Primeiros fenômenos observados e a Alquimia
SUNNY KARELLY E GLEICIANE ELOI
Tópicos abordados
1. Os primeiros fenômenos químicos observados;
2. As primeiras ideias científicas: Alquimia;
3. A alquimia (grega, chinesa, árabe e cristã);
4. A alquimia e o mundo moderno.
(Aristóteles, filósofo e alquímico grego)
• Provavelmente, um dos primeiros fenômenos observados
por nossos antepassados pré-históricos foi o fogo,
provocado por algum fenômeno natural.
• A observação das transformações que a madeira e o solo
sofriam enquanto eram queimados permitiu ao homem das
cavernas produzir melhores ferramentas de cozinha.
Primeiros fenômenos químicos
observados
• Utensílios de barro cozido: mais resistentes do que os de argila
crua (superfície vitrificada pelo calor).
• Neolítico – o homem já produzia peças de cerâmica em fornos e
tintas primitivas a partir de carvão e minerais com diferentes
colorações.
História da Química - Primeiros fenômenos observados e a alquimia
Primeiros fenômenos químicos
observados
• 6000 a. C.: o cobre e o ouro, que eram extraídos em seu estado
metálico diretamente do solo e trabalhados pela técnica de
martelamento;
• 4000 a 3000 a. C.: técnicas de obtenção de cobre e chumbo a
partir de seus minérios, encontrados então muitas vezes na forma
de óxidos metálicos ou como sulfetos.
Primeiros fenômenos químicos
observados
Percebeu-se que a partir da mistura de algumas rochas formava-se
uma liga metálica com propriedades diferentes em comparação
aos metais puros. Foi assim que se produziu o bronze (3000 a. C.),
uma liga de cobre (90%) e estanho (10%).
• Fole: facilidade para o ferreiro;
• Ferro: difícil metalurgia (uso tardio);
• Impurezas do ferro controladas: fabricação do aço.
Primeiros fenômenos químicos
observados
• Mercúrio: dissolução de metais;
• Formação de amálgamas: douração;
• Química doméstica: defumação de carnes,
desinfetante, fermentação.
Primeiros fenômenos químicos
observados
As primeiras ideias científicas
• A alquimia surgiu em cerca 300 d.C. em Alexandria, no Egito, e se expandiu
pela Europa nos séculos seguintes, até cerca de 1400 d.C..
• Seus praticantes, os alquimistas, se inspiraram nas concepções gregas sobre a
constituição da matéria e do Universo para tentar buscar a Pedra Filosofal e o
Elixir da Longa Vida.
As primeiras ideias científicas
• A chamada Pedra Filosofal seria uma substância obtida a partir de matéria-prima
grosseira;
• De cor vermelha, a pedra possuía propriedades químicas com grande poder:
penetração, irredutibilidade e a perfeita indiferença em relação aos agentes químicos;
• Seria possível atingir os outros objetivos: seria a transmutação da matéria.
As primeiras ideias científicas
Vídeo – A origem dos alquimistas
Ciência Grega
• Até o final do século VII a.C., os gregos explicavam os fenômenos da
natureza em termos de Mitologia e de Religião;
• Na Grécia a partir do século VI a.C, as especulações iniciadas pelos
pensadores de Mileto constituíram o primeiro marco em direção ao
pensamento científico moderno;
• Especulação científica emergiu, aos poucos, da Filosofia.
Ciência Grega
• Tecnologia: 3000 a.C, já se estabelecera a metalurgia, a tecelagem e
a cerâmica, assim como o uso da roda em veículos de transporte;
• Medicina: era dominada por magia e superstição;
Papiro egípcio (“Edwin Smith”) de
1600 a.C.
Ciência Grega
• Astronomia e matemática: elaboração de calendários, o melhor dos quais
era o egípcio;
• Conhecimento dos gregos assentou sobretudo nos matemático-geométricos
dos egípcios e nos astronômicos dos povos da babilônia;
• Matemática egípcia consistia primordialmente no
conhecimento de operações de cálculo aritmético com
objetivos práticos;
Ciência Grega
• Não tinham instrumentos adequados de
medida e não faziam experiências para
comprovar suas ideias, como os cientistas
modernos;
• Preocuparam-se em achar explicações
racionais para o mundo e seus fenômenos
sem recorrer aos mitos e à religião.
A separação entre a natureza e o
sobrenatural
• Explicações dos milésios não faziam
referência a deuses ou forças naturais;
• Mitologia grega os terremotos tinham sua
origem no deus dos mares;
• Para Tales, a terra boiava na água do oceano,
e os terremotos teriam sua origem em
grandes ondas e tremores marítimos.
Poseidon
A prática do debate
• Pensadores pré-socráticos discutiam criticamente as ideias de seus colegas
e antecessores, muitas vezes em frente a uma plateia;
• Diferentes explicações para um mesmo fenômeno natural passavam a
competir entre si;
História da Química - Primeiros fenômenos observados e a alquimia
Tales de Mileto
• Foi com ele que se iniciou a filosofia e a ciência grega;
• Qual a matéria primitiva que cujas transformações
deram origem aos fenômenos que ocorrem no
Universo;
• Todas as coisas tinham a sua origem na água;
• Princípio de tudo está na água que dá origem ao gelo,
aos rios e mares, ou se evapora formando o ar.
640-550 a.C
Anaximandro
• Aceita um único princípio material e, também como Tales, afirma que essa
substância inicial é geradora e infinita;
• Sugeriu que a primeira coisa não foi uma substância específica, como a
água ou o ar, mas o apeiron;
• Uma vez admitida a transmutabilidade das substâncias umas nas outras, a
escolha que se faça de qualquer elemento primordial é perfeitamente
indiferente.
(611-547 a.C)
Anaximenes
• Defende a existência de uma substância primordial: ar;
(588-524 a.C)
Anaximenes
• Este ar se transformaria em água através da condensação, e em fogo
através da rarefação;
• Temos assim os primeiros passos para entender o problema da
mudança.
Os Pitagóricos
• Próximo grupo a se destacar no cenário filosófico-
científico se concentrou em torno de Pitágoras;
• Números exprimiam mais do que aspectos formais
dos fenômenos: as coisas seriam feitas de números;
• Aplicavam a numerologia para tudo. Com isso,
realizaram talvez o primeiro estudo empírico
sistemático, ao elaborarem uma lei científica
quantitativa.
580 a. C. - 572 a. C.
O Problema da Mudança
• Grande problema metafísico do início do séc. V
a.C. era o problema da mudança: como é
possível algo mudar, e deixar de ser o que era?
• Heráclito de Éfeso: tudo estava sujeito a
mudanças: “panta rhei”(tudo flui); (535-475 a.C)
O Problema da Mudança
• Parmênides de Eléia: duvidava da evidência dos sentidos,
colocando a razão como única fonte confiável de
conhecimento;
(530-515 a.C)
O Problema da Mudança
• Empédocles de Agrigento: concordava com as
limitações do sentido, mas também argumentava que a
razão era limitada;
• Concordava que “nada pode vir a ser a partir do não-
ser”, mas restaurava a noção de mudança negando a
unicidade do ser;
(484-421 a.C)
O Problema da Mudança
• Quatro elementos, que produzem mudanças ao se
recombinarem e se separarem;
• Elementos se combinariam em diferentes
proporções, dependendo da substância;
• Osso consistiria de fogo, água e terra na proporção
4:2:2, ao passo que o sangue consistiria dos quatro
elementos em iguais proporções;
O Problema da Mudança
• Atomismo de Leucipo de Mileto e Demócrito de
Abdera;
• Só têm realidade os átomos e o vazio.
(500-460 a.C)
(460-370 a.C)
O problema da Mudança
• Qualquer diferença que observamos no mundo é devido a modificações na
forma, arranjo e posição dos átomos;
• Haveria um número infinito de átomos espalhados no vazio infinito;
• Átomos estariam em movimento contínuo, chocando-se frequentemente
uns com os outros;
• Colisões, os átomos podem rebater ou então se ligarem através de ganchos
ou formas complementares.
Os Cientistas
• Entre o final do século V a.C. e a primeira metade do século IV
a.C., o interesse dos cientistas pelos fenômenos naturais foi
substituída pelo interesse no comportamento humano e suas
causas;
• Platão contribuiu de maneira significativa para a filosofia da
ciência.
Os Cientistas
• Tomou os quatro elementos e os identificou com quatro sólidos;
• Água se transforma em vapor porque o icosaedro da água se
transformaria em dois octaedros de ar e um tetraedro de fogo;
• Platão, deu um passo a mais no atomismo antigo, introduzindo uma
descrição geométrica precisa dos átomos;
• Descrevendo as mudanças por meio de fórmulas matemáticas;
• Platão, porém, não aceitava o vácuo de Leucipo e Demócrito.
Os Cientistas
Os Cientistas
• Na época do Liceu, estabelecimento fundado por
Aristóteles a Ciência voltou a receber a atenção dos
intelectuais gregos;
• Aristóteles e Teofrasto podem ser considerados os mais
remotos precursores da Ciência Moderna;
• Aristóteles parece ter sido o primeiro grego a
compreender a necessidade da observação atenta e
minuciosa.
(384-322 a.C.),
(371-287 a.C.)
Os Cientistas
• Século III a.C. com Arquimedes, a Ciência Grega recebeu seu maior
impulso;
• Século I a.C. a necessidade da experimentação para o desenvolvimento da
Ciência já estava razoavelmente bem estabelecida;
• No Período Greco-Romano a Ciência Grega adquiriu grande prestígio;
• Conceitos da Matemática e da Astronomia, perduraram durante toda a
Idade Média e início do Renascimento;
Os Cientistas
• Após o auge da ciência grega nos sécs. III e II a.C.,
seguiu-se um período com bem menos trabalhos
originais;
• No entanto, no séc. II d.C., duas grandes figuras
representaram a culminação da ciência antiga: Ptolomeu
e Galeno.
Os Cientistas
• Ptolomeu de Alexandria: escreveu o grande tratado
astronômico Composição Matemática, mais conhecido
por seu nome em árabe, Almagesto, além de outras
obras;
• Galeno de Pérgamo: médico e escritor de
importância, que viveu em Roma e deixou uma
vasta obra em biologia e medicina, escrevendo
também sobre filosofia e filologia.
Cultura Helenística
• Sob o domínio de Alexandre, o Grande, a cultura grega se expandiu
territorialmente, indo do Egito à Índia, num processo que influenciava e
sofria influências;
• Cultura que correu mundo, tendo como raiz a tradição grega foi denominada
cultura helenistica; helenística;
• No século I a.C., foi a vez dos romanos
chegarem à Grécia antiga, conquistando-a.
Ciência Helenista
• Povos gregos não conseguiram mais obter sua autonomia política e assim
foram, ao longo dos séculos, desaparecendo;
• Com a morte de Alexandre 323 a.C. e a queda de seu império, diversos
reinos surgiram concentrando bastante riqueza;
• Atividade científica foi impulsionada pela patronagem real;
• O ponto alto desta patronagem ocorreu na dinastia dos Ptolomeus, no
Egito, com a fundação da Biblioteca e do Museu de Alexandria;
Ciência Helenista
• Se tornou o principal centro de pesquisa do séc. III a.C;
• O Museu era uma comunidade de pesquisadores;
• Interesse dos reis ptolomaicos estaria em parte no
desenvolvimento de armas bélicas, e em parte na obtenção de
prestígio.
A Ciência na Era Helenística
• Ciência alcançou um grande desenvolvimento no período
helenístico;
• Herófilo: considerado o fundador da anatomia, que
recusou-se a aceitar os dogmas estabelecidos, atribuindo
maior importância à observação direta;
• Erasístrato: considerado o iniciador da fisiologia,
salientou-se pelo estudo dos vasos sanguíneos, circulação
do sangue e descrição dos pulmões;
A Ciência na Era Helenística
• Eratóstenes de Cirene descreveu a Via-Láctea e
organizou a geografia como ciência.
A Ciência na Era
Helenística
• Euclides de Alexandria: autor de "Os
elementos", lançou as bases da geometria como
ciência;
• Arquimedes de Siracusa: inventou o cálculo
integral e descobriu a lei da impulsão;
(287 a.C.-212 a.C.)
(360 a.C. — 295 a.C.)
História da Química - Primeiros fenômenos observados e a alquimia
Vídeo – Alquimistas medievais
"Experiências Alquimistas"
1. Em um cadinho feito com cinzas de ossos calcinados colocava-se um
pedaço de chumbo.
2. O cadinho era então aquecido ao ar e o chumbo se fundia e oxidava-se.
No fundo do cadinho aparecia às vezes prata metálica.
"Experiências Alquimistas"
- Para os alquimistas isto era prova de transmutação do chumbo
em prata, mas na verdade trata-se do processo de copelação da
prata, que aparece como um contaminante natural do chumbo.
3. Quando o chumbo foi aquecido, formou-se o óxido de chumbo, que é
um pó muito fino e se parece com cinzas.
4. Quando se retira estas cinzas fica-se somente com a prata metálica.
A alquimia chinesa
• A mística metalúrgica e a alquimia;
• Taoísmo e os ferreiros;
• Nos meios taoístas e neotaoístas que se difundiram as técnicas
alquímicas.
A alquimia chinesa
• Passou-se a ter uma nova forma de se divinizar: bastava alguém
absorver o ouro potável ou o cinábrio para se tomar semelhante
aos deuses.
A alquimia chinesa
• O alquimista era, ao mesmo tempo, um artesão e um
letrado;
• Caçadores, oleiros, ferreiros, dançarinos,
agricultores, místicos - viviam no centro de
tradições que eram transmitidas oralmente, mediante
iniciações e "segredos de ofício".
A alquimia chinesa
• Taoísmo alcança o fervor da população chinesa;
• “Superstições populares": técnicas dietéticas, gímnicas,
coreográficas, respiratórias, práticas mágicas, xamânicas, espíritas etc.
A alquimia chinesa
• Suas ideias sobre a longevidade e a imortalidade pertencem ao
mundo das mitologias e dos folclores de âmbito quase universal;
• Noções de "erva da imortalidade", de substâncias animais ou
vegetais carregadas de "vitalidade”, e que trazem em si o elixir da
juventude.
A alquimia chinesa
Não se sabe a época determinada da origem da alquimia chinesa.
144 a.C.: nesse ano, um edito imperial ameaçava de execução pública
todos aqueles que fossem surpreendidos em flagrante delito de falsificar
ouro.
A alquimia chinesa
Tsu Yen, um contemporâneo de Mêncio,
considerado o "fundador" da alquimia chinesa.
A alquimia chinesa
A alquimia chinesa constituiu-se como disciplina autônoma quando
passou a utilizar:
1) os princípios cosmológicos tradicionais;
2) os mitos relacionados com o elixir da imortalidade e com os Santos
Imortais;
3) as técnicas que procuravam alcançar ao mesmo tempo o
prolongamento da vida, a beatitude e a espontaneidade espiritual.
Luan Tai apresenta-se diante do imperador Wu e
garante-lhe que pode realizar esses três milagres, mas só
conseguiria "materializar" os imortais.
A alquimia chinesa
O mágico Li Chao-kiun recomenda ao imperador Wu Ti da
dinastia Han:
"Sacrificai ao forno e podereis provocar o aparecimento de seres
(sobrenaturais); quando tiverdes feito aparecer os seres (sobrenaturais),
o pó de cinábrio poderá ser transformado em ouro amarelo.
A alquimia chinesa
Quando o ouro amarelo tiver sido produzido, podereis fazer com
ele utensílios para beber e comer e então tereis uma longevidade
prolongada. Quando a vossa longevidade for prolongada, podereis ver
os bem-aventurados da ilha P'ong-lai, situada no meio dos mares.
Quando os tiverdes visto e houverdes feito os sacrifícios, já não
morrereis"
A alquimia chinesa
- Outra personagem célebre, Liu Hsiang (79-8 a.C.) pretendia
"fabricar ouro", mas não obteve sucesso.
- Pao P'u-tzu, o mais famoso alquimista chinês, tenta explicar o
fracasso de Liu Hsiang: ele não possuía a "verdadeira medicina"
(a "Pedra Filosofal") não estava espiritualmente preparado
(porque o alquimista devia jejuar durante cem dias, purificar-
se com perfumes etc).
A alquimia chinesa
• A pesquisa do ouro implicava também uma investigação de
essência espiritual;
• Tinha um caráter imperial: encontrava-se no "Centro" da Terra e
tinha relações místicas com o chüe (sulfureto), o mercúrio amarelo
e a Vida futura (as "fontes amarelas").
A alquimia chinesa
• A crença na metamorfose natural dos metais era
comum na China. O alquimista nada mais faz do
que acelerar o crescimento dos metais.
A alquimia chinesa
• Ouro: pureza espiritual (metal puro);
- Preservação dos corpos contra a corrupção.
A alquimia chinesa
Alquimia Árabe
• Foi no Egito que absorveram a erudição grega e
os conhecimentos sobre alquimia;
• Atingirem, no século VIII d.C., a Penísula Ibérica,
transformava Córdova, no mais importante
centro da civilização muçulmana na Europa;
• Espanha árabe, que se tornou conhecida como al-andalus, nasceram e viveram
grandes médicos, geógrafos, astrônomos, matemáticos, artesãos e alquimistas de
ascendência árabe;
• Divulgaram a alquimia e a desenvolveram, inventando novos aparelhos
químicos e imprimindo-lhes novos rumos;
• Alquimia árabe aperfeiçoou as artes de destilação e de extração por gorduras, a
fabricação de sabão, as ligas metálicas e a medicina farmacêutica.
Alquimia Árabe
• Alquimistas que mais se destacaram: Jabir al-azdi e Muhammad al-
razi;
• Jabir sofreu influência de Aristóteles, tendo elaborado
uma teoria sobre a origem e a constituição dos metais,
baseada na presença de enxofre e mercúrio;
• A existência de Jabir foi durante séculos, posta em dúvida
por muitos historiadores da Química, mas a tendência
moderna é admiti-la como incontestável;
Alquimia Árabe
• Merece destaque a importância que este alquimista deu
ao método experimental;
• Ele quem nos diz: “o primeiro passo essencial na
alquimia consiste em realizar trabalho prático e
conduzir os experimentos”;
• Al-razi (865-925 d.C), originário da Pérsia atual Irã,
desenvolveu seus trabalhos de alquimia na mesma
linha de preocupação com o rigor experimental;
Alquimia Árabe
• Corpos: metais;
• Espíritos: enxofre, arsênico, mercúrio e sal amoníaco;
• Pedras: marcassita, magnésia, etc.;
• Vitríolos: ácido sulfúrico, sulfato de sódio, etc.;
• Bóraces: bórax, nátron ou soda, cinza vegetal;
• Sais: sal comum, potassa, “sal de ovos”.
Alquimia Árabe
• Al-biruni acumulou diversos
conhecimentos: físico, astrônomo,
matemático, botânico, geógrafo,
geólogo, historiador. filósofo, linguísta e
criador da farmacopeia;
• É citado na historia da alquimia como
um dos que não acreditavam na
transmutação dos metais; (973-1048 d.C)
Alquimia Árabe
• Na mesma época, viveu outro grande sábio, Abu Ibn Sina (980-1036 d.C),
conhecido como Avicena destacando-se como médico, filósofo e teólogo;
• Escreveu um tratado de alquimia e mineralogia onde afirma não ser possível
admitir cientificamente a transmutação dos metais;
• Essa opinião foi citada em trabalhos do século XIII e posteriores, mesmo
pelos que acreditavam naquela possibilidade.
Alquimia Árabe
Alquimia Cristã
- A partir do século X a alquimia conseguiu chegar à Europa
ocidental cristã, por meio dos muçulmanos;
- Alquimistas eram alvos de gracejos já que os escritos alquímicos eram
cheios de símbolos e era impossível saber se um autor compreendia o que
ele escrevia.
Alquimia Cristã
• Alquimia era uma ciência reconhecida mas controversa;
• Em 1317, a prática foi proibida pelo Papa João XXII, sob a acusação de
bruxaria;
• Se entravam no laboratório do alquimista e
cheiravam a enxofre, não havia dúvida de que “o
demônio estava presente”.
Alquimia Cristã
• Ainda que fosse arriscado, muitos deles continuaram com seus experimentos
alquímicos em segredo;
• Alquimia se transforma em tema secreto pois não se pode confiar a qualquer
um saber que pode ser perigoso;
(John Dee)
• Início do século XVI, a era do Renascimento
colocava fim ao antigo mundo medieval dominado
pela igreja e iniciava-se uma era dourada para a
alquimia, que saía à luz;
Alquimia Cristã
• Alquimia virou a profissão mais popular e também a fraude mais
habitual daquela época;
• Um alquimista notável foi Paracelso, que se fez famoso e respeitado por
manipular quimicamente metais que usava para tratar doenças;
Alquimia Cristã
• Enquanto os árabes possuíam apenas ácidos fracos, soluções de sais
corrosivos, os alquimistas europeus aprenderam a preparar e
condensar ácidos fortes;
• Primeiro o ácido nítrico (aqua fortis), depois o ácido clorídrico
(espírito do sal) , em seguida o ácido sulfúrico (espírito de vitríolo), e
até a água régia;
• Existem também artistas que encontram nas lendas e gravuras alquímicas
sua fonte de inspiração para a criação de obras literárias, músicas, pinturas
e, atualmente, filmes, desenhos animados, etc.
• A química é alquimia de muitos anos atrás, só que mais rebuscada. Graças
aos grandes alquimistas obtivemos as bases da química moderna.
• Alquimia chinesa. Disponível em:
http://chinaimperial.blogspot.com.br/2008/04/alquimia-chinesa-por-
mircea-eliade.html. Acesso em: 26 out 2012.
• BURRESON, J.; LE COURTEUR, P. Os botões de Napoleão: as 17
moléculas que mudaram a história. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed, 2006

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História da Química - Primeiros fenômenos observados e a alquimia

  • 1. Primeiros fenômenos observados e a Alquimia SUNNY KARELLY E GLEICIANE ELOI
  • 2. Tópicos abordados 1. Os primeiros fenômenos químicos observados; 2. As primeiras ideias científicas: Alquimia; 3. A alquimia (grega, chinesa, árabe e cristã); 4. A alquimia e o mundo moderno.
  • 3. (Aristóteles, filósofo e alquímico grego)
  • 4. • Provavelmente, um dos primeiros fenômenos observados por nossos antepassados pré-históricos foi o fogo, provocado por algum fenômeno natural. • A observação das transformações que a madeira e o solo sofriam enquanto eram queimados permitiu ao homem das cavernas produzir melhores ferramentas de cozinha.
  • 5. Primeiros fenômenos químicos observados • Utensílios de barro cozido: mais resistentes do que os de argila crua (superfície vitrificada pelo calor). • Neolítico – o homem já produzia peças de cerâmica em fornos e tintas primitivas a partir de carvão e minerais com diferentes colorações.
  • 7. Primeiros fenômenos químicos observados • 6000 a. C.: o cobre e o ouro, que eram extraídos em seu estado metálico diretamente do solo e trabalhados pela técnica de martelamento; • 4000 a 3000 a. C.: técnicas de obtenção de cobre e chumbo a partir de seus minérios, encontrados então muitas vezes na forma de óxidos metálicos ou como sulfetos.
  • 8. Primeiros fenômenos químicos observados Percebeu-se que a partir da mistura de algumas rochas formava-se uma liga metálica com propriedades diferentes em comparação aos metais puros. Foi assim que se produziu o bronze (3000 a. C.), uma liga de cobre (90%) e estanho (10%).
  • 9. • Fole: facilidade para o ferreiro; • Ferro: difícil metalurgia (uso tardio); • Impurezas do ferro controladas: fabricação do aço. Primeiros fenômenos químicos observados
  • 10. • Mercúrio: dissolução de metais; • Formação de amálgamas: douração; • Química doméstica: defumação de carnes, desinfetante, fermentação. Primeiros fenômenos químicos observados
  • 11. As primeiras ideias científicas • A alquimia surgiu em cerca 300 d.C. em Alexandria, no Egito, e se expandiu pela Europa nos séculos seguintes, até cerca de 1400 d.C.. • Seus praticantes, os alquimistas, se inspiraram nas concepções gregas sobre a constituição da matéria e do Universo para tentar buscar a Pedra Filosofal e o Elixir da Longa Vida.
  • 12. As primeiras ideias científicas • A chamada Pedra Filosofal seria uma substância obtida a partir de matéria-prima grosseira; • De cor vermelha, a pedra possuía propriedades químicas com grande poder: penetração, irredutibilidade e a perfeita indiferença em relação aos agentes químicos; • Seria possível atingir os outros objetivos: seria a transmutação da matéria.
  • 13. As primeiras ideias científicas
  • 14. Vídeo – A origem dos alquimistas
  • 15. Ciência Grega • Até o final do século VII a.C., os gregos explicavam os fenômenos da natureza em termos de Mitologia e de Religião; • Na Grécia a partir do século VI a.C, as especulações iniciadas pelos pensadores de Mileto constituíram o primeiro marco em direção ao pensamento científico moderno; • Especulação científica emergiu, aos poucos, da Filosofia.
  • 16. Ciência Grega • Tecnologia: 3000 a.C, já se estabelecera a metalurgia, a tecelagem e a cerâmica, assim como o uso da roda em veículos de transporte; • Medicina: era dominada por magia e superstição; Papiro egípcio (“Edwin Smith”) de 1600 a.C.
  • 17. Ciência Grega • Astronomia e matemática: elaboração de calendários, o melhor dos quais era o egípcio; • Conhecimento dos gregos assentou sobretudo nos matemático-geométricos dos egípcios e nos astronômicos dos povos da babilônia; • Matemática egípcia consistia primordialmente no conhecimento de operações de cálculo aritmético com objetivos práticos;
  • 18. Ciência Grega • Não tinham instrumentos adequados de medida e não faziam experiências para comprovar suas ideias, como os cientistas modernos; • Preocuparam-se em achar explicações racionais para o mundo e seus fenômenos sem recorrer aos mitos e à religião.
  • 19. A separação entre a natureza e o sobrenatural • Explicações dos milésios não faziam referência a deuses ou forças naturais; • Mitologia grega os terremotos tinham sua origem no deus dos mares; • Para Tales, a terra boiava na água do oceano, e os terremotos teriam sua origem em grandes ondas e tremores marítimos. Poseidon
  • 20. A prática do debate • Pensadores pré-socráticos discutiam criticamente as ideias de seus colegas e antecessores, muitas vezes em frente a uma plateia; • Diferentes explicações para um mesmo fenômeno natural passavam a competir entre si;
  • 22. Tales de Mileto • Foi com ele que se iniciou a filosofia e a ciência grega; • Qual a matéria primitiva que cujas transformações deram origem aos fenômenos que ocorrem no Universo; • Todas as coisas tinham a sua origem na água; • Princípio de tudo está na água que dá origem ao gelo, aos rios e mares, ou se evapora formando o ar. 640-550 a.C
  • 23. Anaximandro • Aceita um único princípio material e, também como Tales, afirma que essa substância inicial é geradora e infinita; • Sugeriu que a primeira coisa não foi uma substância específica, como a água ou o ar, mas o apeiron; • Uma vez admitida a transmutabilidade das substâncias umas nas outras, a escolha que se faça de qualquer elemento primordial é perfeitamente indiferente. (611-547 a.C)
  • 24. Anaximenes • Defende a existência de uma substância primordial: ar; (588-524 a.C)
  • 25. Anaximenes • Este ar se transformaria em água através da condensação, e em fogo através da rarefação; • Temos assim os primeiros passos para entender o problema da mudança.
  • 26. Os Pitagóricos • Próximo grupo a se destacar no cenário filosófico- científico se concentrou em torno de Pitágoras; • Números exprimiam mais do que aspectos formais dos fenômenos: as coisas seriam feitas de números; • Aplicavam a numerologia para tudo. Com isso, realizaram talvez o primeiro estudo empírico sistemático, ao elaborarem uma lei científica quantitativa. 580 a. C. - 572 a. C.
  • 27. O Problema da Mudança • Grande problema metafísico do início do séc. V a.C. era o problema da mudança: como é possível algo mudar, e deixar de ser o que era? • Heráclito de Éfeso: tudo estava sujeito a mudanças: “panta rhei”(tudo flui); (535-475 a.C)
  • 28. O Problema da Mudança • Parmênides de Eléia: duvidava da evidência dos sentidos, colocando a razão como única fonte confiável de conhecimento; (530-515 a.C)
  • 29. O Problema da Mudança • Empédocles de Agrigento: concordava com as limitações do sentido, mas também argumentava que a razão era limitada; • Concordava que “nada pode vir a ser a partir do não- ser”, mas restaurava a noção de mudança negando a unicidade do ser; (484-421 a.C)
  • 30. O Problema da Mudança • Quatro elementos, que produzem mudanças ao se recombinarem e se separarem; • Elementos se combinariam em diferentes proporções, dependendo da substância; • Osso consistiria de fogo, água e terra na proporção 4:2:2, ao passo que o sangue consistiria dos quatro elementos em iguais proporções;
  • 31. O Problema da Mudança • Atomismo de Leucipo de Mileto e Demócrito de Abdera; • Só têm realidade os átomos e o vazio. (500-460 a.C) (460-370 a.C)
  • 32. O problema da Mudança • Qualquer diferença que observamos no mundo é devido a modificações na forma, arranjo e posição dos átomos; • Haveria um número infinito de átomos espalhados no vazio infinito; • Átomos estariam em movimento contínuo, chocando-se frequentemente uns com os outros; • Colisões, os átomos podem rebater ou então se ligarem através de ganchos ou formas complementares.
  • 33. Os Cientistas • Entre o final do século V a.C. e a primeira metade do século IV a.C., o interesse dos cientistas pelos fenômenos naturais foi substituída pelo interesse no comportamento humano e suas causas; • Platão contribuiu de maneira significativa para a filosofia da ciência.
  • 34. Os Cientistas • Tomou os quatro elementos e os identificou com quatro sólidos;
  • 35. • Água se transforma em vapor porque o icosaedro da água se transformaria em dois octaedros de ar e um tetraedro de fogo; • Platão, deu um passo a mais no atomismo antigo, introduzindo uma descrição geométrica precisa dos átomos; • Descrevendo as mudanças por meio de fórmulas matemáticas; • Platão, porém, não aceitava o vácuo de Leucipo e Demócrito. Os Cientistas
  • 36. Os Cientistas • Na época do Liceu, estabelecimento fundado por Aristóteles a Ciência voltou a receber a atenção dos intelectuais gregos; • Aristóteles e Teofrasto podem ser considerados os mais remotos precursores da Ciência Moderna; • Aristóteles parece ter sido o primeiro grego a compreender a necessidade da observação atenta e minuciosa. (384-322 a.C.), (371-287 a.C.)
  • 37. Os Cientistas • Século III a.C. com Arquimedes, a Ciência Grega recebeu seu maior impulso; • Século I a.C. a necessidade da experimentação para o desenvolvimento da Ciência já estava razoavelmente bem estabelecida; • No Período Greco-Romano a Ciência Grega adquiriu grande prestígio; • Conceitos da Matemática e da Astronomia, perduraram durante toda a Idade Média e início do Renascimento;
  • 38. Os Cientistas • Após o auge da ciência grega nos sécs. III e II a.C., seguiu-se um período com bem menos trabalhos originais; • No entanto, no séc. II d.C., duas grandes figuras representaram a culminação da ciência antiga: Ptolomeu e Galeno.
  • 39. Os Cientistas • Ptolomeu de Alexandria: escreveu o grande tratado astronômico Composição Matemática, mais conhecido por seu nome em árabe, Almagesto, além de outras obras; • Galeno de Pérgamo: médico e escritor de importância, que viveu em Roma e deixou uma vasta obra em biologia e medicina, escrevendo também sobre filosofia e filologia.
  • 40. Cultura Helenística • Sob o domínio de Alexandre, o Grande, a cultura grega se expandiu territorialmente, indo do Egito à Índia, num processo que influenciava e sofria influências; • Cultura que correu mundo, tendo como raiz a tradição grega foi denominada cultura helenistica; helenística; • No século I a.C., foi a vez dos romanos chegarem à Grécia antiga, conquistando-a.
  • 41. Ciência Helenista • Povos gregos não conseguiram mais obter sua autonomia política e assim foram, ao longo dos séculos, desaparecendo; • Com a morte de Alexandre 323 a.C. e a queda de seu império, diversos reinos surgiram concentrando bastante riqueza; • Atividade científica foi impulsionada pela patronagem real; • O ponto alto desta patronagem ocorreu na dinastia dos Ptolomeus, no Egito, com a fundação da Biblioteca e do Museu de Alexandria;
  • 42. Ciência Helenista • Se tornou o principal centro de pesquisa do séc. III a.C; • O Museu era uma comunidade de pesquisadores; • Interesse dos reis ptolomaicos estaria em parte no desenvolvimento de armas bélicas, e em parte na obtenção de prestígio.
  • 43. A Ciência na Era Helenística • Ciência alcançou um grande desenvolvimento no período helenístico; • Herófilo: considerado o fundador da anatomia, que recusou-se a aceitar os dogmas estabelecidos, atribuindo maior importância à observação direta; • Erasístrato: considerado o iniciador da fisiologia, salientou-se pelo estudo dos vasos sanguíneos, circulação do sangue e descrição dos pulmões;
  • 44. A Ciência na Era Helenística • Eratóstenes de Cirene descreveu a Via-Láctea e organizou a geografia como ciência.
  • 45. A Ciência na Era Helenística • Euclides de Alexandria: autor de "Os elementos", lançou as bases da geometria como ciência; • Arquimedes de Siracusa: inventou o cálculo integral e descobriu a lei da impulsão; (287 a.C.-212 a.C.) (360 a.C. — 295 a.C.)
  • 48. "Experiências Alquimistas" 1. Em um cadinho feito com cinzas de ossos calcinados colocava-se um pedaço de chumbo. 2. O cadinho era então aquecido ao ar e o chumbo se fundia e oxidava-se. No fundo do cadinho aparecia às vezes prata metálica.
  • 49. "Experiências Alquimistas" - Para os alquimistas isto era prova de transmutação do chumbo em prata, mas na verdade trata-se do processo de copelação da prata, que aparece como um contaminante natural do chumbo. 3. Quando o chumbo foi aquecido, formou-se o óxido de chumbo, que é um pó muito fino e se parece com cinzas. 4. Quando se retira estas cinzas fica-se somente com a prata metálica.
  • 50. A alquimia chinesa • A mística metalúrgica e a alquimia; • Taoísmo e os ferreiros; • Nos meios taoístas e neotaoístas que se difundiram as técnicas alquímicas.
  • 51. A alquimia chinesa • Passou-se a ter uma nova forma de se divinizar: bastava alguém absorver o ouro potável ou o cinábrio para se tomar semelhante aos deuses.
  • 52. A alquimia chinesa • O alquimista era, ao mesmo tempo, um artesão e um letrado; • Caçadores, oleiros, ferreiros, dançarinos, agricultores, místicos - viviam no centro de tradições que eram transmitidas oralmente, mediante iniciações e "segredos de ofício".
  • 53. A alquimia chinesa • Taoísmo alcança o fervor da população chinesa; • “Superstições populares": técnicas dietéticas, gímnicas, coreográficas, respiratórias, práticas mágicas, xamânicas, espíritas etc.
  • 54. A alquimia chinesa • Suas ideias sobre a longevidade e a imortalidade pertencem ao mundo das mitologias e dos folclores de âmbito quase universal; • Noções de "erva da imortalidade", de substâncias animais ou vegetais carregadas de "vitalidade”, e que trazem em si o elixir da juventude.
  • 55. A alquimia chinesa Não se sabe a época determinada da origem da alquimia chinesa. 144 a.C.: nesse ano, um edito imperial ameaçava de execução pública todos aqueles que fossem surpreendidos em flagrante delito de falsificar ouro.
  • 56. A alquimia chinesa Tsu Yen, um contemporâneo de Mêncio, considerado o "fundador" da alquimia chinesa.
  • 57. A alquimia chinesa A alquimia chinesa constituiu-se como disciplina autônoma quando passou a utilizar: 1) os princípios cosmológicos tradicionais; 2) os mitos relacionados com o elixir da imortalidade e com os Santos Imortais; 3) as técnicas que procuravam alcançar ao mesmo tempo o prolongamento da vida, a beatitude e a espontaneidade espiritual.
  • 58. Luan Tai apresenta-se diante do imperador Wu e garante-lhe que pode realizar esses três milagres, mas só conseguiria "materializar" os imortais. A alquimia chinesa
  • 59. O mágico Li Chao-kiun recomenda ao imperador Wu Ti da dinastia Han: "Sacrificai ao forno e podereis provocar o aparecimento de seres (sobrenaturais); quando tiverdes feito aparecer os seres (sobrenaturais), o pó de cinábrio poderá ser transformado em ouro amarelo. A alquimia chinesa
  • 60. Quando o ouro amarelo tiver sido produzido, podereis fazer com ele utensílios para beber e comer e então tereis uma longevidade prolongada. Quando a vossa longevidade for prolongada, podereis ver os bem-aventurados da ilha P'ong-lai, situada no meio dos mares. Quando os tiverdes visto e houverdes feito os sacrifícios, já não morrereis" A alquimia chinesa
  • 61. - Outra personagem célebre, Liu Hsiang (79-8 a.C.) pretendia "fabricar ouro", mas não obteve sucesso. - Pao P'u-tzu, o mais famoso alquimista chinês, tenta explicar o fracasso de Liu Hsiang: ele não possuía a "verdadeira medicina" (a "Pedra Filosofal") não estava espiritualmente preparado (porque o alquimista devia jejuar durante cem dias, purificar- se com perfumes etc). A alquimia chinesa
  • 62. • A pesquisa do ouro implicava também uma investigação de essência espiritual; • Tinha um caráter imperial: encontrava-se no "Centro" da Terra e tinha relações místicas com o chüe (sulfureto), o mercúrio amarelo e a Vida futura (as "fontes amarelas"). A alquimia chinesa
  • 63. • A crença na metamorfose natural dos metais era comum na China. O alquimista nada mais faz do que acelerar o crescimento dos metais. A alquimia chinesa
  • 64. • Ouro: pureza espiritual (metal puro); - Preservação dos corpos contra a corrupção. A alquimia chinesa
  • 65. Alquimia Árabe • Foi no Egito que absorveram a erudição grega e os conhecimentos sobre alquimia; • Atingirem, no século VIII d.C., a Penísula Ibérica, transformava Córdova, no mais importante centro da civilização muçulmana na Europa;
  • 66. • Espanha árabe, que se tornou conhecida como al-andalus, nasceram e viveram grandes médicos, geógrafos, astrônomos, matemáticos, artesãos e alquimistas de ascendência árabe; • Divulgaram a alquimia e a desenvolveram, inventando novos aparelhos químicos e imprimindo-lhes novos rumos; • Alquimia árabe aperfeiçoou as artes de destilação e de extração por gorduras, a fabricação de sabão, as ligas metálicas e a medicina farmacêutica. Alquimia Árabe
  • 67. • Alquimistas que mais se destacaram: Jabir al-azdi e Muhammad al- razi; • Jabir sofreu influência de Aristóteles, tendo elaborado uma teoria sobre a origem e a constituição dos metais, baseada na presença de enxofre e mercúrio; • A existência de Jabir foi durante séculos, posta em dúvida por muitos historiadores da Química, mas a tendência moderna é admiti-la como incontestável; Alquimia Árabe
  • 68. • Merece destaque a importância que este alquimista deu ao método experimental; • Ele quem nos diz: “o primeiro passo essencial na alquimia consiste em realizar trabalho prático e conduzir os experimentos”; • Al-razi (865-925 d.C), originário da Pérsia atual Irã, desenvolveu seus trabalhos de alquimia na mesma linha de preocupação com o rigor experimental; Alquimia Árabe
  • 69. • Corpos: metais; • Espíritos: enxofre, arsênico, mercúrio e sal amoníaco; • Pedras: marcassita, magnésia, etc.; • Vitríolos: ácido sulfúrico, sulfato de sódio, etc.; • Bóraces: bórax, nátron ou soda, cinza vegetal; • Sais: sal comum, potassa, “sal de ovos”. Alquimia Árabe
  • 70. • Al-biruni acumulou diversos conhecimentos: físico, astrônomo, matemático, botânico, geógrafo, geólogo, historiador. filósofo, linguísta e criador da farmacopeia; • É citado na historia da alquimia como um dos que não acreditavam na transmutação dos metais; (973-1048 d.C) Alquimia Árabe
  • 71. • Na mesma época, viveu outro grande sábio, Abu Ibn Sina (980-1036 d.C), conhecido como Avicena destacando-se como médico, filósofo e teólogo; • Escreveu um tratado de alquimia e mineralogia onde afirma não ser possível admitir cientificamente a transmutação dos metais; • Essa opinião foi citada em trabalhos do século XIII e posteriores, mesmo pelos que acreditavam naquela possibilidade. Alquimia Árabe
  • 72. Alquimia Cristã - A partir do século X a alquimia conseguiu chegar à Europa ocidental cristã, por meio dos muçulmanos; - Alquimistas eram alvos de gracejos já que os escritos alquímicos eram cheios de símbolos e era impossível saber se um autor compreendia o que ele escrevia.
  • 73. Alquimia Cristã • Alquimia era uma ciência reconhecida mas controversa; • Em 1317, a prática foi proibida pelo Papa João XXII, sob a acusação de bruxaria; • Se entravam no laboratório do alquimista e cheiravam a enxofre, não havia dúvida de que “o demônio estava presente”.
  • 74. Alquimia Cristã • Ainda que fosse arriscado, muitos deles continuaram com seus experimentos alquímicos em segredo; • Alquimia se transforma em tema secreto pois não se pode confiar a qualquer um saber que pode ser perigoso; (John Dee) • Início do século XVI, a era do Renascimento colocava fim ao antigo mundo medieval dominado pela igreja e iniciava-se uma era dourada para a alquimia, que saía à luz;
  • 75. Alquimia Cristã • Alquimia virou a profissão mais popular e também a fraude mais habitual daquela época; • Um alquimista notável foi Paracelso, que se fez famoso e respeitado por manipular quimicamente metais que usava para tratar doenças;
  • 76. Alquimia Cristã • Enquanto os árabes possuíam apenas ácidos fracos, soluções de sais corrosivos, os alquimistas europeus aprenderam a preparar e condensar ácidos fortes; • Primeiro o ácido nítrico (aqua fortis), depois o ácido clorídrico (espírito do sal) , em seguida o ácido sulfúrico (espírito de vitríolo), e até a água régia;
  • 77. • Existem também artistas que encontram nas lendas e gravuras alquímicas sua fonte de inspiração para a criação de obras literárias, músicas, pinturas e, atualmente, filmes, desenhos animados, etc. • A química é alquimia de muitos anos atrás, só que mais rebuscada. Graças aos grandes alquimistas obtivemos as bases da química moderna.
  • 78. • Alquimia chinesa. Disponível em: http://chinaimperial.blogspot.com.br/2008/04/alquimia-chinesa-por- mircea-eliade.html. Acesso em: 26 out 2012. • BURRESON, J.; LE COURTEUR, P. Os botões de Napoleão: as 17 moléculas que mudaram a história. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed, 2006