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Resumão
Escolas Literárias
PARTE 4
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QUINHENTISMO
INÍCIO: 1500 – Carta
de Pero Vaz de
Caminha informando
ao rei D. Miguel a
“descoberta” do Brasil.
FIM:1601 –
composição do poema
Prosopopeia, de Bento
Teixeira.
CONTEXTO HISTÓRICO: O Quinhentismo representa a primeira manifestação literária no Brasil. É um período literário que reúne relatos de viagem
com características informativas e descritivas. São textos que descrevem as terras descobertas pelos portugueses no século XVI, desde a fauna, a flora
e o povo. Vale lembrar que o Quinhentismo brasileiro ocorreu paralelo ao Classicismo português e o nome do período refere-se a data de início: 1500.
O final da Idade Média foi marcado pelo aperfeiçoamento e uso da bússola, na navegação, e da pólvora, na fabricação de armas. O uso da bússola
permitiu o surgimento das Grandes Navegações, já a pólvora fez os europeus invencíveis no domínio das novas terras; com Portugal buscando
expandir os seus domínios a partir de expedições para a África, Ásia e América. Esta, oficialmente, descoberta por Cristóvão Colombo (1451-1506)
em 12 de outubro de 1492. Tal descoberta levou espanhóis e portugueses a assinarem o Tratado de Tordesilhas (1494), que dividia o novo continente
entre essas duas nações. Assim, em 22 de abril de 1500, a frota portuguesa chegou ao nosso país, data que ficou, oficialmente, registrada como
da descoberta do Brasil.
Apesar do fim da Idade Média e do advento da Reforma Protestante, a Igreja católica ainda detinha grande poder político. Ainda assim, a Igreja
católica empreendeu a chamada Contrarreforma Católica, e uma das medidas adotadas para combater a ameaça protestante foi a criação
da Companhia de Jesus pelo padre Inácio de Loyola (1491-1556). Desse modo, os jesuítas foram enviados ao Brasil para catequizar os indígenas,
ou seja, converter os nativos ao catolicismo.
Produção
Literária
Quinhentista
Características
Gerais
Características
por
Classificação
PRINCIPAIS
AUTORES
E OBRAS:
 Utilização de adjetivos
 Textos que abordam a expansão do território;
 Produção literária com linguagem simples (para a época, a linguagem em que os textos foram escritos era considerada acessível);
 Textos com excessos de adjetivos – usado principalmente para descrever as características da população nativa;
 Textos formativos – Obras educativas, de cunho social e religioso.
Literatura
Informativa
(dos Viajantes)
 Literatura
Jesuítica
(de Catequese)
 Textos informativos/descritivos – como diários de viagens e incursões para explorar o território brasileiro;
 Consiste em documentos e cartas que contavam sobre a “terra nova”, suas florestas e faunas, características de
seus habitantes e costumes sociais, que nesse caso eram bem diferentes dos europeus.
 Literatura sem muito valor literário, meramente descritiva.
 Textos descritivos e informativos de valor documental
 Crônicas de viagem;
 Visão europeia é idílica. Porém, na segunda metade do século XVI, à medida que os índios iniciam a guerra
contra os invasores, a visão se transforma, vendo-os como seres bárbaros e primitivos.
 Literatura de caráter documental e religioso;
 Teatro pedagógico e poesia didática;
 Linguagem simples;
 Temas cotidianos e religiosos pautados na fundamentação religiosa cristã;
 Textos (poesia de devoção e teatro de textos bíblicos) para a catequização dos índios;
 Cartas de informação aos superiores na Europa.
 Obras que discutiam as questões religiosas e de comportamento;
Pero Vaz de Caminha: A Carta de Pero Vaz de Caminha; Manuel da Nóbrega: Diálogo Sobre a Conversão do Gentio, Caso de Consciência sobre a Liberdade dos Índios, Informação das
Coisas da Terra e Necessidade que há para Bem Proceder Nela, Tratado Contra a Antropofagia; José de Anchieta: Os Feitos de Mem de Sá, Arte de Gramática da Língua mais usada na
costa do Brasil, Poema à Virgem, A Cartilha dos Nativos (Gramática Tupi-Guarani), Carta da Companhia; Pero de Magalhães Gândavo: História da Província Santa Cruz a que Vulgarmente
Chamamos Brasil, Tratado da Província do Brasil; Gabriel Soares de Sousa: Tratado Descritivo do Brasil; Hans Staden: Duas Viagens ao Brasil; Ambrósio Fernandes Brandão: Diálogo
das grandezas do Brasil; Frei Vicente do Salvador: História do Brasil.
Obs.: Ocorre ao
mesmo tempo
em que em
Portugal
acontece o
Classicismo.
Não é uma
escola literária!
Conhecido entre os índios como o grande piahy ("supremo pajé branco");
Deixou como legado a primeira gramática do tupi-guarani;
Em 1554, apenas um anos após chegar ao Brasil, ele fundou a nova
missão de Piratininga, junto com o Pe. Manuel de Nóbrega, com a
abertura de um colégio dedicado ao apóstolo São Paulo, no Planalto de
Piratininga, o que seria o início da cidade de São Paulo.;
Defendeu os índios brasileiros das tentativas de escravização por parte
dos colonizadores portugueses;
Benzia a escravidão dos negros. Para ele, o cativeiro dos negros livrava
os índios da exploração colonial.
Lutou ao lado dos portugueses contra os franceses estabelecidos na
França Antártica;
Dirigiu o Colégio dos Jesuítas, no Rio de Janeiro, entre os anos de 1570 e
1573;
Foi nomeado, em 1577, Provincial da Companhia de Jesus no Brasil.
Contribuiu também a fundação das cidades do Rio de Janeiro e da cidade
de Anchieta, no Espírito Santo;
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Carta a el-Rei Dom Manuel sobre o achamento do Brasil
Senhor, posto que o capitão-mor desta vossa frota, e assim os outros capitães escrevam a Vossa Alteza a
nova do achamento desta Vossa terra nova, que se ora nesta navegação achou, não deixarei de também dar
disso minha conta. (...)
E assim seguimos nosso caminho, por este mar, de longo, até terça-feira d’ oitavas de Páscoa, que foram 21
dias d’Abril, que topamos alguns sinais de terra (...) E à quarta-feira seguinte, pela manhã, topamos aves, a que
chamam fura-buchos. Neste mesmo dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra, isto é, primeiramente
d’um grande monte, mui alto e redondo, e d’outras serras mais baixas ao sul dele e de terra chã com grandes
arvoredos, ao qual monte alto o capitão pôs o nome o Monte Pascoal e à terra A Terra de Vera Cruz. (...)
E dali houvemos vista d’homens, que andavam pela praia, de 7 ou 8, segundo os navios pequenos disseram,
por chegaram primeiro. (...) A feição deles é serem pardos, maneira d'avermelhados, de bons rostos e bons
narizes, bem feitos. Andam nus, sem nenhuma cobertura, nem estimam nenhuma cousa cobrir nem mostrar
suas vergonhas. E estão acerca disso com tanta inocência como têm em mostrar o rosto. (...)
Ali andavam entre eles três ou quatro moças, bem moças e bem gentis, com cabelos muito pretos, compridos,
pelas espáduas; e suas vergonhas tão altas e tão çarradinhas e tão limpas das cabeleiras que de as nós muito
bem olharmos não tínhamos nenhuma vergonha. (...)
E uma daquelas moças era toda tinta, de fundo a cima, daquela tintura, a qual, certo, era tão bem feita e tão
redonda e sua vergonha, que ela não tinha, tão graciosa, que a muitas mulheres de nossa terra, vendo-lhes tais
feições, fizera vergonha, por não terem a sua como ela. (...)
O capitão, quando eles vieram, estava assentado em uma cadeira e uma alcatifa aos pés por estrado, e bem
vestido, com um colar d'ouro mui grande ao pescoço. (...) Um deles, porém, pôs olho no colar do capitão e
começou d'acenar com a mão para a terra e despois para o colar, como que nos dizia que havia em terra ouro. E
também viu um castiçal de prata e assim mesmo acenava para a terra e então para o castiçal, como que havia
também prata. (...)
Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela, ou outra coisa de metal, ou ferro; nem lha vimos.
Contudo a terra em si é de muito bons ares frescos e temperados como os de Entre-Douro-e-Minho, porque
neste tempo d'agora assim os achávamos como os de lá. Águas são muitas; infinitas. Em tal maneira é graciosa
que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa das águas que tem! Porém, o melhor fruto que dela se
pode tirar parece-me que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela
deve lançar. (...)
capitão-mor: trata-se de Pedro Álvares Cabral.
conta: relato.
oitavas de Páscoa: semana que vai desde o domingo de Páscoa até o domingo seguinte.
horas de véspera: final da tarde.
chã: plana. cousa: coisa. vergonhas: órgãos sexuais.
çarradinhas: alguns historiadores consideram "saradinhas", isto é, sem doenças, e outros consideram
"cerradinhas", isto é, densas.
tinta: tingida. alcatifa: tapete, que cobre ou se estende.
Entre-Douro-e-Minho: antiga província de Portugal.
(Fragmento de um texto do alemão Hans Staden, publicado em 1556, descrevendo aspectos do Brasil para os leitores europeus.)
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  • 4. QUINHENTISMO INÍCIO: 1500 – Carta de Pero Vaz de Caminha informando ao rei D. Miguel a “descoberta” do Brasil. FIM:1601 – composição do poema Prosopopeia, de Bento Teixeira. CONTEXTO HISTÓRICO: O Quinhentismo representa a primeira manifestação literária no Brasil. É um período literário que reúne relatos de viagem com características informativas e descritivas. São textos que descrevem as terras descobertas pelos portugueses no século XVI, desde a fauna, a flora e o povo. Vale lembrar que o Quinhentismo brasileiro ocorreu paralelo ao Classicismo português e o nome do período refere-se a data de início: 1500. O final da Idade Média foi marcado pelo aperfeiçoamento e uso da bússola, na navegação, e da pólvora, na fabricação de armas. O uso da bússola permitiu o surgimento das Grandes Navegações, já a pólvora fez os europeus invencíveis no domínio das novas terras; com Portugal buscando expandir os seus domínios a partir de expedições para a África, Ásia e América. Esta, oficialmente, descoberta por Cristóvão Colombo (1451-1506) em 12 de outubro de 1492. Tal descoberta levou espanhóis e portugueses a assinarem o Tratado de Tordesilhas (1494), que dividia o novo continente entre essas duas nações. Assim, em 22 de abril de 1500, a frota portuguesa chegou ao nosso país, data que ficou, oficialmente, registrada como da descoberta do Brasil. Apesar do fim da Idade Média e do advento da Reforma Protestante, a Igreja católica ainda detinha grande poder político. Ainda assim, a Igreja católica empreendeu a chamada Contrarreforma Católica, e uma das medidas adotadas para combater a ameaça protestante foi a criação da Companhia de Jesus pelo padre Inácio de Loyola (1491-1556). Desse modo, os jesuítas foram enviados ao Brasil para catequizar os indígenas, ou seja, converter os nativos ao catolicismo. Produção Literária Quinhentista Características Gerais Características por Classificação PRINCIPAIS AUTORES E OBRAS:  Utilização de adjetivos  Textos que abordam a expansão do território;  Produção literária com linguagem simples (para a época, a linguagem em que os textos foram escritos era considerada acessível);  Textos com excessos de adjetivos – usado principalmente para descrever as características da população nativa;  Textos formativos – Obras educativas, de cunho social e religioso. Literatura Informativa (dos Viajantes)  Literatura Jesuítica (de Catequese)  Textos informativos/descritivos – como diários de viagens e incursões para explorar o território brasileiro;  Consiste em documentos e cartas que contavam sobre a “terra nova”, suas florestas e faunas, características de seus habitantes e costumes sociais, que nesse caso eram bem diferentes dos europeus.  Literatura sem muito valor literário, meramente descritiva.  Textos descritivos e informativos de valor documental  Crônicas de viagem;  Visão europeia é idílica. Porém, na segunda metade do século XVI, à medida que os índios iniciam a guerra contra os invasores, a visão se transforma, vendo-os como seres bárbaros e primitivos.  Literatura de caráter documental e religioso;  Teatro pedagógico e poesia didática;  Linguagem simples;  Temas cotidianos e religiosos pautados na fundamentação religiosa cristã;  Textos (poesia de devoção e teatro de textos bíblicos) para a catequização dos índios;  Cartas de informação aos superiores na Europa.  Obras que discutiam as questões religiosas e de comportamento; Pero Vaz de Caminha: A Carta de Pero Vaz de Caminha; Manuel da Nóbrega: Diálogo Sobre a Conversão do Gentio, Caso de Consciência sobre a Liberdade dos Índios, Informação das Coisas da Terra e Necessidade que há para Bem Proceder Nela, Tratado Contra a Antropofagia; José de Anchieta: Os Feitos de Mem de Sá, Arte de Gramática da Língua mais usada na costa do Brasil, Poema à Virgem, A Cartilha dos Nativos (Gramática Tupi-Guarani), Carta da Companhia; Pero de Magalhães Gândavo: História da Província Santa Cruz a que Vulgarmente Chamamos Brasil, Tratado da Província do Brasil; Gabriel Soares de Sousa: Tratado Descritivo do Brasil; Hans Staden: Duas Viagens ao Brasil; Ambrósio Fernandes Brandão: Diálogo das grandezas do Brasil; Frei Vicente do Salvador: História do Brasil. Obs.: Ocorre ao mesmo tempo em que em Portugal acontece o Classicismo. Não é uma escola literária!
  • 5. Conhecido entre os índios como o grande piahy ("supremo pajé branco"); Deixou como legado a primeira gramática do tupi-guarani; Em 1554, apenas um anos após chegar ao Brasil, ele fundou a nova missão de Piratininga, junto com o Pe. Manuel de Nóbrega, com a abertura de um colégio dedicado ao apóstolo São Paulo, no Planalto de Piratininga, o que seria o início da cidade de São Paulo.; Defendeu os índios brasileiros das tentativas de escravização por parte dos colonizadores portugueses; Benzia a escravidão dos negros. Para ele, o cativeiro dos negros livrava os índios da exploração colonial. Lutou ao lado dos portugueses contra os franceses estabelecidos na França Antártica; Dirigiu o Colégio dos Jesuítas, no Rio de Janeiro, entre os anos de 1570 e 1573; Foi nomeado, em 1577, Provincial da Companhia de Jesus no Brasil. Contribuiu também a fundação das cidades do Rio de Janeiro e da cidade de Anchieta, no Espírito Santo;
  • 7. Carta a el-Rei Dom Manuel sobre o achamento do Brasil Senhor, posto que o capitão-mor desta vossa frota, e assim os outros capitães escrevam a Vossa Alteza a nova do achamento desta Vossa terra nova, que se ora nesta navegação achou, não deixarei de também dar disso minha conta. (...) E assim seguimos nosso caminho, por este mar, de longo, até terça-feira d’ oitavas de Páscoa, que foram 21 dias d’Abril, que topamos alguns sinais de terra (...) E à quarta-feira seguinte, pela manhã, topamos aves, a que chamam fura-buchos. Neste mesmo dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra, isto é, primeiramente d’um grande monte, mui alto e redondo, e d’outras serras mais baixas ao sul dele e de terra chã com grandes arvoredos, ao qual monte alto o capitão pôs o nome o Monte Pascoal e à terra A Terra de Vera Cruz. (...) E dali houvemos vista d’homens, que andavam pela praia, de 7 ou 8, segundo os navios pequenos disseram, por chegaram primeiro. (...) A feição deles é serem pardos, maneira d'avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem nenhuma cobertura, nem estimam nenhuma cousa cobrir nem mostrar suas vergonhas. E estão acerca disso com tanta inocência como têm em mostrar o rosto. (...) Ali andavam entre eles três ou quatro moças, bem moças e bem gentis, com cabelos muito pretos, compridos, pelas espáduas; e suas vergonhas tão altas e tão çarradinhas e tão limpas das cabeleiras que de as nós muito bem olharmos não tínhamos nenhuma vergonha. (...) E uma daquelas moças era toda tinta, de fundo a cima, daquela tintura, a qual, certo, era tão bem feita e tão redonda e sua vergonha, que ela não tinha, tão graciosa, que a muitas mulheres de nossa terra, vendo-lhes tais feições, fizera vergonha, por não terem a sua como ela. (...)
  • 8. O capitão, quando eles vieram, estava assentado em uma cadeira e uma alcatifa aos pés por estrado, e bem vestido, com um colar d'ouro mui grande ao pescoço. (...) Um deles, porém, pôs olho no colar do capitão e começou d'acenar com a mão para a terra e despois para o colar, como que nos dizia que havia em terra ouro. E também viu um castiçal de prata e assim mesmo acenava para a terra e então para o castiçal, como que havia também prata. (...) Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela, ou outra coisa de metal, ou ferro; nem lha vimos. Contudo a terra em si é de muito bons ares frescos e temperados como os de Entre-Douro-e-Minho, porque neste tempo d'agora assim os achávamos como os de lá. Águas são muitas; infinitas. Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa das águas que tem! Porém, o melhor fruto que dela se pode tirar parece-me que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar. (...) capitão-mor: trata-se de Pedro Álvares Cabral. conta: relato. oitavas de Páscoa: semana que vai desde o domingo de Páscoa até o domingo seguinte. horas de véspera: final da tarde. chã: plana. cousa: coisa. vergonhas: órgãos sexuais. çarradinhas: alguns historiadores consideram "saradinhas", isto é, sem doenças, e outros consideram "cerradinhas", isto é, densas. tinta: tingida. alcatifa: tapete, que cobre ou se estende. Entre-Douro-e-Minho: antiga província de Portugal.
  • 9. (Fragmento de um texto do alemão Hans Staden, publicado em 1556, descrevendo aspectos do Brasil para os leitores europeus.)