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1
Enterprise Java Beans
Prof. Pasteur Ottoni de Miranda Junior DCC PUC Minas
Disponível em www.pasteurjr.blogspot.com
1-O que é um Enterprise Java Bean?
O Entertprise Java Bean (EJB) é um componente server-side que encapsula a lógica
de negócio de uma aplicação. A lógica de negócio é o código que preenche os
objetivos da aplicação. Ocupa a camada web em em um container EJB.
2-Benefícios do uso de EJBs
EJBs simplificam o desenvolvimento de aplicações grandes e distribuídas. Primeiro,
porque o container EJB fornece serviços de nível de sistema a elas. Assim sendo o
desenvolvedor pode se concentrar em resolver problemas do negócio. O container EJB
é responsável por serviços como gestão de transações e autorizações de segurança.
Segundo, porque são os EJBs que contêm a lógica de negócios, não os clientes. Assim
sendo, o desenvolvedor da aplicação cliente pode se concentrar na apresentação, não
tendo que implementar regras de negócio ou bancos de dados de acesso. Como
resultado, clientes tornam-se mais leves, executáveis em máquinas menos poderosas.
2
Terceiro, porque EJBs são componentes portáteis, podendo ser reutilizados em outros
aplicativos.
3-Quando usar EJBs
• Quando a aplicação for escalável. Para suportar um crescente número de
usuários, pode-se desejar distribuir aplicações por múltipas máquinas.
• Quando transações devam garantir integridade dos dados. EJBs suportam
transações.
• Quando a aplicação contém um grande número de clientes, leves e variados.
4-Tipos de EJBs
4.1-Session Beans
Session beans encapsulam lógica de negócio que pode ser invocada
programaticamente por um cliente de maneira local, remota ou via web service. Para
acessar uma aplicação armazenada em um servidor, o cliente invoca os métodos do
session bean.
Tipos de session beans
Stateful: Em um EJB stateful, suas variáveis de instância representam o estado de
uma sessão única aberta entre o cliente e o EJB. Devido ao fato do cliente interagir
com o o EJB, esse estado é frequentemente denominado estado conversacional. O
estado é mantido enquanto durar a sessão cliente/EJB. São apropriados para as
seguintes situações:
• O estado do EJB representa a interação entre o EJB e um cliente específico;
• O EJB precisa manter informação do cliente entre invocação de métodos;
Stateless. Esses EJBs não mantêm um estado conversacional com o cliente. Quando o
cliente invoca métodos de um EJB stateless, as variáveis de instância mantêm um
estado específico apenas enquanto durar a execução do método. Quando esta termina,
o estado não é mantido. Exceto durante a invocação de métodos, todas as instâncias
de EJBs stateless são equivalentes, permitindo alocar uma instância para qualquer
cliente.
Provêem melhor escalabilidade para aplicações que requerem um número maior de
clientes, pois aplicações requerem menos EJBs stateless do que stateful para atender
ao mesmo número de clientes.
Para incrementar a performance, deve-se escolher um EJB stateless se:
• Em uma única invocação de método, o EJB realiza uma tarefa genérica para
todos os clientes;
• O EJB implementa um web service.
Singleton - São instanciados apenas uma vez por aplicação e existem durante o ciclo
de vida da mesma. São projetados para circunstâncias nas quais uma única instância
do EJB é compartilhada e concorrentemente acessada por clientes. Oferecem a
mesma funcionalidade dos EJBs stateful, a menos da instância única. O estado é
mantido entre invocações de clientes, mas não quando ocorrem quedas do servidor.
São apropriados nas seguintes circunstãncias:
• O estado precisa ser mantido durante a execução da aplicação;
• Um único EJB precisa ser acessado por múltiplos threads concorrentemente;
3
• A aplicação precisa necessita que o EJB realize tarefas entre seu startup e
shutdown.
• O EJB implementa um web service.
4.2-Message-driven Beans
São EJBs que permitem a aplicações JEE processar mensagens assincronamente. Agem
de maneira semelhante a um listener de eventos, mas ao invés de eventos, recebe
mensagens provenientes de aplicações, outro EJB ou componentes web.
Clientes não localizam message-driven beans e invocam métodos diretamente neles.
Eles são acessados através de um serviço de mensagens (JMS), enviando mensagens
ao destinatário (MessageListener). São executados mediante a recepção de uma
mensagem vinda do cliente, assincronamente e stateless.
Quando a mensagem chega, o container chama o método onmessage do message-
driven bean , que por sua vez chama métodos auxiliares (helper methods) para
processá-la. Tudo isso ocorre em um contexto transacional.
Eles não são acessados via interfaces, como session beans, ou seja, possuem apenas
uma classe bean.
5-Acesso local ou remoto
Acesso local: Cliente deve estar na mesma aplicação do EJB. Pode ser um
componente web ou outro EJB. @ Local deve ser colocado no cabeçalho da interface
do EJB local
Acesso remoto: Pode rodar em uma máquina e JVM diferentes. Pode ser um
componente web, uma aplicação cliente ou outro EJB. @ Remote deve ser colocado
no cabeçalho da interface do EJB remote.
6-Interface do EJB
Os métodos que darão acesso às regras de negócio do EJB devem estar contidos
dentro de uma interface Java, como no exemplo abaixo:
package com.webage.ejb;
import javax.ejb.*;
@Remote
public interface SimpleBean {
public String sayHello(String name);
}
7-A classe que implementa a interface
A classe que implementa a interface acima deve estar contida no mesmo pacote da
mesma. Repare, abaixo, como declaramos o tipo do EJB (@Stateless, no caso).
4
package com.webage.ejb;
import javax.ejb.*;
@Stateless(name="Example", mappedName="ejb/SimpleBeanJNDI")
public class SimpleBeanImpl implements SimpleBean {
public String sayHello(String name) {
return "Hello " + name + "!";
}
}
8)O cliente EJB
A classe exibida abaixo faz o acesso ao Session Bean criado. O objeto ctx da classe
InitialContext é instanciado e é um contexto criado para acesso ao Session Bean
através do chamado JNDI (Java Name and Directory Interface) Lookup, que é uma
interface para localização da instância do session bean. Em seguida, o SessionBean é
instanciado, por meio de uma chamada ao método lookup de InitialContexto,
passando-se com o parâmetro o caminho JNDI. Na linha seguinte, o método
correspondente do bean (sayHello) é invocado explicitamente.
package com.webage.client;
import javax.naming.*;
import com.webage.ejb.SimpleBean;
public class TestClient {
public void runTest() throws Exception {
InitialContext ctx = new InitialContext();
SimpleBean bean = (SimpleBean)
ctx.lookup("ejb/SimpleBeanJNDI");
String result = bean.sayHello("Billy Bob");
System.out.println(result);
}
public static void main(String[] args) {
try {
TestClient cli = new TestClient();
cli.runTest();
} catch (Exception e) {
e.printStackTrace();
}
}
}
5
REFERÊNCIAS
SUN Microsystems/Oracle – Tutorial JEE6
Material disponível em
http://www.webagesolutions.com/knowledgebase/javakb/jkb005/index.html

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  • 1. 1 Enterprise Java Beans Prof. Pasteur Ottoni de Miranda Junior DCC PUC Minas Disponível em www.pasteurjr.blogspot.com 1-O que é um Enterprise Java Bean? O Entertprise Java Bean (EJB) é um componente server-side que encapsula a lógica de negócio de uma aplicação. A lógica de negócio é o código que preenche os objetivos da aplicação. Ocupa a camada web em em um container EJB. 2-Benefícios do uso de EJBs EJBs simplificam o desenvolvimento de aplicações grandes e distribuídas. Primeiro, porque o container EJB fornece serviços de nível de sistema a elas. Assim sendo o desenvolvedor pode se concentrar em resolver problemas do negócio. O container EJB é responsável por serviços como gestão de transações e autorizações de segurança. Segundo, porque são os EJBs que contêm a lógica de negócios, não os clientes. Assim sendo, o desenvolvedor da aplicação cliente pode se concentrar na apresentação, não tendo que implementar regras de negócio ou bancos de dados de acesso. Como resultado, clientes tornam-se mais leves, executáveis em máquinas menos poderosas.
  • 2. 2 Terceiro, porque EJBs são componentes portáteis, podendo ser reutilizados em outros aplicativos. 3-Quando usar EJBs • Quando a aplicação for escalável. Para suportar um crescente número de usuários, pode-se desejar distribuir aplicações por múltipas máquinas. • Quando transações devam garantir integridade dos dados. EJBs suportam transações. • Quando a aplicação contém um grande número de clientes, leves e variados. 4-Tipos de EJBs 4.1-Session Beans Session beans encapsulam lógica de negócio que pode ser invocada programaticamente por um cliente de maneira local, remota ou via web service. Para acessar uma aplicação armazenada em um servidor, o cliente invoca os métodos do session bean. Tipos de session beans Stateful: Em um EJB stateful, suas variáveis de instância representam o estado de uma sessão única aberta entre o cliente e o EJB. Devido ao fato do cliente interagir com o o EJB, esse estado é frequentemente denominado estado conversacional. O estado é mantido enquanto durar a sessão cliente/EJB. São apropriados para as seguintes situações: • O estado do EJB representa a interação entre o EJB e um cliente específico; • O EJB precisa manter informação do cliente entre invocação de métodos; Stateless. Esses EJBs não mantêm um estado conversacional com o cliente. Quando o cliente invoca métodos de um EJB stateless, as variáveis de instância mantêm um estado específico apenas enquanto durar a execução do método. Quando esta termina, o estado não é mantido. Exceto durante a invocação de métodos, todas as instâncias de EJBs stateless são equivalentes, permitindo alocar uma instância para qualquer cliente. Provêem melhor escalabilidade para aplicações que requerem um número maior de clientes, pois aplicações requerem menos EJBs stateless do que stateful para atender ao mesmo número de clientes. Para incrementar a performance, deve-se escolher um EJB stateless se: • Em uma única invocação de método, o EJB realiza uma tarefa genérica para todos os clientes; • O EJB implementa um web service. Singleton - São instanciados apenas uma vez por aplicação e existem durante o ciclo de vida da mesma. São projetados para circunstâncias nas quais uma única instância do EJB é compartilhada e concorrentemente acessada por clientes. Oferecem a mesma funcionalidade dos EJBs stateful, a menos da instância única. O estado é mantido entre invocações de clientes, mas não quando ocorrem quedas do servidor. São apropriados nas seguintes circunstãncias: • O estado precisa ser mantido durante a execução da aplicação; • Um único EJB precisa ser acessado por múltiplos threads concorrentemente;
  • 3. 3 • A aplicação precisa necessita que o EJB realize tarefas entre seu startup e shutdown. • O EJB implementa um web service. 4.2-Message-driven Beans São EJBs que permitem a aplicações JEE processar mensagens assincronamente. Agem de maneira semelhante a um listener de eventos, mas ao invés de eventos, recebe mensagens provenientes de aplicações, outro EJB ou componentes web. Clientes não localizam message-driven beans e invocam métodos diretamente neles. Eles são acessados através de um serviço de mensagens (JMS), enviando mensagens ao destinatário (MessageListener). São executados mediante a recepção de uma mensagem vinda do cliente, assincronamente e stateless. Quando a mensagem chega, o container chama o método onmessage do message- driven bean , que por sua vez chama métodos auxiliares (helper methods) para processá-la. Tudo isso ocorre em um contexto transacional. Eles não são acessados via interfaces, como session beans, ou seja, possuem apenas uma classe bean. 5-Acesso local ou remoto Acesso local: Cliente deve estar na mesma aplicação do EJB. Pode ser um componente web ou outro EJB. @ Local deve ser colocado no cabeçalho da interface do EJB local Acesso remoto: Pode rodar em uma máquina e JVM diferentes. Pode ser um componente web, uma aplicação cliente ou outro EJB. @ Remote deve ser colocado no cabeçalho da interface do EJB remote. 6-Interface do EJB Os métodos que darão acesso às regras de negócio do EJB devem estar contidos dentro de uma interface Java, como no exemplo abaixo: package com.webage.ejb; import javax.ejb.*; @Remote public interface SimpleBean { public String sayHello(String name); } 7-A classe que implementa a interface A classe que implementa a interface acima deve estar contida no mesmo pacote da mesma. Repare, abaixo, como declaramos o tipo do EJB (@Stateless, no caso).
  • 4. 4 package com.webage.ejb; import javax.ejb.*; @Stateless(name="Example", mappedName="ejb/SimpleBeanJNDI") public class SimpleBeanImpl implements SimpleBean { public String sayHello(String name) { return "Hello " + name + "!"; } } 8)O cliente EJB A classe exibida abaixo faz o acesso ao Session Bean criado. O objeto ctx da classe InitialContext é instanciado e é um contexto criado para acesso ao Session Bean através do chamado JNDI (Java Name and Directory Interface) Lookup, que é uma interface para localização da instância do session bean. Em seguida, o SessionBean é instanciado, por meio de uma chamada ao método lookup de InitialContexto, passando-se com o parâmetro o caminho JNDI. Na linha seguinte, o método correspondente do bean (sayHello) é invocado explicitamente. package com.webage.client; import javax.naming.*; import com.webage.ejb.SimpleBean; public class TestClient { public void runTest() throws Exception { InitialContext ctx = new InitialContext(); SimpleBean bean = (SimpleBean) ctx.lookup("ejb/SimpleBeanJNDI"); String result = bean.sayHello("Billy Bob"); System.out.println(result); } public static void main(String[] args) { try { TestClient cli = new TestClient(); cli.runTest(); } catch (Exception e) { e.printStackTrace(); } } }
  • 5. 5 REFERÊNCIAS SUN Microsystems/Oracle – Tutorial JEE6 Material disponível em http://www.webagesolutions.com/knowledgebase/javakb/jkb005/index.html