O que se entende por cultura
Por cultura se "entende muita coisa".
As duas concepções básicas de cultura
A primeira concepção de cultura remete a todos os
aspectos de uma realidade social
Diz respeito a tudo aquilo que caracteriza a existência social
de um povo ou nação ou então de grupos no interior de
uma sociedade
A segunda refere-se mais
especificamente ao conhecimento, às ideias e crenças
de um povo
As culturas humanas são dinâmicas
Cultura = Colere (cultivar)
Aumentaram então os contatos entre as nações da Europa, industrializadas e sedentas de novos
mercados, e populações do resto do mundo.
A vinculação da cultura com as novas preocupações de conhecimento científico do século XIX.
As preocupações com cultura tinham a marca de legitimadoras da dominação colonial.
Cultura e nação
A concepção de cultura esteve relacionada às
particularidades da nação alemã (séculos XVIII e XIX).
Nas Américas do século XX as discussões sobre cultura expressam projetos de nação em
Estados derivados da colonização europeia dessas terras.
Rússia do século XIX: império contendo uma diversidade de povos e
preocupado em estabelecer uma realidade cultural comum.
Tratavam-se de unidades políticas que queriam definir o
que lhes era próprio, específico, em relação às nações
política e economicamente dominantes.
É preciso cautela com essa tendência a
entender países como o nosso como uma mistura de
traços culturais.
O importante para pensarmos a nossa realidade cultural é
entendermos o processo histórico que a produz, as
relações de poder e o confronto de interesses dentro da
sociedade.
Relações entre as duas concepções básicas de cultura
O estudo da cultura exige que
consideremos a transformação constante por que passam
as sociedades, uma transformação de suas características
e das relações entre categorias, grupos e classes sociais
no seu interior;
Nada do que é cultural pode ser estanque,
porque a cultura faz parte de uma realidade onde a
mudança é um aspecto fundamental;
A cultura é a dimensão da sociedade que inclui todo o
conhecimento num sentido ampliado e todas as maneiras
como esse conhecimento é expresso.
Popular x Erudito
A cultura popular é pensada sempre em
relação à cultura erudita, à alta cultura, a qual é de perto
associada tanto no passado como no presente às classes
dominantes;
É o conhecimento dominante que decide o que é cultura
popular;
A cultura popular tem de ser
encarada não como uma criação das instituições
dominantes, mas como um universo de saber em si
mesmo constituído, uma realidade que não depende de
formas externas, ainda que se opondo a elas;
Polarização enganosa entre cultura popular e cultura erudita.
O popular na cultura
O que é ou pode
ser considerado popular na cultura?
Só tem algum sentido falar em
popular na cultura para marcar tudo que tenha a ver com
o crescimento e fortalecimento das classes dominadas.
Subcultura: Conjunto de valores, normas e práticas distintos, dentro de uma cultura mais ampla.
A comunicação de massa
A indústria cultural parece homogeneizar a vida e visão
de mundo das diversas populações;
A indústria cultural é
ela mesma uma esfera de atividade econômica, com
inversões de capital, recrutamento de mão de obra
especializada, desenvolvimento de novas técnicas,
produção de bens e serviços
Difundem maneiras de se comportar, propõem estilos de
vida, modos de organizar a vida cotidiana, de arrumar a
casa, de se vestir, maneiras de falar e de escrever, de
sonhar, de sofrer, de pensar, de lutar, de amar;
As mensagens da
indústria cultural, com propósitos de homogeneização e
controle das populações, podem ser um projeto dos
interesses dominantes da sociedade, mas não são a
cultura dessa sociedade.
Cultura nacional
Em que medida podemos
falar de cultura nacional?
Cultura e nação são dimensões de referência necessárias
para se entender o mundo contemporâneo;
A cultura nacional é resultado e aspecto de um processo histórico particular;
Cultura nacional como a
cultura comum de uma sociedade nacional, uma
dimensão dinâmica e viva, importante nos processos
internos dessa sociedade, importante para entender as
relações internacionais;
A discussão de cultura sempre remete ao processo, à
experiência histórica;
A cultura em nossa sociedade não é imune às relações
de dominação que a caracterizam.
CULTURA E RELAÇÕES DE PODER
As próprias preocupações com cultura
nasceram associadas às relações de poder;
As preocupações com cultura surgiram assim
associadas tanto ao progresso da sociedade e do
conhecimento quanto a novas formas de dominação;
Sentido mais amplo e também mais fundamental, cultura é o legado comum de
toda a humanidade.
Cultura colonial
Transplantação da cultura metropolitana
Queimar tapas intermediárias: comunidade primitiva – fase mercantil
Processo predatório de “colonização”
Fatores de unidade cultural: língua e religião
Língua popular (indígena) e língua culta (portuguesa)
Provisão de 1727: preservar sua pureza, sua superioridade
Isolamento rural como obstáculo à transmissão da cultura
Transplantação e alienação
“colonização” e catequese religiosa confundiam-se
Transmissão sistemática da cultura: escolas de ler, escrever e contar (crianças) e colégios (adolescentes)
Ensino caracterizado pela alienação: conhecimento desinteressado, preso à rígidas fórmulas, dogmático,
retórico e vazio
Na transplantação colonial a alienação jesuítica inseriu-se como complemento natural, reforço
Efeito da catequese: destruição dos valores da cultura indígena
Contradição entre o trabalho físico e o intelectual
Cultura de transição
Pequena burguesia: entre as classes dominante e dominada
Papel político e cultural importante
Veículo da transplantação
O ensino pós-jesuítico
Derroca da e fragmentação após a expulsão
Reforma pombalina: ineficiência de ensino e ingresso do Estado na solução de problemas
Reforma joanina (séc. XIX): traço moderno, inovador
Nas cidades a cultura tem possibilidade de crescer
Só a classe que tem posses pode dar-se á cultura
Segunda metade do século XVIII: algo especificamente nosso (artes plásticas com o barroco brasileiro
em MG)
A cultura se desenvolve na camada intermediária: pequena burguesia (letrados, funcionários e
religiosos)
A “classe culta”
Cultura começa a ganhar espaço
Instrução como exigência utilitária ou distinção de classe
Chegada da Corte: atividades ligadas ao conhecimento do país (expedições científicas) e atividades para
o provimento de modelos europeus e recrutamento de discípulos (escolas de arte, museus e mestres
estrangeiros)
A reforma joanina rompe com o sentido escolástico e literário da época colonial
Cultura para ser ostentada pela classe intermediária, exteriorizada
Cultura e rebeldia
Substituição do espírito eclesiástico pelo espírito jurídico
Aparecimento do bacharel ao lado do sacerdote; ambos ocupando a área política
Primeira fase: transplantação da cultura metropolitana
Segunda fase: transplantação da cultura europeia
Cultura de elite
Independência: agora organizar o Estado pela classe dominante
Realidade: minoria de letrados e eruditos X enorme massa de analfabetos
Colégio Pedro II: educação de tipo aristocrático
Indianismo como reação linguística (José de Alencar – O guarani, Iracema e Ubirajara)
Crítica e alienação
Ideologia do colonialismo: conjunto de preconceitos que, justificatórios da dominação e da exploração
colonialista, pretendem constituir os suportes científicos dessa dominação e exploração.
Superioridade racial
Brancos “superiores”: dirigir e governar
Indígenas: imprestáveis para tarefas da “civilização”
Negros: destinados ao trabalho por meio da violência
Dois Brasis: O Brasil cosmopolita (do litoral) e o Brasil autêntico (interior)
Academia Brasileira de Letras (1896): valorizar indivíduos e lhes conferir o brilho que suas obras não lhes
podem conferir
A subversão burguesa
No domínio da cultura, a luta da burguesia ascensional corresponderia ao rompimento com os velhos
padrões de criação
Tenentismo e Modernismo (1922): manifestações características do avanço burguês
Modernismo: mistura de influências externas e internas
Aproximação com os motivos nacionais
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O que se entende por cultura

  • 1. O que se entende por cultura Por cultura se "entende muita coisa". As duas concepções básicas de cultura A primeira concepção de cultura remete a todos os aspectos de uma realidade social Diz respeito a tudo aquilo que caracteriza a existência social de um povo ou nação ou então de grupos no interior de uma sociedade A segunda refere-se mais especificamente ao conhecimento, às ideias e crenças de um povo As culturas humanas são dinâmicas Cultura = Colere (cultivar) Aumentaram então os contatos entre as nações da Europa, industrializadas e sedentas de novos mercados, e populações do resto do mundo. A vinculação da cultura com as novas preocupações de conhecimento científico do século XIX. As preocupações com cultura tinham a marca de legitimadoras da dominação colonial. Cultura e nação A concepção de cultura esteve relacionada às particularidades da nação alemã (séculos XVIII e XIX). Nas Américas do século XX as discussões sobre cultura expressam projetos de nação em Estados derivados da colonização europeia dessas terras. Rússia do século XIX: império contendo uma diversidade de povos e preocupado em estabelecer uma realidade cultural comum. Tratavam-se de unidades políticas que queriam definir o que lhes era próprio, específico, em relação às nações política e economicamente dominantes. É preciso cautela com essa tendência a entender países como o nosso como uma mistura de traços culturais. O importante para pensarmos a nossa realidade cultural é entendermos o processo histórico que a produz, as relações de poder e o confronto de interesses dentro da sociedade.
  • 2. Relações entre as duas concepções básicas de cultura O estudo da cultura exige que consideremos a transformação constante por que passam as sociedades, uma transformação de suas características e das relações entre categorias, grupos e classes sociais no seu interior; Nada do que é cultural pode ser estanque, porque a cultura faz parte de uma realidade onde a mudança é um aspecto fundamental; A cultura é a dimensão da sociedade que inclui todo o conhecimento num sentido ampliado e todas as maneiras como esse conhecimento é expresso. Popular x Erudito A cultura popular é pensada sempre em relação à cultura erudita, à alta cultura, a qual é de perto associada tanto no passado como no presente às classes dominantes; É o conhecimento dominante que decide o que é cultura popular; A cultura popular tem de ser encarada não como uma criação das instituições dominantes, mas como um universo de saber em si mesmo constituído, uma realidade que não depende de formas externas, ainda que se opondo a elas; Polarização enganosa entre cultura popular e cultura erudita. O popular na cultura O que é ou pode ser considerado popular na cultura? Só tem algum sentido falar em popular na cultura para marcar tudo que tenha a ver com o crescimento e fortalecimento das classes dominadas. Subcultura: Conjunto de valores, normas e práticas distintos, dentro de uma cultura mais ampla. A comunicação de massa A indústria cultural parece homogeneizar a vida e visão de mundo das diversas populações; A indústria cultural é ela mesma uma esfera de atividade econômica, com inversões de capital, recrutamento de mão de obra
  • 3. especializada, desenvolvimento de novas técnicas, produção de bens e serviços Difundem maneiras de se comportar, propõem estilos de vida, modos de organizar a vida cotidiana, de arrumar a casa, de se vestir, maneiras de falar e de escrever, de sonhar, de sofrer, de pensar, de lutar, de amar; As mensagens da indústria cultural, com propósitos de homogeneização e controle das populações, podem ser um projeto dos interesses dominantes da sociedade, mas não são a cultura dessa sociedade. Cultura nacional Em que medida podemos falar de cultura nacional? Cultura e nação são dimensões de referência necessárias para se entender o mundo contemporâneo; A cultura nacional é resultado e aspecto de um processo histórico particular; Cultura nacional como a cultura comum de uma sociedade nacional, uma dimensão dinâmica e viva, importante nos processos internos dessa sociedade, importante para entender as relações internacionais; A discussão de cultura sempre remete ao processo, à experiência histórica; A cultura em nossa sociedade não é imune às relações de dominação que a caracterizam. CULTURA E RELAÇÕES DE PODER As próprias preocupações com cultura nasceram associadas às relações de poder; As preocupações com cultura surgiram assim associadas tanto ao progresso da sociedade e do conhecimento quanto a novas formas de dominação; Sentido mais amplo e também mais fundamental, cultura é o legado comum de toda a humanidade.
  • 4. Cultura colonial Transplantação da cultura metropolitana Queimar tapas intermediárias: comunidade primitiva – fase mercantil Processo predatório de “colonização” Fatores de unidade cultural: língua e religião Língua popular (indígena) e língua culta (portuguesa) Provisão de 1727: preservar sua pureza, sua superioridade Isolamento rural como obstáculo à transmissão da cultura Transplantação e alienação “colonização” e catequese religiosa confundiam-se Transmissão sistemática da cultura: escolas de ler, escrever e contar (crianças) e colégios (adolescentes) Ensino caracterizado pela alienação: conhecimento desinteressado, preso à rígidas fórmulas, dogmático, retórico e vazio Na transplantação colonial a alienação jesuítica inseriu-se como complemento natural, reforço Efeito da catequese: destruição dos valores da cultura indígena Contradição entre o trabalho físico e o intelectual Cultura de transição Pequena burguesia: entre as classes dominante e dominada Papel político e cultural importante Veículo da transplantação O ensino pós-jesuítico Derroca da e fragmentação após a expulsão Reforma pombalina: ineficiência de ensino e ingresso do Estado na solução de problemas Reforma joanina (séc. XIX): traço moderno, inovador Nas cidades a cultura tem possibilidade de crescer Só a classe que tem posses pode dar-se á cultura Segunda metade do século XVIII: algo especificamente nosso (artes plásticas com o barroco brasileiro em MG) A cultura se desenvolve na camada intermediária: pequena burguesia (letrados, funcionários e religiosos)
  • 5. A “classe culta” Cultura começa a ganhar espaço Instrução como exigência utilitária ou distinção de classe Chegada da Corte: atividades ligadas ao conhecimento do país (expedições científicas) e atividades para o provimento de modelos europeus e recrutamento de discípulos (escolas de arte, museus e mestres estrangeiros) A reforma joanina rompe com o sentido escolástico e literário da época colonial Cultura para ser ostentada pela classe intermediária, exteriorizada Cultura e rebeldia Substituição do espírito eclesiástico pelo espírito jurídico Aparecimento do bacharel ao lado do sacerdote; ambos ocupando a área política Primeira fase: transplantação da cultura metropolitana Segunda fase: transplantação da cultura europeia Cultura de elite Independência: agora organizar o Estado pela classe dominante Realidade: minoria de letrados e eruditos X enorme massa de analfabetos Colégio Pedro II: educação de tipo aristocrático Indianismo como reação linguística (José de Alencar – O guarani, Iracema e Ubirajara) Crítica e alienação Ideologia do colonialismo: conjunto de preconceitos que, justificatórios da dominação e da exploração colonialista, pretendem constituir os suportes científicos dessa dominação e exploração. Superioridade racial Brancos “superiores”: dirigir e governar Indígenas: imprestáveis para tarefas da “civilização” Negros: destinados ao trabalho por meio da violência Dois Brasis: O Brasil cosmopolita (do litoral) e o Brasil autêntico (interior) Academia Brasileira de Letras (1896): valorizar indivíduos e lhes conferir o brilho que suas obras não lhes podem conferir A subversão burguesa No domínio da cultura, a luta da burguesia ascensional corresponderia ao rompimento com os velhos padrões de criação
  • 6. Tenentismo e Modernismo (1922): manifestações características do avanço burguês Modernismo: mistura de influências externas e internas Aproximação com os motivos nacionais
  • 7. Tenentismo e Modernismo (1922): manifestações características do avanço burguês Modernismo: mistura de influências externas e internas Aproximação com os motivos nacionais