D e st aq u es d a s D i r et r i ze s da
American Heart Association 2010
para R C P e A C E

 Índice
 Principais questões enfrentadas
 por todos os socorristas                 1

 RCP de adulto por socorrista leigo      3

 SBV para profissionais de saúde         5

 Terapias elétricas                      9

 Técnicas e dispositivos de RCP         12

 Suporte avançado de vida cardiovascular 13

 Síndromes coronárias agudas             17

 AVE/AVC                                18

 Suporte básico de vida em pediatria    18

 Suporte avançado de vida
 em pediatria                           20

 Ressuscitação neonatal                 22

 Questões éticas                        24

 Treinamento, implementação
 e equipes                              25

 Primeiros socorros                     26

 Resumo                                 28
Editor
Mary Fran Hazinski, RN, MSN

Assistência editorial
Leon Chameides, MD
Robin Hemphill, MD, MPH
Ricardo A. Samson, MD
Stephen M. Schexnayder, MD
Elizabeth Sinz, MD

Colaborador
Brenda Schoolfield

Presidentes e copresidentes do grupo
de autores das diretrizes
Michael R. Sayre, MD
Marc D. Berg, MD
Robert A. Berg, MD
Farhan Bhanji, MD
John E. Billi, MD
Clifton W. Callaway, MD, PhD
Diana M. Cave, RN, MSN, CEN
Brett Cucchiara, MD
Jeffrey D. Ferguson, MD, NREMT-P
Robert W. Hickey, MD
Edward C. Jauch, MD, MS
John Kattwinkel, MD
Monica E. Kleinman, MD
Peter J. Kudenchuk, MD
Mark S. Link, MD
Laurie J. Morrison, MD, MSc
Robert W. Neumar, MD, PhD
Robert E. O’Connor, MD, MPH
Mary Ann Peberdy, MD
Jeffrey M. Perlman, MB, ChB
Thomas D. Rea, MD, MPH
Michael Shuster, MD
Andrew H. Travers, MD, MSc
Terry L. Vanden Hoek, MD

Editores da versão em português
Hélio Penna Guimarães, MD, FACP, FAHA
Paulo Carvalho, MD
Barbara Aires Mateus, RN
Juarez Barbisan, MD, PHD
Denis Cristian Toledo Corrêa
Daniel Dewes, MD
Luiz Roberto Braun Filho, MD
Cecília Korb, MD
Lígia Nasi Laranjeira
Patricia Howell Monteiro, MD
Roberto de Moraes Junior, MD
Antonio Claudio Oliveira
Sonia Ferreira de Sousa, RN
© 2010 American Heart Association
P R I N C I PA I S Q U E S T Õ E S
                                                                              PRINCIPAIS QUESTÕES
        sta publicação com os “Destaques das Diretrizes”                       ENFRENTADAS POR
E       resume os principais pontos de discussão
        e alterações nas Diretrizes de 2010 da
American Heart Association (AHA) para Ressuscitação
                                                                             TODOS OS SOCORRISTAS
Cardiopulmonar (RCP) e Atendimento Cardiovascular
de Emergência (ACE). Ela foi desenvolvida para que os                Esta seção resume as principais questões discutidas nas
                                                                     Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE, principalmente
profissionais que executam a ressuscitação e os instrutores
                                                                     aquelas referentes ao suporte básico de vida (SBV) enfrentadas
da AHA possam se concentrar na ciência da ressuscitação
                                                                     por todos os socorristas, sejam eles profissionais de saúde
e nas recomendações das diretrizes mais importantes ou
                                                                     ou socorristas leigos. As Diretrizes da AHA 2005 para RCP e
controversas ou que resultem em mudanças na prática ou no            ACE enfatizavam a importância de compressões torácicas de
treinamento da ressuscitação. Além disso, explica o raciocínio       alta qualidade (a uma frequência e profundidade adequadas,
adotado nas recomendações.                                           permitindo retorno total do tórax após cada compressão e
Como esta publicação foi concebida como um resumo,                   com interrupção mínima nas compressões torácicas). Estudos
ela não menciona os estudos de apoio publicados e não                publicados antes e desde 2005 demonstram que (1) a qualidade
informa Classes de Recomendações ou Níveis de Evidência.             das compressões torácicas continua necessitando de melhoria,
Para obter informações e referências mais detalhadas,                embora a implementação das Diretrizes da AHA 2005 para RCP
incentivam-se a leitura das Diretrizes da AHA 2010 para RCP          e ACE tenha sido associada a uma melhor qualidade de RCP
e ACE, inclusive o Resumo Executivo1, publicado on-line na           e maior sobrevivência; (2) existe uma variação considerável na
Circulation em outubro de 2010, e a consulta ao resumo               sobrevivência à PCR extra-hospitalar entre os serviços médicos
                                                                     de emergência/urgência (SME); e (3) a maioria das vítimas de
detalhado da ciência da ressuscitação no Consenso Científico
                                                                     PCR súbita extra-hospitalar não recebe nenhuma manobra de
Internacional de 2010 sobre RCP e ACE, com recomendações
                                                                     RCP de pessoas presentes no local. As alterações
de tratamento, publicado, simultaneamente, na Circulation2           recomendadas nas Diretrizes da AHA 2010 para RCP e
e na Resuscitation.3                                                 ACE tentam dar conta dessas questões e, também, fazem
Este ano marca o 50º aniversário da primeira publicação              recomendações para melhorar o resultado da PCR por meio
médica revisada por pares, documentando a sobrevivência              de uma nova ênfase nos cuidados pós-PCR.
após compressão torácica fechada para PCR4, e os
                                                                     Ênfase permanente em RCP de alta qualidade
especialistas e profissionais que trabalham com ressuscitação
se mantêm dedicados a fim de reduzir morte e incapacitação           As Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE enfatizam, mais
provocadas por doenças cardiovasculares e AVE/AVC.                   uma vez, a necessidade de uma RCP de alta qualidade,
Pessoas presentes no local, primeiros socorristas e profissionais    incluindo:
de saúde desempenham, todos, papéis importantes
                                                                     • Frequência de compressão mínima de 100/minuto (em vez
na aplicação da RCP em vítimas de PCR. Além disso,
                                                                       de "aproximadamente" 100/minuto, como era antes).
profissionais especialistas podem fornecer excelentes
cuidados peri e pós-PCR.                                             • Profundidade de compressão mínima de 2 polegadas (5 cm),
                                                                       em adultos, e de, no mínimo, um terço do diâmetro
As Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE se baseiam                    anteroposterior do tórax, em bebês e crianças
em um processo internacional de avaliação de evidências,               (aproximadamente, 1,5 polegada [4 cm] em bebês e 2
envolvendo centenas de cientistas e especialistas em                   polegadas [5 cm] em crianças). Observe que a faixa de
ressuscitação de todo o mundo que avaliaram, discutiram                1½ a 2 polegadas não é mais usada para adultos, e a
e debateram milhares de publicações revisadas por pares.               profundidade absoluta especificada para crianças e bebês é
O Quadro 1 contém informações sobre o processo de                      maior do que nas versões anteriores das Diretrizes da AHA
avaliação de evidências de 2010.                                       para RCP e ACE.

     QUADRO 1
    Processo de avaliação de evidências

    As Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE se baseiam em uma ampla revisão da literatura sobre ressuscitação e diversos debates
    e discussões com especialistas internacionais em ressuscitação e membros do Comitê e Subcomitês de ACE da AHA. O Consenso
    Internacional ILCOR 2010 sobre a Ciência da RCP e ACE com Recomendações de Tratamento, simultaneamente publicado na
    Circulation2 e Resuscitation,3 resume o consenso internacional que interpretou dezenas de milhares de estudos de ressuscitação
    revisados por pares. Este processo internacional de avaliação de evidências, ocorrido em 2010, envolveu 356 especialistas em
    ressuscitação de 29 países, que analisaram, discutiram e debateram a pesquisa em ressuscitação em encontros presenciais,
    teleconferências e sessões on-line ("webinars") durante um período de 36 meses, incluindo a Conferência do Consenso Internacional
    2010 sobre a Ciência da RCP e ACE com Recomendações de Tratamento, realizada em Dallas, no estado do Texas, no início de
    2010. Especialistas em planilhas produziram 411 revisões de evidências científicas de 277 tópicos em ressuscitação e atendimento
    cardiovascular de emergência (ACE). O processo incluiu a avaliação estruturada de evidências, análise e catalogação da literatura.
    Incluiu, também, uma rigorosa divulgação e gestão de possíveis conflitos de interesse. As Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE1
    contêm as recomendações dos especialistas para a aplicação do Consenso Internacional sobre a Ciência da RCP e ACE com
    Recomendações de Tratamento considerando a eficácia, a facilidade de ensino e aplicação e fatores dos sistemas locais.



                                                         Des ta q u es d a s Di r etr i zes d a AH A 201 0 p a r a RC P e AC E           1
                                                                                                                                         4
PRI RE PCUER ADU Õ S
    L A YN C I S A I S Q U E S TL TE C P R
    • Retorno total do tórax após cada compressão                     ciclo de 30 compressões torácicas, ou, aproximadamente,
                                                                      18 segundos; quando dois socorristas estiverem presentes
    • Minimização das interrupções nas compressões torácicas          para a ressuscitação do bebê ou da criança, o atraso será
    • Evitar excesso de ventilação                                    ainda menor).

    Não houve alteração na recomendação referente à relação           A maioria das vítimas de PCR extra-hospitalar não recebe
    compressão-ventilação de 30:2 para um único socorrista de         nenhuma manobra de RCP das pessoas presentes.
    adultos, crianças e bebês (excluindo-se recém-nascidos).          Existem, provavelmente, muitas razões para isso, mas um
    As Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE continuam                empecilho pode ser a sequência A-B-C, que começa com
    recomendando que as ventilações de resgate sejam aplicadas        os procedimentos que os socorristas acham mais difíceis,
    em, aproximadamente, 1 segundo. Assim que houver uma via          a saber, a abertura da via aérea e a aplicação de ventilações.
    aérea avançada colocada, as compressões torácicas poderão         Começar com compressões torácicas pode encorajar mais
    ser contínuas (a uma frequência mínima de 100/minuto) e não       socorristas a iniciar a RCP.
    mais alternadas com ventilações. As ventilações de resgate,       O suporte básico de vida, normalmente, é descrito como uma
    então, poderão ser aplicadas à frequência de cerca de uma         sequência de ações, e isso continua válido para o socorrista
    ventilação a cada 6 ou 8 segundos (cerca de 8 a 10 ventilações    que atua sozinho. A maioria dos profissionais de saúde,
    por minuto). Deve-se evitar ventilação excessiva.                 contudo, trabalha em equipe, cujos membros, geralmente,
                                                                      executam as ações de SBV simultaneamente. Um socorrista,
    Alteração de A-B-C para C-A-B                                     por exemplo, inicia imediatamente as compressões torácicas,
                                                                      enquanto outro socorrista busca um DEA/DAE (desfibrilador
    As Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE recomendam uma           automático externo) e chama o serviço de ambulância e um
    alteração na sequência de procedimentos de SBV de A-B-C           terceiro abre a via aérea e aplica ventilações.
    (via aérea, respiração, compressões torácicas) para C-A-B
    (compressões torácicas, via aérea, respiração) em adultos,        Os profissionais de saúde são, novamente, incentivados a
    crianças e bebês (excluindo-se recém-nascidos — consulte a        adequar as ações de resgate à causa mais provável da PCR.
    seção Ressuscitação neonatal). Essa alteração fundamental         Por exemplo, se um profissional de saúde testemunhar,
    na sequência de RCP exigirá novo treinamento de todos os já       sozinho, o colapso repentino de uma vítima, poderá
    treinados em RCP mas o consenso entre os autores das Diretrizes
                       ,                                              presumir que a vítima sofreu uma PCR primária com um
    de 2010 da AHA e os especialistas é de que o benefício valerá     ritmo chocável/desfibrilável e deverá acionar imediatamente
    o esforço.                                                        o serviço de emergência/urgência, buscar um DEA/DAE
                                                                      e retornar à vítima para aplicar a RCP e usar o DEA/DAE.
    Motivo: A vasta maioria das PCRs ocorre em adultos, e as          Porém, para uma suposta vítima de PCR asfíxica, como em
    taxas mais altas de sobrevivência à PCR envolvem pacientes        casos de afogamento, a prioridade seria aplicar compressões
    de todas as faixas etárias cuja parada/paragem foi presenciada    torácicas com ventilação de resgate por cerca de 5 ciclos
     por outras pessoas, com ritmo inicial de fibrilação              (aproximadamente 2 minutos) antes de acionar o serviço
    ventricular (FV) ou taquicardia ventricular (TV) sem pulso.       de emergência/urgência.
    Nesses pacientes, os elementos iniciais críticos de SBV
    são compressões torácicas e a desfibrilação precoce.              Duas partes novas nas Diretrizes da AHA 2010 para RCP e
    Na sequência A-B-C, as compressões torácicas, muitas vezes,       ACE são: Cuidados Pós-PCR e Treinamento, implementação
    são retardadas enquanto o socorrista abre a via aérea para        e equipes. A importância dos cuidados pós-PCR é enfatizada
    aplicar respiração boca a boca, recupera um dispositivo de        pela inclusão de um novo quinto elo na Cadeia de Sobrevivência
    barreira ou reúne e monta o equipamento de ventilação. Com a      de Adultos em ACE da AHA (Figura 1). Veja o resumo das
    alteração da sequência para C-A-B, as compressões torácicas       principais recomendações contidas nessas novas partes nas
    serão iniciadas mais cedo e o atraso na ventilação será mínimo    seções Cuidados Pós-PCR e Treinamento, implementação e
    (isto é, somente o tempo necessário para aplicar o primeiro       equipes desta publicação.


     Figura 1
     Cadeia de Sobrevivência de ACE Adulto da AHA
    Os elos na nova Cadeia de Sobrevivência
    de ACE Adulto da AHA são:
    1. Reconhecimento imediato da
       PCR e acionamento do
       serviço de emergência/urgência
    2. RCP precoce, com ênfase nas
       compressões torácicas
    3. Rápida desfibrilação
    4. Suporte avançado de vida eficaz
    5. Cuidados pós-PCR integrados




2
3   American Heart Association
R C P D E A D U LT O P O R S O C O R R I S T A L E I G O
           RCP DE ADULTO                                               Figura 2
        POR SOCORRISTA LEIGO                                           Algoritmo de SBV Adulto
                                                                       simplificado


Resumo dos principais pontos de discussão
                                                                                             Não responsivo, sem
e alterações                                                                                 respiração ou com
                                                                                             respiração anormal
Os principais pontos de discussão e alterações nas                                           (apenas com gasping)

recomendações das Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE
para a RCP de adultos por socorristas leigos são os seguintes:
                                                                                             Acione o
• Foi criado o algoritmo universal simplificado de SBV para                                  serviço de
                                                                                                                                 Pegue o
                                                                                                                                 desfibrilador
  adultos (Figura 2).                                                                        emergência

• Foram feitos refinamentos nas recomendações para o
  reconhecimento e e o acionamento imediatos do serviço
  de emergência/urgência, com base nos sinais de que a
                                                                                             Inicie a RCP
  vítima não responde, e para o início da RCP se a vítima
  não responder, não apresentar respiração ou apresentar
  respiração anormal (isto é, apenas com gasping).
• O procedimento "Ver, ouvir e sentir se há respiração"
  foi removido do algoritmo.
• Tem-se dado ênfase permanente em RCP de alta qualidade

                                                                        Comprima
                                                                                                                           Verifique o
  (com frequência e profundidade de compressão torácicas                                                                   ritmo/choque
  adequadas, permitindo retorno total do tórax após cada                                                                   caso indicado

  compressão, minimizando interrupções nas compressões                                                                         Repita a cada 2 minutos
  e evitando ventilação excessiva).
                                                                            co




                                                                                                                         ez
                                                                                   m


• Houve uma alteração na sequência recomendada para




                                                                                                                      id
                                                                                       or                                  p
                                                                                   f


  o socorrista que atua sozinho para que ele inicie as                                  ça                            ra
  compressões torácicas antes de aplicar ventilações de                                        C o m p ri m a c o m
  resgate (C-A-B, em vez de A-B-C). O socorrista atuando                                                                             © 2010 American Heart Association


  sozinho deve iniciar a RCP com 30 compressões, em vez
  de 2 ventilações, para reduzir a demora na aplicação da
  primeira compressão.
                                                                    Todos os socorristas leigos treinados devem, no mínimo,
• A frequência de compressão deve ser, no mínimo,                   aplicar compressões torácicas em vítimas de PCR. Além disso,
  de 100/minuto (em vez de “aproximadamente” 100/minuto).           se o socorrista leigo treinado puder realizar ventilações de resgate,
• A profundidade de compressão, em adultos, foi alterada da          as compressões e as ventilações devem ser aplicadas na
  faixa de 1½ a 2 polegadas para, no mínimo, 2 polegadas (5 cm).    relação de 30 compressões para cada 2 ventilações. O socorrista
                                                                    deve continuar a RCP até a chegada e preparação de um DEA/
Estas alterações foram planejadas para simplificar o                DAE para uso ou até que os profissionais do SME assumam o
treinamento de socorristas leigos e continuar enfatizando a         cuidado da vítima.
necessidade de aplicar compressões torácicas o quanto antes         2005 (Antiga): As Diretrizes da AHA 2005 para RCP e ACE
em vítimas de PCR súbita. Mais informações sobre estas              não forneciam recomendações diferentes para socorristas
alterações encontram-se abaixo. Nota: Nos tópicos a seguir, as      treinados e não treinados, mas, sim, recomendavam que
alterações ou os pontos a enfatizar para socorristas leigos que     os atendentes/operadores fornecessem instruções de
sejam semelhantes aos utilizados para profissionais de saúde        RCP somente com compressões às pessoas presentes
estão indicados com um asterisco (*).                               não treinadas. As Diretrizes da AHA 2005 para RCP e ACE
                                                                    observavam que, se o socorrista não estivesse disposto a
Ênfase nas compressões torácicas*                                   aplicar ventilações, ou preparado para tal, ele deveria aplicar
                                                                    somente compressões.
2010 (Nova): Se a pessoa presente não tiver treinamento
em RCP, ela deverá aplicar a RCP somente com as mãos                Motivo: A RCP somente com as mãos (somente compressões)
                                                                     é mais fácil de ser executada por um socorrista não treinado e
(somente compressões torácicas) na vítima adulta com colapso
                                                                    pode ser prontamente orientada por telefone pelos atendentes/
repentino, com ênfase em "comprimir forte e rápido" no centro       operadores. Além disso, as taxas de sobrevivência às PCRs de
do tórax, ou seguir as instruções do atendente/operador do          etiologia cardíaca são similares para a RCP somente com
SME. O socorrista deve continuar a RCP somente com as                as mãos e a RCP com compressões e ventilação de resgate.
mãos até a chegada e preparação de um DEA/DAE para uso              No entanto, para o socorrista leigo treinado e capaz,
ou até que os profissionais do SME ou outros encarregados           a recomendação continua sendo a de aplicar compressões
assumam o cuidado da vítima.                                        e ventilações.


                                                          Des ta q u es d a s Di r etr i zes d a AH A 201 0 p a r a RC P e AC E                                          3
                                                                                                                                                                         4
R C P D E A D U LT O P O R S O C O R R I S T A L E I G O
    Alteração na sequência da RCP: C-A-B, em vez                       Eliminação do procedimento “Ver, ouvir e
    de A-B-C*                                                          sentir se há respiração”*
    2010 (Nova): Iniciar compressões torácicas antes                   2010 (Nova): O procedimento "Ver, ouvir e sentir se há
    das ventilações.                                                   respiração” foi removido da sequência de RCP. Após a
    2005 (Antiga): A sequência de RCP em adultos tinha início          aplicação de 30 compressões, o socorrista que atuar sozinho
    com a abertura da via aérea, seguida de verificação quanto à       deverá abrir a via aérea da vítima e aplicar duas ventilações.
    presença de respiração normal e, em seguida, a aplicação de        2005 (Antiga): O procedimento "Ver, ouvir e sentir se há
    duas ventilações de resgate, acompanhadas de ciclos de 30          respiração” era usado para avaliar a respiração após a
    compressões torácicas e 2 ventilações.                             abertura da via aérea.
    Motivo: Embora nenhuma evidência em humanos ou animais             Motivo: Com a nova sequência “compressões torácicas
    publicada demonstre que iniciar a RCP com 30 compressões,          primeiro”, a RCP será executada se o adulto não estiver
    em vez de 2 ventilações, leve a um melhor resultado,               respondendo e nem respirando ou não respirando normalmente
    as compressões torácicas fornecem fluxo sanguíneo vital ao         (como já mencionado, os socorristas leigos serão instruídos
    coração e ao cérebro; ademais, estudos de PCR extra-hospitalar     a aplicar a RCP se a vítima que não responde “não estiver
    em adultos mostram que a sobrevivência é maior quando as           respirando ou estiver apenas com gasping”). A sequência
    pessoas presentes fazem alguma tentativa de aplicar a RCP,         da RCP começa com compressões (sequência C-A-B). Logo,
    em vez de simplesmente não tentarem fazê-lo. Dados de animais      a respiração é verificada rapidamente como parte da verificação
    demonstram que atrasos ou interrupções nas compressões             quanto à PCR; após a primeira série de compressões torácicas,
    torácicas reduzem a sobrevivência; logo, tais atrasos ou           a via aérea é aberta e o socorrista aplica duas ventilações.
    interrupções devem ser minimizados ao longo de toda a
    ressuscitação. As compressões torácicas podem ser iniciadas        Frequência de compressão torácica: mínimo
    quase imediatamente, ao passo que posicionar a cabeça e            de 100 por minuto*
    obter um selo para a respiração boca a boca ou com
    bolsa-válvula-máscara/insuflador manual sempre demoram             2010 (Nova): É sensato que os socorristas leigos e
    certo tempo. A demora no início das compressões poderá ser         profissionais de saúde realizem compressões torácicas a
    reduzida se houver dois socorristas presentes: o primeiro inicia   uma frequência mínima de 100 compressões por minuto.
    as compressões torácicas e o segundo abre a via aérea e se         2005 (Antiga): Executar aproximadamente
    prepara para aplicar respirações tão logo o primeiro complete      100 compressões por minuto.
    a primeira série de 30 compressões torácicas. Quer haja um ou
    mais socorristas presentes, o início da RCP com compressões        Motivo: O número de compressões torácicas aplicadas por
    torácicas garante que a vítima receba logo essa intervenção        minuto durante a RCP é um fator determinante importante do
    crítica - e qualquer atraso nas ventilações de resgate deve        retorno da circulação espontânea (RCE) e da sobrevivência
    ser breve.                                                         com boa função neurológica. O número real de compressões
                                                                       torácicas aplicadas por minuto é determinado pela frequência
    QUADRO 2                                                           das compressões torácicas e o número e a duração das
                                                                       interrupções nas compressões (para, por exemplo, abrir a
    Número de compressões aplicadas,                                   via aérea, aplicar ventilações de resgate ou permitir análise
                                                                       do DEA/DAE). Na maioria dos estudos, a aplicação de mais
    afetadas pela frequência de                                        compressões está associada a maiores taxas de sobrevivência,
    compressão e por interrupções                                      ao passo que a aplicação de menos compressões está
                                                                       associada a uma menor sobrevivência. A aplicação de
    O número total de compressões aplicadas durante a                  compressões torácicas adequadas exige ênfase não
    ressuscitação é um fator determinante importante da                somente na frequência adequada de compressões, mas
    sobrevivência em PCR. O número de compressões aplicadas            também em minimizar interrupções a este componente
    é afetado pela frequência de compressão e pela fração da           crítico da RCP. Uma frequência de compressão inadequada
    compressão (a parte do tempo total de RCP dedicada à               ou interrupções frequentes (ou ambas) reduzirão o número
    execução das compressões); os aumentos na frequência e na          total de compressões aplicadas por minuto. Para obter mais
    fração da compressão elevam o total de compressões aplicadas,      informações, consulte o Quadro 2.
    ao passo que reduções na frequência e na fração diminuem
    o total de compressões aplicadas. A fração da compressão           Profundidade das compressões torácicas*
    melhora se você reduzir o número e a duração das interrupções
    nas compressões e é reduzida por interrupções frequentes ou        2010 (Nova): O esterno adulto deve ser comprimido, no mínimo,
    longas nas compressões torácicas. Podemos encontrar uma            2 polegadas (5 cm).
    analogia em uma viagem de automóvel. Ao viajar de automóvel,
                                                                       2005 (Antiga): O esterno adulto deve ser comprimido
    o número de quilômetros percorridos em um dia é afetado
                                                                       aproximadamente de 1½ a 2 polegadas (aproximadamente
    não somente pela velocidade com que você dirige (sua taxa
                                                                       de 4 a 5 cm).
    de deslocamento), mas também pelo número e a duração
    das paradas/paragens feitas (interrupções do deslocamento).        Motivo: As compressões criam fluxo sanguíneo principalmente
    Durante uma RCP, o objetivo é aplicar compressões eficazes         por aumentarem a pressão intratorácica e comprimirem
    a uma frequência (no mínimo, 100/minuto) e profundidade            diretamente o coração. Compressões geram fornecimento
    apropriada, minimizando-se o número e a duração das                de fluxo sanguíneo, oxigênio e energia, críticos para o coração
    interrupções nas compressões torácicas. Outros componentes         e o cérebro. Pode haver confusão quando se recomenda uma
    de uma RCP de alta qualidade compreendem obter o                   faixa de profundidade; por isso, agora, recomenda-se uma
    retorno total do tórax após cada compressão e evitar               profundidade de compressão específica. Os socorristas,
    ventilação excessiva.                                              muitas vezes, não comprimem adequadamente o tórax,


4   American Heart Association
S B V PA R A P R O F I S S I O N A I S D E S A Ú D E
apesar das recomendações de “comprimir com força”.                • A profundidade da compressão em adultos foi ligeiramente
Além disso, a ciência disponível sugere que as compressões          alterada para, no mínimo, 2 polegadas (cerca de 5 cm),
de, pelo menos, 2 polegadas são mais eficazes do que as de          em lugar da faixa antes recomendada de cerca de 1½ a
1½ polegada. Por essa razão, as Diretrizes da AHA 2010 para         2 polegadas (4 a 5 cm).
RCP e ACE recomendam uma profundidade mínima específica           • Tem-se dado ênfase permanente na necessidade de reduzir
para a compressão torácica em adultos.                              o tempo entre a última compressão e a administração do
                                                                    choque e o tempo entre a administração do choque e o
                                                                    reinício imediato das compressões.
                                                                  • Há um maior foco na aplicação de RCP em equipe.
    SBV PARA PROFISSIONAIS DE
                                                                  Estas alterações foram concebidas para simplificar o
             SAÚDE                                                treinamento do profissional de saúde e continuar enfatizando
                                                                  a necessidade de aplicar a RCP de alta qualidade, o quanto
                                                                  antes, em vítimas de PCR. Mais informações sobre estas
Resumo dos principais pontos de discussão                         alterações encontram-se a seguir. Nota: Nos tópicos a seguir,
e alterações                                                      para profissionais de saúde, aqueles indicados com um
                                                                  asterisco (*) são semelhantes aos dos socorristas leigos.
Os principais pontos de discussão e alterações nas
                                                                  Identificação de gasp agônico pelo
recomendações das Diretrizes da AHA 2010 para RCP
e ACE para profissionais de saúde são os seguintes:               atendente/operador
• Como as vítimas de PCR podem apresentar um curto                As vítimas de PCR podem apresentar atividade semelhante
  período de atividade semelhante a convulsão ou gasp             a convulsão ou gasp agônico, podendo confundir os
  agônico, que podem confundir os possíveis socorristas,          possíveis socorristas. Os atendentes/operadores devem ser
  os atendentes/operadores devem ser especificamente
                                                                  especificamente treinados para identificar manifestações de
  treinados para identificar tais manifestações de PCR
                                                                  PCR, para melhorar o reconhecimento da PCR e a aplicação
  para melhorar o reconhecimento da PCR.
                                                                  imediata da RCP.
• Os atendentes/operadores devem instruir socorristas leigos
  não treinados a aplicar a RCP somente com as mãos em            2010 (Nova): Para ajudar as pessoas presentes a
  adultos com PCR súbita.                                         reconhecerem a PCR, os atendentes/operadores devem
                                                                  perguntar sobre a capacidade de resposta da vítima adulta,
• Foram feitos refinamentos nas recomendações para o
                                                                  se a vítima está respirando e se a respiração está normal,
  reconhecimento e o acionamento imediatos do serviço
                                                                  na tentativa de distinguir vítimas com gasp agônico (ou seja,
  de emergência/urgência tão logo o profissional de saúde
  identifique que a vítima adulta não responde, está sem          que necessitam de RCP) de vítimas que respiram normalmente
  respiração ou apresenta respiração anormal (isto é, apenas      e que não necessitam de RCP. O socorrista leigo deve ser
  gasping). O profissional de saúde deve verificar rapidamente    instruído a iniciar a RCP se a vítima "não estiver respirando
  se não há respiração ou se a mesma é anormal (isto é,           ou apenas com gasping". O profissional de saúde deve ser
  não respirando ou apenas com gasping) ao verificar a            instruído a iniciar a RCP se a vítima "não estiver respirando
  capacidade de resposta da vítima. Em seguida, o profissional    ou apresentar respiração anormal (isto é, gasping)". Portanto,
  deve acionar o serviço de emergência/urgência e buscar o        a respiração deve ser rapidamente verificada como parte da
  DEA/DAE (ou encarregar alguém disso). O profissional de         verificação da PCR antes de o profissional de saúde acionar o
  saúde não deve levar mais do que 10 segundos verificando o      serviço de emergência/urgência e buscar o DEA/DAE
  pulso e, caso não sinta o pulso em 10 segundos, deve iniciar    (ou encarregar alguém disso) para, então, verificar
  a RCP e usar o DEA/DAE, se disponível.                          rapidamente o pulso e iniciar a RCP e usar o DEA/DAE.
• O procedimento "Ver, ouvir e sentir se há respiração" foi       2005 (Antiga): As instruções de RCP fornecidas pelo
  removido do algoritmo.                                          atendente/operador devem incluir perguntas que ajudem
• minimizando interrupções nas compressões e evitando             as pessoas presentes a identificar pacientes com gaspings
  Tem-se dado maior ênfase em RCP de alta qualidade               ocasionais como prováveis vítimas de PCR, para aumentar
  (com frequência e profundidade de compressão torácicas          a probabilidade de RCP das vítimas pelos presentes.
  adequadas, permitindo retorno total do tórax entre as
                                                                  Motivo: Há evidência de considerável variação regional na
  compressões, ventilação excessiva).
                                                                  incidência e no resultado de PCR relatados nos Estados
• O uso de pressão cricoide durante as ventilações, em geral,     Unidos. Tal variação é evidência ainda maior da necessidade
  não é recomendado.                                              de que as comunidades e os sistemas identifiquem
• Os socorristas devem iniciar as compressões torácicas antes     adequadamente cada ocorrência de PCR tratada e avalie os
  de aplicar ventilações de resgate (C-A-B, em vez de A-B-C).     resultados. Também sugere mais oportunidades de melhorar
  Iniciar a RCP com 30 compressões, em vez de 2 ventilações,      as taxas de sobrevivência em muitas comunidades.
  diminui a demora em aplicar a primeira compressão.              As diretrizes anteriores recomendavam o desenvolvimento de
• A frequência de compressão foi modificada para um mínimo        programas que ajudassem a reconhecer a PCR. As Diretrizes
  de 100 por minuto, em vez de aproximadamente 100/minuto.        da AHA 2010 para RCP e ACE são mais



                                                        Des ta q u es d a s Di r etr i zes d a AH A 201 0 p a r a RC P e AC E      5
S B V PA R A P R O F I S S I O N A I S D E S A Ú D E
    específicas quanto aos componentes necessários nos sistemas       2005 (Antiga): A pressão cricoide deverá ser usada apenas
    de ressuscitação. Estudos publicados desde 2005 demonstram        se a vítima estiver profundamente inconsciente e, em geral,
    um melhor resultado em PCR extra-hospitalares, em particular      requer um terceiro socorrista, não envolvido em ventilações de
    com ritmos chocáveis/desfibriláveis, e têm reafirmado a           resgate ou compressões.
    importância de uma maior ênfase na aplicação imediata de RCP      Motivo: A pressão cricoide é uma técnica para aplicar pressão
     de alta qualidade (compressões de frequência e profundidade      à cartilagem cricoide da vítima, de forma a empurrar a traqueia
    adequadas, permitindo o retorno total do tórax após cada          posteriormente e comprimir o esôfago contra as vértebras
    compressão, minimizando interrupções nas compressões              cervicais. A pressão cricoide pode impedir a distensão
    torácicas e evitando ventilação excessiva).                       gástrica e reduzir o risco de regurgitação e aspiração durante a
    Para ajudar as pessoas presentes a reconhecerem imediatamente     ventilação com bolsa-válvula-máscara/insuflador manual, mas
     uma PCR, os atendentes/operadores devem perguntar,               também pode impedir a ventilação. Sete estudos aleatórios
    especificamente, sobre a ausência de resposta da vítima           mostraram que a pressão cricoide pode retardar ou impedir
    adulta, se ela está respirando e se a respiração observada está   a colocação de uma via aérea avançada e que, a despeito da
    normal. Os atendentes/operadores devem ser especificamente        aplicação de pressão cricoide, pode ocorrer, ainda assim, um
    treinados em ajudar as pessoas presentes a detectar gasp          pouco de aspiração. Além disso, é difícil treinar os socorristas
    agônico para melhorar o reconhecimento da PCR.                    de forma apropriada no uso da manobra. Por isso, o uso
    Os atendentes/operadores também devem estar cientes               rotineiro de pressão cricoide em PCR não é recomendado.
    de que convulsões breves e generalizadas podem ser a              Ênfase nas compressões torácicas*
    primeira manifestação da PCR. Em suma, além de acionar
    os profissionais do serviço de emergência/urgência,               2010 (Nova): As compressões torácicas são enfatizadas para
    o atendente/operador deve fazer perguntas claras e diretas        os socorristas, sejam eles treinados ou não. Se a pessoa
    sobre se o paciente está responsivo/consciente e respirando       presente não tiver treinamento em RCP, ela deverá aplicar a
    normalmente, a fim de identificar pacientes com possível PCR.     RCP somente com as mãos (somente compressões) na vítima
    Os atendentes/operadores devem fornecer instruções para           adulta com colapso repentino, com ênfase em "comprimir com
    RCP somente com as mãos (apenas compressões) para ajudar          força e rapidez" no centro do tórax, ou seguir as instruções
    as pessoas presentes não treinadas a iniciar a RCP quando         do atendente/operador de emergência/urgência médica.
    houver suspeita de PCR (vide abaixo).                             O socorrista deve continuar a RCP somente com as mãos até
    O atendente/operador deve fornecer                                a chegada e preparação de um DEA/DAE para uso ou até que
    instruções para RCP                                               os profissionais do SME assumam o cuidado da vítima.
                                                                      O ideal é que todos os profissionais de saúde sejam treinados
    2010 (Nova): As Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE
                                                                      em SBV. Nessa população treinada, faz sentido que o SME e
    recomendam de forma mais enfática que os atendentes/
                                                                      os socorristas profissionais nos hospitais apliquem compressões
    operadores instruam os socorristas leigos não treinados a
                                                                      torácicas e ventilações de resgate em vítimas de PCR.
    aplicar a RCP somente com as mãos em adultos que não
    estejam respondendo, não estejam respirando ou apresentem         2005 (Antiga): As Diretrizes da AHA 2005 para RCP e ACE
    respiração anormal. Os atendentes/operadores devem fornecer       não forneciam recomendações distintas para socorristas
    instruções para RCP convencional em vítimas com provável          treinados e não treinados, nem enfatizavam diferenças nas
    PCR asfíxica.                                                     instruções fornecidas a socorristas leigos ou a profissionais
                                                                      de saúde, mas recomendavam que os atendentes/operadores
    2005 (Antiga): As Diretrizes da AHA 2005 para RCP e ACE
                                                                      fornecessem instruções para RCP somente com compressões
    observavam que era preferível fornecer por telefone apenas
                                                                      para pessoas presentes não treinadas. Além disso, as Diretrizes
    instruções para compressões torácicas.
                                                                      da AHA 2005 para RCP e ACE observavam que, se o
    Motivo: Infelizmente, a maioria dos adultos com PCR               socorrista não estivesse disposto a aplicar ventilações,
    extra-hospitalar não recebe nenhuma manobra de RCP das            ou preparado para tal, ele deveria aplicar somente
    pessoas presentes. A RCP somente com as mãos (apenas              compressões torácicas. Note que o parecer "RCP
    compressões) aplicada pelas pessoas presentes melhora             somente com as mãos" da AHA foi publicado em 2008.
    substancialmente a sobrevivência de adultos após PCR
    extra-hospitalar em comparação com situações em que não           Motivo: A RCP somente com as mãos (somente compressões)
    recebem nenhuma RCP dessas pessoas. Outros estudos de             é mais fácil de ser executada por um socorrista não treinado e
    adultos com PCR tratados por socorristas leigos mostram           pode ser prontamente orientada por telefone pelos atendentes/
    taxas de sobrevivência similares entre as vítimas que             operadores. Porém, como o profissional de saúde deve estar
    recebem RCP somente com as mãos em comparação com                 treinado, a recomendação continua sendo a de aplicar
    as que recebem RCP convencional (isto é, com ventilações          compressões e ventilações. Se o profissional de saúde
    de resgate). Vale ressaltar que é mais fácil os atendentes/       não puder aplicar ventilações, deverá acionar o serviço de
    operadores instruírem os socorristas não treinados a aplicar a    emergência/urgência e aplicar compressões torácicas.
    RCP somente com as mãos do que a RCP convencional em              Acionamento do serviço de
    vítimas adultas. Por isso, a recomendação atual é mais incisiva
    para que ajam dessa forma, salvo em caso de suspeita de PCR
                                                                      emergência/urgência
    asfíxica (por exemplo, devido a afogamento).
                                                                      2010 (Nova): O profissional de saúde deve verificar se
    Pressão cricoide                                                  o paciente responde observando-o para determinar se a
                                                                      respiração está anormal ou ausente. O profissional deverá
    2010 (Nova): O uso rotineiro de pressão cricoide em PCR não       suspeitar de PCR se a vítima não estiver respirando ou estiver
    é recomendado.                                                    com gasping.


6   American Heart Association
S B V PA R A P R O F I S S I O N A I S D E S A Ú D E
2005 (Antiga): O profissional de saúde acionava o serviço de      2005 (Antiga): O procedimento "Ver, ouvir e sentir se há
emergência/urgência tão logo encontrasse uma vítima que não       respiração” era usado para avaliar a respiração após a
apresentasse resposta. Em seguida, voltava à vítima, abria a      abertura da via aérea.
via aérea e verificava a respiração quanto a anormalidades.       Motivo: Com a nova sequência “compressão torácica
Motivo: O profissional de saúde não deve retardar o               primeiro”, a RCP será executada se o adulto não estiver
acionamento do serviço de emergência/urgência, porém deve         respondendo e não estiver respirando ou apresentando
obter duas informações simultaneamente: verificar se a vítima     respiração anormal (isto é, não respirando ou com gasping),
responde e se está sem respiração ou com respiração anormal.      sendo iniciada pelas compressões (sequência C-A-B). Logo, a
Se a vítima não estiver respondendo e não estiver respirando ou   respiração é rapidamente verificada como parte da verificação
apresentar respiração anormal (isto é, apenas gasp agônico),      da PCR. Após a primeira série de compressões torácicas, a via
o profissional deverá acionar o serviço de emergência/urgência    aérea é aberta e o socorrista aplica 2 ventilações.
e buscar o DEA/DAE, se disponível (ou encarregar alguém disso).
Se o profissional de saúde não sentir pulso na vítima em          Frequência de compressão torácica: mínimo de
10 segundos, deverá iniciar a RCP e usar o DEA/DAE,               100 por minuto*
quando estiver disponível.
                                                                  2010 (Nova): É sensato que os socorristas leigos e
Alteração na sequência da RCP: C-A-B, em vez                      profissionais de saúde realizem compressões torácicas
de A-B-C*                                                         a uma frequência mínima de 100 compressões por minuto.
                                                                  2005 (Antiga): Executar aproximadamente
2010 (Nova): Uma das alterações feitas nas Diretrizes
                                                                  100 compressões por minuto.
da AHA 2010 para RCP e ACE recomenda o início das
compressões torácicasantes das ventilações.                       Motivo: O número de compressões torácicas aplicadas por
                                                                  minuto durante a RCP é um fator determinante importante do
2005 (Antiga): A sequência da RCP em adultos tinha início         retorno da circulação espontânea (RCE) e da sobrevivência
com a abertura da via aérea, seguida de verificação quanto à      com boa função neurológica. O número real de compressões
presença de respiração normal e, em seguida, a aplicação de       torácicas aplicadas por minuto é determinado pela frequência
duas ventilações de resgate, acompanhadas de ciclos de 30         das compressões torácicas e o número e a duração das
compressões torácicas e 2 ventilações.                            interrupções nas compressões (para, por exemplo, abrir a
Motivo: Embora nenhuma evidência em humanos ou animais            via aérea, aplicar ventilações de resgate ou permitir a análise
publicada demonstre que iniciar a RCP com 30 compressões,         do DEA/DAE). Na maioria dos estudos, a aplicação de mais
em vez de 2 ventilações, leve a um melhor resultado,              compressões durante a ressuscitação está associada a uma
as compressões torácicas fornecem fluxo sanguíneo; ademais,       maior sobrevivência, ao passo que a aplicação de menos
estudos de PCR extra-hospitalar em adultos mostram que a          compressões está associada a uma menor sobrevivência.
sobrevivência é maior quando as pessoas presentes fazem           A aplicação de compressões torácicas adequadas exige
alguma tentativa de aplicar a RCP, em vez de simplesmente         ênfase não somente na frequência adequada de compressões,
não tentarem fazê-lo. Dados de animais demonstram que             mas também em minimizar interrupções a este componente
atrasos ou interrupções nas compressões torácicas reduzem         crítico da RCP. Uma frequência de compressão inadequada ou
a sobrevivência; logo, tais atrasos ou interrupções devem ser     interrupções frequentes (ou ambas) reduzirão o número total
minimizados ao longo de toda a ressuscitação. As compressões      de compressões aplicadas por minuto. Para mais informações,
torácicas podem ser iniciadas quase imediatamente, ao passo       consulte o Quadro 2 na página 4.
que posicionar a cabeça e obter um selo para a respiração boca    Profundidade das compressões torácicas*
a boca ou com bolsa-válvula-máscara/insuflador manual sempre
demoram certo tempo. A demora no início das compressões           2010 (Nova): O esterno adulto deve ser comprimido, no mínimo,
poderá ser reduzida se houver dois socorristas presentes:         2 polegadas (5 cm).
o primeiro inicia as compressões torácicas e o segundo abre
a via aérea e se prepara para aplicar respirações tão logo o      2005 (Antiga): O esterno adulto deve ser comprimido de 1½ a 2
primeiro complete a primeira série de 30 compressões torácicas.   polegadas (aproximadamente de 4 a 5 cm).
Quer haja um ou mais socorristas presentes, o início da RCP       Motivo: As compressões criam fluxo sanguíneo principalmente
com compressões torácicas garante que a vítima receba logo        por aumentarem a pressão intratorácica e comprimirem
essa intervenção crítica.                                         diretamente o coração. Compressões geram fornecimento de
                                                                  fluxo sanguíneo, oxigênio e energia, críticos para o coração e
Eliminação do procedimento “Ver, ouvir e                          o cérebro. Pode haver confusão quando se recomenda uma
sentir se há respiração”*                                         faixa de profundidade; por isso, agora, recomenda-se uma
                                                                  profundidade de compressão específica. Os socorristas, muitas
2010 (Nova): O procedimento "Ver, ouvir e sentir se há            vezes, não comprimem adequadamente o tórax, apesar das
respiração” foi removido da sequência de avaliação da             recomendações de “comprimir com força”. Além disso,
respiração após a abertura da via aérea. O profissional de        a ciência disponível sugere que as compressões
saúde verifica rapidamente a respiração ao verificar se o          de, pelo menos, 2 polegadas são mais eficazes do que as
paciente está respondendo a fim de detectar sinais de PCR.         de 1½ polegada. Por essa razão, as Diretrizes da AHA 2010
Após a aplicação de 30 compressões, o socorrista que              para RCP e ACE recomendam uma profundidade mínima
atuar sozinho deverá abrir a via aérea da vítima e aplicar        específica para a compressão torácica em adultos, maior do que
duas ventilações.                                                 a recomendação anterior.

                                                       Des ta q u es d a s Di r etr i zes d a AH A 201 0 p a r a RC P e AC E        7
S B V PA R A P R O F I S S I O N A I S D E S A Ú D E
    Tabela 1
    Resumo dos principais componentes de SBV para adultos, crianças e bebês*

                                                                                                              Recomendações

      Componente                                                         Adultos                                              Crianças                             Bebês
                                                                                                    Não responsivo (para todas as idades)

                                                        Sem respiração ou com respiração
      Reconhecimento                                                                                                             Sem respiração ou apenas com gasping
                                                       anormal (isto é, apenas com gasping)

                                                              Sem pulso palpado em 10 segundos, para todas as idades (apenas para profissionais de saúde)

      Sequência da RCP                                                                                                   C-A-B

      Frequência de compressão                                                                                 No mínimo, 100/min

      Profundidade da                                                                                              No mínimo 1⁄3 do diâmetro AP           No mínimo 1⁄3 do diâmetro AP
                                                            No mínimo, 2 polegadas (5 cm)
      compressão                                                                                                   Cerca de 2 polegadas (5 cm)            Cerca de 1½ polegada (4 cm)

                                                                                                Permitir retorno total entre as compressões
      Retorno da parede torácica
                                                                 Profissionais de saúde, alternar as pessoas que aplicam as compressões a cada 2 minutos

      Interrupções nas                                                                      Minimizar interrupções nas compressões torácicas
      compressões                                                                        Tentar limitar as interrupções a menos de 10 segundos

                                                                       Inclinação da cabeça-elevação do queixo (profissionais de saúde que suspeitarem
      Vias aéreas
                                                                                           de trauma: anteriorização da mandíbula)

                                                                                                                                                     30:2
      Relação compressão-                                                                                                                        Um socorrista
                                                                           30:2
      ventilação (até a colocação
                                                                    1 ou 2 socorristas
      da via aérea avançada)                                                                                                                        15:2
                                                                                                                                    2 socorristas profissionais de saúde

      Ventilações: quando
      socorrista não treinado ou                                                                               Apenas compressões
      treinado e não proficiente

                                                                                      1 ventilação a cada 6 a 8 segundos (8 a 10 ventilações/min)
      Ventilações com via aérea
      avançada (profissionais                                                                     Assíncronas com compressões torácicas
      de saúde)                                                                                     Cerca de 1 segundo por ventilação
                                                                                                          Elevação visível do tórax

                                                    Colocar e usar o DEA/DAE assim que ele estiver disponível. Minimizar as interrupções nas compressões torácicas
      Desfibrilação
                                                      antes e após o choque; reiniciar a RCP começando com compressões imediatamente após cada choque.

    Abreviações: DEA/DAE, desfibrilador automático externo; AP, anteroposterior; RCP, ressuscitação cardiopulmonar; PS, profissional da saúde.
    *Excluindo-se recém-nascidos, cuja etiologia da PCR é, quase sempre, asfíxica.


    Ressuscitação em equipe                                                                             outras começam já com vários socorristas envolvidos.
                                                                                                        O treinamento deve se concentrar na capacidade de formar
    2010 (Nova): As etapas do algoritmo de SBV são                                                      uma equipe à medida que cada socorrista chega ao local ou
    tradicionalmente apresentadas como uma sequência para                                               de designar um líder para a equipe, caso vários socorristas
    ajudar um socorrista sozinho a priorizar as ações. Há um                                            estejam presentes. À medida que chegam mais pessoas,
    maior foco na aplicação da RCP em equipe, porque as                                                 as responsabilidades pelas tarefas que, normalmente, seriam
    ressuscitações, na maioria dos SMEs e sistemas de saúde,                                            executadas em sequência pelos poucos socorristas, podem ser
    envolvem equipes de socorristas cujos membros executam                                              delegadas a uma equipe de profissionais que as executará de
    várias ações simultaneamente. Um socorrista, por exemplo,                                           forma simultânea. Por essa razão, o treinamento em SBV
    aciona o serviço de emergência/urgência enquanto um                                                 para profissionais de saúde não só deve proporcionar
    segundo inicia as compressões torácicas, um terceiro aplica                                         capacitação individual, como também ensinar os socorristas
    ventilações ou busca a bolsa-válvula-máscara/insuflador                                             a trabalharem em equipe de forma eficaz.
    manual para ventilações de resgate e um quarto busca e
    configura um desfibrilador.
                                                                                                        Comparação dos principais elementos da RCP
    2005 (Antiga): As etapas de SBV consistem em uma série                                              em adultos, crianças e bebês
    de avaliações e ações sequenciais. A intenção do algoritmo
    é apresentar as etapas de maneira lógica e concisa para que                                         Como nas Diretrizes da AHA 2005 para RCP e ACE, as Diretrizes
    cada socorrista possa aprendê-las, memorizá-las e                                                   de 2010 contêm uma tabela comparativa que relaciona os
    executá-las facilmente.                                                                             principais elementos da RCP em adultos, crianças e bebês
                                                                                                        (excluindo-se a RCP em bebês recém-nascidos). Esses
    Motivo: Algumas ressuscitações são iniciadas por um socorrista                                      elementos principais encontram-se na Tabela 1.
    atuando sozinho que, então, liga para pedir ajuda, ao passo que

8   American Heart Association
TERAPIAS ELÉTRICAS
                     TERAPIAS                                      • Resposta planejada e praticada; normalmente, requer a
                                                                     supervisão de um profissional de saúde.
                     ELÉTRICAS                                     • Treinamento em RCP e uso do DEA/DAE para
                                                                     socorristas designados
As Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE foram atualizadas         • Criação de parceria com o sistema de SME (Serviço Médico
para que refletissem os novos dados sobre desfibrilação              de Emergência/Urgência) local
e cardioversão em distúrbios do ritmo cardíaco e o uso de          • Um programa de contínuo aperfeiçoamento da qualidade
estimulação em bradicardia. Tais dados continuam servindo          Existe pouca evidência para recomendações pró ou contra a
de respaldo às recomendações das Diretrizes da AHA 2005            implementação de DEAs/DAEs em domicílios.
para RCP e ACE. Logo, não foram recomendadas grandes
alterações em relação à desfibrilação, à cardioversão e à          Uso de DEAs/DAEs em hospitais
estimulação. A ênfase na desfibrilação precoce integrada com       2010 (Reafirmação da recomendação de 2005): Apesar
RCP de alta qualidade é a chave para melhorar a sobrevivência      de evidência limitada, os DEAs/DAEs podem ser considerados
à PCR súbita.                                                      para o ambiente hospitalar como forma de facilitar a
                                                                   desfibrilação precoce (meta de administração de choques em
Resumo dos principais pontos de discussão                          ≤ 3 minutos do colapso), especialmente nas áreas cujo pessoal
e alterações                                                       não esteja capacitado para reconhecer ritmos ou em que o
                                                                   uso de desfibriladores não seja frequente. Os hospitais devem
Os tópicos principais compreendem                                  monitorar os intervalos entre o colapso e o primeiro choque e
• Integração dos DEAs/DAEs à Cadeia de Sobrevivência com           os resultados da ressuscitação.
  acesso público à desfibrilação                                   Uso de DEA/DAE em crianças agora
• Consideração do uso de DEAs/DAEs em hospitais                    inclui bebês
• Os DEAs/DAEs, agora, podem ser usados em bebês, se não           2010 (Nova): Na tentativa de desfibrilação em crianças de
  houver um desfibrilador manual disponível                        1 a 8 anos de idade com um DEA/DAE, o socorrista deve
• Choque primeiro versus RCP primeiro em PCR                       usar um sistema atenuador de carga pediátrico, se disponível.
                                                                   Se o socorrista aplicar a RCP contra a PCR em uma criança e
• Protocolo de 1 choque versus sequência de 3 choques em FV
                                                                   não houver um DEA/DAE com sistema atenuador pediátrico,
• Formas de onda bifásicas e monofásicas                           deve-se usar um DEA/DAE padrão. Em bebês (com menos de
• Intensificação da carga versus cargas fixas no segundo           1 ano de idade), é preferível um desfibrilador manual. Se não
  choque e nos subsequentes                                        houver um desfibrilador manual disponível, aconselha-se um
                                                                   DEA/DAE com atenuação de carga pediátrica. Se nenhum
• Colocação de eletrodos
                                                                   dos dois estiver disponível, use um DEA/DAE sem atenuador
• Desfibrilação externa com desfibrilador                          de carga.
  cardioversor implantado                                          2005 (Antiga): Em crianças de 1 a 8 anos de idade,
• Cardioversão sincronizada                                        o socorrista deve usar um sistema atenuador de carga
                                                                   pediátrico, se disponível. Se o socorrista aplicar a RCP
Desfibriladores externos automáticos                               contra a PCR em uma criança e não houver um DEA/DAE
                                                                   com sistema atenuador pediátrico, deve-se usar um DEA/DAE
Programas comunitários de DEAs/DAEs para                           padrão. Há dados insuficientes para recomendação pró ou
                                                                   contra o uso de DEAs/DAEs em bebês com menos de 1 ano
socorristas leigos
                                                                   de idade.
2010 (Ligeiramente modificada): A ressuscitação
                                                                   Motivo: Não se conhece a carga de energia mínima para
cardiopulmonar e o uso de DEAs/DAEs por primeiros
                                                                   que se possa realizar uma desfibrilação eficaz em bebês e
socorristas da segurança pública são recomendados
                                                                   crianças. O limite superior para desfibrilação segura também
para aumentar as taxas de sobrevivência em PCR súbita              não é conhecido, mas cargas > 4 J/kg (chegando a 9 J/kg)
extra-hospitalar. As Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE         têm apresentado desfibrilação eficaz em crianças e modelos
recomendam, mais uma vez, estabelecer programas de                 animais de PCR pediátrica sem efeitos adversos significativos.
DEAs/DAEs em locais públicos nos quais exista probabilidade        DEAs/DAEs com cargas de energia relativamente alta têm
relativamente alta de PCR presenciada (por exemplo, aeroportos,    sido usados com êxito em bebês com PCR, sem efeitos
cassinos, instituições esportivas). Para maximizar a eficácia      adversos claros.
desses programas, a AHA continua enfatizando a importância
de organizar, planejar, treinar, criar parceria com o sistema de   Choque primeiro versus RCP primeiro
SME e estabelecer um processo de contínuo aperfeiçoamento
                                                                   2010 (Reafirmação da recomendação de 2005):
da qualidade.
                                                                   Ao presenciar uma PCR extra-hospitalar e havendo um DEA/
2005 (Antiga): As Diretrizes da AHA 2005 para RCP e ACE            DAE prontamente disponível no local, o socorrista deverá
identificaram quatro componentes para o êxito dos programas        iniciar a RCP com compressões torácicas e usar o DEA/
comunitários de DEAs/DAEs para socorristas leigos:                 DAE o quanto antes. Profissionais de saúde tratando PCR



                                                        Des ta q u es d a s Di r etr i zes d a AH A 201 0 p a r a RC P e AC E       9
TERAPIAS ELÉTRICAS
     em hospitais ou outras instituições com DEAs/DAEs ou               Formas de onda de desfibrilação e níveis
     desfibriladores no local devem aplicar a RCP imediatamente e
                                                                        de energia
     usar o DEA/DAE/desfibrilador tão logo o equipamento esteja
     disponível. Estas recomendações foram concebidas como
     apoio à RCP precoce e à desfibrilação inicial, em particular       2010 (Sem alterações em relação a 2005): Dados de
     quando há um DEA/DAE ou um desfibrilador disponível                estudos intra e extra-hospitalares indicam que choques
     instantes após o ataque da PCR súbita. Quando a PCR                com forma de onda bifásica em configurações de energia
     extra-hospitalar não for presenciada pelo pessoal do SME,          comparáveis ou inferiores a choques monofásicos de 200 J
     o SME poderá iniciar a RCP enquanto verifica o ritmo com o         têm êxito equivalente ou maior para o encerramento da FV.
     DEA/DAE ou no ECG e se prepara para a desfibrilação. Em tais       Contudo, a energia ideal para a desfibrilação com choque
     circunstâncias, podem-se considerar de 1½ a 3 minutos de
                                                                        primeiro com forma de onda bifásica não foi determinada.
     RCP antes da tentativa de desfibrilação. Quando houver dois
     ou mais socorristas presentes, aplique a RCP enquanto              Igualmente, nenhuma característica específica de forma de
     se busca o desfibrilador.                                          onda (quer monofásica ou bifásica) está consistentemente
     Em PCR súbita no hospital, há pouca evidência para sustentar       associada a uma maior incidência de RCE ou sobrevivência a
     ou refutar a RCP antes da desfibrilação. Contudo, em pacientes     alta hospitalar após PCR.
     monitorizados, o tempo da FV até a administração do choque         Na ausência de desfibriladores bifásicos, é aceitável o uso de
     deve ser inferior a 3 minutos, devendo-se aplicar a RCP enquanto   desfibriladores monofásicos. As configurações de choque com
     o desfibrilador é preparado.
                                                                        forma de onda bifásica diferem conforme o fabricante, nenhum
     Motivo: Quando há FV por mais de alguns minutos, ocorre            dos quais foi diretamente comparado em humanos quanto à
     depleção de oxigênio e energia no miocárdio. Um breve
                                                                        eficácia relativa. Devido a essas diferenças na configuração da
     período de compressões torácicas pode fornecer oxigênio
     e energia ao coração, o que aumenta a probabilidade de             forma de onda, os profissionais devem usar a carga de energia
     que um choque venha a eliminar a FV (desfibrilação) e seja         recomendada pelo fabricante (120 a 200 J) para a respectiva
     acompanhado do retorno da circulação espontânea (RCE).             forma de onda. Se a carga recomendada pelo fabricante não
     Antes da publicação das Diretrizes AHA 2005 para RCP e ACE,        for conhecida, considere a desfibrilação à carga máxima.
     dois estudos sugeriam o potencial benefício da RCP antes
     do primeiro choque. Em ambos os estudos, embora a                  Desfibrilação pediátrica
     aplicação da RCP por um período de 1½ a 3 minutos antes
                                                                        2010 (Modificação da recomendação anterior):
     da administração do choque não tivesse melhorado a
     sobrevivência à FV, a estratégia da RCP primeiro melhorou          Em pacientes pediátricos, a carga ideal de desfibrilação não
     a sobrevivência das vítimas de FV quando o intervalo entre         é conhecida. Os dados sobre a carga eficaz mínima ou o limite
     a ligação para o SME e sua chegada era de 4 a 5 minutos            superior para desfibrilação segura são limitados. Uma carga
     ou mais. Todavia, dois ensaios aleatórios controlados              de 2 a 4 J/kg pode ser usada para a energia de desfibrilação
     subsequentes indicaram que a RCP antes da tentativa de             inicial; porém, para facilitar o treinamento, pode-se considerar
     desfibrilação pelo pessoal do SME não estava associada             uma carga inicial de 2 J/kg. Para os choques subsequentes,
     a nenhuma diferença significativa na sobrevivência à alta
                                                                        os níveis de energia devem ser de, no mínimo, 4 J/kg, podendo
     hospitalar. Um estudo retrospectivo detectou um melhor
     estado neurológico em 30 dias e em 1 ano, em comparação            ser considerados níveis de energia mais altos, desde que não
     com a desfibrilação imediata em pacientes com FV                   excedam 10 J/kg ou a carga máxima para adultos.
     extra-hospitalar.
                                                                        2005 (Antiga): A carga inicial da tentativa de desfibrilação
     Protocolo de 1 choque versus sequência de                          em bebês e crianças com o uso de um desfibrilador manual
     3 choques                                                          monofásico ou bifásico é de 2 J/kg. A segunda carga e as
                                                                        subsequentes são de 4 J/kg.
     2010 (Sem alterações em relação a 2005): Na época
     da Conferência do Consenso 2010 da ILCOR (International            Motivo: Há insuficiência de dados para implementar uma
     Liaison Committee on Resuscitation) sobre a Ciência da             alteração substancial nas atuais cargas recomendadas para a
     RCP e ACE com Recomendações de Tratamento, dois                    desfibrilação pediátrica. Cargas iniciais de 2 J/kg, com formas
     novos estudos publicados, realizados com seres humanos,            de onda monofásicas, são eficazes na solução de 18% a 50%
     comparavam o protocolo de 1 choque com o protocolo de              dos casos de FV e não há evidência suficiente para comparar
     3 choques consecutivos no tratamento da PCR por FV. A              o êxito de cargas mais altas. A literatura de casos documenta
     evidência desses dois estudos sugere significativo benefício à
     sobrevivência com o protocolo de desfibrilação com 1 choque,       desfibrilações bem-sucedidas com cargas de até 9 J/kg sem
     em comparação com o protocolo de três choques consecutivos.        efeitos adversos detectados. São necessários mais dados.
      Se um choque não eliminar a FV, o benefício incremental de
     outro choque é baixo, e o reinício da RCP provavelmente terá       Energia fixa e intensificada
     maior valor do que outro choque imediato. Este fato, aliado aos    2010 (Sem alterações em relação a 2005): O nível
     dados de estudos em animais - que documentam os efeitos            de energia bifásica ideal para o primeiro choque ou os
     nocivos da interrupção das compressões torácicas - e a estudos
                                                                        subsequentes ainda não foi determinado. Logo, não é
     em humanos - que sugerem benefício à sobrevivência com o
     uso da abordagem de RCP com 1 choque em comparação                 possível fazer uma recomendação definitiva acerca da
     com o protocolo de 3 choques -, respalda a recomendação            seleção de energia para as tentativas subsequentes de
     de um só choque acompanhado de RCP imediata em vez de              desfibrilação bifásica. com base nas evidências existentes,
     choques consecutivos, como tentativa de desfibrilação.             se o choque bifásico inicial não for capaz de

10   American Heart Association
TERAPIAS ELÉTRICAS
encerrar a FV, os níveis de energia subsequentes deverão,          o software do DEA/DAE e impedir a detecção de FV
no mínimo, ser equivalentes, podendo ser considerados              (e, por conseguinte, a administração do choque). A principal
níveis de energia mais altos, se disponíveis.                      mensagem para os socorristas é que a preocupação com o
                                                                   posicionamento preciso das pás ou pás manuais em relação
Colocação de eletrodos
                                                                   a um dispositivo médico implantado não deve retardar a
2010 (Modificação da recomendação anterior):                       tentativa de desfibrilação.
Para facilitar a colocação e o treinamento, a posição da           Cardioversão sincronizada
pá anterolateral segue o posicionamento lógico padrão
de eletrodos. Qualquer uma das três posições alternativas          Taquiarritmias supraventriculares
da pá (anteroposterior, infraescapular anteroesquerda e
infraescapular anterodireita) podem ser consideradas, segundo
                                                                   2010 (Nova): A carga de energia monofásica inicial
as características de cada paciente. A colocação das pás do        recomendada para a cardioversão de fibrilação atrial/
DEA/DAE no tórax desnudo da vítima, em qualquer uma das            auricular é de 120 a 200 J. A carga monofásica inicial
quatro posições da pá, é aceitável para a desfibrilação.           para a cardioversão de fibrilação atrial/auricular é de 200
                                                                   J. A cardioversão do flutter atrial/auricular e outros ritmos
2005 (Antiga): Os socorristas devem colocar as pás do DEA/
                                                                   supraventriculares em adultos, geralmente, requerem menos
DAE no tórax desnudo da vítima na posição esterno-apical
                                                                   energia; uma energia inicial de 50 a 100 J, com um dispositivo
(anterolateral) convencional. A pá torácica (esterno) direita é
                                                                   monofásico ou bifásico, muitas vezes basta. Se o choque de
colocada no tórax anterossuperior (infraclavicular) direito da
vítima; a pá apical (esquerda) é colocada no tórax inferolateral   cardioversão inicial falhar, os profissionais deverão aumentar a
esquerdo da vítima, lateral ao peito esquerdo. Outras posições     carga de modo paulatino.
de pá aceitáveis são a colocação na parede torácica lateral        2005 (Antiga): A carga de energia monofásica inicial
nos lados direito e esquerdo (biaxilares) ou a pá esquerda na      recomendada para a cardioversão de fibrilação atrial/auricular
posição apical padrão e a outra pá na região dorsal superior       é de 100 a 200 J. Já está disponível a cardioversão com
direita ou esquerda.                                               formas de onda bifásicas, mas suas cargas ideais ainda não
Motivo: Novos dados demonstram que as quatro posições              foram estabelecidas com segurança. A extrapolação com
da pá (anterolateral, anteroposterior, anteroesquerda              base em experiências publicadas com cardioversão eletiva de
infraescapular e anterodireita infraescapular) parecem ser         fibrilação atrial/auricular usando formas de onda exponenciais
igualmente eficazes para tratar arritmias atriais/auriculares      retilíneas e truncadas defende uma carga inicial de 100 a 120
ou ventriculares. Mais uma vez, para facilitar o treinamento,      J, com intensificação conforme a necessidade. Essa carga
a posição padrão ensinada em cursos da AHA não será                inicial se mostrou de 80% a 85% eficaz no encerramento de
modificada em relação à posição recomendada em 2005.               fibrilação atrial/auricular. Até que mais evidências venham a
Não foi identificado qualquer estudo que avaliasse                 público, esta informação pode ser usada para extrapolar as
diretamente o efeito do posicionamento das pás/pás                 cargas bifásicas de cardioversão para outras taquiarritmias.
manuais sobre o êxito da desfibrilação, com a meta de
retorno da circulação espontânea.
                                                                   Motivo: O grupo de autores examinou dados provisórios de
                                                                   todos os estudos bifásicos conduzidos desde a publicação
Desfibrilação com desfibrilador                                    das Diretrizes da AHA 2005 para RCP e ACE e fez pequenas
cardioversor implantado                                            alterações para atualizar as recomendações de carga para
2010 (Nova): As posições anteroposterior e anterolateral           cardioversão. Uma série de estudos atesta a eficácia da
são, geralmente, aceitas em pacientes com marca-passos/            cardioversão com forma de onda bifásica em fibrilação atrial/
pacemakers e desfibriladores implantados. Em pacientes com         auricular usando configurações de energia de 120 a 200 J,
desfibriladores cardioversores ou marca-passos/pacemakers          dependendo da forma de onda específica.
implantados, a colocação das pás/pás manuais não deve              Taquicardia ventricular
retardar a desfibrilação. Convém evitar colocar as pás ou
pás manuais diretamente sobre o dispositivo implantado.            2010 (Nova): A taquicardia ventricular monomórfica estável
                                                                   adulta responde bem a choques de cardioversão (sincronizada)
2005 (Antiga): Quando um dispositivo médico implantado se
                                                                   com forma de onda monofásica ou bifásica com energias
situar em uma área onde normalmente se colocaria uma pá,
                                                                   iniciais de 100 J. Se não houver resposta ao primeiro choque,
posicione a pá, no mínimo, a 1 polegada (2,5 cm) de distância
                                                                   pode ser oportuno aumentar a carga de modo paulatino. Não
do dispositivo.
                                                                   foi encontrado nenhum estudo provisório que abordasse
Motivo: O discurso desta recomendação é um pouco                   esse ritmo e, portanto, as recomendações foram feitas por
mais suave do que o discurso usado em 2005. Existe a               consenso de especialistas do grupo de autores.
possibilidade de o marca-passo/pacemaker ou o desfibrilador
cardioversor implantado funcionar incorretamente após a            A cardioversão sincronizada não deve ser usada para o
desfibrilação quando as pás são colocadas muito próximas           tratamento de FV, por ser improvável que o dispositivo perceba
do dispositivo. Um estudo com cardioversão demonstrou              uma onda de QRS e, com isso, acabe não administrando o
que posicionar as pás com pelo menos 8 cm de distância             choque. A cardioversão sincronizada também não deve ser
do dispositivo não danifica a estimulação, o sensor,               usada para TV sem pulso ou polimórfica (TV irregular). Tais
nem a captura do dispositivo. Os picos dos marca-passos/           ritmos exigem a administração de choques (isto é, cargas
pacemakers com estimulação unipolar podem confundir                de desfibrilação) de alta energia não sincronizados.



                                                        Des ta q u es d a s Di r etr i zes d a AH A 201 0 p a r a RC P e AC E         11
TÉCNICAS E DISPOSITIVOS DE RCP
     2005 (Antiga): Havia evidência insuficiente para recomendar    situação específica. Algumas técnicas alternativas de RCP
     uma carga bifásica para a cardioversão de TV monomórfica.      podem melhorar a hemodinâmica ou a sobrevivência no
     As Diretrizes da AHA 2005 para RCP e ACE recomendavam          curto prazo quando usadas por profissionais bem treinados
     o uso de um choque não sincronizado para o tratamento do       em pacientes selecionados.
     paciente instável com TV polimórfica.
                                                                    2010 (Nova): O soco precordial não deve ser usado em PCR
     Motivo: O grupo de autores concordou que seria útil            extra-hospitalar não presenciada. O soco precordial poderá
     acrescentar uma recomendação de carga bifásica às Diretrizes   ser considerado para pacientes com TV instável (inclusive
     da AHA 2010 para RCP e ACE no tocante à cardioversão de        TV sem pulso) presenciada e monitorizada se não houver um
     TV monomórfica, mas queria enfatizar a necessidade de tratar   desfibrilador imediatamente pronto para uso. No entanto, ele
     a TV polimórfica como instável e como um ritmo de PCR.         não deverá retardar a RCP nem a aplicação dos choques.
     Análise da forma de onda da fibrilação para                    2005 (Antiga): Não havia recomendações anteriormente.
     a previsão dos resultados
                                                                    Motivo: Em alguns estudos, há relatos de conversão de
                                                                    taquiarritmias ventriculares pelo soco precordial. No entanto,
     2010 (Sem alterações em relação a 2005): O valor da
     análise da forma de onda da FV para orientar a administração   duas séries de casos maiores demonstraram que o soco
     da desfibrilação durante a ressuscitação é incerto.            precordial não resultou em RCE nos casos de FV. O relato de
                                                                    complicações associadas ào soco precordial inclui fratura
     Estimulação                                                    do esterno, osteomielite, AVE/AVC e desencadeamento de
                                                                    arritmias malignas em adultos e crianças. O soco precordial
     2010 (Sem alterações em relação a 2005): A estimulação         não deve retardar o início da RCP ou da desfibrilação.
     não é rotineiramente recomendada para pacientes com
     PCR assistólica. Em pacientes com bradicardia com pulso        Dispositivos de RCP
     sintomática, é oportuno que os profissionais de saúde
     estejam preparados para iniciar estimulação transcutânea       Vários dispositivos mecânicos de RCP estiveram no centro de
     naqueles que não responderem aos medicamentos. Se a            ensaios clínicos recentes. O início do tratamento com esses
     estimulação transcutânea falhar, a provável indicação será     dispositivos (isto é, sua aplicação e seu posicionamento) tem
     a estimulação transvenosa, iniciada por um profissional        o potencial de retardar ou interromper a RCP da vítima de
     treinado e com experiência em acesso venoso central e          PCR e, portanto, os socorristas devem ser treinados - e, se
     estimulação intracardíaca.                                     necessário, treinados novamente - para minimizar qualquer
                                                                    interrupção das compressões torácicas ou da desfibrilação.
                                                                    O uso do dispositivo de limiar de impedância (DLI) melhorou
           TÉCNICAS E DISPOSITIVOS                                  o RCE e a sobrevivência no curto prazo quando usado em
                                                                    adultos com PCR extra-hospitalar, mas não melhorou a
                  DE RCP                                            sobrevivência no longo prazo de pacientes com PCR.
                                                                    Um ensaio aleatório, prospectivo e multicêntrico controlado
     Resumo dos principais pontos de discussão                      comparando a RCP com faixa de distribuição de carga
     e alterações                                                   (AutoPulse®) com a RCP manual em PCR extra-hospitalar
                                                                    demonstrou não ter havido melhoria na sobrevivência em
     Até o momento, nenhum dispositivo de RCP se mostrou            4 horas e um pior resultado neurológico quando o dispositivo
     consistentemente superior à RCP padrão convencional            foi usado. São necessários mais estudos para determinar se
     (manual) para o SBV extra-hospitalar, assim como nenhum        os fatores específicos ao local e a experiência com o uso do
     outro dispositivo, exceto o desfibrilador, proporcionou        dispositivo podem influenciar sua eficácia. Não há evidências
     melhoria consistente na sobrevivência de longo prazo em        suficientes que respaldem o uso rotineiro deste dispositivo.
     PCR extra-hospitalar. Esta parte das Diretrizes da AHA
     2010 para RCP e ACE contém resumos de ensaios                  Séries de casos empregando dispositivos com pistão
     clínicos recentes.                                             mecânico relatam graus variados de êxito. O uso de tais
                                                                    dispositivos pode ser considerado quando for difícil manter
     Técnicas de RCP                                                a RCP convencional (por exemplo, durante estudos
                                                                    de diagnóstico).
     Foram desenvolvidas alternativas à RCP manual convencional,
     em um esforço de melhorar a perfusão durante a ressuscitação   Para evitar atrasos e maximizar a eficiência, treinamento
     de PCR e a sobrevivência. Em comparação com a RCP              inicial, monitorização contínua e programas de retreinamento
     convencional, essas técnicas, normalmente, exigem mais         devem ser oferecidos regularmente aos profissionais que
     pessoal, treinamento e equipamento ou se aplicam a uma         usam dispositivos de RCP.




12   American Heart Association
S AV C
             SUPORTE AVANÇADO DE                                            • Infusões de medicamentos cronotrópicos são recomendadas
                                                                              como alternativa à estimulação em bradicardia sintomática
             VIDA CARDIOVASCULAR                                              e instável.
                                                                            • A adenosina é recomendada como segura e potencialmente
Resumo dos principais pontos de discussão                                     eficaz para o tratamento e o diagnóstico inicial da taquicardia
                                                                              de complexo largo monomórfica regular indiferenciada.
e alterações
                                                                            • O cuidado sistemático pós-PCR após o RCE deve continuar
As principais modificações ocorridas no suporte avançado de                   em uma UTI com tratamento multidisciplinar especializado
vida cardiovascular (SAVC) para 2010 são as seguintes:                        e avaliação do estado neurológico e fisiológico do
                                                                              paciente. Isto, muitas vezes, compreende o uso de
• A capnografia quantitativa com forma de onda é                              hipotermia terapêutica.
  recomendada para a confirmação e a monitorização do
  posicionamento do tubo endotraqueal e a qualidade da RCP.                 Recomendação de capnografia
• O algoritmo de PCR tradicional foi simplificado e um
                                                                            2010 (Nova): A capnografia quantitativa contínua com
  esquema conceitual alternativo foi criado para enfatizar a
                                                                            forma de onda é, agora, recomendada para pacientes
  importância da RCP de alta qualidade.
                                                                            intubados ao longo de todo o período peri-PCR. No uso
• Há uma maior ênfase na monitorização fisiológica, para                    adulto de capnografia quantitativa com forma de onda, as
  otimizar a qualidade da RCP e detectar o RCE.                             aplicações, agora, contêm recomendações para confirmar o
                                                                            posicionamento do tubo traqueal e monitorar a qualidade da
• A atropina não é mais recomendada para uso de rotina no                   RCP e detectar o RCE com base em valores do dióxido de
  tratamento da atividade elétrica sem pulso (AESP)/assístole.              carbono no final da expiração PETCO2 (Figuras 3A e 3B).



   Figura 3
   Formas de onda de capnografia

                    Intervalo de 1 minuto

             50
     mmHg




             37,5
             25
             12,5
              0
                                      Antes da intubação                                                       Intubado
   A.
   Capnografia para confirmar a colocação do tubo endotraqueal. Esta curva de capnografia mostra a pressão parcial do dióxido de
   carbono exalado (PETCO2), em mm Hg, no eixo vertical, em função do tempo quando é feita uma intubação. Uma vez que o paciente esteja
   intubado, detecta-se o dióxido de carbono exalado, confirmando a colocação do tubo traqueal. O PETCO2 varia durante o ciclo respiratório,
   com valores mais altos na expiração final.

                               Intervalo de 1 minuto

             50
      mmHg




             37,5
             25
             12,5
              0
                                                           RCP                                                            RCE
   B.
   Capnografia para monitorar a eficácia dos esforços de ressuscitação. Esta segunda curva de capnografia mostra o PETCO2, em mm Hg,
   no eixo vertical, em função do tempo. Este paciente está intubado e recebendo RCP. Observe que a frequência de ventilação é de
   aproximadamente 8 a 10 respirações por minuto. As compressões torácicas são aplicadas continuamente a uma frequência ligeiramente
   maior que 100/min, mas não são visíveis nesta curva. O PETCO2 inicial é menor que 12,5 mm Hg durante o primeiro minuto, indicando um
   fluxo sanguíneo bastante baixo. O PETCO2 aumenta para um valor entre 12,5 e 25 mm Hg durante o segundo e o terceiro minutos, compatível
   com o aumento do fluxo sanguíneo com a ressuscitação em andamento. O retorno da circulação espontânea (RCE) ocorre durante o quarto
   minuto. O RCE é reconhecido pelo aumento abrupto do PETCO2 (visível logo após a quarta linha vertical) para mais de 40 mm Hg,
   compatível com uma melhora substancial no fluxo sanguíneo.


                                                                Des ta q u es d a s Di r etr i zes d a AH A 201 0 p a r a RC P e AC E           13
S AV C

       Figura 4
       Algoritmo de SAVC Circular

                                                                                    Qualidade da RCP



        Grite por ajuda/acione o serviço de emergência                                Ev                    va



                                Inicie a RCP                                                PETCO




                                                        Retorno da circulação
               2 minutos                                    espontânea (RCE)        Retorno da circulação espontânea (RCE)

                                       Verifique                Parada/paragem,                                              ETCO

                                        o ritmo                cuidado pós-PCR                                                     r              ria
                                                  Se Choque
                                                  FV/TV                             Energia de choque
                                                                                      Bifásica:
                           Terapia medicamentosa
                                                                 RCP Contínua

                                                                                      Monofásica:
           ontínua




                                                                                    Terapia medicamentosa
                                                                                      Dose EV/IO de epinefrina:
                                                                                      Dose EV/IO de vasopressina:
                      Considere via aérea avançada
         PC




                                                                                      Dose EV/IO de amiodarona: Prim ra
                                                                                      S
        C




                                                                                    Via aérea avançada
                R
                        Trate causas reversíveis
                                                                                      Cap   r         ma         para       rmar       rar   am    ET
                     M
                      on
                           i to r e                  R    CP                        Causas reversíveis
                                      a qualidade da                                  H                                 T
                                                                                      H                                 T
                                                                                      H                                 T
                                                                                    – H                                 T
                                                                                      H                                 T




     2005 (Antiga): Recomendava um detector de dióxido de                        Algoritmo de SAVC simplificado
     carbono (CO2) exalado ou um dispositivo detector esofágico
     para confirmar o posicionamento do tubo endotraqueal.
                                                                                 e novo algoritmo
     As Diretrizes da AHA 2005 para RCP e ACE observavam
                                                                                 2010 (Nova): O algoritmo convencional de SAVC para PCR
     que a monitorização do PETCO2 podia ser útil como indicador
                                                                                 foi simplificado e racionalizado para enfatizar a importância da
     não invasivo do débito cardíaco gerado durante a RCP.
                                                                                 RCP de alta qualidade (incluindo compressões de frequência
     Motivo: A capnografia contínua com forma de onda é o                        e profundidade adequadas, permitindo retorno total do
     método mais confiável de confirmar e monitorar o correto                    tórax após cada compressão, minimizando interrupções nas
     posicionamento de um tubo endotraqueal. Embora estejam                      compressões e evitando ventilação excessiva) e o fato de que
     disponíveis outros meios de confirmar o posicionamento do                   as ações de SAVC devem se organizar em torno de períodos
     tubo endotraqueal, eles não são mais confiáveis do que a                    ininterruptos de RCP. Um novo algoritmo circular também foi
     capnografia contínua com forma de onda. Os pacientes correm                 introduzido (Figura 4 acima).
     maior risco de deslocamento do tubo endotraqueal durante o
     transporte ou a transferência; os profissionais devem observar              2005 (Antiga): As mesmas prioridades foram citadas nas
     uma onda capnográfica persistente com ventilação para                       Diretrizes da AHA 2005 para RCP e ACE. O algoritmo nos
     confirmar e monitorar o posicionamento do tubo endotraqueal.                quadros e nas setas listava as principais ações executadas
                                                                                 durante a ressuscitação, em modo sequencial.
     Como o sangue deve circular pelos pulmões para que o
     CO2 seja exalado e medido, a capnografia também serve de                    Motivo: Para o tratamento da PCR, as intervenções de
     monitor fisiológico da eficácia das compressões torácicas e                 SAVC se baseiam nos fundamentos de SBV da RCP de alta
     para detectar o RCE. Compressões torácicas ineficazes                       qualidade para aumentar a probabilidade do RCE. Antes de
     (quer devido a características do paciente, quer ao                         2005, os cursos de SAVC presumiam uma excelente aplicação
     desempenho do socorrista) estão associadas a um baixo                       da RCP e se concentravam, principalmente, em intervenções
     PETCO2. Débito cardíaco insuficiente ou nova PCR no paciente                adicionais de desfibrilação manual, terapia medicamentosa,
     com RCE também causam redução no PETCO2. Por outro lado,                    colocação de via aérea avançada e opções de tratamento
     o RCE pode causar um aumento abrupto no PETCO2.                             alternativo e adicional para situações especiais de ressuscitação.


14   American Heart Association
S AV C
Embora o tratamento medicamentoso adjuvante e o tratamento       e enquanto se aguarda um marca-passo/pacemaker ou por
com via aérea avançada ainda façam parte do SAVC, a ênfase       ineficácia da estimulação.
no suporte avançado de vida (SAV), em 2005, voltou ao básico,
com uma maior ênfase no que sabidamente funciona:
                                                                 Motivo: Há várias alterações importantes no tocante ao
                                                                 tratamento de arritmias sintomáticas em adultos. A evidência
RCP de alta qualidade (aplicar compressões de frequência
                                                                 disponível sugere ser improvável que o uso de rotina de atropina
e profundidade adequadas, permitindo retorno total do
                                                                 durante AESP ou assístole produza benefícios terapêuticos.
tórax após cada compressão, minimizando interrupções nas
                                                                 Por essa razão, a atropina foi retirada do algoritmo da PCR.
compressões torácicas e evitando ventilação excessiva).
As Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE mantêm essa             Com base na nova evidência de segurança e possível eficácia,
ênfase. As Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE observam        a adenosina pode, agora, ser considerada na avaliação e no
que a RCP se guia, idealmente, pela monitorização fisiológica    tratamento iniciais da taquicardia de complexo largo monomórfica
e inclui oxigenação adequada e desfibrilação precoce             regular estável indiferenciada quando o ritmo for regular. Para
enquanto o prestador de SAVC avalia e trata possíveis causas     bradicardia sintomática ou instável, a infusão intravenosa (IV) de
subjacentes da PCR. Não existe evidência clínica definitiva de   agentes cronotrópicos é agora recomendada como alternativa
que a intubação precoce ou a terapia medicamentosa melhore       igualmente eficaz à estimulação transcutânea externa quando a
a sobrevivência neurologicamente intacta na alta hospitalar.     atropina for ineficaz.
Menos ênfase nos dispositivos, medicamentos                      Cuidados organizados pós-PCR
e outros desvios de atenção
                                                                 2010 (Nova): Cuidados organizados pós-PCR é uma nova
Ambos os algoritmos de SAVC utilizam formatos simples            seção das Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE. Para
com enfoque nas intervenções de maior impacto sobre o            melhorar a sobrevivência das vítimas de PCR que dão
resultado. Com esse fim, enfatizou-se a aplicação de RCP de      entrada em um hospital após o RCE, um sistema abrangente,
alta qualidade e desfibrilação precoce para FV/TV sem pulso.     estruturado, integrado e multidisciplinar de cuidados pós-PCR
O acesso vascular, a administração de fármacos e a colocação     deve ser implementado de maneira consistente (vide Quadro
de via aérea avançada, embora ainda recomendados, não            3). O tratamento deve incluir suporte cardiopulmonar e
devem causar interrupções significativas nas compressões
                                                                 neurológico. Hipotermia terapêutica e intervenções coronárias
torácicas, nem retardar os choques.
                                                                 percutâneas (ICPs) devem ser executadas, quando indicadas
Novos protocolos de medicação                                    (consulte, também, a seção "Síndromes coronárias agudas").
                                                                 Como convulsões são comuns após a PCR, deve-se
2010 (Nova): A atropina não é recomendada para uso               realizar um eletroencefalograma (EEG) para o diagnóstico
de rotina no tratamento de AESP/assístole e foi retirada         das convulsões, com pronta interpretação tão logo quanto
do algoritmo de SAVC para PCR. O tratamento de AESP/             possível e monitorização frequente ou contínua em pacientes
assístole agora está consistente nas recomendações e nos         comatosos após o RCE.
algoritmos de SAVC e SAVP (suporte avançado de vida em
                                                                 2005 (Antiga): Cuidados pós-PCR foram incluídos na seção
pediatria).
                                                                 de SAVC das Diretrizes da AHA 2005 para RCP e ACE.
O algoritmo de tratamento de taquicardia com pulso foi           A hipotermia terapêutica foi recomendada a fim de melhorar
simplificado. A adenosina é recomendada no diagnóstico           o resultado de vítimas comatosas adultas de PCR
e no tratamento iniciais da taquicardia de complexo largo        extra-hospitalar presenciada quando o ritmo de apresentação
monomórfica regular indiferenciada (isto também está             era de FV. Além disso, foram feitas recomendações
consistente nas recomendações de SAVC e SAVP).                   para otimizar a hemodinâmica, o suporte respiratório e
É importante notar que a adenosina não deve ser usada            neurológico, identificar e tratar causas reversíveis da PCR,
para taquicardias de complexo largo irregulares, já que          monitorar a temperatura e considerar o tratamento de
pode causar degeneração do ritmo para FV.                        distúrbios na regulação da temperatura. Contudo, a evidência
Para o tratamento de adultos com bradicardia sintomática         para sustentar tais recomendações era limitada.
e instável, infusões de medicamento cronotrópico são             Motivo: Desde 2005, dois estudos não aleatórios com
recomendadas como alternativa à estimulação.                     controles simultâneos, assim como outros estudos usando
2005 (Antiga): A atropina foi incluída no algoritmo de SAVC      controles históricos, indicaram um possível benefício da
para a PCR: para pacientes em assístole ou AESP lenta,           hipotermia terapêutica após PCR intra ou extra-hospitalar
considere o uso de atropina. No algoritmo de taquicardia,        com ritmo de apresentação de AESP/assístole. Cuidados
a adenosina foi recomendada somente para suspeita de             organizados pós-PCR, com ênfase em programas
taquicardia supraventricular de complexo estreito regular        multidisciplinares que enfoquem a otimização da função
de reentrada. No algoritmo de bradicardia, infusões de           hemodinâmica, neurológica e metabólica (incluindo a
medicamento cronotrópico foram listadas após a atropina          hipotermia terapêutica) podem melhorar a sobrevivência à


                                                       Des ta q u es d a s Di r etr i zes d a AH A 201 0 p a r a RC P e AC E          15
S AV C
     alta hospitalar entre as vítimas que obtiveram o RCE após a             Redução da concentração de oxigênio inspirado
     PCR intra ou extra-hospitalar. Embora ainda não seja possível           após RCE com base na saturação de
     determinar o efeito individual de muitas dessas terapias,
     quando conjugadas em um sistema de cuidados integrados,
                                                                             oxi-hemoglobina monitorada
     sua implementação tem demonstrado uma melhoria na                       2010 (Nova): Uma vez restabelecida a circulação, monitore
     sobrevivência à alta hospitalar.                                        a saturação arterial da oxi-hemoglobina. Pode ser oportuno,
                                                                             quando houver equipamento apropriado disponível, titular a
     Efeito da hipotermia sobre o prognóstico                                administração de oxigênio para manter a saturação arterial de
     Muitos estudos tentaram identificar pacientes comatosos                 oxi-hemoglobina ≥ 94%. Havendo equipamento apropriado
     pós-PCR sem perspectiva de recuperação neurológica                      disponível, uma vez obtido o RCE, ajuste a fração de oxigênio
     significativa, tendo sido propostas regras decisórias                   inspirado (FIO2) para a concentração mínima necessária para
     para o prognóstico de resultados ruins; porém, as regras                a obtenção da saturação arterial de oxi-hemoglobina ≥ 94%,
     desenvolvidas em anos anteriores foram estabelecidas                    com a meta de evitar hiperóxia sem deixar de assegurar a
     com base em estudos de pacientes pós-PCR que não                        administração adequada de oxigênio. Como uma saturação
     foram tratados com hipotermia. Relatórios recentes têm                  de oxi-hemoglobina de 100% pode corresponder a um PaO2
     documentado bons resultados ocasionais em pacientes                     em qualquer ponto entre aproximadamente 80 e 500 mm Hg,
     pós-PCR tratados com hipotermia terapêutica, a despeito                 de um modo geral, convém ajustar gradualmente o FIO2 para
     de exames neurológicos ou de estudos neuroeletrofisiológicos            uma saturação de 100%, contanto que a saturação possa ser
     prevendo resultados ruins dentro do tradicional período                 mantida acima de 94%.
     de prognóstico de 3 dias após a PCR. Portanto,                          2005 (Antiga): Não era fornecida qualquer informação específica
     as características ou os resultados de testes que indicavam             sobre o ajuste gradual.
     resultados ruins em pacientes pós-PCR no passado podem
                                                                             Motivo: De fato, a saturação de oxi-hemoglobina deve ser
     não ser tão indicativos de resultados ruins após o uso de
                                                                             mantida de 94% a 99%, quando possível. Embora a força-tarefa
     hipotermia terapêutica.
                                                                             do SAVC do Consenso Internacional de 2010 sobre a Ciência
     Identificar pacientes durante o período pós-PCR sem                     da RCP e ACE com Recomendações de Tratamento2,3 não
     potencial de recuperação neurológica é um grande desafio                tenha encontrado evidências suficientes para recomendar
     clínico que requer maior investigação. Aconselha-se cautela             um protocolo de ajuste gradual específico, um estudo
     nas considerações de limitar o cuidado ou suspender a                   recente5 documentou os efeitos nocivos da hiperóxia após
     terapia de suporte de vida, especialmente logo após o RCE.              o RCE. Como observado acima, uma saturação de oxigênio
     Devido à necessidade crescente de tecidos e órgãos para                 de 100% pode corresponder a um PaO2 em qualquer ponto
     transplante, toda equipe de profissionais que tratar pacientes          entre aproximadamente 80 e 500 mm Hg. O consenso dos
     pós-PCR deve implementar os procedimentos apropriados                   especialistas em SAVC e SAVP é que, se houver equipamento
     para uma possível doação de órgãos e tecidos, em tempo                  disponível, pode ser oportuno titular o oxigênio inspirado,
     hábil e de modo eficaz, de acordo com a vontade do                      tendo por base a saturação de oxi-hemoglobina monitorada,
     paciente e dos membros da família.                                      para manter uma saturação ≥ 94%, mas menor que 100%.


     QUADRO 3
     Principais objetivos iniciais e subsequentes dos cuidados pós-PCR

     1. Otimizar a função cardiopulmonar e a perfusão de órgãos vitais após o RCE
     2. Transportar/transferir para um hospital apropriado ou UTI com completo sistema de tratamento pós-PCR
     3. Identificar e tratar SCAs e outras causas reversíveis
     4. Controlar a temperatura para otimizar a recuperação neurológica
     5. Prever, tratar e prevenir a disfunção múltipla de órgãos. Isto inclui evitar ventilação excessiva e hiperóxia

     A principal meta de uma estratégia conjugada de tratamento do paciente após a PCR é um plano de tratamento abrangente a
     ser executado com consistência em um ambiente multidisciplinar treinado até o retorno do estado funcional normal ou próximo do
     normal. Pacientes com suspeita de SCA devem ser triados para uma instituição com recursos de angiografia coronária e reperfusão
     interventiva (intervenção coronária percutânea primária) e uma equipe multidisciplinar experiente na monitorização de pacientes quanto à
     disfunção múltipla de órgãos, iniciando-se, em tempo hábil, o tratamento pós-PCR apropriado, incluindo hipotermia.

     Com foco renovado em melhorar o resultado funcional, a avaliação neurológica é um componente fundamental na avaliação
     de rotina dos sobreviventes. O reconhecimento precoce de distúrbios neurológicos possivelmente tratáveis, como as convulsões,
     é importante. O diagnóstico das convulsões pode ser desafiador, especialmente no cenário de hipotermia e bloqueios neuromusculares.
     Por isso, a monitorização eletroencefalográfica se tornou uma importante ferramenta de diagnóstico nessa população de pacientes.

     A avaliação prognóstica no cenário de hipotermia está mudando, razão pela qual especialistas qualificados em avaliação
     neurológica nessa população de pacientes e a integração de ferramentas de prognóstico adequadas são essenciais para pacientes,
     prestadores de socorro e famílias.



16   American Heart Association
SÍNDROMES CORONÁRIAS AGUDAS
Situações especiais de ressuscitação                                Unidades de tratamento de pacientes
                                                                    com infarto/enfarte do miocárdio com
2010 (Nova): Quinze situações específicas de PCR têm,
agora, recomendações de tratamento específicas. Os tópicos
                                                                    supradesnivelamento do segmento ST
revisados compreendem asma, anafilaxia, gravidez, obesidade         Uma abordagem bem organizada do tratamento do infarto/
mórbida (novo), embolismo pulmonar (novo), desequilíbrio            enfarte do miocárdio com supradesnivelamento do segmento
eletrolítico, ingestão de substâncias tóxicas, trauma, hipotermia   ST (IAMST/EAMCSST) requer a integração da comunidade,
acidental, avalanche (novo), afogamento, choque elétrico/           do SME, do médico e dos recursos hospitalares em uma
relâmpagos, intervenção coronária percutânea (ICP) (novo),          unidade de tratamento conjugada para o IAMST/EAMCSST.
tamponamento cardíaco (novo) e cirurgia cardíaca (novo).            Isto compreende programas educativos para o reconhecimento
2005 (Antiga): Foram incluídas dez situações específicas            dos sintomas da SCA, o desenvolvimento de protocolos de
relacionadas ao comprometimento do paciente (isto é,                SME para as instruções iniciais fornecidas pela central de
condições peri-PCR).                                                atendimento e para intervenções extra-hospitalares, além de
                                                                    programas baseados nos serviços de emergência/urgência
Motivo: A PCR em situações especiais pode exigir tratamentos
                                                                    e nos hospitais que visem o transporte interinstitucional tão
ou procedimentos especiais além daqueles executados durante
                                                                    logo a SCA seja diagnosticada e o tratamento definitivo
o SBV ou o SAVC normal. Tais condições são infrequentes
                                                                    seja determinado.
e, por isso, é difícil conduzir ensaios clínicos aleatórios para
comparar os tratamentos. Consequentemente, essas situações          ECGs extra-hospitalares de 12 eletrodos
únicas pedem que os profissionais experientes vão "além do
básico" e usem consenso clínico e extrapolação das evidências       Um componente importante e essencial das unidades de
limitadas. Os tópicos cobertos pelas Diretrizes da AHA 2005         tratamento de IAMST/EAMCSST é a realização de ECGs
para RCP e ACE foram revisados, atualizados e ampliados             extra-hospitalares de 12 eletrodos com transmissão ou
para 15 situações específicas de PCR. Os tópicos compreendem        interpretação pelos profissionais do SME e notificação
 tratamento peri-PCR significativo, que pode ser importante         antecipada à instituição receptora. O uso de ECGs
para prevenir a PCR ou que requeira tratamento além dos             extra-hospitalares de 12 eletrodos é recomendado
cuidados de rotina ou típicos definidos nas diretrizes de SBV       pelas Diretrizes da AHA para RCP e ACE desde 2000,
ou SAVC.                                                            com documentação que comprova a redução do tempo até
                                                                    a reperfusão com tratamento fibrinolítico. Mais recentemente,
                                                                    os ECGs extra-hospitalares de 12 eletrodos também
                                                                    demonstraram reduzir o tempo até a ICP primária, podendo,
       SÍNDROMES CORONÁRIAS                                         ainda, facilitar a triagem para hospitais específicos quando a
                                                                    ICP for a estratégia escolhida. Quando o SME ou os médicos
              AGUDAS                                                do serviço de emergência/urgência acionam a equipe de
                                                                    cuidados cardíacos, inclusive o laboratório de cateterização
Resumo dos principais pontos de discussão                           cardíaca, são observadas reduções significativas nos tempos
                                                                    de reperfusão.
e alterações
                                                                    Triagem para hospitais capacitados
As recomendações das Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE          a realizar a ICP
no tocante à avaliação e ao tratamento de síndromes coronárias
agudas (SCAs) foram atualizadas a fim de definir o escopo de        Estas recomendações fornecem critérios para a triagem de
tratamento para os profissionais de saúde que cuidam de             pacientes para centros capacitados a ICP após a PCR.
pacientes com suspeita ou diagnóstico de SCA nas primeiras
horas após o início dos sintomas.                                   Cuidado total de pacientes após PCR com
As principais metas de tratamento de pacientes com SCA
                                                                    IAMST/EAMCSST confirmado ou
estão consistentes com aquelas das Diretrizes da AHA para           suspeita de SCA
RCP e ACE anteriores e das Diretrizes da AHA/American
College of Cardiology, dentre as quais:                             A realização da ICP tem sido associada a resultados favoráveis
                                                                    em pacientes adultos ressuscitados de uma PCR. É sensato
• Reduzir a extensão da necrose miocárdica que ocorre em            incluir cateterização cardíaca nos protocolos pós-PCR
  pacientes com infarto/enfarte agudo do miocárdio para,            padronizados como parte de uma estratégia geral para
  assim, preservar a função ventricular esquerda, prevenir          melhorar a sobrevivência neurologicamente intacta nesse
  a insuficiência cardíaca e limitar outras complicações            grupo de pacientes. Em pacientes com PCR extra-hospitalar
  cardiovasculares                                                  devida a FV, recomenda-se a angiografia de urgência com
• Prevenir importantes eventos cardíacos adversos:                  revascularização imediata da artéria relacionada ao infarto/
  morte, infarto/enfarte agudo do miocárdio não fatal e             enfarte. Após uma PCR, o ECG pode ser insensível ou induzir
  necessidade de revascularização urgente                           a erros, podendo ser oportuna a angiografia coronária após
                                                                    RCE em pacientes com PCR de presumida etiologia cardíaca,
• Tratar complicações agudas e com risco de vida da                 mesmo na ausência de IAMST/EAMCSST claramente definido.
  SCA, como FV, TV sem pulso, taquicardias instáveis,               Achados clínicos de coma em pacientes antes da ICP são
  bradicardias sintomáticas                                         comuns após a PCR extra-hospitalar e não devem ser
Nesse contexto, são definidos vários componentes e                  contraindicação para se considerar a angiografia e a ICP
estratégias de cuidados importantes.                                imediatas (consulte, também, "Cuidados pós-PCR", acima).

                                                          Des ta q u es d a s Di r etr i zes d a AH A 201 0 p a r a RC P e AC E      17
AV E / AV C / S B V E M P E D I AT R I A
     Alterações no tratamento geral imediato                         • Embora o controle da pressão arterial seja um componente
                                                                       do tratamento de pacientes com AVE/AVC no serviço de
     (incluindo oxigênio e morfina)                                    emergência/urgência, a menos que o paciente esteja hipotenso
                                                                       (pressão arterial sistólica < 90 mmHg), o tratamento
     2010 (Nova): Não é necessário fornecer oxigênio suplementar       pré-hospitalar da pressão arterial não é recomendado.
     para pacientes sem evidência de desconforto respiratório,
                                                                     • Um crescente 'corpus' de evidência indica melhoria na taxa
     caso a saturação de oxi-hemoglobinas seja ≥ 94%. Administre
                                                                       de sobrevivência após 1 ano, nos resultados funcionais e na
     morfina com cautela a pacientes com angina instável.              qualidade de vida quando os pacientes hospitalizados com
     2005 (Antiga): Recomendava-se oxigênio para todos os              AVE/AVC agudo são tratados em uma unidade de tratamento
     pacientes com edema pulmonar aberto ou saturação de               especializada em AVE/AVC por uma equipe multidisciplinar
     oxi-hemoglobina arterial < 90%. Também cabia administrá-lo        experiente no tratamento de AVE/AVC.
     a todos os pacientes com SCA nas primeiras 6 horas de           • As diretrizes para indicações, contraindicações e cuidados
     tratamento. A morfina era o analgésico de escolha para            ao considerar o uso do ativador do plasminogênio tecidual
     a dor que não responde a nitratos, mas seu uso não era            recombinante (APt-r) foram atualizadas para manter a
     recomendado em pacientes com possível hipovolemia.                consistência com as recomendações da American Stroke
                                                                       Association/AHA.
     Motivo: Os profissionais dos serviços médicos de
     emergência/urgência administram oxigênio durante a              • Embora se relate uma maior probabilidade de bom resultado
                                                                       funcional quando os pacientes com AVE/AVC isquêmico
     avaliação inicial dos pacientes com suspeita de SCA. Porém,
                                                                       agudo recebem o APt-r em até 3 horas após o início dos
     há evidência insuficiente para sustentar seu uso rotineiro em     sintomas de AVE/AVC, o tratamento de pacientes com AVE/
     SCA sem complicações. Se o paciente estiver dispneico,            AVC isquêmico agudo cuidadosamente selecionados com
     hipoxêmico ou apresentar outros sinais de insuficiência           APt-r IV entre 3 e 4,5 horas após o início dos sintomas
     cardíaca, os profissionais deverão titular o tratamento com       também demonstrou melhorar o resultado clínico;
     oxigênio para manter a saturação de oxi-hemoglobina ≥             no entanto, o grau de benefício clínico é menor do que
     94%. A morfina é indicada em IAMST/EAMCSST quando                 o alcançado com o tratamento nas 3 horas iniciais.
     o desconforto torácico não responde a nitratos. Deve-se           No presente, o uso do APt-r IV em 3 a 4,5 horas após o início
     usar morfina com cautela em angina instável/não-IAMSST/           dos sintomas não está aprovado pela FDA (Food and Drug
     EAMCSST, visto que sua administração esteve associada a           Administration dos EUA).
     uma maior mortalidade em grande registro.                       • do tratamento em unidades de AVE/AVC podem persistir por
                                                                       anos. A magnitude dos benefícios do tratamento em uma
                                                                       unidade de AVE/AVC é comparável à magnitude dos efeitos
                                                                       obtidos com o APt-r IV. Estudos recentes demonstram que
     ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLI-                                       o tratamento em unidades de AVE/AVC é superior ao
                                                                       tratamento em alas médicas gerais, sendo que os
     CO/CEREBRAL (AVE/AVC)                                             efeitos positivos
                                                                     • A tabela para o controle de hipertensão em pacientes com
     Resumo dos principais pontos de discussão                         AVE/AVC foi atualizada.
     e alterações
     A meta geral do tratamento de AVE/AVC é minimizar a lesão             SUPORTE BÁSICO DE VIDA
     cerebral aguda e maximizar a recuperação do paciente. O
     tratamento do AVE/AVC é urgente, e estas diretrizes para AVE/             EM PEDIATRIA
     AVC enfatizam, mais uma vez, os “Ds do tratamento do AVE/
     AVC” para destacar as etapas importantes no tratamento (e
                                                                     Resumo dos principais pontos de discussão
     etapas que podem contribuir para atrasos no tratamento).
     Integrando educação pública, telefone de emergência,            e alterações
     detecção e triagem pré-hospitalar, desenvolvimento de
                                                                     Muitas das principais questões do SBV em pediatria são as
     um sistema hospitalar para AVE/AVC e administração de           mesmas do SBV/Adulto. Entre elas estão:
     unidades de AVE/AVC, o resultado do tratamento de AVE/AVC
     melhorou significativamente.                                    • Início da RCP com compressões torácicas, em vez
                                                                       de ventilações de resgate (C-A-B, em vez de A-B-C);
     • A natureza urgente do tratamento de AVE/AVC exige o             iniciar a RCP com compressões, em vez de ventilações,
       estabelecimento de parcerias locais entre centros médicos       retarda menos a primeira compressão.
       universitários e hospitais comunitários. O conceito de        • Ênfase permanente na aplicação de uma RCP de
       hospital "preparado para AVE/AVC" surgiu com o objetivo         alta qualidade.
       de garantir que as melhores práticas de tratamento do AVE/    • Modificação das recomendações acerca da profundidade
       AVC (agudo e demais) sejam oferecidas de modo organizado        adequada das compressões para, no mínimo, um terço da
       em toda a região. É necessário mais trabalho para ampliar o     dimensão anteroposterior do tórax: isto corresponde,
       alcance das redes regionais de AVE/AVC.                         aproximadamente, a 1½ polegada (cerca de 4 cm) na
     • Cada sistema de SME deve trabalhar com uma unidade de           maioria dos bebês e cerca de 2 polegadas (5 cm)
                                                                       na maioria das crianças.
       tratamento de AVE/AVC regional para assegurar triagem
       e transporte imediatos para um hospital preparado para        • Procedimento "Ver, ouvir e sentir se há respiração”
       AVE/AVC, quando possível.                                       removido da sequência.


18   American Heart Association
S B V E M P E D I AT R I A
• Menos ênfase na verificação do pulso pelos profissionais    Motivo: Evidência proveniente de estudos radiológicos do
  de saúde: dados adicionais sugerem que os profissionais     tórax em crianças sugere que pode não ser possível obter
  de saúde não podem determinar com rapidez e segurança       uma compressão até a metade do diâmetro anteroposterior.
  a presença ou a ausência de pulso. Em crianças que não      Compressões torácicas eficazes, contudo, exigem a aplicação
  respondem e que não apresentam respiração, se o pulso       de força e, segundo dados novos, recomenda-se a profundidade
  não puder ser detectado em 10 segundos, os profissionais    de cerca de 1½ polegada (4 cm) para a maioria dos bebês e
  de saúde devem iniciar a RCP.                               cerca de 2 polegadas (5 cm) para a maioria das crianças.
• Uso do DEA/DAE em bebês: para bebês, prefira o uso de       Eliminação do procedimento "Ver, ouvir e
  um desfibrilador manual a um DEA/DAE para desfibrilação.    sentir se há respiração”
  Se não houver um desfibrilador manual disponível, prefira
  um DEA/DAE equipado com um atenuador de carga pediátrico.   2010 (Nova): O procedimento "Ver, ouvir e sentir se há
  Se nenhum dos dois estiver disponível, use um DEA/DAE       respiração” foi removido da sequência de avaliação da
  sem atenuador de carga pediátrico.                          respiração após a abertura da via aérea.
                                                              2005 (Antiga): O procedimento "Ver, ouvir e sentir se há
Alteração na sequência da RCP (C-A-B, em vez                  respiração” era usado para avaliar a respiração após a abertura
de A-B-C)                                                     da via aérea.
                                                              Motivo: Com a nova sequência “compressão torácica
2010 (Nova): Iniciar a RCP em bebês e crianças com            primeiro”, a RCP será executada se o bebê ou a criança não
compressões torácicas, em vez de ventilações de resgate       responder e não estiver respirando (ou apenas com gasping),
(C-A-B, em vez de A-B-C). Inicie a RCP com 30 compressões     sendo iniciada pelas compressões (sequência C-A-B).
(socorrista atuando sozinho) ou 15 compressões (para a
ressuscitação de bebês e crianças por dois profissionais de   Novamente, menos ênfase na verificação
saúde), em vez de 2 ventilações. Para a ressuscitação de      de pulso
recém-nascidos, consulte a seção Ressuscitação neonatal.
                                                              2010 (Nova): Se o bebê ou a criança não estiver respondendo
2005 (Antiga): A ressuscitação cardiopulmonar era iniciada
                                                              e não estiver respirando ou apenas com gasping, os profissionais
com a abertura da via aérea e a aplicação de 2 respirações
                                                              de saúde poderão aguardar até 10 segundos na tentativa de
antes das compressões torácicas.
                                                              sentir o pulso (braquial, em bebês, e carotídeo ou femoral,
Motivo: Esta importante proposta de alteração, de aplicar     em crianças). Se, em 10 segundos, você não sentir o pulso ou
compressões antes de ventilações (C-A-B) na sequência         estiver inseguro quanto a isso, inicie as compressões torácicas.
de RCP, suscitou vigoroso debate entre os especialistas       Pode ser difícil determinar a presença ou ausência de pulso,
em ressuscitação pediátrica. Como a maioria das PCRs          especialmente em uma emergência/urgência, sendo que
pediátricas é asfíxica, e não PCR primária súbita, tanto a    estudos mostram que profissionais de saúde e socorristas
intuição quanto os dados clínicos respaldam a necessidade     leigos não conseguem detectar o pulso confiavelmente.
de ventilações e compressões para a RCP pediátrica. No        2005 (Antiga): Se você for um profissional de saúde, tente
entanto, PCRs pediátricas são muito menos comuns do que       palpar um pulso. Não demore mais do que 10 segundos.
PCRs (primárias) súbitas em adultos, e muitos socorristas
                                                              Motivo: A recomendação é a mesma, mas há evidência
nada fazem quando ficam inseguros ou confusos. A maioria      adicional sugestiva de que os profissionais de saúde não
das vítimas de PCR pediátrica não recebe nenhuma manobra      conseguem detectar a presença ou ausência de pulso com
de RCP dos presentes, de modo que qualquer estratégia que     rapidez e confiabilidade em crianças. Dado o risco de não
aumente a probabilidade de ação pelas pessoas presentes       aplicar compressões torácicas em uma vítima de PCR e o
pode salvar vidas. Por isso, a abordagem C-A-B para vítimas   risco relativamente mínimo de aplicar compressões quando
de todas as idades foi adotada com a esperança de aumentar    há pulso presente, as Diretrizes da AHA 2010 para RCP e
a chance de que pessoas presentes executem a RCP.             ACE recomendam compressões torácicas se o socorrista
Teoricamente, a nova sequência deve retardar as ventilações   estiver inseguro quanto à presença de pulso.
de resgate em apenas 18 segundos (o tempo necessário para
aplicar 30 compressões) ou menos (com 2 socorristas).         Desfibrilação e uso do DEA/DAE em bebês
Profundidade das compressões torácicas                        2010 (Nova): Para bebês, prefira o uso de um desfibrilador
                                                              manual a um DEA/DAE para desfibrilação. Se não houver um
2010 (Nova): Para obter compressões torácicas eficazes,       desfibrilador manual disponível, prefira um DEA/DAE equipado
os socorristas devem comprimir, no mínimo, um terço           com um atenuador de carga pediátrico. Se nenhum dos dois
do diâmetro anteroposterior do tórax. Isto corresponde,       estiver disponível, use um DEA/DAE sem atenuador de
aproximadamente, a 1½ polegada (cerca de 4 cm) na             carga pediátrico.
maioria dos bebês e cerca de 2 polegadas (5 cm) na            2005 (Antiga): Dados mostram que os DEAs/DAEs podem
maioria das crianças.                                         ser usados com segurança e eficácia em crianças de 1 a 8
2005 (Antiga): Comprimir com força suficiente para deprimir   anos de idade. Porém, os dados são insuficientes para que s
o tórax até, aproximadamente, um terço ou metade de seu       e emita uma recomendação pró ou contra o uso de DEA/DAE
diâmetro anteroposterior.                                     em bebês com menos de 1 ano de idade.


                                                    Des ta q u es d a s Di r etr i zes d a AH A 201 0 p a r a RC P e AC E        19
S A Y R E S P E D I A T R IU L T C P R
     L AV E M C U E R A D A
     Motivo: Relatórios de casos mais recentes sugerem que             • Os profissionais são aconselhados a consultar um
     o DEA/DAE pode ser seguro e eficaz em bebês. Como a                 especialista, se possível, quando administrarem amiodarona
     sobrevivência requer desfibrilação quando ritmos chocáveis/         ou procainamida a pacientes hemodinamicamente estáveis
     desfibriláveis estão presentes durante a PCR, a administração       com arritmias.
     de um choque de carga alta é preferível a nenhum choque.
     As evidências que respaldam a segurança do uso de DEA/DAE         • A definição de taquicardia de complexo largo foi modificada
     em bebês são limitadas.                                             de > 0,08 s para > 0,09 s.

                                                                       Recomendações para monitorização
                                                                       do CO2 exalado
        SUPORTE AVANÇADO DE VIDA
                                                                       2010 (Nova): A detecção do CO2 exalado (capnografia ou
              EM PEDIATRIA                                             colorimetria) é recomendada adjunta à avaliação clínica para
                                                                       confirmar a posição do tubo traqueal em neonatos, bebês
     Resumo dos principais pontos de discussão                         e crianças com ritmo cardíaco de perfusão em todos os
                                                                       ambientes (por exemplo, pré-hospitalar, Serviço de Emergência/
     e alterações                                                      Urgência, UTI, enfermaria, Sala de Cirurgia) e durante o
                                                                       transporte intra ou inter-hospitalar (Figura 3A na página 13).
     • Muitos dos principais problemas na revisão da literatura de
       SAVP resultaram no aprimoramento das recomendações              A monitorização contínua por capnografia ou capnometria,
       existentes, e não de novas recomendações; são fornecidas        se disponível, pode ser benéfica durante a RCP para ajudar
       novas informações para a ressuscitação de bebês e crianças      a orientar o tratamento, especialmente a eficácia das
        com defeitos cardíacos congênitos selecionados e               compressões torácicas (Figura 3B na página 13).
       hipertensão pulmonar.                                           2005 (Antiga): Em bebês e crianças com ritmo de perfusão,
     • Recomenda-se novamente monitorar a capnografia/                 use um detector colorimétrico ou a capnografia para detectar
       capnometria para confirmar o correto posicionamento             CO2 exalado e confirmar a posição do tubo endotraqueal em
       do tubo endotraqueal, podendo ser útil durante a RCP            ambientes pré-hospitalar ou hospitalar e durante o transporte
       para a avaliação e a otimização da qualidade das                intra ou inter-hospitalar.
       compressões torácicas.                                          Motivo: A monitorização do CO2 exalado (capnografia ou
     • O algoritmo de SAVP para a PCR foi simplificado a fim de        colorimetria) geralmente confirma o posicionamento do tubo
       enfatizar a organização do cuidado em torno de períodos         endotraqueal na via aérea e pode indicar mais rapidamente
       de 2 minutos de RCP ininterrupta.                               a colocação incorreta/deslocamento do tubo ET do que a
     • A carga de energia de desfibrilação inicial de 2 a 4 J/kg,      monitorização da saturação de oxi-hemoglobina. Como o
       com formas de onda tanto monofásicas quanto bifásicas,          transporte do paciente aumenta o risco de deslocamento do
       é plausível; para facilitar o treinamento, pode ser usada       tubo, a monitorização contínua do CO2 torna-se especialmente
       uma carga inicial de 2 J/kg (a mesma da recomendação de         importante nesses momentos.
       2005). A segunda carga administrada, e as subsequentes,         Estudos com animais e adultos mostram uma forte correlação
       devem ser de, no mínimo, 4 J/kg. Cargas superiores a 4 J/kg     entre a concentração de PETCO2 e as intervenções que
       (não exceder 10 J/kg ou a carga adulta) também podem ser
                                                                       aumentam o débito cardíaco durante a RCP. Valores de PETCO2
       seguras e eficazes, especialmente se administradas com um
                                                                       consistentemente menores que 10 a 15 mm Hg sugerem
       desfibrilador bifásico.
                                                                       que os esforços devem se concentrar na melhoria das
     • Em vista da crescente evidência da possível nocividade          compressões torácicas e em assegurar que a ventilação
       da alta exposição ao oxigênio, foi adicionada uma nova          não seja excessiva. Uma elevação abrupta e prolongada do
       recomendação de titular o oxigênio inspirado (quando houver     PETCO2 pode ser observada logo antes da identificação clínica
       equipamento apropriado disponível), após o retorno da           do RCE; portanto, a monitorização do PETCO2 pode reduzir a
       circulação espontânea, para manter uma saturação de
                                                                       necessidade de interromper as compressões torácicas para
       oxi-hemoglobina ≥ 94% mas < 100% a fim de limitar o
                                                                       verificar o pulso.
       risco de hiperoxemia.
     • Foram adicionadas novas seções sobre a ressuscitação            Cargas de energia de desfibrilação
       de bebês e crianças com defeito cardíaco congênito,
       inclusive as com ventrículo único, com paliação do              2010 (Nova): É aceitável usar uma carga inicial de 2 a 4 J/kg
       ventrículo único e as com hipertensão pulmonar.                 para a desfibrilação; porém, para facilidade de treinamento,
     • Várias recomendações de medicação foram revisadas.              pode-se usar uma carga inicial de 2 J/kg. Em FV refratária,
       Dentre elas, não administrar cálcio, exceto em circunstâncias   é plausível aumentar a carga. Os níveis de energia subsequentes
       muito específicas, e limitar o uso de etomidato em              devem ser de, no mínimo, 4 J/kg, podendo ser considerados
       choque séptico.                                                 níveis de energia mais altos, desde que não excedam 10 J/kg
     • As indicações para hipotermia terapêutica pós-ressuscitação     ou a carga máxima adulta.
       foram um tanto esclarecidas.                                    2005 (Antiga): Com um desfibrilador manual (monofásico ou
     • Novas considerações de diagnóstico foram desenvolvidas          bifásico), use uma carga de 2 J/kg na primeira tentativa e de
       para morte cardíaca súbita de etiologia desconhecida.           4 J/kg nas tentativas subsequentes.

20   American Heart Association
S AV E M P E D I AT R I A
Motivo: São necessários mais dados para a identificação           oxigenação extracorpórea por membrana (OECM) como
da carga de energia ideal para a desfibrilação pediátrica.        tratamento de resgate nos centros que dispõem desse
Há evidência limitada disponível quanto as cargas de energia      recurso avançado.
eficazes ou máximas para a desfibrilação pediátrica; alguns
dados, porém, sugerem que cargas mais altas podem ser             Controle da taquicardia
seguras e, possivelmente, mais eficazes. Em vista das
evidências limitadas para respaldar uma alteração, a nova         2010 (Nova): A taquicardia de complexo largo estará presente
recomendação envolve uma pequena modificação que permite          se a largura do QRS for > 0,09 segundo.
cargas mais altas, até a carga máxima considerada segura pela     2005 (Antiga): A taquicardia de complexo largo estará
maioria dos especialistas.                                        presente se a largura do QRS for > 0,08 segundo.
Limitar o oxigênio aos níveis normais                             Motivo: Em uma declaração científica recente,6 a duração do
após a ressuscitação                                              QRS foi considerada prolongada quando fosse > 0,09 segundo,
                                                                  para crianças menores de 4 anos, e ≥ 0,1 segundo, para crianças
2010 (Nova): Uma vez restabelecida a circulação, monitore         entre 4 e 16 anos de idade. Por essa razão, o grupo de autores
a saturação arterial da oxi-hemoglobina. Pode ser oportuno,       das diretrizes do SAVP concluiu ser mais apropriado considerar
quando houver equipamento apropriado disponível, titular          como prolongada uma largura de QRS > 0,09 s em pacientes
a administração de oxigênio para manter a saturação               pediátricos. Embora seja improvável que o olho humano perceba
arterial de oxi-hemoglobina ≥ 94%. Havendo equipamento            uma diferença de 0,01 segundo, uma interpretação do ECG
apropriado disponível, uma vez obtido o RCE, ajuste o FIO2        pelo computador pode documentar a largura do QRS
para a concentração mínima necessária para a obtenção             em milissegundos.
de saturação de oxigênio transcutâneo ou arterial ≥ 94%,
com a meta de evitar hiperóxia sem deixar de assegurar a          Medicações durante a PCR e os choques
administração adequada de oxigênio. Como uma saturação
arterial de oxi-hemoglobina de 100% pode corresponder a um        2010 (Nova): A recomendação em relação à administração
PaO2 em qualquer ponto entre aproximadamente 80 e 500 mm          de cálcio é mais firme do que nas Diretrizes anteriores da
Hg, de um modo geral, convém ajustar gradualmente o FIO2          AHA: a administração de cálcio de rotina não é recomendada
quando a saturação for de 100%, contanto que a saturação          para a PCR pediátrica na ausência de hipocalcemia,
possa ser mantida ≥ 94%.                                          overdose documentada de bloqueador dos canais de cálcio,
2005 (Antiga): A hiperóxia e o risco de lesão por reperfusão      hipermagnesemia ou hipercalemia. A administração de cálcio
foram abordados pelas Diretrizes da AHA 2005 para RCP e           de rotina em PCR não produz benefícios e pode ser nociva.
ACE de maneira geral, mas as recomendações de titulação           Está demonstrado que o etomidato facilita a intubação
do oxigênio inspirado não eram tão específicas.                   endotraqueal em bebês e crianças com efeito hemodinâmico
Motivo: De fato, se houver equipamento disponível para            mínimo, mas não é recomendado para uso de rotina em
titular o oxigênio, titule-o para manter a saturação de           pacientes pediátricos com evidência de choque séptico.
oxi-hemoglobina entre 94% e 99%. Dados sugerem que
                                                                  2005 (Antiga): Embora as Diretrizes da AHA 2005 para
a hiperoxemia (isto é, PaO2 alto) acentua a lesão oxidativa
                                                                  RCP e ACE observassem que a administração de cálcio de
observada após a reperfusão de isquemia, como ocorre
após a ressuscitação de uma PCR. O risco de uma lesão             rotina não melhora o resultado da PCR, as palavras “não é
oxidativa pode ser reduzido titulando-se o FIO2 para diminuir     recomendado”, nas Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE,
o PaO2 (o que se consegue monitorando a saturação arterial        expressam uma declaração mais firme e indicam possível
de oxi-hemoglobina) sem deixar de garantir o adequado             nocividade. O etomidato não foi abordado pelas Diretrizes da
teor de oxigênio arterial. Dados recentes de um estudo com        AHA 2005 para RCP e ACE.
adultos5 demonstram resultados piores com hiperóxia após a        Motivo: Evidências mais fortes contra o uso de cálcio
ressuscitação de uma PCR.                                         durante uma PCR ocasionaram maior ênfase em evitar o
Ressuscitação de bebês e crianças com                             uso de rotina desse fármaco, exceto para pacientes com
doença cardíaca congênita                                         hipocalcemia, overdose de bloqueador dos canais de cálcio,
                                                                  hipermagnesemia ou hipercalemia documentadas.
2010 (Nova): Foram adicionadas orientações específicas            A evidência da possível nocividade do uso de etomidato
para a ressuscitação no tratamento da PCR em bebês e              em adultos ou crianças com choque séptico levou à
crianças com anatomia univentricular, fisiologia tipo Fontan ou   recomendação de evitar o uso de rotina nessa situação.
hemi-Fontan/Glenn bidirecional e para bebês e crianças com        O etomidato causa supressão adrenal e a resposta do
hipertensão pulmonar.                                             esteroide endógeno pode ser extremamente importante
2005 (Antiga): Estes tópicos não foram abordados pelas            em pacientes com choque séptico.
Diretrizes da AHA 2005 para RCP e ACE.
                                                                  Cuidados pós-PCR
Motivo: Variantes anatômicas específicas com doença
cardíaca congênita interpõem desafios únicos à ressuscitação.     2010 (Nova): Embora não existam resultados publicados
As Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE delineiam                de ensaios pediátricos aleatórios prospectivos de hipotermia
recomendações para cada um desses cenários clínicos.              terapêutica, com base na evidência em adultos, a hipotermia
Comum a todos os cenários é o possível uso precoce de             terapêutica (até 32°C a 34°C) pode ser benéfica para


                                                        Des ta q u es d a s Di r etr i zes d a AH A 201 0 p a r a RC P e AC E       21
R E S R E S C TA Ç A D N E O N A
     L A Y S U S C IU E R Ã O U L T C P T A L
     adolescentes que permaneçam comatosos após a                         • Previsão da necessidade de ressuscitar: cesariana eletiva
     ressuscitação de uma PCR por FV extra-hospitalar                       (novo tópico)
     presenciada. A hipotermia terapêutica (até 32°C a 34°C)
                                                                          • Avaliação contínua
     também pode ser considerada para bebês e crianças que
     permaneçam comatosos após a ressuscitação de uma PCR.                • Administração de oxigênio suplementar
     2005 (Antiga): Tendo por base a extrapolação de estudos              • Aspiração
     com adultos e neonatos, quando pacientes pediátricos                 • Estratégias de ventilação (sem alterações em relação a 2005)
     permanecerem comatosos após a ressuscitação,
     resfrie-os até 32°C a 34°C por 12 a 24 horas.                        • Recomendações para monitorização do CO2 exalado
     Motivo: Estudos adicionais com adultos continuaram                   • Relação compressão-ventilação
     demonstrando o benefício da hipotermia terapêutica                   • Termorregulação em neonato pré-termo (sem alterações em
     para pacientes comatosos após uma PCR, inclusive para                  relação a 2005)
     aqueles com outros ritmos que não o da FV. São necessários
     dados pediátricos.                                                   • Hipotermia terapêutica pós-ressuscitação

     Avaliação de vítimas com morte                                       • Laqueadura retardada do cordão (nova em 2010)
     cardíaca súbita                                                      • Suspensão ou interrupção dos esforços de ressuscitação
                                                                            (sem alterações em relação a 2005)
     2010 (Novo tópico): Quando ocorrer morte cardíaca súbita
     e inexplicável em uma criança ou um adulto jovem, obtenha
     o histórico médico e familiar prévio (inclusive histórico de         Previsão da necessidade de ressuscitar:
     episódios de síncope, convulsões, acidentes/afogamentos              cesariana eletiva
     inexplicáveis ou morte inesperada súbita com menos de 50
     anos de idade) e consulte os ECGs anteriores. Todos os bebês,        2010 (Nova): Bebês sem fatores de risco pré-natais,
     crianças e adultos jovens com morte inesperada súbita devem,         nascidos por cesariana eletiva sob anestesia regional,
     quando os recursos permitirem, sofrer autópsia completa e            entre a 37ª e a 39ª semana de gestação, têm menor necessidade
     irrestrita, realizada, preferivelmente, por um patologista com       de intubação, mas uma necessidade ligeiramente maior de
     treinamento e experiência em patologia cardiovascular.               ventilação com máscara em comparação com bebês nascidos
     O tecido deve ser preservado para análise genética, a fim
                                                                          de parto vaginal normal. Tais partos devem contar com uma
     de determinar a presença de canalopatia.
                                                                          pessoa capaz de fornecer ventilação com máscara, mas não
     Motivo: Existem crescentes evidências de que alguns                  necessariamente capacitada a realizar intubação neonatal.
     casos de morte súbita de bebês, crianças e adultos jovens
     podem estar associados a mutações genéticas causadoras               Avaliação da frequência cardíaca, frequência
     de defeitos no transporte iônico cardíaco, conhecidos como           respiratória e oxigenação
     canalopatias. Elas podem causar arritmias fatais e seu correto
     diagnóstico pode ser extremamente importante para os                 2010 (Nova): Uma vez iniciada a ventilação por pressão
     parentes vivos.                                                      positiva ou a administração de oxigênio suplementar,
                                                                          a avaliação deve consistir na avaliação simultânea de
                                                                          3 características clínicas: frequência cardíaca, frequência
          RESSUSCITAÇÃO NEONATAL                                          respiratória e avaliação do estado de oxigenação. O estado de
                                                                          oxigenação deve ser determinado, idealmente, por oximetria
                                                                          de pulso, em vez de simples avaliação da cor.
     Resumo dos principais pontos de discussão                            2005 (Antiga): Em 2005, a avaliação se baseava na
     e alterações                                                         frequência cardíaca, na frequência respiratória e na
                                                                          avaliação da cor.
     As PCRs neonatais são predominantemente asfíxicas, motivo
     pelo qual a sequência de ressuscitação A-B-C com relação             Motivo: A avaliação da cor é subjetiva. Agora, há dados
     compressão-ventilação de 3:1 foi mantida, exceto quando há           acerca das tendências normais em saturação de
     etiologia claramente cardíaca. Os principais tópicos neonatais       oxi-hemoglobina monitorada por oximetria de pulso.
     em 2010 foram os seguintes:

     • Uma vez iniciada a ventilação por pressão positiva ou a
       administração de oxigênio suplementar, a avaliação deve
       consistir na avaliação simultânea de 3 características clínicas:
       frequência cardíaca, frequência respiratória e avaliação do
       estado de oxigenação (determinado, idealmente, por oximetria
       de pulso, em vez de avaliação da cor)




22   American Heart Association
R E S S U S C I TA Ç Ã O N E O N ATA L
Oxigênio suplementar                                               positiva expiratória final (PEEP) necessários para estabelecer
                                                                   uma capacidade residual funcional eficaz não foram definidos.
2010 (Nova): A oximetria de pulso, com o sensor/eletrodo           A pressão positiva contínua nas vias aéreas pode ser útil na
colocado na extremidade superior direita, deve ser usada para      transição do bebê pré-termo. O uso da máscara laríngea
avaliar qualquer necessidade de oxigênio suplementar. Para         deverá ser considerado se a ventilação com máscara facial
bebês nascidos a termo, é melhor iniciar a ressuscitação com       falhar e se a intubação traqueal falhar ou não for viável.
ar, em vez de oxigênio a 100%. A administração de oxigênio         Recomendações para monitorização
suplementar deve ser regulada misturando-se oxigênio e ar e        do CO2 exalado
a quantidade a ser administrada deve ter por guia a oximetria
monitorada na extremidade superior direita (isto é, normalmente,   2010 (Nova): Recomenda-se o uso de detectores de CO2
o pulso ou a palma).                                               exalado para confirmar a intubação endotraqueal, embora
2005 (Antiga): Se cianose, bradicardia ou outros sinais            existam falsos negativos raros diante de débito cardíaco
de desconforto forem observados em um recém-nascido                inadequado e falsos positivos por contaminação
respirando durante a estabilização, a administração de             dos detectores.
oxigênio a 100% será indicada enquanto se determina a              2005 (Antiga): Um monitor de CO2 exalado pode ser usado
necessidade de intervenção adicional.                              para verificar o posicionamento do tubo traqueal.
Motivo: Existe, agora, forte evidência de que bebês saudáveis      Motivo: Há mais evidências disponíveis acerca da eficácia
nascidos a termo partam de uma saturação de oxi-hemoglobina        desse dispositivo de monitorização como adjunto para
arterial inferior a 60% e possam levar mais de 10 minutos          confirmar a intubação endotraqueal.
para atingir saturações > 90%. A hiperóxia pode ser tóxica,        Relação compressão-ventilação
particularmente para bebês pré-termo.
Aspiração                                                          2010 (Nova): A relação compressão-ventilação recomendada
                                                                   permanece de 3:1. Se a PCR tiver conhecida etiologia
2010 (Nova): A aspiração imediatamente após o nascimento           cardíaca, uma relação mais alta (15:2) deverá ser considerada.
(inclusive com aspirador nasal) deve ser reservada a bebês         2005 (Antiga): Deve haver uma relação compressão-ventilação
com obstrução óbvia à respiração espontânea ou que                 de 3:1, com 90 compressões e 30 respirações, perfazendo,
requeiram ventilação com pressão positiva. As evidências           aproximadamente, 120 eventos por minuto.
são insuficientes para a recomendação de alteração na              Motivo: A relação compressão-ventilação ideal permanece
prática atual de realizar aspiração endotraqueal em bebês          desconhecida. A relação 3:1 para recém-nascidos facilita a
não vigorosos com fluido amniótico meconial.                       administração do volume-minuto adequado, considerada
2005 (Antiga): A pessoa auxiliando o parto deve aspirar o          crítica para a vasta maioria dos recém-nascidos que sofrem
                                                                   uma PCR asfíxica. A consideração de uma relação 15:2
nariz e a boca do bebê com um aspirador nasal após a saída
                                                                   (com dois socorristas) reconhece que os recém-nascidos com
dos ombros, mas antes da saída do tórax. Bebês recém-nascidos
                                                                   PCR de etiologia cardíaca podem se beneficiar de uma relação
saudáveis e vigorosos, geralmente, não necessitam de aspiração
                                                                   compressão-ventilação mais alta.
após o parto. Quando o fluido amniótico apresentar manchas
de mecônio, aspire a boca, a faringe e o nariz assim que a         Hipotermia terapêutica pós-ressuscitação
cabeça sair (aspiração intraparto), quer o mecônio esteja
ralo ou espesso. Se o fluido contiver mecônio e o bebê tiver       2010 (Nova): Recomenda-se que bebês nascidos com
respiração ausente ou deprimida, tônus muscular diminuído          mais de 36 semanas de gestação com encefalopatia
ou frequência cardíaca < 100/min, realize laringoscopia direta     hipóxico-isquêmica de leve a moderada recebam hipotermia
imediatamente após o nascimento, para aspirar o mecônio            terapêutica. A hipotermia terapêutica deve ser administrada
                                                                   mediante protocolos claramente definidos, similares
residual da hipofaringe (sob visão direta) e intubação/sucção
                                                                   aos utilizados nos ensaios clínicos publicados e nas
da traqueia.
                                                                   instituições com recursos para tratamento multidisciplinar e
Motivo: Não há evidência de que bebês ativos se beneficiem         acompanhamento longitudinal.
da aspiração das vias aéreas, mesmo na presença de mecônio,
                                                                   2005 (Antiga): Estudos recentes com animais e humanos
e há evidência de risco associado a tal aspiração. As evidências   sugerem que a hipotermia (cerebral) seletiva do bebê asfixiado
disponíveis não sustentam nem refutam a aspiração                  pode proteger o cérebro contra lesões. Embora esta seja
endotraqueal de rotina em bebês deprimidos nascidos                uma área de pesquisa promissora, não podemos recomendar
em fluido amniótico meconial.                                      a implementação rotineira até que os devidos estudos
Estratégias de ventilação                                          controlados em humanos sejam realizados.
                                                                   Motivo: Vários ensaios aleatórios multicêntricos controlados
2010 (Sem alterações em relação a 2005): A ventilação              sobre hipotermia induzida (33,5°C a 34,5°C) em recém-nascidos,
com pressão positiva deve ser administrada com pressão             com idade gestacional ≥ 36 semanas, apresentando encefalopatia
suficiente para elevar a frequência cardíaca ou criar expansão      hipóxico-isquêmica de leve a moderada, demonstraram que
torácica; a pressão excessiva pode lesionar com gravidade o        os bebês resfriados tiveram mortalidade significativamente
pulmão pré-termo. No entanto, a pressão ideal, o tempo de          mais baixa e menor deficiência no desenvolvimento neurológico
insuflação, os volumes correntes e a quantidade de pressão         no acompanhamento de 18 meses.


                                                         Des ta q u es d a s Di r etr i zes d a AH A 201 0 p a r a RC P e AC E      23
QUESTÕES ÉTICAS
     Laqueadura retardada do cordão                                    Em situações em que as equipes de SAV do SME estiverem
                                                                       presentes para fornecer cuidados para um adulto com
     2010 (Nova): Existem maiores evidências do benefício de           PCR extra-hospitalar, foi estabelecida uma "regra de SAV
     retardar a laqueadura do cordão por, pelo menos, 1 minuto         para encerramento da ressuscitação", que considera o
     em bebês a termo e pré-termo que não necessitem de                encerramento dos esforços de ressuscitação antes do
     ressuscitação. Há evidência insuficiente para sustentar ou        transporte por ambulância, se todos os seguintes critérios
     refutar uma recomendação de retardar a laqueadura do              forem atendidos:
     cordão umbilical em bebês que necessitem de ressuscitação.        • PCR não presenciada (por qualquer pessoa)
     Suspensão ou interrupção dos                                      • RCP não administrada por nenhuma pessoa presente
     esforços de ressuscitação                                         • Ausência de RCE após cuidados completos de SAV
                                                                         em campo
     2010 (Reafirmação da recomendação de 2005): Em
                                                                       • Nenhum choque aplicado
     um bebê recém-nascido sem frequência cardíaca detectável,
     a qual permaneça indetectável por 10 minutos, é apropriado        A implementação destas regras envolve contatar o controle
     considerar interromper a ressuscitação. A decisão de continuar    médico por telefone quando os critérios forem atendidos.
     os esforços de ressuscitação após 10 minutos de ausência de       Os profissionais do serviço médico de emergência/urgência
     frequência cardíaca deve levar em consideração fatores tais       devem receber treinamento sobre a sensibilidade de
     como a etiologia presumida da PCR, a gestação do bebê,            comunicação do resultado da ressuscitação para a família.
     a presença ou ausência de complicações, o papel potencial         Deve-se buscar apoio para as regras junto a agências
     da hipotermia terapêutica e a prévia expressão de sentimento      colaboradoras, como Serviços de Emergência/Urgência
     dos pais quanto ao risco aceitável de morbidez. Quando a          hospitalares, consultórios de médicos-legistas, diretores
     gestação, o peso ao nascer ou anomalias congênitas estiverem      médicos e a polícia.
     associadas à morte precoce praticamente certa e a uma             2005 (Antiga): Nenhum critério específico havia sido
     morbidez inaceitavelmente alta entre os raros sobreviventes,      estabelecido anteriormente.
     a ressuscitação não é indicada.
                                                                       Motivo: As regras de SBV e SAV para encerramento da
                                                                       ressuscitação foram validadas externamente em vários
                                                                       ambientes de SME nos Estados Unidos, no Canadá e na
                   QUESTÕES ÉTICAS                                     Europa. A implementação dessas regras pode reduzir em
                                                                       40% a 60% a taxa de transporte hospitalar desnecessário,
                                                                       diminuindo, assim, os riscos rodoviários associados, que
     Resumo dos principais pontos de discussão                         colocam em risco os prestados de assistência e o público,
     e alterações                                                      expõem inadvertidamente o pessoal de SME a possíveis
                                                                       riscos biológicos e elevam o custo de preparação do Serviço
     As questões éticas relacionadas à ressuscitação são               de Emergência/Urgência. Nota: nenhum desses critérios foi
     complexas, ocorrendo em diferentes ambientes (intra ou            estabelecido para a PCR pediátrica extra-hospitalar (neonatos,
     extra-hospitalar), entre diferentes prestadores de assistência    bebês ou crianças), visto que nenhum preditor de resultado
     (socorristas leigos ou profissionais de saúde) e envolvendo o     de ressuscitação foi validado para a PCR extra-hospitalar
     início ou o encerramento do suporte básico e/ou avançado          nessa população.
     de vida. Todos os profissionais de saúde devem considerar         Indicadores prognósticos no paciente adulto
     fatores éticos, legais e culturais associados à prestação de
                                                                       pós-PCR tratado com hipotermia terapêutica
     atendimento a indivíduos com necessidade de ressuscitação.
     Embora os profissionais tenham um papel a desempenhar no          2010 (Nova): Nos pacientes de PCR adultos tratados com
     processo de tomada de decisões durante a ressuscitação, eles
                                                                       hipotermia terapêutica, recomenda-se que os sinais clínicos
     devem guiar-se pela ciência, as preferências do indivíduo ou de
                                                                       neurológicos, os estudos eletrofisiológicos, os biomarcadores
     seus representantes, bem como pelas exigências legais e dos
                                                                       e a geração de imagem sejam executados, quando disponíveis,
     programas de ações locais.
                                                                       três dias após a PCR. Atualmente, há evidência limitada para
     Encerramento dos esforços de ressuscitação                        orientar decisões sobre a suspensão do suporte de vida.
     em adultos com PCR extra-hospitalar                               O clínico deve documentar todos os testes prognósticos
                                                                       disponíveis 72 horas após a PCR tratada com hipotermia
     2010 (Nova): Para adultos que sofram PCR extra-hospitalar e       terapêutica e usar seu melhor julgamento clínico, baseado nos
     que estejam recebendo apenas SBV, foi estabelecida a “regra       testes, para tomar a decisão de suspender o suporte de vida,
     de SBV para encerramento de ressuscitação”, que considera o       quando apropriado.
     encerramento do SBV antes do transporte por ambulância, se        2005 (Antiga): Nenhum indicador prognóstico havia sido
     todos os seguintes critérios forem atendidos:                     estabelecido para pacientes sob hipotermia terapêutica.
     • PCR não presenciada pelo profissional do SME ou                 Para aqueles não submetidos à hipotermia terapêutica,
       primeiro socorrista                                             uma meta-análise de 33 estudos do resultado de coma
     • Ausência de RCE após três ciclos completos de RCP               anóxico-isquêmico documentou que os três seguintes
       e análises do DEA/DAE                                           fatores estavam associados a resultados ruins:
     • Nenhum choque aplicado com o DEA/DAE                            • Ausência de resposta pupilar à luz no terceiro dia

24   American Heart Association
T R E I N A M E N T O , I M P L E M E N TA Ç Ã O E E Q U I P E S
• Ausência de resposta motora à dor no terceiro dia                dispostas a executar a RCP convencional, ou ser incapazes
• Ausência bilateral de resposta cortical aos potenciais           de fazê-lo. Além disso, os profissionais devem ser treinados
  evocados somatossensitivos do nervo mediano, quando              para superar as barreiras da administração da RCP
  usados em pacientes normotérmicos comatosos por, pelo            (por exemplo, medo ou pânico diante de uma vítima
  menos, 72 horas após lesão hipóxico-isquêmica                    de PCR real).
A suspensão do suporte de vida é eticamente admissível sob       • Os atendentes/operadores dos serviços médicos de
essas circunstâncias.                                              emergência/urgência devem fornecer instruções por
                                                                   telefone para ajudar as pessoas presentes a reconhecer
Motivo: Com base na limitada evidência disponível, os
                                                                   vítimas de PCR, inclusive vítimas que possam ainda estar
prognosticadores potencialmente seguros de resultado ruim
em pacientes tratados com hipotermia terapêutica após PCR          com gasping, e incentivar tais pessoas a administrar a
 compreendem a ausência bilateral de pico N20 em potencial         RCP, se for provável que ocorra uma parada/paragem.
evocado somatossensitivo ≥ 24 horas após a PCR e a ausência        Os atendentes/operadores podem instruir as pessoas
 de reflexos corneanos e pupilares (ambos) 3 dias ou mais após     presentes não treinadas a aplicar a RCP somente com as
a PCR. A limitada evidência disponível também sugere que           mãos (apenas compressões).
uma pontuação motora de 2 ou menos na Escala de coma de          • As habilidades no suporte básico de vida podem ser
Glasgow no terceiro dia após o RCE sustentado e a presença         aprendidas pelo método "pratique enquanto assiste",
de estado epiléptico são prognosticadores possivelmente não        apresentado em vídeo, tão bem quanto nos tradicionais
confiáveis de resultado ruim em pacientes de PCR tratados          cursos mais longos, ministrados por instrutores.
com hipotermia terapêutica. De modo similar, a recuperação
                                                                 • Para reduzir o tempo até a desfibrilação em vítimas de PCR,
da consciência e das funções cognitivas é possível em alguns
                                                                   o uso do DEA/DAE não deve se limitar apenas a pessoas
pacientes de PCR tratados com hipotermia terapêutica,
                                                                   com treinamento formal em seu uso. No entanto,
a despeito da ausência bilateral ou de presença mínima de
                                                                   o treinamento em DEA/DAE melhora o desempenho
respostas N20 dos potenciais evocados somatossensitivos do
                                                                   na simulação e continua sendo recomendado.
nervo mediano, o que sugere que eles também podem não ser
confiáveis. A confiabilidade dos biomarcadores séricos como      • O treinamento em habilidades de trabalho em equipe e
indicadores prognósticos também é limitada pelo número             liderança deve continuar sendo incluído nos cursos de
relativamente pequeno de pacientes estudados.                      SAVC e SAVP.
                                                                 • Manequins com recursos realistas, como a capacidade de
                                                                   demonstrar expansão torácica e sons respiratórios, gerar
         TREINAMENTO,                                              pulso e pressão arterial e falar podem ser úteis para a
                                                                   integração de conhecimento, habilidades e comportamentos
    IMPLEMENTAÇÃO E EQUIPES                                        exigidos no treinamento em SAVC e SAVP. Há, contudo,
                                                                   evidência insuficiente para a recomendação de seu uso
                                                                   rotineiro nos cursos.
“Treinamento, implementação e equipes” é uma nova seção
das Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE, que aborda o          • Não se devem usar exclusivamente avaliações escritas
crescente 'corpus' de evidências que orientam as melhores          para avaliar a competência de um participante de um curso
práticas de ensino e aprendizado na capacitação em                 de suporte avançado de vida (SAVC ou SAVP); é necessário
ressuscitação, a implementação da Cadeia de Sobrevivência          também avaliar o desempenho prático.
e as melhores práticas relacionadas a equipes e sistemas         • A avaliação formal deve continuar sendo incluída nos cursos
de tratamento. Como estas informações, provavelmente,              de ressuscitação, tanto como método para avaliar o êxito do
influenciarão o conteúdo e o formato do curso,                     aluno em atingir os objetivos de aprendizado quanto para
as recomendações são destacadas aqui.                              avaliar a eficácia do curso.
Resumo das principais questões                                   • Dispositivos para ressuscitação cardiopulmonar imediata e
                                                                   de feedback podem ser úteis no treinamento de socorristas
As principais recomendações e pontos de ênfase desta seção         e como parte de uma estratégia geral de melhoria da
compreendem:                                                       qualidade da RCP em PCRs reais.
• O atual período de certificação de 2 anos para cursos de       • A reunião de consolidação é uma técnica não intimidadora,
  suporte básico e avançado de vida deve incluir a avaliação       com enfoque no aluno, que ajuda cada socorrista e as
  periódica do conhecimento e das capacitações dos                 equipes a refletirem sobre o desempenho e melhorá-lo.
  socorristas, com reforço ou reciclagem das informações,          A reunião de consolidação deve ser incluída nos cursos
  conforme a necessidade. O momento e o método ideais              de SAV para facilitar o aprendizado e pode ser usada para
  para essa reavaliação e esse reforço não são conhecidos          examinar o desempenho no ambiente clínico e melhorar o
  e justificam mais investigação.                                  desempenho subsequente.
• Os métodos para aumentar a disposição das pessoas              • Abordagens baseadas em sistemas para melhorar
  presentes para executar uma RCP incluem treinamento              o desempenho da ressuscitação, como sistemas de
  formal em RCP.                                                   tratamento regionais e sistemas de resposta rápida ou
• A RCP somente com as mãos (apenas compressões) deve              equipes médicas de emergência/urgência, podem ser úteis
  ser ensinada para aquelas pessoas que possam não estar           para reduzir a variabilidade na sobrevivência à PCR.


                                                       Des ta q u es d a s Di r etr i zes d a AH A 201 0 p a r a RC P e AC E      25
PRIMEIROS SOCORROS
     Dois anos é um intervalo longo demais para a                       Aprendizado de habilidades para trabalho em
     prática e a reavaliação de habilidades                             equipe em SAVC e SAVP
     2010 (Nova): O desempenho das habilidades deve ser                 2010 (Nova): O treinamento em suporte avançado de vida
     avaliado durante a certificação de 2 anos, fornecendo-se           deve incluir a prática de trabalho em equipe.
     reforço, se necessário. O momento e o método ideais para           Motivo: As habilidades de ressuscitação são, muitas vezes,
     essa reavaliação e esse reforço não são conhecidos.
                                                                        executadas simultaneamente, devendo os profissionais de
     Motivo: A qualidade do treinamento e a frequência de               saúde ser capazes de trabalhar de modo colaborativo para
     retreinamento do socorrista são fatores críticos para melhorar     minimizar as interrupções nas compressões torácicas.
     a eficácia da ressuscitação. O ideal é que o retreinamento não     As habilidades de trabalho em equipe e liderança continuam
     fique limitado a intervalos de 2 anos. É necessária uma            sendo importantes, sobretudo em cursos avançados que
     renovação mais frequente das habilidades, com um                   incluem profissionais de SAVC e SAVP.
     compromisso de manter uma certificação similar àquela
     adotada por muitas organizações de credenciamento na               Treinamento não exigido para usar o DEA/DAE
     área de saúde. Instrutores e participantes devem estar
     cientesde que a conclusão bem-sucedida de um curso de              2010 (Nova): O uso de um DEA/DAE não exige treinamento,
     ACE da AHA é apenas o primeiro passo para se atingir e             embora o treinamento melhore o desempenho.
     manter a competência. Os cursos de ACE da American Heart           Motivo: Estudos baseados em manequins demonstram
     Association devem fazer parte de um processo maior de              que os DEAs/DAEs podem ser corretamente operados sem
     treinamento contínuo e melhoria permanente da qualidade            treinamento prévio. Permitir o uso de DEAs/DAEs por pessoas
     que reflita as necessidades e práticas de indivíduos e sistemas.   presentes não treinadas pode ser benéfico e salvar vidas.
     O melhor método para ajudar os socorristas a manter as             Como o treinamento, por mínimo que seja, demonstrou
     habilidades de ressuscitação exigidas é, ainda, desconhecido.      melhorar o desempenho em PCRs simuladas, devem-se
     Aprender com perícia                                               oferecer e promover oportunidades de treinamento para
                                                                        socorristas leigos.
     2010 (Nova): Novos dispositivos para RCP imediata e de             Melhoria contínua da qualidade dos programas
     feedback podem ser úteis no treinamento de socorristas e
     como parte de uma estratégia geral de melhoria da qualidade        de ressuscitação
     da RCP em PCRs e ressuscitações reais. O treinamento
     da complexa combinação de habilidades necessária para              2010 (Nova): Os sistemas de ressuscitação devem estabelecer
     a adequada execução de compressões torácicas deve se               avaliação e melhoria contínuas do sistema de tratamento.
     concentrar em demonstrar perícia.                                  Motivo: Há evidência de considerável variação regional na
     Motivo: Manter o foco durante uma RCP nas três                     incidência e no resultado de PCR relatados nos Estados
     características de frequência, profundidade e retorno do tórax,    Unidos. Tal variação é evidência ainda maior da necessidade
     bem como minimizar interrupções, é um desafio complexo,            de que as comunidades e os sistemas identifiquem cada
     mesmo para profissionais altamente treinados, e, por isso,         ocorrência de PCR tratada e avaliem os resultados.
     deve receber a devida atenção no treinamento. As Diretrizes        Também sugere mais oportunidades de melhorar as
     da AHA 2010 para RCP e ACE colocaram renovada ênfase em            taxas de sobrevivência em muitas comunidades.
     assegurar que as compressões torácicas sejam executadas            Programas de ressuscitação comunitários e baseados em
     corretamente. Simplesmente treinar para “comprimir com força       hospitais devem monitorar sistematicamente as PCRs,
     e rapidez” pode não ser adequado para garantir compressões
                                                                        o nível do suporte de ressuscitação fornecido e o resultado.
     torácicas excelentes. O uso de dispositivos para RCP imediata
                                                                        A melhoria contínua da qualidade compreende avaliação e
     e de feedback durante o treinamento pode melhorar o
                                                                        feedback sistemáticos, mensuração ou definição e interpretação
     aprendizado e a retenção do conteúdo.
                                                                        de marcos de referência e esforços para otimizar o suporte
     Superar as barreiras ao desempenho                                 e o auxílio de ressuscitação, a fim de diminuir o hiato entre o
                                                                        desempenho de ressuscitação ideal e real.
     2010 (Nova): O treinamento deve abordar as barreiras que
     interferem na disposição das pessoas presentes a tentar
     executar a RCP.
     Motivo: Muitos temores de potenciais socorristas podem ser                  PRIMEIROS SOCORROS
     atenuados pela instrução sobre os riscos reais aos prestadores
     de assistência e à vítima da ressuscitação. Informações
     instrutivas podem ajudar a aumentar a probabilidade de             As Diretrizes 2010 de Primeiros Socorros foram, mais uma
     que pessoas já treinadas em SBV tentem a ressuscitação.            vez, desenvolvidas pela American Heart Association (AHA) em
     Respostas frequentes identificadas em estudos de pessoas           conjunto com a Cruz Vermelha Americana (ARC, American Red
     que presenciam PCRs reais são medo e pânico. Por isso, os          Cross). As Diretrizes da AHA/ARC 2010 para Primeiros Socorros
     programas de treinamento devem identificar métodos que             se baseiam em planilhas (revisões atualizadas da literatura)
     reduzam essas respostas. As instruções fornecidas pelo             sobre tópicos selecionados, sob os auspícios de um Conselho
     atendente/operador dos serviços médicos de emergência/             Consultivo Internacional em Ciência dos Primeiros Socorros,
     urgência devem identificar e utilizar métodos de comprovada        composto por 30 organizações de primeiros socorros;
     eficácia para instruir e motivar os possíveis prestadores de       este processo é diferente daquele usado para o Consenso
     assistência a agir.                                                Internacional da ILCOR


26   American Heart Association
PRIMEIROS SOCORROS
sobre a Ciência da RCP e ACE com Recomendações de               de primeiros socorros aprendam os sinais e sintomas de
Tratamento e não fazia parte do processo da ILCOR.              anafilaxia e o uso correto de um injetor automático de
Para os objetivos das Diretrizes da AHA/ARC 2010 para           epinefrina para que possam ajudar a vítima.
Primeiros Socorros, o Conselho Consultivo em Ciência de         Motivo: A epinefrina pode salvar a vida de uma vítima de
Primeiros Socorros definiu os primeiros socorros como as        anafilaxia, mas aproximadamente 18% a 35% das vítimas
avaliações e intervenções que podem ser realizadas por uma      que apresentam sinais ou sintomas de anafilaxia podem
pessoa presente (ou pela vítima) com equipamento médico         precisar de uma segunda dose de epinefrina. O diagnóstico
mínimo ou absolutamente nenhum. Define-se o prestador de        de anafilaxia pode ser desafiador, mesmo para profissionais,
primeiros socorros como alguém com treinamento formal em        e a administração excessiva de epinefrina pode produzir
primeiros socorros, em cuidados de emergência/urgência ou       complicações (por exemplo, agravamento de isquemia ou
em medicina, e que presta os primeiros socorros.                arritmias miocárdicas) se ministrada a pacientes que não
                                                                têm anafilaxia (por exemplo, se ministrada a um paciente
Resumo dos principais pontos de discussão
                                                                com SCA). Portanto, o prestador de primeiros socorros é
e alterações                                                    incentivado a acionar o sistema de SME antes de administrar
                                                                uma segunda dose de epinefrina.
Os principais tópicos das Diretrizes da AHA/ARC 2010 para
Primeiros Socorros compreendem                                  Administração de aspirina para
• Administração de oxigênio suplementar                         desconforto torácico
• Epinefrina e anafilaxia
                                                                2010 (Nova): Os prestadores de primeiros socorros são
• Administração de aspirina para desconforto torácico (novo)    incentivados a acionar o sistema de SME sempre que
                                                                estiverem diante de alguém com desconforto torácico.
• Torniquetes e controle de hemorragias
                                                                Enquanto aguardam a chegada do SME, os prestadores de
• Agentes hemostáticos (novo)                                   primeiros socorros devem aconselhar o paciente a mastigar
• Picadas de cobra                                              uma aspirina adulta (sem revestimento entérico) ou duas
• Ferroadas de água-viva (novo)                                 aspirinas infantis de dosagem mais baixa, se o paciente
                                                                não tiver histórico de alergia à aspirina ou de hemorragia
• Emergências relacionadas ao calor                             gastrointestinal recente.
Os tópicos cobertos pelas Diretrizes 2010, mas sem novas        Motivo: A aspirina é benéfica quando o desconforto torácico
recomendações em relação a 2005, são o uso de inaladores        se deve a uma SCA. Pode ser muito difícil, mesmo para
para dificuldades respiratórias, convulsões, ferimentos e       profissionais, determinar se o desconforto torácico é de origem
abrasões, queimaduras e bolhas, estabilização da coluna
                                                                cardíaca. A administração de aspirina, portanto, nunca deve
vertebral, lesões musculoesqueléticas, lesões dentárias,
                                                                retardar o acionamento do SME.
emergências relacionadas ao frio e emergências por
envenenamento.                                                  Torniquetes e controle de hemorragias
Oxigênio suplementar                                            2010 (Sem alterações em relação a 2005): Devido aos
                                                                possíveis efeitos adversos de torniquetes e à dificuldade de
2010 (Sem alterações em relação a 2005): A
                                                                sua correta aplicação, seu uso para controlar hemorragias das
administração de rotina de oxigênio suplementar não é
                                                                extremidades é indicado somente se a aplicação de pressão
recomendada como medida de primeiros socorros para falta
                                                                direta não for eficaz ou possível e se o prestador de primeiro
de ar e desconforto torácico.
                                                                socorros tiver treinamento no uso de torniquete.
2010 (Nova): A administração de oxigênio suplementar
                                                                Motivo: São várias as experiências com o uso de torniquetes
deve ser considerada como parte dos primeiros socorros
                                                                para controlar hemorragias em campos de batalha e não há
a mergulhadores com lesão por descompressão.
                                                                dúvida de que eles funcionam nas circunstâncias corretas e
Motivo: Como em 2005, não foi encontrada qualquer               com o treinamento adequado. No entanto, não existem dados
evidência que corroborasse o benefício da administração de      sobre o uso de torniquetes por prestadores de primeiros
oxigênio suplementar como medida de primeiros socorros          socorros. Os efeitos adversos dos torniquetes, que podem
para vítimas com falta de ar ou desconforto torácico.           incluir isquemia e gangrena da extremidade, bem como
Foram encontradas evidências (nova em 2010) do possível         choque ou até mesmo a morte, parecem estar relacionados
benefício de oxigênio suplementar para mergulhadores com        à quantidade de tempo que permanecem aplicados e sua
lesão por descompressão.                                        eficácia é parcialmente dependente do tipo de torniquete.
Epinefrina e anafilaxia                                         Em geral, torniquetes especialmente projetados são melhores
                                                                do que os improvisados.
2010 (Nova): Nova em 2010 é a recomendação de que, se           Agentes hemostáticos
persistirem os sintomas de anafilaxia apesar da administração
de epinefrina, os prestadores de primeiros socorros devem       2010 (Nova): O uso de rotina de agentes hemostáticos para
procurar assistência médica antes de administrar uma segunda    controlar hemorragia como medida de primeiros socorros não
dose de epinefrina.                                             é recomendado atualmente.
2005 (Antiga): Como em 2005, as Diretrizes da AHA/ARC           Motivo: Apesar do fato de diversos agentes hemostáticos
2010 para Primeiros Socorros recomendam que os prestadores      serem eficazes no controle de hemorragias, seu uso não

                                                      Des ta q u es d a s Di r etr i zes d a AH A 201 0 p a r a RC P e AC E       27
RESUMO
     é recomendado como medida de primeiros socorros para                                           RESUMO
     o controle de hemorragias devido a uma significativa
     variabilidade na eficácia e no potencial de efeitos adversos,
     inclusive destruição tecidual com indução de estado                 Nos anos que se passaram desde a publicação das
     pró-embólico e possível lesão térmica.                              Diretrizes da AHA 2005 para RCP e ACE, muitos sistemas
     Picadas de cobra                                                    de ressuscitação e comunidades documentaram uma maior
                                                                         sobrevivência das vítimas de PCR. Contudo, pouquíssimas
     2010 (Nova): A aplicação de uma atadura de imobilização por         vítimas de PCR recebem manobra de RCP das pessoas que
     pressão, com pressão entre 40 e 70 mmHg na extremidade              presenciam o ataque. Sabemos que a qualidade da RCP
     superior e 55 e 70 mmHg na extremidade inferior, em torno de        deve ser alta e que as vítimas requerem excelentes cuidados
     toda a extensão da extremidade picada, é uma maneira eficaz         pós-PCR por equipes organizadas com membros que
     e segura de retardar o fluxo linfático e, por conseguinte,          trabalhem bem juntos. Treinamento e cursos de reciclagem
     a disseminação do veneno.                                           frequentes são, provavelmente, as chaves para melhorar o
     2005 (Antiga): Em 2005, o uso de ataduras de imobilização           desempenho da ressuscitação. No ano do cinquentenário
     por pressão para retardar a disseminação da toxina era              do marco representado pela publicação da descrição,
     recomendado apenas para vítimas de picadas de cobra                 por Kouvenhouven, Jude e Knickerbocker, do êxito da
     com veneno neurotóxico.                                             compressão torácica fechada,4 devemos, todos, nos dedicar
     Motivo: A eficácia da imobilização por pressão está,                a melhorar a frequência de RCPs executadas pelos que
     agora, demonstrada para picadas de outras cobras                    presenciam a PCR e a qualidade de todos os cuidados
     venenosas americanas.                                               durante e após a PCR.

     Ferroadas de água-viva
     2010 (Nova): Para inativar a carga de veneno e impedir
     mais envenenamento, as ferroadas de água-viva devem ser
                                                                                               REFERÊNCIAS
     lavadas com vinagre abundante (solução de ácido acético
     de 4 a 6%) tão logo possível e por, no mínimo, 30 segundos.         1. Field JM, Hazinski MF, Sayre M, et al. Part 1: Executive Summary
     Após a remoção ou desativação dos nematocistos, a dor das              of 2010 AHA Guidelines for CPR and ECC. Circulation. No prelo.
     ferroadas de água-viva deverá ser tratada com imersão em
                                                                         2. Hazinski MF, Nolan JP, Billi JE, et al. Part 1: Executive Summary:
     água quente, quando possível.
                                                                            2010 International Consensus on Cardiopulmonary Resuscitation
     Motivo: Há duas ações necessárias para o tratamento                    and Emergency Cardiovascular Care Science With Treatment
     de ferroadas de água-viva: prevenir mais descarga de                   Recommendations. Circulation. No prelo.
     nematocistos e aliviar a dor. Diversos tratamentos tópicos têm      3. Nolan JP, Hazinski MF, Billi JE, et al. Part 1: Executive Summary:
     sido usados, mas uma avaliação crítica da literatura mostra que        2010 International Consensus on Cardiopulmonary Resuscitation
      o vinagre é o mais eficaz para inativar os nematocistos.              and Emergency Cardiovascular Care Science With Treatment
     Imersão em água, o mais quente que se puder tolerar, por cerca         Recommendations. Resuscitation. No prelo.
      de 20 minutos, é o tratamento mais eficaz para a dor.              4. Kouwenhoven WB, Jude JR, Knickerbocker GG. Closed-chest
                                                                            cardiac massage. JAMA. 1960;173:1064-1067.
     Emergências relacionadas ao calor
                                                                         5. Kilgannon JH, Jones AE, Shapiro NI, et al. Association between
                                                                            arterial hyperoxia following resuscitation from cardiac arrest and
     2010 (Sem alterações em relação a 2005): Os primeiros
                                                                            in-hospital mortality. JAMA. 2010;303:2165-2171.
     socorros para cãibras relacionadas com o calor compreendem
     descansar, refrescar-se e beber uma mistura de carboidratos         6. Surawicz B, Childers R, Deal BJ, et al. AHA/ACCF/HRS
     e eletrólitos que pode incluir suco, leite ou alguma bebida            Recommendations for the Standardization and Interpretation of the
                                                                            Electrocardiogram, Part III: Intraventricular Conduction Disturbances.
     industrializada com carboidratos e eletrólitos em sua composição.
                                                                            Circulation. 2009;119:e235-e240.
     Alongar, fazer compressas de gelo e massagear os músculos
     doloridos são ações que podem ser úteis. A exaustão devida
     ao calor deve ser tratada com vigor fazendo com que a vítima
     se deite em um local fresco, removendo-lhe o maior número
     possível de peças de roupa, resfriando-a preferivelmente por
     imersão em água fria e acionando o SME. A intermação/golpe
     de calor requer cuidados de emergência/urgência por parte
     dos prestadores de SME, incluindo tratamento com fluido
     intravenoso. O prestador de primeiros socorros não deve tentar
     forçar a vítima de intermação/golpe de calor a ingerir líquidos.
     Motivo: As Diretrizes da AHA/ARC 2010 para Primeiros
     Socorros dividiram as emergências relacionadas ao calor em
     três categorias de gravidade crescente: cãibras devidas ao
     calor, exaustão devida ao calor e, a mais grave, intermação/
     golpe de calor. Os sinais de intermação/golpe de calor incluem
     os de exaustão devida ao calor e sinais de acometimento
     do sistema nervoso central. Em consequência disso,
     a intermação/golpe de calor requer cuidados de emergência/
     urgência, inclusive tratamento com fluido intravenoso.

28   American Heart Association
H E A LT H C A R E P R O V I D E R B L S
Para obter mais informações sobre
outros programas da American
Heart Association,
entre em contato conosco:

www.heart.org/cpr


                                             7272 Greenville Avenue
                                    Dallas, Texas 75231-4596 U.S.A.
                                                     www.heart.org

                                                     KJ-0872   10/10
                                                     PT-BR

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Educação Permanente em Enfermagem

  • 1. D e st aq u es d a s D i r et r i ze s da American Heart Association 2010 para R C P e A C E Índice Principais questões enfrentadas por todos os socorristas 1 RCP de adulto por socorrista leigo 3 SBV para profissionais de saúde 5 Terapias elétricas 9 Técnicas e dispositivos de RCP 12 Suporte avançado de vida cardiovascular 13 Síndromes coronárias agudas 17 AVE/AVC 18 Suporte básico de vida em pediatria 18 Suporte avançado de vida em pediatria 20 Ressuscitação neonatal 22 Questões éticas 24 Treinamento, implementação e equipes 25 Primeiros socorros 26 Resumo 28
  • 2. Editor Mary Fran Hazinski, RN, MSN Assistência editorial Leon Chameides, MD Robin Hemphill, MD, MPH Ricardo A. Samson, MD Stephen M. Schexnayder, MD Elizabeth Sinz, MD Colaborador Brenda Schoolfield Presidentes e copresidentes do grupo de autores das diretrizes Michael R. Sayre, MD Marc D. Berg, MD Robert A. Berg, MD Farhan Bhanji, MD John E. Billi, MD Clifton W. Callaway, MD, PhD Diana M. Cave, RN, MSN, CEN Brett Cucchiara, MD Jeffrey D. Ferguson, MD, NREMT-P Robert W. Hickey, MD Edward C. Jauch, MD, MS John Kattwinkel, MD Monica E. Kleinman, MD Peter J. Kudenchuk, MD Mark S. Link, MD Laurie J. Morrison, MD, MSc Robert W. Neumar, MD, PhD Robert E. O’Connor, MD, MPH Mary Ann Peberdy, MD Jeffrey M. Perlman, MB, ChB Thomas D. Rea, MD, MPH Michael Shuster, MD Andrew H. Travers, MD, MSc Terry L. Vanden Hoek, MD Editores da versão em português Hélio Penna Guimarães, MD, FACP, FAHA Paulo Carvalho, MD Barbara Aires Mateus, RN Juarez Barbisan, MD, PHD Denis Cristian Toledo Corrêa Daniel Dewes, MD Luiz Roberto Braun Filho, MD Cecília Korb, MD Lígia Nasi Laranjeira Patricia Howell Monteiro, MD Roberto de Moraes Junior, MD Antonio Claudio Oliveira Sonia Ferreira de Sousa, RN © 2010 American Heart Association
  • 3. P R I N C I PA I S Q U E S T Õ E S PRINCIPAIS QUESTÕES sta publicação com os “Destaques das Diretrizes” ENFRENTADAS POR E resume os principais pontos de discussão e alterações nas Diretrizes de 2010 da American Heart Association (AHA) para Ressuscitação TODOS OS SOCORRISTAS Cardiopulmonar (RCP) e Atendimento Cardiovascular de Emergência (ACE). Ela foi desenvolvida para que os Esta seção resume as principais questões discutidas nas Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE, principalmente profissionais que executam a ressuscitação e os instrutores aquelas referentes ao suporte básico de vida (SBV) enfrentadas da AHA possam se concentrar na ciência da ressuscitação por todos os socorristas, sejam eles profissionais de saúde e nas recomendações das diretrizes mais importantes ou ou socorristas leigos. As Diretrizes da AHA 2005 para RCP e controversas ou que resultem em mudanças na prática ou no ACE enfatizavam a importância de compressões torácicas de treinamento da ressuscitação. Além disso, explica o raciocínio alta qualidade (a uma frequência e profundidade adequadas, adotado nas recomendações. permitindo retorno total do tórax após cada compressão e Como esta publicação foi concebida como um resumo, com interrupção mínima nas compressões torácicas). Estudos ela não menciona os estudos de apoio publicados e não publicados antes e desde 2005 demonstram que (1) a qualidade informa Classes de Recomendações ou Níveis de Evidência. das compressões torácicas continua necessitando de melhoria, Para obter informações e referências mais detalhadas, embora a implementação das Diretrizes da AHA 2005 para RCP incentivam-se a leitura das Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE tenha sido associada a uma melhor qualidade de RCP e ACE, inclusive o Resumo Executivo1, publicado on-line na e maior sobrevivência; (2) existe uma variação considerável na Circulation em outubro de 2010, e a consulta ao resumo sobrevivência à PCR extra-hospitalar entre os serviços médicos de emergência/urgência (SME); e (3) a maioria das vítimas de detalhado da ciência da ressuscitação no Consenso Científico PCR súbita extra-hospitalar não recebe nenhuma manobra de Internacional de 2010 sobre RCP e ACE, com recomendações RCP de pessoas presentes no local. As alterações de tratamento, publicado, simultaneamente, na Circulation2 recomendadas nas Diretrizes da AHA 2010 para RCP e e na Resuscitation.3 ACE tentam dar conta dessas questões e, também, fazem Este ano marca o 50º aniversário da primeira publicação recomendações para melhorar o resultado da PCR por meio médica revisada por pares, documentando a sobrevivência de uma nova ênfase nos cuidados pós-PCR. após compressão torácica fechada para PCR4, e os Ênfase permanente em RCP de alta qualidade especialistas e profissionais que trabalham com ressuscitação se mantêm dedicados a fim de reduzir morte e incapacitação As Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE enfatizam, mais provocadas por doenças cardiovasculares e AVE/AVC. uma vez, a necessidade de uma RCP de alta qualidade, Pessoas presentes no local, primeiros socorristas e profissionais incluindo: de saúde desempenham, todos, papéis importantes • Frequência de compressão mínima de 100/minuto (em vez na aplicação da RCP em vítimas de PCR. Além disso, de "aproximadamente" 100/minuto, como era antes). profissionais especialistas podem fornecer excelentes cuidados peri e pós-PCR. • Profundidade de compressão mínima de 2 polegadas (5 cm), em adultos, e de, no mínimo, um terço do diâmetro As Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE se baseiam anteroposterior do tórax, em bebês e crianças em um processo internacional de avaliação de evidências, (aproximadamente, 1,5 polegada [4 cm] em bebês e 2 envolvendo centenas de cientistas e especialistas em polegadas [5 cm] em crianças). Observe que a faixa de ressuscitação de todo o mundo que avaliaram, discutiram 1½ a 2 polegadas não é mais usada para adultos, e a e debateram milhares de publicações revisadas por pares. profundidade absoluta especificada para crianças e bebês é O Quadro 1 contém informações sobre o processo de maior do que nas versões anteriores das Diretrizes da AHA avaliação de evidências de 2010. para RCP e ACE. QUADRO 1 Processo de avaliação de evidências As Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE se baseiam em uma ampla revisão da literatura sobre ressuscitação e diversos debates e discussões com especialistas internacionais em ressuscitação e membros do Comitê e Subcomitês de ACE da AHA. O Consenso Internacional ILCOR 2010 sobre a Ciência da RCP e ACE com Recomendações de Tratamento, simultaneamente publicado na Circulation2 e Resuscitation,3 resume o consenso internacional que interpretou dezenas de milhares de estudos de ressuscitação revisados por pares. Este processo internacional de avaliação de evidências, ocorrido em 2010, envolveu 356 especialistas em ressuscitação de 29 países, que analisaram, discutiram e debateram a pesquisa em ressuscitação em encontros presenciais, teleconferências e sessões on-line ("webinars") durante um período de 36 meses, incluindo a Conferência do Consenso Internacional 2010 sobre a Ciência da RCP e ACE com Recomendações de Tratamento, realizada em Dallas, no estado do Texas, no início de 2010. Especialistas em planilhas produziram 411 revisões de evidências científicas de 277 tópicos em ressuscitação e atendimento cardiovascular de emergência (ACE). O processo incluiu a avaliação estruturada de evidências, análise e catalogação da literatura. Incluiu, também, uma rigorosa divulgação e gestão de possíveis conflitos de interesse. As Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE1 contêm as recomendações dos especialistas para a aplicação do Consenso Internacional sobre a Ciência da RCP e ACE com Recomendações de Tratamento considerando a eficácia, a facilidade de ensino e aplicação e fatores dos sistemas locais. Des ta q u es d a s Di r etr i zes d a AH A 201 0 p a r a RC P e AC E 1 4
  • 4. PRI RE PCUER ADU Õ S L A YN C I S A I S Q U E S TL TE C P R • Retorno total do tórax após cada compressão ciclo de 30 compressões torácicas, ou, aproximadamente, 18 segundos; quando dois socorristas estiverem presentes • Minimização das interrupções nas compressões torácicas para a ressuscitação do bebê ou da criança, o atraso será • Evitar excesso de ventilação ainda menor). Não houve alteração na recomendação referente à relação A maioria das vítimas de PCR extra-hospitalar não recebe compressão-ventilação de 30:2 para um único socorrista de nenhuma manobra de RCP das pessoas presentes. adultos, crianças e bebês (excluindo-se recém-nascidos). Existem, provavelmente, muitas razões para isso, mas um As Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE continuam empecilho pode ser a sequência A-B-C, que começa com recomendando que as ventilações de resgate sejam aplicadas os procedimentos que os socorristas acham mais difíceis, em, aproximadamente, 1 segundo. Assim que houver uma via a saber, a abertura da via aérea e a aplicação de ventilações. aérea avançada colocada, as compressões torácicas poderão Começar com compressões torácicas pode encorajar mais ser contínuas (a uma frequência mínima de 100/minuto) e não socorristas a iniciar a RCP. mais alternadas com ventilações. As ventilações de resgate, O suporte básico de vida, normalmente, é descrito como uma então, poderão ser aplicadas à frequência de cerca de uma sequência de ações, e isso continua válido para o socorrista ventilação a cada 6 ou 8 segundos (cerca de 8 a 10 ventilações que atua sozinho. A maioria dos profissionais de saúde, por minuto). Deve-se evitar ventilação excessiva. contudo, trabalha em equipe, cujos membros, geralmente, executam as ações de SBV simultaneamente. Um socorrista, Alteração de A-B-C para C-A-B por exemplo, inicia imediatamente as compressões torácicas, enquanto outro socorrista busca um DEA/DAE (desfibrilador As Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE recomendam uma automático externo) e chama o serviço de ambulância e um alteração na sequência de procedimentos de SBV de A-B-C terceiro abre a via aérea e aplica ventilações. (via aérea, respiração, compressões torácicas) para C-A-B (compressões torácicas, via aérea, respiração) em adultos, Os profissionais de saúde são, novamente, incentivados a crianças e bebês (excluindo-se recém-nascidos — consulte a adequar as ações de resgate à causa mais provável da PCR. seção Ressuscitação neonatal). Essa alteração fundamental Por exemplo, se um profissional de saúde testemunhar, na sequência de RCP exigirá novo treinamento de todos os já sozinho, o colapso repentino de uma vítima, poderá treinados em RCP mas o consenso entre os autores das Diretrizes , presumir que a vítima sofreu uma PCR primária com um de 2010 da AHA e os especialistas é de que o benefício valerá ritmo chocável/desfibrilável e deverá acionar imediatamente o esforço. o serviço de emergência/urgência, buscar um DEA/DAE e retornar à vítima para aplicar a RCP e usar o DEA/DAE. Motivo: A vasta maioria das PCRs ocorre em adultos, e as Porém, para uma suposta vítima de PCR asfíxica, como em taxas mais altas de sobrevivência à PCR envolvem pacientes casos de afogamento, a prioridade seria aplicar compressões de todas as faixas etárias cuja parada/paragem foi presenciada torácicas com ventilação de resgate por cerca de 5 ciclos por outras pessoas, com ritmo inicial de fibrilação (aproximadamente 2 minutos) antes de acionar o serviço ventricular (FV) ou taquicardia ventricular (TV) sem pulso. de emergência/urgência. Nesses pacientes, os elementos iniciais críticos de SBV são compressões torácicas e a desfibrilação precoce. Duas partes novas nas Diretrizes da AHA 2010 para RCP e Na sequência A-B-C, as compressões torácicas, muitas vezes, ACE são: Cuidados Pós-PCR e Treinamento, implementação são retardadas enquanto o socorrista abre a via aérea para e equipes. A importância dos cuidados pós-PCR é enfatizada aplicar respiração boca a boca, recupera um dispositivo de pela inclusão de um novo quinto elo na Cadeia de Sobrevivência barreira ou reúne e monta o equipamento de ventilação. Com a de Adultos em ACE da AHA (Figura 1). Veja o resumo das alteração da sequência para C-A-B, as compressões torácicas principais recomendações contidas nessas novas partes nas serão iniciadas mais cedo e o atraso na ventilação será mínimo seções Cuidados Pós-PCR e Treinamento, implementação e (isto é, somente o tempo necessário para aplicar o primeiro equipes desta publicação. Figura 1 Cadeia de Sobrevivência de ACE Adulto da AHA Os elos na nova Cadeia de Sobrevivência de ACE Adulto da AHA são: 1. Reconhecimento imediato da PCR e acionamento do serviço de emergência/urgência 2. RCP precoce, com ênfase nas compressões torácicas 3. Rápida desfibrilação 4. Suporte avançado de vida eficaz 5. Cuidados pós-PCR integrados 2 3 American Heart Association
  • 5. R C P D E A D U LT O P O R S O C O R R I S T A L E I G O RCP DE ADULTO Figura 2 POR SOCORRISTA LEIGO Algoritmo de SBV Adulto simplificado Resumo dos principais pontos de discussão Não responsivo, sem e alterações respiração ou com respiração anormal Os principais pontos de discussão e alterações nas (apenas com gasping) recomendações das Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE para a RCP de adultos por socorristas leigos são os seguintes: Acione o • Foi criado o algoritmo universal simplificado de SBV para serviço de Pegue o desfibrilador adultos (Figura 2). emergência • Foram feitos refinamentos nas recomendações para o reconhecimento e e o acionamento imediatos do serviço de emergência/urgência, com base nos sinais de que a Inicie a RCP vítima não responde, e para o início da RCP se a vítima não responder, não apresentar respiração ou apresentar respiração anormal (isto é, apenas com gasping). • O procedimento "Ver, ouvir e sentir se há respiração" foi removido do algoritmo. • Tem-se dado ênfase permanente em RCP de alta qualidade Comprima Verifique o (com frequência e profundidade de compressão torácicas ritmo/choque adequadas, permitindo retorno total do tórax após cada caso indicado compressão, minimizando interrupções nas compressões Repita a cada 2 minutos e evitando ventilação excessiva). co ez m • Houve uma alteração na sequência recomendada para id or p f o socorrista que atua sozinho para que ele inicie as ça ra compressões torácicas antes de aplicar ventilações de C o m p ri m a c o m resgate (C-A-B, em vez de A-B-C). O socorrista atuando © 2010 American Heart Association sozinho deve iniciar a RCP com 30 compressões, em vez de 2 ventilações, para reduzir a demora na aplicação da primeira compressão. Todos os socorristas leigos treinados devem, no mínimo, • A frequência de compressão deve ser, no mínimo, aplicar compressões torácicas em vítimas de PCR. Além disso, de 100/minuto (em vez de “aproximadamente” 100/minuto). se o socorrista leigo treinado puder realizar ventilações de resgate, • A profundidade de compressão, em adultos, foi alterada da as compressões e as ventilações devem ser aplicadas na faixa de 1½ a 2 polegadas para, no mínimo, 2 polegadas (5 cm). relação de 30 compressões para cada 2 ventilações. O socorrista deve continuar a RCP até a chegada e preparação de um DEA/ Estas alterações foram planejadas para simplificar o DAE para uso ou até que os profissionais do SME assumam o treinamento de socorristas leigos e continuar enfatizando a cuidado da vítima. necessidade de aplicar compressões torácicas o quanto antes 2005 (Antiga): As Diretrizes da AHA 2005 para RCP e ACE em vítimas de PCR súbita. Mais informações sobre estas não forneciam recomendações diferentes para socorristas alterações encontram-se abaixo. Nota: Nos tópicos a seguir, as treinados e não treinados, mas, sim, recomendavam que alterações ou os pontos a enfatizar para socorristas leigos que os atendentes/operadores fornecessem instruções de sejam semelhantes aos utilizados para profissionais de saúde RCP somente com compressões às pessoas presentes estão indicados com um asterisco (*). não treinadas. As Diretrizes da AHA 2005 para RCP e ACE observavam que, se o socorrista não estivesse disposto a Ênfase nas compressões torácicas* aplicar ventilações, ou preparado para tal, ele deveria aplicar somente compressões. 2010 (Nova): Se a pessoa presente não tiver treinamento em RCP, ela deverá aplicar a RCP somente com as mãos Motivo: A RCP somente com as mãos (somente compressões) é mais fácil de ser executada por um socorrista não treinado e (somente compressões torácicas) na vítima adulta com colapso pode ser prontamente orientada por telefone pelos atendentes/ repentino, com ênfase em "comprimir forte e rápido" no centro operadores. Além disso, as taxas de sobrevivência às PCRs de do tórax, ou seguir as instruções do atendente/operador do etiologia cardíaca são similares para a RCP somente com SME. O socorrista deve continuar a RCP somente com as as mãos e a RCP com compressões e ventilação de resgate. mãos até a chegada e preparação de um DEA/DAE para uso No entanto, para o socorrista leigo treinado e capaz, ou até que os profissionais do SME ou outros encarregados a recomendação continua sendo a de aplicar compressões assumam o cuidado da vítima. e ventilações. Des ta q u es d a s Di r etr i zes d a AH A 201 0 p a r a RC P e AC E 3 4
  • 6. R C P D E A D U LT O P O R S O C O R R I S T A L E I G O Alteração na sequência da RCP: C-A-B, em vez Eliminação do procedimento “Ver, ouvir e de A-B-C* sentir se há respiração”* 2010 (Nova): Iniciar compressões torácicas antes 2010 (Nova): O procedimento "Ver, ouvir e sentir se há das ventilações. respiração” foi removido da sequência de RCP. Após a 2005 (Antiga): A sequência de RCP em adultos tinha início aplicação de 30 compressões, o socorrista que atuar sozinho com a abertura da via aérea, seguida de verificação quanto à deverá abrir a via aérea da vítima e aplicar duas ventilações. presença de respiração normal e, em seguida, a aplicação de 2005 (Antiga): O procedimento "Ver, ouvir e sentir se há duas ventilações de resgate, acompanhadas de ciclos de 30 respiração” era usado para avaliar a respiração após a compressões torácicas e 2 ventilações. abertura da via aérea. Motivo: Embora nenhuma evidência em humanos ou animais Motivo: Com a nova sequência “compressões torácicas publicada demonstre que iniciar a RCP com 30 compressões, primeiro”, a RCP será executada se o adulto não estiver em vez de 2 ventilações, leve a um melhor resultado, respondendo e nem respirando ou não respirando normalmente as compressões torácicas fornecem fluxo sanguíneo vital ao (como já mencionado, os socorristas leigos serão instruídos coração e ao cérebro; ademais, estudos de PCR extra-hospitalar a aplicar a RCP se a vítima que não responde “não estiver em adultos mostram que a sobrevivência é maior quando as respirando ou estiver apenas com gasping”). A sequência pessoas presentes fazem alguma tentativa de aplicar a RCP, da RCP começa com compressões (sequência C-A-B). Logo, em vez de simplesmente não tentarem fazê-lo. Dados de animais a respiração é verificada rapidamente como parte da verificação demonstram que atrasos ou interrupções nas compressões quanto à PCR; após a primeira série de compressões torácicas, torácicas reduzem a sobrevivência; logo, tais atrasos ou a via aérea é aberta e o socorrista aplica duas ventilações. interrupções devem ser minimizados ao longo de toda a ressuscitação. As compressões torácicas podem ser iniciadas Frequência de compressão torácica: mínimo quase imediatamente, ao passo que posicionar a cabeça e de 100 por minuto* obter um selo para a respiração boca a boca ou com bolsa-válvula-máscara/insuflador manual sempre demoram 2010 (Nova): É sensato que os socorristas leigos e certo tempo. A demora no início das compressões poderá ser profissionais de saúde realizem compressões torácicas a reduzida se houver dois socorristas presentes: o primeiro inicia uma frequência mínima de 100 compressões por minuto. as compressões torácicas e o segundo abre a via aérea e se 2005 (Antiga): Executar aproximadamente prepara para aplicar respirações tão logo o primeiro complete 100 compressões por minuto. a primeira série de 30 compressões torácicas. Quer haja um ou mais socorristas presentes, o início da RCP com compressões Motivo: O número de compressões torácicas aplicadas por torácicas garante que a vítima receba logo essa intervenção minuto durante a RCP é um fator determinante importante do crítica - e qualquer atraso nas ventilações de resgate deve retorno da circulação espontânea (RCE) e da sobrevivência ser breve. com boa função neurológica. O número real de compressões torácicas aplicadas por minuto é determinado pela frequência QUADRO 2 das compressões torácicas e o número e a duração das interrupções nas compressões (para, por exemplo, abrir a Número de compressões aplicadas, via aérea, aplicar ventilações de resgate ou permitir análise do DEA/DAE). Na maioria dos estudos, a aplicação de mais afetadas pela frequência de compressões está associada a maiores taxas de sobrevivência, compressão e por interrupções ao passo que a aplicação de menos compressões está associada a uma menor sobrevivência. A aplicação de O número total de compressões aplicadas durante a compressões torácicas adequadas exige ênfase não ressuscitação é um fator determinante importante da somente na frequência adequada de compressões, mas sobrevivência em PCR. O número de compressões aplicadas também em minimizar interrupções a este componente é afetado pela frequência de compressão e pela fração da crítico da RCP. Uma frequência de compressão inadequada compressão (a parte do tempo total de RCP dedicada à ou interrupções frequentes (ou ambas) reduzirão o número execução das compressões); os aumentos na frequência e na total de compressões aplicadas por minuto. Para obter mais fração da compressão elevam o total de compressões aplicadas, informações, consulte o Quadro 2. ao passo que reduções na frequência e na fração diminuem o total de compressões aplicadas. A fração da compressão Profundidade das compressões torácicas* melhora se você reduzir o número e a duração das interrupções nas compressões e é reduzida por interrupções frequentes ou 2010 (Nova): O esterno adulto deve ser comprimido, no mínimo, longas nas compressões torácicas. Podemos encontrar uma 2 polegadas (5 cm). analogia em uma viagem de automóvel. Ao viajar de automóvel, 2005 (Antiga): O esterno adulto deve ser comprimido o número de quilômetros percorridos em um dia é afetado aproximadamente de 1½ a 2 polegadas (aproximadamente não somente pela velocidade com que você dirige (sua taxa de 4 a 5 cm). de deslocamento), mas também pelo número e a duração das paradas/paragens feitas (interrupções do deslocamento). Motivo: As compressões criam fluxo sanguíneo principalmente Durante uma RCP, o objetivo é aplicar compressões eficazes por aumentarem a pressão intratorácica e comprimirem a uma frequência (no mínimo, 100/minuto) e profundidade diretamente o coração. Compressões geram fornecimento apropriada, minimizando-se o número e a duração das de fluxo sanguíneo, oxigênio e energia, críticos para o coração interrupções nas compressões torácicas. Outros componentes e o cérebro. Pode haver confusão quando se recomenda uma de uma RCP de alta qualidade compreendem obter o faixa de profundidade; por isso, agora, recomenda-se uma retorno total do tórax após cada compressão e evitar profundidade de compressão específica. Os socorristas, ventilação excessiva. muitas vezes, não comprimem adequadamente o tórax, 4 American Heart Association
  • 7. S B V PA R A P R O F I S S I O N A I S D E S A Ú D E apesar das recomendações de “comprimir com força”. • A profundidade da compressão em adultos foi ligeiramente Além disso, a ciência disponível sugere que as compressões alterada para, no mínimo, 2 polegadas (cerca de 5 cm), de, pelo menos, 2 polegadas são mais eficazes do que as de em lugar da faixa antes recomendada de cerca de 1½ a 1½ polegada. Por essa razão, as Diretrizes da AHA 2010 para 2 polegadas (4 a 5 cm). RCP e ACE recomendam uma profundidade mínima específica • Tem-se dado ênfase permanente na necessidade de reduzir para a compressão torácica em adultos. o tempo entre a última compressão e a administração do choque e o tempo entre a administração do choque e o reinício imediato das compressões. • Há um maior foco na aplicação de RCP em equipe. SBV PARA PROFISSIONAIS DE Estas alterações foram concebidas para simplificar o SAÚDE treinamento do profissional de saúde e continuar enfatizando a necessidade de aplicar a RCP de alta qualidade, o quanto antes, em vítimas de PCR. Mais informações sobre estas Resumo dos principais pontos de discussão alterações encontram-se a seguir. Nota: Nos tópicos a seguir, e alterações para profissionais de saúde, aqueles indicados com um asterisco (*) são semelhantes aos dos socorristas leigos. Os principais pontos de discussão e alterações nas Identificação de gasp agônico pelo recomendações das Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE para profissionais de saúde são os seguintes: atendente/operador • Como as vítimas de PCR podem apresentar um curto As vítimas de PCR podem apresentar atividade semelhante período de atividade semelhante a convulsão ou gasp a convulsão ou gasp agônico, podendo confundir os agônico, que podem confundir os possíveis socorristas, possíveis socorristas. Os atendentes/operadores devem ser os atendentes/operadores devem ser especificamente especificamente treinados para identificar manifestações de treinados para identificar tais manifestações de PCR PCR, para melhorar o reconhecimento da PCR e a aplicação para melhorar o reconhecimento da PCR. imediata da RCP. • Os atendentes/operadores devem instruir socorristas leigos não treinados a aplicar a RCP somente com as mãos em 2010 (Nova): Para ajudar as pessoas presentes a adultos com PCR súbita. reconhecerem a PCR, os atendentes/operadores devem perguntar sobre a capacidade de resposta da vítima adulta, • Foram feitos refinamentos nas recomendações para o se a vítima está respirando e se a respiração está normal, reconhecimento e o acionamento imediatos do serviço na tentativa de distinguir vítimas com gasp agônico (ou seja, de emergência/urgência tão logo o profissional de saúde identifique que a vítima adulta não responde, está sem que necessitam de RCP) de vítimas que respiram normalmente respiração ou apresenta respiração anormal (isto é, apenas e que não necessitam de RCP. O socorrista leigo deve ser gasping). O profissional de saúde deve verificar rapidamente instruído a iniciar a RCP se a vítima "não estiver respirando se não há respiração ou se a mesma é anormal (isto é, ou apenas com gasping". O profissional de saúde deve ser não respirando ou apenas com gasping) ao verificar a instruído a iniciar a RCP se a vítima "não estiver respirando capacidade de resposta da vítima. Em seguida, o profissional ou apresentar respiração anormal (isto é, gasping)". Portanto, deve acionar o serviço de emergência/urgência e buscar o a respiração deve ser rapidamente verificada como parte da DEA/DAE (ou encarregar alguém disso). O profissional de verificação da PCR antes de o profissional de saúde acionar o saúde não deve levar mais do que 10 segundos verificando o serviço de emergência/urgência e buscar o DEA/DAE pulso e, caso não sinta o pulso em 10 segundos, deve iniciar (ou encarregar alguém disso) para, então, verificar a RCP e usar o DEA/DAE, se disponível. rapidamente o pulso e iniciar a RCP e usar o DEA/DAE. • O procedimento "Ver, ouvir e sentir se há respiração" foi 2005 (Antiga): As instruções de RCP fornecidas pelo removido do algoritmo. atendente/operador devem incluir perguntas que ajudem • minimizando interrupções nas compressões e evitando as pessoas presentes a identificar pacientes com gaspings Tem-se dado maior ênfase em RCP de alta qualidade ocasionais como prováveis vítimas de PCR, para aumentar (com frequência e profundidade de compressão torácicas a probabilidade de RCP das vítimas pelos presentes. adequadas, permitindo retorno total do tórax entre as Motivo: Há evidência de considerável variação regional na compressões, ventilação excessiva). incidência e no resultado de PCR relatados nos Estados • O uso de pressão cricoide durante as ventilações, em geral, Unidos. Tal variação é evidência ainda maior da necessidade não é recomendado. de que as comunidades e os sistemas identifiquem • Os socorristas devem iniciar as compressões torácicas antes adequadamente cada ocorrência de PCR tratada e avalie os de aplicar ventilações de resgate (C-A-B, em vez de A-B-C). resultados. Também sugere mais oportunidades de melhorar Iniciar a RCP com 30 compressões, em vez de 2 ventilações, as taxas de sobrevivência em muitas comunidades. diminui a demora em aplicar a primeira compressão. As diretrizes anteriores recomendavam o desenvolvimento de • A frequência de compressão foi modificada para um mínimo programas que ajudassem a reconhecer a PCR. As Diretrizes de 100 por minuto, em vez de aproximadamente 100/minuto. da AHA 2010 para RCP e ACE são mais Des ta q u es d a s Di r etr i zes d a AH A 201 0 p a r a RC P e AC E 5
  • 8. S B V PA R A P R O F I S S I O N A I S D E S A Ú D E específicas quanto aos componentes necessários nos sistemas 2005 (Antiga): A pressão cricoide deverá ser usada apenas de ressuscitação. Estudos publicados desde 2005 demonstram se a vítima estiver profundamente inconsciente e, em geral, um melhor resultado em PCR extra-hospitalares, em particular requer um terceiro socorrista, não envolvido em ventilações de com ritmos chocáveis/desfibriláveis, e têm reafirmado a resgate ou compressões. importância de uma maior ênfase na aplicação imediata de RCP Motivo: A pressão cricoide é uma técnica para aplicar pressão de alta qualidade (compressões de frequência e profundidade à cartilagem cricoide da vítima, de forma a empurrar a traqueia adequadas, permitindo o retorno total do tórax após cada posteriormente e comprimir o esôfago contra as vértebras compressão, minimizando interrupções nas compressões cervicais. A pressão cricoide pode impedir a distensão torácicas e evitando ventilação excessiva). gástrica e reduzir o risco de regurgitação e aspiração durante a Para ajudar as pessoas presentes a reconhecerem imediatamente ventilação com bolsa-válvula-máscara/insuflador manual, mas uma PCR, os atendentes/operadores devem perguntar, também pode impedir a ventilação. Sete estudos aleatórios especificamente, sobre a ausência de resposta da vítima mostraram que a pressão cricoide pode retardar ou impedir adulta, se ela está respirando e se a respiração observada está a colocação de uma via aérea avançada e que, a despeito da normal. Os atendentes/operadores devem ser especificamente aplicação de pressão cricoide, pode ocorrer, ainda assim, um treinados em ajudar as pessoas presentes a detectar gasp pouco de aspiração. Além disso, é difícil treinar os socorristas agônico para melhorar o reconhecimento da PCR. de forma apropriada no uso da manobra. Por isso, o uso Os atendentes/operadores também devem estar cientes rotineiro de pressão cricoide em PCR não é recomendado. de que convulsões breves e generalizadas podem ser a Ênfase nas compressões torácicas* primeira manifestação da PCR. Em suma, além de acionar os profissionais do serviço de emergência/urgência, 2010 (Nova): As compressões torácicas são enfatizadas para o atendente/operador deve fazer perguntas claras e diretas os socorristas, sejam eles treinados ou não. Se a pessoa sobre se o paciente está responsivo/consciente e respirando presente não tiver treinamento em RCP, ela deverá aplicar a normalmente, a fim de identificar pacientes com possível PCR. RCP somente com as mãos (somente compressões) na vítima Os atendentes/operadores devem fornecer instruções para adulta com colapso repentino, com ênfase em "comprimir com RCP somente com as mãos (apenas compressões) para ajudar força e rapidez" no centro do tórax, ou seguir as instruções as pessoas presentes não treinadas a iniciar a RCP quando do atendente/operador de emergência/urgência médica. houver suspeita de PCR (vide abaixo). O socorrista deve continuar a RCP somente com as mãos até O atendente/operador deve fornecer a chegada e preparação de um DEA/DAE para uso ou até que instruções para RCP os profissionais do SME assumam o cuidado da vítima. O ideal é que todos os profissionais de saúde sejam treinados 2010 (Nova): As Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE em SBV. Nessa população treinada, faz sentido que o SME e recomendam de forma mais enfática que os atendentes/ os socorristas profissionais nos hospitais apliquem compressões operadores instruam os socorristas leigos não treinados a torácicas e ventilações de resgate em vítimas de PCR. aplicar a RCP somente com as mãos em adultos que não estejam respondendo, não estejam respirando ou apresentem 2005 (Antiga): As Diretrizes da AHA 2005 para RCP e ACE respiração anormal. Os atendentes/operadores devem fornecer não forneciam recomendações distintas para socorristas instruções para RCP convencional em vítimas com provável treinados e não treinados, nem enfatizavam diferenças nas PCR asfíxica. instruções fornecidas a socorristas leigos ou a profissionais de saúde, mas recomendavam que os atendentes/operadores 2005 (Antiga): As Diretrizes da AHA 2005 para RCP e ACE fornecessem instruções para RCP somente com compressões observavam que era preferível fornecer por telefone apenas para pessoas presentes não treinadas. Além disso, as Diretrizes instruções para compressões torácicas. da AHA 2005 para RCP e ACE observavam que, se o Motivo: Infelizmente, a maioria dos adultos com PCR socorrista não estivesse disposto a aplicar ventilações, extra-hospitalar não recebe nenhuma manobra de RCP das ou preparado para tal, ele deveria aplicar somente pessoas presentes. A RCP somente com as mãos (apenas compressões torácicas. Note que o parecer "RCP compressões) aplicada pelas pessoas presentes melhora somente com as mãos" da AHA foi publicado em 2008. substancialmente a sobrevivência de adultos após PCR extra-hospitalar em comparação com situações em que não Motivo: A RCP somente com as mãos (somente compressões) recebem nenhuma RCP dessas pessoas. Outros estudos de é mais fácil de ser executada por um socorrista não treinado e adultos com PCR tratados por socorristas leigos mostram pode ser prontamente orientada por telefone pelos atendentes/ taxas de sobrevivência similares entre as vítimas que operadores. Porém, como o profissional de saúde deve estar recebem RCP somente com as mãos em comparação com treinado, a recomendação continua sendo a de aplicar as que recebem RCP convencional (isto é, com ventilações compressões e ventilações. Se o profissional de saúde de resgate). Vale ressaltar que é mais fácil os atendentes/ não puder aplicar ventilações, deverá acionar o serviço de operadores instruírem os socorristas não treinados a aplicar a emergência/urgência e aplicar compressões torácicas. RCP somente com as mãos do que a RCP convencional em Acionamento do serviço de vítimas adultas. Por isso, a recomendação atual é mais incisiva para que ajam dessa forma, salvo em caso de suspeita de PCR emergência/urgência asfíxica (por exemplo, devido a afogamento). 2010 (Nova): O profissional de saúde deve verificar se Pressão cricoide o paciente responde observando-o para determinar se a respiração está anormal ou ausente. O profissional deverá 2010 (Nova): O uso rotineiro de pressão cricoide em PCR não suspeitar de PCR se a vítima não estiver respirando ou estiver é recomendado. com gasping. 6 American Heart Association
  • 9. S B V PA R A P R O F I S S I O N A I S D E S A Ú D E 2005 (Antiga): O profissional de saúde acionava o serviço de 2005 (Antiga): O procedimento "Ver, ouvir e sentir se há emergência/urgência tão logo encontrasse uma vítima que não respiração” era usado para avaliar a respiração após a apresentasse resposta. Em seguida, voltava à vítima, abria a abertura da via aérea. via aérea e verificava a respiração quanto a anormalidades. Motivo: Com a nova sequência “compressão torácica Motivo: O profissional de saúde não deve retardar o primeiro”, a RCP será executada se o adulto não estiver acionamento do serviço de emergência/urgência, porém deve respondendo e não estiver respirando ou apresentando obter duas informações simultaneamente: verificar se a vítima respiração anormal (isto é, não respirando ou com gasping), responde e se está sem respiração ou com respiração anormal. sendo iniciada pelas compressões (sequência C-A-B). Logo, a Se a vítima não estiver respondendo e não estiver respirando ou respiração é rapidamente verificada como parte da verificação apresentar respiração anormal (isto é, apenas gasp agônico), da PCR. Após a primeira série de compressões torácicas, a via o profissional deverá acionar o serviço de emergência/urgência aérea é aberta e o socorrista aplica 2 ventilações. e buscar o DEA/DAE, se disponível (ou encarregar alguém disso). Se o profissional de saúde não sentir pulso na vítima em Frequência de compressão torácica: mínimo de 10 segundos, deverá iniciar a RCP e usar o DEA/DAE, 100 por minuto* quando estiver disponível. 2010 (Nova): É sensato que os socorristas leigos e Alteração na sequência da RCP: C-A-B, em vez profissionais de saúde realizem compressões torácicas de A-B-C* a uma frequência mínima de 100 compressões por minuto. 2005 (Antiga): Executar aproximadamente 2010 (Nova): Uma das alterações feitas nas Diretrizes 100 compressões por minuto. da AHA 2010 para RCP e ACE recomenda o início das compressões torácicasantes das ventilações. Motivo: O número de compressões torácicas aplicadas por minuto durante a RCP é um fator determinante importante do 2005 (Antiga): A sequência da RCP em adultos tinha início retorno da circulação espontânea (RCE) e da sobrevivência com a abertura da via aérea, seguida de verificação quanto à com boa função neurológica. O número real de compressões presença de respiração normal e, em seguida, a aplicação de torácicas aplicadas por minuto é determinado pela frequência duas ventilações de resgate, acompanhadas de ciclos de 30 das compressões torácicas e o número e a duração das compressões torácicas e 2 ventilações. interrupções nas compressões (para, por exemplo, abrir a Motivo: Embora nenhuma evidência em humanos ou animais via aérea, aplicar ventilações de resgate ou permitir a análise publicada demonstre que iniciar a RCP com 30 compressões, do DEA/DAE). Na maioria dos estudos, a aplicação de mais em vez de 2 ventilações, leve a um melhor resultado, compressões durante a ressuscitação está associada a uma as compressões torácicas fornecem fluxo sanguíneo; ademais, maior sobrevivência, ao passo que a aplicação de menos estudos de PCR extra-hospitalar em adultos mostram que a compressões está associada a uma menor sobrevivência. sobrevivência é maior quando as pessoas presentes fazem A aplicação de compressões torácicas adequadas exige alguma tentativa de aplicar a RCP, em vez de simplesmente ênfase não somente na frequência adequada de compressões, não tentarem fazê-lo. Dados de animais demonstram que mas também em minimizar interrupções a este componente atrasos ou interrupções nas compressões torácicas reduzem crítico da RCP. Uma frequência de compressão inadequada ou a sobrevivência; logo, tais atrasos ou interrupções devem ser interrupções frequentes (ou ambas) reduzirão o número total minimizados ao longo de toda a ressuscitação. As compressões de compressões aplicadas por minuto. Para mais informações, torácicas podem ser iniciadas quase imediatamente, ao passo consulte o Quadro 2 na página 4. que posicionar a cabeça e obter um selo para a respiração boca Profundidade das compressões torácicas* a boca ou com bolsa-válvula-máscara/insuflador manual sempre demoram certo tempo. A demora no início das compressões 2010 (Nova): O esterno adulto deve ser comprimido, no mínimo, poderá ser reduzida se houver dois socorristas presentes: 2 polegadas (5 cm). o primeiro inicia as compressões torácicas e o segundo abre a via aérea e se prepara para aplicar respirações tão logo o 2005 (Antiga): O esterno adulto deve ser comprimido de 1½ a 2 primeiro complete a primeira série de 30 compressões torácicas. polegadas (aproximadamente de 4 a 5 cm). Quer haja um ou mais socorristas presentes, o início da RCP Motivo: As compressões criam fluxo sanguíneo principalmente com compressões torácicas garante que a vítima receba logo por aumentarem a pressão intratorácica e comprimirem essa intervenção crítica. diretamente o coração. Compressões geram fornecimento de fluxo sanguíneo, oxigênio e energia, críticos para o coração e Eliminação do procedimento “Ver, ouvir e o cérebro. Pode haver confusão quando se recomenda uma sentir se há respiração”* faixa de profundidade; por isso, agora, recomenda-se uma profundidade de compressão específica. Os socorristas, muitas 2010 (Nova): O procedimento "Ver, ouvir e sentir se há vezes, não comprimem adequadamente o tórax, apesar das respiração” foi removido da sequência de avaliação da recomendações de “comprimir com força”. Além disso, respiração após a abertura da via aérea. O profissional de a ciência disponível sugere que as compressões saúde verifica rapidamente a respiração ao verificar se o de, pelo menos, 2 polegadas são mais eficazes do que as paciente está respondendo a fim de detectar sinais de PCR. de 1½ polegada. Por essa razão, as Diretrizes da AHA 2010 Após a aplicação de 30 compressões, o socorrista que para RCP e ACE recomendam uma profundidade mínima atuar sozinho deverá abrir a via aérea da vítima e aplicar específica para a compressão torácica em adultos, maior do que duas ventilações. a recomendação anterior. Des ta q u es d a s Di r etr i zes d a AH A 201 0 p a r a RC P e AC E 7
  • 10. S B V PA R A P R O F I S S I O N A I S D E S A Ú D E Tabela 1 Resumo dos principais componentes de SBV para adultos, crianças e bebês* Recomendações Componente Adultos Crianças Bebês Não responsivo (para todas as idades) Sem respiração ou com respiração Reconhecimento Sem respiração ou apenas com gasping anormal (isto é, apenas com gasping) Sem pulso palpado em 10 segundos, para todas as idades (apenas para profissionais de saúde) Sequência da RCP C-A-B Frequência de compressão No mínimo, 100/min Profundidade da No mínimo 1⁄3 do diâmetro AP No mínimo 1⁄3 do diâmetro AP No mínimo, 2 polegadas (5 cm) compressão Cerca de 2 polegadas (5 cm) Cerca de 1½ polegada (4 cm) Permitir retorno total entre as compressões Retorno da parede torácica Profissionais de saúde, alternar as pessoas que aplicam as compressões a cada 2 minutos Interrupções nas Minimizar interrupções nas compressões torácicas compressões Tentar limitar as interrupções a menos de 10 segundos Inclinação da cabeça-elevação do queixo (profissionais de saúde que suspeitarem Vias aéreas de trauma: anteriorização da mandíbula) 30:2 Relação compressão- Um socorrista 30:2 ventilação (até a colocação 1 ou 2 socorristas da via aérea avançada) 15:2 2 socorristas profissionais de saúde Ventilações: quando socorrista não treinado ou Apenas compressões treinado e não proficiente 1 ventilação a cada 6 a 8 segundos (8 a 10 ventilações/min) Ventilações com via aérea avançada (profissionais Assíncronas com compressões torácicas de saúde) Cerca de 1 segundo por ventilação Elevação visível do tórax Colocar e usar o DEA/DAE assim que ele estiver disponível. Minimizar as interrupções nas compressões torácicas Desfibrilação antes e após o choque; reiniciar a RCP começando com compressões imediatamente após cada choque. Abreviações: DEA/DAE, desfibrilador automático externo; AP, anteroposterior; RCP, ressuscitação cardiopulmonar; PS, profissional da saúde. *Excluindo-se recém-nascidos, cuja etiologia da PCR é, quase sempre, asfíxica. Ressuscitação em equipe outras começam já com vários socorristas envolvidos. O treinamento deve se concentrar na capacidade de formar 2010 (Nova): As etapas do algoritmo de SBV são uma equipe à medida que cada socorrista chega ao local ou tradicionalmente apresentadas como uma sequência para de designar um líder para a equipe, caso vários socorristas ajudar um socorrista sozinho a priorizar as ações. Há um estejam presentes. À medida que chegam mais pessoas, maior foco na aplicação da RCP em equipe, porque as as responsabilidades pelas tarefas que, normalmente, seriam ressuscitações, na maioria dos SMEs e sistemas de saúde, executadas em sequência pelos poucos socorristas, podem ser envolvem equipes de socorristas cujos membros executam delegadas a uma equipe de profissionais que as executará de várias ações simultaneamente. Um socorrista, por exemplo, forma simultânea. Por essa razão, o treinamento em SBV aciona o serviço de emergência/urgência enquanto um para profissionais de saúde não só deve proporcionar segundo inicia as compressões torácicas, um terceiro aplica capacitação individual, como também ensinar os socorristas ventilações ou busca a bolsa-válvula-máscara/insuflador a trabalharem em equipe de forma eficaz. manual para ventilações de resgate e um quarto busca e configura um desfibrilador. Comparação dos principais elementos da RCP 2005 (Antiga): As etapas de SBV consistem em uma série em adultos, crianças e bebês de avaliações e ações sequenciais. A intenção do algoritmo é apresentar as etapas de maneira lógica e concisa para que Como nas Diretrizes da AHA 2005 para RCP e ACE, as Diretrizes cada socorrista possa aprendê-las, memorizá-las e de 2010 contêm uma tabela comparativa que relaciona os executá-las facilmente. principais elementos da RCP em adultos, crianças e bebês (excluindo-se a RCP em bebês recém-nascidos). Esses Motivo: Algumas ressuscitações são iniciadas por um socorrista elementos principais encontram-se na Tabela 1. atuando sozinho que, então, liga para pedir ajuda, ao passo que 8 American Heart Association
  • 11. TERAPIAS ELÉTRICAS TERAPIAS • Resposta planejada e praticada; normalmente, requer a supervisão de um profissional de saúde. ELÉTRICAS • Treinamento em RCP e uso do DEA/DAE para socorristas designados As Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE foram atualizadas • Criação de parceria com o sistema de SME (Serviço Médico para que refletissem os novos dados sobre desfibrilação de Emergência/Urgência) local e cardioversão em distúrbios do ritmo cardíaco e o uso de • Um programa de contínuo aperfeiçoamento da qualidade estimulação em bradicardia. Tais dados continuam servindo Existe pouca evidência para recomendações pró ou contra a de respaldo às recomendações das Diretrizes da AHA 2005 implementação de DEAs/DAEs em domicílios. para RCP e ACE. Logo, não foram recomendadas grandes alterações em relação à desfibrilação, à cardioversão e à Uso de DEAs/DAEs em hospitais estimulação. A ênfase na desfibrilação precoce integrada com 2010 (Reafirmação da recomendação de 2005): Apesar RCP de alta qualidade é a chave para melhorar a sobrevivência de evidência limitada, os DEAs/DAEs podem ser considerados à PCR súbita. para o ambiente hospitalar como forma de facilitar a desfibrilação precoce (meta de administração de choques em Resumo dos principais pontos de discussão ≤ 3 minutos do colapso), especialmente nas áreas cujo pessoal e alterações não esteja capacitado para reconhecer ritmos ou em que o uso de desfibriladores não seja frequente. Os hospitais devem Os tópicos principais compreendem monitorar os intervalos entre o colapso e o primeiro choque e • Integração dos DEAs/DAEs à Cadeia de Sobrevivência com os resultados da ressuscitação. acesso público à desfibrilação Uso de DEA/DAE em crianças agora • Consideração do uso de DEAs/DAEs em hospitais inclui bebês • Os DEAs/DAEs, agora, podem ser usados em bebês, se não 2010 (Nova): Na tentativa de desfibrilação em crianças de houver um desfibrilador manual disponível 1 a 8 anos de idade com um DEA/DAE, o socorrista deve • Choque primeiro versus RCP primeiro em PCR usar um sistema atenuador de carga pediátrico, se disponível. Se o socorrista aplicar a RCP contra a PCR em uma criança e • Protocolo de 1 choque versus sequência de 3 choques em FV não houver um DEA/DAE com sistema atenuador pediátrico, • Formas de onda bifásicas e monofásicas deve-se usar um DEA/DAE padrão. Em bebês (com menos de • Intensificação da carga versus cargas fixas no segundo 1 ano de idade), é preferível um desfibrilador manual. Se não choque e nos subsequentes houver um desfibrilador manual disponível, aconselha-se um DEA/DAE com atenuação de carga pediátrica. Se nenhum • Colocação de eletrodos dos dois estiver disponível, use um DEA/DAE sem atenuador • Desfibrilação externa com desfibrilador de carga. cardioversor implantado 2005 (Antiga): Em crianças de 1 a 8 anos de idade, • Cardioversão sincronizada o socorrista deve usar um sistema atenuador de carga pediátrico, se disponível. Se o socorrista aplicar a RCP Desfibriladores externos automáticos contra a PCR em uma criança e não houver um DEA/DAE com sistema atenuador pediátrico, deve-se usar um DEA/DAE Programas comunitários de DEAs/DAEs para padrão. Há dados insuficientes para recomendação pró ou contra o uso de DEAs/DAEs em bebês com menos de 1 ano socorristas leigos de idade. 2010 (Ligeiramente modificada): A ressuscitação Motivo: Não se conhece a carga de energia mínima para cardiopulmonar e o uso de DEAs/DAEs por primeiros que se possa realizar uma desfibrilação eficaz em bebês e socorristas da segurança pública são recomendados crianças. O limite superior para desfibrilação segura também para aumentar as taxas de sobrevivência em PCR súbita não é conhecido, mas cargas > 4 J/kg (chegando a 9 J/kg) extra-hospitalar. As Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE têm apresentado desfibrilação eficaz em crianças e modelos recomendam, mais uma vez, estabelecer programas de animais de PCR pediátrica sem efeitos adversos significativos. DEAs/DAEs em locais públicos nos quais exista probabilidade DEAs/DAEs com cargas de energia relativamente alta têm relativamente alta de PCR presenciada (por exemplo, aeroportos, sido usados com êxito em bebês com PCR, sem efeitos cassinos, instituições esportivas). Para maximizar a eficácia adversos claros. desses programas, a AHA continua enfatizando a importância de organizar, planejar, treinar, criar parceria com o sistema de Choque primeiro versus RCP primeiro SME e estabelecer um processo de contínuo aperfeiçoamento 2010 (Reafirmação da recomendação de 2005): da qualidade. Ao presenciar uma PCR extra-hospitalar e havendo um DEA/ 2005 (Antiga): As Diretrizes da AHA 2005 para RCP e ACE DAE prontamente disponível no local, o socorrista deverá identificaram quatro componentes para o êxito dos programas iniciar a RCP com compressões torácicas e usar o DEA/ comunitários de DEAs/DAEs para socorristas leigos: DAE o quanto antes. Profissionais de saúde tratando PCR Des ta q u es d a s Di r etr i zes d a AH A 201 0 p a r a RC P e AC E 9
  • 12. TERAPIAS ELÉTRICAS em hospitais ou outras instituições com DEAs/DAEs ou Formas de onda de desfibrilação e níveis desfibriladores no local devem aplicar a RCP imediatamente e de energia usar o DEA/DAE/desfibrilador tão logo o equipamento esteja disponível. Estas recomendações foram concebidas como apoio à RCP precoce e à desfibrilação inicial, em particular 2010 (Sem alterações em relação a 2005): Dados de quando há um DEA/DAE ou um desfibrilador disponível estudos intra e extra-hospitalares indicam que choques instantes após o ataque da PCR súbita. Quando a PCR com forma de onda bifásica em configurações de energia extra-hospitalar não for presenciada pelo pessoal do SME, comparáveis ou inferiores a choques monofásicos de 200 J o SME poderá iniciar a RCP enquanto verifica o ritmo com o têm êxito equivalente ou maior para o encerramento da FV. DEA/DAE ou no ECG e se prepara para a desfibrilação. Em tais Contudo, a energia ideal para a desfibrilação com choque circunstâncias, podem-se considerar de 1½ a 3 minutos de primeiro com forma de onda bifásica não foi determinada. RCP antes da tentativa de desfibrilação. Quando houver dois ou mais socorristas presentes, aplique a RCP enquanto Igualmente, nenhuma característica específica de forma de se busca o desfibrilador. onda (quer monofásica ou bifásica) está consistentemente Em PCR súbita no hospital, há pouca evidência para sustentar associada a uma maior incidência de RCE ou sobrevivência a ou refutar a RCP antes da desfibrilação. Contudo, em pacientes alta hospitalar após PCR. monitorizados, o tempo da FV até a administração do choque Na ausência de desfibriladores bifásicos, é aceitável o uso de deve ser inferior a 3 minutos, devendo-se aplicar a RCP enquanto desfibriladores monofásicos. As configurações de choque com o desfibrilador é preparado. forma de onda bifásica diferem conforme o fabricante, nenhum Motivo: Quando há FV por mais de alguns minutos, ocorre dos quais foi diretamente comparado em humanos quanto à depleção de oxigênio e energia no miocárdio. Um breve eficácia relativa. Devido a essas diferenças na configuração da período de compressões torácicas pode fornecer oxigênio e energia ao coração, o que aumenta a probabilidade de forma de onda, os profissionais devem usar a carga de energia que um choque venha a eliminar a FV (desfibrilação) e seja recomendada pelo fabricante (120 a 200 J) para a respectiva acompanhado do retorno da circulação espontânea (RCE). forma de onda. Se a carga recomendada pelo fabricante não Antes da publicação das Diretrizes AHA 2005 para RCP e ACE, for conhecida, considere a desfibrilação à carga máxima. dois estudos sugeriam o potencial benefício da RCP antes do primeiro choque. Em ambos os estudos, embora a Desfibrilação pediátrica aplicação da RCP por um período de 1½ a 3 minutos antes 2010 (Modificação da recomendação anterior): da administração do choque não tivesse melhorado a sobrevivência à FV, a estratégia da RCP primeiro melhorou Em pacientes pediátricos, a carga ideal de desfibrilação não a sobrevivência das vítimas de FV quando o intervalo entre é conhecida. Os dados sobre a carga eficaz mínima ou o limite a ligação para o SME e sua chegada era de 4 a 5 minutos superior para desfibrilação segura são limitados. Uma carga ou mais. Todavia, dois ensaios aleatórios controlados de 2 a 4 J/kg pode ser usada para a energia de desfibrilação subsequentes indicaram que a RCP antes da tentativa de inicial; porém, para facilitar o treinamento, pode-se considerar desfibrilação pelo pessoal do SME não estava associada uma carga inicial de 2 J/kg. Para os choques subsequentes, a nenhuma diferença significativa na sobrevivência à alta os níveis de energia devem ser de, no mínimo, 4 J/kg, podendo hospitalar. Um estudo retrospectivo detectou um melhor estado neurológico em 30 dias e em 1 ano, em comparação ser considerados níveis de energia mais altos, desde que não com a desfibrilação imediata em pacientes com FV excedam 10 J/kg ou a carga máxima para adultos. extra-hospitalar. 2005 (Antiga): A carga inicial da tentativa de desfibrilação Protocolo de 1 choque versus sequência de em bebês e crianças com o uso de um desfibrilador manual 3 choques monofásico ou bifásico é de 2 J/kg. A segunda carga e as subsequentes são de 4 J/kg. 2010 (Sem alterações em relação a 2005): Na época da Conferência do Consenso 2010 da ILCOR (International Motivo: Há insuficiência de dados para implementar uma Liaison Committee on Resuscitation) sobre a Ciência da alteração substancial nas atuais cargas recomendadas para a RCP e ACE com Recomendações de Tratamento, dois desfibrilação pediátrica. Cargas iniciais de 2 J/kg, com formas novos estudos publicados, realizados com seres humanos, de onda monofásicas, são eficazes na solução de 18% a 50% comparavam o protocolo de 1 choque com o protocolo de dos casos de FV e não há evidência suficiente para comparar 3 choques consecutivos no tratamento da PCR por FV. A o êxito de cargas mais altas. A literatura de casos documenta evidência desses dois estudos sugere significativo benefício à sobrevivência com o protocolo de desfibrilação com 1 choque, desfibrilações bem-sucedidas com cargas de até 9 J/kg sem em comparação com o protocolo de três choques consecutivos. efeitos adversos detectados. São necessários mais dados. Se um choque não eliminar a FV, o benefício incremental de outro choque é baixo, e o reinício da RCP provavelmente terá Energia fixa e intensificada maior valor do que outro choque imediato. Este fato, aliado aos 2010 (Sem alterações em relação a 2005): O nível dados de estudos em animais - que documentam os efeitos de energia bifásica ideal para o primeiro choque ou os nocivos da interrupção das compressões torácicas - e a estudos subsequentes ainda não foi determinado. Logo, não é em humanos - que sugerem benefício à sobrevivência com o uso da abordagem de RCP com 1 choque em comparação possível fazer uma recomendação definitiva acerca da com o protocolo de 3 choques -, respalda a recomendação seleção de energia para as tentativas subsequentes de de um só choque acompanhado de RCP imediata em vez de desfibrilação bifásica. com base nas evidências existentes, choques consecutivos, como tentativa de desfibrilação. se o choque bifásico inicial não for capaz de 10 American Heart Association
  • 13. TERAPIAS ELÉTRICAS encerrar a FV, os níveis de energia subsequentes deverão, o software do DEA/DAE e impedir a detecção de FV no mínimo, ser equivalentes, podendo ser considerados (e, por conseguinte, a administração do choque). A principal níveis de energia mais altos, se disponíveis. mensagem para os socorristas é que a preocupação com o posicionamento preciso das pás ou pás manuais em relação Colocação de eletrodos a um dispositivo médico implantado não deve retardar a 2010 (Modificação da recomendação anterior): tentativa de desfibrilação. Para facilitar a colocação e o treinamento, a posição da Cardioversão sincronizada pá anterolateral segue o posicionamento lógico padrão de eletrodos. Qualquer uma das três posições alternativas Taquiarritmias supraventriculares da pá (anteroposterior, infraescapular anteroesquerda e infraescapular anterodireita) podem ser consideradas, segundo 2010 (Nova): A carga de energia monofásica inicial as características de cada paciente. A colocação das pás do recomendada para a cardioversão de fibrilação atrial/ DEA/DAE no tórax desnudo da vítima, em qualquer uma das auricular é de 120 a 200 J. A carga monofásica inicial quatro posições da pá, é aceitável para a desfibrilação. para a cardioversão de fibrilação atrial/auricular é de 200 J. A cardioversão do flutter atrial/auricular e outros ritmos 2005 (Antiga): Os socorristas devem colocar as pás do DEA/ supraventriculares em adultos, geralmente, requerem menos DAE no tórax desnudo da vítima na posição esterno-apical energia; uma energia inicial de 50 a 100 J, com um dispositivo (anterolateral) convencional. A pá torácica (esterno) direita é monofásico ou bifásico, muitas vezes basta. Se o choque de colocada no tórax anterossuperior (infraclavicular) direito da vítima; a pá apical (esquerda) é colocada no tórax inferolateral cardioversão inicial falhar, os profissionais deverão aumentar a esquerdo da vítima, lateral ao peito esquerdo. Outras posições carga de modo paulatino. de pá aceitáveis são a colocação na parede torácica lateral 2005 (Antiga): A carga de energia monofásica inicial nos lados direito e esquerdo (biaxilares) ou a pá esquerda na recomendada para a cardioversão de fibrilação atrial/auricular posição apical padrão e a outra pá na região dorsal superior é de 100 a 200 J. Já está disponível a cardioversão com direita ou esquerda. formas de onda bifásicas, mas suas cargas ideais ainda não Motivo: Novos dados demonstram que as quatro posições foram estabelecidas com segurança. A extrapolação com da pá (anterolateral, anteroposterior, anteroesquerda base em experiências publicadas com cardioversão eletiva de infraescapular e anterodireita infraescapular) parecem ser fibrilação atrial/auricular usando formas de onda exponenciais igualmente eficazes para tratar arritmias atriais/auriculares retilíneas e truncadas defende uma carga inicial de 100 a 120 ou ventriculares. Mais uma vez, para facilitar o treinamento, J, com intensificação conforme a necessidade. Essa carga a posição padrão ensinada em cursos da AHA não será inicial se mostrou de 80% a 85% eficaz no encerramento de modificada em relação à posição recomendada em 2005. fibrilação atrial/auricular. Até que mais evidências venham a Não foi identificado qualquer estudo que avaliasse público, esta informação pode ser usada para extrapolar as diretamente o efeito do posicionamento das pás/pás cargas bifásicas de cardioversão para outras taquiarritmias. manuais sobre o êxito da desfibrilação, com a meta de retorno da circulação espontânea. Motivo: O grupo de autores examinou dados provisórios de todos os estudos bifásicos conduzidos desde a publicação Desfibrilação com desfibrilador das Diretrizes da AHA 2005 para RCP e ACE e fez pequenas cardioversor implantado alterações para atualizar as recomendações de carga para 2010 (Nova): As posições anteroposterior e anterolateral cardioversão. Uma série de estudos atesta a eficácia da são, geralmente, aceitas em pacientes com marca-passos/ cardioversão com forma de onda bifásica em fibrilação atrial/ pacemakers e desfibriladores implantados. Em pacientes com auricular usando configurações de energia de 120 a 200 J, desfibriladores cardioversores ou marca-passos/pacemakers dependendo da forma de onda específica. implantados, a colocação das pás/pás manuais não deve Taquicardia ventricular retardar a desfibrilação. Convém evitar colocar as pás ou pás manuais diretamente sobre o dispositivo implantado. 2010 (Nova): A taquicardia ventricular monomórfica estável adulta responde bem a choques de cardioversão (sincronizada) 2005 (Antiga): Quando um dispositivo médico implantado se com forma de onda monofásica ou bifásica com energias situar em uma área onde normalmente se colocaria uma pá, iniciais de 100 J. Se não houver resposta ao primeiro choque, posicione a pá, no mínimo, a 1 polegada (2,5 cm) de distância pode ser oportuno aumentar a carga de modo paulatino. Não do dispositivo. foi encontrado nenhum estudo provisório que abordasse Motivo: O discurso desta recomendação é um pouco esse ritmo e, portanto, as recomendações foram feitas por mais suave do que o discurso usado em 2005. Existe a consenso de especialistas do grupo de autores. possibilidade de o marca-passo/pacemaker ou o desfibrilador cardioversor implantado funcionar incorretamente após a A cardioversão sincronizada não deve ser usada para o desfibrilação quando as pás são colocadas muito próximas tratamento de FV, por ser improvável que o dispositivo perceba do dispositivo. Um estudo com cardioversão demonstrou uma onda de QRS e, com isso, acabe não administrando o que posicionar as pás com pelo menos 8 cm de distância choque. A cardioversão sincronizada também não deve ser do dispositivo não danifica a estimulação, o sensor, usada para TV sem pulso ou polimórfica (TV irregular). Tais nem a captura do dispositivo. Os picos dos marca-passos/ ritmos exigem a administração de choques (isto é, cargas pacemakers com estimulação unipolar podem confundir de desfibrilação) de alta energia não sincronizados. Des ta q u es d a s Di r etr i zes d a AH A 201 0 p a r a RC P e AC E 11
  • 14. TÉCNICAS E DISPOSITIVOS DE RCP 2005 (Antiga): Havia evidência insuficiente para recomendar situação específica. Algumas técnicas alternativas de RCP uma carga bifásica para a cardioversão de TV monomórfica. podem melhorar a hemodinâmica ou a sobrevivência no As Diretrizes da AHA 2005 para RCP e ACE recomendavam curto prazo quando usadas por profissionais bem treinados o uso de um choque não sincronizado para o tratamento do em pacientes selecionados. paciente instável com TV polimórfica. 2010 (Nova): O soco precordial não deve ser usado em PCR Motivo: O grupo de autores concordou que seria útil extra-hospitalar não presenciada. O soco precordial poderá acrescentar uma recomendação de carga bifásica às Diretrizes ser considerado para pacientes com TV instável (inclusive da AHA 2010 para RCP e ACE no tocante à cardioversão de TV sem pulso) presenciada e monitorizada se não houver um TV monomórfica, mas queria enfatizar a necessidade de tratar desfibrilador imediatamente pronto para uso. No entanto, ele a TV polimórfica como instável e como um ritmo de PCR. não deverá retardar a RCP nem a aplicação dos choques. Análise da forma de onda da fibrilação para 2005 (Antiga): Não havia recomendações anteriormente. a previsão dos resultados Motivo: Em alguns estudos, há relatos de conversão de taquiarritmias ventriculares pelo soco precordial. No entanto, 2010 (Sem alterações em relação a 2005): O valor da análise da forma de onda da FV para orientar a administração duas séries de casos maiores demonstraram que o soco da desfibrilação durante a ressuscitação é incerto. precordial não resultou em RCE nos casos de FV. O relato de complicações associadas ào soco precordial inclui fratura Estimulação do esterno, osteomielite, AVE/AVC e desencadeamento de arritmias malignas em adultos e crianças. O soco precordial 2010 (Sem alterações em relação a 2005): A estimulação não deve retardar o início da RCP ou da desfibrilação. não é rotineiramente recomendada para pacientes com PCR assistólica. Em pacientes com bradicardia com pulso Dispositivos de RCP sintomática, é oportuno que os profissionais de saúde estejam preparados para iniciar estimulação transcutânea Vários dispositivos mecânicos de RCP estiveram no centro de naqueles que não responderem aos medicamentos. Se a ensaios clínicos recentes. O início do tratamento com esses estimulação transcutânea falhar, a provável indicação será dispositivos (isto é, sua aplicação e seu posicionamento) tem a estimulação transvenosa, iniciada por um profissional o potencial de retardar ou interromper a RCP da vítima de treinado e com experiência em acesso venoso central e PCR e, portanto, os socorristas devem ser treinados - e, se estimulação intracardíaca. necessário, treinados novamente - para minimizar qualquer interrupção das compressões torácicas ou da desfibrilação. O uso do dispositivo de limiar de impedância (DLI) melhorou TÉCNICAS E DISPOSITIVOS o RCE e a sobrevivência no curto prazo quando usado em adultos com PCR extra-hospitalar, mas não melhorou a DE RCP sobrevivência no longo prazo de pacientes com PCR. Um ensaio aleatório, prospectivo e multicêntrico controlado Resumo dos principais pontos de discussão comparando a RCP com faixa de distribuição de carga e alterações (AutoPulse®) com a RCP manual em PCR extra-hospitalar demonstrou não ter havido melhoria na sobrevivência em Até o momento, nenhum dispositivo de RCP se mostrou 4 horas e um pior resultado neurológico quando o dispositivo consistentemente superior à RCP padrão convencional foi usado. São necessários mais estudos para determinar se (manual) para o SBV extra-hospitalar, assim como nenhum os fatores específicos ao local e a experiência com o uso do outro dispositivo, exceto o desfibrilador, proporcionou dispositivo podem influenciar sua eficácia. Não há evidências melhoria consistente na sobrevivência de longo prazo em suficientes que respaldem o uso rotineiro deste dispositivo. PCR extra-hospitalar. Esta parte das Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE contém resumos de ensaios Séries de casos empregando dispositivos com pistão clínicos recentes. mecânico relatam graus variados de êxito. O uso de tais dispositivos pode ser considerado quando for difícil manter Técnicas de RCP a RCP convencional (por exemplo, durante estudos de diagnóstico). Foram desenvolvidas alternativas à RCP manual convencional, em um esforço de melhorar a perfusão durante a ressuscitação Para evitar atrasos e maximizar a eficiência, treinamento de PCR e a sobrevivência. Em comparação com a RCP inicial, monitorização contínua e programas de retreinamento convencional, essas técnicas, normalmente, exigem mais devem ser oferecidos regularmente aos profissionais que pessoal, treinamento e equipamento ou se aplicam a uma usam dispositivos de RCP. 12 American Heart Association
  • 15. S AV C SUPORTE AVANÇADO DE • Infusões de medicamentos cronotrópicos são recomendadas como alternativa à estimulação em bradicardia sintomática VIDA CARDIOVASCULAR e instável. • A adenosina é recomendada como segura e potencialmente Resumo dos principais pontos de discussão eficaz para o tratamento e o diagnóstico inicial da taquicardia de complexo largo monomórfica regular indiferenciada. e alterações • O cuidado sistemático pós-PCR após o RCE deve continuar As principais modificações ocorridas no suporte avançado de em uma UTI com tratamento multidisciplinar especializado vida cardiovascular (SAVC) para 2010 são as seguintes: e avaliação do estado neurológico e fisiológico do paciente. Isto, muitas vezes, compreende o uso de • A capnografia quantitativa com forma de onda é hipotermia terapêutica. recomendada para a confirmação e a monitorização do posicionamento do tubo endotraqueal e a qualidade da RCP. Recomendação de capnografia • O algoritmo de PCR tradicional foi simplificado e um 2010 (Nova): A capnografia quantitativa contínua com esquema conceitual alternativo foi criado para enfatizar a forma de onda é, agora, recomendada para pacientes importância da RCP de alta qualidade. intubados ao longo de todo o período peri-PCR. No uso • Há uma maior ênfase na monitorização fisiológica, para adulto de capnografia quantitativa com forma de onda, as otimizar a qualidade da RCP e detectar o RCE. aplicações, agora, contêm recomendações para confirmar o posicionamento do tubo traqueal e monitorar a qualidade da • A atropina não é mais recomendada para uso de rotina no RCP e detectar o RCE com base em valores do dióxido de tratamento da atividade elétrica sem pulso (AESP)/assístole. carbono no final da expiração PETCO2 (Figuras 3A e 3B). Figura 3 Formas de onda de capnografia Intervalo de 1 minuto 50 mmHg 37,5 25 12,5 0 Antes da intubação Intubado A. Capnografia para confirmar a colocação do tubo endotraqueal. Esta curva de capnografia mostra a pressão parcial do dióxido de carbono exalado (PETCO2), em mm Hg, no eixo vertical, em função do tempo quando é feita uma intubação. Uma vez que o paciente esteja intubado, detecta-se o dióxido de carbono exalado, confirmando a colocação do tubo traqueal. O PETCO2 varia durante o ciclo respiratório, com valores mais altos na expiração final. Intervalo de 1 minuto 50 mmHg 37,5 25 12,5 0 RCP RCE B. Capnografia para monitorar a eficácia dos esforços de ressuscitação. Esta segunda curva de capnografia mostra o PETCO2, em mm Hg, no eixo vertical, em função do tempo. Este paciente está intubado e recebendo RCP. Observe que a frequência de ventilação é de aproximadamente 8 a 10 respirações por minuto. As compressões torácicas são aplicadas continuamente a uma frequência ligeiramente maior que 100/min, mas não são visíveis nesta curva. O PETCO2 inicial é menor que 12,5 mm Hg durante o primeiro minuto, indicando um fluxo sanguíneo bastante baixo. O PETCO2 aumenta para um valor entre 12,5 e 25 mm Hg durante o segundo e o terceiro minutos, compatível com o aumento do fluxo sanguíneo com a ressuscitação em andamento. O retorno da circulação espontânea (RCE) ocorre durante o quarto minuto. O RCE é reconhecido pelo aumento abrupto do PETCO2 (visível logo após a quarta linha vertical) para mais de 40 mm Hg, compatível com uma melhora substancial no fluxo sanguíneo. Des ta q u es d a s Di r etr i zes d a AH A 201 0 p a r a RC P e AC E 13
  • 16. S AV C Figura 4 Algoritmo de SAVC Circular Qualidade da RCP Grite por ajuda/acione o serviço de emergência Ev va Inicie a RCP PETCO Retorno da circulação 2 minutos espontânea (RCE) Retorno da circulação espontânea (RCE) Verifique Parada/paragem, ETCO o ritmo cuidado pós-PCR r ria Se Choque FV/TV Energia de choque Bifásica: Terapia medicamentosa RCP Contínua Monofásica: ontínua Terapia medicamentosa Dose EV/IO de epinefrina: Dose EV/IO de vasopressina: Considere via aérea avançada PC Dose EV/IO de amiodarona: Prim ra S C Via aérea avançada R Trate causas reversíveis Cap r ma para rmar rar am ET M on i to r e R CP Causas reversíveis a qualidade da H T H T H T – H T H T 2005 (Antiga): Recomendava um detector de dióxido de Algoritmo de SAVC simplificado carbono (CO2) exalado ou um dispositivo detector esofágico para confirmar o posicionamento do tubo endotraqueal. e novo algoritmo As Diretrizes da AHA 2005 para RCP e ACE observavam 2010 (Nova): O algoritmo convencional de SAVC para PCR que a monitorização do PETCO2 podia ser útil como indicador foi simplificado e racionalizado para enfatizar a importância da não invasivo do débito cardíaco gerado durante a RCP. RCP de alta qualidade (incluindo compressões de frequência Motivo: A capnografia contínua com forma de onda é o e profundidade adequadas, permitindo retorno total do método mais confiável de confirmar e monitorar o correto tórax após cada compressão, minimizando interrupções nas posicionamento de um tubo endotraqueal. Embora estejam compressões e evitando ventilação excessiva) e o fato de que disponíveis outros meios de confirmar o posicionamento do as ações de SAVC devem se organizar em torno de períodos tubo endotraqueal, eles não são mais confiáveis do que a ininterruptos de RCP. Um novo algoritmo circular também foi capnografia contínua com forma de onda. Os pacientes correm introduzido (Figura 4 acima). maior risco de deslocamento do tubo endotraqueal durante o transporte ou a transferência; os profissionais devem observar 2005 (Antiga): As mesmas prioridades foram citadas nas uma onda capnográfica persistente com ventilação para Diretrizes da AHA 2005 para RCP e ACE. O algoritmo nos confirmar e monitorar o posicionamento do tubo endotraqueal. quadros e nas setas listava as principais ações executadas durante a ressuscitação, em modo sequencial. Como o sangue deve circular pelos pulmões para que o CO2 seja exalado e medido, a capnografia também serve de Motivo: Para o tratamento da PCR, as intervenções de monitor fisiológico da eficácia das compressões torácicas e SAVC se baseiam nos fundamentos de SBV da RCP de alta para detectar o RCE. Compressões torácicas ineficazes qualidade para aumentar a probabilidade do RCE. Antes de (quer devido a características do paciente, quer ao 2005, os cursos de SAVC presumiam uma excelente aplicação desempenho do socorrista) estão associadas a um baixo da RCP e se concentravam, principalmente, em intervenções PETCO2. Débito cardíaco insuficiente ou nova PCR no paciente adicionais de desfibrilação manual, terapia medicamentosa, com RCE também causam redução no PETCO2. Por outro lado, colocação de via aérea avançada e opções de tratamento o RCE pode causar um aumento abrupto no PETCO2. alternativo e adicional para situações especiais de ressuscitação. 14 American Heart Association
  • 17. S AV C Embora o tratamento medicamentoso adjuvante e o tratamento e enquanto se aguarda um marca-passo/pacemaker ou por com via aérea avançada ainda façam parte do SAVC, a ênfase ineficácia da estimulação. no suporte avançado de vida (SAV), em 2005, voltou ao básico, com uma maior ênfase no que sabidamente funciona: Motivo: Há várias alterações importantes no tocante ao tratamento de arritmias sintomáticas em adultos. A evidência RCP de alta qualidade (aplicar compressões de frequência disponível sugere ser improvável que o uso de rotina de atropina e profundidade adequadas, permitindo retorno total do durante AESP ou assístole produza benefícios terapêuticos. tórax após cada compressão, minimizando interrupções nas Por essa razão, a atropina foi retirada do algoritmo da PCR. compressões torácicas e evitando ventilação excessiva). As Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE mantêm essa Com base na nova evidência de segurança e possível eficácia, ênfase. As Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE observam a adenosina pode, agora, ser considerada na avaliação e no que a RCP se guia, idealmente, pela monitorização fisiológica tratamento iniciais da taquicardia de complexo largo monomórfica e inclui oxigenação adequada e desfibrilação precoce regular estável indiferenciada quando o ritmo for regular. Para enquanto o prestador de SAVC avalia e trata possíveis causas bradicardia sintomática ou instável, a infusão intravenosa (IV) de subjacentes da PCR. Não existe evidência clínica definitiva de agentes cronotrópicos é agora recomendada como alternativa que a intubação precoce ou a terapia medicamentosa melhore igualmente eficaz à estimulação transcutânea externa quando a a sobrevivência neurologicamente intacta na alta hospitalar. atropina for ineficaz. Menos ênfase nos dispositivos, medicamentos Cuidados organizados pós-PCR e outros desvios de atenção 2010 (Nova): Cuidados organizados pós-PCR é uma nova Ambos os algoritmos de SAVC utilizam formatos simples seção das Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE. Para com enfoque nas intervenções de maior impacto sobre o melhorar a sobrevivência das vítimas de PCR que dão resultado. Com esse fim, enfatizou-se a aplicação de RCP de entrada em um hospital após o RCE, um sistema abrangente, alta qualidade e desfibrilação precoce para FV/TV sem pulso. estruturado, integrado e multidisciplinar de cuidados pós-PCR O acesso vascular, a administração de fármacos e a colocação deve ser implementado de maneira consistente (vide Quadro de via aérea avançada, embora ainda recomendados, não 3). O tratamento deve incluir suporte cardiopulmonar e devem causar interrupções significativas nas compressões neurológico. Hipotermia terapêutica e intervenções coronárias torácicas, nem retardar os choques. percutâneas (ICPs) devem ser executadas, quando indicadas Novos protocolos de medicação (consulte, também, a seção "Síndromes coronárias agudas"). Como convulsões são comuns após a PCR, deve-se 2010 (Nova): A atropina não é recomendada para uso realizar um eletroencefalograma (EEG) para o diagnóstico de rotina no tratamento de AESP/assístole e foi retirada das convulsões, com pronta interpretação tão logo quanto do algoritmo de SAVC para PCR. O tratamento de AESP/ possível e monitorização frequente ou contínua em pacientes assístole agora está consistente nas recomendações e nos comatosos após o RCE. algoritmos de SAVC e SAVP (suporte avançado de vida em 2005 (Antiga): Cuidados pós-PCR foram incluídos na seção pediatria). de SAVC das Diretrizes da AHA 2005 para RCP e ACE. O algoritmo de tratamento de taquicardia com pulso foi A hipotermia terapêutica foi recomendada a fim de melhorar simplificado. A adenosina é recomendada no diagnóstico o resultado de vítimas comatosas adultas de PCR e no tratamento iniciais da taquicardia de complexo largo extra-hospitalar presenciada quando o ritmo de apresentação monomórfica regular indiferenciada (isto também está era de FV. Além disso, foram feitas recomendações consistente nas recomendações de SAVC e SAVP). para otimizar a hemodinâmica, o suporte respiratório e É importante notar que a adenosina não deve ser usada neurológico, identificar e tratar causas reversíveis da PCR, para taquicardias de complexo largo irregulares, já que monitorar a temperatura e considerar o tratamento de pode causar degeneração do ritmo para FV. distúrbios na regulação da temperatura. Contudo, a evidência Para o tratamento de adultos com bradicardia sintomática para sustentar tais recomendações era limitada. e instável, infusões de medicamento cronotrópico são Motivo: Desde 2005, dois estudos não aleatórios com recomendadas como alternativa à estimulação. controles simultâneos, assim como outros estudos usando 2005 (Antiga): A atropina foi incluída no algoritmo de SAVC controles históricos, indicaram um possível benefício da para a PCR: para pacientes em assístole ou AESP lenta, hipotermia terapêutica após PCR intra ou extra-hospitalar considere o uso de atropina. No algoritmo de taquicardia, com ritmo de apresentação de AESP/assístole. Cuidados a adenosina foi recomendada somente para suspeita de organizados pós-PCR, com ênfase em programas taquicardia supraventricular de complexo estreito regular multidisciplinares que enfoquem a otimização da função de reentrada. No algoritmo de bradicardia, infusões de hemodinâmica, neurológica e metabólica (incluindo a medicamento cronotrópico foram listadas após a atropina hipotermia terapêutica) podem melhorar a sobrevivência à Des ta q u es d a s Di r etr i zes d a AH A 201 0 p a r a RC P e AC E 15
  • 18. S AV C alta hospitalar entre as vítimas que obtiveram o RCE após a Redução da concentração de oxigênio inspirado PCR intra ou extra-hospitalar. Embora ainda não seja possível após RCE com base na saturação de determinar o efeito individual de muitas dessas terapias, quando conjugadas em um sistema de cuidados integrados, oxi-hemoglobina monitorada sua implementação tem demonstrado uma melhoria na 2010 (Nova): Uma vez restabelecida a circulação, monitore sobrevivência à alta hospitalar. a saturação arterial da oxi-hemoglobina. Pode ser oportuno, quando houver equipamento apropriado disponível, titular a Efeito da hipotermia sobre o prognóstico administração de oxigênio para manter a saturação arterial de Muitos estudos tentaram identificar pacientes comatosos oxi-hemoglobina ≥ 94%. Havendo equipamento apropriado pós-PCR sem perspectiva de recuperação neurológica disponível, uma vez obtido o RCE, ajuste a fração de oxigênio significativa, tendo sido propostas regras decisórias inspirado (FIO2) para a concentração mínima necessária para para o prognóstico de resultados ruins; porém, as regras a obtenção da saturação arterial de oxi-hemoglobina ≥ 94%, desenvolvidas em anos anteriores foram estabelecidas com a meta de evitar hiperóxia sem deixar de assegurar a com base em estudos de pacientes pós-PCR que não administração adequada de oxigênio. Como uma saturação foram tratados com hipotermia. Relatórios recentes têm de oxi-hemoglobina de 100% pode corresponder a um PaO2 documentado bons resultados ocasionais em pacientes em qualquer ponto entre aproximadamente 80 e 500 mm Hg, pós-PCR tratados com hipotermia terapêutica, a despeito de um modo geral, convém ajustar gradualmente o FIO2 para de exames neurológicos ou de estudos neuroeletrofisiológicos uma saturação de 100%, contanto que a saturação possa ser prevendo resultados ruins dentro do tradicional período mantida acima de 94%. de prognóstico de 3 dias após a PCR. Portanto, 2005 (Antiga): Não era fornecida qualquer informação específica as características ou os resultados de testes que indicavam sobre o ajuste gradual. resultados ruins em pacientes pós-PCR no passado podem Motivo: De fato, a saturação de oxi-hemoglobina deve ser não ser tão indicativos de resultados ruins após o uso de mantida de 94% a 99%, quando possível. Embora a força-tarefa hipotermia terapêutica. do SAVC do Consenso Internacional de 2010 sobre a Ciência Identificar pacientes durante o período pós-PCR sem da RCP e ACE com Recomendações de Tratamento2,3 não potencial de recuperação neurológica é um grande desafio tenha encontrado evidências suficientes para recomendar clínico que requer maior investigação. Aconselha-se cautela um protocolo de ajuste gradual específico, um estudo nas considerações de limitar o cuidado ou suspender a recente5 documentou os efeitos nocivos da hiperóxia após terapia de suporte de vida, especialmente logo após o RCE. o RCE. Como observado acima, uma saturação de oxigênio Devido à necessidade crescente de tecidos e órgãos para de 100% pode corresponder a um PaO2 em qualquer ponto transplante, toda equipe de profissionais que tratar pacientes entre aproximadamente 80 e 500 mm Hg. O consenso dos pós-PCR deve implementar os procedimentos apropriados especialistas em SAVC e SAVP é que, se houver equipamento para uma possível doação de órgãos e tecidos, em tempo disponível, pode ser oportuno titular o oxigênio inspirado, hábil e de modo eficaz, de acordo com a vontade do tendo por base a saturação de oxi-hemoglobina monitorada, paciente e dos membros da família. para manter uma saturação ≥ 94%, mas menor que 100%. QUADRO 3 Principais objetivos iniciais e subsequentes dos cuidados pós-PCR 1. Otimizar a função cardiopulmonar e a perfusão de órgãos vitais após o RCE 2. Transportar/transferir para um hospital apropriado ou UTI com completo sistema de tratamento pós-PCR 3. Identificar e tratar SCAs e outras causas reversíveis 4. Controlar a temperatura para otimizar a recuperação neurológica 5. Prever, tratar e prevenir a disfunção múltipla de órgãos. Isto inclui evitar ventilação excessiva e hiperóxia A principal meta de uma estratégia conjugada de tratamento do paciente após a PCR é um plano de tratamento abrangente a ser executado com consistência em um ambiente multidisciplinar treinado até o retorno do estado funcional normal ou próximo do normal. Pacientes com suspeita de SCA devem ser triados para uma instituição com recursos de angiografia coronária e reperfusão interventiva (intervenção coronária percutânea primária) e uma equipe multidisciplinar experiente na monitorização de pacientes quanto à disfunção múltipla de órgãos, iniciando-se, em tempo hábil, o tratamento pós-PCR apropriado, incluindo hipotermia. Com foco renovado em melhorar o resultado funcional, a avaliação neurológica é um componente fundamental na avaliação de rotina dos sobreviventes. O reconhecimento precoce de distúrbios neurológicos possivelmente tratáveis, como as convulsões, é importante. O diagnóstico das convulsões pode ser desafiador, especialmente no cenário de hipotermia e bloqueios neuromusculares. Por isso, a monitorização eletroencefalográfica se tornou uma importante ferramenta de diagnóstico nessa população de pacientes. A avaliação prognóstica no cenário de hipotermia está mudando, razão pela qual especialistas qualificados em avaliação neurológica nessa população de pacientes e a integração de ferramentas de prognóstico adequadas são essenciais para pacientes, prestadores de socorro e famílias. 16 American Heart Association
  • 19. SÍNDROMES CORONÁRIAS AGUDAS Situações especiais de ressuscitação Unidades de tratamento de pacientes com infarto/enfarte do miocárdio com 2010 (Nova): Quinze situações específicas de PCR têm, agora, recomendações de tratamento específicas. Os tópicos supradesnivelamento do segmento ST revisados compreendem asma, anafilaxia, gravidez, obesidade Uma abordagem bem organizada do tratamento do infarto/ mórbida (novo), embolismo pulmonar (novo), desequilíbrio enfarte do miocárdio com supradesnivelamento do segmento eletrolítico, ingestão de substâncias tóxicas, trauma, hipotermia ST (IAMST/EAMCSST) requer a integração da comunidade, acidental, avalanche (novo), afogamento, choque elétrico/ do SME, do médico e dos recursos hospitalares em uma relâmpagos, intervenção coronária percutânea (ICP) (novo), unidade de tratamento conjugada para o IAMST/EAMCSST. tamponamento cardíaco (novo) e cirurgia cardíaca (novo). Isto compreende programas educativos para o reconhecimento 2005 (Antiga): Foram incluídas dez situações específicas dos sintomas da SCA, o desenvolvimento de protocolos de relacionadas ao comprometimento do paciente (isto é, SME para as instruções iniciais fornecidas pela central de condições peri-PCR). atendimento e para intervenções extra-hospitalares, além de programas baseados nos serviços de emergência/urgência Motivo: A PCR em situações especiais pode exigir tratamentos e nos hospitais que visem o transporte interinstitucional tão ou procedimentos especiais além daqueles executados durante logo a SCA seja diagnosticada e o tratamento definitivo o SBV ou o SAVC normal. Tais condições são infrequentes seja determinado. e, por isso, é difícil conduzir ensaios clínicos aleatórios para comparar os tratamentos. Consequentemente, essas situações ECGs extra-hospitalares de 12 eletrodos únicas pedem que os profissionais experientes vão "além do básico" e usem consenso clínico e extrapolação das evidências Um componente importante e essencial das unidades de limitadas. Os tópicos cobertos pelas Diretrizes da AHA 2005 tratamento de IAMST/EAMCSST é a realização de ECGs para RCP e ACE foram revisados, atualizados e ampliados extra-hospitalares de 12 eletrodos com transmissão ou para 15 situações específicas de PCR. Os tópicos compreendem interpretação pelos profissionais do SME e notificação tratamento peri-PCR significativo, que pode ser importante antecipada à instituição receptora. O uso de ECGs para prevenir a PCR ou que requeira tratamento além dos extra-hospitalares de 12 eletrodos é recomendado cuidados de rotina ou típicos definidos nas diretrizes de SBV pelas Diretrizes da AHA para RCP e ACE desde 2000, ou SAVC. com documentação que comprova a redução do tempo até a reperfusão com tratamento fibrinolítico. Mais recentemente, os ECGs extra-hospitalares de 12 eletrodos também demonstraram reduzir o tempo até a ICP primária, podendo, SÍNDROMES CORONÁRIAS ainda, facilitar a triagem para hospitais específicos quando a ICP for a estratégia escolhida. Quando o SME ou os médicos AGUDAS do serviço de emergência/urgência acionam a equipe de cuidados cardíacos, inclusive o laboratório de cateterização Resumo dos principais pontos de discussão cardíaca, são observadas reduções significativas nos tempos de reperfusão. e alterações Triagem para hospitais capacitados As recomendações das Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE a realizar a ICP no tocante à avaliação e ao tratamento de síndromes coronárias agudas (SCAs) foram atualizadas a fim de definir o escopo de Estas recomendações fornecem critérios para a triagem de tratamento para os profissionais de saúde que cuidam de pacientes para centros capacitados a ICP após a PCR. pacientes com suspeita ou diagnóstico de SCA nas primeiras horas após o início dos sintomas. Cuidado total de pacientes após PCR com As principais metas de tratamento de pacientes com SCA IAMST/EAMCSST confirmado ou estão consistentes com aquelas das Diretrizes da AHA para suspeita de SCA RCP e ACE anteriores e das Diretrizes da AHA/American College of Cardiology, dentre as quais: A realização da ICP tem sido associada a resultados favoráveis em pacientes adultos ressuscitados de uma PCR. É sensato • Reduzir a extensão da necrose miocárdica que ocorre em incluir cateterização cardíaca nos protocolos pós-PCR pacientes com infarto/enfarte agudo do miocárdio para, padronizados como parte de uma estratégia geral para assim, preservar a função ventricular esquerda, prevenir melhorar a sobrevivência neurologicamente intacta nesse a insuficiência cardíaca e limitar outras complicações grupo de pacientes. Em pacientes com PCR extra-hospitalar cardiovasculares devida a FV, recomenda-se a angiografia de urgência com • Prevenir importantes eventos cardíacos adversos: revascularização imediata da artéria relacionada ao infarto/ morte, infarto/enfarte agudo do miocárdio não fatal e enfarte. Após uma PCR, o ECG pode ser insensível ou induzir necessidade de revascularização urgente a erros, podendo ser oportuna a angiografia coronária após RCE em pacientes com PCR de presumida etiologia cardíaca, • Tratar complicações agudas e com risco de vida da mesmo na ausência de IAMST/EAMCSST claramente definido. SCA, como FV, TV sem pulso, taquicardias instáveis, Achados clínicos de coma em pacientes antes da ICP são bradicardias sintomáticas comuns após a PCR extra-hospitalar e não devem ser Nesse contexto, são definidos vários componentes e contraindicação para se considerar a angiografia e a ICP estratégias de cuidados importantes. imediatas (consulte, também, "Cuidados pós-PCR", acima). Des ta q u es d a s Di r etr i zes d a AH A 201 0 p a r a RC P e AC E 17
  • 20. AV E / AV C / S B V E M P E D I AT R I A Alterações no tratamento geral imediato • Embora o controle da pressão arterial seja um componente do tratamento de pacientes com AVE/AVC no serviço de (incluindo oxigênio e morfina) emergência/urgência, a menos que o paciente esteja hipotenso (pressão arterial sistólica < 90 mmHg), o tratamento 2010 (Nova): Não é necessário fornecer oxigênio suplementar pré-hospitalar da pressão arterial não é recomendado. para pacientes sem evidência de desconforto respiratório, • Um crescente 'corpus' de evidência indica melhoria na taxa caso a saturação de oxi-hemoglobinas seja ≥ 94%. Administre de sobrevivência após 1 ano, nos resultados funcionais e na morfina com cautela a pacientes com angina instável. qualidade de vida quando os pacientes hospitalizados com 2005 (Antiga): Recomendava-se oxigênio para todos os AVE/AVC agudo são tratados em uma unidade de tratamento pacientes com edema pulmonar aberto ou saturação de especializada em AVE/AVC por uma equipe multidisciplinar oxi-hemoglobina arterial < 90%. Também cabia administrá-lo experiente no tratamento de AVE/AVC. a todos os pacientes com SCA nas primeiras 6 horas de • As diretrizes para indicações, contraindicações e cuidados tratamento. A morfina era o analgésico de escolha para ao considerar o uso do ativador do plasminogênio tecidual a dor que não responde a nitratos, mas seu uso não era recombinante (APt-r) foram atualizadas para manter a recomendado em pacientes com possível hipovolemia. consistência com as recomendações da American Stroke Association/AHA. Motivo: Os profissionais dos serviços médicos de emergência/urgência administram oxigênio durante a • Embora se relate uma maior probabilidade de bom resultado funcional quando os pacientes com AVE/AVC isquêmico avaliação inicial dos pacientes com suspeita de SCA. Porém, agudo recebem o APt-r em até 3 horas após o início dos há evidência insuficiente para sustentar seu uso rotineiro em sintomas de AVE/AVC, o tratamento de pacientes com AVE/ SCA sem complicações. Se o paciente estiver dispneico, AVC isquêmico agudo cuidadosamente selecionados com hipoxêmico ou apresentar outros sinais de insuficiência APt-r IV entre 3 e 4,5 horas após o início dos sintomas cardíaca, os profissionais deverão titular o tratamento com também demonstrou melhorar o resultado clínico; oxigênio para manter a saturação de oxi-hemoglobina ≥ no entanto, o grau de benefício clínico é menor do que 94%. A morfina é indicada em IAMST/EAMCSST quando o alcançado com o tratamento nas 3 horas iniciais. o desconforto torácico não responde a nitratos. Deve-se No presente, o uso do APt-r IV em 3 a 4,5 horas após o início usar morfina com cautela em angina instável/não-IAMSST/ dos sintomas não está aprovado pela FDA (Food and Drug EAMCSST, visto que sua administração esteve associada a Administration dos EUA). uma maior mortalidade em grande registro. • do tratamento em unidades de AVE/AVC podem persistir por anos. A magnitude dos benefícios do tratamento em uma unidade de AVE/AVC é comparável à magnitude dos efeitos obtidos com o APt-r IV. Estudos recentes demonstram que ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLI- o tratamento em unidades de AVE/AVC é superior ao tratamento em alas médicas gerais, sendo que os CO/CEREBRAL (AVE/AVC) efeitos positivos • A tabela para o controle de hipertensão em pacientes com Resumo dos principais pontos de discussão AVE/AVC foi atualizada. e alterações A meta geral do tratamento de AVE/AVC é minimizar a lesão SUPORTE BÁSICO DE VIDA cerebral aguda e maximizar a recuperação do paciente. O tratamento do AVE/AVC é urgente, e estas diretrizes para AVE/ EM PEDIATRIA AVC enfatizam, mais uma vez, os “Ds do tratamento do AVE/ AVC” para destacar as etapas importantes no tratamento (e Resumo dos principais pontos de discussão etapas que podem contribuir para atrasos no tratamento). Integrando educação pública, telefone de emergência, e alterações detecção e triagem pré-hospitalar, desenvolvimento de Muitas das principais questões do SBV em pediatria são as um sistema hospitalar para AVE/AVC e administração de mesmas do SBV/Adulto. Entre elas estão: unidades de AVE/AVC, o resultado do tratamento de AVE/AVC melhorou significativamente. • Início da RCP com compressões torácicas, em vez de ventilações de resgate (C-A-B, em vez de A-B-C); • A natureza urgente do tratamento de AVE/AVC exige o iniciar a RCP com compressões, em vez de ventilações, estabelecimento de parcerias locais entre centros médicos retarda menos a primeira compressão. universitários e hospitais comunitários. O conceito de • Ênfase permanente na aplicação de uma RCP de hospital "preparado para AVE/AVC" surgiu com o objetivo alta qualidade. de garantir que as melhores práticas de tratamento do AVE/ • Modificação das recomendações acerca da profundidade AVC (agudo e demais) sejam oferecidas de modo organizado adequada das compressões para, no mínimo, um terço da em toda a região. É necessário mais trabalho para ampliar o dimensão anteroposterior do tórax: isto corresponde, alcance das redes regionais de AVE/AVC. aproximadamente, a 1½ polegada (cerca de 4 cm) na • Cada sistema de SME deve trabalhar com uma unidade de maioria dos bebês e cerca de 2 polegadas (5 cm) na maioria das crianças. tratamento de AVE/AVC regional para assegurar triagem e transporte imediatos para um hospital preparado para • Procedimento "Ver, ouvir e sentir se há respiração” AVE/AVC, quando possível. removido da sequência. 18 American Heart Association
  • 21. S B V E M P E D I AT R I A • Menos ênfase na verificação do pulso pelos profissionais Motivo: Evidência proveniente de estudos radiológicos do de saúde: dados adicionais sugerem que os profissionais tórax em crianças sugere que pode não ser possível obter de saúde não podem determinar com rapidez e segurança uma compressão até a metade do diâmetro anteroposterior. a presença ou a ausência de pulso. Em crianças que não Compressões torácicas eficazes, contudo, exigem a aplicação respondem e que não apresentam respiração, se o pulso de força e, segundo dados novos, recomenda-se a profundidade não puder ser detectado em 10 segundos, os profissionais de cerca de 1½ polegada (4 cm) para a maioria dos bebês e de saúde devem iniciar a RCP. cerca de 2 polegadas (5 cm) para a maioria das crianças. • Uso do DEA/DAE em bebês: para bebês, prefira o uso de Eliminação do procedimento "Ver, ouvir e um desfibrilador manual a um DEA/DAE para desfibrilação. sentir se há respiração” Se não houver um desfibrilador manual disponível, prefira um DEA/DAE equipado com um atenuador de carga pediátrico. 2010 (Nova): O procedimento "Ver, ouvir e sentir se há Se nenhum dos dois estiver disponível, use um DEA/DAE respiração” foi removido da sequência de avaliação da sem atenuador de carga pediátrico. respiração após a abertura da via aérea. 2005 (Antiga): O procedimento "Ver, ouvir e sentir se há Alteração na sequência da RCP (C-A-B, em vez respiração” era usado para avaliar a respiração após a abertura de A-B-C) da via aérea. Motivo: Com a nova sequência “compressão torácica 2010 (Nova): Iniciar a RCP em bebês e crianças com primeiro”, a RCP será executada se o bebê ou a criança não compressões torácicas, em vez de ventilações de resgate responder e não estiver respirando (ou apenas com gasping), (C-A-B, em vez de A-B-C). Inicie a RCP com 30 compressões sendo iniciada pelas compressões (sequência C-A-B). (socorrista atuando sozinho) ou 15 compressões (para a ressuscitação de bebês e crianças por dois profissionais de Novamente, menos ênfase na verificação saúde), em vez de 2 ventilações. Para a ressuscitação de de pulso recém-nascidos, consulte a seção Ressuscitação neonatal. 2010 (Nova): Se o bebê ou a criança não estiver respondendo 2005 (Antiga): A ressuscitação cardiopulmonar era iniciada e não estiver respirando ou apenas com gasping, os profissionais com a abertura da via aérea e a aplicação de 2 respirações de saúde poderão aguardar até 10 segundos na tentativa de antes das compressões torácicas. sentir o pulso (braquial, em bebês, e carotídeo ou femoral, Motivo: Esta importante proposta de alteração, de aplicar em crianças). Se, em 10 segundos, você não sentir o pulso ou compressões antes de ventilações (C-A-B) na sequência estiver inseguro quanto a isso, inicie as compressões torácicas. de RCP, suscitou vigoroso debate entre os especialistas Pode ser difícil determinar a presença ou ausência de pulso, em ressuscitação pediátrica. Como a maioria das PCRs especialmente em uma emergência/urgência, sendo que pediátricas é asfíxica, e não PCR primária súbita, tanto a estudos mostram que profissionais de saúde e socorristas intuição quanto os dados clínicos respaldam a necessidade leigos não conseguem detectar o pulso confiavelmente. de ventilações e compressões para a RCP pediátrica. No 2005 (Antiga): Se você for um profissional de saúde, tente entanto, PCRs pediátricas são muito menos comuns do que palpar um pulso. Não demore mais do que 10 segundos. PCRs (primárias) súbitas em adultos, e muitos socorristas Motivo: A recomendação é a mesma, mas há evidência nada fazem quando ficam inseguros ou confusos. A maioria adicional sugestiva de que os profissionais de saúde não das vítimas de PCR pediátrica não recebe nenhuma manobra conseguem detectar a presença ou ausência de pulso com de RCP dos presentes, de modo que qualquer estratégia que rapidez e confiabilidade em crianças. Dado o risco de não aumente a probabilidade de ação pelas pessoas presentes aplicar compressões torácicas em uma vítima de PCR e o pode salvar vidas. Por isso, a abordagem C-A-B para vítimas risco relativamente mínimo de aplicar compressões quando de todas as idades foi adotada com a esperança de aumentar há pulso presente, as Diretrizes da AHA 2010 para RCP e a chance de que pessoas presentes executem a RCP. ACE recomendam compressões torácicas se o socorrista Teoricamente, a nova sequência deve retardar as ventilações estiver inseguro quanto à presença de pulso. de resgate em apenas 18 segundos (o tempo necessário para aplicar 30 compressões) ou menos (com 2 socorristas). Desfibrilação e uso do DEA/DAE em bebês Profundidade das compressões torácicas 2010 (Nova): Para bebês, prefira o uso de um desfibrilador manual a um DEA/DAE para desfibrilação. Se não houver um 2010 (Nova): Para obter compressões torácicas eficazes, desfibrilador manual disponível, prefira um DEA/DAE equipado os socorristas devem comprimir, no mínimo, um terço com um atenuador de carga pediátrico. Se nenhum dos dois do diâmetro anteroposterior do tórax. Isto corresponde, estiver disponível, use um DEA/DAE sem atenuador de aproximadamente, a 1½ polegada (cerca de 4 cm) na carga pediátrico. maioria dos bebês e cerca de 2 polegadas (5 cm) na 2005 (Antiga): Dados mostram que os DEAs/DAEs podem maioria das crianças. ser usados com segurança e eficácia em crianças de 1 a 8 2005 (Antiga): Comprimir com força suficiente para deprimir anos de idade. Porém, os dados são insuficientes para que s o tórax até, aproximadamente, um terço ou metade de seu e emita uma recomendação pró ou contra o uso de DEA/DAE diâmetro anteroposterior. em bebês com menos de 1 ano de idade. Des ta q u es d a s Di r etr i zes d a AH A 201 0 p a r a RC P e AC E 19
  • 22. S A Y R E S P E D I A T R IU L T C P R L AV E M C U E R A D A Motivo: Relatórios de casos mais recentes sugerem que • Os profissionais são aconselhados a consultar um o DEA/DAE pode ser seguro e eficaz em bebês. Como a especialista, se possível, quando administrarem amiodarona sobrevivência requer desfibrilação quando ritmos chocáveis/ ou procainamida a pacientes hemodinamicamente estáveis desfibriláveis estão presentes durante a PCR, a administração com arritmias. de um choque de carga alta é preferível a nenhum choque. As evidências que respaldam a segurança do uso de DEA/DAE • A definição de taquicardia de complexo largo foi modificada em bebês são limitadas. de > 0,08 s para > 0,09 s. Recomendações para monitorização do CO2 exalado SUPORTE AVANÇADO DE VIDA 2010 (Nova): A detecção do CO2 exalado (capnografia ou EM PEDIATRIA colorimetria) é recomendada adjunta à avaliação clínica para confirmar a posição do tubo traqueal em neonatos, bebês Resumo dos principais pontos de discussão e crianças com ritmo cardíaco de perfusão em todos os ambientes (por exemplo, pré-hospitalar, Serviço de Emergência/ e alterações Urgência, UTI, enfermaria, Sala de Cirurgia) e durante o transporte intra ou inter-hospitalar (Figura 3A na página 13). • Muitos dos principais problemas na revisão da literatura de SAVP resultaram no aprimoramento das recomendações A monitorização contínua por capnografia ou capnometria, existentes, e não de novas recomendações; são fornecidas se disponível, pode ser benéfica durante a RCP para ajudar novas informações para a ressuscitação de bebês e crianças a orientar o tratamento, especialmente a eficácia das com defeitos cardíacos congênitos selecionados e compressões torácicas (Figura 3B na página 13). hipertensão pulmonar. 2005 (Antiga): Em bebês e crianças com ritmo de perfusão, • Recomenda-se novamente monitorar a capnografia/ use um detector colorimétrico ou a capnografia para detectar capnometria para confirmar o correto posicionamento CO2 exalado e confirmar a posição do tubo endotraqueal em do tubo endotraqueal, podendo ser útil durante a RCP ambientes pré-hospitalar ou hospitalar e durante o transporte para a avaliação e a otimização da qualidade das intra ou inter-hospitalar. compressões torácicas. Motivo: A monitorização do CO2 exalado (capnografia ou • O algoritmo de SAVP para a PCR foi simplificado a fim de colorimetria) geralmente confirma o posicionamento do tubo enfatizar a organização do cuidado em torno de períodos endotraqueal na via aérea e pode indicar mais rapidamente de 2 minutos de RCP ininterrupta. a colocação incorreta/deslocamento do tubo ET do que a • A carga de energia de desfibrilação inicial de 2 a 4 J/kg, monitorização da saturação de oxi-hemoglobina. Como o com formas de onda tanto monofásicas quanto bifásicas, transporte do paciente aumenta o risco de deslocamento do é plausível; para facilitar o treinamento, pode ser usada tubo, a monitorização contínua do CO2 torna-se especialmente uma carga inicial de 2 J/kg (a mesma da recomendação de importante nesses momentos. 2005). A segunda carga administrada, e as subsequentes, Estudos com animais e adultos mostram uma forte correlação devem ser de, no mínimo, 4 J/kg. Cargas superiores a 4 J/kg entre a concentração de PETCO2 e as intervenções que (não exceder 10 J/kg ou a carga adulta) também podem ser aumentam o débito cardíaco durante a RCP. Valores de PETCO2 seguras e eficazes, especialmente se administradas com um consistentemente menores que 10 a 15 mm Hg sugerem desfibrilador bifásico. que os esforços devem se concentrar na melhoria das • Em vista da crescente evidência da possível nocividade compressões torácicas e em assegurar que a ventilação da alta exposição ao oxigênio, foi adicionada uma nova não seja excessiva. Uma elevação abrupta e prolongada do recomendação de titular o oxigênio inspirado (quando houver PETCO2 pode ser observada logo antes da identificação clínica equipamento apropriado disponível), após o retorno da do RCE; portanto, a monitorização do PETCO2 pode reduzir a circulação espontânea, para manter uma saturação de necessidade de interromper as compressões torácicas para oxi-hemoglobina ≥ 94% mas < 100% a fim de limitar o verificar o pulso. risco de hiperoxemia. • Foram adicionadas novas seções sobre a ressuscitação Cargas de energia de desfibrilação de bebês e crianças com defeito cardíaco congênito, inclusive as com ventrículo único, com paliação do 2010 (Nova): É aceitável usar uma carga inicial de 2 a 4 J/kg ventrículo único e as com hipertensão pulmonar. para a desfibrilação; porém, para facilidade de treinamento, • Várias recomendações de medicação foram revisadas. pode-se usar uma carga inicial de 2 J/kg. Em FV refratária, Dentre elas, não administrar cálcio, exceto em circunstâncias é plausível aumentar a carga. Os níveis de energia subsequentes muito específicas, e limitar o uso de etomidato em devem ser de, no mínimo, 4 J/kg, podendo ser considerados choque séptico. níveis de energia mais altos, desde que não excedam 10 J/kg • As indicações para hipotermia terapêutica pós-ressuscitação ou a carga máxima adulta. foram um tanto esclarecidas. 2005 (Antiga): Com um desfibrilador manual (monofásico ou • Novas considerações de diagnóstico foram desenvolvidas bifásico), use uma carga de 2 J/kg na primeira tentativa e de para morte cardíaca súbita de etiologia desconhecida. 4 J/kg nas tentativas subsequentes. 20 American Heart Association
  • 23. S AV E M P E D I AT R I A Motivo: São necessários mais dados para a identificação oxigenação extracorpórea por membrana (OECM) como da carga de energia ideal para a desfibrilação pediátrica. tratamento de resgate nos centros que dispõem desse Há evidência limitada disponível quanto as cargas de energia recurso avançado. eficazes ou máximas para a desfibrilação pediátrica; alguns dados, porém, sugerem que cargas mais altas podem ser Controle da taquicardia seguras e, possivelmente, mais eficazes. Em vista das evidências limitadas para respaldar uma alteração, a nova 2010 (Nova): A taquicardia de complexo largo estará presente recomendação envolve uma pequena modificação que permite se a largura do QRS for > 0,09 segundo. cargas mais altas, até a carga máxima considerada segura pela 2005 (Antiga): A taquicardia de complexo largo estará maioria dos especialistas. presente se a largura do QRS for > 0,08 segundo. Limitar o oxigênio aos níveis normais Motivo: Em uma declaração científica recente,6 a duração do após a ressuscitação QRS foi considerada prolongada quando fosse > 0,09 segundo, para crianças menores de 4 anos, e ≥ 0,1 segundo, para crianças 2010 (Nova): Uma vez restabelecida a circulação, monitore entre 4 e 16 anos de idade. Por essa razão, o grupo de autores a saturação arterial da oxi-hemoglobina. Pode ser oportuno, das diretrizes do SAVP concluiu ser mais apropriado considerar quando houver equipamento apropriado disponível, titular como prolongada uma largura de QRS > 0,09 s em pacientes a administração de oxigênio para manter a saturação pediátricos. Embora seja improvável que o olho humano perceba arterial de oxi-hemoglobina ≥ 94%. Havendo equipamento uma diferença de 0,01 segundo, uma interpretação do ECG apropriado disponível, uma vez obtido o RCE, ajuste o FIO2 pelo computador pode documentar a largura do QRS para a concentração mínima necessária para a obtenção em milissegundos. de saturação de oxigênio transcutâneo ou arterial ≥ 94%, com a meta de evitar hiperóxia sem deixar de assegurar a Medicações durante a PCR e os choques administração adequada de oxigênio. Como uma saturação arterial de oxi-hemoglobina de 100% pode corresponder a um 2010 (Nova): A recomendação em relação à administração PaO2 em qualquer ponto entre aproximadamente 80 e 500 mm de cálcio é mais firme do que nas Diretrizes anteriores da Hg, de um modo geral, convém ajustar gradualmente o FIO2 AHA: a administração de cálcio de rotina não é recomendada quando a saturação for de 100%, contanto que a saturação para a PCR pediátrica na ausência de hipocalcemia, possa ser mantida ≥ 94%. overdose documentada de bloqueador dos canais de cálcio, 2005 (Antiga): A hiperóxia e o risco de lesão por reperfusão hipermagnesemia ou hipercalemia. A administração de cálcio foram abordados pelas Diretrizes da AHA 2005 para RCP e de rotina em PCR não produz benefícios e pode ser nociva. ACE de maneira geral, mas as recomendações de titulação Está demonstrado que o etomidato facilita a intubação do oxigênio inspirado não eram tão específicas. endotraqueal em bebês e crianças com efeito hemodinâmico Motivo: De fato, se houver equipamento disponível para mínimo, mas não é recomendado para uso de rotina em titular o oxigênio, titule-o para manter a saturação de pacientes pediátricos com evidência de choque séptico. oxi-hemoglobina entre 94% e 99%. Dados sugerem que 2005 (Antiga): Embora as Diretrizes da AHA 2005 para a hiperoxemia (isto é, PaO2 alto) acentua a lesão oxidativa RCP e ACE observassem que a administração de cálcio de observada após a reperfusão de isquemia, como ocorre após a ressuscitação de uma PCR. O risco de uma lesão rotina não melhora o resultado da PCR, as palavras “não é oxidativa pode ser reduzido titulando-se o FIO2 para diminuir recomendado”, nas Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE, o PaO2 (o que se consegue monitorando a saturação arterial expressam uma declaração mais firme e indicam possível de oxi-hemoglobina) sem deixar de garantir o adequado nocividade. O etomidato não foi abordado pelas Diretrizes da teor de oxigênio arterial. Dados recentes de um estudo com AHA 2005 para RCP e ACE. adultos5 demonstram resultados piores com hiperóxia após a Motivo: Evidências mais fortes contra o uso de cálcio ressuscitação de uma PCR. durante uma PCR ocasionaram maior ênfase em evitar o Ressuscitação de bebês e crianças com uso de rotina desse fármaco, exceto para pacientes com doença cardíaca congênita hipocalcemia, overdose de bloqueador dos canais de cálcio, hipermagnesemia ou hipercalemia documentadas. 2010 (Nova): Foram adicionadas orientações específicas A evidência da possível nocividade do uso de etomidato para a ressuscitação no tratamento da PCR em bebês e em adultos ou crianças com choque séptico levou à crianças com anatomia univentricular, fisiologia tipo Fontan ou recomendação de evitar o uso de rotina nessa situação. hemi-Fontan/Glenn bidirecional e para bebês e crianças com O etomidato causa supressão adrenal e a resposta do hipertensão pulmonar. esteroide endógeno pode ser extremamente importante 2005 (Antiga): Estes tópicos não foram abordados pelas em pacientes com choque séptico. Diretrizes da AHA 2005 para RCP e ACE. Cuidados pós-PCR Motivo: Variantes anatômicas específicas com doença cardíaca congênita interpõem desafios únicos à ressuscitação. 2010 (Nova): Embora não existam resultados publicados As Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE delineiam de ensaios pediátricos aleatórios prospectivos de hipotermia recomendações para cada um desses cenários clínicos. terapêutica, com base na evidência em adultos, a hipotermia Comum a todos os cenários é o possível uso precoce de terapêutica (até 32°C a 34°C) pode ser benéfica para Des ta q u es d a s Di r etr i zes d a AH A 201 0 p a r a RC P e AC E 21
  • 24. R E S R E S C TA Ç A D N E O N A L A Y S U S C IU E R Ã O U L T C P T A L adolescentes que permaneçam comatosos após a • Previsão da necessidade de ressuscitar: cesariana eletiva ressuscitação de uma PCR por FV extra-hospitalar (novo tópico) presenciada. A hipotermia terapêutica (até 32°C a 34°C) • Avaliação contínua também pode ser considerada para bebês e crianças que permaneçam comatosos após a ressuscitação de uma PCR. • Administração de oxigênio suplementar 2005 (Antiga): Tendo por base a extrapolação de estudos • Aspiração com adultos e neonatos, quando pacientes pediátricos • Estratégias de ventilação (sem alterações em relação a 2005) permanecerem comatosos após a ressuscitação, resfrie-os até 32°C a 34°C por 12 a 24 horas. • Recomendações para monitorização do CO2 exalado Motivo: Estudos adicionais com adultos continuaram • Relação compressão-ventilação demonstrando o benefício da hipotermia terapêutica • Termorregulação em neonato pré-termo (sem alterações em para pacientes comatosos após uma PCR, inclusive para relação a 2005) aqueles com outros ritmos que não o da FV. São necessários dados pediátricos. • Hipotermia terapêutica pós-ressuscitação Avaliação de vítimas com morte • Laqueadura retardada do cordão (nova em 2010) cardíaca súbita • Suspensão ou interrupção dos esforços de ressuscitação (sem alterações em relação a 2005) 2010 (Novo tópico): Quando ocorrer morte cardíaca súbita e inexplicável em uma criança ou um adulto jovem, obtenha o histórico médico e familiar prévio (inclusive histórico de Previsão da necessidade de ressuscitar: episódios de síncope, convulsões, acidentes/afogamentos cesariana eletiva inexplicáveis ou morte inesperada súbita com menos de 50 anos de idade) e consulte os ECGs anteriores. Todos os bebês, 2010 (Nova): Bebês sem fatores de risco pré-natais, crianças e adultos jovens com morte inesperada súbita devem, nascidos por cesariana eletiva sob anestesia regional, quando os recursos permitirem, sofrer autópsia completa e entre a 37ª e a 39ª semana de gestação, têm menor necessidade irrestrita, realizada, preferivelmente, por um patologista com de intubação, mas uma necessidade ligeiramente maior de treinamento e experiência em patologia cardiovascular. ventilação com máscara em comparação com bebês nascidos O tecido deve ser preservado para análise genética, a fim de parto vaginal normal. Tais partos devem contar com uma de determinar a presença de canalopatia. pessoa capaz de fornecer ventilação com máscara, mas não Motivo: Existem crescentes evidências de que alguns necessariamente capacitada a realizar intubação neonatal. casos de morte súbita de bebês, crianças e adultos jovens podem estar associados a mutações genéticas causadoras Avaliação da frequência cardíaca, frequência de defeitos no transporte iônico cardíaco, conhecidos como respiratória e oxigenação canalopatias. Elas podem causar arritmias fatais e seu correto diagnóstico pode ser extremamente importante para os 2010 (Nova): Uma vez iniciada a ventilação por pressão parentes vivos. positiva ou a administração de oxigênio suplementar, a avaliação deve consistir na avaliação simultânea de 3 características clínicas: frequência cardíaca, frequência RESSUSCITAÇÃO NEONATAL respiratória e avaliação do estado de oxigenação. O estado de oxigenação deve ser determinado, idealmente, por oximetria de pulso, em vez de simples avaliação da cor. Resumo dos principais pontos de discussão 2005 (Antiga): Em 2005, a avaliação se baseava na e alterações frequência cardíaca, na frequência respiratória e na avaliação da cor. As PCRs neonatais são predominantemente asfíxicas, motivo pelo qual a sequência de ressuscitação A-B-C com relação Motivo: A avaliação da cor é subjetiva. Agora, há dados compressão-ventilação de 3:1 foi mantida, exceto quando há acerca das tendências normais em saturação de etiologia claramente cardíaca. Os principais tópicos neonatais oxi-hemoglobina monitorada por oximetria de pulso. em 2010 foram os seguintes: • Uma vez iniciada a ventilação por pressão positiva ou a administração de oxigênio suplementar, a avaliação deve consistir na avaliação simultânea de 3 características clínicas: frequência cardíaca, frequência respiratória e avaliação do estado de oxigenação (determinado, idealmente, por oximetria de pulso, em vez de avaliação da cor) 22 American Heart Association
  • 25. R E S S U S C I TA Ç Ã O N E O N ATA L Oxigênio suplementar positiva expiratória final (PEEP) necessários para estabelecer uma capacidade residual funcional eficaz não foram definidos. 2010 (Nova): A oximetria de pulso, com o sensor/eletrodo A pressão positiva contínua nas vias aéreas pode ser útil na colocado na extremidade superior direita, deve ser usada para transição do bebê pré-termo. O uso da máscara laríngea avaliar qualquer necessidade de oxigênio suplementar. Para deverá ser considerado se a ventilação com máscara facial bebês nascidos a termo, é melhor iniciar a ressuscitação com falhar e se a intubação traqueal falhar ou não for viável. ar, em vez de oxigênio a 100%. A administração de oxigênio Recomendações para monitorização suplementar deve ser regulada misturando-se oxigênio e ar e do CO2 exalado a quantidade a ser administrada deve ter por guia a oximetria monitorada na extremidade superior direita (isto é, normalmente, 2010 (Nova): Recomenda-se o uso de detectores de CO2 o pulso ou a palma). exalado para confirmar a intubação endotraqueal, embora 2005 (Antiga): Se cianose, bradicardia ou outros sinais existam falsos negativos raros diante de débito cardíaco de desconforto forem observados em um recém-nascido inadequado e falsos positivos por contaminação respirando durante a estabilização, a administração de dos detectores. oxigênio a 100% será indicada enquanto se determina a 2005 (Antiga): Um monitor de CO2 exalado pode ser usado necessidade de intervenção adicional. para verificar o posicionamento do tubo traqueal. Motivo: Existe, agora, forte evidência de que bebês saudáveis Motivo: Há mais evidências disponíveis acerca da eficácia nascidos a termo partam de uma saturação de oxi-hemoglobina desse dispositivo de monitorização como adjunto para arterial inferior a 60% e possam levar mais de 10 minutos confirmar a intubação endotraqueal. para atingir saturações > 90%. A hiperóxia pode ser tóxica, Relação compressão-ventilação particularmente para bebês pré-termo. Aspiração 2010 (Nova): A relação compressão-ventilação recomendada permanece de 3:1. Se a PCR tiver conhecida etiologia 2010 (Nova): A aspiração imediatamente após o nascimento cardíaca, uma relação mais alta (15:2) deverá ser considerada. (inclusive com aspirador nasal) deve ser reservada a bebês 2005 (Antiga): Deve haver uma relação compressão-ventilação com obstrução óbvia à respiração espontânea ou que de 3:1, com 90 compressões e 30 respirações, perfazendo, requeiram ventilação com pressão positiva. As evidências aproximadamente, 120 eventos por minuto. são insuficientes para a recomendação de alteração na Motivo: A relação compressão-ventilação ideal permanece prática atual de realizar aspiração endotraqueal em bebês desconhecida. A relação 3:1 para recém-nascidos facilita a não vigorosos com fluido amniótico meconial. administração do volume-minuto adequado, considerada 2005 (Antiga): A pessoa auxiliando o parto deve aspirar o crítica para a vasta maioria dos recém-nascidos que sofrem uma PCR asfíxica. A consideração de uma relação 15:2 nariz e a boca do bebê com um aspirador nasal após a saída (com dois socorristas) reconhece que os recém-nascidos com dos ombros, mas antes da saída do tórax. Bebês recém-nascidos PCR de etiologia cardíaca podem se beneficiar de uma relação saudáveis e vigorosos, geralmente, não necessitam de aspiração compressão-ventilação mais alta. após o parto. Quando o fluido amniótico apresentar manchas de mecônio, aspire a boca, a faringe e o nariz assim que a Hipotermia terapêutica pós-ressuscitação cabeça sair (aspiração intraparto), quer o mecônio esteja ralo ou espesso. Se o fluido contiver mecônio e o bebê tiver 2010 (Nova): Recomenda-se que bebês nascidos com respiração ausente ou deprimida, tônus muscular diminuído mais de 36 semanas de gestação com encefalopatia ou frequência cardíaca < 100/min, realize laringoscopia direta hipóxico-isquêmica de leve a moderada recebam hipotermia imediatamente após o nascimento, para aspirar o mecônio terapêutica. A hipotermia terapêutica deve ser administrada mediante protocolos claramente definidos, similares residual da hipofaringe (sob visão direta) e intubação/sucção aos utilizados nos ensaios clínicos publicados e nas da traqueia. instituições com recursos para tratamento multidisciplinar e Motivo: Não há evidência de que bebês ativos se beneficiem acompanhamento longitudinal. da aspiração das vias aéreas, mesmo na presença de mecônio, 2005 (Antiga): Estudos recentes com animais e humanos e há evidência de risco associado a tal aspiração. As evidências sugerem que a hipotermia (cerebral) seletiva do bebê asfixiado disponíveis não sustentam nem refutam a aspiração pode proteger o cérebro contra lesões. Embora esta seja endotraqueal de rotina em bebês deprimidos nascidos uma área de pesquisa promissora, não podemos recomendar em fluido amniótico meconial. a implementação rotineira até que os devidos estudos Estratégias de ventilação controlados em humanos sejam realizados. Motivo: Vários ensaios aleatórios multicêntricos controlados 2010 (Sem alterações em relação a 2005): A ventilação sobre hipotermia induzida (33,5°C a 34,5°C) em recém-nascidos, com pressão positiva deve ser administrada com pressão com idade gestacional ≥ 36 semanas, apresentando encefalopatia suficiente para elevar a frequência cardíaca ou criar expansão hipóxico-isquêmica de leve a moderada, demonstraram que torácica; a pressão excessiva pode lesionar com gravidade o os bebês resfriados tiveram mortalidade significativamente pulmão pré-termo. No entanto, a pressão ideal, o tempo de mais baixa e menor deficiência no desenvolvimento neurológico insuflação, os volumes correntes e a quantidade de pressão no acompanhamento de 18 meses. Des ta q u es d a s Di r etr i zes d a AH A 201 0 p a r a RC P e AC E 23
  • 26. QUESTÕES ÉTICAS Laqueadura retardada do cordão Em situações em que as equipes de SAV do SME estiverem presentes para fornecer cuidados para um adulto com 2010 (Nova): Existem maiores evidências do benefício de PCR extra-hospitalar, foi estabelecida uma "regra de SAV retardar a laqueadura do cordão por, pelo menos, 1 minuto para encerramento da ressuscitação", que considera o em bebês a termo e pré-termo que não necessitem de encerramento dos esforços de ressuscitação antes do ressuscitação. Há evidência insuficiente para sustentar ou transporte por ambulância, se todos os seguintes critérios refutar uma recomendação de retardar a laqueadura do forem atendidos: cordão umbilical em bebês que necessitem de ressuscitação. • PCR não presenciada (por qualquer pessoa) Suspensão ou interrupção dos • RCP não administrada por nenhuma pessoa presente esforços de ressuscitação • Ausência de RCE após cuidados completos de SAV em campo 2010 (Reafirmação da recomendação de 2005): Em • Nenhum choque aplicado um bebê recém-nascido sem frequência cardíaca detectável, a qual permaneça indetectável por 10 minutos, é apropriado A implementação destas regras envolve contatar o controle considerar interromper a ressuscitação. A decisão de continuar médico por telefone quando os critérios forem atendidos. os esforços de ressuscitação após 10 minutos de ausência de Os profissionais do serviço médico de emergência/urgência frequência cardíaca deve levar em consideração fatores tais devem receber treinamento sobre a sensibilidade de como a etiologia presumida da PCR, a gestação do bebê, comunicação do resultado da ressuscitação para a família. a presença ou ausência de complicações, o papel potencial Deve-se buscar apoio para as regras junto a agências da hipotermia terapêutica e a prévia expressão de sentimento colaboradoras, como Serviços de Emergência/Urgência dos pais quanto ao risco aceitável de morbidez. Quando a hospitalares, consultórios de médicos-legistas, diretores gestação, o peso ao nascer ou anomalias congênitas estiverem médicos e a polícia. associadas à morte precoce praticamente certa e a uma 2005 (Antiga): Nenhum critério específico havia sido morbidez inaceitavelmente alta entre os raros sobreviventes, estabelecido anteriormente. a ressuscitação não é indicada. Motivo: As regras de SBV e SAV para encerramento da ressuscitação foram validadas externamente em vários ambientes de SME nos Estados Unidos, no Canadá e na QUESTÕES ÉTICAS Europa. A implementação dessas regras pode reduzir em 40% a 60% a taxa de transporte hospitalar desnecessário, diminuindo, assim, os riscos rodoviários associados, que Resumo dos principais pontos de discussão colocam em risco os prestados de assistência e o público, e alterações expõem inadvertidamente o pessoal de SME a possíveis riscos biológicos e elevam o custo de preparação do Serviço As questões éticas relacionadas à ressuscitação são de Emergência/Urgência. Nota: nenhum desses critérios foi complexas, ocorrendo em diferentes ambientes (intra ou estabelecido para a PCR pediátrica extra-hospitalar (neonatos, extra-hospitalar), entre diferentes prestadores de assistência bebês ou crianças), visto que nenhum preditor de resultado (socorristas leigos ou profissionais de saúde) e envolvendo o de ressuscitação foi validado para a PCR extra-hospitalar início ou o encerramento do suporte básico e/ou avançado nessa população. de vida. Todos os profissionais de saúde devem considerar Indicadores prognósticos no paciente adulto fatores éticos, legais e culturais associados à prestação de pós-PCR tratado com hipotermia terapêutica atendimento a indivíduos com necessidade de ressuscitação. Embora os profissionais tenham um papel a desempenhar no 2010 (Nova): Nos pacientes de PCR adultos tratados com processo de tomada de decisões durante a ressuscitação, eles hipotermia terapêutica, recomenda-se que os sinais clínicos devem guiar-se pela ciência, as preferências do indivíduo ou de neurológicos, os estudos eletrofisiológicos, os biomarcadores seus representantes, bem como pelas exigências legais e dos e a geração de imagem sejam executados, quando disponíveis, programas de ações locais. três dias após a PCR. Atualmente, há evidência limitada para Encerramento dos esforços de ressuscitação orientar decisões sobre a suspensão do suporte de vida. em adultos com PCR extra-hospitalar O clínico deve documentar todos os testes prognósticos disponíveis 72 horas após a PCR tratada com hipotermia 2010 (Nova): Para adultos que sofram PCR extra-hospitalar e terapêutica e usar seu melhor julgamento clínico, baseado nos que estejam recebendo apenas SBV, foi estabelecida a “regra testes, para tomar a decisão de suspender o suporte de vida, de SBV para encerramento de ressuscitação”, que considera o quando apropriado. encerramento do SBV antes do transporte por ambulância, se 2005 (Antiga): Nenhum indicador prognóstico havia sido todos os seguintes critérios forem atendidos: estabelecido para pacientes sob hipotermia terapêutica. • PCR não presenciada pelo profissional do SME ou Para aqueles não submetidos à hipotermia terapêutica, primeiro socorrista uma meta-análise de 33 estudos do resultado de coma • Ausência de RCE após três ciclos completos de RCP anóxico-isquêmico documentou que os três seguintes e análises do DEA/DAE fatores estavam associados a resultados ruins: • Nenhum choque aplicado com o DEA/DAE • Ausência de resposta pupilar à luz no terceiro dia 24 American Heart Association
  • 27. T R E I N A M E N T O , I M P L E M E N TA Ç Ã O E E Q U I P E S • Ausência de resposta motora à dor no terceiro dia dispostas a executar a RCP convencional, ou ser incapazes • Ausência bilateral de resposta cortical aos potenciais de fazê-lo. Além disso, os profissionais devem ser treinados evocados somatossensitivos do nervo mediano, quando para superar as barreiras da administração da RCP usados em pacientes normotérmicos comatosos por, pelo (por exemplo, medo ou pânico diante de uma vítima menos, 72 horas após lesão hipóxico-isquêmica de PCR real). A suspensão do suporte de vida é eticamente admissível sob • Os atendentes/operadores dos serviços médicos de essas circunstâncias. emergência/urgência devem fornecer instruções por telefone para ajudar as pessoas presentes a reconhecer Motivo: Com base na limitada evidência disponível, os vítimas de PCR, inclusive vítimas que possam ainda estar prognosticadores potencialmente seguros de resultado ruim em pacientes tratados com hipotermia terapêutica após PCR com gasping, e incentivar tais pessoas a administrar a compreendem a ausência bilateral de pico N20 em potencial RCP, se for provável que ocorra uma parada/paragem. evocado somatossensitivo ≥ 24 horas após a PCR e a ausência Os atendentes/operadores podem instruir as pessoas de reflexos corneanos e pupilares (ambos) 3 dias ou mais após presentes não treinadas a aplicar a RCP somente com as a PCR. A limitada evidência disponível também sugere que mãos (apenas compressões). uma pontuação motora de 2 ou menos na Escala de coma de • As habilidades no suporte básico de vida podem ser Glasgow no terceiro dia após o RCE sustentado e a presença aprendidas pelo método "pratique enquanto assiste", de estado epiléptico são prognosticadores possivelmente não apresentado em vídeo, tão bem quanto nos tradicionais confiáveis de resultado ruim em pacientes de PCR tratados cursos mais longos, ministrados por instrutores. com hipotermia terapêutica. De modo similar, a recuperação • Para reduzir o tempo até a desfibrilação em vítimas de PCR, da consciência e das funções cognitivas é possível em alguns o uso do DEA/DAE não deve se limitar apenas a pessoas pacientes de PCR tratados com hipotermia terapêutica, com treinamento formal em seu uso. No entanto, a despeito da ausência bilateral ou de presença mínima de o treinamento em DEA/DAE melhora o desempenho respostas N20 dos potenciais evocados somatossensitivos do na simulação e continua sendo recomendado. nervo mediano, o que sugere que eles também podem não ser confiáveis. A confiabilidade dos biomarcadores séricos como • O treinamento em habilidades de trabalho em equipe e indicadores prognósticos também é limitada pelo número liderança deve continuar sendo incluído nos cursos de relativamente pequeno de pacientes estudados. SAVC e SAVP. • Manequins com recursos realistas, como a capacidade de demonstrar expansão torácica e sons respiratórios, gerar TREINAMENTO, pulso e pressão arterial e falar podem ser úteis para a integração de conhecimento, habilidades e comportamentos IMPLEMENTAÇÃO E EQUIPES exigidos no treinamento em SAVC e SAVP. Há, contudo, evidência insuficiente para a recomendação de seu uso rotineiro nos cursos. “Treinamento, implementação e equipes” é uma nova seção das Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE, que aborda o • Não se devem usar exclusivamente avaliações escritas crescente 'corpus' de evidências que orientam as melhores para avaliar a competência de um participante de um curso práticas de ensino e aprendizado na capacitação em de suporte avançado de vida (SAVC ou SAVP); é necessário ressuscitação, a implementação da Cadeia de Sobrevivência também avaliar o desempenho prático. e as melhores práticas relacionadas a equipes e sistemas • A avaliação formal deve continuar sendo incluída nos cursos de tratamento. Como estas informações, provavelmente, de ressuscitação, tanto como método para avaliar o êxito do influenciarão o conteúdo e o formato do curso, aluno em atingir os objetivos de aprendizado quanto para as recomendações são destacadas aqui. avaliar a eficácia do curso. Resumo das principais questões • Dispositivos para ressuscitação cardiopulmonar imediata e de feedback podem ser úteis no treinamento de socorristas As principais recomendações e pontos de ênfase desta seção e como parte de uma estratégia geral de melhoria da compreendem: qualidade da RCP em PCRs reais. • O atual período de certificação de 2 anos para cursos de • A reunião de consolidação é uma técnica não intimidadora, suporte básico e avançado de vida deve incluir a avaliação com enfoque no aluno, que ajuda cada socorrista e as periódica do conhecimento e das capacitações dos equipes a refletirem sobre o desempenho e melhorá-lo. socorristas, com reforço ou reciclagem das informações, A reunião de consolidação deve ser incluída nos cursos conforme a necessidade. O momento e o método ideais de SAV para facilitar o aprendizado e pode ser usada para para essa reavaliação e esse reforço não são conhecidos examinar o desempenho no ambiente clínico e melhorar o e justificam mais investigação. desempenho subsequente. • Os métodos para aumentar a disposição das pessoas • Abordagens baseadas em sistemas para melhorar presentes para executar uma RCP incluem treinamento o desempenho da ressuscitação, como sistemas de formal em RCP. tratamento regionais e sistemas de resposta rápida ou • A RCP somente com as mãos (apenas compressões) deve equipes médicas de emergência/urgência, podem ser úteis ser ensinada para aquelas pessoas que possam não estar para reduzir a variabilidade na sobrevivência à PCR. Des ta q u es d a s Di r etr i zes d a AH A 201 0 p a r a RC P e AC E 25
  • 28. PRIMEIROS SOCORROS Dois anos é um intervalo longo demais para a Aprendizado de habilidades para trabalho em prática e a reavaliação de habilidades equipe em SAVC e SAVP 2010 (Nova): O desempenho das habilidades deve ser 2010 (Nova): O treinamento em suporte avançado de vida avaliado durante a certificação de 2 anos, fornecendo-se deve incluir a prática de trabalho em equipe. reforço, se necessário. O momento e o método ideais para Motivo: As habilidades de ressuscitação são, muitas vezes, essa reavaliação e esse reforço não são conhecidos. executadas simultaneamente, devendo os profissionais de Motivo: A qualidade do treinamento e a frequência de saúde ser capazes de trabalhar de modo colaborativo para retreinamento do socorrista são fatores críticos para melhorar minimizar as interrupções nas compressões torácicas. a eficácia da ressuscitação. O ideal é que o retreinamento não As habilidades de trabalho em equipe e liderança continuam fique limitado a intervalos de 2 anos. É necessária uma sendo importantes, sobretudo em cursos avançados que renovação mais frequente das habilidades, com um incluem profissionais de SAVC e SAVP. compromisso de manter uma certificação similar àquela adotada por muitas organizações de credenciamento na Treinamento não exigido para usar o DEA/DAE área de saúde. Instrutores e participantes devem estar cientesde que a conclusão bem-sucedida de um curso de 2010 (Nova): O uso de um DEA/DAE não exige treinamento, ACE da AHA é apenas o primeiro passo para se atingir e embora o treinamento melhore o desempenho. manter a competência. Os cursos de ACE da American Heart Motivo: Estudos baseados em manequins demonstram Association devem fazer parte de um processo maior de que os DEAs/DAEs podem ser corretamente operados sem treinamento contínuo e melhoria permanente da qualidade treinamento prévio. Permitir o uso de DEAs/DAEs por pessoas que reflita as necessidades e práticas de indivíduos e sistemas. presentes não treinadas pode ser benéfico e salvar vidas. O melhor método para ajudar os socorristas a manter as Como o treinamento, por mínimo que seja, demonstrou habilidades de ressuscitação exigidas é, ainda, desconhecido. melhorar o desempenho em PCRs simuladas, devem-se Aprender com perícia oferecer e promover oportunidades de treinamento para socorristas leigos. 2010 (Nova): Novos dispositivos para RCP imediata e de Melhoria contínua da qualidade dos programas feedback podem ser úteis no treinamento de socorristas e como parte de uma estratégia geral de melhoria da qualidade de ressuscitação da RCP em PCRs e ressuscitações reais. O treinamento da complexa combinação de habilidades necessária para 2010 (Nova): Os sistemas de ressuscitação devem estabelecer a adequada execução de compressões torácicas deve se avaliação e melhoria contínuas do sistema de tratamento. concentrar em demonstrar perícia. Motivo: Há evidência de considerável variação regional na Motivo: Manter o foco durante uma RCP nas três incidência e no resultado de PCR relatados nos Estados características de frequência, profundidade e retorno do tórax, Unidos. Tal variação é evidência ainda maior da necessidade bem como minimizar interrupções, é um desafio complexo, de que as comunidades e os sistemas identifiquem cada mesmo para profissionais altamente treinados, e, por isso, ocorrência de PCR tratada e avaliem os resultados. deve receber a devida atenção no treinamento. As Diretrizes Também sugere mais oportunidades de melhorar as da AHA 2010 para RCP e ACE colocaram renovada ênfase em taxas de sobrevivência em muitas comunidades. assegurar que as compressões torácicas sejam executadas Programas de ressuscitação comunitários e baseados em corretamente. Simplesmente treinar para “comprimir com força hospitais devem monitorar sistematicamente as PCRs, e rapidez” pode não ser adequado para garantir compressões o nível do suporte de ressuscitação fornecido e o resultado. torácicas excelentes. O uso de dispositivos para RCP imediata A melhoria contínua da qualidade compreende avaliação e e de feedback durante o treinamento pode melhorar o feedback sistemáticos, mensuração ou definição e interpretação aprendizado e a retenção do conteúdo. de marcos de referência e esforços para otimizar o suporte Superar as barreiras ao desempenho e o auxílio de ressuscitação, a fim de diminuir o hiato entre o desempenho de ressuscitação ideal e real. 2010 (Nova): O treinamento deve abordar as barreiras que interferem na disposição das pessoas presentes a tentar executar a RCP. Motivo: Muitos temores de potenciais socorristas podem ser PRIMEIROS SOCORROS atenuados pela instrução sobre os riscos reais aos prestadores de assistência e à vítima da ressuscitação. Informações instrutivas podem ajudar a aumentar a probabilidade de As Diretrizes 2010 de Primeiros Socorros foram, mais uma que pessoas já treinadas em SBV tentem a ressuscitação. vez, desenvolvidas pela American Heart Association (AHA) em Respostas frequentes identificadas em estudos de pessoas conjunto com a Cruz Vermelha Americana (ARC, American Red que presenciam PCRs reais são medo e pânico. Por isso, os Cross). As Diretrizes da AHA/ARC 2010 para Primeiros Socorros programas de treinamento devem identificar métodos que se baseiam em planilhas (revisões atualizadas da literatura) reduzam essas respostas. As instruções fornecidas pelo sobre tópicos selecionados, sob os auspícios de um Conselho atendente/operador dos serviços médicos de emergência/ Consultivo Internacional em Ciência dos Primeiros Socorros, urgência devem identificar e utilizar métodos de comprovada composto por 30 organizações de primeiros socorros; eficácia para instruir e motivar os possíveis prestadores de este processo é diferente daquele usado para o Consenso assistência a agir. Internacional da ILCOR 26 American Heart Association
  • 29. PRIMEIROS SOCORROS sobre a Ciência da RCP e ACE com Recomendações de de primeiros socorros aprendam os sinais e sintomas de Tratamento e não fazia parte do processo da ILCOR. anafilaxia e o uso correto de um injetor automático de Para os objetivos das Diretrizes da AHA/ARC 2010 para epinefrina para que possam ajudar a vítima. Primeiros Socorros, o Conselho Consultivo em Ciência de Motivo: A epinefrina pode salvar a vida de uma vítima de Primeiros Socorros definiu os primeiros socorros como as anafilaxia, mas aproximadamente 18% a 35% das vítimas avaliações e intervenções que podem ser realizadas por uma que apresentam sinais ou sintomas de anafilaxia podem pessoa presente (ou pela vítima) com equipamento médico precisar de uma segunda dose de epinefrina. O diagnóstico mínimo ou absolutamente nenhum. Define-se o prestador de de anafilaxia pode ser desafiador, mesmo para profissionais, primeiros socorros como alguém com treinamento formal em e a administração excessiva de epinefrina pode produzir primeiros socorros, em cuidados de emergência/urgência ou complicações (por exemplo, agravamento de isquemia ou em medicina, e que presta os primeiros socorros. arritmias miocárdicas) se ministrada a pacientes que não têm anafilaxia (por exemplo, se ministrada a um paciente Resumo dos principais pontos de discussão com SCA). Portanto, o prestador de primeiros socorros é e alterações incentivado a acionar o sistema de SME antes de administrar uma segunda dose de epinefrina. Os principais tópicos das Diretrizes da AHA/ARC 2010 para Primeiros Socorros compreendem Administração de aspirina para • Administração de oxigênio suplementar desconforto torácico • Epinefrina e anafilaxia 2010 (Nova): Os prestadores de primeiros socorros são • Administração de aspirina para desconforto torácico (novo) incentivados a acionar o sistema de SME sempre que estiverem diante de alguém com desconforto torácico. • Torniquetes e controle de hemorragias Enquanto aguardam a chegada do SME, os prestadores de • Agentes hemostáticos (novo) primeiros socorros devem aconselhar o paciente a mastigar • Picadas de cobra uma aspirina adulta (sem revestimento entérico) ou duas • Ferroadas de água-viva (novo) aspirinas infantis de dosagem mais baixa, se o paciente não tiver histórico de alergia à aspirina ou de hemorragia • Emergências relacionadas ao calor gastrointestinal recente. Os tópicos cobertos pelas Diretrizes 2010, mas sem novas Motivo: A aspirina é benéfica quando o desconforto torácico recomendações em relação a 2005, são o uso de inaladores se deve a uma SCA. Pode ser muito difícil, mesmo para para dificuldades respiratórias, convulsões, ferimentos e profissionais, determinar se o desconforto torácico é de origem abrasões, queimaduras e bolhas, estabilização da coluna cardíaca. A administração de aspirina, portanto, nunca deve vertebral, lesões musculoesqueléticas, lesões dentárias, retardar o acionamento do SME. emergências relacionadas ao frio e emergências por envenenamento. Torniquetes e controle de hemorragias Oxigênio suplementar 2010 (Sem alterações em relação a 2005): Devido aos possíveis efeitos adversos de torniquetes e à dificuldade de 2010 (Sem alterações em relação a 2005): A sua correta aplicação, seu uso para controlar hemorragias das administração de rotina de oxigênio suplementar não é extremidades é indicado somente se a aplicação de pressão recomendada como medida de primeiros socorros para falta direta não for eficaz ou possível e se o prestador de primeiro de ar e desconforto torácico. socorros tiver treinamento no uso de torniquete. 2010 (Nova): A administração de oxigênio suplementar Motivo: São várias as experiências com o uso de torniquetes deve ser considerada como parte dos primeiros socorros para controlar hemorragias em campos de batalha e não há a mergulhadores com lesão por descompressão. dúvida de que eles funcionam nas circunstâncias corretas e Motivo: Como em 2005, não foi encontrada qualquer com o treinamento adequado. No entanto, não existem dados evidência que corroborasse o benefício da administração de sobre o uso de torniquetes por prestadores de primeiros oxigênio suplementar como medida de primeiros socorros socorros. Os efeitos adversos dos torniquetes, que podem para vítimas com falta de ar ou desconforto torácico. incluir isquemia e gangrena da extremidade, bem como Foram encontradas evidências (nova em 2010) do possível choque ou até mesmo a morte, parecem estar relacionados benefício de oxigênio suplementar para mergulhadores com à quantidade de tempo que permanecem aplicados e sua lesão por descompressão. eficácia é parcialmente dependente do tipo de torniquete. Epinefrina e anafilaxia Em geral, torniquetes especialmente projetados são melhores do que os improvisados. 2010 (Nova): Nova em 2010 é a recomendação de que, se Agentes hemostáticos persistirem os sintomas de anafilaxia apesar da administração de epinefrina, os prestadores de primeiros socorros devem 2010 (Nova): O uso de rotina de agentes hemostáticos para procurar assistência médica antes de administrar uma segunda controlar hemorragia como medida de primeiros socorros não dose de epinefrina. é recomendado atualmente. 2005 (Antiga): Como em 2005, as Diretrizes da AHA/ARC Motivo: Apesar do fato de diversos agentes hemostáticos 2010 para Primeiros Socorros recomendam que os prestadores serem eficazes no controle de hemorragias, seu uso não Des ta q u es d a s Di r etr i zes d a AH A 201 0 p a r a RC P e AC E 27
  • 30. RESUMO é recomendado como medida de primeiros socorros para RESUMO o controle de hemorragias devido a uma significativa variabilidade na eficácia e no potencial de efeitos adversos, inclusive destruição tecidual com indução de estado Nos anos que se passaram desde a publicação das pró-embólico e possível lesão térmica. Diretrizes da AHA 2005 para RCP e ACE, muitos sistemas Picadas de cobra de ressuscitação e comunidades documentaram uma maior sobrevivência das vítimas de PCR. Contudo, pouquíssimas 2010 (Nova): A aplicação de uma atadura de imobilização por vítimas de PCR recebem manobra de RCP das pessoas que pressão, com pressão entre 40 e 70 mmHg na extremidade presenciam o ataque. Sabemos que a qualidade da RCP superior e 55 e 70 mmHg na extremidade inferior, em torno de deve ser alta e que as vítimas requerem excelentes cuidados toda a extensão da extremidade picada, é uma maneira eficaz pós-PCR por equipes organizadas com membros que e segura de retardar o fluxo linfático e, por conseguinte, trabalhem bem juntos. Treinamento e cursos de reciclagem a disseminação do veneno. frequentes são, provavelmente, as chaves para melhorar o 2005 (Antiga): Em 2005, o uso de ataduras de imobilização desempenho da ressuscitação. No ano do cinquentenário por pressão para retardar a disseminação da toxina era do marco representado pela publicação da descrição, recomendado apenas para vítimas de picadas de cobra por Kouvenhouven, Jude e Knickerbocker, do êxito da com veneno neurotóxico. compressão torácica fechada,4 devemos, todos, nos dedicar Motivo: A eficácia da imobilização por pressão está, a melhorar a frequência de RCPs executadas pelos que agora, demonstrada para picadas de outras cobras presenciam a PCR e a qualidade de todos os cuidados venenosas americanas. durante e após a PCR. Ferroadas de água-viva 2010 (Nova): Para inativar a carga de veneno e impedir mais envenenamento, as ferroadas de água-viva devem ser REFERÊNCIAS lavadas com vinagre abundante (solução de ácido acético de 4 a 6%) tão logo possível e por, no mínimo, 30 segundos. 1. Field JM, Hazinski MF, Sayre M, et al. Part 1: Executive Summary Após a remoção ou desativação dos nematocistos, a dor das of 2010 AHA Guidelines for CPR and ECC. Circulation. No prelo. ferroadas de água-viva deverá ser tratada com imersão em 2. Hazinski MF, Nolan JP, Billi JE, et al. Part 1: Executive Summary: água quente, quando possível. 2010 International Consensus on Cardiopulmonary Resuscitation Motivo: Há duas ações necessárias para o tratamento and Emergency Cardiovascular Care Science With Treatment de ferroadas de água-viva: prevenir mais descarga de Recommendations. Circulation. No prelo. nematocistos e aliviar a dor. Diversos tratamentos tópicos têm 3. Nolan JP, Hazinski MF, Billi JE, et al. Part 1: Executive Summary: sido usados, mas uma avaliação crítica da literatura mostra que 2010 International Consensus on Cardiopulmonary Resuscitation o vinagre é o mais eficaz para inativar os nematocistos. and Emergency Cardiovascular Care Science With Treatment Imersão em água, o mais quente que se puder tolerar, por cerca Recommendations. Resuscitation. No prelo. de 20 minutos, é o tratamento mais eficaz para a dor. 4. Kouwenhoven WB, Jude JR, Knickerbocker GG. Closed-chest cardiac massage. JAMA. 1960;173:1064-1067. Emergências relacionadas ao calor 5. Kilgannon JH, Jones AE, Shapiro NI, et al. Association between arterial hyperoxia following resuscitation from cardiac arrest and 2010 (Sem alterações em relação a 2005): Os primeiros in-hospital mortality. JAMA. 2010;303:2165-2171. socorros para cãibras relacionadas com o calor compreendem descansar, refrescar-se e beber uma mistura de carboidratos 6. Surawicz B, Childers R, Deal BJ, et al. AHA/ACCF/HRS e eletrólitos que pode incluir suco, leite ou alguma bebida Recommendations for the Standardization and Interpretation of the Electrocardiogram, Part III: Intraventricular Conduction Disturbances. industrializada com carboidratos e eletrólitos em sua composição. Circulation. 2009;119:e235-e240. Alongar, fazer compressas de gelo e massagear os músculos doloridos são ações que podem ser úteis. A exaustão devida ao calor deve ser tratada com vigor fazendo com que a vítima se deite em um local fresco, removendo-lhe o maior número possível de peças de roupa, resfriando-a preferivelmente por imersão em água fria e acionando o SME. A intermação/golpe de calor requer cuidados de emergência/urgência por parte dos prestadores de SME, incluindo tratamento com fluido intravenoso. O prestador de primeiros socorros não deve tentar forçar a vítima de intermação/golpe de calor a ingerir líquidos. Motivo: As Diretrizes da AHA/ARC 2010 para Primeiros Socorros dividiram as emergências relacionadas ao calor em três categorias de gravidade crescente: cãibras devidas ao calor, exaustão devida ao calor e, a mais grave, intermação/ golpe de calor. Os sinais de intermação/golpe de calor incluem os de exaustão devida ao calor e sinais de acometimento do sistema nervoso central. Em consequência disso, a intermação/golpe de calor requer cuidados de emergência/ urgência, inclusive tratamento com fluido intravenoso. 28 American Heart Association
  • 31. H E A LT H C A R E P R O V I D E R B L S
  • 32. Para obter mais informações sobre outros programas da American Heart Association, entre em contato conosco: www.heart.org/cpr 7272 Greenville Avenue Dallas, Texas 75231-4596 U.S.A. www.heart.org KJ-0872 10/10 PT-BR