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1
As causa do suicídioAs causa do suicídio
2
Introdução
Esta revista reúne algumas das principais dúvidas
acerca da Psicanálise, seus conceitos e utilização, buscando
informar aqueles que sentem-se atraídos por este
conhecimento centenário, tão difundido entre a nossa
sociedade e algumas vezes utilizado incorretamente.
Aqui, você encontrará algumas das respostas que
procura e mais: encontrará as diretrizes que o farão seguir
adiante no caminho da compreensão de seus medos,
curiosidades e barreiras herdadas durante estes seus
primeiros anos de vida.
Apesar de considerarmos diferentes perspectivas
na hora de montarmos este material, as respostas listadas
aqui podem refletir a opinião dos idealizadores do projeto.
Portanto, sinta-se a vontade para questioná-las; contate-nos
sempre que quiser oferecer uma contribuição e conheça o
nosso trabalho através do site do NEPP e por meio de
nossas redes sociais.
Boa leitura!
Núcleo de Estudos e Pesquisas em Psicanálise
3
Algumas considerações filosófica sobre a morte.
A morte é uma libertação de todas as dores e o
término além do qual os nossos males não
ultrapassam; ela nos leva de volta àquela
tranquilidade, na qual jaziam antes de nascer. [...]
Ó ignorantes dos próprios males aqueles pelos quais
a morte não é louvada e esperada como o melhor
invento da natureza, quer inclua a felicidade, quer
afaste a calamidade, quer ponha fim à sociedade e ao
cansaço do velho, quer arrebate a idade juvenil em
flor, quando se espera o melhor, quer chame a
infância antes que chegue estágios mais duros, a
morte é o fim para todos [...]. A morte prematura
não trouxe, pois, ao teu filho, nenhum mal: pelo
contrário, ela o libertou do sofrimento de todos os
males.
4
[...] pois, se nenhum sentido resta ao morto, meu
irmão livrou-se de todos os incômodos da vida e
retornou para aquele lugar no qual estivera antes de
nascer e, livre de todo mal, nada teme, nada deseja,
nada sofre [...]. Se quiseres crer naqueles que
observam mais profundamente a verdade, toda vida é
um tormento.
Lançados neste mar profundo e agitado, alternado nos
seus fluxos e refluxos e que ora nos levanta com
repentinos progressos, ora nos derruba com maiores
danos e, frequentemente, nos abala, nunca nos
deteremos num lugar estável; andamos perplexos e
flutuando, somos lançados um contra o outro e,
algumas vezes, naufragamos. Sempre tememos!
Nenhum outro porto há, a não ser a morte, para
aqueles que navegam neste tão agitado mar e exposto
a todas as tempestades .
5
1
Algumas considerações sociológica sobre a morte.
O que é o homem? Um vaso que pode quebrar-se ao
menor abalo, ao menor movimento. Não é necessária
uma grande tempestade para que se destrua; bata onde
bater, se dissolverá. O que é o homem? Um corpo
débil e frágil, desnudo, indefeso por sua própria
natureza, que tem necessidade do auxílio al hei-o,
exposto a todos os danos do destino; um corpo que
quando exerceu bem os seus músculos, é pasto de
qualquer fera, é vitima de qualquer uma; composto de
matéria inconsistente e mole e brilhante somente nas
suas feições exteriores; incapaz de suportar o frio, o
calor, a fadiga e, por outro lado, destinado à
desagregação pela inércia da ociosidade; um corpo
preocupado com seus alimentos, por cuja carência ora
se enfraquece, por cujo excesso ora se rompe; um
corpo angustiado e inquieto por sua conservação,
provido de uma respiração precária e pouco firme, a
qual um forte ruído repentino perturba; um corpo
que é fonte doentia e inútil, de contínuo perigo para si
mesmo. Admiramo-nos da morte neste corpo, a qual
não precisa senão de um suspiro? Acaso é necessário
muito esforço para que venha sucumbir.
6
O que o suicídio segundo Élmile Durkheim
O suicídio é, segundo Durkheim, “todo o caso de morte que
resulta, direta ou indiretamente, de um ato, positivo ou negativo,
executado pela própria vítima, e que ela sabia que deveria
produzir esse resultado”. Conforme o sociólogo, cada sociedade
está predisposta a fornecer um contingente determinado de
mortes voluntárias, e o que interessa à sociologia sobre o
suicídio é a análise de todo o processo social, dos fatores
sociais que agem não sobre os indivíduos isolados, mas sobre
o grupo, sobre o conjunto da sociedade. Cada sociedade
possui, a cada momento da sua história, uma atitude definida
em relação ao suicídio.
Há três tipos de suicídio, segundo a etimologia de
Èmile Durkheim, a saber:
• Suicídio Egoísta: é aquele em que o ego individual se afirma
demasiadamente face ao ego social, ou seja, há uma
individualização desmesurada. As relações entre os indivíduos
e a sociedade se afrouxam fazendo com que o indivíduo não
veja mais sentido na vida, não tenha mais razão para viver;
• Suicídio Altruísta: é aquele no qual o indivíduo sente-se no
dever de fazê-lo para se desembaraçar de uma vida
insuportável. É aquele em que o ego não o pertence, confunde-
se com outra coisa que se situa fora de si mesmo, isto é, em
um dos grupos a que o indivíduo pertence. Temos como
exemplo os kamikazes japoneses, os muçulmanos que
colidiram com o World Trade Center em Nova Iorque.
7
• Suicídio Anômico: é aquele que ocorre em uma
situação de anomia social, ou seja, quando há
ausência de regras na sociedade, gerando o caos,
fazendo com que a normalidade social não seja
mantida. Em uma situação de crise econômica, por
exemplo, na qual há uma completa desregulação das
regras normais da sociedade, certos indivíduos ficam
em uma situação inferior a que ocupavam
anteriormente. Assim, há uma perda brusca de
riquezas e poder, fazendo com que, por isso mesmo,
os índices desse tipo de suicídio aumentem. É
importante ressaltar que as taxas de suicídio anômico
são maiores em países ricos, pois os pobres
conseguem lidar melhor com as situações de anomia
social.
8
Suicídio na visão psicanalítica.
Por que a morte se apresenta como única saída para alguns
sujeitos? Quem é esse sujeito que decide morrer? Enquanto
psicanalista, que ética seguir diante do anúncio de um paciente
de que vai se matar? A morte pode esperar por uma análise?
O homem suporta a vida pela possibilidade que dispõe de
matar-se. A morte é o que torna a vida possível. A vida é real
e a morte simbólica, e se o real é o impossível, viver é o
exercício da impossibilidade. E o suicídio é uma escolha capaz
de dar um significado à vida quando ela chega ao limite da
impossibilidade.
O sujeito que escolhe morrer, via de regra, está submerso em
uma angústia avassaladora. Dito de outra forma, é um sujeito
atravessado pela irrupção do real no corpo. A angústia é
sempre angústia de castração, portanto angústia de quem
está vivo, angústia do homem, no corpo, na vida. A morte não
é a causa da angústia, mas uma forma de exterminá-la.
ColapsoColapso
existencialexistencial
TranstornoTranstorno
mentalmental
AbusoAbuso
10
O suicídio neurótico é, muitas vezes, "um acting out, isto é,
um ato no qual o sujeito cria a cena e participa dela, como se
fosse autor, ator e diretor da obra, cuja finalidade é alcançar o
Outro, daí seu aspecto de mostração" . Mas, por que clamar
ao amor do Outro com um ato suicida? Por que correr o risco
de sair da cena da vida sem chance de retornar?
O neurótico, diante da falta do Outro, do enigma do
desejo do Outro, responde com a fantasia, que é
formulada como amar e não ser amado, onde o sujeito
se relaciona com a família idealizada causa de seu
desejo, que é também o objeto para sempre perdido e
objeto que depois de adulto não poderá mais contar .
11
12
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14
COMPORTAMENTOCOMPORTAMENTO
PATOLOGIAPATOLOGIA
CELULARCELULAR
15
O ser humano não foi feito para ser mandado por outro,
ser mandado por outro é próprio de dois tipos de pessoas
crianças e prisioneiros; evidências capazes de ser
humano. O ser humano tem o direito de decidir sua vida
isso é da natureza humana e ele não pode deixar a
violência prejudica-lo.
Do ponto de vista estritamente religioso nós não somos
senhores de nossas vidas eu iria perder uma centralidade
do amor Divino se atentasse contra a minha vida. Deus
esta em mim, eu pertenço a Deus aí eu não posso falar
e se quer pensar em suicídio, a mesma ideia serve para
os demais seres humanos. Até meus próprios filhos,
nem eu fiz ,só participei da parte gostosa do serviço.
Emprestando meus espermatozoides e que por sinal são
aos milhares e um só fecunda o óvulo.
Mas a sensação de ser um semideus me leva a pensar
que tenho direito sobre a vida dele . E no processo
educativo acabamos tornando-o infantilizado. A ponto
que quando se torna adulto não consegue gerir sua
própria vida e que de alguma forma voltar ao lugar de
conforto onde não precisa geri suas frustações sua
angústias.
16
Tornando-os adultos frágeis incapazes de lidar com os
compromissos da vida adulta.
O ritual de passagem da vida juvenil para a vida adulta é
Um fator de risco muito grande pois gera medos e incertezas.
Temos que tornar nossos jovens conscientes e participativos
do que é ser adulto.
Com base em sua experiência, ressalta a importância de,
na clínica do suicídio, deixar o sujeito falar sobre sua dor,
sem qualquer julgamento ou interpretação. A pergunta deve
ser: "O que há com você?" Somente assim poderá advir
uma demanda de análise. Ao falar, o analisante estará
desfiando seus significantes, que revelarão o que é da
ordem do real, do impossível de ser dito. Também
revelarão os equívocos, os mal-entendidos na relação com
o Outro. Falar implica perda do medo de ser adulto, ir além
da vontade mortífera, passar por outros pensamentos de
desejo no terreno de sua história. Para o profissional ,
nesse momento o paciente pode ser questionado sobre sua
participação no seu sofrimento, e se ele dirige uma
pergunta ao analista, configura-se a sua entrada em análise
e o estabelecimento da tomada de consciência , por meio
do (sujeito suposto saber). É o momento que permitirá que
o sujeito, já engajado no desejo de saber, possa implicar-se
e responsabilizar-se pela posição que escolheu ocupar na
relação com a vida.
17
Conheça mais sobre o nosso trabalho:
wwwnepp.com.br
Av. Jair leite 247 Pimenta - Minas Gerais
(31) 989260372
neppbh@yahoo.com.br
www.facebook.com/cafecomopsicanalista
“A IDÉIA OBSESSIVA PODE SER
CONTRÁRIA A QUALQUER LÓGICA,
EMBORA SUA FORÇA COMPULSIVA
SEJA INABALÁVEL”.
SIGMUND
FREUD

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Revista Grito de Alerta -Tema Suicídio.

  • 1. 1 As causa do suicídioAs causa do suicídio
  • 2. 2 Introdução Esta revista reúne algumas das principais dúvidas acerca da Psicanálise, seus conceitos e utilização, buscando informar aqueles que sentem-se atraídos por este conhecimento centenário, tão difundido entre a nossa sociedade e algumas vezes utilizado incorretamente. Aqui, você encontrará algumas das respostas que procura e mais: encontrará as diretrizes que o farão seguir adiante no caminho da compreensão de seus medos, curiosidades e barreiras herdadas durante estes seus primeiros anos de vida. Apesar de considerarmos diferentes perspectivas na hora de montarmos este material, as respostas listadas aqui podem refletir a opinião dos idealizadores do projeto. Portanto, sinta-se a vontade para questioná-las; contate-nos sempre que quiser oferecer uma contribuição e conheça o nosso trabalho através do site do NEPP e por meio de nossas redes sociais. Boa leitura! Núcleo de Estudos e Pesquisas em Psicanálise
  • 3. 3 Algumas considerações filosófica sobre a morte. A morte é uma libertação de todas as dores e o término além do qual os nossos males não ultrapassam; ela nos leva de volta àquela tranquilidade, na qual jaziam antes de nascer. [...] Ó ignorantes dos próprios males aqueles pelos quais a morte não é louvada e esperada como o melhor invento da natureza, quer inclua a felicidade, quer afaste a calamidade, quer ponha fim à sociedade e ao cansaço do velho, quer arrebate a idade juvenil em flor, quando se espera o melhor, quer chame a infância antes que chegue estágios mais duros, a morte é o fim para todos [...]. A morte prematura não trouxe, pois, ao teu filho, nenhum mal: pelo contrário, ela o libertou do sofrimento de todos os males.
  • 4. 4 [...] pois, se nenhum sentido resta ao morto, meu irmão livrou-se de todos os incômodos da vida e retornou para aquele lugar no qual estivera antes de nascer e, livre de todo mal, nada teme, nada deseja, nada sofre [...]. Se quiseres crer naqueles que observam mais profundamente a verdade, toda vida é um tormento. Lançados neste mar profundo e agitado, alternado nos seus fluxos e refluxos e que ora nos levanta com repentinos progressos, ora nos derruba com maiores danos e, frequentemente, nos abala, nunca nos deteremos num lugar estável; andamos perplexos e flutuando, somos lançados um contra o outro e, algumas vezes, naufragamos. Sempre tememos! Nenhum outro porto há, a não ser a morte, para aqueles que navegam neste tão agitado mar e exposto a todas as tempestades .
  • 5. 5 1 Algumas considerações sociológica sobre a morte. O que é o homem? Um vaso que pode quebrar-se ao menor abalo, ao menor movimento. Não é necessária uma grande tempestade para que se destrua; bata onde bater, se dissolverá. O que é o homem? Um corpo débil e frágil, desnudo, indefeso por sua própria natureza, que tem necessidade do auxílio al hei-o, exposto a todos os danos do destino; um corpo que quando exerceu bem os seus músculos, é pasto de qualquer fera, é vitima de qualquer uma; composto de matéria inconsistente e mole e brilhante somente nas suas feições exteriores; incapaz de suportar o frio, o calor, a fadiga e, por outro lado, destinado à desagregação pela inércia da ociosidade; um corpo preocupado com seus alimentos, por cuja carência ora se enfraquece, por cujo excesso ora se rompe; um corpo angustiado e inquieto por sua conservação, provido de uma respiração precária e pouco firme, a qual um forte ruído repentino perturba; um corpo que é fonte doentia e inútil, de contínuo perigo para si mesmo. Admiramo-nos da morte neste corpo, a qual não precisa senão de um suspiro? Acaso é necessário muito esforço para que venha sucumbir.
  • 6. 6 O que o suicídio segundo Élmile Durkheim O suicídio é, segundo Durkheim, “todo o caso de morte que resulta, direta ou indiretamente, de um ato, positivo ou negativo, executado pela própria vítima, e que ela sabia que deveria produzir esse resultado”. Conforme o sociólogo, cada sociedade está predisposta a fornecer um contingente determinado de mortes voluntárias, e o que interessa à sociologia sobre o suicídio é a análise de todo o processo social, dos fatores sociais que agem não sobre os indivíduos isolados, mas sobre o grupo, sobre o conjunto da sociedade. Cada sociedade possui, a cada momento da sua história, uma atitude definida em relação ao suicídio. Há três tipos de suicídio, segundo a etimologia de Èmile Durkheim, a saber: • Suicídio Egoísta: é aquele em que o ego individual se afirma demasiadamente face ao ego social, ou seja, há uma individualização desmesurada. As relações entre os indivíduos e a sociedade se afrouxam fazendo com que o indivíduo não veja mais sentido na vida, não tenha mais razão para viver; • Suicídio Altruísta: é aquele no qual o indivíduo sente-se no dever de fazê-lo para se desembaraçar de uma vida insuportável. É aquele em que o ego não o pertence, confunde- se com outra coisa que se situa fora de si mesmo, isto é, em um dos grupos a que o indivíduo pertence. Temos como exemplo os kamikazes japoneses, os muçulmanos que colidiram com o World Trade Center em Nova Iorque.
  • 7. 7 • Suicídio Anômico: é aquele que ocorre em uma situação de anomia social, ou seja, quando há ausência de regras na sociedade, gerando o caos, fazendo com que a normalidade social não seja mantida. Em uma situação de crise econômica, por exemplo, na qual há uma completa desregulação das regras normais da sociedade, certos indivíduos ficam em uma situação inferior a que ocupavam anteriormente. Assim, há uma perda brusca de riquezas e poder, fazendo com que, por isso mesmo, os índices desse tipo de suicídio aumentem. É importante ressaltar que as taxas de suicídio anômico são maiores em países ricos, pois os pobres conseguem lidar melhor com as situações de anomia social.
  • 8. 8 Suicídio na visão psicanalítica. Por que a morte se apresenta como única saída para alguns sujeitos? Quem é esse sujeito que decide morrer? Enquanto psicanalista, que ética seguir diante do anúncio de um paciente de que vai se matar? A morte pode esperar por uma análise? O homem suporta a vida pela possibilidade que dispõe de matar-se. A morte é o que torna a vida possível. A vida é real e a morte simbólica, e se o real é o impossível, viver é o exercício da impossibilidade. E o suicídio é uma escolha capaz de dar um significado à vida quando ela chega ao limite da impossibilidade. O sujeito que escolhe morrer, via de regra, está submerso em uma angústia avassaladora. Dito de outra forma, é um sujeito atravessado pela irrupção do real no corpo. A angústia é sempre angústia de castração, portanto angústia de quem está vivo, angústia do homem, no corpo, na vida. A morte não é a causa da angústia, mas uma forma de exterminá-la.
  • 10. 10 O suicídio neurótico é, muitas vezes, "um acting out, isto é, um ato no qual o sujeito cria a cena e participa dela, como se fosse autor, ator e diretor da obra, cuja finalidade é alcançar o Outro, daí seu aspecto de mostração" . Mas, por que clamar ao amor do Outro com um ato suicida? Por que correr o risco de sair da cena da vida sem chance de retornar? O neurótico, diante da falta do Outro, do enigma do desejo do Outro, responde com a fantasia, que é formulada como amar e não ser amado, onde o sujeito se relaciona com a família idealizada causa de seu desejo, que é também o objeto para sempre perdido e objeto que depois de adulto não poderá mais contar .
  • 11. 11
  • 12. 12
  • 13. 13
  • 15. 15 O ser humano não foi feito para ser mandado por outro, ser mandado por outro é próprio de dois tipos de pessoas crianças e prisioneiros; evidências capazes de ser humano. O ser humano tem o direito de decidir sua vida isso é da natureza humana e ele não pode deixar a violência prejudica-lo. Do ponto de vista estritamente religioso nós não somos senhores de nossas vidas eu iria perder uma centralidade do amor Divino se atentasse contra a minha vida. Deus esta em mim, eu pertenço a Deus aí eu não posso falar e se quer pensar em suicídio, a mesma ideia serve para os demais seres humanos. Até meus próprios filhos, nem eu fiz ,só participei da parte gostosa do serviço. Emprestando meus espermatozoides e que por sinal são aos milhares e um só fecunda o óvulo. Mas a sensação de ser um semideus me leva a pensar que tenho direito sobre a vida dele . E no processo educativo acabamos tornando-o infantilizado. A ponto que quando se torna adulto não consegue gerir sua própria vida e que de alguma forma voltar ao lugar de conforto onde não precisa geri suas frustações sua angústias.
  • 16. 16 Tornando-os adultos frágeis incapazes de lidar com os compromissos da vida adulta. O ritual de passagem da vida juvenil para a vida adulta é Um fator de risco muito grande pois gera medos e incertezas. Temos que tornar nossos jovens conscientes e participativos do que é ser adulto. Com base em sua experiência, ressalta a importância de, na clínica do suicídio, deixar o sujeito falar sobre sua dor, sem qualquer julgamento ou interpretação. A pergunta deve ser: "O que há com você?" Somente assim poderá advir uma demanda de análise. Ao falar, o analisante estará desfiando seus significantes, que revelarão o que é da ordem do real, do impossível de ser dito. Também revelarão os equívocos, os mal-entendidos na relação com o Outro. Falar implica perda do medo de ser adulto, ir além da vontade mortífera, passar por outros pensamentos de desejo no terreno de sua história. Para o profissional , nesse momento o paciente pode ser questionado sobre sua participação no seu sofrimento, e se ele dirige uma pergunta ao analista, configura-se a sua entrada em análise e o estabelecimento da tomada de consciência , por meio do (sujeito suposto saber). É o momento que permitirá que o sujeito, já engajado no desejo de saber, possa implicar-se e responsabilizar-se pela posição que escolheu ocupar na relação com a vida.
  • 17. 17 Conheça mais sobre o nosso trabalho: wwwnepp.com.br Av. Jair leite 247 Pimenta - Minas Gerais (31) 989260372 [email protected] www.facebook.com/cafecomopsicanalista “A IDÉIA OBSESSIVA PODE SER CONTRÁRIA A QUALQUER LÓGICA, EMBORA SUA FORÇA COMPULSIVA SEJA INABALÁVEL”. SIGMUND FREUD