Entre o berço e túmulo
“Não atentando nós nas coisas que se
veem, mas nas que se não veem, porque
as que se vêem são temporais e as que se
não veem são eternas.”
Paulo (II CORÍNTIOS, 4:18).
EMMANUEL (Espírito). Fonte Viva. Entre o berço e o
túmulo. Psicografia: Francisco Cândido Xavier. Ed.
FEB. 168 - Entre o berço e o túmulo.
1
2
A flor que vemos passa breve, mas o perfume
que nos escapa enriquece a economia do mundo.
“Acima de tudo guarda o teu coração, porque
dele procedem as fontes da vida.”
(Provérbios 4:23).
O coração é o
fundamento de nossa
vida espiritual. O
sentimento é o
manancial, a nascente
da vida. Cuidemos dos
nossos sentimentos.
3
O monumento que nos deslumbra sofrerá insultos
do tempo, contudo, o ideal invisível que o
inspirou brilha, eterno, na alma do artista.
4
A Acrópole de Atenas, admirada por milhões de
olhos, vai desaparecendo, pouco a pouco,
entretanto, a cultura grega que a produziu é
imortal na glória terrestre.
5
A cruz que o povo impôs ao Cristo era um
instrumento de tortura visto por todos, mas o
espírito do Senhor, que ninguém vê, é um sol
crescendo cada vez mais na passagem dos séculos.
6
Não te apegues demasiado à carne transitória.
Amanhã, a infância e a mocidade do corpo serão
madureza e velhice da forma.
7
A terra que hoje reténs será no futuro
inevitavelmente dividida.
Adornos de que te orgulhas presentemente serão
pó e cinza. O dinheiro que agora te serve passará
depois a mãos diferentes das tuas.
8
Usa aquilo que vês, para entesourar o que ainda
não podes ver.
Caridade da lição
“Sem caridade em nosso caminho, tudo se
converterá em inquietude, sombra e sofrimento.
Por isso mesmo, adverte-nos o evangelho: ‘Fora da
caridade ou fora do amor não existe realmente
salvação.’" (Francisco Cândido Xavier).
9
Entre o berço e o túmulo, o homem detém o
usufruto da terra, com o fim de aperfeiçoar-se.
10
Não te agarres, pois, à enganosa casca dos seres
e das coisas.
Aprendendo e lutando, trabalhando e servindo
com humildade e paciência na construção do
bem, acumularás na tua alma as riquezas da
vida eterna.
Existimos
Existem todas as criaturas saídas do Hálito Criador.
A pedra existe, a planta existe, o animal existe...
Existem almas nos passos diversos da evolução.
Em sentido espiritual, no entanto, viver é algo diferente de existir.
A vida é a experiência digna da imortalidade.
Há muita gente que se esfalta, perdendo saúde e possibilidades em movimento vazio, quando não se
mergulha nas tramas do mal, entretecendo reencarnações dolorosas.
Há muita gente que destrói o próprio cérebro, escrevendo sem proveito, quando não expressa o
pensamento para inspirar negação e crueldade, entrando em sofrimentos reparadores.
Há muita gente que aniquila as horas, falando a esmo, quando não se utiliza do verbo para ferir e
enlouquecer os semelhantes, adquirindo débitos escabrosos.
Há muita gente que pede essa ou aquela concessão para frustra-la em atividades sem sentido,
quando não a maneja em prejuízo dos outros, criando lágrimas que empregará longo tempo para
enxugar.
Todos esses agentes da inutilidade e da delinquência existem como todos nós existimos.
Observa, assim, o que fazes.
O berço confere a existência, mas a vida é obra nossa.
(Emmanuel (Espírito). Palavras de Vida Eterna. Médium: Francisco Cândido Xavier. Cap. 104).
“Vim para que tenhais vida e vida em abundância" - Jesus (JOÃO, 10:10).
11
12
A porta larga e a porta estreita
• Ceder às paixões e vícios. • Vencer más tendências;
• Praticar a caridade.
“Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso, o
caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram
por ela.” (Mateus, 7:13-14).
[...] o homem, instintivamente, procura o seu bem-estar e, embora certo de que
só por pouco tempo permanecerá no lugar em que se encontra, cuida de estar
aí o melhor ou o menos mal que lhe seja possível. Ninguém há que, dando com
um espinho debaixo de sua mão, não a retire, para se não picar. Ora, o desejo
do bem-estar força o homem a tudo melhorar, impelido que é pelo instinto do
progresso e da conservação, que está nas Leis da Natureza. Ele, pois, trabalha
por necessidade, por gosto e por dever, obedecendo, desse modo, aos desígnios
da Providência que, para tal fim, o pôs na Terra. Simplesmente, aquele que se
preocupa com o futuro não liga ao presente mais do que relativa importância
e facilmente se consola dos seus insucessos, pensando no destino que o aguarda.
(KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. II - Meu Reino não é
deste mundo. Item 6 - O ponto de vista).
O Ponto de Vista
13
14
A saudade e o apego
Boa tarde, disse-me a senhora que encontro, todos os dias, no parque em que costumo me exercitar.
Boa tarde, respondi.
Ela pediu licença e se sentou ao meu lado, no banco no qual eu me encontrava.
Sabe, meu filho, disse ela, dando uma leve batidinha em minha mão, hoje estou muito feliz, pois essa noite tive um sonho maravilhoso e muito peculiar.
Ela desejava conversar, compartilhar com alguém a sua experiência. Encorajei-a a que me relatasse o que sonhara.
Sonhei que caminhava por uma belíssima praia, sozinha, sentindo a brisa doce do mar.
Porém, em certo momento, duas figuras vieram ao meu encontro e me ofertaram os braços. E, mesmo que eu não conseguisse identificar os rostos
delas, aceitei o convite gentil.
Desse modo, uma à minha direita e outra à minha esquerda, começamos a caminhar os três, de braços dados.
Percebendo o meu interesse, ela prosseguiu:
Em certo momento do meu sonho, aqueles desconhecidos que caminhavam comigo me apontaram o pôr do sol, que se fazia esplêndido no horizonte.
Extasiada, contemplei aquela beleza. Quem estava à minha esquerda falou: “Não seria perfeito se o tempo congelasse, neste instante, e tivéssemos
este espetáculo eternamente? Assim, em qualquer momento que o quiséssemos, ele estaria à nossa disposição.
Ponderei tais palavras e, quando estava prestes a concordar, a figura da direita disse: Melhor ainda não seria registrar tal instante nas telas de nossas
recordações e acessá-lo sempre, onde e quando quisermos?
Lembraríamos do momento com carinho e o teríamos dentro de nós, como prova de que esse momento fez-se inesquecível.
Porque o tempo garante que tudo passe, que tudo se modifique, que tenhamos encontros e reencontros, mas as boas recordações são a certeza de
que eles foram especiais.
Assim ocorre com o sol em seu curso diário, ora nascendo, ora se pondo. Mas são as lembranças que trazemos de cada ciclo que o faz único.
­
Quando o sol, finalmente, desapareceu no horizonte, as duas figuras despediram-se de mim e fizeram menção de partir... Dei-me conta de que não as
conhecia, não conseguira lhes enxergar o rosto. Perguntei: Quem são vocês?
Aquela que estivera à minha esquerda foi a primeira a responder: Chamo-me apego.
A da direita respondeu imediatamente depois: Chamo-me saudade.
Dando outro tapinha carinhoso em minha mão, a senhora levantou-se do banco e, sorrindo, disse adeus, deixando-me mergulhado em pensamentos e
na companhia de um belo cair de tarde...
* * *
Alguns de nós confundimos saudade com apego.
Quando um ente querido parte para as esferas do infinito, muitas vezes transformamos as boas recordações que dele temos em apegos infindos,
inconformados por esses instantes de alegria terem ficado no passado.
E, por muito pensarmos no ontem, nos esquecemos do futuro.
Que a saudade que cultivamos daqueles que partiram nos conserve a certeza de que o passado foi valoroso e que o tão desejado reencontro se dará.
Tão certo como o sol irá nascer mais uma vez amanhã...
Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita.
Em 19.5.2014.
15
Preciosas lições de Francisco
Conta um dos biógrafos de Francisco de Assis que, certa feita, um dos frades teve uma visão.
Foi frei Leão que viu, em espírito, um rio largo e caudaloso. Ao observar quem o atravessava, notou que vários frades da
sua ordem eram arrastados pela força da correnteza e se afogavam.
Alguns chegavam até a metade da travessia, outros até perto da margem, mas todos eram arrastados pela correnteza
porque carregavam fardos nas costas.
Frei Leão sentiu uma profunda compaixão pelos irmãos e continuou observando a cena.
Viu, então, um grupo de frades que não carregava fardo algum. Eles entraram no rio e conseguiram atravessá-lo sem
maiores problemas.
Não entendendo o que aquilo significava, procurou Pai Francisco, que esclareceu:
O que você viu é verdadeiro. O grande rio é o mundo. Os frades que nele se afogaram são aqueles que não foram fiéis ao
voto de pobreza.
Aqueles que o atravessaram sem esforço são os irmãos que não buscam nem possuem bem algum neste mundo. Por
isso, conseguem passar tão facilmente para a eternidade.
***
Lição magnífica do Poverello, como era conhecido Francisco, o pobrezinho de Assis. Lição para cada um de nós.
Os bens materiais devem nos servir, jamais sermos deles escravos.
Se valorizamos em demasia os bens da Terra, cabe-nos lembrar que estamos no corpo físico como Espíritos imortais.
A matéria é um empréstimo temporário, desde que todos, logo ou pouco depois, retornaremos à pátria espiritual.
O excessivo apego aos bens materiais atrapalhará o prosseguimento da vida na esfera espiritual.
Aprendamos, com Francisco, a importância do desapego. Servir-se, utilizar, sem nos agarrarmos à sua posse.
Somos passageiros na nave terrena. E toda viagem chega, um dia, ao seu porto final.
Redação do Momento Espírita, com base no artigo
Francisco de Assis e Hermann Hesse, de Marcelo Anátocles Ferreira,
publicado no Jornal Mundo Espírita, de outubro 2023, nº 1671, ed. FEP.
Em 17.11.2023.
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Evangeliza - Entre o berço e túmulo (Fonte Viva)

  • 1. Entre o berço e túmulo “Não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem, porque as que se vêem são temporais e as que se não veem são eternas.” Paulo (II CORÍNTIOS, 4:18). EMMANUEL (Espírito). Fonte Viva. Entre o berço e o túmulo. Psicografia: Francisco Cândido Xavier. Ed. FEB. 168 - Entre o berço e o túmulo. 1
  • 2. 2 A flor que vemos passa breve, mas o perfume que nos escapa enriquece a economia do mundo. “Acima de tudo guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.” (Provérbios 4:23). O coração é o fundamento de nossa vida espiritual. O sentimento é o manancial, a nascente da vida. Cuidemos dos nossos sentimentos.
  • 3. 3 O monumento que nos deslumbra sofrerá insultos do tempo, contudo, o ideal invisível que o inspirou brilha, eterno, na alma do artista.
  • 4. 4 A Acrópole de Atenas, admirada por milhões de olhos, vai desaparecendo, pouco a pouco, entretanto, a cultura grega que a produziu é imortal na glória terrestre.
  • 5. 5 A cruz que o povo impôs ao Cristo era um instrumento de tortura visto por todos, mas o espírito do Senhor, que ninguém vê, é um sol crescendo cada vez mais na passagem dos séculos.
  • 6. 6 Não te apegues demasiado à carne transitória. Amanhã, a infância e a mocidade do corpo serão madureza e velhice da forma.
  • 7. 7 A terra que hoje reténs será no futuro inevitavelmente dividida. Adornos de que te orgulhas presentemente serão pó e cinza. O dinheiro que agora te serve passará depois a mãos diferentes das tuas.
  • 8. 8 Usa aquilo que vês, para entesourar o que ainda não podes ver. Caridade da lição “Sem caridade em nosso caminho, tudo se converterá em inquietude, sombra e sofrimento. Por isso mesmo, adverte-nos o evangelho: ‘Fora da caridade ou fora do amor não existe realmente salvação.’" (Francisco Cândido Xavier).
  • 9. 9 Entre o berço e o túmulo, o homem detém o usufruto da terra, com o fim de aperfeiçoar-se.
  • 10. 10 Não te agarres, pois, à enganosa casca dos seres e das coisas. Aprendendo e lutando, trabalhando e servindo com humildade e paciência na construção do bem, acumularás na tua alma as riquezas da vida eterna.
  • 11. Existimos Existem todas as criaturas saídas do Hálito Criador. A pedra existe, a planta existe, o animal existe... Existem almas nos passos diversos da evolução. Em sentido espiritual, no entanto, viver é algo diferente de existir. A vida é a experiência digna da imortalidade. Há muita gente que se esfalta, perdendo saúde e possibilidades em movimento vazio, quando não se mergulha nas tramas do mal, entretecendo reencarnações dolorosas. Há muita gente que destrói o próprio cérebro, escrevendo sem proveito, quando não expressa o pensamento para inspirar negação e crueldade, entrando em sofrimentos reparadores. Há muita gente que aniquila as horas, falando a esmo, quando não se utiliza do verbo para ferir e enlouquecer os semelhantes, adquirindo débitos escabrosos. Há muita gente que pede essa ou aquela concessão para frustra-la em atividades sem sentido, quando não a maneja em prejuízo dos outros, criando lágrimas que empregará longo tempo para enxugar. Todos esses agentes da inutilidade e da delinquência existem como todos nós existimos. Observa, assim, o que fazes. O berço confere a existência, mas a vida é obra nossa. (Emmanuel (Espírito). Palavras de Vida Eterna. Médium: Francisco Cândido Xavier. Cap. 104). “Vim para que tenhais vida e vida em abundância" - Jesus (JOÃO, 10:10). 11
  • 12. 12 A porta larga e a porta estreita • Ceder às paixões e vícios. • Vencer más tendências; • Praticar a caridade. “Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela.” (Mateus, 7:13-14).
  • 13. [...] o homem, instintivamente, procura o seu bem-estar e, embora certo de que só por pouco tempo permanecerá no lugar em que se encontra, cuida de estar aí o melhor ou o menos mal que lhe seja possível. Ninguém há que, dando com um espinho debaixo de sua mão, não a retire, para se não picar. Ora, o desejo do bem-estar força o homem a tudo melhorar, impelido que é pelo instinto do progresso e da conservação, que está nas Leis da Natureza. Ele, pois, trabalha por necessidade, por gosto e por dever, obedecendo, desse modo, aos desígnios da Providência que, para tal fim, o pôs na Terra. Simplesmente, aquele que se preocupa com o futuro não liga ao presente mais do que relativa importância e facilmente se consola dos seus insucessos, pensando no destino que o aguarda. (KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. II - Meu Reino não é deste mundo. Item 6 - O ponto de vista). O Ponto de Vista 13
  • 14. 14 A saudade e o apego Boa tarde, disse-me a senhora que encontro, todos os dias, no parque em que costumo me exercitar. Boa tarde, respondi. Ela pediu licença e se sentou ao meu lado, no banco no qual eu me encontrava. Sabe, meu filho, disse ela, dando uma leve batidinha em minha mão, hoje estou muito feliz, pois essa noite tive um sonho maravilhoso e muito peculiar. Ela desejava conversar, compartilhar com alguém a sua experiência. Encorajei-a a que me relatasse o que sonhara. Sonhei que caminhava por uma belíssima praia, sozinha, sentindo a brisa doce do mar. Porém, em certo momento, duas figuras vieram ao meu encontro e me ofertaram os braços. E, mesmo que eu não conseguisse identificar os rostos delas, aceitei o convite gentil. Desse modo, uma à minha direita e outra à minha esquerda, começamos a caminhar os três, de braços dados. Percebendo o meu interesse, ela prosseguiu: Em certo momento do meu sonho, aqueles desconhecidos que caminhavam comigo me apontaram o pôr do sol, que se fazia esplêndido no horizonte. Extasiada, contemplei aquela beleza. Quem estava à minha esquerda falou: “Não seria perfeito se o tempo congelasse, neste instante, e tivéssemos este espetáculo eternamente? Assim, em qualquer momento que o quiséssemos, ele estaria à nossa disposição. Ponderei tais palavras e, quando estava prestes a concordar, a figura da direita disse: Melhor ainda não seria registrar tal instante nas telas de nossas recordações e acessá-lo sempre, onde e quando quisermos? Lembraríamos do momento com carinho e o teríamos dentro de nós, como prova de que esse momento fez-se inesquecível. Porque o tempo garante que tudo passe, que tudo se modifique, que tenhamos encontros e reencontros, mas as boas recordações são a certeza de que eles foram especiais. Assim ocorre com o sol em seu curso diário, ora nascendo, ora se pondo. Mas são as lembranças que trazemos de cada ciclo que o faz único. ­ Quando o sol, finalmente, desapareceu no horizonte, as duas figuras despediram-se de mim e fizeram menção de partir... Dei-me conta de que não as conhecia, não conseguira lhes enxergar o rosto. Perguntei: Quem são vocês? Aquela que estivera à minha esquerda foi a primeira a responder: Chamo-me apego. A da direita respondeu imediatamente depois: Chamo-me saudade. Dando outro tapinha carinhoso em minha mão, a senhora levantou-se do banco e, sorrindo, disse adeus, deixando-me mergulhado em pensamentos e na companhia de um belo cair de tarde... * * * Alguns de nós confundimos saudade com apego. Quando um ente querido parte para as esferas do infinito, muitas vezes transformamos as boas recordações que dele temos em apegos infindos, inconformados por esses instantes de alegria terem ficado no passado. E, por muito pensarmos no ontem, nos esquecemos do futuro. Que a saudade que cultivamos daqueles que partiram nos conserve a certeza de que o passado foi valoroso e que o tão desejado reencontro se dará. Tão certo como o sol irá nascer mais uma vez amanhã... Pensemos nisso. Redação do Momento Espírita. Em 19.5.2014.
  • 15. 15 Preciosas lições de Francisco Conta um dos biógrafos de Francisco de Assis que, certa feita, um dos frades teve uma visão. Foi frei Leão que viu, em espírito, um rio largo e caudaloso. Ao observar quem o atravessava, notou que vários frades da sua ordem eram arrastados pela força da correnteza e se afogavam. Alguns chegavam até a metade da travessia, outros até perto da margem, mas todos eram arrastados pela correnteza porque carregavam fardos nas costas. Frei Leão sentiu uma profunda compaixão pelos irmãos e continuou observando a cena. Viu, então, um grupo de frades que não carregava fardo algum. Eles entraram no rio e conseguiram atravessá-lo sem maiores problemas. Não entendendo o que aquilo significava, procurou Pai Francisco, que esclareceu: O que você viu é verdadeiro. O grande rio é o mundo. Os frades que nele se afogaram são aqueles que não foram fiéis ao voto de pobreza. Aqueles que o atravessaram sem esforço são os irmãos que não buscam nem possuem bem algum neste mundo. Por isso, conseguem passar tão facilmente para a eternidade. *** Lição magnífica do Poverello, como era conhecido Francisco, o pobrezinho de Assis. Lição para cada um de nós. Os bens materiais devem nos servir, jamais sermos deles escravos. Se valorizamos em demasia os bens da Terra, cabe-nos lembrar que estamos no corpo físico como Espíritos imortais. A matéria é um empréstimo temporário, desde que todos, logo ou pouco depois, retornaremos à pátria espiritual. O excessivo apego aos bens materiais atrapalhará o prosseguimento da vida na esfera espiritual. Aprendamos, com Francisco, a importância do desapego. Servir-se, utilizar, sem nos agarrarmos à sua posse. Somos passageiros na nave terrena. E toda viagem chega, um dia, ao seu porto final. Redação do Momento Espírita, com base no artigo Francisco de Assis e Hermann Hesse, de Marcelo Anátocles Ferreira, publicado no Jornal Mundo Espírita, de outubro 2023, nº 1671, ed. FEP. Em 17.11.2023.
  • 16. 16

Notas do Editor

  • #2: O coração é o fundamento de nossa vida espiritual. O sentimento é o manancial, a nascente da vida. Cuidemos dos nossos sentimentos. Roteiro: vamos falar dos médiuns e de suas aptidões específicas, analisando separadamente cada tipo de aptidão, mesmo sabendo que na prática essas características se apresentam mescladas, sem uma distinção clara.
  • #3: Roteiro: vamos falar dos médiuns e de suas aptidões específicas, analisando separadamente cada tipo de aptidão, mesmo sabendo que na prática essas características se apresentam mescladas, sem uma distinção clara.
  • #4: Roteiro: vamos falar dos médiuns e de suas aptidões específicas, analisando separadamente cada tipo de aptidão, mesmo sabendo que na prática essas características se apresentam mescladas, sem uma distinção clara.
  • #5: Roteiro: vamos falar dos médiuns e de suas aptidões específicas, analisando separadamente cada tipo de aptidão, mesmo sabendo que na prática essas características se apresentam mescladas, sem uma distinção clara.
  • #6: Roteiro: vamos falar dos médiuns e de suas aptidões específicas, analisando separadamente cada tipo de aptidão, mesmo sabendo que na prática essas características se apresentam mescladas, sem uma distinção clara.
  • #7: Roteiro: vamos falar dos médiuns e de suas aptidões específicas, analisando separadamente cada tipo de aptidão, mesmo sabendo que na prática essas características se apresentam mescladas, sem uma distinção clara.
  • #8: Roteiro: vamos falar dos médiuns e de suas aptidões específicas, analisando separadamente cada tipo de aptidão, mesmo sabendo que na prática essas características se apresentam mescladas, sem uma distinção clara.
  • #9: Roteiro: vamos falar dos médiuns e de suas aptidões específicas, analisando separadamente cada tipo de aptidão, mesmo sabendo que na prática essas características se apresentam mescladas, sem uma distinção clara.
  • #10: Roteiro: vamos falar dos médiuns e de suas aptidões específicas, analisando separadamente cada tipo de aptidão, mesmo sabendo que na prática essas características se apresentam mescladas, sem uma distinção clara.
  • #11: Roteiro: vamos falar dos médiuns e de suas aptidões específicas, analisando separadamente cada tipo de aptidão, mesmo sabendo que na prática essas características se apresentam mescladas, sem uma distinção clara.