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Henry Gleitman - Daniel Reisberg - James Gross
Psicologia

Capítulo 17
TRATAMENTO DE
TRANSTORNOS
MENTAIS

Psicologia – Henry Gleitman, Daniel Reisberg e James Gross
Terapias Biomédicas
Muitos transtornos mentais são tratados com medicações. Por exemplo, os
antipsicóticos clássicos ajudam a manter os principais sintomas positivos da
esquizofrenia sob controle, e os novos antipsicóticos também são promissores
para tratar os sintomas negativos.

● Os tratamentos farmacológicos levaram a um movimento de
desinstitucionalização de indivíduos com transtornos mentais.
● Todavia, esse movimento tem tido apenas sucesso parcial, em parte por
causa da falta de serviços de apoio fora dos hospitais mentais.

● Os antidepressivos clássicos, como os inibidores de MAO e os tricíclicos
combatem a depressão.
● Todavia, todos esses antidepressivos têm muitos efeitos indesejáveis, que
levaram a uma busca por medicamentos melhores.
● As últimas décadas assistiram ao advento das chamadas designer drugs,
criadas especificamente para promover – ou inibir – certos
neurotransmissores, mas outros não.
● A mais conhecida entre elas é o Prozac (fluoxetina), que pertence ao grupo
de inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRSs).
● As medicações mais novas têm menos efeitos colaterais e são tão efetivas
quanto as mais antigas para tratar a depressão e o transtorno obsessivo-
compulsivo.

Apresentação esquemática de duas maneiras em que um medicamento
pode aumentar a disponibilidade de um neurotransmissor

● O carbonato de lítio ajuda em casos de transtorno bipolar, especialmente para
impedir ou reduzir a intensidade dos episódios maníacos.
● Além disso, os ansiolíticos se mostraram efetivos para o tratamento dos
transtornos da ansiedade.

Outras terapias biológicas são a psicocirurgia e a eletroconvulsoterapia (ECT), que é
bastante efetiva em casos de depressão grave e potencialmente suicida.

Psicoterapias
Uma abordagem diferente ao tratamento de transtornos mentais, a psicoterapia
se baseia em tentativas de mudar diretamente o pensamento e o
comportamento do paciente, geralmente por meio de alguma forma de
discussão, instrução ou treinamento.

Psicoterapias
● A psicanálise clássica visa ajudar o paciente a adquirir insight sobre seus
próprios conflitos e desejos ocultos.
A pessoa deve “resolver” os conflitos, de modo que os insights não são
simplesmente intelectuais, e essa resolução depende, de modo crucial, do
processo de transferência.
● A terapia psicodinâmica ainda preserva muitos insights da psicanálise, mas
coloca tanta ênfase nos pensamentos conscientes quanto nos conflitos
inconscientes, enfatizando as maneiras em que o padrão de interações do
paciente na infância pode influenciar (e distorcer) os atuais
relacionamentos sociais.

Psicoterapias
● A terapia interpessoal (TIP) enfatiza principalmente os relacionamentos
sociais, e visa ajudar o paciente a aprender maneiras novas e mais benéficas
de interagir e se comunicar.
● A terapia experimental humanista busca criar uma atmosfera genuinamente
empática e solidária na terapia, mas também aprofundar a experiência do
paciente.

Psicoterapias
● A terapia comportamental busca mudar o comportamento do paciente
diretamente, com base nos princípios do condicionamento clássico e
instrumental.
● Um exemplo é a dessensibilização sistemática; outro é a terapia de aversão, na
qual os comportamentos, pensamentos e desejos indesejáveis são
conectados com estímulos desagradáveis.
● As terapias baseadas nos princípios do condicionamento operante incluem
o uso de economias de fichas, pela qual os pacientes são reforçados
sistematicamente por apresentarem comportamentos desejáveis.
● Outra técnica comportamental é a modelagem.

Psicoterapias
Dessensibilização sistemática

Psicoterapias
Dessensibilização

Psicoterapias
● A terapia cognitiva busca mudar as ideias e o modo de pensar da pessoa.
Um exemplo é a terapia de inoculação do estresse, que visa preparar as
pessoas para lidar com os problemas que encontram na vida cotidiana.
Um outro exemplo é a terapia de Aaron Beck para a depressão, que tenta
ajudar os pacientes a identificar suas reações e pensamentos automáticos, e
substituí-los por reações mais benéficas.

Psicoterapias
● Embora essas terapias difiram em muitos sentidos, todas se beneficiam
com os efeitos do relacionamento, incluindo a aliança terapêutica.
● Outros benefícios compartilhados são a aprendizagem interpessoal, a
tranquilização emocional, e uma perspectiva de adquirir autoconhecimento.
● Além disso, as distinções entre as terapias estão sendo obscurecidas pela
tendência ampla para a terapia multimodal, na qual os terapeutas se baseiam
nas diversas tradições que citamos, e combinam psicoterapia com
tratamento farmacológico.

Psicoterapias
● As últimas décadas assistiram a uma enorme ampliação da psicoterapia.
Uma dessas ampliações envolve o uso crescente de terapias com crianças.
Outra diz respeito à terapia de grupo, na qual os pacientes são tratados em
grupos em vez de individualmente.
Um outro exemplo é a terapia familiar (e de casal), cujos profissionais acreditam
que os problemas da família não estão na patologia de um indivíduo único,
mas nos relacionamentos dentro do sistema familiar. Portanto, os profissionais
tentam corrigir esses relacionamentos deficitários.

Psicoterapias
● Uma outra ampliação diz respeito aos objetivos terapêuticos.
● Embora o propósito original da psicoterapia fosse curar a patologia,
alguns profissionais ampliaram esse objetivo gradualmente, para levar o
tratamento a indivíduos com problemas subsindrômicos.

Psicoterapias
● A terapia também está sendo ampliada para alcançar outros grupos,
incluindo membros de diferentes culturas e classes socioeconômicas.
● Essa ampliação exige competência cultural, e também uma abertura à
possibilidade de que os modos ocidentais de lidar com os transtornos
mentais talvez não sejam os ideais.

Avaliação do Resultado da Terapia
● Não existe dúvida de que a psicoterapia funciona em muitos casos,
embora mais com certos indivíduos e certos diagnósticos do que com
outros.
● A terapia parece ser particularmente efetiva quando os pacientes sentem
que têm um forte sentido de aliança com seus terapeutas, e também
quando os pacientes são otimistas quanto às suas chances de recuperação.
● Todavia, a ênfase crescente na prática baseada em evidências busca um
escrutínio maior de se, quando e por que a terapia é efetiva.

● Se as pessoas melhoram depois da terapia, isso pode ser resultado de
uma melhora espontânea.
● Para abordar essa questão, o grupo que faz terapia deve ser comparado
a um grupo correspondente que não faça nenhuma terapia, e os dois
grupos devem ser uniformes em relação ao transtorno no começo da
terapia.
● Ao testar uma nova droga, é crucial controlar os efeitos-placebo.
● Todavia, não está claro como é possível controlar esses efeitos ao testar
uma forma de psicoterapia.

● Os ensaios clínicos randomizados costumam ser usados para avaliar a eficácia da
terapia, mas as condições desses ensaios muitas vezes são diferentes das
encontradas na prática clínica real.
● Uma diferença está no uso de uma terapia manualizada, e outra está no foco
em pacientes com um único diagnóstico e sem comorbidades.
● Por essas razões, é importante combinar dados de ensaios clínicos
randomizados com outras formas de coleta de dados.

● Uma avaliação da psicoterapia se baseia em uma técnica estatística
chamada metanálise, por meio da qual é possível combinar os resultados de
muitos estudos diferentes.
● Os resultados dessas análises indicam que as diversas psicoterapias são
efetivas, mas – de maneira surpreendente – as metanálises também
sugerem que formas muito diferentes de terapia podem ser igualmente
efetivas, algo que costuma ser chamado de o veredicto do pássaro dodô.

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