História Moderna das
Relações Internacionais
A Guerra dos 30 Anos
1618-1648
O Longo século XVI (1450-1618/48)
• Primeiros Estados modernos:
Portugal (1385), França (1453), Inglaterra (1485) e Espanha (1492)
• Expansão ultramarina – europeus conquistam colônias na África, América e Ásia
• Absolutismo e mercantilismo – duas faces da mesma moeda
• Antigo Sistema Colonial – exclusivo metropolitano, centralismo monárquico e
trabalho compulsório
• Reforma e contrarreforma religiosa
• Guerras de religião
• Primeira grande tentativa hegemônica (Habsburgo) em três momentos:
Carlos V (1519-1556), Felipe II (1556-1598), Fernando II (1619-1637) e Fernando III
(1637-1657)
Habsburgos
• Imperadores – família cuja base é austríaca
• Auge: Carlos V (1500-1558) – Imperador de 1519 a 1556
• Adversários: França, Inglaterra, príncipes alemães protestantes, turcos
• França, século XVI, era o país com maior população (20 milhões), única
potência que podia competir com os Habsburgos
• Inglaterra, século XVI-XVII – não podia ter pretensões hegemônicas –
buscava impedir que surgisse um hegêmono – enfraquecia o mais forte e
fortalecia o mais fraco
Reforma religiosa, 1517
• Lutero – mais conservador
• Lutero – a salvação vem pela fé e não pelas obras
• Calvino – mais radical
• Calvinistas – puritanos, metodistas, presbiterianos, batistas, quakers
• Calvinistas – mais radicais (republicanos)
• Calvinistas – crença na predestinação e ética do ascetismo mundano –
fundamento do espírito capitalista, segundo Max Weber
• ascetismo mundano - negar o mundo no mundo, reprimindo-se e
acumulando riquezas materiais com humildade
• Reforma religiosa dividiu a Cristandade europeia
• Provocou diversas Guerras de Religião
Contrarreforma católica
• 1534 – Companhia de Jesus
• 1540 – Companhia de Jesus reconhecida em bula papal
• 1545 – Concílio de Trento
• INDEX LIBRORUM PROHIBITORUM
• Tribunal do Santo Ofício da Inquisição
Guerras de Religião
• SIRG – não conseguindo derrotar os príncipes alemães protestantes,
Carlos V, católico, decretou a Paz de Augsburgo (1555), concedendo a
liberdade aos príncipes de escolher a religião do seu principado
• França – católica, reprimiu os huguenotes (calvinistas)
• Édito de Nantes (1598) – concedeu liberdade de culto aos calvinistas na
França
• Guerra dos 30 Anos (1618-1648) – guerra mundial de religião,
multinacional
• Em um conflito direto, os Habsburgos eram imbatíveis
• Formaram-se alianças para derrotar os Habsburgos
Guerra dos 30 Anos (1618-1648)
• Fase Boêmia (1618-1624) – vitória Habsburgo
• Fase Dinamarquesa (1625-1630) – vitória Habsburgo
• Fase Sueca (1630-1635) – vitória sueca até 1632; depois, vitória Habsburgo
• Fase francesa (1635-1648) – vitória aliança franco-sueca
Consequências da Guerra dos Trinta Anos
• Fragmentação da “Alemanha” em mais de trezentos pequenos principados
• Redução do SIRG a poucos territórios
• Enfraquecimento do Império espanhol (gastou a prata das Américas nas
guerras contra Holanda e Inglaterra)
• Independência da Holanda (República parlamentarista)
• Retirada da religião dos assuntos internacionais
• Fortalecimento da soberania dos Estados
• Ascensão da França como nova potência com pretensões hegemônicas
• Ascensão da Holanda como potência econômica (comércio e finanças) e
cultural, posteriormente derrotada pela França de Luís XIV
• Ascensão do Império Sueco, posteriormente derrotado pela Rússia
Sacro Império Romano Germânico sob Carlos V (1519-1556)
Império espanhol de Felipe II (1556-1598)
BRAUDEL, Fernand. El Mediterráneo y el Mundo Mediterráneo
en la Época de Felipe II. México: Fondo de Cultura Económica,
1992.
• Segundo Fernand Braudel, Felipe II (1527-1598) foi o primeiro estadista
moderno europeu, “o primeiro rei absolutista que não se deslocava
com sua pesada e dispendiosa Corte pelos seus domínios (semeando
castelos à sua passagem), mas que administrava seu império mundial
católico, erguido contra a heresia protestante e a infidelidade
muçulmana, sem sair da sua sede madrilenha” (COGGIOLA, Osvaldo.
Capitalismo: origens e dinâmica histórica. São Paulo, 2014).
• Governo moderno, descentralizado, com classe dirigente bem formada
Gerard Terbroch. Paz de Munster (1648)
SIRG após a Paz de Westfalia
Revoluções burguesas (séculos XVII-XVIII)
• Superação do feudalismo e do Antigo Regime
• Ascensão da burguesia como classe dominante
• Implantação do Estado moderno e da cidadania moderna (cidadãos no lugar
de súditos)
• Gradual ampliação dos direitos à cidadania
• Influência do pensamento iluminista, crítico do Absolutismo e da religiosidade
• Revolução Inglesa (1640-1688) – reação ao absolutismo e catolicismo dos
Stuart – fim: Revolução Gloriosa (Guilherme de Orange)
• Revolução Americana (1776) – reação à dominação inglesa – independência
dos USA – não aboliu escravidão – primeira Constituição moderna (1787)
• Revolução Francesa (1789) – reação aos excessos da exploração feudal na
França – diversas fases até ascensão de Napoleão em 1799

Primeira_Guerra_dos_30_anos (1618-1648).

  • 1.
    História Moderna das RelaçõesInternacionais A Guerra dos 30 Anos 1618-1648
  • 2.
    O Longo séculoXVI (1450-1618/48) • Primeiros Estados modernos: Portugal (1385), França (1453), Inglaterra (1485) e Espanha (1492) • Expansão ultramarina – europeus conquistam colônias na África, América e Ásia • Absolutismo e mercantilismo – duas faces da mesma moeda • Antigo Sistema Colonial – exclusivo metropolitano, centralismo monárquico e trabalho compulsório • Reforma e contrarreforma religiosa • Guerras de religião • Primeira grande tentativa hegemônica (Habsburgo) em três momentos: Carlos V (1519-1556), Felipe II (1556-1598), Fernando II (1619-1637) e Fernando III (1637-1657)
  • 3.
    Habsburgos • Imperadores –família cuja base é austríaca • Auge: Carlos V (1500-1558) – Imperador de 1519 a 1556 • Adversários: França, Inglaterra, príncipes alemães protestantes, turcos • França, século XVI, era o país com maior população (20 milhões), única potência que podia competir com os Habsburgos • Inglaterra, século XVI-XVII – não podia ter pretensões hegemônicas – buscava impedir que surgisse um hegêmono – enfraquecia o mais forte e fortalecia o mais fraco
  • 4.
    Reforma religiosa, 1517 •Lutero – mais conservador • Lutero – a salvação vem pela fé e não pelas obras • Calvino – mais radical • Calvinistas – puritanos, metodistas, presbiterianos, batistas, quakers • Calvinistas – mais radicais (republicanos) • Calvinistas – crença na predestinação e ética do ascetismo mundano – fundamento do espírito capitalista, segundo Max Weber • ascetismo mundano - negar o mundo no mundo, reprimindo-se e acumulando riquezas materiais com humildade • Reforma religiosa dividiu a Cristandade europeia • Provocou diversas Guerras de Religião
  • 5.
    Contrarreforma católica • 1534– Companhia de Jesus • 1540 – Companhia de Jesus reconhecida em bula papal • 1545 – Concílio de Trento • INDEX LIBRORUM PROHIBITORUM • Tribunal do Santo Ofício da Inquisição
  • 6.
    Guerras de Religião •SIRG – não conseguindo derrotar os príncipes alemães protestantes, Carlos V, católico, decretou a Paz de Augsburgo (1555), concedendo a liberdade aos príncipes de escolher a religião do seu principado • França – católica, reprimiu os huguenotes (calvinistas) • Édito de Nantes (1598) – concedeu liberdade de culto aos calvinistas na França • Guerra dos 30 Anos (1618-1648) – guerra mundial de religião, multinacional • Em um conflito direto, os Habsburgos eram imbatíveis • Formaram-se alianças para derrotar os Habsburgos
  • 7.
    Guerra dos 30Anos (1618-1648) • Fase Boêmia (1618-1624) – vitória Habsburgo • Fase Dinamarquesa (1625-1630) – vitória Habsburgo • Fase Sueca (1630-1635) – vitória sueca até 1632; depois, vitória Habsburgo • Fase francesa (1635-1648) – vitória aliança franco-sueca
  • 8.
    Consequências da Guerrados Trinta Anos • Fragmentação da “Alemanha” em mais de trezentos pequenos principados • Redução do SIRG a poucos territórios • Enfraquecimento do Império espanhol (gastou a prata das Américas nas guerras contra Holanda e Inglaterra) • Independência da Holanda (República parlamentarista) • Retirada da religião dos assuntos internacionais • Fortalecimento da soberania dos Estados • Ascensão da França como nova potência com pretensões hegemônicas • Ascensão da Holanda como potência econômica (comércio e finanças) e cultural, posteriormente derrotada pela França de Luís XIV • Ascensão do Império Sueco, posteriormente derrotado pela Rússia
  • 9.
    Sacro Império RomanoGermânico sob Carlos V (1519-1556)
  • 11.
    Império espanhol deFelipe II (1556-1598)
  • 13.
    BRAUDEL, Fernand. ElMediterráneo y el Mundo Mediterráneo en la Época de Felipe II. México: Fondo de Cultura Económica, 1992. • Segundo Fernand Braudel, Felipe II (1527-1598) foi o primeiro estadista moderno europeu, “o primeiro rei absolutista que não se deslocava com sua pesada e dispendiosa Corte pelos seus domínios (semeando castelos à sua passagem), mas que administrava seu império mundial católico, erguido contra a heresia protestante e a infidelidade muçulmana, sem sair da sua sede madrilenha” (COGGIOLA, Osvaldo. Capitalismo: origens e dinâmica histórica. São Paulo, 2014). • Governo moderno, descentralizado, com classe dirigente bem formada
  • 16.
    Gerard Terbroch. Pazde Munster (1648)
  • 17.
    SIRG após aPaz de Westfalia
  • 18.
    Revoluções burguesas (séculosXVII-XVIII) • Superação do feudalismo e do Antigo Regime • Ascensão da burguesia como classe dominante • Implantação do Estado moderno e da cidadania moderna (cidadãos no lugar de súditos) • Gradual ampliação dos direitos à cidadania • Influência do pensamento iluminista, crítico do Absolutismo e da religiosidade • Revolução Inglesa (1640-1688) – reação ao absolutismo e catolicismo dos Stuart – fim: Revolução Gloriosa (Guilherme de Orange) • Revolução Americana (1776) – reação à dominação inglesa – independência dos USA – não aboliu escravidão – primeira Constituição moderna (1787) • Revolução Francesa (1789) – reação aos excessos da exploração feudal na França – diversas fases até ascensão de Napoleão em 1799