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ÉMILE DURKHEIM
E O CONCEITO
DE ESTADO
• Olhando para uma sociedade que cada vez fica maior e mais
complexa, Émile Durkheim manifesta ser fundamental a figura do
Estado, sendo uma instituição que deve ficar acima de todas as
organizações comunitárias.
• Segundo o autor, o Estado “concentra e expressa a vida social” e
teria uma função moral a desempenhar: ele deveria assegurar o
desenvolvimento de cada indivíduo, organizando seu ideário de vida.
A educação pública, sem fins conceituais ou religiosos, seria
instrumento para essa formação moral do indivíduo.
• O Estado, aqui, não é visto de forma antagônica ao indivíduo, pelo
contrário, ele teve papel fundamental na emancipação do indivíduo
do controle despótico e dos grupos intermediários, como a família e a
Igreja, desenvolvendo e promovendo a liberdade no meio social.
KARL MARX E O
CONCEITO DE
ESTADO
• É uma comunidade imaginária, que deveria
conciliar os interesses de todos, mas oferece
prioridade
às
necessidades
da
classe
economicamente dominante.
• Em sua análise histórico-política, Marx demonstra
uma perspectiva relacional: o Estado moderno
seria o resultado, e também o principal
participante, do conflito entre capital e trabalho.
• O desaparecimento do Estado só existiria, no
sistema
comunista,
quando
ocorresse
a
transferência de poder para a federação das
associações dos trabalhadores.
MAX WEBER E O
CONCEITO DE
ESTADO
A definição weberiana de Estado é talvez uma das mais
famosas na Sociologia. No artigo Política como Vocação, o
autor afirma que o Estado é "uma relação de homens que
dominam seus iguais, mantida pela violência legítima
(isto é, considerada legítima)". Assim, na conceituação de
Weber, o Estado é um aparato administrativo e político que
detém o monopólio da violência legítima dentro de um
determinado território, a partir da crença dos indivíduos em
sua legitimidade.
Dois pontos são fundamentais na descrição do autor. Primeiramente, o monopólio
estatal da violência legítima não significa que apenas o Estado fará uso da força,
pois indivíduos e organizações civis poderão eventualmente fazer uso da violência
física. Entretanto, apenas o Estado é autorizado pela sociedade para usá-la com
legitimidade. Assim, organizações como a máfia italiana ou o crime organizado no
Brasil são exemplos de grupos que fazem uso da força sem, todavia, terem o apoio
do resto da sociedade para fazê-lo, de forma que a legitimidade do Estado não é
questionada.

CRIME ORGANIZADO NO BRASIL
Já, os grupos separatistas que fazem uso da violência
para organizar revoluções de cunho político podem,
eventualmente, colocar a legitimidade estatal em
questão se obtiverem o apoio da maior parte da
população.
FBI revela preocupação com grupos separatistas
dos EUA:
http://www.cartacapital.com.br/internacional/fbi-reve
la-preocupacao-com-grupos-separatistas-dos-eua/
DOMINAÇÃO
Em segundo lugar, essa autorização social do uso da força
ocorre porque os dominados aceitam obedecer a seus
dominantes. Essa aceitação, por sua vez, tem três
possíveis justificativas. Pode ocorrer devido a uma
"autoridade do passado eterno, ou seja, dos costumes
consagrados por meio de validade imemorial", chamada
de dominação tradicional. Outra possibilidade é que
ocorra devido ao carisma de um líder (dominação
carismática). E, como conhecemos nos Estados
modernos, ocorre através da legalidade, ou seja, é
"fundada na crença da validade legal e da competência
funcional baseada em normas racionalmente definidas"
(dominação legal).

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O estado em emile durkheim

  • 1. ÉMILE DURKHEIM E O CONCEITO DE ESTADO
  • 2. • Olhando para uma sociedade que cada vez fica maior e mais complexa, Émile Durkheim manifesta ser fundamental a figura do Estado, sendo uma instituição que deve ficar acima de todas as organizações comunitárias. • Segundo o autor, o Estado “concentra e expressa a vida social” e teria uma função moral a desempenhar: ele deveria assegurar o desenvolvimento de cada indivíduo, organizando seu ideário de vida. A educação pública, sem fins conceituais ou religiosos, seria instrumento para essa formação moral do indivíduo. • O Estado, aqui, não é visto de forma antagônica ao indivíduo, pelo contrário, ele teve papel fundamental na emancipação do indivíduo do controle despótico e dos grupos intermediários, como a família e a Igreja, desenvolvendo e promovendo a liberdade no meio social.
  • 3. KARL MARX E O CONCEITO DE ESTADO
  • 4. • É uma comunidade imaginária, que deveria conciliar os interesses de todos, mas oferece prioridade às necessidades da classe economicamente dominante. • Em sua análise histórico-política, Marx demonstra uma perspectiva relacional: o Estado moderno seria o resultado, e também o principal participante, do conflito entre capital e trabalho. • O desaparecimento do Estado só existiria, no sistema comunista, quando ocorresse a transferência de poder para a federação das associações dos trabalhadores.
  • 5. MAX WEBER E O CONCEITO DE ESTADO
  • 6. A definição weberiana de Estado é talvez uma das mais famosas na Sociologia. No artigo Política como Vocação, o autor afirma que o Estado é "uma relação de homens que dominam seus iguais, mantida pela violência legítima (isto é, considerada legítima)". Assim, na conceituação de Weber, o Estado é um aparato administrativo e político que detém o monopólio da violência legítima dentro de um determinado território, a partir da crença dos indivíduos em sua legitimidade.
  • 7. Dois pontos são fundamentais na descrição do autor. Primeiramente, o monopólio estatal da violência legítima não significa que apenas o Estado fará uso da força, pois indivíduos e organizações civis poderão eventualmente fazer uso da violência física. Entretanto, apenas o Estado é autorizado pela sociedade para usá-la com legitimidade. Assim, organizações como a máfia italiana ou o crime organizado no Brasil são exemplos de grupos que fazem uso da força sem, todavia, terem o apoio do resto da sociedade para fazê-lo, de forma que a legitimidade do Estado não é questionada. CRIME ORGANIZADO NO BRASIL
  • 8. Já, os grupos separatistas que fazem uso da violência para organizar revoluções de cunho político podem, eventualmente, colocar a legitimidade estatal em questão se obtiverem o apoio da maior parte da população. FBI revela preocupação com grupos separatistas dos EUA: http://www.cartacapital.com.br/internacional/fbi-reve la-preocupacao-com-grupos-separatistas-dos-eua/
  • 9. DOMINAÇÃO Em segundo lugar, essa autorização social do uso da força ocorre porque os dominados aceitam obedecer a seus dominantes. Essa aceitação, por sua vez, tem três possíveis justificativas. Pode ocorrer devido a uma "autoridade do passado eterno, ou seja, dos costumes consagrados por meio de validade imemorial", chamada de dominação tradicional. Outra possibilidade é que ocorra devido ao carisma de um líder (dominação carismática). E, como conhecemos nos Estados modernos, ocorre através da legalidade, ou seja, é "fundada na crença da validade legal e da competência funcional baseada em normas racionalmente definidas" (dominação legal).