Economia Brasileira década de
1980
A situação brasileira no final da década de 70 e
no início da de 80
• O diagnóstico, para o desequilíbrio externo e a aceleração
inflacionária, era o excesso de demanda interna.
• Política econômica: controle da demanda agregada.
• A ameaça de profunda queda da atividade econômica levou à
grande reação política e à substituição do ministro em agosto
de 1979.
• O Ministro Delfim Neto assumiu a secretaria de planejamento
(SEPLAN) com um discurso desenvolvimentista e de combate
à inflação com crescimento econômico, procurando reeditar o
milagre econômico.
A situação brasileira no final da década de 70 e
no início da de 80
• As principais medidas foram:
• Controle sobre as taxas de juros;
• Expansão do crédito para a agricultura e contenção os preços dos
alimentos;
• A criação da secretaria especial das empresas estatais para
controlar os reajustes das tarifas melhorando a situação das
empresas;

• Diminuição dos impostos para reduzir o custo do dinheiro externo;
• Maxidesvalorização do cruzeiro em 30% em dezembro de 1979;
• Aprovação da nova lei salarial, que instituía a semestralidade dos
reajustes salariais, bem como reajustes diferenciados por faixas de
salários.
A crise da dívida externa
• A existência de desequilíbrio externo não significa
necessariamente que um país esteja vivendo acima de seus
limites (excesso de demanda), mas pode ser decorrência de
um processo de endividamento externo que começa a ser
cobrado, ou de brusca elevação das taxas de juros
internacionais, associada com uma deterioração dos termos
de troca.
• O caso do Brasil, endividou no período anterior com base em
um sistema de taxas de juros flutuantes. Quando estas se
elevaram a situação do endividamento, que parecia estar sob
controle, mostrou-se insustentável.
• .
A crise da dívida externa
• No Brasil, esse processo de ajustamento externo, de busca de
superávits, iniciou-se, em 1980, de forma voluntária, e
aprofundou-se a partir de fins de 82, sob a tutela do FMI.
• A política adotada baseava-se:
• Na contenção da demanda agregada, por meio de:
• (i) redução do déficit público, com redução nos gastos
públicos, principalmente investimentos;
• (ii) aumento da taxa de juros interna e restrição do crédito;
(iii) redução do salário real.
A crise da dívida externa
• Desvalorização real do cruzeiro;
• Estímulo à competitividade da indústria brasileira, por meio
da contenção de alguns preços públicos e de subsídios e
incentivos à exportação.
• O resultado da política de ajustamento foi uma profunda
recessão em 1981 e 1983 e baixo crescimento em 1982, com
grande queda na renda per capita no período.
A crise da dívida externa
• A política foi bem sucedida no tocante ao comércio exterior,
observando profunda reversão no saldo da balança comercial,
passando de um déficit em 1980 para um superávit da ordem
de US$ 6,5 bilhões em 1983 e um recorde de US$ 13 bilhões
em 1984.
• O sucesso do ajustamento externo deveu-se em parte a
própria recessão que levou a uma grande queda nas
importações, paralelamente aos estímulos ao aumento das
exportações.
A crise da dívida externa
• Já em 1984, o superávit foi atingido mesmo com recuperação
do produto, o que pode ser explicado em boa medida pelo
sucesso do II PND, que permitiu amplo processo de
substituição de importações e criou setores com
competitividade externa, para elevar as exportações.
A crise da dívida externa
• O lado problemático do ajustamento:
• As obrigações da dívida externa não estavam distribuídas
entre os setores da economia em proporção à importância
desses setores.
• Assim, o ônus da dívida recaía de forma mais violenta sobre
alguns setores, que precisavam realizar um esforço de
poupança para adquirir as divisas e remetê-las ao exterior.
Esse era o problema do ajustamento externo.
A crise da dívida externa
• No Brasil, 80% da dívida era do setor público, enquanto a
maior parte da geração do superávit se dava no setor privado.
• Para o governo adquirir divisas, ele deveria ou gerar um
superávit fiscal compatível com a transferência externa, ou
emitir moeda, ou então endividar-se internamente.
• A primeira alternativa era inviável, pois a situação fiscal do
setor público já se vinha deteriorando desde o II PND, sendo
agravada pela política de ajustamento externo.
A crise da dívida externa
• A segunda alternativa mostrava-se incompatível com a política
de controle da absorção interna, manutenção de taxas de
juros elevadas tentativa de controle inflacionário.
• A única alternativa era representada pelo endividamento
interno, por meio da colocação de títulos públicos, que se
fazia em condições cada vez mais precárias: maiores juros e
menores prazos. Esse processo que significava a
transformação da dívida externa em dívida interna.
Capítulo 17 - A Saga dos Planos Heterodoxos: A
Economia Brasileira de 1985 a 1994
• De 1985 a 1994 - política econômica: combate
inflacionário como meta principal.
• Planos econômicos que visavam a quedas abruptas da
inflação.
• Esses planos traziam como elemento principal o
congelamento dos preços, sendo que a cada plano
incorporavam-se novas características, aperfeiçoando os
planos anteriores, na tentativa de não incorrer nos
mesmos erros.
• É uma fase marcada por grandes oscilações nas taxas de
inflação e no produto real acompanhado os períodos de
sucesso e fracasso dos planos econômicos.
Governo Sarney: março de 1985 a março de 1990
• Os primeiros anos da década de 80 mostraram que a taxa de
inflação na economia brasileira não estava relacionada com o
nível de atividade econômica.
• No Brasil, a taxa de inflação permanecia elevada mesmo com
a persistência do quadro recessivo durante o início da década.
• Anos de 1981-83 amplos superávits comerciais pela rápida
queda das importações e a expansão das exportações nos
anos de 1984, tanto em função da recuperação da economia
mundial como da resposta do setor exportador aos incentivos
e à desvalorização cambial do ano anterior, além da
maturação de uma série de projetos do II PND que abriram
novas frentes de exportação.
Governo Sarney: março de 1985 a março de
1990
• Nova República: economia em crescimento, balanço de
pagamentos em transações correntes equilibrados e inflação
elevada em torno de 200% a.a..
• Objetivos do governo: combater a inflação.
• Quadro político. Tancredo Neves, venceu as eleições e o vicepresidente na chapa da oposição – José Sarney.
• Esse processo resultou na definição de um quadro de
ministros marcado pela heterogeneidade.
• Adoecimento e morte de Tancredo neves : assume em seu
lugar o vice-presidente José Sarney.
Governo Sarney: março de 1985 a março de
1990
• O ano de 1985 ainda apresentava outra dificuldade para fins
de estabilização - o crescimento econômico.
• Dada a recessão do início da década, a expansão de 1984
havia ocorrido sem dificuldades – ocupação de capacidade
ociosa, utilização de desempregados etc..
• A continuidade do crescimento em 1985, pelos efeitos
multiplicadores do aumento das exportações, tendia a tornar
a inflação ainda mais difícil de ser controlada.
Plano Cruzado
• Foi uma tentativa de romper com a tendência inflacionária e
trazer a “normalidade” para as regras de formação de preços.
• O Plano Cruzado introduziu uma nova moeda, substituindo o
cruzeiro pelo cruzado.
• As principais medidas foram as seguintes:
• A. Quanto ao salário, este deveria ser convertido pelo poder
de compra dos últimos seis meses mais um abono de 8% e
para o salário mínimo este abono seria de 16%. Esse abono
visava transferir renda aos assalariados. Além disso,
introduziu-se a escala móvel - o gatilho salarial - que seria
acionada toda vez que a inflação atingisse 20%.
Plano Cruzado
• B. Quanto aos preços, estes foram congelados no nível de
28/06/1986, com exceção da energia elétrica, que obteve
aumento de 20%. Vários setores fossem pegos com preços
defasados, com destaque para as tarifas públicas.
• C. A taxa de câmbio foi fixada no nível de 27 de fevereiro, e
descartou-se a necessidade de uma maxidesvalorização
compensatória ou defensiva.
• D. Os aluguéis tiveram valores médios recompostos por meio
de fatores multiplicativos com base em relações média-pico;
Plano Cruzado
• Não se estabeleceram metas para a política monetária e fiscal,
que ficariam dependentes do “discernimento” dos
responsáveis por sua condução.
• A oferta monetária deveria acomodar-se à maior demanda de
moeda e a taxa de juros seria a variável de acompanhamento
do grau de liquidez da economia.
Plano Cruzado
• Com a queda da inflação, a demanda de moeda deveria se
elevar substancialmente.
• Dada a dificuldade de se prever qual seria a demanda de
moeda no novo contexto, optou-se por não se estabelecer
metas quantitativas para a oferta de moeda.
• Se verificou logo após o plano uma monetização excessiva da
economia, resultando em uma ampla redução das taxas de
juros.
Plano Cruzado
• O sucesso inicial do plano, com a queda abrupta na taxa de
inflação e o grande apoio popular que rendeu generosos
bônus na taxa de inflação e o grande apoio popular que
rendeu generosos bônus políticos ao governo fez com que o
congelamento de preços, que era a parte frágil do plano, se
transformasse no principal elemento.
• O congelamento pegou produtos cujo preço acabara de ser
reajustado e produtos cujo preço estava defasado. Com o
congelamento, essas distorções não seriam corrigidas.
Plano Cruzado
• Além da queda da inflação, destaca-se no imediato pós-plano
um grande crescimento econômico.
• Quando o plano foi lançado, o país já vinha de dois anos de
crescimento, sendo que em 1985 este tinha sido da ordem de
8%. Isso, por si só, já vinha pressionando os salários reais e
ampliando a utilização da capacidade instalada.
• Com o plano, introduziram-se novos elementos que
estimulariam ainda mais a demanda interna (consumo e
investimento) e o crescimento econômico. Esse fato tenderia
a aumentar as dificuldades do plano de estabilização e a
manutenção do congelamento.
Plano Cruzado
• Vários fatores explicam o aumento da demanda: o aumento
do salário real, a expansão exagerada da oferta de moeda que
levou a taxa de juros reais negativas, a própria ilusão
monetária, que levou a uma despoupança por causa da queda
das taxas de juros nominais, a diminuição do recolhimento do
imposto de renda pessoa física na fonte (pacote fiscal de
dezembro de 1985), o consumo reprimido durante a recessão,
a existência de preços defasados com medo de
descongelamento, a expansão do crédito como uma forma de
ajustamento do sistema bancário à perda da receita
inflacionária, entre outros.
Plano Cruzado
• A consequência da expansão da demanda foi a pressão sobre
diversos mercados, principalmente sobre aqueles cujos
preços estava defasado ou aqueles que possuía alta
elasticidade-renda e passaram a incorporar os agentes que
foram beneficiados com o aumento de renda propiciado pelo
plano (aumento do salário real).
• O governo recorreu a vários instrumentos, para tentar
resolver o problema de oferta sem abrir mão do
congelamento, por exemplo: isenções de impostos, subsídios,
liberação da importação de produtos alimentícios etc..
Plano Cruzado
• As taxas de juros reais negativas em virtude da expansão
monetária provocaram uma fuga dos ativos financeiros para a
Bolsa de Valores, dólar paralelo e outros ativos reais que
apresentaram grande valorização no período, além de
estimular uma evasão de capital do país, deteriorando ainda
mais a situação externa.
Plano Cruzado
• As alternativas que se colocavam eram romper o
congelamento ou desacelerar a economia. O Cruzadinho,
implantado em 24/6, era um tímido pacote fiscal que
tentava desaquecer o consumo pela imposição de
empréstimos compulsórios sobre a gasolina, automóveis
e as passagens aéreas internacionais, sendo que os
recursos assim obtidos deveriam financiar o Plano de
Metas do governo.
• ______________
•

Empréstimo compulsório é considerado um tributo, e consiste na tomada
compulsória de certa quantidade em dinheiro do contribuinte a título de
"empréstimo", para que este o resgate em certo prazo, conforme as
determinações estabelecidas por lei.
Plano Cruzado
• Em 21/11, alguns dias após as eleições que deram vitória
significativa ao partido do governo, lançou-se o Cruzado II.
• Foi uma tentativa de alinhar alguns preços, principalmente
dos bens de consumo da classe média.
• Juntamente com o novo pacote adotou-se uma política
monetária restritiva. Como existia muita incerteza sobre a
inflação, isto acabou resultando em uma grande ampliação da
taxa real de juros, pois a incerteza inflacionária era
incorporada na taxa de juros nominal.
Plano Cruzado
• A elevação da taxa real de juros e as restrições de crédito
colocavam uma série de riscos no momento de vencimento
dos créditos tomados durante o plano.
• A partir de então, tem-se o desaquecimento da economia
com queda da demanda e profunda desestruturação das
condições de oferta devido à longa permanência do
congelamento.
Plano Cruzado
• Tem-se um movimento de perdas de reservas em razão dos
saldos negativos na balança comercial, o que levou ao
anúncio da moratória em fevereiro de 1987 para estancar a
perda de reservas e reiniciar as negociações da dívida externa.
Em abril de 1987, a inflação superou os 20% a.m., o que levou
à queda do ministro Funaro e à posse de Bresser Pereira.
Encerrava-se de forma desalentadora a tentativa do Cruzado.
Plano Bresser
• Foi lançado em 12/06/1987, era considerado um plano de
emergência.
• Objetivos: não tinha como objetivo a inflação zero, mas deter
a aceleração inflacionária e evitar a hiperinflação,
promovendo um choque deflacionário com a retirada do
gatilho salarial e o déficit público.
• Solução para crises momentâneas: congelamento dos preços
e a desvalorização cambial.
Plano Bresser
• Medidas do plano:
• i. congelamento dos salários e preços por três meses, no nível
de 12/6; sendo que vários preços foram aumentados antes do
plano, especialmente os preços públicos;
• ii. Desvalorização cambial de 9,5% em 12/6
e não
congelamento
da
taxa
de
câmbio,
mantendo
minidesvalorização diárias, mas em menor ritmo;
• iii. Aluguéis congelados no nível de junho, sem nenhuma
compensação;
• iv. Contratos financeiros pós-fixados foram mantidos e para os
prefixados introduziu-se a Tablita1 .
• ____________________________________________
•

1Se Tabela para conversão de dívidas, que ficou conhecida como tablita (ou tabelinha, em português). No Brasil, a primeira
vez que a tablita entrou em cena foi durante o Plano Cruzado. Com o advento do Plano Bresser, uma nova tabela de
correção de contratos foi elaborada.
Plano Bresser
• Adotou-se uma política monetária e fiscal ativa, mantendo a
taxa de juros positiva, para inibir a demanda por moeda e o
aumento do consumo.
• Assim, o plano foi eficiente no sentido de recuperação da
Balança Comercial e na queda inicial da inflação, porém,
provocou queda significativa na produção industrial.
• Os desequilíbrios de preços relativos que geravam pressões
de custos levaram ao agravamento da inflação.
Plano Bresser
• Destaca-se nesse período, o fracasso na contenção de déficits
públicos, em razão do aumento dos gastos com o
funcionalismo público, aumento de transferências a Estados e
Municípios e os subsídios às empresas estatais.
• Em razão de interesses políticos para se manter no cargo,
adotou-se medidas inconsistentes com a austeridade fiscal.
• Bresser pede demissão e assume o Ministro Mailson da
Nóbrega.
Plano Verão (política do feijão com arroz)
• Objetivos: Visava estabilizar a inflação em 15% a.m. e reduzir
o déficit público de 8% do PIB para 4%.
• Metas: conter a demanda, pela diminuição dos gastos
públicos e da elevação das taxas de juros, evitando a fuga dos
ativos financeiros.
• Instrumentos: congelamento de empréstimos ao setor
público, contenção salarial e redução no prazo de
recolhimento de impostos.
• Resultados: inflação abaixo dos 20% a. m. , mas no segundo
semestre de 88, a recomposição das tarifas públicas levou ao
aumento da inflação.
Plano Verão (política do feijão com arroz)
• O Plano foi de curta duração, o governo não realizou nenhum
ajuste fiscal, o que mantinha elevados e crescentes os déficits
públicos. O descontrole fiscal levava a um descontrole
monetário.

•

Tudo isso, juntamente com as incertezas políticas vigentes
levaram a inflação a acelerar rapidamente, caminhando para
uma hiperinflação de 80%.
• Principal característica do governo Sarney foi o descontrole
das contas públicas.
Plano Collor/Itamar Franco
• Collor:
• Objetivo – combater a inflação.
• Surgem novos diagnósticos a respeito da natureza da inflação
brasileira.
• O insucesso dos choques antiinflacionários do governo de
Sarney devia-se à elevada liquidez dos ativos financeiros não
monetários (ativos que rendem juros).
• A possibilidade de transformar os ativos financeiros em
dinheiro, ou seja, a rápida monetização das aplicações
financeiras, levava a um aumento significativo da demanda de
bens de consumo, ativos reais e de risco. Com as
consequentes pressões inflacionárias.
Plano Collor/Itamar Franco
• Para evitar a especulação, o governo deveria manter a taxa de juros
alta e estável.
• A necessidade de fixar as taxas de juros levava a uma política
monetária passiva, sendo que o único instrumento com que
contava o governo eram as operações de mercado aberto, a
colocação de títulos públicos.
• Principais medidas adotadas no governo:
• A. reforma monetária: drástica redução da liquidez da economia,
bloqueio de cerca da metade dos depósitos à vista, 80% de outras
aplicações e fundos de curto prazo e cerca de 1/3 da poupança. O
objetivo principal era evitar as pressões de consumo e garantir a
autonomia do BACEN em fazer política monetária ativa.
Plano Collor/Itamar Franco
• B. Reforma administrativa e fiscal: objetivo promover um
ajuste fiscal da ordem de 10% do PIB, eliminando um déficit
projetado da ordem de 8% do PIB e gerar um superávit de 2%.
• Instrumentos utilizados: suspensão de subsídios, incentivos
fiscais e isenções, ampliação da base tributária pela
incorporação dos ganhos da agricultura, do setor exportador e
dos ganhos de capital nas bolsas, tributação dentre outros.
Plano Collor/Itamar Franco
• Com relação à reforma administrativa, promover-se-ia o
programa de privatizações, a melhoria dos instrumentos de
fiscalização e de arrecadação com vistas a diminuir a
sonegação e as fraudes (tributárias, previdenciárias, etc),
maior controle sobre os bancos estaduais, e várias outras
medidas que deveriam aumentar a eficiência do setor público
e reduzir os gastos;
• Mantiveram-se os mecanismos de indexação dos ativos
financeiros e dos contratos.
Plano Collor/Itamar Franco
• O confisco da liquidez foi a âncora do plano.
• Buscou-se retomar a capacidade de fazer política monetária
ativa congelando o estoque de moeda.
• Impacto: desestruturação do sistema produtivo: corte nas
encomendas, semiparalisia na produção, demissões, férias
coletivas, redução na jornada de trabalho, redução de
salários, deflação, atraso nos pagamentos de dívidas, etc..
Plano Collor/Itamar Franco
•

As empresas foram surpreendidas com o plano econômico e
sem liquidez pressionam o governo. A ministra da economia
Zélia Cardoso de Mello, faz a liberação gradativa do dinheiro
retido, denominado de "operação torneirinha", para
pagamento de taxas, impostos municipais e estaduais, folhas
de pagamento e contribuições previdenciárias. O governo
libera os investimentos dos grandes empresários, e deixa
retido somente o dinheiro dos poupadores individuais.
• Em menos de 2 meses os meios de pagamentos cresceram
mais de 60%.
Plano Collor/Itamar Franco
• A partir de maio, iniciou-se um processo de relaxamento do
controle de preços e salários, o que, juntamente com a
monetização, levou a aceleração inflacionária.
• Sobre o ajuste fiscal, houve um superávit primário de 1,2% do
PIB.
• Políticas voltadas para o setor externo: início do processo de
abertura comercial com redução gradativa das tarifas de
importações.
Plano Collor/Itamar Franco
• No início de 1991, os maus resultados obtidos, com o
processo de aceleração inflacionária, associado a uma
dificuldade crescente de financiamento do governo
(colocação de títulos públicos), levou a uma nova tentativa de
estabilização: o Plano Collor II.
• O Plano era principalmente uma reforma financeira que
visava eliminar as operações de mercado aberto e outras
formas de indexação e um congelamento de preços e salários.
Plano Collor/Itamar Franco
• Em 1991, a política econômica ficou restrita ao controle do
fluxo de caixa, obtendo significativas reduções de despesas.
• Reforma fiscal, em que se aprovou s indexação dos impostos e
lançou-se um programa antiinflacionário baseado em forte
restrição do crédito, recuperação das finanças públicas e
manutenção de taxa de câmbio.
• Impacto – recessão em 1992 e não redução da inflação.
• Desempenho fiscal foi comprometido pela baixa arrecadação,
elevadas taxas de juros e quadro político desfavorável pelo
processo de impeachment do presidente.
Plano Collor/Itamar Franco
• As altas taxas de juros, abertura financeira e o cenário de
desaquecimento internacional (e portanto, excesso de
liquidez internacional) promoveram uma grande entrada de
capital externo no país e elevação de reservas.
• Com o impeachment assume Itamar Franco que se colocava
como um governo de transição, demorando a dar rumos a
politica econômica. Ocorreram mudanças de vários ministros,
nenhuma das equipes econômicas recorrer a qualquer tipo de
congelamento, confisco ou coisa do tipo.
• Último Plano de estabilização implantado no país foi o Plano
real

Economia brasileira década de 1980 2014

  • 1.
  • 2.
    A situação brasileirano final da década de 70 e no início da de 80 • O diagnóstico, para o desequilíbrio externo e a aceleração inflacionária, era o excesso de demanda interna. • Política econômica: controle da demanda agregada. • A ameaça de profunda queda da atividade econômica levou à grande reação política e à substituição do ministro em agosto de 1979. • O Ministro Delfim Neto assumiu a secretaria de planejamento (SEPLAN) com um discurso desenvolvimentista e de combate à inflação com crescimento econômico, procurando reeditar o milagre econômico.
  • 3.
    A situação brasileirano final da década de 70 e no início da de 80 • As principais medidas foram: • Controle sobre as taxas de juros; • Expansão do crédito para a agricultura e contenção os preços dos alimentos; • A criação da secretaria especial das empresas estatais para controlar os reajustes das tarifas melhorando a situação das empresas; • Diminuição dos impostos para reduzir o custo do dinheiro externo; • Maxidesvalorização do cruzeiro em 30% em dezembro de 1979; • Aprovação da nova lei salarial, que instituía a semestralidade dos reajustes salariais, bem como reajustes diferenciados por faixas de salários.
  • 4.
    A crise dadívida externa • A existência de desequilíbrio externo não significa necessariamente que um país esteja vivendo acima de seus limites (excesso de demanda), mas pode ser decorrência de um processo de endividamento externo que começa a ser cobrado, ou de brusca elevação das taxas de juros internacionais, associada com uma deterioração dos termos de troca. • O caso do Brasil, endividou no período anterior com base em um sistema de taxas de juros flutuantes. Quando estas se elevaram a situação do endividamento, que parecia estar sob controle, mostrou-se insustentável. • .
  • 5.
    A crise dadívida externa • No Brasil, esse processo de ajustamento externo, de busca de superávits, iniciou-se, em 1980, de forma voluntária, e aprofundou-se a partir de fins de 82, sob a tutela do FMI. • A política adotada baseava-se: • Na contenção da demanda agregada, por meio de: • (i) redução do déficit público, com redução nos gastos públicos, principalmente investimentos; • (ii) aumento da taxa de juros interna e restrição do crédito; (iii) redução do salário real.
  • 6.
    A crise dadívida externa • Desvalorização real do cruzeiro; • Estímulo à competitividade da indústria brasileira, por meio da contenção de alguns preços públicos e de subsídios e incentivos à exportação. • O resultado da política de ajustamento foi uma profunda recessão em 1981 e 1983 e baixo crescimento em 1982, com grande queda na renda per capita no período.
  • 7.
    A crise dadívida externa • A política foi bem sucedida no tocante ao comércio exterior, observando profunda reversão no saldo da balança comercial, passando de um déficit em 1980 para um superávit da ordem de US$ 6,5 bilhões em 1983 e um recorde de US$ 13 bilhões em 1984. • O sucesso do ajustamento externo deveu-se em parte a própria recessão que levou a uma grande queda nas importações, paralelamente aos estímulos ao aumento das exportações.
  • 8.
    A crise dadívida externa • Já em 1984, o superávit foi atingido mesmo com recuperação do produto, o que pode ser explicado em boa medida pelo sucesso do II PND, que permitiu amplo processo de substituição de importações e criou setores com competitividade externa, para elevar as exportações.
  • 9.
    A crise dadívida externa • O lado problemático do ajustamento: • As obrigações da dívida externa não estavam distribuídas entre os setores da economia em proporção à importância desses setores. • Assim, o ônus da dívida recaía de forma mais violenta sobre alguns setores, que precisavam realizar um esforço de poupança para adquirir as divisas e remetê-las ao exterior. Esse era o problema do ajustamento externo.
  • 10.
    A crise dadívida externa • No Brasil, 80% da dívida era do setor público, enquanto a maior parte da geração do superávit se dava no setor privado. • Para o governo adquirir divisas, ele deveria ou gerar um superávit fiscal compatível com a transferência externa, ou emitir moeda, ou então endividar-se internamente. • A primeira alternativa era inviável, pois a situação fiscal do setor público já se vinha deteriorando desde o II PND, sendo agravada pela política de ajustamento externo.
  • 11.
    A crise dadívida externa • A segunda alternativa mostrava-se incompatível com a política de controle da absorção interna, manutenção de taxas de juros elevadas tentativa de controle inflacionário. • A única alternativa era representada pelo endividamento interno, por meio da colocação de títulos públicos, que se fazia em condições cada vez mais precárias: maiores juros e menores prazos. Esse processo que significava a transformação da dívida externa em dívida interna.
  • 12.
    Capítulo 17 -A Saga dos Planos Heterodoxos: A Economia Brasileira de 1985 a 1994 • De 1985 a 1994 - política econômica: combate inflacionário como meta principal. • Planos econômicos que visavam a quedas abruptas da inflação. • Esses planos traziam como elemento principal o congelamento dos preços, sendo que a cada plano incorporavam-se novas características, aperfeiçoando os planos anteriores, na tentativa de não incorrer nos mesmos erros. • É uma fase marcada por grandes oscilações nas taxas de inflação e no produto real acompanhado os períodos de sucesso e fracasso dos planos econômicos.
  • 13.
    Governo Sarney: marçode 1985 a março de 1990 • Os primeiros anos da década de 80 mostraram que a taxa de inflação na economia brasileira não estava relacionada com o nível de atividade econômica. • No Brasil, a taxa de inflação permanecia elevada mesmo com a persistência do quadro recessivo durante o início da década. • Anos de 1981-83 amplos superávits comerciais pela rápida queda das importações e a expansão das exportações nos anos de 1984, tanto em função da recuperação da economia mundial como da resposta do setor exportador aos incentivos e à desvalorização cambial do ano anterior, além da maturação de uma série de projetos do II PND que abriram novas frentes de exportação.
  • 14.
    Governo Sarney: marçode 1985 a março de 1990 • Nova República: economia em crescimento, balanço de pagamentos em transações correntes equilibrados e inflação elevada em torno de 200% a.a.. • Objetivos do governo: combater a inflação. • Quadro político. Tancredo Neves, venceu as eleições e o vicepresidente na chapa da oposição – José Sarney. • Esse processo resultou na definição de um quadro de ministros marcado pela heterogeneidade. • Adoecimento e morte de Tancredo neves : assume em seu lugar o vice-presidente José Sarney.
  • 15.
    Governo Sarney: marçode 1985 a março de 1990 • O ano de 1985 ainda apresentava outra dificuldade para fins de estabilização - o crescimento econômico. • Dada a recessão do início da década, a expansão de 1984 havia ocorrido sem dificuldades – ocupação de capacidade ociosa, utilização de desempregados etc.. • A continuidade do crescimento em 1985, pelos efeitos multiplicadores do aumento das exportações, tendia a tornar a inflação ainda mais difícil de ser controlada.
  • 16.
    Plano Cruzado • Foiuma tentativa de romper com a tendência inflacionária e trazer a “normalidade” para as regras de formação de preços. • O Plano Cruzado introduziu uma nova moeda, substituindo o cruzeiro pelo cruzado. • As principais medidas foram as seguintes: • A. Quanto ao salário, este deveria ser convertido pelo poder de compra dos últimos seis meses mais um abono de 8% e para o salário mínimo este abono seria de 16%. Esse abono visava transferir renda aos assalariados. Além disso, introduziu-se a escala móvel - o gatilho salarial - que seria acionada toda vez que a inflação atingisse 20%.
  • 17.
    Plano Cruzado • B.Quanto aos preços, estes foram congelados no nível de 28/06/1986, com exceção da energia elétrica, que obteve aumento de 20%. Vários setores fossem pegos com preços defasados, com destaque para as tarifas públicas. • C. A taxa de câmbio foi fixada no nível de 27 de fevereiro, e descartou-se a necessidade de uma maxidesvalorização compensatória ou defensiva. • D. Os aluguéis tiveram valores médios recompostos por meio de fatores multiplicativos com base em relações média-pico;
  • 18.
    Plano Cruzado • Nãose estabeleceram metas para a política monetária e fiscal, que ficariam dependentes do “discernimento” dos responsáveis por sua condução. • A oferta monetária deveria acomodar-se à maior demanda de moeda e a taxa de juros seria a variável de acompanhamento do grau de liquidez da economia.
  • 19.
    Plano Cruzado • Coma queda da inflação, a demanda de moeda deveria se elevar substancialmente. • Dada a dificuldade de se prever qual seria a demanda de moeda no novo contexto, optou-se por não se estabelecer metas quantitativas para a oferta de moeda. • Se verificou logo após o plano uma monetização excessiva da economia, resultando em uma ampla redução das taxas de juros.
  • 20.
    Plano Cruzado • Osucesso inicial do plano, com a queda abrupta na taxa de inflação e o grande apoio popular que rendeu generosos bônus na taxa de inflação e o grande apoio popular que rendeu generosos bônus políticos ao governo fez com que o congelamento de preços, que era a parte frágil do plano, se transformasse no principal elemento. • O congelamento pegou produtos cujo preço acabara de ser reajustado e produtos cujo preço estava defasado. Com o congelamento, essas distorções não seriam corrigidas.
  • 21.
    Plano Cruzado • Alémda queda da inflação, destaca-se no imediato pós-plano um grande crescimento econômico. • Quando o plano foi lançado, o país já vinha de dois anos de crescimento, sendo que em 1985 este tinha sido da ordem de 8%. Isso, por si só, já vinha pressionando os salários reais e ampliando a utilização da capacidade instalada. • Com o plano, introduziram-se novos elementos que estimulariam ainda mais a demanda interna (consumo e investimento) e o crescimento econômico. Esse fato tenderia a aumentar as dificuldades do plano de estabilização e a manutenção do congelamento.
  • 22.
    Plano Cruzado • Váriosfatores explicam o aumento da demanda: o aumento do salário real, a expansão exagerada da oferta de moeda que levou a taxa de juros reais negativas, a própria ilusão monetária, que levou a uma despoupança por causa da queda das taxas de juros nominais, a diminuição do recolhimento do imposto de renda pessoa física na fonte (pacote fiscal de dezembro de 1985), o consumo reprimido durante a recessão, a existência de preços defasados com medo de descongelamento, a expansão do crédito como uma forma de ajustamento do sistema bancário à perda da receita inflacionária, entre outros.
  • 23.
    Plano Cruzado • Aconsequência da expansão da demanda foi a pressão sobre diversos mercados, principalmente sobre aqueles cujos preços estava defasado ou aqueles que possuía alta elasticidade-renda e passaram a incorporar os agentes que foram beneficiados com o aumento de renda propiciado pelo plano (aumento do salário real). • O governo recorreu a vários instrumentos, para tentar resolver o problema de oferta sem abrir mão do congelamento, por exemplo: isenções de impostos, subsídios, liberação da importação de produtos alimentícios etc..
  • 24.
    Plano Cruzado • Astaxas de juros reais negativas em virtude da expansão monetária provocaram uma fuga dos ativos financeiros para a Bolsa de Valores, dólar paralelo e outros ativos reais que apresentaram grande valorização no período, além de estimular uma evasão de capital do país, deteriorando ainda mais a situação externa.
  • 25.
    Plano Cruzado • Asalternativas que se colocavam eram romper o congelamento ou desacelerar a economia. O Cruzadinho, implantado em 24/6, era um tímido pacote fiscal que tentava desaquecer o consumo pela imposição de empréstimos compulsórios sobre a gasolina, automóveis e as passagens aéreas internacionais, sendo que os recursos assim obtidos deveriam financiar o Plano de Metas do governo. • ______________ • Empréstimo compulsório é considerado um tributo, e consiste na tomada compulsória de certa quantidade em dinheiro do contribuinte a título de "empréstimo", para que este o resgate em certo prazo, conforme as determinações estabelecidas por lei.
  • 26.
    Plano Cruzado • Em21/11, alguns dias após as eleições que deram vitória significativa ao partido do governo, lançou-se o Cruzado II. • Foi uma tentativa de alinhar alguns preços, principalmente dos bens de consumo da classe média. • Juntamente com o novo pacote adotou-se uma política monetária restritiva. Como existia muita incerteza sobre a inflação, isto acabou resultando em uma grande ampliação da taxa real de juros, pois a incerteza inflacionária era incorporada na taxa de juros nominal.
  • 27.
    Plano Cruzado • Aelevação da taxa real de juros e as restrições de crédito colocavam uma série de riscos no momento de vencimento dos créditos tomados durante o plano. • A partir de então, tem-se o desaquecimento da economia com queda da demanda e profunda desestruturação das condições de oferta devido à longa permanência do congelamento.
  • 28.
    Plano Cruzado • Tem-seum movimento de perdas de reservas em razão dos saldos negativos na balança comercial, o que levou ao anúncio da moratória em fevereiro de 1987 para estancar a perda de reservas e reiniciar as negociações da dívida externa. Em abril de 1987, a inflação superou os 20% a.m., o que levou à queda do ministro Funaro e à posse de Bresser Pereira. Encerrava-se de forma desalentadora a tentativa do Cruzado.
  • 29.
    Plano Bresser • Foilançado em 12/06/1987, era considerado um plano de emergência. • Objetivos: não tinha como objetivo a inflação zero, mas deter a aceleração inflacionária e evitar a hiperinflação, promovendo um choque deflacionário com a retirada do gatilho salarial e o déficit público. • Solução para crises momentâneas: congelamento dos preços e a desvalorização cambial.
  • 30.
    Plano Bresser • Medidasdo plano: • i. congelamento dos salários e preços por três meses, no nível de 12/6; sendo que vários preços foram aumentados antes do plano, especialmente os preços públicos; • ii. Desvalorização cambial de 9,5% em 12/6 e não congelamento da taxa de câmbio, mantendo minidesvalorização diárias, mas em menor ritmo; • iii. Aluguéis congelados no nível de junho, sem nenhuma compensação; • iv. Contratos financeiros pós-fixados foram mantidos e para os prefixados introduziu-se a Tablita1 . • ____________________________________________ • 1Se Tabela para conversão de dívidas, que ficou conhecida como tablita (ou tabelinha, em português). No Brasil, a primeira vez que a tablita entrou em cena foi durante o Plano Cruzado. Com o advento do Plano Bresser, uma nova tabela de correção de contratos foi elaborada.
  • 31.
    Plano Bresser • Adotou-seuma política monetária e fiscal ativa, mantendo a taxa de juros positiva, para inibir a demanda por moeda e o aumento do consumo. • Assim, o plano foi eficiente no sentido de recuperação da Balança Comercial e na queda inicial da inflação, porém, provocou queda significativa na produção industrial. • Os desequilíbrios de preços relativos que geravam pressões de custos levaram ao agravamento da inflação.
  • 32.
    Plano Bresser • Destaca-senesse período, o fracasso na contenção de déficits públicos, em razão do aumento dos gastos com o funcionalismo público, aumento de transferências a Estados e Municípios e os subsídios às empresas estatais. • Em razão de interesses políticos para se manter no cargo, adotou-se medidas inconsistentes com a austeridade fiscal. • Bresser pede demissão e assume o Ministro Mailson da Nóbrega.
  • 33.
    Plano Verão (políticado feijão com arroz) • Objetivos: Visava estabilizar a inflação em 15% a.m. e reduzir o déficit público de 8% do PIB para 4%. • Metas: conter a demanda, pela diminuição dos gastos públicos e da elevação das taxas de juros, evitando a fuga dos ativos financeiros. • Instrumentos: congelamento de empréstimos ao setor público, contenção salarial e redução no prazo de recolhimento de impostos. • Resultados: inflação abaixo dos 20% a. m. , mas no segundo semestre de 88, a recomposição das tarifas públicas levou ao aumento da inflação.
  • 34.
    Plano Verão (políticado feijão com arroz) • O Plano foi de curta duração, o governo não realizou nenhum ajuste fiscal, o que mantinha elevados e crescentes os déficits públicos. O descontrole fiscal levava a um descontrole monetário. • Tudo isso, juntamente com as incertezas políticas vigentes levaram a inflação a acelerar rapidamente, caminhando para uma hiperinflação de 80%. • Principal característica do governo Sarney foi o descontrole das contas públicas.
  • 35.
    Plano Collor/Itamar Franco •Collor: • Objetivo – combater a inflação. • Surgem novos diagnósticos a respeito da natureza da inflação brasileira. • O insucesso dos choques antiinflacionários do governo de Sarney devia-se à elevada liquidez dos ativos financeiros não monetários (ativos que rendem juros). • A possibilidade de transformar os ativos financeiros em dinheiro, ou seja, a rápida monetização das aplicações financeiras, levava a um aumento significativo da demanda de bens de consumo, ativos reais e de risco. Com as consequentes pressões inflacionárias.
  • 36.
    Plano Collor/Itamar Franco •Para evitar a especulação, o governo deveria manter a taxa de juros alta e estável. • A necessidade de fixar as taxas de juros levava a uma política monetária passiva, sendo que o único instrumento com que contava o governo eram as operações de mercado aberto, a colocação de títulos públicos. • Principais medidas adotadas no governo: • A. reforma monetária: drástica redução da liquidez da economia, bloqueio de cerca da metade dos depósitos à vista, 80% de outras aplicações e fundos de curto prazo e cerca de 1/3 da poupança. O objetivo principal era evitar as pressões de consumo e garantir a autonomia do BACEN em fazer política monetária ativa.
  • 37.
    Plano Collor/Itamar Franco •B. Reforma administrativa e fiscal: objetivo promover um ajuste fiscal da ordem de 10% do PIB, eliminando um déficit projetado da ordem de 8% do PIB e gerar um superávit de 2%. • Instrumentos utilizados: suspensão de subsídios, incentivos fiscais e isenções, ampliação da base tributária pela incorporação dos ganhos da agricultura, do setor exportador e dos ganhos de capital nas bolsas, tributação dentre outros.
  • 38.
    Plano Collor/Itamar Franco •Com relação à reforma administrativa, promover-se-ia o programa de privatizações, a melhoria dos instrumentos de fiscalização e de arrecadação com vistas a diminuir a sonegação e as fraudes (tributárias, previdenciárias, etc), maior controle sobre os bancos estaduais, e várias outras medidas que deveriam aumentar a eficiência do setor público e reduzir os gastos; • Mantiveram-se os mecanismos de indexação dos ativos financeiros e dos contratos.
  • 39.
    Plano Collor/Itamar Franco •O confisco da liquidez foi a âncora do plano. • Buscou-se retomar a capacidade de fazer política monetária ativa congelando o estoque de moeda. • Impacto: desestruturação do sistema produtivo: corte nas encomendas, semiparalisia na produção, demissões, férias coletivas, redução na jornada de trabalho, redução de salários, deflação, atraso nos pagamentos de dívidas, etc..
  • 40.
    Plano Collor/Itamar Franco • Asempresas foram surpreendidas com o plano econômico e sem liquidez pressionam o governo. A ministra da economia Zélia Cardoso de Mello, faz a liberação gradativa do dinheiro retido, denominado de "operação torneirinha", para pagamento de taxas, impostos municipais e estaduais, folhas de pagamento e contribuições previdenciárias. O governo libera os investimentos dos grandes empresários, e deixa retido somente o dinheiro dos poupadores individuais. • Em menos de 2 meses os meios de pagamentos cresceram mais de 60%.
  • 41.
    Plano Collor/Itamar Franco •A partir de maio, iniciou-se um processo de relaxamento do controle de preços e salários, o que, juntamente com a monetização, levou a aceleração inflacionária. • Sobre o ajuste fiscal, houve um superávit primário de 1,2% do PIB. • Políticas voltadas para o setor externo: início do processo de abertura comercial com redução gradativa das tarifas de importações.
  • 42.
    Plano Collor/Itamar Franco •No início de 1991, os maus resultados obtidos, com o processo de aceleração inflacionária, associado a uma dificuldade crescente de financiamento do governo (colocação de títulos públicos), levou a uma nova tentativa de estabilização: o Plano Collor II. • O Plano era principalmente uma reforma financeira que visava eliminar as operações de mercado aberto e outras formas de indexação e um congelamento de preços e salários.
  • 43.
    Plano Collor/Itamar Franco •Em 1991, a política econômica ficou restrita ao controle do fluxo de caixa, obtendo significativas reduções de despesas. • Reforma fiscal, em que se aprovou s indexação dos impostos e lançou-se um programa antiinflacionário baseado em forte restrição do crédito, recuperação das finanças públicas e manutenção de taxa de câmbio. • Impacto – recessão em 1992 e não redução da inflação. • Desempenho fiscal foi comprometido pela baixa arrecadação, elevadas taxas de juros e quadro político desfavorável pelo processo de impeachment do presidente.
  • 44.
    Plano Collor/Itamar Franco •As altas taxas de juros, abertura financeira e o cenário de desaquecimento internacional (e portanto, excesso de liquidez internacional) promoveram uma grande entrada de capital externo no país e elevação de reservas. • Com o impeachment assume Itamar Franco que se colocava como um governo de transição, demorando a dar rumos a politica econômica. Ocorreram mudanças de vários ministros, nenhuma das equipes econômicas recorrer a qualquer tipo de congelamento, confisco ou coisa do tipo. • Último Plano de estabilização implantado no país foi o Plano real