UNASP – UNIVERSIDADE ADVENTISTA DE SÃO PAULO
FORMAÇÃO ESPIRITUAL
SANTO AO SENHOR
Os dízimos nos escritos de Ellen G White
Pr. Valdecir Lima
Alessandro Emiliano de Araújo
2017.
Os dízimos nos escritos de Ellen G. White
Deus não nos abandonou para que vivêssemos por nossa conta, Ele está observando-
nos atentamente, não deixou este mundo à toa, por conta do inimigo ou por nossa conta, Ele é
o dono e requer de nós que cuidemos deste mundo. O Senhor tem direito sobre nós e tudo o que
temos. “Outro aspecto do caráter de Deus que atua como fundamento teológico para o dízimo,
a saber, seu amor e bondade”. Agora, este direito de propriedade baseia-se em Seu amoroso e
abnegação que resulta em redenção (128).
Os conceitos da propriedade divina e do amor redentor são essenciais para a vida cristã.
A teologia do dízimo de EGW delineia à benévola vontade de Deus e é de grande importância
conceitual e prática. Encontramos, porém, diversos argumentos bíblicos usados para
demonstrar a perpetuidade desse sistema. As histórias dos patriarcas no livro de gênesis
afirmam que essa prática é anterior ao tempo de Moisés. No Sinai, a lei do dízimo foi apenas
“confirmada” na aliança com Israel. O dízimo parece remontar “aos dias de Adão”. Assim como
o casamento, o sábado, e o sistema sacrifical (129).
O fato de que sua origem procedeu à entrega da lei no Sinai denota que o dízimo não
deve ser identificado com a lei cerimonial. E ainda é tão “obrigatório ao povo de Deus, nestes
últimos dias, como o era para o antigo Israel”. Deus nos dá o que é Seu para que administremos
e sustentemo-nos, mas devemos fazer bom uso da nossa parte e principalmente devolvermos o
que é dEle (130).
Fora do jardim do Éden, o dízimo foi instituído por Deus com base em sua autoridade
como Criador e Redentor. Esse sistema foi instituído “para ser uma bênção ao homem” (131),
desde os tempos edênicos, o homem tem devolvido aquilo que é devido à Deus. Mas o homem
através do tempo deixou esta prática e colocou Deus em segundo plano colocando Satanás como
centro do seu mundo e o se EU interior egoístico como sendo o que deveria ser satisfeito,
negando a Deus o Seu poder e o que é Seu por direito.
Devolver o dízimo é parte do reconhecimento da soberania de Deus. É vontade de Deus
que mantenhamos a obra e o evangelho pela nossa doação dizimal. Deus requer o dízimo para
que entre outras coisas além de colaborarmos mantendo o Evangelho pelo mundo, também
exercitemos o desapego as coisas materiais, colocando a missão evangelística acima de nosso
umbigo, o próximo acima de nós.
O dízimo é um testemunho humano de que reconhecemos nossa dependência de Deus
(132), desta forma, devolvendo o dízimo afirmamos que Deus é nosso Senhor e mantenedor, e
que Ele é o possuidor de tudo o que é nosso, se Ele pediu, então o certo a fazer é obedecer. É a
expressa vontade do Criador e foi instituído por Ele, para ensinar-nos a confiança em Seu poder
e majestade, para a preservação da nossa vida, e para crermos nEle e em nenhum outro poder
(132).
Ele é um Deus amoroso e este ato serve também para restaurar a nossa dignidade diante
dEle Fazendo-nos Seus mordomos, Ele incentiva-nos a sermos dignos. Não roubarás (Êx
20:15), em que me roubam? Nos dízimos e nas ofertas (Ml 3:8). Deus em Sua generosidade nos
ensina a lei moral e nos deixa a decidir se queremos obedecer, Ele nos incentiva a obediência,
mas nos deixa livres para decidir quanto à devolução dos dízimos e ofertas, apenas exortando-
nos através dos profetas.
O propósito desse relacionamento era trazer glória a Deus, e não a seres humanos. De acordo
com Ellen White, a alternativa para usar o dízimo e tudo que temos para a glória de Deus, é a
"condescendência egoísta", uma horrenda e pecaminosa distorção do Seu amoroso desígnio
para nós (132).
O dízimo foi instituído para desenvolvermos o nosso caráter, o egoísmo constitui a base
do pecado. Não podemos reter egoisticamente par nós mesmos o que o Senhor nos provê em
Sua amorosa bondade, mas nos tornamos condutos de Suas bênçãos para os outros (132-3),
desta forma ela nos incentiva a desenvolvermos este caráter de "melhor dar do que receber",
despojando-nos de nossos recursos, não apenas do que nos sobra, o nosso caráter é modelado e
melhorado, aparentando cada vez mais com o nosso criador.
O dízimo é naturalmente sagrado, tanto quanto o Sábado, pois foi o próprio Deus quem
o instituiu, quando colocou Adão como mordomo do jardim edênico, deu-lhe esta sagrada
função, cuidar daquilo que é do Senhor. Deus nos ensina princípios de honestidade e humildade
com esta lição, ensinando-nos a devolver o que Ele pede, o nosso caráter é melhorado e
modificado à semelhança celeste.
Ellen G White, acrescenta que os pastores não devem apoiar nenhum plano
presumivelmente de membros da Igreja local, para desviar o dízimo a algum uso ilegítimo, mas
preservar-lhe a natureza sagrada colocando-o na tesouraria de Deus (134), com isso, ela quer
nos dizer para não usarmos os santos dízimos de maneira desastrosas, ou corruptas, nem tão
pouco de forma a não colaborar com o progresso mundial da obra, utilizando-os em coisas
prioritariamente egoísticas da própria Igreja Local. Sua santidade se acha ligada ao propósito
que Deus lhes deu.
O que contamina o dízimo não é a valise que ele é carregado, mas a intenção do coração
de quem o doa, ou não doa (135). Pois é o que vem do coração que contamina a alma. Deus
não nos doa apenas de Suas obras, mas sim de Si mesmo, está claro na Sua doação no calvário,
onde doou-se por todos nós na pessoa de Jesus o nosso Salvador. Dando a Sua própria vida para
resgatar-nos do pecado e da morte (135).
Deus quer reintegrar-nos a função de mordomos e para tanto, precisa que tenhamos
amor por Ele, e uns pelos outros, demonstrando esse amor, podemos contribuirmos com a
pregação evangelística através dos santos dízimos ao Senhor, pois nessa entrega, vemos
bênçãos sendo derramadas do trono celestial sobre nós, pois, é dessa forma que nosso caráter é
mudado.
Para uma qualidade da vida espiritual, Ellen White destaca entre outras coisas, que
devolver o dízimo precisa ser precedido de verdadeira conversão (136), ela não diz que
simplesmente devemos devolver o dízimo porque está na bíblia e pronto, é necessário que haja
conversão real, um sentimento apenas não se faz suficiente, é preciso que o dizimista se
arrependa de seus pecados e procure diligentemente a Deus em estado de conversão.
Devolver o dízimo requer sensibilidade espiritual, a sonolência espiritual tende a tornar-
nos inconscientes da voz e orientação de Deus. Fazendo com que seja difícil reconhecê-lo como
Senhor em todos os aspectos de nossa vida (137), isso nos leva a não O ouvindo não o
obedeçamos, e é exatamente isso que o inimigo de nossas almas quer e espera de nós, pois
assim, ele pode afastar-nos dAquele que tanto nos ama. Tal sensibilidade conduz ao ato de
devolver o dízimo e isso demonstra "que a graça de Deus está operando no coração", e Deus
por meio desta sensibilidade opera em nós para nossa salvação.
Nós temos várias motivações para devolver o dízimo, algumas corretas e outras nem
tanto, a primeira comentada por Rodriguez (2017) é a motivação soteriológica, claro temos
medo, por tanto obedecemos para cobrarmos a recompensa da salvação, mas EGW diz "o
pequeno dízimo" é dado como amorosa resposta a esse amor insondável. Oxalá, todos o
fizessem realmente por esta causa. Há também a motivação moral, é o certo a ser feito, e Deus
ainda incentiva, Não roubarás (Êx 20:15) e também pela motivação missiológica, O plano de
Deus é que o evangelho eterno da salvação seja pregado por todo o mundo (139), para que todos
tenham a chance de conhecer o Salvador que um dia eu e você também conhecemos e possamos
todos reunidos irmos morar nas moradas celestiais.
De qualquer forma, o dízimo deve ser colocado em primeiro lugar, e deve ser devolvido
fiel e alegremente pois, esta é a vontade de Deus, e precisamos entregar nossa vida e vontade
em Suas mãos amorosas, pois Ele sabe o que é melhor para nós.

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Santo ao Senhor

  • 1. UNASP – UNIVERSIDADE ADVENTISTA DE SÃO PAULO FORMAÇÃO ESPIRITUAL SANTO AO SENHOR Os dízimos nos escritos de Ellen G White Pr. Valdecir Lima Alessandro Emiliano de Araújo 2017.
  • 2. Os dízimos nos escritos de Ellen G. White Deus não nos abandonou para que vivêssemos por nossa conta, Ele está observando- nos atentamente, não deixou este mundo à toa, por conta do inimigo ou por nossa conta, Ele é o dono e requer de nós que cuidemos deste mundo. O Senhor tem direito sobre nós e tudo o que temos. “Outro aspecto do caráter de Deus que atua como fundamento teológico para o dízimo, a saber, seu amor e bondade”. Agora, este direito de propriedade baseia-se em Seu amoroso e abnegação que resulta em redenção (128). Os conceitos da propriedade divina e do amor redentor são essenciais para a vida cristã. A teologia do dízimo de EGW delineia à benévola vontade de Deus e é de grande importância conceitual e prática. Encontramos, porém, diversos argumentos bíblicos usados para demonstrar a perpetuidade desse sistema. As histórias dos patriarcas no livro de gênesis afirmam que essa prática é anterior ao tempo de Moisés. No Sinai, a lei do dízimo foi apenas “confirmada” na aliança com Israel. O dízimo parece remontar “aos dias de Adão”. Assim como o casamento, o sábado, e o sistema sacrifical (129). O fato de que sua origem procedeu à entrega da lei no Sinai denota que o dízimo não deve ser identificado com a lei cerimonial. E ainda é tão “obrigatório ao povo de Deus, nestes últimos dias, como o era para o antigo Israel”. Deus nos dá o que é Seu para que administremos e sustentemo-nos, mas devemos fazer bom uso da nossa parte e principalmente devolvermos o que é dEle (130). Fora do jardim do Éden, o dízimo foi instituído por Deus com base em sua autoridade como Criador e Redentor. Esse sistema foi instituído “para ser uma bênção ao homem” (131), desde os tempos edênicos, o homem tem devolvido aquilo que é devido à Deus. Mas o homem através do tempo deixou esta prática e colocou Deus em segundo plano colocando Satanás como centro do seu mundo e o se EU interior egoístico como sendo o que deveria ser satisfeito, negando a Deus o Seu poder e o que é Seu por direito. Devolver o dízimo é parte do reconhecimento da soberania de Deus. É vontade de Deus que mantenhamos a obra e o evangelho pela nossa doação dizimal. Deus requer o dízimo para que entre outras coisas além de colaborarmos mantendo o Evangelho pelo mundo, também exercitemos o desapego as coisas materiais, colocando a missão evangelística acima de nosso umbigo, o próximo acima de nós. O dízimo é um testemunho humano de que reconhecemos nossa dependência de Deus (132), desta forma, devolvendo o dízimo afirmamos que Deus é nosso Senhor e mantenedor, e que Ele é o possuidor de tudo o que é nosso, se Ele pediu, então o certo a fazer é obedecer. É a expressa vontade do Criador e foi instituído por Ele, para ensinar-nos a confiança em Seu poder e majestade, para a preservação da nossa vida, e para crermos nEle e em nenhum outro poder (132). Ele é um Deus amoroso e este ato serve também para restaurar a nossa dignidade diante dEle Fazendo-nos Seus mordomos, Ele incentiva-nos a sermos dignos. Não roubarás (Êx 20:15), em que me roubam? Nos dízimos e nas ofertas (Ml 3:8). Deus em Sua generosidade nos ensina a lei moral e nos deixa a decidir se queremos obedecer, Ele nos incentiva a obediência, mas nos deixa livres para decidir quanto à devolução dos dízimos e ofertas, apenas exortando- nos através dos profetas. O propósito desse relacionamento era trazer glória a Deus, e não a seres humanos. De acordo com Ellen White, a alternativa para usar o dízimo e tudo que temos para a glória de Deus, é a "condescendência egoísta", uma horrenda e pecaminosa distorção do Seu amoroso desígnio para nós (132). O dízimo foi instituído para desenvolvermos o nosso caráter, o egoísmo constitui a base do pecado. Não podemos reter egoisticamente par nós mesmos o que o Senhor nos provê em
  • 3. Sua amorosa bondade, mas nos tornamos condutos de Suas bênçãos para os outros (132-3), desta forma ela nos incentiva a desenvolvermos este caráter de "melhor dar do que receber", despojando-nos de nossos recursos, não apenas do que nos sobra, o nosso caráter é modelado e melhorado, aparentando cada vez mais com o nosso criador. O dízimo é naturalmente sagrado, tanto quanto o Sábado, pois foi o próprio Deus quem o instituiu, quando colocou Adão como mordomo do jardim edênico, deu-lhe esta sagrada função, cuidar daquilo que é do Senhor. Deus nos ensina princípios de honestidade e humildade com esta lição, ensinando-nos a devolver o que Ele pede, o nosso caráter é melhorado e modificado à semelhança celeste. Ellen G White, acrescenta que os pastores não devem apoiar nenhum plano presumivelmente de membros da Igreja local, para desviar o dízimo a algum uso ilegítimo, mas preservar-lhe a natureza sagrada colocando-o na tesouraria de Deus (134), com isso, ela quer nos dizer para não usarmos os santos dízimos de maneira desastrosas, ou corruptas, nem tão pouco de forma a não colaborar com o progresso mundial da obra, utilizando-os em coisas prioritariamente egoísticas da própria Igreja Local. Sua santidade se acha ligada ao propósito que Deus lhes deu. O que contamina o dízimo não é a valise que ele é carregado, mas a intenção do coração de quem o doa, ou não doa (135). Pois é o que vem do coração que contamina a alma. Deus não nos doa apenas de Suas obras, mas sim de Si mesmo, está claro na Sua doação no calvário, onde doou-se por todos nós na pessoa de Jesus o nosso Salvador. Dando a Sua própria vida para resgatar-nos do pecado e da morte (135). Deus quer reintegrar-nos a função de mordomos e para tanto, precisa que tenhamos amor por Ele, e uns pelos outros, demonstrando esse amor, podemos contribuirmos com a pregação evangelística através dos santos dízimos ao Senhor, pois nessa entrega, vemos bênçãos sendo derramadas do trono celestial sobre nós, pois, é dessa forma que nosso caráter é mudado. Para uma qualidade da vida espiritual, Ellen White destaca entre outras coisas, que devolver o dízimo precisa ser precedido de verdadeira conversão (136), ela não diz que simplesmente devemos devolver o dízimo porque está na bíblia e pronto, é necessário que haja conversão real, um sentimento apenas não se faz suficiente, é preciso que o dizimista se arrependa de seus pecados e procure diligentemente a Deus em estado de conversão. Devolver o dízimo requer sensibilidade espiritual, a sonolência espiritual tende a tornar- nos inconscientes da voz e orientação de Deus. Fazendo com que seja difícil reconhecê-lo como Senhor em todos os aspectos de nossa vida (137), isso nos leva a não O ouvindo não o obedeçamos, e é exatamente isso que o inimigo de nossas almas quer e espera de nós, pois assim, ele pode afastar-nos dAquele que tanto nos ama. Tal sensibilidade conduz ao ato de devolver o dízimo e isso demonstra "que a graça de Deus está operando no coração", e Deus por meio desta sensibilidade opera em nós para nossa salvação. Nós temos várias motivações para devolver o dízimo, algumas corretas e outras nem tanto, a primeira comentada por Rodriguez (2017) é a motivação soteriológica, claro temos medo, por tanto obedecemos para cobrarmos a recompensa da salvação, mas EGW diz "o pequeno dízimo" é dado como amorosa resposta a esse amor insondável. Oxalá, todos o fizessem realmente por esta causa. Há também a motivação moral, é o certo a ser feito, e Deus ainda incentiva, Não roubarás (Êx 20:15) e também pela motivação missiológica, O plano de Deus é que o evangelho eterno da salvação seja pregado por todo o mundo (139), para que todos tenham a chance de conhecer o Salvador que um dia eu e você também conhecemos e possamos todos reunidos irmos morar nas moradas celestiais. De qualquer forma, o dízimo deve ser colocado em primeiro lugar, e deve ser devolvido fiel e alegremente pois, esta é a vontade de Deus, e precisamos entregar nossa vida e vontade em Suas mãos amorosas, pois Ele sabe o que é melhor para nós.