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J u l i o J a c o b o Wa i s e l f i s z




M apa       da     Violência
           2012
  o s n oVos p adrões
da V iolência H oMicida
       no b rasil
J u l i o J a c o b o Wa i s e l f i s z




M apa        da      Violência
            2012
  o s n oVos p adrões
da V iolência H oMicida
       no b rasil




               1ª edição




              são paulo
                2011
realização
Instituto sangari

produção Editorial
Autor: Julio Jacobo Waiselfisz
CoordenAção: adriana Fernandes
AuxiliAr de PesquisA: guilherme studart
revisão: Julieta Waiselfisz
CAPA : William Yamamoto
editorAção: William Yamamoto, Juliana pisaneschi
AuxiliAr de editorAção: Diogo silva e andril ghiraldello
Projeto GráfiCo: Fernanda do Val
site: Juliana pisaneschi, andril ghiraldello e Diogo silva
AssessoriA de ComuniCAção: Luciano Milhomem
APoio: Cíntia silva


InstItuto sangarI
rua Estela Borges Morato, 336
Vila siqueira
CEp 02722-000 • são paulo-sp
tel.: 55 (11) 3474-7500
Fax: 55 (11) 3474-7699
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www.mapadaviolencia.org.br
s uMário




Um Desafio para Todos ....................................................................................................................................5
Introdução .............................................................................................................................................................7
1. Notas Conceituais e Técnicas ................................................................................................................. 11
   1.1. notas Conceituais ................................................................................................................................. 11
   1.2. notas técnicas ........................................................................................................................................ 14
2. Os Homicídios no Brasil ........................................................................................................................... 18
   2.1. Evolução geral dos Homicídios ........................................................................................................ 18
      2.1.1. Evolução dos Homicídios nas unidades Federadas ......................................................... 22
      2.1.2. Evolução dos Homicídios nas Capitais .................................................................................. 25
      2.1.3. Evolução dos Homicídios nas regiões Metropolitanas .................................................. 30
   2.2. Evolução nos Municípios. ................................................................................................................... 35
   2.3. os novos padrões da Violência Homicida. ................................................................................. 41
      2.3.1. Disseminação da Violência. ....................................................................................................... 42
      2.3.2. Interiorização da Violência. ....................................................................................................... 50
      2.3.3. Deslocamento dos polos Dinâmicos. .................................................................................... 56
      2.3.4. Fatores Determinantes................................................................................................................ 57
   2.4. Questões de gênero e raça ............................................................................................................... 60
      2.4.1. Homicídios por raça/Cor ........................................................................................................... 60
      2.4.2. Homicídios e gênero ................................................................................................................... 66
   2.5. Vitimização Juvenil ............................................................................................................................... 70
3. Consolidação dos Dados da Violência Homicida por Unidade Federada ....................... 81
   acre .................................................................................................................................................................... 83
   alagoas.............................................................................................................................................................. 87
   amapá .............................................................................................................................................................. 93
   amazonas ........................................................................................................................................................ 97
   Bahia ...............................................................................................................................................................103
   Ceará ...............................................................................................................................................................109
   Distrito Federal ............................................................................................................................................115
   Espírito santo ...............................................................................................................................................117
   goiás ...............................................................................................................................................................123
Maranhão ......................................................................................................................................................129
    Mato grosso .................................................................................................................................................135
    Mato grosso do sul ....................................................................................................................................141
    Minas gerais .................................................................................................................................................147
    pará ..................................................................................................................................................................153
    paraíba ............................................................................................................................................................159
    paraná .............................................................................................................................................................165
    pernambuco .................................................................................................................................................171
    piauí .................................................................................................................................................................177
    rio de Janeiro ..............................................................................................................................................183
    rio grande do norte .................................................................................................................................189
    rio grande do sul .......................................................................................................................................195
    rondônia .......................................................................................................................................................201
    roraima ..........................................................................................................................................................207
    santa Catarina .............................................................................................................................................213
    são paulo .......................................................................................................................................................219
    sergipe ...........................................................................................................................................................225
    tocantins ........................................................................................................................................................231
4. Considerações Finais .............................................................................................................................237
Bibliografia ......................................................................................................................................................241


	




4
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no brasil




u M d esafio          para     Todos




a segurança pública está entre as maiores preocupações da sociedade brasileira nos dias atuais.
Disputa com a saúde e a educação a prioridade na atenção de autoridades e imprensa. Não há
plataforma de governo que não contemple ações no âmbito da segurança, seja na prevenção, seja
no enfrentamento da violência. O noticiário, por sua vez, acompanha diariamente tudo o que diz
respeito a essa questão. Trata-se de um desafio de todos.
    O investimento da Sangari em pesquisas sobre a violência vem ao encontro dessa mobilização
social. E o ponto de partida dessa mobilização é a percepção da real dimensão do problema. É pre-
ciso reunir dados, confrontá-los, analisá-los, interpretá-los e apresentá-los à sociedade para que,
de posse deles, ela possa agir com mais confiança. Somente com o triste fenômeno da violência
devidamente dimensionado, pode-se realmente enfrentá-lo. Esse enfrentamento deverá, então,
transcender a indignação e converter-se em ação, a qual, por sua vez, poderá gerar políticas públi-
cas, como, aliás, já vem ocorrendo.
    A repercussão das edições anteriores do Mapa da Violência é o maior estímulo que a Sangari
poderia ter para dar continuidade a esse trabalho. Do Poder Público, que recebe o estudo com in-
teresse e preocupação, e a partir dele realiza debates, audiências, propostas; à sociedade civil orga-
nizada, que lança mão das informações para subsidiar seus movimentos; passando pela imprensa,
que lhe dá ampla cobertura e divulgação, além de utilizá-lo como mote para editoriais, debates e
grandes reportagens; praticamente todas as esferas sociais acolhem o Mapa e redimensionam sua
relevância.
    A Sangari espera que o Mapa da Violência 2012 obtenha a mesma recepção favorável dos an-
teriores. Até porque seu autor, o sociólogo Júlio Jacobo Waiselfisz, diretor de Pesquisa do Insti-
tuto Sangari, oferece ao leitor, desta vez, um balanço das três últimas décadas. O atual Mapa traz
dados desde 1980, os quais permitem uma visão panorâmica e simultaneamente perspectiva do
fenômeno da violência homicida no país. Resulta de considerável esforço para poder oferecer
dados das 27 Unidades Federativas, 33 Regiões Metropolitanas, 27 capitais e 5564 municípios do
país. As conclusões são impressionantes e confirmam as tendências das pesquisas mais recentes:
por um lado, as taxas de homicídio parecem ter-se estagnado no Brasil, mas, por outro, a análise
delas permite notar a migração do crime para regiões que antes se orgulhavam da segurança de


                                                                                                    5
que desfrutavam.
   Para uma melhor visão e compreensão do problema da violência urbana, especificamente a que
resulta em mortes por homicídio, o Mapa da Violência 2012, a exemplo dos anteriores, também
investiga o fenômeno do ponto de vista de diferentes segmentos etários e sociais, como junto às
populações de jovens, mulheres e negros. Recortes como esses favorecem uma visão mais pro-
funda e, por isso mesmo, mais crítica da violência homicida. Também levam à uma espécie de
humanização dos números, ao dar rosto tanto para as vítimas quanto para os perpetradores de
atos de violência.
   Em um momento favorável a retrospectivas e expectativas, o Mapa da Violência 2012 poderá
contribuir para que se pensem e se repensem caminhos. A abrangência de três décadas facilita a
abordagem de um problema que permanece na ordem do dia e exige, cada vez mais, ações seguras
tanto do Poder Público quanto de cada cidadão em particular.




               Ben Sangari                            J o r g e We r t h e i n
                   Presidente	do                          Vice-Presidente	do
                Instituto	SANGARI                        Instituto	SANGARI




6
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no brasil




1. i nTrodução




d esde 1998, ano de divulgação do primeiro, já foram elaborados uma dúzia de mapas da violên-
cia, praticamente um por ano. A metade deles, agrupados sob o subtítulo genérico Os jovens do
Brasil, abordou as especificidades e a evolução da mortalidade violenta de nossa juventude, prin-
cipal vítima desse drama brasileiro. Nesses trabalhos, a categoria de mortalidade violenta incluía
não só os homicídios, mas também diversas outras violências letais, como suicídios e mortes em
acidentes de transporte.
    Outros mapas centraram suas baterias em temas mais específicos e delimitados. Dois deles tra-
balhando o panorama da violência nos municípios brasileiros. Outro tentou pesquisar os fatores
determinantes das quedas sistemáticas da violência no estado de São Paulo. Outro ainda traba-
lhou uma perspectiva mais ampla, tomando como arcabouço a violência na América Latina e no
mundo. Também tentamos elaborar, em mais um estudo, uma anatomia dos homicídios no Brasil.
    Esse breve exame temporal nos leva, de forma quase inevitável, a nos perguntar: o que mudou
nesse ínterim, desde a época da elaboração de nossos primeiros mapas, em fins do século passado,
até nossos dias?
    A primeira vista diríamos: pouca coisa mudou. Na virada do século tínhamos quase exata-
mente as mesmas taxas de homicídio que nos dias de hoje: pouco mais de 26 homicídios em
100 mil habitantes. Mas isso já é motivo de um sentimento ambivalente. Por um lado, otimismo:
conseguiu-se estancar a pesada espiral de violência que vinha acontecendo no país. Mas por outro
lado, também pessimismo: nossas taxas ainda são muito elevadas e preocupantes, considerando
a nossa própria realidade e a do mundo que nos rodeia, e não estamos conseguindo fazê-las cair.
    Mas essa estagnação, essa semelhança numérica entre as datas é só aparente. Muita coisa parece
ter mudado apesar das taxas permanecerem praticamente iguais.
    Estados que durante anos foram relativamente tranqüilos, alheios a essa fúria homicida, en-
tram numa acelerada voragem de violência. Outros que tradicionalmente ocupavam posições de
liderança no panorama nacional da violência veem seus índices cair, e até de forma drástica em
alguns casos.
    A violência homicida, que era patrimônio indesejado dos grandes centros urbanos do país,
com seu crescimento maciço, caótico e anómico, desloca-se para áreas de menor densidade e peso
demográfico.


                                                                                                7
Também se torna imprevisível. Até poucos anos atrás, os percursos da violência eram bem pre-
visíveis. Colocávamos em mapas anteriores: um número determinado de mortes violentas acontece
todos os anos, levemente maior ou menor que o número de mortes ocorridas no ano anterior. Sem
muito esforço, a partir desses dados, poderíamos prognosticar, com certa margem de erro, quantos
jovens morrerão em nosso país no próximo ano por causas violentas. E de fato, isso acontecia. Pela
sua exposição na grande mídia esperava-se violência em Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília e pelas
informações estatísticas da época, em Pernambuco, Espírito Santo, Minas Gerais. Mas poucos, ou
ninguém, poderia antecipar poucos anos atrás que Alagoas ou Pará fossem ocupar um lugar de
grande destaque no panorama da violência do nacional.
    Vira uma realidade difusa. Se a velha violência tinha atores claros, com nome, sobrenome e
até endereço, tanto das vítimas quanto dos algozes, nossa violência atual adquire um caráter to-
talmente difuso, nebuloso, tem a virtude da onipresença e da ubiquidade, embora não possa ser
muito bem identificada. Como tão bem esclarecia Alba Zaluar ainda em 1997: 1 ela está em toda
parte, ela não tem nem atores sociais permanentes reconhecíveis nem ‘causas’ facilmente delimitáveis
e inteligíveis.
    E esse fato foi recentemente corroborado pelo IPEA, que divulgou uma pesquisa realizada
em 2010 numa amostra nacional, onde perguntava aos entrevistados sobre o grau de medo em
relação a serem vítimas de assassinato, categorizando as respostas em muito medo, pouco medo e
nenhum medo2. O resultado é altamente preocupante, um sério toque de alerta: 79% da população
têm muito medo de ser assassinada; 18,8% pouco medo e só 10,2% manifestou ter nenhum medo.
Em outras palavras: só um em cada dez cidadãos não tem medo de ser assassinado. Oito em cada
dez têm muito medo. E esse enorme temor é uma constante em todas as regiões do país, e está em
toda parte.
    São precisamente essas mudanças acontecidas nesta última década, e suas possíveis conse-
quências, que nos levaram a elaborar o presente mapa. Nosso propósito é contribuir, de forma
construtiva, para o enfrentamento da violência por parte da sociedade brasileira. Colocado de for-
ma simples, pretendemos fornecer informação sobre as modalidades de evolução da mortalidade
homicida no país, em suas capitais, nas unidades federativas, nos conglomerados metropolitanos,
nos municípios, Mas, estamos tratando com violência letal, isto é, violência em seu grau extremo,
que representa a ponta visível do iceberg da modernidade de nossas relações sociais. Não aludi-
mos, ao menos em forma direta, a outras tantas preocupações concomitantes que não são apenas
do Brasil, e sim de dimensão quase planetária. Assim, não se fala diretamente do alarmante in-


1.    ZALUAR, Alba. A guerra privatizada da juventude. Folha de S. Paulo, 18/5/1997.
2.    Ipea. SIPS. Sistema de Indicadores de Percepção Social. Segurança Pública. Brasília. 30 de março de 2011. O Ipea
     é o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.
     Consultado em 24/11/2011: http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=618
     6&Itemid=33


8
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no brasil



cremento do consumo de drogas e do narcotráfico; não se fala das diversas formas emergentes de
dominação e controle territorial que disputam com o Estado a legitimidade do uso da violência,
seja resultante do tráfico, de milícias, de madeireiras ilegais ou interesses econômicos e políticos
rondando grandes empreendimentos agrícolas no arco do desmatamento. Como assim também
não se fala das áreas de biopirataria, ou dos municípios de fronteira com suas diversas rotas das
atividades ilegais. Tampouco fazemos referência ao enorme peso de uma cultura da violência que
resolve os conflitos pela via do extermínio do próximo, cultura que, pelos dados disponíveis, está
se espalhando no país.
    Em outras palavras, não pretendemos aqui realizar um diagnóstico das causas da violência no
país. Além de não ter essa pretensão, seria impossível para nós abranger a realidade diversificada
de 5.565 municípios, 27 Unidades Federadas, 27 Capitais e 33 Regiões Metropolitanas. De forma
bem mais modesta, pretendemos fornecer informações em condições de subsidiar objetivamente
esse diagnóstico.
    Assim, esperamos que as informações aqui oferecidas possam servir de base para estudos mais
aprofundados sobre o tema, para discussões locais e, fundamentalmente, para diagramar políticas
e estratégias que permitam reverter o quadro observado. Se conseguirmos atingir esse modesto
objetivo, teremos justificado o esforço realizado.




                                                                                                  9
10
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




1. n otas            conceituais e técnicas




1.1. Notas conceituais

    Já colocávamos em estudos anteriores que o contínuo incremento da violência cotidiana confi-
gura-se como aspecto representativo e problemático da atual organização da vida social, especial-
mente nos grandes centros urbanos, manifestando-se nas diversas esferas da vida social. A questão
da violência e sua contrapartida, a segurança cidadã, têm-se convertido em uma das principais
preocupações não só no Brasil, mas também nas Américas e no mundo todo, como o evidenciam
diversas pesquisas de opinião pública.
    Todavia, também assistimos, desde finais do século passado, a uma profunda mudança nas for-
mas de manifestação, de percepção e de abordagem de fenômenos que parecem ser características
marcantes da nossa época: a violência e a insegurança. Como assevera Wieviorka1 “mudanças tão
profundas estão em jogo que é legítimo acentuar as inflexões e as rupturas da violência, mais do
que as continuidades”.
    Efetivamente, assistimos, por um lado, a um incremento constante dos indicadores objetivos
da violência no mundo: taxas de homicídios, conflitos étnicos, religiosos, raciais etc., índices de
criminalidade, incluindo nesta categoria o narcotráfico etc.
    Também presenciamos, nas últimas décadas, um alargamento do entendimento da violência,
uma reconceitualização de suas peculiaridades pelos novos significados que o conceito assume,
“(...) de modo a incluir e a nomear como violência acontecimentos que passavam anteriormente
por práticas costumeiras de regulamentação das relações sociais”2, como a violência intrafamiliar
contra a mulher ou as crianças, a violência simbólica contra grupos, categorias sociais ou etnias, a
violência nas escolas etc.
    Ainda que existam dificuldades para definir o que se nomeia como violência, alguns elementos
consensuais sobre o tema podem ser delimitados: a noção de coerção ou força; o dano que se pro-
duz em indivíduo ou grupo de indivíduos pertencentes à determinada classe ou categoria social,
gênero ou etnia. Concorda-se, neste trabalho, com o conceito de que “há violência quando, em


1.   WIEVIORKA, M. O novo paradigma da violência. Tempo social: revista de Sociologia da USP, v. 9, n. 1, 1997.
2.   PORTO, M. S. G. A violência entre a inclusão e a exclusão social. VII Congresso Sociedade Brasileira de Sociologia.
     Brasília, ago., 1997.


                                                                                                                     11
uma situação de interação, um ou vários atores agem de maneira direta ou indireta, maciça ou es-
parsa, causando danos a uma ou a mais pessoas em graus variáveis, seja em sua integridade física,
seja em sua integridade moral, em suas posses, ou em suas participações simbólicas e culturais” 3.
    Faltaria ainda apontar o porquê da utilização das mortes por violência como indicador geral de
violência na sociedade e, ainda, o sentido atribuído, neste trabalho, ao conceito. Dois grupos de ar-
gumentos justificam essa decisão de utilizar os óbitos violentos como indicador geral de violência.
Em primeiro lugar devemos considerar que a violência, da forma anteriormente definida, cobre
um espectro significativamente mais amplo de comportamentos do que as mortes por violência.
    Nem toda, sequer a maior parte das violências cotidianas, conduzem necessariamente à morte de
algum dos protagonistas. Porém, a morte representa, per se, a violência levada a seu grau extremo.
Da mesma maneira que a virulência de uma epidemia é indicada, frequentemente, pela quantidade
de mortes que ela origina, também a intensidade nos diversos tipos de violência guarda uma estreita
relação com o número de mortes que causa. Em segundo lugar, porque não existem muitas alter-
nativas. O registro de queixas à polícia sobre diversas formas de violência, como ficou evidenciado
em nossa pesquisa no Distrito Federal4, tem uma abrangência extremamente limitada. Nos casos de
violência física, só 6,4% dos jovens denunciaram à polícia; nos casos de assalto/furto, foram somente
4%; nos casos de violência no trânsito, apenas 15%. Já no campo dos óbitos, contamos com um Sis-
tema de Informações sobre Mortalidade (SIM) que centraliza informações sobre os óbitos em todo o
país, e cobre um universo bem abrangente das mortes acontecidas e de suas causas.
    Dada a utilização desse Sistema, entenderemos como morte violenta os óbitos acontecidos por
acidentes de transporte, por homicídios ou agressões fatais e por suicídios. O que permite unificar,
em uma categoria única, circunstâncias aparentemente pouco semelhantes? Diferentemente das
mortes por causas endógenas, que remetem a uma deterioração da saúde causada por algum tipo
de enfermidade ou doença, nos casos aqui tratados, a morte é resultado de uma intervenção hu-
mana, ou seja, resultado de alguma ação dos indivíduos, seja contra si, como no caso dos suicídios,
seja pela intervenção intencional ou não de outras pessoas.
    Se cada uma dessas mortes tem sua história individual, seu conjunto de determinantes e causas
diferentes e específicas para cada caso, irredutíveis em sua diversidade e compreensíveis só a partir
de seu contexto específico, sociologicamente falando temos que perceber, como deverá ser desen-
volvido ao longo do trabalho, sua regularidade e constância. Um número determinado de mortes
violentas acontece todos os anos, levemente maior ou menor que o número de mortes ocorridas
no ano anterior. Sem muito esforço, a partir desses dados, poderíamos prognosticar, com certa
margem de erro, quantos jovens morrerão em nosso país no próximo ano por causas violentas.




3.   MICHAUD, Y. A violência. Ática: São Paulo, 1989.
4.   WAISELFISZ, J.J. Juventude, violência e cidadania: os jovens de Brasília. São Paulo: Cortez/UNESCO, 1998.


12
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil



    E são essas regularidades as que nos possibilitam inferir que, longe de ser resultado de decisões
individuais tomadas por indivíduos isolados, estamos perante fenômenos de natureza social, pro-
duto de conjuntos de determinantes que se originam na convivência dos grupos e nas estruturas
da sociedade. Durkheim5, em fins do século passado, escreveu um tratado sobre o tema do suicí-
dio que pode ser considerado uma das pedras fundamentais da moderna Sociologia.
    Ressaltava o autor que as taxas de suicídio representam um excelente indicador da situação
social, e que seus movimentos se encontram fortemente relacionados a problemas gerais que afe-
tam o conjunto social. Entendia ele que a sociedade não é simplesmente o produto da ação e da
consciência individual. Pelo contrário, as maneiras coletivas de agir e de pensar resultam de uma
realidade exterior aos indivíduos que, em cada momento, a elas se adequam. O tratamento do
crime, da violência e do suicídio como fato social permitir-lhe-ia reabilitar cientificamente esses
fenômenos e demonstrar que a prática de um crime depende não tanto do indivíduo, senão das
diversas formas de coesão e de solidariedade social. Do mesmo modo, ao longo deste trabalho,
pretendemos indicar que as diversas formas de violência abordadas, longe de serem produtos ale-
atórios de atores isolados, configuram “tendências” que encontram sua explicação nas situações
sociais, políticas e econômicas que o país atravessa.
    Os estudos mais recentes sobre a violência têm-se concentrado na área urbana, o que se explica
pelo fato de que as grandes questões da sociedade se localizam, principalmente, nas grandes cidades.
Segundo Dubet6, o espaço urbano aparece como sintoma, símbolo, representação “da civilização e
da barbárie modernas”. Isso explica os níveis de desagregação das informações utilizados no presente
estudo: Unidades Federadas e capitais dessas Unidades. Mas certos fenômenos que começaram a ser
detectados nos últimos mapas da violência, a partir de 2004, que falam de processos de interioriza-
ção e de disseminação da violência, nos levam à necessidade de reconceitualizar o tema. Foi possível
observar que, a partir de finais da década de 90 as grandes metrópoles do país deixaram de ser os
motores impulsores da violência. Esse dinamismo trasladou-se para cidades do interior, capitais fora
do eixo grandes metrópoles, cidades de porte médio para baixo onde a violência achou seu caldo de
cultura favorável, como tentaremos evidenciar ao longo do presente relatório.
    Mas essas evidências nos levaram também à necessidade de trabalhar também com a situação
dos municípios do país, área praticamente desguarnecida. Esse olhar para os municípios não foi só
pelo novo dinamismo, mas também porque diversas evidências nacionais e internacionais quan-
to a experiências exitosas de enfrentamento da violência apontavam para uma gestão municipal
eficiente dos programas e propostas de superação. Dessa forma, a informação em nível municipal
tornou-se uma demanda imperativa para focalizar os novos polos da violência do país e seu pos-
sível enfrentamento.


5.   DURKHEIM, E. O suicídio: estudo sociológico. Lisboa: Presença, 1996.
6.   DUBET, F. Penser le sujet. S/l. Fayard, 1995.


                                                                                                  13
1.2. Notas Técnicas

    A partir do ano 1979, o Ministério da Saúde passou a divulgar as informações do Subsistema de
Informação sobre Mortalidade (SIM), cujas bases foram utilizadas para a elaboração do presente
relatório.
    Pela legislação vigente no Brasil (Lei n 15, de 31/12/73, com as alterações introduzidas pela Lei
nº 6.216, de 30/06/75), nenhum sepultamento pode ser feito sem a certidão de registro de óbito
correspondente. Esse registro deve ser feito à vista de declaração de óbito atestado por médico
ou, na falta de médico na localidade, por duas pessoas qualificadas que tenham presenciado ou
constatado a morte.
    A declaração de óbito, instrumento padronizado nacionalmente, normalmente, fornece dados
relativos à idade, sexo, estado civil, profissão, naturalidade e local de residência da vítima. Deter-
mina a legislação, e igualmente, que o registro do óbito seja sempre feito “no lugar do falecimento”,
isto é, no local da ocorrência do evento. Em função do interesse de isolar áreas ou locais de “pro-
dução” de violência, utilizou-se no presente trabalho esse último dado, o do local de ocorrência,
para a localização espacial dos óbitos. Isto, porém, não deixa de trazer alguns problemas que, no
formato atual da certidão de registro, não tem solução. É o caso das situações em que o lugar onde
aconteceu o “incidente” que levou à morte difere do local onde efetivamente aconteceu o faleci-
mento. Feridos em “incidentes” levados para hospitais localizados em outros municípios, ou até
em outros Estados, aparecem dessa forma, contabilizados no “local do falecimento”.
    Outra informação relevante para o nosso estudo e exigida pela legislação é a causa da morte.
Até 1995, tais causas eram classificadas pelo SIM seguindo os capítulos da nona revisão da Clas-
sificação Internacional de Doenças (CID-9) da Organização Mundial da Saúde. A partir daquela
data, o Ministério da Saúde adotou a décima revisão vigente até os dias de hoje (CID-10).
    Os aspectos de interesse para o presente estudo estão contidos no que o CID-10, em seu Ca-
pítulo XX, classifica como “causas externas de morbidade e mortalidade”. Quando um óbito de-
vido a causas externas (acidentes, envenenamento, queimadura, afogamento etc.) é registrado,
descrevem-se tanto a natureza da lesão como as circunstâncias que a originaram. Assim, para a
codificação dos óbitos foi utilizada a causa básica, entendida como o tipo de fato, violência ou
acidente causante da lesão que levou à morte do indivíduo. Dentre as causas de óbito estabelecidas
pelo CID-10, foi utilizada Homicídios, que corresponde ao somatório das categorias X85 a Y09,
recebendo o título genérico de Agressões. Tem como característica a presença de uma agressão in-
tencional de terceiros, que utiliza qualquer meio para provocar danos, lesões ou a morte da vítima.
    As informações usadas sobre cor/raça das vítimas são as que constam no sistema. O SIM co-
meçou a incorporar essa informação com a adoção, em 1996, do CID-10, utilizando o mesmo
esquema classificatório do IBGE: branco, preta, amarela, parda e indígena. Mas, nos primeiros
anos, até depois da virada do século, o sub-registro da cor/raça das vítimas foi muito elevado. Por

14
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil



tal motivo, somente a partir de 2002 começamos a considerar essa informação, quando já 92% das
vítimas de homicídios, acidentes de transporte e suicídio, tinham a informação de raça/cor. Além
disso, para simplificar as análises, as categorias preto e pardo foram somadas para constituir a ca-
tegoria negro, desconsiderando amarelo e indígena por escassa participação na população (entre
ambas, menos de 0,5%). Só vamos utilizar, pela sua relevância, a categoria indígena ao analisar os
suicídios no país.
    Até o presente mapa, para as análises específicas relativas às regiões metropolitanas do país,
foram estudadas as nove regiões metropolitanas tradicionais – Belém, Fortaleza, Recife, Salvador,
Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre – criadas ao longo da década
de 70. A essas nove, era agregada a Região Metropolitana de Vitória que, apesar de ser bem mais
recente, apresentava um interesse específico para analisar a violência letal no país.
    A partir do presente estudo foi decidido ampliar o leque das regiões metropolitanas, incluindo
as criadas recentemente (a partir da década de 90). Para um melhor entendimento dos dados que
deverão ser expostos a seguir, devem ser realizados alguns esclarecimentos:
    • Foram incluídas como Região Metropolitana as instituídas por Lei Federal, até 1988, e a
       partir dessa data, como determina a nova Constituição, por lei estadual complementar, ou
       ainda por Lei Federal quando se trata de Regiões Metropolitanas interestaduais no caso das
       Regiões Metropolitanas de Desenvolvimento – RIDE.
     •     Assim, os estados alteram, eventualmente, a composição das mesmas, incluindo ou ex-
          cluindo municípios, sejam eles novos ou já existentes. Para dar comparabilidade às séries
          históricas, a fonte utilizada procurou recalcular os indicadores do passado quando houve
          alteração na composição da Região Metropolitana7.
     • Não foram considerados os colares metropolitanos, as aglomerações e as áreas de expansão de
       regiões metropolitanas, por não reunir, por definição, a totalidade das condições para sua
       constituição como RM, embora possam vir a ser no futuro.
     • Não foram incluídas cinco Capitais que não possuem definição legal de RM: Boa Vista,
       Palmas, Porto Velho, Rio Branco, Campo Grande.
     • Segundo essas especificações foram incluídas sob a categoria Região Metropolitana:
          - 20 RM adjacentes às capitais, e que as incorporam.
          - 10 RM além das capitais: uma em Minas Gerais ( Vale do Aço e Colar do Vale do Aço);
            dois em São Paulo ( Baixada Santista e Campinas); dois no Paraná (Londrina e Maringá)
            e cinco em Santa Catarina (Vale do Itajaí, Foz do Rio Itajaí, Norte/Nordeste, Região Car-
            bonífera e Tubarão).


7.    A composição atualizada das Regiões Metropolitanas pode ser obtida nas páginas do IBGE, na área de downloads,
     seção de Organização do Território.


                                                                                                                15
- Três Regiões Integradas de Desenvolvimento – RIDE – que englobam municípios perten-
         centes a mais de uma Unidade Federada: RIDE do Polo Petrolina/Juazeiro (PE-BA); RIDE
         da Grande Teresina (PI-MA) e o RIDE do Distrito Federal e Entorno (DF-MG-GO)8.
    Para as comparações internacionais foram utilizadas as bases de dados de mortalidade da Or-
ganização Mundial da Saúde9 – OMS – em cuja metodologia foi baseado o nosso SIM, pelo que
ambas as séries de dados são totalmente compatíveis, possibilitando comparações internacionais
em larga escala. A partir dessas bases, foi possível completar os dados de mortalidade de 100 pa-
íses. Mas, como os países atualizam suas informações na OMS em datas muito diferentes, resulta
muito limitado utilizar dados de um único ano. Assim, foram usados os últimos dados disponibi-
lizados entre 2004 e 2008.
    Para o cálculo das taxas de mortalidade do Brasil, foram utilizadas as estimativas intercensitá-
rias disponibilizadas pelo DATASUS que, por sua vez, utiliza as seguintes fontes:
    •	 1980,	1991	e	2000: IBGE – Censos Demográficos.
     •	 1996: IBGE – Contagem Populacional.
     •	 1981-1990,	1992-1999,	2001-2006:	IBGE – Estimativas preliminares para os anos intercen-
        sitários dos totais populacionais, estratificadas por idade e sexo pelo MS/SE/Datasus.
     •	 2007-2009: IBGE – Estimativas elaboradas no âmbito do Projeto UNFPA/IBGE (BRA/4/
        P31A) – População e Desenvolvimento. Coordenação de População e Indicadores Sociais.
   Contudo, essas estimativas intercensitárias oficiais não estão desprovidas de erro, que aumenta
progressivamente devido à distância temporal do último censo disponível.
   No nível municipal, principalmente quando se trata de municípios de pequeno porte, podem
existir grandes flutuações de um ano para outro. Alguns poucos incidentes podem elevar drasti-
camente as taxas desse ano, voltando praticamente a zero no ano seguinte. Por tal motivo, foram
adotados os seguintes procedimentos:
   • As taxas foram elaboradas para municípios a partir de um determinado tamanho (em nú-
       mero de habitantes). Esse número foi estabelecido caso a caso, e se encontra especificado
       no texto correspondente.
     • No corpo do estudo foram detalhados só os municípios mais relevantes, mas planilhas com
       a totalidade dos 5565 municípios foram elaborados e disponibilizados no site do mapa:
       www.mapadaviolencia.org.br.
    Ainda sobre o tema, resta esclarecer que apesar de as taxas serem divulgadas com uma casa
decimal, para maior precisão, os cálculos (por exemplo, de crescimento decenal ou entre diversos


8. O fato de agrupar dados de municípios de diversos estados pode originar certa distorção se os dados são reagrupados
   por UF, dado que a totalidade dos valores é imputada a uma delas, como comandando o processo (destacada no texto).
9. WHOSIS, World Mortality Databases.


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Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil



anos etc.) são realizados com 5 casas decimais. Assim, diferenças podem aparecer quando se rea-
lizam os cálculos a partir das taxas divulgadas na publicação, com uma casa decimal: isso se deve
ao efeito do arredondamento.
    Para o cálculo das taxas de mortalidade dos diversos países do mundo, foram utilizadas as
bases de dados de população fornecidas pelo próprio WHOSIS. Contudo, perante a existência de
lacunas, para os dados faltantes foi utilizada a Base Internacional de Dados do US Census Bureu10.
    Uma última ressalva deve ser ainda colocada. Refere-se à peculiar situação do Distrito Federal,
cuja organização administrativa específica determina que os parâmetros da UF coincidam com os
de Brasília como capital. Em muitos casos, quando tratada como UF, apresenta valores relativa-
mente altos devido a sua peculiar forma de organização.
    Não se pode negar que as informações do sistema de registro de óbitos ainda estão sujeitas a
uma série de limitações e críticas, expostas pelo próprio SIM11, e também por outros autores que
trabalharam com o tema (Mello Jorge12; Ramos de Souza et al13).
    A primeira grande limitação, assumida pelo próprio SIM, é o sub-registro. Esse sub-registro se
deve, por um lado, à ocorrência de inúmeros sepultamentos sem o competente registro, determi-
nando uma redução do número de óbitos declarados. Por outro lado, também a incompleta cober-
tura do sistema, fundamentalmente nas regiões Norte e Nordeste, faz com que a fidedignidade das
informações diminua com a distância dos centros urbanos e com o tamanho e disponibilidades
dos municípios. O próprio SIM14 estima que os dados apresentados em 1992 podem representar
algo em torno de 80% dos óbitos acontecidos no país. Mas, pelas evidências existentes, esse sub-
registro afeta bem mais as mortes por causas naturais do que as mortes violentas.
     Não só a quantidade, mas também as qualidades dos dados têm sofrido reparos: mortes sem
assistência médica que impede o apontamento correto das causas e ou lesões; deficiências no preen-
chimento adequado da certidão etc. Apesar dessas limitações, existe ampla coincidência em indicar,
por um lado, a enorme importância desse sistema e, por outro, a necessidade de seu aprimoramento.




10. http://www.census.gov/ipc/www/idb/summaries.html.
11. SIM/DATASUS/MS. O Sistema de Informações sobre Mortalidade. S/l, 1995.
12. MELLO JORGE, M.H.P. Como morrem nossos jovens. In: CNPD. Jovens acontecendo na trilha das políticas públicas.
    Brasília, 1998.
13. RAMOS de SOUZA, et. all. Qualidade da informação sobre violência: um caminho para a construção da cidadania.
    INFORMARE – Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Informação. Rio de Janeiro, v. 2, n. 1, jan./
    jun., 1996.
14. SIM/DATASUS/MS op. cit.


                                                                                                               17
2. o s H oMicídios                    no      B rasil



2.1 Evolução Geral dos Homicídios

   No histórico de 30 anos que atualmente disponibiliza o Sistema de Informações de Mortali-
dade do Ministério da Saúde15, sintetizados na tabela e no gráfico 2.1.1, podemos ver que o Brasil
passou de 13.910 homicídios em 1980 para 49.932 em 2010, um aumento de 259% equivalente a
4,4% de crescimento ao ano.

                      Tabela 2.1.1 Número e taxas de homicídio (em 100 mil). Brasil. 1980/2010*
                                                                      Homicídios
                                       Ano
                                                                  n                TAxAs
                                1980                           13,910              11.7
                                1981                           15,213              12.6
                                1982                           15,550              12.6
                                1983                           17,408              13.8
                                1984                           19,767              15.3
                                1985                           19,747              15.0
                                1986                           20,481              15.3
                                1987                           23,087              16.9
                                1988                           23,357              16.8
                                1989                           28,757              20.3
                                1990                           31,989              22.2
                                1991                           30,566              20.8
                                1992                           28,387              19.1
                                1993                           30,586              20.2
                                1994                           32,603              21.2
                                1995                           37,128              23.8
                                1996                           38,894              24.8
                                1997                           40,507              25.4
                                1998                           41,950              25.9
                                1999                           42,914              26.2
                                2000                           45,360              26.7
                                2001                           47,943              27.8
                                2002                           49,695              28.5
                                2003                           51,043              28.9
                                2004                           48,374              27.0
                                2005                           47,578              25.8
                                2006                           49,145              26.3
                                2007                           47,707              25.2
                                2008                           50,113              26.4
                                2009                           51,434              27.0
                                2010*                          49,932              26.2
                                ToTAl                        1,091,125               
                              Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares


15. A divulgação iniciou em 1979, mas para trabalhar com as 3 décadas exatas, iniciamos a série em 1980.

18
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




                                                          Gráfico 2.1.1. Evolução das taxas de homicídio. Brasil, 1980/2010*

                                              30
                                                                                                          2003; 28,9
                                              28
            Taxas de Homicídio (em 100 mil)


                                              26
                                                                                                                               2010*; 26,2
                                              24

                                              22

                                              20

                                              18

                                              16

                                              14

                                              12
                                                     1980; 11,7
                                              10
                                                   1980           1985             1990          1995    2000          2005          2010*

                                                   Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados preliminares


    Mas segundo os censos nacionais a população do país, também cresceu, embora de forma
bem menos intensa. Passou de 119,0 para 190,7 milhões de habitantes, crescimento de 60,3%.
Considerando a população, temos a evolução dos índices indicada no gráfico 2.1.1. Passamos de
11,7 homicídios em 100 mil habitantes em 1980 para 26,2 em 2010. Um aumento real de 124% no
período ou 2,7% ao ano.
    Uma segunda questão que surge imediatamente é a evidente quebra na série histórica que se
observa a partir de 2003. Até esse ano, as taxas de homicídio cresceram 4,4% aa. Entre 2003 e 2010
o crescimento foi negativo: 1,4% aa. Mais ainda, as quedas foram significativas só nos anos 2004 e
2005. A partir dessa data, os quantitativos apresentam oscilações, aumentando um ano, caindo ou-
tro, o que denota uma situação de equilíbrio instável. Tentar explicar esses movimentos é um dos
objetivos do presente estudo. Vários fatores concomitantes e complexos parecem intervir nessa ex-
plicação dessas quebras e oscilações a partir de 2003: políticas de desarmamento, planos e recursos
federais e estratégias de enfrentamento de algumas UF parecem atuar concomitantemente, como
tentaremos por em evidência nos diversos capítulos do presente estudo.
    No total desses 30 anos o país já ultrapassou a casa de um milhão de vítimas de homicídio.
Os números são de tal magnitude que fica difícil construir uma imagem mental para assimilar
ou entender a sua significação. Em um trabalho que publicávamos em 200516, para números de


16. WAISELFISZ, JJ. Mortes Matadas por Armas de Fogo no Brasil. 1979-2003. Brasília, UNESCO, 2005.


                                                                                                                                             19
mortalidade semelhantes fazíamos uma comparação: as mortes violentas no Brasil com um bom
número de conflitos armados acontecidos no mundo na segunda metade do século passado. Fa-
lávamos nesse estudo de 2005: fica difícil, para o cidadão comum, inclusive para a maior parte dos
especialistas, entender a exata dimensão desses números ou desse crescimento vertiginoso (...) Uma
ideia do que esses números representam pode ser dada se compararmos os mesmos com o número de
vítimas em diversos conflitos armados ao longo do mundo. E foram os dados copiados no quadro a
seguir, só mudando e atualizando os dados para o Brasil.
    Vemos que a média anual de mortes por homicídio no país supera, e em casos de forma avassa-
ladora, o número de vítimas em muitos e conhecidos enfrentamentos armados no mundo.
    E não precisaríamos ir tão longe. Recentemente, foi publicado o Relatório sobre o Peso Mundial
da Violência Armada17. Tomando como base fontes consideradas altamente confiáveis, o Relatório
constrói o quadro de mortes diretas em um total de 62 conflitos armados no mundo, registrados
entre 2004 e 2007. Esses dados encontram-se sintetizados na tabela 2.1.2.
    Nos 12 maiores conflitos, que representam 81,4% do total de mortes diretas, nos 4 anos foram
vitimadas 169.574 pessoas. Nesses mesmos 4 anos, no total dos 62 conflitos, morrem 208.349
pessoas. No Brasil, país sem disputas territoriais, movimentos emancipatórios, guerras civis, en-
frentamentos religiosos, raciais ou étnicos, morreram mais pessoas (192.804) vítimas de homicí-
dio, que nos 12 maiores conflitos armados no mundo. Mais ainda, esse número de homicídios se
encontra bem perto das mortes no total dos 62 conflitos armados registrados nesse relatório.
    E esses números não podem ser atribuídos às dimensões continentais do Brasil. Países com
número de habitantes semelhante ao do Brasil, como Paquistão, com 185 mi habitantes, têm nú-
meros e taxas bem menores que os nossos. E nem falar da Índia, também elencada, com 1.214 mi
de habitantes.




17. Geneva Declaration Secretariat. Global Burden of Armed Violence. Suíça, 2008. www.genevadeclaration.org, consul-
    tado em 15/10/2011.


20
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




                                           Quadro 2.1. Mortalidade em Conflitos Armados no Mundo.




                                                                                               durAção
                                                                                               Anos de




                                                                                                                     morTos
                                                                                                           morTes
                                                                                                            n. de




                                                                                                                      /Ano
           PAís/confliTo                        nATurezA do confliTo                Período

                BrAsil                                 Homicídios                  1980-2010    30       1,091,125   36,371
  cHecHêniA/ russiA                          movimenTo emAnciPATório/ éTnico       1994-1996     2         50,000    25,000
  eTióPiA - eriTréiA                                disPuTA TerriToriAl            1998-2000     2         50,000    25,000
  GuATemAlA                                            GuerrA civil                1970-1994     24       400,000    16,667
  AlGeriA                                              GuerrA civil                1992-1999     7         70,000    10,000
  GuerrA do Golfo                                   disPuTA TerriToriAl            1990-1991     1         10,000    10,000
  el sAlvAdor                                          GuerrA civil                1980-1992     12        80,000     6,667
  ArmêniA -AzerBAijão                               disPuTA TerriToriAl            1988-1994     6         30,000     5,000
  nicAráGuA                                            GuerrA civil                1972-1979     7         30,000     4,286
  Timor lesTe                                         indePendênciA                1974-2000     26       100,000     3,846
                                                 disPuTA TerriToriAl/ movi-
  Kurdos                                                                           1961-2000     39       120,000     3,076
                                                   menTo emAnciPATório

  AnGolA                                              indePendênciA                1961-1974     13        39,000     3,000
  AnGolA                                           GuerrA civil/uniTA              1975-2002     27       550,000    20,370
  moçAmBique                                    indePendênciA/ GuerrA civil        1962-1975     13        35,000     2,692
  isrAel - PAlesTinA                           disPuTA TerriToriAl/ reliGiosA      1947-2000     53       125,000     2,358
  sri lAnKA                                            GuerrA civil                1978-2000     22        50,000     2,273
  isrAel - eGiTo                                    disPuTA TerriToriAl            1967-1970     3         6,400      2,133
  GuerrA dAs mAlvinAs                               disPuTA TerriToriAl              1982        1         2,000      2,000
  somáliA                                              GuerrA civil                1982-2000     18        30,000     1,666
  2A inTifAdA                                       disPuTA TerriToriAl            2000-2001     1         1,500      1,500

  cAmBojA                                    GuerrA civil/ disPuTA TerriToriAl     1979-1997     18        25,000     1,388

  Peru                                            GuerrA civil/ GuerrilHA          1981-2000     19        25,000     1,316
  colômBiA                                        GuerrA civil/ GuerrilHA          1964-2000     36        45,000     1,250
  cAxemirA                                       movimenTo emAnciPATório           1947-2000     53        65,000     1,226
  1A inTifAdA                                       disPuTA TerriToriAl            1987-1992     5         1,759      352
  irlAndA do norTe                         GuerrA civil/ movimenTo emAnciPATório   1968-1994     26        3,100      119
Fonte: Mortes Matadas por Armas de Fogo.




                                                                                                                              21
Tabela 2.1.2. Numero de mortes diretas e taxas* em conflitos armados no mundo por homicídios e armas de fogo no Brasil. 2004/2007.
              confliTos ArmAdos                          2004           2005          2006           2007          ToTAl          % do    TAxAs*
                                                                                                                   morTes         ToTAl   médiAs
irAque                                                   9.803         15.788         26.910         23.765         76.266        36,6     64,9
sudão                                                    7.284          1.098          2.603         1.734          12.719         6,1     8,8
AfeGAnisTão                                                917          1.000          4.000         6.500          12.417         6,0     9,9
colômBiA                                                 2.988          3.092          2.141         3.612          11.833         5,7     6,4
reP. dem. do conGo                                       3.500          3.750           746          1.351           9.347         4,5     4,1
sri lAnKA                                                  109           330           4.126         4.500           9.065         4,4     10,8
índiA                                                    2.642          2.519          1.559         1.713           8.433         4,0     0,2
somáliA                                                    760           285            879          6.500           8.424         4,0     24,4
nePAl                                                    3.407          2.950           792           137            7.286         3,5     6,8
PAquisTão                                                  863           648           1.471         3.599           6.581         3,2     1,0
índiA/PAquisTão (cAxemirA)                               1.511          1.552          1.116          777            4.956         2,4       
isrAel/Terr. PAlesTinos                                    899           226            673           449            2.247         1,1     8,3
ToTAl de 12 confliTos                                    34.683        33.238         47.016         54.637         169.574       81,4     11,1
resTAnTes 50 confliTos                                   11.388         9.252          8.862         9.273          38.775        18,6       
ToTAl (62 confliTos)                                     46.071        42.490         55.878         63.910         208.349       100,0      
BrAsil: Homicídios                                       48.374        47.578         49.145         47.707         192.804                25,7
BrAsil: ArmAs de foGo                                    37.113        36.060         37.360         36.840         147.373                20,0
*taxas em 100 mil habitantes. Fontes. Conflitos armados: Global Burden of Armed Violence. Homicídios e armas Brasil: SIM/SVS/MS



     2.1.1 Evolução dos Homicídios nas Unidades Federadas
   Diferentemente das décadas anteriores, que evidenciaram um elevado grau de continuidade
nos padrões, tanto na intensidade – crescimento contínuo da violência – quanto em sua estru-
turação – concentrada em poucas unidades federativas comandando esse crescimento, a década
2000/2010 vai apresentar drásticas mudanças em ambos os sentidos.
   Quanto à intensidade, já vimos nos dados do item anterior que, a partir de 2003, primeiro
temos quedas relevantes e, a partir de 2005 oscilações em torno de um patamar de 26 homicídios
em 100 mil habitantes.
   Com relação à estrutura, as tabelas 2.1.3 a 2.1 5 permitem verificar que:
   • Se a número de homicídios na década aumentou levemente: 10,1% esse crescimento foi com-
      pensado pelo incremento da população, e assim as taxas permaneceram praticamente inal-
      teradas nos anos extremos da década (26,7 e 26,2 homicídios para cada 100 mil habitantes).
     • Estados que no início da década ostentavam níveis moderados ou baixos para contexto
       nacional, apresentam crescimento severo, como Alagoas, Pará ou Bahia, que de 11º, 21º e
       23º lugar passam para o 1º, o 3º e o 7º posto nacional, com crescimento que triplica ou qua-
       druplica os quantitativos nesses 10 anos.

22
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




                                Tabela 2.1.3. Número de Homicídios por UF e Região. Brasil. 2000/2010*
   uf/reGião            2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010*                                          Δ%
Acre                      108        122       151     135     115     125     155     133     133       152     144     33.3
AmAPá                     155        184       181     190     173     196     203     171     211       191     259     67.1
AmAzonAs                  557        483       512     561     523     598     697     711     827       915     1.067   91.6
PArá                      806        955       1.186   1.383   1.522   1.926   2.073   2.204   2.868     2.997   3.482   332.0
rondôniA                  466        565       606     559     562     552     589     435     480       536     541     16.1
rorAimA                   128        107       121     106      83      94     110     116     105       117     123     -3.9
TocAnTins                 179        223       180     225     205     202     236     224     232       284     311     73.7
norTe                    2.399      2.639      2.937   3.159   3.183   3.693   4.063   3.994   4.856     5.192   5.927   147.1
AlAGoAs                   724        836       989     1.041   1.034   1.211   1.617   1.839   1.887     1.872   2.084   187.8
BAHiA                    1.223      1.579      1.735   2.155   2.255   2.823   3.278   3.614   4.765     5.383   5.288   332.4
ceArá                    1.229      1.298      1.443   1.560   1.576   1.692   1.793   1.936   2.031     2.168   2.514   104.6
mArAnHão                  344        536       576     762     696     903     925     1.092   1.243     1.387   1.478   329.7
PArAíBA                   519        490       608     620     659     740     819     861     1.021     1.269   1.454   180.2
PernAmBuco               4.276      4.697      4.431   4.512   4.173   4.307   4.478   4.560   4.431     3.954   3.412   -20.2
PiAuí                     234        279       315     316     347     386     437     406     387       398     427     82.5
rio GrAnde do norTe       251        316       301     409     342     408     450     594     720       791     727     189.6
serGiPe                   416        532       549     473     464     492     597     526     574       663     689     65.6
nordesTe                 9.216     10.563 10.947 11.848 11.546 12.962 14.394 15.428 17.059 17.885 18.073                 96.1
esPíriTo sAnTo           1.449      1.472      1.639   1.640   1.630   1.600   1.774   1.885   1.948     1.996   1.761   21.5
minAs GerAis             2.056      2.344      2.977   3.822   4.241   4.208   4.155   4.103   3.869     3.714   3.538   72.1
rio de jAneiro           7.337      7.352      8.321   7.840   7.391   7.098   7.122   6.313   5.395     5.074   4.193   -42.9
são PAulo               15.631 15.745 14.494 13.903 11.216             8.727   8.166   6.234   6.118     6.326   5.745   -63.2
sudesTe                 26.473 26.913 27.431 27.205 24.478 21.633 21.217 18.535 17.330 17.110 15.237                     -42.4
PArAná                   1.766      2.039      2.226   2.525   2.813   2.981   3.095   3.112   3.453     3.695   3.588   103.2
rio GrAnde do sul        1.662      1.848      1.906   1.900   1.963   2.015   1.964   2.174   2.367     2.229   2.061   24.0
sAnTA cATArinA            423        460       572     653     632     616     656     632     789       800     805     90.3
sul                      3.851      4.347      4.704   5.078   5.408   5.612   5.715   5.918   6.609     6.724   6.454   67.6
disTriTo federAl          770        774       744     856     815     745     769     815     873       1.005   880     14.3
Goiás                    1.011      1.102      1.275   1.259   1.427   1.398   1.410   1.426   1.754     1.792   1.766   74.7
mATo Grosso               996        986       963     929     867     907     899     892     942       999     963     -3.3
mATo Grosso do sul        644        619       694     709     650     628     678     699     690       727     632     -1.9
cenTro-oesTe             3.421      3.481      3.676   3.753   3.759   3.678   3.756   3.832   4.259     4.523   4.241   24.0
BrAsil                  45.360 47.943 49.695 51.043 48.374 47.578 49.145 47.707 50.113 51.434 49.932                     10.1
Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: dados preliminares


      • Outros estados, com níveis moderados ou baixos no início do período, também ostentam ele-
        vadas taxas de crescimento, como Maranhão, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará ou Paraná.



                                                                                                                             23
• Já, a maior parte dos Estados que inicialmente lideravam as estatísticas, apresentam quedas
        que, em casos, chegam a extremos bem significativos, como os de São Paulo, cujos homicí-
        dios caem 63,2%, ou os de Rio de Janeiro, que caem 42,9%.
   Esse tema deverá ser ainda aprofundando neste capítulo, no item 2.3, mas fica evidente, nesses
dados, uma forte reformulação nos polos dinâmicos da violência, cujas causas e possíveis conse-
quências tentaremos ainda analisar.

                       Tabela 2.1.4. Taxas de Homicídio (em 100 mil) por UF e Região. Brasil. 2000/2010*
     uf/reGião            2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010*                                 Δ%
Acre                       19,4      21,2     25,7   22,5   18,7   18,7    22,6    18,9    19,6    21,5    19,6    1,3
AmAPá                      32,5      36,9     35,0   35,5   31,3   33,0    33,0    26,9    34,4    29,8    38,7   19,1
AmAzonAs                   19,8      16,7     17,3   18,5   16,9   18,5    21,1    21,0    24,8    26,8    30,6   54,6
PArá                       13,0      15,1     18,4   21,0   22,7   27,6    29,2    30,4    39,2    40,2    45,9   252,9
rondôniA                   33,8      40,1     42,3   38,4   38,0   36,0    37,7    27,4    32,1    35,1    34,6    2,5
rorAimA                    39,5      31,7     34,9   29,7   22,6   24,0    27,3    27,9    25,4    27,1    27,3   -30,8
TocAnTins                  15,5      18,8     14,9   18,3   16,4   15,5    17,7    16,5    18,1    21,3    22,5   45,3
norTe                      18,6      19,9     21,7   22,9   22,6   25,1    27,0    26,0    32,1    33,5    37,4   100,9
AlAGoAs                    25,6      29,3     34,3   35,7   35,1   40,2    53,0    59,6    60,3    59,9    66,8   160,4
BAHiA                       9,4      11,9     13,0   16,0   16,6   20,4    23,5    25,7    32,9    37,7    37,7   303,2
ceArá                      16,5      17,2     18,9   20,1   20,0   20,9    21,8    23,2    24,0    25,7    29,7   79,8
mArAnHão                    6,1       9,4     9,9    13,0   11,7   14,8    15,0    17,4    19,7    21,5    22,5   269,3
PArAíBA                    15,1      14,1     17,4   17,6   18,6   20,6    22,6    23,6    27,3    33,8    38,6   156,2
PernAmBuco                 54,0      58,7     54,8   55,3   50,7   51,2    52,7    53,1    50,7    45,1    38,8   -28,2
PiAuí                       8,2       9,7     10,9   10,8   11,8   12,8    14,4    13,2    12,4    12,8    13,7   66,4
rio GrAnde do norTe         9,0      11,2     10,6   14,2   11,7   13,6    14,8    19,3    23,2    25,2    22,9   153,9
serGiPe                    23,3      29,3     29,7   25,2   24,4   25,0    29,8    25,9    28,7    32,6    33,3   42,9
nordesTe                   19,3      21,9     22,4   24,0   23,2   25,4    27,9    29,6    32,1    33,7    34,0   76,4
esPíriTo sAnTo             46,8      46,7     51,2   50,5   49,4   46,9    51,2    53,6    56,4    57,3    50,1    7,1
minAs GerAis               11,5      12,9     16,2   20,6   22,6   21,9    21,3    20,8    19,5    18,8    18,1   57,1
rio de jAneiro             51,0      50,5     56,5   52,7   49,2   46,1    45,8    40,1    34,0    31,8    26,2   -48,6
são PAulo                  42,2      41,8     38,0   35,9   28,6   21,6    19,9    15,0    14,9    15,4    13,9   -67,0
sudesTe                    36,6      36,6     36,8   36,1   32,1   27,6    26,7    23,0    21,6    21,3    19,0   -48,1
PArAná                     18,5      21,0     22,7   25,5   28,1   29,0    29,8    29,6    32,6    35,1    34,4   86,0
rio GrAnde do sul          16,3      17,9     18,3   18,1   18,5   18,6    17,9    19,6    21,8    20,7    19,3   18,1
sAnTA cATArinA              7,9       8,4     10,3   11,6   11,1   10,5    11,0    10,4    13,0    13,0    12,9   63,1
sul                        15,3      17,1     18,3   19,5   20,6   20,8    20,9    21,4    24,0    24,5    23,6   53,6
disTriTo federAl           37,5      36,9     34,7   39,1   36,5   31,9    32,3    33,5    34,1    39,2    34,2   -8,8
Goiás                      20,2      21,5     24,5   23,7   26,4   24,9    24,6    24,4    30,0    30,2    29,4   45,6
mATo Grosso                39,8      38,5     37,0   35,0   32,1   32,4    31,5    30,7    31,8    33,3    31,7   -20,2
mATo Grosso do sul         31,0      29,3     32,4   32,7   29,6   27,7    29,5    30,0    29,5    30,4    25,8   -16,7
cenTro-oesTe               29,4      29,3     30,4   30,5   30,0   28,2    28,3    28,4    31,1    32,6    30,2    2,6
BrAsil                     26,7      27,8     28,5   28,9   27,0   25,8    26,3    25,2    26,4    27,0    26,2   -2,0
Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares



24
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




              Tabela 2.1.5 Ordenamento das UF por Taxas de Homicídio (em 100 mil). Brasil. 2000-2010*
                                                                     2000          2010*
                                        uf
                                                                  TAxA    Pos   TAxA     Pos
                    AlAGoAs                                       25,6    11º   66,8      1º
                    esPíriTo sAnTo                                46,8    3º    50,1      2º
                    PArá                                          13,0    21º   45,9      3º
                    PernAmBuco                                    54,0    1º    38,8      4º
                    AmAPá                                         32,5    9º    38,7      5º
                    PArAíBA                                       15,1    20º   38,6      6º
                    BAHiA                                         9,4     23º   37,7      7º
                    rondôniA                                      33,8    8º    34,6      8º
                    PArAná                                        18,5    16º   34,4      9º
                    disTriTo federAl                              37,5    7º    34,2     10º
                    serGiPe                                       23,3    12º   33,3     11º
                    mATo Grosso                                   39,8    5º    31,7     12º
                    AmAzonAs                                      19,8    14º   30,6     13º
                    ceArá                                         16,5    17º   29,7     14º
                    Goiás                                         20,2    13º   29,4     15º
                    rorAimA                                       39,5    6º    27,3     16º
                    rio de jAneiro                                51,0    2º    26,2     17º
                    mATo Grosso do sul                            31,0    10º   25,8     18º
                    rio GrAnde do norTe                           9,0     24º   22,9     19º
                    TocAnTins                                     15,5    19º   22,5     20º
                    mArAnHão                                      6,1     27º   22,5     21º
                    Acre                                          19,4    15º   19,6     22º
                    rio GrAnde do sul                             16,3    18º   19,3     23º
                    minAs GerAis                                  11,5    22º   18,1     24º
                    são PAulo                                     42,2    4º    13,9     25º
                    PiAuí                                         8,2     25º   13,7     26º
                    sAnTA cATArinA                                7,9     26º   12,9     27º
                    Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares

   2.1.2 Evolução dos Homicídios nas Capitais
    O gráfico 2.1.2 e as tabelas 2.1.6 e 2.1.7 permitem verificar a existência de três etapas bem de-
finidas na evolução dos homicídios das capitais do país.
    • No primeiro período, que vai de 1980 até 1997, as capitais crescem com um ritmo de 4,8%
       ao ano, superior aos índices do país como um todo, que cresce 4% ao ano. As taxas das
       capitais se distanciam visivelmente das médias nacionais, deixando entender que seria nas
       capitais que radicam os focos impulsores da violência homicida no país.
   • No segundo período: 1997 a 2003, as taxas de crescimento das capitais praticamente estag-
     nam (crescimento de 0,1% ao ano), enquanto o país ainda mantêm um ritmo de 2,2% ao
     ano, menor que na etapa anterior, mas ainda elevado, indicando uma mudança nos focos de
     crescimento da violência, como será visto de forma detalhada no item 2.3.

                                                                                                        25
• No terceiro período: de 2003 a 2010, as taxas das capitais caem significativamente (3,7% ao
       ano). Mas as taxas do país também caem, com um ritmo bem menor: 1,4% ao ano, com o
       que as taxas das UF e as das capitais tendem a se aproximar.


                   Tabela 2.1.6 Número e taxas de homicídio (em 100 mil). Capitais. 1980/2010*
                                                                    Homicídios
                                       Ano
                                                               n                 TAxAs
                                1980                         5909                20.7
                                1981                         5853                20.1
                                1982                         5892                19.8
                                1983                         6225                20.5
                                1984                         7329                23.6
                                1985                         7155                22.6
                                1986                         7244                22.4
                                1987                         9083                27.6
                                1988                         8434                25.2
                                1989                        11168                32.7
                                1990                        13541                39.0
                                1991                        12023                34.0
                                1992                        10700                30.1
                                1993                        11911                32.6
                                1994                        13019                35.2
                                1995                        16009                42.6
                                1996                        16673                44.8
                                1997                        17249                45.7
                                1998                        17308                45.3
                                1999                        17245                44.6
                                2000                        18543                45.8
                                2001                        19081                46.5
                                2002                        18917                45.5
                                2003                        19392                46.1
                                2004                        18064                42.4
                                2005                        16881                38.5
                                2006                        17194                38.7
                                2007                        16490                36.6
                                2008                        16774                37.3
                                2009                        16928                37.4
                                2010*                       16082                35.4
                              Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares




26
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




                                                   Gráfico 2.1.2. Número e taxas de homicídio (em 100 mil). Capitais e UF. 1980/2010
                                             50
                                                                                                1997; 45,7             2003; 46,1

                                             45
           Taxas de homicídio (em 100 mil)




                                             40


                                             35
                                                                                                                                       2010; 35,4
                                                                                                                       2003; 28,9
                                             30
                                                                                                 1997; 25,4
                                             25
                                                                                                                                       2010; 26,2

                                             20
                                                    1980; 20,7

                                             15
                                                                                                                                                           Capitais
                                                      1980; 11,7                                                                                           UF
                                             10
                                                  1980             1985             1990        1995            2000            2005          2010*


                                                  Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares


                 Tabela 2.1.7. Crescimento (%) ao ano das taxas de homicídio por período. Brasil e Capitais. 1980-2010*
                                                      Período                                          BrAsil                                 cAPiTAis
  1980/1997                                                                                              4.0                                        4.8
  1997/2003                                                                                              2.2                                        0.1
  2003/2010                                                                                              -1.4                                       -3.7
  1980/2010*                                                                                             2.7                                        1.8
Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares


  Também nesse caso a heterogeneidade é elevada, como pode ser visto nas tabelas 2.1.8 a 2.1.10,
mas segue padrões identificáveis:
  • Queda nas capitais, que no início da década apresentavam as maiores taxas do país.
     • Quedas muito pesadas em alguns casos, como as capitais de São Paulo ou do Rio de Janeiro,
       onde o declínio na década foi de 80 e de 57% respectivamente. Menos pesada em diversos
       outros casos, como pode ser visto na tabela 2.1.9. mas conservando a constante de capitais
       com elevadas taxas no início da década.
     • As que crescem no período são as capitais com baixas taxas no começo da década, e em
       alguns casos, esse crescimento é explosivo, como em Natal, Salvador e São Luis, onde os
       índices de violência mais que triplicam.




                                                                                                                                                                 27
Tabela 2.1.8. Número de Homicídios por Capital e Região. Brasil. 2000/2010*
  cAPiTAl/reGião         2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010*                                        Δ%
Belém                     332        352      420     466     403     628     484     496      669     644      760     128.9
BoA visTA                  81         67       82      73      49      56      55      66      65          73    81      0.0
mAcAPá                    131        131      135     140     127     135     132     123      151     116      195     48.9
mAnAus                    464        366      395     448     410     484     545     563      656     755      842     81.5
PAlmAs                     30         40       33      37      39      27      30      30      34          36    51     70.0
PorTo velHo               204        229      220     181     257     211     261     199      178     186      213      4.4
rio BrAnco                 92        102      120     104      87      73     114      97      87      101       87     -5.4
norTe                    1,334      1,287     1,405   1,449   1,372   1,614   1,621   1,574   1,840   1,911     2,229   67.1
ArAcAju                   184        285      258     243     229     202     236     199      219     250      240     30.4
forTAlezA                 604        609      707     666     654     808     846     991      888     902      1,125   86.3
joão PessoA               226        251      263     281     272     318     327     387      416     516      581     157.1
mAceió                    360        485      511     520     559     620     904     917      990     876      1,025   184.7
nATAl                      74        113      102     171     100     144     162     227      248     307      260     251.4
recife                   1,388      1,397     1,312   1,336   1,352   1,324   1,374   1,338   1,321   1,110     890     -35.9
sAlvAdor                  315        530      585     730     739     1,062   1,187   1,357   1,771   1,883     1,484   371.1
são luis                  144        244      194     284     307     294     313     391      428     523      569     295.1
TeresinA                  159        169      206     214     198     232     269     230      217     218      251     57.9
nordesTe                 3,454      4,083     4,138   4,445   4,410   5,004   5,618   6,037   6,498   6,585     6,425   86.0
Belo HorizonTe            779        791      979     1,329   1,506   1,293   1,175   1,201   1,019    907      830      6.5
rio de jAneiro           3,316      3,274     3,728   3,350   3,174   2,552   2,846   2,204   1,910   1,952     1,535   -53.7
são PAulo                6,764      6,669     5,575   5,591   4,275   3,096   2,556   1,927   1,622   1,681     1,460   -78.4
viTóriA                   231        252      240     221     253     263     273     242      235     226      220     -4.8
sudesTe                  11,090 10,986 10,522 10,491          9,208   7,204   6,850   5,574   4,786   4,766     4,045   -63.5
curiTiBA                  416        453      530     612     693     778     874     827     1,032   1,022     979     135.3
floriAnóPolis              35         60       89     100     109      97      79      81      91          84    96     174.3
PorTo AleGre              534        501      560     508     566     573     511     688      670     578      518     -3.0
sul                       985       1,014     1,179   1,220   1,368   1,448   1,464   1,596   1,793   1,684     1,593   61.7
BrAsíliA                  770        774      744     856     815     745     769     815      873    1,005     880     14.3
cAmPo GrAnde              261        231      239     249     221     214     207     251      191     216      171     -34.5
cuiABá                    336        379      260     253     235     237     221     214      233     239      221     -34.2
GoiAniA                   313        327      430     429     435     415     444     429      560     522      518     65.5
cenTro oesTe             1,680      1,711     1,673   1,787   1,706   1,611   1,641   1,709   1,857   1,982     1,790    6.5
BrAsil cAPiTAis          18,543 19,081 18,917 19,392 18,064 16,881 17,194 16,490 16,774 16,928 16,082                   -13.3
Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares


      • Com menor intensidade, mas ainda dentro do mesmo padrão, também Belém, João Pessoa,
        Maceió, Curitiba e Florianópolis, têm seus índices mais que duplicando na década.
      • Os dados, também neste caso, indicam uma transformação nos padrões de estruturação da
        violência, que tentaremos aprofundar no item 2.3.




28
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




                     Tabela 2.1.9. Taxas de Homicídio (em 100 mil) por Capital e Região. Brasil. 2000/2010*
      cAPiTAl/reGião          2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010* Δ%
Belém                          25,9      27,0   31,8   34,7   29,6   44,7    33,9     34,2    47,0    45,7    54,5    110,4
BoA visTA                      40,4      32,1   38,2   33,0   21,5   23,1    22,0     25,7    24,9    26,8    28,5    -29,5
mAcAPá                         46,2      44,3   44,0   44,1   38,5   38,0    35,8     32,3    42,1    30,6    49,0     5,9
mAnAus                         33,0      25,2   26,5   29,3   26,2   29,4    32,3     32,5    38,4    43,0    46,7    41,6
PAlmAs                         21,8      26,5   20,5   21,5   21,3   13,0    13,6     12,8    18,5    17,5    22,3     2,3
PorTo velHo                    61,0      66,9   63,2   51,1   71,4   56,4    68,5     51,3    46,9    46,1    49,7    -18,5
rio BrAnco                     36,4      39,0   44,8   37,9   30,9   23,9    36,3     30,1    28,9    31,7    25,9    -28,8
norTe                          34,2      32,1   34,2   34,4   31,8   35,6    34,9     33,0    39,8    40,3    45,8    33,6
ArAcAju                        39,9      60,9   54,4   50,6   47,2   40,5    46,7     38,9    40,8    45,1    42,0     5,4
forTAlezA                      28,2      27,9   31,8   29,5   28,5   34,0    35,0     40,3    35,9    36,6    45,9    62,7
joão PessoA                    37,8      41,3   42,5   44,7   42,6   48,1    48,7     56,6    60,0    72,9    80,3    112,5
mAceió                         45,1      59,3   61,3   61,2   64,5   68,6    98,0     97,4   107,1    94,4    109,9   143,5
nATAl                          10,4      15,6   13,9   23,0   13,2   18,5    20,5     28,3    31,1    38,3    32,3    211,4
recife                         97,5      97,2   90,5   91,4   91,8   88,2    90,7     87,5    85,2    71,9    57,9    -40,7
sAlvAdor                       12,9      21,3   23,2   28,6   28,5   39,7    43,7     49,3    60,1    67,0    55,5    330,2
são luís                       16,6      27,4   21,4   30,8   32,6   30,0    31,4     38,4    43,4    52,3    56,1    238,8
TeresinA                       22,2      23,2   27,8   28,5   26,0   29,4    33,5     28,2    27,0    27,0    30,8    38,7
nordesTe                       34,0      39,5   39,4   41,7   40,8   44,8    49,6     52,4    55,5    56,7    55,7    64,0
Belo HorizonTe                 34,8      35,0   42,9   57,6   64,7   54,4    49,0     49,5    41,9    37,7    34,9     0,4
rio de jAneiro                 56,6      55,5   62,8   56,1   52,8   41,9    46,4     35,7    31,0    31,3    24,3    -57,1
são PAulo                      64,8      63,5   52,6   52,4   39,8   28,3    23,2     17,4    14,8    15,1    13,0    -80,0
viTóriA                        79,0      85,1   80,2   73,0   82,7   83,9    86,1     75,4    73,9    70,0    67,1    -15,1
sudesTe                        58,9      58,0   55,0   54,5   47,5   36,5    34,5     27,8    24,0    23,7    19,9    -66,1
curiTiBA                       26,2      28,0   32,2   36,6   40,8   44,3    48,9     45,5    56,5    57,1    55,9    113,2
floriAnóPolis                  10,2      17,0   24,7   27,1   28,9   24,4    19,4     19,5    22,6    20,4    22,8    122,9
PorTo AleGre                   39,2      36,5   40,5   36,4   40,3   40,1    35,5     47,3    46,8    40,7    36,8    -6,4
sul                            29,9      30,3   34,8   35,5   39,3   40,4    40,3     43,3    49,0    46,5    44,5    48,5
BrAsíliA                       37,5      36,9   34,7   39,1   36,5   31,9    32,3     33,5    34,1    39,2    34,2    -8,8
cAmPo GrAnde                   39,3      34,0   34,5   35,3   30,7   28,5    27,1     32,2    25,6    28,2    21,7    -44,7
cuiABá                         69,5      76,9   52,0   49,8   45,5   44,4    40,7     38,8    42,8    43,6    40,1    -42,3
GoiâniA                        28,6      29,4   38,1   37,4   37,4   34,6    36,4     34,6    44,3    40,7    39,8    38,9
cenTro oesTe                   39,2      39,1   37,4   39,3   36,8   33,4    33,4     34,1    36,3    38,4    34,4    -12,2
cAPiTAis                       45,8      46,5   45,5   46,1   42,4   38,5    38,7     36,6    37,3    37,4    35,4    -22,8

 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares




                                                                                                                         29
Tabela 2.1.10. Ordenamento das Capitais por Taxas de Homicídio (em 100 mil). Brasil: 2000/2010*
                              cAPiTAl                       2000   Pos.        2010*            Pos.
              mAceió                                        45,1    8º          109,9            1º
              joão PessoA                                   37,8   13º          80,3             2º
              viTóriA                                       79,0    2º          67,1             3º
              recife                                        97,5    1º          57,9             4º
              são luís                                      16,6   24º          56,1             5º
              curiTiBA                                      26,2   20º          55,9             6º
              sAlvAdor                                      12,9   25º          55,5             7º
              Belém                                         25,9   21º          54,5             8º
              PorTo velHo                                   61,0    5º          49,7             9º
              mAcAPá                                        46,2    7º          49,0            10º
              mAnAus                                        33,0   17º          46,7            11º
              forTAlezA                                     28,2   19º          45,9            12º
              ArAcAju                                       39,9   10º          42,0            13º
              cuiABá                                        69,5    3º          40,1            14º
              GoiâniA                                       28,6   18º          39,8            15º
              PorTo AleGre                                  39,2   12º          36,8            16º
              Belo HorizonTe                                34,8   16º          34,9            17º
              BrAsíliA                                      37,5   14º          34,2            18º
              nATAl                                         10,4   26º          32,3            19º
              TeresinA                                      22,2   22º          30,8            20º
              BoA visTA                                     40,4    9º          28,5            21º
              rio BrAnco                                    36,4   15º          25,9            22º
              rio de jAneiro                                56,6    6º          24,3            23º
              floriAnóPolis                                 10,2   27º          22,8            24º
              PAlmAs                                        21,8   23º          22,3            25º
              cAmPo GrAnde                                  39,3   11º          21,7            26º
              são PAulo                                     64,8    4º          13,0            27º
              Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares




     2.1.3 Evolução dos Homicídios nas Regiões Metropolitanas
   Como ficou esclarecido nas notas técnicas, foram trabalhadas sob esse conceito: 20 RM forman-
do parte do núcleo de capitais de Estado; 10 RM fora as das capitais e três Regiões Integradas de De-
senvolvimento – RIDE – que englobam municípios pertencentes a mais de uma Unidade Federada.




30
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




           Tabela 2.1.11 Número e taxas de homicídio (em 100 mil). RM. 1980/2010*
                                                              Homicídios
                          Ano
                                                      n                    TAxAs
                  1980                             8.456                   18.0
                  1981                             8.854                   18.4
                  1982                             8.688                   17.6
                  1983                             9.946                   19.6
                  1984                             11.606                  22.3
                  1985                             11.826                  22.2
                  1986                             11.997                  21.9
                  1987                             14.380                  25.7
                  1988                             14.002                  24.5
                  1989                             18.234                  31.2
                  1990                             21.307                  35.7
                  1991                             19.752                  32.4
                  1992                             18.276                  29.5
                  1993                             19.957                  31.5
                  1994                             22.076                  34.4
                  1995                             26.217                  40.3
                  1996                             29.225                  43.8
                  1997                             28.602                  42.0
                  1998                             29.508                  42.6
                  1999                             30.422                  43.2
                  2000                             31.671                  43.1
                  2001                             32.936                  44.0
                  2002                             33.381                  43.9
                  2003                             34.171                  44.2
                  2004                             31.639                  40.3
                  2005                             29.904                  36.8
                  2006                             30.500                  36.9
                  2007                             28.867                  34.4
                  2008                             29.877                  35.8
                  2009                             29.483                  35.3
                  2010*                            28.194                  33.7
                Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares




                                                                                    31
Gráfico 2.1.3. Número e taxas de homicídio (em 100 mil). UF, Capitais e RM. 1980/2010*
                                         50
                                                                                            1996; 44,8             2003; 46,1
                                         45
       Taxas de Homicídio (em 100 mil)


                                                                                                             2003; 44,2
                                         40                                                   1996; 43,8
                                                                                                                                  2010*; 35,4

                                         35

                                                                                                                   2003; 28,9     2010*; 33,7
                                         30

                                         25
                                                                                                                                  2010*; 26,2
                                                1980; 20,7                                     1996; 24,8
                                         20
                                               1980; 18,0
                                         15
                                                                                                                                                UF
                                         10     1980; 11,7                                                                                      Capitais
                                                                                                                                                RM
                                          5
                                              1980             1985             1990        1995            2000           2005         2010*


                                              Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares


    Podemos ver, segundo a tabela 2.1.11 e o gráfico 2.1.3 que, de forma praticamente idêntica às
capitais, as RM tiveram um acelerado crescimento entre 1980 e 1996. Abre-se nesse ano um período
de estagnação nas taxas para, a partir de 2003 e com algumas oscilações, evidenciar fortes quedas.
    Se esse movimento aconteceu no país como um todo, quando observadas as UF, as caracte-
rísticas da evolução vão ficando mais complexas, como podemos ver nas tabelas 2.1.12 e 2.1.13.
Diversas RM na última década apresentaram taxas negativas de crescimento, a começar pela RM
de São Paulo, cujos índices despencam de 63,3 para 15,4 homicídios em 100 mil habitantes. Com
menor intensidade, mas ainda com quedas, encontramos as RM de Recife, Cuiabá, Rio de Janeiro,
Petrolina/Juazeiro, Baixada Santista, Vitória e Campinas.




32
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




                       Tabela 2.1.12. Número de Homicídios por Região Metropolitana. Brasil. 2000/2010*
            rm               2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010* Δ%
mAnAus                        490       403    421     479     436     514     583     604     704     797     916     86.9
Belém                         339       398    491     558     584     837     834     803     1,166   1,150   1,639   383.5
mAcAPá                        152       159    166     167     153     157     156     148     177     141     225     48.0
são luís                      144       254    215     305     336     321     342     415     477     584     610     323.6
TeresinA                      183       184    223     233     220     263     308     264     250     252     285     55.7
forTAlezA                     781       759    860     849     875     992     1,090   1,267   1,232   1,233   1,514   93.9
nATAl                         113       161    144     208     159     204     229     312     391     449     363     221.2
joão PessoA                   261       302    346     364     323     414     433     508     551     705     814     211.9
recife                       2,577     2,877   2,534   2,666   2,591   2,632   2,666   2,680   2,553   2,216   1,868   -27.5
mAceió                        389       535    590     595     635     703     1,011   1,062   1,141   1,012   1,165   199.5
ArAcAju                       231       346    335     304     287     280     332     272     302     354     345     49.4
sAlvAdor                      359       605    703     958     982     1,372   1,576   1,787   2,385   2,481   2,129   493.0
Belo HorizonTe               1,254     1,416   1,790   2,386   2,756   2,474   2,306   2,225   2,018   1,822   1,680   34.0
rio de jAneiro               6,074     5,980   6,876   6,475   6,065   5,610   5,773   4,855   4,040   3,703   3,097   -49.0
são PAulo                   11,321 11,214      9,855   9,517   7,378   5,613   5,028   3,812   3,625   3,535   3,038   -73.2
curiTiBA                      694       770    839     1,042   1,163   1,313   1,381   1,329   1,655   1,880   1,804   159.9
floriAnóPolis                  63        90     133     172     184     170     155     140     162     163     162    157.1
P.AleGre                     1,002     1,006   1,078   1,095   1,138   1,151   1,103   1,364   1,485   1,319   1,172   17.0
cuiABá                        420       467    351     338     301     316     336     318     361     365     361     -14.0
GoiâniA                       420       467    606     579     611     589     635     634     769     761     692     64.8
enTorno de BrAsíliA          1,042     1,054   1,045   1,185   1,178   1,139   1,155   1,195   1,403   1,501   1,451   39.3
PeTrolinA/juAzeiro            264       348    307     353     317     331     363     322     324     252     235     -11.0
vAle do Aço mG                 40        48     57      78      65      68      60      74      75      66      114    185.0
viTóriA                      1,059     1,074   1,216   1,200   1,241   1,164   1,291   1,329   1,334   1,324   1,158    9.3
BAixAdA sAnTisTA sP           809       726    816     669     434     300     397     281     293     341     322     -60.2
cAmPinAs sP                   929       944    952     928     774     517     470     405     376     449     411     -55.8
londrinA Pr                   112       169    211     262     261     219     217     165     234     219     206     83.9
mArinGá Pf                     37        45     56      49      37      72      73      101     101     94      106    186.5
vAle do iTAjAí sc              11        24     20      29       7      26      19      35      37      39      44     300.0
norTe/nordesTe sc              47        40     49      38      55      48      63      69      90      92      87     85.1
foz do rio iTAjAí sc           32        52     68      52      71      72      83      78      127     144     128    300.0
reG cArBoníferA sc             15        14     21      33      15      19      24      11      31      25      34     126.7
TuBArão sc                     7          5     7       5       7       4       8       3       8       15      19     171.4
ToTAl rm                     31671     32936   33381   34171   31639   29904   30500   28867   29877   29483   28194   -11.0
Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares


    Todas as restantes RM tiveram, em menor ou maior media, crescimento que, em vários casos,
foi extremamente severo, como Belém, Salvador, São Luís e o Vale do Itajaí, em SC.




                                                                                                                          33
Tabela 2.1.13.Taxas de Homicídio (em 100 mil) por Região Metropolitana. Brasil: 2000/2010*
            rm              2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010*                                   Δ%
mAceió                        39,3      52,8   57,2   56,6   59,3   63,0   88,8    91,4    99,6    87,9       100,7   156,2
Belém                         18,9      21,6   26,1   29,1   29,9   41,0   40,0    37,7    56,1    55,8       80,2    325,0
joão PessoA                   27,6      31,4   35,3   36,6   32,0   39,6   40,7    47,0    51,1    64,3       72,9    164,2
viTóriA                       73,6      72,8   81,0   78,4   79,5   71,5   77,7    78,4    80,2    79,0       68,6    -6,8
sAlvAdor                      11,6      19,2   21,9   29,4   29,7   40,0   45,2    50,4    63,3    67,9       60,1    418,2
curiTiBA                      25,1      27,0   28,8   35,0   38,3   41,2   42,3    39,8    50,8    58,4       56,8    126,7
recife                        77,2      84,9   74,0   76,9   73,9   73,1   73,1    72,6    68,4    59,7       50,6    -34,4
são luís                      13,4      23,1   19,1   26,6   28,7   26,1   27,2    32,3    38,2    45,7       46,6    246,4
mAcAPá                        41,8      41,8   42,1   40,9   36,2   34,6   33,2    30,4    38,9    29,6       45,0     7,8
cuiABá                        60,1      65,3   48,3   45,7   40,0   40,4   42,1    39,1    46,1    46,0       44,9    -25,3
mAnAus                        29,6      23,6   24,0   26,7   23,7   26,6   29,5    29,8    34,9    38,6       43,3    46,4
forTAlezA                     26,2      24,9   27,7   26,8   27,2   29,6   31,9    36,4    35,0    35,0       42,9    63,9
ArAcAju                       34,2      50,0   47,4   42,2   39,1   36,5   42,4    34,0    38,5    43,7       41,3    20,7
enTorno de BrAsíliA           35,2      34,6   33,4   37,0   35,9   32,9   32,5    32,8    38,3    40,6       39,0    10,6
Belo HorizonTe                28,8      31,8   39,5   51,7   58,7   50,7   46,4    43,9    40,0    36,7       34,4    19,5
PeTrolinA/juAzeiro            46,7      59,9   51,8   58,3   51,3   51,2   54,9    47,7    45,4    36,0       34,2    -26,6
GoiâniA                       25,3      27,4   34,7   32,4   33,4   30,7   32,3    31,5    37,5    36,9       33,3    31,6
PorTo AleGre                  26,9      26,6   28,2   28,2   29,0   28,5   26,9    32,8    36,8    33,0       29,6     9,9
foz do rio iTAjAí sc          10,0      15,7   20,0   14,9   19,8   18,9   21,2    19,4    31,5    34,2       29,1    190,7
nATAl                         10,1      14,1   12,4   17,5   13,1   16,2   17,8    23,8    30,2    34,1       27,1    167,5
londrinA Pr                   16,5      24,5   30,2   37,0   36,4   29,6   28,9    21,7    30,8    28,8       27,0    63,2
rio de jAneiro                56,7      55,3   62,9   58,7   54,5   49,4   50,3    41,9    35,0    32,0       26,7    -52,9
vAle do Aço mG                10,0      11,8   13,8   18,6   15,3   15,5   13,5    16,4    16,7    14,7       25,2    152,1
TeresinA                      18,2      18,0   21,5   22,1   20,6   23,9   27,5    23,2    22,2    22,1       24,8    36,4
BAixAdA sAnTisTA sP           54,8      48,2   53,3   43,0   27,5   18,3   23,8    16,6    17,7    20,6       19,3    -64,7
mArinGá Pr                    7,8       9,3    11,3   9,7    7,2    13,5   13,5    18,3    18,7    17,0       18,7    139,6
floriAnóPolis                 8,9       12,3   17,8   22,5   23,5   20,7   18,4    16,3    19,4    19,1       18,5    108,0
norTe/nordesTe sc             10,4      8,6    10,4   7,9    11,3   9,4    12,2    13,1    17,5    17,4       16,1    55,3
são PAulo                     63,3      61,9   53,6   51,1   39,1   28,9   25,6    19,1    18,5    18,0       15,4    -75,6
cAmPinAs sP                   39,7      39,5   39,1   37,4   30,6   19,6   17,5    14,8    13,8    16,2       14,7    -63,0
TuBArão sc                    5,9       4,2    5,8    4,1    5,7    3,2    6,2     2,3     6,3     11,7       14,7    146,9
reG. cArBoníferA sc           5,2       4,8    7,0    10,9   4,9    6,0    7,4     3,4     9,6     7,7        10,3    97,9
vAle do iTAjAí sc             2,8       5,9    4,8    6,8    1,6    5,8    4,1     7,5     8,0     8,2         9,0    228,9
ToTAl rm                      43,1      44,0   43,9   44,2   40,3   36,8   36,9    34,4    35,8    35,3       33,7    -21,8
Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares




34
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




2.2 Evolução nos Municípios

    A distribuição espacial da violência homicida, principalmente quando desagregada no nível do
município, tem-se revelado uma fonte extremamente útil para a análise dos fatores que incidem
em sua produção e reprodução e, com esse quadro, melhorar as condições de delinear políticas
específicas de enfrentamento. Conformam situações bem diferenciadas nos mecanismos de pro-
dução de violência quando se trata de polos de desenvolvimento do interior, atrativos de popula-
ção e investimentos que, perante a limitada presença do poder público, resultam atrativos também
para a criminalidade e a violência; ou de municípios de zona de fronteira, dominados por grandes
estruturas dedicadas ao contrabando de armas, de produtos, de pirataria e/ou rotas de tráfico;
ou municípios do arco do desmatamento amazônico, incentivados por interesses políticos e eco-
nômicos em torno de gigantescos empreendimentos agrícolas precedidos de madereiras ilegais,
grilagem de terras, extermínio de populações indígenas e trabalho escravo; também municípios
amazônicos, boca de absorção de biopirataria; ou municípios com domínio territorial, em maior
ou menor medida, de quadrilhas, milícias e/ou tráfico; ou, tanto ou mais importante que as an-
teriores, municípios e áreas onde impera uma sólida cultura da violência: crimes chamados “de
honra” e/ou crimes de proximidade.
    Não é nosso objetivo aprofundar neste tema, dada a impossibilidade material de abranger e
diagnosticar a situação dos 5.565 municípios do país. Nossa pretensão é mais simples: elaborar
insumos e subsídios para possibilitar essa análise diagnóstica, a partir dos dados sobre a violência
homicida coletados pelo Sistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde.
    Dado que também é impossível elencar nesta publicação os 5.565 municípios, foi decidido,
como fizemos em publicações anteriores, detalhar aqui os 200 municípios de maiores índices e
oferecer a quem interessar a possibilidade de aceder às planilhas contendo o conjunto dos muni-
cípios do país no site www.mapadaviolencia.org.br.
    Como indicado no capítulo metodológico, para evitar as oscilações em municípios de pequeno
porte, onde incidentes isolados podem repercutir fortemente nas taxas, ficou decidido trabalhar:
    • As taxas médias dos últimos três anos disponíveis – 2008 a 2010 – relacionando a média de
       homicídios com a média de população desses anos.
   • Elaborar as taxas para municípios com 10 mil habitantes ou mais, situação na que se encon-
     tram 3.023 municípios.
   A tabela a seguir – 2.2.1 – detalha os 200 municípios de maiores taxas. Essa tabela, além de
identificar o município e a UF, registra a população média 2008/2010 segundo o IBGE18 usa-
da para a estimativa das taxas; o número de homicídios registrado pelo SIM/SVS/DATASUS em


18. IBGE/DPE/Departamento de População e Indicadores Sociais. Projeto UNFPA/BRASIL (BRA/98/P08).


                                                                                                   35
2008, 2009 e 2010 e, por último, a taxa média de homicídios e a posição do município no contexto
nacional e no estadual.
   Antes de incluir a tabela, existem fatos significativos sobre a distribuição municipal da violência:
   • No ano de 2010, em 2.232 dos 5.565 municípios existentes no país nesse ano, isto é, 41,1%
      das localidades, não se registrou nenhum homicídio.
     • Um fato que reforça a nossa tese da disseminação da violência, que será melhor analisado
       no item 2.4.3 deste capítulo, é a evidência que, com uma média nacional de homicídios se-
       melhante, inclusive levemente menor – 26,7 homicídios por 100 mil habitantes em 2000 e
       26,2 em 2010 – o ano de 2000 teve maior proporção de municípios sem homicídios: 52,2%:
       2.873 dos 5.507 municípios existentes.
     • Em 1.098 municípios, isto é, 19,7% do total, não se registraram homicídios nos três últimos
       anos disponíveis (2008, 2009 e 2010).
   A Tabela 2.2.1 também permite verificar a existência de um pequeno número de 15 municípios
com taxas extremamente virulentas, que ultrapassam a casa dos 100 homicídios em cada 100 mil
habitantes. Esses municípios praticamente quadruplicam a já elevada média nacional de 26.2 ho-
micídios em 100 mil habitantes.




36
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




Tabela 2.2.1. Número e taxas médias (em 100 mil) de homicídio nos 200 municípios com mais de 10.000 habitantes. Brasil. 2008/2010*
                                                   PoPulAção                  Homicídios               TAxA        Posição
              municíPio                   uf
                                                    médiA.           2008      2009 2010*              médiA      nAc. esT.
simões filHo                             BA          116.348          175        153         183       146,4        1         1
cAmPinA GrAnde do sul                    Pr           37.707           46         53          48       130,0        2         1
mArABá                                   PA          216.808          250        284         250       120,5        3         1
GuAírA                                   Pr           30.149           40         27          35       112,8        4         1
PorTo seGuro                             BA          123.695          114        128         160       108,3        5         1
AnAnindeuA                               PA          483.730          417        408         744       108,1        6         1
coronel sAPucAiA                         ms           14.240           18         18          10       107,7        7         1
iTABunA                                  BA          208.456          208        232         210       103,9        8         1
mAceió                                   Al          928.446          990        876        1025       103,8        9         1
iTAPissumA                               Pe           23.898           24         24          25       101,8       10         1
ArAPirAcA                                Al          211.227          193        227         223       101,5       11         1
ilHA de iTAmArAcá                        Pe           20.148           25         21          15       100,9       12         1
GoiAnésiA do PArá                        PA           29.510           39         32          18       100,5       13         1
lAuro de freiTAs                         BA          158.233          145        170         162       100,5       14         1
eunáPolis                                BA           99.195           88        118         93        100,5       15         2
serrA                                    es          403.247          433        394         381        99,9       16         1
iTuPirAnGA                               PA           46.776           68         43          24        96,2       17         1
TAilândiA                                PA           74.439           64         79          68        94,5       18         2
PirAquArA                                Pr           89.610           67         74         103        90,8       19         1
PilAr                                    Al           32.926           36         22          28        87,1       20         1
rondon do PArá                           PA           47.019           46         33          41        85,1       21         1
juquiTiBA                                sP           28.914           18         20          34        83,0       22         1
Ariquemes                                ro           87.467           75         93          49        82,7       23         1
Tucumã                                   PA           30.591           12         22          41        81,7       24         1
mAriTuBA                                 PA          103.496           64         78         111        81,5       25         2
cAriAcicA                                es          355.508          302        311         249        80,8       26         1
Bom jesus do TocAnTins                   PA           14.429            9         19          6         78,5       27         1
cABo de sAnTo AGosTinHo                  Pe          177.506          159        124         131        77,7       28         1
Tucuruí                                  PA           95.572           82         77          63        77,4       29         1
novA iPixunA                             PA           14.727           10         14          10        77,0       30         2
messiAs                                  Al           15.615            8         17          11        76,9       31         1
Pedro cAnário                            es           23.995            8         23          24        76,4       32         1
BuriTis                                  ro           33.131           21         22          32        75,5       33         1
PArAGominAs                              PA           96.649           67         56          95        75,2       34         1
TeixeirA de freiTAs                      BA          131.100           73        101         121        75,0       35         1
linHAres                                 es          136.104          102        123         78         74,2       36         1
ourilândiA do norTe                      PA           24.265            7         20          27        74,2       37         1
AlmirAnTe TAmAndAré                      Pr           99.972           70         79          73        74,0       38         1
novo ProGresso                           PA           23.484            3         22          27        73,8       39         1
mArecHAl deodoro                         Al           46.271           35         34          33        73,5       40         1
são seBAsTião                            Al           31.966           23         27          20        73,0       41         2
são mATeus                               es          104.842           68         86          74        72,5       42         1
recife                                   Pe         1.543.842         1321       1110        890        71,7       43         1
GuArATuBA                                Pr           32.205           24         22          23        71,4       44         1
joão PessoA                              PB          708.299          416        516         581        71,2       45         1
ArmAção dos Búzios                       rj           27.631           26         21          12        71,2       46         1
                                                                                                                         (continua)



                                                                                                                                  37
Tabela 2.2.1 (continuação)

                                       PoPulAção          Homicídios     TAxA     Posição
                      municíPio   uf    médiA.     2008    2009 2010*    médiA   nAc. esT.
 cujuBim                          ro    14.988      10      10     12    71,2    47        1
 TeoTônio vilelA                  Al    41.325      32      28     28    71,0    48        1
 são GerAldo do ArAGuAiA          PA    25.439      14      24     16    70,8    49        1
 diAs d’ávilA                     BA    61.520      52      37     41    70,4    50        1
 foz do iGuAçu                    Pr    287.639    222     198    187    70,3    51        1
 viTóriA                          es    322.809    235     226    220    70,3    52        1
 redenção                         PA    71.159      39      49     62    70,3    53        1
 colnizA                          mT    28.009      22      20     17    70,2    54        1
 floresTA                         Pe    28.547      24      18     18    70,1    55        1
 são dominGos do ArAGuAiA         PA    22.510      10      13     24    69,6    56        1
 eldorAdo dos cArAjás             PA    30.547      22      27     14    68,7    57        2
 PAcAjá                           PA    40.374      28      28     27    68,5    58        3
 cArAúBAs                         rn    19.955      15      12     14    68,5    59        1
 duque de cAxiAs                  rj    859.720    606     582    542    67,1    60        1
 coArAci                          BA    21.888      21      8      15    67,0    61        1
 BArBAlHA                         ce    53.910      33      27     47    66,2    62        1
 PinHAis                          Pr    116.996     58      72    100    65,5    63        1
 viTóriA dA conquisTA             BA    310.382    149     196    265    65,5    64        1
 AGresTinA                        Pe    22.525      16      17     11    65,1    65        1
 cABo frio                        rj    183.431    129     142     87    65,1    66        1
 são miGuel dos cAmPos            Al    53.824      32      29     44    65,0    67        1
 jAcundá                          PA    52.937      37      40     26    64,9    68        1
 sAnTA TerezinHA de iTAiPu        Pr    20.598      13      14     13    64,7    69        1
 união dos PAlmAres               Al    62.377      38      38     44    64,1    70        1
 iTororó                          BA    20.378      12      11     16    63,8    71        1
 iPojucA                          Pe    77.348      53      55     40    63,8    72        1
 sooreTAmA                        es    23.556      11      19     15    63,7    73        1
 iBimirim                         Pe    27.780      19      22     12    63,6    74        1
 cAmPo novo de rondôniA           ro    12.728       1       8     15    62,9    75        1
 imPerATriz                       mA    241.908    172     144    138    62,6    76        1
 PonTA Porã                       ms    76.237      49      52     42    62,5    77        1
 ToriTAmA                         Pe    33.862      14      24     25    62,0    78        1
 áGuAs lindAs de Goiás            Go    149.591    101      76    100    61,7    79        1
 BeTim                            mG    403.798    283     249    215    61,7    80        1
 PArAuAPeBAs                      PA    149.617     91     104     81    61,5    81        1
 novA BAndeirAnTes                mT    12.534       9       6      8    61,2    82        1
 cABedelo                         PB    54.504       9      34     57    61,2    83        1
 vilA velHA                       es    411.083    246     292    215    61,1    84        1
 lucenA                           PB    11.486       9       4      8    60,9    85        1
 sAlvAdor                         BA   2.812.195   1771    1883   1484   60,9    86        1
 AlAGoinHAs                       BA    139.576     82      96     77    60,9    87        2
 joAquim Gomes                    Al    22.471      13      14     14    60,8    88        1
 PArATy                           rj    36.358      22      29     15    60,5    89        1
 AlTo PArAíso                     ro    17.152      10      8      13    60,2    90        1
 ilHéus                           BA    201.973    110     135    120    60,2    91        1
 PAu BrAsil                       BA    11.635       2       9     10    60,2    92        2
                                                                                      (continua)



38
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil



Tabela 2.2.1 (continuação)
                                       PoPulAção          Homicídios    TAxA     Posição
                      municíPio   uf
                                        médiA.     2008    2009 2010*   médiA   nAc. esT.
 vAlençA                          BA    88.608      33      36    90    59,8     93        3
 cAnAvieirAs                      BA    34.624      15      29    18    59,7     94        4
 rio lArGo                        Al    67.920      53      29    39    59,4     95        1
 crisTAlinA                       Go    42.353      23      32    20    59,0     96        1
 cAruAru                          Pe    304.735    205     181    153   59,0     97        1
 rio BrAnco do sul                Pr    31.733       9      32    15    58,8     98        1
 são joão do ArAGuAiA             PA    12.559       7       6     9    58,4     99        1
 mAcHAdinHo d’oesTe               ro    31.675      15      23    17    57,9    100        1
 BrejeTuBA                        es    11.538       9       8     3    57,8    101        1
 viAnA                            es    62.596      40      35    33    57,5    102        2
 PonTAl do PArAná                 Pr    19.214       7      10    16    57,2    103        1
 jAGuAré                          es    23.902      11      12    18    57,2    104        1
 são josé dos PinHAis             Pr    268.370    121     187    152   57,1    105        1
 PATos                            PB    100.326     55      58     58   56,8    106        1
 escAdA                           Pe    62.840      60      26    21    56,8    107        1
 GuArAPAri                        es    104.200     70      59     48   56,6    108        1
 curiTiBA                         Pr   1.790.000   1032    1022   979   56,5    109        1
 cAsTAnHAl                        PA    166.130     78     104    98    56,2    110        1
 GoiAnA                           Pe    74.913      41      45    40    56,1    111        1
 AmAmBAi                          ms    34.616      32      11    15    55,9    112        1
 viTóriA de sAnTo AnTão           Pe    127.828     82      68     63   55,5    113        1
 fAzendA rio GrAnde               Pr    80.465      29      56    49    55,5    114        1
 BArrA de são frAncisco           es    40.975      30      24    14    55,3    115        1
 iTinGA do mArAnHão               mA    25.365      13      16    13    55,2    116        1
 BArrA dos coqueiros              se    22.393      11      12    14    55,1    117        1
 vAlPArAíso de Goiás              Go    126.930     39      76     94   54,9    118        1
 iTAPAricA                        BA    20.683       7       9    18    54,8    119        1
 novo GAmA                        Go    91.288      43      60    47    54,8    120        1
 PirAnHAs                         Al    23.848      13      8     18    54,5    121        1
 cAmAçAri                         BA    235.463    138     124    123   54,5    122        1
 sAnTo AnTônio do descoBerTo      Go    60.578      33      37    29    54,5    123        1
 fundão                           es    16.575       8       7    12    54,3    124        1
 flexeirAs                        Al    12.298      10      5      5    54,2    125        1
 jABoATão dos GuArArAPes          Pe    661.483    430     363    281   54,1    126        1
 são josé dA lAje                 Al    22.814       8      14    15    54,1    127        1
 Belém de mAriA                   Pe    10.575       4       6     7    53,6    128        1
 várzeA GrAnde                    mT    245.261    128     126    140   53,5    129        1
 cuPirA                           Pe    23.077      10      21     6    53,4    130        1
 BAyeux                           PB    97.593      34      62    59    52,9    131        1
 iTAiTinGA                        ce    34.100      20      19    15    52,8    132        1
 ArAucáriA                        Pr    117.486     43      76     67   52,8    133        1
 AlTAmirA                         PA    97.959      41      50    64    52,7    134        1
 iTAjuíPe                         BA    20.888       8      13    12    52,7    135        1
 serTAnóPolis                     Pr    15.833      16      5      4    52,6    136        1
 comodoro                         mT    18.401       8      13     8    52,5    137        1
 umArizAl                         rn    10.799       1       9     7    52,5    138        1
                                                                                      (continua)



                                                                                               39
Tabela 2.2.1 (continuação)
                                       PoPulAção          Homicídios    TAxA     Posição
                      municíPio   uf
                                        médiA.     2008    2009 2010*   médiA   nAc. esT.
 luziâniA                         Go    189.166    106      77    113   52,2    139        1
 são seBAsTião do PAssé           BA    41.889     10       30     25   51,7    140        1
 novo rePArTimenTo                PA    58.278     45       17     28   51,5    141        1
 sAnTA riTA                       PB    123.084     50       60    80   51,5    142        1
 TrindAde                         Pe    25.993     16       14     10   51,3    143        1
 novA mAmoré                      ro    22.098     12       14     8    51,3    144        1
 verA cruz                        BA    37.205     16       17     24   51,1    145        1
 exTremoz                         rn    23.521     13       20     3    51,0    146        1
 cAmPo mourão                     Pr    86.327     42       39     51   51,0    147        1
 novA viçosA                      BA    37.294     10       22     25   50,9    148        1
 ecoPorAnGA                       es    23.566     16       10     10   50,9    149        1
 mAcAé                            rj    197.758    114      81    107   50,9    150        1
 iTABelA                          BA    27.513     19        7    16    50,9    151        1
 feirA de sAnTAnA                 BA    570.570    241      286   342   50,8    152        2
 mossoró                          rn    250.730    126      118   137   50,7    153        1
 sAnTA luziA                      BA    14.480      6        5     11   50,6    154        1
 são luís                         mA   1.000.832   428      523   569   50,6    155        1
 TAmAndAré                        Pe    19.785     11       11     8    50,5    156        1
 iTAPeBi                          BA    11.213      3        8      6   50,5    157        1
 conceição dA BArrA               es    27.739      8       17     17   50,5    158        1
 nAnuque                          mG    41.112     23       25     14   50,3    159        1
 PAlmAres                         Pe    59.055     35       30     24   50,2    160        1
 ArAGuAínA                        To    134.806     67       75    61   50,2    161        1
 cArAGuATATuBA                    sP    97.719     55       50     42   50,1    162        1
 iBicArAí                         BA    24.631      5       18     14   50,1    163        1
 juPi                             Pe    13.990      7        6      8   50,0    164        1
 PAriPueirA                       Al    10.687      6        4      6   49,9    165        1
 BrAnquinHA                       Al    11.363      3       10     4    49,9    166        2
 ABreu e limA                     Pe    95.050     53       45     44   49,8    167        1
 limoeiro                         Pe    56.321     31       34     19   49,7    168        2
 cAAPorã                          PB    20.146      6       12     12   49,6    169        1
 Penedo                           Al    60.564     27       31     32   49,5    170        1
 ArAcruz                          es    79.623     42       34     42   49,4    171        1
 olindA                           Pe    386.315    217      195   159   49,3    172        1
 BuerAremA                        BA    19.646     11        6    12    49,2    173        1
 cidAde ocidenTAl                 Go    53.609     28       26     25   49,1    174        1
 Belém                            PA   1.408.762   669      644   760   49,1    175        1
 coruriPe                         Al    52.357     13       38     26   49,0    176        1
 iTABAiAnA                        se    86.346     44       42     40   48,6    177        1
 unA                              BA    24.699     14       14     8    48,6    178        1
 xexéu                            Pe    14.436      3       12     6    48,5    179        1
 cAmPinA GrAnde                   PB    383.318    155      184   218   48,4    180        1
 iPorã                            Pr    15.167      3       12     7    48,4    181        1
 BelmonTe                         BA    22.067     14       14     4    48,3    182        1
                                                                                      (continua)




40
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil



Tabela 2.2.1 (continuação)
                                                    PoPulAção              Homicídios              TAxA      Posição
                      municíPio                uf
                                                     médiA.         2008    2009 2010*            médiA     nAc. esT.
 colomBo                                       Pr     227.236         98       124       106       48,1      183      1
 PAncAs                                        es     20.119          9        14         6        48,0      184      1
 xinGuArA                                      PA     40.320          18       20        20        47,9      185      1
 iTAPecericA dA serrA                          sP     155.858         82       59        83        47,9      186      1
 mAnGArATiBA                                   rj     34.152          17       14        18        47,8      187      1
 conde                                         PB     20.926          7        10        13        47,8      188      1
 PlAnAlTinA                                    Go     80.406          55       23        37        47,7      189      1
 PorTo velHo                                   ro     403.857        178       186       213       47,6      190      1
 cAmPos dos GoyTAcAzes                         rj     447.785        205       241       193       47,6      191      1
 áGuA clArA                                    ms     14.024          6         7         7        47,5      192      1
 são miGuel do iGuAçu                          Pr     26.027          19        6        12        47,4      193      1
 colATinA                                      es     111.251         48       64        46        47,3      194      1
 Breu BrAnco                                   PA     51.447          20       27        26        47,3      195      1
 AquirAz                                       ce     71.534          39       26        36        47,1      196      1
 iGArAssu                                      Pe     100.311         39       50        52        46,9      197      1
 cAndeiAs                                      BA     82.232          43       33        39        46,6      198      1
 iTABorAí                                      rj     221.659        108       94        107       46,5      199      1
 mATA de são joão                              BA     39.573          15       17        23        46,3      200      1

 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares



2.3. Os Novos Padrões da Violência Homicida

   Nos estudos que publicamos sobre o tema, a partir de 2004 já indicávamos uma mudança nos
padrões de evolução da violência homicida no país.
   No Mapa da Violência divulgado em 200419 apontávamos: “Desmembrando (a série analisada
1993/2002) em dois períodos, no primeiro, de 1993 a 1999 os índices de crescimento dos homicídios
nas capitais e municípios das regiões metropolitanas mais que duplicam os índices de crescimento
do interior dos estados. Já nos segundo período – 1999 a 2002 – aumentam drasticamente as taxas
anuais de crescimento dos homicídios no interior para 8% aa, caindo de forma drástica as taxas das
capitais e regiões metropolitanas. Isso estaria indicando uma forte tendência de interiorização da
violência homicida.”
   Mais recentemente, no último Mapa da Violência, divulgado em fevereiro deste ano20, apon-
távamos a existência de dois “processos concomitantes de desconcentração. Por um lado, (...) um



19. WAISELFISZ, J.J. Mapa da Violência IV. Os Jovens do Brasil. Brasília: UNESCO, Secretaria Especial de Direitos
    Humanos, Instituto Ayrton Senna. 2004.
20. WAISELFISZ, J.J. Mapa da Violência 2011. Os Jovens do Brasil. Brasília, Ministério da Justiça, Instituto Sangari. 2011.


                                                                                                                          41
fenômeno de interiorização da violência homicida. Se até 1996 o crescimento dos homicídios
centrava-se nas capitais e nos grandes conglomerados metropolitanos, entre 1996 e 2003 esse cres-
cimento praticamente estagna e o dinamismo se transfere aos municípios do interior dos estados.
A partir de 2003, as taxas médias nacionais das capitais e regiões metropolitanas começam a enco-
lher, enquanto as do interior continuam a crescer, mas com um ritmo mais lento (....). Esses mes-
mos fatores parecem impulsionar um segundo tipo de desconcentração, agora entre os estados”
que chamaremos de disseminação.
   Em que consiste essa última? Diversas UF relativamente tranquilas na década anterior experi-
mentam incrementos significativos nos seus níveis de violência enquanto as conhecidas na década
passada como focos de violência reduzem, em casos de forma muito significativa, suas taxas de
homicídio. Esses dois processos originaram a migração dos polos dinâmicos da violência de um
limitado número de capitais e/ou grandes regiões metropolitanas, que melhoraram a eficiência de
seus aparelhos de segurança, para regiões menos protegidas, seja no interior dos estados, seja para
outras unidades federativas. Tentaremos aprofundar essa dinâmica de disseminação da violência
homicida no item a seguir e, mais adiante, no item 2.3.2 o segundo processo, o de interiorização
da violência.
   Mas, em realidade, trata-se de um único processo, o de migração dos polos dinâmicos da vio-
lência de um limitado número de regiões metropolitanas de grande porte para áreas de menor
tamanho e presença, não só demográfica, mas também do poder do Estado.

     2.3.1. Disseminação da violência
   Para uma melhor visualização das mudanças acontecidas na última década, deveremos re-
organizar os dados já apresentados na tabela 2.1.5 ordenando agora as UF pela situação de suas
taxas de homicídio no ano 2000. Podemos verificar, até visualmente, um padrão de evolução bem
definido e marcante na década.
   Vemos pela tabela que das sete UF que encabeçam a lista no ano 2000, seis tiveram quedas
em seus índices e, em alguns casos, como os de São Paulo e Rio de Janeiro, as quedas foram bem
expressivas. Só Espírito Santo apresentou um leve incremento na década analisada. Mas devemos
considerar que nesse Estado o processo se iniciou dois anos antes. Se considerarmos como ponto
de partida a taxa do ano 1998: 58,4 homicídios em 100 mil habitantes, os homicídios em realidade
caíram 14,3% entre 1998 e 2010, pelo que a exceção é só aparente. Podemos assim considerar os
sete estados no mesmo bloco: unidades mais violentas cujas taxas caem na década.
   Já nas 17 UF com menores taxas em 2000 aconteceu exatamente o contrário. As taxas cres-
ceram e, em vários casos, de forma drástica e preocupante. É o que aconteceu na Bahia, onde as
taxas mais que quadruplicam ou no Pará e no Maranhão, onde as taxas mais que triplicam ou em
Alagoas, Paraíba ou Rio Grande do Norte, onde as taxas mais que duplicam. Esses aumentos foram
de tal magnitude que Alagoas, em 11º lugar em 2000, pulou para o primeiro lugar da violência

42
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil



nacional. O Pará, que 10 anos antes estava no 21º lugar, pulou para o 3º.
   Pelo ordenamento dos estados, nessa tabela, também vemos que o fenômeno não se restringe
a uma região ou área delimitada. A disseminação atuou espalhando a violência homicida para to-
das as regiões do país, numa espécie de reequilíbrio hidrodinâmico dos vasos comunicantes: dos
estados mais violentos para os menos violentos.

          Tabela 2.3.1.1. Ordenamento das UF por Taxas de Homicídio (em 100 mil) no ano 2000. Brasil, 2000-2010*
                                                                         2000                     2010*
                           uf                                                                                   Δ%
                                                                 TAxA               Pos    TAxA           Pos
PernAmBuco                                                       54,0                1º    38,8           4º    -28,2
rio de jAneiro                                                   51,0                2º    26,2           17º   -48,6
esPíriTo sAnTo**                                                 46,8                3º    50,1           2º     7,1
são PAulo                                                        42,2                4º    13,9           25º   -67,0
mATo Grosso                                                      39,8                5º    31,7           12º   -20,2
rorAimA                                                          39,5                6º    27,3           16º   -30,8
disTriTo federAl                                                 37,5                7º    34,2           10º   -8,8
rondôniA                                                         33,8                8º    34,6           8º     2,5
AmAPá                                                            32,5                9º    38,7           5º    19,1
mATo Grosso do sul                                               31,0               10º    25,8           18º   -16,7
AlAGoAs                                                          25,6               11º    66,8           1º    160,4
serGiPe                                                          23,3               12º    33,3           11º   42,9
Goiás                                                            20,2               13º    29,4           15º   45,6
AmAzonAs                                                         19,8               14º    30,6           13º   54,6
Acre                                                             19,4               15º    19,6           22º    1,3
PArAná                                                           18,5               16º    34,4           9º    86,0
ceArá                                                            16,5               17º    29,7           14º   79,8
rio GrAnde do sul                                                16,3               18º    19,3           23º   18,1
TocAnTins                                                        15,5               19º    22,5           20º   45,3
PArAíBA                                                          15,1               20º    38,6           6º    156,2
PArá                                                             13,0               21º    45,9           3º    252,9
minAs GerAis                                                     11,5               22º    18,1           24º   57,1
BAHiA                                                             9,4               23º    37,7           7º    303,2
rio GrAnde do norTe                                               9,0               24º    22,9           19º   153,9
PiAuí                                                             8,2               25º    13,7           26º   66,4
sAnTA cATArinA                                                    7,9               26º    12,9           27º   63,1
mArAnHão                                                          6,1               27º    22,5           21º   269,3
Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares ** Se ano inicial 1998, taxa=58,3. Δ= -14,3%


   Mas para aprofundar as análises dessa mudança nos padrões históricos da violência homicida,
deveremos retroceder com os dados até o ano 1980 e assim abranger um período de 30 anos. Po-
demos verificar essa evolução nos gráficos e tabelas a seguir.


                                                                                                                        43
Gráfico 2.3.1.1. Evolução das 7 UF com as maiores e das 17 UF com as menores taxas de homicídio no ano 2000. Brasil, 1980/2010*.
                                            50                                                             1999; 47,4

                                            45
          Taxas de Homicídio (em 100 mil)



                                            40                              1990; 37,4

                                            35
                                                                                                                        2003; 28,9
                                            30                                                                                          2010; 28,4
                                                                                      1992; 30,4          1999; 26,2
                                            25                                                                                         2010; 26,2

                                            20                                                                                          2010; 22,1
                                                    1980; 17,2
                                            15
                                                                                                                                                       Brasil
                                                    1980; 11,7
                                            10                                1989; 12,1                   1999; 11,7                                  7 maiores
                                                    1980; 7,9                                                                                          17 menores
                                             5
                                                 1980            1985            1990              1995         2000            2005           2010*


                                                 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares


    Vemos no gráfico 2.3.1.1 que, entre 1980 e 1999, o Brasil passou de 11,7 para 26,2 homicídios
em 100 mil habitantes, o que representou um aumento de 124%. No mesmo período, os 7 estados
mais violentos no ano 2000 cresciam 175,7% e os 17 menos violentos em 2000 cresciam de forma
bem mais moderada: 48,5%.
    Nesses estados menos violentos, vemos que o peso do incremento concentrou-se nos primeiros
9 anos, até 1989. Entre essa data e 1999 os índices praticamente estagnaram. Fica evidente, visual-
mente no gráfico, que até 1999 os polos dinâmicos da violência homicida concentravam-se num
pequeno grupo de estados, principalmente em suas capitais e/ou regiões metropolitanas, como
teremos oportunidade de observar no capítulo dedicado ao processo de interiorização.
    Já no segundo período, que se inicia em 1999 e vai até 2010, as taxas nacionais, com diversas
flutuações, praticamente estagnam em 26,2 homicídios em 100 mil habitantes. Até 2003 conti-
nuam os elevados níveis de crescimento do período anterior, cai, também de forma acelerada em
2004 e 2005, para depois voltar a oscilar até 2010, ora aumentando, ora caindo. Que explicam as
fortes oscilações do último quinquênio? Indicávamos, em estudos anteriores: contrastando com
o período anterior, de crescimento sistemático, os dados se revelam contraditórios, crescendo em
um ano, caindo no outro. Isso indica a presença de forças também contraditórias, cuja prevalên-
cia circunstancial pressiona os quantitativos nacionais ora para cima ora para baixo (....) Essas
mudanças alteram o mapa tradicional dos homicídios no país. Quais seriam essas forças? Um
pequeno número de estados de elevados níveis de violência, alguns de forte peso demográfico,


44
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil



conseguem reverter a espiral de violência homicida, baixando drasticamente seus índices. Essa
violência se espalha para um grande número de unidades que, relativamente tranquilas dez anos
antes, evidenciariam fortes incrementos nos seus índices de homicídios. A preponderância cir-
cunstancial de um ou outro bloco estaria a explicar as oscilações, numa situação que podemos
caracterizar como de equilíbrio instável.
   Efetivamente, vemos que neste segundo período, a partir de 1999, as taxas dos 7 estados que
em 2000 lideravam as estatísticas, caem drasticamente de 47,4 para 22,1 homicídios em 100 mil
habitantes. Isso significa que nesses 11 anos as taxas caíram 52,1%, indo para menos da metade do
que eram em 1999.
   Do outro lado, as taxas dos 17 estados que tinham os menores índices em 2000 crescem de
forma drástica: passam de 11,7 para 28,4 homicídios em 100 mil habitantes. Um crescimento que
multiplica quase 2,5 vezes o nível de 1999.
   Evidência clara desta mudança de padrão é o fato que em 1999 as taxas dos sete estados mais
violentos superam largamente as taxas dos estados menos violentos – taxas de 47,4 e 11,7: eram
305% maiores isto é, acima de 4 vezes. Já em 2010 a taxa dos estados menos violentos agora ultra-
passa em 22,2% a dos estados mais violentos.




                                                                                              45
Tabela 2.3.1.2. Evolução das 7 UF com as maiores e das 17 UF com as menoresTaxas de Homicídio no ano 2000. Brasil, 1980/2010.*
       Ano                       BrAsil              7 mAiores                 17 menores                  relAção %
1980                              11,7                   17,1                       7,9                       116,0
1981                              12,6                   18,3                       8,5                       114,4
1982                              12,6                   17,5                       9,1                       92,9
1983                              13,8                   20,2                       9,2                       119,1
1984                              15,3                   23,9                       9,2                       159,0
1985                              15,0                   24,2                       8,5                       184,6
1986                              15,3                   24,2                       8,8                       174,0
1987                              16,9                   28,2                       8,9                       217,1
1988                              16,8                   26,0                       10,2                      154,8
1989                              20,3                   31,9                       12,1                      162,7
1990                              22,2                   37,4                       11,6                      222,2
1991                              20,9                   33,7                       11,8                      186,1
1992                              19,1                   30,4                       11,1                      172,9
1993                              20,2                   32,5                       11,4                      184,4
1994                              21,2                   34,9                       11,6                      199,7
1995                              23,8                   40,7                       12,1                      235,2
1996                              24,8                   42,0                       12,7                      230,9
1997                              25,4                   43,1                       13,0                      231,2
1998                              25,9                   46,0                       11,9                      285,4
1999                              26,2                   47,1                       11,7                      301,0
2000                              26,7                   45,4                       13,7                      231,5
2001                              27,8                   45,6                       15,4                      195,0
2002                              28,5                   44,3                       17,3                      156,5
2003                              28,9                   42,4                       19,3                      119,7
2004                              27,0                   36,8                       20,1                      83,5
2005                              25,8                   32,1                       21,3                      50,5
2006                              26,3                   31,4                       22,5                      39,4
2007                              25,2                   27,7                       23,4                      18,3
2008                              26,4                   26,4                       26,3                       0,6
2009                              27,0                   25,9                       27,7                       -6,5
2010                              26,2                   22,6                       28,4                      -20,6

Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares




46
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




Gráfico 2.3.1.2. Relação % entre as 7 UF com maiores e as 17 UF com menores taxas de homicídio em 2000. Brasil, 1980/2010*
                              350
                                                                                                 1999; 301,0
                              300

                              250
              Diferença (%)




                              200

                              150   1980; 116,0

                              100

                              50

                               0
                                                                                                                  2010; -20,6
                              -50
                                    1980            1985              1990           1995       2000           2005         2010*



                                     Fonte: SIM/SVS/MS. * 2010: dados preliminares


  Tabela 2.3.1.3. Crescimento % por período das 7 UF com as maiores e das 17 UF com as menores taxas de homicídio em 2000. Brasil.
                                                                                              crescimenTo %
                         Período
                                                                    BrAsil                  7 mAiores                  17 menores
 1980/1999                                                           124,0                    175,7                             48,5
 1999/2010*                                                           0,0                     -52,1                         142,2
 1980/2010*                                                          124,0                    32,2                          259,5

 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares


   Outro claro indicador dessa disseminação é o fato que no ano 2000 ainda existiam no país 5
estados com taxas abaixo do que se considera situação epidêmica21: Bahia, Rio Grande do Norte,
Piauí, Santa Catarina e Maranhão. Já em 2010 a totalidade dos estados supera esse patamar. A
menor taxa, a de Santa Catarina, é de 12,9 homicídios em 100 mil habitantes. E esse fenômeno
acontece sem alteração da taxa nacional, que permanece rondando os 26 homicídios em 100 mil
habitantes. Esse fenômeno de disseminação se produz a partir das quedas, bem significativas, de
alguns estados com forte peso demográfico e impacto nas estatísticas nacionais, como São Paulo
e Rio de Janeiro e de aumentos em um maior número de estados, mas de menor peso estatístico.
   Fenômeno semelhante acontece se observamos a evolução histórica da violência nas capitais.
Capitais que no ano 2000 ocupavam os lugares mais violentos, veem suas taxas cair na década e,
em alguns casos, como as capitais de São Paulo ou Rio de Janeiro, de forma muito significativa.


21. 10 homicídios para cada 100 mil habitantes.


                                                                                                                                       47
Tabela 2.3.1.4. Ordenamento das Capitais por Taxas de Homicídio (em 100 mil) 2000/2010*
                                                     2000                       2010*
              cAPiTAl                                                                                      Δ%
                                              TAxA          Pos.         TAxA             Pos.
recife                                        97,5           1º          57,9              4º              -40,6
viTóriA                                       79,0           2º          67,1              3º              -15,1
cuiABá                                        69,5           3º          40,1              14º             -42,3
são PAulo                                     64,8           4º          13,0              27º             -79,9
PorTo velHo                                   61,0           5º          49,7              9º              -18,5
rio de jAneiro                                56,6           6º          24,3              23º             -57,1
mAcAPá                                        46,2           7º          49,0              10º              6,1
mAceió                                        45,1           8º         109,9              1º              143,7
BoA visTA                                     40,4           9º          28,5              21º             -29,5
ArAcAju                                       39,9          10º          42,0              13º              5,3
cAmPo GrAnde                                  39,3          11º          21,7              26º             -44,8
PorTo AleGre                                  39,2          12º          36,8              16º             -6,1
joão PessoA                                   37,8          13º          80,3              2º              112,4
BrAsíliA                                      37,5          14º          34,2              18º             -8,8
rio BrAnco                                    36,4          15º          25,9              22º             -28,8
Belo HorizonTe                                34,8          16º          34,9              17º              0,3
mAnAus                                        33,0          17º          46,7              11º             41,5
GoiâniA                                       28,6          18º          39,8              15º             39,2
forTAlezA                                     28,2          19º          45,9              12º             62,8
curiTiBA                                      26,2          20º          55,9              6º              113,4
Belém                                         25,9          21º          54,5              8º              110,4
TeresinA                                      22,2          22º          30,8              20º             38,7
PAlmAs                                        21,8          23º          22,3              25º              2,3
são luis                                      16,6          24º          56,1              5º              238,0
sAlvAdor                                      12,9          25º          55,5              7º              330,2
nATAl                                         10,4          26º          32,3              19º             210,6
floriAnóPolis                                 10,2          27º          22,8              24º             123,5

Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares



   O contrário acontece com outras 11 capitais que no ano 2000 eram as menos violentas. Suas
taxas crescem e, em casos, de forma muito drástica, como São Luís, Salvador, Natal, Belém, Floria-
nópolis ou Curitiba. Cabe mencionar também os casos de Maceió e João Pessoa que, de posição
intermediária em 2000, passam a ocupar os dois primeiros lugares na violência nacional. A tabela
2.3.1.4 permite perceber, de forma clara, esses deslocamentos.
   Mas vai ser nas regiões metropolitanas que esses deslocamentos adquirem maior visibilidade:




48
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




                 Tabela 2.3.1.5. Ordenamento das RM por Taxas de Homicídio (em 100 mil). Brasil 2000/2010*
                                                     2000                           2010*
                     rm                                                                                      Δ%
                                              TAxA          Pos.            TAxA             Pos.
recife                                        77,2            1º             50,6             7º             -34,4
viTóriA                                       73,6            2º             68,6             4º             -6,8
são PAulo                                     63,3            3º             15,4            29º             -75,6
cuiABá                                        60,1            4º             44,9            10º             -25,3
rio de jAneiro                                56,7            5º             26,7            22º             -52,9
BAixAdA sAnTisTA                              54,8            6º             19,3            25º             -64,7
PeTrolinA/juAzeiro                            46,7            7º             34,2            16º             -26,6
mAcAPá                                        41,8            8º             45,0             9º              7,8
cAmPinAs                                      39,7            9º             14,7            30º             -63,0
mAceió                                        39,3           10º            100,7             1º             156,2
enTorno de BrAsíliA                           35,2           11º             39,0            14º             10,6
ArAcAju                                       34,2           12º             41,3            13º             20,7
mAnAus                                        29,6           13º             43,3            11º             46,4
Belo HorizonTe                                28,8           14º             34,4            15º             19,5
joão PessoA                                   27,6           15º             72,9             3º             164,2
P.AleGre                                      26,9           16º             29,6            18º              9,9
forTAlezA                                     26,2           17º             42,9            12º             63,9
GoiâniA                                       25,3           18º             33,3            17º             31,6
curiTiBA                                      25,1           19º             56,8             6º             126,7
Belém                                         18,9           20º             80,2             2º             325,0
TeresinA                                      18,2           21º             24,8            24º             36,4
londrinA                                      16,5           22º             27,0            21º             63,2
são luís                                      13,4           23º             46,6             8º             246,4
sAlvAdor                                      11,6           24º             60,1             5º             418,2
norTe/nordesTe sc                             10,4           25º             16,1            28º             55,3
nATAl                                         10,1           26º             27,1            20º             167,5
foz do rio iTAjAí                             10,0           27º             29,1            19º             190,7
vAle do Aço                                   10,0           28º             25,2            23º             152,1
floriAnóPolis                                 8,9            29º             18,5            27º             108,0
mArinGá                                       7,8            30º             18,7            26º             139,6
TuBArão                                       5,9            31º             14,7            31º             146,9
reG cArBoníferA sc                            5,2            32º             10,3            32º             97,9
vAle do iTAjAí                                2,8            33º             9,0             33º             228,9

Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares


   Das 9 regiões com maiores taxas no ano 2000, em 8 delas o crescimento da década foi negativo.
Só Macapá, entre essas 9, apresenta um leve crescimento. Já a totalidade das 24 menores taxas em
2000 cresceram e, em diversos casos, como a RM de Maceió, ou a de Belém, de forma muito ex-
pressiva, passando em 2010 aos dois primeiros lugares no contexto nacional.


                                                                                                                     49
2.3.2. Interiorização da violência
    Como indicamos na introdução, os dados históricos tornam visível outro processo de descon-
centração que acontece concomitante com o anterior: é o que chamamos de interiorização, onde
os polos dinâmicos da violência se deslocam das capitais e/ou regiões metropolitanas rumo ao in-
terior dos estados. Esses dois processos só podem ser desagregados analiticamente para melhorar
a compreensão dos processos implicados. Mas trata-se, em realidade, de uma única mudança que
vai de umas poucas metrópoles rumo a cidades de menor porte, seja no interior dos estados, seja
em outros estados.
    Para melhor visualizar esse processo deveremos desagregar os dados das UF em duas grandes
categorias:
    • As Capitais	e	as	Regiões	Metropolitanas do país. Por apresentar comportamento muito se-
       melhante, praticamente idêntico, englobaremos ambas em única categoria: Capitais+RM.
     • O Interior dos estados. No contexto do estudo definiremos operacionalmente o Interior
       como os municípios que não são nem capitais de Estado, nem formam parte de alguma
       Região Metropolitana.
          Dessa forma, comparando os modos de evolução desses dois blocos, poderemos eviden-
ciar outras peculiaridades recentes na evolução da violência homicida do país.
    Por último, cabe indicar que, para ter maior capacidade inferencial devemos ampliar também
aqui o escopo temporal da nossa análise, retrocedendo, em vários casos, até 1980, por se tratar de
fenômenos que tiveram início antes da última década.
    Pelos dados do último Censo do IBGE, dos 190,7 mi habitantes do país, 105 mi, que equivale a
55,1% da população, moravam no Interior dos Estados. Esse número já foi maior, pouco mais de
60% em 1980. Mas ainda hoje, apesar da queda de representatividade, o interior ainda concentra a
maior parte de população brasileira, motivo pelo qual é recomendável acompanhar as mudanças
em sua estrutura ou evolução, porque afetam decididamente os índices nacionais. Geralmente,
existe uma ideia um tanto bucólica das cidades do interior, como oásis de paz e tranquilidade que
a vida estressante das grandes metrópoles tende a destruir.
    A seguir, deveremos analisar a evolução dos quantitativos de homicídios no interior dos esta-
dos. Mas para entender as mudanças acontecidas na última década deveremos trabalhar com os
dados dos 30 anos de homicídios disponíveis:




50
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




      Gráfico 2.3.2.1. Evolução das Taxas de Homicídio (em 100 mil). Brasil, Capitais+ RM e Interior. 2000/2010*

                                             50

                                             45                                                                       2003; 44,1
           Taxas de Homicídio (em 100 mil)


                                             40
                                                                                                1995; 40,1
                                             35
                                                                                                                                 2010; 33,6
                                             30
                                                                                                                      2003; 28,9
                                             25                                                                                  2010; 26,2
                                                                                                1995; 23,8
                                                   1980; 17,9
                                             20
                                                                                                                    2003; 16,6
                                                                                                                                 2010; 20,1
                                             15
                                                                                                                                              Brasil
                                                    1980; 11,7                                  1995; 11,7
                                             10                                                                                               Capitais + RM
                                                    1980; 7,5                                                                                 Interior
                                             5
                                                  1980           1985             1990        1995           2000      2005            2010

                                              Fonte: SIM/SVS/MS – *2010: dados preliminares


   Neste gráfico e na tabela 2.3.2.1. podemos observar a existência de três grandes períodos cla-
ramente delimitados:
   •	 1980/1995. Nesse primeiro período observamos um acelerado crescimento das Capitais+RM,
      que passam de 17,9 para 40,1 homicídios em cada 100 mil habitantes. Isso representa um
      aumento de 123,8% nesses 15 anos, ou 5,5% ao ano. No mesmo período, o Interior passou de
      7,5 para 11,7 homicídios em 100 mil: crescimento bem menor que o das capitais – 55,9% no
      total do período ou 3% ano. Fica evidente que o comando do crescimento no período ficou
      por conta das Capitais+RM, responsáveis pela forte elevação das taxas nacionais.
   •	 1995/2003.	Arrefece o crescimento das Capitais+RM, cujo incremento nos 8 anos foi de
      9,8%, o que representa um incremento anual de 1,2%. Já as taxas do Interior neste período
      pulam para 4,4% ao ano, ao crescer 41,4% no período. De toda forma, ambas as áreas ainda
      contribuem para o incremento da violência nacional, agora com maior peso para o Interior.
   •	 2003/2010. Neste último período as taxas das Capitais+RM caem de forma clara, pas-
      sando de 44,1 homicídios em 100 mil para 33,6, o que representa uma queda de 23,8%
      nos sete anos, ou uma taxa negativa de 3,8% ao ano. Já os índices do interior continuam
      crescendo, mas com um ritmo menor. Crescem 21,4% no período, ou 2,8% ao ano. Dessa
      forma o Interior assume, claramente, o papel de polo dinâmico, motor da violência homi-
      cida, ao impedir quedas substantivas nos níveis da violência nacional que as Capitais+RM
      estariam conseguindo.


                                                                                                                                                  51
Tabela 2.3.2.1. Crescimento por período das taxas de homicídio do Brasil, Capitais+RM e Interior. Brasil. 1980/2010*
                                                       1980/1995                            1995/2003                   2003/2010*
                           áreA
                                                     Δ%      Δ % Ao Ano                   Δ%      Δ % Ao Ano           Δ%     Δ % Ao Ano
BrAsil                                               103,9                4,9              21,1          2,4            -9,3          -1,4
cAPiTAis+rm                                          123,8                5,5              9,8           1,2           -23,8          -3,8
inTerior                                              55,9                3,0              41,4          4,4            21,4          2,8

Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares


   O Gráfico 2.3.2.2 permite verificar a evolução das diferenças entre o Interior e as Capitais+RM.
Vemos que em 1982 as taxas das Capitais+RM eram 93,3% superiores às do Interior. Em 1995 essa
diferencia atinge sua máxima expressão: 242,2%. Foi quando começa a arrefecer o crescimento
nos centros urbanos. Para 2010 a diferença se encurta, e muito: cai para 67%, menor ainda que
em 1982.
   E a linha tendencial indica que vai se encurtar mais ainda. Se continuar com os índices do úl-
timo quinquênio, as taxas do interior igualariam em virulência as taxas das Capitais/RM em um
patamar em torno dos 28 homicídios para cada 100 mil habitantes.

 Gráfico 2.3.2.2 Evolução da diferença (%) entre as taxas de homicídio das Capitais+RM e do Interior. Brasil. 1980/2010*

                            300


                                                                                  1995; 242,2
                            250
           Diferença (%)




                            200


                                   1980; 138,4
                            150



                            100               1982; 93,3

                                                                                                                 2010; 67,0
                             50
                                  1980           1985              1990            1995           2000         2005           2010*

                                  Fonte: SIM/SVS/MS – *2010: dados preliminares




52
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil



    Mas a evolução dos índices nas diversas unidades do país está longe de ser homogênea, como
pode ser visto na tabela 2.3.2.2. Nas regiões norte e nordeste as taxas de homicídio do interior mais
que duplicam na década 2000/2010. No norte, são puxados basicamente pelo interior do Pará e
do Acre, mas observável em todos os estados da região, salvo em Roraima, onde as taxas crescem
mais na Capital.
    Já no nordeste, em quase todas as UF observamos forte crescimento das taxas do interior, salvo
em Pernambuco, que apresenta uma leve queda. No sul o crescimento é moderado, e sudeste e
Centro-Oeste evidenciam poucas mudanças.
    De qualquer forma, os dados estão indicando um forte processo de interiorização, como pode
ser visto nas tabelas 2.3.2.2 à 2.3.2.4.
    • Se na década os índices do Brasil permaneceram praticamente estagnados – a taxa de 26,7
        em 2000 cai para 26,2 em 2010 – as taxas das capitais e das RM regridem 22,3% – passam
        de 43,2 para 33,6 – queda compensada pelo interior, cujas taxas aumentam 43,6% – passam
        de 13,8 para 20,1 nesse período. Assim, os esforços realizados no período nas capitais e RM
        de alguns Estados, principalmente São Paulo e Rio de Janeiro, foram anuladas em grande
        parte, pelo crescimento no interior de vários outros estados.




                                                                                                  53
Tabela 2.3.2.2. Taxas de Homicídio (em 100 mil) do Interior dos Estados, por UF e Região. Brasil. 2000/2010*
        uf/reGião              2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010*                                   Δ%
Acre                             5,3          6,4    9,7    9,5    8,4    14,3   11,0   9,4    12,1   13,1     14,3      172,9
AmAPá                            11,5         21,1   12,2   18,2   15,3   27,7   32,3   15,3   21,5   30,4     20,0      74,2
AmAzonAs                         5,8          6,7    7,5    6,6    6,9    6,4    8,6    7,9    9,3    8,8      11,0      90,4
PArá                             10,6         12,4   15,2   17,7   19,8   22,1   24,7   27,4   32,5   34,3     33,3      213,3
rondôniA                         25,1         31,5   35,6   34,3   27,2   29,4   27,8   19,6   27,1   31,1     28,9      15,4
rorAimA                          38,0         31,1   29,5   24,2   24,2   25,5   35,8   31,6   26,3   27,7     25,3      -33,4
TocAnTins                        14,6         17,7   14,1   17,8   15,5   15,9   18,5   17,2   18,1   22,0     22,5      54,0
norTe                            12,5         14,9   16,5   18,0   17,9   19,9   21,8   21,6   25,8   27,9     27,3      118,5
AlAGoAs                          18,3         16,3   21,5   23,9   21,3   26,7   31,7   40,4   37,6   43,6     46,8      156,1
BAHiA                            9,2          10,9   10,7   12,8   13,4   14,9   17,2   18,0   22,7   27,6     30,5      231,2
ceArá                            10,1         12,0   12,8   15,5   15,1   14,7   14,6   13,8   16,2   19,0     20,3      101,6
mArAnHão                         4,7          6,2    7,8    9,7    7,6    12,0   12,0   13,6   15,2   15,5     16,5      249,9
PArAíBA                          10,3         7,5    10,4   10,1   13,3   12,8   15,1   13,7   17,6   21,2     24,1      133,8
PernAmBuco                       35,5         34,3   39,1   34,9   29,2   30,7   33,1   36,1   35,6   33,8     28,8      -19,0
PiAuí                            1,7          4,8    4,5    4,0    6,5    5,8    5,9    6,7    6,0    6,7      6,4       276,5
rio GrAnde do norTe              8,3          9,3    9,3    11,8   10,7   11,7   12,6   15,9   18,2   18,8     19,9      139,7
serGiPe                          16,7         16,5   18,8   14,6   15,1   17,7   21,8   20,6   22,4   25,2     27,9      67,3
nordesTe                         12,2         13,0   14,4   15,3   14,6   16,3   17,9   19,2   21,5   24,1     25,2      105,6
esPíriTo sAnTo                   23,5         23,7   24,9   25,6   22,4   24,5   26,8   30,5   34,3   37,2     33,0      40,3
minAs GerAis                     5,8          6,6    8,4    10,1   10,5   12,0   12,8   12,8   12,5   12,8     12,3      112,1
rio de jAneiro                   34,3         36,6   38,0   35,4   33,9   36,9   32,9   35,1   31,4   31,5     25,0      -27,3
são PAulo                        16,8         18,3   18,1   17,4   16,2   13,7   13,3   10,0   10,7   11,7     11,5      -31,2
sudesTe                          14,8         16,1   16,9   16,9   16,2   16,1   15,9   14,8   14,9   15,6     14,4      -2,4
PArAná                           16,4         18,6   19,7   20,5   23,5   23,7   24,4   25,9   24,3   25,1     24,8      51,5
rio GrAnde do sul                10,2         12,9   12,6   12,1   12,3   12,7   12,5   11,7   12,9   13,4     13,2      29,4
sAnTA cATArinA                   8,1          7,6    8,7    10,2   9,2    8,5    9,2    8,9    9,9    9,4      9,6       18,9
sul                              12,1         13,9   14,4   14,8   15,8   15,9   16,2   16,3   16,5   16,9     16,7      38,5
disTriTo federAl                 0,0          0,0    0,0    0,0    0,0    0,0    0,0    0,0    0,0    0,0      0,0        0,0
Goiás                            13,1         14,4   14,8   14,0   17,9   16,1   15,0   15,7   16,9   19,6     18,1      38,6
mATo Grosso                      31,9         28,1   32,6   30,9   29,1   29,2   27,3   27,4   26,7   28,8     27,0      -15,4
mATo Grosso do sul               27,1         27,1   31,4   31,4   29,0   27,3   30,7   28,9   31,4   31,4     27,7       2,4
cenTro-oesTe                     22,6         22,0   24,7   23,8   24,3   23,3   23,0   22,9   23,8   25,6     23,5       4,0
BrAsil                           13,8         14,9   16,1   16,6   16,3   16,9   17,6   17,6   18,9   20,4     20,1      46,3
Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares




54
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




            Tabela 2.3.2.3. Crescimento regional das taxas de homicídio (em 100 mil) por área. Brasil. 2000-2010*
                                        TAxAs cAPiTAl+rm            TAxAs inTerior              crescimenTo %                   diferenciAl
             reGião
                                         2000      2010*           2000     2010*             c+rm       inTerior                inTerior
norTe                                     29,1       54,1          12,5          27,3          86,2             118,5              32,3
nordesTe                                  33,6       50,8          12,2          25,2          51,3             105,6              54,3
sudesTe                                   55,6       23,0          14,8          14,4          -58,7            -2,4               56,3
sul                                       20,3       33,4          12,1          16,7          64,1             38,5               -25,6
cenTro-oesTe                              35,0       37,2          22,6          23,5          6,5               4,0               -2,5
BrAsil                                    43,2       33,6          13,8          20,1          -22,3            46,3               68,6

Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares


            Tabela 2.3.2.4. Crescimento das taxas de homicídio (em 100 mil) nas UF por área. Brasil. 2000-2010*
                                                TAxAs c+rm                 TAxAs inTerior               crescimenTo %                dife-
                 reGião                                                                                                             renciAl
                                              2000      2010*             2000      2010*              c+rm      inTerior          inTerior
Acre                                          36,4          25,9           5,3          14,3            -28,8           172,9        201,6
AmAPá                                         39,0          45,0          11,5          20,0            15,4            74,2         58,8
AmAzonAs                                      29,6          43,3           5,8          11,0            46,4            90,4         44,0
PArá                                          18,9          80,2          10,6          33,3           325,0            213,3       -111,8
rondôniA                                      61,0          49,7          25,1          28,9            -18,5           15,4         33,9
rorAimA                                       40,4          28,5          38,0          25,3            -29,5           -33,4         -4,0
TocAnTins                                     21,8          22,3          14,6          22,5             2,3            54,0         51,8
AlAGoAs                                       39,3      100,7             18,3          46,8           156,2            156,1         -0,1
BAHiA                                         11,6          60,1           9,2          30,5           418,1            231,5       -186,6
ceArá                                         26,2          42,9          10,1          20,3            63,9            101,6        37,8
mArAnHão                                      13,4          46,6           4,7          16,5           247,8            249,9         2,1
PArAíBA                                       27,6          72,9          10,3          24,1           164,2            133,8        -30,4
PernAmBuco                                    71,4          48,0          35,5          28,8            -32,7           -19,0        13,7
PiAuí                                         18,2          24,8           1,7          6,4             36,3            276,5        240,2
rio GrAnde do norTe                           10,1          27,1           8,3          19,9           167,5            139,7        -27,9
serGiPe                                       34,2          41,3          16,7          27,9            20,7            67,3         46,6
esPíriTo sAnTo                                73,6          68,6          23,5          33,0            -6,8            40,3         47,1
minAs GerAis                                  27,6          33,8           5,8          12,3            22,4            112,1        89,7
rio de jAneiro                                56,7          26,7          34,3          25,0            -52,9           -27,3        25,7
são PAulo                                     60,2          15,6          16,8          11,5            -74,1           -31,2        42,8
PArAná                                        21,5          47,0          16,4          24,8           118,4            51,5         -66,9
rio GrAnde do sul                             26,9          29,6          10,2          13,2             9,9            29,4         19,5
sAnTA cATArinA                                 7,6          16,9           8,1          9,6            121,1            18,9        -102,3
disTriTo federAl
Goiás                                         25,3          33,3          13,1          18,1            31,6            38,6          7,0
mATo Grosso                                   60,1          44,9          31,9          27,0            -25,3           -15,4         9,9
mATo Grosso do sul                            39,3          21,7          27,1          27,7            -44,7            2,4         47,2

Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares




                                                                                                                                              55
• Em termos absolutos, o número de homicídios registrados pelo SIM passou na década
       2000/2010, de:
       - 45.360 para 49.932 = acréscimo de 4.572 homicídios.
       - Capitais+RM: 32339 para 28797 = queda de 3.542 homicídios.
       - Interior: 13.021 para 21.135 = crescimento de 8.114 homicídios.
     • Das 26 UF22:
        - em duas UF o diferencial23 de crescimento entre Capital+RM e Interior permanece prati-
          camente estagnado: Alagoas e Roraima.
        - em 8 os índices das Capitais+RM crescem mais que os do Interior, indicando a persistên-
          cia do “motor” urbano pressionando fortemente a elevação das taxas, como os casos de
          Pará, Bahia e Santa Catarina.
        - em 16 UF as taxas do Interior cresceram mais do que as das Capitais+RM e, em vários
          casos, de forma significativa, como indicam os elevados diferenciais do Acre e Piauí.

     2.3.3. Deslocamento dos polos dinâmicos
    O duplo processo acima analisado, disseminação e interiorização, originou outro movimento
dos polos dinâmicos da violência: de municípios de grande porte, acima de 100 mil habitantes,
para municípios de pequeno e médio porte, como pode ser visto na tabela a seguir.
    Até o ano 2000, os municípios de maior crescimento dos homicídios foram os de 500 mil ha-
bitantes ou mais, seguidos de perto por municípios com mais de 100 habitantes. Já municípios de
menor tamanho também cresceram, mas em escala mais reduzida.
    Já no período de 2000 a 2010 os municípios de maior porte, com mais de 500 mil habitantes,
o crescimento foi negativo, os índices caíram 31,4%. Nos municípios entre 100 e 500 mil habitan-
tes, as alterações foram poucas. Já o crescimento registrou-se nos municípios de menor tamanho,
principalmente na faixa de 20 a 50 mil habitantes, que antes desse boom ostentavam taxas relativa-
mente baixas. E não devemos esquecer que municípios com mais de 100 mil habitantes, dinâmicos
até o ano 2000, representam 5,8% do total. Já os de menor porte, com menos de 100 mil habitantes
representam hoje 5.282 municípios, 94,2% do total. Mas nem em todos eles, nem na maioria, os
índices são preocupantes. A violência só atinge níveis severos em municípios que conformam de-
terminadas constelações causais, como deveremos ver no item a seguir.



22. Não se considera nessas estatísticas o DF, por não possuir “interior” como acima definido.
23. A coluna “Diferencial” das tabelas 2.3.2.2 a 2.3.2.4 resulta da simples subtração do crescimento das taxas de homi-
    cídio (em 100 mil) do Interior do das Capitais+RM. Assim, o diferencial positivo está a indicar:
    • Maior crescimento do Interior com respeito às Capitais+RM.
    • Crescimento positivo do Interior e negativo das Capitais+RM, como no caso de Rondônia.
    • Maiores quedas nas Capitais+RM do que no Interior, como no caso de São Paulo.


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Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




      Tabela 2.3.3.1. Evolução das taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) por tamanho do município. Brasil: 1980/2010*
                                                                      crescimenTo      crescimenTo        n. municíPios
 TAmAnHo do municíPio                                                 1980 /2000      2000 /2010*          em 2010*
 (Por n. de HABiTAnTes)           1980          1990   2000   2010*
                                                                      Δ % Δ% Ao
                                                                              Ano
                                                                                      Δ % Δ% Ao Ano
                                                                                                           n.       %
 ATé 5 mil.                         4,2          6,0    6,4    8,7    51,8    2,1      35,6      3,1      1301     23,4
 de   5 A -10 mil                   4,4          6,4    7,9    10,4   81,1    3,0      31,6      2,8      1212     21,8
 de   10 A -20 mil                  5,8          8,3    9,7    13,8   67,6    2,6      41,4      3,5      1401     25,2
 de   20 A -50 mil                  7,2         11,1   12,2    19,3   69,4    2,7      58,2      4,7      1043     18,7
 de   50 A -100 mil                 9,2         16,3   17,7    25,1   92,3    3,3      41,3      3,5      325       5,8
 de   100 A -200 mil                12,4        23,9   27,3    30,1   120,9   4,0      10,2      1,0      150       2,7
 de   200 A -500 mil                15,8        27,7   34,6    34,3   118,8   4,0      -0,9      -0,1      95       1,7
 500 mil e mAis.                    20,8        41,1   48,3    33,1   132,1   4,3      -31,4     -3,7      38       0,7
 ToTAl                              11,7        22,2   26,7    26,2   128,8   4,2      -2,0      -0,2     5565     100,0

 Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares


      2.3.4. Fatores determinantes
    Quais seriam os determinantes das mudanças acontecidas na última década?
    Em	 primeiro	 lugar, a reestruturação da produção brasileira que vem acontecendo desde o
último quartel do século passado. Sobre o tema, uma grande variedade de estudos já focou os
caminhos desse processo de desconcentração das atividades econômicas do país desde os mais
diversos ângulos. Não é a nossa intenção fazer uma revisão do tema, simplesmente apontar alguns
balizamentos para o entendimento do fenômeno e sua relação com a violência.
    Em um estudo publicado no ano 2000, com dados de 1989/97, João Sabóia detecta uma mu-
dança no padrão locacional da indústria brasileira, onde aumentaria a importância do interior dos
principais estados industrializados e de alguns estados fora do eixo Sul-Sudeste. Por outro lado, es-
tariam surgindo novas aglomerações industriais de pequeno porte nas mais distintas regiões do país,
caracterizadas por baixos salários e pequeno nível de diversificação industrial24.
    Paralelo à modernização das últimas décadas, houve também intenso processo de mudanças
locacionais, tanto intra quanto inter-regional, tanto dentro dos estados quanto entre estados25,
com o esvaziamento do principal polo industrial do país, a região metropolitana de São Paulo e a
reconcentração industrial no interior de São Paulo e, de modo mais amplo, para diversos estados
do país, especialmente em cidades de porte médio. Também foi generalizada em todo o país, se-
gundo Sabóia, a desconcentração industrial em direção ao interior dos estados. Apesar da queda
do emprego nos principais polos industriais tradicionais, novas aglomerações se consolidaram nas
mais diversas regiões do país.


24. SABÓIA, J. Desconcentração industrial no Brasil nos anos 90: um enfoque regional. Pesq. Plan. Econ., Rio de Janeiro,
    v. 30, n. 1, abr. 2000
25. DINIZ, C.C. & CROCCO, M.A. Reestruturação econômica e impacto regional: o novo mapa da indústria brasileira.
    Nova Economia. Belo Horizonte, v6, n.1, jul. 1996.
                                                                                                                     57
As mudanças mostram sensível alteração na dimensão espacial do desenvolvimento brasileiro,
em que uma possível continuidade da desconcentração das últimas décadas deve ser acompanha-
da pelo aumento da heterogeneidade interna das regiões brasileiras, com o surgimento de ilhas
de produtividade em quase todas as regiões, o crescimento relativo maior das antigas periferias
nacionais e importância maior do conjunto das cidades médias perante as áreas metropolitanas.
As tendências indicam certa continuidade da desconcentração em direção ao interior de São Paulo
e aos principais estados do Sul e do Sudeste e, até mesmo, para o Nordeste, no caso das indústrias
intensivas em mão-de-obra26.
     A emergência dos novos polos de crescimento, atraindo investimentos e gerando emprego e
renda, tornam-se também atrativos para a criminalidade por serem áreas onde os esquemas de
segurança são ainda precários ou incipientes, sem experiência histórica e aparelhamento para o
enfretamento das novas configurações da violência.
    Em	segundo	lugar, investimentos em segurança nas capitais e nas grandes regiões metropoli-
tanas, prioritárias a partir do novo Plano Nacional de Segurança Pública, de 1999, e do Fundo Na-
cional de Segurança instituído em fins de 2000. Neste sentido, foram canalizados recursos federais
com diversos níveis de contrapartida estadual, principalmente para aparelhamento dos sistemas
de segurança pública nos grandes conglomerados que lideravam o mapa da violência do período.
Isso dificultou a ação da criminalidade organizada, que migra para áreas de menor risco e/ou es-
trutura (interior/outros estados).
    Em	terceiro	lugar, melhoria na cobertura dos sistemas de captação de dados de mortalidade,
principalmente no interior do país ou em estados com cobertura deficiente, com o que diminui a
subnotificação existente. Assim, fenômenos que antes não eram registrados começam a incidir nas
estatísticas de mortalidade.
    Por um ou outro motivo, consolidam-se configurações espaciais que rearticulam o dinamismo da
letalidade homicida centrada, até o momento, em um número limitado de grandes centros urbanos.
    Toda migração (de pessoas, de polos, etc.) apresenta fatores expulsivos – do local de origem – e
fatores atrativos – no local de destino. Quais seriam, neste caso, os fatores impulsores da mudança?
    Fatores	Expulsivos:
    • Estagnação econômica nas grandes capitais e regiões metropolitanas tradicionais com a
       concomitante reversão dos fluxos migratórios para o local de origem ou para novos polos.
     • Investimentos na segurança e consequente melhoria da eficiência repressiva.
     Fatores	Atrativos:
     • Surgimento de novos polos de crescimento no interior de diversos estados, atrativos de
        investimentos, de população e também de criminalidade.


26. PACHECO, C.A. Novos Padrões de Localização Industrial? Tendências Recentes dos Indicadores da Produção e do
    Investimento Industrial. Brasília. IPEA, Textos para discussão n. 633, março de 1999.


58
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil



   • Melhoria da situação econômica de estados fora dos eixos tradicionais.
   • Deficiências e insuficiências do aparelho de segurança em áreas de baixos níveis de violên-
     cia: escassa experiência e baixa eficiência repressiva.
   Quais são as consequências desse deslocamento? A disseminação e espalhamento da violência
homicida ao longo do território nacional. Locais que até poucos anos atrás eram considerados
tranquilos, pouco violentos, hoje assistem a uma pesada escalada de violência. O contrário tam-
bém acontece em uns poucos centros, alguns de grande peso demográfico e consequente inci-
dência nas estatísticas nacionais. As estatísticas caem e, no caso de São Paulo, despencam. Assim,
sem grandes mudanças nas estatísticas nacionais, assistimos a uma decidida reconfiguração na
distribuição interna, uma convergência que torna mais homogêneos os níveis de violência das
diversas áreas do país.
   Não é um fato novo. Já no Mapa de 2004, e em todos os subsequentes, indicamos que, desde
1999 aumentam drasticamente as taxas anuais de crescimento dos homicídios no interior para 8%
ao ano, caindo de forma drástica as taxas das capitais e regiões metropolitanas. Isso estaria a indicar
uma forte tendência de interiorização da violência homicida27.
   No mais recente mapa divulgado28, além da interiorização, incluíamos uma segunda fonte de
convergência que sem aumentar sua intensidade global – em torno de 26 homicídios em 100 mil
– a violência homicida está se espalhando por unidades que, até uma década atrás, eram aparen-
temente imunes (...) Em 1998, os 5 estados com maiores taxas de homicídios apresentavam uma
média de 52,6 homicídios em 100 mil habitantes. A média dos 5 estados com as menores taxas foi
de 7,0. A relação entre ambas foi de 7,5 (7,5 vezes maior). Já em 2008, os 5 estados com maior nível
de homicídios apresentam uma taxa bem pouco menor que a de 1998: 48,2 homicídios em 100 mil
habitantes. Mas a taxa média dos estados com menor nível aumentou muito: de 7,0 para 15,6 em
100 mil habitantes. Agora, essa relação entre os 5 de maior nível de homicídios e os 5 de menor
nível cai para 3,1: menos da metade.
   Podemos concluir, com base nos dados trabalhados neste capítulo e a intensidade do processo
observado que, se as atuais condições forem mantidas, em 7 anos as taxas do interior se equiparam
com as das capitais/RM do país e praticamente vão desaparecer as diferenças entre estados.




27. WAISELFISZ, JJ. Mapa da Violência IV. Os Jovens do Brasil. Brasília. UNESCO, Instituto Ayrton Senna, Secretaria
    Especial de Direitos Humanos. 2004.
28. WAISELFISZ, JJ. Mapa da Violência 2011. Os Jovens do Brasil. Brasília. Instituto Sangari, Ministério da Justiça.
    2011.



                                                                                                                 59
2.4. Questões de gênero e raça

     2.4.1. Homicídios por raça/cor
     Como foi alertado nas considerações metodológicas:
     • O Sistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde recém começou a pro-
       cessar informações referentes à raça/cor em 1996, mas com problemas de subnotificação: os
       dados ficavam muito incompletos até 2002. Por esse motivo, julgou-se procedente começar
       a analisar as informações referentes ao tema a partir de 2002.
     • Os quantitativos de população por raça/cor de 2002 e 2006 foram obtidos tabulando as
       projeções da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD, do IBGE, desses anos.
       Para o 2010 foram utilizados os resultados do Censo do IBGE desse ano.
     • A categoria Negro aqui utilizada resulta do somatório das categorias Preto e Pardo utilizadas
       pelo IBGE.
     • As taxas elaboradas relacionando número de homicídios por cor/raça (contidas nas bases
       de dados do SIM) com os respectivos contingentes populacionais das pesquisas do IBGE
       apresentam problemas metodológicos que devem ser levados em conta. A fonte para a po-
       pulação por raça ou cor são as entrevistas da PNAD e/ou do Censo, que coleta esse dado
       por autoclassificação do entrevistado, que escolhe uma entre cinco opções: Branca, Preta,
       Parda, Amarela ou Indígena. Já nas certidões de óbito, nossa fonte para homicídios, a clas-
       sificação é realizada por um agente externo ou documentação preexistente utilizando as
       mesmas categorias do IBGE. Ambas as classificações nem sempre, nem necessariamente,
       são coincidentes. Por tal motivo, não são os números absolutos, e sim as taxas de homicídio
       e índices de vitimização as que devem ser tomadas com cautela; são mais aproximativas do
       que assertivas.
   Voltando à classificação por raça ou cor das certidões de óbito, na Tabela 2.4.1 podemos ob-
servar que, mesmo com grandes diferenças entre as Unidades Federadas, a tendência geral desde
2002 é: queda no número absoluto de homicídios na população branca e de aumento nos números
da população negra.




60
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




                    Tabela 2.4.1. Número de Homicídios na População Total por Raça/Cor. Brasil, 2002/2010*
                                                                     número de Homicídios
             uf/reGião                                  BrAncos                                  neGros
                                              2002       2006         2010*          2002        2006        2010*
Acre                                           46          42            22           100           99        85
AmAzonAs                                       53          77            67           442          585        970
AmAPá                                          16          14            25           157          186        206
PArá                                           138        156           259          1030          1867      3160
rondôniA                                       182        145           141           370          420        383
rorAimA                                        21          21            8            91            66        103
TocAnTins                                      39          36            36           138          196        270
norTe                                          495        491           558          2328          3419      5177
AlAGoAs                                        107         64            43           650          1073      1690
BAHiA                                          137        187           337          1282          2800      4659
ceArá                                          130        164           275           704          966       1613
mArAnHão                                       92         121           138           465          775       1307
PArAíBA                                        49          46            49           432          693       1329
PernAmBuco                                     529        380           240          3598          3895      2919
PiAuí                                          40          49            55           239          374        340
rio GrAnde do norTe                            65          81           107           217          313        570
serGiPe                                        65          86            58           380          414        581
nordesTe                                      1214        1178         1302          7967         11303      15008
esPíriTo sAnTo                                 287        257           254           809          1115      1278
minAs GerAis                                   888        1223          903          1916          2749      2441
rio de jAneiro                                2863        2363         1344          4907          4417      2638
são PAulo                                     8220        4710         3263          5988          3249      2304
sudesTe                                       12258       8553         5764          13620        11530      8661
PArAná                                        1780        2520         2864           400          521        668
rio GrAnde do sul                             1555        1567         1599           322          379        433
sAnTA cATArinA                                 433        496           657           86            93        127
sul                                           3768        4583         5120           808          993       1228
disTriTo federAl                               103         90           112           632          674        760
Goiás                                          394        366           359           647          991       1353
mATo Grosso do sul                             299        255           215           337          365        363
mATo Grosso                                    321        237           238           613          650        714
cenTro oesTe                                  1117        948           924          2229          2680      3190
BrAsil                                        18852      15753         13668         26952        29925      33264

Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares




                                                                                                                     61
Podemos observar por essa tabela que, de 2002 a 2010:
     • O número de vítimas brancas caiu de 18.852 para 13.668, o que representa uma queda da
       ordem de 27,5%.
     • Já entre os negros, o número de vítimas de homicídio aumentou de 26.952 para 33.264,
       equivalente a um crescimento de 23,4%. Com isso, a brecha que já existia em 2002 cresceu
       mais ainda e de forma drástica, como teremos oportunidade de ver a seguir.
   A Tabela 2.4.2 relaciona o número de homicídios com a população de cada UF, desagregada
por raça/cor, além de calcular os Índices de Vitimização Negra que resulta da relação entre as taxas
de brancos e as taxas de negros. O que esse índice nos diz? Em que proporção temos mais vítimas
de homicídio negras do que brancas. Se o índice é zero, morre a mesma proporção de negros e
brancos. Se o índice é negativo, morrem proporcionalmente mais brancos que negros. Se positivo,
morrem mais negros que brancos. Assim, um índice nacional de vitimização de 82,7 como mostra
a Tabela 2.4.2 para o ano de 2006, indica que, nesse ano, morrem proporcionalmente 82,7%	mais	
negros	do	que	brancos.
   Essa Tabela nos permite verificar que as taxas de homicídio de brancos caíram de 20,6 para 15,0
em cada 100 mil brancos; queda de 27,1% entre 2002 e 2010. Já na população negra, as taxas pas-
saram de 30,0 em 2002 para 35,9 homicídios para cada 100 mil negros em 2010, o que representa
um aumento de 19,6%.
   Desagregando por região, e mais ainda por estado, o panorama fica muito heterogêneo, princi-
palmente quando se observa a taxa de homicídios de negros29.
   Vários dados dessa Tabela impressionam pela sua magnitude:
   • Em 2002, o índice nacional de vitimização negra foi de 45,8. Isto é, nesse ano, no país, mor-
      reram proporcionalmente 45,8% mais negros do que brancos.
     • Quatro anos mais tarde, em 2006, esse índice pula para 82,7 (morrem proporcionalmente
       82,7% mais negros do que brancos).
     • Já em 2010, um novo patamar preocupante: morrem proporcionalmente 139% mais negros
       que brancos, isto é, bem acima do dobro!




29. O desvio padrão (s), cuja função é sintetizar o grau de dispersão de uma distribuição de valores, indica que para as
    taxas brancas de 2919 s = 6,7, para a negra s =15,1. Isto é, mais do dobro de dispersão.


62
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




                   Tabela 2.4.2. Taxas de Homicídio e Índices de Vitimização por Raça/Cor Brasil, 2002/2010*
                                                 TAxAs de Homicídio (em 100mil)                          índice de viTimi-
            uf/reGião                          BrAncos                    neGros                          zAção neGrA

                                          2002 2006 2010* 2002 2006 2010*                       2002          2006      2010*
Acre                                          40,5   24,4   12,6    35,3      18,7      17,5     -12,8        -23,2      39,0
AmAzonAs                                      8,3    10,9   9,1     27,4      23,0      36,8     230,1        110,5      306,9
AmAPá                                         12,8   9,7    15,6    45,6      37,6      43,4     256,3        288,0      178,7
PArá                                          11,2   9,7    15,7    31,5      32,1      57,5     181,3        229,4      267,0
rondôniA                                      55,2   25,2   25,6    60,7      43,0      40,0     10,0          71,0      56,6
rorAimA                                       43,7   26,0   8,5     41,0      21,8      33,3      -6,2        -16,0      292,3
TocAnTins                                     13,4   11,2   10,4    14,8      19,6      26,7     10,4          75,0      155,6
norTe                                         17,8   13,6   15,0    32,1      29,3      45,5     80,3         115,0      203,6
AlAGoAs                                       11,9   6,1    4,4     32,7      51,5      84,9     174,8        750,9     1846,6
BAHiA                                         4,5    6,6    10,8    12,5      26,2      42,2     177,8        297,6      289,2
ceArá                                         5,0    5,9    10,2    13,9      17,2      29,7     178,0        190,9      192,3
mArAnHão                                      6,0    8,1    9,5     10,7      15,5      28,1     78,3          91,8      196,5
PArAíBA                                       3,3    3,4    3,3     16,3      31,5      58,8     393,9        832,0     1699,7
PernAmBuco                                    16,9   12,3   7,4     71,4      71,7      54,2     322,5        483,8      628,1
PiAuí                                         5,9    6,7    7,2     10,7      16,3      14,8     81,4         145,4      104,2
rio GrAnde do norTe                           5,3    7,2    8,2     13,2      17,1      29,7     149,1        138,3      261,3
serGiPe                                       14,3   14,7   9,9     27,2      28,5      41,2     90,2          94,0      314,4
nordesTe                                      8,2    7,8    8,3     23,4      30,9      41,2     185,4        295,2      395,0
esPíriTo sAnTo                                19,2   17,9   17,1    47,5      55,7      63,2     147,4        211,5      268,7
minAs GerAis                                  9,4    13,5   10,2    21,4      26,2      23,4     127,7         93,5      130,4
rio de jAneiro                                31,5   27,8   17,7    66,0      53,4      37,6     109,5         92,4      112,2
são PAulo                                     30,3   16,9   12,4    56,0      22,7      18,3     84,8          34,9      48,0
sudesTe                                       26,0   18,2   13,0    50,5      32,9      27,0     94,2          80,5      107,8
PArAná                                        23,9   33,1   39,0    17,5      17,7      25,0     -26,8        -46,7      -35,8
rio GrAnde do sul                             17,4   17,5   18,0    22,3      22,0      22,0     28,2          25,8      22,4
sAnTA cATArinA                                8,7    9,5    12,5    14,4      9,7       17,0     65,5          1,7       35,6
sul                                           17,7   21,0   23,8    18,7      17,6      22,8      5,6         -16,2          -4,3
disTriTo federAl                              10,8   9,0    10,3    53,1      46,9      55,5     391,7        419,8      437,5
Goiás                                         16,9   14,6   14,3    22,1      29,2      41,9     30,8         100,0      191,9
mATo Grosso do sul                            26,6   21,6   18,6    33,6      30,7      33,4     26,3          42,0      80,1
mATo Grosso                                   31,2   22,9   20,9    39,7      35,7      39,7     27,2          55,9      89,5
cenTro oesTe                                  20,6   16,6   15,7    33,7      34,2      42,6     63,6         106,2      171,3
BrAsil                                        20,6   16,9   15,0    30,0      30,9      35,9     45,8          82,7      139,1

Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares




                                                                                                                                    63
O nordeste adquire destaque pelos seus elevados índices de vitimização negra, onde estados
como Alagoas e Paraíba apresentam uma íngreme escalada desde 2002 para, em 2010, ostentar
uma taxa de vítimas negras proporcionalmente 20 vezes maior ao das vítimas brancas, numa esca-
lada que tende a crescer com o tempo, em função das quedas marcantes e progressivas dos homi-
cídios brancos e, em contrapartida, aumentos gritantes dos homicídios negros.
    Também a Região Norte evidencia elevados índices de vitimização negra, principalmente nos
estados de Amazonas, Pará e Roraima.
    Fora destas regiões, o Distrito Federal e Espírito Santo também apresentam elevados índices
de vitimização negra.
    Em outro extremo, destaca-se Paraná por não acompanhar historicamente os padrões nacio-
nais: em todos os levantamentos realizados até a presente data, o Paraná apresentou índices de
vitimização negativos: morrem, proporcionalmente, mais brancos que negros.
    Reordenando os dados já expostos na tabela anterior, referentes a 2010, temos a Tabela 2.4.3 a
seguir:
    • Paraná, Rondônia e Mato Grosso encabeçam a lista de homicídios brancos. Cinco estados
       nordestinos, em contrapartida, são os de menor índice.
     • Já Alagoas, Espírito Santo, Paraíba, Pará, Distrito Federal e Pernambuco encabeçam a lista
       de homicídios negros, todos eles com taxas acima de 50 homicídios cada 100 mil negros.
     • Os cinco maiores índices de vitimização negra são encontrados, por ordem, em: Alagoas,
       Paraíba, Pernambuco, Distrito Federal e Sergipe.
   Por todos os dados apresentados, vemos que, por cada branco assassinado em 2010, morreram
proporcionalmente mais de 2 negros nas mesmas circunstâncias. E mais preocupante ainda, pelo
balanço histórico dos últimos anos, a tendência desses pesados níveis de vitimização é crescer
ainda mais.
   Impressionam, tanto nos números absolutos quanto nas taxas, os altos índices de vitimização
negra em Alagoas e na Paraíba e ainda, em outros 17 estados brasileiros, onde morem, proporcio-
nalmente, mais do duplo de negros do que brancos.
   Essas evidências nos levam a postular a necessidade de reorientar as políticas nacionais, es-
taduais e municipais em torno da segurança pública, para enfrentar de forma real e efetiva essa
chaga aberta na realidade social do país.




64
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




                   Tabela 2.4.3. Ordenamento das UF segundo Taxas de Homicídio Branco e Negro (em 100 mil)
                                      e Índice de Vitimização Negra. População Total. 2010*
          TAxAs de Homicídio BrAnco                         TAxAs de Homicídio neGro              índice de viTimizAção neGrA
              uf             TAxA Pos.                         uf             TAxA Pos.               uf              TAxA Pos.
  PArAná                          39.0        1º    AlAGoAs                 84.9    1º    AlAGoAs                 1846,6    1º
  rondôniA                        25.6        2º    esPíriTo sAnTo          63.2    2º    PArAíBA                 1699,7    2º
  mATo Grosso                     20.9        3º    PArAíBA                 58.8    3º    PernAmBuco               628.1    3º
  mATo Grosso do sul              18.6        4º    PArá                    57.5    4º    disTriTo federAl         437.5    4º
  rio GrAnde do sul               18.0        5º    disTriTo federAl        55.5    5º    serGiPe                  314.4    5º
  rio de jAneiro                  17.7        6º    PernAmBuco              54.2    6º    AmAzonAs                 306.9    6º
  esPíriTo sAnTo                  17.1        7º    AmAPá                   43.4    7º    rorAimA                  292.3    7º
  PArá                            15.7        8º    BAHiA                   42.2    8º    BAHiA                    289.2    8º
  AmAPá                           15.6        9º    Goiás                   41.9    9º    esPíriTo sAnTo           268.7    9º
  Goiás                           14.3        10º   serGiPe                 41.2   10º    PArá                     267.0   10º
  Acre                            12.6        11º   rondôniA                40.0   11º    rio GrAnde do norTe      261.3   11º
  sAnTA cATArinA                  12.5        12º   mATo Grosso             39.7   12º    mArAnHão                 196.5   12º
  são PAulo                       12.4        13º   rio de jAneiro          37.6   13º    ceArá                    192.3   13º
  BAHiA                           10.8        14º   AmAzonAs                36.8   14º    Goiás                    191.9   14º
  TocAnTins                       10.4        15º   mATo Grosso do sul      33.4   15º    AmAPá                    178.7   15º
  disTriTo federAl                10.3        16º   rorAimA                 33.3   16º    TocAnTins                155.6   16º
  ceArá                           10.2        17º   ceArá                   29.7   17º    minAs GerAis             130.4   17º
  minAs GerAis                    10.2        18º   rio GrAnde do norTe     29.7   18º    rio de jAneiro           112.2   18º
  serGiPe                          9.9        19º   mArAnHão                28.1   19º    PiAuí                    104.2   19º
  mArAnHão                         9.5        20º   TocAnTins               26.7   20º    mATo Grosso              89.5    20º
  AmAzonAs                         9.1        21º   PArAná                  25.0   21º    mATo Grosso do sul       80.1    21º
  rorAimA                          8.5        22º   minAs GerAis            23.4   22º    rondôniA                 56.6    22º
  rio GrAnde do norTe              8.2        23º   rio GrAnde do sul       22.0   23º    são PAulo                48.0    23º
  PernAmBuco                       7.4        24º   são PAulo               18.3   24º    Acre                     39.0    24º
  PiAuí                            7.2        25º   Acre                    17.5   25º    sAnTA cATArinA           35.6    25º
  AlAGoAs                          4.4        26º   sAnTA cATArinA          17.0   26º    rio GrAnde do sul        22.4    26º
  PArAíBA                          3.3        27º   PiAuí                   14.8   27º    PArAná                   -35.8   27º

Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares




                                                                                                                           65
2.4.2 Homicídios e Gênero
    Diversos estudos, tanto nacionais quanto internacionais (Mello; Minayo, UNICEF)30 já alertaram
que as mortes por homicídios, inclusive entre os jovens, são ocorrências marcadamente masculinas.
    Os diversos mapas que vêm sendo elaborados desde 1998 confirmam esse fato. Deles emerge
uma constante: a elevada proporção de mortes masculinas nos diversos capítulos da violência letal
do país, principalmente quando a causa são os homicídios. Assim, por exemplo, nos últimos dados
disponíveis, correspondentes a 2010, dos 49.932 homicídios registrados pelo SIM, 45.617 perten-
ciam ao sexo masculino (91,4%) e 4.27331 ao feminino (8,6%). E, historicamente, essas proporções
não mudam praticamente de ano um ano para outro.
    Ainda assim, apesar dessa baixa participação, nas estatísticas recentes morrem acima de 4.000
mulheres anualmente vítimas de homicídio. Nos 30 anos considerados, morreram 91.886 mulhe-
res por essa causa.
    A tabela 2.4.4 e o gráfico 2.4.1 especificam essa evolução de forma mais detalhada. Forte cres-
cimento das taxas entre 1980 e 1996: 4,6% ao ano. A partir dessa data, o número de homicídios
de mulheres aumenta, mas em menor proporção que a população feminina, pelo que as taxas
caem levemente até 2006, com um ritmo de 0,9% ao ano. No ano de 2007 uma significativa queda
é registrada: as taxas caem 7,6%32. Porem, a partir desse ano, as taxas tendem a subir novamente,
recuperando os níveis anteriores.
    O panorama se apresenta bem mais heterogêneo quando desagregamos os dados por Unidades
Federadas, como podemos ver na tabela 2.4.5. O estado de maior incidência – Espírito Santo –
teve em 2010 uma taxa de 9,4 vítimas de homicídio feminino para cada 100 mil mulheres. Já no
de menor incidência, o Piauí, essa taxa foi de 2,6 cada 100 mil mulheres. A taxa de Espírito Santo
resulta perto de quatro vezes maior que a do Piauí.




30. MELLO JORGE, M.H.P. Como Morrem Nossos Jovens. In: CNPD. Jovens acontecendo na trilha das políticas públicas.
    Brasília, 1998.
     MINAYO, M.C. A Violência Social sob a Perspectiva da Saúde Pública. Cadernos de Saúde Pública (10) 1. Escola
     Nacional de Saúde Pública. Fundação Oswaldo Cruz, 1994.
    UNICEF. Retrato estatístico das mortes de crianças e jovens por causas violentas: Brasil 1979-1993. Brasília, 1995.
31. 42 casos – 0,1% – das declarações de óbito não registram o sexo da vítima
32. A lei Maria da Penha entra em vigor em setembro de 2006, aumentando o rigor das punições das agressões contra
    as mulheres no âmbito doméstico.


66
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




       Tabela 2.4.4. Número e taxas (em 100 mil) de homicídio feminino. Brasil. 1980/2010*
                            Ano                         n         TAxA
                   1980                              1,353         2.3
                   1981                              1,487         2.4
                   1982                              1,497         2.4
                   1983                              1,700         2.7
                   1984                              1,736         2.7
                   1985                              1,766         2.7
                   1986                              1,799         2.7
                   1987                              1,935         2.8
                   1988                              2,025         2.9
                   1989                              2,344         3.3
                   1990                              2,585         3.5
                   1991                              2,713         3.6
                   1992                              2,394         3.2
                   1993                              2,619         3.4
                   1994                              2,838         3.6
                   1995                              3,325         4.2
                   1996                              3,682         4.6
                   1997                              3,587         4.4
                   1998                              3,503         4.3
                   1999                              3,536         4.3
                   2000                              3,743         4.3
                   2001                              3,851         4.4
                   2002                              3,867         4.4
                   2003                              3,937         4.4
                   2004                              3,830         4.2
                   2005                              3,884         4.2
                   2006                              4,022         4.2
                   2007                              3,772         3.9
                   2008                              4,023         4.2
                   2009                              4,260         4.4
                   2010*                             4,273         4.4
                   ToTAl                             91,886          
                 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares




                                                                                             67
Gráfico 2.4.1. Evolução das taxas de homicídio femininos (em 100 mil mulheres). Brasil, 1980/2010*

      Taxas de homicídio feminino (em 100 mil mulheres)   5.0
                                                                                                                1996; 4,6
                                                                                                                                            2010; 4,4
                                                          4.5                                                                      2006; 4,2


                                                          4.0
                                                                                                                                      2007; 3,9
                                                          3.5


                                                          3.0


                                                          2.5
                                                                    1980; 2,3
                                                          2.0
                                                                1980            1985            1990            1995        2000   2005           2010*


                                                                  Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares




68
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




       Tabela 2.4.5. Taxas de homicídio femininas (em 100 mil mulheres) por UF. Brasil. 2010*
                                          uf                      TAxA   Pos.
                    esPíriTo sAnTo                                9,4     1º
                    AlAGoAs                                       8,3     2º
                    PArAná                                        6,3     3º
                    PArAíBA                                       6,0     4º
                    mATo Grosso do sul                            6,0     5º
                    PArá                                          6,0     6º
                    disTriTo federAl                              5,8     7º
                    BAHiA                                         5,6     8º
                    mATo Grosso                                   5,5     9º
                    PernAmBuco                                    5,4     10º
                    TocAnTins                                     5,1     11º
                    Goiás                                         5,1     12º
                    rorAimA                                       5,0     13º
                    rondôniA                                      4,8     14º
                    AmAPá                                         4,8     15º
                    Acre                                          4,7     16º
                    serGiPe                                       4,2     17º
                    rio GrAnde do sul                             4,1     18º
                    minAs GerAis                                  3,9     19º
                    rio GrAnde do norTe                           3,8     20º
                    ceArá                                         3,7     21º
                    AmAzonAs                                      3,7     22º
                    sAnTA cATArinA                                3,6     23º
                    mArAnHão                                      3,4     24º
                    rio de jAneiro                                3,2     25º
                    são PAulo                                     3,1     26º
                    PiAuí                                         2,6     27º

                    Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares




                                                                                                69
2.5. Vitimização Juvenil

   Existe um bom número de estudos e um alto nível de consciência pública sobre a elevada con-
centração dos homicídios na população jovem do país, embora, pelos dados atuais, esse nível de
consciência não tenha sido traduzido ainda em políticas de enfrentamento que consigam reverter
o quadro atual. Pelo contrário, a vitimização juvenil no país continua crescendo, sendo claro indi-
cador da insuficiência dessas políticas.
   O gráfico a seguir detalha o quadro atual:

                                 Gráfico 2.5.1. Taxas de homicídio (em 100 mil) por faixa etária. Brasil, 2010*

                               -1 ano           2.6

                                 1a4         0.9

                                 5a9         0.7

                               10 a 14             3.6

                               15 a 19                                                                  43.7

                               20 a 24                                                                                        60.9

                               25 a 29                                                                            51.6

                               30 a 34                                                                41.8
             Idade (em anos)




                               35 a 39                                                    32.5

                               40 a 44                                             25.2

                               45 a 49                                      20.1

                               50 a 54                               15.8

                               55 a 59                           13.2

                               60 a 64                        10.6

                               65 a 69                     9.0

                               70 a 74                    8.3

                               75 a 79                    8.0

                                80 e +                    8.3

                                         0               10           20            30           40          50          60          70

                                                                     Taxas de homicídio (em 100 mil)


                                  Fonte: SIM/SVS/MS; * 2010: Dados Preliminares.


70
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil



   Vemos que ainda as taxas mais elevadas concentram-se na faixa dos 15 aos 24 anos se estendendo, de
forma também intensa, até os 29 anos. A partir dessa idade as taxas vão declinando progressivamente.
   Para verificar em que medida existe concentração de homicídios na faixa jovem da população,
indicativo da provável existência de problemas nesse setor, foi proposta uma medida de Vitimização
Juvenil por Homicídios, que resulta da relação entre a taxa de óbitos por homicídio da população de
15 a 24 anos de idade e as taxas correspondentes ao restante da população: considerada não-jovem.
Essa população não-jovem é a que, ainda não chegou à juventude – a população de 0 a 14 anos – ou
a que já passou dessa faixa: acima de 25 anos de idade. Assim, o indicador de vitimização juvenil
nos diz quanto maior é, em termos percentuais, a taxa de homicídios jovem com respeito às taxas
não-jovens. Assim, o percentual de vitimização de 150,2 no ano 2000 da tabela a seguir indica que os
homicídios foram, nesse ano, 150,2% superiores aos do restante da população.
   A Tabela 2.5.1 permite verificar que as taxas de homicídio juvenil na faixa dos 15 aos 24 anos de
idade são muito elevadas, quando comparadas às do resto da população. Efetivamente, podemos
observar que:
   • Em todos os anos da década considerada – 2000/2010 – as taxas juvenis mais que duplicam
       as taxas da população não-jovem.
   • Ainda mais: vemos que, a partir de 2003, ano que entra em vigor o estatuto do desarma-
     mento, a vitimização juvenil tende a cair, mas a partir de 2007 as taxas juvenis recuperam os
     antigos patamares, e até superam os níveis anteriores.
   • A partir de 2003, com fortes oscilações, conseguiu-se estagnar a espiral de vitimização ju-
     venil, mas em níveis muito elevados. Não temos conseguido, ainda, reverter o flagelo, que
     já dura longos anos.


     Tabela 2.5.1. Taxas de Homicídio Jovem, Não-Jovem e Vitimização Juvenil (%) por Homicídio. Brasil, 2000/2010*
         indicAdor                 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009                                    2010*
TAxA jovem                         51,35        52,39   54,77   55,53   51,7    48,6    48,12   49,49   52,89   53,75   52,35
TAxA não-jovem                     20,53        21,64   21,85   22,15   20,8    20,1    20,82   19,63   20,51   21,14   20,45
viTimizAção juvenil (%)            150,2        142,2   150,7   150,7   148,4   141,7   131,1   152,1   157,8   154,3   156,0

Fonte: SIM/SVS/MS; * 2010: Dados Preliminares


   Pelas Tabelas 2.5.2 à 2.5.5 é possível conferir que, em todas as regiões e estados do país, em maior
ou menor medida, a vitimização juvenil é um fato grave e preocupante. Em todas as regiões, os ho-
micídios juvenis mais que duplicam as taxas de homicídio do resto da população. Nos estados, o pa-
norama não é menos preocupante. Na unidade com menor vitimização juvenil em 2010, Rondônia,
morrem 50% mais os jovens que os não jovens. Em vários estados, os homicídios jovens triplicam
ou mais os homicídios não-jovens: Amapá, Alagoas, Bahia, Espírito Santo e Distrito Federal, são
indicativos da complexidade e profundidade dos problemas que enfrentam com a sua juventude.

                                                                                                                           71
Tabela 2.5.2. Número de homicídios jovens (15 a 24 anos) por UF e Região. Brasil, 2000/2010*.
       uf/reGião             2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010*                                    Δ%
 Acre                          50         50     68      56      51      42      61      37      44      48       47    -38.6
 AmAPá                         81         90     94     104      91      95      90      86      94      74       116   11.7
 AmAzonAs                     249        201    218     255     211     245     299     290     319     348       418   -26.5
 PArá                         289        361    423     521     546     733     746     830     1086    1161    1313    0.3
 rondôniA                     139        150    174     151     184     158     163     134     137     157       145   0.8
 rorAimA                       53         40     51      33      33      22      35      35      15      36       37    -66
 TocAnTins                     62         60     57      61      65      57      78      61      83      76       101   41.7
 norTe                        923        952    1085    1181    1181    1352    1472    1473    1778    1900    2177    -4.1
 AlAGoAs                      279        336    386     431     456     491     694     763     772     760       907   78.7
 BAHiA                        464        591    685     874     854     1107    1291    1405    2004    2369    2215    43.2
 ceArá                        432        442    480     495     551     614     647     735     776     835       963   21.5
 mArAnHão                     133        208    194     259     252     322     337     394     455     496       498    44
 PArAíBA                      212        198    231     216     232     271     296     318     368     485       551   19.5
 PernAmBuco                  1,745      1,938   1,759   1,808   1,743   1,810   1,807   1,832   1,776   1,554   1,334   7.2
 PiAuí                         89         94    126     113     134     147     168     126     125     148       126   -20.8
 rio GrAnde do norTe           76         99     99     137     116     165     147     211     281     309       275   -1.7
 serGiPe                      152        195    212     180     147     156     219     188     185     207       216   21.2
 nordesTe                     3582       4101   4172    4513    4485    5083    5606    5972    6742    7163    7085    15.3
 esPíriTo sAnTo               533        558    681     639     645     645     671     684     754     809       729   31.7
 minAs GerAis                 776        872    1120    1550    1743    1715    1635    1607    1477    1405    1326    56.6
 rio de jAneiro              2,817      2,746   3,184   2,983   2,812   2,704   2,652   2,310   1,933   1,661   1,403   15.3
 são PAulo                   6,430      6,242   5,991   5,707   4,295   3,036   2,621   1,846   1,747   1,646   1,501   -24.6
 sudesTe                     10556      10418   10976   10879   9495    8100    7579    6447    5911    5521    4959    1.9
 PArAná                       615        690    849     947     1144    1202    1204    1261    1388    1426    1325    62.9
 rio GrAnde do sul            533        604    664     626     716     697     641     751     737     683       619   7.2
 sAnTA cATArinA               105        139    177     218     201     220     230     229     276     271       261   55.5
 sul                          1253       1433   1690    1791    2061    2119    2075    2241    2401    2380    2205    39.1
 disTriTo federAl             341        369    356     407     374     331     303     342     366     411       356   10.2
 Goiás                        355        396    438     440     529     532     534     520     613     578       657   44.9
 mATo Grosso                  278        289    280     276     252     269     298     249     267     307       294   18.9
 mATo Grosso do sul           213        177    210     244     222     208     206     231     243     250       190   36.9
 cenTro-oesTe                 1187       1231   1284    1367    1377    1340    1341    1342    1489    1546    1497    26.3
 BrAsil                      17501      18135   19207   19731   18599   17994   18073   17475   18321   18510   17923   11.1

Fonte: SIM/SVS/MS; * 2010: Dados Preliminares




72
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




                     Tabela 2.5.3. Taxas de homicídio juvenil (15 a 24 anos) por UF e Região. Brasil, 2000/2010*.
  uf/reGião             2000        2001        2002    2003    2004    2005    2006     2007     2008     2009     2010    Δ%
  Acre                   40.5        39.3       52.3    42.1    37.5    28.3    40.1      25.3     31.7     33.5    31.9    -21.2
  AmAPá                  75.8        80.6       81.2    86.8    73.4    71.3    65.2      63.2     72.5     54.5    81.8     7.9
  AmAzonAs               39.8        31.2       33.1    37.9    30.6    34.1    40.6      40.7     46.0     49.8    59.3    49.0
  PArá                   21.3        26.0       29.9    36.2    37.3    48.0    47.9      54.3     71.3     75.9    85.5    300.9
  rondôniA               47.2        50.0       57.0    48.6    58.3    48.2    48.9      41.2     45.5     51.6    47.2    -0.1
  rorAimA                75.7        55.0       68.2    42.8    41.6    26.0    40.2      41.2     18.1     41.5    40.8    -46.1
  TocAnTins              24.9        23.5       21.9    22.9    24.0    20.1    26.9      21.6     31.7     28.5    37.2    49.7
  norTe                  32.7        32.8       36.7    39.1    38.3    42.0    44.7      45.8     56.8     60.0    68.1    108.2
  AlAGoAs                46.0        54.8       62.2    68.8    72.0    75.8    106.0    122.9    125.3     124.7   150.4   226.8
  BAHiA                  16.0        20.2       23.2    29.3    28.4    36.1    41.7      49.3     70.7     86.7    84.2    425.9
  ceArá                  28.7        28.9       31.0    31.5    34.6    37.4    38.9      43.1     45.5     49.5    57.7    100.8
  mArAnHão               10.6        16.3       15.0    19.8    19.1    23.7    24.5      28.6     33.6     36.8    37.2    251.1
  PArAíBA                29.8        27.6       32.0    29.7    31.7    36.4    39.5      43.2     49.8     67.4    78.8    164.5
  PernAmBuco             105.7      116.1       104.4   106.3   101.5   103.2   101.9    108.8    106.1     94.0    81.8    -22.7
  PiAuí                  14.3        15.0       19.9    17.7    20.8    22.4    25.3      19.4     19.5     23.8    20.9    45.8
  rio GrAnde             13.4        17.2       16.9    23.1    19.4    26.8    23.6      34.0     46.0     50.7    45.3    239.3
  do norTe
  serGiPe                39.8        50.1       53.7    44.9    36.1    37.1    51.2      46.0     47.2     52.1    53.6    34.7
  nordesTe               35.1        39.7       40.0    42.8    42.1    46.6    50.8      56.1     63.8     69.0    69.5    98.0
  esPíriTo sAnTo         83.9        86.3       103.7   95.9    95.4    92.3    94.4     103.9    120.0     129.1   116.7   39.0
  minAs GerAis           21.8        24.2       30.7    42.0    46.7    44.8    42.2      44.5     41.6     40.1    38.4    75.8
  rio de jAneiro         107.7      103.7       118.9   110.2   102.8   96.6    93.6      91.1     76.9     65.3    54.5    -49.4
  são PAulo              89.6        85.6       81.0    76.0    56.4    38.7    32.9      25.7     25.3     23.8    21.6    -75.9
  sudesTe                75.5        73.4       76.3    74.7    64.4    53.4    49.3      46.1     43.5     40.6    36.5    -51.7
  PArAná                 33.8        37.4       45.5    50.1    59.9    61.4    60.7      66.2     73.3     76.6    72.4    114.4
  rio GrAnde             29.2        32.7       35.6    33.3    37.7    35.9    32.6      39.7     40.4     38.3    35.4    21.2
  do sul
  sAnTA cATArinA         10.4        13.5       16.9    20.5    18.6    19.8    20.3      20.8     25.4     24.7    23.5    127.0
  sul                    26.9        30.3       35.4    37.0    42.1    42.2    40.8      45.7     50.0     50.2    47.0    74.9
  disTriTo federAl       74.3        78.6       74.1    83.0    74.8    63.4    56.8      74.9     77.2     87.4    76.3     2.8
  Goiás                  34.6        37.8       41.0    40.4    47.7    46.1    45.4      48.1     57.7     53.7    60.4    74.4
  mATo Grosso            53.2        54.0       51.4    49.8    44.7    45.9    49.8      43.9     47.0     54.0    51.5    -3.0
  mATo Grosso            51.6        42.2       49.4    56.6    50.8    46.2    45.1      52.4     55.9     56.8    42.6    -17.5
  do sul
  cenTro-oesTe           49.1        49.8       51.0    53.3    52.8    49.4    48.5      52.7     58.6     60.5    58.2    18.7
  BrAsil                 51.4        52.4       54.8    55.5    51.7    48.6    48.1      49.5     52.9     53.8    52.4     1.9
Fonte: SIM/SVS/MS; * 2010: Dados Preliminares




                                                                                                                            73
Tabela 2.5.4. Taxas de homicídio juvenil por UF e Região. Brasil, 2000/2010*.
  uf/reGião             2000        2001        2002    2003    2004    2005    2006     2007      2008      2009    2010    Δ%
  Acre                   203.2      144.2       188.1   149.2   180.2   77.9    128.1     47.1      92.4     81.7    92.8    -54.3
  AmAPá                  279.2      231.7       274.3   318.9   284.4   225.8   175.9     271.9    199.8     135.6   201.8   -27.7
  AmAzonAs               182.9      149.5       159.5   191.6   136.7   142.8   162.8     159.1    139.9     138.3   154.1   -15.7
  PArá                   99.5       116.9       97.8    115.7   99.6    119.2   100.6     126.1    131.9     144.8   138.2   38.9
  rondôniA               56.8        33.3       48.6    36.5    79.5    47.8     41.0     73.2      58.2     66.7    49.5    -12.8
  rorAimA                156.9      117.0       164.9   64.3    139.9   11.0     69.5     67.8     -33.6     76.8    70.9    -54.8
  TocAnTins              93.1        33.8       68.3    34.8    68.1    41.8     77.9     42.3     117.0     46.2    97.3     4.5
  norTe                  123.1      101.3       108.9   112.9   110.3   105.8   102.4     120.4    121.6     125.0   129.9    5.5
  AlAGoAs                129.2      145.7       134.1   158.4   188.5   149.4   175.0     181.5    182.3     181.9   221.7   71.6
  BAHiA                  114.5      109.8       128.7   139.2   113.6   125.9   127.5     150.9    199.0     231.6   211.8   85.0
  ceArá                  113.6      103.4       96.3    83.0    111.6   124.1   122.1     138.0    144.7     151.1   152.2   34.0
  mArAnHão               120.7      121.9       77.7    80.1    98.5    93.7    100.3     100.0    111.0     110.5   98.7    -18.2
  PArAíBA                165.0      160.2       135.0   105.1   108.3   121.5   116.9     131.8    129.1     161.1   167.6    1.5
  PernAmBuco             161.9      166.7       150.0   153.9   172.3   175.1   156.7     175.5    182.2     178.7   182.0   12.4
  PiAuí                  119.5       81.7       138.3   99.0    124.8   119.7   123.1     67.1      84.1     137.4   74.5    -37.7
  rio GrAnde             68.5        77.0       90.1    95.3    99.0    163.2    88.1     118.6    161.2     166.1   156.8   129.0
  do norTe
  serGiPe                111.5      112.5       131.1   125.7   70.4    70.6    113.0     121.3     95.1     87.0    88.8    -20.3
  nordesTe               134.0      133.5       126.6   126.4   133.7   137.3   134.6     146.3    163.0     175.0   171.5   28.0
  esPíriTo sAnTo         125.7      136.7       175.6   147.5   153.8   161.8   135.8     147.6    183.9     210.8   226.8   80.5
  minAs GerAis           144.6      139.0       143.3   175.1   181.3   177.2   161.4     187.4    183.2     181.8   180.3   24.6
  rio de jAneiro         180.5      168.2       178.8   176.2   176.1   176.6   166.6     200.3    196.7     156.2   162.2   -10.1
  são PAulo              190.8      173.2       193.0   189.5   158.0   121.6    96.3     101.7     97.5     73.8    74.9    -60.8
  sudesTe                177.2      163.9       178.6   178.3   164.6   149.8   131.8     154.0    153.5     133.7   137.0   -22.7
  PArAná                 127.2      117.4       161.9   154.8   190.9   186.4   169.8     208.1    208.8     192.2   175.6   38.0
  rio GrAnde             116.7      122.7       145.2   125.3   163.1   142.2   121.8     156.0    123.9     122.4   119.9    2.8
  do sul
  sAnTA cATArinA         41.3        85.2       91.6    114.1   99.2    137.1   130.3     154.9    145.9     135.6   121.9   194.9
  sul                    111.7      115.8       145.9   138.9   169.8   165.5   149.4     182.8    169.6     162.0   151.3   35.4
  disTriTo federAl       175.5      215.8       218.1   214.2   194.0   177.2   125.4     213.1    217.4     208.1   206.3   17.5
  Goiás                  110.1      117.6       102.9   108.2   128.2   137.7   135.8     152.4    141.7     114.7   167.8   52.4
  mATo Grosso            46.7        57.0       55.2    60.0    55.0    59.4     87.4     59.8      66.6     89.3    89.9    92.5
  mATo Grosso            99.5        61.6       75.0    111.6   109.1   99.6     75.9     111.6    137.5     132.3   93.1    -6.4
  do sul
  cenTro-oesTe           102.4      108.3       104.3   117.9   119.8   117.8   110.9     132.1    136.1     130.1   143.8   40.4
  BrAsil                 150.2      142.2       150.7   150.7   148.4   141.7   131.1     152.1    157.8     154.3   156.0    3.9
Fonte: SIM/SVS/MS; * 2010: Dados Preliminares




74
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil



     Esses elevados níveis de vitimização juvenil constituem um fato relativamente recente, mas
não se originaram na última década. As características da mortalidade juvenil não permane-
ceram congeladas ao longo do tempo, mas mudaram radicalmente sua configuração a partir
do que poderíamos denominar “novos padrões da mortalidade juvenil”. Estudos históricos re-
alizados em São Paulo e Rio de Janeiro (Vermelho e Mello Jorge33) mostram que as epidemias
e doenças infecciosas, que eram as principais causas de morte entre os jovens há cinco ou seis
décadas, foram progressivamente substituídas pelas denominadas “causas externas” de mortali-
dade, principalmente acidentes de trânsito e homicídios. Os dados do SIM permitem verificar
essa significativa mudança.
    Em 1980, as “causas externas” já eram responsáveis por aproximadamente a metade (52,9%) do
total de mortes dos jovens do país. Trinta anos depois, em 2010, quase 3/4 da mortalidade juvenil
– 73,2% – deve-se a causas externas (ou também, causas violentas, como costumam ser denomi-
nadas). E o principal responsável por essas taxas são os homicídios, como vemos na tabela 2.5.5.,
os quais foram responsáveis por 38,6% de todas as mortes de jovens no ano 2010.
    Se essa é a média nacional, existe uma enorme heterogeneidade quando descemos para as
grandes regiões, e mais ainda quando apreciamos os dados dos estados.
    Efetivamente, na mortalidade por causas externas entre os jovens, os extremos vão de 53,4%
das mortes no Acre até 82,1% em Alagoas e no Espírito Santo, seguidos de perto por Paraná, com
81,2% das mortes de jovens atribuíveis a causas externas.
    Já na participação dos homicídios a heterogeneidade é ainda maior. No Piauí, só 16,6% da mor-
talidade juvenil teve um homicídio como causa. Por outro lado, são vários os estados onde acima
da metade dos óbitos juvenis foram causados por homicídio: Pará, Alagoas, Paraíba, Pernambuco,
Espírito Santo e Distrito Federal.
    O significado desses números pode ser melhor apreendido se os comparamos com o da popu-
lação não-jovem:
    • Quando 73,2% dos jovens brasileiros morrem por causas externas, entre os não-jovens essa
        proporção nem alcança o 10%.
   • Quando 38,6% dos jovens morrem por homicídios no país, entre os não-jovens essa pro-
     porção é de 2,9%.




33. VERMELHO, L. L.; MELLO JORGE, M. H. P. Mortalidade de jovens: análise do período de 1930 a 1991 (a transição
    epidemiológica para a violência). Revista de Saúde Pública. 30 (4). 1996. Apud: MELLO JORGE, M. H. P. Como
    morrem nossos jovens. In: CNPD. Jovens acontecendo na trilha das políticas públicas. Brasília, 1998.



                                                                                                             75
Tabela 2.5.5. Participação das Causas Externas e dos Homicídios no total de óbitos juvenis. Brasil, 2010*
                                                ToTAl            cAusAs exTernAs                         Homicídios
             uf/reGião                          óBiTos          n          % do ToTAl              n            % do ToTAl
Acre                                             178            95              53,4               47               26,4
AmAPá                                            242           174              71,9              116               47,9
AmAzonAs                                         941           649              69,0              418               44,4
PArá                                             2584          1870             72,4              1313              50,8
rondôniA                                         462           329              71,2              145               31,4
rorAimA                                          125            90              72,0               37               29,6
TocAnTins                                        350           257              73,4              101               28,9
norTe                                            4882          3464             71,0              2177              44,6
AlAGoAs                                          1426          1171             82,1              907               63,6
BAHiA                                            4445          3481             78,3              2215              49,8
ceArá                                            2358          1803             76,5              963               40,8
mArAnHão                                         1446          961              66,5              498               34,4
PArAíBA                                          1097          825              75,2              551               50,2
PernAmBuco                                       2661          2042             76,7              1334              50,1
PiAuí                                            759           490              64,6              126               16,6
rio GrAnde do norTe                              669           523              78,2              275               41,1
serGiPe                                          547           411              75,1              216               39,5
nordesTe                                        15408         11707             76,0              7085              46,0
esPíriTo sAnTo                                   1265          1039             82,1              729               57,6
minAs GerAis                                     4001          2799             70,0              1326              33,1
rio de jAneiro                                   4012          2875             71,7              1403              35,0
são PAulo                                        6870          4399             64,0              1501              21,8
sudesTe                                         16148         11112             68,8              4959              30,7
PArAná                                           2996          2434             81,2              1325              44,2
rio GrAnde do sul                                2029          1463             72,1              619               30,5
sAnTA cATArinA                                   1195          890              74,5              261               21,8
sul                                              6220          4787             77,0              2205              35,5
disTriTo federAl                                 708           535              75,6              356               50,3
Goiás                                            1517          1183             78,0              657               43,3
mATo Grosso                                      854           660              77,3              294               34,4
mATo Grosso do sul                               651           506              77,7              190               29,2
cenTro-oesTe                                     3730          2884             77,3              1497              40,1
BrAsil                                          46388         33954             73,2             17923              38,6
                                                                                                                       
PoPulação não-jovem                             1086073       107273             9,9             32009               2,9

Fonte: SIM/SVS/MS; * 2010: Dados Preliminares




76
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




                                   Gráfico 2.5.2. Participação (%) das causas de mortalidade jovem e não-jovem. Brasil, 2010*.
                                   80

                                   70
                                                   73,2

                                   60
            % do total de óbitos




                                   50

                                   40

                                                                                             38,6
                                   30

                                   20
                                                                9,9
                                   10                                                                                            jovem
                                                                                                         2,9
                                                                                                                                 não-jovem
                                    0

                                                     externas                                homicídios

                                                                            causas



Fonte: SIM/SVS/MS; * 2010: Dados Preliminares.


    Uma evidência mais acurada da estruturação histórica da violência homicida e seu significado
para nossa juventude pode ser obtida comparando a evolução diferenciada das taxas de homicí-
dios da população jovem e da não jovem ao longo do tempo, desde que contamos com estatísticas
de mortalidade desagregadas, como é detalhado na tabela 2.5.6.
    Teríamos que a taxa de homicídios entre os jovens passou de 17,2 (em 100 mil jovens), em
1980, para 52,4 no ano de 2010, um crescimento de 204% ao longo desses 30 anos. Já a taxa na
população não-jovem evoluiu com um ritmo bem menor ao longo dos 30 anos considerados,
passou de 10,2 para 20,5 homicídios em 100 mil, o que representa um aumento de 100%. Todo
esse crescimento das taxas não-jovens consumou-se entre 1980 e 1996; a partir desse ano, as taxas
permanecem praticamente constantes, o crescimento aqui foi só de 0,2%. No entanto, as taxas
juvenis aumentam neste período 23,4%.
    Já a partir de 2003, depois de quedas concomitantes, às políticas de desarmamento do período, as
taxas entram em uma fase de equilíbrio instável, aumentando ou diminuindo de um ano para o outro.
    Esses dados evidenciam que os avanços da violência homicida no Brasil das últimas décadas
tiveram como motor a morte de jovens.




                                                                                                                                         77
Tabela 2.5.6. Taxas de homicídio (em 100 mil) jovem, não-jovem e vitimização. Brasil,1980/2010*
                                                            TAxAs
                     Ano                       jovem                não-jovem   viTimizAção (%)

              1980                              17.2                  10.2           69.1
              1981                              18.5                  11.0           67.8
              1982                              18.0                  11.1           61.4
              1983                              19.9                  12.2           63.9
              1984                              23.3                  13.3           75.7
              1985                              24.3                  12.6           92.2
              1986                              25.4                  12.7           100.1
              1987                              28.0                  14.1           98.9
              1988                              27.5                  14.1           94.5
              1989                              35.9                  16.5           117.8
              1990                              38.8                  18.2           113.6
              1991                              35.1                  17.4           102.2
              1992                              31.6                  16.1           96.6
              1993                              34.6                  16.7           106.9
              1994                              38.0                  17.2           121.1
              1995                              41.7                  19.5           113.3
              1996                              42.4                  20.4           107.9
              1997                              45.1                  20.5           120.3
              1998                              47.7                  20.6           132.0
              1999                              48.5                  20.7           135.0
              2000                              51.4                  20.5           150.2
              2001                              52.4                  21.6           142.2
              2002                              54.8                  21.8           150.7
              2003                              55.5                  22.2           150.7
              2004                              51.7                  20.8           148.4
              2005                              48.6                  20.1           141.7
              2006                              48.1                  20.8           131.1
              2007                              49.5                  19.6           152.1
              2008                              52.9                  20.5           157.8
              2009                              53.8                  21.1           154.3
              2010*                            52.4                   20.5          156.0
            Fonte: SIM/SVS/MS; * 2010: Dados Preliminares




78
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




                                 Gráfico.2.5.3. Taxas de homicídio (em 100 mil) jovem e não-jovem. Brasil. 1980/2010*
                                                        60
                                                                                                                                    2003; 55,5
                                                                                                                                                     2010; 52,4
                                                                                                                      2000; 51,4
                      Taxas de Homicidio (em 100 mil)   50
                                                                                                               1996; 42,4
                                                                                         1990; 38,8
                                                        40



                                                        30

                                                                                                                                         2003; 22,2 2010; 20,5
                                                                                                           1996; 20,4
                                                                                          1990; 18,2
                                                        20
                                                                                                                            2000; 20,5
                                                                1980; 17,2

                                                        10
                                                                1980; 10,2
                                                                                                                                                                    jovem
                                                                                                                                                                    não-jovem
                                                         0
                                                              1980           1985          1990           1995               2000           2005          2010*

                                                               Fonte: SIM/SVS/MS; * 2010: Dados Preliminares


                                                                       Gráfico.2.5.4. Vitimização juvenil (%). Brasil, 1980/2010*.
                                                    170
                                                                                                                                                     2010; 156,0

                                                    150
             Vitimização Juvenil (%)




                                                    130


                                                        110


                                                         90


                                                         70

                                                                1980; 69,1
                                                         50
                                                              1980           1985          1990            1995               2000            2005          2010*

                                                               Fonte: SIM/SVS/MS; * 2010: Dados Preliminares


    Essas situações, que nos remetem a complexos problemas determinantes da eclosão da violência
juvenil no país, aparecem, tanto na mídia como em boa parte da bibliografia, como uma constante de
nossa modernidade, consequência quase natural de um fenômeno denominado “juventude”, como
se o termo juventude estivesse inexorável e indissoluvelmente associado à violência. Assim, violência
juvenil começa a aparecer como uma categoria autoexplicativa quase universal e natural de nossa
cultura globalizada quando em realidade é um fenômeno que ainda precisa ser explicado.


                                                                                                                                                                                79
80
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




3. c onsolidação dos d ados                        da   Violência H oMicida
por U nidade F ederada




J ulgamos que seria de grande utilidade consolidar as informações disponíveis para cada Unidade
Federada. Como já indicamos na introdução, não se pretende aqui realizar um diagnóstico da si-
tuação e evolução dos homicídios em cada local. Procura-se elencar um conjunto de informações
que possibilitem a elaboração desse diagnóstico, seja por parte das autoridades, seja pela sociedade
civil, ou de forma conjunta.
    Com essa finalidade são detalhados dados dos 30 anos disponíveis – 1980/2010 – ou, para
maior aprofundamento, da última década -2000/2010 – mediante tabelas, gráficos e mapas geore-
ferenciados. Um último esclarecimento referente aos cortes utilizados nos mapas:
    0,0: Municípios sem registro de homicídio no ano de referência.
    0,0 -| 10,0: Municípios que registram homicídios, mas por embaixo do nível epidêmico.
    10,0 -| 26,0: Municípios acima do nível epidêmico, mas ainda embaixo da média nacional.
    26,0 e +: Municípios acima da média nacional.




                                                                                                 81
82
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




a cre



a evolução do Acre registra grandes flutuações determinadas, em sua maior parte, pelas fortes
oscilações em sua capital que, segundo o ano, concentra entre 60 e 91% do total de homicídios do
estado. Por esse motivo, delimitaremos só duas grandes etapas. A primeira, com taxas estaduais
ascendentes e a segunda, descendentes.
     Primeiro período: 1980/2002. A taxa estadual, com as fortes oscilações acima indicadas,
acompanha de perto as taxas do país, iniciando e finalizando o período levemente embaixo das
nacionais. O crescimento das taxas do interior é bem semelhante ao da capital – Acre não possui
região metropolitana – mas ainda assim, com índices muito por baixo dos da capital1.
    Segundo período: 2002/2010*. As taxas do estado declinam, impulsionadas pelas significa-
tivas quedas de Rio Branco. Como o interior continua a crescer com o mesmo ritmo elevado do
período anterior, origina-se uma reaproximação das taxas da capital e do interior, mas ainda com
taxas bem mais elevadas na capital do estado.

                                 Tabela AC1. Taxas de Homicídio por Área. Acre. 1980/2010*
                                                                                                                 
               BrAsil




                                                                                   BrAsil
                                                      interior




                                                                                                                         interior
                                        CApitAl




                                                                                                               CApitAl
     Ano                                                            Ano
                                         +rM




                                                                                                                +rM
                          UF




                                                                                                 UF




 1980          11,7       8,3            16,2         3,3        1996             24,8           21,1           35,8     7,9
 1981          12,6       8,7            16,2         3,7        1997             25,4           20,0           36,6     4,6
 1982          12,6       12,8           22,9         5,8        1998             25,9           21,2           38,4     4,9
 1983          13,8       9,6            20,2         2,1        1999             25,9           21,2           38,4     4,9
 1984          15,3       10,5           20,5         3,0        2000             26,7           19,4           36,4     5,3
 1985          15,0       14,4           26,7         5,0        2001             27,8           21,2           39,0     6,4
 1986          15,3       17,0           23,0        12,3        2002             28,5           25,7           44,8     9,7
 1987          16,9       25,8           49,9         6,3        2003             28,9           22,5           37,9     9,5
 1988          16,8       19,7           35,9         6,2        2004             27,0           18,7           30,9     8,4
 1989          20,3       24,0           47,6         3,7        2005             25,8           18,7           23,9     14,3
 1990          22,2       15,8           28,5         4,6        2006             26,3           22,6           36,3     11,0
 1991          20,8       25,1           46,6         5,9        2007             25,2           18,9           30,1     9,4
 1992          19,1       24,7           50,6         3,8        2008             26,4           19,6           28,9     12,1
 1993          20,2       26,1           52,6         4,6        2009             27,0           21,5           31,7     13,1
 1994          21,2       19,7           38,0         4,9        2010*            26,2           19,6           25,9     14,3
 1995          23,8       22,6           39,2         9,2        Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares

1.   Por problemas técnicos nos dados de 1999, foram repetidos os de 1998

                                                                                                                                    83
Tabela AC2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Acre. 1980/2010*
                                                                                     1980-2002                                                2002-2010*
                                             ÁreA
                                                                               % totAl         % Ao Ano                                 % totAl          % Ao Ano
BrAsil                                                                           143,5                          4,1                         -8,0             -1,0
UF                                                                               210,0                          5,3                        -23,7             -3,3
CApitAl+rM                                                                       176,2                          4,7                        -42,2             -6,6
interior                                                                         198,1                          5,1                         47,6             5,0

Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares


                                                                    Gráfico AC1. Taxas de Homicídio por Área. Acre. 1980/2010*

                                              55

                                              50

                                              45                                                                                    44,0
           Taxas de Homicídio (em 100 mil)




                                              40

                                              35

                                                                                                                                 28,5
                                              30
                                                                                                                                                    25,9
                                                                                                                                    25,7           26,2
                                              25

                                              20
                                                    16,2                                                                                             19,6
                                              15
                                                    11,7
                                                                                                                                  9,7                14,3
                                              10
                                                           8,3                                                                                                 Interior
                                               5      3,3                                                                                                      C + RM
                                                                                                                                                               UF
                                                                                                                                                               Brasil
                                               0
                                                   1980             1985              1990             1995              2000              2005      2010*

                                                   Fonte: SIM/SVS/MS. 1999: dados repetidos de 1998. *2010: Dados Preliminares




   Os mapas, a tabela e o gráfico a seguir detalham a situação das taxas do Acre nos anos 2000 e
2010*. Observamos:
   • Cai de 11 para 9 o número de municípios sem registro de homicídios.
     • Mudam os municípios com taxas acima da media nacional. Em 2000 encontravam-se nessa
       situação Rio Branco e Acrelândia. Ambas as taxas caem. Em compensação, ingressam nessa
       categoria Cruzeiro do Sul, segundo município em população, Brasiléia e Porto Acre.



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Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




                                              Mapa AC1. Acre. 2000
                                                                      taxa 2000
                                                                          0,0
                                                                          0,0 --| 10,0
                                                                         10,0 --| 26,0
                                                                         26,0 --| +




Fonte: SIM/SVS/MS




                                              Mapa AC2. Acre. 2010*
                                                                      taxa 2010*
                                                                          0,0
                                                                          0,0 --| 10,0
                                                                         10,0 --| 26,0
                                                                         26,0 --| +




Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares




                                                                                         85
Tabela AC3. Taxas de homicídio (em100 mil habitantes) por tamanho do município. Acre: 2000-2010*
                                                                                   hoMiCídios 2000                            hoMiCídios 2010*                Δ%          n. MUni-
        tAMAnho do MUniCípio                                                                                                                                  tAxAs
                                                                            n         tAxAs       %                      n        tAxAs      %                                Cipios
Até 5 Mil hABitAntes                                                           0         0,0             0,0             0         0,0          0,0            0,0              1
de   5 A -10 Mil                                                               1         3,2            0,9              2         4,2          1,4            31,0             6
de   10 A -20 Mil                                                              8         9,4            7,4             14        11,7          9,7            24,3             8
de   20 A -50 Mil                                                              6         5,0            5,6             19        12,9         13,2           155,2             5
de   50 A -100 Mil                                                             1         1,5            0,9             22        28,0         15,3           1789,9            1
de   200 A -500 Mil                                                        92            36,4           85,2            87        25,9         60,4           -28,8             1
ToTal                                                                      108           19,4           100,0           144        19,6        100,0           1,3             22

Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares



         Gráfico AC2. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Acre: 2000-2010*
                                                40
                                                                                                                                               36,4

                                                35
              Taxas de Homicídio (em 100 mil)




                                                30                                                                                     28,0
                                                                                                                                                       25,9

                                                25


                                                20


                                                15
                                                                                                 11,7                 12,9
                                                                                           9,4
                                                10

                                                                         3,2       4,2                          5,0
                                                 5
                                                                                                                                                                       2000
                                                                                                                                 1,5
                                                          0,0 0,0
                                                                                                                                                                       2010*
                                                 0
                                                          Até 5          5 a -10          10 a -20            20 a -50          50 a -100     200 a -500

                                                                          Tamanho do município (1000 habitantes)

                                                     Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares




86
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




a lagoas




p odemos ver, pelas tabelas e gráfico a seguir, dois períodos marcadamente diferenciados na evo-
lução da violência no estado.
   Primeiro período: 1980/1999. Durante quase duas décadas as taxas de homicídio de Alago-
as acompanharam bem de perto as nacionais. Levemente acima na maior parte do tempo, mas
sempre perto. No ano inicial da série: 1980, as taxas do estado eram ligeiramente superiores às do
país – 14,3 no estado para 11,7 homicídios em 100 mil habitantes no âmbito nacional. Até 1989 as
taxas do estado crescem rapidamente para depois cair, e nos anos finais desse primeiro período, as
taxas do estado caem por baixo das nacionais.

                        Tabela AL1. Taxas de Homicídio por Área. Alagoas. 1980/2010*
                                                                                                         
               BrAsil




                                                                             BrAsil
                                            interior




                                                                                                                interior
                                 CApitAl




                                                                                                      CApitAl
    Ano                                                      Ano
                                  +rM




                                                                                                       +rM
                        UF




                                                                                           UF
1980          11,7      14,3      27,2       9,7        1996                 24,8         28,1         45,2     19,3
1981          12,6      19,2      35,8      13,2        1997                 25,4         24,1         36,0     17,8
1982          12,6      20,7      31,4      16,7        1998                 25,9         21,8         31,1     16,7
1983          13,8      26,3      39,8      21,1        1999                 26,2         20,3         28,2     16,0
1984          15,3      25,0      37,6      20,0        2000                 26,7         25,6         39,3     18,3
1985          15,0      23,3      37,5      17,5        2001                 27,8         29,3         52,8     16,3
1986          15,3      24,8      39,4      18,7        2002                 28,5         34,3         57,2     21,5
1987          16,9      23,0      41,4      15,3        2003                 28,9         35,7         56,6     23,9
1988          16,8      30,5      53,7      20,5        2004                 27,0         35,1         59,3     21,3
1989          20,3      33,6      60,8      21,7        2005                 25,8         40,2         63,0     26,7
1990          22,2      29,2      50,6      19,7        2006                 26,3         53,0         88,8     31,7
1991          20,8      26,8      42,6      19,7        2007                 25,2         59,6         91,4     40,4
1992          19,1      23,3      38,8      16,1        2008                 26,4         60,3         99,6     37,6
1993          20,2      23,8      40,7      15,8        2009                 27,0         59,9         87,9     43,6
1994          21,2      23,3      38,1      16,3        2010*                26,2         66,8        100,7     46,8
1995          23,8      27,2      44,9      18,9        Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares




                                                                                                                           87
Tabela AL2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Alagoas. 1980/2010*
                                                                                 1980-1999                                      1999-2010*
                                           ÁreA
                                                                           % totAl         % Ao Ano                       % totAl          % Ao Ano
BrAsil                                                                       124,0                    4,3                   0,0              0,0
UF                                                                            42,6                    1,9                  228,3             11,4
CApitAl+rM                                                                     3,7                    0,2                  257,2             12,3
interior                                                                      65,6                    2,7                  192,7             10,3

Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares



                                                               Gráfico AL1. Taxas de Homicídio por Área. Alagoas. 1980/2010*
                                           110
                                                                                                                                   100,7
                                           100

                                            90

                                            80
         Taxas de Homicídio (em 100 mil)




                                            70                                                                                      66,8


                                            60

                                            50                                                                                      46,8


                                            40
                                                                                                            28,2
                                            30                                                                                      26,2
                                                      27,2                                                         26,2

                                            20       14,3                                                          20,3                             Brasil
                                                                                                              16,0                                  UF
                                            10                                                                                                      C + RM
                                                   9,7
                                                                                                                                                    Interior
                                             0
                                                 1980            1985             1990         1995            2000       2005      2010*

                                                 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares




   Para 1999 o estado apresenta uma taxa de 20,3 homicídios em 100 mil habitantes, quando o
país tem uma taxa de 26,2. Vemos que nesse primeiro período:
   • Primeiro aumentando e depois caindo, as taxas nos extremos da série têm um crescimento
       relativamente baixo: passam de 14,3 para 20,3 homicídios em 100 mil habitantes. Cresci-
       mento de 1,9% ao ano.




88
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil



   • Se a taxa da região metropolitana (RM) de Maceió cresce rapidamente nos primeiros anos
     (em 1989 chega a 60,8 homicídios em 100 mil) também cai rapidamente para voltar a um
     patamar quase idêntico ao inicial. O crescimento foi praticamente nulo: 0,2% ao ano.
   • Já a taxa do interior, neste primeiro período, passa de 9,7 para 16 homicídios em 100 mil
     habitantes, o que representa um aumento de 65,6% nas taxas, ou 2,7% ao ano.
   Segundo período: 1999/2010*. As taxas do estado apresentam um acelerado e contínuo crescimento:
   • No país, as taxas nos anos extremos permanecem inalteradas: 26,2 homicídios em 100 mil,
      mas em Alagoas crescem 228,3%, mais que triplicando.
   • Se em 1999 a taxa do estado era de 20,3 homicídios em 100 mil, embaixo da média nacional,
     ocupando a 11ª posição, poucos anos depois, em 2006, já passa o ocupar o primeiro lugar.
   • Como pode ser visto nas tabelas e gráficos, neste segundo período contribuíram para o
     crescimento da violência, tanto a RM de Maceió quanto os municípios do interior, ambas
     com índices muito pesados: 12,3 e 10,3% ao ano, respectivamente.
   • Esse elevado crescimento fez com que 11 municípios de Alagoas sejam encontrados, atual-
     mente, entre as 100 maiores taxas do país: 5 pertencentes à RM de Maceió: Maceió, Mare-
     chal Deodoro, Messias, Pilar e Rio Largo; e 6 do Interior: Arapiraca, Joaquim Gomes, São
     Miguel dos Campos, São Sebastião, Teotônio Vilela e União dos Palmares, todos com taxas
     de 60 ou mais homicídios em 100 mil habitantes.
    Os mapas e dados a seguir especificam melhor a evolução do último período, tomando como
base a última década de dados disponíveis: 2000/2010*.
    Vemos, pelos mapas, como muda radicalmente a situação do estado, com níveis de violência
acima da média nacional em grande parte de seu território. Em 2010 vão ser 67 dos 102 municí-
pios do estado com taxas acima de 26 homicídios para cada 100 mil habitantes.
    Podemos verificar, pela tabela AL3 e o gráfico AL2, que as taxas crescem de forma muito inten-
sa em todas as faixas de população dos municípios.
    • A capital, Maceió, continua a concentrar praticamente a metade dos homicídios do estado,
       com uma taxa pouco vista no histórico dos 30 anos nas capitais brasileiras: 109,9 homicí-
       dios em 100 mil habitantes.
   • Mas também o segundo município em ordem de tamanho: Arapiraca, fora inclusive de sua
     região metropolitana, não fica muito atrás: 104,2 homicídios em 100 mil habitantes, quando
     no ano 2000 tinha 31,1.




                                                                                               89
Mapa AL1. Alagoas, 2000.




        taxa 2000
               0,0
              0,0 --| 10,0
             10,0 --| 26,0
             26,0 --| +

Fonte: SIM/SVS/MS




                                              Mapa AL2. Alagoas, 2010*




           taxa 2010*
                    0,0
                    0,0 --| 10,0
                10,0 --| 26,0
                26,0 --| +


Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares




90
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




           Tabela AL3. Taxas de homicídio (em100 mil habitantes) por tamanho do município. Alagoas: 2000-2010*
                                                                                   hoMiCídios 2000                             hoMiCídios 2010*                         Δ%       n. MUni-
        tAMAnho do MUniCípio                                                                                                                                            tAxAs
                                                                             n        tAxAs       %                       n         tAxAs       %                                 Cipios
Até 5 Mil hABitAntes                                                         3            11,4            0,4             12             48,8           0,6             327,9          6
de   5 A -10 Mil                                                             21           14,2            2,9             38             25,0           1,8             76,1       22
de   10 A -20 Mil                                                            75           16,4            10,4          156              32,1           7,5             96,0       34
de   20 A -50 Mil                                                           140           17,1            19,3          396              44,4          19,0             159,6      31
de   50 A -100 Mil                                                           67           17,3            9,3           234              55,8          11,2             222,9          7
de   200 A -500 Mil                                                          58           31,1            8,0           223           104,2            10,7             235,0          1
500 Mil e MAis.                                                             360           45,1            49,7         1025           109,9            49,2             143,5          1
totAl                                                                       724           25,6           100,0         2084              66,8          100,0            160,4      102

Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares


       Gráfico AL2. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Alagoas: 2000-2010*
                                                       120
                                                                                                                                                    109,9
                                                                                                                                      104,2
                     Taxas de Homicídio (em 100 mil)




                                                       100



                                                       80

                                                                                                                                                                    66,8

                                                       60                                                                 55,8
                                                                    48,8
                                                                                                            44,4                                45,1
                                                       40
                                                                                                32,1                              31,1
                                                                                  25,0                                                                       25,6
                                                                                         16,4          17,1        17,3
                                                       20                  14,2
                                                             11,4
                                                                                                                                                                                2000
                                                                                                                                                                                2010*
                                                         0
                                                                Até 5      5 a -10       10 a -20      20 a -50    50 a -100     100 a -200     200 a -500    500 e +


                                                                                   Tamanho do município (1000 habitantes)

                                                             Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares




                                                                                                                                                                                            91
92
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




a Mapá




o s dados históricos do Amapá apresentam fortes flutuações de um ano para outro, o que dificul-
ta a interpretação das tendências e sua periodização. Por esse motivo foi utilizada com os dados
do estado a técnica da média móvel1 de 3 anos consecutivos, visando dar maior legibilidade às
informações disponíveis. Foram assim delimitadas duas fases:
    Primeiro período: 1980/1995. Significativo aumento das taxas estaduais, que passam de 6,3
para 40 homicídios em 100 mil habitantes, mostrando um pesado crescimento de 13,1% ao ano,
puxado pela sua região metropolitana, que cresce com ritmo semelhante. Já os municípios do in-
terior, se também crescem no período, o fazem de forma bem mais moderada: 4,3% ao ano, com
taxas bem embaixo das metropolitanas. Como os índices do estado cresceram mais rápido que os
nacionais – 4,9% ao ano para o país e 13,1% ao ano para o estado – suas taxas, que partiram muito
embaixo das nacionais, rapidamente as ultrapassam. No final do período o estado apresenta 40
homicídios em 100 mil habitantes quando no país a taxa era de 23,8.

                             Tabela AP1. Taxas de Homicídio por Área. Amapá 1980/2010*
                                                                                                             
               BrAsil




                                                                               BrAsil
                                                  interior




                                                                                                                     interior
                                     CApitAl




                                                                                                           CApitAl
     Ano                                                        Ano
                                      +rM




                                                                                                            +rM
                          UF




                                                                                             UF




 1980          11,7        6,3         7,4        2,4        1996             24,8          38,5            47,6      9,2
 1981          12,6        8,3         9,4        4,7        1997             25,4          38,7            47,3     10,2
 1982          12,6       10,9        11,4        9,2        1998             25,9          38,9            47,4     10,8
 1983          13,8       12,0        13,0        8,3        1999             26,2          38,4            46,7     13,9
 1984          15,3       12,7        14,0        8,0        2000             26,7          37,8            45,6     15,1
 1985          15,0       13,2        14,6        8,2        2001             27,8          34,8            41,9     15,0
 1986          15,3       12,4        12,5       12,0        2002             28,5          35,8            41,6     17,2
 1987          16,9       10,3        10,1       11,1        2003             28,9          33,9            39,8     15,2
 1988          16,8       10,7        10,2       12,5        2004             27,0          33,3            37,2     20,4
 1989          20,3       12,9        13,3       11,5        2005             25,8          32,4            34,7     25,1
 1990          22,2       16,2        17,2       12,5        2006             26,3          30,9            32,7     25,1
 1991          20,8       19,5        22,4        9,1        2007             25,2          31,4            34,2     23,0
 1992          19,1       21,0        24,6        8,8        2008             26,4          30,4            33,0     22,4
 1993          20,2       27,8        32,1       13,9        2009             27,0          34,3            37,8     24,0
 1994          21,2       32,6        37,8       15,8        2010*            26,2          34,2            37,3     25,2
 1995          23,8       40,0        47,3       16,4        Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares


1.   Utilizada para suavizar sazonalidades para dados que apresentam muitas flutuações.

                                                                                                                                93
Tabela AP2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Amapá. 1980/2010*
                                                                                  1980-1995                                1995-2010*
                                           ÁreA
                                                                            % totAl         % Ao Ano                 % totAl          % Ao Ano
BrAsil                                                                        103,9                    4,9             9,9              0,6
UF                                                                            530,4                    13,1           -14,4             -1,0
CApitAl+rM                                                                    534,7                    13,1           -21,1             -1,6
interior**                                                                    94,8                     4,3            174,7             7,5

Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares ** Períodos: 1980-1996 e 1996-2010



   Segundo período: 1995/2010*. As taxas do estado entram em declínio, acompanhando as que-
das de sua região metropolitana (RM) – quedas de 1% e de 1,6% ao ano respectivamente, quando as
do país aumentam 0,6% ao ano. Com isto, as taxas do estado tendem a se reaproximar das nacionais.
Por outro lado, o interior do estado começa a puxar as taxas para cima, com seu rápido crescimento
de 7,5% ao ano.

                                                              Gráfico AP1. Taxas de Homicídio por Área. Amapá. 1980/2010*
                                           55

                                           50
                                                                                                     47,3

                                           45
         Taxas de Homicídio (em 100 mil)




                                           40                                                        40,0                      37,3

                                           35
                                                                                                                               34,2
                                           30
                                                                                                                               26,2
                                           25
                                                                                                     23,8
                                                                                                                               25,2
                                           20

                                           15       11,7

                                                     7,4
                                           10                                                           9,2                                    Brasil
                                                     6,3                                                                                       UF
                                            5                                                                                                  C + RM
                                                   2,4
                                                                                                                                               Interior
                                            0
                                                1980            1985             1990         1995            2000   2005      2010*



                                                Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares

   O efeito disseminação pode ser melhor visualizado observando os mapas e quadros a seguir
centrados na década 2000 a 2010*.


94
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




                                            Mapa AP1. Amapá. 2000
                    taxa 2000
                            0,0
                            0,0 --| 10,0
                           10,0 --| 26,0
                           26,0 --| +




       Fonte: SIM/SVS/MS
                                            Mapa AP2. Amapá. 2010*
                     taxa 2010*
                             0,0
                             0,0 --| 10,0
                            10,0 --| 26,0
                            26,0 --| +




       Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares
                                                                      95
• Nos mapas podemos observar que as quedas do período, que deveriam ter levado a um
       aumento dos territórios livres de homicídio, não originaram esse efeito. Em 2000 o Amapá
       tinha 11 de seus 16 municípios sem registro de homicídios. Em 2010 esse número cai para
       cinco. Além, o número de municípios acima da media nacional aumenta de 3 para 4.
     • Pela tabela e gráfico vemos que o crescimento na década centrou-se nos municípios de 10 a 50
       mil habitantes, como Laranjal do Jarí ou Porto Grande que, sem homicídios em 2000, passam a
       ostentar elevadas taxas em 2010: 35,1 e 41,6 homicídios em 100 mil habitantes, respectivamente.


           Tabela AP3. Taxas de homicídio (em100 mil habitantes) por tamanho do município. Amapá: 2000-2010*
                                                                        hoMiCídios 2000                        hoMiCídios 2010*
                                                                                                                                                              n. MUni-
     tAMAnho do MUniCípio                                                                                                                     Δ % tAxAs
                                                                  n            tAxAs           %         n          tAxAs           %                          Cipios


Até 5 Mil hABitAntes                                              1              8,5           0,6       1           5,8           0,4            -31,4            4
de   5 A -10 Mil                                                  0              0,0           0,0       4          17,5           1,5                             3
de   10 A -20 Mil                                                 1              2,3           0,6       11         15,8           4,2            575,1            5
de   20 A -50 Mil                                                 1              2,4           0,6       18         29,8           6,9            1132,8           2
de   100 A -200 Mil                                               21            26,1          13,5       30         29,6           11,6            13,5            1
de   200 A -500 Mil                                               131           46,2          84,5      195         49,0           75,3            5,9             1
ToTal                                                             155           32,5          100,0     259          38,7          100,0           19,1            16

Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares


       Gráfico AP2. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Amapá: 2000-2010*
                                              55
                                                                                                                                           49,0
                                              50
            Taxas de Homicídio (em 100 mil)




                                                                                                                                    46,2
                                              45

                                              40

                                              35
                                                                                                             29,8           29,6
                                              30
                                                                                                                     26,1
                                              25

                                              20
                                                                              17,5
                                                                                              15,8
                                              15
                                                      8,5
                                              10
                                                            5,8
                                               5                                                                                                           2000
                                                                        0,0             2,3            2,4
                                                                                                                                                           2010*
                                               0
                                                       Até 5            5 a -10        10 a -20       20 a -50      100 a -200     200 a -500

                                                                          Tamanho do município (1000 habitantes)
                                               Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares

96
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




a Mazonas




d epois de um longo período de crescimento moderado, mas contínuo, das taxas de homicídio,
que vai até 1998, abrem-se mais duas etapas com características diferenciadas:
   Primeiro Período: 1980-1998. Ao longo de todo o período, as taxas do estado acompanha-
ram de perto, levemente embaixo, às nacionais. Crescendo ao mesmo ritmo: 4,5% ao ano, vão ser
os homicídios de sua região metropolitana (RM)1 os determinantes de toda a movimentação do
estado, por concentrar acima de 80% do total de homicídios. O resto do estado, em conjunto, apre-
senta taxas insignificantes: como máximo três homicídios em 100 mil habitantes e só em alguns
poucos anos, mal chegam a quatro.
   Segundo Período: 1998/2004. Caem as taxas do estado de 21,3 para 16,9 homicídios em 100
mil habitantes, principalmente pelas quedas na RM de Manaus, cujas taxas nesse período passam
de 35,2 para 23,7, o que representa uma queda da ordem de 32,6%. Em compensação, as taxas dos
restantes municípios crescem, mas para um patamar ainda muito baixo: 6,9 homicídios em 100
mil habitantes.
   Terceiro Período: 2004/2010*. Ao igual que muitos outros estados, como temos abordado no
item 2.3 referente aos novos padrões da violência, Amazonas sofreu na presente década, e mais
especificamente a partir do ano de 2004, uma expansão em seus índices de homicídio. Se em 2004
sua taxa era de 16,9 homicídios em 100 mil habitantes, passa, em 2010, para 30,6, o que representa
um incremento de 81,5% nos seis anos, ou 10,4% ao ano. A principal responsabilidade por esse
crescimento encontra-se em sua RM e, mais especificamente, na capital do estado.
   Neste sentido, chama a atenção o enorme peso da capital Manaus na produção de homicí-
dios, tanto no contexto da região metropolitana quanto do estado como um todo. Em 1980,
representando 44% da população do estado – ver gráfico AM1 – Manaus concentrava 94% dos
homicídios do estado e 98% dos casos do conjunto de municípios que mais tarde viriam a con-
formar a sua RM.




1.    RM integrada pelos municípios de Careiro, Iranduba, Itacoatiara, Manacapuru, Manaus, Novo Airão, Presidente
     Figueiredo e Rio Preto da Eva.


                                                                                                              97
Tabela AM1. Taxas de Homicídio por Área. Amazonas. 1980/2010*
                                                                                                                           

                  BrAsil




                                                                                            BrAsil
                                                              interior




                                                                                                                                     interior
                                              CApitAl




                                                                                                                         CApitAl
     Ano                                                                         Ano




                                               +rM




                                                                                                                          +rM
                                UF




                                                                                                           UF
1980              11,7          9,6            16,8           0,9          1996             24,8          18,8            30,7       2,8
1981              12,6          9,4            16,1           1,9          1997             25,4          19,0            30,7       3,2
1982              12,6         10,1            17,5           1,5          1998             25,9          21,3            35,2       2,5
1983              13,8          9,5            14,5           3,7          1999             26,2          20,4            31,5       5,5
1984              15,3         12,7            20,0           4,0          2000             26,7          19,8            29,6       5,8
1985              15,0         10,7            17,0           2,8          2001             27,8          16,7            23,6       6,7
1986              15,3          8,8            13,5           3,0          2002             28,5          17,3            24,0       7,5
1987              16,9         10,0            16,3           2,0          2003             28,9          18,5            26,7       6,6
1988              16,8         11,9            18,3           3,7          2004             27,0          16,9            23,7       6,9
1989              20,3         16,5            26,2           3,7          2005             25,8          18,5            26,6       6,4
1990              22,2         18,1            29,1           3,5          2006             26,3          21,1            29,5       8,6
1991              20,8         19,1            32,2           1,6          2007             25,2          21,0            29,8       7,9
1992              19,1         16,2            26,8           2,0          2008             26,4          24,8            34,9       9,3
1993              20,2         15,6            25,1           2,7          2009             27,0          26,8            38,6       8,8
1994              21,2         16,8            27,8           1,8          2010*            26,2          30,6            43,3      11,0
1995              23,8         18,3            29,5           3,0          Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares



                      Tabela AM2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Amazonas. 1980/2010*
                                    1980-1998                                1998-2004                               2004-2010*
           ÁreA
                                % totAl     % Ao Ano                     % totAl     % Ao Ano                    % totAl     % Ao Ano
BrAsil                            121,8                 4,5                4,2                 0,7                -3,1             -0,5
UF                                120,4                 4,5               -20,7               -3,8                81,5             10,4
CApitAl+rM                        109,5                 4,2               -32,6               -6,4                82,6             10,6
interior                          170,1                 5,7               174,4               18,3                59,9             8,1
Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares




98
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




  Gráfico AM1. Participação (%) de Manaus na população e nos homicídios do estado e nos homicídios da RM de Manaus.
                                                      100
                                                                                      97,7

                                                                                93,5
                                                                        90                                                                               91,9
           Participação % de Manaus




                                                                        80
                                                                                                                                                          78,9


                                                                        70




                                                                        60                                                                                        Nos
                                                                                                                                                                  homicídios
                                                                                                                                                                  RM
                                                                                                                                                                  Nos
                                                                        50                                                                                        homicídios
                                                                                                                                                          51,7    AM
                                                                               44,3
                                                                                                                                                                  Na
                                                                                                                                                                  população
                                                                                                                                                                  AM
                                                                        40
                                                                             1980            1985       1990        1995          2000          2005      2010*


Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares


                                                                                       Gráfico AM2. Taxas de Homicídios por Área. Amazonas. 1980/2010*
                                                                        60




                                                                        50
                                                                                                                                                         43,3
                                      Taxas de Homicídio (em 100 mil)




                                                                        40
                                                                                                                           35,2

                                                                                                                                                         30,6
                                                                        30

                                                                                                                              25,9                       26,2
                                                                                                                                         23,6    23,7

                                                                        20
                                                                                16,8                                       21,3
                                                                                                                                                 16,9
                                                                                                                                         16,7
                                                                                11,7                                                                     11,0
                                                                                9,6
                                                                        10                                                                                           Brasil
                                                                                                                                                  6,7                UF
                                                                                                                            2,5
                                                                               0,9                                                                                   C + RM
                                                                                                                                                                     Interior
                                                                         0
                                                                             1980            1985      1990        1995           2000          2005     2010*


Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares

                                                                                                                                                                                99
Em 2010 o peso demográfico da capital aumentou mais ainda, passou para 51,7% da população
estadual. Ainda assim, 92% dos homicídios da RM foram registrados na capital, da mesma forma
que 79% do total de homicídios do estado. Com isso, parece lógico que qualquer oscilação nas
taxas da capital incida decididamente nos índices do estado.
   O impacto dessa expansão do último período pode ser acompanhado nos mapas a seguir:

                                    MAPA AM1. AMAZONAS. 2000.

               taxa 2000
                     0,0
                     0,0 --| 10,0
                    10,0 --| 26,0
                    26,0 --| +




Fonte: SIM/SVS/MS




100
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




                                                       MAPA AM2. AMAZONAS. 2010*

                    taxa 2010*
                        0,0
                        0,0 --| 10,0
                       10,0 --| 26,0
                       26,0 --| +




Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares


      • No ano 2000, 26 municípios não tiveram registro de homicídios. Esse número cai para 13,
        exatamente a metade, no ano 2010.
      • Em contrapartida, os municípios com mais de 26 homicídios em 100 mil habitantes passam,
        nesse mesmo período, de dois para nove.


          Tabela AM3. Taxas de homicídio (em100 mil habitantes) por tamanho do município. Amazonas: 2000-2010*
                                                  hoMiCídios 2000             hoMiCídios 2010*       Δ%      n. MUni-
       tAMAnho do MUniCípio                                                                          tAxAs
                                              n      tAxAs       %      n          tAxAs       %              Cipios
 de   5 A -10 Mil                             2       4,9      0,4       2          4,8      0,2     -0,9       5
 de   10 A -20 Mil                         13         4,2      2,3      32          8,7      3,0     107,8     24
 de   20 A -50 Mil                         33         5,4      5,9      95          12,6     8,9     132,0     25
 de   50 A -100 Mil                        44         12,4     7,9      87          21,0     8,2     69,7       6
 de   100 A -200 Mil                          1       1,1      0,2       9          8,8      0,8      ***       1
 500 Mil e MAis.                          464         33,0     83,3     842         46,7     78,9    41,6       1
 ToTal                                    557         19,8     100,0   1067         30,6     100,0    54,6      62
 Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares




                                                                                                                     101
Gráfico AM3. Taxas de homicídios (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Amazonas: 2000-2010*
                                               50
                                                                                                                              46,7
                                               45
             Taxas de Homicídio (em 100 mil)


                                               40

                                               35                                                                      33,0


                                               30

                                               25
                                                                                                  21,0
                                               20

                                               15
                                                                                    12,6   12,4
                                                                        8,7                                      8,8
                                               10

                                                    4,9 4,8       4,2         5,4
                                                5                                                                                    2000
                                                                                                           1,1                       2010*
                                                0
                                                    5 a -10      10 a -20     20 a -50     50 a -100     100 a -200    500 e +


                                                              Tamanho do município (1000 habitantes)

Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares




102
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




B aHia




a s tabelas e gráficos a seguir permitem verificar que o estado da Bahia experimentou, ao longo
de sua história recente, grandes oscilações na evolução de suas taxas de homicídio, oscilações que
em alguns casos, como as quedas em sua capital entre 1997 e 1999 nos fizeram indicar em mapas
anteriores possíveis problemas com os dados do estado.
    De toda forma vemos durante a década de 80 uma situação de relativa tranquilidade que se
complica já em inícios da década de 90 com fortes incrementos no nível de homicídios do estado.
    Com isto, podemos delinear quatro grandes períodos:
    Primeiro período: 1980/1991. As taxas do estado permanecem quase constantes, passam de
3,3 para 4,9 homicídios em 100 mil habitantes, crescimento de 3,6% ao ano, menor que o do país:
5,4% ao ano. Durante toda essa fase, as taxas do estado foram sempre inferiores às do país e, pelo
diferencial de ritmos, foi se distanciando progressivamente. Praticamente, a região metropolitana
e o interior evoluíram com ritmo semelhante, exceto as oscilações da primeira.

                         Tabela BA1. Taxas de Homicídio por Área. Bahia. 1980/2010*

                                                                                                         
             BrAsil




                                                                           BrAsil
                                              interior




                                                                                                                 interior
                                 CApitAl




                                                                                                       CApitAl

   Ano                                                      Ano
                                  +rM




                                                                                                        +rM
                      UF




                                                                                          UF




1980        11,7       3,3         1,9        3,7        1996              24,8           15,0          35,4     9,2
1981        12,6       3,3         2,1        3,5        1997              25,4           15,5          38,0     9,1
1982        12,6       5,0         8,8        4,1        1998              25,9           9,7           15,3     8,1
1983        13,8       3,7         2,2        4,1        1999              26,2           6,8           7,2      6,8
1984        15,3       5,0         6,4        4,6        2000              26,7           9,4           11,6     9,2
1985        15,0       5,1         6,5        4,8        2001              27,8           11,9          19,2     10,9
1986        15,3       5,0         3,4        5,5        2002              28,5           13,0          21,9     10,7
1987        16,9       6,1         7,5        5,7        2003              28,9           16,0          29,4     12,8
1988        16,8       7,4        12,3        6,1        2004              27,0           16,6          29,7     13,4
1989        20,3       9,5        19,8        6,7        2005              25,8           20,4          40,0     14,9
1990        22,2       7,5        11,5        6,4        2006              26,3           23,5          45,2     17,2
1991        20,8       4,9         1,7        5,8        2007              25,2           25,7          50,4     18,0
1992        19,1       6,9         8,9        6,3        2008              26,4           32,9          63,3     22,7
1993        20,2      12,2        30,3        7,2        2009              27,0           37,7          67,9     27,6
1994        21,2      14,0        35,7        7,9        2010*             26,2           37,7          60,1     30,5
1995        23,8      12,1        26,6        8,1
                                                         Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares
                                                                                                                       103
Segundo Período: 1991/1997. Íngreme incremento das taxas do estado, cujo crescimento de
21,1% ao ano resulta muitas vezes superior ao experimentado pelo país, que nesse lapso de tempo
foi de 3,4% ao ano. A quase exclusiva concentração, tanto das quedas anteriores quanto desses
aumentos, na sua região metropolitana (RM) e a intensidade pouco explicável do ritmo dessas
oscilações, abrem lugar a duvidas sobre a fiabilidade dos dados disponibilizados pelo estado.

                                                       Tabela BA2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Bahia. 1980/2010*

                                                          1980-1991                  1991-1997                         1997-1999                      1999-2010*
                                    ÁreA
                                                       % totAl % Ao Ano           % totAl % Ao Ano                  % totAl % Ao Ano               % totAl   % Ao Ano
 BrAsil                                                 78,1        5,4             21,9              3,4             3,2           1,6              0,0           0,0
 UF                                                     47,7        3,6            214,7              21,1           -55,9          -33,6           450,8          16,8
 CApitAl+rM                                             -12,2       -1,2           2168,1             68,2           -81,2          -56,6           739,4          21,3
 interior                                               58,3        4,3             55,8              7,7            -25,6          -13,8           346,1          14,6

Fonte: SIM/SVS/MS - *2010: Dados Preliminares


                                                                Gráfico BA1. Taxas de Homicídio por Área. Bahia. 1980/2010*
                                    70



                                    60
                                                                                                                                            60,1
  Taxas de Homicídio (em 100 mil)




                                    50


                                                                                               38,0
                                    40
                                                                                                                                            37,7

                                    30
                                                                                            25,4                                            30,5
                                                                           20,8                                                             26,2

                                    20
                                                                                            15,5

                                                                                             9,1            7,2                                             Brasil
                                    10                                     5,8
                                                                                                                                                            UF
                                           3,7                                                                                                              C + RM
                                                                                  4,9                   6,8
                                                 1,9                              1,7                                                                       Interior
                                     0
                                         1980            1985         1990              1995                 2000            2005           2010*

Fonte: SIM/SVS/MS - *2010: Dados Preliminares

   Terceiro Período. 1997-1999. Novamente aqui a intensidade das quedas e sua exclusiva atua-
ção na RM de Salvador abrem dúvidas sobre a qualidade da informação.
   Quarto Período. 1999-2010*. Período de forte crescimento das taxas do estado, tanto da ca-

104
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil



pital quanto do interior, como uma continuidade do segundo período. De qualquer modo, tanto
capital quanto interior crescem drasticamente, levando as taxas do estado a figurar em 2010 no
sétimo lugar, no ordenamento da violência nacional.
    Fica difícil tirar conclusões pelos dados da década, em virtude dos problemas já apontados
com as informações do estado. Ainda assim podemos ver, pelo mapa da Bahia de 2010, a forte
concentração de focos de elevada violência em toda a zona da mata do estado, que inclui a região
metropolitana de Salvador.

                                      Mapa BA1. Bahia. 2000




               taxa 2000
                     0,0
                     0,0 --| 10,0
                    10,0 --| 26,0
                    26,0 --| +


Fonte: SIM/SVS/MS




                                                                                            105
Mapa BA2. Bahia. 2010*




                taxa 2010*
                      0,0
                       0,0 --| 10,0
                     10,0 --| 26,0
                     26,0 --| +

Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares




106
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




             Tabela BA3. Taxas de homicídio (em100 mil habitantes) por tamanho do município. Bahia: 2000-2010*
                                                                          hoMiCídios 2000                                   hoMiCídios 2010*                           Δ%         n. MUni-
      tAMAnho do MUniCípio                                                                                                                                             tAxAs
                                                                   n          tAxAs       %                             n         tAxAs      %                                         Cipios
 Até 5 Mil hABitAntes                                              1              2,7              0,1                  0                 0,0            0,0             –               9
 de   5 A -10 Mil                                                  25             5,0              2,0              74                    15,6           1,4           211,1            60
 de   10 A -20 Mil                                                 98             3,9              8,0             317                    12,5           6,0           224,1            179
 de   20 A -50 Mil                                                198             5,7             16,2             753                    20,7           14,2          262,4            126
 de   50 A -100 Mil                                               107             6,8              8,7             574                    32,4           10,9          378,3            27
 de   100 A -200 Mil                                              242            17,3             19,8             1.145                  73,0           21,7          321,4            11
 de   200 A -500 Mil                                              153            24,6             12,5             598                    79,3           11,3          221,6             3
 500 Mil e MAis.                                                  399            13,6             32,6             1.826                  56,5           34,5          314,0             2
 ToTal                                                            1223            9,4             100,0            5.287                  37,7           100,0         303,1            417


Fonte: SIM/SVS/MS - *2010: Dados Preliminares


         Gráfico BA2. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Bahia: 2000-2010*
                                                 90

                                                                                                                                                  79,3
                                                 80
                                                                                                                                   73,0
               Taxas de Homicídio (em 100 mil)




                                                 70

                                                                                                                                                                56,5
                                                 60

                                                 50

                                                 40
                                                                                                                 32,4
                                                 30
                                                                                                                                           24,6
                                                                                                  20,7                      17,3
                                                 20
                                                                        15,6
                                                                                     12,5                                                                13,6
                                                                                                           6,8
                                                 10                                         5,7                                                                                2000
                                                                  5,0          3,9
                                                      2,7
                                                            0,0                                                                                                                2010*
                                                  0
                                                      Até 5       5 a -10      10 a -20     20 a -50      50 a -100 100 a -200 200 a -500                 500 e +



                                                                         Tamanho do município (1000 habitantes)

Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares




                                                                                                                                                                                              107
108
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




c eará




p odemos verificar pelos dados a seguir, que o histórico dos homicídios no Ceará permite deli-
mitar três etapas diferenciadas.
   Primeiro período: 1980/1994. Taxas estaduais relativamente baixas para o contexto nacio-
nal, mantendo-se quase constantemente em torno dos 10 homicídios em 100 mil habitantes. O
crescimento anual do estado: 0,9% ao ano contrasta com o nacional de 4,3% pelo que a brecha se
amplia: os índices do estado tendem a se afastar do nível nacional. Se em 1980 a taxa do estado era
29% menor que a nacional para 1994 já é 55% menor. A responsabilidade pelo leve incremento
das taxas estaduais deve-se exclusivamente ao interior, cujo aumento de 92,5% no período anula
totalmente a queda de 19,6% que se registra na região metropolitana (RM) de Fortaleza.

                            Tabela CE1. Taxas de Homicídio por Área. Ceará. 1980/2010*

                                                                                                            
             BrAsil




                                                                              BrAsil
                                                interior




                                                                                                                   interior
                                   CApitAl




                                                                                                         CApitAl
   Ano                                                        Ano
                                    +rM




                                                                                                          +rM
                      UF




                                                                                            UF



1980         11,7     8,3           21,3         2,4       1996               24,8          13,0          21,9     7,1
1981         12,6     9,2           21,3         3,6       1997               25,4          14,8          23,8     8,8
1982         12,6     9,0           19,1         4,1       1998               25,9          13,4          17,5     10,7
1983         13,8     10,9          22,5         5,2       1999               26,2          15,6          22,8     10,7
1984         15,3     10,4          21,4         4,7       2000               26,7          16,5          26,2     10,1
1985         15,0     9,4           20,1         3,9       2001               27,8          17,2          24,9     12,0
1986         15,3     8,9           17,8         4,1       2002               28,5          18,9          27,7     12,8
1987         16,9     7,2           14,2         3,3       2003               28,9          20,1          26,8     15,5
1988         16,8     8,3           15,7         4,2       2004               27,0          20,0          27,2     15,1
1989         20,3     9,8           20,4         3,7       2005               25,8          20,9          29,6     14,7
1990         22,2     8,8           16,1         4,6       2006               26,3          21,8          31,9     14,6
1991         20,8     9,7           17,7         4,8       2007               25,2          23,2          36,4     13,8
1992         19,1     8,4           15,3         4,2       2008               26,4          24,0          35,0     16,2
1993         20,2     10,7          18,8         5,7       2009               27,0          25,7          35,0     19,0
1994         21,2     9,5           17,1         4,7       2010*              26,2          29,7          42,9     20,3
1995         23,8     12,6          24,9         4,9       Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares




                                                                                                                         109
Segundo período: 1994/1998. As taxas do estado se elevam significativamente – 41,3% nos
quatro anos – acima do crescimento nacional, que foi de 22,3%. Novamente aqui vai ser o inte-
rior do estado o responsável quase absoluto pelo incremento da violência no estado: cresce 127%
enquanto a RM praticamente estagna, só cresce 1,9% no quadriênio.

                                                     Tabela CE2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Ceará. 1980/2010*

                                                                 1980-1994                                    1994-1998                            1998-2010*
           ÁreA
                                                             % totAl     % Ao Ano                         % totAl     % Ao Ano                 % totAl     % Ao Ano
BrAsil                                                          81,5                 4,3                    22,3                 5,2             1,0           0,1
UF                                                              13,9                 0,9                    41,3                 9,0            121,7          6,9
CApitAl+rM                                                     -19,6                 -1,5                   1,9                  0,5            145,6          7,8
interior                                                        92,5                 4,8                   127,0                 22,7           90,0           5,5
Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares


   Terceiro período: 1998/2010*. As taxas estaduais continuam a crescer num ritmo bem acima
da média nacional, mas agora impulsionada pelo crescimento acelerado da RM de Fortaleza, que
cresce 7,8% ao ano e também com forte participação do interior – 5,5% de aumento ao ano. Esse
acréscimo anual eleva a taxa do estado a 29,7 homicídios em 100 mil habitantes no ano 2010, su-
perando a taxa nacional, pela primeira vez no seu histórico.

                                                                 Gráfico CE1. Taxas de Homicídio por Área. Ceará. 1980/2010*
                                             50


                                                                                                                                                   42,9

                                             40
           Taxas de Homicídio (em 100 mil)




                                                                                                                                                   29,7
                                             30
                                                                                                                  25,9

                                                   21,3                                           21,2                                            26,2
                                                                                                                  17,5
                                             20
                                                                                                                                                   20,3
                                                                                                   17,1
                                                   11,7                                                                  13,4
                                                                                                   9,5
                                             10
                                                                                                                   10,7                                          Brasil
                                                    8,3
                                                                                                                                                                 UF
                                                                                                                                                                 C + RM
                                                      2,4                                           4,7
                                                                                                                                                                 Interior
                                             0
                                                  1980            1985             1990                  1995             2000          2005           2010*

                                                  Fonte: SIM/SVS/MS - *2010: Dados Preliminares


110
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil



        Os mapas a seguir permitem verificar, até visualmente, a profunda mudança experimen-
tada pelo estado na última década.

                                     Mapa CE1. Ceará. 2000




                                                                         taxa 2000
                                                                             0,0
                                                                             0,0 --| 10,0
                                                                            10,0 --| 26,0
                                                                            26,0 --| +




Fonte: SIM/SVS/MS




                                                                                            111
Mapa CE2. Ceará. 2010*




                                                                           taxa 2010*
                                                                               0,0
                                                                               0,0 --| 10,0
                                                                              10,0 --| 26,0
                                                                              26,0 --| +


Fonte: SIM/SVS/MS - *2010: Dados Preliminares

     • Observamos no Mapa do 2000 a existência de grande número de municípios que não regis-
       traram nenhum homicídio nesse ano. São exatos 58 municípios: 31,5% do total do estado.
     • Já no mapa de 2010 observamos uma enorme diminuição das áreas em branco: agora vão
       ser só 27 municípios, isto é, só 14,7% do total de municípios do estado.




112
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




             Tabela CE3. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) por tamanho do município. Ceará: 2000-2010*
                                                                                      hoMiCídios 2000                                    hoMiCídios 2010*               Δ%         n. MUni-
       tAMAnho do MUniCípio                                                                                                                                             tAxAs
                                                                           n             tAxAs        %                              n        tAxAs      %                          Cipios
 Até 5 Mil hABitAntes                                                      2                  18,2                0,2                1            11,4           0,0    -37,4         2
 de   5 A -10 Mil                                                          7                  5,3                 0,6               21            14,7           0,8    178,2        19
 de   10 A -20 Mil                                                        70                  7,1                 5,7              170            15,9           6,8    122,4        71
 de   20 A -50 Mil                                                        157                 9,3                 12,8             343            18,6       13,6       99,5         59
 de   50 A -100 Mil                                                       177                 12,7                14,4             417            25,9       16,6       104,4        25
 de   100 A -200 Mil                                                      70                  15,8                5,7              137            25,4           5,4    60,6          4
 de   200 A -500 Mil                                                      142                 22,1                11,6             300            38,2       11,9       73,0          3
 500 Mil e MAis.                                                          604                 28,2                49,1            1.125           45,9       44,7       62,7          1
 ToTal                                                                   1.229                16,5                100,0            2.514          29,7       100,0       79,8        184

 Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares

      • Em contrapartida, aumentou de forma muito significativa o número de municípios com
        taxas acima da média nacional. Em 2000 eram somente 11 municípios; em 2010 vão ser 46,
        que equivale a 25% dos municípios do estado.
      • Como vemos na tabela CE3 e no gráfico CE2, também no caso do Ceará o modelo de avan-
        ço da violência homicida foi diferente do modelo vigente no país no século passado. Vemos
        que aconteceu no estado uma forte dispersão dos focos de violência. Onde mais cresceu foi
        nos 90 municípios entre 5 e 20 mil habitantes, é o caso de municípios como Antonina do
        Norte, São João do Jaguaribe, Jaguaribara ou Jijoca de Jericoacoara com taxas acima de 50
        homicídios em 100 mil habitantes e largo crescimento na década.

          Gráfico CE2. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Ceará. 2000-2010*
                                                      50
                                                                                                                                                                 45,9
                    Taxas de Homicídio (em 100 mil)




                                                      45

                                                      40                                                                                           38,2

                                                      35

                                                      30                                                                                                  28,2
                                                                                                                          25,9           25,4
                                                      25
                                                                                                                                                22,1
                                                      20                                                   18,6
                                                           18,2
                                                                                          15,9                                    15,8
                                                                               14,7
                                                      15
                                                                                                                   12,7
                                                                  11,4
                                                                                                     9,3
                                                      10
                                                                                        7,1
                                                                         5,3
                                                      5                                                                                                                    2000
                                                                                                                                                                           2010*
                                                      0
                                                            Até 5        5 a -10       10 a -20      20 a -50      50 a-100      100 a -200 200 a -500    500 e +

                                                                                Tamanho do município (1000 habitantes)

Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares
                                                                                                                                                                                           113
114
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




d istrito Federal




d e acordo com a configuração específica do DF, que não possui estrutura municipal, só será
possível esboçar a evolução da unidade federada como um todo. Vemos nas tabelas e gráfico a
seguir que, de um patamar muito semelhante ao nacional em 1980 - 11,7 homicídios em 100 mil
para o Brasil e 12,2 para seu DF – seu crescimento foi mais acelerado nos anos subsequentes até
1995: 223,1% contra 103,9% do país.
    Esse diferencial de ritmos vai distanciando progressivamente o DF das taxas nacionais, de for-
ma que em 1995 se o país ostentava uma taxa de 23,8 homicídios em 100 mil habitantes, a capital
já se tinha elevado para 39,5: 66% acima do nacional.
    Num segundo momento, a partir de 1995, as taxas do país apresentam um crescimento bem
moderado: 9,9% enquanto as do DF têm uma suave queda tendencial de 13,4% ao longo dos 15
anos do período. Com menor intensidade que no ano inicial, as taxas do DF permanecem ainda
acima dos índices nacionais.

                     Tabela DF1. Taxas de Homicídio por Área. Distrito Federal. 1980/2010*

       Ano         BrAsil               DF                          Ano                 BrAsil             DF
1980                11,7                12,2                 1996                        24,8              38,3
1981                12,6                14,6                 1997                        25,4              35,6
1982                12,6                17,1                 1998                        25,9              37,4
1983                13,8                14,6                 1999                        26,2              36,7
1984                15,3                12,9                 2000                        26,7              37,5
1985                15,0                19,0                 2001                        27,8              36,9
1986                15,3                18,7                 2002                        28,5              34,7
1987                16,9                24,2                 2003                        28,9              39,1
1988                16,8                22,5                 2004                        27,0              36,5
1989                20,3                23,8                 2005                        25,8              31,9
1990                22,2                31,1                 2006                        26,3              32,3
1991                20,8                33,3                 2007                        25,2              33,5
1992                19,1                28,3                 2008                        26,4              34,1
1993                20,2                36,1                 2009                        27,0              39,2
1994                21,2                35,8                 2010*                       26,2              34,2
1995                23,8                39,5                 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares



                                                                                                                  115
Tabela DF2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Distrito Federal. 1980/2010*

                                                                             1980-1995                                       1995-2010*
              ÁreA
                                                                  % totAl                       % Ao Ano              % totAl           % Ao Ano
BrAsil                                                              103,9                         4,9                   9,9                0,6
UF                                                                  223,1                         8,1                  -13,4              -1,0

Fonte: SIM/SVS/MS - *2010: Dados Preliminares



                                                         Gráfico DF1. Taxas de Homicídio por Área. Distrito Federal. 1980/2010*
                                           60




                                           50
         Taxas de Homicídio (em 100 mil)




                                                                                                    39,5
                                           40


                                                                                                                                  34,2
                                           30


                                                                                                        23,8                      26,2

                                           20
                                                 12,2


                                           10                                                                                                    Brasil
                                                  11,7                                                                                           DF


                                            0
                                                1980           1985              1990            1995          2000     2005      2010*

                                                Fonte: SIM/SVS/MS - *2010: Dados Preliminares




116
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




e spírito s anto




d epois de um breve período oscilante, com leves aumentos e com taxas relativamente próximas
das nacionais, em 1986 abrem-se duas etapas claras na evolução dos homicídios do estado.
   Primeiro período: 1986/1998. Para 1980 as taxas da região metropolitana (RM) de Vitória
(15,4 em 100 mil) são praticamente equivalentes às do interior (14,9 em 100 mil) e a taxa do estado
– 15,1 em 100 mil – está pouco por cima da média nacional, que nesse ano foi de 11,7. Mas os anos
subsequentes vão evidenciar um forte crescimento, quando as taxas do estado pulam de 20,8 para
58,4 homicídios por 100 mil habitantes, o que representa um aumento de 180,7%, ou 9% ao ano.
Nesse ínterim o crescimento do país foi bem menor: 69,9% ou 4,5% ao ano. O carro-chefe dessa
voragem, de forma visível, foi a RM de Vitória, cuja taxa passa de 20 para 96 homicídios em 100
mil habitantes, um forte crescimento de 379% ou 13,9% ao ano. Esse incremento leva ao estado,
principalmente sua capital e/ou RM, a ocupar um dos três primeiros lugares no mapa da violência
do país. No entanto, no interior, o crescimento foi bem reduzido: 25% ou 1,9% ao ano.
   Segundo período: 1998/2010. Em 1998 abre-se no estado uma nova fase, praticamente oposta
à anterior: as taxas do estado e de sua RM caem, mas as do interior continuam a aumentar. Num
período que as taxas nacionais permanecem praticamente estagnadas, as do estado caem 14,3%,
sob o comando da RM, cuja diminuição foi de 28,5%, isto é, 2,8 ao ano. Contudo, os índices do
interior continuam a crescer: no período elevam-se 23,5 ou 1,8% ao ano.

                     Tabela ES1 Crescimento % total e ao ano por período e área. Espírito Santo. 1986/2010*
                                                     1986-1998                               1998-2010*
               Área
                                               % total         % ao ano                % total          % ao ano
Brasil                                          69,9               4,5                    1,0                 0,1
UF                                              180,7              9,0                   -14,3                -1,3
Capital+rM                                      378,9              13,9                  -28,5                -2,8
interior                                        25,0               1,9                   23,5                 1,8

Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares




                                                                                                                     117
Tabela ES2. Taxas de Homicídio por Área. Espírito Santo. 1980/2010*
                                                                    espírito santo                                                          espírito santo

                                            Brasil




                                                                                                                     Brasil
                                                                                         interior




                                                                                                                                                                 interior
                                                                         Capital




                                                                                                                                                  Capital
                   ano                                                                                 ano




                                                                          +rM




                                                                                                                                                   +rM
                                                           UF




                                                                                                                                   UF
1980                                        11,7          15,1            15,4           14,9       1996             24,8          42,8            67,5          22,4
1981                                        12,6          17,1            20,7           14,9       1997             25,4          50,0            84,9          20,8
1982                                        12,6          17,0            22,7           13,4       1998             25,9          58,4            95,9          26,7
1983                                        13,8          16,9            20,2           14,8       1999             26,2          52,5            86,5          23,5
1984                                        15,3          18,2            18,6           17,8       2000             26,7          46,8            73,6          23,5
1985                                        15,0          20,0            23,9           17,3       2001             27,8          46,7            72,8          23,7
1986                                        15,3          20,8            20,0           21,4       2002             28,5          51,2            81,0          24,9
1987                                        16,9          22,5            25,5           20,3       2003             28,9          50,5            78,4          25,6
1988                                        16,8          27,8            33,9           23,3       2004             27,0          49,4            79,5          22,4
1989                                        20,3          34,1            48,9           23,1       2005             25,8          46,9            71,5          24,5
1990                                        22,2          35,3            48,7           25,1       2006             26,3          51,2            77,7          26,8
1991                                        20,8          37,5            52,3           26,0       2007             25,2          53,6            78,4          30,5
1992                                        19,1          32,0            44,2           22,4       2008             26,4          56,4            80,2          34,3
1993                                        20,2          40,9            62,2           23,8       2009             27,0          57,3            79,0          37,2
1994                                        21,2          42,8            68,7           21,9       2010*            26,2          50,1            68,6          33,0
1995                                        23,8          41,7            66,7           21,7       Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares


                                                           Gráfico ES1 Taxas de Homicídio por Área. Espírito Santo 1980/2010*
                                   100
                                                                                                      95,9
                                    90


                                    80
 Taxas de Homicídio (em 100 mil)




                                    70
                                                                                                                                          68,6
                                    60
                                                                                                      58,4

                                    50
                                                                                                                                          50,1

                                    40


                                    30                                                              26,7                                  33,0
                                                             20,0
                                                                                                                                          26,2
                                    20
                                                 14,9                                                                                                       Brasil
                                                               15,3                                                                                         UF
                                    10          11,7
                                                                                                                                                            C + RM
                                     0                                                                                                                      Interior
                                         1980            1985              1990             1995        2000             2005             2010*

                                         Fonte: SIM/SVS/MS - *2010: Dados Preliminares

118
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




                               Mapa ES1. Espírito Santo. 2000




                                                                taxa 2000
                                                                    0,0
                                                                    0,0 --| 10,0
                                                                   10,0 --| 26,0
                                                                   26,0 --| +




Fonte: SIM/SVS/MS




                                                                                   119
Mapa ES2. Espírito Santo. 2010*




                                                                                  taxa 2010*
                                                                                      0,0
                                                                                      0,0 --| 10,0
                                                                                     10,0 --| 26,0
                                                                                     26,0 --| +

Fonte: SIM/SVS/MS - *2010: Dados Preliminares


   Os mapas referentes à década de 2000/2010 permitem verificar que apesar de não ter havido
uma mudança relevante nos níveis de violência no estado, mudou a sua distribuição: no ano 2000
foram 13 os municípios que não registraram nenhum homicídio. Em 2010 esse número cai para
nove. Em 2000, 26 municípios tinham uma taxa acima dos 26 homicídios em 100 mil habitantes.
No ano 2010 esse número aumenta para 37. Com isso, como vemos nos mapas, as manchas de cor
intensa se alastram pelo estado.
   Vemos, pela tabela ES3 e o gráfico ES2, que a distribuição da violência por tamanho dos municí-
pios teve uma mudança na década, mas não foi grande. Os picos de violência continuam fortemente
concentrados nos quatro municípios com mais de 100 mil habitantes do estado: Cariacica, Serra,
Vila Velha e Vitória, todos da Grande Vitória, embora sua participação tenha caído levemente – pas-
sou de 66,7% do total de homicídios do estado para 60,5%. Em compensação, aumenta nos muni-
cípios entre 10 e 20 mil habitantes – onde se destacam pelo crescimento e elevadas taxas Fundão e
Mantenópolis – e também na faixa entre 100 e 200 mil, onde tem destaque São Mateus.

120
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




       Tabela ES3. Taxas de homicídio (em100 mil habitantes) por tamanho do município. Espírito Santo: 2000-2010*
                                                                                  hoMiCídios 2000                          hoMiCídios 2010*                  Δ%             n. MUni-
        taManho do MUniCípio                                                                                                                                 taxas
                                                                            n         taxas       %                   n         taxas       %                                  Cipios
até 5 Mil haBitantes                                                        1              20,8           0,1         1            22,1         0,1           6,7                1
de   5 a -10 Mil                                                            14             16,4           1,0         11           12,5         0,6          -24,2              11
de   10 a -20 Mil                                                           54             14,5           3,7         87           21,6         4,9          48,5               30
de   20 a -50 Mil                                                          160             24,4       11,0           225           31,5         12,8         28,9               25
de   50 a -100 Mil                                                          60             50,8           4,1         75           51,1         4,3           0,5                2
de   100 a -200 Mil                                                        193             33,3       13,3           297           45,2         16,9         35,6                5
de   200 a -500 Mil                                                        967             75,3       66,7           1.065         71,0         60,5         -5,8                4

ToTal                                                                      1.449           46,8       100,0          1.761         50,1         100,0         7,1               78

Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares                                                                                                                                

  Gráfico ES2. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Espírito Santo: 2000-2010*
                                               80
                                                                                                                                            75,3
                                                                                                                                                  71,0
                                               70
             Taxas de Homicídio (em 100 mil)




                                               60

                                                                                                                 50,8 51,1
                                               50
                                                                                                                                     45,2

                                               40
                                                                                                                              33,3
                                                                                                          31,5
                                               30
                                                                                                   24,4
                                                      20,8 22,1                            21,6
                                               20
                                                                    16,4
                                                                                    14,5
                                                                           12,5
                                               10                                                                                                                   2000
                                                                                                                                                                    2010*
                                                0
                                                        Até 5        5 a -10        10 a-20        20 a-50       50 a-100     100 a-200 200 a-500


                                                                        Tamanho do município (1000 habitantes)

                                                    Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares




                                                                                                                                                                                     121
122
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




G oiás




a s grandes oscilações que os dados do estado evidenciam, tornam complicado delinear uma pe-
riodização ajustada. Aqui, como também no resto dos estados, futuros aprofundamentos poderão
mudar as etapas aqui formuladas.
   Depois de uma primeira fase de grandes oscilações, onde ora o estado está por acima da média
nacional, ora por baixo, com flutuações principalmente no que poderíamos caracterizar como a
suas regiões metropolitanas1, observa-se uma quebra em 1998, a partir da qual:
   • As taxas do estado, bem por embaixo e distanciadas das nacionais, começam a crescer de
       forma intensa.
     • Se em 1998 a taxa nacional era de 25,9 homicídios em 100 mil habitantes, a do estado foi de
       13,4 – quase a metade da nacional.
     • Desde 1998 até 2010 a taxa do país permaneceu praticamente estagnada, enquanto a de
       Goiás mais que duplicou: cresceu 119,4%.

                             Tabela GO1. Taxas de Homicídio por Área. Goiás. 1980/2010*
                                                                                                             
               BrAsil




                                                                               BrAsil
                                                 interior




                                                                                                                     interior
                                     CApitAl




                                                                                                           CApitAl
     Ano                                                        Ano
                                      +rM




                                                                                                            +rM
                          UF




                                                                                             UF




 1980          11,7       12,3        15,3       11,4        1996             24,8          15,6            19,8     13,6
 1981          12,6       18,6        16,0       19,6        1997             25,4          15,0            17,3     13,9
 1982          12,6       18,0        13,0       19,9        1998             25,9          13,4            17,9     11,2
 1983          13,8       17,7        11,2       20,2        1999             26,2          16,5            23,9     12,9
 1984          15,3       16,3         7,8       19,7        2000             26,7          20,2            25,3     13,1
 1985          15,0       14,9         5,4       18,8        2001             27,8          21,5            27,4     14,4
 1986          15,3       15,3         7,2       18,7        2002             28,5          24,5            34,7     14,8
 1987          16,9       17,0        12,5       18,9        2003             28,9          23,7            32,4     14,0
 1988          16,8       20,8        23,7       19,5        2004             27,0          26,4            33,4     17,9
 1989          20,3       20,6        25,6       18,4        2005             25,8          24,9            30,7     16,1
 1990          22,2       16,9        21,4       15,0        2006             26,3          24,6            32,3     15,0
 1991          20,8       20,3        23,5       18,8        2007             25,2          24,4            31,5     15,7
 1992          19,1       19,2        21,1       18,3        2008             26,4          30,0            37,5     16,9
 1993          20,2       16,7        21,4       14,6        2009             27,0          30,2            36,9     19,6
 1994          21,2       17,4        22,6       15,1        2010*            26,2          29,4            33,3     18,1
 1995          23,8       17,0        24,2       13,7        Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares


1.   Região metropolitana (RM) de Goiânia e municípios que integram a RIDE de Brasília. Ver nas notas técnicas.

                                                                                                                           123
• Com esse ritmo de crescimento em 2010, a taxa do estado, que era quase a metade da na-
        cional, a supera em 12,2%.
      • Nessa segunda fase, se as taxas dos municípios do interior crescem significativamente –
        61,5%, bem maior foi o aumento das taxas nos municípios das regiões metropolitanas (RM)
        do estado: 86,6%, se distanciando dos índices do interior.


                                                      Tabela GO2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Goiás. 1980/2010*
                                                                               1980-1998                                     1998-2010*
                                   ÁreA
                                                                         % totAl         % Ao Ano                      % totAl          % Ao Ano
 BrAsil                                                                   121,8                  4,5                     1,0                   0,1
 UF                                                                        9,4                   0,5                    119,4                  6,8
 CApitAl+rM                                                               16,9                   0,9                    86,6                   5,3
 interior                                                                  -1,5                  -0,1                   61,5                   4,1

 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares


                                                                Gráfico GO1. Taxas de Homicídio por Área. Goiás. 1980/2010*
                                                45


                                                40
              Taxas de Homicídio (em 100 mil)




                                                35
                                                                                                                                  33,3

                                                30
                                                                                                                                  29,4
                                                                                                        25,9
                                                25                                                                                26,2


                                                20                                                  17,9
                                                                                                                                  18,1
                                                15       15,3                                            13,4
                                                       12,3

                                                10    11,4
                                                                                                         11,2
                                                                                                                                                     Brasil
                                                 5                                                                                                   UF
                                                                                                                                                     C + RM
                                                                                                                                                     Interior
                                                 0
                                                     1980         1985            1990       1995               2000     2005          2010*


Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares




124
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




                                    Mapa GO1. Goiás. 2000
               taxa 2000
                     0,0
                     0,0 --| 10,0
                    10,0 --| 26,0
                    26,0 --| +




Fonte: SIM/SVS/MS




                                                                            125
Mapa GO2. Goiás. 2010*
                taxa 2010*
                      0,0
                      0,0 --| 10,0
                     10,0 --| 26,0
                     26,0 --| +




Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares


   Pelos mapas acima e a tabela e gráfico a seguir, podem ser observadas algumas mudanças nas
configurações da violência da última década:
   • Se no mapa do ano 2000 podemos observar certa dispersão dos municípios com taxas aci-
      ma da média nacional, com um foco no entorno de Brasília no qual participam alguns dos
      municípios da RIDE, já no mapa de 2010 observamos:
      - Pesada intensificação nos municípios goianos do entrono de Brasília.
      - Emergência de um segundo foco antes inexistente, na microrregião do sudoeste de Goiás,
        com elevadas taxas de homicídio.
    • Os maiores incrementos na década acontecem em municípios da faixa de 100 a 200 mil
      habitantes, com destaque para Luziânia, Águas Lindas de Goiás e Valparaíso de Goiás, do
      entorno de Brasília, mas também Rio Verde, do interior.

126
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil



      • Também a faixa de 20 a 50 mil habitantes apresenta elevado crescimento, onde distinguem-
        se Padre Bernardo e Cristalina.


             Tabela GO3. Taxas de homicídio (em100 mil habitantes) por tamanho do município. Goiás: 2000-2010*
                                                                     hoMiCídios 2000                                  hoMiCídios 2010*                           Δ%         n. MUni-
      tAMAnho do MUniCípio                                                                                                                                       tAxAs
                                                                n        tAxAs       %                            n         tAxAs      %                                        Cípios
 Até 5 Mil hABitAntes                                          39           12,5             3,9              17                    5,2            1,0           -58,2           100
 de   5 A -10 Mil                                              35           9,9              3,5              39                    10,0           2,2            1,5            55
 de   10 A -20 Mil                                             60           12,5             5,9              70                    13,1           4,0            4,8            39
 de   20 A -50 Mil                                             98           11,3             9,7              173                   17,6           9,8           55,8            32
 de   50 A -100 Mil                                           156           23,9            15,4              242                   29,1           13,7          21,8            11
 de   100 A -200 Mil                                          173           28,0            17,1              446                   52,6           25,3          88,0             6
 de   200 A -500 Mil                                          137           21,9            13,6              261                   33,0           14,8          50,5             2
 500 Mil e MAis.                                              313           28,6            31,0              518                   39,8           29,3          38,9             1
 ToTal                                                        1011          20,2            100,0            1766                   29,4           100,0          45,6           246

 Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares



         Gráfico GO2. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Goiás: 2000-2010*
                                                60

                                                                                                                             52,6
                                                50
              Taxas de Homicídio (em 100 mil)




                                                                                                                                                          39,8
                                                40

                                                                                                                                            33,0
                                                                                                           29,1       28,0                         28,6
                                                30
                                                                                                    23,9
                                                                                                                                     21,9
                                                20                                          17,6

                                                     12,5                12,5 13,1
                                                                                     11,3
                                                              9,9 10,0
                                                10
                                                        5,2                                                                                                              2000
                                                                                                                                                                         2010*
                                                0
                                                      Até 5   5 a -10    10 a -20    20 a -50 50 a -100 100 a -200 200 a -500                       500 e +


                                                                     Tamanho do município (1000 habitantes)

Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares




                                                                                                                                                                                       127
128
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




M aranHão




M aranhão, que em diversos períodos foi o estado menos violento do país, viu crescer sua taxa
de homicídios dos últimos anos de forma muito preocupante. Se ainda em 1999 ostentava uma
taxa de 4,6 homicídios em 100 mil habitantes, para o ano de 2010 praticamente quadruplicou essa
taxa, indo para 22,5, quase encostando na taxa nacional. De forma difusa, dadas as oscilações nos
índices, três fases indicam quebras na evolução dos dados:
   Primeiro período: 1980/1991: A taxa extremamente baixa do estado em 1980 – 2,7 homicídios
em 100 mil – eleva-se rapidamente, com um ritmo bem acima da média nacional. O estado aumenta
238,4% e o país 78,1%. Tanto sua RM quanto o interior apresentam elevados níveis de crescimento.
   Segundo período: 1991/1999. Inicia-se um processo de regressão das taxas, que caem pela
metade no estado e, de forma semelhante, na sua região metropolitana (RM) e no interior.
   Terceiro Período: 1999/2010*. Abre-se uma fase extremamente preocupante de fortes incre-
mentos nos níveis de violência, onde disparam tanto as taxas do Grande São Luís quanto, princi-
palmente, as do interior.

                      Tabela MA1. Taxas de Homicídio por Área. Maranhão. 1980/2010*
                                                                                                      
            BrAsil




                                                                       BrAsil
                                           interior




                                                                                                              interior
                               CApitAl




                                                                                                    CApitAl

   Ano                                                   Ano
                                +rM




                                                                                                     +rM
                     UF




                                                                                      UF




1980        11,7     2,7        10,2        1,7       1996             24,8           6,7            20,9      3,6
1981        12,6     3,4        15,1        1,7       1997             25,4           6,0            19,8      3,0
1982        12,6     3,3        10,5        2,2       1998             25,9           5,0            14,4      2,8
1983        13,8     3,7         3,1        3,8       1999             26,2           4,6            12,0      2,9
1984        15,3     4,2         4,6        4,2       2000             26,7           6,1            13,4      4,7
1985        15,0     3,7         4,5        3,5       2001             27,8           9,4            23,1     6,2
1986        15,3     5,6        10,8        4,6       2002             28,5           9,9            19,1     7,8
1987        16,9     6,2        13,6        4,9       2003             28,9          13,0            26,6     9,7
1988        16,8     7,2        17,3        5,3       2004             27,0          11,7            28,7     7,6
1989        20,3     8,4        22,6        5,7       2005             25,8          14,8            26,1     12,0
1990        22,2     9,1        23,0        6,4       2006             26,3          15,0            27,2     12,0
1991        20,8     9,2        24,9        6,1       2007             25,2          17,4            32,3     13,6
1992        19,1     8,4        19,7        6,1       2008             26,4          19,7            38,2     15,2
1993        20,2     7,8        17,0        5,9       2009             27,0          21,5            45,7     15,5
1994        21,2     6,0        17,1        3,7       2010*            26,2          22,5            46,6     16,5
1995        23,8     7,3        24,0        3,9       Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares



                                                                                                                    129
Tabela MA2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Maranhão. 1980/2010*
                                                                    1980-1991                           1991-1999                      1999-2010*
             ÁreA
                                                              % totAl             % Ao Ano        % totAl          % Ao Ano        % totAl         % Ao Ano
BrAsil                                                           78,1                  5,4          25,7             2,9             0,0             0,0
UF                                                              238,4                 11,7          -49,8            -8,3           385,3            15,4
CApitAl+rM                                                      143,4                  8,4          -51,6            -8,7           287,0            13,1
interior                                                        268,3                 12,6          -52,0            -8,8           463,4            17,0

Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares

                                                             Gráfico MA1. Taxas de Homicídio por Área. Maranhão. 1980/2010*
                                             50
                                                                                                                                           46,6

                                             45
           Taxas de Homicídio (em 100 mil)




                                             40


                                             35


                                             30
                                                                                                            26,2                           26,2
                                                                                         24,9
                                             25
                                                                                                                                           22,5

                                             20
                                                                                                                                           16,5
                                             15
                                                    11,7
                                                                                         9,2                12,0
                                             10
                                                    10,2
                                                                                                            4,6
                                             5                                                                                                         Brasil
                                                     2,7                                 6,1
                                                                                                                                                       UF
                                                                                                            2,9
                                                      1,7                                                                                              C + RM
                                             0
                                                  1980             1985              1990        1995         2000          2005           2010*       Interior
                                                  Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares

   As informações a seguir permitem especificar melhor o sentido dessas mudanças. Segundo
observamos nos mapas, a partir de uma situação de relativa tranquilidade em 2000 a violência es-
palha-se praticamente em todo o território do estado, com diversos polos de elevada conturbação.
   Os municípios de maior porte apresentaram elevado crescimento na década, como a Capital,
São Luís, que passa de 16,6 para 56,1 homicídios em 100 mil, com aumento de 238,8%, ou o se-
gundo município em população, Imperatriz, que passa 12,6 para 55,8, com crescimento de 343,3%
na década. Mas maior crescimento vai ser observado nos municípios de menor porte: de 5 a 10
mil e de 20 a 50 mil habitantes, com taxas acima de 400%, contribuindo assim à disseminação da
violência no conjunto do estado.

130
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




                                Mapa MA1. Maranhão. 2000




                                                                taxa 2000
                                                                    0,0
                                                                    0,0 --| 10,0
                                                                   10,0 --| 26,0
                                                                   26,0 --| +




Fonte: SIM/SVS/MS




                                                                                   131
Mapa MA2. Maranhão. 2010*




                                                                          taxa 2010*
                                                                              0,0
                                                                              0,0 --| 10,0
                                                                             10,0 --| 26,0
                                                                             26,0 --| +


Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares




132
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




          Tabela MA3. Taxas de homicídio (em100 mil habitantes) por tamanho do município. Maranhão: 2000-2010*
                                                                               hoMiCídios 2000                                    hoMiCídios 2010*                        Δ%           n. MUni-
       tAMAnho do MUniCípio                                                                                                                                               tAxAs
                                                                         n         tAxAs       %                            n          tAxAs       %                                    Cipios
 Até 5 Mil hABitAntes                                                    0              0,0              0,0                 6                22,0           0,4            –             6
 de   5 A -10 Mil                                                        3              1,5              0,9                17                7,6            1,2          400,9          32
 de   10 A -20 Mil                                                       23             2,1              6,7                72                5,7            4,9          167,3          89
 de   20 A -50 Mil                                                       47             2,6            13,7                 299               14,8           20,2         459,9          68
 de   50 A -100 Mil                                                      39             5,4            11,3                 176               20,0           11,9         272,8          13
 de   100 A -200 Mil                                                     59             7,9            17,2                 201               22,3           13,6         181,5           7
 de   200 A -500 Mil                                                     29            12,6              8,4                138               55,8           9,3          343,3           1
 500 Mil e MAis.                                                         144           16,6            41,9                 569               56,1           38,5         238,8           1
 ToTal                                                                   344            6,1            100,0            1478                  22,5           100,0        269,3          217

 Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares


      Gráfico MA2. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Maranhão: 2000-2010*
                                                 60
                                                                                                                                                     55,8          56,1


                                                 50
               Taxas de Homicídio (em 100 mil)




                                                 40



                                                 30

                                                            22,0                                                                       22,3
                                                                                                                     20,0
                                                 20
                                                                                                                                                            16,6
                                                                                                     14,8
                                                                                                                                              12,6
                                                 10                      7,6                                                     7,9
                                                                                       5,7                     5,4                                                              2000
                                                                                 2,1           2,6
                                                      0,0          1,5                                                                                                          2010*
                                                  0
                                                       Até5        5a - 10      10a - 20      20a - 50      50a -100        100a - 200 200a -500            500e+


                                                                          Tamanho do município (1000 habitantes)

Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares




                                                                                                                                                                                               133
134
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




M ato G rosso




Uma primeira visão da sequência histórica das taxas do Mato Grosso colocam sob suspeição os
dados, principalmente os referentes a sua capital, até o ano 1995 ou 1997. Resultam inexplicáveis,
ao menos para o autor, as reduzidas taxas da capital até 1994 e a brusca e íngreme elevação das
mesmas entre 1995 e 1997. Por esse motivo, se os dados desde 1980 serão incluídos da mesma for-
ma que nos restantes estados, as análises só serão realizadas a partir dos dados da última década.

                      Tabela MT1. Taxas de Homicídio por Área. Mato Grosso. 1980/2010*
                                                                                                         
            BrAsil




                                                                          BrAsil
                                             interior




                                                                                                                 interior
                                CApitAl




                                                                                                       CApitAl
   Ano                                                      Ano
                                 +rM




                                                                                                        +rM
                     UF




                                                                                        UF
1980        11,7     3,1          1,7         3,5        1996             24,8          29,5            40,2     25,3
1981        12,6     6,3          4,2         7,0        1997             25,4          33,5            48,6     27,6
1982        12,6     4,9          1,8         6,0        1998             25,9          36,3            63,8     25,5
1983        13,8     10,3         4,2        12,5        1999             26,2          34,7            56,9     26,1
1984        15,3     13,0         3,1        16,5        2000             26,7          39,8            60,1     31,9
1985        15,0     17,6         4,8        22,2        2001             27,8          38,5            65,3     28,1
1986        15,3     22,0         6,4        27,7        2002             28,5          37,0            48,3     32,6
1987        16,9     22,1         8,8        27,0        2003             28,9          35,0            45,7     30,9
1988        16,8     20,7         8,4        25,4        2004             27,0          32,1            40,0     29,1
1989        20,3     25,1        14,8        29,0        2005             25,8          32,4            40,4     29,2
1990        22,2     21,0         7,3        26,3        2006             26,3          31,5            42,1     27,3
1991        20,8     22,2        11,0        26,5        2007             25,2          30,7            39,1     27,4
1992        19,1     17,2         5,4        21,8        2008             26,4          31,8            46,1     26,7
1993        20,2     16,5         7,7        20,0        2009             27,0          33,3            46,0     28,8
1994        21,2     14,2         5,5        17,6        2010*            26,2          31,7            44,9     27,0
1995        23,8     25,9        28,8        24,8        Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares




                                                                                                                       135
Tabela MT2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Mato Grosso. 1980/2010*
                                                                     1980-1994                          1994-2001                            2001-2010*
                   ÁreA
                                                                 % totAl     % Ao Ano               % totAl    % Ao Ano                  % totAl     % Ao Ano
BrAsil                                                             81,5                  4,3             31,1              3,9            -5,9         -0,7
UF                                                                 363,5                11,6            170,4              15,3           -17,6        -2,1
CApitAl+rM                                                         221,1                 8,7            1078,7             42,3           -31,3        -4,1
interior                                                           399,4                12,2             59,4              6,9            -4,1         -0,5

Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares


                                                               Gráfico MT1. Taxas de Homicídio por Área. Mato Grosso. 1980/2010*
                                             70
                                                                                                                          65,3

                                             60
           Taxas de Homicídio (em 100 mil)




                                             50
                                                                                                                                            44,9


                                             40                                                                     39,8

                                                                                                                                            31,7
                                                                                                                   31,9
                                             30                                                                                             27,0
                                                                                                                    26,7
                                                                                                                                            26,2
                                                                                                  21,2
                                             20
                                                                                                  17,6
                                                    11,7                                          14,2
                                                                                                                                                       Brasil
                                             10
                                                    3,5                                                                                                UF
                                                                                                  5,5                                                  C + RM
                                                      1,7                                                                                              Interior
                                             0
                                                  1980             1985             1990         1995            2000             2005      2010*


                                                  Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares


   Podemos verificar nas informações a seguir o comportamento das taxas na década 2000/2010:
   As quedas acontecidas na década, principalmente entre 2001 e 2010, quando a taxa estadual cai
de 38,5 para 31,7 homicídios em 100 mil habitantes, explicam-se pelo declínio observável nos dois
extremos de tamanho dos municípios:
   • O único município com mais de 500 mil habitantes, Cuiabá, cujas taxas têm uma signifi-
      cativa queda: passam de 69,5 para 40,1 homicídios em 100 mil habitantes, o que representa
      um decréscimo de 42,3%.
     • No outro extremo, municípios com até 50 mil habitantes, também apresentaram quedas variadas.


136
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




                                    Mapa MT1. Mato Grosso. 2000




                taxa 2000
                     0,0
                     0,0 --| 10,0
                    10,0 --| 26,0
                    26,0 --| +

Fonte: SIM/SVS/MS




                                                                            137
Mapa MT2. Mato Grosso. 2010*




                taxa 2010*
                      0,0
                       0,0 --| 10,0
                     10,0 --| 26,0
                     26,0 --| +




Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares


    • Já no grupo de municípios entre 50 e 500 mil habitantes as taxas cresceram, em alguns ca-
      sos, de forma significativa. No segundo município em tamanho, Várzea Grande, integrado
      de forma recente à nova região metropolitana (RM) do Vale do Rio Cuiabá, e com 252,5
      mil habitantes, as taxas passaram de 39 para 55,4 homicídios em 100 mil, ultrapassando em
      níveis de violência, inclusive, a capital Cuiabá.




138
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




        Tabela MT3. Taxas de homicídio (em100 mil habitantes) por tamanho do município. Mato Grosso: 2000-2010*
                                                                                     hoMiCídios 2000                                   hoMiCídios 2010*                        Δ%             n. MUni-
         tAMAnho do MUniCípio                                                                                                                                                  tAxAs
                                                                               n        tAxAs       %                             n       tAxAs       %                                        Cípios
Até 5 Mil hABitAntes                                                           14             15,2                 1,4            9              7,7            0,9            -49,5            36
de   5 A -10 Mil                                                               57             33,1                 5,7            47         22,7               4,9            -31,4            31
de   10 A -20 Mil                                                          189                33,7               19,0            137         21,7               14,2           -35,6            45
de   20 A -50 Mil                                                          175                36,2               17,6            195         31,4               20,2           -13,2            20
de   50 A -100 Mil                                                             68             25,0                 6,8           101         29,1               10,5           16,7              5
de   100 A -200 Mil                                                            73             32,4                 7,3           113         36,6               11,7           12,9              2
de   200 A -500 Mil                                                            84             39,0                 8,4           140         55,4               14,5           42,1              1
500 Mil e MAis.                                                            336                69,5               33,7            221         40,1               22,9           -42,3             1
ToTal                                                                      996                39,8               100,0           963         31,7               100,0          -20,2            141

Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares



     Gráfico MT2. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Mato Grosso: 2000-2010*
                                                80

                                                                                                                                                                  69,5
                                                70
              Taxas de Homicídio (em 100 mil)




                                                60
                                                                                                                                                         55,4

                                                50

                                                                                                                                                  39,0                  40,1
                                                40                                                                                        36,6
                                                                                                     36,2
                                                                    33,1             33,7                                          32,4
                                                                                                            31,4           29,1
                                                30
                                                                                                                    25,0
                                                                        22,7                21,7
                                                20
                                                         15,2

                                                10          7,7                                                                                                                        2000
                                                                                                                                                                                       2010*
                                                 0
                                                          Até 5     5 a - 10        10 a - 20        20 a - 50      50 a - 100     100 a - 200 200 a - 500        500 e +



                                                                       Tamanho do município (1000 habitantes)

                                                     Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares




                                                                                                                                                                                                      139
140
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




M ato G rosso                    do   s ul




a o longo de quase todo o histórico, o estado evidenciou taxas acima da média nacional. Só em
dois anos: 1990 e 2010 suas taxas ficaram pouco embaixo. Podemos distinguir, preliminarmente,
dois grandes períodos:
   Primeiro período: 1980/1996. As taxas do estado crescem com um ritmo levemente superior
ao nacional, puxados pela elevação dos índices da capital Campo Grande1, apesar do interior tam-
bém contribuir significativamente para esse crescimento – 4,1% ao ano. Como resultado desse
aumento, o distanciamento entre as taxas do estado e as do país atinge sua máxima expressão em
1996, quando os índices do estado encontram-se 52,3% acima dos nacionais.
   Segundo período: 1996/2010*. Quedas nas taxas estaduais, arrastadas também neste caso pela
sua capital, quando no país os índices experimentam um leve crescimento. Se as taxas do país nesta
fase aumentam 5,7%, as do estado caem 31,6%, pressionadas pelas fortes quedas da capital: 48,9%.

                        Tabela MS1. Taxas de Homicídio por Área. Mato Grosso do Sul. 1980/2010*
                                                                                                              
               BrAsil




                                                                              BrAsil
                                                  interior




                                                                                                                     interior
                                      CApitAl




                                                                                                           CApitAl
     Ano                                                        Ano
                                       +rM




                                                                                                            +rM
                          UF




                                                                                            UF




 1980         11,7        16,5         8,6        18,6       1996             24,8          37,7            42,5     35,5
 1981         12,6        18,3         11,0       20,4       1997             25,4          37,4            41,9     35,4
 1982         12,6        18,7         16,3       19,5       1998             25,9          33,5            36,4     32,2
 1983         13,8        21,3         22,9       20,8       1999             26,2          28,2            30,8     27,0
 1984         15,3        22,7         19,9       23,7       2000             26,7          31,0            39,3     27,1
 1985         15,0        16,3         16,1       16,3       2001             27,8          29,3            34,0     27,1
 1986         15,3        18,1         15,0       19,2       2002             28,5          32,4            34,5     31,4
 1987         16,9        19,4         17,9       20,0       2003             28,9          32,7            35,3     31,4
 1988         16,8        19,1         19,2       19,1       2004             27,0          29,6            30,7     29,0
 1989         20,3        21,6         25,3       20,2       2005             25,8          27,7            28,5     27,3
 1990         22,2        20,3         21,3       19,9       2006             26,3          29,5            27,1     30,7
 1991         20,8        22,0         24,9       20,8       2007             25,2          30,0            32,2     28,9
 1992         19,1        23,5         26,5       22,2       2008             26,4          29,5            25,6     31,4
 1993         20,2        24,8         22,8       25,7       2009             27,0          30,4            28,2     31,4
 1994         21,2        27,3         26,6       27,6       2010*            26,2          25,8            21,7     27,7
 1995         23,8        32,7         32,8       32,7       Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares



1.   O estado não possui região metropolitana (RM). A referência Capital+RM sempre se refere a sua capital Campo
     Grande

                                                                                                                                141
Nesse mesmo período, as taxas do interior só diminuem 22%. Essas diferenças de ritmo originam:
     • No último ano da série, 2010, as taxas do estado são levemente menores que as do país.
     • As taxas do interior ficam levemente maiores que as taxas da capital.


                                              Tabela MS2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Mato Grosso do Sul. 1980/2010*
                                                                                  1980-1996                                      1996-2010*
                                ÁreA
                                                                            % totAl         % Ao Ano                       % totAl          % Ao Ano
BrAsil                                                                        111,9                    4,8                   5,7               0,4
UF                                                                            128,6                    5,3                  -31,6              -2,7
CApitAl+rM                                                                    396,0                10,5                     -48,9              -4,7
interior                                                                      90,7                     4,1                  -22,0              -1,8

Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares


                                                        Gráfico MS1. Taxas de Homicídio por Área. Mato Grosso do Sul. 1980/2010*
                                               45

                                                                                                             42,5
                                               40
                                                                                                             37,7
            Taxas de Homicídio (em 100 mil)




                                               35                                                            35,5


                                               30                                                                                     27,7
                                                                                                                                    26,2

                                               25
                                                                                                         24,8                       25,8

                                                      18,6
                                               20                                                                                    21,7

                                                           16,5
                                               15

                                                           11,7                                                                                       Brasil
                                               10                                                                                                     UF
                                                           8,6
                                                                                                                                                      C + RM
                                                                                                                                                      Interior
                                                5
                                                    1980           1985              1990       1995                2000    2005       2010*


                                                 Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares


     As informações dos mapas, tabelas e gráficos a seguir permitem verificar que:
     • A maior queda do período é registrada na capital: crescimento negativo de 44,7%.




142
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




                                    Mapa MS1. Mato Grosso do Sul. 2000




                taxa 2000
                     0,0
                     0,0 --| 10,0
                    10,0 --| 26,0
                    26,0 --| +


Fonte: SIM/SVS/MS




                                                                            143
Mapa MS2. Mato Grosso do Sul. 2010*




                taxa 2010*
                       0,0
                       0,0 --| 10,0
                     10,0 --| 26,0
                     26,0 --| +


Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares


    • Em contrapartida, em diversos municípios de menor porte, como os que se encontram na
      faixa de 5 a 20 mil habitantes e de 50 a 200 mil, as taxas cresceram, sofrendo a queda dos
      índices estaduais.




144
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




   Tabela MS3. Taxas de homicídio (em100 mil habitantes) por tamanho do município. Mato Grosso do Sul: 2000-2010*
                                                                                  hoMiCídios 2000                       hoMiCídios 2010*                  Δ%         n. MUni-
          tAMAnho do MUniCípio                                                                                                                            tAxAs
                                                                            n        tAxAs       %                n        tAxAs       %                                 Cipios
 Até 5 Mil hABitAntes                                                       6         23,4           0,9          6           20,2          0,9           -14,0            7
 de   5 A -10 Mil                                                          13         10,9           2,0          19          14,9          3,0           36,4            18
 de   10 A -20 Mil                                                         85         23,5          13,2         107          25,6          16,9           8,7            28
 de   20 A -50 Mil                                                         127        25,0          19,7         129          21,2          20,4          -15,1           20
 de   50 A -100 Mil                                                        29         47,6           4,5          42          53,9          6,6           13,3             1
 de   100 A -200 Mil                                                       123        36,2          19,1         158          39,3          25,0           8,7             3
 500 Mil e MAis.                                                           261        39,3          40,5         171          21,7          27,1          -44,7            1
 ToTal                                                                     644         31,0         100,0        632          25,8          100,0         -16,7           78
Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares


  Gráfico MS2. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Mato Grosso do Sul: 2000-2010*
                                                60
                                                                                                                       53,9
              Taxas de Homicídio (em 100 mil)




                                                                                                                47,6
                                                50


                                                                                                                                     39,3   39,3
                                                40
                                                                                                                              36,2


                                                30
                                                                                           25,6   25,0
                                                      23,4                          23,5
                                                                                                         21,2                                      21,7
                                                             20,2
                                                20
                                                                           14,9
                                                                    10,9
                                                10
                                                                                                                                                                  2000
                                                                                                                                                                  2010*
                                                 0
                                                          Até 5       5 a -10        10 a -20      20 a -50     50 a -100 100 a -200 500 e +


                                                                    Tamanho do município (1000 habitantes)

                                                     Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares




                                                                                                                                                                               145
146
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




M inas G erais




a observação da evolução dos homicídios no estado permite diferenciar três períodos com ca-
racterísticas diferenciadas:
    Primeiro período: 1980/1994. As taxas do estado, que já em 1980 eram levemente inferiores
às nacionais – 8,7 para 11,7 homicídios em 100 mil – tiveram um tênue declínio passando para 6,7
em 1994: queda de 22,5%. Nesse ínterim, as taxas nacionais cresceram 81,5%. Com isso, o contras-
te ficou bem marcado: em 1994 Minas tinha uma taxa de 6,7 homicídios em 100 mil, e a do país
era de 21,2, mais do triplo que o estado. Ao longo do período, as taxas das regiões metropolitanas
(RM) e as do interior sofrem um leve declínio muito semelhante.
    Segundo período: 1994/2004. As taxas do estado se reaproximam das médias nacionais – 22,6
o estado e 27 as nacionais – impulsionadas por um forte crescimento dos índices das RM. Na dé-
cada 1994/2004 as regiões metropolitanas do estado crescem 421% e o interior só 92,9%.
    Terceiro período: 2004/2010*. Regressão dos índices de violência do estado, que caem 20,1%,
enquanto as taxas do país, no mesmo período, só regridem 3,1%. As quedas devem-se exclusiva-
mente às RM, que caem 39%. O interior, pelo contrário, continua a aumentar seus índices: cresce
17,3%, resultando em obstáculo para o aprofundamento das quedas estaduais.

                      Tabela MG1. Taxas de Homicídio por Área. Minas Gerais. 1980/2010*
                                                                                                        
             BrAsil




                                                                        BrAsil
                                           interior




                                                                                                              interior
                               CApitAl




                                                                                                    CApitAl




   Ano                                                   Ano
                                +rM




                                                                                                     +rM
                      UF




                                                                                      UF




1980        11,7      8,7       16,3       6,5        1996             24,8           7,3            14,7     4,8
1981        12,6      8,0       11,3       7,1        1997             25,4           7,7            16,7     4,6
1982        12,6      8,0       10,9       7,1        1998             25,9           8,6            19,7     4,7
1983        13,8      7,2        9,5       6,6        1999             26,2          8,9             20,4     4,9
1984        15,3      7,9       10,5       7,2        2000             26,7          11,5            27,6     5,8
1985        15,0      7,0        8,5       6,6        2001             27,8          12,9            30,1     6,6
1986        15,3      7,0        9,1       6,4        2002             28,5          16,2            37,3     8,4
1987        16,9      6,8        9,7       5,9        2003             28,9          20,6            49,0     10,1
1988        16,8      6,7        9,8       5,7        2004             27,0          22,6            55,1     10,5
1989        20,3      7,8       11,9       6,5        2005             25,8          21,9            47,8     12,0
1990        22,2      7,5       10,8       6,4        2006             26,3          21,3            43,7     12,8
1991        20,8      7,7       12,5       6,1        2007             25,2          20,8            41,7     12,8
1992        19,1      6,9       11,4       5,5        2008             26,4          19,5            38,1     12,5
1993        20,2      7,4       12,0       5,9        2009             27,0          18,8            34,9     12,8
1994        21,2      6,7       10,6       5,4        2010*            26,2          18,1            33,8     12,3
1995        23,8      7,2       14,5       4,8        Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares

                                                                                                                         147
Tabela MG2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Minas Gerais. 1980/2010*
                                                                      1980-1994                          1994-2004                    2004-2010*
                                            ÁreA
                                                                  % totAl     % Ao Ano               % totAl     % Ao Ano          % totAl   % Ao Ano
 BrAsil                                                             81,5              4,3             27,3           2,4            -3,1       -0,5
 UF                                                                 -22,5             -1,8            236,7          12,9           -20,1      -3,7
 CApiitAl+rM                                                        -35,2             -3,1            421,0          17,9           -39,0      -7,9
 interior                                                           -16,1             -1,2            92,9           6,8            17,3        2,7

 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares


                                                              Gráfico MG1. Taxas de Homicídio por Área. Minas Gerais. 1980/2010*
                                             60

                                                                                                                           55,1

                                             50
          Taxas de Homicídio (em 100 mil)




                                             40
                                                                                                                                    33,6


                                             30
                                                                                                                            27,0    26,2

                                                                                                                            22,6
                                                                                              21,2                                  18,1
                                             20
                                                      16,3
                                                                                                                                    12,3
                                                       11,7
                                             10                                              10,6                          10,5                  Brasil
                                                      8,7
                                                                                              6,7                                                UF
                                                     6,5                                                                                         C + RM
                                                                                             5,4
                                                                                                                                                 Interior
                                              0
                                                   1980           1985         1990          1995             2000     2005          2010*

Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares


   Dadas as características acima analisadas, os mapas e as análises desagregadas por tamanho
dos municípios serão realizadas comparando os anos 2004 e 2010.
   • Em 2004, 485 dos 853 municípios mineiros – 57% – não tiveram registro de homicídios.
     Em função das significativas quedas do estado, era de esperar que em 2010 esse número
     de municípios livres do flagelo fosse maior ainda. Mas não, esse número diminuiu: agora
     foram 446: 52% dos municípios do estado.
      • Também em função dessas quedas estaduais, era de esperar uma concomitante diminuição
        no número de municípios com taxas acima de 26 homicídios em 100 mil habitantes. Mas
        não, o número cresceu, passou de 69 para 85 municípios em 2010.

148
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




                                              Mapa MG1. Minas Gerais. 2004
                    taxa 2004
                          0,0
                          0,0 --| 10,0
                        10,0 --| 26,0
                        26,0 --| +




Fonte: SIM/SVS/MS
                                              Mapa MG2. Minas Gerais. 2010*
                    taxa 2010*
                          0,0
                          0,0 --| 10,0
                        10,0 --| 26,0
                        26,0 --| +




Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares




                                                                              149
Tabela MG3. Taxas de homicídio (em100 mil habitantes) por tamanho do Município. Minas Gerais: 2004-2010*
                                                     hoMiCídios 2004             hoMiCídios 2010*       Δ%      n. MUni-
       tAMAnho do MUniCípio                                                                             tAxAs
                                               n         tAxAs       %      n         tAxAs       %              Cipios
Até 5 Mil hABitAntes                           51         6,0      1,2      65         7,6      1,8     26,2      240
de   5 A -10 Mil                               118        6,9      2,8     139         8,0      3,9     15,2      251
de   10 A -20 Mil                              177        7,2      4,2     209         8,2      5,9     14,7      184
de   20 A -50 Mil                              311        9,9      7,3     373         11,3     10,5    14,2      112
de   50 A -100 Mil                             293        11,8     6,9     385         14,6     10,9    23,2      37
de   100 A -200 Mil                            350        19,0     8,3     288         14,8     8,1     -22,1     16
de   200 A -500 Mil                            910        39,0     21,5    780         31,6     22,0    -18,9      9
500 Mil e MAis.                            2.031          51,5     47,9    1.299       31,7     36,7    -38,5      4
ToTal                                      4241           22,6     100,0   3538        18,1     100,0   -20,1     853
Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares


    Vemos, pela tabela MG3 e o gráfico MG2, o comportamento dos municípios com relação a
seu tamanho. Em 2010 diminui sensivelmente a associação entre taxas de homicídio e tamanho
do município observada em 2000. Isto é explicado pelas quedas nos municípios de maior porte e
o aumento nos menores.
    Na faixa das cidades com mais de 500 mil habitantes em 2010 – Belo Horizonte, Contagem,
Juiz de Fora e Uberlândia – registra-se uma forte queda, da ordem de 38,5%, impulsionada princi-
palmente pela regressão na capital do estado. Já em Uberlândia e Juiz de Fora, que correspondem
ao interior do estado as taxas crescem. Ao mesmo tempo, nos municípios com menos de 100 mil
habitantes, as taxas tendem a crescer.
    Com esses dados verifica-se também em Minas Gerais o processo de disseminação via interio-
rização que colocamos inicialmente como hipóteses de trabalho.




150
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




   Gráfico MG2. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Minas Gerais: 2004-2010*
                                               60


                                                                                                                                           51,5
             Taxas de Homicídio (em 100 mil)


                                               50


                                                                                                                                39,0
                                               40


                                                                                                                                   31,6       31,7
                                               30


                                                                                                                    19,0
                                               20
                                                                                                             14,6       14,8
                                                                                               11,3   11,8
                                                                                   8,2   9,9
                                               10
                                                    6,0
                                                          7,6    6,9 8,0     7,2
                                                                                                                                                     2004
                                                                                                                                                     2010*
                                                0
                                                    Até 5       5 a - 10   10 a - 20     20 a -50     50 a -100     100 a -200 200 a -500 500 e +


                                                                  Tamanho do município (1000 habitantes)

Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares




                                                                                                                                                             151
152
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




p ará




p odemos identificar dois grandes períodos:
   Primeiro período: 1980/1999. A taxa inicial do estado: 8,9 homicídios em 100 mil habitantes
é pouco inferior à nacional. Os índices da região metropolitana (RM) do Pará, que conglomera os
municípios de Ananindeua, Belém, Benevides, Marituba e Santa Bárbara do Pará são superiores
aos do interior. No outro extremo do período, a taxa do estado teve um leve crescimento (1% ao
ano) propiciado por um aumento de 2,4% ao ano do interior, enquanto a RM cai 0,8% ao ano.
Com isso, as taxas do interior praticamente se equiparam com os da RM. Igualmente, as mudanças
foram muito lentas e tênues.

                             Tabela PA1. Taxas de Homicídio por Área. Pará. 1980/2010*
                                                                                                             
             BrAsil




                                                                               BrAsil
                                                  interior




                                                                                                                     interior
                                    CApitAl




                                                                                                           CApitAl
   Ano                                                          Ano
                                     +rM




                                                                                                            +rM
                      UF




                                                                                             UF

1980        11,7      8,9            14,5         6,5        1996             24,8           12,5           20,1     9,4
1981        12,6      9,7            15,4         7,2        1997             25,4           13,2           22,4     9,5
1982        12,6      10,0           12,9         8,8        1998             25,9           13,3           24,3     8,9
1983        13,8      12,2           17,4        10,1        1999             26,2           10,8           12,5     10,1
1984        15,3      13,1           15,4        12,2        2000             26,7           13,0           18,9     10,6
1985        15,0      12,3           14,2        11,5        2001             27,8           15,1           21,6     12,4
1986        15,3      13,8           15,9        13,0        2002             28,5           18,4           26,1     15,2
1987        16,9      12,4           15,3        11,3        2003             28,9           21,0           29,1     17,7
1988        16,8      13,0           17,8        11,1        2004             27,0           22,7           29,9     19,8
1989        20,3      14,5           19,7        12,4        2005             25,8           27,6           41,0     22,1
1990        22,2      15,5           23,8        12,2        2006             26,3           29,2           40,0     24,7
1991        20,8      16,4           26,8        12,3        2007             25,2           30,4           37,7     27,4
1992        19,1      15,1           26,9         10,4       2008             26,4           39,2           56,1     32,5
1993        20,2      12,0           18,6         9,4        2009             27,0           40,2           55,8     34,3
1994        21,2      13,4           24,5         9,1        2010*            26,2           45,9           80,2     33,3
1995        23,8      12,8           21,6         9,3        Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares




                                                                                                                           153
Segundo período: 1999/2010*. Intenso crescimento das taxas do estado, arrastadas funda-
mentalmente pela eclosão de violência em sua RM. Se no período as taxas do país permanecem
inalteradas, no Pará o crescimento de 324,4% nos homicídios levou o estado ultrapassar, já em
2005, a média nacional e continuar sua escalada. No ano 2000, com uma taxa de 13 homicídios
em 100 mil o estado ocupava a 21ª posição nacional, em 2010 sua taxa de 45,9 homicídios a loca-
liza na 3ª posição, tal o ritmo da escalada. O motor da expansão foi a sua RM, que nesses 11 anos
mais que sextuplicou seus índices. Mas o interior não ficou muito atrás: também deu sua dose de
contribuição, crescendo 228,2%.

                                                     Tabela PA2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Pará. 1980/2010*
                                                                                1980-1999                                   1999-2010*
                                           ÁreA
                                                                          % totAl         % Ao Ano                    % totAl          % Ao Ano
BrAsil                                                                      124,0                     4,3               0,0              0,0
UF                                                                           21,6                     1,0              324,4             14,0
CApitAl+rM                                                                   -13,7                    -0,8             541,5             18,4
interior                                                                     55,8                     2,4              228,2             11,4

Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares


                                                                Gráfico PA1. Taxas de Homicídio por Área. Pará. 1980/2010*
                                           90

                                                                                                                                80,2
                                           80


                                           70
         Taxas de Homicídio (em 100 mil)




                                           60


                                           50                                                                                   45,9


                                           40
                                                                                                                                 33,3

                                           30                                                                 26,2               26,2


                                           20                                                                  12,5
                                                    14,5
                                                    11,7                                                       10,8                        Brasil
                                           10                                                                                              UF
                                                     8,9
                                                                                                             10,1                          C + RM
                                                    6,5
                                                                                                                                           Interior
                                            0
                                                  1980           1985             1990         1995           2000     2005      2010*

                                                Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares

154
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




   A intensidade dessas transformações pode ser facilmente visualizada nos mapas e dados a se-
guir, que sintetizam a evolução dos homicídios na década 2000/2010:
   • No ano 2000 praticamente a metade dos municípios do estado – 70 – não possuíam registro
       de homicídios. Em 2010 esse número cai para 23.
    • Em contrapartida, se só 13 municípios em 2000 tinham taxas acima de 26 homicídios em
      100 mil habitantes, esse número pula para 57.


                                      Mapa PA1. Pará. 2000




                                                                              taxa 2000
                                                                                  0,0
                                                                                  0,0 --| 10,0
                                                                                 10,0 --| 26,0
                                                                                 26,0 --| +


Fonte: SIM/SVS/MS




                                                                                                 155
Mapa PA2. Pará. 2010*




                                                                                                 taxa 2010*
                                                                                                     0,0
                                                                                                     0,0 --| 10,0
                                                                                                    10,0 --| 26,0
                                                                                                    26,0 --| +


Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares


     • Pela tabela PA3 e o gráfico PA2 podemos observar que elevados níveis de crescimento são
       registrados em todas as faixas de municípios.
     • Mas acontece com maior intensidade na faixa de 200 a 500 mil habitantes, que em 2010 re-
       gistrou três municípios que apresentam contrastes extremos: Ananindeua e Marabá, ambas
       com taxas que superam os 100 homicídios para cada 100 mil habitantes, e Santarém que
       em 2010 apresentou uma das menores taxas do país para municípios de grande porte: 3,1
       homicídios para cada 100 mil habitantes1.



1.    Esses elevados contrastes foram objeto de recente reportagem na revista Veja, em seu Caderno Especial Cidades,
     edição 2241 de 2/11/2011.


156
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




             Tabela PA3. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) por tamanho do município. Pará: 2000-2010*
                                                                            hoMiCídios 2000                                hoMiCídios 2010*                        Δ%         n. MUni-
     tAMAnho do MUniCípio                                                                                                                                          tAxAs
                                                                     n        tAxAs         %                        n           tAxAs      %                                     Cípios
Até 5 Mil hABitAntes                                                 0             0,0                0,0            1               29,1           0,0              –              1
de   5 A -10 Mil                                                     2             2,8                0,2            9               11,8           0,3            324,9           11
de   10 A -20 Mil                                                    23            5,8                2,9            79              18,0           2,3            211,6           30
de   20 A -50 Mil                                                    129           8,7            16,0              473              25,5           13,6           193,9           61
de   50 A -100 Mil                                                   137           8,9            17,0              804              40,1           23,1           349,9           30
de   100 A -200 Mil                                                  80           13,5                9,9           353              43,6           10,1           221,8            6
de   200 A -500 Mil                                                  103          12,5            12,8             1003             100,3           28,8           702,3            3
500 Mil e MAis.                                                      332          25,9            41,2              760              54,5           21,8           110,4            1
ToTal                                                                806          13,0            100,0             3482             45,9           100,0          252,9           143

Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares



         Gráfico PA2. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Pará: 2000-2010*
                                                120


                                                                                                                                            100,3
              Taxas de Homicídio (em 100 mil)




                                                100



                                                 80



                                                 60
                                                                                                                                                            54,5

                                                                                                                                  43,6
                                                                                                                   40,1
                                                 40
                                                              29,1
                                                                                                      25,5                                           25,9
                                                                                         18,0
                                                 20
                                                                           11,8                                            13,5          12,5
                                                                                                8,7          8,9                                                           2000
                                                                                   5,8
                                                       0,0           2,8                                                                                                   2010*
                                                 0
                                                             Até 5   5 a - 10     10 a - 20     20 a -50 50 a- 100 100 a-200 200 a-500 500 e +


                                                                       Tamanho do município (1000 habitantes)

                                                      Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares




                                                                                                                                                                                         157
158
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




p araíBa




a Paraíba, que em seu histórico sempre apareceu entre os estados com baixos índices no contex-
to nacional – entre 10 e 15 homicídios em 100 mil habitantes e no ano 2000 encontrava-se no 20º
lugar – ingressou, nesta última década, numa forte escalada de violência que levou o estado, em
2010, a figurar entre os seis mais violentos do Brasil.
   Podemos identificar duas grandes fases na sua evolução:
   Primeiro período: 1980/2004. As taxas do estado sempre se localizam embaixo das médias
nacionais, e o menor ritmo de crescimento da Paraíba o distancia ainda mais do nível nacio-
nal, com a conseguinte classificação de estado relativamente tranquilo para o contexto nacional.
Efetivamente, se em 1980 a taxa da Paraíba era de 10,8 homicídios em 100 mil habitantes, quase
semelhante à do país, que foi de 11,7, nos anos subsequentes o estado cresce com 72,4% até 2004,
enquanto que a taxa nacional cresceu em ritmo maior: 131,1%. Com isto, no final do período o
país vai para 27 homicídios em 100 mil habitantes, enquanto o estado fica em 18,6. Nesse cres-
cimento moderado, vai ser a sua região metropolitana a que apresenta taxas de crescimento um
pouco maiores que as do interior – 2,4 e 1,7% ao ano respectivamente.
   Segundo período: 2004/2010*. Neste período o estado registra um intenso crescimento em
suas taxas, que em poucos anos superam a média nacional. Já em 2010 a Paraíba encontra-se no
grupo das unidades de elevada violência. Nessa fase as taxas do estado mais que duplicam nos seis
anos, passado de 18,6 para 38,6 homicídios em 100 mil. Vai ser sua recentemente criada região
metropolitana que, além da capital, inclui os municípios de Bayeux, Cabedelo, Conde, Cruz do
Espírito Santo, Lucena, Mamanguape, Rio Tinto e Santa Rita, a que pressiona fortemente nessa
arrancada. Nos seis anos a taxa da região metropolitana (RM) passa de 32 para 72,9 homicídios
em 100 mil habitantes, crescimento de 128,1% = 14,7% ao ano. Essa taxa de 72,9 coloca a RM de
João Pessoa em 3º lugar no mapa da violência, depois da RM de Maceió e a de Belém, entre as
33 regiões metropolitanas analisadas. Mas a taxa de crescimento do interior não fica muito atrás:
também cresce de forma muito acelerada: 10,5% ao ano.




                                                                                             159
Tabela PB1. Taxas de Homicídio por Área. Paraíba. 1980/2010*
                                                                                                                                                                

                                          BrAsil




                                                                                                                                BrAsil
                                                                                             interior




                                                                                                                                                                            interior
                                                                         CApitAl




                                                                                                                                                              CApitAl
  Ano                                                                                                             Ano




                                                                          +rM




                                                                                                                                                               +rM
                                                           UF




                                                                                                                                                 UF
1980                                      11,7            10,8            18,0               8,9               1996             24,8            19,0           33,1         13,8
1981                                      12,6            12,2            19,3               10,4              1997             25,4            14,7           26,7         10,4
1982                                      12,6            11,4            13,8               10,7              1998             25,9            13,5           27,8         8,3
1983                                      13,8            12,5            17,0               11,2              1999             26,2            12,0           27,1         6,3
1984                                      15,3            13,1            21,6               10,7              2000             26,7            15,1           27,6         10,3
1985                                      15,0            12,9            21,0               10,5              2001             27,8            14,1           31,4         7,5
1986                                      15,3            15,6            24,1               13,1              2002             28,5            17,4           35,3         10,4
1987                                      16,9            12,1            20,3               9,6               2003             28,9            17,6           36,6         10,1
1988                                      16,8            13,0            20,4               10,6              2004             27,0            18,6           32,0         13,3
1989                                      20,3            14,5            24,9               11,2              2005             25,8            20,6           39,6         12,8
1990                                      22,2            13,7            26,3               9,6               2006             26,3            22,6           40,7         15,1
1991                                      20,8            12,4            18,6               10,4              2007             25,2            23,6           47,0         13,7
1992                                      19,1            10,6            17,4               8,3               2008             26,4            27,3           51,1         17,6
1993                                      20,2            11,1            19,7               8,1               2009             27,0            33,8           64,3         21,2
1994                                      21,2            11,9            21,0               8,8               2010*            26,2            38,6           72,9         24,1
1995                                      23,8            13,6            28,0               8,6               Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares



                                                              Gráfico PB1. Taxas de Homicídio por Área. Paraíba. 1980/2010*
                                         80
                                                                                                                                                       72,9

                                         70


                                         60
       Taxas de Homicídio (em 100 mil)




                                         50


                                         40                                                                                                            38,6


                                                                                                                                          32,0
                                         30                                                                                                            26,2
                                                                                                                                          27,0

                                                   18,0                                                                                                24,1
                                         20
                                                                                                                                          18,6
                                               11,7                                                                                                                     Brasil
                                                                                                                                           13,3
                                                  10,8                                                                                                                  UF
                                         10
                                                   8,9                                                                                                                  C + RM
                                                                                                                                                                        Interior
                                          0
                                              1980            1985               1990                   1995           2000              2005          2010*

                                              Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares


160
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




                       Tabela PB2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Paraíba. 1980/2010*
                                                     1980-2004                               2004-2010*
               ÁreA
                                              % totAl          % Ao Ano                % totAl          % Ao Ano
BrAsil                                         131,1                3,6                  -3,1             -0,5
UF                                             72,4                 2,3                  107,5            12,9
CApitAl+rM                                     78,0                 2,4                  128,1            14,7
interior                                       48,4                 1,7                  82,0             10,5

Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares


     As mudanças acontecidas na última década são visíveis nos mapas a seguir.
     • No ano 2000 são poucos os municípios que registram homicídios. Acima de 2/3 dos muni-
        cípios do estado – 158 municípios = 71% – encontram-se nessa situação. Esse número cai
        para 95 no ano 2010, menos da metade dos municípios do estado.
     • Por sua vez, municípios com mais de 26 homicídios em 100 mil habitantes mais que tripli-
       cam na década: passam de 14 para 47.
      Pelo gráfico PB2 e a tabela PB3 podemos verificar que:
     • Continua existindo uma grande concentração nos dois maiores municípios do estado: João
        Pessoa e Campina Grande, só que essa concentração diminui na década. Se em 2000 esses
        municípios foram responsáveis por 67,6% do total de homicídios do estado, para o ano 2010
        essa participação cai para 55%.
     • Em compensação, aumenta fortemente a participação de municípios com menos de 100
       mil habitantes, que são a grande maioria do estado. Esses municípios, que em 2000 foram
       responsáveis por 25% do total de homicídios, para 2010 passam para 35% do total.
     • Destaque de crescimento neste campo para os municípios de 50 até 100 mil habitantes, onde
       Cabedelo e Bayeux, da nova RM apresentam um forte crescimento em seus níveis de violência.




                                                                                                                   161
Mapa PB1. Paraíba. 2000




                                                                   taxa 2000
                                                                       0,0
                                                                       0,0 --| 10,0
                                                                      10,0 --| 26,0
                                                                      26,0 --| +




      Fonte: SIM/SVS/MS.
                                        Mapa PB2. Paraíba. 2010*




                                                                    taxa 2010*
                                                                        0,0
                                                                        0,0 --| 10,0
                                                                       10,0 --| 26,0
                                                                       26,0 --| +



      Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares



162
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




           Tabela PB3. Taxas de homicídio (em100 mil habitantes) por tamanho do município. Paraíba: 2000-2010*
                                                                                  hoMiCídios 2000                                 hoMiCídios 2010*                           Δ%             n. MUni-
     tAMAnho do MUniCípio                                                                                                                                                    tAxAs
                                                                          n         tAxAs         %                         n           tAxAs      %                                         Cípios
Até 5 Mil hABitAntes                                                      10            4,6                 1,9            26               11,1              1,8            141,8            69
de   5 A -10 Mil                                                          20            4,5                 3,9            59               12,8              4,1            184,8            68
de   10 A -20 Mil                                                         37            4,9                 7,1            129              16,0              8,9            226,8            56
de   20 A -50 Mil                                                         36            7,0                 6,9            128              23,5              8,8            236,0            20
de   50 A -100 Mil                                                        27            7,8                 5,2            173              44,7              11,9           473,3             6
de   100 A -200 Mil                                                       38            18,3                7,3            138              62,4              9,5            241,2             2
de   200 A -500 Mil                                                       125           35,2            24,1               218              56,6              15,0           60,9              1
500 Mil e MAis.                                                           226           37,8            43,5               581              80,3              40,0           112,5             1
ToTal                                                                     519           15,1            100,0              1452             38,6              100,0          155,8            223

Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares




       Gráfico PB2. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Paraíba: 2000-2010*

                                                     90
                   Taxas de Homicídio (em 100 mil)




                                                                                                                                                                      80,3
                                                     80

                                                     70
                                                                                                                                         62,4
                                                     60                                                                                                56,6

                                                     50
                                                                                                                          44,7
                                                                                                                                                               37,8
                                                     40
                                                                                                                                                35,2

                                                     30
                                                                                                            23,5
                                                     20                                                                           18,3
                                                                                               16,0
                                                                   11,1          12,8
                                                                                                      7,0           7,8
                                                     10                                                                                                                              2000
                                                             4,6           4,5          4,9
                                                                                                                                                                                     2010*
                                                     0
                                                              Até 5       5 a -10       10 a -20      20 a -50     50 a -100 100 a -200 200 a -500 500 e +

                                                                            Tamanho do município (1000 habitantes)


                                                          Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares




                                                                                                                                                                                                    163
164
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




p araná




e xcetuando os primeiros anos da década de 80, Paraná sempre teve taxas que se mantinham
embaixo das nacionais, até o ano de 2003. Contrariamente ao acontecido no nível nacional e em
outras UF, as taxas do estado não evidenciam sinal das políticas de desarmamento do período.
    Também neste caso fica difícil e muito tentativo estabelecer uma periodização formal só apoia-
da nos dados quantitativos. Mas no contínuo dos diversos incrementos, os dados parecem indicar
três etapas, com base em celeridades diferenciadas dos indicadores:
    Primeiro período: 1980/1992. Exíguo crescimento das taxas do estado que, a partir de um iní-
cio quase equivalente, vai se distanciando das taxas nacionais. Se o país no período cresceu 63,3%
o estado somente 18,7%. Esse diferencial de ritmos origina que, no final do período, as taxas do
estado sejam 33% menores que a nacional.

                        Tabela PR1. Taxas de Homicídio por Área. Paraná. 1980/2010*
                                                                                                        
            BrAsil




                                                                         BrAsil
                                             interior




                                                                                                                interior
                               CApitAl




                                                                                                      CApitAl
   Ano                                                     Ano
                                +rM




                                                                                                       +rM
                     UF




                                                                                       UF


1980        11,7     10,8        9,0         11,5       1996             24,8          15,3            16,5     14,5
1981        12,6     12,1        8,6         13,7       1997             25,4          17,3            20,3     15,4
1982        12,6     13,9       11,3         15,1       1998             25,9          17,6            18,8     16,9
1983        13,8     14,5       11,6         15,9       1999             26,2          18,1            20,4     16,6
1984        15,3     13,4       10,2         14,9       2000             26,7          18,5            21,5     16,4
1985        15,0     11,5        9,3         12,6       2001             27,8          21,0            24,5     18,6
1986        15,3     11,4        9,1         12,5       2002             28,5          22,7            27,0     19,7
1987        16,9     11,4        9,3         12,5       2003             28,9          25,5            32,3     20,5
1988        16,8     12,1       11,0         12,6       2004             27,0          28,1            34,2     23,5
1989        20,3     13,3       14,0         13,0       2005             25,8          29,0            36,0     23,7
1990        22,2     14,1       14,4         13,9       2006             26,3          29,8            36,7     24,4
1991        20,8     14,5       12,5         15,7       2007             25,2          29,6            34,3     25,9
1992        19,1     12,8       12,1         13,2       2008             26,4          32,6            43,6     24,3
1993        20,2     14,4       14,4         14,4       2009             27,0          35,1            48,4     25,1
1994        21,2     14,6       15,1         14,3       2010*            26,2          34,4            47,0     24,8
1995        23,8     15,9       17,7         14,9       Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares




                                                                                                                      165
Segundo período: 1992/2000. As taxas do estado se aceleram com um ritmo bem semelhante
ao nacional, fortemente impulsionadas pela sua RM. No período o país cresce 39,9%, o estado
44,6%, mas a RM de Curitiba 77,7%. Já a contribuição do interior do estado foi modesta: 24,3%.
    Terceiro período: 2000/2010*. As taxas do estado, que já vinham crescendo de forma rápida,
aceleram-se mais ainda, numa fase de virtual estagnação nacional. Com esse diferencial, o estado
ultrapassa a média nacional já em 2004. Novamente aqui vai ser a RM a que atua como motor do
crescimento, mas desta vez, o interior também contribui para a elevação dos índices estaduais, se
bem com menor intensidade que a RM.

                                                      Tabela PR2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Paraná. 1980/2010*
                                                                       1980-1992                                1992-2000                     2000-2010*
                               ÁreA
                                                                   % totAl    % Ao Ano                      % totAl    % Ao Ano            % totAl   % Ao Ano
BrAsil                                                                63,3                  4,2              39,9                  4,3      -2,0       -0,2
UF                                                                    18,7                  1,4              44,6                  4,7      86,0        6,4
CApitAl+rM**                                                          33,8                  2,5              77,7                  7,4      118,4       8,1
interior                                                              14,6                  1,1              24,3                  2,8      51,5        4,2

Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares


                                                                 Gráfico PR1. Taxas de Homicídio por Área. Paraná. 1980/2010*
                                              50
                                                                                                                                            47,0

                                              45


                                              40
           Taxas de Homicídio (em 100 mil)




                                                                                                                                             34,4
                                              35


                                              30
                                                                                                                     26,7                    26,2

                                              25
                                                                                                                    21,5                     24,8

                                              20                                                                    18,5
                                                                                                  19,1
                                                                                                                            16,4
                                              15                                             13,2
                                                   11,5                                         12,8                                                  Brasil
                                                          10,8                                12,1                                                    UF
                                              10
                                                          9,0                                                                                         C + RM
                                                                                                                                                      Interior
                                                5
                                                 1980             1985             1990              1995           2000            2005    2010*


                                             Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares



166
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil



    Os mapas e gráficos a seguir ilustram melhor as mudanças deste último período:
    • Se no ano 2000, 168 municípios não apresentam registro de homicídios, esse número cai
       para 130 em 2010.



                                    Mapa PR1. Paraná. 2000
                                                                            taxa 2000
                                                                                0,0
                                                                                0,0 --| 10,0
                                                                               10,0 --| 26,0
                                                                               26,0 --| +




Fonte: SIM/SVS/MS




                                                                                            167
Mapa PR2. Paraná. 2010*

                                                                                                          taxa 2010*
                                                                                                                  0,0
                                                                                                                  0,0 --| 10,0
                                                                                                                 10,0 --| 26,0
                                                                                                                 26,0 --| +




Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares


      • Por outra parte, cresce significativamente o número de municípios com taxas acima de 26
        em 100 mil habitantes: em 2000 foram 60 e em 2010 passa para 101.


            Tabela PR3. Taxas de homicídio (em100 mil habitantes) por tamanho do município. Paraná: 2000-2010*
                                                hoMiCídios 2000                   hoMiCídios 2010*       Δ%             n. MUni-
      tAMAnho do MUniCípio                                                                               tAxAs
                                          n         tAxAs       %            n          tAxAs      %                     Cípios
 Até 5 Mil hABitAntes                     34         9,3          1,9        53         15,2     1,5     63,5                 98
 de   5 A -10 Mil                         79         10,9         4,5        75         10,5     2,1     -3,6             105
 de   10 A -20 Mil                       161         11,0         9,1       257         17,1     7,2     55,7             109
 de   20 A -50 Mil                       247         15,8         14,0      450         26,8     12,5    69,5                 55
 de   50 A -100 Mil                      144         15,8         8,2       414         39,5     11,5    150,5                14
 de   100 A -200 Mil                     198         19,0         11,2      510         42,3     14,2    123,0                10
 de   200 A -500 Mil                     405         27,9         22,9      711         42,1     19,8    51,2                 6
 500 Mil e MAis.                         498         24,5         28,2     1.118        49,5     31,2    102,2                2
 ToTal                                   1766        18,5         100,0     3588        34,4     100,0    86,0            399

 Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares




168
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




 Gráfico PR2. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Paraná: 2000-2010*
                                        60
      Taxas de Homicídio (em 100 mil)

                                                                                                                                     49,5
                                        50

                                                                                                              42,3       42,1
                                                                                                  39,5
                                        40


                                                                                                                      27,9
                                        30
                                                                                       26,8
                                                                                                                                  24,5

                                                                                                           19,0
                                        20
                                                                           17,1
                                                   15,2                            15,8       15,8

                                                9,3        10,9 10,5   11,0
                                        10
                                                                                                                                            2000
                                                                                                                                            2010*
                                         0
                                                Até 5      5 a -10     10 a -20    20 a -50   50 a -100   100 a -200 200 a -500   500 e +


                                                              Tamanho do município (1000 habitantes)

                                             Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares


• Apesar de existir uma forte associação positiva entre o porte do município e suas taxas de
  homicídio – quanto maior o porte do município maiores são suas taxas de homicídio –
  onde os índices mais crescem é nos 24 municípios de porte médio: entre 50 e 200 mil habi-
  tantes. Nessa faixa destacam-se Pinhais e Piraquara, por suas elevadas taxas e pelo enorme
  crescimento dos índices de violência que experimentaram na década.




                                                                                                                                                    169
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Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




pernaMBuco




n a virada do século, Pernambuco era o estado que apresentava o maior nível de violência do
país. Sua taxa de 54 homicídios em 100 mil habitantes duplicava o índice nacional. Para o ano 2010
essa taxa cai para 38,8, o que representa uma queda de 28,2%, localizando-se agora no quarto lugar
entre as 27 UF.
    Em sua evolução histórica, desde 1980, podemos reconhecer quatro grandes etapas. Nas duas
primeiras, que vão até o ano 2001, as taxas de homicídios são crescentes, e o motor desse cresci-
mento pode ser encontrado na elevação das taxas nas regiões metropolitanas (RM)1 do estado, que
se distanciam do interior. As duas últimas etapas, a partir de 2001, vão marcar o declínio nas taxas,
com início lento e acelerando a partir de 2007, onde as quedas concentram-se também nas RM,
cujas taxas vão se reaproximando das do interior.
    Diversas situações do Estado vão resultar nesses quatro períodos:
    Primeiro período: 1980/1994. As taxas do estado, sempre acima das nacionais, crescem de
forma moderada, com um ritmo de 4,7% ao ano, com maior intensidade no interior. O estado
acompanha de perto o crescimento nacional, onde já aparece entre os cinco mais violentos do país.
    Segundo período: 1994/2001. Acelerado crescimento das taxas (7,7% aa.), centrado nas RM
(9,1% aa.) crescendo com uma intensidade bem acima da média nacional (3,9% aa.). Esse íngreme
crescimento leva o Estado a ocupar o primeiro lugar no mapa nacional em 1998, situação que
perdura até 2001. Em contra partida, também o interior continua crescendo de forma regular,
mas com um ritmo bem menor que as RM. Com isso, as diferenças entre ambas as áreas tende a
aumentar: as taxas das RM mais que duplicam às do interior.
    Terceiro período: 2001/2007. Estagna a espiral de violência e as taxas do estado, vagarosamen-
te, começam a declinar (-1,7% aa.), acompanhando o ritmo nacional (-1,6%). As RM apresentam
uma taxa de queda levemente maior (-2,8% ao ano) que as do interior, que praticamente estagna
(0,8% ao ano.).
    Quarto período: 2007/2010*. Quedas aceleradas nas taxas de homicídio do estado (-9,9%
aa.) puxadas pelas RM (-11,2% aa.), mas com significativas quedas, ainda que em menor grau,
no interior (-7,3%). Num período que os índices nacionais aumentam muito devagar (1,3% aa.) o
estado cai para o 4º lugar entre as 27 UF. As taxas do interior vão ficando mais próximas às da RM.

1.    Além dos 14 municípios que integram a RM de Recife, aqui também são incluídos os dados do município de Petro-
     lina, integrante do RIDE do Polo Petrolina/Juazeiro.
                                                                                                               171
Tabela PE1. Taxas de Homicídio por Área. Pernambuco 1980/2010*
                                                                     PernAmBuco                                                                       PernAmBuco

                                          BrAsil




                                                                                                                               BrAsil
                                                                                          interior




                                                                                                                                                                       interior
                                                                         cAPitAl




                                                                                                                                                           cAPitAl
  Ano                                                                                                           Ano




                                                                          +rm




                                                                                                                                                            +rm
                                                           uF




                                                                                                                                             uF
1980                                      11,7             18,2           25,1            12,8               1996             24,8          40,7              52,5     29,6
1981                                      12,6             22,6           29,1            17,5               1997             25,4          49,7              66,9     33,1
1982                                      12,6             23,9           28,3            20,4               1998             25,9          58,9              80,9     37,3
1983                                      13,8             25,7           32,6            20,1               1999             26,2          55,4              75,4     35,6
1984                                      15,3             28,7           36,8            21,9               2000             26,7          54,0              71,4     35,5
1985                                      15,0             30,4           40,1            22,3               2001             27,8          58,7              81,3     34,3
1986                                      15,3             30,7           40,0            22,7               2002             28,5          54,8              70,7     39,1
1987                                      16,9             32,4           42,4            23,9               2003             28,9          55,3              74,1     34,9
1988                                      16,8             32,7           41,6            25,0               2004             27,0          50,7              70,5     29,2
1989                                      20,3             36,6           48,2            26,4               2005             25,8          51,2              69,8     30,7
1990                                      22,2             39,1           52,5            27,1               2006             26,3          52,7              70,3     33,1
1991                                      20,8             38,7           50,4            28,2               2007             25,2          53,1              68,7     36,1
1992                                      19,1             35,3           45,7            25,9               2008             26,4          50,7              64,7     35,6
1993                                      20,2             37,6           47,7            28,5               2009             27,0          45,1              56,0     33,8
1994                                      21,2             34,9           44,1            26,5               2010*            26,2          38,8              48,0     28,8
1995                                      23,8             36,4           48,2            25,7               Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares



                                                           Gráfico PE1. Taxas de Homicídio por Área. Pernambuco 1980/2010*
                                          90
                                                                                                                          81,3
                                          80

                                                                                                                                               68,7
        Taxas de Homicídio (em 100 mil)




                                          70

                                                                                                                          58,7
                                          60
                                                                                                                                               53,1
                                                                                                                                                      48,0
                                          50
                                                                                                     44,1

                                                                                                                                                       38,8
                                          40                                                                              34,3                 36,1
                                                                                                     34,9

                                                    25,1                                                                                              28,8
                                          30                                                         26,5                                      25,2
                                                                                                                           27,8                        26,2
                                                    18,2
                                          20
                                                                                                     21,2
                                                    12,8                                                                                                             Brasil
                                                                                                                                                                     UF
                                          10       11,7                                                                                                              C + RM
                                                                                                                                                                     Interior
                                           0
                                               1980               1985             1990               1995            2000              2005           2010*

                                               Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares

172
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




                    Tabela PE2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Pernambuco. 1980/2010*
                         1980-1994                 1994/2001             2001-2007                2007-2010*
         ÁreA
                      % totAl % Ao Ano         % totAl % Ao Ano       % totAl % Ao Ano        % totAl   % Ao Ano
BrAsil                   81,5            4,3    31,1        3,9         -9,4        -1,6         3,9                 1,3
uF                       91,2            4,7    68,3        7,7         -9,5        -1,7        -26,9             -9,9
cAPitAl+rm               75,6            4,1    84,3        9,1         -15,4       -2,8        -30,1            -11,2
interior                106,3            5,3    29,6        3,8          5,2         0,8        -20,3             -7,3

Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares



   Os mapas a seguir e a tabela PE3 permitem verificar outros indicadores dessa disseminação da
violência no estado. Na última década, podemos ver que:
   • Cai a participação relativa dos grandes centros urbanos: nas seis cidades do estado com
      mais de 200 mil habitantes, as taxas passam de 89,6 em 2000 para 48,7 em 2010, um declínio
      de 45,6%.
     • Pela coluna ∆% Taxas da tabela PE3, pode-se verificar que, em geral, quanto maior o tama-
       nho do município, maiores foram as quedas nos homicídios registrados na década. Nos dois
       municípios do estado com mais de 500 mil habitantes: Recife e Jaboatão dos Guararapes, as
       quedas foram significativas e semelhantes em ambos, em torno de 40%. A intensidade das
       quedas vai diminuindo até os 65 municípios de menor porte, entre 5 e 20 mil habitantes,
       onde as taxas em realidade cresceram.


                                               Mapa PE1. Pernambuco: 2000




                                                                                                  taxa 2000
                                                                                                          0,0
                                                                                                          0,0 --| 10,0
                                                                                                        10,0 --| 26,0
                                                                                                        26,0 --| +


Fonte: SIM/SVS/MS



                                                                                                                           173
Mapa PE2. Pernambuco: 2010*




                                                                                 taxa 2010*
                                                                                      0,0
                                                                                      0,0 --| 10,0
                                                                                     10,0 --| 26,0
                                                                                     26,0 --| +



Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares


    • Inclusive nos 3 municípios com menos de 5 mil habitantes, que no ano 2000 não registraram
      nenhum homicídio, em 2010 já evidenciam a existência de mortes por agressão intencional.
    • Vemos assim que, se no conjunto do estado os homicídios caíram 28,2%, as quedas não se
      espalharam uniformemente no conjunto dos municípios. Seria de esperar que com as que-
      das, deveria aumentar o número de municípios sem registro de homicídios, mas pelo con-
      trário, o número de municípios livres do flagelo diminuiu. Em 2000, Pernambuco registrou
      19 municípios sem homicídios, já em 2010 esse número caiu para 12.
    • Recife, que em 2000 era a cidade mais violenta do estado, com uma taxa de 97,5 homicídios
      em 100 mil habitantes, em 2010 passa para a 12º posição no estado, com uma taxa de 57,9.
    • Essas mudanças também podem ser observadas nos mapas. No ano 2000 várias áreas con-
      centravam a violência extrema do estado. Eram os polos dinâmicos centrados em torno de
      determinadas atividades: a agricultura irrigada do polo Petrolina, o polo das confecções
      do eixo Santa Cruz do Capibaribe/Caruaru, o denominado polígono da maconha, a RM de
      Recife, a região da mata sul do Estado.
    • Para 2010 o panorama fica muito mais difuso e os antigos polos perdem especificidade, com
      deslocamentos significativos, por exemplo, da região da mata sul para a mata norte do estado.
   Resumindo, Pernambuco forma parte do conjunto de estados onde o fenômeno da dissemi-
nação da violência atuou de forma clara, com marcadas quedas nos grandes centros urbanos e
elevação dos níveis em áreas relativamente tranquilas na virada do século.



174
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




        Tabela PE3. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) por tamanho do município. Pernambuco: 2000-2010*
                                                                                 homicídios 2000                               homicídios 2010*                             Δ%        n. muni-
     tAmAnho do municíPio                                                                                                                                                   tAxAs
                                                                           n         tAxAs       %                        n          tAxAs      %                                      cíPios
Até 5 mil hABitAntes                                                       0            0,0               0,0             1               8,7               0,0               –             3
de   5 A -10 mil                                                          17           15,1               0,4             18              15,6              0,5              3,5            15
de   10 A -20 mil                                                         198          22,8               4,6            232              24,8              6,8              9,1            65
de   20 A -50 mil                                                         586          33,2           13,7               574              29,6              16,8            -10,9           67
de   50 A -100 mil                                                        595          43,6           13,9               518              33,8              15,2            -22,5           23
de   100 A -200 mil                                                       376          54,5               8,8            379              47,7              11,1            -12,4           6
de   200 A -500 mil                                                       693          62,9           16,2               519              40,3              15,2            -35,9           4
500 mil e mAis.                                                           1811         90,3           42,4              1171              53,7              34,3            -40,6           2
ToTal                                                                     4276          54,0          100,0              3412             38,8              100,0           -28,2          185

Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares




     Gráfico PE2. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Pernambuco: 2000-2010*
                                                100
                                                                                                                                                              90,3
                    Taxas de Homicídio (em 100 mil)




                                                      90

                                                      80

                                                      70
                                                                                                                                              62,9
                                                      60                                                                        54,5                                 53,7
                                                                                                                                       47,7
                                                      50
                                                                                                                 43,6
                                                                                                                                                     40,3
                                                      40
                                                                                                  33,2                  33,8
                                                                                                          29,6
                                                      30
                                                                                      22,8 24,8
                                                      20                  15,1 15,6
                                                                    8,7                                                                                                             2000
                                                      10
                                                              0,0                                                                                                                   2010*
                                                      0
                                                               Até 5      5 a -10     10 a -20    20 a -50       50 a -100 100 a -200 200 a -500 500 e +

                                                                                 Tamanho do município (1000 habitantes)

                                                           Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares




                                                                                                                                                                                                 175
176
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




p iauí




n a série histórica analisada – 1980/2010 – o Piauí apresentou-se em diversas oportunidades
como o estado com menores índices de violência do Brasil, mas na última década experimentou
um severo crescimento. Ainda assim, no último ano disponível: 2010, o estado conserva-se como
o segundo menos violento, outro sinal que a violência está se espalhando no país, elevando os ín-
dices dos estados que, antigamente, eram considerados relativamente tranquilos.
   Esse último fato permite reconhecer duas grandes etapas na evolução desses índices no estado:
   Primeiro período: 1983/1999: O estado foi pouco contaminado pela rápida elevação das taxas
nacionais. Depois de três anos de crescimento, que desconsideraremos nesta análise, em 1983
inicia-se uma fase de relativa estagnação nos índices estaduais. Se o país entre 1983 e 1999 passou
de 13,8 para 26,2 homicídios em 100 mil habitantes, crescimento de 90,1%, no Piauí as taxas até
caíram levemente, passando de 6,0 para 4,8, o que representa uma queda de 20,5% e ainda, índices
extremamente baixos para a realidade nacional.

                            Tabela PI1. Taxas de Homicídio por Área. Piauí. 1980/2010*
                                                                                                           
             BrAsil




                                                                              BrAsil
                                                interior




                                                                                                                   interior
                                   CApitAl




                                                                                                         CApitAl
   Ano                                                        Ano
                                    +rM




                                                                                                          +rM
                      UF




                                                                                             UF




1980         11,7     2,4           6,8         0,8        1996              24,8            4,7          12,0     0,9
1981         12,6     3,6           9,2         1,5        1997              25,4            5,7          12,8     1,8
1982         12,6     5,4           10,1        3,5        1998              25,9            5,2          13,7     0,6
1983         13,8     6,0           11,5        3,8        1999              26,2            4,8          11,3     1,2
1984         15,3     4,4           9,7         2,1        2000              26,7            8,2          18,2     1,7
1985         15,0     3,4           6,6         2,0        2001              27,8            9,7          18,0     4,8
1986         15,3     4,5           8,0         2,9        2002              28,5           10,9          21,5     4,5
1987         16,9     3,4           6,5         2,0        2003              28,9           10,8          22,1     4,0
1988         16,8     5,8           12,7        2,7        2004              27,0           11,8          20,6     6,5
1989         20,3     5,9           13,9        2,1        2005              25,8           12,8          23,9     5,8
1990         22,2     4,5           12,0        0,9        2006              26,3           14,4          27,5     5,9
1991         20,8     4,4           11,8        0,7        2007              25,2           13,2          23,2     6,7
1992         19,1     3,7           8,8         1,1        2008              26,4           12,4          22,2     6,0
1993         20,2     4,6           9,0         2,3        2009              27,0           12,8          22,1     6,7
1994         21,2     3,8           8,0         1,7        2010*             26,2           13,7          24,8     6,4
1995         23,8     4,4           10,8        1,2        Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares


                                                                                                                         177
Segundo período: 1999/2010*. Em um período onde as taxas nacionais estagnam, o Piauí,
junto com diversos outros estados que em fins dos 90 tinham taxas relativamente baixas, apresenta
forte crescimento dos índices de violência. Pela tabela PI2 podemos observar que se a contribuição
para este crescimento dos municípios piauienses que atualmente integram sua região metropo-
litana1 foi elevada, os municípios do interior, proporcionalmente, cresceram muito mais ainda,
sempre numa escala de índices relativamente baixos para o contexto nacional.

                                                         Tabela PI2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Piauí. 1980/2010*
                                                                                     1983-1999                                   1999-2010*
                                              ÁreA
                                                                               % totAl         % Ao Ano                    % totAl          % Ao Ano
 BrAsil                                                                           90,1                     4,1               0,0                0,0
 UF                                                                              -20,5                     -1,4             185,8               10,0
 CApitAl+rM                                                                       -2,3                     -0,1             119,5               7,4
 interior                                                                        -68,2                     -6,9             436,3               16,5

 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares



                                                                      Gráfico PI1. Taxas de Homicídio por Área. Piauí. 1980/2010*
                                               30

                                                                                                                                       26,2
                                                                                                                    26,2
                                               25
                                                                                                                                     24,8
            Taxas de Homicídio (em 100 mil)




                                               20




                                               15              13,8                                                                    13,7
                                                       11,7
                                                                      11,5                                          11,3
                                               10

                                                                                                                                          6,4
                                                         6,8          6,0
                                                                                                                   4,8                                 Brasil
                                                5
                                                       2,4            3,8                                                                              UF
                                                                                                                                                       C + RM
                                                         0,8                                                        1,2                                Interior
                                                0
                                                     1980              1985              1990       1995          2000      2005      2010*


                                                     Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares


1.    RIDE de Teresina. Excluímos dessa análise os dados correspondentes ao município de Timão, pertencente a
      Maranhão, mas que forma parte do RIDE.

178
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




                                       Mapa PI1. Piauí. 2000

                    taxa 2000
                        0,0
                        0,0 --| 10,0
                       10,0 --| 26,0
                       26,0 --| +




Fonte: SIM/SVS/MS




                                                                            179
Mapa PI2. Piauí. 2010*
                    taxa 2010*
                           0,0
                           0,0 --| 10,0
                         10,0 --| 26,0
                         26,0 --| +




Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares


    Os dados da última década possibilitam um melhor entendimento desse último período:
    • Visualmente, os mapas não apresentam grandes mudanças, pricipalmente pelas faixas criadas
       para analisar o totalidade dos estados. Vemos em ambos mapas grandes manchas brancas
       indicativas de ausência de homicídios: 169 dos 220 municípios no ano 2000 – 77% – não regis-
       tram homicídios. Para 2010 foram 155 dos 223 municípios do estado sem homicídios – 70%.
    • Por sua vez, os municípios com mais de 26 homicídios em 100 mil, passaram de 5 para 10.
    • Pela tabela PI3 podemos observar que a capital do estado, Teresina, único município com mais
      de 500 mil habitantes, continua concentrando grande parte da violência do estado. Dos 234
      homicídios acontecidos em 2000, 67,9% tem registro em Teresina. Em 2010 essa proporção
      cai para 58,8%, menor que em 2000, mas ainda acima da metade dos homicídios do estado.


180
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil



     • O que impresiona é o crecimento do segundo município em tamanho de sua população: Par-
       naíba, cuja taxa pulou de 4,5 homicídios em 100 mil para 26,8, se aproximado à taxa da capital.
     • Também apresenta forte crescimento o grupo de 23 municípios na faixa de 20 a 100 mil
       habitantes, com destaque para Picos – que passa de 4,3 para 24,5 homicídios em 100 mil – e
       para Luzilândia – de 4,2 para 20,2.



             Tabela PI3. Taxas de homicídio (em100 mil habitantes) por tamanho do município. Piauí: 2000-2010*
                                                                                hoMiCídios 2000                                 hoMiCídios 2010*                           Δ%        n. MUni-
     tAMAnho do MUniCípio                                                                                                                                                  tAxAs
                                                                        n         tAxAs         %                         n         tAxAs        %                                    Cípios
Até 5 Mil hABitAntes                                                    8                 2,7              3,4            11               3,5             2,6             29,5           83
de   5 A -10 Mil                                                        17                3,4              7,3            24               4,5             5,6             30,1           80
de   10 A -20 Mil                                                       24                5,4              10,3           28               5,9             6,6              8,7           35
de   20 A -50 Mil                                                       14                2,4              6,0            44               7,0             10,3            187,8          20
de   50 A -100 Mil                                                      6                 3,3              2,6            30               15,5            7,0             376,1           3
de   100 A -200 Mil                                                     6                 4,5              2,6            39               26,8            9,1             490,1           1
500 Mil e MAis.                                                         159               22,2             67,9           251              30,8            58,8            38,7            1
ToTal                                                                   234               8,2              100,0          427              13,7            100,0            66,8          223

Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares



         Gráfico PI2. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Piauí: 2000-2010*
                                                      35
                    Taxas de Homicídio (em 100 mil)




                                                                                                                                                                    30,8
                                                      30
                                                                                                                                                    26,8
                                                      25
                                                                                                                                                             22,2

                                                      20
                                                                                                                                    15,5
                                                      15


                                                      10
                                                                                                                    7,0
                                                                                                 5,4 5,9
                                                                                    4,5                                                       4,5
                                                       5                      3,4                                                                                                  2000
                                                              2,7 3,5                                         2,4
                                                                                                                              3,3

                                                                                                                                                                                   2010*
                                                       0
                                                              Até 5           5 a -10           10 a -20     20 a -50      50 a -100        100 a -200       500 e +

                                                                               Tamanho do município (1000 habitantes)

                                                           Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares




                                                                                                                                                                                                181
182
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




r io     de   J aneiro




n ão é tarefa simples periodizar o histórico dos homicídios no Rio de Janeiro. Em primeiro lugar,
pelas fortes oscilações facilmente perceptíveis nos dados a seguir, com repentinas e marcadas que-
das e/ou aumentos em curtos lapsos de tempo. Em segundo lugar, pela peculiaridade do estado:
sua região metropolitana (RM) abrange 74% dos homicídios e 73% da população estadual, motivo
pelo qual seu interior tem limitado peso nas estatísticas.
    Essas oscilações podem ser visualizadas na tabela e gráfico RJ1. Contudo, resulta válida a ten-
tativa de periodização a seguir:
    Primeiro período: 1983/1995.
    • Depois de três anos de queda, em 1983 abre-se um período cuja tendência geral é de cresci-
       mento, apesar das fortes oscilações que podem ser observadas no gráfico RJ1.


                       Tabela RJ1. Taxas de Homicídio por Área. Rio de Janeiro 1980/2010*
                              rio de JAneiro                                                      rio de JAneiro 
              BrAsil




                                                                             BrAsil
                                                interior




                                                                                                                    interior
                                  CApitAl




                                                                                                         CApitAl
   Ano                                                        Ano
                                   +rM




                                                                                                          +rM
                       UF




                                                                                           UF




1980          11,7     26,1        29,9         13,6       1996             24,8          60,0            68,6      35,0
1981          12,6     22,0        23,7         16,7       1997             25,4          58,8            67,9      31,9
1982          12,6     18,8        20,2         14,1       1998             25,9          55,3            63,3      31,8
1983          13,8     15,9        15,8         16,1       1999             26,2          52,5            59,2      33,0
1984          15,3     20,8        20,4         22,1       2000             26,7          51,0            56,7      34,3
1985          15,0     21,3        21,4         20,9       2001             27,8          50,5            55,3      36,6
1986          15,3     20,2        19,3         23,0       2002             28,5          56,5            62,9      38,0
1987          16,9     30,9        33,1         24,2       2003             28,9          52,7            58,7      35,4
1988          16,8     24,7        23,6         28,1       2004             27,0          49,2            54,5      33,9
1989          20,3     34,2        34,6         33,2       2005             25,8          46,1            49,4      36,9
1990          22,2     56,1        62,2         37,2       2006             26,3          45,8            50,3      32,9
1991          20,8     39,5        43,0         28,8       2007             25,2          40,1            41,9      35,1
1992          19,1     35,0        36,2         31,3       2008             26,4          34,0            35,0      31,4
1993          20,2     41,0        44,0         32,0       2009             27,0          31,8            32,0      31,5
1994          21,2     48,7        53,2         35,0       2010*            26,2          26,2            26,7      25,0
1995          23,8     61,9        70,6         35,6       Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares




                                                                                                                          183
• As taxas do estado, que em 1983 encontravam-se bem próximas das nacionais, iniciam um
       rápido crescimento, distanciando-se largamente da média do país.

                                                Tabela RJ2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Rio de Janeiro. 1980/2010*
                                                                   1983-1995                          1995-2006                          2006-2010*
                            ÁreA
                                                               % totAl     % Ao Ano               % totAl     % Ao Ano                % totAl    % Ao Ano
BrAsil                                                           73,0               4,7                10,4          0,9                -0,5        -0,1
UF                                                               288,8              12,0           -26,0             -2,7              -42,7        -13,0
CApitAl+rM                                                       345,8              13,3           -28,7             -3,0              -47,0        -14,7
interior**                                                       120,2              6,8                -7,3          -0,7              -24,2        -6,7
Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares


                                                              Gráfico RJ1. Taxas de Homicídio por Área. Rio de Janeiro. 1980/2010*
                                           80


                                                                                                       70,6
                                           70


                                                                                                       61,9
         Taxas de Homicídio (em 100 mil)




                                           60


                                                                                                                                     50,3
                                           50

                                                                                                                            45,8
                                           40
                                                                                                                               32,9
                                                                                                       35,6
                                                                                                                                            26,7
                                                       29,9
                                           30                                                                                           26,2
                                                       26,1
                                                                                                                              26,3          25,0
                                                                                                       23,8
                                           20
                                                  13,6
                                                                                                                                                    Brasil
                                           10          11,7                                                                                         UF
                                                                                                                                                    C + RM
                                                                                                                                                    Interior
                                            0
                                                1980              1985           1990           1995          2000          2005            2010*

                                                 Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares


     • Em 1983 o Brasil ostentava uma taxa de 13,8 homicídios em 100 mil, enquanto a taxa de
       Rio de Janeiro era de 15,9: 16% maior. Já no final do período, a taxa do estado pulou para
       61,9: aumento de 288,8%, o que leva o Rio de Janeiro encabeçar, por vários anos, o ranking
       nacional da violência, com motor-chefe na sua RM, que cresce 345,8%, 13,3% ao ano. Essa
       taxa faz que a RM de Rio de Janeiro também lidere o conjunto das RM do país, com sua
       taxa, em 1995, de 70,6 homicídios em 100 mil habitantes.


184
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil



     • Até 1989 o interior do estado acompanhou de perto o crescimento da RM, mas logo se dis-
       tancia: no interior as taxas estagnam e as da RM continuam seu intenso crescimento. No
       final do período as taxas, que inicialmente – e até 1989 – eram bem próximas, se distanciam
       rapidamente. O interior passa a representar a metade, ou menos, dos índices da RM do estado.
     • Desta forma, se até 1989 ambas as áreas puxavam o crescimento das taxas do estado, a par-
       tir dessa data, e até 1995, o crescimento – e quedas muito bruscas, pouco explicáveis – são
       responsabilidade quase exclusiva dos movimentos na RM.
   Segundo período: 1995/2006. É um período caracterizado por quedas moderadas na RM –
3% ao ano – e uma virtual estagnação nas taxas do interior. Ainda assim, o crescimento negativo
das taxas da UF: 2,7% ao ano, contribuem para uma reaproximação com a média nacional, dado
que o país experimentou um aumento de 0,9% ao ano.
   Terceiro período: 2006/2010*.
   • Em uma fase de taxas estagnadas no âmbito nacional, acontecem quedas aceleradas tanto
       na RM quanto no interior. Isso equipara novamente as taxas do estado com as do país, num
       patamar de 26,2 homicídios em 100 mil habitantes.
     • Contudo, as quedas da RM são bem superiores às do interior, equiparando também ambas
       as áreas quanto níveis de violência.
   As tabelas, gráficos e mapas a seguir permitem verificar as mudanças acontecidas na distri-
buição espacial da violência no Rio de Janeiro. O efeito disseminação parece ter tido aqui uma
incidência bem mais específica do que em outras unidades do país.

        Tabela RJ3. Taxas de homicídio (em100 mil habitantes) por tamanho do município. Rio de Janeiro: 2000-2010*
                                                    hoMiCídios 2000                hoMiCídios 2010*                Δ%          n. MUni-
           tAMAnho do MUniCípio                                                                                    tAxAs
                                                n        tAxAs     %              n      tAxAs     %                            Cípios
de   5 A -10 Mil                                7        13,7        0,1          2         3,6        0,0         -73,4          7
de   10 A -20 Mil                              39        14,8        0,5         45         15,6       1,1          5,3          20
de   20 A -50 Mil                              158       21,7        2,2         168        20,1       4,0         -7,6          28
de   50 A -100 Mil                             227       31,8        3,1         123        14,7       2,9         -53,8         11
de   100 A -200 Mil                            643       46,4        8,8         425        22,2       10,1        -52,2         13
de   200 A -500 Mil                            1362      48,6        18,6        831        26,9       19,8        -44,5          9
500 Mil e MAis.                                4901      58,0        66,8        2599       29,0       62,0        -50,1          4
ToTal                                          7337       51,0       100,0       4193       26,2       100,0       -48,6          92
Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares                                                                                




                                                                                                                                       185
Mapa RJ1. Rio de Janeiro. 2000
         taxa 2000
               0,0
               0,0 --| 10,0
              10,0 --| 26,0
              26,0 --| +




Fonte: SIM/SVS/MS


                                                Mapa RJ2. Rio de Janeiro. 2010*
       taxa 2010*
             0,0
             0,0 --| 10,0
           10,0 --| 26,0
           26,0 --| +




Fonte: SIM/SVS/MS – *2010: Dados Preliminares

186
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil



    Vemos que, com exceção dos 48 municípios – mais da metade – na faixa de 10 a 50 mil habitan-
tes, com poucas mudanças na década, nas restantes faixas as quedas foram equivalentes: em torno
de 50%, reduzindo as taxas praticamente pela metade. Esse movimento de redução, homogêneo
nas cidades de maior porte do estado, originou um grande nivelamento nas taxas das diferentes
faixas de população dos municípios do estado, como é possível observar no gráfico RJ2.

  Gráfico RJ2. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Rio de Janeiro: 2000-2010*
                                           70
         Taxas de Homicídio (em 100 mil)




                                                                                                                                     58,0
                                           60

                                                                                                                       48,6
                                           50                                                            46,4

                                           40
                                                                                           31,8
                                                                                                                                            29,0
                                           30                                                                                 26,9
                                                                             21,7 20,1                          22,2
                                           20
                                                 13,7          14,8 15,6                          14,7

                                           10                                                                                                      2000
                                                        3,6
                                                                                                                                                   2010*
                                            0
                                                 5 a -10       10 a -20      20 a -50     50 a -100 100 a -200 200 a -500            500 e +

                                                                 Tamanho do município (1000 habitantes)
                                                Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares




                                                                                                                                                           187
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Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




r io G rande           do     n or te




d urante longos anos o estado manteve-se embaixo da linha considerada crítica dos 10 homi-
cídios em 100 mil habitantes. Recém em 2001 ultrapassa esse patamar, e a partir desse ponto
ingressa numa crescente espiral de violência. Nessa evolução estadual, dá para identificar, como
mínimo, duas etapas:
   Primeiro período: 1980/2004. As taxas do estado, que já eram mais baixas que as nacionais,
crescem de forma mais lenta ao longo do período, ficando mais distantes ainda da média do país.
Se o índice nacional cresceu 131,1%, o estadual só 31,4%, e isto impulsionado exclusivamente
pelos municípios do interior, cujos índices no final do período praticamente se equiparam aos
da região metropolitana (RM) de Natal. O Rio Grande do Norte, no final do período, com 11,7
homicídios em 100 mil habitantes, tem a segunda menor taxa do país.

                     Tabela RN1. Taxas de Homicídio por Área. Rio Grande do Norte. 1980/2010*
                                                                                                           
            BrAsil




                                                                           BrAsil
                                               interior




                                                                                                                  interior
                                   CApitAl




  Ano                                                        Ano                                        CApitAl
                                    +rM




                                                                                                         +rM
                        UF




                                                                                          UF




1980        11,7        8,9         17,2        5,1       1996             24,8           9,3            13,9     6,4
1981        12,6        8,8         16,9        5,0       1997             25,4           9,1            15,0     5,4
1982        12,6        9,9         18,5        5,7       1998             25,9           8,5            13,5     5,3
1983        13,8        8,5         14,5        5,5       1999             26,2           8,5            8,6      8,5
1984        15,3        6,4         9,8         4,6       2000             26,7           9,0            10,1     8,3
1985        15,0        6,0         7,7         5,2       2001             27,8          11,2            14,1     9,3
1986        15,3        4,7         7,0         3,5       2002             28,5          10,6            12,4     9,3
1987        16,9        6,8         11,7        4,1       2003             28,9          14,2            17,5     11,8
1988        16,8        8,7         11,7        7,1       2004             27,0          11,7            13,1     10,7
1989        20,3       10,1         15,2        7,3       2005             25,8          13,6            16,2     11,7
1990        22,2        8,6         13,6        5,8       2006             26,3          14,8            17,8     12,6
1991        20,8        9,1         13,1        6,9       2007             25,2          19,3            23,8     15,9
1992        19,1        8,1         9,9         7,1       2008             26,4          23,2            30,2     18,2
1993        20,2        9,7         13,4        7,6       2009             27,0          25,2            34,1     18,8
1994        21,2        8,2         11,7        6,1       2010*            26,2          22,9            27,1     19,9
1995        23,8        9,6         14,3        6,9       Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares




                                                                                                                             189
Segundo período: 2004/2010*. As taxas do estado crescem com um ritmo muito acelerado,
encostando praticamente na média nacional no final do período. A queda observada no ano 2010
na RM de Natal pode ser atribuída, com certo grau de probabilidade, ao caráter ainda preliminar
dos dados desse ano. De toda forma, com os dados disponíveis, vai ser a RM a que vai incentivar
o elevado ritmo de crescimento do estado, apesar do interior apresentar também índices muito
elevados. Na região metropolitana destacam-se, pelo elevado crescimento da violência, os mu-
nicípios de Natal, São Gonçalo do Amarante e Macaíba, assim como Mossoró, segundo maior
município do estado, fora já da RM.

                                             Tabela RN2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Rio Grande do Norte. 1980/2010*
                                                                                 1980-2004                                   2004-2010*
                                             ÁreA
                                                                           % totAl         % Ao Ano                    % totAl          % Ao Ano
 BrAsil                                                                      131,1                  3,6                    -3,1              -0,5
 UF                                                                           31,4                  1,1                    96,2              11,9
 CApitAl+rM                                                                  -23,7                  -1,1                   106,1             12,8
 interior                                                                    110,5                  3,1                    86,4              10,9

 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares



                                                            Gráfico RN1. Taxas de Homicídio por Área. Rio Grande do Norte. 1980/2010*
                                        35



                                        30
                                                                                                                    28,9
                                                                                                                                   27,1
      Taxas de Homicídio (em 100 mil)




                                                                                                                                   26,2
                                        25

                                                                                                                                   22,9

                                        20
                                                17,2                                                                                19,9


                                        15
                                                                                                                    13,1
                                                                                                                      11,7
                                                     11,7
                                                                                                                       10,7
                                        10
                                               8,9

                                                                                                                                            Brasil
                                         5
                                                5,1                                                                                         UF
                                                                                                                                            C + RM
                                                                                                                                            Interior
                                         0
                                             1980              1985         1990         1995          2000         2005            2010*

Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares



190
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil



        Os mapas, tabelas e gráficos a seguir, centrados na década 2000/2010, permitirão visuali-
zar melhor as mudanças acontecidas no período:
   • Se no ano 2000 o estado tinha ainda 100 de seus 166 municípios – 60% – sem registro de
      homicídios, para o ano 2010 esse número cai para 79 – 47%.


                                 Mapa RN1. Rio Grande do Norte. 2000
       taxa 2000
             0,0
             0,0 --| 10,0
            10,0 --| 26,0
            26,0 --| +




Fonte: SIM/SVS/MS




                                                                                             191
Mapa RN2. Rio Grande do Norte. 2010*
      taxa 2010*
           0,0
           0,0 --| 10,0
          10,0 --| 26,0
          26,0 --| +




Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares


    • Também fica visível o aumento das manchas obscuras no estado. O número de municípios
      acima da média nacional mais que duplica, passa de 15 para 32.
    • Na tabela RN3 podemos verificar que o crescimento aconteceu, em maior ou menor medi-
      da, em todas as faixas de tamanho, mas destacam-se:
         - O único município com mais de 500 mil habitantes, a capital Natal.
         - Os dois municípios de 200 até 500 mil habitantes, Mossoró e, em menor medida, Parnamirim.
         - Os municípios entre 50 e 100 mil habitantes, destacando-se São Gonçalo do Amarante
           pelas elevadas taxas.
         - Também um grupo de cidades de pequeno porte, entre 5 e 10 mil habitantes, com cresci-
           mento e taxas muito preocupantes.




192
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




   Tabela RN3. Taxas de homicídio (em100 mil habitantes) por tamanho do município. Rio Grande do Norte: 2000-2010*
                                                                          hoMiCídios 2000                         hoMiCídios 2010*               Δ%              n. MUni-
      tAMAnho do MUniCípio                                                                                                                       tAxAs
                                                                  n         tAxAs         %                 n         tAxAs        %                              Cípios
 Até 5 Mil hABitAntes                                             13           7,8            5,2           21          11,8            2,9      51,4              51
 de   5 A -10 Mil                                                 12           3,5            4,8           32           9,1            4,4      156,9             50
 de   10 A -20 Mil                                                36           8,1            14,3          73          15,1           10,0      84,8              39
 de   20 A -50 Mil                                                41           8,4            16,3          87          16,0           12,0      89,1              19
 de   50 A -100 Mil                                               27           9,3            10,8          79          23,2           10,9      150,1              5
 de   200 A -500 Mil                                              48           14,2           19,1         175          37,9           24,1      167,0              2
 500 Mil e MAis.                                                  74           10,4           29,5         260          32,3           35,8      211,4              1
 ToTal                                                            251          9,0           100,0         727          22,9           100,0     153,9             167
 Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares


 Gráfico RN2. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Rio Grande do Norte: 2000-2010*
                                                40
                                                                                                                               37,9
              Taxas de Homicídio (em 100 mil)




                                                35
                                                                                                                                          32,3

                                                30

                                                25                                                               23,2

                                                20
                                                                                                   16,0
                                                                                      15,1                              14,2
                                                15
                                                           11,8
                                                                         9,1                 8,4           9,3                        10,4
                                                10   7,8                        8,1

                                                 5                 3,5
                                                                                                                                                         2000
                                                                                                                                                         2010*
                                                 0
                                                     Até 5        5 a -10      10 a -20      20 a -50     50 a -100 200 a -500        500 e +

                                                                   Tamanho do município (1000 habitantes)


Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares




                                                                                                                                                                         193
194
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




r io G rande          do     s ul




d esconsiderando algumas breves, mas intensas oscilações, não se percebem marcadas rupturas
ou deslocamentos na evolução das taxas do estado. Aparece como um processo relativamente
contínuo e incremental no tempo. Correndo ao longo das três décadas de forma paralela e pouco
embaixo das taxas nacionais, o estado configurou meandros bem semelhantes aos do país, mas
sempre com taxas menores.

                     Tabela RS1. Taxas de Homicídio por Área. Rio Grande do Sul. 1980/2010*
                                                                                                           
            BrAsil




                                                                           BrAsil
                                              interior




                                                                                                                  interior
                                 CApitAl




                                                                                                        CApitAl
  Ano                                                        Ano
                                  +rM




                                                                                                         +rM
                      UF




                                                                                         UF
1980        11,7      8,1         6,5          8,9        1996             24,8          15,2            23,6     10,6
1981        12,6      8,3         8,3          8,3        1997             25,4          16,7            25,4     11,9
1982        12,6      8,6         9,1          8,3        1998             25,9          15,3            23,0     11,1
1983        13,8      8,1         7,6          8,3        1999             26,2          15,3            22,9     11,0
1984        15,3      8,2         5,5          9,6        2000             26,7          16,3            26,9     10,2
1985        15,0      8,0         6,2          8,9        2001             27,8          17,9            26,6     12,9
1986        15,3      9,0         7,9          9,6        2002             28,5          18,3            28,2     12,6
1987        16,9      9,5         8,6          9,9        2003             28,9          18,1            28,2     12,1
1988        16,8      12,4        14,2        11,5        2004             27,0          18,5            29,0     12,3
1989        20,3      17,5        22,6        14,8        2005             25,8          18,6            28,5     12,7
1990        22,2      18,7        25,6        15,0        2006             26,3          17,9            26,9     12,5
1991        20,8      18,4        24,8        15,0        2007             25,2          19,6            32,8     11,7
1992        19,1      16,9        23,4        13,4        2008             26,4          21,8            36,8     12,9
1993        20,2      12,5        15,8        10,6        2009             27,0          20,7            33,0     13,4
1994        21,2      14,0        20,4        10,6        2010*            26,2          19,3            29,6     13,2
1995        23,8      14,9        21,9        11,1        Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares




                                                                                                                             195
Tabela RS2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Rio Grande do Sul. 1980/2010*
                                                                                                                   1980-2010*
                                                     ÁreA
                                                                                                   % totAl                            % Ao Ano
 BrAsil                                                                                             124,0                                   2,7
 UF                                                                                                 137,1                                   2,9
 CApitAl+rM                                                                                         353,8                                   5,2
 interior                                                                                            48,7                                   1,3

 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares



                                                           Gráfico RS1. Taxas de Homicídio por Área. Rio Grande do Sul. 1980/2010*
                                              40



                                              35
            Taxas de Homicídio (em 100 mil)




                                              30
                                                                                                                                     29,6

                                              25                                                                                     26,2


                                              20
                                                                                                                                     19,3

                                              15
                                                   11,7
                                                                                                                                     13,2
                                              10    8,9
                                                       8,1
                                                                                                                                                  Brasil
                                               5     6,5                                                                                          UF
                                                                                                                                                  C + RM
                                                                                                                                                  Interior
                                               0
                                                1980             1985         1990          1995            2000        2005         2010*


Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares


         Pelos mapas e quadros a seguir vemos que:
      • Entre 2000 e 2010 diminuem os municípios sem registro de homicídios – o número cai de
        312 para 279 – e praticamente duplica o número de municípios com taxas acima da média
        nacional – acima de 26 homicídios em 100 mil habitantes.
      • Em geral, o tamanho do município continua altamente associado com a probabilidade de
        homicídio.



196
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




      Tabela RS3. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) por tamanho do município. Rio Grande do Sul: 2000-2010*
                                                 hoMiCídios 2000                 hoMiCídios 2010*       Δ%      n. MUni-
      tAMAnho do MUniCípio                 n          tAxAs      %          n          tAxAs      %     tAxAs    Cípios
 Até 5 Mil hABitAntes                      33          5,1       2,0        59           8,7    2,9     69,3      227
 de   5 A -10 Mil                          43          5,9       2,6        60           8,5    2,9     45,0      104
 de   10 A -20 Mil                         79          9,0       4,8        76           8,4    3,7     -7,4      65
 de   20 A -50 Mil                        152          9,4       9,1       208           11,9   10,1    26,7      58
 de   50 A -100 Mil                       243         14,9      14,6       256           15,4   12,4     3,4      24
 de   100 A -200 Mil                      200         16,5      12,0       304           23,5   14,8    42,5       9
 de   200 A -500 Mil                      378         17,8      22,7       580           25,3   28,1    41,8       8
 500 Mil e MAis.                          534         39,2      32,1       518           36,8   25,1    -6,4       1
 ToTal                                    1662        16,3      100,0      2061          19,3   100,0    18,1     496

 Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares


                                                     Mapa RS1. Rio Grande do Sul. 2000




         taxa 2000
               0,0
               0,0 --| 10,0
              10,0 --| 26,0
              26,0 --| +


Fonte: SIM/SVS/MS



                                                                                                                        197
Mapa RS2. Rio Grande do Sul. 2010*




   taxa 2010*
         0,0
         0,0 --| 10,0
        10,0 --| 26,0
        26,0 --| +




Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares




198
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




Gráfico RS2. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Rio Grande do Sul: 2000-2010*
            Taxas de Homicídio (em 100 mil)   45
                                                                                                                                            39,2
                                              40
                                                                                                                                                   36,8
                                              35

                                              30
                                                                                                                                     25,3
                                              25                                                                       23,5

                                              20                                                                              17,8
                                                                                                                16,5
                                                                                                    14,9 15,4
                                              15
                                                                                             11,9
                                                                            9,0 8,4    9,4
                                              10         8,7         8,5
                                                   5,1         5,9
                                               5                                                                                                          2000
                                                                                                                                                          2010*
                                               0
                                                   Até 5       5 a -10     10 a -20   20 a -50      50 a -100 100 a -200 200 a -500 500 e +

                                                                     Tamanho do município (1000 habitantes)

Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares




                                                                                                                                                                  199
200
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




r ondônia




p roblemas técnicos com os dados do estado levaram a trabalhar só com as informações da últi-
ma década. As informações encontram-se nas tabelas e gráficos a seguir.
    As taxas do estado permaneceram praticamente estagnadas se considerarmos os anos extre-
mos da década 2000/2010, mas aconteceram diversas oscilações, principalmente em sua capital,
Porto Velho1. Se as taxas estaduais permaneceram estagnadas, as da capital tiveram uma queda
moderada de 2% ao ano, enquanto o interior cresceu 1,4%.
    Com esses ritmos, as largas diferenças entre ambas vão ficando bem menores. Em 2000 a capital
tinha uma taxa de 61 homicídios em 100 mil habitantes e o interior de 25,1, o que representa uma
diferença de 143,2%. Já em 2010, com 49,7 e 28,9 respectivamente, essa diferença cai pela metade:
agora as taxas da capital são 71,8% maiores, com uma linha tendencial de encurtar mais ainda.

                                  Tabela RO1. Taxas de Homicídio por Área. Rondônia. 2000/2010*
                                                                                rondôniA
           Ano                       BrAsil
                                                             UF                 CApitAl+rM        interior
 2000                                 26,7                   33,8                   61,0            25,1
 2001                                 27,8                   40,1                   66,9            31,5
 2002                                 28,5                   42,3                   63,2            35,6
 2003                                 28,9                   38,4                   51,1            34,3
 2004                                 27,0                   38,0                   71,4            27,2
 2005                                 25,8                   36,0                   56,4            29,4
 2006                                 26,3                   37,7                   68,5            27,8
 2007                                 25,2                   27,4                   51,3            19,6
 2008                                 26,4                   32,1                   46,9            27,1
 2009                                 27,0                   35,1                   46,1            31,1
 2010*                                26,2                   34,6                   49,7            28,9
 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares


    Ao longo da década as taxas do estado sempre estiveram acima dos índices nacionais, fina-
lizando a década com 34,6 homicídios em 100 mil habitantes, o que coloca Rondônia entre os 8
estados mais violentos do Brasil e sua capital, apesar das quedas, em 9º lugar.


1.   Rondônia não possui região metropolitana (RM), a categoria Capital+RM representa aqui só Porto Velho.


                                                                                                             201
Gráfico RO1. Taxas de Homicídio por Área. Rondônia. 2000/2010*
                                            80



                                            70


                                                     61,0
          Taxas de Homicídio (em 100 mil)




                                            60


                                                                                                                              49,7
                                            50



                                            40
                                                                                                                              34,6
                                                         33,8
                                                                                                                              28,9
                                            30

                                                       26,7                                                                   26,2
                                                      25,1                                                                                  Brasil
                                            20                                                                                              UF
                                                                                                                                            C + RM
                                                                                                                                            Interior
                                            10
                                                  2000            2002           2004           2006           2008          2010*



Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares


                                                 Tabela RO2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Rondônia. 2000/2010*
                                                                                                           2000-2010*
                                                   ÁreA
                                                                                            % totAl                           % Ao Ano
 BrAsil                                                                                        -2,0                                  -0,2
 UF                                                                                            2,5                                   0,2
 CApitAl+rM                                                                                   -18,5                                  -2,0
 interior                                                                                      15,4                                  1,4
 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares


      Os mapas e quadros a seguir permitirão um melhor detalhamento da evolução na década:
      • Na década, diminuíram de 13 para 9 os municípios sem registro de homicídios e aumentaram
         de 16 para 25, praticamente a metade, os municípios com taxas acima da média nacional.
      • Os dois municípios mais populosos do estado apresentam significativas quedas na década:
        sua capital, Porto Velho, acima comentada e Ji-Paraná, cujas taxas, já baixas em 2000, zeram
        em 2010.


202
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




                                Mapa RO1. Rondônia. 2000




      taxa 2000
            0,0
            0,0 --| 10,0
           10,0 --| 26,0
           26,0 --| +




Fonte: SIM/SVS/MS.




                                                                            203
Mapa RO2. Rondônia. 2010*




      taxa 2010*
            0,0
            0,0 --| 10,0
           10,0 --| 26,0
           26,0 --| +


Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares


   O maior crescimento pode ser observado em municípios de porte médio para baixo, na faixa
de 10 a 50 mil habitantes. Aqui, pela virulência de suas taxas, são destacadas: Buritis, Alto Paraíso,
Cajubim e Campo Novo de Rondônia, todas com índices superiores aos 75 homicídios em 100 mil
habitantes no ano 2010.




204
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




          Tabela RO3. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) por tamanho do município. Rondônia: 2000-2010*
                                                                        hoMiCídios 2000                          hoMiCídios 2010*                Δ%              n. MUni-
      tAMAnho do MUniCípio                                                                                                                       tAxAs
                                                                  n       tAxAs         %                   n        tAxAs        %                               Cípios
 Até 5 Mil hABitAntes                                             0           0,0            0,0            7         31,2          1,3            –                6
 de   5 A -10 Mil                                                 13          16,2           2,8            13        16,7          2,4           3,2              10
 de   10 A -20 Mil                                                69          27,0          14,8            87        31,9          16,1         18,4              19
 de   20 A -50 Mil                                                57          20,6          12,2           104        35,0          19,2         69,9              10
 de   50 A -100 Mil                                               98          32,4          21,0           117        33,6          21,6          3,9               5
 de   100 A -200 Mil                                              25          23,4           5,4            0         0,0           0,0          -100,0             1
 de   200 A -500 Mil                                              204         61,0          43,8           213        49,7          39,4         -18,5              1
 ToTal                                                            466         33,8          100,0          541        34,6          100,0         2,5               52

 Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares



       Gráfico RO2. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Rondônia: 2000-2010*

                                                70
              Taxas de Homicídio (em 100 mil)




                                                                                                                                   61,0
                                                60

                                                                                                                                          49,7
                                                50

                                                40
                                                                                                   35,0
                                                           31,2                      31,9                 32,4 33,6
                                                                              27,0
                                                30
                                                                                                                      23,4
                                                                                            20,6
                                                20                16,2 16,7

                                                10                                                                                                       2000
                                                     0,0                                                                     0,0                         2010*
                                                 0
                                                      Até 5       5 a -10      10 a -20     20 a -50      50 a -100 100 a -200 200 a -500

                                                                   Tamanho do município (1000 habitantes)

Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares




                                                                                                                                                                         205
206
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




r oraiMa




   Segundo o censo de 2010, a Capital, Boa Vista, concentrava quase 2/3 da população total do
estado. Por tal motivo, as taxas estaduais ficam na dependência dos movimentos de sua capital.
   Podemos estabelecer três fases na evolução dessas taxas:
   Primeiro período: 1980/1999. Nesse primeiro período as taxas do estado crescem de forma
mais acelerada que as nacionais – 7,8 e 4,3% ao ano respectivamente. Assim as taxas do estado, que
inicialmente já eram levemente superiores às nacionais, distanciam-se decididamente – 57,7 e 26,2
homicídios em 100 mil habitantes respectivamente. Pelos motivos acima comentados, as taxas do
estado vão acompanhar de perto as da capital, mas vão ser os municípios do interior que maior
crescimento evidenciam: 9,7% ao ano. Esse ritmo leva ao interior, no final do período, a superar
com boa folga as taxas da capital.

                       Tabela RR1. Taxas de Homicídio por Área. Roraima. 1980/2010*
                                                                                                        
            BrAsil




                                                                         BrAsil
                                            interior




                                                                                                                interior
                               CApitAl




                                                                                                      CApitAl
   Ano                                                     Ano
                                +rM




                                                                                                       +rM
                     UF




                                                                                       UF




1980        11,7     13,9       16,4         0,0        1996             24,8          43,3            50,1     29,4
1981        12,6     17,8       20,4        12,9        1997             25,4          35,4            34,6     36,6
1982        12,6     27,2       34,1        14,1        1998             25,9          50,6            51,5     49,1
1983        13,8     16,4       19,7        10,1        1999             26,2          57,7            51,4     68,2
1984        15,3     13,2       15,3         9,1        2000             26,7          39,5            40,4     38,0
1985        15,0     8,4        10,7         4,1        2001             27,8          31,7            32,1     31,1
1986        15,3     7,7        11,7         0,0        2002             28,5          34,9            38,2     29,5
1987        16,9     4,2         5,4         1,8        2003             28,9          29,7            33,0     24,2
1988        16,8     38,3       52,0        11,5        2004             27,0          22,6            21,5     24,2
1989        20,3     57,2       77,0        18,5        2005             25,8          24,0            23,1     25,5
1990        22,2     61,3       85,1        14,5        2006             26,3          27,3            22,0     35,8
1991        20,8     36,3       42,3        24,5        2007             25,2          27,9            25,7     31,6
1992        19,1     43,1       43,2        42,8        2008             26,4          25,4            24,9     26,3
1993        20,2     29,9       35,0        19,7        2009             27,0          27,1            26,8     27,7
1994        21,2     31,0       37,7        17,7        2010*            26,2          27,3            28,5     25,3
1995        23,8     33,6       40,2        20,4        Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares




                                                                                                                      207
Segundo período: 1999/2004. As taxas estaduais caem de forma muito acelerada – 17,1% ao
ano – enquanto as do país continuam ainda em sua fase de crescimento: 0,6% ao ano. Esse diferen-
cial faz que para 2004 as taxas do estado voltem a estar embaixo da média nacional, que nesse ano
era de 27 homicídios em 100 mil habitantes, e as de Roraima 22,6 em 100 mil. No final do período,
as taxas do interior ainda superam as de Boa Vista.
    Terceiro período: 2004/2010*. As taxas do estado apresentam um moderado incremento –
3,2% ao ano – numa fase de queda leve das taxas nacionais: 0,5% ao ano. Com isso, as taxas do
estado voltam a se equiparar com as nacionais, mas levemente acima das mesmas. Aqui vai ser a
região metropolitana (RM) a que comanda o aumento, com uma quase estagnação das taxas do
interior. De toda forma, para 2010, Capital e Interior ficam com taxas muito próximas: 28,5 e 25,3
homicídios em 100 mil habitantes respectivamente.

                                                      Tabela RR2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Roraima. 1980/2010*
                                                                     1980-1999                              1999-2004                           2004-2010*
           ÁreA
                                                                 % totAl     % Ao Ano                   % totAl     % Ao Ano                 % totAl    % Ao Ano
BrAsil                                                            124,0                 4,3               3,2                    0,6               -3,1              -0,5
UF                                                                315,0                 7,8              -60,9                   -17,1             21,0              3,2
CApitAl+rM                                                        213,4                 6,2              -58,1                   -16,0             32,3              4,8
interior                                                          429,1                 9,7              -64,4                   -18,7              4,2              0,7

Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares


                                                                  Gráfico RR1. Taxas de Homicídio por Área. Roraima. 1980/2010*
                                             90


                                             80


                                             70
           Taxas de Homicídio (em 100 mil)




                                                                                                                 68,2

                                             60
                                                                                                                 57,7

                                                                                                                   51,4
                                             50


                                             40

                                                                                                                                            28,5
                                             30                                                                                  21,5     27,3

                                                                                                                          24,2            26,2
                                                   16,4                                                     26,2
                                                                                                                                   22,6      25,3
                                             20
                                                       13,9                                                                                               Brasil
                                                          11,7                                                                                            UF
                                             10
                                                                                                                                                          C + RM
                                                      0,0                                                                                                 Interior
                                              0
                                                  1980           1985            1990            1995           2000             2005       2010*
                                                  Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares

208
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




                                 Mapa RR1. Roraima. 2000




        taxa 2000
              0,0
              0,0 --| 10,0
             10,0 --| 26,0
             26,0 --| +


Fonte: SIM/SVS/MS




                                                                            209
Mapa RR2. Roraima. 2010*




        taxa 2010*
              0,0
               0,0 --| 10,0
             10,0 --| 26,0
             26,0 --| +




Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares


   Os mapas acima incluídos e os quadros a seguir permitem uma melhor compreensão das mu-
danças acontecidas na última década:
   • Nos mapas, pode ser observado um deslocamento dos polos de violência no estado:
         - Municípios da fronteira sul do estado, que em 2000 estavam embaixo da média nacional –
           Rorainópolis e São João da Baliza – ou não registraram homicídios – São Luiz e Caroebe
           – registram severos incrementos, e três deles superam a média nacional, com destaque para
           Rorainópolis que em 2010 supera a marca dos 45 homicídios em 100 mil habitantes. Aliás,
           esses são os únicos municípios do estado que em 2000 estariam embaixo da média nacional.

210
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil



           - Em 2010 o panorama aparece mais matizado. Sete municípios com taxas acima de 26
             homicídios em 100 mil habitantes, seis entre 10 e 26, e dois sem registro de homicídios.
           - Pela tabela RR3 e gráfico RR2 podemos verificar que a única faixa que cresceu no estado
             foi a de 20 a 50 mil habitantes, com uma única presença: a do município de Rorainópolis.
           - De qualquer forma, a capital do estado continua em seu papel de principal produtor de
             homicídios do estado, responsável por exatos 2/3 dos quantitativos em 2010.

           Tabela RR3. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) por tamanho do município. Roraima: 2000-2010*
                                                                     hoMiCídios 2000                       hoMiCídios 2010*             Δ%              n. MUni-
   tAMAnho do MUniCípio                                                                                                                 tAxAs
                                                              n         tAxAs        %                 n       tAxAs        %                            Cípios
 de   5 A -10 Mil                                            12          31,5            9,4       11           19,3             8,9    -38,7              7
 de   10 A -20 Mil                                           34          49,8            26,6      20           23,6            16,3    -52,7              6
 de   20 A -50 Mil                                            1          5,7             0,8       11           45,3             8,9    688,0              1
 de   200 A -500 Mil                                         81          40,4            63,3      81           28,5            65,9    -29,5              1
 ToTal                                                       128         39,5            100,0     123          27,3            100,0   -30,8              15

 Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares




        Gráfico RR2. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Roraima: 2000-2010*
                                                55
                                                                           49,8
                                                50
              Taxas de Homicídio (em 100 mil)




                                                                                                       45,3
                                                45
                                                                                                                        40,4
                                                40

                                                35   31,5
                                                                                                                               28,5
                                                30
                                                                                  23,6
                                                25
                                                            19,3
                                                20

                                                15

                                                10
                                                                                                 5,7                                            2000
                                                 5
                                                                                                                                                2010*
                                                 0
                                                     5 a -10                10 a -20             20 a -50              200 a -500

                                                                   Tamanho do município (1000 habitantes)

Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares




                                                                                                                                                                211
212
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




s anta c atarina




e m diversos períodos de sua história recente, como nos anos 2004 a 2007, Santa Catarina mos-
trou as menores taxas de homicídio do país e, paralelamente, elevados índices de desenvolvimento
humano. Oscilando nas décadas finais do século passado entre 6 e 8 homicídios em 100 habitan-
tes, o crescimento para 12,9 homicídios em 100 mil perto do ano 2010 não tirou o estado dessa
situação, pelo contrário, o reafirmou mais ainda. É que os índices dos outros estados do país cres-
ceram ainda mais, nesse processo que chamamos, nos capítulos iniciais, de efeito disseminação.
         Pelos dados do estado podemos distinguir duas grandes etapas:
    Primeiro período: 1980/2000. Duas décadas completas de extrema regularidade e equilíbrio,
onde as taxas das regiões metropolitanas (RM) do estado e as do interior ficam praticamente es-
tagnadas, numa fase onde as taxas nacionais crescem de forma relativamente acelerada: 4,2% ao
ano. Disto resulta um progressivo distanciamento do estado dos níveis de violência do país, de
forma que no ano 2000 a taxa catarinense representa 1/3 da nacional. O débil crescimento das RM
faz que ambas as taxas – RM e Interior – fiquem praticamente equivalentes no final do período,
em um patamar próximo de 8 homicídios em 100 mil habitantes.

                      Tabela SC1. Taxas de Homicídio por Área. Santa Catarina. 1980/2010*
                                                                                                        
             BrAsil




                                                                         BrAsil
                                            interior




                                                                                                               interior
                                CApitAl




                                                                                                     CApitAl



   Ano                                                    Ano
                                 +rM




                                                                                                      +rM
                      UF




                                                                                       UF




1980        11,7      6,7        4,6         7,8       1996             24,8           8,3            8,0      8,5
1981        12,6      7,3        5,2         8,4       1997             25,4           8,4            8,7      8,1
1982        12,6      7,0        3,8         8,8       1998             25,9           7,9            7,1      8,5
1983        13,8      8,3        5,8         9,7       1999             26,2           7,5            6,8      8,0
1984        15,3      7,4        5,7         8,4       2000             26,7           7,9            7,6      8,1
1985        15,0      6,5        4,0         7,9       2001             27,8           8,4            9,6      7,6
1986        15,3      5,7        5,0         6,2       2002             28,5           10,3           12,4     8,7
1987        16,9      7,0        4,7         8,4       2003             28,9           11,6           13,5     10,2
1988        16,8      7,5        5,4         8,7       2004             27,0           11,1           13,6      9,2
1989        20,3      8,0        7,9         8,0       2005             25,8           10,5           13,0      8,5
1990        22,2      8,4        7,6         8,9       2006             26,3           11,0           13,2      9,2
1991        20,8      7,8        6,4         8,7       2007             25,2           10,4           12,4      8,9
1992        19,1      7,5        6,7         8,1       2008             26,4           13,0           17,1      9,9
1993        20,2      7,6        6,4         8,4       2009             27,0           13,0           17,5      9,4
1994        21,2      7,1        6,7         7,3       2010*            26,2           12,9           16,9      9,6
1995        23,8      8,4        7,5         8,9       Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares


                                                                                                                          213
Tabela SC2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Santa Catarina. 1980/2010*
                                                                                   1980-2000                                        2000-2010*
                                             ÁreA
                                                                             % totAl         % Ao Ano                         % totAl          % Ao Ano
BrAsil                                                                         128,6                      4,2                  -2,0              -0,2
UF                                                                              17,9                      0,8                  63,1              5,0
CApitAl+rM                                                                      64,6                      2,5                  121,1             8,3
interior                                                                         4,0                      0,2                  18,9              1,7
Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares

   Segundo período: 2000/2010*. As taxas do estado iniciam um processo de crescimento acele-
rado – 5% ao ano, fortemente impulsionado pela elevação dos homicídios nas RM, onde o ritmo é
de 8,3% ao ano. Já o crescimento do interior fica relativamente modesto: 1,7% ao ano.

                                                              Gráfico SC1. Taxas de Homicídio por Área. Santa Catarina. 1980/2010*
                                               35



                                               30
           Taxas de Homicídio (em 100 mil)




                                                                                                                       26,7
                                               25                                                                                       26,2



                                               20


                                                                                                                                        16,9
                                               15


                                                            11,7                                                                        12,9
                                               10                                                               8,1
                                                      7,8                                                                                9,6

                                                        6,7                                                     7,6
                                                5                                                                                                 Brasil
                                                       4,6                                                                                        UF
                                                                                                                                                  C + RM
                                                                                                                                                  Interior
                                                0
                                                    1980            1985               1990        1995         2000          2005      2010*


                                                    Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares




214
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil



    Dado o intenso processo de criação de regiões metropolitanas acontecido no estado a partir
de 1998, resulta interessante aprofundar sobre o comportamento dessas novas metrópoles. Como
foi esclarecido no capítulo inicial, não consideraremos os colares metropolitanos, as aglomerações
e as áreas de expansão de regiões metropolitanas, por não reunir, por definição, a totalidade dos
requisitos para sua constituição como RM. Ainda assim, sem tomar em conta essas proto-metró-
poles, o estado criou 6 RM:
    • Quatro em 1998: RM de Florianópolis, RM da Foz do Rio Itajaí, RM do Norte/Nordeste
       Catarinense e RM do Vale do Rio Itajaí.
   • Duas em 2002: RM Carbonífera e RM de Tubarão.
   Todas elas foram extintas em 2007, mas reconstituídas em 2010.

                      Tabela SC3. Taxas de homicídio (em 100 mil) das RM de Santa Catarina. 2000/2010*
          ÁreA               2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009                                  2010*
sAntA CAtArinA                 7,9        8,4   10,3   11,6   11,1    10,5     11,0    10,4     13,0     13,0    12,9

rM FloriAnópolis               8,9       12,3   17,8   22,5   23,5    20,7     18,4    16,3     19,4     19,1    18,5

rM VAle do itAjAí              2,8        5,9   4,8    6,8     1,6     5,8     4,1      7,5     8,0      8,2     9,0

rM norte/nordeste              10,4       8,6   10,4   7,9    11,3     9,4     12,2    13,1     17,5     17,4    16,1

rM Foz rio itAjAí              10,0      15,7   20,0   14,9   19,8    18,9     21,2    19,4     31,5     34,2    29,1

rM CArBoníFerA                 5,2        4,8   7,0    10,9    4,9     6,0     7,4      3,4     9,6      7,7     10,3

rM tUBArão                     5,9        4,2   5,8    4,1     5,7     3,2     6,2      2,3     6,3      11,7    14,7

Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares




                                                                                                                   215
Brasil             Brasil

                                                                                         UF                 UF

                                                                                         C + RM             C+RM

                                                                                         Interior            Int.




                                                       Gráfico SC2. Taxas (em 100 mil) das RM de Santa Catarina 2000/2010*
                                               40


                                               35


                                               30
             Taxas de Homicídio (em 100 mil)




                                                                                                                                    29,1

                                               25


                                               20                                                                                   18,5
                                                                                                                                    16,1
                                               15
                                                                                                                                    14,7
                                                                                                                                    12,9
                                                                                                                                    10,3
                                               10
                                                                                                                                     9,0

                                               5


                                               0
                                                    2000   2001   2002   2003    2004   2005        2006   2007      2008   2009   2010
   Santa Catarina                                    7,9    8,4   10,3   11,6    11,1   10,5        11,0   10,4      13,0   13,0   12,9
   RM Florianópolis                                  8,9   12,3   17,8   22,5    23,5   20,7        18,4   16,3      19,4   19,1   18,5
   RM Vale do Itajaí                                 2,8    5,9    4,8    6,8     1,6    5,8         4,1    7,5       8,0    8,2    9,0
   RM Norte/Nordeste                                10,4    8,6   10,4    7,9    11,3    9,4        12,2   13,1      17,5   17,4   16,1
   RM Foz Rio Itajaí                                10,0   15,7   20,0   14,9    19,8   18,9        21,2   19,4      31,5   34,2   29,1
   RM Carbonífera                                    5,2    4,8    7,0   10,9     4,9    6,0         7,4    3,4       9,6    7,7   10,3
   RM Tubarão                                        5,9    4,2    5,8    4,1     5,7    3,2         6,2    2,3       6,3   11,7   14,7


Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares


    Vemos que, realmente, as novas RM contribuem para o incremento:
    • Todas elas evidenciam crescimento a partir do ano de 2007.
    • Só uma RM ultrapassa a média nacional de 26 homicídios em 100 mil habitantes: a RM de
      Foz do Rio Itajaí.
    • A referida, junto com a Norte/Nordeste, a de Florianópolis e a de Tubarão ultrapassam a
      média estadual no ano 2010.




216
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




                                              Mapa SC1. Santa Catarina. 2000




     taxa 2000
           0,0
           0,0 --| 10,0
          10,0 --| 26,0
          26,0 --| +



Fonte: SIM/SVS/MS


                                              Mapa SC2. Santa Catarina. 2010*




     taxa 2010*
           0,0
           0,0 --| 10,0
          10,0 --| 26,0
          26,0 --| +


Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares
                                                                                217
Vemos pelos mapas e pelas informações a seguir que:
     • Se no único município do estado com mais de 500 mil habitantes: Joinville, o crescimento
       foi relativamente moderado, o maior crescimento vai ser observado nos 3 municípios entre
       200 e 500 mil habitantes (Florianópolis, Blumenau e São José).
     • Em segundo lugar, o grupo de 23 municípios compreendidos na faixa entre 50 e 200 mil
       habitantes, com destaque para os elevados níveis de violência e crescimento de Itajaí, Bal-
       neário Camboriú e Navegantes.


       Tabela SC4. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) por tamanho do município. Santa Catarina: 2000-2010*
                                                                             hoMiCídios 2000                                hoMiCídios 2010*                        Δ%              n. MUni-
     tAMAnho do MUniCípio                                                                                                                                           tAxAs
                                                                       n       tAxAs         %                        n         tAxAs        %                                       Cípios
Até 5 Mil hABitAntes                                                   25         7,2             5,9                 16               4,7             2,0          -34,8             108
de   5 A -10 Mil                                                       34         7,7             8,0                 40               8,6             5,0          11,8              64
de   10 A -20 Mil                                                      46         6,4             10,9                51               6,2             6,3          -2,4              60
de   20 A -50 Mil                                                      60         7,0             14,2                105              10,4           13,0          47,6              34
de   50 A -100 Mil                                                     61         7,6             14,4                130              13,8           16,1          80,6              15
de   100 A -200 Mil                                                    89         9,1             21,0                209              17,3           26,0          90,8               8
de   200 A -500 Mil                                                    62         8,0             14,7                171              18,2           21,2          128,2              3
500 Mil e MAis.                                                        46        10,7             10,9                83               16,1           10,3          50,4               1
ToTal                                                               423           7,9             100,0               805              12,9           100,0          63,1             293

Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares



 Gráfico SC3. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Santa Catarina: 2000-2010*
                                              20
                                                                                                                                               18,2
                                                                                                                                17,3
            Taxas de Homicídio (em 100 mil)




                                                                                                                                                             16,1

                                              15                                                               13,8


                                                                                               10,4                                                   10,7
                                              10                                                                          9,1
                                                                       8,6
                                                                 7,7                                     7,6                             8,0
                                                     7,2                                 7,0
                                                                              6,4 6,2
                                                           4,7
                                               5

                                                                                                                                                                            2000
                                                                                                                                                                            2010*
                                               0
                                                      Até 5      5 a -10      10 a -20   20 a -50     50 a -100 100 a -200 200 a -500                  500 e +

                                                                       Tamanho do município (1000 habitantes)

                                                   Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares

218
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




s ão p aulo




s ão Paulo, de uma posição de destaque no contexto da violência nacional, em poucos anos passa
a ser um dos estados com os menores índices do país. Efetivamente, em 1999, com uma taxa de
44,1 homicídios para cada 100 mil habitantes, o estado ocupa o 5º lugar no plano nacional. Para o
ano 2010, depois de fortes e sistemáticas quedas, os índices despencam para 13,9 homicídios em
100 mil habitantes, passando a ocupar o posto 25, como um dos 3 estados mais tranquilos do país.
   As tabelas e o gráfico a seguir permitem identificar dois grandes períodos:
   Primeiro período: 1980/1999.
   • No inicio da série temporal, as taxas de homicídio do estado – 13,8 em 100 mil habitantes –
       encontram-se bem perto da nacional, que nesse momento era de 11,7. Ao longo do período
       as taxas nacionais crescem 124% e as do estado aumentam ainda mais, 220,2%, com índices
       anuais bem elevados: 6,3%.
   • Com esse ritmo maior, o estado vai se distanciando progressivamente da média nacional: se
     em 1980 a taxa do estado era 17,9% maior que a nacional, para 1999 essa diferença aumenta
     para 68,6%
   • Nesse primeiro período, são as regiões metropolitanas do estado – a de sua capital, a Baixa-
     da Santista e a de Campinas – as principais responsáveis pelo crescimento dos homicídios:
     crescem 250,1% nesses 19 anos – 6,8% ao ano – enquanto o interior, cujo aumento se esten-
     de até 2001, cresce 145,1% equivalente a 4,4% ao ano.
   Segundo período: 1999/2010*.
   • Os índices do estado caem de forma acelerada enquanto os do país permanecem estáveis.
      Entre essas datas, as taxas do estado diminuem 68,5%, com um ritmo de 10% ao ano.
   • Novamente aqui, a principal responsável pelas quedas são as regiões metropolitanas (RM),
     cuja diminuição foi muito significativa: 75,4%, 12% ao ano.
   • Dois anos depois, em 2001, também o interior começa a ceder, cai 37,1% – 5% ao ano, ritmo
     bem menor que o das RM.
   • Dessa forma, RM e interior voltam a se reaproximar em suas taxas: enquanto existia enorme
     distância entre ambas no início deste segundo período, quando as taxas das RM eram acima
     de três vezes maiores, para 2010 as RM vão apresentar uma taxa de 15,6 homicídios em 100
     mil habitantes e o interior de 11,5.

                                                                                             219
Tabela SP1. Taxas de Homicídio por Área. São Paulo. 1980/2010*
                                         são PAulo                                                                      são PAulo

                 BrAsil




                                                                                              BrAsil
                                            CAPitAl




                                                                                                                          CAPitAl
     Ano                                                                       Ano




                                             +rM




                                                                                                                           +rM
                                                          inte-




                                                                                                                                       inte-
                                                              rior




                                                                                                                                             rior
                               uF




                                                                                                            uF
1980             11,7          13,8          18,1           7,5           1996                24,8          36,2           50,7            15,7
1981             12,6          16,4          21,9           8,4           1997                25,4         36,1            51,3            14,7
1982             12,6          16,0          21,1           8,7           1998                25,9         39,7            56,5            16,0
1983             13,8          21,9          30,4           9,5           1999                26,2         44,1            63,5            17,0
1984             15,3          25,8          36,3          10,7           2000                26,7         42,2            60,2            16,8
1985             15,0          25,1          35,3          10,4           2001                27,8         41,8            58,5            18,3
1986             15,3          25,2          35,9           9,9           2002                28,5         38,0            52,0            18,1
1987             16,9          27,2          38,7          10,8           2003                28,9         35,9            49,0            17,4
1988             16,8          25,2          35,7          10,3           2004                27,0         28,6            37,4            16,2
1989             20,3          30,2          43,3          11,7           2005                25,8         21,6            27,2            13,7
1990             22,2          30,8          44,1          11,8           2006                26,3         19,9            24,5            13,3
1991             20,8          30,7          44,1          11,7           2007                25,2         15,0            18,4            10,0
1992             19,1          28,2          40,4          10,8           2008                26,4         14,9            17,9            10,7
1993             20,2          28,2          39,9          11,7           2009                27,0         15,4            18,0            11,7
1994             21,2          30,1          42,8          12,1           2010*               26,2         13,9            15,6            11,5
1995             23,8          34,3          49,8          12,5           Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares



                      Tabela SP2. Crescimento % total e ao ano por período e área. São Paulo. 1980/2010*
                                                      1980-1999                                              1999-2010*
               ÁreA                             % totAl         % Ao Ano                               % totAl          % Ao Ano
BrAsil                                           124,0                        4,3                        0,0                        0,0
uF                                               220,2                        6,3                       -68,5                       -10,0
CAPitAl+rM                                       250,1                        6,8                       -75,4                       -12,0
interior**                                       145,1                        4,4                       -37,1                       -5,0
Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares **As taxas correspondem a 1980-2001 e 2001-2010




220
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




                                                     Gráfico SP1. Taxas de Homicídio(em 100 mil) por Área. São Paulo.1980/2010*
                                       70
                                                                                             63,5

                                       60
     Taxas de Homicídio (em 100 mil)




                                       50
                                                                                              44,1

                                       40



                                       30
                                                                                             26,2                         26,2


                                       20                                                            18,3
                                              18,1                                                                       15,6
                                              13,8
                                                                                                                       13,9       Brasil
                                       10     11,7
                                                                                                                         11,5     UF
                                            7,5                                                                                   C + RM
                                                                                                                                  Interior
                                       0
                                            1980         1985          1990         1995            2000      2005        2010*


Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares


   Os mapas SP1 e SP2 permitem verificar, até visualmente, as significativas mudanças aconte-
cidas no estado nessa última década. Vemos que a grande quantidade de áreas obscuras, princi-
palmente no entorno de São Paulo, nas outras RM do Estado, assim como no seu litoral norte,
foram cedendo lugar para espaços com bem menor carga e intensidade de violência. Nesse sentido
verificamos:
   • 97 de seus 645 municípios – 15% – em 2000 tinham taxas acima de média nacional.
     • Em 2010 esse número cai de forma bem proporcional ao declínio das taxas no estado: vai
       para 40, só 6,2% dos municípios do estado.
     • 282 municípios – 43,7% – no ano 2000 não registraram homicídios.
     • Já em 2010 cai para 271 – 42 % dos municípios do estado – queda insignificante, nada pro-
       porcional às quedas acontecidas na década, o que acompanha o fenômeno de dispersão que
       caracteriza a presente década: igual ou menor violência, mas em um número maior de locais.




                                                                                                                                             221
Mapa SP1. São Paulo. 2000




  taxa 2000
         0,0
         0,0 --| 10,0
        10,0 --| 26,0
        26,0 --| +


Fonte: SIM/SVS/MS


                                               Mapa SP2. São Paulo. 2010*




  taxa 2010*
         0,0
         0,0 --| 10,0
       10,0 --| 26,0
       26,0 --| +


Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares
222
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




           Tabela SP3. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) por tamanho do município. São Paulo: 2000-2010*
                                                                         hoMiCídios 2000                                   hoMiCídios 2010*                         Δ%              n Muni-
       tAMAnho do MuniCíPio                                                                                                                                         tAxAs
                                                                       n      tAxAs      %                               n       tAxAs      %                                       CíPios
 Até 5 Mil hABitAntes                                                 33            6,9                 0,2             32              6,3           0,6           -9,0             157
 de   5 A -10 Mil                                                     60            7,6                 0,4             74              8,6           1,3           12,2             122
 de   10 A -20 Mil                                                   143            9,0                 0,9             137             7,8           2,4           -12,8            122
 de   20 A -50 Mil                                                   505            14,6                3,2             443             11,3          7,7           -22,4            120
 de   50 A -100 Mil                                                  581            19,2                3,7             437             12,8          7,6           -33,0             49
 de   100 A -200 Mil                                                 1097           26,9                7,0             744             15,9          13,0          -40,9             36
 de   200 A -500 Mil                                                 3137           41,3            20,1            1423                16,4          24,8          -60,2             30
 500 Mil e MAis.                                                    10075           62,9            64,5            2455                14,0          42,7          -77,7             9
 ToTal                                                               15631          42,2            100,0               5745            13,9          100,0         -67,0             645
 Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares




       Gráfico SP2. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. São Paulo: 2000-2010*
                                                70
              Taxas de Homicídio (em 100 mil)




                                                                                                                                                      62,9
                                                60

                                                50
                                                                                                                                        41,3
                                                40

                                                30                                                                        26,9

                                                                                                          19,2
                                                20                                                                               15,9          16,4
                                                                                          14,6                   12,8                                        14,0
                                                                              9,0 7,8            11,3
                                                     6,9         7,6 8,6
                                                10         6,3                                                                                                              2000
                                                                                                                                                                            2010*
                                                 0
                                                     Até 5       5 a -10     10 a -20      20 a -50       50 a -100 100 a -200 200 a -500              500 e +

                                                                    Tamanho do município (1000 habitantes)

Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares


   A tabela SP3 e o gráfico SP2 possibilitam apreender melhor o sentido das mudanças observa-
das nos mapas:
   • Excluindo a primeira faixa, a dos municípios menores, podemos observar que as quedas
      foram diretamente proporcionais ao tamanho dos municípios. Se os municípios entre 5 e
      10 mil habitantes ainda experimentaram um leve crescimento na década, já os municípios
      entre 10 e 20 mil tiveram queda de 12,8% em suas taxas de homicídio; a faixa seguinte queda



                                                                                                                                                                                             223
de 22,4%; quedas que se tornam mais intensas a medida que cresce o tamanho do muni-
      cípio. Assim, até na faixa dos 9 municípios com mais de 500 mil habitantes, a queda foi de
      77,7%, menos de ¼ da taxa de 2000.
  • Esse processo leva a uma homogeneização dos níveis de violência no estado: se em 2000
    as taxas dos maiores municípios superavam 9 vezes a taxa dos municípios de menor porte
    (62,9 e 6,9 homicídios em 100 mil habitantes respectivamente) para 2010 essa diferença se
    reduz para pouco mais de 2 vezes.
  • Diferentemente de diversos outros estados, o processo de homogeneização foi no sentido de
    melhores níveis de bem-estar e tranquilidade de sua população, fazendo descer os níveis de
    violência nos polos letais do estado.
  • Mesmo assim, esses níveis ainda podem ser considerados elevados, tanto no comparativo
    com muitos outros países do mundo, quanto no marco das recomendações de organismos
    internacionais sobre o tema, que consideram a situação tranquila quando os homicídios
    não ultrapassam a casa dos 5 por cada 100 mil habitantes. E São Paulo ainda tem mais da
    metade de seus municípios acima desse patamar.




224
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




s ergipe




d iversas oscilações acontecidas no estado nas últimas três décadas dificultam uma correta pe-
riodização. Desconsiderando a brusca e rápida flutuação de 1991, poderíamos estabelecer tentati-
vamente 3 grandes períodos na evolução das taxas de Sergipe.
   Primeiro período: 1980/1998. Com fortes oscilações, o estado apresentou um crescimento
moderado: 2,1% ao ano, enquanto o país cresceu 4,5%. Com taxas levemente inferiores às na-
cionais já em 1980 a diferença de ritmos distancia mais o estado da média nacional – 10,4 e 25,9
homicídios em 100 mil habitantes respectivamente. O interior apresenta maior crescimento que a
RM pelo que ambas as taxas tendem a se aproximar.
   Segundo período: 1998/2002. Severo crescimento das taxas estaduais, com maior responsabilida-
de da região metropolitana (RM), mas contribuição significativa também do interior. Com isto, as taxas
do interior tendem a se distanciar das da RM. Esse ritmo de crescimento do estado, bem superior ao
acontecido no país (29,9% e 2,4% ao ano, respectivamente) faz que em 2001 Sergipe já esteja acima das
médias nacionais.

                         Tabela SE1. Taxas de Homicídio por Área. Sergipe. 1980/2010*
                                                                                                          
            BrAsil




                                                                           BrAsil
                                              interior




                                                                                                                  interior
                                 CApitAl




                                                                                                        CApitAl


   Ano                                                       Ano
                                  +rM




                                                                                                         +rM
                      UF




                                                                                         UF




1980        11,7      7,2         12,1        5,1         1996             24,8          14,7            23,4     9,4
1981        12,6      8,5         15,0        5,7         1997             25,4          11,5            16,3     8,5
1982        12,6      9,8         12,1        8,8         1998             25,9          10,4            15,0     7,7
1983        13,8      8,3         10,5        7,2         1999             26,2          19,7            29,4     13,7
1984        15,3      4,9         8,1         3,4         2000             26,7          23,3            34,2     16,7
1985        15,0      5,2         7,0         4,2         2001             27,8          29,3            50,0     16,5
1986        15,3      5,9         9,7         3,9         2002             28,5          29,7            47,4     18,8
1987        16,9      4,8         4,6         4,9         2003             28,9          25,2            42,2     14,6
1988        16,8      4,5         4,6         4,5         2004             27,0          24,4            39,1     15,1
1989        20,3      9,2         11,1        8,3         2005             25,8          25,0            36,5     17,7
1990        22,2      10,1        16,4         6,7        2006             26,3          29,8            42,4     21,8
1991        20,8      21,6        29,4        17,3        2007             25,2          25,9            34,0     20,6
1992        19,1      30,5        59,3        14,4        2008             26,4          28,7            38,5     22,4
1993        20,2      20,2        30,2        14,5        2009             27,0          32,6            43,7     25,2
1994        21,2      21,9        40,0        11,7        2010*            26,2          33,3            41,3     27,9
1995        23,8      16,0        24,2        11,4        Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares
                                                                                                                        225
Terceiro período: 2002/2010*. Crescimento moderado das taxas estaduais (1,4% ao ano) mas
agora puxadas pelo forte crescimento no interior do estado (5,1% ao ano) em conjuntura de queda
das taxas da RM. Posto que a taxa do país teve crescimento negativo de 1% ao ano, o estado volta
a ultrapassar a média nacional.

                                                    Tabela SE2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Sergipe. 1980/2010*
                                                                 1980-1998                           1998-2002                                  2002-2010*
           ÁreA
                                                             % totAl     % Ao Ano                % totAl     % Ao Ano                       % totAl     % Ao Ano
BrAsil                                                         121,8                 4,5           9,8                  2,4                  -8,0            -1,0
UF                                                              45,3                 2,1          184,7                 29,9                 12,0            1,4
CApitAl+rM                                                      23,7                 1,2          217,0                 33,4                 -13,0           -1,7
interior                                                        49,9                 2,3          144,9                 25,1                 48,7            5,1

Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares


                                                                Gráfico SE1. Taxas de Homicídio por Área. Sergipe. 1980/2010*
                                              70



                                              60
            Taxas de Homicídio (em 100 mil)




                                              50
                                                                                                                              47,4
                                                                                                                                                     41,3
                                              40

                                                                                                                                                     33,3

                                              30                                                                           29,7                      27,9
                                                                                                    25,9                  28,5

                                                                                                                                                     26,2
                                              20                                                                           18,8

                                                   12,1                                                     15,0
                                                                                                                                                             Brasil
                                              10     11,7                                                   10,4
                                                                                                                                                             UF
                                                     7,2                                                   7,7                                               C + RM
                                                    5,1                                                                                                      Interior
                                              0
                                                  1980             1985             1990         1995            2000                2005            2010*


                                                  Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares




226
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil



   Os mapas e tabelas a seguir possibilitam verificar as mudanças acontecidas no estado na déca-
da 2000/2010*.
   • É possível perceber visualmente, pelos mapas, uma grande disseminação das manchas obs-
      curas no estado. No ano 2000, 29 municípios do estado não tinham registro de homicídios.
      Para 2010 esse número cai pela metade: vão ser 15 municípios.


                                      Mapa SE1. Sergipe. 2000




                                                                taxa 2000
                                                                    0,0
                                                                    0,0 --| 10,0
                                                                   10,0 --| 26,0
                                                                   26,0 --| +

              Fonte: SIM/SVS/MS




                                                                                            227
Mapa SE2. Sergipe. 2010*




                                                                                          taxa 2010*
                                                                                                 0,0
                                                                                                 0,0 --| 10,0
                                                                                                10,0 --| 26,0
                                                                                                26,0 --| +


                       Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares

     • Municípios com taxas acima da média nacional, nas mesmas datas, passam de 16 para 28.
     • O maior crescimento pode ser observado nos municípios entre 10 e 100 mil habitantes, com
       destaque para Propriá, Neópolis, Japoatã e Santo Amaro de Brotas, com pesado crescimento
       na década, e taxas de homicídio acima de 50 em 100 mil habitantes.


           Tabela SE3. Taxas de homicídio (em100 mil habitantes) por tamanho do município. Sergipe: 2000-2010*
                                                hoMiCídios 2000                     hoMiCídios 2010*            Δ%      n. MUni-
     tAMAnho do MUniCípio                n        tAxAs         %              n        tAxAs        %          tAxAs    Cípios
Até 5 Mil hABitAntes                      5          12,9             1,2      2         4,7           0,3      -63,6     12
de   5 A -10 Mil                         15          14,0             3,6     23         19,5          3,3      39,7      16
de   10 A -20 Mil                        38          12,4             9,1     85         25,5          12,3     106,0     23
de   20 A -50 Mil                        74          16,3             17,8    150        29,0          21,8     78,1      18
de   50 A -100 Mil                       68          24,0             16,3    131        40,3          19,0     68,2       4
de   100 A -200 Mil                      32          24,3             7,7     58         36,1          8,4      48,4       1
500 Mil e MAis.                         184          39,9             44,2    240        42,0          34,8      5,4       1
ToTal                                   416           23,3            100,0   689        33,3          100,0     42,9      75

Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares


228
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




Gráfico SE2. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Sergipe: 2000-2010*
                                      45
                                                                                                                                       42,0
    Taxas de Homicídio (em 100 mil)

                                                                                                           40,3                 39,9
                                      40
                                                                                                                         36,1
                                      35

                                      30                                                     29,0
                                                                               25,5
                                      25                                                            24,0          24,3

                                                                 19,5
                                      20
                                                                                      16,3
                                      15    12,9          14,0
                                                                        12,4
                                      10

                                      5
                                                   4,7                                                                                        2000
                                                                                                                                              2010*
                                      0
                                               Até 5        5 a -10      10 a -20     20 a -50      50 a -100     100 a -200    500 e +.

                                                             Tamanho do município (1000 habitantes)
                                           Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares




                                                                                                                                                      229
230
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




TocanTins




p or ser o mais recente estado emancipado da União – assume esse status em 1988 – julgou-se
oportuno analisar os dados só a partir do ano 2000, para a década até 2010.
   Vemos que, em uma fase de estagnação nacional nas taxas de homicídio, Tocantins apresenta
um crescimento relativamente elevado: 45,3% na década ou 3,8% ao ano. A evolução das taxas
do estado vai estar determinada pelos movimentos do interior, que como vemos no gráfico TO1,
ambas praticamente se sobrepõem. Isto se deve:
   • Ao baixo peso demográfico da capital Palmas: 16,5% da população total do estado em 2010.
   • Inexistência de região metropolitana (RM).
   Vemos que se as taxas da capital permanecem praticamente estagnadas nos anos extremos da
década, mas com quedas nos anos intermediários, a taxa do interior tem um aumento significati-
vo: 54%, e quase contínuo ao longo da década.

                                  Tabela TO1. Taxas de Homicídio por Área. Tocantins. 2000/2010*
          Ano                          BrAsil              UF               CApitAl+rM             interior
2000                                    26,7               15,5                  21,8                14,6
2001                                    27,8               18,8                  26,5                17,7
2002                                    28,5               14,9                  20,5                14,1
2003                                    28,9               18,3                  21,5                17,8
2004                                    27,0               16,4                  21,3                15,5
2005                                    25,8               15,5                  13,0                15,9
2006                                    26,3               17,7                  13,6                18,5
2007                                    25,2               16,5                  12,8                17,2
2008                                    26,4               18,1                  18,5                18,1
2009                                    27,0               21,3                  17,5                22,0
2010*                                   26,2               22,5                  22,3                22,5
Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares




                                                                                                              231
Gráfico TO1. Taxas de Homicídio por Área. Tocantins. 2000/2010*
                                             35




                                             30
           Taxas de Homicídio (em 100 mil)




                                                       26,7
                                                                                                                                      26,2

                                             25
                                                                                                                                      22,5

                                                          21,8

                                             20


                                                   15,5

                                             15
                                                                                                                                                     Brasil
                                                          14,6
                                                                                                                                                     UF
                                                                                                                                                     C + RM
                                                                                                                                                     Interior
                                             10
                                                   2000       2001     2002    2003      2004   2005    2006     2007   2008   2009   2010*

                                                  Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares



                                                  Tabela TO2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Tocantins. 2000/2010*
                                                                                                                    2000-2010*
                                                      ÁreA                                             % totAl                           % Ao Ano
BrAsil                                                                                                   -2,0                                 -0,2
UF                                                                                                      45,3                                  3,8
CAipitAl+rM                                                                                              2,3                                  0,2
interior                                                                                                54,0                                  4,4

Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares


     Os mapas e dados a seguir detalham melhor essa situação:
     • Se em 2000 são 29 os municípios sem registro de homicídios – 38,7% dos 75 municípios,
        para o ano 2010 esse número cai para 14 – 18,7% dos municípios do estado.
     • Mais que duplica o número de municípios acima da média nacional: de 16 passa para 38.
     • O maior crescimento na década é verificado nos municípios com até 100 mil habitantes, que
       são a grande maioria.




232
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




                             Mapa TO1. Tocantins. 2000

  taxa 2000
      0,0
      0,0 --| 10,0
     10,0 --| 26,0
     26,0 --| +




         Fonte: SIM/SVS/MS




                                                                     233
Mapa TO2. Tocantins. 2010*
                              taxa 2010*
                                    0,0
                                    0,0 --| 10,0
                                  10,0 --| 26,0
                                  26,0 --| +




                       Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares


          Tabela TO3. Taxas de homicídio (em100 mil habitantes) por tamanho do município. Tocantins: 2000-2010*
                                                hoMiCídios 2000                    hoMiCídios 2010*       Δ%      n. MUni-
     tAMAnho do MUniCípio                                                                                 tAxAs
                                          n       tAxAs         %             n        tAxAs        %              Cipios
Até 5 Mil hABitAntes                      14         6,7             7,8     32         13,7      10,3    104,3     74
de   5 A -10 Mil                          21         8,2             11,7    36         13,2      11,6    60,2      39
de   10 A -20 Mil                         18        10,0             10,1    37         18,5      11,9    83,8      16
de   20 A -50 Mil                         20        10,0             11,2    71         31,9      22,8    219,0      7
de   50 A -100 Mil                        11        16,9             6,1     23         30,0      7,4     77,2       1
de   100 A -200 Mil                       65        57,4             36,3    61         40,5      19,6    -29,4      1
de   200 A -500 Mil                       30        21,8             16,8    51         22,3      16,4     2,3       1
ToTal                                     179       15,5             100,0   311        22,5      100,0    45,3     139
Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares




234
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




      Gráfico TO2. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Tocantins: 2000-2010*
            Taxas de Homicídio (em 100 mil)   70

                                                                                                                       57,4
                                              60


                                              50
                                                                                                                              40,5
                                              40
                                                                                                  31,9          30,0
                                              30
                                                                                                                                     21,8 22,3
                                                                                    18,5                 16,9
                                              20
                                                         13,7         13,2
                                                                             10,0          10,0
                                                   6,7          8,2
                                              10                                                                                                 2000
                                                                                                                                                 2010*
                                               0
                                                   Até 5        5 a -10      10 a -20      20 a -50      50 a -100 100 a -200 200 a -500

                                                                 Tamanho do município (1000 habitantes)

Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares


     • As maiores taxas de crescimento na década podem ser observadas em municípios de muito
       pequeno porte: Barrolância, com 5,3 mil habitantes em 2010, Palmeirante, 5,0 mil, Jaú do
       Tocantins, 3,5 mil e Porto Nacional, de maior tamanho, com 49,1 mil habitantes. Todas com
       taxas acima de 50 homicídios em 100 mil habitantes.




                                                                                                                                                         235
236
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




4. c onsiderações F inais




e m primeiro lugar, continua sendo difícil para nós assimilar as magnitudes implicadas nos quan-
titativos de homicídios que trabalhamos neste tipo de relatório. Em segundo lugar, também fica
difícil compreender como, em um país sem conflitos religiosos ou étnicos, de cor ou de raça,
sem disputas territoriais ou de fronteiras, sem guerra civil ou enfrentamentos políticos violentos,
consegue-se exterminar mais cidadãos do que na maior parte dos conflitos armados existentes no
mundo.
    No histórico dos 30 anos analisados neste documento, o Sistema de Informações de Mortali-
dade do Ministério da Saúde registrou 1,1 milhões de vítimas de homicídio. Para ter uma idéia do
que esse número representa, podemos indicar que só um pequeno número de cidades brasileiras,
13, para sermos exatos, alcançou esse número de habitantes no censo de 2010. Por essas mesmas
estatísticas de mortalidade, ocorreram, no ano de 2010, 50 mil assassinatos no país, com um ritmo
de 137 homicídios diários, número bem superior ao de um massacre do Carandiru1 por dia.
    Registramos no segundo capítulo que, diferentemente das décadas anteriores, que ostentaram
contínuos incrementos nas taxas de homicídio, com concentração em poucas unidades federati-
vas, a década 2000/2010 vai evidenciar drásticas e visíveis mudanças quanto a:
    • Intensidade. As taxas continuam crescendo rapidamente até 2003, há quedas relevantes até
        2005 e, a partir dessa data, equilíbrio instável com oscilações em torno de 26 homicídios em
        100 mil habitantes. Assim, fato inédito, a década fecha com uma taxa de 26,2 homicídios,
        muito semelhante à de 2000: 26,7 homicídios em 100 mil habitantes.
     • Estrutura. Os estados que lideravam as estatísticas no início da década apresentam quedas
       que podem chegar a extremos altamente significativos. Em contrapartida, os estados que
       tinha taxas baixas ou moderadas vão apresentar crescimento que, em vários locais, foi mui-
       to severo.
   Efetivamente, foi possível verificar que os sete estados que, na virada do século, apresentavam
as maiores taxas de homicídio do país: Pernambuco, Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo,
Mato Grosso, Roraima e Distrito Federal2 tiveram quedas, em casos, como o de São Paulo, bem


1.  Como ficou conhecida pela mídia a morte de 111 detentos em 2/10/1992 numa rebelião na Casa de Detenção de
   São Paulo.
2. Inclui-se aqui Espírito Santo, mas a partir de 1998 e não 2000 como o resto.


                                                                                                         237
relevantes.
    Por outro lado, os 17 estados com as menores taxas do país no ano 2000 viram seus índices
aumentar. Em vários locais, esse crescimento foi de tal magnitude que levou os estados a ocupar
um lugar de destaque no contexto nacional no final da década. Assim, Alagoas passa a ocupar o
primeiro lugar no Mapa da Violência, também Pará – que da 21ª posição passa para a 3ª, Paraíba
– vai da 20ª para a 6ª e Bahia – da 23 para a 7ª posição.
    Como indicamos já na introdução, a exposição foi encaminhada a aprofundar essas mudanças
detectadas na década: a rápida reversão do processo de concentração da violência homicida, con-
centração que vinha acontecendo no país desde 1980. Analiticamente, essa reversão tomou dois
caminhos: a disseminação e a interiorização e teve como consequência o deslocamento dos polos
dinâmicos da violência: de um reduzido número de cidades de grande porte para um grande nú-
mero de municípios de tamanho médio ou pequeno.
    Até o ano 2000, os municípios que registraram maior crescimento nos índices foram os que
superavam os 100 mil habitantes, principalmente aqueles com mais de 500 mil habitantes. Por sua
vez, os de menor tamanho também cresceram, mas em escala mais reduzida. Já na última década,
o crescimento dos homicídios nos municípios com mais de 500 mil habitantes foi negativo, e os
de 100 a 500 mil tiveram poucas alterações. O crescimento centrou-se nos municípios de menor
tamanho, principalmente na faixa de 20 a 50 mil habitantes, que antes dessa eclosão ostentavam
índices relativamente baixos.
    Em que consiste o mencionado processo de disseminação? Os 17 estados com menores taxas na
virada do século experimentam incrementos significativos nos seus níveis de violência enquanto
as sete unidades que na década passada tinham as taxas mais elevadas reduzem, em casos de forma
muito significativa, seus índices. Esse processo foi tão marcante que se inicialmente, no ano 2000,
os sete maiores tinham uma taxa conjunta de 45,6 homicídios em 100 mil habitantes, e os 17 me-
nores, só 15,4, praticamente um terço, para 2010 a taxa conjunta dos sete maiores cai para 22,6 e a
dos 17 menores eleva-se para 28,4. Assim, em 2010, a taxa conjunta das 17 menores supera em
25,7% a taxa das que antigamente tinham os maiores índices do país.
    Paralelamente, verificamos também um forte processo de interiorização, onde os polos di-
nâmicos da violência se deslocam das capitais e/ou regiões metropolitanas rumo ao interior dos
estados. Em 1995, a brecha entre ambas atinge sua máxima expressão: capitais/RM têm uma taxa
de 40,1 homicídios em 100 mil quando no interior é de 11,7, perto de 4 vezes menor. Já em 2010,
capital/RM cai para 33.6 e interior aumenta para 22,1: só 65% de diferença entre ambas. A con-
tinuar nesse ritmo, em poucos anos o interior deverá ultrapassar a taxa média das capitais/RM.
     Esses dois processos originaram a migração dos polos dinâmicos da violência de um limitado
número de capitais e/ou grandes regiões metropolitanas, que melhoraram a eficiência de seus apa-
relhos de segurança, para regiões menos protegidas, seja no interior dos estados, seja para outras
unidades federativas. Esse conjunto de evidências nos leva a destacar o processo de desconcen-

238
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil



tração em andamento, que nivela e uniformiza os níveis de violência homicida nos diversos locais
do território nacional. Seria altamente desejável se essa transformação atuasse no sentido de ho-
mogeneizar as taxas por baixo, diminuindo os níveis de violência nas áreas de maior intensidade
do flagelo. Contudo, se isso realmente acontece em algumas regiões do país, na maior parte dos
casos, presenciamos o efeito inverso: o crescimento vertiginoso da violência em locais considera-
dos pacíficos e tranquilos.
   Podemos concluir, com base nos dados trabalhados no estudo e na intensidade do processo ob-
servado que, se as atuais condições forem mantidas, em menos de uma década as taxas do interior
deverão ultrapassar as das capitais/RM do país e também diminuirão sensivelmente as diferenças
entre os estados.
   Consideramos que, para enfrentar as novas modalidades da violência homicida no país, são
necessárias políticas públicas em condições de dar conta das recentes reformulações e desloca-
mentos. Nossas políticas na área foram geradas no marco da concentração da violência em um
número limitado de grandes centros urbanos e respondem ainda, em grande parte, a essa reali-
dade. Se, por um lado, essas políticas atingiram parcialmente seu objetivo de enfrentamento da
violência, por outro, não conseguiram evitar seu gotejamento para outras áreas ou regiões. Não
que essas políticas sejam obsoletas. Elas são necessárias, porém insuficientes. Precisamos mais dis-
cussão sobre como direcionar as políticas nacionais, estaduais e municipais em torno da segurança
pública. Com isso, esperamos que este estudo possa contribuir para a formulação de políticas
capazes de enfrentar de forma concreta e efetiva nossos ainda elevados níveis de violência letal.




                                                                                                239
240
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




B iBliografia




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   (10) 1. Escola Nacional de Saúde Pública. Fundação Oswaldo Cruz, 1994.


PACHECO, C.A. Novos Padrões de Localização Industrial? Tendências Recentes dos Indicadores da
   Produção e do Investimento Industrial. Brasília. IPEA, Textos para discussão n. 633, março
   de 1999


PORTO, M. S. G. A violência entre a inclusão e a exclusão social. VII Congresso Sociedade Brasi-
   leira de Sociologia. Brasília, ago., 1997.


RAMOS de SOUZA, et. all. Qualidade da informação sobre violência: um caminho para a constru-
   ção da cidadania. INFORMARE – Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Ciências da
   Informação. Rio de Janeiro, v. 2, n. 1, jan./jun., 1996.


                                                                                            241
SABÓIA, J. Desconcentração industrial no Brasil nos anos 90: um enfoque regional. Pesq. Plan.
   Econ., Rio de Janeiro, v. 30, n. 1, abr. 2000


SIM/DATASUS/MS. O Sistema de Informações sobre Mortalidade. S/l, 1995.


VERMELHO, L. L.; MELLO JORGE, M. H. P. Mortalidade de jovens: análise do período de 1930
   a 1991 (a transição epidemiológica para a violência). Revista de Saúde Pública. 30 (4). 1996.
   Apud: MELLO JORGE, M. H. P. Como morrem nossos jovens. In: CNPD. Jovens acontecendo
   na trilha das políticas públicas. Brasília, 1998.


WAISELFISZ, J.J. Juventude, violência e cidadania: os jovens de Brasília. São Paulo: Cortez/UNES-
   CO, 1998.


------------- Mapa da Violência IV. Os Jovens do Brasil. Brasília: UNESCO, Secretaria Especial de
      Direitos Humanos, Instituto Ayrton Senna. 2004.


------------- Mapa da Violência 2011. Os Jovens do Brasil. Brasília, Ministério da Justiça, Instituto
     Sangari. 2011.


WIEVIORKA, M. O novo paradigma da violência. Tempo social: revista de Sociologia da USP, v.
   9, n. 1, 1997.


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   Brasília, 1995.


ZALUAR, A. A guerra privatizada da juventude. Folha de S. Paulo, 18/5/1997.




242
Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil




                      Conselho AdministrAtivo
                                Presidente
                                Ben sangari

                                Secretário
                John George de Carle Gottheiner (in memoriam)


                        Conselho Consultivo
                             Carlos Brito Cruz
                           Cláudio moura Castro
                                Fredric litto
                                John Penick
                             Jorge Klor d’Alva
                              José eli da veiga
                               raquel teixeira


                            CorPo diretivo
                              Vice-Presidente
                               Jorge Werthein

                           Diretor de Pesquisa
                           Julio Jacobo Waiselfisz




                                                                     243
InstItuto sAngArI
                  rua Estela Borges Morato, 336
                            Vila siqueira
                  CEP 02722-000 · são Paulo-sP
                      tel: 55 (11) 3474-7500
                      Fax: 55 (11) 3474-7699
                   www.institutosangari.org.br




        As tabelas contendo diversos dados de todos
      os 5.565 municípios brasileiros estão disponíveis,
        junto com a versão integral deste estudo, em
            www.mapadaviolencia.org.br
244

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Mapa da Violência no Brasil 2012

  • 1. J u l i o J a c o b o Wa i s e l f i s z M apa da Violência 2012 o s n oVos p adrões da V iolência H oMicida no b rasil
  • 2. J u l i o J a c o b o Wa i s e l f i s z M apa da Violência 2012 o s n oVos p adrões da V iolência H oMicida no b rasil 1ª edição são paulo 2011
  • 3. realização Instituto sangari produção Editorial Autor: Julio Jacobo Waiselfisz CoordenAção: adriana Fernandes AuxiliAr de PesquisA: guilherme studart revisão: Julieta Waiselfisz CAPA : William Yamamoto editorAção: William Yamamoto, Juliana pisaneschi AuxiliAr de editorAção: Diogo silva e andril ghiraldello Projeto GráfiCo: Fernanda do Val site: Juliana pisaneschi, andril ghiraldello e Diogo silva AssessoriA de ComuniCAção: Luciano Milhomem APoio: Cíntia silva InstItuto sangarI rua Estela Borges Morato, 336 Vila siqueira CEp 02722-000 • são paulo-sp tel.: 55 (11) 3474-7500 Fax: 55 (11) 3474-7699 www.institutosangari.org.br www.mapadaviolencia.org.br
  • 4. s uMário Um Desafio para Todos ....................................................................................................................................5 Introdução .............................................................................................................................................................7 1. Notas Conceituais e Técnicas ................................................................................................................. 11 1.1. notas Conceituais ................................................................................................................................. 11 1.2. notas técnicas ........................................................................................................................................ 14 2. Os Homicídios no Brasil ........................................................................................................................... 18 2.1. Evolução geral dos Homicídios ........................................................................................................ 18 2.1.1. Evolução dos Homicídios nas unidades Federadas ......................................................... 22 2.1.2. Evolução dos Homicídios nas Capitais .................................................................................. 25 2.1.3. Evolução dos Homicídios nas regiões Metropolitanas .................................................. 30 2.2. Evolução nos Municípios. ................................................................................................................... 35 2.3. os novos padrões da Violência Homicida. ................................................................................. 41 2.3.1. Disseminação da Violência. ....................................................................................................... 42 2.3.2. Interiorização da Violência. ....................................................................................................... 50 2.3.3. Deslocamento dos polos Dinâmicos. .................................................................................... 56 2.3.4. Fatores Determinantes................................................................................................................ 57 2.4. Questões de gênero e raça ............................................................................................................... 60 2.4.1. Homicídios por raça/Cor ........................................................................................................... 60 2.4.2. Homicídios e gênero ................................................................................................................... 66 2.5. Vitimização Juvenil ............................................................................................................................... 70 3. Consolidação dos Dados da Violência Homicida por Unidade Federada ....................... 81 acre .................................................................................................................................................................... 83 alagoas.............................................................................................................................................................. 87 amapá .............................................................................................................................................................. 93 amazonas ........................................................................................................................................................ 97 Bahia ...............................................................................................................................................................103 Ceará ...............................................................................................................................................................109 Distrito Federal ............................................................................................................................................115 Espírito santo ...............................................................................................................................................117 goiás ...............................................................................................................................................................123
  • 5. Maranhão ......................................................................................................................................................129 Mato grosso .................................................................................................................................................135 Mato grosso do sul ....................................................................................................................................141 Minas gerais .................................................................................................................................................147 pará ..................................................................................................................................................................153 paraíba ............................................................................................................................................................159 paraná .............................................................................................................................................................165 pernambuco .................................................................................................................................................171 piauí .................................................................................................................................................................177 rio de Janeiro ..............................................................................................................................................183 rio grande do norte .................................................................................................................................189 rio grande do sul .......................................................................................................................................195 rondônia .......................................................................................................................................................201 roraima ..........................................................................................................................................................207 santa Catarina .............................................................................................................................................213 são paulo .......................................................................................................................................................219 sergipe ...........................................................................................................................................................225 tocantins ........................................................................................................................................................231 4. Considerações Finais .............................................................................................................................237 Bibliografia ......................................................................................................................................................241 4
  • 6. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no brasil u M d esafio para Todos a segurança pública está entre as maiores preocupações da sociedade brasileira nos dias atuais. Disputa com a saúde e a educação a prioridade na atenção de autoridades e imprensa. Não há plataforma de governo que não contemple ações no âmbito da segurança, seja na prevenção, seja no enfrentamento da violência. O noticiário, por sua vez, acompanha diariamente tudo o que diz respeito a essa questão. Trata-se de um desafio de todos. O investimento da Sangari em pesquisas sobre a violência vem ao encontro dessa mobilização social. E o ponto de partida dessa mobilização é a percepção da real dimensão do problema. É pre- ciso reunir dados, confrontá-los, analisá-los, interpretá-los e apresentá-los à sociedade para que, de posse deles, ela possa agir com mais confiança. Somente com o triste fenômeno da violência devidamente dimensionado, pode-se realmente enfrentá-lo. Esse enfrentamento deverá, então, transcender a indignação e converter-se em ação, a qual, por sua vez, poderá gerar políticas públi- cas, como, aliás, já vem ocorrendo. A repercussão das edições anteriores do Mapa da Violência é o maior estímulo que a Sangari poderia ter para dar continuidade a esse trabalho. Do Poder Público, que recebe o estudo com in- teresse e preocupação, e a partir dele realiza debates, audiências, propostas; à sociedade civil orga- nizada, que lança mão das informações para subsidiar seus movimentos; passando pela imprensa, que lhe dá ampla cobertura e divulgação, além de utilizá-lo como mote para editoriais, debates e grandes reportagens; praticamente todas as esferas sociais acolhem o Mapa e redimensionam sua relevância. A Sangari espera que o Mapa da Violência 2012 obtenha a mesma recepção favorável dos an- teriores. Até porque seu autor, o sociólogo Júlio Jacobo Waiselfisz, diretor de Pesquisa do Insti- tuto Sangari, oferece ao leitor, desta vez, um balanço das três últimas décadas. O atual Mapa traz dados desde 1980, os quais permitem uma visão panorâmica e simultaneamente perspectiva do fenômeno da violência homicida no país. Resulta de considerável esforço para poder oferecer dados das 27 Unidades Federativas, 33 Regiões Metropolitanas, 27 capitais e 5564 municípios do país. As conclusões são impressionantes e confirmam as tendências das pesquisas mais recentes: por um lado, as taxas de homicídio parecem ter-se estagnado no Brasil, mas, por outro, a análise delas permite notar a migração do crime para regiões que antes se orgulhavam da segurança de 5
  • 7. que desfrutavam. Para uma melhor visão e compreensão do problema da violência urbana, especificamente a que resulta em mortes por homicídio, o Mapa da Violência 2012, a exemplo dos anteriores, também investiga o fenômeno do ponto de vista de diferentes segmentos etários e sociais, como junto às populações de jovens, mulheres e negros. Recortes como esses favorecem uma visão mais pro- funda e, por isso mesmo, mais crítica da violência homicida. Também levam à uma espécie de humanização dos números, ao dar rosto tanto para as vítimas quanto para os perpetradores de atos de violência. Em um momento favorável a retrospectivas e expectativas, o Mapa da Violência 2012 poderá contribuir para que se pensem e se repensem caminhos. A abrangência de três décadas facilita a abordagem de um problema que permanece na ordem do dia e exige, cada vez mais, ações seguras tanto do Poder Público quanto de cada cidadão em particular. Ben Sangari J o r g e We r t h e i n Presidente do Vice-Presidente do Instituto SANGARI Instituto SANGARI 6
  • 8. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no brasil 1. i nTrodução d esde 1998, ano de divulgação do primeiro, já foram elaborados uma dúzia de mapas da violên- cia, praticamente um por ano. A metade deles, agrupados sob o subtítulo genérico Os jovens do Brasil, abordou as especificidades e a evolução da mortalidade violenta de nossa juventude, prin- cipal vítima desse drama brasileiro. Nesses trabalhos, a categoria de mortalidade violenta incluía não só os homicídios, mas também diversas outras violências letais, como suicídios e mortes em acidentes de transporte. Outros mapas centraram suas baterias em temas mais específicos e delimitados. Dois deles tra- balhando o panorama da violência nos municípios brasileiros. Outro tentou pesquisar os fatores determinantes das quedas sistemáticas da violência no estado de São Paulo. Outro ainda traba- lhou uma perspectiva mais ampla, tomando como arcabouço a violência na América Latina e no mundo. Também tentamos elaborar, em mais um estudo, uma anatomia dos homicídios no Brasil. Esse breve exame temporal nos leva, de forma quase inevitável, a nos perguntar: o que mudou nesse ínterim, desde a época da elaboração de nossos primeiros mapas, em fins do século passado, até nossos dias? A primeira vista diríamos: pouca coisa mudou. Na virada do século tínhamos quase exata- mente as mesmas taxas de homicídio que nos dias de hoje: pouco mais de 26 homicídios em 100 mil habitantes. Mas isso já é motivo de um sentimento ambivalente. Por um lado, otimismo: conseguiu-se estancar a pesada espiral de violência que vinha acontecendo no país. Mas por outro lado, também pessimismo: nossas taxas ainda são muito elevadas e preocupantes, considerando a nossa própria realidade e a do mundo que nos rodeia, e não estamos conseguindo fazê-las cair. Mas essa estagnação, essa semelhança numérica entre as datas é só aparente. Muita coisa parece ter mudado apesar das taxas permanecerem praticamente iguais. Estados que durante anos foram relativamente tranqüilos, alheios a essa fúria homicida, en- tram numa acelerada voragem de violência. Outros que tradicionalmente ocupavam posições de liderança no panorama nacional da violência veem seus índices cair, e até de forma drástica em alguns casos. A violência homicida, que era patrimônio indesejado dos grandes centros urbanos do país, com seu crescimento maciço, caótico e anómico, desloca-se para áreas de menor densidade e peso demográfico. 7
  • 9. Também se torna imprevisível. Até poucos anos atrás, os percursos da violência eram bem pre- visíveis. Colocávamos em mapas anteriores: um número determinado de mortes violentas acontece todos os anos, levemente maior ou menor que o número de mortes ocorridas no ano anterior. Sem muito esforço, a partir desses dados, poderíamos prognosticar, com certa margem de erro, quantos jovens morrerão em nosso país no próximo ano por causas violentas. E de fato, isso acontecia. Pela sua exposição na grande mídia esperava-se violência em Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília e pelas informações estatísticas da época, em Pernambuco, Espírito Santo, Minas Gerais. Mas poucos, ou ninguém, poderia antecipar poucos anos atrás que Alagoas ou Pará fossem ocupar um lugar de grande destaque no panorama da violência do nacional. Vira uma realidade difusa. Se a velha violência tinha atores claros, com nome, sobrenome e até endereço, tanto das vítimas quanto dos algozes, nossa violência atual adquire um caráter to- talmente difuso, nebuloso, tem a virtude da onipresença e da ubiquidade, embora não possa ser muito bem identificada. Como tão bem esclarecia Alba Zaluar ainda em 1997: 1 ela está em toda parte, ela não tem nem atores sociais permanentes reconhecíveis nem ‘causas’ facilmente delimitáveis e inteligíveis. E esse fato foi recentemente corroborado pelo IPEA, que divulgou uma pesquisa realizada em 2010 numa amostra nacional, onde perguntava aos entrevistados sobre o grau de medo em relação a serem vítimas de assassinato, categorizando as respostas em muito medo, pouco medo e nenhum medo2. O resultado é altamente preocupante, um sério toque de alerta: 79% da população têm muito medo de ser assassinada; 18,8% pouco medo e só 10,2% manifestou ter nenhum medo. Em outras palavras: só um em cada dez cidadãos não tem medo de ser assassinado. Oito em cada dez têm muito medo. E esse enorme temor é uma constante em todas as regiões do país, e está em toda parte. São precisamente essas mudanças acontecidas nesta última década, e suas possíveis conse- quências, que nos levaram a elaborar o presente mapa. Nosso propósito é contribuir, de forma construtiva, para o enfrentamento da violência por parte da sociedade brasileira. Colocado de for- ma simples, pretendemos fornecer informação sobre as modalidades de evolução da mortalidade homicida no país, em suas capitais, nas unidades federativas, nos conglomerados metropolitanos, nos municípios, Mas, estamos tratando com violência letal, isto é, violência em seu grau extremo, que representa a ponta visível do iceberg da modernidade de nossas relações sociais. Não aludi- mos, ao menos em forma direta, a outras tantas preocupações concomitantes que não são apenas do Brasil, e sim de dimensão quase planetária. Assim, não se fala diretamente do alarmante in- 1. ZALUAR, Alba. A guerra privatizada da juventude. Folha de S. Paulo, 18/5/1997. 2. Ipea. SIPS. Sistema de Indicadores de Percepção Social. Segurança Pública. Brasília. 30 de março de 2011. O Ipea é o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. Consultado em 24/11/2011: http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=618 6&Itemid=33 8
  • 10. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no brasil cremento do consumo de drogas e do narcotráfico; não se fala das diversas formas emergentes de dominação e controle territorial que disputam com o Estado a legitimidade do uso da violência, seja resultante do tráfico, de milícias, de madeireiras ilegais ou interesses econômicos e políticos rondando grandes empreendimentos agrícolas no arco do desmatamento. Como assim também não se fala das áreas de biopirataria, ou dos municípios de fronteira com suas diversas rotas das atividades ilegais. Tampouco fazemos referência ao enorme peso de uma cultura da violência que resolve os conflitos pela via do extermínio do próximo, cultura que, pelos dados disponíveis, está se espalhando no país. Em outras palavras, não pretendemos aqui realizar um diagnóstico das causas da violência no país. Além de não ter essa pretensão, seria impossível para nós abranger a realidade diversificada de 5.565 municípios, 27 Unidades Federadas, 27 Capitais e 33 Regiões Metropolitanas. De forma bem mais modesta, pretendemos fornecer informações em condições de subsidiar objetivamente esse diagnóstico. Assim, esperamos que as informações aqui oferecidas possam servir de base para estudos mais aprofundados sobre o tema, para discussões locais e, fundamentalmente, para diagramar políticas e estratégias que permitam reverter o quadro observado. Se conseguirmos atingir esse modesto objetivo, teremos justificado o esforço realizado. 9
  • 11. 10
  • 12. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil 1. n otas conceituais e técnicas 1.1. Notas conceituais Já colocávamos em estudos anteriores que o contínuo incremento da violência cotidiana confi- gura-se como aspecto representativo e problemático da atual organização da vida social, especial- mente nos grandes centros urbanos, manifestando-se nas diversas esferas da vida social. A questão da violência e sua contrapartida, a segurança cidadã, têm-se convertido em uma das principais preocupações não só no Brasil, mas também nas Américas e no mundo todo, como o evidenciam diversas pesquisas de opinião pública. Todavia, também assistimos, desde finais do século passado, a uma profunda mudança nas for- mas de manifestação, de percepção e de abordagem de fenômenos que parecem ser características marcantes da nossa época: a violência e a insegurança. Como assevera Wieviorka1 “mudanças tão profundas estão em jogo que é legítimo acentuar as inflexões e as rupturas da violência, mais do que as continuidades”. Efetivamente, assistimos, por um lado, a um incremento constante dos indicadores objetivos da violência no mundo: taxas de homicídios, conflitos étnicos, religiosos, raciais etc., índices de criminalidade, incluindo nesta categoria o narcotráfico etc. Também presenciamos, nas últimas décadas, um alargamento do entendimento da violência, uma reconceitualização de suas peculiaridades pelos novos significados que o conceito assume, “(...) de modo a incluir e a nomear como violência acontecimentos que passavam anteriormente por práticas costumeiras de regulamentação das relações sociais”2, como a violência intrafamiliar contra a mulher ou as crianças, a violência simbólica contra grupos, categorias sociais ou etnias, a violência nas escolas etc. Ainda que existam dificuldades para definir o que se nomeia como violência, alguns elementos consensuais sobre o tema podem ser delimitados: a noção de coerção ou força; o dano que se pro- duz em indivíduo ou grupo de indivíduos pertencentes à determinada classe ou categoria social, gênero ou etnia. Concorda-se, neste trabalho, com o conceito de que “há violência quando, em 1. WIEVIORKA, M. O novo paradigma da violência. Tempo social: revista de Sociologia da USP, v. 9, n. 1, 1997. 2. PORTO, M. S. G. A violência entre a inclusão e a exclusão social. VII Congresso Sociedade Brasileira de Sociologia. Brasília, ago., 1997. 11
  • 13. uma situação de interação, um ou vários atores agem de maneira direta ou indireta, maciça ou es- parsa, causando danos a uma ou a mais pessoas em graus variáveis, seja em sua integridade física, seja em sua integridade moral, em suas posses, ou em suas participações simbólicas e culturais” 3. Faltaria ainda apontar o porquê da utilização das mortes por violência como indicador geral de violência na sociedade e, ainda, o sentido atribuído, neste trabalho, ao conceito. Dois grupos de ar- gumentos justificam essa decisão de utilizar os óbitos violentos como indicador geral de violência. Em primeiro lugar devemos considerar que a violência, da forma anteriormente definida, cobre um espectro significativamente mais amplo de comportamentos do que as mortes por violência. Nem toda, sequer a maior parte das violências cotidianas, conduzem necessariamente à morte de algum dos protagonistas. Porém, a morte representa, per se, a violência levada a seu grau extremo. Da mesma maneira que a virulência de uma epidemia é indicada, frequentemente, pela quantidade de mortes que ela origina, também a intensidade nos diversos tipos de violência guarda uma estreita relação com o número de mortes que causa. Em segundo lugar, porque não existem muitas alter- nativas. O registro de queixas à polícia sobre diversas formas de violência, como ficou evidenciado em nossa pesquisa no Distrito Federal4, tem uma abrangência extremamente limitada. Nos casos de violência física, só 6,4% dos jovens denunciaram à polícia; nos casos de assalto/furto, foram somente 4%; nos casos de violência no trânsito, apenas 15%. Já no campo dos óbitos, contamos com um Sis- tema de Informações sobre Mortalidade (SIM) que centraliza informações sobre os óbitos em todo o país, e cobre um universo bem abrangente das mortes acontecidas e de suas causas. Dada a utilização desse Sistema, entenderemos como morte violenta os óbitos acontecidos por acidentes de transporte, por homicídios ou agressões fatais e por suicídios. O que permite unificar, em uma categoria única, circunstâncias aparentemente pouco semelhantes? Diferentemente das mortes por causas endógenas, que remetem a uma deterioração da saúde causada por algum tipo de enfermidade ou doença, nos casos aqui tratados, a morte é resultado de uma intervenção hu- mana, ou seja, resultado de alguma ação dos indivíduos, seja contra si, como no caso dos suicídios, seja pela intervenção intencional ou não de outras pessoas. Se cada uma dessas mortes tem sua história individual, seu conjunto de determinantes e causas diferentes e específicas para cada caso, irredutíveis em sua diversidade e compreensíveis só a partir de seu contexto específico, sociologicamente falando temos que perceber, como deverá ser desen- volvido ao longo do trabalho, sua regularidade e constância. Um número determinado de mortes violentas acontece todos os anos, levemente maior ou menor que o número de mortes ocorridas no ano anterior. Sem muito esforço, a partir desses dados, poderíamos prognosticar, com certa margem de erro, quantos jovens morrerão em nosso país no próximo ano por causas violentas. 3. MICHAUD, Y. A violência. Ática: São Paulo, 1989. 4. WAISELFISZ, J.J. Juventude, violência e cidadania: os jovens de Brasília. São Paulo: Cortez/UNESCO, 1998. 12
  • 14. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil E são essas regularidades as que nos possibilitam inferir que, longe de ser resultado de decisões individuais tomadas por indivíduos isolados, estamos perante fenômenos de natureza social, pro- duto de conjuntos de determinantes que se originam na convivência dos grupos e nas estruturas da sociedade. Durkheim5, em fins do século passado, escreveu um tratado sobre o tema do suicí- dio que pode ser considerado uma das pedras fundamentais da moderna Sociologia. Ressaltava o autor que as taxas de suicídio representam um excelente indicador da situação social, e que seus movimentos se encontram fortemente relacionados a problemas gerais que afe- tam o conjunto social. Entendia ele que a sociedade não é simplesmente o produto da ação e da consciência individual. Pelo contrário, as maneiras coletivas de agir e de pensar resultam de uma realidade exterior aos indivíduos que, em cada momento, a elas se adequam. O tratamento do crime, da violência e do suicídio como fato social permitir-lhe-ia reabilitar cientificamente esses fenômenos e demonstrar que a prática de um crime depende não tanto do indivíduo, senão das diversas formas de coesão e de solidariedade social. Do mesmo modo, ao longo deste trabalho, pretendemos indicar que as diversas formas de violência abordadas, longe de serem produtos ale- atórios de atores isolados, configuram “tendências” que encontram sua explicação nas situações sociais, políticas e econômicas que o país atravessa. Os estudos mais recentes sobre a violência têm-se concentrado na área urbana, o que se explica pelo fato de que as grandes questões da sociedade se localizam, principalmente, nas grandes cidades. Segundo Dubet6, o espaço urbano aparece como sintoma, símbolo, representação “da civilização e da barbárie modernas”. Isso explica os níveis de desagregação das informações utilizados no presente estudo: Unidades Federadas e capitais dessas Unidades. Mas certos fenômenos que começaram a ser detectados nos últimos mapas da violência, a partir de 2004, que falam de processos de interioriza- ção e de disseminação da violência, nos levam à necessidade de reconceitualizar o tema. Foi possível observar que, a partir de finais da década de 90 as grandes metrópoles do país deixaram de ser os motores impulsores da violência. Esse dinamismo trasladou-se para cidades do interior, capitais fora do eixo grandes metrópoles, cidades de porte médio para baixo onde a violência achou seu caldo de cultura favorável, como tentaremos evidenciar ao longo do presente relatório. Mas essas evidências nos levaram também à necessidade de trabalhar também com a situação dos municípios do país, área praticamente desguarnecida. Esse olhar para os municípios não foi só pelo novo dinamismo, mas também porque diversas evidências nacionais e internacionais quan- to a experiências exitosas de enfrentamento da violência apontavam para uma gestão municipal eficiente dos programas e propostas de superação. Dessa forma, a informação em nível municipal tornou-se uma demanda imperativa para focalizar os novos polos da violência do país e seu pos- sível enfrentamento. 5. DURKHEIM, E. O suicídio: estudo sociológico. Lisboa: Presença, 1996. 6. DUBET, F. Penser le sujet. S/l. Fayard, 1995. 13
  • 15. 1.2. Notas Técnicas A partir do ano 1979, o Ministério da Saúde passou a divulgar as informações do Subsistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), cujas bases foram utilizadas para a elaboração do presente relatório. Pela legislação vigente no Brasil (Lei n 15, de 31/12/73, com as alterações introduzidas pela Lei nº 6.216, de 30/06/75), nenhum sepultamento pode ser feito sem a certidão de registro de óbito correspondente. Esse registro deve ser feito à vista de declaração de óbito atestado por médico ou, na falta de médico na localidade, por duas pessoas qualificadas que tenham presenciado ou constatado a morte. A declaração de óbito, instrumento padronizado nacionalmente, normalmente, fornece dados relativos à idade, sexo, estado civil, profissão, naturalidade e local de residência da vítima. Deter- mina a legislação, e igualmente, que o registro do óbito seja sempre feito “no lugar do falecimento”, isto é, no local da ocorrência do evento. Em função do interesse de isolar áreas ou locais de “pro- dução” de violência, utilizou-se no presente trabalho esse último dado, o do local de ocorrência, para a localização espacial dos óbitos. Isto, porém, não deixa de trazer alguns problemas que, no formato atual da certidão de registro, não tem solução. É o caso das situações em que o lugar onde aconteceu o “incidente” que levou à morte difere do local onde efetivamente aconteceu o faleci- mento. Feridos em “incidentes” levados para hospitais localizados em outros municípios, ou até em outros Estados, aparecem dessa forma, contabilizados no “local do falecimento”. Outra informação relevante para o nosso estudo e exigida pela legislação é a causa da morte. Até 1995, tais causas eram classificadas pelo SIM seguindo os capítulos da nona revisão da Clas- sificação Internacional de Doenças (CID-9) da Organização Mundial da Saúde. A partir daquela data, o Ministério da Saúde adotou a décima revisão vigente até os dias de hoje (CID-10). Os aspectos de interesse para o presente estudo estão contidos no que o CID-10, em seu Ca- pítulo XX, classifica como “causas externas de morbidade e mortalidade”. Quando um óbito de- vido a causas externas (acidentes, envenenamento, queimadura, afogamento etc.) é registrado, descrevem-se tanto a natureza da lesão como as circunstâncias que a originaram. Assim, para a codificação dos óbitos foi utilizada a causa básica, entendida como o tipo de fato, violência ou acidente causante da lesão que levou à morte do indivíduo. Dentre as causas de óbito estabelecidas pelo CID-10, foi utilizada Homicídios, que corresponde ao somatório das categorias X85 a Y09, recebendo o título genérico de Agressões. Tem como característica a presença de uma agressão in- tencional de terceiros, que utiliza qualquer meio para provocar danos, lesões ou a morte da vítima. As informações usadas sobre cor/raça das vítimas são as que constam no sistema. O SIM co- meçou a incorporar essa informação com a adoção, em 1996, do CID-10, utilizando o mesmo esquema classificatório do IBGE: branco, preta, amarela, parda e indígena. Mas, nos primeiros anos, até depois da virada do século, o sub-registro da cor/raça das vítimas foi muito elevado. Por 14
  • 16. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil tal motivo, somente a partir de 2002 começamos a considerar essa informação, quando já 92% das vítimas de homicídios, acidentes de transporte e suicídio, tinham a informação de raça/cor. Além disso, para simplificar as análises, as categorias preto e pardo foram somadas para constituir a ca- tegoria negro, desconsiderando amarelo e indígena por escassa participação na população (entre ambas, menos de 0,5%). Só vamos utilizar, pela sua relevância, a categoria indígena ao analisar os suicídios no país. Até o presente mapa, para as análises específicas relativas às regiões metropolitanas do país, foram estudadas as nove regiões metropolitanas tradicionais – Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre – criadas ao longo da década de 70. A essas nove, era agregada a Região Metropolitana de Vitória que, apesar de ser bem mais recente, apresentava um interesse específico para analisar a violência letal no país. A partir do presente estudo foi decidido ampliar o leque das regiões metropolitanas, incluindo as criadas recentemente (a partir da década de 90). Para um melhor entendimento dos dados que deverão ser expostos a seguir, devem ser realizados alguns esclarecimentos: • Foram incluídas como Região Metropolitana as instituídas por Lei Federal, até 1988, e a partir dessa data, como determina a nova Constituição, por lei estadual complementar, ou ainda por Lei Federal quando se trata de Regiões Metropolitanas interestaduais no caso das Regiões Metropolitanas de Desenvolvimento – RIDE. • Assim, os estados alteram, eventualmente, a composição das mesmas, incluindo ou ex- cluindo municípios, sejam eles novos ou já existentes. Para dar comparabilidade às séries históricas, a fonte utilizada procurou recalcular os indicadores do passado quando houve alteração na composição da Região Metropolitana7. • Não foram considerados os colares metropolitanos, as aglomerações e as áreas de expansão de regiões metropolitanas, por não reunir, por definição, a totalidade das condições para sua constituição como RM, embora possam vir a ser no futuro. • Não foram incluídas cinco Capitais que não possuem definição legal de RM: Boa Vista, Palmas, Porto Velho, Rio Branco, Campo Grande. • Segundo essas especificações foram incluídas sob a categoria Região Metropolitana: - 20 RM adjacentes às capitais, e que as incorporam. - 10 RM além das capitais: uma em Minas Gerais ( Vale do Aço e Colar do Vale do Aço); dois em São Paulo ( Baixada Santista e Campinas); dois no Paraná (Londrina e Maringá) e cinco em Santa Catarina (Vale do Itajaí, Foz do Rio Itajaí, Norte/Nordeste, Região Car- bonífera e Tubarão). 7. A composição atualizada das Regiões Metropolitanas pode ser obtida nas páginas do IBGE, na área de downloads, seção de Organização do Território. 15
  • 17. - Três Regiões Integradas de Desenvolvimento – RIDE – que englobam municípios perten- centes a mais de uma Unidade Federada: RIDE do Polo Petrolina/Juazeiro (PE-BA); RIDE da Grande Teresina (PI-MA) e o RIDE do Distrito Federal e Entorno (DF-MG-GO)8. Para as comparações internacionais foram utilizadas as bases de dados de mortalidade da Or- ganização Mundial da Saúde9 – OMS – em cuja metodologia foi baseado o nosso SIM, pelo que ambas as séries de dados são totalmente compatíveis, possibilitando comparações internacionais em larga escala. A partir dessas bases, foi possível completar os dados de mortalidade de 100 pa- íses. Mas, como os países atualizam suas informações na OMS em datas muito diferentes, resulta muito limitado utilizar dados de um único ano. Assim, foram usados os últimos dados disponibi- lizados entre 2004 e 2008. Para o cálculo das taxas de mortalidade do Brasil, foram utilizadas as estimativas intercensitá- rias disponibilizadas pelo DATASUS que, por sua vez, utiliza as seguintes fontes: • 1980, 1991 e 2000: IBGE – Censos Demográficos. • 1996: IBGE – Contagem Populacional. • 1981-1990, 1992-1999, 2001-2006: IBGE – Estimativas preliminares para os anos intercen- sitários dos totais populacionais, estratificadas por idade e sexo pelo MS/SE/Datasus. • 2007-2009: IBGE – Estimativas elaboradas no âmbito do Projeto UNFPA/IBGE (BRA/4/ P31A) – População e Desenvolvimento. Coordenação de População e Indicadores Sociais. Contudo, essas estimativas intercensitárias oficiais não estão desprovidas de erro, que aumenta progressivamente devido à distância temporal do último censo disponível. No nível municipal, principalmente quando se trata de municípios de pequeno porte, podem existir grandes flutuações de um ano para outro. Alguns poucos incidentes podem elevar drasti- camente as taxas desse ano, voltando praticamente a zero no ano seguinte. Por tal motivo, foram adotados os seguintes procedimentos: • As taxas foram elaboradas para municípios a partir de um determinado tamanho (em nú- mero de habitantes). Esse número foi estabelecido caso a caso, e se encontra especificado no texto correspondente. • No corpo do estudo foram detalhados só os municípios mais relevantes, mas planilhas com a totalidade dos 5565 municípios foram elaborados e disponibilizados no site do mapa: www.mapadaviolencia.org.br. Ainda sobre o tema, resta esclarecer que apesar de as taxas serem divulgadas com uma casa decimal, para maior precisão, os cálculos (por exemplo, de crescimento decenal ou entre diversos 8. O fato de agrupar dados de municípios de diversos estados pode originar certa distorção se os dados são reagrupados por UF, dado que a totalidade dos valores é imputada a uma delas, como comandando o processo (destacada no texto). 9. WHOSIS, World Mortality Databases. 16
  • 18. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil anos etc.) são realizados com 5 casas decimais. Assim, diferenças podem aparecer quando se rea- lizam os cálculos a partir das taxas divulgadas na publicação, com uma casa decimal: isso se deve ao efeito do arredondamento. Para o cálculo das taxas de mortalidade dos diversos países do mundo, foram utilizadas as bases de dados de população fornecidas pelo próprio WHOSIS. Contudo, perante a existência de lacunas, para os dados faltantes foi utilizada a Base Internacional de Dados do US Census Bureu10. Uma última ressalva deve ser ainda colocada. Refere-se à peculiar situação do Distrito Federal, cuja organização administrativa específica determina que os parâmetros da UF coincidam com os de Brasília como capital. Em muitos casos, quando tratada como UF, apresenta valores relativa- mente altos devido a sua peculiar forma de organização. Não se pode negar que as informações do sistema de registro de óbitos ainda estão sujeitas a uma série de limitações e críticas, expostas pelo próprio SIM11, e também por outros autores que trabalharam com o tema (Mello Jorge12; Ramos de Souza et al13). A primeira grande limitação, assumida pelo próprio SIM, é o sub-registro. Esse sub-registro se deve, por um lado, à ocorrência de inúmeros sepultamentos sem o competente registro, determi- nando uma redução do número de óbitos declarados. Por outro lado, também a incompleta cober- tura do sistema, fundamentalmente nas regiões Norte e Nordeste, faz com que a fidedignidade das informações diminua com a distância dos centros urbanos e com o tamanho e disponibilidades dos municípios. O próprio SIM14 estima que os dados apresentados em 1992 podem representar algo em torno de 80% dos óbitos acontecidos no país. Mas, pelas evidências existentes, esse sub- registro afeta bem mais as mortes por causas naturais do que as mortes violentas. Não só a quantidade, mas também as qualidades dos dados têm sofrido reparos: mortes sem assistência médica que impede o apontamento correto das causas e ou lesões; deficiências no preen- chimento adequado da certidão etc. Apesar dessas limitações, existe ampla coincidência em indicar, por um lado, a enorme importância desse sistema e, por outro, a necessidade de seu aprimoramento. 10. http://www.census.gov/ipc/www/idb/summaries.html. 11. SIM/DATASUS/MS. O Sistema de Informações sobre Mortalidade. S/l, 1995. 12. MELLO JORGE, M.H.P. Como morrem nossos jovens. In: CNPD. Jovens acontecendo na trilha das políticas públicas. Brasília, 1998. 13. RAMOS de SOUZA, et. all. Qualidade da informação sobre violência: um caminho para a construção da cidadania. INFORMARE – Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Informação. Rio de Janeiro, v. 2, n. 1, jan./ jun., 1996. 14. SIM/DATASUS/MS op. cit. 17
  • 19. 2. o s H oMicídios no B rasil 2.1 Evolução Geral dos Homicídios No histórico de 30 anos que atualmente disponibiliza o Sistema de Informações de Mortali- dade do Ministério da Saúde15, sintetizados na tabela e no gráfico 2.1.1, podemos ver que o Brasil passou de 13.910 homicídios em 1980 para 49.932 em 2010, um aumento de 259% equivalente a 4,4% de crescimento ao ano. Tabela 2.1.1 Número e taxas de homicídio (em 100 mil). Brasil. 1980/2010* Homicídios Ano n TAxAs 1980 13,910 11.7 1981 15,213 12.6 1982 15,550 12.6 1983 17,408 13.8 1984 19,767 15.3 1985 19,747 15.0 1986 20,481 15.3 1987 23,087 16.9 1988 23,357 16.8 1989 28,757 20.3 1990 31,989 22.2 1991 30,566 20.8 1992 28,387 19.1 1993 30,586 20.2 1994 32,603 21.2 1995 37,128 23.8 1996 38,894 24.8 1997 40,507 25.4 1998 41,950 25.9 1999 42,914 26.2 2000 45,360 26.7 2001 47,943 27.8 2002 49,695 28.5 2003 51,043 28.9 2004 48,374 27.0 2005 47,578 25.8 2006 49,145 26.3 2007 47,707 25.2 2008 50,113 26.4 2009 51,434 27.0 2010* 49,932 26.2 ToTAl 1,091,125   Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares 15. A divulgação iniciou em 1979, mas para trabalhar com as 3 décadas exatas, iniciamos a série em 1980. 18
  • 20. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Gráfico 2.1.1. Evolução das taxas de homicídio. Brasil, 1980/2010* 30 2003; 28,9 28 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 26 2010*; 26,2 24 22 20 18 16 14 12 1980; 11,7 10 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010* Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados preliminares Mas segundo os censos nacionais a população do país, também cresceu, embora de forma bem menos intensa. Passou de 119,0 para 190,7 milhões de habitantes, crescimento de 60,3%. Considerando a população, temos a evolução dos índices indicada no gráfico 2.1.1. Passamos de 11,7 homicídios em 100 mil habitantes em 1980 para 26,2 em 2010. Um aumento real de 124% no período ou 2,7% ao ano. Uma segunda questão que surge imediatamente é a evidente quebra na série histórica que se observa a partir de 2003. Até esse ano, as taxas de homicídio cresceram 4,4% aa. Entre 2003 e 2010 o crescimento foi negativo: 1,4% aa. Mais ainda, as quedas foram significativas só nos anos 2004 e 2005. A partir dessa data, os quantitativos apresentam oscilações, aumentando um ano, caindo ou- tro, o que denota uma situação de equilíbrio instável. Tentar explicar esses movimentos é um dos objetivos do presente estudo. Vários fatores concomitantes e complexos parecem intervir nessa ex- plicação dessas quebras e oscilações a partir de 2003: políticas de desarmamento, planos e recursos federais e estratégias de enfrentamento de algumas UF parecem atuar concomitantemente, como tentaremos por em evidência nos diversos capítulos do presente estudo. No total desses 30 anos o país já ultrapassou a casa de um milhão de vítimas de homicídio. Os números são de tal magnitude que fica difícil construir uma imagem mental para assimilar ou entender a sua significação. Em um trabalho que publicávamos em 200516, para números de 16. WAISELFISZ, JJ. Mortes Matadas por Armas de Fogo no Brasil. 1979-2003. Brasília, UNESCO, 2005. 19
  • 21. mortalidade semelhantes fazíamos uma comparação: as mortes violentas no Brasil com um bom número de conflitos armados acontecidos no mundo na segunda metade do século passado. Fa- lávamos nesse estudo de 2005: fica difícil, para o cidadão comum, inclusive para a maior parte dos especialistas, entender a exata dimensão desses números ou desse crescimento vertiginoso (...) Uma ideia do que esses números representam pode ser dada se compararmos os mesmos com o número de vítimas em diversos conflitos armados ao longo do mundo. E foram os dados copiados no quadro a seguir, só mudando e atualizando os dados para o Brasil. Vemos que a média anual de mortes por homicídio no país supera, e em casos de forma avassa- ladora, o número de vítimas em muitos e conhecidos enfrentamentos armados no mundo. E não precisaríamos ir tão longe. Recentemente, foi publicado o Relatório sobre o Peso Mundial da Violência Armada17. Tomando como base fontes consideradas altamente confiáveis, o Relatório constrói o quadro de mortes diretas em um total de 62 conflitos armados no mundo, registrados entre 2004 e 2007. Esses dados encontram-se sintetizados na tabela 2.1.2. Nos 12 maiores conflitos, que representam 81,4% do total de mortes diretas, nos 4 anos foram vitimadas 169.574 pessoas. Nesses mesmos 4 anos, no total dos 62 conflitos, morrem 208.349 pessoas. No Brasil, país sem disputas territoriais, movimentos emancipatórios, guerras civis, en- frentamentos religiosos, raciais ou étnicos, morreram mais pessoas (192.804) vítimas de homicí- dio, que nos 12 maiores conflitos armados no mundo. Mais ainda, esse número de homicídios se encontra bem perto das mortes no total dos 62 conflitos armados registrados nesse relatório. E esses números não podem ser atribuídos às dimensões continentais do Brasil. Países com número de habitantes semelhante ao do Brasil, como Paquistão, com 185 mi habitantes, têm nú- meros e taxas bem menores que os nossos. E nem falar da Índia, também elencada, com 1.214 mi de habitantes. 17. Geneva Declaration Secretariat. Global Burden of Armed Violence. Suíça, 2008. www.genevadeclaration.org, consul- tado em 15/10/2011. 20
  • 22. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Quadro 2.1. Mortalidade em Conflitos Armados no Mundo. durAção Anos de morTos morTes n. de /Ano PAís/confliTo nATurezA do confliTo Período BrAsil Homicídios 1980-2010 30 1,091,125 36,371 cHecHêniA/ russiA movimenTo emAnciPATório/ éTnico 1994-1996 2 50,000 25,000 eTióPiA - eriTréiA disPuTA TerriToriAl 1998-2000 2 50,000 25,000 GuATemAlA GuerrA civil 1970-1994 24 400,000 16,667 AlGeriA GuerrA civil 1992-1999 7 70,000 10,000 GuerrA do Golfo disPuTA TerriToriAl 1990-1991 1 10,000 10,000 el sAlvAdor GuerrA civil 1980-1992 12 80,000 6,667 ArmêniA -AzerBAijão disPuTA TerriToriAl 1988-1994 6 30,000 5,000 nicAráGuA GuerrA civil 1972-1979 7 30,000 4,286 Timor lesTe indePendênciA 1974-2000 26 100,000 3,846 disPuTA TerriToriAl/ movi- Kurdos 1961-2000 39 120,000 3,076 menTo emAnciPATório AnGolA indePendênciA 1961-1974 13 39,000 3,000 AnGolA GuerrA civil/uniTA 1975-2002 27 550,000 20,370 moçAmBique indePendênciA/ GuerrA civil 1962-1975 13 35,000 2,692 isrAel - PAlesTinA disPuTA TerriToriAl/ reliGiosA 1947-2000 53 125,000 2,358 sri lAnKA GuerrA civil 1978-2000 22 50,000 2,273 isrAel - eGiTo disPuTA TerriToriAl 1967-1970 3 6,400 2,133 GuerrA dAs mAlvinAs disPuTA TerriToriAl 1982 1 2,000 2,000 somáliA GuerrA civil 1982-2000 18 30,000 1,666 2A inTifAdA disPuTA TerriToriAl 2000-2001 1 1,500 1,500 cAmBojA GuerrA civil/ disPuTA TerriToriAl 1979-1997 18 25,000 1,388 Peru GuerrA civil/ GuerrilHA 1981-2000 19 25,000 1,316 colômBiA GuerrA civil/ GuerrilHA 1964-2000 36 45,000 1,250 cAxemirA movimenTo emAnciPATório 1947-2000 53 65,000 1,226 1A inTifAdA disPuTA TerriToriAl 1987-1992 5 1,759 352 irlAndA do norTe GuerrA civil/ movimenTo emAnciPATório 1968-1994 26 3,100 119 Fonte: Mortes Matadas por Armas de Fogo. 21
  • 23. Tabela 2.1.2. Numero de mortes diretas e taxas* em conflitos armados no mundo por homicídios e armas de fogo no Brasil. 2004/2007. confliTos ArmAdos 2004 2005 2006 2007 ToTAl % do TAxAs* morTes ToTAl médiAs irAque 9.803 15.788 26.910 23.765 76.266 36,6 64,9 sudão 7.284 1.098 2.603 1.734 12.719 6,1 8,8 AfeGAnisTão 917 1.000 4.000 6.500 12.417 6,0 9,9 colômBiA 2.988 3.092 2.141 3.612 11.833 5,7 6,4 reP. dem. do conGo 3.500 3.750 746 1.351 9.347 4,5 4,1 sri lAnKA 109 330 4.126 4.500 9.065 4,4 10,8 índiA 2.642 2.519 1.559 1.713 8.433 4,0 0,2 somáliA 760 285 879 6.500 8.424 4,0 24,4 nePAl 3.407 2.950 792 137 7.286 3,5 6,8 PAquisTão 863 648 1.471 3.599 6.581 3,2 1,0 índiA/PAquisTão (cAxemirA) 1.511 1.552 1.116 777 4.956 2,4   isrAel/Terr. PAlesTinos 899 226 673 449 2.247 1,1 8,3 ToTAl de 12 confliTos 34.683 33.238 47.016 54.637 169.574 81,4 11,1 resTAnTes 50 confliTos 11.388 9.252 8.862 9.273 38.775 18,6   ToTAl (62 confliTos) 46.071 42.490 55.878 63.910 208.349 100,0   BrAsil: Homicídios 48.374 47.578 49.145 47.707 192.804   25,7 BrAsil: ArmAs de foGo 37.113 36.060 37.360 36.840 147.373   20,0 *taxas em 100 mil habitantes. Fontes. Conflitos armados: Global Burden of Armed Violence. Homicídios e armas Brasil: SIM/SVS/MS 2.1.1 Evolução dos Homicídios nas Unidades Federadas Diferentemente das décadas anteriores, que evidenciaram um elevado grau de continuidade nos padrões, tanto na intensidade – crescimento contínuo da violência – quanto em sua estru- turação – concentrada em poucas unidades federativas comandando esse crescimento, a década 2000/2010 vai apresentar drásticas mudanças em ambos os sentidos. Quanto à intensidade, já vimos nos dados do item anterior que, a partir de 2003, primeiro temos quedas relevantes e, a partir de 2005 oscilações em torno de um patamar de 26 homicídios em 100 mil habitantes. Com relação à estrutura, as tabelas 2.1.3 a 2.1 5 permitem verificar que: • Se a número de homicídios na década aumentou levemente: 10,1% esse crescimento foi com- pensado pelo incremento da população, e assim as taxas permaneceram praticamente inal- teradas nos anos extremos da década (26,7 e 26,2 homicídios para cada 100 mil habitantes). • Estados que no início da década ostentavam níveis moderados ou baixos para contexto nacional, apresentam crescimento severo, como Alagoas, Pará ou Bahia, que de 11º, 21º e 23º lugar passam para o 1º, o 3º e o 7º posto nacional, com crescimento que triplica ou qua- druplica os quantitativos nesses 10 anos. 22
  • 24. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Tabela 2.1.3. Número de Homicídios por UF e Região. Brasil. 2000/2010* uf/reGião 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010* Δ% Acre 108 122 151 135 115 125 155 133 133 152 144 33.3 AmAPá 155 184 181 190 173 196 203 171 211 191 259 67.1 AmAzonAs 557 483 512 561 523 598 697 711 827 915 1.067 91.6 PArá 806 955 1.186 1.383 1.522 1.926 2.073 2.204 2.868 2.997 3.482 332.0 rondôniA 466 565 606 559 562 552 589 435 480 536 541 16.1 rorAimA 128 107 121 106 83 94 110 116 105 117 123 -3.9 TocAnTins 179 223 180 225 205 202 236 224 232 284 311 73.7 norTe 2.399 2.639 2.937 3.159 3.183 3.693 4.063 3.994 4.856 5.192 5.927 147.1 AlAGoAs 724 836 989 1.041 1.034 1.211 1.617 1.839 1.887 1.872 2.084 187.8 BAHiA 1.223 1.579 1.735 2.155 2.255 2.823 3.278 3.614 4.765 5.383 5.288 332.4 ceArá 1.229 1.298 1.443 1.560 1.576 1.692 1.793 1.936 2.031 2.168 2.514 104.6 mArAnHão 344 536 576 762 696 903 925 1.092 1.243 1.387 1.478 329.7 PArAíBA 519 490 608 620 659 740 819 861 1.021 1.269 1.454 180.2 PernAmBuco 4.276 4.697 4.431 4.512 4.173 4.307 4.478 4.560 4.431 3.954 3.412 -20.2 PiAuí 234 279 315 316 347 386 437 406 387 398 427 82.5 rio GrAnde do norTe 251 316 301 409 342 408 450 594 720 791 727 189.6 serGiPe 416 532 549 473 464 492 597 526 574 663 689 65.6 nordesTe 9.216 10.563 10.947 11.848 11.546 12.962 14.394 15.428 17.059 17.885 18.073 96.1 esPíriTo sAnTo 1.449 1.472 1.639 1.640 1.630 1.600 1.774 1.885 1.948 1.996 1.761 21.5 minAs GerAis 2.056 2.344 2.977 3.822 4.241 4.208 4.155 4.103 3.869 3.714 3.538 72.1 rio de jAneiro 7.337 7.352 8.321 7.840 7.391 7.098 7.122 6.313 5.395 5.074 4.193 -42.9 são PAulo 15.631 15.745 14.494 13.903 11.216 8.727 8.166 6.234 6.118 6.326 5.745 -63.2 sudesTe 26.473 26.913 27.431 27.205 24.478 21.633 21.217 18.535 17.330 17.110 15.237 -42.4 PArAná 1.766 2.039 2.226 2.525 2.813 2.981 3.095 3.112 3.453 3.695 3.588 103.2 rio GrAnde do sul 1.662 1.848 1.906 1.900 1.963 2.015 1.964 2.174 2.367 2.229 2.061 24.0 sAnTA cATArinA 423 460 572 653 632 616 656 632 789 800 805 90.3 sul 3.851 4.347 4.704 5.078 5.408 5.612 5.715 5.918 6.609 6.724 6.454 67.6 disTriTo federAl 770 774 744 856 815 745 769 815 873 1.005 880 14.3 Goiás 1.011 1.102 1.275 1.259 1.427 1.398 1.410 1.426 1.754 1.792 1.766 74.7 mATo Grosso 996 986 963 929 867 907 899 892 942 999 963 -3.3 mATo Grosso do sul 644 619 694 709 650 628 678 699 690 727 632 -1.9 cenTro-oesTe 3.421 3.481 3.676 3.753 3.759 3.678 3.756 3.832 4.259 4.523 4.241 24.0 BrAsil 45.360 47.943 49.695 51.043 48.374 47.578 49.145 47.707 50.113 51.434 49.932 10.1 Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: dados preliminares • Outros estados, com níveis moderados ou baixos no início do período, também ostentam ele- vadas taxas de crescimento, como Maranhão, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará ou Paraná. 23
  • 25. • Já, a maior parte dos Estados que inicialmente lideravam as estatísticas, apresentam quedas que, em casos, chegam a extremos bem significativos, como os de São Paulo, cujos homicí- dios caem 63,2%, ou os de Rio de Janeiro, que caem 42,9%. Esse tema deverá ser ainda aprofundando neste capítulo, no item 2.3, mas fica evidente, nesses dados, uma forte reformulação nos polos dinâmicos da violência, cujas causas e possíveis conse- quências tentaremos ainda analisar. Tabela 2.1.4. Taxas de Homicídio (em 100 mil) por UF e Região. Brasil. 2000/2010* uf/reGião 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010* Δ% Acre 19,4 21,2 25,7 22,5 18,7 18,7 22,6 18,9 19,6 21,5 19,6 1,3 AmAPá 32,5 36,9 35,0 35,5 31,3 33,0 33,0 26,9 34,4 29,8 38,7 19,1 AmAzonAs 19,8 16,7 17,3 18,5 16,9 18,5 21,1 21,0 24,8 26,8 30,6 54,6 PArá 13,0 15,1 18,4 21,0 22,7 27,6 29,2 30,4 39,2 40,2 45,9 252,9 rondôniA 33,8 40,1 42,3 38,4 38,0 36,0 37,7 27,4 32,1 35,1 34,6 2,5 rorAimA 39,5 31,7 34,9 29,7 22,6 24,0 27,3 27,9 25,4 27,1 27,3 -30,8 TocAnTins 15,5 18,8 14,9 18,3 16,4 15,5 17,7 16,5 18,1 21,3 22,5 45,3 norTe 18,6 19,9 21,7 22,9 22,6 25,1 27,0 26,0 32,1 33,5 37,4 100,9 AlAGoAs 25,6 29,3 34,3 35,7 35,1 40,2 53,0 59,6 60,3 59,9 66,8 160,4 BAHiA 9,4 11,9 13,0 16,0 16,6 20,4 23,5 25,7 32,9 37,7 37,7 303,2 ceArá 16,5 17,2 18,9 20,1 20,0 20,9 21,8 23,2 24,0 25,7 29,7 79,8 mArAnHão 6,1 9,4 9,9 13,0 11,7 14,8 15,0 17,4 19,7 21,5 22,5 269,3 PArAíBA 15,1 14,1 17,4 17,6 18,6 20,6 22,6 23,6 27,3 33,8 38,6 156,2 PernAmBuco 54,0 58,7 54,8 55,3 50,7 51,2 52,7 53,1 50,7 45,1 38,8 -28,2 PiAuí 8,2 9,7 10,9 10,8 11,8 12,8 14,4 13,2 12,4 12,8 13,7 66,4 rio GrAnde do norTe 9,0 11,2 10,6 14,2 11,7 13,6 14,8 19,3 23,2 25,2 22,9 153,9 serGiPe 23,3 29,3 29,7 25,2 24,4 25,0 29,8 25,9 28,7 32,6 33,3 42,9 nordesTe 19,3 21,9 22,4 24,0 23,2 25,4 27,9 29,6 32,1 33,7 34,0 76,4 esPíriTo sAnTo 46,8 46,7 51,2 50,5 49,4 46,9 51,2 53,6 56,4 57,3 50,1 7,1 minAs GerAis 11,5 12,9 16,2 20,6 22,6 21,9 21,3 20,8 19,5 18,8 18,1 57,1 rio de jAneiro 51,0 50,5 56,5 52,7 49,2 46,1 45,8 40,1 34,0 31,8 26,2 -48,6 são PAulo 42,2 41,8 38,0 35,9 28,6 21,6 19,9 15,0 14,9 15,4 13,9 -67,0 sudesTe 36,6 36,6 36,8 36,1 32,1 27,6 26,7 23,0 21,6 21,3 19,0 -48,1 PArAná 18,5 21,0 22,7 25,5 28,1 29,0 29,8 29,6 32,6 35,1 34,4 86,0 rio GrAnde do sul 16,3 17,9 18,3 18,1 18,5 18,6 17,9 19,6 21,8 20,7 19,3 18,1 sAnTA cATArinA 7,9 8,4 10,3 11,6 11,1 10,5 11,0 10,4 13,0 13,0 12,9 63,1 sul 15,3 17,1 18,3 19,5 20,6 20,8 20,9 21,4 24,0 24,5 23,6 53,6 disTriTo federAl 37,5 36,9 34,7 39,1 36,5 31,9 32,3 33,5 34,1 39,2 34,2 -8,8 Goiás 20,2 21,5 24,5 23,7 26,4 24,9 24,6 24,4 30,0 30,2 29,4 45,6 mATo Grosso 39,8 38,5 37,0 35,0 32,1 32,4 31,5 30,7 31,8 33,3 31,7 -20,2 mATo Grosso do sul 31,0 29,3 32,4 32,7 29,6 27,7 29,5 30,0 29,5 30,4 25,8 -16,7 cenTro-oesTe 29,4 29,3 30,4 30,5 30,0 28,2 28,3 28,4 31,1 32,6 30,2 2,6 BrAsil 26,7 27,8 28,5 28,9 27,0 25,8 26,3 25,2 26,4 27,0 26,2 -2,0 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares 24
  • 26. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Tabela 2.1.5 Ordenamento das UF por Taxas de Homicídio (em 100 mil). Brasil. 2000-2010* 2000 2010* uf TAxA Pos TAxA Pos AlAGoAs 25,6 11º 66,8 1º esPíriTo sAnTo 46,8 3º 50,1 2º PArá 13,0 21º 45,9 3º PernAmBuco 54,0 1º 38,8 4º AmAPá 32,5 9º 38,7 5º PArAíBA 15,1 20º 38,6 6º BAHiA 9,4 23º 37,7 7º rondôniA 33,8 8º 34,6 8º PArAná 18,5 16º 34,4 9º disTriTo federAl 37,5 7º 34,2 10º serGiPe 23,3 12º 33,3 11º mATo Grosso 39,8 5º 31,7 12º AmAzonAs 19,8 14º 30,6 13º ceArá 16,5 17º 29,7 14º Goiás 20,2 13º 29,4 15º rorAimA 39,5 6º 27,3 16º rio de jAneiro 51,0 2º 26,2 17º mATo Grosso do sul 31,0 10º 25,8 18º rio GrAnde do norTe 9,0 24º 22,9 19º TocAnTins 15,5 19º 22,5 20º mArAnHão 6,1 27º 22,5 21º Acre 19,4 15º 19,6 22º rio GrAnde do sul 16,3 18º 19,3 23º minAs GerAis 11,5 22º 18,1 24º são PAulo 42,2 4º 13,9 25º PiAuí 8,2 25º 13,7 26º sAnTA cATArinA 7,9 26º 12,9 27º Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares 2.1.2 Evolução dos Homicídios nas Capitais O gráfico 2.1.2 e as tabelas 2.1.6 e 2.1.7 permitem verificar a existência de três etapas bem de- finidas na evolução dos homicídios das capitais do país. • No primeiro período, que vai de 1980 até 1997, as capitais crescem com um ritmo de 4,8% ao ano, superior aos índices do país como um todo, que cresce 4% ao ano. As taxas das capitais se distanciam visivelmente das médias nacionais, deixando entender que seria nas capitais que radicam os focos impulsores da violência homicida no país. • No segundo período: 1997 a 2003, as taxas de crescimento das capitais praticamente estag- nam (crescimento de 0,1% ao ano), enquanto o país ainda mantêm um ritmo de 2,2% ao ano, menor que na etapa anterior, mas ainda elevado, indicando uma mudança nos focos de crescimento da violência, como será visto de forma detalhada no item 2.3. 25
  • 27. • No terceiro período: de 2003 a 2010, as taxas das capitais caem significativamente (3,7% ao ano). Mas as taxas do país também caem, com um ritmo bem menor: 1,4% ao ano, com o que as taxas das UF e as das capitais tendem a se aproximar. Tabela 2.1.6 Número e taxas de homicídio (em 100 mil). Capitais. 1980/2010* Homicídios Ano n TAxAs 1980 5909 20.7 1981 5853 20.1 1982 5892 19.8 1983 6225 20.5 1984 7329 23.6 1985 7155 22.6 1986 7244 22.4 1987 9083 27.6 1988 8434 25.2 1989 11168 32.7 1990 13541 39.0 1991 12023 34.0 1992 10700 30.1 1993 11911 32.6 1994 13019 35.2 1995 16009 42.6 1996 16673 44.8 1997 17249 45.7 1998 17308 45.3 1999 17245 44.6 2000 18543 45.8 2001 19081 46.5 2002 18917 45.5 2003 19392 46.1 2004 18064 42.4 2005 16881 38.5 2006 17194 38.7 2007 16490 36.6 2008 16774 37.3 2009 16928 37.4 2010* 16082 35.4 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares 26
  • 28. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Gráfico 2.1.2. Número e taxas de homicídio (em 100 mil). Capitais e UF. 1980/2010 50 1997; 45,7 2003; 46,1 45 Taxas de homicídio (em 100 mil) 40 35 2010; 35,4 2003; 28,9 30 1997; 25,4 25 2010; 26,2 20 1980; 20,7 15 Capitais 1980; 11,7 UF 10 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010* Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares Tabela 2.1.7. Crescimento (%) ao ano das taxas de homicídio por período. Brasil e Capitais. 1980-2010* Período BrAsil cAPiTAis 1980/1997 4.0 4.8 1997/2003 2.2 0.1 2003/2010 -1.4 -3.7 1980/2010* 2.7 1.8 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares Também nesse caso a heterogeneidade é elevada, como pode ser visto nas tabelas 2.1.8 a 2.1.10, mas segue padrões identificáveis: • Queda nas capitais, que no início da década apresentavam as maiores taxas do país. • Quedas muito pesadas em alguns casos, como as capitais de São Paulo ou do Rio de Janeiro, onde o declínio na década foi de 80 e de 57% respectivamente. Menos pesada em diversos outros casos, como pode ser visto na tabela 2.1.9. mas conservando a constante de capitais com elevadas taxas no início da década. • As que crescem no período são as capitais com baixas taxas no começo da década, e em alguns casos, esse crescimento é explosivo, como em Natal, Salvador e São Luis, onde os índices de violência mais que triplicam. 27
  • 29. Tabela 2.1.8. Número de Homicídios por Capital e Região. Brasil. 2000/2010* cAPiTAl/reGião 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010* Δ% Belém 332 352 420 466 403 628 484 496 669 644 760 128.9 BoA visTA 81 67 82 73 49 56 55 66 65 73 81 0.0 mAcAPá 131 131 135 140 127 135 132 123 151 116 195 48.9 mAnAus 464 366 395 448 410 484 545 563 656 755 842 81.5 PAlmAs 30 40 33 37 39 27 30 30 34 36 51 70.0 PorTo velHo 204 229 220 181 257 211 261 199 178 186 213 4.4 rio BrAnco 92 102 120 104 87 73 114 97 87 101 87 -5.4 norTe 1,334 1,287 1,405 1,449 1,372 1,614 1,621 1,574 1,840 1,911 2,229 67.1 ArAcAju 184 285 258 243 229 202 236 199 219 250 240 30.4 forTAlezA 604 609 707 666 654 808 846 991 888 902 1,125 86.3 joão PessoA 226 251 263 281 272 318 327 387 416 516 581 157.1 mAceió 360 485 511 520 559 620 904 917 990 876 1,025 184.7 nATAl 74 113 102 171 100 144 162 227 248 307 260 251.4 recife 1,388 1,397 1,312 1,336 1,352 1,324 1,374 1,338 1,321 1,110 890 -35.9 sAlvAdor 315 530 585 730 739 1,062 1,187 1,357 1,771 1,883 1,484 371.1 são luis 144 244 194 284 307 294 313 391 428 523 569 295.1 TeresinA 159 169 206 214 198 232 269 230 217 218 251 57.9 nordesTe 3,454 4,083 4,138 4,445 4,410 5,004 5,618 6,037 6,498 6,585 6,425 86.0 Belo HorizonTe 779 791 979 1,329 1,506 1,293 1,175 1,201 1,019 907 830 6.5 rio de jAneiro 3,316 3,274 3,728 3,350 3,174 2,552 2,846 2,204 1,910 1,952 1,535 -53.7 são PAulo 6,764 6,669 5,575 5,591 4,275 3,096 2,556 1,927 1,622 1,681 1,460 -78.4 viTóriA 231 252 240 221 253 263 273 242 235 226 220 -4.8 sudesTe 11,090 10,986 10,522 10,491 9,208 7,204 6,850 5,574 4,786 4,766 4,045 -63.5 curiTiBA 416 453 530 612 693 778 874 827 1,032 1,022 979 135.3 floriAnóPolis 35 60 89 100 109 97 79 81 91 84 96 174.3 PorTo AleGre 534 501 560 508 566 573 511 688 670 578 518 -3.0 sul 985 1,014 1,179 1,220 1,368 1,448 1,464 1,596 1,793 1,684 1,593 61.7 BrAsíliA 770 774 744 856 815 745 769 815 873 1,005 880 14.3 cAmPo GrAnde 261 231 239 249 221 214 207 251 191 216 171 -34.5 cuiABá 336 379 260 253 235 237 221 214 233 239 221 -34.2 GoiAniA 313 327 430 429 435 415 444 429 560 522 518 65.5 cenTro oesTe 1,680 1,711 1,673 1,787 1,706 1,611 1,641 1,709 1,857 1,982 1,790 6.5 BrAsil cAPiTAis 18,543 19,081 18,917 19,392 18,064 16,881 17,194 16,490 16,774 16,928 16,082 -13.3 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares • Com menor intensidade, mas ainda dentro do mesmo padrão, também Belém, João Pessoa, Maceió, Curitiba e Florianópolis, têm seus índices mais que duplicando na década. • Os dados, também neste caso, indicam uma transformação nos padrões de estruturação da violência, que tentaremos aprofundar no item 2.3. 28
  • 30. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Tabela 2.1.9. Taxas de Homicídio (em 100 mil) por Capital e Região. Brasil. 2000/2010* cAPiTAl/reGião 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010* Δ% Belém 25,9 27,0 31,8 34,7 29,6 44,7 33,9 34,2 47,0 45,7 54,5 110,4 BoA visTA 40,4 32,1 38,2 33,0 21,5 23,1 22,0 25,7 24,9 26,8 28,5 -29,5 mAcAPá 46,2 44,3 44,0 44,1 38,5 38,0 35,8 32,3 42,1 30,6 49,0 5,9 mAnAus 33,0 25,2 26,5 29,3 26,2 29,4 32,3 32,5 38,4 43,0 46,7 41,6 PAlmAs 21,8 26,5 20,5 21,5 21,3 13,0 13,6 12,8 18,5 17,5 22,3 2,3 PorTo velHo 61,0 66,9 63,2 51,1 71,4 56,4 68,5 51,3 46,9 46,1 49,7 -18,5 rio BrAnco 36,4 39,0 44,8 37,9 30,9 23,9 36,3 30,1 28,9 31,7 25,9 -28,8 norTe 34,2 32,1 34,2 34,4 31,8 35,6 34,9 33,0 39,8 40,3 45,8 33,6 ArAcAju 39,9 60,9 54,4 50,6 47,2 40,5 46,7 38,9 40,8 45,1 42,0 5,4 forTAlezA 28,2 27,9 31,8 29,5 28,5 34,0 35,0 40,3 35,9 36,6 45,9 62,7 joão PessoA 37,8 41,3 42,5 44,7 42,6 48,1 48,7 56,6 60,0 72,9 80,3 112,5 mAceió 45,1 59,3 61,3 61,2 64,5 68,6 98,0 97,4 107,1 94,4 109,9 143,5 nATAl 10,4 15,6 13,9 23,0 13,2 18,5 20,5 28,3 31,1 38,3 32,3 211,4 recife 97,5 97,2 90,5 91,4 91,8 88,2 90,7 87,5 85,2 71,9 57,9 -40,7 sAlvAdor 12,9 21,3 23,2 28,6 28,5 39,7 43,7 49,3 60,1 67,0 55,5 330,2 são luís 16,6 27,4 21,4 30,8 32,6 30,0 31,4 38,4 43,4 52,3 56,1 238,8 TeresinA 22,2 23,2 27,8 28,5 26,0 29,4 33,5 28,2 27,0 27,0 30,8 38,7 nordesTe 34,0 39,5 39,4 41,7 40,8 44,8 49,6 52,4 55,5 56,7 55,7 64,0 Belo HorizonTe 34,8 35,0 42,9 57,6 64,7 54,4 49,0 49,5 41,9 37,7 34,9 0,4 rio de jAneiro 56,6 55,5 62,8 56,1 52,8 41,9 46,4 35,7 31,0 31,3 24,3 -57,1 são PAulo 64,8 63,5 52,6 52,4 39,8 28,3 23,2 17,4 14,8 15,1 13,0 -80,0 viTóriA 79,0 85,1 80,2 73,0 82,7 83,9 86,1 75,4 73,9 70,0 67,1 -15,1 sudesTe 58,9 58,0 55,0 54,5 47,5 36,5 34,5 27,8 24,0 23,7 19,9 -66,1 curiTiBA 26,2 28,0 32,2 36,6 40,8 44,3 48,9 45,5 56,5 57,1 55,9 113,2 floriAnóPolis 10,2 17,0 24,7 27,1 28,9 24,4 19,4 19,5 22,6 20,4 22,8 122,9 PorTo AleGre 39,2 36,5 40,5 36,4 40,3 40,1 35,5 47,3 46,8 40,7 36,8 -6,4 sul 29,9 30,3 34,8 35,5 39,3 40,4 40,3 43,3 49,0 46,5 44,5 48,5 BrAsíliA 37,5 36,9 34,7 39,1 36,5 31,9 32,3 33,5 34,1 39,2 34,2 -8,8 cAmPo GrAnde 39,3 34,0 34,5 35,3 30,7 28,5 27,1 32,2 25,6 28,2 21,7 -44,7 cuiABá 69,5 76,9 52,0 49,8 45,5 44,4 40,7 38,8 42,8 43,6 40,1 -42,3 GoiâniA 28,6 29,4 38,1 37,4 37,4 34,6 36,4 34,6 44,3 40,7 39,8 38,9 cenTro oesTe 39,2 39,1 37,4 39,3 36,8 33,4 33,4 34,1 36,3 38,4 34,4 -12,2 cAPiTAis 45,8 46,5 45,5 46,1 42,4 38,5 38,7 36,6 37,3 37,4 35,4 -22,8 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares 29
  • 31. Tabela 2.1.10. Ordenamento das Capitais por Taxas de Homicídio (em 100 mil). Brasil: 2000/2010* cAPiTAl 2000 Pos. 2010* Pos. mAceió 45,1 8º 109,9 1º joão PessoA 37,8 13º 80,3 2º viTóriA 79,0 2º 67,1 3º recife 97,5 1º 57,9 4º são luís 16,6 24º 56,1 5º curiTiBA 26,2 20º 55,9 6º sAlvAdor 12,9 25º 55,5 7º Belém 25,9 21º 54,5 8º PorTo velHo 61,0 5º 49,7 9º mAcAPá 46,2 7º 49,0 10º mAnAus 33,0 17º 46,7 11º forTAlezA 28,2 19º 45,9 12º ArAcAju 39,9 10º 42,0 13º cuiABá 69,5 3º 40,1 14º GoiâniA 28,6 18º 39,8 15º PorTo AleGre 39,2 12º 36,8 16º Belo HorizonTe 34,8 16º 34,9 17º BrAsíliA 37,5 14º 34,2 18º nATAl 10,4 26º 32,3 19º TeresinA 22,2 22º 30,8 20º BoA visTA 40,4 9º 28,5 21º rio BrAnco 36,4 15º 25,9 22º rio de jAneiro 56,6 6º 24,3 23º floriAnóPolis 10,2 27º 22,8 24º PAlmAs 21,8 23º 22,3 25º cAmPo GrAnde 39,3 11º 21,7 26º são PAulo 64,8 4º 13,0 27º Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares 2.1.3 Evolução dos Homicídios nas Regiões Metropolitanas Como ficou esclarecido nas notas técnicas, foram trabalhadas sob esse conceito: 20 RM forman- do parte do núcleo de capitais de Estado; 10 RM fora as das capitais e três Regiões Integradas de De- senvolvimento – RIDE – que englobam municípios pertencentes a mais de uma Unidade Federada. 30
  • 32. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Tabela 2.1.11 Número e taxas de homicídio (em 100 mil). RM. 1980/2010* Homicídios Ano n TAxAs 1980 8.456 18.0 1981 8.854 18.4 1982 8.688 17.6 1983 9.946 19.6 1984 11.606 22.3 1985 11.826 22.2 1986 11.997 21.9 1987 14.380 25.7 1988 14.002 24.5 1989 18.234 31.2 1990 21.307 35.7 1991 19.752 32.4 1992 18.276 29.5 1993 19.957 31.5 1994 22.076 34.4 1995 26.217 40.3 1996 29.225 43.8 1997 28.602 42.0 1998 29.508 42.6 1999 30.422 43.2 2000 31.671 43.1 2001 32.936 44.0 2002 33.381 43.9 2003 34.171 44.2 2004 31.639 40.3 2005 29.904 36.8 2006 30.500 36.9 2007 28.867 34.4 2008 29.877 35.8 2009 29.483 35.3 2010* 28.194 33.7 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares 31
  • 33. Gráfico 2.1.3. Número e taxas de homicídio (em 100 mil). UF, Capitais e RM. 1980/2010* 50 1996; 44,8 2003; 46,1 45 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 2003; 44,2 40 1996; 43,8 2010*; 35,4 35 2003; 28,9 2010*; 33,7 30 25 2010*; 26,2 1980; 20,7 1996; 24,8 20 1980; 18,0 15 UF 10 1980; 11,7 Capitais RM 5 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010* Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares Podemos ver, segundo a tabela 2.1.11 e o gráfico 2.1.3 que, de forma praticamente idêntica às capitais, as RM tiveram um acelerado crescimento entre 1980 e 1996. Abre-se nesse ano um período de estagnação nas taxas para, a partir de 2003 e com algumas oscilações, evidenciar fortes quedas. Se esse movimento aconteceu no país como um todo, quando observadas as UF, as caracte- rísticas da evolução vão ficando mais complexas, como podemos ver nas tabelas 2.1.12 e 2.1.13. Diversas RM na última década apresentaram taxas negativas de crescimento, a começar pela RM de São Paulo, cujos índices despencam de 63,3 para 15,4 homicídios em 100 mil habitantes. Com menor intensidade, mas ainda com quedas, encontramos as RM de Recife, Cuiabá, Rio de Janeiro, Petrolina/Juazeiro, Baixada Santista, Vitória e Campinas. 32
  • 34. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Tabela 2.1.12. Número de Homicídios por Região Metropolitana. Brasil. 2000/2010* rm 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010* Δ% mAnAus 490 403 421 479 436 514 583 604 704 797 916 86.9 Belém 339 398 491 558 584 837 834 803 1,166 1,150 1,639 383.5 mAcAPá 152 159 166 167 153 157 156 148 177 141 225 48.0 são luís 144 254 215 305 336 321 342 415 477 584 610 323.6 TeresinA 183 184 223 233 220 263 308 264 250 252 285 55.7 forTAlezA 781 759 860 849 875 992 1,090 1,267 1,232 1,233 1,514 93.9 nATAl 113 161 144 208 159 204 229 312 391 449 363 221.2 joão PessoA 261 302 346 364 323 414 433 508 551 705 814 211.9 recife 2,577 2,877 2,534 2,666 2,591 2,632 2,666 2,680 2,553 2,216 1,868 -27.5 mAceió 389 535 590 595 635 703 1,011 1,062 1,141 1,012 1,165 199.5 ArAcAju 231 346 335 304 287 280 332 272 302 354 345 49.4 sAlvAdor 359 605 703 958 982 1,372 1,576 1,787 2,385 2,481 2,129 493.0 Belo HorizonTe 1,254 1,416 1,790 2,386 2,756 2,474 2,306 2,225 2,018 1,822 1,680 34.0 rio de jAneiro 6,074 5,980 6,876 6,475 6,065 5,610 5,773 4,855 4,040 3,703 3,097 -49.0 são PAulo 11,321 11,214 9,855 9,517 7,378 5,613 5,028 3,812 3,625 3,535 3,038 -73.2 curiTiBA 694 770 839 1,042 1,163 1,313 1,381 1,329 1,655 1,880 1,804 159.9 floriAnóPolis 63 90 133 172 184 170 155 140 162 163 162 157.1 P.AleGre 1,002 1,006 1,078 1,095 1,138 1,151 1,103 1,364 1,485 1,319 1,172 17.0 cuiABá 420 467 351 338 301 316 336 318 361 365 361 -14.0 GoiâniA 420 467 606 579 611 589 635 634 769 761 692 64.8 enTorno de BrAsíliA 1,042 1,054 1,045 1,185 1,178 1,139 1,155 1,195 1,403 1,501 1,451 39.3 PeTrolinA/juAzeiro 264 348 307 353 317 331 363 322 324 252 235 -11.0 vAle do Aço mG 40 48 57 78 65 68 60 74 75 66 114 185.0 viTóriA 1,059 1,074 1,216 1,200 1,241 1,164 1,291 1,329 1,334 1,324 1,158 9.3 BAixAdA sAnTisTA sP 809 726 816 669 434 300 397 281 293 341 322 -60.2 cAmPinAs sP 929 944 952 928 774 517 470 405 376 449 411 -55.8 londrinA Pr 112 169 211 262 261 219 217 165 234 219 206 83.9 mArinGá Pf 37 45 56 49 37 72 73 101 101 94 106 186.5 vAle do iTAjAí sc 11 24 20 29 7 26 19 35 37 39 44 300.0 norTe/nordesTe sc 47 40 49 38 55 48 63 69 90 92 87 85.1 foz do rio iTAjAí sc 32 52 68 52 71 72 83 78 127 144 128 300.0 reG cArBoníferA sc 15 14 21 33 15 19 24 11 31 25 34 126.7 TuBArão sc 7 5 7 5 7 4 8 3 8 15 19 171.4 ToTAl rm 31671 32936 33381 34171 31639 29904 30500 28867 29877 29483 28194 -11.0 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares Todas as restantes RM tiveram, em menor ou maior media, crescimento que, em vários casos, foi extremamente severo, como Belém, Salvador, São Luís e o Vale do Itajaí, em SC. 33
  • 35. Tabela 2.1.13.Taxas de Homicídio (em 100 mil) por Região Metropolitana. Brasil: 2000/2010* rm 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010* Δ% mAceió 39,3 52,8 57,2 56,6 59,3 63,0 88,8 91,4 99,6 87,9 100,7 156,2 Belém 18,9 21,6 26,1 29,1 29,9 41,0 40,0 37,7 56,1 55,8 80,2 325,0 joão PessoA 27,6 31,4 35,3 36,6 32,0 39,6 40,7 47,0 51,1 64,3 72,9 164,2 viTóriA 73,6 72,8 81,0 78,4 79,5 71,5 77,7 78,4 80,2 79,0 68,6 -6,8 sAlvAdor 11,6 19,2 21,9 29,4 29,7 40,0 45,2 50,4 63,3 67,9 60,1 418,2 curiTiBA 25,1 27,0 28,8 35,0 38,3 41,2 42,3 39,8 50,8 58,4 56,8 126,7 recife 77,2 84,9 74,0 76,9 73,9 73,1 73,1 72,6 68,4 59,7 50,6 -34,4 são luís 13,4 23,1 19,1 26,6 28,7 26,1 27,2 32,3 38,2 45,7 46,6 246,4 mAcAPá 41,8 41,8 42,1 40,9 36,2 34,6 33,2 30,4 38,9 29,6 45,0 7,8 cuiABá 60,1 65,3 48,3 45,7 40,0 40,4 42,1 39,1 46,1 46,0 44,9 -25,3 mAnAus 29,6 23,6 24,0 26,7 23,7 26,6 29,5 29,8 34,9 38,6 43,3 46,4 forTAlezA 26,2 24,9 27,7 26,8 27,2 29,6 31,9 36,4 35,0 35,0 42,9 63,9 ArAcAju 34,2 50,0 47,4 42,2 39,1 36,5 42,4 34,0 38,5 43,7 41,3 20,7 enTorno de BrAsíliA 35,2 34,6 33,4 37,0 35,9 32,9 32,5 32,8 38,3 40,6 39,0 10,6 Belo HorizonTe 28,8 31,8 39,5 51,7 58,7 50,7 46,4 43,9 40,0 36,7 34,4 19,5 PeTrolinA/juAzeiro 46,7 59,9 51,8 58,3 51,3 51,2 54,9 47,7 45,4 36,0 34,2 -26,6 GoiâniA 25,3 27,4 34,7 32,4 33,4 30,7 32,3 31,5 37,5 36,9 33,3 31,6 PorTo AleGre 26,9 26,6 28,2 28,2 29,0 28,5 26,9 32,8 36,8 33,0 29,6 9,9 foz do rio iTAjAí sc 10,0 15,7 20,0 14,9 19,8 18,9 21,2 19,4 31,5 34,2 29,1 190,7 nATAl 10,1 14,1 12,4 17,5 13,1 16,2 17,8 23,8 30,2 34,1 27,1 167,5 londrinA Pr 16,5 24,5 30,2 37,0 36,4 29,6 28,9 21,7 30,8 28,8 27,0 63,2 rio de jAneiro 56,7 55,3 62,9 58,7 54,5 49,4 50,3 41,9 35,0 32,0 26,7 -52,9 vAle do Aço mG 10,0 11,8 13,8 18,6 15,3 15,5 13,5 16,4 16,7 14,7 25,2 152,1 TeresinA 18,2 18,0 21,5 22,1 20,6 23,9 27,5 23,2 22,2 22,1 24,8 36,4 BAixAdA sAnTisTA sP 54,8 48,2 53,3 43,0 27,5 18,3 23,8 16,6 17,7 20,6 19,3 -64,7 mArinGá Pr 7,8 9,3 11,3 9,7 7,2 13,5 13,5 18,3 18,7 17,0 18,7 139,6 floriAnóPolis 8,9 12,3 17,8 22,5 23,5 20,7 18,4 16,3 19,4 19,1 18,5 108,0 norTe/nordesTe sc 10,4 8,6 10,4 7,9 11,3 9,4 12,2 13,1 17,5 17,4 16,1 55,3 são PAulo 63,3 61,9 53,6 51,1 39,1 28,9 25,6 19,1 18,5 18,0 15,4 -75,6 cAmPinAs sP 39,7 39,5 39,1 37,4 30,6 19,6 17,5 14,8 13,8 16,2 14,7 -63,0 TuBArão sc 5,9 4,2 5,8 4,1 5,7 3,2 6,2 2,3 6,3 11,7 14,7 146,9 reG. cArBoníferA sc 5,2 4,8 7,0 10,9 4,9 6,0 7,4 3,4 9,6 7,7 10,3 97,9 vAle do iTAjAí sc 2,8 5,9 4,8 6,8 1,6 5,8 4,1 7,5 8,0 8,2 9,0 228,9 ToTAl rm 43,1 44,0 43,9 44,2 40,3 36,8 36,9 34,4 35,8 35,3 33,7 -21,8 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares 34
  • 36. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil 2.2 Evolução nos Municípios A distribuição espacial da violência homicida, principalmente quando desagregada no nível do município, tem-se revelado uma fonte extremamente útil para a análise dos fatores que incidem em sua produção e reprodução e, com esse quadro, melhorar as condições de delinear políticas específicas de enfrentamento. Conformam situações bem diferenciadas nos mecanismos de pro- dução de violência quando se trata de polos de desenvolvimento do interior, atrativos de popula- ção e investimentos que, perante a limitada presença do poder público, resultam atrativos também para a criminalidade e a violência; ou de municípios de zona de fronteira, dominados por grandes estruturas dedicadas ao contrabando de armas, de produtos, de pirataria e/ou rotas de tráfico; ou municípios do arco do desmatamento amazônico, incentivados por interesses políticos e eco- nômicos em torno de gigantescos empreendimentos agrícolas precedidos de madereiras ilegais, grilagem de terras, extermínio de populações indígenas e trabalho escravo; também municípios amazônicos, boca de absorção de biopirataria; ou municípios com domínio territorial, em maior ou menor medida, de quadrilhas, milícias e/ou tráfico; ou, tanto ou mais importante que as an- teriores, municípios e áreas onde impera uma sólida cultura da violência: crimes chamados “de honra” e/ou crimes de proximidade. Não é nosso objetivo aprofundar neste tema, dada a impossibilidade material de abranger e diagnosticar a situação dos 5.565 municípios do país. Nossa pretensão é mais simples: elaborar insumos e subsídios para possibilitar essa análise diagnóstica, a partir dos dados sobre a violência homicida coletados pelo Sistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde. Dado que também é impossível elencar nesta publicação os 5.565 municípios, foi decidido, como fizemos em publicações anteriores, detalhar aqui os 200 municípios de maiores índices e oferecer a quem interessar a possibilidade de aceder às planilhas contendo o conjunto dos muni- cípios do país no site www.mapadaviolencia.org.br. Como indicado no capítulo metodológico, para evitar as oscilações em municípios de pequeno porte, onde incidentes isolados podem repercutir fortemente nas taxas, ficou decidido trabalhar: • As taxas médias dos últimos três anos disponíveis – 2008 a 2010 – relacionando a média de homicídios com a média de população desses anos. • Elaborar as taxas para municípios com 10 mil habitantes ou mais, situação na que se encon- tram 3.023 municípios. A tabela a seguir – 2.2.1 – detalha os 200 municípios de maiores taxas. Essa tabela, além de identificar o município e a UF, registra a população média 2008/2010 segundo o IBGE18 usa- da para a estimativa das taxas; o número de homicídios registrado pelo SIM/SVS/DATASUS em 18. IBGE/DPE/Departamento de População e Indicadores Sociais. Projeto UNFPA/BRASIL (BRA/98/P08). 35
  • 37. 2008, 2009 e 2010 e, por último, a taxa média de homicídios e a posição do município no contexto nacional e no estadual. Antes de incluir a tabela, existem fatos significativos sobre a distribuição municipal da violência: • No ano de 2010, em 2.232 dos 5.565 municípios existentes no país nesse ano, isto é, 41,1% das localidades, não se registrou nenhum homicídio. • Um fato que reforça a nossa tese da disseminação da violência, que será melhor analisado no item 2.4.3 deste capítulo, é a evidência que, com uma média nacional de homicídios se- melhante, inclusive levemente menor – 26,7 homicídios por 100 mil habitantes em 2000 e 26,2 em 2010 – o ano de 2000 teve maior proporção de municípios sem homicídios: 52,2%: 2.873 dos 5.507 municípios existentes. • Em 1.098 municípios, isto é, 19,7% do total, não se registraram homicídios nos três últimos anos disponíveis (2008, 2009 e 2010). A Tabela 2.2.1 também permite verificar a existência de um pequeno número de 15 municípios com taxas extremamente virulentas, que ultrapassam a casa dos 100 homicídios em cada 100 mil habitantes. Esses municípios praticamente quadruplicam a já elevada média nacional de 26.2 ho- micídios em 100 mil habitantes. 36
  • 38. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Tabela 2.2.1. Número e taxas médias (em 100 mil) de homicídio nos 200 municípios com mais de 10.000 habitantes. Brasil. 2008/2010* PoPulAção Homicídios TAxA Posição municíPio uf médiA. 2008 2009 2010* médiA nAc. esT. simões filHo BA 116.348 175 153 183 146,4 1 1 cAmPinA GrAnde do sul Pr 37.707 46 53 48 130,0 2 1 mArABá PA 216.808 250 284 250 120,5 3 1 GuAírA Pr 30.149 40 27 35 112,8 4 1 PorTo seGuro BA 123.695 114 128 160 108,3 5 1 AnAnindeuA PA 483.730 417 408 744 108,1 6 1 coronel sAPucAiA ms 14.240 18 18 10 107,7 7 1 iTABunA BA 208.456 208 232 210 103,9 8 1 mAceió Al 928.446 990 876 1025 103,8 9 1 iTAPissumA Pe 23.898 24 24 25 101,8 10 1 ArAPirAcA Al 211.227 193 227 223 101,5 11 1 ilHA de iTAmArAcá Pe 20.148 25 21 15 100,9 12 1 GoiAnésiA do PArá PA 29.510 39 32 18 100,5 13 1 lAuro de freiTAs BA 158.233 145 170 162 100,5 14 1 eunáPolis BA 99.195 88 118 93 100,5 15 2 serrA es 403.247 433 394 381 99,9 16 1 iTuPirAnGA PA 46.776 68 43 24 96,2 17 1 TAilândiA PA 74.439 64 79 68 94,5 18 2 PirAquArA Pr 89.610 67 74 103 90,8 19 1 PilAr Al 32.926 36 22 28 87,1 20 1 rondon do PArá PA 47.019 46 33 41 85,1 21 1 juquiTiBA sP 28.914 18 20 34 83,0 22 1 Ariquemes ro 87.467 75 93 49 82,7 23 1 Tucumã PA 30.591 12 22 41 81,7 24 1 mAriTuBA PA 103.496 64 78 111 81,5 25 2 cAriAcicA es 355.508 302 311 249 80,8 26 1 Bom jesus do TocAnTins PA 14.429 9 19 6 78,5 27 1 cABo de sAnTo AGosTinHo Pe 177.506 159 124 131 77,7 28 1 Tucuruí PA 95.572 82 77 63 77,4 29 1 novA iPixunA PA 14.727 10 14 10 77,0 30 2 messiAs Al 15.615 8 17 11 76,9 31 1 Pedro cAnário es 23.995 8 23 24 76,4 32 1 BuriTis ro 33.131 21 22 32 75,5 33 1 PArAGominAs PA 96.649 67 56 95 75,2 34 1 TeixeirA de freiTAs BA 131.100 73 101 121 75,0 35 1 linHAres es 136.104 102 123 78 74,2 36 1 ourilândiA do norTe PA 24.265 7 20 27 74,2 37 1 AlmirAnTe TAmAndAré Pr 99.972 70 79 73 74,0 38 1 novo ProGresso PA 23.484 3 22 27 73,8 39 1 mArecHAl deodoro Al 46.271 35 34 33 73,5 40 1 são seBAsTião Al 31.966 23 27 20 73,0 41 2 são mATeus es 104.842 68 86 74 72,5 42 1 recife Pe 1.543.842 1321 1110 890 71,7 43 1 GuArATuBA Pr 32.205 24 22 23 71,4 44 1 joão PessoA PB 708.299 416 516 581 71,2 45 1 ArmAção dos Búzios rj 27.631 26 21 12 71,2 46 1 (continua) 37
  • 39. Tabela 2.2.1 (continuação) PoPulAção Homicídios TAxA Posição municíPio uf médiA. 2008 2009 2010* médiA nAc. esT. cujuBim ro 14.988 10 10 12 71,2 47 1 TeoTônio vilelA Al 41.325 32 28 28 71,0 48 1 são GerAldo do ArAGuAiA PA 25.439 14 24 16 70,8 49 1 diAs d’ávilA BA 61.520 52 37 41 70,4 50 1 foz do iGuAçu Pr 287.639 222 198 187 70,3 51 1 viTóriA es 322.809 235 226 220 70,3 52 1 redenção PA 71.159 39 49 62 70,3 53 1 colnizA mT 28.009 22 20 17 70,2 54 1 floresTA Pe 28.547 24 18 18 70,1 55 1 são dominGos do ArAGuAiA PA 22.510 10 13 24 69,6 56 1 eldorAdo dos cArAjás PA 30.547 22 27 14 68,7 57 2 PAcAjá PA 40.374 28 28 27 68,5 58 3 cArAúBAs rn 19.955 15 12 14 68,5 59 1 duque de cAxiAs rj 859.720 606 582 542 67,1 60 1 coArAci BA 21.888 21 8 15 67,0 61 1 BArBAlHA ce 53.910 33 27 47 66,2 62 1 PinHAis Pr 116.996 58 72 100 65,5 63 1 viTóriA dA conquisTA BA 310.382 149 196 265 65,5 64 1 AGresTinA Pe 22.525 16 17 11 65,1 65 1 cABo frio rj 183.431 129 142 87 65,1 66 1 são miGuel dos cAmPos Al 53.824 32 29 44 65,0 67 1 jAcundá PA 52.937 37 40 26 64,9 68 1 sAnTA TerezinHA de iTAiPu Pr 20.598 13 14 13 64,7 69 1 união dos PAlmAres Al 62.377 38 38 44 64,1 70 1 iTororó BA 20.378 12 11 16 63,8 71 1 iPojucA Pe 77.348 53 55 40 63,8 72 1 sooreTAmA es 23.556 11 19 15 63,7 73 1 iBimirim Pe 27.780 19 22 12 63,6 74 1 cAmPo novo de rondôniA ro 12.728 1 8 15 62,9 75 1 imPerATriz mA 241.908 172 144 138 62,6 76 1 PonTA Porã ms 76.237 49 52 42 62,5 77 1 ToriTAmA Pe 33.862 14 24 25 62,0 78 1 áGuAs lindAs de Goiás Go 149.591 101 76 100 61,7 79 1 BeTim mG 403.798 283 249 215 61,7 80 1 PArAuAPeBAs PA 149.617 91 104 81 61,5 81 1 novA BAndeirAnTes mT 12.534 9 6 8 61,2 82 1 cABedelo PB 54.504 9 34 57 61,2 83 1 vilA velHA es 411.083 246 292 215 61,1 84 1 lucenA PB 11.486 9 4 8 60,9 85 1 sAlvAdor BA 2.812.195 1771 1883 1484 60,9 86 1 AlAGoinHAs BA 139.576 82 96 77 60,9 87 2 joAquim Gomes Al 22.471 13 14 14 60,8 88 1 PArATy rj 36.358 22 29 15 60,5 89 1 AlTo PArAíso ro 17.152 10 8 13 60,2 90 1 ilHéus BA 201.973 110 135 120 60,2 91 1 PAu BrAsil BA 11.635 2 9 10 60,2 92 2 (continua) 38
  • 40. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Tabela 2.2.1 (continuação) PoPulAção Homicídios TAxA Posição municíPio uf médiA. 2008 2009 2010* médiA nAc. esT. vAlençA BA 88.608 33 36 90 59,8 93 3 cAnAvieirAs BA 34.624 15 29 18 59,7 94 4 rio lArGo Al 67.920 53 29 39 59,4 95 1 crisTAlinA Go 42.353 23 32 20 59,0 96 1 cAruAru Pe 304.735 205 181 153 59,0 97 1 rio BrAnco do sul Pr 31.733 9 32 15 58,8 98 1 são joão do ArAGuAiA PA 12.559 7 6 9 58,4 99 1 mAcHAdinHo d’oesTe ro 31.675 15 23 17 57,9 100 1 BrejeTuBA es 11.538 9 8 3 57,8 101 1 viAnA es 62.596 40 35 33 57,5 102 2 PonTAl do PArAná Pr 19.214 7 10 16 57,2 103 1 jAGuAré es 23.902 11 12 18 57,2 104 1 são josé dos PinHAis Pr 268.370 121 187 152 57,1 105 1 PATos PB 100.326 55 58 58 56,8 106 1 escAdA Pe 62.840 60 26 21 56,8 107 1 GuArAPAri es 104.200 70 59 48 56,6 108 1 curiTiBA Pr 1.790.000 1032 1022 979 56,5 109 1 cAsTAnHAl PA 166.130 78 104 98 56,2 110 1 GoiAnA Pe 74.913 41 45 40 56,1 111 1 AmAmBAi ms 34.616 32 11 15 55,9 112 1 viTóriA de sAnTo AnTão Pe 127.828 82 68 63 55,5 113 1 fAzendA rio GrAnde Pr 80.465 29 56 49 55,5 114 1 BArrA de são frAncisco es 40.975 30 24 14 55,3 115 1 iTinGA do mArAnHão mA 25.365 13 16 13 55,2 116 1 BArrA dos coqueiros se 22.393 11 12 14 55,1 117 1 vAlPArAíso de Goiás Go 126.930 39 76 94 54,9 118 1 iTAPAricA BA 20.683 7 9 18 54,8 119 1 novo GAmA Go 91.288 43 60 47 54,8 120 1 PirAnHAs Al 23.848 13 8 18 54,5 121 1 cAmAçAri BA 235.463 138 124 123 54,5 122 1 sAnTo AnTônio do descoBerTo Go 60.578 33 37 29 54,5 123 1 fundão es 16.575 8 7 12 54,3 124 1 flexeirAs Al 12.298 10 5 5 54,2 125 1 jABoATão dos GuArArAPes Pe 661.483 430 363 281 54,1 126 1 são josé dA lAje Al 22.814 8 14 15 54,1 127 1 Belém de mAriA Pe 10.575 4 6 7 53,6 128 1 várzeA GrAnde mT 245.261 128 126 140 53,5 129 1 cuPirA Pe 23.077 10 21 6 53,4 130 1 BAyeux PB 97.593 34 62 59 52,9 131 1 iTAiTinGA ce 34.100 20 19 15 52,8 132 1 ArAucáriA Pr 117.486 43 76 67 52,8 133 1 AlTAmirA PA 97.959 41 50 64 52,7 134 1 iTAjuíPe BA 20.888 8 13 12 52,7 135 1 serTAnóPolis Pr 15.833 16 5 4 52,6 136 1 comodoro mT 18.401 8 13 8 52,5 137 1 umArizAl rn 10.799 1 9 7 52,5 138 1 (continua) 39
  • 41. Tabela 2.2.1 (continuação) PoPulAção Homicídios TAxA Posição municíPio uf médiA. 2008 2009 2010* médiA nAc. esT. luziâniA Go 189.166 106 77 113 52,2 139 1 são seBAsTião do PAssé BA 41.889 10 30 25 51,7 140 1 novo rePArTimenTo PA 58.278 45 17 28 51,5 141 1 sAnTA riTA PB 123.084 50 60 80 51,5 142 1 TrindAde Pe 25.993 16 14 10 51,3 143 1 novA mAmoré ro 22.098 12 14 8 51,3 144 1 verA cruz BA 37.205 16 17 24 51,1 145 1 exTremoz rn 23.521 13 20 3 51,0 146 1 cAmPo mourão Pr 86.327 42 39 51 51,0 147 1 novA viçosA BA 37.294 10 22 25 50,9 148 1 ecoPorAnGA es 23.566 16 10 10 50,9 149 1 mAcAé rj 197.758 114 81 107 50,9 150 1 iTABelA BA 27.513 19 7 16 50,9 151 1 feirA de sAnTAnA BA 570.570 241 286 342 50,8 152 2 mossoró rn 250.730 126 118 137 50,7 153 1 sAnTA luziA BA 14.480 6 5 11 50,6 154 1 são luís mA 1.000.832 428 523 569 50,6 155 1 TAmAndAré Pe 19.785 11 11 8 50,5 156 1 iTAPeBi BA 11.213 3 8 6 50,5 157 1 conceição dA BArrA es 27.739 8 17 17 50,5 158 1 nAnuque mG 41.112 23 25 14 50,3 159 1 PAlmAres Pe 59.055 35 30 24 50,2 160 1 ArAGuAínA To 134.806 67 75 61 50,2 161 1 cArAGuATATuBA sP 97.719 55 50 42 50,1 162 1 iBicArAí BA 24.631 5 18 14 50,1 163 1 juPi Pe 13.990 7 6 8 50,0 164 1 PAriPueirA Al 10.687 6 4 6 49,9 165 1 BrAnquinHA Al 11.363 3 10 4 49,9 166 2 ABreu e limA Pe 95.050 53 45 44 49,8 167 1 limoeiro Pe 56.321 31 34 19 49,7 168 2 cAAPorã PB 20.146 6 12 12 49,6 169 1 Penedo Al 60.564 27 31 32 49,5 170 1 ArAcruz es 79.623 42 34 42 49,4 171 1 olindA Pe 386.315 217 195 159 49,3 172 1 BuerAremA BA 19.646 11 6 12 49,2 173 1 cidAde ocidenTAl Go 53.609 28 26 25 49,1 174 1 Belém PA 1.408.762 669 644 760 49,1 175 1 coruriPe Al 52.357 13 38 26 49,0 176 1 iTABAiAnA se 86.346 44 42 40 48,6 177 1 unA BA 24.699 14 14 8 48,6 178 1 xexéu Pe 14.436 3 12 6 48,5 179 1 cAmPinA GrAnde PB 383.318 155 184 218 48,4 180 1 iPorã Pr 15.167 3 12 7 48,4 181 1 BelmonTe BA 22.067 14 14 4 48,3 182 1 (continua) 40
  • 42. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Tabela 2.2.1 (continuação) PoPulAção Homicídios TAxA Posição municíPio uf médiA. 2008 2009 2010* médiA nAc. esT. colomBo Pr 227.236 98 124 106 48,1 183 1 PAncAs es 20.119 9 14 6 48,0 184 1 xinGuArA PA 40.320 18 20 20 47,9 185 1 iTAPecericA dA serrA sP 155.858 82 59 83 47,9 186 1 mAnGArATiBA rj 34.152 17 14 18 47,8 187 1 conde PB 20.926 7 10 13 47,8 188 1 PlAnAlTinA Go 80.406 55 23 37 47,7 189 1 PorTo velHo ro 403.857 178 186 213 47,6 190 1 cAmPos dos GoyTAcAzes rj 447.785 205 241 193 47,6 191 1 áGuA clArA ms 14.024 6 7 7 47,5 192 1 são miGuel do iGuAçu Pr 26.027 19 6 12 47,4 193 1 colATinA es 111.251 48 64 46 47,3 194 1 Breu BrAnco PA 51.447 20 27 26 47,3 195 1 AquirAz ce 71.534 39 26 36 47,1 196 1 iGArAssu Pe 100.311 39 50 52 46,9 197 1 cAndeiAs BA 82.232 43 33 39 46,6 198 1 iTABorAí rj 221.659 108 94 107 46,5 199 1 mATA de são joão BA 39.573 15 17 23 46,3 200 1 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares 2.3. Os Novos Padrões da Violência Homicida Nos estudos que publicamos sobre o tema, a partir de 2004 já indicávamos uma mudança nos padrões de evolução da violência homicida no país. No Mapa da Violência divulgado em 200419 apontávamos: “Desmembrando (a série analisada 1993/2002) em dois períodos, no primeiro, de 1993 a 1999 os índices de crescimento dos homicídios nas capitais e municípios das regiões metropolitanas mais que duplicam os índices de crescimento do interior dos estados. Já nos segundo período – 1999 a 2002 – aumentam drasticamente as taxas anuais de crescimento dos homicídios no interior para 8% aa, caindo de forma drástica as taxas das capitais e regiões metropolitanas. Isso estaria indicando uma forte tendência de interiorização da violência homicida.” Mais recentemente, no último Mapa da Violência, divulgado em fevereiro deste ano20, apon- távamos a existência de dois “processos concomitantes de desconcentração. Por um lado, (...) um 19. WAISELFISZ, J.J. Mapa da Violência IV. Os Jovens do Brasil. Brasília: UNESCO, Secretaria Especial de Direitos Humanos, Instituto Ayrton Senna. 2004. 20. WAISELFISZ, J.J. Mapa da Violência 2011. Os Jovens do Brasil. Brasília, Ministério da Justiça, Instituto Sangari. 2011. 41
  • 43. fenômeno de interiorização da violência homicida. Se até 1996 o crescimento dos homicídios centrava-se nas capitais e nos grandes conglomerados metropolitanos, entre 1996 e 2003 esse cres- cimento praticamente estagna e o dinamismo se transfere aos municípios do interior dos estados. A partir de 2003, as taxas médias nacionais das capitais e regiões metropolitanas começam a enco- lher, enquanto as do interior continuam a crescer, mas com um ritmo mais lento (....). Esses mes- mos fatores parecem impulsionar um segundo tipo de desconcentração, agora entre os estados” que chamaremos de disseminação. Em que consiste essa última? Diversas UF relativamente tranquilas na década anterior experi- mentam incrementos significativos nos seus níveis de violência enquanto as conhecidas na década passada como focos de violência reduzem, em casos de forma muito significativa, suas taxas de homicídio. Esses dois processos originaram a migração dos polos dinâmicos da violência de um limitado número de capitais e/ou grandes regiões metropolitanas, que melhoraram a eficiência de seus aparelhos de segurança, para regiões menos protegidas, seja no interior dos estados, seja para outras unidades federativas. Tentaremos aprofundar essa dinâmica de disseminação da violência homicida no item a seguir e, mais adiante, no item 2.3.2 o segundo processo, o de interiorização da violência. Mas, em realidade, trata-se de um único processo, o de migração dos polos dinâmicos da vio- lência de um limitado número de regiões metropolitanas de grande porte para áreas de menor tamanho e presença, não só demográfica, mas também do poder do Estado. 2.3.1. Disseminação da violência Para uma melhor visualização das mudanças acontecidas na última década, deveremos re- organizar os dados já apresentados na tabela 2.1.5 ordenando agora as UF pela situação de suas taxas de homicídio no ano 2000. Podemos verificar, até visualmente, um padrão de evolução bem definido e marcante na década. Vemos pela tabela que das sete UF que encabeçam a lista no ano 2000, seis tiveram quedas em seus índices e, em alguns casos, como os de São Paulo e Rio de Janeiro, as quedas foram bem expressivas. Só Espírito Santo apresentou um leve incremento na década analisada. Mas devemos considerar que nesse Estado o processo se iniciou dois anos antes. Se considerarmos como ponto de partida a taxa do ano 1998: 58,4 homicídios em 100 mil habitantes, os homicídios em realidade caíram 14,3% entre 1998 e 2010, pelo que a exceção é só aparente. Podemos assim considerar os sete estados no mesmo bloco: unidades mais violentas cujas taxas caem na década. Já nas 17 UF com menores taxas em 2000 aconteceu exatamente o contrário. As taxas cres- ceram e, em vários casos, de forma drástica e preocupante. É o que aconteceu na Bahia, onde as taxas mais que quadruplicam ou no Pará e no Maranhão, onde as taxas mais que triplicam ou em Alagoas, Paraíba ou Rio Grande do Norte, onde as taxas mais que duplicam. Esses aumentos foram de tal magnitude que Alagoas, em 11º lugar em 2000, pulou para o primeiro lugar da violência 42
  • 44. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil nacional. O Pará, que 10 anos antes estava no 21º lugar, pulou para o 3º. Pelo ordenamento dos estados, nessa tabela, também vemos que o fenômeno não se restringe a uma região ou área delimitada. A disseminação atuou espalhando a violência homicida para to- das as regiões do país, numa espécie de reequilíbrio hidrodinâmico dos vasos comunicantes: dos estados mais violentos para os menos violentos. Tabela 2.3.1.1. Ordenamento das UF por Taxas de Homicídio (em 100 mil) no ano 2000. Brasil, 2000-2010* 2000 2010* uf Δ% TAxA Pos TAxA Pos PernAmBuco 54,0 1º 38,8 4º -28,2 rio de jAneiro 51,0 2º 26,2 17º -48,6 esPíriTo sAnTo** 46,8 3º 50,1 2º 7,1 são PAulo 42,2 4º 13,9 25º -67,0 mATo Grosso 39,8 5º 31,7 12º -20,2 rorAimA 39,5 6º 27,3 16º -30,8 disTriTo federAl 37,5 7º 34,2 10º -8,8 rondôniA 33,8 8º 34,6 8º 2,5 AmAPá 32,5 9º 38,7 5º 19,1 mATo Grosso do sul 31,0 10º 25,8 18º -16,7 AlAGoAs 25,6 11º 66,8 1º 160,4 serGiPe 23,3 12º 33,3 11º 42,9 Goiás 20,2 13º 29,4 15º 45,6 AmAzonAs 19,8 14º 30,6 13º 54,6 Acre 19,4 15º 19,6 22º 1,3 PArAná 18,5 16º 34,4 9º 86,0 ceArá 16,5 17º 29,7 14º 79,8 rio GrAnde do sul 16,3 18º 19,3 23º 18,1 TocAnTins 15,5 19º 22,5 20º 45,3 PArAíBA 15,1 20º 38,6 6º 156,2 PArá 13,0 21º 45,9 3º 252,9 minAs GerAis 11,5 22º 18,1 24º 57,1 BAHiA 9,4 23º 37,7 7º 303,2 rio GrAnde do norTe 9,0 24º 22,9 19º 153,9 PiAuí 8,2 25º 13,7 26º 66,4 sAnTA cATArinA 7,9 26º 12,9 27º 63,1 mArAnHão 6,1 27º 22,5 21º 269,3 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares ** Se ano inicial 1998, taxa=58,3. Δ= -14,3% Mas para aprofundar as análises dessa mudança nos padrões históricos da violência homicida, deveremos retroceder com os dados até o ano 1980 e assim abranger um período de 30 anos. Po- demos verificar essa evolução nos gráficos e tabelas a seguir. 43
  • 45. Gráfico 2.3.1.1. Evolução das 7 UF com as maiores e das 17 UF com as menores taxas de homicídio no ano 2000. Brasil, 1980/2010*. 50 1999; 47,4 45 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 40 1990; 37,4 35 2003; 28,9 30 2010; 28,4 1992; 30,4 1999; 26,2 25 2010; 26,2 20 2010; 22,1 1980; 17,2 15 Brasil 1980; 11,7 10 1989; 12,1 1999; 11,7 7 maiores 1980; 7,9 17 menores 5 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010* Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares Vemos no gráfico 2.3.1.1 que, entre 1980 e 1999, o Brasil passou de 11,7 para 26,2 homicídios em 100 mil habitantes, o que representou um aumento de 124%. No mesmo período, os 7 estados mais violentos no ano 2000 cresciam 175,7% e os 17 menos violentos em 2000 cresciam de forma bem mais moderada: 48,5%. Nesses estados menos violentos, vemos que o peso do incremento concentrou-se nos primeiros 9 anos, até 1989. Entre essa data e 1999 os índices praticamente estagnaram. Fica evidente, visual- mente no gráfico, que até 1999 os polos dinâmicos da violência homicida concentravam-se num pequeno grupo de estados, principalmente em suas capitais e/ou regiões metropolitanas, como teremos oportunidade de observar no capítulo dedicado ao processo de interiorização. Já no segundo período, que se inicia em 1999 e vai até 2010, as taxas nacionais, com diversas flutuações, praticamente estagnam em 26,2 homicídios em 100 mil habitantes. Até 2003 conti- nuam os elevados níveis de crescimento do período anterior, cai, também de forma acelerada em 2004 e 2005, para depois voltar a oscilar até 2010, ora aumentando, ora caindo. Que explicam as fortes oscilações do último quinquênio? Indicávamos, em estudos anteriores: contrastando com o período anterior, de crescimento sistemático, os dados se revelam contraditórios, crescendo em um ano, caindo no outro. Isso indica a presença de forças também contraditórias, cuja prevalên- cia circunstancial pressiona os quantitativos nacionais ora para cima ora para baixo (....) Essas mudanças alteram o mapa tradicional dos homicídios no país. Quais seriam essas forças? Um pequeno número de estados de elevados níveis de violência, alguns de forte peso demográfico, 44
  • 46. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil conseguem reverter a espiral de violência homicida, baixando drasticamente seus índices. Essa violência se espalha para um grande número de unidades que, relativamente tranquilas dez anos antes, evidenciariam fortes incrementos nos seus índices de homicídios. A preponderância cir- cunstancial de um ou outro bloco estaria a explicar as oscilações, numa situação que podemos caracterizar como de equilíbrio instável. Efetivamente, vemos que neste segundo período, a partir de 1999, as taxas dos 7 estados que em 2000 lideravam as estatísticas, caem drasticamente de 47,4 para 22,1 homicídios em 100 mil habitantes. Isso significa que nesses 11 anos as taxas caíram 52,1%, indo para menos da metade do que eram em 1999. Do outro lado, as taxas dos 17 estados que tinham os menores índices em 2000 crescem de forma drástica: passam de 11,7 para 28,4 homicídios em 100 mil habitantes. Um crescimento que multiplica quase 2,5 vezes o nível de 1999. Evidência clara desta mudança de padrão é o fato que em 1999 as taxas dos sete estados mais violentos superam largamente as taxas dos estados menos violentos – taxas de 47,4 e 11,7: eram 305% maiores isto é, acima de 4 vezes. Já em 2010 a taxa dos estados menos violentos agora ultra- passa em 22,2% a dos estados mais violentos. 45
  • 47. Tabela 2.3.1.2. Evolução das 7 UF com as maiores e das 17 UF com as menoresTaxas de Homicídio no ano 2000. Brasil, 1980/2010.* Ano BrAsil 7 mAiores 17 menores relAção % 1980 11,7 17,1 7,9 116,0 1981 12,6 18,3 8,5 114,4 1982 12,6 17,5 9,1 92,9 1983 13,8 20,2 9,2 119,1 1984 15,3 23,9 9,2 159,0 1985 15,0 24,2 8,5 184,6 1986 15,3 24,2 8,8 174,0 1987 16,9 28,2 8,9 217,1 1988 16,8 26,0 10,2 154,8 1989 20,3 31,9 12,1 162,7 1990 22,2 37,4 11,6 222,2 1991 20,9 33,7 11,8 186,1 1992 19,1 30,4 11,1 172,9 1993 20,2 32,5 11,4 184,4 1994 21,2 34,9 11,6 199,7 1995 23,8 40,7 12,1 235,2 1996 24,8 42,0 12,7 230,9 1997 25,4 43,1 13,0 231,2 1998 25,9 46,0 11,9 285,4 1999 26,2 47,1 11,7 301,0 2000 26,7 45,4 13,7 231,5 2001 27,8 45,6 15,4 195,0 2002 28,5 44,3 17,3 156,5 2003 28,9 42,4 19,3 119,7 2004 27,0 36,8 20,1 83,5 2005 25,8 32,1 21,3 50,5 2006 26,3 31,4 22,5 39,4 2007 25,2 27,7 23,4 18,3 2008 26,4 26,4 26,3 0,6 2009 27,0 25,9 27,7 -6,5 2010 26,2 22,6 28,4 -20,6 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares 46
  • 48. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Gráfico 2.3.1.2. Relação % entre as 7 UF com maiores e as 17 UF com menores taxas de homicídio em 2000. Brasil, 1980/2010* 350 1999; 301,0 300 250 Diferença (%) 200 150 1980; 116,0 100 50 0 2010; -20,6 -50 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010* Fonte: SIM/SVS/MS. * 2010: dados preliminares Tabela 2.3.1.3. Crescimento % por período das 7 UF com as maiores e das 17 UF com as menores taxas de homicídio em 2000. Brasil. crescimenTo % Período BrAsil 7 mAiores 17 menores 1980/1999 124,0 175,7 48,5 1999/2010* 0,0 -52,1 142,2 1980/2010* 124,0 32,2 259,5 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares Outro claro indicador dessa disseminação é o fato que no ano 2000 ainda existiam no país 5 estados com taxas abaixo do que se considera situação epidêmica21: Bahia, Rio Grande do Norte, Piauí, Santa Catarina e Maranhão. Já em 2010 a totalidade dos estados supera esse patamar. A menor taxa, a de Santa Catarina, é de 12,9 homicídios em 100 mil habitantes. E esse fenômeno acontece sem alteração da taxa nacional, que permanece rondando os 26 homicídios em 100 mil habitantes. Esse fenômeno de disseminação se produz a partir das quedas, bem significativas, de alguns estados com forte peso demográfico e impacto nas estatísticas nacionais, como São Paulo e Rio de Janeiro e de aumentos em um maior número de estados, mas de menor peso estatístico. Fenômeno semelhante acontece se observamos a evolução histórica da violência nas capitais. Capitais que no ano 2000 ocupavam os lugares mais violentos, veem suas taxas cair na década e, em alguns casos, como as capitais de São Paulo ou Rio de Janeiro, de forma muito significativa. 21. 10 homicídios para cada 100 mil habitantes. 47
  • 49. Tabela 2.3.1.4. Ordenamento das Capitais por Taxas de Homicídio (em 100 mil) 2000/2010* 2000 2010* cAPiTAl Δ% TAxA Pos. TAxA Pos. recife 97,5 1º 57,9 4º -40,6 viTóriA 79,0 2º 67,1 3º -15,1 cuiABá 69,5 3º 40,1 14º -42,3 são PAulo 64,8 4º 13,0 27º -79,9 PorTo velHo 61,0 5º 49,7 9º -18,5 rio de jAneiro 56,6 6º 24,3 23º -57,1 mAcAPá 46,2 7º 49,0 10º 6,1 mAceió 45,1 8º 109,9 1º 143,7 BoA visTA 40,4 9º 28,5 21º -29,5 ArAcAju 39,9 10º 42,0 13º 5,3 cAmPo GrAnde 39,3 11º 21,7 26º -44,8 PorTo AleGre 39,2 12º 36,8 16º -6,1 joão PessoA 37,8 13º 80,3 2º 112,4 BrAsíliA 37,5 14º 34,2 18º -8,8 rio BrAnco 36,4 15º 25,9 22º -28,8 Belo HorizonTe 34,8 16º 34,9 17º 0,3 mAnAus 33,0 17º 46,7 11º 41,5 GoiâniA 28,6 18º 39,8 15º 39,2 forTAlezA 28,2 19º 45,9 12º 62,8 curiTiBA 26,2 20º 55,9 6º 113,4 Belém 25,9 21º 54,5 8º 110,4 TeresinA 22,2 22º 30,8 20º 38,7 PAlmAs 21,8 23º 22,3 25º 2,3 são luis 16,6 24º 56,1 5º 238,0 sAlvAdor 12,9 25º 55,5 7º 330,2 nATAl 10,4 26º 32,3 19º 210,6 floriAnóPolis 10,2 27º 22,8 24º 123,5 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares O contrário acontece com outras 11 capitais que no ano 2000 eram as menos violentas. Suas taxas crescem e, em casos, de forma muito drástica, como São Luís, Salvador, Natal, Belém, Floria- nópolis ou Curitiba. Cabe mencionar também os casos de Maceió e João Pessoa que, de posição intermediária em 2000, passam a ocupar os dois primeiros lugares na violência nacional. A tabela 2.3.1.4 permite perceber, de forma clara, esses deslocamentos. Mas vai ser nas regiões metropolitanas que esses deslocamentos adquirem maior visibilidade: 48
  • 50. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Tabela 2.3.1.5. Ordenamento das RM por Taxas de Homicídio (em 100 mil). Brasil 2000/2010* 2000 2010* rm Δ% TAxA Pos. TAxA Pos. recife 77,2 1º 50,6 7º -34,4 viTóriA 73,6 2º 68,6 4º -6,8 são PAulo 63,3 3º 15,4 29º -75,6 cuiABá 60,1 4º 44,9 10º -25,3 rio de jAneiro 56,7 5º 26,7 22º -52,9 BAixAdA sAnTisTA 54,8 6º 19,3 25º -64,7 PeTrolinA/juAzeiro 46,7 7º 34,2 16º -26,6 mAcAPá 41,8 8º 45,0 9º 7,8 cAmPinAs 39,7 9º 14,7 30º -63,0 mAceió 39,3 10º 100,7 1º 156,2 enTorno de BrAsíliA 35,2 11º 39,0 14º 10,6 ArAcAju 34,2 12º 41,3 13º 20,7 mAnAus 29,6 13º 43,3 11º 46,4 Belo HorizonTe 28,8 14º 34,4 15º 19,5 joão PessoA 27,6 15º 72,9 3º 164,2 P.AleGre 26,9 16º 29,6 18º 9,9 forTAlezA 26,2 17º 42,9 12º 63,9 GoiâniA 25,3 18º 33,3 17º 31,6 curiTiBA 25,1 19º 56,8 6º 126,7 Belém 18,9 20º 80,2 2º 325,0 TeresinA 18,2 21º 24,8 24º 36,4 londrinA 16,5 22º 27,0 21º 63,2 são luís 13,4 23º 46,6 8º 246,4 sAlvAdor 11,6 24º 60,1 5º 418,2 norTe/nordesTe sc 10,4 25º 16,1 28º 55,3 nATAl 10,1 26º 27,1 20º 167,5 foz do rio iTAjAí 10,0 27º 29,1 19º 190,7 vAle do Aço 10,0 28º 25,2 23º 152,1 floriAnóPolis 8,9 29º 18,5 27º 108,0 mArinGá 7,8 30º 18,7 26º 139,6 TuBArão 5,9 31º 14,7 31º 146,9 reG cArBoníferA sc 5,2 32º 10,3 32º 97,9 vAle do iTAjAí 2,8 33º 9,0 33º 228,9 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares Das 9 regiões com maiores taxas no ano 2000, em 8 delas o crescimento da década foi negativo. Só Macapá, entre essas 9, apresenta um leve crescimento. Já a totalidade das 24 menores taxas em 2000 cresceram e, em diversos casos, como a RM de Maceió, ou a de Belém, de forma muito ex- pressiva, passando em 2010 aos dois primeiros lugares no contexto nacional. 49
  • 51. 2.3.2. Interiorização da violência Como indicamos na introdução, os dados históricos tornam visível outro processo de descon- centração que acontece concomitante com o anterior: é o que chamamos de interiorização, onde os polos dinâmicos da violência se deslocam das capitais e/ou regiões metropolitanas rumo ao in- terior dos estados. Esses dois processos só podem ser desagregados analiticamente para melhorar a compreensão dos processos implicados. Mas trata-se, em realidade, de uma única mudança que vai de umas poucas metrópoles rumo a cidades de menor porte, seja no interior dos estados, seja em outros estados. Para melhor visualizar esse processo deveremos desagregar os dados das UF em duas grandes categorias: • As Capitais e as Regiões Metropolitanas do país. Por apresentar comportamento muito se- melhante, praticamente idêntico, englobaremos ambas em única categoria: Capitais+RM. • O Interior dos estados. No contexto do estudo definiremos operacionalmente o Interior como os municípios que não são nem capitais de Estado, nem formam parte de alguma Região Metropolitana. Dessa forma, comparando os modos de evolução desses dois blocos, poderemos eviden- ciar outras peculiaridades recentes na evolução da violência homicida do país. Por último, cabe indicar que, para ter maior capacidade inferencial devemos ampliar também aqui o escopo temporal da nossa análise, retrocedendo, em vários casos, até 1980, por se tratar de fenômenos que tiveram início antes da última década. Pelos dados do último Censo do IBGE, dos 190,7 mi habitantes do país, 105 mi, que equivale a 55,1% da população, moravam no Interior dos Estados. Esse número já foi maior, pouco mais de 60% em 1980. Mas ainda hoje, apesar da queda de representatividade, o interior ainda concentra a maior parte de população brasileira, motivo pelo qual é recomendável acompanhar as mudanças em sua estrutura ou evolução, porque afetam decididamente os índices nacionais. Geralmente, existe uma ideia um tanto bucólica das cidades do interior, como oásis de paz e tranquilidade que a vida estressante das grandes metrópoles tende a destruir. A seguir, deveremos analisar a evolução dos quantitativos de homicídios no interior dos esta- dos. Mas para entender as mudanças acontecidas na última década deveremos trabalhar com os dados dos 30 anos de homicídios disponíveis: 50
  • 52. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Gráfico 2.3.2.1. Evolução das Taxas de Homicídio (em 100 mil). Brasil, Capitais+ RM e Interior. 2000/2010* 50 45 2003; 44,1 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 40 1995; 40,1 35 2010; 33,6 30 2003; 28,9 25 2010; 26,2 1995; 23,8 1980; 17,9 20 2003; 16,6 2010; 20,1 15 Brasil 1980; 11,7 1995; 11,7 10 Capitais + RM 1980; 7,5 Interior 5 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 Fonte: SIM/SVS/MS – *2010: dados preliminares Neste gráfico e na tabela 2.3.2.1. podemos observar a existência de três grandes períodos cla- ramente delimitados: • 1980/1995. Nesse primeiro período observamos um acelerado crescimento das Capitais+RM, que passam de 17,9 para 40,1 homicídios em cada 100 mil habitantes. Isso representa um aumento de 123,8% nesses 15 anos, ou 5,5% ao ano. No mesmo período, o Interior passou de 7,5 para 11,7 homicídios em 100 mil: crescimento bem menor que o das capitais – 55,9% no total do período ou 3% ano. Fica evidente que o comando do crescimento no período ficou por conta das Capitais+RM, responsáveis pela forte elevação das taxas nacionais. • 1995/2003. Arrefece o crescimento das Capitais+RM, cujo incremento nos 8 anos foi de 9,8%, o que representa um incremento anual de 1,2%. Já as taxas do Interior neste período pulam para 4,4% ao ano, ao crescer 41,4% no período. De toda forma, ambas as áreas ainda contribuem para o incremento da violência nacional, agora com maior peso para o Interior. • 2003/2010. Neste último período as taxas das Capitais+RM caem de forma clara, pas- sando de 44,1 homicídios em 100 mil para 33,6, o que representa uma queda de 23,8% nos sete anos, ou uma taxa negativa de 3,8% ao ano. Já os índices do interior continuam crescendo, mas com um ritmo menor. Crescem 21,4% no período, ou 2,8% ao ano. Dessa forma o Interior assume, claramente, o papel de polo dinâmico, motor da violência homi- cida, ao impedir quedas substantivas nos níveis da violência nacional que as Capitais+RM estariam conseguindo. 51
  • 53. Tabela 2.3.2.1. Crescimento por período das taxas de homicídio do Brasil, Capitais+RM e Interior. Brasil. 1980/2010* 1980/1995 1995/2003 2003/2010* áreA Δ% Δ % Ao Ano Δ% Δ % Ao Ano Δ% Δ % Ao Ano BrAsil 103,9 4,9 21,1 2,4 -9,3 -1,4 cAPiTAis+rm 123,8 5,5 9,8 1,2 -23,8 -3,8 inTerior 55,9 3,0 41,4 4,4 21,4 2,8 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares O Gráfico 2.3.2.2 permite verificar a evolução das diferenças entre o Interior e as Capitais+RM. Vemos que em 1982 as taxas das Capitais+RM eram 93,3% superiores às do Interior. Em 1995 essa diferencia atinge sua máxima expressão: 242,2%. Foi quando começa a arrefecer o crescimento nos centros urbanos. Para 2010 a diferença se encurta, e muito: cai para 67%, menor ainda que em 1982. E a linha tendencial indica que vai se encurtar mais ainda. Se continuar com os índices do úl- timo quinquênio, as taxas do interior igualariam em virulência as taxas das Capitais/RM em um patamar em torno dos 28 homicídios para cada 100 mil habitantes. Gráfico 2.3.2.2 Evolução da diferença (%) entre as taxas de homicídio das Capitais+RM e do Interior. Brasil. 1980/2010* 300 1995; 242,2 250 Diferença (%) 200 1980; 138,4 150 100 1982; 93,3 2010; 67,0 50 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010* Fonte: SIM/SVS/MS – *2010: dados preliminares 52
  • 54. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Mas a evolução dos índices nas diversas unidades do país está longe de ser homogênea, como pode ser visto na tabela 2.3.2.2. Nas regiões norte e nordeste as taxas de homicídio do interior mais que duplicam na década 2000/2010. No norte, são puxados basicamente pelo interior do Pará e do Acre, mas observável em todos os estados da região, salvo em Roraima, onde as taxas crescem mais na Capital. Já no nordeste, em quase todas as UF observamos forte crescimento das taxas do interior, salvo em Pernambuco, que apresenta uma leve queda. No sul o crescimento é moderado, e sudeste e Centro-Oeste evidenciam poucas mudanças. De qualquer forma, os dados estão indicando um forte processo de interiorização, como pode ser visto nas tabelas 2.3.2.2 à 2.3.2.4. • Se na década os índices do Brasil permaneceram praticamente estagnados – a taxa de 26,7 em 2000 cai para 26,2 em 2010 – as taxas das capitais e das RM regridem 22,3% – passam de 43,2 para 33,6 – queda compensada pelo interior, cujas taxas aumentam 43,6% – passam de 13,8 para 20,1 nesse período. Assim, os esforços realizados no período nas capitais e RM de alguns Estados, principalmente São Paulo e Rio de Janeiro, foram anuladas em grande parte, pelo crescimento no interior de vários outros estados. 53
  • 55. Tabela 2.3.2.2. Taxas de Homicídio (em 100 mil) do Interior dos Estados, por UF e Região. Brasil. 2000/2010* uf/reGião 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010* Δ% Acre 5,3 6,4 9,7 9,5 8,4 14,3 11,0 9,4 12,1 13,1 14,3 172,9 AmAPá 11,5 21,1 12,2 18,2 15,3 27,7 32,3 15,3 21,5 30,4 20,0 74,2 AmAzonAs 5,8 6,7 7,5 6,6 6,9 6,4 8,6 7,9 9,3 8,8 11,0 90,4 PArá 10,6 12,4 15,2 17,7 19,8 22,1 24,7 27,4 32,5 34,3 33,3 213,3 rondôniA 25,1 31,5 35,6 34,3 27,2 29,4 27,8 19,6 27,1 31,1 28,9 15,4 rorAimA 38,0 31,1 29,5 24,2 24,2 25,5 35,8 31,6 26,3 27,7 25,3 -33,4 TocAnTins 14,6 17,7 14,1 17,8 15,5 15,9 18,5 17,2 18,1 22,0 22,5 54,0 norTe 12,5 14,9 16,5 18,0 17,9 19,9 21,8 21,6 25,8 27,9 27,3 118,5 AlAGoAs 18,3 16,3 21,5 23,9 21,3 26,7 31,7 40,4 37,6 43,6 46,8 156,1 BAHiA 9,2 10,9 10,7 12,8 13,4 14,9 17,2 18,0 22,7 27,6 30,5 231,2 ceArá 10,1 12,0 12,8 15,5 15,1 14,7 14,6 13,8 16,2 19,0 20,3 101,6 mArAnHão 4,7 6,2 7,8 9,7 7,6 12,0 12,0 13,6 15,2 15,5 16,5 249,9 PArAíBA 10,3 7,5 10,4 10,1 13,3 12,8 15,1 13,7 17,6 21,2 24,1 133,8 PernAmBuco 35,5 34,3 39,1 34,9 29,2 30,7 33,1 36,1 35,6 33,8 28,8 -19,0 PiAuí 1,7 4,8 4,5 4,0 6,5 5,8 5,9 6,7 6,0 6,7 6,4 276,5 rio GrAnde do norTe 8,3 9,3 9,3 11,8 10,7 11,7 12,6 15,9 18,2 18,8 19,9 139,7 serGiPe 16,7 16,5 18,8 14,6 15,1 17,7 21,8 20,6 22,4 25,2 27,9 67,3 nordesTe 12,2 13,0 14,4 15,3 14,6 16,3 17,9 19,2 21,5 24,1 25,2 105,6 esPíriTo sAnTo 23,5 23,7 24,9 25,6 22,4 24,5 26,8 30,5 34,3 37,2 33,0 40,3 minAs GerAis 5,8 6,6 8,4 10,1 10,5 12,0 12,8 12,8 12,5 12,8 12,3 112,1 rio de jAneiro 34,3 36,6 38,0 35,4 33,9 36,9 32,9 35,1 31,4 31,5 25,0 -27,3 são PAulo 16,8 18,3 18,1 17,4 16,2 13,7 13,3 10,0 10,7 11,7 11,5 -31,2 sudesTe 14,8 16,1 16,9 16,9 16,2 16,1 15,9 14,8 14,9 15,6 14,4 -2,4 PArAná 16,4 18,6 19,7 20,5 23,5 23,7 24,4 25,9 24,3 25,1 24,8 51,5 rio GrAnde do sul 10,2 12,9 12,6 12,1 12,3 12,7 12,5 11,7 12,9 13,4 13,2 29,4 sAnTA cATArinA 8,1 7,6 8,7 10,2 9,2 8,5 9,2 8,9 9,9 9,4 9,6 18,9 sul 12,1 13,9 14,4 14,8 15,8 15,9 16,2 16,3 16,5 16,9 16,7 38,5 disTriTo federAl 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Goiás 13,1 14,4 14,8 14,0 17,9 16,1 15,0 15,7 16,9 19,6 18,1 38,6 mATo Grosso 31,9 28,1 32,6 30,9 29,1 29,2 27,3 27,4 26,7 28,8 27,0 -15,4 mATo Grosso do sul 27,1 27,1 31,4 31,4 29,0 27,3 30,7 28,9 31,4 31,4 27,7 2,4 cenTro-oesTe 22,6 22,0 24,7 23,8 24,3 23,3 23,0 22,9 23,8 25,6 23,5 4,0 BrAsil 13,8 14,9 16,1 16,6 16,3 16,9 17,6 17,6 18,9 20,4 20,1 46,3 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares 54
  • 56. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Tabela 2.3.2.3. Crescimento regional das taxas de homicídio (em 100 mil) por área. Brasil. 2000-2010* TAxAs cAPiTAl+rm TAxAs inTerior crescimenTo % diferenciAl reGião 2000 2010* 2000 2010* c+rm inTerior inTerior norTe 29,1 54,1 12,5 27,3 86,2 118,5 32,3 nordesTe 33,6 50,8 12,2 25,2 51,3 105,6 54,3 sudesTe 55,6 23,0 14,8 14,4 -58,7 -2,4 56,3 sul 20,3 33,4 12,1 16,7 64,1 38,5 -25,6 cenTro-oesTe 35,0 37,2 22,6 23,5 6,5 4,0 -2,5 BrAsil 43,2 33,6 13,8 20,1 -22,3 46,3 68,6 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares Tabela 2.3.2.4. Crescimento das taxas de homicídio (em 100 mil) nas UF por área. Brasil. 2000-2010* TAxAs c+rm TAxAs inTerior crescimenTo % dife- reGião renciAl 2000 2010* 2000 2010* c+rm inTerior inTerior Acre 36,4 25,9 5,3 14,3 -28,8 172,9 201,6 AmAPá 39,0 45,0 11,5 20,0 15,4 74,2 58,8 AmAzonAs 29,6 43,3 5,8 11,0 46,4 90,4 44,0 PArá 18,9 80,2 10,6 33,3 325,0 213,3 -111,8 rondôniA 61,0 49,7 25,1 28,9 -18,5 15,4 33,9 rorAimA 40,4 28,5 38,0 25,3 -29,5 -33,4 -4,0 TocAnTins 21,8 22,3 14,6 22,5 2,3 54,0 51,8 AlAGoAs 39,3 100,7 18,3 46,8 156,2 156,1 -0,1 BAHiA 11,6 60,1 9,2 30,5 418,1 231,5 -186,6 ceArá 26,2 42,9 10,1 20,3 63,9 101,6 37,8 mArAnHão 13,4 46,6 4,7 16,5 247,8 249,9 2,1 PArAíBA 27,6 72,9 10,3 24,1 164,2 133,8 -30,4 PernAmBuco 71,4 48,0 35,5 28,8 -32,7 -19,0 13,7 PiAuí 18,2 24,8 1,7 6,4 36,3 276,5 240,2 rio GrAnde do norTe 10,1 27,1 8,3 19,9 167,5 139,7 -27,9 serGiPe 34,2 41,3 16,7 27,9 20,7 67,3 46,6 esPíriTo sAnTo 73,6 68,6 23,5 33,0 -6,8 40,3 47,1 minAs GerAis 27,6 33,8 5,8 12,3 22,4 112,1 89,7 rio de jAneiro 56,7 26,7 34,3 25,0 -52,9 -27,3 25,7 são PAulo 60,2 15,6 16,8 11,5 -74,1 -31,2 42,8 PArAná 21,5 47,0 16,4 24,8 118,4 51,5 -66,9 rio GrAnde do sul 26,9 29,6 10,2 13,2 9,9 29,4 19,5 sAnTA cATArinA 7,6 16,9 8,1 9,6 121,1 18,9 -102,3 disTriTo federAl Goiás 25,3 33,3 13,1 18,1 31,6 38,6 7,0 mATo Grosso 60,1 44,9 31,9 27,0 -25,3 -15,4 9,9 mATo Grosso do sul 39,3 21,7 27,1 27,7 -44,7 2,4 47,2 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares 55
  • 57. • Em termos absolutos, o número de homicídios registrados pelo SIM passou na década 2000/2010, de: - 45.360 para 49.932 = acréscimo de 4.572 homicídios. - Capitais+RM: 32339 para 28797 = queda de 3.542 homicídios. - Interior: 13.021 para 21.135 = crescimento de 8.114 homicídios. • Das 26 UF22: - em duas UF o diferencial23 de crescimento entre Capital+RM e Interior permanece prati- camente estagnado: Alagoas e Roraima. - em 8 os índices das Capitais+RM crescem mais que os do Interior, indicando a persistên- cia do “motor” urbano pressionando fortemente a elevação das taxas, como os casos de Pará, Bahia e Santa Catarina. - em 16 UF as taxas do Interior cresceram mais do que as das Capitais+RM e, em vários casos, de forma significativa, como indicam os elevados diferenciais do Acre e Piauí. 2.3.3. Deslocamento dos polos dinâmicos O duplo processo acima analisado, disseminação e interiorização, originou outro movimento dos polos dinâmicos da violência: de municípios de grande porte, acima de 100 mil habitantes, para municípios de pequeno e médio porte, como pode ser visto na tabela a seguir. Até o ano 2000, os municípios de maior crescimento dos homicídios foram os de 500 mil ha- bitantes ou mais, seguidos de perto por municípios com mais de 100 habitantes. Já municípios de menor tamanho também cresceram, mas em escala mais reduzida. Já no período de 2000 a 2010 os municípios de maior porte, com mais de 500 mil habitantes, o crescimento foi negativo, os índices caíram 31,4%. Nos municípios entre 100 e 500 mil habitan- tes, as alterações foram poucas. Já o crescimento registrou-se nos municípios de menor tamanho, principalmente na faixa de 20 a 50 mil habitantes, que antes desse boom ostentavam taxas relativa- mente baixas. E não devemos esquecer que municípios com mais de 100 mil habitantes, dinâmicos até o ano 2000, representam 5,8% do total. Já os de menor porte, com menos de 100 mil habitantes representam hoje 5.282 municípios, 94,2% do total. Mas nem em todos eles, nem na maioria, os índices são preocupantes. A violência só atinge níveis severos em municípios que conformam de- terminadas constelações causais, como deveremos ver no item a seguir. 22. Não se considera nessas estatísticas o DF, por não possuir “interior” como acima definido. 23. A coluna “Diferencial” das tabelas 2.3.2.2 a 2.3.2.4 resulta da simples subtração do crescimento das taxas de homi- cídio (em 100 mil) do Interior do das Capitais+RM. Assim, o diferencial positivo está a indicar: • Maior crescimento do Interior com respeito às Capitais+RM. • Crescimento positivo do Interior e negativo das Capitais+RM, como no caso de Rondônia. • Maiores quedas nas Capitais+RM do que no Interior, como no caso de São Paulo. 56
  • 58. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Tabela 2.3.3.1. Evolução das taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) por tamanho do município. Brasil: 1980/2010* crescimenTo crescimenTo n. municíPios TAmAnHo do municíPio 1980 /2000 2000 /2010* em 2010* (Por n. de HABiTAnTes) 1980 1990 2000 2010* Δ % Δ% Ao Ano Δ % Δ% Ao Ano n. % ATé 5 mil. 4,2 6,0 6,4 8,7 51,8 2,1 35,6 3,1 1301 23,4 de 5 A -10 mil 4,4 6,4 7,9 10,4 81,1 3,0 31,6 2,8 1212 21,8 de 10 A -20 mil 5,8 8,3 9,7 13,8 67,6 2,6 41,4 3,5 1401 25,2 de 20 A -50 mil 7,2 11,1 12,2 19,3 69,4 2,7 58,2 4,7 1043 18,7 de 50 A -100 mil 9,2 16,3 17,7 25,1 92,3 3,3 41,3 3,5 325 5,8 de 100 A -200 mil 12,4 23,9 27,3 30,1 120,9 4,0 10,2 1,0 150 2,7 de 200 A -500 mil 15,8 27,7 34,6 34,3 118,8 4,0 -0,9 -0,1 95 1,7 500 mil e mAis. 20,8 41,1 48,3 33,1 132,1 4,3 -31,4 -3,7 38 0,7 ToTAl 11,7 22,2 26,7 26,2 128,8 4,2 -2,0 -0,2 5565 100,0 Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares 2.3.4. Fatores determinantes Quais seriam os determinantes das mudanças acontecidas na última década? Em primeiro lugar, a reestruturação da produção brasileira que vem acontecendo desde o último quartel do século passado. Sobre o tema, uma grande variedade de estudos já focou os caminhos desse processo de desconcentração das atividades econômicas do país desde os mais diversos ângulos. Não é a nossa intenção fazer uma revisão do tema, simplesmente apontar alguns balizamentos para o entendimento do fenômeno e sua relação com a violência. Em um estudo publicado no ano 2000, com dados de 1989/97, João Sabóia detecta uma mu- dança no padrão locacional da indústria brasileira, onde aumentaria a importância do interior dos principais estados industrializados e de alguns estados fora do eixo Sul-Sudeste. Por outro lado, es- tariam surgindo novas aglomerações industriais de pequeno porte nas mais distintas regiões do país, caracterizadas por baixos salários e pequeno nível de diversificação industrial24. Paralelo à modernização das últimas décadas, houve também intenso processo de mudanças locacionais, tanto intra quanto inter-regional, tanto dentro dos estados quanto entre estados25, com o esvaziamento do principal polo industrial do país, a região metropolitana de São Paulo e a reconcentração industrial no interior de São Paulo e, de modo mais amplo, para diversos estados do país, especialmente em cidades de porte médio. Também foi generalizada em todo o país, se- gundo Sabóia, a desconcentração industrial em direção ao interior dos estados. Apesar da queda do emprego nos principais polos industriais tradicionais, novas aglomerações se consolidaram nas mais diversas regiões do país. 24. SABÓIA, J. Desconcentração industrial no Brasil nos anos 90: um enfoque regional. Pesq. Plan. Econ., Rio de Janeiro, v. 30, n. 1, abr. 2000 25. DINIZ, C.C. & CROCCO, M.A. Reestruturação econômica e impacto regional: o novo mapa da indústria brasileira. Nova Economia. Belo Horizonte, v6, n.1, jul. 1996. 57
  • 59. As mudanças mostram sensível alteração na dimensão espacial do desenvolvimento brasileiro, em que uma possível continuidade da desconcentração das últimas décadas deve ser acompanha- da pelo aumento da heterogeneidade interna das regiões brasileiras, com o surgimento de ilhas de produtividade em quase todas as regiões, o crescimento relativo maior das antigas periferias nacionais e importância maior do conjunto das cidades médias perante as áreas metropolitanas. As tendências indicam certa continuidade da desconcentração em direção ao interior de São Paulo e aos principais estados do Sul e do Sudeste e, até mesmo, para o Nordeste, no caso das indústrias intensivas em mão-de-obra26. A emergência dos novos polos de crescimento, atraindo investimentos e gerando emprego e renda, tornam-se também atrativos para a criminalidade por serem áreas onde os esquemas de segurança são ainda precários ou incipientes, sem experiência histórica e aparelhamento para o enfretamento das novas configurações da violência. Em segundo lugar, investimentos em segurança nas capitais e nas grandes regiões metropoli- tanas, prioritárias a partir do novo Plano Nacional de Segurança Pública, de 1999, e do Fundo Na- cional de Segurança instituído em fins de 2000. Neste sentido, foram canalizados recursos federais com diversos níveis de contrapartida estadual, principalmente para aparelhamento dos sistemas de segurança pública nos grandes conglomerados que lideravam o mapa da violência do período. Isso dificultou a ação da criminalidade organizada, que migra para áreas de menor risco e/ou es- trutura (interior/outros estados). Em terceiro lugar, melhoria na cobertura dos sistemas de captação de dados de mortalidade, principalmente no interior do país ou em estados com cobertura deficiente, com o que diminui a subnotificação existente. Assim, fenômenos que antes não eram registrados começam a incidir nas estatísticas de mortalidade. Por um ou outro motivo, consolidam-se configurações espaciais que rearticulam o dinamismo da letalidade homicida centrada, até o momento, em um número limitado de grandes centros urbanos. Toda migração (de pessoas, de polos, etc.) apresenta fatores expulsivos – do local de origem – e fatores atrativos – no local de destino. Quais seriam, neste caso, os fatores impulsores da mudança? Fatores Expulsivos: • Estagnação econômica nas grandes capitais e regiões metropolitanas tradicionais com a concomitante reversão dos fluxos migratórios para o local de origem ou para novos polos. • Investimentos na segurança e consequente melhoria da eficiência repressiva. Fatores Atrativos: • Surgimento de novos polos de crescimento no interior de diversos estados, atrativos de investimentos, de população e também de criminalidade. 26. PACHECO, C.A. Novos Padrões de Localização Industrial? Tendências Recentes dos Indicadores da Produção e do Investimento Industrial. Brasília. IPEA, Textos para discussão n. 633, março de 1999. 58
  • 60. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil • Melhoria da situação econômica de estados fora dos eixos tradicionais. • Deficiências e insuficiências do aparelho de segurança em áreas de baixos níveis de violên- cia: escassa experiência e baixa eficiência repressiva. Quais são as consequências desse deslocamento? A disseminação e espalhamento da violência homicida ao longo do território nacional. Locais que até poucos anos atrás eram considerados tranquilos, pouco violentos, hoje assistem a uma pesada escalada de violência. O contrário tam- bém acontece em uns poucos centros, alguns de grande peso demográfico e consequente inci- dência nas estatísticas nacionais. As estatísticas caem e, no caso de São Paulo, despencam. Assim, sem grandes mudanças nas estatísticas nacionais, assistimos a uma decidida reconfiguração na distribuição interna, uma convergência que torna mais homogêneos os níveis de violência das diversas áreas do país. Não é um fato novo. Já no Mapa de 2004, e em todos os subsequentes, indicamos que, desde 1999 aumentam drasticamente as taxas anuais de crescimento dos homicídios no interior para 8% ao ano, caindo de forma drástica as taxas das capitais e regiões metropolitanas. Isso estaria a indicar uma forte tendência de interiorização da violência homicida27. No mais recente mapa divulgado28, além da interiorização, incluíamos uma segunda fonte de convergência que sem aumentar sua intensidade global – em torno de 26 homicídios em 100 mil – a violência homicida está se espalhando por unidades que, até uma década atrás, eram aparen- temente imunes (...) Em 1998, os 5 estados com maiores taxas de homicídios apresentavam uma média de 52,6 homicídios em 100 mil habitantes. A média dos 5 estados com as menores taxas foi de 7,0. A relação entre ambas foi de 7,5 (7,5 vezes maior). Já em 2008, os 5 estados com maior nível de homicídios apresentam uma taxa bem pouco menor que a de 1998: 48,2 homicídios em 100 mil habitantes. Mas a taxa média dos estados com menor nível aumentou muito: de 7,0 para 15,6 em 100 mil habitantes. Agora, essa relação entre os 5 de maior nível de homicídios e os 5 de menor nível cai para 3,1: menos da metade. Podemos concluir, com base nos dados trabalhados neste capítulo e a intensidade do processo observado que, se as atuais condições forem mantidas, em 7 anos as taxas do interior se equiparam com as das capitais/RM do país e praticamente vão desaparecer as diferenças entre estados. 27. WAISELFISZ, JJ. Mapa da Violência IV. Os Jovens do Brasil. Brasília. UNESCO, Instituto Ayrton Senna, Secretaria Especial de Direitos Humanos. 2004. 28. WAISELFISZ, JJ. Mapa da Violência 2011. Os Jovens do Brasil. Brasília. Instituto Sangari, Ministério da Justiça. 2011. 59
  • 61. 2.4. Questões de gênero e raça 2.4.1. Homicídios por raça/cor Como foi alertado nas considerações metodológicas: • O Sistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde recém começou a pro- cessar informações referentes à raça/cor em 1996, mas com problemas de subnotificação: os dados ficavam muito incompletos até 2002. Por esse motivo, julgou-se procedente começar a analisar as informações referentes ao tema a partir de 2002. • Os quantitativos de população por raça/cor de 2002 e 2006 foram obtidos tabulando as projeções da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD, do IBGE, desses anos. Para o 2010 foram utilizados os resultados do Censo do IBGE desse ano. • A categoria Negro aqui utilizada resulta do somatório das categorias Preto e Pardo utilizadas pelo IBGE. • As taxas elaboradas relacionando número de homicídios por cor/raça (contidas nas bases de dados do SIM) com os respectivos contingentes populacionais das pesquisas do IBGE apresentam problemas metodológicos que devem ser levados em conta. A fonte para a po- pulação por raça ou cor são as entrevistas da PNAD e/ou do Censo, que coleta esse dado por autoclassificação do entrevistado, que escolhe uma entre cinco opções: Branca, Preta, Parda, Amarela ou Indígena. Já nas certidões de óbito, nossa fonte para homicídios, a clas- sificação é realizada por um agente externo ou documentação preexistente utilizando as mesmas categorias do IBGE. Ambas as classificações nem sempre, nem necessariamente, são coincidentes. Por tal motivo, não são os números absolutos, e sim as taxas de homicídio e índices de vitimização as que devem ser tomadas com cautela; são mais aproximativas do que assertivas. Voltando à classificação por raça ou cor das certidões de óbito, na Tabela 2.4.1 podemos ob- servar que, mesmo com grandes diferenças entre as Unidades Federadas, a tendência geral desde 2002 é: queda no número absoluto de homicídios na população branca e de aumento nos números da população negra. 60
  • 62. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Tabela 2.4.1. Número de Homicídios na População Total por Raça/Cor. Brasil, 2002/2010* número de Homicídios uf/reGião BrAncos neGros 2002 2006 2010* 2002 2006 2010* Acre 46 42 22 100 99 85 AmAzonAs 53 77 67 442 585 970 AmAPá 16 14 25 157 186 206 PArá 138 156 259 1030 1867 3160 rondôniA 182 145 141 370 420 383 rorAimA 21 21 8 91 66 103 TocAnTins 39 36 36 138 196 270 norTe 495 491 558 2328 3419 5177 AlAGoAs 107 64 43 650 1073 1690 BAHiA 137 187 337 1282 2800 4659 ceArá 130 164 275 704 966 1613 mArAnHão 92 121 138 465 775 1307 PArAíBA 49 46 49 432 693 1329 PernAmBuco 529 380 240 3598 3895 2919 PiAuí 40 49 55 239 374 340 rio GrAnde do norTe 65 81 107 217 313 570 serGiPe 65 86 58 380 414 581 nordesTe 1214 1178 1302 7967 11303 15008 esPíriTo sAnTo 287 257 254 809 1115 1278 minAs GerAis 888 1223 903 1916 2749 2441 rio de jAneiro 2863 2363 1344 4907 4417 2638 são PAulo 8220 4710 3263 5988 3249 2304 sudesTe 12258 8553 5764 13620 11530 8661 PArAná 1780 2520 2864 400 521 668 rio GrAnde do sul 1555 1567 1599 322 379 433 sAnTA cATArinA 433 496 657 86 93 127 sul 3768 4583 5120 808 993 1228 disTriTo federAl 103 90 112 632 674 760 Goiás 394 366 359 647 991 1353 mATo Grosso do sul 299 255 215 337 365 363 mATo Grosso 321 237 238 613 650 714 cenTro oesTe 1117 948 924 2229 2680 3190 BrAsil 18852 15753 13668 26952 29925 33264 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares 61
  • 63. Podemos observar por essa tabela que, de 2002 a 2010: • O número de vítimas brancas caiu de 18.852 para 13.668, o que representa uma queda da ordem de 27,5%. • Já entre os negros, o número de vítimas de homicídio aumentou de 26.952 para 33.264, equivalente a um crescimento de 23,4%. Com isso, a brecha que já existia em 2002 cresceu mais ainda e de forma drástica, como teremos oportunidade de ver a seguir. A Tabela 2.4.2 relaciona o número de homicídios com a população de cada UF, desagregada por raça/cor, além de calcular os Índices de Vitimização Negra que resulta da relação entre as taxas de brancos e as taxas de negros. O que esse índice nos diz? Em que proporção temos mais vítimas de homicídio negras do que brancas. Se o índice é zero, morre a mesma proporção de negros e brancos. Se o índice é negativo, morrem proporcionalmente mais brancos que negros. Se positivo, morrem mais negros que brancos. Assim, um índice nacional de vitimização de 82,7 como mostra a Tabela 2.4.2 para o ano de 2006, indica que, nesse ano, morrem proporcionalmente 82,7% mais negros do que brancos. Essa Tabela nos permite verificar que as taxas de homicídio de brancos caíram de 20,6 para 15,0 em cada 100 mil brancos; queda de 27,1% entre 2002 e 2010. Já na população negra, as taxas pas- saram de 30,0 em 2002 para 35,9 homicídios para cada 100 mil negros em 2010, o que representa um aumento de 19,6%. Desagregando por região, e mais ainda por estado, o panorama fica muito heterogêneo, princi- palmente quando se observa a taxa de homicídios de negros29. Vários dados dessa Tabela impressionam pela sua magnitude: • Em 2002, o índice nacional de vitimização negra foi de 45,8. Isto é, nesse ano, no país, mor- reram proporcionalmente 45,8% mais negros do que brancos. • Quatro anos mais tarde, em 2006, esse índice pula para 82,7 (morrem proporcionalmente 82,7% mais negros do que brancos). • Já em 2010, um novo patamar preocupante: morrem proporcionalmente 139% mais negros que brancos, isto é, bem acima do dobro! 29. O desvio padrão (s), cuja função é sintetizar o grau de dispersão de uma distribuição de valores, indica que para as taxas brancas de 2919 s = 6,7, para a negra s =15,1. Isto é, mais do dobro de dispersão. 62
  • 64. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Tabela 2.4.2. Taxas de Homicídio e Índices de Vitimização por Raça/Cor Brasil, 2002/2010* TAxAs de Homicídio (em 100mil) índice de viTimi- uf/reGião BrAncos neGros zAção neGrA 2002 2006 2010* 2002 2006 2010* 2002 2006 2010* Acre 40,5 24,4 12,6 35,3 18,7 17,5 -12,8 -23,2 39,0 AmAzonAs 8,3 10,9 9,1 27,4 23,0 36,8 230,1 110,5 306,9 AmAPá 12,8 9,7 15,6 45,6 37,6 43,4 256,3 288,0 178,7 PArá 11,2 9,7 15,7 31,5 32,1 57,5 181,3 229,4 267,0 rondôniA 55,2 25,2 25,6 60,7 43,0 40,0 10,0 71,0 56,6 rorAimA 43,7 26,0 8,5 41,0 21,8 33,3 -6,2 -16,0 292,3 TocAnTins 13,4 11,2 10,4 14,8 19,6 26,7 10,4 75,0 155,6 norTe 17,8 13,6 15,0 32,1 29,3 45,5 80,3 115,0 203,6 AlAGoAs 11,9 6,1 4,4 32,7 51,5 84,9 174,8 750,9 1846,6 BAHiA 4,5 6,6 10,8 12,5 26,2 42,2 177,8 297,6 289,2 ceArá 5,0 5,9 10,2 13,9 17,2 29,7 178,0 190,9 192,3 mArAnHão 6,0 8,1 9,5 10,7 15,5 28,1 78,3 91,8 196,5 PArAíBA 3,3 3,4 3,3 16,3 31,5 58,8 393,9 832,0 1699,7 PernAmBuco 16,9 12,3 7,4 71,4 71,7 54,2 322,5 483,8 628,1 PiAuí 5,9 6,7 7,2 10,7 16,3 14,8 81,4 145,4 104,2 rio GrAnde do norTe 5,3 7,2 8,2 13,2 17,1 29,7 149,1 138,3 261,3 serGiPe 14,3 14,7 9,9 27,2 28,5 41,2 90,2 94,0 314,4 nordesTe 8,2 7,8 8,3 23,4 30,9 41,2 185,4 295,2 395,0 esPíriTo sAnTo 19,2 17,9 17,1 47,5 55,7 63,2 147,4 211,5 268,7 minAs GerAis 9,4 13,5 10,2 21,4 26,2 23,4 127,7 93,5 130,4 rio de jAneiro 31,5 27,8 17,7 66,0 53,4 37,6 109,5 92,4 112,2 são PAulo 30,3 16,9 12,4 56,0 22,7 18,3 84,8 34,9 48,0 sudesTe 26,0 18,2 13,0 50,5 32,9 27,0 94,2 80,5 107,8 PArAná 23,9 33,1 39,0 17,5 17,7 25,0 -26,8 -46,7 -35,8 rio GrAnde do sul 17,4 17,5 18,0 22,3 22,0 22,0 28,2 25,8 22,4 sAnTA cATArinA 8,7 9,5 12,5 14,4 9,7 17,0 65,5 1,7 35,6 sul 17,7 21,0 23,8 18,7 17,6 22,8 5,6 -16,2 -4,3 disTriTo federAl 10,8 9,0 10,3 53,1 46,9 55,5 391,7 419,8 437,5 Goiás 16,9 14,6 14,3 22,1 29,2 41,9 30,8 100,0 191,9 mATo Grosso do sul 26,6 21,6 18,6 33,6 30,7 33,4 26,3 42,0 80,1 mATo Grosso 31,2 22,9 20,9 39,7 35,7 39,7 27,2 55,9 89,5 cenTro oesTe 20,6 16,6 15,7 33,7 34,2 42,6 63,6 106,2 171,3 BrAsil 20,6 16,9 15,0 30,0 30,9 35,9 45,8 82,7 139,1 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares 63
  • 65. O nordeste adquire destaque pelos seus elevados índices de vitimização negra, onde estados como Alagoas e Paraíba apresentam uma íngreme escalada desde 2002 para, em 2010, ostentar uma taxa de vítimas negras proporcionalmente 20 vezes maior ao das vítimas brancas, numa esca- lada que tende a crescer com o tempo, em função das quedas marcantes e progressivas dos homi- cídios brancos e, em contrapartida, aumentos gritantes dos homicídios negros. Também a Região Norte evidencia elevados índices de vitimização negra, principalmente nos estados de Amazonas, Pará e Roraima. Fora destas regiões, o Distrito Federal e Espírito Santo também apresentam elevados índices de vitimização negra. Em outro extremo, destaca-se Paraná por não acompanhar historicamente os padrões nacio- nais: em todos os levantamentos realizados até a presente data, o Paraná apresentou índices de vitimização negativos: morrem, proporcionalmente, mais brancos que negros. Reordenando os dados já expostos na tabela anterior, referentes a 2010, temos a Tabela 2.4.3 a seguir: • Paraná, Rondônia e Mato Grosso encabeçam a lista de homicídios brancos. Cinco estados nordestinos, em contrapartida, são os de menor índice. • Já Alagoas, Espírito Santo, Paraíba, Pará, Distrito Federal e Pernambuco encabeçam a lista de homicídios negros, todos eles com taxas acima de 50 homicídios cada 100 mil negros. • Os cinco maiores índices de vitimização negra são encontrados, por ordem, em: Alagoas, Paraíba, Pernambuco, Distrito Federal e Sergipe. Por todos os dados apresentados, vemos que, por cada branco assassinado em 2010, morreram proporcionalmente mais de 2 negros nas mesmas circunstâncias. E mais preocupante ainda, pelo balanço histórico dos últimos anos, a tendência desses pesados níveis de vitimização é crescer ainda mais. Impressionam, tanto nos números absolutos quanto nas taxas, os altos índices de vitimização negra em Alagoas e na Paraíba e ainda, em outros 17 estados brasileiros, onde morem, proporcio- nalmente, mais do duplo de negros do que brancos. Essas evidências nos levam a postular a necessidade de reorientar as políticas nacionais, es- taduais e municipais em torno da segurança pública, para enfrentar de forma real e efetiva essa chaga aberta na realidade social do país. 64
  • 66. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Tabela 2.4.3. Ordenamento das UF segundo Taxas de Homicídio Branco e Negro (em 100 mil) e Índice de Vitimização Negra. População Total. 2010* TAxAs de Homicídio BrAnco TAxAs de Homicídio neGro índice de viTimizAção neGrA uf TAxA Pos. uf TAxA Pos. uf TAxA Pos. PArAná 39.0 1º AlAGoAs 84.9 1º AlAGoAs 1846,6 1º rondôniA 25.6 2º esPíriTo sAnTo 63.2 2º PArAíBA 1699,7 2º mATo Grosso 20.9 3º PArAíBA 58.8 3º PernAmBuco 628.1 3º mATo Grosso do sul 18.6 4º PArá 57.5 4º disTriTo federAl 437.5 4º rio GrAnde do sul 18.0 5º disTriTo federAl 55.5 5º serGiPe 314.4 5º rio de jAneiro 17.7 6º PernAmBuco 54.2 6º AmAzonAs 306.9 6º esPíriTo sAnTo 17.1 7º AmAPá 43.4 7º rorAimA 292.3 7º PArá 15.7 8º BAHiA 42.2 8º BAHiA 289.2 8º AmAPá 15.6 9º Goiás 41.9 9º esPíriTo sAnTo 268.7 9º Goiás 14.3 10º serGiPe 41.2 10º PArá 267.0 10º Acre 12.6 11º rondôniA 40.0 11º rio GrAnde do norTe 261.3 11º sAnTA cATArinA 12.5 12º mATo Grosso 39.7 12º mArAnHão 196.5 12º são PAulo 12.4 13º rio de jAneiro 37.6 13º ceArá 192.3 13º BAHiA 10.8 14º AmAzonAs 36.8 14º Goiás 191.9 14º TocAnTins 10.4 15º mATo Grosso do sul 33.4 15º AmAPá 178.7 15º disTriTo federAl 10.3 16º rorAimA 33.3 16º TocAnTins 155.6 16º ceArá 10.2 17º ceArá 29.7 17º minAs GerAis 130.4 17º minAs GerAis 10.2 18º rio GrAnde do norTe 29.7 18º rio de jAneiro 112.2 18º serGiPe 9.9 19º mArAnHão 28.1 19º PiAuí 104.2 19º mArAnHão 9.5 20º TocAnTins 26.7 20º mATo Grosso 89.5 20º AmAzonAs 9.1 21º PArAná 25.0 21º mATo Grosso do sul 80.1 21º rorAimA 8.5 22º minAs GerAis 23.4 22º rondôniA 56.6 22º rio GrAnde do norTe 8.2 23º rio GrAnde do sul 22.0 23º são PAulo 48.0 23º PernAmBuco 7.4 24º são PAulo 18.3 24º Acre 39.0 24º PiAuí 7.2 25º Acre 17.5 25º sAnTA cATArinA 35.6 25º AlAGoAs 4.4 26º sAnTA cATArinA 17.0 26º rio GrAnde do sul 22.4 26º PArAíBA 3.3 27º PiAuí 14.8 27º PArAná -35.8 27º Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares 65
  • 67. 2.4.2 Homicídios e Gênero Diversos estudos, tanto nacionais quanto internacionais (Mello; Minayo, UNICEF)30 já alertaram que as mortes por homicídios, inclusive entre os jovens, são ocorrências marcadamente masculinas. Os diversos mapas que vêm sendo elaborados desde 1998 confirmam esse fato. Deles emerge uma constante: a elevada proporção de mortes masculinas nos diversos capítulos da violência letal do país, principalmente quando a causa são os homicídios. Assim, por exemplo, nos últimos dados disponíveis, correspondentes a 2010, dos 49.932 homicídios registrados pelo SIM, 45.617 perten- ciam ao sexo masculino (91,4%) e 4.27331 ao feminino (8,6%). E, historicamente, essas proporções não mudam praticamente de ano um ano para outro. Ainda assim, apesar dessa baixa participação, nas estatísticas recentes morrem acima de 4.000 mulheres anualmente vítimas de homicídio. Nos 30 anos considerados, morreram 91.886 mulhe- res por essa causa. A tabela 2.4.4 e o gráfico 2.4.1 especificam essa evolução de forma mais detalhada. Forte cres- cimento das taxas entre 1980 e 1996: 4,6% ao ano. A partir dessa data, o número de homicídios de mulheres aumenta, mas em menor proporção que a população feminina, pelo que as taxas caem levemente até 2006, com um ritmo de 0,9% ao ano. No ano de 2007 uma significativa queda é registrada: as taxas caem 7,6%32. Porem, a partir desse ano, as taxas tendem a subir novamente, recuperando os níveis anteriores. O panorama se apresenta bem mais heterogêneo quando desagregamos os dados por Unidades Federadas, como podemos ver na tabela 2.4.5. O estado de maior incidência – Espírito Santo – teve em 2010 uma taxa de 9,4 vítimas de homicídio feminino para cada 100 mil mulheres. Já no de menor incidência, o Piauí, essa taxa foi de 2,6 cada 100 mil mulheres. A taxa de Espírito Santo resulta perto de quatro vezes maior que a do Piauí. 30. MELLO JORGE, M.H.P. Como Morrem Nossos Jovens. In: CNPD. Jovens acontecendo na trilha das políticas públicas. Brasília, 1998. MINAYO, M.C. A Violência Social sob a Perspectiva da Saúde Pública. Cadernos de Saúde Pública (10) 1. Escola Nacional de Saúde Pública. Fundação Oswaldo Cruz, 1994. UNICEF. Retrato estatístico das mortes de crianças e jovens por causas violentas: Brasil 1979-1993. Brasília, 1995. 31. 42 casos – 0,1% – das declarações de óbito não registram o sexo da vítima 32. A lei Maria da Penha entra em vigor em setembro de 2006, aumentando o rigor das punições das agressões contra as mulheres no âmbito doméstico. 66
  • 68. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Tabela 2.4.4. Número e taxas (em 100 mil) de homicídio feminino. Brasil. 1980/2010* Ano n TAxA 1980 1,353 2.3 1981 1,487 2.4 1982 1,497 2.4 1983 1,700 2.7 1984 1,736 2.7 1985 1,766 2.7 1986 1,799 2.7 1987 1,935 2.8 1988 2,025 2.9 1989 2,344 3.3 1990 2,585 3.5 1991 2,713 3.6 1992 2,394 3.2 1993 2,619 3.4 1994 2,838 3.6 1995 3,325 4.2 1996 3,682 4.6 1997 3,587 4.4 1998 3,503 4.3 1999 3,536 4.3 2000 3,743 4.3 2001 3,851 4.4 2002 3,867 4.4 2003 3,937 4.4 2004 3,830 4.2 2005 3,884 4.2 2006 4,022 4.2 2007 3,772 3.9 2008 4,023 4.2 2009 4,260 4.4 2010* 4,273 4.4 ToTAl 91,886   Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares 67
  • 69. Gráfico 2.4.1. Evolução das taxas de homicídio femininos (em 100 mil mulheres). Brasil, 1980/2010* Taxas de homicídio feminino (em 100 mil mulheres) 5.0 1996; 4,6 2010; 4,4 4.5 2006; 4,2 4.0 2007; 3,9 3.5 3.0 2.5 1980; 2,3 2.0 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010* Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares 68
  • 70. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Tabela 2.4.5. Taxas de homicídio femininas (em 100 mil mulheres) por UF. Brasil. 2010* uf TAxA Pos. esPíriTo sAnTo 9,4 1º AlAGoAs 8,3 2º PArAná 6,3 3º PArAíBA 6,0 4º mATo Grosso do sul 6,0 5º PArá 6,0 6º disTriTo federAl 5,8 7º BAHiA 5,6 8º mATo Grosso 5,5 9º PernAmBuco 5,4 10º TocAnTins 5,1 11º Goiás 5,1 12º rorAimA 5,0 13º rondôniA 4,8 14º AmAPá 4,8 15º Acre 4,7 16º serGiPe 4,2 17º rio GrAnde do sul 4,1 18º minAs GerAis 3,9 19º rio GrAnde do norTe 3,8 20º ceArá 3,7 21º AmAzonAs 3,7 22º sAnTA cATArinA 3,6 23º mArAnHão 3,4 24º rio de jAneiro 3,2 25º são PAulo 3,1 26º PiAuí 2,6 27º Fonte: SIM/SVS/MS *2010: dados preliminares 69
  • 71. 2.5. Vitimização Juvenil Existe um bom número de estudos e um alto nível de consciência pública sobre a elevada con- centração dos homicídios na população jovem do país, embora, pelos dados atuais, esse nível de consciência não tenha sido traduzido ainda em políticas de enfrentamento que consigam reverter o quadro atual. Pelo contrário, a vitimização juvenil no país continua crescendo, sendo claro indi- cador da insuficiência dessas políticas. O gráfico a seguir detalha o quadro atual: Gráfico 2.5.1. Taxas de homicídio (em 100 mil) por faixa etária. Brasil, 2010* -1 ano 2.6 1a4 0.9 5a9 0.7 10 a 14 3.6 15 a 19 43.7 20 a 24 60.9 25 a 29 51.6 30 a 34 41.8 Idade (em anos) 35 a 39 32.5 40 a 44 25.2 45 a 49 20.1 50 a 54 15.8 55 a 59 13.2 60 a 64 10.6 65 a 69 9.0 70 a 74 8.3 75 a 79 8.0 80 e + 8.3 0 10 20 30 40 50 60 70 Taxas de homicídio (em 100 mil) Fonte: SIM/SVS/MS; * 2010: Dados Preliminares. 70
  • 72. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Vemos que ainda as taxas mais elevadas concentram-se na faixa dos 15 aos 24 anos se estendendo, de forma também intensa, até os 29 anos. A partir dessa idade as taxas vão declinando progressivamente. Para verificar em que medida existe concentração de homicídios na faixa jovem da população, indicativo da provável existência de problemas nesse setor, foi proposta uma medida de Vitimização Juvenil por Homicídios, que resulta da relação entre a taxa de óbitos por homicídio da população de 15 a 24 anos de idade e as taxas correspondentes ao restante da população: considerada não-jovem. Essa população não-jovem é a que, ainda não chegou à juventude – a população de 0 a 14 anos – ou a que já passou dessa faixa: acima de 25 anos de idade. Assim, o indicador de vitimização juvenil nos diz quanto maior é, em termos percentuais, a taxa de homicídios jovem com respeito às taxas não-jovens. Assim, o percentual de vitimização de 150,2 no ano 2000 da tabela a seguir indica que os homicídios foram, nesse ano, 150,2% superiores aos do restante da população. A Tabela 2.5.1 permite verificar que as taxas de homicídio juvenil na faixa dos 15 aos 24 anos de idade são muito elevadas, quando comparadas às do resto da população. Efetivamente, podemos observar que: • Em todos os anos da década considerada – 2000/2010 – as taxas juvenis mais que duplicam as taxas da população não-jovem. • Ainda mais: vemos que, a partir de 2003, ano que entra em vigor o estatuto do desarma- mento, a vitimização juvenil tende a cair, mas a partir de 2007 as taxas juvenis recuperam os antigos patamares, e até superam os níveis anteriores. • A partir de 2003, com fortes oscilações, conseguiu-se estagnar a espiral de vitimização ju- venil, mas em níveis muito elevados. Não temos conseguido, ainda, reverter o flagelo, que já dura longos anos. Tabela 2.5.1. Taxas de Homicídio Jovem, Não-Jovem e Vitimização Juvenil (%) por Homicídio. Brasil, 2000/2010* indicAdor 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010* TAxA jovem 51,35 52,39 54,77 55,53 51,7 48,6 48,12 49,49 52,89 53,75 52,35 TAxA não-jovem 20,53 21,64 21,85 22,15 20,8 20,1 20,82 19,63 20,51 21,14 20,45 viTimizAção juvenil (%) 150,2 142,2 150,7 150,7 148,4 141,7 131,1 152,1 157,8 154,3 156,0 Fonte: SIM/SVS/MS; * 2010: Dados Preliminares Pelas Tabelas 2.5.2 à 2.5.5 é possível conferir que, em todas as regiões e estados do país, em maior ou menor medida, a vitimização juvenil é um fato grave e preocupante. Em todas as regiões, os ho- micídios juvenis mais que duplicam as taxas de homicídio do resto da população. Nos estados, o pa- norama não é menos preocupante. Na unidade com menor vitimização juvenil em 2010, Rondônia, morrem 50% mais os jovens que os não jovens. Em vários estados, os homicídios jovens triplicam ou mais os homicídios não-jovens: Amapá, Alagoas, Bahia, Espírito Santo e Distrito Federal, são indicativos da complexidade e profundidade dos problemas que enfrentam com a sua juventude. 71
  • 73. Tabela 2.5.2. Número de homicídios jovens (15 a 24 anos) por UF e Região. Brasil, 2000/2010*. uf/reGião 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010* Δ% Acre 50 50 68 56 51 42 61 37 44 48 47 -38.6 AmAPá 81 90 94 104 91 95 90 86 94 74 116 11.7 AmAzonAs 249 201 218 255 211 245 299 290 319 348 418 -26.5 PArá 289 361 423 521 546 733 746 830 1086 1161 1313 0.3 rondôniA 139 150 174 151 184 158 163 134 137 157 145 0.8 rorAimA 53 40 51 33 33 22 35 35 15 36 37 -66 TocAnTins 62 60 57 61 65 57 78 61 83 76 101 41.7 norTe 923 952 1085 1181 1181 1352 1472 1473 1778 1900 2177 -4.1 AlAGoAs 279 336 386 431 456 491 694 763 772 760 907 78.7 BAHiA 464 591 685 874 854 1107 1291 1405 2004 2369 2215 43.2 ceArá 432 442 480 495 551 614 647 735 776 835 963 21.5 mArAnHão 133 208 194 259 252 322 337 394 455 496 498 44 PArAíBA 212 198 231 216 232 271 296 318 368 485 551 19.5 PernAmBuco 1,745 1,938 1,759 1,808 1,743 1,810 1,807 1,832 1,776 1,554 1,334 7.2 PiAuí 89 94 126 113 134 147 168 126 125 148 126 -20.8 rio GrAnde do norTe 76 99 99 137 116 165 147 211 281 309 275 -1.7 serGiPe 152 195 212 180 147 156 219 188 185 207 216 21.2 nordesTe 3582 4101 4172 4513 4485 5083 5606 5972 6742 7163 7085 15.3 esPíriTo sAnTo 533 558 681 639 645 645 671 684 754 809 729 31.7 minAs GerAis 776 872 1120 1550 1743 1715 1635 1607 1477 1405 1326 56.6 rio de jAneiro 2,817 2,746 3,184 2,983 2,812 2,704 2,652 2,310 1,933 1,661 1,403 15.3 são PAulo 6,430 6,242 5,991 5,707 4,295 3,036 2,621 1,846 1,747 1,646 1,501 -24.6 sudesTe 10556 10418 10976 10879 9495 8100 7579 6447 5911 5521 4959 1.9 PArAná 615 690 849 947 1144 1202 1204 1261 1388 1426 1325 62.9 rio GrAnde do sul 533 604 664 626 716 697 641 751 737 683 619 7.2 sAnTA cATArinA 105 139 177 218 201 220 230 229 276 271 261 55.5 sul 1253 1433 1690 1791 2061 2119 2075 2241 2401 2380 2205 39.1 disTriTo federAl 341 369 356 407 374 331 303 342 366 411 356 10.2 Goiás 355 396 438 440 529 532 534 520 613 578 657 44.9 mATo Grosso 278 289 280 276 252 269 298 249 267 307 294 18.9 mATo Grosso do sul 213 177 210 244 222 208 206 231 243 250 190 36.9 cenTro-oesTe 1187 1231 1284 1367 1377 1340 1341 1342 1489 1546 1497 26.3 BrAsil 17501 18135 19207 19731 18599 17994 18073 17475 18321 18510 17923 11.1 Fonte: SIM/SVS/MS; * 2010: Dados Preliminares 72
  • 74. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Tabela 2.5.3. Taxas de homicídio juvenil (15 a 24 anos) por UF e Região. Brasil, 2000/2010*. uf/reGião 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Δ% Acre 40.5 39.3 52.3 42.1 37.5 28.3 40.1 25.3 31.7 33.5 31.9 -21.2 AmAPá 75.8 80.6 81.2 86.8 73.4 71.3 65.2 63.2 72.5 54.5 81.8 7.9 AmAzonAs 39.8 31.2 33.1 37.9 30.6 34.1 40.6 40.7 46.0 49.8 59.3 49.0 PArá 21.3 26.0 29.9 36.2 37.3 48.0 47.9 54.3 71.3 75.9 85.5 300.9 rondôniA 47.2 50.0 57.0 48.6 58.3 48.2 48.9 41.2 45.5 51.6 47.2 -0.1 rorAimA 75.7 55.0 68.2 42.8 41.6 26.0 40.2 41.2 18.1 41.5 40.8 -46.1 TocAnTins 24.9 23.5 21.9 22.9 24.0 20.1 26.9 21.6 31.7 28.5 37.2 49.7 norTe 32.7 32.8 36.7 39.1 38.3 42.0 44.7 45.8 56.8 60.0 68.1 108.2 AlAGoAs 46.0 54.8 62.2 68.8 72.0 75.8 106.0 122.9 125.3 124.7 150.4 226.8 BAHiA 16.0 20.2 23.2 29.3 28.4 36.1 41.7 49.3 70.7 86.7 84.2 425.9 ceArá 28.7 28.9 31.0 31.5 34.6 37.4 38.9 43.1 45.5 49.5 57.7 100.8 mArAnHão 10.6 16.3 15.0 19.8 19.1 23.7 24.5 28.6 33.6 36.8 37.2 251.1 PArAíBA 29.8 27.6 32.0 29.7 31.7 36.4 39.5 43.2 49.8 67.4 78.8 164.5 PernAmBuco 105.7 116.1 104.4 106.3 101.5 103.2 101.9 108.8 106.1 94.0 81.8 -22.7 PiAuí 14.3 15.0 19.9 17.7 20.8 22.4 25.3 19.4 19.5 23.8 20.9 45.8 rio GrAnde 13.4 17.2 16.9 23.1 19.4 26.8 23.6 34.0 46.0 50.7 45.3 239.3 do norTe serGiPe 39.8 50.1 53.7 44.9 36.1 37.1 51.2 46.0 47.2 52.1 53.6 34.7 nordesTe 35.1 39.7 40.0 42.8 42.1 46.6 50.8 56.1 63.8 69.0 69.5 98.0 esPíriTo sAnTo 83.9 86.3 103.7 95.9 95.4 92.3 94.4 103.9 120.0 129.1 116.7 39.0 minAs GerAis 21.8 24.2 30.7 42.0 46.7 44.8 42.2 44.5 41.6 40.1 38.4 75.8 rio de jAneiro 107.7 103.7 118.9 110.2 102.8 96.6 93.6 91.1 76.9 65.3 54.5 -49.4 são PAulo 89.6 85.6 81.0 76.0 56.4 38.7 32.9 25.7 25.3 23.8 21.6 -75.9 sudesTe 75.5 73.4 76.3 74.7 64.4 53.4 49.3 46.1 43.5 40.6 36.5 -51.7 PArAná 33.8 37.4 45.5 50.1 59.9 61.4 60.7 66.2 73.3 76.6 72.4 114.4 rio GrAnde 29.2 32.7 35.6 33.3 37.7 35.9 32.6 39.7 40.4 38.3 35.4 21.2 do sul sAnTA cATArinA 10.4 13.5 16.9 20.5 18.6 19.8 20.3 20.8 25.4 24.7 23.5 127.0 sul 26.9 30.3 35.4 37.0 42.1 42.2 40.8 45.7 50.0 50.2 47.0 74.9 disTriTo federAl 74.3 78.6 74.1 83.0 74.8 63.4 56.8 74.9 77.2 87.4 76.3 2.8 Goiás 34.6 37.8 41.0 40.4 47.7 46.1 45.4 48.1 57.7 53.7 60.4 74.4 mATo Grosso 53.2 54.0 51.4 49.8 44.7 45.9 49.8 43.9 47.0 54.0 51.5 -3.0 mATo Grosso 51.6 42.2 49.4 56.6 50.8 46.2 45.1 52.4 55.9 56.8 42.6 -17.5 do sul cenTro-oesTe 49.1 49.8 51.0 53.3 52.8 49.4 48.5 52.7 58.6 60.5 58.2 18.7 BrAsil 51.4 52.4 54.8 55.5 51.7 48.6 48.1 49.5 52.9 53.8 52.4 1.9 Fonte: SIM/SVS/MS; * 2010: Dados Preliminares 73
  • 75. Tabela 2.5.4. Taxas de homicídio juvenil por UF e Região. Brasil, 2000/2010*. uf/reGião 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Δ% Acre 203.2 144.2 188.1 149.2 180.2 77.9 128.1 47.1 92.4 81.7 92.8 -54.3 AmAPá 279.2 231.7 274.3 318.9 284.4 225.8 175.9 271.9 199.8 135.6 201.8 -27.7 AmAzonAs 182.9 149.5 159.5 191.6 136.7 142.8 162.8 159.1 139.9 138.3 154.1 -15.7 PArá 99.5 116.9 97.8 115.7 99.6 119.2 100.6 126.1 131.9 144.8 138.2 38.9 rondôniA 56.8 33.3 48.6 36.5 79.5 47.8 41.0 73.2 58.2 66.7 49.5 -12.8 rorAimA 156.9 117.0 164.9 64.3 139.9 11.0 69.5 67.8 -33.6 76.8 70.9 -54.8 TocAnTins 93.1 33.8 68.3 34.8 68.1 41.8 77.9 42.3 117.0 46.2 97.3 4.5 norTe 123.1 101.3 108.9 112.9 110.3 105.8 102.4 120.4 121.6 125.0 129.9 5.5 AlAGoAs 129.2 145.7 134.1 158.4 188.5 149.4 175.0 181.5 182.3 181.9 221.7 71.6 BAHiA 114.5 109.8 128.7 139.2 113.6 125.9 127.5 150.9 199.0 231.6 211.8 85.0 ceArá 113.6 103.4 96.3 83.0 111.6 124.1 122.1 138.0 144.7 151.1 152.2 34.0 mArAnHão 120.7 121.9 77.7 80.1 98.5 93.7 100.3 100.0 111.0 110.5 98.7 -18.2 PArAíBA 165.0 160.2 135.0 105.1 108.3 121.5 116.9 131.8 129.1 161.1 167.6 1.5 PernAmBuco 161.9 166.7 150.0 153.9 172.3 175.1 156.7 175.5 182.2 178.7 182.0 12.4 PiAuí 119.5 81.7 138.3 99.0 124.8 119.7 123.1 67.1 84.1 137.4 74.5 -37.7 rio GrAnde 68.5 77.0 90.1 95.3 99.0 163.2 88.1 118.6 161.2 166.1 156.8 129.0 do norTe serGiPe 111.5 112.5 131.1 125.7 70.4 70.6 113.0 121.3 95.1 87.0 88.8 -20.3 nordesTe 134.0 133.5 126.6 126.4 133.7 137.3 134.6 146.3 163.0 175.0 171.5 28.0 esPíriTo sAnTo 125.7 136.7 175.6 147.5 153.8 161.8 135.8 147.6 183.9 210.8 226.8 80.5 minAs GerAis 144.6 139.0 143.3 175.1 181.3 177.2 161.4 187.4 183.2 181.8 180.3 24.6 rio de jAneiro 180.5 168.2 178.8 176.2 176.1 176.6 166.6 200.3 196.7 156.2 162.2 -10.1 são PAulo 190.8 173.2 193.0 189.5 158.0 121.6 96.3 101.7 97.5 73.8 74.9 -60.8 sudesTe 177.2 163.9 178.6 178.3 164.6 149.8 131.8 154.0 153.5 133.7 137.0 -22.7 PArAná 127.2 117.4 161.9 154.8 190.9 186.4 169.8 208.1 208.8 192.2 175.6 38.0 rio GrAnde 116.7 122.7 145.2 125.3 163.1 142.2 121.8 156.0 123.9 122.4 119.9 2.8 do sul sAnTA cATArinA 41.3 85.2 91.6 114.1 99.2 137.1 130.3 154.9 145.9 135.6 121.9 194.9 sul 111.7 115.8 145.9 138.9 169.8 165.5 149.4 182.8 169.6 162.0 151.3 35.4 disTriTo federAl 175.5 215.8 218.1 214.2 194.0 177.2 125.4 213.1 217.4 208.1 206.3 17.5 Goiás 110.1 117.6 102.9 108.2 128.2 137.7 135.8 152.4 141.7 114.7 167.8 52.4 mATo Grosso 46.7 57.0 55.2 60.0 55.0 59.4 87.4 59.8 66.6 89.3 89.9 92.5 mATo Grosso 99.5 61.6 75.0 111.6 109.1 99.6 75.9 111.6 137.5 132.3 93.1 -6.4 do sul cenTro-oesTe 102.4 108.3 104.3 117.9 119.8 117.8 110.9 132.1 136.1 130.1 143.8 40.4 BrAsil 150.2 142.2 150.7 150.7 148.4 141.7 131.1 152.1 157.8 154.3 156.0 3.9 Fonte: SIM/SVS/MS; * 2010: Dados Preliminares 74
  • 76. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Esses elevados níveis de vitimização juvenil constituem um fato relativamente recente, mas não se originaram na última década. As características da mortalidade juvenil não permane- ceram congeladas ao longo do tempo, mas mudaram radicalmente sua configuração a partir do que poderíamos denominar “novos padrões da mortalidade juvenil”. Estudos históricos re- alizados em São Paulo e Rio de Janeiro (Vermelho e Mello Jorge33) mostram que as epidemias e doenças infecciosas, que eram as principais causas de morte entre os jovens há cinco ou seis décadas, foram progressivamente substituídas pelas denominadas “causas externas” de mortali- dade, principalmente acidentes de trânsito e homicídios. Os dados do SIM permitem verificar essa significativa mudança. Em 1980, as “causas externas” já eram responsáveis por aproximadamente a metade (52,9%) do total de mortes dos jovens do país. Trinta anos depois, em 2010, quase 3/4 da mortalidade juvenil – 73,2% – deve-se a causas externas (ou também, causas violentas, como costumam ser denomi- nadas). E o principal responsável por essas taxas são os homicídios, como vemos na tabela 2.5.5., os quais foram responsáveis por 38,6% de todas as mortes de jovens no ano 2010. Se essa é a média nacional, existe uma enorme heterogeneidade quando descemos para as grandes regiões, e mais ainda quando apreciamos os dados dos estados. Efetivamente, na mortalidade por causas externas entre os jovens, os extremos vão de 53,4% das mortes no Acre até 82,1% em Alagoas e no Espírito Santo, seguidos de perto por Paraná, com 81,2% das mortes de jovens atribuíveis a causas externas. Já na participação dos homicídios a heterogeneidade é ainda maior. No Piauí, só 16,6% da mor- talidade juvenil teve um homicídio como causa. Por outro lado, são vários os estados onde acima da metade dos óbitos juvenis foram causados por homicídio: Pará, Alagoas, Paraíba, Pernambuco, Espírito Santo e Distrito Federal. O significado desses números pode ser melhor apreendido se os comparamos com o da popu- lação não-jovem: • Quando 73,2% dos jovens brasileiros morrem por causas externas, entre os não-jovens essa proporção nem alcança o 10%. • Quando 38,6% dos jovens morrem por homicídios no país, entre os não-jovens essa pro- porção é de 2,9%. 33. VERMELHO, L. L.; MELLO JORGE, M. H. P. Mortalidade de jovens: análise do período de 1930 a 1991 (a transição epidemiológica para a violência). Revista de Saúde Pública. 30 (4). 1996. Apud: MELLO JORGE, M. H. P. Como morrem nossos jovens. In: CNPD. Jovens acontecendo na trilha das políticas públicas. Brasília, 1998. 75
  • 77. Tabela 2.5.5. Participação das Causas Externas e dos Homicídios no total de óbitos juvenis. Brasil, 2010* ToTAl cAusAs exTernAs Homicídios uf/reGião óBiTos n % do ToTAl n % do ToTAl Acre 178 95 53,4 47 26,4 AmAPá 242 174 71,9 116 47,9 AmAzonAs 941 649 69,0 418 44,4 PArá 2584 1870 72,4 1313 50,8 rondôniA 462 329 71,2 145 31,4 rorAimA 125 90 72,0 37 29,6 TocAnTins 350 257 73,4 101 28,9 norTe 4882 3464 71,0 2177 44,6 AlAGoAs 1426 1171 82,1 907 63,6 BAHiA 4445 3481 78,3 2215 49,8 ceArá 2358 1803 76,5 963 40,8 mArAnHão 1446 961 66,5 498 34,4 PArAíBA 1097 825 75,2 551 50,2 PernAmBuco 2661 2042 76,7 1334 50,1 PiAuí 759 490 64,6 126 16,6 rio GrAnde do norTe 669 523 78,2 275 41,1 serGiPe 547 411 75,1 216 39,5 nordesTe 15408 11707 76,0 7085 46,0 esPíriTo sAnTo 1265 1039 82,1 729 57,6 minAs GerAis 4001 2799 70,0 1326 33,1 rio de jAneiro 4012 2875 71,7 1403 35,0 são PAulo 6870 4399 64,0 1501 21,8 sudesTe 16148 11112 68,8 4959 30,7 PArAná 2996 2434 81,2 1325 44,2 rio GrAnde do sul 2029 1463 72,1 619 30,5 sAnTA cATArinA 1195 890 74,5 261 21,8 sul 6220 4787 77,0 2205 35,5 disTriTo federAl 708 535 75,6 356 50,3 Goiás 1517 1183 78,0 657 43,3 mATo Grosso 854 660 77,3 294 34,4 mATo Grosso do sul 651 506 77,7 190 29,2 cenTro-oesTe 3730 2884 77,3 1497 40,1 BrAsil 46388 33954 73,2 17923 38,6             PoPulação não-jovem 1086073 107273 9,9 32009 2,9 Fonte: SIM/SVS/MS; * 2010: Dados Preliminares 76
  • 78. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Gráfico 2.5.2. Participação (%) das causas de mortalidade jovem e não-jovem. Brasil, 2010*. 80 70 73,2 60 % do total de óbitos 50 40 38,6 30 20 9,9 10 jovem 2,9 não-jovem 0 externas homicídios causas Fonte: SIM/SVS/MS; * 2010: Dados Preliminares. Uma evidência mais acurada da estruturação histórica da violência homicida e seu significado para nossa juventude pode ser obtida comparando a evolução diferenciada das taxas de homicí- dios da população jovem e da não jovem ao longo do tempo, desde que contamos com estatísticas de mortalidade desagregadas, como é detalhado na tabela 2.5.6. Teríamos que a taxa de homicídios entre os jovens passou de 17,2 (em 100 mil jovens), em 1980, para 52,4 no ano de 2010, um crescimento de 204% ao longo desses 30 anos. Já a taxa na população não-jovem evoluiu com um ritmo bem menor ao longo dos 30 anos considerados, passou de 10,2 para 20,5 homicídios em 100 mil, o que representa um aumento de 100%. Todo esse crescimento das taxas não-jovens consumou-se entre 1980 e 1996; a partir desse ano, as taxas permanecem praticamente constantes, o crescimento aqui foi só de 0,2%. No entanto, as taxas juvenis aumentam neste período 23,4%. Já a partir de 2003, depois de quedas concomitantes, às políticas de desarmamento do período, as taxas entram em uma fase de equilíbrio instável, aumentando ou diminuindo de um ano para o outro. Esses dados evidenciam que os avanços da violência homicida no Brasil das últimas décadas tiveram como motor a morte de jovens. 77
  • 79. Tabela 2.5.6. Taxas de homicídio (em 100 mil) jovem, não-jovem e vitimização. Brasil,1980/2010* TAxAs Ano jovem não-jovem viTimizAção (%) 1980 17.2 10.2 69.1 1981 18.5 11.0 67.8 1982 18.0 11.1 61.4 1983 19.9 12.2 63.9 1984 23.3 13.3 75.7 1985 24.3 12.6 92.2 1986 25.4 12.7 100.1 1987 28.0 14.1 98.9 1988 27.5 14.1 94.5 1989 35.9 16.5 117.8 1990 38.8 18.2 113.6 1991 35.1 17.4 102.2 1992 31.6 16.1 96.6 1993 34.6 16.7 106.9 1994 38.0 17.2 121.1 1995 41.7 19.5 113.3 1996 42.4 20.4 107.9 1997 45.1 20.5 120.3 1998 47.7 20.6 132.0 1999 48.5 20.7 135.0 2000 51.4 20.5 150.2 2001 52.4 21.6 142.2 2002 54.8 21.8 150.7 2003 55.5 22.2 150.7 2004 51.7 20.8 148.4 2005 48.6 20.1 141.7 2006 48.1 20.8 131.1 2007 49.5 19.6 152.1 2008 52.9 20.5 157.8 2009 53.8 21.1 154.3 2010* 52.4 20.5 156.0 Fonte: SIM/SVS/MS; * 2010: Dados Preliminares 78
  • 80. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Gráfico.2.5.3. Taxas de homicídio (em 100 mil) jovem e não-jovem. Brasil. 1980/2010* 60 2003; 55,5 2010; 52,4 2000; 51,4 Taxas de Homicidio (em 100 mil) 50 1996; 42,4 1990; 38,8 40 30 2003; 22,2 2010; 20,5 1996; 20,4 1990; 18,2 20 2000; 20,5 1980; 17,2 10 1980; 10,2 jovem não-jovem 0 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010* Fonte: SIM/SVS/MS; * 2010: Dados Preliminares Gráfico.2.5.4. Vitimização juvenil (%). Brasil, 1980/2010*. 170 2010; 156,0 150 Vitimização Juvenil (%) 130 110 90 70 1980; 69,1 50 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010* Fonte: SIM/SVS/MS; * 2010: Dados Preliminares Essas situações, que nos remetem a complexos problemas determinantes da eclosão da violência juvenil no país, aparecem, tanto na mídia como em boa parte da bibliografia, como uma constante de nossa modernidade, consequência quase natural de um fenômeno denominado “juventude”, como se o termo juventude estivesse inexorável e indissoluvelmente associado à violência. Assim, violência juvenil começa a aparecer como uma categoria autoexplicativa quase universal e natural de nossa cultura globalizada quando em realidade é um fenômeno que ainda precisa ser explicado. 79
  • 81. 80
  • 82. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil 3. c onsolidação dos d ados da Violência H oMicida por U nidade F ederada J ulgamos que seria de grande utilidade consolidar as informações disponíveis para cada Unidade Federada. Como já indicamos na introdução, não se pretende aqui realizar um diagnóstico da si- tuação e evolução dos homicídios em cada local. Procura-se elencar um conjunto de informações que possibilitem a elaboração desse diagnóstico, seja por parte das autoridades, seja pela sociedade civil, ou de forma conjunta. Com essa finalidade são detalhados dados dos 30 anos disponíveis – 1980/2010 – ou, para maior aprofundamento, da última década -2000/2010 – mediante tabelas, gráficos e mapas geore- ferenciados. Um último esclarecimento referente aos cortes utilizados nos mapas: 0,0: Municípios sem registro de homicídio no ano de referência. 0,0 -| 10,0: Municípios que registram homicídios, mas por embaixo do nível epidêmico. 10,0 -| 26,0: Municípios acima do nível epidêmico, mas ainda embaixo da média nacional. 26,0 e +: Municípios acima da média nacional. 81
  • 83. 82
  • 84. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil a cre a evolução do Acre registra grandes flutuações determinadas, em sua maior parte, pelas fortes oscilações em sua capital que, segundo o ano, concentra entre 60 e 91% do total de homicídios do estado. Por esse motivo, delimitaremos só duas grandes etapas. A primeira, com taxas estaduais ascendentes e a segunda, descendentes. Primeiro período: 1980/2002. A taxa estadual, com as fortes oscilações acima indicadas, acompanha de perto as taxas do país, iniciando e finalizando o período levemente embaixo das nacionais. O crescimento das taxas do interior é bem semelhante ao da capital – Acre não possui região metropolitana – mas ainda assim, com índices muito por baixo dos da capital1. Segundo período: 2002/2010*. As taxas do estado declinam, impulsionadas pelas significa- tivas quedas de Rio Branco. Como o interior continua a crescer com o mesmo ritmo elevado do período anterior, origina-se uma reaproximação das taxas da capital e do interior, mas ainda com taxas bem mais elevadas na capital do estado. Tabela AC1. Taxas de Homicídio por Área. Acre. 1980/2010*     BrAsil BrAsil interior interior CApitAl CApitAl Ano Ano +rM +rM UF UF 1980 11,7 8,3 16,2 3,3 1996 24,8 21,1 35,8 7,9 1981 12,6 8,7 16,2 3,7 1997 25,4 20,0 36,6 4,6 1982 12,6 12,8 22,9 5,8 1998 25,9 21,2 38,4 4,9 1983 13,8 9,6 20,2 2,1 1999 25,9 21,2 38,4 4,9 1984 15,3 10,5 20,5 3,0 2000 26,7 19,4 36,4 5,3 1985 15,0 14,4 26,7 5,0 2001 27,8 21,2 39,0 6,4 1986 15,3 17,0 23,0 12,3 2002 28,5 25,7 44,8 9,7 1987 16,9 25,8 49,9 6,3 2003 28,9 22,5 37,9 9,5 1988 16,8 19,7 35,9 6,2 2004 27,0 18,7 30,9 8,4 1989 20,3 24,0 47,6 3,7 2005 25,8 18,7 23,9 14,3 1990 22,2 15,8 28,5 4,6 2006 26,3 22,6 36,3 11,0 1991 20,8 25,1 46,6 5,9 2007 25,2 18,9 30,1 9,4 1992 19,1 24,7 50,6 3,8 2008 26,4 19,6 28,9 12,1 1993 20,2 26,1 52,6 4,6 2009 27,0 21,5 31,7 13,1 1994 21,2 19,7 38,0 4,9 2010* 26,2 19,6 25,9 14,3 1995 23,8 22,6 39,2 9,2 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares 1. Por problemas técnicos nos dados de 1999, foram repetidos os de 1998 83
  • 85. Tabela AC2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Acre. 1980/2010* 1980-2002 2002-2010* ÁreA % totAl % Ao Ano % totAl % Ao Ano BrAsil 143,5 4,1 -8,0 -1,0 UF 210,0 5,3 -23,7 -3,3 CApitAl+rM 176,2 4,7 -42,2 -6,6 interior 198,1 5,1 47,6 5,0 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares Gráfico AC1. Taxas de Homicídio por Área. Acre. 1980/2010* 55 50 45 44,0 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 40 35 28,5 30 25,9 25,7 26,2 25 20 16,2 19,6 15 11,7 9,7 14,3 10 8,3 Interior 5 3,3 C + RM UF Brasil 0 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010* Fonte: SIM/SVS/MS. 1999: dados repetidos de 1998. *2010: Dados Preliminares Os mapas, a tabela e o gráfico a seguir detalham a situação das taxas do Acre nos anos 2000 e 2010*. Observamos: • Cai de 11 para 9 o número de municípios sem registro de homicídios. • Mudam os municípios com taxas acima da media nacional. Em 2000 encontravam-se nessa situação Rio Branco e Acrelândia. Ambas as taxas caem. Em compensação, ingressam nessa categoria Cruzeiro do Sul, segundo município em população, Brasiléia e Porto Acre. 84
  • 86. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Mapa AC1. Acre. 2000 taxa 2000 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS Mapa AC2. Acre. 2010* taxa 2010* 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares 85
  • 87. Tabela AC3. Taxas de homicídio (em100 mil habitantes) por tamanho do município. Acre: 2000-2010* hoMiCídios 2000 hoMiCídios 2010* Δ% n. MUni- tAMAnho do MUniCípio tAxAs n tAxAs % n tAxAs % Cipios Até 5 Mil hABitAntes 0 0,0  0,0 0 0,0 0,0  0,0  1 de 5 A -10 Mil 1 3,2 0,9 2 4,2 1,4 31,0 6 de 10 A -20 Mil 8 9,4 7,4 14 11,7 9,7 24,3 8 de 20 A -50 Mil 6 5,0 5,6 19 12,9 13,2 155,2 5 de 50 A -100 Mil 1 1,5 0,9 22 28,0 15,3 1789,9 1 de 200 A -500 Mil 92 36,4 85,2 87 25,9 60,4 -28,8 1 ToTal 108 19,4 100,0 144 19,6 100,0 1,3 22 Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares Gráfico AC2. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Acre: 2000-2010* 40 36,4 35 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 30 28,0 25,9 25 20 15 11,7 12,9 9,4 10 3,2 4,2 5,0 5 2000 1,5 0,0 0,0 2010* 0 Até 5 5 a -10 10 a -20 20 a -50 50 a -100 200 a -500 Tamanho do município (1000 habitantes) Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares 86
  • 88. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil a lagoas p odemos ver, pelas tabelas e gráfico a seguir, dois períodos marcadamente diferenciados na evo- lução da violência no estado. Primeiro período: 1980/1999. Durante quase duas décadas as taxas de homicídio de Alago- as acompanharam bem de perto as nacionais. Levemente acima na maior parte do tempo, mas sempre perto. No ano inicial da série: 1980, as taxas do estado eram ligeiramente superiores às do país – 14,3 no estado para 11,7 homicídios em 100 mil habitantes no âmbito nacional. Até 1989 as taxas do estado crescem rapidamente para depois cair, e nos anos finais desse primeiro período, as taxas do estado caem por baixo das nacionais. Tabela AL1. Taxas de Homicídio por Área. Alagoas. 1980/2010*     BrAsil BrAsil interior interior CApitAl CApitAl Ano Ano +rM +rM UF UF 1980 11,7 14,3 27,2 9,7 1996 24,8 28,1 45,2 19,3 1981 12,6 19,2 35,8 13,2 1997 25,4 24,1 36,0 17,8 1982 12,6 20,7 31,4 16,7 1998 25,9 21,8 31,1 16,7 1983 13,8 26,3 39,8 21,1 1999 26,2 20,3 28,2 16,0 1984 15,3 25,0 37,6 20,0 2000 26,7 25,6 39,3 18,3 1985 15,0 23,3 37,5 17,5 2001 27,8 29,3 52,8 16,3 1986 15,3 24,8 39,4 18,7 2002 28,5 34,3 57,2 21,5 1987 16,9 23,0 41,4 15,3 2003 28,9 35,7 56,6 23,9 1988 16,8 30,5 53,7 20,5 2004 27,0 35,1 59,3 21,3 1989 20,3 33,6 60,8 21,7 2005 25,8 40,2 63,0 26,7 1990 22,2 29,2 50,6 19,7 2006 26,3 53,0 88,8 31,7 1991 20,8 26,8 42,6 19,7 2007 25,2 59,6 91,4 40,4 1992 19,1 23,3 38,8 16,1 2008 26,4 60,3 99,6 37,6 1993 20,2 23,8 40,7 15,8 2009 27,0 59,9 87,9 43,6 1994 21,2 23,3 38,1 16,3 2010* 26,2 66,8 100,7 46,8 1995 23,8 27,2 44,9 18,9 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares 87
  • 89. Tabela AL2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Alagoas. 1980/2010* 1980-1999 1999-2010* ÁreA % totAl % Ao Ano % totAl % Ao Ano BrAsil 124,0 4,3 0,0 0,0 UF 42,6 1,9 228,3 11,4 CApitAl+rM 3,7 0,2 257,2 12,3 interior 65,6 2,7 192,7 10,3 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares Gráfico AL1. Taxas de Homicídio por Área. Alagoas. 1980/2010* 110 100,7 100 90 80 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 70 66,8 60 50 46,8 40 28,2 30 26,2 27,2 26,2 20 14,3 20,3 Brasil 16,0 UF 10 C + RM 9,7 Interior 0 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010* Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares Para 1999 o estado apresenta uma taxa de 20,3 homicídios em 100 mil habitantes, quando o país tem uma taxa de 26,2. Vemos que nesse primeiro período: • Primeiro aumentando e depois caindo, as taxas nos extremos da série têm um crescimento relativamente baixo: passam de 14,3 para 20,3 homicídios em 100 mil habitantes. Cresci- mento de 1,9% ao ano. 88
  • 90. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil • Se a taxa da região metropolitana (RM) de Maceió cresce rapidamente nos primeiros anos (em 1989 chega a 60,8 homicídios em 100 mil) também cai rapidamente para voltar a um patamar quase idêntico ao inicial. O crescimento foi praticamente nulo: 0,2% ao ano. • Já a taxa do interior, neste primeiro período, passa de 9,7 para 16 homicídios em 100 mil habitantes, o que representa um aumento de 65,6% nas taxas, ou 2,7% ao ano. Segundo período: 1999/2010*. As taxas do estado apresentam um acelerado e contínuo crescimento: • No país, as taxas nos anos extremos permanecem inalteradas: 26,2 homicídios em 100 mil, mas em Alagoas crescem 228,3%, mais que triplicando. • Se em 1999 a taxa do estado era de 20,3 homicídios em 100 mil, embaixo da média nacional, ocupando a 11ª posição, poucos anos depois, em 2006, já passa o ocupar o primeiro lugar. • Como pode ser visto nas tabelas e gráficos, neste segundo período contribuíram para o crescimento da violência, tanto a RM de Maceió quanto os municípios do interior, ambas com índices muito pesados: 12,3 e 10,3% ao ano, respectivamente. • Esse elevado crescimento fez com que 11 municípios de Alagoas sejam encontrados, atual- mente, entre as 100 maiores taxas do país: 5 pertencentes à RM de Maceió: Maceió, Mare- chal Deodoro, Messias, Pilar e Rio Largo; e 6 do Interior: Arapiraca, Joaquim Gomes, São Miguel dos Campos, São Sebastião, Teotônio Vilela e União dos Palmares, todos com taxas de 60 ou mais homicídios em 100 mil habitantes. Os mapas e dados a seguir especificam melhor a evolução do último período, tomando como base a última década de dados disponíveis: 2000/2010*. Vemos, pelos mapas, como muda radicalmente a situação do estado, com níveis de violência acima da média nacional em grande parte de seu território. Em 2010 vão ser 67 dos 102 municí- pios do estado com taxas acima de 26 homicídios para cada 100 mil habitantes. Podemos verificar, pela tabela AL3 e o gráfico AL2, que as taxas crescem de forma muito inten- sa em todas as faixas de população dos municípios. • A capital, Maceió, continua a concentrar praticamente a metade dos homicídios do estado, com uma taxa pouco vista no histórico dos 30 anos nas capitais brasileiras: 109,9 homicí- dios em 100 mil habitantes. • Mas também o segundo município em ordem de tamanho: Arapiraca, fora inclusive de sua região metropolitana, não fica muito atrás: 104,2 homicídios em 100 mil habitantes, quando no ano 2000 tinha 31,1. 89
  • 91. Mapa AL1. Alagoas, 2000. taxa 2000 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS Mapa AL2. Alagoas, 2010* taxa 2010* 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares 90
  • 92. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Tabela AL3. Taxas de homicídio (em100 mil habitantes) por tamanho do município. Alagoas: 2000-2010* hoMiCídios 2000 hoMiCídios 2010* Δ% n. MUni- tAMAnho do MUniCípio tAxAs n tAxAs % n tAxAs % Cipios Até 5 Mil hABitAntes 3 11,4 0,4 12 48,8 0,6 327,9 6 de 5 A -10 Mil 21 14,2 2,9 38 25,0 1,8 76,1 22 de 10 A -20 Mil 75 16,4 10,4 156 32,1 7,5 96,0 34 de 20 A -50 Mil 140 17,1 19,3 396 44,4 19,0 159,6 31 de 50 A -100 Mil 67 17,3 9,3 234 55,8 11,2 222,9 7 de 200 A -500 Mil 58 31,1 8,0 223 104,2 10,7 235,0 1 500 Mil e MAis. 360 45,1 49,7 1025 109,9 49,2 143,5 1 totAl 724 25,6 100,0 2084 66,8 100,0 160,4 102 Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares Gráfico AL2. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Alagoas: 2000-2010* 120 109,9 104,2 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 100 80 66,8 60 55,8 48,8 44,4 45,1 40 32,1 31,1 25,0 25,6 16,4 17,1 17,3 20 14,2 11,4 2000 2010* 0 Até 5 5 a -10 10 a -20 20 a -50 50 a -100 100 a -200 200 a -500 500 e + Tamanho do município (1000 habitantes) Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares 91
  • 93. 92
  • 94. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil a Mapá o s dados históricos do Amapá apresentam fortes flutuações de um ano para outro, o que dificul- ta a interpretação das tendências e sua periodização. Por esse motivo foi utilizada com os dados do estado a técnica da média móvel1 de 3 anos consecutivos, visando dar maior legibilidade às informações disponíveis. Foram assim delimitadas duas fases: Primeiro período: 1980/1995. Significativo aumento das taxas estaduais, que passam de 6,3 para 40 homicídios em 100 mil habitantes, mostrando um pesado crescimento de 13,1% ao ano, puxado pela sua região metropolitana, que cresce com ritmo semelhante. Já os municípios do in- terior, se também crescem no período, o fazem de forma bem mais moderada: 4,3% ao ano, com taxas bem embaixo das metropolitanas. Como os índices do estado cresceram mais rápido que os nacionais – 4,9% ao ano para o país e 13,1% ao ano para o estado – suas taxas, que partiram muito embaixo das nacionais, rapidamente as ultrapassam. No final do período o estado apresenta 40 homicídios em 100 mil habitantes quando no país a taxa era de 23,8. Tabela AP1. Taxas de Homicídio por Área. Amapá 1980/2010*     BrAsil BrAsil interior interior CApitAl CApitAl Ano Ano +rM +rM UF UF 1980 11,7 6,3 7,4 2,4 1996 24,8 38,5 47,6 9,2 1981 12,6 8,3 9,4 4,7 1997 25,4 38,7 47,3 10,2 1982 12,6 10,9 11,4 9,2 1998 25,9 38,9 47,4 10,8 1983 13,8 12,0 13,0 8,3 1999 26,2 38,4 46,7 13,9 1984 15,3 12,7 14,0 8,0 2000 26,7 37,8 45,6 15,1 1985 15,0 13,2 14,6 8,2 2001 27,8 34,8 41,9 15,0 1986 15,3 12,4 12,5 12,0 2002 28,5 35,8 41,6 17,2 1987 16,9 10,3 10,1 11,1 2003 28,9 33,9 39,8 15,2 1988 16,8 10,7 10,2 12,5 2004 27,0 33,3 37,2 20,4 1989 20,3 12,9 13,3 11,5 2005 25,8 32,4 34,7 25,1 1990 22,2 16,2 17,2 12,5 2006 26,3 30,9 32,7 25,1 1991 20,8 19,5 22,4 9,1 2007 25,2 31,4 34,2 23,0 1992 19,1 21,0 24,6 8,8 2008 26,4 30,4 33,0 22,4 1993 20,2 27,8 32,1 13,9 2009 27,0 34,3 37,8 24,0 1994 21,2 32,6 37,8 15,8 2010* 26,2 34,2 37,3 25,2 1995 23,8 40,0 47,3 16,4 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares 1. Utilizada para suavizar sazonalidades para dados que apresentam muitas flutuações. 93
  • 95. Tabela AP2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Amapá. 1980/2010* 1980-1995 1995-2010* ÁreA % totAl % Ao Ano % totAl % Ao Ano BrAsil 103,9 4,9 9,9 0,6 UF 530,4 13,1 -14,4 -1,0 CApitAl+rM 534,7 13,1 -21,1 -1,6 interior** 94,8 4,3 174,7 7,5 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares ** Períodos: 1980-1996 e 1996-2010 Segundo período: 1995/2010*. As taxas do estado entram em declínio, acompanhando as que- das de sua região metropolitana (RM) – quedas de 1% e de 1,6% ao ano respectivamente, quando as do país aumentam 0,6% ao ano. Com isto, as taxas do estado tendem a se reaproximar das nacionais. Por outro lado, o interior do estado começa a puxar as taxas para cima, com seu rápido crescimento de 7,5% ao ano. Gráfico AP1. Taxas de Homicídio por Área. Amapá. 1980/2010* 55 50 47,3 45 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 40 40,0 37,3 35 34,2 30 26,2 25 23,8 25,2 20 15 11,7 7,4 10 9,2 Brasil 6,3 UF 5 C + RM 2,4 Interior 0 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010* Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares O efeito disseminação pode ser melhor visualizado observando os mapas e quadros a seguir centrados na década 2000 a 2010*. 94
  • 96. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Mapa AP1. Amapá. 2000 taxa 2000 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS Mapa AP2. Amapá. 2010* taxa 2010* 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares 95
  • 97. • Nos mapas podemos observar que as quedas do período, que deveriam ter levado a um aumento dos territórios livres de homicídio, não originaram esse efeito. Em 2000 o Amapá tinha 11 de seus 16 municípios sem registro de homicídios. Em 2010 esse número cai para cinco. Além, o número de municípios acima da media nacional aumenta de 3 para 4. • Pela tabela e gráfico vemos que o crescimento na década centrou-se nos municípios de 10 a 50 mil habitantes, como Laranjal do Jarí ou Porto Grande que, sem homicídios em 2000, passam a ostentar elevadas taxas em 2010: 35,1 e 41,6 homicídios em 100 mil habitantes, respectivamente. Tabela AP3. Taxas de homicídio (em100 mil habitantes) por tamanho do município. Amapá: 2000-2010* hoMiCídios 2000 hoMiCídios 2010* n. MUni- tAMAnho do MUniCípio Δ % tAxAs n tAxAs % n tAxAs % Cipios Até 5 Mil hABitAntes 1 8,5 0,6 1 5,8 0,4 -31,4 4 de 5 A -10 Mil 0 0,0 0,0 4 17,5 1,5   3 de 10 A -20 Mil 1 2,3 0,6 11 15,8 4,2 575,1 5 de 20 A -50 Mil 1 2,4 0,6 18 29,8 6,9 1132,8 2 de 100 A -200 Mil 21 26,1 13,5 30 29,6 11,6 13,5 1 de 200 A -500 Mil 131 46,2 84,5 195 49,0 75,3 5,9 1 ToTal 155 32,5 100,0 259 38,7 100,0 19,1 16 Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares Gráfico AP2. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Amapá: 2000-2010* 55 49,0 50 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 46,2 45 40 35 29,8 29,6 30 26,1 25 20 17,5 15,8 15 8,5 10 5,8 5 2000 0,0 2,3 2,4 2010* 0 Até 5 5 a -10 10 a -20 20 a -50 100 a -200 200 a -500 Tamanho do município (1000 habitantes) Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares 96
  • 98. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil a Mazonas d epois de um longo período de crescimento moderado, mas contínuo, das taxas de homicídio, que vai até 1998, abrem-se mais duas etapas com características diferenciadas: Primeiro Período: 1980-1998. Ao longo de todo o período, as taxas do estado acompanha- ram de perto, levemente embaixo, às nacionais. Crescendo ao mesmo ritmo: 4,5% ao ano, vão ser os homicídios de sua região metropolitana (RM)1 os determinantes de toda a movimentação do estado, por concentrar acima de 80% do total de homicídios. O resto do estado, em conjunto, apre- senta taxas insignificantes: como máximo três homicídios em 100 mil habitantes e só em alguns poucos anos, mal chegam a quatro. Segundo Período: 1998/2004. Caem as taxas do estado de 21,3 para 16,9 homicídios em 100 mil habitantes, principalmente pelas quedas na RM de Manaus, cujas taxas nesse período passam de 35,2 para 23,7, o que representa uma queda da ordem de 32,6%. Em compensação, as taxas dos restantes municípios crescem, mas para um patamar ainda muito baixo: 6,9 homicídios em 100 mil habitantes. Terceiro Período: 2004/2010*. Ao igual que muitos outros estados, como temos abordado no item 2.3 referente aos novos padrões da violência, Amazonas sofreu na presente década, e mais especificamente a partir do ano de 2004, uma expansão em seus índices de homicídio. Se em 2004 sua taxa era de 16,9 homicídios em 100 mil habitantes, passa, em 2010, para 30,6, o que representa um incremento de 81,5% nos seis anos, ou 10,4% ao ano. A principal responsabilidade por esse crescimento encontra-se em sua RM e, mais especificamente, na capital do estado. Neste sentido, chama a atenção o enorme peso da capital Manaus na produção de homicí- dios, tanto no contexto da região metropolitana quanto do estado como um todo. Em 1980, representando 44% da população do estado – ver gráfico AM1 – Manaus concentrava 94% dos homicídios do estado e 98% dos casos do conjunto de municípios que mais tarde viriam a con- formar a sua RM. 1. RM integrada pelos municípios de Careiro, Iranduba, Itacoatiara, Manacapuru, Manaus, Novo Airão, Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva. 97
  • 99. Tabela AM1. Taxas de Homicídio por Área. Amazonas. 1980/2010*     BrAsil BrAsil interior interior CApitAl CApitAl Ano Ano +rM +rM UF UF 1980 11,7 9,6 16,8 0,9 1996 24,8 18,8 30,7 2,8 1981 12,6 9,4 16,1 1,9 1997 25,4 19,0 30,7 3,2 1982 12,6 10,1 17,5 1,5 1998 25,9 21,3 35,2 2,5 1983 13,8 9,5 14,5 3,7 1999 26,2 20,4 31,5 5,5 1984 15,3 12,7 20,0 4,0 2000 26,7 19,8 29,6 5,8 1985 15,0 10,7 17,0 2,8 2001 27,8 16,7 23,6 6,7 1986 15,3 8,8 13,5 3,0 2002 28,5 17,3 24,0 7,5 1987 16,9 10,0 16,3 2,0 2003 28,9 18,5 26,7 6,6 1988 16,8 11,9 18,3 3,7 2004 27,0 16,9 23,7 6,9 1989 20,3 16,5 26,2 3,7 2005 25,8 18,5 26,6 6,4 1990 22,2 18,1 29,1 3,5 2006 26,3 21,1 29,5 8,6 1991 20,8 19,1 32,2 1,6 2007 25,2 21,0 29,8 7,9 1992 19,1 16,2 26,8 2,0 2008 26,4 24,8 34,9 9,3 1993 20,2 15,6 25,1 2,7 2009 27,0 26,8 38,6 8,8 1994 21,2 16,8 27,8 1,8 2010* 26,2 30,6 43,3 11,0 1995 23,8 18,3 29,5 3,0 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares Tabela AM2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Amazonas. 1980/2010* 1980-1998 1998-2004 2004-2010* ÁreA % totAl % Ao Ano % totAl % Ao Ano % totAl % Ao Ano BrAsil 121,8 4,5 4,2 0,7 -3,1 -0,5 UF 120,4 4,5 -20,7 -3,8 81,5 10,4 CApitAl+rM 109,5 4,2 -32,6 -6,4 82,6 10,6 interior 170,1 5,7 174,4 18,3 59,9 8,1 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares 98
  • 100. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Gráfico AM1. Participação (%) de Manaus na população e nos homicídios do estado e nos homicídios da RM de Manaus. 100 97,7 93,5 90 91,9 Participação % de Manaus 80 78,9 70 60 Nos homicídios RM Nos 50 homicídios 51,7 AM 44,3 Na população AM 40 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010* Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares Gráfico AM2. Taxas de Homicídios por Área. Amazonas. 1980/2010* 60 50 43,3 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 40 35,2 30,6 30 25,9 26,2 23,6 23,7 20 16,8 21,3 16,9 16,7 11,7 11,0 9,6 10 Brasil 6,7 UF 2,5 0,9 C + RM Interior 0 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010* Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares 99
  • 101. Em 2010 o peso demográfico da capital aumentou mais ainda, passou para 51,7% da população estadual. Ainda assim, 92% dos homicídios da RM foram registrados na capital, da mesma forma que 79% do total de homicídios do estado. Com isso, parece lógico que qualquer oscilação nas taxas da capital incida decididamente nos índices do estado. O impacto dessa expansão do último período pode ser acompanhado nos mapas a seguir: MAPA AM1. AMAZONAS. 2000. taxa 2000 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS 100
  • 102. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil MAPA AM2. AMAZONAS. 2010* taxa 2010* 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares • No ano 2000, 26 municípios não tiveram registro de homicídios. Esse número cai para 13, exatamente a metade, no ano 2010. • Em contrapartida, os municípios com mais de 26 homicídios em 100 mil habitantes passam, nesse mesmo período, de dois para nove. Tabela AM3. Taxas de homicídio (em100 mil habitantes) por tamanho do município. Amazonas: 2000-2010* hoMiCídios 2000 hoMiCídios 2010* Δ% n. MUni- tAMAnho do MUniCípio tAxAs n tAxAs % n tAxAs % Cipios de 5 A -10 Mil 2 4,9 0,4 2 4,8 0,2 -0,9 5 de 10 A -20 Mil 13 4,2 2,3 32 8,7 3,0 107,8 24 de 20 A -50 Mil 33 5,4 5,9 95 12,6 8,9 132,0 25 de 50 A -100 Mil 44 12,4 7,9 87 21,0 8,2 69,7 6 de 100 A -200 Mil 1 1,1 0,2 9 8,8 0,8 *** 1 500 Mil e MAis. 464 33,0 83,3 842 46,7 78,9 41,6 1 ToTal 557 19,8 100,0 1067 30,6 100,0 54,6 62 Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares 101
  • 103. Gráfico AM3. Taxas de homicídios (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Amazonas: 2000-2010* 50 46,7 45 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 40 35 33,0 30 25 21,0 20 15 12,6 12,4 8,7 8,8 10 4,9 4,8 4,2 5,4 5 2000 1,1 2010* 0 5 a -10 10 a -20 20 a -50 50 a -100 100 a -200 500 e + Tamanho do município (1000 habitantes) Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares 102
  • 104. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil B aHia a s tabelas e gráficos a seguir permitem verificar que o estado da Bahia experimentou, ao longo de sua história recente, grandes oscilações na evolução de suas taxas de homicídio, oscilações que em alguns casos, como as quedas em sua capital entre 1997 e 1999 nos fizeram indicar em mapas anteriores possíveis problemas com os dados do estado. De toda forma vemos durante a década de 80 uma situação de relativa tranquilidade que se complica já em inícios da década de 90 com fortes incrementos no nível de homicídios do estado. Com isto, podemos delinear quatro grandes períodos: Primeiro período: 1980/1991. As taxas do estado permanecem quase constantes, passam de 3,3 para 4,9 homicídios em 100 mil habitantes, crescimento de 3,6% ao ano, menor que o do país: 5,4% ao ano. Durante toda essa fase, as taxas do estado foram sempre inferiores às do país e, pelo diferencial de ritmos, foi se distanciando progressivamente. Praticamente, a região metropolitana e o interior evoluíram com ritmo semelhante, exceto as oscilações da primeira. Tabela BA1. Taxas de Homicídio por Área. Bahia. 1980/2010*     BrAsil BrAsil interior interior CApitAl CApitAl Ano Ano +rM +rM UF UF 1980 11,7 3,3 1,9 3,7 1996 24,8 15,0 35,4 9,2 1981 12,6 3,3 2,1 3,5 1997 25,4 15,5 38,0 9,1 1982 12,6 5,0 8,8 4,1 1998 25,9 9,7 15,3 8,1 1983 13,8 3,7 2,2 4,1 1999 26,2 6,8 7,2 6,8 1984 15,3 5,0 6,4 4,6 2000 26,7 9,4 11,6 9,2 1985 15,0 5,1 6,5 4,8 2001 27,8 11,9 19,2 10,9 1986 15,3 5,0 3,4 5,5 2002 28,5 13,0 21,9 10,7 1987 16,9 6,1 7,5 5,7 2003 28,9 16,0 29,4 12,8 1988 16,8 7,4 12,3 6,1 2004 27,0 16,6 29,7 13,4 1989 20,3 9,5 19,8 6,7 2005 25,8 20,4 40,0 14,9 1990 22,2 7,5 11,5 6,4 2006 26,3 23,5 45,2 17,2 1991 20,8 4,9 1,7 5,8 2007 25,2 25,7 50,4 18,0 1992 19,1 6,9 8,9 6,3 2008 26,4 32,9 63,3 22,7 1993 20,2 12,2 30,3 7,2 2009 27,0 37,7 67,9 27,6 1994 21,2 14,0 35,7 7,9 2010* 26,2 37,7 60,1 30,5 1995 23,8 12,1 26,6 8,1 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares 103
  • 105. Segundo Período: 1991/1997. Íngreme incremento das taxas do estado, cujo crescimento de 21,1% ao ano resulta muitas vezes superior ao experimentado pelo país, que nesse lapso de tempo foi de 3,4% ao ano. A quase exclusiva concentração, tanto das quedas anteriores quanto desses aumentos, na sua região metropolitana (RM) e a intensidade pouco explicável do ritmo dessas oscilações, abrem lugar a duvidas sobre a fiabilidade dos dados disponibilizados pelo estado. Tabela BA2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Bahia. 1980/2010* 1980-1991 1991-1997 1997-1999 1999-2010* ÁreA % totAl % Ao Ano % totAl % Ao Ano % totAl % Ao Ano % totAl % Ao Ano BrAsil 78,1 5,4 21,9 3,4 3,2 1,6 0,0 0,0 UF 47,7 3,6 214,7 21,1 -55,9 -33,6 450,8 16,8 CApitAl+rM -12,2 -1,2 2168,1 68,2 -81,2 -56,6 739,4 21,3 interior 58,3 4,3 55,8 7,7 -25,6 -13,8 346,1 14,6 Fonte: SIM/SVS/MS - *2010: Dados Preliminares Gráfico BA1. Taxas de Homicídio por Área. Bahia. 1980/2010* 70 60 60,1 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 50 38,0 40 37,7 30 25,4 30,5 20,8 26,2 20 15,5 9,1 7,2 Brasil 10 5,8 UF 3,7 C + RM 4,9 6,8 1,9 1,7 Interior 0 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010* Fonte: SIM/SVS/MS - *2010: Dados Preliminares Terceiro Período. 1997-1999. Novamente aqui a intensidade das quedas e sua exclusiva atua- ção na RM de Salvador abrem dúvidas sobre a qualidade da informação. Quarto Período. 1999-2010*. Período de forte crescimento das taxas do estado, tanto da ca- 104
  • 106. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil pital quanto do interior, como uma continuidade do segundo período. De qualquer modo, tanto capital quanto interior crescem drasticamente, levando as taxas do estado a figurar em 2010 no sétimo lugar, no ordenamento da violência nacional. Fica difícil tirar conclusões pelos dados da década, em virtude dos problemas já apontados com as informações do estado. Ainda assim podemos ver, pelo mapa da Bahia de 2010, a forte concentração de focos de elevada violência em toda a zona da mata do estado, que inclui a região metropolitana de Salvador. Mapa BA1. Bahia. 2000 taxa 2000 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS 105
  • 107. Mapa BA2. Bahia. 2010* taxa 2010* 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares 106
  • 108. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Tabela BA3. Taxas de homicídio (em100 mil habitantes) por tamanho do município. Bahia: 2000-2010* hoMiCídios 2000 hoMiCídios 2010* Δ% n. MUni- tAMAnho do MUniCípio tAxAs n tAxAs % n tAxAs % Cipios Até 5 Mil hABitAntes 1 2,7 0,1 0 0,0 0,0 – 9 de 5 A -10 Mil 25 5,0 2,0 74 15,6 1,4 211,1 60 de 10 A -20 Mil 98 3,9 8,0 317 12,5 6,0 224,1 179 de 20 A -50 Mil 198 5,7 16,2 753 20,7 14,2 262,4 126 de 50 A -100 Mil 107 6,8 8,7 574 32,4 10,9 378,3 27 de 100 A -200 Mil 242 17,3 19,8 1.145 73,0 21,7 321,4 11 de 200 A -500 Mil 153 24,6 12,5 598 79,3 11,3 221,6 3 500 Mil e MAis. 399 13,6 32,6 1.826 56,5 34,5 314,0 2 ToTal 1223 9,4 100,0 5.287 37,7 100,0 303,1 417 Fonte: SIM/SVS/MS - *2010: Dados Preliminares Gráfico BA2. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Bahia: 2000-2010* 90 79,3 80 73,0 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 70 56,5 60 50 40 32,4 30 24,6 20,7 17,3 20 15,6 12,5 13,6 6,8 10 5,7 2000 5,0 3,9 2,7 0,0 2010* 0 Até 5 5 a -10 10 a -20 20 a -50 50 a -100 100 a -200 200 a -500 500 e + Tamanho do município (1000 habitantes) Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares 107
  • 109. 108
  • 110. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil c eará p odemos verificar pelos dados a seguir, que o histórico dos homicídios no Ceará permite deli- mitar três etapas diferenciadas. Primeiro período: 1980/1994. Taxas estaduais relativamente baixas para o contexto nacio- nal, mantendo-se quase constantemente em torno dos 10 homicídios em 100 mil habitantes. O crescimento anual do estado: 0,9% ao ano contrasta com o nacional de 4,3% pelo que a brecha se amplia: os índices do estado tendem a se afastar do nível nacional. Se em 1980 a taxa do estado era 29% menor que a nacional para 1994 já é 55% menor. A responsabilidade pelo leve incremento das taxas estaduais deve-se exclusivamente ao interior, cujo aumento de 92,5% no período anula totalmente a queda de 19,6% que se registra na região metropolitana (RM) de Fortaleza. Tabela CE1. Taxas de Homicídio por Área. Ceará. 1980/2010*     BrAsil BrAsil interior interior CApitAl CApitAl Ano Ano +rM +rM UF UF 1980 11,7 8,3 21,3 2,4 1996 24,8 13,0 21,9 7,1 1981 12,6 9,2 21,3 3,6 1997 25,4 14,8 23,8 8,8 1982 12,6 9,0 19,1 4,1 1998 25,9 13,4 17,5 10,7 1983 13,8 10,9 22,5 5,2 1999 26,2 15,6 22,8 10,7 1984 15,3 10,4 21,4 4,7 2000 26,7 16,5 26,2 10,1 1985 15,0 9,4 20,1 3,9 2001 27,8 17,2 24,9 12,0 1986 15,3 8,9 17,8 4,1 2002 28,5 18,9 27,7 12,8 1987 16,9 7,2 14,2 3,3 2003 28,9 20,1 26,8 15,5 1988 16,8 8,3 15,7 4,2 2004 27,0 20,0 27,2 15,1 1989 20,3 9,8 20,4 3,7 2005 25,8 20,9 29,6 14,7 1990 22,2 8,8 16,1 4,6 2006 26,3 21,8 31,9 14,6 1991 20,8 9,7 17,7 4,8 2007 25,2 23,2 36,4 13,8 1992 19,1 8,4 15,3 4,2 2008 26,4 24,0 35,0 16,2 1993 20,2 10,7 18,8 5,7 2009 27,0 25,7 35,0 19,0 1994 21,2 9,5 17,1 4,7 2010* 26,2 29,7 42,9 20,3 1995 23,8 12,6 24,9 4,9 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares 109
  • 111. Segundo período: 1994/1998. As taxas do estado se elevam significativamente – 41,3% nos quatro anos – acima do crescimento nacional, que foi de 22,3%. Novamente aqui vai ser o inte- rior do estado o responsável quase absoluto pelo incremento da violência no estado: cresce 127% enquanto a RM praticamente estagna, só cresce 1,9% no quadriênio. Tabela CE2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Ceará. 1980/2010* 1980-1994 1994-1998 1998-2010* ÁreA % totAl % Ao Ano % totAl % Ao Ano % totAl % Ao Ano BrAsil 81,5 4,3 22,3 5,2 1,0 0,1 UF 13,9 0,9 41,3 9,0 121,7 6,9 CApitAl+rM -19,6 -1,5 1,9 0,5 145,6 7,8 interior 92,5 4,8 127,0 22,7 90,0 5,5 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares Terceiro período: 1998/2010*. As taxas estaduais continuam a crescer num ritmo bem acima da média nacional, mas agora impulsionada pelo crescimento acelerado da RM de Fortaleza, que cresce 7,8% ao ano e também com forte participação do interior – 5,5% de aumento ao ano. Esse acréscimo anual eleva a taxa do estado a 29,7 homicídios em 100 mil habitantes no ano 2010, su- perando a taxa nacional, pela primeira vez no seu histórico. Gráfico CE1. Taxas de Homicídio por Área. Ceará. 1980/2010* 50 42,9 40 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 29,7 30 25,9 21,3 21,2 26,2 17,5 20 20,3 17,1 11,7 13,4 9,5 10 10,7 Brasil 8,3 UF C + RM 2,4 4,7 Interior 0 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010* Fonte: SIM/SVS/MS - *2010: Dados Preliminares 110
  • 112. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Os mapas a seguir permitem verificar, até visualmente, a profunda mudança experimen- tada pelo estado na última década. Mapa CE1. Ceará. 2000 taxa 2000 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS 111
  • 113. Mapa CE2. Ceará. 2010* taxa 2010* 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS - *2010: Dados Preliminares • Observamos no Mapa do 2000 a existência de grande número de municípios que não regis- traram nenhum homicídio nesse ano. São exatos 58 municípios: 31,5% do total do estado. • Já no mapa de 2010 observamos uma enorme diminuição das áreas em branco: agora vão ser só 27 municípios, isto é, só 14,7% do total de municípios do estado. 112
  • 114. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Tabela CE3. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) por tamanho do município. Ceará: 2000-2010* hoMiCídios 2000 hoMiCídios 2010* Δ% n. MUni- tAMAnho do MUniCípio tAxAs n tAxAs % n tAxAs % Cipios Até 5 Mil hABitAntes 2 18,2 0,2 1 11,4 0,0 -37,4 2 de 5 A -10 Mil 7 5,3 0,6 21 14,7 0,8 178,2 19 de 10 A -20 Mil 70 7,1 5,7 170 15,9 6,8 122,4 71 de 20 A -50 Mil 157 9,3 12,8 343 18,6 13,6 99,5 59 de 50 A -100 Mil 177 12,7 14,4 417 25,9 16,6 104,4 25 de 100 A -200 Mil 70 15,8 5,7 137 25,4 5,4 60,6 4 de 200 A -500 Mil 142 22,1 11,6 300 38,2 11,9 73,0 3 500 Mil e MAis. 604 28,2 49,1 1.125 45,9 44,7 62,7 1 ToTal 1.229 16,5 100,0 2.514 29,7 100,0 79,8 184 Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares • Em contrapartida, aumentou de forma muito significativa o número de municípios com taxas acima da média nacional. Em 2000 eram somente 11 municípios; em 2010 vão ser 46, que equivale a 25% dos municípios do estado. • Como vemos na tabela CE3 e no gráfico CE2, também no caso do Ceará o modelo de avan- ço da violência homicida foi diferente do modelo vigente no país no século passado. Vemos que aconteceu no estado uma forte dispersão dos focos de violência. Onde mais cresceu foi nos 90 municípios entre 5 e 20 mil habitantes, é o caso de municípios como Antonina do Norte, São João do Jaguaribe, Jaguaribara ou Jijoca de Jericoacoara com taxas acima de 50 homicídios em 100 mil habitantes e largo crescimento na década. Gráfico CE2. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Ceará. 2000-2010* 50 45,9 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 45 40 38,2 35 30 28,2 25,9 25,4 25 22,1 20 18,6 18,2 15,9 15,8 14,7 15 12,7 11,4 9,3 10 7,1 5,3 5 2000 2010* 0 Até 5 5 a -10 10 a -20 20 a -50 50 a-100 100 a -200 200 a -500 500 e + Tamanho do município (1000 habitantes) Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares 113
  • 115. 114
  • 116. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil d istrito Federal d e acordo com a configuração específica do DF, que não possui estrutura municipal, só será possível esboçar a evolução da unidade federada como um todo. Vemos nas tabelas e gráfico a seguir que, de um patamar muito semelhante ao nacional em 1980 - 11,7 homicídios em 100 mil para o Brasil e 12,2 para seu DF – seu crescimento foi mais acelerado nos anos subsequentes até 1995: 223,1% contra 103,9% do país. Esse diferencial de ritmos vai distanciando progressivamente o DF das taxas nacionais, de for- ma que em 1995 se o país ostentava uma taxa de 23,8 homicídios em 100 mil habitantes, a capital já se tinha elevado para 39,5: 66% acima do nacional. Num segundo momento, a partir de 1995, as taxas do país apresentam um crescimento bem moderado: 9,9% enquanto as do DF têm uma suave queda tendencial de 13,4% ao longo dos 15 anos do período. Com menor intensidade que no ano inicial, as taxas do DF permanecem ainda acima dos índices nacionais. Tabela DF1. Taxas de Homicídio por Área. Distrito Federal. 1980/2010* Ano BrAsil DF Ano BrAsil DF 1980 11,7 12,2 1996 24,8 38,3 1981 12,6 14,6 1997 25,4 35,6 1982 12,6 17,1 1998 25,9 37,4 1983 13,8 14,6 1999 26,2 36,7 1984 15,3 12,9 2000 26,7 37,5 1985 15,0 19,0 2001 27,8 36,9 1986 15,3 18,7 2002 28,5 34,7 1987 16,9 24,2 2003 28,9 39,1 1988 16,8 22,5 2004 27,0 36,5 1989 20,3 23,8 2005 25,8 31,9 1990 22,2 31,1 2006 26,3 32,3 1991 20,8 33,3 2007 25,2 33,5 1992 19,1 28,3 2008 26,4 34,1 1993 20,2 36,1 2009 27,0 39,2 1994 21,2 35,8 2010* 26,2 34,2 1995 23,8 39,5 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares 115
  • 117. Tabela DF2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Distrito Federal. 1980/2010* 1980-1995 1995-2010* ÁreA % totAl % Ao Ano % totAl % Ao Ano BrAsil 103,9 4,9 9,9 0,6 UF 223,1 8,1 -13,4 -1,0 Fonte: SIM/SVS/MS - *2010: Dados Preliminares Gráfico DF1. Taxas de Homicídio por Área. Distrito Federal. 1980/2010* 60 50 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 39,5 40 34,2 30 23,8 26,2 20 12,2 10 Brasil 11,7 DF 0 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010* Fonte: SIM/SVS/MS - *2010: Dados Preliminares 116
  • 118. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil e spírito s anto d epois de um breve período oscilante, com leves aumentos e com taxas relativamente próximas das nacionais, em 1986 abrem-se duas etapas claras na evolução dos homicídios do estado. Primeiro período: 1986/1998. Para 1980 as taxas da região metropolitana (RM) de Vitória (15,4 em 100 mil) são praticamente equivalentes às do interior (14,9 em 100 mil) e a taxa do estado – 15,1 em 100 mil – está pouco por cima da média nacional, que nesse ano foi de 11,7. Mas os anos subsequentes vão evidenciar um forte crescimento, quando as taxas do estado pulam de 20,8 para 58,4 homicídios por 100 mil habitantes, o que representa um aumento de 180,7%, ou 9% ao ano. Nesse ínterim o crescimento do país foi bem menor: 69,9% ou 4,5% ao ano. O carro-chefe dessa voragem, de forma visível, foi a RM de Vitória, cuja taxa passa de 20 para 96 homicídios em 100 mil habitantes, um forte crescimento de 379% ou 13,9% ao ano. Esse incremento leva ao estado, principalmente sua capital e/ou RM, a ocupar um dos três primeiros lugares no mapa da violência do país. No entanto, no interior, o crescimento foi bem reduzido: 25% ou 1,9% ao ano. Segundo período: 1998/2010. Em 1998 abre-se no estado uma nova fase, praticamente oposta à anterior: as taxas do estado e de sua RM caem, mas as do interior continuam a aumentar. Num período que as taxas nacionais permanecem praticamente estagnadas, as do estado caem 14,3%, sob o comando da RM, cuja diminuição foi de 28,5%, isto é, 2,8 ao ano. Contudo, os índices do interior continuam a crescer: no período elevam-se 23,5 ou 1,8% ao ano. Tabela ES1 Crescimento % total e ao ano por período e área. Espírito Santo. 1986/2010* 1986-1998 1998-2010* Área % total % ao ano % total % ao ano Brasil 69,9 4,5 1,0 0,1 UF 180,7 9,0 -14,3 -1,3 Capital+rM 378,9 13,9 -28,5 -2,8 interior 25,0 1,9 23,5 1,8 Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares 117
  • 119. Tabela ES2. Taxas de Homicídio por Área. Espírito Santo. 1980/2010* espírito santo espírito santo Brasil Brasil interior interior Capital Capital ano ano +rM +rM UF UF 1980 11,7 15,1 15,4 14,9 1996 24,8 42,8 67,5 22,4 1981 12,6 17,1 20,7 14,9 1997 25,4 50,0 84,9 20,8 1982 12,6 17,0 22,7 13,4 1998 25,9 58,4 95,9 26,7 1983 13,8 16,9 20,2 14,8 1999 26,2 52,5 86,5 23,5 1984 15,3 18,2 18,6 17,8 2000 26,7 46,8 73,6 23,5 1985 15,0 20,0 23,9 17,3 2001 27,8 46,7 72,8 23,7 1986 15,3 20,8 20,0 21,4 2002 28,5 51,2 81,0 24,9 1987 16,9 22,5 25,5 20,3 2003 28,9 50,5 78,4 25,6 1988 16,8 27,8 33,9 23,3 2004 27,0 49,4 79,5 22,4 1989 20,3 34,1 48,9 23,1 2005 25,8 46,9 71,5 24,5 1990 22,2 35,3 48,7 25,1 2006 26,3 51,2 77,7 26,8 1991 20,8 37,5 52,3 26,0 2007 25,2 53,6 78,4 30,5 1992 19,1 32,0 44,2 22,4 2008 26,4 56,4 80,2 34,3 1993 20,2 40,9 62,2 23,8 2009 27,0 57,3 79,0 37,2 1994 21,2 42,8 68,7 21,9 2010* 26,2 50,1 68,6 33,0 1995 23,8 41,7 66,7 21,7 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares Gráfico ES1 Taxas de Homicídio por Área. Espírito Santo 1980/2010* 100 95,9 90 80 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 70 68,6 60 58,4 50 50,1 40 30 26,7 33,0 20,0 26,2 20 14,9 Brasil 15,3 UF 10 11,7 C + RM 0 Interior 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010* Fonte: SIM/SVS/MS - *2010: Dados Preliminares 118
  • 120. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Mapa ES1. Espírito Santo. 2000 taxa 2000 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS 119
  • 121. Mapa ES2. Espírito Santo. 2010* taxa 2010* 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS - *2010: Dados Preliminares Os mapas referentes à década de 2000/2010 permitem verificar que apesar de não ter havido uma mudança relevante nos níveis de violência no estado, mudou a sua distribuição: no ano 2000 foram 13 os municípios que não registraram nenhum homicídio. Em 2010 esse número cai para nove. Em 2000, 26 municípios tinham uma taxa acima dos 26 homicídios em 100 mil habitantes. No ano 2010 esse número aumenta para 37. Com isso, como vemos nos mapas, as manchas de cor intensa se alastram pelo estado. Vemos, pela tabela ES3 e o gráfico ES2, que a distribuição da violência por tamanho dos municí- pios teve uma mudança na década, mas não foi grande. Os picos de violência continuam fortemente concentrados nos quatro municípios com mais de 100 mil habitantes do estado: Cariacica, Serra, Vila Velha e Vitória, todos da Grande Vitória, embora sua participação tenha caído levemente – pas- sou de 66,7% do total de homicídios do estado para 60,5%. Em compensação, aumenta nos muni- cípios entre 10 e 20 mil habitantes – onde se destacam pelo crescimento e elevadas taxas Fundão e Mantenópolis – e também na faixa entre 100 e 200 mil, onde tem destaque São Mateus. 120
  • 122. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Tabela ES3. Taxas de homicídio (em100 mil habitantes) por tamanho do município. Espírito Santo: 2000-2010* hoMiCídios 2000 hoMiCídios 2010* Δ% n. MUni- taManho do MUniCípio taxas n taxas % n taxas % Cipios até 5 Mil haBitantes 1 20,8 0,1 1 22,1 0,1 6,7 1 de 5 a -10 Mil 14 16,4 1,0 11 12,5 0,6 -24,2 11 de 10 a -20 Mil 54 14,5 3,7 87 21,6 4,9 48,5 30 de 20 a -50 Mil 160 24,4 11,0 225 31,5 12,8 28,9 25 de 50 a -100 Mil 60 50,8 4,1 75 51,1 4,3 0,5 2 de 100 a -200 Mil 193 33,3 13,3 297 45,2 16,9 35,6 5 de 200 a -500 Mil 967 75,3 66,7 1.065 71,0 60,5 -5,8 4 ToTal 1.449 46,8 100,0 1.761 50,1 100,0 7,1 78 Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares           Gráfico ES2. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Espírito Santo: 2000-2010* 80 75,3 71,0 70 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 60 50,8 51,1 50 45,2 40 33,3 31,5 30 24,4 20,8 22,1 21,6 20 16,4 14,5 12,5 10 2000 2010* 0 Até 5 5 a -10 10 a-20 20 a-50 50 a-100 100 a-200 200 a-500 Tamanho do município (1000 habitantes) Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares 121
  • 123. 122
  • 124. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil G oiás a s grandes oscilações que os dados do estado evidenciam, tornam complicado delinear uma pe- riodização ajustada. Aqui, como também no resto dos estados, futuros aprofundamentos poderão mudar as etapas aqui formuladas. Depois de uma primeira fase de grandes oscilações, onde ora o estado está por acima da média nacional, ora por baixo, com flutuações principalmente no que poderíamos caracterizar como a suas regiões metropolitanas1, observa-se uma quebra em 1998, a partir da qual: • As taxas do estado, bem por embaixo e distanciadas das nacionais, começam a crescer de forma intensa. • Se em 1998 a taxa nacional era de 25,9 homicídios em 100 mil habitantes, a do estado foi de 13,4 – quase a metade da nacional. • Desde 1998 até 2010 a taxa do país permaneceu praticamente estagnada, enquanto a de Goiás mais que duplicou: cresceu 119,4%. Tabela GO1. Taxas de Homicídio por Área. Goiás. 1980/2010*     BrAsil BrAsil interior interior CApitAl CApitAl Ano Ano +rM +rM UF UF 1980 11,7 12,3 15,3 11,4 1996 24,8 15,6 19,8 13,6 1981 12,6 18,6 16,0 19,6 1997 25,4 15,0 17,3 13,9 1982 12,6 18,0 13,0 19,9 1998 25,9 13,4 17,9 11,2 1983 13,8 17,7 11,2 20,2 1999 26,2 16,5 23,9 12,9 1984 15,3 16,3 7,8 19,7 2000 26,7 20,2 25,3 13,1 1985 15,0 14,9 5,4 18,8 2001 27,8 21,5 27,4 14,4 1986 15,3 15,3 7,2 18,7 2002 28,5 24,5 34,7 14,8 1987 16,9 17,0 12,5 18,9 2003 28,9 23,7 32,4 14,0 1988 16,8 20,8 23,7 19,5 2004 27,0 26,4 33,4 17,9 1989 20,3 20,6 25,6 18,4 2005 25,8 24,9 30,7 16,1 1990 22,2 16,9 21,4 15,0 2006 26,3 24,6 32,3 15,0 1991 20,8 20,3 23,5 18,8 2007 25,2 24,4 31,5 15,7 1992 19,1 19,2 21,1 18,3 2008 26,4 30,0 37,5 16,9 1993 20,2 16,7 21,4 14,6 2009 27,0 30,2 36,9 19,6 1994 21,2 17,4 22,6 15,1 2010* 26,2 29,4 33,3 18,1 1995 23,8 17,0 24,2 13,7 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares 1. Região metropolitana (RM) de Goiânia e municípios que integram a RIDE de Brasília. Ver nas notas técnicas. 123
  • 125. • Com esse ritmo de crescimento em 2010, a taxa do estado, que era quase a metade da na- cional, a supera em 12,2%. • Nessa segunda fase, se as taxas dos municípios do interior crescem significativamente – 61,5%, bem maior foi o aumento das taxas nos municípios das regiões metropolitanas (RM) do estado: 86,6%, se distanciando dos índices do interior. Tabela GO2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Goiás. 1980/2010* 1980-1998 1998-2010* ÁreA % totAl % Ao Ano % totAl % Ao Ano BrAsil 121,8 4,5 1,0 0,1 UF 9,4 0,5 119,4 6,8 CApitAl+rM 16,9 0,9 86,6 5,3 interior -1,5 -0,1 61,5 4,1 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares Gráfico GO1. Taxas de Homicídio por Área. Goiás. 1980/2010* 45 40 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 35 33,3 30 29,4 25,9 25 26,2 20 17,9 18,1 15 15,3 13,4 12,3 10 11,4 11,2 Brasil 5 UF C + RM Interior 0 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010* Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares 124
  • 126. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Mapa GO1. Goiás. 2000 taxa 2000 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS 125
  • 127. Mapa GO2. Goiás. 2010* taxa 2010* 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares Pelos mapas acima e a tabela e gráfico a seguir, podem ser observadas algumas mudanças nas configurações da violência da última década: • Se no mapa do ano 2000 podemos observar certa dispersão dos municípios com taxas aci- ma da média nacional, com um foco no entorno de Brasília no qual participam alguns dos municípios da RIDE, já no mapa de 2010 observamos: - Pesada intensificação nos municípios goianos do entrono de Brasília. - Emergência de um segundo foco antes inexistente, na microrregião do sudoeste de Goiás, com elevadas taxas de homicídio. • Os maiores incrementos na década acontecem em municípios da faixa de 100 a 200 mil habitantes, com destaque para Luziânia, Águas Lindas de Goiás e Valparaíso de Goiás, do entorno de Brasília, mas também Rio Verde, do interior. 126
  • 128. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil • Também a faixa de 20 a 50 mil habitantes apresenta elevado crescimento, onde distinguem- se Padre Bernardo e Cristalina. Tabela GO3. Taxas de homicídio (em100 mil habitantes) por tamanho do município. Goiás: 2000-2010* hoMiCídios 2000 hoMiCídios 2010* Δ% n. MUni- tAMAnho do MUniCípio tAxAs n tAxAs % n tAxAs % Cípios Até 5 Mil hABitAntes 39 12,5 3,9 17 5,2 1,0 -58,2 100 de 5 A -10 Mil 35 9,9 3,5 39 10,0 2,2 1,5 55 de 10 A -20 Mil 60 12,5 5,9 70 13,1 4,0 4,8 39 de 20 A -50 Mil 98 11,3 9,7 173 17,6 9,8 55,8 32 de 50 A -100 Mil 156 23,9 15,4 242 29,1 13,7 21,8 11 de 100 A -200 Mil 173 28,0 17,1 446 52,6 25,3 88,0 6 de 200 A -500 Mil 137 21,9 13,6 261 33,0 14,8 50,5 2 500 Mil e MAis. 313 28,6 31,0 518 39,8 29,3 38,9 1 ToTal 1011 20,2 100,0 1766 29,4 100,0 45,6 246 Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares Gráfico GO2. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Goiás: 2000-2010* 60 52,6 50 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 39,8 40 33,0 29,1 28,0 28,6 30 23,9 21,9 20 17,6 12,5 12,5 13,1 11,3 9,9 10,0 10 5,2 2000 2010* 0 Até 5 5 a -10 10 a -20 20 a -50 50 a -100 100 a -200 200 a -500 500 e + Tamanho do município (1000 habitantes) Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares 127
  • 129. 128
  • 130. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil M aranHão M aranhão, que em diversos períodos foi o estado menos violento do país, viu crescer sua taxa de homicídios dos últimos anos de forma muito preocupante. Se ainda em 1999 ostentava uma taxa de 4,6 homicídios em 100 mil habitantes, para o ano de 2010 praticamente quadruplicou essa taxa, indo para 22,5, quase encostando na taxa nacional. De forma difusa, dadas as oscilações nos índices, três fases indicam quebras na evolução dos dados: Primeiro período: 1980/1991: A taxa extremamente baixa do estado em 1980 – 2,7 homicídios em 100 mil – eleva-se rapidamente, com um ritmo bem acima da média nacional. O estado aumenta 238,4% e o país 78,1%. Tanto sua RM quanto o interior apresentam elevados níveis de crescimento. Segundo período: 1991/1999. Inicia-se um processo de regressão das taxas, que caem pela metade no estado e, de forma semelhante, na sua região metropolitana (RM) e no interior. Terceiro Período: 1999/2010*. Abre-se uma fase extremamente preocupante de fortes incre- mentos nos níveis de violência, onde disparam tanto as taxas do Grande São Luís quanto, princi- palmente, as do interior. Tabela MA1. Taxas de Homicídio por Área. Maranhão. 1980/2010*     BrAsil BrAsil interior interior CApitAl CApitAl Ano Ano +rM +rM UF UF 1980 11,7 2,7 10,2 1,7 1996 24,8 6,7 20,9 3,6 1981 12,6 3,4 15,1 1,7 1997 25,4 6,0 19,8 3,0 1982 12,6 3,3 10,5 2,2 1998 25,9 5,0 14,4 2,8 1983 13,8 3,7 3,1 3,8 1999 26,2 4,6 12,0 2,9 1984 15,3 4,2 4,6 4,2 2000 26,7 6,1 13,4 4,7 1985 15,0 3,7 4,5 3,5 2001 27,8 9,4 23,1 6,2 1986 15,3 5,6 10,8 4,6 2002 28,5 9,9 19,1 7,8 1987 16,9 6,2 13,6 4,9 2003 28,9 13,0 26,6 9,7 1988 16,8 7,2 17,3 5,3 2004 27,0 11,7 28,7 7,6 1989 20,3 8,4 22,6 5,7 2005 25,8 14,8 26,1 12,0 1990 22,2 9,1 23,0 6,4 2006 26,3 15,0 27,2 12,0 1991 20,8 9,2 24,9 6,1 2007 25,2 17,4 32,3 13,6 1992 19,1 8,4 19,7 6,1 2008 26,4 19,7 38,2 15,2 1993 20,2 7,8 17,0 5,9 2009 27,0 21,5 45,7 15,5 1994 21,2 6,0 17,1 3,7 2010* 26,2 22,5 46,6 16,5 1995 23,8 7,3 24,0 3,9 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares 129
  • 131. Tabela MA2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Maranhão. 1980/2010* 1980-1991 1991-1999 1999-2010* ÁreA % totAl % Ao Ano % totAl % Ao Ano % totAl % Ao Ano BrAsil 78,1 5,4 25,7 2,9 0,0 0,0 UF 238,4 11,7 -49,8 -8,3 385,3 15,4 CApitAl+rM 143,4 8,4 -51,6 -8,7 287,0 13,1 interior 268,3 12,6 -52,0 -8,8 463,4 17,0 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares Gráfico MA1. Taxas de Homicídio por Área. Maranhão. 1980/2010* 50 46,6 45 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 40 35 30 26,2 26,2 24,9 25 22,5 20 16,5 15 11,7 9,2 12,0 10 10,2 4,6 5 Brasil 2,7 6,1 UF 2,9 1,7 C + RM 0 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010* Interior Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares As informações a seguir permitem especificar melhor o sentido dessas mudanças. Segundo observamos nos mapas, a partir de uma situação de relativa tranquilidade em 2000 a violência es- palha-se praticamente em todo o território do estado, com diversos polos de elevada conturbação. Os municípios de maior porte apresentaram elevado crescimento na década, como a Capital, São Luís, que passa de 16,6 para 56,1 homicídios em 100 mil, com aumento de 238,8%, ou o se- gundo município em população, Imperatriz, que passa 12,6 para 55,8, com crescimento de 343,3% na década. Mas maior crescimento vai ser observado nos municípios de menor porte: de 5 a 10 mil e de 20 a 50 mil habitantes, com taxas acima de 400%, contribuindo assim à disseminação da violência no conjunto do estado. 130
  • 132. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Mapa MA1. Maranhão. 2000 taxa 2000 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS 131
  • 133. Mapa MA2. Maranhão. 2010* taxa 2010* 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares 132
  • 134. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Tabela MA3. Taxas de homicídio (em100 mil habitantes) por tamanho do município. Maranhão: 2000-2010* hoMiCídios 2000 hoMiCídios 2010* Δ% n. MUni- tAMAnho do MUniCípio tAxAs n tAxAs % n tAxAs % Cipios Até 5 Mil hABitAntes 0 0,0 0,0 6 22,0 0,4 – 6 de 5 A -10 Mil 3 1,5 0,9 17 7,6 1,2 400,9 32 de 10 A -20 Mil 23 2,1 6,7 72 5,7 4,9 167,3 89 de 20 A -50 Mil 47 2,6 13,7 299 14,8 20,2 459,9 68 de 50 A -100 Mil 39 5,4 11,3 176 20,0 11,9 272,8 13 de 100 A -200 Mil 59 7,9 17,2 201 22,3 13,6 181,5 7 de 200 A -500 Mil 29 12,6 8,4 138 55,8 9,3 343,3 1 500 Mil e MAis. 144 16,6 41,9 569 56,1 38,5 238,8 1 ToTal 344 6,1 100,0 1478 22,5 100,0 269,3 217 Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares Gráfico MA2. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Maranhão: 2000-2010* 60 55,8 56,1 50 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 40 30 22,0 22,3 20,0 20 16,6 14,8 12,6 10 7,6 7,9 5,7 5,4 2000 2,1 2,6 0,0 1,5 2010* 0 Até5 5a - 10 10a - 20 20a - 50 50a -100 100a - 200 200a -500 500e+ Tamanho do município (1000 habitantes) Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares 133
  • 135. 134
  • 136. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil M ato G rosso Uma primeira visão da sequência histórica das taxas do Mato Grosso colocam sob suspeição os dados, principalmente os referentes a sua capital, até o ano 1995 ou 1997. Resultam inexplicáveis, ao menos para o autor, as reduzidas taxas da capital até 1994 e a brusca e íngreme elevação das mesmas entre 1995 e 1997. Por esse motivo, se os dados desde 1980 serão incluídos da mesma for- ma que nos restantes estados, as análises só serão realizadas a partir dos dados da última década. Tabela MT1. Taxas de Homicídio por Área. Mato Grosso. 1980/2010*     BrAsil BrAsil interior interior CApitAl CApitAl Ano Ano +rM +rM UF UF 1980 11,7 3,1 1,7 3,5 1996 24,8 29,5 40,2 25,3 1981 12,6 6,3 4,2 7,0 1997 25,4 33,5 48,6 27,6 1982 12,6 4,9 1,8 6,0 1998 25,9 36,3 63,8 25,5 1983 13,8 10,3 4,2 12,5 1999 26,2 34,7 56,9 26,1 1984 15,3 13,0 3,1 16,5 2000 26,7 39,8 60,1 31,9 1985 15,0 17,6 4,8 22,2 2001 27,8 38,5 65,3 28,1 1986 15,3 22,0 6,4 27,7 2002 28,5 37,0 48,3 32,6 1987 16,9 22,1 8,8 27,0 2003 28,9 35,0 45,7 30,9 1988 16,8 20,7 8,4 25,4 2004 27,0 32,1 40,0 29,1 1989 20,3 25,1 14,8 29,0 2005 25,8 32,4 40,4 29,2 1990 22,2 21,0 7,3 26,3 2006 26,3 31,5 42,1 27,3 1991 20,8 22,2 11,0 26,5 2007 25,2 30,7 39,1 27,4 1992 19,1 17,2 5,4 21,8 2008 26,4 31,8 46,1 26,7 1993 20,2 16,5 7,7 20,0 2009 27,0 33,3 46,0 28,8 1994 21,2 14,2 5,5 17,6 2010* 26,2 31,7 44,9 27,0 1995 23,8 25,9 28,8 24,8 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares 135
  • 137. Tabela MT2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Mato Grosso. 1980/2010* 1980-1994 1994-2001 2001-2010* ÁreA % totAl % Ao Ano % totAl % Ao Ano % totAl % Ao Ano BrAsil 81,5 4,3 31,1 3,9 -5,9 -0,7 UF 363,5 11,6 170,4 15,3 -17,6 -2,1 CApitAl+rM 221,1 8,7 1078,7 42,3 -31,3 -4,1 interior 399,4 12,2 59,4 6,9 -4,1 -0,5 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares Gráfico MT1. Taxas de Homicídio por Área. Mato Grosso. 1980/2010* 70 65,3 60 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 50 44,9 40 39,8 31,7 31,9 30 27,0 26,7 26,2 21,2 20 17,6 11,7 14,2 Brasil 10 3,5 UF 5,5 C + RM 1,7 Interior 0 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010* Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares Podemos verificar nas informações a seguir o comportamento das taxas na década 2000/2010: As quedas acontecidas na década, principalmente entre 2001 e 2010, quando a taxa estadual cai de 38,5 para 31,7 homicídios em 100 mil habitantes, explicam-se pelo declínio observável nos dois extremos de tamanho dos municípios: • O único município com mais de 500 mil habitantes, Cuiabá, cujas taxas têm uma signifi- cativa queda: passam de 69,5 para 40,1 homicídios em 100 mil habitantes, o que representa um decréscimo de 42,3%. • No outro extremo, municípios com até 50 mil habitantes, também apresentaram quedas variadas. 136
  • 138. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Mapa MT1. Mato Grosso. 2000 taxa 2000 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS 137
  • 139. Mapa MT2. Mato Grosso. 2010* taxa 2010* 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares • Já no grupo de municípios entre 50 e 500 mil habitantes as taxas cresceram, em alguns ca- sos, de forma significativa. No segundo município em tamanho, Várzea Grande, integrado de forma recente à nova região metropolitana (RM) do Vale do Rio Cuiabá, e com 252,5 mil habitantes, as taxas passaram de 39 para 55,4 homicídios em 100 mil, ultrapassando em níveis de violência, inclusive, a capital Cuiabá. 138
  • 140. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Tabela MT3. Taxas de homicídio (em100 mil habitantes) por tamanho do município. Mato Grosso: 2000-2010* hoMiCídios 2000 hoMiCídios 2010* Δ% n. MUni- tAMAnho do MUniCípio tAxAs n tAxAs % n tAxAs % Cípios Até 5 Mil hABitAntes 14 15,2 1,4 9 7,7 0,9 -49,5 36 de 5 A -10 Mil 57 33,1 5,7 47 22,7 4,9 -31,4 31 de 10 A -20 Mil 189 33,7 19,0 137 21,7 14,2 -35,6 45 de 20 A -50 Mil 175 36,2 17,6 195 31,4 20,2 -13,2 20 de 50 A -100 Mil 68 25,0 6,8 101 29,1 10,5 16,7 5 de 100 A -200 Mil 73 32,4 7,3 113 36,6 11,7 12,9 2 de 200 A -500 Mil 84 39,0 8,4 140 55,4 14,5 42,1 1 500 Mil e MAis. 336 69,5 33,7 221 40,1 22,9 -42,3 1 ToTal 996 39,8 100,0 963 31,7 100,0 -20,2 141 Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares Gráfico MT2. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Mato Grosso: 2000-2010* 80 69,5 70 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 60 55,4 50 39,0 40,1 40 36,6 36,2 33,1 33,7 32,4 31,4 29,1 30 25,0 22,7 21,7 20 15,2 10 7,7 2000 2010* 0 Até 5 5 a - 10 10 a - 20 20 a - 50 50 a - 100 100 a - 200 200 a - 500 500 e + Tamanho do município (1000 habitantes) Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares 139
  • 141. 140
  • 142. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil M ato G rosso do s ul a o longo de quase todo o histórico, o estado evidenciou taxas acima da média nacional. Só em dois anos: 1990 e 2010 suas taxas ficaram pouco embaixo. Podemos distinguir, preliminarmente, dois grandes períodos: Primeiro período: 1980/1996. As taxas do estado crescem com um ritmo levemente superior ao nacional, puxados pela elevação dos índices da capital Campo Grande1, apesar do interior tam- bém contribuir significativamente para esse crescimento – 4,1% ao ano. Como resultado desse aumento, o distanciamento entre as taxas do estado e as do país atinge sua máxima expressão em 1996, quando os índices do estado encontram-se 52,3% acima dos nacionais. Segundo período: 1996/2010*. Quedas nas taxas estaduais, arrastadas também neste caso pela sua capital, quando no país os índices experimentam um leve crescimento. Se as taxas do país nesta fase aumentam 5,7%, as do estado caem 31,6%, pressionadas pelas fortes quedas da capital: 48,9%. Tabela MS1. Taxas de Homicídio por Área. Mato Grosso do Sul. 1980/2010*     BrAsil BrAsil interior interior CApitAl CApitAl Ano Ano +rM +rM UF UF 1980 11,7 16,5 8,6 18,6 1996 24,8 37,7 42,5 35,5 1981 12,6 18,3 11,0 20,4 1997 25,4 37,4 41,9 35,4 1982 12,6 18,7 16,3 19,5 1998 25,9 33,5 36,4 32,2 1983 13,8 21,3 22,9 20,8 1999 26,2 28,2 30,8 27,0 1984 15,3 22,7 19,9 23,7 2000 26,7 31,0 39,3 27,1 1985 15,0 16,3 16,1 16,3 2001 27,8 29,3 34,0 27,1 1986 15,3 18,1 15,0 19,2 2002 28,5 32,4 34,5 31,4 1987 16,9 19,4 17,9 20,0 2003 28,9 32,7 35,3 31,4 1988 16,8 19,1 19,2 19,1 2004 27,0 29,6 30,7 29,0 1989 20,3 21,6 25,3 20,2 2005 25,8 27,7 28,5 27,3 1990 22,2 20,3 21,3 19,9 2006 26,3 29,5 27,1 30,7 1991 20,8 22,0 24,9 20,8 2007 25,2 30,0 32,2 28,9 1992 19,1 23,5 26,5 22,2 2008 26,4 29,5 25,6 31,4 1993 20,2 24,8 22,8 25,7 2009 27,0 30,4 28,2 31,4 1994 21,2 27,3 26,6 27,6 2010* 26,2 25,8 21,7 27,7 1995 23,8 32,7 32,8 32,7 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares 1. O estado não possui região metropolitana (RM). A referência Capital+RM sempre se refere a sua capital Campo Grande 141
  • 143. Nesse mesmo período, as taxas do interior só diminuem 22%. Essas diferenças de ritmo originam: • No último ano da série, 2010, as taxas do estado são levemente menores que as do país. • As taxas do interior ficam levemente maiores que as taxas da capital. Tabela MS2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Mato Grosso do Sul. 1980/2010* 1980-1996 1996-2010* ÁreA % totAl % Ao Ano % totAl % Ao Ano BrAsil 111,9 4,8 5,7 0,4 UF 128,6 5,3 -31,6 -2,7 CApitAl+rM 396,0 10,5 -48,9 -4,7 interior 90,7 4,1 -22,0 -1,8 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares Gráfico MS1. Taxas de Homicídio por Área. Mato Grosso do Sul. 1980/2010* 45 42,5 40 37,7 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 35 35,5 30 27,7 26,2 25 24,8 25,8 18,6 20 21,7 16,5 15 11,7 Brasil 10 UF 8,6 C + RM Interior 5 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010* Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares As informações dos mapas, tabelas e gráficos a seguir permitem verificar que: • A maior queda do período é registrada na capital: crescimento negativo de 44,7%. 142
  • 144. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Mapa MS1. Mato Grosso do Sul. 2000 taxa 2000 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS 143
  • 145. Mapa MS2. Mato Grosso do Sul. 2010* taxa 2010* 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares • Em contrapartida, em diversos municípios de menor porte, como os que se encontram na faixa de 5 a 20 mil habitantes e de 50 a 200 mil, as taxas cresceram, sofrendo a queda dos índices estaduais. 144
  • 146. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Tabela MS3. Taxas de homicídio (em100 mil habitantes) por tamanho do município. Mato Grosso do Sul: 2000-2010* hoMiCídios 2000 hoMiCídios 2010* Δ% n. MUni- tAMAnho do MUniCípio tAxAs n tAxAs % n tAxAs % Cipios Até 5 Mil hABitAntes 6 23,4 0,9 6 20,2 0,9 -14,0 7 de 5 A -10 Mil 13 10,9 2,0 19 14,9 3,0 36,4 18 de 10 A -20 Mil 85 23,5 13,2 107 25,6 16,9 8,7 28 de 20 A -50 Mil 127 25,0 19,7 129 21,2 20,4 -15,1 20 de 50 A -100 Mil 29 47,6 4,5 42 53,9 6,6 13,3 1 de 100 A -200 Mil 123 36,2 19,1 158 39,3 25,0 8,7 3 500 Mil e MAis. 261 39,3 40,5 171 21,7 27,1 -44,7 1 ToTal 644 31,0 100,0 632 25,8 100,0 -16,7 78 Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares Gráfico MS2. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Mato Grosso do Sul: 2000-2010* 60 53,9 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 47,6 50 39,3 39,3 40 36,2 30 25,6 25,0 23,4 23,5 21,2 21,7 20,2 20 14,9 10,9 10 2000 2010* 0 Até 5 5 a -10 10 a -20 20 a -50 50 a -100 100 a -200 500 e + Tamanho do município (1000 habitantes) Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares 145
  • 147. 146
  • 148. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil M inas G erais a observação da evolução dos homicídios no estado permite diferenciar três períodos com ca- racterísticas diferenciadas: Primeiro período: 1980/1994. As taxas do estado, que já em 1980 eram levemente inferiores às nacionais – 8,7 para 11,7 homicídios em 100 mil – tiveram um tênue declínio passando para 6,7 em 1994: queda de 22,5%. Nesse ínterim, as taxas nacionais cresceram 81,5%. Com isso, o contras- te ficou bem marcado: em 1994 Minas tinha uma taxa de 6,7 homicídios em 100 mil, e a do país era de 21,2, mais do triplo que o estado. Ao longo do período, as taxas das regiões metropolitanas (RM) e as do interior sofrem um leve declínio muito semelhante. Segundo período: 1994/2004. As taxas do estado se reaproximam das médias nacionais – 22,6 o estado e 27 as nacionais – impulsionadas por um forte crescimento dos índices das RM. Na dé- cada 1994/2004 as regiões metropolitanas do estado crescem 421% e o interior só 92,9%. Terceiro período: 2004/2010*. Regressão dos índices de violência do estado, que caem 20,1%, enquanto as taxas do país, no mesmo período, só regridem 3,1%. As quedas devem-se exclusiva- mente às RM, que caem 39%. O interior, pelo contrário, continua a aumentar seus índices: cresce 17,3%, resultando em obstáculo para o aprofundamento das quedas estaduais. Tabela MG1. Taxas de Homicídio por Área. Minas Gerais. 1980/2010*     BrAsil BrAsil interior interior CApitAl CApitAl Ano Ano +rM +rM UF UF 1980 11,7 8,7 16,3 6,5 1996 24,8 7,3 14,7 4,8 1981 12,6 8,0 11,3 7,1 1997 25,4 7,7 16,7 4,6 1982 12,6 8,0 10,9 7,1 1998 25,9 8,6 19,7 4,7 1983 13,8 7,2 9,5 6,6 1999 26,2 8,9 20,4 4,9 1984 15,3 7,9 10,5 7,2 2000 26,7 11,5 27,6 5,8 1985 15,0 7,0 8,5 6,6 2001 27,8 12,9 30,1 6,6 1986 15,3 7,0 9,1 6,4 2002 28,5 16,2 37,3 8,4 1987 16,9 6,8 9,7 5,9 2003 28,9 20,6 49,0 10,1 1988 16,8 6,7 9,8 5,7 2004 27,0 22,6 55,1 10,5 1989 20,3 7,8 11,9 6,5 2005 25,8 21,9 47,8 12,0 1990 22,2 7,5 10,8 6,4 2006 26,3 21,3 43,7 12,8 1991 20,8 7,7 12,5 6,1 2007 25,2 20,8 41,7 12,8 1992 19,1 6,9 11,4 5,5 2008 26,4 19,5 38,1 12,5 1993 20,2 7,4 12,0 5,9 2009 27,0 18,8 34,9 12,8 1994 21,2 6,7 10,6 5,4 2010* 26,2 18,1 33,8 12,3 1995 23,8 7,2 14,5 4,8 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares 147
  • 149. Tabela MG2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Minas Gerais. 1980/2010* 1980-1994 1994-2004 2004-2010* ÁreA % totAl % Ao Ano % totAl % Ao Ano % totAl % Ao Ano BrAsil 81,5 4,3 27,3 2,4 -3,1 -0,5 UF -22,5 -1,8 236,7 12,9 -20,1 -3,7 CApiitAl+rM -35,2 -3,1 421,0 17,9 -39,0 -7,9 interior -16,1 -1,2 92,9 6,8 17,3 2,7 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares Gráfico MG1. Taxas de Homicídio por Área. Minas Gerais. 1980/2010* 60 55,1 50 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 40 33,6 30 27,0 26,2 22,6 21,2 18,1 20 16,3 12,3 11,7 10 10,6 10,5 Brasil 8,7 6,7 UF 6,5 C + RM 5,4 Interior 0 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010* Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares Dadas as características acima analisadas, os mapas e as análises desagregadas por tamanho dos municípios serão realizadas comparando os anos 2004 e 2010. • Em 2004, 485 dos 853 municípios mineiros – 57% – não tiveram registro de homicídios. Em função das significativas quedas do estado, era de esperar que em 2010 esse número de municípios livres do flagelo fosse maior ainda. Mas não, esse número diminuiu: agora foram 446: 52% dos municípios do estado. • Também em função dessas quedas estaduais, era de esperar uma concomitante diminuição no número de municípios com taxas acima de 26 homicídios em 100 mil habitantes. Mas não, o número cresceu, passou de 69 para 85 municípios em 2010. 148
  • 150. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Mapa MG1. Minas Gerais. 2004 taxa 2004 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS Mapa MG2. Minas Gerais. 2010* taxa 2010* 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares 149
  • 151. Tabela MG3. Taxas de homicídio (em100 mil habitantes) por tamanho do Município. Minas Gerais: 2004-2010* hoMiCídios 2004 hoMiCídios 2010* Δ% n. MUni- tAMAnho do MUniCípio tAxAs n tAxAs % n tAxAs % Cipios Até 5 Mil hABitAntes 51 6,0 1,2 65 7,6 1,8 26,2 240 de 5 A -10 Mil 118 6,9 2,8 139 8,0 3,9 15,2 251 de 10 A -20 Mil 177 7,2 4,2 209 8,2 5,9 14,7 184 de 20 A -50 Mil 311 9,9 7,3 373 11,3 10,5 14,2 112 de 50 A -100 Mil 293 11,8 6,9 385 14,6 10,9 23,2 37 de 100 A -200 Mil 350 19,0 8,3 288 14,8 8,1 -22,1 16 de 200 A -500 Mil 910 39,0 21,5 780 31,6 22,0 -18,9 9 500 Mil e MAis. 2.031 51,5 47,9 1.299 31,7 36,7 -38,5 4 ToTal 4241 22,6 100,0 3538 18,1 100,0 -20,1 853 Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares Vemos, pela tabela MG3 e o gráfico MG2, o comportamento dos municípios com relação a seu tamanho. Em 2010 diminui sensivelmente a associação entre taxas de homicídio e tamanho do município observada em 2000. Isto é explicado pelas quedas nos municípios de maior porte e o aumento nos menores. Na faixa das cidades com mais de 500 mil habitantes em 2010 – Belo Horizonte, Contagem, Juiz de Fora e Uberlândia – registra-se uma forte queda, da ordem de 38,5%, impulsionada princi- palmente pela regressão na capital do estado. Já em Uberlândia e Juiz de Fora, que correspondem ao interior do estado as taxas crescem. Ao mesmo tempo, nos municípios com menos de 100 mil habitantes, as taxas tendem a crescer. Com esses dados verifica-se também em Minas Gerais o processo de disseminação via interio- rização que colocamos inicialmente como hipóteses de trabalho. 150
  • 152. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Gráfico MG2. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Minas Gerais: 2004-2010* 60 51,5 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 50 39,0 40 31,6 31,7 30 19,0 20 14,6 14,8 11,3 11,8 8,2 9,9 10 6,0 7,6 6,9 8,0 7,2 2004 2010* 0 Até 5 5 a - 10 10 a - 20 20 a -50 50 a -100 100 a -200 200 a -500 500 e + Tamanho do município (1000 habitantes) Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares 151
  • 153. 152
  • 154. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil p ará p odemos identificar dois grandes períodos: Primeiro período: 1980/1999. A taxa inicial do estado: 8,9 homicídios em 100 mil habitantes é pouco inferior à nacional. Os índices da região metropolitana (RM) do Pará, que conglomera os municípios de Ananindeua, Belém, Benevides, Marituba e Santa Bárbara do Pará são superiores aos do interior. No outro extremo do período, a taxa do estado teve um leve crescimento (1% ao ano) propiciado por um aumento de 2,4% ao ano do interior, enquanto a RM cai 0,8% ao ano. Com isso, as taxas do interior praticamente se equiparam com os da RM. Igualmente, as mudanças foram muito lentas e tênues. Tabela PA1. Taxas de Homicídio por Área. Pará. 1980/2010*     BrAsil BrAsil interior interior CApitAl CApitAl Ano Ano +rM +rM UF UF 1980 11,7 8,9 14,5 6,5 1996 24,8 12,5 20,1 9,4 1981 12,6 9,7 15,4 7,2 1997 25,4 13,2 22,4 9,5 1982 12,6 10,0 12,9 8,8 1998 25,9 13,3 24,3 8,9 1983 13,8 12,2 17,4 10,1 1999 26,2 10,8 12,5 10,1 1984 15,3 13,1 15,4 12,2 2000 26,7 13,0 18,9 10,6 1985 15,0 12,3 14,2 11,5 2001 27,8 15,1 21,6 12,4 1986 15,3 13,8 15,9 13,0 2002 28,5 18,4 26,1 15,2 1987 16,9 12,4 15,3 11,3 2003 28,9 21,0 29,1 17,7 1988 16,8 13,0 17,8 11,1 2004 27,0 22,7 29,9 19,8 1989 20,3 14,5 19,7 12,4 2005 25,8 27,6 41,0 22,1 1990 22,2 15,5 23,8 12,2 2006 26,3 29,2 40,0 24,7 1991 20,8 16,4 26,8 12,3 2007 25,2 30,4 37,7 27,4 1992 19,1 15,1 26,9 10,4 2008 26,4 39,2 56,1 32,5 1993 20,2 12,0 18,6 9,4 2009 27,0 40,2 55,8 34,3 1994 21,2 13,4 24,5 9,1 2010* 26,2 45,9 80,2 33,3 1995 23,8 12,8 21,6 9,3 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares 153
  • 155. Segundo período: 1999/2010*. Intenso crescimento das taxas do estado, arrastadas funda- mentalmente pela eclosão de violência em sua RM. Se no período as taxas do país permanecem inalteradas, no Pará o crescimento de 324,4% nos homicídios levou o estado ultrapassar, já em 2005, a média nacional e continuar sua escalada. No ano 2000, com uma taxa de 13 homicídios em 100 mil o estado ocupava a 21ª posição nacional, em 2010 sua taxa de 45,9 homicídios a loca- liza na 3ª posição, tal o ritmo da escalada. O motor da expansão foi a sua RM, que nesses 11 anos mais que sextuplicou seus índices. Mas o interior não ficou muito atrás: também deu sua dose de contribuição, crescendo 228,2%. Tabela PA2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Pará. 1980/2010* 1980-1999 1999-2010* ÁreA % totAl % Ao Ano % totAl % Ao Ano BrAsil 124,0 4,3 0,0 0,0 UF 21,6 1,0 324,4 14,0 CApitAl+rM -13,7 -0,8 541,5 18,4 interior 55,8 2,4 228,2 11,4 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares Gráfico PA1. Taxas de Homicídio por Área. Pará. 1980/2010* 90 80,2 80 70 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 60 50 45,9 40 33,3 30 26,2 26,2 20 12,5 14,5 11,7 10,8 Brasil 10 UF 8,9 10,1 C + RM 6,5 Interior 0 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010* Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares 154
  • 156. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil A intensidade dessas transformações pode ser facilmente visualizada nos mapas e dados a se- guir, que sintetizam a evolução dos homicídios na década 2000/2010: • No ano 2000 praticamente a metade dos municípios do estado – 70 – não possuíam registro de homicídios. Em 2010 esse número cai para 23. • Em contrapartida, se só 13 municípios em 2000 tinham taxas acima de 26 homicídios em 100 mil habitantes, esse número pula para 57. Mapa PA1. Pará. 2000 taxa 2000 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS 155
  • 157. Mapa PA2. Pará. 2010* taxa 2010* 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares • Pela tabela PA3 e o gráfico PA2 podemos observar que elevados níveis de crescimento são registrados em todas as faixas de municípios. • Mas acontece com maior intensidade na faixa de 200 a 500 mil habitantes, que em 2010 re- gistrou três municípios que apresentam contrastes extremos: Ananindeua e Marabá, ambas com taxas que superam os 100 homicídios para cada 100 mil habitantes, e Santarém que em 2010 apresentou uma das menores taxas do país para municípios de grande porte: 3,1 homicídios para cada 100 mil habitantes1. 1. Esses elevados contrastes foram objeto de recente reportagem na revista Veja, em seu Caderno Especial Cidades, edição 2241 de 2/11/2011. 156
  • 158. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Tabela PA3. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) por tamanho do município. Pará: 2000-2010* hoMiCídios 2000 hoMiCídios 2010* Δ% n. MUni- tAMAnho do MUniCípio tAxAs n tAxAs % n tAxAs % Cípios Até 5 Mil hABitAntes 0 0,0 0,0 1 29,1 0,0 – 1 de 5 A -10 Mil 2 2,8 0,2 9 11,8 0,3 324,9 11 de 10 A -20 Mil 23 5,8 2,9 79 18,0 2,3 211,6 30 de 20 A -50 Mil 129 8,7 16,0 473 25,5 13,6 193,9 61 de 50 A -100 Mil 137 8,9 17,0 804 40,1 23,1 349,9 30 de 100 A -200 Mil 80 13,5 9,9 353 43,6 10,1 221,8 6 de 200 A -500 Mil 103 12,5 12,8 1003 100,3 28,8 702,3 3 500 Mil e MAis. 332 25,9 41,2 760 54,5 21,8 110,4 1 ToTal 806 13,0 100,0 3482 45,9 100,0 252,9 143 Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares Gráfico PA2. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Pará: 2000-2010* 120 100,3 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 100 80 60 54,5 43,6 40,1 40 29,1 25,5 25,9 18,0 20 11,8 13,5 12,5 8,7 8,9 2000 5,8 0,0 2,8 2010* 0 Até 5 5 a - 10 10 a - 20 20 a -50 50 a- 100 100 a-200 200 a-500 500 e + Tamanho do município (1000 habitantes) Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares 157
  • 159. 158
  • 160. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil p araíBa a Paraíba, que em seu histórico sempre apareceu entre os estados com baixos índices no contex- to nacional – entre 10 e 15 homicídios em 100 mil habitantes e no ano 2000 encontrava-se no 20º lugar – ingressou, nesta última década, numa forte escalada de violência que levou o estado, em 2010, a figurar entre os seis mais violentos do Brasil. Podemos identificar duas grandes fases na sua evolução: Primeiro período: 1980/2004. As taxas do estado sempre se localizam embaixo das médias nacionais, e o menor ritmo de crescimento da Paraíba o distancia ainda mais do nível nacio- nal, com a conseguinte classificação de estado relativamente tranquilo para o contexto nacional. Efetivamente, se em 1980 a taxa da Paraíba era de 10,8 homicídios em 100 mil habitantes, quase semelhante à do país, que foi de 11,7, nos anos subsequentes o estado cresce com 72,4% até 2004, enquanto que a taxa nacional cresceu em ritmo maior: 131,1%. Com isto, no final do período o país vai para 27 homicídios em 100 mil habitantes, enquanto o estado fica em 18,6. Nesse cres- cimento moderado, vai ser a sua região metropolitana a que apresenta taxas de crescimento um pouco maiores que as do interior – 2,4 e 1,7% ao ano respectivamente. Segundo período: 2004/2010*. Neste período o estado registra um intenso crescimento em suas taxas, que em poucos anos superam a média nacional. Já em 2010 a Paraíba encontra-se no grupo das unidades de elevada violência. Nessa fase as taxas do estado mais que duplicam nos seis anos, passado de 18,6 para 38,6 homicídios em 100 mil. Vai ser sua recentemente criada região metropolitana que, além da capital, inclui os municípios de Bayeux, Cabedelo, Conde, Cruz do Espírito Santo, Lucena, Mamanguape, Rio Tinto e Santa Rita, a que pressiona fortemente nessa arrancada. Nos seis anos a taxa da região metropolitana (RM) passa de 32 para 72,9 homicídios em 100 mil habitantes, crescimento de 128,1% = 14,7% ao ano. Essa taxa de 72,9 coloca a RM de João Pessoa em 3º lugar no mapa da violência, depois da RM de Maceió e a de Belém, entre as 33 regiões metropolitanas analisadas. Mas a taxa de crescimento do interior não fica muito atrás: também cresce de forma muito acelerada: 10,5% ao ano. 159
  • 161. Tabela PB1. Taxas de Homicídio por Área. Paraíba. 1980/2010*     BrAsil BrAsil interior interior CApitAl CApitAl Ano Ano +rM +rM UF UF 1980 11,7 10,8 18,0 8,9 1996 24,8 19,0 33,1 13,8 1981 12,6 12,2 19,3 10,4 1997 25,4 14,7 26,7 10,4 1982 12,6 11,4 13,8 10,7 1998 25,9 13,5 27,8 8,3 1983 13,8 12,5 17,0 11,2 1999 26,2 12,0 27,1 6,3 1984 15,3 13,1 21,6 10,7 2000 26,7 15,1 27,6 10,3 1985 15,0 12,9 21,0 10,5 2001 27,8 14,1 31,4 7,5 1986 15,3 15,6 24,1 13,1 2002 28,5 17,4 35,3 10,4 1987 16,9 12,1 20,3 9,6 2003 28,9 17,6 36,6 10,1 1988 16,8 13,0 20,4 10,6 2004 27,0 18,6 32,0 13,3 1989 20,3 14,5 24,9 11,2 2005 25,8 20,6 39,6 12,8 1990 22,2 13,7 26,3 9,6 2006 26,3 22,6 40,7 15,1 1991 20,8 12,4 18,6 10,4 2007 25,2 23,6 47,0 13,7 1992 19,1 10,6 17,4 8,3 2008 26,4 27,3 51,1 17,6 1993 20,2 11,1 19,7 8,1 2009 27,0 33,8 64,3 21,2 1994 21,2 11,9 21,0 8,8 2010* 26,2 38,6 72,9 24,1 1995 23,8 13,6 28,0 8,6 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares Gráfico PB1. Taxas de Homicídio por Área. Paraíba. 1980/2010* 80 72,9 70 60 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 50 40 38,6 32,0 30 26,2 27,0 18,0 24,1 20 18,6 11,7 Brasil 13,3 10,8 UF 10 8,9 C + RM Interior 0 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010* Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares 160
  • 162. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Tabela PB2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Paraíba. 1980/2010* 1980-2004 2004-2010* ÁreA % totAl % Ao Ano % totAl % Ao Ano BrAsil 131,1 3,6 -3,1 -0,5 UF 72,4 2,3 107,5 12,9 CApitAl+rM 78,0 2,4 128,1 14,7 interior 48,4 1,7 82,0 10,5 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares As mudanças acontecidas na última década são visíveis nos mapas a seguir. • No ano 2000 são poucos os municípios que registram homicídios. Acima de 2/3 dos muni- cípios do estado – 158 municípios = 71% – encontram-se nessa situação. Esse número cai para 95 no ano 2010, menos da metade dos municípios do estado. • Por sua vez, municípios com mais de 26 homicídios em 100 mil habitantes mais que tripli- cam na década: passam de 14 para 47. Pelo gráfico PB2 e a tabela PB3 podemos verificar que: • Continua existindo uma grande concentração nos dois maiores municípios do estado: João Pessoa e Campina Grande, só que essa concentração diminui na década. Se em 2000 esses municípios foram responsáveis por 67,6% do total de homicídios do estado, para o ano 2010 essa participação cai para 55%. • Em compensação, aumenta fortemente a participação de municípios com menos de 100 mil habitantes, que são a grande maioria do estado. Esses municípios, que em 2000 foram responsáveis por 25% do total de homicídios, para 2010 passam para 35% do total. • Destaque de crescimento neste campo para os municípios de 50 até 100 mil habitantes, onde Cabedelo e Bayeux, da nova RM apresentam um forte crescimento em seus níveis de violência. 161
  • 163. Mapa PB1. Paraíba. 2000 taxa 2000 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS. Mapa PB2. Paraíba. 2010* taxa 2010* 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares 162
  • 164. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Tabela PB3. Taxas de homicídio (em100 mil habitantes) por tamanho do município. Paraíba: 2000-2010* hoMiCídios 2000 hoMiCídios 2010* Δ% n. MUni- tAMAnho do MUniCípio tAxAs n tAxAs % n tAxAs % Cípios Até 5 Mil hABitAntes 10 4,6 1,9 26 11,1 1,8 141,8 69 de 5 A -10 Mil 20 4,5 3,9 59 12,8 4,1 184,8 68 de 10 A -20 Mil 37 4,9 7,1 129 16,0 8,9 226,8 56 de 20 A -50 Mil 36 7,0 6,9 128 23,5 8,8 236,0 20 de 50 A -100 Mil 27 7,8 5,2 173 44,7 11,9 473,3 6 de 100 A -200 Mil 38 18,3 7,3 138 62,4 9,5 241,2 2 de 200 A -500 Mil 125 35,2 24,1 218 56,6 15,0 60,9 1 500 Mil e MAis. 226 37,8 43,5 581 80,3 40,0 112,5 1 ToTal 519 15,1 100,0 1452 38,6 100,0 155,8 223 Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares Gráfico PB2. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Paraíba: 2000-2010* 90 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 80,3 80 70 62,4 60 56,6 50 44,7 37,8 40 35,2 30 23,5 20 18,3 16,0 11,1 12,8 7,0 7,8 10 2000 4,6 4,5 4,9 2010* 0 Até 5 5 a -10 10 a -20 20 a -50 50 a -100 100 a -200 200 a -500 500 e + Tamanho do município (1000 habitantes) Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares 163
  • 165. 164
  • 166. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil p araná e xcetuando os primeiros anos da década de 80, Paraná sempre teve taxas que se mantinham embaixo das nacionais, até o ano de 2003. Contrariamente ao acontecido no nível nacional e em outras UF, as taxas do estado não evidenciam sinal das políticas de desarmamento do período. Também neste caso fica difícil e muito tentativo estabelecer uma periodização formal só apoia- da nos dados quantitativos. Mas no contínuo dos diversos incrementos, os dados parecem indicar três etapas, com base em celeridades diferenciadas dos indicadores: Primeiro período: 1980/1992. Exíguo crescimento das taxas do estado que, a partir de um iní- cio quase equivalente, vai se distanciando das taxas nacionais. Se o país no período cresceu 63,3% o estado somente 18,7%. Esse diferencial de ritmos origina que, no final do período, as taxas do estado sejam 33% menores que a nacional. Tabela PR1. Taxas de Homicídio por Área. Paraná. 1980/2010*     BrAsil BrAsil interior interior CApitAl CApitAl Ano Ano +rM +rM UF UF 1980 11,7 10,8 9,0 11,5 1996 24,8 15,3 16,5 14,5 1981 12,6 12,1 8,6 13,7 1997 25,4 17,3 20,3 15,4 1982 12,6 13,9 11,3 15,1 1998 25,9 17,6 18,8 16,9 1983 13,8 14,5 11,6 15,9 1999 26,2 18,1 20,4 16,6 1984 15,3 13,4 10,2 14,9 2000 26,7 18,5 21,5 16,4 1985 15,0 11,5 9,3 12,6 2001 27,8 21,0 24,5 18,6 1986 15,3 11,4 9,1 12,5 2002 28,5 22,7 27,0 19,7 1987 16,9 11,4 9,3 12,5 2003 28,9 25,5 32,3 20,5 1988 16,8 12,1 11,0 12,6 2004 27,0 28,1 34,2 23,5 1989 20,3 13,3 14,0 13,0 2005 25,8 29,0 36,0 23,7 1990 22,2 14,1 14,4 13,9 2006 26,3 29,8 36,7 24,4 1991 20,8 14,5 12,5 15,7 2007 25,2 29,6 34,3 25,9 1992 19,1 12,8 12,1 13,2 2008 26,4 32,6 43,6 24,3 1993 20,2 14,4 14,4 14,4 2009 27,0 35,1 48,4 25,1 1994 21,2 14,6 15,1 14,3 2010* 26,2 34,4 47,0 24,8 1995 23,8 15,9 17,7 14,9 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares 165
  • 167. Segundo período: 1992/2000. As taxas do estado se aceleram com um ritmo bem semelhante ao nacional, fortemente impulsionadas pela sua RM. No período o país cresce 39,9%, o estado 44,6%, mas a RM de Curitiba 77,7%. Já a contribuição do interior do estado foi modesta: 24,3%. Terceiro período: 2000/2010*. As taxas do estado, que já vinham crescendo de forma rápida, aceleram-se mais ainda, numa fase de virtual estagnação nacional. Com esse diferencial, o estado ultrapassa a média nacional já em 2004. Novamente aqui vai ser a RM a que atua como motor do crescimento, mas desta vez, o interior também contribui para a elevação dos índices estaduais, se bem com menor intensidade que a RM. Tabela PR2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Paraná. 1980/2010* 1980-1992 1992-2000 2000-2010* ÁreA % totAl % Ao Ano % totAl % Ao Ano % totAl % Ao Ano BrAsil 63,3 4,2 39,9 4,3 -2,0 -0,2 UF 18,7 1,4 44,6 4,7 86,0 6,4 CApitAl+rM** 33,8 2,5 77,7 7,4 118,4 8,1 interior 14,6 1,1 24,3 2,8 51,5 4,2 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares Gráfico PR1. Taxas de Homicídio por Área. Paraná. 1980/2010* 50 47,0 45 40 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 34,4 35 30 26,7 26,2 25 21,5 24,8 20 18,5 19,1 16,4 15 13,2 11,5 12,8 Brasil 10,8 12,1 UF 10 9,0 C + RM Interior 5 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010* Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares 166
  • 168. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Os mapas e gráficos a seguir ilustram melhor as mudanças deste último período: • Se no ano 2000, 168 municípios não apresentam registro de homicídios, esse número cai para 130 em 2010. Mapa PR1. Paraná. 2000 taxa 2000 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS 167
  • 169. Mapa PR2. Paraná. 2010* taxa 2010* 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares • Por outra parte, cresce significativamente o número de municípios com taxas acima de 26 em 100 mil habitantes: em 2000 foram 60 e em 2010 passa para 101. Tabela PR3. Taxas de homicídio (em100 mil habitantes) por tamanho do município. Paraná: 2000-2010* hoMiCídios 2000 hoMiCídios 2010* Δ% n. MUni- tAMAnho do MUniCípio tAxAs n tAxAs % n tAxAs % Cípios Até 5 Mil hABitAntes 34 9,3 1,9 53 15,2 1,5 63,5 98 de 5 A -10 Mil 79 10,9 4,5 75 10,5 2,1 -3,6 105 de 10 A -20 Mil 161 11,0 9,1 257 17,1 7,2 55,7 109 de 20 A -50 Mil 247 15,8 14,0 450 26,8 12,5 69,5 55 de 50 A -100 Mil 144 15,8 8,2 414 39,5 11,5 150,5 14 de 100 A -200 Mil 198 19,0 11,2 510 42,3 14,2 123,0 10 de 200 A -500 Mil 405 27,9 22,9 711 42,1 19,8 51,2 6 500 Mil e MAis. 498 24,5 28,2 1.118 49,5 31,2 102,2 2 ToTal 1766 18,5 100,0 3588 34,4 100,0 86,0 399 Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares 168
  • 170. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Gráfico PR2. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Paraná: 2000-2010* 60 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 49,5 50 42,3 42,1 39,5 40 27,9 30 26,8 24,5 19,0 20 17,1 15,2 15,8 15,8 9,3 10,9 10,5 11,0 10 2000 2010* 0 Até 5 5 a -10 10 a -20 20 a -50 50 a -100 100 a -200 200 a -500 500 e + Tamanho do município (1000 habitantes) Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares • Apesar de existir uma forte associação positiva entre o porte do município e suas taxas de homicídio – quanto maior o porte do município maiores são suas taxas de homicídio – onde os índices mais crescem é nos 24 municípios de porte médio: entre 50 e 200 mil habi- tantes. Nessa faixa destacam-se Pinhais e Piraquara, por suas elevadas taxas e pelo enorme crescimento dos índices de violência que experimentaram na década. 169
  • 171. 170
  • 172. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil pernaMBuco n a virada do século, Pernambuco era o estado que apresentava o maior nível de violência do país. Sua taxa de 54 homicídios em 100 mil habitantes duplicava o índice nacional. Para o ano 2010 essa taxa cai para 38,8, o que representa uma queda de 28,2%, localizando-se agora no quarto lugar entre as 27 UF. Em sua evolução histórica, desde 1980, podemos reconhecer quatro grandes etapas. Nas duas primeiras, que vão até o ano 2001, as taxas de homicídios são crescentes, e o motor desse cresci- mento pode ser encontrado na elevação das taxas nas regiões metropolitanas (RM)1 do estado, que se distanciam do interior. As duas últimas etapas, a partir de 2001, vão marcar o declínio nas taxas, com início lento e acelerando a partir de 2007, onde as quedas concentram-se também nas RM, cujas taxas vão se reaproximando das do interior. Diversas situações do Estado vão resultar nesses quatro períodos: Primeiro período: 1980/1994. As taxas do estado, sempre acima das nacionais, crescem de forma moderada, com um ritmo de 4,7% ao ano, com maior intensidade no interior. O estado acompanha de perto o crescimento nacional, onde já aparece entre os cinco mais violentos do país. Segundo período: 1994/2001. Acelerado crescimento das taxas (7,7% aa.), centrado nas RM (9,1% aa.) crescendo com uma intensidade bem acima da média nacional (3,9% aa.). Esse íngreme crescimento leva o Estado a ocupar o primeiro lugar no mapa nacional em 1998, situação que perdura até 2001. Em contra partida, também o interior continua crescendo de forma regular, mas com um ritmo bem menor que as RM. Com isso, as diferenças entre ambas as áreas tende a aumentar: as taxas das RM mais que duplicam às do interior. Terceiro período: 2001/2007. Estagna a espiral de violência e as taxas do estado, vagarosamen- te, começam a declinar (-1,7% aa.), acompanhando o ritmo nacional (-1,6%). As RM apresentam uma taxa de queda levemente maior (-2,8% ao ano) que as do interior, que praticamente estagna (0,8% ao ano.). Quarto período: 2007/2010*. Quedas aceleradas nas taxas de homicídio do estado (-9,9% aa.) puxadas pelas RM (-11,2% aa.), mas com significativas quedas, ainda que em menor grau, no interior (-7,3%). Num período que os índices nacionais aumentam muito devagar (1,3% aa.) o estado cai para o 4º lugar entre as 27 UF. As taxas do interior vão ficando mais próximas às da RM. 1. Além dos 14 municípios que integram a RM de Recife, aqui também são incluídos os dados do município de Petro- lina, integrante do RIDE do Polo Petrolina/Juazeiro. 171
  • 173. Tabela PE1. Taxas de Homicídio por Área. Pernambuco 1980/2010* PernAmBuco PernAmBuco BrAsil BrAsil interior interior cAPitAl cAPitAl Ano Ano +rm +rm uF uF 1980 11,7 18,2 25,1 12,8 1996 24,8 40,7 52,5 29,6 1981 12,6 22,6 29,1 17,5 1997 25,4 49,7 66,9 33,1 1982 12,6 23,9 28,3 20,4 1998 25,9 58,9 80,9 37,3 1983 13,8 25,7 32,6 20,1 1999 26,2 55,4 75,4 35,6 1984 15,3 28,7 36,8 21,9 2000 26,7 54,0 71,4 35,5 1985 15,0 30,4 40,1 22,3 2001 27,8 58,7 81,3 34,3 1986 15,3 30,7 40,0 22,7 2002 28,5 54,8 70,7 39,1 1987 16,9 32,4 42,4 23,9 2003 28,9 55,3 74,1 34,9 1988 16,8 32,7 41,6 25,0 2004 27,0 50,7 70,5 29,2 1989 20,3 36,6 48,2 26,4 2005 25,8 51,2 69,8 30,7 1990 22,2 39,1 52,5 27,1 2006 26,3 52,7 70,3 33,1 1991 20,8 38,7 50,4 28,2 2007 25,2 53,1 68,7 36,1 1992 19,1 35,3 45,7 25,9 2008 26,4 50,7 64,7 35,6 1993 20,2 37,6 47,7 28,5 2009 27,0 45,1 56,0 33,8 1994 21,2 34,9 44,1 26,5 2010* 26,2 38,8 48,0 28,8 1995 23,8 36,4 48,2 25,7 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares Gráfico PE1. Taxas de Homicídio por Área. Pernambuco 1980/2010* 90 81,3 80 68,7 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 70 58,7 60 53,1 48,0 50 44,1 38,8 40 34,3 36,1 34,9 25,1 28,8 30 26,5 25,2 27,8 26,2 18,2 20 21,2 12,8 Brasil UF 10 11,7 C + RM Interior 0 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010* Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares 172
  • 174. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Tabela PE2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Pernambuco. 1980/2010* 1980-1994 1994/2001 2001-2007 2007-2010* ÁreA % totAl % Ao Ano % totAl % Ao Ano % totAl % Ao Ano % totAl % Ao Ano BrAsil 81,5 4,3 31,1 3,9 -9,4 -1,6 3,9 1,3 uF 91,2 4,7 68,3 7,7 -9,5 -1,7 -26,9 -9,9 cAPitAl+rm 75,6 4,1 84,3 9,1 -15,4 -2,8 -30,1 -11,2 interior 106,3 5,3 29,6 3,8 5,2 0,8 -20,3 -7,3 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares Os mapas a seguir e a tabela PE3 permitem verificar outros indicadores dessa disseminação da violência no estado. Na última década, podemos ver que: • Cai a participação relativa dos grandes centros urbanos: nas seis cidades do estado com mais de 200 mil habitantes, as taxas passam de 89,6 em 2000 para 48,7 em 2010, um declínio de 45,6%. • Pela coluna ∆% Taxas da tabela PE3, pode-se verificar que, em geral, quanto maior o tama- nho do município, maiores foram as quedas nos homicídios registrados na década. Nos dois municípios do estado com mais de 500 mil habitantes: Recife e Jaboatão dos Guararapes, as quedas foram significativas e semelhantes em ambos, em torno de 40%. A intensidade das quedas vai diminuindo até os 65 municípios de menor porte, entre 5 e 20 mil habitantes, onde as taxas em realidade cresceram. Mapa PE1. Pernambuco: 2000 taxa 2000 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS 173
  • 175. Mapa PE2. Pernambuco: 2010* taxa 2010* 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares • Inclusive nos 3 municípios com menos de 5 mil habitantes, que no ano 2000 não registraram nenhum homicídio, em 2010 já evidenciam a existência de mortes por agressão intencional. • Vemos assim que, se no conjunto do estado os homicídios caíram 28,2%, as quedas não se espalharam uniformemente no conjunto dos municípios. Seria de esperar que com as que- das, deveria aumentar o número de municípios sem registro de homicídios, mas pelo con- trário, o número de municípios livres do flagelo diminuiu. Em 2000, Pernambuco registrou 19 municípios sem homicídios, já em 2010 esse número caiu para 12. • Recife, que em 2000 era a cidade mais violenta do estado, com uma taxa de 97,5 homicídios em 100 mil habitantes, em 2010 passa para a 12º posição no estado, com uma taxa de 57,9. • Essas mudanças também podem ser observadas nos mapas. No ano 2000 várias áreas con- centravam a violência extrema do estado. Eram os polos dinâmicos centrados em torno de determinadas atividades: a agricultura irrigada do polo Petrolina, o polo das confecções do eixo Santa Cruz do Capibaribe/Caruaru, o denominado polígono da maconha, a RM de Recife, a região da mata sul do Estado. • Para 2010 o panorama fica muito mais difuso e os antigos polos perdem especificidade, com deslocamentos significativos, por exemplo, da região da mata sul para a mata norte do estado. Resumindo, Pernambuco forma parte do conjunto de estados onde o fenômeno da dissemi- nação da violência atuou de forma clara, com marcadas quedas nos grandes centros urbanos e elevação dos níveis em áreas relativamente tranquilas na virada do século. 174
  • 176. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Tabela PE3. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) por tamanho do município. Pernambuco: 2000-2010* homicídios 2000 homicídios 2010* Δ% n. muni- tAmAnho do municíPio tAxAs n tAxAs % n tAxAs % cíPios Até 5 mil hABitAntes 0 0,0 0,0 1 8,7 0,0 – 3 de 5 A -10 mil 17 15,1 0,4 18 15,6 0,5 3,5 15 de 10 A -20 mil 198 22,8 4,6 232 24,8 6,8 9,1 65 de 20 A -50 mil 586 33,2 13,7 574 29,6 16,8 -10,9 67 de 50 A -100 mil 595 43,6 13,9 518 33,8 15,2 -22,5 23 de 100 A -200 mil 376 54,5 8,8 379 47,7 11,1 -12,4 6 de 200 A -500 mil 693 62,9 16,2 519 40,3 15,2 -35,9 4 500 mil e mAis. 1811 90,3 42,4 1171 53,7 34,3 -40,6 2 ToTal 4276 54,0 100,0 3412 38,8 100,0 -28,2 185 Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares Gráfico PE2. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Pernambuco: 2000-2010* 100 90,3 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 90 80 70 62,9 60 54,5 53,7 47,7 50 43,6 40,3 40 33,2 33,8 29,6 30 22,8 24,8 20 15,1 15,6 8,7 2000 10 0,0 2010* 0 Até 5 5 a -10 10 a -20 20 a -50 50 a -100 100 a -200 200 a -500 500 e + Tamanho do município (1000 habitantes) Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares 175
  • 177. 176
  • 178. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil p iauí n a série histórica analisada – 1980/2010 – o Piauí apresentou-se em diversas oportunidades como o estado com menores índices de violência do Brasil, mas na última década experimentou um severo crescimento. Ainda assim, no último ano disponível: 2010, o estado conserva-se como o segundo menos violento, outro sinal que a violência está se espalhando no país, elevando os ín- dices dos estados que, antigamente, eram considerados relativamente tranquilos. Esse último fato permite reconhecer duas grandes etapas na evolução desses índices no estado: Primeiro período: 1983/1999: O estado foi pouco contaminado pela rápida elevação das taxas nacionais. Depois de três anos de crescimento, que desconsideraremos nesta análise, em 1983 inicia-se uma fase de relativa estagnação nos índices estaduais. Se o país entre 1983 e 1999 passou de 13,8 para 26,2 homicídios em 100 mil habitantes, crescimento de 90,1%, no Piauí as taxas até caíram levemente, passando de 6,0 para 4,8, o que representa uma queda de 20,5% e ainda, índices extremamente baixos para a realidade nacional. Tabela PI1. Taxas de Homicídio por Área. Piauí. 1980/2010*     BrAsil BrAsil interior interior CApitAl CApitAl Ano Ano +rM +rM UF UF 1980 11,7 2,4 6,8 0,8 1996 24,8 4,7 12,0 0,9 1981 12,6 3,6 9,2 1,5 1997 25,4 5,7 12,8 1,8 1982 12,6 5,4 10,1 3,5 1998 25,9 5,2 13,7 0,6 1983 13,8 6,0 11,5 3,8 1999 26,2 4,8 11,3 1,2 1984 15,3 4,4 9,7 2,1 2000 26,7 8,2 18,2 1,7 1985 15,0 3,4 6,6 2,0 2001 27,8 9,7 18,0 4,8 1986 15,3 4,5 8,0 2,9 2002 28,5 10,9 21,5 4,5 1987 16,9 3,4 6,5 2,0 2003 28,9 10,8 22,1 4,0 1988 16,8 5,8 12,7 2,7 2004 27,0 11,8 20,6 6,5 1989 20,3 5,9 13,9 2,1 2005 25,8 12,8 23,9 5,8 1990 22,2 4,5 12,0 0,9 2006 26,3 14,4 27,5 5,9 1991 20,8 4,4 11,8 0,7 2007 25,2 13,2 23,2 6,7 1992 19,1 3,7 8,8 1,1 2008 26,4 12,4 22,2 6,0 1993 20,2 4,6 9,0 2,3 2009 27,0 12,8 22,1 6,7 1994 21,2 3,8 8,0 1,7 2010* 26,2 13,7 24,8 6,4 1995 23,8 4,4 10,8 1,2 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares 177
  • 179. Segundo período: 1999/2010*. Em um período onde as taxas nacionais estagnam, o Piauí, junto com diversos outros estados que em fins dos 90 tinham taxas relativamente baixas, apresenta forte crescimento dos índices de violência. Pela tabela PI2 podemos observar que se a contribuição para este crescimento dos municípios piauienses que atualmente integram sua região metropo- litana1 foi elevada, os municípios do interior, proporcionalmente, cresceram muito mais ainda, sempre numa escala de índices relativamente baixos para o contexto nacional. Tabela PI2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Piauí. 1980/2010* 1983-1999 1999-2010* ÁreA % totAl % Ao Ano % totAl % Ao Ano BrAsil 90,1 4,1 0,0 0,0 UF -20,5 -1,4 185,8 10,0 CApitAl+rM -2,3 -0,1 119,5 7,4 interior -68,2 -6,9 436,3 16,5 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares Gráfico PI1. Taxas de Homicídio por Área. Piauí. 1980/2010* 30 26,2 26,2 25 24,8 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 20 15 13,8 13,7 11,7 11,5 11,3 10 6,4 6,8 6,0 4,8 Brasil 5 2,4 3,8 UF C + RM 0,8 1,2 Interior 0 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010* Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares 1. RIDE de Teresina. Excluímos dessa análise os dados correspondentes ao município de Timão, pertencente a Maranhão, mas que forma parte do RIDE. 178
  • 180. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Mapa PI1. Piauí. 2000 taxa 2000 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS 179
  • 181. Mapa PI2. Piauí. 2010* taxa 2010* 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares Os dados da última década possibilitam um melhor entendimento desse último período: • Visualmente, os mapas não apresentam grandes mudanças, pricipalmente pelas faixas criadas para analisar o totalidade dos estados. Vemos em ambos mapas grandes manchas brancas indicativas de ausência de homicídios: 169 dos 220 municípios no ano 2000 – 77% – não regis- tram homicídios. Para 2010 foram 155 dos 223 municípios do estado sem homicídios – 70%. • Por sua vez, os municípios com mais de 26 homicídios em 100 mil, passaram de 5 para 10. • Pela tabela PI3 podemos observar que a capital do estado, Teresina, único município com mais de 500 mil habitantes, continua concentrando grande parte da violência do estado. Dos 234 homicídios acontecidos em 2000, 67,9% tem registro em Teresina. Em 2010 essa proporção cai para 58,8%, menor que em 2000, mas ainda acima da metade dos homicídios do estado. 180
  • 182. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil • O que impresiona é o crecimento do segundo município em tamanho de sua população: Par- naíba, cuja taxa pulou de 4,5 homicídios em 100 mil para 26,8, se aproximado à taxa da capital. • Também apresenta forte crescimento o grupo de 23 municípios na faixa de 20 a 100 mil habitantes, com destaque para Picos – que passa de 4,3 para 24,5 homicídios em 100 mil – e para Luzilândia – de 4,2 para 20,2. Tabela PI3. Taxas de homicídio (em100 mil habitantes) por tamanho do município. Piauí: 2000-2010* hoMiCídios 2000 hoMiCídios 2010* Δ% n. MUni- tAMAnho do MUniCípio tAxAs n tAxAs % n tAxAs % Cípios Até 5 Mil hABitAntes 8 2,7 3,4 11 3,5 2,6 29,5 83 de 5 A -10 Mil 17 3,4 7,3 24 4,5 5,6 30,1 80 de 10 A -20 Mil 24 5,4 10,3 28 5,9 6,6 8,7 35 de 20 A -50 Mil 14 2,4 6,0 44 7,0 10,3 187,8 20 de 50 A -100 Mil 6 3,3 2,6 30 15,5 7,0 376,1 3 de 100 A -200 Mil 6 4,5 2,6 39 26,8 9,1 490,1 1 500 Mil e MAis. 159 22,2 67,9 251 30,8 58,8 38,7 1 ToTal 234 8,2 100,0 427 13,7 100,0 66,8 223 Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares Gráfico PI2. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Piauí: 2000-2010* 35 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 30,8 30 26,8 25 22,2 20 15,5 15 10 7,0 5,4 5,9 4,5 4,5 5 3,4 2000 2,7 3,5 2,4 3,3 2010* 0 Até 5 5 a -10 10 a -20 20 a -50 50 a -100 100 a -200 500 e + Tamanho do município (1000 habitantes) Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares 181
  • 183. 182
  • 184. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil r io de J aneiro n ão é tarefa simples periodizar o histórico dos homicídios no Rio de Janeiro. Em primeiro lugar, pelas fortes oscilações facilmente perceptíveis nos dados a seguir, com repentinas e marcadas que- das e/ou aumentos em curtos lapsos de tempo. Em segundo lugar, pela peculiaridade do estado: sua região metropolitana (RM) abrange 74% dos homicídios e 73% da população estadual, motivo pelo qual seu interior tem limitado peso nas estatísticas. Essas oscilações podem ser visualizadas na tabela e gráfico RJ1. Contudo, resulta válida a ten- tativa de periodização a seguir: Primeiro período: 1983/1995. • Depois de três anos de queda, em 1983 abre-se um período cuja tendência geral é de cresci- mento, apesar das fortes oscilações que podem ser observadas no gráfico RJ1. Tabela RJ1. Taxas de Homicídio por Área. Rio de Janeiro 1980/2010* rio de JAneiro  rio de JAneiro  BrAsil BrAsil interior interior CApitAl CApitAl Ano Ano +rM +rM UF UF 1980 11,7 26,1 29,9 13,6 1996 24,8 60,0 68,6 35,0 1981 12,6 22,0 23,7 16,7 1997 25,4 58,8 67,9 31,9 1982 12,6 18,8 20,2 14,1 1998 25,9 55,3 63,3 31,8 1983 13,8 15,9 15,8 16,1 1999 26,2 52,5 59,2 33,0 1984 15,3 20,8 20,4 22,1 2000 26,7 51,0 56,7 34,3 1985 15,0 21,3 21,4 20,9 2001 27,8 50,5 55,3 36,6 1986 15,3 20,2 19,3 23,0 2002 28,5 56,5 62,9 38,0 1987 16,9 30,9 33,1 24,2 2003 28,9 52,7 58,7 35,4 1988 16,8 24,7 23,6 28,1 2004 27,0 49,2 54,5 33,9 1989 20,3 34,2 34,6 33,2 2005 25,8 46,1 49,4 36,9 1990 22,2 56,1 62,2 37,2 2006 26,3 45,8 50,3 32,9 1991 20,8 39,5 43,0 28,8 2007 25,2 40,1 41,9 35,1 1992 19,1 35,0 36,2 31,3 2008 26,4 34,0 35,0 31,4 1993 20,2 41,0 44,0 32,0 2009 27,0 31,8 32,0 31,5 1994 21,2 48,7 53,2 35,0 2010* 26,2 26,2 26,7 25,0 1995 23,8 61,9 70,6 35,6 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares 183
  • 185. • As taxas do estado, que em 1983 encontravam-se bem próximas das nacionais, iniciam um rápido crescimento, distanciando-se largamente da média do país. Tabela RJ2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Rio de Janeiro. 1980/2010* 1983-1995 1995-2006 2006-2010* ÁreA % totAl % Ao Ano % totAl % Ao Ano % totAl % Ao Ano BrAsil 73,0 4,7 10,4 0,9 -0,5 -0,1 UF 288,8 12,0 -26,0 -2,7 -42,7 -13,0 CApitAl+rM 345,8 13,3 -28,7 -3,0 -47,0 -14,7 interior** 120,2 6,8 -7,3 -0,7 -24,2 -6,7 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares Gráfico RJ1. Taxas de Homicídio por Área. Rio de Janeiro. 1980/2010* 80 70,6 70 61,9 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 60 50,3 50 45,8 40 32,9 35,6 26,7 29,9 30 26,2 26,1 26,3 25,0 23,8 20 13,6 Brasil 10 11,7 UF C + RM Interior 0 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010* Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares • Em 1983 o Brasil ostentava uma taxa de 13,8 homicídios em 100 mil, enquanto a taxa de Rio de Janeiro era de 15,9: 16% maior. Já no final do período, a taxa do estado pulou para 61,9: aumento de 288,8%, o que leva o Rio de Janeiro encabeçar, por vários anos, o ranking nacional da violência, com motor-chefe na sua RM, que cresce 345,8%, 13,3% ao ano. Essa taxa faz que a RM de Rio de Janeiro também lidere o conjunto das RM do país, com sua taxa, em 1995, de 70,6 homicídios em 100 mil habitantes. 184
  • 186. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil • Até 1989 o interior do estado acompanhou de perto o crescimento da RM, mas logo se dis- tancia: no interior as taxas estagnam e as da RM continuam seu intenso crescimento. No final do período as taxas, que inicialmente – e até 1989 – eram bem próximas, se distanciam rapidamente. O interior passa a representar a metade, ou menos, dos índices da RM do estado. • Desta forma, se até 1989 ambas as áreas puxavam o crescimento das taxas do estado, a par- tir dessa data, e até 1995, o crescimento – e quedas muito bruscas, pouco explicáveis – são responsabilidade quase exclusiva dos movimentos na RM. Segundo período: 1995/2006. É um período caracterizado por quedas moderadas na RM – 3% ao ano – e uma virtual estagnação nas taxas do interior. Ainda assim, o crescimento negativo das taxas da UF: 2,7% ao ano, contribuem para uma reaproximação com a média nacional, dado que o país experimentou um aumento de 0,9% ao ano. Terceiro período: 2006/2010*. • Em uma fase de taxas estagnadas no âmbito nacional, acontecem quedas aceleradas tanto na RM quanto no interior. Isso equipara novamente as taxas do estado com as do país, num patamar de 26,2 homicídios em 100 mil habitantes. • Contudo, as quedas da RM são bem superiores às do interior, equiparando também ambas as áreas quanto níveis de violência. As tabelas, gráficos e mapas a seguir permitem verificar as mudanças acontecidas na distri- buição espacial da violência no Rio de Janeiro. O efeito disseminação parece ter tido aqui uma incidência bem mais específica do que em outras unidades do país. Tabela RJ3. Taxas de homicídio (em100 mil habitantes) por tamanho do município. Rio de Janeiro: 2000-2010* hoMiCídios 2000 hoMiCídios 2010* Δ% n. MUni- tAMAnho do MUniCípio tAxAs n tAxAs % n tAxAs % Cípios de 5 A -10 Mil 7 13,7 0,1 2 3,6 0,0 -73,4 7 de 10 A -20 Mil 39 14,8 0,5 45 15,6 1,1 5,3 20 de 20 A -50 Mil 158 21,7 2,2 168 20,1 4,0 -7,6 28 de 50 A -100 Mil 227 31,8 3,1 123 14,7 2,9 -53,8 11 de 100 A -200 Mil 643 46,4 8,8 425 22,2 10,1 -52,2 13 de 200 A -500 Mil 1362 48,6 18,6 831 26,9 19,8 -44,5 9 500 Mil e MAis. 4901 58,0 66,8 2599 29,0 62,0 -50,1 4 ToTal 7337 51,0 100,0 4193 26,2 100,0 -48,6 92 Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares             185
  • 187. Mapa RJ1. Rio de Janeiro. 2000 taxa 2000 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS Mapa RJ2. Rio de Janeiro. 2010* taxa 2010* 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS – *2010: Dados Preliminares 186
  • 188. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Vemos que, com exceção dos 48 municípios – mais da metade – na faixa de 10 a 50 mil habitan- tes, com poucas mudanças na década, nas restantes faixas as quedas foram equivalentes: em torno de 50%, reduzindo as taxas praticamente pela metade. Esse movimento de redução, homogêneo nas cidades de maior porte do estado, originou um grande nivelamento nas taxas das diferentes faixas de população dos municípios do estado, como é possível observar no gráfico RJ2. Gráfico RJ2. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Rio de Janeiro: 2000-2010* 70 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 58,0 60 48,6 50 46,4 40 31,8 29,0 30 26,9 21,7 20,1 22,2 20 13,7 14,8 15,6 14,7 10 2000 3,6 2010* 0 5 a -10 10 a -20 20 a -50 50 a -100 100 a -200 200 a -500 500 e + Tamanho do município (1000 habitantes) Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares 187
  • 189. 188
  • 190. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil r io G rande do n or te d urante longos anos o estado manteve-se embaixo da linha considerada crítica dos 10 homi- cídios em 100 mil habitantes. Recém em 2001 ultrapassa esse patamar, e a partir desse ponto ingressa numa crescente espiral de violência. Nessa evolução estadual, dá para identificar, como mínimo, duas etapas: Primeiro período: 1980/2004. As taxas do estado, que já eram mais baixas que as nacionais, crescem de forma mais lenta ao longo do período, ficando mais distantes ainda da média do país. Se o índice nacional cresceu 131,1%, o estadual só 31,4%, e isto impulsionado exclusivamente pelos municípios do interior, cujos índices no final do período praticamente se equiparam aos da região metropolitana (RM) de Natal. O Rio Grande do Norte, no final do período, com 11,7 homicídios em 100 mil habitantes, tem a segunda menor taxa do país. Tabela RN1. Taxas de Homicídio por Área. Rio Grande do Norte. 1980/2010*     BrAsil BrAsil interior interior CApitAl Ano Ano CApitAl +rM +rM UF UF 1980 11,7 8,9 17,2 5,1 1996 24,8 9,3 13,9 6,4 1981 12,6 8,8 16,9 5,0 1997 25,4 9,1 15,0 5,4 1982 12,6 9,9 18,5 5,7 1998 25,9 8,5 13,5 5,3 1983 13,8 8,5 14,5 5,5 1999 26,2 8,5 8,6 8,5 1984 15,3 6,4 9,8 4,6 2000 26,7 9,0 10,1 8,3 1985 15,0 6,0 7,7 5,2 2001 27,8 11,2 14,1 9,3 1986 15,3 4,7 7,0 3,5 2002 28,5 10,6 12,4 9,3 1987 16,9 6,8 11,7 4,1 2003 28,9 14,2 17,5 11,8 1988 16,8 8,7 11,7 7,1 2004 27,0 11,7 13,1 10,7 1989 20,3 10,1 15,2 7,3 2005 25,8 13,6 16,2 11,7 1990 22,2 8,6 13,6 5,8 2006 26,3 14,8 17,8 12,6 1991 20,8 9,1 13,1 6,9 2007 25,2 19,3 23,8 15,9 1992 19,1 8,1 9,9 7,1 2008 26,4 23,2 30,2 18,2 1993 20,2 9,7 13,4 7,6 2009 27,0 25,2 34,1 18,8 1994 21,2 8,2 11,7 6,1 2010* 26,2 22,9 27,1 19,9 1995 23,8 9,6 14,3 6,9 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares 189
  • 191. Segundo período: 2004/2010*. As taxas do estado crescem com um ritmo muito acelerado, encostando praticamente na média nacional no final do período. A queda observada no ano 2010 na RM de Natal pode ser atribuída, com certo grau de probabilidade, ao caráter ainda preliminar dos dados desse ano. De toda forma, com os dados disponíveis, vai ser a RM a que vai incentivar o elevado ritmo de crescimento do estado, apesar do interior apresentar também índices muito elevados. Na região metropolitana destacam-se, pelo elevado crescimento da violência, os mu- nicípios de Natal, São Gonçalo do Amarante e Macaíba, assim como Mossoró, segundo maior município do estado, fora já da RM. Tabela RN2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Rio Grande do Norte. 1980/2010* 1980-2004 2004-2010* ÁreA % totAl % Ao Ano % totAl % Ao Ano BrAsil 131,1 3,6 -3,1 -0,5 UF 31,4 1,1 96,2 11,9 CApitAl+rM -23,7 -1,1 106,1 12,8 interior 110,5 3,1 86,4 10,9 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares Gráfico RN1. Taxas de Homicídio por Área. Rio Grande do Norte. 1980/2010* 35 30 28,9 27,1 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 26,2 25 22,9 20 17,2 19,9 15 13,1 11,7 11,7 10,7 10 8,9 Brasil 5 5,1 UF C + RM Interior 0 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010* Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares 190
  • 192. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Os mapas, tabelas e gráficos a seguir, centrados na década 2000/2010, permitirão visuali- zar melhor as mudanças acontecidas no período: • Se no ano 2000 o estado tinha ainda 100 de seus 166 municípios – 60% – sem registro de homicídios, para o ano 2010 esse número cai para 79 – 47%. Mapa RN1. Rio Grande do Norte. 2000 taxa 2000 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS 191
  • 193. Mapa RN2. Rio Grande do Norte. 2010* taxa 2010* 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares • Também fica visível o aumento das manchas obscuras no estado. O número de municípios acima da média nacional mais que duplica, passa de 15 para 32. • Na tabela RN3 podemos verificar que o crescimento aconteceu, em maior ou menor medi- da, em todas as faixas de tamanho, mas destacam-se: - O único município com mais de 500 mil habitantes, a capital Natal. - Os dois municípios de 200 até 500 mil habitantes, Mossoró e, em menor medida, Parnamirim. - Os municípios entre 50 e 100 mil habitantes, destacando-se São Gonçalo do Amarante pelas elevadas taxas. - Também um grupo de cidades de pequeno porte, entre 5 e 10 mil habitantes, com cresci- mento e taxas muito preocupantes. 192
  • 194. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Tabela RN3. Taxas de homicídio (em100 mil habitantes) por tamanho do município. Rio Grande do Norte: 2000-2010* hoMiCídios 2000 hoMiCídios 2010* Δ% n. MUni- tAMAnho do MUniCípio tAxAs n tAxAs % n tAxAs % Cípios Até 5 Mil hABitAntes 13 7,8 5,2 21 11,8 2,9 51,4 51 de 5 A -10 Mil 12 3,5 4,8 32 9,1 4,4 156,9 50 de 10 A -20 Mil 36 8,1 14,3 73 15,1 10,0 84,8 39 de 20 A -50 Mil 41 8,4 16,3 87 16,0 12,0 89,1 19 de 50 A -100 Mil 27 9,3 10,8 79 23,2 10,9 150,1 5 de 200 A -500 Mil 48 14,2 19,1 175 37,9 24,1 167,0 2 500 Mil e MAis. 74 10,4 29,5 260 32,3 35,8 211,4 1 ToTal 251 9,0 100,0 727 22,9 100,0 153,9 167 Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares Gráfico RN2. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Rio Grande do Norte: 2000-2010* 40 37,9 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 35 32,3 30 25 23,2 20 16,0 15,1 14,2 15 11,8 9,1 8,4 9,3 10,4 10 7,8 8,1 5 3,5 2000 2010* 0 Até 5 5 a -10 10 a -20 20 a -50 50 a -100 200 a -500 500 e + Tamanho do município (1000 habitantes) Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares 193
  • 195. 194
  • 196. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil r io G rande do s ul d esconsiderando algumas breves, mas intensas oscilações, não se percebem marcadas rupturas ou deslocamentos na evolução das taxas do estado. Aparece como um processo relativamente contínuo e incremental no tempo. Correndo ao longo das três décadas de forma paralela e pouco embaixo das taxas nacionais, o estado configurou meandros bem semelhantes aos do país, mas sempre com taxas menores. Tabela RS1. Taxas de Homicídio por Área. Rio Grande do Sul. 1980/2010*     BrAsil BrAsil interior interior CApitAl CApitAl Ano Ano +rM +rM UF UF 1980 11,7 8,1 6,5 8,9 1996 24,8 15,2 23,6 10,6 1981 12,6 8,3 8,3 8,3 1997 25,4 16,7 25,4 11,9 1982 12,6 8,6 9,1 8,3 1998 25,9 15,3 23,0 11,1 1983 13,8 8,1 7,6 8,3 1999 26,2 15,3 22,9 11,0 1984 15,3 8,2 5,5 9,6 2000 26,7 16,3 26,9 10,2 1985 15,0 8,0 6,2 8,9 2001 27,8 17,9 26,6 12,9 1986 15,3 9,0 7,9 9,6 2002 28,5 18,3 28,2 12,6 1987 16,9 9,5 8,6 9,9 2003 28,9 18,1 28,2 12,1 1988 16,8 12,4 14,2 11,5 2004 27,0 18,5 29,0 12,3 1989 20,3 17,5 22,6 14,8 2005 25,8 18,6 28,5 12,7 1990 22,2 18,7 25,6 15,0 2006 26,3 17,9 26,9 12,5 1991 20,8 18,4 24,8 15,0 2007 25,2 19,6 32,8 11,7 1992 19,1 16,9 23,4 13,4 2008 26,4 21,8 36,8 12,9 1993 20,2 12,5 15,8 10,6 2009 27,0 20,7 33,0 13,4 1994 21,2 14,0 20,4 10,6 2010* 26,2 19,3 29,6 13,2 1995 23,8 14,9 21,9 11,1 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares 195
  • 197. Tabela RS2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Rio Grande do Sul. 1980/2010* 1980-2010* ÁreA % totAl % Ao Ano BrAsil 124,0 2,7 UF 137,1 2,9 CApitAl+rM 353,8 5,2 interior 48,7 1,3 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares Gráfico RS1. Taxas de Homicídio por Área. Rio Grande do Sul. 1980/2010* 40 35 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 30 29,6 25 26,2 20 19,3 15 11,7 13,2 10 8,9 8,1 Brasil 5 6,5 UF C + RM Interior 0 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010* Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares Pelos mapas e quadros a seguir vemos que: • Entre 2000 e 2010 diminuem os municípios sem registro de homicídios – o número cai de 312 para 279 – e praticamente duplica o número de municípios com taxas acima da média nacional – acima de 26 homicídios em 100 mil habitantes. • Em geral, o tamanho do município continua altamente associado com a probabilidade de homicídio. 196
  • 198. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Tabela RS3. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) por tamanho do município. Rio Grande do Sul: 2000-2010* hoMiCídios 2000 hoMiCídios 2010* Δ% n. MUni- tAMAnho do MUniCípio n tAxAs % n tAxAs % tAxAs Cípios Até 5 Mil hABitAntes 33 5,1 2,0 59 8,7 2,9 69,3 227 de 5 A -10 Mil 43 5,9 2,6 60 8,5 2,9 45,0 104 de 10 A -20 Mil 79 9,0 4,8 76 8,4 3,7 -7,4 65 de 20 A -50 Mil 152 9,4 9,1 208 11,9 10,1 26,7 58 de 50 A -100 Mil 243 14,9 14,6 256 15,4 12,4 3,4 24 de 100 A -200 Mil 200 16,5 12,0 304 23,5 14,8 42,5 9 de 200 A -500 Mil 378 17,8 22,7 580 25,3 28,1 41,8 8 500 Mil e MAis. 534 39,2 32,1 518 36,8 25,1 -6,4 1 ToTal 1662 16,3 100,0 2061 19,3 100,0 18,1 496 Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares Mapa RS1. Rio Grande do Sul. 2000 taxa 2000 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS 197
  • 199. Mapa RS2. Rio Grande do Sul. 2010* taxa 2010* 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares 198
  • 200. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Gráfico RS2. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Rio Grande do Sul: 2000-2010* Taxas de Homicídio (em 100 mil) 45 39,2 40 36,8 35 30 25,3 25 23,5 20 17,8 16,5 14,9 15,4 15 11,9 9,0 8,4 9,4 10 8,7 8,5 5,1 5,9 5 2000 2010* 0 Até 5 5 a -10 10 a -20 20 a -50 50 a -100 100 a -200 200 a -500 500 e + Tamanho do município (1000 habitantes) Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares 199
  • 201. 200
  • 202. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil r ondônia p roblemas técnicos com os dados do estado levaram a trabalhar só com as informações da últi- ma década. As informações encontram-se nas tabelas e gráficos a seguir. As taxas do estado permaneceram praticamente estagnadas se considerarmos os anos extre- mos da década 2000/2010, mas aconteceram diversas oscilações, principalmente em sua capital, Porto Velho1. Se as taxas estaduais permaneceram estagnadas, as da capital tiveram uma queda moderada de 2% ao ano, enquanto o interior cresceu 1,4%. Com esses ritmos, as largas diferenças entre ambas vão ficando bem menores. Em 2000 a capital tinha uma taxa de 61 homicídios em 100 mil habitantes e o interior de 25,1, o que representa uma diferença de 143,2%. Já em 2010, com 49,7 e 28,9 respectivamente, essa diferença cai pela metade: agora as taxas da capital são 71,8% maiores, com uma linha tendencial de encurtar mais ainda. Tabela RO1. Taxas de Homicídio por Área. Rondônia. 2000/2010* rondôniA Ano BrAsil UF CApitAl+rM interior 2000 26,7 33,8 61,0 25,1 2001 27,8 40,1 66,9 31,5 2002 28,5 42,3 63,2 35,6 2003 28,9 38,4 51,1 34,3 2004 27,0 38,0 71,4 27,2 2005 25,8 36,0 56,4 29,4 2006 26,3 37,7 68,5 27,8 2007 25,2 27,4 51,3 19,6 2008 26,4 32,1 46,9 27,1 2009 27,0 35,1 46,1 31,1 2010* 26,2 34,6 49,7 28,9 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares Ao longo da década as taxas do estado sempre estiveram acima dos índices nacionais, fina- lizando a década com 34,6 homicídios em 100 mil habitantes, o que coloca Rondônia entre os 8 estados mais violentos do Brasil e sua capital, apesar das quedas, em 9º lugar. 1. Rondônia não possui região metropolitana (RM), a categoria Capital+RM representa aqui só Porto Velho. 201
  • 203. Gráfico RO1. Taxas de Homicídio por Área. Rondônia. 2000/2010* 80 70 61,0 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 60 49,7 50 40 34,6 33,8 28,9 30 26,7 26,2 25,1 Brasil 20 UF C + RM Interior 10 2000 2002 2004 2006 2008 2010* Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares Tabela RO2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Rondônia. 2000/2010* 2000-2010* ÁreA % totAl % Ao Ano BrAsil -2,0 -0,2 UF 2,5 0,2 CApitAl+rM -18,5 -2,0 interior 15,4 1,4 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares Os mapas e quadros a seguir permitirão um melhor detalhamento da evolução na década: • Na década, diminuíram de 13 para 9 os municípios sem registro de homicídios e aumentaram de 16 para 25, praticamente a metade, os municípios com taxas acima da média nacional. • Os dois municípios mais populosos do estado apresentam significativas quedas na década: sua capital, Porto Velho, acima comentada e Ji-Paraná, cujas taxas, já baixas em 2000, zeram em 2010. 202
  • 204. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Mapa RO1. Rondônia. 2000 taxa 2000 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS. 203
  • 205. Mapa RO2. Rondônia. 2010* taxa 2010* 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares O maior crescimento pode ser observado em municípios de porte médio para baixo, na faixa de 10 a 50 mil habitantes. Aqui, pela virulência de suas taxas, são destacadas: Buritis, Alto Paraíso, Cajubim e Campo Novo de Rondônia, todas com índices superiores aos 75 homicídios em 100 mil habitantes no ano 2010. 204
  • 206. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Tabela RO3. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) por tamanho do município. Rondônia: 2000-2010* hoMiCídios 2000 hoMiCídios 2010* Δ% n. MUni- tAMAnho do MUniCípio tAxAs n tAxAs % n tAxAs % Cípios Até 5 Mil hABitAntes 0 0,0 0,0 7 31,2 1,3 – 6 de 5 A -10 Mil 13 16,2 2,8 13 16,7 2,4 3,2 10 de 10 A -20 Mil 69 27,0 14,8 87 31,9 16,1 18,4 19 de 20 A -50 Mil 57 20,6 12,2 104 35,0 19,2 69,9 10 de 50 A -100 Mil 98 32,4 21,0 117 33,6 21,6 3,9 5 de 100 A -200 Mil 25 23,4 5,4 0 0,0 0,0 -100,0 1 de 200 A -500 Mil 204 61,0 43,8 213 49,7 39,4 -18,5 1 ToTal 466 33,8 100,0 541 34,6 100,0 2,5 52 Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares Gráfico RO2. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Rondônia: 2000-2010* 70 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 61,0 60 49,7 50 40 35,0 31,2 31,9 32,4 33,6 27,0 30 23,4 20,6 20 16,2 16,7 10 2000 0,0 0,0 2010* 0 Até 5 5 a -10 10 a -20 20 a -50 50 a -100 100 a -200 200 a -500 Tamanho do município (1000 habitantes) Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares 205
  • 207. 206
  • 208. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil r oraiMa Segundo o censo de 2010, a Capital, Boa Vista, concentrava quase 2/3 da população total do estado. Por tal motivo, as taxas estaduais ficam na dependência dos movimentos de sua capital. Podemos estabelecer três fases na evolução dessas taxas: Primeiro período: 1980/1999. Nesse primeiro período as taxas do estado crescem de forma mais acelerada que as nacionais – 7,8 e 4,3% ao ano respectivamente. Assim as taxas do estado, que inicialmente já eram levemente superiores às nacionais, distanciam-se decididamente – 57,7 e 26,2 homicídios em 100 mil habitantes respectivamente. Pelos motivos acima comentados, as taxas do estado vão acompanhar de perto as da capital, mas vão ser os municípios do interior que maior crescimento evidenciam: 9,7% ao ano. Esse ritmo leva ao interior, no final do período, a superar com boa folga as taxas da capital. Tabela RR1. Taxas de Homicídio por Área. Roraima. 1980/2010*     BrAsil BrAsil interior interior CApitAl CApitAl Ano Ano +rM +rM UF UF 1980 11,7 13,9 16,4 0,0 1996 24,8 43,3 50,1 29,4 1981 12,6 17,8 20,4 12,9 1997 25,4 35,4 34,6 36,6 1982 12,6 27,2 34,1 14,1 1998 25,9 50,6 51,5 49,1 1983 13,8 16,4 19,7 10,1 1999 26,2 57,7 51,4 68,2 1984 15,3 13,2 15,3 9,1 2000 26,7 39,5 40,4 38,0 1985 15,0 8,4 10,7 4,1 2001 27,8 31,7 32,1 31,1 1986 15,3 7,7 11,7 0,0 2002 28,5 34,9 38,2 29,5 1987 16,9 4,2 5,4 1,8 2003 28,9 29,7 33,0 24,2 1988 16,8 38,3 52,0 11,5 2004 27,0 22,6 21,5 24,2 1989 20,3 57,2 77,0 18,5 2005 25,8 24,0 23,1 25,5 1990 22,2 61,3 85,1 14,5 2006 26,3 27,3 22,0 35,8 1991 20,8 36,3 42,3 24,5 2007 25,2 27,9 25,7 31,6 1992 19,1 43,1 43,2 42,8 2008 26,4 25,4 24,9 26,3 1993 20,2 29,9 35,0 19,7 2009 27,0 27,1 26,8 27,7 1994 21,2 31,0 37,7 17,7 2010* 26,2 27,3 28,5 25,3 1995 23,8 33,6 40,2 20,4 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares 207
  • 209. Segundo período: 1999/2004. As taxas estaduais caem de forma muito acelerada – 17,1% ao ano – enquanto as do país continuam ainda em sua fase de crescimento: 0,6% ao ano. Esse diferen- cial faz que para 2004 as taxas do estado voltem a estar embaixo da média nacional, que nesse ano era de 27 homicídios em 100 mil habitantes, e as de Roraima 22,6 em 100 mil. No final do período, as taxas do interior ainda superam as de Boa Vista. Terceiro período: 2004/2010*. As taxas do estado apresentam um moderado incremento – 3,2% ao ano – numa fase de queda leve das taxas nacionais: 0,5% ao ano. Com isso, as taxas do estado voltam a se equiparar com as nacionais, mas levemente acima das mesmas. Aqui vai ser a região metropolitana (RM) a que comanda o aumento, com uma quase estagnação das taxas do interior. De toda forma, para 2010, Capital e Interior ficam com taxas muito próximas: 28,5 e 25,3 homicídios em 100 mil habitantes respectivamente. Tabela RR2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Roraima. 1980/2010* 1980-1999 1999-2004 2004-2010* ÁreA % totAl % Ao Ano % totAl % Ao Ano % totAl % Ao Ano BrAsil 124,0 4,3 3,2 0,6 -3,1 -0,5 UF 315,0 7,8 -60,9 -17,1 21,0 3,2 CApitAl+rM 213,4 6,2 -58,1 -16,0 32,3 4,8 interior 429,1 9,7 -64,4 -18,7 4,2 0,7 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares Gráfico RR1. Taxas de Homicídio por Área. Roraima. 1980/2010* 90 80 70 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 68,2 60 57,7 51,4 50 40 28,5 30 21,5 27,3 24,2 26,2 16,4 26,2 22,6 25,3 20 13,9 Brasil 11,7 UF 10 C + RM 0,0 Interior 0 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010* Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares 208
  • 210. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Mapa RR1. Roraima. 2000 taxa 2000 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS 209
  • 211. Mapa RR2. Roraima. 2010* taxa 2010* 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares Os mapas acima incluídos e os quadros a seguir permitem uma melhor compreensão das mu- danças acontecidas na última década: • Nos mapas, pode ser observado um deslocamento dos polos de violência no estado: - Municípios da fronteira sul do estado, que em 2000 estavam embaixo da média nacional – Rorainópolis e São João da Baliza – ou não registraram homicídios – São Luiz e Caroebe – registram severos incrementos, e três deles superam a média nacional, com destaque para Rorainópolis que em 2010 supera a marca dos 45 homicídios em 100 mil habitantes. Aliás, esses são os únicos municípios do estado que em 2000 estariam embaixo da média nacional. 210
  • 212. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil - Em 2010 o panorama aparece mais matizado. Sete municípios com taxas acima de 26 homicídios em 100 mil habitantes, seis entre 10 e 26, e dois sem registro de homicídios. - Pela tabela RR3 e gráfico RR2 podemos verificar que a única faixa que cresceu no estado foi a de 20 a 50 mil habitantes, com uma única presença: a do município de Rorainópolis. - De qualquer forma, a capital do estado continua em seu papel de principal produtor de homicídios do estado, responsável por exatos 2/3 dos quantitativos em 2010. Tabela RR3. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) por tamanho do município. Roraima: 2000-2010* hoMiCídios 2000 hoMiCídios 2010* Δ% n. MUni- tAMAnho do MUniCípio tAxAs n tAxAs % n tAxAs % Cípios de 5 A -10 Mil 12 31,5 9,4 11 19,3 8,9 -38,7 7 de 10 A -20 Mil 34 49,8 26,6 20 23,6 16,3 -52,7 6 de 20 A -50 Mil 1 5,7 0,8 11 45,3 8,9 688,0 1 de 200 A -500 Mil 81 40,4 63,3 81 28,5 65,9 -29,5 1 ToTal 128 39,5 100,0 123 27,3 100,0 -30,8 15 Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares Gráfico RR2. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Roraima: 2000-2010* 55 49,8 50 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 45,3 45 40,4 40 35 31,5 28,5 30 23,6 25 19,3 20 15 10 5,7 2000 5 2010* 0 5 a -10 10 a -20 20 a -50 200 a -500 Tamanho do município (1000 habitantes) Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares 211
  • 213. 212
  • 214. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil s anta c atarina e m diversos períodos de sua história recente, como nos anos 2004 a 2007, Santa Catarina mos- trou as menores taxas de homicídio do país e, paralelamente, elevados índices de desenvolvimento humano. Oscilando nas décadas finais do século passado entre 6 e 8 homicídios em 100 habitan- tes, o crescimento para 12,9 homicídios em 100 mil perto do ano 2010 não tirou o estado dessa situação, pelo contrário, o reafirmou mais ainda. É que os índices dos outros estados do país cres- ceram ainda mais, nesse processo que chamamos, nos capítulos iniciais, de efeito disseminação. Pelos dados do estado podemos distinguir duas grandes etapas: Primeiro período: 1980/2000. Duas décadas completas de extrema regularidade e equilíbrio, onde as taxas das regiões metropolitanas (RM) do estado e as do interior ficam praticamente es- tagnadas, numa fase onde as taxas nacionais crescem de forma relativamente acelerada: 4,2% ao ano. Disto resulta um progressivo distanciamento do estado dos níveis de violência do país, de forma que no ano 2000 a taxa catarinense representa 1/3 da nacional. O débil crescimento das RM faz que ambas as taxas – RM e Interior – fiquem praticamente equivalentes no final do período, em um patamar próximo de 8 homicídios em 100 mil habitantes. Tabela SC1. Taxas de Homicídio por Área. Santa Catarina. 1980/2010*     BrAsil BrAsil interior interior CApitAl CApitAl Ano Ano +rM +rM UF UF 1980 11,7 6,7 4,6 7,8 1996 24,8 8,3 8,0 8,5 1981 12,6 7,3 5,2 8,4 1997 25,4 8,4 8,7 8,1 1982 12,6 7,0 3,8 8,8 1998 25,9 7,9 7,1 8,5 1983 13,8 8,3 5,8 9,7 1999 26,2 7,5 6,8 8,0 1984 15,3 7,4 5,7 8,4 2000 26,7 7,9 7,6 8,1 1985 15,0 6,5 4,0 7,9 2001 27,8 8,4 9,6 7,6 1986 15,3 5,7 5,0 6,2 2002 28,5 10,3 12,4 8,7 1987 16,9 7,0 4,7 8,4 2003 28,9 11,6 13,5 10,2 1988 16,8 7,5 5,4 8,7 2004 27,0 11,1 13,6 9,2 1989 20,3 8,0 7,9 8,0 2005 25,8 10,5 13,0 8,5 1990 22,2 8,4 7,6 8,9 2006 26,3 11,0 13,2 9,2 1991 20,8 7,8 6,4 8,7 2007 25,2 10,4 12,4 8,9 1992 19,1 7,5 6,7 8,1 2008 26,4 13,0 17,1 9,9 1993 20,2 7,6 6,4 8,4 2009 27,0 13,0 17,5 9,4 1994 21,2 7,1 6,7 7,3 2010* 26,2 12,9 16,9 9,6 1995 23,8 8,4 7,5 8,9 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares 213
  • 215. Tabela SC2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Santa Catarina. 1980/2010* 1980-2000 2000-2010* ÁreA % totAl % Ao Ano % totAl % Ao Ano BrAsil 128,6 4,2 -2,0 -0,2 UF 17,9 0,8 63,1 5,0 CApitAl+rM 64,6 2,5 121,1 8,3 interior 4,0 0,2 18,9 1,7 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares Segundo período: 2000/2010*. As taxas do estado iniciam um processo de crescimento acele- rado – 5% ao ano, fortemente impulsionado pela elevação dos homicídios nas RM, onde o ritmo é de 8,3% ao ano. Já o crescimento do interior fica relativamente modesto: 1,7% ao ano. Gráfico SC1. Taxas de Homicídio por Área. Santa Catarina. 1980/2010* 35 30 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 26,7 25 26,2 20 16,9 15 11,7 12,9 10 8,1 7,8 9,6 6,7 7,6 5 Brasil 4,6 UF C + RM Interior 0 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010* Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares 214
  • 216. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Dado o intenso processo de criação de regiões metropolitanas acontecido no estado a partir de 1998, resulta interessante aprofundar sobre o comportamento dessas novas metrópoles. Como foi esclarecido no capítulo inicial, não consideraremos os colares metropolitanos, as aglomerações e as áreas de expansão de regiões metropolitanas, por não reunir, por definição, a totalidade dos requisitos para sua constituição como RM. Ainda assim, sem tomar em conta essas proto-metró- poles, o estado criou 6 RM: • Quatro em 1998: RM de Florianópolis, RM da Foz do Rio Itajaí, RM do Norte/Nordeste Catarinense e RM do Vale do Rio Itajaí. • Duas em 2002: RM Carbonífera e RM de Tubarão. Todas elas foram extintas em 2007, mas reconstituídas em 2010. Tabela SC3. Taxas de homicídio (em 100 mil) das RM de Santa Catarina. 2000/2010* ÁreA 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010* sAntA CAtArinA 7,9 8,4 10,3 11,6 11,1 10,5 11,0 10,4 13,0 13,0 12,9 rM FloriAnópolis 8,9 12,3 17,8 22,5 23,5 20,7 18,4 16,3 19,4 19,1 18,5 rM VAle do itAjAí 2,8 5,9 4,8 6,8 1,6 5,8 4,1 7,5 8,0 8,2 9,0 rM norte/nordeste 10,4 8,6 10,4 7,9 11,3 9,4 12,2 13,1 17,5 17,4 16,1 rM Foz rio itAjAí 10,0 15,7 20,0 14,9 19,8 18,9 21,2 19,4 31,5 34,2 29,1 rM CArBoníFerA 5,2 4,8 7,0 10,9 4,9 6,0 7,4 3,4 9,6 7,7 10,3 rM tUBArão 5,9 4,2 5,8 4,1 5,7 3,2 6,2 2,3 6,3 11,7 14,7 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares 215
  • 217. Brasil Brasil UF UF C + RM C+RM Interior Int. Gráfico SC2. Taxas (em 100 mil) das RM de Santa Catarina 2000/2010* 40 35 30 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 29,1 25 20 18,5 16,1 15 14,7 12,9 10,3 10 9,0 5 0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Santa Catarina 7,9 8,4 10,3 11,6 11,1 10,5 11,0 10,4 13,0 13,0 12,9 RM Florianópolis 8,9 12,3 17,8 22,5 23,5 20,7 18,4 16,3 19,4 19,1 18,5 RM Vale do Itajaí 2,8 5,9 4,8 6,8 1,6 5,8 4,1 7,5 8,0 8,2 9,0 RM Norte/Nordeste 10,4 8,6 10,4 7,9 11,3 9,4 12,2 13,1 17,5 17,4 16,1 RM Foz Rio Itajaí 10,0 15,7 20,0 14,9 19,8 18,9 21,2 19,4 31,5 34,2 29,1 RM Carbonífera 5,2 4,8 7,0 10,9 4,9 6,0 7,4 3,4 9,6 7,7 10,3 RM Tubarão 5,9 4,2 5,8 4,1 5,7 3,2 6,2 2,3 6,3 11,7 14,7 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares Vemos que, realmente, as novas RM contribuem para o incremento: • Todas elas evidenciam crescimento a partir do ano de 2007. • Só uma RM ultrapassa a média nacional de 26 homicídios em 100 mil habitantes: a RM de Foz do Rio Itajaí. • A referida, junto com a Norte/Nordeste, a de Florianópolis e a de Tubarão ultrapassam a média estadual no ano 2010. 216
  • 218. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Mapa SC1. Santa Catarina. 2000 taxa 2000 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS Mapa SC2. Santa Catarina. 2010* taxa 2010* 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares 217
  • 219. Vemos pelos mapas e pelas informações a seguir que: • Se no único município do estado com mais de 500 mil habitantes: Joinville, o crescimento foi relativamente moderado, o maior crescimento vai ser observado nos 3 municípios entre 200 e 500 mil habitantes (Florianópolis, Blumenau e São José). • Em segundo lugar, o grupo de 23 municípios compreendidos na faixa entre 50 e 200 mil habitantes, com destaque para os elevados níveis de violência e crescimento de Itajaí, Bal- neário Camboriú e Navegantes. Tabela SC4. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) por tamanho do município. Santa Catarina: 2000-2010* hoMiCídios 2000 hoMiCídios 2010* Δ% n. MUni- tAMAnho do MUniCípio tAxAs n tAxAs % n tAxAs % Cípios Até 5 Mil hABitAntes 25 7,2 5,9 16 4,7 2,0 -34,8 108 de 5 A -10 Mil 34 7,7 8,0 40 8,6 5,0 11,8 64 de 10 A -20 Mil 46 6,4 10,9 51 6,2 6,3 -2,4 60 de 20 A -50 Mil 60 7,0 14,2 105 10,4 13,0 47,6 34 de 50 A -100 Mil 61 7,6 14,4 130 13,8 16,1 80,6 15 de 100 A -200 Mil 89 9,1 21,0 209 17,3 26,0 90,8 8 de 200 A -500 Mil 62 8,0 14,7 171 18,2 21,2 128,2 3 500 Mil e MAis. 46 10,7 10,9 83 16,1 10,3 50,4 1 ToTal 423 7,9 100,0 805 12,9 100,0 63,1 293 Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares Gráfico SC3. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Santa Catarina: 2000-2010* 20 18,2 17,3 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 16,1 15 13,8 10,4 10,7 10 9,1 8,6 7,7 7,6 8,0 7,2 7,0 6,4 6,2 4,7 5 2000 2010* 0 Até 5 5 a -10 10 a -20 20 a -50 50 a -100 100 a -200 200 a -500 500 e + Tamanho do município (1000 habitantes) Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares 218
  • 220. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil s ão p aulo s ão Paulo, de uma posição de destaque no contexto da violência nacional, em poucos anos passa a ser um dos estados com os menores índices do país. Efetivamente, em 1999, com uma taxa de 44,1 homicídios para cada 100 mil habitantes, o estado ocupa o 5º lugar no plano nacional. Para o ano 2010, depois de fortes e sistemáticas quedas, os índices despencam para 13,9 homicídios em 100 mil habitantes, passando a ocupar o posto 25, como um dos 3 estados mais tranquilos do país. As tabelas e o gráfico a seguir permitem identificar dois grandes períodos: Primeiro período: 1980/1999. • No inicio da série temporal, as taxas de homicídio do estado – 13,8 em 100 mil habitantes – encontram-se bem perto da nacional, que nesse momento era de 11,7. Ao longo do período as taxas nacionais crescem 124% e as do estado aumentam ainda mais, 220,2%, com índices anuais bem elevados: 6,3%. • Com esse ritmo maior, o estado vai se distanciando progressivamente da média nacional: se em 1980 a taxa do estado era 17,9% maior que a nacional, para 1999 essa diferença aumenta para 68,6% • Nesse primeiro período, são as regiões metropolitanas do estado – a de sua capital, a Baixa- da Santista e a de Campinas – as principais responsáveis pelo crescimento dos homicídios: crescem 250,1% nesses 19 anos – 6,8% ao ano – enquanto o interior, cujo aumento se esten- de até 2001, cresce 145,1% equivalente a 4,4% ao ano. Segundo período: 1999/2010*. • Os índices do estado caem de forma acelerada enquanto os do país permanecem estáveis. Entre essas datas, as taxas do estado diminuem 68,5%, com um ritmo de 10% ao ano. • Novamente aqui, a principal responsável pelas quedas são as regiões metropolitanas (RM), cuja diminuição foi muito significativa: 75,4%, 12% ao ano. • Dois anos depois, em 2001, também o interior começa a ceder, cai 37,1% – 5% ao ano, ritmo bem menor que o das RM. • Dessa forma, RM e interior voltam a se reaproximar em suas taxas: enquanto existia enorme distância entre ambas no início deste segundo período, quando as taxas das RM eram acima de três vezes maiores, para 2010 as RM vão apresentar uma taxa de 15,6 homicídios em 100 mil habitantes e o interior de 11,5. 219
  • 221. Tabela SP1. Taxas de Homicídio por Área. São Paulo. 1980/2010* são PAulo são PAulo BrAsil BrAsil CAPitAl CAPitAl Ano Ano +rM +rM inte- inte- rior rior uF uF 1980 11,7 13,8 18,1 7,5 1996 24,8 36,2 50,7 15,7 1981 12,6 16,4 21,9 8,4 1997 25,4 36,1 51,3 14,7 1982 12,6 16,0 21,1 8,7 1998 25,9 39,7 56,5 16,0 1983 13,8 21,9 30,4 9,5 1999 26,2 44,1 63,5 17,0 1984 15,3 25,8 36,3 10,7 2000 26,7 42,2 60,2 16,8 1985 15,0 25,1 35,3 10,4 2001 27,8 41,8 58,5 18,3 1986 15,3 25,2 35,9 9,9 2002 28,5 38,0 52,0 18,1 1987 16,9 27,2 38,7 10,8 2003 28,9 35,9 49,0 17,4 1988 16,8 25,2 35,7 10,3 2004 27,0 28,6 37,4 16,2 1989 20,3 30,2 43,3 11,7 2005 25,8 21,6 27,2 13,7 1990 22,2 30,8 44,1 11,8 2006 26,3 19,9 24,5 13,3 1991 20,8 30,7 44,1 11,7 2007 25,2 15,0 18,4 10,0 1992 19,1 28,2 40,4 10,8 2008 26,4 14,9 17,9 10,7 1993 20,2 28,2 39,9 11,7 2009 27,0 15,4 18,0 11,7 1994 21,2 30,1 42,8 12,1 2010* 26,2 13,9 15,6 11,5 1995 23,8 34,3 49,8 12,5 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares Tabela SP2. Crescimento % total e ao ano por período e área. São Paulo. 1980/2010* 1980-1999 1999-2010* ÁreA % totAl % Ao Ano % totAl % Ao Ano BrAsil 124,0 4,3 0,0 0,0 uF 220,2 6,3 -68,5 -10,0 CAPitAl+rM 250,1 6,8 -75,4 -12,0 interior** 145,1 4,4 -37,1 -5,0 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares **As taxas correspondem a 1980-2001 e 2001-2010 220
  • 222. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Gráfico SP1. Taxas de Homicídio(em 100 mil) por Área. São Paulo.1980/2010* 70 63,5 60 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 50 44,1 40 30 26,2 26,2 20 18,3 18,1 15,6 13,8 13,9 Brasil 10 11,7 11,5 UF 7,5 C + RM Interior 0 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010* Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares Os mapas SP1 e SP2 permitem verificar, até visualmente, as significativas mudanças aconte- cidas no estado nessa última década. Vemos que a grande quantidade de áreas obscuras, princi- palmente no entorno de São Paulo, nas outras RM do Estado, assim como no seu litoral norte, foram cedendo lugar para espaços com bem menor carga e intensidade de violência. Nesse sentido verificamos: • 97 de seus 645 municípios – 15% – em 2000 tinham taxas acima de média nacional. • Em 2010 esse número cai de forma bem proporcional ao declínio das taxas no estado: vai para 40, só 6,2% dos municípios do estado. • 282 municípios – 43,7% – no ano 2000 não registraram homicídios. • Já em 2010 cai para 271 – 42 % dos municípios do estado – queda insignificante, nada pro- porcional às quedas acontecidas na década, o que acompanha o fenômeno de dispersão que caracteriza a presente década: igual ou menor violência, mas em um número maior de locais. 221
  • 223. Mapa SP1. São Paulo. 2000 taxa 2000 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS Mapa SP2. São Paulo. 2010* taxa 2010* 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares 222
  • 224. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Tabela SP3. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) por tamanho do município. São Paulo: 2000-2010* hoMiCídios 2000 hoMiCídios 2010* Δ% n Muni- tAMAnho do MuniCíPio tAxAs n tAxAs % n tAxAs % CíPios Até 5 Mil hABitAntes 33 6,9 0,2 32 6,3 0,6 -9,0 157 de 5 A -10 Mil 60 7,6 0,4 74 8,6 1,3 12,2 122 de 10 A -20 Mil 143 9,0 0,9 137 7,8 2,4 -12,8 122 de 20 A -50 Mil 505 14,6 3,2 443 11,3 7,7 -22,4 120 de 50 A -100 Mil 581 19,2 3,7 437 12,8 7,6 -33,0 49 de 100 A -200 Mil 1097 26,9 7,0 744 15,9 13,0 -40,9 36 de 200 A -500 Mil 3137 41,3 20,1 1423 16,4 24,8 -60,2 30 500 Mil e MAis. 10075 62,9 64,5 2455 14,0 42,7 -77,7 9 ToTal 15631 42,2 100,0 5745 13,9 100,0 -67,0 645 Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares Gráfico SP2. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. São Paulo: 2000-2010* 70 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 62,9 60 50 41,3 40 30 26,9 19,2 20 15,9 16,4 14,6 12,8 14,0 9,0 7,8 11,3 6,9 7,6 8,6 10 6,3 2000 2010* 0 Até 5 5 a -10 10 a -20 20 a -50 50 a -100 100 a -200 200 a -500 500 e + Tamanho do município (1000 habitantes) Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares A tabela SP3 e o gráfico SP2 possibilitam apreender melhor o sentido das mudanças observa- das nos mapas: • Excluindo a primeira faixa, a dos municípios menores, podemos observar que as quedas foram diretamente proporcionais ao tamanho dos municípios. Se os municípios entre 5 e 10 mil habitantes ainda experimentaram um leve crescimento na década, já os municípios entre 10 e 20 mil tiveram queda de 12,8% em suas taxas de homicídio; a faixa seguinte queda 223
  • 225. de 22,4%; quedas que se tornam mais intensas a medida que cresce o tamanho do muni- cípio. Assim, até na faixa dos 9 municípios com mais de 500 mil habitantes, a queda foi de 77,7%, menos de ¼ da taxa de 2000. • Esse processo leva a uma homogeneização dos níveis de violência no estado: se em 2000 as taxas dos maiores municípios superavam 9 vezes a taxa dos municípios de menor porte (62,9 e 6,9 homicídios em 100 mil habitantes respectivamente) para 2010 essa diferença se reduz para pouco mais de 2 vezes. • Diferentemente de diversos outros estados, o processo de homogeneização foi no sentido de melhores níveis de bem-estar e tranquilidade de sua população, fazendo descer os níveis de violência nos polos letais do estado. • Mesmo assim, esses níveis ainda podem ser considerados elevados, tanto no comparativo com muitos outros países do mundo, quanto no marco das recomendações de organismos internacionais sobre o tema, que consideram a situação tranquila quando os homicídios não ultrapassam a casa dos 5 por cada 100 mil habitantes. E São Paulo ainda tem mais da metade de seus municípios acima desse patamar. 224
  • 226. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil s ergipe d iversas oscilações acontecidas no estado nas últimas três décadas dificultam uma correta pe- riodização. Desconsiderando a brusca e rápida flutuação de 1991, poderíamos estabelecer tentati- vamente 3 grandes períodos na evolução das taxas de Sergipe. Primeiro período: 1980/1998. Com fortes oscilações, o estado apresentou um crescimento moderado: 2,1% ao ano, enquanto o país cresceu 4,5%. Com taxas levemente inferiores às na- cionais já em 1980 a diferença de ritmos distancia mais o estado da média nacional – 10,4 e 25,9 homicídios em 100 mil habitantes respectivamente. O interior apresenta maior crescimento que a RM pelo que ambas as taxas tendem a se aproximar. Segundo período: 1998/2002. Severo crescimento das taxas estaduais, com maior responsabilida- de da região metropolitana (RM), mas contribuição significativa também do interior. Com isto, as taxas do interior tendem a se distanciar das da RM. Esse ritmo de crescimento do estado, bem superior ao acontecido no país (29,9% e 2,4% ao ano, respectivamente) faz que em 2001 Sergipe já esteja acima das médias nacionais. Tabela SE1. Taxas de Homicídio por Área. Sergipe. 1980/2010*     BrAsil BrAsil interior interior CApitAl CApitAl Ano Ano +rM +rM UF UF 1980 11,7 7,2 12,1 5,1 1996 24,8 14,7 23,4 9,4 1981 12,6 8,5 15,0 5,7 1997 25,4 11,5 16,3 8,5 1982 12,6 9,8 12,1 8,8 1998 25,9 10,4 15,0 7,7 1983 13,8 8,3 10,5 7,2 1999 26,2 19,7 29,4 13,7 1984 15,3 4,9 8,1 3,4 2000 26,7 23,3 34,2 16,7 1985 15,0 5,2 7,0 4,2 2001 27,8 29,3 50,0 16,5 1986 15,3 5,9 9,7 3,9 2002 28,5 29,7 47,4 18,8 1987 16,9 4,8 4,6 4,9 2003 28,9 25,2 42,2 14,6 1988 16,8 4,5 4,6 4,5 2004 27,0 24,4 39,1 15,1 1989 20,3 9,2 11,1 8,3 2005 25,8 25,0 36,5 17,7 1990 22,2 10,1 16,4 6,7 2006 26,3 29,8 42,4 21,8 1991 20,8 21,6 29,4 17,3 2007 25,2 25,9 34,0 20,6 1992 19,1 30,5 59,3 14,4 2008 26,4 28,7 38,5 22,4 1993 20,2 20,2 30,2 14,5 2009 27,0 32,6 43,7 25,2 1994 21,2 21,9 40,0 11,7 2010* 26,2 33,3 41,3 27,9 1995 23,8 16,0 24,2 11,4 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares 225
  • 227. Terceiro período: 2002/2010*. Crescimento moderado das taxas estaduais (1,4% ao ano) mas agora puxadas pelo forte crescimento no interior do estado (5,1% ao ano) em conjuntura de queda das taxas da RM. Posto que a taxa do país teve crescimento negativo de 1% ao ano, o estado volta a ultrapassar a média nacional. Tabela SE2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Sergipe. 1980/2010* 1980-1998 1998-2002 2002-2010* ÁreA % totAl % Ao Ano % totAl % Ao Ano % totAl % Ao Ano BrAsil 121,8 4,5 9,8 2,4 -8,0 -1,0 UF 45,3 2,1 184,7 29,9 12,0 1,4 CApitAl+rM 23,7 1,2 217,0 33,4 -13,0 -1,7 interior 49,9 2,3 144,9 25,1 48,7 5,1 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares Gráfico SE1. Taxas de Homicídio por Área. Sergipe. 1980/2010* 70 60 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 50 47,4 41,3 40 33,3 30 29,7 27,9 25,9 28,5 26,2 20 18,8 12,1 15,0 Brasil 10 11,7 10,4 UF 7,2 7,7 C + RM 5,1 Interior 0 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010* Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares 226
  • 228. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Os mapas e tabelas a seguir possibilitam verificar as mudanças acontecidas no estado na déca- da 2000/2010*. • É possível perceber visualmente, pelos mapas, uma grande disseminação das manchas obs- curas no estado. No ano 2000, 29 municípios do estado não tinham registro de homicídios. Para 2010 esse número cai pela metade: vão ser 15 municípios. Mapa SE1. Sergipe. 2000 taxa 2000 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS 227
  • 229. Mapa SE2. Sergipe. 2010* taxa 2010* 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares • Municípios com taxas acima da média nacional, nas mesmas datas, passam de 16 para 28. • O maior crescimento pode ser observado nos municípios entre 10 e 100 mil habitantes, com destaque para Propriá, Neópolis, Japoatã e Santo Amaro de Brotas, com pesado crescimento na década, e taxas de homicídio acima de 50 em 100 mil habitantes. Tabela SE3. Taxas de homicídio (em100 mil habitantes) por tamanho do município. Sergipe: 2000-2010* hoMiCídios 2000 hoMiCídios 2010* Δ% n. MUni- tAMAnho do MUniCípio n tAxAs % n tAxAs % tAxAs Cípios Até 5 Mil hABitAntes 5 12,9 1,2 2 4,7 0,3 -63,6 12 de 5 A -10 Mil 15 14,0 3,6 23 19,5 3,3 39,7 16 de 10 A -20 Mil 38 12,4 9,1 85 25,5 12,3 106,0 23 de 20 A -50 Mil 74 16,3 17,8 150 29,0 21,8 78,1 18 de 50 A -100 Mil 68 24,0 16,3 131 40,3 19,0 68,2 4 de 100 A -200 Mil 32 24,3 7,7 58 36,1 8,4 48,4 1 500 Mil e MAis. 184 39,9 44,2 240 42,0 34,8 5,4 1 ToTal 416 23,3 100,0 689 33,3 100,0 42,9 75 Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares 228
  • 230. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Gráfico SE2. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Sergipe: 2000-2010* 45 42,0 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 40,3 39,9 40 36,1 35 30 29,0 25,5 25 24,0 24,3 19,5 20 16,3 15 12,9 14,0 12,4 10 5 4,7 2000 2010* 0 Até 5 5 a -10 10 a -20 20 a -50 50 a -100 100 a -200 500 e +. Tamanho do município (1000 habitantes) Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares 229
  • 231. 230
  • 232. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil TocanTins p or ser o mais recente estado emancipado da União – assume esse status em 1988 – julgou-se oportuno analisar os dados só a partir do ano 2000, para a década até 2010. Vemos que, em uma fase de estagnação nacional nas taxas de homicídio, Tocantins apresenta um crescimento relativamente elevado: 45,3% na década ou 3,8% ao ano. A evolução das taxas do estado vai estar determinada pelos movimentos do interior, que como vemos no gráfico TO1, ambas praticamente se sobrepõem. Isto se deve: • Ao baixo peso demográfico da capital Palmas: 16,5% da população total do estado em 2010. • Inexistência de região metropolitana (RM). Vemos que se as taxas da capital permanecem praticamente estagnadas nos anos extremos da década, mas com quedas nos anos intermediários, a taxa do interior tem um aumento significati- vo: 54%, e quase contínuo ao longo da década. Tabela TO1. Taxas de Homicídio por Área. Tocantins. 2000/2010* Ano BrAsil UF CApitAl+rM interior 2000 26,7 15,5 21,8 14,6 2001 27,8 18,8 26,5 17,7 2002 28,5 14,9 20,5 14,1 2003 28,9 18,3 21,5 17,8 2004 27,0 16,4 21,3 15,5 2005 25,8 15,5 13,0 15,9 2006 26,3 17,7 13,6 18,5 2007 25,2 16,5 12,8 17,2 2008 26,4 18,1 18,5 18,1 2009 27,0 21,3 17,5 22,0 2010* 26,2 22,5 22,3 22,5 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares 231
  • 233. Gráfico TO1. Taxas de Homicídio por Área. Tocantins. 2000/2010* 35 30 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 26,7 26,2 25 22,5 21,8 20 15,5 15 Brasil 14,6 UF C + RM Interior 10 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010* Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares Tabela TO2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Tocantins. 2000/2010* 2000-2010* ÁreA % totAl % Ao Ano BrAsil -2,0 -0,2 UF 45,3 3,8 CAipitAl+rM 2,3 0,2 interior 54,0 4,4 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares Os mapas e dados a seguir detalham melhor essa situação: • Se em 2000 são 29 os municípios sem registro de homicídios – 38,7% dos 75 municípios, para o ano 2010 esse número cai para 14 – 18,7% dos municípios do estado. • Mais que duplica o número de municípios acima da média nacional: de 16 passa para 38. • O maior crescimento na década é verificado nos municípios com até 100 mil habitantes, que são a grande maioria. 232
  • 234. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Mapa TO1. Tocantins. 2000 taxa 2000 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS 233
  • 235. Mapa TO2. Tocantins. 2010* taxa 2010* 0,0 0,0 --| 10,0 10,0 --| 26,0 26,0 --| + Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares Tabela TO3. Taxas de homicídio (em100 mil habitantes) por tamanho do município. Tocantins: 2000-2010* hoMiCídios 2000 hoMiCídios 2010* Δ% n. MUni- tAMAnho do MUniCípio tAxAs n tAxAs % n tAxAs % Cipios Até 5 Mil hABitAntes 14 6,7 7,8 32 13,7 10,3 104,3 74 de 5 A -10 Mil 21 8,2 11,7 36 13,2 11,6 60,2 39 de 10 A -20 Mil 18 10,0 10,1 37 18,5 11,9 83,8 16 de 20 A -50 Mil 20 10,0 11,2 71 31,9 22,8 219,0 7 de 50 A -100 Mil 11 16,9 6,1 23 30,0 7,4 77,2 1 de 100 A -200 Mil 65 57,4 36,3 61 40,5 19,6 -29,4 1 de 200 A -500 Mil 30 21,8 16,8 51 22,3 16,4 2,3 1 ToTal 179 15,5 100,0 311 22,5 100,0 45,3 139 Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares 234
  • 236. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Gráfico TO2. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Tocantins: 2000-2010* Taxas de Homicídio (em 100 mil) 70 57,4 60 50 40,5 40 31,9 30,0 30 21,8 22,3 18,5 16,9 20 13,7 13,2 10,0 10,0 6,7 8,2 10 2000 2010* 0 Até 5 5 a -10 10 a -20 20 a -50 50 a -100 100 a -200 200 a -500 Tamanho do município (1000 habitantes) Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares • As maiores taxas de crescimento na década podem ser observadas em municípios de muito pequeno porte: Barrolância, com 5,3 mil habitantes em 2010, Palmeirante, 5,0 mil, Jaú do Tocantins, 3,5 mil e Porto Nacional, de maior tamanho, com 49,1 mil habitantes. Todas com taxas acima de 50 homicídios em 100 mil habitantes. 235
  • 237. 236
  • 238. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil 4. c onsiderações F inais e m primeiro lugar, continua sendo difícil para nós assimilar as magnitudes implicadas nos quan- titativos de homicídios que trabalhamos neste tipo de relatório. Em segundo lugar, também fica difícil compreender como, em um país sem conflitos religiosos ou étnicos, de cor ou de raça, sem disputas territoriais ou de fronteiras, sem guerra civil ou enfrentamentos políticos violentos, consegue-se exterminar mais cidadãos do que na maior parte dos conflitos armados existentes no mundo. No histórico dos 30 anos analisados neste documento, o Sistema de Informações de Mortali- dade do Ministério da Saúde registrou 1,1 milhões de vítimas de homicídio. Para ter uma idéia do que esse número representa, podemos indicar que só um pequeno número de cidades brasileiras, 13, para sermos exatos, alcançou esse número de habitantes no censo de 2010. Por essas mesmas estatísticas de mortalidade, ocorreram, no ano de 2010, 50 mil assassinatos no país, com um ritmo de 137 homicídios diários, número bem superior ao de um massacre do Carandiru1 por dia. Registramos no segundo capítulo que, diferentemente das décadas anteriores, que ostentaram contínuos incrementos nas taxas de homicídio, com concentração em poucas unidades federati- vas, a década 2000/2010 vai evidenciar drásticas e visíveis mudanças quanto a: • Intensidade. As taxas continuam crescendo rapidamente até 2003, há quedas relevantes até 2005 e, a partir dessa data, equilíbrio instável com oscilações em torno de 26 homicídios em 100 mil habitantes. Assim, fato inédito, a década fecha com uma taxa de 26,2 homicídios, muito semelhante à de 2000: 26,7 homicídios em 100 mil habitantes. • Estrutura. Os estados que lideravam as estatísticas no início da década apresentam quedas que podem chegar a extremos altamente significativos. Em contrapartida, os estados que tinha taxas baixas ou moderadas vão apresentar crescimento que, em vários locais, foi mui- to severo. Efetivamente, foi possível verificar que os sete estados que, na virada do século, apresentavam as maiores taxas de homicídio do país: Pernambuco, Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo, Mato Grosso, Roraima e Distrito Federal2 tiveram quedas, em casos, como o de São Paulo, bem 1. Como ficou conhecida pela mídia a morte de 111 detentos em 2/10/1992 numa rebelião na Casa de Detenção de São Paulo. 2. Inclui-se aqui Espírito Santo, mas a partir de 1998 e não 2000 como o resto. 237
  • 239. relevantes. Por outro lado, os 17 estados com as menores taxas do país no ano 2000 viram seus índices aumentar. Em vários locais, esse crescimento foi de tal magnitude que levou os estados a ocupar um lugar de destaque no contexto nacional no final da década. Assim, Alagoas passa a ocupar o primeiro lugar no Mapa da Violência, também Pará – que da 21ª posição passa para a 3ª, Paraíba – vai da 20ª para a 6ª e Bahia – da 23 para a 7ª posição. Como indicamos já na introdução, a exposição foi encaminhada a aprofundar essas mudanças detectadas na década: a rápida reversão do processo de concentração da violência homicida, con- centração que vinha acontecendo no país desde 1980. Analiticamente, essa reversão tomou dois caminhos: a disseminação e a interiorização e teve como consequência o deslocamento dos polos dinâmicos da violência: de um reduzido número de cidades de grande porte para um grande nú- mero de municípios de tamanho médio ou pequeno. Até o ano 2000, os municípios que registraram maior crescimento nos índices foram os que superavam os 100 mil habitantes, principalmente aqueles com mais de 500 mil habitantes. Por sua vez, os de menor tamanho também cresceram, mas em escala mais reduzida. Já na última década, o crescimento dos homicídios nos municípios com mais de 500 mil habitantes foi negativo, e os de 100 a 500 mil tiveram poucas alterações. O crescimento centrou-se nos municípios de menor tamanho, principalmente na faixa de 20 a 50 mil habitantes, que antes dessa eclosão ostentavam índices relativamente baixos. Em que consiste o mencionado processo de disseminação? Os 17 estados com menores taxas na virada do século experimentam incrementos significativos nos seus níveis de violência enquanto as sete unidades que na década passada tinham as taxas mais elevadas reduzem, em casos de forma muito significativa, seus índices. Esse processo foi tão marcante que se inicialmente, no ano 2000, os sete maiores tinham uma taxa conjunta de 45,6 homicídios em 100 mil habitantes, e os 17 me- nores, só 15,4, praticamente um terço, para 2010 a taxa conjunta dos sete maiores cai para 22,6 e a dos 17 menores eleva-se para 28,4. Assim, em 2010, a taxa conjunta das 17 menores supera em 25,7% a taxa das que antigamente tinham os maiores índices do país. Paralelamente, verificamos também um forte processo de interiorização, onde os polos di- nâmicos da violência se deslocam das capitais e/ou regiões metropolitanas rumo ao interior dos estados. Em 1995, a brecha entre ambas atinge sua máxima expressão: capitais/RM têm uma taxa de 40,1 homicídios em 100 mil quando no interior é de 11,7, perto de 4 vezes menor. Já em 2010, capital/RM cai para 33.6 e interior aumenta para 22,1: só 65% de diferença entre ambas. A con- tinuar nesse ritmo, em poucos anos o interior deverá ultrapassar a taxa média das capitais/RM. Esses dois processos originaram a migração dos polos dinâmicos da violência de um limitado número de capitais e/ou grandes regiões metropolitanas, que melhoraram a eficiência de seus apa- relhos de segurança, para regiões menos protegidas, seja no interior dos estados, seja para outras unidades federativas. Esse conjunto de evidências nos leva a destacar o processo de desconcen- 238
  • 240. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil tração em andamento, que nivela e uniformiza os níveis de violência homicida nos diversos locais do território nacional. Seria altamente desejável se essa transformação atuasse no sentido de ho- mogeneizar as taxas por baixo, diminuindo os níveis de violência nas áreas de maior intensidade do flagelo. Contudo, se isso realmente acontece em algumas regiões do país, na maior parte dos casos, presenciamos o efeito inverso: o crescimento vertiginoso da violência em locais considera- dos pacíficos e tranquilos. Podemos concluir, com base nos dados trabalhados no estudo e na intensidade do processo ob- servado que, se as atuais condições forem mantidas, em menos de uma década as taxas do interior deverão ultrapassar as das capitais/RM do país e também diminuirão sensivelmente as diferenças entre os estados. Consideramos que, para enfrentar as novas modalidades da violência homicida no país, são necessárias políticas públicas em condições de dar conta das recentes reformulações e desloca- mentos. Nossas políticas na área foram geradas no marco da concentração da violência em um número limitado de grandes centros urbanos e respondem ainda, em grande parte, a essa reali- dade. Se, por um lado, essas políticas atingiram parcialmente seu objetivo de enfrentamento da violência, por outro, não conseguiram evitar seu gotejamento para outras áreas ou regiões. Não que essas políticas sejam obsoletas. Elas são necessárias, porém insuficientes. Precisamos mais dis- cussão sobre como direcionar as políticas nacionais, estaduais e municipais em torno da segurança pública. Com isso, esperamos que este estudo possa contribuir para a formulação de políticas capazes de enfrentar de forma concreta e efetiva nossos ainda elevados níveis de violência letal. 239
  • 241. 240
  • 242. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil B iBliografia DINIZ, C.C. & CROCCO, M.A. Reestruturação econômica e impacto regional: o novo mapa da indústria brasileira. Nova Economia. Belo Horizonte, v6, n.1, jul. 1996. DUBET, F. Penser le sujet. S/l. Fayard, 1995. DURKHEIM, E. O suicídio: estudo sociológico. Lisboa: Presença, 1996. IPEA. SIPS. Sistema de Indicadores de Percepção Social. Segurança Pública. Brasília. 30 de março de 2011. MELLO JORGE, M.H.P. Como morrem nossos jovens. In: CNPD. Jovens acontecendo na trilha das políticas públicas. Brasília, 1998. MICHAUD, Y. A violência. Ática: São Paulo, 1989. MINAYO, M.C. A Violência Social sob a Perspectiva da Saúde Pública. Cadernos de Saúde Pública (10) 1. Escola Nacional de Saúde Pública. Fundação Oswaldo Cruz, 1994. PACHECO, C.A. Novos Padrões de Localização Industrial? Tendências Recentes dos Indicadores da Produção e do Investimento Industrial. Brasília. IPEA, Textos para discussão n. 633, março de 1999 PORTO, M. S. G. A violência entre a inclusão e a exclusão social. VII Congresso Sociedade Brasi- leira de Sociologia. Brasília, ago., 1997. RAMOS de SOUZA, et. all. Qualidade da informação sobre violência: um caminho para a constru- ção da cidadania. INFORMARE – Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Informação. Rio de Janeiro, v. 2, n. 1, jan./jun., 1996. 241
  • 243. SABÓIA, J. Desconcentração industrial no Brasil nos anos 90: um enfoque regional. Pesq. Plan. Econ., Rio de Janeiro, v. 30, n. 1, abr. 2000 SIM/DATASUS/MS. O Sistema de Informações sobre Mortalidade. S/l, 1995. VERMELHO, L. L.; MELLO JORGE, M. H. P. Mortalidade de jovens: análise do período de 1930 a 1991 (a transição epidemiológica para a violência). Revista de Saúde Pública. 30 (4). 1996. Apud: MELLO JORGE, M. H. P. Como morrem nossos jovens. In: CNPD. Jovens acontecendo na trilha das políticas públicas. Brasília, 1998. WAISELFISZ, J.J. Juventude, violência e cidadania: os jovens de Brasília. São Paulo: Cortez/UNES- CO, 1998. ------------- Mapa da Violência IV. Os Jovens do Brasil. Brasília: UNESCO, Secretaria Especial de Direitos Humanos, Instituto Ayrton Senna. 2004. ------------- Mapa da Violência 2011. Os Jovens do Brasil. Brasília, Ministério da Justiça, Instituto Sangari. 2011. WIEVIORKA, M. O novo paradigma da violência. Tempo social: revista de Sociologia da USP, v. 9, n. 1, 1997. UNICEF. Retrato estatístico das mortes de crianças e jovens por causas violentas: Brasil 1979-1993. Brasília, 1995. ZALUAR, A. A guerra privatizada da juventude. Folha de S. Paulo, 18/5/1997. 242
  • 244. Mapa da Violência 2012: os noVos padrões da Violência HoMicida no Brasil Conselho AdministrAtivo Presidente Ben sangari Secretário John George de Carle Gottheiner (in memoriam) Conselho Consultivo Carlos Brito Cruz Cláudio moura Castro Fredric litto John Penick Jorge Klor d’Alva José eli da veiga raquel teixeira CorPo diretivo Vice-Presidente Jorge Werthein Diretor de Pesquisa Julio Jacobo Waiselfisz 243
  • 245. InstItuto sAngArI rua Estela Borges Morato, 336 Vila siqueira CEP 02722-000 · são Paulo-sP tel: 55 (11) 3474-7500 Fax: 55 (11) 3474-7699 www.institutosangari.org.br As tabelas contendo diversos dados de todos os 5.565 municípios brasileiros estão disponíveis, junto com a versão integral deste estudo, em www.mapadaviolencia.org.br 244