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TRABALHO
LITERATURA
Itinerário
Trabalho feito por: Gustavo Morita, João
André, Lívia Felcher, Nícolas Augusto e Sarah
Conforti
Leia o poema “Canção fraterna”, da
poetisa moçambicana Noémia de
Sousa e responda o item:
4.a)
As identidades não dizem respeito apenas ao
local de origem de um grupo, mas, muitas
vezes, às condições históricas a que
determinada comunidade foi submetida.
Explique de que maneira o eu lírico do poema
“Canção fraterna” estabelece uma
identificação entre pessoas negras.
No texto, Noémia de Souza utiliza o eu lírico para
representar uma comunidade de negra falando
usando de sua identidade socialmente construída
para abraçar “o irmão negro”, utilizando de termos
como esse (“irmão negro”) para se construir mais
ainda essa identificação entre todos os negros,
que mesmo nascendo em lugares totais diferentes
sofrem das mesmas coisas como citado no trecho:
“Mas mesmo encadeado, irmão, que estranho
feitiço o teu! A tua voz dolente chorou de dor e
saudade, gritou de escravidão e veio murmurar à
minha alma em ferida que a tua triste canção
dorida não é só tua, irmão de voz de veludo e olhos
de luar...”.
No trecho, o eu lírico coloca que apesar da
escravidão, todos negros resistiram
fortemente para conseguir e conseguem,
mesmo ainda sofrendo repressões e não
sendo tão valorizados, terem voz para
manifestar sua “triste canção dorida” que
pelas condições históricas da escravidão não
representa apenas um negro e sim vários
deles que acabam saindo do mesmo
contexto, assim o eu lírico estabelece essa
identificação.
Para se entender o contexto do eu lírico, é bom
conhecer sua autora Carolina Noémia Abranches
de Souza Soares, que foi uma poeta e ativista
nascida em Moçambique em 1926, época em que
ainda era colônia de Portugal (partilha da África
pela Europa em busca de novos mercados e
influência), tal fato foi importante para o
pensamento crítico de Noémia, afinal vivia em
meio a pobreza de seu país e sendo uma mulher
negra percebia o preconceito de diversas formas.
Chamada de “mãe dos poetas moçambicanos”
começou sua alfabetização em casa com o pai e
frequentou a escola, onde era por muitas vezes a
única menina negra.
Ao se mudar para a faculdade (berço de ideias
contra coloniais) passou a se politizar e a
publicar textos sobre a identidade negra e
feminina onde exaltava sua nação assim
publicou seu único livro o “Sangue Negro”, o que
a fez ser exilada de sua terra e teve de usar o
pseudônimo de Vera Micaia para manter sua
resistência, agora, exilada em Portugal focou
sua militância contra o governo de Salazar o
qual, mantinha o colonialismo , por isso foi
novamente exilada para França.
Os poemas de Noémia detém um eu lírico que
representava comunidades e povos, escrevia por
todos os oprimidos moçambicanos e fazia árduas
críticas ao governo português e dava foco as
mulheres negras e criticava sua visão
estereotipadas de putas com alto libido, portanto
prostitutas eram temas recorrentes em sua obra.
Sabendo desse contexto, se entende mais ainda
que Noémia usa o eu lírico significando uma
comunidade de negros falando usando de sua
identidade socialmente construída para abraçar o
“irmão negro” dando pertencimento a esse grupo
que mesmo censurado como colônia, afastado
com preconceito e afirmado com estereótipos,
consegue por sua força representar tal minoria.
Trazendo mais para um contexto e outros
exemplos atuais que fazem o mesmo que o eu
lírico, o poema fala sobre a dor da escravidão,
que reflete até os dias atuais, além de falar
sobre a cultura negra e sua identificação, que
foram usurpadas e remodeladas para outras
culturas: “e saudade de tudo aquilo que foi teu e
já não é.”
Porém o poema traz um sentimento dentre os
negros perante tanta dor e sofrimento, como os
dois últimos versos do poema: “Veio, de manso
murmurar que a tua canção é minha”.
Citando outras expressões culturais, como o RAP, é
possível ver os mesmos assuntos abordados em
muitas músicas. Como por exemplo, “O Mundo é
Nosso” do cantor Djonga, “Negro Drama” do grupo
musical Racionais e “Bluesman” do cantor Baco Exu do
Blues. Citando essas músicas respectivamente,
podemos ver que falam sobre a união da população
negra, para que consigam reconquistar seu espaço na
sociedade, o que lhes foi tirado, sendo uma
importante mensagem nos dias atuais, onde, o
racismo fica cada vez mais evidente. “Negro Drama”
fala sobre a realidade das periferias e como o
preconceito racial se tornou algo tão comum nos dias
atuais. “Bluesman” fala como toda cultura
afrodescendente foi modificada para parecer
“adequada” às outras culturas.
“Como se fosse a noite, cê vê tudo preto
Como fosse um blackout, cê vê tudo preto
São meus manos, minhas minas
Meus irmãos, minhas irmãs, yeah
O mundo é nosso, hã” – Trecho de “O Mundo é
Nosso”
“Desde o início por ouro e prata
Olha quem morre, então veja você quem mata
Recebe o mérito, a farda que pratica o mal
Me ver pobre, preso ou morto já é cultural”
“Histórias, registros e escritos
Não é conto, nem fábula, lenda ou mito
Não foi sempre dito que preto não tem vez?
Então, olha o castelo e não foi você quem fez,
cuzão”- Trechos de “Negro Drama”
“A partir de agora considero tudo blues
O samba é blues, o rock é blues, o jazz é blues
O funk é blues, o soul é blues, eu sou Exu do
Blues
Tudo que quando era preto era do demônio
E depois virou branco e foi aceito, eu vou
chamar de blues”- Trecho de “Bluesman”
Leia um trecho de matéria do site
Periferia em Movimento para
responder à questão
5.a)
A partir do argumento de Tiaraju
D’Andrea, explique por que a identidade
periférica não se restringe a uma
questão espacial.
A identidade periférica não se restringe a uma
questão espacial pois, como afirma a autora, essa
identidade é formada a partir de vários direitos
negados a essa população marginalizada, não se
prendendo apenas ao espaço geográfico em que ela
se encontra. Dentre esses direitos negados se
destacam a falta de oportunidade a uma educação
de qualidade e posteriormente a falta de acesso ao
mercado de trabalho, o que leva muitos ao caminho
da criminalidade. Também é necessário destacar que
muitos desses indivíduos acabam não tendo a
oportunidade de participar de atividades culturais, já
que a maioria dessas se encontram nos centros ou
em regiões nobres das cidades, o que dificulta sua
inclusão na sociedade.
Podemos ressaltar o grupo de rap “Racionais
Mc’s”, citado no texto, que contribuiu
fortemente para criação dessa identidade
periférica, em que os integrantes do grupo
descrevem o cotidiano sendo moradores
dessas áreas, sofrendo cotidianamente da
violência policial e do abandono do Estado
nos direitos básicos que deveriam ser
assegurados para os habitantes desses locais.
O público de suas músicas passa a identificar-
se como um grupo, já que sofre das mesmas
injustiças e da mesma forma de observar a
realidade, criando assim, uma identidade
comum aos moradores da periferia.

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Trabalho de literatura feito para a aula

  • 1. TRABALHO LITERATURA Itinerário Trabalho feito por: Gustavo Morita, João André, Lívia Felcher, Nícolas Augusto e Sarah Conforti
  • 2. Leia o poema “Canção fraterna”, da poetisa moçambicana Noémia de Sousa e responda o item: 4.a) As identidades não dizem respeito apenas ao local de origem de um grupo, mas, muitas vezes, às condições históricas a que determinada comunidade foi submetida. Explique de que maneira o eu lírico do poema “Canção fraterna” estabelece uma identificação entre pessoas negras.
  • 3. No texto, Noémia de Souza utiliza o eu lírico para representar uma comunidade de negra falando usando de sua identidade socialmente construída para abraçar “o irmão negro”, utilizando de termos como esse (“irmão negro”) para se construir mais ainda essa identificação entre todos os negros, que mesmo nascendo em lugares totais diferentes sofrem das mesmas coisas como citado no trecho: “Mas mesmo encadeado, irmão, que estranho feitiço o teu! A tua voz dolente chorou de dor e saudade, gritou de escravidão e veio murmurar à minha alma em ferida que a tua triste canção dorida não é só tua, irmão de voz de veludo e olhos de luar...”.
  • 4. No trecho, o eu lírico coloca que apesar da escravidão, todos negros resistiram fortemente para conseguir e conseguem, mesmo ainda sofrendo repressões e não sendo tão valorizados, terem voz para manifestar sua “triste canção dorida” que pelas condições históricas da escravidão não representa apenas um negro e sim vários deles que acabam saindo do mesmo contexto, assim o eu lírico estabelece essa identificação.
  • 5. Para se entender o contexto do eu lírico, é bom conhecer sua autora Carolina Noémia Abranches de Souza Soares, que foi uma poeta e ativista nascida em Moçambique em 1926, época em que ainda era colônia de Portugal (partilha da África pela Europa em busca de novos mercados e influência), tal fato foi importante para o pensamento crítico de Noémia, afinal vivia em meio a pobreza de seu país e sendo uma mulher negra percebia o preconceito de diversas formas. Chamada de “mãe dos poetas moçambicanos” começou sua alfabetização em casa com o pai e frequentou a escola, onde era por muitas vezes a única menina negra.
  • 6. Ao se mudar para a faculdade (berço de ideias contra coloniais) passou a se politizar e a publicar textos sobre a identidade negra e feminina onde exaltava sua nação assim publicou seu único livro o “Sangue Negro”, o que a fez ser exilada de sua terra e teve de usar o pseudônimo de Vera Micaia para manter sua resistência, agora, exilada em Portugal focou sua militância contra o governo de Salazar o qual, mantinha o colonialismo , por isso foi novamente exilada para França.
  • 7. Os poemas de Noémia detém um eu lírico que representava comunidades e povos, escrevia por todos os oprimidos moçambicanos e fazia árduas críticas ao governo português e dava foco as mulheres negras e criticava sua visão estereotipadas de putas com alto libido, portanto prostitutas eram temas recorrentes em sua obra. Sabendo desse contexto, se entende mais ainda que Noémia usa o eu lírico significando uma comunidade de negros falando usando de sua identidade socialmente construída para abraçar o “irmão negro” dando pertencimento a esse grupo que mesmo censurado como colônia, afastado com preconceito e afirmado com estereótipos, consegue por sua força representar tal minoria.
  • 8. Trazendo mais para um contexto e outros exemplos atuais que fazem o mesmo que o eu lírico, o poema fala sobre a dor da escravidão, que reflete até os dias atuais, além de falar sobre a cultura negra e sua identificação, que foram usurpadas e remodeladas para outras culturas: “e saudade de tudo aquilo que foi teu e já não é.” Porém o poema traz um sentimento dentre os negros perante tanta dor e sofrimento, como os dois últimos versos do poema: “Veio, de manso murmurar que a tua canção é minha”.
  • 9. Citando outras expressões culturais, como o RAP, é possível ver os mesmos assuntos abordados em muitas músicas. Como por exemplo, “O Mundo é Nosso” do cantor Djonga, “Negro Drama” do grupo musical Racionais e “Bluesman” do cantor Baco Exu do Blues. Citando essas músicas respectivamente, podemos ver que falam sobre a união da população negra, para que consigam reconquistar seu espaço na sociedade, o que lhes foi tirado, sendo uma importante mensagem nos dias atuais, onde, o racismo fica cada vez mais evidente. “Negro Drama” fala sobre a realidade das periferias e como o preconceito racial se tornou algo tão comum nos dias atuais. “Bluesman” fala como toda cultura afrodescendente foi modificada para parecer “adequada” às outras culturas.
  • 10. “Como se fosse a noite, cê vê tudo preto Como fosse um blackout, cê vê tudo preto São meus manos, minhas minas Meus irmãos, minhas irmãs, yeah O mundo é nosso, hã” – Trecho de “O Mundo é Nosso”
  • 11. “Desde o início por ouro e prata Olha quem morre, então veja você quem mata Recebe o mérito, a farda que pratica o mal Me ver pobre, preso ou morto já é cultural” “Histórias, registros e escritos Não é conto, nem fábula, lenda ou mito Não foi sempre dito que preto não tem vez? Então, olha o castelo e não foi você quem fez, cuzão”- Trechos de “Negro Drama”
  • 12. “A partir de agora considero tudo blues O samba é blues, o rock é blues, o jazz é blues O funk é blues, o soul é blues, eu sou Exu do Blues Tudo que quando era preto era do demônio E depois virou branco e foi aceito, eu vou chamar de blues”- Trecho de “Bluesman”
  • 13. Leia um trecho de matéria do site Periferia em Movimento para responder à questão 5.a) A partir do argumento de Tiaraju D’Andrea, explique por que a identidade periférica não se restringe a uma questão espacial.
  • 14. A identidade periférica não se restringe a uma questão espacial pois, como afirma a autora, essa identidade é formada a partir de vários direitos negados a essa população marginalizada, não se prendendo apenas ao espaço geográfico em que ela se encontra. Dentre esses direitos negados se destacam a falta de oportunidade a uma educação de qualidade e posteriormente a falta de acesso ao mercado de trabalho, o que leva muitos ao caminho da criminalidade. Também é necessário destacar que muitos desses indivíduos acabam não tendo a oportunidade de participar de atividades culturais, já que a maioria dessas se encontram nos centros ou em regiões nobres das cidades, o que dificulta sua inclusão na sociedade.
  • 15. Podemos ressaltar o grupo de rap “Racionais Mc’s”, citado no texto, que contribuiu fortemente para criação dessa identidade periférica, em que os integrantes do grupo descrevem o cotidiano sendo moradores dessas áreas, sofrendo cotidianamente da violência policial e do abandono do Estado nos direitos básicos que deveriam ser assegurados para os habitantes desses locais. O público de suas músicas passa a identificar- se como um grupo, já que sofre das mesmas injustiças e da mesma forma de observar a realidade, criando assim, uma identidade comum aos moradores da periferia.