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Santo Antonio M.
Claret
Devemos amar Maria Santíssimo
porque Deus o quer.
Amar é querer bem ao amado, é
fazer-lhe bem, é fazer-lhe
participante de seus bens, pois o
mesmo Deus nos dá exemplo e
nos excita a amar Maria. O
eterno Pai a escolheu por Filha
sua muito amada; o Filho eterno
a tomou por Mãe e o Espírito
Santo, por Esposa; toda a
Santíssima Trindade a coroou
como Rainha e Imperatriz dos
céus e terra e a constituiu
dispensadora de todas as graças.
Maria Santíssima é obra de
Deus e é a mais perfeita que
saiu de suas mãos depois da
humanidade de Jesus Cristo;
nela brilham de um modo
particular a onipotência, a
sabedoria e a bondade do
mesmo Deus.
É próprio de Deus dar as
graças necessárias a cada
criatura, segundo a finalidade
a que a destina (6) e como
Deus destinou Maria para ser
a mãe, filha e esposa do
mesmo Deus e mãe do
homem, daqui se imagina que
tipo de coração lhe daria e
com que graças a adornaria
Devemos amar Maria Santíssima porque ela o
merece. Maria Santíssima o merece pelo acúmulo
de graças que recebeu sobre a terra, pela eminência
da glória que possui no céu, pela dignidade quase
infinita da Mãe de Deus a que tem sido sublimada e
pelas prerrogativas próprias desta sublime
dignidade.
Maria foi como o centro de todas as graças e belezas
que Deus tinha distribuído aos anjos, aos santos e a
todas as criaturas. Maria tinha que ser Rainha e
Senhora dos anjos e dos santos e, por isto mesmo,
devia ter mais graças que todos eles, já no primeiro
instante do seu ser. Maria tinha de ser a Mãe do
mesmo Deus. É um princípio de filosofia que entre
a forma e as disposições da matéria deve existir
certa proporção; a dignidade de Mãe de Deus é aqui
como a forma e o coração de Maria é a matéria que
deve receber esta forma. Oh! Que acúmulo de
graças, virtudes e outras disposições se agrupam
naquele santíssimo e puríssimo coração!
Desde que Deus determinou
fazer-se homem, fixou a vista em
Maria Santíssima e desde então dispôs
todos os preparativos necessários, a fez
nascer dos patriarcas, profetas,
sacerdotes e reis, e todas as graças
destes reuniu em Maria e quis que
Maria fosse a nata e a flor de todos
eles. Ainda, a preparou com bênçãos
de doçura e colocou sobre sua cabeça
uma coroa de pedras preciosas, isto é,
graças e belezas; mas muito mais
enriqueceu seu coração.
No Coração de Maria devem
ser consideradas duas coisas: o coração
material e o coração formal, que é o
amor e vontade.
O coração material de Maria é o
órgão, sentido ou instrumento
do amor e vontade; assim como
pelos olhos vemos, pelos
ouvidos ouvimos, pelo nariz
cheiramos e pela boca falamos,
assim pelo coração amamos e
queremos.
Dizem os teólogos que as
relíquias dos santos merecem
veneração e culto:
1º porque foram membros vivos
de Jesus Cristo.
2º porque foram templos do
Espírito Santo.
3º porque foram órgãos da
virtude.
4º porque serão instrumentos da
graça e de milagres.
5º porque eles serão glorificados
depois da ressurreição.
O coração de Maria reúne estas
propriedades e muitas outras:
1º O coração de Maria não só foi membro
vivo de Jesus Cristo pela fé e pela
caridade, mas também origem,
manancial de onde se tomou a
humanidade.
2º O coração de Maria foi templo do
Espírito Santo e mais que templo, pois
do preciosíssimo sangue saído deste
imaculado coração o Espírito Santo
formou a humanidade santíssima nas
puríssimas e virginais entranhas de
Maria no grande mistério da encarnação.
3º O coração de Maria foi o órgão de
todas as virtudes em grau heróico e
singularmente na caridade para com
Deus e para com os homens.
4º O coração de Maria é um coração
vivo, animado e sublimado no mais alto
da glória.
5º O coração de Maria é o trono de onde
se dispensam todas as graças e
Maria é verdadeiramente Mãe
de Deus. Do mesmo modo como
uma mulher, que deu à luz um
homem, é chamada e é mãe
daquele homem, assim também
Maria Santíssima é e se chama,
com toda propriedade, Mãe de
Deus, porque o concebeu e o
deu à luz; a mulher que deu à
luz o homem se chama e é mãe
daquele homem, que é um
composto de alma e corpo e
embora a alma venha somente
de Deus, assim também Maria
Santíssima é Mãe de Deus,
porque este divino composto de
pessoa divina, alma racional e
corpo natural é o termo da
geração nas puríssimas e
virginais entranhas de Maria.
Esta dignidade de Mãe de
Deus é a que mais a
enaltece, porque é uma
dignidade quase infinita,
porque é mãe de um ser
infinito; é mais de quanto
possui em graça e em glória.
Os Doutores e Santos Padres
dizem que pelos frutos se
conhece a árvore, segundo
consta no Evangelho; pois,
que diremos de Maria, que
deu à luz aquele bendito
Fruto que tanto elogiou
Isabel quando disse:
“Bendito o fruto do teu
ventre! De onde me vem
tanta honra, que a mãe do
meu Senhor venha a mim?”
Diz Santo Tomás que o fogo não pega na
lenha até que esta tenha os mesmos graus
de calor que aquele; pois bem, se para que
do sangue do coração de Maria se
formasse a humanidade à qual se devia
juntar a divindade era preciso que tivesse
uma disposição quase divina, que
diremos agora de Maria se, além de ser
considerada Mãe de Deus, juntamos as
demais graças que depois recebeu de
Jesus? Jesus por onde passava fazia o
bem a todos, mais ou menos segundo a
disposição com que os encontrava; que
pensaremos das graças e benefícios que
dispensaria a Maria, em quem passou não
rapidamente, mas que esteve em suas
entranhas por nove meses e a seu lado por
trinta e três anos, e achando-se sempre
com as melhores disposições e preparação
para receber os benefícios de Jesus?
A estas graças devem juntar-se
também as que recebeu do
Espírito Santo no dia de
Pentecostes e, além disso, devem
ser acrescentadas as que ela
conseguiu com o exercício de
tantas e tão heróicas virtudes em
todo o decurso da sua santíssima
e longa vida, acompanhada
daquela contínua e fervorosa
meditação em que, segundo o
profeta, se acende a chama do
divino amor . Ao considerar São
Boaventura a graça de Maria,
exclama dizendo: “A graça de
Maria é uma graça imensa,
múltipla”: Gratia Mariae, gratia
est immensissima, gratia
multiplicissima .
Não só devem ser consideradas as
graças que Maria obteve para ser e
por ter sido Mãe de Deus e as
graças que recebeu de Jesus Cristo,
do Espírito Santo e ela conseguiu
com sua cooperação, mas também é
indispensável fixar a atenção na
multidão de incomparáveis
prerrogativas que tão grande
dignidade lhe tem dirigido.
Faremos referência a algumas:
1ª De ter sido preservada do
pecado original, ao qual estaria
sujeita se não tivesse sido destinada
para ser Mãe do mesmo Deus; para
isto, Deus a dotou de um coração
imaculado, puríssimo, castíssimo,
humilíssimo, mansíssimo,
santíssimo, pois do sangue saído
deste coração formou o corpo do
Deus feito homem.
2ª De ter concebido e
dado à luz no tempo aquele
mesmo Filho de Deus que o
eterno Pai havia gerado na
eternidade (30). Não duvide, diz
São Boaventura, o eterno Pai e a
Virgem sagrada tiveram um
mesmo e único filho .
3ª Assim como o eterno
Pai teve este divino Filho sem
perder nada da sua divindade,
assim também a santíssima
Virgem Maria concebeu e deu à
luz este mesmíssimo Filho sem o
menor detrimento da sua
santíssima virgindade.
4ª De ter tido um legítimo poder
para mandar no Senhor absoluto de
todas as criaturas, pois este é um
direito que a natureza dá a todas as
mães; direito ao qual quis sujeitar-se
com gosto, pois disse que tinha vindo
não para derrogar a lei, mas para
cumpri-la com mais perfeição que os
demais homens; e o evangelista São
Lucas nos dá testemunho de como
obedecia a sua Mãe e a São José:
Et erat subditus eis. Mas este direito é
uma honra a Maria Santíssima, que
São Bernardo diz que não sabe o que
é mais digno de admiração, se Jesus
obedecer a Maria ou Maria mandar
em Jesus; porque, diz o Santo, que
Deus obedeça a uma mulher é uma
humildade única e que uma mulher
mande em um Deus é uma elevação
sem igual.
5ª Ter sido a esposa do Espírito
Santo de uma maneira infinitamente
mais nobre que outras virgens, pois,
as outras somente merecem ser
aliadas a este divino esposo quanto à
alma, enquanto que Maria tem sido
não só quanto à alma, mas também
quanto ao corpo, embora da maneira
mais casta. A aliança que existiu entre
o Espírito Santo e as virgens castas só
tem servido para a produção dos atos
de virtudes, mas a aliança entre este
divino Espírito e Maria Santíssima
tem produzido de uma maneira
inefável o Senhor das virtudes, Cristo
Senhor Nosso.
6ª Tem sido como o termo,
por assim dizer, e a coroação da
Santíssima Trindade: Maria
universum sanctae Trinitatis
complementum (35), porque
produziu o mais excelente fruto da
sua fecundidade ad extra, como
dizem os teólogos; quer dizer,
produziu um Deus homem. Maria
produziu um sujeito capaz de dar à
Santíssima Trindade uma honra tal
como a Santíssima Trindade
merece; honra que todas as criaturas
juntas, e mesmo estas se
multiplicando muitíssimas vezes,
não eram capazes de pagar como o
faz o Filho de Maria, Deus e homem
verdadeiro.
7ª Em ter sido feita Rainha e
Senhora de todas as criaturas por
ter concebido e dado à luz o Verbo
divino, por quem foram feitas todas
as coisas, como diz São João.
Devemos amar Maria e ser seus
verdadeiros devotos porque a
devoção a Maria Santíssima é um
meio poderosíssimo para alcançar a
salvação. É a razão pela qual Maria
pode salvar seus verdadeiros
devotos, porque quer e porque o
faz. Maria pode, porque é a porta do
céu; Maria quer, porque é a mãe de
misericórdia; Maria o faz, porque
ela é a que obtém a graça justificante
aos pecadores, o fervor aos justos e a
perseverança aos fervorosos; por
isto, os Santos Padres a chamam de
resgatadora dos cativos, o canal da
graça e a dispensadora das
misericórdias. Por isto se disse que o
ser devoto de Maria é um sinal de
predestinação, assim como é uma
marca de reprovação o não ser
devoto ou adversário de Maria.
A razão é muito clara.
Ninguém pode salvar-se sem
o auxílio da graça que vem de
Jesus, como cabeça que é da
Igreja ou corpo, e Maria é
como o pescoço que junta, por
assim dizer, o corpo com a
cabeça; e assim como o
influxo da cabeça no corpo
deve passar pelo pescoço,
assim, pois, as graças de Jesus
passam por Maria e se
comunicam com o corpo ou
com os devotos, que são seus
membros vivos: In Christo
fuit plenitudo gratiae sicut in
capite fluente; in Maria sicut
in collo transfundente.
Maria pelos Santos Padres é
chamada escada do céu, porque por meio
de Maria Deus desceu do céu e por meio
de Maria os homens sobem ao céu. E
quando a Igreja diz que esta Rainha
incomparável á a porta do céu e a janela
do paraíso, nos ensina com estas palavras
que todos os eleitos, justos ou pecadores,
entram na mansão da glória por seu
intermédio; com esta única diferença, que
os justos entram por ela como pela porta
diretamente, mas os pecadores pela
janela , que é Maria; pela escada, que é
Maria. Portanto, amigo meu, em Maria,
depois de Jesus, devemos colocar toda
nossa confiança e esperança da nossa
eterna salvação. Haec peccatorum scala,
haec mea maxima fiducia est, haec tota
ratio spei meae. Unica peccatorum
advocata, portus tutissimus,
naufragantium omnium salus. Peccatorem
quantumlibet foetidum non horret...
donec horrendo Judici miserum
reconciliet.
Oh! Feliz é aquele que
invoca Maria com
confiança, pois
alcançará o perdão
dos seus pecados, por
muitos e por graves
que sejam; alcançará a
graça e, finalmente, a
glória do céu, que
tanto desejo a você e a
todos.
Carta a um devoto do imaculado Coração de Maria
Escritos autobiográficos e espirituais (BAC, Madrid
1959) pp. 766 772; - com várias citações de outros‑
Santos

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  • 2. . Santo Antonio M. Claret Devemos amar Maria Santíssimo porque Deus o quer. Amar é querer bem ao amado, é fazer-lhe bem, é fazer-lhe participante de seus bens, pois o mesmo Deus nos dá exemplo e nos excita a amar Maria. O eterno Pai a escolheu por Filha sua muito amada; o Filho eterno a tomou por Mãe e o Espírito Santo, por Esposa; toda a Santíssima Trindade a coroou como Rainha e Imperatriz dos céus e terra e a constituiu dispensadora de todas as graças.
  • 3. Maria Santíssima é obra de Deus e é a mais perfeita que saiu de suas mãos depois da humanidade de Jesus Cristo; nela brilham de um modo particular a onipotência, a sabedoria e a bondade do mesmo Deus. É próprio de Deus dar as graças necessárias a cada criatura, segundo a finalidade a que a destina (6) e como Deus destinou Maria para ser a mãe, filha e esposa do mesmo Deus e mãe do homem, daqui se imagina que tipo de coração lhe daria e com que graças a adornaria
  • 4. Devemos amar Maria Santíssima porque ela o merece. Maria Santíssima o merece pelo acúmulo de graças que recebeu sobre a terra, pela eminência da glória que possui no céu, pela dignidade quase infinita da Mãe de Deus a que tem sido sublimada e pelas prerrogativas próprias desta sublime dignidade. Maria foi como o centro de todas as graças e belezas que Deus tinha distribuído aos anjos, aos santos e a todas as criaturas. Maria tinha que ser Rainha e Senhora dos anjos e dos santos e, por isto mesmo, devia ter mais graças que todos eles, já no primeiro instante do seu ser. Maria tinha de ser a Mãe do mesmo Deus. É um princípio de filosofia que entre a forma e as disposições da matéria deve existir certa proporção; a dignidade de Mãe de Deus é aqui como a forma e o coração de Maria é a matéria que deve receber esta forma. Oh! Que acúmulo de graças, virtudes e outras disposições se agrupam naquele santíssimo e puríssimo coração!
  • 5. Desde que Deus determinou fazer-se homem, fixou a vista em Maria Santíssima e desde então dispôs todos os preparativos necessários, a fez nascer dos patriarcas, profetas, sacerdotes e reis, e todas as graças destes reuniu em Maria e quis que Maria fosse a nata e a flor de todos eles. Ainda, a preparou com bênçãos de doçura e colocou sobre sua cabeça uma coroa de pedras preciosas, isto é, graças e belezas; mas muito mais enriqueceu seu coração. No Coração de Maria devem ser consideradas duas coisas: o coração material e o coração formal, que é o amor e vontade.
  • 6. O coração material de Maria é o órgão, sentido ou instrumento do amor e vontade; assim como pelos olhos vemos, pelos ouvidos ouvimos, pelo nariz cheiramos e pela boca falamos, assim pelo coração amamos e queremos. Dizem os teólogos que as relíquias dos santos merecem veneração e culto: 1º porque foram membros vivos de Jesus Cristo. 2º porque foram templos do Espírito Santo. 3º porque foram órgãos da virtude. 4º porque serão instrumentos da graça e de milagres. 5º porque eles serão glorificados depois da ressurreição.
  • 7. O coração de Maria reúne estas propriedades e muitas outras: 1º O coração de Maria não só foi membro vivo de Jesus Cristo pela fé e pela caridade, mas também origem, manancial de onde se tomou a humanidade. 2º O coração de Maria foi templo do Espírito Santo e mais que templo, pois do preciosíssimo sangue saído deste imaculado coração o Espírito Santo formou a humanidade santíssima nas puríssimas e virginais entranhas de Maria no grande mistério da encarnação. 3º O coração de Maria foi o órgão de todas as virtudes em grau heróico e singularmente na caridade para com Deus e para com os homens. 4º O coração de Maria é um coração vivo, animado e sublimado no mais alto da glória. 5º O coração de Maria é o trono de onde se dispensam todas as graças e
  • 8. Maria é verdadeiramente Mãe de Deus. Do mesmo modo como uma mulher, que deu à luz um homem, é chamada e é mãe daquele homem, assim também Maria Santíssima é e se chama, com toda propriedade, Mãe de Deus, porque o concebeu e o deu à luz; a mulher que deu à luz o homem se chama e é mãe daquele homem, que é um composto de alma e corpo e embora a alma venha somente de Deus, assim também Maria Santíssima é Mãe de Deus, porque este divino composto de pessoa divina, alma racional e corpo natural é o termo da geração nas puríssimas e virginais entranhas de Maria.
  • 9. Esta dignidade de Mãe de Deus é a que mais a enaltece, porque é uma dignidade quase infinita, porque é mãe de um ser infinito; é mais de quanto possui em graça e em glória. Os Doutores e Santos Padres dizem que pelos frutos se conhece a árvore, segundo consta no Evangelho; pois, que diremos de Maria, que deu à luz aquele bendito Fruto que tanto elogiou Isabel quando disse: “Bendito o fruto do teu ventre! De onde me vem tanta honra, que a mãe do meu Senhor venha a mim?”
  • 10. Diz Santo Tomás que o fogo não pega na lenha até que esta tenha os mesmos graus de calor que aquele; pois bem, se para que do sangue do coração de Maria se formasse a humanidade à qual se devia juntar a divindade era preciso que tivesse uma disposição quase divina, que diremos agora de Maria se, além de ser considerada Mãe de Deus, juntamos as demais graças que depois recebeu de Jesus? Jesus por onde passava fazia o bem a todos, mais ou menos segundo a disposição com que os encontrava; que pensaremos das graças e benefícios que dispensaria a Maria, em quem passou não rapidamente, mas que esteve em suas entranhas por nove meses e a seu lado por trinta e três anos, e achando-se sempre com as melhores disposições e preparação para receber os benefícios de Jesus?
  • 11. A estas graças devem juntar-se também as que recebeu do Espírito Santo no dia de Pentecostes e, além disso, devem ser acrescentadas as que ela conseguiu com o exercício de tantas e tão heróicas virtudes em todo o decurso da sua santíssima e longa vida, acompanhada daquela contínua e fervorosa meditação em que, segundo o profeta, se acende a chama do divino amor . Ao considerar São Boaventura a graça de Maria, exclama dizendo: “A graça de Maria é uma graça imensa, múltipla”: Gratia Mariae, gratia est immensissima, gratia multiplicissima .
  • 12. Não só devem ser consideradas as graças que Maria obteve para ser e por ter sido Mãe de Deus e as graças que recebeu de Jesus Cristo, do Espírito Santo e ela conseguiu com sua cooperação, mas também é indispensável fixar a atenção na multidão de incomparáveis prerrogativas que tão grande dignidade lhe tem dirigido. Faremos referência a algumas: 1ª De ter sido preservada do pecado original, ao qual estaria sujeita se não tivesse sido destinada para ser Mãe do mesmo Deus; para isto, Deus a dotou de um coração imaculado, puríssimo, castíssimo, humilíssimo, mansíssimo, santíssimo, pois do sangue saído deste coração formou o corpo do Deus feito homem.
  • 13. 2ª De ter concebido e dado à luz no tempo aquele mesmo Filho de Deus que o eterno Pai havia gerado na eternidade (30). Não duvide, diz São Boaventura, o eterno Pai e a Virgem sagrada tiveram um mesmo e único filho . 3ª Assim como o eterno Pai teve este divino Filho sem perder nada da sua divindade, assim também a santíssima Virgem Maria concebeu e deu à luz este mesmíssimo Filho sem o menor detrimento da sua santíssima virgindade.
  • 14. 4ª De ter tido um legítimo poder para mandar no Senhor absoluto de todas as criaturas, pois este é um direito que a natureza dá a todas as mães; direito ao qual quis sujeitar-se com gosto, pois disse que tinha vindo não para derrogar a lei, mas para cumpri-la com mais perfeição que os demais homens; e o evangelista São Lucas nos dá testemunho de como obedecia a sua Mãe e a São José: Et erat subditus eis. Mas este direito é uma honra a Maria Santíssima, que São Bernardo diz que não sabe o que é mais digno de admiração, se Jesus obedecer a Maria ou Maria mandar em Jesus; porque, diz o Santo, que Deus obedeça a uma mulher é uma humildade única e que uma mulher mande em um Deus é uma elevação sem igual.
  • 15. 5ª Ter sido a esposa do Espírito Santo de uma maneira infinitamente mais nobre que outras virgens, pois, as outras somente merecem ser aliadas a este divino esposo quanto à alma, enquanto que Maria tem sido não só quanto à alma, mas também quanto ao corpo, embora da maneira mais casta. A aliança que existiu entre o Espírito Santo e as virgens castas só tem servido para a produção dos atos de virtudes, mas a aliança entre este divino Espírito e Maria Santíssima tem produzido de uma maneira inefável o Senhor das virtudes, Cristo Senhor Nosso.
  • 16. 6ª Tem sido como o termo, por assim dizer, e a coroação da Santíssima Trindade: Maria universum sanctae Trinitatis complementum (35), porque produziu o mais excelente fruto da sua fecundidade ad extra, como dizem os teólogos; quer dizer, produziu um Deus homem. Maria produziu um sujeito capaz de dar à Santíssima Trindade uma honra tal como a Santíssima Trindade merece; honra que todas as criaturas juntas, e mesmo estas se multiplicando muitíssimas vezes, não eram capazes de pagar como o faz o Filho de Maria, Deus e homem verdadeiro. 7ª Em ter sido feita Rainha e Senhora de todas as criaturas por ter concebido e dado à luz o Verbo divino, por quem foram feitas todas as coisas, como diz São João.
  • 17. Devemos amar Maria e ser seus verdadeiros devotos porque a devoção a Maria Santíssima é um meio poderosíssimo para alcançar a salvação. É a razão pela qual Maria pode salvar seus verdadeiros devotos, porque quer e porque o faz. Maria pode, porque é a porta do céu; Maria quer, porque é a mãe de misericórdia; Maria o faz, porque ela é a que obtém a graça justificante aos pecadores, o fervor aos justos e a perseverança aos fervorosos; por isto, os Santos Padres a chamam de resgatadora dos cativos, o canal da graça e a dispensadora das misericórdias. Por isto se disse que o ser devoto de Maria é um sinal de predestinação, assim como é uma marca de reprovação o não ser devoto ou adversário de Maria.
  • 18. A razão é muito clara. Ninguém pode salvar-se sem o auxílio da graça que vem de Jesus, como cabeça que é da Igreja ou corpo, e Maria é como o pescoço que junta, por assim dizer, o corpo com a cabeça; e assim como o influxo da cabeça no corpo deve passar pelo pescoço, assim, pois, as graças de Jesus passam por Maria e se comunicam com o corpo ou com os devotos, que são seus membros vivos: In Christo fuit plenitudo gratiae sicut in capite fluente; in Maria sicut in collo transfundente.
  • 19. Maria pelos Santos Padres é chamada escada do céu, porque por meio de Maria Deus desceu do céu e por meio de Maria os homens sobem ao céu. E quando a Igreja diz que esta Rainha incomparável á a porta do céu e a janela do paraíso, nos ensina com estas palavras que todos os eleitos, justos ou pecadores, entram na mansão da glória por seu intermédio; com esta única diferença, que os justos entram por ela como pela porta diretamente, mas os pecadores pela janela , que é Maria; pela escada, que é Maria. Portanto, amigo meu, em Maria, depois de Jesus, devemos colocar toda nossa confiança e esperança da nossa eterna salvação. Haec peccatorum scala, haec mea maxima fiducia est, haec tota ratio spei meae. Unica peccatorum advocata, portus tutissimus, naufragantium omnium salus. Peccatorem quantumlibet foetidum non horret... donec horrendo Judici miserum reconciliet.
  • 20. Oh! Feliz é aquele que invoca Maria com confiança, pois alcançará o perdão dos seus pecados, por muitos e por graves que sejam; alcançará a graça e, finalmente, a glória do céu, que tanto desejo a você e a todos. Carta a um devoto do imaculado Coração de Maria Escritos autobiográficos e espirituais (BAC, Madrid 1959) pp. 766 772; - com várias citações de outros‑ Santos