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SEGUNDA GERAÇÃO ROMÂNTICA: MAL-DO-SÉCULO
Inspirados nas obras dos poetas Lord
Byron, Goethe, Chateaubriand e Alfred de
Musset, os autores dessa geração também
são conhecidos como "byronianos". As
principais características da geração são:
o individualismo, egocentrismo,
negativismo, dúvida, desilusão, tédio e
sentimentos relacionados à fuga da
realidade, que caracterizam o chamado
ultrarromantismo. São temas recorrentes
nas obra dos autores da segunda geração:
a idealização da infância, a representação
das mulheres virgens sonhadas e a
exaltação da morte. Seus principais poetas
são Álvares de Azevedo, Casimiro de
Abreu, Junqueira Freire e Fagundes Varela.
Lord Byron (1788 - 1824)
George Gordon Byron foi um poeta
romântico inglês que influenciou toda
uma geração de escritores com sua
poesia ultrarromântica. A ele estão
associados termos como o spleen, que
significa tédio, mau humor e
melancolia, geralmente causados por
amores não correspondidos ou pela
descrença na vida em razão da
aproximação da morte, temáticas
comuns na poesia ultrarromântica.
De família aristocrática (porém, com
dívidas), passava a vida a escrever
poesia e a gastar dinheiro, vivendo no
ócio
A segunda geração romântica: uma poesia
arrebatada
A segunda geração romântica é marcada por uma postura de exagero
sentimental que torna inconfundível. Inspirados por escritores ingleses
como Byron e Shelley, os representantes dessa geração liam uma poesia
que exaltava os sentimentos arrebatados ao mesmo tempo que
apresentava o poeta isolados da sociedade, incompreendidos por
defender valores morais e éticos contrários aos interesses econômicos
da burguesia.
Por esse motivo incorporam a imagem de um herói românticos que
defende valores incorruptíveis como a honestidade o amor e o direito a
liberdade. Em nome desses valores estão dispostos sacrificar a propina
vida
A postura exagerada associada ao arrebatamento sentimental, características dos
autores da segunda geração romântica , fez com que ficassem conhecidos como
ULTRARROMANTICOS.
O PROJETO LITERÁRIO DOS ULTRARROMÂNTICOS
• A idealização absoluta e o interesse
por duas ideias essencialmente
românticas - AMOR e MORTE –
definem o projeto literário da
segunda geração.
• Essa geração de poetas atormentados
que frequentemente morriam ainda
jovens foi marcada pela expressão
exacerbada de subjetivismo
pessimista, pelo desejo de evasão da
realidade, ela atração pelo mistério e
ainda pela consciência da
inadaptação do artista a sociedade em
que vive .
DORÉ,G.Paolo e Francesca de Rimini
A POESIA DA SEGUNDA GERAÇÃO E O PUBLICO
• O convívio estreito no espaço acadêmico estimulava a troca de
texto e fazia com que os autores fossem leitores uns dos outros,
realimentando o interesse por temas associados a expressão de
sentimentos individuais, a solidão e as visões idealizadas da
infância e do amor.
• Nas pequenas sociedades estudantis que se formavam, a vida
boemia facilitava a aceitação sem juízo moral, dos textos de seus
membros. A leitura e discussão dessa produção literária
fornecia aos poetas um publico de perfil intelectualmente
respeitável , diferente daquele para o qual recitavam nos salões
burgueses.
LOCUS HORRENDUS: A NATUREZA TEMPESTUOSA
O cenário preferido pelos
poetas ultrarromânticos é
tempestuoso, soturno. As
forcas incontroláveis da
natureza – raios, chuva, ventos
– simbolizam, de certo modo,
os sentimentos violentos que
precisam ganhar expressão
literária. Essa natureza
compõe uma espécie de lugar
horrendo ( locus horrendus)
que acolhe o poeta por refletir
simbolicamente seu
sofrimento individual.
A SEDUÇÃO DA MORTE
• A ideia de morrer para os poetas
ultrarromânticos é algo bom e
tranquilizador, o termo da agonia deda
viver . É no contexto da desilusão e da
maneira pessimista de encarar a
própria existência que a morte surge
como solução.
• A morte é algo atraente, vendo-a como
descanso eterno, refugio para as dores
da vida. A morte é ligada ao amor não
correspondido A fonte e de todo o
desespero, os Poetas ultrarromânticos
procuram a morte , procuram a paz
que não conseguem em vida com a
mulher a Amada.
AMOR E MORTE: AS VIRGENS PÁLIDAS
• Consequência do
deslumbramento com a ideia da
morte, a imagem de beleza
feminina será modificada.
Mulheres pálidas e etéreas
substituem as virgens robustas
de estéticas anteriores.
• Assaltados pelo desejo físico os
ultrarromânticos compõe poemas
em que a associação entre a
perfeição feminina e os traços da
morte parece condenar qualquer
possibilidade de manifestação
física do amor.
MILLAIS,J. Ofélia
A LINGUAGEM DE POESIA DA SEGUNDA GERACAO:
IMAGES E RITMOS
• Embora a liberdade formal continue sendo um
traço característico da produção poética da
segunda geração os autores do período fazem
uso recorrente de algumas palavras que os
auxiliam a construir as imagens de saudade
solidão, morte e pessimismo.
• Os termos escolhidos aludem a uma existência
mais depressiva, marcada em alguns casos pela
irracionalidade: pálpebra demente, matéria
impura, longo pesadelo, desespero pálido são
apenas alguns exemplos das expressões que os
autores selecionam para registrar um olhar mais
pessimista para a vida.
Cassimiro de Abreu (1839-1860) foi o poeta mais lido
e declamado da segunda geração romântica
brasileira. Embora trilhe um caminho individual
diferente, abaca se interessando pelos mesmos temas
que fascinavam os estudantes de Direito do Largo de
São Francisco. A musicalidade de seus versos, que
acentuava a suavidade e facilitava memorização dos
poemas, o modo sensível com que tratou de temas
como a saudade, a natureza e o desejo, sem a carga de
pessimismo e culpa que aparece em outros autores
da época, explicam sua popularidade.
Como aconteceu com vários escritores de sua
geração, Casimiro de Abreu morreu cedo, aos 21
anos, vítima da tuberculose.
CASIMIRO DE ABREU:VERSOS DOCES E MEIGOS
• LEVEZA E SUAVIDADE : O olhar ingênuo para as questões de amor
destaca-se em sua poesia e lhe dá identidade. Suas figuras femininas,
por exemplo, não vêm associadas a imagens de morte. Seus poemas
falam de aspectos comuns da vida: a moça que vende as flores
colhidas no jardim é comparada aos pássaros que brincam entre as
rosas.
• OS BELOS DIAS DA INFANCIA PERDIDA : O sentimento amoroso
também aparece simbolizado pelo saudosismo de uma infância
inocente, ingênua e perfeita. Entre os ultrarromânticos, Casimiro de
Abreu é quem vai explorar o tema do saudosismo. Seus versos simples
caíram no gosto popular e ele se tornou um dos mais conhecidos
poetas de sua geração.
segunda geração romântica
ALVARES DE AZEVEDO: IRONIA, AMOR E MORTE
• Álvares de Azevedo foi o escritor mais bem dotado
da segunda geração romântica. A melancolia e a
presença constante da morte são temas que
percorrem toda sua poesia, ele prepara o leitor
para poemas que exploram as angustias amorosas
ou as ridicularizam. Desse conflito, nasce sua
identidade literária, que o torna único entre os
ultrarromânticos , e que será definida pelo modo
contraste de tratar os temas as época rompendo
com o tom monocórdio e desafiando uma
concepção homogênea e estática de literatura.
Alvares de Azevedo pegou uma tuberculose
pulmonar nas férias de 1851-52, a qual foi
agravada por um tumor na fossa ilíaca, ocasionado
por uma queda de cavalo, falecendo aos 20 anos.
segunda geração romântica
FAGUNDES VARELA: UMA POESIA DE TRANSIÇAO
• Luís Nicolau Fagundes Varela (1841-1875)
Costuma ser associado aos autores da segunda
geração. Embora tenha aparecido tardiamente no
mundo literário de São Paulo, escreveu textos
ultrarromânticos.
O conjunto de sua obra, porém, traz alguns
poemas em que aparecem os primeiros sinais da
preocupação com temas sociais. Essa característica
antecipa o traço fundamental que definirá os
autores da terceira geração romântica brasileira.
Por esse motivo é visto como um autor de
transição. Embriagando-se e escrevendo, faleceu
ainda jovem, vivendo à custa do pai, passando boa
parte do tempo no campo, seu ambiente predileto.
Fagundes Varela morreu com 33 anos de idade.
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segunda geração romântica

  • 2. SEGUNDA GERAÇÃO ROMÂNTICA: MAL-DO-SÉCULO Inspirados nas obras dos poetas Lord Byron, Goethe, Chateaubriand e Alfred de Musset, os autores dessa geração também são conhecidos como "byronianos". As principais características da geração são: o individualismo, egocentrismo, negativismo, dúvida, desilusão, tédio e sentimentos relacionados à fuga da realidade, que caracterizam o chamado ultrarromantismo. São temas recorrentes nas obra dos autores da segunda geração: a idealização da infância, a representação das mulheres virgens sonhadas e a exaltação da morte. Seus principais poetas são Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Junqueira Freire e Fagundes Varela. Lord Byron (1788 - 1824) George Gordon Byron foi um poeta romântico inglês que influenciou toda uma geração de escritores com sua poesia ultrarromântica. A ele estão associados termos como o spleen, que significa tédio, mau humor e melancolia, geralmente causados por amores não correspondidos ou pela descrença na vida em razão da aproximação da morte, temáticas comuns na poesia ultrarromântica. De família aristocrática (porém, com dívidas), passava a vida a escrever poesia e a gastar dinheiro, vivendo no ócio
  • 3. A segunda geração romântica: uma poesia arrebatada A segunda geração romântica é marcada por uma postura de exagero sentimental que torna inconfundível. Inspirados por escritores ingleses como Byron e Shelley, os representantes dessa geração liam uma poesia que exaltava os sentimentos arrebatados ao mesmo tempo que apresentava o poeta isolados da sociedade, incompreendidos por defender valores morais e éticos contrários aos interesses econômicos da burguesia. Por esse motivo incorporam a imagem de um herói românticos que defende valores incorruptíveis como a honestidade o amor e o direito a liberdade. Em nome desses valores estão dispostos sacrificar a propina vida A postura exagerada associada ao arrebatamento sentimental, características dos autores da segunda geração romântica , fez com que ficassem conhecidos como ULTRARROMANTICOS.
  • 4. O PROJETO LITERÁRIO DOS ULTRARROMÂNTICOS • A idealização absoluta e o interesse por duas ideias essencialmente românticas - AMOR e MORTE – definem o projeto literário da segunda geração. • Essa geração de poetas atormentados que frequentemente morriam ainda jovens foi marcada pela expressão exacerbada de subjetivismo pessimista, pelo desejo de evasão da realidade, ela atração pelo mistério e ainda pela consciência da inadaptação do artista a sociedade em que vive . DORÉ,G.Paolo e Francesca de Rimini
  • 5. A POESIA DA SEGUNDA GERAÇÃO E O PUBLICO • O convívio estreito no espaço acadêmico estimulava a troca de texto e fazia com que os autores fossem leitores uns dos outros, realimentando o interesse por temas associados a expressão de sentimentos individuais, a solidão e as visões idealizadas da infância e do amor. • Nas pequenas sociedades estudantis que se formavam, a vida boemia facilitava a aceitação sem juízo moral, dos textos de seus membros. A leitura e discussão dessa produção literária fornecia aos poetas um publico de perfil intelectualmente respeitável , diferente daquele para o qual recitavam nos salões burgueses.
  • 6. LOCUS HORRENDUS: A NATUREZA TEMPESTUOSA O cenário preferido pelos poetas ultrarromânticos é tempestuoso, soturno. As forcas incontroláveis da natureza – raios, chuva, ventos – simbolizam, de certo modo, os sentimentos violentos que precisam ganhar expressão literária. Essa natureza compõe uma espécie de lugar horrendo ( locus horrendus) que acolhe o poeta por refletir simbolicamente seu sofrimento individual.
  • 7. A SEDUÇÃO DA MORTE • A ideia de morrer para os poetas ultrarromânticos é algo bom e tranquilizador, o termo da agonia deda viver . É no contexto da desilusão e da maneira pessimista de encarar a própria existência que a morte surge como solução. • A morte é algo atraente, vendo-a como descanso eterno, refugio para as dores da vida. A morte é ligada ao amor não correspondido A fonte e de todo o desespero, os Poetas ultrarromânticos procuram a morte , procuram a paz que não conseguem em vida com a mulher a Amada.
  • 8. AMOR E MORTE: AS VIRGENS PÁLIDAS • Consequência do deslumbramento com a ideia da morte, a imagem de beleza feminina será modificada. Mulheres pálidas e etéreas substituem as virgens robustas de estéticas anteriores. • Assaltados pelo desejo físico os ultrarromânticos compõe poemas em que a associação entre a perfeição feminina e os traços da morte parece condenar qualquer possibilidade de manifestação física do amor. MILLAIS,J. Ofélia
  • 9. A LINGUAGEM DE POESIA DA SEGUNDA GERACAO: IMAGES E RITMOS • Embora a liberdade formal continue sendo um traço característico da produção poética da segunda geração os autores do período fazem uso recorrente de algumas palavras que os auxiliam a construir as imagens de saudade solidão, morte e pessimismo. • Os termos escolhidos aludem a uma existência mais depressiva, marcada em alguns casos pela irracionalidade: pálpebra demente, matéria impura, longo pesadelo, desespero pálido são apenas alguns exemplos das expressões que os autores selecionam para registrar um olhar mais pessimista para a vida.
  • 10. Cassimiro de Abreu (1839-1860) foi o poeta mais lido e declamado da segunda geração romântica brasileira. Embora trilhe um caminho individual diferente, abaca se interessando pelos mesmos temas que fascinavam os estudantes de Direito do Largo de São Francisco. A musicalidade de seus versos, que acentuava a suavidade e facilitava memorização dos poemas, o modo sensível com que tratou de temas como a saudade, a natureza e o desejo, sem a carga de pessimismo e culpa que aparece em outros autores da época, explicam sua popularidade. Como aconteceu com vários escritores de sua geração, Casimiro de Abreu morreu cedo, aos 21 anos, vítima da tuberculose. CASIMIRO DE ABREU:VERSOS DOCES E MEIGOS
  • 11. • LEVEZA E SUAVIDADE : O olhar ingênuo para as questões de amor destaca-se em sua poesia e lhe dá identidade. Suas figuras femininas, por exemplo, não vêm associadas a imagens de morte. Seus poemas falam de aspectos comuns da vida: a moça que vende as flores colhidas no jardim é comparada aos pássaros que brincam entre as rosas. • OS BELOS DIAS DA INFANCIA PERDIDA : O sentimento amoroso também aparece simbolizado pelo saudosismo de uma infância inocente, ingênua e perfeita. Entre os ultrarromânticos, Casimiro de Abreu é quem vai explorar o tema do saudosismo. Seus versos simples caíram no gosto popular e ele se tornou um dos mais conhecidos poetas de sua geração.
  • 13. ALVARES DE AZEVEDO: IRONIA, AMOR E MORTE • Álvares de Azevedo foi o escritor mais bem dotado da segunda geração romântica. A melancolia e a presença constante da morte são temas que percorrem toda sua poesia, ele prepara o leitor para poemas que exploram as angustias amorosas ou as ridicularizam. Desse conflito, nasce sua identidade literária, que o torna único entre os ultrarromânticos , e que será definida pelo modo contraste de tratar os temas as época rompendo com o tom monocórdio e desafiando uma concepção homogênea e estática de literatura. Alvares de Azevedo pegou uma tuberculose pulmonar nas férias de 1851-52, a qual foi agravada por um tumor na fossa ilíaca, ocasionado por uma queda de cavalo, falecendo aos 20 anos.
  • 15. FAGUNDES VARELA: UMA POESIA DE TRANSIÇAO • Luís Nicolau Fagundes Varela (1841-1875) Costuma ser associado aos autores da segunda geração. Embora tenha aparecido tardiamente no mundo literário de São Paulo, escreveu textos ultrarromânticos. O conjunto de sua obra, porém, traz alguns poemas em que aparecem os primeiros sinais da preocupação com temas sociais. Essa característica antecipa o traço fundamental que definirá os autores da terceira geração romântica brasileira. Por esse motivo é visto como um autor de transição. Embriagando-se e escrevendo, faleceu ainda jovem, vivendo à custa do pai, passando boa parte do tempo no campo, seu ambiente predileto. Fagundes Varela morreu com 33 anos de idade.