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INTRODUÇÃO AO
ESTUDO DA ANATOMIA
Camila Cordeiro
CONCEITO DE ANATOMIA
• No seu conceito mais amplo, a Anatomia é a
ciência que estuda, macro e microscopicamente,
a constituição e o desenvolvimento dos seres
organizados.
• A palavra Anatomia é derivada do grego anatome
(ana = através de; tome = corte). Dissecação
deriva do latim (dis = separar; secare = cortar) e é
equivalente etimologicamente a anatomia.
Contudo, atualmente, Anatomia é a ciência,
enquanto dissecar é um dos métodos desta
ciência.
estudo da anatomia
estudo da anatomia
estudo da anatomia
estudo da anatomia
estudo da anatomia
Anatomia
• Seu estudo tem uma longa e interessante história,
desde os primórdios da civilização humana.
Inicialmente limitada ao observável a olho nu e pela
manipulação dos corpos. Expandiu-se, ao longo do
tempo, graças a aquisição de tecnologias inovadoras.
Anatomia
• Atualmente, a Anatomia pode ser subdividida
em três grandes grupos: Anatomia
macroscópica, Anatomia microscópica e
Anatomia do desenvolvimento.
Anatomia Macroscópica
• É o estudo das estruturas observáveis a olho
nu, utilizando ou não recursos tecnológicos os
mais variáveis possíveis. Apresenta duas
grandes divisões, a Anatomia Regional, na
qual os dados anatômicos macroscópicos
humanos são descritos segundo as grandes
divisões naturais do corpo (membro inferior,
membro superior, cabeça e pescoço, tórax,
abdome e pelve) e a Anatomia Sistêmica, na
qual a abordagem é feita segundo os vários
sistemas ( conjunto de órgãos com mesma
função básica ).
estudo da anatomia
Anatomia Microscópica
• Relacionada com as estruturas corporais
invisíveis a olho nu e requer o uso de
instrumental para ampliação, como lupas,
microscópios ópticos e eletrônicos. Este
grupo é dividido em Citologia (estudo da
célula) e Histologia (estudo dos tecidos e
de como estes se organizam para a
formação de órgãos).
estudo da anatomia
História da Anatomia
Anatomia primitiva (3000 a 1600 anos A.C.)
•Hieróglifos e papiros desta época indicam
interesse pela anatomia de animais e do homem
(múmias).
•Previsão do futuro através da observação do
“fígado” de animais sacrificados (Assíria, Caldéia).
Aristóteles (384--322 A.C.)
•Aristóteles : fundador das Ciências Biológicas
(dissecou plantas e animais). Acreditava que o
coração era o centro do pensamento e da
alma.
História da Anatomia
O principal contribuidor desta época
foi Hipócrates, considerado como pai
da medicina ocidental
Para ele o encéfalo além de estar
envolvido nas sensações era também
sede da inteligência
História da Anatomia
Nascimento: 460 a.C., Cós, Grécia
Falecimento: 370 a.C., Lárissa, Grécia
Erasistratus (310-250 AC)
•Foram os mais ativos dissecadores da antiguidade
•Encorajados pelo faraó Ptolomeu
Herophilus (335--280 AC)
• Dissecou mais de 600 corpos e escreveu mais de
um tratado de anatomia (“prensa de Herophilus”)
•Mostrou que o cérebro é o centro do sistema
nervoso e a sede da inteligência
•Classificou os nervos: voluntários e involuntários
História da Anatomia
• Erasistratus
• Observou que a linfa contém gordura
• Descreveu a função da epiglote fechando a laringe
• Identificou a valva tricúspide
• Distinguiu nervos sensoriais de nervos motores
• Acreditava que as artérias continham “ar” (isto só foi
corrigido no séc. XVII por Harvey)
História da Anatomia
• Claudius GALENO (131 (131-200 D.C.) --200 D.C.)
• Médico do imperador romano Marco Aurélio .
• Fundador da fisiologia experimental (mostrou que a urina
se forma nos rins e não na bexiga; provou que a secção
da medula espinhal provoca paralisia abaixo do nível da
secção).
• Foi grande escritor: sua obra Sobre o Uso das Partes do
Corpo Humano regeu a medicina por 14 séculos
História da Anatomia
• GALENO: 14 séculos de equívocos
• O início da era cristã prejudicou o conhecimento
anatômico: proibido dissecar corpos humanos.
• (O saber Galênico baseou-se apenas na dissecção
de animais).
• Galeno perpetuou falsas crendices estabelecidas
por ser predecessores e contemporâneos.
História da Anatomia
• Principais pensamentos de Galeno:
• A vida cósmica entraria no corpo a cada
inspiração (pneuma)
• Três espíritos diferentes ocupariam o corpo:
• Espírito natural (fígado)
• Espírito vital (coração)
• Espírito animal (cérebro)
História da Anatomia
• Idade média:
• A Sacralidade do corpo impediu o progresso da
anatomia (considerada crime cujo castigo era a
fogueira)
• Universidade de Bolonha (1315): Mondino fez a
primeira vez dissecções de cadáveres humanos,
com finalidade de ensino.(obrigatório uso de
cadáver para cirurgiões -Universidades);
(cádaveres de criminosos).
História da Anatomia
Anatomia como Arte
• Leonardo da Vinci (1452-1519): “arte e ciência
caminham de mãos dadas”
O Homem de Vitrúvio
(1492): simetria
• Arte => difusão da anatomia nas
universidades, tornando as dissecações
humanas parte integrante do currículo
médico.
• Entretanto: número insuficiente e rápida
putrefação dos cadáveres – violação de
sepulturas;
• Decreto oficial foi emitido permitindo o uso
de cadáveres de criminosos e ladrões.
História da Anatomia
Anatomia como Arte
• Michelangelo
Buonarotti: ápice;
20 anos adquirindo
conhecimentos do
corpo humano num
convento.
Obras de Michelangelo
David
Criação do Homem – Capela Sistina
Moisés
estudo da anatomia
História da Anatomia
• Andreas Vesalius
(1514-1564): “De
humani corporis
fabrica”. Corrigiu
erros de outros
anatomistas, expôs
esqueleto do corpo
humano. “Pai da
Anatomia”
estudo da anatomia
estudo da anatomia
estudo da anatomia
estudo da anatomia
estudo da anatomia
estudo da anatomia
estudo da anatomia
estudo da anatomia
estudo da anatomia
estudo da anatomia
estudo da anatomia
estudo da anatomia
estudo da anatomia
estudo da anatomia
estudo da anatomia
estudo da anatomia
NORMALIDADE
• Normal, para o anatomista, é o
estatisticamente mais comum, ou seja, o
que é encontrado na maioria dos casos.
• Já para o médico, é o que é sadio ou com
saúde, não doente.
estudo da anatomia
Variação anatômica
• Qualquer fuga do padrão sem prejuízo da
função. Assim, a artéria braquial mais
comumente divide-se na fossa cubital.
Este é o padrão. Entretanto, em alguns
indivíduos esta divisão ocorre ao nível da
axila. Como não existe perda funcional
esta é uma variação.
• Idade: É o tempo decorrido ou a duração da vida onde
ocorrem notáveis modificações anatômicas em cada fase
dos indivíduos;
• Sexo: É o caráter de masculinidade ou feminilidade,
sendo distinguidas mesmo fora da esfera genital;
• Raça: É a denominação conferida a cada grupamento
humano com caracteres físicos comuns, externa e
internamente, pelos quais se distinguem dos demais;
• Tipo Morfológico Constitucional (Biótipo): é o principal
fator das diferenças morfológicas, a soma dos caracteres
herdados ou adquiridos por influência do meio e sua inter-
relação. Existem em cada grupo racial.
• Evolução e Desenvolvimento: Influencia o aparecimento
de diferenças morfológicas, no decorrer dos tempos.
estudo da anatomia
Anomalia
• Quando ocorre prejuízo funcional trata-se de
uma anomalia e não de uma variação. Se a
anomalia for tão acentuada que deforme
profundamente a construção do corpo,
sendo, em geral, incompatível com a vida, é
uma monstruosidade.
• Por exemplo: a agenesia ( não formação) do
• encéfalo.
• O estudo deste assunto é feito em
teratologia
estudo da anatomia
estudo da anatomia
estudo da anatomia
estudo da anatomia
estudo da anatomia
estudo da anatomia
Nomenclatura Anatômica
• Como toda ciência, a Anatomia tem sua linguagem
própria. Ao conjunto de termos empregados para
designar e descrever o organismo ou suas partes dá-
se o nome de Nomenclatura Anatômica. Com o
extraordinário acúmulo de conhecimentos no final do
século passado, graças aos trabalhos de importantes
“escolas anatômicas” (sobretudo na Itália, França,
Inglaterra e Alemanha), as mesmas estruturas do
corpo humano recebiam denominações diferentes
nestes centros de estudos e pesquisas.
• Como toda ciência, a Anatomia tem sua linguagem própria.
• A falta de metodologia e de inevitáveis arbitrariedades, mais de 20.000
termos anatômicos chegaram a ser consignados (hoje reduzidos a
pouco mais de 5.000).
• Evitar epônimos anatômicos.
• Várias reuniões foram realizadas a nível internacional, chegando a um
acordo em 1955, em Paris, onde foi aprovada
• oficialmente a Nomenclatura Anatômica, conhecida sob a sigla de P.N.A.
(Paris Nomina Anatomica).
• A PNA passou por várias revisões (1960, 1965 e 1970).
• A língua oficialmente adotada é o latim (por ser uma língua morta),
porém cada país pode traduzi-la para o seu próprio vernáculo.
Nomenclatura Anatômica
• Dentro deste princípio, foram abolidos os epônimos
(nome de pessoas para designar coisas) e os termos
indicam:
• • Forma (Músculo trapézio);
• • Posição ou situação (nervo mediano);
• • Trajeto (artéria circunflexa da escápula);
• • Conexões ou inter-relações (ligamento sacro-ilíaco);
• • Relação com o esqueleto (artéria radial);
• • Função (músculo levantador da escápula);
• • Critério misto (músculo flexor superficial dos dedos).
Nomenclatura Anatômica
Epônimos
• Trompas de Eustáquio - Tubas auditivas
• Trompas de Falópio - Tubas uterinas
• Polígono de Willis - Círculo arterial do cérebro
• Pomo de Adão - Proeminência laríngea
• Aqueduto de Sylvius - Aqueduto mesencefálico
• Fissura Sylviana - Sulco lateral
• Forame de Luschka - Forame lateral do quarto ventrículo
• Forame de Magendie - Forame mediano do quarto ventrículo
• Sulco de Rolando - Sulco central
• Sulco de Sylvius - Sulco lateral
• Tendão de Aquiles - Tendão calcâneo
Abreviaturas usadas:
• a. – artéria; aa. – artérias;
• fasc. – fascículo; gl. – glândula;
• lig. – ligamento; ligg. – ligamentos;
• m. – músculo; mm. – músculos;
• n. – nervo; nn. – nervos;
• r. – ramo; rr. – ramos;
• v. – veia; vv. – veias.
POSIÇÃO ANATÔMICA
• Para evitar o uso de termos diferentes nas
descrições anatômicas, considerando-se
que a posição pode ser variável, optou-se
por uma posição padrão, denominada
posição de descrição anatômica
(posição anatômica). Deste modo, os
anatomistas, quando escrevem seus
textos, referem-se ao objeto de descrição
considerando o indivíduo como se
estivesse sempre na posição
padronizada.
• Nela o indivíduo está em posição ereta (em pé, posição
ortostática ou bípede), com a face voltada para a frente, o
olhar dirigido para o horizonte, membros superiores
estendidos, aplicados ao tronco e com as palmas voltadas
para frente, membros inferiores unidos, com as pontas dos
pés dirigidas para frente.
POSIÇÃO ANATÔMICA
estudo da anatomia
Planos de Secção
estudo da anatomia
estudo da anatomia
estudo da anatomia
estudo da anatomia
Planos
• O plano mediano é um plano vertical que passa através do eixo
mais longo que cruza o corpo, dos pés até a cabeça; este plano
separa o corpo em antímeros direito e esquerdo. O que quer que
esteja situada próximo a este plano é chamado medial, e o que está
longe dele, lateral.
• Um plano sagital é paralelo ao plano mediano.
• O plano coronal é também um plano vertical que passa pelo eixo
maior (dos pés à cabeça), mas é perpendicular ao plano mediano,
separando a frente do corpo, ou ventre, da parte de trás, ou dorso.
Algo em posição à frente do plano frontal é chamado anterior, ao
passo que algo situado atrás desse plano é chamado posterior.
• O plano horizontal, transverso ou axial atravessa o eixo menor
do corpo, do dorso até o ventre , isto é, da posição posterior para a
anterior. Divide a estrutura atravessada em porções superior e
inferior.
estudo da anatomia
estudo da anatomia
estudo da anatomia
estudo da anatomia
estudo da anatomia
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estudo da anatomia

  • 1. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA Camila Cordeiro
  • 2. CONCEITO DE ANATOMIA • No seu conceito mais amplo, a Anatomia é a ciência que estuda, macro e microscopicamente, a constituição e o desenvolvimento dos seres organizados. • A palavra Anatomia é derivada do grego anatome (ana = através de; tome = corte). Dissecação deriva do latim (dis = separar; secare = cortar) e é equivalente etimologicamente a anatomia. Contudo, atualmente, Anatomia é a ciência, enquanto dissecar é um dos métodos desta ciência.
  • 8. Anatomia • Seu estudo tem uma longa e interessante história, desde os primórdios da civilização humana. Inicialmente limitada ao observável a olho nu e pela manipulação dos corpos. Expandiu-se, ao longo do tempo, graças a aquisição de tecnologias inovadoras.
  • 9. Anatomia • Atualmente, a Anatomia pode ser subdividida em três grandes grupos: Anatomia macroscópica, Anatomia microscópica e Anatomia do desenvolvimento.
  • 10. Anatomia Macroscópica • É o estudo das estruturas observáveis a olho nu, utilizando ou não recursos tecnológicos os mais variáveis possíveis. Apresenta duas grandes divisões, a Anatomia Regional, na qual os dados anatômicos macroscópicos humanos são descritos segundo as grandes divisões naturais do corpo (membro inferior, membro superior, cabeça e pescoço, tórax, abdome e pelve) e a Anatomia Sistêmica, na qual a abordagem é feita segundo os vários sistemas ( conjunto de órgãos com mesma função básica ).
  • 12. Anatomia Microscópica • Relacionada com as estruturas corporais invisíveis a olho nu e requer o uso de instrumental para ampliação, como lupas, microscópios ópticos e eletrônicos. Este grupo é dividido em Citologia (estudo da célula) e Histologia (estudo dos tecidos e de como estes se organizam para a formação de órgãos).
  • 14. História da Anatomia Anatomia primitiva (3000 a 1600 anos A.C.) •Hieróglifos e papiros desta época indicam interesse pela anatomia de animais e do homem (múmias). •Previsão do futuro através da observação do “fígado” de animais sacrificados (Assíria, Caldéia).
  • 15. Aristóteles (384--322 A.C.) •Aristóteles : fundador das Ciências Biológicas (dissecou plantas e animais). Acreditava que o coração era o centro do pensamento e da alma. História da Anatomia
  • 16. O principal contribuidor desta época foi Hipócrates, considerado como pai da medicina ocidental Para ele o encéfalo além de estar envolvido nas sensações era também sede da inteligência História da Anatomia Nascimento: 460 a.C., Cós, Grécia Falecimento: 370 a.C., Lárissa, Grécia
  • 17. Erasistratus (310-250 AC) •Foram os mais ativos dissecadores da antiguidade •Encorajados pelo faraó Ptolomeu Herophilus (335--280 AC) • Dissecou mais de 600 corpos e escreveu mais de um tratado de anatomia (“prensa de Herophilus”) •Mostrou que o cérebro é o centro do sistema nervoso e a sede da inteligência •Classificou os nervos: voluntários e involuntários História da Anatomia
  • 18. • Erasistratus • Observou que a linfa contém gordura • Descreveu a função da epiglote fechando a laringe • Identificou a valva tricúspide • Distinguiu nervos sensoriais de nervos motores • Acreditava que as artérias continham “ar” (isto só foi corrigido no séc. XVII por Harvey) História da Anatomia
  • 19. • Claudius GALENO (131 (131-200 D.C.) --200 D.C.) • Médico do imperador romano Marco Aurélio . • Fundador da fisiologia experimental (mostrou que a urina se forma nos rins e não na bexiga; provou que a secção da medula espinhal provoca paralisia abaixo do nível da secção). • Foi grande escritor: sua obra Sobre o Uso das Partes do Corpo Humano regeu a medicina por 14 séculos História da Anatomia
  • 20. • GALENO: 14 séculos de equívocos • O início da era cristã prejudicou o conhecimento anatômico: proibido dissecar corpos humanos. • (O saber Galênico baseou-se apenas na dissecção de animais). • Galeno perpetuou falsas crendices estabelecidas por ser predecessores e contemporâneos. História da Anatomia
  • 21. • Principais pensamentos de Galeno: • A vida cósmica entraria no corpo a cada inspiração (pneuma) • Três espíritos diferentes ocupariam o corpo: • Espírito natural (fígado) • Espírito vital (coração) • Espírito animal (cérebro) História da Anatomia
  • 22. • Idade média: • A Sacralidade do corpo impediu o progresso da anatomia (considerada crime cujo castigo era a fogueira) • Universidade de Bolonha (1315): Mondino fez a primeira vez dissecções de cadáveres humanos, com finalidade de ensino.(obrigatório uso de cadáver para cirurgiões -Universidades); (cádaveres de criminosos). História da Anatomia
  • 23. Anatomia como Arte • Leonardo da Vinci (1452-1519): “arte e ciência caminham de mãos dadas” O Homem de Vitrúvio (1492): simetria
  • 24. • Arte => difusão da anatomia nas universidades, tornando as dissecações humanas parte integrante do currículo médico. • Entretanto: número insuficiente e rápida putrefação dos cadáveres – violação de sepulturas; • Decreto oficial foi emitido permitindo o uso de cadáveres de criminosos e ladrões. História da Anatomia
  • 25. Anatomia como Arte • Michelangelo Buonarotti: ápice; 20 anos adquirindo conhecimentos do corpo humano num convento.
  • 26. Obras de Michelangelo David Criação do Homem – Capela Sistina Moisés
  • 28. História da Anatomia • Andreas Vesalius (1514-1564): “De humani corporis fabrica”. Corrigiu erros de outros anatomistas, expôs esqueleto do corpo humano. “Pai da Anatomia”
  • 45. NORMALIDADE • Normal, para o anatomista, é o estatisticamente mais comum, ou seja, o que é encontrado na maioria dos casos. • Já para o médico, é o que é sadio ou com saúde, não doente.
  • 47. Variação anatômica • Qualquer fuga do padrão sem prejuízo da função. Assim, a artéria braquial mais comumente divide-se na fossa cubital. Este é o padrão. Entretanto, em alguns indivíduos esta divisão ocorre ao nível da axila. Como não existe perda funcional esta é uma variação.
  • 48. • Idade: É o tempo decorrido ou a duração da vida onde ocorrem notáveis modificações anatômicas em cada fase dos indivíduos; • Sexo: É o caráter de masculinidade ou feminilidade, sendo distinguidas mesmo fora da esfera genital; • Raça: É a denominação conferida a cada grupamento humano com caracteres físicos comuns, externa e internamente, pelos quais se distinguem dos demais; • Tipo Morfológico Constitucional (Biótipo): é o principal fator das diferenças morfológicas, a soma dos caracteres herdados ou adquiridos por influência do meio e sua inter- relação. Existem em cada grupo racial. • Evolução e Desenvolvimento: Influencia o aparecimento de diferenças morfológicas, no decorrer dos tempos.
  • 50. Anomalia • Quando ocorre prejuízo funcional trata-se de uma anomalia e não de uma variação. Se a anomalia for tão acentuada que deforme profundamente a construção do corpo, sendo, em geral, incompatível com a vida, é uma monstruosidade. • Por exemplo: a agenesia ( não formação) do • encéfalo. • O estudo deste assunto é feito em teratologia
  • 57. Nomenclatura Anatômica • Como toda ciência, a Anatomia tem sua linguagem própria. Ao conjunto de termos empregados para designar e descrever o organismo ou suas partes dá- se o nome de Nomenclatura Anatômica. Com o extraordinário acúmulo de conhecimentos no final do século passado, graças aos trabalhos de importantes “escolas anatômicas” (sobretudo na Itália, França, Inglaterra e Alemanha), as mesmas estruturas do corpo humano recebiam denominações diferentes nestes centros de estudos e pesquisas.
  • 58. • Como toda ciência, a Anatomia tem sua linguagem própria. • A falta de metodologia e de inevitáveis arbitrariedades, mais de 20.000 termos anatômicos chegaram a ser consignados (hoje reduzidos a pouco mais de 5.000). • Evitar epônimos anatômicos. • Várias reuniões foram realizadas a nível internacional, chegando a um acordo em 1955, em Paris, onde foi aprovada • oficialmente a Nomenclatura Anatômica, conhecida sob a sigla de P.N.A. (Paris Nomina Anatomica). • A PNA passou por várias revisões (1960, 1965 e 1970). • A língua oficialmente adotada é o latim (por ser uma língua morta), porém cada país pode traduzi-la para o seu próprio vernáculo. Nomenclatura Anatômica
  • 59. • Dentro deste princípio, foram abolidos os epônimos (nome de pessoas para designar coisas) e os termos indicam: • • Forma (Músculo trapézio); • • Posição ou situação (nervo mediano); • • Trajeto (artéria circunflexa da escápula); • • Conexões ou inter-relações (ligamento sacro-ilíaco); • • Relação com o esqueleto (artéria radial); • • Função (músculo levantador da escápula); • • Critério misto (músculo flexor superficial dos dedos). Nomenclatura Anatômica
  • 60. Epônimos • Trompas de Eustáquio - Tubas auditivas • Trompas de Falópio - Tubas uterinas • Polígono de Willis - Círculo arterial do cérebro • Pomo de Adão - Proeminência laríngea • Aqueduto de Sylvius - Aqueduto mesencefálico • Fissura Sylviana - Sulco lateral • Forame de Luschka - Forame lateral do quarto ventrículo • Forame de Magendie - Forame mediano do quarto ventrículo • Sulco de Rolando - Sulco central • Sulco de Sylvius - Sulco lateral • Tendão de Aquiles - Tendão calcâneo
  • 61. Abreviaturas usadas: • a. – artéria; aa. – artérias; • fasc. – fascículo; gl. – glândula; • lig. – ligamento; ligg. – ligamentos; • m. – músculo; mm. – músculos; • n. – nervo; nn. – nervos; • r. – ramo; rr. – ramos; • v. – veia; vv. – veias.
  • 62. POSIÇÃO ANATÔMICA • Para evitar o uso de termos diferentes nas descrições anatômicas, considerando-se que a posição pode ser variável, optou-se por uma posição padrão, denominada posição de descrição anatômica (posição anatômica). Deste modo, os anatomistas, quando escrevem seus textos, referem-se ao objeto de descrição considerando o indivíduo como se estivesse sempre na posição padronizada.
  • 63. • Nela o indivíduo está em posição ereta (em pé, posição ortostática ou bípede), com a face voltada para a frente, o olhar dirigido para o horizonte, membros superiores estendidos, aplicados ao tronco e com as palmas voltadas para frente, membros inferiores unidos, com as pontas dos pés dirigidas para frente. POSIÇÃO ANATÔMICA
  • 70. Planos • O plano mediano é um plano vertical que passa através do eixo mais longo que cruza o corpo, dos pés até a cabeça; este plano separa o corpo em antímeros direito e esquerdo. O que quer que esteja situada próximo a este plano é chamado medial, e o que está longe dele, lateral. • Um plano sagital é paralelo ao plano mediano. • O plano coronal é também um plano vertical que passa pelo eixo maior (dos pés à cabeça), mas é perpendicular ao plano mediano, separando a frente do corpo, ou ventre, da parte de trás, ou dorso. Algo em posição à frente do plano frontal é chamado anterior, ao passo que algo situado atrás desse plano é chamado posterior. • O plano horizontal, transverso ou axial atravessa o eixo menor do corpo, do dorso até o ventre , isto é, da posição posterior para a anterior. Divide a estrutura atravessada em porções superior e inferior.