Escola Secundária
da Gafanha da Nazaré
gafanhoto
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gafanhotoEscola Secundária Gafanha Nazaré
Multiplicaram-se as árvores, os enfeites..., reflexos da
alegria de estarmos a trabalhar num novo espaço. Foram
muitos aqueles que contribuiram para que a ESGN se
preparasse para o Natal ainda mais acolhedora. As salas
de aula foram enfeitadas, os corredores, os tetos e a
entrada passaram a ser o cenário da imaginação de
muitos, mesmo muitos, que se juntaram para a enfeitar,
como se fosse uma nova casa! Alunos e colegas do
grupo de música da EB23 visitaram-nos e animaram a
escola com cânticos de Natal.
Primeiro Natal na
escola nova!
nº58DeDeDeDeDezzzzzembrembrembrembrembro 2012o 2012o 2012o 2012o 2012
Escola Secundária
da Gafanha da Nazaré
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Desejo a todo o Agrupamento de Escolas da Gafanha da Nazaré Feliz Natal e
um bom Ano Novo, assim como a força e o ânimo necessários para superar
todos os constrangimentos inerentes ao período conturbado que a sociedade
portuguesa atravessa, assim como espírito de resiliência para atingir os
objetivos a que nos propomos, tanto a nível pessoal como institucional e
profissional.
A toda a comunidade da Escola Secundária da Gafanha da Nazaré, agradeço a
serenidade com que enfrentaram a vida em “estaleiro” dos últimos tempos.
Valeu a pena. E como a nossa alma não é pequena, faremos com que continue
sempre a valer a pena a nossa empreitada diária de construir uma comunidade
sólida e reconhecida.
Maria Eugénia Martins Pinheiro
Associação
de
estudantes
No mês de novembro, a Lista B
ganhou as eleições para a
Associação de Estudantes (AE).
Informamos que este organismo já
se encontra ativo. Para mais
informações, ou caso queiras dar
opiniões/sugestões, visita a página
do Facebook da AE: https://
www.facebook.com/AeEsgnListaB
No dia 20 de dezembro, pelas
16 horas, terá lugar, na ESGN, a
sessão de entrega dos Diplomas
aos alunos que concluíram o 12º
ano em 2011/12 e das Distinções
Meritórias aos alunos que, no
mesmo ano letivo, foram propostos
para o Quadro de Honra e de
Mérito.
Ficha Técnica
Índice
Sessão de
entrega de
diplomas
Catarina Gomes
Coordenação: Fernanda Alegrete, Paula Justiça, Inês Ferreira
Grafismo e Paginação: Fernanda Alegrete
Redação
Professores: Alda Fernandes, Ana Guimarães, Anabela Sousa, António Rodrigues, Dulce Carlos, Eugénia
Pinheiro, Fernanda Alegrete, Graça Martinho, Helena Maia Silva, Inês Ferreira, Isabel Sardo, Ivone
Marques, Luísa São Marcos, Maria João Fonte, Natália Ferreira, Paula Justiça, Paula Marco, Rosa
Agostinho, Teresa Pacheco, Equipa do EcoEscolas, Equipa do PES
Alunos: Beatriz Casqueira, Beatriz Graça, Carolina Casqueira, Catarina Gomes, Cátia Filipe, Cristiana
Graça, Diana Almeida, Diana Rocha, Fabiana Palmela, Fábio Maia, Fernando Ribau, Inês Fernandes,
Joana Monteiro, João António, Joel Vareta, Kelly Oliveira, Lídia Almeida, Luís Melo, Maria Pires, Nidia
Ribau, Pedro Augusto, Pedro Soeiro, Raquel Monteiro, Sandrina Cardoso, Sara Oliveira, Sara Rocha,
Susana Lopes, alunos do 7ºH, alunos do 9ºA (EB23 da Gafanha da Nazaré)
Colaboradores: Ana Raquel Afonso, Betina Asteride, Luiz Alphonsus, Paulo Vieira, PRAVI-Núcleo de
Aveiro, Rui Osório, Vasco Lago Pinto.
2 Escola
3 Magusto
4 Biblioteca
6 Eco Escolas
9 Comenius
14 Desporto Escolar
16 PES
18 Línguas
20 Letras
22 Reflexão
24-25 Tempo de Natal
26 Direitos Humanos
33 Dos bichos
36 Online
44 Ciência
45 CMI
46 Opinião
escola
Escola Secundária
da Gafanha da Nazaré
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Magusto
No dia 12 de novembro de 2012 decorreu na
Escola Secundária da Gafanha da Nazaré um jantar
convívio, onde se reuniram professores e alunos de
diversas modalidades da educação e formação de
adultos. Este contou com o contributo de todos, com
doces, salgados e bebidas, tendo a escola oferecido
as castanhas assadas e papas de abóboras, para
deleite de todos.
A confraternização festiva começou por volta das
21 horas no refeitório da escola, tendo terminado por
volta das 22 horas e 30 minutos.
Entre conversas e gargalhadas, o jantar correu
bem. Todos provaram as diversas iguarias que
trouxeram.
Faltou, apenas, aquele néctar de eleição, a
jeropiga, bebida tradicional das comemorações em
honra ao S. Magusto.
Já diz o provérbio: “No dia de S. Martinho, lume,
castanhas e vinho.”
SusanaLopes,FernandoRibau,KellyOliveira,LuísMelo,JoelVareta
atividades
Escola Secundária
da Gafanha da Nazaré
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Para os alunos do primeiro ano da EB da Cambeia
e do Centro Escolar Santa Maria Manuela, a ida à
Biblioteca Escolar já não é propriamente uma
novidade. Ainda assim foi bom rever aqueles
amiguinhos que desde os três anos semanalmente
vêm à BE para a hora do conto e fazer a requisição
dos livros que se quer ler em casa.
Esta primeira visita dos alunos do primeiro ano foi
também aproveitada para relembrar tantas coisas
interessantes que se podem fazer na BE e as regras
que devemos respeitar neste espaço, que é de todos.
Nesta tarefa contámos com a ajuda da ratinha Maisy,
no livro Maisy vai à Biblioteca, de Lucy Cousins e do
livro Boas Maneiras na Biblioteca, de Carrie Finn.
Paula Marco
Ainda pelo 1.º Ciclo, nos dias 10 e 11 de outubro,
as BE da Cambeia e do Centro Escolar Santa Maria
Manuela foram brindadas com a primeira sessão deste
ano da atividade “A Biblioteca Municipal vai às
Bibliotecas Escolares”. Nestas sessões o tema que
serviu de mote à seleção dos livros a apresentar foi
“Os sentimentos”. Os livros que nos encantaram fo-
ram Melga e Mara, de Ann Bonwill e Layn Marlow, O
livro que voa, de Pierre Laury e O coração do alfaiate
de Txabi Arnal. Ficamos a aguardar novas vindas da
Biblioteca Municipal às nossas BE.
Paula Marco
Olivroéumbemparatodos
Nas Bibliotecas do Centro Escolar Santa Maria
Manuela e da EB da Cambeia, a semana das
bibliotecas escolares teve o seu momento principal
com a sessão sobre o valor do livro dinamizada pela
técnica da BMI Marta Craveiro. Os nossos utilizadores
do primeiro ano foram sensibilizados para o grande
valor que os livros devem ter para todos nós e
informados acerca dos muitos cuidados que é preciso
ter para os preservar.
Ficaram também a conhecer alguns dos materiais
e técnicas que é possível usar para o restauro dos
livros quando, pelo uso ou devido a algum acidente,
os livros se estragam.
Paula Marco
Escritores portugueses
neorrealistas
De 24 de setembro a 4 de outubro a Biblioteca
Escolar da Escola Secundária da Gafanha da Nazaré
acolheu a exposição de escritores portugueses
neorrealistas, exposição gentilmente cedida pela
Biblioteca Municipal de Ílhavo. Esta exposição
biográfica de quatro escritores neorrealistas
portugueses: Alves Redol, Ilse Losa, Papiniano Carlos
e Sidónio Muralha, teve como objetivo dar destaque
às obras destes autores existentes nas Bibliotecas
da Rede de Bibliotecas de Ílhavo. Os nossos
utilizadores puderam ainda ficar a conhecer o percurso
biográfico destes escritores em muitos casos marcado
pela resistência contra a ditadura salazarista.
Ana Guimarães
Os alunos do primeiro ano
conhecem a sua biblioteca
“A Biblioteca Municipal
vai às Bibliotecas
Escolares”
atividades
Escola Secundária
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Dia das bibliotecas
escolares – 22 de outubro
Dia do Mar
Em novembro, para assinalar o
Dia Nacional do Mar, comemorado
a dia 16, esteve patente uma
exposição dedicada ao tema, com
divulgação do fundo documental da
Biblioteca, sugestões de leitura e
exibição de duas fantásticas
réplicas dos navios Santo André e
Santa Cristina, elaboradas por João
Nunes, antigo homem do mar da
Gafanha da Nazaré.
Ana Guimarães
Ílhavo a Ler+
Já na sua terceira edição, o
Ílhavo a Ler+ é um concurso de
leitura promovido pela Rede de
Bibliotecas de Ílhavo e destina-se
a todos os alunos do concelho.
O prazer de ler é logicamente o
princípio subjacente a este con-
curso que visa promover a leitura,
explorar obras sugeridas pelo PNL,
enriquecer as competências dos
leitores e intensificar o contacto
com o livro e a leitura.
Os concorrentes são agrupados
em quatro categorias: alunos do 1º
Ciclo do Ensino Básico (4º ano),
alunos do 2º Ciclo do Ensino Básico
(5º e 6º anos de escolaridade),
alunos do 3º Ciclo do Ensino Básico
(7º, 8º e 9º anos de escolaridade) e
alunos do Ensino Secundário (10º,
11º e 12º anos de escolaridade).
Para a 1ª fase do concurso as
obras seleccionadas foram: Uma
aventura na terra e no mar, de Ana
Maria Magalhães e Isabel Alçada
(4º ano); Os olhos de Ana Marta,
de Alice Vieira (2º ciclo); Aventuras
de João Sem Medo, de José
Gomes Ferreira (3º ciclo); O mundo
em que vivi, de Ilse Losa
(Secundário).
Segue-se a realização de
provas, que no caso do 3º ciclo e
do Ensino Secundário terá lugar a
9 de janeiro de 2013.
Da 1ª fase serão seleccionados
3 vencedores e 3 suplentes, que
irão representar o Agrupamento na
Biblioteca Municipal de Ílhavo, na
2ª fase do concurso, em março de
2013.
Ana Guimarães
No dia 22 de outubro, para
assinalar o Dia do Internacional das
Bibliotecas Escolares, a Biblioteca
da Escola Secundária da Gafanha
da Nazaré abriu as portas com uma
Feira do Livro para toda a
comunidade escolar.
Com o apoio do Grupo LEYA, a
Feira teve a duração de uma
semana. Tendo sempre em vista a
promoção da leitura e do livro, a
Biblioteca ofereceu preços bastante
apetecíveis, com livros dirigidos a
um público adulto e juvenil.
Foi dado ainda destaque às
quatro Bibliotecas Escolares do
Agrupamento e à respetiva data de
entrada na Rede de Bibliotecas
Escolares (RBE), para que todos,
no recentemente criado mega
agrupamento, conheçam estes
espaços dedicados ao livro, à
leitura, ao conhecimento e ao lazer.
O Agrupamento de Escolas da
Gafanha da Nazaré conta com
quatro Bibliotecas Escolares
integradas na RBE. A mais antiga
é da EB da Cambeia, que foi
integrada em 2002. Seguiu-se a
Biblioteca da EB 2,3, integrada em
2008. As duas mais recentes são a
Biblioteca do Centro Escolar Santa
Maria Manuela, integrada em 2010,
e a da Escola Secundária,
integrada no ano passado.
Ana Guimarães
atividades
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Projeto de Troca de
Manuais Escolares
No seguimento do projeto
elaborado no ano anterior na ESGN
pelos alunos do 9º ano em
Formação Cívica, a equipa do Eco
Escolas, em parceria com a equipa
da biblioteca escolar, vai promover
uma troca de Manuais Escolares no
final do ano letivo. Esta troca
destina-se a todos os alunos que
preservem os seus Manuais
Escolares, de forma a que estes
possam vir a ser reutilizados pelos
seus colegas da escola. Esta
reutilização será uma forma de
estimular o comportamento
ecológico, uma vez que se diminui
a quantidade de resíduos e o
respeito pelo livro, tendo ao mesmo
tempo impacto na bolsa das
famílias.
Ajuda-nos a ajudar.
A equipa do Eco Escolas
e da Biblioteca Escolar
“A propósito do desafio sobre os novos hábitos de
poupança na abertura do ano letivo, resolvi partilhar a
minha experiência uma vez que vivo no norte da
Holanda, onde tudo se passa de modo completamente
diferente (…)
Em primeiro lugar, os livros são gratuitos. São
entregues a cada aluno no início do ano letivo, com
um autocolante que atesta o estado do livro. Pode ser
novo ou já ter sido anteriormente usado por outros
alunos. No final do ano, os livros são devolvidos à
escola e novamente avaliados quanto ao seu estado.
Se por qualquer razão foram entregues em bom estado
e devolvidos já muito mal tratados, o aluno poderá ter
de pagá-los, no todo ou em parte.
De facto, noto que há uma grande diferença se
compararmos o nosso país e a Holanda (ou com
outros países do Norte da Europa, onde tudo funciona
de forma idêntica). Usar ou comprar o que quer que
seja em segunda mão é uma atitude socialmente
louvável, pelo que existem mil e umas opções. Não só
se aprende desde cedo a poupar e a reutilizar, como a
focar as atenções, sobretudo as dos mais pequenos,
nas coisas realmente importantes.”
Helena Rico, 42 anos, Groningen, Holanda / Publicado
no Jornal “PÚBLICO”, em 30-09-2012
O Vaivém dos Manuais na
ESGN
projetos
Escola Secundária
da Gafanha da Nazaré
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Este ano, mais uma vez, a
Escola Secundária da Gafanha da
Nazaré participou na Semana
Europeia de Prevenção dos
Resíduos, em parceria com a
Câmara Municipal de Ílhavo, e no
final dessa semana, na sexta feira,
dia 23 de novembro, juntou
elementos do órgão de gestão com
docentes e não docentes, alunos e
encarregados de educação, no
Centro Cultural de Ílhavo, para uma
cerimónia em que foram entregues
as Bandeiras Verdes do Eco
Escolas. Estas bandeiras têm como
principal objetivo reconhecer e
premiar o trabalho desenvolvido
pelos estabelecimentos de ensino
na melhoria do seu desempenho
ambiental. A nossa escola
contribuiu mais uma vez para que
Ílhavo seja dos melhores
municípios do país ao nível do
ambiente.
Obrigada a todos os que
contribuíram e apostaram no
projeto.
A equipa do Eco Escolas
Galardão do
Eco-Escolas
projetos
Escola Secundária
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“Porque a pobreza pode
esconder-se na porta ao lado,
apelamos à solidariedade de
todos!”
Embora a frase não seja nossa,
pareceu-nos oportuno comemorar
o Dia Internacional das Eco
Escolas, lançando, na nossa
Escola, uma campanha de recolha
de peças de vestuário, que podem
ser importantes para os mais
carenciados. Em simultâneo,
pretendemos sensibilizar a
comunidade para a prevenção de
resíduos, zelando por um ambiente
melhor.
Anunciámos os nossos
propósitos, desenhando e
recortando elementos decorativos
que afixámos no átrio principal da
Escola; preparámos e etiquetámos
sacos e mais sacos, para
armazenamento da roupa;
redigimos apelos e informações…
De todos os lados, recebemos
simpatia, colaboração e entreajuda.
A comunidade educativa mobilizou-
se! As dádivas continuam a
crescer!
Em sinal de agradecimento,
gostaríamos de reunir condições
para premiar o grupo de alunos
mais ativo nesta tarefa.
Continuamos a esforçar-nos por
lhes poder vir a proporcionar um
agradável momento de cinema, no
final deste primeiro período.
Vale a pena darmos as mãos.
Se é certo que podemos ter a sorte
de não viver na porta ao lado,
também é verdade que
continuaremos neste planeta, mas,
se possível, num ambiente melhor.
Para tal, contamos com a ajuda da
nossa Eco Escola, ou seja, de todos
nós! Parabéns!
A equipa do Eco Escolas
“EU GOSTEI – TU VAIS
GOSTAR!”
projetos
Escola Secundária
da Gafanha da Nazaré
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Achará alguém fácil, ou estará
alguém disposto a abdicar do
conforto do seu lar, do seio da sua
família e do abraço dos seus amigos
por uma aventura num país que não
o seu? Enfim, nós (Nidia Ribau e
Maria Pires) optamos por mergulhar
neste projeto de cabeça erguida e
coração aberto, a fim de abraçarmos
uma nova cultura, tradição e
conhecimento por três alvoroçados
meses.
Comecemos então por explicar
a natureza deste projeto.
Sintetizando, consiste num
intercâmbio de três meses entre Por-
tugal e Itália, cujo objetivo engloba,
entre outros, o desenvolvimento da
nossa capacidade comunicativa e
promover o multiculturalismo entre
jovensestrangeiros.Aqui,estudámos
história, italiano, matemática e inglês.
Bem, digamos que, devido à precária
capacidade dos italianos para falar
inglês, fomos forçadas a aprender o
melhor possível a língua italiana.
A Escola Secundária vai apresentar nova candidatura ao Projeto MIA
– Mobilidade Individual de Alunos - patrocinado pela PROALV, para o
ano letivo 2013-2014. Este projeto possibilita aos alunos frequentar uma
escola num país parceiro, e também receber em sua casa um colega,
por um período que poderá ir de 3 a 10 meses. Projetos desta natureza
têm como objetivos “desenvolver o conhecimento e sensibilizar os jovens
e o pessoal educativo para a diversidade e para o valor das culturas e
das línguas europeias e ajudar os jovens a adquirir as aptidões e as
competências básicas de vida, necessárias ao seu desenvolvimeto
pessoal e à sua futura vida profissional e a uma cidadania europeia ativa”.
Helena Maia Silva
PROJETOS EUROPEUS –
Mobilidade Individual de
Alunos
MIA- ESGN apresenta
nova candidatura
Ambas tivemos motivos
diversos que nos persuadiram a
aceitar esta experiência. De facto,
deparamo-nos com certas
dificuldades que nos desorientaram
temporariamente, tornando a nossa
estadia incompatível com as
nossas expetativas.
Exemplificando, a comunicação
numa outra língua, a adaptação a
outra realidade e a falta de
proximidade com os italianos são
algumas das desvantagens que se
podem encontrar.
Obviamente, existe também o
lado enriquecedor desta
experiência. Quem não gosta de
visitar outro país e conhecer um
outro estilo de vida? Através deste
projeto aperfeiçoámos o nosso
sentido de independência,
maturidade e responsabilidade,
assim como obtivemos uma
perspetiva diferente de Portugal,
como país e pátria, devido ao nosso
distanciamento.
Independentemente das
situações adversas vivenciadas por
ambas, acabamos por tirar partido
de tudo aquilo que este projeto nos
oferecia. Apelamos à vossa
coragem e aconselhamos
vivamente a aderirem a um projeto
semelhante, sobretudo depois dos
18 anos de idade.
Nidia Ribau e Maria Pires
projetos
Escola Secundária
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Decorreu entre 22 e 29 de
setembro a mobilidade do Projeto
Comenius à República Checa. Nela
participaram,representandoaEscola
Secundária da Gafanha da Nazaré,
asalunasCarolinaMachadoeBeatriz
Casqueira, easprofessorasFernanda
AlegreteeInêsFerreira.Oprojetoem
que participamos, com o título “Pro-
moting Magic Places in Europe”,
reúne dez países: Portugal, Espanha
(Catalunha), Itália, Alemanha,
Turquia, Chipre, Grécia, República
Checa, Letónia e Lituânia
A viagem teve início no dia 22,
com uma viagem de comboio até
Lisboa, onde embarcámos no avião
com destino a Praga.
A escola que nos acolheu, o
Gymnasium Pacov, situada na
cidade de Pacov, é uma escola
pequena, onde nos sentimos em
casa. Os 160 alunos da escola e
os 16 professores receberam-nos
muito bem. As nossa alunas foram
ainda muito bem acolhidas pelas
famílias que as alojaram.
Chamou-nos a atenção o facto
da escola não ser murada: à volta
do edifício existe um relvado sem
vedação para o exterior. Outro
aspeto que nos tocou, por ser tão
diferente do nosso dia-a-dia na
escola, foi que os alunos e os
professores se sentem tão à
vontade na escola, que a primeira
coisa que fazem, quando chegam
de manhã, é tirar os sapatos, pô-
los no cacifo e calçar uns chinelos.
No dia 23 conhecemos Karlstein,
um castelo onde viveu o rei Charles
IV, um monumento em estilo gótico.
À tarde a visita foi pela cidade
de Praga, que nos encantou.
O Dia Europeu das Línguas, dia
24 de setembro, foi comemorado
com uma exposição de trabalhos
realizados pelos alunos. Pretendia-
se que cada país mostrasse alguns
dos seus elementos característicos.
Quase todos apostaram na
gastronomia típica. Nós levámos um
puzzle representativo de Portugal e
a indicação de alguns dos elementos
típicos de cada região, bem como
uns deliciosos bolinhos de gema.
Na terça feira andámos duas
horas de autocarro com destino a
Kutná Hora, um local perto de
Praga, recheado de elementos
arquitetónicos interessantes: a
Sedlec Ossuary (capela dos ossos)
e a Catedral de Santa Bárbara.
Dia 26, pela manhã, rumamos
a Ceský Krumlov, uma cidade a 40
km da fronteira com a Áustria,
património mundial da UNESCO,
caracterizada pela existência de
diferentes estilos arquitetónicos:
gótico, renascentista e barroco. Aí
visitámos também o museu de
fotografia Seidl, um lugar único,
onde pudemos ver como era a
fotografia no séc. XIX.
5º Encontro do
Projeto Comenius
República Checa
projetos
Escola Secundária
da Gafanha da Nazaré
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Sou uma das alunas que se
deslocaram com o Projeto Comenius
à Republica Checa.
Esta viagem vai ficar gravada na
minha memória com muito carinho,
pois fomos muito bem recebidas e
acompanhadas. A minha família de
acolhimento era muito simpática e
estava sempre disposta a ajudar. Os
momentos em casa foram muito
agradáveis, conversávamos muito e,
acima de tudo, havia diversão.
As cidades que visitámos eram
deslumbrantes: as casas muito bem
cuidadas, com janelas enfeitadas
com flores; os monumentos
interessantes e bonitos; também a
paisagem campestre deliciou. É
muito bom visitar cidades/países
novos, mas o melhor é o convívio -
gargalhadas, brincadeiras e “tolices”
nunca faltaram. Fiz amizades, que
espero que durem. Passámos tanto
No dia 27 fomos recebidos pelo
presidente da Câmara de Pacov,
num antigo castelo, utilizado pelas
tropas alemãs durante a II Guerra
Mundial. Dessa utilização resta
ainda um bunker, construído sob os
jardins do castelo, que também
visitámos.
O resto do dia foi usado para
trabalhos realizados pelos alunos,
utilizando programas de edição de
imagem para construir roteiros
turísticos com as fotografias e
vídeos recolhidos ao longo das
visitas efetuadas.
O último dia foi reservado para
um contacto com a natureza: um
passeio a pé pela colina de Blanic,
rica numa vegetação muito
diferente da das nossas florestas e
de onde se tinha uma vista soberba
sobre os campos circundantes.
Durante toda a semana falámos
inglês, pelo que melhorámos as Inês Ferreira e FernandaAlegrete
República Checa
Outro olhar
Este foi também o dia reservado
para a última reunião de trabalho dos
professoresdosdezpaísesenvolvidos
noprojeto,ondefoifeitoobalançodas
atividades realizadas e foram
programados os próximos encontros:
Grécia, entre 28 de outubro e 4 de
novembro, Turquia, entre 2 e 9 de
março de 2013 eAlemanha, entre 6 e
13 de maio de 2013.
nossas competências no domínio
da língua inglesa, e aprendemos
algumas palavras e expressões em
checo. Tivemos ainda um contacto
muito enriquecedor com uma
cultura muito diferente da nossa.
Foi uma experiência excelente, a
repetir!
tempo juntos, que já parecia que não
tínhamos línguas, culturas e religiões
diferentes. Até já pensávamos em
Inglês. Os momentos com as
professoras foram inesquecíveis,
estiveram sempre prontas para
ajudar em tudo e animaram-nos
quando mais precisávamos como,
por exemplo, na despedida, que foi
o que custou mais.
Tudo que aconteceu é difícil de
partilhar, pois foi uma semana tão
intensa e tão boa, uma experiência
tão positiva, que espero repetir.
Agradeço aos professores que me
acompanharam,eatodosquefazem
parte deste projeto, esta semana
maravilhosa.
Uma última palavra para a minha
companheira de viagem: adorei
conhecer-te!
Beatriz Casqueira
projetos
Escola Secundária
da Gafanha da Nazaré
gafanhoto
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Travelling to Greece was one of
the best experiences we’ve ever had
because, first of all Greece has al-
ways been one of the countries we
wanted to visit and secondly be-
cause we met excellent persons.
The host families were great to us,
they were very nice and kind, but
the people in general were great to
all of us. In this meeting there were
nine countries involved: Portugal,
Spain, Germany, Italy, Turkey,
Greece, Check Republic, Latvia and
Lithuania.
On Monday we stayed in Tripoli
and met all the students and teach-
ers. We talked to the mayor and vis-
ited some places in town. Then we
went to a local school where we were
told about the project on sound re-
cording, in multinational teams; this
activity was developed during all the
week. It was about recording sounds
and taking photos from the different
places that we were going to visit in
the following days. The purpose was
getting all together in order to do a
sound map. After that we were in a
poetry workshop in which we had to
read and analyze a poem from each
country. In the evening some stu-
dents met and went to a café.
On Tuesday the Comenius team
went to Steminitsa and we had a
workshop at the Silver Gold Smith-
ery School. After the workshop we
visited the village and went for a
coffee. Steminitsa is a very nice,
beautiful and traditional village in
Greece. At lunch we went to Vytina,
another village, where we ate “pita
hero” - a traditional dish from that
country. In the rest of the afternoon
the multicultural teams started do-
ing their tasks.
On Wednesday we went to
Mycenae. There we had a guided
visit to ancient Mycenae and to the
ancient theater of Epidaurus. This
is an amazing place, and it was even
better because some Greek students
sang for us and we could “experi-
ment” the feeling of being in a “magic
place in Europe”. We then had lunch
in Napulio, visited the Palamido for-
tress and we walked in the village.
On Thursday we went to
Dimitsana, to the “Open Air Water
Power Museum” where we learned
more about leather and contacted
with nature itself, with a beautiful
landscape in the mountains. Due to
the weather conditions, we didn’t
visit the Traditional Bridge of
Lousious river and the Prodomon
Monastery; instead we met the
Mayor of the village; then we went
the local library with more than 600
hundred very old books. Then we
had lunch all together in another vil-
lage, called Arcadian.
During the afternoon we learned
how to make spaghetti and honey
pancakes, in a workshop of tradi-
tional cooking with honey. We also
went to a Primary School Museum
in the same village.
6º Encontro do
Projeto Comenius
Grécia
projetos
Escola Secundária
da Gafanha da Nazaré
gafanhoto
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On Friday, the last day day all
together, we went to Kapsia caves,
the ancient theater of Mantineia and
Agia Fountain church. We had lunch
in Tripoli and in the afternoon we
went to a local school where, in
multinational teams, the final prod-
ucts of the week project were fin-
ished. After that we had a drum per-
cussion workshop and we had a lot
of fun and danced. We had dinner
all together with students, teachers,
host families and friends. Then there
was a concert organized by the host
school where students and guests
played and participated in.
On Saturday morning we said
goodbye to the host families with lots
of emotion. We spent the all day in
Athens where we visited theAcropo-
lis and went on a guided tour to
Acropolis Museum, which, in our
opinion, was really exciting and
amazing, Next, we went to the
Lycabettus hill where we enjoyed the
view and rested for an hour, before
having dinner at a typical tavern, in
the old part of Athens.
Finally, in our last day in Greece,
we visitedAgora, also in the old part
of the city. After that we went to the
airport and began our way back
home.
Over all, we enjoyed this week a
lot because we were very well re-
ceived and made lots of friends,
gained knowledge and experience
about History, the English language,
human relationships and culture. We
loved the fact that everyone that we
met was really proud of their culture
and country. It was amazing and we
loved it!
Beatriz Graça, Carolina Casqueira, Inês
Fernandes
projetos
Escola Secundária
da Gafanha da Nazaré
gafanhoto
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Desporto Escolar
Tal como vem sido hábito, este
ano a escola tem à disposição dos
alunos diversas atividades
desportivas. Estas atividades têm
como objetivo proporcionar
momentos de prática desportiva, de
convívio e de competição entre
diferentes escolas.Ao longo do ano
letivo, cada grupo/equipa irá
participar num torneio: numa
primeira fase com equipas do
concelho de Ílhavo,Aveiro e Vagos.
Se os resultados permitirem o
apuramento para a fase seguinte,
as equipas irão competir com
alunos de escolas do distrito de
Aveiro, da zona centro e,
posteriormente, com escolas de
todo o país.
A escola dispõe das seguintes
modalidades:
· Basquetebol (Fem), Escalão
Iniciadas (Nasc. 1998/1999)
TREINOS: 4ªs FEIRAS: 14H30
– 16H30 (Prof. Tiago Lopes)
· Voleibol (Masc), Escalão:
Juniores (Nasc. 1994/1995)
TREINOS: SÁBADOS: 10H00 –
12H00 (Prof. Tiago Lopes)
· Futsal (Masc), Escalão:
Iniciadas (Nasc. 1998/1999)
TREINOS: 4ªs FEIRAS: 14H30
– 16H30 (Prof. Mariano Rodrigues)
· Natação (Misto), Escalão:
Todos
TREINOS: 4ªs e 6ªs FEIRAS:
15H00 – 16H30 (Prof. Manuela
Sequeira e Prof. Paula Rendeiro)
· Ténis de Mesa (Misto),
Escalão: Todos
TREINOS: 4ªs FEIRAS: 15H30
– 17H30 (Prof. Dorabela Maia)
· Atividades Náuticas (Misto),
Escalão: Todos
TREINOS: 5ªs FEIRAS: 14H30
–17H30 (Prof. Mariano Rodrigues)
Os treinos dos grupos/equipa de
Basquetebol, Futsal e Ténis de
Mesa realizar-se-ão no pavilhão da
Escola Secundária da Gafanha da
Nazaré, enquanto que os treinos de
Natação decorrerão nas Piscinas
Municipais da Gafanha da Nazaré.
As Atividades Náuticas, por seu
lado, terão lugar na sede do Clube
do Mar (debaixo da ponte da Barra).
Além destas atividades, o grupo
de Educação Física irá desenvolver
ao longo do ano letivo diversas
atividades desportivas,
nomeadamente Corta-Mato esco-
lar, torneio de Voleibol, torneio de
Basquetebol, torneio de Ténis de
Mesa eAtividades de Montanhismo
(slide, rapel, paralelas, tirolesa e
escalada).
O Corta-Mato será a primeira
prova a realizar-se e será no dia 11
de dezembro, na Vista Alegre, e irá
contar com a participação das
escolas do concelho de Ílhavo.
projetos
Inês Ferreira
Escola Secundária
da Gafanha da Nazaré
gafanhoto
15
No dia 6 de dezembro decorreu
no pavilhão da Escola Secundária
da Gafanha da Nazaré uma
atividade destinada aos alunos do
2º ano das escolas do
Agrupamento, nomeadamente: EBI
Cale da Vila, EBI Cambeia, EBI
Chave, EBI Farol da Barra e EBI
Marinha Velha.
Estiveram presentes 154 alunos
e os respetivos professores, que du-
rante uma hora realizaram um
conjunto de atividades desportivas:
deslocamentos, equilíbrio, destreza
e precisão. Durante toda a
atividade foi notório o entusiasmo
dos alunos.
Esta atividade irá ocorrer ao
longo do ano letivo, abrangendo
também os 1º, 3º e 4 º anos das
escolas referidas anteriormente. Os
encontros do 3º e 4º ano irão
decorrer no segundo período,
enquanto que o do 1º ano será no
terceiro período. Um dos objetivos
destes encontros será promover
um momento de convívio entre os
alunos das diversas escolas do
Agrupamento, sendo também uma
oportunidade para mostrarem as
suas aptidões físicas, que
desenvolvem nas aulas de
Desporto Escolar.
Desporto Escolar
1º Ciclo
projetos
Inês Ferreira
Escola Secundária
da Gafanha da Nazaré
gafanhoto
16
Almoço no Refeitório!
Campanha Sou mais!
Saudável
Poupado
Sociável
Dia da Alimentação 16-10-2012
Projeto de Promoção e Educação para a Saúde da ESGN
Roda de alimentos
solidária
Nas várias Escolas do
Agrupamento da Gafanha da
Nazaré foi construída uma “Roda
de Alimentos Solidária” de modo a
comemorar, em simultâneo, os dias
Mundial da Alimentação e
Internacional da Erradicação da
Pobreza, respetivamente a 16 e 17
de outubro.
Na nossa escola construímos
uma roda de alimentos “ao vivo” no
átrio, e a comunidade escolar foi
solicitada a participar ativamente,
doando produtos alimentares,
posteriormente entregues à
Fundação Prior Sardo, que os
encaminhou para as famílias mais
carenciadas.
A todos os que contribuíram
para o sucesso da iniciativa, os
nossos agradecimentos
PES EM AÇÃO
A convite do Projeto de Educação
para a Saúde, recebemos na nossa
escolaumtécnicodoCentrodeSaúde
de Ílhavo, bem como a equipa da
Escola Segura.
Os alunos têm participado com in-
teresse nas ações até agora
desenvolvidas. Para além da
adequaçãodosconteúdosabordados,
a simpatia e colaboração dos agentes
educativos envolvidos, em muito tem
contribuído para o sucesso das
atividades propostas.
Falamosdetemascomo“Métodos
ContracetivoseIST’s”, paraasturmas
do 9ºano de escolaridade, e de “Bully-
ing e Violência Escolar”, para as do
7ºano de escolaridade.
Outros temas se hão-de seguir,
certamente do mesmo grau de inter-
esse.
Desta forma, o Projeto de
Educação para a Saúde espera
contribuir para o desenvolvimento de
atitudesecomportamentosdosjovens,
de modo a facilitar a sua integração
harmoniosa numa sociedade estável
e equilibrada.
Equipa do PES
Grupo de Biologia e Geologia
Equipa do PES
… Comer na cantina volta a estar na moda!
O crescimento é “pequenino”, mas acreditamos que é já uma tendência de
subida. Efeitos da crise? Julgamos que não. O crescimento deve-se à melhoria
e àdiversificaçãodaofertadacantinacomopçõesmaissaudáveis,mastambém
ao lançamento,nodia16deoutubro,DiaMundialdaAlimentação,daCampanha
“Sou+”.
Estacampanha, inseridanoProjetoPromoçãoeEducaçãoparaaSaúde, e
com a colaboração da CAP das Escolas da Gafanha da Nazaré, surge da
necessidade de incentivar o consumo de refeições saudáveis e económicas.A
alimentação desempenha um papel essencial e na idade escolar o jovem
apresentaum metabolismomuitomaisintenso,eumaalimentaçãoinadequada
pode trazer-lhe consequências orgânicas, como diminuição da capacidade de
raciocínio e memorização, deficiência no crescimento e desenvolvimento,
alterações de humor, desnutrição ou até mesmo obesidade. Assim, a
escola torna-se um ambiente favorável para a promoção de hábitos
alimentares saudáveis, por ser um espaço social onde passam grande
parte do seu tempo convivendo e aprendendo novidades diariamente.
Equipa do PES
Já há mais três razões para
comer na cantina
A Campanha “Sou +” assenta em três argumentos que apelam ao almoço na cantina: Saudável,
Poupado e Sociável e contempla várias etapas estando a segunda – almoço de turma - em fase de
conclusão. A próxima etapa será apresentada no segundo período. Fica atento!
projetos
Escola Secundária
da Gafanha da Nazaré
gafanhoto
17
Projeto de Promoção e Educação para a Saúde da ESGN
Um abraço amigo. Sem Medo!
1 de dezembro
Dia Mundial da
Luta Contra a SIDA
Um abraço amigo. Sem medo! foi o mote proposto este ano para a
comemoração do dia mundial da luta contra a Sida. O Projeto Educação
para a Saúde, a Associação de Estudantes da ESGN, os alunos do curso
Animação Social e a professora Ana Pereira, marcaram esta data com
formação de um abraço gigante na sala polivalente da escola, no intervalo
das 11:20, que envolveu a comunidade escolar. Esta iniciativa tinha como
objetivo sensibilizar para os problemas éticos, sociais, afetivos e biológicos,
relacionados com a SIDA, reforçando a não discriminação das pessoas
portadoras desta doença. Outra mensagem que se pretendeu passar
através da distribuição simbólica de preservativos, foi a que é urgente
adotar atitudes de prevenção e que o preservativo é a única forma de não
correr riscos numa relação sexual.
O Dia Mundial de Luta contra a SIDA (Síndroma da Imunodeficiência
Adquirida) celebra-se todos os anos a nível mundial, no dia 1 de dezembro.
Esta doença resultante da infeção pelo VIH (Vírus da Imunodeficiência
Humana) ataca e destrói as defesas do corpo, levando a pessoa à morte.
Atualmente, com as diversas terapias de combinação potentes, as pessoas
infetadas veem a sua vida prolongada em vários anos.
O Dia Mundial de Luta contra a SIDA dá-nos a todos a oportunidade
de agir e de garantir que os direitos humanos estão salvaguardados e
que os objetivos mundiais de prevenção, tratamento e cuidados, são
atingidos.
Equipa do PES
Dia
Mundial
do Não
Fumador
No dia 17 de novembro
comemorou-se o Dia Mundial do
Não Fumador, tendo o PES da
nossa escola lembrado o mesmo,
com a promoção de um belo sorriso
e uns bonitos dentes, só possíveis
de obter por aqueles que
habitualmente não fumam.
Nesta nossa iniciativa, temos
que agradecer a duas alunas do
9ºD, Maria Diana e Inês Ferreira,
bem como à sua diretora de turma,
professora Luísa Costa, pela
colaboração prestada, ao
elaborarem quadras alusivas à
promoção de belo sorriso,
relacionando-o com o dos não
fumadores.
projetos
Equipa do PES
Escola Secundária
da Gafanha da Nazaré
gafanhoto
18
Amusons-nous!
En Français…and in
English!
línguas
Escola Secundária
da Gafanha da Nazaré
gafanhoto
19
Lire
Lire, c’est retrouver le monde
C’est imaginer, voyager, s’envoler...
C’est partir à l’aventure !
Lire, c’est gai, pas du tout ennuyant
C’est amusant, beau...
C’est fantastique !
Lire, c’est rêver par la main d’un
autre
C’est élargir ses horizons,
apprendre...
C’est contacter avec de grands
auteurs !
Lire, c’est vivre, grandir
C’est oublier tout ce qui est confu-
sion...
C’est agrandir l’âme, partager la
vie !
Lire, c’est un passetemps, un loisir
C’est la magie, l’émotion...
C’est une passion !
Lire, c’est un arc-en-ciel de mots !
Alors... si tu veux être heureux
Un livre tu dois lire !
9º A (E. B. 2º e 3º ciclos da Gafanha da
Nazaré)
Halloween
Le 31 octobre, c’est l’Halloween,
fête traditionnelle des américains
ou la veille de la Toussaint, la fête
chrétienne de tous les saints.
Ce jour-là, les enfants se
déguisent (parfois, les adultes
aussi…) avec des costumes de
fantômes, lutins, chauve-souris,
Dracula, Frankenstein, sorciers et
sorcières…
C’est aussi la tradition de
sculpter une citrouille en forme de
tête effrayante.
Et voilà, dans notre école, les
professeurs de langues étrangères
ont proposé à leurs élèves de
sculpter une citrouille pour fêter
l’Halloween. Il y a eu plusieurs con-
currents au « Concours de la plus
belle citrouille ». Les élèves du
cours d’Animation Sociale ont
décidé d’attribuer le premier prix à
la Citrouille de Matilde Araújo Silva
de la 7ème
année, classe D. Mais,
tous les participants ont eu droit à
un petit souvenir ! Nos félicitations
à tous !
Et n’oubliez pas… le plus im-
portant, c’est de participer et de
s’amuser!
Salut les copains...
Dans un cours de français
l’inspiration est née et voilà
le résultat.
línguas
Escola Secundária
da Gafanha da Nazaré
gafanhoto
20
O barulho do
silêncio
Aqui estou sentada, na
biblioteca da escola, rodeada por
pessoas e por um certo ruído
incomodativo. À minha frente, bem
lá no fundo da sala e ao meu lado,
um pouco mais perto, estão duas
figuras bem conhecidas, de cabeça
baixa, debruçadas sobre uma folha
de teste.
À procura de inspiração, levanto
a cabeça e olho em meu redor.
Reparo que, finalmente, se fez
silêncio. Que bom não ouvir nada!
Mas dentro de cada um de nós, há
sempre algo que nos fala. As
memórias falam, os pensamentos
falam. Cá dentro, tudo fala, por isso
é importante não ouvir o barulho
que vem do exterior…
Procuro de novo a inspiração.
Tento focar a minha atenção
apenas no trabalho. Tento abafar os
sons dentro de mim…
Conseguiremos estar realmente em
silêncio?
Fabiana Palmela
Nada para
escrever
Olhei à minha volta. Caras
sonolentasmisturavam-secomcaras
preocupadas e empenhadas que
tentavam realizar o teste de
Português.Aminhaseria,certamente,
uma cara preocupada, pois tenho
medo de nem sempre responder ao
quemeépedidoetudopiorouquando
cheguei à parte de escrever uma
crónica. Olhei para a folha e reli a
frase: “Focalize um incidente, um
rosto, uma voz, …” Como poderia
escrever sobre um incidente que não
acontecia, ou sobre uma voz que não
se ouvia? Recordei a semana que
tinha deixado, à procura de algo que
medespertassevontadedeescrever,
mas nada.
Lembrei-me, então, que muitos
cronistas escrevem sobre o facto
de nada terem para escrever e,
como estava nessa situação, foi
isso que escrevi, sobre o pequeno
incidente de não ter imaginação
para escrever.
Sara Rocha
Pensamento
Às vezes não percebemos a
dimensão, a dimensão que faz de
nós uma insignificância. Não falo da
dimensão de estrelas, de galáxias,
de enxames, super enxames e todo
o resto do universo. Falo da
insignificância que somos perante o
imaterial, o abstrato, perante o
pedaço de pensamento que tem
poderes mágicos de mudar o
possível e o impossível.
Não se trata de tamanho, nem
de riqueza material. Trata-se de algo
muito mais poderoso. Nós (como
corpo) não somos nada em relação
ao pensamento. O pensamento é
uma construção genial. Com ele
podemos criar tudo o que
quisermos: ideias, histórias, livros…
Só com o pensamento nos
transformamos e evoluímos.
Pedro NunoAugusto
Encontra-se a decorrer o período para entrega dos
trabalhos do XII Concurso Literário Jovem até 31 de
março de 2013. Os mesmos poderão ser entregues
por mão própria ou enviados por correio para a
Câmara Municipal de Ílhavo.
O concurso destina-se aos Jovens do Ensino
Básico do 1.º, 2.º e 3.º Ciclos, assim como do Ensino
Secundário, podendo participar alunos de qualquer
estabelecimento de ensino, do Município de Ílhavo,
até ao 12.º ano de escolaridade. Há prémios para os
melhores textos. PARTICIPA!
XII Concurso
literário jovem
letras
Escola Secundária
da Gafanha da Nazaré
gafanhoto
21
«Deixa-te levar pela criança que foste.»
José Saramago, As Pequenas Memórias,
Lisboa, Editorial Caminho, 2006
Na vida do ser humano, a
infância pode estar mais ou menos
presente de acordo com o impacto
positivo ou negativo que lhe
causou. Quando a infância origina
experiências negativas, elas
perseguem e atormentam o
indivíduo ao longo da sua vida,
causando-lhe dor e sofrimento. Mas
se as experiências forem positivas,
há sempre um conjunto de
lembranças felizes que animam e
motivam o ser humano.
Na minha infância teve lugar um
acontecimento que ainda hoje me
atormenta, o desaparecimento de
uma pessoa muito próxima. Essa
perda perturbou-me muito e
causou-me grandes problemas,
pois vivenciei tudo de muito perto.
Hoje, quando me sinto muito
próximo de uma pessoa tenho o
receio de a perder para sempre e
por isso tento usufruir de todos os
momentos como se fossem os
últimos. Mas a minha infância teve
também momentos felizes, que
recordo com frequência,
principalmente quando estou triste,
porque esses momentos animam-
me e eu fico logo com um sorriso
no rosto.
O ser humano nunca se pode
esquecer da sua infância para não
deixar morrer a criança que existe
em si. Assim, ainda que em alguns
momentos, queiramos perder esse
pedacinho que há em nós, teremos
que nos deixar levar por ele.
Sandrina Cardoso
A infância é um dos melhores
momentos da vida do ser humano.
Este período é o tempo em que
o homem, como ser racional, não
o é. A vida resume-se ao acordar
pela manhã, ir para a escola e
brincar com os amigos. Não
importa a crise, nem as notas dos
testes. A criança sente-se, única e
exclusivamente, o ser mais
importante.
Todavia, os dias e os anos
passam, tão rapidamente, que nem
damos conta que crescemos e
envelhecemos. Com o fluir do
tempo, as coisas, que para nós
eram importantes, como jogar à
apanhada ou à bola, passam para
segundo e terceiro planos.
Aumentam as responsabilidades e
as preocupações com a escola,
com o país, com a vida. Enfim,
crescemos!
À medida que aumentam as
obrigações, aumenta também o
nosso desejo de voltar àquela
escola primária, onde a infância
vinha em primeiro lugar. Basta ver
nos piqueniques da primavera, os
adultos a correr para um lado e para
o outro, a saltar à corda, a jogar às
escondidas. Fazem-no, porque são
esses os únicos momentos em que
podem ser crianças sem que
ninguém os censure.
Logo, a infância ocupa um lugar
fulcral na vida do ser humano.
JoãoAntónio
Quando somos crianças
ansiamos ser crescidos e quando
nos tornamos adultos apercebemo-
nos de como é bom ser criança e,
em vão, queremos voltar à nossa
infância.
A infância é um tempo de
descoberta para cada um de nós.
O mundo à nossa volta cativa-nos
e incentiva-nos a conhecê-lo. Uma
criança contenta-se em correr pelos
montes, em sentir novos cheiros,
em descobrir novas cores. Sem
pensar muito, é na infância que
construímos o nosso eu, através
das descobertas diárias e do amor
dos pais, que nos dá confiança para
nos tornarmos nós mesmos.
Mas o tempo passa e deixamos
de correr, porque o tempo passa a
correr connosco e a saudade fica.
As lembranças das tardes à lareira
em dias de inverno, a comer o bolo
ainda quente acabado de fazer pela
mãe, os jogos de faz de conta
vividos com os nossos irmãos,
quando a imaginação tomava conta
de nós, ficam para trás.
Crescemos e a criança pura,
ingénua e sedenta de aprender, vai-
se perdendo. Não seria bem melhor
que ela não se perdesse?
Certamente, seríamos mais felizes
se guardássemos a sua alma e, por
vezes, a libertássemos de novo,
deixando-a correr, saltar e
descobrir. No fundo, sorrir para a
vida.
Cristiana Graça
letras
Escola Secundária
da Gafanha da Nazaré
gafanhoto
22
O mais recente parecer do
Conselho Nacional de Educação ( nº7/
2012) é, no meu entender, um
documento fundamental acerca do
atual contexto educativo, pelo que
destaco alguns excertos, esperando
abrir perspetivas de reflexão:
“ A autonomia das escolas/
agrupamentos de escolas é, antes de
mais, o exercício de uma
responsabilidadesocialpelaeducação,
em cada contexto escolar e social. Ela
expressa -se através de um conjunto
dedispositivoslegais,deprocedimentos
da administração central, regional e lo-
cal e de práticas escolares que estão
aoserviçodoreforçodacapacidadedas
escolas/agrupamentos de escolas
construírem, aplicarem e avaliarem o
seu projeto educativo próprio, com as
famílias e as autarquias, no contexto
sociocomunitário local, tendo em vista
melhorar progressivamente os
processos e os resultados escolares.
A autonomia é uma dinâmica so-
cial, sempre em evolução, e é instru-
mental, pois trata -se de um meio para
se atingir um fim: melhorar em
permanênciaodesempenhosocialdas
escolaseoserviçopúblicodeeducação.
A autonomia visa a melhoria. A
autonomia visa colocar todos os
recursos disponíveis ao serviço da
melhoriadasaprendizagensdosalunos
concretosdecadaescola/agrupamento
de escolas. Quem melhor conhece e
tem de saber administrar as escolas/
agrupamentos de escolas é a
comunidadeeducativalocal,acomeçar
pelosprofessoresediretores,pelospais
e pelo poder autárquico.
O primeiro direito e o dever de
educar é das famílias, direito e dever a
queoEstadoseassociaparafazercom
que o serviço público de educação se
cumpra em todo o território com
liberdade, equidade e rigor.
A intervenção do Estado deve ser
reguladora e orientadora, não deve
consistirnumaintervençãopermanente,
desestabilizadora e desorientadora,
dirigida ao controlo cada vez mais
burocratizadoecentralizado.AoEstado
caberásempreadefesadosuperiorin-
teresse das crianças sem alijar
responsabilidades, devendo para isso
assumirassuasresponsabilidades,em
cooperação com outros atores sociais.
Aautonomiavalorizaoscritériosda
proximidade,doconhecimentomaisfiel
das realidades sociais e escolares, do
envolvimento dos parceiros sociais da
educação, em cada contexto
sociocomunitário local, da
responsabilizaçãodetodasasentidades
locais com intervenção na educação
das crianças, jovens e adultos e da
articulação territorial entre as suas
vertentesestratégicaeoperacionalede
gestão pedagógica, administrativa e
financeira.
Cada “comunidade educativa”
gerada em torno de cada escola/
agrupamento de escolas deve poder
desenvolver, apresentar e ver
reconhecido o seu projeto educativo
próprio para ser, posteriormente,
acompanhadoeavaliadopelatutela(…)
Aprimeiraresponsabilidadedeuma
escola/agrupamentodeescolasépara
com os alunos e as famílias, não para
com níveis e subníveis burocráticos,
mais ou menos distantes das escolas/
agrupamentos de escolas. O projeto
educativo nasce da assunção desta
responsabilidade, partilhada em
dinâmicas sociocomunitárias muito
concretas.
Aadministraçãodeumconjuntode
recursos comuns e a salvaguarda de
um conjunto de direitos e deveres
igualmente comuns implicam a
intervençãoreguladoradoEstado,que
devepautar-sepelorespeitoparacom
essesprojetoseducativoslocaisepelo
incentivo a que se desenvolvam do
melhormodopossível,tendoemconta
a qualidade e a equidade do serviço
público de educação (promovido por
instituições públicas, privadas e
cooperativas).
Estaéaquartavezqueosgovernos
legislamsobreaautonomiadasescolas,
no quadro da já conhecida e estafada
construção retórica da autonomia. O
risco que se corre é o de, mais uma
vez, estarmos perante a proclamação
de uma vontade política mais do que
diante do exercício real de uma
determinação política, com todo o
cortejo de revisões do quadro de
responsabilidades, do exercício
responsável e complementar destas
responsabilidades.
A autonomia progressiva das
escolas, fruto de uma crescente
contratualizaçãoecorresponsabilização
pelamelhoriadaeducaçãoentreoMEC
ecadaescola/agrupamentodeescolas,
não é compatível com um quadro
político de crescente
desresponsabilização do MEC pela
sorte das escolas que se encontram
diante de maiores dificuldades, por se
localizarem em contextos sociais e
culturaismuitodesfavorecidos.Importa
que a extinção das DRE não se
confunda com uma mera
recentralização, nem com a perda do
sentido da corresponsabilização pelo
futuro da educação; para tal, é urgente
a definição de um novo quadro de
responsabilidadesentreaadministração
central e local, pois torna -se difícil
imaginar um futuro melhor para a
educaçãosecadaescola/agrupamento
de escolas ficar remetido para um
quadro único de relacionamento
eletrónicoepontualcomonívelcentral.
Já em 2008 (Parecer n.º 3/2008) o
CNE sublinhava que a “prioridade da
política educacional nesta matéria
deveria situar -se no plano do
desenvolvimento da autonomia das
Sobre a autonomia
das escolas...
reflexão
Escola Secundária
da Gafanha da Nazaré
gafanhoto
23
organizações escolares e evitar ao
máximo proceder a alterações
morfológicas”. Se o quadro político -
administrativo continuar o mesmo,
centralistaeburocrático,sustentadona
desconfiança e na
desresponsabilização, por mais
medidas que se tomem, mesmo que
proclamem a autonomia, não surgirão
asmelhoriasesperadaspelasociedade
para a educação, mas os conflitos, as
tensões,ashesitaçõeseosadiamentos
daanálisedosproblemasedadefinição
e aplicação das soluções mais
adequadas a cada situação.(…)
Arecentecriaçãodeagrupamentos
degrandedimensão,nomesmoquadro
de muito débil definição política acerca
da autonomia que se pretende para as
escolas portuguesas, tem vindo a criar
problemas novos onde eles não
existiam: reforço da centralização
burocrática dentro dos agrupamentos;
aumentodofossoentrequemdecidee
os problemas concretos a reclamar
decisão, com a criação de novas
hierarquias de poderes subdelegados;
existênciasdeváriosórgãosdegestão
que nunca se encontram nem se
articulam entre si; sobrevalorização da
gestão administrativa face à gestão
autónoma das vertentes pedagógicas.
Tudo isto fragiliza ainda mais a já frágil
autonomiaedeixapelafrenteoreforço
do cenário único e salvador do caos: a
recentralização do poder na
administração central, agora reforçada
na sua capacidade de controlo de tudo
e todos, pelas novas tecnologias.(…)
Os mega -agrupamentos
constituem, até ao momento, um
caminho de reforço do controlo e não
da autonomia das escolas/
agrupamentosdeescolas,umaviaque
paulatinamente retira liberdade e
capacidadedeaçãoaosdiretoreseaos
parceiros locais da educação.
Ao concentrar, descentra -se e
desfoca -se a ação nuclear dos
dirigentes das escolas: melhorar cada
dia os processos de ensino e os
resultadosdasaprendizagens.
Vários diretores de escolas/
agrupamentos de escolas
testemunharamnoCNEquesesentem
cada vez mais sós e que este
isolamento tem crescido com o
encaminhamentodetodooconjuntode
relações entre os níveis central e local
para o frio e impessoal mundo da
eletrónica.(…)
Que se defina um novo quadro de
responsabilidadesentreosváriosníveis
daadministraçãoeducacional,oquese
torna mais urgente após a
reorganizaçãodaredeescolarquetem
estado a ser implementada.
Este quadro deve ajudar todos os
envolvidos a perceberem melhor as
suasresponsabilidades,paramelhoras
exercerem.
Que este novo quadro de
responsabilidade consagre o caminho
jáfeitoportodasaspartes,desdeonível
central ao local, e potencie o
desenvolvimento da descentralização
da educação e da autonomia das
escolas/agrupamentos de escolas.
Quesepareumtempoparaavaliar
os ganhos e perdas, as ameaças e as
oportunidades dos processos de
fomento da descentralização da
administração da educação e da
autonomia escolar, sobretudo nos
últimos cinco anos. Que estes
momentos de avaliação sejam
oportunidades para quebrar os níveis
de desconfiança existentes entre os
diferentes protagonistas.
Quehajauminequívocoreforçoda
concentraçãodasatividadesdegestão
pedagógica nas escolas, o mais perto
possível dos alunos, aplicando um
projetoeducativopróprio,oquenãoestá
aocorrernoprocessodeconcentração
de escolas/agrupamentos de escolas.
Que se clarifique o que sucede à
anunciadaextinçãodasDRE,umavez
que é mister que não se deixe o nível
de cada escola/agrupamento de
escolas ainda mais isolado nem se
verifique,comoaoutrafacedamesma
moeda,umamaisforterecentralização
da administração da educação.
Que os processos de
descentralização administrativa e de
autonomianãosejamsobretudoobjeto
de regulação normativa de “modelo
único”, mas que assentem numa
progressivaresponsabilizaçãoporparte
dos professores, pais e autarquias,
respeitandoadiversidadedesituações
e de dinâmicas já instaladas.
Que se incentive a celebração dos
contratos de autonomia entre as
escolas/agrupamentos de escolas e a
tutela, tendo em vista ampliar os níveis
deresponsabilidadepelosprocessose
pelos resultados escolares.
Que tudo seja feito para que se
dissipe o clima de desconfiança que
existe na administração central face às
escolas/agrupamentos de escolas,
nomeadamenteatravésdaformaçãoe
de instrumentos de salvaguarda da
liberdade de ensinar e aprender.(…)
Aos diretores e às escolas;
Que aproveitem mais e melhor os
“corredores” de autonomia já criados
normativamente, em particular desde
agosto de 2012, e que invistam com
mais coragem política na
contratualizaçãodeníveiscadavezmais
fortes e sustentados de autonomia.
Que reforcem os mecanismos de
autoavaliaçãoedeprestaçãodecontas.
Que estimulem o funcionamento
dos órgãos de gestão pedagógica
intermédiaeosenvolvamnasprincipais
decisões da vida das escolas/
agrupamentosemordemàmelhoriada
educação.”(…)
reflexão
Eugénia Pinheiro
Escola Secundária
da Gafanha da Nazaré
gafanhoto
24
Olhem as estrelas
na noite de Natal
Na minha coleção de presépios,
o mais lindo encontrei-o emAngola.
O Menino, Maria, José e os animais
à volta da manjedoura são negros.
Imagens tão lindas como os
meninos angolanos de olhar doce!
Comprei-o em Luanda, quando o
povo fugido da guerra obrigava a
cidade a estender-se pelos
subúrbios.
Era um sinal da paz que,
infelizmente, tanto tardaria ainda
para os angolanos.
Ficou-me da infância o gosto
pelos presépios. O primeiro que
armei na sala da minha casa era
de barro, pintado com cores vivas.
As imagens eram muito parecidas
aos santos populares e a figurantes,
que representavam nas cascatas o
quotidiano de gente honrada e de
trabalho, disposta a aliviar a dureza
da vida nos folguedos dos santos
no solstício de Verão. Imagens
moldados em terras de Gaia, para
festejar os santos António, João e
Pedro.
As imagens com o tempo e o
uso desfaziam-se em cacos. Foi
grande a minha alegria quando, já
adulto, pude comprar uma réplica
numa feira de artesanato, coisa tão
simples para reviver a fantasia
poética da meninice!
Os presépios nasceram por
iniciativa de S. Francisco de Assis.
É um santo reconhecido como o
Cristo da Idade Média. Gostava de
chamar irmãos ao Sol, à Lua e aos
animais, incluindo o burro, animal
que carregou Maria e o seu Menino
ao colo, na fuga para o Egito, para
escapar à perseguição de Herodes.
Veja-se a iconografia barroca da
Sagrada Família, ilustrativa dessa
cena de refugiados.
No Natal de 1223, S. Francisco
organizou um presépio com figuras
vivas. Nos natais seguintes, as
imagens substituíram as pessoas.
Os livros proféticos antigos
inspiraram a colocação da
vaquinha e do burro para “aquecer”
o Menino com o bafo; também as
ovelhinhas dos pastores vieram ver
o Menino acharam-lhe tanta graça
que até ouviam os anjos a cantar:
“Glória a Deus nas alturas e paz na
terra aos homens que Deus ama”.
Viriam também os magos do
Oriente, guiados por uma estrela,
oferecendo ouro, incenso e mirra.
Em noite de Natal, olhem para as
estrelas e talvez o Menino encha
de luz os sonhos de justiça e de
paz.
Rui Osório, Cónego da Sé do Porto e
abade da Paróquia de S. João Baptista, na
Foz do Douro
Presépios feitos por “gente da casa”.
Os primeiros, em tecido e madeira, foram feitos por
uma das nossas professoras. O de baixo, inundado de
cor, é um trabalho da Francisca Lima, em conjunto
com o seu pai.
tempo de...
Escola Secundária
da Gafanha da Nazaré
gafanhoto
25
Uma história de
Natal
Era uma vez… a turma do 7ºH!
Aproximava-se, a passos largos,
a época do Natal. De entre os vários
trabalhos que tínhamos para fazer, a
Professora de Oficina deArtes ainda
se lembrou de mais um que, para
grande ajuda, havia de se desdobrar
em dois: um conjunto de duas
árvores de Natal. Tudo a partir de
materiais já usados, que teríamos de
reutilizar.
Veja-se, então, em que trabalhos
nos metemos! De umas ripas de
madeira, que a Professora
encontrou, fizeram-se dois teares em
forma de triângulo: um maior e outro
mais pequeno. Até aqui, tudo bem.
Daí para a frente, não havia mais
nada. Nenhum material! Foi então
que começou o Natal na Escola:
- a D. Cristina e a D. Emília
deram-nos uns sacos de serapilheira
que nós, cheios de paciência,
desfiámos para, em seguida,
fazermos meadas de vinte fios;
- um dos Srs. Engenheiros da
obra da nossa Escola deu-nos outro
presente – uns metros de tela verde,
que tinha servido de proteção nos
trabalhos. Lá tivemos que a cortar
em tiras que, a seguir, dobrámos;
- o Professor de Eletricidade deu-
nos restos de fio de cobre. Mais
trabalho – descarnar e endireitar os
fios, ao torno. Tarefa difícil!
-aDiretoradeTurmapresenteou-
nos com mais fio de cobre: cabos da
internet e mais um outro da TV.
Metros sem conta! Fio que nunca
mais acabava!
- uma Professora de Matemática
emprestou-nos um cone, em
madeira, para fazermos espirais.
Eram então os enfeites de uma das
árvores. Tarefa complicada! As
espirais, antes de o serem, teimavam
em fazer-se de molas teimosas.
Umas maiores, outras mais
pequenas. Queríamos ver onde
íamos pôr aquilo…
Que transtorno que tudo isto nos
causou! Todas as tarefas exigiam
paciência,queécoisaquerealmentenão
temos em quantidade. Mesmo assim,
nada se comparava com o trabalho no
tear. Toda a atenção era pouca e nem
podíamos seguir as conversas que
vinham da mesa do torno.
Devagar, as árvores foram
tomando forma. Precisámos de pedir
reforços. A Diretora de Turma veio
ajudar-nos e houve um dia em que a
Professora de Ciências também veio
para o torno, sim senhor! E como se
desenrascou!
Pouco a pouco, fomos
percebendo o esquema:
entrelaçámos cobre numa das peças
e na outra passámos umas fitas de
alumínio,queestavamdentrodocabo
daTV.Maisumtoquealieoutroacolá.
Pintámos as estruturas em madeira:
uma de castanho, outra de verde.
Nem sabemos de onde vieram as
tintas, mas temos a certeza que foi
oferta de mais alguém.
Finalmente, nuns pequenos
troncos, fixámos as árvores.
Aguentavam-se de pé! Um pouco
mais para esquerda, depois para a
direita, lá chegámos a um acordo
sobre a melhor posição para o nosso
trabalho. Difícil e, por vezes, confuso.
Afinal foram duas árvores que
erguemos de uma só vez. Mas
ficaram bem. A Professora disse que
o Natal é isso mesmo: todos ajudam
para um bem comum! Nós
acreditamos e ficámos contentes!
Feliz Natal!
Alunos do 7ºH
tempo de...
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gafanhoto
26
Human rights are rights inher-
ent to all human beings, whatever
our nationality, place of residence,
sex, national or ethnic origin, colour,
religion, language, or any other sta-
tus. We are all equally entitled to
our human rights without discrimi-
nation. These rights are all interre-
lated, interdependent and indivis-
ible.
Universal human rights are of-
ten expressed and guaranteed by
law, in the forms of treaties, cus-
tomary international law , general
principles and other sources of in-
ternational law. International human
rights law lays down obligations of
Governments to act in certain ways
or to refrain from certain acts, in
order to promote and protect human
rights and fundamental freedoms of
individuals or groups.
Universal
and inalienable
The principle of universality of
human rights is the cornerstone of
international human rights law. This
principle, as first emphasized in the
Universal Declaration on Human
Rights in 1948, has been reiterated
in numerous international human
rights conventions, declarations,
and resolutions. The 1993 Vienna
World Conference on Human
Rights, for example, noted that it is
the duty of States to promote and
protect all human rights and funda-
mental freedoms, regardless of
their political, economic and cultural
systems.
All States have ratified at least
one, and 80% of States have rati-
fied four or more, of the core hu-
man rights treaties, reflecting con-
sent of States which creates legal
obligations for them and giving con-
crete expression to universality.
Some fundamental human rights
norms enjoy universal protection by
customary international law across
all boundaries and civilizations.
Human rights are inalienable.
They should not be taken away,
except in specific situations and
according to due process. For ex-
ample, the right to liberty may be
restricted if a person is found guilty
of a crime by a court of law.
What are human
rights?
Interdependent
and indivisible
All human rights are indivisible,
whether they are civil and political
rights, such as the right to life,
equality before the law and freedom
of expression; economic, social and
cultural rights, such as the rights to
work, social security and education
, or collective rights, such as the
rights to development and self-de-
termination, are indivisible, interre-
lated and interdependent. The im-
provement of one right facilitates
advancement of the others. Like-
wise, the deprivation of one right
adversely affects the others.
direitos humanos
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gafanhoto
27
Equal
and non-dis-
criminatory
Non-discrimination is a cross-cut-
ting principle in international human
rights law. The principle is present in
allthemajorhumanrightstreatiesand
provides the central theme of some
of international human rights conven-
tions such as the International Con-
ventionontheEliminationofAllForms
of Racial Discrimination and the Con-
ventionontheEliminationofAllForms
of Discrimination against Women.
The principle applies to everyone
in relation to all human rights and free-
doms and it prohibits discrimination on
the basis of a list of non-exhaustive
categories such as sex, race, colour
and so on. The principle of non-dis-
crimination is complemented by the
principle of equality, as stated inArticle
1 of the Universal Declaration of Hu-
manRights:“Allhumanbeingsareborn
free and equal in dignity and rights.”
Both Rights
and Obligations
Human rights entail both rights
and obligations. States assume obli-
gationsanddutiesunderinternational
law to respect, to protect and to fulfil
human rights. The obligation to re-
spect means that States must refrain
from interfering with or curtailing the
enjoyment of human rights. The ob-
ligation to protect requires States to
protectindividualsandgroupsagainst
human rights abuses. The obligation
to fulfil means that States must take
positive action to facilitate the enjoy-
ment of basic human rights. At the
individual level, while we are entitled
our human rights, we should also re-
spect the human rights of others. http://www.ohchr.org/EN/Issues/Pages/WhatareHumanRights.aspx
direitos humanos
Para a Salvação da Democracia
Ora a democracia cometeu, a meu
ver, o erro de se inclinar algum tanto
para Maquiavel, de ter apenas
pluralizado os príncipes e ter
constituído em cada um dos
cidadãos um aspirante a opressor
dos que ao mesmo tempo
declarava seus iguais. Ser
esmagada pelos condottieri que
dispõem das lanças mercenárias ou
pela coalizão dos que manejam o
boletim de voto é para a
consciência o mesmo choque
violento e o mesmo intolerável
abuso; um tirano das ilhas vale os
trinta de Atenas e os milhares de
espartanos. Pode ser esta a origem
de muita reacção que parece
incompreensível; há almas que se
entregaram a outros campos
porque se sentiam feridas pela
prepotência de indivíduos que
defendiam atitudes morais só
fundadas na utilidade social, na
combinação política. E de facto, o
que se tem realizado é, quase
sempre, um arremedo de
democracia sem verdadeira
liberdade e sem verdadeira
igualdade, exactamente porque se
tomou como base do sistema uma
relação do homem com o homem
e não uma relação do homem com
o espírito de Deus. Por outras
palavras: para que a democracia se
salve e regenere é urgente que se
busque assentá-la em fundamentos
metafísicos e se procure a origem
do poder não nos caprichos e
disposições individuais, mas
nalguma coisa que os supere e os
explique, aprovando-os ou
reprovando-os. O indivíduo
passaria a ser não a fonte mas o
canal necessário ao transporte das
águas; nenhuma autoridade sem
ele, nenhuma autoridade dele.
Seria assim possível sacudir de vez
as morais biológicas que nos têm
proposto e, construindo um
decálogo sobre os princípios
divinos, ligar-lhe indissoluvelmente
a política com uma simples
extensão ou como outro aspecto de
uma idêntica actividade. Não vejo
outro alicerce senão o
entendimento, o que, fazendo do
animal a pessoa, ao mesmo tempo
se coloca acima do indivíduo e se
impõe como norma universal; e as
maiorias, assim, só viriam a obrigar
quando as suas resoluções
coincidissem com a razão e com
os fins últimos que a Humanidade
se propõe atingir.
Agostinho da Silva, in 'Diário de Alcestes'
Para a Salvação
da Democracia
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gafanhoto
28
Dia
Internacional
Dos
Direitos
Humanos
10 de dezembro
Para o ano 2013, a
conhecida marca
internacional de pneus
Pirelli, avança com um
projeto ambicioso -
despertar a consciência
Humana para os
Direitos Humanos
através do exemplo de
Mulheres que, além de
muito bonitas, são
extraordinariamente
“ricas” interiormente.
Distinguem-se pelo seu
protagonismo em
causas humanitárias.
Quando lerem esta
página do nosso jornal,
não esqueçam que cada
um pode dar um
contributo para tornar a
sociedade mais justa …
E pode estar na hora de
atuarmos …
direitos humanos
Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.
Bertold Brecht (1898-1956)
Indiferença
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gafanhoto
29
Segundo o fotógrafo americano,
Mc Curry, “a atual situação
económica e os problemas
relacionados ao meio ambiente e
aos Direitos Humanos” são fatores
que acabaram interferindo na
mudança do conteúdo do
calendário que, até o momento, só
tinha sido assinado por ícones da
fotografia de moda.
direitos humanos
Luís Francisco escreveu no
Jornal Público:
“São, todas elas, cidadãs
envolvidas em projetos
humanitários e apoiantes ativas de
organizações não-governamentais.
A abrir a lista, quatro brasileiras: a
veterana atriz Sónia Braga (co-
fundadora da Fundação Hispânica
para as Artes), a cantora Marisa
Monte (ativista da luta contra o HIV/
Sida), a modelo Adriana Lima (que
trabalha com a Global Iniciative
Program do ex-Presidente norte-
americano Bill Clinton, no Haiti; e
que posou grávida) e a modelo
Isabeli Fontana (colaboradora da
Save The Children e financiadora
de um orfanato).
A lista completa-se com mais
sete nomes: a modelo, atriz e
cineasta italiana Elisa Sednaoui; a
modelo tunisina Hanaa Ben
Abdesslem; a atriz, modelo e
estilista etíope Liya Kebede; a
modelo norte-americana Karlie
Kloss; a modelo norte-americana
Kyleigh Kuhn, a modelo checa
Petra Nemcova; a modelo e
animadora de TV norte-americana
Summer Rayne Oakes.
Elisa preocupa-se com a vida
nas áreas rurais, Hanaa é porta-voz
de uma associação que ajuda os
mais necessitados, Liya criou uma
fundação para combater a
mortalidade materno-infantil, Karlie
apoia a luta contra a sida nas
crianças e o desenvolvimento no
Haiti, Kyleigh financia a luta contra
as minas, Petra sobreviveu ao tsu-
nami de 2004 e criou uma fundação
para ajudar crianças sobreviventes
de desastres naturais, Summer
patrocina causa ambientais na
indústria da moda.”
Rosa Agostinho
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gafanhoto
30
Infelizmente pouco nos
preocupamos com eles, a não ser
quando nos toca a nós ou quando
ficamos impressionados com as
imagens que vemos na televisão,
de resto tudo nos parece ser
indiferente ou demasiado longe de
nós, os que morrem do outro lado
do mundo, na guerra, com fome,
os que são alvo de discriminação,
torturados, espezinhados, os que
não têm qualquer tipo de direitos,
nem mesmo o direito à vida. Será
por as notícias nos bombardearem
com cenas destas que nos
tornamos insensíveis ou queremos
é saber da nossa vida e do nosso
bem-estar, que nos faz não nos
importarmos com o que se passa
com os outros seres humanos no
resto do mundo? E quando a
violação dos direitos humanos
acontece na porta ao lado ou do
outro lado da rua, continuamos a
desviar o olhar, a fazer de conta que
não ouvimos nem sentimos?
Somos ainda mais egoístas e
egocêntricos do que os primeiros
seres humanos, com a agravante
da defesa do individualismo nos ter
afastado progressivamente dos
outros, pelo menos dos que não
fazem parte da nossa família mais
chegada, do grupo de amigos ou
de outros em que nos vamos
inserindo ao longo da vida.
É claro que a tradição cristã nos
ensina a caridade, a esmola, a
ajuda aos mais indefesos,
principalmente numa época como
esta, em que para além da crise,
que supostamente afeta todos os
portugueses, estamos ainda perto
do Natal. Se o cristianismo se
expandiu contra a escravidão e
contra um destino que dividia as
pessoas em classes demarcadas
desde o nascimento, no entanto a
sua história também foi marcada
por atrocidades, como a destruição
da biblioteca de Alexandria e dos
seus habitantes, as cruzadas e
mesmo os intitulados
Descobrimentos, de modo que
nada nos adianta apelar à tradição
cultural religiosa para justificarmos
a nossa igualdade relativamente
aos outros seres humanos e a
necessidade de ajudarmos todos
aqueles que estão em sofrimento.
Poderíamos apelar aos princípios
da filosofia budista para nos
incentivarem nesse apoio aos
sofredores, a todos cujos direitos
humanos continuam a ser violados,
mas será que o caminho para lá
chegar é pela anulação dos
desejos, pela aceitação da
realidade e pelo pacifismo? No meu texto vou dar a minha
opinião acerca de um tema um
pouco polémico, a Pena de Morte.
Respondendo à pergunta “ A
pena de morte é uma medida eficaz
no combate à criminalidade?”, na
minha opinião, este tipo de castigo
devia ser retirado como pena a
aplicar após um crime, já que com
um estamos a resolver outro.
Vários países do mundo são a
favor desta pena, mas não é uma
boa maneira de resolver um crime.
Eu penso que, mesmo nos
países em que é permitida,
continuam a existir assaltos,
sequestros, homicídios, atentados,
etc… .
Esta pena, para além de ser
usada para responder a um crime,
também a considero injusta, visto
que se pode matar um inocente, por
este confessar algo a que foi
obrigado. Para além de tudo
estamos a negar um direito humano
fundamental, o Direito à Vida,
direito que todos têm,
independentemente das coisas
más que possam ter feito, já que
os remorsos, na maior parte dos
casos, são uma pena demasiado
pesada.
Raquel Monteiro
Direitos Humanos?
A pena de
morte e o
direito à
vida
direitos humanos
Paula Justiça
Escola Secundária
da Gafanha da Nazaré
gafanhoto
31
Desde a Antiguidade, que a Humanidade assume
que a maior punição possível é a morte, visto que se
põe fim à vida, e o maior medo que qualquer pessoa
tem é o de morrer.
Mas, por volta da Idade Média, a pena de
morte extinguiu-se na maior parte da Europa.
Atualmente, ainda existe em países de outros
continentes, como é o caso de alguns Estados da
América, China…
A pena de morte, em si, é quando uma
autoridade superior, como um juiz, decide que o
arguido é acusado de um crime extremamente grave
e que por isso não tem mais direito à vida. Ora,
religiosamente, a única autoridade com o poder de
dar ou tirar a vida é Deus, desta forma a maioria das
pessoas religiosas é contra a pena de morte.
Pessoalmente, sou contra a pena de morte
porque acredito que não existe vida para além da
morte e, assim sendo, um criminoso condenado à
morte iria morrer sem se arrepender, nem se iria
aperceber dos danos e da dor que provocou à vítima
e à família. É certo que se morresse nunca mais
poderia cometer crimes, mas as instituições prisionais
A pena de morte é, hoje em dia,
um assunto que continua a gerar
muita polémica pois ainda não se
chegou a um acordo sobre a sua
real eficácia no combate à
criminalidade.
Segundo alguns dados, 58
países ainda têm a pena de morte
como medida de castigo, entre
eles a China, os Estados Unidos
da América, o Japão e muitos
outros.
Na China condena-se à morte
mais do que o dobro de todos os
outros países juntos e nos Estados
Unidos, 37 Estados usam essa
pena em determinados crimes.
Há quem pense que muitos
países escolheram a pena de
morte porque economicamente é
mais rentável matar alguém do
estão cada vez mais evoluídas e as fugas tornam-se
impossíveis, logo o criminoso deveria permanecer em
prisão perpétua, arrependendo-se todos os dias do
que fez.
É claro que quando me refiro a este criminoso
refiro-me a alguém que violou imensas pessoas, que
sequestrou, torturou e/ou matou pessoas de forma
premeditada. Alguns destes criminosos também são
considerados doentes mentais (psicopatas,
esquizofrénicos…), e, por isso, têm um tratamento
mais leve, isto é, em vez de irem para as prisões vão
para clínicas especializadas e algumas vezes até
acabam por ser enviadas para casa. Eu não concordo
com isso, principalmente porque grande parte dos
advogados deste tipo de criminosos consegue fazer
com que os arguidos sejam as vítimas no meio da
situação. A meu ver, as pessoas deveriam ir para
essas clinicas e, quando estivessem mentalmente
estabilizadas, iriam para a prisão, para tomarem
consciência do mal que fizeram.
Concluindo, a pena de morte não combate a
criminalidade, é apenas mais um crime a ser
cometido.
Joana Monteiro
Justiça ou
vingança?
Pena de morte
que mantê-lo preso e também
poderá diminuir a criminalidade.
Mas eu penso que essa prática
é desnecessária e deveria ser
abolida no mundo inteiro.
No Brasil, essa prática deixou
de ser realizada porque houve um
erro jurídico com um senhor que
foi executado com base numa
confissão forçada, isto é, mataram
um homem inocente! Não se sabe
quantos morreram e continuam a
morrer assim.
Também o exemplo dos
Estados Unidos nos mostra que,
nos estados onde se aplica a pena
de morte, a taxa de homicídios é a
mais elevada, o que me permite
concluir que a aplicação desta pena
não é eficaz no combate à
criminalidade.
Refletir sobre a pena de morte
é procurar perceber os limites en-
tre a justiça e a vingança.
Sara Oliveira
direitos humanos
Escola Secundária
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gafanhoto
32
Combate à
criminalidade?
Um das grandes polémicas
ainda hoje é a pena de morte,
aplicada em alguns países quando
se trata de assassinos.
Será que a pena de morte tem
algum efeito positivo sobre a
diminuição da criminalidade?
A verdade é que a pena de
morte, na minha opinião, não vai
fazer com que a criminalidade
acabe. Alguns acham que a
implantação da pena de morte vai
provocar nos assassinos medo,
fazendo com que, pensando nas
consequências, recuem e desistam
do seu ato. Contudo, não é isso que
se verifica na realidade.
Por outro lado, a pena de morte
é também uma forma de violência
e atenta contra os direitos
humanos, o direito à vida e a viver
em paz.
Em alguns países, a pena de
morte serve ainda para reduzir o
número de presos, um dos maiores
horrores da humanidade.
Por tudo isto, devo concordar
que a pena de morte seja abolida
nos países onde ainda existe,
porque muitas das pessoas
executadas ou presas são
inocentes, e ser morto por um crime
que não cometemos é também
crime!
Se quisermos ser justos e
piedosos, temos que ser justos e
piedosos com todos.
Diana Rocha
A pena de morte é um dos
assuntos mais polémicos e, por
isso, mais discutidos pela
sociedade, visto que põe em causa
valores éticos e morais do ser
humano. É vista como uma forme
da punição daqueles que cometem
crimes mais graves e que
representam uma ameaça perigosa
para a sociedade.
Sobre este assunto, eu acho que
a pena de morte devia ser abolida
porque, apesar de sentir aversão,
repulsa e revolta por crimes como
o homicídio, a violação, a tortura,
a pedofilia, não devíamos ignorar
o facto de estarmos a cometer
também um crime, ao aplicarmos
esta pena, pois estamos a violar um
dos Direitos Humanos (o direito à
vida) e vai contra todo o que
defendemos quando condenamos
um criminoso, pelo mesmo crime
(em contextos diferentes).
A pena
de morte
Além disso, no caso concreto de
uma pessoa ser considerada
culpada por um crime que não
cometeu e ser condenada à pena
de morte, é a vida de um inocente
que pode terminar e pode nunca se
chegar a saber/provar a verdade.
Isto pode acontecer porque na
justiça também se cometem falhas
e, neste caso, uma verdade
desviada ou uma mentira provada
iriam acabar por matar uma pessoa
inocente. Podemos pensar que é
um caso extremo, mas quando é
aceite uma lei, todos os casos/
situações possíveis têm de ser bem
analisados.
Existem diferentes tipos de
pena, aplicados a casos diversos
discutidos em tribunal e a pena
máxima deveria ser, na minha
opinião, a prisão perpétua.
Defendo que esta pena devia ser
aplicada a quem comete crimes
como os mencionados já
anteriormente, em vez de se
recorrer à pena de morte.
Existem ainda casos em que os
criminosos são considerados
doentes e por isso são transferidos
para hospitais psiquiátricos.
Muitas vezes, a revolta da
sociedade está presente quando
existem casos a que são atribuídas
penas consideradas “leves” em
relação ao crime cometido e, desta
forma, o sentimento de vingança e
raiva é levado ao extremo, fazendo
com que as pessoas concordem
com a pena de morte. No entanto,
no meu ponto de vista, esta
situação está relacionada não com
o tipo de pena, mas sim com a
justiça de cada Estado ou país em
causa, resultando assim na
injustiça relativamente à decisão da
pena dos crimes.
Posso concluir, então,
afirmando que não concordo com
a pena de morte porque, para além
de todos os fatores mencionados
anteriormente, ninguém devia ter
o direito de poder acabar com uma
vida, sendo ou não inocente.
Inês Fernandes
direitos humanos
Escola Secundária
da Gafanha da Nazaré
gafanhoto
33
Temos
obrigações
para com
os animais
Quem diz que nós, Seres
Humanos, não temos obrigações
morais para com os animais engana-
se, porque temos e não são poucas.
Os animais lá por não falarem ou
por não se queixarem como os Seres
Humanos não quer dizer que não
sofram. Eles têm sentimentos, tal
comotodosnós!Bastaveroexemplo
de quando encontramos um animal
na rua, sem comer, ao frio e
abandonado, olhamos para os seus
olhos e reparamos que o seu olhar é
triste, ou até, quando algum ser
humano tira ou mata os filhos a um
animal, ele fica em sofrimento.
Quem somos nós para fazer isso
a um animal?
Tirar-lhes os próprios filhos ou
mata-los à sua frente!
Os seres humanos, que pensam
que mandam em todo o mundo, têm
como obrigação proteger os mais
inofensivos e indefesos.
Todos nós temos obrigações
morais para com os animais porque
eles não são lixo, como alguns
humanos os tratam, eles não são
qualquer coisa que anda aqui pelo
mundo.
Os animais são seres vivos tal
como nós, e se nós queremos ter
uma boa vida, porque é que eles
também não haverão de querer o
mesmo?
Porque somos mais do que eles?
Matar um animal é crime.
Maltratar um animal é crime.
Lidia Almeida
Cada vez mais os animais são
sujeitos a maus-tratos.
Muitossãoutilizadosparatestesde
produtos,outrosparacasacos/vestuário
depeles,outrosparatouradasecircos.
Todos os anos são lançados para
o mercadomilharesdenovosprodutos
de limpeza, de higiene pessoal e
cosméticos, e muitos deles foram
testadosemanimais,deixandomilhões
mutilados,queimadoseenvenenados.
Muitos animais também são
utilizados para o fabrico de vestuário
de peles. Grandes quantidades de
peles são de cachorros. A China é a
principalpaísqueexportaestaspeles.
Outros exemplos de maus-tratos
são as touradas e os animais
utilizados nos circos.
Muitosdosanimaisdoscircossão
maltratados, recebem pouca
alimentação, são acorrentados,
separados das suas crias, que são
fechadas em jaulas e muitas vezes
vendidas como animais de
estimação. Todos estes animais são
retirados do seu meio natural.
Este também é o caso das
touradas, os touros também são
retiradosdoseuambienteemantidos
emjaulas.Antesdosespectáculossão
muitasvezesagredidoscomchoques
eléctricos para que nas arenas
apareçam enraivecidos, aparentado
ser perigosos. Na arena são
provocados, enfurecidos, feridos por
farpas, cansados até ficarem
esgotados,paradepoisseremmortos.
Para o Homem o animal é o seu
alimento, vestuário e entretenimento.
Com todos estes maus-tratos aos
animais, o Homem desrespeita os
seus direitos e ignora que, tal como
nós, os animais também sentem dor
e medo.
“ Os direitos dos animais devem
ser defendidos pela Lei, assim
como o são os direitos do Homem”
DianaAlmeida
Todososseresvivosexistentesno
Planeta Terra merecem ser
respeitados, e os animais não são
exceção.
Tal como os seres humanos, os
animais respiram, fazem o que está
ao seu alcance para sobreviver,
reagem a diversas situações,
procriam e cuidam das suas crias, ou
seja, são seres vivos que merecem
ser estimados e respeitados.
As pessoas que os maltratam
deviam ser condenadas ou
castigadas, sempre que provocam
aos animais sofrimento, pois eles
Respeito pelos
animais
Os animais têm
direitos
também demonstram a sua dor,
embora de maneira diferente dos
seres humanos.
Não passa pela cabeça de
ninguém que é correto um ser
humano maltratar um animal só por
diversão. É desumano e cruel.
Embora o ser humano mereça o
maior valor do mundo, o animal devia
também ser igualmente valorizado e
se alguém lhe fizesse mal deveria ser
castigado de igual forma.
Tudo isto é apenas uma questão
de respeito para com todos os seres
vivos e o seu direito à vida.
Cátia Filipe
dos bichos
Escola Secundária
da Gafanha da Nazaré
gafanhoto
34
A Casa e as
Outras Vidas
Gosto principalmente dos gatos, deitados por todo o
lado, das ronronadelas,
E das cores, dos matizes, das nuances, do quente
das paredes, das janelas,
E do aspecto tão velho de tudo à minha volta, do
passado, dos labirintos,
E das aranhas no quintal, ameixas, figos, limões,
memórias de outras vidas,
Do aconchego dos cães aos meus pés, do pequeno
mundo aqui escondido,
E do fumo do fogão no inverno, da vida parada à
volta da salamandra,
E dos amigos que entram e saem, das conversas à
mesa, das risadas,
E até da melancolia das horas de solidão, continuo à
espera de Godot,
Talvez sejam saudades, de outras épocas e pessoas,
de outras existências...
Os meus
gatos são
poetas
Os meus gatos são poetas, não se esforçam, miam
só
E quanto mais miam mais poemas descem dos
telhados
Mais canções ecoam nos arrepios das noites de vento
Mais olhos entreabertos piscam na escuridão sozinha
Se eu fosse poeta como eles também não trabalhava
Ficava à espera dos milagres do dia a dia e da lareira
Espreguiçava-me na janela, ao luar, a fazer poemas
E miava-os tão alto que a cidade inteira se calava
Talvez algum dia consiga ser tão poeta como eles!
dos bichos
Escola Secundária
da Gafanha da Nazaré
gafanhoto
35
O abandono animal é uma triste
realidade que cresce diariamente.
Cada vez mais as pessoas têm
de ter responsabilidade quando se
trata de adotar um animal.
Quem gosta de animais e
pretende ter um animal de
estimação, tem de ter a noção que
nem tudo é fácil, mas é bastante
compensador.
Ter um animal de estimação
exige tempo, dedicação, paciência
e poderá haver gastos monetários.
Se pretende um animal de
estimação,lembre-sequeeleprecisa
também de acompanhamento du-
rante todo o ano... e não apenas du-
rante o período em que não tem
férias.
Infelizmente as pessoas veem
os animais muitas vezes como um
status e compram animais de raça
só para se imporem perante a
sociedade, não se lembram que
também eles têm sentimentos e
nada ligam a marcas ou dinheiro.
É durante a altura das férias que
se verifica um aumento no número
de abandonos, as famílias abdicam
da companhia dos seus animais
para poderem estar à vontade du-
rante 1 semana ou 15 dias... não
procurando alternativas como, por
exemplo, deixar o animal com
algum familiar ou amigo ou ainda
num hotel (existem agora tantas
alternativas), mas não, optam pela
solução mais fácil, deixando-os ao
abandono.
Por outro lado, neste momento
a crise económica amplia esta
realidade e serve também muitas
vezes de desculpa para quem já
andava há algum tempo a pensar
em “livrar-se” do seu fiel amigo.
Lamentavelmente, as famílias
possuem menos recursos e ter um
animal de estimação pode “ser um
extra/um luxo” e por isso são
despesas a cortar.
É urgente e necessário informar/
educar a sociedade Portuguesa,
para que esta realidade mude.
A nossa mentalidade tem de
evoluir... criamos tanta tecnologia,
mas o respeito perante outra vida
indefesa é tão banalizado!
Temos de ver a esterilização
também como um bem para a
sociedade, por ano nascem
milhares de animais que se não são
abandonados são abatidos, quer
em canis, quer pelas próprias
pessoas, para não terem mais
despesas.
Esterilizar é dar uma
oportunidade de o animal ter mais
qualidade de vida, pois previne
certas doenças e prolonga o tempo
de vida, além de que trava os
nascimentos massivos.
Asassociaçõesqueajudamestes
animais abandonados, como a Pravi
Aveiro, estão completamente
esgotadas e lotadas, sem qualquer
ajuda governamental, apenas
sobrevivem graças à boa vontade de
empresas e particulares sensíveis a
esta causa. Está nas nossas mãos
travar esta triste realidade, pois
somos nós próprios que a estamos a
incentivar ao adotar animais sem
responsabilidade.
Pravi, Núcleo de Aveiro
Departamento de Animais em Risco
Abandono de
animais
dos bichos
Escola Secundária
da Gafanha da Nazaré
gafanhoto
36
Just a moment ago, my daughter
Rebecca texted me for good luck.
Her text said, “Mom, you will rock. “I
love this. Getting that text was like
getting a hug.And so there you have
it I embody the central paradox. I’m
a woman who loves getting texts
who’s going to tell you that too many
of them can be a problem.
Actually that reminder of my
daughter brings me to the beginning
of my story.1996, when I gave my
first TEDTalk, Rebecca was five
years old and she was sitting right
there in the front row. I had just writ-
ten a book that celebrated our life on
the internet and I was about to be on
the cover of Wired magazine. In
those heady days, we were experi-
menting with chat rooms and online
virtual communities. We were explor-
ing different aspects of ourselves.
And then we unplugged. I was ex-
cited. And, as a psychologist, what
excited me most was the idea that
we would use what we learned in the
virtual world about ourselves, about
our identity, to live better lives in the
real world.
Now fast-forward to 2012. I’m
back here on the TED stage again.
Mydaughter’s20.She’sacollegestu-
dent. She sleeps with her cellphone,
so do I. And I’ve just written a new
book, but this time it’s not one that
will get me on the cover of Wired
magazine. So what happened? I’m
still excited by technology, but I be-
lieve, and I’m here to make the case
that we’re letting it take us places that
we don’t want to go.
Over the past 15 years, I’ve stud-
ied technologies of mobile commu-
nication and I’ve interviewed hun-
dreds and hundreds of people, young
and old, about their plugged in lives.
And what I’ve found is that our little
devices, those little devices in our
pockets, are so psychologically pow-
erful that they don’t only change what
we do, they change who we are.
Some of the things we do now with
our devices are things that, only a few
years ago, we would have found odd
or disturbing, but they’ve quickly
come to seem familiar, just how we
do things.
So just to take some quick ex-
amples: People text or do email dur-
ing corporate board meetings. They
text and shop and go on Facebook
during classes, during presentations,
actually during all meetings. People
talk to me about the important new
skill of making eye contact while
you’re texting. People explain to me
that it’s hard, but that it can be done.
Parents text and do email at break-
fast and at dinner while their children
complain about not having their par-
ents’ full attention. But then these
same children deny each other their
full attention. This is a recent shot of
my daughter and her friends being
togetherwhilenotbeingtogether.And
we even text at funerals. I study this.
We remove ourselves from our grief
or from our revery and we go into our
phones.
Why does this matter? It matters
to me because I think we’re setting
Connected, but
alone?
ourselvesupfortrouble—troublecer-
tainly in how we relate to each other,
but also trouble in how we relate to
ourselves and our capacity for self-
reflection. We’re getting used to a
new way of being alone together.
People want to be with each other,
but also elsewhere —connected to
all the different places they want to
be. People want to customize their
lives. They want to go in and out of
all the places they are because the
thing that matters most to them is
control over where they put their at-
tention. So you want to go to that
board meeting, but you only want to
pay attention to the bits that interest
you. And some people think that’s a
good thing. But you can end up hid-
ing from each other, even as we’re
all constantly connected to each
other.
A 50-year-old business man la-
mented to me that he feels he doesn’t
have colleagues anymore at work.
When he goes to work, he doesn’t
stop by to talk to anybody, he doesn’t
call. And he says he doesn’t want to
interrupt his colleagues because, he
says,“They’retoobusyontheiremail.
“But then he stops himself and he
online
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gafanhoto
37
says, “You know, I’m not telling you
the truth. I’m the one who doesn’t
want to be interrupted. I think I should
want to, but actually I’d rather just do
things on my Blackberry.”
Across the generations, I see that
people can’t get enough of each
other, if and only if they can have
each other at a distance, in amounts
they can control. I call it the
Goldilocks effect: not too close, not
too far, just right. But what might feel
just right for that middle-aged execu-
tive can be a problem for an adoles-
cent who needs to develop face-to-
facerelationships.An18-year-oldboy
who uses texting for almost every-
thing says to me wistfully, “Someday,
someday, but certainly not now, I’d
like to learn how to have a conversa-
tion.”
When I ask people “What’s wrong
with having a conversation? “People
say, “I’ll tell you what’s wrong with
having a conversation. It takes place
in real time and you can’t control what
you’re going to say. “So that’s the bot-
tom line. Texting, email, posting, all
of these things let us present the self
as we want to be. We get to edit, and
that means we get to delete, and that
means we get to retouch, the face,
the voice, the flesh, the body —not
too little, not too much, just right.
Human relationships are rich and
they’re messy and they’re demand-
ing.And we clean them up with tech-
nology. And when we do, one of the
things that can happen is that we sac-
rifice conversation for mere connec-
tion. Weshort-changeourselves.And
over time, we seem to forget this, or
we seem to stop caring.
I was caught off guard when
Stephen Colbert asked me a pro-
found question, a profound question.
He said, “Don’t all those little tweets,
don’t all those little sips of online com-
munication, add up to one big gulp
ofrealconversation?”Myanswerwas
no, they don’t add up. Connecting in
sips may work for gathering discreet
bits of information, they may work for
saying, “I’m thinking about you, “or
even for saying, “I love you,” —I
mean, look at how I felt when I got
that text from my daughter —but they
don’t really work for learning about
each other, for really coming to know
and understand each other. And we
use conversations with each other to
learn how to have conversations with
ourselves. So a flight from conver-
sation can really matter because it
can compromise our capacity for self-
reflection. For kids growing up, that
skill is the bedrock of development.
Over and over I hear, “I would
rather text than talk. “And what I’m
seeing is that people get so used to
being short-changed out of real con-
versation, so used to getting by with
less that they’ve become almost will-
ing to dispense with people alto-
gether. So for example, many people
share with me this wish that some-
day a more advanced version of Siri,
the digital assistant on Apple’s
iPhone, will be more like a best friend,
someone who will listen when others
won’t. I believe this wish reflects a
painful truth that I’ve learned in the
past 15 years. That feeling that no
one is listening to me is very impor-
tant in our relationships with technol-
ogy. That’s why it’s so appealing to
have a Facebook page or a Twitter
feed —so many automatic listeners.
And the feeling that no one is listen-
ingtomemakeuswanttospendtime
with machines that seem to care
about us.
We’re developing robots; they call
them sociable robots that are specifi-
cally designed to be companions —
to the elderly, to our children, to us.
Have we so lost confidence that we
will be there for each other? During
my research I worked in nursing
homes, and I brought in these so-
ciable robots that were designed to
give the elderly the feeling that they
wereunderstood.AndonedayIcame
in and a woman who had lost a child
was talking to a robot in the shape of
a baby seal. It seemed to be looking
in her eyes. It seemed to be follow-
ingtheconversation.Itcomfortedher.
And many people found this amaz-
ing.
But that woman was trying to
make sense of her life with a machine
that had no experience of the arc of
ahumanlife.Thatrobotputonagreat
show. And we’re vulnerable. People
experience pretend empathy as
though it were the real thing. So dur-
ing that moment when that woman
was experiencing that pretend em-
pathy,Iwasthinking,“Thatrobotcan’t
empathize. It doesn’t face death. It
doesn’t know life.”
And as that woman took comfort
in her robot companion, I didn’t find
it amazing; I found it one of the most
wrenching, complicated moments in
my 15 years of work. But when I
stepped back, I felt myself at the cold,
hard center of a perfect storm. We
expect more from technology and
less from each other. And I ask my-
self, “Why have things come to this?”
And I believe it’s because tech-
nology appeals to us most where we
are most vulnerable.And we are vul-
nerable. We’re lonely, but we’re afraid
of intimacy. And so from social net-
works to sociable robots, we’re de-
signing technologies that will give us
the illusion of companionship without
online
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gafanhoto
38
the demands of friendship. We turn
to technology to help us feel con-
nected in ways we can comfortably
control. But we’re not so comfortable.
We are not so much in control.
These days, those phones in our
pockets are changing our minds and
heartsbecausetheyofferusthreegrati-
fying fantasies. One, that we can put
ourattentionwhereverwewantittobe;
two, that we will always be heard; and
three, that we will never have to be
alone. And that third idea, that we will
never have to be alone, is central to
changing our psyches. Because the
momentthatpeoplearealone,evenfor
a few seconds, they become anxious,
they panic, they fidget, and they reach
for a device. Just think of people at a
checkout line or at a red light. Being
alone feels like a problem that needs to
be solved.And so people try to solve it
by connecting. But here, connection is
more like a symptom than a cure. It ex-
presses, but it doesn’t solve, an under-
lying problem. But more than a symp-
tom, constant connection is changing
thewaypeoplethinkofthemselves.It’s
shaping a new way of being.
Thebestwaytodescribeitis,Ishare
therefore I am. We use technology to
defineourselvesbysharingourthoughts
andfeelingsevenaswe’rehavingthem.
Sobeforeitwas:Ihaveafeeling;Iwant
tomakeacall.Nowit’s:Iwanttohavea
feeling, I need to send a text.The prob-
lem with this new regime of “I share
therefore I am” is that, if we don’t have
connection,wedon’tfeellikeourselves.
Wealmostdon’tfeelourselves.Sowhat
dowedo?Weconnectmoreandmore.
Butintheprocess,wesetourselvesup
to be isolated.
How do you get from connection
to isolation? You end up isolated if
you don’t cultivate the capacity for
solitude, the ability to be separate, to
gather yourself. Solitude is where you
find yourself so that you can reach
out to other people and form real at-
tachments. When we don’t have the
capacity for solitude, we turn to other
people in order to feel less anxious
or in order to feel alive. When this
happens, we’re not able to appreci-
ate who they are. It’s as though we’re
using themes spare parts to support
our fragile sense of self. We slip into
thinking that always being connected
is going to make us fell less alone.
But we’re at risk, because actually it’s
the opposite that’s true. If we’re not
able to be alone, we’re going to be
lonelier. And if we don’t teach our
children to be alone, they’re only go-
ing to know how to be lonely.
When I spoke at TED in 1996,
reporting on my studies of the early
virtual communities, I said, “Those
who make the most of their lives on
ten don’t have time to think, we don’t
have time to talk, about the things
that really matter. Change that. Most
important, we all really need to listen
to each other, including to the boring
bits. Because it’s when we stumble
or hesitate or lose our words that we
reveal ourselves to each other.
Technology is making a bid to re-
define human connection —how we
care for each other, how we care for
ourselves —but it’s also giving us the
opportunity to affirm our values and
our direction. I’m optimistic. We have
everything we need to start. We have
each other. And we have the great-
est chance of success if we recog-
nize our vulnerability. That we listen
when technology says it will take
somethingcomplicatedandpromises
something simpler.
So in my work, I hear that life is
hard, relationships are filled with risk.
And then there’s technology —sim-
pler, hopeful, optimistic, and ever-
young. It’s like calling in the cavalry.
An ad campaign promises that online
and with avatars, you can “Finally,
love your friends love your body, love
your life, online and with avatars.
“We’re drawn to virtual romance, to
computer games that seem like
worlds, to the idea that robots, robots,
willsomedaybeourtruecompanions.
We spend an evening on the social
network instead of going to the pub
with friends.
But our fantasies of substitution
have cost us. Now we all need to fo-
cus on the many, many ways tech-
nology can lead us back to our real
lives, our own bodies, our own com-
munities, our own politics, and our
own planet. They need us. Let’s talk
about how we can use digital tech-
nology,thetechnologyofourdreams,
to make this life the life we can love.
Thank you.
Sherry Turkle - http://
w w w . k n o x g u e l p h . c a /
Rivetingtalksbyremarkablepeople.html
the screen come to it in a spirit of
self-reflection.” And that’s what I’m
calling for here, now: reflection and,
more than that, a conversation about
where our current use of technology
may be taking us, what it might be
costing us. We’re smitten with tech-
nology. And we’re afraid, like young
lovers, that too much talking might
spoil the romance. But it’s time to talk.
We grew up with digital technology
and so we see it as all grown up. But
it’s not, it’s early days. There’s plenty
of time for us to reconsider how we
use it, how we build it. I’m not sug-
gesting that we turn away from our
devices, just that we develop a more
self-aware relationship with them,
with each other and with ourselves.
I see some first steps. Start think-
ing of solitude as a good thing. Make
room for it. Find ways to demonstrate
this as a value to your children. Cre-
ate sacred spaces at home —the
kitchen, the dining room —and re-
claim them for conversation. Do the
same thing at work. At work, we’re
so busy communicating that we of-
online
Escola Secundária
da Gafanha da Nazaré
gafanhoto
39
Dois dias bastaram para chegar,
de Londres a Minde, o livro Homo
Zappiens, aconselhado pelo
Presidente da FCCN numa sessão
do encontro JPEG, Batalha. Mais
do que um murro no estômago,
após apenas a introdução e o
primeiro capítulo (“A time of
change”, do qual trancrevi a citação
inicial), é antes um tiro no cérebro.
Na página 24 pode lêr-se: “With so
many things rapidly changing
around us, it is also becoming im-
portant to find those things that can
serve as beacons in the storm”. A
resistência ganha raízes assim,
como um abrigo na tempestade da
mudança, escolha racional do
individuo para o qual o tempo é
escasso e a incerteza
incomportável: “Time is an ever
more precious commodity; with so
much information and so many ex-
periences waiting to consume it,
that the last thing anyone wants
(and the first thing anyone will try
to avoid) is to be confronted with
constant change just when you
have finally found your place in so-
ciety”. O ensino e a formação, num
mundo em rápida mudança, são
chaves para a adaptação e para a
mudança. E os elos estão todos
presentes: incerteza, mudança,
informação versus resistência,
aversão ao risco e falta de
empreendedores: “Dealing whith
time and uncertainty, with change
and developement is becoming the
dominant valued activity: this ac-
tivity is learning.”
A diferença fulcral no Homo
Zappiens é a forma como enfrenta
um desafio ou uma tarefa, ou um
jogo, iniciando o mesmo sem ler de
forma linear as instruções ou as
regras, buscando apenas depois a
informação, de forma não linear, à
medida que dela necessita para
progredir e privilegiando as fontes
que não em papel, nomeadamente
os contactos e os amigos, ou os
colegas de tarefa.
Aquilo que aprende com este
método, por exemplo, num jogo de
computador, pode praticar vezes
sem conta, sem que qualquer tipo
de constrangimento ou punição
afete a sua autoestima e confiança
(queixas nossas: este miúdo tem
demasiada autoestima), retiradas
do facto de conseguir realizar
tarefas cada vez mais complexas
e complicadas e ganhando ânimo
para a fase seguinte. Cada uma
destas tarefas é conseguida
desenvolvendo trabalho
colaborativo com os seus pares,
quer nos intervalos da escola (ou
mesmo durante as aulas), quer via
MSN ou SMS. Considera a escola
como um local de encontro físico
com os seus pares, mais do que um
local de aprendizagem. Na sua
perspetiva, a escola não o desafia
o suficiente para que aprenda, dada
a forma linear do tipo de
aprendizagem praticada.
As escolas e os pais olham para
os jovens, como normalmente, do
ponto de vista do que acham que
eles deveriam fazer, de acordo com
as suas normas e valores, como
sempre fizeram todas as gerações
em relação às gerações seguintes
(sem que isso tenha
obrigatoriamente algo de errado).
O que esta geração tem de
diferente é que ela ensina os pais
e professores a usar um fórum, um
telemóvel, a desenvolver trabalhos
online, numa espécie de “inverse
education”, sem comparação, em
termos de magnitude, com
situações idênticas no passado.
O Homo Zappiens (HZ) surfa na
net e vive num mundo multimédia,
onde cada ecrã está repleto de
informação: cores, imagens, som
e movimento. Os textos são
geralmente curtos, e parte é
constituída por ligações para mais
informação. A estratégia para
encontrar a informação, neste
mundo, difere da forma como nós
Homo Zappiens
Growing up in a digital age
Editora: Nework Continuum Education, London, 2006
Autores: Win Veen, Ben Vrakking
online
Escola Secundária
da Gafanha da Nazaré
gafanhoto
40
fomos ensinados a fazê-lo:
nascemos num mundo de
caracteres a preto e branco, onde
a existência de cores apenas
destaca ou ilustra. O HZ aprendeu,
e utiliza, outras e muitas mais
formas de recolha de informação;
a acrescer ao seu mundo, uma
outra característica fulcral: a
quantidade imensa de informação
disponível, um autênctico overload
para nós, as gerações anteriores.
Mas o HZ não se queixa deste
excesso, aliás esta é uma das
condições necessárias à eficácia
da selecção e processamento da
mesma.
Claro que existe muita
informação não adequada ou
mesmo danosa.A preocupação vai
para o tipo de ajuda que lhes
damos neste aspeto,
nomeadamente fornecendo-lhes
livros, jornais, etc., que funcionem
como pontos de referência, ou
ajudando a desenvolver
competências no reconhecimento
da informação válida e segura.
Esta questão da seleção da
informação não se coloca apenas
relativamente à internet, mas
também aos próprios livros, jornais
ou programas televisivos. A
diferença fulcral da internet em
relação a este meios é que, com a
tecnologia, a informação tornou-se
menos escassa, estando
disponível rapidamente e em
qualquer ponto do mundo, em
simultâneo ( As repercussões
sobre outros domínios,
nomeadamente os mercados,
dariam pano para mangas a uma
outra linha de desenvolvimento
deste texto).
O conceito de informação
excessiva deve assim ser
ponderado de forma positiva,
apesar de esta imensidão não
parecer ser grande ajuda na
elaboração de alguns trabalhos e
pesquisas enviados pelos
professores como TPC. Só que
estas tarefas de pesquisa, na net,
são grande parte das vezes vistas
como dolorosas, por parte do
aluno, sem grande preocupação
com a qualidade da informação
recolhida, levando-o a maximizar
a satisfação mínima do professor,
o qual, por não ter dirigido a
pesquisa para dois ou três sítios
cujo conteúdo foi previamente
analisado, não consegue verificar
ou descobrir um Copy+Paste
perfeito.
O problema da qualidade da
informação, o qual se acredita ser
temporário, resulta do crescimento
caótico da internet e vem sendo
corrigido à medida que se criam
sistemas de classificação de
conteúdos e portais específicos,
quer em termos temáticos quer em
termos de faixas etárias.
O maior desafio que se coloca
é, no entanto, a gestão das
enormes quantidades de
informação e a pesquisa eficiente,
de forma a encontrar o pretendido.
O HZ parece estar a desenvolver
estratégias para este problema,
assim como as inerentes
capacidades. Uma delas é a
capacidade de processar em
simultâneo vários canais de
informação, a mais eficiente
estratégia num contexto de escassez
relativa de tempo face à quantidade
de informação. A forma de lidar com
os múltiplos canais é gerir vários
attencion levels, reconhecendo em
cada um deles chaves que lhe
permitem, no momento adequado,
focar mais atentamente um dos
canais.Emtermosfuturos,estaéuma
capacidade valiosa, na medida em
que lhes permitirá processar vários
inputsdeinformação,emsimultaneo,
e tomar decisões, mesmo em
situações sub-óptimas de
conhecimento de determinado
problema.
A habilidade de gerir os níveis
de atenção nos vários canais de
informação (tal como acontece no
zapping, ao ver três filmes em
simultâneo) exige conhecimento
profundo das estruturas dos fluxos
de informação, de forma a
seleccionar os núcleos
fundamentais e a construir um
significado coerente.
A sala de aula possui
basicamente um canal de
informação, algo pobre e
monótono na perspectiva do HZ,
de fora...
online
Escola Secundária
da Gafanha da Nazaré
gafanhoto
41
ainda mais que este não possui
qualquer controlo sobre o fluxo da
informação. Este canal é ainda
demasiado lento, excessivo nos
detalhes e pobre na estrutura da
informação, esta sim essencial
para gerir o overload, tornando-se
enfadonho (Esta necessidade de
rapidez é notória quando o HZ
requer respostas simples e
sintéticas, como as suas, nas quais
cada palavra é importante,
exigindo o máximo de atenção por
parte do ouvinte). Pelo contrário,
para o HZ, se o único canal de
informação presente na sala for
lento e excessivo no detalhe, o
significado da estrutura não é
compreendido. Por vezes o HZ
consegue descobrir na mensagem
um núcleo de informação
significativa, rapidamente o
integrando no seu modo
descontínuo de processamento,
fazendo por vezes questões
aparentemente desconexas -
fazendo zapping ao professor - na
medida em que o professor não
pode visualizar o processamento
ultra-rápido do HZ.
Aprende-se sempre a ler um
livro do princípio ao fim, de forma
linear. No entanto, mesmo as
gerações anteriores, rapidamente
tiveram que arranjar estratégias
para lidar com o overload de
informação, quer este tome a
forma de uma quantidade de
ensaios científicos, cuja estrutura
é muito semelhante, ou de um
jornal bastante espesso (o que faz
lembrar o nome que dava
antigamente ao Expresso).
Também aprendemos a
reconhecer uma estrutura de
informação e a processar de forma
não linear, com leituras diagonais
ou parciais de artigos, das “gordas”
dos jornais, etc., procurando os
núcleos de informação relevantes.
A adopção deste tipo de estratégia
não é novidade. A questão é que o
Hz o consegue fazer muito mais
cedo, antes de chegar ou antes de
sair da faculdade, desde tenra
idade, no mundo real e não nos
jornais, utilizando recursos digitais
e não analógicos, veiculados por
uma multiplicidade de canais em
simultâneo e em permanente over-
load.
Comentário do Armando:
Esta coisa (comportamento
mental) do HOMOZAPPIENS
levanta uma série de problemas
complexos para a aprendizagem -
em que a nova e adicional missão
do professor é ser “facilitator” - ou
coadjuvante, guia. A caterva de
informação, por vezes
conflituante, vai exigir o recurso à
filosofia: a técnica da classificação
ou ordenação hierárquica, a
técnica da indução, a técnica da
dedução, a da hipotetização, a
aplicação dos três princípios da
lógica (maxime o da não
contradição) e a da identificação
e desmontagem das falácias.
Informação? Venha ela. Mas o
consumidor que se cuide.
Mas nada disto fará a mínima
onda no lago cerebral do aprendiz,
se o professor for perdulário na
admissão de trabalhos copiados da
Net, em grafia brasileira e tudo.
Toca ao professor ser o grande
crítico do uso parasitista ou
criativista da riquíssima
informação que dela se desprende.
O homozappiens é um novo
ser. Por isso terá que ser educado
de maneira muito diferente. É
preciso ver que quem não tiver
autonomia lógica não só não
sobrevive no mundo atual do
conhecimento como até poderá
prejudicar a fiabilidade do sistema
- e do valor dos diplomas - para
não falar do exercício credível e
responsável da profissão.
Paulo Vieira
“In times of
change,
learners
inherit the
Earth, while
the learned
find
themselves
beautifully
equipped to
deal with a
world that no
longer
exists.”
Eric Hoffer
online
Escola Secundária
da Gafanha da Nazaré
gafanhoto
42
O presente artigo pretende
divulgar a apresentação que
aconteceu em ambiente Second Life,
no dia 3 de outubro deste ano, no
espaço das ImagensdaCultura,uma
iniciativa de Paula Justiça. O trabalho
Take a TP to eTwinning – projects in
our classes and much more foi
realizado e apresentado em parceria
com a professora Manuela Batista. O
Gafanhotodáagoraaconheceroprin-
cipal do eTwinning.
OeTwinningédesignadocomo«a
ComunidadedeEscolasdaEuropa»1
tendoinscritosnoexatomomento186
702 professores2
. É uma iniciativa
que data de 2005, enquadrando-se,
atualmente, no Programa de
Aprendizagem ao Longo da Vida
(PALV)3
, da responsabilidade da
Comissão Europeia. A partir de um
portalnaInternet4
,comapossibilidade
de ser lido em 21 línguas, é possível
desenvolver uma série de atividades,
a esmagadora maioria em ambiente
virtual, nomeadamente,
conhecimento dos professores
inscritos, encontros em tempo real,
discussão de ideias e de práticas
pedagógicas,organizaçãoemgrupos
de interesse, frequência de ações de
formação e desenvolvimento de
projetos. Para prestar apoio às
atividades eTwinning, existem dois
serviços: o Serviço de Apoio Central
(CSS - Central Service Support), cujo
gabinete está sediado em Bruxelas,
e o Serviço deApoio Nacional (NSS -
National Service Support) existente
em cada país. É da responsabilidade
do NSS representar e promover a
açãoeTwinningemcontextonacional
por intermédio dos meios de
comunicação social, fazer
campanhas de informação, oferecer
formação e apoio e organizar
encontroseconcursosnacionais.Das
diversas atividades eTwinning, irei
destacar, resumidamente, três: as
ações de formação, os prémios e os
projetos.
Existem 4 grandes possibilidades
de formação: (i) oficinas de
desenvolvimento profissional, em
diferentes partes da Europa ao longo
do ano letivo; a participação só é
possível por convite, pelo que os
professoresdeverãomanifestaroseu
interesse para o NSS; (ii) eventos de
aprendizagem, que são workshops
online, de curta duração, sob
determinadostemasemoderadospor
um perito; (iii) grupos eTwinning, que
sãoplataformasprivadas,moderados
por um eTwinner experiente, onde se
debatemetrabalhaemconjuntosobre
umtemaestabelecidoe(iv)formação,
constante na base de dados da
formação Comenius e Grundtvig à
qual se pode candidatar pessoal
docenteenãodocentedosdiferentes
níveis de ensino; esta formação faz
parte das formações financiadas no
âmbito do PALV5
.
Atualmente, o eTwinning
disponibiliza 2 tipos de
reconhecimento público: os Prémios
Europeus eTwinning e os Selos de
Qualidade. A categoria principal dos
prémios Europeus, patrocinada pela
Comissão Europeia, distinguem três
níveis: projetos que envolvem alunos
dos 4 aos 11 anos; dos 12 aos 15 e,
por fim, dos 16 aos 19 anos. Existem,
também, várias categorias especiais
(e.g. para 2013: Prémio de Língua
Espanhola, Francesa, Alemã, entre
outras), patrocinadas por outras
organizações. Quanto aos Selos de
Qualidade, existem duas
possibilidades: (i) Selo Nacional de
Qualidade, concedido pelo NSS, ao
qualosprofessoresdevemcandidatar
oseuprojetosemprequeconsiderem
que ele merece destaque especial e
(ii) Selo Europeu de Qualidade,
atribuído pelo CSS, que reforça a
qualidade já obtida. Apenas os
projetos com Selo Europeu de
Qualidadepodemsercandidatosaos
Prémios Europeus eTwinning, cujos
vencedores serão aplaudidos,
presencialmente, na Conferência
Anual eTwinning. Em todas as
distinções, professores e alunos
sentem a valorização do seu trabalho
e empenho.
Quanto aos projetos eTwinning,
eles baseiam-se na utilização das
Tecnologias de Informação e
Comunicação (TIC) podendo ser de
curta,médiaoulongaduração.Como
o meio de comunicação e
colaboraçãoquesustentaosprojetos
é a Internet, não estão previstas
quaisquer subvenções, não há
procedimentos administrativos nem
reuniões presenciais.
Para iniciar um projeto, são
Take a TP to
eTwinning
online
Escola Secundária
da Gafanha da Nazaré
gafanhoto
43
necessários, no mínimo, dois
professores de países europeus
diferentes6
. O processo inicia-se com
uma candidatura online, que obtém
resposta do NSS, aprovação ou
rejeição, no prazo de uma semana.
O tema do projeto pode ser qualquer
um que os parceiros decidam,
recomendando-se, no entanto, que
haja um bom equilíbrio entre a
utilização das TIC e as atividades de
sala de aula e que seja, de
preferência, no âmbito dos currículos
nacionais das escolas participantes,
correspondendo a uma área
disciplinar ou transversal.Alíngua de
trabalho fica à consideração dos
participantes, todavia, na
disseminaçãodoprojetoéimportante
quesejautilizadaumaoumaislínguas
com projeção na comunidade
internacional. Não há limite para o
número de parceiros, mas chama-se
aatençãoparaoriscoqueédinamizar
um projeto com demasiados
intervenientes. Uma vez aceite o
projeto, fica disponível uma
plataforma virtual de nome
TwinSpace, à qual podem aceder
todos os participantes. É um espaço
privado ao qual apenas têm acesso
os parceiros do projeto e eventuais
pessoas por eles convidadas ou
adicionadas. É, portanto, um espaço
seguro do ponto de vista dos perigos
habitualmente existentes nas
plataformas virtuais de comunicação.
O projeto Je m’amuse, tu
t’amuses... on apprend apenas está
acessível aos seus participantes; o
CHISAE teve vida durante 2 anos e
ainda está online7
; o Be creative
iniciou-se em setembro e é para lá
que vos dou teleport: http://
5becreative.blogspot.pt
BetinaAstride
Agrupamento Vertical de Montemor-o-Novo
betinaastride@gmail.com
1
In http://www.etwinning.net/en/
pub/get_support/faq.htm .
2
2 de dezembro, 21:50H.
3
Inicialmente, o eTwinning
enquadrava-se no programa eLearning
- 2004-2006, também da Comissão
Europeia (Decisão 2318/ 2003/ CE, de
5 de dezembro); a partir de 2006,
terminado o referido programa, o
eTwinning integrou o PALV (Decisão
2006/ 1720/ CE, de 15 de novembro.
4
Disponível no endereço http://
www.etwinning.net/en/pub/index.htm .
5
http://ec.europa.eu/education/
trainingdatabase/
6
Podem participar no eTwinning os
27 Estados-membros da União
Europeia (Áustria, Bélgica, Bulgária,
Chipre, República Checa, Dinamarca,
Estónia, Finlândia, França, Alemanha,
Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Letónia,
Lituânia, Luxemburgo, Malta, Polónia,
Portugal, Roménia, Eslováquia,
Eslovénia, Espanha, Suécia, Países
Baixos e o Reino Unido), os países e
territórios ultramarinos, a Croácia, a
Islândia, a Noruega, a Suíça e a
Turquia.
7
http://chisaeetwinning.blogspot.pt
.
online
Escola Secundária
da Gafanha da Nazaré
gafanhoto
44
A visão noturna de que hoje se ouve muito falar é
na realidade uma visão noturna artificial. Trata-se de
conseguir, através de meios técnicos, distinguir vultos
no meio da escuridão, com um género de óculos um
pouco diferentes do que vemos no dia a dia. E isso é
possível? Claro.
Ficaram célebres nos filmes “Predador” e “O
Silêncio do Inocentes”, em 1991, em que a heroína
do filme, Clarrissa, procura, usando esses óculos o
assassino, num meio de total escuridão (http://
vejaessesom.blogspot.pt/2009/08/silencio-dos-
inocentes.html).
Também a nível militar tem grandes aplicações.
É possível detetar o inimigo, movimentação de
veículos e armas durante a noite. São até mais uns
binóculos, que uns óculos e alguns deles possuem
câmara de filmar incorporada. Dizia um comandante
militar que “os equipamentos de visão noturna (EVN)
permitem que a aviação e o exército operem agora
durante as 24 horas do dia...”
Hoje as aplicações deste sistema estendem-se a
outras áreas, como a medicina, a caça, a vigilância,
a espionagem e até... o entretenimento. Como
funcionam estes óculos ou binóculos?
Em primeiro lugar, eles devem detetar qualquer
coisa. Detetam realmente luz, mas luz invisível, que
os nossos olhos não têm capacidade para “ver”. Esta
luz invisível chama-se luz infravermelha e é um tipo
de luz que é emitida por qualquer corpo quente. A
visão noturna só é possível se o que queremos
observar enviar algum calor. Chama-se a esta
“imagem”, assim possível de observar, imagem
térmica. O que vemos são diferentes cores ou
tonalidades, devido a diferentes temperaturas dos
corpos que estão a enviar o seu calor. Esta luz
infravermelha tem uma energia ligeiramente menor
que a luz visível e é constituída por ondas
electromagnéticas de comprimento de onda de 3 até
mais de 30 micrómetros, a que se costuma chamar
infravermelho térmico. Assim, compreendemos que
na realidade, o que estes óculos fazem é detetar a
luz invisível (infravermelha), que é enviada por um
qualquer corpo quente.
Para terminar, gostaria de referir que a visão
noturna não é muito perfeita e que é preciso uma
aprendizagem para a interpretar e que tem muitas
limitações, por exemplo, o facto de corpos pouco
quentes e afastados serem difíceis de observar.
Também através de um vidro é difícil de observar
qualquer corpo em escuridão. Isto é devido ao vidro
não deixar passar esta luz infravermelha.
Alguns animais conseguem ver esta luz infravermelha,
como a cobra. Esta caça à noite, por conseguir
distinguir animais de sangue quente, que emitem,
portanto luz infravermelha. Os gatos, não conseguem
detetá-la, mas possuem a capacidade de ”ampliar” a
pouca luz que chega no escuro até eles. Vêem assim
muito melhor que os seres humanos, mas, ao contrário
do que se costuma dizer, não vêem na escuridão…
António Rodrigues
Visão noturna:
como ver à noite?
ciência
Escola Secundária
da Gafanha da Nazaré
gafanhoto
45
Programa Vocação
2013
Estão abertas as inscrições para o Programa
Vocação – 2013. Se queres ocupar os teus tempos
livres com atividades que contribuam para o
enriquecimento da tua formação pessoal, funcionando
como complemento à tua formação académica e que
têm um claro interesse social e comunitário, não
percas mais tempo, INSCREVE-TE!
Está atento às novidades no teu Fórum da
Juventude e em www.cm.ilhavo.pt
Segue-nos no Facebook.
CMI
Escola Secundária
da Gafanha da Nazaré
gafanhoto
46
A“geraçãoàrasca”éumagrande
farsa. Nos tempos de hoje fala-se
muito do termo, nomeadamente por
parte dos media, que fazem questão
de tratar do assunto todos os dias.
Da forma como eles o põem até
ficamos com a impressão que os
jovens estão a passar dificuldades,
mas é apenas o resultado de maus
hábitos em casa.
De um ponto de vista psicológico,
os paiquenãotiveram acessoauma
boa educação e que atravessaram
imensas dificuldades durante a vida,
quererão, certamente, o melhor para
os seus filhos para que eles não
passem pelo mesmo. É lógico e de
certa forma aceitável. Mas por outro
lado estão a instalar um sentimento
de segurança absoluta na mente das
crianças, que cresce com elas e se
desenvolveatéaopontodeumrapaz
de16anosnãosaberdescascar uma
laranja, porque a mãe ou o pai
cortava-a sempre bem cortadinha e
dividia-a em gomos. É simplesmente
ridículo. Mas a história da fruta é só
um exemplo daquilo que eu prefiro
chamar “a geração mimada”.
O típico adolescente que está a
terminar o secundário não tem
qualquer noção do que é trabalhar
ou esforçar-se para conseguir algo,
pois nunca foi estimulado para tal
nem o teve que fazer forçosamente.
Isto arrasta-se pela vida fora e por
esta razão não é incomum ver
estudantes universitários com
dívidas por pagar. Por ser
conveniente, os culpados são os
políticos (embora estes tenham,
admitidamente, uma
Geração
“How I met your mother” em
português “Foi assim que
aconteceu”, é uma série televisiva
criada por Carter Bays e Craig Tho-
mas, que começou a ser emitida
pela CBS a 19 de setembro de 2005
nos E.U.A. Contudo, somente em
fevereiro de 2008 é que esta
chegou à televisão portuguesa,
trazida pelo canal Fox Life.
O interessante na série é que
ela começa em 2030 e através de
flashbacks, Ted (Josh Radnor)
tenta, já ao longo de oito
temporadas, explicar aos seus dois
filhos como conheceu a mãe deles.
Encontramos, então, o jovem
arquiteto de vinte e sete anos, a
ficar assombrado com a notícia de
que o seu jovem amigo Marshal
(Jason Segel) vai casar com a bela
Lily (Alyson Hannigan). Ted
reconhece então a necessidade de
também encontrar alguém para
partilhar a vida. Entrando numa
espiral de relacionamentos,
incentivados, muitas vezes, pelo
seu amigo Barney (Niel Patrick
Harris), vem a conhecer Robin
(Cobie Smulders), que depressa
passa a integrar o grupo de amigos
do Ted.
A vida destes cinco jovens é,
possivelmente, uma das melhores
séries televisivas dos últimos anos.
Depois de “Friends”, nenhuma série
conseguiu, de modo ligeiro, mas
sério, retratar as dificuldades, as
alegrias e tristezas dos jovens
adultos do século XXI.
Ao longo de oito temporadas, a
ação principal é-nos apresentada
com um pano de fundo bastante
real: as noites no seu bar favorito,
o “Maclaren’s Pub”, as pressões
económicas e socias que as
personagens vivem, o desenrolar
da política norte-americana, que
nos permite acreditar que “Foi
assim que aconteceu”.
Pedro Soeiro
Foi assim que
aconteceu
opinião
Escola Secundária
da Gafanha da Nazaré
gafanhoto
47
Os valores - morais, sociais e
educativos – têm vindo a sofrer
alterações ao longo do tempo,
sendo os estabelecimentos de
ensino um exemplo dessa
mudança.
Para mim, as escolas têm-se
tornado teatros de fantoches onde
os alunos e os professores são as
marionetas da tecnologia e
modernismo. E porque digo eu isto?
Passo a explicar... Os meus três
últimos anos como estudante foram
passos no ‘antigo Liceu’ onde ainda
havia os chamados blocos, os
barracões, os bancos de pedra no
meio do pátio, o bar dos estudantes,
onde passávamos muito tempo jun-
tos, antes de existirem as aulas de
substituição, e um misto de cantos
que nós, alunos, ‘editávamos’ à
nossa maneira, com pinturas,
trabalhos, brincadeiras.
Naquelas paredes passaram
recordações de geração em
geração, pintadas pelos alunos que
por ali iam passando - irmãos mais
velhos, primos, tios –, o que dava
um toque especial àquela escola.
Haviam várias atividades
relacionadas com datas festivas,
eventos que passavam de ano para
ano – como o concurso Miss e Mis-
ter escola. Começaram então a
surgir, pouco a pouco, mais
tecnologias e modernices na escola
– substituíram-se os quadros de
ardósia pelos interativos, grande
parte das aulas passaram a
resumir-se a trabalhos de grupo
feitos a computador ou ao profes-
sor a apresentar a matéria em
PowerPoint, o que diminui a
interação entre alunos e
professores. Passou a haver menos
tempo para se conviver - devido à
limitação do tempo dos intervalos
e à introdução das aulas de
‘ocupação de tempos livres’,
resumindo, foi-se desistindo de
pensar no bem-estar e
contentamento dos alunos e passou
a dar-se mais importância à
aparência.
O Liceu, conhecido por todos
como um local de aprendizagem,
mas acima de tudo convivência,
tornou-se apenas mais uma
instituição moderna, equipada de
tecnologia e deficiente em alegria.
Ou será que os alunos de agora
conseguem manter a mesma
interatividade e a mesma felicidade
que nós sentíamos quando
passávamos as horas livres com o
grupo de amigos?
Ana Raquel Afonso
Liceu, volta para
trás!
responsabilidade considerável pela
instabilidade económica do país), ou
os pais, que não conseguiram pagar
aos filhos a educação que eles
queriam. E depois vemos os jovens
a manifestarem-se em grandes
grupos com o mais recente modelo
do iPhone para tirar fotografias do
evento e acompanhar a discussão
nasredessociais.Provavelmenteaté
fazem uma churrascada mais tarde
todos juntos, e voltam para casa de
carro, porque a gasolina está barata
e quem não tiver carro não é fixe
como os outros.
Isto é, no mínimo, rídiculo. Não
entendo como dizem estar “à rasca”
e, no entanto, têm dinheiro para
telemóveis, carro, gasolina e
roupinhas de marca. Estar à rasca é
ter que andar de bicicleta à chuva,
comer sopa todos os dias e andar
com a roupa velha do filho da tia
Antonieta.
Se têm dificuldades em pagar as
vossas dívidas, porque não arranjar
um trabalho no McDonalds a fritar
batatas nas férias? Em pouco tempo
terão dinheiro suficiente para pagar
propinas e afins, pelo menos durante
algum tempo. Entretanto utilizem os
transportes públicos, ou peçam
emprestada a bicicleta do vosso avô
para se deslocarem de um lado para
o outro (o mais provável é já terem
uma bicicleta, mas estar na garagem
a apanhar pó). Comida? Roupa?
Alojamento? Também não é difícil
poupar nestes aspetos. Sejam
racionais e deixem de dizer que
estão “à rasca”. Está na altura de
arregaçar as mangas.
Fábio Maia
opinião
à rasca
Escola Secundária
da Gafanha da Nazaré
gafanhoto
48
Que 2013 seja ano de sorrir, dançar, gostar, dormir,
beijar, olhar, berrar, pensar, sentir, filosofar, dizer,
fluir, desejar, transformar, cantar, amar, dar,
encontrar, nadar, beber, gozar, descansar, mimar,
acariciar, saltar, divertir, falar, aprender, concretizar,
adoçar, caminhar, preencher, estudar, ver, felicitar,
confraternizar, trabalhar, aliviar, conduzir, saber,
ajudar, contar, entregar, limpar, apagar, cheirar,
arejar, ganhar, tomar, optimizar, guardar, festejar,
andar, receber, tocar, aconselhar, cozinhar, vencer,
pintar, namorar, passear, convergir, gritar, abraçar,
fruir, cantar, ouvir, animar, homenagear, elogiar, ler,
escrever, jogar, ligar, viver…
e de ser feliz!

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O Gafanhoto #58

  • 1. Escola Secundária da Gafanha da Nazaré gafanhoto 1 gafanhotoEscola Secundária Gafanha Nazaré Multiplicaram-se as árvores, os enfeites..., reflexos da alegria de estarmos a trabalhar num novo espaço. Foram muitos aqueles que contribuiram para que a ESGN se preparasse para o Natal ainda mais acolhedora. As salas de aula foram enfeitadas, os corredores, os tetos e a entrada passaram a ser o cenário da imaginação de muitos, mesmo muitos, que se juntaram para a enfeitar, como se fosse uma nova casa! Alunos e colegas do grupo de música da EB23 visitaram-nos e animaram a escola com cânticos de Natal. Primeiro Natal na escola nova! nº58DeDeDeDeDezzzzzembrembrembrembrembro 2012o 2012o 2012o 2012o 2012
  • 2. Escola Secundária da Gafanha da Nazaré gafanhoto 2 Desejo a todo o Agrupamento de Escolas da Gafanha da Nazaré Feliz Natal e um bom Ano Novo, assim como a força e o ânimo necessários para superar todos os constrangimentos inerentes ao período conturbado que a sociedade portuguesa atravessa, assim como espírito de resiliência para atingir os objetivos a que nos propomos, tanto a nível pessoal como institucional e profissional. A toda a comunidade da Escola Secundária da Gafanha da Nazaré, agradeço a serenidade com que enfrentaram a vida em “estaleiro” dos últimos tempos. Valeu a pena. E como a nossa alma não é pequena, faremos com que continue sempre a valer a pena a nossa empreitada diária de construir uma comunidade sólida e reconhecida. Maria Eugénia Martins Pinheiro Associação de estudantes No mês de novembro, a Lista B ganhou as eleições para a Associação de Estudantes (AE). Informamos que este organismo já se encontra ativo. Para mais informações, ou caso queiras dar opiniões/sugestões, visita a página do Facebook da AE: https:// www.facebook.com/AeEsgnListaB No dia 20 de dezembro, pelas 16 horas, terá lugar, na ESGN, a sessão de entrega dos Diplomas aos alunos que concluíram o 12º ano em 2011/12 e das Distinções Meritórias aos alunos que, no mesmo ano letivo, foram propostos para o Quadro de Honra e de Mérito. Ficha Técnica Índice Sessão de entrega de diplomas Catarina Gomes Coordenação: Fernanda Alegrete, Paula Justiça, Inês Ferreira Grafismo e Paginação: Fernanda Alegrete Redação Professores: Alda Fernandes, Ana Guimarães, Anabela Sousa, António Rodrigues, Dulce Carlos, Eugénia Pinheiro, Fernanda Alegrete, Graça Martinho, Helena Maia Silva, Inês Ferreira, Isabel Sardo, Ivone Marques, Luísa São Marcos, Maria João Fonte, Natália Ferreira, Paula Justiça, Paula Marco, Rosa Agostinho, Teresa Pacheco, Equipa do EcoEscolas, Equipa do PES Alunos: Beatriz Casqueira, Beatriz Graça, Carolina Casqueira, Catarina Gomes, Cátia Filipe, Cristiana Graça, Diana Almeida, Diana Rocha, Fabiana Palmela, Fábio Maia, Fernando Ribau, Inês Fernandes, Joana Monteiro, João António, Joel Vareta, Kelly Oliveira, Lídia Almeida, Luís Melo, Maria Pires, Nidia Ribau, Pedro Augusto, Pedro Soeiro, Raquel Monteiro, Sandrina Cardoso, Sara Oliveira, Sara Rocha, Susana Lopes, alunos do 7ºH, alunos do 9ºA (EB23 da Gafanha da Nazaré) Colaboradores: Ana Raquel Afonso, Betina Asteride, Luiz Alphonsus, Paulo Vieira, PRAVI-Núcleo de Aveiro, Rui Osório, Vasco Lago Pinto. 2 Escola 3 Magusto 4 Biblioteca 6 Eco Escolas 9 Comenius 14 Desporto Escolar 16 PES 18 Línguas 20 Letras 22 Reflexão 24-25 Tempo de Natal 26 Direitos Humanos 33 Dos bichos 36 Online 44 Ciência 45 CMI 46 Opinião escola
  • 3. Escola Secundária da Gafanha da Nazaré gafanhoto 3 Magusto No dia 12 de novembro de 2012 decorreu na Escola Secundária da Gafanha da Nazaré um jantar convívio, onde se reuniram professores e alunos de diversas modalidades da educação e formação de adultos. Este contou com o contributo de todos, com doces, salgados e bebidas, tendo a escola oferecido as castanhas assadas e papas de abóboras, para deleite de todos. A confraternização festiva começou por volta das 21 horas no refeitório da escola, tendo terminado por volta das 22 horas e 30 minutos. Entre conversas e gargalhadas, o jantar correu bem. Todos provaram as diversas iguarias que trouxeram. Faltou, apenas, aquele néctar de eleição, a jeropiga, bebida tradicional das comemorações em honra ao S. Magusto. Já diz o provérbio: “No dia de S. Martinho, lume, castanhas e vinho.” SusanaLopes,FernandoRibau,KellyOliveira,LuísMelo,JoelVareta atividades
  • 4. Escola Secundária da Gafanha da Nazaré gafanhoto 4 Para os alunos do primeiro ano da EB da Cambeia e do Centro Escolar Santa Maria Manuela, a ida à Biblioteca Escolar já não é propriamente uma novidade. Ainda assim foi bom rever aqueles amiguinhos que desde os três anos semanalmente vêm à BE para a hora do conto e fazer a requisição dos livros que se quer ler em casa. Esta primeira visita dos alunos do primeiro ano foi também aproveitada para relembrar tantas coisas interessantes que se podem fazer na BE e as regras que devemos respeitar neste espaço, que é de todos. Nesta tarefa contámos com a ajuda da ratinha Maisy, no livro Maisy vai à Biblioteca, de Lucy Cousins e do livro Boas Maneiras na Biblioteca, de Carrie Finn. Paula Marco Ainda pelo 1.º Ciclo, nos dias 10 e 11 de outubro, as BE da Cambeia e do Centro Escolar Santa Maria Manuela foram brindadas com a primeira sessão deste ano da atividade “A Biblioteca Municipal vai às Bibliotecas Escolares”. Nestas sessões o tema que serviu de mote à seleção dos livros a apresentar foi “Os sentimentos”. Os livros que nos encantaram fo- ram Melga e Mara, de Ann Bonwill e Layn Marlow, O livro que voa, de Pierre Laury e O coração do alfaiate de Txabi Arnal. Ficamos a aguardar novas vindas da Biblioteca Municipal às nossas BE. Paula Marco Olivroéumbemparatodos Nas Bibliotecas do Centro Escolar Santa Maria Manuela e da EB da Cambeia, a semana das bibliotecas escolares teve o seu momento principal com a sessão sobre o valor do livro dinamizada pela técnica da BMI Marta Craveiro. Os nossos utilizadores do primeiro ano foram sensibilizados para o grande valor que os livros devem ter para todos nós e informados acerca dos muitos cuidados que é preciso ter para os preservar. Ficaram também a conhecer alguns dos materiais e técnicas que é possível usar para o restauro dos livros quando, pelo uso ou devido a algum acidente, os livros se estragam. Paula Marco Escritores portugueses neorrealistas De 24 de setembro a 4 de outubro a Biblioteca Escolar da Escola Secundária da Gafanha da Nazaré acolheu a exposição de escritores portugueses neorrealistas, exposição gentilmente cedida pela Biblioteca Municipal de Ílhavo. Esta exposição biográfica de quatro escritores neorrealistas portugueses: Alves Redol, Ilse Losa, Papiniano Carlos e Sidónio Muralha, teve como objetivo dar destaque às obras destes autores existentes nas Bibliotecas da Rede de Bibliotecas de Ílhavo. Os nossos utilizadores puderam ainda ficar a conhecer o percurso biográfico destes escritores em muitos casos marcado pela resistência contra a ditadura salazarista. Ana Guimarães Os alunos do primeiro ano conhecem a sua biblioteca “A Biblioteca Municipal vai às Bibliotecas Escolares” atividades
  • 5. Escola Secundária da Gafanha da Nazaré gafanhoto 5 Dia das bibliotecas escolares – 22 de outubro Dia do Mar Em novembro, para assinalar o Dia Nacional do Mar, comemorado a dia 16, esteve patente uma exposição dedicada ao tema, com divulgação do fundo documental da Biblioteca, sugestões de leitura e exibição de duas fantásticas réplicas dos navios Santo André e Santa Cristina, elaboradas por João Nunes, antigo homem do mar da Gafanha da Nazaré. Ana Guimarães Ílhavo a Ler+ Já na sua terceira edição, o Ílhavo a Ler+ é um concurso de leitura promovido pela Rede de Bibliotecas de Ílhavo e destina-se a todos os alunos do concelho. O prazer de ler é logicamente o princípio subjacente a este con- curso que visa promover a leitura, explorar obras sugeridas pelo PNL, enriquecer as competências dos leitores e intensificar o contacto com o livro e a leitura. Os concorrentes são agrupados em quatro categorias: alunos do 1º Ciclo do Ensino Básico (4º ano), alunos do 2º Ciclo do Ensino Básico (5º e 6º anos de escolaridade), alunos do 3º Ciclo do Ensino Básico (7º, 8º e 9º anos de escolaridade) e alunos do Ensino Secundário (10º, 11º e 12º anos de escolaridade). Para a 1ª fase do concurso as obras seleccionadas foram: Uma aventura na terra e no mar, de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada (4º ano); Os olhos de Ana Marta, de Alice Vieira (2º ciclo); Aventuras de João Sem Medo, de José Gomes Ferreira (3º ciclo); O mundo em que vivi, de Ilse Losa (Secundário). Segue-se a realização de provas, que no caso do 3º ciclo e do Ensino Secundário terá lugar a 9 de janeiro de 2013. Da 1ª fase serão seleccionados 3 vencedores e 3 suplentes, que irão representar o Agrupamento na Biblioteca Municipal de Ílhavo, na 2ª fase do concurso, em março de 2013. Ana Guimarães No dia 22 de outubro, para assinalar o Dia do Internacional das Bibliotecas Escolares, a Biblioteca da Escola Secundária da Gafanha da Nazaré abriu as portas com uma Feira do Livro para toda a comunidade escolar. Com o apoio do Grupo LEYA, a Feira teve a duração de uma semana. Tendo sempre em vista a promoção da leitura e do livro, a Biblioteca ofereceu preços bastante apetecíveis, com livros dirigidos a um público adulto e juvenil. Foi dado ainda destaque às quatro Bibliotecas Escolares do Agrupamento e à respetiva data de entrada na Rede de Bibliotecas Escolares (RBE), para que todos, no recentemente criado mega agrupamento, conheçam estes espaços dedicados ao livro, à leitura, ao conhecimento e ao lazer. O Agrupamento de Escolas da Gafanha da Nazaré conta com quatro Bibliotecas Escolares integradas na RBE. A mais antiga é da EB da Cambeia, que foi integrada em 2002. Seguiu-se a Biblioteca da EB 2,3, integrada em 2008. As duas mais recentes são a Biblioteca do Centro Escolar Santa Maria Manuela, integrada em 2010, e a da Escola Secundária, integrada no ano passado. Ana Guimarães atividades
  • 6. Escola Secundária da Gafanha da Nazaré gafanhoto 6 Projeto de Troca de Manuais Escolares No seguimento do projeto elaborado no ano anterior na ESGN pelos alunos do 9º ano em Formação Cívica, a equipa do Eco Escolas, em parceria com a equipa da biblioteca escolar, vai promover uma troca de Manuais Escolares no final do ano letivo. Esta troca destina-se a todos os alunos que preservem os seus Manuais Escolares, de forma a que estes possam vir a ser reutilizados pelos seus colegas da escola. Esta reutilização será uma forma de estimular o comportamento ecológico, uma vez que se diminui a quantidade de resíduos e o respeito pelo livro, tendo ao mesmo tempo impacto na bolsa das famílias. Ajuda-nos a ajudar. A equipa do Eco Escolas e da Biblioteca Escolar “A propósito do desafio sobre os novos hábitos de poupança na abertura do ano letivo, resolvi partilhar a minha experiência uma vez que vivo no norte da Holanda, onde tudo se passa de modo completamente diferente (…) Em primeiro lugar, os livros são gratuitos. São entregues a cada aluno no início do ano letivo, com um autocolante que atesta o estado do livro. Pode ser novo ou já ter sido anteriormente usado por outros alunos. No final do ano, os livros são devolvidos à escola e novamente avaliados quanto ao seu estado. Se por qualquer razão foram entregues em bom estado e devolvidos já muito mal tratados, o aluno poderá ter de pagá-los, no todo ou em parte. De facto, noto que há uma grande diferença se compararmos o nosso país e a Holanda (ou com outros países do Norte da Europa, onde tudo funciona de forma idêntica). Usar ou comprar o que quer que seja em segunda mão é uma atitude socialmente louvável, pelo que existem mil e umas opções. Não só se aprende desde cedo a poupar e a reutilizar, como a focar as atenções, sobretudo as dos mais pequenos, nas coisas realmente importantes.” Helena Rico, 42 anos, Groningen, Holanda / Publicado no Jornal “PÚBLICO”, em 30-09-2012 O Vaivém dos Manuais na ESGN projetos
  • 7. Escola Secundária da Gafanha da Nazaré gafanhoto 7 Este ano, mais uma vez, a Escola Secundária da Gafanha da Nazaré participou na Semana Europeia de Prevenção dos Resíduos, em parceria com a Câmara Municipal de Ílhavo, e no final dessa semana, na sexta feira, dia 23 de novembro, juntou elementos do órgão de gestão com docentes e não docentes, alunos e encarregados de educação, no Centro Cultural de Ílhavo, para uma cerimónia em que foram entregues as Bandeiras Verdes do Eco Escolas. Estas bandeiras têm como principal objetivo reconhecer e premiar o trabalho desenvolvido pelos estabelecimentos de ensino na melhoria do seu desempenho ambiental. A nossa escola contribuiu mais uma vez para que Ílhavo seja dos melhores municípios do país ao nível do ambiente. Obrigada a todos os que contribuíram e apostaram no projeto. A equipa do Eco Escolas Galardão do Eco-Escolas projetos
  • 8. Escola Secundária da Gafanha da Nazaré gafanhoto 8 “Porque a pobreza pode esconder-se na porta ao lado, apelamos à solidariedade de todos!” Embora a frase não seja nossa, pareceu-nos oportuno comemorar o Dia Internacional das Eco Escolas, lançando, na nossa Escola, uma campanha de recolha de peças de vestuário, que podem ser importantes para os mais carenciados. Em simultâneo, pretendemos sensibilizar a comunidade para a prevenção de resíduos, zelando por um ambiente melhor. Anunciámos os nossos propósitos, desenhando e recortando elementos decorativos que afixámos no átrio principal da Escola; preparámos e etiquetámos sacos e mais sacos, para armazenamento da roupa; redigimos apelos e informações… De todos os lados, recebemos simpatia, colaboração e entreajuda. A comunidade educativa mobilizou- se! As dádivas continuam a crescer! Em sinal de agradecimento, gostaríamos de reunir condições para premiar o grupo de alunos mais ativo nesta tarefa. Continuamos a esforçar-nos por lhes poder vir a proporcionar um agradável momento de cinema, no final deste primeiro período. Vale a pena darmos as mãos. Se é certo que podemos ter a sorte de não viver na porta ao lado, também é verdade que continuaremos neste planeta, mas, se possível, num ambiente melhor. Para tal, contamos com a ajuda da nossa Eco Escola, ou seja, de todos nós! Parabéns! A equipa do Eco Escolas “EU GOSTEI – TU VAIS GOSTAR!” projetos
  • 9. Escola Secundária da Gafanha da Nazaré gafanhoto 9 Achará alguém fácil, ou estará alguém disposto a abdicar do conforto do seu lar, do seio da sua família e do abraço dos seus amigos por uma aventura num país que não o seu? Enfim, nós (Nidia Ribau e Maria Pires) optamos por mergulhar neste projeto de cabeça erguida e coração aberto, a fim de abraçarmos uma nova cultura, tradição e conhecimento por três alvoroçados meses. Comecemos então por explicar a natureza deste projeto. Sintetizando, consiste num intercâmbio de três meses entre Por- tugal e Itália, cujo objetivo engloba, entre outros, o desenvolvimento da nossa capacidade comunicativa e promover o multiculturalismo entre jovensestrangeiros.Aqui,estudámos história, italiano, matemática e inglês. Bem, digamos que, devido à precária capacidade dos italianos para falar inglês, fomos forçadas a aprender o melhor possível a língua italiana. A Escola Secundária vai apresentar nova candidatura ao Projeto MIA – Mobilidade Individual de Alunos - patrocinado pela PROALV, para o ano letivo 2013-2014. Este projeto possibilita aos alunos frequentar uma escola num país parceiro, e também receber em sua casa um colega, por um período que poderá ir de 3 a 10 meses. Projetos desta natureza têm como objetivos “desenvolver o conhecimento e sensibilizar os jovens e o pessoal educativo para a diversidade e para o valor das culturas e das línguas europeias e ajudar os jovens a adquirir as aptidões e as competências básicas de vida, necessárias ao seu desenvolvimeto pessoal e à sua futura vida profissional e a uma cidadania europeia ativa”. Helena Maia Silva PROJETOS EUROPEUS – Mobilidade Individual de Alunos MIA- ESGN apresenta nova candidatura Ambas tivemos motivos diversos que nos persuadiram a aceitar esta experiência. De facto, deparamo-nos com certas dificuldades que nos desorientaram temporariamente, tornando a nossa estadia incompatível com as nossas expetativas. Exemplificando, a comunicação numa outra língua, a adaptação a outra realidade e a falta de proximidade com os italianos são algumas das desvantagens que se podem encontrar. Obviamente, existe também o lado enriquecedor desta experiência. Quem não gosta de visitar outro país e conhecer um outro estilo de vida? Através deste projeto aperfeiçoámos o nosso sentido de independência, maturidade e responsabilidade, assim como obtivemos uma perspetiva diferente de Portugal, como país e pátria, devido ao nosso distanciamento. Independentemente das situações adversas vivenciadas por ambas, acabamos por tirar partido de tudo aquilo que este projeto nos oferecia. Apelamos à vossa coragem e aconselhamos vivamente a aderirem a um projeto semelhante, sobretudo depois dos 18 anos de idade. Nidia Ribau e Maria Pires projetos
  • 10. Escola Secundária da Gafanha da Nazaré gafanhoto 10 Decorreu entre 22 e 29 de setembro a mobilidade do Projeto Comenius à República Checa. Nela participaram,representandoaEscola Secundária da Gafanha da Nazaré, asalunasCarolinaMachadoeBeatriz Casqueira, easprofessorasFernanda AlegreteeInêsFerreira.Oprojetoem que participamos, com o título “Pro- moting Magic Places in Europe”, reúne dez países: Portugal, Espanha (Catalunha), Itália, Alemanha, Turquia, Chipre, Grécia, República Checa, Letónia e Lituânia A viagem teve início no dia 22, com uma viagem de comboio até Lisboa, onde embarcámos no avião com destino a Praga. A escola que nos acolheu, o Gymnasium Pacov, situada na cidade de Pacov, é uma escola pequena, onde nos sentimos em casa. Os 160 alunos da escola e os 16 professores receberam-nos muito bem. As nossa alunas foram ainda muito bem acolhidas pelas famílias que as alojaram. Chamou-nos a atenção o facto da escola não ser murada: à volta do edifício existe um relvado sem vedação para o exterior. Outro aspeto que nos tocou, por ser tão diferente do nosso dia-a-dia na escola, foi que os alunos e os professores se sentem tão à vontade na escola, que a primeira coisa que fazem, quando chegam de manhã, é tirar os sapatos, pô- los no cacifo e calçar uns chinelos. No dia 23 conhecemos Karlstein, um castelo onde viveu o rei Charles IV, um monumento em estilo gótico. À tarde a visita foi pela cidade de Praga, que nos encantou. O Dia Europeu das Línguas, dia 24 de setembro, foi comemorado com uma exposição de trabalhos realizados pelos alunos. Pretendia- se que cada país mostrasse alguns dos seus elementos característicos. Quase todos apostaram na gastronomia típica. Nós levámos um puzzle representativo de Portugal e a indicação de alguns dos elementos típicos de cada região, bem como uns deliciosos bolinhos de gema. Na terça feira andámos duas horas de autocarro com destino a Kutná Hora, um local perto de Praga, recheado de elementos arquitetónicos interessantes: a Sedlec Ossuary (capela dos ossos) e a Catedral de Santa Bárbara. Dia 26, pela manhã, rumamos a Ceský Krumlov, uma cidade a 40 km da fronteira com a Áustria, património mundial da UNESCO, caracterizada pela existência de diferentes estilos arquitetónicos: gótico, renascentista e barroco. Aí visitámos também o museu de fotografia Seidl, um lugar único, onde pudemos ver como era a fotografia no séc. XIX. 5º Encontro do Projeto Comenius República Checa projetos
  • 11. Escola Secundária da Gafanha da Nazaré gafanhoto 11 Sou uma das alunas que se deslocaram com o Projeto Comenius à Republica Checa. Esta viagem vai ficar gravada na minha memória com muito carinho, pois fomos muito bem recebidas e acompanhadas. A minha família de acolhimento era muito simpática e estava sempre disposta a ajudar. Os momentos em casa foram muito agradáveis, conversávamos muito e, acima de tudo, havia diversão. As cidades que visitámos eram deslumbrantes: as casas muito bem cuidadas, com janelas enfeitadas com flores; os monumentos interessantes e bonitos; também a paisagem campestre deliciou. É muito bom visitar cidades/países novos, mas o melhor é o convívio - gargalhadas, brincadeiras e “tolices” nunca faltaram. Fiz amizades, que espero que durem. Passámos tanto No dia 27 fomos recebidos pelo presidente da Câmara de Pacov, num antigo castelo, utilizado pelas tropas alemãs durante a II Guerra Mundial. Dessa utilização resta ainda um bunker, construído sob os jardins do castelo, que também visitámos. O resto do dia foi usado para trabalhos realizados pelos alunos, utilizando programas de edição de imagem para construir roteiros turísticos com as fotografias e vídeos recolhidos ao longo das visitas efetuadas. O último dia foi reservado para um contacto com a natureza: um passeio a pé pela colina de Blanic, rica numa vegetação muito diferente da das nossas florestas e de onde se tinha uma vista soberba sobre os campos circundantes. Durante toda a semana falámos inglês, pelo que melhorámos as Inês Ferreira e FernandaAlegrete República Checa Outro olhar Este foi também o dia reservado para a última reunião de trabalho dos professoresdosdezpaísesenvolvidos noprojeto,ondefoifeitoobalançodas atividades realizadas e foram programados os próximos encontros: Grécia, entre 28 de outubro e 4 de novembro, Turquia, entre 2 e 9 de março de 2013 eAlemanha, entre 6 e 13 de maio de 2013. nossas competências no domínio da língua inglesa, e aprendemos algumas palavras e expressões em checo. Tivemos ainda um contacto muito enriquecedor com uma cultura muito diferente da nossa. Foi uma experiência excelente, a repetir! tempo juntos, que já parecia que não tínhamos línguas, culturas e religiões diferentes. Até já pensávamos em Inglês. Os momentos com as professoras foram inesquecíveis, estiveram sempre prontas para ajudar em tudo e animaram-nos quando mais precisávamos como, por exemplo, na despedida, que foi o que custou mais. Tudo que aconteceu é difícil de partilhar, pois foi uma semana tão intensa e tão boa, uma experiência tão positiva, que espero repetir. Agradeço aos professores que me acompanharam,eatodosquefazem parte deste projeto, esta semana maravilhosa. Uma última palavra para a minha companheira de viagem: adorei conhecer-te! Beatriz Casqueira projetos
  • 12. Escola Secundária da Gafanha da Nazaré gafanhoto 12 Travelling to Greece was one of the best experiences we’ve ever had because, first of all Greece has al- ways been one of the countries we wanted to visit and secondly be- cause we met excellent persons. The host families were great to us, they were very nice and kind, but the people in general were great to all of us. In this meeting there were nine countries involved: Portugal, Spain, Germany, Italy, Turkey, Greece, Check Republic, Latvia and Lithuania. On Monday we stayed in Tripoli and met all the students and teach- ers. We talked to the mayor and vis- ited some places in town. Then we went to a local school where we were told about the project on sound re- cording, in multinational teams; this activity was developed during all the week. It was about recording sounds and taking photos from the different places that we were going to visit in the following days. The purpose was getting all together in order to do a sound map. After that we were in a poetry workshop in which we had to read and analyze a poem from each country. In the evening some stu- dents met and went to a café. On Tuesday the Comenius team went to Steminitsa and we had a workshop at the Silver Gold Smith- ery School. After the workshop we visited the village and went for a coffee. Steminitsa is a very nice, beautiful and traditional village in Greece. At lunch we went to Vytina, another village, where we ate “pita hero” - a traditional dish from that country. In the rest of the afternoon the multicultural teams started do- ing their tasks. On Wednesday we went to Mycenae. There we had a guided visit to ancient Mycenae and to the ancient theater of Epidaurus. This is an amazing place, and it was even better because some Greek students sang for us and we could “experi- ment” the feeling of being in a “magic place in Europe”. We then had lunch in Napulio, visited the Palamido for- tress and we walked in the village. On Thursday we went to Dimitsana, to the “Open Air Water Power Museum” where we learned more about leather and contacted with nature itself, with a beautiful landscape in the mountains. Due to the weather conditions, we didn’t visit the Traditional Bridge of Lousious river and the Prodomon Monastery; instead we met the Mayor of the village; then we went the local library with more than 600 hundred very old books. Then we had lunch all together in another vil- lage, called Arcadian. During the afternoon we learned how to make spaghetti and honey pancakes, in a workshop of tradi- tional cooking with honey. We also went to a Primary School Museum in the same village. 6º Encontro do Projeto Comenius Grécia projetos
  • 13. Escola Secundária da Gafanha da Nazaré gafanhoto 13 On Friday, the last day day all together, we went to Kapsia caves, the ancient theater of Mantineia and Agia Fountain church. We had lunch in Tripoli and in the afternoon we went to a local school where, in multinational teams, the final prod- ucts of the week project were fin- ished. After that we had a drum per- cussion workshop and we had a lot of fun and danced. We had dinner all together with students, teachers, host families and friends. Then there was a concert organized by the host school where students and guests played and participated in. On Saturday morning we said goodbye to the host families with lots of emotion. We spent the all day in Athens where we visited theAcropo- lis and went on a guided tour to Acropolis Museum, which, in our opinion, was really exciting and amazing, Next, we went to the Lycabettus hill where we enjoyed the view and rested for an hour, before having dinner at a typical tavern, in the old part of Athens. Finally, in our last day in Greece, we visitedAgora, also in the old part of the city. After that we went to the airport and began our way back home. Over all, we enjoyed this week a lot because we were very well re- ceived and made lots of friends, gained knowledge and experience about History, the English language, human relationships and culture. We loved the fact that everyone that we met was really proud of their culture and country. It was amazing and we loved it! Beatriz Graça, Carolina Casqueira, Inês Fernandes projetos
  • 14. Escola Secundária da Gafanha da Nazaré gafanhoto 14 Desporto Escolar Tal como vem sido hábito, este ano a escola tem à disposição dos alunos diversas atividades desportivas. Estas atividades têm como objetivo proporcionar momentos de prática desportiva, de convívio e de competição entre diferentes escolas.Ao longo do ano letivo, cada grupo/equipa irá participar num torneio: numa primeira fase com equipas do concelho de Ílhavo,Aveiro e Vagos. Se os resultados permitirem o apuramento para a fase seguinte, as equipas irão competir com alunos de escolas do distrito de Aveiro, da zona centro e, posteriormente, com escolas de todo o país. A escola dispõe das seguintes modalidades: · Basquetebol (Fem), Escalão Iniciadas (Nasc. 1998/1999) TREINOS: 4ªs FEIRAS: 14H30 – 16H30 (Prof. Tiago Lopes) · Voleibol (Masc), Escalão: Juniores (Nasc. 1994/1995) TREINOS: SÁBADOS: 10H00 – 12H00 (Prof. Tiago Lopes) · Futsal (Masc), Escalão: Iniciadas (Nasc. 1998/1999) TREINOS: 4ªs FEIRAS: 14H30 – 16H30 (Prof. Mariano Rodrigues) · Natação (Misto), Escalão: Todos TREINOS: 4ªs e 6ªs FEIRAS: 15H00 – 16H30 (Prof. Manuela Sequeira e Prof. Paula Rendeiro) · Ténis de Mesa (Misto), Escalão: Todos TREINOS: 4ªs FEIRAS: 15H30 – 17H30 (Prof. Dorabela Maia) · Atividades Náuticas (Misto), Escalão: Todos TREINOS: 5ªs FEIRAS: 14H30 –17H30 (Prof. Mariano Rodrigues) Os treinos dos grupos/equipa de Basquetebol, Futsal e Ténis de Mesa realizar-se-ão no pavilhão da Escola Secundária da Gafanha da Nazaré, enquanto que os treinos de Natação decorrerão nas Piscinas Municipais da Gafanha da Nazaré. As Atividades Náuticas, por seu lado, terão lugar na sede do Clube do Mar (debaixo da ponte da Barra). Além destas atividades, o grupo de Educação Física irá desenvolver ao longo do ano letivo diversas atividades desportivas, nomeadamente Corta-Mato esco- lar, torneio de Voleibol, torneio de Basquetebol, torneio de Ténis de Mesa eAtividades de Montanhismo (slide, rapel, paralelas, tirolesa e escalada). O Corta-Mato será a primeira prova a realizar-se e será no dia 11 de dezembro, na Vista Alegre, e irá contar com a participação das escolas do concelho de Ílhavo. projetos Inês Ferreira
  • 15. Escola Secundária da Gafanha da Nazaré gafanhoto 15 No dia 6 de dezembro decorreu no pavilhão da Escola Secundária da Gafanha da Nazaré uma atividade destinada aos alunos do 2º ano das escolas do Agrupamento, nomeadamente: EBI Cale da Vila, EBI Cambeia, EBI Chave, EBI Farol da Barra e EBI Marinha Velha. Estiveram presentes 154 alunos e os respetivos professores, que du- rante uma hora realizaram um conjunto de atividades desportivas: deslocamentos, equilíbrio, destreza e precisão. Durante toda a atividade foi notório o entusiasmo dos alunos. Esta atividade irá ocorrer ao longo do ano letivo, abrangendo também os 1º, 3º e 4 º anos das escolas referidas anteriormente. Os encontros do 3º e 4º ano irão decorrer no segundo período, enquanto que o do 1º ano será no terceiro período. Um dos objetivos destes encontros será promover um momento de convívio entre os alunos das diversas escolas do Agrupamento, sendo também uma oportunidade para mostrarem as suas aptidões físicas, que desenvolvem nas aulas de Desporto Escolar. Desporto Escolar 1º Ciclo projetos Inês Ferreira
  • 16. Escola Secundária da Gafanha da Nazaré gafanhoto 16 Almoço no Refeitório! Campanha Sou mais! Saudável Poupado Sociável Dia da Alimentação 16-10-2012 Projeto de Promoção e Educação para a Saúde da ESGN Roda de alimentos solidária Nas várias Escolas do Agrupamento da Gafanha da Nazaré foi construída uma “Roda de Alimentos Solidária” de modo a comemorar, em simultâneo, os dias Mundial da Alimentação e Internacional da Erradicação da Pobreza, respetivamente a 16 e 17 de outubro. Na nossa escola construímos uma roda de alimentos “ao vivo” no átrio, e a comunidade escolar foi solicitada a participar ativamente, doando produtos alimentares, posteriormente entregues à Fundação Prior Sardo, que os encaminhou para as famílias mais carenciadas. A todos os que contribuíram para o sucesso da iniciativa, os nossos agradecimentos PES EM AÇÃO A convite do Projeto de Educação para a Saúde, recebemos na nossa escolaumtécnicodoCentrodeSaúde de Ílhavo, bem como a equipa da Escola Segura. Os alunos têm participado com in- teresse nas ações até agora desenvolvidas. Para além da adequaçãodosconteúdosabordados, a simpatia e colaboração dos agentes educativos envolvidos, em muito tem contribuído para o sucesso das atividades propostas. Falamosdetemascomo“Métodos ContracetivoseIST’s”, paraasturmas do 9ºano de escolaridade, e de “Bully- ing e Violência Escolar”, para as do 7ºano de escolaridade. Outros temas se hão-de seguir, certamente do mesmo grau de inter- esse. Desta forma, o Projeto de Educação para a Saúde espera contribuir para o desenvolvimento de atitudesecomportamentosdosjovens, de modo a facilitar a sua integração harmoniosa numa sociedade estável e equilibrada. Equipa do PES Grupo de Biologia e Geologia Equipa do PES … Comer na cantina volta a estar na moda! O crescimento é “pequenino”, mas acreditamos que é já uma tendência de subida. Efeitos da crise? Julgamos que não. O crescimento deve-se à melhoria e àdiversificaçãodaofertadacantinacomopçõesmaissaudáveis,mastambém ao lançamento,nodia16deoutubro,DiaMundialdaAlimentação,daCampanha “Sou+”. Estacampanha, inseridanoProjetoPromoçãoeEducaçãoparaaSaúde, e com a colaboração da CAP das Escolas da Gafanha da Nazaré, surge da necessidade de incentivar o consumo de refeições saudáveis e económicas.A alimentação desempenha um papel essencial e na idade escolar o jovem apresentaum metabolismomuitomaisintenso,eumaalimentaçãoinadequada pode trazer-lhe consequências orgânicas, como diminuição da capacidade de raciocínio e memorização, deficiência no crescimento e desenvolvimento, alterações de humor, desnutrição ou até mesmo obesidade. Assim, a escola torna-se um ambiente favorável para a promoção de hábitos alimentares saudáveis, por ser um espaço social onde passam grande parte do seu tempo convivendo e aprendendo novidades diariamente. Equipa do PES Já há mais três razões para comer na cantina A Campanha “Sou +” assenta em três argumentos que apelam ao almoço na cantina: Saudável, Poupado e Sociável e contempla várias etapas estando a segunda – almoço de turma - em fase de conclusão. A próxima etapa será apresentada no segundo período. Fica atento! projetos
  • 17. Escola Secundária da Gafanha da Nazaré gafanhoto 17 Projeto de Promoção e Educação para a Saúde da ESGN Um abraço amigo. Sem Medo! 1 de dezembro Dia Mundial da Luta Contra a SIDA Um abraço amigo. Sem medo! foi o mote proposto este ano para a comemoração do dia mundial da luta contra a Sida. O Projeto Educação para a Saúde, a Associação de Estudantes da ESGN, os alunos do curso Animação Social e a professora Ana Pereira, marcaram esta data com formação de um abraço gigante na sala polivalente da escola, no intervalo das 11:20, que envolveu a comunidade escolar. Esta iniciativa tinha como objetivo sensibilizar para os problemas éticos, sociais, afetivos e biológicos, relacionados com a SIDA, reforçando a não discriminação das pessoas portadoras desta doença. Outra mensagem que se pretendeu passar através da distribuição simbólica de preservativos, foi a que é urgente adotar atitudes de prevenção e que o preservativo é a única forma de não correr riscos numa relação sexual. O Dia Mundial de Luta contra a SIDA (Síndroma da Imunodeficiência Adquirida) celebra-se todos os anos a nível mundial, no dia 1 de dezembro. Esta doença resultante da infeção pelo VIH (Vírus da Imunodeficiência Humana) ataca e destrói as defesas do corpo, levando a pessoa à morte. Atualmente, com as diversas terapias de combinação potentes, as pessoas infetadas veem a sua vida prolongada em vários anos. O Dia Mundial de Luta contra a SIDA dá-nos a todos a oportunidade de agir e de garantir que os direitos humanos estão salvaguardados e que os objetivos mundiais de prevenção, tratamento e cuidados, são atingidos. Equipa do PES Dia Mundial do Não Fumador No dia 17 de novembro comemorou-se o Dia Mundial do Não Fumador, tendo o PES da nossa escola lembrado o mesmo, com a promoção de um belo sorriso e uns bonitos dentes, só possíveis de obter por aqueles que habitualmente não fumam. Nesta nossa iniciativa, temos que agradecer a duas alunas do 9ºD, Maria Diana e Inês Ferreira, bem como à sua diretora de turma, professora Luísa Costa, pela colaboração prestada, ao elaborarem quadras alusivas à promoção de belo sorriso, relacionando-o com o dos não fumadores. projetos Equipa do PES
  • 18. Escola Secundária da Gafanha da Nazaré gafanhoto 18 Amusons-nous! En Français…and in English! línguas
  • 19. Escola Secundária da Gafanha da Nazaré gafanhoto 19 Lire Lire, c’est retrouver le monde C’est imaginer, voyager, s’envoler... C’est partir à l’aventure ! Lire, c’est gai, pas du tout ennuyant C’est amusant, beau... C’est fantastique ! Lire, c’est rêver par la main d’un autre C’est élargir ses horizons, apprendre... C’est contacter avec de grands auteurs ! Lire, c’est vivre, grandir C’est oublier tout ce qui est confu- sion... C’est agrandir l’âme, partager la vie ! Lire, c’est un passetemps, un loisir C’est la magie, l’émotion... C’est une passion ! Lire, c’est un arc-en-ciel de mots ! Alors... si tu veux être heureux Un livre tu dois lire ! 9º A (E. B. 2º e 3º ciclos da Gafanha da Nazaré) Halloween Le 31 octobre, c’est l’Halloween, fête traditionnelle des américains ou la veille de la Toussaint, la fête chrétienne de tous les saints. Ce jour-là, les enfants se déguisent (parfois, les adultes aussi…) avec des costumes de fantômes, lutins, chauve-souris, Dracula, Frankenstein, sorciers et sorcières… C’est aussi la tradition de sculpter une citrouille en forme de tête effrayante. Et voilà, dans notre école, les professeurs de langues étrangères ont proposé à leurs élèves de sculpter une citrouille pour fêter l’Halloween. Il y a eu plusieurs con- currents au « Concours de la plus belle citrouille ». Les élèves du cours d’Animation Sociale ont décidé d’attribuer le premier prix à la Citrouille de Matilde Araújo Silva de la 7ème année, classe D. Mais, tous les participants ont eu droit à un petit souvenir ! Nos félicitations à tous ! Et n’oubliez pas… le plus im- portant, c’est de participer et de s’amuser! Salut les copains... Dans un cours de français l’inspiration est née et voilà le résultat. línguas
  • 20. Escola Secundária da Gafanha da Nazaré gafanhoto 20 O barulho do silêncio Aqui estou sentada, na biblioteca da escola, rodeada por pessoas e por um certo ruído incomodativo. À minha frente, bem lá no fundo da sala e ao meu lado, um pouco mais perto, estão duas figuras bem conhecidas, de cabeça baixa, debruçadas sobre uma folha de teste. À procura de inspiração, levanto a cabeça e olho em meu redor. Reparo que, finalmente, se fez silêncio. Que bom não ouvir nada! Mas dentro de cada um de nós, há sempre algo que nos fala. As memórias falam, os pensamentos falam. Cá dentro, tudo fala, por isso é importante não ouvir o barulho que vem do exterior… Procuro de novo a inspiração. Tento focar a minha atenção apenas no trabalho. Tento abafar os sons dentro de mim… Conseguiremos estar realmente em silêncio? Fabiana Palmela Nada para escrever Olhei à minha volta. Caras sonolentasmisturavam-secomcaras preocupadas e empenhadas que tentavam realizar o teste de Português.Aminhaseria,certamente, uma cara preocupada, pois tenho medo de nem sempre responder ao quemeépedidoetudopiorouquando cheguei à parte de escrever uma crónica. Olhei para a folha e reli a frase: “Focalize um incidente, um rosto, uma voz, …” Como poderia escrever sobre um incidente que não acontecia, ou sobre uma voz que não se ouvia? Recordei a semana que tinha deixado, à procura de algo que medespertassevontadedeescrever, mas nada. Lembrei-me, então, que muitos cronistas escrevem sobre o facto de nada terem para escrever e, como estava nessa situação, foi isso que escrevi, sobre o pequeno incidente de não ter imaginação para escrever. Sara Rocha Pensamento Às vezes não percebemos a dimensão, a dimensão que faz de nós uma insignificância. Não falo da dimensão de estrelas, de galáxias, de enxames, super enxames e todo o resto do universo. Falo da insignificância que somos perante o imaterial, o abstrato, perante o pedaço de pensamento que tem poderes mágicos de mudar o possível e o impossível. Não se trata de tamanho, nem de riqueza material. Trata-se de algo muito mais poderoso. Nós (como corpo) não somos nada em relação ao pensamento. O pensamento é uma construção genial. Com ele podemos criar tudo o que quisermos: ideias, histórias, livros… Só com o pensamento nos transformamos e evoluímos. Pedro NunoAugusto Encontra-se a decorrer o período para entrega dos trabalhos do XII Concurso Literário Jovem até 31 de março de 2013. Os mesmos poderão ser entregues por mão própria ou enviados por correio para a Câmara Municipal de Ílhavo. O concurso destina-se aos Jovens do Ensino Básico do 1.º, 2.º e 3.º Ciclos, assim como do Ensino Secundário, podendo participar alunos de qualquer estabelecimento de ensino, do Município de Ílhavo, até ao 12.º ano de escolaridade. Há prémios para os melhores textos. PARTICIPA! XII Concurso literário jovem letras
  • 21. Escola Secundária da Gafanha da Nazaré gafanhoto 21 «Deixa-te levar pela criança que foste.» José Saramago, As Pequenas Memórias, Lisboa, Editorial Caminho, 2006 Na vida do ser humano, a infância pode estar mais ou menos presente de acordo com o impacto positivo ou negativo que lhe causou. Quando a infância origina experiências negativas, elas perseguem e atormentam o indivíduo ao longo da sua vida, causando-lhe dor e sofrimento. Mas se as experiências forem positivas, há sempre um conjunto de lembranças felizes que animam e motivam o ser humano. Na minha infância teve lugar um acontecimento que ainda hoje me atormenta, o desaparecimento de uma pessoa muito próxima. Essa perda perturbou-me muito e causou-me grandes problemas, pois vivenciei tudo de muito perto. Hoje, quando me sinto muito próximo de uma pessoa tenho o receio de a perder para sempre e por isso tento usufruir de todos os momentos como se fossem os últimos. Mas a minha infância teve também momentos felizes, que recordo com frequência, principalmente quando estou triste, porque esses momentos animam- me e eu fico logo com um sorriso no rosto. O ser humano nunca se pode esquecer da sua infância para não deixar morrer a criança que existe em si. Assim, ainda que em alguns momentos, queiramos perder esse pedacinho que há em nós, teremos que nos deixar levar por ele. Sandrina Cardoso A infância é um dos melhores momentos da vida do ser humano. Este período é o tempo em que o homem, como ser racional, não o é. A vida resume-se ao acordar pela manhã, ir para a escola e brincar com os amigos. Não importa a crise, nem as notas dos testes. A criança sente-se, única e exclusivamente, o ser mais importante. Todavia, os dias e os anos passam, tão rapidamente, que nem damos conta que crescemos e envelhecemos. Com o fluir do tempo, as coisas, que para nós eram importantes, como jogar à apanhada ou à bola, passam para segundo e terceiro planos. Aumentam as responsabilidades e as preocupações com a escola, com o país, com a vida. Enfim, crescemos! À medida que aumentam as obrigações, aumenta também o nosso desejo de voltar àquela escola primária, onde a infância vinha em primeiro lugar. Basta ver nos piqueniques da primavera, os adultos a correr para um lado e para o outro, a saltar à corda, a jogar às escondidas. Fazem-no, porque são esses os únicos momentos em que podem ser crianças sem que ninguém os censure. Logo, a infância ocupa um lugar fulcral na vida do ser humano. JoãoAntónio Quando somos crianças ansiamos ser crescidos e quando nos tornamos adultos apercebemo- nos de como é bom ser criança e, em vão, queremos voltar à nossa infância. A infância é um tempo de descoberta para cada um de nós. O mundo à nossa volta cativa-nos e incentiva-nos a conhecê-lo. Uma criança contenta-se em correr pelos montes, em sentir novos cheiros, em descobrir novas cores. Sem pensar muito, é na infância que construímos o nosso eu, através das descobertas diárias e do amor dos pais, que nos dá confiança para nos tornarmos nós mesmos. Mas o tempo passa e deixamos de correr, porque o tempo passa a correr connosco e a saudade fica. As lembranças das tardes à lareira em dias de inverno, a comer o bolo ainda quente acabado de fazer pela mãe, os jogos de faz de conta vividos com os nossos irmãos, quando a imaginação tomava conta de nós, ficam para trás. Crescemos e a criança pura, ingénua e sedenta de aprender, vai- se perdendo. Não seria bem melhor que ela não se perdesse? Certamente, seríamos mais felizes se guardássemos a sua alma e, por vezes, a libertássemos de novo, deixando-a correr, saltar e descobrir. No fundo, sorrir para a vida. Cristiana Graça letras
  • 22. Escola Secundária da Gafanha da Nazaré gafanhoto 22 O mais recente parecer do Conselho Nacional de Educação ( nº7/ 2012) é, no meu entender, um documento fundamental acerca do atual contexto educativo, pelo que destaco alguns excertos, esperando abrir perspetivas de reflexão: “ A autonomia das escolas/ agrupamentos de escolas é, antes de mais, o exercício de uma responsabilidadesocialpelaeducação, em cada contexto escolar e social. Ela expressa -se através de um conjunto dedispositivoslegais,deprocedimentos da administração central, regional e lo- cal e de práticas escolares que estão aoserviçodoreforçodacapacidadedas escolas/agrupamentos de escolas construírem, aplicarem e avaliarem o seu projeto educativo próprio, com as famílias e as autarquias, no contexto sociocomunitário local, tendo em vista melhorar progressivamente os processos e os resultados escolares. A autonomia é uma dinâmica so- cial, sempre em evolução, e é instru- mental, pois trata -se de um meio para se atingir um fim: melhorar em permanênciaodesempenhosocialdas escolaseoserviçopúblicodeeducação. A autonomia visa a melhoria. A autonomia visa colocar todos os recursos disponíveis ao serviço da melhoriadasaprendizagensdosalunos concretosdecadaescola/agrupamento de escolas. Quem melhor conhece e tem de saber administrar as escolas/ agrupamentos de escolas é a comunidadeeducativalocal,acomeçar pelosprofessoresediretores,pelospais e pelo poder autárquico. O primeiro direito e o dever de educar é das famílias, direito e dever a queoEstadoseassociaparafazercom que o serviço público de educação se cumpra em todo o território com liberdade, equidade e rigor. A intervenção do Estado deve ser reguladora e orientadora, não deve consistirnumaintervençãopermanente, desestabilizadora e desorientadora, dirigida ao controlo cada vez mais burocratizadoecentralizado.AoEstado caberásempreadefesadosuperiorin- teresse das crianças sem alijar responsabilidades, devendo para isso assumirassuasresponsabilidades,em cooperação com outros atores sociais. Aautonomiavalorizaoscritériosda proximidade,doconhecimentomaisfiel das realidades sociais e escolares, do envolvimento dos parceiros sociais da educação, em cada contexto sociocomunitário local, da responsabilizaçãodetodasasentidades locais com intervenção na educação das crianças, jovens e adultos e da articulação territorial entre as suas vertentesestratégicaeoperacionalede gestão pedagógica, administrativa e financeira. Cada “comunidade educativa” gerada em torno de cada escola/ agrupamento de escolas deve poder desenvolver, apresentar e ver reconhecido o seu projeto educativo próprio para ser, posteriormente, acompanhadoeavaliadopelatutela(…) Aprimeiraresponsabilidadedeuma escola/agrupamentodeescolasépara com os alunos e as famílias, não para com níveis e subníveis burocráticos, mais ou menos distantes das escolas/ agrupamentos de escolas. O projeto educativo nasce da assunção desta responsabilidade, partilhada em dinâmicas sociocomunitárias muito concretas. Aadministraçãodeumconjuntode recursos comuns e a salvaguarda de um conjunto de direitos e deveres igualmente comuns implicam a intervençãoreguladoradoEstado,que devepautar-sepelorespeitoparacom essesprojetoseducativoslocaisepelo incentivo a que se desenvolvam do melhormodopossível,tendoemconta a qualidade e a equidade do serviço público de educação (promovido por instituições públicas, privadas e cooperativas). Estaéaquartavezqueosgovernos legislamsobreaautonomiadasescolas, no quadro da já conhecida e estafada construção retórica da autonomia. O risco que se corre é o de, mais uma vez, estarmos perante a proclamação de uma vontade política mais do que diante do exercício real de uma determinação política, com todo o cortejo de revisões do quadro de responsabilidades, do exercício responsável e complementar destas responsabilidades. A autonomia progressiva das escolas, fruto de uma crescente contratualizaçãoecorresponsabilização pelamelhoriadaeducaçãoentreoMEC ecadaescola/agrupamentodeescolas, não é compatível com um quadro político de crescente desresponsabilização do MEC pela sorte das escolas que se encontram diante de maiores dificuldades, por se localizarem em contextos sociais e culturaismuitodesfavorecidos.Importa que a extinção das DRE não se confunda com uma mera recentralização, nem com a perda do sentido da corresponsabilização pelo futuro da educação; para tal, é urgente a definição de um novo quadro de responsabilidadesentreaadministração central e local, pois torna -se difícil imaginar um futuro melhor para a educaçãosecadaescola/agrupamento de escolas ficar remetido para um quadro único de relacionamento eletrónicoepontualcomonívelcentral. Já em 2008 (Parecer n.º 3/2008) o CNE sublinhava que a “prioridade da política educacional nesta matéria deveria situar -se no plano do desenvolvimento da autonomia das Sobre a autonomia das escolas... reflexão
  • 23. Escola Secundária da Gafanha da Nazaré gafanhoto 23 organizações escolares e evitar ao máximo proceder a alterações morfológicas”. Se o quadro político - administrativo continuar o mesmo, centralistaeburocrático,sustentadona desconfiança e na desresponsabilização, por mais medidas que se tomem, mesmo que proclamem a autonomia, não surgirão asmelhoriasesperadaspelasociedade para a educação, mas os conflitos, as tensões,ashesitaçõeseosadiamentos daanálisedosproblemasedadefinição e aplicação das soluções mais adequadas a cada situação.(…) Arecentecriaçãodeagrupamentos degrandedimensão,nomesmoquadro de muito débil definição política acerca da autonomia que se pretende para as escolas portuguesas, tem vindo a criar problemas novos onde eles não existiam: reforço da centralização burocrática dentro dos agrupamentos; aumentodofossoentrequemdecidee os problemas concretos a reclamar decisão, com a criação de novas hierarquias de poderes subdelegados; existênciasdeváriosórgãosdegestão que nunca se encontram nem se articulam entre si; sobrevalorização da gestão administrativa face à gestão autónoma das vertentes pedagógicas. Tudo isto fragiliza ainda mais a já frágil autonomiaedeixapelafrenteoreforço do cenário único e salvador do caos: a recentralização do poder na administração central, agora reforçada na sua capacidade de controlo de tudo e todos, pelas novas tecnologias.(…) Os mega -agrupamentos constituem, até ao momento, um caminho de reforço do controlo e não da autonomia das escolas/ agrupamentosdeescolas,umaviaque paulatinamente retira liberdade e capacidadedeaçãoaosdiretoreseaos parceiros locais da educação. Ao concentrar, descentra -se e desfoca -se a ação nuclear dos dirigentes das escolas: melhorar cada dia os processos de ensino e os resultadosdasaprendizagens. Vários diretores de escolas/ agrupamentos de escolas testemunharamnoCNEquesesentem cada vez mais sós e que este isolamento tem crescido com o encaminhamentodetodooconjuntode relações entre os níveis central e local para o frio e impessoal mundo da eletrónica.(…) Que se defina um novo quadro de responsabilidadesentreosváriosníveis daadministraçãoeducacional,oquese torna mais urgente após a reorganizaçãodaredeescolarquetem estado a ser implementada. Este quadro deve ajudar todos os envolvidos a perceberem melhor as suasresponsabilidades,paramelhoras exercerem. Que este novo quadro de responsabilidade consagre o caminho jáfeitoportodasaspartes,desdeonível central ao local, e potencie o desenvolvimento da descentralização da educação e da autonomia das escolas/agrupamentos de escolas. Quesepareumtempoparaavaliar os ganhos e perdas, as ameaças e as oportunidades dos processos de fomento da descentralização da administração da educação e da autonomia escolar, sobretudo nos últimos cinco anos. Que estes momentos de avaliação sejam oportunidades para quebrar os níveis de desconfiança existentes entre os diferentes protagonistas. Quehajauminequívocoreforçoda concentraçãodasatividadesdegestão pedagógica nas escolas, o mais perto possível dos alunos, aplicando um projetoeducativopróprio,oquenãoestá aocorrernoprocessodeconcentração de escolas/agrupamentos de escolas. Que se clarifique o que sucede à anunciadaextinçãodasDRE,umavez que é mister que não se deixe o nível de cada escola/agrupamento de escolas ainda mais isolado nem se verifique,comoaoutrafacedamesma moeda,umamaisforterecentralização da administração da educação. Que os processos de descentralização administrativa e de autonomianãosejamsobretudoobjeto de regulação normativa de “modelo único”, mas que assentem numa progressivaresponsabilizaçãoporparte dos professores, pais e autarquias, respeitandoadiversidadedesituações e de dinâmicas já instaladas. Que se incentive a celebração dos contratos de autonomia entre as escolas/agrupamentos de escolas e a tutela, tendo em vista ampliar os níveis deresponsabilidadepelosprocessose pelos resultados escolares. Que tudo seja feito para que se dissipe o clima de desconfiança que existe na administração central face às escolas/agrupamentos de escolas, nomeadamenteatravésdaformaçãoe de instrumentos de salvaguarda da liberdade de ensinar e aprender.(…) Aos diretores e às escolas; Que aproveitem mais e melhor os “corredores” de autonomia já criados normativamente, em particular desde agosto de 2012, e que invistam com mais coragem política na contratualizaçãodeníveiscadavezmais fortes e sustentados de autonomia. Que reforcem os mecanismos de autoavaliaçãoedeprestaçãodecontas. Que estimulem o funcionamento dos órgãos de gestão pedagógica intermédiaeosenvolvamnasprincipais decisões da vida das escolas/ agrupamentosemordemàmelhoriada educação.”(…) reflexão Eugénia Pinheiro
  • 24. Escola Secundária da Gafanha da Nazaré gafanhoto 24 Olhem as estrelas na noite de Natal Na minha coleção de presépios, o mais lindo encontrei-o emAngola. O Menino, Maria, José e os animais à volta da manjedoura são negros. Imagens tão lindas como os meninos angolanos de olhar doce! Comprei-o em Luanda, quando o povo fugido da guerra obrigava a cidade a estender-se pelos subúrbios. Era um sinal da paz que, infelizmente, tanto tardaria ainda para os angolanos. Ficou-me da infância o gosto pelos presépios. O primeiro que armei na sala da minha casa era de barro, pintado com cores vivas. As imagens eram muito parecidas aos santos populares e a figurantes, que representavam nas cascatas o quotidiano de gente honrada e de trabalho, disposta a aliviar a dureza da vida nos folguedos dos santos no solstício de Verão. Imagens moldados em terras de Gaia, para festejar os santos António, João e Pedro. As imagens com o tempo e o uso desfaziam-se em cacos. Foi grande a minha alegria quando, já adulto, pude comprar uma réplica numa feira de artesanato, coisa tão simples para reviver a fantasia poética da meninice! Os presépios nasceram por iniciativa de S. Francisco de Assis. É um santo reconhecido como o Cristo da Idade Média. Gostava de chamar irmãos ao Sol, à Lua e aos animais, incluindo o burro, animal que carregou Maria e o seu Menino ao colo, na fuga para o Egito, para escapar à perseguição de Herodes. Veja-se a iconografia barroca da Sagrada Família, ilustrativa dessa cena de refugiados. No Natal de 1223, S. Francisco organizou um presépio com figuras vivas. Nos natais seguintes, as imagens substituíram as pessoas. Os livros proféticos antigos inspiraram a colocação da vaquinha e do burro para “aquecer” o Menino com o bafo; também as ovelhinhas dos pastores vieram ver o Menino acharam-lhe tanta graça que até ouviam os anjos a cantar: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens que Deus ama”. Viriam também os magos do Oriente, guiados por uma estrela, oferecendo ouro, incenso e mirra. Em noite de Natal, olhem para as estrelas e talvez o Menino encha de luz os sonhos de justiça e de paz. Rui Osório, Cónego da Sé do Porto e abade da Paróquia de S. João Baptista, na Foz do Douro Presépios feitos por “gente da casa”. Os primeiros, em tecido e madeira, foram feitos por uma das nossas professoras. O de baixo, inundado de cor, é um trabalho da Francisca Lima, em conjunto com o seu pai. tempo de...
  • 25. Escola Secundária da Gafanha da Nazaré gafanhoto 25 Uma história de Natal Era uma vez… a turma do 7ºH! Aproximava-se, a passos largos, a época do Natal. De entre os vários trabalhos que tínhamos para fazer, a Professora de Oficina deArtes ainda se lembrou de mais um que, para grande ajuda, havia de se desdobrar em dois: um conjunto de duas árvores de Natal. Tudo a partir de materiais já usados, que teríamos de reutilizar. Veja-se, então, em que trabalhos nos metemos! De umas ripas de madeira, que a Professora encontrou, fizeram-se dois teares em forma de triângulo: um maior e outro mais pequeno. Até aqui, tudo bem. Daí para a frente, não havia mais nada. Nenhum material! Foi então que começou o Natal na Escola: - a D. Cristina e a D. Emília deram-nos uns sacos de serapilheira que nós, cheios de paciência, desfiámos para, em seguida, fazermos meadas de vinte fios; - um dos Srs. Engenheiros da obra da nossa Escola deu-nos outro presente – uns metros de tela verde, que tinha servido de proteção nos trabalhos. Lá tivemos que a cortar em tiras que, a seguir, dobrámos; - o Professor de Eletricidade deu- nos restos de fio de cobre. Mais trabalho – descarnar e endireitar os fios, ao torno. Tarefa difícil! -aDiretoradeTurmapresenteou- nos com mais fio de cobre: cabos da internet e mais um outro da TV. Metros sem conta! Fio que nunca mais acabava! - uma Professora de Matemática emprestou-nos um cone, em madeira, para fazermos espirais. Eram então os enfeites de uma das árvores. Tarefa complicada! As espirais, antes de o serem, teimavam em fazer-se de molas teimosas. Umas maiores, outras mais pequenas. Queríamos ver onde íamos pôr aquilo… Que transtorno que tudo isto nos causou! Todas as tarefas exigiam paciência,queécoisaquerealmentenão temos em quantidade. Mesmo assim, nada se comparava com o trabalho no tear. Toda a atenção era pouca e nem podíamos seguir as conversas que vinham da mesa do torno. Devagar, as árvores foram tomando forma. Precisámos de pedir reforços. A Diretora de Turma veio ajudar-nos e houve um dia em que a Professora de Ciências também veio para o torno, sim senhor! E como se desenrascou! Pouco a pouco, fomos percebendo o esquema: entrelaçámos cobre numa das peças e na outra passámos umas fitas de alumínio,queestavamdentrodocabo daTV.Maisumtoquealieoutroacolá. Pintámos as estruturas em madeira: uma de castanho, outra de verde. Nem sabemos de onde vieram as tintas, mas temos a certeza que foi oferta de mais alguém. Finalmente, nuns pequenos troncos, fixámos as árvores. Aguentavam-se de pé! Um pouco mais para esquerda, depois para a direita, lá chegámos a um acordo sobre a melhor posição para o nosso trabalho. Difícil e, por vezes, confuso. Afinal foram duas árvores que erguemos de uma só vez. Mas ficaram bem. A Professora disse que o Natal é isso mesmo: todos ajudam para um bem comum! Nós acreditamos e ficámos contentes! Feliz Natal! Alunos do 7ºH tempo de...
  • 26. Escola Secundária da Gafanha da Nazaré gafanhoto 26 Human rights are rights inher- ent to all human beings, whatever our nationality, place of residence, sex, national or ethnic origin, colour, religion, language, or any other sta- tus. We are all equally entitled to our human rights without discrimi- nation. These rights are all interre- lated, interdependent and indivis- ible. Universal human rights are of- ten expressed and guaranteed by law, in the forms of treaties, cus- tomary international law , general principles and other sources of in- ternational law. International human rights law lays down obligations of Governments to act in certain ways or to refrain from certain acts, in order to promote and protect human rights and fundamental freedoms of individuals or groups. Universal and inalienable The principle of universality of human rights is the cornerstone of international human rights law. This principle, as first emphasized in the Universal Declaration on Human Rights in 1948, has been reiterated in numerous international human rights conventions, declarations, and resolutions. The 1993 Vienna World Conference on Human Rights, for example, noted that it is the duty of States to promote and protect all human rights and funda- mental freedoms, regardless of their political, economic and cultural systems. All States have ratified at least one, and 80% of States have rati- fied four or more, of the core hu- man rights treaties, reflecting con- sent of States which creates legal obligations for them and giving con- crete expression to universality. Some fundamental human rights norms enjoy universal protection by customary international law across all boundaries and civilizations. Human rights are inalienable. They should not be taken away, except in specific situations and according to due process. For ex- ample, the right to liberty may be restricted if a person is found guilty of a crime by a court of law. What are human rights? Interdependent and indivisible All human rights are indivisible, whether they are civil and political rights, such as the right to life, equality before the law and freedom of expression; economic, social and cultural rights, such as the rights to work, social security and education , or collective rights, such as the rights to development and self-de- termination, are indivisible, interre- lated and interdependent. The im- provement of one right facilitates advancement of the others. Like- wise, the deprivation of one right adversely affects the others. direitos humanos
  • 27. Escola Secundária da Gafanha da Nazaré gafanhoto 27 Equal and non-dis- criminatory Non-discrimination is a cross-cut- ting principle in international human rights law. The principle is present in allthemajorhumanrightstreatiesand provides the central theme of some of international human rights conven- tions such as the International Con- ventionontheEliminationofAllForms of Racial Discrimination and the Con- ventionontheEliminationofAllForms of Discrimination against Women. The principle applies to everyone in relation to all human rights and free- doms and it prohibits discrimination on the basis of a list of non-exhaustive categories such as sex, race, colour and so on. The principle of non-dis- crimination is complemented by the principle of equality, as stated inArticle 1 of the Universal Declaration of Hu- manRights:“Allhumanbeingsareborn free and equal in dignity and rights.” Both Rights and Obligations Human rights entail both rights and obligations. States assume obli- gationsanddutiesunderinternational law to respect, to protect and to fulfil human rights. The obligation to re- spect means that States must refrain from interfering with or curtailing the enjoyment of human rights. The ob- ligation to protect requires States to protectindividualsandgroupsagainst human rights abuses. The obligation to fulfil means that States must take positive action to facilitate the enjoy- ment of basic human rights. At the individual level, while we are entitled our human rights, we should also re- spect the human rights of others. http://www.ohchr.org/EN/Issues/Pages/WhatareHumanRights.aspx direitos humanos Para a Salvação da Democracia Ora a democracia cometeu, a meu ver, o erro de se inclinar algum tanto para Maquiavel, de ter apenas pluralizado os príncipes e ter constituído em cada um dos cidadãos um aspirante a opressor dos que ao mesmo tempo declarava seus iguais. Ser esmagada pelos condottieri que dispõem das lanças mercenárias ou pela coalizão dos que manejam o boletim de voto é para a consciência o mesmo choque violento e o mesmo intolerável abuso; um tirano das ilhas vale os trinta de Atenas e os milhares de espartanos. Pode ser esta a origem de muita reacção que parece incompreensível; há almas que se entregaram a outros campos porque se sentiam feridas pela prepotência de indivíduos que defendiam atitudes morais só fundadas na utilidade social, na combinação política. E de facto, o que se tem realizado é, quase sempre, um arremedo de democracia sem verdadeira liberdade e sem verdadeira igualdade, exactamente porque se tomou como base do sistema uma relação do homem com o homem e não uma relação do homem com o espírito de Deus. Por outras palavras: para que a democracia se salve e regenere é urgente que se busque assentá-la em fundamentos metafísicos e se procure a origem do poder não nos caprichos e disposições individuais, mas nalguma coisa que os supere e os explique, aprovando-os ou reprovando-os. O indivíduo passaria a ser não a fonte mas o canal necessário ao transporte das águas; nenhuma autoridade sem ele, nenhuma autoridade dele. Seria assim possível sacudir de vez as morais biológicas que nos têm proposto e, construindo um decálogo sobre os princípios divinos, ligar-lhe indissoluvelmente a política com uma simples extensão ou como outro aspecto de uma idêntica actividade. Não vejo outro alicerce senão o entendimento, o que, fazendo do animal a pessoa, ao mesmo tempo se coloca acima do indivíduo e se impõe como norma universal; e as maiorias, assim, só viriam a obrigar quando as suas resoluções coincidissem com a razão e com os fins últimos que a Humanidade se propõe atingir. Agostinho da Silva, in 'Diário de Alcestes' Para a Salvação da Democracia
  • 28. Escola Secundária da Gafanha da Nazaré gafanhoto 28 Dia Internacional Dos Direitos Humanos 10 de dezembro Para o ano 2013, a conhecida marca internacional de pneus Pirelli, avança com um projeto ambicioso - despertar a consciência Humana para os Direitos Humanos através do exemplo de Mulheres que, além de muito bonitas, são extraordinariamente “ricas” interiormente. Distinguem-se pelo seu protagonismo em causas humanitárias. Quando lerem esta página do nosso jornal, não esqueçam que cada um pode dar um contributo para tornar a sociedade mais justa … E pode estar na hora de atuarmos … direitos humanos Primeiro levaram os negros Mas não me importei com isso Eu não era negro Em seguida levaram alguns operários Mas não me importei com isso Eu também não era operário Depois prenderam os miseráveis Mas não me importei com isso Porque eu não sou miserável Depois agarraram uns desempregados Mas como tenho meu emprego Também não me importei Agora estão me levando Mas já é tarde. Como eu não me importei com ninguém Ninguém se importa comigo. Bertold Brecht (1898-1956) Indiferença
  • 29. Escola Secundária da Gafanha da Nazaré gafanhoto 29 Segundo o fotógrafo americano, Mc Curry, “a atual situação económica e os problemas relacionados ao meio ambiente e aos Direitos Humanos” são fatores que acabaram interferindo na mudança do conteúdo do calendário que, até o momento, só tinha sido assinado por ícones da fotografia de moda. direitos humanos Luís Francisco escreveu no Jornal Público: “São, todas elas, cidadãs envolvidas em projetos humanitários e apoiantes ativas de organizações não-governamentais. A abrir a lista, quatro brasileiras: a veterana atriz Sónia Braga (co- fundadora da Fundação Hispânica para as Artes), a cantora Marisa Monte (ativista da luta contra o HIV/ Sida), a modelo Adriana Lima (que trabalha com a Global Iniciative Program do ex-Presidente norte- americano Bill Clinton, no Haiti; e que posou grávida) e a modelo Isabeli Fontana (colaboradora da Save The Children e financiadora de um orfanato). A lista completa-se com mais sete nomes: a modelo, atriz e cineasta italiana Elisa Sednaoui; a modelo tunisina Hanaa Ben Abdesslem; a atriz, modelo e estilista etíope Liya Kebede; a modelo norte-americana Karlie Kloss; a modelo norte-americana Kyleigh Kuhn, a modelo checa Petra Nemcova; a modelo e animadora de TV norte-americana Summer Rayne Oakes. Elisa preocupa-se com a vida nas áreas rurais, Hanaa é porta-voz de uma associação que ajuda os mais necessitados, Liya criou uma fundação para combater a mortalidade materno-infantil, Karlie apoia a luta contra a sida nas crianças e o desenvolvimento no Haiti, Kyleigh financia a luta contra as minas, Petra sobreviveu ao tsu- nami de 2004 e criou uma fundação para ajudar crianças sobreviventes de desastres naturais, Summer patrocina causa ambientais na indústria da moda.” Rosa Agostinho
  • 30. Escola Secundária da Gafanha da Nazaré gafanhoto 30 Infelizmente pouco nos preocupamos com eles, a não ser quando nos toca a nós ou quando ficamos impressionados com as imagens que vemos na televisão, de resto tudo nos parece ser indiferente ou demasiado longe de nós, os que morrem do outro lado do mundo, na guerra, com fome, os que são alvo de discriminação, torturados, espezinhados, os que não têm qualquer tipo de direitos, nem mesmo o direito à vida. Será por as notícias nos bombardearem com cenas destas que nos tornamos insensíveis ou queremos é saber da nossa vida e do nosso bem-estar, que nos faz não nos importarmos com o que se passa com os outros seres humanos no resto do mundo? E quando a violação dos direitos humanos acontece na porta ao lado ou do outro lado da rua, continuamos a desviar o olhar, a fazer de conta que não ouvimos nem sentimos? Somos ainda mais egoístas e egocêntricos do que os primeiros seres humanos, com a agravante da defesa do individualismo nos ter afastado progressivamente dos outros, pelo menos dos que não fazem parte da nossa família mais chegada, do grupo de amigos ou de outros em que nos vamos inserindo ao longo da vida. É claro que a tradição cristã nos ensina a caridade, a esmola, a ajuda aos mais indefesos, principalmente numa época como esta, em que para além da crise, que supostamente afeta todos os portugueses, estamos ainda perto do Natal. Se o cristianismo se expandiu contra a escravidão e contra um destino que dividia as pessoas em classes demarcadas desde o nascimento, no entanto a sua história também foi marcada por atrocidades, como a destruição da biblioteca de Alexandria e dos seus habitantes, as cruzadas e mesmo os intitulados Descobrimentos, de modo que nada nos adianta apelar à tradição cultural religiosa para justificarmos a nossa igualdade relativamente aos outros seres humanos e a necessidade de ajudarmos todos aqueles que estão em sofrimento. Poderíamos apelar aos princípios da filosofia budista para nos incentivarem nesse apoio aos sofredores, a todos cujos direitos humanos continuam a ser violados, mas será que o caminho para lá chegar é pela anulação dos desejos, pela aceitação da realidade e pelo pacifismo? No meu texto vou dar a minha opinião acerca de um tema um pouco polémico, a Pena de Morte. Respondendo à pergunta “ A pena de morte é uma medida eficaz no combate à criminalidade?”, na minha opinião, este tipo de castigo devia ser retirado como pena a aplicar após um crime, já que com um estamos a resolver outro. Vários países do mundo são a favor desta pena, mas não é uma boa maneira de resolver um crime. Eu penso que, mesmo nos países em que é permitida, continuam a existir assaltos, sequestros, homicídios, atentados, etc… . Esta pena, para além de ser usada para responder a um crime, também a considero injusta, visto que se pode matar um inocente, por este confessar algo a que foi obrigado. Para além de tudo estamos a negar um direito humano fundamental, o Direito à Vida, direito que todos têm, independentemente das coisas más que possam ter feito, já que os remorsos, na maior parte dos casos, são uma pena demasiado pesada. Raquel Monteiro Direitos Humanos? A pena de morte e o direito à vida direitos humanos Paula Justiça
  • 31. Escola Secundária da Gafanha da Nazaré gafanhoto 31 Desde a Antiguidade, que a Humanidade assume que a maior punição possível é a morte, visto que se põe fim à vida, e o maior medo que qualquer pessoa tem é o de morrer. Mas, por volta da Idade Média, a pena de morte extinguiu-se na maior parte da Europa. Atualmente, ainda existe em países de outros continentes, como é o caso de alguns Estados da América, China… A pena de morte, em si, é quando uma autoridade superior, como um juiz, decide que o arguido é acusado de um crime extremamente grave e que por isso não tem mais direito à vida. Ora, religiosamente, a única autoridade com o poder de dar ou tirar a vida é Deus, desta forma a maioria das pessoas religiosas é contra a pena de morte. Pessoalmente, sou contra a pena de morte porque acredito que não existe vida para além da morte e, assim sendo, um criminoso condenado à morte iria morrer sem se arrepender, nem se iria aperceber dos danos e da dor que provocou à vítima e à família. É certo que se morresse nunca mais poderia cometer crimes, mas as instituições prisionais A pena de morte é, hoje em dia, um assunto que continua a gerar muita polémica pois ainda não se chegou a um acordo sobre a sua real eficácia no combate à criminalidade. Segundo alguns dados, 58 países ainda têm a pena de morte como medida de castigo, entre eles a China, os Estados Unidos da América, o Japão e muitos outros. Na China condena-se à morte mais do que o dobro de todos os outros países juntos e nos Estados Unidos, 37 Estados usam essa pena em determinados crimes. Há quem pense que muitos países escolheram a pena de morte porque economicamente é mais rentável matar alguém do estão cada vez mais evoluídas e as fugas tornam-se impossíveis, logo o criminoso deveria permanecer em prisão perpétua, arrependendo-se todos os dias do que fez. É claro que quando me refiro a este criminoso refiro-me a alguém que violou imensas pessoas, que sequestrou, torturou e/ou matou pessoas de forma premeditada. Alguns destes criminosos também são considerados doentes mentais (psicopatas, esquizofrénicos…), e, por isso, têm um tratamento mais leve, isto é, em vez de irem para as prisões vão para clínicas especializadas e algumas vezes até acabam por ser enviadas para casa. Eu não concordo com isso, principalmente porque grande parte dos advogados deste tipo de criminosos consegue fazer com que os arguidos sejam as vítimas no meio da situação. A meu ver, as pessoas deveriam ir para essas clinicas e, quando estivessem mentalmente estabilizadas, iriam para a prisão, para tomarem consciência do mal que fizeram. Concluindo, a pena de morte não combate a criminalidade, é apenas mais um crime a ser cometido. Joana Monteiro Justiça ou vingança? Pena de morte que mantê-lo preso e também poderá diminuir a criminalidade. Mas eu penso que essa prática é desnecessária e deveria ser abolida no mundo inteiro. No Brasil, essa prática deixou de ser realizada porque houve um erro jurídico com um senhor que foi executado com base numa confissão forçada, isto é, mataram um homem inocente! Não se sabe quantos morreram e continuam a morrer assim. Também o exemplo dos Estados Unidos nos mostra que, nos estados onde se aplica a pena de morte, a taxa de homicídios é a mais elevada, o que me permite concluir que a aplicação desta pena não é eficaz no combate à criminalidade. Refletir sobre a pena de morte é procurar perceber os limites en- tre a justiça e a vingança. Sara Oliveira direitos humanos
  • 32. Escola Secundária da Gafanha da Nazaré gafanhoto 32 Combate à criminalidade? Um das grandes polémicas ainda hoje é a pena de morte, aplicada em alguns países quando se trata de assassinos. Será que a pena de morte tem algum efeito positivo sobre a diminuição da criminalidade? A verdade é que a pena de morte, na minha opinião, não vai fazer com que a criminalidade acabe. Alguns acham que a implantação da pena de morte vai provocar nos assassinos medo, fazendo com que, pensando nas consequências, recuem e desistam do seu ato. Contudo, não é isso que se verifica na realidade. Por outro lado, a pena de morte é também uma forma de violência e atenta contra os direitos humanos, o direito à vida e a viver em paz. Em alguns países, a pena de morte serve ainda para reduzir o número de presos, um dos maiores horrores da humanidade. Por tudo isto, devo concordar que a pena de morte seja abolida nos países onde ainda existe, porque muitas das pessoas executadas ou presas são inocentes, e ser morto por um crime que não cometemos é também crime! Se quisermos ser justos e piedosos, temos que ser justos e piedosos com todos. Diana Rocha A pena de morte é um dos assuntos mais polémicos e, por isso, mais discutidos pela sociedade, visto que põe em causa valores éticos e morais do ser humano. É vista como uma forme da punição daqueles que cometem crimes mais graves e que representam uma ameaça perigosa para a sociedade. Sobre este assunto, eu acho que a pena de morte devia ser abolida porque, apesar de sentir aversão, repulsa e revolta por crimes como o homicídio, a violação, a tortura, a pedofilia, não devíamos ignorar o facto de estarmos a cometer também um crime, ao aplicarmos esta pena, pois estamos a violar um dos Direitos Humanos (o direito à vida) e vai contra todo o que defendemos quando condenamos um criminoso, pelo mesmo crime (em contextos diferentes). A pena de morte Além disso, no caso concreto de uma pessoa ser considerada culpada por um crime que não cometeu e ser condenada à pena de morte, é a vida de um inocente que pode terminar e pode nunca se chegar a saber/provar a verdade. Isto pode acontecer porque na justiça também se cometem falhas e, neste caso, uma verdade desviada ou uma mentira provada iriam acabar por matar uma pessoa inocente. Podemos pensar que é um caso extremo, mas quando é aceite uma lei, todos os casos/ situações possíveis têm de ser bem analisados. Existem diferentes tipos de pena, aplicados a casos diversos discutidos em tribunal e a pena máxima deveria ser, na minha opinião, a prisão perpétua. Defendo que esta pena devia ser aplicada a quem comete crimes como os mencionados já anteriormente, em vez de se recorrer à pena de morte. Existem ainda casos em que os criminosos são considerados doentes e por isso são transferidos para hospitais psiquiátricos. Muitas vezes, a revolta da sociedade está presente quando existem casos a que são atribuídas penas consideradas “leves” em relação ao crime cometido e, desta forma, o sentimento de vingança e raiva é levado ao extremo, fazendo com que as pessoas concordem com a pena de morte. No entanto, no meu ponto de vista, esta situação está relacionada não com o tipo de pena, mas sim com a justiça de cada Estado ou país em causa, resultando assim na injustiça relativamente à decisão da pena dos crimes. Posso concluir, então, afirmando que não concordo com a pena de morte porque, para além de todos os fatores mencionados anteriormente, ninguém devia ter o direito de poder acabar com uma vida, sendo ou não inocente. Inês Fernandes direitos humanos
  • 33. Escola Secundária da Gafanha da Nazaré gafanhoto 33 Temos obrigações para com os animais Quem diz que nós, Seres Humanos, não temos obrigações morais para com os animais engana- se, porque temos e não são poucas. Os animais lá por não falarem ou por não se queixarem como os Seres Humanos não quer dizer que não sofram. Eles têm sentimentos, tal comotodosnós!Bastaveroexemplo de quando encontramos um animal na rua, sem comer, ao frio e abandonado, olhamos para os seus olhos e reparamos que o seu olhar é triste, ou até, quando algum ser humano tira ou mata os filhos a um animal, ele fica em sofrimento. Quem somos nós para fazer isso a um animal? Tirar-lhes os próprios filhos ou mata-los à sua frente! Os seres humanos, que pensam que mandam em todo o mundo, têm como obrigação proteger os mais inofensivos e indefesos. Todos nós temos obrigações morais para com os animais porque eles não são lixo, como alguns humanos os tratam, eles não são qualquer coisa que anda aqui pelo mundo. Os animais são seres vivos tal como nós, e se nós queremos ter uma boa vida, porque é que eles também não haverão de querer o mesmo? Porque somos mais do que eles? Matar um animal é crime. Maltratar um animal é crime. Lidia Almeida Cada vez mais os animais são sujeitos a maus-tratos. Muitossãoutilizadosparatestesde produtos,outrosparacasacos/vestuário depeles,outrosparatouradasecircos. Todos os anos são lançados para o mercadomilharesdenovosprodutos de limpeza, de higiene pessoal e cosméticos, e muitos deles foram testadosemanimais,deixandomilhões mutilados,queimadoseenvenenados. Muitos animais também são utilizados para o fabrico de vestuário de peles. Grandes quantidades de peles são de cachorros. A China é a principalpaísqueexportaestaspeles. Outros exemplos de maus-tratos são as touradas e os animais utilizados nos circos. Muitosdosanimaisdoscircossão maltratados, recebem pouca alimentação, são acorrentados, separados das suas crias, que são fechadas em jaulas e muitas vezes vendidas como animais de estimação. Todos estes animais são retirados do seu meio natural. Este também é o caso das touradas, os touros também são retiradosdoseuambienteemantidos emjaulas.Antesdosespectáculossão muitasvezesagredidoscomchoques eléctricos para que nas arenas apareçam enraivecidos, aparentado ser perigosos. Na arena são provocados, enfurecidos, feridos por farpas, cansados até ficarem esgotados,paradepoisseremmortos. Para o Homem o animal é o seu alimento, vestuário e entretenimento. Com todos estes maus-tratos aos animais, o Homem desrespeita os seus direitos e ignora que, tal como nós, os animais também sentem dor e medo. “ Os direitos dos animais devem ser defendidos pela Lei, assim como o são os direitos do Homem” DianaAlmeida Todososseresvivosexistentesno Planeta Terra merecem ser respeitados, e os animais não são exceção. Tal como os seres humanos, os animais respiram, fazem o que está ao seu alcance para sobreviver, reagem a diversas situações, procriam e cuidam das suas crias, ou seja, são seres vivos que merecem ser estimados e respeitados. As pessoas que os maltratam deviam ser condenadas ou castigadas, sempre que provocam aos animais sofrimento, pois eles Respeito pelos animais Os animais têm direitos também demonstram a sua dor, embora de maneira diferente dos seres humanos. Não passa pela cabeça de ninguém que é correto um ser humano maltratar um animal só por diversão. É desumano e cruel. Embora o ser humano mereça o maior valor do mundo, o animal devia também ser igualmente valorizado e se alguém lhe fizesse mal deveria ser castigado de igual forma. Tudo isto é apenas uma questão de respeito para com todos os seres vivos e o seu direito à vida. Cátia Filipe dos bichos
  • 34. Escola Secundária da Gafanha da Nazaré gafanhoto 34 A Casa e as Outras Vidas Gosto principalmente dos gatos, deitados por todo o lado, das ronronadelas, E das cores, dos matizes, das nuances, do quente das paredes, das janelas, E do aspecto tão velho de tudo à minha volta, do passado, dos labirintos, E das aranhas no quintal, ameixas, figos, limões, memórias de outras vidas, Do aconchego dos cães aos meus pés, do pequeno mundo aqui escondido, E do fumo do fogão no inverno, da vida parada à volta da salamandra, E dos amigos que entram e saem, das conversas à mesa, das risadas, E até da melancolia das horas de solidão, continuo à espera de Godot, Talvez sejam saudades, de outras épocas e pessoas, de outras existências... Os meus gatos são poetas Os meus gatos são poetas, não se esforçam, miam só E quanto mais miam mais poemas descem dos telhados Mais canções ecoam nos arrepios das noites de vento Mais olhos entreabertos piscam na escuridão sozinha Se eu fosse poeta como eles também não trabalhava Ficava à espera dos milagres do dia a dia e da lareira Espreguiçava-me na janela, ao luar, a fazer poemas E miava-os tão alto que a cidade inteira se calava Talvez algum dia consiga ser tão poeta como eles! dos bichos
  • 35. Escola Secundária da Gafanha da Nazaré gafanhoto 35 O abandono animal é uma triste realidade que cresce diariamente. Cada vez mais as pessoas têm de ter responsabilidade quando se trata de adotar um animal. Quem gosta de animais e pretende ter um animal de estimação, tem de ter a noção que nem tudo é fácil, mas é bastante compensador. Ter um animal de estimação exige tempo, dedicação, paciência e poderá haver gastos monetários. Se pretende um animal de estimação,lembre-sequeeleprecisa também de acompanhamento du- rante todo o ano... e não apenas du- rante o período em que não tem férias. Infelizmente as pessoas veem os animais muitas vezes como um status e compram animais de raça só para se imporem perante a sociedade, não se lembram que também eles têm sentimentos e nada ligam a marcas ou dinheiro. É durante a altura das férias que se verifica um aumento no número de abandonos, as famílias abdicam da companhia dos seus animais para poderem estar à vontade du- rante 1 semana ou 15 dias... não procurando alternativas como, por exemplo, deixar o animal com algum familiar ou amigo ou ainda num hotel (existem agora tantas alternativas), mas não, optam pela solução mais fácil, deixando-os ao abandono. Por outro lado, neste momento a crise económica amplia esta realidade e serve também muitas vezes de desculpa para quem já andava há algum tempo a pensar em “livrar-se” do seu fiel amigo. Lamentavelmente, as famílias possuem menos recursos e ter um animal de estimação pode “ser um extra/um luxo” e por isso são despesas a cortar. É urgente e necessário informar/ educar a sociedade Portuguesa, para que esta realidade mude. A nossa mentalidade tem de evoluir... criamos tanta tecnologia, mas o respeito perante outra vida indefesa é tão banalizado! Temos de ver a esterilização também como um bem para a sociedade, por ano nascem milhares de animais que se não são abandonados são abatidos, quer em canis, quer pelas próprias pessoas, para não terem mais despesas. Esterilizar é dar uma oportunidade de o animal ter mais qualidade de vida, pois previne certas doenças e prolonga o tempo de vida, além de que trava os nascimentos massivos. Asassociaçõesqueajudamestes animais abandonados, como a Pravi Aveiro, estão completamente esgotadas e lotadas, sem qualquer ajuda governamental, apenas sobrevivem graças à boa vontade de empresas e particulares sensíveis a esta causa. Está nas nossas mãos travar esta triste realidade, pois somos nós próprios que a estamos a incentivar ao adotar animais sem responsabilidade. Pravi, Núcleo de Aveiro Departamento de Animais em Risco Abandono de animais dos bichos
  • 36. Escola Secundária da Gafanha da Nazaré gafanhoto 36 Just a moment ago, my daughter Rebecca texted me for good luck. Her text said, “Mom, you will rock. “I love this. Getting that text was like getting a hug.And so there you have it I embody the central paradox. I’m a woman who loves getting texts who’s going to tell you that too many of them can be a problem. Actually that reminder of my daughter brings me to the beginning of my story.1996, when I gave my first TEDTalk, Rebecca was five years old and she was sitting right there in the front row. I had just writ- ten a book that celebrated our life on the internet and I was about to be on the cover of Wired magazine. In those heady days, we were experi- menting with chat rooms and online virtual communities. We were explor- ing different aspects of ourselves. And then we unplugged. I was ex- cited. And, as a psychologist, what excited me most was the idea that we would use what we learned in the virtual world about ourselves, about our identity, to live better lives in the real world. Now fast-forward to 2012. I’m back here on the TED stage again. Mydaughter’s20.She’sacollegestu- dent. She sleeps with her cellphone, so do I. And I’ve just written a new book, but this time it’s not one that will get me on the cover of Wired magazine. So what happened? I’m still excited by technology, but I be- lieve, and I’m here to make the case that we’re letting it take us places that we don’t want to go. Over the past 15 years, I’ve stud- ied technologies of mobile commu- nication and I’ve interviewed hun- dreds and hundreds of people, young and old, about their plugged in lives. And what I’ve found is that our little devices, those little devices in our pockets, are so psychologically pow- erful that they don’t only change what we do, they change who we are. Some of the things we do now with our devices are things that, only a few years ago, we would have found odd or disturbing, but they’ve quickly come to seem familiar, just how we do things. So just to take some quick ex- amples: People text or do email dur- ing corporate board meetings. They text and shop and go on Facebook during classes, during presentations, actually during all meetings. People talk to me about the important new skill of making eye contact while you’re texting. People explain to me that it’s hard, but that it can be done. Parents text and do email at break- fast and at dinner while their children complain about not having their par- ents’ full attention. But then these same children deny each other their full attention. This is a recent shot of my daughter and her friends being togetherwhilenotbeingtogether.And we even text at funerals. I study this. We remove ourselves from our grief or from our revery and we go into our phones. Why does this matter? It matters to me because I think we’re setting Connected, but alone? ourselvesupfortrouble—troublecer- tainly in how we relate to each other, but also trouble in how we relate to ourselves and our capacity for self- reflection. We’re getting used to a new way of being alone together. People want to be with each other, but also elsewhere —connected to all the different places they want to be. People want to customize their lives. They want to go in and out of all the places they are because the thing that matters most to them is control over where they put their at- tention. So you want to go to that board meeting, but you only want to pay attention to the bits that interest you. And some people think that’s a good thing. But you can end up hid- ing from each other, even as we’re all constantly connected to each other. A 50-year-old business man la- mented to me that he feels he doesn’t have colleagues anymore at work. When he goes to work, he doesn’t stop by to talk to anybody, he doesn’t call. And he says he doesn’t want to interrupt his colleagues because, he says,“They’retoobusyontheiremail. “But then he stops himself and he online
  • 37. Escola Secundária da Gafanha da Nazaré gafanhoto 37 says, “You know, I’m not telling you the truth. I’m the one who doesn’t want to be interrupted. I think I should want to, but actually I’d rather just do things on my Blackberry.” Across the generations, I see that people can’t get enough of each other, if and only if they can have each other at a distance, in amounts they can control. I call it the Goldilocks effect: not too close, not too far, just right. But what might feel just right for that middle-aged execu- tive can be a problem for an adoles- cent who needs to develop face-to- facerelationships.An18-year-oldboy who uses texting for almost every- thing says to me wistfully, “Someday, someday, but certainly not now, I’d like to learn how to have a conversa- tion.” When I ask people “What’s wrong with having a conversation? “People say, “I’ll tell you what’s wrong with having a conversation. It takes place in real time and you can’t control what you’re going to say. “So that’s the bot- tom line. Texting, email, posting, all of these things let us present the self as we want to be. We get to edit, and that means we get to delete, and that means we get to retouch, the face, the voice, the flesh, the body —not too little, not too much, just right. Human relationships are rich and they’re messy and they’re demand- ing.And we clean them up with tech- nology. And when we do, one of the things that can happen is that we sac- rifice conversation for mere connec- tion. Weshort-changeourselves.And over time, we seem to forget this, or we seem to stop caring. I was caught off guard when Stephen Colbert asked me a pro- found question, a profound question. He said, “Don’t all those little tweets, don’t all those little sips of online com- munication, add up to one big gulp ofrealconversation?”Myanswerwas no, they don’t add up. Connecting in sips may work for gathering discreet bits of information, they may work for saying, “I’m thinking about you, “or even for saying, “I love you,” —I mean, look at how I felt when I got that text from my daughter —but they don’t really work for learning about each other, for really coming to know and understand each other. And we use conversations with each other to learn how to have conversations with ourselves. So a flight from conver- sation can really matter because it can compromise our capacity for self- reflection. For kids growing up, that skill is the bedrock of development. Over and over I hear, “I would rather text than talk. “And what I’m seeing is that people get so used to being short-changed out of real con- versation, so used to getting by with less that they’ve become almost will- ing to dispense with people alto- gether. So for example, many people share with me this wish that some- day a more advanced version of Siri, the digital assistant on Apple’s iPhone, will be more like a best friend, someone who will listen when others won’t. I believe this wish reflects a painful truth that I’ve learned in the past 15 years. That feeling that no one is listening to me is very impor- tant in our relationships with technol- ogy. That’s why it’s so appealing to have a Facebook page or a Twitter feed —so many automatic listeners. And the feeling that no one is listen- ingtomemakeuswanttospendtime with machines that seem to care about us. We’re developing robots; they call them sociable robots that are specifi- cally designed to be companions — to the elderly, to our children, to us. Have we so lost confidence that we will be there for each other? During my research I worked in nursing homes, and I brought in these so- ciable robots that were designed to give the elderly the feeling that they wereunderstood.AndonedayIcame in and a woman who had lost a child was talking to a robot in the shape of a baby seal. It seemed to be looking in her eyes. It seemed to be follow- ingtheconversation.Itcomfortedher. And many people found this amaz- ing. But that woman was trying to make sense of her life with a machine that had no experience of the arc of ahumanlife.Thatrobotputonagreat show. And we’re vulnerable. People experience pretend empathy as though it were the real thing. So dur- ing that moment when that woman was experiencing that pretend em- pathy,Iwasthinking,“Thatrobotcan’t empathize. It doesn’t face death. It doesn’t know life.” And as that woman took comfort in her robot companion, I didn’t find it amazing; I found it one of the most wrenching, complicated moments in my 15 years of work. But when I stepped back, I felt myself at the cold, hard center of a perfect storm. We expect more from technology and less from each other. And I ask my- self, “Why have things come to this?” And I believe it’s because tech- nology appeals to us most where we are most vulnerable.And we are vul- nerable. We’re lonely, but we’re afraid of intimacy. And so from social net- works to sociable robots, we’re de- signing technologies that will give us the illusion of companionship without online
  • 38. Escola Secundária da Gafanha da Nazaré gafanhoto 38 the demands of friendship. We turn to technology to help us feel con- nected in ways we can comfortably control. But we’re not so comfortable. We are not so much in control. These days, those phones in our pockets are changing our minds and heartsbecausetheyofferusthreegrati- fying fantasies. One, that we can put ourattentionwhereverwewantittobe; two, that we will always be heard; and three, that we will never have to be alone. And that third idea, that we will never have to be alone, is central to changing our psyches. Because the momentthatpeoplearealone,evenfor a few seconds, they become anxious, they panic, they fidget, and they reach for a device. Just think of people at a checkout line or at a red light. Being alone feels like a problem that needs to be solved.And so people try to solve it by connecting. But here, connection is more like a symptom than a cure. It ex- presses, but it doesn’t solve, an under- lying problem. But more than a symp- tom, constant connection is changing thewaypeoplethinkofthemselves.It’s shaping a new way of being. Thebestwaytodescribeitis,Ishare therefore I am. We use technology to defineourselvesbysharingourthoughts andfeelingsevenaswe’rehavingthem. Sobeforeitwas:Ihaveafeeling;Iwant tomakeacall.Nowit’s:Iwanttohavea feeling, I need to send a text.The prob- lem with this new regime of “I share therefore I am” is that, if we don’t have connection,wedon’tfeellikeourselves. Wealmostdon’tfeelourselves.Sowhat dowedo?Weconnectmoreandmore. Butintheprocess,wesetourselvesup to be isolated. How do you get from connection to isolation? You end up isolated if you don’t cultivate the capacity for solitude, the ability to be separate, to gather yourself. Solitude is where you find yourself so that you can reach out to other people and form real at- tachments. When we don’t have the capacity for solitude, we turn to other people in order to feel less anxious or in order to feel alive. When this happens, we’re not able to appreci- ate who they are. It’s as though we’re using themes spare parts to support our fragile sense of self. We slip into thinking that always being connected is going to make us fell less alone. But we’re at risk, because actually it’s the opposite that’s true. If we’re not able to be alone, we’re going to be lonelier. And if we don’t teach our children to be alone, they’re only go- ing to know how to be lonely. When I spoke at TED in 1996, reporting on my studies of the early virtual communities, I said, “Those who make the most of their lives on ten don’t have time to think, we don’t have time to talk, about the things that really matter. Change that. Most important, we all really need to listen to each other, including to the boring bits. Because it’s when we stumble or hesitate or lose our words that we reveal ourselves to each other. Technology is making a bid to re- define human connection —how we care for each other, how we care for ourselves —but it’s also giving us the opportunity to affirm our values and our direction. I’m optimistic. We have everything we need to start. We have each other. And we have the great- est chance of success if we recog- nize our vulnerability. That we listen when technology says it will take somethingcomplicatedandpromises something simpler. So in my work, I hear that life is hard, relationships are filled with risk. And then there’s technology —sim- pler, hopeful, optimistic, and ever- young. It’s like calling in the cavalry. An ad campaign promises that online and with avatars, you can “Finally, love your friends love your body, love your life, online and with avatars. “We’re drawn to virtual romance, to computer games that seem like worlds, to the idea that robots, robots, willsomedaybeourtruecompanions. We spend an evening on the social network instead of going to the pub with friends. But our fantasies of substitution have cost us. Now we all need to fo- cus on the many, many ways tech- nology can lead us back to our real lives, our own bodies, our own com- munities, our own politics, and our own planet. They need us. Let’s talk about how we can use digital tech- nology,thetechnologyofourdreams, to make this life the life we can love. Thank you. Sherry Turkle - http:// w w w . k n o x g u e l p h . c a / Rivetingtalksbyremarkablepeople.html the screen come to it in a spirit of self-reflection.” And that’s what I’m calling for here, now: reflection and, more than that, a conversation about where our current use of technology may be taking us, what it might be costing us. We’re smitten with tech- nology. And we’re afraid, like young lovers, that too much talking might spoil the romance. But it’s time to talk. We grew up with digital technology and so we see it as all grown up. But it’s not, it’s early days. There’s plenty of time for us to reconsider how we use it, how we build it. I’m not sug- gesting that we turn away from our devices, just that we develop a more self-aware relationship with them, with each other and with ourselves. I see some first steps. Start think- ing of solitude as a good thing. Make room for it. Find ways to demonstrate this as a value to your children. Cre- ate sacred spaces at home —the kitchen, the dining room —and re- claim them for conversation. Do the same thing at work. At work, we’re so busy communicating that we of- online
  • 39. Escola Secundária da Gafanha da Nazaré gafanhoto 39 Dois dias bastaram para chegar, de Londres a Minde, o livro Homo Zappiens, aconselhado pelo Presidente da FCCN numa sessão do encontro JPEG, Batalha. Mais do que um murro no estômago, após apenas a introdução e o primeiro capítulo (“A time of change”, do qual trancrevi a citação inicial), é antes um tiro no cérebro. Na página 24 pode lêr-se: “With so many things rapidly changing around us, it is also becoming im- portant to find those things that can serve as beacons in the storm”. A resistência ganha raízes assim, como um abrigo na tempestade da mudança, escolha racional do individuo para o qual o tempo é escasso e a incerteza incomportável: “Time is an ever more precious commodity; with so much information and so many ex- periences waiting to consume it, that the last thing anyone wants (and the first thing anyone will try to avoid) is to be confronted with constant change just when you have finally found your place in so- ciety”. O ensino e a formação, num mundo em rápida mudança, são chaves para a adaptação e para a mudança. E os elos estão todos presentes: incerteza, mudança, informação versus resistência, aversão ao risco e falta de empreendedores: “Dealing whith time and uncertainty, with change and developement is becoming the dominant valued activity: this ac- tivity is learning.” A diferença fulcral no Homo Zappiens é a forma como enfrenta um desafio ou uma tarefa, ou um jogo, iniciando o mesmo sem ler de forma linear as instruções ou as regras, buscando apenas depois a informação, de forma não linear, à medida que dela necessita para progredir e privilegiando as fontes que não em papel, nomeadamente os contactos e os amigos, ou os colegas de tarefa. Aquilo que aprende com este método, por exemplo, num jogo de computador, pode praticar vezes sem conta, sem que qualquer tipo de constrangimento ou punição afete a sua autoestima e confiança (queixas nossas: este miúdo tem demasiada autoestima), retiradas do facto de conseguir realizar tarefas cada vez mais complexas e complicadas e ganhando ânimo para a fase seguinte. Cada uma destas tarefas é conseguida desenvolvendo trabalho colaborativo com os seus pares, quer nos intervalos da escola (ou mesmo durante as aulas), quer via MSN ou SMS. Considera a escola como um local de encontro físico com os seus pares, mais do que um local de aprendizagem. Na sua perspetiva, a escola não o desafia o suficiente para que aprenda, dada a forma linear do tipo de aprendizagem praticada. As escolas e os pais olham para os jovens, como normalmente, do ponto de vista do que acham que eles deveriam fazer, de acordo com as suas normas e valores, como sempre fizeram todas as gerações em relação às gerações seguintes (sem que isso tenha obrigatoriamente algo de errado). O que esta geração tem de diferente é que ela ensina os pais e professores a usar um fórum, um telemóvel, a desenvolver trabalhos online, numa espécie de “inverse education”, sem comparação, em termos de magnitude, com situações idênticas no passado. O Homo Zappiens (HZ) surfa na net e vive num mundo multimédia, onde cada ecrã está repleto de informação: cores, imagens, som e movimento. Os textos são geralmente curtos, e parte é constituída por ligações para mais informação. A estratégia para encontrar a informação, neste mundo, difere da forma como nós Homo Zappiens Growing up in a digital age Editora: Nework Continuum Education, London, 2006 Autores: Win Veen, Ben Vrakking online
  • 40. Escola Secundária da Gafanha da Nazaré gafanhoto 40 fomos ensinados a fazê-lo: nascemos num mundo de caracteres a preto e branco, onde a existência de cores apenas destaca ou ilustra. O HZ aprendeu, e utiliza, outras e muitas mais formas de recolha de informação; a acrescer ao seu mundo, uma outra característica fulcral: a quantidade imensa de informação disponível, um autênctico overload para nós, as gerações anteriores. Mas o HZ não se queixa deste excesso, aliás esta é uma das condições necessárias à eficácia da selecção e processamento da mesma. Claro que existe muita informação não adequada ou mesmo danosa.A preocupação vai para o tipo de ajuda que lhes damos neste aspeto, nomeadamente fornecendo-lhes livros, jornais, etc., que funcionem como pontos de referência, ou ajudando a desenvolver competências no reconhecimento da informação válida e segura. Esta questão da seleção da informação não se coloca apenas relativamente à internet, mas também aos próprios livros, jornais ou programas televisivos. A diferença fulcral da internet em relação a este meios é que, com a tecnologia, a informação tornou-se menos escassa, estando disponível rapidamente e em qualquer ponto do mundo, em simultâneo ( As repercussões sobre outros domínios, nomeadamente os mercados, dariam pano para mangas a uma outra linha de desenvolvimento deste texto). O conceito de informação excessiva deve assim ser ponderado de forma positiva, apesar de esta imensidão não parecer ser grande ajuda na elaboração de alguns trabalhos e pesquisas enviados pelos professores como TPC. Só que estas tarefas de pesquisa, na net, são grande parte das vezes vistas como dolorosas, por parte do aluno, sem grande preocupação com a qualidade da informação recolhida, levando-o a maximizar a satisfação mínima do professor, o qual, por não ter dirigido a pesquisa para dois ou três sítios cujo conteúdo foi previamente analisado, não consegue verificar ou descobrir um Copy+Paste perfeito. O problema da qualidade da informação, o qual se acredita ser temporário, resulta do crescimento caótico da internet e vem sendo corrigido à medida que se criam sistemas de classificação de conteúdos e portais específicos, quer em termos temáticos quer em termos de faixas etárias. O maior desafio que se coloca é, no entanto, a gestão das enormes quantidades de informação e a pesquisa eficiente, de forma a encontrar o pretendido. O HZ parece estar a desenvolver estratégias para este problema, assim como as inerentes capacidades. Uma delas é a capacidade de processar em simultâneo vários canais de informação, a mais eficiente estratégia num contexto de escassez relativa de tempo face à quantidade de informação. A forma de lidar com os múltiplos canais é gerir vários attencion levels, reconhecendo em cada um deles chaves que lhe permitem, no momento adequado, focar mais atentamente um dos canais.Emtermosfuturos,estaéuma capacidade valiosa, na medida em que lhes permitirá processar vários inputsdeinformação,emsimultaneo, e tomar decisões, mesmo em situações sub-óptimas de conhecimento de determinado problema. A habilidade de gerir os níveis de atenção nos vários canais de informação (tal como acontece no zapping, ao ver três filmes em simultâneo) exige conhecimento profundo das estruturas dos fluxos de informação, de forma a seleccionar os núcleos fundamentais e a construir um significado coerente. A sala de aula possui basicamente um canal de informação, algo pobre e monótono na perspectiva do HZ, de fora... online
  • 41. Escola Secundária da Gafanha da Nazaré gafanhoto 41 ainda mais que este não possui qualquer controlo sobre o fluxo da informação. Este canal é ainda demasiado lento, excessivo nos detalhes e pobre na estrutura da informação, esta sim essencial para gerir o overload, tornando-se enfadonho (Esta necessidade de rapidez é notória quando o HZ requer respostas simples e sintéticas, como as suas, nas quais cada palavra é importante, exigindo o máximo de atenção por parte do ouvinte). Pelo contrário, para o HZ, se o único canal de informação presente na sala for lento e excessivo no detalhe, o significado da estrutura não é compreendido. Por vezes o HZ consegue descobrir na mensagem um núcleo de informação significativa, rapidamente o integrando no seu modo descontínuo de processamento, fazendo por vezes questões aparentemente desconexas - fazendo zapping ao professor - na medida em que o professor não pode visualizar o processamento ultra-rápido do HZ. Aprende-se sempre a ler um livro do princípio ao fim, de forma linear. No entanto, mesmo as gerações anteriores, rapidamente tiveram que arranjar estratégias para lidar com o overload de informação, quer este tome a forma de uma quantidade de ensaios científicos, cuja estrutura é muito semelhante, ou de um jornal bastante espesso (o que faz lembrar o nome que dava antigamente ao Expresso). Também aprendemos a reconhecer uma estrutura de informação e a processar de forma não linear, com leituras diagonais ou parciais de artigos, das “gordas” dos jornais, etc., procurando os núcleos de informação relevantes. A adopção deste tipo de estratégia não é novidade. A questão é que o Hz o consegue fazer muito mais cedo, antes de chegar ou antes de sair da faculdade, desde tenra idade, no mundo real e não nos jornais, utilizando recursos digitais e não analógicos, veiculados por uma multiplicidade de canais em simultâneo e em permanente over- load. Comentário do Armando: Esta coisa (comportamento mental) do HOMOZAPPIENS levanta uma série de problemas complexos para a aprendizagem - em que a nova e adicional missão do professor é ser “facilitator” - ou coadjuvante, guia. A caterva de informação, por vezes conflituante, vai exigir o recurso à filosofia: a técnica da classificação ou ordenação hierárquica, a técnica da indução, a técnica da dedução, a da hipotetização, a aplicação dos três princípios da lógica (maxime o da não contradição) e a da identificação e desmontagem das falácias. Informação? Venha ela. Mas o consumidor que se cuide. Mas nada disto fará a mínima onda no lago cerebral do aprendiz, se o professor for perdulário na admissão de trabalhos copiados da Net, em grafia brasileira e tudo. Toca ao professor ser o grande crítico do uso parasitista ou criativista da riquíssima informação que dela se desprende. O homozappiens é um novo ser. Por isso terá que ser educado de maneira muito diferente. É preciso ver que quem não tiver autonomia lógica não só não sobrevive no mundo atual do conhecimento como até poderá prejudicar a fiabilidade do sistema - e do valor dos diplomas - para não falar do exercício credível e responsável da profissão. Paulo Vieira “In times of change, learners inherit the Earth, while the learned find themselves beautifully equipped to deal with a world that no longer exists.” Eric Hoffer online
  • 42. Escola Secundária da Gafanha da Nazaré gafanhoto 42 O presente artigo pretende divulgar a apresentação que aconteceu em ambiente Second Life, no dia 3 de outubro deste ano, no espaço das ImagensdaCultura,uma iniciativa de Paula Justiça. O trabalho Take a TP to eTwinning – projects in our classes and much more foi realizado e apresentado em parceria com a professora Manuela Batista. O Gafanhotodáagoraaconheceroprin- cipal do eTwinning. OeTwinningédesignadocomo«a ComunidadedeEscolasdaEuropa»1 tendoinscritosnoexatomomento186 702 professores2 . É uma iniciativa que data de 2005, enquadrando-se, atualmente, no Programa de Aprendizagem ao Longo da Vida (PALV)3 , da responsabilidade da Comissão Europeia. A partir de um portalnaInternet4 ,comapossibilidade de ser lido em 21 línguas, é possível desenvolver uma série de atividades, a esmagadora maioria em ambiente virtual, nomeadamente, conhecimento dos professores inscritos, encontros em tempo real, discussão de ideias e de práticas pedagógicas,organizaçãoemgrupos de interesse, frequência de ações de formação e desenvolvimento de projetos. Para prestar apoio às atividades eTwinning, existem dois serviços: o Serviço de Apoio Central (CSS - Central Service Support), cujo gabinete está sediado em Bruxelas, e o Serviço deApoio Nacional (NSS - National Service Support) existente em cada país. É da responsabilidade do NSS representar e promover a açãoeTwinningemcontextonacional por intermédio dos meios de comunicação social, fazer campanhas de informação, oferecer formação e apoio e organizar encontroseconcursosnacionais.Das diversas atividades eTwinning, irei destacar, resumidamente, três: as ações de formação, os prémios e os projetos. Existem 4 grandes possibilidades de formação: (i) oficinas de desenvolvimento profissional, em diferentes partes da Europa ao longo do ano letivo; a participação só é possível por convite, pelo que os professoresdeverãomanifestaroseu interesse para o NSS; (ii) eventos de aprendizagem, que são workshops online, de curta duração, sob determinadostemasemoderadospor um perito; (iii) grupos eTwinning, que sãoplataformasprivadas,moderados por um eTwinner experiente, onde se debatemetrabalhaemconjuntosobre umtemaestabelecidoe(iv)formação, constante na base de dados da formação Comenius e Grundtvig à qual se pode candidatar pessoal docenteenãodocentedosdiferentes níveis de ensino; esta formação faz parte das formações financiadas no âmbito do PALV5 . Atualmente, o eTwinning disponibiliza 2 tipos de reconhecimento público: os Prémios Europeus eTwinning e os Selos de Qualidade. A categoria principal dos prémios Europeus, patrocinada pela Comissão Europeia, distinguem três níveis: projetos que envolvem alunos dos 4 aos 11 anos; dos 12 aos 15 e, por fim, dos 16 aos 19 anos. Existem, também, várias categorias especiais (e.g. para 2013: Prémio de Língua Espanhola, Francesa, Alemã, entre outras), patrocinadas por outras organizações. Quanto aos Selos de Qualidade, existem duas possibilidades: (i) Selo Nacional de Qualidade, concedido pelo NSS, ao qualosprofessoresdevemcandidatar oseuprojetosemprequeconsiderem que ele merece destaque especial e (ii) Selo Europeu de Qualidade, atribuído pelo CSS, que reforça a qualidade já obtida. Apenas os projetos com Selo Europeu de Qualidadepodemsercandidatosaos Prémios Europeus eTwinning, cujos vencedores serão aplaudidos, presencialmente, na Conferência Anual eTwinning. Em todas as distinções, professores e alunos sentem a valorização do seu trabalho e empenho. Quanto aos projetos eTwinning, eles baseiam-se na utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) podendo ser de curta,médiaoulongaduração.Como o meio de comunicação e colaboraçãoquesustentaosprojetos é a Internet, não estão previstas quaisquer subvenções, não há procedimentos administrativos nem reuniões presenciais. Para iniciar um projeto, são Take a TP to eTwinning online
  • 43. Escola Secundária da Gafanha da Nazaré gafanhoto 43 necessários, no mínimo, dois professores de países europeus diferentes6 . O processo inicia-se com uma candidatura online, que obtém resposta do NSS, aprovação ou rejeição, no prazo de uma semana. O tema do projeto pode ser qualquer um que os parceiros decidam, recomendando-se, no entanto, que haja um bom equilíbrio entre a utilização das TIC e as atividades de sala de aula e que seja, de preferência, no âmbito dos currículos nacionais das escolas participantes, correspondendo a uma área disciplinar ou transversal.Alíngua de trabalho fica à consideração dos participantes, todavia, na disseminaçãodoprojetoéimportante quesejautilizadaumaoumaislínguas com projeção na comunidade internacional. Não há limite para o número de parceiros, mas chama-se aatençãoparaoriscoqueédinamizar um projeto com demasiados intervenientes. Uma vez aceite o projeto, fica disponível uma plataforma virtual de nome TwinSpace, à qual podem aceder todos os participantes. É um espaço privado ao qual apenas têm acesso os parceiros do projeto e eventuais pessoas por eles convidadas ou adicionadas. É, portanto, um espaço seguro do ponto de vista dos perigos habitualmente existentes nas plataformas virtuais de comunicação. O projeto Je m’amuse, tu t’amuses... on apprend apenas está acessível aos seus participantes; o CHISAE teve vida durante 2 anos e ainda está online7 ; o Be creative iniciou-se em setembro e é para lá que vos dou teleport: http:// 5becreative.blogspot.pt BetinaAstride Agrupamento Vertical de Montemor-o-Novo [email protected] 1 In http://www.etwinning.net/en/ pub/get_support/faq.htm . 2 2 de dezembro, 21:50H. 3 Inicialmente, o eTwinning enquadrava-se no programa eLearning - 2004-2006, também da Comissão Europeia (Decisão 2318/ 2003/ CE, de 5 de dezembro); a partir de 2006, terminado o referido programa, o eTwinning integrou o PALV (Decisão 2006/ 1720/ CE, de 15 de novembro. 4 Disponível no endereço http:// www.etwinning.net/en/pub/index.htm . 5 http://ec.europa.eu/education/ trainingdatabase/ 6 Podem participar no eTwinning os 27 Estados-membros da União Europeia (Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, República Checa, Dinamarca, Estónia, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Polónia, Portugal, Roménia, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Suécia, Países Baixos e o Reino Unido), os países e territórios ultramarinos, a Croácia, a Islândia, a Noruega, a Suíça e a Turquia. 7 http://chisaeetwinning.blogspot.pt . online
  • 44. Escola Secundária da Gafanha da Nazaré gafanhoto 44 A visão noturna de que hoje se ouve muito falar é na realidade uma visão noturna artificial. Trata-se de conseguir, através de meios técnicos, distinguir vultos no meio da escuridão, com um género de óculos um pouco diferentes do que vemos no dia a dia. E isso é possível? Claro. Ficaram célebres nos filmes “Predador” e “O Silêncio do Inocentes”, em 1991, em que a heroína do filme, Clarrissa, procura, usando esses óculos o assassino, num meio de total escuridão (http:// vejaessesom.blogspot.pt/2009/08/silencio-dos- inocentes.html). Também a nível militar tem grandes aplicações. É possível detetar o inimigo, movimentação de veículos e armas durante a noite. São até mais uns binóculos, que uns óculos e alguns deles possuem câmara de filmar incorporada. Dizia um comandante militar que “os equipamentos de visão noturna (EVN) permitem que a aviação e o exército operem agora durante as 24 horas do dia...” Hoje as aplicações deste sistema estendem-se a outras áreas, como a medicina, a caça, a vigilância, a espionagem e até... o entretenimento. Como funcionam estes óculos ou binóculos? Em primeiro lugar, eles devem detetar qualquer coisa. Detetam realmente luz, mas luz invisível, que os nossos olhos não têm capacidade para “ver”. Esta luz invisível chama-se luz infravermelha e é um tipo de luz que é emitida por qualquer corpo quente. A visão noturna só é possível se o que queremos observar enviar algum calor. Chama-se a esta “imagem”, assim possível de observar, imagem térmica. O que vemos são diferentes cores ou tonalidades, devido a diferentes temperaturas dos corpos que estão a enviar o seu calor. Esta luz infravermelha tem uma energia ligeiramente menor que a luz visível e é constituída por ondas electromagnéticas de comprimento de onda de 3 até mais de 30 micrómetros, a que se costuma chamar infravermelho térmico. Assim, compreendemos que na realidade, o que estes óculos fazem é detetar a luz invisível (infravermelha), que é enviada por um qualquer corpo quente. Para terminar, gostaria de referir que a visão noturna não é muito perfeita e que é preciso uma aprendizagem para a interpretar e que tem muitas limitações, por exemplo, o facto de corpos pouco quentes e afastados serem difíceis de observar. Também através de um vidro é difícil de observar qualquer corpo em escuridão. Isto é devido ao vidro não deixar passar esta luz infravermelha. Alguns animais conseguem ver esta luz infravermelha, como a cobra. Esta caça à noite, por conseguir distinguir animais de sangue quente, que emitem, portanto luz infravermelha. Os gatos, não conseguem detetá-la, mas possuem a capacidade de ”ampliar” a pouca luz que chega no escuro até eles. Vêem assim muito melhor que os seres humanos, mas, ao contrário do que se costuma dizer, não vêem na escuridão… António Rodrigues Visão noturna: como ver à noite? ciência
  • 45. Escola Secundária da Gafanha da Nazaré gafanhoto 45 Programa Vocação 2013 Estão abertas as inscrições para o Programa Vocação – 2013. Se queres ocupar os teus tempos livres com atividades que contribuam para o enriquecimento da tua formação pessoal, funcionando como complemento à tua formação académica e que têm um claro interesse social e comunitário, não percas mais tempo, INSCREVE-TE! Está atento às novidades no teu Fórum da Juventude e em www.cm.ilhavo.pt Segue-nos no Facebook. CMI
  • 46. Escola Secundária da Gafanha da Nazaré gafanhoto 46 A“geraçãoàrasca”éumagrande farsa. Nos tempos de hoje fala-se muito do termo, nomeadamente por parte dos media, que fazem questão de tratar do assunto todos os dias. Da forma como eles o põem até ficamos com a impressão que os jovens estão a passar dificuldades, mas é apenas o resultado de maus hábitos em casa. De um ponto de vista psicológico, os paiquenãotiveram acessoauma boa educação e que atravessaram imensas dificuldades durante a vida, quererão, certamente, o melhor para os seus filhos para que eles não passem pelo mesmo. É lógico e de certa forma aceitável. Mas por outro lado estão a instalar um sentimento de segurança absoluta na mente das crianças, que cresce com elas e se desenvolveatéaopontodeumrapaz de16anosnãosaberdescascar uma laranja, porque a mãe ou o pai cortava-a sempre bem cortadinha e dividia-a em gomos. É simplesmente ridículo. Mas a história da fruta é só um exemplo daquilo que eu prefiro chamar “a geração mimada”. O típico adolescente que está a terminar o secundário não tem qualquer noção do que é trabalhar ou esforçar-se para conseguir algo, pois nunca foi estimulado para tal nem o teve que fazer forçosamente. Isto arrasta-se pela vida fora e por esta razão não é incomum ver estudantes universitários com dívidas por pagar. Por ser conveniente, os culpados são os políticos (embora estes tenham, admitidamente, uma Geração “How I met your mother” em português “Foi assim que aconteceu”, é uma série televisiva criada por Carter Bays e Craig Tho- mas, que começou a ser emitida pela CBS a 19 de setembro de 2005 nos E.U.A. Contudo, somente em fevereiro de 2008 é que esta chegou à televisão portuguesa, trazida pelo canal Fox Life. O interessante na série é que ela começa em 2030 e através de flashbacks, Ted (Josh Radnor) tenta, já ao longo de oito temporadas, explicar aos seus dois filhos como conheceu a mãe deles. Encontramos, então, o jovem arquiteto de vinte e sete anos, a ficar assombrado com a notícia de que o seu jovem amigo Marshal (Jason Segel) vai casar com a bela Lily (Alyson Hannigan). Ted reconhece então a necessidade de também encontrar alguém para partilhar a vida. Entrando numa espiral de relacionamentos, incentivados, muitas vezes, pelo seu amigo Barney (Niel Patrick Harris), vem a conhecer Robin (Cobie Smulders), que depressa passa a integrar o grupo de amigos do Ted. A vida destes cinco jovens é, possivelmente, uma das melhores séries televisivas dos últimos anos. Depois de “Friends”, nenhuma série conseguiu, de modo ligeiro, mas sério, retratar as dificuldades, as alegrias e tristezas dos jovens adultos do século XXI. Ao longo de oito temporadas, a ação principal é-nos apresentada com um pano de fundo bastante real: as noites no seu bar favorito, o “Maclaren’s Pub”, as pressões económicas e socias que as personagens vivem, o desenrolar da política norte-americana, que nos permite acreditar que “Foi assim que aconteceu”. Pedro Soeiro Foi assim que aconteceu opinião
  • 47. Escola Secundária da Gafanha da Nazaré gafanhoto 47 Os valores - morais, sociais e educativos – têm vindo a sofrer alterações ao longo do tempo, sendo os estabelecimentos de ensino um exemplo dessa mudança. Para mim, as escolas têm-se tornado teatros de fantoches onde os alunos e os professores são as marionetas da tecnologia e modernismo. E porque digo eu isto? Passo a explicar... Os meus três últimos anos como estudante foram passos no ‘antigo Liceu’ onde ainda havia os chamados blocos, os barracões, os bancos de pedra no meio do pátio, o bar dos estudantes, onde passávamos muito tempo jun- tos, antes de existirem as aulas de substituição, e um misto de cantos que nós, alunos, ‘editávamos’ à nossa maneira, com pinturas, trabalhos, brincadeiras. Naquelas paredes passaram recordações de geração em geração, pintadas pelos alunos que por ali iam passando - irmãos mais velhos, primos, tios –, o que dava um toque especial àquela escola. Haviam várias atividades relacionadas com datas festivas, eventos que passavam de ano para ano – como o concurso Miss e Mis- ter escola. Começaram então a surgir, pouco a pouco, mais tecnologias e modernices na escola – substituíram-se os quadros de ardósia pelos interativos, grande parte das aulas passaram a resumir-se a trabalhos de grupo feitos a computador ou ao profes- sor a apresentar a matéria em PowerPoint, o que diminui a interação entre alunos e professores. Passou a haver menos tempo para se conviver - devido à limitação do tempo dos intervalos e à introdução das aulas de ‘ocupação de tempos livres’, resumindo, foi-se desistindo de pensar no bem-estar e contentamento dos alunos e passou a dar-se mais importância à aparência. O Liceu, conhecido por todos como um local de aprendizagem, mas acima de tudo convivência, tornou-se apenas mais uma instituição moderna, equipada de tecnologia e deficiente em alegria. Ou será que os alunos de agora conseguem manter a mesma interatividade e a mesma felicidade que nós sentíamos quando passávamos as horas livres com o grupo de amigos? Ana Raquel Afonso Liceu, volta para trás! responsabilidade considerável pela instabilidade económica do país), ou os pais, que não conseguiram pagar aos filhos a educação que eles queriam. E depois vemos os jovens a manifestarem-se em grandes grupos com o mais recente modelo do iPhone para tirar fotografias do evento e acompanhar a discussão nasredessociais.Provavelmenteaté fazem uma churrascada mais tarde todos juntos, e voltam para casa de carro, porque a gasolina está barata e quem não tiver carro não é fixe como os outros. Isto é, no mínimo, rídiculo. Não entendo como dizem estar “à rasca” e, no entanto, têm dinheiro para telemóveis, carro, gasolina e roupinhas de marca. Estar à rasca é ter que andar de bicicleta à chuva, comer sopa todos os dias e andar com a roupa velha do filho da tia Antonieta. Se têm dificuldades em pagar as vossas dívidas, porque não arranjar um trabalho no McDonalds a fritar batatas nas férias? Em pouco tempo terão dinheiro suficiente para pagar propinas e afins, pelo menos durante algum tempo. Entretanto utilizem os transportes públicos, ou peçam emprestada a bicicleta do vosso avô para se deslocarem de um lado para o outro (o mais provável é já terem uma bicicleta, mas estar na garagem a apanhar pó). Comida? Roupa? Alojamento? Também não é difícil poupar nestes aspetos. Sejam racionais e deixem de dizer que estão “à rasca”. Está na altura de arregaçar as mangas. Fábio Maia opinião à rasca
  • 48. Escola Secundária da Gafanha da Nazaré gafanhoto 48 Que 2013 seja ano de sorrir, dançar, gostar, dormir, beijar, olhar, berrar, pensar, sentir, filosofar, dizer, fluir, desejar, transformar, cantar, amar, dar, encontrar, nadar, beber, gozar, descansar, mimar, acariciar, saltar, divertir, falar, aprender, concretizar, adoçar, caminhar, preencher, estudar, ver, felicitar, confraternizar, trabalhar, aliviar, conduzir, saber, ajudar, contar, entregar, limpar, apagar, cheirar, arejar, ganhar, tomar, optimizar, guardar, festejar, andar, receber, tocar, aconselhar, cozinhar, vencer, pintar, namorar, passear, convergir, gritar, abraçar, fruir, cantar, ouvir, animar, homenagear, elogiar, ler, escrever, jogar, ligar, viver… e de ser feliz!