas vigentes trazem alguns valores de MÍNIMOS NORMALIZADOS conjugados de partida, mínimo e máximo. Os motores de alta tensão WEG possuem estes Conforme as suas características de conjugado, em conjugados sempre acima do mínimo exigido pelas relação à velocidade e corrente de partida, os normas. Os valores dos conjugado máximo e de motores de indução trifásicos com rotor de gaiola, partida encontram-se listados nos catálogos de são classificados em categorias, cada uma motores de alta tensão da Weg Máquinas. adequada a um tipo de carga. Estas categorias são definidas na norma NBR 7094, e são as seguintes: 10.7. TEMPO DE ROTOR BLOQUEADO Categoria N (trb) Conjugado de partida normal, corrente de partida normal e baixo escorregamento. Constituem a Tempo de rotor bloqueado é o tempo máximo de maioria dos motores encontrados no mercado e partida, ou seja, é o tempo pelo qual os fabricantes prestam-se ao acionamento de cargas normais, de motores elétricos garantem que a temperatura como bombas, máquinas operatrizes, ventiladores, limite da isolação dos enrolamentos não será etc. ultrapassada, quando estes forem percorridos pela corrente de partida. Categoria H Este tempo é um parâmetro que depende do Conjugado de partida alto, corrente de partida projeto da máquina. Encontra-se normalmente no normal e baixo escorregamento. Usados para catálogo ou na folha de dados do fabricante. cargas que exigem maior conjugado na partida, Normalmente os valores apresentados são de como peneiras, transportadores carregadores, cálculo, somente em algumas aplicações especiais o cargas de alta inércia, britadores, alguns tipos de valor é determinado. ventiladores, etc. Na prática este tempo é determinado da seguinte maneira: Categoria D - O rotor é bloqueado; Conjugado de partida alto, corrente de partida - Aplica-se a tensão e a freqüência nominais; normal e alto escorregamento (maior que 5% ). - A elevação da temperatura é registrada em Usados em excêntricas e máquinas semelhantes, gráfico, através de um registrador, este onde a carga apresenta picos periódicos. Usados conectado a sondas no rotor e estator, em também em elevadores e cargas que necessitam de pontos estratégicos. conjugado de partida muito alto e corrente de - O ponto que mais rapidamente atingir a partida limitada. temperatura limite define o tempo de rotor Este tipo de categoria não se aplica para motores bloqueado. com potência acima de 100kW (aproximadamente), porque tecnicamente há grande dificuldade de se A tabela 10.2 mostra os valores limites da obter o escorregamento. temperatura e do rotor bloqueado, de acordo com As curvas de conjugado x velocidade das diferentes as normas NEMA e IEC. categorias podem ser vistas na figura 10.9. Tmx CLASSE NEMA IEC Tmáx TÉRMICA MG1.12.53 60079-7 B 175 185 80 F 200 210 105 H 225 235 125 Tabela 10.2. - Limites de temperatura com rotor bloqueado. Para partidas com tensão reduzida o tempo de rotor bloqueado pode ser corrigido como segue: 2  Vn  trb ( V R ) = trb ( V n) .      VR  Figura 10.9. - Curvas Conjugado x Velocidade das diferentes categorias. 75
  • 76. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão Onde: Analiticamente o conjugado motor médio pode ser trb(VR) = tempo de rotor bloqueado com tensão calculado pela integral: reduzida; 1 n1 A − B.n trb(Vn) = tempo d e rotor bloqueado com tensão CMméd = .∫ . dn nominal; n 2 − n 2 n2 C . n 2 − D . n + E Vn = tensão nominal; VR = tensão reduzida. Como esta integral não é muito difícil de ser resolvida, na prática é feita a integração gráfica. Isto não é muito complicado, basta que se observe 10.8. CONJUGADO MOTOR MÉDIO que a soma das áreas A1 e A2 sejam igual a área (CMmed) A3, como mostra a figura 10.10. O conjugado mecânico no eixo do motor é dado Usualmente temos: pela expressão abaixo: 3 . R2 . I2 a) Para motores com categorias N e H: 2 CMméd = 0,45 . [(Cp/Cn) + (Cm/Cn)] . Cn CMméd = 2 . π . ns . s Onde: R2 = resistência de fase do rotor em Ohm; b) Para motores com categoria D: I2 = corrente de fase do rotor em A; CMméd = 0,6 . ( Cp/Cn ) . Cn s = escorregamento do motor em p.u.; ns = rotação síncrona. Quando o conjugado nominal (Cn) é dado em kgfm, basta multiplicar pela aceleração da gravidade A equação acima representa a curva de conjugado (9,81) para obtermos em Nm. do motor, que após algumas simplificações pode ser representado pela expressão: A - B.n 10.9. TEMPO DE ACELERAÇÃO CMméd = C . n2 - D . n + E Tempo de aceleração é o tempo que o motor leva Onde: para acionar a carga desde a rotação zero até a Cmméd = conjugado motor em Nm rotação nominal. n = rotação do motor em rps O cálculo tempo de aceleração permite verificar, se A,B,C,D,E = constantes positivas que dependem do o motor consegue acionar a carga, dentro das projeto do motor. condições exigidas pela estabilidade térmica do material isolante e que não ultrapasse o limite de O valor destas constantes dependem do estado de ruptura das barras ou da solda do rotor (entre saturação magnética do núcleo do motor. barras e anel de curto circuito). O tempo de Representando esta última equação em um gráfico, aceleração também é um parâmetro útil para obtemos a curva característica do conjugado médio dimensionar o equipamento de partida e o sistema do motor, conforme abaixo: de proteção. O tempo de aceleração deve ser menor que o tempo do rotor bloqueado (ou máximo tempo permitido de aceleração). Para um movimento de rotação é válida a relação: dω Ca = J . dt Onde: Ca = conjugado acelerador em Nm; J = momento de inércia do corpo em kgm2; ω = velocidade angular em rad/s. A velocidade angular pode ser calculada por: ω = 2 . π . n Figura 10.10. - Conjugado motor médio. 76
  • 77. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão O conjunto médio de aceleração obtém-se a partir Onde: da diferença entre o conjugado do motor e o ta = tempo de aceleração em segundos; conjugado da carga. Seu valor deveria ser calculado nm = rotação nominal do motor em rpm; para cada intervalo de rotação (a somatória dos Jm = momento de inércia do motor em kgm2; intervalos forneceria o tempo total de aceleração). Jce = inércia da carga referida ao eixo do motor Porém, na prática, é suficiente que se calcule em kgm2; graficamente o conjugado médio, isto é, a diferença Cmméd = conjugado motor médio em Nm; entre a média do conjugado do motor e a média do Crméd = conjugado resistente médio em Nm. conjugado da carga. Esta média pode ser obtida, bastando que se observe que a soma das áreas A1 e A2 seja igual a área A3 e que a área B1 seja igual 10.10. POTÊNCIA DINÂMICA OU DE a área B2, como mostra a figura 10.11. ACELERAÇÃO O tempo de aceleração sempre deve ser menor ou igual ao tempo de rotor bloqueado do motor. A potência dinâmica é a potência necessária para acelerar a carga até a rotação nominal em um intervalo de tempo menor ou igual ao tempo de rotor bloqueado. Esta potência, na medida do possível, deve ser igual à potência nominal do motor (motor não sobre- dimensionado). Porém, dependendo das características da carga (inércia e conjugado), a potência dinâmica pode assumir valores bem maiores que a potência nominal ou há necessidade de sobre-dimensionar o motor (potência de para acelerar o motor é maior que a potência necessária Figura 10.11. - Determinação gráfica do conjugado em regime), ou ainda com este tipo de médio de aceleração. motor/acionamento não é possível a aceleração. Nestes casos deverá ser feito um estudo técnico- O conjugado acelerador pode ser substituído sem econômico, para ver se é possível utilizar um perda de precisão pelo conjugado acelerador médio acoplamento hidráulico, eletromagnético ou de dado por: ficção (embreagem). Dependendo do estudo Caméd = CMméd - CRméd técnico-econômico pode tornar-se evidente que a melhor solução seria um outro tipo de motor, por dω exemplo, um motor de anéis ou motor de gaiola Como, Ca = J . temos: acionado por inversor de freqüência. dt dn CMméd - CRméd = ( Jm - Jce ) . 2 . π . dt Portanto: Jm + Jce dt = 2 . π . . dn CMméd - CRméd Integrando esta última equação, resulta: ta J m + J ce n ∫ dt = . ∫ dn C Mméd − C Rméd 0 0 π . nm  Jm + Jce  ta = .    30  CMméd - CRméd  77
  • 78. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão TEMPO DE ACELERAÇÃO - MOTOR DE INDUÇÃO Conjugado Resistente da Constante Linear Parabólico Hiperbólico carga Curva: Conjugado x Rotação • Compressor à • Calandra • Bomba centrífuga • Bobinadeira de pistão • Centrífuga • Ventilador fios, panos e Exemplos • Talha • Bomba de vácuo • Misturador papel de • Bomba à pistão centrífugo • Descascador de aplicação • Britador • Compressor toras • Transportador centrífugo • Torno contínuo Inversor de Categoria do motor N/H N/H N Freqüência no acionador enfraquecimento Conjugado médio de C 0 + C Cn 2 . C 0 + C cn CCn - n2  n2  .ln   carga (CCméd) C Cn   2 3 n2 - n1  n1  Momento de inércia da 2   carga referida ao motor Jce = Jc .  nc    (Jce)  nm  Relação de transmissão nc R= (R) nm Conjugado resistente CRméd = R . CCméd médio (CRméd) Conjugado N/H CMméd = 0,45 . [(Cp/Cn) + (Cm/Cn)] . Cn motor médio D CMméd = 0,6 . (Cp/Cn) . Cn π . nm  Jm + Jce  Tempo de aceleração ta = .   30  CMméd - CRméd   J = momento de inércia (kgm2) n = rotação (rpm) Unidades C = conjugado (Nm) t = tempo (s) Tabela 10.3 - Tempo de aceleração para motores de indução. 78
  • 79. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão 10.11. REGIME DE PARTIDA FAIXA DE POTÊNCIAS SP / Pn Devido ao valor elevado da corrente de partida dos NOMINAIS motores de indução, o tempo gasto na aceleração de kVA / kVA / cv kW cargas de uma inércia apreciável (elevada) resulta na cv kW elevação rápida da temperatura do motor. Se o >34≤140 >25≤100 8,1 11 intervalo entre partidas sucessivas for muito reduzido, >140≤860 >100≤630 7,4 10 isto levará a uma aceleração de temperatura excessiva nos enrolamentos, danificando-os ou Tabela 10.4. - Potência aparente com rotor reduzindo sua vida útil. A norma NBR 7094 bloqueado (SP/Pn) para motores trifásicos. estabelece um regime de partida mínimo que os motores devem ser capazes de realizar: 10.12.2. Indicação da Corrente ou Letra a) Duas partidas sucessivas, sendo a primeira feita Código com o motor frio, isto é, com seus enrolamentos à temperatura ambiente e a segunda logo a seguir, A indicação do valor da corrente de rotor porém, após o motor ter desacelerado até o bloqueado na placa de identificação do motor é repouso; prescrita na norma NBR 7094, de maneira mais b) Uma partida com o motor quente, ou seja, com os direta que na norma antiga EB-120. De acordo enrolamentos à temperatura de regime. com EB-120, a placa mostrava uma letra código padronizada que dava a indicação da faixa de A primeira condição simula o caso em que a primeira valores kVA/cv em que se situava a corrente de partida do motor é malograda, por exemplo, pelo rotor bloqueado do motor. Os valores desligamento da proteção, permitindo-se uma correspondentes a essas letras do código de segunda tentativa logo a seguir. A segunda condição partida, são mostradas na tabela 10.5. Pela norma simula o caso de um desligamento acidental do motor NBR 7094, indica-se diretamente o valor de IP/In, em funcionamento normal, por exemplo, por falta de que é a relação entre a corrente de rotor energia na rede, permitindo-se retomar o bloqueado e a corrente nominal. funcionamento logo após o restabelecimento da energia. Na norma MG 1 (PART 10, PAGE 8 item 10.32.2 apresenta a mesma tabela que relaciona corrente de partida, rendimento e fator de potência. Nesta 10.12. CORRENTE DE ROTOR norma a designação com o nome de CODE BLOQUEADO LETTER é expressa em kVA/HP. kVA 0,736 10.12.1. Valores Máximos Normalizados = IP . cv In η . cos ϕ Os limites máximos da corrente com rotor bloqueado, em função da potência nominal do motor são válidos Código kVA / cv Código kVA / cv para qualquer número de pólos, estão indicados na tabela 10.4, expressos em termos da potência A 0 - 3,14 L 9,0 - 9,99 aparente absorvida com rotor bloqueado em relação à potência nominal, kVA/cv ou kVA/kW. B 3,15 - 3,54 M 10,0 - 11,09 C 3,55 - 3,99 N 11,2 - 12,49 kVA Potência aparente com rotor bloqueado = cv Potência nominal D 4,0 - 4,49 P 12,5 - 13,99 kVA 3 . IP . V kVA 3 . IP . V E 4,5 - 4,99 R 14,0 - 15,99 = ; = cv P(cv) . 1000 kW P(kW) . 1000 F 5,0 - 5,59 S 16,0 - 17,99 Onde: G 5,6 - 6,29 T 18,0 - 19,09 IP = Corrente de rotor bloqueado, ou corrente de partida; H 6,3 - 7,09 U 20,0 - 22,09 V = Tensão nominal (V); P = Potência nominal (cv ou kW). J 7,1 - 7,99 V 22,4 ou mais K 8,0 - 8,99 Tabela 10.5. - Códigos de partida. 79
  • 80. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão 11. SELEÇÃO E APLICAÇÃO DOS TIPO MOTORES ELÉTRICOS TRIFÁSICOS Motor de Motor de DE ALTA TENSÃO Indução de PROJETO Indução de Gaiola Anéis Rotor de Na engenharia de aplicação de motores é comum e, Rotor Bobinado Gaiola em muitos casos práticos, comparar as exigências da Conjugado de Baixo Alto carga com as características do motor. partida Existem muitas aplicações que podem ser Corrente de corretamente acionadas por mais de um tipo de partida/ corrente Alta Baixa motor, e a seleção de um determinado tipo, nem nominal > 160% do > 180% do sempre exclui o uso de outros tipos. Conjugado conjugado conjugado Com o advento do computador, o cálculo pode ser máximo nominal nominal aprimorado, obtendo-se resultados precisos que Rendimento Alto Alto resultam em máquinas dimensionadas de maneira mais econômica. Equipamento de Simples para Relativamente partida partida direta simples Os motores de indução Weg, de gaiola ou de anel, de Equipamento de baixa e alta tensão, encontram vasto campo de proteção Simples Simples aplicação, notadamente nos setores de siderúrgica, Reostato requer mineração, papel e celulose, saneamento, químico e Espaço requerido Pequeno um espaço petroquímico, cimento entre outros, tornando-se cada grande vez mais importante a seleção do tipo adequado para Nos anéis e cada aplicação. Manutenção Pequeno escovas, sistema A seleção do motor adequado, com respeito ao tipo, de levantamento conjugado, fator de potência, rendimento, elevação Custo Baixo Alto de temperatura, isolação, tensão e grau de proteção Tabela 11.1 - Comparação entre motor de indução mecânica, somente pode ser feita, após uma análise com rotor gaiola e de rotor bobinado ou anéis. cuidadosa, considerando parâmetros como: custo inicial, capacidade de rede, necessidade da correção b) Conjugado de aceleração do fator de potência, conjugados requeridos, efeito Conjugado necessário para acelerar a carga à da inércia da carga, necessidade ou não de regulação velocidade nominal. O conjugado do motor deve de velocidade, exposição da máquina em ambientes ser sempre maior que o conjugado de carga, em úmidos, poluídos e/ou agressivos. todos os pontos entre zero e a rotação nominal. O motor assíncrono de gaiola é o mais empregado No ponto de interseção das duas curvas, o em qualquer aplicação industrial, devido a sua conjugado de aceleração é nulo, ou seja, é construção robusta e simples, além de ser a solução atingido o ponto de equilíbrio a partir do qual a mais econômica, tanto em termos de motores quanto velocidade permanece constante. Este ponto de de comando e proteção. interseção entre as duas curvas deve Na seleção correta dos motores, é importante corresponder a velocidade nominal. considerar as características técnicas de aplicação e as características de carga, no que se refere a a) Errado aspectos mecânicos para calcular: a) Conjugado de partida Conjugado requerido para vencer a inércia estática da máquina e produzir movimento. Para que uma carga, partindo da velocidade zero, atinja a sua velocidade nominal, é necessário que o conjugado do motor seja sempre superior ao conjugado da carga. 80
  • 81. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão b) Certo 2. Características do ambiente: a) Altitude; b) Temperatura ambiente; c) Atmosfera do ambiente. 3. Características construtivas: a) Forma construtiva; b) Potência em kW e velocidade em rpm; c) Fator de serviço; d) Sentido de rotação (horário ou anti-horário, olhando para ponta de eixo principal). 4. Características da carga: a) Momento de inércia da máquina acionada e a que rotação está referida (ao eixo do motor ou da carga); Figura 11.1. - Seleção de motor considerando o b) Curva de conjugado resistente da carga; conjugado resistente da carga. c) Dados de transmissão (acoplamento); d) Cargas axiais e seu sentido, quando Onde: existentes; Cmáx = conjugado máximo; e) Cargas radiais e seu sentido quando CP = conjugado de partida; existentes; Cr = conjugado resistente; f) Regime de funcionamento da carga (número ns = rotação síncrona; de partidas/horas). n = rotação nominal. Em resumo, a correta seleção do motor implica O conjugado de aceleração assume valores bastante que o mesmo satisfaça às exigências requeridas diferentes para cada intervalo de rotação na fase de pela aplicação específica. partida. O conjugado médio de aceleração (Ca) Sob este aspecto o motor deve, basicamente, ser obtém-se a partir da diferença entre o conjugado do capaz de: motor e o conjugado da carga (ver capítulo 10). • Acelerar a carga com tempo suficientemente curto para que o aquecimento não venha a c) Conjugado nominal danificar as características físicas dos materiais Conjugado nominal é o conjugado desenvolvido por isolantes e demais componentes; um motor para as condições nominais de freqüência • Funcionar no regime especificado sem que a e tensão. temperatura de suas diversas partes ultrapasse O conjugado nominal de uma carga é o solicitado a classe do isolante, ou que o ambiente possa pela carga, no eixo do motor, necessário para mover vir a provocar a destruição do mesmo; a carga em condições de funcionamento à velocidade • Sob o ponto de vista econômico, funcionar específica. O conjugado requerido para com valores de rendimento e fator de potência funcionamento de uma máquina pode ser constante dentro da faixa ótima para a qual foi ou variar entre amplos limites. Para conjugados projetado. variáveis, o conjugado máximo deve ser suficiente (maior ou igual) para suportar picos momentâneos de carga. As características de funcionamento de uma máquina, quanto ao conjugado, podem dividir-se em três classes, a saber, conjugado constante, conjugado variável e potência constante (ver capítulo 10). Para correta especificação do motor, são necessárias as seguintes informações na consulta: 1. Características da rede de alimentação: a) Tensão de alimentação do motor (e dos aquecedores internos, quando necessários); b) Freqüência nominal em Hz; c) Método de partida (quando esta informação não for fornecida, será considerado partida direta). 81
  • 82. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão 12. PROTEÇÃO E ACESSÓRIOS DE a potência nominal dos motores cresce, também MOTORES ELÉTRICOS cresce sua impedância de surto. As fontes comuns de surtos de tensão são Na filosofia da proteção a ser adotada para um descargas atmosféricas na linha, operações de determinado motor pesam o tamanho do motor, o manobra (liga e desliga) e cargas de alta corrente nível de tensão da rede de alimentação, o método no mesmo circuito. Nos surtos de manobra, a de partida, a importância da contribuição de uma tensão geralmente não ultrapassa duas a três vezes falta no motor para o sistema de alimentação, o a tensão fase-neutro do sistema. grau de necessidade da operação do motor em Embora as tensões de surto sejam altas, sua questão para o processo industrial em curso, a duração é muito pequena. Tipicamente, a onda se política de reposição de motores da empresa e eleva muito depressa (1 a 10 microsegundos), considerações econômicas quanto ao custo da atingindo então seu valor máximo ("crista" da proteção em relação ao custo do motor e ao custo onda), decrescendo então muito mais lentamente, de uma paralisação no processo industrial. atingindo 50% do seu valor máximo depois de 2 a Serão abordados a seguir alguns tipos de proteções 150 microsegundos. freqüentemente utilizadas em motores de alta A proteção de máquinas girantes contra surtos tensão. requer a limitação da tensão de impulso junto aos terminais da máquina e a diminuição da inclinação da frente de onda te tensão. A combinação dessas duas condições é denominada "achatamento da 12.1. PROTEÇÃO DO ESTATOR onda". Este achatamento da onda é obtido com a instalação de pára-raios entre os terminais da 12.1.1. Proteção Contra Curtos-Circuitos máquina e a carcaça aterrada. Quando mais de uma máquina estiver ligada a um As correntes elevadas que ocorrem em um curto barramento comum é usual ligar-se os pára-raios circuito tornam necessário isolar o motor afetado. entre cada fase e a terra, desde que as carcaças Dependendo do porte e tensão de alimentação do das máquinas estejam ligadas a uma malha de terra motor, é usual a utilização de um relé instantâneo de baixa resistência e que seja a mesma dos pára- ajustado para uma corrente ligeiramente acima da raios. corrente com rotor bloqueado, conjugado com um A diminuição da inclinação da frente de onda é relé ajustado para 3 a 4 vezes a corrente nominal conseguida por capacitores em derivação ligados do motor com temporização suficiente para não aos terminais da máquina. operar durante a partida. Para motores de grande O uso de Capacitores e Para-Raios contra surtos na potência e alta tensão, a proteção contra curto- Weg Máquinas: circuito é geralmente realizada por relés - Para motores de 6.0kV e acima a Weg secundários. recomenda o seu uso. - Para esta condição sempre é ofertamos com Pára-Raios e Capacitores, ficando a critério do 12.1.2. Proteção Contra Surtos de Tensão - cliente a instalação ou não. Supressão de Transientes - Esta medida visa a diminuição do risco de surtos que são originários da rede de transmissão O nível de isolamento de máquinas girantes é muito (climáticos), transitórios oriundos de outras menor que o de outros tipos de equipamentos manobras na rede, disjuntores, etc. elétricos. Tal nível para um transformador de 5kV imerso em óleo, por exemplo, é de 60kV, ao passo que para um motor de 4kV nominais é da ordem de 12.1.3. Proteção Diferencial 13kV. Esse nível é igual ao valor de pico da onda de tensão aplicada durante 1 minuto no "ensaio de O sistema de proteção diferencial exige que os dois tensão aplicada" (2 vezes a tensão nominal + 1kV). terminais de cada fase do motor sejam acessíveis. Um enrolamento de máquina de corrente alternada As maiores vantagens de um sistema de proteção pode ser considerado como uma pequena linha de diferencial são a alta sensibilidade, alta velocidade e transmissão, com reflexão e refração de onda nos o fato de operar somente sob faltas internas ao terminais, impedância de surto, etc. A maior motor, não sendo sensível às sobre-correntes solicitação do ponto de vista da tensão de impulso durante a partida. Sistemas de proteção diferencial geralmente ocorre nas primeiras espiras do não exigem coordenação com outras proteções no enrolamento, pois o surto vai sendo atenuado ao sistema. longo do enrolamento. Motores elétricos têm Os transformadores de corrente vão, via de regra, impedância de surto na faixa de 150 a 1500 ohms, instalados na caixa de ligação do motor, o que tipicamente, na medida em que a tensão nominal e 82
  • 83. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão implica que, quando se deseja utilizar este tipo de proteção, caixas de ligação maiores que as usuais são necessárias. 12.2. PROTEÇÃO TÉRMICA PARA MOTORES DE ALTA TENSÃO A proteção térmica é efetuada por meio de termoresistências (resistência calibrada), termistores, termostatos ou protetores térmicos. Os tipos de detectores a serem utilizados são Figura 12.1. – Detector de temperatura em mancal determinados em função da classe de temperatura de Bucha. do isolamento empregado, de cada tipo de máquina e da exigência do cliente. Vejamos a seguir alguns tipos de protetores mais utilizados pelo mercado de Para mancais motores de alta tensão. de rolamento 12.2.1. Termoresistores Esses tipos de detectores, usualmente conhecidos como "RTD" – “Resistence Temperature Dependent” ou Resistência Calibrada - são elementos onde sua operação é baseada na característica de variação da resistência com a temperatura, intrínseca a alguns materiais (geralmente platina, níquel ou cobre). Possuem resistência calibrada, tem como Para mancais característica uma dependência linear entre a de bucha resistividade do material do sensor e a temperatura a que está submetido. Isto possibilita um acompanhamento contínuo do processo de Figura 12.2. - Visualização do aspecto externo dos aquecimento do motor pelo display do controlador, termoresistores. com alto grau de precisão e sensibilidade de resposta. Sua aplicação é ampla nos diversos setores da 12.2.2. Termistores (PTC e NTC) técnica de medição e automatização de temperatura nas indústrias em geral. Geralmente, aplica-se em São detectores térmicos compostos de sensores instalações de grande responsabilidade como, por semicondutores que variam sua resistência exemplo, em regime intermitente muito irregular. bruscamente ao atingirem uma determinada Um mesmo detector pode servir para alarme e para temperatura. desligamento. Os RTD's mais comuns são denominados "de PTC - coeficiente de temperatura positivo. platina" e de "cobre", que tem sua resistências a NTC - coeficiente de temperatura negativo. 0ºC respectivamente de 100 e 10 Ohms. A utilização de RTD's para motores, especialmente no O tipo "PTC" é um termistor cuja resistência Brasil, tem sido até o momento feita em maior aumenta bruscamente para um valor bem definido número com os "de platina" ou Pt100. de temperatura, especificado para cada tipo. Essa variação brusca na resistência interrompe a corrente no PTC, acionando um relé de saída, o qual desliga o circuito principal. Também pode ser utilizado para sistemas de alarme ou alarme e desligamento (2 por fase). Para o termistor "NTC" acontece o contrário do PTC, porém, sua aplicação não é normal em motores elétricos, pois os circuitos eletrônicos de controle disponíveis, geralmente são para o PTC (aumento de resistência). 83
  • 84. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão Os termistores possuem tamanho reduzido, não sofrem desgastes mecânicos e têm uma resposta mais rápida em relação aos outros detectores, embora permitam um acompanhamento contínuo do processo de aquecimento do motor. Os termistores com seus respectivos circuitos eletrônicos de controle oferecem proteção completa contra sobre-aquecimento produzido por falta de fase, sobrecarga, sob ou sobre tensões ou freqüentes operações de reversão ou liga-desliga. Possuem um baixo custo, relativamente ao do tipo RTD, porém, necessitam de relé para comando da atuação do alarme ou operação. Figura 12.5. – Motor da linha M com vários termômetros. Figura 12.3. - Visualização do aspecto externo dos 12.2.4. Termostatos termistores. São detectores térmicos do tipo bimetálico com contatos de prata normalmente fechados, que se abrem quando ocorre determinada elevação de 12.2.3. Termômetro temperatura. Quando a temperatura de atuação do bimetálico abaixar, este volta a sua forma original Existem vários tipos de termômetro, um modelo instantaneamente permitindo o fechamento dos usual que a Weg usa nos mancais é o da figura contatos novamente. 12.3. Os termostatos podem ser destinados à sistemas de A aplicação normalmente é no mancal, também alarme, desligamento ou ambos (alarme ou pode ser usado para medir o ar interno do motor e desligamento) de motores elétricos trifásicos, no trocador de calor. quando solicitado pelo cliente. São ligados em série Estes termômetros apresentam indicador local e com bobina do contator. Dependendo do grau de para a sinalização remota podem possuir contatos segurança e da especificação do cliente, podem ser auxiliares normalmente abertos e fechados (NA utilizados três termostatos (um por fase) ou seis ou/e NF). termostatos (grupos de dois por fase). Em aplicação onde há ambiente de risco estes Para operar em alarme e desligamento (dois devem ser somente com o indicador colocado no termostatos por fase), os termostatos de alarme motor. devem ser apropriados para atuação na elevação de temperatura prevista do motor, enquanto que os termostatos de desligamento deverão atuar na temperatura máxima do material isolante. Figura 12.4. – Termômetro com indicador local. Figura 12.6. – Detector de temperatura na bobinagem do estator. 84
  • 85. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão Figura 12.7. - Visualização do aspecto interno e externo do termostato. COMPARAÇÃO ENTRE OS DETECTORES DE TEMPERATURA MAIS COMUNS TERMORESISTOR TERMISTOR TERMOSTATO (RTD's) (PTC e NTC) Mecanismo de • Contatos móveis Resistência calibrada Resistor de avalanche proteção • Bimetálicos Disposição no Interior da ranhura Interior da ranhura Interior da ranhura enrolamento • Atuação direta Comando externo de Comando externo de Forma de atuação • Comando externo de atuação na proteção atuação na proteção atuação da proteção Corrente de Limitação de corrente Corrente de comando Corrente do comando comando Tipo de sensibilidade Temperatura Temperatura Corrente e temperatura Número de unidades 3 ou 6 3 ou 6 3 ou 6 por motor Alarme e/ou Alarme ou Tipos de comando Alarme ou desligamento desligamento desligamento Tabela 12.1 - Comparativa entre os detectores de temperatura mais comuns. 85
  • 86. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão 13. ENSAIOS 13.2. LABORATÓRIO DE ENSAIOS A finalidade deste capítulo é definir os ensaios que podem ser realizados por solicitação de clientes, Segue listadas abaixo algumas características do com ou sem presença de inspetor. laboratório de ensaios da WEG Máquinas para São agrupados em ensaios de rotina, tipo e motores de alta tensão: especial, conforme definidos pela norma NBR-7094. • Tensão de teste: 220V a 15kV; Para a realização destes ensaios, deve ser seguida a • Freqüência: 30 a 60Hz; NBR-5383, que define os procedimentos para a • Potência do laboratório: 10MVA; execução dos ensaios. • Potência plena carga horizontal: 5000kW; A seguir são listados os ensaios de rotina e tipo, • Potência plena carga vertical: 1400cv; protótipo e especial. Outros ensaios não citados, • Rotação 300 a 3600rpm; podem ser realizados pelo fabricante, desde que • Emissão de relatórios de ensaios via exista um acordo entre as partes interessadas. computador, de forma rápida e precisa; • Equipamentos de software de última geração; • Regular fator de potência; 13.1. TIPOS DE ENSAIOS • Recuperação de energia (cerca de 75%). 13.1.1. Ensaio de Rotina • Ensaio de resistência elétrica, a frio; • Ensaio em vazio. Medição da corrente e potência absorvida com tensão nominal; • Ensaio com rotor bloqueado. Medição da corrente, potência consumida e conjugado em tensão nominal ou reduzida (caso não seja possível com a nominal); • Ensaio de tensão secundária para motores com rotor bobinado; • Ensaio de tensão suportável; • Resistência de isolamento. 13.1.2. Ensaio de Tipo • Ensaio de rotina; • Ensaio de elevação de temperatura; • Ensaio da resistência elétrica, a quente; • Ensaios relativos a potência fornecida. Medição do rendimento, fator de potência, corrente e velocidade com 50%, 75% e 100% da potência nominal; • Ensaio de conjugado máximo com tensão nominal ou reduzida (caso não seja possível com a tensão nominal). 13.1.3. Ensaios Especiais • Ensaio em partida. Levantamento das curvas características de conjugado e corrente em função da velocidade. A tensão deve ser nominal ou reduzida (caso não seja possível com a nominal); • Ensaio de sobrevelocidade; • Ensaio de nível de ruído; • Ensaio de tensão no eixo; • Ensaio de vibração. 86
  • 87. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão Figura 13.1. - Parte de potência do laboratório de alta tensão. Figura 13.2. - Bancada de testes. Figura 13.3. - Ensaio de um motor da linha "M" de alta tensão. 87
  • 88. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão 13.2. RELATÓRIOS DE ENSAIO 13.2.1. Relatório de Tipo 88
  • 89. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão 13.2.1. Relatório de Rotina 89
  • 90. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão 13.2.1 Relatório de Vibração 90
  • 91. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão 13.2.1. Relatório de Ruído 91
  • 92. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão 14. ANEXOS reuniões da Convenção Internacional do Metro, e cuja 11ª Conferência Geral de Pesos e Medidas de 1960 estabeleceu as bases para o Sistema 14.1. SISTEMA INTERNACIONAL DE Internacional (SI). UNIDADES O Brasil como membro desta entidade internacional, publicou em 12 de setembro de 14.1.1. Generalidades 1968, o decreto-lei nº 63.233 relativo à matéria, aprovado o Quadro Geral de Unidades de Medida, A preocupação mundial de se conseguir uma definindo assim de modo preciso sua posição uniformização das unidades e métodos de medida entre outros países que ainda relutam em vem de longa data, concretizando-se pelas compreender as vantagens desta uniformização. regulamentações firmadas nas diversas e sucessivas GRANDEZAS UNIDADES GRANDEZAS UNIDADES GRANDEZAS UNIDADES Aceleração m/s2 Fluxo magnético Wb Momento de inércia kgm2 Aceleração angular rad/s2 Freqüência Hz Nível de potência B -1 Atividade s Força N Número de ondas m-1 Gradiente de Ângulo plano rad K/m Potência W temperatura Ângulo sólido sr Impulsão Ns Pressão N/m2 Área m2 Indução magnética T Quantidade de luz lms Quantidade de Calor de massa J/kgK Indutância H C eletricidade Intensidade de Capacitância F V/m Relutância A/Wb campo elétrico Intensidade de Condutância S A/m Resistência elétrica Ω campo magnético Condutividade Intensidade W/mK cd Resistividade Ωm térmica luminosa Intensidade Resistividade de Condutividade S/m W/sr Ωkg/m2 energética massa Intensidade de Temperatura Convergência di A K corrente termodinâmica Densidade de fluxo Intervalo de W/m2 oitava Tensão elétrica V de energia freqüências Dose absorvida J/kg Comprimento m Tensão superficial N/m Luminância 2 Eficiência luminosa lm/W W/srm Tempo s energética Emitância l/m2 Luminância cd/m2 Vazão m3/s luminosa Energia J Iluminamento lx Velocidade m/s Entropia J/K Massa kg Velocidade angular rad/s Viscosidade Excitação luminosa lxs Massa específica Kg/m3 m2/s cinemática Viscosidade Exposição C/kg Momento de força Nm Ns/m2 dinâmica Fluxo (de massa) kg/s Momento cinético Kgm2 Volume m3 Fluxo luminoso lm Tabela 14.1. - Sistema internacional de unidades. 92
  • 93. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão 14.2. CONVERSÃO DE UNIDADES TABELA DE CONVERSÃO DE UNIDADES Grandeza Multiplique Por Para obter 2 Metro quadrado (m ) 1550 Polegada quadrada (sq.in) Área Polegada quadrada (sq.in) 6,94x10-3 Pé quadrado (sq.ft) Pé quadrado (sq.ft) 0,0929 Metro quadrado (m2) Metro (m) 39,37 Polegada (in) Comprimento Polegada (in) 0,0833 Pé (ft) Pé (ft) 0,3048 Metro (m) Newton-metro (Nm) 0,1019 Quilograma-força metro (mkgf) ou (mkp) Quilograma-força metro (mkgf) 7,235 Libra-força pé (lb.ft) Libra-força pé (lb.ft) 16 Onça pé (oz.ft) Conjugado Onça pé (oz.ft) 0,0847 Newton-metro (Nm) Newton-metro (Nm) 0,7376 Libra-força pé (lb.ft) Quilograma-força metro (mkgf) 115,7 Onça pé (oz.ft) Joule (J) ou Newton-metro (Nm) 0,102 Quilograma-força metro (mkgf) ou (mkp) Quilograma-força metro (mkgf) 2,73x10-6 Quilowatt-hora (kWh) Quilowatt-hora (kWh) 2,66x106 Libra-força pé (lb.ft) Libra-força pé (lb.ft) 0,3238 Caloria (cal) Energia Caloria (cal) 4,187 Joule (J) ou Newton-metro (Nm) Joule (J) ou Newton-metro (Nm) 2,78x10-7 Quilowatt-hora (kWh) Quilograma-força metro (mkgf) 7,235 Libra-força pé (lb.ft) Quilowatt-hora (kWh) 8,6x105 Caloria (cal) Libra-força pé (lb.ft) 1,356 Joule (J) ou Newton-metro (Nm) Quilograma-metro quadrado (kgm2) 23,73 Libra-pé quadrado (sq.lb.ft) Inércia Libra-pé quadrado (sq.lb.ft) 144 Libra-polegada quadrada (sq.lb.in) Libra-polegada quadrada (sq.lb.in) 2,93x10-4 Quilograma-metro quadrado (kgm2) Newton (N) 0,1019 Quilograma-força (kgf) ou quiloponde (kp) Força Quilograma-força (kgf) ou (kp) 2,205 Libra-força (lbf) Libra-força (lbf) 4,45 Newton-metro (Nm) Quilowatt (kW) 1,3587 Cavalo vapor (cv) Potência Cavalo vapor (cv) 75 Quilograma-força metro por segundo (kgfm/s) Quilograma-força metro por segundo 9,81 Watt (W) Newton por metro quadrado (N/m2) 1,02x10-5 Quilograma-força por centímet. quad. Quilograma-força por centímet. quad. 14,22 Libra-força por polegada quadrada (psi) Libra-força por polegada quad. (psi) 0,06807 Atmosfera (atm) Atmosfera (atm) 1,0132 bar bar 1,02 Metro de água (mH2O) Metro de água (mH2O) 98101,45x1 Newton por metro quadrado (N/m2) Newton por metro quadrado (N/m2) 0-4 Libra-força por polegada quadrada (psi) Pressão Quilograma-força por centímet. 0,968 Atmosfera (atm) quad.Libra-força por polegada quad. 6,89x10-2 bar (psi) Metro de água (mH2O) 1,42 Libra-força por polegada quadrada Newton por metro quadrado (N/m2) 9,87x10-6 (psi)Atmosfera (atm) Quilograma-força por centímet. quad. 0,981 bar Metro de água (mH2O) 0,1 Quilograma-força por centím. quad. (kgf/cm2) Tabela 14.2. - Conversão de unidades. 93
  • 94. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão 14.3. EXEMPLOS DE RANHURAS 14.3.1. Ranhura do Estator para Bobinas de Alta Tensão Rotor com Ranhuras para Injeção de Alumínio 94
  • 95. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão 14.3.2. Ranhura do Estator para Bobinas de Baixa Tensão Rotor com Ranhuras para Injeção de Alumínio 95
  • 96. DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão 14.3.3. Ranhura do Estator para Bobinas de Alta Tensão Rotor com Ranhuras para Injeção de Alumínio 96