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de economistas apontam o
Brasil como quinta econo-
mia do mundo em um futu-
ro breve. No cenário militar
o país volta a esquentar com aquisi-
ções de grande volume nas três For-
ças Armadas, envio de tropas à uma
região sensível do planeta e candida-
tura ao quadro permanente do Conse-
lho de Segurança da Organização das
Nações Unidas.
Pretensões de primeira linha para
nosso país que nos levam, inevitavel-
mente, a um questionamento básico:
nossas Forças estão em condições de
desenvolver as capacidades necessá-
rias para que o País possa fazer valer
suas decisões, respaldar a política ex-
terior e atuar de maneira afirmativa em
suas áreas de interesse estratégico?
O que nos parece com a imple-
mentação da Estratégia Nacional de
Defesa e com o desenvolvimento de
ousados programas de transformação
nas Forças que começamos a acordar
e correr atrás do prejuízo.
Soldados do futuro
Programa recorrente em pratica-
mente todas as Forças de primeira
linha do mundo, os programas de
“Soldados do Futuro” vem despertan-
do interesse da mídia, recebendo in-
vestimentos por parte dos governos e
atraindo as empresas do segmento.
Os terrenos insalubres do Iraque e
do Afeganistão viraram verdadeiros
campos de testes, em um conflito real,
para muito destes sistemas.
Os sistema Land Warrior do Exér-
cito norte-americano, o alemão IdZ, o
espanhol COMFUT, o inglês FIST , o
sueco IMESS e o francês FELIN estão
sendo amplamente testados por seus
países em diversos cenários do mun-
do. Entretanto, precisamos ficar aten-
tos ao sistema francês, pois é de co-
nhecimento público o grande interesse
do Exército Brasileiro neste sistema.
O Exército Brasileiro (EB), a exem-
plo de outros exércitos, passa por pro-
cesso de transformação, que inclui,
obviamente, a modernização da sua
infantaria. Como já é amplamente di-
fundido, nesse contexto da transfor-
mação o EB criou os assim denomina-
dos Projetos Estratégicos do Exército
(PEE), entre os quais, destaca-se o
Projeto Recuperação da Capacidade
Operacional (RECOP), composto de
dezoito subprojetos, incluindo o Proje-
to COBRA.
Projeto COBRA
É fato que a maioria dos progra-
mas de modernização do combatente,
iniciados em meados da década de
90, utilizou uma abordagem incremen-
tal, decorrente da incompatibilidade
entre equipamentos legados e novos,
o que em síntese reduz a eficiência
operacional do soldado. Esta questão
é tratada numa visão de curto e médio
prazo.
O principal objetivo desses progra-
mas de modernização é, desde a con-
cepção inicial, a integração de todos
os equipamentos que o combatente
transporta e usa em um sistema co-
erente, considerando-se os recentes
avanços do desenvolvimento tecno-
lógico e militar, onde se busca a ob-
TEXTO RAFAEL SAYÃO
SAGEM
SAGEM
OPERACIONAL 2014 17
|
tenção de um “sistema” único
composto pelo soldado e seu
equipamento.
Outro aspecto primordial
nesses programas é o alto
custo financeiro para a im-
plantação dos mesmos. Ape-
nas como ilustração, cita-se
que a DGA (Direction Géné-
rale de l’Armament) investiu 1
bilhão de euros para desen-
volver e equipar o exército
francês com cerca de 22 mil
unidades do FELIN v1, siste-
ma desenvolvido pela empre-
sa francesa SAGEM.
O Exército Brasileiro, em
seu planejamento, e reco-
nhecendo a relevância do
assunto, optou por criar duas
variantes do projeto soldado
do futuro. A primeira delas,
denominada de COBRA 1.0.
É de domínio público que,
decorrente do baixo investi-
mento na Força em passado
recente, muitos equipamen-
tos tornaram-se obsoletos, o
que gerou uma forte deman-
da reprimida. Neste contexto
surgiu, o Projeto COBRA 1.0,
caracterizado por um sistema
com integração inicial ainda
baixa, uniformes submetidos
a modernos requisitos opera-
cionais e técnicos, optrônicos
que incorporam as modernas
tecnologias, armamento mo-
derno, comunicações segu-
ras, etc.
Muitos materiais do pro-
jeto já foram adquiridos tanto
no Brasil como no exterior em
2013 e novas aquisições con-
tinuarão nos próximos anos.
Ainda em 2014 estão previs-
tas as primeiras experimenta-
ções doutrinárias, a partir das
quais novos ajustes serão
implantados. Na concepção
e condução desta variante do
sistema, buscou-se priorizar
a indústria nacional, que vem
demonstrando grande inte-
resse em trabalhar em parce-
ria com o Exército Brasileiro.
Neste sentido, entre os pelo-
tões que testaram os equipa-
mentos neste ano, já foram
definidos alguns armamentos
que serão empregados pelo
combatente do futuro brasi-
leiro: fuzis Imbel IA2 5,56mm,
lançador de granadas de 40
mm com adaptador para o
fuzil, MINIMI 5,56mm, MINIMI
7,62mm, e pistola 9mm (Tau-
rus ou Imbel).
Na outra variante do pro-
jeto, denominada de COBRA
2020, busca-se maximizar a
integração das diversas par-
tes do sistema e desenvolver
soluções tecnológicas nacio-
nais por meio do sistema de
C&T do Exército Brasileiro
em cooperação com universi-
dades e centros de pesquisa
nacionais, incorporando equi-
pamentos de última geração.
Projeto COBRA 2020
Em 2008, o projeto fez
parte da proposta do Exérci-
to Brasileiro que integraria o
projeto COBRA aos projetos
do Ministério da Defesa a se-
rem desenvolvidos no escopo
do Acordo de Cooperação na
Área de Defesa entre o Bra-
sil e a França. A fase inicial
do projeto, que inclui a ela-
boração das Condicionantes
Doutrinárias e Operacionais
(CONDOP) foram concluí-
das e publicadas. Diversos
militares do Exercito tiveram
a oportunidade de conhecer
as instalações da SAGEM
e acompanharam testes do
sistema modular FELIN na
Guiana Francesa. O fato do
sistema francês oferecer de-
senvolvimento, fabricação
e suporte, já ter implantado
mais de 10 mil sistemas e,
principalmente, ter sido tes-
tado em cenário operacional,
tornam o FELIN muito atraen-
te ao Brasil.
A fim de mitigar os riscos,
o Exército Brasileiro está es-
REPORTAGEM COMBATENTE BRASILEIRO DO FUTURO
SAGEM
SAGEM
www.revistaoperacional.com.br
18
SAGEM
Sistema FELIN com SWORD TD. Sagem
OPERACIONAL 2014 19
|
tudando a viabilidade de elaborar os
elementos e sistemas no Programa
no Centro Tecnológico do Exército
(CTEx) e no Centro de Avaliação do
Exército (CAEx) em parceria com o
grupo SAFRAN/SAGEM/OPTOVAC.
Interessada em participar deste impor-
tante momento de modernização do
Exército, as empresas francesas es-
tão dispostas a investir na cooperação
com o Brasil, seja no desenvolvimento
ou nas aquisições de componentes
que dependerão das estratégias téc-
nicas do próprio Exército. Segundo a
SAGEM, tão longo o protocolo seja
assinado, a empresa cederá os equi-
pamentos para ensaios, bem como
todas as especificações técnicas e
respectivas informações. Alinhada a
política de transferência de tecnologia
que vem sendo observada nas recen-
tes aquisições das Forças Armadas,
a empresa francesa está, desde já,
propondo a nacionalização de alguns
de seus produtos, como por exemplo,
optrônicos portáteis.
No escopo do projeto, o Exército
Brasileiro disponibilizará os recursos
financeiros iniciais do seu orçamento
e, ao mesmo tempo, buscará novos
recursos para garantir a continuidade
do projeto no médio prazo. Estima-se
que o projeto atingirá a maturação ne-
cessária em 2020. O projeto atualmen-
te encontra-se na fase de elaboração
dos Requisitos Operacionais Básicos
(ROB) e Requisitos Técnicos Básicos
(RTB), que são elementos essenciais
para o desenvolvimento de novos ma-
teriais de emprego militar, conforme
legislação específica do Comando do
Exército.
Existe a expectativa de que a as-
sinatura do Acordo de Cooperação
deverá ocorrer no primeiro semestre
deste ano, após a reunião do Grupo
de Trabalho Conjunto Brasil-França,
nos dias 08 e 09 de abril de 2014, em
Brasília. Após a assinatura do acordo,
a SAGEM/OPTOVAC irá disponibilizar
quatro unidades do sistema FELIN v2
para testes no ambiente brasileiro. O
objetivo é definir junto ao Exército as
necessidades de adaptação do siste-
ma e as eventuais necessidades de
desenvolvimento de novas tecnolo-
gias no Brasil.
Em 2020, o sistema incorporará
novos subsistemas mais avançados
e novas capacidades. Ainda se espe-
cula que após 2020 o campo de bata-
lha, e o ambiente no qual o soldado de
infantaria opera, mudará substancial-
mente. As missões da infantaria ain-
da incluirão um combate aproximado
agressivo em uma grande variedade
de terrenos. As grandes mudanças
ocorrerão nos equipamentos disponí-
veis e na maneira de utilizá-los. Ou-
tras grandes inovações ocorrerão nas
comunicações, materiais, energia, etc.
A continuidade do projeto representa-
rá certamente uma maneira clara do
Exército Brasileiro manter-se equipa-
rado tecnologicamente aos exércitos
dos países desenvolvidos.
O Exército Brasileiro foi pioneiro
em muitas áreas da engenharia onde
o Brasil destaca-se atualmente, como
por exemplo, a área de telecomuni-
cações. O projeto COBRA 2020, que
ainda se encontra na sua fase inicial,
representará uma oportunidade do
Brasil dominar tecnologias sensíveis
de interesse insofismável para a De-
fesa e também para a sociedade civil.
REPORTAGEM COMBATENTE BRASILEIRO DO FUTURO
Sistema portátil de comunicação. Sagem
JIM LR. Sagem
www.revistaoperacional.com.br
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> OBSERVAÇÃO E PONTARIA
> PROTEÇÃO ESCALÁVEL
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Quandose trata demelhorara força de combate, você pode contarcom as poderosas soluções comprovadas da Optovac, lial da
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Projeto Combatente Brasileiro (Cobra).pdf

  • 2. A s mais otimistas projeções de economistas apontam o Brasil como quinta econo- mia do mundo em um futu- ro breve. No cenário militar o país volta a esquentar com aquisi- ções de grande volume nas três For- ças Armadas, envio de tropas à uma região sensível do planeta e candida- tura ao quadro permanente do Conse- lho de Segurança da Organização das Nações Unidas. Pretensões de primeira linha para nosso país que nos levam, inevitavel- mente, a um questionamento básico: nossas Forças estão em condições de desenvolver as capacidades necessá- rias para que o País possa fazer valer suas decisões, respaldar a política ex- terior e atuar de maneira afirmativa em suas áreas de interesse estratégico? O que nos parece com a imple- mentação da Estratégia Nacional de Defesa e com o desenvolvimento de ousados programas de transformação nas Forças que começamos a acordar e correr atrás do prejuízo. Soldados do futuro Programa recorrente em pratica- mente todas as Forças de primeira linha do mundo, os programas de “Soldados do Futuro” vem despertan- do interesse da mídia, recebendo in- vestimentos por parte dos governos e atraindo as empresas do segmento. Os terrenos insalubres do Iraque e do Afeganistão viraram verdadeiros campos de testes, em um conflito real, para muito destes sistemas. Os sistema Land Warrior do Exér- cito norte-americano, o alemão IdZ, o espanhol COMFUT, o inglês FIST , o sueco IMESS e o francês FELIN estão sendo amplamente testados por seus países em diversos cenários do mun- do. Entretanto, precisamos ficar aten- tos ao sistema francês, pois é de co- nhecimento público o grande interesse do Exército Brasileiro neste sistema. O Exército Brasileiro (EB), a exem- plo de outros exércitos, passa por pro- cesso de transformação, que inclui, obviamente, a modernização da sua infantaria. Como já é amplamente di- fundido, nesse contexto da transfor- mação o EB criou os assim denomina- dos Projetos Estratégicos do Exército (PEE), entre os quais, destaca-se o Projeto Recuperação da Capacidade Operacional (RECOP), composto de dezoito subprojetos, incluindo o Proje- to COBRA. Projeto COBRA É fato que a maioria dos progra- mas de modernização do combatente, iniciados em meados da década de 90, utilizou uma abordagem incremen- tal, decorrente da incompatibilidade entre equipamentos legados e novos, o que em síntese reduz a eficiência operacional do soldado. Esta questão é tratada numa visão de curto e médio prazo. O principal objetivo desses progra- mas de modernização é, desde a con- cepção inicial, a integração de todos os equipamentos que o combatente transporta e usa em um sistema co- erente, considerando-se os recentes avanços do desenvolvimento tecno- lógico e militar, onde se busca a ob- TEXTO RAFAEL SAYÃO SAGEM SAGEM OPERACIONAL 2014 17 |
  • 3. tenção de um “sistema” único composto pelo soldado e seu equipamento. Outro aspecto primordial nesses programas é o alto custo financeiro para a im- plantação dos mesmos. Ape- nas como ilustração, cita-se que a DGA (Direction Géné- rale de l’Armament) investiu 1 bilhão de euros para desen- volver e equipar o exército francês com cerca de 22 mil unidades do FELIN v1, siste- ma desenvolvido pela empre- sa francesa SAGEM. O Exército Brasileiro, em seu planejamento, e reco- nhecendo a relevância do assunto, optou por criar duas variantes do projeto soldado do futuro. A primeira delas, denominada de COBRA 1.0. É de domínio público que, decorrente do baixo investi- mento na Força em passado recente, muitos equipamen- tos tornaram-se obsoletos, o que gerou uma forte deman- da reprimida. Neste contexto surgiu, o Projeto COBRA 1.0, caracterizado por um sistema com integração inicial ainda baixa, uniformes submetidos a modernos requisitos opera- cionais e técnicos, optrônicos que incorporam as modernas tecnologias, armamento mo- derno, comunicações segu- ras, etc. Muitos materiais do pro- jeto já foram adquiridos tanto no Brasil como no exterior em 2013 e novas aquisições con- tinuarão nos próximos anos. Ainda em 2014 estão previs- tas as primeiras experimenta- ções doutrinárias, a partir das quais novos ajustes serão implantados. Na concepção e condução desta variante do sistema, buscou-se priorizar a indústria nacional, que vem demonstrando grande inte- resse em trabalhar em parce- ria com o Exército Brasileiro. Neste sentido, entre os pelo- tões que testaram os equipa- mentos neste ano, já foram definidos alguns armamentos que serão empregados pelo combatente do futuro brasi- leiro: fuzis Imbel IA2 5,56mm, lançador de granadas de 40 mm com adaptador para o fuzil, MINIMI 5,56mm, MINIMI 7,62mm, e pistola 9mm (Tau- rus ou Imbel). Na outra variante do pro- jeto, denominada de COBRA 2020, busca-se maximizar a integração das diversas par- tes do sistema e desenvolver soluções tecnológicas nacio- nais por meio do sistema de C&T do Exército Brasileiro em cooperação com universi- dades e centros de pesquisa nacionais, incorporando equi- pamentos de última geração. Projeto COBRA 2020 Em 2008, o projeto fez parte da proposta do Exérci- to Brasileiro que integraria o projeto COBRA aos projetos do Ministério da Defesa a se- rem desenvolvidos no escopo do Acordo de Cooperação na Área de Defesa entre o Bra- sil e a França. A fase inicial do projeto, que inclui a ela- boração das Condicionantes Doutrinárias e Operacionais (CONDOP) foram concluí- das e publicadas. Diversos militares do Exercito tiveram a oportunidade de conhecer as instalações da SAGEM e acompanharam testes do sistema modular FELIN na Guiana Francesa. O fato do sistema francês oferecer de- senvolvimento, fabricação e suporte, já ter implantado mais de 10 mil sistemas e, principalmente, ter sido tes- tado em cenário operacional, tornam o FELIN muito atraen- te ao Brasil. A fim de mitigar os riscos, o Exército Brasileiro está es- REPORTAGEM COMBATENTE BRASILEIRO DO FUTURO SAGEM SAGEM www.revistaoperacional.com.br 18
  • 4. SAGEM Sistema FELIN com SWORD TD. Sagem OPERACIONAL 2014 19 |
  • 5. tudando a viabilidade de elaborar os elementos e sistemas no Programa no Centro Tecnológico do Exército (CTEx) e no Centro de Avaliação do Exército (CAEx) em parceria com o grupo SAFRAN/SAGEM/OPTOVAC. Interessada em participar deste impor- tante momento de modernização do Exército, as empresas francesas es- tão dispostas a investir na cooperação com o Brasil, seja no desenvolvimento ou nas aquisições de componentes que dependerão das estratégias téc- nicas do próprio Exército. Segundo a SAGEM, tão longo o protocolo seja assinado, a empresa cederá os equi- pamentos para ensaios, bem como todas as especificações técnicas e respectivas informações. Alinhada a política de transferência de tecnologia que vem sendo observada nas recen- tes aquisições das Forças Armadas, a empresa francesa está, desde já, propondo a nacionalização de alguns de seus produtos, como por exemplo, optrônicos portáteis. No escopo do projeto, o Exército Brasileiro disponibilizará os recursos financeiros iniciais do seu orçamento e, ao mesmo tempo, buscará novos recursos para garantir a continuidade do projeto no médio prazo. Estima-se que o projeto atingirá a maturação ne- cessária em 2020. O projeto atualmen- te encontra-se na fase de elaboração dos Requisitos Operacionais Básicos (ROB) e Requisitos Técnicos Básicos (RTB), que são elementos essenciais para o desenvolvimento de novos ma- teriais de emprego militar, conforme legislação específica do Comando do Exército. Existe a expectativa de que a as- sinatura do Acordo de Cooperação deverá ocorrer no primeiro semestre deste ano, após a reunião do Grupo de Trabalho Conjunto Brasil-França, nos dias 08 e 09 de abril de 2014, em Brasília. Após a assinatura do acordo, a SAGEM/OPTOVAC irá disponibilizar quatro unidades do sistema FELIN v2 para testes no ambiente brasileiro. O objetivo é definir junto ao Exército as necessidades de adaptação do siste- ma e as eventuais necessidades de desenvolvimento de novas tecnolo- gias no Brasil. Em 2020, o sistema incorporará novos subsistemas mais avançados e novas capacidades. Ainda se espe- cula que após 2020 o campo de bata- lha, e o ambiente no qual o soldado de infantaria opera, mudará substancial- mente. As missões da infantaria ain- da incluirão um combate aproximado agressivo em uma grande variedade de terrenos. As grandes mudanças ocorrerão nos equipamentos disponí- veis e na maneira de utilizá-los. Ou- tras grandes inovações ocorrerão nas comunicações, materiais, energia, etc. A continuidade do projeto representa- rá certamente uma maneira clara do Exército Brasileiro manter-se equipa- rado tecnologicamente aos exércitos dos países desenvolvidos. O Exército Brasileiro foi pioneiro em muitas áreas da engenharia onde o Brasil destaca-se atualmente, como por exemplo, a área de telecomuni- cações. O projeto COBRA 2020, que ainda se encontra na sua fase inicial, representará uma oportunidade do Brasil dominar tecnologias sensíveis de interesse insofismável para a De- fesa e também para a sociedade civil. REPORTAGEM COMBATENTE BRASILEIRO DO FUTURO Sistema portátil de comunicação. Sagem JIM LR. Sagem www.revistaoperacional.com.br 20
  • 6. POTÊNCIA, EFICIÊNCIA, PROTEÇÃO > OBSERVAÇÃO E PONTARIA > PROTEÇÃO ESCALÁVEL > MIRA “AROUND-THE-CORNER” > PERCEPÇÃO SITUACIONAL > C4I (Comando, Controle, Comunicação, Computação, Inteligência) Soluções da Optovac para o Combatente Imagine um sistema de combate completo para suas tropas e testado em campo. Um sistema “centrado-no-homem”, aberto, escalável, que sempre responde às necessidades em constante evolução. Optovac oferece soluções personalizadas para combatentes, com suporte completo desde a concepção até a implantação. Sagem é o principal contratante para o programa de modernização do soldado francês FELIN, já em serviço, e um importante parceiro no Reino Unido (FIST) e na Suíça (IMESS). Quandose trata demelhorara força de combate, você pode contarcom as poderosas soluções comprovadas da Optovac, lial da Sagem no Brasil. www.optovac.com.br