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PRIMEIRO LIVRO DE 1
ENOQUE
As bênçãos de Enoque
AS PALAVRAS das bênçãos de
Enoque, com as quais ele aben-
çoou os eleitos e os justos, os quais
devem existir nos tempos da tribula-
ção, rejeitando toda iniquidade e
mundanismo.
2 Enoque, um homem justo, o
qual estava com Deus, respondeu e
falou com Deus enquanto seus olhos
estavam abertos, e enquanto via uma
santa visão dos céus. Isto os anjos me
mostraram.
3 Deles eu ouvi todas as coisas e
entendi o que vi; coisas que não terão
lugar nesta geração, mas numa gera-
ção que deve acontecer num tempo
distante, por causa dos eleitos.
4 A respeito deles eu falei e con-
versei com Ele, o qual virá de Sua
habitação, o Santo e Poderoso, o
Deus Criador do mundo:
5 O qual pisará sobre o Monte Si-
nai; aparecerá com Suas hostes e se
manifestará com a força do Seu poder
dos céus.
6 Todos estarão temerosos e as
sentinelas estarão aterrorizados.
7 Grande temor e tremor se apo-
derarão deles, mesmo aos confins da
terra.
8 As alturas das montanhas serão
abaladas, e os altos montes serão
abatidos, derretidos como o favo de
mel na chama de fogo.
9 A terra será imersa e todas as
coisas que nela estão perecerão; en-
quanto um julgamento virá sobre
todos, mesmo sobre todos os justos:
10 Mas a eles será dada paz: Ele
preservará os eleitos e para com eles
exercitará clemência.
11 Então todos pertencerão a
Deus, serão felizes e abençoados, e o
esplendor da Divindade os iluminará.
12 Eis que Ele vem com dezenas
de milhares dos Seus santos 1
para
executar julgamento sobre os pecado-
res e destruir o iníquo, e reprovar
toda coisa carnal e toda coisa peca-
minosa e mundana que foi feita, e
cometida contra Ele 2
.
A obediência das criações de Deus
TODOS os que estão nos céus
sabem o que transcorre lá.
2 Eles sabem que as luminárias
celestes não mudam seus caminhos;
que cada uma nasce e se põe regu-
larmente, cada uma a seu próprio
tempo, sem transgredir os manda-
mentos que receberam.
3 Conhecem a visão da terra, e en-
tendem o que devem acontecer, desde
o princípio até o seu fim.
4 Eles veem que toda obra de
Deus é invariável no período de seu
aparecimento.
5 Eles veem o verão e o inverno:
percebendo que toda terra está repleta
de água; e que a nuvem, o orvalho, e
a chuva refrescam-na.
ELES consideram e veem cada
árvore, como aparecem para de-
pois murchar, e toda folha, para
1 1
Deut. 33:2; 2
Citado por Judas, vs. 14, 15.
1
2
3
2 1º ENOQUE, 4, 5, 6
depois cair, exceto de quatorze árvo-
res, as quais não são efêmeras a
, e
esperam pelo aparecimento das fo-
lhas novas por dois ou três invernos.
NOVAMENTE eles consideram
os dias de verão, que o sol está
sobre a terra desde o princípio; en-
quanto tu procuras por uma cobertura
e por um lugar sombreado por causa
do sol ardente; enquanto a terra é
queimada com calor fervente, e tu te
tornas incapaz de andar sobre a terra
ou sobre as rochas em consequência
do calor.
ELES consideram como as árvo-
res, quando elas dão suas folhas
verdes, cobrem-se e produzem frutos;
entendendo tudo, e sabendo que Ele,
o qual vive para sempre, faz todas
estas coisas por causa de vós:
2 E que as obras desde o princípio
de todos anos existentes, na qual
todas as suas obras são obedientes a
Ele e invariáveis; assim como Deus
determinou, assim todas as coisas
acontecem.
3 Eles veem também como os ma-
res e os rios juntos completam suas
respectivas operações:
A maldição do ímpio e a glória do
justo
4 Mas tu resistes impacientemen-
te, não cumpres os mandamentos do
Senhor, mas transgrides e calunias a
Sua grandiosidade; e malditas são as
palavras em tua boca poluída contra
Sua majestade.
5 Tu, murcho de coração, a paz
não estará contigo!
6 Portanto teus dias te amaldiçoa-
rão, e os anos de tua vida perecerão;
abominação perpétua se multiplicará,
e não obterás misericórdia.
7 Nestes dias tu resignas tua paz
com a eterna maldição de todos os
justos, e os pecadores perpetuamente
te abominarão;
8 Eles te abominarão com tudo o
que não é divino.
9 Os eleitos possuirão luz, alegria
e paz; e herdarão a terra.
10 Mas tu, que não és santo, serás
amaldiçoado.
11 Então a sabedoria será dada
aos eleitos, todos os que viverão, e
não transgredirão por impiedade ou
orgulho, mas humilhar-se-ão, proces-
sando prudência, e não repetirão a
transgressão.
12 Eles não condenarão todo o pe-
ríodo das suas vidas, não morrerão
em tormento e indignação; mas a
soma dos seus dias se completará, e
envelhecerão em paz; enquanto os
anos de sua felicidade se multiplica-
rão em alegria, e com paz, para sem-
pre, em toda a duração de sua exis-
tência.
Rebeldes dentre os sentinelas
E ACONTECEU depois que os
filhos dos homens se multiplica-
ram naqueles dias, nasceram-lhe fi-
lhas, elegantes e belas 1
.
2 E quando os anjos a
, os filhos
dos céus, viram-nas, e cobiçaram-nas,
3 a
Passageiro; coisa que dura pouco tempo; pouco duradouro.
6 a
No texto aramaico lê-se Sentinelas;
6 1
Gên.6:2
4
5
6
1º ENOQUE, 7, 8 3
dizendo uns para os outros: Vinde,
selecionemos para nós mesmos espo-
sas da progênie dos homens, e gere-
mos filhos.
3 Então seu líder Samyaza disse-
lhes: Eu temo que talvez possais
desviar-vos na realização deste pacto.
4 E que só eu sofrerei por tão gra-
ve crime.
5 Mas eles responderam-lhe e dis-
seram: Nós todos juramos;
6 (E amarraram-se por mútuos
juramentos), que nós não mudaremos
nossa intenção mas executamos nos-
so pacto desejado.
7 Então eles juraram todos juntos,
e todos se amarraram (ou uniram)
por mútuo juramento.
8 Todo seu número era duzentos,
os quais descendiam de Ardis b,
o
qual é o topo do monte Hérmon.
9 Aquele monte portanto foi cha-
mado Hérmon c
, porque eles tinham
jurado sobre ele, e amarraram-se por
mútuo juramento.
10 Estes são os nomes de seus
chefes: Samyaza, que era o seu líder,
Arakiba, Rameel, Kokabiel, Tamiel,
Ramiel, Danei, Ezekeel, Narakijal,
Azael, Armaros, Batarel, Ananel,
Sakeil, Samsapeel, Satarel, Turel,
Jomjael e Sariel.
11 Estes eram os prefeitos dos
duzentos anjos, e os restantes esta-
vam todos com eles.
ENTÃO eles tomaram esposas,
cada um escolhendo por si mes-
mo; as quais eles começaram a abor-
dar, e com as quais eles coabitaram,
ensinando-lhes sortilégios, encanta-
mentos, e a divisão de raízes e árvo-
res.
2 E as mulheres conceberam e ge-
raram gigantes a
,
3 Cuja estatura era de trinta cúbi-
tos b
. Estes devoravam tudo o que o
labor dos homens produzia e tornou-
se impossível alimentá-los;
4 Então eles voltaram-se contra os
homens, a fim de devorá-los;
5 E começaram a ferir pássaros,
animais, répteis e peixes, para comer
sua carne, um depois do outro c
, e
para beber seu sangue.
6 Então a terra reprovou os injus-
tos.
As sentinelas rebeldes corrompem o
gênero humano
ALÉM disso, Azaziel a
ensinou
os homens a fazerem espadas
facas, escudos, armaduras (ou peito-
rais), a fabricação de espelhos e a,
b
Ardis ou, nos dias de Jarede;
c
Monte Hérmon deriva seu nome do hebreu herem, ou seja, uma maldição.
7 a
E elas (as mulheres) geraram a eles (as Sentinelas) três raças: os grandes gigantes. Os
gigantes trouxeram (alguns dizem mataram) os Nefilins, e os Nefilins trouxeram (ou mataram)
os Elioud (são seres excepcionais em ambos capacidade e maldade). E eles sobreviveram,
crescendo em poder de acordo com a sua grandeza. Veja o registro no Livro dos Jubileus.
b
Cúbitos, o mesmo que côvados. Um côvado = aproximadamente 50 cm.
c
Sua carne, um depois do outro. Ou, de uma outra carne. Nota: pode referir-se à destruição de
uma classe de gigantes por outra.
8 a
Azazel ensinou aos homens as artes de fazer armas brancas, escudos e cotas de malha;
porque sabia como trabalhar os metais nestas artes. Mas também ensinou o artesanato das joias,
como os braceletes, os anéis, colares, brincos etc.. Esse mesmo anjo de vocação bélica também
revelou segredos da beleza: a cosmética, a maquiagem, a joalheria.
7
8
4 1º ENOQUE, 9
manufatura de braceletes e ornamen-
tos, o uso de pinturas, o embeleza-
mento das sobrancelhas, o uso de
todo tipo selecionado de pedras vali-
osas, e toda sorte de corantes, para
que o mundo fosse alterado.
2 A impiedade foi aumentada, a
fornicação multiplicada; e eles trans-
grediram e corromperam todos os
seus caminhos.
3 Amazaraque b
ensinou todos os
sortilégios, encantamentos, feitiçarias
e a arte de cortar raízes:
4 Armers ensinou a solução de
sortilégios c
, cura de doenças e a
ciência da medicina;
5 Barkayal ensinou os observado-
res das estrelas d
,
6 Akibeel ensinou sinais;
7 Tamiel ensinou astronomia;
8 E Asaradel ensinou o movimen-
to da lua,
O clamor da raça humana chega
aos céus
9 E os homens, sendo destruídos,
clamaram, e suas vozes romperam os
céus.
ENTÃO Miguel e Gabriel, Ra-
fael, Suriel, e Uriel, olharam
abaixo desde os céus, e viram a
quantidade de sangue que era derra-
mada na terra, e toda a iniquidade
que era praticada sobre ela, e disse-
ram um ao outro; Esta é a voz de
seus clamores;
2 A terra desprovida de seus fi-
lhos tem clamado, mesmo até os
portões do céu.
3 E agora a ti, ó Santo dos céus,
as almas dos homens queixam-se,
dizendo: obtêm justiça para conosco
com o Altíssimo a
.
4 Então eles disseram ao seu Se-
nhor, o Rei:
5 Tu és Senhor dos senhores,
Deus dos deuses, Rei dos reis.
6 O trono de Tua glória é para
sempre e sempre, e para sempre seja
Teu nome santificado e glorificado.
7 Tu fizeste todas as coisas; Tu
possuis poder sobre todas as coisas; e
todas as coisas estão abertas e mani-
festas diante de Ti.
8 Tu vês todas as coisas e nada
pode esconder-se de Ti.
9 Tu viste o que Azaziel tem fei-
to, como ele tem ensinado toda espé-
cie de iniquidade sobre a terra, e tem
aberto ao mundo todas as coisas se-
cretas que são feitas nos céus.
10 Samyaza também tem ensina-
do sortilégios, para quem Tu deste
autoridade sobre aqueles que estão
agregados Contigo.
11 Eles tem ido juntos às filhas
dos homens, têm-se deitado com
elas; têm-se contaminado;
12 E têm descoberto crimes a
elas b
.
13 As mulheres igualmente têm
gerado gigantes.
14 Assim toda a terra tem se
b
Amazaraque era especialista em exorcismos e no conhecimento de raízes e suas diferentes
utilizações.
c
Sortilégios: Feitiçaria; ação do feiticeiro que pratica magia ou bruxaria.
d
Observadores das estrelas: Astrólogos.
9 a
Obtêm justiça para conosco. Literalmente, Traz julgamento para nós do céu.
b
Descoberto crimes. Ou, revelado estes sinais.
9
1º ENOQUE, 10 5
enchido de sangue e iniquidade.
15 E agora, vês que as almas da-
queles que estão mortos clamam.
16 E queixam-se até ao portão do
céu.
17 Seus gemidos sobem; nem po-
dem eles escapar da injustiça que é
cometida na terra. Tu conheces todas
as coisas, antes de elas existirem.
18 Tu conheces estas coisas, e o
que tem sido feito por eles; já Tu não
falas a nós.
19 O que, por conta destas coisas,
devemos fazer contra eles?
O Altíssimo dá ordens as Sentinelas
e sentencia as Sentinelas rebeldes e
seus descendentes
ENTÃO o Altíssimo, o
Grande e Santo falou,
2 E enviou a Uriel ao filho de
Lameque (Enoque),
3 Dizendo: Diz a ele em Meu
nome: Esconde-te.
4 Então explicou-lhe a consuma-
ção que está preste a acontecer; pois
toda a terra perecerá; as águas do
dilúvio virão sobre toda a terra, e
todas os que estão nela serão destruí-
dos.
5 E agora, ensina-o como ele po-
de escapar, e como sua semente pode
permanecer em toda a terra.
6 Novamente o Senhor disse a
Rafael: Amarra a Azaziel, mãos e
pés; lança-o na escuridão; e abrindo
o deserto que está em Dudael, lança-
o nele.
7 Arremessa sobre ele pedras
agudas, cobrindo-o com escuridão;
8 Lá ele permanecerá para
sempre; cobre sua face, para que ele
não possa ver a luz.
9 E no grande dia do julgamento
lança-o ao fogo.
10 Restaura a terra, a qual os
anjos corromperam; e anuncia vida a
ela, para que Eu possa recebê-la.
11 Todos os filhos dos homens,
sua descendência, não perecerão em
consequência de todo segredo, pelo
qual as Sentinelas têm destruído, e o
que eles ensinaram;
12 Toda a terra tem se corrompi-
do pelos efeitos dos ensinamentos de
Azaziel.
13 A ele, portanto, se atribui todo
crime.
14 A Gabriel também o Senhor
disse: Vai aos bastardos, aos répro-
bos, aos filhos da fornicação; e des-
trói os filhos da fornicação, a uns
descendência das Sentinelas de entre
os homens; traze-os e excita-os con-
tra os outros.
15 Faze-os perecer por mútua ma-
tança; pois o prolongamento de dias
não serão deles.
16 Eles rogarão a ti, mas seus pais
não obterão seus desejos com respei-
to a eles; pois eles esperaram por
vida eterna, e que eles possam viver,
cada um deles, quinhentos anos.
17 A Miguel, igualmente o Se-
nhor disse: Vai e anuncia seus pró-
prios crimes a Samyaza, e aos outros
que estão com ele, os quais têm se
associado às mulheres para que se
contaminem com toda sua impureza.
18 E quando todos os seus filhos
forem mortos, quando eles virem à
perdição dos seus bem-amados,
amarra-os por setenta gerações de-
baixo da terra, mesmo até o dia do
julgamento, e da consumação, até o
julgamento, cujo efeito que dura para
10
6 1º ENOQUE, 11, 12
sempre, seja completado.
19 Então eles serão levados para
as mais baixas profundezas do fogo
em tormentos; lá eles serão encerra-
dos em confinamento para sempre.
20 Imediatamente depois disso
ele, juntamente com os outros, quei-
marão e perecerão; eles serão amar-
rados até a consumação de muitas
gerações.
21 Destrói todas as almas viciadas
na luxúria, e a descendência das Sen-
tinelas, pois eles tiranizam a humani-
dade.
22 Que todo opressor pereça na
face da terra;
23 Que toda má obra seja destruí-
da;
24 A semente da justiça e da reti-
dão apareça, e o que é produtivo
torne-se uma bênção.
25 Justiça e retidão serão planta-
das para sempre com prazer.
26 E então todos os santos darão
graças, viverão até terem gerado
milhares de filhos, enquanto todo o
período se sua juventude, e seus sá-
bados, serão completados em paz.
27 Naqueles dias toda a terra será
cultivada em retidão; ela será total-
mente cultivada com árvores, e será
cheia de bênçãos; toda árvore de
delícias será plantada nela.
28 Vinhas serão plantadas; e a vi-
nha que nela será plantada produzirá
frutos para saciedade; toda semente
que nela será semeada produzirá mil
por uma medida; e uma medida de
olivas produzirá dez prensas de óleo.
29 Purifica a terra de toda opres-
são, de toda injustiça, de todo crime,
de toda impiedade, e de toda impure-
za que é cometida sobre ela. Exter-
mina-os da terra.
30 Então todos os filhos dos ho-
mens serão justos, e todas as nações
me pagarão divinas honras, e Me
abençoarão; e todos Me adorarão.
31 A terra será limpa de toda cor-
rupção, de toda punição e de todo
sofrimento;
32 Eu não enviarei novamente di-
lúvio sobre ela, de geração em gera-
ção para sempre.
NAQUELES dias Eu abrirei
tesouros de bênçãos que es-
tão nos céus, para que Eu possa fazê-
las descer sobre a terra, e sobre todos
os trabalhos e labores do homem.
2 Paz e equidade se associará aos
filhos dos homens todos os dias do
mundo, em cada uma de suas gera-
ções.
Enoque encontra com as santa
Sentinelas
ANTES de todas estas coisas
acontecerem, Enoque esteve
escondido; e nenhum dos filhos dos
homens sabia onde ele estava, onde
ele havia estado, e o que havia acon-
tecido.
2 Ele esteve totalmente engajado
com os santos, e com as Sentinelas
em seus dias.
3 Eu, Enoque, fui abençoado pelo
grande Senhor e Rei da paz.
4 E eis que as Sentinelas chama-
ram-me Enoque, o escriba.
5 Então o Senhor disse-me: Eno-
que, escriba da retidão, vai e dize às
Sentinelas dos céus, os quais deserta-
ram o alto céu e seu santo e eterno
11
12
1º ENOQUE, 13, 14 7
estado, os quais foram contaminados
com mulheres.
6 E fizeram como os filhos dos
homens fazem, tomando para si es-
posas, e os quais têm sido grande-
mente corrompidos na terra;
7 Que na terra eles nunca obterão
paz e remissão de pecados.
8 Pois eles não se regozijarão em
sua descendência; eles verão a ma-
tança dos seus bem-amados; lamen-
tarão a destruição dos seus filhos e
farão petição para sempre; mas não
obterão misericórdia e paz.
Enoque sentencia as Sentinelas
rebeldes
ENTÃO Enoque, passando
ali, disse a Azaziel: Tu não
obterás paz. Uma grande sentença há
contra ti. Ele te amarrará;
2 Socorro, misericórdia e súplica
não estarão contigo por causa da
opressão que tens ensinado;
3 E por causa de todo ato de blas-
fêmia, tirania e pecado que tens des-
coberto aos filhos dos homens.
4 Então partindo dele, falei a eles
todos juntos;
5 E eles todos ficaram apavora-
dos, e tremeram;
6 Abençoando-me por escrever
por eles um memorial de súplica,
para que eles pudessem obter perdão;
e que eu fizesse um memorial de
suas orações ascendendo diante do
Deus do céu; porque eles, por si
mesmos, desde então não podiam
dirigir-se a Ele, nem levantar seus
olhos aos céus por causa da infame
ofensa com a qual eles foram julga-
dos.
7 Então eu escrevi um memorial
de suas orações e súplicas, por seus
espíritos, por tudo o que eles haviam
feito, e pelo assunto de sua solicita-
ção, para que eles obtivessem remis-
são e descanso.
8 Procedendo nisso, eu continuei
sobre as águas de Danbadan a
, as
quais estão da direita para o oeste de
Hérmon, lendo o memorial de suas
orações, até que caí adormecido.
9 E eis que um sonho veio a mim,
e visões apareceram acima de mim.
10 E caí e vi uma visão de casti-
gos, para que eu pudesse relatá-la aos
filhos dos céus, e reprová-los.
11 Quando eu acordei fui até eles.
12 Todos estavam reunidos cho-
rando em Oubelseiael, que está situ-
ada entre o Libano e Seneser b
, com
suas faces escondidas.
13 E relatei em sua presença todas
as visões que eu havia visto, e meu
sonho;
14 E comecei a pronunciar estas
palavras de retidão, reprovando as
Sentinelas do céu.
Enoque escreve o livro da reprova-
ção das Sentinelas
ESTE é o livro das palavras
de retidão, e de reprovação
das Sentinelas, os quais pertencem ao
mundo a
, de acordo com o que Ele,
que é santo e grande, ordenou na
visão.
13 a
Danbadan, hoje chamado Rio Dan é o maior afluente do rio Jordão. A sua fonte é situada
na base do Monte Hérmon.
b
Libano e Seneser. Líbano e Senir (próximo a Damasco).
14 a
Os quais pertencem ao mundo. Ou, os quais são da eternidade.
13
14
8 1º ENOQUE, 14
2 Eu percebi em meu sonho que
eu estava então falando com a língua
da carne, e com meu fôlego, que o
Poderoso colocou na boca dos ho-
mens, para que eles pudessem con-
versar com Ele.
3 Eu entendi com o coração. As-
sim como Ele havia criado e dado
aos homens o poder de compreender
a palavra de entendimento, assim
criou, e deu a mim o poder de repro-
var os Sentinelas, a geração dos céus.
4 E escrevi sua petição; e na mi-
nha visão foi-me mostrado que seu
pedido não lhes será atendido en-
quanto o mundo perdurar.
5 Julgamento passou sobre vós:
vosso pedido não vos será atendido.
6 De agora em diante, nunca as-
cendereis ao céu; Ele o disse que na
terra Ele vos amarrará, tanto tempo
enquanto o mundo existir.
7 Mas antes destas coisas tu verás
a destruição dos vossos bem-amados
filhos; não os possuireis, mas eles
cairão diante de vós pela espada.
8 Nem pedireis por eles, nem por
vós mesmos;
9 Mas chorareis e suplicareis em
silêncio. As palavras do livro que eu
escrevi b
.
A visão de Enoque com a glória do
Altíssimo
10 Uma visão então me apareceu.
11 Eis que naquela visão, nuvens
e névoa convidaram-me; estrelas
agitadas e brilho de relâmpagos im-
peliram-me e pressionaram-me adi-
ante, enquanto ventos na visão assis-
tiram meu voo, acelerando meu pro-
gresso.
12 Eles elevaram-me no alto ao
céu.
13 Eu prossegui, até que cheguei
próximo dum muro construído com
pedras de cristal.
14 Uma chama de fogo vibrante c
rodeou-o, a qual começou a golpear-
me com terror.
15 Nesta chama de fogo vibrante
eu entrei;
16 E aproximei-me de uma espa-
çosa habitação, também construída
com pedras de cristal.
17 Seus muros também, bem co-
mo o pavimento, eram formados com
pedras de cristal, e de cristal também
era o piso.
18 Seu telhado tinha a aparência
de estrelas agitadas e brilhos de re-
lâmpagos; e entre eles haviam que-
rubins de fogo num céu tem-
pestuoso d
.
19 Uma chama queimava ao redor
dos muros; e seu portal queimava
como fogo.
20 Quando eu entrei nesta habita-
ção, ela era quente como fogo e frio
como o gelo.
21 Nenhum traço de encanto ou
de vida havia lá.
22 O terror sobrepujou-me, e um
tremor de medo apoderou-se de mim.
23 Violentamente agitado e tre-
mendo, eu caí sobre minha face. Na
visão eu olhei.
24 E vi que lá havia outra
b
Mas chorareis… Eu escrevi. Ou, Assim também, a despeito de vossas lágrimas e orações,
não recebereis nada, de tudo o que está contido nos registros que eu tenho escrito.
c
Chama de fogo vibrante. Literalmente, uma língua de fogo.
d
Num céu tempestuoso. Literalmente, e seu céu era água.
1º ENOQUE, 15 9
habitação mais espaçosa que a pri-
meira, cada entrada da qual estava
aberta diante de mim, elevada no
meio da chama vibrante.
25 Tão grandemente superou em
todos os pontos, em glória, em mag-
nificência, em magnitude, que é im-
possível descrever-vos o esplendor
ou a extensão dela.
26 Seus pisos eram de fogo, aci-
ma havia relâmpagos e estrelas agi-
tadas enquanto o telhado exibia um
fogo ardente.
27 Eu examinei-a atentamente e
vi que ela continha um trono exalta-
do;
28 A aparência do qual era seme-
lhante à da geada, enquanto que sua
circunferência assemelhava-se à órbi-
ta do sol brilhante; e havia a voz de
um querubim.
29 Debaixo desse poderoso trono
saíam rios de fogo flamejante.
30 Olhar para Ele foi impossível.
31 Alguém grande em glória as-
sentava-se sobre Ele,
32 Cujo manto era mais brilhante
que o sol, e mais branco que a neve.
33 Nenhum anjo era capaz de pe-
netrar para olhar a Sua face, o Glori-
oso e Fulgente;
nem podia algum mortal vê-Lo. Um
fogo flamejante rodeava-O.
34 Também um fogo de grande
extensão continuava a elevar-se dian-
te d’Ele;
35 De modo que nenhum daque-
les que estavam ao redor d’Ele eram
capazes de aproximar-se, entre as
miríades de miríades e
que estavam
diante d’Ele. Para Ele santa consulta
era desnecessária.
36 Contudo, o Santificado, que
estava próximo d’Ele, não apartou-se
d’Ele nem de noite nem de dia; nem
eram eles tirados de diante d’Ele.
37 Eu também estava tão adianta-
do, com um véu sobre minha face, e
trêmulo.
38 Então o Senhor com sua pró-
pria boca chamou-me, dizendo:
Aproxima-se aqui acima, Enoque, à
minha santa palavra.
39 E Ele ergueu-me, fazendo
aproximar-me, mesmo até à entrada.
Meus olhos estavam dirigidos para o
chão.
O Altíssimo fala com Enoque
ENTÃO Ele tomou a pala-
vra, e falou comigo; eu pres-
tei atenção à sua voz:
2 Não temas, Enoque, homem
honesto e Escriba da Justiça!
3 Vem até aqui e escuta as minhas
palavras.
4 Vai e dize as Sentinelas dos
céus que te enviaram como seu inter-
cessor:
5 És tu que deveis interceder pe-
los homens, não os homens por ti.
6 Portanto, deves abandonar o su-
blime e santo céu, o qual permanece
para sempre; deitastes com mulheres;
vos corrompestes com as filhas dos
homens; tomaste-as para ti esposas;
agistes igual aos filhos da terra, e
gerastes uma ímpia descendência a
.
7 Vós éreis espirituais, santos, e
possuidores de uma vida que é
e
Miríades de miríades. Dez mil vezes dez mil.
15 a
Uma ímpia descendência. Literalmente, gigantes.
15
10 1º ENOQUE, 16, 17
eterna; vos contaminastes com mu-
lheres, procriastes em sangue carnal;
cobiçastes o sangue de homens; e
fizestes como aqueles que são de
carne e sangue.
8 Estes, contudo, morrem e pere-
cem.
9 Portanto, eu concedi a essas
mulheres, que com eles coabitaram, e
que com eles geraram filhos, que
nada lhes falte sobre a terra.
10 Mas desde o princípio fostes
feitos espirituais, possuindo uma
vida que é eterna, e não sujeito à
morte para sempre.
11 Portanto, eu não fiz esposas
para vós, porque, sendo espirituais,
vossa habitação está no céu,
12 Agora, os gigantes que têm
nascido de espírito e de carne, serão
chamados sobre a terra de maus espí-
ritos, e na terra estará a sua habita-
ção.
13 Maus espíritos procederão de
sua carne, porque eles foram criados
de cima; dos santos Sentinelas foi
seu princípio e a sua primeira funda-
ção.
14 Maus espíritos eles serão sobre
a terra, e de espíritos da maldade eles
serão chamados.
15 A habitação dos espíritos do
céu será no céu, mas sobre a terra
estará à habitação dos espíritos ter-
restres, os quais são nascidos na ter-
ra.
16 Os espíritos dos gigantes serão
semelhantes às nuvens b
, os quais
oprimem, corrompem, caem, conten-
-dem e confundem sobre a terra.
17 Eles causarão lamentação. Ne-
nhuma comida eles comerão; e terão
sede; eles se esconderão e não se
levantarão contra os filhos dos ho-
mens, e contra as mulheres; pois eles
virão durante os dias da matança e da
destruição.
A sentença dos rebeldes e sua
descendência
E QUANTO à morte dos
gigantes, onde quer que seus
espíritos se apartem de seus corpos;
ou seja, de sua carne, que é perecível,
esteja sem julgamento a
.
2 Assim eles perecerão, até o dia
da grande consumação do mundo.
3 Uma destruição das Sentinelas e
dos ímpios acontecerá.
4 E então às Sentinelas, aos quais
enviei-te para rogar por eles, os quais
no principio estavam no céu,
5 Dize: No céu tens estado; coisas
secretas, entretanto, não têm sido
manifestadas a ti; contudo tens co-
nhecido um reprovável mistério.
6 E isto tens relatado às mulheres
na dureza do vosso coração, e por
aquele mistério as mulheres e a hu-
manidade têm multiplicado males
sobre a terra.
7 Dize a eles: Nunca, portanto,
obtereis paz.
Primeira viagem de Enoque
Enoque passa algum tempo com as
Sentinelas
ENTÃO os anjos levanta-
ram-me a um certo lugar,
b
A palavra grega para nuvem aqui, nephelas, pode ocultar a mais antiga leitura, Napheleim
(Nefilim).
16 a
...esteja sem julgamento. Ou, sua carne será destruída antes do julgamento.
16
17
1º ENOQUE, 18 11
onde lá havia a
a aparência de um
fogo fervente; e quando eles queriam
assumiam formas humanas.
2 Depois eles levaram-me ao lu-
gar das trevas, a um alto lugar, sobre
o cume de uma montanha, cujo topo
alcançava o céu.
3 E eu vi o lugar das luminárias,
as câmaras das estrelas e dos trovões
nas extremidades do lugar, onde ele
era profundo.
4 Havia um arco de fogo, com se-
tas que flamejava como uma espada
de fogo, desta saia os relâmpagos b
.
5 Então eles levaram-me ao lugar
das aguas vivas e do fogo ocidental,
o qual recebeu todo pôr-do-sol.
6 Eu vi um rio de fogo, cuja in-
candescência fluía como água, o qual
e desaguava no grande mar para o
oeste.
7 Então vi as grandes correntes de
água, até que cheguei à grande escu-
ridão.
8 Eu fui para onde toda carne mi-
gra; e vi as montanhas da escuridão
as quais constituem o inverno, e o
lugar do qual flui as águas do abis-
mo.
9 Eu vi também as fontes de todos
os rios da terra, e as desembocaduras
das águas profundas.
ENTÃO vi as câmaras de
todos os ventos, vi como eles
adornavam toda a terra, para preser-
var a fundação da terra.
2 Eu vi os alicerces da terra, e vi
cumeeira da terra.
3 Também vi os quatro ventos, os
quais sustêm a terra, e o firmamento
do céu.
4 E eu vi os ventos ocupando o
céu exaltado,
5 Surgindo no meio do céu e da
terra, e constituindo os pilares do
céu.
6 Eu vi os ventos que giram no
céu, os quais ocasionam e determi-
nam a órbita do sol e de todas as
estrelas; e sobre a terra eu vi os ven-
tos que carregam as nuvens.
7 Eu vi o caminho dos anjos.
8 Percebi na extremidade da terra
o firmamento do céu que sustenta nas
alturas.
9 Então passei para a direção do
sul,
10 Onde ardia a todo tempo, tanto
de dia quanto de noite, ali se encon-
tra sete montanhas a
formadas de
gloriosas pedras, três em direção ao
leste, e três em direção ao sul.
11 Aquelas que estão em direção
ao leste, uma era de pedras colo-
ridas b
, uma das quais era de pérolas
c
, e outra de topázio d
.
12 Aquelas montanhas em direção
ao sul, uma era de pedra vermelha e
.
13 A do meio aproximava-se do
céu como o trono de Deus; um trono
composto de alabastro f
, o topo do
qual era de safira.
14 Vi também um fogo flamejan-
te g
suspenso sobre todas as monta-
nhas.
15 E lá eu vi um lugar do outro
lado de um extenso território, onde
águas foram ajuntadas h
.
16 Então vi um abismo com
17 a
Onde havia. Ou, onde eles (os anjos) eram semelhantes.
b
Buraco Negro.
18 a
Planetas; b
Terra; c
Mercúrio; d
Vênus; e
Marte; f
Júpiter; g
Sol; h
Urano ou Netuno.
18
12 1º ENOQUE, 19, 20, 21
colunas de fogo da altura do céu,
17 E depois vi essas mesmas co-
lunas ruindo, elas são imensuráveis,
tanto em altura como em profundi-
dade,
18 Então vi um lugar que por ci-
ma não havia nem o firmamento do
céu acima dele, nem o sólido chão
abaixo dele; nem havia água acima;
ou nada no vento; mas o lugar era
desolado.
19 E lá eu vi sete estrelas, seme-
lhantes a grandes montanhas, e ar-
dentes, quando perguntei sobre elas.
20 Então o anjo disse: Este é o lu-
gar, que o céu e da terra acabam, esta
é a visão das estrelas e das legiões
dos corpos celestes, e será a prisão
das estrelas, e das hostes do céu.
21 As estrelas que rolam sobre
fogo são aquelas que transgrediram o
mandamento de Deus no inicio de
seu curso; pois elas não apareceram
no seu devido tempo.
22 Portanto, Ele irou-se contra
elas, e amarrou-as por dez mil anos
até o tempo em que estiverem sido
expiado os seus pecados.
ENTÃO Uriel disse: Eis aqui
o lugar onde ficarão os anjos
que se misturaram com mulheres,
2 Como também os seus espíritos,
que assumiram formas variadas e que
corromperam os homens, seduzindo-
os e fazendo-os a prestar culto aos
demônios como se fossem deuses,
3 Pois aqui eles ficarão até o
grande dia do juízo, quando serão
sentenciados a aniquilação completa,
e quanto as mulheres seduzidas serão
transformadas em sereias a
.
4 E eu, Enoque, vi nessa visão o
fim de todas as coisas.
5 E não houve ninguém que viu, o
eu vi.
Os sete anjos vigilantes
ESTES são os nomes dos
anjos Sentinelas:
2 Uriel, um dos santos anjos, o
qual preside sobre o clamor e o ter-
ror.
3 Rafael, um dos santos anjos, o
qual preside sobre os espíritos dos
homens.
4 Raguel, um dos santos anjos, o
qual inflige punição ao mundo e às
luminárias.
5 Miguel, um dos santos anjos, o
qual, presidindo sobre a virtude hu-
mana, comanda as ações.
6 Suriel, um dos santos anjos, o
qual preside sobre os espíritos dos
filhos dos homens que transgridem.
7 Gabriel, um dos santos anjos, o
qual preside sobre o paraíso, sobre os
serafins, e sobre os querubins.
8 Remiel, um dos santos, Anjos,
foi por Deus incumbido de presidir
aos ressuscitados.
Segunda viagem de Enoque
Enoque passa através da terra e do
hades
ENTÃO fui levado para um
lugar no qual nada estava
completo.
2 Lá eu vi algo de espantoso; não
se via nem um céu exaltado, nem de
uma terra estabelecida, mas um lugar
desolado e horrível.
3 Lá também vi sete estrelas do
céu amarradas juntas, semelhantes a
19 a
Sereias, ou seja serão subjugadas.
19
20
21
1º ENOQUE, 22 13
grandes montanhas, e semelhante ao
fogo fervente.
4 Eu exclamei: Por que espécie de
crime elas foram amarradas, e por
que foram removidas de seu lugar?
5 Então Uriel, um dos santos an-
jos que estava comigo, e o qual con-
duzia-me, respondeu: Enoque, por
que perguntas; por que arrazoas con-
sigo mesmo, e ansiosamente inda-
gas?
6 Estas são aquelas estrelas que
transgrediram o mandamento do
altíssimo Deus; e estão aqui amarra-
das, até que o número infinito dos
dias dos seus crimes esteja completo.
7 Dali eu passei depois para um
outro lugar terrível;
8 Onde eu vi a operação de um
grande fogo flamejante e resplande-
cente, no meio do qual havia uma
divisão.
9 Colunas de fogo lutando juntas
para o fim do abismo, e profunda era
sua descida.
10 Mas sua medida e magnitude
eu não fui capaz de descobrir, nem
pude perceber sua origem.
11 Então exclamei: Quão terrível
é este lugar, e quão difícil explorá-lo!
12 Uriel, um dos santos anjos que
estava comigo, respondeu e disse:
13 Enoque, por que está alarmado
e maravilhado com este terrível lu-
gar, à vista deste lugar de sofrimen-
to?
14 Isto, disse ele, é a prisão dos
anjos; e aqui eles serão mantidos
para sempre.
Separação das almas após a morte:
do justo e do ímpio
DALI eu me dirigi para outro
lugar, onde vi a oeste uma
grande e elevada montanha, uma
forte rocha, e quatro cavernas delei-
tosas.
2 Internamente elas eram profun-
das, amplas, e muito polidas (lisas);
três delas eram escuras e uma clara,
tendo no centro dela uma fonte de
água.
3 Então eu disse: Como são lisas
essas cavernas! Como são profundas
e escuras!
4 Então Rafael, um dos santos an-
jos que estava comigo, respondeu e
disse:
5 Estes são os lugares deleitosos
onde os espíritos, as almas dos mor-
tos, serão reunidos; para eles ele foi
formado e aqui serão reunidas todas
as almas dos filhos dos homens.
6 Estes lugares, nos quais habi-
tam, eles ocuparão até o dia do jul-
gamento, e até seu período escolhido.
7 Seu período escolhido será lon-
go, mesmo até o grande julgamento.
8 E vi os espíritos dos filhos dos
homens que estão mortos; e suas
vozes rompem o céu, enquanto eles
são acusados.
9 Então inquiri de Rafael, o anjo
que estava comigo, e disse: Que espí-
rito é aquele, a voz do qual alcança o
céu, e acusa?
10 Ele respondeu, dizendo: Este é
o espírito de Abel o qual foi morto
por Caim seu irmão; o qual acusará
aquele irmão, até que sua semente
seja destruída da face da terra;
11 Até que sua semente desapare-
ça da semente da raça humana.
12 Naquele tempo, portanto eu
22
14 1º ENOQUE, 23, 24
inquiri a respeito dele, e a respeito do
julgamento geral, dizendo: Por que
um está separado do outro?
13 Ele respondeu: Três separa-
ções foram feitas entre os espíritos
dos mortos, e assim os espíritos dos
justos foram separados,
14 Especialmente, uma separação
foi reservada para os espíritos dos
justos, onde jorra uma fonte de águas
límpidas, onde há luz acima dela.
15 E da mesma maneira os peca-
dores são separados quando morrem,
e são sepultados na terra; julgamento
não os surpreenderá em seu tempo de
vida.
16 Aqui suas almas estão separa-
das.
17 Além disso, abundante é seu
sofrimento até o tempo do grande
julgamento, o castigo, e o tormento
daqueles que eternamente abomina-
ram a justiça, cujas almas são muni-
das e amarradas lá para sempre.
18 E assim tem sido desde o prin-
cípio do mundo.
19 Assim existe uma separação
entre as almas daqueles que proferem
reclamações, e daqueles que vigiam
pela sua destruição, para sua matança
no dia dos pecadores.
20 Uma separação deste tipo foi
formada para as almas dos injustos, e
dos pecadores; daqueles que comete-
ram crime, e se associaram aos ím-
pios, com os quais eles se asseme-
lham.
21 Suas almas não serão aniquila-
das naquele dia de julgamento, nem
se levantarão deste lugar.
22 Então eu bendisse a Deus, e fa-
lei: Abençoado seja o meu Senhor, o
Senhor da glória e da retidão, cujo
reino será para sempre e sempre.
A jornada de Enoque ao Ocidente
O fogo que lida com as luminárias
do céu
DALI eu fui para outro lugar,
em direção ao ocidente (oes-
te), até às extremidades da terra,
2 Onde vi um fogo resplandecente
correndo ao longo sem cessar, com
um curso não intermitente, nem de
dia nem de noite; mas sempre o
mesmo, continuadamente.
3 Eu indaguei, dizendo: O que é
isto, que nunca cessa?
4 Então Raguel, um dos santos
anjos que estava comigo, respondeu,
5 E disse: Este fogo flamejante
que tu vês correndo em direção ao
oeste é aquele de todas as luminárias
do céu.
As sete esplêndidas montanhas e as
arvores perfumadas
EU FUI dali para outro lu-
gar, e vi uma montanha de
fogo que resplandece tanto de dia
quanto de noite.
2 Fui em direção a ela e percebi
sete esplêndidas montanhas, as quais
eram diferentes umas das outras.
3 Suas pedras eram brilhantes e
belas; todas eram brilhantes e es-
plêndidas à vista e formosa era sua
superfície.
4 Três montanhas estavam em di-
reção ao leste, consolidadas e forta-
lecidas por estarem colocadas uma
sobre a outra; três estavam em dire-
ção ao sul, consolidadas de maneira
similar.
5 Três eram igualmente vales pro-
fundos, os quais não se acercavam
23
24
1º ENOQUE, 25, 26 15
uma da outra.
6 A sétima montanha estava no
meio delas.
7 Em comprimento elas todas se
assemelhavam ao assento de um
trono, e árvores perfumadas rodea-
vam-nas.
8 Entre estas havia uma árvore de um
perfume incessante; nem daquelas
que estavam no Éden, havia lá algu-
ma, de todas as árvores de fragrância,
que cheirava como esta.
9 Suas folhas, suas flores, nunca
ficam murchas, e seu fruto era belo.
10 Seu fruto assemelhava-se ao
cacho da palmeira.
11 Eu exclamei: Vê! Esta árvore é
vistosa de aspecto, agradável em suas
folhas, e o aspecto de seus frutos é
delicioso à vista.
12 Então Miguel, um dos santos
anjos que estava comigo, e um dos
que presidem sobre elas, respondeu;
A árvore da Vida
E DISSE: Enoque, por que
inquires a respeito do perfu-
me desta árvore?
2 Por que estás inquisitivo para
sabê-lo?
3 Então eu, Enoque, respondi-lhe,
e disse:
4 Concernente a tudo eu estou de-
sejoso de saber, mas particularmente
com respeito a esta árvore.
5 Ele respondeu-me dizendo: A
montanha que tu vês, o prolonga-
mento da qual assemelha-se ao as-
sento do Senhor, será o assento no
qual se assentará o Santo e grande
Senhor da glória, o eterno Rei, quan-
do Ele virá e descerá para visitar a
terra com bondade.
6 E aquela árvore de agradável
aroma, não de um perfume carnal; lá
ninguém terá poder para toca-la até o
tempo do grande julgamento.
7 Quando todos serão punidos e
consumidos para sempre; isto será
conferido sobre os justos e humildes.
8 O fruto da árvore será dado aos
eleitos.
9 Pois em direção ao norte, vida
será plantada no santo lugar, em di-
reção à habitação do eterno Rei.
10 Então eles se regozijarão gran-
demente e exultarão no Santo.
11 O doce perfume entrará em
seus ossos; e eles viverão uma longa
vida na terra como seus antepassa-
dos; em seus dias não haverá tristeza,
angústia, aborrecimento e nem puni-
ção os afligirá.
12 E eu abençoei o Senhor da gló-
ria, o eterno Rei, porque ele preparou
esta árvore para os santos, formou-a,
e declarou que Ele a daria para eles.
Jerusalém e as montanhas, desfila-
deiros e córregos
DALI eu parti para o meio da
terra e contemplei um lugar
abençoado e frutífero, onde havia
árvores com galhos que brotavam e
floriam dos ramos podados.
2 Ali eu vi uma santa montanha, e
debaixo dela a água do lado de trás
fluía em direção ao sul.
3 Lá, igualmente, eu vi uma mon-
tanha santa, e ao sopé da mesma, do
lado leste, um rio que corria na dire-
ção do sul.
4 Do lado do Oriente vi ainda
uma outra montanha, mais alta do
que aquela, e, dividindo-se as duas,
uma garganta estreita e profunda; ela
25
26
16 1º ENOQUE, 27, 28, 29, 30
era o leito do rio que nascia ao pé da
montanha.
5 Do lado ocidental havia outra
montanha, mais baixa do que a ante-
rior e de porte menor; entre estas e as
anteriores havia um vale profundo;
outro vale, também profundo, e seco,
abria-se no extremo da montanha.
6 Esses profundos vales eram es-
treitos, de rocha dura; nenhuma árvo-
re crescia ali.
7 Admirei-me com as rochas; es-
pantei-me com os vales; e tudo aqui-
lo maravilhou-me sobremaneira.
A finalidade do vale maldito
ENTÃO eu disse: O que
significa esta terra abençoa-
da, e todas estas altas árvores, e o
vale amaldiçoado entre elas?
2 Respondeu-me então Uriel, um
dos santos Anjos que estavam comi-
go, e disse:
3 Aquela garganta maldita que
viste foi destinada aos eternamente
malditos; ali serão agrupados todos
aqueles que, com a sua boca, profe-
rem coisas desrespeitosas contra
Deus e falam com insolência da sua
Glória.
4 Ali eles serão reunidos; será o
lugar do seu julgamento.
5 Nos últimos dias, realizar-se-á
um exemplo de um julgamento defi-
nitivo sobre eles, na presença dos
justos; ali os piedosos louvarão ao
Rei da Glória, ao Senhor da Eterni-
dade.
6 No dia do Julgamento dos
pecadores os justos O louvarão por
causa da sua misericórdia, por Ele
manifestada para com eles.
7 Então eu dei graças ao Rei da
Glória, proclamei a sua honra e ento-
ei um cato de louvor a Ele.
A jornada de Enoque para o Oriente
DALI eu fui à direção ao
oriente (leste) para o meio da
montanha no deserto, do qual somen-
te o nível da superfície eu percebi.
2 Era um lugar solitário, mas
palmo a palmo de árvores e vegeta-
ção; e dos pontos altos jorrava água.
3 Ali apareceu uma catarata com-
posta de muitas cachoeiras voltadas
tanto para o oriente quanto para o
ocidente.
4 Sobre um lado havia árvores;
sobre o outro água e orvalho.
ENTÃO eu fui para outro
lugar do deserto; em direção
ao leste daquela montanha da qual eu
havia me aproximado.
2 Ali eu vi árvores escolhidas a
,
particularmente aquelas que produ-
zem o cheiro doce opiato b
, incenso e
mirra; e árvores diferentes umas das
outras.
3 E sobre elas havia a elevação da
montanha ocidental, a não grande
distância.
IGUALMENTE vi outro
lugar com vales de água que
nunca param,
2 Onde percebi uma agradável ár-
vore, a qual em perfume
29 a
Árvores escolhidas. Literalmente árvores de julgamento.
b
Medicamento que contém ópio, ou é obtido a partir dele. Codeína, heroína e morfina são
opiatos. A maioria dos opiatos induz ao sono, e amortece parcial ou completamente a sensação
de dor.
27
28
29
30
1º ENOQUE, 31, 32, 33 17
assemelha-se a Pistacia lentiscus a
.
3 Em direção ao vale eu percebi o
cinamomo b
de doce perfume. Sobre
eles avancei em direção ao leste.
EU VI outras montanhas;
sobre elas havia bosques de
onde fluía o néctar, o chamado bál-
samo ou unguento.
2 Atrás daquelas montanhas eu vi
outra, ao leste da região; sobre ela
havia plantas de aloés, e todas as
demais árvores gotejavam resina,
semelhantemente às amendoeiras.
3 Ao triturar-se a sua fruta, ela
exalava toda sorte de perfumes.
DEPOIS destas coisas, ins-
pecionando as entradas do
norte acima das montanhas, vi mon-
tanhas e percebi sete montanhas re-
pletas de puro nardo a
, árvores
perfumadas e papiro.
2 Dali eu passei acima dos picos
daquelas montanhas a alguma distân-
cia para o leste, e fui sobre o mar da
Eritréia b
.
3 E quando eu havia avançado pa-
ra longe, além dele, passei ao longo,
acima do anjo Zotiel, e cheguei ao
jardim da justiça.
4 Neste jardim eu vi outras árvo-
res, as quais eram numerosas e
grandes, e floresciam ali.
5 Sua fragrância era agradável e
poderosa e sua aparência era tanto
agradável quanto elegante.
6 A árvore do conhecimento tam-
bém estava ali, do qual se alguém
comesse, tornava-se dotado de gran-
de sabedoria.
7 Essa árvore, pelo seus ramos,
assemelha-se ao pinheiro; sua folha-
gem é parecida com a da alfarro-
beira c
; o seu fruto é como os cachos
da videira; e o seu perfume é perce-
bido a grande distância.
8 Então eu exclamei: Como é bela
esta árvore e como é agradável o seu
aspecto!
9 Então o santo Rafael, um anjo
que estava comigo, respondeu e dis-
se:
10 Esta é a árvore do conheci-
mento, da qual vosso antigo pai e
vossa mãe comeram, os quais foram
antes de ti e que obtendo conheci-
mento, seus olhos sendo abertos, e
descobrindo que estavam nus, foram
expulsos do jardim.
DALI eu fui na direção das
extremidades da terra, onde
vi grandes feras diferentes umas das
outras, e pássaros variados em suas
aparências e formas, bem como
30 a
Pistacia lentiscus ou aroeira trata-se de uma pequena árvore ou grande arbus-
to decíduo que pode atingir os 4 m de altura, que é cultivada pela sua resina aromática,
o mástique,
b
Cinamomo espécie de arvore que alcança até 20 metros de altura, as flores são pequenas
aromáticas e têm cor lilás e os frutos são redondos, carnosos e de cor amarelo escuro, porém
tóxicos para humanos.
32 a
Nardo: Uma espécie de planta, da qual se extrai um óleo perfumado.
b
Mar da Eritreia: O Mar Vermelho.
c
alfarrobeira, também conhecida como Pão-de-São-João, figueira-de-pitágoras e figueira-do-
egito, é uma árvore de folha perene, originária da região mediterrânica que atinge cerca de 10 a
20 m de altura, cujo fruto é a alfarroba.
31
32
33
18 1º ENOQUE, 34, 35, 36, 37
com notas de diferentes sons;
2 Para a direita destas feras eu
percebi as extremidades da terra,
onde os céus cessam.
3 Os portões do céu estavam aber-
tos e vi que estavam vindo as estrelas
celestiais.
4 Eu enumerei-as enquanto pro-
cediam do portão e escrevi-as todas,
enquanto elas saiam uma por uma, de
acordo com seu número.
5 Eu escrevi seus nomes comple-
tamente, seus tempos e estações,
enquanto o anjo Uriel, que estava
comigo, mostrava-as a mim.
6 Ele as mostrou todas a mim, e
escrevi uma conta delas.
7 Ele também escreveu para mim
seus nomes, seus regulamentos, e
suas operações.
A jornada de Enoque para o Norte
DALI eu avancei em direção
ao norte, para as extremida-
des da terra.
2 E ali vi a grande e gloriosa ma-
ravilha das extremidades de toda
terra.
3 Vi ali portões celestiais abertos
para o céu, três dos quais distinta-
mente separados.
4 Os ventos do norte procediam
deles, soprando frio, granizo, geada,
neve, orvalho e chuva.
5 De um dos portões eles sopra-
vam suavemente, mas quando eles
sopravam dos dois outros portões, ele
era violento e forte.
6 Eles sopravam sobre a terra for-
temente.
DALI eu fui para as extremi-
dades do mundo para o oeste;
2 Ali percebi três portões abertos,
enquanto eu estava olhando no norte;
os portões e passagens através deles
era de igual magnitude.
A jornada de Enoque para o Sul
ENTÃO eu segui às extre-
midades da terra ao sul, onde
vi três portões abertos para o sul, do
qual provinha orvalho, chuva e ven-
to.
2 Dali eu fui para as extremidades
do céu oriental, onde vi três portões
celestiais abertos para o leste, os
quais tinham portões menores dentro
deles.
3 Através de cada um desses por-
tões menores as estrelas do céu pas-
savam, e passaram para o oeste por
um caminho que foi visto por elas, e
todo o período de seu aparecimento.
4 Quando eu as vi, as abençoei
cada vez que elas apareceram, e
abençoei o Senhor da glória que ti-
nha feito estes grandes e esplêndidos
sinais, para que eles pudessem mos-
trar a magnificência de suas obras
aos anjos e às almas dos homens, e
para que estes pudessem glorificar
todas as suas obras e operações, pu-
dessem ver os efeitos do seu poder;
pudessem glorificar o grande labor
de suas mãos e abençoá-lo para sem-
pre.
Enoque vê seus ancestrais
A SEGUNDA visão de sabe-
doria, que Enoque viu, o filho
de Jarede, filho de Maalalel, o filho
de Quenã, filho de Enos, filho de
Sete, filho de Adão.
2 Este é o começo da palavra de
sabedoria, a qual eu recebi para
34
35
36
37
1º ENOQUE, 38, 39 19
declarar e dizer àqueles que habitam
sobre a terra.
3 Ouvi desde o princípio, e enten-
dei até o fim, as santas coisas que eu
pronuncio na presença do Senhor
Deus.
4 Aqueles que eram antes de nós
pensaram-nas boas para se pronunci-
ar;
5 E nós, que viemos depois, obs-
truímos o princípio da sabedoria.
6 Até ao presente tempo nunca
aconteceu ter sido dado diante do
Senhor Deus o que eu recebi, sabe-
doria de acordo com a capacidade do
meu intelecto, e de acordo com o
prazer do Senhor Deus; o que eu
recebi dele, uma porção da vida eter-
na.
7 E eu obtive três parábolas, as
quais eu declarei aos habitantes do
mundo.
Primeira Parábola
O futuro do Reino de Deus e o jul-
gamento aos pecadores
QUANDO a congregação
dos justos for manifestada e
os pecadores forem julgados por seus
crimes, e forem afligidos à vista do
mundo;
2 Quando os justos forem mani-
festados a
na presença dos mesmos
justos, os quais serão eleitos por suas
boas obras corretamente pesadas pelo
Senhor dos espíritos, e quando a luz
dos justos e dos eleitos, o quais habi-
tam na terra for manifestada; onde
será a habitação dos pecadores?
3 E qual será o lugar de descanso
daqueles que rejeitaram o Senhor
Deus?
4 Seria melhor para eles se nunca
tivessem nascido.
5 Quando os segredos dos justos
também forem revelados, então os
pecadores serão julgados e os ímpios
serão afligidos na presença dos justos
e eleitos.
6 Daquele tempo, aqueles que
possuírem a terra deixarão de ser
poderosos e exaltados.
7 Nem serão capazes de olhar pa-
ra o semblante do santo, pois a luz
dos semblantes dos santos, dos jus-
tos, e dos eleitos, terá sido visto pelo
Senhor Deus.
8 Então os reis poderosos daquele
tempo serão destruídos, mas serão
entregues nas mãos dos retos e san-
tos.
9 Desde então ninguém obterá
compaixão do Senhor Deus, porque
suas vidas neste mundo terá sido
completada.
A morada dos justos e os louvores
do Santíssimo
NAQUELES dias a raça
eleita e santa descerá do céu e
sua semente estará com os filhos dos
homens.
2 E Enoque recebeu escritos da
ira e escritos do desespero e da per-
dição.
3 Nunca obterão misericórdia, diz
o Senhor Deus.
4 Uma nuvem então me arreba-
tou, e o vento elevou-me acima da
superfície da terra, colocando-me na
extremidade dos céus.
5 Ali eu vi com os meus próprios
38 a
Quando os justos forem manifestados. Ou, quando o Justo aparecer.
38 39
20 1º ENOQUE, 40
olhos as suas moradas junto aos An-
jos justos e seus lugares de repouso
junto aos Santos.
6 Eles estavam entrando, supli-
cando e orando pelos filhos dos ho-
mens; enquanto a justiça fluía como
a água diante deles, e a misericórdia
se espalhava sobre a terra como o
orvalho.
7 E assim será para com eles para
sempre e sempre.
8 Naquele tempo os meus olhos
viram a habitação dos eleitos, da
verdade, fé e retidão.
9 Sem conta será o número dos
santos e eleitos na presença de Deus
para sempre e sempre.
10 Sua residência eu vi sob as
asas do Senhor Deus.
11 Todos os santos e eleitos can-
tavam diante dele, com a aparência
semelhante à chama de fogo; suas
bocas estavam cheias de bênçãos e
seus lábios glorificavam o nome do
Senhor Deus.
12 E retidão incessantemente ha-
bitava diante dele.
13 Eu quis permanecer ali, e mi-
nha alma desejou aquela habitação.
14 Ali estava minha antecedente
herança, pois deste modo eu prevale-
ci diante do Senhor Deus.
15 Neste momento eu glorifiquei
e exaltei o nome do Senhor Deus
com louvor e exaltação, pois Ele o
tem estabelecido com bênção e com
exaltação, de acordo com Sua própria
boa vontade.
16 Meus olhos contemplaram
aquele espaçoso lugar.
17 Eu o bendisse e falei: Abenço-
-ado seja, abençoado desde o princí-
pio e para sempre.
18 No princípio, antes que o
mundo fosse criado, e sem fim é seu
conhecimento.
19 Qual é este mundo? De toda
geração existente, eles abençoarão
aquele que não dorme espiritualmen-
te, mas permanece diante da Tua
glória, abençoando, glorificando,
exaltando-te, e dizendo: Santo, San-
to, é o Senhor Deus encheu o mundo
todo de espíritos.
20 Ali meus olhos viram a todos
que, sem dormir, permanecem diante
dele e abençoam-no dizendo:
21 Abençoado sejas, e abençoado
seja o nome de Deus para sempre e
sempre.
22 Então meu semblante ficou
mudado, até que fiquei incapaz de
continuar vendo.
Os quatro anjos
DEPOIS disto eu vi milhares
de milhares e miríades de
miríades a
, e um número infinito de
pessoas, em pé, diante do Senhor
Deus.
2 Igualmente, nas quatro asas do
Senhor Deus, nos quatro lados, per-
cebi outros, ao lado daqueles que
estavam em pé diante dele.
3 Seus nomes também eu sei por-
que o anjo que estava comigo decla-
rou-os a mim, revelando-me toda
coisa secreta.
4 Então ouvi as vozes daqueles
sobre os quatro lados, magnificando
o Senhor da glória.
5 A primeira voz abençoou o
40 a
Miríades de miríades. Dez mil vezes dez mil.
40
1º ENOQUE, 41 21
Senhor Deus para sempre e sempre.
6 A segunda voz ouvi abençoando
ao Messias e aos eleitos que sofrem
pela causa do Senhor Deus.
7 A terceira voz eu ouvi pedindo
e orando em favor daqueles que habi-
tam sobre a terra, e suplicam no no-
me do Senhor Deus.
8 A quarta voz eu ouvi expulsan-
do os anjos ímpios b
, e proibindo-os
de entrarem na presença do Senhor
Deus para proferirem acusações con-
tra c
os habitantes da terra.
9 Depois disso eu pedi ao anjo da
paz, que prosseguia comigo, para
explicar tudo o que estava escondido.
10 Eu disse-lhe: Quem são aque-
les que eu havia visto nos quatro
lados e que palavras eram aquelas
que eu havia ouvido e escrito?
11 Ele respondeu: O primeiro é o
misericordioso, o longânimo, o santo
Miguel.
12 O segundo é aquele que presi-
de sobre todo sofrimento e toda afli-
ção dos filhos dos homens, o santo
Rafael.
13 O terceiro, o qual preside so-
bre tudo o que é poderoso é Gabriel.
14 E o quarto, o qual preside so-
bre o arrependimento e a esperança
daqueles que herdarão a vida eterna,
é Fanuel.
15 Estes são os quatro anjos do
Altíssimo Deus e suas quatro vozes,
as quais naquele momento eu ouvi.
Segredos dos fenômenos da nature-
za e dos luminares
DEPOIS disso eu vi os se-
gredos do céu e do paraíso,
de acordo com suas divisões, e das
ações humanas enquanto eles pesa-
vam-nas em balanças.
2 Vi as habitações dos eleitos e as
habitações dos santos.
3 E ali meus olhos viram todos os
pecadores que haviam negado o Se-
nhor da glória e como eles foram
expelidos dali, e arrastados para fora,
como eles estiveram ali; nenhuma
punição procedeu contra eles vinda
do Senhor Deus.
4 Ali também meus olhos viram
os segredos do raio e do trovão e os
segredos dos ventos, como eles são
distribuídos quando eles sopram
sobre a terra: os segredos dos ventos,
do orvalho, e das nuvens.
5 Ali eu vi o lugar de onde eles
saem e tornam-se saturados com o pó
da terra.
6 Ali eu vi câmaras fechadas de
onde se origina a distribuição dos
ventos, a câmara do granizo e a câ-
mara da neve, a câmara das nuvens, e
a própria nuvem, a qual continuava
sobre a terra antes da criação do
mundo.
7 Eu vi as câmaras do sol e da lua,
e de onde eles saem e para onde vol-
tam, o seu retorno magnífico, e como
um tem precedência sobre a outra, a
sua rota admirável, e como não
transgridem o seu curso, não o au-
mentando nem diminuindo, e como
guardam entre si a fidelidade e o
juramento pelo qual se
b
Anjos ímpios. Literalmente os Satãs. Ha-satan em Hebreu (o adversário) foi originalmente o
título de um ofício, não o nome de um anjo.
c
Proferir acusações contra. Ou, para acusar.
41
22 1º ENOQUE, 42, 43, 44, 45
comprometeram.
8 Primeiramente avança o sol e
segue o seu curso obedecendo à or-
dem do Senhor Deus; e grande é o
seu Nome para sempre.
9 Depois eu vi o caminho oculto e
o caminho visível da lua, que naque-
las paragens segue o seu curso tanto
de dia como de noite.
10 Na presença do Senhor Deus,
eles se colocam um atrás do outro,
agradecendo-O e louvando-O sem
cessar; para eles o seu agradecimento
é o descanso.
11 Pois o sol faz muitos giros, ou
para a bênção ou para a maldição, e o
caminho da lua é luz para os justos,
mas trevas para os pecadores, em
nome do Senhor, que separou a luz
das trevas, e dividiu os espíritos dos
homens e fortaleceu os espíritos dos
justos em nome da sua Justiça.
12 Nem um Anjo nem uma Potes-
tade poderia impedir isso, pois foi
Ele quem estabeleceu para eles to-
dos, um Juiz, que os julgará na sua
presença.
A morada da Sabedoria Divina
A SABEDORIA não encon-
trou um lugar na terra onde
pudesse habitar; sua habitação, por-
tanto está no céu.
2 A sabedoria saiu para habitar
entre os filhos dos homens, mas ela
não obteve habitação.
3 A sabedoria retornou ao seu lu-
gar e assentou-se no meio dos anjos.
4 Mas a iniquidade saiu depois do
seu retorno, a qual de má vontade
encontrou uma habitação e residiu
entre eles como chuva no deserto, e
como o orvalho na terra seca.
Os segredos astronômicos
EU vi também outros relâm-
pagos e as estrelas do céu;
então eu percebi como Ele chamava
a todas pelo seu nome e como elas O
escutavam.
2 Então eu vi como elas foram
pesadas com uma balança justa, se-
gundo a intensidade da sua luz; vi
também a profundidade dos seus
espaços e o dia do seu aparecimento,
e como a sua órbita provocava raios.
3 Eu vi como suas órbitas corres-
pondiam ao número do Anjo e como
guardavam fidelidade entre si.
4 Então eu perguntei ao anjo, que
prosseguia comigo, e ele explicou-
me coisas secretas, e quais eram seus
nomes.
5 Ele respondeu: O Senhor Deus
mostrou a ti uma similaridade disto.
6 Eles são nomes dos justos que
habitaram na terra, os quais acredi-
tam no nome do Senhor Deus para
sempre e sempre.
OUTRA coisa também vi
com respeito ao esplendor;
que ele sobe por causa das estrelas e
torna-se esplendor, sendo incapaz de
abandoná-las.
A Segunda Parábola
O Reino do Messias – Novos céus e
nova terra
A SEGUNDA parábola, a
respeito daqueles que negam
o nome da habitação dos santos e do
Senhor Deus.
2 Aos céus eles não ascenderão
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44
45
1º ENOQUE, 46 23
nem virão sobre a terra.
3 Esta será a porção dos pecado-
res que negam o nome do Senhor
Deus e que estão assim reservados
para o dia da punição e da aflição.
4 Naquele dia o Messias se assen-
tará sobre um trono de glória e esco-
lherá suas condições e suas incontá-
veis habitações, enquanto seus espíri-
tos neles serão fortalecidos quando
eles virem meu Eleito, pois esses
fugiram por proteção para meu santo
e glorioso nome.
5 Naquele dia eu farei com que
meu Eleito habite no meio deles;
mudarei a face do céu; o abençoarei e
o iluminarei para sempre.
6 Eu também mudarei a face da
terra, a abençoarei; e farei com que
aqueles a quem elegi habitem sobre
ela.
7 Mas aqueles que cometeram pe-
cado e iniquidade não habitarão nela,
pois Eu marquei seus procedimentos.
8 Meus justos Eu satisfarei com
paz, colocando-os diante de Mim;
mas a condenação dos pecadores se
aproximará, para que Eu possa des-
trui-los da face da terra.
O Ancião de dias e o Filho do
homem
ALI eu vi o ancião de dias,
cuja cabeça era igual à branca
lã, e com ele outro, cujo semblante
assemelhava-se ao do homem.
2 Seu semblante era cheio de gra-
ça, igual ao dos santos anjos.
3 Então eu inquiri dos anjos que
estavam comigo, e que me mostra-
vam toda coisa secreta concernente a
este Filho do homem, o qual foi; de
onde Ele era e porque Ele acompa-
nhou o Ancião de dias.
4 Ele respondeu-me e disse: Este
é o Filho do homem, ao qual a justiça
pertence, com o qual a retidão tem
habitado e o qual revelou todos os
tesouros do que é escondido: pois o
Senhor Deus o tem escolhido e sua
porção tem excedido a tudo diante do
Senhor Deus em eterna ascensão.
5 Este Filho do homem, que tu
vês, levantará reis e poderosos de
seus lugares de habitação, e os pode-
rosos de seus tronos; soltará as ré-
deas do poderoso, e quebrará em
pedaços os dentes dos pecadores.
6 Ele lançará reis dos seus tronos
e de seus domínios porque eles não
O exaltarão, não O louvarão, nem se
humilham diante dEle, pelo qual seus
reinos lhes foram dados.
7 Igualmente o semblante do po-
deroso Ele lançará abaixo, enchendo-
os de confusão.
8 Escura será sua habitação e
vermes serão sua cama; deste seu
leito eles não esperam levantar-se
novamente porque eles não exaltam
o nome do Senhor Deus.
9 Eles condenarão as estrelas do
céu, elevarão suas mãos contra o
Altíssimo, caminham e habitam so-
bre a terra, exibindo todos os seus
atos de iniquidade, mesmo suas obras
de iniquidade.
10 Sua força estará em suas ri-
quezas e sua fé nos bens que têm
formado com suas próprias mãos.
11 Eles negarão o nome do Se-
nhor Deus e o expulsarão de seus
templos, nos quais eles se reúnem;
12 E com Ele o fiel, o qual sofre
em nome do Senhor Deus.
46
24 1º ENOQUE, 47, 48
A oração dos justos por justiça e sua
alegria pela vinda do Senhor
NAQUELE dia a oração dos
santos e dos justos e o sangue
dos íntegros ascenderá da terra até a
presença do Senhor Deus.
2 Naquele dia os santos se reuni-
rão, os quais habitam nos céus, e
com vozes unidas de petição, suplica,
oração, louvor e bênção ao nome do
Senhor Deus, por conta do sangue
dos justos que tem sido derramado,
para que a oração dos justos não seja
descontinuada diante do Senhor
Deus, para que por eles se execute
julgamento; e para que sua paciência
possa perdurar para sempre.
3 Naquele tempo eu vi o Ancião
de dias enquanto ele se assentava
sobre o trono da sua glória, enquanto
o livro dos vivos foi aberto na sua
presença e enquanto todos os poderes
que estão acima dos céus permane-
cem ao redor e diante dele.
4 Então os corações dos santos es-
tavam cheios de alegria, por causa da
consumação da justiça que havia
chegado, a súplica dos santos foi
ouvida e o sangue dos justos aprecia-
do pelo Senhor Deus.
A Fonte de Justiça; o Filho do Ho-
mem - A morada dos justos: Julga-
mento dos reis e os poderosos
NAQUELE lugar eu vi uma
fonte de retidão, a qual era
inesgotável, envolta em muitas fon-
tes de sabedoria.
2 Delas todos os sedentos bebe-
ram e foram cheios de sabedoria
tendo sua habitação com os retos,
eleitos e santos.
3 Naquela hora o Filho do homem
foi invocado diante do Senhor Deus e
seu nome na presença do Ancião de
dias.
4 Antes que o sol e os sinais fos-
sem criados, antes que as estrelas do
céu tivessem sido formadas, seu no-
me era invocado na presença do Se-
nhor dos espírito.
5 Ele será um apoio para os justos
e santos se encostarem, sem falhar; e
ele será a luz das nações.
6 Ele será a esperança daqueles
cujos corações estão temerosos.
7 Todos os que habitam na terra
cairão diante d’Ele; O abençoarão e
glorificarão, e cantarão orações ao
nome do Senhor Deus.
8 Para esse propósito o Messias
foi escolhido e mantido em oculto
junto d'Ele, antes que o mundo fosse
criado; e Ele será para todo o sempre.
9 E a Sabedoria do Senhor Deus
revelou-O aos santos e aos justos;
pois Ele protege o destino dos justos,
pois estes odiaram e aborreceram
este mundo de depravação, repudian-
do todas as suas obras e caminhos,
em nome do Senhor Deus.
10 Pois em seu nome eles serão
preservados e sua será a vida.
11 Naqueles dias os reis da terra e
os homens poderosos, os quais ga-
nharam o mundo por suas realiza-
ções, se tornarão humildes em seus
semblantes.
12 Pois no dia de sua ansiedade e
angústia, suas almas não serão sal-
vas, e eles estarão em sujeição da-
quele a quem eu escolhi.
13 Eu os lançarei como a palha ao
fogo e como chumbo, na água.
47
48
1º ENOQUE, 49, 50, 51 25
14 Assim eles queimarão na pre-
sença dos justos e afundarão na pre-
sença dos santos; nem a décima parte
deles será encontrada.
15 Mas no dia da tribulação o
mundo ganhará tranquilidade.
16 Em sua presença eles falharão
e não serão levantados novamente;
nem haverá alguém para tomá-los
por suas mãos e levantá-los; pois eles
negaram o Senhor Deus e seu Messi-
as.
17 O nome do Senhor será aben-
çoado.
O Poder e Sabedoria do Messias
SABEDORIA verteu como
água e glória não falta diante
d’Ele para sempre e sempre, pois
potente é Ele em todos os segredos
de retidão.
2 Mas a iniquidade passa como
uma sombra e não possui uma esta-
ção fixa, pois o Messias permanece
diante do Senhor Deus e Sua glória é
para sempre e sempre, e Seu poder
de geração em geração.
3 Com Ele habitam os espíritos da
sabedoria intelectual, o espírito da
instrução e do poder e o espíritos dos
que dormem em retidão; Ele julgará
coisas secretas.
4 Ninguém será capaz de pronun-
ciar uma única palavra diante d’Ele,
pois o Messias está na presença do
Senhor Deus de acordo com Seu
próprio prazer.
A glorificação e vitória do justo e o
arrependimento dos gentios
NAQUELES dias os santos e
os escolhidos sofrerão uma
mudança. A luz do dia descansará
sobre eles e o esplendor e a glória
dos santos será transformada.
2 Naquele dia de tribulação o mal
será amontoado sobre os pecadores,
mas os justos triunfarão no nome do
Senhor Deus.
3 Outros serão levados a ver que
devem arrepender-se e desistir das
obras das suas mãos, e que a glória
não os espera na presença do Senhor
Deus já que por Seu nome eles po-
dem ser salvos.
4 O Senhor Deus terá compaixão
deles, pois grande é a Sua misericór-
dia e a justiça está em Seu julgamen-
to; na presença de Sua glória, em seu
julgamento a iniquidade não perma-
necerá.
5 Aquele que não se arrepende,
este perecerá na Sua presença.
6 Daqui em diante Eu não terei
misericórdia deles, diz o Senhor
Deus.
A Ressurreição dos Mortos, e a se-
paração pelo Juiz: do justo e o
ímpio
NAQUELES dias a terra
entregará de seu ventre e o
inferno entregará de si aqueles a
quem recebeu, e a destruição restau-
rará àqueles a quem ela deve.
2 Ele selecionará os justos e san-
tos de entre eles, pois o dia de sua
salvação se tem aproximado.
3 E naqueles dias o Messias se as-
sentará sobre seu trono, enquanto
todo segredo de sabedoria intelectual
procederá da sua boca, pois o Senhor
Deus lhe concedeu e glorificou.
4 Naqueles dias as montanhas
49
50
51
26 1º ENOQUE, 52, 53
saltarão como as rãs e os montes
pularão como jovens ovelhas 1
saci-
adas com leite; e todos os justos se
tornarão iguais aos anjos nos céu.
5 Seu semblante se iluminará de
alegria, pois naqueles dias o Messias
será exaltado.
6 A terra se regozijará; os justos
habitarão nela e a possuirão.
As sete montanhas de metal e o
Messias
DEPOIS desse tempo, no
lugar onde eu havia visto
toda visão secreta, fui arrebatado em
um redemoinho de vento e transpor-
tado para o oeste.
2 Lá meus olhos viram os segre-
dos do céu e tudo o que existe na
terra; uma montanha de fogo, uma
montanha de cobre, uma montanha
de prata, uma montanha de ouro,
uma montanha de metal maciço, e
uma montanha de chumbo.
3 E eu perguntei ao anjo que foi
comigo, dizendo: O que são estas
coisas, que em segredo eu vi?
4 Ele disse: Todas as coisas que
tu viste serão para o domínio do
Messias, para que ele possa coman-
dar e ser poderoso sobre a terra.
5 E aquele anjo de paz respon-
deu-me dizendo:
6 Espera um pouco de tempo e
entenderás, e cada coisa secreta te
será revelada, o que o Senhor Deus
tem decretado.
7 Aquelas montanhas que tu vis-
te, a montanha de ferro, a montanha
de cobre, a montanha de prata, a
montanha de ouro, a montanha de
metal maciço e a montanha de
chumbo, todas estas na presença do
Messias serão como o favo de mel
diante do fogo, e como a água des-
cendo de cima sobre estas monta-
nhas, e se tornarão debilitadas diante
de seus pés.
8 Naqueles dias os homens não
serão salvos por ouro e por prata.
9 Nem eles o terão em seu poder
para assegurar-se, e voar.
10 Lá não haverá nem ferro, nem
casaco de malha para o peito.
11 Cobre será inútil; inútil tam-
bém será o que não enferruja nem se
consome; e levar não será desejado.
12 Todas estas coisas serão rejei-
tadas, e perecem na terra, quando o
Messias aparecer na presença do
Senhor Deus.
O vale do julgamento: os Anjos de
Punição: Os escolhidos do Eleito
ALI meus olhos viram um
profundo vale, e larga era sua
entrada.
2 Todos os que habitam na terra,
no mar, e nas ilhas, trarão para ele
dons, presentes e oferendas; contudo
aquele profundo vale não se encherá.
Suas mãos cometerão iniquidade.
3 Tudo quanto eles produzirem
por labor será devorado pelos peca-
dores por crime.
4 Mas eles perecerão de diante da
face do Senhor Deus e da face de sua
terra.
5 Eles se levantarão, e não falha-
rão para sempre.
6 Eu vi anjos de punição, os quais
estavam habitando ali, e preparando
51 1
Sal. 114:4
52
53
1º ENOQUE, 54, 55 27
todos os instrumentos de Satanás.
7 Então perguntei ao anjo da paz
que continuava comigo, para quem
aqueles instrumentos eram prepara-
dos.
8 Ele disse: Estes são preparados
para os reis e poderosos da terra,
para que assim eles pereçam.
9 Depois que os justos e a casa
escolhida de sua congregação apare-
cerão, e desde então serão imutáveis
no nome do Senhor Deus.
10 Nem aquelas montanhas exis-
tirão na sua presença como a terra e
os montes, como as fontes de água
existem.
11 E os justos serão aliviados da
vexação dos pecadores.
O vale da punição dos reis, podero-
sos e os anjos caídos
ENTÃO eu olhei e me virei
para outra parte da terra,
onde vi um profundo vale de fogo
ardente.
2 Para esse vale, eles levaram os
reis e os poderosos.
3 Ali meus olhos viram os ins-
trumentos que eles fizeram, corren-
tes de ferro sem peso a
.
4 Então eu perguntei ao anjo da
paz que estava comigo, dizendo:
Para quem essas correntes são prepa-
radas?
5 Ele respondeu: Estas são prepa-
radas para as hostes de Azaziel, para
que eles sejam entregues e julgados a
uma menor condenação, e para que
seus anjos sejam subjugados com
pedras arremessadas, como o Senhor
Deus ordenou.
6 Miguel e Gabriel, Rafael e Fa-
nuel serão fortalecidos naquele dia, e
então os lançarão numa fornalha de
fogo ardente para que o Senhor Deus
possa ser vingado pelos crimes que
eles cometeram; porque eles se tor-
naram ministro de Satanás, e seduzi-
ram aqueles que habitam sobre a
terra.
A visão do diluvio
7 Naqueles dias punição virá do
Senhor Deus, e os reservatórios de
água que estão acima nos céus serão
abertos, e igualmente as fontes que
estão sob a terra.
8 Todas as águas, que estão nos
céus e abaixo deles, serão reunidas e
se misturarão.
9 A água do alto do céu é a mas-
culina, e a água debaixo da terra é a
feminina.
10 E todos os que habitam sobre
a terra serão destruídos e os que
habitam sob as extremidades do céu.
11 Por esses meios eles entende-
rão a iniquidade que cometeram na
terra, e por esses meios perecerão.
O sinal de juramento de Deus para
com o homem
DEPOIS disso o Ancião de
dias arrependeu-se, e disse:
Em vão eu destruí todos os
habitantes da terra.
2 E ele jurou por seu grande no-
me, dizendo:
3 De agora em diante eu não agi-
rei mais assim para com todos aque-
les que habitam sobre a terra.
4 Mas eu colocarei um sinal nos
54 a
Sem peso. Ou, de imensurável peso.
54
55
28 1º ENOQUE, 56, 57
céus 1
; e ele será uma fiel testemu-
nha entre mim e eles para sempre,
tantos quantos os dias do céu dura-
rem sobre a terra.
5 Eu colocarei meu arco na nu-
vem, e ele será um sinal do convênio
entre mim e a terra.
Juízo Final para Azaziel, os vigilan-
tes e seus filhos
6 Se Eu havia desejado que por
aqueles delitos eles fossem postos a
ferros pelas mãos dos Anjos, no dia
da tribulação e da dor, permanece
neste caso a minha ira e o meu casti-
go em relação a eles, disse Deus, o
Criador.
7 Ó vós reis, ó vós poderosos,
que habitam o mundo, vereis meu
Eleito, assentado sobre o trono da
minha glória.
8 E Ele julgará Azaziel, e todos
seus aliados e descendentes, em no-
me do Senhor Deus.
Última luta dos Poderes pagãos
contra Israel
ALI igualmente eu vi as
hostes dos anjos que estavam
se movendo em punição, confinadas
numa rede de ferro e bronze. Então
eu perguntei ao anjo da paz, que
estava comigo: Para quem estes sob
confinamento estão indo.
2 Ele disse: Para todos os seus
eleitos e seus amados, para que eles
possam ser lançados nas fontes e
profundas fendas do abismo.
3 E aquele vale será cheio com
seus eleitos e amados; os dias cuja
vida serão consumados, mas os dias
de seus erros serão inumeráveis.
4 Então os príncipes (anjos ma-
lignos) se combinarão e juntos cons-
pirarão.
5 Os chefes do leste, entre os
Medos e os Persas, removerão reis,
nos quais um espírito de perturbação
entrará.
6 Ele os lançará de seus tronos,
saltando como leões de seus escon-
derijos, e como lobos famintos no
meio do rebanho.
7 Eles subirão e pisarão na terra
de seus eleitos.
8 A terra de seus eleitos estará di-
ante deles.
9 A eira, e o caminho, e a cidade
do meu povo justo impedirá o pro-
gresso de seus cavalos.
10 Eles se levantarão para destru-
ir uns aos outros; sua mão direita se
estenderá; o homem não conhecerá
seu amigo ou seu irmão;
11 Nem o filho de seu pai ou de
sua mãe; até que o número dos cor-
pos de seus mortos sejam completa-
dos, pela sua morte e punição.
12 Nem isto acontecerá sem cau-
sa.
13 Naqueles dias a boca do infer-
no será aberta, na qual eles serão
imersos; o inferno destruirá e tragará
os pecadores da face dos eleitos.
O retorno da dispersão
DEPOIS disto eu vi outro
exército de carruagens com
homens dirigindo-as.
2 E eles vieram sobre o vento do
leste, desde o oeste para o sul.
3 O som do barulho de suas
55 1
Gen. 9:13
56
57
1º ENOQUE, 58, 59, 60 29
carruagens foi ouvido.
4 E quando aquela agitação acon-
teceu os santos fora do céu percebe-
ram-na; o pilar da terra abalou-se
desde a sua fundação e o som foi
ouvido desde as extremidades da
terra até às extremidades do céu ao
mesmo tempo.
5 Então eles caíram e adoraram o
Senhor Deus.
6 Este é o fim da segunda parábo-
la.
A terceira parábola
A bem-aventurança dos Santos
ENTÃO eu comecei a profe-
rir a terceira parábola, con-
cernente aos santos e aos eleitos.
2 Abençoados sois vós, ó santos e
eleitos, pois glorioso é o vosso lugar.
3 Os santos existirão na luz do sol
e os eleitos na luz da vida eterna,
cujos dias de vida nunca terminarão
nem os dias dos santos serão enume-
rados, os quais procuram pela luz e
obtêm retidão com o Senhor Deus.
4 Paz seja aos santos com o Se-
nhor Criador do mundo.
5 Daqui em diante aos santos seja
dito que procurem nos céu os segre-
dos da retidão, a porção da fé; seme-
lhante ao sol nascido sobre a terra,
enquanto a escuridão se vai.
6 Ali haverá luz interminável;
eles não entrarão em contagem de
tempo, pois a escuridão será previa-
mente destruída e a luz aumentará
diante do Senhor Deus; a luz da hon-
radez aumentará para sempre.
As luzes e os trovões
NAQUELES dias meus
olhos viram os segredos dos
relâmpagos e seu esplendor, e o jul-
gamento a eles pertencente.
2 Eles iluminam por bênção e por
maldição, de acordo com a vontade
do Senhor Deus.
3 Ali eu vi os segredos do trovão
quando ele agita-se acima no céu e
seu som é ouvido.
4 As habitações da terra também
foram mostradas a mim.
5 O som do trovão é para paz e
para bênção, tanto para o bem quanto
para maldição, de acordo com a pa-
lavra do Senhor Deus.
6 Depois disso, todo segredo dos
esplendores e dos trovões foram vis-
tos por mim. Para bênção e para fer-
tilidade eles iluminam.
Tremores no céus – Os monstros
Beemote e Leviatã – Os elementos
da natureza
NO QUINQUAGÉSIMO
ano, no sétimo mês, no déci-
mo quarto dia da vida de Enoque,
naquela parábola eu vi o céu dos céus
tremer, que ele tremeu violentamente
e que os poderes do Altíssimo e dos
anjos, milhares de milhares, e miría-
des de miríades a
, ficaram agitados
com grande agitação.
2 E quando eu olhei o Ancião de
dias estava assentado no trono de sua
glória enquanto os anjos e santos
estavam em pé ao redor dele.
3 Um grande tremor veio sobre
mim.
4 Meus lombos foram curvados e
soltos, meus rins foram dissolvidos;
60 a
Miríades de miríades. Dez mil vezes dez mil
58
59
60
30 1º ENOQUE, 60
e eu caí sobre minha face.
5 O santo Miguel, outro santo an-
jo, um dos santos, foi enviado, o qual
levantou-me.
6 E quando ele levantou-me, meu
espírito retornou, pois eu fui incapaz
de suportar essa visão de violência,
sua agitação e o choque do céu.
7 Então o santo Miguel disse-me:
Por que estás perturbado com essa
visão?
8 Desde então tem existido o dia
da misericórdia; Ele tem sido miseri-
cordioso e longânimo com todos os
que habitam sobre a terra.
9 Mas quando o tempo vier, então
o poder, a punição, e o julgamento
tomarão lugar, o qual o Senhor Deus
preparou para aqueles que se prostra-
rem para o julgamento da retidão,
para aqueles que renunciarem àquele
julgamento, e para aqueles que to-
mam seu nome em vão.
10 Aquele dia foi preparado para
os eleitos como um dia de convênio e
para os pecadores como um dia de
inquisição.
11 Naquele dia dois monstros se-
rão distribuídos como alimento, um
monstro fêmea, cujo nome é Leviatã
b
, habitando nas profundezas do mar,
acima das fontes de águas;
12 E um monstro macho, cujo
nome é Beemote c
, o qual possui,
movendo-se em seu ventre, no deser-
to invisível.
13 Cujo nome era Duidain d
.
14 A leste do jardim, onde os elei-
tos e os justos habitarão, onde ele
recebeu-o de meu ancestral, desde
Adão o primeiro dos homens, cujo
homem o Senhor Deus fez.
15 Então eu pedi a outro anjo que
me mostrasse o poder daqueles
monstros, como eles se separaram
naquele mesmo dia, um estando nas
profundezas do mar, e o outro no
seco deserto.
16 E ele disse: Tu, filho do ho-
mem, estás aqui desejoso de enten-
dimento das coisas secretas.
17 E o anjo da paz, o qual estava
comigo disse: Estes dois monstros
estão preparados pelo poder de Deus
para tornarem-se alimento, para que
a punição de Deus não seja em vão.
18 Então crianças serão mortas
com suas mães, e os filhos com seus
pais.
19 E quando a punição do Senhor
Deus continuar, sobre eles ela conti-
nuará, para que a punição do Senhor
Deus não aconteça em vão.
20 Depois do quê, o julgamento
existirá com misericórdia e longani-
midade.
21 Então outro anjo, o qual estava
comigo, me falou,
b
Monstro que se representa sob a forma de crocodilo, segundo a mitologia fenícia. Formas
como a de dragão marinho, serpente e polvo.
c
No livro de Jó 40:15-24 sua descrição é tradicionalmente associada à de um monstro gigante e
herbívoro, podendo ser retratado como um leão monstruoso, apesar de alguns criacionistas o
identificarem como um saurópode ou um touro gigante de três chifres. Em uma outra análise
vemos este como um animal pré-histórico muito conhecido como braquiossauro. Esta criatura
tem um corpo couraçado e é típica dos desertos (embora Behemot também seja como os he-
breus chamavam os hipopótamos).
d
A localização deste deserto é descrito para o leste do Jardim da Justiça, onde Enoque foi arre-
batado para os céus.
. 1º ENOQUE, 61 31
22 E mostrou-me o primeiro e o
último dos segredos em cima no céu,
e nas profundezas da terra:
23 Nas extremidades do céu e nas
fundações dela, e nas câmaras dos
céus.
24 Ele mostrou-me como seus es-
píritos foram divididos; como eles
foram balançados e como ambas as
fontes e os ventos foram contados de
acordo com a força de seu espírito.
25 Ele me mostrou o poder da luz
da lua, que seu poder é justo; bem
como as divisões das estrelas, de
acordo com seus respectivos nomes;
26 Que cada divisão é separada;
que os relâmpagos iluminam;
27 Que suas tropas imediatamente
obedecem e que uma cessação toma
lugar durante o trovão em continua-
ção de seu som.
28 Não são separados o trovão e o
raio; nem eles se movem com um
espírito, já que eles não são separa-
dos.
29 Pois quando os raios ilumi-
nam, o trovão soa e o espírito a um
próprio período faz pausa, fazendo
uma divisão igual entre eles, pois as
câmaras sobre o qual seus períodos
dependem é solto como a areia.
30 Cada um deles à sua própria
estação é restringido com uma rédea
e virado pelo poder do espírito, que
assim impele-os de acordo com a
espaçosa extensão da terra.
31 O espírito do mar é igualmente
potente e forte, e um poder tão forte
o faz vazar; assim ele é dirigido adi-
ante e espalha-se contra as monta-
nhas da terra.
32 O espírito da geada tem seu
anjo; no espírito do granizo ele é um
bom anjo; o espírito da neve cessa
em sua força e um espírito solitário
está nele, o qual ascende dele como
vapor, e é chamado refrigeração.
33 O espírito da névoa também
habita com eles em sua câmara, mas
ele tem uma câmara para si mesmo,
pois seu progresso está no esplendor,
34 Na luz e na escuridão, no in-
verno e no verão.
35 Sua câmara é brilho, e um anjo
esta nele.
36 O espírito do orvalho tem seu
domicílio nas extremidades do céu,
em conexão com a câmara da chuva
e seu progresso está no inverno e no
verão.
37 A nuvem produzida por ele e a
nuvem do meio se tornam unidos,
um dá ao outro; e quando o espírito
da chuva está em movimento de sua
câmara, anjos vêm e, abrindo sua
câmara, a traz adiante.
38 Quando igualmente ele é borri-
fado sobre toda a terra ele forma uma
união com todo tipo de água no chão;
pois as águas ficam na terra, porque
eles fornecem nutrição para a terra
desde o Altíssimo, o qual está no
céu.
39 Sobre este informe, portanto
há uma regulamentação na qualidade
da chuva que os anjos recebem.
40 Estas coisas eu vi, todas elas,
até o paraíso.
Anjos vão para medir o Paraíso: o
Julgamento dos Justos pelo Eleito:
o Louvor do Eleito e de Deus
NAQUELES dias eu vi que
longos cordões foram dados
61
32 1º ENOQUE, 61
àqueles anjos, os quais tomaram suas
asas e fugiram em direção ao norte.
2 Eu perguntei ao anjo, dizendo:
Para onde eles levaram aqueles lon-
gos cordões e para onde se foram?
3 Ele disse: Eles foram medir.
4 O anjo, o qual continuava co-
migo, disse: Estas são as medidas
dos jutos e cordas serão trazidas para
que eles possam confiar no nome do
Senhor Deus para sempre e sempre.
5 O Eleito começará a habitar
com o eleito.
6 Estas são as medidas que serão
dadas pela fé, as quais fortalecerão as
palavras de retidão.
7 Estas medidas revelarão todos
os segredos nas profundezas da terra.
8 E acontecerá que aqueles que
foram destruídos no deserto e os que
foram devorados pelos peixes do mar
e pelas bestas do campo, retornarão e
confiarão no dia do Eleito, pois nin-
guém perecerá na presença do Se-
nhor Deus, nem ninguém será capaz
de perecer.
9 Então eles receberam o manda-
mento, todos os quais estavam nos
céus acima, para quem foi dado um
poder combinado, voz e esplendor,
semelhante ao fogo.
10 E primeiro, com suas vozes
eles abençoaram-No, exaltaram-No,
glorificaram-No com sabedoria e
atribuíram a Ele sabedoria com a
palavra e com o sopro da vida.
11 Então o Senhor Deus assenta-
do sobre o trono de sua glória, e o
Eleito,
12 O qual julgará todas as obras
do Santo acima no céu, e numa ba-
lança Ele pesará suas ações.
13 E quando Ele levantar Seu
semblante para julgar seus caminhos
secretos na palavra do nome do Se-
nhor Deus, e seu progresso no cami-
nho do justo julgamento do altíssimo
Deus;
14 Eles falarão com vozes unidas;
abençoarão, glorificarão, exaltarão, e
orarão em nome do Senhor Deus.
15 Ele chamará a todo poder dos
céus, a todo santo acima, e ao poder
de Deus.
16 O Querubim, o Serafim, o
Ofanim, todos os anjos de poder e
todos os anjos de principados, a sa-
ber, do Eleito, e as demais forças
existentes sobre a terra e sobre o mar
naquele dia.
17 E levarão suas vozes unidas;
abençoarão, glorificarão, orarão, e
exaltarão com o espírito da fé, com o
espírito da sabedoria e da paciência,
com o espírito da misericórdia, com
o espírito do julgamento e da paz, e
com o espírito da benevolência; to-
dos dirão com vozes unidas:
18 Abençoado é Ele; e o nome do
Senhor Deus será abençoado para
sempre e sempre; todos, os quais não
dormem, o abençoarão acima no céu.
19 Todo santo no céu o abençoa-
rá; todo o eleito que habita no jardim
da vida e todo espírito de luz que é
capaz de abençoar, glorificar, exaltar,
e orar em seu santo nome e todo
homem mortal, mais do que os pode-
res do céu, glorificará e abençoará
seu nome para sempre e sempre.
20 Pois grande é a misericórdia
do Senhor Deus; longânimo Ele é; e
todas as suas obras, todo o seu poder,
grande são as coisas que Ele tem
1º ENOQUE, 62 33
feito, tem revelado aos santos e elei-
tos, em nome do Senhor Deus.
Julgamento dos reis e dos poderosos
e a bem-aventurança dos Justos
ENTÃO o Senhor ordenou
os reis, os príncipes, os exal-
tados e aqueles que habitam na terra
dizendo: Abri vossos olhos, e elevai
vossas buzinas se sois capazes de
compreender o Messias!
2 O Senhor Deus assentou-se so-
bre o trono de sua glória.
3 E o espírito de retidão foi colo-
cado sobre ele.
4 A palavra de sua boca destruirá
todos os pecadores e todos os mun-
danos, os quais perecerão na sua
presença.
5 Naquele dia todos os reis, os
príncipes, os exaltados e todos os que
possuem a terra se colocarão em pé,
verão e perceberão Aquele que está
assentado no trono da sua glória, que
diante d’Ele os santos serão julgados
em retidão,
6 E que nada que será falado di-
ante d’Ele, será falado em vão.
7 Inquietação virá sobre eles, co-
mo sobre uma mulher em trabalho de
parto, cujo labor é severo, quando
seu filho vem à boca do ventre e ela
encontra-se em dificuldade de dar a
luz.
8 Uma porção deles olhará para a
outra. Eles ficarão atônitos e baixa-
rão seu semblante,
9 E aflição os prenderá quando
eles virem o Filho da mulher assen-
tado sobre o seu trono de glória.
10 Então os reis, os príncipes e
todos os que possuem a terra glorifi-
carão aquele que tem domínio sobre
todas as coisas, aquele que esteve em
conselho; pois desde o princípio o
Filho do homem existiu em segredo,
o qual o Altíssimo preservou na pre-
sença do Seu poder e foi revelado
aos eleitos.
11 Ele semeará a congregação dos
santos e dos eleitos, e todo eleito
ficará diante d’Ele naquele dia.
12 Todos os reis, príncipes, o
exaltado e aqueles que governam
sobre toda a terra cairão sobre suas
faces diante d’Ele, e O adorarão.
13 Eles colocarão suas esperanças
neste Filho do homem orarão a Ele e
implorarão por misericórdia.
14 Então o Senhor Deus se apres-
sará em expeli-los da Sua presença.
15 Suas faces ficarão cheias de
confusão e suas faces se cobrirão de
escuridão.
16 Os anjos os tomarão para cas-
tigo, aquela vingança poderá ser
infligida naqueles que têm oprimido
Seus filhos e Seus eleitos.
17 E eles se tornarão como um
exemplo aos santos aos Seus eleitos.
18 Através deles estes serão feitos
jubilosos, pois a ira do Senhor Deus
descansará sobre eles.
19 Então a espada do Senhor
Deus se embebedará com seu sangue,
mas os santos e eleitos serão salvos
naquele dia; a face dos pecadores e
dos mundanos daquele tempo em
diante eles não verão.
20 O Senhor Deus permanecerá
sobre eles:
21 E com este Filho do homem
eles habitarão, comerão, deitarão e
levantarão, para sempre e sempre.
62
34 1º ENOQUE, 63
22 Os santos e eleitos têm se le-
vantado da terra.
23 Têm deixado de deprimir seus
semblantes e terão sido vestidos com
a vestimenta da vida.
24 Aqueles vestidos da vida estão
com o Senhor Deus, em cuja presen-
ça suas vestimentas não envelhecerão
nem será diminuída sua glória.
O Arrependimento inútil dos reis e
os poderosos
NAQUELES dias os reis que
possuíram a terra serão puni-
dos pelos anjos de Sua ira, onde quer
que eles lhes sejam entregues, para
que Ele possa dar descanso por um
curto período de tempo; e para que
eles prostrem-se diante d’Ele e ado-
rem o Senhor Deus, confessando
seus pecados diante d’Ele.
2 Eles abençoarão e glorificarão o
Senhor Deus dizendo: Abençoado é
o Senhor Deus, o Senhor dos reis, o
Senhor Deus, o Senhor dos ricos, o
Senhor da glória, e o Senhor da sa-
bedoria.
3 Ele iluminará toda coisa secreta.
4 Seu poder é de geração a gera-
ção e Sua glória para sempre e sem-
pre.
5 Profundos são todos os Seus se-
gredos e incontáveis; sua retidão não
pode ser calculada.
6 Agora nós sabemos que de-
vemos glorificar e abençoar o Senhor
dos reis o qual é Rei sobre todas as
coisas.
7 Eles também dirão: Quem nos
tem permitido ficar para glorificar,
louvar, abençoar, e confessar na pre-
sença da Sua glória?
8 E agora pequeno é o repouso
que nós desejamos, mas nós não o
encontramos; nós rejeitamos e não o
possuímos. Luz passou diante de nós
e escuridão tem coberto nossos tro-
nos para sempre.
9 Pois nós não confessamos dian-
te dEle; não temos glorificado o no-
me do Senhor dos reis; não temos
glorificado o Senhor em todas as
Suas obras, mas temos confiado no
cetro do nosso próprio domínio e da
nossa glória.
10 Naquele dia do nosso sofri-
mento e da nossa angústia Ele não
nos salvará, nem encontraremos des-
canso.
11 Confessamos que nosso Se-
nhor é fiel em todas as Suas obras,
em todos os Seus julgamentos e em
Sua retidão.
12 Em Seus julgamentos ele não
paga nenhum respeito a pessoas; e
nós devemos apartar-nos de sua pre-
sença por causa de nossos maus atos.
13 Todos os nossos pecados são
verdadeiramente sem número.
14 Então eles dirão a si mesmos:
Nossas almas estão saciadas com os
instrumentos de crime;
15 Mas que não nos impede de
descer ao ventre flamejante do infer-
no.
16 Daí em diante seus semblantes
se encherão de escuridão e confusão
diante do Filho do homem, de cuja
presença eles serão expulsos e diante
do qual a espada permanecerá expe-
lindo-os.
17 Assim diz o Senhor Deus: Este
decreto e o julgamento serão contra
os príncipes, os reis, os exaltados, e
63
1º ENOQUE, 64, 65 35
aqueles que possuem a terra, na pre-
sença do Senhor Deus.
Visão dos Anjos caídos no lugar de
castigo
EU VI outros semblantes
naquele lugar secreto.
2 Ouvi a voz de um anjo, dizendo:
Estes são os anjos que desceram do
céu a terra, revelaram segredos aos
filhos dos homens e seduziram os
filhos dos homens para cometerem
de pecado.
Enoque prediz a Noé do Dilúvio e
sua própria preservação
NAQUELES dias Noé viu
que a terra inclinou-se, e que
destruição aproximava-se.
2 Então ele levantou seus pés e
foi para os confins da terra, para a
habitação do seu bisavô Enoque.
3 E Noé clamou com uma amarga
voz: Ouvi-me, ouvi-me, ouvi-me,
três vezes.
4 E ele disse: Dize-me o que está
ocorrendo sobre a terra, pois a terra
trabalha e é violentamente abalada.
Certamente eu perecerei com ela.
5 Depois disso houve uma grande
perturbação na terra e uma voz foi
ouvida desde o céu.
6 Eu caí sobre minha face, então
meu bisavô Enoque veio e colocou-
se ao meu lado.
7 Ele disse-me: Por que clamas a
mim com um amargo clamor e la-
mentação?
8 Um mandamento partiu do Se-
nhor contra aqueles que habitam na
terra para que eles sejam destruídos,
pois eles conhecem todo segredo dos
anjos, toda obra opressiva, o poder
secreto dos demônios e todo poder
daqueles que cometem sortilégios,
tanto quanto daqueles que fazem
imagens fundidas em toda a terra.
9 Eles sabem como a prata é pro-
duzida do pó da terra e como na terra
a gota metálica existe, pois o chumbo
e o estanho não são produzidos da
terra como fonte primária de sua
produção.
10 Há um anjo colocado sobre
ela, e o anjo luta para prevalecer.
11 Depois disso meu bisavô Eno-
que agarrou-me com sua mão, levan-
tando-me e disse-me:
12 Vai, pois eu pedi ao Senhor
Deus a respeito desta perturbação da
terra; o qual respondeu:
13 Por conta da impiedade deles
seus inumeráveis julgamentos foram
consumados diante de mim.
14 Com respeito às luas eles in-
quiriram, e têm conhecimento de que
a terra perecerá com aqueles que
habitam sobre ela a
, e que estes não
terão lugar de refúgio para sempre.
15 Eles descobriram segredos, e
eles são aqueles que têm sido julga-
dos; mas não você, meu filho.
16 O Senhor Deus sabe que tu és
puro e bom, livre da reprovação do
descobrimento de segredos.
17 Ele, o Santo, estabelecerá Seu
nome no meio dos santos e te preser-
vará daqueles que habitam sobre a
terra.
18 Ele estabelecerá tua semente
65 a
Com respeito às luas… habitam sobre ela. Ou, Por causa dos sortilégios que eles procu-
raram e aprenderam a terra e aqueles que habitam sobre ela serão destruídos.
64
65
36 1º ENOQUE, 66, 67
em retidão com domínio e grande
glória, e da tua semente se espalhará
retidão, e homens santos sem número
para sempre.
Os Anjos das Águas são instruídos a
não salvar os homens
DEPOIS disso ele mostrou-
me os anjos de punição, os
quais estão preparados para vir e
liberar todas as forças da água sub-
terrânea e espalhá-la sobre todos os
habitantes da terra para seu castigo e
destruição.
2 O Senhor dos Espíritos deu en-
tão a ordem aos Anjos que partiam
para que não deixassem escorrer as
águas, mas sim retê-las; e para não
tomar os homens, e nem preservá-
los, pois esses Anjos eram os que
presidiam às águas.
3 Nessa hora, eu me afastei de
Enoque.
Promessa de Deus a Noé: Lugares
de punição dos Anjos e dos Reis
NAQUELES dias a palavra
de Deus veio a mim, e disse:
2 Noé! Tua sorte chegou à minha
presença; será um destino sem man-
cha, um destino de amor e de retidão.
3 Agora então os anjos trabalha-
rão as árvores, mas enquanto eles
procedem nisto eu colocarei minha
mão sobre elas e as preservarei.
4 A semente da vida se erguerá
dela e uma mudança tomará lugar
para que a terra seca não seja deixada
vazia.
5 Eu estabelecerei tua semente di-
ante de mim para sempre e sempre, e
a semente daqueles que habitarem
contigo na superfície da terra.
6 Ela será abençoada e multipli-
cada na presença da terra, em nome
do Senhor.
7 Eles confinarão aqueles anjos
que descobriram impiedade.
8 Naquele vale ardente é que eles
serão confinados, o qual a princípio
meu bisavô mostrou-me no oeste,
onde há montanhas de ouro e prata,
de ferro, de metal maciço, e de esta-
nho.
9 Eu vi aquele vale no qual há
uma grande perturbação e onde as
águas são agitadas.
10 E quando tudo isto foi execu-
tado, da massa fluída de fogo e na
perturbação que prevaleceu naquele
lugar, levantou-se um forte cheiro de
enxofre que se misturou com as
águas; e o vale dos anjos que haviam
sido culpados de sedução, queimou-
se debaixo da terra.
11 Através daquele vale rios de
fogo também estavam fluindo, para
os quais aqueles anjos serão conde-
nados, os quais seduziram os habi-
tantes da terra.
12 E naqueles dias estas águas se-
rão para os reis, aos príncipes, aos
exaltados e para os habitantes da
terra, para a cura da alma e do corpo
e para o julgamento do espírito.
13 Seus espíritos serão cheios de
luxúria para que eles possam ser
julgados em seus corpos; porque eles
negaram o Senhor Deus, e apesar de
eles perceberem sua condenação dia
após dia, não acreditaram em seu
nome.
14 E como a inflamação de seus
corpos será grande, assim seus
66
67
1º ENOQUE, 68, 69 37
espíritos sofrerão uma transformação
para sempre.
15 Pois nenhuma palavra que é
pronunciada diante do Senhor Deus
será em vão.
16 Julgamento veio sobre eles
porque eles confiaram em sua luxúria
carnal, e negaram o Senhor Deus.
17 Naqueles dias as águas daque-
le vale serão transformadas, pois
enquanto os anjos forem julgados, o
calor daquelas fontes de águas so-
frem umas alterações.
18 E enquanto os anjos ascende-
rem, a água das fontes novamente
sofrem umas alterações e congelam.
19 Então eu ouvi o santo Miguel
respondendo e dizendo: Este julga-
mento, com o qual os anjos serão
julgados, dará testemunho contra os
reis, príncipes e aqueles que possuem
a terra.
20 Pois estas águas de julgamento
serão para sua cura e para a morte de
seus corpos.
21 Mas eles não perceberão e não
acreditarão que as águas serão trans-
formadas e tornadas como fogo, que
arderá para sempre.
Miguel e Rafael surpreenderam-se
com a gravidade do juízo
DEPOIS disto ele deu-me os
sinais de todas as coisas se-
cretas do livro do meu bisavô Eno-
que, e nas parábolas que haviam sido
dadas a ele; inserindo-as para mim
entre as palavras do livro das parábo-
las.
2 Naquele momento o santo Mi-
guel comunicou-se com Rafael nes-
tes termos:
3 A excitação do espírito me arre-
bata e faz-me tremer por causa da
severidade do Julgamento, dos se-
gredos e do castigo dos Anjos.
4 Quem poderá suportar a gravi-
dade da sentença que será cumprida,
sem abalar-se profundamente?.
5 Julgamento saiu contra eles por
aqueles que assim arrastara-os para
fora; e que se foram, quando eles
estavam na presença do Senhor
Deus.
6 Novamente o santo Miguel dis-
se a Rafael:
7 Eles não estarão diante do olho
do Senhor, já que o Senhor Deus foi
ofendido por eles, pois como senho-
res eles têm-se conduzido.
8 Portanto Ele traz sobre eles um
secreto julgamento para sempre e
sempre.
9 Pois nem o anjo, nem o homem
recebe uma porção dele, mas eles só
receberão seu próprio julgamento
para sempre e sempre.
Os nomes e funções dos anjos caí-
dos: o Juramento de segredo
DEPOIS deste julgamento
eles estarão assombrados e
irritados, pois serão exibidos aos
habitantes da terra.
2 Eis os nomes destes anjos. Estes
são seus nomes: O primeiro deles é
Samyaza; o segundo é Arakiba; o
terceiro é Armen; o quarto, Kokabiel;
o quinto, Turel; o sexto, Ramiel; o
sétimo, Danei; o oitavo, Kael; o no-
no, Barakel; o décimo, Azazel; o
décimo primeiro, Armers; o décimo
segundo, Bataryal; o décimo terceiro,
Basasael; o décimo quarto, Ananel; o
68
69
38 1º ENOQUE, 69
décimo quinto, Turyal; o décimo
sexto, Simapiseel; o décimo sétimo,
Jetarel; o décimo oitavo, Tumael; o
décimo nono, Tarel; o vigésimo,
Rumel; o vigésimo primeiro, Azazi-
el.
3 Estes são os principais (chefes)
dos anjos, e os nomes dos líderes de
suas centenas, e seus líderes de cin-
quenta, e os líderes de suas dezenas.
4 O nome do primeiro é Jekon a
:
ele foi quem seduziu todos os filhos
dos santos anjos e fez com que des-
cessem à terra, conduzindo desenca-
minhadamente a descendência dos
homens.
5 O nome do segundo é Asbeel, o
qual apontou mau conselho aos fi-
lhos dos santos anjos e conduziu-os a
corromperem seus corpos gerando
humanos.
6 O nome do terceiro é Gadreel:
ele descobriu todo golpe de morte
aos filhos dos homens.
7 Ele seduziu Eva e descobriu aos
filhos dos homens os instrumentos de
morte, o casaco de malha, o escudo,
e a espada para matança; todo ins-
trumento de morte para os filhos dos
homens.
8 Estas coisas derivaram de suas
mãos para os que habitam sobre a
terra daquele período para sempre.
9 O nome do quarto é Penemue:
ele ensinou aos filhos dos homens o
amargor e a doçura,
10 E mostrou a eles todo segredo
de sua sabedoria.
11 Ele também instruiu os
homens na escrita com tinta sobre o
papel;
12 E com isso muitos se corrom-
peram, desde os tempos antigos por
todas as épocas, até os dias de hoje.
13 Pois os homens não foram cri-
ados para fortalecer sua honestidade
dessa maneira, por meio de pena e
tinta.
14 Os homens foram criados à
semelhança dos anjos; deveriam
permanecer honestos e puros,
15 E assim não seriam afetados
pela morte que tudo destrói;
16 Todavia, por esse conhecimen-
to eles se arruinaram, e pelo poder
desse conhecimento destruíram-se
mutuamente.
17 O nome do quinto é Tamiel:
ele ensinou aos filhos dos homens
todo iníquo golpe de espíritos e de
demônios:
18 O golpe do embrião no ventre,
para diminuí-lo b
; o golpe do espírito
pela mordida da serpente, e o golpe
que é dado ao meio-dia pelo filho da
serpente, cujo nome é Tabaet c
.
19 Este é o número de Kasbeel; a
parte principal do juramento que o
Altíssimo, habitando em glória, reve-
lou aos santos.
20 Seu nome é Bika. Ele falou ao
santo Miguel para que revelasse a
eles o nome sagrado, para que eles
pudessem entender o sagrado nome e
assim lembrar-se do juramento; e
para que aqueles que apontaram toda
coisa secreta aos filhos dos homens
possam tremer sob aquele nome
69 a
Jekon pode simplesmente significar o rebelde.
b
O golpe…para diminuí-lo. Ou, o soco (com ataque, agressão) ao embrião no ventre para que
seja abortado.
c
Tabaet. Literalmente, macho ou forte.
1º ENOQUE, 69 39
e juramento.
21 Este é o poder do juramento;
pois poderoso ele é, e forte.
22 E estabelecido este juramento
de ficar pela instrumentalidade do
santo Miguel.
23 Estes são os segredos deste ju-
ramento, e por ele eles foram confir-
mados.
24 Os céus estiveram em suspen-
so por ele antes que o mundo fosse
feito, para sempre.
25 Por ele a terra foi inundada no
dilúvio enquanto das partes escondi-
das dos montes as águas agitadas as
águas saíram desde a criação até o
fim do mundo.
26 Por este juramento o mar foi
formado e a sua fundação.
27 Durante o período desta fúria
ele estabeleceu a areia contra ele, a
qual continua imutável para sempre,
e por este juramento o abismo foi
feito forte; e não é removível de sua
estação para sempre e sempre.
28 Por este juramento o sol e a lua
completam seu progresso nunca se
desviando do comando que lhes foi
dado para sempre e sempre.
29 Por este juramento as estrelas
completam seu progresso,
30 E quando seus nomes forem
chamados eles retornarão em respos-
ta, para sempre e sempre.
31 Então nos céus tomam lugar os
sopros dos ventos: todos eles têm
respiração d
e efetuam uma completa
combinação de respirações.
32 Ali os tesouros do trovão são
mantidos e o esplendor do relâmpa-
go.
33 Ali são guardados os tesouros
do granizo e da neblina, os tesouros
da neve, os tesouros da chuva e do
orvalho.
34 Todos estes confessam e lou-
vam diante do Senhor Deus.
35 Eles glorificam com todo seu
poder de súplica; e Ele os sustém em
todo aquele ato de agradecimento
enquanto eles louvam, glorificam e
exaltam o nome do Senhor Deus para
sempre e sempre.
36 E com eles, ele estabelece este
juramento, pelo qual, eles e seus
caminhos são preservados, e seus
progressos não perecem.
37 Grande foi sua alegria.
38 Eles abençoaram, glorificaram,
e exaltaram porque o nome do Filho
do homem lhes foi revelado.
39 Ele assentou-se sobre o trono
de Sua glória, e a parte principal do
julgamento foi designada e Ele, o
Filho do homem.
40 Os pecadores perecerão e de-
saparecerão da face da terra, enquan-
to aqueles que os seduziram serão
amarrados com correntes para sem-
pre.
41 De acordo com seus graus de
corrupção eles serão aprisionados, e
todas as suas obras desaparecerão da
face da terra; desde então ali não
haverá ninguém para corromper, pois
o Filho do homem foi visto assentado
sobre Seu trono de glória.
42 Toda iniquidade desaparecerá
e se apartará de diante de Sua face; a
palavra do Filho do homem se torna-
rá poderosa na presença do Senhor
Deus.
d
Respiração. Ou, espíritos.
40 1º ENOQUE, 70, 71
43 Esta é a terceira parábola de Eno-
que.
Enoque no Paraíso
DEPOIS disto o nome do
Filho do homem, vivendo
com o Senhor Deus, foi exaltado
pelos habitantes da terra.
2 Ele foi exaltado nas carruagens
do Espírito e o seu nome estava no
meio deles.
3 Desde aquele tempo eu não fui
arrancado do meio deles; mas Ele
assentou-se entre dois espíritos, entre
o norte e o oeste, onde os anjos rece-
beram seus cordões, para medir o
lugar para os eleitos e os justos.
4 Ali eu vi os pais dos primeiros
homens e os santos que habitam na-
quele lugar para sempre.
Enoque com o Filho do Homem
DEPOIS disso meu espírito
foi ocultado, ascendendo aos
céus.
2 Eu vi os filhos dos santos anjos
andando em chamas de fogo, cujas
vestimentas e mantos eram brancos e
cujos semblantes eram transparentes
como cristal.
3 Eu vi dois rios de fogo brilhan-
do como o jacinto.
4 Então caí sobre minha face di-
ante do Senhor Deus.
5 E Miguel, um dos arcanjos, to-
mou-me pela mão direita e levantou-
me, e trouxe-me para onde estava
todo segredo de misericórdia e reti-
dão.
6 Ele me mostrou todas as coisas
ocultas das extremidades do céu,
todos os tesouros das estrelas e o seu
esplendor, desde quando elas saíram
de diante da face do Santo.
7 Ele escondeu o espírito de Eno-
que no céu dos céus.
8 Ali eu vi no meio daquela luz
uma construção levantada com pe-
dras de gelo,
9 E no meio destas pedras vi lín-
guas de fogo vivo.
10 Meu espírito viu ao redor o
círculo desta habitação flamejante
em uma de suas extremidades; que
ali havia rios cheios de fogo vivo, o
qual cercava-a.
11 Então o Serafim, o Querubim,
e o Ofanim a
rodearam-na: estes são
aqueles que nunca adormecem, mas
vigiam o trono de Sua glória.
12 Eu vi inumeráveis anjos, mi-
lhares de milhares, e miríades de
miríades, as quais rodeavam aquela
habitação.
13 Miguel, Rafael, Gabriel, Fanu-
el e os santos anjos que estavam
acima nos céus foram e saíram dele.
14 Miguel, Rafael, e Gabriel saí-
ram daquela habitação, e santos anjos
inumeráveis.
15 Estava com eles o Ancião de
dias, cuja cabeça era branca como o
algodão, e pura, e seu manto era in-
descritível.
16 Então eu caí sobre minha face
enquanto toda minha carne era dis-
solvida, e meu espírito tornou-se
transformado.
17 Eu clamei com alta voz com
um poderoso espírito, abençoando,
glorificando, e exaltando.
18 E aquelas bênçãos que
71 a
Ofanim. As rodas Ezequiel 1:15-21.
70
71
1º ENOQUE, 72 41
procediam da minha boca tornaram-
se aceitáveis na presença do Ancião
de dias.
19 O Ancião de dias veio com
Miguel e Gabriel, e Rafael e Fanuel,
com milhares de milhares, e miríades
de miríades b
, que não podiam ser
enumerados.
20 Então aquele anjo veio a mim,
com sua voz saudou-me, dizendo: Tu
és descendência do homem, o qual é
nascido para retidão, e retidão des-
cansou sobre ti.
21 A retidão do ancião de dias
não te esquecerá.
22 Ele disse: Em ti Ele conferirá
paz em nome do mundo existente;
por isso a paz tem existido desde que
o mundo foi criado.
23 E assim acontecerá a ti para
sempre e sempre.
24 Todos os que existirão e cami-
nharão em seus caminhos de retidão,
não te esquecerão para sempre.
25 Contigo estarão suas habita-
ções, contigo seu destino; de ti eles
não serão separados para sempre e
sempre.
26 E assim o prolongamento dos
dias estará com o Filho do homem c
.
27 A paz será para os justos e os
retos possuirão o caminho da integri-
dade, em nome do Senhor Deus, para
sempre e sempre.
Livro do curso das luminárias
celestes - O Sol
O LIVRO do curso das lu-
minárias dos céus, de acordo
com suas respectivas classes, seus
respectivos poderes, seus respectivos
períodos, seus respectivos nomes, os
lugares onde elas começam seu pro-
gresso e seus respectivos meses, que
Uriel, o santo anjo que estava comi-
go, explicou-me; aquele que as ad-
ministra.
2 Toda a conta delas de acordo
com o exato ano do mundo para
sempre, até que um novo trabalho
seja efetuado, o qual será eterno.
3 Esta é a primeira lei das luminá-
rias. O Sol.
4 A luz do sol levanta-se nas por-
tas do céu do Oriente e desce nas
portas do céu do Ocidente.
5 Eu vi seis portões onde o sol sai
e seis portões onde o sol se põe (ver
figura)
.
6 Em cujos portões também a lua
nasce e se põe;
7 Eu vi os condutores das estrelas,
entre aqueles que precedem-nas; seis
portões estão no nascente, e seis no
poente do sol.
8 Todos estes, respectivamente,
um depois do outro, estão em nível; e
numerosas janelas estão ao lado di-
reito e ao lado esquerdo destes por-
tões.
9 Primeiro avança aquela grande
luminária, a qual é chamada sol, cuja
órbita é a órbita do céu, toda ela está
repleta com esplêndido e flamejante
fogo.
10 Sua carruagem, onde ela as-
cende, o vento sopra.
11 O sol se põe no céu e
b
Miríades de miríades. Dez mil vezes dez mil.
c
Filho do homem. Literalmente, descendência do homem, ou o Cristo que vem da descendên-
cia do homem.
72
42 1º ENOQUE, 72
retornando pelo norte, para seguir em
direção ao leste, é conduzido assim
enquanto entra por aquele portão e
ilumina a face do céu.
12 Da mesma maneira ele sai no
primeiro mês pelo grande portão.
13 Ele sai através do quarto da-
queles seis portões, que estão ao nas-
cente do sol.
1º ENOQUE, 72 43
14 E no quarto portão, através do
qual o sol com a lua prosseguem, na
primeira parte dele, lá existem doze
janelas abertas das quais sai uma
chama quando elas estão abertas em
seus próprios períodos.
15 Quando o sol se levanta no céu
ele sai através deste quarto portão
por três dias, e pelo quarto portão ao
oeste do céu no nível em que ele
descende.
16 Durante aquele período o dia é
prolongado durante o dia, e a noite
encurtado durante a noite por trinta
dias.
17 E então o dia é mais longo que
a noite por duas partes.
18 O dia é precisamente, dez par-
tes, e a noite é oito a
.
19 O sol sai através deste quarto
portão, se põe nele e volta para o
quinto portão durante trinta dias,
depois do quê ele prossegue e se põe
nele, o quinto portão.
20 Então o dia se torna prolonga-
do por uma segunda porção de modo
que ele é doze partes, enquanto a
noite se torna encurtada, e é apenas
sete partes b
.
21 O sol então retorna para o les-
te, entrando no sexto portão, e nasce
e se põe no sexto portão trinta e um
dias, na contagem de seus sinais.
22 Naquele período o dia é mais
longo que a noite, sendo duas vezes
tão longo quanto à noite, e chega a
ser de doze partes;
23 Mas a noite é encurtada e se
torna em seis partes c
. Então o sol
nasce para que o dia possa ser encur-
tado e a noite prolongada.
24 E o sol retorna para o leste en-
trando pelo sexto portão, onde ele
nasce e se põe por trinta dias.
25 Quando aquele período é com-
pletado o dia chega a ser encurtado
precisamente uma parte, de modo
que ele é de doze partes, enquanto
que a noite é de sete partes d
.
26 Então o sol vai do oeste, da-
quele sexto portão, e prossegue em
direção ao leste nascendo no quinto
portão por trinta dias e se pondo no-
vamente ao oeste no quinto portão do
oeste.
27 Naquele período o dia chega a
ser encurtado duas partes, e é de dez
partes, enquanto que a noite é de oito
partes e
.
28 Então o sol vai do quinto por-
tão, enquanto se põe no sexto portão
do oeste e nasce no quarto portão por
trinta e um dias, na conta de seus
sinais, se pondo a oeste.
29 Naquele período o dia é feito
igual à noite e, sendo igual a ela, a
noite torna-se a nove partes, e o dia
nove partes f
.
30 Então o sol vai daquele portão
enquanto ele se põe no oeste, e retor-
nando pelo leste prossegue pelo ter-
ceiro portão por trinta dias, se pondo
no oeste no terceiro portão.
31 Naquele período a noite é
72 a
Abril no Hemisfério Norte ou Outubro no Hemisfério Sul;
b
Maio no Hemisfério Norte ou Novembro no Hemisfério Sul;
c
Junho no Hemisfério Norte ou Dezembro no Hemisfério Sul;
d
Julho no Hemisfério Norte ou Janeiro no Hemisfério Sul;
e
Agosto no Hemisfério Norte ou Fevereiro no Hemisfério Sul;
f
Setembro no Hemisfério Norte ou Março no Hemisfério Sul;
44 1º ENOQUE, 72
prolongada desde o dia durante trinta
manhãs, e o dia é encurtado desde o
dia durante trinta dias; a noite sendo
precisamente de dez partes, e o dia
oito partes g
.
32 O sol então sai do terceiro por-
tão, enquanto ele se põe no terceiro
portão no oeste; mas retornando para
o leste.
33 Ele prossegue pelo segundo
portão do leste por trinta dias.
34 De igual maneira ele também
se põe no segundo portão na direção
oeste do céu.
35 Naquele período a noite é de
onze partes, e o dia sete partes h
.
36 Então o sol sai naquele tempo
pelo segundo portão, enquanto se põe
no segundo portão no oeste, mas
retorna para o leste, prosseguindo
pelo primeiro portão, por trinta e um
dias.
37 E se pões no oeste no primeiro
portão.
38 Naquele período a noite é no-
vamente prolongada tanto quanto o
dia.
39 Ela é precisamente de doze
partes, enquanto que o dia é seis
partes i
.
40 O sol tem assim completado
seus começos, e uma segunda vez de
volta desde estes começos.
41 Naquele primeiro portão ele
entra por trinta dias, e se põe no oes-
te, defronte do céu.
42 Naquele período a noite é en-
curtada em seu comprimento uma
quarta parte, que é, uma porção, e se
torna onze partes j
.
43 O dia é de sete partes.
44 Então o sol retorna, e entra no
segundo portão ao leste.
45 Ele retorna por estes começos
trinta dias, nascendo e se pondo.
46 Naquele período, a noite é en-
curtado em seu comprimento.
47 Ela se torna dez partes, e o dia
oito partes k
.
48 Então o sol sai do segundo
portão, e se põe a oeste; mas retorna
pelo leste, e nasce no leste, no tercei-
ro portão, trinta e um dias, se pondo
no oeste do céu.
49 Naquele período a noite se tor-
na encurtada, ela é nove partes l
.
50 E a noite é igual ao dia. O ano
é precisamente trezentos e sessenta e
quatro (ver figura)
dias m
.
51 Prolongamento do dia e da
noite, e a contração do dia e da noite,
são feitos diferentes um do outro
g
Outubro no Hemisfério Norte ou Abril no Hemisfério Sul;
h
Novembro no Hemisfério Norte ou Maio no Hemisfério Sul;
i
Dezembro no Hemisfério Norte ou Junho no Hemisfério Sul;
j
Janeiro no Hemisfério Norte ou Julho no Hemisfério Sul;
k
Fevereiro no Hemisfério Norte ou Agosto no Hemisfério Sul;
l
Março no Hemisfério Norte ou Setembro no Hemisfério Sul;
m
A lua leva 52 semanas de 7 dias cada uma para completar seus 13 ciclos anuais, com média
de 28 dias para 4 fases lunares (nova, crescente, cheia, minguante); mas isto não quer dizer
que os meses (luas) iniciam e terminam obedecendo às 4 fases lunares, 52 semanas igualam
364 dias. Como a Terra leva 365 dias em seu movimento de translação, sobra um dia fora da
lua. Esse dia é chamado o dia fora do tempo. Esse dia é chamado assim porque ele não tem os
aspectos materiais do tempo, mas conserva seus aspectos espirituais, sendo o dia da libertação
final do ciclo que se completa.
1º ENOQUE, 73 45
pelo progresso do sol.
52 Por meio deste progresso o dia
é diariamente prolongado, e a noite
grandemente encurtada.
53 Esta é a lei e o progresso do
sol, e suas voltas, quando ele retorna,
voltando durante sessenta dias n
, e
seguindo em frente.
54 Esta é a grande perpétua lumi-
nária, aquela que ele chama sol para
sempre e sempre.
55 E assim sobe o grande lumi-
nar, e assim é nomeado de acordo
com a sua aparência, de acordo como
o Senhor ordenara.
56 E assim ele entra e sai, nem
afrouxando nem descansando; mas
correndo em sua carruagem de dia e
de noite.
57 Ele brilha com uma sétima
porção da luz da lua o
; mas as
dimensões de ambos são iguais.
A Lua
DEPOIS dessa lei, eu vi
outra, referente ao luminar
pequeno, que é a lua.
2 O alcance do seu giro é equiva-
lente ao do céu; o carro sobre o qual
ela anda é conduzido pelo vento e a
luz lhe é proporcionada segundo
medidas.
3 A cada mês alteram-se seu nas-
cimento e seu acaso; seus dias são
semelhantes ao dias solares, e quan-
do sua lua é uniforme (lua cheia),
comporta uma sétima parte da luz do
sol.
4 E assim que ela se apresenta:
sua primeira fase aparece no oriente
na trigésima manhã; nesse dia ela
fica visível, e assim começa para vós
a primeira fase da lua, no trigésimo
dia, aparecendo juntamente com o
sol, pelo mesmo portão.
5 Ela mostra então uma sétima
parte de uma das suas metades (lua
decrescente), e todo o restante do seu
disco é vazio e sem luz, à exceção de
um sétimo e um quarto de sétimo da
metade da sua luz.
6 Quando ela recebe um sétimo
da metade da sua luz.
7 Então a sua luminosidade com-
porta um sétimo e a metade de um
sétimo.
n
O sol está sessenta dias nos mesmos portões. Trinta dias duas vezes cada ano.
o
Ele brilha com…da lua. Ou, Sua luz é sete vezes mais brilhante que a da lua. O texto aramai-
co descreve mais claramente como a luz da lua aumenta e diminui pela metade de uma sétima
parte cada dia. Aqui na versão etíope, a lua é considerada como duas metades, cada metade
sendo dividida em sete partes. Por isso, quatorze porções 1º Enoque 72:9-10.
73
46 1º ENOQUE, 74
8 Ela se põe juntamente com o
sol; e quando o sol se levanta, levan-
ta-se também a luz, e recebe a meta-
de de uma das partes da luz.
9 E naquela noite, no início da sua
manhã no princípio do seu período,
ela põe-se juntamente com o sol, e na
mesma noite ela fica invisível nas
catorze partes (Ver figura)
e metade de
uma (lua nova).
10 Naqueles dias, ela brilha com
um sétimo do seu todo, levanta, prin-
cipia a afastar-se do sol e nos dias
restantes deixado brilharem as outras
treze partes (lua crescente). As fases
anuais da Lua.
ENTÃO eu vi outro progres-
so e regulações que Ele efe-
tuou na lei da lua.
2 O progresso das luas, e tudo o
que se relaciona com ela, Uriel mos-
trou-me, o santo anjo que administra
a todos.
3 Suas estações eu escrevi en-
quanto ele mostrava-os a mim.
4 Eu escrevi teus meses, como
eles ocorrem, e a aparência de sua
luz, até que ela é completada em
quinze dias.
5 Em cada um de seus dois séti-
mos de porções ela completa toda
sua luz ao nascer e se pôr.
6 Em determinados meses ela
muda seus crepúsculos; e em deter-
minados meses ela faz seu progresso
através de cada portão.
7 Em dois portões a lua se põe
com o sol.
8 Naqueles dois portões que estão
no meio, no terceiro e no quarto por-
tão.
9 Do terceiro portão ela sai por
sete dias, e faz seu circuito.
10 Novamente ela retorna para o
portão do qual o sol nasce, e naquele
ela completa toda a sua luz.
11 Então ela declina do sol, e en-
tra por oito dias no sexto portão, e
retorna em sete dias para o terceiro
portão, no qual o sol nasce.
12 Quando o sol prossegue para o
quarto portão, a lua sai por sete dias,
até ela passar do quinto portão.
13 Novamente ela retorna em sete
dias para o quarto portão, e comple-
tando toda a sua luz, declina, e passa
pelo primeiro portão em oito dias;
14 E retorna em sete dias para o
quarto portão, do qual o sol nasce.
15 Assim observei suas posições
e a forma como nesses dias a lua
nasce e o sol se põe.
16 Juntando-se cinco anos, o sol
terá, em virtude daqueles ciclos, uma
vantagem de trinta dias.
74
1º ENOQUE, 75 47
17 Os dias todos, contados os que
se acrescentam aos dias plenos, per-
fazem trezentos e sessenta e quatro
dias.
18 A vantagem do sol e das estre-
las é de seis dias; em cinco anos,
com seis dias cada um, serão trinta
dias; em relação ao sol e às estrelas, a
lua se atrasa trinta dias.
19 O sol e as estrelas são todos os
anos a tal ponto exatos que em ne-
nhum dia se adiantam ou se atrasam
nas suas posições; ao contrário, todos
eles perfazem o ciclo anual de preci-
samente trezentos e sessenta e quatro
dias.
20 Em três anos serão mil e no-
venta e dois dias; em cinco anos, mil
oitocentos e vinte dias e em oito
anos, dois mil novecentos e doze
dias.
21 Quanto à lua, três anos perfa-
zem mil e sessenta e dois dias e em
cinco anos leva um atraso de cin-
quenta dias, isto é, à soma de mil
setecentos e setenta devem ser acres-
centados mil mais sessenta e dois
dias.
22 Pois em oito anos ela se atrasa
oitenta dias; são oitenta os dias todos
do seu atraso em oito anos.
23 O ano completa-se correta-
mente segundo as estações do mundo
e segundo as estações do sol, as quais
têm sua origem nos portões por onde
o sol nasce e se põe pelo espaço de
trinta dias.
Dias bissextos, as estrelas e a lua
ESTES são os líderes dos
chefes dos milhares, os quais
presidem sobre toda criação, e sobre
todas as estrelas; com os quatro dias
que são adicionados e nunca se sepa-
ram do lugar a eles determinados, de
acordo com o cálculo completo do
ano.
2 E estes servem quatro dias, os
quais não são contados no cálculo do
ano.
3 Com respeito a eles, os homens
erram grandemente, pois estas lumi-
nárias verdadeiramente servem, no
lugar de habitação do mundo, um dia
no primeiro portão, um dia no tercei-
ro portão, um dia no quarto portão, e
um dia no sexto portão.
4 E a harmonia do mundo torna-
se completo a cada trezentos e ses-
senta e quatro estados dele. Para os
sinais.
5 As estações,
6 Os anos,
7 E Uriel me mostrou os dias; o
anjo que o Senhor da glória escolheu
sobre todas as luminárias.
8 Do céu no céu, e no mundo; pa-
ra que possa governar na face do céu,
e aparecendo sobre a terra, se tor-
nam,
9 Condutores dos dias e noites: o
sol, a lua, as estrelas, e todas as lu-
minárias do céu, que fazem seu cir-
cuito com todas as carruagens do
céu.
10 Então Uriel me mostrou doze
portões abertos para o circuito das
carruagens do sol no céu, no qual os
raios do sol batem.
11 Deles procede calor sobre a
terra, quando eles são abertos em
suas determinadas estações.
12 Eles são para os ventos, e o
espírito da neblina, quando em suas
75
48 1º ENOQUE, 76
estações eles são abertos; abertos no
céu nas suas extremidades.
13 Doze portões eu vi no céu, nas
extremidades da terra, através do
qual o sol, a lua e estrelas, e todas as
obras do céu, procedem no seu nas-
cer e no seu crepúsculo.
14 Muitas janelas também são
abertas à direita e à esquerda.
15 Uma janela numa certa estação
se torna extremamente quente.
16 Assim também estão portões
dos quais as estrelas saem quando
são comandadas, e nos quais se põem
de acordo com seu número.
17 Eu vi no céu carros que se mo-
vimentam por sobre aqueles portões,
transportando aquelas estrelas que
não desaparecem jamais.
18 E uma delas é maior do que
todas as outras, abrangendo o mundo
todo.
As rosas do vento
E NAS extremidades da terra
eu vi doze portões abertos
para todos os ventos, dos quais eles
saem e sopram sobre a terra.
2 Os três primeiros são aqueles
que estão virados para o leste, três
estão virados para o norte, três atrás
daqueles que estão sobre a esquerda,
vidados para o sul, e três para o oes-
te.
3 De quatro deles saem ventos de
bênção, e de cura; e de oito vêm ven-
tos de punição ou castigo; quando
eles são enviados para destruir a
terra, e o céu acima dela, todos os
seus habitantes, e tudo o que está nas
águas, ou na terra seca.
4 O primeiro vento desses portões
chama-se vento leste e procede do
primeiro portão oriental que se incli-
na para o Sul; dele provêm a devas-
tação, a seca, o calor e a destruição.
5 Do segundo portão do meio
procede um vento favorável; ele traz
a chuva e a fertilidade, o bem-estar e
o orvalho.
6 Do terceiro portão norte proce-
dem o frio e a seca.
7 Depois destes procedem os ven-
tos do sul através de três principais
portões; através do seu primeiro por-
tão, que inclina-se para o leste, vem
um vento quente.
8 Mas do portão do meio vem um
agradável perfume, orvalho, chuva,
saúde e vida.
9 Do terceiro portão, que está ao
oeste, vem orvalho, chuva, ruína e
destruição.
10 Depois vêm os ventos do Nor-
te; do sétimo portão, voltada para o
Leste, chegam o orvalho, a chuva, os
gafanhotos e a destruição.
11 Do portão situado exatamente
no meio procedem à chuva, o orva-
lho, a saúde e o bem-estar.
12 Pelo terceiro portão, voltado
para o Oeste, vêm a neblina, a geada,
a neve, o orvalho e os gafanhotos.
13 Depois destes, no quarto por-
tão estão os ventos do oeste.
14 Do primeiro portão, inclinan-
do-se ao norte, vem orvalho, chuva,
geada, neve e frio; do portão do meio
vem chuva, saúde e bênção;
15 E do último portão, que está ao
sul, vem seca, destruição, queima e
perdição.
16 Estas são as doze portas dos
quatro quadrantes celestes;
76
1º ENOQUE, 77, 78 49
mostrei-te, meu filho Matusalém,
todas as suas leis, pragas e benefí-
cios.
Os Quatro Cantos do Mundo: as
Sete Montanhas, Sete Rios e Sete
Ilhas
O PRIMEIRO vento é cha-
mado oriental, porque é o
primeiro.
2 O segundo é chamado do sul,
porque o Altíssimo desce, e frequen-
temente ali desce aquele que é aben-
çoado para sempre.
3 O vento ocidental tem o nome
de diminuição, porque ali todas as
luminárias do céu estão diminuídas, e
descem.
4 O quarto portão, cujo nome é do
norte, é dividido em três partes; uma
das quais é para a habitação do ho-
mem; outra parte para mares de
águas, com vales, bosques, rios, lu-
gares sombrios, e neve, e a terceira
parte contém o Jardim da Justiça.
5 Eu vi sete montanhas altas,
maiores do que todas as demais da
terra; delas procede a geada, e por
elas diminuem os dias, os períodos e
os anos.
6 Sete rios eu vi sobre a terra,
maiores que todos os rios, um dos
quais toma seu curso do oeste; para
um grande mar onde suas águas flu-
em.
7 Dois vêm do norte para o mar,
suas águas fluem para o Mar da Eri-
tréia a
, no leste.
8 E com respeito aos outros qua-
tro, eles tomam seu curso na cavida-
de do norte, dois para seu mar, o mar
da Eritréia, e dois são derramados
num grande mar, onde também é dito
que é um deserto.
9 Eu vi sete ilhas grandes, no mar
e na terra firme; duas em terra e cin-
co no grande mar.
O Sol e a Lua: a crescente e min-
guante da Lua
OS NOMES do sol são estes:
um é Orjares, o outro Tomas.
2 A lua tem quatro nomes. O
primeiro é Asonja; o segundo, Ebla;
o terceiro, Benase; e o quarto, Erae.
3 Estes são as duas grandes lumi-
nárias, cujas órbitas são como as
órbitas do céu; e as dimensões de
ambos são iguais.
4 No globo solar existem sete par-
tes de luz; elas superam a luz da lua,
que, segundo medida exata, compor-
ta apenas uma sétima parte da luz do
sol.
5 Ao descerem, o sol e a lua
chegam aos portões do ocidente,
fazem o caminho de volta pelo Nor-
te, para de novo nascerem nos céus
pelos portões do Oriente.
6 Quando a lua nasce, ela aparece
no céu; e a metade da sétima porção
de luz é tudo o que está nela.
7 Em quarenta dias toda a sua luz
é completada.
8 Por três quíntuplos de luz são
colocados nela, até que em quinze
dias sua luz é completada, de acordo
com os sinais do ano; ela tem três
quíntuplos.
9 A lua tem a metade de uma sé-
tima porção.
10 Durante sua diminuição no
77 a
O Mar Vermelho.
77
78
50 1º ENOQUE, 79
primeiro dia sua luz decresce uma
décima quarta parte;
11 No segundo dia é diminuída
uma décima terceira parte;
12 No terceiro dia uma décima
segunda parte;
13 No quarto dia uma décima
primeira parte; no quinto dia uma
décima parte;
14 No sexto dia uma nona parte;
15 No sétimo dia ela decresce
uma oitava parte;
16 No oitavo dia ela decresce uma
sétima parte;
17 No nono dia ela decresce uma
sexta parte;
18 No décimo dia ela decresce
uma quinta parte;
19 No décimo primeiro dia ela
decresce uma quarta parte;
20 No décimo segundo dia ela de-
cresce uma terceira parte;
21 No décimo terceiro dia ela de-
cresce uma segunda parte;
22 No décimo quarto dia ela de-
cresce a metade de uma sétima parte;
23 E no décimo quinto dia todo o
restante da sua luz é consumido.
24 Nos meses declarados a lua
tem vinte e nove dias.
25 Ela também tem um período
de vinte e oito dias.
26 Uriel igualmente mostrou-me
outro regulamento, quando a luz é
derramada nela vinda do sol.
27 Durante todo o tempo em que
a lua cresce em sua luz, ela aumenta,
estando por quatorze dias de frente
para o sol, até tomar-se plena a sua
luminosidade no céu.
28 No primeiro dia ela se chama
lua nova, pois nesse dia a luz começa
a projetar-se nela.
29 E quando é totalmente extinta,
sua luz é consumida no céu; e no
primeiro dia ela é chamada lua nova,
pois naquele dia luz é recebida nela.
30 Ela torna-se precisamente
completa no dia em que o sol desce
no oeste, enquanto a lua sobe à noite
do leste.
31 A lua então brilha toda a noite,
até que o sol se levante diante dela;
quando a lua desaparece diante do
sol.
32 De onde a luz vem para a lua,
ali novamente ela decresce, até que
toda sua luz seja extinguida, e os dias
da lua passam.
33 Então sua órbita permanece
solitária sem luz.
34 Durante três meses ela efetua
em trinta dias, a cada mês seu perío-
do; e durante mais três meses ela
efetua-o em vinte e nove dias.
35 Estes são os tempos nos quais
ela efetua seu decréscimo em seu
primeiro período, e no primeiro por-
tão, nomeadamente, e, cento e seten-
ta e sete dias.
36 E no tempo de seu andamento
durante três meses ela aprece trinta
dias cada, e durante mais três meses
ela aparece vinte e nove dias cada.
37 À noite ela aparece a cada vin-
te dias como a face de um homem, e
no dia como o céu; pois ela não é
nada além de sua luz.
Enoque ensina para seu filho Matu-
salém sobre os segredos celestes
E ASSIM, meu filho Matusa-
lém, eu te mostrei tudo, e a
descrição das leis dos corpos celestes
79
1º ENOQUE, 80, 81 51
chegou ao fim.
2 Ele revelou-me todas as suas
leis relativas a cada dia, a cada perí-
odo de dominação, a cada ano com o
seu término, bem como a ordem pre-
estabelecida para cada mês e para
cada semana; e a par disso o minguar
da lua, que ocorre no sexto portão,
pois nesse portão a sua luz é cheia,
começando em seguida o seu decrés-
cimo.
3 O declínio, que a seu tempo
começa no primeiro portão, tem a
duração de cento e setenta e sete
dias, calculados em vinte e cinco
semanas e dois dias.
4 Ela se atrasa em relação ao sol e
à ordem das estrelas exatamente cin-
co dias a cada período, quando bem
medido esse espaço, como vês.
5 Essa é a imagem e o retrato de
cada um dos corpos luminosos como
foi-me mostrado pelo seu dirigente, o
anjo Uriel
A influência sobre a natureza
NAQUELES dias Uriel res-
pondeu-me e disse: Eis que
eu mostrei-te todas as coisas, ó Eno-
que;
2 E todas as coisas eu te revelei.
3 Você viu o sol, a lua, e aqueles
que conduzem as estrelas do céu, que
ocasionam todas as suas operações,
estações, e chegadas para retorno.
4 Nos dias dos pecadores os anos
serão encurtados.
5 As sementeiras atrasar-se-ão nas
terras e nos campos; todas as coisas
alterar-se-ão sobre a terra, e não
acontecerão mais no se devido tem-
po.
6 A chuva será restringida, e o
céu ainda permanecerá.
7 Naqueles dias os frutos da terra
serão tardios, e não florescerão na
sua estação; e em sua estação os fru-
tos das árvores serão retidos.
8 A lua alterará a sua ordem, dei-
xando de aparecer com sua regulari-
dade.
9 Naqueles dias, ver-se-á o sol da
tarde andando no último grande carro
em direção ao Ocidente e brilhando
mais forte do que normalmente; en-
quanto muitos chefes entre as estre-
las de autoridade errarão, perverten-
do seus caminhos e obras.
10 Elas não aparecerão na sua es-
tação, que lhes foi ordenada, e todas
as classes de estrelas serão fechadas
contra os pecadores.
11 Os pensamentos daqueles que
habitam na terra transgredirão dentro
deles; e eles se perverterão em todos
os seus caminhos.
12 Eles transgredirão, e conside-
rarão a si mesmo deuses (chefes en-
tre as estrelas); enquanto que o mal
se multiplicará entre eles.
13 E castigo virá sobre eles, para
que todos eles sejam destruídos.
Fim das viagens de Enoque
ELE falou-me: Observa,
Enoque, estas tabelas celes-
tes! Lê o que nelas está escrito e
atenta para cada detalhe!.
2 Então eu olhei em tudo o que
está escrito, lendo o livro e todas as
coisas escritas nele, e entendi tudo,
todas as obras do homem;
3 E de todos os filhos da carne
sobre a terra, durante as gerações do
80
81
52 1º ENOQUE, 82
mundo.
4 Imediatamente depois ei vi o
Senhor, o Rei da glória, o qual tem
assim para sempre formado toda as
maravilhas do mundo.
5 E eu glorifiquei o Senhor, por
conta de sua longanimidade e bên-
çãos para com os filhos do mundo.
6 Naquele tempo eu disse: Aben-
çoado é o homem que morre justo e
bom, contra quem nenhuma relação
de crime foi escrito, e em quem ini-
quidade não é encontrada.
7 Então aqueles sete santos fize-
ram com que eu me aproximasse, e
colocaram-me na terra, diante da
porta da minha casa.
8 E eles disseram-me: Explica tu-
do a Matusalém, teu filho; e informa
a todos os teus filhos, que nenhuma
carne será justificada diante do Se-
nhor; pois Ele é seu Criador.
9 Deixar-te-emos ficar ainda um
ano junto dos teus filhos, até que
tenhas transmitido as tuas últimas
instruções; deverás ensiná-las aos
teus filhos, escrevê-las para eles, para
a todos confirmar.
10 No segundo ano serás retirado
do seu meio.
11 Que seja forte o teu coração!
12 Pois os bons anunciarão a Jus-
tiça aos bons; o justo alegrar-se-á
com o justo, e mutuamente felicitar-
se-ão, mas os pecadores com os pe-
cadores morrerão,
13 E os pervertidos com os per-
vertidos serão afogados.
14 Aqueles que também agiram
retamente morrerão (para que seja
salvo) por conta das obras dos ho-
mens, e serão reunidos por causa das
obras dos iníquos.
15 Naqueles dias eles terminaram
de conversar comigo.
16 E eu retornei para meus com-
panheiros, abençoando o Senhor
Criador.
Fim do Livro dos cursos das
luminárias celestes
AGORA, meu filho Matusa-
lém, todas estas coisas eu te
falei, e te escrevi.
2 A você eu revelei tudo, e te dei
os livros de tudo.
3 Preserve, meu filho Matusalém,
os livros escritos por teu pai; para
que possas revelá-los às futuras gera-
ções.
4 Eu tenho dado a ti sabedoria,
aos teus filhos e à tua posteridade,
para que eles possam revelar aos seus
filhos, por gerações para sempre, esta
sabedoria em suas palavras; e para
que aqueles que compreendem não
durmam, mas ouçam com seus ouvi-
dos; para que eles possam aprender
sabedoria, e sejam considerados dig-
nos de comer esta saudável comida.
5 Abençoados são todos os justos,
abençoados são todos os que andam
em retidão, nos quais crime não é
encontrado, como nos pecadores,
quando todos os seus dias são conta-
dos.
6 Com respeito ao progresso do
sol no céu, ele entra e sai de cada
portão por trinta dias, com os líderes
de milhares de estrelas; com quatro
que são adicionadas, e aparecem nos
quatro quartos do ano, os quais
82
1º ENOQUE, 82 53
conduzem-nos, e acompanham-nos
em seus quatro períodos.
7 E por causa deles que os ho-
mens erram ao não incluí-los na con-
tagem total do ano; sim, os homens
enganam-se por causa deles, por não
os conhecerem com exatidão.
8 Eles pertencem à contagem do
ano e estão fielmente consignados
para sempre, um no primeiro portão,
outro no terceiro, outro no quarto, e o
último, no sexto;
9 Para que o ano esteja completo
em trezentos e sessenta e quatro dias.
10 Verdadeiramente têm sido de-
clarado, e perfeitamente tem sido
calculado o que está marcado; pois as
luminárias, os meses, os períodos
fixados, os anos, e os dias, Uriel
explicou a mim, e comunicou a mim;
a quem o Senhor de toda criação, por
consideração de mim, ordenou, (de
acordo com o poder do céu, e o po-
der que ele possui tanto de dia quan-
to de noite) pra explicar as leis da luz
ao homem, do sol, da lua, e das estre-
las, e de todo o poder do céu, que
está voltado em suas respectivas
órbitas.
11 Esta é a ordenança das estre-
las, que se põem em seus lugares, em
suas estações, em seus períodos, em
seus dias, e em seus meses.
12 Estes são os nomes daqueles
que as conduzem, que vigiam e en-
tram em suas estações de acordo com
suas ordenanças e seus períodos, em
seus meses, nos tempos de sua in-
fluência, e em suas estações.
13 Quatro condutores deles en-
tram primeiro, os quais separam os
quatro quartos do ano.
14 Depois destes, doze conduto-
res de suas classes, que separam os
meses e o ano em trezentos e sessen-
ta e quatro dias, com os líderes de
mil, os quais distinguem entre os
dias, tanto quanto entre os quatro
adicionais; os quais, como conduto-
res, dividem os quatro quartos do
ano.
15 Estes líderes de mil estão no
meio dos condutores, e aos conduto-
res são adicionados atrás de sua esta-
ção, e seus condutores fazem a sepa-
ração.
16 Estes são os nomes dos condu-
tores, os quais separam os quatro
quartos do ano, os quais são escolhi-
dos sobre eles: Milkiel, Helemmelek,
Melejal e Narel.
17 E os nomes dos que condu-
zem-nos são Adnarel, Ijasusael e
Elomeel.
18 Estes são os três que seguem
os condutores das classes de estrelas;
cada um seguindo os três condutores
de classes, os quais seguem aqueles
condutores das estações, que dividem
os quatro quartos do ano.
19 Na primeira parte do ano le-
vanta-se e governa Melkejal, que é
chamado Tamaani, e Zahay (sol do
sul).
20 Todos os dias de sua influên-
cia, durante os quais ele governa, são
noventa e um dias.
21 E estes são os sinais dos dias
que são vistos sobre a terra.
22 Nos dias de sua influência há
transpiração, calor e dificuldade.
23 Todas as árvores se tornam
frutíferas; as folhas de cada árvore
aparecem; o milho é colhido; a rosa e
54 1º ENOQUE, 83
todas as espécies de flores florescem
no campo; e as árvores do inverno
são secadas.
24 Estes são os nomes dos condu-
tores que estão sob eles: Berkael,
Zelebsel; e outro condutor adicional
de mil é chamado Hilujasef, os dias
de cuja influência tem sido comple-
tados.
25 O outro condutor depois deles
é Helemmelek, cujo nome eles cha-
mam o esplêndido Zahay (Sol).
26 Todos os dias de sua luz são
noventa e um dias.
27 Estes são os sinais dos dias so-
bre a terra, calor e seca; enquanto as
árvores dão seus frutos, aquecidas e
preparadas, e dão seus frutos para
seca.
28 Os rebanhos seguem e criam
(acasalam e dão filhos).
29 Todos os frutos da terra são
colhidos, com tudo nos campos, e as
vinhas são pisadas.
30 Isto acontece durante o tempo
de sua influência.
31 Estes são seus nomes e ordens,
e os nomes dos condutores que estão
sob eles, dos que são chefes de mil:
Gidaijal, Keel e Heel.
32 E o nome do líder adicional de
mil é Asfael.
33 Os dias de sua influência foi
completado.
Primeira Visão
Visão sobre o Dilúvio
E AGORA e te mostrei, meu
filho Matusalém, toda visão
que eu vi antes de você nascer.
2 Eu relatarei outra visão, que eu
vi antes que eu fosse casado; elas
assemelham-se uma à outra.
3 A primeira foi quando eu estava
aprendendo de um livro; e a outra eu
estava casado com tua mãe.
4 Eu vi uma potente visão;
5 E por conta destas coisas eu su-
pliquei ao Senhor.
6 Eu estava deitado na casa de
meu avô Maalalel, quando eu vi nu-
ma visão o céu se purificando, e sen-
do arrebatado.
7 E caindo na terra, eu vi igual-
mente a terra sendo absorvida por um
grande abismo; e montanhas suspen-
didas sobre montanhas.
8 Montanhas foram afundadas so-
bre colinas, árvores imponentes pla-
naram sobre seus troncos, e estavam
no ato de serem projetadas, e de se-
rem arremessadas para o abismo.
9 Estando alarmado por estas coi-
sas, minha voz hesitou (a palavra
caiu de minha boca).
10 Eu clamei e disse: A terra é
destruída.
11 Então meu avô Maalalel levan-
tou e disse-me: Por que clamas, meu
filho? E por que lamentas?
12 Eu relatei a ele toda a visão
que eu havia visto.
13 Ele disse-me: Confirmado es-
tá; o que tu tens visto meu filho;
14 E potente a visão do teu sonho
com respeito a todo pecado secreto
da terra.
15 Sua substância será submersa
no abismo, e grande destruição acon-
tecerá.
16 Agora, meu filho, levanta; e
suplica ao Senhor da glória (pois tu
és fiel), para que um remanescente
possa ser deixado sobre a terra, e que
83
1º ENOQUE, 84, 85 55
ele possa não destruí-lo totalmente.
17 Meu filho, toda esta calamida-
de sobre a terra descerá do céu; sobre
a terra haverá grande destruição.
18 Então eu levantei, orei, e im-
plorei; e escrevi minha oração para
as gerações do mundo, explicando
tudo ao meu filho Matusalém.
19 Quando eu desci abaixo, e
olhando para o céu, vi o sol vindo do
leste, a lua descendo do oeste, e al-
gumas estrelas espalhadas, e tudo o
que Deus tem conhecido desde o
princípio, eu abençoei o Senhor do
julgamento, e magnifiquei-O: porque
Ele tem enviado o sol das janelas do
leste; para que, ascendendo e levan-
tando na face do céu, possa crescer e
seguir o caminho que foi apontado
para Ele.
Enoque glorifica e ora a Deus
EU ELEVEI minhas mãos
em retidão, e abençoei o san-
to, e o Grande.
2 Eu falei com o sopro da minha
boca, e com a língua da carne, que
Deus havia formado para todos os
filhos dos homens mortais, para que
eles possam falar; dando-lhes fôlego,
boca, e língua para conversar.
3 Abençoado és Tu, Ó Senhor, o
Rei, grande e poderoso em Sua gran-
deza, Senhor de toda criatura do céu,
Rei dos reis, Deus de todo o mundo,
cujo reinado, e cujo reino e majesta-
de duram para sempre e sempre.
4 De geração a geração Teu do-
mínio existirá. Todos os céus são
Teu trono para sempre, e toda a terra
o escabelo de Teus pés para sempre e
sempre.
5 Pois Tu os fez, e sobre todos
reinas.
6 Nenhum ato excede Teu poder.
7 Com Tua sabedoria és imutável,
nem do Teu trono, nem de Tua pre-
sença ela nunca se desvia.
8 Tu sabes todas as coisas, vês e
ouve-as; nada se esconde de Ti; pois
Tu percebes todas as coisas.
9 Os anjos de Teus céus transgre-
diram, e em carne mortal Tua ira
permanece, até o dia do grande jul-
gamento,
10 Então, Ó Deus, Senhor e pode-
roso Rei, eu imploro-Te, e suplico-
Te que respondas minha oração, para
que uma geração futura me possa ser
deixada na terra, e que toda a raça
humana não pereça;
11 Para que a terra não seja dei-
xada destituída, e destruição tome
lugar para sempre.
12 Ó meu Senhor, que pereça da
terra a raça que tem Te ofendido,
mas que uma justa e reta raça estabe-
leças por uma geração futura para
sempre.
13 Não escondas tua face, ó Se-
nhor, da oração do teu servo.
Segunda Visão
De Adão até o Messias
DEPOIS eu tive outro sonho.
Meu filho! Desejo explicar-te
completamente esse sonho.
2 Então Enoque principiou e disse
ao seu filho Matusalém: Meu filho!
3 Dirijo-te a palavra e digo: Escu-
ta a minha voz e inclina os teus ouvi-
do para o relato da visão do teu pai!
4 Antes que eu tomasse a tua mãe
Edna por esposa, estando deitado no
84
85
56 1º ENOQUE, 86
meu leito, eu tive um sonho a
.
5 Saiu um touro da terra, e ele era
branco b
.
6 Depois dele, saiu uma novilha c
,
e ela gerou dois touros, um preto e o
outro vermelho d
.
7 O touro preto atacou o verme-
lho, perseguindo-o pela terra, e por
isso não pude mais vê-lo.
8 Aquele touro preto cresceu; en-
tão chegou junto dele uma novilha e
,
e eu vi como muitos bezerros proce-
deram dele, pareciam-se com ele e o
seguiam.
9 Aquela primeira novilha agora
se afastou do primeiro touro, para
procurar o touro vermelho; como não
o encontrasse, emitia mugidos de dor
e continuava a procurá-lo.
10 Eu olhei e vi quando aquele
primeiro touro se aproximou dela e
acalmou-a; a partir daquele momento
ela deixou de mugir.
11 Depois ela pariu outro touro,
branco f
; e depois dele produziu ain-
da muitos touros e vacas.
12 E eu vi no meu sonho como
aquele touro branco também cresceu,
tomando-se grande.
13 Dele procederam muitos tou-
ros brancos, parecidos com ele.
14 Eles começaram a produzir
muitos touros brancos, semelhantes a
eles, um após outro.
A Queda dos Anjos e a desmoraliza-
ção da Humanidade
NOVAMENTE eu olhei
atentamente, enquanto dor-
mindo, e examinei o céu acima.
2 Caiu do céu uma estrela; depois
ela ergueu-se e começou a comer e a
pastar entre aqueles novilhos.
3 Depois disso, eu vi como os no-
vilhos grandes e pretos mudaram-se
com suas vacas, os seus cercados e
pastagens, e começaram a viver entre
si.
4 Novamente eu vi em minha vi-
são, e examinei o céu; então vi mui-
tas estrelas descendo, e projetando-se
do céu para onde a primeira estrela
estava,
5 No meio destes jovens; enquan-
to as vacas estavam com eles, ali-
mentando-se no meio deles.
6 Eu olhei e observei-os; quando
olhei, eles todos agiram segundo a
maneira dos cavalos, e começaram a
se aproximar das vacas novas, e to-
das elas ficaram prenhes, e geraram
elefantes, camelos e jumentos.
7 Nisto todas as vacas ficaram
alarmadas e apavoradas; quando elas
começaram morder com seis dentes,
tragando e golpeando com seus chi-
fres.
8 Elas começaram também a de-
vorar as vacas; e vi todos os filhos da
terra tremerem, chocados com o
85 a
Esta segunda visão de Enoque parece representar em linguagem simbólica a história com-
pleta do mundo desde o tempo de Adão até o julgamento final e o estabelecimento do Reinado
Messiânico.
b
Adão.
c
Eva.
d
Caim e Abel.
e
Avan filha de Adão e Eva como descreve livro de Jubileus 4:9.
f
Sete.
86
1º ENOQUE, 87, 88, 89 57
terror deles, e de repente fugiram.
O Advento dos Sete anjos do Senhor
NOVAMENTE eu percebi-
os, quando eles começaram a
morder e devorar um ao outro; e a
terra clamou.
2 Então eu levantei meus olhos
uma segunda vez em direção ao céu,
e vi numa visão que, eis que vieram
do céu como se fosse à semelhança
de homens brancos.
3 Quatro vieram na frente, e três
com eles.
4 Aqueles três, que vieram por úl-
timo, pegaram-me pela minha mão; e
ergueram-me das gerações da terra,
elevaram-me a uma alta estação.
5 Então eles mostraram-me uma
elevada torre na terra, enquanto todo
monte tornou-se diminuído.
6 E eles disseram: Permanece
aqui, até que perceba o que virá so-
bre esses elefantes, camelos, e ju-
mentos, sobre as estrelas, e sobre as
vacas.
A punição dos Anjos caídos pelos
Anjos do Senhor
ENTÃO eu olhei para um
dos quatro homens brancos,
que veio primeiro.
2 Ele segurou a primeira estrela
que caiu do céu.
3 E amarrando-a, mãos e pés, lan-
çou-a a um vale; um vale estreito,
profundo, estupendo, e escuro.
4 Então um deles puxou sua espa-
da, e deu-a aos elefantes, camelos, e
jumentos, que começaram a morder
um ao outro.
5 E toda a terra tremeu por causa
deles.
6 E enquanto eu via a visão, eis,
um daqueles quatro anjos que vie-
ram, lançado do céu, reuniu e tocou
todas as grandes estrelas, cuja forma
assemelha-se parcialmente à dos
cavalos; e amarrando-os todos, mãos
e pés, lançou-as nas cavidades da
terra.
O Dilúvio e a libertação de Noé
ENTÃO um daqueles quatro
foi para as vacas brancas, e
ensinou a elas um mistério.
2 Enquanto as vacas estravam
tremendo, ele nasceu e tornou-se um
homem, a
e fabricou para si um gran-
de barco.
3 Nele ele habitou, e três vacas b
habitaram com ele naquele barco,
que cobriu-os.
4 Novamente eu elevei meus
olhos para o céu, e vi um imponente
telhado.
5 Acima dele havia sete cataratas,
que derramavam numa certa vila
muita água.
6 Novamente eu olhei, e vi que
haviam fontes abertas na terra naque-
la grande vila.
7 A água começou a ferver, e ele-
var-se sobre a terra; de modo que a
vila não foi vista, enquanto todo o
solo foi coberto com água.
8 Muita água saiu dela, escuridão,
e nuvens.
9 Então eu examinei a altura desta
água, e ela estava elevada acima da
vila.
10 Ela fluiu sobre a vila, e ficou
mais alta do que a terra.
89 a
Noé; b
Sem, Cão, e Jafé;
87
88
89
58 1º ENOQUE, 89
11 Então todas as vacas que esta-
vam juntas lá, enquanto eu olhava
para elas, foram submersas, tragadas,
e destruídas na água.
12 Mas o barco flutuou sobre ela.
13 Todas as vacas, os elefantes,
os camelos, e os jumentos foram
afogados na terra, e todo gado.
14 Eu não pude vê-los. Nem eles
foram capazes de fugir, mas perece-
ram, e afundaram no abismo.
15 Novamente eu vi numa visão
até aquelas cataratas foram removi-
das daquele elevado telhado, e as
fontes da terra se tornaram equaliza-
das, enquanto outros abismos foram
abertos;
16 Para os quais as águas começa-
ram a descer, até a terra seca apare-
cer.
17 O barco permaneceu na terra; a
escuridão retrocedeu; e se tornou em
luz.
18 Então a vaca branca, que se
tornou num homem, saiu do barco, e
três vacas com ele.
19 Uma das três vacas era branca,
assemelhando-se àquela vaca, uma
delas era vermelha como sangue; e
uma delas era negra.
20 E a vaca branca deixou-as.
21 Então feras selvagens e pássa-
ros começaram a surgir.
A partir da morte de Noé para o
Êxodo
22 De todos esses tipos diferentes
reuniram-se, leões, tigres, cachorros,
lobos, hienas, javalis, raposas, coe-
lhos, porcos, gaviões, milhafres,
águias, corvos e abutres.
23 Então a vaca branca c
nasceu
no meio deles.
24 E eles começaram a morder
um ao outro, enquanto a vaca branca,
que havia nascido no meio deles,
trouxe um jumento selvagem e uma
vaca branca ao mesmo tempo e de-
pois daquele muitos jumentos selva-
gens.
25 Então a vaca branca d
, a qual
nasceu, deu uma porca negra selva-
gem e um cordeiro branco e
.
26 Aquela porca selvagem tam-
bém deu muitos suínos.
27 E aquele cordeiro deu doze
cordeiros f
.
28 Quando aqueles doze cordeiros
cresceram, eles entregaram um
deles g
aos jumentos h
.
29 Novamente aqueles jumentos
entregaram aquele cordeiro aos
lobos i
,
30 E ele cresceu no meio deles.
31 Então o Senhor trouxe as ou-
tras doze ovelhas, para que pudessem
habitar e alimentar-se com ele no
meio dos lobos.
32 Eles multiplicaram-se, e houve
abundância de pastos para eles.
33 Mas os lobos começaram a fi-
car amedrontados e oprimiram-nos
enquanto eles destruíam seus jovens.
34 E eles deixaram seu jovem em
torrentes de água profunda.
35 Então as ovelhas começara, a
clamar por causa de seus filhos, e
fugiram para refugiar o seu Senhor.
36 Um j
, entretanto, que foi sal-
vo, escapou e foi para os jumentos
selvagens.
c
Abraão; d
Isaque; e
Esaú e Jacó; f
Os doze patriarcas; g
José; h
Os Midianitas;
i
Os Egípcios, j
Moisés;
1º ENOQUE, 89 59
37 Eu vi a ovelha gemendo, cho-
rando, e implorando ao seu Senhor.
38 Com todo o seu poder, até que
o Senhor das ovelhas desceu à sua
voz da sua elevada habitação; foi a
eles; e examinou-as.
39 Ele chamou aquela ovelha que
foi secretamente furtado dos lobos, e
disse-lhe para fazer os lobos entende-
rem que eles não deviam tocar as
ovelhas.
40 Então aquela ovelha foi aos
lobos com a palavra do Senhor,
quando outro o encontrou k
, e conti-
nuou com ele.
41 Ambos entraram junto na habi-
tação dos lobos; e conversando com
eles fizeram-nos entender, que daí
em diante eles não deviam tocar nas
ovelhas.
42 Depois disso eu percebi os lo-
bos prevalecendo grandemente sobre
as ovelhas com toda a sua força.
43 O rebanho clamou; e seu Se-
nhor veio até eles.
44 Ele começou a ferir os lobos,
que começaram uma grave lamenta-
ção; mas as ovelhas ficaram caladas,
nem daquele tempo elas clamaram.
45 Então eu olhei para elas, até
elas apartarem-se dos lobos.
46 Os olhos dos lobos estavam
cegos, os quais saíram e seguiram-
nas com todo o seu poder.
47 Mas o Senhor das ovelhas con-
tinuou com elas, e conduziu-as.
48 Todo o seu rebanho o seguiu.
49 Seu semblante ficou terrível e
esplêndido, e glorioso era seu aspec-
to.
50 Então os lobos começaram a
seguir as ovelhas, até que eles alcan-
çaram-nas num certo lago de água l
.
51 Então aquele lago ficou divi-
dido; a água erguendo-se em ambos
os lados diante de sua face.
52 E enquanto seu Senhor estava
conduzindo-as, ele colocou-se entre
elas e os lobos.
53 Os lobos, entretanto não per-
ceberam as ovelhas, mas foram no
meio do lago, seguindo-as, e corren-
do atrás delas no lago de água.
54 Mas quando eles viram o Se-
nhor das ovelhas, eles voltaram para
fugir de diante de sua face.
55 Então a água do lago retornou,
e repentinamente, de acordo com sua
natureza.
56 Ela se tornou cheia, e levan-
tou-se, até que cobriu os lobos.
57 E eu vi que todos eles que ha-
viam seguido as ovelhas pereceram e
foram afogados.
Israel no deserto, a doação da lei, a
entrada para a Canaã
58 Mas as ovelhas passaram sobre
esta água, continuando para o deser-
to, que estava sem água e grama.
59 E eles começaram a abrir seus
olhos e a ver.
60 Então eu vi o Senhor das ove-
lhas examinando-as, e dando-lhes
água e grama.
61 As ovelhas já mencionadas
continuavam com elas, e conduzin-
do-as.
62 E quando ele tinha subido ao
topo de uma alta rocha, o Senhor das
ovelhas enviou-o a elas.
63 Depois disso eu vi seu Senhor
k
Aarão; l
O Mar Vermelho;
60 1º ENOQUE, 89
colocado diante delas, com um as-
pecto terrível e severo.
64 E quando elas viram-no, elas
ficaram amedrontadas com seu sem-
blante.
65 Todas elas ficaram alarmadas,
e tremeram.
66 Elas clamaram para aquela
ovelha; e para aquela outra ovelha
que estava com ele, e o qual estava
no meio delas, dizendo:
67 Nós somos capazes de perma-
necer diante do nosso Senhor, ou de
olhar para ele.
68 Então aquela ovelha que os
conduziu saiu, e subiu ao topo da
rocha;
69 Enquanto as ovelhas que resta-
ram começaram a ficar cegas, e a
vagar pelo caminho que ele lhes ha-
via mostrado; mas ele não o soube.
70 Seu Senhor, entretanto, estava
movido de grande indignação contra
eles; e quando aquela ovelha soube o
que havia acontecido,
71 Ele desceu do topo da rocha, e
veio a eles, descobriu que havia mui-
tos,
72 Que se tornaram cegos;
73 E tinham desviado de seu ca-
minho.
74 Tão logo elas viram-no, teme-
ram, e tremeram na sua presença;
75 E ficaram desejosos de retor-
nar ao seu rebanho,
76 Então aquela ovelha, tomando
consigo outra ovelha, foi àqueles que
tinham se perdido.
77 E depois disso começou a
matá-los.
78 Eles ficaram aflitos ao seu
semblante.
79 Então ele fez com que aqueles
que tinham se desviado retornassem;
os quais voltaram para seu rebanho.
80 Eu igualmente vi naquela vi-
são, que esta ovelha se tornou num
homem, construiu uma casa m
para o
Senhor do rebanho, e fez todos eles
ficarem na casa.
81 Eu vi também que aquela ove-
lha que procedeu a encontrar esta
ovelha, seu condutor, morreu.
82 Eu vi também que toda grande
ovelha pereceu, enquanto que as
menores subiram em seu lugar, entra-
ram num pasto, e aproximaram-se de
um rio de água n
.
83 Então aquela ovelha, que era
seu condutor, que se tornou num
homem, foi separado delas, e morreu.
84 Todo o rebanho procurou por
ele, e clamou por ele com amarga
lamentação, mas outra ovelha o
le-
vantou-se e as conduziu.
85 Eu vi também que eles cessa-
ram de clamar por aquela ovelha e
passaram sobre o rio de água.
86 E que lá se levantou outra ove-
lha, todas de quem as conduziu p
, em
vez daqueles que foram mortos, os
quais tinham previamente conduziu-
as.
87 Então eu vi que aquela ovelha
entrou a um agradável lugar, e um
deleitável e glorioso território.
Desde o tempo dos juízes até o
edificação do Templo
88 Eu vi também que eles ficaram
satisfeitos; que sua casa estava no
meio daquele deleitável território; e
m
Um tabernáculo; n
O rio Jordão; o
Josué; p
Os juízes de Israel;
1º ENOQUE, 89 61
que algumas vezes seus olhos esta-
vam abertos, e que algumas vezes
eles ficavam cegos; até que outra
ovelha q
levantou-se e conduziu-as.
89 Ele trouxe-os todos de volta; e
seus olhos foram abertos.
90 Então cães, lobos, e javalis
selvagens devoraram-nos, até, até
novamente outra ovelha r
levantar, o
mestre do rebanho; um deles mes-
mos, um carneiro, para conduzi-los.
91 Este carneiro começou a atacar
em ambos os lados daqueles cães,
lobos, javalis selvagens, até que to-
dos eles pereceram.
92 Em seus olhos, eu vi o carneiro
no meio deles, os quais tinham dei-
xaram de lado sua glória.
93 E ele começou a ferir o reba-
nho, pisando sobre eles, e compor-
tando-se sem dignidade.
94 Então seu Senhor enviou a an-
tiga ovelha novamente para uma
diferente ovelha, s
e levantou-o para
ser um carneiro, e para conduzi-las
no lugar daquela ovelha que tinha
deixado de lado sua glória.
95 Indo então a ele, e conversan-
do com ele só, ele levantou o carnei-
ro, e fez dele um príncipe e líder do
rebanho.
96 Todo o tempo, aqueles cães t
aborreceram a ovelha,
97 O primeiro carneiro pagou
respeito a este último carneiro.
98 Então o último carneiro levan-
tou e fugiu de diante de sua face.
99 E eu vi que aqueles cães fize-
ram o primeiro carneiro cair.
100 Mas o último carneiro levan-
tou, e conduziu o carneiro menor.
101 Aquele carneiro também ge-
rou muitas ovelhas, e morreu.
102 Então houve uma ovelha me-
nor u
, um carneiro, no lugar dele, que
tornou-se um príncipe e líder, condu-
zindo o rebanho.
103 E a ovelha aumentou de ta-
manho, e multiplicou.
104 E todos os cães, lobos, e java-
lis selvagens temeram, e fugiram
dele.
105 Aquele carneiro também gol-
peou e matou todas as bestas feras,
de modo que eles não pudessem no-
vamente prevalecer no meio das ove-
lhas, nem em algum tempo arrebata-
las.
106 E aquela casa foi feita grande
e larga; uma imponente torre sendo
construída sobre ela pelas ovelhas,
para o Senhor das ovelhas.
107 A casa era baixa, mas a torre
era elevada e muito alta.
108 Então o Senhor das ovelhas
colocou-se sobre a torre, e causou
uma mesa cheia aproximar-se diante
dele.
Os dois reinos de Israel e Judá, com
a destruição de Jerusalém
109 Novamente eu vi que aquela
ovelha perdeu-se, e foi para vários
caminhos, esquecendo-se daquela
sua casa;
110 E que seu Senhor chamou al-
guns entre eles, os quais ele enviou-
as v
a eles.
111 Mas a estes as ovelhas come-
çaram a matar.
112 E quando um deles foi salvo
da matança w
ele saltou, e clamou
q
Samuel; r
Saul; s
David; t
Os Filisteus; u
Salomão; v
Os profetas; w
Elias.
62 1º ENOQUE, 89
contra aqueles que estavam desejosos
de matá-los.
113 Mas o Senhor das ovelhas li-
vrou-o das suas mãos, e o fez subir a
ele, e permanecer com ele.
114 Ele enviou muitos outros a
elas, para testificar, e com lamenta-
ções para clamar contra eles.
115 Novamente eu vi, quando al-
guns deles esqueceram a casa do seu
Senhor, e sua torre, vagando em to-
dos os lugares, e crescendo cegos,
116 Eu vi que o Senhor das ove-
lhas fez uma grande matança entre
eles em suas pastagens, até que eles
clamaram a ele em consequência da
matança.
117 Então ele apartou-as do lugar
de sua habitação, e os deixou no
poder dos leões, tigres, lobos, e das
hienas, e ao poder das raposas, e de
todo animal selvagem.
118 E os animais selvagens co-
meçaram a despedaçá-los.
119 Eu vi, também, que eles es-
queceram a casa de seus pais, e sua
torre, dando-os todos ao poder dos
leões para despedaçá-los e devorá-
los; até ao poder de todo animal.
120 Então eu comecei a clamar
com todo meu poder, implorando ao
Senhor das ovelhas, e mostrando-lhe
como as ovelhas eram devoradas por
todos os animais de rapina.
121 Mas ele olhou em silêncio,
regozijando-se de que elas fossem
devoradas, engolidas, e levadas; e
deixando-as ao poder de todo animal
por comida.
122 Ele chamou também setenta
pastores, e designou-os ao cuidado
das ovelhas, para que eles possam
cuidar delas;
123 Dizendo a eles e seus familia-
res: Todos vós, de agora em diante
todos vós cuideis das ovelhas, e a
todos eu ordeno; fazei; e eu os entre-
go para as enumerarem.
124 Eu vos direi qual delas serão
mortas; a estas destruís.
125 E ele entregou as ovelhas a
eles.
126 Então ele chamou a outro, e
disse:
127 Entende, e cuida de tudo o
que os pastores farão a estas ovelhas;
pois muitas delas perecerão depois
que eu ordenei.
128 De todo excesso e matança,
que os pastores cometerão, haverá
uma conta; como, quantas pereceram
pelo meu comando, e quantos eles
destruíram por sua própria cabeça.
129 De toda destruição trazida
por cada um dos pastores haverá uma
contagem; e de acordo com o número
eu farei com que um recital seja feito
diante de mim, quantas eles destruí-
ram por suas próprias cabeças, e
quantas eles entregaram à destruição,
para que eu possa ter esse testemu-
nho contra eles; para que eu possa
saber todos os seus procedimentos; e
que, entregando as ovelhas a eles, eu
possa ver o que eles farão; se eles
agirão como eu lhes ordenei, ou não.
130 Disto, portanto, eles serão ig-
norantes; nem farás qualquer exorta-
ção a eles, nem os reprovarás; mas
haverá uma contagem de toda des-
truição feita por eles em suas respec-
tivas estações.
131 Então eles começarão a ma-
tar, e a destruir mais do que lhes for
1º ENOQUE, 89 63
ordenado.
132 E eles deixaram as ovelhas
sob o poder dos leões, assim que
muitos deles foram devorados e en-
golidos pelos leões e tigres; e javalis
selvagens caíram sobre eles para
depreda-los.
133 Aquela torre, eles queima-
ram, e derrubaram aquela casa.
134 Então eu me afligi extrema-
mente por causa da torre, e porque a
casa das ovelhas foi derrubada.
135 Nem fui, depois disso, capaz
de perceber se eles entraram nova-
mente naquela casa.
Primeiro Período dos Governantes
Inimigos – desde a destruição de
Jerusalém para o retorno do
cativeiro
136 Os pastores igualmente, e
seus familiares, entregaram todas as
ovelhas como pasto aos animais pre-
dadores.
137 A cada um, no seu tempo es-
tabelecido, foi entregue um determi-
nado número; e pelo outro foi anota-
do num livro quantos cada um deles
deveria eliminar.
138 E todos eliminaram e mata-
ram mais do que estava escrito.
139 Então eu comecei a chorar, e
fiquei grandemente indignado, por
causa dos pastores.
140 Assim eu vi na visão como
aquele escriba anotava um por um
todos os que eram mortos por aque-
les pastores, dia por dia, e como ele
levou e mostrou todo o livro ao Se-
nhor das ovelhas, e como ele revelou
tudo o que eles fizeram e todas quan-
tas foram por eles dispersadas, prin-
cipalmente todas quantas foram por
eles levadas ao extermínio.
141 E todos os que eles haviam
entregues à destruição.
142 Ele tomou o livro em suas
mãos, leu-o, selou-o, e depositou-o.
Segundo Período – a partir do mo-
mento de Ciro ao de Alexandre, o
Grande
143 Depois disso, eu vi pastores
apascentarem por doze horas.
144 E eis que três das ovelhas x
separadas, chegaram, entraram; e
começaram construindo tudo o que
estava caído daquela casa.
145 Mas os javalis selvagens y
es-
torvaram-nos, apesar de que eles não
prevaleceram.
146 Novamente eles começaram a
construir como antes, e levantaram
aquela torre que foi chamada a torre
elevada.
147 E novamente eles começaram
a colocar diante da torre uma mesa,
com todo tipo de pães impuros e
sujos sobre ela.
148 Além disso também todas as
ovelhas eram cegas, e não podiam
ver, como também eram os pastores.
149 Assim elas foram entregues
aos pastores para uma grande des-
truição, que as pisaram sob seus pés,
e devoraram-nas.
150 Contudo o seu Senhor estava
em silêncio, até que toda ovelha no
campo foi destruída.
151 Os pastores e as ovelhas fora
todos mesclados, juntos, mas eles
não salvaram-nos do poder dos
x
Zorobabel, Josué e Neemias; y
Os Samaritanos.
64 1º ENOQUE, 90
animais.
152 Então aquele que escreveu o
livro subiu, exibiu-o e leu-o na resi-
dência do Senhor das ovelhas.
153 Ele pediu-lhe por eles, e orou,
apontando cada ato dos pastores, e
testificando diante dele contra todos
eles.
154 Então, tomando o livro, ele
guardou-o consigo, e apartou-se.
Terceiro Período – dominação de
Alexandre, o Grande à greco-sírio
EU VI como dessa forma
pastorearam trinta e cinco
pastores, e cada um cumpriu o seu
tempo, como seus antecessores; de-
pois outros acolheram, para pastoreá-
las a seu tempo, cada pastor no seu
período.
2 Então na visão eu vi chegarem
todas as aves do céu, águias, gaviões,
milhafres e abutres; as águias, que
comandavam todos os demais pássa-
ros,
3 E começaram a comer ovelhas,
arrancando seus olhos e devorando
suas carnes.
4 A ovelha então clamou; pois su-
as carnes foram devorados pelos
pássaros.
5 Eu também clamei, e gemi em
meu sono contra os pastores que
cuidavam do rebanho.
6 E olhei, enquanto as ovelhas
eram comidas pelos cães, pelas
águias e pelos corvos.
7 Eles não deixaram seus corpos,
nem sua pele, nem seus músculos, e
somente seus ossos restaram; até
seus ossos caíram sobre o chão.
8 E a ovelha ficou diminuída.
9 Eu também observei durante o
tempo, que vinte e três pastores a
estavam cuidando, os quais comple-
taram seus respectivos períodos,
cinquenta e oito períodos.
Quarto Período - da dominação
greco-sírio à revolta dos Macabeus
10 Então pequenos cordeiros nas-
ceram daquela ovelha branca; que
começaram a abrir seus olhos e a ver,
chorando pela ovelha.
11 A ovelha, porém, não clamou a
eles, nem ouviu o que eles lhe dizi-
am, mas ficou muda, cega e obstina-
da em maior intensidade.
12 Eu vi na visão que corvos voa-
ram sobre aqueles cordeiros;
13 Que eles agarraram-nos; e que
seguraram um deles, e rasgaram a
ovelha em pedaços, e os devoraram.
14 Eu vi também, que chifres
cresceram nos cordeiros; e que os
corvos voavam sobre seus chifres.
15 Eu vi, também, que um grande
chifre brotou num animal entre as
ovelhas, e que seus olhos estavam
abertos.
16 Ele olhou para elas. Seus olhos
estavam bem abertos; e ele clamava
para elas.
17 Então o carneiro b
viu-o; todos
eles correram para ele.
18 E enquanto isso, todas as
águias, os corvos e os gaviões esta-
vam ainda levando a ovelha, voando
sobre ela, e devorando-a.
19 A ovelha ficou em silêncio,
90 a
Os reis da Babilônia, etc., durante e depois do cativeiro.
b
Provavelmente simbolizando Alexandre o Grande.
90
1º ENOQUE, 90 65
mas o carneiro lamentou e chorou.
20 Então os corvos contenderam,
e lutaram com ela.
21 Eles desejaram entre eles que-
brar seu chifre; mas eles não prevale-
ceram contra ele.
O último assalto dos gentios sobre
os judeus
22 Eu olhei para eles, até os pas-
tores, as águias, os corvos, e os gavi-
ões vieram.
23 Os quais clamaram aos corvos
para quebrar o chifre do carneiro;
para contender com ele; e para matá-
lo.
24 Mas ele lutou com eles, e cla-
mou, para que ajuda pudesse vir a
ele.
25 Então eu percebi que o homem
veio o que escreveu os nomes dos
pastores, o qual subiu diante do Se-
nhor das ovelhas.
26 Ele trouxe assistentes, e fez
com que cada um o visse descendo
para ajudar o carneiro
27 Eu percebi também que o Se-
nhor das ovelhas veio a elas com ira,
enquanto todos aqueles que viram-no
fugiram; todos caíram em seu taber-
náculo diante de sua face; enquanto
todas as águias, os corvos, e gaviões
se reuniram e trouxeram com eles
todas as ovelhas do campo.
28 Todos vieram juntos, e impedi-
ram de quebrar o chifre do carneiro.
29 E eu vi como aquele homem
que escreveu o livro por ordem do
Senhor abriu o livro sobre o extermí-
nio que aqueles últimos doze pasto-
res c
perpetraram e mostrou ao Se-
nhor das ovelhas que eles haviam
matado muito mais do que os seus
antecessores.
30 Eu vi também que o Senhor
das ovelhas veio a elas, e tomando
em sua mão o cetro de sua ira preso
na terra, que se dividiu ao meio; en-
quanto todos os animais e pássaros
do céu caíram sobre as ovelhas, e
afundaram na terra, que fechou-se
sobre eles.
31 Eu vi, também, que uma gran-
de espada foi dada às ovelhas, que
saíram contra todos os animais do
campo para matá-los.
32 Mas todos os animais e pássa-
ros do céu fugiram de diante da sua
face.
Julgamento dos Anjos Caídos, os
pastores e os apóstatas
33 E eu vi um trono erguido numa
terra deleitável;
34 Sobre ele assentava-se o Se-
nhor das ovelhas, o qual recebeu
todos os livros selados;
35 Os quais foram abertos diante
dele.
36 Então o Senhor chamou os
primeiros sete de branco, e ordenou-
os trazerem diante dele a primeira de
todas as estrelas, a qual precedeu as
estrelas que se assemelhavam parci-
almente à forma de cavalos; a pri-
meira estrela, que caiu primeiro; e
eles trouxeram-na diante dele.
37 E ele falou ao homem que es-
creveu em sua presença, o qual era
um dos sete de branco, dizendo:
38 Toma aqueles setenta pastores,
aos quais eu entreguei as ovelhas, e
c
Os príncipes nativos de Judá depois de sua libertação do cativeiro sírio.
66 1º ENOQUE, 90
os quais recebendo-as mataram mais
delas do que eu ordenei.
39 Eis que, eu vi-os todos amar-
rados, em pé diante dele.
40 Primeiro veio o julgamento
das estrelas, que sendo julgadas, e
consideradas culpadas, foram para o
lugar da punição.
41 Elas confiaram-nas a um lugar,
profundo, e cheio de chamas de pila-
res de fogo.
42 Então os setenta pastores fo-
ram julgados, e considerados culpa-
dos, foram confiados às chamas do
abismo.
43 Neste tempo igualmente eu vi,
que o abismo estava assim aberto no
meio da terra, que estava cheia de
fogo.
44 E a ela foram trazidas as ove-
lhas cegas; as quais sendo julgadas, e
consideradas culpadas, foram todas
confiadas àquele abismo de fogo na
terra, e queimaram.
45 O abismo ficava à direita da-
quela casa.
46 E eu vi as ovelhas queimando,
e seus ossos sendo consumidos.
A Nova Jerusalém, a conversão dos
gentios sobreviventes, a ressurreição
dos justos, o Messias
47 Então ergui-me para ver a an-
tiga casa sendo desmontada.
48 Foram recolhidas todas as co-
lunas, juntamente com as vigas e os
ornamentos; depois tudo isso foi
levado embora e colocado em um
lugar ao sul da terra.
49 Eu também vi, que o Senhor
das ovelhas construiu uma nova casa,
grande e mais elevada do que a ante-
rior, a qual ele ligou com o antigo
lugar circular.
50 Todos os seus pilares eram no-
vos, e seu mármore novo, também
mais abundante do que o antigo
mármore, que ele havia trazido.
51 E enquanto todas as ovelhas
que foram deixadas no meio dela,
todos os animais da terra, e todas as
aves do céu, prostraram-se e adora-
ram-no, implorando a ele, e obede-
cendo-o em tudo.
52 Então aqueles três, que esta-
vam vestidos de branco, e os quais,
segurando-me pela minha mão, ti-
nham antes me feito subir, enquanto
a mão daquele que falava comigo me
segurava; e colocava-me no meio das
ovelhas, antes que o julgamento
acontecesse.
53 A ovelha era toda branca, com
lã longa e pura. Então todas as que
tinham perecido, e tinham sido des-
truídas, todo animal do campo, e toda
ave do céu, reuniram-se naquela
casa: enquanto o Senhor das ovelhas
regozijou-se com grande alegria,
porque todas estavam bem, e tinham
voltado novamente para sua habita-
ção.
54 E eu vi que elas abaixaram a
espada que havia sido dada às ove-
lhas, e retornou à sua casa, selando-a
na presença do Senhor.
55 Todas as ovelhas haviam sido
fechadas naquela casa, tinha sido
capaz de contê-las; e os olhos de
todas foram abertos, contemplando o
Bondoso Senhor; não houve entre
elas quem não o viu.
56 Eu igualmente percebi que a
casa era grande, larga e
1º ENOQUE, 91 67
extremamente cheia.
57 Depois disso, eu vi que chegou
ao mundo um touro branco.
58 Todos os animais do campo e
todos os pássaros do céu temiam-no
e a ele dirigiam súplicas o tempo
todo.
59 Eu vi que todas as suas gera-
ções se transformaram e se converte-
ram em touros brancos.
60 O primeiro deles foi um novi-
lho, que se tornou um grande touro,
ornando-se a sua cabeça de chifres
poderosos e pretos.
61 Enquanto o Senhor das ove-
lhas regozijou-se por causa delas, e
de todos os novilhos.
62 Eu caí no meio deles: Eu acor-
dei; e vi o todo.
63 Esta é a visão que eu vi, des-
cendo e despertando.
64 Então eu abençoei o Senhor da
justiça, e dei glória a Ele.
65 Depois disso eu chorei abun-
dantemente, não cessaram minhas
lágrimas, de modo que eu tornei-me
incapaz de suportá-lo.
66 Enquanto eu estava olhando,
eles fluíram por causa do que eu vi;
pois tudo estava vindo e indo; cada
circunstância individual com respeito
à conduta da humanidade que estava
sendo vista por mim.
67 Naquela noite eu relembrei
meus sonhos anteriores; e então cho-
rei e me afligi por causa do que eu
tinha visto na visão.
O Livro da Contemplação
A admoestação de Enoque aos seus
filhos
E AGORA, meu filho Matu-
salém, chama para mim todos
os teus irmãos, e reúne para mim
todos os filhos de tua mãe; pois uma
voz me chama, e o espírito está colo-
cado sobre mim para que eu possa
mostrar-te tudo o que te acontecerá
para sempre.
2 Então Matusalém foi, chamou-
lhes todos de os seus irmãos, e reuniu
seus filhos.
3 E conversando com todos seus
filhos na verdade,
4 Enoque disse: Ouve, meu filho,
toda palavra de teu pai, e escuta com
honradez a voz da minha boca; pois
eu gostaria de obter tua atenção, en-
quanto me dirijo a ti.
5 Meu amado, estejas ligado à in-
tegridade, e anda nela.
6 Não te aproximes da integridade
com um coração duplo; nem te asso-
cies a homens com mente dupla: mas
anda, meu filho, em retidão, a qual te
conduzirá em bons caminhos; e seja
a verdade a tua companhia.
7 Pois eu sei , que opressão existi-
rá e prevalecerá na terra; que no fim
grande punição na terra acontecerá; e
que haverá uma consumação de toda
iniquidade, que será cortada com
suas raízes, e toda estrutura que le-
vantou-se passará. Iniquidade, entre-
tanto, será renovada novamente, e
consumida na terra.
8 Todo ato de crime, e todo ato de
opressão e impiedade serão abraça-
dos uma segunda vez.
9 Quando então a iniquidade, pe-
cado, blasfêmia, tirania, e toda má
obra, aumentar, e quando transgres-
são, impiedade, impureza também
91
68 1º ENOQUE, 92
aumentar, então sobre eles toda
grande punição será infligida desde o
céu.
10 O Senhor irá em ira, e sobre
eles toda grande punição do céu será
infligida.
11 O santo Senhor sairá em ira, e
com punição, para que possa execu-
tar julgamento sobre a terra.
12 Naqueles dias opressão será
cortada em suas raízes, e iniquidade
com fraude será erradicada, sendo
então eliminadas da face da terra.
13 Todos os ídolos pagãos serão
abandonados e seus templos incendi-
ados; ficarão banidos de toda a terra.
14 Os pagãos serão lançados ao
castigo de fogo e estarão para sempre
perdidos em virtude da ira e da terrí-
vel condenação.
15 Os justos, porém, despertarão
do seu sono, e prevalecerá a Sabedo-
ria que lhes será conferida.
16 Então as raízes da iniquidade
serão cortadas; pecadores perecerão
pela espada; e blasfemadores serão
aniquilados em todos os lugares.
17 Aqueles que meditam opres-
são, e aqueles que blasfemam, pela
espada perecerão.
18 E agora, meu filho, eu descre-
verei e mostrarei a ti o caminho da
retidão e o caminho da opressão.
19 Eu novamente os apontarei pa-
ra ti, para que possas saber o que está
por vir.
20 Ouvi agora, meu filho, e anda
no caminho da retidão, mas evita
aquele da opressão; pois todo o que
anda no caminho da iniquidade
perecerá para sempre.
Livro de Advertência de Enoque
para os seus filhos
AQUILO que foi escrito por
Enoque.
2 Ele escreveu toda esta instrução
de sabedoria para todo homem de
dignidade, e todo juiz da terra; para
todos os seus filhos que habitarão
sobre a terra, e para subsequentes
gerações, conduzindo-se elevada e
pacificamente.
3 Não deixes que teu espírito seja
afligido por causa dos tempos; pois o
santo, o Grande, prescreveu um perí-
odo para tudo.
4 Deixe que os homens justos se
levantem do sonho, deixe-os levan-
tar, e prossiga no caminho da retidão,
em todos os seus caminhos; e deixa-
os avançar em bondade e eterna cle-
mência.
5 Misericórdia será mostrada aos
homens justos; sobre eles serão con-
feridos integridade e poder para sem-
pre.
6 Em bondade e retidão eles exis-
tirão, andarão em eterna luz; mas
pecado perecerá em eterna escuridão,
nem será vista daquele tempo em
diante eternamente.
O Apocalipse das Semanas
DEPOIS disso, Enoque co-
meçou a falar sobre o que
estava contido nos livros.
2 Ele disse: Desejo falar-vos dos
filhos da Justiça, dos eleitos do mun-
do e da planta da retidão e da Verda-
de;
3 Sim, eu, Enoque, anuncio-vos,
meus filhos, tudo o que me foi desve-
lado na visão celeste, tudo o que eu
92
93
1º ENOQUE, 93 69
sei por intermédio da palavra do
santo Anjo, e tudo o que aprendi das
tábuas divinas.
4 Assim Enoque começou a falar
dos livros, e disse: Eu fui o sétimo a
nascer na primeira semana, quando
ainda tardava o Julgamento justo.
5 Mas depois de mim, na segunda
semana, grande iniquidade se levan-
tou, e fraude espalhou-se.
6 Naquela semana o fim do pri-
meiro acontecerá, na qual a humani-
dade será salva.
7 Mas quando o primeiro é com-
pletado, iniquidade crescerá; e duran-
te a segunda semana ele executará o
decreto a
sobre os pecadores.
8 Depois disso, na terceira sema-
na, durante sua conclusão, o homem
b
da planta dos justos julgamentos
será selecionada; e depois dele a
Planta c
da retidão virá para sempre.
9 Subsequentemente, na quarta
semana, durante sua conclusão, a
visão dos santos e dos justos será
vista, a ordem de geração após gera-
ção tomará lugar, uma habitação será
feita para eles.
10 Então na quinta semana, du-
rante sua conclusão, a casa da glória
e da dominação d
será erigida para
sempre.
11 Depois disso, na sexta semana,
todos aqueles que existirem nele
serão escurecidos, os corações de
todos eles estarão esquecidos da sa-
bedoria, e nele um Homem e
se le-
vantará e virá.
12 E durante sua conclusão Ele
queimará a casa do domínio com
fogo, e toda a raça da raiz eleita será
dispersa f
.
13 Depois, na sétima semana, le-
vantar-se-á uma raça rebelde.
14 Inúmeros serão os seus atos,
mas todos eles atos de perversidade.
15 No fim daquela semana serão
selecionados os justos, extraídos da
planta eterna da Justiça para recebe-
rem um esclarecimento sétuplo sobre
toda a sua criação.
16 Depois haverá outra semana, a
oitava, g
da retidão, para a qual será
dada uma espada para executar jul-
gamento e justiça sobre todos os
opressores.
17 Os pecadores serão entregues
nas mãos dos justos, os quais durante
sua conclusão adquirirão habitações
para sua retidão; e a casa do grande
Rei será estabelecida para celebra-
ções para sempre.
18 Depois disso, na nona semana,
o julgamento da retidão será revelado
para todo o mundo.
19 Toda obra de maldade desapa-
recerá de toda terra; o mundo será
marcado para a destruição; e todos os
homens estarão atentos ao caminho
da integridade.
93 a
O Dilúvio depois do primeiro (no meio do segundo) Milênio (2500 A.C.);
b
O Rei Davi no fim do terceiro Milênio (1000 A.C.);
c
O Messias no fim do quarto Milênio (4 A.C. até 30 D.C.);
d
O estabelecimento (30 D.C.) e construção da Igreja através do quinto (e do sexto) Milênio;
e
O Messias no fim do sexto Milênio;
f
A destruição de Jerusalém e o desembolso daqueles que habitam naquela terra no fim do sexto
(e no começo do sétimo) Milênio;
g
O começo do oitavo Milênio.
70 1º ENOQUE, 94
20 E depois disso, no sétimo dia
da décima semana, haverá um eterno
julgamento, que será executado sobre
os Sentinelas; e um eterno céu espa-
çoso brotará no meio dos anjos.
21 O antigo céu se apartará e pas-
sará; um novo céu aparecerá; e os
poderes celestiais brilharão com es-
plendor para sempre.
22 Depois, igualmente haverá
muitas semanas, que existirão em
extrema bondade e retidão.
23 O pecado nem será nomeado lá
para sempre e sempre.
24 Quem haverá de estar lá, de
todos os filhos dos homens, capaz de
ouvir a voz do Santo sem emoção?
25 Quem haverá, capaz de pensar
seus próprios pensamentos?
26 Quem será capaz de contem-
plar toda a obra do céu?
27 Quem irá compreender os fei-
tos do céu?
28 Ele poderá ver sua animação,
mas não seu espírito.
29 Ele pode ser capaz de conver-
sar lá a respeito dele, mas não de
souber a ele.
30 Ele poderá ver todas as frontei-
ras destas coisas, e meditar sobre
elas; mas ele não pode fazer nada
iguais a elas.
31 Qual, de todos os homens, é
capaz de entender a largura e o com-
primento da terra?
32 Por quem tem sido visto as
dimensões de todas estas coisas?
33 Todo homem que é capaz de
compreender a extensão do céu; qual
é a sua elevação, e pelo que ele é
apoiado?
34 Quais são os números das
estrelas; e onde todas as luminárias
ficam no descanso?
Admoestações aos justos
E AGORA me deixe exortar-
te, meu filho, a amar a retidão
e a andar nela; pois os caminhos da
retidão são dignos de aceitação; mas
os caminhos da iniquidade repenti-
namente falharão, e serão diminuí-
dos.
2 Para determinados homens de
uma geração serão mostrados os
caminhos da violência e da morte;
mas eles se manterão afastados deles
e não os seguirão.
3 Agora, também, deixe-me exor-
tar aqueles que são justos, para que
não andem nos caminhos do mal e da
opressão, nem nos caminhos da mor-
te.
4 Não se aproximem deles, para
que não pereças, mas; mas desejas
paz,
5 E escolhei para vós mesmos a
retidão, e boa vida.
6 Andai nos caminhos da paz, pa-
ra que vivais, e sejais encontrados
dignos.
7 Guardai as minhas palavras no
fundo do vosso coração e não permi-
tais que dele sejam arrancadas!
8 Pois eu sei que os pecadores
tentarão desencaminhar os homens
para corromperem a Sabedoria e
bani-la do meio deles; e não cessarão
as tentações de toda sorte.
9 Ai daqueles que promovem a
injustiça e a arrogância, e que colo-
cam a fraude como sua pedra angu-
lar!
10 Pois eles serão derrubados
94
1º ENOQUE, 95, 96 71
num instante e não terão mais paz.
11 Ai daqueles que constroem as
suas casas sobre pecados!
12 Pois serão arrancados dos seus
fundamentos e perecerão pela espa-
da; e aqueles que se apoiam no ouro
e na prata serão instantaneamente
reduzidos a nada no Julgamento.
13 Ai de vós, ricos! Pois confias-
tes na vossa riqueza e agora deveis
separar-vos dos vossos tesouros.
14 Nos dias da vossa abundância
não pensastes no Altíssimo.
15 Blasfemastes contra Deus, pra-
ticastes a injustiça, e com isso lucras-
tes o dia do derramamento de san-
gue, o dia das trevas, o dia do grande
castigo.
16 Uma coisa eu vos digo e vos
anuncio: Vosso Criador deseja ani-
quilar-vos.
17 Não haverá nenhum perdão
pela vossa queda; ao contrário, o
Criador alegra-se com a vossa ruína.
18 Então, naqueles dias, os justos
dentre vós farão os pecadores e ím-
pios cobrirem-se de vergonha.
Tristeza de Enoque: Maldição con-
tra os pecadores
PUDESSEM ser os meus
olhos uma nuvem cheia de
água para poder chorar por vós; pu-
dessem ser as minhas lágrimas como
uma nuvem carregada a despejar suas
águas, para assim serenar a tristeza
do meu coração!
2 Quem vos permitiu a prática do
ódio e da maldade?
3 Julgamento surpreenderá, ó
pecadores.
4 Os justos não temerão os
iníquos; porque Deus os trará nova-
mente com seu poder, para que possa
vingar-se deles de acordo com seu
prazer.
5 Ai de vós que caístes em maldi-
ções sem volta!
6 Permaneça longe de vós a Sal-
vação, por obra dos vossos pecados!
7 Ai de vós que recompensam
vossos vizinhos com o mal; pois
sereis recompensados de acordo com
vossas obras.
8 Ai de vós, falsas testemunhas,
vós que provocais e agravais a ini-
quidade; pois perecereis repentina-
mente.
9 Ai de vós pecadores! Pois per-
seguistes os justos.
10 Sereis entregues nas mãos de-
les e perseguidos por causa das vos-
sas injustiças, e será pesado o seu
jugo sobre vós.
Motivos de esperança para o justo;
desgraças para os ímpios.
AGUARDAI em esperança,
vós justos; pois os pecadores
cairão de repente diante de vós e
tereis o total domínio sobre eles.
2 No dia da tribulação dos peca-
dores, vossos filhos se erguerão e se
elevarão como as águias, e vosso
ninho será mais alto do que o dos
gaviões.
3 Subireis às alturas, descereis aos
abismos da terra e penetrareis nas
fendas das rochas como coelhos, para
todo o sempre, diante dos ímpios;
4 Os quais gemerão sobre vós, e
chorarão como as sirenes.
5 Tu não temerás aqueles que te
aborrecem; pois a restauração será
95
96
72 1º ENOQUE, 97
tua; a esplêndida luz brilhará ao re-
dor de ti, e a voz da tranquilidade
será ouvida do céu.
6 Ai de vós, pecadores! Vossa ri-
queza permite-vos a vós, aparência
de justos, mas vosso coração vos dá a
certeza de que sois pecadores; e isso
será uma prova contra vós, ao serem
reveladas todas as falsidades.
7 Ai de vós que mastigais a me-
dula do trigo e bebeis vinho em
grandes taças, mas que com o vosso
poder pisais os humildes.
8 Ai de vós que tomam água por
deleite; pois repentinamente sereis
recompensados, consumidos, e mur-
chareis, porque esquecestes da Fonte
da vida.
9 Ai de vós que agem iniquamen-
te, fraudulosamente, e em blasfêmia;
lá haverá uma lembrança contra vós
por mal.
10 Ai de vós, que praticastes a in-
justiça, a falsidade e a blasfêmia!
11 Haverá uma memória das vos-
sas maldades.
12 Ai de vós, poderosos, que
oprimistes os justos com prepotên-
cia!
13 Pois não tarda o dia da vossa
ruína.
14 Naquele tempo, quando fordes
julgados, os justos cobrarão muitos
dias felizes.
Os males reservados para pecadores
e os possuidores de riqueza injusta
TENDE confiança, ó justos,
que os pecadores serão humi-
lhados e aniquilados no dia da
Justiça!
2 Estejais avisados que o Altíssi-
mo pensa na sua ruína, e que os An-
jos do céu alegram-se com a sua
desgraça!
3 O que farão os pecadores?
4 E para onde fugireis no dia do
julgamento, quando ouvireis as pala-
vras da oração dos justos?
5 Vós não sereis iguais àqueles
que a esse respeito testemunham
contra vós; vós sois associados a
pecadores.
6 Naqueles dias as orações dos
justos virá diante do Senhor.
7 Quando o dia do vosso julga-
mento chegará; e toda circunstância
de vossa iniquidade será relatada
diante do Grande e do Santo.
8 Vossas faces se cobrirão de ver-
gonha; enquanto todo feito, fortale-
cido pelo crime, será rejeitado.
9 Ai de vós, pecadores, que no
meio do mar, e na terra seca, são
aqueles contra quem um mau teste-
munho existe.
10 Ai de vós que adquirir prata e
ouro, não obtidos em retidão, e di-
zem: Somos ricos, possuímos abun-
dância, e temos adquirido tudo o que
desejamos.
11 Queremos agora desfrutar o
que ambicionávamos, pois economi-
zamos dinheiro, enchemos nossos
celeiros de grãos como água e nume-
rosos são os criados das nossas casas.
12 Sim, e como água diluir-se-ão
as vossas mentiras; pois não ficareis
com a vossa riqueza, mas repentina-
mente ela vos será subtraída. Porque
lucrastes tudo com injustiça, e assim
sereis entregues à grande condena-
ção.
97
1º ENOQUE, 98 73
A vaidade dos pecadores: o pecado
originado pelo homem: todo o peca-
do registrado no Céu: desgraças
para os pecadores
AGORA eu juro, ó vós, sá-
bios, ó vós, tolos, que muito
ainda havereis de experimentar sobre
a terra.
2 Ainda que vós, homens, vos en-
feiteis mais do que uma mulher, e
mesmo que vos vistais com roupas
mais coloridas do que uma donzela,
tudo isso será deitado fora como
água, apesar da dignidade real, da
grandeza e do poder, apesar do ouro,
da prata, da púrpura, das honras e das
iguarias.
3 Por faltar-lhes o conhecimento e
a Sabedoria perecerão com todos os
seus tesouros, magnificência e hon-
ras, pelo assassinato e no opróbrio, e
serão lançados na maior miséria em
fornalha ardente. Juro-vos, pecado-
res:
4 Assim como nenhuma monta-
nha foi ou será um escravo, e assim
como nenhuma colina se converterá
em escrava de uma mulher, da mes-
ma forma o pecado não foi enviado a
esta terra, mas sim foi obra dos ho-
mens por si mesmos; e grande con-
denação atraem sobre si os que o
cometem.
5 A esterilidade não foi dada à
mulher; mas é por obra das suas
mãos que morre sem filhos.
6 Eu vos juro, pecadores, junto ao
Grande e Santo, que todas as vossas
obras más são conhecidas no céu, e
que nenhum dos vossos atos de pre-
potência fica encoberto ou oculto.
7 Não penseis em vossa mente
nem digais em vosso coração que
não sabeis nem vedes que cada peca-
do é anotado diariamente no céu, na
presença do Altíssimo.
8 Sabei desde agora que todos os
atos de violência por vós praticados
serão diariamente escritos, até o dia
do vosso julgamento.
9 Ai de vós, tolos! Pois perecereis
pela vossa insensatez.
10 Não escutastes os sábios, e as-
sim tereis péssima recompensa.
11 Sabei que sois reservados para
o dia da ruína!
12 Não vos iludais, pecadores, de
permanecer com vida!
13 Mas havereis de passar e mor-
rer.
14 Não haverá resgate para vós;
fostes guardados para o grande dia
do Juízo, o dia da tribulação e do
grande opróbrio do vosso espírito.
15 Ai de vós, duros de coração,
que praticais o mal e sugais o san-
gue!
16 De onde tendes as boas coisas
da comida, bebida e saciedade?
17 Unicamente de todas as coisas
boas de que nosso Senhor, o Altíssi-
mo, dotou ricamente a terra. Por isso,
não tereis paz.
18 Ai de vós, amantes das obras
da injustiça! Pensais que algo de bom
vos possa acontecer?
19 Sabei que sereis entregues nas
mãos dos justos!
20 Eles cortarão o vosso pescoço
e matar-vos-ão sem piedade.
21 Ai de vós que vos divertis com
as aflições dos justos!
22 Pois não podereis ter esperan-
ça na vida.
98
74 1º ENOQUE, 99
23 Ai de vós que escreveis pala-
vras de arrogância e mentira.
24 Eles anotam as vossas menti-
ras, para que todos saibam que elas
tratam impiamente o próximo.
25 Por isso, não tereis paz e mor-
rereis repentinamente.
A condenação dos idolatras e dos
pecadores e suas aflições dos últi-
mos dias
AI DAQUELES que prati-
cam obras da impiedade, que
exaltam e têm em alta conta as pala-
vras da mentira!
2 Serão arrasados e não terão vida
boa.
3 Ai daqueles que falsificam as
palavras da Verdade, que transgri-
dem a Lei eterna, passando a ser o
que não eram antes, isto é, pecado-
res!
4 Eles deverão ser pisados sobre a
terra.
5 Naqueles dias estejais prepara-
dos, ó justos, para trazer à lembrança
vossas orações e apresenta-las como
testemunho diante dos anjos, para
que estes também lembrem ao Altís-
simo os delitos dos pecadores.
6 Naqueles dias de desgraça, os
povos entrarão em tumulto e insur-
gir-se-ão as gerações.
7 Naqueles dias, os necessitados
chegarão ao ponto de carregar os
seus filhos para abandoná-los em
seguida, de sorte que eles morrerão
por sua causa.
8 Sim, abandonarão os seus filhos
e não voltarão mais para eles, não
tendo mais nenhuma piedade para
com os seus queridos.
9 Uma vez mais vos juro, pecado-
res, que o pecado fica reservado para
um dia interminável de derramamen-
to de sangue.
10 Uns venerarão as pedras, ou-
tros, imagens feitas de ouro, prata,
madeira e argila; outros, ainda, por
insensatez, recorrerão a espíritos
impuros, demônios e toda sorte de
imagens de ídolos.
11 Mas deles não receberão ne-
nhuma ajuda.
12 Tornar-se-ão ímpios pela tolice
do seu coração, e seus olhos serão
cegados pelas vacilações do seu ín-
timo e pelas suas alucinações.
13 Por praticarem todas as suas
obras no mundo da mentira e invoca-
rem as pedras, tornar-se-ão ímpios e
acovardados.
14 Mas naqueles dias serão feli-
zes todos os que conhecem e aceitam
as palavras da Sabedoria, que respei-
tam os caminhos do Altíssimo, que
andam nas sendas da sua Justiça e
que não pecam junto com os ímpios;
pois eles serão salvos.
15 Ai de vós que utilizastes medi-
das mentirosas e falsas, e ai daqueles
que provocam a violência sobre a
terra!
16 Pois todos serão completamen-
te destruídos.
17 Ai de vós que construís as vos-
sas casas com o suor dos outros, e
cujos materiais, telhas e pedras são
os do pecado!
18 Digo-vos: Não tereis paz.
19 Ai daqueles que desprezaram o
equilíbrio e a herança eterna dos seus
pais, e cujas almas aderiram aos deu-
ses falsos!
99
1º ENOQUE, 100 75
20 Eles não terão paz.
21 Ai daqueles que praticam a in-
justiça, que praticam a violência e
que matam o seu próximo até o dia
do grande Julgamento!
22 Pois Ele derrubará a vossa
grandeza ao chão, trará a preocupa-
ção aos vossos corações, despertará o
espírito da sua ira e a vós todos serão
aniquilados com a espada.
23 E todos os justos e santos lem-
brarão nesse momento os vossos
pecados.
Os pecadores destruirão uns aos
outros: Julgamento dos anjos caí-
dos: a segurança dos Justos: mais
desgraças para os pecadores
NAQUELES dias, os
pais serão mortos junta-
mente com seus filhos num lugar, e
os irmãos levar-se-ão mutuamente ao
extermínio, até correrem rios do seu
sangue.
2 Pois ninguém segurará compas-
sivamente a mão que golpeou seu
filho ou seu neto, e nenhum pecador
se deterá no assassínio do seu honra-
do irmão.
3 Um trucidará o outro, da manhã
à noite.
4 Então o cavalo atravessará os
rios com o sangue do pecado até o
peito, e o carro afundará nele até o
topo.
5 Naqueles dias descerão os anjos
que se esconderam e reunir-se-ão
num lugar todos aqueles que do alto
trouxeram o pecado, e o Altíssimo
erguer-se-á naquele dia do Juízo para
realizar o grande Julgamento dos
pecadores.
6 Então, dentre os anjos santos,
Ele estabelecerá guardas sobre todos
os justos e santos, para que os prote-
jam como à pupila dos olhos, até que
tenha eliminado toda maldade e todo
pecado.
7 Mesmo que os justos durmam
um longo sono, nada precisam temer.
8 Então os filhos da terra olharão
para o sábio e se convencerão; e en-
tenderão todas as palavras deste li-
vro.
9 Reconhecerão que a sua riqueza
não poderá salvá-los na hora da sua
perdição pelos pecados cometidos.
10 Ai de vós pecadores no dia da
grande angústia, vós que castigais e
queimais os justos! Sereis castigados
pelas vossas obras.
11 Ai de vós, duros de coração,
por estardes sempre atentos em con-
ceber o mal! Por isso sereis acometi-
dos de pavor e ninguém vos prestará
ajuda.
12 Ai de vós, pecadores! Pois ha-
vereis de arder no fogo crepitante,
por causa das palavras da vossa boca
e por causa das obras das vossas
mãos, praticadas na impiedade.
13 Tende certeza de que Ele in-
quirirá os vossos pecados por inter-
médio dos anjos do céu, do sol, da
lua e das estrelas, porque fizestes
acontecer o Julgamento dos justos
sobre a terra!
14 Ele então convocará as nuvens,
o orvalho e a chuva para testemunha-
rem contra vós.
15 Todos eles serão retidos, para
não descerem sobre vós, e assim vos
lembrais de vossos pecados.
16 Dai então presentes à chuva,
100
76 1º ENOQUE, 101, 102
para que ela não se retenha e conti-
nue a cair sobre vós; presenteai o
orvalho, para verdes se ele se esparze
após receber de vós ouro e prata!
17 Quando, naqueles dias, vos
atacarem a geada e a neve com o seu
frio, e as tempestades de neve com
suas calamidades, não tereis como
resistir-lhes.
Exortação ao Temor de Deus: toda
a Natureza teme, mas não os
pecadores
FILHOS de Deus! Ob-
servai o céu e cada uma
das obras do Altíssimo! Temei-O e
não façais nenhum mal em sua pre-
sença!
2 Se Ele fechar as janelas do céu e
suspender o orvalho e a chuva, para
que deixem de derramar-se sobre a
terra por causa de vossos pecados,
que havereis de fazer?
3 Se Ele mandar sua ira sobre vós,
por causa das vossas obras, de nada
adiantarão as súplicas.
4 Pois proferistes palavras de or-
gulho e arrogância contra a sua Justi-
ça e por isso não tereis paz.
5 Não vedes como os marujos en-
tram em pânico quando suas embar-
cações são batidas pelas ondas e
sacudidas pelos ventos?
6 Apavoram-se porque levam
consigo seus melhores pertences e
assim ficam abalados no seu coração,
pois o mar poderá tragar seus bens e
fazê-los perecer junto com eles.
7 Por acaso o mar inteiro, com to-
das as suas águas e todos os seus
movimentos, não é uma obra do Al-
tíssimo?
8 Não foi Ele quem estabeleceu
os limites de todas as suas atividades
e que o cercou de areia por todos os
lados?
9 A uma ameaça d'Ele, o mar es-
tremece e seca, e morrem todos os
seus peixes e tudo o mais que está no
seu seio.
10 Mas vós, pecadores da terra,
não O temeis.
11 Não foi Ele quem criou o céu,
a terra e tudo o que esta contém?
12 Quem foi que deu o entendi-
mento e a Sabedoria a todos aqueles
que se movem na terra e no mar?
13 Por acaso os marujos não te-
mem o mar?
14 Os pecadores, no entanto, não
temem o Altíssimo.
Terror do dia do Julgamento: As
fortunas adversas dos justos sobre a
Terra
PARA onde quereis fugir
naqueles dias, e como vos
salvareis quando Ele lançar sobre vós
um fogo devorador?
2 Não havereis de temer e tremer
quando Ele trovejar sobre vós a sua
Palavra?
3 Todas as luminárias serão sacu-
didas pelo tremor, e a terra inteira se
assustará, estremecerá e será possuí-
da pelo pavor.
4 Todos os anjos então cumprirão
as suas ordens, procurando desviar-
se do semblante da grande Majesta-
de.
5 Os filhos da terra tremerão e se
apavorarão; vós, porém, pecadores,
sereis malditos para sempre e não
tereis paz.
101
102
1º ENOQUE, 103 77
6 Mas vós, almas dos justos, não
temais!
7 Tende esperança, vós todos que
morrestes na Justiça!
8 Não vos lamenteis por ter a vos-
sa alma descido na tristeza ao mundo
inferior e por não ter o vosso corpo,
em vida, recebido o correspondente
da vossa virtude!
9 Aguardai tão somente o dia do
Julgamento dos pecadores, o Dia da
condenação e do castigo!
10 Os pecadores assim dizem de
vós, quando morreis: Da mesma
forma que morremos, morrem tam-
bém os justos. De que valem as suas
obras?
11 Na verdade, assim como nós,
também eles morrem na tristeza e na
escuridão.
12 Qual a vantagem deles sobre
nós?
13 Nesse aspecto somos iguais a
eles.
14 Que receberão eles e o que ve-
rão na eternidade?
15 Na realidade, eles morreram, e
a partir desse momento, e para toda a
eternidade, não veem mais luz algu-
ma.
16 Digo-vos, pecadores: Vós vos
regozijais ao comer e beber, ao rou-
bar e pecar, ao deixar os homens nus,
ao herdar riquezas e ao desfrutar dias
esplêndidos.
17 Vistes como foi o fim dos jus-
tos, e como nenhum delito foi encon-
trado neles até o dia da sua morte?
18 Eles pereceram, e passam a ser
como se nunca tivessem existido, e
seus espíritos, na tristeza, desceram
ao mundo inferior.
Diferentes destinos dos justos e os
pecadores
AGORA, ó justos, eu vos
juro diante da Majestade
d'Aquele que é o Grande e Excelso, e
poderoso na sua Realeza; juro-vos
diante da sua Magnificência: Eu co-
nheço um segredo.
2 Eu li as tábuas divinas e os li-
vros santos; neles eu vi escrito e as-
sinalado;
3 Todo o bem, toda a alegria e
honra estão preparados e consigna-
dos para os espíritos daqueles que
morreram na Justiça.
4 Toda sorte de bem vos será
concedida em recompensa pelo vosso
esforço, e o vosso destino será me-
lhor do que o dos vivos.
5 O espírito daqueles que dentre
vós morrerem na Justiça, viverá,
alegrar-se-á e será bem-aventurado;
as almas não perecerão nem se apa-
gará a sua lembrança da face do Ex-
celso, por todas as gerações do mun-
do.
6 Por isso, deixai de vos preocu-
par com as humilhações sofridas!
7 Ai de vós, pecadores, ao mor-
rerdes na plenitude dos vossos peca-
dos, enquanto os vossos cúmplices
dizem: Felizes são os pecadores;
viveram bem todos os dias da sua
vida.
8 Morreram na felicidade e na ri-
queza; não conheceram na sua vida
nem aflição nem derramamento de
sangue; morreram honrados, e ne-
nhum julgamento aconteceu contra
eles ao longo da sua vida.
9 Então não sabeis que as suas
almas foram mandadas ao mundo
103
78 1º ENOQUE, 104
inferior para, então, serem presas de
grande aflição?
10 O vosso espírito será entregue
às trevas, aos grilhões e às chamas do
fogo, no dia em que se verificar o
grande Julgamento.
11 Ai de vós! Não conhecereis a
paz.
12 Não deixeis que os justos e
bons, que passaram desta vida, di-
gam as seguintes palavras:
13 Nos dias da nossa vida cansa-
mo-nos e suportamos muitas fadigas;
fomos acometidos de muitos males,
esgotamo-nos, reduzimo-nos a pou-
cos e enfraqueceu-se o nosso espíri-
to.
14 Fomos desprezados e não en-
contramos ninguém que nos apoiasse
ao menos com uma palavra.
15 Fomos perseguidos e aniquila-
dos, e já não desejávamos mais ver a
vida no decorrer dos dias.
16 Esperávamos ser a cabeça, mas
na realidade passamos a ser a cauda;
esgotamo-nos de tanto esforço, mas
não recebemos a paga da nossa fadi-
ga.
17 Passamos a ser comida dos pe-
cadores e ímpios, e estes colocaram
sobre nós o seu jugo pesado.
18 Os que nos odiavam e nos
maltratavam assumiram o domínio
sobre nós; curávamos nossa cabeça,
mas eles não tinham nenhuma com-
paixão para conosco.
19 Procurávamos fugir deles, para
pôr-nos em segurança e obter um
pouco de paz.
20 Mas não encontrávamos se-
quer um lugar onde pudéssemos nos
refugiar e, assim, livrarmo-nos deles.
21 Em nossa aflição, queixá-
vamo-nos junto às pessoas e recla-
mávamos daqueles que nos suplicia-
vam; eles, porém, não davam atenção
aos nossos clamores e nem ao menos
queriam escutar a nossa voz.
22 Em vez disso, davam apoio
àqueles que nos roubavam, engoliam
e menosprezavam; dissimulavam sua
prepotência e não nos retiravam o
jugo imposto por aqueles que nos
sugavam, dispersavam e matavam.
23 Acobertavam seus atos de ho-
micídio e não hesitavam ao levantar
suas mãos contra nós.
Promessa feita aos justos, e exorta-
ção contra os pecadores
JURO-VOS, ó justos,
que no céu os anjos da
divina Majestade lembram-se de vós
com benevolência.
2 Vossos nomes estão inscritos
junto à Glória do Altíssimo. Tende
confiança!
3 Anteriormente fostes abandona-
dos ao opróbrio, à desgraça e às pri-
vações; mas agora havereis de luzir
como as luminárias do céu.
4 Brilhareis e sereis vistos, e as
portas do céu estarão abertas para
vós.
5 Pedi simplesmente o Julgamen-
to, e este virá; pois as vossas tribula-
ções serão convertidas no castigo dos
chefes e de todos os ajudantes dos
vossos saqueadores.
6 Aguardai e não desisti da vossa
esperança!
7 Pois sereis contemplados com
uma grande alegria, como os anjos
do céu.
104
1º ENOQUE, 105, 106 79
8 Que deveis fazer? Não necessi-
tareis esconder-vos no grande dia do
Juízo, pois não serão encontrados
como os pecadores; o Julgamento
eterno ficará longe de vós por todas
as gerações do mundo.
9 Não temais, ó justos, quando
virdes os pecadores crescendo forte e
prosperando em seus caminhos; não
sejais companheiros com eles, mas
manter longe de sua violên-
cia; porque haveis de tornar-se com-
panheiros dos exércitos do céu.
10 Pecadores, embora digais que
nenhum dos vossos pecados será
conhecido e anotado, na realidade
Eles (anjos) escrevem todos os vos-
sos delitos, diariamente.
11 Digo-vos agora que a luz e as
trevas, o dia e a noite veem os vossos
pecados.
12 Abandonai a impiedade do
vosso coração!
13 Não mintais! Não distorceis as
palavras da Verdade, não desvirtueis
com mentiras as palavras do Santo e
Altíssimo!
14 Afastai-vos da adoração dos
vossos ídolos!
15 Pois todas as vossas falsidades
e enganos não conduzem de forma
alguma à retidão, mas sim a um
grande pecado.
16 Conheço também o segredo de
que muitos pecadores modificam e
distorcem de várias formas as pala-
vras da Verdade, intercalam dizeres
corruptos e mentirosos, introduzem
grandes falácias e escrevem livros
sobre os seus próprios pensamentos.
17 Porém, se nas suas línguas tra-
duzirem corretamente todas as mi-
nhas palavras, se nada alterarem e
nada omitirem nos meus dizeres, e se
tudo transcreverem conforme é justo,
isto é, tudo quanto anteriormente
sobre eles testemunhei, então posso
revelar-vos outra coisa que é do meu
conhecimento: os livros serão entre-
gues aos justos e aos sábios, aos
quais proporcionarão muito conten-
tamento, por causa da honestidade e
da sabedoria.
18 Quando lhes forem transmiti-
dos os livros, acreditarão neles e
alegrar-se-ão com eles; e todos os
justos que neles descobrirem os mui-
tos caminhos da retidão terão a sua
recompensa.
Deus e o Messias prometem estar
com o homem
NAQUELES dias, diz o
Senhor, devereis convocar
os filhos da terra e testemunhar-lhes
a sua sabedoria.
2 Mostrai-lhe! Pois sereis para
eles como os seus guias e como um
galardão para toda a terra.
3 Pois eu e meu filho estaremos
para sempre junto deles, ao longo da
sua vida, nos caminhos da Verdade.
4 Vós tereis a paz. Alegrai-vos, ó
filhos da Verdade! Amém!
O nascimento de Noé
DEPOIS de alguns dias,
meu filho Matusalém
escolheu uma mulher para seu filho
Lameque; ela engravidou e deu à luz
um menino.
2 O seu corpo era branco como a
neve e vermelho como uma rosa, os
cabelos da sua cabeça eram como a
105
106
80 1º ENOQUE, 106
lã e os seus olhos como os raios do
sol.
3 Quando abriu os olhos encheu a
casa de luz como o sol, e toda ela
ficou muito iluminada.
4 Nesse momento, ainda nas mãos
da parteira, ele ergueu-se, abriu a
boca e falou com o Senhor da Justi-
ça.
5 Então seu pai, Lameque, teve
medo e fugiu. Foi para junto do seu
pai, Matusalém.
6 E falou-lhe: Tenho um filho
prodigioso; não se parece com uma
pessoa humana mas sim com os fi-
lhos do Deus do céu, pois a sua natu-
reza é diferente.
7 Ele não é como nós; seus olhos
assemelham-se aos raios do sol e seu
semblante revela majestade.
8 Tenho a impressão de que ele
não descende de mim e pressinto que
nos seus dias acontecerá um fenôme-
no sobre a terra.
9 Meu pai estou agora aqui para
rogar-te encarecidamente que procu-
res o nosso pai Enoque, para saber
dele toda a verdade, pois ele habita
junto com os anjos.
10 Depois que Matusalém escutou
as palavras do seu filho, veio ter
comigo nos confins do mundo, pois
tinha conhecimento de que me en-
contrava aqui.
11 Ele me chamou em alta voz e
eu ouvi a sua voz.
12 Cheguei então junto dele e fa-
lei-lhe: Meu filho, aqui estou. Por
que vieste a mim?.
13 Ele respondeu: Eu te procurei
por causa de algo que me perturba;
um fenômeno inquietador.
14 Escuta, pois, meu pai! Nasceu
um filho ao meu filho Lameque, mas
a sua forma e a sua natureza não se
parecem com as de um homem.
15 A cor do seu corpo é mais
branca do que a neve e mais corada
do que a rosa, os cabelos da sua ca-
beça são mais alvos do que a lã bran-
ca e seus olhos são como os raios do
sol.
16 Quando ele abre os olhos eles
iluminam toda a casa.
17 Ele ergueu-se entre as mãos da
sua parteira, abriu a boca e louvou o
Senhor do céu.
18 Mas seu pai, Lameque, teve
medo e fugiu para junto de mim; não
acreditava que fosse seu filho, mas
sim uma reprodução dos anjos do
céu.
19 Assim, eu vim ter contigo para
saber de ti a verdade.
20 Então eu, Enoque, respondi e
falei-lhe:
21 O Senhor deseja criar algo de
novo sobre a terra.
22 Eu já tinha visto isso numa vi-
são, e sobre ela já te falei, a saber,
que no tempo do meu pai Jarede
alguns dos anjos do céu transgredi-
ram o Mandamento do Senhor.
23 Sim, eles cometeram um peca-
do e desobedeceram à Lei.
24 Misturaram-se com mulheres e
pecaram com elas; casaram-se com
algumas delas e geraram filhos.
25 Virá agora uma grande des-
truição sobre toda a terra; acontecerá
um dilúvio e imensa ruína por todo
um ano.
26 Esse filho que vos nasceu será
resguardado sobre a terra, e com ele
1º ENOQUE, 107, 108 81
salvar-se-ão os seus três filhos.
27 Enquanto todos os demais ho-
mens morrerão, ele e seus filhos se-
rão postos a salvo.
28 Aqueles haviam gerado gigan-
tes sobre a terra, não segundo o espí-
rito, mas sim segundo a carne.
29 Assim, um grande castigo re-
cairá sobre a terra, e esta será então
expurgada de toda a imundície.
30 Dize, porém, ao teu filho La-
meque que o recém-nascido é real-
mente seu filho!
31 E ele lhe dê o nome de Noé!
Pois ele restará, e com os seus filhos
se salvará da destruição que aconte-
cerá sobre a terra inteira, por causa
de todos os pecados e de toda a impi-
edade praticada nos seus dias na
terra.
32 Em tempos posteriores, o pe-
cado será ainda maior do que aquele
primeiro que foi cometido sobre a
terra.
33 Pois eu conheço os segredos
dos Santos.
34 O Senhor revelou-os para
mim; eu os li nas tábuas divinas.
NELAS eu vi escrito que
gerações após gerações
haveriam de pecar, até o aparecimen-
to de uma geração de Justiça, quando
então serão tirados os delitos, desa-
parecerão os pecados, e ela será alvo
de todo o bem.
2 Agora, meu filho, anuncia ao
teu filho Lameque que esse recém
nascido é na verdade seu filho, e que
isso não é mentira!
3 Depois que Matusalém escutou
as palavras do seu pai (este revelara-
lhe todos os segredos) voltou e
transmitiu tudo a Lameque.
4 Este deu ao filho o nome de
Noé, pois ele haverá de ser o consolo
da terra, depois de toda a destruição.
Últimas palavras de Enoque
OUTRO livro foi escrito
por Enoque para seu filho
Matusalém, bem como para os que
virão depois dele, e que nos tempos
últimos permanecerão fiéis seguido-
res da Lei.
2 Vós que praticastes o bem de-
veis esperar por aqueles dias, quando
serão aniquilados os malfeitores e
quando o império da ofensa terá o
seu fim.
3 Aguardai tão somente; virá o
tempo do completo desaparecimento
do pecado!
4 Os nomes dos pecadores serão
apagados do Livro da Vida e dos
livros santos, ficando seus descen-
dentes para sempre eliminados. Seus
espíritos serão derribados por terra.
5 Gritarão e amaldiçoarão num
lugar imenso e deserto, ardendo no
fogo; e isso não terá fim.
6 Lá eu vi algo parecido com uma
nuvem imensa.
7 Por causa do seu volume não
pude abrangê-la com os olhos.
8 Vi também um fogo de labare-
das claras e algo que se assemelhava
a montanhas ardentes, que se movi-
am de cá para lá, em círculo.
9 Então eu perguntei a um dos
santos anjos que estavam comigo:
Que é essa coisa que arde?
10 Não é um dos fogos do céu,
mas apenas uma chama que brilha, e
107
108
82 1º ENOQUE, 108
nela se descobrem gritos, choros,
lamentações, torturas e grandes so-
frimentos.
11 Então ele disse-me: Neste lu-
gar que estás vendo serão trazidos os
espíritos dos pecadores, bem como
os dos blasfemos e dos que falsifi-
cam tudo o que o Senhor, pela boca
dos profetas, anunciou sobre o futu-
ro.
12 Pois cada coisa que eles fazem
está escrita e assinalada no alto do
céu, para que os anjos as leiam, e
saibam o destino dos pecadores; co-
nheçam o destino dos humildes, isto
é, dos que mortificaram o seu corpo e
que por isso foram gratificados por
Deus, dos que foram injuriados pelos
homens maus, dos que amaram a
Deus e desprezaram o ouro, a prata e
qualquer bem terrestre, mas que en-
tregaram o corpo ao massacre; dos
que, durante a vida, nunca tiveram
desejos de iguarias mundanas, mas
consideraram todas as coisas como
um sopro passageiro, e segundo isso
viveram.
13 O Senhor provou-os de muitas
maneiras, mas seus espíritos foram
achados puros, de tal sorte que seus
nomes puderam ser enaltecidos.
14 Eu descrevi nos livros todas as
recompensas que foram reservadas
para eles.
15 Ele determinou-lhes um prê-
mio por terem sido considerados
como homens que amavam mais o
céu do que a sua vida sobre a terra, e
que o louvavam enquanto eram piso-
teados pelos homens maus, suporta-
vam ofensas, humilhações e insultos.
16 Mas agora eu chamo a mim os
espíritos dos bons, dos que perten-
cem à geração da luz; transfiguro os
que nasceram nas sombras, os que na
sua carne não receberam a recom-
pensa de acordo com a sua fidelida-
de.
17 Eu desejo introduzir na pleni-
tude da luz aqueles que amaram o
meu santo Nome, e colocarei cada
um no seu trono de honra.
18 Eles haverão de resplandecer
por tempos intermináveis, pois a
retidão é conforme a Justiça divina.
19 Ele recompensa os que perma-
neceram fiéis nos caminhos da ho-
nestidade.
20 Eles haverão de constatar que
aqueles que nasceram nas trevas, nas
trevas serão lançados, enquanto que
os justos hão de resplandecer.
21 Os pecadores levantarão altos
gritos ao verem aqueles no esplen-
dor, enquanto eles mesmos devem
partir para os dias e os tempos que
lhes foram reservados.
SEGUNDO LIVRO DE 83
ENOQUE
A visão de Enoque
HAVIA um sábio, um grande
artífice, e o Senhor dedicou-lhe
seu amor e o recebeu, a ponto de
fazê-lo testemunhar as mais altas
moradas dos maiores e mais sábios e
imutáveis reinos do Todo-Poderoso,
das mais maravilhosas, gloriosas e
brilhantes estações de muitos olhos
dos servidores do Senhor, e o inaces-
sível trono do Senhor; e os graus e
manifestações e hostes incorpóreas e
o inefável ministério e a multidão de
elementos, e as várias aparições e o
canto indizível das hostes dos queru-
bins, e a luz infinita.
2 Naquele tempo, disse ele, quan-
do completei cento e sessenta e cinco
anos, gerei meu filho Matusalém.
3 Depois disso, vivi duzentos anos
e, ao todo, minha vida foi de trezen-
tos e sessenta e cinco anos.
4 No primeiro dia do primeiro
mês, estava eu sozinho em minha
casa descansando no meu leito,
quando adormeci.
5 E quando estava adormecido,
uma grande tristeza tomou conta de
meu coração e chorei durante o sono,
e não podia entender que tristeza era
aquela, ou o que iria acontecer-me.
6 E então me apareceram dois
homens, extraordinariamente gran-
des, como eu nunca vira antes na
terra; suas faces resplandeciam como
sol e os seus olhos eram como uma
chama, e de seus lábios saía um canto
e um fogo, variados, cor violeta na
aparência; suas asas eram mais bri-
lhantes que o ouro, suas mãos, mais
brancas que a neve.
7 Eles estavam em pé, na cabecei-
ra de meu leito, e puseram-se a cha-
mar-me pelo nome.
8 Acordei e vi claramente aqueles
dois homens, de pé, minha frente.
9 E saudei-os e fui tomado de me-
do, e meu semblante transformou-se
pelo terror, e homens disseram:
10 Tem coragem, Enoque não te-
mas; o Deus eterno nos mandou a ti
e, vê!
11 Tu hoje deverás subir aos céus
conosco, e deverás dizer a teus filhos
e aos da tua família tudo o que deve-
rão fazer na casa durante tua ausência
na terra, e não os deixes procurar-te
até que o Senhor te devolva a eles.
12 E não me demorei em obedecê-
los e saí de minha casa, como me foi
ordenado, chamei meus filhos Matu-
salém e Regim e Gaidade e contei-lhe
todas as maravilhas que me haviam
dito aqueles homens.
Enoque instruiu seus filhos
OUVI-ME, meus filhos, não sei
aonde vou, ou o que será de mim;
entretanto, digo-vos: não vos desvieis
de Deus para os vaidosos, que não
criaram o Céu e a terra, pois que pe-
recerão junto com os que os adoram,
e que o Senhor vos torne confiantes
em vosso coração, no temor a Ele.
2 E agora, meus filhos, não dei-
xeis que pensem em me buscar, até
que o Senhor me devolva a vós.
1
2
84 2º ENOQUE, 3, 4, 5, 6, 7, 8
A assunção de Enoque: os anjos o
levaram ao primeiro céu
ACONTECEU que, depois de
Enoque ter falado com os filhos,
os anjos o levaram em suas asas ao
primeiro céu, e o puseram nas nu-
vens.
2 E aí eu olhei, e olhei outra vez
mais para o alto e vi o éter, e eles me
puseram no primeiro céu e me mos-
traram um grande mar maior que o
mar da terra.
De como os anjos dirigem as estrelas
TROUXERAM até mim os an-
ciãos e os dirigentes das ordens
estelares, e mostraram-me duzentos
anjos que dirigiam as estrelas e suas
funções nos céus, e voaram com suas
asas e apareceram todos que nave-
gam.
De como os anjos mantêm os depósi-
tos de neve
E AÍ olhei para baixo e vi as
tesourarias da neve, e os anjos
que mantêm seus terríveis depósitos,
e vi as nuvens que dali saem e para
onde vão elas.
O orvalho e o azeite e várias flores
ELES me mostraram a tesouraria
do orvalho, tal qual azeite de
oliva, e a sua forma, assim como
todas as flores da terra; além disso, os
muitos anjos que guardavam a tesou-
raria dessas coisas, e como fazem
para abrir e fechar.
Enoque foi levado para o segundo
céu
E AQUELES homens me toma-
ram e me conduziram ao segundo
céu, e me mostraram as trevas, mais
escuras que as da terra, e eu vi prisio-
neiros atados, vigiados, que aguarda-
vam o grande e infinito julgamento, e
esses anjos eram escuros, mais escu-
ros que a escuridão da terra, e os
faziam chorar incessantemente, o
tempo todo.
2 E eu disse aos homens que esta-
vam comigo: Por que motivo estão
eles sendo torturados sem parar?
3 Eles me responderam: Estes são
os infiéis a Deus, que não obedece-
ram aos mandamentos de Deus, mas
que se aconselharam segundo sua
própria vontade, e se foram com seu
príncipe que também está acorrenta-
do no quinto céu.
4 Senti muita pena deles, e eles
me saudaram e me disseram: Homem
de Deus, ora por nós ao Senhor.
5 E eu lhes respondi: Quem sou
eu, um mortal, para que possa orar
aos anjos?
6 Quem sabe para onde vou e o
que será de mim? Ou quem orará por
mim?.
Enoque foi levado para o terceiro
céu
E AQUELES homens me toma-
ram, então, e me conduziram ao
terceiro céu, e lá me puseram: e olhei
para baixo e vi os produtos daquele
lugar, que jamais foram conhecidos.
2 E vi as mais doces árvores flori-
das e olhei seus frutos e os alimentos
que produziam, e todos exalavam as
mais doces fragrâncias.
3
4
5
6
7
8
2º ENOQUE, 9, 10 85
3 E no meio daquelas árvores, a
da vida, naquele lugar onde Deus
descansa quando vai para o paraíso; e
essa árvore é de uma qualidade e
fragrância inefáveis, e mais adornada
do que qualquer coisa que existe; e
de todos os lados é como o ouro e o
cinabre a
e o fogo, e ela tudo cobre e
há proveito de todos os frutos.
4 Sua raiz está no jardim no fim
da terra.
5 E o paraíso está entre corrupti-
bilidade e a incorruptibilidade.
6 E de suas fontes brotam mel e
leite, e de seus jorros saem óleo e
vinho, e eles se separam em quatro
partes e vão dar no Paraíso Do Éden,
entre a corruptibilidade e a incorrup-
tibilidade.
7 E dali elas vão à terra sofrem
uma revolução em seu círculo, trans-
formando-se até em outros elemen-
tos.
8 E aqui não há árvore; sem fru-
tos, e todo o lugar e abençoado.
9 E há trezentos anjos muito bri-
lhantes que guardam o jardim, e com
um incessante, doce canto, e com
vozes que nunca silenciam, servem o
Senhor todas as horas e todos o dias.
10 E eu disse: Quão doce é este
lugar!
11 E aqueles homem me disse-
ram:
Os anjos mostraram a Enoque o
lugar dos justos e dos mansos
ESTE lugar, ó Enoque, é prepa-
rado para os justos, o que se
abstêm de todas as formas das ofen-
sas que vêm daqueles que enraive-
cem sua alma, que preservam seus
olho da iniquidade e que fazem jul-
gamentos justos, que levam pão aos
famintos e cobrem de vestes os nus e
levantam os que caíram, que ajudam
os órfãos e que andam sem mácula
diante do Senhor, e somente a Ele
servem.
2 E para estes é preparado este
lugar de herança eterna.
Eles mostraram a Enoque o lugar
terrível e as várias torturas
E AQUELES dois homens
me tomaram e me conduzi-
ram ao Norte, e me mostraram um
lugar terrível onde havia todas as
maneiras de torturas: trevas e escuri-
dão sufocantes, nenhuma luz havia
lá, mas um fogo escuro constante-
mente ardia no alto.
2 E havia um rio de fogo que cor-
ria, e por todo o lugar havia fogo, e
por todo lugar havia geada e gelo,
sede e tremores, enquanto que as
penas eram muito cruéis.
3 Os anjos temíveis e impiedosos
portavam armas terríveis e infligiram
torturas tenebrosas, e eu disse:
4 Ai, ai, quão terrível é este lugar!
5 E aqueles homens me disseram:
Este lugar, ó Enoque, é preparado
para os que desonram Deus, que na
terra praticam o pecado contra a na-
tureza, que corrompem a criança pela
sodomia, feitiçaria demoníaca e en-
cantamentos.
6 E aqueles que apregoam seus
feitos maldosos, roubo, mentiras,
calúnias, inveja, rancor, fornicação,
assassinato, e aqueles que,
8 a
Cinabre: Minério de cor vermelha conhecido por Sulfeto de Mercúrio.
9
10
86 2º ENOQUE, 11, 12, 13
amaldiçoados, roubam as almas dos
homens, que, vendo os pobres, tiram-
lhes seus bens; aqueles que, sendo
capazes de satisfazer o vazio, deixam
os famintos morrer à míngua, sendo
capazes de vestir, despem os nus; e
aqueles que não conheceram seu
criador, e curvaram a cabeça para
deuses sem vida, que não podem
nem ver nem ouvir, deuses vaidosos,
que também moldaram imagens com
muito esforço e curvaram-se a obras
imundas; para todos estes é prepara-
do este lugar, em meio aos outros
lugares, para a herança eterna.
Enoque sobe até o quarto céu, onde
está o curso do sol e da lua
AQUELES homens me to-
maram e conduziram-me ao
quarto céu e me mostraram os suces-
sivos acontecimentos, e todos os
raios da luz do sol e da lua.
2 E eu medi seus movimentos e
comparei suas luzes, e vi que a do sol
é maior que a da lua.
3 Seu ciclo e suas órbitas, nos
quais eles sempre se movimentam,
como um vento de uma velocidade
maravilhosa, e o dia e a noite têm um
rápido trânsito.
4 Sua passagem e seu retorno são
acompanhados por quatro grandes
estrelas, e cada estrela tem sob seu
controle mil outras estrelas, à direita
da órbita do sol, e quatro à esquerda,
cada uma tendo o controle de mil
estrelas, ao todo oito mil, seguindo
continuamente com o sol.
5 E de dia, quinze miríades de an-
jos o assistem e à noite, mil.
6 E seis alados seguem com os
anjos diante da órbita do sol em suas
chamas flamejantes, e cem anjos
acendem o sol.
Os muitos e magníficos elementos
do sol
E EU olhei e vi outros ele-
mentos voadores do sol, cu-
jos nomes são Fênix e Chalkydri,
maravilhosos e magníficos, com pés
e caudas na forma de leão, cabeça de
crocodilo, e sua aparência escarlate é
como o arco-íris; seu tamanho é de
novecentas medidas, suas asas são
como as dos anjos, cada um tem
doze, e atendem e acompanham o sol
dando calor e orvalho tal como lhes
foi ordenado por Deus.
2 Assim, o sol gira e vai, e levanta
sob a terra, e seu curso vai embaixo
da terra com a luz incessante de seus
raios.
Os anjos tomam Enoque e o põem
no leste, nos portais do sol
ESTES homens levaram-me
para o leste e me puseram
nos portais do sol, para onde o sol se
dirige de acordo com a regulamenta-
ção das estações e do circuito dos
meses do ano todo, e o número de
horas do dia e da noite.
2 E vi seis portões abertos, cada
um com sessenta e um estádios e um
quarto de um estádio, e eu realmente
o medi, e entendi o porquê desse
tamanho tão grande, através do qual
o sol se dirige para o oeste, equilibra-
se e se levanta durante todos os me-
ses e torna a voltar aos seis portões
de acordo com a sucessão das esta-
ções; assim o período de um ano
11
12
13
2º ENOQUE, 14, 15, 16 87
completo termina depois da volta das
quatro estações.
Enoque é levado para o oeste
E OUTRA vez aqueles ho-
mens conduziram-me às pa-
ragens do oeste e me mostraram seis
grandes portões, que correspondem
aos portões do leste, lado oposto
onde o sol se põe de acordo com o
número de dias, trezentos e sessenta
e cinco e um quarto.
2 Assim, outra vez eleva vai para
os portões do oeste e retire sua luz, a
grandiosidade de seu brilho, e vai
para baixo da terra e enquanto a co-
roa de seu brilho está no céu com o
Senhor guardada por quatrocentos
anjos, o sol gira em sua órbita de
baixo da terra, e fica sete horas da
noite, e passa metade de seu curso
debaixo da terra, quando então vem
do lado leste na oitava hora da noite,
traz sua luz, a coroa do brilho e o sol
ardem em chamas mais que o fogo.
Os elementos do sol, as Fênix e
Chalkydri irromperam em uma
canção
ENTÃO os elementos do sol,
chamados Fênix e Chalkydri,
irromperam em um canção; conse-
quentemente, cada pássaro bateu suas
asas, rejubilando-se por aquele que
dá a luz, e irromperam em um cânti-
co ao comando do Senhor.
2 O que dá a luz vem para dar cla-
ridade ao mundo todo, e a sentinela
da manhã toma forma, que são os
raios do sol, e o sol dá terra nasce, e
ela recebe o brilho que a ilumina
toda, e eles me mostraram os
cálculos do caminho do sol.
3 E os portões nos quais ele entra,
estes são os grandes portões do côm-
puto das horas do ano; por essa razão
o sol é uma grande criação, cujos
circuitos duram vinte e oito anos,
para recomeçar do início.
Tomaram Enoque outra vez e o
puseram ao leste, no curso da lua
AQUELES homens mostra-
ram-me outro curso, o da lua;
doze grandes portões, coroados de
oeste a leste, pelo qual a lua vai e
vem nos tempos usuais.
2 Ela entra no primeiro portão do
lado oeste do sol, pelo primeiro por-
tão com trinta e um dias exatamente,
pelo segundo portão com trinta e um
dias exatamente, pelo terceiro com
trinta e um dias exatamente, pelo
quarto com trinta e um dias exata-
mente, pelo quinto com trinta e um
dias exatamente, pelo sexto com
trinta e um dias exatamente, pelo
sétimo com trinta e um dias exata-
mente, pelo oitavo com trinta e um
dias exatamente, pelo nono com trin-
ta e um dias exatamente, pelo décimo
com trinta e um dias exatamente,
pelo décimo primeiro com trinta e
um dias exatamente, pelo décimo
segundo com vinte e oito dias exata-
mente.
3 E ela vai através do portão do
oeste na ordem e número do leste, e
cumpre os trezentos e sessenta e
cinco dias e um quarto do ano solar,
enquanto que o ano lunar tem trezen-
tos e cinquenta e quatro dias, e fi-
cam-lhe faltando doze dias do ciclo
solar, que são as fases lunares de um
14
15
16
88 2º ENOQUE, 17, 18
ano.
4 Assim, também, o grande ciclo
tem quinhentos e trinta e dois anos.
5 O quarto de um dia é omitido
por três anos, e o quarto ano o com-
pleta exatamente.
6 Por isso, eles são tirados do céu
por três anos e não são adicionados
ao número dos dias porque eles
acrescentariam dois novos meses a
um ano, no sentido de complementa-
ção, e tirariam outros dois, no sentido
de diminuição.
7 E quando os portões do oeste
terminam, ela volta e vai ao leste
para a luz, e vai desse modo pelos
ciclos celestes dia e noite, mais baixo
que todos os ciclos, mais rápido que
os ventos dos céus, e espíritos e ele-
mentos e anjos voando; cada anjo
tem seis asas.
Dos cânticos dos anjos, que é
impossível descrever
NO meio dos céus eu vi sol-
dados armados, servindo o
Senhor, com tímpanos e órgãos, com
vozes incessantes, com doces vozes,
com doces e incessantes vozes e
vários cânticos, que é impossível de
descrever, e que assombra qualquer
inteligência, de tão magnífico e ma-
ravilhoso que é o cântico daqueles
anjos, e eu estava encantado ouvin-
do-o.
De como Enoque foi levado ao
quinto céu
OS homens levaram-me ao
quinto céu e lá me puseram, e
vi muitos e incontáveis soldados,
chamados Grigori a
, de aparência
humana, e eram maiores que os mai-
ores gigantes e suas faces eram sem
viço e o silêncio de suas bocas, per-
pétuo, e não havia qualquer serviço
no quinto céu, e eu disse aos homens
que estavam comigo:
2 Por que eles são tão sem viço e
suas faces melancólicas, suas bocas
silenciosas, e por que não há serviço
neste céu?
3 Eles me disseram: Estes são os
Grigori, que com seu príncipe Sata-
nás rejeitaram o Senhor da Luz, e
atrás deles estão os que são mantidos
nas grandes trevas do segundo céu, e
três deles foram para a terra vindos
do trono do Senhor, para o Hermom,
e quebraram seus votos nas encostas
da colina do Hermom e viram como
eram bonitas as filhas dos homens e
tomaram-nas por esposas e sujaram o
mundo com suas obras, e durante
todo o tempo de sua estada comete-
ram ilegalidade e promiscuidade, e
nasceram gigantes e impressionantes
homens grandes e grandes inimiza-
des.
4 E por isso Deus julgou-os com
um grande julgamento e eles chora-
ram por seus irmãos e serão punidos
no grande dia do Senhor.
5 E eu disse aos Grigori: Eu vi
vossos irmãos e suas obras e seus
grandes tormentos, e orei por eles,
mas o Senhor condenou-os a estar
embaixo da terra até o céu e a terra se
acabarem.
6 E eu disse: Por que razão espe-
rais, irmãos, e não servis diante da
face do Senhor e por que não
18 a
Vigias ou Vigilantes
17
18
2º ENOQUE, 19, 20 89
pusestes vossos serviços diante da
face do Senhor, para que o Senhor
não se enraivecesse tanto?
7 E eles ouviram minhas admoes-
tações e falaram para as quatro or-
dens do céu, e vede!
8 Enquanto eu estava com esse
dois homens, quatro trombetas soa-
ram juntas bem alto, e os Grigori
irromperam em um cântico uníssono,
e suas vozes foram até o Senhor
cheias de piedade e afeição.
De como Enoque foi levado ao sexto
céu
E ENTÃO aqueles homem
tomaram-me e me puseram
no sexto céu, e lá vi sete grupos de
anjos, muito brilhantes e gloriosos, e
suas faces brilhavam mais que o sol
resplandecendo e não havia diferen-
ças em sua faces, comportamento ou
maneira de vestir-se; e eles fazem as
ordens e aprendem o movimento das
estrelas, a alteração da lua ou a revo-
lução do sol e o bom governo do
mundo.
2 E, quando eles veem coisas
ruins, fazem os mandamentos e dão
instruções e cânticos doces e altos, e
todos são cânticos de louvor.
3 Esses são os arcanjos, que estão
acima dos anjos, e eles avaliam toda
a vida no céu e na terra e os anjos
que estão designados para as esta-
ções do ano, os anjos que cuidam dos
rios e dos mares, e os que cuidam
dos frutos da terra, e os que cuidam
de toda a vegetação, dando comida
para todos, e os anjos que anotam
todas as almas dos homens e todos os
seus feitos e todas as suas vidas dian-
te da face do Senhor; em meio deles
estão seis Fênix e seis querubins e
seis com seis asas, continuamente
com uma voz cantante, e não é pos-
sível descrever seus cânticos e seu
júbilo diante do Senhor, aos pés do
Senhor.
Então levaram Enoque para o séti-
mo céu
E AQUELES dois homens
levaram-me até o sétimo céu,
e lá vi uma grande luz e as flamejan-
tes hostes dos grandes arcanjos, milí-
cias incorpóreas, e dominações, or-
dens e governos, querubins e sera-
fins, tronos e alguns de muitos olhos,
nove regimentos, as estações de luz
resplandecentes, e tive medo, e co-
mecei a tremer com grande terror, e
aqueles homens tomaram-me e me
conduziram e me disseram:
2 Tem coragem, Enoque, não te-
mas, e mostraram-me o Senhor ao
longe, sentado em seu trono muito
alto. Pois o que haverá no décimo
céu, se o Senhor aqui habita?
3 No décimo céu está Deus, na
língua hebraica ele é chamado
Aravat 1
;
4 E todas as hostes celestes viriam
e ficariam nos dez degraus, de acordo
com sua posição, e se curvariam ao
Senhor e novamente voltariam aos
seus lugares em alegria e felicidade,
entoando cânticos na luz ilimitada
com vozes suaves, servindo-o com
glória.
20 1
Aravat: Pai da Criação.
19
20
90 2º ENOQUE, 21, 22
De como os anjos deixaram Enoque
ali no fim do sétimo céu e se foram
E OS querubins e serafins
que estavam perto do trono,
os de seis asas e muitos olhos não se
afastaram da face do Senhor, fazendo
sua vontade e rodeando seu trono,
cantando com doces vozes diante da
face do Senhor: Santo, Santo, Santo,
Senhor Soberano dos Exércitos, céus
e terra estão pleitos de tua glória.
2 Quando vi essas coisas, aqueles
homens disseram-me: Enoque, foi-
nos ordenado que viajássemos até
aqui contigo, e esses homens se fo-
ram e não mais os vi.
3 E fiquei só no fim do sétimo céu
e fiquei com medo e caí de face no
chão e disse a mim mesmo: Ai de
mim, que será de mim?
4 E o Senhor enviou-me um de
seus gloriosos, o arcanjo Gabriel, e
ele me disse: Tem coragem, Enoque,
não temas, levanta-te diante da face
do Senhor na eternidade, levanta-te e
vem comigo.
5 E eu lhe respondi e disse para
mim mesmo: Meu Senhor, minh'al-
ma saiu de mim pelo terror e pelos
tremores, e chamei pelos homens que
me haviam conduzido a esse lugar,
eu havia confiado neles, e com eles
estive diante da face do Senhor.
6 E Gabriel pegou-me como a
uma folha que é apanhada pelo vento
e colocou-me diante da face do Se-
nhor.
7 E eu vi o oitavo céu, que é cha-
mado na língua hebraica de Mazza-
roth (constelações), o que muda as
estações, a seca e a umidade e das
doze constelações do círculo do fir-
mamento que está sobre o sétimo
céu.
8 E eu vi o nono céu, que é cha-
mado em hebraico Kuchavim, onde
estão as casas divinas das doze cons-
telações do círculo do firmamento.
O trono de Deus
NO DÉCIMO céu, Aravoth,
vi como era a face do Senhor,
como o ferro que arde no fogo e que,
ao sair, emite faíscas e queima.
2 Assim vi a face do Senhor, mas
a face do Senhor é inefável, maravi-
lhosa e muito sublime e muito terrí-
vel.
3 E quem sou eu para falar sobre
o inexprimível ser do Senhor e sua
magnificente face?
4 E não posso contar a quantidade
de suas muitas instruções e várias
vozes, o trono do Senhor muito
grande, que não foi feito por mãos,
nem a quantidade daqueles que o
rodeiam hostes de querubins e sera-
fins nem seus cantos incessantes nem
sua imutável beleza, e quem pode
falar da grandiosidade de sua glória?
5 E devo inclinar-me e reverenci-
ar o Senhor, e o Senhor com seus
lábios, disse-me:
6 Tem coragem, Enoque não te-
mas, levanta-te diante de minha face
na eternidade.
7 O arcanjo Miguel levantou-se e
conduziu-me diante da face do Se-
nhor.
8 E o Senhor disse aos seus ser-
vos pondo-os à prova: Deixa que
Enoque se ponha diante de minha
face na eternidade, e oi gloriosos
curvaram-se ante o Senhor e
21
22
2º ENOQUE, 23, 24 91
disseram: Que Enoque vai segundo
tua palavra.
9 E o Senhor disse a Miguel: Vai
e despoja Enoque de suas vestes
terrestres e ungem com meu doce
bálsamo, e veste o com os vestidos
de minha glória.
10 E Miguel assim o fez, tal qual
o Senhor lhe ordenara. Ele me ungiu,
vestiu-me, e o aspecto daquele bál-
samo é mais que a grande luz, é co-
mo o doce orvalho e seu perfume,
suave brilhante como um raio de sol
e olhei para mim mesmo, e eu estava
como um de seus gloriosos 1
.
11 E o Senhor convocou um de
seus arcanjos chamado Pravuil, mais
forte em sabedoria do que qualquer
outro arcanjo, que escrevera todas a
obras, do Senhor, e o Senhor disse a
Pravuil:
12 Traz aqueles livros de meus
depósitos e uma pena de escrita rápi-
da, e dá-os a Enoque e incumbe-o da
escolha dos livros.
Enoque escreveu sua maravilhosa
jornada e as aparições celestiais, e
escreveu trezentos e sessenta e seis
livros
E ELE me falava sobre todas
as obras do céu, terra e mar, e
todos os elementos, suas passagens e
cursos, e o tremendo ruído do trovão,
o sol e a lua, os cursos e as mudanças
das estrelas, das estações, anos, dias
e horas, de como se formam os ven-
tos, o número dos anjos e a formação
de seus cânticos, e todas as coisas
humanas, a língua de cada cântico e
vida humana, os mandamentos, ins-
truções, e os doces cânticos, e todas
as coisas que são feitas para serem
aprendidas.
2 E Pravuil disse-me: Todas as
coisas que te disse, temo-las por es-
crito. Senta-te e relaciona todas as
almas da humanidade, ainda que
muitas delas já tenham nascido, e os
lugares preparados para elas na eter-
nidade; pois que todas as almas são
preparadas para a eternidade, antes
mesmo da formação do mundo.
3 E tudo se repetiu por trinta dias
e por trinta noites, e eu escrevi todas
as coisas com exatidão, e escrevi
trezentos e sessenta e seis livros.
Os grandes segredos de Deus, que
Deus revelou e contou a Enoque, e
falou lhe face a face
E O Senhor chamou-me e
disse-me: Enoque, senta-te à
minha esquerda com Gabriel.
2 E eu curvei-me diante do Se-
nhor, e o Senhor falou-me: Enoque,
amado, tudo que vês já pronto, eu te
digo que já era mesmo antes do iní-
cio, pois que tudo isso eu criei do
não-ser, as coisas visíveis do invisí-
vel.
3 Ouve, Enoque, e aceita minhas
palavras, pois nem a meus anjos con-
tei meus segredos, e não lhes contei
sobre seu surgimento, nem falei-lhes
do meu reino infinito nem entende-
ram meu ato de criação, que hoje
conto a ti.
22 1
gloriosos: um dos sete anjos mais altos.
23
24
92 2º ENOQUE, 25, 26, 27, 28
Deus conta a Enoque como de tre-
vas tão baixas emergiram o visível e
o invisível
NAS partes mais baixas,
ordenei que as coisas visíveis
descessem do invisível, e Adoil 1
desceu muito grande, olhei-o e ele
tinha um ventre de grande luz.
2 E eu lhe disse: Parte-te, Adoil, e
deixa que o visível saia de ti.
3 E ele partiu-se e uma grande luz
saiu dele. E eu .estava em meio à
grande luz; e como a luz se faz da
luz, nasceu uma grande era, e mos-
trou toda a criação, que eu havia
pensado em criar.
4 E eu vi que era bom.
5 E dispus para mim um trono e
sentei-me nele, e disse para a luz:
Vai mais alto e firmaste acima do
trono, sê um princípio para as coisas
elevadas.
6 E nada há acima da luz, e aí eu
me inclinei e olhei de meu trono.
Pela segunda vez Deus chama
Archas, pesado e vermelho, para
que ele saia do mais baixo
E EU chamei o mais baixo
pela segunda vez e disse:
Deixa que Archas 1
saia com força do
invisível.
2 E Archas veio, duro, pesado e
muito vermelho.
3 E eu disse: Abre-te, Archas, e
nasça de você, e ele veio inacabado,
uma idade veio adiante, muito grande
e muito escuro, aguentando a criação
de todas as mais baixas coisas, e eu
vi que era bom e disse a ele:
4 Vai para baixo e estabelece-te,
torna-te fundação para as mais baixas
coisas, e aconteceu que ele desceu e
fixou-se e tornou-se a fundação para
as mais baixas coisas, e abaixo das
trevas nada mais há.
De como Deus fez a d'água e rode-
ou-a de luz, e estabeleceu nela sete
ilhas
E ORDENEI que fosse reti-
rado da luz e das trevas, e
disse: Torna-te espesso, e assim foi, e
o espalhei com a luz, e ele tornou-se
água, e o espalhei nas trevas, abaixo
da luz, e tornei as águas sólidas.
2 Eu as fiz sem fundo, tendo co-
mo base a luz. E criei sete círculos a
partir do interior, e tornei a água
parecida com o cristal úmido e seco,
igual ao vidro e formei um círculo de
águas e outros elementos.
3 E mostrei a cada um deles o seu
caminho e ordenei o movimento de
cada uma das sete estrelas em seu
céu, e vi que isto era bom.
4 Dividi a luz das trevas. E disse
para a luz que ela seria dia e as trevas
noite, e houve noite e manhã no pri-
meiro dia.
A Semana na qual Deus mostrou
a Enoque toda a sua sabedoria e
poder, durante os sete dias, de como
ele criou todas as forças celestiais e
terrestres e todas as coisas que se
movem, até chegar ao homem
TORNEI então sólido o cir-
culo celeste e ordenei às
águas que estavam abaixo do céu,
25 1
Adoil: Luz da Criação.
26 1
Archas: Espirito de Criação.
25
26
27
28
2º ENOQUE, 29, 30 93
que se juntassem em um mesmo
lugar, em um todo, e que o caos se
tornasse seco, e assim se fez.
2 Das ondas criei pedras grandes
e sólidas, e da pedra juntei o árido, e
chamei o árido terra, e o centro da
terra chamei de abismo, ou seja, o
sem fundo.
3 Juntei os mares num mesmo lu-
gar, e uni-os com uma cadeia.
4 E disse ao mar: Vê, donde teus
limites eternos, e tu não haverás de
libertar-te de tuas partes constituin-
tes.
5 E assim criei depressa o firma-
mento.
6 A este dia eu próprio chamei de
primeiro criado (domingo).
Depois veio a noite, e outra vez a
manhã, e foi o segundo dia.
A Essência do Fogo
PARA todas as hostes celes-
tes imaginei a imagem e a
essência do fogo, e meu olhar olhou
a pedra muito dura e, do lampejo do
meu olhar, o relâmpago recebeu sua
natureza maravilhosa, que é tanto
fogo na água como água no fogo, a
água não apaga o fogo, nem o fogo
seca a água, no entanto o relâmpago
é mais luminoso do que o sol, mais
suave que a água e mais firme do que
a pedra.
2 E da pedra extraí um grande fo-
go, com o qual criei as ordens de dez
hostes de anjos incorpóreos, e suas
armas são de fogo e seus trajes, uma
chama candente, e ordenei a cada um
que se colocasse em sua posição.
De como Satanás foi, com seus
anjos, precipitado das alturas
3 E um dos anjos, tendo saído de
sua hierarquia e se desviado para
uma hierarquia abaixo da sua, conce-
beu um pensamento impossível: co-
locar o seu trono acima das nuvens
que se encontram sobre a terra, para
que seu poder se igualasse ao meu.
4 Precipitei-o do alto com seus
anjos, e ele pôs-se a voar por cima do
abismo, continuamente.
A criação todos os céus, e assim se
fez o terceiro dia
NO TERCEIRO dia, orde-
nei à terra que produzisse
grandes árvores frutíferas e monta-
nhas e sementes para a semeadura, e
implantei o Paraíso e cerquei-o com
guardiões armados, como anjos fla-
mejantes, e deste modo criei a reno-
vação.
2 E veio a noite, e da manhã se
fez o quarto dia.
3 Neste dia ordenei que se fizes-
sem grandes luzeiros nos círculos
celestes.
4 No círculo mais elevado, colo-
quei a estrela Kruno, no segundo
círculo coloquei Afrodite, no terceiro
Áries, no quinto Zeus, no sexto Her-
mes, no sétimo a lua adornada com
as estrelas menores.
5 E no círculo inferior, coloquei o
sol para iluminar o dia, e a lua e as
estrelas para iluminar a noite.
6 E para que o sol pudesse deslo-
car-se de acordo com cada animal do
zodíaco, decretei a sucessão de doze
meses com seus nomes e duração,
seus trovões, suas marcações de
29
30
94 2º ENOQUE, 31
tempo e sua sequência.
7 E da noite e da manhã se fez o
quinto dia.
8 No quinto dia, ordenei ao mar
que produzisse peixes, e criei aves
emplumadas de muitas espécies e
todos os animais que rastejam sobre
a terra, os de quatro patas que andam
na terra e criei aqueles animais que
levantam voo, ambos macho e fê-
mea, e toda alma respirando o espíri-
to da vida.
9 E da noite e da manhã se fez o
sexto dia.
10 No sexto dia fiz uso da minha
sabedoria para criar o homem de sete
graus de densidade: um, a sua carne
da terra; dois, o seu sangue do orva-
lho; três, os seus olhos do sol; quatro,
seus ossos da pedra; cinco, a sua
inteligência da vivacidade dos anjos
e da nuvem; seis, suas veias e seu
cabelo das plantas da terra; sete, a
sua alma do meu sopro e do vento.
11 E dei-lhe sete naturezas: a car-
ne para a audição, os olhos para a
visão, a alma para o olfato, o sangue
para o tato, os ossos para a resistên-
cia, e a inteligência para a doçura e o
regozijo.
12 Formulei uma máxima ade-
quada: criei o homem da natureza
invisível e visível.
13 De ambas provêm sua morte,
sua vida e imagem, ele conhece o
poder da palavra como algo criado,
pequena na grandeza e grande na
pequenez.
14 E coloquei na terra um segun-
do anjo, nobre, grande e glorioso, e o
designei como governante na terra
para que tivesse a minha sabedoria.
15 E não havia ninguém igual a
ele entre todas as criaturas existentes.
16 Dei-lhe um nome baseado nas
quatro partes componentes, do leste,
oeste, sul e norte, e designei-lhe qua-
tro estrelas especiais, e o chamei pelo
nome de Adão e mostrei-lhe os dois
caminhos, o da luz e o das trevas, e
disse-lhe:
17 Isto é bom e isso é mau, para
saber se ele nutre amor ou ódio por
mim, para saber quem dentre sua
gente me ama.
18 Pois conheço sua natureza,
mas ele próprio não enxergou, por-
tanto, por não tê-la enxergado, ele
pecará mais, e eu disse: Além do
pecado, que há senão a morte?
19 Mandei-lhe um sono profundo
e ele dormiu.
20 Tirei-lhe uma das costelas, e
com ela criei uma mulher para que a
morte lhe viesse através desta sua
mulher, e tomei sua última palavra e
coloquei-lhe o nome de mãe de todos
os viventes, ou seja, Eva.
Deus dá a Adão o Paraíso e capaci-
ta-o a ver os céus abertos e os anjos
entoando a canção da vitória
ADÃO irá viver na terra, e eu
criei um jardim no éden, ao
leste, para que ele pudesse cumprir o
testamento e manter a ordem.
2 Fiz com que os céus se abrissem
diante dele para que pudesse ver os
anjos cantando o hino da vitória e
a luz resplandecente.
3 Ele permaneceu no paraíso, e o
demônio entendeu que eu queria criar
outro mundo porque Adão era senhor
na terra, para comandá-la e
31
2º ENOQUE, 32, 33 95
controlá-la.
4 O demônio é o gênio do mal das
regiões inferiores, como um fugitivo,
ele criou Sotona 1
a partir dos céus,
por ser seu nome Satanás, por isso
ele se tornou diferente dos anjos, mas
a sua natureza não modificou a sua
inteligência quanto ao entendimento
do certo e do errado.
5 E ele entendeu sua condenação
e o pecado que cometera, por essa
razão, alimentou ressentimentos con-
tra Adão, de tal forma que entrou em
seu mundo e seduziu Eva mas não
atingiu Adão.
6 Amaldiçoei a ignorância, mas o
que eu havia abençoado anteriormen-
te, isso eu não amaldiçoei, nem
amaldiçoei o homem, nem a terra
nem as outras criaturas, mas o fruto e
as obras ruins do homem.
Depois do pecado de Adão, Deus
devolve-o a terra de onde eu o to-
mei, mas não pretendo destruí-lo
nos anos que virão
DISSE-LHE: Tu és terra e à
terra da qual te tirei, tu hás de
tornar, não te destruirei mas devol-
ver-te-ei de onde te tomei.
2 Então, poderei tomar-te de volta
na minha segunda vinda'.
3 E abençoei todas as minhas
criaturas, visíveis e invisíveis.
4 E havia cinco horas e meia que
Adão estava no paraíso.
5 Abençoei o sétimo dia, o Sába-
do, quando descansei de todas as
minhas obras.
Deus mostra a Enoque a idade deste
mundo, sua existência de sete mil
anos, e oito mil anos é o fim, nem
anos nem meses, nem semanas, nem
dias
E DESIGNEI o oitavo dia
como sendo o primeiro dia
criado após a minha obra, e os sete
primeiros como sendo ciclos de sete
mil, e no início dos oito mil, estipulei
um tempo incontável, infinito, não
medido por anos, meses, semanas,
dias, ou horas.
2 E agora, Enoque, todas as coisas
das quais te falei, tudo que entendes-
te, tudo que viste das coisas celestes,
tudo que viste na terra e todas as
coisas que escreveste neste livro pela
minha grande sabedoria, todas essas
coisas eu idealizei e criei do mais
alto ao mais baixo, e aqui não há
conselheiro ou herdeiro de minhas
criações.
3 Sou eterno e não criado por
mãos e sem mudanças.
4 Meu pensamento é meu conse-
lheiro, minha sabedoria e minha pa-
lavra são feitas, e meus olhos obser-
vam todas as coisas como aqui são e
como tremem de terror.
5 Se viro minha face, então todas
as coisas serão destruídas.
6 Por isso usa a tua inteligência,
Enoque, conhece aquele que te fala, e
cuida dos livros que escreveste.
7 Dou-te os anjos Suriel e Raguel,
aqueles que te trouxeram a mim, e
desce à terra, diz a teus filhos todas
as coisas que te contei e tudo que
viste, do céu mais baixo até o meu
trono aqui em cima, e todas as
31 1
Sotona: quer dizer Diana.
32
33
96 2º ENOQUE, 34, 35, 36
hostes.
8 Pois criei todas as forças, e ne-
nhuma se opõe ou deixa de se sub-
meter a mim.
9 Todos se submetem à minha au-
toridade e obedecem ao meu poder, e
trabalham sob meu comando.
10 Dá-lhes os manuscritos e eles
irão lê-los e saberão que sou o cria-
dor de todas as coisas, e entenderão
que não há outro Deus além de mim.
11 E deixa-os distribuir teus ma-
nuscritos, de filho para filho, de ge-
ração para geração, de raça para raça.
12 E dar-te-ei, Enoque, meu me-
diador, o arcanjo Miguel, pois os
manuscritos de teus pais Adão e Se-
te, Enos, Quenã, Maalalel e Jarede,
teu pai, não serão destruídos até o
fim dos tempos.
13 Revelei a meus anjos Drioch e
Marioch como mapeei a terra e orde-
nei que as gerações fossem preserva-
das, e que os manuscritos de vossos
pais fossem preservados, de forma a
não perecerem no dilúvio que eu
lançarei sobre os homens.
Deus condena os idólatras e forni-
cadores sodomitas e, por isso, faz
recair sobre eles o dilúvio
ELES rejeitaram meus man-
damentos e meu jugo, tor-
nando-se, assim, sementes inúteis,
não temendo a Deus, não me reve-
renciando, mas abaixando a cabeça a
deuses vaidosos, e negaram minha
unidade, e encheram a terra com
mentiras, ofensas, luxúrias abominá-
veis, a saber, uns com os outros, e
toda a sorte de sujas maldades, que
seriam desagradáveis de serem
nomeadas.
2 E por essa causa farei recair so-
bre a terra um dilúvio e destruirei
todos os homens, e toda a terra su-
cumbirá às trevas.
Deus deixa um justo da tribo de
Enoque e toda a sua casa, porque
ele fora obediente à vontade de
Deus
VÊ, de suas sementes levan-
tar-se-á outra geração, muito
mais para diante, mas muitos dentre
eles serão insaciáveis.
2 Aquele que criar essa geração
deverá revelar aos seus esses manus-
critos de seus pais, para aqueles aos
quais será mostrada a custódia do
mundo, aos fiéis a mim, que não
usam meu nome em vão.
3 E eles deverão contar às outras
gerações, que ao lerem serão glorifi-
cadas, depois, mais que as primeiras.
Deus ordena a Enoque que viva na
terra por trinta dias para que dê aos
seus filhos instruções, e aos filhos
de seus filhos. Depois dos trinta dias
tornará a ser levado ao céu
AGORA, Enoque, dou-te o
prazo de trinta dias para que
passes em tua casa, e digas aos teus
filhos e aos de tua casa, que todos
deverão ouvir diretamente de minha
face, que não há outro Deus além de
mim.
2 E que eles deverão sempre man-
ter meus mandamentos, e começar a
ler e crer nos teus manuscritos.
3 E depois de trinta dias, manda-
rei meu anjo para tirar-te da terra e
de teus filhos, para que venhas a
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2º ENOQUE, 37, 38, 39 97
mim.
Deus convoca um anjo
E O Senhor chamou um dos
anjos mais velhos, terrível e
ameaçador, e colocou-o a meu lado;
ele era branco como a neve, suas
mãos como o gelo, assemelhava-se à
geada, e ele congelou minha face,
porque eu não podia aguentar o terror
que sentia pelo Senhor, assim como
não podia aguentar o fogo do fogão,
e o calor do sol e a geada.
2 E o Senhor me disse: Enoque,
se tua face não congelar aqui, ne-
nhum homem será capaz de olhar tua
face.
Matusalém continuou a manter sua
esperança e a esperar por seu pai
Enoque noite e dia ao pé de seu leito
E O Senhor disse a esses
homens que me haviam leva-
do até ele: Deixai que Enoque desça
à terra convosco e esperai por ele até
o dia determinado.
2 E, à noite, eles me puseram em
meu leito.
3 E Matusalém, que esperava mi-
nha volta, mantendo-se vigilante à
minha cabeceira, ficou maravilhado
quando me ouviu chegar, e eu lhe
disse: Que os de minha casa se reú-
nam, pois vou-lhes contar tudo.
A piedosa admoestação de Enoque
aos seus filhos, com lágrimas e
grandes lamentos enquanto ele
falava
OH meus filhos, meus ama-
dos, ouvi as admoestações de
vosso pai, pois essa é a vontade do
Senhor.
2 Foi-me concedido estar convos-
co para vos anunciar, não de meus
lábios, mas dos lábios do Senhor,
tudo que é e que foi e tudo que é
agora, e tudo que será até o dia do
julgamento.
3 Pois o Senhor permitiu que eu
viesse até vós, portanto, ouvi as pa-
lavras de meus lábios, mas sou aque-
le que viu a face do Senhor, e como o
ferro no fogo, ela lança centelhas que
queimam.
4 Vós olhais meus olhos agora, os
olhos de um homem que para vós é
grande, mas vi os olhos do Senhor,
brilhando como os raios do sol e
enchendo os olhos do homem com
terror.
5 Meus filhos, vós vedes a mão
direita de um homem que vos auxi-
lia, mas eu vi a mão direita do Se-
nhor preenchendo todo o céu quando
ele me ajudou.
6 Vós vedes a extensão da minha
obra da mesma forma que vedes a
vossa, mas eu vi a extensão ilimitada
e perfeita da obra do Senhor.
7 Vós ouvis as palavras da minha
boca, da mesma forma que eu ouvi as
palavras do Senhor, parecendo-se a
um trovão violento e incessante,
como nuvens que se arremessam
umas contra as outras.
8 Agora, ouvi as declarações do
pai da terra. E sabeis quão temível é
apresentar-se diante do governante
da terra.
9 Pensai quão terrível e impressi-
onante é apresentar-se diante do go-
vernante do céu, o senhor dos vivos e
dos mortos, e das hostes celestiais.
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98 2º ENOQUE, 40, 41
10 Quem poderia suportar essa
dor infinita?
Enoque admoesta seus filhos sobre
todas as coisas que ouviu dos lábios
do Senhor, de como ele viu e ouviu
e escreveu
OUVI, agora, meus filhos,
aquelas coisas que chegaram
a mim pelos lábios do Senhor e o que
meus olhos viram do início ao fim.
2 Eu sei de todas as coisas e es-
crevi sobre elas em livros referentes
aos céus e seu fim, sua plenitude,
seus exércitos e seus avanços.
3 Medi e descrevi as estrelas, a
imensa multidão delas.
4 Que homem já viu suas revolu-
ções e seu surgimento?
5 Nem mesmo os anjos sabem
quantas são; contudo, registrei todos
os seus nomes.
6 E medi a órbita do sol, medi
seus raios, contei as horas, anotei
tudo quanto existe na terra, como as
coisas são alimentadas, como todas
as sementes produzidas pela terra são
semeadas ou rejeitadas, sobre todas
as plantas, cada erva e cada flor, a
respeito de suas suaves fragrâncias,
seus nomes, e sobre o lugar onde
residem às nuvens, sua composição e
suas asas e como elas produzem pin-
gos de chuva.
7 E escrevi sobre o curso seguido
pelo trovão e pelo raio, e eles me
mostraram suas chaves e seus guar-
diões, sua origem, seu movimento.
8 O trovão e o raio são liberados
por uma cadeia de justa proporção
para que uma cadeia de violência
selvagem e precipitada não lance
nuvens ameaçadoras e destrua todas
as coisas na terra.
9 E escrevi sobre os depósitos
preciosos de neve, do frio e dos ven-
tos glaciais, e observei como o guar-
dião das chaves de todas as estações
supre as nuvens com neves e ventos
mas nunca exaure as reservas.
10 E escrevi sobre os lugares de
descanso dos ventos e observei e vi
como os guardiões das chaves domi-
nam balanças e medidas; primeiro,
eles pesam as estações nos pratos da
balança e as distribuem habilmente
sobre toda a terra, para que um sopro
violento não sacuda a terra.
11 E conferi as dimensões de toda
a terra, de suas montanhas, colinas,
campos, árvores, pedras, rios.
12 Registrei a altura da terra até o
sétimo céu e até o inferno mais abis-
sal, o local do julgamento, o imenso
e cavernoso vale das lágrimas.
13 E vi quanto padecem seus ca-
tivos, à espera do julgamento sem
limites.
14 E registrei todos aqueles que
foram julgados pelo juiz, todas as
suas punições, e todas as suas obras.
De como Enoque lamentou o peca-
do de Adão
E VI os antepassados de
todos os tempos com Adão e
Eva, e lamentei e chorei, comentando
sua ruína e desonra.
2 Ai de mim pela minha fraqueza
e pela de meus antepassados, e pen-
sei em meu coração e disse:
3 Abençoado o homem que não
nasceu, ou nasceu e não pecou diante
da face do Senhor, que não veio a
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2º ENOQUE, 42, 43, 44, 45 99
esse lugar, nem trouxe desgraça a
esse lugar.
De como Enoque viu os guardiões
das chaves e os guardas nos portões
do inferno
EU VI os guardiões das cha-
ves e os guardas dos portões
do inferno, como grandes serpentes,
e suas faces como luzeiros apagados,
e seus olhos como fogo, seus dentes
afiados;
2 E vi todas as obras do Senhor,
como são justas, enquanto que as dos
homens algumas são boas, outras
ruins, e em suas obras são conheci-
dos os que mentem maldosamente.
Enoque mostra a seus filhos como
ele mediu e escreveu os julgamentos
de Deus
EU, meus filhos, medi e es-
crevi cada obra e cada medi-
da e cada julgamento justo.
2 Como cada ano é mais ilustre
que o outro, assim também um ho-
mem é mais ilustre que o outro, al-
guns por grandes posses, alguns por
sabedoria no coração, alguns pelo
intelecto, alguns por esperteza, um
pelo silêncio de seus lábios, outro
pela retidão, um pela força, outro
pelo comportamento, um pela juven-
tude, outro pela articulação rápida,
um pela forma do corpo, outro pela
sensibilidade, mas nenhum é melhor
do que aquele que teme a Deus, pois
que será mais glorioso no tempo que
advirá.
Enoque instruiu seus filhos para
que não injuriem qualquer homem,
pequeno ou grande
O SENHOR tendo criado o
homem com suas mãos, à sua
semelhança, fê-lo pequeno e grande.
2 Aquele que injuriar a face do
que comanda, e odiar a face do Se-
nhor e desprezá-la, e aquele que sol-
tar sua raiva sobre alguém, sem ter
sido injuriado, a grande raiva do
Senhor o consumirá, aquele que cus-
pir injuriosamente na face de um
homem, será condenado no grande
julgamento.
3 Bendito é o homem que não di-
rige seu coração com maldade contra
homem algum, e ajuda os injuriados
e condenados, e levanta os que estão
caídos, os que fazem caridade aos
necessitados, porque no dia do jul-
gamento cada peso, cada medida e
cada adicional estarão como no mer-
cado, ou seja, estarão nas balanças e
ficarão no mercado, e cada um co-
nhecerá sua própria medida, e de
acordo com essa medida terá sua
recompensa.
Deus mostra como ele não quer
sacrifícios dos homens, nem sacrifí-
cios pelo fogo, mas corações puros e
contritos
QUEM se apressar para fazer
oferendas diante da face do
Senhor, de sua parte, também vai
apressar aquela oferenda aceitando
sua obra.
2 Mas aquele que aumentar sua
luz diante da face do Senhor e não
fizer um julgamento verdadeiro, o
Senhor não aumentará seu tesouro no
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100 2º ENOQUE, 46, 47, 48
reino do altíssimo.
3 Quando o Senhor pede pão, ou
velas, ou gado, ou qualquer outro
sacrifício, isso não é nada; mas Deus
pede corações puros, com isso so-
mente quer testar o coração do ho-
mem.
De como um governante terreno
não aceita do homem presentes exe-
cráveis e sujos, assim também Deus
não pode aceitá-los, com maior ra-
zão, mas rejeita-os com raiva
OUVI, meu povo, e aceitai-o
dos meus lábios.
2 Se alguém traz qualquer presen-
te para um governante terreno, com
pensamentos desleais em seu cora-
ção, e o governante o percebe, não
ficará ele com raiva e não o porá sob
julgamento?
3 Ou se um homem se faz de bom
a outro pelo ardil de sua língua, po-
rém, com a maldade no coração, será
que o outro não perceberá a maldade
que vem do coração, e não será ele
condenado, desde que sua mentira
ficou visível?
4 E quando o Senhor mandar uma
grande luz, então haverá julgamento
para o justo e o injusto, e aí ninguém
escapará à observação.
Enoque transmite a seus filhos as
instruções vindas dos lábios de Deus
e lhes entrega este livro
E AGORA, filhos, guardai
bem as palavras de vosso pai,
pois todas vieram dos lábios de
Deus.
2 Pegai e lede estes livros escritos
pelo vosso pai.
3 Através destes livros, todos
aprendereis sobre todas as obras do
Senhor, desde o início da criação até
o fim dos tempos.
4 E se os observardes atentamen-
te, não pecareis contra o Senhor.
5 Não há outro igual a Deus no
céu, na terra, nas regiões abissais, e
nem em toda a base una.
6 O Senhor estabeleceu as bases
no desconhecido e jogou para fora do
céu o visível e o invisível.
7 Ele assentou a terra sobre as
águas e criou incontáveis criaturas, e
quem já contou a água e as bases do
que é móvel, ou o pó da terra ou a
areia do mar ou as gotas da chuva ou
o orvalho matutino ou os sopros do
vento?
8 Quem povoou a terra e o mar e
o inverno indissolúvel?
9 Ele arrancou as estrelas do pró-
prio fogo e decorou com elas o céu e
o colocou no meio delas.
Da passagem do sol através dos sete
círculos
O SOL percorre sete círculos
celestiais, que são a designa-
ção de cento e oitenta e dois tronos, e
ele desce em um dia curto e outra vez
cento e oitenta e dois, e desce em um
dia longo, e ele tem dois tronos nos
quais ele descansa, evoluindo de cá
para lá acima dos tronos dos meses,
do décimo sétimo dia do mês Tsivan
1
ele desce ao mês Thevan, do déci-
mo sétimo do Thevan ele sobe.
48 1
Tsivan ou Sivan, Sivã: significa estação, o tempo é de maio a junho, no final da Primavera,
no calendário gregoriano. Sivan é o terceiro mês do calendário hebraico.
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47
48
2º ENOQUE, 49, 50 101
2 E assim ele se aproxima da ter-
ra, e a terra se alegra e faz com que
nasçam seus frutos, e quanto ele se
vai, então aterra se entristece, e as
árvores e os frutos não florescem.
3 Tudo isso mede em horas, com
precisas medições de horas, e fixada
uma medida pela sua sabedoria, do
visível e do invisível.
4 Do visível ele faz todas as coi-
sas visíveis, sendo ele mesmo invisí-
vel.
5 Por isso, deixo-vos claro, meus
filhos, distribuí os livros a vossos
filhos, para que passem às gerações,
e entre todas as nações que têm te-
mor a Deus, que eles os recebam, e
que possam vir a amá-los mais que
qualquer alimento ou doçuras terre-
nas, que eles os leiam e os apliquem
em si mesmos.
6 E aqueles que não entenderem o
Senhor, que não temerem a Deus,
que não o aceitarem, mas o rejeita-
rem, que não receberem os livros, um
terrível julgamento os aguarda.
7 Bendito o homem que suportar
seus encargos e arrastá-los com eles,
pois que serão aliviados no dia do
grande julgamento.
Enoque ensina que os filhos a não
jurem pelo céu ou pela terra
E AGORA, meus filhos, eu
vos digo que não jureis por
qualquer juramento, nem através do
céu nem através da terra, nem por
qualquer outra criatura que Deus
criou.
2 E Deus disse: não há nenhum
juramento em mim, nem injustiça,
mas verdade.
3 Se não há nenhuma verdade em
homens, os deixe jurar pelas pala-
vras, Sim, sim, ou então, Não, não.
4 E eu vos digo que não houve
nenhum homem no útero sua mãe
que antes não tivesse passado por um
lugar preparado para o repouso da-
quela alma, e uma medida foi fixada
quanto é planejado que um homem
seja processado neste mundo.
5 Vós, crianças, não se enganam,
para lá esteve previamente preparado
um lugar para toda alma de homem.
Deus pede que sejamos humildes,
que suportemos as agressões e os
insultos, e que não ofendamos as
viúvas e os órfãos
REGISTREI por escrito
toda obra realizada pelo ho-
mem e nenhum ser nascido na terra
pode permanecer escondido e nem
suas obras ocultas.
2 Vejo todas as coisas.
3 Portanto, meus filhos, na paci-
ência e na humildade, vivei os dias
de vossa existência para que possais
herdar a vida eterna.
4 Pelo amor ao Senhor, suportai
toda ofensa e insulto, toda maledi-
cência e agressão.
5 Se atos de injustiça forem co-
metidos em relação a vós, não retri-
buais ao próximo ou ao inimigo, pois
o Senhor o fará por vós e será o vos-
so vingador no dia do grande julga-
mento, para que não haja ato algum
de vingança entre os homens.
6 Aquele dentre vós que gastar
ouro ou prata pelo amor a seu irmão
49
50
102 2º ENOQUE, 51, 52, 53
receberá grandes recompensas no
mundo vindouro.
7 Não injurieis as viúvas, os ór-
fãos ou os estrangeiros, para que a ira
de Deus não se abata sobre vós.
Enoque instrui seus filhos a não
esconder tesouros na terra, mas
pede-lhes que deem esmolas aos
pobres
ESTENDEI a mão aos po-
bres de acordo com vossa
capacidade.
2 Não escondais vossa prata na
terra.
3 Ajudai o homem fiel na sua
aflição, e a aflição não vos encontra-
rá na hora do seu infortúnio.
4 E suportai qualquer provação
dolorosa e cruel que se abater sobre
vós pelo amor ao Senhor, e tereis
assim a vossa recompensa no dia do
julgamento.
5 E bom dirigir-vos de manhã, ao
meio-dia e à tarde à morada do Se-
nhor, para a glória do vosso criador.
6 Porque todo elemento que respi-
ra o glorifica, e toda criatura visível e
invisível dirige-lhe louvores.
Deus instrui seus fiéis de como eles
devem louvar seu nome
BENDITO é o homem que
abre seus lábios para louvar o
Deus dos Exércitos e louva o Senhor
com seu coração.
2 Maldito o homem que abrir seus
lábios para trazer desonra e calúnia a
seu próximo, porque ele traz Deus à
desonra.
3 Bendito aquele que abre seus
lábios bendizendo e louvando a
Deus.
4 Maldito é aquele diante do Se-
nhor todos os dias de sua vida, que
abre os lábios para amaldiçoar e abu-
sar.
5 Bendito aquele que bendiz todas
as obras do Senhor.
6 Maldito aquele que trouxer de-
sonra à criação do Senhor.
7 Bendito aquele que olhar para
baixo e levantar os que caíram.
8 Maldito aquele que espera ansi-
oso pela destruição daquilo que não é
seu.
9 Bendito aquele que mantém os
princípios de seus pais, construídos
com firmeza desde o começo.
10 Maldito aquele que perverte as
leis de seus antepassados.
11 Bendito aquele que implanta
paz e amor.
12 Maldito aquele que perturba
aqueles que amam a seu próximo.
13 Bendito aquele que fala com
humildade e coração a todos.
Outros conselhos
E AGORA, meus filhos, não
digais: Nosso pai está diante
de Deus, orando pelos nossos peca-
dos, pois não há quem possa ajudar
aquele que pecou.
2 Vistes como escrevi todas as
obras de cada homem, antes de sua
criação, tudo que é feito no meio dos
homens, em todos os tempos, e nin-
guém pode relatar meus manuscritos,
porque o Senhor vê toda a imagina-
ção dos homens, como eles são vai-
dosos, como mentem em seus cora-
ções.
3 E agora, meus filhos, guardai
51
52
53
2º ENOQUE, 54, 55, 56, 57, 58 103
bem todas as palavras de vosso pai,
que vos fala para que não vos arre-
pendais, dizendo: Por que nosso pai
não nos disse?
Enoque instrui seus filhos para que
passem seus livros a outros
NAQUELE tempo, não en-
tendendo isto, deixai que
esses livros que vos deixei sejam a
herança de vossa paz.
2 Dai-os a todos aqueles que os
quiserem, e ensinai-os a eles, para
que vejam as grandes e maravilhosas
obras do Senhor.
Enoque anuncia aos filhos, entre
lágrimas sua partida para com os
anjos
MEUS filhos, olhai, o dia do
meu prazo chegou.
2 Pois os anjos estão diante de
mim e apressam-me para que me
aparte de vós; estão diante de mim
aqui na terra, esperando pelo cum-
primento do que lhes foi dito.
3 Assim, amanhã irei para o céu, à
suprema Jerusalém, para a minha
eterna herança.
4 Por isso, peço que só deis prazer
diante da face do Senhor.
Matusalém pede a bênção de seu
pai, e que ele possa fazer comida
para que Enoque coma
RESPONDENDO a seu pai
Enoque, diz Matusalém: Que
é agradável a teus olhos, pai, que
possa eu fazer-te, para queque aben-
çoes nossa casa e teus filhos, e para
que tua família seja glorificada por
teu intermédio, para que depois disso
possas apartar-te de nós, como disse
o Senhor?
2 Enoque respondeu a seu filho
Matusalém e disse: Ouve, filho, des-
de o dia em que o Senhor ungiu-me
com o bálsamo de sua glória, para
mim não há mais comida, e minh'al-
ma não se lembra mais das alegrias
terrenas, nem tampouco desejo nada
que seja terreno.
Enoque pede a seu filho Matusalém
que reúna todos os seus irmãos
MEU filho Matusalém, reúne
todos os teus irmãos e todos
os de tua casa e os anciãos, que devo
falar-lhes e partir, como foi planejado
para mim.
2 E Matusalém apressou-se a reu-
nir seus irmãos Regim, Riman,
Uchan, Chermion, Gaidade e os an-
ciãos para que fossem ter com Eno-
que;
O ensinamento de Enoque a seus
filhos
E ELE abençoou-os, dizen-
do: Ouvi-me hoje, meus fi-
lhos.
2 Naqueles dias, quando o Senhor
desceu à terra por causa de Adão, e
visitou todas as suas criaturas, as
quais ele mesmo criou, antes de
Adão, o Senhor chamou todos os
animais da terra, todos os répteis, e
todos os pássaros que voam no ar, e
trouxe-os diante da face do nosso pai
Adão.
3 E Adão deu nome a todas as
coisas vivas da terra.
4 E o Senhor fê-lo o governante
de tudo, e submeteu todas as coisas a
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104 2º ENOQUE, 59, 60, 61
ele, e os fez embotados e estúpidos,
para que fossem comandados pelo
homem, sujeitos e obedientes a ele.
5 Assim também o Senhor criou
cada homem senhor de todas as suas
possessões.
6 O Senhor não julgará uma única
alma de animal por causa do homem,
mas condena as almas dos homens
por causa de seus animais neste mun-
do; pois o homem tem um lugar es-
pecial.
7 E como cada alma do homem é
contada em números, da mesma for-
ma os animais não perecerão, nem
todas as almas dos animais que o
Senhor criou, até o grande julgamen-
to, e eles irão acusar o homem, se ele
não cuidar bem deles.
Enoque instruí seus filhos para não
tocarem em carne imunda
QUEM se suja com a alma de
bestas, suja sua própria alma.
2 Para o homem se traz animais
limpos para fazer sacrifício para pe-
cado, para que ele possa ter a cura de
sua alma.
3 E se eles trazem para sacrifício
animais limpos, e pássaros, o homem
tem cura, ele cura sua alma.
4 Todos são determinados para
comida, desde de que ligue-os pelos
quatro pés, para que possa fazer bem
a cura e para curar sua alma.
5 Mas quem mata a besta sem fe-
ridas, mata sua própria alma e suja a
própria carne.
6 E aquele que faz qualquer dano
a uma besta, mesmo que tudo em
segredo, é prática má, e ele suja a sua
própria alma.
Aquele que faz dano à alma de outro
homem faz dano à sua própria alma
AQUELE que trabalha a
matança da alma de um ho-
mem, mata a sua própria alma, e mata
o seu próprio corpo, e não há nenhu-
ma cura para ele durante todo o tem-
po.
2 Aquele que põe um homem em
qualquer armadilha, aderirá nisto ele,
e não há nenhuma cura para ele du-
rante todo o tempo.
3 Aquele que põe um homem em
qualquer prisão, a retribuição dele
não estará querendo ao grande julga-
mento durante todo o tempo.
Enoque ensina seus filhos para se
manterem longe da injustiça
E AGORA, meus filhos,
mantenha seus corações longe
de toda injustiça que Deus odeia.
2 Da mesma maneira que um ho-
mem pede algo a sua própria alma de
Deus, assim o deixou fazer a toda
alma viva, porque eu sei todas as
coisas, como no grande tempo há de
vir muita herança preparada para
homens, bom para o bem, e ruim para
o mal, estas sem números.
3 Abençoado são esses que entram
em casas boas, pois nas casas ruins
não há nenhuma paz nem a volta
deles.
4 Ouvi, meus filhos, pequeno e
grande!
5 Quando o homem puser um
pensamento bom em seu coração, traz
frutos de seu trabalho diante da face
de Deus; e se as suas mãos não os
fizeram, então Deus virará sua
59
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61
2º ENOQUE, 62, 63, 64 105
face, então aquele homem não pode-
rá achar os frutos de suas mãos.
6 E se suas mãos fizerem o traba-
lho, mas seu coração murmura inces-
santemente, ele não terá toda vanta-
gem.
7 Mas se fizer o trabalho com
alegria de coração, Deus abençoará o
trabalho de suas mãos.
O perdão daqueles que retomam as
palavras antes do tempo
BEM-AVENTURADO o
homem que em sua paciência
traz seus dons com fé diante da face
do Senhor, porque ele vai encontrar o
perdão dos pecados.
2 Mas se ele retomar suas pala-
vras antes do tempo, não há arrepen-
dimento para ele; e se passar o tempo
e ele não de sua própria vontade o
que é prometido, não há arrependi-
mento após a morte.
3 Porque toda a obra que o ho-
mem faz antes do tempo, é tudo men-
tira diante dos homens, e pelo peca-
do, perante Deus.
Não menosprezar o pobre, mas
compartilhar igualmente com eles,
para que não seja murmurado con-
tra Deus
QUANDO o homem veste o
despido e enche o faminto,
ele vai encontrar recompensa de
Deus.
2 Mas, se há em seu coração a
murmuração, ele comete um duplo
mal; ruína de si mesmo e do que ele
dá; e para ele, não haverá encontro
de recompensa por conta disso.
3 E se o seu coração é preenchido
com sua comida e sua própria carne,
vestido com a sua própria roupa,
comete desprezo, e perderá toda a
sua resistência da pobreza, e não vai
encontrar recompensa de suas boas
ações.
4 Todo homem orgulhoso e gran-
diloquente é odiosa para o Senhor , e
toda a linguagem mentirosa, e vesti-
dos de inverdade; ele vai ser cortado
com a lâmina da espada da morte, e
lançada ao fogo, e arde durante todo
o tempo.
O Senhor chama Enoque, e o povo
resolve beijá-lo em um lugar cha-
mado Achuzan
QUANDO Enoque falou
essas palavras para seus fi-
lhos, todas as pessoas que moravam
longe e perto dali ouviram falar que
o Senhor estava chamando Enoque, e
decidiram ir e dar-lhe um beijo, e
dois mil homens se reuniram e foram
a Achuzan, onde estavam Enoque e
seus filhos.
2 E os anciãos e toda a assembleia
foram até lá e reverenciaram e beija-
ram Enoque dizendo:
3 Nosso pai Enoque, que possas
tu ser abençoado pelo Senhor, aquele
que governa eternamente, e agora
abençoe teus filhos e todo o povo,
pare que possamos ser glorificados
hoje diante de tua face.
4 Pois tu serás glorificado diante
da face do Senhor para todo o sem-
pre, desde que o Senhor te escolheu
entre todos os homens na terra, e
designou-te para que escrevesses
sobre toda a sua criação, visível e
invisível, e designou-te como o de
62
63
64
106 2º ENOQUE, 65, 66
redentor de todos os pecados do
mundo, e aquele que ajuda os de sua
casa.
As instruções de Enoque a seus
filhos
E ENOQUE respondeu a
todos dizendo: Ouvi, meus
filhos, antes de todas as criaturas
terem sido criadas, o Senhor criou o
visível e o invisível.
2 E Ele criou o homem à sua ima-
gem e semelhança, e pôs nele olhos
para ver, ouvidos para ouvir, coração
para refletir, e intelecto para delibe-
rar.
3 E o Senhor viu as obras do ho-
mem, e criou todas as suas criaturas,
e dividiu o tempo, e do tempo ele
fixou os anos, e dos anos os meses, e
dos meses.
4 Ele fixou os dias, e dos dias os
sete.
5 E deles, designou as horas, me-
diu-as com exatidão, para que o ho-
mem possa refletir sobre o tempo e
contar os anos, meses e horas, suas
alternâncias, início e fim, e para que
ele possa contar sua própria vida,
desde o início até a morte, e refletir
sobre seu pecado e ver se sua obra
foi boa ou má; porque nenhuma obra
ficará oculta diante do Senhor, e
todos os homens deverão conhecer
suas obras e jamais transgredir seus
mandamentos, e manter meus ma-
nuscritos de geração para geração.
6 Quando as criações visíveis e
invisíveis, tais como o Senhor as
criou, acabarem e cada homem for
para o grande julgamento, e os tem-
pos perecerem e os anos, por isso
mesmo, não mais existirem, e nem
mais os meses, os dias, as horas, pois
que ficarão todos juntos e não pode-
rão ser contados.
7 Haverá um regozijo, e todos os
justos que escaparem do grande jul-
gamento do Senhor serão unidos em
um grande regozijo, pois para os
justos o grande regozijo começará, e
viverão eternamente, e entre eles não
haverá trabalho braçal, doença, hu-
milhação, ansiedade, necessidade,
violência, noite, trevas, mas sim a
grande luz.
8 E eles terão uma grande e indes-
trutível muralha, e um brilhante e
incorruptível paraíso, pois que todas
as coisas corruptíveis passarão e
haverá vida eterna.
E AGORA, meus filhos,
mantenha suas almas longe
de toda a injustiça que Deus odeia.
2 Caminha diante da Sua face
com temor e tremor e sirva-o sozi-
nho.
3 Curva-se ao verdadeiro Deus,
não para ídolos mudos, mas curvar-
se à sua semelhança, e traze apenas
ofertas perante a face do Senhor. O
Senhor detesta o que é injusto.
4 O Senhor vê todas as coisas;
quando o homem toma o pensamento
em seu coração, então ele aconselha
os intelectos, e cada pensamento está
sempre diante do Senhor, que fez
firme a terra e colocou todas as cria-
turas sobre ele.
5 Se você olhar para o céu, o Se-
nhor está lá; se você tomar o pensa-
mento da-terra sob o mar e tudo, o
Senhor está lá.
65
66
2º ENOQUE, 65, 66 107
6 Para Deus que criou todas as
coisas. Não se curva para coisas fei-
tas por homem, enquanto deixando
Deus de toda a criação nenhum tra-
balho pode permanecer escondido
diante da face do Senhor.
7 Andai, meus filhos, na longa-
nimidade, na humildade, honestida-
de, na provocação, no sofrimento, na
fé e na verdade, nas promessas, na
doença, no abuso, em feridas, em
tentação, em nudez, na privação,
amando um ao outro, até você sair a
partir desta idade dos males, em que
vocês se tornarão herdeiros do tempo
infinito (vida eterna).
8 Bem-aventurados os justos que
escaparão do grande julgamento,
porque eles brilharão mais do que o
sétuplo sol, pois neste mundo a séti-
ma parte é retirada de todo, luz, escu-
ridão, alimento, prazer, tristeza, para-
íso , tortura, fogo, gelo e outras coi-
sas; ele colocou tudo para baixo, por
escrito, que você pode ler e compre-
ender.
O Senhor enviou trevas a terra, que
cobriram o povo e Enoque, e ele foi
levado às alturas, e a luz tornou ao
céu outra vez
QUANDO Enoque falou ao
povo, o Senhor enviou as
trevas para a terra, e as trevas se es-
tabeleceram, cobrindo aqueles ho-
mens que ali se encontravam falando
com Enoque, e Enoque foi levado
para o céu mais elevado, onde se
encontra o Senhor, que o recebeu e o
colocou diante de sua face, e as tre-
vas deixaram a terra, e a luz voltou
novamente.
2 Mas o povo viu e não entendeu
como Enoque foi levado para glorifi-
car a Deus, e eles encontraram um
pergaminho enrolado no qual estava
escrito: O Deus invisível, e todos
foram para casa.
ENOQUE havia nascido no
sexto dia do mês Tsivan, e
viveu trezentos e sessenta e cinco
anos.
2 Ele foi levado ao Céu no pri-
meiro dia do mês Tsivan e permane-
ceu ali sessenta dias.
3 Ele anotou todos esses sinais de
toda a criação, criada pelo Senhor, e
escreveu trezentos e sessenta e seis
livros, entregou-os a seus filhos e
permaneceu na terra trinta dias, sen-
do novamente levado para o Céu no
sexto dia do mês Tsivan, no dia e na
hora exata em que nascera.
4 Durante sua vida, o homem vê
sua própria natureza como algo vela-
do, obscuro, e assim também o são
sua concepção, nascimento e sua
despedida desta vida.
5 Na mesma hora em que ele é
concebido, ele nasce, naquela mesma
hora também morre.
6 Matusalém e seus irmãos, todos
filhos de Enoque, foram e ergueram
um altar na praça chamada Achuzan,
donde Enoque fora levado ao céu.
7 E todas as pessoas foram con-
vocadas, levaram bois sacrificiais e
os sacrificaram diante do Senhor.
8 Todas as pessoas, incluindo os
anciãos, e toda a assembleia vieram à
festa, trazendo presentes aos filhos
de Enoque.
9 E deram uma grande festa,
67
68
108 2º ENOQUE, 67, 68
regozijando-se e festejando durante
três dias, louvando a Deus que lhes
havia enviado um sinal através de
Enoque que conseguira a graça pe-
rante a Deus.
10 Todas as pessoas se regozija-
ram, pois que este sinal poderia ser
transmitido a seus filhos, de geração
para geração.
TERCEIRO LIVRO DE
ENOQUE
A visão da Carruagem de Luz a
QUANDO subi no céu para con-
templar a visão da Carruagem de
Luz e entrei nos seis salões, eram um
dentro do outro:
2 Assim que cheguei à porta do
sétimo salão, fiquei em silêncio dian-
te de Deus, e, levantando meus olhos
para o alto (ou seja, para a Divina
Majestade), eu disse:
3 Senhor do Universo, peço-Te,
que o mérito de Arão, filho de Anrão,
amante e perseguidor da paz, que
recebeu a coroa do sacerdócio que Tu
Rei da Glória deste a ele no monte do
Sinai, seja válido para mim nesta
hora, para que Cassiel b
, o príncipe e
os anjos que estão com ele não pos-
sam obter poder sobre mim, nem me
derrube dos céus.
4 Por fim, Deus, enviou-me Meta-
tron c
, seu servo o anjo, o príncipe da
presença, e ele, espalhando suas asas,
com grande alegria veio me encontrar
para me salvar da mão de Cassiel.
5 E ele me levou pela mão, e dis-
se-me: Entre em paz diante do altar
como um rei exaltado e veja a Carru-
agem de Luz.
6 Então entrei no sétimo salão, e
ele me levou à presença do Criador e
me colocou diante Dele, e me fez
contemplar a Carruagem de Luz.
7 Assim os príncipes da Carrua-
gem de Luz eram os serafins, flame-
jantes os quais me perceberam, eles
concentraram seus olhares para mim.
Instantaneamente temendo e tremen-
do fiquei apreendido e caí e fiquei
embaraçado pela imagem radiante
dos olhos e o esplêndido aspecto de
seus rostos; até que Deus repreendeu-
os, dizendo:
8 Meus servos, meus serafins,
meus querubins e meus ofanins, cu-
bram seus olhos diante meu servo,
meu amigo, meu amado e minha
glória, para que ele não tema e nem
estremeça!
9 Então Metatron, o príncipe da
1 a
Veiculo de Luz ou Merkaba é a carruagem de luz do ser humano, capaz de transportar o
espírito (em estágios mais avançados até o corpo físico) para outras dimensões.
b
Cassiel é o anjo conhecido por simplesmente observar os eventos do cosmos sem causar
grande interferência.
c
Metatron é um anjo serafim, na tradição judaica e em algumas tradições cristãs, sendo tido
como "O Anjo Supremo", Porta-voz Divino, mediador de Deus com a humanidade, e o Anjo da
Morte e da Vida.
1
3º ENOQUE, 2, 3, 4 109
presença, veio e restaurou meu espíri-
to e me colocou de pé.
10 Depois disso, não havia força
suficiente para dizer um louvor diante
do Trono do Rei da Glória, o mais
Poderoso de todos os reis, o mais
excelente de todos os príncipes, então
vi que uma hora já havia passado.
11 Depois de uma hora, Deus
abriu-me os portões da Sua Presença,
as portas da paz, as portas da sabedo-
ria, as portas da força, as portas do
poder, as portas da palavra, os por-
tões dos louvores, os portões das
orações, os portões dos cânticos.
12 E iluminou meus olhos e meu
coração com palavras de salmo, can-
ção, louvor, exaltação, ação de graça,
honra, glorificação, hino e elogio.
13 E quando eu abri minha boca,
proferindo um louvor diante de Deus,
ao Santo Verdadeiro que está abaixo
e acima do Trono da Glória e respon-
deu e disse: SANTO, SANTO, SAN-
TO e BENDITO SEJA A GLÓRIA
DE DEUS NESTE LUGAR!
As indagações dos anjos
NAQUELA hora, as águias da
Carruagem de Luz, os chamados
ofanins e serafins que consomem o
fogo perguntaram a Metatron, dizen-
do-lhe:
2 Juventude! Por que um nascido
de mulher entrou e contemplou a
Carruagem de Luz? Qual a sua nação,
de qual tribo é esse? Qual é o caráter
dele?
3 Metatron respondeu e disse-
lhes: Da nação de Israel a quem
Deus, escolheu para ser seu povo
entre as setenta línguas (nações), da
tribo de Levi, a quem ele estabeleceu
um laço como uma contribuição para
o seu nome e da semente de Arão, a
quem Deus escolheu o seu servo e
colocou sobre ele a coroa do sacerdó-
cio no Sinai.
4 Por fim, eles falaram e disseram:
Na verdade, este é digno de contem-
plar a Carruagem de Luz. E eles dis-
seram: Feliz é o povo que estão em
tal caso!
Metatron tem setenta nomes, mas
Deus o chama de Juventude
NAQUELA hora perguntei a
Metatron, o anjo, o príncipe da
presença: Qual é o teu nome?
2 Ele me respondeu: Tenho seten-
ta nomes, correspondendo às setenta
línguas do mundo e todos eles são
baseados no nome de Metatron, anjo
da Presença; mas meu Rei me chama
de Juventude.
Metatron é idêntico a Enoque, o que
foi trasladado para céu no momento
do dilúvio
PERGUNTEI a Metatron e dis-
se-lhe: Por que você é chamado
pelo Criador, por setenta nomes? Tu
és maior do que todos os príncipes,
mais altos do que todos os anjos,
amado mais do que todos os servos,
honrado acima de todos os poderosos
na realeza, grandeza e glória: por que
chamam de Juventude no alto céu?
2 Ele respondeu e disse-me: Por-
que sou Enoque, filho de Jarede.
3 Porque quando a geração da
inundação pecou e foi confundida em
seus feitos, dizendo a Deus: 1
“Afas-
ta-te de nós, porque não desejamos o
4 1
Jó 11:14;
2
3
4
110 3º ENOQUE, 5
conhecimento dos teus caminhos”,
então Deus me tirou do meio deles
para ser uma testemunha contra eles
no alto céu para todos os habitantes
do mundo, para que não digam: O
Misericordioso é cruel.
4 O que pecou todas aquelas mul-
tidões, suas esposas, seus filhos, suas
filhas, seus cavalos, suas mulas, seus
gados, seus bens, e todos os pássaros
do mundo, todos os quais Deus des-
truiu do mundo junto com eles nas
águas do dilúvio?
5 Daí Deus, me levantou na vida
deles antes de meus olhos fecharem
para ser uma testemunha contra eles
para o futuro mundo.
6 E Deus, me designou para ser
um príncipe e um governante entre os
anjos ministradores.
7 Naquela hora, três dos anjos mi-
nistradores, Samyaza, Azazel e Aza-
ziel vieram e levou acusações contra
mim nos altos céus, dizendo perante
Deus: Não disse os antigos (primei-
ros anjos caídos) diretamente a Ti:
Não crie homem!
8 Então Deus respondeu e disse-
lhes: 2
“Eu fiz e irei, sim, Eu irei,
entregarei e guardarei”.
9 Assim que me viram, disseram
perante Ele: Senhor do Universo! Por
que ele deve subir ao auge das altu-
ras? Ele não é um dos filhos daqueles
que pereceram nos dias do dilúvio? O
que faz ele na extensão do Céu?
10 Novamente Deus respondeu e
disse-lhes: O que vós sois? E que
dizem na Minha presença? Eu me
deleito nisso mais do que em todos
vós, e, portanto, ele deve ser um
príncipe e um governante sobre vós
no alto céu.
11 Por fim, todos se levantaram e
saíram ao encontro de mim, e honra-
ram-me e disseram: Tu és um bem-
aventurado, pois o Criador te favore-
ceu.
12 E por ser jovem e pequeno en-
tre eles, em dias, meses e anos, então
eles chamam-me de Juventude.
A idolatria do povo nos dias de Enos
inspirada em Samyaza, Azazel e
Azaziel
DESDE o dia em que Deus ex-
pulsou Adão do Jardim do Éden
(e em diante), Sua Presença estava
morando sobre um querubim sob a
Árvore da Vida.
2 E os anjos ministradores esta-
vam se reunindo e descendo do céu
em festas, de Glória nas divisões dos
céus em campos para fazer a vontade
de Deus em todo o mundo.
3 E o primeiro homem e sua gera-
ção estavam sentados fora do portão
do Jardim para contemplar a aparên-
cia radiante da Presença de Deus.
4 O esplendor de sua Glória atra-
vessou o mundo de um lado para o
outro (com um esplendor) trezentos e
sessenta e cinco mil vezes ao do glo-
bo do sol.
5 E todo aquele que sentiu o es-
plendor da Sua Presença, nele ne-
nhuma mosca e nenhum mosquito
descansou, nem sofreu nenhuma dor.
6 Nem os demônios conseguiram
o poder sobre ele, nem podiam feri-
los.
7 Quando Deus saiu e entrou: do
Jardim do Éden para a Glória, então,
2
Is. 46:4.
5
3º ENOQUE, 6 111
todos que viram o esplendor de Sua
Presença não foram feridos,
8 Até o tempo da geração de
Enos, que era o cabeça de todos os
adoradores ídolos do mundo.
9 E o que a geração de Enos fez?
Eles passaram de um extremo do
mundo para o outro, e cada um trou-
xe prata, ouro, pedras preciosas e
pérolas em montes como montanhas
e colinas tirando para si ídolos em
todo o mundo.
10 E ergueram os ídolos nas quar-
to partes do mundo: o tamanho de
cada ídolo era cem côvados.
11 E derrubaram o sol, a lua, os
planetas e as constelações, e os colo-
caram diante dos ídolos à sua direita
e à sua esquerda, para atendê-los,
mesmo estando diante de Deus, (eles
quiseram a comparar-se a Deus)
como está escrito: 1
“E todo o exérci-
to do céu estava de pé junto a Ele a
mão direita e à esquerda”.
12 Qual foi o poder neles que con-
seguiram derrubá-los?
13 Eles não teriam sido capaz de
derrubá-los, mas foi por causa de
Samyaza, Azazel e Azaziel, que lhes
ensinaram feitiçarias, os quais eles
derrubaram e fizeram uso deles.
14 Naquele tempo, os anjos minis-
tradores trouxeram acusações contra
eles a Deus, dizendo: Mestre do Uni-
verso! O que Tu tens a ver com os
filhos dos homens? Está escrito: 2 “
O
que é o homem (Enos) mortal para
que te lembres dele?” Mas Adão não
é descrito aqui, mas Enos, pois ele é
o chefe dos adoradores dos ídolos.
15 Por que deixaste o Altíssimo
dos céus, a morada do teu glorioso
Nome, e o Trono alto e exaltado na
extensão do sétimo céu, o mais alto,
indo, pois habitar com os filhos de
homens que adoram ídolos se tor-
nando iguais aos ídolos.
16 Agora Tu estás na terra e os
ídolos também. O que Tu tens a ver
com os habitantes da Terra que adora
ídolos?
17 Por fim, Deus levantou Sua
Glória da terra, e de seu meio.
18 Naquele momento vieram os
anjos ministradores, as tropas de
exércitos e os exércitos do Trono de
Deus em mil campos e dez mil anfi-
triões: eles buscaram trombetas e
tomaram os chifres em suas mãos e
cercou a Glória de Deus com todos os
tipos de canções.
19 E ele ascendeu ao alto dos
céus, como está escrito: 3
“Deus subiu
com um júbilo, o Senhor subiu ao
som de trombeta”.
Os protestos dos anjos respondidos
por Deus
QUANDO Deus desejou levan-
tar-me no alto, Ele primeiro en-
viou Anafiel a
o príncipe, e ele me
levou de seu meio à sua vista e me
levou sobre uma carruagem ardente
com cavalos ardentes, servos da gló-
ria.
2 E ele me levantou no alto céu
a
Anafiel é o chefe dos oito juízes da carruagem de luz. Ele mantém as chaves dos portões
perolados e também é o príncipe da água.
5 1
1 Reis 22:19; 2
Salmo 8:4; 3
Salmo 47:5
6
112 3º ENOQUE, 7, 8
junto com a Glória de Deus.
3 Assim que cheguei ao alto dos
céus, o Criador, os ofanins, os sera-
fins, os querubins, as rodas da Carru-
agem de Luz e os ministros do fogo
consumidor, percebendo o meu chei-
ro a uma distância de trezentos e
sessenta e cinco mil miríades de pa-
rasangs (21.900.000.000 km) e disse-
ram: Que cheiro de um nascido de
mulher através de uma gota branca b
,
porque sobe aqui no alto, pois ele é
meramente um mosquito entre aque-
les que ministram as chamas de fogo?
4 Então Deus respondeu e falou
com eles: Meus servos, meus exérci-
tos, meus querubins, meus ofanins e
meus serafins! Não fiquei desconten-
te por isso! Como todos os filhos dos
homens Me negaram e deixaram meu
grande Reino e foram após adorar os
ídolos, então tenho tirado minha Pre-
sença de entre eles e levei-a para o
alto. Mas este (Enoque) é um eleito
entre os habitantes do mundo, e ele é
igual a todos que praticam a fé, justi-
ça e perfeição da ação e Eu o peguei
como um tributo no mundo sob todos
os céus.
Enoque voou sobre as asas do vento
de Deus
QUANDO Deus me tirou da
geração do dilúvio, ele me levou
nas asas do vento da Sua Presença
até o mais alto paraíso e me levou
para os grandes palácios da extensão
do mais alto Céu, onde está o glorio-
so Trono de Glória, a Carruagem de
Luz, as tropas de fúria, exércitos de
veemência, as potestades do fogo, os
querubins flamejantes, os ofanins
ardentes, os criados flamejantes, o
dominações intermitente e os serafins
iluminantes.
2 E ele me colocou lá para atender
o Trono da Glória dia após dia.
Os portões dos tesouros do céu
aberto a Metatron
ANTES de me designar para
atender o Trono da Glória, Deus
abriu a mim:
2 Trezentos mil portões de Com-
preensão,
3 Trezentos mil portões de sutile-
za,
4 Trezentos mil portões da vida,
5 Trezentos mil portões de graça e
bondade amorosa,
6 Trezentos mil portões de amor,
7 Trezentos mil portões da lei,
8 Trezentos mil portões de mansi-
dão,
9 Trezentos mil portões de manu-
tenção,
10 Trezentos mil portões de mise-
ricórdia,
11 Trezentos mil portões de medo
do céu,
12 Naquela hora, Deus acrescen-
tou em mim a sabedoria para a sabe-
doria, entendimento para o entendi-
mento, sutileza para a sutileza, co-
nhecimento para o conhecimento,
misericórdia para a misericórdia,
piedade para a piedade, instrução
para a instrução, amor ao amor, bon-
dade para a bondade, bem para o
bem, mansidão para a mansidão,
poder para o poder, força para a
b
Gota branca: Sêmen
7
8
3º ENOQUE, 9, 10, 11 113
força, brilho até o brilho, beleza para
a beleza, o esplendor para o esplen-
dor, e fui honrado e encantado com
todas essas coisas boas e louváveis
mais do que todos os filhos do céu.
Enoque recebe bênçãos do alto e é
adornado com atributos angélicos
DEPOIS de todas estas coisas,
Deus colocou a mão sobre mim
e me abençoou com muitas bênçãos.
2 E fui criado e ampliado ao ta-
manho do comprimento e largura do
mundo.
3 E ele causou setenta e duas asas
para crescer em mim, trinta e seis de
cada lado. E cada asa era como o
todo mundo.
4 E ele fixou em mim trezentos e
sessenta e cinco olhos: cada olho era
como a grande luminária.
5 E Ele não deixou nenhum tipo
de esplendor, brilho, radiante, beleza
em de todas as luzes do universo que
Ele não corrigiu em mim.
Deus coloca Metatron como
governante sobre todos os príncipes
dos reinos céu
TUDO isso, Deus fez para
mim: Ele me fez um trono,
semelhante ao Seu Trono de Glória.
2 E espalhou sobre mim uma cor-
tina de esplendor e aparência brilhan-
te, de beleza, graça e misericórdia,
semelhante à cortina do Trono de
Glória; e foram firmados todos os
tipos de luzes no universo.
3 E Ele colocou-me na porta do
Sétimo Salão e me assentou.
4 E o mensageiro foi para todos os
céus, dizendo: Este é Metatron, meu
servo, Eu fiz dele um príncipe e um
governante sobre todos os príncipes
dos meus reinos e sobre todos os
filhos do céu, exceto os oito grandes
príncipes, os honrados e reverencia-
dos que se chamam Jeová, igual ao
nome do seu Rei.
5 E todo anjo e todo príncipe que
tem uma palavra para falar diante da
Minha presença, antes devem ir na
presença dele (Metatron) e deve falar
com ele primeiro.
6 E cada comando que ele lhe
proclamar em Meu Nome observa e
cumpre.
7 Para o Príncipe da Sabedoria e o
Príncipe do Entendimento eu tenho
comprometido com ele para instruí-lo
na sabedoria de coisas celestiais e
coisas terrenas, na sabedoria deste
mundo e do mundo vindouro.
8 Além disso, coloquei-o sobre
todos os tesouros dos palácios da
Glória e sobre todas as tendas da vida
que tenho no alto Céu.
Deus revela todos os mistérios e
segredos para Metatron
DORAVANTE, Deus reve-
lou-me todos os mistérios da
lei e todos os segredos de sabedoria e
todas as profundezas da Lei Perfeita;
e pensamentos de coração e de todos
os seres vivos.
2 Todos os segredos do universo e
todos os segredos da Criação foram
revelados para mim.
3 E vi atentamente e contemplei
os segredos da profundidade e do
maravilhoso mistério. Antes que o
homem pensasse em segredo, vi, e
antes que um homem fizesse alguma
9
10 11
114 3º ENOQUE, 12, 13, 14
coisa que eu vi.
4 E não havia nada no alto nem no
fundo escondido de mim.
Deus coloca uma roupa de glória em
Metatron e o coroa
POR causa do amor com que
Deus me amou mais do que
todos os filhos do céu, Ele me fez
uma roupa de glória sobre a qual
foram colocados todos os tipos de
luzes, e Ele me vestiu.
2 E Ele me fez uma túnica de hon-
ra sobre a qual foram colocados todos
os tipos de beleza, esplendor, brilho e
majestade.
3 E Ele me fez uma coroa real na
qual foram colocadas quarenta e nove
pedras esplendorosas como a luz do
globo do sol.
4 Tal esplendor atingiu os quatro
cantos da extensão dos Céus, através
dos sete céus, e nos quatro cantos do
mundo. E Ele colocou na minha ca-
beça.
5 E Ele me chamou na presença
de toda a sua casa celestial; como
está escrito: 1
“Pois meu nome está
nele”.
Deus escreve na coroa de Metatron
Cartas enviadas
POR causa do grande amor e
misericórdia de Deus, Ele
amou e me apreciou mais do que
todos os filhos do céu, e escreveu
com um estilo flamejante sobre a
coroa na minha cabeça e com as le-
tras pelas quais foram criados os céus
e a terra, os mares e os rios, as mon-
tanhas e os montes, os planetas e as
constelações, os relâmpagos, os ven-
tos, os terremotos e as vozes (tro-
vões), neve e granizo, tempestade; as
letras pelas quais foram criadas todas
as necessidades do mundo e todas as
ordens da Criação.
2 E foram enviadas cartas, uma
após a outra, como relâmpagos, outra
hora eram como tochas, outra vez
eram como chamas de fogo, outra vez
eram (raios) como a ascensão do sol
e a lua e os planetas.
O temor dos príncipes diante de
Metatron – Anjos elementares
QUANDO Deus colocou esta
coroa na minha cabeça, então
tremia diante Dele e de todos os prín-
cipes dos Reinos que estão no auge
da extensão dos Céus e todas as hos-
tes de todos os céus; e até os prínci-
pes da Elim (Arvore Sagrada), os
príncipes de Erellim (anjos valentes)
e os príncipes dos Tafsarim, que são
maiores do que todos os anjos minis-
tradores que ministraram diante do
Trono da Glória, tremiam, temiam e
tremeu diante de mim quando me
viram.
2 Mesmo Samael, o príncipe dos
acusadores, que é maior do que todos
os príncipes dos reinos do Alto; temia
e tremia diante de mim.
3 E até o anjo do fogo, e o anjo do
granizo, e o anjo do vento, e o anjo
do relâmpago, e o anjo da ira, e o
anjo do trovão, e o anjo da neve, e o
anjo da chuva; e o anjo do dia, e o
anjo da noite, e o anjo do sol e o anjo
da lua e o anjo dos planetas e o anjo
das constelações que governam o
12 1
Ex. 23:21
12
13
14
3º ENOQUE, 15, 16 115
mundo sob as mãos, temeram e tre-
miam e ficaram espantados diante de
mim, quando me viram.
4 Estes são os nomes dos gover-
nantes do mundo: Gabriel, o anjo do
fogo, Baradiel, o anjo do granizo,
Ruhiel, que é nomeado sobre o vento,
Baraquiel, que é nomeado sobre os
relâmpagos, Zaamiel que é nomeado
sobre a veemência, Ziquiel que é
nomeado sobre as faíscas, Ziiel que é
nomeado sobre a agitação, Zafiel que
é nomeado sobre o vento de tempes-
tade, Raamiel que é nomeado pelos
trovões, Rachiel, que é nomeado
durante o terremoto, Salgiel que é
nomeado sobre a neve, Matariel, que
é nomeado pela chuva, Sansiel, que é
nomeado sobre o dia, Leliel que é
nomeado sobre a noite, Galgaliel, que
é nomeado no globo da sol, Ofaniel,
que é nomeado no globo da lua,
Kokabiel, que é nomeado sobre o
planetas, Rahatiel, que é nomeado
sobre as constelações.
5 E todos ficaram prostrados,
quando me viram.
6 E eles não conseguiram me ver
por causa da glória majestosa e a
beleza da aparência da luz brilhante
da coroa de glória sobre a minha
cabeça.
Metatron transforma-se em fogo
ASSIM que Deus me levou à
Seu serviço para atender o
Trono da Glória e as Rodas da carru-
agem de Luz e as necessidades de
Sua Glória, imediatamente minha
carne transformou-se em chamas,
meus nervos em fogo flamejante,
meus ossos em brasas de zimbro em
chamas, a luz das minhas lâminas dos
olhos em esplendor de relâmpagos,
minhas pupilas dos olhos em marcas
de fogo, o cabelo da minha cabeça
em chamas pontiagudas, todos os
meus membros em asas de fogo ar-
dente e todo o meu corpo em fogo
incandescente.
2 E à minha direita estavam as di-
visões de chamas ardentes, e na mi-
nha esquerda as marcas de fogo que
estavam queimando em círculo.
3 Sobre mim tempestade e mais
tempestade estavam soprando e na
minha frente e atrás de mim estava
rugindo o de trovão com terremoto.
Metatron teve privilégio de presidir
um trono próprio
NO INÍCIO eu estava senta-
do em um grande trono na
porta do Sétimo Salão; e eu estava
julgando os filhos do céu, no lar ce-
lestial pela autoridade de Deus.
2 Então recebi de Deus a grande-
za Divina, Realeza, Dignidade, Go-
vernança, Honra, Louvor, Dádivas e
Coroa de Glória diante de todos os
príncipes dos reinos, enquanto eu
presidia sentado no Tribunal Celesti-
al, os príncipes dos reinos estavam
diante de mim, à minha direita e à
minha esquerda pela autoridade de
Deus.
3 Mas quando Samyaza veio con-
templar a visão da Carruagem de
Fogo e fixou seus olhos em mim, ele
temeu e tremeu diante de mim e sua
alma ficou assustada, mesmo que se
afastasse dele, por causa do medo,
horror e medo de mim, quando ele
me viu sentado em um trono como
15
16
116 3º ENOQUE, 17
um rei com todo o ministério dos
anjos que estão junto a mim como
meus servos e todos os príncipes dos
reinos adornados com coroas em
torno de mim.
4 Naquele momento ele abriu a
boca e disse: Na verdade, existem
dois poderes divinos no céu?!
5 Imediatamente uma Voz Divina
saiu do céu diante da Glória de Deus
e disse: 1
Voltai, ó filhos rebeldes,
exceto Samyaza!
6 Então veio Haniel, o príncipe, o
honrado, glorificado, amado, maravi-
lhoso, reverenciado e temeroso, em
incumbência de Deus e me deu ses-
senta golpes com cílios de fogo e me
fez ficar de pé.
Os príncipes dos sete céus
ENTÃO são sete os prínci-
pes, os grandes, lindos, reve-
renciados, maravilhosos e honrados
que são nomeados pelos sete céus.
2 E estes são eles: Miguel, Gabri-
el, Salatiel, Sidriel, Uriel, Baraquiel,
Fanuel.
3 E cada um deles é um príncipe
anfitrião do céu.
4 E cada um deles são acompa-
nhados por quatrocentos e noventa e
seis mil miríades de anjos ministrado-
res.
5 Miguel, o grande príncipe, é
nomeado no sétimo céu, o mais alto,
que está em Avarot “excelência dos
céus”.
6 Gabriel, príncipe anfitrião, é
nomeado no sexto céu que está em
Makon “habitação dos fenômenos da
natureza”.
7 Salatiel, príncipe anfitrião, é
nomeado no quinto céu que está em
Ma’on “habitação musical”.
8 Sidriel, príncipe do anfitrião, é
nomeado no quarto céu que está em
Zebul “habitação gloriosa”.
9 Uriel, príncipe anfitrião, é no-
meado no terceiro céu que está em
Shehaqim “nuvens”.
10 Baraquiel, príncipe anfitrião, é
nomeado no segundo céu que está no
auge do firmamento.
11 Fanuel, príncipe anfitrião, é
nomeado no primeiro céu que está
em Wilon “cortina”, que está no céu.
12 Sob eles está Galgaliel, o prín-
cipe que é nomeado no globo do sol,
e com ele estão noventa e seis gran-
des e honrados anjos que movem o
sol no firmamento.
13 Sob eles está Ofaniel, o prínci-
pe que é colocado sobre o globo da
lua. E com ele são oitenta e oito anjos
que movem os trezentos e cinquenta
e quatro mil parasangs (2.124.000
km) do globo da lua todas as noites
no tempo em que a lua está no oriente
em seu ponto de viragem.
14 E quando a lua está no oriente
em seu ponto de viragem? Ela está
no ponto de viragem no décimo quin-
to dia de cada mês.
15 Sob eles está Rahatiel, o prín-
cipe que é nomeado sobre as conste-
lações.
16 E ele está acompanhado por se-
tenta e dois grandes e honrados anjos.
17 E por que ele é chamado
Rahatiel? Porque ele faz as estrelas
correrem em suas órbitas a cursos de
trezentos e trinta e nove mil
16 1
Jer. 3:22
17
3º ENOQUE, 18 117
parasangs (2.034.000 km) a cada
noite do leste ao oeste, e do oeste ao
leste.
18 Então Deus fez uma câmara
para todos eles, para o sol, a lua, os
planetas e as estrelas nas quais eles
viajam noite do oeste a leste.
19 Sob eles está Kokabiel, o prín-
cipe que é nomeado em todos os pla-
netas.
20 Sob eles está Kokabiel, o prín-
cipe que é nomeado em todos os pla-
netas.
21 E com ele estão trezentos e
sessenta e cinco mil miríades
(3.650.000.000) de anjos ministrado-
res, grandes e honrados que movem
os planetas da cidade para cidade e de
província a província no firmamento
dos céus.
22 E sobre eles são setenta e dois
príncipes do reino do alto correspon-
dentes as setenta e duas línguas do
mundo.
23 E todos coroados com coroas
reais e vestidos com roupas reais e
embrulhado em capas reais.
24 E todos eles estão andando em
cavalos reais e eles estão segurando
cetro real em suas mãos.
25 E diante de cada um deles
quando eles estão viajando no firma-
mento, servos reais estão correndo
com grande glória e majestade, tal
como na terra, eles (os príncipes)
estão viajando nas carruagens com
cavaleiros e grandes exércitos e em
glória e grandeza com louvor, canção
e honra.
A ordem dos anjos e suas
repartições
OS ANJOS do primeiro céu,
quando eles veem seu prínci-
pe, eles descem de seus cavalos e
caem em seus rostos.
2 E o príncipe do primeiro céu,
quando ele vê o príncipe do segundo
céu, ele desce de seu cavalo, remove
a coroa de glória de sua cabeça e cai
sobre seu rosto.
3 E o príncipe do segundo céu,
quando ele vê o príncipe do terceiro
céu, ele desce de seu cavalo e remove
a coroa de glória de sua cabeça e cai
sobre seu rosto.
4 E o príncipe do terceiro céu,
quando ele vê o príncipe do quarto
céu, ele desce de seu cavalo e remove
a coroa de glória de sua cabeça e cai
sobre seu rosto.
5 E o príncipe do quarto céu,
quando ele vê o príncipe do quinto
céu, ele desce de seu cavalo e remove
a coroa de glória de sua cabeça e cai
sobre seu rosto.
6 E o príncipe do quinto céu,
quando ele vê o príncipe do sexto
céu, ele desce de seu cavalo e remove
a coroa de glória de sua cabeça e cai
sobre seu rosto.
7 E o príncipe do sexto céu, quan-
do ele vê o príncipe do sétimo céu,
ele desce de seu cavalo e remove a
coroa de glória de sua cabeça e cai
sobre seu rosto.
8 E o príncipe do sétimo céu,
quando ele vê os setenta e dois prín-
cipes dos reinos, ele desce de seu
cavalo e remove a coroa de glória de
sua cabeça e cai sobre seu rosto.
9 E os setenta e dois príncipes dos
reinos, quando veem os governantes
da primeira porta da sala no sétimo
18
118 3º ENOQUE, 18
céu o mais elevado, eles descem de
seus cavalos e removem a coroa real
de seus cabeça e caem sobre seus
rostos.
10 E os governantes da porta do
primeiro salão, quando veem os go-
vernantes da porta do segundo salão,
eles removem a coroa de glória de
sua cabeça e caem sobre seus rostos.
11 E os governantes da porta do
segundo salão, quando veem os go-
vernantes da porta do terceiro salão,
eles removem a coroa de glória de
sua cabeça e caem em seus rostos.
12 E os governantes da porta do
terceiro salão, quando eles veem os
governantes da porta do quarto salão,
eles removem a coroa de glória de
sua cabeça e caem sobre seus rostos.
13 E os governantes da porta do
quarto salão, quando eles veem os
governantes da porta do quinto salão,
eles removem a coroa de glória de
sua cabeça e caem sobre seus rostos.
14 E os governantes da porta do
quinto salão, quando veem os gover-
nantes do sexto salão, eles removem
a coroa de glória de sua cabeça e
caem sobre seus rostos.
15 E os governantes da porta do
sexto salão, quando veem os gover-
nantes de porta do sétimo salão, eles
removem a coroa da glória de sua
cabeça e caem sobre seus rostos.
16 E os guardas da porta do séti-
mo salão, quando veem os quatro
grandes príncipes, os honrados, a
quem foram nomeados para os quatro
cantos da Glória de Deus, eles remo-
vem as coroas da glória de sua cabeça
e caem sobre seus rostos.
17 E os quatro grandes príncipes,
quando veem Tagas a
, o príncipe,
excelente e honrado com música e
louvor, à frente de todos os filhos do
céu, eles removem a coroa de glória
da cabeça deles e caem sobre seus
rostos.
18 E Tagas como, o grande e hon-
rado príncipe, quando vê Baratiel, o
grande príncipe de três dedos no alto
céu, o céu mais elevado, ele remove a
coroa de glória de sua cabeça e cai
sobre seu rosto.
19 E Baratiel, o grande príncipe,
quando vê Hamon, o grande príncipe,
o temível e honrado, agradável e
terrível que faz tremer todos os filhos
do céu, quando o tempo se aproxima,
como está escrito: 1
"No barulho do
tumulto (Hamon) os povos fugiram; e
ao levantar-se, as nações serão espa-
lhadas." Ele (Baratiel) remove a co-
roa de glória da cabeça e cai sobre
seu rosto.
20 E Hamon, o grande príncipe,
quando vê Tatrasiel, o grande prínci-
pe, ele remove o coroa de glória de
sua cabeça e cai sobre seu rosto.
21 E Tatrasiel, o grande príncipe,
quando vê Atrugiel, o grande prínci-
pe, ele remove o coroa de glória de
sua cabeça e cai sobre seu rosto.
22 E Atrugiel, o grande príncipe,
quando vê Naaririel, o grande prínci-
pe, ele remove o coroa de glória de
sua cabeça e cai sobre seu rosto.
23 E Naaririel, o grande príncipe,
a
Tagas: anjo maestro dos anjos nos coros
18 1
Isa. 33:3
3º ENOQUE, 18 119
quando vê Sasnigiel, o grande prínci-
pe, ele remove a coroa de glória da
sua cabeça e cai sobre seu rosto.
24 E Sasnigiel, o grande príncipe,
quando vê Zazriel, o grande príncipe,
ele remove a coroa de glória de sua
cabeça e cai sobre seu rosto.
25 E Zazriel, o príncipe, quando
ele vê Geburatiel, o príncipe, ele re-
move a coroa de glória de sua cabeça
e cai sobre seu rosto.
26 E Geburatiel, o príncipe, quan-
do vê Arafiel, o príncipe, ele remove
a coroa de glória de sua cabeça e cai
sobre seu rosto.
27 E Arafiel, o príncipe, quando
vê Ashrulyai, o príncipe, que preside
sobre todas as hierarquias dos filhos
do céu, ele remove a coroa de glória
da cabeça dele e cai sobre seu rosto.
28 E Ashrulyai, o príncipe, quan-
do vê Galisur, o príncipe, que revela
todos os segredos da lei, ele remove a
coroa de glória de sua cabeça e cai
sobre seu rosto.
29 E Galisur, o príncipe, quando
vê Zakzakiel, o príncipe nomeado
para que anote os méritos de Israel no
Trono da Glória, ele remove a coroa
de glória da cabeça dele e cai sobre
seu rosto.
30 E Zakzakiel, o grande príncipe,
quando vê Anafiel, o príncipe que
guarda as chaves dos salões celesti-
ais, ele remove a coroa de glória da
cabeça dele e cai sobre seu rosto.
31 Por que ele é chamado pelo
nome de Anafiel? Porque o ramo de
sua honra e majestade e sua coroa e
seu esplendor e seu brilho cobrem
(ofuscam) todas as câmaras da exten-
são do sétimo céu, o mais elevado,
como o Criador do Mundo.
32 Assim como está escrito sobre
o Criador do mundo: 2
"Sua glória
cobriu os céus, e a terra estava cheia
de louvor”, mesmo assim a honra e a
majestade de Anafiel cobrem todas as
glórias da extensão do sétimo céu o
mais alto.
33 E, quando Anafiel vê Ashael, o
príncipe, o grande, corajoso e honra-
do, ele remove a coroa de glória de
sua cabeça e cai sobre seu rosto.
34 Por que ele é chamado de As-
hael? Porque ele é nomeado sobre as
quatro cabeças do rio ardente diante
do Trono da Glória; e todo príncipe
que sai ou entra diante da habitação
de Deus, sai ou entra apenas por sua
permissão. Pois os focos do rio ar-
dente lhe são confiados.
35 E, além disso, seu auge é de se-
te mil miríades de parasangs
(420.000.000 km).
36 E ele agita o fogo do rio e entra
e sai diante da habitação de Deus
para expor o que está escrito (grava-
do) sobre os habitantes do mundo. De
acordo com que está escrito: 3
"o jul-
gamento foi estabelecido e os livros
foram abertos".
37 E Ashael, o príncipe, quando
vê Soquedeziel, o grande príncipe, o
poderoso, terrível e honrado, ele re-
move a coroa de glória de sua cabeça
e cai sobre seu rosto.
38 E por que ele é chamado So-
quedeziel? Porque ele pesa todos os
méritos (do homem) em uma balança
na presença de Deus.
39 E, quando Soquedeziel vê
2
Hab. 3:3; 3
Dan. 7:10.
120 3º ENOQUE, 18
Zehanpuriel, o grande príncipe, o
poderoso e terrível, honrado, glorifi-
cado e temido em toda a casa celesti-
al, ele remove a coroa de glória da
cabeça dele e cai sobre seu rosto.
40 Por que ele é chamado Zehan-
puriel? Porque ele repreende o rio
ardente e o empurra de volta ao seu
lugar.
41 E, quando Zehanpuriel vê Az-
rael, o grande príncipe, glorificado,
reverenciado, honrado, adornado,
maravilhoso, exaltado, amado e te-
mido entre todos os grandes príncipes
que conhecem o mistério do Trono da
Glória, ele tira a coroa da glória da
cabeça dele e cai sobre seu rosto.
42 Por que ele é chamado Azrael?
Porque no futuro ele irá vestir os
justos e piedosos do mundo com as
roupas de justiça e as envolva no
manto de justiça, para que possam
viver nelas uma vida eterna.
43 E quando Azrael vê os dois
grandes príncipes, os fortes e glorifi-
cados que estão acima dele, ele re-
move a coroa de glória de sua cabeça
e cai sobre seu rosto.
44 E estes são os nomes de os dois
príncipes: Soferiel, o grande príncipe,
o homenageado, glorificado, irrepre-
ensível, venerável, antigo e poderoso;
e Soperiel, o grande príncipe, o ho-
menageado, glorificado, irrepreensí-
vel, antigo e poderoso.
45 Por que ele é chamado de Sofe-
riel? Porque ele é nomeado sobre os
livros dos mortos: para que todos,
quando o dia de sua morte se aproxi-
mar, ele o escreve nos livros dos
mortos.
46 Por que ele é chamado Soperi-
el? Porque ele é nomeado sobre os
livros dos vivos (da vida), para que
todo aquele que nasce, ou seja, entra-
rá na vida, ele o escreve no livro dos
vivos (da vida), pela autoridade do
Metraton.
47 Então Deus está sentado em
um Trono, e eles estão em pé escre-
vendo, como está escrito: 4
"Vi ao
Senhor assentado sobre seu trono, e
todo o exército do céu estava junto a
ele, à sua mão direita e à esquerda".
48 "O exército dos céus" é dito
para mostrar-nos, que mesmo os
grandes príncipes, não há quem no
alto dos céus, que não cumprem os
pedidos da Glória de Deus senão de
pé. Mas como é possível que eles
sejam capazes de escrever, quando
estão em pé?
49 É assim: Um está de pé sobre
as rodas da tempestade e o outro está
parado nas rodas do vento de tempes-
tade.
50 Ambos estão vestidos de rou-
pas.
51 Ambos estão envoltos em um
manto de majestade, ambos estão
coroados com uma coroa real e am-
bos os corpos estão cheios de olhos.
52 A aparência de um é como o a
perseguição de relâmpagos e a apa-
rência do outro é parecida com a
aparência de relâmpagos.
53 Os olhos de um são como o sol
em seu poder, e os olhos do outro são
como o sol em seu interior.
54 Ambos a estatura são como a
altura dos sete céus, e ambos as asas
são como muitos dias do ano.
4
1 Reis 12:19; 2 Crôn. 18:18
3º ENOQUE, 19 121
55 As asas de um se estendem so-
bre a largura da extensão do céu, e as
asas do outro se estendem ao longo
do comprimento da extensão do céu.
56 Os lábios de um, são como as
portas do oriente, e os lábios do outro
são como as portas do ocidente.
57 E ambas suas línguas são tão
altas como as ondas do mar, e de suas
bocas saem como uma chama. Da
boca deles saem luzes, o suor de um é
como incêndio, e da transpiração do
outro é como fogo aceso.
58 De suas línguas saem como to-
chas que estão queimando.
59 Nas suas cabeças há uma pedra
de safira, e nos seus ombros há uma
roda de um querubim rápido.
60 Um tem na mão um rolo quei-
mado, o outro tem na mão um per-
gaminho queimado, e eles têm na
mão um estilo flamejante.
61 O comprimento do pergaminho
é de três mil miríades de parasangs
(180.000.000 km); o tamanho do
estilo é três mil miríades de para-
sangs (180.000.000 km); o tamanho
de cada letra que eles escrevem é
trezentos e sessenta e cinco parasangs
(2.190 km).
Rikbiel, o príncipe das rodas da
Carruagem de Luz
ENTÃO acima destes há três
anjos, os grandes príncipes e
há um Príncipe, distinguido, honrado,
nobre, glorificado, adornado, temero-
so, valente, forte, excelente, amplia-
do, glorioso, coroado, maravilhoso,
exaltado, irrepreensível, amado e
poderoso, como a quem não existe
entre os príncipes. Seu nome é Rikbi-
el, o grande e venerado príncipe que
está de pé junto a Carruagem de Luz.
2 E por que ele é chamado Rikbi-
el? Porque ele é nomeado sobre as
rodas da Carruagem de Luz, e elas
são entregues a seu cargo.
3 E quantas são as rodas? Oito;
duas em cada direção.
4 E há quatro ventos cercando-os
ao redor.
5 E estes são os seus nomes: “o
Vento de Tempestade”, “a Tempesta-
de”, “o Vento forte”, e “o Vento do
Terremoto”.
6 E sob eles, quatro rios ardentes
estão correndo continuamente, um rio
ardente de cada lado.
7 E o círculo sobre eles, entre os
rios, estão quatro nuvens plantadas
(colocadas), e estas são: "nuvens de
fogo", "nuvens de lâmpadas", "nu-
vens de brasas", "nuvens de enxofre"
e estão de pé sobre as suas rodas.
8 E os pés das criaturas vivas es-
tão descansando sobre as rodas. E
entre uma roda e outra o terremoto
está rugindo e o trovão está trovejan-
do.
9 E quando se aproxima o tempo
do recital da Canção, então as multi-
dões de rodas são movidas, a multi-
dão de nuvens treme, todos os chefes
tremem com medo, todos os cavalei-
ros estremecem, todos os poderosos
ficam extasiados, todos os anfitriões
são aterrorizados, todas as tropas
estão com medo, todos os apontados
apressam-se, todos os príncipes e os
exércitos ficam consternados, todos
os criados diminuem e todos os anjos
e divisões trabalham com temor.
10 E uma roda faz ouvir um som
19
122 3º ENOQUE, 20, 21, 22
para o outra e um querubim para
outro, uma criatura para outra, um
serafim para outro dizendo: 1
"Exaltai
ao Senhor, nosso Deus, e prostrai-vos
ante o escabelo de seus pés, porque
ele é Santo”.
Chayliel, o príncipe das criaturas
vivas
ENTÃO acima destes, há um
grande e poderoso príncipe. O
nome dele é Chayliel, um nobre prín-
cipe reverenciado, um príncipe glori-
oso e poderoso, um grande e venera-
do príncipe, um príncipe o qual todos
os filhos do céu tremem, um príncipe
capaz de engolir toda a terra em um
momento (em um bocado).
2 E por que ele é chamado Chay-
liel? Porque ele é nomeado sobre as
santas criaturas vivas e as açoita com
cílios de fogo; e os glorifica, quando
eles louvam e gloriam e regozijando-
se, faz com que eles se apresentem
para dizer “Santo e Bendito seja a
Glória de Deus neste Lugar!”
As Criaturas Vivas
ENTÃO são quatro as Cria-
turas Vivas correspondente
aos quatro ventos.
2 Cada Criatura é como o espaço
do mundo inteiro. E cada um tem
quatro faces; e cada face é como a
face do Oriente.
3 Cada um tem quatro asas e cada
asa é como a cobertura (telhado) do
universo.
4 E cada um tem rostos no meio
dos rostos e asas no meio das asas.
5 O tamanho do faces é como o
tamanho de duzentas e quarenta e
oito faces e o tamanho das asas é
como o tamanho de trezentas e ses-
senta e cinco asas.
6 E cada um é coroado com duas
mil coroas em sua cabeça.
7 E cada coroa é como o arco na
nuvem. E o seu esplendor é como o
esplendor do globo do sol.
8 E as faíscas que saem de cada
um são como o esplendor da estrela
da manhã (estrela d’Alva) no Oriente.
Querubiel, o príncipe dos querubins
ENTÃO acima deste, há um
príncipe, nobre, maravilhoso,
forte e louvado com todo o louvor.
2 Seu nome é Querubiel, um po-
deroso príncipe, cheio de poder e
força, um príncipe de alteza, e alteza
é com ele, um príncipe justo e justiça
é com ele, um santo príncipe e santi-
dade é com ele, um príncipe glorifi-
cado por mil exércitos, exaltado por
dez mil exércitos.
3 Na sua ira, a terra treme, na sua
ira os campos são movidos, pelo me-
do dele as bases são abaladas, ao
repreender o céu ele estremece.
4 Sua estatura está cheia de car-
vões (queimados).
5 O auge de sua estatura é como o
auge dos sete céus e a amplitude de
sua estatura é como a amplitude dos
sete céus e a espessura da sua estatura
é como os sete céus.
6 A abertura de sua boca é como
uma lâmpada de fogo. Sua língua é
um fogo consumidor.
7 Suas sobrancelhas são como o
esplendor do relâmpago.
19 1
Sal. 99:5
20
21
22
3º ENOQUE, 22 123
8 Seus olhos são como faíscas de
brilho. O seu semblante é como fogo
ardente.
9 E há uma coroa de santidade so-
bre a cabeça em que (coroa) o Nome
explícito é esculpido, e os relâmpa-
gos saíram disso. E o arco da Glória
está entre seus ombros.
10 E a sua espada é semelhante a
um raio; e em cima de seus lombos
há flechas como uma chama e sobre a
sua armadura e escudo há um fogo
consumidor, e sobre o pescoço dele
há carvões de queima zimbro e tam-
bém ao redor dele existem carvões de
zimbro em chamas.
11 E o esplendor da Glória está no
rosto dele; e os chifres de majestade
em suas rodas; e uma real diadema
em sua coroa.
12 E seu corpo está cheio de
olhos.
13 E as asas estão cobrindo toda a
sua alta estatura iluminada.
14 À sua direita há uma chama
queimando, e à sua esquerda está
aceso um fogo; e as brasas estão
queimando.
15 E braços de fogo saem do seu
corpo.
16 E os relâmpagos são lançados
de seu rosto.
17 Com ele há sempre trovões so-
bre os trovões, ao seu lado há terre-
moto no terremoto (dentro).
18 E os dois príncipes da Carrua-
gem de Luz estão juntos com ele.
19 Por que ele é chamado de Que-
rubiel, o príncipe.
20 Porque ele é nomeado sobre as
carruagens dos querubins.
21 E os poderosos querubins são
entregues a seu cargo.
22 E ele adorna as coroas em suas
cabeças e dá brilho as diademas de
suas cabeças.
23 Ele magnifica a glória de sua
aparência. E ele glorifica a beleza de
sua majestade.
24 E ele aumenta a grandeza de
sua honra. Ele faz com que a canção
do seu louvor seja cantada.
25 Ele se intensifica sua bela for-
ça. Ele faz resplandecer o brilho de
sua glória.
26 Ele embeleza a sua boa miseri-
córdia. Ele enquadra a justiça do seu
brilho.
27 Ele faz sua misericordiosa be-
leza ainda mais bela. Ele glorifica sua
majestade direta.
28 Ele exalta a ordem de seus elo-
gios, e estabelece sua morada onde
habita os querubins.
29 E os querubins estão de pé jun-
to a santas Criaturas Vivas, e as suas
asas são levantadas para suas cabeças
(iluminadas são como o auge de suas
cabeças), e Glória está (descansando)
sobre eles, e o brilho da Glória está
em seus rostos, e canção e louvor na
boca, e suas mãos estão sob suas
asas, e seus pés estão cobertos por
suas asas, e os chifres da glória estão
sobre suas cabeças, e o esplendor da
Glória no rosto, e a Glória está (des-
cansando) sobre eles, e as pedras de
safira são redondas sobre eles, e co-
lunas de fogo nos seus quatro lados e
colunas de armas de fogo ao lado
deles.
30 Há uma safira de um lado e ou-
tra safira de outro lado e sob as safi-
ras há carvões de zimbro em chamas.
124 3º ENOQUE, 23, 24
31 E um querubim está em pé em
cada direção, mas as asas do queru-
bim se compõem acima de suas cabe-
ças em glória; e eles os espalharam
para cantar com eles uma música
para Ele que habita nas nuvens e
louvam a temível majestade do Rei
dos Reis.
32 E Querubiel, o príncipe que é
nomeado sobre eles, ele os trata com
graça, ordens lindas e agradáveis e
ele os exalta em toda a exaltação,
dignidade e glória.
33 E ele os apressa em glória e fa-
zem a vontade de seu Criador a cada
momento.
34 Por cima de suas cabeça su-
blimes permanecem continuamente a
glória do alto Rei “que habita no
querubim”.
Os serafins
E HÁ um tribunal diante do
Trono da Glória,
2 Que nenhum serafim, nem anjo
podem entrar, e são trinta e seis mil
miríades de parasangs (2.160.000.000
km), como está escrito: 1
Os serafins
estavam acima dele; cada um tinha
seis asas: com duas cobriam os seus
rostos, e com duas cobriram os seus
pés e com duas voavam.
3 São trinta e seis o número de
pontes lá.
4 E há vinte e quatro miríades de
rodas de fogo.
5 E os anjos ministradores são do-
ze mil miríades.
6 E há doze mil rios de granizo e
doze mil tesouros de neve.
7 E nos sete Salões estão carros de
fogo e chamas, sem contar, ou termi-
nar ou procurar.
As pontes celestiais
COMO estão os anjos no
alto?
2 Então me disse: Como uma pon-
te que é colocada sobre um rio para
que cada um possa passar sobre ele,
assim como uma ponte é colocada
desde o início da entrada até o fim.
3 E três anjos ministradores o cer-
cam e proferem uma música diante
de Deus.
4 E estão diante de seus senhores
do terror e capitães do medo, mil
vezes mil e dez mil vezes dez mil em
número e eles cantam louvores e
hinos diante de Deus.
5 Existem muitas pontes: pontes
de fogo e numerosas pontes de grani-
zo.
6 Também há numerosos rios de
granizo, numerosos tesouros de neve
e inúmeras rodas de fogo.
7 E quantos são os anjos ministra-
dores? Doze mil miríades: seis mil
miríades acima e seis mil miríades
abaixo.
8 E doze mil são tesouros de neve,
seis acima e seis abaixo.
9 E vinte e quatro miríades de ro-
das de fogo, doze miríades acima e
doze miríades abaixo. E cercam as
pontes e rios de fogo e rios de grani-
zo.
10 E há vários anjos ministrado-
res, formando entradas, para todas as
criaturas vivas que estão em pé no
meio dela, correspondendo os cami-
nhos da extensão dos Céus.
23 1
Is.6:2
23
24
3º ENOQUE, 24 125
11 O que faz Deus, o Rei da Gló-
ria? O Deus Vivo e Misericordioso,
poderoso em força, o qual cobre o
Seu rosto.
12 Na extensão dos Céus são seis-
centos mil miríades de anjos de glória
em pé diante o Trono da Glória e
suas divisões inflamam fogo.
13 E o Rei da Glória cobre seu
rosto; e a extensão do Céu foi dividi-
da ao meio por causa da majestade,
esplendor, beleza, radiação, beleza,
brilho, brilho e excelência da aparên-
cia do Criador.
14 Há vários ministros ministra-
dores que realizam sua vontade, nu-
merosos reis, numerosos príncipes no
Céu, que em seu prazer, anjos que
são reverenciados entre os governan-
tes do céu, distinguidos, adornado
com canção e trazendo amor para a
lembrança: a quem está assustado
com o esplendor da habitação Celes-
te, e seus olhos são deslumbrados
pela beleza brilhante de seu Rei.
15 Saltam rios de prazer, rios de
alegria, riachos de triunfo, rios de
amor, córregos de amizade e de co-
moção, e eles fluem e saem diante do
Trono da Glória e aumenta claramen-
te e atravessa as portas dos caminhos
do sétimo Céu na voz dos louvores
das Criaturas Vivas, à voz da alegria
dos tamborins dos ofanins e a melo-
dia dos címbalos dos querubins. E
eles engrandecem e vão adiante com
agitação com o som do hino: “SAN-
TO, SANTO, SANTO, É O SE-
NHOR DOS EXÉRCITOS! TODA A
TERRA ESTÁ CHEIA DE SUA
GLÓRIA”!
16 Qual é a distância entre uma
ponte e outra? Doze miríades de pa-
rasangs (720.000 km). A sua ascen-
são é doze miríades de parasangs
(720.000 km), e sua descida doze
miríades de parasangs (720.000 km).
17 A distância entre os rios da ve-
neração e os rios do temor são vinte e
dois miríades de parasangs
(1.320.000 km); entre os rios de gra-
nizo e os rios da escuridão trinta e
seis miríades de parasangs (2.160.000
km);
18 Entre as câmaras dos relâmpa-
gos e nuvens da compaixão quarenta
e dois miríades de parasangs
(2.520.000 km); entre as nuvens de
compaixão e a Carruagem de Luz são
oitenta e quatro miríades de para-
sangs (5.040.000 km);
19 Entre a carruagem de luz e o
querubim cento e quarenta e oito
miríades de parasangs (8.880.000
km); entre o querubim e o ofanim são
vinte e quatro miríades de parasangs
(1.440.000 km);
20 Entre o ofanim e as câmaras
das câmaras são vinte e quatro miría-
des de parasangs (1.440.000 km);
entre as câmaras das câmaras e as
criaturas vivas são quarenta mil mirí-
ades de parasangs (2.400.000.000
km);
21 Entre uma asa da criatura viva
e a outra são doze miríades de para-
sangs (720.000 km); e a largura de
cada uma asa é da mesma medida; e a
distância entre a criatura viva e o
Trono da Glória é de trinta mil miría-
des de parasangs (1.800.000.000 km).
22 E do pé do trono para o assento
há quarenta mil miríades de para-
sangs (2.400.000.000 km). E o nome
126 3º ENOQUE, 25
Daquele que se assenta no trono: que
o nome Seja Santificado!
23 E os arcos do arco são coloca-
dos acima dos Céus, e eles são cento
e dez mil miríades (1.000.000.000
km) no alto. A medida deles é após a
medida dos observadores e sagrados.
Como está escrito: 2
“Meu arco tenho
colocado na nuvem “, nuvens que
cercam o Trono da Glória. À medida
que as nuvens dele passam, os anjos
do granizo se transformam em carvão
queimado.
24 E o fogo sai da voz das criatu-
ras vivas. E por causa do sopro da
voz eles “correm” para outro lugar,
temendo que não lhes ordene ir; e
eles “retornam” para que não os pre-
judique o outro lado. Portanto, “eles
correm e retornam”.
25 E estes relâmpagos do arco são
mais bonitos e radiantes do que o
brilho do sol durante o solstício de
verão. E eles são mais brancos do que
um fogo flamejante e são grandiosos
e belíssimos.
26 Acima dos relâmpagos do arco
são as rodas dos ofanins. Sua altura é
de cento e dez mil miríades
(1.000.000.000 km) após a medida
dos serafins e dos Tronos (Gedudim)
a
.
Os ventos que sopram sob as asas
dos Querubins
EXISTEM vários ventos
soprando sob as asas dos
Querubins.
2 Lá sopra o “vento que soa”, co-
mo está escrito: 1
“E o vento de Deus
estava ensurdecedor sobre a face das
águas”.
3 Lá sopra o “vento forte”, como é
dito: 2
“E o Senhor fez com que o
mar fosse seco por um forte vento do
leste toda a noite”.
4 Lá sopra o “vento do leste” co-
mo está escrito: 3
“O vento do leste
trouxe os gafanhotos”.
5 Lá sopra o “vento das codornas”
como está escrito: 4
“E saiu um vento
do Senhor e trouxe as codornas”.
6 Lá sopra o “vento do terremoto”
como está escrito: 5
“E depois disso o
vento do terremoto; mas o Senhor
não estava no terremoto”.
7 Lá sopra o “vento da sabedoria”,
o “vento da compreensão”, o “vento
de conhecimento “, o “vento do te-
mor de Deus”, como está escrito: 6
“E
o vento do temor de Deus vai descan-
sar nele; o vento da sabedoria e da
compreensão, o vento do conselho e
do poder e o vento de conhecimento”.
8 Lá sopra o “vento da chuva”,
como está escrito: 7
“O vento norte
produz chuva”.
9 Lá sopra o “vento das luzes”,
como está escrito: 8
“Ele faz relâm-
pagos pela chuva e tira o vento de
seus tesouros”.
10 Lá sopra o “vento, quebrando
as rochas”, como está escrito: 9
“O
Senhor passou por um vento grande
a
Gedudim um dos coros angelicais que cantam diante do Trono Divino sob direção do anjo
Tagas.
2
Gen. 9:13;
25 1
Gen. 1:2; 2
Ex. 14:21; 3
Ex. 10:13; 4
Num. 11:31; 5
1 Reis 19:11; 6
Is. 11:2;
7
Prov. 25:23; 8
Jer. 10:13; 9
1 Reis 19:11;
25
3º ENOQUE, 26 127
e forte entre as montanhas e quebrava
as pedras diante do Senhor”.
11 Lá sopra o “vento da aquieta-
ção do mar”, como está escrito: 10
“E
Deus fez um vento para passar sobre
a terra, e as águas se acalmaram”.
12 Lá sopra o “vento da ira”, co-
mo está escrito: 11
"E eis que veio um
grande vento do deserto e feriu os
quatro cantos da casa e caiu".
13 Lá sopra o "vento de tempesta-
de", como está escrito: 12
"Vento de
tempestade, cumprindo a sua pala-
vra".
14 E Satanás está de pé entre esses
ventos, pois o "vento de tempestade"
não é senão "Satanás" e todos esses
ventos não sopram; mas somente
sopram os de sob as asas dos Queru-
bins, como está escrito: 13
"E ele ca-
valgou sobre um querubim e voou,
sim, e ele voou rapidamente sobre as
asas do vento".
15 E para onde vão todos esses
ventos? O Senhor nos ensina que
saem debaixo das asas dos Querubins
e desce sobre o globo do sol, como
está escrito: 14
"O vento vai para o sul
e volta para o norte; Ele continua-
mente gira em seu curso e o vento
retorna novamente aos seus circui-
tos".
16 E do globo do sol eles retor-
nam e descem sobre os rios e os ma-
res sobre as montanhas e sobre as
colinas, como está escrito: 15
"Pois
bem, Ele que forma as montanhas e
cria o vento".
17 E das montanhas e das colinas
eles retornam e descem para os mares
e os rios; e dos mares e dos rios re-
tornam e descem sobre as cidades e
províncias; e das cidades e províncias
retornam e descem para o jardim, e
do jardim retornam e descem ao
Éden, como está escrito: 16
"Andava
no jardim ao vento do dia".
18 E no meio do Jardim, eles se
juntam e sopram de um lado para o
outro e traziam perfumes com as
especiarias do jardim, mesmo das
mais remotas, até que se separem
entre si e, preenchiam com o aroma
das especiarias puras, eles trazem o
odor das partes mais remotas do Éden
e as especiarias do jardim aos justos e
piedosos que, no futuro, herdarão o
jardim do Éden e a Árvore da Vida,
como está escrito: 17
"Desperta-te, ó
vento norte, e venha para o sul; sopre
no meu jardim, para que suas especi-
arias fluam para fora. Deixe meu
amado entrar em seu jardim e coma
seus frutos preciosos".
Os diferentes carros de Deus
NUMEROSOS são os carros
de Deus.
2 Ele tem os "carros dos queru-
bins", como está escrito: 1
"E ele ca-
valgou sobre um querubim e voou".
3 Ele tem os "carros do vento",
como está escrito: 2
"E ele voou rapi-
damente sobre as asas do vento".
4 Ele tem os "carros de nuvem li-
geira", como está escrito: 3
"Eis que o
Senhor corre em uma nuvem ligeira".
5 Ele tem os "carros de nuvens",
10
Gen. 8:1; 11
Jó 1:19; 12
Sal. 148:8; 13
Sal. 18:10; 14
Ecl. 1:6; 15
Am. 4:13; 16
Gen. 3:8;
17
Cant. 4:16.
26 1
Sal. 18:10, 2 Sam. 22:11; 2
Sal. 18:10, 2 Sam. 22:11; 3
Is. 19:1;
26
128 3º ENOQUE, 26
como está escrito: 4
"Eis que eu ve-
nho até ti numa nuvem".
6 Ele tem os "carros do altar",
como está escrito: 5
"Eu vi o Senhor
de pé sobre Altar".
7 Ele tem os "carros de milhares",
como está escrito: 6
"Os carros de
Deus são milhares; milhares de an-
jos".
8 Ele tem os "carros da tenda",
como está escrito: 7
"E o Senhor apa-
receu na tenda em um pilar na nu-
vem".
9 Ele tem os "carros do tabernácu-
lo", como está escrito: 8
"E o Senhor
falou para ele (Moisés) fora do taber-
náculo".
10 Ele tem os "carros do propicia-
tório", como está escrito: 9
"Então ele
ouviu a Voz falando com ele sobre o
propiciatório".
11 Ele tem os "carros de pedras de
safira", como está escrito: 10
"E havia
nos seus pés como um trabalho pa-
vimentado de pedra de safira".
12 Ele tem os "carros de águia",
como está escrito: 11
"Eu te vejo nas
asas das águias", ou seja, "eles que
voam rapidamente como águias".
13 Ele tem os "carros de júbilo",
como está escrito: 12
"Deus subiu com
júbilo".
14 Ele tem os "carros do céu",
como está escrito: 13
"Exaltai aquele
que corre sobre o céu.
15 Ele tem os "carros de densas
nuvens", como está escrito: 14
"Ele
faz das densas nuvens sua carrua-
gem".
16 Ele tem os "carros das criaturas
vivas", como está escrito: 15
"E as
criaturas vivas correram e retorna-
ram". Elas correm com permissão e
retornam com permissão, pois a Gló-
ria de Deus está acima de suas cabe-
ças.
17 Ele tem os "carros das rodas
(Galgallim)", como está escrito: 16
"E
ele disse: Vai por entre as rodas gira-
tórias".
18 Ele tem os "carros dos queru-
bins ligeiros", como está escrito: 17
"Eis que vem o Senhor cavalgando
em um querubim ligeiro".
19 E no momento em que Ele
monta em um querubim ligeiro, e
quando Ele coloca um de seus pés
sobre ele, antes que ele estabeleça o
outro pé sobre as costas, Ele olha
através de dezoito mil mundos em
um só olhar.
20 E Ele discerne e vê em todos
eles e sabe o que está em todos eles e
então Ele coloca o outro pé sobre o
querubim, de acordo com o que está
escrito: 18
"Ronda cerca de dezoito
mil".
21 Por onde sabemos que Ele olha
cada um desses mundos todos os
dias? Está escrito: 19
"Ele olhou para
baixo do céu sobre os filhos dos ho-
mens para ver se havia algum que
entendia, e que buscava Deus".
22 Ele tem os "carros dos ofa-
nins", como está escrito: 20
"E os ofa-
nins estavam cheios de olhos ao re-
dor".
23 Ele tem os "carros de seu trono
4
Ex. 19:9; 5
Am. 9:1; 6
Sal. 68:17; 7
Deut. 31:15; 8
Lev. :11; 9
Num. 7:89; 10
Ex. 24:10; 11
Ex. 19:4; 12
Sal. 47:5; 13
Sal.68:5; 14
Sal. 104:3; 15
Ez. 1:14; 16
Ez. 10:2; 17
Is.18:1; 18
Ez.
48:35; 19
Sal. 14:2; 20
Ez. 10:12;
3º ENOQUE, 27 129
sagrado", como está escrito: 21
"Deus
se assenta sobre o seu trono sagrado".
24 Ele tem os "carros do Trono de
Jeová", como está escrito: 22
"Porque
uma mão é levantada no Trono de
Jeová".
25 Ele tem os "carros do Trono do
Juízo", como está escrito: 23
"Mas o
Senhor dos Exércitos devem ser exal-
tados no julgamento".
26 Ele tem os "Carros do Trono
de Glória", como está escrito: 24
"O
Trono de glória, colocado no alto
desde o início, é o lugar do nosso
santuário".
27 Ele tem os "Carros do Trono
Alto e Exaltado", como está escrito:
25
"Eu vi o Senhor sentado no trono
alto e exaltado".
Ofaniel, o príncipe dos ofanins
ENTÃO acima dos ofanins
há um grande príncipe, vene-
rado, alto, senhor, temerário e forte.
Ofaniel é o nome dele.
2 Ele tem dezesseis faces, quatro
faces de cada lado, também cem asas
de cada lado.
3 E ele tem oito mil quatrocentos
e sessenta e seis olhos, corresponden-
tes aos dias do ano. São dois mil cen-
to e dezesseis de cada lado e dois na
sua face.
4 E esses dois olhos de sua face,
em cada um deles há relâmpagos que
estão piscando, e cada um deles estão
queimando como fogo; e nenhuma
criatura pode vê-los: e quem olha
para eles é queimado instantânea-
-mente.
5 Sua altura é como a distância de
dois mil e quinhentos anos de via-
gem.
6 Nenhum olho pode contemplar e
nenhuma boca pode dizer o poder de
sua força, salvo o Rei dos reis, o Se-
nhor Deus, unicamente.
7 Por que ele é chamado Ofaniel?
Porque ele é nomeado sobre os ofa-
nins e os ofanins são entregues aos
seus cargos.
8 Todos os dias ele cuida e os em-
beleza. E ele exalta e ordena suas
divisões e faz brilhar seu lugar per-
manente e torna brilhantes suas habi-
tações, faz seus cantos pairar e limpa
seus assentos.
9 E Ofaniel espera por eles cedo e
tarde, de dia e de noite, para aumen-
tar a beleza, fazer grande sua digni-
dade e torná-los "diligentes em lou-
vor ao seu Criador".
10 E todos os ofanins estão cheios
de olhos, e todos estão cheios de
brilho; são setenta e duas pedras de
safiras fixadas em suas roupas no
lado direito e são setenta e duas pe-
dras de safira fixadas em suas roupas
no lado esquerdo.
11 E quatro pedras de carbún-
culo a
são fixadas na coroa de cada
um, cujo esplendor prossegue nas
quatro direções do Céu, do mesmo
modo que o esplendor do globo do
sol prossegue em todas as direções do
universo.
12 E por que se chama carbúncu-
lo? Porque o seu esplendor é como a
a
Carbúnculo: pedra preciosa na cor de vermelho-sangue conhecida desde a antiguidade.
21
Sal. 47:8; 22
Ex. 17:16; 23
Is. 5:16; 24
Jer. 17:12; 25
Is. 6:1.
27
130 3º ENOQUE, 28
aparência de um raio.
13 E as tendas de esplendor, ten-
das de brilho da safira, tendas de
brilho do carbúnculo inclinam por
causa da aparência brilhante de seus
olhos.
Serafiel, o príncipe dos Serafins
E ACIMA dos serafins há
um príncipe, maravilhoso,
nobre, excelente, honorável, podero-
so, terrível, um chefe e líder e um
escrivão rápido, glorificado, honrado
e amado.
2 Ele está completamente cheio de
esplendor, cheio de louvor e brilho; e
ele está totalmente cheio de brilho,
luz e beleza; e todo ele está cheio de
bondade e grandeza.
3 Seu semblante é como dos an-
jos, mas seu corpo é como um corpo
de águia.
4 Seu esplendor é como relâmpa-
gos, sua aparência como marcas de
fogo, sua beleza como faíscas, sua
honra como brasas ardentes, sua ma-
jestade como chamas, seu brilho é
como a luz da estrela da manhã.
5 A imagem dele é semelhante à
Grande Luz. Sua altura é como os
sete céus.
6 A luz de suas sobrancelhas é
como a luz sete vezes maior.
7 A pedra de safira sobre sua ca-
beça é tão grande quanto o universo
inteiro e como o esplendor dos céus
em glória.
8 Seu corpo está cheio de olhos
como as estrelas do céu, inumeráveis
e insondáveis.
9 Todos seus olhos são como a es-
trela da manhã.
10 No entanto, há alguns deles
como a Luz Menor e alguns deles são
como da Grande Luz.
11 De seus tornozelos aos joelhos,
eles são como estrelas e relâmpagos,
dos joelhos a suas coxas são como a
estrela da manhã, de suas coxas até
os seus lombos, como a lua, dos seus
lombos ao pescoço, como o sol, do
pescoço a cabeça, como a Luz Impe-
recível.
12 A coroa em sua cabeça é como
o esplendor do Trono da Glória.
13 A medida da coroa tem uma
distância de quinhentos e dois anos
de viagem.
14 Não há nenhum tipo de esplen-
dor, nenhum tipo de brilho, não tipo
de resplendor, nenhum tipo de luz no
universo, igual ao resplendor daquela
coroa.
15 O nome desse príncipe é Sera-
fiel. E a coroa em sua cabeça, está
escrito o nome "Príncipe de paz".
16 E por que ele é chamado pelo
nome de Serafiel? Porque ele é no-
meado sobre os serafins. E os serafins
flamejantes são dados a seu cargo.
17 E ele os preside de dia e de
noite e ensina-lhes canção, louvor,
proclamação de beleza, poder e ma-
jestade; que eles podem proclamar a
beleza de seu Rei em toda a maneira
de Louvor e Santificação.
18 Quantos são os Serafins? São
quatro correspondentes aos quatro
ventos do mundo.
19 E quantas asas têm cada um
deles? Seis correspondentes aos seis
dias de Criação.
20 E quantos rostos eles tem? Ca-
da um deles quatro faces.
28
3º ENOQUE, 29, 30 131
21 A medida dos Serafins e a altu-
ra de cada um deles correspondem à
altura dos setes céus.
22 O tamanho de cada asa é como
a medida de toda a extensão do céu.
O tamanho de cada face é como o do
rosto do Oriente.
23 E cada um deles dá luz como o
esplendor do Trono da Glória: então
nem mesmo as criaturas vivas, os
honrados ofanins, nem os majestosos
querubins podem contemplar isto.
24 Para todos os que o contempla-
rem, seus olhos serão escurecidos por
causa do seu grande esplendor.
25 Por que eles são chamados Se-
rafins? Porque eles queimam as tá-
buas escrita por Satanás: cada dia em
que Satanás está sentado, juntamente
com Samael, o príncipe de Roma, e
com Dubiel, o príncipe da Pérsia, e
eles escrevem as iniquidades de Israel
em tábuas e entregam ao Serafim,
para que possam apresentá-los diante
de Deus, para que Ele possa destruir
Israel do mundo.
26 Mas os Serafins sabem dos se-
gredos de Deus, que não deseja que o
povo de Israel pereça.
27 O que os Serafins fazem? To-
dos os dias eles recebem as tábuas da
mão de Satanás e as queimam no
fogo ardente diante do Trono alto e
exaltado, a fim de que eles não pos-
sam vir diante de Deus, no tempo em
que ele está sentado no Trono do
Juízo, julgando o mundo inteiro na
verdade.
Radueriel, o guardião do Livro dos
Registros
ENTÃO acima dos Serafins
há um príncipe, exaltado aci-
ma de todos os príncipes, maravilho-
so mais do que todos os criados. Seu
nome é Radueriel, que é nomeado
sobre os tesouros dos livros.
2 Ele busca o caso nos escritos no
Livro de Registros, e o traz diante de
Deus.
3 E ele quebra os selos de cada
caso, abre-o, tira os livros e os entre-
ga diante de Deus.
4 E Deus, recebe-os de sua mão e
os entrega aos olhos dos escribas,
para que possam lê-los na corte da
justiça no auge do sétimo céu diante
da casa celestial.
5 E por que ele é chamado Radue-
riel? Porque de cada palavra que sai
da sua boca, cria-se um anjo: ele está
nas canções dos anjos ministradores e
pronuncia uma música perante Deus,
quando o tempo se aproximar da
recitação perante o Senhor três vezes
Santo.
Irin o vigilante e Qaddis o santo
ENTÃO acima de tudo, há
quatro grandes príncipes, Irin
e Qaddis a
pelo nome: altos, honra-
dos, reverenciados, amados, maravi-
lhosos e gloriosos, maiores do que
todos os filhos do céu.
2 Não há como eles entre todos os
príncipes celestiais e nenhum deles
igual entre todos os servos. Para cada
um deles é igual a todos os demais
juntos.
3 E a suas moradas são diante do
Trono da Glória, e seus lugares estão
ao pé de Deus, de modo que o brilho
30 a
Irin e Qaddis dois anjos gêmeos, que constituem o conselho de julgamento de Deus.
29
30
132 3º ENOQUE, 31
de suas habitações são um reflexo do
brilho do Trono da Glória.
4 E o esplendor de seus semblan-
tes são como o reflexo do esplendor
da Glória de Deus.
5 E eles são glorificados pela gló-
ria da Divindade de Deus e louvados
através dos elogios da Glória de
Deus.
6 E não só isso, mas Deus, não faz
nada em seu mundo sem primeiro
consultá-los, mas depois disso o faz.
Como está escrito: 1
"A sentença é
pelo decreto de Irin e a demanda pela
palavra de Qaddis".
7 E Irin são dois e Qaddis são
dois. E como estão diante de Deus?
Deve ser entendido que um Irin está
de pé de um lado e o outro Irin do
outro lado, e um Qaddis está parado
de um lado e o outro do outro lado.
8 E sempre exaltam os humildes, e
abaixam no chão aqueles que são
orgulhosos, e eles elevam para o alto
aqueles que são humildes.
9 E, todos os dias, Deus está sen-
tado no trono do juízo e julga o mun-
do inteiro, e os livros dos vivos e os
livros dos mortos são abertos diante
dEle, então todos os filhos do céu
estão diante dele com veneração,
adoração, temor e tremor.
10 Naqueles dias, quando Deus
está sentado no Trono do Juízo para
executar julgamento, sua roupa é
branca como a neve, o cabelo de sua
cabeça como lã pura e todo o seu
manto é como o brilho luz. E ele está
coberto de justiça por toda parte e
vestido com uma armadura.
11 E aqueles Irin e Qaddis estão
de pé diante dele como oficiais da
corte perante o Juiz.
12 E eles levantam e argumentam
todos os casos e fecham o caso que
vem diante de Deus, em julgamento,
conforme está escrito: 2
"A sentença é
por decreto do Irin e a demanda pela
palavra do Qaddis"
13 Alguns deles argumentam e
outros passam a sentença no glorioso
Trono do Juízo no sétimo Céu.
14 Alguns deles fazem os pedidos
diante da Divina Majestade e alguns
fecham os casos diante do Altíssimo.
15 Outros terminam por descer
para executar as sentenças sobre a
Terra. De acordo com o que está es-
crito: 3
"Eis que Irin e Qaddis desce-
ram do céu e gritou em voz alta e
disse assim: Derrubai a árvore e corte
seus galhos, sacudi suas folhas e es-
palhe o seu fruto: e afugentem os
animais de debaixo dela, e as aves
dos seus ramos".
16 Por que eles são chamados de
Irin e Qaddis? Pelo fato de que eles
santificam o corpo e o espírito com
cílios de fogo no terceiro dia do jul-
gamento, como está escrito: 4
"Após
dois dias Ele nos dará a vida; ao ter-
ceiro Ele nos ressuscitará, e nós vive-
remos diante Dele".
Descrição de uma classe de anjos
CADA um deles tem setenta
nomes correspondentes às
setenta línguas do mundo. E todos
eles estão baseados no Nome do Se-
nhor.
2 E todo o nome é escrito com um
estilo flamejante sobre a Coroa
30 1
Dan. 4:17; 2
Dan. 4:17; 3
Dan. 4:13-14; 4
Os. 6:2.
31
3º ENOQUE, 32, 33, 34, 35 133
Gloriosa que está na cabeça do Rei
Altíssimo e exaltado.
3 E, de cada um deles, saem faís-
cas e relâmpagos.
4 E cada um deles é envolvido
com fachos de esplendor ao redor.
5 De cada uma das luzes que estão
brilhando, cada uma está cercada por
tendas de brilho para que nem mesmo
os serafins e as criaturas vivas, que
são maiores que todos os filhos do
céu, possam vê-los.
Os setenta e dois príncipes
ENTÃO sempre que os filhos
do céu estão assentados em
volta do Grande Trono do Juízo, no
sétimo Céu o mais elevado, não há
abertura da boca para ninguém no
mundo, exceto aqueles grandes prín-
cipes que se chamam pelo nome do
Senhor.
2 Quantos são esses príncipes? Se-
tenta e dois príncipes dos reinos do
mundo além do príncipe do mundo
que fala e defende em favor do mun-
do diante de Deus, todos os dias, na
hora em que o livro é aberto em que
são registradas todas as ações do
mundo, conforme está escrito: 1
"O
julgamento foi estabelecido e os li-
vros foram abertos".
Os atributos de Justiça, Misericórdia
e Verdade pelo Trono do Juízo
NO momento em que Deus,
está sentado no Trono, do
Juízo, então a Justiça está de pé à Sua
direita e a Misericórdia à Sua esquer-
da e a Verdade diante de Seu rosto.
2 E quando o homem entra diante
Dele para o julgamento, então sai um
esplendor da Misericórdia para com o
homem como um bastão que está em
frente a Ele.
3 Porém, o homem cai sobre o seu
rosto, e todos os anjos da destruição
temem e tremem diante Dele, con-
forme está escrito: 1
"E com piedade
o trono será estabelecido, e Ele se
assentará sobre ele em verdade".
A execução do julgamento sobre os
ímpios - Espada de Deus
QUANDO Deus, abre o Li-
vro, metade do qual é fogo e a
outra metade de chamas, então eles
saem de diante Dele em cada mo-
mento para executar o julgamento
sobre os ímpios por Sua espada, isto
é, extraído de sua bainha e cujo es-
plendor brilha como um relâmpago e
atravessa o mundo de um lado para
outro, como está escrito: 1
"Porque,
por fogo e Sua espada o Senhor en-
trará em juízo com toda a carne".
2 E todos os habitantes do mundo
temem e tremem diante Dele, quando
veem a sua espada afiada como um
raio de um extremo do mundo para o
outro, e dispara e flameja do tamanho
das estrelas do Céu o qual sai dela;
conforme está escrito: 2
"Se eu abrir o
relâmpago da minha espada".
Os anjos da Misericórdia, da Paz e
da Destruição pelo Trono do Juízo -
Os escribas - Os rios ardentes
NO momento em que Deus,
está sentado no Trono do
32 1
Dan. 7:10.
33 1
Is. 16:5
34 1
Is. 66:16; 2
Deut. 32:41.
32
33
34
35
134 3º ENOQUE, 36
Juízo, então os anjos da Misericórdia
estão de pé à Sua direita, os anjos da
Paz estão à sua esquerda e os anjos
da Destruição estão de pé diante De-
le.
2 E um escriba está de pé debaixo
Dele, e outro escriba acima Dele.
3 E os gloriosos serafins rodeiam
o Trono nos seus quatro lados com
paredes de relâmpagos, e os ofanins,
rodeiam com marcas de fogo ao redor
do Trono da Glória.
4 E nuvens de fogo e nuvens de
chamas circundam à direita e à es-
querda; e as santas criaturas vivas
carrega o Trono da Glória por baixo;
cada um com três dedos.
5 A medida de cada um dos dedos
é oitenta mil (480.000 km), setenta
mil (420.000 km) e sessenta e seis
mil (396.000 km) parasangs.
6 E embaixo dos pés das criaturas
vivas, sete rios ardentes estão corren-
do e fluindo.
7 E a largura de cada rio é trezen-
tos e sessenta e cinco mil parasangs
(2.190.000 km) e sua profundidade é
duzentos e quarenta e oito mil miría-
des de parasangs (14.880.000.000
km). Seu comprimento é incompre-
ensível e imensurável.
8 E cada rio gira em um arco nas
quatro direções da extensão do séti-
mo céu, e de lá cai para Makon (sexto
céu),e de Makon cai para Maon
(quinto céu) e de Maon cai para Ze-
bul (quarto céu), e de Zebul cai para
Shehakim (terceiro céu), e de Sheha-
kim cai para Rakia (segundo céu), e
de Rakia cai para Wilon (primeiro
céu) e de Wilon cai nas cabeças dos
ímpios que estão na Geena a
, como
está escrito: 1
"Eis que um turbilhão
do Senhor, mesmo a sua fúria, se foi,
sim, uma tempestade giratória, que
explodirá sobre a cabeça dos ímpios".
Os diferentes círculos em volta das
criaturas vivas
OS pés das criaturas vivas
estão rodeados por sete nu-
vens de brasas ardentes.
2 As nuvens de brasas ardentes
são cercadas no exterior por sete pa-
redes de fogo.
3 As sete paredes de chamas são
cercadas no exterior por sete paredes
de pedras de granizo.
4 As pedras de granizo são cerca-
das no exterior por pedras de gelo.
5 As pedras de gelo são cercadas
no exterior por pedras das "asas da
tempestade".
6 As pedras das "asas da tempes-
tade" são cercadas por chamas de
fogo.
7 As chamas de fogo estão cerca-
das pelas câmaras de redemoinho.
8 As câmaras de redemoinho são
cercadas no exterior pelo fogo e pela
água.
9 Ao redor do fogo e da água são
aqueles que proferem o "Santo".
10 À volta daqueles que proferem
o "Santo" são aqueles que proferem
"Abençoado".
35 a
Geena também chamado de Vale de Hinom conhecido como lugar de tormento ardente. A
partir do oitavo século a.C, na época dos reis de Judá, esse local era usado para rituais pagãos,
incluindo o sacrifício de crianças no fogo. (2 Crônicas 28:1-3; 33:1-6)
35 1
Jer. 23:19;
36
3º ENOQUE, 37, 38 135
11 À volta daqueles que proferem
"Abençoado" estão as nuvens bri-
lhantes.
12 As nuvens brilhantes estão cer-
cadas no exterior por carvões ligados
em chamas; e, no lado de fora, as
brasas do zimbro ardente, existem
milhares de campos de fogo e dez mil
anfitriões de chamas.
13 E entre todo o exército e todos
os vários anfitriões há uma nuvem,
para que eles não sejam queimados
pelo fogo.
Os exércitos de anjos no sétimo céu
ENTÃO são quinhentos e
seis mil miríades
(5.0600.000.000) de exércitos tem o
Senhor, no alto do sétimo céu.
2 E cada exército é composto de
quatrocentos e noventa e seis mil
anjos.
3 E cada anjo, a altura de sua esta-
tura é como o grande mar; e a apa-
rência de seu semblante como a apa-
rência do relâmpago, e seus olhos
como lâmpadas de fogo, e seus bra-
ços e seus pés como cor de latão po-
lido e suas vozes soam palavras como
a voz de uma multidão.
4 E todos estão de pé diante do
Trono da Glória em quatro fileiras.
5 E os príncipes do exército estão
na cabeça de cada fileira.
6 E alguns deles pronunciam
"Santo" e outros proferem "Abençoa-
do", alguns deles correm como men-
sageiros, outros estão presentes, con-
forme está escrito: 1
"Mil vezes mil
ministraram para Ele, e dez mil vezes
dez mil estavam diante Dele: o
julgamento foi estabelecido e os
livros foram abertos".
7 E quando se aproxima a hora, e
o tempo para os exércitos dizerem
"Santo", então primeiro, vão um tur-
bilhão diante de Deus, e cai sobre o
exército a Glória de Deus e lá surge
uma grande visitação de Deus entre
eles.
8 Naquele momento, quatro mi-
lhares de milhares deles são trans-
formados em faíscas, milhares de
milhares em chamas de fogo, milha-
res de milhares em relâmpagos, mi-
lhares de milhares em ardor, milhares
de milhares em ventos, milhares de
milhares em ardentes incêndios, mi-
lhares de milhares em fachos de lu-
zes; até que tomem sobre si mesmos
o jugo do reino do céu, o alto e ele-
vado Reino do Criador, e todos sen-
tem medo, temor e tremor, agitação,
angústia, terror e trepidação.
9 Então, eles são mudados de no-
vo em sua forma anterior para terem
o temor em seu Rei diante Dele, já
que eles definiram o coração em di-
zer a Canção continuamente, como
está escrito: 2
"E um chorou para ou-
tro e disse: Santo, Santo, Santo".
Os anjos se banham no rio ardente
antes de cantar no coral
NO momento em que os an-
jos ministradores desejam
louvai-O com uma Canção, então o
Rio de Fogo se eleva com muitos
milhares de milhares e miríades de
miríades de anjos de poder e força de
fogo e corre e passa sob o Trono da
Glória, entre os exércitos de anjos
37 1
Dan. 7:10; 2
Is. 6:3.
37
38
136 3º ENOQUE, 39, 40, 41
ministradores e as tropas do Céu.
2 E todos os anjos ministradores,
primeiro descem no Rio de Fogo, e
eles se mergulham no fogo e mergu-
lham a língua e a boca sete vezes; e
depois disso eles subiram e vestiram
a roupa celestial do coral e se cobri-
ram com capas de Luz e ficaram em
quatro fileiras diante do Trono da
Glória, em todos os céus.
Os quatro campos da Glória e seus
arredores
ENTÃO vi os sete salões, e
de pé quatro carruagens de
Glória, que estão diante de cada um
dos quatro campos da Glória.
2 Entre cada campo, um rio de fo-
go está fluindo continuamente.
3 Entre cada rio há nuvens bri-
lhantes em torno delas, e entre cada
nuvem estão colocados pilares de
pedra preciosa.
4 Entre um pilar e outro, existem
rodas em chamas que as rodeiam.
5 E entre uma roda e outra há
chamas de fogo ao redor.
6 Entre uma chama e outra, há te-
souros de relâmpagos; atrás dos te-
souros dos relâmpagos estão as asas
do vento de tempestade.
7 Atrás das asas do vento de tem-
pestade estão as câmaras da tempes-
tade; atrás das câmaras da tempesta-
de, há ventos, vozes, trovões, faíscas
sobre faíscas estão os terremotos.
O temor de todos os céus ao som do
Criador
NO momento, quando os
anjos ministradores proferem:
SANTO, SANTO, SANTO, então
todas as colunas dos céus e suas ba-
ses tremem, e os portões dos Salões
de sétimo Céu são abalados e os fun-
damentos do terceiro Céu e o univer-
so é movido, e as ordens de quinto
Céu e as câmaras de sexto Céu tre-
mem, e todas as ordens do segundo
Céu e as constelações e os planetas
são perdidas, e os globos do sol e da
lua apressam-se e fogem de seus
cursos e executam doze mil para-
sangs (72.000 km) e procuram se
jogar para baixo do céu;
2 Por causa da bramido de seu
canto, e do barulho de seus louvores
e das faíscas e relâmpagos que saem
dos seus rostos; como está escrito: 1
"A voz do seu trovão estava no céu e
as luzes iluminaram o mundo, a terra
tremia e tremia".
3 Até que o príncipe do Universo
os chame, dizendo: "Aquietai-vos em
seu lugar! Não temas por causa dos
anjos ministradores que louvam pe-
rante o Criador". Como está escrito: 2
"Quando as estrelas da manhã canta-
ram juntos e todos os filhos do céu
gritaram de alegria".
Os nomes explícitos flamejantes que
voam do Trono
QUANDO os anjos ministra-
dores proferem "Santo", en-
tão todos os nomes explícitos que são
esculpidos com um estilo flamejante
no Trono da Glória voam como
águias, com dezesseis asas.
2 E cercam e alcançam a Deus,
nos quatro lados do lugar de Sua
Glória.
40 1
Sal. 77:18; 2
Jó 38:7;
39
40
41
3º ENOQUE, 42, 43 137
3 E os anjos anfitriões, e os servos
flamejantes, os poderosos ofanins, os
querubins da Glória, as criaturas vi-
vas, e os serafins, Tronos e Taphsa-
rim a
e as tropas de fogo consumidor,
e os exércitos ardentes, e as hostes
flamejantes e os santos príncipes,
adornados com coroas, revestidos de
majestade real, envoltos em glória,
com grandeza, e caem sobre seus
rostos três vezes, dizendo: “Bendito
seja o nome do Senhor que reina
gloriosamente para todo o sempre”.
Anjos coroados, outros fulminados e
novos anjos
QUANDO os anjos ministra-
dores dizem “Santo” diante
do Criador, da maneira correta, então
os servos de Seu Trono, os atendentes
de Sua Glória, saem com grande ale-
gria sob o Trono da Glória.
2 E todos carregam em suas mãos,
cada um deles mil vez mil e dez mil
vezes dez mil coroas de estrelas, apa-
rência semelhante a estrela da Alva, e
coloca-os nos anjos ministradores e
nos grandes príncipes que proferem
“Piedosos”.
3 Três coroas são colocadas em
cada um deles: uma coroa porque
dizem “Santo”, outra coroa, porque
dizem “Santo, Santo”, e uma terceira
coroa porque dizem “Santo, Santo,
Santo, é o Senhor dos Exércitos”.
4 E no momento em que não pro-
ferem o “Santo” na ordem correta,
um fogo consumidor sai do dedo
mindinho do Criador, e cai no meio
de suas fileiras a qual é dividida em
quatrocentos e noventa e seis mil
partes correspondentes aos quatro
campos dos anjos ministradores, e os
consome em um momento, como está
escrito: 1
“Um fogo vai diante Dele e
queima seus adversários ao redor”.
5 Depois disso, o Criador, abre
sua boca e fala uma palavra e cria
outros em seu lugar, novos como
eles.
6 E cada um está diante de Seu
Trono de Glória, proferindo o “San-
to”, como está escrito: 2
“São novos
todas as manhãs, grande é a sua fé”.
As letras da criação
ENTÃO vi as letras pelas
quais foram criados o céu e o
céu, as letras pelas quais foram cria-
das as montanhas e colinas, as letras
pelas quais foram criados os mares e
os rios, as letras pelas quais foram
criadas as árvores e as ervas, as letras
pelas quais foram criados os planetas
e as constelações, as letras pelas
quais foram criados o globo da lua e
o globo do sol, Orion, as Plêiades a
e
todas as diferentes luminárias do
Céu.
2 As letras pelas quais foram cria-
dos o Trono da Glória e as Rodas das
carruagens de Luz, e as cartas pelas
quais foram criadas as necessidades
dos mundos,
3 As cartas pelas quais foram cri-
adas sabedoria, compreensão,
41 a
Taphsarim categoria de anjo não identificada.
43 a
As Plêiades, conhecidas popularmente como sete-estrelo e sete-cabrinhas, são um grupo
de estrelas na constelação do Touro.
42 1
Sal. 97:3; 2
Lam. 3:23;
42
43
138 3º ENOQUE, 44, 45
conhecimento, prudência, mansidão e
justiça, através das quais o mundo
inteiro é sustentado.
4 E andei ao lado Dele e Ele me
pegou pela mão e levantou-me sobre
suas asas e me mostrou aquelas car-
tas, todas elas, que são esculpidas
com um estilo flamejante no Trono
da Glória; e as faíscas saem deles e
cobrem todas as câmaras do Céu.
Instâncias de opostos polares manti-
dos em equilíbrio por Deus
ENTÃO me disse: Venha e
eu vou mostrar-lhe, onde as
águas estão suspensas no mais alto,
onde o fogo está queimando no meio
do granizo, onde os relâmpagos ilu-
minam-se no meio de montanhas
nevadas, onde trovões estão rugindo
nas alturas celestiais, onde uma cha-
ma está queimando no meio do fogo
ardente e onde as vozes se ouvem no
meio do trovão e do terremoto.
2 Então eu fui ao seu lado e ele
me pegou pela mão e me levantou em
suas asas e me mostrou todas essas
coisas.
3 Eu vi as águas suspensas no ele-
vado, o sétimo Céu por força do no-
me Jeová (Jeová, eu sou o que eu
sou), e seus frutos vão do céu e re-
gando o superfície do universo, como
está escrito: 1
"Ele rega as montanhas
desde as suas câmaras; a terra está
satisfeita com o fruto da tua obra".
4 E eu vi fogo e neve e granizo
que se misturaram um com o outro e
ainda não foram danificados, por
força do fogo consumidor, como está
escrito: 2
"Porque o Senhor, o teu
Deus, é um fogo consumidor".
5 E eu vi relâmpagos que estavam
iluminando montanhas de neve e
ainda não foram danificados (extin-
tos), por força do nome de Jeová, “a
pedra eterna”, como está escrito: 3
"Porque o Senhor, Jeová, é uma ro-
cha eterna".
6 E vi trovões e vozes que rugiam
no meio de dezenas de chamas e não
foram danificadas (silenciadas), por
força do nome do Grande Deus To-
do-Poderoso como está escrito: 4
"Eu
sou Deus Todo-Poderoso".
7 E eu vi uma chama e um brilho
de chamas brilhantes que estavam
flamejantes e brilhantes no meio do
fogo ardente, e ainda não foram dani-
ficadas (devoradas), por força da
mão sobre o Trono do Senhor como
está escrito: 5
"E ele disse: porque a
mão está sobre o Trono do Senhor".
8 E vi rios de fogo no meio dos
rios de água e não foram danificados
(extintos) pelo nome do Criador da
Paz como está escrito: 6
"Ele faz a paz
nas suas alturas".
9 Pois Ele faz a paz entre o fogo e
a água, entre o granizo e o fogo, entre
o vento e a nuvem, entre o terremoto
e as faíscas.
A morada dos espíritos por nascer e
dos espíritos dos justos mortos
ENTÃO Metatron me disse:
Venha e eu vou mostrar-lhe
onde estão os espíritos dos justos que
foram criados e voltaram, e os espíri-
tos dos justos que ainda não foram
criados.
2 E ele me levantou ao seu lado,
44 1
Sal. 104:13; 2
Deut. 4:24; 3
Is. 26:4; 4
Gen. 17:1; 5
Ex. 17:16; 6
Jó 25:2.
44
45
3º ENOQUE, 46 139
me levou pela mão e me levantou
perto do Trono da Glória pelo lugar
da habitação de Deus; e ele me reve-
lou o Trono da Glória,
3 E ele me mostrou os espíritos
que foram criados e voltaram; e eles
estavam voando acima do Trono da
Glória diante do Criador, como está
escrito: 1
"Porque o espírito vestiu-se
diante de mim e as almas que eu fiz"
("para o espírito estava vestido dian-
te de mim") significa os espíritos que
foram criados na câmara da criação
dos justos e que voltaram perante o
Criador; "e as almas que fiz" referem-
se aos espíritos dos justos que ainda
não foram criados na câmara (corpo).
Metatron mostra a morada dos ím-
pios e dos justos
ENTÃO Metatron me disse:
Venha e eu mostrarei os espí-
ritos dos ímpios e os espíritos dos
mediadores onde estão, e para onde
eles vão, e os espíritos dos ímpios,
onde eles descem.
2 E ele me disse: Os espíritos dos
ímpios descem ao Hades pelas mãos
de dois anjos de destruição: Zaafiel e
Sinkiel são seus nomes.
3 Sinkiel é nomeado sobre os me-
diadores para apoiá-los e purificá-los
por causa da grande misericórdia do
Príncipe daquele Lugar.
4 Zaafiel é apontado sobre os es-
píritos dos ímpios para derrubá-los da
presença do Criador, e do esplendor
da Glória para o Hades, seja punido
no fogo de Geena a
como varas
queimadas de carvão.
5 E fui ao seu lado, e ele me pe-
gou pela mão e me mostrou todos
com os dedos.
6 E vi a aparência de seus rostos, e
era como a aparência dos filhos de
homens e seus corpos como águias.
7 E não só isso, mas, além disso, a
cor do semblante do mediador era
como cinza pálido por causa de suas
ações, pois há manchas sobre eles até
que se tornem limpas de sua iniqui-
dade no fogo.
8 E a cor dos ímpios era como o
fundo de uma panela por causa da
perversidade de suas ações.
9 E vi os espíritos dos patriarcas,
Abraão Isaque e Jacó, e o resto dos
justos, que eles trouxeram para fora
das suas sepulturas e que ascenderam
ao Céu.
10 E eles estavam orando perante
o Criador, dizendo em sua oração:
Senhor do Universo! Por quanto tem-
po Tu irás se sentar sobre o seu trono
como um ferido nos dias de seu luto
com a sua mão direita atrás de ti e
não livra os teus filhos e revela o teu
reino no mundo, e por quanto tempo
não terás piedade de teus filhos, que
são feitos escravos entre as nações do
mundo?
11 Então a Sua mão direita que es-
tá atrás de Ti, onde esticou os céus, a
terra e os céus dos céus? Quando Tu
46 a
Geena também chamado de Vale de Hinom conhecido como lugar de tormento ardente. A
partir do oitavo século a.C, na época dos reis de Judá, esse local era usado para rituais pagãos,
incluindo o sacrifício de crianças no fogo. (2 Crônicas 28:1-3; 33:1-6)
45 1
Is. 57:16;
46
140 3º ENOQUE, 47
terás compaixão?
12 Então o Criador, respondeu a
cada um deles, dizendo: Uma vez que
esses ímpios pecaram tanto assim, e
transgrediram com tais e tantas trans-
gressões contra Mim, como Eu pode-
ria entregar minha grande mão direita
na perdição por causa deles.
13 Naquele momento, Metatron
me chamou e me falou: Meu servo!
Leve os livros e leia as ações e as
transgressões dos ímpios!
14 Em seguida peguei os livros e
li suas ações e foram encontradas
trinta e seis transgressões escritas em
relação a cada ímpio e além disso,
transgrediram todas as letras das Es-
crituras, como está escrito: 1
“Sim,
todo Israel transgrediu a tua lei”, pois
transgrediram de Álefe á Tau b
. Os
estatutos foram transgredidos por
cada letra.
15 Então Abraão, Isaque e Jacó
choraram.
16 Então disse-lhes o Criador:
“Abraão, meu amado, Isaque, meu
eleito, Jacó, meu primogênito! Como
posso livrá-los agora das nações do
mundo?”
17 E, logo, Miguel, o príncipe de
Israel, chorou e chorou em alta voz e
disse: “Por que Tu estás longe do
Senhor?”.
Metatron mostra passado e eventos
realizados na cortina do trono
ENTÃO o anjo me disse:
Venha, e eu vou mostrar-lhe a
Cortina da Divina Majestade que é
espalhada perante o Criador, e onde
são gravadas todas as gerações do
mundo e todas as suas ações, tanto o
que eles fizeram e o que farão até o
final de todas as gerações.
2 E eu fui, e ele mostrou para mim
apontando com seus dedos como um
pai que ensina a seus filhos as letras
das Escrituras.
3 E eu vi cada geração: Os gover-
nantes de cada geração, as cabeças de
cada geração, os pastores de cada
geração, os opressores de cada gera-
ção, os detentores de cada geração, os
aflitos de cada geração, os superviso-
res de cada geração, os juízes de cada
geração,
4 Vi os oficiais da corte de cada
geração, os professores de cada gera-
ção, os apoiadores de cada geração,
os chefes de cada geração, os presi-
dentes de cada geração, os magistra-
dos de cada geração, os príncipes de
cada geração, os conselheiros de cada
geração, os nobres de cada geração,
os homens de força de cada geração,
os anciãos de cada geração, e os
guias de cada geração.
5 E vi Adão, e sua geração, suas
ações e seus pensamentos, Noé e sua
geração, suas ações e seus pensamen-
tos, e a geração do dilúvio, suas ações
e seus pensamentos,
6 E vi Sem e sua geração, seus fei-
tos e seus pensamentos, Ninrode e a
geração da confusão de línguas, e sua
geração, suas ações e seus
b
Álefe á Tau: Primeira e a ultima letra do alfabeto hebraico, ou seja, significa que os ímpios
transgrediram de A á Z.
46 1
Dan. 9:11;
47
3º ENOQUE, 47 141
pensamentos, Abraão e sua geração,
suas ações e seus pensamentos, Isa-
que e sua geração, suas ações e seus
pensamentos, Ismael e sua geração,
os seus feitos e seus pensamentos,
Jacó e sua geração, suas ações e seus
pensamentos, José e sua geração,
seus feitos e seus pensamentos, as
tribos e sua geração, seus feitos e
seus pensamentos, Anrão e sua gera-
ção, suas ações e seus pensamentos,
Moisés e sua geração, suas ações e
seus pensamentos,
7 Arão e Miriã suas obras e seus
feitos, os príncipes e os anciãos, suas
obras e obras, Josué e sua geração,
suas obras e ações, os juízes e sua
geração, suas obras e ações, Eli e sua
geração, seus obras e ações, Finéias,
suas obras e seus feitos, Elcana e sua
geração, suas obras e seus feitos,
Samuel e sua geração, suas obras e
seus feitos,
8 Vi os reis de Judá com suas ge-
rações, suas obras e seus feitos, os
reis de Israel e suas gerações, suas
obras e seus feitos, os príncipes de
Israel, suas obras e suas ações; os
príncipes das nações do mundo, suas
obras e seus feitos, os chefes dos
conselhos de Israel, suas obras e seus
feitos; os chefes dos conselhos das
nações do mundo, suas gerações, suas
obras e seus feitos; os governantes de
Israel e sua geração, suas obras e seus
feitos; os nobres de Israel e sua gera-
ção, suas obras e seus feitos; os no-
bres das nações do mundo e suas
gerações, suas obras e seus feitos; os
homens de reputação em Israel, sua
geração, suas obras e seus feitos;
9 Vi os juízes de Israel, sua
geração, suas obras e seus feitos; os
juízes das nações do mundo e sua
geração, suas obras e seus feitos; os
professores dos filhos em Israel, suas
gerações, suas obras e seus feitos; os
professores de crianças nas nações do
mundo, suas gerações, suas obras e
seus feitos; os conselheiros (intérpre-
tes) de Israel, sua geração, suas obras
e seus feitos; os conselheiros (intér-
pretes) das nações do mundo, sua
geração, suas obras e seus feitos;
todos os profetas de Israel, sua gera-
ção, suas obras e seus feitos; todos os
profetas das nações do mundo, sua
geração, suas obras e seus feitos;
10 Vi todas as lutas e guerras que
as nações do mundo fizeram contra o
povo de Israel no tempo de seu reino.
11 E vi o Messias, filho de José e
sua geração e suas obras e suas ações
que farão contra as nações do mundo.
12 E vi o Messias, filho de Davi, e
a sua geração, e todas as lutas e guer-
ras, e as suas obras e as suas ações,
que farão com Israel, tanto para o
bem como para o mal.
13 E eu vi todas as lutas e guerras
que Gogue e Magogue lutarão nos
dias do Messias, e tudo o que o Cria-
dor, fará com eles no tempo de Sua
vinda.
14 E todo o resto de todos os líde-
res das gerações e todas as obras das
gerações tanto em Israel como nas
nações do mundo, tanto o que é feito
e quanto será feito a seguir para todas
as gerações até o fim dos tempos,
todos foram gravados na Cortina da
Divina Majestade.
15 E vi todas essas coisas com
meus olhos; e depois de ter visto isso,
142 3º ENOQUE, 48, 49
abri minha boca em elogio a Divina
Majestade dizendo como está escrito:
1
"Porque a palavra do rei tem poder,
e quem lhe dirá: Que fazes? Pois
quem guarda os mandamentos não
conhecerá nada do maligno". E eu
disse: 2
"Ó Senhor, quantas são as
tuas obras!".
O lugar das estrelas
ENTÃO o anjo mostrou o
espaço das estrelas que estão
noite a noite na extensão do Céu com
temor ao Todo-Poderoso e me mos-
trou onde elas vão e onde elas estão.
2 Caminhei ao lado dele, e ele me
pegou pela mão e me apontou com os
dedos.
3 E elas estavam de pé em faíscas
de chamas em torno da Carruagem de
Luz do Todo-Poderoso.
4 O que fez Metatron? Naquele
momento, bateu as mãos e afugentou-
as de seu lugar.
5 Por fim, eles voaram em asas
flamejantes, levantaram-se e fugiram
dos quatro lados do Trono da Carrua-
gem de Luz, e enquanto eles voavam
me contou os nomes de cada uma.
Como está escrito: 1
"Ele diz o núme-
ro das estrelas, e as chamas pelos
seus nomes", ensinando, que o Cria-
dor, deu um nome a cada uma delas.
6 E todos elas entram em ordem
contada sob a orientação de Rahatiel
para extensão dos Céus para servir o
universo.
7 E elas saem em ordem para lou-
var o Criador, com canções e hinos,
conforme está escrito: 2
"Os céus
declaram a glória de Deus".
8 Mas, no tempo vindouro, o Cri-
ador, as criará de novo, como está
escrito: 3
"São novas todas as ma-
nhãs". E elas abrem a boca e profe-
rem uma música. Qual é a música
que elas proferem? 4
"Quando eu vejo
os teus céus".
Os espíritos dos anjos punidos
ENTÃO vi as almas dos an-
jos e os espíritos dos servos
ministradores cujos corpos foram
queimados no fogo do Todo-
Poderoso que sai do seu dedo min-
guinho.
2 E eles foram feitos em brasas
ardentes no meio do rio ardente.
3 Mas seus espíritos e suas almas
estão de pé atrás da habitação de
Deus.
4 Sempre que os anjos ministrado-
res proferem uma música num tempo
errado ou não designados para serem
cantados, são queimados e consumi-
dos pelo fogo do seu Criador e por
uma chama do Criador, nos lugares
do turbilhão, o qual sopra sobre eles e
os leva ao rio ardente; e ali estão
transformados em numerosas monta-
nhas de carvão ardente.
5 Mas seu espírito e sua alma re-
tornam ao seu Criador, e todos estão
de pé atrás de seu Mestre.
6 E fui ao lado de Metatron e ele
me pegou pela mão; e ele me mostrou
todas as almas dos anjos e os espíri-
tos dos servos ministradores que fi-
cavam atrás da habitação de Deus
sobre as asas do redemoinho e os
47 1
Ecl. 8:4,5; 2
Sal.104:24.
48 1
Sal. 147:4; 2
Sal. 19:1; 3
Lam. 3:23; 4
Sal. 8:3.
48 49
3º ENOQUE, 50 143
muros de fogo que os rodeavam.
7 Naquele momento, Metatron
abriu-me as portas das paredes dentro
das quais estavam de pé atrás da ha-
bitação de Deus, e levantei meus
olhos e vi-os, e eis que a semelhança
de cada um era como anjos e suas
asas como asas de pássaros, feitas de
chamas, suas obras queima como
fogo.
8 Naquele momento, abri minha
boca em elogio ao Todo-Poderoso e
disse: 1
"Quão ótimas são as tuas
obras, ó Senhor".
Metatron mostra a Mão Direita do
Altíssimo
ENTÃO Metatron me disse:
Venha, eu vou mostrar-lhe a
Mão Direita do Todo-Poderoso, posta
para trás Dele por causa da destruição
do Templo Sagrado; a partir do qual
todos os tipos de esplendor e luz bri-
lham e pelo qual os novecentos e
cinquenta e cinco céus foram criados;
e que nem sequer os Serafins e os
Ofanins podem contemplar até o dia
da salvação chegar.
2 E eu fui ao seu lado e ele (Meta-
tron) me levou pela mão e me mos-
trou a Mão Direita do Todo-
Poderoso, com todo o louvor, alegria
e canto: e nenhuma boca pode louvar
e nenhum olho pode vê-lo, por causa
da sua grandeza, dignidade, majesta-
de, glória e beleza.
3 E não só isso, mas todas as al-
mas dos justos que são consideradas
dignas de contemplar a alegria de
Jerusalém, estão de pé, louvando e
orando diante dele três vezes todos os
dias, dizendo: 1
"Acorde, acorde,
coloque força, ó braço do Senhor",
conforme está escrito: 2
"Ele fez o seu
braço glorioso ir à direita de Moisés".
4 Nesse momento, a Mão Direita
do Todo-Poderoso estava chorando.
5 E saíram de seus cinco dedos
cinco rios de lágrimas e caíram no
grande mar e abalaram o mundo in-
teiro, conforme está escrito: 3
"A Ter-
ra será completamente quebrada, a
Terra de toda se romperá, a terra de
toda será movida, a terra vacilará
como um homem bêbado e deve ser
movida de um lado para o outro co-
mo uma cabana ", cinco vezes cor-
respondente aos dedos da sua grande
mão direita.
6 Mas quando o Criador, vê que
não há homem justo na geração, nem
homem piedoso na terra, nem justiça
nas mãos dos homens, e que não
existe nenhum homem semelhante a
Moisés e nenhum intercessor como
Samuel que poderia orar diante do
Todo-Poderoso para a salvação e para
a libertação e para o Reino, para que
seja revelado no mundo inteiro e para
a Sua grande mão direita que Ele
colocou diante de si mesmo nova-
mente para trabalhar uma grande
salvação para Israel.
7 Então, o Criador, lembrar-se-á
de Sua própria justiça, favor, miseri-
córdia e graça; e Ele livrará o seu
grande braço por si mesmo, e a Sua
justiça o apoiará. Conforme está es-
crito: 4
"E ele viu que não havia ho-
mem", isto é, como Moisés que orou
49 1
Sal. 92:5.
50 1
Is.51:9; 2
Is. 63:12; 3
Is. 24:19,20; 4
Is. 59:16;
50
144 3º ENOQUE, 51
incontáveis vezes por Israel no deser-
to e evitou os decretos Divinos con-
tra eles, e ele se perguntou, se não
havia intercessor” como Samuel, que
encontrou o Criador, e chamou-o e
ele respondeu-lhe e cumpriu seu de-
sejo, mesmo que não fosse adequado
(de acordo com o plano divino), con-
forme está escrito: 5
“Não é hoje a
colheita de trigo”? Disse o Senhor.
8 E não só isso, mas Ele se uniu
em comunhão com Moisés em todos
os lugares, como está escrito: 6
“Moi-
sés e Arão entre os seus sacerdotes”.
E novamente está escrito: 7
“Embora
Moisés e Samuel tenham estado dian-
te de mim”. 8
“Meu próprio braço me
trouxe a salvação”.
9 Disse o Criador naquela hora:
“Por quanto tempo eu espero que os
filhos dos homens trabalhem a salva-
ção segundo a sua justiça por meu
braço?
10 Por minha causa e por causa do
meu mérito e justiça Eu entrego meu
braço o qual encanta os meus filhos
de entre as nações do mundo. Como
está escrito: 9
“Por amor de Mim, Eu
o farei. Porque como seria profanado
o meu nome”?
11 Naquele momento, o Criador,
revelará sua Grande Arma e mostrará
às nações do mundo: e seu compri-
mento é como o comprimento do
mundo e sua largura é como a largura
do mundo.
12 E a aparência de seu esplendor
é como o esplendor do sol em seu
poder, no solstício de verão.
13 Porque Israel será salvo dentre
as nações do mundo. E o Messias
aparecerá para eles e os levará a Jeru-
salém com grande alegria.
14 E não só isso, mas Israel virá
dos quatro cantos do mundo e comerá
com o Messias.
15 Mas as nações do mundo não
comerão com Ele, como está escrito:
10
“O Senhor fez o seu braço santo
aos olhos de todas as nações, e todos
os confins da terra verão a salvação
de nosso Deus”. E novamente: 11
“O
Senhor foi o seu guia, e não havia um
deus estranho com ele”. 12
“E o Se-
nhor será rei sobre toda a terra”.
Os Nomes Divinos que saem do
Trono da Glória
ESTES são alguns dos nomes
escritos no coração do Cria-
dor: Rei da Justiça, Rocha Eterna,
Senhor dos Exércitos, Deus Todo-
Poderoso, Redentor, Libertador, For-
taleza, Refúgio, Amigo, Intercessor,
Aquele que restaura, Pai Eterno,
Amoroso, Mediador, Pão da vida,
Abrigo, Luz Eterna, Torre Forte,
Lugar de Repouso, Espírito da Ver-
dade, Refrigério, Vida eterna,
2 O Senhor que tudo provê, Rei da
paz, Água viva, Escudo, Esposo,
Ajudador, Maravilhoso conselheiro,
Esperança, Deus de perseverança e
Ânimo, Santo, Santo, Santo, Onipo-
tente, Onipresente, Onisciente, Deus
Altíssimo, Rei do Universo, Rei da
Glória, Remidor, Misericordioso,
louvado seja o Nome de seu reino
glorioso para sempre e sempre.
3 Ele é o início da Sabedoria para
5
I Sam. 12:17; 6
Sal. 99:6; 7
Jer. 15:1; 8
Is. 63:5; 9
Is. 48:11; 10
Is. 52:10; 11
Deut. 32:12;
12
Zac. 14:9.
51
3º ENOQUE, 52 145
os filhos dos homens, o Criador é
Aquele que dá forças ao cansado e
acrescenta á aqueles que não têm
forças, e aos anjos que vão adiante
adornados com numerosas coroas de
fogo, com numerosas coroas de âm-
bar, com numerosas coroas de relâm-
pago diante do Trono da Glória.
4 E com elas (coroas) há milhares
de centenas de poder, ou seja, anjos
poderosos que os escoltam como um
rei com tremor e temor, com admira-
ção, com honra e majestade, com
grandeza e dignidade, com glória e
força, com compreensão e conheci-
mento, com uma coluna de fogo e um
pilar de fogo e relâmpago, e a luz
deles é como a semelhança do âmbar.
5 E eles lhes deram glória e eles
respondem e clamam diante Dele:
Santo, Santo, Santo.
6 E eles desenrolaram um rolo
através de todos os céus como prínci-
pes poderosos e honrados.
7 E quando eles o devolveram ao
lugar do Trono da Glória, todos as
Criaturas Vivas da carruagem de Luz
abriram a boca em louvor em Seu
Nome glorioso, dizendo: “Bendito
seja o nome do Rei da Glória para
todo o sempre”.
A origem de Metraton
ENTÃO disse o Senhor: Eu o
fiz forte, tomei ele, eu o no-
meei: (a saber) Metatron, meu servo
que é o único entre todos os filhos do
céu.
2 Fiz-o forte na geração do pri-
meiro homem Adão.
3 Mas quando vi os homens da
geração do dilúvio, que eles eram
corruptos, então fui e tirei minha
Glória de entre eles.
4 E o levantei alto com o som de
uma trombeta e com um grito, como
está escrito: 1
“Deus subiu com júbilo,
o Senhor subiu ao som de uma trom-
beta”.
5 “E Eu o peguei”: isto é Enoque,
filho de Jarede, dentre eles.
6 E eu o levantei ao som de uma
trombeta e com júbilo para os céus,
para ser meu testemunho junto com
as Criaturas Vivas e com as Carrua-
gens de Luz que no mundo virá.
7 Eu o nomeei sobre todos os te-
souros e as câmaras que tenho em
todos os céus. E entreguei em sua
mão as chaves de cada um.
8 Eu o fiz o príncipe sobre todos
os príncipes e um ministro do Trono
da Glória dos Salões dos Céus: para
abrir suas portas para Mim e do Tro-
no da Glória, para exaltar e honra-lo.
9 Então nomeei as Criaturas Vivas
para espreitar as coroas sobre suas
cabeças; e o majestoso Ofanim, para
coroá-los com força e glória; e o hon-
rado Querubim, para vesti-los em
majestade; sobre as faíscas brilhantes,
para fazê-los brilhar com esplendor e
brilho; sobre os Serafins, para cobri-
los com alteza; querubins de luz, para
torna-los radiante como a Luz e pre-
parar o assento para mim todas as
manhãs enquanto Eu me sento no
Trono da Glória.
10 E para que exalte a magnitude
da Minha Glória no auge do meu
poder; e Eu confiei a ele os segredos
52 1
Sal. 47:5;
52
146 3º ENOQUE, 53
de cima e os segredos de abaixo,
segredos celestiais e segredos terre-
nos.
11 Eu o fiz muito alto mais do que
todos. O auge de sua estatura, no
meio de todos que são de alta estatura
é de setenta mil parasangs (420.000
km).
12 Eu fiz o seu trono excelente pe-
la majestade do Meu trono. E acres-
centei a sua glória pela honra da Mi-
nha glória.
13 Eu transformei sua carne em
tochas de fogo, e todos os ossos de
seu corpo em brasas ardentes;
14 E eu fiz a aparência de seus
olhos como o relâmpago e a luz de
suas sobrancelhas como a luz impe-
recível.
15 Ficaste brilhante como o es-
plendor do sol e seus olhos como o
esplendor do Trono da Glória.
16 Eu fiz honra e majestade sua
roupa, beleza e alteza, sua capa de
cobertura e uma coroa real de qui-
nhentas parasangs vezes quinhentas
parasangs (3000 X 3000) o seu o seu
ornamento.
17 E coloquei sobre ele Minha
honra, Minha majestade e o esplen-
dor da Minha Glória que está no Meu
Trono de Glória.
18 Eu o chamei de Deus Menor, o
Príncipe da Presença, o Conhecedor
dos Segredos: e cada segredo Eu lhe
revelei como Pai e todos os mistérios
lhe foram declarados com justiça.
19 Coloquei seu trono na porta do
meu Salão para que ele possa sentar e
julgar a casa celestial no alto.
20 E coloquei todos os príncipes
diante dele, para receber autoridade
dele, e realizar a sua vontade.
21 Setenta nomes eu escolhi dos
Meus nomes e os chamei para que
eles possam engrandecer sua glória.
22 Entreguei setenta príncipes em
sua mão, para ordenar-lhes os meus
preceitos e as minhas palavras em
todas as línguas; para abater toda
palavra orgulhosa para o chão, e para
exaltar com a expressão de seus lá-
bios o humilde até o alto;
23 Para ferir os reis pelo seu dis-
curso, para afastar os reis de seus
caminhos, para criar os governantes
sobre o seu domínio como está es-
crito: 2
“E ele muda os tempos e as
horas, ele remove os reis; e estabele-
ce os reis; ele dá sabedoria aos sábios
e ciência aos entendidos”, e para lhes
revelar os segredos das minhas pala-
vras e para ensinar o decreto do meu
julgamento justo, como está escrito: 3
“Assim será Minha palavra; seja
aquilo que saia da Minha boca; não
se tornará vazio, mas deve cumprir o
que Eu quiser”, o que significa que
qualquer palavra e qualquer que seja
a expressão diante do Criador, Meta-
tron fica e o realiza. E ele estabelece
os decretos do Senhor.
Os nomes de Metatron
ENTÃO Deus tirou setenta
nomes de seu próprio nome e
colocou-os em Metatron.
2 E estes são eles: Jeoel, Jaziel,
Joel, Jofiel, Amisiel, Anafiel, Atmon,
Atropatos, Margeziel, Gipujiel, Paa-
ziel, Adadiel, Periel, Tatriel, Tabiqui-
el;
2
Dan. 2:21; 3
Is.55:11;
53
3º ENOQUE, 53 147
Tasasiel, Dudeviel, Uziel, Ebediel,
Radueriel, Atatiel, Safitiel, Palpetiel,
Senegron, Metatron, Sitriel, Adri-
gon,Adhar, Safitiel, Saquitiel;
4 Margicon, Margasiel, Rasesiel,
Cansiel, Casdiel, Dinamis, Persiel,
Bascabas, Alaliel, Batsran, Pihon,
Galdel, Evediel, Bizibuel, Geviriel;
5 Malmeliel, Titmon, Piscon, Sas-
afiel, Zaquiel, Zerafiel, Bibiel, Tagri-
el, Panaion, Galiel, Ladiel, Tafitetiel,
Tantemiel, Seasiel, Litiel,
6 Parsiel, Calquemiel, Hasmiel,
Tabquiel, Ozael, Jesael, Veruel, Te-
trasiel, Jeová menor, após o nome de
seu Senhor 1
“pois meu nome está
nele “, Sasniel, o Príncipe da Sabedo-
ria.
Os tesouros da sabedoria abertos a
Moisés no monte Sinai
7 E por que ele é chamado pelo
nome de Sasniel? Porque todos os
tesouros da sabedoria foram confia-
dos em sua mão.
8 Os quais todos foram abertos a
Moisés no Sinai, de modo que ele
aprendeu durante os quarenta dias,
enquanto ele estava sobre o monte: as
Escrituras nos setenta aspectos das
setenta línguas, os Profetas nos seten-
ta aspectos de as setenta línguas,
9 Os escritos nos setenta aspectos
das setenta línguas, as Leis nos seten-
ta aspectos das setenta línguas, as
tradições nos setenta aspectos das
setenta línguas, as festas tradicionais
nos setenta aspectos das setenta lín-
guas e as ordens nos setenta aspectos
das setenta línguas.
10 Mas assim que terminaram os
quarenta dias, ele esqueceu todos eles
em um momento.
11 Então o Criador, chamou
Jofiel, o Príncipe da Lei, e através
dele foram entregues a Moisés como
um presente. Como está escrito: 2
“E
o Senhor me entregou”. E depois
ficou com ele.
12 E isto permaneceu em sua
memória? Sim porque está escrito: 3
“Lembra-te da lei de Moisés, meu
servo, que lhe ordenei em Horebe
para todo o Israel, saibam os meus
estatutos e juízos”.
13 A Lei de Moisés: essa é o Pen-
tateuco, os Profetas e os Escritos,
“estatutos”: isto é, as Leis e Tradi-
ções, juízos; são as festas tradicionais
e as ordens. E todos foram dados a
Moisés no alto do Sinai.
14 Estes setenta nomes são um re-
flexo dos nomes explícitos na Carru-
agem de Luz que estão gravados no
Trono da Glória.
15 Para o Criador que tirou de Seu
Nome explícito e colocou o nome em
Metatron: Setenta Nomes de Si, pelos
quais os anjos ministradores chamam
o Rei dos reis, o Criador, nos altos
céus e vinte e duas cartas que estão
no anel em seu dedo com as quais são
selados os destinos dos príncipes dos
reinos em grandeza e poder e com os
quais estão selados os lotes do Anjo
da Morte e os destinos de cada nação
e língua.
16 Disse Metatron o anjo, o prín-
cipe da presença; o príncipe da sabe-
doria; o príncipe do entendimento; o
príncipe dos reis; o príncipe dos go-
vernantes; o príncipe da glória; o
53 1
Ex. 23:21; 2
Deut. 10:4; 3
Mal. 4:4;
148 3º ENOQUE, 54
príncipe do alto céu, aos príncipes,
aos exaltados, aos grandes e honra-
dos, no céu e na terra:
Os anjos protestam contra Metatron
por revelar os segredos de Moisés e
são respondidos e repreendidos por
Deus
17 Ora, o Deus de Israel, é a mi-
nha testemunha nessa parte, quando
revelei esse segredo a Moisés, então
todas as hostes de todos os céus le-
vantaram contra mim e me disseram:
18 Por que tu revelas esse segredo
ao filho do homem, nascido de mu-
lher, contaminado e impuro, um ho-
mem de uma gota de podridão, o
segredo pelo qual foram criados os
céus e a terra, o mar e a terra seca, as
montanhas e as colinas os rios e nas-
centes, montanhas de fogo e granizo,
o Jardim do Éden e a Árvore da Vida;
19 E pelo qual se formaram Adão
e Eva, e o gado, e os animais selva-
gens, e as aves do ar, e os peixes do
mar, Beemote e Leviatã, e os répteis,
os vermes, os dragões do mar, e as
coisas rastejantes dos desertos; e as
Escrituras, a Sabedoria, o Conheci-
mento e o Pensamento e a essências
das coisas acima e o abaixo do céu.
20 Por que revelas isso à carne e
ao sangue?
21 Então respondi-lhes: Porque o
Criador me deu autoridade e, além
disso, obtive permissão do alto trono
e exaltado, do qual todos os nomes
explícitos passam como relâmpagos
de fogo e rodas flamejantes.
22 Mas eles não se apaziguaram,
até que o Criador repreendeu-os e
expulsou-os com repreensão de dian-
te Dele, dizendo-lhes: “Eu me deleito
e coloco meu amor e confio e com-
prometo com Metatron, meu servo,
sem igual, pois ele é o único entre
todos os filhos do céu”.
O poder dos mistérios transmitidos
para curar doenças
23 E Metatron tirou da casa dos
tesouros e os entregou a Moisés, e
Moisés a Josué, e Josué aos anciãos,
e os anciãos aos profetas e profetas
aos homens da Sinagoga e aos ho-
mens da Sinagoga a Esdras o escriba
e Esdras aos homens de fé e os ho-
mens de fé os comprometeram para
advertir e curar por elas todas as do-
enças que se apresentam no mundo,
como está escrito: 4
“Se você ouvir
diligentemente a voz do Senhor, seu
Deus, e fará o que está em seus olhos
e ouvirá os seus mandamentos, e
guardará todos os seus estatutos, não
colocarei sobre você nenhuma enfer-
midade das quais eu coloquei sobre
os egípcios; porque eu sou o Senhor,
que te cura “.
A aliança de Deus para com Moisés
ENTÃO disse Metatron, o
príncipe da presença e o prín-
cipe sobre todos os príncipes, o qual
está de pé sobre todo o céu.
2 E ele entra sob o Trono da Gló-
ria. E ele tem um grande tabernáculo
de luz no alto.
3 E ele traz o fogo da surdez e co-
loca-o nos ouvidos das Criaturas
Vivas, para que eles não ouça a voz
da Palavra que sai da boca da Divina
4
Ex. 15:26.
54
3º ENOQUE, 54 149
Majestade.
4 E, quando Moisés subiu no alto,
ele jejuou, até que as habitações das
Carruagens de Luz lhe foram abertas;
e ele viu o coração no coração do
Leão e viu as inúmeros exércitos dos
capitães ao redor dele.
5 E eles desejavam queimá-lo.
Mas Moisés orou por misericórdia,
primeiro por Israel e depois disso por
si mesmo; e aquele que se sentou na
Carruagem de Luz abriu as janelas
que estão acima das cabeças dos que-
rubins.
6 E uma série de um mil e oito-
centos defensores e o príncipe da
presença, Metatron, com eles foram
para encontrar Moisés.
7 E eles tomaram as orações de Is-
rael e colocaram-nas como uma coroa
na cabeça do Criador.
8 E disseram: 1
"Ouçam, Israel, o
Senhor nosso Deus é um só Senhor"
e seu rosto resplandeceu e se alegrou
com Glória e disseram a Metatron:
"Quem são estes? E a quem eles dão
toda essa honra e glória?"
9 E eles responderam: "Ao Glori-
oso Senhor de Israel".
10 E falaram: "Ouvi, ó Israel: o
Senhor, nosso Deus, é um só Senhor.
A quem receberá abundância de hon-
ra e majestade, mas a Ti Senhor, a
Divina Majestade, o Rei, que vive e
eternamente".
11 Naquele momento, falou
Akatriel a
e disse a Metatron, o prín-
cipe da presença: "Que nenhuma
oração que ele ore diante de mim
volte (para ele) nula. Ouve sua oração
e cumpre seu desejo seja grande ou
pequeno".
12 E Metatron, o príncipe da pre-
sença, disse a Moisés: "Filho de An-
rão! Não temas, por enquanto, Deus
se deleita em ti".
13 E te pede o teu desejo da Gló-
ria e Majestade.
14 Porque o teu rosto brilha de um
lado do mundo para o outro.
15 Mas Moisés lhe respondeu:
"Eu temo para que eu não trague a
culpa sobre mim mesmo".
16 Metatron disse-lhe: "Receba as
cartas do juramento, por que não há
como quebrar o pacto" (o que impede
qualquer violação da aliança).
a
Akatriel: Um dos grandes príncipes de juízo da coroa. Ele é equiparado ao "anjo do Senhor",
um termo usado com frequência no Antigo Testamento para o próprio Deus.
54 1
Deut. 4:4

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  • 1. PRIMEIRO LIVRO DE 1 ENOQUE As bênçãos de Enoque AS PALAVRAS das bênçãos de Enoque, com as quais ele aben- çoou os eleitos e os justos, os quais devem existir nos tempos da tribula- ção, rejeitando toda iniquidade e mundanismo. 2 Enoque, um homem justo, o qual estava com Deus, respondeu e falou com Deus enquanto seus olhos estavam abertos, e enquanto via uma santa visão dos céus. Isto os anjos me mostraram. 3 Deles eu ouvi todas as coisas e entendi o que vi; coisas que não terão lugar nesta geração, mas numa gera- ção que deve acontecer num tempo distante, por causa dos eleitos. 4 A respeito deles eu falei e con- versei com Ele, o qual virá de Sua habitação, o Santo e Poderoso, o Deus Criador do mundo: 5 O qual pisará sobre o Monte Si- nai; aparecerá com Suas hostes e se manifestará com a força do Seu poder dos céus. 6 Todos estarão temerosos e as sentinelas estarão aterrorizados. 7 Grande temor e tremor se apo- derarão deles, mesmo aos confins da terra. 8 As alturas das montanhas serão abaladas, e os altos montes serão abatidos, derretidos como o favo de mel na chama de fogo. 9 A terra será imersa e todas as coisas que nela estão perecerão; en- quanto um julgamento virá sobre todos, mesmo sobre todos os justos: 10 Mas a eles será dada paz: Ele preservará os eleitos e para com eles exercitará clemência. 11 Então todos pertencerão a Deus, serão felizes e abençoados, e o esplendor da Divindade os iluminará. 12 Eis que Ele vem com dezenas de milhares dos Seus santos 1 para executar julgamento sobre os pecado- res e destruir o iníquo, e reprovar toda coisa carnal e toda coisa peca- minosa e mundana que foi feita, e cometida contra Ele 2 . A obediência das criações de Deus TODOS os que estão nos céus sabem o que transcorre lá. 2 Eles sabem que as luminárias celestes não mudam seus caminhos; que cada uma nasce e se põe regu- larmente, cada uma a seu próprio tempo, sem transgredir os manda- mentos que receberam. 3 Conhecem a visão da terra, e en- tendem o que devem acontecer, desde o princípio até o seu fim. 4 Eles veem que toda obra de Deus é invariável no período de seu aparecimento. 5 Eles veem o verão e o inverno: percebendo que toda terra está repleta de água; e que a nuvem, o orvalho, e a chuva refrescam-na. ELES consideram e veem cada árvore, como aparecem para de- pois murchar, e toda folha, para 1 1 Deut. 33:2; 2 Citado por Judas, vs. 14, 15. 1 2 3
  • 2. 2 1º ENOQUE, 4, 5, 6 depois cair, exceto de quatorze árvo- res, as quais não são efêmeras a , e esperam pelo aparecimento das fo- lhas novas por dois ou três invernos. NOVAMENTE eles consideram os dias de verão, que o sol está sobre a terra desde o princípio; en- quanto tu procuras por uma cobertura e por um lugar sombreado por causa do sol ardente; enquanto a terra é queimada com calor fervente, e tu te tornas incapaz de andar sobre a terra ou sobre as rochas em consequência do calor. ELES consideram como as árvo- res, quando elas dão suas folhas verdes, cobrem-se e produzem frutos; entendendo tudo, e sabendo que Ele, o qual vive para sempre, faz todas estas coisas por causa de vós: 2 E que as obras desde o princípio de todos anos existentes, na qual todas as suas obras são obedientes a Ele e invariáveis; assim como Deus determinou, assim todas as coisas acontecem. 3 Eles veem também como os ma- res e os rios juntos completam suas respectivas operações: A maldição do ímpio e a glória do justo 4 Mas tu resistes impacientemen- te, não cumpres os mandamentos do Senhor, mas transgrides e calunias a Sua grandiosidade; e malditas são as palavras em tua boca poluída contra Sua majestade. 5 Tu, murcho de coração, a paz não estará contigo! 6 Portanto teus dias te amaldiçoa- rão, e os anos de tua vida perecerão; abominação perpétua se multiplicará, e não obterás misericórdia. 7 Nestes dias tu resignas tua paz com a eterna maldição de todos os justos, e os pecadores perpetuamente te abominarão; 8 Eles te abominarão com tudo o que não é divino. 9 Os eleitos possuirão luz, alegria e paz; e herdarão a terra. 10 Mas tu, que não és santo, serás amaldiçoado. 11 Então a sabedoria será dada aos eleitos, todos os que viverão, e não transgredirão por impiedade ou orgulho, mas humilhar-se-ão, proces- sando prudência, e não repetirão a transgressão. 12 Eles não condenarão todo o pe- ríodo das suas vidas, não morrerão em tormento e indignação; mas a soma dos seus dias se completará, e envelhecerão em paz; enquanto os anos de sua felicidade se multiplica- rão em alegria, e com paz, para sem- pre, em toda a duração de sua exis- tência. Rebeldes dentre os sentinelas E ACONTECEU depois que os filhos dos homens se multiplica- ram naqueles dias, nasceram-lhe fi- lhas, elegantes e belas 1 . 2 E quando os anjos a , os filhos dos céus, viram-nas, e cobiçaram-nas, 3 a Passageiro; coisa que dura pouco tempo; pouco duradouro. 6 a No texto aramaico lê-se Sentinelas; 6 1 Gên.6:2 4 5 6
  • 3. 1º ENOQUE, 7, 8 3 dizendo uns para os outros: Vinde, selecionemos para nós mesmos espo- sas da progênie dos homens, e gere- mos filhos. 3 Então seu líder Samyaza disse- lhes: Eu temo que talvez possais desviar-vos na realização deste pacto. 4 E que só eu sofrerei por tão gra- ve crime. 5 Mas eles responderam-lhe e dis- seram: Nós todos juramos; 6 (E amarraram-se por mútuos juramentos), que nós não mudaremos nossa intenção mas executamos nos- so pacto desejado. 7 Então eles juraram todos juntos, e todos se amarraram (ou uniram) por mútuo juramento. 8 Todo seu número era duzentos, os quais descendiam de Ardis b, o qual é o topo do monte Hérmon. 9 Aquele monte portanto foi cha- mado Hérmon c , porque eles tinham jurado sobre ele, e amarraram-se por mútuo juramento. 10 Estes são os nomes de seus chefes: Samyaza, que era o seu líder, Arakiba, Rameel, Kokabiel, Tamiel, Ramiel, Danei, Ezekeel, Narakijal, Azael, Armaros, Batarel, Ananel, Sakeil, Samsapeel, Satarel, Turel, Jomjael e Sariel. 11 Estes eram os prefeitos dos duzentos anjos, e os restantes esta- vam todos com eles. ENTÃO eles tomaram esposas, cada um escolhendo por si mes- mo; as quais eles começaram a abor- dar, e com as quais eles coabitaram, ensinando-lhes sortilégios, encanta- mentos, e a divisão de raízes e árvo- res. 2 E as mulheres conceberam e ge- raram gigantes a , 3 Cuja estatura era de trinta cúbi- tos b . Estes devoravam tudo o que o labor dos homens produzia e tornou- se impossível alimentá-los; 4 Então eles voltaram-se contra os homens, a fim de devorá-los; 5 E começaram a ferir pássaros, animais, répteis e peixes, para comer sua carne, um depois do outro c , e para beber seu sangue. 6 Então a terra reprovou os injus- tos. As sentinelas rebeldes corrompem o gênero humano ALÉM disso, Azaziel a ensinou os homens a fazerem espadas facas, escudos, armaduras (ou peito- rais), a fabricação de espelhos e a, b Ardis ou, nos dias de Jarede; c Monte Hérmon deriva seu nome do hebreu herem, ou seja, uma maldição. 7 a E elas (as mulheres) geraram a eles (as Sentinelas) três raças: os grandes gigantes. Os gigantes trouxeram (alguns dizem mataram) os Nefilins, e os Nefilins trouxeram (ou mataram) os Elioud (são seres excepcionais em ambos capacidade e maldade). E eles sobreviveram, crescendo em poder de acordo com a sua grandeza. Veja o registro no Livro dos Jubileus. b Cúbitos, o mesmo que côvados. Um côvado = aproximadamente 50 cm. c Sua carne, um depois do outro. Ou, de uma outra carne. Nota: pode referir-se à destruição de uma classe de gigantes por outra. 8 a Azazel ensinou aos homens as artes de fazer armas brancas, escudos e cotas de malha; porque sabia como trabalhar os metais nestas artes. Mas também ensinou o artesanato das joias, como os braceletes, os anéis, colares, brincos etc.. Esse mesmo anjo de vocação bélica também revelou segredos da beleza: a cosmética, a maquiagem, a joalheria. 7 8
  • 4. 4 1º ENOQUE, 9 manufatura de braceletes e ornamen- tos, o uso de pinturas, o embeleza- mento das sobrancelhas, o uso de todo tipo selecionado de pedras vali- osas, e toda sorte de corantes, para que o mundo fosse alterado. 2 A impiedade foi aumentada, a fornicação multiplicada; e eles trans- grediram e corromperam todos os seus caminhos. 3 Amazaraque b ensinou todos os sortilégios, encantamentos, feitiçarias e a arte de cortar raízes: 4 Armers ensinou a solução de sortilégios c , cura de doenças e a ciência da medicina; 5 Barkayal ensinou os observado- res das estrelas d , 6 Akibeel ensinou sinais; 7 Tamiel ensinou astronomia; 8 E Asaradel ensinou o movimen- to da lua, O clamor da raça humana chega aos céus 9 E os homens, sendo destruídos, clamaram, e suas vozes romperam os céus. ENTÃO Miguel e Gabriel, Ra- fael, Suriel, e Uriel, olharam abaixo desde os céus, e viram a quantidade de sangue que era derra- mada na terra, e toda a iniquidade que era praticada sobre ela, e disse- ram um ao outro; Esta é a voz de seus clamores; 2 A terra desprovida de seus fi- lhos tem clamado, mesmo até os portões do céu. 3 E agora a ti, ó Santo dos céus, as almas dos homens queixam-se, dizendo: obtêm justiça para conosco com o Altíssimo a . 4 Então eles disseram ao seu Se- nhor, o Rei: 5 Tu és Senhor dos senhores, Deus dos deuses, Rei dos reis. 6 O trono de Tua glória é para sempre e sempre, e para sempre seja Teu nome santificado e glorificado. 7 Tu fizeste todas as coisas; Tu possuis poder sobre todas as coisas; e todas as coisas estão abertas e mani- festas diante de Ti. 8 Tu vês todas as coisas e nada pode esconder-se de Ti. 9 Tu viste o que Azaziel tem fei- to, como ele tem ensinado toda espé- cie de iniquidade sobre a terra, e tem aberto ao mundo todas as coisas se- cretas que são feitas nos céus. 10 Samyaza também tem ensina- do sortilégios, para quem Tu deste autoridade sobre aqueles que estão agregados Contigo. 11 Eles tem ido juntos às filhas dos homens, têm-se deitado com elas; têm-se contaminado; 12 E têm descoberto crimes a elas b . 13 As mulheres igualmente têm gerado gigantes. 14 Assim toda a terra tem se b Amazaraque era especialista em exorcismos e no conhecimento de raízes e suas diferentes utilizações. c Sortilégios: Feitiçaria; ação do feiticeiro que pratica magia ou bruxaria. d Observadores das estrelas: Astrólogos. 9 a Obtêm justiça para conosco. Literalmente, Traz julgamento para nós do céu. b Descoberto crimes. Ou, revelado estes sinais. 9
  • 5. 1º ENOQUE, 10 5 enchido de sangue e iniquidade. 15 E agora, vês que as almas da- queles que estão mortos clamam. 16 E queixam-se até ao portão do céu. 17 Seus gemidos sobem; nem po- dem eles escapar da injustiça que é cometida na terra. Tu conheces todas as coisas, antes de elas existirem. 18 Tu conheces estas coisas, e o que tem sido feito por eles; já Tu não falas a nós. 19 O que, por conta destas coisas, devemos fazer contra eles? O Altíssimo dá ordens as Sentinelas e sentencia as Sentinelas rebeldes e seus descendentes ENTÃO o Altíssimo, o Grande e Santo falou, 2 E enviou a Uriel ao filho de Lameque (Enoque), 3 Dizendo: Diz a ele em Meu nome: Esconde-te. 4 Então explicou-lhe a consuma- ção que está preste a acontecer; pois toda a terra perecerá; as águas do dilúvio virão sobre toda a terra, e todas os que estão nela serão destruí- dos. 5 E agora, ensina-o como ele po- de escapar, e como sua semente pode permanecer em toda a terra. 6 Novamente o Senhor disse a Rafael: Amarra a Azaziel, mãos e pés; lança-o na escuridão; e abrindo o deserto que está em Dudael, lança- o nele. 7 Arremessa sobre ele pedras agudas, cobrindo-o com escuridão; 8 Lá ele permanecerá para sempre; cobre sua face, para que ele não possa ver a luz. 9 E no grande dia do julgamento lança-o ao fogo. 10 Restaura a terra, a qual os anjos corromperam; e anuncia vida a ela, para que Eu possa recebê-la. 11 Todos os filhos dos homens, sua descendência, não perecerão em consequência de todo segredo, pelo qual as Sentinelas têm destruído, e o que eles ensinaram; 12 Toda a terra tem se corrompi- do pelos efeitos dos ensinamentos de Azaziel. 13 A ele, portanto, se atribui todo crime. 14 A Gabriel também o Senhor disse: Vai aos bastardos, aos répro- bos, aos filhos da fornicação; e des- trói os filhos da fornicação, a uns descendência das Sentinelas de entre os homens; traze-os e excita-os con- tra os outros. 15 Faze-os perecer por mútua ma- tança; pois o prolongamento de dias não serão deles. 16 Eles rogarão a ti, mas seus pais não obterão seus desejos com respei- to a eles; pois eles esperaram por vida eterna, e que eles possam viver, cada um deles, quinhentos anos. 17 A Miguel, igualmente o Se- nhor disse: Vai e anuncia seus pró- prios crimes a Samyaza, e aos outros que estão com ele, os quais têm se associado às mulheres para que se contaminem com toda sua impureza. 18 E quando todos os seus filhos forem mortos, quando eles virem à perdição dos seus bem-amados, amarra-os por setenta gerações de- baixo da terra, mesmo até o dia do julgamento, e da consumação, até o julgamento, cujo efeito que dura para 10
  • 6. 6 1º ENOQUE, 11, 12 sempre, seja completado. 19 Então eles serão levados para as mais baixas profundezas do fogo em tormentos; lá eles serão encerra- dos em confinamento para sempre. 20 Imediatamente depois disso ele, juntamente com os outros, quei- marão e perecerão; eles serão amar- rados até a consumação de muitas gerações. 21 Destrói todas as almas viciadas na luxúria, e a descendência das Sen- tinelas, pois eles tiranizam a humani- dade. 22 Que todo opressor pereça na face da terra; 23 Que toda má obra seja destruí- da; 24 A semente da justiça e da reti- dão apareça, e o que é produtivo torne-se uma bênção. 25 Justiça e retidão serão planta- das para sempre com prazer. 26 E então todos os santos darão graças, viverão até terem gerado milhares de filhos, enquanto todo o período se sua juventude, e seus sá- bados, serão completados em paz. 27 Naqueles dias toda a terra será cultivada em retidão; ela será total- mente cultivada com árvores, e será cheia de bênçãos; toda árvore de delícias será plantada nela. 28 Vinhas serão plantadas; e a vi- nha que nela será plantada produzirá frutos para saciedade; toda semente que nela será semeada produzirá mil por uma medida; e uma medida de olivas produzirá dez prensas de óleo. 29 Purifica a terra de toda opres- são, de toda injustiça, de todo crime, de toda impiedade, e de toda impure- za que é cometida sobre ela. Exter- mina-os da terra. 30 Então todos os filhos dos ho- mens serão justos, e todas as nações me pagarão divinas honras, e Me abençoarão; e todos Me adorarão. 31 A terra será limpa de toda cor- rupção, de toda punição e de todo sofrimento; 32 Eu não enviarei novamente di- lúvio sobre ela, de geração em gera- ção para sempre. NAQUELES dias Eu abrirei tesouros de bênçãos que es- tão nos céus, para que Eu possa fazê- las descer sobre a terra, e sobre todos os trabalhos e labores do homem. 2 Paz e equidade se associará aos filhos dos homens todos os dias do mundo, em cada uma de suas gera- ções. Enoque encontra com as santa Sentinelas ANTES de todas estas coisas acontecerem, Enoque esteve escondido; e nenhum dos filhos dos homens sabia onde ele estava, onde ele havia estado, e o que havia acon- tecido. 2 Ele esteve totalmente engajado com os santos, e com as Sentinelas em seus dias. 3 Eu, Enoque, fui abençoado pelo grande Senhor e Rei da paz. 4 E eis que as Sentinelas chama- ram-me Enoque, o escriba. 5 Então o Senhor disse-me: Eno- que, escriba da retidão, vai e dize às Sentinelas dos céus, os quais deserta- ram o alto céu e seu santo e eterno 11 12
  • 7. 1º ENOQUE, 13, 14 7 estado, os quais foram contaminados com mulheres. 6 E fizeram como os filhos dos homens fazem, tomando para si es- posas, e os quais têm sido grande- mente corrompidos na terra; 7 Que na terra eles nunca obterão paz e remissão de pecados. 8 Pois eles não se regozijarão em sua descendência; eles verão a ma- tança dos seus bem-amados; lamen- tarão a destruição dos seus filhos e farão petição para sempre; mas não obterão misericórdia e paz. Enoque sentencia as Sentinelas rebeldes ENTÃO Enoque, passando ali, disse a Azaziel: Tu não obterás paz. Uma grande sentença há contra ti. Ele te amarrará; 2 Socorro, misericórdia e súplica não estarão contigo por causa da opressão que tens ensinado; 3 E por causa de todo ato de blas- fêmia, tirania e pecado que tens des- coberto aos filhos dos homens. 4 Então partindo dele, falei a eles todos juntos; 5 E eles todos ficaram apavora- dos, e tremeram; 6 Abençoando-me por escrever por eles um memorial de súplica, para que eles pudessem obter perdão; e que eu fizesse um memorial de suas orações ascendendo diante do Deus do céu; porque eles, por si mesmos, desde então não podiam dirigir-se a Ele, nem levantar seus olhos aos céus por causa da infame ofensa com a qual eles foram julga- dos. 7 Então eu escrevi um memorial de suas orações e súplicas, por seus espíritos, por tudo o que eles haviam feito, e pelo assunto de sua solicita- ção, para que eles obtivessem remis- são e descanso. 8 Procedendo nisso, eu continuei sobre as águas de Danbadan a , as quais estão da direita para o oeste de Hérmon, lendo o memorial de suas orações, até que caí adormecido. 9 E eis que um sonho veio a mim, e visões apareceram acima de mim. 10 E caí e vi uma visão de casti- gos, para que eu pudesse relatá-la aos filhos dos céus, e reprová-los. 11 Quando eu acordei fui até eles. 12 Todos estavam reunidos cho- rando em Oubelseiael, que está situ- ada entre o Libano e Seneser b , com suas faces escondidas. 13 E relatei em sua presença todas as visões que eu havia visto, e meu sonho; 14 E comecei a pronunciar estas palavras de retidão, reprovando as Sentinelas do céu. Enoque escreve o livro da reprova- ção das Sentinelas ESTE é o livro das palavras de retidão, e de reprovação das Sentinelas, os quais pertencem ao mundo a , de acordo com o que Ele, que é santo e grande, ordenou na visão. 13 a Danbadan, hoje chamado Rio Dan é o maior afluente do rio Jordão. A sua fonte é situada na base do Monte Hérmon. b Libano e Seneser. Líbano e Senir (próximo a Damasco). 14 a Os quais pertencem ao mundo. Ou, os quais são da eternidade. 13 14
  • 8. 8 1º ENOQUE, 14 2 Eu percebi em meu sonho que eu estava então falando com a língua da carne, e com meu fôlego, que o Poderoso colocou na boca dos ho- mens, para que eles pudessem con- versar com Ele. 3 Eu entendi com o coração. As- sim como Ele havia criado e dado aos homens o poder de compreender a palavra de entendimento, assim criou, e deu a mim o poder de repro- var os Sentinelas, a geração dos céus. 4 E escrevi sua petição; e na mi- nha visão foi-me mostrado que seu pedido não lhes será atendido en- quanto o mundo perdurar. 5 Julgamento passou sobre vós: vosso pedido não vos será atendido. 6 De agora em diante, nunca as- cendereis ao céu; Ele o disse que na terra Ele vos amarrará, tanto tempo enquanto o mundo existir. 7 Mas antes destas coisas tu verás a destruição dos vossos bem-amados filhos; não os possuireis, mas eles cairão diante de vós pela espada. 8 Nem pedireis por eles, nem por vós mesmos; 9 Mas chorareis e suplicareis em silêncio. As palavras do livro que eu escrevi b . A visão de Enoque com a glória do Altíssimo 10 Uma visão então me apareceu. 11 Eis que naquela visão, nuvens e névoa convidaram-me; estrelas agitadas e brilho de relâmpagos im- peliram-me e pressionaram-me adi- ante, enquanto ventos na visão assis- tiram meu voo, acelerando meu pro- gresso. 12 Eles elevaram-me no alto ao céu. 13 Eu prossegui, até que cheguei próximo dum muro construído com pedras de cristal. 14 Uma chama de fogo vibrante c rodeou-o, a qual começou a golpear- me com terror. 15 Nesta chama de fogo vibrante eu entrei; 16 E aproximei-me de uma espa- çosa habitação, também construída com pedras de cristal. 17 Seus muros também, bem co- mo o pavimento, eram formados com pedras de cristal, e de cristal também era o piso. 18 Seu telhado tinha a aparência de estrelas agitadas e brilhos de re- lâmpagos; e entre eles haviam que- rubins de fogo num céu tem- pestuoso d . 19 Uma chama queimava ao redor dos muros; e seu portal queimava como fogo. 20 Quando eu entrei nesta habita- ção, ela era quente como fogo e frio como o gelo. 21 Nenhum traço de encanto ou de vida havia lá. 22 O terror sobrepujou-me, e um tremor de medo apoderou-se de mim. 23 Violentamente agitado e tre- mendo, eu caí sobre minha face. Na visão eu olhei. 24 E vi que lá havia outra b Mas chorareis… Eu escrevi. Ou, Assim também, a despeito de vossas lágrimas e orações, não recebereis nada, de tudo o que está contido nos registros que eu tenho escrito. c Chama de fogo vibrante. Literalmente, uma língua de fogo. d Num céu tempestuoso. Literalmente, e seu céu era água.
  • 9. 1º ENOQUE, 15 9 habitação mais espaçosa que a pri- meira, cada entrada da qual estava aberta diante de mim, elevada no meio da chama vibrante. 25 Tão grandemente superou em todos os pontos, em glória, em mag- nificência, em magnitude, que é im- possível descrever-vos o esplendor ou a extensão dela. 26 Seus pisos eram de fogo, aci- ma havia relâmpagos e estrelas agi- tadas enquanto o telhado exibia um fogo ardente. 27 Eu examinei-a atentamente e vi que ela continha um trono exalta- do; 28 A aparência do qual era seme- lhante à da geada, enquanto que sua circunferência assemelhava-se à órbi- ta do sol brilhante; e havia a voz de um querubim. 29 Debaixo desse poderoso trono saíam rios de fogo flamejante. 30 Olhar para Ele foi impossível. 31 Alguém grande em glória as- sentava-se sobre Ele, 32 Cujo manto era mais brilhante que o sol, e mais branco que a neve. 33 Nenhum anjo era capaz de pe- netrar para olhar a Sua face, o Glori- oso e Fulgente; nem podia algum mortal vê-Lo. Um fogo flamejante rodeava-O. 34 Também um fogo de grande extensão continuava a elevar-se dian- te d’Ele; 35 De modo que nenhum daque- les que estavam ao redor d’Ele eram capazes de aproximar-se, entre as miríades de miríades e que estavam diante d’Ele. Para Ele santa consulta era desnecessária. 36 Contudo, o Santificado, que estava próximo d’Ele, não apartou-se d’Ele nem de noite nem de dia; nem eram eles tirados de diante d’Ele. 37 Eu também estava tão adianta- do, com um véu sobre minha face, e trêmulo. 38 Então o Senhor com sua pró- pria boca chamou-me, dizendo: Aproxima-se aqui acima, Enoque, à minha santa palavra. 39 E Ele ergueu-me, fazendo aproximar-me, mesmo até à entrada. Meus olhos estavam dirigidos para o chão. O Altíssimo fala com Enoque ENTÃO Ele tomou a pala- vra, e falou comigo; eu pres- tei atenção à sua voz: 2 Não temas, Enoque, homem honesto e Escriba da Justiça! 3 Vem até aqui e escuta as minhas palavras. 4 Vai e dize as Sentinelas dos céus que te enviaram como seu inter- cessor: 5 És tu que deveis interceder pe- los homens, não os homens por ti. 6 Portanto, deves abandonar o su- blime e santo céu, o qual permanece para sempre; deitastes com mulheres; vos corrompestes com as filhas dos homens; tomaste-as para ti esposas; agistes igual aos filhos da terra, e gerastes uma ímpia descendência a . 7 Vós éreis espirituais, santos, e possuidores de uma vida que é e Miríades de miríades. Dez mil vezes dez mil. 15 a Uma ímpia descendência. Literalmente, gigantes. 15
  • 10. 10 1º ENOQUE, 16, 17 eterna; vos contaminastes com mu- lheres, procriastes em sangue carnal; cobiçastes o sangue de homens; e fizestes como aqueles que são de carne e sangue. 8 Estes, contudo, morrem e pere- cem. 9 Portanto, eu concedi a essas mulheres, que com eles coabitaram, e que com eles geraram filhos, que nada lhes falte sobre a terra. 10 Mas desde o princípio fostes feitos espirituais, possuindo uma vida que é eterna, e não sujeito à morte para sempre. 11 Portanto, eu não fiz esposas para vós, porque, sendo espirituais, vossa habitação está no céu, 12 Agora, os gigantes que têm nascido de espírito e de carne, serão chamados sobre a terra de maus espí- ritos, e na terra estará a sua habita- ção. 13 Maus espíritos procederão de sua carne, porque eles foram criados de cima; dos santos Sentinelas foi seu princípio e a sua primeira funda- ção. 14 Maus espíritos eles serão sobre a terra, e de espíritos da maldade eles serão chamados. 15 A habitação dos espíritos do céu será no céu, mas sobre a terra estará à habitação dos espíritos ter- restres, os quais são nascidos na ter- ra. 16 Os espíritos dos gigantes serão semelhantes às nuvens b , os quais oprimem, corrompem, caem, conten- -dem e confundem sobre a terra. 17 Eles causarão lamentação. Ne- nhuma comida eles comerão; e terão sede; eles se esconderão e não se levantarão contra os filhos dos ho- mens, e contra as mulheres; pois eles virão durante os dias da matança e da destruição. A sentença dos rebeldes e sua descendência E QUANTO à morte dos gigantes, onde quer que seus espíritos se apartem de seus corpos; ou seja, de sua carne, que é perecível, esteja sem julgamento a . 2 Assim eles perecerão, até o dia da grande consumação do mundo. 3 Uma destruição das Sentinelas e dos ímpios acontecerá. 4 E então às Sentinelas, aos quais enviei-te para rogar por eles, os quais no principio estavam no céu, 5 Dize: No céu tens estado; coisas secretas, entretanto, não têm sido manifestadas a ti; contudo tens co- nhecido um reprovável mistério. 6 E isto tens relatado às mulheres na dureza do vosso coração, e por aquele mistério as mulheres e a hu- manidade têm multiplicado males sobre a terra. 7 Dize a eles: Nunca, portanto, obtereis paz. Primeira viagem de Enoque Enoque passa algum tempo com as Sentinelas ENTÃO os anjos levanta- ram-me a um certo lugar, b A palavra grega para nuvem aqui, nephelas, pode ocultar a mais antiga leitura, Napheleim (Nefilim). 16 a ...esteja sem julgamento. Ou, sua carne será destruída antes do julgamento. 16 17
  • 11. 1º ENOQUE, 18 11 onde lá havia a a aparência de um fogo fervente; e quando eles queriam assumiam formas humanas. 2 Depois eles levaram-me ao lu- gar das trevas, a um alto lugar, sobre o cume de uma montanha, cujo topo alcançava o céu. 3 E eu vi o lugar das luminárias, as câmaras das estrelas e dos trovões nas extremidades do lugar, onde ele era profundo. 4 Havia um arco de fogo, com se- tas que flamejava como uma espada de fogo, desta saia os relâmpagos b . 5 Então eles levaram-me ao lugar das aguas vivas e do fogo ocidental, o qual recebeu todo pôr-do-sol. 6 Eu vi um rio de fogo, cuja in- candescência fluía como água, o qual e desaguava no grande mar para o oeste. 7 Então vi as grandes correntes de água, até que cheguei à grande escu- ridão. 8 Eu fui para onde toda carne mi- gra; e vi as montanhas da escuridão as quais constituem o inverno, e o lugar do qual flui as águas do abis- mo. 9 Eu vi também as fontes de todos os rios da terra, e as desembocaduras das águas profundas. ENTÃO vi as câmaras de todos os ventos, vi como eles adornavam toda a terra, para preser- var a fundação da terra. 2 Eu vi os alicerces da terra, e vi cumeeira da terra. 3 Também vi os quatro ventos, os quais sustêm a terra, e o firmamento do céu. 4 E eu vi os ventos ocupando o céu exaltado, 5 Surgindo no meio do céu e da terra, e constituindo os pilares do céu. 6 Eu vi os ventos que giram no céu, os quais ocasionam e determi- nam a órbita do sol e de todas as estrelas; e sobre a terra eu vi os ven- tos que carregam as nuvens. 7 Eu vi o caminho dos anjos. 8 Percebi na extremidade da terra o firmamento do céu que sustenta nas alturas. 9 Então passei para a direção do sul, 10 Onde ardia a todo tempo, tanto de dia quanto de noite, ali se encon- tra sete montanhas a formadas de gloriosas pedras, três em direção ao leste, e três em direção ao sul. 11 Aquelas que estão em direção ao leste, uma era de pedras colo- ridas b , uma das quais era de pérolas c , e outra de topázio d . 12 Aquelas montanhas em direção ao sul, uma era de pedra vermelha e . 13 A do meio aproximava-se do céu como o trono de Deus; um trono composto de alabastro f , o topo do qual era de safira. 14 Vi também um fogo flamejan- te g suspenso sobre todas as monta- nhas. 15 E lá eu vi um lugar do outro lado de um extenso território, onde águas foram ajuntadas h . 16 Então vi um abismo com 17 a Onde havia. Ou, onde eles (os anjos) eram semelhantes. b Buraco Negro. 18 a Planetas; b Terra; c Mercúrio; d Vênus; e Marte; f Júpiter; g Sol; h Urano ou Netuno. 18
  • 12. 12 1º ENOQUE, 19, 20, 21 colunas de fogo da altura do céu, 17 E depois vi essas mesmas co- lunas ruindo, elas são imensuráveis, tanto em altura como em profundi- dade, 18 Então vi um lugar que por ci- ma não havia nem o firmamento do céu acima dele, nem o sólido chão abaixo dele; nem havia água acima; ou nada no vento; mas o lugar era desolado. 19 E lá eu vi sete estrelas, seme- lhantes a grandes montanhas, e ar- dentes, quando perguntei sobre elas. 20 Então o anjo disse: Este é o lu- gar, que o céu e da terra acabam, esta é a visão das estrelas e das legiões dos corpos celestes, e será a prisão das estrelas, e das hostes do céu. 21 As estrelas que rolam sobre fogo são aquelas que transgrediram o mandamento de Deus no inicio de seu curso; pois elas não apareceram no seu devido tempo. 22 Portanto, Ele irou-se contra elas, e amarrou-as por dez mil anos até o tempo em que estiverem sido expiado os seus pecados. ENTÃO Uriel disse: Eis aqui o lugar onde ficarão os anjos que se misturaram com mulheres, 2 Como também os seus espíritos, que assumiram formas variadas e que corromperam os homens, seduzindo- os e fazendo-os a prestar culto aos demônios como se fossem deuses, 3 Pois aqui eles ficarão até o grande dia do juízo, quando serão sentenciados a aniquilação completa, e quanto as mulheres seduzidas serão transformadas em sereias a . 4 E eu, Enoque, vi nessa visão o fim de todas as coisas. 5 E não houve ninguém que viu, o eu vi. Os sete anjos vigilantes ESTES são os nomes dos anjos Sentinelas: 2 Uriel, um dos santos anjos, o qual preside sobre o clamor e o ter- ror. 3 Rafael, um dos santos anjos, o qual preside sobre os espíritos dos homens. 4 Raguel, um dos santos anjos, o qual inflige punição ao mundo e às luminárias. 5 Miguel, um dos santos anjos, o qual, presidindo sobre a virtude hu- mana, comanda as ações. 6 Suriel, um dos santos anjos, o qual preside sobre os espíritos dos filhos dos homens que transgridem. 7 Gabriel, um dos santos anjos, o qual preside sobre o paraíso, sobre os serafins, e sobre os querubins. 8 Remiel, um dos santos, Anjos, foi por Deus incumbido de presidir aos ressuscitados. Segunda viagem de Enoque Enoque passa através da terra e do hades ENTÃO fui levado para um lugar no qual nada estava completo. 2 Lá eu vi algo de espantoso; não se via nem um céu exaltado, nem de uma terra estabelecida, mas um lugar desolado e horrível. 3 Lá também vi sete estrelas do céu amarradas juntas, semelhantes a 19 a Sereias, ou seja serão subjugadas. 19 20 21
  • 13. 1º ENOQUE, 22 13 grandes montanhas, e semelhante ao fogo fervente. 4 Eu exclamei: Por que espécie de crime elas foram amarradas, e por que foram removidas de seu lugar? 5 Então Uriel, um dos santos an- jos que estava comigo, e o qual con- duzia-me, respondeu: Enoque, por que perguntas; por que arrazoas con- sigo mesmo, e ansiosamente inda- gas? 6 Estas são aquelas estrelas que transgrediram o mandamento do altíssimo Deus; e estão aqui amarra- das, até que o número infinito dos dias dos seus crimes esteja completo. 7 Dali eu passei depois para um outro lugar terrível; 8 Onde eu vi a operação de um grande fogo flamejante e resplande- cente, no meio do qual havia uma divisão. 9 Colunas de fogo lutando juntas para o fim do abismo, e profunda era sua descida. 10 Mas sua medida e magnitude eu não fui capaz de descobrir, nem pude perceber sua origem. 11 Então exclamei: Quão terrível é este lugar, e quão difícil explorá-lo! 12 Uriel, um dos santos anjos que estava comigo, respondeu e disse: 13 Enoque, por que está alarmado e maravilhado com este terrível lu- gar, à vista deste lugar de sofrimen- to? 14 Isto, disse ele, é a prisão dos anjos; e aqui eles serão mantidos para sempre. Separação das almas após a morte: do justo e do ímpio DALI eu me dirigi para outro lugar, onde vi a oeste uma grande e elevada montanha, uma forte rocha, e quatro cavernas delei- tosas. 2 Internamente elas eram profun- das, amplas, e muito polidas (lisas); três delas eram escuras e uma clara, tendo no centro dela uma fonte de água. 3 Então eu disse: Como são lisas essas cavernas! Como são profundas e escuras! 4 Então Rafael, um dos santos an- jos que estava comigo, respondeu e disse: 5 Estes são os lugares deleitosos onde os espíritos, as almas dos mor- tos, serão reunidos; para eles ele foi formado e aqui serão reunidas todas as almas dos filhos dos homens. 6 Estes lugares, nos quais habi- tam, eles ocuparão até o dia do jul- gamento, e até seu período escolhido. 7 Seu período escolhido será lon- go, mesmo até o grande julgamento. 8 E vi os espíritos dos filhos dos homens que estão mortos; e suas vozes rompem o céu, enquanto eles são acusados. 9 Então inquiri de Rafael, o anjo que estava comigo, e disse: Que espí- rito é aquele, a voz do qual alcança o céu, e acusa? 10 Ele respondeu, dizendo: Este é o espírito de Abel o qual foi morto por Caim seu irmão; o qual acusará aquele irmão, até que sua semente seja destruída da face da terra; 11 Até que sua semente desapare- ça da semente da raça humana. 12 Naquele tempo, portanto eu 22
  • 14. 14 1º ENOQUE, 23, 24 inquiri a respeito dele, e a respeito do julgamento geral, dizendo: Por que um está separado do outro? 13 Ele respondeu: Três separa- ções foram feitas entre os espíritos dos mortos, e assim os espíritos dos justos foram separados, 14 Especialmente, uma separação foi reservada para os espíritos dos justos, onde jorra uma fonte de águas límpidas, onde há luz acima dela. 15 E da mesma maneira os peca- dores são separados quando morrem, e são sepultados na terra; julgamento não os surpreenderá em seu tempo de vida. 16 Aqui suas almas estão separa- das. 17 Além disso, abundante é seu sofrimento até o tempo do grande julgamento, o castigo, e o tormento daqueles que eternamente abomina- ram a justiça, cujas almas são muni- das e amarradas lá para sempre. 18 E assim tem sido desde o prin- cípio do mundo. 19 Assim existe uma separação entre as almas daqueles que proferem reclamações, e daqueles que vigiam pela sua destruição, para sua matança no dia dos pecadores. 20 Uma separação deste tipo foi formada para as almas dos injustos, e dos pecadores; daqueles que comete- ram crime, e se associaram aos ím- pios, com os quais eles se asseme- lham. 21 Suas almas não serão aniquila- das naquele dia de julgamento, nem se levantarão deste lugar. 22 Então eu bendisse a Deus, e fa- lei: Abençoado seja o meu Senhor, o Senhor da glória e da retidão, cujo reino será para sempre e sempre. A jornada de Enoque ao Ocidente O fogo que lida com as luminárias do céu DALI eu fui para outro lugar, em direção ao ocidente (oes- te), até às extremidades da terra, 2 Onde vi um fogo resplandecente correndo ao longo sem cessar, com um curso não intermitente, nem de dia nem de noite; mas sempre o mesmo, continuadamente. 3 Eu indaguei, dizendo: O que é isto, que nunca cessa? 4 Então Raguel, um dos santos anjos que estava comigo, respondeu, 5 E disse: Este fogo flamejante que tu vês correndo em direção ao oeste é aquele de todas as luminárias do céu. As sete esplêndidas montanhas e as arvores perfumadas EU FUI dali para outro lu- gar, e vi uma montanha de fogo que resplandece tanto de dia quanto de noite. 2 Fui em direção a ela e percebi sete esplêndidas montanhas, as quais eram diferentes umas das outras. 3 Suas pedras eram brilhantes e belas; todas eram brilhantes e es- plêndidas à vista e formosa era sua superfície. 4 Três montanhas estavam em di- reção ao leste, consolidadas e forta- lecidas por estarem colocadas uma sobre a outra; três estavam em dire- ção ao sul, consolidadas de maneira similar. 5 Três eram igualmente vales pro- fundos, os quais não se acercavam 23 24
  • 15. 1º ENOQUE, 25, 26 15 uma da outra. 6 A sétima montanha estava no meio delas. 7 Em comprimento elas todas se assemelhavam ao assento de um trono, e árvores perfumadas rodea- vam-nas. 8 Entre estas havia uma árvore de um perfume incessante; nem daquelas que estavam no Éden, havia lá algu- ma, de todas as árvores de fragrância, que cheirava como esta. 9 Suas folhas, suas flores, nunca ficam murchas, e seu fruto era belo. 10 Seu fruto assemelhava-se ao cacho da palmeira. 11 Eu exclamei: Vê! Esta árvore é vistosa de aspecto, agradável em suas folhas, e o aspecto de seus frutos é delicioso à vista. 12 Então Miguel, um dos santos anjos que estava comigo, e um dos que presidem sobre elas, respondeu; A árvore da Vida E DISSE: Enoque, por que inquires a respeito do perfu- me desta árvore? 2 Por que estás inquisitivo para sabê-lo? 3 Então eu, Enoque, respondi-lhe, e disse: 4 Concernente a tudo eu estou de- sejoso de saber, mas particularmente com respeito a esta árvore. 5 Ele respondeu-me dizendo: A montanha que tu vês, o prolonga- mento da qual assemelha-se ao as- sento do Senhor, será o assento no qual se assentará o Santo e grande Senhor da glória, o eterno Rei, quan- do Ele virá e descerá para visitar a terra com bondade. 6 E aquela árvore de agradável aroma, não de um perfume carnal; lá ninguém terá poder para toca-la até o tempo do grande julgamento. 7 Quando todos serão punidos e consumidos para sempre; isto será conferido sobre os justos e humildes. 8 O fruto da árvore será dado aos eleitos. 9 Pois em direção ao norte, vida será plantada no santo lugar, em di- reção à habitação do eterno Rei. 10 Então eles se regozijarão gran- demente e exultarão no Santo. 11 O doce perfume entrará em seus ossos; e eles viverão uma longa vida na terra como seus antepassa- dos; em seus dias não haverá tristeza, angústia, aborrecimento e nem puni- ção os afligirá. 12 E eu abençoei o Senhor da gló- ria, o eterno Rei, porque ele preparou esta árvore para os santos, formou-a, e declarou que Ele a daria para eles. Jerusalém e as montanhas, desfila- deiros e córregos DALI eu parti para o meio da terra e contemplei um lugar abençoado e frutífero, onde havia árvores com galhos que brotavam e floriam dos ramos podados. 2 Ali eu vi uma santa montanha, e debaixo dela a água do lado de trás fluía em direção ao sul. 3 Lá, igualmente, eu vi uma mon- tanha santa, e ao sopé da mesma, do lado leste, um rio que corria na dire- ção do sul. 4 Do lado do Oriente vi ainda uma outra montanha, mais alta do que aquela, e, dividindo-se as duas, uma garganta estreita e profunda; ela 25 26
  • 16. 16 1º ENOQUE, 27, 28, 29, 30 era o leito do rio que nascia ao pé da montanha. 5 Do lado ocidental havia outra montanha, mais baixa do que a ante- rior e de porte menor; entre estas e as anteriores havia um vale profundo; outro vale, também profundo, e seco, abria-se no extremo da montanha. 6 Esses profundos vales eram es- treitos, de rocha dura; nenhuma árvo- re crescia ali. 7 Admirei-me com as rochas; es- pantei-me com os vales; e tudo aqui- lo maravilhou-me sobremaneira. A finalidade do vale maldito ENTÃO eu disse: O que significa esta terra abençoa- da, e todas estas altas árvores, e o vale amaldiçoado entre elas? 2 Respondeu-me então Uriel, um dos santos Anjos que estavam comi- go, e disse: 3 Aquela garganta maldita que viste foi destinada aos eternamente malditos; ali serão agrupados todos aqueles que, com a sua boca, profe- rem coisas desrespeitosas contra Deus e falam com insolência da sua Glória. 4 Ali eles serão reunidos; será o lugar do seu julgamento. 5 Nos últimos dias, realizar-se-á um exemplo de um julgamento defi- nitivo sobre eles, na presença dos justos; ali os piedosos louvarão ao Rei da Glória, ao Senhor da Eterni- dade. 6 No dia do Julgamento dos pecadores os justos O louvarão por causa da sua misericórdia, por Ele manifestada para com eles. 7 Então eu dei graças ao Rei da Glória, proclamei a sua honra e ento- ei um cato de louvor a Ele. A jornada de Enoque para o Oriente DALI eu fui à direção ao oriente (leste) para o meio da montanha no deserto, do qual somen- te o nível da superfície eu percebi. 2 Era um lugar solitário, mas palmo a palmo de árvores e vegeta- ção; e dos pontos altos jorrava água. 3 Ali apareceu uma catarata com- posta de muitas cachoeiras voltadas tanto para o oriente quanto para o ocidente. 4 Sobre um lado havia árvores; sobre o outro água e orvalho. ENTÃO eu fui para outro lugar do deserto; em direção ao leste daquela montanha da qual eu havia me aproximado. 2 Ali eu vi árvores escolhidas a , particularmente aquelas que produ- zem o cheiro doce opiato b , incenso e mirra; e árvores diferentes umas das outras. 3 E sobre elas havia a elevação da montanha ocidental, a não grande distância. IGUALMENTE vi outro lugar com vales de água que nunca param, 2 Onde percebi uma agradável ár- vore, a qual em perfume 29 a Árvores escolhidas. Literalmente árvores de julgamento. b Medicamento que contém ópio, ou é obtido a partir dele. Codeína, heroína e morfina são opiatos. A maioria dos opiatos induz ao sono, e amortece parcial ou completamente a sensação de dor. 27 28 29 30
  • 17. 1º ENOQUE, 31, 32, 33 17 assemelha-se a Pistacia lentiscus a . 3 Em direção ao vale eu percebi o cinamomo b de doce perfume. Sobre eles avancei em direção ao leste. EU VI outras montanhas; sobre elas havia bosques de onde fluía o néctar, o chamado bál- samo ou unguento. 2 Atrás daquelas montanhas eu vi outra, ao leste da região; sobre ela havia plantas de aloés, e todas as demais árvores gotejavam resina, semelhantemente às amendoeiras. 3 Ao triturar-se a sua fruta, ela exalava toda sorte de perfumes. DEPOIS destas coisas, ins- pecionando as entradas do norte acima das montanhas, vi mon- tanhas e percebi sete montanhas re- pletas de puro nardo a , árvores perfumadas e papiro. 2 Dali eu passei acima dos picos daquelas montanhas a alguma distân- cia para o leste, e fui sobre o mar da Eritréia b . 3 E quando eu havia avançado pa- ra longe, além dele, passei ao longo, acima do anjo Zotiel, e cheguei ao jardim da justiça. 4 Neste jardim eu vi outras árvo- res, as quais eram numerosas e grandes, e floresciam ali. 5 Sua fragrância era agradável e poderosa e sua aparência era tanto agradável quanto elegante. 6 A árvore do conhecimento tam- bém estava ali, do qual se alguém comesse, tornava-se dotado de gran- de sabedoria. 7 Essa árvore, pelo seus ramos, assemelha-se ao pinheiro; sua folha- gem é parecida com a da alfarro- beira c ; o seu fruto é como os cachos da videira; e o seu perfume é perce- bido a grande distância. 8 Então eu exclamei: Como é bela esta árvore e como é agradável o seu aspecto! 9 Então o santo Rafael, um anjo que estava comigo, respondeu e dis- se: 10 Esta é a árvore do conheci- mento, da qual vosso antigo pai e vossa mãe comeram, os quais foram antes de ti e que obtendo conheci- mento, seus olhos sendo abertos, e descobrindo que estavam nus, foram expulsos do jardim. DALI eu fui na direção das extremidades da terra, onde vi grandes feras diferentes umas das outras, e pássaros variados em suas aparências e formas, bem como 30 a Pistacia lentiscus ou aroeira trata-se de uma pequena árvore ou grande arbus- to decíduo que pode atingir os 4 m de altura, que é cultivada pela sua resina aromática, o mástique, b Cinamomo espécie de arvore que alcança até 20 metros de altura, as flores são pequenas aromáticas e têm cor lilás e os frutos são redondos, carnosos e de cor amarelo escuro, porém tóxicos para humanos. 32 a Nardo: Uma espécie de planta, da qual se extrai um óleo perfumado. b Mar da Eritreia: O Mar Vermelho. c alfarrobeira, também conhecida como Pão-de-São-João, figueira-de-pitágoras e figueira-do- egito, é uma árvore de folha perene, originária da região mediterrânica que atinge cerca de 10 a 20 m de altura, cujo fruto é a alfarroba. 31 32 33
  • 18. 18 1º ENOQUE, 34, 35, 36, 37 com notas de diferentes sons; 2 Para a direita destas feras eu percebi as extremidades da terra, onde os céus cessam. 3 Os portões do céu estavam aber- tos e vi que estavam vindo as estrelas celestiais. 4 Eu enumerei-as enquanto pro- cediam do portão e escrevi-as todas, enquanto elas saiam uma por uma, de acordo com seu número. 5 Eu escrevi seus nomes comple- tamente, seus tempos e estações, enquanto o anjo Uriel, que estava comigo, mostrava-as a mim. 6 Ele as mostrou todas a mim, e escrevi uma conta delas. 7 Ele também escreveu para mim seus nomes, seus regulamentos, e suas operações. A jornada de Enoque para o Norte DALI eu avancei em direção ao norte, para as extremida- des da terra. 2 E ali vi a grande e gloriosa ma- ravilha das extremidades de toda terra. 3 Vi ali portões celestiais abertos para o céu, três dos quais distinta- mente separados. 4 Os ventos do norte procediam deles, soprando frio, granizo, geada, neve, orvalho e chuva. 5 De um dos portões eles sopra- vam suavemente, mas quando eles sopravam dos dois outros portões, ele era violento e forte. 6 Eles sopravam sobre a terra for- temente. DALI eu fui para as extremi- dades do mundo para o oeste; 2 Ali percebi três portões abertos, enquanto eu estava olhando no norte; os portões e passagens através deles era de igual magnitude. A jornada de Enoque para o Sul ENTÃO eu segui às extre- midades da terra ao sul, onde vi três portões abertos para o sul, do qual provinha orvalho, chuva e ven- to. 2 Dali eu fui para as extremidades do céu oriental, onde vi três portões celestiais abertos para o leste, os quais tinham portões menores dentro deles. 3 Através de cada um desses por- tões menores as estrelas do céu pas- savam, e passaram para o oeste por um caminho que foi visto por elas, e todo o período de seu aparecimento. 4 Quando eu as vi, as abençoei cada vez que elas apareceram, e abençoei o Senhor da glória que ti- nha feito estes grandes e esplêndidos sinais, para que eles pudessem mos- trar a magnificência de suas obras aos anjos e às almas dos homens, e para que estes pudessem glorificar todas as suas obras e operações, pu- dessem ver os efeitos do seu poder; pudessem glorificar o grande labor de suas mãos e abençoá-lo para sem- pre. Enoque vê seus ancestrais A SEGUNDA visão de sabe- doria, que Enoque viu, o filho de Jarede, filho de Maalalel, o filho de Quenã, filho de Enos, filho de Sete, filho de Adão. 2 Este é o começo da palavra de sabedoria, a qual eu recebi para 34 35 36 37
  • 19. 1º ENOQUE, 38, 39 19 declarar e dizer àqueles que habitam sobre a terra. 3 Ouvi desde o princípio, e enten- dei até o fim, as santas coisas que eu pronuncio na presença do Senhor Deus. 4 Aqueles que eram antes de nós pensaram-nas boas para se pronunci- ar; 5 E nós, que viemos depois, obs- truímos o princípio da sabedoria. 6 Até ao presente tempo nunca aconteceu ter sido dado diante do Senhor Deus o que eu recebi, sabe- doria de acordo com a capacidade do meu intelecto, e de acordo com o prazer do Senhor Deus; o que eu recebi dele, uma porção da vida eter- na. 7 E eu obtive três parábolas, as quais eu declarei aos habitantes do mundo. Primeira Parábola O futuro do Reino de Deus e o jul- gamento aos pecadores QUANDO a congregação dos justos for manifestada e os pecadores forem julgados por seus crimes, e forem afligidos à vista do mundo; 2 Quando os justos forem mani- festados a na presença dos mesmos justos, os quais serão eleitos por suas boas obras corretamente pesadas pelo Senhor dos espíritos, e quando a luz dos justos e dos eleitos, o quais habi- tam na terra for manifestada; onde será a habitação dos pecadores? 3 E qual será o lugar de descanso daqueles que rejeitaram o Senhor Deus? 4 Seria melhor para eles se nunca tivessem nascido. 5 Quando os segredos dos justos também forem revelados, então os pecadores serão julgados e os ímpios serão afligidos na presença dos justos e eleitos. 6 Daquele tempo, aqueles que possuírem a terra deixarão de ser poderosos e exaltados. 7 Nem serão capazes de olhar pa- ra o semblante do santo, pois a luz dos semblantes dos santos, dos jus- tos, e dos eleitos, terá sido visto pelo Senhor Deus. 8 Então os reis poderosos daquele tempo serão destruídos, mas serão entregues nas mãos dos retos e san- tos. 9 Desde então ninguém obterá compaixão do Senhor Deus, porque suas vidas neste mundo terá sido completada. A morada dos justos e os louvores do Santíssimo NAQUELES dias a raça eleita e santa descerá do céu e sua semente estará com os filhos dos homens. 2 E Enoque recebeu escritos da ira e escritos do desespero e da per- dição. 3 Nunca obterão misericórdia, diz o Senhor Deus. 4 Uma nuvem então me arreba- tou, e o vento elevou-me acima da superfície da terra, colocando-me na extremidade dos céus. 5 Ali eu vi com os meus próprios 38 a Quando os justos forem manifestados. Ou, quando o Justo aparecer. 38 39
  • 20. 20 1º ENOQUE, 40 olhos as suas moradas junto aos An- jos justos e seus lugares de repouso junto aos Santos. 6 Eles estavam entrando, supli- cando e orando pelos filhos dos ho- mens; enquanto a justiça fluía como a água diante deles, e a misericórdia se espalhava sobre a terra como o orvalho. 7 E assim será para com eles para sempre e sempre. 8 Naquele tempo os meus olhos viram a habitação dos eleitos, da verdade, fé e retidão. 9 Sem conta será o número dos santos e eleitos na presença de Deus para sempre e sempre. 10 Sua residência eu vi sob as asas do Senhor Deus. 11 Todos os santos e eleitos can- tavam diante dele, com a aparência semelhante à chama de fogo; suas bocas estavam cheias de bênçãos e seus lábios glorificavam o nome do Senhor Deus. 12 E retidão incessantemente ha- bitava diante dele. 13 Eu quis permanecer ali, e mi- nha alma desejou aquela habitação. 14 Ali estava minha antecedente herança, pois deste modo eu prevale- ci diante do Senhor Deus. 15 Neste momento eu glorifiquei e exaltei o nome do Senhor Deus com louvor e exaltação, pois Ele o tem estabelecido com bênção e com exaltação, de acordo com Sua própria boa vontade. 16 Meus olhos contemplaram aquele espaçoso lugar. 17 Eu o bendisse e falei: Abenço- -ado seja, abençoado desde o princí- pio e para sempre. 18 No princípio, antes que o mundo fosse criado, e sem fim é seu conhecimento. 19 Qual é este mundo? De toda geração existente, eles abençoarão aquele que não dorme espiritualmen- te, mas permanece diante da Tua glória, abençoando, glorificando, exaltando-te, e dizendo: Santo, San- to, é o Senhor Deus encheu o mundo todo de espíritos. 20 Ali meus olhos viram a todos que, sem dormir, permanecem diante dele e abençoam-no dizendo: 21 Abençoado sejas, e abençoado seja o nome de Deus para sempre e sempre. 22 Então meu semblante ficou mudado, até que fiquei incapaz de continuar vendo. Os quatro anjos DEPOIS disto eu vi milhares de milhares e miríades de miríades a , e um número infinito de pessoas, em pé, diante do Senhor Deus. 2 Igualmente, nas quatro asas do Senhor Deus, nos quatro lados, per- cebi outros, ao lado daqueles que estavam em pé diante dele. 3 Seus nomes também eu sei por- que o anjo que estava comigo decla- rou-os a mim, revelando-me toda coisa secreta. 4 Então ouvi as vozes daqueles sobre os quatro lados, magnificando o Senhor da glória. 5 A primeira voz abençoou o 40 a Miríades de miríades. Dez mil vezes dez mil. 40
  • 21. 1º ENOQUE, 41 21 Senhor Deus para sempre e sempre. 6 A segunda voz ouvi abençoando ao Messias e aos eleitos que sofrem pela causa do Senhor Deus. 7 A terceira voz eu ouvi pedindo e orando em favor daqueles que habi- tam sobre a terra, e suplicam no no- me do Senhor Deus. 8 A quarta voz eu ouvi expulsan- do os anjos ímpios b , e proibindo-os de entrarem na presença do Senhor Deus para proferirem acusações con- tra c os habitantes da terra. 9 Depois disso eu pedi ao anjo da paz, que prosseguia comigo, para explicar tudo o que estava escondido. 10 Eu disse-lhe: Quem são aque- les que eu havia visto nos quatro lados e que palavras eram aquelas que eu havia ouvido e escrito? 11 Ele respondeu: O primeiro é o misericordioso, o longânimo, o santo Miguel. 12 O segundo é aquele que presi- de sobre todo sofrimento e toda afli- ção dos filhos dos homens, o santo Rafael. 13 O terceiro, o qual preside so- bre tudo o que é poderoso é Gabriel. 14 E o quarto, o qual preside so- bre o arrependimento e a esperança daqueles que herdarão a vida eterna, é Fanuel. 15 Estes são os quatro anjos do Altíssimo Deus e suas quatro vozes, as quais naquele momento eu ouvi. Segredos dos fenômenos da nature- za e dos luminares DEPOIS disso eu vi os se- gredos do céu e do paraíso, de acordo com suas divisões, e das ações humanas enquanto eles pesa- vam-nas em balanças. 2 Vi as habitações dos eleitos e as habitações dos santos. 3 E ali meus olhos viram todos os pecadores que haviam negado o Se- nhor da glória e como eles foram expelidos dali, e arrastados para fora, como eles estiveram ali; nenhuma punição procedeu contra eles vinda do Senhor Deus. 4 Ali também meus olhos viram os segredos do raio e do trovão e os segredos dos ventos, como eles são distribuídos quando eles sopram sobre a terra: os segredos dos ventos, do orvalho, e das nuvens. 5 Ali eu vi o lugar de onde eles saem e tornam-se saturados com o pó da terra. 6 Ali eu vi câmaras fechadas de onde se origina a distribuição dos ventos, a câmara do granizo e a câ- mara da neve, a câmara das nuvens, e a própria nuvem, a qual continuava sobre a terra antes da criação do mundo. 7 Eu vi as câmaras do sol e da lua, e de onde eles saem e para onde vol- tam, o seu retorno magnífico, e como um tem precedência sobre a outra, a sua rota admirável, e como não transgridem o seu curso, não o au- mentando nem diminuindo, e como guardam entre si a fidelidade e o juramento pelo qual se b Anjos ímpios. Literalmente os Satãs. Ha-satan em Hebreu (o adversário) foi originalmente o título de um ofício, não o nome de um anjo. c Proferir acusações contra. Ou, para acusar. 41
  • 22. 22 1º ENOQUE, 42, 43, 44, 45 comprometeram. 8 Primeiramente avança o sol e segue o seu curso obedecendo à or- dem do Senhor Deus; e grande é o seu Nome para sempre. 9 Depois eu vi o caminho oculto e o caminho visível da lua, que naque- las paragens segue o seu curso tanto de dia como de noite. 10 Na presença do Senhor Deus, eles se colocam um atrás do outro, agradecendo-O e louvando-O sem cessar; para eles o seu agradecimento é o descanso. 11 Pois o sol faz muitos giros, ou para a bênção ou para a maldição, e o caminho da lua é luz para os justos, mas trevas para os pecadores, em nome do Senhor, que separou a luz das trevas, e dividiu os espíritos dos homens e fortaleceu os espíritos dos justos em nome da sua Justiça. 12 Nem um Anjo nem uma Potes- tade poderia impedir isso, pois foi Ele quem estabeleceu para eles to- dos, um Juiz, que os julgará na sua presença. A morada da Sabedoria Divina A SABEDORIA não encon- trou um lugar na terra onde pudesse habitar; sua habitação, por- tanto está no céu. 2 A sabedoria saiu para habitar entre os filhos dos homens, mas ela não obteve habitação. 3 A sabedoria retornou ao seu lu- gar e assentou-se no meio dos anjos. 4 Mas a iniquidade saiu depois do seu retorno, a qual de má vontade encontrou uma habitação e residiu entre eles como chuva no deserto, e como o orvalho na terra seca. Os segredos astronômicos EU vi também outros relâm- pagos e as estrelas do céu; então eu percebi como Ele chamava a todas pelo seu nome e como elas O escutavam. 2 Então eu vi como elas foram pesadas com uma balança justa, se- gundo a intensidade da sua luz; vi também a profundidade dos seus espaços e o dia do seu aparecimento, e como a sua órbita provocava raios. 3 Eu vi como suas órbitas corres- pondiam ao número do Anjo e como guardavam fidelidade entre si. 4 Então eu perguntei ao anjo, que prosseguia comigo, e ele explicou- me coisas secretas, e quais eram seus nomes. 5 Ele respondeu: O Senhor Deus mostrou a ti uma similaridade disto. 6 Eles são nomes dos justos que habitaram na terra, os quais acredi- tam no nome do Senhor Deus para sempre e sempre. OUTRA coisa também vi com respeito ao esplendor; que ele sobe por causa das estrelas e torna-se esplendor, sendo incapaz de abandoná-las. A Segunda Parábola O Reino do Messias – Novos céus e nova terra A SEGUNDA parábola, a respeito daqueles que negam o nome da habitação dos santos e do Senhor Deus. 2 Aos céus eles não ascenderão 42 43 44 45
  • 23. 1º ENOQUE, 46 23 nem virão sobre a terra. 3 Esta será a porção dos pecado- res que negam o nome do Senhor Deus e que estão assim reservados para o dia da punição e da aflição. 4 Naquele dia o Messias se assen- tará sobre um trono de glória e esco- lherá suas condições e suas incontá- veis habitações, enquanto seus espíri- tos neles serão fortalecidos quando eles virem meu Eleito, pois esses fugiram por proteção para meu santo e glorioso nome. 5 Naquele dia eu farei com que meu Eleito habite no meio deles; mudarei a face do céu; o abençoarei e o iluminarei para sempre. 6 Eu também mudarei a face da terra, a abençoarei; e farei com que aqueles a quem elegi habitem sobre ela. 7 Mas aqueles que cometeram pe- cado e iniquidade não habitarão nela, pois Eu marquei seus procedimentos. 8 Meus justos Eu satisfarei com paz, colocando-os diante de Mim; mas a condenação dos pecadores se aproximará, para que Eu possa des- trui-los da face da terra. O Ancião de dias e o Filho do homem ALI eu vi o ancião de dias, cuja cabeça era igual à branca lã, e com ele outro, cujo semblante assemelhava-se ao do homem. 2 Seu semblante era cheio de gra- ça, igual ao dos santos anjos. 3 Então eu inquiri dos anjos que estavam comigo, e que me mostra- vam toda coisa secreta concernente a este Filho do homem, o qual foi; de onde Ele era e porque Ele acompa- nhou o Ancião de dias. 4 Ele respondeu-me e disse: Este é o Filho do homem, ao qual a justiça pertence, com o qual a retidão tem habitado e o qual revelou todos os tesouros do que é escondido: pois o Senhor Deus o tem escolhido e sua porção tem excedido a tudo diante do Senhor Deus em eterna ascensão. 5 Este Filho do homem, que tu vês, levantará reis e poderosos de seus lugares de habitação, e os pode- rosos de seus tronos; soltará as ré- deas do poderoso, e quebrará em pedaços os dentes dos pecadores. 6 Ele lançará reis dos seus tronos e de seus domínios porque eles não O exaltarão, não O louvarão, nem se humilham diante dEle, pelo qual seus reinos lhes foram dados. 7 Igualmente o semblante do po- deroso Ele lançará abaixo, enchendo- os de confusão. 8 Escura será sua habitação e vermes serão sua cama; deste seu leito eles não esperam levantar-se novamente porque eles não exaltam o nome do Senhor Deus. 9 Eles condenarão as estrelas do céu, elevarão suas mãos contra o Altíssimo, caminham e habitam so- bre a terra, exibindo todos os seus atos de iniquidade, mesmo suas obras de iniquidade. 10 Sua força estará em suas ri- quezas e sua fé nos bens que têm formado com suas próprias mãos. 11 Eles negarão o nome do Se- nhor Deus e o expulsarão de seus templos, nos quais eles se reúnem; 12 E com Ele o fiel, o qual sofre em nome do Senhor Deus. 46
  • 24. 24 1º ENOQUE, 47, 48 A oração dos justos por justiça e sua alegria pela vinda do Senhor NAQUELE dia a oração dos santos e dos justos e o sangue dos íntegros ascenderá da terra até a presença do Senhor Deus. 2 Naquele dia os santos se reuni- rão, os quais habitam nos céus, e com vozes unidas de petição, suplica, oração, louvor e bênção ao nome do Senhor Deus, por conta do sangue dos justos que tem sido derramado, para que a oração dos justos não seja descontinuada diante do Senhor Deus, para que por eles se execute julgamento; e para que sua paciência possa perdurar para sempre. 3 Naquele tempo eu vi o Ancião de dias enquanto ele se assentava sobre o trono da sua glória, enquanto o livro dos vivos foi aberto na sua presença e enquanto todos os poderes que estão acima dos céus permane- cem ao redor e diante dele. 4 Então os corações dos santos es- tavam cheios de alegria, por causa da consumação da justiça que havia chegado, a súplica dos santos foi ouvida e o sangue dos justos aprecia- do pelo Senhor Deus. A Fonte de Justiça; o Filho do Ho- mem - A morada dos justos: Julga- mento dos reis e os poderosos NAQUELE lugar eu vi uma fonte de retidão, a qual era inesgotável, envolta em muitas fon- tes de sabedoria. 2 Delas todos os sedentos bebe- ram e foram cheios de sabedoria tendo sua habitação com os retos, eleitos e santos. 3 Naquela hora o Filho do homem foi invocado diante do Senhor Deus e seu nome na presença do Ancião de dias. 4 Antes que o sol e os sinais fos- sem criados, antes que as estrelas do céu tivessem sido formadas, seu no- me era invocado na presença do Se- nhor dos espírito. 5 Ele será um apoio para os justos e santos se encostarem, sem falhar; e ele será a luz das nações. 6 Ele será a esperança daqueles cujos corações estão temerosos. 7 Todos os que habitam na terra cairão diante d’Ele; O abençoarão e glorificarão, e cantarão orações ao nome do Senhor Deus. 8 Para esse propósito o Messias foi escolhido e mantido em oculto junto d'Ele, antes que o mundo fosse criado; e Ele será para todo o sempre. 9 E a Sabedoria do Senhor Deus revelou-O aos santos e aos justos; pois Ele protege o destino dos justos, pois estes odiaram e aborreceram este mundo de depravação, repudian- do todas as suas obras e caminhos, em nome do Senhor Deus. 10 Pois em seu nome eles serão preservados e sua será a vida. 11 Naqueles dias os reis da terra e os homens poderosos, os quais ga- nharam o mundo por suas realiza- ções, se tornarão humildes em seus semblantes. 12 Pois no dia de sua ansiedade e angústia, suas almas não serão sal- vas, e eles estarão em sujeição da- quele a quem eu escolhi. 13 Eu os lançarei como a palha ao fogo e como chumbo, na água. 47 48
  • 25. 1º ENOQUE, 49, 50, 51 25 14 Assim eles queimarão na pre- sença dos justos e afundarão na pre- sença dos santos; nem a décima parte deles será encontrada. 15 Mas no dia da tribulação o mundo ganhará tranquilidade. 16 Em sua presença eles falharão e não serão levantados novamente; nem haverá alguém para tomá-los por suas mãos e levantá-los; pois eles negaram o Senhor Deus e seu Messi- as. 17 O nome do Senhor será aben- çoado. O Poder e Sabedoria do Messias SABEDORIA verteu como água e glória não falta diante d’Ele para sempre e sempre, pois potente é Ele em todos os segredos de retidão. 2 Mas a iniquidade passa como uma sombra e não possui uma esta- ção fixa, pois o Messias permanece diante do Senhor Deus e Sua glória é para sempre e sempre, e Seu poder de geração em geração. 3 Com Ele habitam os espíritos da sabedoria intelectual, o espírito da instrução e do poder e o espíritos dos que dormem em retidão; Ele julgará coisas secretas. 4 Ninguém será capaz de pronun- ciar uma única palavra diante d’Ele, pois o Messias está na presença do Senhor Deus de acordo com Seu próprio prazer. A glorificação e vitória do justo e o arrependimento dos gentios NAQUELES dias os santos e os escolhidos sofrerão uma mudança. A luz do dia descansará sobre eles e o esplendor e a glória dos santos será transformada. 2 Naquele dia de tribulação o mal será amontoado sobre os pecadores, mas os justos triunfarão no nome do Senhor Deus. 3 Outros serão levados a ver que devem arrepender-se e desistir das obras das suas mãos, e que a glória não os espera na presença do Senhor Deus já que por Seu nome eles po- dem ser salvos. 4 O Senhor Deus terá compaixão deles, pois grande é a Sua misericór- dia e a justiça está em Seu julgamen- to; na presença de Sua glória, em seu julgamento a iniquidade não perma- necerá. 5 Aquele que não se arrepende, este perecerá na Sua presença. 6 Daqui em diante Eu não terei misericórdia deles, diz o Senhor Deus. A Ressurreição dos Mortos, e a se- paração pelo Juiz: do justo e o ímpio NAQUELES dias a terra entregará de seu ventre e o inferno entregará de si aqueles a quem recebeu, e a destruição restau- rará àqueles a quem ela deve. 2 Ele selecionará os justos e san- tos de entre eles, pois o dia de sua salvação se tem aproximado. 3 E naqueles dias o Messias se as- sentará sobre seu trono, enquanto todo segredo de sabedoria intelectual procederá da sua boca, pois o Senhor Deus lhe concedeu e glorificou. 4 Naqueles dias as montanhas 49 50 51
  • 26. 26 1º ENOQUE, 52, 53 saltarão como as rãs e os montes pularão como jovens ovelhas 1 saci- adas com leite; e todos os justos se tornarão iguais aos anjos nos céu. 5 Seu semblante se iluminará de alegria, pois naqueles dias o Messias será exaltado. 6 A terra se regozijará; os justos habitarão nela e a possuirão. As sete montanhas de metal e o Messias DEPOIS desse tempo, no lugar onde eu havia visto toda visão secreta, fui arrebatado em um redemoinho de vento e transpor- tado para o oeste. 2 Lá meus olhos viram os segre- dos do céu e tudo o que existe na terra; uma montanha de fogo, uma montanha de cobre, uma montanha de prata, uma montanha de ouro, uma montanha de metal maciço, e uma montanha de chumbo. 3 E eu perguntei ao anjo que foi comigo, dizendo: O que são estas coisas, que em segredo eu vi? 4 Ele disse: Todas as coisas que tu viste serão para o domínio do Messias, para que ele possa coman- dar e ser poderoso sobre a terra. 5 E aquele anjo de paz respon- deu-me dizendo: 6 Espera um pouco de tempo e entenderás, e cada coisa secreta te será revelada, o que o Senhor Deus tem decretado. 7 Aquelas montanhas que tu vis- te, a montanha de ferro, a montanha de cobre, a montanha de prata, a montanha de ouro, a montanha de metal maciço e a montanha de chumbo, todas estas na presença do Messias serão como o favo de mel diante do fogo, e como a água des- cendo de cima sobre estas monta- nhas, e se tornarão debilitadas diante de seus pés. 8 Naqueles dias os homens não serão salvos por ouro e por prata. 9 Nem eles o terão em seu poder para assegurar-se, e voar. 10 Lá não haverá nem ferro, nem casaco de malha para o peito. 11 Cobre será inútil; inútil tam- bém será o que não enferruja nem se consome; e levar não será desejado. 12 Todas estas coisas serão rejei- tadas, e perecem na terra, quando o Messias aparecer na presença do Senhor Deus. O vale do julgamento: os Anjos de Punição: Os escolhidos do Eleito ALI meus olhos viram um profundo vale, e larga era sua entrada. 2 Todos os que habitam na terra, no mar, e nas ilhas, trarão para ele dons, presentes e oferendas; contudo aquele profundo vale não se encherá. Suas mãos cometerão iniquidade. 3 Tudo quanto eles produzirem por labor será devorado pelos peca- dores por crime. 4 Mas eles perecerão de diante da face do Senhor Deus e da face de sua terra. 5 Eles se levantarão, e não falha- rão para sempre. 6 Eu vi anjos de punição, os quais estavam habitando ali, e preparando 51 1 Sal. 114:4 52 53
  • 27. 1º ENOQUE, 54, 55 27 todos os instrumentos de Satanás. 7 Então perguntei ao anjo da paz que continuava comigo, para quem aqueles instrumentos eram prepara- dos. 8 Ele disse: Estes são preparados para os reis e poderosos da terra, para que assim eles pereçam. 9 Depois que os justos e a casa escolhida de sua congregação apare- cerão, e desde então serão imutáveis no nome do Senhor Deus. 10 Nem aquelas montanhas exis- tirão na sua presença como a terra e os montes, como as fontes de água existem. 11 E os justos serão aliviados da vexação dos pecadores. O vale da punição dos reis, podero- sos e os anjos caídos ENTÃO eu olhei e me virei para outra parte da terra, onde vi um profundo vale de fogo ardente. 2 Para esse vale, eles levaram os reis e os poderosos. 3 Ali meus olhos viram os ins- trumentos que eles fizeram, corren- tes de ferro sem peso a . 4 Então eu perguntei ao anjo da paz que estava comigo, dizendo: Para quem essas correntes são prepa- radas? 5 Ele respondeu: Estas são prepa- radas para as hostes de Azaziel, para que eles sejam entregues e julgados a uma menor condenação, e para que seus anjos sejam subjugados com pedras arremessadas, como o Senhor Deus ordenou. 6 Miguel e Gabriel, Rafael e Fa- nuel serão fortalecidos naquele dia, e então os lançarão numa fornalha de fogo ardente para que o Senhor Deus possa ser vingado pelos crimes que eles cometeram; porque eles se tor- naram ministro de Satanás, e seduzi- ram aqueles que habitam sobre a terra. A visão do diluvio 7 Naqueles dias punição virá do Senhor Deus, e os reservatórios de água que estão acima nos céus serão abertos, e igualmente as fontes que estão sob a terra. 8 Todas as águas, que estão nos céus e abaixo deles, serão reunidas e se misturarão. 9 A água do alto do céu é a mas- culina, e a água debaixo da terra é a feminina. 10 E todos os que habitam sobre a terra serão destruídos e os que habitam sob as extremidades do céu. 11 Por esses meios eles entende- rão a iniquidade que cometeram na terra, e por esses meios perecerão. O sinal de juramento de Deus para com o homem DEPOIS disso o Ancião de dias arrependeu-se, e disse: Em vão eu destruí todos os habitantes da terra. 2 E ele jurou por seu grande no- me, dizendo: 3 De agora em diante eu não agi- rei mais assim para com todos aque- les que habitam sobre a terra. 4 Mas eu colocarei um sinal nos 54 a Sem peso. Ou, de imensurável peso. 54 55
  • 28. 28 1º ENOQUE, 56, 57 céus 1 ; e ele será uma fiel testemu- nha entre mim e eles para sempre, tantos quantos os dias do céu dura- rem sobre a terra. 5 Eu colocarei meu arco na nu- vem, e ele será um sinal do convênio entre mim e a terra. Juízo Final para Azaziel, os vigilan- tes e seus filhos 6 Se Eu havia desejado que por aqueles delitos eles fossem postos a ferros pelas mãos dos Anjos, no dia da tribulação e da dor, permanece neste caso a minha ira e o meu casti- go em relação a eles, disse Deus, o Criador. 7 Ó vós reis, ó vós poderosos, que habitam o mundo, vereis meu Eleito, assentado sobre o trono da minha glória. 8 E Ele julgará Azaziel, e todos seus aliados e descendentes, em no- me do Senhor Deus. Última luta dos Poderes pagãos contra Israel ALI igualmente eu vi as hostes dos anjos que estavam se movendo em punição, confinadas numa rede de ferro e bronze. Então eu perguntei ao anjo da paz, que estava comigo: Para quem estes sob confinamento estão indo. 2 Ele disse: Para todos os seus eleitos e seus amados, para que eles possam ser lançados nas fontes e profundas fendas do abismo. 3 E aquele vale será cheio com seus eleitos e amados; os dias cuja vida serão consumados, mas os dias de seus erros serão inumeráveis. 4 Então os príncipes (anjos ma- lignos) se combinarão e juntos cons- pirarão. 5 Os chefes do leste, entre os Medos e os Persas, removerão reis, nos quais um espírito de perturbação entrará. 6 Ele os lançará de seus tronos, saltando como leões de seus escon- derijos, e como lobos famintos no meio do rebanho. 7 Eles subirão e pisarão na terra de seus eleitos. 8 A terra de seus eleitos estará di- ante deles. 9 A eira, e o caminho, e a cidade do meu povo justo impedirá o pro- gresso de seus cavalos. 10 Eles se levantarão para destru- ir uns aos outros; sua mão direita se estenderá; o homem não conhecerá seu amigo ou seu irmão; 11 Nem o filho de seu pai ou de sua mãe; até que o número dos cor- pos de seus mortos sejam completa- dos, pela sua morte e punição. 12 Nem isto acontecerá sem cau- sa. 13 Naqueles dias a boca do infer- no será aberta, na qual eles serão imersos; o inferno destruirá e tragará os pecadores da face dos eleitos. O retorno da dispersão DEPOIS disto eu vi outro exército de carruagens com homens dirigindo-as. 2 E eles vieram sobre o vento do leste, desde o oeste para o sul. 3 O som do barulho de suas 55 1 Gen. 9:13 56 57
  • 29. 1º ENOQUE, 58, 59, 60 29 carruagens foi ouvido. 4 E quando aquela agitação acon- teceu os santos fora do céu percebe- ram-na; o pilar da terra abalou-se desde a sua fundação e o som foi ouvido desde as extremidades da terra até às extremidades do céu ao mesmo tempo. 5 Então eles caíram e adoraram o Senhor Deus. 6 Este é o fim da segunda parábo- la. A terceira parábola A bem-aventurança dos Santos ENTÃO eu comecei a profe- rir a terceira parábola, con- cernente aos santos e aos eleitos. 2 Abençoados sois vós, ó santos e eleitos, pois glorioso é o vosso lugar. 3 Os santos existirão na luz do sol e os eleitos na luz da vida eterna, cujos dias de vida nunca terminarão nem os dias dos santos serão enume- rados, os quais procuram pela luz e obtêm retidão com o Senhor Deus. 4 Paz seja aos santos com o Se- nhor Criador do mundo. 5 Daqui em diante aos santos seja dito que procurem nos céu os segre- dos da retidão, a porção da fé; seme- lhante ao sol nascido sobre a terra, enquanto a escuridão se vai. 6 Ali haverá luz interminável; eles não entrarão em contagem de tempo, pois a escuridão será previa- mente destruída e a luz aumentará diante do Senhor Deus; a luz da hon- radez aumentará para sempre. As luzes e os trovões NAQUELES dias meus olhos viram os segredos dos relâmpagos e seu esplendor, e o jul- gamento a eles pertencente. 2 Eles iluminam por bênção e por maldição, de acordo com a vontade do Senhor Deus. 3 Ali eu vi os segredos do trovão quando ele agita-se acima no céu e seu som é ouvido. 4 As habitações da terra também foram mostradas a mim. 5 O som do trovão é para paz e para bênção, tanto para o bem quanto para maldição, de acordo com a pa- lavra do Senhor Deus. 6 Depois disso, todo segredo dos esplendores e dos trovões foram vis- tos por mim. Para bênção e para fer- tilidade eles iluminam. Tremores no céus – Os monstros Beemote e Leviatã – Os elementos da natureza NO QUINQUAGÉSIMO ano, no sétimo mês, no déci- mo quarto dia da vida de Enoque, naquela parábola eu vi o céu dos céus tremer, que ele tremeu violentamente e que os poderes do Altíssimo e dos anjos, milhares de milhares, e miría- des de miríades a , ficaram agitados com grande agitação. 2 E quando eu olhei o Ancião de dias estava assentado no trono de sua glória enquanto os anjos e santos estavam em pé ao redor dele. 3 Um grande tremor veio sobre mim. 4 Meus lombos foram curvados e soltos, meus rins foram dissolvidos; 60 a Miríades de miríades. Dez mil vezes dez mil 58 59 60
  • 30. 30 1º ENOQUE, 60 e eu caí sobre minha face. 5 O santo Miguel, outro santo an- jo, um dos santos, foi enviado, o qual levantou-me. 6 E quando ele levantou-me, meu espírito retornou, pois eu fui incapaz de suportar essa visão de violência, sua agitação e o choque do céu. 7 Então o santo Miguel disse-me: Por que estás perturbado com essa visão? 8 Desde então tem existido o dia da misericórdia; Ele tem sido miseri- cordioso e longânimo com todos os que habitam sobre a terra. 9 Mas quando o tempo vier, então o poder, a punição, e o julgamento tomarão lugar, o qual o Senhor Deus preparou para aqueles que se prostra- rem para o julgamento da retidão, para aqueles que renunciarem àquele julgamento, e para aqueles que to- mam seu nome em vão. 10 Aquele dia foi preparado para os eleitos como um dia de convênio e para os pecadores como um dia de inquisição. 11 Naquele dia dois monstros se- rão distribuídos como alimento, um monstro fêmea, cujo nome é Leviatã b , habitando nas profundezas do mar, acima das fontes de águas; 12 E um monstro macho, cujo nome é Beemote c , o qual possui, movendo-se em seu ventre, no deser- to invisível. 13 Cujo nome era Duidain d . 14 A leste do jardim, onde os elei- tos e os justos habitarão, onde ele recebeu-o de meu ancestral, desde Adão o primeiro dos homens, cujo homem o Senhor Deus fez. 15 Então eu pedi a outro anjo que me mostrasse o poder daqueles monstros, como eles se separaram naquele mesmo dia, um estando nas profundezas do mar, e o outro no seco deserto. 16 E ele disse: Tu, filho do ho- mem, estás aqui desejoso de enten- dimento das coisas secretas. 17 E o anjo da paz, o qual estava comigo disse: Estes dois monstros estão preparados pelo poder de Deus para tornarem-se alimento, para que a punição de Deus não seja em vão. 18 Então crianças serão mortas com suas mães, e os filhos com seus pais. 19 E quando a punição do Senhor Deus continuar, sobre eles ela conti- nuará, para que a punição do Senhor Deus não aconteça em vão. 20 Depois do quê, o julgamento existirá com misericórdia e longani- midade. 21 Então outro anjo, o qual estava comigo, me falou, b Monstro que se representa sob a forma de crocodilo, segundo a mitologia fenícia. Formas como a de dragão marinho, serpente e polvo. c No livro de Jó 40:15-24 sua descrição é tradicionalmente associada à de um monstro gigante e herbívoro, podendo ser retratado como um leão monstruoso, apesar de alguns criacionistas o identificarem como um saurópode ou um touro gigante de três chifres. Em uma outra análise vemos este como um animal pré-histórico muito conhecido como braquiossauro. Esta criatura tem um corpo couraçado e é típica dos desertos (embora Behemot também seja como os he- breus chamavam os hipopótamos). d A localização deste deserto é descrito para o leste do Jardim da Justiça, onde Enoque foi arre- batado para os céus.
  • 31. . 1º ENOQUE, 61 31 22 E mostrou-me o primeiro e o último dos segredos em cima no céu, e nas profundezas da terra: 23 Nas extremidades do céu e nas fundações dela, e nas câmaras dos céus. 24 Ele mostrou-me como seus es- píritos foram divididos; como eles foram balançados e como ambas as fontes e os ventos foram contados de acordo com a força de seu espírito. 25 Ele me mostrou o poder da luz da lua, que seu poder é justo; bem como as divisões das estrelas, de acordo com seus respectivos nomes; 26 Que cada divisão é separada; que os relâmpagos iluminam; 27 Que suas tropas imediatamente obedecem e que uma cessação toma lugar durante o trovão em continua- ção de seu som. 28 Não são separados o trovão e o raio; nem eles se movem com um espírito, já que eles não são separa- dos. 29 Pois quando os raios ilumi- nam, o trovão soa e o espírito a um próprio período faz pausa, fazendo uma divisão igual entre eles, pois as câmaras sobre o qual seus períodos dependem é solto como a areia. 30 Cada um deles à sua própria estação é restringido com uma rédea e virado pelo poder do espírito, que assim impele-os de acordo com a espaçosa extensão da terra. 31 O espírito do mar é igualmente potente e forte, e um poder tão forte o faz vazar; assim ele é dirigido adi- ante e espalha-se contra as monta- nhas da terra. 32 O espírito da geada tem seu anjo; no espírito do granizo ele é um bom anjo; o espírito da neve cessa em sua força e um espírito solitário está nele, o qual ascende dele como vapor, e é chamado refrigeração. 33 O espírito da névoa também habita com eles em sua câmara, mas ele tem uma câmara para si mesmo, pois seu progresso está no esplendor, 34 Na luz e na escuridão, no in- verno e no verão. 35 Sua câmara é brilho, e um anjo esta nele. 36 O espírito do orvalho tem seu domicílio nas extremidades do céu, em conexão com a câmara da chuva e seu progresso está no inverno e no verão. 37 A nuvem produzida por ele e a nuvem do meio se tornam unidos, um dá ao outro; e quando o espírito da chuva está em movimento de sua câmara, anjos vêm e, abrindo sua câmara, a traz adiante. 38 Quando igualmente ele é borri- fado sobre toda a terra ele forma uma união com todo tipo de água no chão; pois as águas ficam na terra, porque eles fornecem nutrição para a terra desde o Altíssimo, o qual está no céu. 39 Sobre este informe, portanto há uma regulamentação na qualidade da chuva que os anjos recebem. 40 Estas coisas eu vi, todas elas, até o paraíso. Anjos vão para medir o Paraíso: o Julgamento dos Justos pelo Eleito: o Louvor do Eleito e de Deus NAQUELES dias eu vi que longos cordões foram dados 61
  • 32. 32 1º ENOQUE, 61 àqueles anjos, os quais tomaram suas asas e fugiram em direção ao norte. 2 Eu perguntei ao anjo, dizendo: Para onde eles levaram aqueles lon- gos cordões e para onde se foram? 3 Ele disse: Eles foram medir. 4 O anjo, o qual continuava co- migo, disse: Estas são as medidas dos jutos e cordas serão trazidas para que eles possam confiar no nome do Senhor Deus para sempre e sempre. 5 O Eleito começará a habitar com o eleito. 6 Estas são as medidas que serão dadas pela fé, as quais fortalecerão as palavras de retidão. 7 Estas medidas revelarão todos os segredos nas profundezas da terra. 8 E acontecerá que aqueles que foram destruídos no deserto e os que foram devorados pelos peixes do mar e pelas bestas do campo, retornarão e confiarão no dia do Eleito, pois nin- guém perecerá na presença do Se- nhor Deus, nem ninguém será capaz de perecer. 9 Então eles receberam o manda- mento, todos os quais estavam nos céus acima, para quem foi dado um poder combinado, voz e esplendor, semelhante ao fogo. 10 E primeiro, com suas vozes eles abençoaram-No, exaltaram-No, glorificaram-No com sabedoria e atribuíram a Ele sabedoria com a palavra e com o sopro da vida. 11 Então o Senhor Deus assenta- do sobre o trono de sua glória, e o Eleito, 12 O qual julgará todas as obras do Santo acima no céu, e numa ba- lança Ele pesará suas ações. 13 E quando Ele levantar Seu semblante para julgar seus caminhos secretos na palavra do nome do Se- nhor Deus, e seu progresso no cami- nho do justo julgamento do altíssimo Deus; 14 Eles falarão com vozes unidas; abençoarão, glorificarão, exaltarão, e orarão em nome do Senhor Deus. 15 Ele chamará a todo poder dos céus, a todo santo acima, e ao poder de Deus. 16 O Querubim, o Serafim, o Ofanim, todos os anjos de poder e todos os anjos de principados, a sa- ber, do Eleito, e as demais forças existentes sobre a terra e sobre o mar naquele dia. 17 E levarão suas vozes unidas; abençoarão, glorificarão, orarão, e exaltarão com o espírito da fé, com o espírito da sabedoria e da paciência, com o espírito da misericórdia, com o espírito do julgamento e da paz, e com o espírito da benevolência; to- dos dirão com vozes unidas: 18 Abençoado é Ele; e o nome do Senhor Deus será abençoado para sempre e sempre; todos, os quais não dormem, o abençoarão acima no céu. 19 Todo santo no céu o abençoa- rá; todo o eleito que habita no jardim da vida e todo espírito de luz que é capaz de abençoar, glorificar, exaltar, e orar em seu santo nome e todo homem mortal, mais do que os pode- res do céu, glorificará e abençoará seu nome para sempre e sempre. 20 Pois grande é a misericórdia do Senhor Deus; longânimo Ele é; e todas as suas obras, todo o seu poder, grande são as coisas que Ele tem
  • 33. 1º ENOQUE, 62 33 feito, tem revelado aos santos e elei- tos, em nome do Senhor Deus. Julgamento dos reis e dos poderosos e a bem-aventurança dos Justos ENTÃO o Senhor ordenou os reis, os príncipes, os exal- tados e aqueles que habitam na terra dizendo: Abri vossos olhos, e elevai vossas buzinas se sois capazes de compreender o Messias! 2 O Senhor Deus assentou-se so- bre o trono de sua glória. 3 E o espírito de retidão foi colo- cado sobre ele. 4 A palavra de sua boca destruirá todos os pecadores e todos os mun- danos, os quais perecerão na sua presença. 5 Naquele dia todos os reis, os príncipes, os exaltados e todos os que possuem a terra se colocarão em pé, verão e perceberão Aquele que está assentado no trono da sua glória, que diante d’Ele os santos serão julgados em retidão, 6 E que nada que será falado di- ante d’Ele, será falado em vão. 7 Inquietação virá sobre eles, co- mo sobre uma mulher em trabalho de parto, cujo labor é severo, quando seu filho vem à boca do ventre e ela encontra-se em dificuldade de dar a luz. 8 Uma porção deles olhará para a outra. Eles ficarão atônitos e baixa- rão seu semblante, 9 E aflição os prenderá quando eles virem o Filho da mulher assen- tado sobre o seu trono de glória. 10 Então os reis, os príncipes e todos os que possuem a terra glorifi- carão aquele que tem domínio sobre todas as coisas, aquele que esteve em conselho; pois desde o princípio o Filho do homem existiu em segredo, o qual o Altíssimo preservou na pre- sença do Seu poder e foi revelado aos eleitos. 11 Ele semeará a congregação dos santos e dos eleitos, e todo eleito ficará diante d’Ele naquele dia. 12 Todos os reis, príncipes, o exaltado e aqueles que governam sobre toda a terra cairão sobre suas faces diante d’Ele, e O adorarão. 13 Eles colocarão suas esperanças neste Filho do homem orarão a Ele e implorarão por misericórdia. 14 Então o Senhor Deus se apres- sará em expeli-los da Sua presença. 15 Suas faces ficarão cheias de confusão e suas faces se cobrirão de escuridão. 16 Os anjos os tomarão para cas- tigo, aquela vingança poderá ser infligida naqueles que têm oprimido Seus filhos e Seus eleitos. 17 E eles se tornarão como um exemplo aos santos aos Seus eleitos. 18 Através deles estes serão feitos jubilosos, pois a ira do Senhor Deus descansará sobre eles. 19 Então a espada do Senhor Deus se embebedará com seu sangue, mas os santos e eleitos serão salvos naquele dia; a face dos pecadores e dos mundanos daquele tempo em diante eles não verão. 20 O Senhor Deus permanecerá sobre eles: 21 E com este Filho do homem eles habitarão, comerão, deitarão e levantarão, para sempre e sempre. 62
  • 34. 34 1º ENOQUE, 63 22 Os santos e eleitos têm se le- vantado da terra. 23 Têm deixado de deprimir seus semblantes e terão sido vestidos com a vestimenta da vida. 24 Aqueles vestidos da vida estão com o Senhor Deus, em cuja presen- ça suas vestimentas não envelhecerão nem será diminuída sua glória. O Arrependimento inútil dos reis e os poderosos NAQUELES dias os reis que possuíram a terra serão puni- dos pelos anjos de Sua ira, onde quer que eles lhes sejam entregues, para que Ele possa dar descanso por um curto período de tempo; e para que eles prostrem-se diante d’Ele e ado- rem o Senhor Deus, confessando seus pecados diante d’Ele. 2 Eles abençoarão e glorificarão o Senhor Deus dizendo: Abençoado é o Senhor Deus, o Senhor dos reis, o Senhor Deus, o Senhor dos ricos, o Senhor da glória, e o Senhor da sa- bedoria. 3 Ele iluminará toda coisa secreta. 4 Seu poder é de geração a gera- ção e Sua glória para sempre e sem- pre. 5 Profundos são todos os Seus se- gredos e incontáveis; sua retidão não pode ser calculada. 6 Agora nós sabemos que de- vemos glorificar e abençoar o Senhor dos reis o qual é Rei sobre todas as coisas. 7 Eles também dirão: Quem nos tem permitido ficar para glorificar, louvar, abençoar, e confessar na pre- sença da Sua glória? 8 E agora pequeno é o repouso que nós desejamos, mas nós não o encontramos; nós rejeitamos e não o possuímos. Luz passou diante de nós e escuridão tem coberto nossos tro- nos para sempre. 9 Pois nós não confessamos dian- te dEle; não temos glorificado o no- me do Senhor dos reis; não temos glorificado o Senhor em todas as Suas obras, mas temos confiado no cetro do nosso próprio domínio e da nossa glória. 10 Naquele dia do nosso sofri- mento e da nossa angústia Ele não nos salvará, nem encontraremos des- canso. 11 Confessamos que nosso Se- nhor é fiel em todas as Suas obras, em todos os Seus julgamentos e em Sua retidão. 12 Em Seus julgamentos ele não paga nenhum respeito a pessoas; e nós devemos apartar-nos de sua pre- sença por causa de nossos maus atos. 13 Todos os nossos pecados são verdadeiramente sem número. 14 Então eles dirão a si mesmos: Nossas almas estão saciadas com os instrumentos de crime; 15 Mas que não nos impede de descer ao ventre flamejante do infer- no. 16 Daí em diante seus semblantes se encherão de escuridão e confusão diante do Filho do homem, de cuja presença eles serão expulsos e diante do qual a espada permanecerá expe- lindo-os. 17 Assim diz o Senhor Deus: Este decreto e o julgamento serão contra os príncipes, os reis, os exaltados, e 63
  • 35. 1º ENOQUE, 64, 65 35 aqueles que possuem a terra, na pre- sença do Senhor Deus. Visão dos Anjos caídos no lugar de castigo EU VI outros semblantes naquele lugar secreto. 2 Ouvi a voz de um anjo, dizendo: Estes são os anjos que desceram do céu a terra, revelaram segredos aos filhos dos homens e seduziram os filhos dos homens para cometerem de pecado. Enoque prediz a Noé do Dilúvio e sua própria preservação NAQUELES dias Noé viu que a terra inclinou-se, e que destruição aproximava-se. 2 Então ele levantou seus pés e foi para os confins da terra, para a habitação do seu bisavô Enoque. 3 E Noé clamou com uma amarga voz: Ouvi-me, ouvi-me, ouvi-me, três vezes. 4 E ele disse: Dize-me o que está ocorrendo sobre a terra, pois a terra trabalha e é violentamente abalada. Certamente eu perecerei com ela. 5 Depois disso houve uma grande perturbação na terra e uma voz foi ouvida desde o céu. 6 Eu caí sobre minha face, então meu bisavô Enoque veio e colocou- se ao meu lado. 7 Ele disse-me: Por que clamas a mim com um amargo clamor e la- mentação? 8 Um mandamento partiu do Se- nhor contra aqueles que habitam na terra para que eles sejam destruídos, pois eles conhecem todo segredo dos anjos, toda obra opressiva, o poder secreto dos demônios e todo poder daqueles que cometem sortilégios, tanto quanto daqueles que fazem imagens fundidas em toda a terra. 9 Eles sabem como a prata é pro- duzida do pó da terra e como na terra a gota metálica existe, pois o chumbo e o estanho não são produzidos da terra como fonte primária de sua produção. 10 Há um anjo colocado sobre ela, e o anjo luta para prevalecer. 11 Depois disso meu bisavô Eno- que agarrou-me com sua mão, levan- tando-me e disse-me: 12 Vai, pois eu pedi ao Senhor Deus a respeito desta perturbação da terra; o qual respondeu: 13 Por conta da impiedade deles seus inumeráveis julgamentos foram consumados diante de mim. 14 Com respeito às luas eles in- quiriram, e têm conhecimento de que a terra perecerá com aqueles que habitam sobre ela a , e que estes não terão lugar de refúgio para sempre. 15 Eles descobriram segredos, e eles são aqueles que têm sido julga- dos; mas não você, meu filho. 16 O Senhor Deus sabe que tu és puro e bom, livre da reprovação do descobrimento de segredos. 17 Ele, o Santo, estabelecerá Seu nome no meio dos santos e te preser- vará daqueles que habitam sobre a terra. 18 Ele estabelecerá tua semente 65 a Com respeito às luas… habitam sobre ela. Ou, Por causa dos sortilégios que eles procu- raram e aprenderam a terra e aqueles que habitam sobre ela serão destruídos. 64 65
  • 36. 36 1º ENOQUE, 66, 67 em retidão com domínio e grande glória, e da tua semente se espalhará retidão, e homens santos sem número para sempre. Os Anjos das Águas são instruídos a não salvar os homens DEPOIS disso ele mostrou- me os anjos de punição, os quais estão preparados para vir e liberar todas as forças da água sub- terrânea e espalhá-la sobre todos os habitantes da terra para seu castigo e destruição. 2 O Senhor dos Espíritos deu en- tão a ordem aos Anjos que partiam para que não deixassem escorrer as águas, mas sim retê-las; e para não tomar os homens, e nem preservá- los, pois esses Anjos eram os que presidiam às águas. 3 Nessa hora, eu me afastei de Enoque. Promessa de Deus a Noé: Lugares de punição dos Anjos e dos Reis NAQUELES dias a palavra de Deus veio a mim, e disse: 2 Noé! Tua sorte chegou à minha presença; será um destino sem man- cha, um destino de amor e de retidão. 3 Agora então os anjos trabalha- rão as árvores, mas enquanto eles procedem nisto eu colocarei minha mão sobre elas e as preservarei. 4 A semente da vida se erguerá dela e uma mudança tomará lugar para que a terra seca não seja deixada vazia. 5 Eu estabelecerei tua semente di- ante de mim para sempre e sempre, e a semente daqueles que habitarem contigo na superfície da terra. 6 Ela será abençoada e multipli- cada na presença da terra, em nome do Senhor. 7 Eles confinarão aqueles anjos que descobriram impiedade. 8 Naquele vale ardente é que eles serão confinados, o qual a princípio meu bisavô mostrou-me no oeste, onde há montanhas de ouro e prata, de ferro, de metal maciço, e de esta- nho. 9 Eu vi aquele vale no qual há uma grande perturbação e onde as águas são agitadas. 10 E quando tudo isto foi execu- tado, da massa fluída de fogo e na perturbação que prevaleceu naquele lugar, levantou-se um forte cheiro de enxofre que se misturou com as águas; e o vale dos anjos que haviam sido culpados de sedução, queimou- se debaixo da terra. 11 Através daquele vale rios de fogo também estavam fluindo, para os quais aqueles anjos serão conde- nados, os quais seduziram os habi- tantes da terra. 12 E naqueles dias estas águas se- rão para os reis, aos príncipes, aos exaltados e para os habitantes da terra, para a cura da alma e do corpo e para o julgamento do espírito. 13 Seus espíritos serão cheios de luxúria para que eles possam ser julgados em seus corpos; porque eles negaram o Senhor Deus, e apesar de eles perceberem sua condenação dia após dia, não acreditaram em seu nome. 14 E como a inflamação de seus corpos será grande, assim seus 66 67
  • 37. 1º ENOQUE, 68, 69 37 espíritos sofrerão uma transformação para sempre. 15 Pois nenhuma palavra que é pronunciada diante do Senhor Deus será em vão. 16 Julgamento veio sobre eles porque eles confiaram em sua luxúria carnal, e negaram o Senhor Deus. 17 Naqueles dias as águas daque- le vale serão transformadas, pois enquanto os anjos forem julgados, o calor daquelas fontes de águas so- frem umas alterações. 18 E enquanto os anjos ascende- rem, a água das fontes novamente sofrem umas alterações e congelam. 19 Então eu ouvi o santo Miguel respondendo e dizendo: Este julga- mento, com o qual os anjos serão julgados, dará testemunho contra os reis, príncipes e aqueles que possuem a terra. 20 Pois estas águas de julgamento serão para sua cura e para a morte de seus corpos. 21 Mas eles não perceberão e não acreditarão que as águas serão trans- formadas e tornadas como fogo, que arderá para sempre. Miguel e Rafael surpreenderam-se com a gravidade do juízo DEPOIS disto ele deu-me os sinais de todas as coisas se- cretas do livro do meu bisavô Eno- que, e nas parábolas que haviam sido dadas a ele; inserindo-as para mim entre as palavras do livro das parábo- las. 2 Naquele momento o santo Mi- guel comunicou-se com Rafael nes- tes termos: 3 A excitação do espírito me arre- bata e faz-me tremer por causa da severidade do Julgamento, dos se- gredos e do castigo dos Anjos. 4 Quem poderá suportar a gravi- dade da sentença que será cumprida, sem abalar-se profundamente?. 5 Julgamento saiu contra eles por aqueles que assim arrastara-os para fora; e que se foram, quando eles estavam na presença do Senhor Deus. 6 Novamente o santo Miguel dis- se a Rafael: 7 Eles não estarão diante do olho do Senhor, já que o Senhor Deus foi ofendido por eles, pois como senho- res eles têm-se conduzido. 8 Portanto Ele traz sobre eles um secreto julgamento para sempre e sempre. 9 Pois nem o anjo, nem o homem recebe uma porção dele, mas eles só receberão seu próprio julgamento para sempre e sempre. Os nomes e funções dos anjos caí- dos: o Juramento de segredo DEPOIS deste julgamento eles estarão assombrados e irritados, pois serão exibidos aos habitantes da terra. 2 Eis os nomes destes anjos. Estes são seus nomes: O primeiro deles é Samyaza; o segundo é Arakiba; o terceiro é Armen; o quarto, Kokabiel; o quinto, Turel; o sexto, Ramiel; o sétimo, Danei; o oitavo, Kael; o no- no, Barakel; o décimo, Azazel; o décimo primeiro, Armers; o décimo segundo, Bataryal; o décimo terceiro, Basasael; o décimo quarto, Ananel; o 68 69
  • 38. 38 1º ENOQUE, 69 décimo quinto, Turyal; o décimo sexto, Simapiseel; o décimo sétimo, Jetarel; o décimo oitavo, Tumael; o décimo nono, Tarel; o vigésimo, Rumel; o vigésimo primeiro, Azazi- el. 3 Estes são os principais (chefes) dos anjos, e os nomes dos líderes de suas centenas, e seus líderes de cin- quenta, e os líderes de suas dezenas. 4 O nome do primeiro é Jekon a : ele foi quem seduziu todos os filhos dos santos anjos e fez com que des- cessem à terra, conduzindo desenca- minhadamente a descendência dos homens. 5 O nome do segundo é Asbeel, o qual apontou mau conselho aos fi- lhos dos santos anjos e conduziu-os a corromperem seus corpos gerando humanos. 6 O nome do terceiro é Gadreel: ele descobriu todo golpe de morte aos filhos dos homens. 7 Ele seduziu Eva e descobriu aos filhos dos homens os instrumentos de morte, o casaco de malha, o escudo, e a espada para matança; todo ins- trumento de morte para os filhos dos homens. 8 Estas coisas derivaram de suas mãos para os que habitam sobre a terra daquele período para sempre. 9 O nome do quarto é Penemue: ele ensinou aos filhos dos homens o amargor e a doçura, 10 E mostrou a eles todo segredo de sua sabedoria. 11 Ele também instruiu os homens na escrita com tinta sobre o papel; 12 E com isso muitos se corrom- peram, desde os tempos antigos por todas as épocas, até os dias de hoje. 13 Pois os homens não foram cri- ados para fortalecer sua honestidade dessa maneira, por meio de pena e tinta. 14 Os homens foram criados à semelhança dos anjos; deveriam permanecer honestos e puros, 15 E assim não seriam afetados pela morte que tudo destrói; 16 Todavia, por esse conhecimen- to eles se arruinaram, e pelo poder desse conhecimento destruíram-se mutuamente. 17 O nome do quinto é Tamiel: ele ensinou aos filhos dos homens todo iníquo golpe de espíritos e de demônios: 18 O golpe do embrião no ventre, para diminuí-lo b ; o golpe do espírito pela mordida da serpente, e o golpe que é dado ao meio-dia pelo filho da serpente, cujo nome é Tabaet c . 19 Este é o número de Kasbeel; a parte principal do juramento que o Altíssimo, habitando em glória, reve- lou aos santos. 20 Seu nome é Bika. Ele falou ao santo Miguel para que revelasse a eles o nome sagrado, para que eles pudessem entender o sagrado nome e assim lembrar-se do juramento; e para que aqueles que apontaram toda coisa secreta aos filhos dos homens possam tremer sob aquele nome 69 a Jekon pode simplesmente significar o rebelde. b O golpe…para diminuí-lo. Ou, o soco (com ataque, agressão) ao embrião no ventre para que seja abortado. c Tabaet. Literalmente, macho ou forte.
  • 39. 1º ENOQUE, 69 39 e juramento. 21 Este é o poder do juramento; pois poderoso ele é, e forte. 22 E estabelecido este juramento de ficar pela instrumentalidade do santo Miguel. 23 Estes são os segredos deste ju- ramento, e por ele eles foram confir- mados. 24 Os céus estiveram em suspen- so por ele antes que o mundo fosse feito, para sempre. 25 Por ele a terra foi inundada no dilúvio enquanto das partes escondi- das dos montes as águas agitadas as águas saíram desde a criação até o fim do mundo. 26 Por este juramento o mar foi formado e a sua fundação. 27 Durante o período desta fúria ele estabeleceu a areia contra ele, a qual continua imutável para sempre, e por este juramento o abismo foi feito forte; e não é removível de sua estação para sempre e sempre. 28 Por este juramento o sol e a lua completam seu progresso nunca se desviando do comando que lhes foi dado para sempre e sempre. 29 Por este juramento as estrelas completam seu progresso, 30 E quando seus nomes forem chamados eles retornarão em respos- ta, para sempre e sempre. 31 Então nos céus tomam lugar os sopros dos ventos: todos eles têm respiração d e efetuam uma completa combinação de respirações. 32 Ali os tesouros do trovão são mantidos e o esplendor do relâmpa- go. 33 Ali são guardados os tesouros do granizo e da neblina, os tesouros da neve, os tesouros da chuva e do orvalho. 34 Todos estes confessam e lou- vam diante do Senhor Deus. 35 Eles glorificam com todo seu poder de súplica; e Ele os sustém em todo aquele ato de agradecimento enquanto eles louvam, glorificam e exaltam o nome do Senhor Deus para sempre e sempre. 36 E com eles, ele estabelece este juramento, pelo qual, eles e seus caminhos são preservados, e seus progressos não perecem. 37 Grande foi sua alegria. 38 Eles abençoaram, glorificaram, e exaltaram porque o nome do Filho do homem lhes foi revelado. 39 Ele assentou-se sobre o trono de Sua glória, e a parte principal do julgamento foi designada e Ele, o Filho do homem. 40 Os pecadores perecerão e de- saparecerão da face da terra, enquan- to aqueles que os seduziram serão amarrados com correntes para sem- pre. 41 De acordo com seus graus de corrupção eles serão aprisionados, e todas as suas obras desaparecerão da face da terra; desde então ali não haverá ninguém para corromper, pois o Filho do homem foi visto assentado sobre Seu trono de glória. 42 Toda iniquidade desaparecerá e se apartará de diante de Sua face; a palavra do Filho do homem se torna- rá poderosa na presença do Senhor Deus. d Respiração. Ou, espíritos.
  • 40. 40 1º ENOQUE, 70, 71 43 Esta é a terceira parábola de Eno- que. Enoque no Paraíso DEPOIS disto o nome do Filho do homem, vivendo com o Senhor Deus, foi exaltado pelos habitantes da terra. 2 Ele foi exaltado nas carruagens do Espírito e o seu nome estava no meio deles. 3 Desde aquele tempo eu não fui arrancado do meio deles; mas Ele assentou-se entre dois espíritos, entre o norte e o oeste, onde os anjos rece- beram seus cordões, para medir o lugar para os eleitos e os justos. 4 Ali eu vi os pais dos primeiros homens e os santos que habitam na- quele lugar para sempre. Enoque com o Filho do Homem DEPOIS disso meu espírito foi ocultado, ascendendo aos céus. 2 Eu vi os filhos dos santos anjos andando em chamas de fogo, cujas vestimentas e mantos eram brancos e cujos semblantes eram transparentes como cristal. 3 Eu vi dois rios de fogo brilhan- do como o jacinto. 4 Então caí sobre minha face di- ante do Senhor Deus. 5 E Miguel, um dos arcanjos, to- mou-me pela mão direita e levantou- me, e trouxe-me para onde estava todo segredo de misericórdia e reti- dão. 6 Ele me mostrou todas as coisas ocultas das extremidades do céu, todos os tesouros das estrelas e o seu esplendor, desde quando elas saíram de diante da face do Santo. 7 Ele escondeu o espírito de Eno- que no céu dos céus. 8 Ali eu vi no meio daquela luz uma construção levantada com pe- dras de gelo, 9 E no meio destas pedras vi lín- guas de fogo vivo. 10 Meu espírito viu ao redor o círculo desta habitação flamejante em uma de suas extremidades; que ali havia rios cheios de fogo vivo, o qual cercava-a. 11 Então o Serafim, o Querubim, e o Ofanim a rodearam-na: estes são aqueles que nunca adormecem, mas vigiam o trono de Sua glória. 12 Eu vi inumeráveis anjos, mi- lhares de milhares, e miríades de miríades, as quais rodeavam aquela habitação. 13 Miguel, Rafael, Gabriel, Fanu- el e os santos anjos que estavam acima nos céus foram e saíram dele. 14 Miguel, Rafael, e Gabriel saí- ram daquela habitação, e santos anjos inumeráveis. 15 Estava com eles o Ancião de dias, cuja cabeça era branca como o algodão, e pura, e seu manto era in- descritível. 16 Então eu caí sobre minha face enquanto toda minha carne era dis- solvida, e meu espírito tornou-se transformado. 17 Eu clamei com alta voz com um poderoso espírito, abençoando, glorificando, e exaltando. 18 E aquelas bênçãos que 71 a Ofanim. As rodas Ezequiel 1:15-21. 70 71
  • 41. 1º ENOQUE, 72 41 procediam da minha boca tornaram- se aceitáveis na presença do Ancião de dias. 19 O Ancião de dias veio com Miguel e Gabriel, e Rafael e Fanuel, com milhares de milhares, e miríades de miríades b , que não podiam ser enumerados. 20 Então aquele anjo veio a mim, com sua voz saudou-me, dizendo: Tu és descendência do homem, o qual é nascido para retidão, e retidão des- cansou sobre ti. 21 A retidão do ancião de dias não te esquecerá. 22 Ele disse: Em ti Ele conferirá paz em nome do mundo existente; por isso a paz tem existido desde que o mundo foi criado. 23 E assim acontecerá a ti para sempre e sempre. 24 Todos os que existirão e cami- nharão em seus caminhos de retidão, não te esquecerão para sempre. 25 Contigo estarão suas habita- ções, contigo seu destino; de ti eles não serão separados para sempre e sempre. 26 E assim o prolongamento dos dias estará com o Filho do homem c . 27 A paz será para os justos e os retos possuirão o caminho da integri- dade, em nome do Senhor Deus, para sempre e sempre. Livro do curso das luminárias celestes - O Sol O LIVRO do curso das lu- minárias dos céus, de acordo com suas respectivas classes, seus respectivos poderes, seus respectivos períodos, seus respectivos nomes, os lugares onde elas começam seu pro- gresso e seus respectivos meses, que Uriel, o santo anjo que estava comi- go, explicou-me; aquele que as ad- ministra. 2 Toda a conta delas de acordo com o exato ano do mundo para sempre, até que um novo trabalho seja efetuado, o qual será eterno. 3 Esta é a primeira lei das luminá- rias. O Sol. 4 A luz do sol levanta-se nas por- tas do céu do Oriente e desce nas portas do céu do Ocidente. 5 Eu vi seis portões onde o sol sai e seis portões onde o sol se põe (ver figura) . 6 Em cujos portões também a lua nasce e se põe; 7 Eu vi os condutores das estrelas, entre aqueles que precedem-nas; seis portões estão no nascente, e seis no poente do sol. 8 Todos estes, respectivamente, um depois do outro, estão em nível; e numerosas janelas estão ao lado di- reito e ao lado esquerdo destes por- tões. 9 Primeiro avança aquela grande luminária, a qual é chamada sol, cuja órbita é a órbita do céu, toda ela está repleta com esplêndido e flamejante fogo. 10 Sua carruagem, onde ela as- cende, o vento sopra. 11 O sol se põe no céu e b Miríades de miríades. Dez mil vezes dez mil. c Filho do homem. Literalmente, descendência do homem, ou o Cristo que vem da descendên- cia do homem. 72
  • 42. 42 1º ENOQUE, 72 retornando pelo norte, para seguir em direção ao leste, é conduzido assim enquanto entra por aquele portão e ilumina a face do céu. 12 Da mesma maneira ele sai no primeiro mês pelo grande portão. 13 Ele sai através do quarto da- queles seis portões, que estão ao nas- cente do sol.
  • 43. 1º ENOQUE, 72 43 14 E no quarto portão, através do qual o sol com a lua prosseguem, na primeira parte dele, lá existem doze janelas abertas das quais sai uma chama quando elas estão abertas em seus próprios períodos. 15 Quando o sol se levanta no céu ele sai através deste quarto portão por três dias, e pelo quarto portão ao oeste do céu no nível em que ele descende. 16 Durante aquele período o dia é prolongado durante o dia, e a noite encurtado durante a noite por trinta dias. 17 E então o dia é mais longo que a noite por duas partes. 18 O dia é precisamente, dez par- tes, e a noite é oito a . 19 O sol sai através deste quarto portão, se põe nele e volta para o quinto portão durante trinta dias, depois do quê ele prossegue e se põe nele, o quinto portão. 20 Então o dia se torna prolonga- do por uma segunda porção de modo que ele é doze partes, enquanto a noite se torna encurtada, e é apenas sete partes b . 21 O sol então retorna para o les- te, entrando no sexto portão, e nasce e se põe no sexto portão trinta e um dias, na contagem de seus sinais. 22 Naquele período o dia é mais longo que a noite, sendo duas vezes tão longo quanto à noite, e chega a ser de doze partes; 23 Mas a noite é encurtada e se torna em seis partes c . Então o sol nasce para que o dia possa ser encur- tado e a noite prolongada. 24 E o sol retorna para o leste en- trando pelo sexto portão, onde ele nasce e se põe por trinta dias. 25 Quando aquele período é com- pletado o dia chega a ser encurtado precisamente uma parte, de modo que ele é de doze partes, enquanto que a noite é de sete partes d . 26 Então o sol vai do oeste, da- quele sexto portão, e prossegue em direção ao leste nascendo no quinto portão por trinta dias e se pondo no- vamente ao oeste no quinto portão do oeste. 27 Naquele período o dia chega a ser encurtado duas partes, e é de dez partes, enquanto que a noite é de oito partes e . 28 Então o sol vai do quinto por- tão, enquanto se põe no sexto portão do oeste e nasce no quarto portão por trinta e um dias, na conta de seus sinais, se pondo a oeste. 29 Naquele período o dia é feito igual à noite e, sendo igual a ela, a noite torna-se a nove partes, e o dia nove partes f . 30 Então o sol vai daquele portão enquanto ele se põe no oeste, e retor- nando pelo leste prossegue pelo ter- ceiro portão por trinta dias, se pondo no oeste no terceiro portão. 31 Naquele período a noite é 72 a Abril no Hemisfério Norte ou Outubro no Hemisfério Sul; b Maio no Hemisfério Norte ou Novembro no Hemisfério Sul; c Junho no Hemisfério Norte ou Dezembro no Hemisfério Sul; d Julho no Hemisfério Norte ou Janeiro no Hemisfério Sul; e Agosto no Hemisfério Norte ou Fevereiro no Hemisfério Sul; f Setembro no Hemisfério Norte ou Março no Hemisfério Sul;
  • 44. 44 1º ENOQUE, 72 prolongada desde o dia durante trinta manhãs, e o dia é encurtado desde o dia durante trinta dias; a noite sendo precisamente de dez partes, e o dia oito partes g . 32 O sol então sai do terceiro por- tão, enquanto ele se põe no terceiro portão no oeste; mas retornando para o leste. 33 Ele prossegue pelo segundo portão do leste por trinta dias. 34 De igual maneira ele também se põe no segundo portão na direção oeste do céu. 35 Naquele período a noite é de onze partes, e o dia sete partes h . 36 Então o sol sai naquele tempo pelo segundo portão, enquanto se põe no segundo portão no oeste, mas retorna para o leste, prosseguindo pelo primeiro portão, por trinta e um dias. 37 E se pões no oeste no primeiro portão. 38 Naquele período a noite é no- vamente prolongada tanto quanto o dia. 39 Ela é precisamente de doze partes, enquanto que o dia é seis partes i . 40 O sol tem assim completado seus começos, e uma segunda vez de volta desde estes começos. 41 Naquele primeiro portão ele entra por trinta dias, e se põe no oes- te, defronte do céu. 42 Naquele período a noite é en- curtada em seu comprimento uma quarta parte, que é, uma porção, e se torna onze partes j . 43 O dia é de sete partes. 44 Então o sol retorna, e entra no segundo portão ao leste. 45 Ele retorna por estes começos trinta dias, nascendo e se pondo. 46 Naquele período, a noite é en- curtado em seu comprimento. 47 Ela se torna dez partes, e o dia oito partes k . 48 Então o sol sai do segundo portão, e se põe a oeste; mas retorna pelo leste, e nasce no leste, no tercei- ro portão, trinta e um dias, se pondo no oeste do céu. 49 Naquele período a noite se tor- na encurtada, ela é nove partes l . 50 E a noite é igual ao dia. O ano é precisamente trezentos e sessenta e quatro (ver figura) dias m . 51 Prolongamento do dia e da noite, e a contração do dia e da noite, são feitos diferentes um do outro g Outubro no Hemisfério Norte ou Abril no Hemisfério Sul; h Novembro no Hemisfério Norte ou Maio no Hemisfério Sul; i Dezembro no Hemisfério Norte ou Junho no Hemisfério Sul; j Janeiro no Hemisfério Norte ou Julho no Hemisfério Sul; k Fevereiro no Hemisfério Norte ou Agosto no Hemisfério Sul; l Março no Hemisfério Norte ou Setembro no Hemisfério Sul; m A lua leva 52 semanas de 7 dias cada uma para completar seus 13 ciclos anuais, com média de 28 dias para 4 fases lunares (nova, crescente, cheia, minguante); mas isto não quer dizer que os meses (luas) iniciam e terminam obedecendo às 4 fases lunares, 52 semanas igualam 364 dias. Como a Terra leva 365 dias em seu movimento de translação, sobra um dia fora da lua. Esse dia é chamado o dia fora do tempo. Esse dia é chamado assim porque ele não tem os aspectos materiais do tempo, mas conserva seus aspectos espirituais, sendo o dia da libertação final do ciclo que se completa.
  • 45. 1º ENOQUE, 73 45 pelo progresso do sol. 52 Por meio deste progresso o dia é diariamente prolongado, e a noite grandemente encurtada. 53 Esta é a lei e o progresso do sol, e suas voltas, quando ele retorna, voltando durante sessenta dias n , e seguindo em frente. 54 Esta é a grande perpétua lumi- nária, aquela que ele chama sol para sempre e sempre. 55 E assim sobe o grande lumi- nar, e assim é nomeado de acordo com a sua aparência, de acordo como o Senhor ordenara. 56 E assim ele entra e sai, nem afrouxando nem descansando; mas correndo em sua carruagem de dia e de noite. 57 Ele brilha com uma sétima porção da luz da lua o ; mas as dimensões de ambos são iguais. A Lua DEPOIS dessa lei, eu vi outra, referente ao luminar pequeno, que é a lua. 2 O alcance do seu giro é equiva- lente ao do céu; o carro sobre o qual ela anda é conduzido pelo vento e a luz lhe é proporcionada segundo medidas. 3 A cada mês alteram-se seu nas- cimento e seu acaso; seus dias são semelhantes ao dias solares, e quan- do sua lua é uniforme (lua cheia), comporta uma sétima parte da luz do sol. 4 E assim que ela se apresenta: sua primeira fase aparece no oriente na trigésima manhã; nesse dia ela fica visível, e assim começa para vós a primeira fase da lua, no trigésimo dia, aparecendo juntamente com o sol, pelo mesmo portão. 5 Ela mostra então uma sétima parte de uma das suas metades (lua decrescente), e todo o restante do seu disco é vazio e sem luz, à exceção de um sétimo e um quarto de sétimo da metade da sua luz. 6 Quando ela recebe um sétimo da metade da sua luz. 7 Então a sua luminosidade com- porta um sétimo e a metade de um sétimo. n O sol está sessenta dias nos mesmos portões. Trinta dias duas vezes cada ano. o Ele brilha com…da lua. Ou, Sua luz é sete vezes mais brilhante que a da lua. O texto aramai- co descreve mais claramente como a luz da lua aumenta e diminui pela metade de uma sétima parte cada dia. Aqui na versão etíope, a lua é considerada como duas metades, cada metade sendo dividida em sete partes. Por isso, quatorze porções 1º Enoque 72:9-10. 73
  • 46. 46 1º ENOQUE, 74 8 Ela se põe juntamente com o sol; e quando o sol se levanta, levan- ta-se também a luz, e recebe a meta- de de uma das partes da luz. 9 E naquela noite, no início da sua manhã no princípio do seu período, ela põe-se juntamente com o sol, e na mesma noite ela fica invisível nas catorze partes (Ver figura) e metade de uma (lua nova). 10 Naqueles dias, ela brilha com um sétimo do seu todo, levanta, prin- cipia a afastar-se do sol e nos dias restantes deixado brilharem as outras treze partes (lua crescente). As fases anuais da Lua. ENTÃO eu vi outro progres- so e regulações que Ele efe- tuou na lei da lua. 2 O progresso das luas, e tudo o que se relaciona com ela, Uriel mos- trou-me, o santo anjo que administra a todos. 3 Suas estações eu escrevi en- quanto ele mostrava-os a mim. 4 Eu escrevi teus meses, como eles ocorrem, e a aparência de sua luz, até que ela é completada em quinze dias. 5 Em cada um de seus dois séti- mos de porções ela completa toda sua luz ao nascer e se pôr. 6 Em determinados meses ela muda seus crepúsculos; e em deter- minados meses ela faz seu progresso através de cada portão. 7 Em dois portões a lua se põe com o sol. 8 Naqueles dois portões que estão no meio, no terceiro e no quarto por- tão. 9 Do terceiro portão ela sai por sete dias, e faz seu circuito. 10 Novamente ela retorna para o portão do qual o sol nasce, e naquele ela completa toda a sua luz. 11 Então ela declina do sol, e en- tra por oito dias no sexto portão, e retorna em sete dias para o terceiro portão, no qual o sol nasce. 12 Quando o sol prossegue para o quarto portão, a lua sai por sete dias, até ela passar do quinto portão. 13 Novamente ela retorna em sete dias para o quarto portão, e comple- tando toda a sua luz, declina, e passa pelo primeiro portão em oito dias; 14 E retorna em sete dias para o quarto portão, do qual o sol nasce. 15 Assim observei suas posições e a forma como nesses dias a lua nasce e o sol se põe. 16 Juntando-se cinco anos, o sol terá, em virtude daqueles ciclos, uma vantagem de trinta dias. 74
  • 47. 1º ENOQUE, 75 47 17 Os dias todos, contados os que se acrescentam aos dias plenos, per- fazem trezentos e sessenta e quatro dias. 18 A vantagem do sol e das estre- las é de seis dias; em cinco anos, com seis dias cada um, serão trinta dias; em relação ao sol e às estrelas, a lua se atrasa trinta dias. 19 O sol e as estrelas são todos os anos a tal ponto exatos que em ne- nhum dia se adiantam ou se atrasam nas suas posições; ao contrário, todos eles perfazem o ciclo anual de preci- samente trezentos e sessenta e quatro dias. 20 Em três anos serão mil e no- venta e dois dias; em cinco anos, mil oitocentos e vinte dias e em oito anos, dois mil novecentos e doze dias. 21 Quanto à lua, três anos perfa- zem mil e sessenta e dois dias e em cinco anos leva um atraso de cin- quenta dias, isto é, à soma de mil setecentos e setenta devem ser acres- centados mil mais sessenta e dois dias. 22 Pois em oito anos ela se atrasa oitenta dias; são oitenta os dias todos do seu atraso em oito anos. 23 O ano completa-se correta- mente segundo as estações do mundo e segundo as estações do sol, as quais têm sua origem nos portões por onde o sol nasce e se põe pelo espaço de trinta dias. Dias bissextos, as estrelas e a lua ESTES são os líderes dos chefes dos milhares, os quais presidem sobre toda criação, e sobre todas as estrelas; com os quatro dias que são adicionados e nunca se sepa- ram do lugar a eles determinados, de acordo com o cálculo completo do ano. 2 E estes servem quatro dias, os quais não são contados no cálculo do ano. 3 Com respeito a eles, os homens erram grandemente, pois estas lumi- nárias verdadeiramente servem, no lugar de habitação do mundo, um dia no primeiro portão, um dia no tercei- ro portão, um dia no quarto portão, e um dia no sexto portão. 4 E a harmonia do mundo torna- se completo a cada trezentos e ses- senta e quatro estados dele. Para os sinais. 5 As estações, 6 Os anos, 7 E Uriel me mostrou os dias; o anjo que o Senhor da glória escolheu sobre todas as luminárias. 8 Do céu no céu, e no mundo; pa- ra que possa governar na face do céu, e aparecendo sobre a terra, se tor- nam, 9 Condutores dos dias e noites: o sol, a lua, as estrelas, e todas as lu- minárias do céu, que fazem seu cir- cuito com todas as carruagens do céu. 10 Então Uriel me mostrou doze portões abertos para o circuito das carruagens do sol no céu, no qual os raios do sol batem. 11 Deles procede calor sobre a terra, quando eles são abertos em suas determinadas estações. 12 Eles são para os ventos, e o espírito da neblina, quando em suas 75
  • 48. 48 1º ENOQUE, 76 estações eles são abertos; abertos no céu nas suas extremidades. 13 Doze portões eu vi no céu, nas extremidades da terra, através do qual o sol, a lua e estrelas, e todas as obras do céu, procedem no seu nas- cer e no seu crepúsculo. 14 Muitas janelas também são abertas à direita e à esquerda. 15 Uma janela numa certa estação se torna extremamente quente. 16 Assim também estão portões dos quais as estrelas saem quando são comandadas, e nos quais se põem de acordo com seu número. 17 Eu vi no céu carros que se mo- vimentam por sobre aqueles portões, transportando aquelas estrelas que não desaparecem jamais. 18 E uma delas é maior do que todas as outras, abrangendo o mundo todo. As rosas do vento E NAS extremidades da terra eu vi doze portões abertos para todos os ventos, dos quais eles saem e sopram sobre a terra. 2 Os três primeiros são aqueles que estão virados para o leste, três estão virados para o norte, três atrás daqueles que estão sobre a esquerda, vidados para o sul, e três para o oes- te. 3 De quatro deles saem ventos de bênção, e de cura; e de oito vêm ven- tos de punição ou castigo; quando eles são enviados para destruir a terra, e o céu acima dela, todos os seus habitantes, e tudo o que está nas águas, ou na terra seca. 4 O primeiro vento desses portões chama-se vento leste e procede do primeiro portão oriental que se incli- na para o Sul; dele provêm a devas- tação, a seca, o calor e a destruição. 5 Do segundo portão do meio procede um vento favorável; ele traz a chuva e a fertilidade, o bem-estar e o orvalho. 6 Do terceiro portão norte proce- dem o frio e a seca. 7 Depois destes procedem os ven- tos do sul através de três principais portões; através do seu primeiro por- tão, que inclina-se para o leste, vem um vento quente. 8 Mas do portão do meio vem um agradável perfume, orvalho, chuva, saúde e vida. 9 Do terceiro portão, que está ao oeste, vem orvalho, chuva, ruína e destruição. 10 Depois vêm os ventos do Nor- te; do sétimo portão, voltada para o Leste, chegam o orvalho, a chuva, os gafanhotos e a destruição. 11 Do portão situado exatamente no meio procedem à chuva, o orva- lho, a saúde e o bem-estar. 12 Pelo terceiro portão, voltado para o Oeste, vêm a neblina, a geada, a neve, o orvalho e os gafanhotos. 13 Depois destes, no quarto por- tão estão os ventos do oeste. 14 Do primeiro portão, inclinan- do-se ao norte, vem orvalho, chuva, geada, neve e frio; do portão do meio vem chuva, saúde e bênção; 15 E do último portão, que está ao sul, vem seca, destruição, queima e perdição. 16 Estas são as doze portas dos quatro quadrantes celestes; 76
  • 49. 1º ENOQUE, 77, 78 49 mostrei-te, meu filho Matusalém, todas as suas leis, pragas e benefí- cios. Os Quatro Cantos do Mundo: as Sete Montanhas, Sete Rios e Sete Ilhas O PRIMEIRO vento é cha- mado oriental, porque é o primeiro. 2 O segundo é chamado do sul, porque o Altíssimo desce, e frequen- temente ali desce aquele que é aben- çoado para sempre. 3 O vento ocidental tem o nome de diminuição, porque ali todas as luminárias do céu estão diminuídas, e descem. 4 O quarto portão, cujo nome é do norte, é dividido em três partes; uma das quais é para a habitação do ho- mem; outra parte para mares de águas, com vales, bosques, rios, lu- gares sombrios, e neve, e a terceira parte contém o Jardim da Justiça. 5 Eu vi sete montanhas altas, maiores do que todas as demais da terra; delas procede a geada, e por elas diminuem os dias, os períodos e os anos. 6 Sete rios eu vi sobre a terra, maiores que todos os rios, um dos quais toma seu curso do oeste; para um grande mar onde suas águas flu- em. 7 Dois vêm do norte para o mar, suas águas fluem para o Mar da Eri- tréia a , no leste. 8 E com respeito aos outros qua- tro, eles tomam seu curso na cavida- de do norte, dois para seu mar, o mar da Eritréia, e dois são derramados num grande mar, onde também é dito que é um deserto. 9 Eu vi sete ilhas grandes, no mar e na terra firme; duas em terra e cin- co no grande mar. O Sol e a Lua: a crescente e min- guante da Lua OS NOMES do sol são estes: um é Orjares, o outro Tomas. 2 A lua tem quatro nomes. O primeiro é Asonja; o segundo, Ebla; o terceiro, Benase; e o quarto, Erae. 3 Estes são as duas grandes lumi- nárias, cujas órbitas são como as órbitas do céu; e as dimensões de ambos são iguais. 4 No globo solar existem sete par- tes de luz; elas superam a luz da lua, que, segundo medida exata, compor- ta apenas uma sétima parte da luz do sol. 5 Ao descerem, o sol e a lua chegam aos portões do ocidente, fazem o caminho de volta pelo Nor- te, para de novo nascerem nos céus pelos portões do Oriente. 6 Quando a lua nasce, ela aparece no céu; e a metade da sétima porção de luz é tudo o que está nela. 7 Em quarenta dias toda a sua luz é completada. 8 Por três quíntuplos de luz são colocados nela, até que em quinze dias sua luz é completada, de acordo com os sinais do ano; ela tem três quíntuplos. 9 A lua tem a metade de uma sé- tima porção. 10 Durante sua diminuição no 77 a O Mar Vermelho. 77 78
  • 50. 50 1º ENOQUE, 79 primeiro dia sua luz decresce uma décima quarta parte; 11 No segundo dia é diminuída uma décima terceira parte; 12 No terceiro dia uma décima segunda parte; 13 No quarto dia uma décima primeira parte; no quinto dia uma décima parte; 14 No sexto dia uma nona parte; 15 No sétimo dia ela decresce uma oitava parte; 16 No oitavo dia ela decresce uma sétima parte; 17 No nono dia ela decresce uma sexta parte; 18 No décimo dia ela decresce uma quinta parte; 19 No décimo primeiro dia ela decresce uma quarta parte; 20 No décimo segundo dia ela de- cresce uma terceira parte; 21 No décimo terceiro dia ela de- cresce uma segunda parte; 22 No décimo quarto dia ela de- cresce a metade de uma sétima parte; 23 E no décimo quinto dia todo o restante da sua luz é consumido. 24 Nos meses declarados a lua tem vinte e nove dias. 25 Ela também tem um período de vinte e oito dias. 26 Uriel igualmente mostrou-me outro regulamento, quando a luz é derramada nela vinda do sol. 27 Durante todo o tempo em que a lua cresce em sua luz, ela aumenta, estando por quatorze dias de frente para o sol, até tomar-se plena a sua luminosidade no céu. 28 No primeiro dia ela se chama lua nova, pois nesse dia a luz começa a projetar-se nela. 29 E quando é totalmente extinta, sua luz é consumida no céu; e no primeiro dia ela é chamada lua nova, pois naquele dia luz é recebida nela. 30 Ela torna-se precisamente completa no dia em que o sol desce no oeste, enquanto a lua sobe à noite do leste. 31 A lua então brilha toda a noite, até que o sol se levante diante dela; quando a lua desaparece diante do sol. 32 De onde a luz vem para a lua, ali novamente ela decresce, até que toda sua luz seja extinguida, e os dias da lua passam. 33 Então sua órbita permanece solitária sem luz. 34 Durante três meses ela efetua em trinta dias, a cada mês seu perío- do; e durante mais três meses ela efetua-o em vinte e nove dias. 35 Estes são os tempos nos quais ela efetua seu decréscimo em seu primeiro período, e no primeiro por- tão, nomeadamente, e, cento e seten- ta e sete dias. 36 E no tempo de seu andamento durante três meses ela aprece trinta dias cada, e durante mais três meses ela aparece vinte e nove dias cada. 37 À noite ela aparece a cada vin- te dias como a face de um homem, e no dia como o céu; pois ela não é nada além de sua luz. Enoque ensina para seu filho Matu- salém sobre os segredos celestes E ASSIM, meu filho Matusa- lém, eu te mostrei tudo, e a descrição das leis dos corpos celestes 79
  • 51. 1º ENOQUE, 80, 81 51 chegou ao fim. 2 Ele revelou-me todas as suas leis relativas a cada dia, a cada perí- odo de dominação, a cada ano com o seu término, bem como a ordem pre- estabelecida para cada mês e para cada semana; e a par disso o minguar da lua, que ocorre no sexto portão, pois nesse portão a sua luz é cheia, começando em seguida o seu decrés- cimo. 3 O declínio, que a seu tempo começa no primeiro portão, tem a duração de cento e setenta e sete dias, calculados em vinte e cinco semanas e dois dias. 4 Ela se atrasa em relação ao sol e à ordem das estrelas exatamente cin- co dias a cada período, quando bem medido esse espaço, como vês. 5 Essa é a imagem e o retrato de cada um dos corpos luminosos como foi-me mostrado pelo seu dirigente, o anjo Uriel A influência sobre a natureza NAQUELES dias Uriel res- pondeu-me e disse: Eis que eu mostrei-te todas as coisas, ó Eno- que; 2 E todas as coisas eu te revelei. 3 Você viu o sol, a lua, e aqueles que conduzem as estrelas do céu, que ocasionam todas as suas operações, estações, e chegadas para retorno. 4 Nos dias dos pecadores os anos serão encurtados. 5 As sementeiras atrasar-se-ão nas terras e nos campos; todas as coisas alterar-se-ão sobre a terra, e não acontecerão mais no se devido tem- po. 6 A chuva será restringida, e o céu ainda permanecerá. 7 Naqueles dias os frutos da terra serão tardios, e não florescerão na sua estação; e em sua estação os fru- tos das árvores serão retidos. 8 A lua alterará a sua ordem, dei- xando de aparecer com sua regulari- dade. 9 Naqueles dias, ver-se-á o sol da tarde andando no último grande carro em direção ao Ocidente e brilhando mais forte do que normalmente; en- quanto muitos chefes entre as estre- las de autoridade errarão, perverten- do seus caminhos e obras. 10 Elas não aparecerão na sua es- tação, que lhes foi ordenada, e todas as classes de estrelas serão fechadas contra os pecadores. 11 Os pensamentos daqueles que habitam na terra transgredirão dentro deles; e eles se perverterão em todos os seus caminhos. 12 Eles transgredirão, e conside- rarão a si mesmo deuses (chefes en- tre as estrelas); enquanto que o mal se multiplicará entre eles. 13 E castigo virá sobre eles, para que todos eles sejam destruídos. Fim das viagens de Enoque ELE falou-me: Observa, Enoque, estas tabelas celes- tes! Lê o que nelas está escrito e atenta para cada detalhe!. 2 Então eu olhei em tudo o que está escrito, lendo o livro e todas as coisas escritas nele, e entendi tudo, todas as obras do homem; 3 E de todos os filhos da carne sobre a terra, durante as gerações do 80 81
  • 52. 52 1º ENOQUE, 82 mundo. 4 Imediatamente depois ei vi o Senhor, o Rei da glória, o qual tem assim para sempre formado toda as maravilhas do mundo. 5 E eu glorifiquei o Senhor, por conta de sua longanimidade e bên- çãos para com os filhos do mundo. 6 Naquele tempo eu disse: Aben- çoado é o homem que morre justo e bom, contra quem nenhuma relação de crime foi escrito, e em quem ini- quidade não é encontrada. 7 Então aqueles sete santos fize- ram com que eu me aproximasse, e colocaram-me na terra, diante da porta da minha casa. 8 E eles disseram-me: Explica tu- do a Matusalém, teu filho; e informa a todos os teus filhos, que nenhuma carne será justificada diante do Se- nhor; pois Ele é seu Criador. 9 Deixar-te-emos ficar ainda um ano junto dos teus filhos, até que tenhas transmitido as tuas últimas instruções; deverás ensiná-las aos teus filhos, escrevê-las para eles, para a todos confirmar. 10 No segundo ano serás retirado do seu meio. 11 Que seja forte o teu coração! 12 Pois os bons anunciarão a Jus- tiça aos bons; o justo alegrar-se-á com o justo, e mutuamente felicitar- se-ão, mas os pecadores com os pe- cadores morrerão, 13 E os pervertidos com os per- vertidos serão afogados. 14 Aqueles que também agiram retamente morrerão (para que seja salvo) por conta das obras dos ho- mens, e serão reunidos por causa das obras dos iníquos. 15 Naqueles dias eles terminaram de conversar comigo. 16 E eu retornei para meus com- panheiros, abençoando o Senhor Criador. Fim do Livro dos cursos das luminárias celestes AGORA, meu filho Matusa- lém, todas estas coisas eu te falei, e te escrevi. 2 A você eu revelei tudo, e te dei os livros de tudo. 3 Preserve, meu filho Matusalém, os livros escritos por teu pai; para que possas revelá-los às futuras gera- ções. 4 Eu tenho dado a ti sabedoria, aos teus filhos e à tua posteridade, para que eles possam revelar aos seus filhos, por gerações para sempre, esta sabedoria em suas palavras; e para que aqueles que compreendem não durmam, mas ouçam com seus ouvi- dos; para que eles possam aprender sabedoria, e sejam considerados dig- nos de comer esta saudável comida. 5 Abençoados são todos os justos, abençoados são todos os que andam em retidão, nos quais crime não é encontrado, como nos pecadores, quando todos os seus dias são conta- dos. 6 Com respeito ao progresso do sol no céu, ele entra e sai de cada portão por trinta dias, com os líderes de milhares de estrelas; com quatro que são adicionadas, e aparecem nos quatro quartos do ano, os quais 82
  • 53. 1º ENOQUE, 82 53 conduzem-nos, e acompanham-nos em seus quatro períodos. 7 E por causa deles que os ho- mens erram ao não incluí-los na con- tagem total do ano; sim, os homens enganam-se por causa deles, por não os conhecerem com exatidão. 8 Eles pertencem à contagem do ano e estão fielmente consignados para sempre, um no primeiro portão, outro no terceiro, outro no quarto, e o último, no sexto; 9 Para que o ano esteja completo em trezentos e sessenta e quatro dias. 10 Verdadeiramente têm sido de- clarado, e perfeitamente tem sido calculado o que está marcado; pois as luminárias, os meses, os períodos fixados, os anos, e os dias, Uriel explicou a mim, e comunicou a mim; a quem o Senhor de toda criação, por consideração de mim, ordenou, (de acordo com o poder do céu, e o po- der que ele possui tanto de dia quan- to de noite) pra explicar as leis da luz ao homem, do sol, da lua, e das estre- las, e de todo o poder do céu, que está voltado em suas respectivas órbitas. 11 Esta é a ordenança das estre- las, que se põem em seus lugares, em suas estações, em seus períodos, em seus dias, e em seus meses. 12 Estes são os nomes daqueles que as conduzem, que vigiam e en- tram em suas estações de acordo com suas ordenanças e seus períodos, em seus meses, nos tempos de sua in- fluência, e em suas estações. 13 Quatro condutores deles en- tram primeiro, os quais separam os quatro quartos do ano. 14 Depois destes, doze conduto- res de suas classes, que separam os meses e o ano em trezentos e sessen- ta e quatro dias, com os líderes de mil, os quais distinguem entre os dias, tanto quanto entre os quatro adicionais; os quais, como conduto- res, dividem os quatro quartos do ano. 15 Estes líderes de mil estão no meio dos condutores, e aos conduto- res são adicionados atrás de sua esta- ção, e seus condutores fazem a sepa- ração. 16 Estes são os nomes dos condu- tores, os quais separam os quatro quartos do ano, os quais são escolhi- dos sobre eles: Milkiel, Helemmelek, Melejal e Narel. 17 E os nomes dos que condu- zem-nos são Adnarel, Ijasusael e Elomeel. 18 Estes são os três que seguem os condutores das classes de estrelas; cada um seguindo os três condutores de classes, os quais seguem aqueles condutores das estações, que dividem os quatro quartos do ano. 19 Na primeira parte do ano le- vanta-se e governa Melkejal, que é chamado Tamaani, e Zahay (sol do sul). 20 Todos os dias de sua influên- cia, durante os quais ele governa, são noventa e um dias. 21 E estes são os sinais dos dias que são vistos sobre a terra. 22 Nos dias de sua influência há transpiração, calor e dificuldade. 23 Todas as árvores se tornam frutíferas; as folhas de cada árvore aparecem; o milho é colhido; a rosa e
  • 54. 54 1º ENOQUE, 83 todas as espécies de flores florescem no campo; e as árvores do inverno são secadas. 24 Estes são os nomes dos condu- tores que estão sob eles: Berkael, Zelebsel; e outro condutor adicional de mil é chamado Hilujasef, os dias de cuja influência tem sido comple- tados. 25 O outro condutor depois deles é Helemmelek, cujo nome eles cha- mam o esplêndido Zahay (Sol). 26 Todos os dias de sua luz são noventa e um dias. 27 Estes são os sinais dos dias so- bre a terra, calor e seca; enquanto as árvores dão seus frutos, aquecidas e preparadas, e dão seus frutos para seca. 28 Os rebanhos seguem e criam (acasalam e dão filhos). 29 Todos os frutos da terra são colhidos, com tudo nos campos, e as vinhas são pisadas. 30 Isto acontece durante o tempo de sua influência. 31 Estes são seus nomes e ordens, e os nomes dos condutores que estão sob eles, dos que são chefes de mil: Gidaijal, Keel e Heel. 32 E o nome do líder adicional de mil é Asfael. 33 Os dias de sua influência foi completado. Primeira Visão Visão sobre o Dilúvio E AGORA e te mostrei, meu filho Matusalém, toda visão que eu vi antes de você nascer. 2 Eu relatarei outra visão, que eu vi antes que eu fosse casado; elas assemelham-se uma à outra. 3 A primeira foi quando eu estava aprendendo de um livro; e a outra eu estava casado com tua mãe. 4 Eu vi uma potente visão; 5 E por conta destas coisas eu su- pliquei ao Senhor. 6 Eu estava deitado na casa de meu avô Maalalel, quando eu vi nu- ma visão o céu se purificando, e sen- do arrebatado. 7 E caindo na terra, eu vi igual- mente a terra sendo absorvida por um grande abismo; e montanhas suspen- didas sobre montanhas. 8 Montanhas foram afundadas so- bre colinas, árvores imponentes pla- naram sobre seus troncos, e estavam no ato de serem projetadas, e de se- rem arremessadas para o abismo. 9 Estando alarmado por estas coi- sas, minha voz hesitou (a palavra caiu de minha boca). 10 Eu clamei e disse: A terra é destruída. 11 Então meu avô Maalalel levan- tou e disse-me: Por que clamas, meu filho? E por que lamentas? 12 Eu relatei a ele toda a visão que eu havia visto. 13 Ele disse-me: Confirmado es- tá; o que tu tens visto meu filho; 14 E potente a visão do teu sonho com respeito a todo pecado secreto da terra. 15 Sua substância será submersa no abismo, e grande destruição acon- tecerá. 16 Agora, meu filho, levanta; e suplica ao Senhor da glória (pois tu és fiel), para que um remanescente possa ser deixado sobre a terra, e que 83
  • 55. 1º ENOQUE, 84, 85 55 ele possa não destruí-lo totalmente. 17 Meu filho, toda esta calamida- de sobre a terra descerá do céu; sobre a terra haverá grande destruição. 18 Então eu levantei, orei, e im- plorei; e escrevi minha oração para as gerações do mundo, explicando tudo ao meu filho Matusalém. 19 Quando eu desci abaixo, e olhando para o céu, vi o sol vindo do leste, a lua descendo do oeste, e al- gumas estrelas espalhadas, e tudo o que Deus tem conhecido desde o princípio, eu abençoei o Senhor do julgamento, e magnifiquei-O: porque Ele tem enviado o sol das janelas do leste; para que, ascendendo e levan- tando na face do céu, possa crescer e seguir o caminho que foi apontado para Ele. Enoque glorifica e ora a Deus EU ELEVEI minhas mãos em retidão, e abençoei o san- to, e o Grande. 2 Eu falei com o sopro da minha boca, e com a língua da carne, que Deus havia formado para todos os filhos dos homens mortais, para que eles possam falar; dando-lhes fôlego, boca, e língua para conversar. 3 Abençoado és Tu, Ó Senhor, o Rei, grande e poderoso em Sua gran- deza, Senhor de toda criatura do céu, Rei dos reis, Deus de todo o mundo, cujo reinado, e cujo reino e majesta- de duram para sempre e sempre. 4 De geração a geração Teu do- mínio existirá. Todos os céus são Teu trono para sempre, e toda a terra o escabelo de Teus pés para sempre e sempre. 5 Pois Tu os fez, e sobre todos reinas. 6 Nenhum ato excede Teu poder. 7 Com Tua sabedoria és imutável, nem do Teu trono, nem de Tua pre- sença ela nunca se desvia. 8 Tu sabes todas as coisas, vês e ouve-as; nada se esconde de Ti; pois Tu percebes todas as coisas. 9 Os anjos de Teus céus transgre- diram, e em carne mortal Tua ira permanece, até o dia do grande jul- gamento, 10 Então, Ó Deus, Senhor e pode- roso Rei, eu imploro-Te, e suplico- Te que respondas minha oração, para que uma geração futura me possa ser deixada na terra, e que toda a raça humana não pereça; 11 Para que a terra não seja dei- xada destituída, e destruição tome lugar para sempre. 12 Ó meu Senhor, que pereça da terra a raça que tem Te ofendido, mas que uma justa e reta raça estabe- leças por uma geração futura para sempre. 13 Não escondas tua face, ó Se- nhor, da oração do teu servo. Segunda Visão De Adão até o Messias DEPOIS eu tive outro sonho. Meu filho! Desejo explicar-te completamente esse sonho. 2 Então Enoque principiou e disse ao seu filho Matusalém: Meu filho! 3 Dirijo-te a palavra e digo: Escu- ta a minha voz e inclina os teus ouvi- do para o relato da visão do teu pai! 4 Antes que eu tomasse a tua mãe Edna por esposa, estando deitado no 84 85
  • 56. 56 1º ENOQUE, 86 meu leito, eu tive um sonho a . 5 Saiu um touro da terra, e ele era branco b . 6 Depois dele, saiu uma novilha c , e ela gerou dois touros, um preto e o outro vermelho d . 7 O touro preto atacou o verme- lho, perseguindo-o pela terra, e por isso não pude mais vê-lo. 8 Aquele touro preto cresceu; en- tão chegou junto dele uma novilha e , e eu vi como muitos bezerros proce- deram dele, pareciam-se com ele e o seguiam. 9 Aquela primeira novilha agora se afastou do primeiro touro, para procurar o touro vermelho; como não o encontrasse, emitia mugidos de dor e continuava a procurá-lo. 10 Eu olhei e vi quando aquele primeiro touro se aproximou dela e acalmou-a; a partir daquele momento ela deixou de mugir. 11 Depois ela pariu outro touro, branco f ; e depois dele produziu ain- da muitos touros e vacas. 12 E eu vi no meu sonho como aquele touro branco também cresceu, tomando-se grande. 13 Dele procederam muitos tou- ros brancos, parecidos com ele. 14 Eles começaram a produzir muitos touros brancos, semelhantes a eles, um após outro. A Queda dos Anjos e a desmoraliza- ção da Humanidade NOVAMENTE eu olhei atentamente, enquanto dor- mindo, e examinei o céu acima. 2 Caiu do céu uma estrela; depois ela ergueu-se e começou a comer e a pastar entre aqueles novilhos. 3 Depois disso, eu vi como os no- vilhos grandes e pretos mudaram-se com suas vacas, os seus cercados e pastagens, e começaram a viver entre si. 4 Novamente eu vi em minha vi- são, e examinei o céu; então vi mui- tas estrelas descendo, e projetando-se do céu para onde a primeira estrela estava, 5 No meio destes jovens; enquan- to as vacas estavam com eles, ali- mentando-se no meio deles. 6 Eu olhei e observei-os; quando olhei, eles todos agiram segundo a maneira dos cavalos, e começaram a se aproximar das vacas novas, e to- das elas ficaram prenhes, e geraram elefantes, camelos e jumentos. 7 Nisto todas as vacas ficaram alarmadas e apavoradas; quando elas começaram morder com seis dentes, tragando e golpeando com seus chi- fres. 8 Elas começaram também a de- vorar as vacas; e vi todos os filhos da terra tremerem, chocados com o 85 a Esta segunda visão de Enoque parece representar em linguagem simbólica a história com- pleta do mundo desde o tempo de Adão até o julgamento final e o estabelecimento do Reinado Messiânico. b Adão. c Eva. d Caim e Abel. e Avan filha de Adão e Eva como descreve livro de Jubileus 4:9. f Sete. 86
  • 57. 1º ENOQUE, 87, 88, 89 57 terror deles, e de repente fugiram. O Advento dos Sete anjos do Senhor NOVAMENTE eu percebi- os, quando eles começaram a morder e devorar um ao outro; e a terra clamou. 2 Então eu levantei meus olhos uma segunda vez em direção ao céu, e vi numa visão que, eis que vieram do céu como se fosse à semelhança de homens brancos. 3 Quatro vieram na frente, e três com eles. 4 Aqueles três, que vieram por úl- timo, pegaram-me pela minha mão; e ergueram-me das gerações da terra, elevaram-me a uma alta estação. 5 Então eles mostraram-me uma elevada torre na terra, enquanto todo monte tornou-se diminuído. 6 E eles disseram: Permanece aqui, até que perceba o que virá so- bre esses elefantes, camelos, e ju- mentos, sobre as estrelas, e sobre as vacas. A punição dos Anjos caídos pelos Anjos do Senhor ENTÃO eu olhei para um dos quatro homens brancos, que veio primeiro. 2 Ele segurou a primeira estrela que caiu do céu. 3 E amarrando-a, mãos e pés, lan- çou-a a um vale; um vale estreito, profundo, estupendo, e escuro. 4 Então um deles puxou sua espa- da, e deu-a aos elefantes, camelos, e jumentos, que começaram a morder um ao outro. 5 E toda a terra tremeu por causa deles. 6 E enquanto eu via a visão, eis, um daqueles quatro anjos que vie- ram, lançado do céu, reuniu e tocou todas as grandes estrelas, cuja forma assemelha-se parcialmente à dos cavalos; e amarrando-os todos, mãos e pés, lançou-as nas cavidades da terra. O Dilúvio e a libertação de Noé ENTÃO um daqueles quatro foi para as vacas brancas, e ensinou a elas um mistério. 2 Enquanto as vacas estravam tremendo, ele nasceu e tornou-se um homem, a e fabricou para si um gran- de barco. 3 Nele ele habitou, e três vacas b habitaram com ele naquele barco, que cobriu-os. 4 Novamente eu elevei meus olhos para o céu, e vi um imponente telhado. 5 Acima dele havia sete cataratas, que derramavam numa certa vila muita água. 6 Novamente eu olhei, e vi que haviam fontes abertas na terra naque- la grande vila. 7 A água começou a ferver, e ele- var-se sobre a terra; de modo que a vila não foi vista, enquanto todo o solo foi coberto com água. 8 Muita água saiu dela, escuridão, e nuvens. 9 Então eu examinei a altura desta água, e ela estava elevada acima da vila. 10 Ela fluiu sobre a vila, e ficou mais alta do que a terra. 89 a Noé; b Sem, Cão, e Jafé; 87 88 89
  • 58. 58 1º ENOQUE, 89 11 Então todas as vacas que esta- vam juntas lá, enquanto eu olhava para elas, foram submersas, tragadas, e destruídas na água. 12 Mas o barco flutuou sobre ela. 13 Todas as vacas, os elefantes, os camelos, e os jumentos foram afogados na terra, e todo gado. 14 Eu não pude vê-los. Nem eles foram capazes de fugir, mas perece- ram, e afundaram no abismo. 15 Novamente eu vi numa visão até aquelas cataratas foram removi- das daquele elevado telhado, e as fontes da terra se tornaram equaliza- das, enquanto outros abismos foram abertos; 16 Para os quais as águas começa- ram a descer, até a terra seca apare- cer. 17 O barco permaneceu na terra; a escuridão retrocedeu; e se tornou em luz. 18 Então a vaca branca, que se tornou num homem, saiu do barco, e três vacas com ele. 19 Uma das três vacas era branca, assemelhando-se àquela vaca, uma delas era vermelha como sangue; e uma delas era negra. 20 E a vaca branca deixou-as. 21 Então feras selvagens e pássa- ros começaram a surgir. A partir da morte de Noé para o Êxodo 22 De todos esses tipos diferentes reuniram-se, leões, tigres, cachorros, lobos, hienas, javalis, raposas, coe- lhos, porcos, gaviões, milhafres, águias, corvos e abutres. 23 Então a vaca branca c nasceu no meio deles. 24 E eles começaram a morder um ao outro, enquanto a vaca branca, que havia nascido no meio deles, trouxe um jumento selvagem e uma vaca branca ao mesmo tempo e de- pois daquele muitos jumentos selva- gens. 25 Então a vaca branca d , a qual nasceu, deu uma porca negra selva- gem e um cordeiro branco e . 26 Aquela porca selvagem tam- bém deu muitos suínos. 27 E aquele cordeiro deu doze cordeiros f . 28 Quando aqueles doze cordeiros cresceram, eles entregaram um deles g aos jumentos h . 29 Novamente aqueles jumentos entregaram aquele cordeiro aos lobos i , 30 E ele cresceu no meio deles. 31 Então o Senhor trouxe as ou- tras doze ovelhas, para que pudessem habitar e alimentar-se com ele no meio dos lobos. 32 Eles multiplicaram-se, e houve abundância de pastos para eles. 33 Mas os lobos começaram a fi- car amedrontados e oprimiram-nos enquanto eles destruíam seus jovens. 34 E eles deixaram seu jovem em torrentes de água profunda. 35 Então as ovelhas começara, a clamar por causa de seus filhos, e fugiram para refugiar o seu Senhor. 36 Um j , entretanto, que foi sal- vo, escapou e foi para os jumentos selvagens. c Abraão; d Isaque; e Esaú e Jacó; f Os doze patriarcas; g José; h Os Midianitas; i Os Egípcios, j Moisés;
  • 59. 1º ENOQUE, 89 59 37 Eu vi a ovelha gemendo, cho- rando, e implorando ao seu Senhor. 38 Com todo o seu poder, até que o Senhor das ovelhas desceu à sua voz da sua elevada habitação; foi a eles; e examinou-as. 39 Ele chamou aquela ovelha que foi secretamente furtado dos lobos, e disse-lhe para fazer os lobos entende- rem que eles não deviam tocar as ovelhas. 40 Então aquela ovelha foi aos lobos com a palavra do Senhor, quando outro o encontrou k , e conti- nuou com ele. 41 Ambos entraram junto na habi- tação dos lobos; e conversando com eles fizeram-nos entender, que daí em diante eles não deviam tocar nas ovelhas. 42 Depois disso eu percebi os lo- bos prevalecendo grandemente sobre as ovelhas com toda a sua força. 43 O rebanho clamou; e seu Se- nhor veio até eles. 44 Ele começou a ferir os lobos, que começaram uma grave lamenta- ção; mas as ovelhas ficaram caladas, nem daquele tempo elas clamaram. 45 Então eu olhei para elas, até elas apartarem-se dos lobos. 46 Os olhos dos lobos estavam cegos, os quais saíram e seguiram- nas com todo o seu poder. 47 Mas o Senhor das ovelhas con- tinuou com elas, e conduziu-as. 48 Todo o seu rebanho o seguiu. 49 Seu semblante ficou terrível e esplêndido, e glorioso era seu aspec- to. 50 Então os lobos começaram a seguir as ovelhas, até que eles alcan- çaram-nas num certo lago de água l . 51 Então aquele lago ficou divi- dido; a água erguendo-se em ambos os lados diante de sua face. 52 E enquanto seu Senhor estava conduzindo-as, ele colocou-se entre elas e os lobos. 53 Os lobos, entretanto não per- ceberam as ovelhas, mas foram no meio do lago, seguindo-as, e corren- do atrás delas no lago de água. 54 Mas quando eles viram o Se- nhor das ovelhas, eles voltaram para fugir de diante de sua face. 55 Então a água do lago retornou, e repentinamente, de acordo com sua natureza. 56 Ela se tornou cheia, e levan- tou-se, até que cobriu os lobos. 57 E eu vi que todos eles que ha- viam seguido as ovelhas pereceram e foram afogados. Israel no deserto, a doação da lei, a entrada para a Canaã 58 Mas as ovelhas passaram sobre esta água, continuando para o deser- to, que estava sem água e grama. 59 E eles começaram a abrir seus olhos e a ver. 60 Então eu vi o Senhor das ove- lhas examinando-as, e dando-lhes água e grama. 61 As ovelhas já mencionadas continuavam com elas, e conduzin- do-as. 62 E quando ele tinha subido ao topo de uma alta rocha, o Senhor das ovelhas enviou-o a elas. 63 Depois disso eu vi seu Senhor k Aarão; l O Mar Vermelho;
  • 60. 60 1º ENOQUE, 89 colocado diante delas, com um as- pecto terrível e severo. 64 E quando elas viram-no, elas ficaram amedrontadas com seu sem- blante. 65 Todas elas ficaram alarmadas, e tremeram. 66 Elas clamaram para aquela ovelha; e para aquela outra ovelha que estava com ele, e o qual estava no meio delas, dizendo: 67 Nós somos capazes de perma- necer diante do nosso Senhor, ou de olhar para ele. 68 Então aquela ovelha que os conduziu saiu, e subiu ao topo da rocha; 69 Enquanto as ovelhas que resta- ram começaram a ficar cegas, e a vagar pelo caminho que ele lhes ha- via mostrado; mas ele não o soube. 70 Seu Senhor, entretanto, estava movido de grande indignação contra eles; e quando aquela ovelha soube o que havia acontecido, 71 Ele desceu do topo da rocha, e veio a eles, descobriu que havia mui- tos, 72 Que se tornaram cegos; 73 E tinham desviado de seu ca- minho. 74 Tão logo elas viram-no, teme- ram, e tremeram na sua presença; 75 E ficaram desejosos de retor- nar ao seu rebanho, 76 Então aquela ovelha, tomando consigo outra ovelha, foi àqueles que tinham se perdido. 77 E depois disso começou a matá-los. 78 Eles ficaram aflitos ao seu semblante. 79 Então ele fez com que aqueles que tinham se desviado retornassem; os quais voltaram para seu rebanho. 80 Eu igualmente vi naquela vi- são, que esta ovelha se tornou num homem, construiu uma casa m para o Senhor do rebanho, e fez todos eles ficarem na casa. 81 Eu vi também que aquela ove- lha que procedeu a encontrar esta ovelha, seu condutor, morreu. 82 Eu vi também que toda grande ovelha pereceu, enquanto que as menores subiram em seu lugar, entra- ram num pasto, e aproximaram-se de um rio de água n . 83 Então aquela ovelha, que era seu condutor, que se tornou num homem, foi separado delas, e morreu. 84 Todo o rebanho procurou por ele, e clamou por ele com amarga lamentação, mas outra ovelha o le- vantou-se e as conduziu. 85 Eu vi também que eles cessa- ram de clamar por aquela ovelha e passaram sobre o rio de água. 86 E que lá se levantou outra ove- lha, todas de quem as conduziu p , em vez daqueles que foram mortos, os quais tinham previamente conduziu- as. 87 Então eu vi que aquela ovelha entrou a um agradável lugar, e um deleitável e glorioso território. Desde o tempo dos juízes até o edificação do Templo 88 Eu vi também que eles ficaram satisfeitos; que sua casa estava no meio daquele deleitável território; e m Um tabernáculo; n O rio Jordão; o Josué; p Os juízes de Israel;
  • 61. 1º ENOQUE, 89 61 que algumas vezes seus olhos esta- vam abertos, e que algumas vezes eles ficavam cegos; até que outra ovelha q levantou-se e conduziu-as. 89 Ele trouxe-os todos de volta; e seus olhos foram abertos. 90 Então cães, lobos, e javalis selvagens devoraram-nos, até, até novamente outra ovelha r levantar, o mestre do rebanho; um deles mes- mos, um carneiro, para conduzi-los. 91 Este carneiro começou a atacar em ambos os lados daqueles cães, lobos, javalis selvagens, até que to- dos eles pereceram. 92 Em seus olhos, eu vi o carneiro no meio deles, os quais tinham dei- xaram de lado sua glória. 93 E ele começou a ferir o reba- nho, pisando sobre eles, e compor- tando-se sem dignidade. 94 Então seu Senhor enviou a an- tiga ovelha novamente para uma diferente ovelha, s e levantou-o para ser um carneiro, e para conduzi-las no lugar daquela ovelha que tinha deixado de lado sua glória. 95 Indo então a ele, e conversan- do com ele só, ele levantou o carnei- ro, e fez dele um príncipe e líder do rebanho. 96 Todo o tempo, aqueles cães t aborreceram a ovelha, 97 O primeiro carneiro pagou respeito a este último carneiro. 98 Então o último carneiro levan- tou e fugiu de diante de sua face. 99 E eu vi que aqueles cães fize- ram o primeiro carneiro cair. 100 Mas o último carneiro levan- tou, e conduziu o carneiro menor. 101 Aquele carneiro também ge- rou muitas ovelhas, e morreu. 102 Então houve uma ovelha me- nor u , um carneiro, no lugar dele, que tornou-se um príncipe e líder, condu- zindo o rebanho. 103 E a ovelha aumentou de ta- manho, e multiplicou. 104 E todos os cães, lobos, e java- lis selvagens temeram, e fugiram dele. 105 Aquele carneiro também gol- peou e matou todas as bestas feras, de modo que eles não pudessem no- vamente prevalecer no meio das ove- lhas, nem em algum tempo arrebata- las. 106 E aquela casa foi feita grande e larga; uma imponente torre sendo construída sobre ela pelas ovelhas, para o Senhor das ovelhas. 107 A casa era baixa, mas a torre era elevada e muito alta. 108 Então o Senhor das ovelhas colocou-se sobre a torre, e causou uma mesa cheia aproximar-se diante dele. Os dois reinos de Israel e Judá, com a destruição de Jerusalém 109 Novamente eu vi que aquela ovelha perdeu-se, e foi para vários caminhos, esquecendo-se daquela sua casa; 110 E que seu Senhor chamou al- guns entre eles, os quais ele enviou- as v a eles. 111 Mas a estes as ovelhas come- çaram a matar. 112 E quando um deles foi salvo da matança w ele saltou, e clamou q Samuel; r Saul; s David; t Os Filisteus; u Salomão; v Os profetas; w Elias.
  • 62. 62 1º ENOQUE, 89 contra aqueles que estavam desejosos de matá-los. 113 Mas o Senhor das ovelhas li- vrou-o das suas mãos, e o fez subir a ele, e permanecer com ele. 114 Ele enviou muitos outros a elas, para testificar, e com lamenta- ções para clamar contra eles. 115 Novamente eu vi, quando al- guns deles esqueceram a casa do seu Senhor, e sua torre, vagando em to- dos os lugares, e crescendo cegos, 116 Eu vi que o Senhor das ove- lhas fez uma grande matança entre eles em suas pastagens, até que eles clamaram a ele em consequência da matança. 117 Então ele apartou-as do lugar de sua habitação, e os deixou no poder dos leões, tigres, lobos, e das hienas, e ao poder das raposas, e de todo animal selvagem. 118 E os animais selvagens co- meçaram a despedaçá-los. 119 Eu vi, também, que eles es- queceram a casa de seus pais, e sua torre, dando-os todos ao poder dos leões para despedaçá-los e devorá- los; até ao poder de todo animal. 120 Então eu comecei a clamar com todo meu poder, implorando ao Senhor das ovelhas, e mostrando-lhe como as ovelhas eram devoradas por todos os animais de rapina. 121 Mas ele olhou em silêncio, regozijando-se de que elas fossem devoradas, engolidas, e levadas; e deixando-as ao poder de todo animal por comida. 122 Ele chamou também setenta pastores, e designou-os ao cuidado das ovelhas, para que eles possam cuidar delas; 123 Dizendo a eles e seus familia- res: Todos vós, de agora em diante todos vós cuideis das ovelhas, e a todos eu ordeno; fazei; e eu os entre- go para as enumerarem. 124 Eu vos direi qual delas serão mortas; a estas destruís. 125 E ele entregou as ovelhas a eles. 126 Então ele chamou a outro, e disse: 127 Entende, e cuida de tudo o que os pastores farão a estas ovelhas; pois muitas delas perecerão depois que eu ordenei. 128 De todo excesso e matança, que os pastores cometerão, haverá uma conta; como, quantas pereceram pelo meu comando, e quantos eles destruíram por sua própria cabeça. 129 De toda destruição trazida por cada um dos pastores haverá uma contagem; e de acordo com o número eu farei com que um recital seja feito diante de mim, quantas eles destruí- ram por suas próprias cabeças, e quantas eles entregaram à destruição, para que eu possa ter esse testemu- nho contra eles; para que eu possa saber todos os seus procedimentos; e que, entregando as ovelhas a eles, eu possa ver o que eles farão; se eles agirão como eu lhes ordenei, ou não. 130 Disto, portanto, eles serão ig- norantes; nem farás qualquer exorta- ção a eles, nem os reprovarás; mas haverá uma contagem de toda des- truição feita por eles em suas respec- tivas estações. 131 Então eles começarão a ma- tar, e a destruir mais do que lhes for
  • 63. 1º ENOQUE, 89 63 ordenado. 132 E eles deixaram as ovelhas sob o poder dos leões, assim que muitos deles foram devorados e en- golidos pelos leões e tigres; e javalis selvagens caíram sobre eles para depreda-los. 133 Aquela torre, eles queima- ram, e derrubaram aquela casa. 134 Então eu me afligi extrema- mente por causa da torre, e porque a casa das ovelhas foi derrubada. 135 Nem fui, depois disso, capaz de perceber se eles entraram nova- mente naquela casa. Primeiro Período dos Governantes Inimigos – desde a destruição de Jerusalém para o retorno do cativeiro 136 Os pastores igualmente, e seus familiares, entregaram todas as ovelhas como pasto aos animais pre- dadores. 137 A cada um, no seu tempo es- tabelecido, foi entregue um determi- nado número; e pelo outro foi anota- do num livro quantos cada um deles deveria eliminar. 138 E todos eliminaram e mata- ram mais do que estava escrito. 139 Então eu comecei a chorar, e fiquei grandemente indignado, por causa dos pastores. 140 Assim eu vi na visão como aquele escriba anotava um por um todos os que eram mortos por aque- les pastores, dia por dia, e como ele levou e mostrou todo o livro ao Se- nhor das ovelhas, e como ele revelou tudo o que eles fizeram e todas quan- tas foram por eles dispersadas, prin- cipalmente todas quantas foram por eles levadas ao extermínio. 141 E todos os que eles haviam entregues à destruição. 142 Ele tomou o livro em suas mãos, leu-o, selou-o, e depositou-o. Segundo Período – a partir do mo- mento de Ciro ao de Alexandre, o Grande 143 Depois disso, eu vi pastores apascentarem por doze horas. 144 E eis que três das ovelhas x separadas, chegaram, entraram; e começaram construindo tudo o que estava caído daquela casa. 145 Mas os javalis selvagens y es- torvaram-nos, apesar de que eles não prevaleceram. 146 Novamente eles começaram a construir como antes, e levantaram aquela torre que foi chamada a torre elevada. 147 E novamente eles começaram a colocar diante da torre uma mesa, com todo tipo de pães impuros e sujos sobre ela. 148 Além disso também todas as ovelhas eram cegas, e não podiam ver, como também eram os pastores. 149 Assim elas foram entregues aos pastores para uma grande des- truição, que as pisaram sob seus pés, e devoraram-nas. 150 Contudo o seu Senhor estava em silêncio, até que toda ovelha no campo foi destruída. 151 Os pastores e as ovelhas fora todos mesclados, juntos, mas eles não salvaram-nos do poder dos x Zorobabel, Josué e Neemias; y Os Samaritanos.
  • 64. 64 1º ENOQUE, 90 animais. 152 Então aquele que escreveu o livro subiu, exibiu-o e leu-o na resi- dência do Senhor das ovelhas. 153 Ele pediu-lhe por eles, e orou, apontando cada ato dos pastores, e testificando diante dele contra todos eles. 154 Então, tomando o livro, ele guardou-o consigo, e apartou-se. Terceiro Período – dominação de Alexandre, o Grande à greco-sírio EU VI como dessa forma pastorearam trinta e cinco pastores, e cada um cumpriu o seu tempo, como seus antecessores; de- pois outros acolheram, para pastoreá- las a seu tempo, cada pastor no seu período. 2 Então na visão eu vi chegarem todas as aves do céu, águias, gaviões, milhafres e abutres; as águias, que comandavam todos os demais pássa- ros, 3 E começaram a comer ovelhas, arrancando seus olhos e devorando suas carnes. 4 A ovelha então clamou; pois su- as carnes foram devorados pelos pássaros. 5 Eu também clamei, e gemi em meu sono contra os pastores que cuidavam do rebanho. 6 E olhei, enquanto as ovelhas eram comidas pelos cães, pelas águias e pelos corvos. 7 Eles não deixaram seus corpos, nem sua pele, nem seus músculos, e somente seus ossos restaram; até seus ossos caíram sobre o chão. 8 E a ovelha ficou diminuída. 9 Eu também observei durante o tempo, que vinte e três pastores a estavam cuidando, os quais comple- taram seus respectivos períodos, cinquenta e oito períodos. Quarto Período - da dominação greco-sírio à revolta dos Macabeus 10 Então pequenos cordeiros nas- ceram daquela ovelha branca; que começaram a abrir seus olhos e a ver, chorando pela ovelha. 11 A ovelha, porém, não clamou a eles, nem ouviu o que eles lhe dizi- am, mas ficou muda, cega e obstina- da em maior intensidade. 12 Eu vi na visão que corvos voa- ram sobre aqueles cordeiros; 13 Que eles agarraram-nos; e que seguraram um deles, e rasgaram a ovelha em pedaços, e os devoraram. 14 Eu vi também, que chifres cresceram nos cordeiros; e que os corvos voavam sobre seus chifres. 15 Eu vi, também, que um grande chifre brotou num animal entre as ovelhas, e que seus olhos estavam abertos. 16 Ele olhou para elas. Seus olhos estavam bem abertos; e ele clamava para elas. 17 Então o carneiro b viu-o; todos eles correram para ele. 18 E enquanto isso, todas as águias, os corvos e os gaviões esta- vam ainda levando a ovelha, voando sobre ela, e devorando-a. 19 A ovelha ficou em silêncio, 90 a Os reis da Babilônia, etc., durante e depois do cativeiro. b Provavelmente simbolizando Alexandre o Grande. 90
  • 65. 1º ENOQUE, 90 65 mas o carneiro lamentou e chorou. 20 Então os corvos contenderam, e lutaram com ela. 21 Eles desejaram entre eles que- brar seu chifre; mas eles não prevale- ceram contra ele. O último assalto dos gentios sobre os judeus 22 Eu olhei para eles, até os pas- tores, as águias, os corvos, e os gavi- ões vieram. 23 Os quais clamaram aos corvos para quebrar o chifre do carneiro; para contender com ele; e para matá- lo. 24 Mas ele lutou com eles, e cla- mou, para que ajuda pudesse vir a ele. 25 Então eu percebi que o homem veio o que escreveu os nomes dos pastores, o qual subiu diante do Se- nhor das ovelhas. 26 Ele trouxe assistentes, e fez com que cada um o visse descendo para ajudar o carneiro 27 Eu percebi também que o Se- nhor das ovelhas veio a elas com ira, enquanto todos aqueles que viram-no fugiram; todos caíram em seu taber- náculo diante de sua face; enquanto todas as águias, os corvos, e gaviões se reuniram e trouxeram com eles todas as ovelhas do campo. 28 Todos vieram juntos, e impedi- ram de quebrar o chifre do carneiro. 29 E eu vi como aquele homem que escreveu o livro por ordem do Senhor abriu o livro sobre o extermí- nio que aqueles últimos doze pasto- res c perpetraram e mostrou ao Se- nhor das ovelhas que eles haviam matado muito mais do que os seus antecessores. 30 Eu vi também que o Senhor das ovelhas veio a elas, e tomando em sua mão o cetro de sua ira preso na terra, que se dividiu ao meio; en- quanto todos os animais e pássaros do céu caíram sobre as ovelhas, e afundaram na terra, que fechou-se sobre eles. 31 Eu vi, também, que uma gran- de espada foi dada às ovelhas, que saíram contra todos os animais do campo para matá-los. 32 Mas todos os animais e pássa- ros do céu fugiram de diante da sua face. Julgamento dos Anjos Caídos, os pastores e os apóstatas 33 E eu vi um trono erguido numa terra deleitável; 34 Sobre ele assentava-se o Se- nhor das ovelhas, o qual recebeu todos os livros selados; 35 Os quais foram abertos diante dele. 36 Então o Senhor chamou os primeiros sete de branco, e ordenou- os trazerem diante dele a primeira de todas as estrelas, a qual precedeu as estrelas que se assemelhavam parci- almente à forma de cavalos; a pri- meira estrela, que caiu primeiro; e eles trouxeram-na diante dele. 37 E ele falou ao homem que es- creveu em sua presença, o qual era um dos sete de branco, dizendo: 38 Toma aqueles setenta pastores, aos quais eu entreguei as ovelhas, e c Os príncipes nativos de Judá depois de sua libertação do cativeiro sírio.
  • 66. 66 1º ENOQUE, 90 os quais recebendo-as mataram mais delas do que eu ordenei. 39 Eis que, eu vi-os todos amar- rados, em pé diante dele. 40 Primeiro veio o julgamento das estrelas, que sendo julgadas, e consideradas culpadas, foram para o lugar da punição. 41 Elas confiaram-nas a um lugar, profundo, e cheio de chamas de pila- res de fogo. 42 Então os setenta pastores fo- ram julgados, e considerados culpa- dos, foram confiados às chamas do abismo. 43 Neste tempo igualmente eu vi, que o abismo estava assim aberto no meio da terra, que estava cheia de fogo. 44 E a ela foram trazidas as ove- lhas cegas; as quais sendo julgadas, e consideradas culpadas, foram todas confiadas àquele abismo de fogo na terra, e queimaram. 45 O abismo ficava à direita da- quela casa. 46 E eu vi as ovelhas queimando, e seus ossos sendo consumidos. A Nova Jerusalém, a conversão dos gentios sobreviventes, a ressurreição dos justos, o Messias 47 Então ergui-me para ver a an- tiga casa sendo desmontada. 48 Foram recolhidas todas as co- lunas, juntamente com as vigas e os ornamentos; depois tudo isso foi levado embora e colocado em um lugar ao sul da terra. 49 Eu também vi, que o Senhor das ovelhas construiu uma nova casa, grande e mais elevada do que a ante- rior, a qual ele ligou com o antigo lugar circular. 50 Todos os seus pilares eram no- vos, e seu mármore novo, também mais abundante do que o antigo mármore, que ele havia trazido. 51 E enquanto todas as ovelhas que foram deixadas no meio dela, todos os animais da terra, e todas as aves do céu, prostraram-se e adora- ram-no, implorando a ele, e obede- cendo-o em tudo. 52 Então aqueles três, que esta- vam vestidos de branco, e os quais, segurando-me pela minha mão, ti- nham antes me feito subir, enquanto a mão daquele que falava comigo me segurava; e colocava-me no meio das ovelhas, antes que o julgamento acontecesse. 53 A ovelha era toda branca, com lã longa e pura. Então todas as que tinham perecido, e tinham sido des- truídas, todo animal do campo, e toda ave do céu, reuniram-se naquela casa: enquanto o Senhor das ovelhas regozijou-se com grande alegria, porque todas estavam bem, e tinham voltado novamente para sua habita- ção. 54 E eu vi que elas abaixaram a espada que havia sido dada às ove- lhas, e retornou à sua casa, selando-a na presença do Senhor. 55 Todas as ovelhas haviam sido fechadas naquela casa, tinha sido capaz de contê-las; e os olhos de todas foram abertos, contemplando o Bondoso Senhor; não houve entre elas quem não o viu. 56 Eu igualmente percebi que a casa era grande, larga e
  • 67. 1º ENOQUE, 91 67 extremamente cheia. 57 Depois disso, eu vi que chegou ao mundo um touro branco. 58 Todos os animais do campo e todos os pássaros do céu temiam-no e a ele dirigiam súplicas o tempo todo. 59 Eu vi que todas as suas gera- ções se transformaram e se converte- ram em touros brancos. 60 O primeiro deles foi um novi- lho, que se tornou um grande touro, ornando-se a sua cabeça de chifres poderosos e pretos. 61 Enquanto o Senhor das ove- lhas regozijou-se por causa delas, e de todos os novilhos. 62 Eu caí no meio deles: Eu acor- dei; e vi o todo. 63 Esta é a visão que eu vi, des- cendo e despertando. 64 Então eu abençoei o Senhor da justiça, e dei glória a Ele. 65 Depois disso eu chorei abun- dantemente, não cessaram minhas lágrimas, de modo que eu tornei-me incapaz de suportá-lo. 66 Enquanto eu estava olhando, eles fluíram por causa do que eu vi; pois tudo estava vindo e indo; cada circunstância individual com respeito à conduta da humanidade que estava sendo vista por mim. 67 Naquela noite eu relembrei meus sonhos anteriores; e então cho- rei e me afligi por causa do que eu tinha visto na visão. O Livro da Contemplação A admoestação de Enoque aos seus filhos E AGORA, meu filho Matu- salém, chama para mim todos os teus irmãos, e reúne para mim todos os filhos de tua mãe; pois uma voz me chama, e o espírito está colo- cado sobre mim para que eu possa mostrar-te tudo o que te acontecerá para sempre. 2 Então Matusalém foi, chamou- lhes todos de os seus irmãos, e reuniu seus filhos. 3 E conversando com todos seus filhos na verdade, 4 Enoque disse: Ouve, meu filho, toda palavra de teu pai, e escuta com honradez a voz da minha boca; pois eu gostaria de obter tua atenção, en- quanto me dirijo a ti. 5 Meu amado, estejas ligado à in- tegridade, e anda nela. 6 Não te aproximes da integridade com um coração duplo; nem te asso- cies a homens com mente dupla: mas anda, meu filho, em retidão, a qual te conduzirá em bons caminhos; e seja a verdade a tua companhia. 7 Pois eu sei , que opressão existi- rá e prevalecerá na terra; que no fim grande punição na terra acontecerá; e que haverá uma consumação de toda iniquidade, que será cortada com suas raízes, e toda estrutura que le- vantou-se passará. Iniquidade, entre- tanto, será renovada novamente, e consumida na terra. 8 Todo ato de crime, e todo ato de opressão e impiedade serão abraça- dos uma segunda vez. 9 Quando então a iniquidade, pe- cado, blasfêmia, tirania, e toda má obra, aumentar, e quando transgres- são, impiedade, impureza também 91
  • 68. 68 1º ENOQUE, 92 aumentar, então sobre eles toda grande punição será infligida desde o céu. 10 O Senhor irá em ira, e sobre eles toda grande punição do céu será infligida. 11 O santo Senhor sairá em ira, e com punição, para que possa execu- tar julgamento sobre a terra. 12 Naqueles dias opressão será cortada em suas raízes, e iniquidade com fraude será erradicada, sendo então eliminadas da face da terra. 13 Todos os ídolos pagãos serão abandonados e seus templos incendi- ados; ficarão banidos de toda a terra. 14 Os pagãos serão lançados ao castigo de fogo e estarão para sempre perdidos em virtude da ira e da terrí- vel condenação. 15 Os justos, porém, despertarão do seu sono, e prevalecerá a Sabedo- ria que lhes será conferida. 16 Então as raízes da iniquidade serão cortadas; pecadores perecerão pela espada; e blasfemadores serão aniquilados em todos os lugares. 17 Aqueles que meditam opres- são, e aqueles que blasfemam, pela espada perecerão. 18 E agora, meu filho, eu descre- verei e mostrarei a ti o caminho da retidão e o caminho da opressão. 19 Eu novamente os apontarei pa- ra ti, para que possas saber o que está por vir. 20 Ouvi agora, meu filho, e anda no caminho da retidão, mas evita aquele da opressão; pois todo o que anda no caminho da iniquidade perecerá para sempre. Livro de Advertência de Enoque para os seus filhos AQUILO que foi escrito por Enoque. 2 Ele escreveu toda esta instrução de sabedoria para todo homem de dignidade, e todo juiz da terra; para todos os seus filhos que habitarão sobre a terra, e para subsequentes gerações, conduzindo-se elevada e pacificamente. 3 Não deixes que teu espírito seja afligido por causa dos tempos; pois o santo, o Grande, prescreveu um perí- odo para tudo. 4 Deixe que os homens justos se levantem do sonho, deixe-os levan- tar, e prossiga no caminho da retidão, em todos os seus caminhos; e deixa- os avançar em bondade e eterna cle- mência. 5 Misericórdia será mostrada aos homens justos; sobre eles serão con- feridos integridade e poder para sem- pre. 6 Em bondade e retidão eles exis- tirão, andarão em eterna luz; mas pecado perecerá em eterna escuridão, nem será vista daquele tempo em diante eternamente. O Apocalipse das Semanas DEPOIS disso, Enoque co- meçou a falar sobre o que estava contido nos livros. 2 Ele disse: Desejo falar-vos dos filhos da Justiça, dos eleitos do mun- do e da planta da retidão e da Verda- de; 3 Sim, eu, Enoque, anuncio-vos, meus filhos, tudo o que me foi desve- lado na visão celeste, tudo o que eu 92 93
  • 69. 1º ENOQUE, 93 69 sei por intermédio da palavra do santo Anjo, e tudo o que aprendi das tábuas divinas. 4 Assim Enoque começou a falar dos livros, e disse: Eu fui o sétimo a nascer na primeira semana, quando ainda tardava o Julgamento justo. 5 Mas depois de mim, na segunda semana, grande iniquidade se levan- tou, e fraude espalhou-se. 6 Naquela semana o fim do pri- meiro acontecerá, na qual a humani- dade será salva. 7 Mas quando o primeiro é com- pletado, iniquidade crescerá; e duran- te a segunda semana ele executará o decreto a sobre os pecadores. 8 Depois disso, na terceira sema- na, durante sua conclusão, o homem b da planta dos justos julgamentos será selecionada; e depois dele a Planta c da retidão virá para sempre. 9 Subsequentemente, na quarta semana, durante sua conclusão, a visão dos santos e dos justos será vista, a ordem de geração após gera- ção tomará lugar, uma habitação será feita para eles. 10 Então na quinta semana, du- rante sua conclusão, a casa da glória e da dominação d será erigida para sempre. 11 Depois disso, na sexta semana, todos aqueles que existirem nele serão escurecidos, os corações de todos eles estarão esquecidos da sa- bedoria, e nele um Homem e se le- vantará e virá. 12 E durante sua conclusão Ele queimará a casa do domínio com fogo, e toda a raça da raiz eleita será dispersa f . 13 Depois, na sétima semana, le- vantar-se-á uma raça rebelde. 14 Inúmeros serão os seus atos, mas todos eles atos de perversidade. 15 No fim daquela semana serão selecionados os justos, extraídos da planta eterna da Justiça para recebe- rem um esclarecimento sétuplo sobre toda a sua criação. 16 Depois haverá outra semana, a oitava, g da retidão, para a qual será dada uma espada para executar jul- gamento e justiça sobre todos os opressores. 17 Os pecadores serão entregues nas mãos dos justos, os quais durante sua conclusão adquirirão habitações para sua retidão; e a casa do grande Rei será estabelecida para celebra- ções para sempre. 18 Depois disso, na nona semana, o julgamento da retidão será revelado para todo o mundo. 19 Toda obra de maldade desapa- recerá de toda terra; o mundo será marcado para a destruição; e todos os homens estarão atentos ao caminho da integridade. 93 a O Dilúvio depois do primeiro (no meio do segundo) Milênio (2500 A.C.); b O Rei Davi no fim do terceiro Milênio (1000 A.C.); c O Messias no fim do quarto Milênio (4 A.C. até 30 D.C.); d O estabelecimento (30 D.C.) e construção da Igreja através do quinto (e do sexto) Milênio; e O Messias no fim do sexto Milênio; f A destruição de Jerusalém e o desembolso daqueles que habitam naquela terra no fim do sexto (e no começo do sétimo) Milênio; g O começo do oitavo Milênio.
  • 70. 70 1º ENOQUE, 94 20 E depois disso, no sétimo dia da décima semana, haverá um eterno julgamento, que será executado sobre os Sentinelas; e um eterno céu espa- çoso brotará no meio dos anjos. 21 O antigo céu se apartará e pas- sará; um novo céu aparecerá; e os poderes celestiais brilharão com es- plendor para sempre. 22 Depois, igualmente haverá muitas semanas, que existirão em extrema bondade e retidão. 23 O pecado nem será nomeado lá para sempre e sempre. 24 Quem haverá de estar lá, de todos os filhos dos homens, capaz de ouvir a voz do Santo sem emoção? 25 Quem haverá, capaz de pensar seus próprios pensamentos? 26 Quem será capaz de contem- plar toda a obra do céu? 27 Quem irá compreender os fei- tos do céu? 28 Ele poderá ver sua animação, mas não seu espírito. 29 Ele pode ser capaz de conver- sar lá a respeito dele, mas não de souber a ele. 30 Ele poderá ver todas as frontei- ras destas coisas, e meditar sobre elas; mas ele não pode fazer nada iguais a elas. 31 Qual, de todos os homens, é capaz de entender a largura e o com- primento da terra? 32 Por quem tem sido visto as dimensões de todas estas coisas? 33 Todo homem que é capaz de compreender a extensão do céu; qual é a sua elevação, e pelo que ele é apoiado? 34 Quais são os números das estrelas; e onde todas as luminárias ficam no descanso? Admoestações aos justos E AGORA me deixe exortar- te, meu filho, a amar a retidão e a andar nela; pois os caminhos da retidão são dignos de aceitação; mas os caminhos da iniquidade repenti- namente falharão, e serão diminuí- dos. 2 Para determinados homens de uma geração serão mostrados os caminhos da violência e da morte; mas eles se manterão afastados deles e não os seguirão. 3 Agora, também, deixe-me exor- tar aqueles que são justos, para que não andem nos caminhos do mal e da opressão, nem nos caminhos da mor- te. 4 Não se aproximem deles, para que não pereças, mas; mas desejas paz, 5 E escolhei para vós mesmos a retidão, e boa vida. 6 Andai nos caminhos da paz, pa- ra que vivais, e sejais encontrados dignos. 7 Guardai as minhas palavras no fundo do vosso coração e não permi- tais que dele sejam arrancadas! 8 Pois eu sei que os pecadores tentarão desencaminhar os homens para corromperem a Sabedoria e bani-la do meio deles; e não cessarão as tentações de toda sorte. 9 Ai daqueles que promovem a injustiça e a arrogância, e que colo- cam a fraude como sua pedra angu- lar! 10 Pois eles serão derrubados 94
  • 71. 1º ENOQUE, 95, 96 71 num instante e não terão mais paz. 11 Ai daqueles que constroem as suas casas sobre pecados! 12 Pois serão arrancados dos seus fundamentos e perecerão pela espa- da; e aqueles que se apoiam no ouro e na prata serão instantaneamente reduzidos a nada no Julgamento. 13 Ai de vós, ricos! Pois confias- tes na vossa riqueza e agora deveis separar-vos dos vossos tesouros. 14 Nos dias da vossa abundância não pensastes no Altíssimo. 15 Blasfemastes contra Deus, pra- ticastes a injustiça, e com isso lucras- tes o dia do derramamento de san- gue, o dia das trevas, o dia do grande castigo. 16 Uma coisa eu vos digo e vos anuncio: Vosso Criador deseja ani- quilar-vos. 17 Não haverá nenhum perdão pela vossa queda; ao contrário, o Criador alegra-se com a vossa ruína. 18 Então, naqueles dias, os justos dentre vós farão os pecadores e ím- pios cobrirem-se de vergonha. Tristeza de Enoque: Maldição con- tra os pecadores PUDESSEM ser os meus olhos uma nuvem cheia de água para poder chorar por vós; pu- dessem ser as minhas lágrimas como uma nuvem carregada a despejar suas águas, para assim serenar a tristeza do meu coração! 2 Quem vos permitiu a prática do ódio e da maldade? 3 Julgamento surpreenderá, ó pecadores. 4 Os justos não temerão os iníquos; porque Deus os trará nova- mente com seu poder, para que possa vingar-se deles de acordo com seu prazer. 5 Ai de vós que caístes em maldi- ções sem volta! 6 Permaneça longe de vós a Sal- vação, por obra dos vossos pecados! 7 Ai de vós que recompensam vossos vizinhos com o mal; pois sereis recompensados de acordo com vossas obras. 8 Ai de vós, falsas testemunhas, vós que provocais e agravais a ini- quidade; pois perecereis repentina- mente. 9 Ai de vós pecadores! Pois per- seguistes os justos. 10 Sereis entregues nas mãos de- les e perseguidos por causa das vos- sas injustiças, e será pesado o seu jugo sobre vós. Motivos de esperança para o justo; desgraças para os ímpios. AGUARDAI em esperança, vós justos; pois os pecadores cairão de repente diante de vós e tereis o total domínio sobre eles. 2 No dia da tribulação dos peca- dores, vossos filhos se erguerão e se elevarão como as águias, e vosso ninho será mais alto do que o dos gaviões. 3 Subireis às alturas, descereis aos abismos da terra e penetrareis nas fendas das rochas como coelhos, para todo o sempre, diante dos ímpios; 4 Os quais gemerão sobre vós, e chorarão como as sirenes. 5 Tu não temerás aqueles que te aborrecem; pois a restauração será 95 96
  • 72. 72 1º ENOQUE, 97 tua; a esplêndida luz brilhará ao re- dor de ti, e a voz da tranquilidade será ouvida do céu. 6 Ai de vós, pecadores! Vossa ri- queza permite-vos a vós, aparência de justos, mas vosso coração vos dá a certeza de que sois pecadores; e isso será uma prova contra vós, ao serem reveladas todas as falsidades. 7 Ai de vós que mastigais a me- dula do trigo e bebeis vinho em grandes taças, mas que com o vosso poder pisais os humildes. 8 Ai de vós que tomam água por deleite; pois repentinamente sereis recompensados, consumidos, e mur- chareis, porque esquecestes da Fonte da vida. 9 Ai de vós que agem iniquamen- te, fraudulosamente, e em blasfêmia; lá haverá uma lembrança contra vós por mal. 10 Ai de vós, que praticastes a in- justiça, a falsidade e a blasfêmia! 11 Haverá uma memória das vos- sas maldades. 12 Ai de vós, poderosos, que oprimistes os justos com prepotên- cia! 13 Pois não tarda o dia da vossa ruína. 14 Naquele tempo, quando fordes julgados, os justos cobrarão muitos dias felizes. Os males reservados para pecadores e os possuidores de riqueza injusta TENDE confiança, ó justos, que os pecadores serão humi- lhados e aniquilados no dia da Justiça! 2 Estejais avisados que o Altíssi- mo pensa na sua ruína, e que os An- jos do céu alegram-se com a sua desgraça! 3 O que farão os pecadores? 4 E para onde fugireis no dia do julgamento, quando ouvireis as pala- vras da oração dos justos? 5 Vós não sereis iguais àqueles que a esse respeito testemunham contra vós; vós sois associados a pecadores. 6 Naqueles dias as orações dos justos virá diante do Senhor. 7 Quando o dia do vosso julga- mento chegará; e toda circunstância de vossa iniquidade será relatada diante do Grande e do Santo. 8 Vossas faces se cobrirão de ver- gonha; enquanto todo feito, fortale- cido pelo crime, será rejeitado. 9 Ai de vós, pecadores, que no meio do mar, e na terra seca, são aqueles contra quem um mau teste- munho existe. 10 Ai de vós que adquirir prata e ouro, não obtidos em retidão, e di- zem: Somos ricos, possuímos abun- dância, e temos adquirido tudo o que desejamos. 11 Queremos agora desfrutar o que ambicionávamos, pois economi- zamos dinheiro, enchemos nossos celeiros de grãos como água e nume- rosos são os criados das nossas casas. 12 Sim, e como água diluir-se-ão as vossas mentiras; pois não ficareis com a vossa riqueza, mas repentina- mente ela vos será subtraída. Porque lucrastes tudo com injustiça, e assim sereis entregues à grande condena- ção. 97
  • 73. 1º ENOQUE, 98 73 A vaidade dos pecadores: o pecado originado pelo homem: todo o peca- do registrado no Céu: desgraças para os pecadores AGORA eu juro, ó vós, sá- bios, ó vós, tolos, que muito ainda havereis de experimentar sobre a terra. 2 Ainda que vós, homens, vos en- feiteis mais do que uma mulher, e mesmo que vos vistais com roupas mais coloridas do que uma donzela, tudo isso será deitado fora como água, apesar da dignidade real, da grandeza e do poder, apesar do ouro, da prata, da púrpura, das honras e das iguarias. 3 Por faltar-lhes o conhecimento e a Sabedoria perecerão com todos os seus tesouros, magnificência e hon- ras, pelo assassinato e no opróbrio, e serão lançados na maior miséria em fornalha ardente. Juro-vos, pecado- res: 4 Assim como nenhuma monta- nha foi ou será um escravo, e assim como nenhuma colina se converterá em escrava de uma mulher, da mes- ma forma o pecado não foi enviado a esta terra, mas sim foi obra dos ho- mens por si mesmos; e grande con- denação atraem sobre si os que o cometem. 5 A esterilidade não foi dada à mulher; mas é por obra das suas mãos que morre sem filhos. 6 Eu vos juro, pecadores, junto ao Grande e Santo, que todas as vossas obras más são conhecidas no céu, e que nenhum dos vossos atos de pre- potência fica encoberto ou oculto. 7 Não penseis em vossa mente nem digais em vosso coração que não sabeis nem vedes que cada peca- do é anotado diariamente no céu, na presença do Altíssimo. 8 Sabei desde agora que todos os atos de violência por vós praticados serão diariamente escritos, até o dia do vosso julgamento. 9 Ai de vós, tolos! Pois perecereis pela vossa insensatez. 10 Não escutastes os sábios, e as- sim tereis péssima recompensa. 11 Sabei que sois reservados para o dia da ruína! 12 Não vos iludais, pecadores, de permanecer com vida! 13 Mas havereis de passar e mor- rer. 14 Não haverá resgate para vós; fostes guardados para o grande dia do Juízo, o dia da tribulação e do grande opróbrio do vosso espírito. 15 Ai de vós, duros de coração, que praticais o mal e sugais o san- gue! 16 De onde tendes as boas coisas da comida, bebida e saciedade? 17 Unicamente de todas as coisas boas de que nosso Senhor, o Altíssi- mo, dotou ricamente a terra. Por isso, não tereis paz. 18 Ai de vós, amantes das obras da injustiça! Pensais que algo de bom vos possa acontecer? 19 Sabei que sereis entregues nas mãos dos justos! 20 Eles cortarão o vosso pescoço e matar-vos-ão sem piedade. 21 Ai de vós que vos divertis com as aflições dos justos! 22 Pois não podereis ter esperan- ça na vida. 98
  • 74. 74 1º ENOQUE, 99 23 Ai de vós que escreveis pala- vras de arrogância e mentira. 24 Eles anotam as vossas menti- ras, para que todos saibam que elas tratam impiamente o próximo. 25 Por isso, não tereis paz e mor- rereis repentinamente. A condenação dos idolatras e dos pecadores e suas aflições dos últi- mos dias AI DAQUELES que prati- cam obras da impiedade, que exaltam e têm em alta conta as pala- vras da mentira! 2 Serão arrasados e não terão vida boa. 3 Ai daqueles que falsificam as palavras da Verdade, que transgri- dem a Lei eterna, passando a ser o que não eram antes, isto é, pecado- res! 4 Eles deverão ser pisados sobre a terra. 5 Naqueles dias estejais prepara- dos, ó justos, para trazer à lembrança vossas orações e apresenta-las como testemunho diante dos anjos, para que estes também lembrem ao Altís- simo os delitos dos pecadores. 6 Naqueles dias de desgraça, os povos entrarão em tumulto e insur- gir-se-ão as gerações. 7 Naqueles dias, os necessitados chegarão ao ponto de carregar os seus filhos para abandoná-los em seguida, de sorte que eles morrerão por sua causa. 8 Sim, abandonarão os seus filhos e não voltarão mais para eles, não tendo mais nenhuma piedade para com os seus queridos. 9 Uma vez mais vos juro, pecado- res, que o pecado fica reservado para um dia interminável de derramamen- to de sangue. 10 Uns venerarão as pedras, ou- tros, imagens feitas de ouro, prata, madeira e argila; outros, ainda, por insensatez, recorrerão a espíritos impuros, demônios e toda sorte de imagens de ídolos. 11 Mas deles não receberão ne- nhuma ajuda. 12 Tornar-se-ão ímpios pela tolice do seu coração, e seus olhos serão cegados pelas vacilações do seu ín- timo e pelas suas alucinações. 13 Por praticarem todas as suas obras no mundo da mentira e invoca- rem as pedras, tornar-se-ão ímpios e acovardados. 14 Mas naqueles dias serão feli- zes todos os que conhecem e aceitam as palavras da Sabedoria, que respei- tam os caminhos do Altíssimo, que andam nas sendas da sua Justiça e que não pecam junto com os ímpios; pois eles serão salvos. 15 Ai de vós que utilizastes medi- das mentirosas e falsas, e ai daqueles que provocam a violência sobre a terra! 16 Pois todos serão completamen- te destruídos. 17 Ai de vós que construís as vos- sas casas com o suor dos outros, e cujos materiais, telhas e pedras são os do pecado! 18 Digo-vos: Não tereis paz. 19 Ai daqueles que desprezaram o equilíbrio e a herança eterna dos seus pais, e cujas almas aderiram aos deu- ses falsos! 99
  • 75. 1º ENOQUE, 100 75 20 Eles não terão paz. 21 Ai daqueles que praticam a in- justiça, que praticam a violência e que matam o seu próximo até o dia do grande Julgamento! 22 Pois Ele derrubará a vossa grandeza ao chão, trará a preocupa- ção aos vossos corações, despertará o espírito da sua ira e a vós todos serão aniquilados com a espada. 23 E todos os justos e santos lem- brarão nesse momento os vossos pecados. Os pecadores destruirão uns aos outros: Julgamento dos anjos caí- dos: a segurança dos Justos: mais desgraças para os pecadores NAQUELES dias, os pais serão mortos junta- mente com seus filhos num lugar, e os irmãos levar-se-ão mutuamente ao extermínio, até correrem rios do seu sangue. 2 Pois ninguém segurará compas- sivamente a mão que golpeou seu filho ou seu neto, e nenhum pecador se deterá no assassínio do seu honra- do irmão. 3 Um trucidará o outro, da manhã à noite. 4 Então o cavalo atravessará os rios com o sangue do pecado até o peito, e o carro afundará nele até o topo. 5 Naqueles dias descerão os anjos que se esconderam e reunir-se-ão num lugar todos aqueles que do alto trouxeram o pecado, e o Altíssimo erguer-se-á naquele dia do Juízo para realizar o grande Julgamento dos pecadores. 6 Então, dentre os anjos santos, Ele estabelecerá guardas sobre todos os justos e santos, para que os prote- jam como à pupila dos olhos, até que tenha eliminado toda maldade e todo pecado. 7 Mesmo que os justos durmam um longo sono, nada precisam temer. 8 Então os filhos da terra olharão para o sábio e se convencerão; e en- tenderão todas as palavras deste li- vro. 9 Reconhecerão que a sua riqueza não poderá salvá-los na hora da sua perdição pelos pecados cometidos. 10 Ai de vós pecadores no dia da grande angústia, vós que castigais e queimais os justos! Sereis castigados pelas vossas obras. 11 Ai de vós, duros de coração, por estardes sempre atentos em con- ceber o mal! Por isso sereis acometi- dos de pavor e ninguém vos prestará ajuda. 12 Ai de vós, pecadores! Pois ha- vereis de arder no fogo crepitante, por causa das palavras da vossa boca e por causa das obras das vossas mãos, praticadas na impiedade. 13 Tende certeza de que Ele in- quirirá os vossos pecados por inter- médio dos anjos do céu, do sol, da lua e das estrelas, porque fizestes acontecer o Julgamento dos justos sobre a terra! 14 Ele então convocará as nuvens, o orvalho e a chuva para testemunha- rem contra vós. 15 Todos eles serão retidos, para não descerem sobre vós, e assim vos lembrais de vossos pecados. 16 Dai então presentes à chuva, 100
  • 76. 76 1º ENOQUE, 101, 102 para que ela não se retenha e conti- nue a cair sobre vós; presenteai o orvalho, para verdes se ele se esparze após receber de vós ouro e prata! 17 Quando, naqueles dias, vos atacarem a geada e a neve com o seu frio, e as tempestades de neve com suas calamidades, não tereis como resistir-lhes. Exortação ao Temor de Deus: toda a Natureza teme, mas não os pecadores FILHOS de Deus! Ob- servai o céu e cada uma das obras do Altíssimo! Temei-O e não façais nenhum mal em sua pre- sença! 2 Se Ele fechar as janelas do céu e suspender o orvalho e a chuva, para que deixem de derramar-se sobre a terra por causa de vossos pecados, que havereis de fazer? 3 Se Ele mandar sua ira sobre vós, por causa das vossas obras, de nada adiantarão as súplicas. 4 Pois proferistes palavras de or- gulho e arrogância contra a sua Justi- ça e por isso não tereis paz. 5 Não vedes como os marujos en- tram em pânico quando suas embar- cações são batidas pelas ondas e sacudidas pelos ventos? 6 Apavoram-se porque levam consigo seus melhores pertences e assim ficam abalados no seu coração, pois o mar poderá tragar seus bens e fazê-los perecer junto com eles. 7 Por acaso o mar inteiro, com to- das as suas águas e todos os seus movimentos, não é uma obra do Al- tíssimo? 8 Não foi Ele quem estabeleceu os limites de todas as suas atividades e que o cercou de areia por todos os lados? 9 A uma ameaça d'Ele, o mar es- tremece e seca, e morrem todos os seus peixes e tudo o mais que está no seu seio. 10 Mas vós, pecadores da terra, não O temeis. 11 Não foi Ele quem criou o céu, a terra e tudo o que esta contém? 12 Quem foi que deu o entendi- mento e a Sabedoria a todos aqueles que se movem na terra e no mar? 13 Por acaso os marujos não te- mem o mar? 14 Os pecadores, no entanto, não temem o Altíssimo. Terror do dia do Julgamento: As fortunas adversas dos justos sobre a Terra PARA onde quereis fugir naqueles dias, e como vos salvareis quando Ele lançar sobre vós um fogo devorador? 2 Não havereis de temer e tremer quando Ele trovejar sobre vós a sua Palavra? 3 Todas as luminárias serão sacu- didas pelo tremor, e a terra inteira se assustará, estremecerá e será possuí- da pelo pavor. 4 Todos os anjos então cumprirão as suas ordens, procurando desviar- se do semblante da grande Majesta- de. 5 Os filhos da terra tremerão e se apavorarão; vós, porém, pecadores, sereis malditos para sempre e não tereis paz. 101 102
  • 77. 1º ENOQUE, 103 77 6 Mas vós, almas dos justos, não temais! 7 Tende esperança, vós todos que morrestes na Justiça! 8 Não vos lamenteis por ter a vos- sa alma descido na tristeza ao mundo inferior e por não ter o vosso corpo, em vida, recebido o correspondente da vossa virtude! 9 Aguardai tão somente o dia do Julgamento dos pecadores, o Dia da condenação e do castigo! 10 Os pecadores assim dizem de vós, quando morreis: Da mesma forma que morremos, morrem tam- bém os justos. De que valem as suas obras? 11 Na verdade, assim como nós, também eles morrem na tristeza e na escuridão. 12 Qual a vantagem deles sobre nós? 13 Nesse aspecto somos iguais a eles. 14 Que receberão eles e o que ve- rão na eternidade? 15 Na realidade, eles morreram, e a partir desse momento, e para toda a eternidade, não veem mais luz algu- ma. 16 Digo-vos, pecadores: Vós vos regozijais ao comer e beber, ao rou- bar e pecar, ao deixar os homens nus, ao herdar riquezas e ao desfrutar dias esplêndidos. 17 Vistes como foi o fim dos jus- tos, e como nenhum delito foi encon- trado neles até o dia da sua morte? 18 Eles pereceram, e passam a ser como se nunca tivessem existido, e seus espíritos, na tristeza, desceram ao mundo inferior. Diferentes destinos dos justos e os pecadores AGORA, ó justos, eu vos juro diante da Majestade d'Aquele que é o Grande e Excelso, e poderoso na sua Realeza; juro-vos diante da sua Magnificência: Eu co- nheço um segredo. 2 Eu li as tábuas divinas e os li- vros santos; neles eu vi escrito e as- sinalado; 3 Todo o bem, toda a alegria e honra estão preparados e consigna- dos para os espíritos daqueles que morreram na Justiça. 4 Toda sorte de bem vos será concedida em recompensa pelo vosso esforço, e o vosso destino será me- lhor do que o dos vivos. 5 O espírito daqueles que dentre vós morrerem na Justiça, viverá, alegrar-se-á e será bem-aventurado; as almas não perecerão nem se apa- gará a sua lembrança da face do Ex- celso, por todas as gerações do mun- do. 6 Por isso, deixai de vos preocu- par com as humilhações sofridas! 7 Ai de vós, pecadores, ao mor- rerdes na plenitude dos vossos peca- dos, enquanto os vossos cúmplices dizem: Felizes são os pecadores; viveram bem todos os dias da sua vida. 8 Morreram na felicidade e na ri- queza; não conheceram na sua vida nem aflição nem derramamento de sangue; morreram honrados, e ne- nhum julgamento aconteceu contra eles ao longo da sua vida. 9 Então não sabeis que as suas almas foram mandadas ao mundo 103
  • 78. 78 1º ENOQUE, 104 inferior para, então, serem presas de grande aflição? 10 O vosso espírito será entregue às trevas, aos grilhões e às chamas do fogo, no dia em que se verificar o grande Julgamento. 11 Ai de vós! Não conhecereis a paz. 12 Não deixeis que os justos e bons, que passaram desta vida, di- gam as seguintes palavras: 13 Nos dias da nossa vida cansa- mo-nos e suportamos muitas fadigas; fomos acometidos de muitos males, esgotamo-nos, reduzimo-nos a pou- cos e enfraqueceu-se o nosso espíri- to. 14 Fomos desprezados e não en- contramos ninguém que nos apoiasse ao menos com uma palavra. 15 Fomos perseguidos e aniquila- dos, e já não desejávamos mais ver a vida no decorrer dos dias. 16 Esperávamos ser a cabeça, mas na realidade passamos a ser a cauda; esgotamo-nos de tanto esforço, mas não recebemos a paga da nossa fadi- ga. 17 Passamos a ser comida dos pe- cadores e ímpios, e estes colocaram sobre nós o seu jugo pesado. 18 Os que nos odiavam e nos maltratavam assumiram o domínio sobre nós; curávamos nossa cabeça, mas eles não tinham nenhuma com- paixão para conosco. 19 Procurávamos fugir deles, para pôr-nos em segurança e obter um pouco de paz. 20 Mas não encontrávamos se- quer um lugar onde pudéssemos nos refugiar e, assim, livrarmo-nos deles. 21 Em nossa aflição, queixá- vamo-nos junto às pessoas e recla- mávamos daqueles que nos suplicia- vam; eles, porém, não davam atenção aos nossos clamores e nem ao menos queriam escutar a nossa voz. 22 Em vez disso, davam apoio àqueles que nos roubavam, engoliam e menosprezavam; dissimulavam sua prepotência e não nos retiravam o jugo imposto por aqueles que nos sugavam, dispersavam e matavam. 23 Acobertavam seus atos de ho- micídio e não hesitavam ao levantar suas mãos contra nós. Promessa feita aos justos, e exorta- ção contra os pecadores JURO-VOS, ó justos, que no céu os anjos da divina Majestade lembram-se de vós com benevolência. 2 Vossos nomes estão inscritos junto à Glória do Altíssimo. Tende confiança! 3 Anteriormente fostes abandona- dos ao opróbrio, à desgraça e às pri- vações; mas agora havereis de luzir como as luminárias do céu. 4 Brilhareis e sereis vistos, e as portas do céu estarão abertas para vós. 5 Pedi simplesmente o Julgamen- to, e este virá; pois as vossas tribula- ções serão convertidas no castigo dos chefes e de todos os ajudantes dos vossos saqueadores. 6 Aguardai e não desisti da vossa esperança! 7 Pois sereis contemplados com uma grande alegria, como os anjos do céu. 104
  • 79. 1º ENOQUE, 105, 106 79 8 Que deveis fazer? Não necessi- tareis esconder-vos no grande dia do Juízo, pois não serão encontrados como os pecadores; o Julgamento eterno ficará longe de vós por todas as gerações do mundo. 9 Não temais, ó justos, quando virdes os pecadores crescendo forte e prosperando em seus caminhos; não sejais companheiros com eles, mas manter longe de sua violên- cia; porque haveis de tornar-se com- panheiros dos exércitos do céu. 10 Pecadores, embora digais que nenhum dos vossos pecados será conhecido e anotado, na realidade Eles (anjos) escrevem todos os vos- sos delitos, diariamente. 11 Digo-vos agora que a luz e as trevas, o dia e a noite veem os vossos pecados. 12 Abandonai a impiedade do vosso coração! 13 Não mintais! Não distorceis as palavras da Verdade, não desvirtueis com mentiras as palavras do Santo e Altíssimo! 14 Afastai-vos da adoração dos vossos ídolos! 15 Pois todas as vossas falsidades e enganos não conduzem de forma alguma à retidão, mas sim a um grande pecado. 16 Conheço também o segredo de que muitos pecadores modificam e distorcem de várias formas as pala- vras da Verdade, intercalam dizeres corruptos e mentirosos, introduzem grandes falácias e escrevem livros sobre os seus próprios pensamentos. 17 Porém, se nas suas línguas tra- duzirem corretamente todas as mi- nhas palavras, se nada alterarem e nada omitirem nos meus dizeres, e se tudo transcreverem conforme é justo, isto é, tudo quanto anteriormente sobre eles testemunhei, então posso revelar-vos outra coisa que é do meu conhecimento: os livros serão entre- gues aos justos e aos sábios, aos quais proporcionarão muito conten- tamento, por causa da honestidade e da sabedoria. 18 Quando lhes forem transmiti- dos os livros, acreditarão neles e alegrar-se-ão com eles; e todos os justos que neles descobrirem os mui- tos caminhos da retidão terão a sua recompensa. Deus e o Messias prometem estar com o homem NAQUELES dias, diz o Senhor, devereis convocar os filhos da terra e testemunhar-lhes a sua sabedoria. 2 Mostrai-lhe! Pois sereis para eles como os seus guias e como um galardão para toda a terra. 3 Pois eu e meu filho estaremos para sempre junto deles, ao longo da sua vida, nos caminhos da Verdade. 4 Vós tereis a paz. Alegrai-vos, ó filhos da Verdade! Amém! O nascimento de Noé DEPOIS de alguns dias, meu filho Matusalém escolheu uma mulher para seu filho Lameque; ela engravidou e deu à luz um menino. 2 O seu corpo era branco como a neve e vermelho como uma rosa, os cabelos da sua cabeça eram como a 105 106
  • 80. 80 1º ENOQUE, 106 lã e os seus olhos como os raios do sol. 3 Quando abriu os olhos encheu a casa de luz como o sol, e toda ela ficou muito iluminada. 4 Nesse momento, ainda nas mãos da parteira, ele ergueu-se, abriu a boca e falou com o Senhor da Justi- ça. 5 Então seu pai, Lameque, teve medo e fugiu. Foi para junto do seu pai, Matusalém. 6 E falou-lhe: Tenho um filho prodigioso; não se parece com uma pessoa humana mas sim com os fi- lhos do Deus do céu, pois a sua natu- reza é diferente. 7 Ele não é como nós; seus olhos assemelham-se aos raios do sol e seu semblante revela majestade. 8 Tenho a impressão de que ele não descende de mim e pressinto que nos seus dias acontecerá um fenôme- no sobre a terra. 9 Meu pai estou agora aqui para rogar-te encarecidamente que procu- res o nosso pai Enoque, para saber dele toda a verdade, pois ele habita junto com os anjos. 10 Depois que Matusalém escutou as palavras do seu filho, veio ter comigo nos confins do mundo, pois tinha conhecimento de que me en- contrava aqui. 11 Ele me chamou em alta voz e eu ouvi a sua voz. 12 Cheguei então junto dele e fa- lei-lhe: Meu filho, aqui estou. Por que vieste a mim?. 13 Ele respondeu: Eu te procurei por causa de algo que me perturba; um fenômeno inquietador. 14 Escuta, pois, meu pai! Nasceu um filho ao meu filho Lameque, mas a sua forma e a sua natureza não se parecem com as de um homem. 15 A cor do seu corpo é mais branca do que a neve e mais corada do que a rosa, os cabelos da sua ca- beça são mais alvos do que a lã bran- ca e seus olhos são como os raios do sol. 16 Quando ele abre os olhos eles iluminam toda a casa. 17 Ele ergueu-se entre as mãos da sua parteira, abriu a boca e louvou o Senhor do céu. 18 Mas seu pai, Lameque, teve medo e fugiu para junto de mim; não acreditava que fosse seu filho, mas sim uma reprodução dos anjos do céu. 19 Assim, eu vim ter contigo para saber de ti a verdade. 20 Então eu, Enoque, respondi e falei-lhe: 21 O Senhor deseja criar algo de novo sobre a terra. 22 Eu já tinha visto isso numa vi- são, e sobre ela já te falei, a saber, que no tempo do meu pai Jarede alguns dos anjos do céu transgredi- ram o Mandamento do Senhor. 23 Sim, eles cometeram um peca- do e desobedeceram à Lei. 24 Misturaram-se com mulheres e pecaram com elas; casaram-se com algumas delas e geraram filhos. 25 Virá agora uma grande des- truição sobre toda a terra; acontecerá um dilúvio e imensa ruína por todo um ano. 26 Esse filho que vos nasceu será resguardado sobre a terra, e com ele
  • 81. 1º ENOQUE, 107, 108 81 salvar-se-ão os seus três filhos. 27 Enquanto todos os demais ho- mens morrerão, ele e seus filhos se- rão postos a salvo. 28 Aqueles haviam gerado gigan- tes sobre a terra, não segundo o espí- rito, mas sim segundo a carne. 29 Assim, um grande castigo re- cairá sobre a terra, e esta será então expurgada de toda a imundície. 30 Dize, porém, ao teu filho La- meque que o recém-nascido é real- mente seu filho! 31 E ele lhe dê o nome de Noé! Pois ele restará, e com os seus filhos se salvará da destruição que aconte- cerá sobre a terra inteira, por causa de todos os pecados e de toda a impi- edade praticada nos seus dias na terra. 32 Em tempos posteriores, o pe- cado será ainda maior do que aquele primeiro que foi cometido sobre a terra. 33 Pois eu conheço os segredos dos Santos. 34 O Senhor revelou-os para mim; eu os li nas tábuas divinas. NELAS eu vi escrito que gerações após gerações haveriam de pecar, até o aparecimen- to de uma geração de Justiça, quando então serão tirados os delitos, desa- parecerão os pecados, e ela será alvo de todo o bem. 2 Agora, meu filho, anuncia ao teu filho Lameque que esse recém nascido é na verdade seu filho, e que isso não é mentira! 3 Depois que Matusalém escutou as palavras do seu pai (este revelara- lhe todos os segredos) voltou e transmitiu tudo a Lameque. 4 Este deu ao filho o nome de Noé, pois ele haverá de ser o consolo da terra, depois de toda a destruição. Últimas palavras de Enoque OUTRO livro foi escrito por Enoque para seu filho Matusalém, bem como para os que virão depois dele, e que nos tempos últimos permanecerão fiéis seguido- res da Lei. 2 Vós que praticastes o bem de- veis esperar por aqueles dias, quando serão aniquilados os malfeitores e quando o império da ofensa terá o seu fim. 3 Aguardai tão somente; virá o tempo do completo desaparecimento do pecado! 4 Os nomes dos pecadores serão apagados do Livro da Vida e dos livros santos, ficando seus descen- dentes para sempre eliminados. Seus espíritos serão derribados por terra. 5 Gritarão e amaldiçoarão num lugar imenso e deserto, ardendo no fogo; e isso não terá fim. 6 Lá eu vi algo parecido com uma nuvem imensa. 7 Por causa do seu volume não pude abrangê-la com os olhos. 8 Vi também um fogo de labare- das claras e algo que se assemelhava a montanhas ardentes, que se movi- am de cá para lá, em círculo. 9 Então eu perguntei a um dos santos anjos que estavam comigo: Que é essa coisa que arde? 10 Não é um dos fogos do céu, mas apenas uma chama que brilha, e 107 108
  • 82. 82 1º ENOQUE, 108 nela se descobrem gritos, choros, lamentações, torturas e grandes so- frimentos. 11 Então ele disse-me: Neste lu- gar que estás vendo serão trazidos os espíritos dos pecadores, bem como os dos blasfemos e dos que falsifi- cam tudo o que o Senhor, pela boca dos profetas, anunciou sobre o futu- ro. 12 Pois cada coisa que eles fazem está escrita e assinalada no alto do céu, para que os anjos as leiam, e saibam o destino dos pecadores; co- nheçam o destino dos humildes, isto é, dos que mortificaram o seu corpo e que por isso foram gratificados por Deus, dos que foram injuriados pelos homens maus, dos que amaram a Deus e desprezaram o ouro, a prata e qualquer bem terrestre, mas que en- tregaram o corpo ao massacre; dos que, durante a vida, nunca tiveram desejos de iguarias mundanas, mas consideraram todas as coisas como um sopro passageiro, e segundo isso viveram. 13 O Senhor provou-os de muitas maneiras, mas seus espíritos foram achados puros, de tal sorte que seus nomes puderam ser enaltecidos. 14 Eu descrevi nos livros todas as recompensas que foram reservadas para eles. 15 Ele determinou-lhes um prê- mio por terem sido considerados como homens que amavam mais o céu do que a sua vida sobre a terra, e que o louvavam enquanto eram piso- teados pelos homens maus, suporta- vam ofensas, humilhações e insultos. 16 Mas agora eu chamo a mim os espíritos dos bons, dos que perten- cem à geração da luz; transfiguro os que nasceram nas sombras, os que na sua carne não receberam a recom- pensa de acordo com a sua fidelida- de. 17 Eu desejo introduzir na pleni- tude da luz aqueles que amaram o meu santo Nome, e colocarei cada um no seu trono de honra. 18 Eles haverão de resplandecer por tempos intermináveis, pois a retidão é conforme a Justiça divina. 19 Ele recompensa os que perma- neceram fiéis nos caminhos da ho- nestidade. 20 Eles haverão de constatar que aqueles que nasceram nas trevas, nas trevas serão lançados, enquanto que os justos hão de resplandecer. 21 Os pecadores levantarão altos gritos ao verem aqueles no esplen- dor, enquanto eles mesmos devem partir para os dias e os tempos que lhes foram reservados.
  • 83. SEGUNDO LIVRO DE 83 ENOQUE A visão de Enoque HAVIA um sábio, um grande artífice, e o Senhor dedicou-lhe seu amor e o recebeu, a ponto de fazê-lo testemunhar as mais altas moradas dos maiores e mais sábios e imutáveis reinos do Todo-Poderoso, das mais maravilhosas, gloriosas e brilhantes estações de muitos olhos dos servidores do Senhor, e o inaces- sível trono do Senhor; e os graus e manifestações e hostes incorpóreas e o inefável ministério e a multidão de elementos, e as várias aparições e o canto indizível das hostes dos queru- bins, e a luz infinita. 2 Naquele tempo, disse ele, quan- do completei cento e sessenta e cinco anos, gerei meu filho Matusalém. 3 Depois disso, vivi duzentos anos e, ao todo, minha vida foi de trezen- tos e sessenta e cinco anos. 4 No primeiro dia do primeiro mês, estava eu sozinho em minha casa descansando no meu leito, quando adormeci. 5 E quando estava adormecido, uma grande tristeza tomou conta de meu coração e chorei durante o sono, e não podia entender que tristeza era aquela, ou o que iria acontecer-me. 6 E então me apareceram dois homens, extraordinariamente gran- des, como eu nunca vira antes na terra; suas faces resplandeciam como sol e os seus olhos eram como uma chama, e de seus lábios saía um canto e um fogo, variados, cor violeta na aparência; suas asas eram mais bri- lhantes que o ouro, suas mãos, mais brancas que a neve. 7 Eles estavam em pé, na cabecei- ra de meu leito, e puseram-se a cha- mar-me pelo nome. 8 Acordei e vi claramente aqueles dois homens, de pé, minha frente. 9 E saudei-os e fui tomado de me- do, e meu semblante transformou-se pelo terror, e homens disseram: 10 Tem coragem, Enoque não te- mas; o Deus eterno nos mandou a ti e, vê! 11 Tu hoje deverás subir aos céus conosco, e deverás dizer a teus filhos e aos da tua família tudo o que deve- rão fazer na casa durante tua ausência na terra, e não os deixes procurar-te até que o Senhor te devolva a eles. 12 E não me demorei em obedecê- los e saí de minha casa, como me foi ordenado, chamei meus filhos Matu- salém e Regim e Gaidade e contei-lhe todas as maravilhas que me haviam dito aqueles homens. Enoque instruiu seus filhos OUVI-ME, meus filhos, não sei aonde vou, ou o que será de mim; entretanto, digo-vos: não vos desvieis de Deus para os vaidosos, que não criaram o Céu e a terra, pois que pe- recerão junto com os que os adoram, e que o Senhor vos torne confiantes em vosso coração, no temor a Ele. 2 E agora, meus filhos, não dei- xeis que pensem em me buscar, até que o Senhor me devolva a vós. 1 2
  • 84. 84 2º ENOQUE, 3, 4, 5, 6, 7, 8 A assunção de Enoque: os anjos o levaram ao primeiro céu ACONTECEU que, depois de Enoque ter falado com os filhos, os anjos o levaram em suas asas ao primeiro céu, e o puseram nas nu- vens. 2 E aí eu olhei, e olhei outra vez mais para o alto e vi o éter, e eles me puseram no primeiro céu e me mos- traram um grande mar maior que o mar da terra. De como os anjos dirigem as estrelas TROUXERAM até mim os an- ciãos e os dirigentes das ordens estelares, e mostraram-me duzentos anjos que dirigiam as estrelas e suas funções nos céus, e voaram com suas asas e apareceram todos que nave- gam. De como os anjos mantêm os depósi- tos de neve E AÍ olhei para baixo e vi as tesourarias da neve, e os anjos que mantêm seus terríveis depósitos, e vi as nuvens que dali saem e para onde vão elas. O orvalho e o azeite e várias flores ELES me mostraram a tesouraria do orvalho, tal qual azeite de oliva, e a sua forma, assim como todas as flores da terra; além disso, os muitos anjos que guardavam a tesou- raria dessas coisas, e como fazem para abrir e fechar. Enoque foi levado para o segundo céu E AQUELES homens me toma- ram e me conduziram ao segundo céu, e me mostraram as trevas, mais escuras que as da terra, e eu vi prisio- neiros atados, vigiados, que aguarda- vam o grande e infinito julgamento, e esses anjos eram escuros, mais escu- ros que a escuridão da terra, e os faziam chorar incessantemente, o tempo todo. 2 E eu disse aos homens que esta- vam comigo: Por que motivo estão eles sendo torturados sem parar? 3 Eles me responderam: Estes são os infiéis a Deus, que não obedece- ram aos mandamentos de Deus, mas que se aconselharam segundo sua própria vontade, e se foram com seu príncipe que também está acorrenta- do no quinto céu. 4 Senti muita pena deles, e eles me saudaram e me disseram: Homem de Deus, ora por nós ao Senhor. 5 E eu lhes respondi: Quem sou eu, um mortal, para que possa orar aos anjos? 6 Quem sabe para onde vou e o que será de mim? Ou quem orará por mim?. Enoque foi levado para o terceiro céu E AQUELES homens me toma- ram, então, e me conduziram ao terceiro céu, e lá me puseram: e olhei para baixo e vi os produtos daquele lugar, que jamais foram conhecidos. 2 E vi as mais doces árvores flori- das e olhei seus frutos e os alimentos que produziam, e todos exalavam as mais doces fragrâncias. 3 4 5 6 7 8
  • 85. 2º ENOQUE, 9, 10 85 3 E no meio daquelas árvores, a da vida, naquele lugar onde Deus descansa quando vai para o paraíso; e essa árvore é de uma qualidade e fragrância inefáveis, e mais adornada do que qualquer coisa que existe; e de todos os lados é como o ouro e o cinabre a e o fogo, e ela tudo cobre e há proveito de todos os frutos. 4 Sua raiz está no jardim no fim da terra. 5 E o paraíso está entre corrupti- bilidade e a incorruptibilidade. 6 E de suas fontes brotam mel e leite, e de seus jorros saem óleo e vinho, e eles se separam em quatro partes e vão dar no Paraíso Do Éden, entre a corruptibilidade e a incorrup- tibilidade. 7 E dali elas vão à terra sofrem uma revolução em seu círculo, trans- formando-se até em outros elemen- tos. 8 E aqui não há árvore; sem fru- tos, e todo o lugar e abençoado. 9 E há trezentos anjos muito bri- lhantes que guardam o jardim, e com um incessante, doce canto, e com vozes que nunca silenciam, servem o Senhor todas as horas e todos o dias. 10 E eu disse: Quão doce é este lugar! 11 E aqueles homem me disse- ram: Os anjos mostraram a Enoque o lugar dos justos e dos mansos ESTE lugar, ó Enoque, é prepa- rado para os justos, o que se abstêm de todas as formas das ofen- sas que vêm daqueles que enraive- cem sua alma, que preservam seus olho da iniquidade e que fazem jul- gamentos justos, que levam pão aos famintos e cobrem de vestes os nus e levantam os que caíram, que ajudam os órfãos e que andam sem mácula diante do Senhor, e somente a Ele servem. 2 E para estes é preparado este lugar de herança eterna. Eles mostraram a Enoque o lugar terrível e as várias torturas E AQUELES dois homens me tomaram e me conduzi- ram ao Norte, e me mostraram um lugar terrível onde havia todas as maneiras de torturas: trevas e escuri- dão sufocantes, nenhuma luz havia lá, mas um fogo escuro constante- mente ardia no alto. 2 E havia um rio de fogo que cor- ria, e por todo o lugar havia fogo, e por todo lugar havia geada e gelo, sede e tremores, enquanto que as penas eram muito cruéis. 3 Os anjos temíveis e impiedosos portavam armas terríveis e infligiram torturas tenebrosas, e eu disse: 4 Ai, ai, quão terrível é este lugar! 5 E aqueles homens me disseram: Este lugar, ó Enoque, é preparado para os que desonram Deus, que na terra praticam o pecado contra a na- tureza, que corrompem a criança pela sodomia, feitiçaria demoníaca e en- cantamentos. 6 E aqueles que apregoam seus feitos maldosos, roubo, mentiras, calúnias, inveja, rancor, fornicação, assassinato, e aqueles que, 8 a Cinabre: Minério de cor vermelha conhecido por Sulfeto de Mercúrio. 9 10
  • 86. 86 2º ENOQUE, 11, 12, 13 amaldiçoados, roubam as almas dos homens, que, vendo os pobres, tiram- lhes seus bens; aqueles que, sendo capazes de satisfazer o vazio, deixam os famintos morrer à míngua, sendo capazes de vestir, despem os nus; e aqueles que não conheceram seu criador, e curvaram a cabeça para deuses sem vida, que não podem nem ver nem ouvir, deuses vaidosos, que também moldaram imagens com muito esforço e curvaram-se a obras imundas; para todos estes é prepara- do este lugar, em meio aos outros lugares, para a herança eterna. Enoque sobe até o quarto céu, onde está o curso do sol e da lua AQUELES homens me to- maram e conduziram-me ao quarto céu e me mostraram os suces- sivos acontecimentos, e todos os raios da luz do sol e da lua. 2 E eu medi seus movimentos e comparei suas luzes, e vi que a do sol é maior que a da lua. 3 Seu ciclo e suas órbitas, nos quais eles sempre se movimentam, como um vento de uma velocidade maravilhosa, e o dia e a noite têm um rápido trânsito. 4 Sua passagem e seu retorno são acompanhados por quatro grandes estrelas, e cada estrela tem sob seu controle mil outras estrelas, à direita da órbita do sol, e quatro à esquerda, cada uma tendo o controle de mil estrelas, ao todo oito mil, seguindo continuamente com o sol. 5 E de dia, quinze miríades de an- jos o assistem e à noite, mil. 6 E seis alados seguem com os anjos diante da órbita do sol em suas chamas flamejantes, e cem anjos acendem o sol. Os muitos e magníficos elementos do sol E EU olhei e vi outros ele- mentos voadores do sol, cu- jos nomes são Fênix e Chalkydri, maravilhosos e magníficos, com pés e caudas na forma de leão, cabeça de crocodilo, e sua aparência escarlate é como o arco-íris; seu tamanho é de novecentas medidas, suas asas são como as dos anjos, cada um tem doze, e atendem e acompanham o sol dando calor e orvalho tal como lhes foi ordenado por Deus. 2 Assim, o sol gira e vai, e levanta sob a terra, e seu curso vai embaixo da terra com a luz incessante de seus raios. Os anjos tomam Enoque e o põem no leste, nos portais do sol ESTES homens levaram-me para o leste e me puseram nos portais do sol, para onde o sol se dirige de acordo com a regulamenta- ção das estações e do circuito dos meses do ano todo, e o número de horas do dia e da noite. 2 E vi seis portões abertos, cada um com sessenta e um estádios e um quarto de um estádio, e eu realmente o medi, e entendi o porquê desse tamanho tão grande, através do qual o sol se dirige para o oeste, equilibra- se e se levanta durante todos os me- ses e torna a voltar aos seis portões de acordo com a sucessão das esta- ções; assim o período de um ano 11 12 13
  • 87. 2º ENOQUE, 14, 15, 16 87 completo termina depois da volta das quatro estações. Enoque é levado para o oeste E OUTRA vez aqueles ho- mens conduziram-me às pa- ragens do oeste e me mostraram seis grandes portões, que correspondem aos portões do leste, lado oposto onde o sol se põe de acordo com o número de dias, trezentos e sessenta e cinco e um quarto. 2 Assim, outra vez eleva vai para os portões do oeste e retire sua luz, a grandiosidade de seu brilho, e vai para baixo da terra e enquanto a co- roa de seu brilho está no céu com o Senhor guardada por quatrocentos anjos, o sol gira em sua órbita de baixo da terra, e fica sete horas da noite, e passa metade de seu curso debaixo da terra, quando então vem do lado leste na oitava hora da noite, traz sua luz, a coroa do brilho e o sol ardem em chamas mais que o fogo. Os elementos do sol, as Fênix e Chalkydri irromperam em uma canção ENTÃO os elementos do sol, chamados Fênix e Chalkydri, irromperam em um canção; conse- quentemente, cada pássaro bateu suas asas, rejubilando-se por aquele que dá a luz, e irromperam em um cânti- co ao comando do Senhor. 2 O que dá a luz vem para dar cla- ridade ao mundo todo, e a sentinela da manhã toma forma, que são os raios do sol, e o sol dá terra nasce, e ela recebe o brilho que a ilumina toda, e eles me mostraram os cálculos do caminho do sol. 3 E os portões nos quais ele entra, estes são os grandes portões do côm- puto das horas do ano; por essa razão o sol é uma grande criação, cujos circuitos duram vinte e oito anos, para recomeçar do início. Tomaram Enoque outra vez e o puseram ao leste, no curso da lua AQUELES homens mostra- ram-me outro curso, o da lua; doze grandes portões, coroados de oeste a leste, pelo qual a lua vai e vem nos tempos usuais. 2 Ela entra no primeiro portão do lado oeste do sol, pelo primeiro por- tão com trinta e um dias exatamente, pelo segundo portão com trinta e um dias exatamente, pelo terceiro com trinta e um dias exatamente, pelo quarto com trinta e um dias exata- mente, pelo quinto com trinta e um dias exatamente, pelo sexto com trinta e um dias exatamente, pelo sétimo com trinta e um dias exata- mente, pelo oitavo com trinta e um dias exatamente, pelo nono com trin- ta e um dias exatamente, pelo décimo com trinta e um dias exatamente, pelo décimo primeiro com trinta e um dias exatamente, pelo décimo segundo com vinte e oito dias exata- mente. 3 E ela vai através do portão do oeste na ordem e número do leste, e cumpre os trezentos e sessenta e cinco dias e um quarto do ano solar, enquanto que o ano lunar tem trezen- tos e cinquenta e quatro dias, e fi- cam-lhe faltando doze dias do ciclo solar, que são as fases lunares de um 14 15 16
  • 88. 88 2º ENOQUE, 17, 18 ano. 4 Assim, também, o grande ciclo tem quinhentos e trinta e dois anos. 5 O quarto de um dia é omitido por três anos, e o quarto ano o com- pleta exatamente. 6 Por isso, eles são tirados do céu por três anos e não são adicionados ao número dos dias porque eles acrescentariam dois novos meses a um ano, no sentido de complementa- ção, e tirariam outros dois, no sentido de diminuição. 7 E quando os portões do oeste terminam, ela volta e vai ao leste para a luz, e vai desse modo pelos ciclos celestes dia e noite, mais baixo que todos os ciclos, mais rápido que os ventos dos céus, e espíritos e ele- mentos e anjos voando; cada anjo tem seis asas. Dos cânticos dos anjos, que é impossível descrever NO meio dos céus eu vi sol- dados armados, servindo o Senhor, com tímpanos e órgãos, com vozes incessantes, com doces vozes, com doces e incessantes vozes e vários cânticos, que é impossível de descrever, e que assombra qualquer inteligência, de tão magnífico e ma- ravilhoso que é o cântico daqueles anjos, e eu estava encantado ouvin- do-o. De como Enoque foi levado ao quinto céu OS homens levaram-me ao quinto céu e lá me puseram, e vi muitos e incontáveis soldados, chamados Grigori a , de aparência humana, e eram maiores que os mai- ores gigantes e suas faces eram sem viço e o silêncio de suas bocas, per- pétuo, e não havia qualquer serviço no quinto céu, e eu disse aos homens que estavam comigo: 2 Por que eles são tão sem viço e suas faces melancólicas, suas bocas silenciosas, e por que não há serviço neste céu? 3 Eles me disseram: Estes são os Grigori, que com seu príncipe Sata- nás rejeitaram o Senhor da Luz, e atrás deles estão os que são mantidos nas grandes trevas do segundo céu, e três deles foram para a terra vindos do trono do Senhor, para o Hermom, e quebraram seus votos nas encostas da colina do Hermom e viram como eram bonitas as filhas dos homens e tomaram-nas por esposas e sujaram o mundo com suas obras, e durante todo o tempo de sua estada comete- ram ilegalidade e promiscuidade, e nasceram gigantes e impressionantes homens grandes e grandes inimiza- des. 4 E por isso Deus julgou-os com um grande julgamento e eles chora- ram por seus irmãos e serão punidos no grande dia do Senhor. 5 E eu disse aos Grigori: Eu vi vossos irmãos e suas obras e seus grandes tormentos, e orei por eles, mas o Senhor condenou-os a estar embaixo da terra até o céu e a terra se acabarem. 6 E eu disse: Por que razão espe- rais, irmãos, e não servis diante da face do Senhor e por que não 18 a Vigias ou Vigilantes 17 18
  • 89. 2º ENOQUE, 19, 20 89 pusestes vossos serviços diante da face do Senhor, para que o Senhor não se enraivecesse tanto? 7 E eles ouviram minhas admoes- tações e falaram para as quatro or- dens do céu, e vede! 8 Enquanto eu estava com esse dois homens, quatro trombetas soa- ram juntas bem alto, e os Grigori irromperam em um cântico uníssono, e suas vozes foram até o Senhor cheias de piedade e afeição. De como Enoque foi levado ao sexto céu E ENTÃO aqueles homem tomaram-me e me puseram no sexto céu, e lá vi sete grupos de anjos, muito brilhantes e gloriosos, e suas faces brilhavam mais que o sol resplandecendo e não havia diferen- ças em sua faces, comportamento ou maneira de vestir-se; e eles fazem as ordens e aprendem o movimento das estrelas, a alteração da lua ou a revo- lução do sol e o bom governo do mundo. 2 E, quando eles veem coisas ruins, fazem os mandamentos e dão instruções e cânticos doces e altos, e todos são cânticos de louvor. 3 Esses são os arcanjos, que estão acima dos anjos, e eles avaliam toda a vida no céu e na terra e os anjos que estão designados para as esta- ções do ano, os anjos que cuidam dos rios e dos mares, e os que cuidam dos frutos da terra, e os que cuidam de toda a vegetação, dando comida para todos, e os anjos que anotam todas as almas dos homens e todos os seus feitos e todas as suas vidas dian- te da face do Senhor; em meio deles estão seis Fênix e seis querubins e seis com seis asas, continuamente com uma voz cantante, e não é pos- sível descrever seus cânticos e seu júbilo diante do Senhor, aos pés do Senhor. Então levaram Enoque para o séti- mo céu E AQUELES dois homens levaram-me até o sétimo céu, e lá vi uma grande luz e as flamejan- tes hostes dos grandes arcanjos, milí- cias incorpóreas, e dominações, or- dens e governos, querubins e sera- fins, tronos e alguns de muitos olhos, nove regimentos, as estações de luz resplandecentes, e tive medo, e co- mecei a tremer com grande terror, e aqueles homens tomaram-me e me conduziram e me disseram: 2 Tem coragem, Enoque, não te- mas, e mostraram-me o Senhor ao longe, sentado em seu trono muito alto. Pois o que haverá no décimo céu, se o Senhor aqui habita? 3 No décimo céu está Deus, na língua hebraica ele é chamado Aravat 1 ; 4 E todas as hostes celestes viriam e ficariam nos dez degraus, de acordo com sua posição, e se curvariam ao Senhor e novamente voltariam aos seus lugares em alegria e felicidade, entoando cânticos na luz ilimitada com vozes suaves, servindo-o com glória. 20 1 Aravat: Pai da Criação. 19 20
  • 90. 90 2º ENOQUE, 21, 22 De como os anjos deixaram Enoque ali no fim do sétimo céu e se foram E OS querubins e serafins que estavam perto do trono, os de seis asas e muitos olhos não se afastaram da face do Senhor, fazendo sua vontade e rodeando seu trono, cantando com doces vozes diante da face do Senhor: Santo, Santo, Santo, Senhor Soberano dos Exércitos, céus e terra estão pleitos de tua glória. 2 Quando vi essas coisas, aqueles homens disseram-me: Enoque, foi- nos ordenado que viajássemos até aqui contigo, e esses homens se fo- ram e não mais os vi. 3 E fiquei só no fim do sétimo céu e fiquei com medo e caí de face no chão e disse a mim mesmo: Ai de mim, que será de mim? 4 E o Senhor enviou-me um de seus gloriosos, o arcanjo Gabriel, e ele me disse: Tem coragem, Enoque, não temas, levanta-te diante da face do Senhor na eternidade, levanta-te e vem comigo. 5 E eu lhe respondi e disse para mim mesmo: Meu Senhor, minh'al- ma saiu de mim pelo terror e pelos tremores, e chamei pelos homens que me haviam conduzido a esse lugar, eu havia confiado neles, e com eles estive diante da face do Senhor. 6 E Gabriel pegou-me como a uma folha que é apanhada pelo vento e colocou-me diante da face do Se- nhor. 7 E eu vi o oitavo céu, que é cha- mado na língua hebraica de Mazza- roth (constelações), o que muda as estações, a seca e a umidade e das doze constelações do círculo do fir- mamento que está sobre o sétimo céu. 8 E eu vi o nono céu, que é cha- mado em hebraico Kuchavim, onde estão as casas divinas das doze cons- telações do círculo do firmamento. O trono de Deus NO DÉCIMO céu, Aravoth, vi como era a face do Senhor, como o ferro que arde no fogo e que, ao sair, emite faíscas e queima. 2 Assim vi a face do Senhor, mas a face do Senhor é inefável, maravi- lhosa e muito sublime e muito terrí- vel. 3 E quem sou eu para falar sobre o inexprimível ser do Senhor e sua magnificente face? 4 E não posso contar a quantidade de suas muitas instruções e várias vozes, o trono do Senhor muito grande, que não foi feito por mãos, nem a quantidade daqueles que o rodeiam hostes de querubins e sera- fins nem seus cantos incessantes nem sua imutável beleza, e quem pode falar da grandiosidade de sua glória? 5 E devo inclinar-me e reverenci- ar o Senhor, e o Senhor com seus lábios, disse-me: 6 Tem coragem, Enoque não te- mas, levanta-te diante de minha face na eternidade. 7 O arcanjo Miguel levantou-se e conduziu-me diante da face do Se- nhor. 8 E o Senhor disse aos seus ser- vos pondo-os à prova: Deixa que Enoque se ponha diante de minha face na eternidade, e oi gloriosos curvaram-se ante o Senhor e 21 22
  • 91. 2º ENOQUE, 23, 24 91 disseram: Que Enoque vai segundo tua palavra. 9 E o Senhor disse a Miguel: Vai e despoja Enoque de suas vestes terrestres e ungem com meu doce bálsamo, e veste o com os vestidos de minha glória. 10 E Miguel assim o fez, tal qual o Senhor lhe ordenara. Ele me ungiu, vestiu-me, e o aspecto daquele bál- samo é mais que a grande luz, é co- mo o doce orvalho e seu perfume, suave brilhante como um raio de sol e olhei para mim mesmo, e eu estava como um de seus gloriosos 1 . 11 E o Senhor convocou um de seus arcanjos chamado Pravuil, mais forte em sabedoria do que qualquer outro arcanjo, que escrevera todas a obras, do Senhor, e o Senhor disse a Pravuil: 12 Traz aqueles livros de meus depósitos e uma pena de escrita rápi- da, e dá-os a Enoque e incumbe-o da escolha dos livros. Enoque escreveu sua maravilhosa jornada e as aparições celestiais, e escreveu trezentos e sessenta e seis livros E ELE me falava sobre todas as obras do céu, terra e mar, e todos os elementos, suas passagens e cursos, e o tremendo ruído do trovão, o sol e a lua, os cursos e as mudanças das estrelas, das estações, anos, dias e horas, de como se formam os ven- tos, o número dos anjos e a formação de seus cânticos, e todas as coisas humanas, a língua de cada cântico e vida humana, os mandamentos, ins- truções, e os doces cânticos, e todas as coisas que são feitas para serem aprendidas. 2 E Pravuil disse-me: Todas as coisas que te disse, temo-las por es- crito. Senta-te e relaciona todas as almas da humanidade, ainda que muitas delas já tenham nascido, e os lugares preparados para elas na eter- nidade; pois que todas as almas são preparadas para a eternidade, antes mesmo da formação do mundo. 3 E tudo se repetiu por trinta dias e por trinta noites, e eu escrevi todas as coisas com exatidão, e escrevi trezentos e sessenta e seis livros. Os grandes segredos de Deus, que Deus revelou e contou a Enoque, e falou lhe face a face E O Senhor chamou-me e disse-me: Enoque, senta-te à minha esquerda com Gabriel. 2 E eu curvei-me diante do Se- nhor, e o Senhor falou-me: Enoque, amado, tudo que vês já pronto, eu te digo que já era mesmo antes do iní- cio, pois que tudo isso eu criei do não-ser, as coisas visíveis do invisí- vel. 3 Ouve, Enoque, e aceita minhas palavras, pois nem a meus anjos con- tei meus segredos, e não lhes contei sobre seu surgimento, nem falei-lhes do meu reino infinito nem entende- ram meu ato de criação, que hoje conto a ti. 22 1 gloriosos: um dos sete anjos mais altos. 23 24
  • 92. 92 2º ENOQUE, 25, 26, 27, 28 Deus conta a Enoque como de tre- vas tão baixas emergiram o visível e o invisível NAS partes mais baixas, ordenei que as coisas visíveis descessem do invisível, e Adoil 1 desceu muito grande, olhei-o e ele tinha um ventre de grande luz. 2 E eu lhe disse: Parte-te, Adoil, e deixa que o visível saia de ti. 3 E ele partiu-se e uma grande luz saiu dele. E eu .estava em meio à grande luz; e como a luz se faz da luz, nasceu uma grande era, e mos- trou toda a criação, que eu havia pensado em criar. 4 E eu vi que era bom. 5 E dispus para mim um trono e sentei-me nele, e disse para a luz: Vai mais alto e firmaste acima do trono, sê um princípio para as coisas elevadas. 6 E nada há acima da luz, e aí eu me inclinei e olhei de meu trono. Pela segunda vez Deus chama Archas, pesado e vermelho, para que ele saia do mais baixo E EU chamei o mais baixo pela segunda vez e disse: Deixa que Archas 1 saia com força do invisível. 2 E Archas veio, duro, pesado e muito vermelho. 3 E eu disse: Abre-te, Archas, e nasça de você, e ele veio inacabado, uma idade veio adiante, muito grande e muito escuro, aguentando a criação de todas as mais baixas coisas, e eu vi que era bom e disse a ele: 4 Vai para baixo e estabelece-te, torna-te fundação para as mais baixas coisas, e aconteceu que ele desceu e fixou-se e tornou-se a fundação para as mais baixas coisas, e abaixo das trevas nada mais há. De como Deus fez a d'água e rode- ou-a de luz, e estabeleceu nela sete ilhas E ORDENEI que fosse reti- rado da luz e das trevas, e disse: Torna-te espesso, e assim foi, e o espalhei com a luz, e ele tornou-se água, e o espalhei nas trevas, abaixo da luz, e tornei as águas sólidas. 2 Eu as fiz sem fundo, tendo co- mo base a luz. E criei sete círculos a partir do interior, e tornei a água parecida com o cristal úmido e seco, igual ao vidro e formei um círculo de águas e outros elementos. 3 E mostrei a cada um deles o seu caminho e ordenei o movimento de cada uma das sete estrelas em seu céu, e vi que isto era bom. 4 Dividi a luz das trevas. E disse para a luz que ela seria dia e as trevas noite, e houve noite e manhã no pri- meiro dia. A Semana na qual Deus mostrou a Enoque toda a sua sabedoria e poder, durante os sete dias, de como ele criou todas as forças celestiais e terrestres e todas as coisas que se movem, até chegar ao homem TORNEI então sólido o cir- culo celeste e ordenei às águas que estavam abaixo do céu, 25 1 Adoil: Luz da Criação. 26 1 Archas: Espirito de Criação. 25 26 27 28
  • 93. 2º ENOQUE, 29, 30 93 que se juntassem em um mesmo lugar, em um todo, e que o caos se tornasse seco, e assim se fez. 2 Das ondas criei pedras grandes e sólidas, e da pedra juntei o árido, e chamei o árido terra, e o centro da terra chamei de abismo, ou seja, o sem fundo. 3 Juntei os mares num mesmo lu- gar, e uni-os com uma cadeia. 4 E disse ao mar: Vê, donde teus limites eternos, e tu não haverás de libertar-te de tuas partes constituin- tes. 5 E assim criei depressa o firma- mento. 6 A este dia eu próprio chamei de primeiro criado (domingo). Depois veio a noite, e outra vez a manhã, e foi o segundo dia. A Essência do Fogo PARA todas as hostes celes- tes imaginei a imagem e a essência do fogo, e meu olhar olhou a pedra muito dura e, do lampejo do meu olhar, o relâmpago recebeu sua natureza maravilhosa, que é tanto fogo na água como água no fogo, a água não apaga o fogo, nem o fogo seca a água, no entanto o relâmpago é mais luminoso do que o sol, mais suave que a água e mais firme do que a pedra. 2 E da pedra extraí um grande fo- go, com o qual criei as ordens de dez hostes de anjos incorpóreos, e suas armas são de fogo e seus trajes, uma chama candente, e ordenei a cada um que se colocasse em sua posição. De como Satanás foi, com seus anjos, precipitado das alturas 3 E um dos anjos, tendo saído de sua hierarquia e se desviado para uma hierarquia abaixo da sua, conce- beu um pensamento impossível: co- locar o seu trono acima das nuvens que se encontram sobre a terra, para que seu poder se igualasse ao meu. 4 Precipitei-o do alto com seus anjos, e ele pôs-se a voar por cima do abismo, continuamente. A criação todos os céus, e assim se fez o terceiro dia NO TERCEIRO dia, orde- nei à terra que produzisse grandes árvores frutíferas e monta- nhas e sementes para a semeadura, e implantei o Paraíso e cerquei-o com guardiões armados, como anjos fla- mejantes, e deste modo criei a reno- vação. 2 E veio a noite, e da manhã se fez o quarto dia. 3 Neste dia ordenei que se fizes- sem grandes luzeiros nos círculos celestes. 4 No círculo mais elevado, colo- quei a estrela Kruno, no segundo círculo coloquei Afrodite, no terceiro Áries, no quinto Zeus, no sexto Her- mes, no sétimo a lua adornada com as estrelas menores. 5 E no círculo inferior, coloquei o sol para iluminar o dia, e a lua e as estrelas para iluminar a noite. 6 E para que o sol pudesse deslo- car-se de acordo com cada animal do zodíaco, decretei a sucessão de doze meses com seus nomes e duração, seus trovões, suas marcações de 29 30
  • 94. 94 2º ENOQUE, 31 tempo e sua sequência. 7 E da noite e da manhã se fez o quinto dia. 8 No quinto dia, ordenei ao mar que produzisse peixes, e criei aves emplumadas de muitas espécies e todos os animais que rastejam sobre a terra, os de quatro patas que andam na terra e criei aqueles animais que levantam voo, ambos macho e fê- mea, e toda alma respirando o espíri- to da vida. 9 E da noite e da manhã se fez o sexto dia. 10 No sexto dia fiz uso da minha sabedoria para criar o homem de sete graus de densidade: um, a sua carne da terra; dois, o seu sangue do orva- lho; três, os seus olhos do sol; quatro, seus ossos da pedra; cinco, a sua inteligência da vivacidade dos anjos e da nuvem; seis, suas veias e seu cabelo das plantas da terra; sete, a sua alma do meu sopro e do vento. 11 E dei-lhe sete naturezas: a car- ne para a audição, os olhos para a visão, a alma para o olfato, o sangue para o tato, os ossos para a resistên- cia, e a inteligência para a doçura e o regozijo. 12 Formulei uma máxima ade- quada: criei o homem da natureza invisível e visível. 13 De ambas provêm sua morte, sua vida e imagem, ele conhece o poder da palavra como algo criado, pequena na grandeza e grande na pequenez. 14 E coloquei na terra um segun- do anjo, nobre, grande e glorioso, e o designei como governante na terra para que tivesse a minha sabedoria. 15 E não havia ninguém igual a ele entre todas as criaturas existentes. 16 Dei-lhe um nome baseado nas quatro partes componentes, do leste, oeste, sul e norte, e designei-lhe qua- tro estrelas especiais, e o chamei pelo nome de Adão e mostrei-lhe os dois caminhos, o da luz e o das trevas, e disse-lhe: 17 Isto é bom e isso é mau, para saber se ele nutre amor ou ódio por mim, para saber quem dentre sua gente me ama. 18 Pois conheço sua natureza, mas ele próprio não enxergou, por- tanto, por não tê-la enxergado, ele pecará mais, e eu disse: Além do pecado, que há senão a morte? 19 Mandei-lhe um sono profundo e ele dormiu. 20 Tirei-lhe uma das costelas, e com ela criei uma mulher para que a morte lhe viesse através desta sua mulher, e tomei sua última palavra e coloquei-lhe o nome de mãe de todos os viventes, ou seja, Eva. Deus dá a Adão o Paraíso e capaci- ta-o a ver os céus abertos e os anjos entoando a canção da vitória ADÃO irá viver na terra, e eu criei um jardim no éden, ao leste, para que ele pudesse cumprir o testamento e manter a ordem. 2 Fiz com que os céus se abrissem diante dele para que pudesse ver os anjos cantando o hino da vitória e a luz resplandecente. 3 Ele permaneceu no paraíso, e o demônio entendeu que eu queria criar outro mundo porque Adão era senhor na terra, para comandá-la e 31
  • 95. 2º ENOQUE, 32, 33 95 controlá-la. 4 O demônio é o gênio do mal das regiões inferiores, como um fugitivo, ele criou Sotona 1 a partir dos céus, por ser seu nome Satanás, por isso ele se tornou diferente dos anjos, mas a sua natureza não modificou a sua inteligência quanto ao entendimento do certo e do errado. 5 E ele entendeu sua condenação e o pecado que cometera, por essa razão, alimentou ressentimentos con- tra Adão, de tal forma que entrou em seu mundo e seduziu Eva mas não atingiu Adão. 6 Amaldiçoei a ignorância, mas o que eu havia abençoado anteriormen- te, isso eu não amaldiçoei, nem amaldiçoei o homem, nem a terra nem as outras criaturas, mas o fruto e as obras ruins do homem. Depois do pecado de Adão, Deus devolve-o a terra de onde eu o to- mei, mas não pretendo destruí-lo nos anos que virão DISSE-LHE: Tu és terra e à terra da qual te tirei, tu hás de tornar, não te destruirei mas devol- ver-te-ei de onde te tomei. 2 Então, poderei tomar-te de volta na minha segunda vinda'. 3 E abençoei todas as minhas criaturas, visíveis e invisíveis. 4 E havia cinco horas e meia que Adão estava no paraíso. 5 Abençoei o sétimo dia, o Sába- do, quando descansei de todas as minhas obras. Deus mostra a Enoque a idade deste mundo, sua existência de sete mil anos, e oito mil anos é o fim, nem anos nem meses, nem semanas, nem dias E DESIGNEI o oitavo dia como sendo o primeiro dia criado após a minha obra, e os sete primeiros como sendo ciclos de sete mil, e no início dos oito mil, estipulei um tempo incontável, infinito, não medido por anos, meses, semanas, dias, ou horas. 2 E agora, Enoque, todas as coisas das quais te falei, tudo que entendes- te, tudo que viste das coisas celestes, tudo que viste na terra e todas as coisas que escreveste neste livro pela minha grande sabedoria, todas essas coisas eu idealizei e criei do mais alto ao mais baixo, e aqui não há conselheiro ou herdeiro de minhas criações. 3 Sou eterno e não criado por mãos e sem mudanças. 4 Meu pensamento é meu conse- lheiro, minha sabedoria e minha pa- lavra são feitas, e meus olhos obser- vam todas as coisas como aqui são e como tremem de terror. 5 Se viro minha face, então todas as coisas serão destruídas. 6 Por isso usa a tua inteligência, Enoque, conhece aquele que te fala, e cuida dos livros que escreveste. 7 Dou-te os anjos Suriel e Raguel, aqueles que te trouxeram a mim, e desce à terra, diz a teus filhos todas as coisas que te contei e tudo que viste, do céu mais baixo até o meu trono aqui em cima, e todas as 31 1 Sotona: quer dizer Diana. 32 33
  • 96. 96 2º ENOQUE, 34, 35, 36 hostes. 8 Pois criei todas as forças, e ne- nhuma se opõe ou deixa de se sub- meter a mim. 9 Todos se submetem à minha au- toridade e obedecem ao meu poder, e trabalham sob meu comando. 10 Dá-lhes os manuscritos e eles irão lê-los e saberão que sou o cria- dor de todas as coisas, e entenderão que não há outro Deus além de mim. 11 E deixa-os distribuir teus ma- nuscritos, de filho para filho, de ge- ração para geração, de raça para raça. 12 E dar-te-ei, Enoque, meu me- diador, o arcanjo Miguel, pois os manuscritos de teus pais Adão e Se- te, Enos, Quenã, Maalalel e Jarede, teu pai, não serão destruídos até o fim dos tempos. 13 Revelei a meus anjos Drioch e Marioch como mapeei a terra e orde- nei que as gerações fossem preserva- das, e que os manuscritos de vossos pais fossem preservados, de forma a não perecerem no dilúvio que eu lançarei sobre os homens. Deus condena os idólatras e forni- cadores sodomitas e, por isso, faz recair sobre eles o dilúvio ELES rejeitaram meus man- damentos e meu jugo, tor- nando-se, assim, sementes inúteis, não temendo a Deus, não me reve- renciando, mas abaixando a cabeça a deuses vaidosos, e negaram minha unidade, e encheram a terra com mentiras, ofensas, luxúrias abominá- veis, a saber, uns com os outros, e toda a sorte de sujas maldades, que seriam desagradáveis de serem nomeadas. 2 E por essa causa farei recair so- bre a terra um dilúvio e destruirei todos os homens, e toda a terra su- cumbirá às trevas. Deus deixa um justo da tribo de Enoque e toda a sua casa, porque ele fora obediente à vontade de Deus VÊ, de suas sementes levan- tar-se-á outra geração, muito mais para diante, mas muitos dentre eles serão insaciáveis. 2 Aquele que criar essa geração deverá revelar aos seus esses manus- critos de seus pais, para aqueles aos quais será mostrada a custódia do mundo, aos fiéis a mim, que não usam meu nome em vão. 3 E eles deverão contar às outras gerações, que ao lerem serão glorifi- cadas, depois, mais que as primeiras. Deus ordena a Enoque que viva na terra por trinta dias para que dê aos seus filhos instruções, e aos filhos de seus filhos. Depois dos trinta dias tornará a ser levado ao céu AGORA, Enoque, dou-te o prazo de trinta dias para que passes em tua casa, e digas aos teus filhos e aos de tua casa, que todos deverão ouvir diretamente de minha face, que não há outro Deus além de mim. 2 E que eles deverão sempre man- ter meus mandamentos, e começar a ler e crer nos teus manuscritos. 3 E depois de trinta dias, manda- rei meu anjo para tirar-te da terra e de teus filhos, para que venhas a 34 35 36
  • 97. 2º ENOQUE, 37, 38, 39 97 mim. Deus convoca um anjo E O Senhor chamou um dos anjos mais velhos, terrível e ameaçador, e colocou-o a meu lado; ele era branco como a neve, suas mãos como o gelo, assemelhava-se à geada, e ele congelou minha face, porque eu não podia aguentar o terror que sentia pelo Senhor, assim como não podia aguentar o fogo do fogão, e o calor do sol e a geada. 2 E o Senhor me disse: Enoque, se tua face não congelar aqui, ne- nhum homem será capaz de olhar tua face. Matusalém continuou a manter sua esperança e a esperar por seu pai Enoque noite e dia ao pé de seu leito E O Senhor disse a esses homens que me haviam leva- do até ele: Deixai que Enoque desça à terra convosco e esperai por ele até o dia determinado. 2 E, à noite, eles me puseram em meu leito. 3 E Matusalém, que esperava mi- nha volta, mantendo-se vigilante à minha cabeceira, ficou maravilhado quando me ouviu chegar, e eu lhe disse: Que os de minha casa se reú- nam, pois vou-lhes contar tudo. A piedosa admoestação de Enoque aos seus filhos, com lágrimas e grandes lamentos enquanto ele falava OH meus filhos, meus ama- dos, ouvi as admoestações de vosso pai, pois essa é a vontade do Senhor. 2 Foi-me concedido estar convos- co para vos anunciar, não de meus lábios, mas dos lábios do Senhor, tudo que é e que foi e tudo que é agora, e tudo que será até o dia do julgamento. 3 Pois o Senhor permitiu que eu viesse até vós, portanto, ouvi as pa- lavras de meus lábios, mas sou aque- le que viu a face do Senhor, e como o ferro no fogo, ela lança centelhas que queimam. 4 Vós olhais meus olhos agora, os olhos de um homem que para vós é grande, mas vi os olhos do Senhor, brilhando como os raios do sol e enchendo os olhos do homem com terror. 5 Meus filhos, vós vedes a mão direita de um homem que vos auxi- lia, mas eu vi a mão direita do Se- nhor preenchendo todo o céu quando ele me ajudou. 6 Vós vedes a extensão da minha obra da mesma forma que vedes a vossa, mas eu vi a extensão ilimitada e perfeita da obra do Senhor. 7 Vós ouvis as palavras da minha boca, da mesma forma que eu ouvi as palavras do Senhor, parecendo-se a um trovão violento e incessante, como nuvens que se arremessam umas contra as outras. 8 Agora, ouvi as declarações do pai da terra. E sabeis quão temível é apresentar-se diante do governante da terra. 9 Pensai quão terrível e impressi- onante é apresentar-se diante do go- vernante do céu, o senhor dos vivos e dos mortos, e das hostes celestiais. 37 38 39
  • 98. 98 2º ENOQUE, 40, 41 10 Quem poderia suportar essa dor infinita? Enoque admoesta seus filhos sobre todas as coisas que ouviu dos lábios do Senhor, de como ele viu e ouviu e escreveu OUVI, agora, meus filhos, aquelas coisas que chegaram a mim pelos lábios do Senhor e o que meus olhos viram do início ao fim. 2 Eu sei de todas as coisas e es- crevi sobre elas em livros referentes aos céus e seu fim, sua plenitude, seus exércitos e seus avanços. 3 Medi e descrevi as estrelas, a imensa multidão delas. 4 Que homem já viu suas revolu- ções e seu surgimento? 5 Nem mesmo os anjos sabem quantas são; contudo, registrei todos os seus nomes. 6 E medi a órbita do sol, medi seus raios, contei as horas, anotei tudo quanto existe na terra, como as coisas são alimentadas, como todas as sementes produzidas pela terra são semeadas ou rejeitadas, sobre todas as plantas, cada erva e cada flor, a respeito de suas suaves fragrâncias, seus nomes, e sobre o lugar onde residem às nuvens, sua composição e suas asas e como elas produzem pin- gos de chuva. 7 E escrevi sobre o curso seguido pelo trovão e pelo raio, e eles me mostraram suas chaves e seus guar- diões, sua origem, seu movimento. 8 O trovão e o raio são liberados por uma cadeia de justa proporção para que uma cadeia de violência selvagem e precipitada não lance nuvens ameaçadoras e destrua todas as coisas na terra. 9 E escrevi sobre os depósitos preciosos de neve, do frio e dos ven- tos glaciais, e observei como o guar- dião das chaves de todas as estações supre as nuvens com neves e ventos mas nunca exaure as reservas. 10 E escrevi sobre os lugares de descanso dos ventos e observei e vi como os guardiões das chaves domi- nam balanças e medidas; primeiro, eles pesam as estações nos pratos da balança e as distribuem habilmente sobre toda a terra, para que um sopro violento não sacuda a terra. 11 E conferi as dimensões de toda a terra, de suas montanhas, colinas, campos, árvores, pedras, rios. 12 Registrei a altura da terra até o sétimo céu e até o inferno mais abis- sal, o local do julgamento, o imenso e cavernoso vale das lágrimas. 13 E vi quanto padecem seus ca- tivos, à espera do julgamento sem limites. 14 E registrei todos aqueles que foram julgados pelo juiz, todas as suas punições, e todas as suas obras. De como Enoque lamentou o peca- do de Adão E VI os antepassados de todos os tempos com Adão e Eva, e lamentei e chorei, comentando sua ruína e desonra. 2 Ai de mim pela minha fraqueza e pela de meus antepassados, e pen- sei em meu coração e disse: 3 Abençoado o homem que não nasceu, ou nasceu e não pecou diante da face do Senhor, que não veio a 40 41
  • 99. 2º ENOQUE, 42, 43, 44, 45 99 esse lugar, nem trouxe desgraça a esse lugar. De como Enoque viu os guardiões das chaves e os guardas nos portões do inferno EU VI os guardiões das cha- ves e os guardas dos portões do inferno, como grandes serpentes, e suas faces como luzeiros apagados, e seus olhos como fogo, seus dentes afiados; 2 E vi todas as obras do Senhor, como são justas, enquanto que as dos homens algumas são boas, outras ruins, e em suas obras são conheci- dos os que mentem maldosamente. Enoque mostra a seus filhos como ele mediu e escreveu os julgamentos de Deus EU, meus filhos, medi e es- crevi cada obra e cada medi- da e cada julgamento justo. 2 Como cada ano é mais ilustre que o outro, assim também um ho- mem é mais ilustre que o outro, al- guns por grandes posses, alguns por sabedoria no coração, alguns pelo intelecto, alguns por esperteza, um pelo silêncio de seus lábios, outro pela retidão, um pela força, outro pelo comportamento, um pela juven- tude, outro pela articulação rápida, um pela forma do corpo, outro pela sensibilidade, mas nenhum é melhor do que aquele que teme a Deus, pois que será mais glorioso no tempo que advirá. Enoque instruiu seus filhos para que não injuriem qualquer homem, pequeno ou grande O SENHOR tendo criado o homem com suas mãos, à sua semelhança, fê-lo pequeno e grande. 2 Aquele que injuriar a face do que comanda, e odiar a face do Se- nhor e desprezá-la, e aquele que sol- tar sua raiva sobre alguém, sem ter sido injuriado, a grande raiva do Senhor o consumirá, aquele que cus- pir injuriosamente na face de um homem, será condenado no grande julgamento. 3 Bendito é o homem que não di- rige seu coração com maldade contra homem algum, e ajuda os injuriados e condenados, e levanta os que estão caídos, os que fazem caridade aos necessitados, porque no dia do jul- gamento cada peso, cada medida e cada adicional estarão como no mer- cado, ou seja, estarão nas balanças e ficarão no mercado, e cada um co- nhecerá sua própria medida, e de acordo com essa medida terá sua recompensa. Deus mostra como ele não quer sacrifícios dos homens, nem sacrifí- cios pelo fogo, mas corações puros e contritos QUEM se apressar para fazer oferendas diante da face do Senhor, de sua parte, também vai apressar aquela oferenda aceitando sua obra. 2 Mas aquele que aumentar sua luz diante da face do Senhor e não fizer um julgamento verdadeiro, o Senhor não aumentará seu tesouro no 42 43 44 45
  • 100. 100 2º ENOQUE, 46, 47, 48 reino do altíssimo. 3 Quando o Senhor pede pão, ou velas, ou gado, ou qualquer outro sacrifício, isso não é nada; mas Deus pede corações puros, com isso so- mente quer testar o coração do ho- mem. De como um governante terreno não aceita do homem presentes exe- cráveis e sujos, assim também Deus não pode aceitá-los, com maior ra- zão, mas rejeita-os com raiva OUVI, meu povo, e aceitai-o dos meus lábios. 2 Se alguém traz qualquer presen- te para um governante terreno, com pensamentos desleais em seu cora- ção, e o governante o percebe, não ficará ele com raiva e não o porá sob julgamento? 3 Ou se um homem se faz de bom a outro pelo ardil de sua língua, po- rém, com a maldade no coração, será que o outro não perceberá a maldade que vem do coração, e não será ele condenado, desde que sua mentira ficou visível? 4 E quando o Senhor mandar uma grande luz, então haverá julgamento para o justo e o injusto, e aí ninguém escapará à observação. Enoque transmite a seus filhos as instruções vindas dos lábios de Deus e lhes entrega este livro E AGORA, filhos, guardai bem as palavras de vosso pai, pois todas vieram dos lábios de Deus. 2 Pegai e lede estes livros escritos pelo vosso pai. 3 Através destes livros, todos aprendereis sobre todas as obras do Senhor, desde o início da criação até o fim dos tempos. 4 E se os observardes atentamen- te, não pecareis contra o Senhor. 5 Não há outro igual a Deus no céu, na terra, nas regiões abissais, e nem em toda a base una. 6 O Senhor estabeleceu as bases no desconhecido e jogou para fora do céu o visível e o invisível. 7 Ele assentou a terra sobre as águas e criou incontáveis criaturas, e quem já contou a água e as bases do que é móvel, ou o pó da terra ou a areia do mar ou as gotas da chuva ou o orvalho matutino ou os sopros do vento? 8 Quem povoou a terra e o mar e o inverno indissolúvel? 9 Ele arrancou as estrelas do pró- prio fogo e decorou com elas o céu e o colocou no meio delas. Da passagem do sol através dos sete círculos O SOL percorre sete círculos celestiais, que são a designa- ção de cento e oitenta e dois tronos, e ele desce em um dia curto e outra vez cento e oitenta e dois, e desce em um dia longo, e ele tem dois tronos nos quais ele descansa, evoluindo de cá para lá acima dos tronos dos meses, do décimo sétimo dia do mês Tsivan 1 ele desce ao mês Thevan, do déci- mo sétimo do Thevan ele sobe. 48 1 Tsivan ou Sivan, Sivã: significa estação, o tempo é de maio a junho, no final da Primavera, no calendário gregoriano. Sivan é o terceiro mês do calendário hebraico. 46 47 48
  • 101. 2º ENOQUE, 49, 50 101 2 E assim ele se aproxima da ter- ra, e a terra se alegra e faz com que nasçam seus frutos, e quanto ele se vai, então aterra se entristece, e as árvores e os frutos não florescem. 3 Tudo isso mede em horas, com precisas medições de horas, e fixada uma medida pela sua sabedoria, do visível e do invisível. 4 Do visível ele faz todas as coi- sas visíveis, sendo ele mesmo invisí- vel. 5 Por isso, deixo-vos claro, meus filhos, distribuí os livros a vossos filhos, para que passem às gerações, e entre todas as nações que têm te- mor a Deus, que eles os recebam, e que possam vir a amá-los mais que qualquer alimento ou doçuras terre- nas, que eles os leiam e os apliquem em si mesmos. 6 E aqueles que não entenderem o Senhor, que não temerem a Deus, que não o aceitarem, mas o rejeita- rem, que não receberem os livros, um terrível julgamento os aguarda. 7 Bendito o homem que suportar seus encargos e arrastá-los com eles, pois que serão aliviados no dia do grande julgamento. Enoque ensina que os filhos a não jurem pelo céu ou pela terra E AGORA, meus filhos, eu vos digo que não jureis por qualquer juramento, nem através do céu nem através da terra, nem por qualquer outra criatura que Deus criou. 2 E Deus disse: não há nenhum juramento em mim, nem injustiça, mas verdade. 3 Se não há nenhuma verdade em homens, os deixe jurar pelas pala- vras, Sim, sim, ou então, Não, não. 4 E eu vos digo que não houve nenhum homem no útero sua mãe que antes não tivesse passado por um lugar preparado para o repouso da- quela alma, e uma medida foi fixada quanto é planejado que um homem seja processado neste mundo. 5 Vós, crianças, não se enganam, para lá esteve previamente preparado um lugar para toda alma de homem. Deus pede que sejamos humildes, que suportemos as agressões e os insultos, e que não ofendamos as viúvas e os órfãos REGISTREI por escrito toda obra realizada pelo ho- mem e nenhum ser nascido na terra pode permanecer escondido e nem suas obras ocultas. 2 Vejo todas as coisas. 3 Portanto, meus filhos, na paci- ência e na humildade, vivei os dias de vossa existência para que possais herdar a vida eterna. 4 Pelo amor ao Senhor, suportai toda ofensa e insulto, toda maledi- cência e agressão. 5 Se atos de injustiça forem co- metidos em relação a vós, não retri- buais ao próximo ou ao inimigo, pois o Senhor o fará por vós e será o vos- so vingador no dia do grande julga- mento, para que não haja ato algum de vingança entre os homens. 6 Aquele dentre vós que gastar ouro ou prata pelo amor a seu irmão 49 50
  • 102. 102 2º ENOQUE, 51, 52, 53 receberá grandes recompensas no mundo vindouro. 7 Não injurieis as viúvas, os ór- fãos ou os estrangeiros, para que a ira de Deus não se abata sobre vós. Enoque instrui seus filhos a não esconder tesouros na terra, mas pede-lhes que deem esmolas aos pobres ESTENDEI a mão aos po- bres de acordo com vossa capacidade. 2 Não escondais vossa prata na terra. 3 Ajudai o homem fiel na sua aflição, e a aflição não vos encontra- rá na hora do seu infortúnio. 4 E suportai qualquer provação dolorosa e cruel que se abater sobre vós pelo amor ao Senhor, e tereis assim a vossa recompensa no dia do julgamento. 5 E bom dirigir-vos de manhã, ao meio-dia e à tarde à morada do Se- nhor, para a glória do vosso criador. 6 Porque todo elemento que respi- ra o glorifica, e toda criatura visível e invisível dirige-lhe louvores. Deus instrui seus fiéis de como eles devem louvar seu nome BENDITO é o homem que abre seus lábios para louvar o Deus dos Exércitos e louva o Senhor com seu coração. 2 Maldito o homem que abrir seus lábios para trazer desonra e calúnia a seu próximo, porque ele traz Deus à desonra. 3 Bendito aquele que abre seus lábios bendizendo e louvando a Deus. 4 Maldito é aquele diante do Se- nhor todos os dias de sua vida, que abre os lábios para amaldiçoar e abu- sar. 5 Bendito aquele que bendiz todas as obras do Senhor. 6 Maldito aquele que trouxer de- sonra à criação do Senhor. 7 Bendito aquele que olhar para baixo e levantar os que caíram. 8 Maldito aquele que espera ansi- oso pela destruição daquilo que não é seu. 9 Bendito aquele que mantém os princípios de seus pais, construídos com firmeza desde o começo. 10 Maldito aquele que perverte as leis de seus antepassados. 11 Bendito aquele que implanta paz e amor. 12 Maldito aquele que perturba aqueles que amam a seu próximo. 13 Bendito aquele que fala com humildade e coração a todos. Outros conselhos E AGORA, meus filhos, não digais: Nosso pai está diante de Deus, orando pelos nossos peca- dos, pois não há quem possa ajudar aquele que pecou. 2 Vistes como escrevi todas as obras de cada homem, antes de sua criação, tudo que é feito no meio dos homens, em todos os tempos, e nin- guém pode relatar meus manuscritos, porque o Senhor vê toda a imagina- ção dos homens, como eles são vai- dosos, como mentem em seus cora- ções. 3 E agora, meus filhos, guardai 51 52 53
  • 103. 2º ENOQUE, 54, 55, 56, 57, 58 103 bem todas as palavras de vosso pai, que vos fala para que não vos arre- pendais, dizendo: Por que nosso pai não nos disse? Enoque instrui seus filhos para que passem seus livros a outros NAQUELE tempo, não en- tendendo isto, deixai que esses livros que vos deixei sejam a herança de vossa paz. 2 Dai-os a todos aqueles que os quiserem, e ensinai-os a eles, para que vejam as grandes e maravilhosas obras do Senhor. Enoque anuncia aos filhos, entre lágrimas sua partida para com os anjos MEUS filhos, olhai, o dia do meu prazo chegou. 2 Pois os anjos estão diante de mim e apressam-me para que me aparte de vós; estão diante de mim aqui na terra, esperando pelo cum- primento do que lhes foi dito. 3 Assim, amanhã irei para o céu, à suprema Jerusalém, para a minha eterna herança. 4 Por isso, peço que só deis prazer diante da face do Senhor. Matusalém pede a bênção de seu pai, e que ele possa fazer comida para que Enoque coma RESPONDENDO a seu pai Enoque, diz Matusalém: Que é agradável a teus olhos, pai, que possa eu fazer-te, para queque aben- çoes nossa casa e teus filhos, e para que tua família seja glorificada por teu intermédio, para que depois disso possas apartar-te de nós, como disse o Senhor? 2 Enoque respondeu a seu filho Matusalém e disse: Ouve, filho, des- de o dia em que o Senhor ungiu-me com o bálsamo de sua glória, para mim não há mais comida, e minh'al- ma não se lembra mais das alegrias terrenas, nem tampouco desejo nada que seja terreno. Enoque pede a seu filho Matusalém que reúna todos os seus irmãos MEU filho Matusalém, reúne todos os teus irmãos e todos os de tua casa e os anciãos, que devo falar-lhes e partir, como foi planejado para mim. 2 E Matusalém apressou-se a reu- nir seus irmãos Regim, Riman, Uchan, Chermion, Gaidade e os an- ciãos para que fossem ter com Eno- que; O ensinamento de Enoque a seus filhos E ELE abençoou-os, dizen- do: Ouvi-me hoje, meus fi- lhos. 2 Naqueles dias, quando o Senhor desceu à terra por causa de Adão, e visitou todas as suas criaturas, as quais ele mesmo criou, antes de Adão, o Senhor chamou todos os animais da terra, todos os répteis, e todos os pássaros que voam no ar, e trouxe-os diante da face do nosso pai Adão. 3 E Adão deu nome a todas as coisas vivas da terra. 4 E o Senhor fê-lo o governante de tudo, e submeteu todas as coisas a 54 55 56 57 58
  • 104. 104 2º ENOQUE, 59, 60, 61 ele, e os fez embotados e estúpidos, para que fossem comandados pelo homem, sujeitos e obedientes a ele. 5 Assim também o Senhor criou cada homem senhor de todas as suas possessões. 6 O Senhor não julgará uma única alma de animal por causa do homem, mas condena as almas dos homens por causa de seus animais neste mun- do; pois o homem tem um lugar es- pecial. 7 E como cada alma do homem é contada em números, da mesma for- ma os animais não perecerão, nem todas as almas dos animais que o Senhor criou, até o grande julgamen- to, e eles irão acusar o homem, se ele não cuidar bem deles. Enoque instruí seus filhos para não tocarem em carne imunda QUEM se suja com a alma de bestas, suja sua própria alma. 2 Para o homem se traz animais limpos para fazer sacrifício para pe- cado, para que ele possa ter a cura de sua alma. 3 E se eles trazem para sacrifício animais limpos, e pássaros, o homem tem cura, ele cura sua alma. 4 Todos são determinados para comida, desde de que ligue-os pelos quatro pés, para que possa fazer bem a cura e para curar sua alma. 5 Mas quem mata a besta sem fe- ridas, mata sua própria alma e suja a própria carne. 6 E aquele que faz qualquer dano a uma besta, mesmo que tudo em segredo, é prática má, e ele suja a sua própria alma. Aquele que faz dano à alma de outro homem faz dano à sua própria alma AQUELE que trabalha a matança da alma de um ho- mem, mata a sua própria alma, e mata o seu próprio corpo, e não há nenhu- ma cura para ele durante todo o tem- po. 2 Aquele que põe um homem em qualquer armadilha, aderirá nisto ele, e não há nenhuma cura para ele du- rante todo o tempo. 3 Aquele que põe um homem em qualquer prisão, a retribuição dele não estará querendo ao grande julga- mento durante todo o tempo. Enoque ensina seus filhos para se manterem longe da injustiça E AGORA, meus filhos, mantenha seus corações longe de toda injustiça que Deus odeia. 2 Da mesma maneira que um ho- mem pede algo a sua própria alma de Deus, assim o deixou fazer a toda alma viva, porque eu sei todas as coisas, como no grande tempo há de vir muita herança preparada para homens, bom para o bem, e ruim para o mal, estas sem números. 3 Abençoado são esses que entram em casas boas, pois nas casas ruins não há nenhuma paz nem a volta deles. 4 Ouvi, meus filhos, pequeno e grande! 5 Quando o homem puser um pensamento bom em seu coração, traz frutos de seu trabalho diante da face de Deus; e se as suas mãos não os fizeram, então Deus virará sua 59 60 61
  • 105. 2º ENOQUE, 62, 63, 64 105 face, então aquele homem não pode- rá achar os frutos de suas mãos. 6 E se suas mãos fizerem o traba- lho, mas seu coração murmura inces- santemente, ele não terá toda vanta- gem. 7 Mas se fizer o trabalho com alegria de coração, Deus abençoará o trabalho de suas mãos. O perdão daqueles que retomam as palavras antes do tempo BEM-AVENTURADO o homem que em sua paciência traz seus dons com fé diante da face do Senhor, porque ele vai encontrar o perdão dos pecados. 2 Mas se ele retomar suas pala- vras antes do tempo, não há arrepen- dimento para ele; e se passar o tempo e ele não de sua própria vontade o que é prometido, não há arrependi- mento após a morte. 3 Porque toda a obra que o ho- mem faz antes do tempo, é tudo men- tira diante dos homens, e pelo peca- do, perante Deus. Não menosprezar o pobre, mas compartilhar igualmente com eles, para que não seja murmurado con- tra Deus QUANDO o homem veste o despido e enche o faminto, ele vai encontrar recompensa de Deus. 2 Mas, se há em seu coração a murmuração, ele comete um duplo mal; ruína de si mesmo e do que ele dá; e para ele, não haverá encontro de recompensa por conta disso. 3 E se o seu coração é preenchido com sua comida e sua própria carne, vestido com a sua própria roupa, comete desprezo, e perderá toda a sua resistência da pobreza, e não vai encontrar recompensa de suas boas ações. 4 Todo homem orgulhoso e gran- diloquente é odiosa para o Senhor , e toda a linguagem mentirosa, e vesti- dos de inverdade; ele vai ser cortado com a lâmina da espada da morte, e lançada ao fogo, e arde durante todo o tempo. O Senhor chama Enoque, e o povo resolve beijá-lo em um lugar cha- mado Achuzan QUANDO Enoque falou essas palavras para seus fi- lhos, todas as pessoas que moravam longe e perto dali ouviram falar que o Senhor estava chamando Enoque, e decidiram ir e dar-lhe um beijo, e dois mil homens se reuniram e foram a Achuzan, onde estavam Enoque e seus filhos. 2 E os anciãos e toda a assembleia foram até lá e reverenciaram e beija- ram Enoque dizendo: 3 Nosso pai Enoque, que possas tu ser abençoado pelo Senhor, aquele que governa eternamente, e agora abençoe teus filhos e todo o povo, pare que possamos ser glorificados hoje diante de tua face. 4 Pois tu serás glorificado diante da face do Senhor para todo o sem- pre, desde que o Senhor te escolheu entre todos os homens na terra, e designou-te para que escrevesses sobre toda a sua criação, visível e invisível, e designou-te como o de 62 63 64
  • 106. 106 2º ENOQUE, 65, 66 redentor de todos os pecados do mundo, e aquele que ajuda os de sua casa. As instruções de Enoque a seus filhos E ENOQUE respondeu a todos dizendo: Ouvi, meus filhos, antes de todas as criaturas terem sido criadas, o Senhor criou o visível e o invisível. 2 E Ele criou o homem à sua ima- gem e semelhança, e pôs nele olhos para ver, ouvidos para ouvir, coração para refletir, e intelecto para delibe- rar. 3 E o Senhor viu as obras do ho- mem, e criou todas as suas criaturas, e dividiu o tempo, e do tempo ele fixou os anos, e dos anos os meses, e dos meses. 4 Ele fixou os dias, e dos dias os sete. 5 E deles, designou as horas, me- diu-as com exatidão, para que o ho- mem possa refletir sobre o tempo e contar os anos, meses e horas, suas alternâncias, início e fim, e para que ele possa contar sua própria vida, desde o início até a morte, e refletir sobre seu pecado e ver se sua obra foi boa ou má; porque nenhuma obra ficará oculta diante do Senhor, e todos os homens deverão conhecer suas obras e jamais transgredir seus mandamentos, e manter meus ma- nuscritos de geração para geração. 6 Quando as criações visíveis e invisíveis, tais como o Senhor as criou, acabarem e cada homem for para o grande julgamento, e os tem- pos perecerem e os anos, por isso mesmo, não mais existirem, e nem mais os meses, os dias, as horas, pois que ficarão todos juntos e não pode- rão ser contados. 7 Haverá um regozijo, e todos os justos que escaparem do grande jul- gamento do Senhor serão unidos em um grande regozijo, pois para os justos o grande regozijo começará, e viverão eternamente, e entre eles não haverá trabalho braçal, doença, hu- milhação, ansiedade, necessidade, violência, noite, trevas, mas sim a grande luz. 8 E eles terão uma grande e indes- trutível muralha, e um brilhante e incorruptível paraíso, pois que todas as coisas corruptíveis passarão e haverá vida eterna. E AGORA, meus filhos, mantenha suas almas longe de toda a injustiça que Deus odeia. 2 Caminha diante da Sua face com temor e tremor e sirva-o sozi- nho. 3 Curva-se ao verdadeiro Deus, não para ídolos mudos, mas curvar- se à sua semelhança, e traze apenas ofertas perante a face do Senhor. O Senhor detesta o que é injusto. 4 O Senhor vê todas as coisas; quando o homem toma o pensamento em seu coração, então ele aconselha os intelectos, e cada pensamento está sempre diante do Senhor, que fez firme a terra e colocou todas as cria- turas sobre ele. 5 Se você olhar para o céu, o Se- nhor está lá; se você tomar o pensa- mento da-terra sob o mar e tudo, o Senhor está lá. 65 66
  • 107. 2º ENOQUE, 65, 66 107 6 Para Deus que criou todas as coisas. Não se curva para coisas fei- tas por homem, enquanto deixando Deus de toda a criação nenhum tra- balho pode permanecer escondido diante da face do Senhor. 7 Andai, meus filhos, na longa- nimidade, na humildade, honestida- de, na provocação, no sofrimento, na fé e na verdade, nas promessas, na doença, no abuso, em feridas, em tentação, em nudez, na privação, amando um ao outro, até você sair a partir desta idade dos males, em que vocês se tornarão herdeiros do tempo infinito (vida eterna). 8 Bem-aventurados os justos que escaparão do grande julgamento, porque eles brilharão mais do que o sétuplo sol, pois neste mundo a séti- ma parte é retirada de todo, luz, escu- ridão, alimento, prazer, tristeza, para- íso , tortura, fogo, gelo e outras coi- sas; ele colocou tudo para baixo, por escrito, que você pode ler e compre- ender. O Senhor enviou trevas a terra, que cobriram o povo e Enoque, e ele foi levado às alturas, e a luz tornou ao céu outra vez QUANDO Enoque falou ao povo, o Senhor enviou as trevas para a terra, e as trevas se es- tabeleceram, cobrindo aqueles ho- mens que ali se encontravam falando com Enoque, e Enoque foi levado para o céu mais elevado, onde se encontra o Senhor, que o recebeu e o colocou diante de sua face, e as tre- vas deixaram a terra, e a luz voltou novamente. 2 Mas o povo viu e não entendeu como Enoque foi levado para glorifi- car a Deus, e eles encontraram um pergaminho enrolado no qual estava escrito: O Deus invisível, e todos foram para casa. ENOQUE havia nascido no sexto dia do mês Tsivan, e viveu trezentos e sessenta e cinco anos. 2 Ele foi levado ao Céu no pri- meiro dia do mês Tsivan e permane- ceu ali sessenta dias. 3 Ele anotou todos esses sinais de toda a criação, criada pelo Senhor, e escreveu trezentos e sessenta e seis livros, entregou-os a seus filhos e permaneceu na terra trinta dias, sen- do novamente levado para o Céu no sexto dia do mês Tsivan, no dia e na hora exata em que nascera. 4 Durante sua vida, o homem vê sua própria natureza como algo vela- do, obscuro, e assim também o são sua concepção, nascimento e sua despedida desta vida. 5 Na mesma hora em que ele é concebido, ele nasce, naquela mesma hora também morre. 6 Matusalém e seus irmãos, todos filhos de Enoque, foram e ergueram um altar na praça chamada Achuzan, donde Enoque fora levado ao céu. 7 E todas as pessoas foram con- vocadas, levaram bois sacrificiais e os sacrificaram diante do Senhor. 8 Todas as pessoas, incluindo os anciãos, e toda a assembleia vieram à festa, trazendo presentes aos filhos de Enoque. 9 E deram uma grande festa, 67 68
  • 108. 108 2º ENOQUE, 67, 68 regozijando-se e festejando durante três dias, louvando a Deus que lhes havia enviado um sinal através de Enoque que conseguira a graça pe- rante a Deus. 10 Todas as pessoas se regozija- ram, pois que este sinal poderia ser transmitido a seus filhos, de geração para geração. TERCEIRO LIVRO DE ENOQUE A visão da Carruagem de Luz a QUANDO subi no céu para con- templar a visão da Carruagem de Luz e entrei nos seis salões, eram um dentro do outro: 2 Assim que cheguei à porta do sétimo salão, fiquei em silêncio dian- te de Deus, e, levantando meus olhos para o alto (ou seja, para a Divina Majestade), eu disse: 3 Senhor do Universo, peço-Te, que o mérito de Arão, filho de Anrão, amante e perseguidor da paz, que recebeu a coroa do sacerdócio que Tu Rei da Glória deste a ele no monte do Sinai, seja válido para mim nesta hora, para que Cassiel b , o príncipe e os anjos que estão com ele não pos- sam obter poder sobre mim, nem me derrube dos céus. 4 Por fim, Deus, enviou-me Meta- tron c , seu servo o anjo, o príncipe da presença, e ele, espalhando suas asas, com grande alegria veio me encontrar para me salvar da mão de Cassiel. 5 E ele me levou pela mão, e dis- se-me: Entre em paz diante do altar como um rei exaltado e veja a Carru- agem de Luz. 6 Então entrei no sétimo salão, e ele me levou à presença do Criador e me colocou diante Dele, e me fez contemplar a Carruagem de Luz. 7 Assim os príncipes da Carrua- gem de Luz eram os serafins, flame- jantes os quais me perceberam, eles concentraram seus olhares para mim. Instantaneamente temendo e tremen- do fiquei apreendido e caí e fiquei embaraçado pela imagem radiante dos olhos e o esplêndido aspecto de seus rostos; até que Deus repreendeu- os, dizendo: 8 Meus servos, meus serafins, meus querubins e meus ofanins, cu- bram seus olhos diante meu servo, meu amigo, meu amado e minha glória, para que ele não tema e nem estremeça! 9 Então Metatron, o príncipe da 1 a Veiculo de Luz ou Merkaba é a carruagem de luz do ser humano, capaz de transportar o espírito (em estágios mais avançados até o corpo físico) para outras dimensões. b Cassiel é o anjo conhecido por simplesmente observar os eventos do cosmos sem causar grande interferência. c Metatron é um anjo serafim, na tradição judaica e em algumas tradições cristãs, sendo tido como "O Anjo Supremo", Porta-voz Divino, mediador de Deus com a humanidade, e o Anjo da Morte e da Vida. 1
  • 109. 3º ENOQUE, 2, 3, 4 109 presença, veio e restaurou meu espíri- to e me colocou de pé. 10 Depois disso, não havia força suficiente para dizer um louvor diante do Trono do Rei da Glória, o mais Poderoso de todos os reis, o mais excelente de todos os príncipes, então vi que uma hora já havia passado. 11 Depois de uma hora, Deus abriu-me os portões da Sua Presença, as portas da paz, as portas da sabedo- ria, as portas da força, as portas do poder, as portas da palavra, os por- tões dos louvores, os portões das orações, os portões dos cânticos. 12 E iluminou meus olhos e meu coração com palavras de salmo, can- ção, louvor, exaltação, ação de graça, honra, glorificação, hino e elogio. 13 E quando eu abri minha boca, proferindo um louvor diante de Deus, ao Santo Verdadeiro que está abaixo e acima do Trono da Glória e respon- deu e disse: SANTO, SANTO, SAN- TO e BENDITO SEJA A GLÓRIA DE DEUS NESTE LUGAR! As indagações dos anjos NAQUELA hora, as águias da Carruagem de Luz, os chamados ofanins e serafins que consomem o fogo perguntaram a Metatron, dizen- do-lhe: 2 Juventude! Por que um nascido de mulher entrou e contemplou a Carruagem de Luz? Qual a sua nação, de qual tribo é esse? Qual é o caráter dele? 3 Metatron respondeu e disse- lhes: Da nação de Israel a quem Deus, escolheu para ser seu povo entre as setenta línguas (nações), da tribo de Levi, a quem ele estabeleceu um laço como uma contribuição para o seu nome e da semente de Arão, a quem Deus escolheu o seu servo e colocou sobre ele a coroa do sacerdó- cio no Sinai. 4 Por fim, eles falaram e disseram: Na verdade, este é digno de contem- plar a Carruagem de Luz. E eles dis- seram: Feliz é o povo que estão em tal caso! Metatron tem setenta nomes, mas Deus o chama de Juventude NAQUELA hora perguntei a Metatron, o anjo, o príncipe da presença: Qual é o teu nome? 2 Ele me respondeu: Tenho seten- ta nomes, correspondendo às setenta línguas do mundo e todos eles são baseados no nome de Metatron, anjo da Presença; mas meu Rei me chama de Juventude. Metatron é idêntico a Enoque, o que foi trasladado para céu no momento do dilúvio PERGUNTEI a Metatron e dis- se-lhe: Por que você é chamado pelo Criador, por setenta nomes? Tu és maior do que todos os príncipes, mais altos do que todos os anjos, amado mais do que todos os servos, honrado acima de todos os poderosos na realeza, grandeza e glória: por que chamam de Juventude no alto céu? 2 Ele respondeu e disse-me: Por- que sou Enoque, filho de Jarede. 3 Porque quando a geração da inundação pecou e foi confundida em seus feitos, dizendo a Deus: 1 “Afas- ta-te de nós, porque não desejamos o 4 1 Jó 11:14; 2 3 4
  • 110. 110 3º ENOQUE, 5 conhecimento dos teus caminhos”, então Deus me tirou do meio deles para ser uma testemunha contra eles no alto céu para todos os habitantes do mundo, para que não digam: O Misericordioso é cruel. 4 O que pecou todas aquelas mul- tidões, suas esposas, seus filhos, suas filhas, seus cavalos, suas mulas, seus gados, seus bens, e todos os pássaros do mundo, todos os quais Deus des- truiu do mundo junto com eles nas águas do dilúvio? 5 Daí Deus, me levantou na vida deles antes de meus olhos fecharem para ser uma testemunha contra eles para o futuro mundo. 6 E Deus, me designou para ser um príncipe e um governante entre os anjos ministradores. 7 Naquela hora, três dos anjos mi- nistradores, Samyaza, Azazel e Aza- ziel vieram e levou acusações contra mim nos altos céus, dizendo perante Deus: Não disse os antigos (primei- ros anjos caídos) diretamente a Ti: Não crie homem! 8 Então Deus respondeu e disse- lhes: 2 “Eu fiz e irei, sim, Eu irei, entregarei e guardarei”. 9 Assim que me viram, disseram perante Ele: Senhor do Universo! Por que ele deve subir ao auge das altu- ras? Ele não é um dos filhos daqueles que pereceram nos dias do dilúvio? O que faz ele na extensão do Céu? 10 Novamente Deus respondeu e disse-lhes: O que vós sois? E que dizem na Minha presença? Eu me deleito nisso mais do que em todos vós, e, portanto, ele deve ser um príncipe e um governante sobre vós no alto céu. 11 Por fim, todos se levantaram e saíram ao encontro de mim, e honra- ram-me e disseram: Tu és um bem- aventurado, pois o Criador te favore- ceu. 12 E por ser jovem e pequeno en- tre eles, em dias, meses e anos, então eles chamam-me de Juventude. A idolatria do povo nos dias de Enos inspirada em Samyaza, Azazel e Azaziel DESDE o dia em que Deus ex- pulsou Adão do Jardim do Éden (e em diante), Sua Presença estava morando sobre um querubim sob a Árvore da Vida. 2 E os anjos ministradores esta- vam se reunindo e descendo do céu em festas, de Glória nas divisões dos céus em campos para fazer a vontade de Deus em todo o mundo. 3 E o primeiro homem e sua gera- ção estavam sentados fora do portão do Jardim para contemplar a aparên- cia radiante da Presença de Deus. 4 O esplendor de sua Glória atra- vessou o mundo de um lado para o outro (com um esplendor) trezentos e sessenta e cinco mil vezes ao do glo- bo do sol. 5 E todo aquele que sentiu o es- plendor da Sua Presença, nele ne- nhuma mosca e nenhum mosquito descansou, nem sofreu nenhuma dor. 6 Nem os demônios conseguiram o poder sobre ele, nem podiam feri- los. 7 Quando Deus saiu e entrou: do Jardim do Éden para a Glória, então, 2 Is. 46:4. 5
  • 111. 3º ENOQUE, 6 111 todos que viram o esplendor de Sua Presença não foram feridos, 8 Até o tempo da geração de Enos, que era o cabeça de todos os adoradores ídolos do mundo. 9 E o que a geração de Enos fez? Eles passaram de um extremo do mundo para o outro, e cada um trou- xe prata, ouro, pedras preciosas e pérolas em montes como montanhas e colinas tirando para si ídolos em todo o mundo. 10 E ergueram os ídolos nas quar- to partes do mundo: o tamanho de cada ídolo era cem côvados. 11 E derrubaram o sol, a lua, os planetas e as constelações, e os colo- caram diante dos ídolos à sua direita e à sua esquerda, para atendê-los, mesmo estando diante de Deus, (eles quiseram a comparar-se a Deus) como está escrito: 1 “E todo o exérci- to do céu estava de pé junto a Ele a mão direita e à esquerda”. 12 Qual foi o poder neles que con- seguiram derrubá-los? 13 Eles não teriam sido capaz de derrubá-los, mas foi por causa de Samyaza, Azazel e Azaziel, que lhes ensinaram feitiçarias, os quais eles derrubaram e fizeram uso deles. 14 Naquele tempo, os anjos minis- tradores trouxeram acusações contra eles a Deus, dizendo: Mestre do Uni- verso! O que Tu tens a ver com os filhos dos homens? Está escrito: 2 “ O que é o homem (Enos) mortal para que te lembres dele?” Mas Adão não é descrito aqui, mas Enos, pois ele é o chefe dos adoradores dos ídolos. 15 Por que deixaste o Altíssimo dos céus, a morada do teu glorioso Nome, e o Trono alto e exaltado na extensão do sétimo céu, o mais alto, indo, pois habitar com os filhos de homens que adoram ídolos se tor- nando iguais aos ídolos. 16 Agora Tu estás na terra e os ídolos também. O que Tu tens a ver com os habitantes da Terra que adora ídolos? 17 Por fim, Deus levantou Sua Glória da terra, e de seu meio. 18 Naquele momento vieram os anjos ministradores, as tropas de exércitos e os exércitos do Trono de Deus em mil campos e dez mil anfi- triões: eles buscaram trombetas e tomaram os chifres em suas mãos e cercou a Glória de Deus com todos os tipos de canções. 19 E ele ascendeu ao alto dos céus, como está escrito: 3 “Deus subiu com um júbilo, o Senhor subiu ao som de trombeta”. Os protestos dos anjos respondidos por Deus QUANDO Deus desejou levan- tar-me no alto, Ele primeiro en- viou Anafiel a o príncipe, e ele me levou de seu meio à sua vista e me levou sobre uma carruagem ardente com cavalos ardentes, servos da gló- ria. 2 E ele me levantou no alto céu a Anafiel é o chefe dos oito juízes da carruagem de luz. Ele mantém as chaves dos portões perolados e também é o príncipe da água. 5 1 1 Reis 22:19; 2 Salmo 8:4; 3 Salmo 47:5 6
  • 112. 112 3º ENOQUE, 7, 8 junto com a Glória de Deus. 3 Assim que cheguei ao alto dos céus, o Criador, os ofanins, os sera- fins, os querubins, as rodas da Carru- agem de Luz e os ministros do fogo consumidor, percebendo o meu chei- ro a uma distância de trezentos e sessenta e cinco mil miríades de pa- rasangs (21.900.000.000 km) e disse- ram: Que cheiro de um nascido de mulher através de uma gota branca b , porque sobe aqui no alto, pois ele é meramente um mosquito entre aque- les que ministram as chamas de fogo? 4 Então Deus respondeu e falou com eles: Meus servos, meus exérci- tos, meus querubins, meus ofanins e meus serafins! Não fiquei desconten- te por isso! Como todos os filhos dos homens Me negaram e deixaram meu grande Reino e foram após adorar os ídolos, então tenho tirado minha Pre- sença de entre eles e levei-a para o alto. Mas este (Enoque) é um eleito entre os habitantes do mundo, e ele é igual a todos que praticam a fé, justi- ça e perfeição da ação e Eu o peguei como um tributo no mundo sob todos os céus. Enoque voou sobre as asas do vento de Deus QUANDO Deus me tirou da geração do dilúvio, ele me levou nas asas do vento da Sua Presença até o mais alto paraíso e me levou para os grandes palácios da extensão do mais alto Céu, onde está o glorio- so Trono de Glória, a Carruagem de Luz, as tropas de fúria, exércitos de veemência, as potestades do fogo, os querubins flamejantes, os ofanins ardentes, os criados flamejantes, o dominações intermitente e os serafins iluminantes. 2 E ele me colocou lá para atender o Trono da Glória dia após dia. Os portões dos tesouros do céu aberto a Metatron ANTES de me designar para atender o Trono da Glória, Deus abriu a mim: 2 Trezentos mil portões de Com- preensão, 3 Trezentos mil portões de sutile- za, 4 Trezentos mil portões da vida, 5 Trezentos mil portões de graça e bondade amorosa, 6 Trezentos mil portões de amor, 7 Trezentos mil portões da lei, 8 Trezentos mil portões de mansi- dão, 9 Trezentos mil portões de manu- tenção, 10 Trezentos mil portões de mise- ricórdia, 11 Trezentos mil portões de medo do céu, 12 Naquela hora, Deus acrescen- tou em mim a sabedoria para a sabe- doria, entendimento para o entendi- mento, sutileza para a sutileza, co- nhecimento para o conhecimento, misericórdia para a misericórdia, piedade para a piedade, instrução para a instrução, amor ao amor, bon- dade para a bondade, bem para o bem, mansidão para a mansidão, poder para o poder, força para a b Gota branca: Sêmen 7 8
  • 113. 3º ENOQUE, 9, 10, 11 113 força, brilho até o brilho, beleza para a beleza, o esplendor para o esplen- dor, e fui honrado e encantado com todas essas coisas boas e louváveis mais do que todos os filhos do céu. Enoque recebe bênçãos do alto e é adornado com atributos angélicos DEPOIS de todas estas coisas, Deus colocou a mão sobre mim e me abençoou com muitas bênçãos. 2 E fui criado e ampliado ao ta- manho do comprimento e largura do mundo. 3 E ele causou setenta e duas asas para crescer em mim, trinta e seis de cada lado. E cada asa era como o todo mundo. 4 E ele fixou em mim trezentos e sessenta e cinco olhos: cada olho era como a grande luminária. 5 E Ele não deixou nenhum tipo de esplendor, brilho, radiante, beleza em de todas as luzes do universo que Ele não corrigiu em mim. Deus coloca Metatron como governante sobre todos os príncipes dos reinos céu TUDO isso, Deus fez para mim: Ele me fez um trono, semelhante ao Seu Trono de Glória. 2 E espalhou sobre mim uma cor- tina de esplendor e aparência brilhan- te, de beleza, graça e misericórdia, semelhante à cortina do Trono de Glória; e foram firmados todos os tipos de luzes no universo. 3 E Ele colocou-me na porta do Sétimo Salão e me assentou. 4 E o mensageiro foi para todos os céus, dizendo: Este é Metatron, meu servo, Eu fiz dele um príncipe e um governante sobre todos os príncipes dos meus reinos e sobre todos os filhos do céu, exceto os oito grandes príncipes, os honrados e reverencia- dos que se chamam Jeová, igual ao nome do seu Rei. 5 E todo anjo e todo príncipe que tem uma palavra para falar diante da Minha presença, antes devem ir na presença dele (Metatron) e deve falar com ele primeiro. 6 E cada comando que ele lhe proclamar em Meu Nome observa e cumpre. 7 Para o Príncipe da Sabedoria e o Príncipe do Entendimento eu tenho comprometido com ele para instruí-lo na sabedoria de coisas celestiais e coisas terrenas, na sabedoria deste mundo e do mundo vindouro. 8 Além disso, coloquei-o sobre todos os tesouros dos palácios da Glória e sobre todas as tendas da vida que tenho no alto Céu. Deus revela todos os mistérios e segredos para Metatron DORAVANTE, Deus reve- lou-me todos os mistérios da lei e todos os segredos de sabedoria e todas as profundezas da Lei Perfeita; e pensamentos de coração e de todos os seres vivos. 2 Todos os segredos do universo e todos os segredos da Criação foram revelados para mim. 3 E vi atentamente e contemplei os segredos da profundidade e do maravilhoso mistério. Antes que o homem pensasse em segredo, vi, e antes que um homem fizesse alguma 9 10 11
  • 114. 114 3º ENOQUE, 12, 13, 14 coisa que eu vi. 4 E não havia nada no alto nem no fundo escondido de mim. Deus coloca uma roupa de glória em Metatron e o coroa POR causa do amor com que Deus me amou mais do que todos os filhos do céu, Ele me fez uma roupa de glória sobre a qual foram colocados todos os tipos de luzes, e Ele me vestiu. 2 E Ele me fez uma túnica de hon- ra sobre a qual foram colocados todos os tipos de beleza, esplendor, brilho e majestade. 3 E Ele me fez uma coroa real na qual foram colocadas quarenta e nove pedras esplendorosas como a luz do globo do sol. 4 Tal esplendor atingiu os quatro cantos da extensão dos Céus, através dos sete céus, e nos quatro cantos do mundo. E Ele colocou na minha ca- beça. 5 E Ele me chamou na presença de toda a sua casa celestial; como está escrito: 1 “Pois meu nome está nele”. Deus escreve na coroa de Metatron Cartas enviadas POR causa do grande amor e misericórdia de Deus, Ele amou e me apreciou mais do que todos os filhos do céu, e escreveu com um estilo flamejante sobre a coroa na minha cabeça e com as le- tras pelas quais foram criados os céus e a terra, os mares e os rios, as mon- tanhas e os montes, os planetas e as constelações, os relâmpagos, os ven- tos, os terremotos e as vozes (tro- vões), neve e granizo, tempestade; as letras pelas quais foram criadas todas as necessidades do mundo e todas as ordens da Criação. 2 E foram enviadas cartas, uma após a outra, como relâmpagos, outra hora eram como tochas, outra vez eram como chamas de fogo, outra vez eram (raios) como a ascensão do sol e a lua e os planetas. O temor dos príncipes diante de Metatron – Anjos elementares QUANDO Deus colocou esta coroa na minha cabeça, então tremia diante Dele e de todos os prín- cipes dos Reinos que estão no auge da extensão dos Céus e todas as hos- tes de todos os céus; e até os prínci- pes da Elim (Arvore Sagrada), os príncipes de Erellim (anjos valentes) e os príncipes dos Tafsarim, que são maiores do que todos os anjos minis- tradores que ministraram diante do Trono da Glória, tremiam, temiam e tremeu diante de mim quando me viram. 2 Mesmo Samael, o príncipe dos acusadores, que é maior do que todos os príncipes dos reinos do Alto; temia e tremia diante de mim. 3 E até o anjo do fogo, e o anjo do granizo, e o anjo do vento, e o anjo do relâmpago, e o anjo da ira, e o anjo do trovão, e o anjo da neve, e o anjo da chuva; e o anjo do dia, e o anjo da noite, e o anjo do sol e o anjo da lua e o anjo dos planetas e o anjo das constelações que governam o 12 1 Ex. 23:21 12 13 14
  • 115. 3º ENOQUE, 15, 16 115 mundo sob as mãos, temeram e tre- miam e ficaram espantados diante de mim, quando me viram. 4 Estes são os nomes dos gover- nantes do mundo: Gabriel, o anjo do fogo, Baradiel, o anjo do granizo, Ruhiel, que é nomeado sobre o vento, Baraquiel, que é nomeado sobre os relâmpagos, Zaamiel que é nomeado sobre a veemência, Ziquiel que é nomeado sobre as faíscas, Ziiel que é nomeado sobre a agitação, Zafiel que é nomeado sobre o vento de tempes- tade, Raamiel que é nomeado pelos trovões, Rachiel, que é nomeado durante o terremoto, Salgiel que é nomeado sobre a neve, Matariel, que é nomeado pela chuva, Sansiel, que é nomeado sobre o dia, Leliel que é nomeado sobre a noite, Galgaliel, que é nomeado no globo da sol, Ofaniel, que é nomeado no globo da lua, Kokabiel, que é nomeado sobre o planetas, Rahatiel, que é nomeado sobre as constelações. 5 E todos ficaram prostrados, quando me viram. 6 E eles não conseguiram me ver por causa da glória majestosa e a beleza da aparência da luz brilhante da coroa de glória sobre a minha cabeça. Metatron transforma-se em fogo ASSIM que Deus me levou à Seu serviço para atender o Trono da Glória e as Rodas da carru- agem de Luz e as necessidades de Sua Glória, imediatamente minha carne transformou-se em chamas, meus nervos em fogo flamejante, meus ossos em brasas de zimbro em chamas, a luz das minhas lâminas dos olhos em esplendor de relâmpagos, minhas pupilas dos olhos em marcas de fogo, o cabelo da minha cabeça em chamas pontiagudas, todos os meus membros em asas de fogo ar- dente e todo o meu corpo em fogo incandescente. 2 E à minha direita estavam as di- visões de chamas ardentes, e na mi- nha esquerda as marcas de fogo que estavam queimando em círculo. 3 Sobre mim tempestade e mais tempestade estavam soprando e na minha frente e atrás de mim estava rugindo o de trovão com terremoto. Metatron teve privilégio de presidir um trono próprio NO INÍCIO eu estava senta- do em um grande trono na porta do Sétimo Salão; e eu estava julgando os filhos do céu, no lar ce- lestial pela autoridade de Deus. 2 Então recebi de Deus a grande- za Divina, Realeza, Dignidade, Go- vernança, Honra, Louvor, Dádivas e Coroa de Glória diante de todos os príncipes dos reinos, enquanto eu presidia sentado no Tribunal Celesti- al, os príncipes dos reinos estavam diante de mim, à minha direita e à minha esquerda pela autoridade de Deus. 3 Mas quando Samyaza veio con- templar a visão da Carruagem de Fogo e fixou seus olhos em mim, ele temeu e tremeu diante de mim e sua alma ficou assustada, mesmo que se afastasse dele, por causa do medo, horror e medo de mim, quando ele me viu sentado em um trono como 15 16
  • 116. 116 3º ENOQUE, 17 um rei com todo o ministério dos anjos que estão junto a mim como meus servos e todos os príncipes dos reinos adornados com coroas em torno de mim. 4 Naquele momento ele abriu a boca e disse: Na verdade, existem dois poderes divinos no céu?! 5 Imediatamente uma Voz Divina saiu do céu diante da Glória de Deus e disse: 1 Voltai, ó filhos rebeldes, exceto Samyaza! 6 Então veio Haniel, o príncipe, o honrado, glorificado, amado, maravi- lhoso, reverenciado e temeroso, em incumbência de Deus e me deu ses- senta golpes com cílios de fogo e me fez ficar de pé. Os príncipes dos sete céus ENTÃO são sete os prínci- pes, os grandes, lindos, reve- renciados, maravilhosos e honrados que são nomeados pelos sete céus. 2 E estes são eles: Miguel, Gabri- el, Salatiel, Sidriel, Uriel, Baraquiel, Fanuel. 3 E cada um deles é um príncipe anfitrião do céu. 4 E cada um deles são acompa- nhados por quatrocentos e noventa e seis mil miríades de anjos ministrado- res. 5 Miguel, o grande príncipe, é nomeado no sétimo céu, o mais alto, que está em Avarot “excelência dos céus”. 6 Gabriel, príncipe anfitrião, é nomeado no sexto céu que está em Makon “habitação dos fenômenos da natureza”. 7 Salatiel, príncipe anfitrião, é nomeado no quinto céu que está em Ma’on “habitação musical”. 8 Sidriel, príncipe do anfitrião, é nomeado no quarto céu que está em Zebul “habitação gloriosa”. 9 Uriel, príncipe anfitrião, é no- meado no terceiro céu que está em Shehaqim “nuvens”. 10 Baraquiel, príncipe anfitrião, é nomeado no segundo céu que está no auge do firmamento. 11 Fanuel, príncipe anfitrião, é nomeado no primeiro céu que está em Wilon “cortina”, que está no céu. 12 Sob eles está Galgaliel, o prín- cipe que é nomeado no globo do sol, e com ele estão noventa e seis gran- des e honrados anjos que movem o sol no firmamento. 13 Sob eles está Ofaniel, o prínci- pe que é colocado sobre o globo da lua. E com ele são oitenta e oito anjos que movem os trezentos e cinquenta e quatro mil parasangs (2.124.000 km) do globo da lua todas as noites no tempo em que a lua está no oriente em seu ponto de viragem. 14 E quando a lua está no oriente em seu ponto de viragem? Ela está no ponto de viragem no décimo quin- to dia de cada mês. 15 Sob eles está Rahatiel, o prín- cipe que é nomeado sobre as conste- lações. 16 E ele está acompanhado por se- tenta e dois grandes e honrados anjos. 17 E por que ele é chamado Rahatiel? Porque ele faz as estrelas correrem em suas órbitas a cursos de trezentos e trinta e nove mil 16 1 Jer. 3:22 17
  • 117. 3º ENOQUE, 18 117 parasangs (2.034.000 km) a cada noite do leste ao oeste, e do oeste ao leste. 18 Então Deus fez uma câmara para todos eles, para o sol, a lua, os planetas e as estrelas nas quais eles viajam noite do oeste a leste. 19 Sob eles está Kokabiel, o prín- cipe que é nomeado em todos os pla- netas. 20 Sob eles está Kokabiel, o prín- cipe que é nomeado em todos os pla- netas. 21 E com ele estão trezentos e sessenta e cinco mil miríades (3.650.000.000) de anjos ministrado- res, grandes e honrados que movem os planetas da cidade para cidade e de província a província no firmamento dos céus. 22 E sobre eles são setenta e dois príncipes do reino do alto correspon- dentes as setenta e duas línguas do mundo. 23 E todos coroados com coroas reais e vestidos com roupas reais e embrulhado em capas reais. 24 E todos eles estão andando em cavalos reais e eles estão segurando cetro real em suas mãos. 25 E diante de cada um deles quando eles estão viajando no firma- mento, servos reais estão correndo com grande glória e majestade, tal como na terra, eles (os príncipes) estão viajando nas carruagens com cavaleiros e grandes exércitos e em glória e grandeza com louvor, canção e honra. A ordem dos anjos e suas repartições OS ANJOS do primeiro céu, quando eles veem seu prínci- pe, eles descem de seus cavalos e caem em seus rostos. 2 E o príncipe do primeiro céu, quando ele vê o príncipe do segundo céu, ele desce de seu cavalo, remove a coroa de glória de sua cabeça e cai sobre seu rosto. 3 E o príncipe do segundo céu, quando ele vê o príncipe do terceiro céu, ele desce de seu cavalo e remove a coroa de glória de sua cabeça e cai sobre seu rosto. 4 E o príncipe do terceiro céu, quando ele vê o príncipe do quarto céu, ele desce de seu cavalo e remove a coroa de glória de sua cabeça e cai sobre seu rosto. 5 E o príncipe do quarto céu, quando ele vê o príncipe do quinto céu, ele desce de seu cavalo e remove a coroa de glória de sua cabeça e cai sobre seu rosto. 6 E o príncipe do quinto céu, quando ele vê o príncipe do sexto céu, ele desce de seu cavalo e remove a coroa de glória de sua cabeça e cai sobre seu rosto. 7 E o príncipe do sexto céu, quan- do ele vê o príncipe do sétimo céu, ele desce de seu cavalo e remove a coroa de glória de sua cabeça e cai sobre seu rosto. 8 E o príncipe do sétimo céu, quando ele vê os setenta e dois prín- cipes dos reinos, ele desce de seu cavalo e remove a coroa de glória de sua cabeça e cai sobre seu rosto. 9 E os setenta e dois príncipes dos reinos, quando veem os governantes da primeira porta da sala no sétimo 18
  • 118. 118 3º ENOQUE, 18 céu o mais elevado, eles descem de seus cavalos e removem a coroa real de seus cabeça e caem sobre seus rostos. 10 E os governantes da porta do primeiro salão, quando veem os go- vernantes da porta do segundo salão, eles removem a coroa de glória de sua cabeça e caem sobre seus rostos. 11 E os governantes da porta do segundo salão, quando veem os go- vernantes da porta do terceiro salão, eles removem a coroa de glória de sua cabeça e caem em seus rostos. 12 E os governantes da porta do terceiro salão, quando eles veem os governantes da porta do quarto salão, eles removem a coroa de glória de sua cabeça e caem sobre seus rostos. 13 E os governantes da porta do quarto salão, quando eles veem os governantes da porta do quinto salão, eles removem a coroa de glória de sua cabeça e caem sobre seus rostos. 14 E os governantes da porta do quinto salão, quando veem os gover- nantes do sexto salão, eles removem a coroa de glória de sua cabeça e caem sobre seus rostos. 15 E os governantes da porta do sexto salão, quando veem os gover- nantes de porta do sétimo salão, eles removem a coroa da glória de sua cabeça e caem sobre seus rostos. 16 E os guardas da porta do séti- mo salão, quando veem os quatro grandes príncipes, os honrados, a quem foram nomeados para os quatro cantos da Glória de Deus, eles remo- vem as coroas da glória de sua cabeça e caem sobre seus rostos. 17 E os quatro grandes príncipes, quando veem Tagas a , o príncipe, excelente e honrado com música e louvor, à frente de todos os filhos do céu, eles removem a coroa de glória da cabeça deles e caem sobre seus rostos. 18 E Tagas como, o grande e hon- rado príncipe, quando vê Baratiel, o grande príncipe de três dedos no alto céu, o céu mais elevado, ele remove a coroa de glória de sua cabeça e cai sobre seu rosto. 19 E Baratiel, o grande príncipe, quando vê Hamon, o grande príncipe, o temível e honrado, agradável e terrível que faz tremer todos os filhos do céu, quando o tempo se aproxima, como está escrito: 1 "No barulho do tumulto (Hamon) os povos fugiram; e ao levantar-se, as nações serão espa- lhadas." Ele (Baratiel) remove a co- roa de glória da cabeça e cai sobre seu rosto. 20 E Hamon, o grande príncipe, quando vê Tatrasiel, o grande prínci- pe, ele remove o coroa de glória de sua cabeça e cai sobre seu rosto. 21 E Tatrasiel, o grande príncipe, quando vê Atrugiel, o grande prínci- pe, ele remove o coroa de glória de sua cabeça e cai sobre seu rosto. 22 E Atrugiel, o grande príncipe, quando vê Naaririel, o grande prínci- pe, ele remove o coroa de glória de sua cabeça e cai sobre seu rosto. 23 E Naaririel, o grande príncipe, a Tagas: anjo maestro dos anjos nos coros 18 1 Isa. 33:3
  • 119. 3º ENOQUE, 18 119 quando vê Sasnigiel, o grande prínci- pe, ele remove a coroa de glória da sua cabeça e cai sobre seu rosto. 24 E Sasnigiel, o grande príncipe, quando vê Zazriel, o grande príncipe, ele remove a coroa de glória de sua cabeça e cai sobre seu rosto. 25 E Zazriel, o príncipe, quando ele vê Geburatiel, o príncipe, ele re- move a coroa de glória de sua cabeça e cai sobre seu rosto. 26 E Geburatiel, o príncipe, quan- do vê Arafiel, o príncipe, ele remove a coroa de glória de sua cabeça e cai sobre seu rosto. 27 E Arafiel, o príncipe, quando vê Ashrulyai, o príncipe, que preside sobre todas as hierarquias dos filhos do céu, ele remove a coroa de glória da cabeça dele e cai sobre seu rosto. 28 E Ashrulyai, o príncipe, quan- do vê Galisur, o príncipe, que revela todos os segredos da lei, ele remove a coroa de glória de sua cabeça e cai sobre seu rosto. 29 E Galisur, o príncipe, quando vê Zakzakiel, o príncipe nomeado para que anote os méritos de Israel no Trono da Glória, ele remove a coroa de glória da cabeça dele e cai sobre seu rosto. 30 E Zakzakiel, o grande príncipe, quando vê Anafiel, o príncipe que guarda as chaves dos salões celesti- ais, ele remove a coroa de glória da cabeça dele e cai sobre seu rosto. 31 Por que ele é chamado pelo nome de Anafiel? Porque o ramo de sua honra e majestade e sua coroa e seu esplendor e seu brilho cobrem (ofuscam) todas as câmaras da exten- são do sétimo céu, o mais elevado, como o Criador do Mundo. 32 Assim como está escrito sobre o Criador do mundo: 2 "Sua glória cobriu os céus, e a terra estava cheia de louvor”, mesmo assim a honra e a majestade de Anafiel cobrem todas as glórias da extensão do sétimo céu o mais alto. 33 E, quando Anafiel vê Ashael, o príncipe, o grande, corajoso e honra- do, ele remove a coroa de glória de sua cabeça e cai sobre seu rosto. 34 Por que ele é chamado de As- hael? Porque ele é nomeado sobre as quatro cabeças do rio ardente diante do Trono da Glória; e todo príncipe que sai ou entra diante da habitação de Deus, sai ou entra apenas por sua permissão. Pois os focos do rio ar- dente lhe são confiados. 35 E, além disso, seu auge é de se- te mil miríades de parasangs (420.000.000 km). 36 E ele agita o fogo do rio e entra e sai diante da habitação de Deus para expor o que está escrito (grava- do) sobre os habitantes do mundo. De acordo com que está escrito: 3 "o jul- gamento foi estabelecido e os livros foram abertos". 37 E Ashael, o príncipe, quando vê Soquedeziel, o grande príncipe, o poderoso, terrível e honrado, ele re- move a coroa de glória de sua cabeça e cai sobre seu rosto. 38 E por que ele é chamado So- quedeziel? Porque ele pesa todos os méritos (do homem) em uma balança na presença de Deus. 39 E, quando Soquedeziel vê 2 Hab. 3:3; 3 Dan. 7:10.
  • 120. 120 3º ENOQUE, 18 Zehanpuriel, o grande príncipe, o poderoso e terrível, honrado, glorifi- cado e temido em toda a casa celesti- al, ele remove a coroa de glória da cabeça dele e cai sobre seu rosto. 40 Por que ele é chamado Zehan- puriel? Porque ele repreende o rio ardente e o empurra de volta ao seu lugar. 41 E, quando Zehanpuriel vê Az- rael, o grande príncipe, glorificado, reverenciado, honrado, adornado, maravilhoso, exaltado, amado e te- mido entre todos os grandes príncipes que conhecem o mistério do Trono da Glória, ele tira a coroa da glória da cabeça dele e cai sobre seu rosto. 42 Por que ele é chamado Azrael? Porque no futuro ele irá vestir os justos e piedosos do mundo com as roupas de justiça e as envolva no manto de justiça, para que possam viver nelas uma vida eterna. 43 E quando Azrael vê os dois grandes príncipes, os fortes e glorifi- cados que estão acima dele, ele re- move a coroa de glória de sua cabeça e cai sobre seu rosto. 44 E estes são os nomes de os dois príncipes: Soferiel, o grande príncipe, o homenageado, glorificado, irrepre- ensível, venerável, antigo e poderoso; e Soperiel, o grande príncipe, o ho- menageado, glorificado, irrepreensí- vel, antigo e poderoso. 45 Por que ele é chamado de Sofe- riel? Porque ele é nomeado sobre os livros dos mortos: para que todos, quando o dia de sua morte se aproxi- mar, ele o escreve nos livros dos mortos. 46 Por que ele é chamado Soperi- el? Porque ele é nomeado sobre os livros dos vivos (da vida), para que todo aquele que nasce, ou seja, entra- rá na vida, ele o escreve no livro dos vivos (da vida), pela autoridade do Metraton. 47 Então Deus está sentado em um Trono, e eles estão em pé escre- vendo, como está escrito: 4 "Vi ao Senhor assentado sobre seu trono, e todo o exército do céu estava junto a ele, à sua mão direita e à esquerda". 48 "O exército dos céus" é dito para mostrar-nos, que mesmo os grandes príncipes, não há quem no alto dos céus, que não cumprem os pedidos da Glória de Deus senão de pé. Mas como é possível que eles sejam capazes de escrever, quando estão em pé? 49 É assim: Um está de pé sobre as rodas da tempestade e o outro está parado nas rodas do vento de tempes- tade. 50 Ambos estão vestidos de rou- pas. 51 Ambos estão envoltos em um manto de majestade, ambos estão coroados com uma coroa real e am- bos os corpos estão cheios de olhos. 52 A aparência de um é como o a perseguição de relâmpagos e a apa- rência do outro é parecida com a aparência de relâmpagos. 53 Os olhos de um são como o sol em seu poder, e os olhos do outro são como o sol em seu interior. 54 Ambos a estatura são como a altura dos sete céus, e ambos as asas são como muitos dias do ano. 4 1 Reis 12:19; 2 Crôn. 18:18
  • 121. 3º ENOQUE, 19 121 55 As asas de um se estendem so- bre a largura da extensão do céu, e as asas do outro se estendem ao longo do comprimento da extensão do céu. 56 Os lábios de um, são como as portas do oriente, e os lábios do outro são como as portas do ocidente. 57 E ambas suas línguas são tão altas como as ondas do mar, e de suas bocas saem como uma chama. Da boca deles saem luzes, o suor de um é como incêndio, e da transpiração do outro é como fogo aceso. 58 De suas línguas saem como to- chas que estão queimando. 59 Nas suas cabeças há uma pedra de safira, e nos seus ombros há uma roda de um querubim rápido. 60 Um tem na mão um rolo quei- mado, o outro tem na mão um per- gaminho queimado, e eles têm na mão um estilo flamejante. 61 O comprimento do pergaminho é de três mil miríades de parasangs (180.000.000 km); o tamanho do estilo é três mil miríades de para- sangs (180.000.000 km); o tamanho de cada letra que eles escrevem é trezentos e sessenta e cinco parasangs (2.190 km). Rikbiel, o príncipe das rodas da Carruagem de Luz ENTÃO acima destes há três anjos, os grandes príncipes e há um Príncipe, distinguido, honrado, nobre, glorificado, adornado, temero- so, valente, forte, excelente, amplia- do, glorioso, coroado, maravilhoso, exaltado, irrepreensível, amado e poderoso, como a quem não existe entre os príncipes. Seu nome é Rikbi- el, o grande e venerado príncipe que está de pé junto a Carruagem de Luz. 2 E por que ele é chamado Rikbi- el? Porque ele é nomeado sobre as rodas da Carruagem de Luz, e elas são entregues a seu cargo. 3 E quantas são as rodas? Oito; duas em cada direção. 4 E há quatro ventos cercando-os ao redor. 5 E estes são os seus nomes: “o Vento de Tempestade”, “a Tempesta- de”, “o Vento forte”, e “o Vento do Terremoto”. 6 E sob eles, quatro rios ardentes estão correndo continuamente, um rio ardente de cada lado. 7 E o círculo sobre eles, entre os rios, estão quatro nuvens plantadas (colocadas), e estas são: "nuvens de fogo", "nuvens de lâmpadas", "nu- vens de brasas", "nuvens de enxofre" e estão de pé sobre as suas rodas. 8 E os pés das criaturas vivas es- tão descansando sobre as rodas. E entre uma roda e outra o terremoto está rugindo e o trovão está trovejan- do. 9 E quando se aproxima o tempo do recital da Canção, então as multi- dões de rodas são movidas, a multi- dão de nuvens treme, todos os chefes tremem com medo, todos os cavalei- ros estremecem, todos os poderosos ficam extasiados, todos os anfitriões são aterrorizados, todas as tropas estão com medo, todos os apontados apressam-se, todos os príncipes e os exércitos ficam consternados, todos os criados diminuem e todos os anjos e divisões trabalham com temor. 10 E uma roda faz ouvir um som 19
  • 122. 122 3º ENOQUE, 20, 21, 22 para o outra e um querubim para outro, uma criatura para outra, um serafim para outro dizendo: 1 "Exaltai ao Senhor, nosso Deus, e prostrai-vos ante o escabelo de seus pés, porque ele é Santo”. Chayliel, o príncipe das criaturas vivas ENTÃO acima destes, há um grande e poderoso príncipe. O nome dele é Chayliel, um nobre prín- cipe reverenciado, um príncipe glori- oso e poderoso, um grande e venera- do príncipe, um príncipe o qual todos os filhos do céu tremem, um príncipe capaz de engolir toda a terra em um momento (em um bocado). 2 E por que ele é chamado Chay- liel? Porque ele é nomeado sobre as santas criaturas vivas e as açoita com cílios de fogo; e os glorifica, quando eles louvam e gloriam e regozijando- se, faz com que eles se apresentem para dizer “Santo e Bendito seja a Glória de Deus neste Lugar!” As Criaturas Vivas ENTÃO são quatro as Cria- turas Vivas correspondente aos quatro ventos. 2 Cada Criatura é como o espaço do mundo inteiro. E cada um tem quatro faces; e cada face é como a face do Oriente. 3 Cada um tem quatro asas e cada asa é como a cobertura (telhado) do universo. 4 E cada um tem rostos no meio dos rostos e asas no meio das asas. 5 O tamanho do faces é como o tamanho de duzentas e quarenta e oito faces e o tamanho das asas é como o tamanho de trezentas e ses- senta e cinco asas. 6 E cada um é coroado com duas mil coroas em sua cabeça. 7 E cada coroa é como o arco na nuvem. E o seu esplendor é como o esplendor do globo do sol. 8 E as faíscas que saem de cada um são como o esplendor da estrela da manhã (estrela d’Alva) no Oriente. Querubiel, o príncipe dos querubins ENTÃO acima deste, há um príncipe, nobre, maravilhoso, forte e louvado com todo o louvor. 2 Seu nome é Querubiel, um po- deroso príncipe, cheio de poder e força, um príncipe de alteza, e alteza é com ele, um príncipe justo e justiça é com ele, um santo príncipe e santi- dade é com ele, um príncipe glorifi- cado por mil exércitos, exaltado por dez mil exércitos. 3 Na sua ira, a terra treme, na sua ira os campos são movidos, pelo me- do dele as bases são abaladas, ao repreender o céu ele estremece. 4 Sua estatura está cheia de car- vões (queimados). 5 O auge de sua estatura é como o auge dos sete céus e a amplitude de sua estatura é como a amplitude dos sete céus e a espessura da sua estatura é como os sete céus. 6 A abertura de sua boca é como uma lâmpada de fogo. Sua língua é um fogo consumidor. 7 Suas sobrancelhas são como o esplendor do relâmpago. 19 1 Sal. 99:5 20 21 22
  • 123. 3º ENOQUE, 22 123 8 Seus olhos são como faíscas de brilho. O seu semblante é como fogo ardente. 9 E há uma coroa de santidade so- bre a cabeça em que (coroa) o Nome explícito é esculpido, e os relâmpa- gos saíram disso. E o arco da Glória está entre seus ombros. 10 E a sua espada é semelhante a um raio; e em cima de seus lombos há flechas como uma chama e sobre a sua armadura e escudo há um fogo consumidor, e sobre o pescoço dele há carvões de queima zimbro e tam- bém ao redor dele existem carvões de zimbro em chamas. 11 E o esplendor da Glória está no rosto dele; e os chifres de majestade em suas rodas; e uma real diadema em sua coroa. 12 E seu corpo está cheio de olhos. 13 E as asas estão cobrindo toda a sua alta estatura iluminada. 14 À sua direita há uma chama queimando, e à sua esquerda está aceso um fogo; e as brasas estão queimando. 15 E braços de fogo saem do seu corpo. 16 E os relâmpagos são lançados de seu rosto. 17 Com ele há sempre trovões so- bre os trovões, ao seu lado há terre- moto no terremoto (dentro). 18 E os dois príncipes da Carrua- gem de Luz estão juntos com ele. 19 Por que ele é chamado de Que- rubiel, o príncipe. 20 Porque ele é nomeado sobre as carruagens dos querubins. 21 E os poderosos querubins são entregues a seu cargo. 22 E ele adorna as coroas em suas cabeças e dá brilho as diademas de suas cabeças. 23 Ele magnifica a glória de sua aparência. E ele glorifica a beleza de sua majestade. 24 E ele aumenta a grandeza de sua honra. Ele faz com que a canção do seu louvor seja cantada. 25 Ele se intensifica sua bela for- ça. Ele faz resplandecer o brilho de sua glória. 26 Ele embeleza a sua boa miseri- córdia. Ele enquadra a justiça do seu brilho. 27 Ele faz sua misericordiosa be- leza ainda mais bela. Ele glorifica sua majestade direta. 28 Ele exalta a ordem de seus elo- gios, e estabelece sua morada onde habita os querubins. 29 E os querubins estão de pé jun- to a santas Criaturas Vivas, e as suas asas são levantadas para suas cabeças (iluminadas são como o auge de suas cabeças), e Glória está (descansando) sobre eles, e o brilho da Glória está em seus rostos, e canção e louvor na boca, e suas mãos estão sob suas asas, e seus pés estão cobertos por suas asas, e os chifres da glória estão sobre suas cabeças, e o esplendor da Glória no rosto, e a Glória está (des- cansando) sobre eles, e as pedras de safira são redondas sobre eles, e co- lunas de fogo nos seus quatro lados e colunas de armas de fogo ao lado deles. 30 Há uma safira de um lado e ou- tra safira de outro lado e sob as safi- ras há carvões de zimbro em chamas.
  • 124. 124 3º ENOQUE, 23, 24 31 E um querubim está em pé em cada direção, mas as asas do queru- bim se compõem acima de suas cabe- ças em glória; e eles os espalharam para cantar com eles uma música para Ele que habita nas nuvens e louvam a temível majestade do Rei dos Reis. 32 E Querubiel, o príncipe que é nomeado sobre eles, ele os trata com graça, ordens lindas e agradáveis e ele os exalta em toda a exaltação, dignidade e glória. 33 E ele os apressa em glória e fa- zem a vontade de seu Criador a cada momento. 34 Por cima de suas cabeça su- blimes permanecem continuamente a glória do alto Rei “que habita no querubim”. Os serafins E HÁ um tribunal diante do Trono da Glória, 2 Que nenhum serafim, nem anjo podem entrar, e são trinta e seis mil miríades de parasangs (2.160.000.000 km), como está escrito: 1 Os serafins estavam acima dele; cada um tinha seis asas: com duas cobriam os seus rostos, e com duas cobriram os seus pés e com duas voavam. 3 São trinta e seis o número de pontes lá. 4 E há vinte e quatro miríades de rodas de fogo. 5 E os anjos ministradores são do- ze mil miríades. 6 E há doze mil rios de granizo e doze mil tesouros de neve. 7 E nos sete Salões estão carros de fogo e chamas, sem contar, ou termi- nar ou procurar. As pontes celestiais COMO estão os anjos no alto? 2 Então me disse: Como uma pon- te que é colocada sobre um rio para que cada um possa passar sobre ele, assim como uma ponte é colocada desde o início da entrada até o fim. 3 E três anjos ministradores o cer- cam e proferem uma música diante de Deus. 4 E estão diante de seus senhores do terror e capitães do medo, mil vezes mil e dez mil vezes dez mil em número e eles cantam louvores e hinos diante de Deus. 5 Existem muitas pontes: pontes de fogo e numerosas pontes de grani- zo. 6 Também há numerosos rios de granizo, numerosos tesouros de neve e inúmeras rodas de fogo. 7 E quantos são os anjos ministra- dores? Doze mil miríades: seis mil miríades acima e seis mil miríades abaixo. 8 E doze mil são tesouros de neve, seis acima e seis abaixo. 9 E vinte e quatro miríades de ro- das de fogo, doze miríades acima e doze miríades abaixo. E cercam as pontes e rios de fogo e rios de grani- zo. 10 E há vários anjos ministrado- res, formando entradas, para todas as criaturas vivas que estão em pé no meio dela, correspondendo os cami- nhos da extensão dos Céus. 23 1 Is.6:2 23 24
  • 125. 3º ENOQUE, 24 125 11 O que faz Deus, o Rei da Gló- ria? O Deus Vivo e Misericordioso, poderoso em força, o qual cobre o Seu rosto. 12 Na extensão dos Céus são seis- centos mil miríades de anjos de glória em pé diante o Trono da Glória e suas divisões inflamam fogo. 13 E o Rei da Glória cobre seu rosto; e a extensão do Céu foi dividi- da ao meio por causa da majestade, esplendor, beleza, radiação, beleza, brilho, brilho e excelência da aparên- cia do Criador. 14 Há vários ministros ministra- dores que realizam sua vontade, nu- merosos reis, numerosos príncipes no Céu, que em seu prazer, anjos que são reverenciados entre os governan- tes do céu, distinguidos, adornado com canção e trazendo amor para a lembrança: a quem está assustado com o esplendor da habitação Celes- te, e seus olhos são deslumbrados pela beleza brilhante de seu Rei. 15 Saltam rios de prazer, rios de alegria, riachos de triunfo, rios de amor, córregos de amizade e de co- moção, e eles fluem e saem diante do Trono da Glória e aumenta claramen- te e atravessa as portas dos caminhos do sétimo Céu na voz dos louvores das Criaturas Vivas, à voz da alegria dos tamborins dos ofanins e a melo- dia dos címbalos dos querubins. E eles engrandecem e vão adiante com agitação com o som do hino: “SAN- TO, SANTO, SANTO, É O SE- NHOR DOS EXÉRCITOS! TODA A TERRA ESTÁ CHEIA DE SUA GLÓRIA”! 16 Qual é a distância entre uma ponte e outra? Doze miríades de pa- rasangs (720.000 km). A sua ascen- são é doze miríades de parasangs (720.000 km), e sua descida doze miríades de parasangs (720.000 km). 17 A distância entre os rios da ve- neração e os rios do temor são vinte e dois miríades de parasangs (1.320.000 km); entre os rios de gra- nizo e os rios da escuridão trinta e seis miríades de parasangs (2.160.000 km); 18 Entre as câmaras dos relâmpa- gos e nuvens da compaixão quarenta e dois miríades de parasangs (2.520.000 km); entre as nuvens de compaixão e a Carruagem de Luz são oitenta e quatro miríades de para- sangs (5.040.000 km); 19 Entre a carruagem de luz e o querubim cento e quarenta e oito miríades de parasangs (8.880.000 km); entre o querubim e o ofanim são vinte e quatro miríades de parasangs (1.440.000 km); 20 Entre o ofanim e as câmaras das câmaras são vinte e quatro miría- des de parasangs (1.440.000 km); entre as câmaras das câmaras e as criaturas vivas são quarenta mil mirí- ades de parasangs (2.400.000.000 km); 21 Entre uma asa da criatura viva e a outra são doze miríades de para- sangs (720.000 km); e a largura de cada uma asa é da mesma medida; e a distância entre a criatura viva e o Trono da Glória é de trinta mil miría- des de parasangs (1.800.000.000 km). 22 E do pé do trono para o assento há quarenta mil miríades de para- sangs (2.400.000.000 km). E o nome
  • 126. 126 3º ENOQUE, 25 Daquele que se assenta no trono: que o nome Seja Santificado! 23 E os arcos do arco são coloca- dos acima dos Céus, e eles são cento e dez mil miríades (1.000.000.000 km) no alto. A medida deles é após a medida dos observadores e sagrados. Como está escrito: 2 “Meu arco tenho colocado na nuvem “, nuvens que cercam o Trono da Glória. À medida que as nuvens dele passam, os anjos do granizo se transformam em carvão queimado. 24 E o fogo sai da voz das criatu- ras vivas. E por causa do sopro da voz eles “correm” para outro lugar, temendo que não lhes ordene ir; e eles “retornam” para que não os pre- judique o outro lado. Portanto, “eles correm e retornam”. 25 E estes relâmpagos do arco são mais bonitos e radiantes do que o brilho do sol durante o solstício de verão. E eles são mais brancos do que um fogo flamejante e são grandiosos e belíssimos. 26 Acima dos relâmpagos do arco são as rodas dos ofanins. Sua altura é de cento e dez mil miríades (1.000.000.000 km) após a medida dos serafins e dos Tronos (Gedudim) a . Os ventos que sopram sob as asas dos Querubins EXISTEM vários ventos soprando sob as asas dos Querubins. 2 Lá sopra o “vento que soa”, co- mo está escrito: 1 “E o vento de Deus estava ensurdecedor sobre a face das águas”. 3 Lá sopra o “vento forte”, como é dito: 2 “E o Senhor fez com que o mar fosse seco por um forte vento do leste toda a noite”. 4 Lá sopra o “vento do leste” co- mo está escrito: 3 “O vento do leste trouxe os gafanhotos”. 5 Lá sopra o “vento das codornas” como está escrito: 4 “E saiu um vento do Senhor e trouxe as codornas”. 6 Lá sopra o “vento do terremoto” como está escrito: 5 “E depois disso o vento do terremoto; mas o Senhor não estava no terremoto”. 7 Lá sopra o “vento da sabedoria”, o “vento da compreensão”, o “vento de conhecimento “, o “vento do te- mor de Deus”, como está escrito: 6 “E o vento do temor de Deus vai descan- sar nele; o vento da sabedoria e da compreensão, o vento do conselho e do poder e o vento de conhecimento”. 8 Lá sopra o “vento da chuva”, como está escrito: 7 “O vento norte produz chuva”. 9 Lá sopra o “vento das luzes”, como está escrito: 8 “Ele faz relâm- pagos pela chuva e tira o vento de seus tesouros”. 10 Lá sopra o “vento, quebrando as rochas”, como está escrito: 9 “O Senhor passou por um vento grande a Gedudim um dos coros angelicais que cantam diante do Trono Divino sob direção do anjo Tagas. 2 Gen. 9:13; 25 1 Gen. 1:2; 2 Ex. 14:21; 3 Ex. 10:13; 4 Num. 11:31; 5 1 Reis 19:11; 6 Is. 11:2; 7 Prov. 25:23; 8 Jer. 10:13; 9 1 Reis 19:11; 25
  • 127. 3º ENOQUE, 26 127 e forte entre as montanhas e quebrava as pedras diante do Senhor”. 11 Lá sopra o “vento da aquieta- ção do mar”, como está escrito: 10 “E Deus fez um vento para passar sobre a terra, e as águas se acalmaram”. 12 Lá sopra o “vento da ira”, co- mo está escrito: 11 "E eis que veio um grande vento do deserto e feriu os quatro cantos da casa e caiu". 13 Lá sopra o "vento de tempesta- de", como está escrito: 12 "Vento de tempestade, cumprindo a sua pala- vra". 14 E Satanás está de pé entre esses ventos, pois o "vento de tempestade" não é senão "Satanás" e todos esses ventos não sopram; mas somente sopram os de sob as asas dos Queru- bins, como está escrito: 13 "E ele ca- valgou sobre um querubim e voou, sim, e ele voou rapidamente sobre as asas do vento". 15 E para onde vão todos esses ventos? O Senhor nos ensina que saem debaixo das asas dos Querubins e desce sobre o globo do sol, como está escrito: 14 "O vento vai para o sul e volta para o norte; Ele continua- mente gira em seu curso e o vento retorna novamente aos seus circui- tos". 16 E do globo do sol eles retor- nam e descem sobre os rios e os ma- res sobre as montanhas e sobre as colinas, como está escrito: 15 "Pois bem, Ele que forma as montanhas e cria o vento". 17 E das montanhas e das colinas eles retornam e descem para os mares e os rios; e dos mares e dos rios re- tornam e descem sobre as cidades e províncias; e das cidades e províncias retornam e descem para o jardim, e do jardim retornam e descem ao Éden, como está escrito: 16 "Andava no jardim ao vento do dia". 18 E no meio do Jardim, eles se juntam e sopram de um lado para o outro e traziam perfumes com as especiarias do jardim, mesmo das mais remotas, até que se separem entre si e, preenchiam com o aroma das especiarias puras, eles trazem o odor das partes mais remotas do Éden e as especiarias do jardim aos justos e piedosos que, no futuro, herdarão o jardim do Éden e a Árvore da Vida, como está escrito: 17 "Desperta-te, ó vento norte, e venha para o sul; sopre no meu jardim, para que suas especi- arias fluam para fora. Deixe meu amado entrar em seu jardim e coma seus frutos preciosos". Os diferentes carros de Deus NUMEROSOS são os carros de Deus. 2 Ele tem os "carros dos queru- bins", como está escrito: 1 "E ele ca- valgou sobre um querubim e voou". 3 Ele tem os "carros do vento", como está escrito: 2 "E ele voou rapi- damente sobre as asas do vento". 4 Ele tem os "carros de nuvem li- geira", como está escrito: 3 "Eis que o Senhor corre em uma nuvem ligeira". 5 Ele tem os "carros de nuvens", 10 Gen. 8:1; 11 Jó 1:19; 12 Sal. 148:8; 13 Sal. 18:10; 14 Ecl. 1:6; 15 Am. 4:13; 16 Gen. 3:8; 17 Cant. 4:16. 26 1 Sal. 18:10, 2 Sam. 22:11; 2 Sal. 18:10, 2 Sam. 22:11; 3 Is. 19:1; 26
  • 128. 128 3º ENOQUE, 26 como está escrito: 4 "Eis que eu ve- nho até ti numa nuvem". 6 Ele tem os "carros do altar", como está escrito: 5 "Eu vi o Senhor de pé sobre Altar". 7 Ele tem os "carros de milhares", como está escrito: 6 "Os carros de Deus são milhares; milhares de an- jos". 8 Ele tem os "carros da tenda", como está escrito: 7 "E o Senhor apa- receu na tenda em um pilar na nu- vem". 9 Ele tem os "carros do tabernácu- lo", como está escrito: 8 "E o Senhor falou para ele (Moisés) fora do taber- náculo". 10 Ele tem os "carros do propicia- tório", como está escrito: 9 "Então ele ouviu a Voz falando com ele sobre o propiciatório". 11 Ele tem os "carros de pedras de safira", como está escrito: 10 "E havia nos seus pés como um trabalho pa- vimentado de pedra de safira". 12 Ele tem os "carros de águia", como está escrito: 11 "Eu te vejo nas asas das águias", ou seja, "eles que voam rapidamente como águias". 13 Ele tem os "carros de júbilo", como está escrito: 12 "Deus subiu com júbilo". 14 Ele tem os "carros do céu", como está escrito: 13 "Exaltai aquele que corre sobre o céu. 15 Ele tem os "carros de densas nuvens", como está escrito: 14 "Ele faz das densas nuvens sua carrua- gem". 16 Ele tem os "carros das criaturas vivas", como está escrito: 15 "E as criaturas vivas correram e retorna- ram". Elas correm com permissão e retornam com permissão, pois a Gló- ria de Deus está acima de suas cabe- ças. 17 Ele tem os "carros das rodas (Galgallim)", como está escrito: 16 "E ele disse: Vai por entre as rodas gira- tórias". 18 Ele tem os "carros dos queru- bins ligeiros", como está escrito: 17 "Eis que vem o Senhor cavalgando em um querubim ligeiro". 19 E no momento em que Ele monta em um querubim ligeiro, e quando Ele coloca um de seus pés sobre ele, antes que ele estabeleça o outro pé sobre as costas, Ele olha através de dezoito mil mundos em um só olhar. 20 E Ele discerne e vê em todos eles e sabe o que está em todos eles e então Ele coloca o outro pé sobre o querubim, de acordo com o que está escrito: 18 "Ronda cerca de dezoito mil". 21 Por onde sabemos que Ele olha cada um desses mundos todos os dias? Está escrito: 19 "Ele olhou para baixo do céu sobre os filhos dos ho- mens para ver se havia algum que entendia, e que buscava Deus". 22 Ele tem os "carros dos ofa- nins", como está escrito: 20 "E os ofa- nins estavam cheios de olhos ao re- dor". 23 Ele tem os "carros de seu trono 4 Ex. 19:9; 5 Am. 9:1; 6 Sal. 68:17; 7 Deut. 31:15; 8 Lev. :11; 9 Num. 7:89; 10 Ex. 24:10; 11 Ex. 19:4; 12 Sal. 47:5; 13 Sal.68:5; 14 Sal. 104:3; 15 Ez. 1:14; 16 Ez. 10:2; 17 Is.18:1; 18 Ez. 48:35; 19 Sal. 14:2; 20 Ez. 10:12;
  • 129. 3º ENOQUE, 27 129 sagrado", como está escrito: 21 "Deus se assenta sobre o seu trono sagrado". 24 Ele tem os "carros do Trono de Jeová", como está escrito: 22 "Porque uma mão é levantada no Trono de Jeová". 25 Ele tem os "carros do Trono do Juízo", como está escrito: 23 "Mas o Senhor dos Exércitos devem ser exal- tados no julgamento". 26 Ele tem os "Carros do Trono de Glória", como está escrito: 24 "O Trono de glória, colocado no alto desde o início, é o lugar do nosso santuário". 27 Ele tem os "Carros do Trono Alto e Exaltado", como está escrito: 25 "Eu vi o Senhor sentado no trono alto e exaltado". Ofaniel, o príncipe dos ofanins ENTÃO acima dos ofanins há um grande príncipe, vene- rado, alto, senhor, temerário e forte. Ofaniel é o nome dele. 2 Ele tem dezesseis faces, quatro faces de cada lado, também cem asas de cada lado. 3 E ele tem oito mil quatrocentos e sessenta e seis olhos, corresponden- tes aos dias do ano. São dois mil cen- to e dezesseis de cada lado e dois na sua face. 4 E esses dois olhos de sua face, em cada um deles há relâmpagos que estão piscando, e cada um deles estão queimando como fogo; e nenhuma criatura pode vê-los: e quem olha para eles é queimado instantânea- -mente. 5 Sua altura é como a distância de dois mil e quinhentos anos de via- gem. 6 Nenhum olho pode contemplar e nenhuma boca pode dizer o poder de sua força, salvo o Rei dos reis, o Se- nhor Deus, unicamente. 7 Por que ele é chamado Ofaniel? Porque ele é nomeado sobre os ofa- nins e os ofanins são entregues aos seus cargos. 8 Todos os dias ele cuida e os em- beleza. E ele exalta e ordena suas divisões e faz brilhar seu lugar per- manente e torna brilhantes suas habi- tações, faz seus cantos pairar e limpa seus assentos. 9 E Ofaniel espera por eles cedo e tarde, de dia e de noite, para aumen- tar a beleza, fazer grande sua digni- dade e torná-los "diligentes em lou- vor ao seu Criador". 10 E todos os ofanins estão cheios de olhos, e todos estão cheios de brilho; são setenta e duas pedras de safiras fixadas em suas roupas no lado direito e são setenta e duas pe- dras de safira fixadas em suas roupas no lado esquerdo. 11 E quatro pedras de carbún- culo a são fixadas na coroa de cada um, cujo esplendor prossegue nas quatro direções do Céu, do mesmo modo que o esplendor do globo do sol prossegue em todas as direções do universo. 12 E por que se chama carbúncu- lo? Porque o seu esplendor é como a a Carbúnculo: pedra preciosa na cor de vermelho-sangue conhecida desde a antiguidade. 21 Sal. 47:8; 22 Ex. 17:16; 23 Is. 5:16; 24 Jer. 17:12; 25 Is. 6:1. 27
  • 130. 130 3º ENOQUE, 28 aparência de um raio. 13 E as tendas de esplendor, ten- das de brilho da safira, tendas de brilho do carbúnculo inclinam por causa da aparência brilhante de seus olhos. Serafiel, o príncipe dos Serafins E ACIMA dos serafins há um príncipe, maravilhoso, nobre, excelente, honorável, podero- so, terrível, um chefe e líder e um escrivão rápido, glorificado, honrado e amado. 2 Ele está completamente cheio de esplendor, cheio de louvor e brilho; e ele está totalmente cheio de brilho, luz e beleza; e todo ele está cheio de bondade e grandeza. 3 Seu semblante é como dos an- jos, mas seu corpo é como um corpo de águia. 4 Seu esplendor é como relâmpa- gos, sua aparência como marcas de fogo, sua beleza como faíscas, sua honra como brasas ardentes, sua ma- jestade como chamas, seu brilho é como a luz da estrela da manhã. 5 A imagem dele é semelhante à Grande Luz. Sua altura é como os sete céus. 6 A luz de suas sobrancelhas é como a luz sete vezes maior. 7 A pedra de safira sobre sua ca- beça é tão grande quanto o universo inteiro e como o esplendor dos céus em glória. 8 Seu corpo está cheio de olhos como as estrelas do céu, inumeráveis e insondáveis. 9 Todos seus olhos são como a es- trela da manhã. 10 No entanto, há alguns deles como a Luz Menor e alguns deles são como da Grande Luz. 11 De seus tornozelos aos joelhos, eles são como estrelas e relâmpagos, dos joelhos a suas coxas são como a estrela da manhã, de suas coxas até os seus lombos, como a lua, dos seus lombos ao pescoço, como o sol, do pescoço a cabeça, como a Luz Impe- recível. 12 A coroa em sua cabeça é como o esplendor do Trono da Glória. 13 A medida da coroa tem uma distância de quinhentos e dois anos de viagem. 14 Não há nenhum tipo de esplen- dor, nenhum tipo de brilho, não tipo de resplendor, nenhum tipo de luz no universo, igual ao resplendor daquela coroa. 15 O nome desse príncipe é Sera- fiel. E a coroa em sua cabeça, está escrito o nome "Príncipe de paz". 16 E por que ele é chamado pelo nome de Serafiel? Porque ele é no- meado sobre os serafins. E os serafins flamejantes são dados a seu cargo. 17 E ele os preside de dia e de noite e ensina-lhes canção, louvor, proclamação de beleza, poder e ma- jestade; que eles podem proclamar a beleza de seu Rei em toda a maneira de Louvor e Santificação. 18 Quantos são os Serafins? São quatro correspondentes aos quatro ventos do mundo. 19 E quantas asas têm cada um deles? Seis correspondentes aos seis dias de Criação. 20 E quantos rostos eles tem? Ca- da um deles quatro faces. 28
  • 131. 3º ENOQUE, 29, 30 131 21 A medida dos Serafins e a altu- ra de cada um deles correspondem à altura dos setes céus. 22 O tamanho de cada asa é como a medida de toda a extensão do céu. O tamanho de cada face é como o do rosto do Oriente. 23 E cada um deles dá luz como o esplendor do Trono da Glória: então nem mesmo as criaturas vivas, os honrados ofanins, nem os majestosos querubins podem contemplar isto. 24 Para todos os que o contempla- rem, seus olhos serão escurecidos por causa do seu grande esplendor. 25 Por que eles são chamados Se- rafins? Porque eles queimam as tá- buas escrita por Satanás: cada dia em que Satanás está sentado, juntamente com Samael, o príncipe de Roma, e com Dubiel, o príncipe da Pérsia, e eles escrevem as iniquidades de Israel em tábuas e entregam ao Serafim, para que possam apresentá-los diante de Deus, para que Ele possa destruir Israel do mundo. 26 Mas os Serafins sabem dos se- gredos de Deus, que não deseja que o povo de Israel pereça. 27 O que os Serafins fazem? To- dos os dias eles recebem as tábuas da mão de Satanás e as queimam no fogo ardente diante do Trono alto e exaltado, a fim de que eles não pos- sam vir diante de Deus, no tempo em que ele está sentado no Trono do Juízo, julgando o mundo inteiro na verdade. Radueriel, o guardião do Livro dos Registros ENTÃO acima dos Serafins há um príncipe, exaltado aci- ma de todos os príncipes, maravilho- so mais do que todos os criados. Seu nome é Radueriel, que é nomeado sobre os tesouros dos livros. 2 Ele busca o caso nos escritos no Livro de Registros, e o traz diante de Deus. 3 E ele quebra os selos de cada caso, abre-o, tira os livros e os entre- ga diante de Deus. 4 E Deus, recebe-os de sua mão e os entrega aos olhos dos escribas, para que possam lê-los na corte da justiça no auge do sétimo céu diante da casa celestial. 5 E por que ele é chamado Radue- riel? Porque de cada palavra que sai da sua boca, cria-se um anjo: ele está nas canções dos anjos ministradores e pronuncia uma música perante Deus, quando o tempo se aproximar da recitação perante o Senhor três vezes Santo. Irin o vigilante e Qaddis o santo ENTÃO acima de tudo, há quatro grandes príncipes, Irin e Qaddis a pelo nome: altos, honra- dos, reverenciados, amados, maravi- lhosos e gloriosos, maiores do que todos os filhos do céu. 2 Não há como eles entre todos os príncipes celestiais e nenhum deles igual entre todos os servos. Para cada um deles é igual a todos os demais juntos. 3 E a suas moradas são diante do Trono da Glória, e seus lugares estão ao pé de Deus, de modo que o brilho 30 a Irin e Qaddis dois anjos gêmeos, que constituem o conselho de julgamento de Deus. 29 30
  • 132. 132 3º ENOQUE, 31 de suas habitações são um reflexo do brilho do Trono da Glória. 4 E o esplendor de seus semblan- tes são como o reflexo do esplendor da Glória de Deus. 5 E eles são glorificados pela gló- ria da Divindade de Deus e louvados através dos elogios da Glória de Deus. 6 E não só isso, mas Deus, não faz nada em seu mundo sem primeiro consultá-los, mas depois disso o faz. Como está escrito: 1 "A sentença é pelo decreto de Irin e a demanda pela palavra de Qaddis". 7 E Irin são dois e Qaddis são dois. E como estão diante de Deus? Deve ser entendido que um Irin está de pé de um lado e o outro Irin do outro lado, e um Qaddis está parado de um lado e o outro do outro lado. 8 E sempre exaltam os humildes, e abaixam no chão aqueles que são orgulhosos, e eles elevam para o alto aqueles que são humildes. 9 E, todos os dias, Deus está sen- tado no trono do juízo e julga o mun- do inteiro, e os livros dos vivos e os livros dos mortos são abertos diante dEle, então todos os filhos do céu estão diante dele com veneração, adoração, temor e tremor. 10 Naqueles dias, quando Deus está sentado no Trono do Juízo para executar julgamento, sua roupa é branca como a neve, o cabelo de sua cabeça como lã pura e todo o seu manto é como o brilho luz. E ele está coberto de justiça por toda parte e vestido com uma armadura. 11 E aqueles Irin e Qaddis estão de pé diante dele como oficiais da corte perante o Juiz. 12 E eles levantam e argumentam todos os casos e fecham o caso que vem diante de Deus, em julgamento, conforme está escrito: 2 "A sentença é por decreto do Irin e a demanda pela palavra do Qaddis" 13 Alguns deles argumentam e outros passam a sentença no glorioso Trono do Juízo no sétimo Céu. 14 Alguns deles fazem os pedidos diante da Divina Majestade e alguns fecham os casos diante do Altíssimo. 15 Outros terminam por descer para executar as sentenças sobre a Terra. De acordo com o que está es- crito: 3 "Eis que Irin e Qaddis desce- ram do céu e gritou em voz alta e disse assim: Derrubai a árvore e corte seus galhos, sacudi suas folhas e es- palhe o seu fruto: e afugentem os animais de debaixo dela, e as aves dos seus ramos". 16 Por que eles são chamados de Irin e Qaddis? Pelo fato de que eles santificam o corpo e o espírito com cílios de fogo no terceiro dia do jul- gamento, como está escrito: 4 "Após dois dias Ele nos dará a vida; ao ter- ceiro Ele nos ressuscitará, e nós vive- remos diante Dele". Descrição de uma classe de anjos CADA um deles tem setenta nomes correspondentes às setenta línguas do mundo. E todos eles estão baseados no Nome do Se- nhor. 2 E todo o nome é escrito com um estilo flamejante sobre a Coroa 30 1 Dan. 4:17; 2 Dan. 4:17; 3 Dan. 4:13-14; 4 Os. 6:2. 31
  • 133. 3º ENOQUE, 32, 33, 34, 35 133 Gloriosa que está na cabeça do Rei Altíssimo e exaltado. 3 E, de cada um deles, saem faís- cas e relâmpagos. 4 E cada um deles é envolvido com fachos de esplendor ao redor. 5 De cada uma das luzes que estão brilhando, cada uma está cercada por tendas de brilho para que nem mesmo os serafins e as criaturas vivas, que são maiores que todos os filhos do céu, possam vê-los. Os setenta e dois príncipes ENTÃO sempre que os filhos do céu estão assentados em volta do Grande Trono do Juízo, no sétimo Céu o mais elevado, não há abertura da boca para ninguém no mundo, exceto aqueles grandes prín- cipes que se chamam pelo nome do Senhor. 2 Quantos são esses príncipes? Se- tenta e dois príncipes dos reinos do mundo além do príncipe do mundo que fala e defende em favor do mun- do diante de Deus, todos os dias, na hora em que o livro é aberto em que são registradas todas as ações do mundo, conforme está escrito: 1 "O julgamento foi estabelecido e os li- vros foram abertos". Os atributos de Justiça, Misericórdia e Verdade pelo Trono do Juízo NO momento em que Deus, está sentado no Trono, do Juízo, então a Justiça está de pé à Sua direita e a Misericórdia à Sua esquer- da e a Verdade diante de Seu rosto. 2 E quando o homem entra diante Dele para o julgamento, então sai um esplendor da Misericórdia para com o homem como um bastão que está em frente a Ele. 3 Porém, o homem cai sobre o seu rosto, e todos os anjos da destruição temem e tremem diante Dele, con- forme está escrito: 1 "E com piedade o trono será estabelecido, e Ele se assentará sobre ele em verdade". A execução do julgamento sobre os ímpios - Espada de Deus QUANDO Deus, abre o Li- vro, metade do qual é fogo e a outra metade de chamas, então eles saem de diante Dele em cada mo- mento para executar o julgamento sobre os ímpios por Sua espada, isto é, extraído de sua bainha e cujo es- plendor brilha como um relâmpago e atravessa o mundo de um lado para outro, como está escrito: 1 "Porque, por fogo e Sua espada o Senhor en- trará em juízo com toda a carne". 2 E todos os habitantes do mundo temem e tremem diante Dele, quando veem a sua espada afiada como um raio de um extremo do mundo para o outro, e dispara e flameja do tamanho das estrelas do Céu o qual sai dela; conforme está escrito: 2 "Se eu abrir o relâmpago da minha espada". Os anjos da Misericórdia, da Paz e da Destruição pelo Trono do Juízo - Os escribas - Os rios ardentes NO momento em que Deus, está sentado no Trono do 32 1 Dan. 7:10. 33 1 Is. 16:5 34 1 Is. 66:16; 2 Deut. 32:41. 32 33 34 35
  • 134. 134 3º ENOQUE, 36 Juízo, então os anjos da Misericórdia estão de pé à Sua direita, os anjos da Paz estão à sua esquerda e os anjos da Destruição estão de pé diante De- le. 2 E um escriba está de pé debaixo Dele, e outro escriba acima Dele. 3 E os gloriosos serafins rodeiam o Trono nos seus quatro lados com paredes de relâmpagos, e os ofanins, rodeiam com marcas de fogo ao redor do Trono da Glória. 4 E nuvens de fogo e nuvens de chamas circundam à direita e à es- querda; e as santas criaturas vivas carrega o Trono da Glória por baixo; cada um com três dedos. 5 A medida de cada um dos dedos é oitenta mil (480.000 km), setenta mil (420.000 km) e sessenta e seis mil (396.000 km) parasangs. 6 E embaixo dos pés das criaturas vivas, sete rios ardentes estão corren- do e fluindo. 7 E a largura de cada rio é trezen- tos e sessenta e cinco mil parasangs (2.190.000 km) e sua profundidade é duzentos e quarenta e oito mil miría- des de parasangs (14.880.000.000 km). Seu comprimento é incompre- ensível e imensurável. 8 E cada rio gira em um arco nas quatro direções da extensão do séti- mo céu, e de lá cai para Makon (sexto céu),e de Makon cai para Maon (quinto céu) e de Maon cai para Ze- bul (quarto céu), e de Zebul cai para Shehakim (terceiro céu), e de Sheha- kim cai para Rakia (segundo céu), e de Rakia cai para Wilon (primeiro céu) e de Wilon cai nas cabeças dos ímpios que estão na Geena a , como está escrito: 1 "Eis que um turbilhão do Senhor, mesmo a sua fúria, se foi, sim, uma tempestade giratória, que explodirá sobre a cabeça dos ímpios". Os diferentes círculos em volta das criaturas vivas OS pés das criaturas vivas estão rodeados por sete nu- vens de brasas ardentes. 2 As nuvens de brasas ardentes são cercadas no exterior por sete pa- redes de fogo. 3 As sete paredes de chamas são cercadas no exterior por sete paredes de pedras de granizo. 4 As pedras de granizo são cerca- das no exterior por pedras de gelo. 5 As pedras de gelo são cercadas no exterior por pedras das "asas da tempestade". 6 As pedras das "asas da tempes- tade" são cercadas por chamas de fogo. 7 As chamas de fogo estão cerca- das pelas câmaras de redemoinho. 8 As câmaras de redemoinho são cercadas no exterior pelo fogo e pela água. 9 Ao redor do fogo e da água são aqueles que proferem o "Santo". 10 À volta daqueles que proferem o "Santo" são aqueles que proferem "Abençoado". 35 a Geena também chamado de Vale de Hinom conhecido como lugar de tormento ardente. A partir do oitavo século a.C, na época dos reis de Judá, esse local era usado para rituais pagãos, incluindo o sacrifício de crianças no fogo. (2 Crônicas 28:1-3; 33:1-6) 35 1 Jer. 23:19; 36
  • 135. 3º ENOQUE, 37, 38 135 11 À volta daqueles que proferem "Abençoado" estão as nuvens bri- lhantes. 12 As nuvens brilhantes estão cer- cadas no exterior por carvões ligados em chamas; e, no lado de fora, as brasas do zimbro ardente, existem milhares de campos de fogo e dez mil anfitriões de chamas. 13 E entre todo o exército e todos os vários anfitriões há uma nuvem, para que eles não sejam queimados pelo fogo. Os exércitos de anjos no sétimo céu ENTÃO são quinhentos e seis mil miríades (5.0600.000.000) de exércitos tem o Senhor, no alto do sétimo céu. 2 E cada exército é composto de quatrocentos e noventa e seis mil anjos. 3 E cada anjo, a altura de sua esta- tura é como o grande mar; e a apa- rência de seu semblante como a apa- rência do relâmpago, e seus olhos como lâmpadas de fogo, e seus bra- ços e seus pés como cor de latão po- lido e suas vozes soam palavras como a voz de uma multidão. 4 E todos estão de pé diante do Trono da Glória em quatro fileiras. 5 E os príncipes do exército estão na cabeça de cada fileira. 6 E alguns deles pronunciam "Santo" e outros proferem "Abençoa- do", alguns deles correm como men- sageiros, outros estão presentes, con- forme está escrito: 1 "Mil vezes mil ministraram para Ele, e dez mil vezes dez mil estavam diante Dele: o julgamento foi estabelecido e os livros foram abertos". 7 E quando se aproxima a hora, e o tempo para os exércitos dizerem "Santo", então primeiro, vão um tur- bilhão diante de Deus, e cai sobre o exército a Glória de Deus e lá surge uma grande visitação de Deus entre eles. 8 Naquele momento, quatro mi- lhares de milhares deles são trans- formados em faíscas, milhares de milhares em chamas de fogo, milha- res de milhares em relâmpagos, mi- lhares de milhares em ardor, milhares de milhares em ventos, milhares de milhares em ardentes incêndios, mi- lhares de milhares em fachos de lu- zes; até que tomem sobre si mesmos o jugo do reino do céu, o alto e ele- vado Reino do Criador, e todos sen- tem medo, temor e tremor, agitação, angústia, terror e trepidação. 9 Então, eles são mudados de no- vo em sua forma anterior para terem o temor em seu Rei diante Dele, já que eles definiram o coração em di- zer a Canção continuamente, como está escrito: 2 "E um chorou para ou- tro e disse: Santo, Santo, Santo". Os anjos se banham no rio ardente antes de cantar no coral NO momento em que os an- jos ministradores desejam louvai-O com uma Canção, então o Rio de Fogo se eleva com muitos milhares de milhares e miríades de miríades de anjos de poder e força de fogo e corre e passa sob o Trono da Glória, entre os exércitos de anjos 37 1 Dan. 7:10; 2 Is. 6:3. 37 38
  • 136. 136 3º ENOQUE, 39, 40, 41 ministradores e as tropas do Céu. 2 E todos os anjos ministradores, primeiro descem no Rio de Fogo, e eles se mergulham no fogo e mergu- lham a língua e a boca sete vezes; e depois disso eles subiram e vestiram a roupa celestial do coral e se cobri- ram com capas de Luz e ficaram em quatro fileiras diante do Trono da Glória, em todos os céus. Os quatro campos da Glória e seus arredores ENTÃO vi os sete salões, e de pé quatro carruagens de Glória, que estão diante de cada um dos quatro campos da Glória. 2 Entre cada campo, um rio de fo- go está fluindo continuamente. 3 Entre cada rio há nuvens bri- lhantes em torno delas, e entre cada nuvem estão colocados pilares de pedra preciosa. 4 Entre um pilar e outro, existem rodas em chamas que as rodeiam. 5 E entre uma roda e outra há chamas de fogo ao redor. 6 Entre uma chama e outra, há te- souros de relâmpagos; atrás dos te- souros dos relâmpagos estão as asas do vento de tempestade. 7 Atrás das asas do vento de tem- pestade estão as câmaras da tempes- tade; atrás das câmaras da tempesta- de, há ventos, vozes, trovões, faíscas sobre faíscas estão os terremotos. O temor de todos os céus ao som do Criador NO momento, quando os anjos ministradores proferem: SANTO, SANTO, SANTO, então todas as colunas dos céus e suas ba- ses tremem, e os portões dos Salões de sétimo Céu são abalados e os fun- damentos do terceiro Céu e o univer- so é movido, e as ordens de quinto Céu e as câmaras de sexto Céu tre- mem, e todas as ordens do segundo Céu e as constelações e os planetas são perdidas, e os globos do sol e da lua apressam-se e fogem de seus cursos e executam doze mil para- sangs (72.000 km) e procuram se jogar para baixo do céu; 2 Por causa da bramido de seu canto, e do barulho de seus louvores e das faíscas e relâmpagos que saem dos seus rostos; como está escrito: 1 "A voz do seu trovão estava no céu e as luzes iluminaram o mundo, a terra tremia e tremia". 3 Até que o príncipe do Universo os chame, dizendo: "Aquietai-vos em seu lugar! Não temas por causa dos anjos ministradores que louvam pe- rante o Criador". Como está escrito: 2 "Quando as estrelas da manhã canta- ram juntos e todos os filhos do céu gritaram de alegria". Os nomes explícitos flamejantes que voam do Trono QUANDO os anjos ministra- dores proferem "Santo", en- tão todos os nomes explícitos que são esculpidos com um estilo flamejante no Trono da Glória voam como águias, com dezesseis asas. 2 E cercam e alcançam a Deus, nos quatro lados do lugar de Sua Glória. 40 1 Sal. 77:18; 2 Jó 38:7; 39 40 41
  • 137. 3º ENOQUE, 42, 43 137 3 E os anjos anfitriões, e os servos flamejantes, os poderosos ofanins, os querubins da Glória, as criaturas vi- vas, e os serafins, Tronos e Taphsa- rim a e as tropas de fogo consumidor, e os exércitos ardentes, e as hostes flamejantes e os santos príncipes, adornados com coroas, revestidos de majestade real, envoltos em glória, com grandeza, e caem sobre seus rostos três vezes, dizendo: “Bendito seja o nome do Senhor que reina gloriosamente para todo o sempre”. Anjos coroados, outros fulminados e novos anjos QUANDO os anjos ministra- dores dizem “Santo” diante do Criador, da maneira correta, então os servos de Seu Trono, os atendentes de Sua Glória, saem com grande ale- gria sob o Trono da Glória. 2 E todos carregam em suas mãos, cada um deles mil vez mil e dez mil vezes dez mil coroas de estrelas, apa- rência semelhante a estrela da Alva, e coloca-os nos anjos ministradores e nos grandes príncipes que proferem “Piedosos”. 3 Três coroas são colocadas em cada um deles: uma coroa porque dizem “Santo”, outra coroa, porque dizem “Santo, Santo”, e uma terceira coroa porque dizem “Santo, Santo, Santo, é o Senhor dos Exércitos”. 4 E no momento em que não pro- ferem o “Santo” na ordem correta, um fogo consumidor sai do dedo mindinho do Criador, e cai no meio de suas fileiras a qual é dividida em quatrocentos e noventa e seis mil partes correspondentes aos quatro campos dos anjos ministradores, e os consome em um momento, como está escrito: 1 “Um fogo vai diante Dele e queima seus adversários ao redor”. 5 Depois disso, o Criador, abre sua boca e fala uma palavra e cria outros em seu lugar, novos como eles. 6 E cada um está diante de Seu Trono de Glória, proferindo o “San- to”, como está escrito: 2 “São novos todas as manhãs, grande é a sua fé”. As letras da criação ENTÃO vi as letras pelas quais foram criados o céu e o céu, as letras pelas quais foram cria- das as montanhas e colinas, as letras pelas quais foram criados os mares e os rios, as letras pelas quais foram criadas as árvores e as ervas, as letras pelas quais foram criados os planetas e as constelações, as letras pelas quais foram criados o globo da lua e o globo do sol, Orion, as Plêiades a e todas as diferentes luminárias do Céu. 2 As letras pelas quais foram cria- dos o Trono da Glória e as Rodas das carruagens de Luz, e as cartas pelas quais foram criadas as necessidades dos mundos, 3 As cartas pelas quais foram cri- adas sabedoria, compreensão, 41 a Taphsarim categoria de anjo não identificada. 43 a As Plêiades, conhecidas popularmente como sete-estrelo e sete-cabrinhas, são um grupo de estrelas na constelação do Touro. 42 1 Sal. 97:3; 2 Lam. 3:23; 42 43
  • 138. 138 3º ENOQUE, 44, 45 conhecimento, prudência, mansidão e justiça, através das quais o mundo inteiro é sustentado. 4 E andei ao lado Dele e Ele me pegou pela mão e levantou-me sobre suas asas e me mostrou aquelas car- tas, todas elas, que são esculpidas com um estilo flamejante no Trono da Glória; e as faíscas saem deles e cobrem todas as câmaras do Céu. Instâncias de opostos polares manti- dos em equilíbrio por Deus ENTÃO me disse: Venha e eu vou mostrar-lhe, onde as águas estão suspensas no mais alto, onde o fogo está queimando no meio do granizo, onde os relâmpagos ilu- minam-se no meio de montanhas nevadas, onde trovões estão rugindo nas alturas celestiais, onde uma cha- ma está queimando no meio do fogo ardente e onde as vozes se ouvem no meio do trovão e do terremoto. 2 Então eu fui ao seu lado e ele me pegou pela mão e me levantou em suas asas e me mostrou todas essas coisas. 3 Eu vi as águas suspensas no ele- vado, o sétimo Céu por força do no- me Jeová (Jeová, eu sou o que eu sou), e seus frutos vão do céu e re- gando o superfície do universo, como está escrito: 1 "Ele rega as montanhas desde as suas câmaras; a terra está satisfeita com o fruto da tua obra". 4 E eu vi fogo e neve e granizo que se misturaram um com o outro e ainda não foram danificados, por força do fogo consumidor, como está escrito: 2 "Porque o Senhor, o teu Deus, é um fogo consumidor". 5 E eu vi relâmpagos que estavam iluminando montanhas de neve e ainda não foram danificados (extin- tos), por força do nome de Jeová, “a pedra eterna”, como está escrito: 3 "Porque o Senhor, Jeová, é uma ro- cha eterna". 6 E vi trovões e vozes que rugiam no meio de dezenas de chamas e não foram danificadas (silenciadas), por força do nome do Grande Deus To- do-Poderoso como está escrito: 4 "Eu sou Deus Todo-Poderoso". 7 E eu vi uma chama e um brilho de chamas brilhantes que estavam flamejantes e brilhantes no meio do fogo ardente, e ainda não foram dani- ficadas (devoradas), por força da mão sobre o Trono do Senhor como está escrito: 5 "E ele disse: porque a mão está sobre o Trono do Senhor". 8 E vi rios de fogo no meio dos rios de água e não foram danificados (extintos) pelo nome do Criador da Paz como está escrito: 6 "Ele faz a paz nas suas alturas". 9 Pois Ele faz a paz entre o fogo e a água, entre o granizo e o fogo, entre o vento e a nuvem, entre o terremoto e as faíscas. A morada dos espíritos por nascer e dos espíritos dos justos mortos ENTÃO Metatron me disse: Venha e eu vou mostrar-lhe onde estão os espíritos dos justos que foram criados e voltaram, e os espíri- tos dos justos que ainda não foram criados. 2 E ele me levantou ao seu lado, 44 1 Sal. 104:13; 2 Deut. 4:24; 3 Is. 26:4; 4 Gen. 17:1; 5 Ex. 17:16; 6 Jó 25:2. 44 45
  • 139. 3º ENOQUE, 46 139 me levou pela mão e me levantou perto do Trono da Glória pelo lugar da habitação de Deus; e ele me reve- lou o Trono da Glória, 3 E ele me mostrou os espíritos que foram criados e voltaram; e eles estavam voando acima do Trono da Glória diante do Criador, como está escrito: 1 "Porque o espírito vestiu-se diante de mim e as almas que eu fiz" ("para o espírito estava vestido dian- te de mim") significa os espíritos que foram criados na câmara da criação dos justos e que voltaram perante o Criador; "e as almas que fiz" referem- se aos espíritos dos justos que ainda não foram criados na câmara (corpo). Metatron mostra a morada dos ím- pios e dos justos ENTÃO Metatron me disse: Venha e eu mostrarei os espí- ritos dos ímpios e os espíritos dos mediadores onde estão, e para onde eles vão, e os espíritos dos ímpios, onde eles descem. 2 E ele me disse: Os espíritos dos ímpios descem ao Hades pelas mãos de dois anjos de destruição: Zaafiel e Sinkiel são seus nomes. 3 Sinkiel é nomeado sobre os me- diadores para apoiá-los e purificá-los por causa da grande misericórdia do Príncipe daquele Lugar. 4 Zaafiel é apontado sobre os es- píritos dos ímpios para derrubá-los da presença do Criador, e do esplendor da Glória para o Hades, seja punido no fogo de Geena a como varas queimadas de carvão. 5 E fui ao seu lado, e ele me pe- gou pela mão e me mostrou todos com os dedos. 6 E vi a aparência de seus rostos, e era como a aparência dos filhos de homens e seus corpos como águias. 7 E não só isso, mas, além disso, a cor do semblante do mediador era como cinza pálido por causa de suas ações, pois há manchas sobre eles até que se tornem limpas de sua iniqui- dade no fogo. 8 E a cor dos ímpios era como o fundo de uma panela por causa da perversidade de suas ações. 9 E vi os espíritos dos patriarcas, Abraão Isaque e Jacó, e o resto dos justos, que eles trouxeram para fora das suas sepulturas e que ascenderam ao Céu. 10 E eles estavam orando perante o Criador, dizendo em sua oração: Senhor do Universo! Por quanto tem- po Tu irás se sentar sobre o seu trono como um ferido nos dias de seu luto com a sua mão direita atrás de ti e não livra os teus filhos e revela o teu reino no mundo, e por quanto tempo não terás piedade de teus filhos, que são feitos escravos entre as nações do mundo? 11 Então a Sua mão direita que es- tá atrás de Ti, onde esticou os céus, a terra e os céus dos céus? Quando Tu 46 a Geena também chamado de Vale de Hinom conhecido como lugar de tormento ardente. A partir do oitavo século a.C, na época dos reis de Judá, esse local era usado para rituais pagãos, incluindo o sacrifício de crianças no fogo. (2 Crônicas 28:1-3; 33:1-6) 45 1 Is. 57:16; 46
  • 140. 140 3º ENOQUE, 47 terás compaixão? 12 Então o Criador, respondeu a cada um deles, dizendo: Uma vez que esses ímpios pecaram tanto assim, e transgrediram com tais e tantas trans- gressões contra Mim, como Eu pode- ria entregar minha grande mão direita na perdição por causa deles. 13 Naquele momento, Metatron me chamou e me falou: Meu servo! Leve os livros e leia as ações e as transgressões dos ímpios! 14 Em seguida peguei os livros e li suas ações e foram encontradas trinta e seis transgressões escritas em relação a cada ímpio e além disso, transgrediram todas as letras das Es- crituras, como está escrito: 1 “Sim, todo Israel transgrediu a tua lei”, pois transgrediram de Álefe á Tau b . Os estatutos foram transgredidos por cada letra. 15 Então Abraão, Isaque e Jacó choraram. 16 Então disse-lhes o Criador: “Abraão, meu amado, Isaque, meu eleito, Jacó, meu primogênito! Como posso livrá-los agora das nações do mundo?” 17 E, logo, Miguel, o príncipe de Israel, chorou e chorou em alta voz e disse: “Por que Tu estás longe do Senhor?”. Metatron mostra passado e eventos realizados na cortina do trono ENTÃO o anjo me disse: Venha, e eu vou mostrar-lhe a Cortina da Divina Majestade que é espalhada perante o Criador, e onde são gravadas todas as gerações do mundo e todas as suas ações, tanto o que eles fizeram e o que farão até o final de todas as gerações. 2 E eu fui, e ele mostrou para mim apontando com seus dedos como um pai que ensina a seus filhos as letras das Escrituras. 3 E eu vi cada geração: Os gover- nantes de cada geração, as cabeças de cada geração, os pastores de cada geração, os opressores de cada gera- ção, os detentores de cada geração, os aflitos de cada geração, os superviso- res de cada geração, os juízes de cada geração, 4 Vi os oficiais da corte de cada geração, os professores de cada gera- ção, os apoiadores de cada geração, os chefes de cada geração, os presi- dentes de cada geração, os magistra- dos de cada geração, os príncipes de cada geração, os conselheiros de cada geração, os nobres de cada geração, os homens de força de cada geração, os anciãos de cada geração, e os guias de cada geração. 5 E vi Adão, e sua geração, suas ações e seus pensamentos, Noé e sua geração, suas ações e seus pensamen- tos, e a geração do dilúvio, suas ações e seus pensamentos, 6 E vi Sem e sua geração, seus fei- tos e seus pensamentos, Ninrode e a geração da confusão de línguas, e sua geração, suas ações e seus b Álefe á Tau: Primeira e a ultima letra do alfabeto hebraico, ou seja, significa que os ímpios transgrediram de A á Z. 46 1 Dan. 9:11; 47
  • 141. 3º ENOQUE, 47 141 pensamentos, Abraão e sua geração, suas ações e seus pensamentos, Isa- que e sua geração, suas ações e seus pensamentos, Ismael e sua geração, os seus feitos e seus pensamentos, Jacó e sua geração, suas ações e seus pensamentos, José e sua geração, seus feitos e seus pensamentos, as tribos e sua geração, seus feitos e seus pensamentos, Anrão e sua gera- ção, suas ações e seus pensamentos, Moisés e sua geração, suas ações e seus pensamentos, 7 Arão e Miriã suas obras e seus feitos, os príncipes e os anciãos, suas obras e obras, Josué e sua geração, suas obras e ações, os juízes e sua geração, suas obras e ações, Eli e sua geração, seus obras e ações, Finéias, suas obras e seus feitos, Elcana e sua geração, suas obras e seus feitos, Samuel e sua geração, suas obras e seus feitos, 8 Vi os reis de Judá com suas ge- rações, suas obras e seus feitos, os reis de Israel e suas gerações, suas obras e seus feitos, os príncipes de Israel, suas obras e suas ações; os príncipes das nações do mundo, suas obras e seus feitos, os chefes dos conselhos de Israel, suas obras e seus feitos; os chefes dos conselhos das nações do mundo, suas gerações, suas obras e seus feitos; os governantes de Israel e sua geração, suas obras e seus feitos; os nobres de Israel e sua gera- ção, suas obras e seus feitos; os no- bres das nações do mundo e suas gerações, suas obras e seus feitos; os homens de reputação em Israel, sua geração, suas obras e seus feitos; 9 Vi os juízes de Israel, sua geração, suas obras e seus feitos; os juízes das nações do mundo e sua geração, suas obras e seus feitos; os professores dos filhos em Israel, suas gerações, suas obras e seus feitos; os professores de crianças nas nações do mundo, suas gerações, suas obras e seus feitos; os conselheiros (intérpre- tes) de Israel, sua geração, suas obras e seus feitos; os conselheiros (intér- pretes) das nações do mundo, sua geração, suas obras e seus feitos; todos os profetas de Israel, sua gera- ção, suas obras e seus feitos; todos os profetas das nações do mundo, sua geração, suas obras e seus feitos; 10 Vi todas as lutas e guerras que as nações do mundo fizeram contra o povo de Israel no tempo de seu reino. 11 E vi o Messias, filho de José e sua geração e suas obras e suas ações que farão contra as nações do mundo. 12 E vi o Messias, filho de Davi, e a sua geração, e todas as lutas e guer- ras, e as suas obras e as suas ações, que farão com Israel, tanto para o bem como para o mal. 13 E eu vi todas as lutas e guerras que Gogue e Magogue lutarão nos dias do Messias, e tudo o que o Cria- dor, fará com eles no tempo de Sua vinda. 14 E todo o resto de todos os líde- res das gerações e todas as obras das gerações tanto em Israel como nas nações do mundo, tanto o que é feito e quanto será feito a seguir para todas as gerações até o fim dos tempos, todos foram gravados na Cortina da Divina Majestade. 15 E vi todas essas coisas com meus olhos; e depois de ter visto isso,
  • 142. 142 3º ENOQUE, 48, 49 abri minha boca em elogio a Divina Majestade dizendo como está escrito: 1 "Porque a palavra do rei tem poder, e quem lhe dirá: Que fazes? Pois quem guarda os mandamentos não conhecerá nada do maligno". E eu disse: 2 "Ó Senhor, quantas são as tuas obras!". O lugar das estrelas ENTÃO o anjo mostrou o espaço das estrelas que estão noite a noite na extensão do Céu com temor ao Todo-Poderoso e me mos- trou onde elas vão e onde elas estão. 2 Caminhei ao lado dele, e ele me pegou pela mão e me apontou com os dedos. 3 E elas estavam de pé em faíscas de chamas em torno da Carruagem de Luz do Todo-Poderoso. 4 O que fez Metatron? Naquele momento, bateu as mãos e afugentou- as de seu lugar. 5 Por fim, eles voaram em asas flamejantes, levantaram-se e fugiram dos quatro lados do Trono da Carrua- gem de Luz, e enquanto eles voavam me contou os nomes de cada uma. Como está escrito: 1 "Ele diz o núme- ro das estrelas, e as chamas pelos seus nomes", ensinando, que o Cria- dor, deu um nome a cada uma delas. 6 E todos elas entram em ordem contada sob a orientação de Rahatiel para extensão dos Céus para servir o universo. 7 E elas saem em ordem para lou- var o Criador, com canções e hinos, conforme está escrito: 2 "Os céus declaram a glória de Deus". 8 Mas, no tempo vindouro, o Cri- ador, as criará de novo, como está escrito: 3 "São novas todas as ma- nhãs". E elas abrem a boca e profe- rem uma música. Qual é a música que elas proferem? 4 "Quando eu vejo os teus céus". Os espíritos dos anjos punidos ENTÃO vi as almas dos an- jos e os espíritos dos servos ministradores cujos corpos foram queimados no fogo do Todo- Poderoso que sai do seu dedo min- guinho. 2 E eles foram feitos em brasas ardentes no meio do rio ardente. 3 Mas seus espíritos e suas almas estão de pé atrás da habitação de Deus. 4 Sempre que os anjos ministrado- res proferem uma música num tempo errado ou não designados para serem cantados, são queimados e consumi- dos pelo fogo do seu Criador e por uma chama do Criador, nos lugares do turbilhão, o qual sopra sobre eles e os leva ao rio ardente; e ali estão transformados em numerosas monta- nhas de carvão ardente. 5 Mas seu espírito e sua alma re- tornam ao seu Criador, e todos estão de pé atrás de seu Mestre. 6 E fui ao lado de Metatron e ele me pegou pela mão; e ele me mostrou todas as almas dos anjos e os espíri- tos dos servos ministradores que fi- cavam atrás da habitação de Deus sobre as asas do redemoinho e os 47 1 Ecl. 8:4,5; 2 Sal.104:24. 48 1 Sal. 147:4; 2 Sal. 19:1; 3 Lam. 3:23; 4 Sal. 8:3. 48 49
  • 143. 3º ENOQUE, 50 143 muros de fogo que os rodeavam. 7 Naquele momento, Metatron abriu-me as portas das paredes dentro das quais estavam de pé atrás da ha- bitação de Deus, e levantei meus olhos e vi-os, e eis que a semelhança de cada um era como anjos e suas asas como asas de pássaros, feitas de chamas, suas obras queima como fogo. 8 Naquele momento, abri minha boca em elogio ao Todo-Poderoso e disse: 1 "Quão ótimas são as tuas obras, ó Senhor". Metatron mostra a Mão Direita do Altíssimo ENTÃO Metatron me disse: Venha, eu vou mostrar-lhe a Mão Direita do Todo-Poderoso, posta para trás Dele por causa da destruição do Templo Sagrado; a partir do qual todos os tipos de esplendor e luz bri- lham e pelo qual os novecentos e cinquenta e cinco céus foram criados; e que nem sequer os Serafins e os Ofanins podem contemplar até o dia da salvação chegar. 2 E eu fui ao seu lado e ele (Meta- tron) me levou pela mão e me mos- trou a Mão Direita do Todo- Poderoso, com todo o louvor, alegria e canto: e nenhuma boca pode louvar e nenhum olho pode vê-lo, por causa da sua grandeza, dignidade, majesta- de, glória e beleza. 3 E não só isso, mas todas as al- mas dos justos que são consideradas dignas de contemplar a alegria de Jerusalém, estão de pé, louvando e orando diante dele três vezes todos os dias, dizendo: 1 "Acorde, acorde, coloque força, ó braço do Senhor", conforme está escrito: 2 "Ele fez o seu braço glorioso ir à direita de Moisés". 4 Nesse momento, a Mão Direita do Todo-Poderoso estava chorando. 5 E saíram de seus cinco dedos cinco rios de lágrimas e caíram no grande mar e abalaram o mundo in- teiro, conforme está escrito: 3 "A Ter- ra será completamente quebrada, a Terra de toda se romperá, a terra de toda será movida, a terra vacilará como um homem bêbado e deve ser movida de um lado para o outro co- mo uma cabana ", cinco vezes cor- respondente aos dedos da sua grande mão direita. 6 Mas quando o Criador, vê que não há homem justo na geração, nem homem piedoso na terra, nem justiça nas mãos dos homens, e que não existe nenhum homem semelhante a Moisés e nenhum intercessor como Samuel que poderia orar diante do Todo-Poderoso para a salvação e para a libertação e para o Reino, para que seja revelado no mundo inteiro e para a Sua grande mão direita que Ele colocou diante de si mesmo nova- mente para trabalhar uma grande salvação para Israel. 7 Então, o Criador, lembrar-se-á de Sua própria justiça, favor, miseri- córdia e graça; e Ele livrará o seu grande braço por si mesmo, e a Sua justiça o apoiará. Conforme está es- crito: 4 "E ele viu que não havia ho- mem", isto é, como Moisés que orou 49 1 Sal. 92:5. 50 1 Is.51:9; 2 Is. 63:12; 3 Is. 24:19,20; 4 Is. 59:16; 50
  • 144. 144 3º ENOQUE, 51 incontáveis vezes por Israel no deser- to e evitou os decretos Divinos con- tra eles, e ele se perguntou, se não havia intercessor” como Samuel, que encontrou o Criador, e chamou-o e ele respondeu-lhe e cumpriu seu de- sejo, mesmo que não fosse adequado (de acordo com o plano divino), con- forme está escrito: 5 “Não é hoje a colheita de trigo”? Disse o Senhor. 8 E não só isso, mas Ele se uniu em comunhão com Moisés em todos os lugares, como está escrito: 6 “Moi- sés e Arão entre os seus sacerdotes”. E novamente está escrito: 7 “Embora Moisés e Samuel tenham estado dian- te de mim”. 8 “Meu próprio braço me trouxe a salvação”. 9 Disse o Criador naquela hora: “Por quanto tempo eu espero que os filhos dos homens trabalhem a salva- ção segundo a sua justiça por meu braço? 10 Por minha causa e por causa do meu mérito e justiça Eu entrego meu braço o qual encanta os meus filhos de entre as nações do mundo. Como está escrito: 9 “Por amor de Mim, Eu o farei. Porque como seria profanado o meu nome”? 11 Naquele momento, o Criador, revelará sua Grande Arma e mostrará às nações do mundo: e seu compri- mento é como o comprimento do mundo e sua largura é como a largura do mundo. 12 E a aparência de seu esplendor é como o esplendor do sol em seu poder, no solstício de verão. 13 Porque Israel será salvo dentre as nações do mundo. E o Messias aparecerá para eles e os levará a Jeru- salém com grande alegria. 14 E não só isso, mas Israel virá dos quatro cantos do mundo e comerá com o Messias. 15 Mas as nações do mundo não comerão com Ele, como está escrito: 10 “O Senhor fez o seu braço santo aos olhos de todas as nações, e todos os confins da terra verão a salvação de nosso Deus”. E novamente: 11 “O Senhor foi o seu guia, e não havia um deus estranho com ele”. 12 “E o Se- nhor será rei sobre toda a terra”. Os Nomes Divinos que saem do Trono da Glória ESTES são alguns dos nomes escritos no coração do Cria- dor: Rei da Justiça, Rocha Eterna, Senhor dos Exércitos, Deus Todo- Poderoso, Redentor, Libertador, For- taleza, Refúgio, Amigo, Intercessor, Aquele que restaura, Pai Eterno, Amoroso, Mediador, Pão da vida, Abrigo, Luz Eterna, Torre Forte, Lugar de Repouso, Espírito da Ver- dade, Refrigério, Vida eterna, 2 O Senhor que tudo provê, Rei da paz, Água viva, Escudo, Esposo, Ajudador, Maravilhoso conselheiro, Esperança, Deus de perseverança e Ânimo, Santo, Santo, Santo, Onipo- tente, Onipresente, Onisciente, Deus Altíssimo, Rei do Universo, Rei da Glória, Remidor, Misericordioso, louvado seja o Nome de seu reino glorioso para sempre e sempre. 3 Ele é o início da Sabedoria para 5 I Sam. 12:17; 6 Sal. 99:6; 7 Jer. 15:1; 8 Is. 63:5; 9 Is. 48:11; 10 Is. 52:10; 11 Deut. 32:12; 12 Zac. 14:9. 51
  • 145. 3º ENOQUE, 52 145 os filhos dos homens, o Criador é Aquele que dá forças ao cansado e acrescenta á aqueles que não têm forças, e aos anjos que vão adiante adornados com numerosas coroas de fogo, com numerosas coroas de âm- bar, com numerosas coroas de relâm- pago diante do Trono da Glória. 4 E com elas (coroas) há milhares de centenas de poder, ou seja, anjos poderosos que os escoltam como um rei com tremor e temor, com admira- ção, com honra e majestade, com grandeza e dignidade, com glória e força, com compreensão e conheci- mento, com uma coluna de fogo e um pilar de fogo e relâmpago, e a luz deles é como a semelhança do âmbar. 5 E eles lhes deram glória e eles respondem e clamam diante Dele: Santo, Santo, Santo. 6 E eles desenrolaram um rolo através de todos os céus como prínci- pes poderosos e honrados. 7 E quando eles o devolveram ao lugar do Trono da Glória, todos as Criaturas Vivas da carruagem de Luz abriram a boca em louvor em Seu Nome glorioso, dizendo: “Bendito seja o nome do Rei da Glória para todo o sempre”. A origem de Metraton ENTÃO disse o Senhor: Eu o fiz forte, tomei ele, eu o no- meei: (a saber) Metatron, meu servo que é o único entre todos os filhos do céu. 2 Fiz-o forte na geração do pri- meiro homem Adão. 3 Mas quando vi os homens da geração do dilúvio, que eles eram corruptos, então fui e tirei minha Glória de entre eles. 4 E o levantei alto com o som de uma trombeta e com um grito, como está escrito: 1 “Deus subiu com júbilo, o Senhor subiu ao som de uma trom- beta”. 5 “E Eu o peguei”: isto é Enoque, filho de Jarede, dentre eles. 6 E eu o levantei ao som de uma trombeta e com júbilo para os céus, para ser meu testemunho junto com as Criaturas Vivas e com as Carrua- gens de Luz que no mundo virá. 7 Eu o nomeei sobre todos os te- souros e as câmaras que tenho em todos os céus. E entreguei em sua mão as chaves de cada um. 8 Eu o fiz o príncipe sobre todos os príncipes e um ministro do Trono da Glória dos Salões dos Céus: para abrir suas portas para Mim e do Tro- no da Glória, para exaltar e honra-lo. 9 Então nomeei as Criaturas Vivas para espreitar as coroas sobre suas cabeças; e o majestoso Ofanim, para coroá-los com força e glória; e o hon- rado Querubim, para vesti-los em majestade; sobre as faíscas brilhantes, para fazê-los brilhar com esplendor e brilho; sobre os Serafins, para cobri- los com alteza; querubins de luz, para torna-los radiante como a Luz e pre- parar o assento para mim todas as manhãs enquanto Eu me sento no Trono da Glória. 10 E para que exalte a magnitude da Minha Glória no auge do meu poder; e Eu confiei a ele os segredos 52 1 Sal. 47:5; 52
  • 146. 146 3º ENOQUE, 53 de cima e os segredos de abaixo, segredos celestiais e segredos terre- nos. 11 Eu o fiz muito alto mais do que todos. O auge de sua estatura, no meio de todos que são de alta estatura é de setenta mil parasangs (420.000 km). 12 Eu fiz o seu trono excelente pe- la majestade do Meu trono. E acres- centei a sua glória pela honra da Mi- nha glória. 13 Eu transformei sua carne em tochas de fogo, e todos os ossos de seu corpo em brasas ardentes; 14 E eu fiz a aparência de seus olhos como o relâmpago e a luz de suas sobrancelhas como a luz impe- recível. 15 Ficaste brilhante como o es- plendor do sol e seus olhos como o esplendor do Trono da Glória. 16 Eu fiz honra e majestade sua roupa, beleza e alteza, sua capa de cobertura e uma coroa real de qui- nhentas parasangs vezes quinhentas parasangs (3000 X 3000) o seu o seu ornamento. 17 E coloquei sobre ele Minha honra, Minha majestade e o esplen- dor da Minha Glória que está no Meu Trono de Glória. 18 Eu o chamei de Deus Menor, o Príncipe da Presença, o Conhecedor dos Segredos: e cada segredo Eu lhe revelei como Pai e todos os mistérios lhe foram declarados com justiça. 19 Coloquei seu trono na porta do meu Salão para que ele possa sentar e julgar a casa celestial no alto. 20 E coloquei todos os príncipes diante dele, para receber autoridade dele, e realizar a sua vontade. 21 Setenta nomes eu escolhi dos Meus nomes e os chamei para que eles possam engrandecer sua glória. 22 Entreguei setenta príncipes em sua mão, para ordenar-lhes os meus preceitos e as minhas palavras em todas as línguas; para abater toda palavra orgulhosa para o chão, e para exaltar com a expressão de seus lá- bios o humilde até o alto; 23 Para ferir os reis pelo seu dis- curso, para afastar os reis de seus caminhos, para criar os governantes sobre o seu domínio como está es- crito: 2 “E ele muda os tempos e as horas, ele remove os reis; e estabele- ce os reis; ele dá sabedoria aos sábios e ciência aos entendidos”, e para lhes revelar os segredos das minhas pala- vras e para ensinar o decreto do meu julgamento justo, como está escrito: 3 “Assim será Minha palavra; seja aquilo que saia da Minha boca; não se tornará vazio, mas deve cumprir o que Eu quiser”, o que significa que qualquer palavra e qualquer que seja a expressão diante do Criador, Meta- tron fica e o realiza. E ele estabelece os decretos do Senhor. Os nomes de Metatron ENTÃO Deus tirou setenta nomes de seu próprio nome e colocou-os em Metatron. 2 E estes são eles: Jeoel, Jaziel, Joel, Jofiel, Amisiel, Anafiel, Atmon, Atropatos, Margeziel, Gipujiel, Paa- ziel, Adadiel, Periel, Tatriel, Tabiqui- el; 2 Dan. 2:21; 3 Is.55:11; 53
  • 147. 3º ENOQUE, 53 147 Tasasiel, Dudeviel, Uziel, Ebediel, Radueriel, Atatiel, Safitiel, Palpetiel, Senegron, Metatron, Sitriel, Adri- gon,Adhar, Safitiel, Saquitiel; 4 Margicon, Margasiel, Rasesiel, Cansiel, Casdiel, Dinamis, Persiel, Bascabas, Alaliel, Batsran, Pihon, Galdel, Evediel, Bizibuel, Geviriel; 5 Malmeliel, Titmon, Piscon, Sas- afiel, Zaquiel, Zerafiel, Bibiel, Tagri- el, Panaion, Galiel, Ladiel, Tafitetiel, Tantemiel, Seasiel, Litiel, 6 Parsiel, Calquemiel, Hasmiel, Tabquiel, Ozael, Jesael, Veruel, Te- trasiel, Jeová menor, após o nome de seu Senhor 1 “pois meu nome está nele “, Sasniel, o Príncipe da Sabedo- ria. Os tesouros da sabedoria abertos a Moisés no monte Sinai 7 E por que ele é chamado pelo nome de Sasniel? Porque todos os tesouros da sabedoria foram confia- dos em sua mão. 8 Os quais todos foram abertos a Moisés no Sinai, de modo que ele aprendeu durante os quarenta dias, enquanto ele estava sobre o monte: as Escrituras nos setenta aspectos das setenta línguas, os Profetas nos seten- ta aspectos de as setenta línguas, 9 Os escritos nos setenta aspectos das setenta línguas, as Leis nos seten- ta aspectos das setenta línguas, as tradições nos setenta aspectos das setenta línguas, as festas tradicionais nos setenta aspectos das setenta lín- guas e as ordens nos setenta aspectos das setenta línguas. 10 Mas assim que terminaram os quarenta dias, ele esqueceu todos eles em um momento. 11 Então o Criador, chamou Jofiel, o Príncipe da Lei, e através dele foram entregues a Moisés como um presente. Como está escrito: 2 “E o Senhor me entregou”. E depois ficou com ele. 12 E isto permaneceu em sua memória? Sim porque está escrito: 3 “Lembra-te da lei de Moisés, meu servo, que lhe ordenei em Horebe para todo o Israel, saibam os meus estatutos e juízos”. 13 A Lei de Moisés: essa é o Pen- tateuco, os Profetas e os Escritos, “estatutos”: isto é, as Leis e Tradi- ções, juízos; são as festas tradicionais e as ordens. E todos foram dados a Moisés no alto do Sinai. 14 Estes setenta nomes são um re- flexo dos nomes explícitos na Carru- agem de Luz que estão gravados no Trono da Glória. 15 Para o Criador que tirou de Seu Nome explícito e colocou o nome em Metatron: Setenta Nomes de Si, pelos quais os anjos ministradores chamam o Rei dos reis, o Criador, nos altos céus e vinte e duas cartas que estão no anel em seu dedo com as quais são selados os destinos dos príncipes dos reinos em grandeza e poder e com os quais estão selados os lotes do Anjo da Morte e os destinos de cada nação e língua. 16 Disse Metatron o anjo, o prín- cipe da presença; o príncipe da sabe- doria; o príncipe do entendimento; o príncipe dos reis; o príncipe dos go- vernantes; o príncipe da glória; o 53 1 Ex. 23:21; 2 Deut. 10:4; 3 Mal. 4:4;
  • 148. 148 3º ENOQUE, 54 príncipe do alto céu, aos príncipes, aos exaltados, aos grandes e honra- dos, no céu e na terra: Os anjos protestam contra Metatron por revelar os segredos de Moisés e são respondidos e repreendidos por Deus 17 Ora, o Deus de Israel, é a mi- nha testemunha nessa parte, quando revelei esse segredo a Moisés, então todas as hostes de todos os céus le- vantaram contra mim e me disseram: 18 Por que tu revelas esse segredo ao filho do homem, nascido de mu- lher, contaminado e impuro, um ho- mem de uma gota de podridão, o segredo pelo qual foram criados os céus e a terra, o mar e a terra seca, as montanhas e as colinas os rios e nas- centes, montanhas de fogo e granizo, o Jardim do Éden e a Árvore da Vida; 19 E pelo qual se formaram Adão e Eva, e o gado, e os animais selva- gens, e as aves do ar, e os peixes do mar, Beemote e Leviatã, e os répteis, os vermes, os dragões do mar, e as coisas rastejantes dos desertos; e as Escrituras, a Sabedoria, o Conheci- mento e o Pensamento e a essências das coisas acima e o abaixo do céu. 20 Por que revelas isso à carne e ao sangue? 21 Então respondi-lhes: Porque o Criador me deu autoridade e, além disso, obtive permissão do alto trono e exaltado, do qual todos os nomes explícitos passam como relâmpagos de fogo e rodas flamejantes. 22 Mas eles não se apaziguaram, até que o Criador repreendeu-os e expulsou-os com repreensão de dian- te Dele, dizendo-lhes: “Eu me deleito e coloco meu amor e confio e com- prometo com Metatron, meu servo, sem igual, pois ele é o único entre todos os filhos do céu”. O poder dos mistérios transmitidos para curar doenças 23 E Metatron tirou da casa dos tesouros e os entregou a Moisés, e Moisés a Josué, e Josué aos anciãos, e os anciãos aos profetas e profetas aos homens da Sinagoga e aos ho- mens da Sinagoga a Esdras o escriba e Esdras aos homens de fé e os ho- mens de fé os comprometeram para advertir e curar por elas todas as do- enças que se apresentam no mundo, como está escrito: 4 “Se você ouvir diligentemente a voz do Senhor, seu Deus, e fará o que está em seus olhos e ouvirá os seus mandamentos, e guardará todos os seus estatutos, não colocarei sobre você nenhuma enfer- midade das quais eu coloquei sobre os egípcios; porque eu sou o Senhor, que te cura “. A aliança de Deus para com Moisés ENTÃO disse Metatron, o príncipe da presença e o prín- cipe sobre todos os príncipes, o qual está de pé sobre todo o céu. 2 E ele entra sob o Trono da Gló- ria. E ele tem um grande tabernáculo de luz no alto. 3 E ele traz o fogo da surdez e co- loca-o nos ouvidos das Criaturas Vivas, para que eles não ouça a voz da Palavra que sai da boca da Divina 4 Ex. 15:26. 54
  • 149. 3º ENOQUE, 54 149 Majestade. 4 E, quando Moisés subiu no alto, ele jejuou, até que as habitações das Carruagens de Luz lhe foram abertas; e ele viu o coração no coração do Leão e viu as inúmeros exércitos dos capitães ao redor dele. 5 E eles desejavam queimá-lo. Mas Moisés orou por misericórdia, primeiro por Israel e depois disso por si mesmo; e aquele que se sentou na Carruagem de Luz abriu as janelas que estão acima das cabeças dos que- rubins. 6 E uma série de um mil e oito- centos defensores e o príncipe da presença, Metatron, com eles foram para encontrar Moisés. 7 E eles tomaram as orações de Is- rael e colocaram-nas como uma coroa na cabeça do Criador. 8 E disseram: 1 "Ouçam, Israel, o Senhor nosso Deus é um só Senhor" e seu rosto resplandeceu e se alegrou com Glória e disseram a Metatron: "Quem são estes? E a quem eles dão toda essa honra e glória?" 9 E eles responderam: "Ao Glori- oso Senhor de Israel". 10 E falaram: "Ouvi, ó Israel: o Senhor, nosso Deus, é um só Senhor. A quem receberá abundância de hon- ra e majestade, mas a Ti Senhor, a Divina Majestade, o Rei, que vive e eternamente". 11 Naquele momento, falou Akatriel a e disse a Metatron, o prín- cipe da presença: "Que nenhuma oração que ele ore diante de mim volte (para ele) nula. Ouve sua oração e cumpre seu desejo seja grande ou pequeno". 12 E Metatron, o príncipe da pre- sença, disse a Moisés: "Filho de An- rão! Não temas, por enquanto, Deus se deleita em ti". 13 E te pede o teu desejo da Gló- ria e Majestade. 14 Porque o teu rosto brilha de um lado do mundo para o outro. 15 Mas Moisés lhe respondeu: "Eu temo para que eu não trague a culpa sobre mim mesmo". 16 Metatron disse-lhe: "Receba as cartas do juramento, por que não há como quebrar o pacto" (o que impede qualquer violação da aliança). a Akatriel: Um dos grandes príncipes de juízo da coroa. Ele é equiparado ao "anjo do Senhor", um termo usado com frequência no Antigo Testamento para o próprio Deus. 54 1 Deut. 4:4